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Até o final do século XVIII, a ilha de Madagascar foi governada por uma
variedade fragmentada de alianças sociopolíticas. A partir do início do
século XIX, a maior parte da ilha foi unida e governada como Reino de
Madagascar por uma série de nobres de Merina. A monarquia entrou
em colapso em 1897, quando a ilha foi absorvida pelo império colonial
francês, do qual a ilha se tornou independente em 1960. O estado
autônomo de Madagascar desde então passou por quatro grandes
períodos constitucionais, denominados repúblicas. Desde 1992, o país
foi oficialmente governado como uma democracia constitucional a partir
de sua capital em Antananarivo. No entanto, em um levante popular em
2009, o último presidente eleito Marc Ravalomanana foi demitido e o
poder presidencial foi transferido em março de 2009 para Andry
Rajoelina, em um movimento amplamente visto pela comunidade Capital Antananarivo
internacional como um golpe de Estado. 18° 55' S 47° 31' E
Em 2012, a população de Madagascar foi estimada em pouco mais de 22 Cidade mais Antananarivo
milhões, 90 por cento dos quais vivem com menos de dois dólares por populosa
dia. Malgaxe e francês são ambas línguas oficiais do Estado. A maioria
da população segue crenças tradicionais, o cristianismo, ou uma fusão Língua oficial Malgaxe, Francês
de ambos. Ecoturismo e agricultura, emparelhados com maiores
investimentos em educação, saúde e iniciativa privada, são elementos- Governo República
chave da estratégia de desenvolvimento de Madagáscar. Sob semipresidencialista
Ravalomanana esses investimentos produziram um crescimento
- Presidente Andry Rajoelina
econômico substancial, mas os benefícios não foram uniformemente
distribuídos a toda a população, produzindo tensões sobre o aumento do - Primeiro- Christian Ntsay
custo de vida e declínio do nível de vida entre os pobres e alguns ministro
segmentos da classe média. - Presidente do Rivo Rakotovao
Senado
Índice Independência da França
História Área
Primeiros habitantes, penetração europeia e período merina - Total 587 041 km² (44.º)
Portugueses
- Água (%) 0,13
Pirataria e colonialismo
Colonização e independência Fronteira não possui fronteiras
Ditadura militar terrestres; os vizinhos
mais próximos são as
Década de 2000
Seicheles (N),
Década de 2010
Moçambique (W) e
Geografia Comores (NW), além de
Política diversas possessões
francesas na região.
Demografia
Cidades mais populosas População
Línguas - Estimativa
22 434 363 hab. (56.º)
Subdivisões para 2014[2]
Madagáscar era o nome que André Filipe Passos Jerónimo deu à ilha IDH (2018) 0,521 (162.º) – baixo[4]
(1502) e deriva do latim medieval: era o nome de uma ilha imaginária da
região por volta de 1500 que identificou a Madagáscar atual. Por sua Gini (2001) 47,5[5]
vez, o nome latino, derivado de "Madeigascar" (também Madagosho,
Madagascar), era o nome de um reino insular africano mencionado por Moeda Ariary (MGA)
Marco Polo em seu livro (século XIII).[9]
Fuso horário (UTC+3)
A população que vive em Madagascar resulta da mistura de malaio- Cód. ISO MDG
indonésios que chegaram à ilha no primeiro milênio da era cristã com os
habitantes originários da região entre a África e a Península Arábica. No Cód. Internet .mg
século XII, estabeleceram-se no seu litoral os comerciantes que vieram
da Arábia. Cód. telef. +261
Website http://www.madagascar
Portugueses governamental .gov.mg/ (http://www.m
adagascar.gov.mg/)
O primeiro Ocidental que chegou à ilha foi o português Diogo Dias, em
1500.
