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Curso: Engenharia Elétrica

Disciplina: Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica


Professora: Camila P. Guede

TRABALHO SOBRE TARIFAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Aluno: Pedro Trindade da Silva – 04007017


Campina Grande, Agosto de 2019.
SUMARIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................…...3
2. TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA ........................................................…...4
2.1 Definição de Tarifa de Energia Elétrica............................................................…...4
2.2 Composição da Tarifa de Energia Elétrica........................................................…...4
2.2.1 Parcela A.......................................................................................................…....4
2.2.2 Parcela B.......................................................................................................…....4
2.2.3 Encargos que faz parte da tarifa de Energia Elétrica.............…………………...5
2.2.4 Impostos Federais e Estaduais que incidem sobre as Tarifas…….....…....……..6
2.2.5 TUSD........................................................................................................…........6
2.2.6 TUST .......................................................................................................…........7
3. CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA......................…...... 7
3.1 Consumidores do Grupo A .........................................................................…....... 7
3.2 Consumidores do Grupo B .........................................................................…....... 7
4 TARIFAÇÃO DE CONSUMIDORES DO GRUPO A .................................…........8
4.1.1 CONCEITOS IMPORTANTES DE EM CONSUMIDOR DE ENERGIA.........8
4.1.2 Consumidor com Tarifação Convencional................................................….......9
4.1.3 Consumidor com Tarifação Horo-Sazonal ...............................................….......9
4.1.3.1 Tarifação horo-sazonal Azul...................................................................….......8
4.1.3.2 Tarifação horo-sazonal Verde.................................................................……...10
5 FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA.............................................................……...10
6 BANDEIRAS TARIFÁRIAS..........................................................................……...12
7 TARIFA BRANCA..........................................................................................……...12
8 REVISÃO TARIFÁRIA..................................................................................……...13
8.1 Reajuste Tarifário Anual...............................................................................……...14
8.2 Reajuste Tarifário Periódico.........................................................................……...14
8.3 Reajuste Tarifário Extraordinária.................................................................……...14
9 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................……...16
1. INTRODUÇÃO

A energia elétrica é um insumo presente em todas as nossas atividades diárias e


é essencial para o desenvolvimento socioeconômico de qualquer país. Apesar disso,
a composição da conta de luz que pagamos é complexa e poucas pessoas a
compreendem como é feito o cálculo da tarifa de energia elétrica que pagamos.
Assim, compreender a estrutura tarifária e como são calculados os valores
expressos nas notas fiscais de energia elétrica é um parâmetro importante para a
correta tomada de decisão em projetos envolvendo conservação de energia.
A análise dos elementos que compõem esta estrutura, seja convencional ou horosazonal, é
indispensável para uma tomada de decisão quanto ao uso eficiente da
energia. A conta de energia é uma síntese dos parâmetros de consumo, refletindo a
forma como a mesma é utilizada. Nesse sentido, o estudo e o acompanhamento das
contas de energia elétrica tornam-se ferramentas importantes para a execução de um
gerenciamento energético em instalações.
Além disso, o resultado da análise permite que o instrumento contratual entre a
concessionária e o consumidor torne-se adequado às necessidades deste, podendo
implicar em redução de despesas com eletricidade.
2. TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA

Tarifação de Energia Elétrica é o sistema organizado de tabelas de preços (da


unidade de energia elétrica e/ou da demanda de potência ativa), e a compreensão da
forma como a energia elétrica é cobrada e como são calculados os valores apresentados
nas contas de energia, pois, é fundamental entender para tomada de decisão como
relação a projetos de eficiência energética.
Daí existem alternativas de enquadramento tarifário disponíveis para alguns
consumidores, que permite escolher a forma de tarifação mais adequada e que resulta
em menor despesa com a energia elétrica.

