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ESCOLA POLITÉCNICA
DCC/NPPG
2010
GERENCIAMENTO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
UM ESTUDO DE CASO
Orientadora
Ana Paula Tantos
Rio de Janeiro
Março, 2010
GERENCIAMENTO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
UM ESTUDO DE CASO
Orientadora
Ana Paula Tantos
Aprovado por:
_______________________________________
Eduardo Linhares Qualharini D.Sc
_______________________________________
Isabeth da Silva Mello M.Sc
_______________________________________
Ana Paula Tantos M.Sc.
Rio de Janeiro
Março, 2010
ii
SILVA, Mauricio Rosal Seixas da
Gerenciamento de Custos e Riscos na
Construção Civil / SILVA, M. R. S. da Rio de
Janeiro: UFRJ / EP. 2010.
ix, 45f, Il.; 29,7cm
Orientadora Ana Paula Tantos.
Monografia (especialização) – UFRJ / Escola
Politécnica / Curso de Especialização em Gestão e
Gerenciamento de Projetos, NPAC, 2010.
Referências Bibliográficas: f. 43-45
1. Gestão 2. Construção Civil I. TANTOS, A.P..
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola
Politécnica, Pós Graduação III. Especialista
iii
A minha esposa e companheira que soube
compreender minhas ausências durante
toda a duração desta caminhada.
iv
AGRADECIMENTOS
v
RESUMO
Rio de Janeiro
Março, 2010
vi
SUMÁRIO
vii
LISTA DE FIGURAS
viii
LISTA DE ANEXOS
ix
1 INTRODUÇÃO
Um bom profissional que esteja envolvido com a realização de projetos deve ser
consciente que suas responsabilidades estão diretamente relacionadas à:
A referência ideal para alcançar o objetivo final deve ser perseguida, porém nem
sempre o ideal anda em paralelo com a realidade, pois esta é mutável e sofre constantes
ajustes durante o decorrer do projeto.
2
1.1 Justificativas
Como citado por Peter Druker (1992): Os fatores tradicionais de produção – terra,
mão de obra e até dinheiro, pela sua mobilidade – não mais garantem vantagem competitiva
a uma nação em particular. Ao invés disto, o gerenciamento tornou-se o fator decisivo de
produção.
Outro ponto importante que motivou a escolha do tema foi a experiência profissional
e prática do autor em empresas que atuam no seguimento da construção civil, na qual se
verifica que alguns profissionais ainda possuem dificuldades e grande restrição na aplicação
de processos de controle aos projetos. Principalmente nos projetos de menor envergadura,
onde os processos de controle são colocados em segundo plano.
1.2 Objetivos
O principal objetivo deste trabalho a análise de um estudo de caso real, onde será
evidenciada a importância do gerenciamento de projetos como prática usual,
independentemente do porte do projeto e da estrutura da empresa.
De uma maneira mais simplificada, porém não menos importante, Juran (1990) cita
que administrar está baseado nos três processos gerenciais: Planejamento, Controle e
Melhoramento.
1
Os conceitos de administração começaram com o que denominou-se “ênfase nas tarefas” (atividades
executadas pelos operários de uma fábrica), com a “Administração Científica de Taylor”, datada de 1903 (Taylor,
1995). A seguir, a preocupação básica passou para a “ênfase na estrutura”, com a “Teoria Clássica de Fayol”,
em 1916 (Fayol, 1981). Embora ambos não tenham se comunicado entre si e tenham partido de pontos de vista
diferentes e mesmo opostos, suas idéias constituem as bases da chamada “Abordagem Clássica ou Tradicional
da Administração”, cujos postulados dominaram aproximadamente as quatro primeiras décadas do século XX no
panorama administrativo das organizações (CHIAVENATO, 1999).
4
1.3 Metodologia
A Metodologia deste trabalho foi dividida em três etapas, que serão descritas a
seguir: estado da arte, estudos de caso e considerações finais.
Na etapa de estudos de caso foram coletados dados que tem por objetivo a
investigação de um fenômeno dentro de um contexto local e real, ilustrando parte das
pesquisas realizadas na etapa do estudo da arte.
Além deste primeiro capítulo que faz uma introdução aos temas que serão
abordados, trazendo a justificativa, o objetivo do trabalho, a metodologia adotada e sua
estrutura; foram desenvolvidos mais quatro capítulos.
