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ALIMENTAÇÃO COLETIVA
© Senac-SP 2007
Gerência de Desenvolvimento 3
Roland Anton Zottele
Coordenação Técnica
Carolina Figueiredo Pereira
Apoio Técnico
Aline Barrera Mirandola
Edição e Produção
Virtual Diagramação
ADMINISTRAÇÃO NA
ALIMENTAÇÃO COLETIVA
2007
Administração na Alimentação Coletiva
SUMÁRIO
1. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E
NUTRIÇÃO / 6 1.1 HISTÓRICO / 6
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA UAN NA EMPRESA / 8
1.3 CONCEITOS / 8
1.4 TIPOS DE CLIENTELA / 9
1.4.1 NÚMERO DE CLIENTES E DE REFEIÇÕES / 10
1.5 ADMINISTRAÇÃO DA UAN / 11
1.6 PRODUTO E CARDÁPIO / 12
2. GESTÃO DE PESSOAS / 13
2.1 ATRIBUIÇÕES DO PESSOAL NO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO /
14 2.2 ADMISSÃO DE PESSOAL / 17
2.3 MÉTODOS DE CONTROLE E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA EQUIPE /
19 2.4 LIDERANÇA / 22
2.4.1 ESTILOS DE LIDERANÇA / 24
2.4.2 TÉCNICAS RELACIONADAS À ORGANIZAÇÃO / 24
2.5 MÉTODOS PARA DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL / 27
2.5.1 DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL PARA UND / 27
2.5.2 DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL PARA UAN / 28
7. ANEXOS / 117
Senac São Paulo 5
CAPÍTULO 1
CARACTERIZAÇÃO DA
UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E
NUTRIÇÃO
1.1 HISTÓRICO
O Sistema de Alimentação Coletiva
desenvolveu-se na
Inglaterra, no início da II Grande Guerra Mundial,
quan
do o governo Britânico decidiu pelo racionamento
dos
alimentos devido à escassez, e para que a
produção
existente atendesse à demanda de consumo da
época,
as cantinas e os restaurantes de hotéis existentes, fo
ram induzidos pelo governo a produzir alimentos para
toda a população, de maneira que todos os civis tives
sem pelo menos uma refeição quente por dia e a partir
daí, surgiram cantinas e restaurantes de todas as classes e de vários tipos,
incentivados inclusive financeiramente pelo governo.
1.3 CONCEITOS
Alimentação de coletividade é um mercado em franca expansão, e,
gradativamente e de forma crescente tal segmento revela-se como grande
empregador. Os profissionais que gerenciam Unidades de Alimentação e
Nutrição (UANs) têm, em sua maioria, formação em Nutrição. Para melhor
compreendermos o mercado, estaremos mantendo de for ma didática a
definição de UAN para a área de coletividade e de UND para a área de
Serviços de Saúde (hospitais). É importante ressaltar que a atuação gerencial
do Nutricionista e Técnico em Nutrição e Dietética envolve também
restaurantes comer ciais, fast food e bufês ou qualquer outra área de
produção de refeição onde exista a valorização da qualidade no atendimento
ao cliente.
Apresenta normalmente:
• freqüentemente apresenta cozinha geral;
• número de refeições constantes;
8 Senac São Paulo
Administração na Alimentação Coletiva
Apresenta normalmente:
• produção de dietas; normal e modificada;
• a qualidade/variedade dos serviços depende das características do hospital;
• serve refeições todos os dias ininterruptamente, variando de cinco a mais
refeições;
• o serviço é feito nos quartos para pacientes e acompanhantes e para os
funcionários, em refeitório.
• apresenta cozinha geral e dietética;
• apresenta produção especializada de dieta enteral, alimentação infantil e em
alguns casos o banco de leite humano;
• o número de refeições vai variar conforme a lotação do hospital;
• pode apresentar serviço de conveniência; seja em lanchonete ou mesmo no
atendimento aos quartos dos indivíduos internados e áreas administrativas
do hospital.
