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1.

Introdução

A óptica é uma disciplina da física muito antiga. Tem aplicações na astronomia, navegação
e medicina. Microscópios fizeram muitos avanços na biologia, medicina e engenharia dos
materiais possíveis.

A invenção do laser facilitou aplicações adicionais em máquinas (sensores) e na


transmissão de dados (fibras ópticas). Finalmente, aparelhos e dispositivos de utilização no dia a
dia como: óculos, máquinas fotográficas e televisões funcionam aplicando as leis da óptica.

Um dos principais objetivos da física moderna é descobrir as leis que governam o


comportamento da luz. Um objetivo mais amplo é encontrar aplicações práticas para estas leis, a
aplicação mais importante é provavelmente a produção de imagens.

O presente relatório faz menção á uma prática de leis das lentes.

Objectivo:

a. Familiarizar-se com os conceitos da óptica geométrica.


b. Compreender o funcionamento de lentes delgadas

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2. Teoria

A luz consiste de ondas electromagnéticas. Mas quando as dimensões dos objectos e as


imagens observadas são grandes em comparação com o comprimento de onda λ, a luz pode ser
tratada como um feixe de raios rectilíneos. O comprimento de onda da luz visível é 400nm < λ <
750nm. Assim, na maioria dos casos a luz visível pode ser tratada como um feixe luminoso.

A aberração cromática é um dos problemas que podem ocorrer quando a luz passa por uma
lente. Como o índice de refração das lentes varia com o comprimento de onda, uma lente real nao
focaliza todas as cores num mesmo ponto. Há a formação de imagens não nítidas, manifestando
cores não naturais. A luz quando passa por uma lente sofre um desvio e cada onda da luz (onda de
cada cor da luz) é desviada de forma diferente e nos causa problemas, ocasionando formação de
imagens não nítidas e com cores não naturais. Esse problema pode ser encontrado na fotografia,
onde as luzes vermelhas e azuis sofrem um maior desvio ocasionando alguns problemas nas fotos.
Outro problema são as aberrações esféricas, onde as lentes e espelhos verdadeiramente esféricos
não formam imagens perfeitas.

Através dos conhecimentos da óptica, pode-se determinar e explicar o caminho dos raios
luminosos nos meios transparentes. Essas leis são à base do conhecimento para construção de
instrumentos ópticos, como lentes de óculos, microscópios, lunetas, etc. Nestes instrumentos a luz
é levada a percorrer um caminho bem-determinado. Os instrumentos ópticos são constituídos por
lentes esféricas e elas têm a propriedade de produzir imagens ampliadas ou reduzidas de objetos
externos.

As lentes podem ser classificadas basicamente de duas maneiras. Uma lente que faz com que
os raios luminosos inicialmente paralelos ao eixo central se aproximem do eixo é chamada de lente
convergente; uma lente que faz com que os raios se afastem do eixo central é chamada lente
divergente.

Para uma lente qualquer é possível determinar a forma e a localização da imagem recorrendo
apenas para à lei de refração e aos conhecimentos da forma da lente e do seu índice de refração.

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No caso particular das lentes esféricas existe uma relação muito simples que pode ser utilizada
para determiná-la tanto a localização das imagens tanto a ampliação obtida.

Quando a lente é convergente e a distância está compreendida entre f e 2f encontra-se no alvo


uma imagem real, invertida e ampliada do objeto em questão.

Para este estudo utilizamos alguns instrumentos ópticos, esses instrumentos são divididos em
dois principais grupos, os instrumentos de objetivo ou de projeção e os instrumentos subjetivos ou
de visão direta.

Nos estudos é verificado o funcionamento de alguns instrumentos ópticos (aparelhos que


representam o funcionamento de um instrumento na realidade) como a luneta, o microscópio, o
projetor e a associação de lentes.

Microscópio: Microscópio é o instrumento que serve para ampliar, com a finalidade de


observação, a imagem de objetos minúsculos. A imagem pode ser formada por meios ópticos,
acústicos ou eletrônicos e recebida por reflexão, processamento eletrônico ou por uma combinação
dos dois métodos. A parte ótica do microscópio é constituída basicamente de duas lentes
convergentes, a objetiva, com menor distancia focal, que está próxima do objeto e a ocular, com
distancia focal maior, que é com a qual observamos a imagem formada.

Projetor: Um projetor de slides (diapositivos) serve para projetar em uma tela uma imagem
real e aumentada do objeto que está no slide. Basicamente, ele é constituído de uma lente
convergente, como objetiva, e uma lâmpada cujo filamento está situado no centro de curvatura do
espelho côncavo que juntos servem para iluminar com bastante intensidade o slide.

Luneta: A luneta ou telescópio de refração é utilizado para observar objetos distantes. A


luneta astronômica tem, como o microscópio, duas lentes convergentes: a objetiva que ao
contrário do microscópio apresenta grande distância focal e a ocular com distancia focal menor.

Associação de lentes: Conjunto de lentes associadas para se verificar como as imagens são
formadas.

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3. PARTE EXPERIMENTAL

Material utilizado:

 Banco óptico;
 Anteparo;
 Lâmpada;
 Fonte de alimentação para lâmpada;
 Lente:
f = 100 mm
f = -200 mm
 Paquímetro
 Objecto;

3.1. Montagem da experência e os equipamentos usados

Fig.l: Montagem de uma experiencia com banco óptico, lâmpada, fonte de alimentação para
lâmpada, lente para produzir luz paralela, alvo, lente para formar uma imagem na tela.
O equipamento é montado de acordo com Fig. l.

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3.2. Procedimento Experimental

1. Fixou- se a fonte luminosa e o objeto em todo momento. Colocou-se o objeto na posição


20 cm (0,20 m) do banco óptico. Movimentou-se apenas a lente e a tela.

2. Montou-se uma lente de f=+100 mm a distâncias ao objeto dentro da distância focal (g <
f=100mm) e observou-se as imagens virtuais do mesmo (princípio da lupa). Moveu-se a
lente de maneira a aumentar a distância objeto g ate que ela seja maior do que a distância
focal e observou-se o que acontece à imagem. Anotou-se no caderno as observações .
Verificou-se a distância focal da lente movimentando-a até que o objecto fique no ponto
focal. Procurou-se uma imagem nítida no infinito (sitou-se a tela no extremo do banco
óptico ).

3. Posicionou-se a lente de maneira que o objeto ficasse fora da distância focal da lente, ou
seja, de maneira que que a distância objeto g fosse maior do que f (100 mm). Utilizou-se
os valores g= 12, 16 e 20 cm.. Mediu-se, em cada caso, a distância imagem b
movimentando a tela até que uma imagem nítida fosse observada na mesma. Realizou-se
o procedimento 3 vezes para cada distância objeto . Determinou-se a altura do objeto (G)
e da imagem (B) nos três casos, usando um paquímetro.

4. Verificou-se a distância focal da mesma lente utilizando o método de Bessel, segundo a


(𝑑2 −𝑒 2 )
fórmula (14), 𝑓 = . Para isso, fixou-se a tela a uma distância do objeto( d) maior
4𝑑

do que 4f (usou-se o valor de f calculado anteriormente ). Fixou-se a tela na posição 80 cm


, de maneira que d=60 cm. Procurou-se as duas imagens nítidas na tela movimentando a
lente e mediu-se as suas posições. Repetiu-se o processo três vezes para cada imagem e
calculou-se o valor medio das suas posições. Determinou-se assim a distância e e o valor
de f pela fórmula (14).