2.1 Definição de Tarifa de Energia Elétrica

A Tarifa de Energia é o valor cobrado do consumidor, referente ao custo da


geração de energia elétrica. A concessionária, teoricamente, apenas repassa os custos de
aquisição dessa energia e não pode obter lucros e/ou dividendos sobre a TE.
A tarifa de energia, calculada pela ANEEL, deve garantir o fornecimento de
energia com qualidade e assegurar aos prestadores dos serviços ganhos suficientes para
cobrir custos operacionais eficientes e remunerar investimentos necessários para
expandir a capacidade e garantir o atendimento com qualidade.

2.2 Composição da Tarifa de Energia Elétrica

2.2.1 Parcela A

É composta pelos custos não-gerenciáveis em que a empresa concessionária


apenas cobra do consumidor final os valores necessários para ressarcir o valor gasto,
formada por:

· Custo de Compra de Energia


· Custos de Transporte de energia: Encargos de uso da transmissão e da
distribuição de energia
· Outros encargos Conta de Desenvolvimento Energético – CDE; Taxa de
Fiscalização da ANEEL; Taxa de Administração do ONS; Pesquisa e
Desenvolvimento – P&D; Encargos de Serviço do Sistema; Encargos de Energia
de Reserva; Programa de Incentivo a Fontes Alternativas – Proinfa

2.2.2 Parcela B

São custos gerenciáveis, são os valores necessários à cobertura dos custos de


pessoal, de material e outras atividades vinculadas diretamente à operação e manutenção dos serviços
de distribuição, bem como dos custos de depreciação e remuneração dos investimentos realizados pela
empresa para o atendimento do serviço. Tais como:

· Despesas Operacionais
· Reintegração e Remuneração do Investimento
· Imposto de Renda e Contribuição sobre o Lucro Líquido
2.2.3 Encargos que faz parte da Tarifa de Energia Elétrica

Os encargos setoriais são criados por leis aprovadas pelo Congresso Nacional
para tornar viável a implantação das políticas do governo federal para o setor elétrico,
sendo atribuição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) normatizar as
diretrizes estabelecidas. Seus valores são definidos pela Aneel e recolhidos pelas
distribuidoras por meio da conta de energia.
Abaixo, uma descrição das utilidades destes encargos, que fazem parte da
composição da tarifa de energia e impactam no preço final da conta de luz:

Ø Conta de Desenvolvimento Energético (CDE): Promover a universalização (garantia do


acesso à energia para domicílios urbanos e rurais, centros comunitários de produção e escolas
do meio rural) do serviço de energia elétrica no país;

Ø Operador Nacional do Sistema (ONS): Financiar o funcionamento do Operador Nacional do


Sistema Elétrico, que coordena e controla a operação das geradoras e transmissoras de energia elétrica
no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Ø Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética (P&D/EE): Estimular pesquisas científicas e


tecnológicas relacionadas à energia elétrica e ao uso sustentável dos recursos necessários para gerá-la.

Ø PROINFA: Incentivar a geração de energia a partir de fontes alternativas (eólicas e biomassa) e de


pequenas centrais hidrelétricas.

Ø Encargos de Serviços do Sistema (ESS): Aumentar a confiabilidade e a segurança da oferta de


energia no país.

Ø Encargo de Energia de Reserva (EER): Cobrir custos decorrentes da contratação de energia de


reserva, incluindo os custos administrativos, financeiros e tributários.

2.2.4 Impostos Federais e Estaduais que incidem sobre as Tarifas

São pagamentos compulsórios devidos ao poder público, a partir de determinação legal, e que
asseguram recursos para que o Governo desenvolva suas atividades. No Brasil, os tributos estão
embutidos nos preços dos bens e serviços. Por isso, estão presentes nas contas de água, energia e
telefone, na compra de bens e na contratação de serviços diversos.
Nas contas de energia estão incluídos tributos federais, estaduais e municipais. As distribuidoras
de energia recolhem e repassam esses tributos às autoridades competentes pela sua cobrança.
A tarifa calculada para as distribuidoras primeiras são as tarifas de distribuição, que é o preço
cobrado ao consumidor final e as tarifas de uso do sistema elétricos de distribuição - TUSD. Já a tarifa
calculada para as transmissoras é a tarifa de uso dos sistemas elétricos de transmissão – TUST.