Pirataria e colonialismo
Colonização e independência
Em 1890, o Reino Unido reconheceu o protetorado francês de Madagascar mas o domínio colonial não se efetivou até
1895, ano em que a França teve sucesso na derrota do exército que defendia o reino de Merina. O primeiro governador
francês, general Joseph-Simon Gallieni, foi responsável pela abolição da escravatura e em 1897 responsável pela
expulsão da rainha Ranavalona III para a ilha de Reunião. Após a Segunda Guerra Mundial, a ilha de Madagascar foi
elevada à categoria de território ultramarino da França, sendo bem representada no parlamento da metrópole. Em 1958
adquiriu a sua autonomia dentro da Comunidade Francesa e dois anos depois, em 26 de junho de 1960, foi declarada a
sua independência com o nome de República Malgaxe. Na década de 1970, as relações com a França deterioraram-se e os
malgaxes se revoltaram contra os imigrantes vindos das ilhas Comores. A maioria dos imigrantes morreu e os que
sobreviveram foram expulsos.[13]
Ditadura militar
Em 1975 foi instituída a segunda república e publicou-se o Estatuto da Revolução Socialista Malgaxe, a que os malgaxes
chamam Livreto Vermelho. No final do ano, os malgaxes elegeram como presidente Didier Ratsiraka, que ficou no poder
por mais de 15 anos. Em 1982, depois de várias crises nacionais, foram afastados os ministros que eram contra a causa
socialista e destituído de seus cargos o líder da oposição, Monja Jaona. Sucederam-se vários primeiros-ministros, houve
frequentes conflitos e, no período entre 1989 e 1990, Ratsiraka, presidente pela terceira vez, foi responsável pela
nomeação de ministros de oposição e pela promoção de reformas políticas de restabelecimento do pluripartidarismo.
Nos termos da Constituição de 1992, foi proibida a sua reeleição. Foram realizadas eleições presidenciais, que o
oposicionista Albert Zafy venceu. Como a justiça acusou o presidente recém-eleito de desrespeito à Constituição, Zafy
demitiu-se da presidência em 1996. As eleições daquele ano foi ganhas por Ratsiraka. Em 1998, após um referendo
popular realizaram-se modificações na Constituição, sendo o país transformado numa federação.[13]
Década de 2000
Nas eleições presidenciais de 2001 houve uma tentativa de Ratsiraka de forjar o resultado a seu favor. Depois da
violência ocorrida nos protestos, Ratsiraka fugiu do país. O candidato oposicionista Marc Ravalomanana declarou-se
eleito. Os malgaxes elegeram Ravalomanana no ano seguinte. Em abril de 2007, um referendo resultou na ampliação do
poder presidencial e na anulação da autonomia das províncias. Ravalomanana foi responsável pela antecipação das
eleições legislativas para setembro − o seu partido Eu Amo Madagascar (TIM) obteve 105 assentos.[13]
Nos primeiros dias de 2009, Ravalomanana entrou em confronto com o prefeito de Antananarivo e milionário das
comunicações, Andry Rajoelina, e decretou o encerramento de sua emissora de televisão. Rajoelina acedeu à vontade da
população, que não concordava com o fato de os alimentos estarem muito caros e de Ravalomana ter decidido o
arrendamento das terras cultiváveis da ilha a um grupo empresarial com sede na Coreia do Sul, sem beneficiar
diretamente o país. Rajoelina liderou uma onda de protestos que provocou a morte de dezenas de pessoas. O exército
deu-lhe apoio, obrigando Ravalomanana a renunciar à força. Rajoelina tomou posse da presidência e dissolveu o
parlamento.[13]
Como as grandes potências capitalistas revoltaram-se com o golpe, a ajuda a Madagascar foi cortada pelos Estados
Unidos e a União Europeia. A União Africana (UA) determinou a exclusão do país do bloco, fazendo com que
Madagascar ficasse cada vez mais isolado diplomaticamente.[13]
Em novembro de 2010, o índice de aprovação da nova Constituição pelos eleitores era de 74%, o que significou a garantia
do cargo a Rajoelina até à eleição de um novo presidente e de um parlamento de transição.[13]
Década de 2010
Em setembro de 2011, a Comunidade para o Desenvolvimento do Sul da África (SADC) serviu como mediadora das
eleições presidenciais realizadas no prazo de um ano. Como parte do que foi acertado, seria possível que Ravalomanana
voltasse do exílio na África do Sul. Mas Rajoelina não deixou que Ravalomanana retornasse em janeiro de 2012.[13]
Em fevereiro e em março de 2012, dois ciclones provocaram a morte de 100 pessoas e houve 300 mil desabrigados no
leste da ilha.[14][15]
Em julho, Rajoelina e Ravalomanana reuniram-se nas Seicheles com o presidente da África do Sul Jacob Zuma, servindo
este último como mediador. No mês seguinte, o governo anunciou a realização de eleições para os poderes executivo e
legislativo em maio de 2013.[13]
Em janeiro de 2013, Rajoelina e Ravalomanana entraram em acordo para evitar a concorrência à Presidência de
Madagascar. Na eleição de dezembro, o candidato Hery Rajaonarimampianina, sob indicação de Rajoelina, foi eleito por
53,5% da maioria absoluta dos votos contra 46,5% do seu adversário Jean Louis Robinson, que teve o apoio de
Ravalomanana. O novo presidente Rajaonarimampianina tomou posse em 25 de janeiro de 2014.[13]
Geografia
A República de Madagascar compreende a Ilha do mesmo nome e algumas ilhas próximas.
Está situada ao lado da costa de Moçambique, da qual está separada pelo Canal de
Moçambique. Os vizinhos mais próximos de Madagáscar são a possessão francesa de Mayotte,
a noroeste, a possessão francesa da Reunião, a leste, e as suas dependências Ilhas Gloriosas
(noroeste), Ilha de João da Nova (oeste), Bassas da Índia, Ilha Europa (sudoeste) e Tromelin
(leste), as Comores a noroeste e as Seicheles ao norte.[16]
A vegetação predominante de Madagascar é de savana, porque o homem destruiu parcialmente as matas originais. A
fauna do pouco que resta das florestas é preciosamente singular: Madagascar e as ilhas Comores são os únicos pontos da
Terra onde sobrevivem lêmures, pequenos e belos animais que pertencem à ordem dos primatas. Ainda existem em
Madagascar mais de quarenta espécies de primatas.[16]
Política
Madagáscar é uma república semipresidencialista. O principal partido político do país é a Associação pelo Renascimento
de Madagáscar (Arema). O país segue a Constituição de 1992. Em meados de 2000, foi constituído um senado no país.
Madagáscar tem uma Assembleia Nacional com 150 membros eleitos por voto direto, com mandato de cinco anos.
Demografia
No ano de 2007, Madagáscar tinha uma população estimada em 19 448 000
habitantes. A expectativa de vida é de 62 anos. O número médio de filhos por mulher
é de 5,24 e 68,9% da população é alfabetizada.
Os maiores grupos costeiros são os betsimisaraka (1,5 milhões) e os grupos tsimihety e sakalava (700 000 pessoas cada
um).
A maioria da população segue práticas religiosas tradicionais, as quais enfatizam as ligações entre a vida e a morte,
acreditando que a morte une os seus antepassados em uma faixa de divindade e que os antepassados estão muito
interessados no destino de seus descendentes vivos. Esta comunhão espiritual é celebrada pelos merinas e pelos betsileos
praticando famadihana ou a "volta dos mortos". Neste ritual, os restos mortais de parentes são retirados do túmulo da
família, embrulhados em mortalhas de seda novas e recolocados no túmulo, na sequência de uma cerimônia festiva em
sua homenagem. A Igreja Católica em Madagascar reúne 38,1% da população.[17]
Línguas
A língua malgaxe é de origem malaio-polinésia e geralmente é falada em toda a ilha. Os numerosos dialetos de malgaxe,
que geralmente são mutuamente inteligíveis,[18] podem ser agrupados sob um dos dois sub-grupos: malgaxe oriental,
falado ao longo das florestas e montanhas do leste, incluindo o dialeto Merina de Antananarivo; e malgaxe ocidental,
falado ao longo das planícies costeiras ocidentais.[18] O francês tornou-se a língua oficial durante o período colonial,
quando Madagáscar esteve sob a autoridade da França. Na primeira Constituição nacional de 1958, o malgaxe e o francês
foram nomeados as línguas oficiais da República Malgaxe. Madagáscar é um país francófono e o francês é falado como
segunda língua entre a população e usado para a comunicação internacional.
Não há línguas oficiais registradas na Constituição de 1992, embora o malgaxe tenha sido identificado como o idioma
nacional. No entanto, muitas fontes ainda alegam que o malgaxe e o francês são línguas oficiais, o que levou um cidadão
a iniciar um processo judicial contra o Estado em abril de 2000, com o fundamento de que a publicação de documentos
oficiais na língua francesa era inconstitucional. O Tribunal Constitucional observou em sua decisão que, na ausência de
uma lei que trate sobre o tema, o francês ainda tinha o caráter de uma língua oficial.[19] Na Constituição de 2007, o
malgaxe continuou sendo a língua nacional, sendo consideradas como línguas oficiais o malgaxe, o francês e o inglês.[20]
O inglês foi removido como língua oficial a partir da Constituição aprovada pelos eleitores no referendo de novembro de
2010. O resultado do referendo, e as suas consequências para a política oficial e o idioma nacional, não são reconhecidos
pela oposição política ou pela comunidade internacional, que citam a falta de transparência e inclusão na organização da
eleição pela Alta Autoridade de Transição.[21]
Subdivisões
Madagáscar divide-se em seis províncias, subdivididas em 148 departamentos. As províncias têm o
nome da respetiva capital. São:
1. Antananarivo
2. Antsiranana
3. Fianarantsoa
4. Mahajanga
5. Toamasina
6. Toliara
Províncias de
Madagáscar. Economia
A economia de Madagascar assenta essencialmente na
agricultura, na criação de gado e nas pescas. Embora o arroz seja a principal cultura,
é o café que representa a maior fatia ao nível da exploração. Destacam-se outras
culturas, como a da cana-de-açúcar, da mandioca e de frutos como a banana, a maçã,
o ananás ou laranja. Quando à agronomia, saliente-se a dificuldade do governo de
Madagáscar em fomentar a criação de gado bovino para consumo alimentar, em
virtude do carácter religioso que estes animais assumem perante certas camadas da
população. Contudo, é abundante a criação de outros animais como as ovelhas, as
cabras, as galinhas e os porcos.
A indústria mineira está pouco desenvolvida, sobretudo por causa dos escassos
recursos minerais, havendo a destacar, apenas os depósitos de titânio, considerados
os maiores do mundo. Em relação à indústria manufatureira, ela incide sobretudo no
tratamento do arroz, da madeira e do papel.
A moeda usada desde o século XVII era o "ariary", que consistia em 720
"variraiventy", um pedaço de prata equivalente ao peso de um grão de arroz. O Antananarivo, capital e principal
sistema "ariary" não é decimal e é dividido em 5 "iraimbilaja", o qual significa "um centro financeiro do país.
peso de ferro", na língua malgaxe é um quinto do "ariary".[carece de fontes?]
Cultura
Festas e feriados
Data Nome em português Nome local Notas
1 de janeiro Ano-Novo Taom-baovao O primeiro dia do ano é feriado no país.
Segunda-feira a seguir à Alatsinain'ny A páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia
páscoa Paska do outono.
Comemoração dos Martioran'ny
Comemoração dos máritres de sublevação que sucederam o dia
29 de março mártires de sublevação tolona tamin'ny
27 de março de 1947.
de 1947. 1947
Tradicionalmente o dia de muitos acontecimentos políticos e
1 de maio Dia do Trabalho Fetin'ny asa
sindicais em Madagáscar.
Comemoração da criação da antiga OUA, em 25 de maio de
25 de maio Dia da África Andron'i Afrika 1963, que foi substituída pela União Africana (UA) em 9 de julho
de 2002.
Quinta-feira, quarenta Andro
Ascensão Ascensão de Jesus Cristo ao céu.
dias depois da Páscoa niakarana
Sexta-feira seguinte ao
Alatsinain'ny
sétimo domingo após a Pentecostes Descida do Espírito Santo entre os apóstolos.
Pentekosta
páscoa
Comemoração à independência da França, en 26 de junho de
26 de junho Dia da independência Fetim-pirenena
1960.
15 de agosto Assunção de Maria Asompsiona Assunção de Maria de Nazaré
Fetin'ny olo-
1 de novembro Dia de todos os santos
masina
25 de dezembro Natal Krismasy Nascimento de Jesus Cristo.
Ver também
África
Lista de países
Língua de Sinais de Madagáscar
Missões diplomáticas de Madagáscar
Plano Madagáscar
Referências
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Ligações externas
Divisão da África II - Itamaraty (https://web.archive.org/web/20060116094358/http://www2.mre.gov.br/deaf/daf_2.ht
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