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1 Introdução
A Previdência Social esta intimamente ligada aos riscos sociais, que podem ser
definidos como situações futuras, certas ou incertas, cuja materialização não
depende da vontade dos indivíduos afetados. São exemplos os casos de doença,
invalidez, velhice e morte. Esclarece Ramos (2005, p. 20):
Tendo em vista tal cenário e seus reflexos na sociedade, esclarece Ramos (2005, p.
22):
Intrinsecamente ligado ao tema ora abordado está a lição de Póvoas (1985 apud
RAMOS, 2005, p. 23):
São estas entidades, na verdade, instituições financeiras que exploram o ramo dos
riscos sociais, mediante a instituição e operação de planos de benefícios de caráter
previdenciário, seja em forma de renda continuada ou pagamento único, para
tanto, devem necessariamente revestir-se sob a forma societária de sociedade
anônima.
Assim, quando a Lei Complementar n. 109 determinou que a forma societária das
entidades abertas de previdência privada deve ser obrigatoriamente a sociedade
anônima, trouxe abarcada nesta premissa, a organização, estrutura operacional e
controles internos próprios que anteriormente não eram utilizados neste
segmento.
5 Resgate
6 Portabilidade
Os valores pagos a título de Imposto de Renda são retidos na fonte, ou seja, o valor
do benefício será entregue ao assistido já descontado do valor do imposto[5],
entretanto, permite-se que o imposto retido, seja compensado na Declaração de
Ajuste Anual do Imposto de Renda[6].
Esta opção de regime é indicada para os indivíduos que pretendem ter um plano de
previdência privada com visão de curto prazo, com a expectativa de efetuar
resgates em datas imprevistas ou em prazos curtos, explica-se: se o individuo
possuir perspectiva de curto prazo, subtende-se que os valores de seus benefícios
serão menores, para tanto, a tributação imposta pela Tabela Progressiva será mais
vantajosa.
Não é por acaso que tanto se discute acerca da incidência do Imposto de Renda, o
planejamento prévio para o indivíduo que pretende ingressar num plano de
benefícios de uma entidade aberta de previdência privada, não pode deixar de se
debruçar sobre as alíquotas do IR decorrente da opção do regime Progressivo ou
Regressivo. A escolha errada pode imputar ao assistido, perdas consideráveis no
valor líquido de seus benefícios.
Por fim, com a intenção de firmar o entendimento, reitera-se que a opção pelo
regime Progressivo ou Regressivo, reflete diretamente na tributação incidente nos
planos de benefícios das entidades abertas de previdência privada.
Os planos nas modalidades PGBL e VGBL são considerados modernos, já que não
oferecem uma garantia mínima de rentabilidade, retratando com fidelidade a
realidade do mercado financeiro e da economia nacional. Soma-se a tal
argumento, o fato de possuírem maior grau de transparência, pois oferecem aos
participantes, a possibilidade de acompanhar a rentabilidade das cotas em fundo
de investimentos diariamente, informando-se prontamente sobre os ganhos ou
perdas dos recursos.
Essa dedução da base de cálculo foi instituída pela Lei 9.532, de 10 de dezembro
de 1997, é considerada um benefício fiscal. Esta dedução também é assegurada
pelo artigo 69 da Lei Complementar n. 109, de 2001.
A tributação nos planos PGBL ocorrerá tão somente, por ocasião do inicio do
recebimento dos benefícios (aposentadoria) mensais, ou no momento de eventuais
resgates efetuados durante o período de diferimento. A base de cálculo do Imposto
de Renda será o valor total recebido.
Viu-se até o momento, como ocorre a incidência do Imposto de Renda nos planos
de benefícios das entidades abertas de previdência complementar. Os regimes
tributários Progressivo e Regressivo determinam qual a alíquota aplicável,
enquanto os planos PGBL e VGBL fixam qual valor será imputado como base de
cálculo.
Tem-se por certo, que o presente assunto é complexo, haja vista os planos de
benefícios serem direcionados ao público em geral, que na maioria dos casos, não
possui conhecimentos financeiros e tributários necessários para tornar a matéria
de fácil compreensão.
Neste sentido, a presente pesquisa apresenta nos próximos tópicos, um resumo
simplificado da forma como se dá a tributação em cada modalidade de plano,
consoante o regime tributário escolhido pelo participante.
Ressalva-se, que no caso de resgates, caso o valor recebido devesse ser tributado
pela alíquota de 27,5%, a diferença entre os 15% já pagos e os 27,5% devidos,
deverão ser pagos por ocasião do ajuste realizado na Declaração Anual do Imposto
de Renda. Da mesma forma, caso o resgate tenha sido de valor inferior ao limite
de isenção (R$ 14.992,32 – em vigor[15]), obrigatoriamente terá incidido o imposto
com a alíquota de 15%, contudo, caso o contribuinte não tenha mais nenhum
rendimento tributável, terá direito restituição da integralidade do valor que lhe foi
retido a titulo de antecipação do imposto devido.
Por fim, tem-se que por adotar o plano na modalidade VGBL, ocorre a não
concessão do benefício fiscal anteriormente mencionado (dedução da base de
cálculo).
O primeiro diz respeito à base de cálculo, por tratar-se de um VGBL, a mesma será
tão somente o valor dos rendimentos auferidos provenientes das contribuições
ofertadas ao plano. A forma de identificar os rendimentos é idêntica ao PGBL.
Superada tal fase, incumbe ao pretendente, optar pelo plano PGBL ou VGBL.
Verifica-se, que comumente, as entidades de previdência complementar fazem
indicações genéricas sobre qual modalidade adequar-se-á a determinado padrão de
indivíduo. De imediato, ressalta-se que este procedimento é errôneo, haja vista a
opção por um plano VGBL ou PGBL englobar inúmeras variáveis que seriam
impossíveis de resultar numa orientação padrão.
Por fim, pretende-se fixar, que não há uma fórmula que possa ser observada
genericamente, quanto a qual modalidade ser mais vantajosa. Deve o pretendente,
invariavelmente, quando não possua qualificação para tal, procurar um profissional
capacitado para elaborar um estudo individualizado de seu caso, englobando a
perspectiva de tempo a permanecer contribuindo ao plano, os valores a serem
vertidos, sua renda tributável bruta anual, a analise de suas Declarações pretéritas
do Imposto de Renda, dentre outros elementos.
Tem-se também, que a opção pela modalidade VGBL ou PGBL deve ser realizada
em conjunto com a escolha pelo regime de tributação Progressivo ou Regressivo,
pois a união destas duas modalidades, influenciará diretamente nos resultados
almejados pelo participante de um plano de benefícios de uma entidade aberta de
previdência complementar.
8 Considerações Finais
A previdência privada é fruto da demanda pela estabilidade social e financeira,
almejada pelos indivíduos que auferem rendimentos superiores ao teto
determinado pela previdência oficial, além de suprir a perca de credibilidade que
o regime previdenciário público apresentou nos últimos tempos, resultado da
incapacidade deste sistema em garantir as necessidades básicas de subsistência
dos segurados.
Por fim, resta inferir, por tudo aqui explanado, que a previdência privada tende a
ser num futuro próximo, um sistema previdenciário completo e apto a garantir a
proteção dos indivíduos frente aos riscos sociais. É evidente que o regime geral de
previdência social não será relegado a um segundo plano, entretanto, os avanços
na área da previdência complementar, indiscutivelmente atrairão mais e mais
participantes, ávidos por um sistema que ofereça flexibilidade e a capitalização
dos recursos investidos.