2.2.5 Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição - TUSD.

O Uso das Instalações de Distribuição é o preço pago por aqueles que utilizem as redes elétricas
de propriedade das empresas concessionárias de distribuição. Normalmente se trata de uma empresa
geradora conectada diretamente à empresa distribuidora ou de um grande consumidor de energia. O
preço é determinado pela ANEEL mediante Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição –
TUSD.
2.2.6 Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Transmissão (TUST)

É um encargo legal do setor elétrico brasileiro que incide sobre os consumidores conectados aos
sistemas elétricos das concessionárias de transmissão.
A TUST é um dos componentes do preço nos contratos de energia elétrica de grandes
consumidores de energia elétrica (eletro-intensivos), especificamente no que diz respeito ao transporte
desta energia no Sistema Interligado Nacional e foi criada pelo §6º do art. 15 da Lei nº 9.074/95.
O cálculo da TUST é realizado a partir de simulação do Programa Nodal, que utiliza como
dados de entrada a configuração da rede, representada por suas linhas de transmissão, subestações,
geração e carga e a RAP total a ser arrecadada no ciclo.
A parcela principal da TUST, a TUST-RB refere-se às instalações de transmissão integrantes da
Rede Básica, com nível de tensão igual ou superior a 230 kV, utilizada para promover a otimização dos
recursos elétricos e energéticos do sistema e, portanto, é aplicável a todos os usuários. O serviço de
transmissão prestado pelas unidades transformadoras previstas no art. 2º da REN nº 67/2004 é pago por
distribuidoras que dele se beneficiam, mediante parcela específica da TUST, denominada TUST-FR,
que incorpora, ainda, os custos de transporte associados às Demais Instalações de Transmissão - DITs
compartilhadas entre as concessionárias de distribuição.

A TUST se diferencia da TUSD se o grande consumidor está ligado em uma concessionária de


distribuição de energia elétrica (ex: Eletropaulo, Light, etc.) ou uma concessionária de transmissão (ex:
Furnas e Chesf).

3. CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA


Os consumidores de energia são classificados (conforme resolução 456/00 da Aneel, inciso
XXII do art. 2º pelo nível de tensão em que são atendidos e podem ser divididos em três categorias:

3.1 Consumidores do Grupo A :

Corresponde ao grupamento composto de unidades consumidoras com tensão de fornecimento


igual ou superior a 2,3 kV, ou, ainda, atendidas em tensão inferior a 2,3 kV a partir de sistema
subterrâneo de distribuição.
O grupo A, subdividido nos subgrupos é caracterizado pela estruturação tarifária binômia (os
consumidores são cobrados tanto pela demanda quanto pela energia ativa que consomem), além da
tarifação imposta por baixo fator de potência (inferior a 0,92, indutivo ou capacitivo) para o consumo
de energia elétrica e demanda de potências reativas excedentes.

Ø Subgrupo A1 Tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV


Ø Subgrupo A2 Tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV
Ø Subgrupo A3 Tensão de fornecimento de 69 kV
Ø Subgrupo A3a Tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV
Ø Subgrupo A4 Tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV
Ø Subgrupo AS Tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, atendidas a partir de sistema
subterrâneo de distribuição e faturadas neste grupo em caráter opcional.

3.2 Consumidores do Grupo B.

Corresponde ao grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão


inferior a 2,3 kV ou, ainda, atendidas em tensão superior a 2,3 kV e faturadas neste Grupo nos termos
definidos nos arts. 79 a 81 da resolução 456/00 da Aneel. O grupo B, subdividido nos subgrupos,e é
caracterizado pela estruturação tarifária monômia (isto é, os consumidores são cobrados apenas pela
energia ativa que consomem), além da tarifação imposta por baixo fator de potência (consumo de
energia reativa excedente), quando aplicável.

Ø Subgrupo B1 residencial
Ø Subgrupo B2 residencial baixa renda
Ø Subgrupo B2 rural
Ø Subgrupo B2 cooperativa de eletrificação rural
Ø Subgrupo B2 serviço público de irrigação
Ø Subgrupo B3 demais classes
Ø Subgrupo B4 Iluminação pública

4. TARIFAÇÃO DE CONSUMIDORES DO GRUPO A

Os grandes consumidores e a maioria das pequenas e médias empresas brasileiras (industriais


ou comerciais) são classificados no Grupo A, podendo ser enquadrados na tarifação convencional ou na
tarifação horo-sazonal (azul ou verde).

4.1.1 CONCEITOS IMPORTANTES DE EM CONSUMOS DE ENERGIA

Demanda: É a potência média, durante 15 minutos, medida por aparelho integrador (medidor).
É expressa em kW.
Consumo: É a quantidade de energia elétrica utilizada durante qualquer período
de tempo.

Fator de Carga (FC) é um índice que mostra se as instalações elétricas estão


sendo utilizadas de forma racional por um determinado consumidor. Ele pode ser
expresso pela fórmula abaixo:expressa em kWh.

Horário de ponta (P): período definido pela concessionária e composto por 3


(três) horas diárias consecutivas, exceção feita aos sábados, domingos, terça-feira de
carnaval, sexta-feira da Paixão, “Corpus Christi”, dia de finados e os demais feriados
definidos por lei federal, considerando as características do seu sistema elétrico.

Horário fora de ponta (F): período composto pelo conjunto das horas diárias
consecutivas e complementares àquelas definidas no horário de ponta.

Período úmido (U): período de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo os


fornecimentos abrangidos pelas leituras de dezembro de um ano a abril do ano seguinte.

Período seco (S): período de 7 (sete) meses consecutivos, compreendendo os


fornecimentos abrangidos pelas leituras de maio a novembro.

Fator de potência de referência estabelecido como limite para cobrança de energia reativa
excedente por parte da concessionária é de 0,92, independente do sistema tarifário, implica numa
proporcionalidade entre energia ativa e reativa. Se a energia reativa em determinado instante for
superior à parcela proporcional à energia ativa naquele instante, será cobrado o excedente,
cumulativamente. A correção do fator de potência através da utilização de bancos de capacitores libera
a capacidade para instalação de novos equipamentos, sem a necessidade de investimento num
transformador ou substituição de condutores, além de eliminar esse valor cobrado na conta de energia.

4.1.2 CONSUMIDOR COM TARIFAÇÃO CONVENCIONAL

A estrutura tarifária convencional, conforme definido pela Aneel, é a “estrutura caracterizada


pela aplicação de tarifas de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência independentemente
das horas de utilização do dia e dos períodos do ano”. Na tarifação convencional, o consumidor paga à
concessionária até três parcelas: consumo demanda e ajuste de fator de potência. Acumula-se o total de
kWh consumidos e aplica-se uma tarifa de consumo para chegar-se à parcela de faturamento de
consumo. A parcela de faturamento de demanda é obtida pela aplicação de uma tarifa de demanda à
demanda faturada, e, para cálculo da parcela de ajuste de fator de potência, o dia é dividido em duas
partes: horário capacitivo e o restante. Se o fator de potência do consumidor estiver dentro dos limites
pré-estabelecidos, esta parcela não é cobrada. O limite estabelecido pela Aneel é de 0,92 indutivo.

4.1.3 CONSUMIDOR COM TARIFAÇÃO HORO-SAZONAL

Esta modalidade de tarifação é estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo


de energia elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de
tarifas diferenciadas de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia.
Na tarifação horo-sazonal, os dias são divididos em períodos de ponta e de for a ponta e, para
faturamento de demanda, e em horário capacitivo e indutivo, para faturamento de fator de potência.
Além disto, o ano é dividido em um período úmido e outro seco.
Para cada um destes períodos, aplica-se uma tarifa de consumo diferenciada, e o total é a
parcela de faturamento de consumo. Evidentemente, as tarifas de consumo nos períodos secos são mais
caras que nos períodos úmidos, e no horário de ponta é mais cara que no horário fora de ponta. Os
custos por kWh são mais baixos nas tarifas horosazonais, mas as multas por ultrapassagem são mais
pesadas. Assim, para a escolha do melhor enquadramento tarifário (quando facultado ao cliente) é
necessária uma avaliação específica.

4.1.3.1 Tarifação Horo-Sazonal Azul

O enquadramento na tarifação horo-sazonal azul pode ser feito para as unidades consumidoras
com tensão de fornecimento inferior a 69 kV sempre que a demanda contratada for inferior a 300 kW.
Esta modalidade tarifária exige um contrato especifico com a concessionária, no qual se pactua
tanto o valor da demanda pretendida pelo consumidor no horário de ponta (demanda contratada na
ponta) quanto o valor pretendido nas horas fora de ponta (demanda contratada fora de ponta). A Tarifa
Azul será aplicada considerando-se a seguinte estrutura tarifária:

I - demanda de potência (kW):

a) um preço para horário de ponta (P);


b) um preço para horário fora de ponta (F).

II - consumo de energia (kWh):

a) um preço para horário de ponta em período úmido (PU);


b) um preço para horário fora de ponta em período úmido (FU);
c) um preço para horário de ponta em período seco (PS);
d) um preço para horário fora de ponta em período seco (FS).

4.1.3.2 Tarifação Horo-Sazonal Verde

O enquadramento dos consumidores do Grupo A na tarifação horo-sazonal verde é obrigatório


para tensão de fornecimento inferior a 69 kV (subgrupos A3a, A4 e AS) quando a demanda contratada
for igual ou superior a 300 kW, em alternativa a tarifação horo-sazonal azul.
Opcionalmente, o enquadramento na tarifação horo-sazonal verde pode ser feito para as
unidades consumidoras com tensão de fornecimento inferior a 69 kV sempre que a demanda contratada
for inferior a 300 kW.
O enquadramento nesta modalidade tarifária exige um contrato especifico com a concessionária
no qual se pactua a demanda pretendida pelo consumidor (demanda contratada), independente da hora
do dia (ponta ou fora de ponta).

A Tarifa Verde será aplicada considerando a seguinte estrutura tarifária:

I - demanda de potência (kW): um preço único.


II - consumo de energia (kWh):
a) um preço para horário de ponta em período úmido (PU);
b) um preço para horário fora de ponta em período úmido (FU);
c) um preço para horário de ponta em período seco (PS); e
d) um preço para horário fora de ponta em período seco (FS)

Embora não seja explícita, a Resolução 456 permite que sejam contratados dois valores
diferentes de demanda, um para o período seco e outro para o período úmido.

5. FATURA DE ENERGIA

Fatura de fornecimento de energia elétrica. Documento que apresenta a quantia total que deve
ser paga pela prestação do serviço público de fornecimento de energia elétrica, referente a um período
especificado, discriminando as parcelas correspondentes.
A conta de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de parcelas referentes ao
consumo (na ponta e fora dela), demanda e ultrapassagem. A exemplo da tarifação horo-sazonal verde:

a) Parcela de consumo:

A parcela de consumo, cuja tarifa na ponta e fora de ponta é diferenciada por período do ano,
sendo mais caras no período seco (maio à novembro), é calculada através da expressão abaixo,
observando-se, nas tarifas, o período do ano:

Onde:

· Pc = valor do faturamento total (em R$) correspondente ao consumo de energia ativa, no


período de faturamento;
· CAp = consumo de energia ativa medido durante o período de ponta, em kWh;
· TCAp = tarifa de energia ativa aplicável ao consumo no período de ponta, em R$/kWh;
· CAfp = consumo de energia ativa medido durante o período fora de ponta, em kWh;
· TCAfp = tarifa de energia ativa aplicável ao consumo no período fora de ponta, em R$/kWh;
b) Parcela de demanda:

A parcela de demanda, cuja tarifa é única, independente da hora do dia ou período do ano, é
calculada multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela Demanda Contratada ou pela demanda medida (a
maior delas), caso esta não ultrapasse em mais de 10% a Demanda Contratada:

Onde:
· Pd = valor do faturamento total (em R$) correspondente a demanda de energia ativa, no
período de faturamento;

· DF = demanda faturável, correspondente a demanda contratada ou a demanda medida


· (a maior delas), caso esta não ultrapasse em 10% a demanda contratada;
· TDA = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento, em R$/kW;

Desta forma, caso a demanda registrada seja inferior à demanda contratada, aplica-se a tarifa de
demanda correspondente à demanda contratada. Caso contrário, para a demanda registrada superior à
demanda contratada, mas dentro da tolerância de ultrapassagem, aplica-se a tarifa de demanda
correspondente à demanda registrada.

c) Parcela de ultrapassagem:

A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassa em mais de


10% a Demanda Contratada. É calculada multiplicando-se a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da
demanda medida (DA) que supera a Demanda Contratada (DF):

Onde:

· Pu = valor do faturamento total correspondente a demanda de energia ativa excedente à


quantidade contratada, no período de faturamento, em R$;
· DA = demanda ativa medida durante o período de faturamento, em kW;
· DF = Demanda de energia ativa faturável (contratada) no período de faturamento, em kW;
· TDAu = tarifa de ultrapassagem de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento, em
R$/kW.

d) Fatura total:

O cálculo do custo da fatura de energia elétrica para um consumidor enquadrado na tarifação


horo-sazonal verde é dado por:

· Fatura = Pc + Pd + Pu

6. BANDEIRAS TARIFÁRIAS

Passa a vigorar em janeiro de 2015, o sistema de bandeiras tarifárias que indica o custo da
geração da energia consumida no período e varia de acordo com a origem a energia comprada –
hidrelétrica ou termelétrica. O sistema utiliza três cores de bandeiras - verde, amarela e vermelha – para
sinalizar as seguintes situações:
Ø Bandeira verde: condições de geração de energia favoráveis. A tarifa não sofre nenhum
acréscimo;
Ø Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$
1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos;
Ø Bandeira vermelha: condições mais custosas de geração. A tarifa sobre acréscimo de R$
3,00 para cada 100 kWh consumidos.

7. TARIFA BRANCA

Para clientes de baixa tensão (usualmente residências, pequenos comércios e pequenas


indústrias) só existiu durante muito tempo a tarifa convencional, onde o kWh consumido custava
exatamente o mesmo em qualquer horário do dia ou da semana,
A disponibilização desta modalidade tarifária iniciou-se em janeiro de 2018. Nela, os
consumidores com consumo médio anual superior a 500 kWh/mês puderam solicitar a adesão à Tarifa
Branca. A partir de janeiro de 2019, a opção de cobrança está disponível para os clientes com consumo
médio anual superior a 250 kWh/mês. Já os consumidores com consumo inferior a esse patamar
poderão solicitar a tarifa especial a partir de janeiro de 2020. A oferta gradativa desta modalidade
tarifária é uma regra que foi definida pela Aneel.
A tarifa branca é basicamente um mecanismo que institui valores diferentes de custo de energia
para distintos períodos do dia.
A Tarifa Branca não se aplica aos consumidores residenciais Baixa Renda, beneficiários de
descontos previstos em Lei e à iluminação pública. E sua adesão é opcional e vantajosa apenas para
clientes que não utilizam equipamentos elétricos das 16h30 às 22h, a depender da sua área de
concessão.
A Tarifa Branca é divida em 3 períodos, que variam de distribuidora para distribuidora, mas que
são chamados de:

Ø Horário de Ponta: os momento de maior demanda energética no sistema elétrico ou de


lotação do nosso estacionamento exemplo;
Ø Horário intermediário: os momentos um pouco antes de entrar em ponta e logo após sair da
ponta;
Ø Horário Fora de Ponta: os momentos de menor demanda energética ou de menor lotação do
nosso estacionamento.

8. REVISÃO TARIFÁRIA

O reajuste e a revisão são mecanismos de atualização das tarifas previstos em Contrato de


Concessão, aplicados para permitir que a tarifa seja suficiente para cobrir custos necessários para o
serviço contínuo e eficiente. Para prestá-lo, é preciso remunerar os investimentos das empresas,
estimular o aumento da eficiência e da qualidade dos serviços oferecidos pela concessionária e garantir
atendimento abrangente ao mercado, sem distinção geográfica ou de renda. Todos esses objetivos são
cumpridos sem perder de vista que a tarifa deve ser justa para os consumidores.
A tarifa de energia elétrica, calculada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deve
garantir o fornecimento de energia com qualidade e assegurar aos prestadores dos serviços ganhos
suficientes para cobrir custos operacionais eficientes e remunerar investimentos necessários para
expandir a capacidade e garantir o atendimento.

8.1 REAJUSTE TARIFARIO ANUAL


O reajuste, aplicado anualmente, é um dos mecanismos de atualização do valor da energia paga
pelo consumidor, e tem como objetivo manter o equilíbrio financeiro da concessionária, de modo que
ela possa arcar com suas responsabilidades perante os consumidores. Nesse processo são repassadas as
variações dos custos de Parcela A (Custos com Compra de Energia, Transporte de Energia e Encargos
Setoriais, que são apenas arrecadados pela distribuidora e repassados às entidades competentes), bem
como os custos com a atividade de distribuição, definidos como Parcela B (Custo com Distribuição de
Energia para manutenção da qualidade).

8.2 REVISÃO TARIFÁRIA PERIÓDICA

A revisão tarifária periódica também é um dos mecanismos de definição do valor da energia


paga pelo consumidor, que é aplicado a cada quatro anos em média, de acordo com o contrato de
concessão.
Nesse processo, são repassadas as variações dos custos da parcela A e redefinido o nível
eficiente dos custos operacionais e da remuneração dos investimentos, a chamada Parcela B. Todas as
concessionárias são incentivadas a reduzirem seus custos e se tornarem mais eficientes. Na revisão
tarifária seguinte, os ganhos de eficiência obtidos pelas concessionárias são revertidos em prol da
modicidade tarifária, que é uma tarifa mais acessível aos consumidores.

8.3 REVISÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA

A revisão tarifária extraordinária é um mecanismo de atualização das tarifas previsto no


contrato de concessão e que tem como objetivo atender casos muito especiais de justificado
desequilíbrio econômico-financeiro da concessão.

9. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Tarifação de energia elétrica - Ricardo Prado Tamietti.


http://www.engeweb.eng.br/livros-digitais/eletricidade/tarifacao-energia.html. Acessado
em 05/09/2019.

Composição da tarifa. Em: https://www.energisa.com.br/Paginas/informacoes/suaconta/composicao-


tarifa.aspx. Acessado em 05/09/2019.

Tarifa Branca – O que é? Como funciona? E vale a pena? Em:


https://www.cubienergia.com/tarifa-branca/. Acessado em 05/09/2019.

Bandeiras Tarifárias. Em: http://www.aneel.gov.br/bandeiras-tarifarias. Acessado em 05/09/2019.

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