Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2ª CÂMARA
Processo TC Nº 03697/02
Objeto: Convênio
Relator: Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes
Responsável: Vicente de Paula Holanda Matos
Assim decidem tendo em vista que em seu parecer a douta Procuradoria opina no
sentido de que assiste razão ao recorrente, já que o Acórdão AC2 TC 777/07 identificou, após a
execução do Convênio, tratado nos presentes autos, a permanência de recursos na SUPLAN que
deveriam ser recolhidos aos cofres do Estado na quantia de R$ 4.830,00.
Adverte muito bem o Ministério Público Especial que os relatórios de Auditoria não
noticiam fatos relacionados à malversação de recursos públicos, e, conseqüentemente, danos ao
erário. Indicam, ainda, que recursos relacionados a rendimentos e aplicações financeiras, ao final
da execução do analisado Convênio, continuaram na posse da SUPLAN quando deveriam ter sido
transferidos ao Estado.
Nesse ponto, e sendo este o fato até então provado no processo, após transcorrido
todo este tempo, não é o caso de obrigar agora a SUPLAN (entidade autárquica descentralizada da
Administração Indireta do Estado) a devolver tais recursos ao Erário. A SUPLAN, como é sabido, é
entidade dependente de transferências do Estado para as suas atividades. Obrigá-la a transferir
recursos ao Tesouro repercutirá tão somente numa demanda daquela que deverá, em
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
2ª CÂMARA
Processo TC Nº 03697/02
contrapartida, ser suportada por este. Assim, haverá apenas o trânsito formal do recurso, sem
qualquer efeito prático material.
Nunca é demais repetir que não há prova de desvio de recursos, mas apenas de
ausência de devolução de saldo de convênio de uma entidade do Estado para o tesouro.
Se, depois, houver comprovação cabal de prejuízo ao erário, nada obstruirá esta
Corte de Contas de responsabilizar quem de direito, tendo em vista o caráter imprescritível das
ações de ressarcimento em favor do Estado.
Presente:
Representante do Ministério Público Especial