1.4 TIPOS DE CLIENTELA
Na UAN é de grande responsabilidade o estabelecimento das
necessi dades nutricionais do público a ser atingido e essa
alimentação deverá suprir a demanda energética e nutricional
necessária a cada cliente. Assim, podemos ter:
A elaboração dos cardápios tem tomado foco prioritário na UAN por estar
relacionada diretamente ao desempenho da Unidade, a fidelização da
clientela, por ser instrumento de marketing bem como garantia do processo
produtivo que leve ao lucro.
Senac São Paulo
12
CAPÍTULO 2
GESTÃO DE PESSOAS
Nos últimos anos, a cultura organizacional em
rela
ção a recursos humanos vem passando por impor
tantes mudanças. O próprio termo “recursos hu
manos” está sendo substituído pelo termo “gestão
de pessoas”, valorizando os colaboradores como
pessoas e não como recursos.
• título do cargo;
• local de desempenho do trabalho;
• relação direta de subordinação;
• atribuições e tarefas desenvolvidas;
• responsabilidade por áreas, equipamentos, utensílios e
materiais; • requisitos intelectuais necessários;
• atitudes, comportamentos, habilidades e decisões necessárias ao
desempenho da tarefa;
• condições de trabalho a que é submetido o agente do cargo.
Conhecimentos/requisitos necessários:
especiais;
Conhecimentos/requisitos necessários:
Conhecimentos/requisitos necessários:
Recrutamento
É realizado por intermédio do Departamento de
Desenvolvimento de Pessoal, mediante a necessidade de
contratação de determinado funcionário (geralmente solicitado
através de requisição). O recruta mento procura atrair um
número suficiente de candidatos à determi nada vaga, ao
mesmo tempo em que orienta sobre as normas para
inscrição, determinando os aspectos necessários solicitados. É a eta pa
responsável pela primeira triagem dos candidatos, que podem ser de dois
tipos:
Seleção
É o processo de escolher dentre os candidatos aquele que possui as
qualificações e re quisitos adequados ao desempenho do cargo.
Existem várias ferramentas a ser utilizadas num processo de seleção, sendo elas:
a) Entrevista: é o único dos recursos indispensáveis num processo de
seleção; é a opor tunidade para conhecer profundamente os aspectos de seu
interesse no candidato.
• estilo de liderança;
• resistência à pressão;
• comunicabilidade;
• empatia/simpatia;
• trabalho em equipe;
• poder de argumentação.
e) Outros testes: buscando técnicas mais eficazes para a seleção de pessoal,
as empre sas estão adotando formas alternativas tais como: grafologia,
astrologia, numerologia e testes informatizados.
Decisão
A decisão do processo seletivo deve ser baseada na certeza de ser a pessoa
certa no lugar certo. Considere apenas os resultados das avaliações
realizadas. Não faça uma decisão apressada. As falhas certamente
comprometerão o resultado final. Com a apro vação nesse processo seletivo,
o candidato deverá realizar o processo de avaliação mé-
Capacitação da equipe
Os homens não são obras acabadas, assim o desenvolvimento profissional de
todas as funções dentro da organização deve ser um processo dinâmico.
Tipos de treinamento:
• diagnóstico da situação/necessidade;
• elaboração do processo de treinamento;
• implementação do treinamento;
• avaliação.
2.4 LIDERANÇA
A relação entre empresa e colaboradores é bastante
complexa. O gerente da empresa é o mediador dessa
relação e para os funcionários, ele repre senta a empresa.
CICLO ADMINISTRATIVO
O ciclo administrativo tem como base o PDCA – Método que visa o Controle
da Quali dade no processo de trabalho aplicando o ciclo de análise
consecutivo a partir dos resul tados obtidos. As etapas de planejamento,
execução e avaliação estão diretamente rela cionadas e integradas:
Adaptado de: Ralph White e Ronald Lippitt, “Comportamento do Líder e Reação dos Membros em Três
Climas Sociais, in Dinâmica de Grupo: Pesquisa e Teoria, Dorwin Cartwright e Alvin Zander (orgs.), São
Paulo, EPU, 1975, v.2
constituído de retângulos ligados por linhas horizontais e verticais. Mas, hoje novos
modelos de organograma são desenhados representando a relação de unidade
entre os diferentes setores das empresas.