O quinto e último capítulo será utilizado para apresentação das considerações finais
e perspectivas.
5
2 ESTADO DA ARTE
Durante muitos anos a indústria da construção civil tem desenvolvido suas atividades
com base em um modelo de gerenciamento da produção, com ênfase às atividades de
processamento, não focado nas atividades de apoio e de transformação, e principalmente
desprezando vários riscos inerentes ao mercado que poderiam interferir diretamente no
processo.
Esta filosofia vem sendo combatida nos últimos anos e com o amadurecimento da
indústria da construção civil e o aumento da necessidade de um maior controle dos
processos aliados a uma redução nos riscos de seus empreendimentos. As metodologias do
gerenciamento vêm sendo implantadas nas empresas do ramo, delineando uma tendência
de melhora no processo produtivo.
Um dos principais fundamentos dessa não tão nova filosofia é entender os sistemas
de produção, que como uma rede de processos é composta de:
Os princípios aplicados na produção enxuta não são tão novos, muitos deles podem
ter suas origens rastreadas nos trabalhos de pioneiros como Taylor e seus princípios da
administração científica, Gilbreth (1911) com os estudos de movimentos no posto de
trabalho, Skinner (1969) com seus estudos de estratégias de produção, Deming (1986) em
suas pesquisas sobre qualidade, além de vários outros pesquisadores contemporâneos.
Outro ponto que não pode ser esquecido é de um dos vértices do tetraedro do
gerenciamento, a qualidade, que se destaca pela sua importância para o desenvolvimento
de qualquer organização, principalmente pela garantia de proporcionar bens e serviços de
qualidade para seus consumidores, sejam eles internos e externos.
A qualidade pode ser definida por uma palavra: mudança. A empresa que pretende
implementá-la deverá ter a vontade de mudar, como se pode analisar no conceito de
JURAN (In SOUZA, 2001): Qualidade é adequação ao uso, ou seja, ou a empresa muda ou
ela fica defasada em relação ao mercado, perdendo assim competitividade.
2.1 Planejamento
Embora de uma forma geral as ideias sejam diferentes, a grande maioria converge
para fins comuns, como estabilizar e garantir o fluxo de trabalho contínuo, atingindo ritmo de
produção para obter como resultado o desenvolvimento e o término da obra atendendo as
expectativas estabelecidas para prazo, custo, escopo e qualidade.
Para atingir este ideal, o planejamento se torna essencial. Porém, ele nem sempre é
feito de maneira coerente e realista, procurando atingir um nível de perfeição que acaba por
torná-lo estático e inflexível. A dicotomia existente entre o excesso de detalhes e a ausência
de informações no processo projetual pode acarretar um engessamento na implantação de
um planejamento adequado a seu acompanhamento. As dificuldades surgidas entre a
equipe de planejamento e o canteiro de obras dão-se pela carência de contato entre ambos,
ocasionando distorções no processo de execução e implantação, gerando perda de
eficiência.
Os projetos, de um modo geral, são formados por sistemas complexos que englobam
atividades que se inter-relacionam, se integram e são interdependentes compostas por mão
de obra, materiais e equipamentos.
possui uma estrutura produtiva peculiar, diferente das demais indústrias manufatureiras.
Recentemente, vem sendo implantado em paralelo o sistema de gestão integrada, inserindo
no setor os sistemas de qualidade e controle da produção buscando uma melhor
produtividade pelas empresas do ramo da construção civil.
Figura 3 – A Organização costuma ter problemas no cumprimento dos prazos estabelecidos para o
projeto? Fonte: Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos 2008, Project Management
Institute – Chapters Brasileiros, página 86
Quanto mais detalhado for o projeto, quanto maior for o esforço despendido no
estudo dos seus documentos e na pesquisa ao local das obras, maior será o detalhamento e
a precisão na simulação da execução da obra. Ao se percorrer o futuro corpo físico da obra,
deverão ser identificados os pontos notáveis do projeto, visualizar possíveis dificuldades de
acesso, alternativas de mudanças de localização do corpo da obra, interferências com redes
públicas, com as áreas de preservação ambiental e com as áreas ou edificações
particulares. Estas novas informações poderão conduzir as novas soluções mais
econômicas a serem adotadas no projeto final de engenharia e podem trazer melhorias no
contrato, desde que bem trabalhadas no período da concorrência e, posteriormente, bem
encaminhadas junto ao contratante.
