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ARIO 2S ea jexta-feira, 17 de Junho de 2011 1 Série — N24 DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste niimero — Kz: 220,00 Toda a corespoadéncia, quer acl, quer relitiva & andneo ¢ asintunsdo Dro a Aepiblica, deve se dcgha§ Imprensa MEA “ASSINATURAS, ‘0 prego decade nha public nox Dior Ano | da Repos 122" ses de Kr 75,00 ke: 49037500] 3. Ke: 260 25000 mpowto do slo, dependendo publiasao da puraa tie Ke: 9500, serescido do. respective SAE A ARTADLETETIN 1 Fa ‘Kz: 135 830,00] 3série de depésito prévioa efeetuar na Tesouraria — Ea Te mas arate Ke: 1087000 | ds ngs Nasa —E. SUMARIO O diretoaprivacdade auz-se também no respeito pla ‘Assemhl Nacional Laine 201 Da Protcgto de Dados Pesoais, — Revogs toda legslgto que contare a presente lk Reolugio m1 ‘Apmova a cessagéo dos poderes das Depuadas Filonens Jane Tee ade ¢ Mara Tess de eres Arma Koma e aprova a eomad ‘dos asentns eiteragdo nas Comisades de Trabalho Permancates ‘0% Grupos Nacionis« de Amizade dt Astomotela Nocona as Deputdas Vita Franciscn Conia da Coaceighoe Francisca de auina do Espo San de Carvalho. Reso Aprova a rendacia do mandato da Deputada Alda Juliana Paulo ‘Sachiamb ASSEMBLEIA NACIONAL Lein.’ 22/11 de 17 de Junho A protecedio dos dados pessoais, da confidencialidade e da reserva da vida privada assume uma relevaneia fundamental ro contexto da salvaguarda dos direitos fundamentais dos reconhecidos pela Declaragdo Universal dos Direitos do Homem e pela Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, cidadios, A consagracio, na Constituigao da Repablica de Angola, do direito a reserva da vida privada ¢ da possibilidade do recurso & providéncia «habeas data» representa manifesta- mente um grande passo na adopeo de um quadro legislative nesta matéri, reserva da vida privada dos cidaddios face ao watamento de dados pessoais que Thes digam respeito, Muito embora tal tratamento tena um papel relevante para a melhoria do bem- estar dos cidadios e para o progresso econémico num con- texto de dinam aio € de desenvolvimento de uma maior variedade de servigos, nomeadamente no mbito das tecno- logias e da sociedade da informagdo, h que assegurar que ‘o mesmo seja efectuado num contexto de respeito pela sit privacidade, AAssembl terms do n? 2 do artigo 165.° e da alinea d) do n.° 2 do Nacional apeova, por mandlato do pov, nos artigo 166.° ambos da Constituigdo da Repblica de Angol, a seguinte: DA PROTECGAO DE DADOS PES CAPITULO 1 Disposigies Gerais ARFIGO 1 (Object) A.prevente lei tem por objecto estabelever as regras jut dicas aplicdveis a0 tatamento de dados pessoais com o objective de garantir © respeito pelas liberdades ptblicas (6 direitos e garantias fundamentais das pessoas singulares. ARTIGO 2. (Ampito de apicago objctva) A presente lei aplica-se ao tratamento de dados pessoais cefectwado por meios total ou parcialmente automatizados, bem como ao tratamento por meios ni automatizados de 3186 DIARIO DA REPUBLICA dados pessoais contidos em ficheiros manuais ou a es destinadlos. ARTIGO 3, (bite de aptieasio subjective territorial) |. Bstdo sujeitos & presente lei os tratamentos de daddos ppessoais efectuados por qualquer pessoa ¢ entidade do sector pablico, privado ou cooperative, 2..A presente lei api soais efeetado: Se ao tratamento de dads pes- 4) por responsdvel pelo tratamento sedeado na Reps- blica de Angola; 'b) no mbito das actividades do responsaivel pelo tra. tamento estabelecido na Republica de Angola, ainda que o referido responsivel ndo tenha a sua sede em teritrio angolino;, ¢) fora da Repiiblica de Angola, em local onde a legislagdo angolana seja aplicdvel por forga do diseito internacional pablico ou privado; 4) por responsivel pelo tratamento que, no estando estabelecido na Repablica de Angola, recorra, ppara 0 tratamento de dados pessoais, a meios situados em terrtério angolano, 3. Para os efeitos da alfnes d) do ngimero anterior, cons dera-se que 0 responsivel pelo tratamento recorre a meios situados em territério angolano quando as