No organograma, a autoridade pode ser apresentada em LINHA:
Senac
São Paulo 25
Administração na Alimentação Coletiva
b) Fluxograma: são gráficos que representam o fluxo ou seqüência de um
procedimento ou rotina.
organização.
Exemplo:
130 funcionários = 100 %
X funcionários = 8 %
X = 10 funcionários
Cálculo do número de substitutos
Levando-se em conta que o pessoal seja contratado pelo regime de CLT, isto
é, 8 horas de trabalho por dia com intervalo de 1 hora para refeição, folga
semanal, férias anuais de 30 dias, o cálculo será:
Exemplo:
6 funcionários = 1 substituto de folga
10 funcionários = X substitutos de folga
X = 1,6 = 2 substitutos
Substituto de férias: como cada funcionário tem direito a 30 dias de férias por
ano, multiplicando-se o número total de funcionários por 30, teremos o total de
dias que ficaremos sem o funcionário no serviço. Levando-se em conta os
feriados anuais e as férias, cada funcionário trabalhará aproximadamente 330
dias/ano, assim:
Exemplo:
10 funcionários X 30 dias = 300 dias
300 dias: 330 dias = 0,9 funcionário = 1 funcionário como substituto de férias
a) Índice de produtividade
Um índice muito utilizado atualmente para verificação do
núme
ro de funcionários adequados ao bom andamento de um SA é o
comparativo de produtividade estabelecido através da relação
b) Indicador de Pessoal
horários;
8 X 60
Indicador de Período de Descanso (IPD)
30
89
11,1
Observação:
nº médio de ausentes
CAPÍTULO 3
GESTÃO DOS
PROCESSOS
PRODUTIVOS
A gestão dos processos produtivos envolve uma série de ações com a equipe,
com a adequação/manutenção do fluxograma de produção conforme
exigência da Vigilância Sanitária, inovações tecnológicas e estruturais,
controle de custos, controle de sobras e desperdício entre outros. É garantir a
execução das atividades planejadas baseando-se em resultados e metas
desafiadoras para a evolução da UAN.
150 0,80 800 0,30 200 0,70 900 0,30 250 0,60 1000 0,30 300 0,50 1500 0,28
400 0,40 2000 0,26 500 0,35 3000 0,24 600 0,35 5000 0,20 Número de
N. de leitos Coeficiente
até 50 leitos 2,0 m2/leito
• Localização
O pavimento térreo é preferível por
proporcionar
fácil acesso externo para abastecimento,
iluminação natural e ótimas condições de
ventilação.
• Configuração geométrica
A forma mais indicada é a retangular desde que o comprimento não
exceda mais de 1,5 a 2 vezes a largura. Aconselha-se que a largura
mínima seja de 7 m.
• Iluminação
Deve ser distribuída de maneira uniforme pelo ambiente. A iluminação
mais recomendada é a natural; a artificial pode ser utilizada como
complemento desde que não mude a cor dos alimentos, assim como
devem estar devidamente protegidas.
• Acústica
Devido à grande quantidade de equipamentos, sistema de exaustão,
manipulação de utensílios, entre outros, existe dentro da cozinha uma
grande quantidade de ruído, em torno de 45 a 55 decibéis, que é bem
tolerável, porém em áreas que excedam os 85 decibéis devem ser
utilizados EPIS com vistas à redução da fadiga e irritação por
permanência prolongada em ambientes barulhentos. Deve-se prever o
isolamento acústico entre a cozinha e o refeitório, usando elementos
minimizadores à carga de transferência de ruídos.
• Ventilação
As áreas de produção devem ser bem ventiladas, especialmente as dos
locais com equipamentos que produzam excessivo calor ou vapor no
ambiente, a fim de evitar a condensação de vapor no ambiente e a
proliferação de mofo. Neste ponto, o lactário e o preparo de dieta enteral
diferenciam-se por haver necessidade de maior controle da qualidade do
ar já que as salas de produção não recebem ar diretamente do meio
externo.
• Temperatura e umidade
Uma temperatura de 22 a 26°C, com umidade relativa de 50 a 60%, é
considerada compatível com as operações da UAN/UND. A ventilação
adequada com renovação constante do ar circulante deve garantir tal
conforto térmico.
