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PERCEPÇÃO E ANÁLISE DE FORMAS MUSICAIS

Construção Temática:
Motivo: A utilização equilibrada de motivos deve garantir a lógica e a fluência do
discurso musical.
o Características rítmicas e intervalares simples.
o Construção harmônica elementar.

Frase: Organização motívica lógica.


o Variação rítmica ou melódica dos motivos.
o Repetições:
§ Literais (relações intervalares e rítmicas inalteradas, utilizando
técnicas de redução, aumento e transposição).
§ Modificadas.
o Elaboração harmônica.
o Utilização de material extra-motívico: rítmico, melódico e harmônico.

Período: Idéia musical completa.


o Elaboração harmônica.
o Discurso musical lógico.
o Reorganização dos padrões melódicos e rítmicos das frases na
construção do argumento temático.

Tipos de Período:
o Simétrico: Formado por frases de tamanhos iguais.
§ Quadrado: Frases iguais e com número par de compassos.
Ex.: Chopin: Prelúdio, Op. 28, No. 9.
o Grande: Em geral, tem duração de 16 compassos.
Ex.: Beethoven: Sonata para Piano, Op. 26 - I. Andante com variazioni.
o Assimétrico: Formado por frases de tamanhos diferentes.
§ Aumentado: A segunda frase é maior que a primeira.
Ex.: Chopin: Prelúdio, Op. 28, No. 6.
§ Diminuto: A Segunda frase é menor que a primeira.
Ex.: Brahms: Sonata para Violino, Op. 78 - II. Adagio (1 – 9)
o Fechado: Termina com cadência na tônica.
o Aberto: Termina com qualquer outra cadência.
Ex.: Beethoven: Sonata para Piano, Op. 2, No. 1 - I. Allegro.
Forma:
Binária: Estrutura na qual duas seções complementares são, normalmente, repetidas.
o Binária Simples: AA BB
Ex.: Bach: Suíte Orquestral No. 2 - Minueto.
o Binária Circular (Reexpositiva): AA (BA BA)
Ex.: Bach: Suíte Inglesa No. 4 - Minueto II.
o Binária Seccional: AA [Cadência Autêntica Perfeita] BB
o Binária Contínua: AA [qualquer outra cadência] BB
Ex.: Bach: Suíte No. 3, em Ré Maior - Air.
§ Contínua Balanceada: O material cadencial da primeira parte,
(geralmente na Dominante), retorna no final da segunda parte
transposto na Tônica.
o Binária Simétrica: A e B têm o mesmo tamanho, aproximadamente.
o Binária Assimétrica: A e B têm tamanhos diferentes.
Ex.: Bach: Marcha em Ré (Anna Magdalena).

Ternária: Estrutura composta de três seções bem definidas, onde a segunda cria
contraste e a última é um retorno à primeira seção.
o Ternária Seccional: A-BA
Ex.: Mendelssohn: Canção sem Palavras.
o Ternária Contínua: AB-A
Ex.: Schumann: Träumerei.
o Ternária Composta:
Ex.: Tchaikovsky: Junho.

Minueto: Forma de dança ternária que aparece como peça independente ou como
movimentos centrais de formas cíclicas como a suíte, a sonata ou a sinfonia; sua
única característica rítmica específica é o compasso em 3/4 (ou, raramente, em 3/8).
Ex.: Haydn: Quarteto de Cordas Op. 76, No. 2 - III. Menuetto.
§ Trio: Minueto intermediário, colocado entre as duas
apresentações do minueto inicial; constitui-se como um contraste
e possui conexão temática com a dança original.

Tema com Variações: Estrutura relativamente livre, formada por um tema e diversas
seções contendo variações desse tema. Diferentemente das formas anteriores, esta
forma sustenta-se numa única construção temática, ou seja, todas as seções são
desdobramentos dessa construção.
Ex.: Bach: Variações Goldberg.

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Forma Sonata: Estrutura ternária (descendente direta da abertura da suíte barroca), dividida
em seções que realizam funções específicas no discurso musical.
1. Introdução: Seção opcional, geralmente mais lenta que a Exposição e
freqüentemente focando a tonalidade da Dominante. Pode, ou não, conter
o material temático da Exposição.
2. Exposição: Apresenta o material temático principal e também pode ser
dividida em diversas seções na seguinte ordem:
§ Tema A (ou Sujeito Principal): Toda esta seção permanece na
tonalidade principal.
§ Transição (ou Ponte Transitiva): Seção modulante.
§ Tema B (ou Sujeito Secundário): Na tonalidade preparada pela
Ponte Transitiva.
§ Zona de B: Pequena seção de desenvolvimento.
§ Codetta: Geralmente conclui a Exposição com uma Cadência
Perfeita na tonalidade secundária (do Tema B).
3. Desenvolvimento: Parte elaborada da forma onde, usualmente, os temas
da Exposição surgem variados ritmicamente e em tonalidades diferentes,
gerando certa instabilidade. A última parte do Desenvolvimento é a Re-
Transição (ou Ponte Re-Transitiva), que prepara o retorno do Sujeito
Principal, geralmente com uma grande prolongação da Dominante.
4. Re-Exposição: Repetição alterada da Exposição.
§ Tema A: Geralmente o mesmo da Exposição.
§ Transição: Não mais modulante, esta seção confirma a
tonalidade do Tema A.
§ Tema B: Permanece na tonalidade principal, usualmente no
mesmo formato da Exposição.
§ Zona de B: Reprise variada ou não do material apresentado na
Exposição.
§ Codetta: Na tonalidade principal, conclui a Re-Exposição.
5. Coda: Seção opcional, que reafirma a tonalidade principal e, como a
Introdução, normalmente não é parte integrante do argumento da obra.
Ex.: Mozart: Sonata para Piano em Sol Maior, K. 283 - I. Allegro.

Rondó: Caracterizada pela repetição de um ou mais temas separados por seções


contrastantes.
o Rondó-Andante: ABAB.
Ex.: Beethoven: Piano Sonata Op. 2, No.1 - II. Adagio.
o Rondó Simples:
§ ABABA:
Ex.: Beethoven: Piano Sonata Op. 2, No. 3 - II. Adagio.
§ ABACA:
Ex.: Beethoven: Piano Sonata Op. 13, No. 8 - II. Adagio cantabile.
o Grande Rondó: ABA-C-ABA.
Ex.: Beethoven: Piano Sonata Op. 2, No. 2 - IV. Rondo grazioso.

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Canção:
• Forma Simples: AA.
Ex.: O Cravo brigou com a Rosa.
• Lied: Compreende duas partes de tamanho igual, com o final suspensivo da
primeira e conclusivo da segunda parte, algo como pergunta e resposta.
Ex.: Mathias da Rocha e Joana Batista Ramos: Vassourinhas.
• Lied com Introdução: É feita de uma parte geralmente introdutória e uma
segunda parte em forma Lied.
Ex.: Tom Jobim e Vinícius de Moraes: Chega de Saudade.

Chôro: AABBACCA.
Ex.: Ernesto Nazareth: Odeon.

BIBLIOGRAFIA

1. Almada, Carlos. Arranjo. Campinas, SP: Editora da Universidade de Campinas, 2000.

2. Guest, Ian. Arranjo: Método Prático, Vol. 1. Editado por Almir Chediak. Rio de Janeiro:
Lumiar Editora, 1996.

3. Howard, John. Aprendendo a Compor. Editado por Roy Bennett; Tradução de Maria
Teresa de Resende Costa. Jorge Zahar, 1991.

4. Kuhn, Clemens. Tratado de la forma musical. Tradução de Luis Romano. Barcelona,


Espanha: Idea Books, 2003.

5. Schoenberg, Arnold. Fundamentos da Composição Musical. Tradução de Eduardo


Seincman. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.

6. Sobrino, Ramón e Cortizo, Maria Encina. 1995. “Metodoloxía da Análise Musical” In


Revista Galega do Ensino No. 9.

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