operagé tamento dos dados pessoais so realizadas com, ou os dads ‘pessoal so alojados em, meios situados em terrt6rio ango- lino, bastando, para efeitos da presente lei,a mera uilizagio de tais meios para a recolha, registo ou trinsito dos dados pessonis no teritério da Repuibliea de Angola. de tr 4. No caso da alfnea d) do n° 2 do presente artigo, 0 responsivel pelo tratamento deve designar, mediante comu- nicago & AgGncia de Protecgio de Dados, um representante estabelecido na Republica de Angola que se Ihe substitua cem todos os seus direitos e obrigagSes, sem prejulzo da sua propria responsabilidade, agTiGO 4) (Exclus) 1. A presente lei no se aplica ao tratamento de dados pessoais efectuado por pessoa singular no exercicio de actividades exelusivamente pessoais ou domésticas. 2. Sem prejuizo do disposto em legislaedo especial, fica sinda excluido da presente lio tratamento de dados pessoais nas seguintes circunstncias: 4) 0 tratamento de dados pessoais no mbito das rogras legals aplicivels ao segredo e seguranga de Estado, bem como ao segredo de justia; +5) 0 tratamento de dados pessoais dos membros das Forgas Armadas Angolanas pelas unidades,esta- belecimentos © Sradiox militares ou outros sob tutela do departamento ministerial responsivel plas Fosyas Armadas ARNIGO 5: elinigbes) Para efeitos da presente lei, entende-se por: 4) consentimento do titular dos dados: qualquer mani- festagdo de vontade livre, especifica, explicita e informada, independentemente do suporte, no (qual o titular dos dados autorizao seu tratamento; ) dados pessoas: qualquer informagio, seja qual for ‘sua natureza ou suport, incluindo imagem & som, relativa a uma pessoa singular identificada ‘ou identificiivel (titular dos dados). E conside- sada identfiedvel a pessoa que possa ser identifi. cada, directa ou indirectamente, designadamente por referéncia a um ntimero de identificago ou a combinagtio de elementos espeeificos da sta identidade fisica, fisiol6gica, ps{quiea, econd- mica, cultural ou social; ©) dados sensiveis: 0 dados pessoais referentes a con- ‘viegbes filos6ficas ou politica, filiaio partidé- sia ou sindical férligiosa, vida privada, origem racial ou étnica, sade e vida sexual, incluindo (0s dados genéticos: 4) destinardrio: a pessoa singular ou colectiva,a auto ridade publica ou qualquer outro organismo a {quem sejam comunieados dados pessoa ppendentemente de se tratar ou no de um terceiro: e)ficheivo de daulos pessoais (ficheiro): qualquer con- junto estruturado de dads pessoais, indepen- dentemente da sua forma ou modalidade de criaglo, onzanizagio, conservacio € acesso 208 dados, quer seja centraizado, descentralizado ou repartido de modo funcional ou geogrifico; P) fontes acessivels publicamente: os ficheiros que se «destinem a informagio ao pablico ese encontrem abertos & consulta publica ou a terceiro com interesse legitimo, e cuja consulta nao esteja sujeita a restrigdes, salvo 20 pagamento de um valor pecunifrio acessivel. S30 consideradas fontes acessiveis publicamente, sem prejuizo de ‘outros ficheiros que retinam os requisites indica~ dos, 0s disrios e boletins oficiais, os meios de inde- SERIE — N° 114 — DE 17 DE JUNHO DE 2011 3187 ‘comunicagao socialas guias telefnicas nos ter- das sobre dados pessoais, com ou sem meios mos da legislagdo aplicdvel eas istas de pessoas autonomizads, tais como a recolha,o registo, 8 {que pertengum a um determinado geupo protis- ‘organizac20, a conservaciio, a adaptaedo ou alte- sional ¢ que contenham apenas © seu nome, ragiio, a recuperago, a consulta, a utilizagio, & titulo, profissio, actividade, grau académico & Ccomunicagiio por transmissio, por difussio ou por ‘morada; ‘qualquer outra forma de colocagaio a disposigio, 8) inerconexiio de dados: forma de tratamento de ‘com comparagio ou interconextio, bem como 0 ddados pessoais que consiste na possibilidade de Dloqueio ou destruigio, relacionamentodos dados de um ficheiro com os dados de outro{s) ficheiro(s), mantido(s) por ‘utro(s) responsive is) ou pelo mesmo respon CAPITULO I ‘Tratamento