• Cor
A escolha das cores no ambiente de trabalho está diretamente relacionada
ao índice de reflexão. As cores têm poder de absorver luz em maior ou
menor intensidade, daí sua importância no ambiente de trabalho. A cor
mais indicada é o branco ou variações de tons claros como bege e
amarelo. Outro motivo da cor ser clara é a facilidade para visualização de
sujidades e manutenção de limpeza sendo mais um tópico exigido pela
legislação.
• Edificações
Pé direito - a altura do piso ao teto não deve ser elevada, pois torna difícil
a limpeza e higienização do local, porém se for muito baixa pode levar a
problemas com a ventilação e distribuição de luz, etc. Assim é sugerido:
- pé direito entre 2,40 e 3,00m. - para dispensa, áreas de circulação,
administração, etc.; - pé direito entre 3,00 e 3,60m. - cozinhas de pequeno
e médio porte; - pé direito entre 3,60 e 4,50m. - cozinhas de grande porte.
• Instalações
• Administração
Deverá contar com uma sala localizada de modo a
permitir
a fácil observação da cozinha e lavatórios. A parede
deverá
ser dotada de visor em toda extensão com
objetivo de
facilitar a visão do ambiente a ser supervisionado.
• Recebimento
É a área externa de controle de qualitativo e quantitativo dos gêneros. Sua
localização deve facilitar o acesso a caminhões e carros de entrega,
preferencialmente com plataforma de descarga e deve estar o mais
próximo possível do estoque seco e frio.
Recomenda-se que o recebimento conte com pia para a pré-higienização
de hortifrutigranjeiros, além de contar com área necessária à transferência
das mercadorias das caixas de papelão e madeira para recipientes
adequados (monoblocos) devidamente higienizados. São necessários
balanças, termômetro, monoblocos e caixas vazadas, carro hidráulico e
palet. Caso o recebimento seja realizado em andar diferente das áreas de
estoque e produção, deve-se prever a existência de elevadores
(monta-carga) que realize o transporte dos gêneros até seu adequado
armazenamento.
- Estoque/Almoxarifado
Área destinada ao armazenamento de produtos à temperatura ambiente,
produtos não perecíveis, devendo ser um local limpo, arejado e claro.
São necessários prateleiras a 25 cm do piso e profundidade não superior
a 45 cm, assim como estrados de madeira (palets) com altura de 25 a 40
cm do chão, balança, carros (do tipo plataforma) para transporte, mesa e
palet. O controle da movimentação dos gêneros pode ser realizado
através de sistemas informatizados, sendo necessária previsão de
computador. Nesta área, tem-se especial atenção ao armazenamento de
materiais de limpeza (produtos químicos), os quais de preferência devem
ser guardados em ambiente separado dos alimentos. Na impossibilidade,
os produtos devem ser armazenados na última prateleira, mais próximos
do piso, impedindo que ocorra qualquer risco de contaminação química
dos alimentos.
- Armazenamento frio
Destina-se à estocagem de gêneros perecíveis em
condições
ideais de temperatura e umidade. Os critérios de
temperatura
devem seguir as recomendações da Legislação. Devido à
grande diversidade de produtos utilizados, recomenda-se a
instalação de três câmaras frigoríficas:
• câmara para armazenamento de carnes (com temperatura entre 0
e 4°C); • câmara para laticínios e sobremesas (temperatura entre 4
e 6°C); • câmara de hortifrutigranjeiros (temperatura entre 8 e 10°C).
• Produção
- Pré-preparo
Nesta área, são realizadas todas as operações que antecedem a
confecção das refeições, deve haver a preocupação com o movimento do
pessoal operacional, facilidade de transporte dos produtos e mobilidade
dos equipamentos, com o objetivo de diminuir o esforço físico no trabalho.
