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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

2ª CÂMARA
Processo TC Nº 03697/02
Objeto: Convênio
Relator: Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes
Responsável: Vicente de Paula Holanda Matos

Prestação de Contas de Convênio. Recurso de


Reconsideração. Conhecimento e provimento do Recurso.
Julga-se regular e desconsidera-se a multa aplicada. No
Acórdão recorrido foi determinada a devolução do saldo
do convênio ao Tesouro, e aplicada multa pelo não
cumprimento da determinação. Reexaminando a matéria,
é de ver-se, conforme entende o parquet, que não há
necessidade da devolução, tendo em vista que a SUPLAN
é entidade dependente de transferência do Estado e a
quantia reclamada, conforme comprovado nos autos
permanecem nos cofres da autarquia, sendo o seu
retorno ao Estado trânsito meramente formal, cuja
ausência nenhum prejuízo causa quer à SUPLAN, quer ao
Ente superior. Não há nos autos notícia de malversação
de dinheiro público. Conhecimento do recurso e
provimento com afastamento da multa.

ACÓRDÃO AC2 – TC – 00086 /11

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC Nº 03697/02,


que trata da Prestação de Contas do Convênio nº 768/01, celebrado pela Secretaria da
Educação e Cultura e a Secretaria da Infra-Estrutura, com interveniência da SUPLAN,
objetivando a execução de obras de ampliação e reformas em escolas, ACORDAM os
membros integrantes da 2ª CÂMARA do Tribunal de Contas do Estado, à unanimidade, em sessão
realizada nesta data, em conhecer do recurso e, no mérito, dar-lhe provimento para reformar a
decisão consubstanciada no Acórdão AC2 TC 777/07, julgando-se REGULAR a presente Prestação
de Contas do Convênio supra, desconsiderando-se a multa aplicada ao gestor.

Assim decidem tendo em vista que em seu parecer a douta Procuradoria opina no
sentido de que assiste razão ao recorrente, já que o Acórdão AC2 TC 777/07 identificou, após a
execução do Convênio, tratado nos presentes autos, a permanência de recursos na SUPLAN que
deveriam ser recolhidos aos cofres do Estado na quantia de R$ 4.830,00.

Adverte muito bem o Ministério Público Especial que os relatórios de Auditoria não
noticiam fatos relacionados à malversação de recursos públicos, e, conseqüentemente, danos ao
erário. Indicam, ainda, que recursos relacionados a rendimentos e aplicações financeiras, ao final
da execução do analisado Convênio, continuaram na posse da SUPLAN quando deveriam ter sido
transferidos ao Estado.

Nesse ponto, e sendo este o fato até então provado no processo, após transcorrido
todo este tempo, não é o caso de obrigar agora a SUPLAN (entidade autárquica descentralizada da
Administração Indireta do Estado) a devolver tais recursos ao Erário. A SUPLAN, como é sabido, é
entidade dependente de transferências do Estado para as suas atividades. Obrigá-la a transferir
recursos ao Tesouro repercutirá tão somente numa demanda daquela que deverá, em
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Processo TC Nº 03697/02
contrapartida, ser suportada por este. Assim, haverá apenas o trânsito formal do recurso, sem
qualquer efeito prático material.

Nunca é demais repetir que não há prova de desvio de recursos, mas apenas de
ausência de devolução de saldo de convênio de uma entidade do Estado para o tesouro.

Se, depois, houver comprovação cabal de prejuízo ao erário, nada obstruirá esta
Corte de Contas de responsabilizar quem de direito, tendo em vista o caráter imprescritível das
ações de ressarcimento em favor do Estado.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


TCE – Sala das Sessões da 2ª Câmara
Mini-Plenário Conselheiro Adailton Coelho Costa.

João Pessoa, 01 de fevereiro de 2011.

Conselheiro Arnóbio Alves Viana


Presidente

Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes


Relator

Presente:
Representante do Ministério Público Especial

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