5. Juntou-se duas lentes com f1 = +100mm e f2 = - 200mm. Utilizando o método de Bessel


determinou-se a distância focal fs do sistema de lentes assim obtido. Para isso, fixou-se a

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distância d a maior possível;Posiciou-se objeto em 20 cm (0,20 m), situo-se a tela em 1,20
m, de maneira que a distância d = 1 m.Verificou-se a fórmula:

𝟏 𝟏 𝟏
=𝒇 +𝒇
𝒇𝒔 𝟏 𝟐

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Observações Relativas a Imagem Após o Aumento da Distância Focal


(g<f=100mm)

Verificou-se que quanto maior distância focal (menor potência óptica) leva a maior
ampliação e um ângulo de visão mais estreito; por outro lado, distância focal mais curta ou
maior potência óptica está associada a uma ampliação menor e a um ângulo de visão mais
amplo.

4.2. Valor Médio de f


Nesta etapa tomou-se três valores de f que são os seguintes:
𝑓1 = 39,5 𝑐𝑚
𝑓2 = 30,8 𝑐𝑚
𝑓3 = 31 𝑐𝑚

Em seguida calculou-se o valor médio:


3
39,5 + 30,8 + 31
∑ = 33,766 𝑐𝑚
3
𝑛=1

4.3. Distância Imagem b


Movimentou-se a tela 3 vezes e obteve-se os seguintes resultados:

Para 𝑔 = 12𝑐𝑚:

Na primeira vez movimentou-se a tela até 84 cm e calculou-se a diferença entre a


posição da lente em relação a posição da tela (32 cm).

∆𝑥 = 84 − 32 = 52 𝑐𝑚

Na segunda vez movimentou-se a tela até 86,2 cm e calculou-se a diferença entre


a posição da lente em relação a posição da tela (32 cm).

∆𝑥 = 86,2 − 32 = 54,2 𝑐𝑚

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Na terceira vez movimentou-se a tela ate 87,8 cm e, novamente, calculou-se a
diferença entre a posição da lente em relação a posição da tela (32 cm)

∆𝑥 = 87,8 − 32 = 55,8𝑐𝑚

Para g=16 cm:

Efectuou-se os mesmos procedimentos descritos acima. Neste caso, a posição da


lente é 36 cm.

O procedimento foi feito 3 vezes:

(1) ∆𝑥 = 63,9 − 36 = 27,9 𝑐𝑚


(2) ∆𝑥 = 62,9 − 36 = 26,9 𝑐𝑚
(3) ∆𝑥 = 61 − 36 = 25𝑐𝑚

Para g= 20 cm:

A posição da lente é 40 cm.

(1) ∆𝑥 = 60,3 − 40 = 20,3 𝑐𝑚


(2) ∆𝑥 = 59,7 − 40 = 19,7 𝑐𝑚
(3) ∆𝑥 = 60 − 40 = 20 𝑐𝑚

Em seguida , calculou-se os valores médios de cada distância calculada em g=12


cm,16 cm, 20 cm.

Para g=12 cm, o valor médio obtido foi 54 cm;

Para g=16 cm, o valor médio obtido foi 26,6 cm;

Para g=20 cm, o valor médio obtido foi 20 cm.

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4.3.1. Distância Focal da Lente

Nesta etapa da experiência, calculou-se a distância focal a partir da fórmula


1/f=1/g+1/b nos três casos.

Para g=12 cm:

12 . 54
𝑓1 = = 9,82
12 + 54

Para g= 16 cm:

16 . 26.6
𝑓2 = = 9,99
16 + 26,6

Para g= 20 cm:

20 . 20
𝑓3 = = 10
20 + 20

4.3.2. A Altura do Objeto (G) e da Imagem (B) nos Três Casos

A altura do objecto é constante nos três casos : G= 1,5 cm.

Para g=12 cm:

B=7,9 cm

Para g=16 cm:

B=3,2 cm

Para g=20 cm;

B=2,2 cm

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4.3.3. Ampliação Lateral

Para determinação da ampliação lateral, utiliza-se a fórmula:

−𝐵
m=
𝐺

Para g=12 cm:

−7,9
m= = −5,26
1,5

Para g=16 cm:

−3,2
m= = −2,13
1,5

Para g=20 cm

−2,2
m= = −1,46
1,5

4.3.4. Verificação do Cumprimento da Fórmula

Nesta parte verificou-se o cumprimento da fórmula:

𝐵 𝑏
𝑚= =
𝐺 𝑔

Para g=12 cm:

5,26 ≠ 4,5

Para g=16 cm:

2,13 ≠ 1,66

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Para g=20 cm:

1,46 ≠ 1

Devido as considerações de cifras de algarismos verificaram-se resultados


diferentes, porém, muito aproximados.

n g b f G B m
1 12 54 9,82 1,5 7,9 -5,26
2 16 26,6 9,99 1,5 3,2 -2,13
3 20 20 10 1,5 2,2 -1,46

Tabela 1: os valores da distância objeto, distância imagem, distância focal, altura


do objeto, altura da imagem e ampliação.

4.4. Distância Focal pelo Método de Bessel

Obtem-se a distância focal da mesma lente utilizando o método de Bessel,


segundo a fórmula: f= (d2-e2)/4d.

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Dados:

d=60 cm

x1=32,6 cm

x2=32,4 cm

x3=31 cm

x4=33 cm

x5=32,6 cm

x6=32,8 cm

𝑒1 = |𝑥2 − 𝑥1 |=0,2 cm

𝑒2 = |𝑥4 − 𝑥3 |= 2 cm

𝑒3 = |𝑥5 − 𝑥6 |= 0,2 cm

Em seguida fez-se a média destes 3 valores que foi 0,8 cm. A média obtida
represente o “e”.

Com os valores já estabelecidos, substitui-se :

602 − 0,82
𝑓= = 14,99
4 . 60

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Dados:

d=60 cm

x1=44 cm

x2=43 cm

x3=45 cm

x4=43,5 cm

x5=43,7 cm

x6=44 cm

f1=+100 mm

f2=-200 mm

𝑒1 = |𝑥2 − 𝑥1 |=1 cm

𝑒2 = |𝑥4 − 𝑥3 |= 1,5 cm

𝑒3 = |𝑥5 − 𝑥6 |= 0,3 cm

Em seguida fez-se a média destes 3 valores que foi 0,93cm. A média obtida
represente o “e”.

Com os valores já estabelecidos, substitui-se :

0,932 − 1002
𝑓𝑠 = = −24,997
4 . 100

Em seguida, utilizou-se a fórmula:

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1 1 1
= +
𝑓𝑠 𝑓1 𝑓2

E substitui-se e obteve-se o resultado:

24,997 ≠ 20
Nota: A discrepância é entre os dois valores é pouca.

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5. CONCLUSÃO

No projetor a imagem obtida dependia muito da distância entre o objeto-lente. Se a


distância entre o objeto-lente fosse maior que o dobro da distância de f a imagem formada
seria real, invertida e menor, mas se a distância fosse menor que a distância f a imagem
seria virtual, direita e maior. O objeto num projetor deve ser colocado um pouco além da
distância focal da lente, pois assim a imagem formada será real e maior, tornando possível
a sua projeção em um anteparo, se a imagem fosse colocada em uma posição maior que o
dobro da distância focal, a imagem seria virtual e menor e a lente funcionaria como uma
lupa inviabilizando assim a projeção da imagem.

6. BIBLIOGRAFIA

o Método de Bessel. Disponível em: http://www.colegioweb.com.br/fisica/metodo-


de-bessel.html

15
o Estudo analítico - aumento linear. Disponível em:
http://efisica.if.usp.br/otica/basico/lentes/aumento/

o Apostila de física e ótica geométrica. Disponível em:


http://pt.scribd.com/doc/12402725/Apostila-de-Fisica-e-Optica-Geometric-A

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