- Pré-preparo de carnes
Esta área é necessária às unidade (quaisquer unidades), independente do
número de refeições que receba carnes em peças para corte; deve ser
provido de mesas com tampos de polipropileno removíveis que, para evitar
contaminação, a cada manipulação de produto deverá ser realizada
desinfecção. Caso a manipulação de diferentes tipos de carnes ocorra no
mesmo horário deverá possuir mesas e/ou balcões suficientes para
separar os produtos evitando contaminação cruzada. Ainda, devem
constar no espaço balcão com cubas em inox, equipamentos como a
máquina de moer carne, cortador de frios, balança, amaciador de bifes,
amolador de facas, conjunto de facas para diferentes cortes, tábuas em
polipropileno. Esta área, de preferência, deve ser localizada próxima às
câmaras frias para facilidade do transporte e armazenamento; a legislação
sugere também a climatização do ambiente possibilitando maior tempo de
manipulação das carnes com menor variação da temperatura.
- Pré-preparo de hortaliças
Esta área é destinada ao preparo de saladas, frutas e corte de hortaliças
para a cocção. O fluxo deve garantir uma manipulação correta onde não
ocorra contaminação cruzada. O ideal é que estes três setores sejam
separados; quer por área física ou por processo em horários predefinidos.
Deve contar com balcões com tampo de inox dotados de cubas profundas,
com torneiras e chuveiros para lavagem de vegetais, mesas de aço inox
ou mesas com tampo em polipropileno. Podem ter prateleiras inferiores
para organização dos utensílios utilizados na área (deve estar a 35 cm do
piso). Ainda é necessário contar com refrigerador para o armazenamento
dos produtos processados, descascador de tubérculos, multiprocessador
de alimentos, triturador de resíduos, carro para transporte dos alimentos,
espremedor de frutas e termômetro; monoblocos e caixas vazadas, tábuas
em polipropileno podendo ser coloridas para não misturar com outros
processos da área.
- Pré-preparo de cereais
Deve apresentar balcão em inox vazado para escoar os grãos ou mesa
para a seleção, além de tambores plásticos com tampa para o
armazenamento dos grãos já selecionados. Deve ser dotado de carros
para lavagem de cereais. Caso a UAN
- Confeitaria
Área destinada ao preparo de sobremesas e toda linha de salgados e
doces para coffee-breaks, cocktails, breakfast, etc. São necessárias
mesas de trabalho, com obrigatoriedade de pelo menos um tampo de
pedra (clara) para o trabalho de massas. Na utilização para o manuseio de
cremes, o controle de temperatura e sua localização são fundamentais.
Hoje, pela facilidade na aquisição de bons produtos e grande variedade no
mercado, a maioria das cozinhas terceiriza este serviço/produto não
planejando uma área específica. Os equipamentos necessários nesta área
são: batedeiras e acessórios, liquidificador, utensílios de confeitaria,
fornos, refrigerador e balança.
- Cocção/preparo
Deve-se situar entre a área de
pré-preparo e a
distribuição. O planejamento deve estar
associado
diretamente ao fluxo dos alimentos e
adequado
com a localização dos equipamentos
necessários,
seguindo um fluxo racional e linear,
evitando
desperdício de tempo e contaminação
cruzada.
Esta área é responsável pela finalização
das
refeições envolvendo a confecção de assados,
cozidos, grelhados e frituras. Muitos equipamentos
são necessários e cada vez mais a tecnologia tem
avançado na criação de materiais mais leves,
resistentes e eficientes:
• fornos combinados; elétricos ou a gás;
• fogões industriais (podendo acoplar banho-maria e chapas);
• caldeirões (elétricos, a vapor, a gás ou a gás/vapor);
• frigideira elétrica e fritadeiras;
• mesas de trabalho de inox;
• utensílios em inox e polipropileno como facas, tábuas para corte,
caldeirões, caçarolas e frigideiras, espátula, escumadeira, peneira, entre
outros;
• pias para lavagem de mãos com pedal (saboneteiras e anti-séptico final).
