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AULA
Avaliação com referência
a objetivos
Meta da aula
Apresentar a avaliação com
referência a objetivos.
objetivos
Pré-requisitos
Para melhor compreender esta aula, você
deverá ser capaz de distinguir os conceitos
de paradigma, e de paradigmas objetivista e
subjetivista, além de dominar as noções de
avaliação como medida apresentadas
nas aulas anteriores.
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impregnadas de metáforas próprias do jargão militar. De fato, o linguajar
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típico dos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e
da Guerra da Coréia (1950-1953), com palavras como objetivos, alvos,
operacionalização etc. translada-se e contamina a linguagem e as práticas
características do meio educacional escolar. Assim, não por acaso, ficavam
interditadas as formulações com uma linguagem por demais geral, como
neste exemplo apresentado por Popham (1977, p. 21): "Ao final do ano, o
estudante estará familiarizado com pontos importantes da literatura".
Há algo de errado neste exemplo? Em caso positivo, assinale com
um X o que você mudaria:
( ) “Ao final do ano.” Eu usaria a expressão: “Ao final do curso
ou do bimestre”.
( ) “o estudante estará familiarizado”. Neste caso, eu usaria “o
estudante deverá ser capaz de...”
( ) “pontos importantes da literatura”. Iria indicar quais pontos
são importantes.
Embora nada haja de errado no exemplo acima, para propósitos de
ensino e avaliação, em moldes tecnicistas, segundo a opinião de Popham
(1977, p. 23), tal exemplo, entretanto, deixa de ter utilidade ao não
apresentar um indicador específico para determinar se o objetivo foi ou
não atingido. Afinal, o estudante deverá estar familiarizado com quais
pontos importantes da literatura? A partir de que critérios tais pontos
são importantes?
OBJETIVIDADE E FIDEDIGNIDADE
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ATIVIDADE
RESPOSTA
Verbos de sentido restrito: Definir, exemplificar, avaliar, distinguir,
resumir, demonstrar.
Verbos de sentido amplo: Saber – compreender – acreditar
– discutir – perceber – explicar.
COMENTÁRIO
Os verbos de sentido restrito mantêm-se dentro de certos limites,
são, menos abrangentes. Assim, quando definimos alguma coisa,
estamos sendo precisos; quando exemplificamos, damos exemplos;
e quando avaliamos e diferenciamos estamos atribuindo valores e
estabelecendo diferenças.
Os verbos de sentido amplo, em contrapartida, tendem a ser
generosos, extensos, abundantes, propiciando interpretações
amplas, sem muita precisão. Como exemplo, vejamos o verbo
perceber. O que é perceber? Numa questão na qual se pede que
os alunos percebam o tipo de pincelada, por exemplo, em um
quadro do Portinari, ou a harmonia de uma música qualquer, o
que efetivamente queremos que os alunos expressem por escrito
ou oralmente? Tais verbos, como se pode ver, são pouco objetivos,
isto é, eles acabam permitindo que as representações dos sujeitos
sejam expressas.
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Landshere & Landshere (1974, p. 13), teriam começado com Bobbitt
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no início do século XX. Segundo eles, foi Bobbit quem pela primeira
vez propôs, mas sem grandes resultados, “um método formalizado
para formular objetivos”. Depois dele, o grande destaque é Ralf Tyler
(1978), que nos anos 40 definiu a avaliação como medida do alcance dos
objetivos do currículo. Porém, segundo Landshere & Landshere (1974),
é somente a partir das chamadas taxionomias de objetivos surgidas nos
anos 50, que se pode marcar definitivamente o início da racionalização e
sistematização da avaliação com referência a objetivos, abandonando-se
a avaliação como medida baseada na intuição, na sensibilidade e no bom
senso, como vimos no texto anterior, lembra-se?
A taxionomia de Bloom e equipe, publicada no Brasil em 1972, é a
primeira e, de fato, a mais notável e influente em nosso meio educacional.
Ela, sem dúvida, inspirou e influenciou a maioria das taxionomias
surgidas posteriormente, dentre as quais, por exemplo, as de Gagné-
Merrill, Gerlach e Sullivan, e De Block.
A pedagogia e a avaliação por objetivos, vale a pena dizer, não
resultam, todavia, do avanço do tecnicismo sobre o campo educacional.
Ambas devem ser entendidas como uma concepção de mundo, uma
atitude, um modo de pensar e gerenciar. Pedagogicamente, trata-se de
substituir a relação dual (professor – aluno) por uma relação triangular
(professor-objetivos-aluno) na qual os objetivos passam a ser critérios
centrais de formação e de avaliação.
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Descrição
Conhecimento (fato específico): esta categoria geral, a mais
básica, envolve os conhecimentos e situações das quais nos
lembramos, reconhecemos ou sabemos de cor.
Objetivos pedagógicos
Ser capaz de evocar fatos principais relativos a determinadas
culturas.
Ser capaz de adquirir informações acerca dos diversos
aspectos importantes da nutrição, por exemplo.
Ser capaz de evocar e reconhecer características de períodos
específicos.
Comportamento esperado
Apresentar informações de modo organizado e estruturado.
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primeira categoria, a meta do professor é medir/verificar/avaliar o que o alu-
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no conhece de memória, de cor, isto é, mnemonicamente. Por exemplo:
Conhecimento
Conhecimento de específicos
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Compreensão
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forma de linguagem com cuidado e precisão. É também a compreensão
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de gráficos e figuras.
Interpretação: Compreensão que subentende a reordenação,
redisposição ou nova visão da comunicação.
Extrapolação: Compreensão da extensão das direções ou
tendências para além dos dados fornecidos com o propósito de determinar
implicações, conseqüências, corolários, efeitos etc.; de acordo com as
condições descritas na comunicação original.
Aplicação
Análise
Síntese
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Avaliação
ATIVIDADE
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As questões correspondem, respectivamente, às categorias Conhecimento
(classificação e categoria), Aplicação e Compreensão (translação). Para
saber por que elas correspondem às categorias indicadas, recomendamos
que recorra à taxionomia apresentada anteriormente.
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RESUMO
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1. Como você pode definir a avaliação por objetivos?
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COMENTÁRIO
A avaliação por objetivos, ou, mais tecnicamente, avaliação com
referência a objetivos, pode ser definida como sendo a avaliação
que visa a determinar o alcance dos objetivos educacionais. Suas
origens epistemológicas encontram-se no positivismo e, mais
contemporaneamente, no empirismo lógico. São diversas as críticas
que podem ser feitas a essa modalidade de avaliação, a começar pelo
fato de limitar a formação a uma mecânica de eficácia pedagógica que
declina da subjetividade, praticamente desconsiderando/anulando os
próprios projetos dos sujeitos envolvidos.
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AUTO-AVALIAÇÃO
Havendo dúvidas, retorne ao texto quantas vezes for necessário, ou, então, recorra
ao seu tutor. Somente quando estiver bem seguro avance para a aula seguinte.
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