de Dados Pessoais ssvel para outrasfinalidades; seccAo 1 1h) mensagens publicitdrias: qualquer Forma de com Principos Gera nicagio feta por pessoas ou entidades do sector ARTIGO 6° ‘il jo, no imbito de uma actividade (Principio da transparéncia) artesanal ou liberal, com 0 1, 0 tratamento de dados pessoais deve processar-se de forma transparente, em estrto respeito pelo principio da reserva da vida privada, bem como pelos direitos, liberdades garantias pablicas fundamentais previstos na Constituigio da Repablica de Angola e na presente lei objective directo ou indirecto de promover, com W990, qua {quer bens ou servigos ou promover ideas. prin- vista sua comereializagdo ou ali cipios, iniciativas ou instituigdes: 1) responsével pelo sratamento: a pessoa singular ou cokectiva,a autoridade piblica ou qualquer outro 2, Para efeitos do disposto no niimero anterior, os dads ‘organismo que, individualmente ou em conjunto pessoais devem nomeadamente ser conservaados de forma a permitir 0 exereicio aos seus titulares dos direitos de acesso, informuo,rectficagiio, caneelamento ¢ oposigo, conforme dlisposto na presente le ‘com outrem, determine as finalidades e 0s meios de tratamento dos dados pessoais. Sempre que a finalidades ¢ 0 meios de tratamento sejam determinados por disposigies legistativas, regu- lamentares ou outras, 0 responsivel pelo trata ARTIGO 7 _mento deve ser indicado no respectivo diplomas (rechale e asi 3) sector cooperatvo: as cooperatives e enidaes © | satamento de dados pesos deve ser efectuado ‘maturez mutualista, bem como outrasindicadas 4. form, jcita ¢ leal,com respeito pelo principio da bose. em legislagao prdprias 4) sector privado: 3s pessoas singulares e colectivas privadas; 1 sector pidlico: 0 Estado, os organismos da admi- nistragao paiblica, os 6rgaios de prevengio,inves- tigagao e repressdo criminal e os tribunais; aRTiGO 8° (Principio da proporsionaidade) 2.0 tratamento de dados pessoais que conduza a uma iseriminagdio arbitrériae ileita em relagdo ao seu titular & considerado contrisio ao principio da boa-f6. ‘m) subcontratado: 3 pessoa singular ou colectiva, a monde petites on qualquer ontromzansonn Os dados pessoais sujeitos a tratamento devem ser perti- nentes, adequados e no excessivos relativamente ds finali- dades que legitimaram a sua recolhae tratamento, «que trate 0s dads pessoas por conta do respon- sével pelo tratamento ao abrigo de uma relagiio contratual estabelecida com este; 1) terceiro: « pessoa singular ou colectiva, a autori= ARTIGO 9° (Pine da inalidade) dade pablica ou qualquer outro organismo que, no sendo titular dos dados, 0 responsivel pelo 1. alos pessoais devem ser recolhidos e ratados para Finalidacles: determinadas, explicitas ¢ le com 0 definido em diploma proprio. tratamento, 0 subeontratado ot outra pessoa sob atoridade directa do responsvel peo trata- ‘mento ou do subcontratado tena acesso cesta habiitado atrataros dado 2. proibido o tratamento de daos pessosis para fins 10) tratamento de dades pessoas (tratamento|: qual» stints ou incompatives com aqueles que originaram a sua imas de acordo ‘quer operagao ou conjunto de operagdes-efectua- _recolhia¢ tratamento, salvo se’ 3188 DIARIO DA REPUBLICA 4) 0 titular dos dados tiver dado 0 seu consentimento expresso} +b) 0 tratamento tenha fins histéricos ou estatiticos & (8 dados sejam anonimizados para este feito; ¢) 0 tratamento tenha por objectivo a prevengio, investigagiioe repressio criminal ou segurangat nacional, nos termos admitidos por legislagio specifica, desde que no devam prevalecer os direitos, liberdades ¢ garantias dos ttulares dos dads. ARTIGO 10 (Princip da veraciade) 1. Os dados pessoais sujeitos a tratamento devem ser exacts 2. Devem ser adptadas as medidas adequadas para asse- {gurar que dos dados total ou parcialmente inexactos ou incompletos sejam apagados ou rectificados, de forma a {que corvespondam & situagio actual e eonereta do seu titular. aRTIGO 11 (Principio da duragio do periodo de conservagdo) 1..Os dadlos pessoais devem ser conservades de forma a permitir a identificagao dos seus ttulares apenas durante 0 perfodo necessfirio & prossecugao das final ‘naram a sua recolha ou tratamento, devenslo ser posterior- mente eliminados ou tornados an6nimos. 