- Distribuição
Tipos de distribuição
a) Distribuição centralizada
É o sistema considerado mais prático e funcional, onde as refeições são
preparadas e porcionadas no mesmo local e daí transportadas para os
andares de distribuição em carros isotérmicos para manter a temperatura. Na
UAN, a refeição preparada é coloca da em recipiente de inox e levada até o
balcão de distribuição localizada no mesmo andar.
b) Distribuição descentralizada
É o sistema de distribuição onde as refeições são preparadas, porcionadas
em recipien tes na quantidade necessária para o atendimento de uma unidade
de internação; são transportadas e na copa de internação ocorre o
porcionamento para entrega aos clien tes nos quartos. Na UAN, a distribuição
descentralizada ocorre quando há transporte da refeição fazendo com que a
distribuição seja em local diferente da área de preparo.
qualidade higiênica;
• muitas vezes, tais alimentos sofrem reaquecimento nas copas alterando seu
paladar e aparência;
• o porcionamento pode ser inadequado, assim como a ocorrência de enganos;
• a supervisão é dificultada sendo que todas as copas porcionam as suas
refeições ao mesmo tempo.
c) Distribuição mista
Mescla os dois tipos de distribuição, obtendo assim maior praticidade e
qualidade na distribuição das refeições, geralmente neste sistema nas
refeições maiores como almo ço e jantar é utilizada a distribuição centralizada,
enquanto as refeições maiores como o desjejum, colação e lanche são
distribuídos descentralizados.
- Refeitórios
O salão de refeições deve ser um
local
arejado, claro e confortável,
mesmo que
simples, a necessidade de
diversificação
de salões por tipo de clientela
deve ser
analisada com cautela, e deve
estar
estreitamente relacionada à
política de
Recursos Humanos da empresa.
Deve haver espaço para mesas e
cadeiras com perfeita circulação. Ainda
é aconselhável uma decoração agradável
com o objetivo do relaxamento e socialização das pessoas que utilizam o local.
Os refeitórios ainda podem contar com uma sala planejada para a
distribuição de café aos comensais após as refeições. Esta sala pode ser
substituída por um pequeno espaço onde estejam dispostos garrafas
térmicas, uma máquina de café além de todo material de suporte para a
distribuição.
• Áreas de apoio
- Lavagem de utensílios
Esta área deve ser adjacente ao refeitório, comunicando-se com este
através de guichê para recepção do material usado. O layout deve prever
a instalação para o armazenamento do material após a higienização sendo
chamada de área de guarda de utensílios.
Por ser uma área de transmissão de alto grau de ruído deverá ser
instalada em sala fechada, se possível com tratamento acústico, além dos
funcionários utilizarem os EPIs adequados; o fluxo de trabalho deve
cumprir um fluxo racional de trabalho sem cruzamento entre materiais
limpos e sujos.
Esta área deve contar com: esteira rolante, recipientes para coleta de
resíduos, esguicho para pré-lavagem, triturador de lixo, recipiente para
talheres, carro para remolho de talheres, máquina de lavar louça, sistema
de exaustão, mesas de apoio, carros para transporte de bandejas e
pratos.
- Caixotaria
Deve ser um local fechado, equipado com água quente e fria para
realização da correta higienização de carros de transporte e caixas
plásticas. Deve prever local para o perfeito armazenamento das caixas.
- Depósito de lixo
Área destinada ao armazenamento diário de lixo, localizada em ponto
externo sem comunicação direta com a produção e que facilite a remoção
dos resíduos. Deve ser toda revestida de material lavável e pode ser
climatizada para o armazenamento de resíduos orgânicos. A climatização
ou não está associada diretamente à freqüência de coleta dos resíduos
pela prefeitura ou empresa contratada. É importante que o local seja
dotado de esguicho de pressão com água fria e quente para lavagem dos
recipientes e carros de coleta.
O fluxo de preparo das fórmulas deve estar coerente para que não ocorra
contamina ção cruzada.
3.1.7 Equipamentos
Completam o planejamento físico, pois
definem o lay-out da UAN.
Deve atender ao fluxo racional das
operações, evitando
cruzamentos e retornos desnecessários.
• número de refeições;
• política da empresa;
• mão-de-obra;
50 Senac São Paulo
Administração na Alimentação Coletiva
• investimento inicial;
• padrão de cardápio;.
• sistema de distribuição;
• tempo de cocção;
• equipamentos sobre rodízios;
• produção local e refeição transportada.
Higienização manual
a) remoção manual dos resíduos grossos;
b) remoção dos resíduos impregnados com água corrente e
aquecida a 44 ºC com sabão neutro ou detergente;
c) enxágüe final em água corrente;
d) desinfecção por imersão de 2 a 3 min. em água aquecida a 80ºC ou
imersão em solução clorada com enxágüe ou álcool 70% sem enxágüe;
e) secagem natural em superfícies que permitam o escoamento da água.
Higienização mecânica
a) remoção dos resíduos grossos;
b) acondiciona nas gavetas da máquina de lavar;
c) lavagem com água a 55-65ºC e detergente alcalino e não espumante por
40 segundos ou tempo do ciclo do equipamento;
d) pausa de 5 segundos para escoar água;
e) enxágüe em água aquecida 85-90ºC por 10 segundos ou conforme ciclo do
equipamento;
f) novo enxágüe em água aquecida 85ºC com tensoativo
(secante); g) saída da máquina aquecida e pronta para uso;
h) pode-se passar álcool 70% como alternativa para não manter marcas da água
seca.
3.2 CARDÁPIOS
Cardápio é por definição uma lista de preparações
culinárias que compõe uma refeição ou todas as refeições
de um dia ou um perío do determinado. Também é
chamado de menu, lista ou carta.
In natura Industrializado
Pré-selecionado
Congelado $$
Semi-processado ou
minimamente processado
Pronto para $$$$
consumo
CUSTO
ade quação de espaços.
Fator de correção menor do Exemplos: molho
que o alimento in natura, área industrializado de tomate,
física, safra, mão-de-obra, catchup, mostarda ou ervilha
pré-preparo igual ao in natura; em conserva.
melhor condição de
armazenamento do fornece Há necessidade de
$$$ dor até a unidade diminuindo investimentos na cadeia fria e
injúrias nos alimentos. manu tenção preventiva dos
Exemplos: alface, espinafre e equipamentos de
tomate selecionados. conservação; ga rante maior
variedade durante todo ano
Não possui fator de correção, independente de safra,
diminui a necessidade de reduzindo a mão-de-obra.
$$$$ área física e mão-de-obra, Exemplos: bolo e empanados
sem pré-preparo, mas permi de frango.
te investimentos na etapa de
montagem. Maior comercialização ainda
Exemplo: batata: ralada, é de sobremesas, porém no
palito ou rodelas, alface; folha mercado já encontramos
inteira ou picada e salada de preparações salgadas como
$$$$$$ frutas. Para carnes: alcatra lasanha e panquecas; reduz
CARACTERÍSTICAS em bife, tiras ou cubos. muito a mão-de-obra, tempo
de preparo e exige
Não possui fator de correção, equipamentos específicos
Fator de correção, safra, não sofre influência da safra; tanto para a regeneração
mão-de-obra e área de pré permite maior praticidade no como para o término. Alta
preparo. trabalho e exige in praticidade no preparo, o que
vestimentos no preparo final; permite grandes
Exemplos: todas as
hortaliças, frutas e peças de prazo de validade determi investimentos na deco ração
carnes. nado e diferentes tipos de do prato.
embalagem que permitem
Prato principal
Guarnição
Prato base
Sobremesa
Complementos
PRATOS PRINCIPAIS
CARNE BOVINA
Bife grelhado Simples grelhado.
Bife acebolado Grelhado acompanhado com cebola refogada.
Bife à crioula Grelhado servido c/ molho de alho e cebola, salsa picada,
tomate e pimentões, mais óleo e vinagre.
Bife c/ molho de pimentão Grelhado servido com molho de tomate e
tirinhas de pimentão.
Bife à Catarina Grelhado servido com molho de tomate e ervilha.
Bife holandês Grelhado servido com molho de tomate, cenoura ralada e
presunto em tiras.
Bife à saltimboca Grelhado com uma tira de bacon. Bife à
Camões Grelhado servido com um ovo frito. Bife à cavalo
Grelhado servido com dois ovos fritos.
Filé mignon Oswaldo Aranha Grelhado, alho e óleo, farofa com ovos
mexidos e batata palito.