Assim sendo, à medida que são identificados desvios nos realizados em relação aos
previstos, podem-se fazer ajustes, um replanejamento, de modo a manter o rumo dos
compromissos assumidos com a empresa. Todos os serviços devem ser programados, com
uma unidade de tempo que permita seu acompanhamento periódico. Porém, não basta
somente garantir o atendimento físico programado, deve-se assegurar também que os
demais vértices da pirâmide do gerenciamento, escopo, qualidade e custo fiquem dentro das
estimativas do planejamento detalhado e atendendo sempre as necessidades do cliente.
11
Como citado por Henry Mintzberg em 2004, as organizações devem planejar para
assegurar que o futuro seja levado em consideração (pg. 30).
No Brasil, o PMI publicou pesquisa onde aponta os problemas que ocorrem com
mais frequência em projetos da indústria nacional.
12
Figura 5 – Problemas que ocorrem com mais frequência nos projetos da Organização.
Fonte: Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos 2008, Project Management
Institute – Chapters Brasileiros, página 91
da alta administração da empresa. Estar ciente dos pontos fortes e fracos da empresa, das
ameaças e oportunidade e da conjuntura econômica é a competência mínima necessária
para se alcançar os objetivos de longo prazo, afinal, a implantação das diretrizes propostas
pelo planejamento estratégico, por ter característica de irreversibilidade, pode comprometer
a sobrevivência da empresa.
Sun Tzu, autor de A Arte da Guerra já dizia: Se você conhece o inimigo e conhece a
si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não
conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não
conhece nem a si mesmo, perderá todas as batalhas. Nesse trecho do livro o autor descreve
de forma magistral a importância de conhecer as ferramentas e recursos disponíveis para se
elaborar um planejamento bem-sucedido
14
O que não se pode negligenciar é que se um risco ocorre, com certeza trará uma
série de prejuízos ao projeto em termos de tempo, qualidade e custos.
Após a definição dos custos individuais para cada atividade, de posse do diagrama
de redes e do cronograma do projeto, é possível desenvolver o plano de gerenciamento dos
custos do projeto e o orçamento. As principais saídas do gerenciamento de custos então
são: o plano de gerenciamento dos custos, as estimativas individuais de custos, as
necessidades de recursos e o gráfico temporal de estimativa do orçamento do projeto.
Essa curva apresenta em seu eixo das ordenadas o valor acumulado do custo
planejado do projeto e o tempo, conforme o andamento das atividades, representado pelo
tempo nas abscissas, e é a curva mais importante para se medir e controlar o desempenho
financeiro e o prazo do projeto, com base da metodologia do gerenciamento do valor
agregado.
Os riscos de projetos se distinguem dos outros riscos de um modo geral pela sua
diversidade e amplitude. Quando se trata de riscos, no sentido meramente financeiro, se
está diante de um fenômeno complexo e muito mais específico do que outros, devido ao
envolvimento não só da empresa como de todos os outros implicados. Riscos de projetos
são, pela sua própria natureza, variáveis de acordo com a natureza, tamanho, grau de
incerteza, duração, complexidade, perfil das partes envolvidas, grau de aversão ao risco dos
patrocinadores do projeto, dentre inúmeras outras variáveis.
forças e riscos associando tempo, qualidade e custos. Desta forma pode-se antecipar às
possíveis ameaças ao gerenciamento através da identificação das prováveis falhas em seu
ambiente, o que significa precaver-se a custos mais baixos e de maneira planejada.
Um risco é um evento futuro que pode ou não acontecer. Por isso, termos como
custos, cronograma e qualidade não fazem parte da definição adotada de risco, porque
estes não são eventos. Porém, um evento futuro em um cronograma ou um evento futuro
que avalie a qualidade de um sistema poderá ser um risco.
Apesar de obras de grande porte proporcionar um risco mais evidente, não se pode
desprezar os riscos existentes nas obras de pequeno porte, que por se tratar de um valor de
menor expressão e normalmente com um prazo mais reduzido pode possuir
proporcionalmente um impacto ainda maior se for levado em conta o tempo mais reduzido
para mitigar o risco em relação ao ônus que ele pode causar ao projeto.