2..A conservayao de dados pessoais para fins histéricos, estatisticos, de investigagdo criminal ede seguranga nacional pode ser autorizaca pela Agéncia de Proteccdo de Dados por periodo superior mediante requerimento do responsavel pelo ‘ratamento, SeCCAO IL ‘Requlsts para o Tatamento de Dados Pessoals ARTICO 125 (Requistos eras para otratamento de dads pessoas) I. Salvo disposigao legal em contririo, o tratamento de dos pessoais x6 pode ser efectuado verificadas as seguin- tes circunstincias: 4) consentimento inequivoco e expresso do seu ttu- lars +b) notificagao & Agéncia de Protecgao de Dados. 2. Sem prejuizo do disposto no artigo 25.°, 0 consenti- ‘mento do titular dos dados é dispensavel quando o tratamento for necessério para: 4) execugiio de contrato ou contratos em que o titular dos dados seja parte ou de diligéncias prévias & formago do contrato ou declaragio negocial cefectuadas a seu pedido: +) cumprimento de obrigaglo legal a que o respon- ‘vel pelo tratamento esteja sujito: ©) protecydo de interesses vitais do titular dos dados, pelo seu representante legal se aquele estiver fisica ou legalmente incapaz de dar 0 seu con- sentimento; 4) execucio de uma missto de interesse piblico ou no exereicio de autoridade pablica em que esteja investido o responsivel pelo watamento ou um {erceiro a quem os dados sejam comunicados; ©) prossecuyio de interesses legitimos do responsaivel pelo tratamento ou de terceiro a quem os dados sejam comunicados, desde que nao devam pre- tos, liberdades ¢ valecer 0s interesses ou 0s di garantias do titular dos dados. ARTIGO 13: (Requisitosespecficas pura teatamento de dadossensivis) 1. Salvo disposigdo em contrério, o tratamento de dads pessoais. s6 pode ser efectuado verificadas as seguintes circunstancias: 4@) disposigio legal que permita tal tratamento; +b) autorizacao da Agencia de Protecgao de Dados, 2a qual s6 pode ser concedida, verificada pelo ‘menos uma das seguintes condigies: {) 0 tratamento dos dados a serem efectuados ‘com 0 consentimento inequivoco, expresso ¢ escrito do seu titular ou do seu representante legal: {f) 0 tratamento dos dades ser efectuado com 0 ‘consentimento inequivoco e expresso do ttu- lar por fundagao, ass sem fins lucrativos de canicter politic S6fico, religioso ou sindical, no Ambito das suas actividades legitimas, sob condi de 0 ‘ratamento respeitar apenas aos membros desse organismo ou Bs pessoas que com ele ‘mantenhiam contactos periédicos ligados as suas finalidades, ¢ de os dados no serem ccomunicados a terceitos sem o consentimento inequivoco ¢ expresso dos seus titulares’ itt) necessidade de proteger interesses vitais do titular dos dados ou de uma outra pessoa e 0 titular dos dados estiver fisica ou legalmente incapaz de dar 0 seu consentimento; SERIE — N° 114 — DE 17 DE JUNHO DE 2011 iv) 08 dados em causa serem manifestamente tomados puiblicos pelo seu titular, desde que se possa legitimamente deduzir das suas declaragies 0 consentimento para 0 trata mento dos mesmos: »)o tratamento dos dados ser necessério a decla- ragdo, exercicio ou defesa de um direito em pprocesso judicial e for efectuado exclusiva ‘mente com essa finalidade; ‘i)0 tratamento dos dados for, por motivos de in- teresse publico, indispensivel ao exercicto de atribuigGes legais ou estatutias do responsé- ‘el, incluindo para 0 exercicio das actividades de investigago das autoridacles judiciais, po- liciais e administrativas no dmbito das suas ccompeténcias. 2.0 tratamento de dados se sigdio legal deve ser notificado 8 Aggneia de Protecgto de Dados. eis que decorra de dispo- 3.0 tratamento de dados sensiveis deve ser efectuado ‘com garantias de ndo diseriminagiio e mediante adopsio das cespeciais medidas de seguranga, ARTICO 145 equisitos especins para o tratamento de dados sensivels

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