Filé mignon à palácio Grelhado, cenoura, ervilhas, vagem, e batata palha.
Filé mignon à palácio real Grelhado, cenoura, ervilhas, vagem, batata
palha e molho champignon.
Filé Mignon à portuguesa Grelhado, molho acebolado, azeitonas, ovos
cozidos e batatas portuguesas.
Filé Mignon rei momo Grelhado, batatas e beterrabas noisetes, espinafre
e molho de champignon.
Filé mignon à romana Grelhado, Juliana de presunto, espinafre alho e
óleo e batatas ao vapor.
Filé mignon à Rossini Grelhado, escalopes de foie-gras, molho madeira,
miúdos de aves, batatas noisetes e
ervilhas.
Filé mignon São Domingos Grelhado, frutas da época, banana à
milanesa e batata palha.
Filé mignon à Siberiana Grelhado, molho mornay, champignon, batata
suíça.
Filé mignon Suíça Grelhado, espinafre e omelete de queijo.
Filé mignon soberana Grelhado, molho de champignon, batatas noisetes
e caramelado.
Filé mignon surprise Recheado com presunto e queijo, milanesa e batata
sauté.
Filé mignon tirolesa Grelhado, arroz à jardineira e molho acebolado.
Filé mignon à turca Grelhado, espinafre na manteiga, Juliana de
presunto, alho, óleo e batata ao vapor.
Filé mignon à Vichy Grelhado, lâminas de queijo, creme de cenouras e
temperos verdes.
Picadinho à Luiz Inácio Sautê, molho demi-glacê, uva passa, milho verde
e champignon.
Picadinho à Maria Luíza Ovos mexidos com ervilha e alface, batata palito
e farofa.
CARNE DE AVES
Coq au Vin Peito, coxa e sobrecoxa de frango ensopado no vinho tinto.
CARNE SUINA
Bisteca Belo Horizonte Grelhada, couve mineira, aipim frito e tutu de
feijão. Bisteca à brasileira Grelhada, farofa, batata frita e banana à
milanesa.
PESCADOS
Linguado à Finkenwerder Linguado, sal, pimenta, suco de limão,
toucinho defumado, farinha de trigo, salsa e
limão para
guarnecer.
Linguado à La Meunière Filé de linguado dourados em óleo, guarnecer
com suco de limão, gotas de molho básico,
manteiga
noisete e salsa.
Linguado à Belle Meunière Filé de linguado, dourados em óleo,
guarnecer com tomate concassé em buquê,
champignon
fatiado, suco de limão, gotas de molho básico,
manteiga noisete e salsa.
Pescadinha à Colbert Pescada espalmada, temperada com sal e
pimenta, passar na farinha de trigo, ovos
batidos e farinha
de rosca, fritar e colocar molho maitre d’hôtel.
Moqueca de cação Cação ao molho de tomate e leite de côco.
Moqueca de peixe Filé de namorado, leite de côco, pimentão verde e
vermelho, azeite de dendê e cebola.
MANTEIGAS
Manteiga Maitre D’Hôtel Temperada com suco de limão, pimenta e salsa.
Manteiga Noir Aquecer até escurecer sem fumegar mais suco de limão.
MOLHOS QUENTES:
- caldo preparado com especiarias, no qual se refogam ou assam certas
especiarias. - espécie de preparado líquido, servido com certos pratos.
Raifort (raiz forte) Velouté de galinha, creme de leite, gema e raiz forte
ralada.
Ravigote Vinho branco, vinagre e velouté claro.
Rosado Molho bechamel, catchup, creme de leite, molho vicí, sal.
MOLHOS FRIOS
Argentino Sal, tomate sem pele, pimentão descascado, alho, azeite,
vinagre, salsa e cebola.
CONSOMMÉS
Consommé: - caldo de carne, concentrado e clarificado
SOPAS
Sopas: pratos feitos à base de caldo de variada composição e consistência, em que se
cozem diferentes alimentos. Servem geralmente de entrada.
CREMES
Creme: sopa de legumes passados na peneira ou no liquidificador, acrescida de
gemas de ovos e leite ou só creme de leite.