Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Radiação térmica é a energia emitida pela matéria com uma temperatura finita,
transportada por ondas electromagnéticas (ou fotões). Ao contrário da condução e da
convecção, que necessitam de um meio para transmitir calor, este modo não necessita
de qualquer meio (pelo contrário, é até mais eficaz no vácuo).
Radiação transferência de calor por emissão (ou absorção) de radiação
electromagnética (não requer a intervenção de um meio material):
3
moléculas. A radiação térmica está restrita aos comprimentos de onda entre 0.1 e 100
µm do espectro electromagnético.
O espectro de energia radiada por unidade de tempo é contínuo e depende da
temperatura T e do comprimento de onda λ da radiação emitida.
Segundo a Lei de Wien o comprimento de onda a que corresponde a intensidade
máxima (λmáx) varia inversamente com a temperatura.
2.898 ×10 −3 m ⋅ K
Lei de Wien λmáx =
T
4
A taxa a que é libertada, energia radiativa por unidade de área e por unidade de tempo
chama-se potência emitida (ou poder emissivo) E (W/m2). Existe um limite superior
para esta quantidade que é estabelecida pela lei de Stefan-Boltzmann:
Eb = σ T 4
Os corpos não negros emitem também radiação térmica com uma distribuição
espectral idêntica à de um corpo negro, à mesma temperatura T. Simplesmente, o
poder emissivo é menor. Define-se então Emissividade (e).
A emissividade e de um corpo é definida como o quociente entre a sua potência
emissiva e a de um corpo negro; quer dizer e = E Eb nas mesmas condições (T, λ).
5
De uma forma genérica, a emissividade dos corpos metálicos exibe um
comportamento distinto dos corpos não metálicos, podendo afirmar-se que para as
superfícies metálicas polidas, a emissividade tem um valor relativamente pequeno a
baixas temperaturas mas o valor aumenta com o aumento da temperatura; para as
superfícies não metálicas, o valor é relativamente elevado á temperatura ambiente e
diminui à medida que aumenta a temperatura, podendo no entanto, passar a aumentar
de valor a temperaturas muito elevadas.
Lei de Kirchoff
Considere uma cavidade perfeitamente negra, ou seja, uma cavidade que absorva toda
a energia toda a radiação incidente sobre ela, figura seguinte:
CAVIDADE NEGRA
EA
CORPO
qiAα
Esta cavidade também emite radiação de acordo com a lei de T4. Sendo qi W.m-2 o
fluxo radiante emitido. Um corpo colocado no interior da cavidade entrará em
equilíbrio térmico. No equilíbrio a energia emitida (EA) pelo corpo deve ser igual a
energia absorvida (qiAα). Na condição de equilíbrio podemos escrever:
EA = qi Aα
Se agora substituirmos o corpo na cavidade por um corpo negro com a mesma forma e
dimensão, em equilíbrio térmico com a cavidade à mesma temperatura:
En A = qi A ⋅1
6
pois a absortividade de uma corpo negro é igual à unidade. Dividindo às duas
equações anteriores, vem que:
E
=α
En
o que significa que a relação entre o poder emissivo de um corpo e o poder emissivo
de um corpo negro à mesma temperatura é igual à absortividade do corpo. Esta
relação é definida como a emissividade de um corpo e portanto: e = α , sendo
chamada a identidade de Kirchhoff.
Em certas condições as características de emissão (e) e de absorção (α) são iguais
para a mesma temperatura. Na prática, muitas superfícies têm o objectivo de
funcionar com α (T) ≠ e (T). Por exemplo, uma placa selectiva para captação da
energia solar:
A tinta branca é outro exemplo. É usada em superfícies que se pretende que não
aqueçam demasiado quando estão expostas ao sol (p.ex.: paredes das casas), pois
apresentam baixos valores de α em baixos comprimentos de onda, e elevados valores
de ε nos maiores comprimentos de onda.
A2
T2
q
A1
T1
q = A1 ⋅ F12 (En1 − En 2 )
Aplicando a lei de Stefan-Boltzman, obtemos a expressão para o calor transferido por
radiação entre duas superfícies a diferentes temperaturas:
(
q = σ A1 ⋅ F12 T14 − T24 )
8
O cálculo deste factor é realizado ou através da mencionada dupla-integração ou
através de uma conciliação empírica do seu cálculo aproximado e de dados
experimentais.
Consideremos um sistema fechado, limitado por uma superfície fechada de área A1, à
temperatura T1, colocado num recipiente fechado cujas paredes estão à temperatura
T2.Quer o sistema, quer as paredes estão em equilíbrio térmico; o meio existente no
interior é perfeitamente transparente à radiação térmica.
9
B - Radiação entre dois corpos cinzentos
A1
A1 << A2 ⇒ ≈0
A2
F1− 2 = e1
Que mostra que o balanço da superfície A1 (pequena) não depende das propriedades
da superfície A2 (maior). O balanço é o mesmo quer a superfície A2 seja negra ou não.
De facto, pode considerar-se que o corpo A2 se comporta como negro face a A1.
1
F1− 2 = Exemplo: paneis solares
1 1
+ −1
e1 e2
1
F1−2 = Exemplo: garrafas térmicas
1 1 − e2 r1
+
e1 e2 r2
10
Esferas concêntricas:
A1 r12
=
A2 r22
1
F1−2 = 2
1 1 − e2 r1
+
e1 e2 r2
Neste caso os factores de forma entram em linha de contra não só com a geometria
das superfícies e emissividades mas também com a distância entre as duas superfícies.
Corpos negros - (
q = A1F12σ T14 − T24 )
Corpos cinzentos - (
q = A1F12σ T14 − T24 )
1
F12 =
1 A1 1 1
+ − 1 + − 1
F12 A 2 e2 e1
Nota: F12 - retirado do gráfico seguinte, quando as superfícies são ligadas por uma
F12 .A 1 = F21 .A 2
11
12