Uma consideração feita por Eduardo Lorea e Marcos Graciani da edição 229, de
março de 2007, da revista Amanhã retrata a filosofia de grande parte do empresariado:
Da antiguidade à Pós-Modernidade, ainda há quem prefira deixar o futuro nas mãos dos
deuses. Acreditam que a gestão de riscos a as apólices de seguro são custos
desnecessários e apostam a sustentabilidade da empresa em um jogo de sorte e azar. No
sentido inverso da natural aversão ao risco, nutrem a própria paranóia e não tratam o
sintoma do risco. Enquanto isso, os especialistas garantem: a maioria dos acidentes não
nasce do acaso. Nasce do descaso
Por fim não se pode ser esquecido que os riscos a serem considerados em um
projeto são aqueles que são identificados e analisados, já os riscos desconhecidos não
podem ser gerenciados. Os riscos também não permanecem constantes durante a
execução do projeto, alguns desaparecem, outros novos surgem, e outros sofrem alterações
de probabilidade e impacto, mudando, portanto, a prioridade no decorrer do
desenvolvimento do projeto, logo, deve-se ser prevista um revisão constante no processo a
fim de identificar e avaliar novos riscos garantindo respostas apropriadas.
Assim, gerenciar riscos não é tarefa fácil para o gerente de projetos, sobretudo
porque é algo dinâmico, ou seja, novos riscos podem ser identificados em tempo de
execução do projeto, bem como deixar de existir. Porém, há uma certeza: trabalhar com
quantificação financeira de riscos e seu gerenciamento é mais profissional, seguro e preciso,
propiciando ao gerente de projetos uma gestão financeira mais sólida e realista. Só assim a
gestão de custos do projeto terá uma integração efetiva com a gestão de riscos.
Como pode ser observado na Figura 6, o Ciclo PDCA está dividido em 4 fases bem
definidas e distintas, conforme melhor detalhado a seguir:
Caracteriza-se pela execução do que foi planejado e da mesma forma que a primeira
fase, está dividida em duas etapas:
Esta fase consiste em checar, comparando os dados obtidos na execução com o que
foi estabelecido no plano, com a finalidade de verificar se os resultados estão sendo
atingidos conforme o que foi planejado. A diferença entre o planejado e o resultado real
alcançado constitui um problema a ser resolvido. Dessa forma, esta etapa envolve a coleta
de dados do processo e a comparação destes com os do padrão, e a análise dos dados do
processo fornece subsídios relevantes à próxima etapa.
Esta fase consiste em agir, ou melhor, fazer as correções necessárias com o intuito
de evitar que a repetição do problema venha a ocorrer. Podem ser ações corretivas ou de
melhorias que tenham sido constatadas como necessárias na fase anterior. Envolve a busca
por melhoria contínua até se atingir o padrão, sendo que essa busca da solução dos
problemas, por sua vez, orienta para: a necessidade de capacitação; o preenchimento das
lacunas de conhecimento necessário à solução do problema, propiciando a criação de
novos conhecimentos e a atualizações do padrão.
O Ciclo do PDCA tem como principal objetivo o processo da melhoria contínua, logo,
quanto mais “rodado” for o Ciclo PDCA maiores as chances de a empresa alcançar este
nível de excelência em qualidade. A melhoria contínua otimiza a execução dos processos,
possibilita a redução de custos e o aumento da produtividade.
A utilização do Ciclo PDCA envolve várias possibilidades, podendo ser utilizado para
o estabelecimento de metas de melhoria proveniente da alta administração, ou também de
pessoas ligadas diretamente ao setor operacional, com o objetivo de coordenar esforços de
melhoria contínua, enfatizando que cada programa de melhoria deve começar com um
planejamento cuidadoso (definir uma meta), resultar em ações efetivas, em comprovação da
eficácia das ações, para enfim, obter os resultados da melhoria, podendo ser reutilizado a
cada melhoria vislumbrada.
1. Regulamentar e documentar;
2. Controlar e planejar as atividades do projeto;
3. Controlar e planejar as atividades de construção;
4. Assegurar a adequação dos recursos necessários à construção, que incluem
equipes, materiais, equipamentos e outros insumos;
5. Melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços;
6. Reduzir os custos do empreendimento;
7. Otimizar as relações com os clientes;
8. Melhorar a imagem da empresa, obtendo maiores e melhores participações
no mercado.
