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Cases E‐Fiscal
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Introdução
A presente revisão tributária compreendeu a verificação dos tributos abrangidos pelo Simples Nacional,
quais sejam: PIS, COFINS e ICMS declarados pela empresa Contratante na sua DASN – Declaração da
Apuração do Simples Nacional, pagos via DAS – Documento de Arrecadação do Simples Nacional.
Além da revisão do cálculo propriamente dito, direcionamos nossos exames para os valores computados nas
bases de cálculo dos tributos citados, com o objetivo de identificar tributação indevida ou a maior.
A legislação tributária brasileira é complexa e muitas vezes o mesmo dispositivo comporta mais de uma
interpretação, de modo que a revisão tributária realizada pela Studio E‐fiscal está fundamentada na
observância aos preceitos e orientações da Receita Federal do Brasil no momento de sua elaboração.
A realização do trabalho ocorreu nas dependências da Studio E‐fiscal, que esteve em contato com a
Contratante para dirimir as dúvidas e alinhar critérios.
Importante ressaltar que o trabalho foi feito a partir das informações disponibilizadas pelo Contratante,
como: Memória Fita‐Detalhe – MFD, Notas Fiscais Eletrônicas e Declarações. Não podemos nos
responsabilizar por eventuais informações não consideradas no trabalho, por não terem sido a nós
concedidos.
PLANEJAMENTO E METODOLOGIA
O trabalho foi planejado da seguinte maneira:
Identificação da carga tributária com base nos extratos do Simples Nacional;
Análise detalhada por item da Memória Fita‐Detalhe extraída das emissoras de cupons fiscais, bem
como das Notas Fiscais Eletrônicas;
Confronto do Faturamento extraído da Memória Fita‐Detalhe e das Notas Fiscais Eletrônicas com o
apontado no extrato do Simples Nacional;
Apontamento dos valores totais passíveis de compensações administrativas.
Como resultado do nosso trabalho, apresentamos o Relatório com os pontos que ensejaram direito à
compensação (de pagamento indevido ou a maior), a sua fundamentação teórica, a metodologia aplicada, os
valores, objeto de recuperação, e as instruções para compensação a pedido.
Dados do Cliente
Empresa Empresa Cosméticos
CNPJ ‐
Endereço ‐
Telefone ‐
Atividade Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
Responsável ‐
Cargo Sócio
Forma de Tributação Simples Nacional
atual
Regime de apuração Mensal
Ramo de Atividade Comércio
Exportadora Não
Dados do Trabalho
Data de Início 11/05/2018
Data de Término
22/05/2018
Período analisado Junho/2013 a Fevereiro/2018.
________________________________ ________________________________ _______________________________
Gabriela Limberger Mauricio Eickhoff Beck Marilia Weber Mercado
Analista Tributário Analista Tributário Gestora de Projetos
gabriela.limberger@studioefiscal.com.br mauricio.beck@studioefiscal.com.br marilia.mercado@studioefiscal.com.b
Sumário
I – Resumo dos Créditos Levantados .................................................................................................................. 4
II ‐ Fundamentação Teórica ................................................................................................................................ 5
II.1 PIS/COFINS ‐ Monofásico ........................................................................................................................... 5
II.2 Atualização Monetária ............................................................................................................................ 13
II.3 ICMS – Substituição Tributária ................................................................................................................ 18
I – Resumo dos Créditos Levantados
II ‐ Fundamentação Teórica
II.1 PIS/COFINS ‐ Monofásico
• Lei nº 10.147/2000.
Base Legal
• Lei Complementar nº 123/2006.
• Memória Fita Detalhe das máquinas emissoras de
Cupons Fiscais.
Documentos • Notas Fiscais Eletrônicas.
analisados
• DASN.
• DAS.
• Devem ser feitas as retificações da DASN e do DAS dos
Exigências
períodos em que houve a tributação a maior.
Análise Teórica
Inicialmente, importante referir que a Lei Complementar nº 123/2006, a chamada Lei do Simples Nacional, prevê que o
contribuinte deverá segregar as receitas decorrentes das operações sujeitas à tributação monofásica de PIS e COFINS,
conforme segue:
Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte comercial, optante
pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela do Anexo I desta Lei Complementar.
§ 1º Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12
(doze) meses anteriores ao do período de apuração.
(...)
§ 4º O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de pagamento, as receitas decorrentes da:
I ‐ revenda de mercadorias, que serão tributadas na forma do Anexo I desta Lei Complementar;
(...)
§ 4º‐A. O contribuinte deverá segregar, também, as receitas:
I ‐ decorrentes de operações ou prestações sujeitas à tributação concentrada em uma única etapa
(monofásica), bem como, em relação ao ICMS, que o imposto já tenha sido recolhido por substituto
tributário ou por antecipação tributária com encerramento de tributação;
II ‐ sobre as quais houve retenção de ISS na forma do § 6º deste artigo e § 4º do art. 21 desta Lei
Complementar, ou, na hipótese do § 22‐A deste artigo, seja devido em valor fixo ao respectivo município;
III ‐ sujeitas à tributação em valor fixo ou que tenham sido objeto de isenção ou redução de ISS ou de ICMS na
forma prevista nesta Lei Complementar;
IV ‐ decorrentes da exportação para o exterior, inclusive as vendas realizadas por meio de comercial
exportadora ou da sociedade de propósito específico previsto no art. 56 desta Lei Complementar;
V ‐ sobre as quais o ISS seja devido a Município diverso do estabelecimento prestador, quando será recolhido
no Simples Nacional.
(...)
§ 12. Na apuração do montante devido no mês relativo a cada tributo, para o contribuinte que apure receitas
mencionadas nos incisos I a III e V do § 4º‐A deste artigo, no qual serão consideradas as reduções relativas aos
tributos já recolhidos, ou sobre os quais tenha havido tributação monofásica, isenção, redução ou, no caso do
ISS, que o valor tenha sido objeto de retenção, ou seja, devido diretamente ao Município.
A legislação que trata sobre os produtos sujeitos à tributação monofásica de PIS e COFINS, por sua vez, é bastante
esparsa, conforme é possível verificar nas normas abaixo:
Lei nº 10.147/2000
Art. 1o A Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público ‐ PIS/PASEP e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social ‐ COFINS devidas pelas
pessoas jurídicas que procedam à industrialização ou à importação dos produtos classificados nas posições
30.01; 30.03, exceto no código 3003.90.56; 30.04, exceto no código 3004.90.46; e 3303.00 a 33.07, exceto na
posição 33.06; nos itens 3002.10.1; 3002.10.2; 3002.10.3; 3002.20.1; 3002.20.2; 3006.30.1 e 3006.30.2; e nos
códigos 3002.90.20; 3002.90.92; 3002.90.99; 3005.10.10; 3006.60.00; 3401.11.90, exceto 3401.11.90 Ex 01;
3401.20.10; e 9603.21.00; todos da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados ‐ TIPI,
aprovada pelo Decreto no 7.660, de 23 de dezembro de 2011, serão calculadas, respectivamente, com base nas
seguintes alíquotas:
I – incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de:
a) produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto
no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2
e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00: 2,1% (dois inteiros e um décimo
por cento) e 9,9% (nove inteiros e nove décimos por cento);
b) produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, classificados nas posições 33.03 a 33.07,
exceto na posição 33.06, e nos códigos 3401.11.90, exceto 3401.11.90 Ex 01, 3401.20.10 e 96.03.21.00: 2,2%
(dois inteiros e dois décimos por cento) e 10,3% (dez inteiros e três décimos por cento);
(...)
Art. 2o São reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a
receita bruta decorrente da venda dos produtos tributados na forma do inciso I do art. 1o, pelas pessoas
jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou de importador.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às pessoas jurídicas optantes pelo Sistema Integrado de
Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples.
Assim, a receita decorrente da revenda de mercadorias com as classificações fiscais indicadas na legislação acima estão
sujeitas à alíquota zero (0%) de PIS e COFINS, pois, sofrem tributação concentrada na importação e/ou fabricação. Por
esse motivo, as receitas decorrentes de tais operações devem ser destacadas na DASN e não compreenderão a base de
cálculo do tributo.
O entendimento acima é embasado pelo art. 25‐A, §§ 6º e 7º, da Resolução CGSN nº 94/2011, conforme segue:
Art. 25‐A. O valor devido mensalmente pela ME ou EPP optante pelo Simples Nacional será determinado
mediante aplicação das alíquotas constantes das tabelas dos Anexos I a V e V‐A sobre a base de cálculo de que
tratam os arts. 16 a 18.
§ 1º O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de cálculo e pagamento, as receitas
decorrentes da:
I ‐ revenda de mercadorias, que serão tributadas na forma do Anexo I;
II ‐ venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte, que serão tributadas na forma do Anexo II;
§ 6º A ME ou EPP que proceda à importação, à industrialização ou à comercialização de produto sujeito à
tributação concentrada ou à substituição tributária para efeitos de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins deve segregar a receita decorrente da venda desse produto indicando a existência de tributação
concentrada ou substituição tributária para as referidas contribuições, de forma que serão desconsiderados,
no cálculo do Simples Nacional, os percentuais a elas correspondentes.
§ 7º Na hipótese do § 6º:
I ‐ a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins deverá obedecer à legislação específica da União,
na forma estabelecida pela RFB;
II – os valores relativos aos demais tributos abrangidos pelo Simples Nacional serão calculados tendo como
base de cálculo a receita total decorrente da venda dos referidos produtos sujeitos à tributação concentrada
ou à substituição tributária das mencionadas contribuições.
Podemos, portanto, afirmar ser ponto pacífico a legislação determinar a segregação das receitas sujeitas à tributação
concentrada em uma única etapa (monofásica). No caso do comerciante, atacadista ou varejista, não haverá
recolhimento relativo à PIS e COFINS para optantes da sistemática do Simples Nacional, pois a alíquota prevista para
essas contribuições é zero.
Assim, a pessoa jurídica comerciante atacadista ou varejista, desde 1º.01.2009, deverá aplicar a redução da
contribuição para o PIS e da Cofins do valor a ser recolhido mensalmente, decorrente dos produtos sujeitos à tributação
monofásica, nos termos do art. 18, § 4º, inciso IV, e §§ 12 a 14, da Lei Complementar nº 123/2006.
Sobre este assunto, a Secretaria da Receita Federal pronuncia‐se da seguinte forma:
SOLUÇÃO DE CONSULTA DISIT/SRRF04 Nº 31, DE 24 DE ABRIL DE 2013
ASSUNTO: Simples Nacional
EMENTA: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Constituição Federal, arts. 146, III, “d”, e parágrafo único, 170, IX, e 179;
Lei Complementar nº 123, de 2006, com alterações da Lei Complementar nº 128, de 2008, arts.
1º, 12, 13 e 18; Lei nº 10.833, de 2003, com alterações arts. 49 e 50; Resolução do Comitê
Gestor do Simples Nacional nº 51, de 2008, com alterações, arts. 3º, II, e § 4º, 6º, II, e 21;
Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94, de 2011, com alterações, arts. 25, I,
“b”, 140 e 141, XII.
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 19 de 01 de Março de 2016
ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL
EMENTA: Na espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de
2009, a pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional que comercializa, no varejo, produtos
sujeitos a tributação concentrada em uma única etapa (monofásica) da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, nos termos da Lei nº 10.147, de 2000, pode, na apuração do valor a ser
recolhido na forma do Simples Nacional, excluir os percentuais relativos àquelas citadas
contribuições, na determinação da alíquota aplicável sobre a receita da revenda dos
mencionados produtos, independentemente do regime tributário adotado pelo fornecedor
destes (industrial, importador, atacadista ou varejista).
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18, § 4º, IV, e §§ 12 a 14, com
alterações da Lei Complementar nº 128, de 2008; Lei nº 10.147, de 2000, arts. 1º e 2º, "caput";
Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013, art. 8º, "caput"; Resolução CGSN nº 94, de 2011,
art. 25; Solução de Consulta Cosit nº 4, de 2013; Soluções de Divergência Cosit nº 17 e 18, de
2013.
Metodologia Aplicada
Com o objetivo de demonstrar nossa metodologia de análise do ponto, destacamos os cruzamentos para identificação
do crédito em relação à base documental. Para se ter veracidade nas informações, relacionamos tais cruzamentos com
as planilhas de cálculo.
1 – Análise Memória Fita‐Detalhe e Notas Fiscais x Receita Declarada no Portal do Simples Nacional (DAS)
Conforme se pode extrair da relação de Janeiro de 2018, a empresa incluiu na base de cálculo do Simples Nacional, a
receita decorrente da revenda de mercadorias sujeitas à Tributação Monofásica de PIS/COFINS. Dessa forma, ofereceu
à tributação o valor total da receita do período de R$ 31.368,29, sendo que deveria ter oferecido R$ 1.154,03, pois o
restante estava sujeito à tributação monofásica de PIS/COFINS.
Para os períodos em que a receita dos cupons e notas estavam menores que o faturamento declarado, considerou‐se
como receita tributada a maior o valor referente às receitas decorrentes da revenda de mercadorias sujeitas à
tributação monofásica e aplicou‐se a alíquota utilizada na declaração.
Para as análises foram consideradas as Notas Fiscais Eletrônicas e os Cupons Fiscais das seguintes impressoras:
BE051175610000121921
BE051375610000173533
BE091110100011282560
Os valores pagos a maior a serem recuperados apresentados na tabela abaixo são a diferença entre receitas tributadas
a maior e o valor pago em DAS.
Análise Quantitativa – PIS/COFINS
RESUMO DAS OPORTUNIDADES LEVANTADAS PELA STUDIO EFISCAL ‐ TOTAL
Anos Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total
2013 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.659,05 1.445,63 1.849,18 2.207,55 2.199,31 3.138,62 7.213,39 19.712,72
2014 2.535,72 1.574,34 1.975,91 2.039,14 3.255,89 2.465,42 3.004,20 3.448,18 2.977,67 2.925,74 2.744,03 6.708,46 35.654,70
2015 2.647,06 1.825,66 1.941,51 2.528,42 3.508,46 2.713,60 2.272,89 2.818,85 2.339,15 2.741,96 3.087,78 5.438,02 33.863,37
2016 2.350,21 1.728,67 2.187,82 1.272,51 2.884,62 2.206,37 1.836,81 1.798,85 1.230,98 2.432,36 2.180,24 4.789,31 26.898,75
2017 2.038,92 1.633,35 2.040,39 1.792,88 2.969,10 2.496,19 2.070,26 2.111,14 1.748,00 2.004,88 2.437,22 6.089,03 29.431,35
2018 1.990,05 1.496,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3.486,97
PIS / COFINS 11.561,95 8.258,94 8.145,63 7.632,96 12.618,07 11.540,63 10.629,79 12.026,19 10.503,35 12.304,25 13.587,89 30.238,22 149.047,86
II.2 Atualização Monetária
Base Legal • INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1717, DE 17 DE
JULHO DE 2017
• Memória Fita Detalhe das máquinas emissoras de
Cupons Fiscais.
Documentos • Notas Fiscais Eletrônicas.
analisados
• DASN.
• DAS.
• Devem ser feitas as retificações das DAS dos períodos
Exigências
em que houve a tributação a maior.
Análise Teórica
A Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal ‐ SRF n° 1717/2017 estabelece normas sobre restituição,
compensação, ressarcimento e reembolso, no âmbito da SRF. O artigo 142, da referida norma, trata a respeito da
valoração dos créditos da seguinte forma:
Art. 13. O pedido de restituição de tributos administrados pela RFB abrangidos pelo Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, deverá ser formalizado:
I ‐ na hipótese de pagamento indevido ou a maior efetuado em Documento de Arrecadação do Simples
Nacional (DAS), por meio do aplicativo Pedido Eletrônico de Restituição, disponível no Portal do Simples Nacional e no
sítio da RFB na Internet, no endereço http://rfb.gov.br; ou
II ‐ na hipótese de retenção indevida, por meio do formulário Pedido de Restituição ou de Ressarcimento,
constante do Anexo I desta Instrução Normativa, ressalvado o disposto no art. 18.
Parágrafo único. O pedido de restituição formalizado em desacordo com o disposto no inciso I do caput será
indeferido sumariamente.
(...)
Art. 142. O crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição ou de reembolso, será restituído,
reembolsado ou compensado com o acréscimo de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulados mensalmente, e de juros de 1% (um por cento) no
mês em que:
I ‐ a quantia for disponibilizada ao sujeito passivo;
II ‐ houver a entrega da declaração de compensação ou for efetivada a compensação na GFIP; ou
III ‐ for considerada efetuada a compensação de ofício, conforme a data definida nos incisos I a IV do art. 95.
Parágrafo único. Será considerada disponibilizada a quantia ao sujeito passivo, para fins do disposto no inciso I do
caput:
I ‐ na hipótese de restituição apurada em declaração de rendimentos da pessoa física, no mês em que o recurso for
disponibilizado no banco; e
II ‐ nos demais casos, no mês da efetivação da restituição.
Art. 143. No cálculo dos juros de que trata o caput do art. 142, será observado como termo inicial da incidência na
hipótese de:
I ‐ pagamento indevido ou a maior, o mês subsequente ao do pagamento;
(...)
Desta forma, demonstrado o recolhimento a maior ou indevido de tributos administrados pela Receita Federal do
Brasil, entre os quais se incluem o PIS e a COFINS, os valores pagos a maior poderão ser atualizados pela Taxa SELIC,
mediante adequação dos demonstrativos da competência do fato gerador (de quando ocorreu o pagamento a maior).
Sobre o tema, a Secretaria da Receita Federal se pronunciou da seguinte forma:
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 195 de 17 de Novembro de 2006
ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep
EMENTA: RETENÇÃO NA FONTE. APROVEITAMENTO DOS VALORES RETIDOS. Os valores de Contribuição para o
PIS/Pasep retidos na fonte, na forma do art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996, são considerados como antecipação
do que for devido pelo sujeito passivo que sofreu a retenção, podendo ser deduzidos da própria Contribuição
para o PIS/Pasep devida, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção. Na hipótese
de os valores retidos na fonte excederem ao valor da Contribuição para o PIS/Pasep devida no encerramento
do período de apuração (mês) em que efetuada a sua retenção, fica configurado pagamento a maior que o
devido, cabendo, em decorrência, a incidência de juros equivalentes à taxa Selic sobre a importância
excedente, calculados a partir do mês subseqüente ao de encerramento desse período de apuração da
contribuição. A importância excedente pode ser objeto de pedido de restituição ou, ainda, ser compensada
pelo sujeito passivo com seus débitos relativos a outros tributos administrados pela SRF, obedecida a
legislação pertinente à restituição e compensação.
Dessa forma, atualizamos os valores pagos a maior considerando o mês seguinte à data do efetivo recolhimento na
forma estabelecida pela legislação pertinente.
Metodologia Aplicada
Atualização dos créditos pela taxa Referencial Selic:
Além dos créditos apontados no tópico anterior, a legislação vigente assegura uma atualização dos créditos
identificados por motivo de pagamento a maior, através da aplicação da taxa Selic, conforme segue abaixo:
Atualização Monetária
Atualização do PIS/COFINS Maio de 2018
COMP. PIS/COFINS Ponto Tributo Vcto. Vlr. Original SELIC Acum. Juros Total ref. SELIC
jun/13 319,05 Monofásico PIS 319,05 52,47% 167,39 486,44 ago/13
jul/13 278,01 Monofásico PIS 278,01 51,76% 143,89 421,89 set/13
ago/13 356,86 Monofásico PIS 356,86 51,05% 182,17 539,03 out/13
set/13 426,02 Monofásico PIS 426,02 50,24% 214,02 640,04 nov/13
out/13 424,43 Monofásico PIS 424,43 49,52% 210,16 634,59 dez/13
nov/13 605,70 Monofásico PIS 605,70 48,73% 295,14 900,84 jan/14
dez/13 1.392,06 Monofásico PIS 1.392,06 47,88% 666,48 2.058,53 fev/14
jan/14 486,50 Monofásico PIS 486,50 47,09% 229,08 715,58 mar/14
fev/14 302,05 Monofásico PIS 302,05 46,32% 139,90 441,96 abr/14
mai/14 624,68 Monofásico PIS 624,68 43,81% 273,65 898,33 jul/14
jun/14 473,02 Monofásico PIS 473,02 42,86% 202,72 675,74 ago/14
jul/14 576,39 Monofásico PIS 576,39 41,99% 242,01 818,40 set/14
ago/14 661,57 Monofásico PIS 661,57 41,08% 271,75 933,32 out/14
jan/14 2.049,21 Monofásico COFINS 2.049,21 47,09% 964,91 3.014,13 mar/14
fev/14 1.272,28 Monofásico COFINS 1.272,28 46,32% 589,28 1.861,57 abr/14
mai/14 2.631,21 Monofásico COFINS 2.631,21 43,81% 1.152,66 3.783,87 jul/14
jun/14 1.992,40 Monofásico COFINS 1.992,40 42,86% 853,88 2.846,29 ago/14
jul/14 2.427,81 Monofásico COFINS 2.427,81 41,99% 1.019,37 3.447,18 set/14
ago/14 2.786,61 Monofásico COFINS 2.786,61 41,08% 1.144,66 3.931,26 out/14
set/14 2.406,37 Monofásico COFINS 2.406,37 40,13% 965,61 3.371,98 nov/14
out/14 2.364,41 Monofásico COFINS 2.364,41 39,29% 928,91 3.293,32 dez/14
nov/14 2.220,61 Monofásico COFINS 2.220,61 38,33% 851,09 3.071,70 jan/15
dez/14 5.428,81 Monofásico COFINS 5.428,81 37,39% 2.029,67 7.458,48 fev/15
jan/15 2.139,20 Monofásico COFINS 2.139,20 36,57% 782,24 2.921,44 mar/15
fev/15 1.475,39 Monofásico COFINS 1.475,39 35,53% 524,16 1.999,55 abr/15
mar/15 1.569,01 Monofásico COFINS 1.569,01 34,58% 542,52 2.111,52 mai/15
set/15 1.890,36 Monofásico COFINS 1.890,36 28,01% 529,43 2.419,79 nov/15
out/15 2.215,89 Monofásico COFINS 2.215,89 26,95% 597,12 2.813,00 dez/15
nov/15 2.495,36 Monofásico COFINS 2.495,36 25,79% 643,48 3.138,84 jan/16
dez/15 4.394,68 Monofásico COFINS 4.394,68 24,73% 1.086,67 5.481,35 fev/16
jan/16 1.899,30 Monofásico COFINS 1.899,30 23,73% 450,65 2.349,95 mar/16
fev/16 1.397,01 Monofásico COFINS 1.397,01 22,57% 315,26 1.712,27 abr/16
mar/16 1.768,06 Monofásico COFINS 1.768,06 21,51% 380,26 2.148,32 mai/16
nov/16 1.760,96 Monofásico COFINS 1.760,96 12,59% 221,65 1.982,61 jan/17
30.247,02
Assim, respeitando a legislação em vigor no que tange a possibilidade de atualização dos créditos, identificamos a
oportunidade de R$ 30.247,02 de atualização monetária, demostrados logo abaixo na Análise Quantitativa e nas
memorias de cálculos enviadas, os valores podem ser utilizados como crédito para compensação de débitos futuros.
Análise Quantitativa
Anos Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total
0,00 0,00 0,00 0,00 5.809,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5.809,22
2018
0,00 0,00 0,00 0,00 24.437,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 24.437,80
Atualização Monetária 0,00 0,00 0,00 0,00 30.247,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 30.247,02
Atualização de PIS do período
Atualização de COFINS do período
II.3 ICMS – Substituição Tributária
• Lei Complementar 123/2006.
Base Legal
• Decreto nº 6.080/2012 ‐ PR, ANEXO X.
• Memória Fita Detalhe das máquinas emissoras de
Cupons Fiscais.
Documentos • Notas Fiscais Eletrônicas;
analisados
• DASN;
• DAS.
• Identificar as revendas de mercadorias sujeitas à
substituição tributária de ICMS.
• Após, verificar se a receita da venda desses produtos
Metodologia foi tributada na sua integralidade.
• Em caso afirmativo, calcular o valor da receita
tributada a maior, bem como o pagamento a maior a
ser estornado.
• Deve ser feita a retificação do DAS dos períodos em
Exigências
que houve a tributação a maior.
Análise Teórica
Inicialmente, importante referir que a Lei Complementar nº 123/2006, a chamada Lei do Simples Nacional, prevê
que o contribuinte deverá segregar as receitas decorrentes das operações sujeitas à Substituição Tributária de
ICMS, conforme segue:
Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte comercial,
optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela do Anexo I desta Lei
Complementar.
§ 1º Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12
(doze) meses anteriores ao do período de apuração.
(...)
§ 4º O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de pagamento, as receitas decorrentes
da:
I ‐ revenda de mercadorias, que serão tributadas na forma do Anexo I desta Lei Complementar;
(...)
§ 4º‐A. O contribuinte deverá segregar, também, as receitas: (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de
7 de agosto de 2014)
I ‐ decorrentes de operações ou prestações sujeitas à tributação concentrada em uma única etapa
(monofásica), bem como, em relação ao ICMS, que o imposto já tenha sido recolhido por substituto
tributário ou por antecipação tributária com encerramento de tributação;
(...)
§ 12. Na apuração do montante devido no mês relativo a cada tributo, para o contribuinte que apure
receitas mencionadas nos incisos I a III e V do § 4º‐A deste artigo, serão consideradas as reduções
relativas aos tributos já recolhidos, ou sobre os quais tenha havido tributação monofásica, isenção,
redução ou, no caso do ISS, que o valor tenha sido objeto de retenção ou seja devido diretamente ao
Município.
Assim, a receita decorrente da revenda de mercadorias sujeitas ao ICMS‐ST devem ser destacadas na DASN e não
comporão a base de cálculo do tributo. O entendimento acima é embasado pelo art. 25‐A, §§ 6º e 7º, da
Resolução CGSN nº 94/2011, conforme segue:
Art. 25‐A. O valor devido mensalmente pela ME ou EPP optante pelo Simples Nacional será determinado
mediante aplicação das alíquotas constantes das tabelas dos Anexos I a V e V‐A sobre a base de cálculo
de que tratam os arts. 16 a 18.
§ 1º O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de cálculo e pagamento, as receitas
decorrentes da:
I ‐ revenda de mercadorias, que serão tributadas na forma do Anexo I;
II ‐ venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte, que serão tributadas na forma do Anexo II;
§ 6º A ME ou EPP que proceda à importação, à industrialização ou à comercialização de produto sujeito à
tributação concentrada ou à substituição tributária para efeitos de incidência da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins deve segregar a receita decorrente da venda desse produto indicando a existência
de tributação concentrada ou substituição tributária para as referidas contribuições, de forma que serão
desconsiderados, no cálculo do Simples Nacional, os percentuais a elas correspondentes.
§ 7º Na hipótese do § 6º:
(...)
II – os valores relativos aos demais tributos abrangidos pelo Simples Nacional serão calculados tendo
como base de cálculo a receita total decorrente da venda dos referidos produtos sujeitos à tributação
concentrada ou à substituição tributária das mencionadas contribuições.
§ 8º No caso do ICMS:
I – o substituído tributário, assim entendido como o contribuinte que teve o imposto retido, bem como o
contribuinte obrigado à antecipação, deverão segregar a receita correspondente como "sujeita à
substituição tributária ou ao recolhimento antecipado do ICMS", quando então será desconsiderado, no
cálculo do Simples Nacional, o percentual do ICMS.
II ‐ o substituto tributário deverá:
a) recolher o imposto sobre a operação própria na forma do Simples Nacional, segregando a receita
correspondente como "não sujeita à substituição tributária e não sujeita ao recolhimento antecipado do
ICMS";
b) recolher o imposto sobre a substituição tributária, retido do substituído tributário, na forma prevista
nos §§ 1º a 3º do art. 28.
Por oportuno, uma vez verificado que as receitas decorrentes de mercadorias sujeitas ao ICMS‐ST não
comporão a base de cálculo do Simples Nacional, cabe identificar quais mercadorias são essas. A legislação
que trata a respeito da substituição tributária de ICMS é bastante esparsa e, cada Estado prevê os produtos
que estão sujeitos ao ICMS‐ST.
Como exemplo, para o Estado do Paraná – PR, separamos as normas abaixo relacionadas, aplicadas à
operação da empresa em análise:
SEÇÃO XX
DAS OPERAÇÕES COM COSMÉTICOS, PERFUMARIA, ARTIGOS DE HIGIENE PESSOAL E DE TOUCADOR
Art. 93. Ao estabelecimento industrial fabricante, importador ou arrematante de mercadoria importada e
apreendida, que promover a saída dos produtos relacionados no art. 95 deste anexo com suas respectivas
classificações na NCM, com destino a revendedores situados no território paranaense, é atribuída a condição de
sujeito passivo por substituição, para efeitos de retenção e recolhimento do ICMS relativo às operações
subsequentes.
16 – 20.013.00 3304.91.00 Pós, incluídos os compactos, para maquilagem;
...
25 ‐ 20.022.00 3305.90.00 Tinturas para o cabelo;
Com base na legislação acima, procedemos à análise do extrato de cupom fiscal enviado pelo Contratante,
conforme será demonstrado a seguir.
Metodologia Aplicada
Com o objetivo de demonstrar nossa metodologia de análise do ponto, destacamos os cruzamentos para identificação
do crédito em relação à base documental. Para ter veracidade nas informações, relacionamos tais cruzamentos com as
planilhas de cálculo.
1 – Análise Notas Fiscais Eletrônicas Notas Fiscais x Receita Declarada no Portal do Simples Nacional (DAS)
Conforme se pode extrair da relação de Agosto de 2016, a empresa incluiu na base de cálculo do Simples Nacional, a
receita decorrente da revenda de mercadorias sujeitas à substituição tributária de ICMS. Dessa forma, ofereceu à
tributação a receita do período de R$ 2.785,78, sendo que deveria ter oferecido R$ 457,79, pois o restante estava
sujeito à substituição tributária de ICMS.
Para os períodos em que a receita dos cupons e notas estavam menores do que o faturamento declarado, considerou‐
se como receita tributada a maior o valor referente às receitas decorrentes da revenda de mercadorias sujeitas à
tributação monofásica e aplicou‐se a alíquota utilizada na declaração.
Para as análises foram consideradas as Notas Fiscais Eletrônicas e os Cupons Fiscais das seguintes impressoras:
BE051175610000121921
BE051375610000173533
BE091110100011282560
Os valores pagos a maior a serem recuperados apresentados na tabela abaixo são a diferença entre receitas tributadas
a maior e o valor pago em DAS.
Análise Quantitativa
RESUMO DAS OPORTUNIDADES LEVANTADAS PELA STUDIO EFISCAL ‐ TOTAL
Anos Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total
2013 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 343,39 217,58 351,84 568,28 1.121,49 1.297,26 4.558,23 8.458,06
2014 636,46 403,77 489,13 496,01 913,27 710,63 744,40 713,86 634,95 849,75 637,96 2.020,55 9.250,73
2015 400,07 417,31 446,21 410,16 516,65 420,49 308,00 361,94 327,11 338,73 289,13 15,57 4.251,38
2016 0,00 0,00 0,00 146,57 0,00 114,10 69,96 59,60 0,00 0,00 0,00 0,00 390,23
2017 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2018 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
ICMS 1.036,53 821,08 935,35 1.052,74 1.429,92 1.588,61 1.339,94 1.487,25 1.530,33 2.309,97 2.224,35 6.594,34 22.350,40