Essa implantação traz benefícios tanto para as empresas, como para o setor público
e também para o consumidor. Para as empresas revela grandes oportunidades no aumento
da sua competitividade; a redução de desperdícios; uma melhor formação dos profissionais;
acesso a projetos; materiais de melhor qualidade e adequação às normas técnicas. Assim,
as empresas se ajustam às disposições do Código de Defesa do Consumidor evitando
certas penalidades previstas e o lançamento no mercado de produtos que não atendam às
normas brasileiras. Já para o setor público, é uma oportunidade para utilização do seu poder
de compra como forma de selecionar os fornecedores com maior qualidade, otimizando o
uso dos recursos públicos e solicitando, no processo licitatório, os atestados de qualificação.
E finalmente, beneficia o consumidor, visto que traz grande oportunidade para sua decisão
no poder de compra, podendo escolher aquelas empresas que produzem com qualidade.
No entanto, Dalcul (1996) mostra que as empresas, além de investirem, não vêm
alcançando plenamente os seus objetivos, pelo fato de muitas vezes haver uma ação
pontual, sem a preocupação com o todo, visando retorno imediato e sem garantir o
aperfeiçoamento contínuo e a renovação para o futuro.
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Por esse motivo, a Gestão Integrada de Projetos passa a ser fundamental para o
sucesso dos projetos, pois ela permite que haja um melhor aproveitamento da infraestrutura
e dos recursos disponíveis. Outro fator importante da gestão integrada é estabelecer
critérios claros de priorização de investimentos, recursos e tempo em função dos objetivos
estratégicos. Esses critérios são imprescindíveis para que se tenha um melhor
aproveitamento dos projetos e consequentemente um melhor desempenho da organização.
Não basta apenas ter recursos disponíveis, deve haver também diretrizes claras que
estabeleçam o alinhamento entre os projetos estratégicos com as estratégias e objetivos da
empresa.
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3 COORDENAÇÃO DE PROJETOS
A indústria da construção difere muito das outras, uma vez que apresenta
peculiaridades que refletem uma estrutura dinâmica e complexa. A arte de construir reúne
um conjunto de profissionais, máquinas, equipamentos e materiais que, associados,
produzem a edificação desejada.
MELHADO conclui que não existe um modelo ideal e único; a escolha do tipo de
coordenação deve estar relacionada à cultura da empresa, as técnicas construtivas e
gerenciais adotadas, complexidade do empreendimento, capacidade técnica e gerencial,
entre outras.
É válido ressaltar que toda mensagem possui ruídos, ou seja, por mais clara que o
emissor acredita ter passado a informação ao receptor, este raramente a compreende na
íntegra, criando sempre falhas no entendimento das informações, logo, se faz essencial que
o emissor tenha sempre feedbacks das informações passadas.
29
Qualquer pessoa que de alguma forma está envolvida ou é afetada pelo projeto ou
por seus resultados é denominado de stakeholde. Para que haja uma comunicação eficiente
no desenvolvimento do projeto, é necessário que se conheça bem todos os envolvidos, suas
responsabilidades, seu papel no processo de produção e, principalmente, seu poder de
decisão.
Algumas das vantagens e riscos do uso das Extranets identificados na gestão das
informações, são:
Vantagens
Riscos potenciais
4 ESTUDO DE CASO
4.3 A Documentação
2
A estaca hélice contínua é uma estaca de concreto moldada "in loco", executada por meio de trado contínuo e
injeção de concreto através da haste central do trado simultaneamente a sua retirada do terreno, especificação
detalhada deste tipo de estaca no anexo.
36
Nos projetos que faziam parte do processo, encontra-se tão somente a locação das
estacas a serem executadas e as suas respectivas armações.
3
A construção de uma edificação começa pela sondagem do terreno sobre o qual ela será erguida. A
sondagem, uma espécie de radiografia do terreno, identifica as camadas do solo e sua resistência, além de
detectar a presença do lençol freático (água), informações fundamentais para que o calculista projete
adequadamente as fundações.
4
Para a especificação de um tipo de fundação leva-se em conta o tipo de solo existente e suas características
básicas como composição e rigidez, no caso específico solos extremamente rijos não permitem a utilização de
fundações profundas devendo ser adotada uma outra solução.
5
Na área onde seria construído o novo laboratório havia a existência de uma subestação que deveria ser
mantida no local.
37
Todos os documentos referenciados acima podem ser consultados nos anexos deste
trabalho.
Tal atraso se deve a uma grave falha no processo por parte da Contratante que
licitou a execução da escavação e das fundações do prédio para início imediato, se
comprometendo que a área seria entregue livre e desimpedida, porém a licitação para
demolição do prédio existente na área, onde seria construído o novo laboratório não havia
sido liberada, acarretando ainda ônus desnecessários ao processo como reajuste nos
preços e acréscimo no prazo da obra.
Porém, por se tratar de um empreendimento que fazia parte dos planos estratégicos
da Construtora e não visando o lucro imediato, optou-se por dar continuidade ao processo,
mesmo com a margem de lucro do projeto extremamente reduzida e o alto risco de fechar o
projeto com prejuízos não seria conveniente para a política interna da empresa a não
realização do empreendimento, assim como a Construtora poderia ficar com sua imagem
prejudicada no mercado.
Assim sendo, os serviços foram iniciados e com todos os problemas que se fizeram
presentes, que serão relatados a seguir, a Construtora honrou seu compromisso.
Como o escopo do serviço não era claro, e a própria diretoria, assim como o
departamento de orçamento da Construtora, não estavam familiarizados com as atividades
envolvidas, posto que, somente se visualizava o objetivo estratégico que era construir a
etapa inicial, garantindo a continuidade na execução do prédio.
Após a liberação da área para início efetivo dos serviços, foi deslocado um técnico
de edificações para acompanhar a obra com a supervisão de um engenheiro.
Com o susto inicial causado pelo incidente ocorrido com a perfuratriz, a Construtora
optou em alterar sua estratégia deslocando um engenheiro para acompanhar os serviços
com o intuito de resolver os problemas que não haviam sido verificados a tempo.
A primeira ação neste novo ciclo foi a realização de novas sondagens, vide anexos,
para verificar a suspeita da necessidade da alteração parcial das fundações devido a
39
Até o dia 18 de fevereiro de 2009, como pode ser confirmado pela carta em anexo
enviada a Contratante, não havia sido encaminhado o projeto da nova fundação à
Construtora, fato esse, que acarretou nova prorrogação no prazo final da obra.
6
Quando a resistência do solo necessária à edificação surgir a aproximadamente 1,5m de profundidade, é
possível utilizar fundação direta.
7
A estaca raiz também é concretada in-loco porém seus equipamentos de menor porte possibilitam o trabalho
em a áreas de difícil acesso, especificação detalhada deste tipo de estaca no anexo.
40
No início da perfuração das estacas tipo hélice foi identificada uma rede de águas
pluviais que esgotava toda a água da planta principal da Contratante e sua localização não
constava nos registros originais da empresa, fato este, que obrigou a Construtora a deslocar
o equipamento para atuar em nova frente até a execução de uma nova rede.
Como a execução de estacas do tipo Hélice Contínua perfaz a escavação por meio
de trado e em seguida a imediata injeção de concreto usinado, outro fator que impossibilitou
o atendimento do prazo contratual foi a Resolução SMTR nº 1826, de 04 de dezembro de
2008, da Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, que restringia o acesso de caminhões a
algumas ruas da cidade durante horários pré-definidos.
A formalização das comunicações por diversas vezes não foi concretizada, ficando
as definições na informalidade.
41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a conclusão do projeto veio a fase mais importante até então, a análise dos
resultados obtidos.
Outro ponto importante é a comunicação que não pode ser em momento algum
deixada para segundo plano, pois um entendimento errôneo pode desenrolar situações
extremamente conturbadas a um projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DRUKER, P. Managing for the future – The 1990’s and beyond. New York: Truman Talley
Books Dutton, 1992.
HANSEN, D. R. Gestão de custos. 1 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
JURAN, J. M. Juran na liderança pela qualidade: um guia para executivos. São Paulo:
Editora Pioneira, 1990.
MELHADO, et. al. Coordenação de Projetos de Edificações – São Paulo, Nome da Rosa,
2005.
PMI - A Guide to the Project Management body of Knowledge (PMBoK@ guide) – 2004
– PMI – USA.
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS