Você está na página 1de 232

' Digiiteed by Google

PERFEITO —
SOLDADO
POLITIC í'íff4'f^.’-‘S'f,t|.
>'<0,Í
-V<^ >
?•.'
'
•'.

*!• "Y V
'

MILITAR, v' ’ 1/^ * ^

DEDICADO '

A DOM HIERONYMO D ATTAIDE J#


Capitão General, 8c Governador dátArniat
do EftadodoBrazil, Conde d'Attoguia , Sc-
nhor de Vinhaez, Lomba, PaíTd,Sarnache,Pe- A*'
niche, Monforte , Cõmcndadortias Comen-
*%

das deSanâaMariadeAdaufe,VilIa -velha do


Rodão da^fdem de S.Bcnto, Mcftrc do •-
Campo General da Pfovincia
do Alente/o. A ^
IK\Í

COMTOSro TELLO VOCTO^IOAO .

de MedeirM Corrêa Auditor ^èraldoExercitodâ


mefma Tr$yincia.
Com atraducçãodo Regimento do Auditor gèral, do
Príncipe de Parma.

LISBOA.
ComJoddS áS Itcenfát ttees/ari/u^
Na OíBcina de Henrique Valete dc Oliveira^
*
Anno i^$ 9 . '
Digitized by Google
. ,


L. '•' U-**«.ir,'-Av
; )*.i;.\^
"N
OTT7’íir3‘I

/ \..JI

-
A3ÍTUO'i-
A ^ T m
! J I M
C t! \ A 0H C'

3 a!ATTA*a OlArAClUm uoà A.


. «íilín A êlb lübsfn iVüO ju ,
Íí v:,í !>0 ( K'j' ;> D .

>.tLí/C' 31 jí^i*b V‘. fi-') ),! *:< ..' í.: x> >
(

•-./''í j;i^í;.'ns 3 {t i. I,.!.íl ‘


X * \ . i
' . . . .
j _

’'

--'iOífjò'> 8 Kb*iolir.ha!>nõ') , uj •. . 1
*'*' '
,‘ 3 .i : 1

ob íidLiv j.r!:ii;/'ãj

•••. i._h
'
. V >tr ;

•,;.> ' ? '


?, V. ... ; • .Qr ,• >•
K .. 1 « « » . I i
.
« * » i U . . 1 . •- - * . .

úh oú •
,

v%.r*\.?:oT':5oa OA
*
i’:„ riV.lU'uíuT.- 1 • m 4. s.; V-. ) i
'
• .

-

.'.iVí i. »i'..r^ísU
0

tíb “ AilaA ot'- ir. ii ": :'l o^' é í, V! ' X; O


'{ 5^ '1
c:.ii-.^í

,/l o -í.a '


c i. .-.I ,

V/t.*bvííO ;tb J ojjpnn’-H i;b íiulJulJ


. •:}.<' f/i .
.

Digitized by Coogle
'3 <a
^
ío-ooíhoial
Perfeito foldado;
mais feguro o am-
paro noPerfeitoCa-
pitãorpor efta razão,
porque fendo o
aflumpto beilieo de neceillda-
de,lhé havia de bufcar hutn pro-
tetor heroico me refolvi a de-
,

dicar efte á peffoa de V. Excel-


lencía,de cujo valor virtude
feu maior ornato, com cé-
tirei
ção de reduzir a preceitOjO quê
viobrar a V.Excellencia, no tê-í-
po que governou as Armas na
Provincia rf^iras os ínòntèè,jcõ
tão gloriofos acertosí» :^e
tinguio a jurifdicçâoávariedái»
&
déda fortuna i a fogei|ou ads
;j ,
«Ui. effei-

Digitizecí by Google
efFqítòS^e füã refolu^ãoi^^Bem
,>í^^Teiorifcoaque me expiiz, em
^atápdepicfiiTaõ alhea-,mas cc“
-mo exercitei as letras entre as
•aritiasVa comunicação delias me
fer oufado: &
íe V.Excellencia
corroborar efte impulfo com a-
ceitaçâo da òfièrta que lhe faz
,

meu limitado engenho,não du-


-vido que adlpire a-maiores em-
p'enhos , pera çS quaes lhe tem
‘VAdExcdlencia , dado baftantè
maccria defpoisque paíTou a ef-
fa America,,; & afugentou delia
«s Inimigos defta Coroa-, &fe*
guindo a minha pena os pro-
greflbs dcíeu generofo animo,
cõfeguirá créditos de reconhe-
cida a mercê que sêpre me fez,
ainda qúe os não aequirade dil^
-i_ií j .creta
)y Google
creta por fuaín)pcrfei§ão,5Í^ n|
pGrquejnefalcem os, applauíbs
cGsmmús, pell^ agiideza,ow
lida dos cenfores, me divertirei
de tão devida obrigação por- :
,

que efta mefma penfaõ acom- ,


panha a felicidade da mais qua-.'
lificada fciencia:& com.q V;Ex-
^çellencia approve a lição', que * .

. deu a meus eftudos , fuppofto


que a nãoouçãocomomefmo
affeéfo os que não faõ,icapazes
de doífrinà : direi draeftnoique
aquelle celebre' Poeta Grego
Anthim*aco, quando defprezã-
do todos fua eloquência, o não
quiferão-ou.^ir & fópetfftiò
em o fazèr o' grande PratãóVde
cuja fingularidadeelle fe Jadou
. tanto, que profegiiio dizendo:
Ir
H 3 •.
" .
háfiàpr todos.% todos 08
Flfttko
Ceníbres,na minha opjnião, não
baftão pera bfFenderme-,fe opa-
trocinio de V. Excellencía to-
mar por fuà cota honrarmé, cu-
ja peíToã Ní Senhor guarde , &
'• prdfpere.Elvas o' i.dé Dezébro

^
^
de‘ 1655 .

€ratus hqnor mgiio fi ^rkciffptiljt.tfieri^


Cratior a Príncipe pofie U^i. ' .

t
I

r ‘ ** * ** J

. LICEí*.

Digitized by (^õogle
svM P

-
HUERONÍMVS M-TAUUiva^ pr^nc
mes OLIM ^^'TR^M0NTAN^
P^C .T^TIVS BRASI^
• /vvwpi /4rTAXIS."'S\í^-
illf’ .HíMÊtCaíf
.

Liceti^así

V Ifta a Informação ,
podcfe imprimir O livro eujô
titüio,Pfr/(J/o ptUêio^fír'flitiet militáf^kvaíaQt
o Uoftor loão de Medeiros Corrêa , defpois dc im*
prcflb tornará ao Confclhe pera fe conferir com o ori-
&
ginal. &
fe dar licença pera correr, dc (em cUa não cor-
rerá. Lisboa '5 .de Setembro de 1 6 5 6
Framifeo Cardofg PântâleSo Roís
deTorneo, ^
fachéco,
Diogo de Soufa, Fr. Pedro de ÁfagalbSes, *
* t
Lui$^Alvfre:^dnRoeh*,

P.
Odefe imprimir. Usboa 6 .dc Setembro dc 6 $ é.

'1 F,Biffod^Tárgé*
. j

Q
t
» . ,

Ve fe poíTa imprimir cftc livro, Perfeko foldado,


vidas as licenças do Ordioai^o, & S.Qfficio, dc
V impreirpcornará a c(íaMefa pera fe taxar. , dcfcmillb
não correrá. Lúboa,o i .dc FcTcrciro dc 657.
Fácheço. DiogBXMItftifloThemud»*
*
Fernando dc Mekttos df CurvAlhojâ»

E
,
^
Stàconforme còm feu^riginál. Lisboa mo Con*
uento dc S.Dòmingos.d-déMáyode 16.59;
Fr,G/drield4Syluâ:
~ ''

V
Pãcheco.
Ido cdarcopfocjne,póde correr. Lisboa
Mayodc’1650.
SoufA.
-
Pr.PjeiMAg.
• V V

Roehá,
'
• ‘
6.

CAfilbiu
dc
'

T Axãoefteliuro intitulado. Perfeito Soldkdo,


PoUtíca miíitArxm duzentos reis çm papel.Lií^
boa 8 .dc Mayo do 6 5 9.
^Attos* KMoMtiro, KMArèh^, Velbò.
^

Digitized by Google
PRGLÒGO. »

0M0o4 obraf ér doutrinas jtlhtOi daprefip'


i

faoâf quomastratta fjlão fogeitas á repre-


,

hcnçâo de muitos^ tom f ãz>Ão pòjSo recesr cen^


furátiejte aJfumptOticmLrAndoniet quepregu»

Jttiin. de M4-
" I

tadq Ar^tha I CMginefè, que lhe fareaaFor-


jeftate Princi. p)jítofop})0^qHe cm ft4 A friJeUfíC., do outros ir.fig-
a guetral
nesCkf iües dijcurlár* cc»i grande acerto fobre
«.31. ^7.70.
*o*
Refpondeo.Q^ muitos vtlhos loucos tinha ouvido fal-
ÍIÍ"*!
qut m mais lociiras,
^ ádirios diíTelTe , que FOfíiViãO^ lutgpnào frr grande
árroganciâique quem nao tinha experiencta da guerra, *tc
vira Exerctto,qui:^Jfe difcurfala diante de hum tão
vale*
' rojo Capitão, que tantos annos havia combatido com 0 Jm*
perto Rormno vencedor do inundo^
^ ^

Mofquera de Promettendo outro a Pjrro Rey dosEpyrotas darlhehuã .


fpondeo't
maravtlhofa ordempera formar ífquadroes? Re
rigiietoa de
Mílitai: difei
çlina. NáoncciffitQdcMcfttcdcCamjLOtal » cujas orelhas
gucrra.ícw
nunqua forão atroadas com atamboresde
conheço fer 0 aJ?umpto alheo de minha profijjaoi
mas come
as letr.as Jeyão may do ufo d^ armas ,
que com a lição de ta*

r'-rtfp tos livros arte militar a >nméndão, como em tantos ti-


còd.isum^ tulos oc 7urifconfuítos e/crevéraotér de
Hemero conta E*
Hano,que uao havcndo ufado as armas , mas fomente
a* U*
Teirus Greer
Ejquadra»
Sjnta jur.tf. tyos,foio quçmelhor entendeodefoimarhum
Iii.i9.f.i.vr2.
Jliaela tao eBimada de Alexandre
Mag.
too, que ao entrar das batalhas a mandava ter. Bajiantt
difculpa he de minha empre:ça , 0 pojío que hoje oceufo, a
lição dos livros, que nejle Trattado fe
verão copiados,
allegados,ér a praVica,é‘ cemmunicaçao
que tenho ha al-
guns annot com homens experimentados na guerra , • &
dos^ encargos no cf-
defejir apfoveitér 0 tempo, que mefica

fido, et» udltdadeda patria,
nao fe poderá d?t^r pot mim.
' - ' jPROLOÕO.
mue mevtetti em alhea-faculdadeyfoü multo menos frofrU
• ncddquelleSyque focem a expertenciafem adorno da/fcte^
€tas fe contentio.Foi Locitlo hum dos melhores Capitae^do

Jeu tempo peüo que ejiudou no caminho , quefe:^quandq


t
emprendeo a guerra cofifrací^íetridates y lendo muito dte
guerras pajfadas', Efiat ra:^ens me der ao oufadta pera in-'
tentar formar htirn perfeito foldado
^
qne pera o pj^efente
, tempo parece empre&a necejfarta'(^ vay em Itngoa mater-
na: porque efcrevo fo pera òs nojfes Portuguejes^ deaue fe
eompoema nofo felictfimo Ex$rato com b maifcl^o , ^
^tlloque pude, tomando por trabalho moHrarlherttn^éC
brevidade pofstz eí,a qt/t por"lantos' livros
eÉuconfüfo, ^
efpalhado:é'quandò_efeméuz,elom'ereçfãfguptdfpiaujj^y .


eonfiadamentefatraÕ a tuzi out/as curiofdades,em queem^
preguei o tepo nct ociofidade dipá:^ fervindòrne entretan-
to ultimamente dtdejoulpafaherjeique o Émper adorara-é
jano fendo deaigr.ou de encarregar afeumeftre Plutarçho
efcrevefe o livro da fua 'p0t uaief rtv^salufio a Cejar
dá or ações pera ordeharpemfuaPiçpüblicaylfocrates u2{i-
^oetes, Sinel^ioaá I mperador oír^adio, Marttnho Bifpo
trances a Mjro Rey Godo: o mefmoajfumptofeguirao/Jt- '

'doro jipodinar Sifpb dé ^IbjèrntayS d^ílo thpmaaunp Ipyro


que efcrevgo do governo ^ Príncipes : o mefmo fegu^ão
OfiftoMaAana,ttjtà,fièrÍholameo,Phelípper ocultoluf- -

tolipJio,& o Céti<lndBeUapminOy^^tros,E eu pojfd,^ com

praSitca mtlítafy farjtlrfy^m^ i^e^gry ador^


maaes valerofos Capttees ,^foVda
fotaaí

^ ZO ?
Valete.
•; •
. iiJ

V .V. qijt
1' L". tl «q ü ii-lfiSI-

Digi;..
é

AO DOCTOR lOAM DE MEDEIROS*


Corrca do Dcícmbargo dc Sj^Màgcftadc, Aiithot
do Perfeito Toldado.

*
#
Em eottfíd^rkçM d4s paUhrás do Emp£r»dor Ivfiinhndi
9omq»€ dk primifioiuinfiitmçoens eiveis Impcratoril
Magcftatcm nõ folum anriis dccoraum,fed ctianv '

IcgibusoportetcíTeaçinauai.

SONETO.
H Ouve atè agora Pallas,não ajrmada,
Havia armada Palfts atè agora,
Hua fempre das Armas protetora.
Outra fcniprc na^s letras invocada.

^

Porem defpois que as Icys dão Icys á cfpada»


E difcipulo Marte a Phjebo adora, .

^ A que prefide as letras vencedora, ,


• ElTa prefide as lides defarmadá. • >


TufiS almperatoria Magcftade, *
^

Dc quem, fabio jurifta, as leys penetras»


Deftro foldado de preceitos armas. ’ *

.
Logrou em fim.oCefar a vontade, •

Pois lhe enfinas armas com as letras,


m
Pois lhe adornas as letras com as armas.
• , -DoStor Antonio Barbo:^ BaceUáK

DE ANTONIO DA FONSECA SOARES.


AUudindo of PsUbras deiu/tianox Imperatoriana Ma*
&c.

'
SONETO.
E & letras dodamente unida
I
I
^3 A armas,
(prça,& arte nos promete agota,
Pcllas*letras a efpada vencedora,
( Pdlas armas a pena engrandecida.
EAa
Digitized by Googlé


Ifta gloriofajaquellã nlo vencida .

Será de eternos lauros acrccdora,


A
cfpada a rricfma fannfl devedora,
Da mermaenveja a pena encarecida. '

Pois por vòs,Mincrva,& Marte ordena,


í’e

Qnca patria(o Vatãoíabio^hcroicanfcnte '

Fique de armas, & letras illuftrada.


Ratão hefe equivoque juntamente '

Toda a gloria das armas pera a pena, ,


Todo o aecrto das letras pera a efpada. '

2)E A NTONiq DE SINEIRA PESTANA


Vedor gersl àefie Exercito de AletríejoyCevelleiropro-.
. fej^ de Ordem de Chriffc, ao Author, ;

S Y L V A..
'
• •
V.
I
A EÜnee Xcnophome aftmamente' •

JL/ Vil Principe excelente.


Pera que otro lo imitte,
Que quando k> conliga, o facilite
Aliadas de Homero ~ . ‘

/ j ;
*
.

• Al mií mo intento conftroyòpriméro, •



Y
avrá con cíTo fu clegancia dado
Más gloria a Ciro, qucál comuneftada -
Pefo tu dofta.y belicoft pluma,
Oy introduze cncíVáhctbica' fuma, v
'
'
\ .
C;.
Nuc vo exemplar en el Marcial objeâ'ô à

>
Pcunfoldadopeffeao, . ^ i
^ .

Tai,que filosdcícos de ipaí^gr^,


Igualan la dcílreza de copiarle, »
. :

Harás con tu doílrina '



r.i
•Anticipar al Afía la rnina, •
.

Rcndirfclos impérios más reníotos,*' ’

Y los Reyes,y Régulos ignotOs -i

ObfciiccerdcNumasi&Pompcôi, f.p
"
.Ccfareí,yAlcxandroslos.T^pli«)5j; i -;' V
i

.* *

Porque con tus pregcptç*,y leciones


'
Serán los Portug,uezcs Efqaxdronei. '

, DefenfadeU Pa^riai^dujee abrigo


DcTyranos,yèarbaroseaftigo,; r..''
Terror dc^op Newçalesi » /, .
I
Efcucla^p|Eaíi)Ups*y Anníbalcs,; < ; . •
,

Y de tu nombre,yfoma relatores '


,

Sus progreflbs,h3zanas,y v^ores, ;

PO vovro^ ,SIMAO, íilSElRO CIR 4 O


. 4» Kyíuthor,

'^
.
^
. .V- -p-E-CI4d!A,
Neftc poli^içò çftado : i
.
1

* '
Militar, quedos pintais,

Mais perfeito, vos mpftrais, / ; . "”.f
Que o mais Perfeito ípldado. .[

As mãos ambas fe tem dado


'
* ^Sufpcnfoomefmo Mavotte)
Minerva, & Palias de forte, v. ,.l ít..-

vòs aqui fc encerra .. 'A


• Qü?
TodaapoÍliciada’gucrra,
* XodpopoUidoda Corte, .

5-^ií . éJ

VO PITAÓ 'mtGVEL iorBLHO, D E CARVALHO


'
C*va,Ueiro h*bitade chriflo Secreuno do
EfCceUentijStmo fenhor deJ(jXtá,, r j.

DECIMA.
. 'íi .
,
-

O como cn gal4e4a aociprt. . : ,t!í ;/) : i .

Culto Medc iros penetras*', r-

Q^ecinen célicas Jciaas


A clarifico pendonj
Loslibros Íií) objccion r ..

En una,y.cn pwa^arte, ^
r /í'!0

y con ppnn»^, cj EüaudattCi :r./i A íJí-í :)

Moftran-
Digitized by Googk.’
!

3
Moftfairdoín circos doradó^ ^ : K
Marte, y Minerva abraçados,
Lidiando Mincrva.y Marte.
DEClMAS AO AFTHpM, .

De la milicia cl primor '

,
I

Nos proponcis con tal arte,


Que hiziftcs aLmiímo Marte
. Licurgolcgiflador,
Tan elegante c/criptor, ’
,
'
^
Tan polidô,ytandifcrcto, . ;
.
'

Que cn vucftro mifmofugcto


Sc mira vivo, y pintado,
.4 í
El màs Pcrfefto foldado, • ''
.

El eferiptor màspcrfcfto. - i
' '

-
*
Politica Militar
' 1
Enfenaisoy portal modo, ' ;V’ •

Que folo vòs dais cn todo,. ' •

Muchoa todos que embidiar *'•


'
Viendo queos haze volar ’

. Laplumadc vucílramacô r-
• '

A ípirito foberano, .
,
^

De mil alabanças digno,


Piics hablais como divino - • -
En lo que eferevis humano. v.

SirnSo Je7(Í7d. i
claríssimo DD. lOANNI DE MEDElRO»
Corrêa hujus operis Authori. *

epigrama. ^ -

E

n opm ingtnity genio re notábile ftngtt
G'9Ú4 Ljfia 6 kM,tlelfUiim thjijs.

f^nfia úln Mtdeires prgmU jungis


^ r 5

Vel ietitycalami ielydçcutntntn gtrási


Q^«d caUmus nuptryCitmulm jlorum tnmhus txtat
K
.Í.3
£ iUms imfifUüum quodfutf Antiydetor,
H-.,
Delinealiat,

INDI-
82 . 2 7
3

índice CAPITÜLÔá^Joy E
neftclivrpfeconterí..
;

Relu$o I xb4 ^tt^rd,^fef^pfincipioSif$l.x^


RfiMh Dq 4crfifo, &}uftiçA çofff ^uefe Jevf *
4
*
em^render aguefrd>£ol. 3 '
/ , . .

frdudio 3 Da nabrelU das. Armas y


,
et Iftrâslé* ffmpefm
Vencia defioí duas fàc.uldade 3
yfol. 7 ^
^
nr V { -

Cdp. 1 .^nalidades de hum GtneraUque


ha de ffrvernar áe
* - '
Armoi,fol.^^ ,

Çap. 2 ,Da ex^eriençÍ4 que


deve ter,fol^ 1 ,
Çap. I .Do en^^hoy^tndufiria co
quefe deue 0 rnar,fo. 1 ,
Ça^.A.Do vigoryetdUçridadeyfêlX 6 ,

Çap. 5 .Pa prejle^y(t celeridade co deve eseeeutati •


f 1 ,
Çap. 6 Da magnanimidade ,»
,

jdotadoyfoi.iS^
^
esforço de que deve fêr

Çap.yPq temperança,^ ahftirseneta de f deve t*fart f-l% '

Çap. 8 .Pa afabilidade pera (om todosjol, 2 a. r


Çap. 9 Po exemplo,
Çap, I o .
^ qsfampqderofo fqatfoly 24,
Da prudência, &provide»eiA íefèugpvernoyf.z 7^
Çap.i i.Da fortuna,^feüeidadeyfof, 29 ,
Çap. 1 .Corno deve tomar cqnfelho^ 4e quem,, que ff *h '

fas,(t qual devefer, foi >?r .

Çap.i 3 .Dareputaçao,ejrauihoridade,fo l.i 4 ,


Cap.JA' 'Oalufiiça,que deve guardarfàl. 36 ,' ,

'*
Çap,i^.T>oJigredo,que deve obfervar, ércomo na guerra •'

deve confiderar os tempos, foi. J 7 .


Çap, 1 6 , Se conve limitar lhe os poderes aos Generaes,/. 40
Çap.\ 7 ^Se convem dar appeUaçaodos feitos,eè’caufas,cri^
mes , qne 0 i^Mefire de Campo Generalfentencéa com q
4
uditor geral do ExercitOyfol.a. 2 ,
. Çap, 1 4’f convem ao Prinçipe poandar devajfar dos Ge*
.

neraes,(t Cabos do Exe.rífiito,fol.j^%


'
Çap,i 9 ,l((ofmmxqve.piÍf^psirfeubraço/ol.}.u
' l' i C- Çap,l9y t

pigítized by Coogle
. . 6 . ,

I^NíD E’X;
^á^.to.Se coftve fer perpetuo ^ou trierul ue governo,
f.$ J
C*p. 11. Se convem, que fejã nátural do Rejno
fe ejiráu^
,

,
geiro/ol.^7.
Cap, 2 i.Se governará melhor co brádura,fe cÕ rigor,f. 1
Ca. 21. Sefera melhor pera ogoverno o rico.fe opobre,f.6/^,
Cap.iAf.Sefera melhor pera General o tlluíire ,fe o d$ hu-
mildefamília, foi. 67.
‘Cap.z^.Seferá melhor velho,fe mancebo,fol.yi, ;

Cap. 26. Se convemfeja eloquentefol


7Ç .

Cap. 17. Se he melhor vencer em batalha,ou campo aberto,


'
Je expugnandoJortale:(as,Jol. 7 5
Cap. i%.Se lhe he licito ujá,r dc eíiartagemas,fol.76,
Cap.H). Se eJlÁ obrigado aguardar
fé aolnimigofl. 80.
Cap.i o. Se Ihe^ convem mah efperar 0 Inimigo na proptUa
terr a,ou Jaírlhe ao encontro pera pelejar,
fel. 83.
Cap. 31, Se ao tempo de accometer feri melhor fa!^llo com
eJlrondo,ou efperar caUadoo impelo do Inimigo,felA7.
Cap. 3 z. Se convem obrigar 0 Inimigo com bq ni termos, d*
com fofrimento,fol. 88.
Cap. 3 3. Se he bom femear difcordias entre os Inimigos,,
• pera maU facilmente os render,foi. 90.
Cap. 3 4. Se convem,que 0 Frincipe afijla pefoalmente na
gt*erra,fol.^z.
^*P\ i^>Se convem as letras pera a guerra,fol.çó.
Cap. 3 6. Se he mais necefa ria pera
ouerra a Infantaria,
a
Je a CavallarUfol.i)^. *
Cap. 37. Se he melhor ter mais jirmadas,fe mais
Exer ei-
tos,fol.ioz.
Cap. i%.Sehe melhor ter Exércitos numero
^ medio,
fos, fe
cres,foi. 10^.
Cap.3<).Se deve e(colher os fildados do campo,
fe das Ci.
d ades.foi. 108.
Cap.^o.^^tam honrofas fejao as feridas aequiridas na
guerra,fil.\\o. çao.r^i.
1

^^/'^í.O»íprimi(fSyes^ígôSté‘^erdoes dos foldâJos^.ii^


^*P-^í>Dos privilégios dos joldad»s,foí.xi$.
Cáf.^l.Doj edfês que nx milicia. tem pe^&x expitdlyf, 1 g,
^*f‘A^\.Oos Cdfds que nd mitieidtem penx arhitirdrtdx
nio Sdpitdl poT ujo,(^ coJfume,fol. 12^.
^
Cêp.^^.^Udm MetejfdridJejd
d prefieTd ft d execucSo def»
tdS pens,fol.ii2,
Cdp A-6.D0S quefogem ddCdmpdnhd, oufe entreoSo ao fnh
• mtgotfol.iiò, V

Cdp.^ 7 .D§ quetiotregd do luimigo o lugdr^ ou fortdlex,d^


que eftu d feu eergo^fol. 141 .

C,gp.if%.Ddimportdmiddxsfentinelldsfol.\\i. '

C^-49* qftecdtivdondguerrdt& dereito do poflimi-^


^

Cdp.so.Emque Ce dpontdo os tdfos em que


fe goT^ dê
^
pofliminiêfol. 149.
Cdp.^ \.Se oprefioneiro que prometteo prepo eefto por feto
refgdte ficd ohrigsdo 4 pdgdllo,fot. 151.
Cdp.^i.Dos Embatxddores^fol.l^j^.
Cdp.^l.OdSpeffodS quefe devem efcolher per d Embdixd*
doreSyfjr modo tom que fe devem dver em fudS Embai-
xddasfol. I $6.
Qdp. 5 4. Í(T convem do foldado ufar de gdlldSyprdtdy ou»
rpfol.iSi.
Cap. De dlgids ddverteneus em ^ral perd governa»
d ores de Exércitos foi, 165.
Cap. ^6. B ultimo de alguns documentos pera os foldadoSt
fl. 169.
Regimeutodo Auditor gtraUfoi. 175 ,

.4'

"*
5^,
>í OV*. t - '

VVv? ’*
•;'íV\ ‘•'V*, ‘t

.( f PREr
PRELUDIO
PRIMEIRO.
#

DA GUERRA,E SEUS
princípios.

OMO o homem feja o mais iniaífo


ele todos os animacs, por nâoefta»

rem feguros hús dos outros fe in-


ventàram as armas pira propulTara
malicia com a força , fe fe confer-
var a innocencia, Sç. liberdade: efte
^ foi Teu principio, fe o não teve
no Inferno pciu cahida daquellas primeiFai luzes io«
'

^
icllcftuacs; dizem que forão feus Uiventorcs Publio
Rutilio; outros dizem foi inyçniadVa MUicia por R.o-
mulo.logo qüc edificou R^ma , elegendo mil homes i

os mais fortes; & daquçllc de i^iíi derivou z


'

JMUicia. Grandes faõ os hòf rõre^dá ^erri} : porque íc - •


T
- hc
interior, hc febre ardçnte.que ^brafa o eftado;fc ex-
^terior,lheabrcas ycas por oqde fe derrama o-íângue
das riquezas, fe exalão as forças, ^
os crpiritos. por fçf . ,

'húa violência oppoftaà razão, & á natureza, & fim do


' ^
'

^iilpÍDcm,
-
~
a quem creou Deos a fua
r.
i
^ .
. . :
íf •

DigilizM b ; C^oOgU
I

*
% PerfeitoSoldado^
L *>í'^'‘’®7‘^7' tuindolhc rc« poder fobrc as coufas, naopcra asdc(l
iííi». :r..
'
0 f»o»Çí»V-S pera^as confc.rvar;nao o crcou pera a guerra,
-

'
\Tg!onSái fcnao pera a paz,não perao furor^/enão pera a manfi-
'
omnes triinie- nafcco.fcm atmascoit) quç fcrir,nem pellc
' uni^quiUbct dur coni ^ue Ic dcfcndcr» tão ncccífirado dc govcmo,
.1

ict^io aíl^cncia, (?ircnfinodeoutrerft, qyeainda já crefeido


' au^nònindil nâbf ó^e vivi^c fcm .Uiddftria aliieaj ^ pcra.confcrvar
i
gcrctcoinnuu
nionccunial-
corrc fpondencia
r
repanio
r as coufas, pondo cm cada
r>. r -
i
tcranóhabmf rcgiãoodc quc a outra ncccílitava. Dclcompocmíc cQ
huic a guerra a ordem, & armenia das Rèpublic5s:a religião
vcfoolci abü- moda,'a juíliça fcpcrtrrba, as Icys obedecem , ^-a
,

buãr'|ii 3 c
,vulVn-»iíadt,'S?'|?arcrKlco1e confundcm,asartcs fc eíque-
ccm,alavcura fc pcrdc,o comercio í'e rctira,as Cidades
titudiue^picu-

domUiios (eaUcrâoinafccoem fímaguer-


lovbertatca- fc dcftroé,os
bundatet tm-
cobiçadc rcviiar, &enriqucccr,como dizSaluftio.
âuum.vtLum, j
^ n „ •

com tudocÍTCS, &


,

iibdeteit. Não offciidcm outros horrores,


KÍtAumJ <iuc pudêramos apontar , os maravilhofos efFeitosda
dit, qiiod iiia guerra , quando a neceíTidadc tira a publico feu cxcr-
“omaiumK ,
pois por clla fc rcfiftcm , & domão as violcnciâs
cicio
gtatiaífibi íi-
foberbos tyrannos,
jjc &
fe confegueo foíTegoda Re-

dillS' kÍix ligião,o pretniodas virtudcs,ocaíligodos vidos,o cul-


cfijúaac iinr.
todajuíUça, & fiiulmente dcUa nafee a cftabcUidadc
l»rrcrtí/«/í». dos Imperios,& faude publica.

Verdade ^yí*,‘quc fenão hão de tomar as armas Ct»


u Fi não quando não ha outro remedio. Conta Picrio Va-
,

^Itt^aUrÃêb^
Icriano, que os Romanos prin\eiro,q moveíTcm guer-
lo. ca, pera juftificaçâo delia mandauão hum Carneiro por

ílyh
animal pacificador aos termos , & confins daquellcs,q
l.abeicíiebcc^ dcclaravão por Inimigos,dãdoaentéder,qaíTim como
ift neceffitas. O Cameiio, anioul benigno, irritado fc vingaua.aíTim o
t^ut u^’
o modo com qdcnnuncia vão a guerra,
farião delle 5 ;&
SeíTún? ficta ' cra^fcgundo Aulo Gellio ) diante de tres teílemunhas
eiimí m nòs côfins do Inimigo hüa lança toftadachfla
'X. tfC

ogie
-

de fanguc: Sc nas Divinas letras Tc lé.quc mãdava Deos Kí/ü*», ^ttr


aos feus,que não cxecutaflcm os rigores da guerra, fem
oíFcreccrcm primeiro condiçoés da paz. Com elU fc
fortalece, &
fertiliza a felicidade dos Heynosj com a
concordia crcfccm ás coufas pequenas, com adifeor^
mui grandes fedcsfazem.E por iíTb repetia Mar-
dia, as
coAgrippa,que com a paz, fc fez ditofo,& bem quifto
com todos, & fe deve procurar telU com as gentes, Sc
guerra com os vicios : porque cfta ha de nafccc da ne-.
^
. cccidade,&aquclladodcfejo.
* -
- * •*

PRELUDIO IX
*
%

Doder€Íto,^ju0if0Comm^
devencèitar, ^ emprender
0guerm:^

H .
e muito pera confidcrai.em hfia bem ordena-^,
da Republica, a juiliça , que de. fua parte tem,'
aífim pera mover a gucrra,como pera a deixar:
& fópcracftccffcito tinhão os RomanoscertosMinif-
tros deputados,^ que chamavio Fcciahcs. Duas
• '

'
^

^
'•
.
•.

i :
'

ushade peleja ,.búa pordifputa , outi;;mpoç


bc própria dos animacsj aqujcUa 4^ tiomens : nãp
fendo a cada hum licito ufar de rcu4crciiotipeÜa;partC|
^ »

^
^
!

».

contraria não conhecer fua- juftiça fc recoxre! ás.ari* .


,
mas.FigpçavIqiíloosantigos PocusfioScotauroC;:hji^ «. .
ípn, meio homem, &.me io cavallp, 4an4Qp
9 Aehill^s, pera moftraç ,<^ 6 0 bqm Ê^ppípejU^ip
, .

^
ha de ufar do^ cqi>felho fdç homem > ^ jie.^oiMsçs^


Àa^ tes

D:gitized by Gí--)gU
I

jjy Pt£RF«W*0 SòtbADO^


tfs do animo ; mas que tambem ha de cftar inftmidò
nas forças, & armas porque cftas não faõ injiiílas con-
:

tra aqucllcs, que não obedecem ára2ão: & como di-


T^utar. in a. zia Sipião.fc ha de aver como o Medico, que nes ma-
fcO, grandes ufa do ferro. Pertendefe a guerra pera lo-
les
Dl
Dei
Clyitate
IJ>. 9.
grar a paz; &
como diz Sanfto Agoftinho, até da guer-
tapit.7. Cap,
1
ra jufta nàfcem grandes males & certos dercitos, que
,

Jíc/i 2;. 9.
.
faõ licitos aftiva , & paíTivamente, cemo hc queimar
^

i,^iUc.2!n!6. fcàrasjdesfazer cafas, fazerprefasnoshomens, ^ nos


gados, que he grande miferia pera os povos , que o pa-
PtMtir.i. decem. Com tudo fempre a guerra fe ha de preferir
á paz , torpe, & infame; inventou odercito das gentes
aguçrrajuftatomcfmoDcos mandou aos de Ifracl»
fizeflem guerra aos Amorreos donde diffc Sanfto A-
,

Epifi.i.tíío. goftinhOjqucfcnãocuidaíTejqueaqucilcs que íeguião


a guerra , não crão eíHmados de Deos : porque David
tão feu aceito, & o Centurião, cuja fe por diyino tene-
munhofe exalta, & outros muitos Sanétosfeguiram a
niilicia.

fe dizer guerra jufta, deve ferem primeiro lu-


fltuT.ix-q gar dennunciáda ,& accira pello Príncipe fupremo,
que tem , dereito arbítrio da paz , &
da guerra , a qual
fiin.c4p.7*-^^não pode em prender peflba particular a razão hc, ;

porque judicialmentc pode fer ouvida febre feu dc-


rcito: & feria crimede lefa mngeftade ufardefeu po-
X. »nU*. c»L quem de dereito realmcmc o lião tem pois a nin- :

««//Zm.** guem hc concedido moveras armas fem licença do


Príncipe. Por cfta razão julgava Catão, que fe avia
Mte ta tap.

T

]nimigo, Ccfat , &
mandar rccolhcro
yhtlãteh, u»
fateM.
exercito por ter movido guerra na GalHa , fem li-
,

cença do povo j porque naqucllc tempo nopovoefta-


va o arbítrio delia. E,como conta Livio decretou o Se^
»

pado, que os Tribunos — ^s ^dados conimunicaíTcm
-
e P0L.ITICA MILITAR.' 5
80 povo as guerras, que fc avião de mover aos Vcyos,
& Prcncftos. Comtudo algüas vezes fem licença do
Príncipe fe premiria ou cm fua aufencia , ou avendo
,

perigo na tardança, principalmcntc quando fc trata da . ..

guerra defenfiva^ que hc dedereito natural, que ncfte Be'iH/sim7 ,rC.


*ca’fo,não sò lac licito evitar a injuria, mas vingallarpor-
7t‘cfãm‘*LGe
que fc não pode dizer exceder o moderamen da de- nerallter Cei,

fenfa quem de outro modo não pòde evitar o peri-


,

Eo que fc toma cm tal guerra, fica de quem o tor.ç.fi^ro de.

toma: porque fcaquclle ,quc não livrou da injuria o ^fr7»dlm.c7p.


companhciro,podendo,tão culpad]^ fica, como aqucl- v>íhszi. q.z.

le que lha fez, o mcírno fc entende no que não acode


pello feu Ptincipe. Grande louvor mcrcceo Scipião (^-no^infe-
rente 2 ;. 2*
Kafica, que por própria authoridadc fazendofe Capi-
tão derrotou a TybcricoGri^co,que, con® diz Ciccr Valer. MaX^
ro, na paz fe obedece ao coftiimc, & na guerra %o l.

provoito.
^
Sãoascaufasda jufiigiferra defender a própria ter-
ra, <?cImpério, çompanhciros.amigos.ou fizcndaipor-
quchcdcdcrcitt^naturala drfenfa, ainda*nos p.micu-
í.ircs. Tambcni he jufta caufa pera movella, pretender cap: jup,-m:
recuperar as coufasqucinjiiftamcnte o ininvffo retém; 9. 2-
*
I- foYtttudoíum
ou pera que nos entreguem os a uthbr cs de algum dam-
I I

d^chus feqq.
no, ou injuria pera ferem cafiieidos, fe a tal injuria foi 9- '•

Icita per coníclno prwado. Deite modo moveo David tat.fpeiut.n.


guerra, morto Saul.a feu filho, q pretendia tom.irUie o
Heyno de Ifracl, que Deos pello Profeta Samuel lhe ti-
Cap.l de m.
nha entregue. E Romulodcfte mcfmo utodo Fez guer- in 6 .
ra aos de Albania j?cllo feu DjéladorCluoJio nãq que- 2. Re
Dionijf. AüAt
rar entregares roubo5,quc lhetinha feitos, nem os au- nas l.

thorcsdclles:o mcfmo David fez guerra aos Amonitas,


pella injuria feita a feus Embaix^dorc^. Também fc diz
guerra jufta, quando algum Pripeipe não quer daje
pafTA^
'

6 Per FEiT 0 SoLD ADO^


palTjgcm outro por fuas terras não lhe prciudlean-
a
do; porque hc obrigado a dalla pcllo dercito da huma-
na fociedade. Por cfta caufa fizerão os Ifraclitas guer-
ra aos Amorreos: finalmcnte contra os rebeldes hc

Ji KntrtÂn.
tambem jufta caufa da gnerra : porque cometem grave
t-4^. l‘3. C4/>, injuria contra Deos contra o Principe como diz
,

jimthor$tati
S.Paulo, o qualdiffe a Sam ucl ( a quem o povo pedia
55" 7- (»J>'
Scirt y«i, 23. defprefaõnãcj mas a mim: porque
outro Rey)não te
não reyncfobrecllc'; & neftes termos não-fcpódc iOo
Ca^. Ol'm. 0
chamar guerra, ncmclles propriamente inimigos; mas
ffimtiro de fomente cxecução^a junWi^ão » nem he necelfaria
rtfl Jptl.
TeJhtMtre ff. authoridade do Principe ;
mas fó daquelle , que tem
TI» y\ni. poder, &mancTo^
O que fc culpa com ra2^o na guerra
hc o dcfc|o de
,

damnoya crueldade da vingança, o animo Ictigio-


fa^cr
jilág.hb 22 .cZ fo,& impbcaucí,a fereza da rebelião, ^ & a cobiça do
tTd f.tuTi.C.tp
74.ifc(;noccnHi fenhorio, coiflo drz Sanflo ^goftinho, que preceden-
cupiditas ulcir
cendi crudeii.
do as condiçõesápontadas rComo dizemos Thcolo-
tas inipaca- gos,afaber,^uthoridadcrcgitima caufa baííante, boa
,

tus.atq impla
cabilisaninuis
intcnção^ &
modo-conrenienre, não'ha q cftranhar, fc
fecitas rcbcl- não cfpcrar 0 Principe, q Deos olhara por fua caufa.
landi. Libido
dominãdi & ,
Seguefe daqoiV <iue nâO‘tcm- os rebeldes , nem go-
n qux fimilia zão dos deríitos da guerra » nem do PofílimÍHÍo, nem
/iint qii* in
bello jutccuU podem fazer prefasr porque não faõ legitimos inimi-
,

panriit.
Martj. lib. a.
gos; nem os piraras, &
ladroes aequirem o dominio das
t*p. Ga. coufas,qtomão,comocni outro lugar diremos. Com
yernaderQhr.
tudo hc licito ao Principe ufar contra cllcs dos ditos
Jnfré.tap.^-f.
^rgMm.Ug.%. dcrcitos,& ainda com mais crucldade;porquc hc a re-
belião tão odiofa que não devem qs tacs ficar de me-
,
tiatar.
lhor condição, que os legitimos inimigos; donde difTc
PhUlip. 5‘ Ciccro,q nâo cra licito mandar Embaixadores a Mar-
CO Antonio,.nem rogaiocom palavras, mas reduzilo a
obediência como rigor das armas.

• FRE-
(V'
PRELtrOlO III.

D» Nobreza das Armas, & letras


compeíencid delias duas ,

faculdades.

N Aõ confiftc a verdadeira nobreza^


dc quçpays fomos filhosjnlas de que obras fo-
mospays: & o certo he que nunca foi baixo,
,

quem as executou grandcs,ncru grande aquellc,que as


ttfve vís; & como diz São João Chryíbftomo, mclhoc
cm fc fabcc

tom. i./>. r.7.

nos efiá honrareníe dc nòs os parentes, que nós dclles.


Por cila razão ti verão pera fi os Sthoicos, que a nobre-
za fó cia viitudc naíci.i : Definífe 5 Húa qualidade, qnc ,

docfplcndor doíàng*oc,quctcm feus princípios


.nafee
na oriícm illuílrada de virtudes, &louvavcis coftimie?,
vindo a fer, como diz Boccio.büa obrigação herdada
.
para não degenerar , a qual ferve dc cílimulo aos bem
nafcidos,como à^Alcxandrc o nome de Phelipe, a glo-
ria do maior Africano, ao menor Scipião, a fama dc J u- t«*/Hncas&
.lio Cefar a Oílaviano; aíTim excitava Eneas a feu filho
Afeanio. Refere Valerio Máximo, que coüumavão os
Romanos cm feus convites cantar por cfta razão, os
dc feus antepaflados? cora o que fe cxcitavão os
feitos
Camillos, Seipiões , Fabricios, Marccllos, & Fábios.
\ Conta Leonardo Aritino nas obras que/ez das coufas
dc feu tempo , que conhefcco hum mancfbo, o qual

,
tilando prefo, tinha na cafadonde dormia, o retrato do .

grande Pocu Francifeo Pctrarcha, & olhando peta cl^c


A4 'fc
8' ,Per FEITO Soldado^ -

*. fccxcit.iva em eíludos.,0 quarto Rcy dcPoIIoi


fciis

nia Dokíl lo, trazia ao peiccço hum rctrarodcfcu pay,


& quando avi a dc rcíoivcr algum negocio gravc,bei-
jandoü, dizia:. Não permita Dco«,quc eu faça coiifa in.
d=gna dc voílò real fanguc, pofque o defeito defte, com
cuniun. a virtude , & meiccimtmo íe tccupcra , como difle
*

n b'^MÍs cue
hii. & ir.etitú Aqucllc quccom «s vícios fc afea perde a nobrefã,
comodillca mcím i Sabicioria. Sabido pois que coufa
r^X qui'cít
tt qnaiis non fcja nobrclb, up}. ondo fcr a aequirida porproprio va-
(

vnde íatm.&í
mab cflÍ4)i3d;i,que a do fanguc, entra a qucfiáo def-
t.Ktgf.ff.ii
Prclttdio lòbrc a nobre fa das Armas , Letras, & &
Quitorcmmt prcfcrcncia dcib5,dc quc trataram Caflfjnco, Boba- &
dilha,i^ novamente o Doutor João Pinto Ribeiro, cu-
Hopiniãonãorcg,uiinos.*poiqpcHas armas & exerfi'- ,
/4 ȒT
cio dcilas.fc acquirc,«3t conferva odefeanfo da Repu-

‘c!jun!in cí.
ficandO' livre dc hofliilidades, íe a neccffidade qux
»/m. * ha delias eflimanifcftando feus louvores: porque aflim
comoas mãos faõtão ncceflarias ao cerpo pera lhe
evitar osdamnos,aílim os Toldados nas Republicas, co-
X. muUtum ley,quc a não aver armas, que roubos , &
f.de*ccufat. que l.itrocinios não fuceederiam a cada pafle? Por on-
de difle Hipodamo, que tres partes crão ncceflarias cm

i^Ldc.rn^ii.
hfia Cidade, Lavradores, Artifices ,& Soldadoss &
Virgilio affirma , que tanro fehão dc prefe-
rir as armas às letras, quar.ro os feitos aos ditos ; mas
iui/itin.c. 1 .
defenfa dc minha profiflaõ, me you com a opinião
dc Marco Antonio,de Orgeo Maifitano, que nos feus
difeurfos Militares trata de apaziguar efta contenda,
dizendo por rcmatc,que as ajrmas,-& as letras faõ duas
hrmaãs gcmeas,nafcidas de hum mcíino parto,q fc não
' pòdcm jad ar dc mais honradas. Com o que emendo fc
hüa,& outra profiflTaõ. PaíTc-
çlarão por faúsfciws os
^
Dkii! gk
EPotiTTGA Militar? # •
ç
mos pois formar o noflb Perfeito Soldado, cõ efta fo Vid.LarJA.u
a
dt annivir- CT
2 dvcrtcnc*a> que a nobrefa não fa^ letrados, &*as letras capptl.ca^. ].
podem fazer nobrcs:& pello contrarioo indcífo,pofto 4 n. 4.
Ca^if. yilifii.
que conftituido cm grande digni4íid(:,lc reputa por vil* rmtl •*í- *•

liflimo |& o Dcrcito Canoni«o aponta, quearguindofe, iGlvf, in


3
yttus
* aos eleitores do Summo Pomitice, que o novamente 14.^. i.iLf.
‘ eleito não^ra nobre, refponderão: Buícamos fuccííor PHcitoti fuc,
ceirofci» quoc-
a hum Pcfcador,6c nâo a Aiigufto. limus non A?
guUo.

CAPITULO I.

^^aUcfacles de hum General que,

hd de fonjcrn^ as Armas.
flellippc Rcy deMacedorMa/e nraravilhava mui-

P to dos Athenienfcs

Vida avia vifto tão


acharem cada ailno Capitae^
valeroíbs: porque, dizia cllc, qne cm toda a
bom capitão como Parmenio ; por*
fu*
P-itrUins i.
'

que pera o governo da paz baífão medianos governa-


dores; mas pera tempos de guerra faõ ncccírarios os
mais idoncos,que renháo maós, ciltcndimenro, confe-
Ihc, & fbrtalcza.Ciccjodifie, que as partes de hum ca*-
pitão,haóde fer,íèicncia das coufas da guerra, virtude, •
authoridade,venrura, trabalho em os negocies, fortaleza
nos pcrigo«,induftria no fazer, prefteza em executar,
prevenido no confclho^ ôt finalmcntc temperança, en-
genho, & humanidade;a que fcpódcacrcfcêtar,âtrcvi-. .

do pera acoramctcp, ou fado pera obrar,fagaz, & elo-


quento ne pcríuadir, de caladc^)cca guardar fegredo. •
Por todos eíks requiíitos , de outros q apontão varips
Authorcs kemos difeorrendo ro difcurfodeôc Tra-
tado> pera formar Perfeitq Soldado. Deve
' ' - -

:ized
IO Perfeito Soldaí>o"
procurar fcr Udo.& viílo cm todo o gcncro dc hiftoria^
confidcfando os Feitas dc homês fomofos, cômo fc go*
onoftiidr» Je
vcrnàram na gucrra,&fazcBdoa Fem perigo, cxaminan-
T€ í.i.*do as occaííões da vitoria,
ftg.2.n.i.
&
perdas delias, pera fabcc
osdamnos,quelhepòdcm fuceeder. Efteconfe-
*
StttJHtdtr*. lho deu Demetrio Falcrio a Ptolomeu Pliil^clphg:
x>»n< flatos uh porque a oceupação na lição das hiftorias fupre a falta*
da expcrienci 3 ,pondonos diante dosolhos em íeis fo-
lhas dc papel os feculos, que não podemos alcançar,
fugindo por efta via dos aduladores, qucoccultam os
dçfcnganos. Nahiftoriafc adiãoascaiitcllas de difte-
‘rentes nações, guerras movidasporambiçõesde Prín-
cipes ,
perdas dc cílados, adulações dc inimigos , alci-
vefí as, venenos, & vinginças difllmuladas, mudanças,
& deminuiçõesdos Rc/nos5 de forte, q fc mudaíTemos
os nomes àscoufas , parece quefallão com os ‘tempos
prefemes, vindo aferhüas tacitas profecias, do que ho-
^c experimentamos. primeiro Rcy dos Turcos trazia
O
fcmpreconf»gohüa hiftoria antigas Selim L fc delefta-
Va dc ler os feitos dc Alexandre, &dc JulioCefar, ôc
os fez cfcrcucrem linguaTurqucfca. Alexandre Mag-
,
no fc valco da poefia dc Homero porque anima efta
iição, &
inflathmaos animOs paragrandesfeiios, def-
terra asncuoasda ignorância, aclara aviftado enten-
dimento, defembota o engenho, faz thefouros dc ricos
feitos, & ditos na memória , dcfcnganaaos que prefu-
&
mem faber, não alcanção tudc; & com tudo tem lu-
gar çptre os que feprcfaõdc fabios. Dous gêneros h*
dcfcicncia, hüa Política, outra Militar; áqucllapcrten-

^
ce a eloquência; a ^fta a Geometria, &
Architeâ^ura,
que faõ os princípios d» todas as aitcs niecanicas ; po-
rem não fc requere cm qucfti governa tanta noticia def-

* .
tas

.que
artcsjcomo nos Mcftrcs delias: porque cftes íaõ os
E Po L 1 n C A «M I L 1 T, A Rv • 1 h.

qucobrãopor fi; &fó,que cntcndão da obra, fc


bafta
cxccufãoos Meftrcsoquc dics lhe ordcnáram. E pe-
ra que fdiba perfuadir aos Toldados, artífices, embaixa-
dores Eftrangciros, &. Teus Confelheíros, deve procu-
rar muito Ter eloquente: &
para perfuadir deve lera
Phylofophia natural, &
Moral j & tenha Teus pfinci-
pios de Mathcmaticaj & fe defeja faber a fituação dos
'

lugares, ferà bom ter algüs principios.de Cofmogra-


phia: fauoreça muito os homõs doutos, & tragaos jun»
todefi, de cujo difeurfo &
convcrfa<ião aprenderá
muito, que aífim o fízcrâo Julio Cefar, Alexandre, &
Sc mcrecéramo nome de Grãdcs;.entreosquaeso não
foi menos João Samocio, o qual fendo grande orador
cm fua patria, & prudentiflimo Senador,. foi depois fe-
Capitão,& Efcrittorcelcberrimo cm hüa,
liciíTimo &
outra Philofophia favorecendo fempre os homés fa-
,

bios,& doutos grandemente. Não mcrccè menos lou-


vor neíla parte Mahometes Segundo Emperador dos ,

no feu
.Turcos, quepoílo, que Bárbaro tinha pintado
Paçô todos os infigncs Capitães. Alexandre Magno
vindolhe hiim Toldado pedir alviceras de*húa grande
nova,, que lhe trazia^antes^de o ouvir,lhc Sò n?e
difle

podia- dar gofto-,. fer rc^ufeitado Homero. Graiv


de foia cftima^ão , queos noíTos Reys Portu-
guefes fizerão.de femelhantes fogcitqs,
honrandoos^ em. toda a occafião,co-
mo aos lidos nas Por*
tüguefas he bem noiorio,.

íí
CAPJt-
*• •* •PERFEltO-SotDADoJ^*
12

CAPÍTULO II

De qumtft importScia feja ao bom


' Capitão a experiencia.
'

Or hiim dctrcs modos bom


P conheíTc no
fc foi-
dado, & bom Capitão a cxpcricncia. O primeiro
cm faber çfcolhcr os Toldados ( & abaixo fetrn-
tarà defta matéria. )0 Tcgunclo cm faber cxercítalos. O»
terceiro, em faber vzar delles com prudência, pera al-*
cãfar a vitoria. Pelo primeiro rcqiíifito mereceram en-
^
tre os anrgos grande louvor Pyrro Rcy dos Ipyrotas,
^ & o CõTul Mario; tSc entre os modernos Alberico Bal-
* biano,& GcorgeScãdcrbcc: pcllo^fegundoSipião Nu-
mantino,& Domicio Corbulo; & dos modernos Cclirti
II. Emperadordos Turcos eTcercitãdo Teus Geniferos,

& Saladino Sultão do Egyptoafcus Mamalucoa: &*


pcllotcrceifO,Alexãdrc Magno, que com trinta ^ fin-
co mil infantes , & Tcte mil ij^avallos , fc fez fenhor di
^
Afia; & com menos numero coftumava vencer Julio
Ccíãr mais indomka gente, que Alexandre. E fc peta
qualquej negocio, hum homem fem cxpcricncia não
íerue, comofervirá pera a guerra donde a fortuna, & o
cdfo prcdoaainam.Po^cfta razão cfiimavão os Roma-
nos tanto os Toldados veteranos, que ío pella idade, doc-
^a,ou crimes, os dcfpediam daguerra 5 &os patricios
, JR.omanos*cnfinauam Teus filhos de muito téra idade a
andar na gucrraípcrquc como diz Seneca,não hc pera ,
‘ mandar, qu6m príhiciro não foi mandado; & de Julio
Cefaj conta Siutonio , que na Afia começou a fer fol-
*

V dado,

Digiti:; jgle
- C.40
E PotlTlCA Mltl V AR? 15
‘da3o,& depois Emperador de Roma, & o mcjhor Ca-
pitão de reu*tempo:& mais fc requere no bom Toldado
oufo das armas, que o esforço: à aqiic lle fc derão nos
noíTos tempos Henrique IV. Rey de França, & Guf-
tavo Adolpho de Suécia, Mabricio Nazao, Carlos &
de Lituania.quc de meninos comcçàram a ícr Toldados.'
E ncfte nolTo tempo fc achão Capitaês tirados da ef-
cola, prevalecendo o favor ao mcrecimcto, com gran-
de detrimento da Rcpublica.Nãoo fez aflimo grande
Dom João de Caflro<quc fendo já mancebo de boas
partes, de nomeado por cilas por cl Rey de Portugal
por Capitão de huma fortaleza na índia, não aceitou o
cargo, pedindo aclRcy lho rcfcrvaíTc pera quando o
mcrecclíe; & dahi a annosoacciioo, vindo a Ter dos
mais gloriofos Vicc-Reys,qu^ entráranina Irdiarquc
mal podia errat velho, quem em mancebo teve acção
taõ gloriofa.

. r-
CAPITULO I .

III.

Do engenha, indufinado hora'



CnptAo^
I -i;

N AÔbaíbpefâ òpérfcito
fer
foldadb, & ’Capiic3c>
dotado dos rcqiitfitosfquc apontamos; mas
tal ves há de moffrarcngenho,indnftria,dihabc-

lidadCyCOnformeasoccaEocsopcdirem, intcrpctrãdo
os cafos adverfos àbo» pane„apaztguandoos tumul-
tos, inventando novos ertganos, aftucias, & cftartage-
mas, provendo de manttmétos , achando novas machi-
nas^ de armas cm que moflxc fua dcíircza , âc talentos
cujos
1^ Pj5IU?ílT'<»' S«IB AJM»? *
cujos exemplos apontamos adiante no capítulo lO. ^ *

28, Hà hus engenhos rafteiros, &


vulgares, que não fa-
bem adfpirar a coulas grandes , nem tal ves feguir a vi-
ôoriasmas contentes coni qualquer bom fuccífo fc re-
colhem ; cAes taes, íc não devem reputar por bons Tol-

dados.
- Outros engenhos hà tão pouco firmes , que qual-
quer vento os muda, & fenão Tabcm deliberar, ate fc
perderem dc todo nãofaltão neftes noflbs tempos ex-
:

emplos, que por honra dos Princ^pes não aponto, favo-


recendo hoje aqucllcs contra quem hontem toir árani
as armas, fervindolhe.fua conveniência da mayor ra-
zão de eftado.
Hà outros engenhos tardos, duros, obtufos, indcli-
' d 't til
tsdos.os quacs íãõ in^gnosdçgovemo por Tua per-
peftivistemc- plcxidadc:a eftes também condeno: porque muitas vc-

cidunt. zcs nos tomultos miUtarcs os esTorçao com os confe-


Ihos, pedindo elles mais acelerados remedios, que co.

Títbení'!/'*
Pla«to,maisdeprcíraacõteccnagucrraoqucfc
Infperata a’c. nãoerpera;qucoefpcrado.
’ ^

oumqul'*' Outros cngcnhos bá repentinos, fubtis, prontos, dc


i^ias. clcgantes,quc facilmente, & com ligeiros movimentos
comprchcndcm as coufas, porem faltos
dc memória, &
enfermo fervem mais pera cfficiacs,
juízo: cftes tais
que pera Governadores dc Exércitos: porque eftando
fobnícitidos aos Gencraes pòdcracom leq.^cngcnhtor
bufear traças, &
inveqtar filiadas contra o Inimigo : dc
na pcíTba do General fe requere hum juizo aíTentadó.
4^ dc grande memória.
Hà outros engenhos graves, robuílos, & valentes,^
^ ^
verfados cm árduos ncgocios prudentes, & quanto
,

mais tardos, &


vágarofos, màisfcpòdecfpcrar da
conAancia.* cAcs tais nãofófaõaccomodados pera o
gover^"

DIgItízed by
'

E IPotl tt itíA 'Í®1LÍ^ À


* í

'
f. í

^ovcrtio da paz, mas pera o mllitar.T al foiMarco Mar-


ecUb, còmó diz TitulliViOjO qual não obrava coufa,
que não atribuifle, ou à fortuna, ou à temeridade do bat.ut aut foi

Inimigo: porque como diz Plutartbo, humafo conTa


não póde tirara fortuna aos
homens, que he pavereõ- metcdícipcf-
fultado bcmV’& qirigu'<^frppòdc fazer melhor que ^h^rch.Yot
aque!lcs4üt‘tivér gtaV‘e,'&'^ftadcmc jaizb, acompanha- tuna íd unum
do de hüa gr#dç ípk-rcia militar. SSert! _
• Não faltão tam.bcm temperados, & rncdiocrcs cn-

genhos,quc entre hunu froxa ligcirefa,& tardança pon- Bocalin-noi-

derofajao menos fervem pera o culto das boas artes, &


numantdadcj& eftes fc não devem excluir totalmcnte
da guerra; porque facilmente atrahem aíi os animes
.dos Toldados. Tal foi entreos Perfas, Metabarfanes, de
quem diz Probo foi o mais aíluto,.& o mais apreflado prohns. Quo

cm fuàs acções. Porém entre todas eftas difFerenças
de ai'^újui”ín?pe
engenhosaqucllehe de mais confiança «digno de ft
, , cogita.
ratari-,

"eleger,quc he claro,cximio,fcrtil, & de hüa celeridade


defcmbaraçada,cftavc!, &
acõmodadopcratodaafor- ^
tuna,& tempo, &
que acõmctte animofamente as cou-
fasarduas,& felizmente asacaba ; tão promptona in-
'

-yçntiuã,como agudo pera dar feu parece r,com hüa te-


"
‘harz mçmorià.Ôc firmeza fegura. Eíla agudeza tião ha
de fet ( córtiq diz Petrarchá como a da teada aranha, v *
) ^
ininajga dc Palias, mas coiíio^ã^áo cftoquc que não fd
,

f cuetra, maswdüra,Tal1 ^ju^ Afiáa^^


f fua
iudufiria im ifílri rfi TlTiiTI||iliJÍàfirn K Saiufiio.j^un^

& Sifacio,& àfi^ cuftaátnmu gtahdcs cxcrcitos.E dos


antigos hc louvado Silla,de quenadiZ SaLufiio,quc pd-
de mais fua induftria,que a fortuna , de quem fe du- & fo«ior,'anfc!
'Vidou prqblématicamcnte, fe era mais ditofo , que cf-
forçado,por ter hüa altiués dc animo incrivcl.(^c dif- da conHlia al.
: fera-cíle Author,£cthcgara aveias pcoefas dos noflftw
.

-^1 ,
5
^ Pbiiu«
l6 .
pEUrií^O Soi.DAD'or' '

Portugoczcs obradas na Índia , dc qucnadiflc BotécO|


guc mais dc verdadeiras, que de verofímeis.

CAPITULO IV.

Do vigor,^ alacridade. n

G 1

^do,
Onfrftco vigor do bom Toldado,

nem forçado, & cm a laber


& conftancia; & que aífim no ado da
fim, com alegria,
peleja, como antes dcllc íc lhe veja & conheça nos o-
,
&
Capitão ent
acõmcttcra guerra dc vontade, não conftrangi-
executar até o

lhos,& roílro hum certo ardor dcanimo,& vivacidade


grande, fem largar nunqua palavra dc deferperação»
moílrando fempre a feus foldados, húa certa erpcraii-
çadavidofiarporque malpòdemfcr oufados,vendo al-
gum final dc fraquez3,ou covardia em quem os gover-
na , como fe vaciUíTe dc húa parte pera outra gr itando,
feriao mefmo, qucprcpararlhcafugidardcve
citallos, & animallos dc maneira que quanto mc-
,

'TatrUiti* nos tciiicr lhes vir, menos terá de rifeo porque cm tal
:

niais periga quem mais temc,& a oufadia lhe fer*


^•gno

vede muro. Hè pois efta a lactidade húa grandeza dc


yraiHf.cMf, coração, inteireza dc animo, como a do Leão o mais
&
forte de todos cs animaes. que oftenta o .valor cm não
tuim aJ nui. tcnicr OS pcrlgos que acha. Do
grande Condcftavel Dõ
Í?c!iíuíí“ NunoAlvarcz Pereira, lemos, que cercado dc Çaílc-
Ihanos nas ptayas dc Alcantara, &c Carregando fobre
clle grande numero, caidodo cavallo, ficandolhe hu-
ma perna debaixo, fez tal matança naqucllcs.que íc lhe
chegavão.quecs outros tomando melhor cOnfelho fe
rctiráranji imittando ncfta,& cm outras muitas aeçoens
*
ao

Digitized by Googlt
4

E, PO L I T I èA I t I T A R. 17
•0O licüointrcptdo. Exhortava Marco S^gio bifa vo dc .

rCartIina, perdida a mão direita na guerra, afcusTolda- cap!ii.

dos,& fez Uúá de ferro com que depois


’ ^ defendeo Cre- ‘
Vivcnccít^
*

niona.K Puzencia, & dcítroçoii doze campos Fra n-


, . rf j /I 1 T.
vcr'bs imer te

•cezes, que como a outro propoíkodiflc Baptiíla Man-


‘tuano não devemos defeor^oar nos caíbs adverfos,
,
mai.i,nrcqu*

. nem fogir dos males, nem foliciralosimas fofrer conlU •

tes 05 que fe ofterc

CAPITULO
Dffprefiezft^ & €ckndaAe com que
deveexecídetr.
1 '
^
vi J

O
q íic
Primeiro penfamento dcalgüs
ma (er ditofo., irias acertado ,
primeira vifta,quc defcnrolando diícurfos:por- 0 P.E hJíU»
fe tempera o im peto da execução cem os inconve-
HicttmCer^.
&
, nãofo coftu-
melhor obra á

n*s fetn JíicJm


nientes ,
qaco.nicfmo penfamento coíluma mts.fcl. 6 t,
n. 6 j.
'DiziaO’Empcfadot Carlos quinto, que a tardança era
a ahat (|Q»€onfr'lho, a prefla,& celeridade, a almack
^
cxccoçSo;& airibasa quinta cíTencíadc^htim prudente
Tdcit.lth.»^
Capitão ; porqtirc fc o confelho heconvcniciite, o que astnal.
mcundtatia
tarda na cxccuçãoí* fc perdq^a epnvenicncia. Por iílb íêrvilii ell,
d5íTe T acito, que èdeteça crà <le batbart)^ dr a cjcectiçãò exequi vec*
Rcgmtn vidiíi
de prlntcpcs.Aconfclhou Jacol^p Rcy de Ingaláterrali tw.
feu filho foíTc advettidojdt attento cm confoftar; firmd,
& confiante cm determinar, prompto, & refoluto em
cxecutari^ue peta efte ftm provera a natureza aos hof
meus’ dt-pèi V mWís , dèdoS ; - artcriaS^'árf^õftiéi

cxetUfac as«tdblu4^ris.*‘‘lnfigué$^ forãei ‘nèffá^pM^

Digiilzed by Gt-')gli
.

'
ri8 .^PerfeitoSoldabõ, *

Marco Agri{^,& Scpriniio Severo, que juntàram fenf



l. pre a execu^io ao coofelho. Outros mwítos aponta
ifmaêSufM. hum Author, advertindo, que a eííi patte de dxeeq-
ha de ajuntar, a defaher períeverar , não rc-
viMHi.a^.7. parando em inconvenientes r nem injurias do tempo:
porque fazcndcoaíTim ^ àlem de dar animo a feus lol-
>'
^
dados^ pódiC cfperar qualquer feliz JucccíTo. Vejafe o.
fdtii.t.yyfi- que a eftepropofitodiremo«|p capitulo 45. Concluo
com afentença de Tácito, qlIpiílc.quG não ha de aver
tardança,donde pòde fer mais dãnoío o defeanfo , que
lu'
^ a temeridade.

CAPITULO VI.

Da magnanimidade esforço de
que devefer dotado,
>

H eo coníbrnoea opiníaa de ‘Cicero)


esforço (

Húa cõíiderada acejtaçãodôs perigos, de fofrir


mento dos tcabalhos.cu jlas paraes faõ a magnifi
ccncui,coníiança,pacÍeneia,& perle veran^a, das quaes
magnanhnklade,que fé dehne : Húa ad*
fe cono’po& a
miniHra^io,& agitaçãode coufas gi:andes,a!cvantadas
com húa arapliffima , 5c entendida proporção de tni*
aio,a qpal fe conforme dcTua natureza com o^bem; 5c
BoneÚouicmfediino^ecom as didiiíiitf^a^çiM^tncr*
pecie de utiUdade doque hepiúo^dit (

O foldã do» dotado defictaLanimo^acomette <>má|it


a,inortc.»,(9^;$ai«aoa inconiáiodi«(;^lfk»
t.ncqi^ipjiaj»imascQitftaotemchtft^^^
fcopoüt^^ieyiiÃii^
t
a

Digitized by *
E Pot ITT c 5i M 1 1 rr\ciíi ff
fefnçar inimortal gloria. Muitos rxcmplos pudcramos
ij^ntanfirvào (ó t^ovc Hcrocs Judas Macabco, Joíiifr
& Davidjíc dos Gentio $,dc Paganos.-Hc^or, Alexan-
dre Magoo.dc ] ulio Cefarjtres Catholicos Cario Mag-
no, Artur Britano.dc Gottiphredo de Bulhão; & não o’
menos Macco Marcello,qucfoi oprinjciro.que cm
fiai

campo aberto 6c o famofo Narces,


África pelejou eoi ,

dc qucmdizião os Romanos, que encerrava em íi o*


esfor-çode Herculcs,âOuradiadc Heitor, agcncroíida-
dc dc^^exandre, o engenho dc Pyrro, & afortuna dc'
Scipião.Pcrguntado clRey Anaxilao^, qoe coufa faria rétrUimii,
bem avcnturadohum Príncipe, rcfpondco, que não fe
deixando vencer dc outro cm bencficcncia, & magna- ;

nimidade.O dotado defta parte, fabc perdoar a injuria,


que fc lhe faz, não diz mal dcoutrem,onvedc boa von-
'

tade o bem, que hc principio dc prêmio aos que glo-


rioramcntcterminãofuasacíjõcs, reguladas pcllolici-'
ío,& honcfto: advertindo finaimeme, que o prudente * -
vcos perigos, o mcdroio os.nngc, O|u(to nao os te- ym. «.
mc,o honradoosdcrprcfa,onecioos acha.otCmcrario
os bufca,o difcrcto lhes fogc,o dcfgra^ado os cncõtra.

H e a intemperança prifaõ do entendimento hu-


mano, & deixado hüa vez Icvarfcdo appetti-
te, ou dacobiça dcfdoura.todas as mais boas
,

panes , principalmcnte quando cite vi cio -fc, acha apo- •


£ 2 derado

Digitized by

/
âo F-BR^rEI T O So’LT> A Dd^ 1
dcradodc quem govçrna, que como diz Cicero ; taA
• poderá o Capitão refrear feu Exercito, quãdo a fi fe não
^•^ffcainem pode ferfevero cm julgar, aqucllc que dos
feus não quer fcrfcvcramcntc julgado. Há de ferroo*
dcfto.&livrcdc todaacobi<ja,5cfenfualidadc. Marco
Antonio por viver com fua amiga j morreo primeiro
• •
cm fi, & governando ametade do Império RomanOé. •

não acodia aos ncgocios » nem ás preparaçoens da


guerra : por iflb diííc omesmo Cícero que então hà
,
de govcrfiar bum Capitão quando os taes ^:ios o
,
não governarem a cUc . Gaboufe Sipião Afticano
oração p’ublica , que de 'África não trou-*
xera mais , que o feu nome. Valerio Publicola prl«
meiro Conful, defpois que lançarão fóra do Reyno
a Tarquino, acabando de ofcr,trcs vezes ’

chegou a
tanta pobreza, que' vendeo feu patrimônio
pera fuas
exéquias. Fabricio dcípoisdé Conful , & de gover-
nar os Exércitos Romanos, não fei pederofo pera-
dotar fuas filhas. Fazendo Marco Curfio guerra
aos Samnittes, fe mcílrou a feus Embaixadores aí-;
Tentado em hum banco depao, comendo cm outrojj
& trazendoíhc ejlcs hum rico prefente de ouro lho
* engeitou, dizendo j quenunqua fora vencido com
dadivas,ncmcomarmas.Attiliorendotiradodoa-
rado pera o Império, defpors de alcançar grandes,
triumphos, & fazerfeitos memoráveis, tornou pe-
ra ofçu arado pobre, como de antes. Phofion Athe-
nienfe Varão cxccllente , chamado, o bom pobre,
pcllofcrfcmprc tendo muitas occaíiocns de enrique-
cer pcllos muitos , & honrofos cargos, que teve,
mandandolhe Phelíippe Rey de Macedonia tão grã-
des dadivas, que pudera largamcntc deixar ricos
a '

fcusfilliosj & fendo perfuadido dos feus que as


~~~
acci-
* •

.


. Digitized b‘> v -o^fi
: f

E Política MiLiTAi^r sr
èccitâflc,rcfpoudco, qvic fe fcus filhos o imitaíTcmjlhc
baftava fcu patrimônio pera os alimentar, pois dcllc o
chamàram pera os cargos; 3: feo não imittaíTem que
nào queria acrcfccnrarihcs fua luxuria com a riqueza.
He pcranorar.quc fcchamão os Arrayaezcm latim, t
C 4/?r 4 , porque dceem eftac
qiiafi eajlradcsyoxx caíios
livres de todo o appcttite,& rcnfiialidadc; que a caftida- r,rg. aterr:

de he mãydoesforco;5c como tal a prefavão os antigos s<dnon vn»


uianiç virciin-
loIdados.CornclioSipiao entrando a gov rnar o Exer- durtriafiimar. .

cito Romano contra os Ntimantinos, mandou lançar • rc. «cxcitti.


do Exercito c.uas mil mulheres min'; & logo com cllc umios jvttte.
,

dcílruiOi^Niimancia.Sipião Africano cercandoa C\r-


thigo, Ic oíícreccndofdhc hin Dama de ncttavelfcr-^^'*'’'“^*-«‘‘*

mofiira,a rcftituio a fcu marido, fem a otfjnder cm na;


da,3c com grãodottc.Não menos o fez aqnclle Heroc
Loppo Vdzde.Sampayo Governador da índia ern Por- Fr.jfittnhit

legoasdc Cochim rcftituindoa Atei, íenhor


c.^,dozc ,

doliigar.Tua mulher, & irmaa, qjcdcpoislho agrade- /«*' «x 3 4/». .

ceo comgrande refg te.


Hyeroglifico era da temperança pera comosanti- Pitr 't>njtr»
gos iíum Cavalo fi roz com o freio ua boca; mas não
paflTemos cm íi cncio 0 fucceílb do grandeCondefia wl
Dom Nuno Aluarez Pereira, que com mais gloria q
Sipião dcfpois de vencer a bàtalh r Real deAlgiharron,
cftando cm terra de B argança com tenção de cntrar,co-
mo entrou, cm Caftcllr, fez primeiro mondar, como
roim femente o arrayal de todas as roins molíiercs. Não
forão menos isetos da avareza os nolTos glorioios Reys Rty d.ios» •
Portuguezes, pois na batalbr de Ouriq ic vencendo
clRey PtomAfonfo Henriqiicz tatos Rcy; Mouros, rc- Fr-Pern^ri»
partio osdcípqips pclbs vcnceduref;rcfervanJo fópe*.
la fidefãhovd^ndeiras, & algüs pendoens, que nian-
dou pendurai: pcUas Igrejas do Rcyno*em tucmoiia dq
'
*
Bj
a» Perfeito So LDADòr *

tilo notável vencimentOi deixando atraz com efta acçSÒ


a-Lucio Paulo Emílio, que vencendo a eIRcy Perdo
de Macedonia, não tomou pera fí mais que dous còpòs
de prata, ou hõa taça,quc não logrou pella dar a feu gé«
fim.uh.ii. roTubcto.ou a Cayo £lio, como quer Plínio. O mef-
' mo fez Dom Sancho filho dc Dom Afonfo Enriqnéz:,
vencendo a Albojaque Rcy dc Sevilha tudo repartio .

D»4r«Ni*»*:^ pclLi fua gente. Immitouo ofamoTo André de Albu-


^ihnnJ^^Rey qucfquc Gcucral da Cavallaría dcfte Excrcito(de que
nefte livro fc fàràmais larga mcn^Io)pois rendendo á
c4rTi<)»«i wí/ poucos dias a Villa,& CaftellodcÒUva,& achãdocon-
'

íídcravelprcfadc que pudera lan<jarmâo,a l^ou toda


aos Toldados, & fe contentou também com Ima ban«
dcira,queofíereceo a nofla Senhora da Conceição de
Villa-viíjofa.

CAPITULO m
VIII.
0

^
Daaffabilidfsdeferacomiodos.
'

/i' MaiSamavcípartc-em Bttpcito nòbrchcaaf^a-


,’ . bilidadc.óc muito mais em quem governa:por«
-•que com ella,.dos Inimigos faz amigos, confer-
vandoosem fuaobcdicnda, & aos foldados nà difei-
plina militarxom ella os lavradores lhe trazem os avi-
,:v;fos,& os payfanoslhe vcmdeclararosintcntos-do.ini»

p migOrfcndo £kíI em osadmittir,brãdoem fuas palavras,


.
& afavel cm provocar àos tacs,a que lhe defeubrão o
que fabem :&peIIO'Contrario,fcndo fobcf bo,& não ten-
« do fáceis as' entradas mal conhe&erá. os defignios do
'
IbimigOjOufcràjàa tépo,quc-llienâofPovcite. MüU
'

.
'
to fe avantejáramne-fta virtude Ák^odie Ms^no , dc
iu-

L
,
' . Digitized b*. Googk
9

E Í^OLITI C.A MitlT ar.


Julio Ccfar» &
Marco Ântonio antes quefeembara-
çaíTc com os amores de Cleópatra. Po^efta benevolên-
fczamavclo Emperador Trajano facilitjndofc
cia fc
comosfüldados,& vifitandoos, Com efta traça confer-
.vou Germanicoem fua obediência as Legiões de Ale-
manha, vifitava os feridos, louvava íeus feitos, & a lumj
• jjCMat5jl£Í^eranç3,a outros com o louvor, & a todos com
palavrasySc cuidado grangeava perafi, &
animava pe-
ra a batalha. Não acaba de encarecer Ciecro os provei-
tos,que cõfigotraz a afabilidade que atenhamos fem- efVdift,', quan.;
:

preaconfelha Deos no Ecclcfuítico. Vio Artigono


a leunlbodefcompoíto com feus criados, & difle; Por m commitas ’1

•utnturAnÃofxbeis^ que hehux nobre firvidh.


o reyrtxr

Agudamente advertio Plinfo ao Emperador Trajano, "• Congre-'

que bem podia hum Príncipe fer aborrecido, fem funraffJbüe^


que cllc aborreccíTc; mas nunqua fer amado, fem que
cllc amaíTe. Em tanta maneira foi dotado dcíla parte Pan, ad Tra^
Alex indrc, que fahindo o Capitão Lifimaco de certo i'*"
ceps odioelie
T*, - * -
recontro fendo, pera lhe tomar o fange tirou de fua ca- nonnuiii etú
beça a deadema, que era certo modo de turbante. E Stf aaminfii
cm outra oceafiaõ fe Icvãntou da cadeira donde cftava ipí=amet,noa

ao lume,& fez aOentar nclla hum foldado, que morria deyar;


dc' frio. De tanta cortezia ufava o Emperador Oc- •
‘2nnon\'"
tavio com os Senadores, que ao entrar, & fahir do Sc- noüi non^
nado, a cada hum cm particular fazia fua reverencia: •

vindoine a noticia,qnc hum Senador por nome Ga- p«r. in nur:


IqTcrrino cegara dc rcpcnte,& fe deixava morrer, co-
modefcfperado fem querer comer, peflbalmcnte o foi u^x. i:
confolarafuacafi. ‘
ViZnd. ad
Do noíTo gloriofo Rcy Dom fofo o II. dc faudofa
anemoria, conta a fua Chronica, que qucixandoíclhc
•ccr to fidalgo, que nãoachava credito pera arer hum
pouco de dinheiro coníi4cravel de. que necçflitava,.o
^ B 4 man-«^

* • ^
» - Diy
f

P ER FE I tb So LD AD ’

niaudou por a Cavallo, & foi pclla rua rov’a dc Lisboa


paílcando com çllc, & fallaiido muito Farticubrmétc:
& cfpantados de fua piivança os mercadores, lheforíío
logo a fua cafa ofFcreccr o dinheiro ncctflarío, cemo
^ue ficou rc mediado;nos metteramos cm apen-
6c fe
lar fcmclhantes aeçoes dos Reys Portuguezes, excede»
ramos a brevidade promettida. PcÜo c]i:c
deve efeolher pera o governo aquclk Capkão, que .

mais amado for, & ap^ laudido dos íbldadosí porqnc


' Ihcobedcccm mais íacilmctc, & acodem nos periges»
Sc amparão na batalha, que por efta parte Ic fez tão

mado elRey Dem joaoo 1. que como outro Moyfcs
. • ^ acompanhava íeus Ibldadosa pc; & encontrando hum
-
cègo.quepedia que oguiaírcm,o tomou ás ancas do feu
acompanhava tanto a feus Vaflállos nas af-
í1LV'r}!ld]
I. flicçcês,quc cílando certo fidalgo doente com
indicios
devcncno,& rceufando beber a íuaourina, quccrao
reincdio, que os médicos lhe appiicavão, & antes fc
deixava morrer,© mefrao Rcy por lhe tirar o afeo,
a
provou.*& com cila ac^ão cfqucção as affabilidades,
que da antiguidade aponta mbs pois não pòdc chegar a
mais o cxcclío do mais piadofo pay pera com o mai&
,
regalado filho.

CAPITULO IX.
Do exemplo, Cf quampoderc-
fofej0.

O
tino cafo,
Entendimento humano fc convence mais com
pouco*s exemplos, que com mukás palavras.
Quando ao General Ihc íbbrcvicr algum rep€*
ponha mão à obra, & conhcfccrà p eficcito.

I. nil by Gr- jgli


'«.Política Milttxr" '25

De Alexandre conta, que na oppugnação de Tiro,


fe

dcicpndo cntopir hum grande foflo junto aosmurof,


foioprimeiro, que tomou a fachina, a cujo exemplo os
de Macedonia venceram a difficuldade. Omermoef-
creve Hcrodi.mo de Caracàla. O mcímo fez Nero cm
•Achaia, intentando furar o monte Ifthmo. De Vclpa-
•ziano Emperador conta Suctonio,quc qiícrcndo refa-
zer o Capitolio , elle mcfmo começou a trabalhar por
fua mão &
: Plutarcho.q pedindofea Alexandre Mag- Pinurch:
ro.qne correfle cm hüs jegos Olympicos, (porque era
homem muy agd) rcfpondeo, que não tinha exemplo ?•

deoutio Principe pera o poder fizer; donde diffc La- Diílen/dey^ii


ífjncio Firmiano,que quemenfina,& não obra, dimi-
nuccmruaauthorididc5& Seneca.queoqbcm obra,a l ongum uer
açrcfccntaj&: Ariílotelcsjquc melhor fc percebe o exc-
pio, que as palavra'. Perguntando Diogenesa Solon, fic-ix per ex-

comoavia dc ferhum bom Governador, rerpondeo,


q*uc vendo primeiro feu bom exemplo ; & cm outro dcicúcniisfiiis

lugar dirte Sencca.quc era muito comprido o caminho dif^t "«pere^


-do preceito , & o do exemplo muito breve & , cíficaz. ho-

Ezcchicl diz,quco Lcãok va ao monte o filho,& diã- dere!


tcdcllo fdz j pr -fa pera o enfinar. A Aguia vpando ao
rededor do ninho, enfina aos filhos a voar.E como diz provocãj piil.
João Collcitor,Taes fomos dcordinario,quacs faõ cs
coufas,quc cada dia ouvimos, &
vemos, lllo quiz fig.- Jmo. c» iuí}.
nificaro Phylofopho Tcmiíloclcs, quando vendendo
certa herdade í uj, fez acrefeentar no pregão, que tinha dícai^imus,
*hum bom vifinho; circunftanciacom qlic fazia creícer
nclU a eftimaçãó, pello bom exemplo, que lhe podia
rcfultar ao comprador. Jnfigne exemplo, & digno dc ruMiVd.1 'jwo
admiração , foi o q nos deixou o noflb Priucipe cl Hcy
Dom Manoel dequem fe coma, que vindolhenova, circühabitãtiú.
,

^uc eftava cercada pcllos 4vloüros a Cidade üc Ai zilLi,


vendo- p< Prmfft.

. : Dy GoOgU
,

. PER F. E í f o S o t D A D Ò, V
cndofc impoíjlbilitado pera a poder foceorrer com a
prefla^que convinha, no mcfmo inftante fc cmb«rcou
* pera o Algarve , deixando ditto no Paço , que hia pera
África a efte eíFeito; &
dentro cm finco dias fc achou lá
com dez mil Portuguezes ,a cuia nova os Mouros le-
vantaram o cerco & cllc fe rccolhco fatisfeito da leal-
,

dade de feuS Vaflallosi que tanto póde o exemplo do


Principc.E concluo com o que fc fegue,pois fuceedeo,
. !
.
quSndoefte LivtofedáàEmprenta.
Notempo,quco famofo Tenéte General de S.Ma-
• gcftadc, nefta Provinciade Alentejo jjoanne Mcr.dez
y '
. , de Vafconcellos,rêdeo a praça de Mourão em tres dias,
trattando os Caíklhanos defe renderem & rccolhcn- ,

dofcDom Luisde Berrio Capitão de Cavallos, que


'
eftava dentro nclla, com os pa£los pera os communiçac
-/.> com o Governador delia, cft iva no ataque com feuTcr-
O Cende de ço o Conde deSão joãoda Peíqucira Luis Alvart zdc
Tavora, dando calor ás minas difpcndendo dinheiro
,
j tlquetrj,
officiacsdcll 3 S,pcra que fedeflefogoa tempo,
' que pudeíTeclle executar a cfcalla. E vendo vir ao Ca-
pitão Câftelhano com os paftos , entendendo , que po-
dia perdqr agloria,que naquclledia cfpcrava grangear,
rebentou (de pura cor?gcm)ncftas palavras: C4-
fitAO sò covareles,(jr infames fe rendem,pelejem como hoH .
, vendo efte termo os Caftdhanos.feanbmbrà-'

ram de tal valor,& fc intimidaram dc maneira, que fír-

máram os pados, fem repararem nas condições, que


ncllçs fc lhes iftgavão; vendo juntamente, que forão do»
• talcfFeitoeftaspala*Tas,qucos íçldidoslhcginhâram
k a barbacaã com valor intrépido. Tanto pó le o exem-

- . ,
do íbperior, tacs efpcranças promcit o
-
illuflrc fo-
,

i f
1
geitodo Conde, cm quem competteo vilor,o illuftrc,
^ * afFibilidadc,& a.liberaiidade cm gfao fuperlativo, cõ o
zelo

D J 'lOOgli.
*. PoLIT I çA M I«L I TA t, ij
zelo da liberdade da patriájhcrdado de âoiUulhcs pron
genitorcs,emrc os quacso gcandcDom AfosCo de NOr
ronha feu Bifavo,aflemandofc por foldado ra 2to na jor-
nada da Bahia,com feu exemplo,Ievou trasíi a Nobre,
za defic Reyno;& omcrmoíizerãonaqueUa pccaíião
outro feu Avo LuisAlvarcz de Tavora, levando con«
(igo feu filho o Conde Antonio Luis^dc Tavora , pay
*
doíobrcdito., •

CAPITULO X.

Dafrudencia providencia de
feu governo.
t .

A Prudência fe difle dc prover j porque por elíat


antcvèo animoascoufas futuras, difpoem ,as
prefentes, & fe lombea das paliadas : quem não
cuida do pairado,fc cfquccc da vidarquem não procura
o futuro, a muitos perigos íc lbgeita,& haalacautclado
perece. Couíiílea verdadeira prudência cm conhecer
o que fc ha dc fcguir,& o de que fc ha de fogir; & por-
que caminhos fc pòdc alcançar o intento,.& cm não fa-
zer coufa alg&a fcmcoifidcraçãordcfineaCiccro, fec
Aquclla pc ll qual fe vc o qefiápor vir antes que te-
i

jiha fer,& dclladiz Ariftoí.eks,qi>c hc yirtúdc própria


de quem governa porque do poflãdo,
: do pccfcntc &
infere as coufas que cftâopor vir perá fc dcfviar dos
, ,

n^ios fucceíTos ; & vcmafereíla prudcncia em hú Ca-


pitão o vigor de animo»dc que atraz falíamos, que fem
. c 11a andaria ás cegas l eílahe a que mlniltra o confclho,
o. vigor dc animo z fortaleza aquella manda, ede
j

executa^
íS PERfElVo SoiDADbJ;f
cxccutâ > aquclla prcvé as difficuldadcs ,
cftc as vencf,-

-
imaginado, cftc corro-
BohMiui 2.

^t.Vtap\t bora o coração na pelcja.Saiba pois o bom Capitão in-


mmihij. terpretar todos os cafos advcríbs qiic na guerra coílii-
,

mão fuceederá boa parte.Húa palavra d itra a tempo dà


húa viCtoria. Eftava o Conde Fernão Gonçalcz pera
dar hnn batalha dando de cfporas hum Cavalleiro
ao Cavall® o tragou aterra :aItcroufeo Çxcrcito,diíTc
a. tem nos não pode fofrer
o Conde: P^ü menos nos fo- ,

yj'er;ioo//»/wí^o/,& acomettcndOjVencco. Na baralha


da Chirinolla, crendo hum Italiano, q os Hcfpanhocs
crão vencidos, deu fogoá polvota, perturbandefe o &
Exercito, os animou o Gtão Capitão,d!z. ndc: 5 novx w
amigos Jitminar ias fao da vitíoria. Eícurccc ndoíc o Sol
em hfia occaíião, atemorizados os Arhenicnrr«,cob#in-
doPcriclcsa cappi,pcrgunícu em Icgrcdo ao Piato
danao, fc tinha aquillo por mao agouro-, dizendolhe,
que fim, Ihererpondco que. fenão djficícnçava mais
:

aquclla efeuridão da que a fua cappa í .-zia quccmlcr ,

mayor, 011 menor. Defta traça ufava Germânico co. ,

Mrúj*c*t^c* Tacito.VcJafco cap, zS. aendeapontamos al-


rat ia fapien- güs excmplos,rcmatando efie com o do Conde Almi-
t«ndat«Jíf rante Dom Vafeo da Gami, que paíTindo t/recira vez
à índia fubitamOnte deu tamanho tremor cm todas as
,

naos da Armada, que cada qiwl fc deu por perdida,


SãrresDecad. fem fc faberem dar a coníclho; & Cabendo o Conde,
que aquillo fora tremor do mar, Cahiíido ao convezd^
Chrfn.dtlRtj
D.IoãoIH.f. nao, diíTc com a bocea chea de riCo, que nãc temeC-
Icm, anrcsCcalcgrancm.-porquco mar tremia
Mafe» lA. %,
'

M> 95 -
dclksjcom oqne cobraram animo, &
ftgu iram lua viagem. a.

*. • - 1 « <k
CA-«
,
,

r’;J f;“A

»>'i!ií (c:á:í‘i;xixx.Q;:^: • ; T
ÍJ;
V
Dafortumii
:V^jWcíÍ jíii:j(:t:.'j l >'* .?o,-l
. o i
^ cií/
fMtricMn Í0
Recedea f$iici(iadii éciium bom Capi^íOr BSo I,
|
r f da pefloa delltfymas da )ofta«âuíada guer||||por«
t]uc muitas veces moUraa 'eic^rmncia. ^ue fcps
'

vindo hum Capitioabum fiihi^c,tevè maossíntccfr


ibs.dcferv^ndoaotnroaitaDçou^áiad^viâothkSt Em^
quanto Ándre'^'FÍafegi;iio'à9'j^tçs dél^an^l» ri3ô eV A
lhe fucccdia úo bem xiondo^t^poisém iemitço àc Gat^
h>8.V..Grandie CapiiSU) IbiiBLenmoc^incqnaiitú fcguio i-T. ..UA*lA .«t _

1* i'\ . >

.Qs Vcneaianós, di <k^graí^a(èo4ctVindoa-QlRey dc F«9*; • >

^aXrancifco 1. & pòáoque iwm fciliffe abóa forttK


na acompatiha V virttide;pmqiie Dbtmdàa ptm^aii>
dadctal Vcaaos Heh^ges coiltrao6<}athoticos.td tudo>
dc ordinário favoreçe^ííaufa- maispia^dt» os fòldádos^ Lhi»! r<|H}a
aBtmadvcrt*
yêdo hunvCapiiãodócofOj&^õprorpcros ftxceíTo.sd tnmu intef-
íitguê com màis Vontádé,& fc promcttSlogoá viâoriay ritnifi tcnorC
r«tuni CK quif
Siilacõjqomzo mtMoÊmtes^de naii^& quinhCioS Gaval^ Init per aí^-
4i&câ(inuatio
losdesbarafOon AralH^aovdt Tacííes Gapifiiês d«íM itri-?
ipfa eflIcaciíG
dates' cõ canta’ feHtidtfdfTqdeeetnmil ihfantcí$j:& dez nta eiTet.intcs
mil Cavalloslhe náohcáram inteiros dczmil, S cík* tradicionctn,
Iwpeo^novi-,
perdeolódoze homês. Por efta raa&ão védoos Roma*" taicq, íuteC
qnx n^it
^os qtulquer CapitãodiK)fo õo armo 4 íervião dír C^' fíern,
cendis 'piius* ^

%ulcs,ocôfirrnavã6 por mais aníM»5, por não imèrrõpcr qu-iinatcHis


imbucn'J.vfit. .

fuasfdiddades:«(T»inacõecccoa Sciptão nagüetra dc Srpxbrnc g*


Hcfpanba,& Aftica,& Tito Fhminriona dc Macedo- leitdx lei dc.
cafícnrm ia>^
nia^dea Cayo Macio na dos Cimbricos, &
aJuUoCefac tcrccdeic.
nas Gallias.
Em qu5io Loculto foi vêturofo,o con ícrvaraõi, tã- &
¥y^o ^ome^oo aodcrcmparac % fcKtima mãdacam cm
f«o

ti 7 (id by Coogle
30 F E It f E I T*0 S,0 ^ D A P 0. ;?

Aru lifgaM «ÇompçfQ. Jâmbem' os Ç^rt|iagiticnres fe


valeram yé" Xanti^o LaceiletAonio Avendo o pooco
que obrayão/irus Capitães. Omcfmoíizcrão ós Sicu-
los trazeaido dc-típaría a iQçlippo: ^ fuppofto que
,
,

Deos hc a prinieira cauYa das vidlorias , não podemos


.1 negacavcrhfís'ho}iips rtiaás bcrn-iafôiianaídos^quc^òu-
tros.^iavafe Mareo Antonio com Atigufto Cefai* êc ,

tcattavão/ccom amUadea & jugandoos jogos de mo*


çosifemprc Marco Antonio fahia vencido.* & vendoo
^Hi Agoureiro, Ih.e diíTcv odí ntonio^^ut snUfalítíen..
i» Àes CQm efte mo^o,fup dtUe , que pojio que fiU mdü tUufi
A*m.for hfmj,
irffVoJfd fortuna qfnfoinuettida Àfua^
T’ n»t Ps pcccado» dos Exércitos fazem lal vez perder
S^Widcs vi£tocias.Sc d»fcorrcrmos pclUs Divinas letras,»
a cadapaâb encEpttrareraos «cem^os-, fc bem , como
diz hum A uthor, A felicidade, ou mfc%, ou fc femea,;
ou fcfaz/narccaquc vem femoccafiãoifcmcafe a que
i»ir- rcfulta dos merecí mentosí faZfc a que fabrica a perten-
çâo; cftâ tem dous moldes , hum he o engano , outro a

>_ diligencia , naqucllc fc fabrica de barro , ncflefc pódc


-C* fundirde metai,
J13C VlftWCISCIJ ^
&
hc de mais durasporenx não fc efea-
^ '
I

citm fciicitaté pa uc que a inveja o poua deitar por terra « que nao hc

tão perigofo correr fortuna nomar,como tela de aflen-


licitajenon toflatcrra} donde diíTcSan^to Agoftinho,quegrande
\t^'rtrh0Do. esforçocrancccífaHopcra lutar com a felicidade, & a
ftiini,
maior felicidade não fcrdclla vencido, que como di-
Btrrutrd. 0Í
£w^./. 2 . Alag- zia 6ão Bernardo ao Papa Eugênio: Grande hc ^
nu» cui prae. vcidadciramcntc aquclle aoquai a fbrtu>
íens felicitas
fí anifit,
'
nop na alegra, dc contenta (cm o
iitillt,
enganar.

‘ • •

.rj r . . ..V

;í» “ '/..-c4> oT Í : 'iri<v'Tíáiií*'4< tt-- CA-.:



sX -

Uigiti. ; by v>‘
« « .

r"

9' P O X iiT,ix A Mia i 9Í ^

...,. .
» •
'

r fí , i
r'
J - :< .“. rf.”;i *.>' ’
(. s'.'
f • T
t v> I'.
y'-, • •

CAPITULO XII.

Cormdevetorn0rconfelho,de quem, ’

emque coufas, qualdevefer.


'
'i n / >r *
• ^ *' *
'
«

& ymicadbso& dírcorfos cios homês^


F B.aco» fiô>r
inccms fíiasevidetrckis ;6c pe» nos difviarnios
de ne (Tas paTXÕçs- , cntj pr nfrcímíngardcrcnaoS'

recorrera Dcos^não fiando de nolOfa pradencia; Adn^-


i
vKabitut* ad-


^

ravel confelhctro lhe chamou Ifabs: Toffias^oaconfc* rehiã cap. v


{honaílima feu- filho- Dtvcnífcr os-confclbciios por - Ço®/**»

foa doutrina, Sc virtude conhecid'osv& de boa âma, Sm ícrroí*


quccp]andora,ãeffcs;mnito bem parece o I*rmtfpccn-
ire cllcscomo diúa oEntpendbr Carlos VJfãc^ fer
cxpcrímccados , fc c|panK>mvrK>senrnoincKyuelhorr
porcpic, comodírSaa-vcdrarCnr fendo Avuicos rem 3
condiiçSo do vulgomSodcvec^ni governa cornar c6- '
, .

fèlhocom cpiens efià íntercfiádlona caufa,coino aiude n* 1 •. <

oSpiritD Sanâx>dia de fer livTC^nSosò>dointcrcfIc,nias Bctftprdfr.i^

dp medo,nãD faliamkyà vonta^tCpK ct>modi:çC«:c-‘ CmuL 'Anu


soros bõc confeibos^serSo ^nefes os BLoonanos táò‘
dedifTcSan^Oil^honmztqiKacbafefiieiroclevia care- nos fecir Ro-
cerde iniferkc^a.i^ vb^he4icti9c^^ r.T^>ftn.c.
,
Bosfabios^masnibhadèfór^fefliGCdaiidoHtesciiren» a>c iipjeiriis*
der.quenãohc pera otoniáríAc
prudentes, cpacrodizcr ^que com todos feha efe acon* t«*

fclhar^não fiandosode fèu parecer, que ha dt ctrarr’ dí^‘3;


porquequcm-cudb-cometteaos- velhos, beinhabelvdc ***^
J
qqcm o fia dos moçpSrhc livi»1a,dc quem põr fif fc lè- \ •

SMttcykiâtcoiaÍB&arAiodos^vheojnjpra^ >
qUC_
;
• -
Digiti^ed by
tÍf*d
Í‘'À F> E t^* O &Q L’ D Jl tf o}
?nit» fiSltett.
talVez hum diz o inconveniente, outro, o perigo^
tMcoomiage- «utro a]^díhtg^me|bVoiiirO.|i dlrio/ptovtjítoii!^! reme-
dic. Chamou Luciò Émitio(falláftdorio‘Scnado)fo-
fapictctn ju- berbos, &,não pr.udcntcs a qucllcs, que íç íiaõdc íeu
j>arccerv/Çclcbra CaíTio. ao Empçi^dpr A<íriat»<|,dc
rarm.cde
fnuito docil;& lá diflc Horacío, que o podet fccn con-

j.

-
pm mole luit kl botinhas ruma cetta. ..
- .

Cdft » íh yiu Significavão os antigos o


confelho pello coração:
jtdriani: Li- porquc aâím como cftc quando/e vê apertado chama
OS membros, & partes docorpoqueo foccorrãc; afflm
iicri,v<l£o«i- qualquer aperro, ^ou ncceflidadc
o Governador cró
rtUi^pêrfenaT chamar a fi os do feu confelho pera que o4occor-
Poj. razão. trazião os amigos ao pefeoço hum
coração, pera moüráretn aimportaocia dchuui bem
aponta Bobadilha*
H ttadamur confclho, cujascondiçocus
t í

in coniítliitra Louvado foi ^exandre Severo Empçrador Roma«


adSlíSfi noípóVqqcminquafczcoõfa, que não confultafle., de
Vci« defciní quem Lamptidiodiz,quc conforme psmíiterias, que

v“'VeT& trattava,bufAva os confelheitos Àrifturcles difl'e;quc


te-
.

nes. ac benc- como OS olhos reccbcm a luz doar,aflim o ani»


rorQTwiíos*!* mo a recebe do confelhoj &
que tanta differença hà dos
fTf^\c<ojt'. doutos aos queo não"faõcomo dosviuosaos -mortos^

Chamou Ifocratcs ao bom confelho. coufa fagrada, &


pnd.TMúoT
divina; porque dclle dependem cs bens fucceíTos do
fib^icS govcrnoípórquc mais fegura cí>á a Republica com bõs
confclhciros, quccom os bons Príncipes, aosqoacs.
luiiiaffidcir.

ii);«cOTfiiiQ acrcfocntao bom confelho a magcftadei& lhe grangea.


D>'aior^ili!^«'
orefpcico.& tcmor.conwdiz Pedro Gregorio..'';^ ;

cedit magci- Eurifcdcs dcuiM3tor vali 4 ao confelho, que ao cf-:


éc difortuna lhe chsmcU
ÍÍI’p%«Is‘‘ forço, Superior. da. arte,
ri.-vcrintia.dt
piatão.' Quando Augufto^Ccfar via algum apcpimna{
.

p/r;:rn.dí. PvèpiiMica.dizia^ quefe Méccnas


Agrippafotáo.

*(ÓTnS«' vivos, «unque-cikos.padçcciía:taiuafaiUfaLão-tinhA'dci


'•ior.
fua
E Polític a (Mulit a Ri 35
ruapnidcnci3,& confelho. Dcvcfogirfc dos que fai- -Mil»
' .

Ião á vontade: nem hc regra ccita feguir fempre o con- 1*1 • .

fclbo do mais velho: porq muitas vezes o moçoac^. .


'
I

ta» como refere Aulo Gelio de Papirio > que fendo ra-
paz fc lhe concedeo a Toga,coufa que no tempo ptçsc- ^ f.T. '

te não hc digna de admiração, pcllosmuitosPapirios,q Oyid. P«ICÍfc.


"i

cada dia vemos; verdade hc,quc o natural fupre muitas lunilis^ttauai


mtinerareI>eo4
vezes àidade,comodiflc Ovidio.Coníirmou o a Divi- rum.Celarib^
na Sabedoria,dizeado:Quc hc melhoro menino fabio, virtu«c<intigit
inte diem.
que o velho nefeio.
Deve aSverttirfc.quc cfte confelho fc não ha de to- Eccl.c.^ Mc.
linrelt piicr
mar de homem Eftrangeiro pofto que feja muito fa-
,

bio.pclla fofpeita,que ncllcpòde avcr,a qualadvciten- fenc.ScQiilro'';


cia nos deu a Divina Sabcdoria;conhccefc a vcwladc do Eccl.c.i. Corj
confelho, & o zelo com que fe dà,pcopondofc o cõtra- r»t!es -c*:í(í.
cXtcineonoa

Viodo quefe dcfeja.AíTimo f:z oPap.iPaulo III. cojno liun:,iiefciír't'


cnim quidpa.
conti Paulo lovio, pera conhecer o animo dos que o ricT.&c.
aconfclhavâo: porq hc certo o iifongeiro falhr à võtade
do quegovcrnijtraça por onde aoitaís fe conhece logo
0 an|mo,como^tãbcm fiando dclle algú íegredo, fc vir,
queo pKsbllca:porqo qhc ficí,'‘pomodiíreSen^li Tabc
guãrdalo,& fallírmuíto cònfi^ò.&poucocô os outros.
Conta a hlftoriados Venezianos , que eílcvc prefo Gdriml.prthK
"5-
Rifomefes feu General, & cõ ferem mais de duzentas
.

peflbasas qcntrrviçrão naconfulra, não fc foubc nun-


qua de fua prifaõ, atè que fahio a 4:golar çõ hú > mor.
daça nabocca.Maspcraquc bufeamos exemplos d«Eí^
trangeirosquando entre nòs remos hum de admiwção,
pois entre quarenta Fidalgos Portuguczçs a que fe cõ-
iminicou húa.tâo gloriofa acção, como foi o intento da
idlauraçio defta Coroa , ptimeiro fc vio executado,
qucptefumidoL j .. ..

1 Pollo que o cQçfç)I>p çqnfqrrnç as Içys Fe ja yolua^


í. ta no

Diulí! -1 ÍJ
.

^ij. pB^RrVíir+^fe <S o^LPD à /

0Ujl. Mrío,~ft i^tOficcHrR |wcci^oMgaçtôdc'£eii€á^


tííttlimdt *r. lílòlur 'ROs<{tic<govefft^o, x)ue£ctnpredcvcfn f<«>
htt.caf.fi».
.lA-g.t. g«k o qutffc^vencc a votos ,cotno aflenta’Damik»Co*
terio contra Maeh ar ílktrncm fcdcveadmittirad^iiiif
lih.t.téf,%. çloqlic trâz^PctktsTGrègorio «ntre a 'R«pttblica'Dew
r»L
tnocratia>AriftocracÍ9^&'Monarchia , que rio capirato
reguínte ie cónvchcc éfte Author, cm quanto diz, que
hc roais feguro tomar o (Príncipe o conÃrlho , por não
ir nifib contra fua authorídadc . De Reboão íUhode
Jrrl.i6>c4.i. o Reynò por não
Salanião diz a Efcrittura.quc perdeo
& peâillô para o
feguir o parecer dé fcüs confclheitôs :

não fcguirv hê o m^mo.qüc não o aver pedido, como


Çaf.f*»-
rUr.ytrb.C»» diz Sanâo Thomaz, que feria culpa grave não o
feguir.^Aprova cila doutrina a Sagrada Eferitrura cm
frtytT. j. Cf
ij.tr J5. cr in uitos lugares dos Provérbios. Vc^afe o que diacmo%
'
nocipitulo 1 5. '
' •
í

'
1 ' 'Ji ^ V '• •

CAPITULO XIII.

Oiti o valor>‘6c prudência grangea o bom Capi*


j^oa au^oridadc,a qual fe acrcfccnta com a fe*
a , ,
lierdade dos fucceífos .'^^Rcfta inoftrar , coroo
crefeendo nos mais reqbifitos que apontamos vai ca^
da dia crefeendo niais na reputação. Priinçirameiste fe
fabc encobrir feu limitado poder,dc fraqueza de forças,
noftrando afeus inimigos grande. abundancia de tO*
das,as coufas. Vfaõ defta polkica os Turcos aindahoie
mandando trezentos homens cada hum com fçu^cep
dc(ÜAhcúo»pc(a que - iahe^«m hua
-• -j-'
' -
ft ^aLi rrei Mi L.t t Arir;,' 5Ç-
cetta cameracom grande cftcondo,como fc fora trigo.
Sc dahi o cornãoa> paffar, dando a entender fer infinito o-

thefouro que tem j & deílc modo acrefeentaõ a


de feu poder cornos eftrangcitos.
Deve fallar menoSy& obrar mais^ & íallar com gra-
uidadc,& juízo, principalmente diante de gente eftran-
geira. Foio meftrcdefta virtude Scipião Africano.de
quemdízíitollvio, que quando fallava com os- Em-
baixadores de Hefpanha era com muita confiança , &
magcftadc.nãofoltando palavra q não foíTemifteriora.
Empercciro lugar deve cumprir à rifcao prometti-
do, que por iflb dizia clRcy Dou Alònfo, que tanto
montava no Principe a palavra, coono nas particulares
pcíToas o juramento. Nem deve intentar coufa que não
poíTa acabar, ponderando para iflfo fuas forças, &ao
que intentar, tratte fempre dc lhe dar fim Mandado .

Scipiaõ a governar os Exércitos dc Hefpanha, com


tanta conftancia fe ouve no cargo, que não quiz tor-
nara Roma acrefccntamcntos dc gloriofa fama.
No quarto lugar, deve fer grave em fcuscodumcs,
& modo de vcflir.naõfe inclinando a novidades, nem
mudando o^modo do governo da guerra: & osavifos
'
que mandar feja>fcmprc por peíToas dc confiança, âc
viftas nas coufas.
No quinto lugar, deve moftrarem todas fiías acçois
huma cxccllcncia de animo
fem fombrada avaiez.i,
,

aflim acerca docultu Divino como do ornato parti-


,

cular^ militar :
porque naõ.ha coufa mais frágil qiic
a fa ora i quando fc naõ cflriba cm fundamento foli-
do. .
,

- Ultimamcntc acrefeenta a fama authoridadc


aboa proporção do corpo, Sc o-efplendoc dO fànguc.'
<

di a dotpichcif^qte^Qrd^riaaàfmei wím> B»
t- « C2 menio.
1

56 ; PtKfElTO SoLOKt>Ór .V
Mmatpi*
f racnlo, a natureza iflcItiAou a gra ndes ententlhnenc<^^>
conao de David apontou »-
SidS
fími vii^dbcê. BTctinura fagradaj &
Plutarcho gaba da mcíma forte
^cipião . Vcjão OS cutiofos a dcfcripção dc Olímpio
i“fin"mrnu '

mc^büISlg- Nemeiiano. <

acorporüdo .r . ,

Sjmanckds d« t

DauiüflMf™-
CAPITULO xiv:
fin, & pulchet
alpeâu deco-
caqucfacie.
Olimptt .
f
Dafufiiça que deveguardar..
tui’lenunicib| ,

ponderis acqui Atufal hcaoihomcm a .vÍTtude da kiftiçaj&cõ--


niiicoium dil- f prcncRdc todas as oiais vittudcs,confcrva a au»
thotidadc dc qucm govcrna,& fortalcccoslm»
aíuetas^vT^*
patiens pcrios.Pintdrãona orfaãde pay,df dç mãy: porque não
de ferrcfpcftiva. Tem ocffeiíodorayo^ocdecêdo-
sunda tibi pera c?ftigo dc hum,atentioriza a muitos^obrando cona •

1“ n"» fetro*a
® mcfmG golpc, çxemplo, & caftigo f & i falta delia fc
ifon«^<upet- aruinão as Republicas., Negando Demetrio Rcy dc
Macedonia a hiia mulher 0 dcfpacho dc hüa petição
dc iuíiiça, lhe difle cUa Poii deixe de fer Rfy porque
.*

luíiitii non pera a adminiítrar forao ^eleitos os primeiros Reys»


-

habec pattem.'
eqaeniatic.
poc
Trajanoaífirmão muitos Authores fc íalvou
Rcy D.Álonfoyque com ella grã-
juftiça.Dizia cl
geava os ânimos dos bons t 6c com^t clemcncia os dor
^
niaos.Virtudc celeftial lhe chamou Homero. Laôãcio-
udtuyMTM que quem faz juftiça não pòdcfctnecio, por fer
étmftnditdA artributodo eiucndimeiiro. Imraunidade da patria , dc
paz dos povos lhe chamou ArHloteles» 6c o mcfmo dix »

cm outro lugar, que mais dannocaufaem hãa Repu-


blica a íàlta delia, que a cfterüidade do tempo.Mereceo
«.r»üv por cRã paece 0 dc luRiceico d Rcy Dom Pedro,
3s®»A,
T aqjicm

Digitized by Google
,

E PoLIT I CA M l 1 1 T ,A'RÍ 37
a quem in j uftamctc dão O dc crucl} imittouo cm
nome
nnútas aeçoens o Conde de íàõ Lourenço Marti m ocande de-
Afonfo de Mello, &
por cila íc fez refpcitar de forte, s,Lcnrcnf8.
que o crão feus bandos dcmancira.quc fc vio na praça '

defta Cidade andarem dous valentes foldados com as ,!

cfpadas na cinda brigando a unhas, & a dentes, fó por


não incorrerem nas rigurofas cxccuçocns que fizia,
fem cxceição de pcíToaros pomares não ncceflltavão
de guardadores, parecendo cila praça de Armas mais •

cfchola de lctras,quc prefidio de licenciofos* foldados:


donde dilTe hum politico cm abonoda Juftiça,quc dõ-
dc cila rcynava não tinha a fortuna jurifdição algüa.

CAPITULO XV.
Dofegredo, que deveguardar
como na guerra deve conjide- '
.

raros tempos.
• •

O Melhor confelho hc aqucllc , que o Inimigo


ignora antes que fe cxccutc:fcas minas íc não
obraíTem cm
Perguntádo Antigono por feu
fegredotrabalho de balde.
feria
fílho Dcnáetrio, qu an-
.

do avia de mover feu Exercito, refpondco indignado.


Porventura tido ouvireis vos ofòm da trombeta quando
dérfinal de marcha'* Mctcllo Mãccdoiiico perguntádo
tambcporhum amigo, de que forte determinava, ,fa-.
xcr a guprra.a Hcípanha,lhc refpondco: dV aminha cs-
'A mcftvn
ofiouber, t, logo a, queimara. ámi
Dom Pedro de Ar^gaõ ao Papa Martinho IV. pci;gu.nrj
C3 lanicHic

D
»

5S S ò'LD A'^ 1>ÓP^

tín'd<5ííj(?é’iíí5tií?flft faziírà" Arrtiatía,'(còni b qiiáf déí*


«T
'pois fc fez fenhof de Cicílíà.) 'Algus cxêplos deixamos
S»fr* í. »3-
Multa fíquidc já apontados . Notado Euripedes de Ihc cheirar mal a
intuscompu. bocca,'refpondeo agudamente, que
trucrunt, íiib-
muitas coufas dei-
índicant fc at- xava ápodrecer dentro de firdandoa entender, qtic Ta-
cana foiitutn
bia bem guardar feu fegredo Por cfta razão piritavão
ícivaie.
os antigos nas fuas bandeiras hum Minotauro, pera da-
rem' a cntedcr,qiie no intimo de feu peito o refervavão.

Cdp. DifcipH .
E quãto à fegunda parte defte Capitulo, fc deve adver-
Utit ctnfi- tir, que a ncccíTidadc fiz licito do illicitd. ProHibidp
crrtf c,

fguiíptopter era aos Rómáhos o abnr ferh licença do Senado o Era-^


ntctfsitdttm rio publicojôc cõ tudo Scipião Africanoo abrio tendo
éifit rtis.
neccíTidade dclle pera aguerra, antepondo a utilidade
publica ao rigor da Icy; porque cilas calão cm quanto
Yaler MdX. /
S.cap. 7 . a Donde vem, que numos Doutores tem
guerra dura /
Idem intetac- pera que quando há urgente temor de guerra^ tema
fi,
momm íltc-
pitus fc nun- IgHja obrigação de contribuir pèra ella. V
quam jucis Ci
• Porinduftria de Marco Junio Diftador fc tiràram
vilis legei au-
dite potuiire. dos tcmplos çs dcfpójos do Inimigo,'pcradclles fer ju-
fanorm. in c. daré.vcflíram armas os moçpjnõbrcs de Roma, con-
ficut ylt.dtji* vocàram Exércitos de cfcrávosVque ã tudo obriga a nc-
tíJht.
ceíTidade. .

Louva Cicero a Oftavio Cefar poracceitara guer-


ra contraMarco Antonio,fcm efpcrar licença do Sena-
do: porque via que hõa vezafHigida a Republica mal
o podia determinar quando aoccafíaõ era paflada :dc
poriObdifíc CayoMario,referido por V.alcrio Máxi-
Ihil.X.
mo, que não fe diz fer cOntra a ley o que fc faz por*nc-
ccflidadc; &fcmpre íe devem confiderar os tempos,
como ditto he E pois quando efte Capitulo fc efere-
.

ve fuceedeo a rcftaurâção da praça de Mourão oceu-


pátla pellos Caílclhanos quatro mezes antes (de que
tanto blafonàram e&tieas.flaçeês cílrangeicai):^ rcRi-
tüida

E PoUTl CiA Mi.^IT AW. 59


tuida pcllo grande Joannc Mcndcz de' Vafçoncçllos.
Razão hc,quc não paíTcmos cm filencioo.grãde fegre-
do com que obrou a fac<;ão, que perguntado pcllo- in-
tento delia, deu femelhantc reporta áque ncfte Capi-
tulo apontamos de Mctclo Maccdonico, Que fc a fua
camifaofoubera,logoa qucimàr^rôc tãofelizmcAtc a
acabou, como de feu valor fe efperavaj acreditando a
grande confiança quçS. Mageftade fez de fua pcflba,
nomeandoo por feu Tenente Gcneraf nerta Provincia,*
rendendo cm menos detres dias a ditta praça, que o
GovernadorCartclhano,quc nella crtava tinha promet-
tido defender por vinte dias atè fer fcccorrida:a cújo
aflumptoos engenhos Portugezesfizerão feus elogios,
dos quacs pera os curiofos porei fó crte Madrigal!

.Ce far fe^unJoyCujo braço forte .


^ ^
Honra he de Lufoftnveja de MaVorte
l^oís do nojfo pafado Vuuperio
Hoje redime o Tortuges Império^
SubadeyòsQ Grande
'

Vajconcelíoíy

•jl famaaosmm remotos phralellpsy,:


Trema Caflella^^ as ^gioesremofas^ '
... -

Ho l^alor^or tuges efeufem notas j

Saihdoyque atyrannia^ \
' '

Tomou de Vojf?a aú-^enctayeíla opfadiay ^ \ . 1


.

em todo o mundo
Seja Vojio bra^^do . ..
, _
Serdes em^ortugal Cefar> fegundoy , ,

iPoií apenas tresfoes erao pafiadoti' i- r: .


.*.-

Quàndo fe'^Hfirdò 'Je HourãopróftradQS


'

V >»
\
^
.

u -'.v.b o«vr.'0>v!.'
í;0‘> i '•••1 ,
4.

'^Digitizúd by ji -
'
•'PeR^EXTO Soi,t>AX)0.
emtalrtíina fe úchito mais fegurosy
Mandai loga^ qual CefirpOutro a\'i^o
Ao ntemno, Tortuges T^arcifoy
(^Aquem ccm tal prefie^â ohedeceUesy'y

chegafi&s^que itiTies,, qtte yencefies,

CAPITULO XVI.
Se convem limitarenfe os pderes
.
ms Generàes2
Xpcrcmcr.tàram per vezes as RcpubUcas do

E miindo o^ per j.uizosque nclíascaufaõo gover-


no de muitesjos Romanos na cresção dc quatro
Tribunos com poderes dc Confulcs, mandando huns
a acõinettcr, ôc recothcdo outros, dcrãoocca(u\õ a húa
tãbem L-ucio ímilio Pau-
lo>.& Tercncio Varram conrraAnnibaL Experimen-
íiy,»s.u, róxam o mefmo dãnoos Príncipes de Alemanha don-
tra Carlos V.& nas guerras de maisconfideracão aíTini’
'

Gregos, como Ron->anoscreavão humfó diftador: No


X. 12. motim da plèbc Romana elegèrani a Mario Putio Ca-
niilo. Morto Haminio junto ao Trazimeno ouve
^ ^ ^
‘ grandes rcccos Roma, &
ífl diz o mefmo Titulivio, que

%*ude i»r. recorreram logo a fazer Diftador.


Tinha o Diílador o governo da guerra independen-
VtmiiifaJt appcil^o algúa,& allim o difpocm húa
lcy,& algüs Autores , dando por razão pera que livrc
clc todo O impedimento pudeíTe o General tratar do

*íífc
cçnv.cnicntc á Republica . Na guerra dos ,
'
>

Dic!t:r:ed by Google

/ '
E Política Militar. 41
Volfcos fendo Confulcs com igual poder Tito Qmn- .

to, & Agrippa Furio, renunciou eftes feus poderes na


-quelle pello inconveniente que avia .deeílarogover-
f nocmdous. Emfcgirefte parecer Ariftedes deu aos
Athenienfcs hua grade vidoria cedendo todos feus po-
deres cm feu Collega Melciadcs . Ve jafe o Capitulo
feguinte
Inconveniente hc grande pera a gerra começada
mãdar outro General por fucceflbnnãopaflbu iflfo por pi^tarjn
altoa Quinto Fabio aconfelhandoao Povo Romano, rijUiU.
que era crueldade plantar hum a arvore «outro co- ^^trUmsdt
,

lherlheo fruito:dosquaes exemplos fe collige quanto


mais acertado he o governo das Monarchias, pois co-
mo dizia Tiberro, não convem, que a Republica, que
he luun ló corpo tenha muitas cabeças.
E ncfíc noflo Rcy no donde a fidelidade efte ve lem-^
pre cm feu auge, com mais razão deve o Principe fazer •
• <
.

• dcfeusvafi'a!€>stodaaconfiança;cujackiçãodcvcfa-
'
zer fcmrcfpcitaranais queovalosdo fogeitoque efeo-
'
Ihc,& fendo t<il>como atraz fica ditto^ não ficai eferu-
.
pulo à murmuração Mas . mo
deixarei d c advcrttir,
que não ferá polittea fiar da quclk,q.uc hõa vez errou»
ou foi falíoa feu Principc.porquc tem raoílradoo tem-
po caíbs infauftos nefta matéria, & menos fe deve fiar
da quellc a queiu tem aggravado loão. Campanç^
AurfiorltaliaBo nolkroquefczdecomo feha de fu-
girá ingratidam.traz hús verfos latinos por adagio dos
da fua nação, que querem dizeri •

Decipretiti
qut vna me JÍo- mefirnel Dij
Rialelaxiot
FâUc DioSt raxintçiHcbf
Jã^uAeU-,ft Aès^ ne,fí
^eccpciit.
CA-
I

Digitized by GoogL
41 . - Perfeito SoLpÀ-Dó, .

CAPITULO XVII.

Se comem dar appellaçSo dos fei-


tos, cmfascrimes,queo M.efire
de Campo Generalfentencea
C*fiÍ9d»r l,6>'
com 0 Auditor Géral?^
tatXur.
«(i:Oninino.
providè de-
cccvicantiqui
tas ludiocs ad

P
Arccc que não, pelas razoens fcguintcs.
Primeira. Porque por eftc caminho fc lhe tira
não fói authoridade,& jurifdiçâomas totrlmé-
niendom^db ícosmeios dc podcrcm confcfvar cui |uftiça,& quie-
tacão aos povos, & Toldados, o que hc impolTivelcoo-

twnun^net 'Tcguirfe.rc cntendercm que o Príncipe lhe dibta o caT-


**g<^>ícmitandolhcsos poderes, podeodo os delinqucn-
Íon^cpníã
agnorccrctdif tes aprovcitarfe das valias, &
interceçoens,& d.i facu]-
fò^utepote-
com que os miniftrosdc ordinário abfolvcmas
ratrispetmif culpas,dc CU jo pcrjuizo não hão dc dar conta. Veja-
cofquííenfes ^ authoridadc dc Caüiodoro.
tardiusarde- fc co;rompem coiTi 3 dilação (quc hc
Porque
^rcompcdiá «força haja com
appellaçocns)todos os fins principaes:
n-.ittimus ma porquc na guerra Te caftiga,pois nclla
^ ein muitos cafos
la-finoa prac- f ^ Ti - - i •

íentiafacimus ncí»ais vuL cxeciitat fcm dilaçao hua leve pena, que
^ conjunção do cafiigo vfar.dos mais rigot
quisenfiiraú-
dejt peceare. tofoS.

ídws^uasd”

Porque tem moftrado a experienda cila ma-
triaionem xiuiaa todos OS Príncipes, tanto, que não ouve até gora
ír^líierc? algum ,
que limitafic a Teus Geiicracs a jurirdíção,af-
^^2 V- funpera o caftigo.como pera o perdão das culpas, que
6 y. CP* 7 )• com *

Di- d by Cl Ogl
E Politiza militar. 45
commcttcíTem os fcas fubditos, attcndcndo não fó à
authoridadc dos fogcitos,qgc occupãOimas ao conhe-
cimento, dequc fcm cfta jurifdição não podcriãocon-
fcrvar os Toldados em dirciplfna , & amor & os. povos
,

cm Toflego.
4. Pofque não fó fe coftuma conceder cfta jurif-
di^ãoaos Generaes,oti Governadores das Armas, mas
aos Coronéis pera poderem condenar á raprte todos
os que fervem nos Teus Regimentos fcm darem ap-
,

pellação, nem a íèus Generaes ^ & fó faõobrigados a


lhe dar vocalmcntc conta das fentenças, antes da exc-
cuçãoiôc aflim oconcedeoa Magcftadcdc elRey Dõ
João o IV.noffo Senhor ao Coronel Til.
5. Porque os Capiraens de África, fendo tão di-
ferentes a fua occupai^ão.quc fc limita a hum pequeno
prcfidiOjtcm toda a jivrifdição Civil, ^ crime, & a dc
morte, cortamento de membros fc lhes concede cm
Ord.hh.£
muitos calos pclla Ordenação defte Reyno, feita cm íií-47*
tempos que não avia as noticias,quehojchà da guerra,
& por fogeitos dc outra profilTaõ;& pera oceupa^ao
tão inferior à de General de hum Exercito, a quêfcm-
pre cm toda a parte fcconcedèram todo livre poder.^ôc
;urifdição pera caftigar, & perdoar, como a iras naof-
tramos.

6, Que qualquer Dezembargadoraque íê cora-
mette hüa Alçada, fc coftuma cõ ceder poder pera fen-
tenciar todos os cafos, & executar fuas fentenças fem
appellaçâo.ncm aggravo cm fua fó inftanciaj & tendo
por adjuntos quatro luizcs da primeira inftancia :&
ncfte Exercito, dc nos mais hátres inftancias, a primei»
ra,nos Tcrçcxs,o Meftre de Campo com feu aíTeíTor,
- quehco luizdcforado lugar em que aftifte o preft-
dio. Segunda, ó Mcftce.de Campo General com o .

Au-

•Digitized by Google
'

44- .Ferfeíto SoldadoJ


Auditor Geral do Exercito, que coftumi fer hum De-
zcmbargadot E na terceira, o Governador das Armas
*

comofeu Meílrc de Campo Gcneral,& Auditor Ge-


ral; & na Atteiharia, 6c C&valaría os feus Gencraes cô

©Corregedor da Comarca, que lhe ferve de aíTcflbr,


fencenceio na primeira in/lancia, com qu9 vem a in.
trever nas fenten^as hum Dezembargador, hum Co^
rcgedor,ou luiz dcfora,& os principacs Cabos do Ex-
creiroem lugar dequatre moços faltosdc experiência,
como faõ ordinariamente os luizesdcíora da primei-
ra iflAancia.
7. Pcllo prejuizo, quecaufaõasapapdlaçocsaos
foldados dcfemparados.quc não tem meiosdeo feguir;
éc aíTim fc farão eternas as íuas caufas, & prifeenj; &
ficará faltando© exemplo de cafligo,quc heofim;por.
que as leys fc ordenarão.
8. Porque enrre os Pottugczcs hc mais nccefljria
eíla jufiídiçaõ , & peder dos Gencraes, por íer vicio
proprio de noíTa naçaõjfogcicarcmfc dcfficilmentc á
obedicncia,fundamcnto principal dos acertos miEta-
rcs.
Seja pois a concUifaõ,quc fc naõdcuc conceder ap-
peljaçaõ,ncm aggrauo nascoufasque os Governado-
res das Armas ícntcnceaõ,aíTim cm Campanha, como
noPrifidio alojado.qncncficcaío lhes hc r»aisncccf-
faria a jurifdiçaõ total : porque nos alojamentos faõ,
muito mais frequentes as occafioês que os foldados te,
de íêdcímandarcm contra as fazendas, &
honras dos
moradores, aquche neccíTario acodir com o cafíigo
promptifiimo, para que os pouos tôlèrcm molcftia taõ
terribfl como a dos alojamentos. /

CcrroboreiTiOs cila concUífaõcom algíts exemplos,.


Authorcs,& Dereí». Na Republica Romana .tinbãa
os

pigilleed
q

H
E Política Militar. Ty
m L.vfficium
j^rt
I 2,'

milit.ibi:

es Confutcsp icnaria jurifdiçSo pera premiar caAi- , & mititonü au .

gar,exccit«ando sò a morte dc Gavaíleiro Romano. A


tinhaõosTribunos,qcorrefpondem,
^
mefma thoritatis mo-
com^odizBobadilha, aocargbide MeftrcdcCãpo Ge-
nc ral. Amcfntia jurifdi-ção civerão osPerfeitosPretorios, o/fic. vr^f.

dpsquaes fc nSo podia appcllar : &


fc deve advertir,
cftes Perfiritos tinhaõ lambe i,urifdiçâo na milicia. Va-
Icntiniano dividio afurifdi^ão, qConftamino Magno Eoamad"
tinha dado ao Meftre dos foldado«,quando o crcou,dã-
dolhe toda a jurifdiçãoqtinHa o Perfeito Pretório: dã- adhibctur. om
doa cftc a jiurifdiçãociuilA ao Meftre a militar. E em
outra lejr fc dá ao Meftre de Toldados do Perfeito Pre- Sapiétia.aduce

torio j-Lirlídisão hmbem nas eauTas civis, qu^ipicfoS’


Refere Tacilo de Minucio,que au Tente o Teu Gene- judicaturus.
raUToíTcgou hum motim noExerciro de Panoniap cõ
morte dc dous foldados^fcm ter jjurifdiição pera o fazer: •

do qual lugar Tc colhe claramence cjue o General a ti-


liha.E em outro lugar dos Annaes refere q«c Corbulo
governando o Exercito de Alemanlia inferior , conde- num annatas
nou à morte dous fold ;doí.tpotquc trabalhavão em hú
foflbfcnr ascfpadas nacipta. • • dinawdifpo.

Ós Authorcs
miliurcs não dlividaõ' dcíFa verdade.. ^È?jTm^itík9.
Braacacho no cap. 8 fallando dos Auditores dos Ter- #
-. w.
çosdizt Áfâmlaexucutíone dtlAvifé htbprimi defare quTcxetcina
txequifeáLÍMMeãre de CempO' Genera /< , data pAfte aI ?'«P'5

Juo t^ueutor Gencrãl.t. filiando do Auditor Geral diz fionis in mili.

cftâs palavras 7 '.

^
deve fenfe fm ordine for Alcuns exe-
SUtioneJl qudJ ordine hAurá. dei Capiteno General.. Cujat. d.tit. o*

Acclço nas Regras Militares cap.9.tem> as mcfmas


patávras,^& GcorgcBartano Mtfftredc Capo General tantinus wiu
'
diz as feguintes: Perle eontrario non hAuo UftnUncc dei f-étkàrwfeao
Aíejire de Campo General opptUdtione Aleuna.. ^
ttiníiTu íí!^
1" Antonio plmamilitach
, 'SH.tU. •fp€. liAgifi.miLii:Titi illnfttes nuliain ^itõrhabeOt pç^jéSaton
.
ipftOiiiacUks, nccaiapliíE.inapcifcftuiaiaaulitait$vaa>i,g{«>
.
1 i
:,.

Alnt>5ni6 Lcchuganadifcaríd dc Mdftrc dé’GaHi«-'


'.K- - p6,nO'Titulo, Dí to que iocu drderecho^a fu ctrgo, diz cf-
«^"palavras: A qtéieypfe deve conceder eJiÀfuperioridâd^:
rUeyor dei ^xercitoi, y fo^qnede^mujy.ãtreã
c^^ikmxiati- Jcleeoncediò yurijducítn ftéreU vide en todor las deli*
qUt meteeen femejcnte eafiigói% faUanda do»,
tein; Gchf-íaês da Cavallcria, 5c Artilhctna ^Kt.HíJíuUs ferí^'i
^w.mnitís. fcncUsdades por elíostienen fu appeUcton pare' el'‘Màe*
eoe^jueí^/ujprefho dcl Èxtrcu
' accupt
to^

O mcfmo fera oSenhor dc Rivarbadn nos diícur-


|«ritoré*in** fos MilUafcs,& no dc Mcftrc dc Campo General cf-
fó^e!o”ãõ o que Ic feguc : T el ordener en todos los cefos lo‘
ad ahud judi- que Jè requiere,como el que en todo tie»e iaJuUiciai porque
niH^"opòrtè- ^onde no ejluel Príncipe en perfone^ éel Condejlehle , que
bitifícutigitur reprefente leperfone det Principe^el Meeãro de Cempe- ^
iHiiftres m.ig- \ t r j i n • •

mWfxnúi tüz Generalreprefenteleperjonedel Pnnctpe. *

O Pfincipe dc Parma nas Ordenanças Militares, fa-


minalitct eos llâdono oflScio dc Auditor Geral, cfcrcvc o feguinte;
^htigare debe.
p^y^ffg g como Cepiten General tocs lecognicion^ju^^
todos los cejos ^querelles;
r«r//i*f.Bono rifdiciont
y deter minacion de
^^ff^cl^àydeliãos.y mele fidos que ecoÁteeieren entre foldados ,y
jurr. £ t lib.
gente de guerra fin que ningunos oiros jue!^es ,jufiicias , è
1
.

n””rtém”quia e»nfe')os puedantomkr efta cognidon,â jurifdtdont porque-


vallfi non ac-
gs contre ra2on.,y contra las leyes militares : y de equipo-
cintus, atq,a- , , r ^ J ^ • /r
*
i

liiim.quia pu- dra» najcer grandes tnconvententes^y los mtnijtros de^ .

^ ^^*l°l^^deciiós,yrefpetados,
acci^'tu^fbdr
tt-e, morte pu, , Don Bernardino dc Efcalante tratando do McfttC’
dc Campo General,diz o feguinte; Tiene poder de man-
dar prender,foltar,y cafPigar corpoPalmente en la vidit eM
todos los deiiãos cájos que rnerecieren Jemfjente cex
.
• '
*
'
-
fiigo. .

- •
. * £ vindo aos exemplos. O Du<iuç ,dcAlv;icm£lanr
des fe^x«cu^aÕ nas vk^s 4os Cpndes_Homo,&
monCydcçtnPortugalDa de Dptn Manoel dc.Menc^es
Governador dc Carcacs. E ifto ícvlâ cm Bada^,
Catalunha,aondeo Marquez dc Aitona , fem^e.fpeiar
prdem de Madrid > -mandou cortar a cabeça ao Vèdor o Doutor
geral do Exercitei poucos annos. Semelhante aeçaõ^ Georgt deA-
fczna' Índia o DouforGcorge do Amaral à pouços
dias,& fe lhc*ágradccco. tome lios n*~

Manoel Severim de Farta no dlTciitfo legando das


noticias de Portugal, aífirma o mclaio pçUo Rçgi^tp
^
dclRcy Dom Afonfo V.fallandodo Condcftable, &
Marichaes,os qiiaestinbãotodaa ^UEÍÍdição, civeí, &
crimc;& do Marichal ícappeUava sòpera o Ccjadcf»
tabcl E na milícia antiga dcüc Rcyno governava o
.

exercito o Condcftabcl,^ o pofto de Marichal^corrcf-


pondia ao dc Meftrc dc Cannpo General. ‘

Não fe acha nos Authorcsli,mbaçaÔalgõaneftaíma-



^ ^
teria: porque a hüa*lcy dc que a%õs fe querem ajudar, mir.*’
'

Te refpondc , que o privilegio concedido aos foldados,


fenão deve limitar íó a hüs cafos.^porqne o caíligo atte- ^

dc cm hüs,& outros igualmçnte a confervação do Ex-


ercito. -í .-

"Fazem tan»bcmdiffcrcnça cm Exercito jonto, ou


dividido cm alojamemos,& praças^dc com u palavras n^fu» jir$»
terUttmr.^
feguintes xcfpondcmos a cila : EjiéfUo el Exercito
ttene muno yy authoridudei Cupitu» Generalfur a e^igur^
en los cafoSjque no permiten diUeion, a tadjs, ias^ ferfçt^^
que efian en *l Exercito eon todogenero de cafiigo 5 pera e»
los cafoSyqtte permiten dtlaeion no tiene muno , m autho-
ridud para quitar la vida , niel officio al CüéaefirodeCm
po CeneralyM a los Generales de Cavailariayy ArtelUrUy
m a los iAiaejlros de Campo^y m^s LAÍinifiiroSy cuyos ofjp-
(m tlnopmde provur ^fmopMÂHptjt^ndcr^los , ^
' dtrlosy

Digitized by Google
Pei( íÈi TO -Soldado^ 1

áerlos^j fufpenierUs , fuJiamUr las cãufas ,yrem€t}rías


al Pri »cij>e,que es a quien $oca quitar las vtdat^y los offi
cUs a femej antes perfonas , que a tl falo toca en los cafoi
que permiten dilacion» quitar los officios ^y ias vidas a lai
demás perfonas dei Exeraito.Ejíando dividido el Exercifd
que no permite diUcion eí caf^
les toca tabien en tos cafos
ha:^r a CapttaneSy Alferet^yCava-
tigo que fe huviere de
Beros partuularesy las appelaciones de todòsios demás de-^
linquidos que tuvieren Jentenceados los Generales de Ca*
vaRaria,y ArtiUeriay los Maejlros de ‘Campo.
'
''• í

CAPITULO XVIII.

Se convem 00 Príncipe mandar


vaçar dos GencraeSfty Cabos
dos Exércitos.

H Etaõ neceífaría aos Príncipes pera cÕferva<jSo


de fua Coroa auíhorizarcm muiio a feus Gc*
neracs,quc nãocofiumaõ mãdar devaçar nem
íindicardrilcs.fenãoqnanck) as queixas faõgravcs,cer-.
taSy&eícaudaloras;^ ainda pera cftas devem precedee
,

fecretas informações por miniftrosdcüntcreiTadosepoe


que mo (Ira experiência, que fó contra aquelícs que t6
valor fc levantam, óc confpiram as invejas ; não he &
jufto defeorapor homens detaõ grandes poftos por cri-
mes apparemes: & ãs razoens que (coffereccmpcra fe
'
não devaíTar delias, faõ as íeguintes. '
,

" Primeira. .Porque guerra faõ os cafos tantos,


iTa

taõ repentinos, que não avet preceitos pcrácUes


t -» nem»

. Digitizedby
E PotiTiCA Militar? 49-
ocm memória que os con ferve , & muitas vezes não
dão lugar ao confclho,& convem que os Cabos obrem
comacfpada,& com as palavras pera cmmcndarasdc-
íbrdens: & mal fc lhe pòde pedir a razáo difto nas refi-
dcncias , & menos fc lhe pòde applicar o exemplo dos
Governadores doAlgarve,Africa,& outros que tê mais
de políticos, que de militares.
2. Porque feria fazer com a rcfidencia aos Gene-
raes muito maisfubditos de feus íubditos, ficando depe-
dentes ainda dos menores Toldados , & deixaràõ ames
perder o fervií^o do Príncipe, por fc não perderem nas
rcfidencias, & fc verem Infamados por Cap tulos ,
a£tos públicos : & por cila razão deixão os lulgadorcs

tal vez de fazer j'.i (liça contra os podcrofos,pcHos terem


dcípois da fua parte, ,

S.Porque fendo a gente de guerra maislivre nc- ,

ccífitade maior rigor, & cafligo,& cõa confiãça de in-


dependentes, todos os q acílacaufaconccberc queixa
de feus Gcncracs, ou por não alcançarem dcllcs o q in-
juftamcte pretende, juraráõnasrcíidêdasfcm rcfpcita-
rem a verdade, ou mcntira,como a experiência moílra.
4. Porque não feria licito , que fc exponha i opi-
nião,& credito dos Generaes a lingoas taõ licencioías,
como as de hiinr Exercito, & fc fomentariam inimiza-
des,odios,& bandos, portas por onde os Inimigos cof-
tumão entrar, & coufeguirosfinsde feusintem s; &.
quando menos ficão os vaífallos entre fi inquietos, & in-
capazes'dc juntos poderem fctvirao Príncipe.
5. Qne não hc juílo.quc osíbgcitos que drfordrm
O Reyno.cxponhão a henra que graugeàramcõ traba-
lho, nas mãos dos homês de outra prefiflaõ: porque em
afiemando praça , ficaria Rco de hf a alçada cm lugar
do premio, que pretende merecer, & fetião poucos, <is
D hout-i-
& ' .

Perfeito Solsado.
honrados, que fc quizeflem fogeitaratão pezado jugor:
mòrmcnte n 3 o havendo homem tão perfeito, que não
viva fogeito a erros; &
fefeouverem de caftigar todos,
não fc achara quem firva ; &
já atraz temos moftrado o
prejuizo que caufaõ governos novos, &
adiante 9 trat-<
taremos no cap. 20. • >

6. Porque ficando os Gcncracs, & Cabos culpa-


dos, fempre andaria o governo cm mãos de Generaes

pouco pra£ticos,& quandoo nãofiquem,ficavão fem-


• pre fcrvindocom homes, que injuftamêtc pretenderão.
defcompólos,de que refultarião os inconvenictes, que
facilmente fc deixão ver.
7. Porque todos os Principes grandes políticos,
tiverã© pormenos inconveniente deíTimular algiias im-
perfeições defci^s miniftros, do que infamar com o po-
vo os mcfmosminiftros, que faõneceflarios pera oen-
frcar,& fegurarcomaauthoridadc,& bom nome, que
perdem de ordinário n^jílas diligencias , quafi fempre
inúteis, & odiofas pera tudo.
8. Porque os povos que com as rcfidenciasfc fa-
zem luizcsdos Generaes: porque ji>rãoncllas,lhcs faõ
íofpcitospcllaopprcíraõdcosobrigatc aos perigos,
encargos daguerra, deixando o governo de fuasfami-
lias, 3r grangeo de fua fazenda.

9. Que não hc jufto permittiro Principe, quctc-


nhão liberdade CJs homens mais vís do povo, & do Ex-
ercito , pera infamarem os mayores homens de feu
KcynOjfem nccclTidadc, & fem queixa grande prova-
da, &jufta: porque fó neílcs cafos permittem as Icysdo
Rcyno,qucfc mandem Alçadas: & nunqua fc vioncl-
le,quc as rcfidcncias fc mandem tomar à eufta dos Sin-
dícados:porquc feria condcnàlos antes de fletem culpa,
& começar pcUa execução , o que o Pcrcitonãoper-
miitéj

Digiiized by
E' Po L I T 1 CA M I L I tA R. 51
L.mmk .cot.
*nittc;& darlhc luizes imereflados cm os culpar, ba- & tMtcmt.

ilando que rcccba hum luiz hüa pcqucua forna dc di-


nheiro ,
pera ficar foípcito cm hüa rcfídencia co- ,

mo não bailará o interefle dc hüa grande quan-


tia?
• Seja pois aconclufAÕ, que não avendo queixas )'uf-
tificadas, nem ao Principe, nem á authoridadedos Ca-
bos con^en? tal devaça, & pcfquiza pcllos inconve-
nientes ,
que neftas razoens fc apontão ,
pois medra
a experiência , que fórcrvemdc triunfar a infolcMicia,
poder dos mais humildes , & timorátos , à cuda dc
&
temerários juramçmos didados pcilo odio , paixão,
Jou amizade.

CAPITULO XIX.

Se convem quepeieie u
ü;-.í:

.
'

bretço.

^J^"TEnhüa duvida tem, quepormais preparado


que hum Exercito carecendo d c Càr
cfteia ,

- pitlo.hc cego Poliphcmo:nafccd'jqui a duvi-


daentre os Politicos mihtarcs,T de os que defende a par-
te negativa dizem.
- • Que aífim como hfia Nao fem Pilloto -edà;cx.
pofta a todo perigo , aífim q Exercito'arrifcando o fea
'Capitão á vida ná peleja. Alcançando loâo Troxio hü»
i«fignê viiloria.de Heípanha, jantoa Rayena,& indo
em íeguimento dos f*»gidos formowO,
quanto

Digitízed by Google
çi PtRrEiVo Soldado/
J-'
qu 3 nto tinha ganhado cm Italia.-porqúc os 'CàftcUiaâOf
vendoo morto cobrarão animo» & dentro cm hôriics,
'
deitarão fora os Francczcs. ,

um nomen 2 .. Portjuc tcpugnaaomcfmonomcdc General^


laipcratoti»
fatts (ignlikat
Govcrnador,3c*Empcrador,cujo officiohc mandar». &
ROíi exigere
não pele|ar;& aflim lemos,qiico famofo Duque dcAl*
itiaiium ipíips va nunqua pelejou por feu braço » mas defóra , & dc
impcrareenini
dcbct. Si prat- hum lugar eminente dava as ordens nccc4Iarias , que
cipeie.
he a fua principal obrigação , louvar os valentes , rc-
prchender os fcacos , dcfpertar os froxos» & a meudat
as ordens. >

3 \. Porque pouco touvor mcrccc o Capitão, íè eí^


qiiecido de (ua obrigação com fua morte anifcafle a
viâoria».fc a fua patria.aqucnrcom fua vida». Sc cónfc>
lho podia dcfpois reftautar. Kunqua a Republicada
TUebas percce'ra de todo.fe feu Capitão Epanainendas
não metera fua peOToa no rifeo de húa batalha que co-
,

mo diz Polibio,hcando o Capitão ralvo,occafiocsofFe«


rece a fortuna dc reílaurarfc porque toda a cfperança
pende do Capitão..
Pclla parte contraria fc offtTCcc o cxSplo^ coílunfe
dcAlexandrc MagnoyAnnibal.Scipião»j& outros..
,• 2 Aporia immortal pera com os vindouros: pot*
,

que os qucgovernârão a guerra fem arríAiar a> pcflba,


forão infínitosiSc os que pclc jàrão por feu braço muito
poucos, que como diz Cicero^côfiftc o esfArço no def-
prezo da morte, & da dor: logo quem naaisa dcfprczar,,
maisgloriamerccc..
3 Oexcmplo que dà ãos Toldados, que hc tão po-i
.

dcrofo,como atrazdjíTemos, queáviftade hü valente


Capitão» não ha Toldado fraco: Sc dc Alexandre £arnc«
EÍo^ Sc do grande Condéüablc D. KuaoAlvarcz
«Qs».yic gcflbjüaicDtf pgk jjtvâOi r <

/
Com,

Digií' '
Goo^Ié
'

E PoLlTl'èA Mlt^lTAK.
*^^Gôr»túdoa verdadeira conclufaõ hc,que o Capitão
General não d^vc arrifcafrc.faivo quãdo vèdctodocm
iodo pctdcrfc feu Exercito. Cheas cílio as hiftorias de
cxemplosyfó trarei o que conta Curfíode Alexandre na
batalha dos Perfas, quando Dario fc poz cniíVgida,dc
Mazeo fc ouve tão felizmente comParmenio, q gover-
nava o corno cfquerdo dos Macedonios, os quaes def*»
baratadòs fc.pozerão cni fugida,
. El Rcy D.IoãooI. poefeubraçonade Algibarrota,
vçnceo adiíBculdadcdehum Reyno» cftabaUcccndoo
pcrafi^dc fcusfucccíTorcs. '

Na- Batalha do Tourò,el RcyD. AfFonfo V-.& oPrin-


^pc feu filho por feus braços pclejàrão : & pcll a Prin-
cepe diíTc então a Rainha Catholica,'i*/»« fuen etpollo^ *
4tÍ Je qutdavA elgillo : porque então fahio o PriiKipc
vencedor, reílaurandoo Real Eílandarte aclucllc fa-<
itioíb Heroc Gonçallo Pirez Bandeira , tão valente,
cCMTio mal premiado, digno progenitor da honraJafa-'
miiia dos Bandeiras , querem feu foliar cmSameiro,
confeiho de Bcficiros Comarca de Vifeu.Vcjafc o que*
'
*
dizemos nO' Capitulo 34.

Se convem fer perpetuo, ou trienml.

|^’;'zoòitó fcgulftics^
Dl Pri-
; w ;

. . Pfiraeira. Que Ji0«; kok cIcícim fsen Ji9i3{i4iie ff


j
.

fl^beni dar a ouf^a wdi t ik a(Ttm |ul)o, Qjcíar, hõa


'

Piftador eleito |a mais fc acconiodQu ao Império. A


fim ofesCoTiUS d« Medieis governando a fua pauí%
ddxQu#g[òvcrno hereditário a feus^djerccfidentes. j ^

Que o governo perpetuo he de m:is authorid:|»<


de, de refpeitado dos foldados, &
mais titr|di>,dc fe per*^
íuadem a cfperar maior galardão do Capitão *^uc poj'
mais tempo os conhece.
.
• 3. Porque o ufo da guerra os f'z mais peudentes,
'

com a experiencia, quaes foraõ o Marques dc Spinota


cm Hcfpanba.de LudOVico.de Nazaoem Olanda. ,

Vitima. Porque cm pouco tempoanalfe pòdcm,


conduzir os apparatos da guerra , dc feria iniquidade.
• plantarem huns as arvores, dc outre» colheremihç os
*
ftuitos. , . .

Pela parte ne^tiva Ce diz.que não fendo por.bfefOií


tempo, faõ odioíòs , de traiaõ de ajuotat. riquezas pc»*
deixarem a feus filhos j dc t )1 vez tem trattos fecretos
com o Inimigo I dc com os Cidadãos, dc payfanos dif^
cordias,como experimentoj MUlam comFrancifco^í-,
forcia. Os Venezianos por poucos mezescreão feus
Magifirados.os Capitães dc Gcno^i durão tres annps,
os de Luca hum mez.por não perigar füa liberdade, dc
cm Floreiiça a dignidade dc Alferez não era perperua» '
masannahoReynodos AíTirios efieveem pèmilannos:
porque cada.anno mudavâo dc govetno; & fc bufeae-
mos acaufada ruinados Rònsam» acfaaremof^içr af^

prorogação dc feu Imperio;e(lafez os Silas, os Mários, * ,

cAaaccccfccntoua^cuia, dc tyraruiiaadc Cefar com


fua dtdladura. ^ :

Tchdoos Romanos por fofpeitora a potcqcta de


Pomp€o,peUo muito»qoc dtuavafeti^gpfemptO naaiip
'
^ .
túiâm*


Digitized by Google
lÍ'Í^'D>^'lTlêAnMiH. l TTil? '
f^
fiíCffócHVtbiíSiídd^^an-
-éànéKi recbiher a fcu Geh^iaA quahdo ttic parctè, c6hi
p«na da vida, Sc cònfifea^Sodd-btfm^dondt difle Sctit. ^f»d t,HteS
(t^j^quc ''So avi» coufa mais
iriüril qac ó pi^cr btcvc, klutíie^àm^
i

*qiíe fcftfcgrandt: porque rido pòdtffti faítriSo


.*

^WicttfeifuilíOí-qncpor poucOtettípòg 0 Vtrriao',qulhfo


<f6*®QCpot rôüitoaSc heoondiçâõ dòs hòmcní.còritfri- fadie

tarcoire raramcmc com lua forte, Sc por líTo nao adípi- qai jw^o
lâo a coufas grandes por falta dc forças , qnc cíías lhe
dfio muitàs VCíes^ dura^io perpetna-flOs govérnoáj &
riquezas. • .
>

Outra rafeSôhc f qnc eivando d governo militar cn#


fium (ó perpetuamente, defconíião os-máis deo alcan>
çar, & íc dão à boa vida iderprezando^os exercidos da
guerraiO que nSo íizerão fc adfpiràrãd ao tal cargo.
Tainbcmfaz por cfta pane que fendo Geverna-
,

dor perpetuo, negligente, pouco fabio, Sc defgnç idoj


ícnio píodciãa tirárcom grande detrimemo da Repu-
blica, Sc exemplos nos offcrecc Carthago , G rcd.i , St
Koma, quc ícndoporpouco tempo excita ainduílria
de todos. ;


Faz mais por efta parte, qilc fendo o que governa ja
vèiho.goftàrá lÁais de feu defeanço, que dcdifcipMnac
frus foldàdos,& entre tantó perigná a Republica,o que'
não fora fc fe riKidárãogoverno: porque mudaráum-
bem a fortuna-, quc cttVmaHcÃ, & valentes fóldados'*
fc acabSo os efpirituv,' Sc vivacidade com a idade , coi*
lho fe vio cm LocuUo Porrípeo, Sc Cayò Mario j Sc hc-
Mnpoífivel , que fendo cervo o Gapit8o,fc jlo os folda-
• >

doslcocns.' .

• A ulHma,Sbtwais‘(ííícazTaaãohíe,qíiécftândooCa-^ .

pütãòí^ <S<3Vtrriador,fegnròdéfeif pcqi^tub gÒirí ri^


& pbüêr,fe darâ‘a^enKr a todosícom cááfàíçòèh^. - *

f-.. D4 Pcllo
.P*HFAi:nfCI'SotDftP«5>
Feno que ícm embargo do allcgado difliera eu » qfie
fucccdcRdobemahaoi Capitaõ » deve rcr-.pcrfctua**

X do no governo » dc confervado nclh: : poiquc as mu-


dançasrrazemcomíigbdtrcoaunodos» qneapeaas.co- -

ohccc o CapitSo feus fotdados , quando o fazem mii-


'
dar de tenra : & o contrario fe ha de dizer , quando de
feus procedimentos não ha tanta fatislação . £xem«
.
pto fejão os Romanos , que gozárão grandes fclicV*
dades» cm quanto forão governados por Confuies, dc
padecerão grandes guerras civis » tanto.quc emrtUão o»
Emperadores. • »

• Não aconlelhàra cn com tudo aos taes por mais


aceitos f que cíic)ão de feus fubditos » traitaflcm de fe
rcccnduzir nclksr porque pera eonfcivar igualmcn-*
faõ o corpo» dr a reputação » he nccefíaik) íer hum
le


homem tão ferhor de fi que faiba ievantarfe da
,

mefa com appettiter&dos govcrros.ao tempo que mais


zncftrarem os fubditos boa fatisfãção do fpu modo de
procederiporque ainda os Minifiros mais incapazes no .

prinveiros feis mezes de feu governo faõ adorados de


feus fubditos» os fegundos» amados ^ & os tercoiros
(ainda os fnclhores)coiseção íer aborrecidos, não por
deméritos proprios » íenão peUk) vicio da demafiada
curiofídade dos fubditos^os quacs com a mefma fe en»
faítiãodascoufas boas, que das ruins : & mercctráno»
me de prudente o Miniftro do Ptincepe, que defpois de
agccacertadamente (èrvido A u tempo » não t-rattar de
prorogai feu mando, mas foubci deixar o Príncipe, dc
os povosnaraorados de fuas acçoens: porque fe livra
poreftaviadecíperafr que cheg^ue o tempo fatal (que
cm fim chega ) de poder kc expelido com deshonra •

por hum minimo dcfacerto^ oudcAuido » baÀante a


j^tiac a memoda dc grandes fcEviços , pot fer pro^

Digili;. ^
. -
IÇ o HT f C A M I L 1 A R. T,;
57
prio do vulgo , & dò$ Principcs adfpirarcm, a cpufas
novas , &M I vez achão gofto nas peores » dondê dilTe
o Poliiico Romano,que todos os^çprgos alcançàr» an-
tes de os dcfc)ar > & os largára antés c^ue outros os dc-
fc)aíTem.
lã.

CÀPlTÜtÔ XXL.
Secànvem-quefejahft^urmmxíjey^

Arccc qncos natnraes cem

*
P rcmlhcnospoftoscífidaes-Eftrafi^etTos: porqup
por^.afrpnta preferí-

ningocnahc derpeezadode fua, vontade^ ^ pão T4títHt,lri]íí:


perdem lanço de ving3Bçaj& comodiz Xacitp » iiuk
*

deprelTa obeíKCcm,do que fervem, jre obeunt|fi ;

Segunda. Porque os Edrangeiros trado dc fc far abfint;

rerdefetvos» fcnboces. Dc pobre foldadqaMilUpçs lera^redo.


foi Francifeo Esforoia feito Capitão , 5c fc.fcz fenl^pr
da Cidade, & liberdade de todos, O meípio fez* Ac- fcrTiant.

çiolino Capitãodo Exercito dc Treviza tyranoyzan-


do muitas Cidades dc Italra , Mafilio. Garrara cha» ' &
mado pera a guçrra > pcllos. Patavinos- fe,. fez fc^
nhor daquçlU Cidade. ^,pcÍlo mefmo mpdo: ^ra*
cio, de{|cfuza> chamado peta o mermo.. excito., Sç
Caârucão CaíUcancsoccupoua Luca»5c Piza>'5c ,oa-
trosmuitos, ,,

Terceira. Porque os Eílrangctros mah facilqten»


fcráôjraydorc!} 5c notcmpo.da nccedidade defa^pa-,
raràm a guênta^como fezo General Malatcíla cn;rc os
dc Eioccn^ ‘ , ^ \

Gon»

Digitized by Gc---)gU
^

55 ‘ fíSo)
'^ní* tõdò ftfiilòtSò iTècbflírití^cm^^^^^^^
hum bomCâpitiojncccíTariamchtié fcha dc büfcâr ídò-
nco,dt capat.Efta ràzloobrrgpu antigamçntc ao«Caf-
thagincnfcs.a bthfcálí^em cm Laccdrmoniaa Xitippp,dfc
’•
osSiculosatrazcrcmdcEfpârtaaGcalippo.
P^IÍP5 Eftr^ngciros fazem às yazoens feguint'.
I / Qpç mclhdr.ft còmlpidctc HumEÉraadgciro fa-

bio,que hum natural imprudente.


2 .« Porque (etçm obfi:ftvado,quecom maislealda-"
48b ttatâé os 'Eftrafigtito^i âòufals\dà^lLcp«rbiica , qtie
os naturaes.E¥petiq^jU^râoos^Qmanos,rcus mcímos
CidadoÊs pof íniihigps os (thínas nâo confentem
goyerho de natural, na própria Cidadc;Caflclla teve
Alexandre Fámccio, Ambrofio Spinola, & o Princfpc
ThomaXjCapiiâo General de Saboya. "
|
'•
CoiKlno com dizer que não Ic temendo compét»
,'

cencias íbbre o governo do 'Rcyno , melhor he eleger^


Capitão, & Governador natural,qucbufc3lofora, que
por derradeiro ha de fer roais fiel á fua Patria , & acei-
to dos fofbadbsj fem pretender mais,' que a gloria do
louvor. ^
"Hâòfaltão exceiçoensã efta regra , pois vemos ao
Tcrieiitè General da Cavallaria dcfte Exercito, Achim'
Átbitn it te,
d c‘Tcmeríturt governando a Cavallaria da’ViUa do
tfteruHrf.
Oliyrnça , còm tanta fidelidad como fc cfpéra de íeU

^âftdc valor ','qtre deixou henv cbhhldidò’ em Tras 0*1


montes, de que eu poderá dáf bom tèftiróunhój^^qtiafl-
dò fervi de-Corregedor da Comarca da Gidadcdc MP.
randa do Douro; & vindo fobre cila o Caftelhanoc» ra<
oitò mil homens , cllecom oitenta Gavallos,d.mdolhc
húa cncanftiz .da',d ÍCz Icvafitaro^campojèOq^j per^ade-
algunsCaôcdhâoos dépcdtc.^^A^néfihüâvfUâ ^ devà^
feu aífcâo cíla memória,, pois íua medeítia' per

/ •»
não

Digitized by Googl
flSo pcrmitte as façt mais dilatadas.
Não menos obrigadQ-í^ytpu <%í Reyno feu ante-
ceíTor Pedro MauricíoDuquchiéjCojosElogios pedião
partictilar volunaçe ródigo, que foubc difppr iuascou-
íasycomo' tão ÇathoIiGO , não fc cfquc.ccnçio co/n pios

legados dós poères da Villadc’OÍ?vença, aonde eterna-


mente vivirà foa merooriaidrem geàtific»çãcld^u>a^
feâo,lhedodicaràm.o£pithaphip feguicte noinlanu.
me nto,quc por ordem de SuaMagjeftade fç lhqj[az>que
me ^pareceo apontai
^ pera os curiofos.
.
•, -r. í.j-.; -. wp
.
í •-•«}
o c Líí.:j;j> ç

Petri Maurícij Dachinei ih Lu-


íitariia Equitiirii PrajFçíii.
»i r.f.
>r.: /.
"P
"
'E PI T A PHíVmT''
Hie ntors conJit atrex^per qnem mors ipfa triumphos
. A/i7/e tulit demens ^ferlfída^c^de rio\a efi
í
OccUit haiUftrroy neque rnimferrt ilie Mtfftt *

'

yítimtT>uchemumfatainimicarnknt 4.1 '..4' '1

Fata i nimtca runnt^quem cofira inimica timtíanf


Mqne loemt ÇmUyfuemrapuefefolo* :,..^^
^
: 'Í
non mortii^fisd vitte eft iÚe triumphut* 1.4 ’ '
l* .

Vt nunquampoffet df^uit Ulemòn. ' ^

Hitc qui èúfta vicies mirgre Viatõr


Hocjítcét in tümulo^ui cadere baud potuit.

Di(i 4 cdbyGoOgle

Ir
«T Q^M£zer:= ' ''‘

0. <
r-
'<•-'. '..H?* .'jUC.J*’’- '
)-./.•
^
‘‘
1

^
''Aguicfconáèa^
l!" liçio-e^^^ triu n fps ^ & çih r

• -hCí^mojrtwcflrá amcrinamoftcrentida.
*. l>iro«iofrr6« afèt'ro,gaèííi&Íj><>dr«aca- ^ *

^
barcom c?k , morreo a mãos de feu fa-
do, que oufou a còmrnettcllo comoíni--
migo, quandoo Inimigo mais o temiá}
ièujijajadofeà regeltoaÔ4^U;ndfÍ V f
traíladòu ao Ceo. Logo podemos iíar
^

nome*'ar efte trtntifo, ‘íçrmaisdà vidr,


que da morté,pois lHe era forçado mor-
rer,pera náp^poder njorrer mjai| jvós ca-
minhante parai , &.coníidcfai', que ;az
^ j, , aqui aquelle que nunquap morrer, , ,

•Vv^-' .11 tieni cahir* ; • • w' ^

CápitgoUJf í^afifdcf^cfiicnçslauYoraoCapir^dloSbiyíni»^
^‘*”^^*^chdi,quc deixando fu.i patria , .& o poftc que ncHt ti-
»uM iM-
uj,jjjçQapj(jQ(jc Couraças, levado dos defejos dca.-^^
creditai^ feu valor no ferviço dcftc Rcyno.aíTifte clitrc-*
tcntdo ndda praça, cm qüantonão v'aga pofto digno dc
^
fcusracrcdaicntos,aondcfetcrti ;btoftãtciíoi*cia dcíciff
tnov^r^^
geílg4e no talento, &
o vemos no livro quvtpm pera imprimir fo-
f^o de Ci- bre a Cavallaria;fogcito cão douto, que dc todas as lin*^
tni^étio gi- goastcmtiotida, l'cn3o grandes pscíperanças,quc feu
' • ‘
TéUdaCatMl- grandctalcntopromctte/
Uria dejle
igu^j fidelidade tem moü^do com animo incãfa vel
Exertito,
^
• no

• Digitizcciiy Google
<,

'
ErP>OllT lCA)Ml*Llf -ARr
*
«oferviçodçftcRcynoo Tcncnfc Gcnçral & Engc- ,
£«
nhciromòrdcftcExcrchoMonciutde Langres» aquç
Sua Mjg(‘ftide tem honrado como habito dc Chriílo, tnòrdoixer-
& outras ventagens,. reconhtfccndofedcvcdota Fran- cin hUcul^o
ça»dctcrcmfcufcEVWi,ohumtalfogcito^ üUngrex„
'
- • '
. S •.!" .. »•

CAPITULO •
í*.

XXII.
Setovernurà melhor com brmdu- .

r0,fi comrigori :

Ntrc todosos animacs r o que neccfllta dc maiis

E arte hc o homem. Com afpcrcza , ^ crueldade


aflbmbrou o mundo Annibai pcllo contraria
Sciptâo^ônv brandura vcnceotudo. Manlio com a fc-

vcridadcjcom a benignidade Valcrio.A muita beneve»


lenda ás vezes hc nociva; porqued cila nafee o ddpre-
zo,& do fcverOíOdio.Grandc pretogativa bca benevo-
lência cm quem governa, que maüfc ^mão amor,& te-,
mor; tal vezv fe quero foldado com brandura , tal ves
Mie pre judicajfc bem> naturalnficntc o homem fc obri-
ga com- bons termos» d: ainda o Inimigo.. Donde vem; -
;

dizerfe que tanms inimigos remos,. quantos criados:.


, s...'

não porque o íc)ãc^mas porque os fa zcmos cô o rigor,


& robctba.Vcjãorcoscxemploscm Ay a la. Aos bene-
volos leguem os foldados de melhor vontade como
dtzSaluííio dc Sila,& por elles não reparão nos perigos.
:Do EmperadorTrajanodifleDcamCairio ,.quc'atça
camiza rafgava pcracurar os feridos; & pello contrario
ao Capitão ri^rofo tem os foldad^ odio,.
*
'
*.

Digitized Googl
éi fE R" ^E iV O S O 1 1> A
*^ Nlofaltãò’fájjòciis’pera'dcfFcndcr‘>fcf mclbor^ptrAtí
\\ .

gucrrao Capitão rigufofo. Seja a primei ra,ci«c cõ cite


CiondfdeSM fç guarda inclfior a'dirciplina-militar.Muito decafa tc-
fMuretifo,
mosocxemplo nefta Provincia,no infigne General, &
. .
^ Governador das Armas Martim Aífonlo dc Mt lio Cõ-
Ttgtfci», Dux dc São Lourenço a quem tinto rcrpcit.ivão os folda-
,

auchotitatem
Tnaxiinani ic-Ic-
Pomarcs iião ncccíTit.ivão

dc guardas Dc .

.* V
^ ^ ' »
^ r-*
''
-r-* '
/ "»' ’ j*"

vetitatefumat, Mauficco Nazau fc tojitay que mandou enforcar num


i- »
'
r- i

iulpas milita,
^
ífcgi^sTin* moço nobre, que
teticgibmvin.
militava á lua eufta por hua pouca dc
dicct, uuiiicr- mantciga.quc tomou a hüa mulhor pobre. Na entrada

i^ofceren*am cm Üamafco,lhc guardárãó canto rcfpei-’


faciiesprofeao
qs foldados,quc avendo junto á Cidade muitos luga-
ifti.ôc miteSTi- , «
lefcunr. CCS dc rccrcaçaO,os nao violarao.
Dncam aufte. Tambcm fàz por cfta parte, que o Capitão rigurofo
10 $, ôtrigidos ^ .

fnis, atfaciies, hcmais cftimado ainda çntrc OS Inimigos ,como acon-

hí>mltiscire Vegercio, & ScipiãodiíTc: que os Capitães aufte-


vtiies, ^rosí & rigurofos crão bons pera os feus & *rriaos pera ,

rhniuf. Abfit . T • '

erMfijperbia OS iHimigOS.
abiit ai peritas*
Dondc vcnho 3 concluíf, queo Capitãoha de fer
contcmptu,an benigno, íc aíTavcl, masffão tanto, que peque cm oran-
caiifc defprezO,nem tão rigiiroío, que
contemnitut
qunnípctiuin
-jo ’ jg forte quc
^ ^ ^ ,
<jui faces ha.Tc faça odiado: porque como diz Plimo,nunqna os loi-

que-primeiro aTi fcnâo


duseft, qui le dcrprrza'í"^cnipèrc pois a feveridade com a brandura,

lego Terá aiita<k>.& temido, que muitos Principes fc


Tácito. Culta .pçjíjèrão por fcrtcmidos,ncnhum porrcraniadoiamor,s
&^icTpHto Tc pódcnvachar juntosj mas não o amor , & &
tífíiíòt fcrvil: não devcTct ò General tão faeil,quc cau*
nos v*imTp« Tc dcrprcz'o,como" .icontcdco a lulio Agrícola, que por
fua muita lhaneza bufeavão ncllc fnaTaaia ícm a aeha-
eiriiitarpec- fcm, coiTio di'z Tacito, ncm fcja dcfabrido , comodfe
áX»? Glauduno.
Menos fcdcvc
tetcnt.facilc Tentitüclte o mirtimoicrabiísaG-vM*-
- ü

aoa intec pre-


* gançaj
ta-
E Política Militar: 6^
íarentiir.
Clétud. C. el(a
poteflati» (pe.
gançd} lembrcfc dcftcsdous exemplo.*, pnmciro do O ci«rton.vote •*
ferori.noa alto
Emperador Adriano, que trazendo grandes inimizades (imuUta gc4-
com ccrtoCapirâOjVcndooacafo quando hianotrium- du,noniuipfo-
bawltij.Scc.
pho de fua coroaçãOylhe difíc: y^gr^elecei aDeos o averme
MÍriaims. lu
feito EmperAÂor , quepeUo Jer efcapãjf de mtnhat maeS. tcuuupho c»-
grande pc- lux,occurrit ^
ronationij
Henrique Duque dc Orliens, trazendo húa .

dcncia com hum fenhor deVaílallos feu vifii.ho,& vin- caiu quidam, '
quocumancea
do dcfpois a fuceeder na Coroa dc França, Ihelcmbrà- intciUnani íi.
rão alguns dc feus criados,.quc podia já vingarfe dc feu multatun lia-
buerit.ciúEva-
Inimigo, que antas dc fer Rcy, trazia atravcfládo entre Gii iinquit.Irru
os dentes, rcfpondeo.-jY^í) eUá bem a hum Rey de Franca, peratorenim
tadtus íum.
vwgar as injuri.ts Duque de Or//e«Jiimit(ando aDeos
do luanMeflrnto
que difle poi Orcas,quc por fer Deos & não homem,
,
Choronisia i»
Rtyne dt CbU
fenão vingava dc Efraim. frt Ofeaf.i l.
Nòfaciamfu-
Suetonio diílc, que aqucllcs, que aos rendidos não torc irx mex,
perdoâo com facilidade, coftumão fer covardes quando non conveitai
achão refiftenda. Delulio Cefar.conti Plunrcho, que*^vtdiípetdain
£rrakn,quoniã
vencendo a Pompeo, & fabcnd,o que Catam Uticenfe Deus ego ic ,
non liomo.
fc matàra por não vira fuas mãos porlcguiras partes Sntt. Sxvi in
,

do vencido, diííc: J^e iHVtjava aquflla morte:por/que co íupplices.in au


daces, rinúdi
ella lhe tirou d.u maos a viCioria ,
que queria ganhar com runt.
Tlntarch.
Sempre o menos cruel hc o que
lhe dar perdão inteiro.
yit.
in
JuhjCttf,
menos teme donde difle o Provérbio Latino que o
,
,
IriVideo hocle.
tumtibi repe,
Cam,quc mais ladridos dà.he o mais medrofo. tunriihi falutê
O Famofo Hcytor*Ttoyano , fendo prefo pellos invidiflituam,

Canes timidi
Gregos, vendo que ordcnavãO:.arraftallo a feus Cava!- vehcmentius
los, lhes chamou lcbres,&
covardes, dc que fez hü Em- latranr.
HeytvrTreyan,
blema Alciato.quc concluyc. dizendo j4lcÍAtUS. DiC.
a vofogoftoyCiue as lebres ttahitevt Itbi-
tü cft.ficcaífi
Repelido % leam defpois de morto. lucelconis.
Convellunt
barbam vei ti-
Por efta razão os Lacedemonios coftumando,ou mor- nvidi lepores.
Pauptuiat
rer, ou vencer a pè quedo, quando lhe foge o Inimigo
dl Sitzia.
/.a.

não
%
Digitized by Go
. r %’ P^rfeWo Soldado; <
'

i4cfi»n:^ux. n5o fcgüerh fcíi alcance,iulgando por afronta «ençopx


a lança cm hum Exercito tendido.
ínflç^ota FeckcmoscíVcdircurfo » advertindo que os Anjos
âifei-

Diuinaj da juftiça os Dc-


SVnThoac íaõ Miniftros da Mifcticordia
viâcKi()uscx- inonios ; & os homens inftrumentos de ambas mãos,

pois pcllos que governão faz bens aos povos, & por cl-
.

. r
ies os dcAroe.
^

. « <• •

. CAPITULO XXIII.

vri-.
Seferái melhor pera governar,
cü,feop(wre?

Aqucllcsfcculos dourados, cm qiieos Roma-


nos tiràvãodoaradoConfules, &
Di<ítadorcs;’

^ & cn» Hcfpanha vimos o Principe


Prcm:flao

íubif a tão grande dignidade de pobre


ourives ; dc- &
LafeOés forttU
carpinteiro vryo a fcrRey Piafto;& os
vic-
í m3,& bdliciofjRmiaftâção^ parentes dc Bolcflao
*
raoagovcTfi;'.r, tirados dc outros
officiosmcchamcos,
que en-
'
hião as cou las dc bem em melhor ; mas tanto
nafee
trou a ambição, logo íe perdeo atliberdade. Daqui
'

parte dos ricos fjz.


á q«enáopTcíehtv,& por
-
' -
;
.

,
• Qiieos foldicíoscoHierpcrauça dcmelhor paga, &
do pi c mio feguem ao tico de melhor vontade, rão eí^
perande lucro algum do pobre porque dcfte fogem,
:

faze m motins, A: ledtixão artes vencer do


Inimigo, q
da lbme,ccmo acütccco ao Maiquczdc Ur.>ridemburg
Jc2chiin,& LoQOVÍcodcNaiar,pera q n".oalk'SUcmcs,
com os Romanos, Catihagiucblcs,&. antigos Frãccfcs
w . 2. l’or-

Cigitized by Google
, .

E P p t ][fT.Ir CÍÍA l, I T; 4 H.
> ^5- '

^ vt.
.
" Potquc tendo os ppftos os homeos ricos , tem
convíigo maior authoridadc ,,
ppfto qup çílcs fcjão vir-.
tuofosii& aquclles pera menos; o ppbre^pofto etn lu- &
gar levantado tem contrajfi.a murrn-qra^^^dc itodo^^
Icmbfapdctíe maisdp qoe fqrão ^ que do eíla4q .pre,»,
fenk '

V
'

"/
p 3. Porque faltando a confignaçab pera os Tolda-
dos pòde em pre (lar dinheiro, como íi^erão muitos cm,
xnuitas occafioçns. _
,4. Porque o peo pot ganhar gloria, c5c dilatar feu^
.

nome, trattâradearapliarocftado,o quenão pòdc fa-,


zero pobre, antes cftar fogeito, como Toldado da fortu-
na,a Ter Tobotnado pcllo Inimigo. PcllocõtrarioouToq
flffirmar Ariílotelcs, que mais Rcynos tem perdido^qs, ,

iücos,qucospobrcs;5:asrazQcnsíaõ. ..... ’

,
Quccomoviciodericos í talvczadTpirão afcfazc^
rem abToIutos Tcnhorc.<;,como acontcceoa HamonCa^
pitão Catthagincnfc, o qual crefcèdo cm riquezas pre-
' tendeo levantarTc contra Tua p itria, fc o tumulto popu-
lar, o,não matara com Tua progenie.pera que não fic.iíTc

delia quem imirtaílc tão grande maldade, ouiivefle a-,


nimo de vingar tão’ jiiílas moites Com exemplo de . .

lulioC^Tar não faltarão dcTpois Tcmelhantcs cm ItaÜa,


como foi em Sen^ Pandulpho Pettucio, Scaligero em
'
Yci;on.^,^ Caíltucioçn^Luca.j^forcia cm.Millàm,To-
kntano çm.^ayf^pf^lCoTQic.dç^í^icis cm Florença;
& eílc ultimo por Tuas riquezas,' j^prudepeia foi acei-
to de todos, tendoo lançado de fi Teuç Çidadãos, como
novo Akibiadcs: porque avendo armas, & podcr,pc^ -

riga muito a Rcpublipp;& como diz. Çiçero, tanto pó- ...


dc cada hum, quãto tcmdeforças, apeza,rdarazio,t
çoílume, nem obrigação j & a infolcncia qo pobre fa-
'

cilmente Tc doma. ,
/ . . ' J, :


V. .
'
E 1 2 . Pot* -i*;

Digitized by Google
PEK tli í TO À tí 0^
'•
Pòrquc Jjclla maior |Wftc os pobres fcfião An
'i. •

ícu cngchho,& virtudes, pera aequirirem fama» & pcl- '

lo contrario os ricos|faõ mal criados, & feitos àlifonja,'^


qâè'baíla pera deflfruir hum Exercito » âc de tacis Capi«^i

fSçsnâotcm que aprcndcrcoufaboa.Sirva deexemj^Ò*


Marco Antonio, &'Dario com fuas delicias. ' ‘

3 .Porque os ricos coílumão trattar mais de fuas


ufuras, que adfpirar a coufas grandes.
Ultima. Porque os Principes do Oriente coílumão-
dar os cargos da milicia aos pòbrcs . &
virtuofós, refcc-
vando aos ricos pera a cxnc^ão dos tributos.
Sirva pois de ccnclufaõ, que fenão ha de fazer diíFc-
rença de pobre a rico, quando concorrem cm hum,ít
outro; cs rcquiíitos que atraz aponramos pera hú bom
Capitão, porque da muita pobreza,& dademafíada ri-'
qucza.hc igualorifcò . 'Nãofói menos prejudicial a
Roma a oppiilccia de Manlio,do que a extrema pobre*»
za de Cnthalina. Morto Caiba adfpirou ao Império Oc-
lo carregado de dividas,3 chando,quc lócom fer Prínci-
pe fcmediavaiquc fempre foi a pobreza mãy dos fc-
fc
diciofos.E o rico dotado de virtudes, 5c boas paites leva
mttUtf.rj, tanta ventagero ao pobre, como as arnaas de prata , fie
ouro , ãs dc ferro , fie rnctal : porque aquellas fervem
^^tu. dc ornato, & proveito, & cftas lódc utilidade; fic o Ec-
clcfiafticodiz , que muitos delinquirâo por amor da
^TKjicfpfj.iy. pobreza. Titulivio, quedasarmas ofifcnfivas ncnhüa
aviapeor, que ancccífidadc : opobrcncmhcouvidoí
por difereras que fc>ão fuas razoens;
rcfpcitado ,
*r**e*ãBc
«íiltaí. & pcllo contrario faltando o rico, todos callâo folemni-
dittos por difcrctos. Horacio difle, que a ti«
dívcs^ÍmuÍus
«ft, õt onine» qucza faz Reys.
í“erw mi.if Tem pois os ricos hõaqualidadc que os illuftra,5c cs
iíqiRadoubes pobtcs luda qucdc iUufiic íanguc, a penas osnomeão

Digitizod by
. E Po L 1 T I c.A Militar'. 67
por cfcudciros ; donde veyo a chamar Ariítotdcs à no^ l>erducüf; paii-
pcrlocutnseft,
brcza, riqueza antiga:& concorrendo noíj nobres virtu- tk dicuiit, quis
de, &riqucza,fe devem preferir nos çargos,q coirç) tem cfthic?
Hor.tpiJl.\.ad
mais que perdef ,vlo mais reccoíos no dclinqair. Hemií ium ibi:
Preguntãdo o Senado Romano aícipião Emiliano, Divina l.nira-
naqucpulchti»
quem mandaria a Hcfpanha contra Vcriato,fc a Servio divitijí parent.

C|alba,fç a Atijio Cotta,rcfpondco,quc nenhum: por- quas qui U3òU


traxwit.ipfê.a
que hum era pobre , & outro avarento ; donde çliílc Clariiseritfbt-
tis, iuíTus, (a^
Ovidio, que as portas dos dcfpachos eftam cerradas piens &
Rcx.
aos pobres , & Tiraquello refere a Planto , que dizia, arip, Peht.4^
Nobilú
que mais vai o mcchanico rico, que o fidalgo neceíTi- tas eit vecus
tado; verdade (eja, que dado que as riquezas aequirão oppu!eotÍ3..q
Vttl.Max. 1.6,
nobreza, não he nobreza viva, fenãorem quanto tcin a Keutiü
fua partecm a fuílentar, conforme aqudlcs verfos de D. nniumirripliii^
cft, quiaaltei
Fernardo Alvarezdc Caflro. nihil habet.aU
Lai letras^y lo4 armas dan nobleca^ ,
teiintliil elí
(atis.
ConfervaU el valor^y la riqucfa. ^
TttrusMtxia
»4 Sjhd de
ydrialic^ko,
JR.cmattemos eftc difcuiTo com di?ier,quc a pobreza hc 4.jf.caj>.4.
Tiraquel, 4t
hum bem, que a ninguém faz raah qué a abor- fenáo a Uobilitate
rece; ao contrario das riquezas, que maior damnofa- eaf.ii.n.io,
Oyid.ltb. 3.
zcm àquelles que mais as amão,. .
1 Blt^. Cuiia
paiipnibus
clauia eft.dat
ctnlhs hoiio^

, .
CAPITULO I •

I
. ,
XXIV.
,
tcs,ind£graví$
Index iude Icj
tque».
veriis
InPanJo.2^
;

ferà melhorpera General0 illuf^

Òr parte dos nobres fe diz,que os h,umildds faõ tiq


P midos coy

ard es» Jc de.po uca; cxpcòàiKia* .vxrgo^
,
^
Ez '
nhofos


.

T Sb '
é8 P‘ER. F E I í) L*t> .

nhofos hò fallátr ütíipftlmcnte díàfi te dc jpeflcKifr gd^


descom bue^íenâo ctiàrão^cm coiiVetíái^o
osdeQlfa èóHdf^o. - - y ^ » .1; iX
2. Que eílcs taes carecem dé authôridade pera eSr
os Toldados pello dbfcuròdc feu Tanguey6c )à,Tc cõme-
ção a emfobcrbcccrfc, ftÕ mais odiados dos nobrésjdd*
Jfui de difle Agrippa, que heo mcfiTio cometter a hürhóbiê.

paiví píaetij
nòmiaibiii dé baixa forte hum cargo grande, que concitarbüAtFa'^
Kinpbi coni-
ipttcas, mox
a ira dos nobr^s.Quc couta de proveito pòde fazer hutii
BcbiiUiin úatn homem baixo, pera pouco,quco Inimigoo não deP»
&
Ittoptet con»
tempinrointc prczcjqucm Ihcobcdccetá, que Toldado íenão dcfprc^
ptovocabb. .

zará de militar com ellcf Não faltão cxcmploí naS hií^


'-'í
»£ . . r. »
"
torias a cada paflb..

hutrtli conrpu 3. 'Porque raramente fc encontrará homem báixò


-

gitwalcuoi.,, fem fobcrb 3 ,& tendoopeder, que vinganças não exe-


cutará} donde diíTc o Poeta, que não avia coufa mais af^
per3,quc o homem baixo poílo em lugar alto..
4. Porque o homem baixo tratta com avareza
"
luftcâr/e, & fofrem mal os nobres veros cargos, que fc

. ;t II Ihcdcvião cm quem os não merece: porque íó fc pódd


- • •
•I chamarnobres aqücllesquc juntãoao efplêdoc dc feu-
S I *
y
* faugue, dotes de próprias virtudes.. -

r * .

* ?. i
Pclla parte contraria fe cfFcrcce em
primeiro íugãr,,,
-ff ‘
que o hqmcm_de baixa geração pretende illuftrarfc
ÍVV; ,

com itoícreamêntos próprios.. Sirva dcéxempioloão


Huniádes qúc* de pobre agoadór fe vio Principe dc
,.

‘^ansíiilvania , &
obrou maravilhas no Exerptp
Vil^áa comeá ó X^urco' ^ vio ^fpoiá.rdfr\filíS &
Máfthias\Rey da qieíma terra ^^forcia
o Primeiro, honroü ^ap«lcs'dem^eira,,' qúede po-
bre Toldado fc aparentou com os Reys . Dc pobre
paAoro Pottuguez Roma, poref-*^

iuwi _ '
^ri '^
nafeidôi
E P^LfTlCA MiIITAR. 69
fuicido cm Natíico povo jimtodcRoma,veyo a /crCa- u*tiénéum
pitâo General dos Portuguezes , &
por íua induftria *
chegou a governar toda Hcfpanha. Servio Tu lio filho /. íXl
dchüacfcrava, fcvioRcydc Ro/l\a , reprefeutando
tanta Magcftadc • cotBofcforàfilho de pays illuflrcs.
Uvamba Lufitano de lavrador , foi por Deos eleito
Rcy, Abdolam no do arado também o ti rárão pera Rt y
i

de Sidonia por mandado de Alexandre , Sc moniiur


randoo povo,& mandandoo-virXlexandrc a íua pre-
fcnça,lhe prcgunKku: CoMofe 4 vU»»tjlâàe da^obre:^a>
Ao que lhe reípondeo.e Oxalá fenhor irve com fanta
lealdade de earaçao 0 pe:^o do goverm^como fempre pajíei
oÁipohreT^ '•

TarqmBO PriTcofilÍK) de hum merç^or, indo a rtitr.uavA.i


Roma dcílerradode Corii^ho^ rc viQRcydeRoma*'*/’'^*
Quinto C^fionato de lavrador^foi eleito lí)iílador,cin •
cujo tempo fe Rx Icy ; todo 0 p^y cfucfofe^hom, pu- .

dejfe dei herdar flho , qtye i opimio df todos fp£e


-o

mao^ Agatoclcs frlho de Uiim olcyro, por feu v^or tbi


Rey doEg^'pto.PíolomcOjfilho de fauna Toldado de Ale*
jcandrc, também cm Fgypto fobioA naefmadignidadei
Sette vczrt fqi GonTul Cayo M«ario í>lfao de Mario ,1 de
Fulcina cflicÍ3c« naechanicoív. Vcntidk>BaíTo de arrievi
xofefcz foidado<icCcfar,& ocftimoii.tanto.quc vcyo
a fcí Tribuno, PrctQr,Poniifice,& Ccnful, & triúphou
dos Partos aque vencco.Tcxencio Varram*da têda cm
que Teu pay védia pei^ e,^ carne,rpbioa COTTul,dc Di-
'
ftador. Lamucio IIL Rey dc Lõbardia , lançado cru hu
charco dcagoa,& lodo tanto q o pario Tua mãy, que era
Jiüa mulher publka,que o nãoquiz çrcarjpor.naTcctcõ .

mais outros dous , por ipçlufiiia dcl Rcy Agilniundo


veyo a Ter R y,& deüe dcíccndcião muitos Rcycs, At*
c

íaces Iv Rey dqs Parte^ pão çoií]Krccopa.ys aigups^


^ '
i. . £3 2. Poc-

Digitized by Googk
"

7^ Fér ni T o/ Só tD X't>

, r.t. / Porque cftc tal como humilde fc trátta com


i.
4 I • í *.
módeftiacmtcdarua cafa, nem corrompe «fbldadeí-
ca com demaCas,* & fc fente obrigado ao Príncipe que.
*
.• - '

o ftr.
3.
'
Porque he ao Príncipe mais obediente pera ex-

ecutar feus mandados, 'prompto peta os perigos, facil,


afaud,moftraigualroftoatodos,pcráfcfa2crbêquif'
to.Não hcaílimo íliuftrc^quccuida que todos lhe faõ
obfigados,defprczaAdoosdc infcriòr condtçjo," ad- &
Tpi ta a fer grSo íbnhor» dado cm feus valTalIos , & am i-
gos-, como cxpcrimcntàrão 0$ Ncapolitanesem Bra-
' cio, os Franceses pouco há envMomorancc.^hum doi
quacs pretendeò Icvantarfc contra a Rainh^loanna, de
X) fizera feeiftAchitea o n 5omàtárãr; 5c o trotro tomou
'
;

áe^armas em favor do Irnão det Rey, contra Luís Xlfl.


• cto qual tinha reifebídò grandes benedclos^^l dc^isD
'

.
p^^ucmTololâcommfâmiadcfuagéraçIo. • •

'4.Porque elcgendofc os llluftresyncm fcmprcTíe


'

verdade crear fortes o forte que muitas vezes degcnc-


*
ra;& vemos de homens difcretos nafccrcm nccios, co-
mo Icmoi naquâAcs dous Irmãos ladeosdc naçãoHo-
) rucio^dt HadruciOyquc norcrvi^õdcSoíimãoobrárSo
'
xnarauilhas. hum no' fino Perfico.dtoutronomar Me-
^
diterrâneo, dt fêus filhos róprcfiàrão pera a mercancia.
'

,
> 'Sc)a pois a conefo qtte de Kobrcs> dt PIcbcos
^laigual^fcolha pera o governo da guerra, qnando
içn» as pa%
requifitas ; inas éílando fgmcsnelias , fé
(deve fempre pieferír ò nobre, dt o ü^uftrc t porque ho
'
diy ida quea Republica deve aos merecimentos de fêus^
»» undUpaçados , com.cup exemplo fe dão por obrigados
fuas acçoens? porque de melhor vontade confontS
os homens o'ibgo do nobrc,quco daquclle, que heii-
tcQk vilão fc u igual» ataibukido àfofWni fua dignida*
de».

Digitized
E Po n TI CA MfLITAE,
éé,Sc nlo ao mcrccimento:por rcniatK fc dcvc adrcn-'
tir, que nas Republicas hc mais feguro o lugar ao me-
nos nobre : porque o poderofo não tem entre tantas
cabeças quem o cncontrc;mas aonde ha Rcy ferapre ,

oilluílre íedeve preferir: porqueccnTaõasrazocsapon-


tada«} 5c'cohiodizoBifpo do Algarve : aquelle pcllo
qual começa fua familia a cmnobrcccrfe, fe deve oha-
mar flor de fua gcraçSo,& author de fua nobreza , que
cila apanada da vimide , hc hum baixo accidente, que
comodiflcScncca,Rc ynar he acalo. Confirme efta ver- i

dade o Duque de Scfl.i Embaixador de Hefpanha, que é


encontrandofe com o Cardeal dcTolledo (que foj grão - •
\
parte de Henrique Vardoma fe reconciliará Igreia(lhe,
difle: Se KS^Horts Reverendi^tnmfuera tan.bucn ,

lleroj como es chrijhéfie^ no nconjejAra. 4 ft* fenSfidad e(Í 4

reconciliacton del Rey de Francia:{i({o por lhe


repioquear *r4 ,

feu humilde n afeimento; ao queo Cardeal rd.põdco: bum-


SiV, Excellencu fueraten huenchrijiiâno como es CAVA- de
Toitde.
Uet0,m me eflrAiÍAra lo que hi:^,y hsgo.

CAPITULO XXV. :

Seferànulhor velho, femancebol ,

. * -
.

Or homa,& outra páitetem grandes fundame n-

P com que fe pòdc defender pro-'‘/'''/•/•f-^5•


tos eílaqucftão,
blematicanrcAtev Pellds mancebos fazem as rar
zoens fegnintes. « .

I. Porque lemos dc nauitos Capiâcs jnfigncsi*


,

que o comcçàrão a ;fcr multo moços , como foi Sei-.,


pião > &' P^mpeo enKe os 'SRomanos $ Bol^ílaO^
• Cri—
•p^ RrH B I >S^ fcD AB 6. 5
CttWtt^KH&csúcpáib&cmre o» ^láoo^qac <9kai^l^
rio^ntades vitomstt^fcodocada iiã pouco Ina» dc'dnr
annc» dc idade: Honcrío fendo menino foi Conriil'j-‘dt
Rofinodotncfmo modo,Queftor, & Peoconíul govcc-
BouaAfcka; -u;» ; .. -^rr- ’
• -

SélifltiH: Í«
fme YinlH*»®’ 2.
PorqucaycIhii3ê»oof»odizSúMttO)tiehuapér»^
perua enfermidade.”. >

:m>-

^ Tires
corpocis Quc oramanatneotc a fbrnma,. qtie na moc ida»
õ^mnTar^ favotecc ao»nsanccboS)Os dcfcmpaca na vclhice,co*-
auriúhcbetesj ctMdc Cark>s V.coDta Fcanwano Steada, qne diffe qnã-
memória la<
kat, vigor ani.
dôfôicfipelKdo a vetifarfe de Mjitrkio Duque dc Sa-
miobiuftu. xoâra»queaforiunae'raamiga dos mãcebos;. dt conhe»
eendo efta verdade/e reiirou a Iuíic,kirgaudo o Impe*
rio-a feti Phebppc. •
;v
lA.t.tífy íj. £m fevordos vcliu>s nãofalâo fondamétos: 'porqiie-
íapl^mA*b MÍvez hc dc «mís provcico o confcUio, authotldade, ât
paecccr,qoc as fechas corporac?. ^ .

Soiwn 'nmlít' I* PorqBO O coRfcbio dos vclhos> he © ma» accn* ~

tudodoceiía- tadooa gucrra, COIBO dc mais experiDientados,&valcnt

^/!r!^Qui tanto como as lanças nos mancebos que fe cAes cen»


carreira, vctocidadeJSc dcftrcaa valem, os vc-
•mcriudwurn
serpreiofave' lhoscomaKazí^,coá|i 3 çoBfelho,£oi» oeBicndimen«> *

Sr&*gíôrí^ prudência pckjâo^fie por cAa casão prefere Arif-


iusbtencâus, fotcks OS- velbos,^ defpccza Sólón os maneebcxs; dõde

pim Baldo:, qnc ráais.vata fembea do velho,. que a eAv


Taldt vmbia pada do mancebo. -
.

fenis quãgla.
diusjuvenú. a. os maneeis perdem m iiitais tf ase^W'
femeraBiosi. drqncm bufea acertos , bufeaosveliba
pera governo da guerra;^ como fe#aqueUc grande pc^
htico Phclippc li. que na pertenção dcAc Rcyno
de Portugal, deixados outéci^esldiçados Capitães
valeo do Duque dc Alva% avia
mukQs-a^S|péu
" ~
aIUmí^ • dirqqal quando
^
. "T #lhft
A

E PoiiTieA Muita K? 73 -

Ihc dcrSoa nova fc conta, que diíTc : que fe cfpâil%iva,


que pera fogeitar hum Rcyno, foOc ncccflario hü Ca-
pitão prifioneiroi& a cftc tempo tinha oitenta annos de >#»</?. l.y. Ttí.
»6. Aícns
idjdc:«5c dc íincoentadifle Ariílotdcs; que então era o & íntdieíliij
;uÍ 20 perfeito.
in ma>
pleritq
ximè vigct cit-
3 . Porque a idade de mancebo he m u iro dada a caquinquagcf. ,

fíniuinannü.
mnlheres,5ígofta mais de fua converfação,que dos pe-
louros, como fez Valdc fio no cerco dcLcam,quc íenão
foubc aproveitar da occafiâo da difcordia,qnc na Cida-
de avia,pcrdédoa ptllos amores de húa illuííre mulher;
& dahiadoHs dias vieiãoos01andcze«, & foltàrão os itlonif.yitátClaudius
Diques, & lhe arrazàtão iodas fuas machinas. aiinos natui

. Seja a cohcluraõ, que pera a guerra convem mais quinquagmea


Impecirtàdcp.
fer o Capitão de meia id^if * porque ncftc fc acha o tus eU.quocê.
pore in hotní:
e>forço dc mancebo, & a prudência de vclho;& fc ti- nibua vigere
ver filhos faôos matsfrguros refens pera a Republica, foice ingeniõ.
como o Principe Thc-mazfcza Hcípanha & feos fi- ,

lhos forem grandes icrà nellcs fieis conrclhciros,& Ca-


pita accteícento.quciião tendo cxperiêcia, não de-
ve fer eleito , nc aquelle que prefurairde muito íãbio, Pròytrh.2.\u
que como diz o Spiriui (ànwlo, fica de melhor partido,, dilti honiínrm
lápientcni fibi
que cIle,o ignorante. Háofc de aceitar os votos dos ve- yidcíi, magia
lho.«,as cc^iiultas dos varoens, & a execução dos man-
illo Jpem ha-
bet infipiení.
cebos, comodiz hum verfo Gregp.Dc Corfidio Ci4a* Vota feiuuit
dão Romano cfcrcvc Macrobio, que fendo já dc muita conlultariio,.
»«M, & laft»
idade, vendo que lulio Cefar por fe fazer Eroperador, r«iv'entaí.
ConfidiuftRoi.
intentava dcfcubcrtamcnic coufas conira a Republi- manorücivi»
ca, llic difler Sabes Cefar ^que porque os Senadores temem togattis áCar-
fare curcfui
tuas armas^por nao contr adi:!^m^7iAe porque tuiu ac- arma tinicns ..
í(fo te

foens lhes parefao bem. E replicando Cefar: Pois como tu noRiceontiae-


lec coniBiinns
mefmo rejpeito (o Confià'to')te nh eaLtsíK^í^onáco: Ih illi; non op>
fello
ponertt.rel-
Porque a minha velhice me tirou o medo . Pera cnca- pondit mihi
fcccr^vltimamcnce a cfiimacão , que dos velhos fc icoçâm metü
^ ^
deve
ademit.

oy
. ^

74 Perfeito Soldado,
dcv*fazcr,hcdccorifidcrar, qucas brancas] da barba
chamão, cans, &
ao antcmuro barbacãa , pera moftrar*
que aíTim como a barbacãa de pedra defende a Cidade
por fora, aflim a barbacãaViva adefende, & governa
dcntrcjfic os velhosaamparâocomfcusconfclhosjíer-
vindo dc muros a fua Republica ; fe bem ( como diz
cUoH^Opta. Chilon Lacedemonio ) hadiffcfcnça dc velhos, a ve-

tusluTcniiir
amavei coufa he a velhice juvenil, & cançada a
moiefta ju- ' mocidadc velha dando a entender, que alguns moços
:

qt^auÍTícIlec-
as impcftincncias
, proluxidadesde vdhos , Õc
&
alguns velhos a condição apraíivcl dos manccbo‘5 don-
" .dc diíTe o Poeta; ^^cemo sy vujoi •verãts , aytambien
moços mAÀuros.
Governando na IiuliaoGjande Nuno da Cunha dc
idade dc 2 2.annos,ihc forãodizcr,quc dizia dclle hum
Vusto^ACu- fidalgo, murmurandode feu governo, quepodia cfpc-
nòa. rarfe de hum rapis de 2 2.annos,ou como pedia gover-
nar bem, quem a penas tinha idade pera fc governara
ÍI.Mandouo vir perante íi,& Ibcdiílc : Saheis afa:^o^
que ei Rey meuJènhor teve fere me marular a ejie gover-
no\ Rcfpondeo o Fidalgo: fenhoriaodirÁ. Rois /<-
bei^to r nou cWc^que foi por entender de mim, que ttnhé te-
lent pera fifrer ,
0 ^ dijitmuílar com prudencié os males
qftede mimdt:^ií Com oqncodcrpedio confufo,
& cnvcigonhado moftrando ao mundo,
,

que tal vez a madura prudência


lupre a flita dos

' annos.

CAPI-
^ ^ • - fc • .*J; Iv# 7 . .

Duji' by C-: iOgTt’


, —
1 FtOH?TI« A 75

CAPITULO XXVI
.
Se convemfeja eloquente?
ft . * .

T £m muitos pera íi>que bafia a natural cloqueti;-


cia pera governar hum Exercito^ & que nâo ic
neceíEdade dc rer principies
rica^ perarefutarefta opinião.pórci (ensfragilcs.fun*
damentos.
alguns ^ Rctho-

. . .r ^
r
.
Qnc fàcilarente amoonSo os pòvos contra feu
Principe, como emOUnda fez Giúlhelmocontrarça
natural Rcy.
2. Que os raes inffamadbs com oiappctrítc dc fal-
não labem dinrngHir ostCcmposem quedevem cz>
Iar>

hr,& vcn>a ferncUcshõaefpcckdc docn^aípcra-rcv<>


Jarosfegredos* -
í •
*

j. .Qnc cftes falladorcs,qiic nem fabem faltar^ nenr


cahr,faó dcfprezados não (ódo Inimigo feus , ma^c
proprios foldados^diminoindo por ambas as vias a- au--
thoridade do Prhicfpe^ •-

Em contrark) cftà, qoopor mais capaz que feja a


cnmdimento dos homens « faltandeíhc a efoquencia^
mal fc pòdc go^vernar: porque como fê ha deaverem
osmotinsíComorras condifiocns.quc fc^trattão na paz>
Como quando o foldado- recufa k àçucrralLogo ne-
ccíTaria lhe hc a ptudencizfuaforia, pera reparar os in-
quictos^refrearos que fogem , & os obrigar a que po-^
nhãode parte o m'cdo,moftrand olhe quche mab,ho- t-

neffo morrer, que íbgir* ^

j, Porqqckvadosdaboapratxczdchumcroquçtc
• '
Capitão^
' '

76 Perfeito Soldado/
Capitío,fc cnccndcm cm nova coragem, & alcançSoa
viftorianSocíperada como acomcceo a Picoiominl
,

cm Lutra: porque com os ícus foldados pòdc maisfua


amoeftação. qticofomdas Trombetas incitandoos ao
'

.
louvor com ogcfto,comos mcncos,& cora a vozrpor-
que aflim como nas doenças não conhecidas hc mais
• *
difhcultofa acura, de nas conhecidas mais fjcU, aíTim
cm húa fogida fe nccefsita de mais efficaz rcmcdio.Ex-
perimentou bem cila verdade lulio Cefar, vendo Teus
íachai»i^á«»í
foldados poftos cm fugida peilos Pompeanos-
tioneexoeifui j. Porquc oCapitão, quchc dotado dccloqucn»
^«ííCtVx^- cia,eUc meímo inftruc, defpachaos Embaixadores, &
commododó- detcrmiça 36 condiçocosda paz, aflenta bs concertos,
caqfandocrpamoaosaixiigos, & inimigos, de confer-
niioe f?aand«. vando fua autboridadc.
Donde íc fcguc poc vcrdadcira conduraõ , que nc-

«hum Priocipcdcvc mandar governar as armas, fe não


Kt.&ííbiquir- por homens eloquentes. CõfelTava Carlos V. quetnais
qucetuin^pe- q
niolcôava 3 cloqucncia dcGuithclmo B;by Einbaí-
viotes jsjsnx xadordc rraça,quc o esforço, de animo de muitos. Oa-
bofcrSl? nas Rbmanas Hiílrias Catam Seníbfino, por
onines ardcict feu avifo, fabcr, Ôc cloqucncia : entre ds nolíos Portu-
ícgaàndL.''
guczcs O foi D. Francifco de Portugal I. Conde do Ví-
mio(b,dotadodas mcfmas partes aíTim na pazvcomo I

Tiutdrjntjut flá gucrrafdr nos confelhos dos Reys Dom Manoel, de

j) iij^ fçyj Tioíç de diz Damião.dcGocz' Ihcchaí*


ma vãoo Catão Poituguez. - .-v
'

Compárãocomtíufoilgiins acloqucpcia nomao


ao cutcllouas mlòs do louco, que melhor lhe cíVava a


amboso cflarem defarmadoj; que nostacs a cLoque n-
cia,hc como o enfeite ua mulher mim, o mel na pcçct-
nh.),a forçd no frênctico,& o curo no‘ avarento. Poríllb

^ adveicio Catam, que crcsOcadbccsfciüopodiãbüif^lr,



• • •

car. -

Digitized by Coogle
E POT, ITIGA MILITAR.
CarncádeSjChriftolao, &,D|pgeiiiís:porquG igualmcn-,
tc pcrruadiã(>obem,&y. £ Pkço í^eydps Epirp-
tas cortunuva dizer, que rtiais Cidades aviaacquiridp
coai a eloquência dc Cincas, que com as armas Nao .

chamo com tudo eloquente ao que fe preza de falla^


dor, tildo quer hum meio: porque lhe não aconteça o
que efereve Plutardio dc Theopltiçdlo , que
cm hum conváte,& vendo que hum convidado ena tOr| Si üuituses.rè

do elle nãofallou palavja,lhe dilTe: Por certo fenhor^ eu


não vos conheçoiporem fe Joú fubto^fAl^is como nefeio,
fe fois nejeio, falheis comofchio,^ ^
r ii
'*
i. d ; V

CAPITULO XX VIL r

Se he melhor vencer, em hatiflha^


c»mipoab.ért0i^kéxp^^

'
1 ii. i' . 1 ‘
•.! 'Jfi vj; ,

C
,

OftunMya.diaerA'lêxindrç>MãgtiOi qaic qqçn|


vencia húa batalha, vcnciaa guerra; i3c, por^uq fipraüj vicc’
*“"“*•
Vcnckhsalgü«^fcrça9jpu,<53/lcllçs;.fica íempre a
guerra cm pc,os^que,^em peratE^que he nielhorpclejar
cm campo ;abcrto, di*cm< que a guerraçcníjftc.np.elj-
forçodos fQldadcs. jíae:.píVcs fenãp pódePTippílrar» fcf
não cm campanhai& naexpugnação efas CjdfKlçs,íp4^
fendem os de de ntro com-os n>ucoV,& ,fQftalcMs,>dõdç
iiãó pòde campear o valor.. ^ ,
i

2 .Que nas opp.ugnaçocns.tcm o .Capitão mais


.

tempo pera tomar 1'eu confelho^^ p;CN executaraquil*


lo com q pode fogciuc o lmmlgp,.podei^ d/e feu

;
'
enge-
74 . PER rf I To So tD A D ò, ^
engenho, em^Spantia tudo fiic<xdedc rep6ib
jSt

te ; &’acÓfliecéav eaTok nSoefpetados , q<uc requerem


niais engenho, 5e mais òufadta. < 'i > :• i .

3 Q(^c peta con^bater hüa Cidade com o mcfmo


.

témpò fc dcsfjzem as difficuldadcsj & tai vez fc cnirc-


póèfdm^,& nas batalhascampaes tudo hc esforço,
'
& fó éóm cl!c fe cvittíko os perigos» que fucccdctn cm

^hümíinftante, I .
*
. ’i: ; :í

;
'
4 .
Que não fc podendo levar a Cidade, ou lugac
da primeira vez, fc pòdcm fazer mais envcílida5,o que
não cem lugar no cfquadtãOyhãa vez de5baracado,don*
de o vencedor iica logo fenhor, não fó do campo, mas
• das Çierades,i& P/ovinciasiBcm permnrem que fc tor-.
nê a ajuntar os fugidos, como acontcceo a C arios VlII.
Rey de França desbaratado no Rcyno dc Nápoles, & a
ti Rcy Francífçò I.

•’ ;

. '
..
,

5 Que maior facção hei vencer cm campo aberto,


.
;

que combater húà Cidade , donde os muros faõ árruir


nados com màcliipàs de fogo; & no efquadrão fó pre-
valece a forçado braço; os combates das Cidades fe &
alcanção às vezes por homens fracos, pois os conflran-
gcmàs vezes a çntlcgàpfc por fome ou falta demur
''niçoctís. '
^

'
6. ' Que ho cerco dos lugares debiHia o Príncipe
fuas forças muitas vezes de balde,& vencendo cm cam-
po, fica fenhor das Cidades, & Reinos; & aflim não hc
bom b cofl ume da detença,quc fc faz no cerco, poden-
dofe nó nicfihotempbfogcitarhúa Provinciatoda ; &
de Bafdáix'shóióU'Taiditó,' qUcoceiipadono ccrco dc
hüa Cidade dos Scleucos, Ihcdcuoccaíião pera rc’rc'í
fazadvi;&: Luis XII.Rcy dc França cõ Henriqup VIIL
teve o mcrmcefFeito; porqucoccupadoo Ingl^z com
o ccfcbdá CMadeci^Xi&rFacanâpor íincocn(^,dias,deii
(
O ^ tempo

bigitizedby Googl
. '

'
E P O L‘ 1 T TC"A fM r IirT A 75."

ao ¥canOc»^ntts£itcltfei por ter gaílado lio dit< :>

^ to cerco fuas íbrças. E Francifeo I. no cerco ^de Perpi^ 5

fihãb fc aq^boü dc^deUHcârj^ 6r-o tnefino ícz Carlos V.


7. Porque não ha duvida fer maíor gloria, & fama,b
vencer cm campo abertov que render Cidades r comoí
alcançou Alexandre vencendo a^Pario, & ogríio Tha-
morlam , Ba>aíctoII.EmperadofdosTutco5,cmhüa'
batalha fe afamou’ por muitos fccolos, comoSapor- •

Rcy de Pcríiacattivandoorooutra ao Emperador Va«’


leriano; & muito antesem Hcfpanha ScipjãaAhíCan&^
tinha grangdt do grande nome,desbaratando no campo
a Afdriibal Mandonio,& em África a Hanom, que no-
nhiu Cidade pòs de çercomats que a Catthago, *

Com tudo hoje fc peleja com difFcrcntc modo,& íe


paíTou a guerra dc campanha aQs,muros»v fcrein & •

ma io r gloria os combales dasíCidades y pellas xazocor:



feguintes. 5 ;
'('jy.

1. Que a vistoria no campo abcrto,hc mais dafot-


' '

tuna, que do csforçodos íoldados^& ãs Cidades as ren- ‘

deòengcnfio, aouTadia, & as Forças, áondcmefccc - .j.

maior louvor aqucllc que faz a guerra con^ o tempo, 7,'^.

do que aquelle que ariifca tudO em hum la^ce da for.


,
'
'
tuna. ^ . '
,

2. Maiorouradiahc,acommcttcr hum fcidadoa- -

qucllesaqueinosmurosdcfcndem,&osvallos,doquc
^
aqiiellc cftá emeampo aberto t porqhc cs de delí»» ' ‘

*
trò eftão mais feguros,& defendidos;- . • .
' ; *•:
^ .7 '
,
"
Z
3. Porque nos tacs cercos não fófc pclcfa com os*
homer>s,mascomofitio,&afpcrczadolugar,3comei--
lendo ao Inimigo,fbgindo do perigo, defendendofe dos
*
cércados,& dos que vem 3 defender- ‘
'.•-> r. -

4. Porque 08 cercados cubenos com os muros .


-j.

não íd pdejáo com a Artclbacia» .mas conafe)go artefer; '

ciài;

Digitized by Google
7^ pEKPBiivb StytUAiDó] n

ciai , òí muítapoacos fc dcfciwtem 4e muitos , .como


iHc^ra’aoxpcriencia.
5. ; Porque quem vcnce,&cxpugna a priçcipalCi-,
d?dc,fc ílàmais aiemçriio Inirmgo,quc>o obriga a pe-
dir paz,quc’hcoinKutoclagujorfa; ü •* '

. 6,T A
ultiuia. Porque arguc maior pôdcrjmoílran-:,;
do,quc quem rende liüa principal Cidade, també ven-
cçrá^cm campo, pois tal vczocercador hc cercado, co-
mo o fez lulit) Ccfac na Gallia junto a Alcxia & Spir
n©ia>cmBredá, .í: <

J
Concluamos pois que os combates das Cidades faõ 5

maisdifEcultofos, &asbataihascampeftrçs maisperi-


gofasjSc por ilTo quem tem valor pera vencer em hüa,;.,
&outra,dTc lic oejuc mcrccc mais louvonporquc hoje
os P/iflcipes tratrão mais de foriificarfe que arrifcaríCf ,

cfQfiampanha^dpadc Uic dãoaiaispcrdas as mortes, q.


proveitos à yifltoria.

^

CittT.
niagis,
Taeit*
&
oc-
cultxinimicL-
CAPITULO
;0 r; -
.!•: \Jí
XXYIII.
rix tiinendx
íiinc.qiiamiii-*
diâx,ôcapcc.
tx.
.iOÍ ‘Seíheiie UcUo <vfar déejlisr- .'yj

r*cit. liii.ij.
1'leraq -tagemas.
r,
,
- ^

in lumma for-
tuna tauípici)^
quãtellis geri.
iAõos cftartagemas huns enganos manhoíbs
i>. 7. 1 p.
in lafut. Coni
|u(fe bclluin
fufcipitur, an
aperccpugnct,
S
ocs/or.ço
pera temer, como diz Cicero,
cfubcríos;
,
mais vai na guerra
comodiz Tadto.
queos cnganqsdeí-
hum bom ardil, que
Em fendo juílaa guerra,^
qui; autex in-
cídijs nihil ad íaõ juHos os meios com que fc faz , iComo diz. Sanâ^i
juílitiamiiitec AguíUnho, & ó Pocta^ que qucm.bttrçati virtude,
e!K
Dolusan eugiuo BO inimigoe^dc bem rc pòdc eiiganar , a quem
victus quis in
hc icito matanPoriáfo dizia: Vegeeip» quç ps bpnS
I
hoíle tequie- '

Ut. ,f?
' 'pitães

Digitizéd by Google
E Política Mi.litarí 77
pítãcs.nâoiaõ aqacllcs, que a todo o romper com der-
tamamento de fanguc., pelejando desbarataõ o Inimi^
gOyfenãd aquelIe»quccom asaílucias, de eílartagemas
*os vcnccm.Efta era a razão:porqiic cm Roma fc negi*
tãotriumphos a Capitães vencedores, por ferem tantos
os choros dos parentes dos mortos na guerra , que os
impediâO} &
crãocftimados os Capitães manhofqs, &
prudentes, como foi Quinto Fabio, do qualfe efereve,
que raramente arrifcava o Excrciro Romano, & por
iíToera muiapplaudido, EporqucTacitodifle,que fc- T.«c;í«*. Veri
não avia de vencer com enganos o luimigo, f« move. milins eftn®n
oc-
fr»iicip,'nec
efta quefíão.qucventilbrcmospor ambas as partes. culte, <cd palã.

I.' Pclla fentençade Euripides', quediíTc que não Íí.imutus ho-«


ftes luw» ul-'»
convinha matiro Inimigo á trcyqão: aíTim o fazião os ciíci. .

de Cretta, & Curio remetteo a Pyrro o Medico , que Eurifiiti. Vit


nemowhitis' •

lhe òffcrecU a fua cabctça ; & coftumava dizer Ale-, alix elanc»iíú
xandre , que era proptio de ladrocns acommctcrcm, vtllitoccidete
hoí^cni.
de noite.
-• Qu^cpcraalcaqçarintcira viâioria faõ pouco
Niilla cftvic-
cffic.a 2 csj 5c os que hüa vez forâo enganados facilmente roíia maioi,
^uam qiix cõ-
fc tornão a levantar imaginando, que não forão venci- feliòsanirrO
dos do esforço, mas da arte, <5c indullrij doÇapitão. 4
quoqn« fubju-

3 . P,of qúc os cftarta.gcmas ,f^ò contra ^ quq gqt hoíle'.


fc,
LHciMsFlorits,
ainda ao Inimigo fe ha de gua;«lar ,, epípo; veremps no Eain virsãCluS
&c (apiens Tfrá
capitulo rcgulnicyiondc difle Thucidadcs:„^e 0 engitf^
li adeíiít vic-
no er.A mao , 'mas nos homens eonjlsfmdos,^ dignidade-, roriã. qttx lal.
' uá lide,i!< ínte.
tnaltpmo, -

, ^ . v-.v . ^ or£ dionftati


. .. - Com tudo graqdcS; ho«)cnsitên^ pera fi,.quq .pc TA paiatii^^

Cs çofi(çrvar,póicm ufar de coda AaRp<6 Ía,paUas razocf


(eguintes.
\ -

I. Que tudo aquillo q^uc pódedaranar p’ Inimigo^


4c (alvar a Republica, cçm Unto^que nãQtqqqe ao DU
vinorforccc '

!C>-

f
‘F 2 .
Que
^8^ Fhr^ F^Ei^Té Sof.ô^Airo'^
2 ; dás mttrrézâs)da$gôAtes, hc

íhíildKò^íiê Pijjfnapaydc Catótó Mágnof j <íu^ ptA^

,
*
íandò oKtò'Rh«no^-, foi mafarna catfta a fcu Iftími*
go;ac'c!c MtjciaScevolaf qtit liia per^matar o Kcy» dt
fwío ounrcm «m ítu lügar pcfloiíão cohhc cef í : í "*
,

'• 3. (^ctieiàcoftámçpttfttrptoifazcr^rtial ao lftl*

migo pella via qurpudcr fcrj & aflim o ufaõtodoi c®


Píiticipes,'d5c chamavão engano boitíí
os Romanosiílc
;
. > qac naguerra jufta, todoocftarta-
Seja aconclufaõ,

iSd^.ftnm » ^
jofto,como dtzia Agcziflao,& Xcnophontc,^
i.iiftcfaiWie todo o Capttão âvia dc iifar de todo o engano, o'q«c ft .

cmendc não hindo contra a fc ptomcttida corho légo ,

l^m red dwcmosi ' •

tuTr^ett. Conta Valcriò Máximo dc Inlio Hortencio Cápia


•>
tão'Romano,que cftàndo pera d^ hüa batalha & tena i

dó cowífigoa MneioSufecioGapitiadosAlbanos^coiA"

copiados fold.idos,& parccendolhcqueotinhamitiKy


; . - éá |uaparte,1hc faltou fébíndofc-aoalio dt hum- mete
cõm toda fua gentea cfpcrar-X) fuccei{b;com aAthio dô
foceorrer ao vencedor^ mas o aftmo-RomanoTcndo ò
perigo em que cftava, fc os feus alcan<çaflcm a'reriradâf
do.Albano,dc quepadfãòcobrar^medoyíbbindo cm hií
>

Gavalloírodcdotèdoófeii campo, pubJicandoaosfdl*


dados,quccllcom;j|;idára apartar, pera ihc acudir dè rc*^
frefeo, &
qat^'okaiia com o pTimeito fínahqlhe- déflíi^
^!íf ftrfrimeira vin fedores, quejoeeorrèd^ie^
'
: &
com cílaaAucia fôhto vcnce4òf'dtta) íbrte, q«c pu»
B/4 dera pekjarcontra^o Atbanó/dcohtraeUc vieÍTc.’ A^gc-
át AgtfiUe, 2 Íflao Rcy dos Laccdemonihs , vendofe hüa vez cotn
poucos foldado5,cercado de grão numero dc Inimigos,
aifchtoureuAriayalcni hum fiâo tão íbrté , que não
^diaü^CBCrado dcUes$os quacs (onfidcraadoiAo;dc«
'

- *
termi;

DíyitiZCCi «y ^j?O0^IC
.

terminarão tomálo às mãos por fome, cercando com hú


o firto.dondarefhrvaíabq^a<k> coijp fua
foflb grfltvie toito
gente, peraqoc nem puddBefíírcomTJs íeUsrnrfn en-
trarlhc foceorro de mantimento , & os obrigaíTe ou a
morrpr à fome, oua fe renderern: rác vendo os‘j^í A ge-
ziílao,quc fc fazia a cava lhe aconfclhavãOyqac era me-
lhor darlhe batalha,quc morrerem comocovardcs.dif-
fimulou Ageziílao a execução defte confdho, &con-
fentio que os 'Invmigos,foflcm fazendo a cava , ~ôc ccr-
candoojôc quando jà faltava pouco, prra, a cercarem os
acõmcttcp, tendo as coftas,.& lados feguroscom o mef'
mo foíTo, que cllcs avião feito,; & como cm lugares a-
pertadostaoto pelejão os ^poucoscomo os muitos fi- ,

cou fendo com ofeu pequeno Exercito ao gran-


igual
de dos fnimigosj & avahtcjandole cm çsforçoos veri-j d

ceo, alcançando com o ardiU& efiartagema, o quç.coi^


o esforço pcllo cftado prefente não podia. v.

Acívavafe nefta, Provinda do Alente joo Bifpo de


OadM
Evora, qiu.e governava a Cavallana, com a fua muy li* sifpt d^EifoJ'
i»itada,qu;^ndo Ihcchegcu nova, que o McftredçSan;
ftiagovipha fobre clle com grão poder;mandou correr
.‘.C -.1
acampanha.comrr^ç^entos Cavallos quede j>rcí(çntc ,

tinha, atraveíTandoa toda de húa parte pera outra;&yin-


do o Meftrc de Sanff iâgo , conhcceo pella trilha
fet o.,numeço do? Cayallos mayor que o ^ - ,,

feu, &;fp rçtirou Am pelejar,


. - ' nem fazer dantK). j

(idHí)' ('T'

i"
Vi trip '
::: y.
•I

» - i: '.v; •
t

r
'

•i! : f •
:
r-V-
uí.'- «' •.'t
i' :õ... • ”
.*n ir
i; . " i .OjÍ.ICM-
.vj j»,

o l: il

> ‘i
('•
O' . .ií '.'1 X. . /UI .'uiAiibc iíiojU í v'-*'

*•
s

frrjOT‘ j : r/'

eAPITULO XXIX.
£ iíO vTh.T!. tí' > o'^ /.-i. .
*

-''í-Se ena^oyrkifdo a zuffTdo’r /e''


-ir.- r; . è .í v/ ‘ r V-.ü:
00
Oelins
Í. 20 . t-l. '^DífícarSoosRõttianos hum
rcmp'!© jimtoàOCa-
^"^kòlfo dc lüphcrl còufa mais.
Fc,' jiilg.indò fir a
^ ían€ta;'& dadairua Via gnáidavão à rifca, 'f.Tmd»
á
âflim,qnc Ptolomco Rcy dò EgyproJ pcllo niuito q cô-i
nhccia dafê, palávfadtís Romanos lhe cnti cgou^ca
X. I. f. CSfi.
filho, & herdeiro rionlcãdods por fcii ti:íor,df exagerSo
õs lurifcoíífiilios o crime de fiio gulírdár fc cm nulitos

Uigárrti'*-‘
'' •;•.*
•••"‘v 'v'^ .

jlpbÍ 4 l%Mt Jc Preclaro ditto foi ode ^xtò Pómpco,fiÍhô do gran-


hl.a cirvil.l.^f
de Pómpco, qúc cftandoíccandO tóm cllc cm hilá Nao
i)ofut hocabí- Mareô Àntcjyii0,&'OÍVaviócom qucmtinhí?#ito amí-
«jue me poíTet
ptrfiecte, nam fádé5 &
ícndó'ádvet'ítiddjÒf’Mciiódorb Oa'pitSo à4Á1*
illípccjutium
hiadí,^uc laõçáflc mâò daquclU occaíião, pera vifngát
conrentt, non
Ponnpco. âs injntias'pafll>das da morte dc feu pay,&: irmão peraah
fartai, inl.ca-
ytntiíulé C. dt
fcgurat fóu Impcribjfaacdolhc certo, q ningnê fairia das
faff,‘Z>tfius in NaosíRcfpõdeo: OxaUfndera Mmodor<>fa!^r iflo fem
jtfehg.eiwfà
£ehÍ 0 ml9 4 *- !
mim: poY^Ue Atile nao fora éjlranh^ como g Pomfeo.'-
jttdtlie, i.i.
Nem falia qücrn deícnda ^''qüc*ad‘ Inimigo fc ha
ftc. dc guardar a fcpublicamchrc pròrri^ttida, & não apro~
6*t. l.y. r.it. mefla particular, cuja fentenp não tem folidos funda-
V L 20.t*f.i.
mentos, & hc contra todo ò exemplo dos amepaçados»
2jCay*s'nt 4.
Dtcrttal. 3.f.
& antigos Phílofophos, como trazGcIio^porquc fenão
devê quebrar nüqua os cõccrtoscõ prcjurios,como cn-
di,yitM
Jlhasiriiác,^ fina o Dcrcito Canonico: porq hc grave crime quebrar
tr »lii yitler.
á bál^ra« dcf&como dii dutro texto, íc deve guardar.
MéN(.l.l^ 4,h
aiflda >

Dig^tize-d bv Google
& .

K PotlTICÀ MiLITAíRT â/?


atnia comaquclks dcque recebcfâCs iníiiTr^.' Frcíb
r AiarcoAtiüo, Regulo na guerra do^frica, fendo maot
dado a trattar dc feu rcfgatc dos mais prifioneiros*
vindo a RomajVotouquçícnãorcfgataflem*. & fetor*
nou àptifaõjo que lhe louva muito Sando Ago(Hnha
'Dc lacob nos conta a Sagrada Efcrittura,quc rcprchcor «•»;» /.i •

*•
deo a Scmcão,& Lcvbporquc nâo guardarão a palavra ‘

aosde Sichera,& morrendo os amaiiiçooH.


NáofaUãocxemplosdc t^jrtuguezes: porei fódous
p^ra modrar.quc nos não levarão vent agem 03 amigos
cm guardar palavra.*^' .

O Padre Fr. Antouio de Loureiro da Orde dc S. Frá-


cifco,fendo cõ outros csttivo cm hü naufragio cm a cc-
ftadeCãbay.i,& apprTcnt.uioaclRcy Mamudiogrãie
inimigo dos Portugucacs,foi por cUc inviado aGoa cm
bufe.» dc feu rclE'jtf,coni condtcão.q não o achando, fe /-Lirnii

tornaru à prdao de Caoibay.T.ate ceno tempo q o Rey t.

lhe aílignou, accltãdohnm cordam cm pcnhor,& pre-


não âdianJo o ditto Padre cm Goa, Governador, f.uir.i.
dajíc t..j.

nemrcfgatc, fc tornou á prifiõ


^
ofF.rcccnJofc antes à
morte, que violar a promcíTa de fua Rcügião 5 & qo^
• cfta aç^ão grangeou íua líber Ja ic, &
a dc feus compa-
ínheirns, que o bárbaro Rcy Uic deu 1 ígo admirado da
fidelidade PoriUEurza.
Çontaofimoío Eferíttor loão de Birros, que cílan- MurruDu.^.

?do certo foliado Porrugucz,prifionciro dc hum Mou-

ro,quel;K» dava mivida , avendodc fazer vi igcm com
^^ .

. ouuNavic(porfcvingardcllc;lhc deiihumpiífapojr- •

te fmgldo,fcgurandoo,quc não tinha


q recear fc da Ar-
mada Poriitgu zi unto que lho moftraíTe;& cncõtran-
doa o Mouro a cafo , com cfta confiança fc foi direito • n •

idli ; conhecendo os noflbf a Niolnimiga^ fc cfpã-


- tárão , vendo que os vinha demandar, & abatendo!/;
•F 3 ícíbío

Digítized by C': . >gU


1
BlEMtiFlBlif/6 L<DâDQ. ^

fi}bido.Mcw{to árèisio do dso0b:OfcQec^ »-jt. qjjdsirtt^lè


teommão Qpaffi^ottequeirasia •
^,achou que dizuéüas palavcas.* ifte M»ura ht muitê
ms0 cdn/f^.ÊÊte ttm.M MUífff âfpero cáisiveiro-, feeUt fétr
tihmáfi^iq*t*£nccnixe algM jírntdÀiíPxiTtugueS^uffp^ik
»» .

éáOié^dhi txutfe^ ã Effihdi^tÀfaff^i que hnpfffta ftiu siTttíS


jmil crm:^dos,lÀdoede paf&portcjTOtárão os mais^que
fe IhctomaíTeyaque acodio o Capitão Portugucz:j^Me
> ^
nunquA Veos tei permtttíjfe ^ que m
IndU Je eontajSe
Àos jeus fexutl^Ante treyfío. Édidiniullando oCa^U
tão a traça do prifionciro, deixou ir o Moiiro,& lhe deu
-novo palTapcíte,Tecoihcndo a fi o que lhe entregod.
- Nem approvoo parecer d’aqucllcs qüefentém,quc
o que por medo do Inimigo, íenão deve cum-
fc íaz
prir: porque ao varão forte nada o dcíbbriga, como &
Scneca^ao.inator bem , que tem qs hon>cns cm fen
•pciro,não.hajtcccâIdade queos obrígu%; não tem
'\Sr0tms tit.Jf.
aqui lugar opeincipiodo Dcrcito,quedesfazosafIòs
por medo, que fc limita nos aftos de guetra:por-
feitos
que na matéria de pepeado» fempte he o maisíeguro
^nxepór o divino ao refpcito humano.
Nem fedeve no >uramento ufar deçautcIlaalgDa,cOo
mo fez aqucllc que dando tregoasde trinta dias » fazia
hoftelidades dc noite, nem como QuintO)Fabio, dc
r*iir Méx.1
quem conta V
alerio Máximo, que vencido Antiocho,
capitulou dc Ibc largaramctadc dos Navios,& dcfpcas

^
mandou partir acada hum pcUo.mek>> & áffim lhe
partio toda a Armada.Ifto fe entende quando a palavra
he dada'ao legitimo Inimigo, & não tem lugar nos la-
tyrannos,ou rcbcldcs;& a cftes aconcelha Badi-
nitmí, ’
no, que pão fc dem por íeguros nos paôos cõ fcuRcy;
-& que edes fação outro Príncipe cm feu nome; porqpe
defpois fica obrigado a ampacàlo&xmas o melhor con-
felho

.
Digitized
ftth5ll?.TccoD}íecciiéhH>k«c»A
ASdsfdo'Prrncii|>o.í i.1? i , />Dib r -7Í’o:iT
CoèíOtrcw^OTplÔ^èm i palíYrarcai^ a «itídldepu^ s-^Ve. /wh
bUca,íftí fe deve prefetk fentípre,' pdfto que ocoüfratto
ftjajútadbt. i- 11 X,/ r?: OT ItittMt^reg^íl
.

^ »» Lai.' iH.tK'j
>n‘j{H!itrí <r^ i': r. oí ,


CK PITU UOv'" XXX. < 1 . .1

.
c4f.i.áíaa.
T

:t.

•'
:goh»proprmf^ iJ
h
o
00 CHCOfítrOfCf0pf^ . W > • 4 I

»• At - . /
A nÃhiti -.ii-iíCíí oIlj.ioq
^
'

.
JOl*lir,iLfnifft
'•">»

O : :;0 ;J í. í noj x.í i ^uQ


,
»í..í 7;;Jr-rfi i ..; »;:>f;i .s .. t.,c 'ipibusit

Brip;aç2o ho do born Capkãòiiinponfoíip^fta^


I Ttíiml^jcnas guardar a ptoprraiicffai^Ãias in- i.:,- , r a
^ 'p^zotns, & hbftilidíldcsi &petaiãs€vàttaír v4ai ,. i
;
'

cm que^>4b'oi aVei^oade^cfpQrar^mcafa^ feí«ulhe wtijaivoj'!,f*

:’dr‘por'<iftaiíitÍ9fáfp<«te fiut on^rimpiro

ht^#í(fUc>foindbtt»ê; -fícSo (as'çafa^ quktasi.div€ÍóoftAL


<xnno ^Kcmòs TanaróVciri'^
is - 'Q^lèndoq^gpiermt^a ten4jdo'iaidoig0v>
mãfié feguiQs pen^scrcm ÍHaiiicmcn.
fíiráyjçmjr.:« ecs ^yntíxyq ao oao .

c ^<^:^mWbi1b)dadoPViV6ddda8fpifiãrac)qdcj^

^Wfíttcr (^gn^mkntén*Tí|^ Ihimigou «...irpriA.

aÍ4 í4 cftc
n
1

• ^4 P K K K E I + b Soh9 An
efieii^oparccc* dc Agatodes Siracufano, çomo4><
fnfcrentrptr^-
&
Titolivio diíTc, que crà cm preza dc Rcacs
•uiimv qua» pcitos if bufcato Inimigo. Demofthencs aconfclhou
a<3s Athcn^enfcs» qncfaííícm a ftzcFgacrira aPhclip*
‘5^^»f.&ute-
tifwe privite. po , ar.fcs quc cllc llu movcflV. Ungido David ím

n^ooírdetfr' l^fcar 305 PhiUftcos a ftti própria terra,


çaiaudid^, loás R,ey‘ dc';/6ariv3rja j, |rtc’idcr tío tambeoa. que
.

Arnazía^ *Rey de liidèa » fe preparava tontra--'cne,


ufoii do mefino confelho appreícnrmdolhe batalha
^ Jljç i^qttcoci
f^rtlplt?.-
- -
£ 4pcila paytb cÕirarta fc dtz prímcír anrçtc#4

* fcgttro,fco IríimigoKe mais podcrofojCfpcraPiOr db q


illo bufcar:püíquc cllcmefmo fc cetífu menos gaftos,q
f-izj.í: favorece cila parte Ariâotcks.dizcBdoqucoct-

«cr> r«í.9.
pcrallo-ajgttc maior Asibrcòj.
^
lhi»naioti»fot ^ /. 11- •»
/I . »

titudinUatqti- z. Q^c cm.toda a boa poética cíla.icc melnot co*


hoímTcxpp.
acquitiRCcm® ènz Lucioíloro-
ftateqiiam
citu
: j. '
fobrcvind© no Excrcito algúa Q0OTC3,, out
mantimcncos.fc refaz melhor cm caíà quéfora»
Cxii.

eaPtoviutiíM mòritícntc podendo fercoDtado pcllo lorrhigo. ? ,

Ktmctc^quam
*•
4í kÍKfo ma» poderofo © hitmigo,
Qnc vindçr ^
Viâoeiolòifcndo ofitio dolngaraçêtlriodaçio, eom-roe»
nos gente fc lhe pódcntoppér>.:indrmcntc ficando dcf>
truidoso&Uigancs donde Utepedião vivas vitualhas.
-< JEftasfaõas cazoetis^ qnepoe hfia» ^ Ç>Mtra partç
d5o os polítkos Kecorrao^es aos exemplo^-; d,et
.

-Qaixno Eabial MaxTrao- 1 fi( FuNii^iScipiãt^ >.,qnc


.

crattando fobro o modor.Comqoc fc avio dc pcle^r com>


Annibal;.d>zia oRc : ^uemtUaérern iafffái^o/Ululiay^
^eitvãMo A jifi^ic»forrode(fS ^ foM it^rAíio diiÍAVéde-
ftndv. CãdÀhum fej* , &^àclfoú çonqw^Ar W
éábiQi^ dir qmmaH ctjí ^nAÂffy$rv€r^<ttuAdA^^
T ãã
4

H
E
<
PoilT IÇA Mi*HT . , . , k
Aml
IS/^Uétque 4 ^utrrfí em Afruá , livrânia frime^o de Lhim W.j|.
temor 4 Romajo que teúfáÚo 49 Inimt^i^er^ue em Jfri^
"
ça^nem 41/ii Cidáde CDttféaerMdA^cm foru per Joias Jír^
modas fegura.^em Ami(4 deçom algum Frincipe^que a focm
torre^ ; ot.é# entes ejfavA tuda cercado do Fnimigpi (jr os
fiarthAginenfeí.tinhio mtsrofna fuA f atria y defendia»
DeofeSyé: fèu* altares. Cooiradiaia S'cipiãò,diicn-
fetos
4.0; ,Se lhe dejftJrmAda, á!^ gertítt forque doutramôJ»
nunqua fe for ta fim á guera» com Amnibalyque dtjla fort^
fe dtverttta de Italia ; (f* que era melhor diverttir dejí»
ferigo^ quç tomajfem^exempla n»,mefmo> Aunibal, quccr^
muito difioreiifejai^t: as hofilícUdes nsíperra do katmlgOy.
(jr não pcrmittillas na froprtA'^m mais ànimOy (Jf iuUn^

tia era meter terror, tJ/"medaj.que trait ar de fküivran delTe^


queo Pcvo Romano ficava com inais nome guerreando. >

em AfrccA} quaj^uKto 4.homa^ ,


, .

'
Faz pclla-®pimãoiíc Eabicuo CTcmpr» líos AdVen,^
/cs, qucu9>qaamojp^leÍAÜo Uiòtoa (xias çafus
vcnccdcncs», &
cm <Íkür.\ tisvc©nfftdo naval pcrcícrai»
íua Amiada.Etambcm Anr.o Rcy dc lÜbia,fi^€/cnd<^
açômcà^o.dc Mcrcijks É^ypcic) , njiç ft»a fp.ra^ppnqii» ,

y fóxa dcUa ijcaíçça vida»^


rdç ttyç-pr|®çipú>:a fiibula dcAntcb filii\Çíçfcí^ Bívími* htHs
^da.Tywra^t^uc cfta lli^ dav^nov^ fiarias tanto que a tp- Ju».^
' *

jç^a,r,tcquçaosbra^S;0 matotrHcrculcs^ .
.
'j

Tl>otiaircsRaiqlu flc SUÍa-quis oxais.,cí^rar


quei^ fiMi a pclX’^rcjon3;;^-lÍc^éeJHci^mQu l\ãa^Ell^dx
cm qpÇj^croatoikdu^ntosmTtPçrjfls^Oim^naoíu^ i»pi»»$t.s:
cedeo ao> I^ccdcmqnio&cpcK/l^litC&ano»*^ icuCapií'
tâo,. Epaminohdas, q acpitiVttcndocScqiHnze mil ho.
mesa LaccdcmoniadocomcemhoivienSy^na Gdadc
dcfcndeo ; tantà hc a força, & animo, quea
ficarão, fc

f attuãafimdcQO& homens 3t conforme a ifto pudera


Oi. 7-1 w -k
86 fliítíiíVo 96 E 6 kí> 1>,'
ii Hài^íh^ '*

Qcl^ j!cVn§^rn 1i^àVa^^


tm ftvòVdcftá lífaVáTí^^^
âã íómpapção cagámos que mctcido nas CÒhèKàsfc
^cncTc,.& fóra*3cilàs í ..
E ópíuiãó dc JScí^íãò íaz ò Aèfrriò fuccciíTB*di
gúcrraiqüctcvc c[iipm VeRcfò ctti Afti-
c3» &
o TucçcíTo ^t) lyraiino AgathoclíS) que rendo ò$
Xfcicanós cercada à SiracuíTa , & nSo fc atrevendo os
cercados adcfchdc[Ia,pa(íirão a g;iicrra a África, fic aP*
tcikou ò tyràhilo f^eu arrayaljuntoa Caithágo, ven- &
fcenâó ao GrencralHanon dcftruíndo África, lhe pedirão
(íiá àmizadem 11 tós “Cidades.

Seja a còrtclufaõ,quc fendo o Inimigo mais podeto-


'

fó, hc mcihor fazer a guerra dcfenfiva, principalmentc


quando fenão çfpcra foceorro; porem fendo as forças
lguacS,iiicUroffi'e fazerlhe a guerra ofFenfivaj de fairlhe
^\ittcorijffcj Inas deVe advcrttirfe,que fehão deixe atrak
í) TriiHilgb armadO} & quetambem he imprudente con-

fçlhoxicixar de fe fazer a guerra na terra dó Inim^o,


tjeÍlò'hãO‘^far mais porque fenão deve Irrongcàr o .*

lliíí '/blHÍriâ

,f.
.«».>>. jWí-i-,

reptifâçãc
pios que alíegamosdâs fagradas letras ; & alEm ufáfíò
Ss nóflbs Póftuguezés rias guerras com Caftella, ten-
^^íloIhê'^ariIi'ádoT3ritps Cáftellos,aírrm ha Eftrerhadü»^
. t.\ umÍ^iiX ’
'
ífa centó Àò‘'Mmfeó,^fem perdetchi nodifciit-
* ' fcrdcdtiíalcis afmos, hum pàlm^^
.
,

*' ^
>; ii\ «»i ’I
^dcfctra.
*-11 . ;í . 1 «4 *.- • -A
.«.«W
c • i; > ,ornf>:.; :ul . . ;o:, v.

c" .1: jflt k io‘iuo3 £> /: ífuíaufi loa tiiííUiía

Digiüíietfby Cjí >-"!gU


o '

"* Ȓf-
comejirondoyou ejpé-
•'X.
ir*. ‘
X0rc»llad& atthpetedo '0
L
-Vi\ Ti

Ontafc de Veruzio ConfuV Romano ,


que na
LhiiH

!•

fiLcarrcii?cn^
o ^r ri^'i^ro imjpçfo, .dçrãp ncllçs,^ ÓS a.^
.V ir ão gaitar j excitatior a»,
iaratkãç. Na.Õiefm^ fprma pclcion com' ós m^fitiós
. 'rs.- W i' ^ J T*í s i. Im

«e-
dizem ícr afljm acon|cÍM<ío cõrCiayo iTriariÓ.fuppií- tatus mcepra
_ , ’
Al":» clamotepto-
f í -

2lP;qi]e^0 clamor ncfte pappiiic didit parotem


'*
-
.|ipa n^tural.aUcrid^dc , qucacrcrccrtaòs ânimos dm
^ ’ >•'y - *
immkcKUiii*
* •
!

jibldados&^.cpm uraôpçIciar'òsFtancczcs»^Ííw
clíc
^l0^p^^:,o.^eíí^o Éazipo.òsCíros, yenet^ddo
yóSolydi^cfldo que pcno^cláinm ^
i^da Iwro tinha dc^pckjar. Pq^e rc prchchdíeò 1*iin^ .

,jyió que os fciis çrfplür^


a^Çâypr$cnr»prpnio , dizendo/ \
‘ *
^mcoos^dr por iíTo nverão maôpronqftico.
Parecer foi de Ciro^que fe gritándpàcôríítóircflnr ÍÍJI* cí^
os recebeíTcm callados , Sc íe cagados ,' òs reccbè^fedi
' ‘

gritando* Omeo pa(fOci)tc»qíié ifedèfcconfidcrar, fc


^ ^
''‘igúeáã
#

-
88
agucnahcfom íbIdadps‘dirc|pUnados, ou com biío*
nhosJ({{($<]ue cftc$
aqueles Íi>cieni perdido omedo.
* ^

„ j-;-.
•, í
Í
iv- <••('&"
üi o’" ^XXXÍl’-
>
>.•••
»,

...

Se comem obrigeir € Inimigo com


bonsiétv^ JlS. comfo-
fnmentol
S^u-ytifd ti4 Atal dcftino, tratem cpniUgo os grandes bendí-
C^rtHM G*tk4

-V.
F mo
fcpagSo com maiores ofTc-nfas.’
cios, pois fcuiprc
A
da a razão, hum uthor , -que abòrrcccmos co-
acfídorcs aos que os fizerão fc ii rvão he por for
cfpccicdefcnvidãoaobriga^ão; a vingança não íc apa-
•tlif
ga comosbcnchtios,antesfc acccndc mais-: porque fc
Jiqrrt; ij
julga porvü preço do aggravo; 8c -vemos por xperien- (
^
SfjaltM;;
C^qíjni ...li cú* que o. que eiTtcndcmos ganhar com fofriraento,^
oiq.jH.Kii.
,pcrdcn'ós como Inuiaigonarcpiinçãa
- Unidos os Latiiws com os de Campanía, contra os
^Samnites, recorrei focftcs a Tloma por feus Embaixa-
.
dores, pcdindolbc que os deiTcnddTcn^&dandolhc ref-
pofia.duvidoía, vierão a ter guerra atroctíTima corn os
LaiUioSjpodtndo deferir a principio aos Samnitesrdeve
fempredifeurfarfe ofuturo ; dondcdiíre hum Rrgulò
da Gallia febre M.tcília cdi-fícada pcllos Oregos que ,

é- .V era de cpiuiâoquç a deftruincm,pcra que não acqnirií^


fcfi>rí.as romotçu.pa ,
pronoílicandoquc avi.i de fcc
fna deftn &, appUcava .afibub da cadcllr prenhe,

^*
qucpcdío aliiimpaiiòrhumlilgarHiho pera parir , &c '

‘ *
, , dcfpois-t.

Dk.M
E Política Mil iT A R.' 8p .

dcfpois pera crear os filhos#& como os teve creados» fc



levantou contra o paftor,& lugar.
Quando fc rccca a guerra > fc nãó deve dar lugar
à prcvcnc^ãodo Inimigo .*
com as armas nas mãosi i

fe grargca.mclhor a paz ; com humildade fc dd


t)ue .

lugar a arroganciff. Amoeftava Cicero ao Seriado, Cavet^ patres


que não fizeflem paz com Antonio, dizendo ; ue ^«íctipti per 3
Kao arrtjcjjjem a pAl^perpctua pelU temporal Advei-* . talet.ncipe

. tio VcgcciO'! J^e quemeiefejapa!^ , /e prepdrejera'a


guerra , fe 'quiü^ermas fer clementes ,
não faltàrho guet-’ pacê amitatís.

rjí '5&CCVW cwuoh^^\x^\%: ^Senao ha de èfferecer paj^


ao Inimigo fenao quando a pedirem , depondo as ar mas J
,

Com chas nas mãos a vj^pria a dá não os conccitOs, , Rey d. Âjfon.


& njimps y 'qúc cjucin fo^cta papadairijüria .tonvida ,

pcrÀáííOV#.
* kv ^ ‘ ‘

RryD.lckQll.
Sabido hc nas ncíTas Chronicas o^ucccHo d«l-
Rey Dvm loãoo ll. comos Erabaixadoresde CtíIí'!-;
li,pcllasmoitas duvidas que dínovo moviâò‘na cn-
,

ircgida Infomc Dona ííàbcl^lha maior dclRrydc Ca-


ftvlla.qüc conforme ao c.ipitulado avia dc cftar em ter-
çariasna Villadc Moura, còfn’ò' Infmte Dom Aflfonfo,
Êlhodo Principe Dom loão fobguarda da Infante Do-
na Breatríz ^ fogra do ditto Principe ôr chfadã-^ ;

do jà dc fuasdilaçocns , mandou aos Embaixadores


dous eferittos da fua letra , cm hum-dòis qu.ics dizií
(Paz) & no outro (Gucrra> õrdcháridò fe dcflèm aoS
Embaixadores quando cftivcflem cm corifelho, pera •
-

que logo cm nome dos Reys feus fenhores efcolhcflcnl •


.

humdelles qualquizcífem; & qefeolhendo oda guer-


ra o eftimaria mais, & fcoda paz pellocfifcguintc, fenV
mais inriovarem couíi algúa j & q’uc logo enttegaflem
a Infante. £ aiíombrados com efta ccfolu^ão , logo ;fe

ConçciHÍr|o.
Não
•'
Digitized by Google
'

cmfiliffwS> aiLttis GôHÇt^r®»


Malafaya,que dando h(i)a .«5íWlftçi;€«içaft.€ÍRfiy^ J^^
^<)rnando ^
ÇaftaH^,lbc pcdipipgQ a ccfpoAa» d|zcn*
do: erd omdhr.ég(i;(4Íh»,qi»i Ikt foiU yQí^í»';&;pot
ihc^não deferir logp, d jíTc: S«i*Ío iruMUt fim^UvArat
^fermurdá. E dçCafMQdoo fç faíp, .com o que o Rcy fe
rcfolve&adarlha 5 ,& preguntandoltic eomo fe chama,
vai^ dizendo, qu,c tuiz GonçaJvcz Malafayj, lhe diflç
cll^çy,: yuAs llAmobnenà hájâ,Sc .

. chcprfó mercês. &crcdito,fc voltou a çftc Reyno, dei^


xando atraz a Popilio, na Embaixada dc Antiocho^-de
quçcm.outro lugar fazcmojífiicn^So. .

"capitulo XXXIII,:
Se he bom [emear difeordias éntré,
M Inimigos^erammsfacíl^ '*ii .1 < I

üS í '(.

Lhm lii. I.
H e adiícordia omaior venenode húa Republir
ça:.durou a dos Romanos cm quanto não ouve
,gu,çrta»,ciy}$. ^xima hedos políticos fcmea>»
^sentre rcu^contratios,pcra alcançar. coavmefios>/anTv
guca.vidor.ia yrop Março Cariolano dcíla.porftír
..

w£ "*'
vl^oriofr}
povo, prohibio
dc pera fazer fofpciiplõts òs Patrícios com o
,
que rcnaofizcficdãaoalgpum cm Tuas ’

propriedades , <\pçra coxn cfta traça çxcitar entre clles a


difeordb. , .
, . ,

Vendo , 4nnib?)t quç ^bio com rua;dçfyn..


ça o procurava vencer , intentando por tr^jça ^nd<^r %
fortunaj

Digitized by Google
— -4
E Pò*t'i r M r tririíR. 9^1=
fortunaj & por tila razão lhe chamavão os Romanos o
covárdé>i)«ra:âcrefcen$a^a ^^e)a mandouVque tiâbAia . ,

herdade íehão fizclTe hòííiltdãdc algua.deftruíndo todas


as mais que eftavão junto delia, pera dara entender, que
^thtrcclles a'viaa^uili ócdt)ltõ'>p]&â;o^ Fabíopr^ctí^o
A ifto,ven'dco a jjtopriedade , & o dinheiro dclla empre-
gou cm rHg3teídeR^mahoíS'‘fíti(ÍoncH:os'-, imittando
niftooque luftino conta de Pericles a quem os de Ef- ufnnmià.i:
parti hzerãò o me fmo'^ âc clk fez doação à Republíta
das taes propriedades, gran^ando mais louvor dÕdc fè
lhe intentava o diferedito.
Não tenho com rudo por íegaro o Capitão, que fia*
do íó nente nefta difeordia acõrn^ tre os Inimigos: por*
quetalvczotemor cxtrinlccohc cauia dc concordiaí
Sirvãode exemplo os Prcmncftos, que tomando ocea*
da difeordia dosiRoniapos; ouíáráopòr (uas ban-
fião .

deiras arrebatadamenteiia.poita Colina , & tocandoíè

&
arma na Cidade íobirão aos xn irt-os, elegerão confor- •

rrtespor Diaadora!QirincioScncinatc;& tanto que ifio


foi fubido,lançárãoíóia oitnmigo com grande confar-
midad<‘,parando com ifto as iguerras civis. Aflito o fize-
rão 05 Brita no8 i elegendo por 1'cu General aCafine-*
launo com a vinda de Cefar.
Scodo Capitãòj dós Dacos, vtndo arder em guerra*'
civis o povO Romano , .adveiitido da boa occaíião que'
tinha pera osacõmcttcr.fc ahftevccom tudo, mandan-'
do lançar hum loboa düiis libreos , que pelejavâo , os
quacs tanto queoviraovoltárâoíobre cllc, deixando a
peleja: por m.i is que Tácito exclame:
noí não pode fazer maiorfavor ^ ^ue tom tare fbtr&na

4 df/èordia dc n<^os Inimigor Tuím lí^


âjfcgutêrnos, «rcocaumi

CAPI-

_.gitized by Google
9a Perfeito Soldado^-Í

CAPITULO XXXIV.
Se convem que o Príncipe afs.
pejfodmente na guerrieí
.

G Omoo intcrcífe da aíTiAêcia da pcAba Real, nas


batalhas dà tanto esforço a feus Vaflalloi ;& por
outraparte o perigo feja
irtcmfeu nienofcabo;daqui tomàrão motivoos
grande, dc

pera a qual rraremos os


ticos pera a prcf< nte qocftão
em deixar de
pclli-

fundamentos porhãa,dc outra parte, pella negatire &


faõosfcguintes.
t- Que raras vezes feachaõ nosPríncipes as quali-
dades dc hum bom Capitão , & mais fervi rà a fua prCf

íençade perturbar íeus Gencraes,quo dcajuda:porque


niandàrão à fuavontadcidc nãoconforme a ocalião, dc
neceíTidadc o pedirem Por cAa razãoo Emperador
JuAiniano.commcttiatudoa feus Capitães, Narces,dc
Bclizario,dcpor ciles livrou a Itália dos Godos,'Africa
dos.Vandalos,o Oriente dos Perfas, & enfreou, ficando
cm ConAanrinopla,os Sitas, dc osBarth?os:o mcfmofcz
Garlos o Sabio, deitando dcFrãça, os Inglezes por feus
Capltãc;s; dc Ferdinando ll.fem faírde Viena, vençeo

todos f:us contrários, Sueco, Inglcz, ode Saxonia,. ode.


Mantua, osVenczianos,quc injuAamcntetinhã.Qtor.
dc
naadQ.contra dlc as armas.
' / 2.
' Ij^-gçque hc obrigação do Príncipe refidir. na ca-
de feu íoiperio , vpera^vigbr^' dc provier a todas as
^-,bcça
idmini Arando iulbçá » pnncipalmcntc tendo o
partes,
Inimigo vifiiiho. Airim o obícevatão os Emperadores
. jy
* Ronunos
-3 ,

Digitized by Google
1 PotiTiCA M^i tiTin! 9$.
Komanos,^ o ob fcrvão hoje os Morcovitas, & o Rejf»
da China, & o Grão Cam. o ^
} Que parece t?)ai5 feguro nao aíTiftir 0 Pr incipe
.

na gucra,pcllos vários acontecimentos ,


que comfígo Tâtí; ÍNOt cts^
***^®^^'*.
traz f indo intereflados em fua PcíToa todos feus Rcy-
>nos}& deve evittar o feu petigo: porque fua morte cau-
íãria grande confufaõ cm fcuimpcrip, como nos íio>
Tcntiffimos Reynosde Poloniavimos,& üngria,& cm
Uladiflaõ morto pello Turco junto a Varne, na Tracia,
fendo hum,& outro Rcynode eleito, & tendo os Ini-
niigospor vifinhos; & a confufaõ, qpe ca ufa nos a ni--'^
mos hum interregno fe deixa bem ver^poisosUngaros
não levantarão mais cabeça, & perdendofeu Rey Lu-
dovico,forão opprimidos pelos Turcos, dc Auflriacos.
Ainda hoje experimenta Portugal cfta verdade com a.
morte do fcrenillimo Rçy P, SebaftiâodA lamcntavcl.
q
memória., •
ri ' -•<•^.1
'
Pclla parte contraria os que tem Principes. Varoés,
& nãoafcminadosargumcntãoaflim.
Q^c com a prefença doPrincipe cxccutão melhor os
Capitães feus mandadosrdpndç.dUTíi Virgílio:
" ‘
tava muitá s preJençA de Turpo. Antigonoervi bua ba-r^ pesfetUÍA
Tueni.
talha naval , que teve contra os Capitães de Ptolomeo,
reprcfentandolhco fcuGçncral,quç.cra maioronume-
ro dosinimigosjlhc rerpõdco:^ for cruentos v*ler^áoter»
dffme Amimprefe^tti ,j_ ; t;

2 Porquç o Principeque vay.igueera^ gran»*


i
,

gea maior reputação pera com Alniniigo, &pcrá>com


os fubditos maior authorkiadc,tcndoo por valente, &
esforçado gucrreiro:neíle predicamento foi tido clRey
•'m
Sjpphano .de Poloma , que largando fua quietação na
gucrra,que tcvccom os de Mpfçovia, accrcfcentou de a’.

novo a fama dos Polacos j o mefmp fez Germânico & ^


f».’!
G dcfpois
f4 Pt 'RÍtlTO SflLDABè.
âcfpois dla^hrg^paz <m que òEmpcrador Augufto 6
tinha deixado.
f
31 Porque íâ2 aguerra com menor gafto, péllo
'

ip’ í acompanharem os fubditos à fuacuílataíTimpor obri« '*2

gação, como faõ ncftc Reyno os das Ordens militares,


& os Donatários da Coroa, como por grangearem fuã<*“
graça, fazendo levaras vitualhas, &
minrimctoS de fuaí
cafas,granjas,& herdades; & á fna vtfta pclejão cõ mais
calor , &acabão aguerra mais depreíTa; & a imittaçao

dos Grandes , fazemo mefmo as Gidades ricas, & os


mercadores de mais cabedal, pera que os honrem com
mcrccs,& hònrasí " ^
Porque obriga muito, como temos moílrado,o
exemplo do Rey, como experimentarão os Prancezes
com dRcy Prancifeo I.íc os Aragonezescom Alfonfo
Magno-, os Germanós com Carlos V. os Perfas cõ lí-
mael Suphi , os Portuguezes com o Mcftre d’Aviscl-'-
Rey D.ioãòol.nade Algibarrôta.
Rcfolvendo efta qucftão.digo com dLftinção,quc b 5
he ir o Príncipe i guerra; mas ha de fer quando tudo íc
arrifea; por fer maior o poder do Inimigo : porquede- >!

.outra maneira não pòdcm obrigar a nobreza.


Digo,emfegundo lugar, que o Príncipe deve ir à


guerra, quando aíTim o pede a faude publica: 5c em ter-
ceiro , que fco Prinçipe fefeme em idade baftante, 5c
he dotado das partes , que atraz apontamos pera hunÀ
bom Capitão, pódç ir á gucrra.Na tomada de Rhodas,
dandofe a nova ao Grão T urco,diflc;,^c ttao era viCiõ'^
ria aquella em que o friucipefenio achava ; como refere
n» Paulo lovio.Xabbas ReydcPcrfia,poftoquedeoiten-
'^-14

if*é./»/.i64. , taannos,hia pcíToalmentc em toda a occaliao ; porem


não hencccflíario,que oPrincipe aíTiila no mefmo trãee
dagueua^ xnas báíUrà que veja a dlípofição de feus
cfquadrocs».
çfquadrocns ,
EíPotlTI^A^MlCT^ATR.
&

và mandando foccorrosapartc mais


^
fracá,çomo fazcmosTurcos,& nãoconioo noCToRcy
^
D-SfebaíTiSò, que ncfla Infaufta África íc acreditou tãto
*
de valente, como de tcmcrariOi& Guftavo Rcy dcSue-
cta:porcm vendo os lcus-cn>aj5cFto qotavcl,dcve ptle-
jarpor fcu braçóicomo fez clRcyFrâncifcoI. de Fran-
ça, cfcolhendo antes fcr prifionciro cm Italia, que in-
jCOrrcr t)a iafanii^^U; d c íçq;tj>aMt o« ^p^Sy} & Atfô^o
Magno n^L batalh^^^uayal dospcnqyiP^cs ^ junto a CS- -
‘ ^ ^
pua.donde foccorrcndoos feus,foi prcfoçmas crfi gdcr-
menos porçe.ou longe doRcyno,não aconfelhà*
'

ras de
cu ao FcincipefoíTc pcíTbalmcntc,
ra
t Conclup coro. dizer, quç oRçy qão devAderempa-
tat fcu Reyno, por a.cquirirputròcomvpcrigo; porque
por ventura com fua aufcncia; fe lhe meterá outro cm
cafa.ou fobornados os fubditos por feus Inimigos, Ip-
‘Vantàrão eutre íi guerras civis; & tal vez fe lhe levanta o

^ue governa çmfçu nooaçyou fe,iidp a jornada por mar.


,

o Inimigo o cortará, & por;cfta razão os Othomano nü-


^ ‘ &
qua navegão, o mcfmo fazem os Reys de França , &
dosPerfas dizHcrodoto,quc não faem ícm nomear pri-
meiro Rcy; & ainda na jornada q fez cl Rcy D. Manoel
a Caftclla, nomeava por fiicceflbr p Duque D.Iaymcs,

Jigniirimo-picgcoitordo noíTo inviClo Manarcha.
Não hc minha tenção excluir totalmcntc o Rcy dc
ir à guerra. principalmcntc quando fe lhe faz na princi-

pal Cidade dc fcu Rcyno.pu nos confins dcUc; & fen-


do em outro lugar,fc ha de confidcrãr,fc tem boa cetira-
da,& fe a não tiver, baila mandar General, mòrmcntc
não tendo herdeiros, & fómente vá quando hc maior a
cfpcrança do proveito, que o medo do damno
como dizia Augufto Cefar.

^
G5 ,
CAPL
PeII Flito SotOAObJ^

píS CAPITULO XXXV. r.--''


'-'
. •
'
•• r-

'* . V i
'^'7 r
: ,

^
^
"
Se comem lis Utirasper/f a^erriH

WtfMmi*
/M
M
tomfirys:'

ffcLÍ.yí-7*’
o
VJF
S quccát^cè^mdcílctras, pretende difculpar fua
*^“‘^^**
'

contraria ao esforço
I.
^ftas*, de fcmclhantcs razoens.

Quc às Ictfas cáufaõmdancolia


que fc
, & cfta hc
requere nofoldadorporquc
OS melancólicos , & íabios, fogem do cftrondo das ar-
mas. Catam difíc;-.^e os Romams entáo a^üiáo de perder
' /èu Jmperso^quándo fe defent âo efiudo dos Gregos-^ que as
occúpãoo homem de forte, que (6 a efpeculação
letras
daqui vemtamos Frades , Clérigos,
delias os deleita,
Theologos, Phylofophos, Legiftas, Médicos, Avog»-
dos, Poetas ,Muficos,Oradorcs,Aftrologos,& Geonie»
V, tras; de forte, quc a terceira parte dos homens cm hüa
^Kcpublica, fc dão a cfta ociofídade , que íc fc derão à
guerra, nunqua pcrvaiccèrão íèusinimigosjmas nem a
decima parte fegue as armas: porq os mais faõ mecha?*
nicosjou lavradores.
X. Que as letras fazemos homens covardes, mofr
trandolhe as mudanças das coufas, a brevidade da vida,
o perigo da morte,&; cnfinaõ a fazer muito pclla faude,
que fcnãopòdc comparar com os Thefouros do mun-
conhecem os poucos proveitos, q da guerra ferirão,
que faõmifcriâs,feridas,fomc, frio, calmas, doenças, ôc
mortes. Por cfta razão os Godos, quando devaftarão o
Império Romano, fó os livros lhe deixaváo , dizendo:
^eerão os infiromentos pera os ft^rem fracos:f)OT iflò
Catamacõfclhava aoSçnado.íiscÚc tornar pera Athcnas
rres
.

tres Oradorcs:poc(^çatdoçyi|94.^!( fçiqica^s jiãodi^cr^


tüTc dagiierra os maneeis Rfwanos..,-., j / ].:'f

^ 3., PawiucconhccçmQsgraadçsfoldaçlos Rçys,^


Empcrádorcs,quc nem ler, nem eferever fouberão j q
faber os Manlios,Dccios, Mai;ips,t)coclccianos, Sapo«
KS,Thamprlaes,Bolcüao, Premi Aao, La fcoes, Cafí mi*
roSyUladi(laò,quedilatàrãop Reynode Polpoia, apc«
far dos Reys confinantes. Mas com perdão dos da parte
contraria, digo, que a melhor parte de humCapirão he
a fciencia.que fc accfliirc,não /ó com a cxpçricncia,ma$
com a doftrina,& licçáo dos livros, pque fc perfuade
com as razoens feguintes, das quacs tiraremos noílà
conclufaõ.
1. Porque IcvantãoocfpiritOj&animo pera gran-
: porquê quando lemos nas hiftorias 05 de al-
des feitos
guns Heroes , ficamos arrebatados -pera femclhaute
gloria. .

2. Porque as letras fazem os prudentes aprendeu -


do das hiftorias diverfoscafos pera imittar,oü fugir, cn-
fínãoos eftartagemas, os fitios dos lugares , pera faber
por onde ha de caminhar com feu Exercito,comoGcO;;
grapho alcança as mudanças do tempo pella Mathcmar
Cica,os bons ares dos lugares, a falubridade dellcs pella
Phyfica.a difpoíiçãodos Efqüadroes pella Geometri j,
fabrica inftrumcntos bel|icos,& machinas pella Archi-
tcftura, &
pella Phylpfophia i &
eloquência íãbc per-
fuadir,& conhece o^raodo com que os payfanosTc que-
rem levados, apazigua os Toldados» teatta os concertos»
çonfegue a dcTcjada paz.
. 3 . Porque as letras enfinao a dcfprczar á motte
.pella Religiqo\ pella Patria, & pcllo ^cy. ,

AflentamoS; logo por çpnclufaõ.qnc as letras faÕ nc-


»•..

CcffatiasâhumÇy)it|q,hãO;a9 foWadqrrí^;paiq a^^



G3 lhe
a

PÉR rÈ I T9 'S O LB AO
'
Ihc baftà a 'òbcdiencia','ác 'ò afo das armas. ' -

Dizia o Empctádoí' feas foldadòs .* Fis temié


tu ármMté^oMnsmoi (^tcnhâtu oconfelho, ér<^gov€rtt»
âtvefo esforço: porquê aflfrm como a terra neccíEta dé
ftx cultivada VaíTíní ás Wnías’ neceífitâo das letras, coirt
tu}ó prcfidi6 fc larcni aslcy^s.fe follicita a paz, fe fo0fr»
|a a’“gtietVa(fc'dám preceitos aos coí!limes,iíe còmpo8
hum Orador, qnc íaiba mover os ânimos dos Toldados
Ben^extaic ondc mais lhe conucm.rcprcfentandolhc na htfto-
pharosAiucê- tia 05 fcitos paffâdos, fervindo defarol, & luz, na tera-

^*''-'*’e1iuÍío*
defte mondo, como diz luílolipfio . Exctrplo
»aüAc. vivo pera abono defla noffa conctufaõ, temos no IU»T*
Gcncrsl da A telharia Francifeode Mcllo,cm cujo
tre i

o CenttAl fogeito concorrem os rcquiíitos, que neftc difeurfo a*


Trancifo dt pontamos,pera formar bum pcrfcm? foldado>poiscfti*
doa íco cargo o governo defta Provinda, tem dado in-
teiras moílras de feu grande talento, illuClradocom íua,
muita erudição, expcricncia, & difcipKnâ militar, a cu-
jas Itcçocns devo grào parte dcftc trabalho. Caftella hc
boa teftem unha, pois com feu cngcnho>arte, mOudriz»
boa difpofíção lhe tem feito pagar anoveada, a limU
tada prefí» quecom todo feu poder vcyobufear nos lU
mites dcdaCtdaddiirandolhas copioíiái mas no mc fmo
nb.
por varias partes á vifta dc todo o feu poderjmas
que muito, fc a £imíNa dos Mcllps lhe pudêramos ap-
ib veM pSÍil ^idar,o que já CaffiodoFodiffc da geração dos Deciose
fcos nefeit in- pndn:ç pdizcllc/irwííártf veã
dos Veesos VMroent pnrnam.
dealiquisnaf-
«I nicdioa».
• ^ f-t , r j • i*
rtof, flito fMCilgum Hãjcer medtotre^antos gtmdos, tan^
*

^»gré»deísdos &( 0
que fttecede difficultofrmente)
quod di£iic efcolhtdos todos ; Je Bem tem eomji^ s fotéta forlunu
mereum. E quando ifto fc cfcrcve, por fu a in^-
duftria , & ordem , aos muros dc Bada jòs » Ihc ci-
hua prcfaDomEtaliai^ > irmão
da
E Po.L I TI CA, I jTvAíR. ^

JUuftrc Bacáo<l’Alvito,cmçuip fogcitQ^pmp^te o.va-


iior,& o illu(lrc$& fendo corrido do grpflb da Çavalia-
rialnícniga.a poz çm íâlvo,por fcllice proemio de fqa^
áeçoens. que cftãopromettendovermoíobrcvcmcntc
colocado entre os mais fublimados heroes feus pro-
genitoreS)honrando a nação Portugueza. Çom a mef- ' •

ma induftriaomcfxnoGencral , tomou çoi o tenipo


quefervio, quatrocentos trinn Cavallòs aolnimi- & y
go; &
fenão tem os merecidos premiqs, fe pòdc cón- oh.
ibllar com faber que por hum, dje quatro rpoJos fe
, .

ncgocca , ou com enganos, ou còim dilligcncia.,


com faVor, ou couv merecimento ; engano^íé de
traydorcs, a dilligencia, de ambiciofos, bfavor, dps li*
fongeiros,& os merecimentos dos mais defvalidosj côr
modifcrctamcptediflco j^olitico. .. ,
. ^ n
^

'
•«•í.f-n-; .
-
(í I-.
o': í

C A'P I TU L O XXXVl.

:
^ it’ )

ii •'^A -1

_ w is.* (.ÍMÍ úi;l

Se hemm ne£y}mf per guerra


I :• ] í

0^
ain
* -i ^ ' }‘y’r i

O
t
Piniãofpi dc_p<^i^io(fajnotoEfçri Po/ií^MeiJuí
I fas da guerra)
<iinnidiam pat-
Per- «Bípcditum.

Jo^pcra.as cçrr^iM, pcrawmjç Jit^^Lpçt-^s


te»
prç&, K IntS
ásSSfrtftT

P^^‘>)í^*f5ríivÜ3Í»e»voa
3ÍÍ 20V0Q ÍO 20b Clij
eobciis VsBÍbom *”
Qi-iv!,» ^<34
.

too ‘ T Ell^F'E
T O S Ò L D A D O^1
' I
»
-1».

2 .

a comun opiriião,cm hua barti
<^é (iòhfortnc
lha campal, ordinariamente Vcncc quem hc/uperior n4
Cavallaria,6c (Jefta ufaõ os Mouros, & as mais naçoens
do mundo.
' 3'.' '
Onças copias eqiiefírcs faõ mais ligeiras perà
Tí«-/í.Eiiucftiu ‘ . • r.
acodirtm ã qualqucf parte, como di2 i acito.
.

fane viriíim id j
proptiuiti cito
V
Porque a infantaria fem Cavallària vai poucoi.
. '

<itoccdew.. & muitas vezes a Cavallarm


• lo alcançou grandes vi-

[ftorias;clla poem cm cerco ao Inimigo.dcftrocas Pro*


^ ;
. .
'

'"yjjYj.^'^^^(^uc[nfyàBdo^matando, prerdêdo,.canrandogrã-
' ' ‘

de terVof aos p‘áy^f!OS.


‘Pbrqii^c largando os Cavallos fazem o mefmo
'‘
' yi
cffeitò.qiic os Infantes como na Valacbia contra pT ur-
còfizcfão PoUcos,& outros.-
Pclla paitc contrafia di/corrcndòpcllas Romanas
m tnuitas vezes vercedoresos
hiílorias, acharemos Icrc
PcQcp^ccijtragr^dc p.ume_ro de Cay aliaria & os de ,

Maéedborã com á Inf(nària,rQ ft geuàrão a maior par-


te da Azia;& os povos dcGcrmnnia faõ invcncivcis por

íiia Infantaria, que tçm por fias razoens feguintes.


*• Que cm todà a pàrre faõ píovcíto àdCm OQ ,

mar.ççmoha Kcrá,cm ojoipo abcrio,como cm as alai*


tadaSjOf entreprezas.
2 Porque maisdeprefla, & com menos gaflos fc
.

V- ~
^ ^ fazem as levas da Infantaria; & os de cavallo,tcm muijo
í
^ f maior çiftOjôé dpbradã deípcía:’; x''*' V ^
'
*

'':y
-M •
pcít o trabalho dc foífos, pontes», valíos íaã
,!, • ,* r i "« muimneceflarios, que ÒS de cavalio nSb podem, neíil
rV ,
coftumão fazer.
Porque todas as batalhas,qucfcd5o em lugares
n "‘’
4 .

pantánòfOs,lago$,ou fíos jó a Infantaria as acabaj nent


KSo,
«d prathü cre
fd^étó,^4ücíctítflV^andcbaàÍhafimiInW^
& os
co- .

modifícTacitodos
^
Catos povos de Gctxiiania ,
iSSí"' ^ P i Helvccio-

'
Dinií - : igle
E Política Mi*lit*aíi. foi
Helvccios/óufaõdagcntcdcpéi & doMarquczdc
Pcfcara, lemos grandes viftotias em
Nápoles fó cofn a
Infantariaidigao a batalha de Montijo,
donde a Infanta*
ria Portugueza» reftaurdu a falta da Cavallaria capite*

neada pello valor do Go.vernadoc das Armas Matthias


d’ Albuqiicrcjuc ; masque muito, fctinhaafculadoo
Grande CondcdeSourcDom loãodaCoaajUnicaco- oanJe dt

liinma do Império Portuguez que naquella occafíão t


Sourt^

obrou maravilhas, dilccrrendo incanfavcl a hüa, 5c OU-


tra parte , animando a todos com a alacridade de feu
.-í

grande, 5c naruralzclo, tirando daqueile conflifto hüa


honrofa ferida natcíla, de que faz a devida eftimação,
por ler aequirida pella patria, 5c pello Rey, que de pre-
fcrti o tem nomeado por Governadíi das Armas defta
Província, donde cfpcramos, que em breve expcrimérc
ncllc Caftclla o papel do fegundo Condcftablc D. Nu-r
no Alvarez Pereira.
5 Porque mais facilmente fe armam,rc excrcitao,
.

.íe pòcm cm ordem pellosElqnadrccns, 5c fc mudão;


& a Cavalfaria hc mais reroiflb ,. 5c tal vez perturba o
Ex.crcito.5c faõ mais ligeiros pera a fogida , que pera a

'
guerra. . ..i I ,

Seja pois aconchiíàô,quc pera a gucra fer bem


pofta,ha dc fer mais esforçada com a Infantariaj ptit^i*
palmcnre naoppugna^ão dc alguns lugares , faõ mais^
prove itofos, pcllas machinas quccomfigo Icvão, 5c i

tcrtorquc'caufáô-ao Inimigo, 5c qualquec


f

'
- í
•'
- ' '
impídimçnto coftuma quebrat

: - . -

-C . . oimpetódaCavalí
- latia..
'
I
• f

t

"r, V
'

..V GAPÍj
• .

_
'
'V

Digitized by Google
^

loa Perfeito Soldado, ^

CAPITULO XXXVIl
Se he melhor ter mm Armtti»s ,fe
V,
mais Exércitos.
»

Z. it AthtȒ
ãitif»

D lfle Xcnofontc que crâo tnais uteis as forças


,

por mar, que por terra:deftc parecer forãofcmr


pre os V enezianos* vendofe opprimidos com
guerras per Pepino, primeiro filho de Carlos
Magno, & por Fedcrico Barbaroxa , &
dcfpois p.‘ Uos
Genovezes, & piN- Maximiliano L omcímoconfclho
deu PhcllippcILcdãdo pera morrer a feu filho Phcllip-
pc lll.diz^ado: com todos tivejfe guerrás^f^ fé com
ãs Republicas infuUnas toda a pa:( Porque fabia eftc
.

prudentiíTimo Rey, oquanto importa fenhorcar o mar ^

pera não ferem invadidos . Dcftapolitica ufaõ os mais


dos Principcs,& Rerpubiicas»& íc fundão nas razoenf
feguintes. (V- < i

I. Porauca milicia terrefte cílaociofa noInv,ejr-


nOfprincipalmcntea Cavaliaria, a quem chuvas fer-
vem de impedimento, donde vemqucaoTut.cocõtra
os Perfas cm idas. devindas fc lhe confome a maior pac^
tedo verão. ,
, iu -
k i
q .
*

2. i Porque as forças maritimas.


na força.rfo^Inver*
no cm breves dias, poem o feu poder a, donde querê;
'

que cfta he a defgtaça dos Príncipes , cujo Impcrio


he muito dilatado , quequapto maior, com menos ^
commodidadcpòdc levar feus Exércitos, fervindolhe
de impedimento os montes.os lagos, os bofqucs,& rios
pOtomic não pòdcm paíTaras vitualhas, nem a carrua-
gem,

Digiüzed by Google
&

E. Po LI T IC A M I tl T A R, lOj
^m,ò que tudo facilmente fe leva nas Ârmòdas.
Porque o Exercito faz mais
'
^ s. ga(h>, aflüm nas pa-
gas, como na carruagem,& mantimentos.
' 4. Porqneasforças marítimas, no mcfmo tempo
acommcttemcmdivcrraspartes.ConfidcrandoiftoCc- _ .

• TtctíMti B*U«
far Germânico, transferioo fc 4l|Exercito em Armadas i tnatuciiis inci.
pera chegara tempo , como diz Tácito, a quaiconduc.
ção não poJia fazer por terra. patítervehi,

5 . Porque petto mar fc defeobrem novas terras,& ^Iq^fque**


Infulas , como o fizerãoos noflbs Portnguczes em tão p«oia. & aU
remotas partes do Oriente, que comodiz oPoctajpafla- ^g«.
ião*inda àlcm da Tràprobana. • maoiafoíe»

Pdlo contrario os que defendensv fer nKÍhor,& mais


conveniente acs Rcyaos, ter o poder fundado cm Ex-
ércitos tcrrcftcs,dizem.
. 1. Qnc a gente do inarnão pòdc viver fem aterra,
doi>dcos homens lhe dão o mantimento, as armas,&
qnc pera ifto não ncceflltão do mar.

2. Que os foldadosvquc nulitão na icrra, fcrvcni


também pera as Armadas, & que os das Armadas, não
valem nada cm terra, &
at^xpcricncíanosmoílra, que
cs Reys quehabitâocm Infulas , fazem poucos pro-
grcíTos na tcna,vivcndofcmprc entre feusi»mitc5i& os
que tem poder na tcrra,dillatàrào feu Impcrio como os'
Romanos, Gregos, Vandalos, Scrraccnos,Cbinas,& vl-
timamenteos Hcrpanhocs,& Portuguezes.
3. Porque as Armadas cílão fogciias à furiado&.
Vcntos, 3c tempeftades queas deílroem antes de ver o
,

Inimigo, quando diftacrcapcnr,chcgâatirde,& vão


&
talvczapottac a Províncias rcmoeas,obedccendoaoi&-
gor dos ventos,como cada dia vemos.
'*
4. £ ultima, que nem a toda a parte fe p<^e tia- >

fcgai íempre » nem chegar com as Maos , fazendo

Digitized by Googl
;io4 Perfei T:e So l d a d ò, *
talvez naufragio no mefrao |^ito« pdcjan4o coai
fros Inimigos que não bufeavão » ôc a bom livrar ficão
deftroçadas. .
^

Seja a conclufaõ.que o poder marítimo fe fundafo*


. brcopodcrtcrrcfíe.qucrcmcílcnãotcm lugaraquel-
ie:porque da terra fctiilb os marinheiros, os Toldados»
. & &
o mantimento, as armas, tombem a madeira pera
os Navios,o fcrro,canhamo,as enxarccas,& os metaes
peraaartclharia,Sc o pez,& breu:& podo que algüas
deftas coufas fe achem nos lugares marítimos, nunquà
fcachão todos, & cm a baftança, no qual fentido dizia
‘ Cofme de Mediccs:«^eJo Aquelle Principe era foàefofót
que juntava asforeas do mar ás terrejles.

CAPI TULO XXXVIII.*


Se be melhor ter Exércitos nume--
rofos,fe medíocres?

Omo os gaftos da guerra faocxccíTivos, prcgfí.


tão os políticos , fe convem mais ufar de granr
des Exercitosjcomo faze os Príncipes do Orien-
te, ou -de mediocresj &
pella parte dos q feniò
contentão,fcnão com grande multidão, fe oiferecem as
'
razpcns íeguintes. , ^ ...
2 .
Que o Exercito numeroíb dividido cm muitas
partes, pòde fazer ao mefmo tempò guerra cm differen*»
fcs lugares, armar
embofeadas, íazeraflaltadas, pele-; &
jando mais vezes com o Inimigo, 'que ficando hüa vez
vencido, nãokvantarà mais cabeça. .
'
y
. - a. Qhc

Digiti^c-d by Google
.

» IPOLIT ICÀ Ml tlT AR? 10^


2. Que O Exercito grande nãofó pelejará cm cam-
po aberto, mas provocara o Inimigo, irá prefidiando os
lugarcs,quc for conquiftando, o que não pódc fazer o
pequeno.
3 Porque os Príncipes com os grandes Exércitos
fc dão mais a tcmer,como faz o T urco cm Europa.
4. Porque o Exercito limitado facilmente fc a caba
com 5.as doenças , & não hebadante pera Ce oppor ao
grandcjícpcllo contrario dandolhe ao grande, &nnmc-
rofo.fc divide, por evittar qualquer contagio ; por eüa
razão os Romanos no mcfmo tempo fuftentavão a
guerra cm ltalia,Cicilia,Gallia,Hcrpanha,Sardenha,&
Macedonia.
Que dcftruido o pequeno Exercito na guer-
ra, não ha com que lhe impedir a viftoria aflim os
j

de Sparta ,
vencidos dos Thebanos cm Lcutra ,
perderão o Império de Grécia , que tantos annos pof-
fuirão.
Com tudo, como diz Tácito, cm todas as batalhas
mais aproveita o esforço, que a multidão; porque a cx-
pcricncia moftra, que muitas batalhas fc pcrdèrão pclla nibu» pauci
demafiada multidão,quc fc ganhárãocom poucos bem
difeiplinados, como veremos no remate dcftc capitulo
com alguns exemplos de Portuguczcs,& cm contrario
fc arguc.
1 . Porque melhor fc conferva na militar difciplina
o pequeno Exercito que o grande, que confiando de
,

diíFcrcmesnaçocns,hc muito mais azado a motins.


2, Porque o pequeno mais facilmente fc reftaura, a
&.0 grande cftà fogeito a pcílc , fome, & doenças, &
com fua grandeza hc mais vagarofonas marchas , Scc
nos lugares afpcros &
paíTagensde rios, efíà mais fc-
,

geito a aíTaltadAs Conta Lúcio Eloio , quencnhüa


.

coufa
Io6 PERFEltO Soi/DADdí, ^

coufadeftruio mais aPompco nos campos de Pharfa-


Ua, que a multidão, por conftar a maior parte dc fcu
Exercito da Azia, fçm ufo da guerra; &
defta opinião

hc Vt gccio,& cm Thucidades fc lèomefmo , aca- &


da paflb nas hiftorias da índia lemos, que poucos Por-
tuguezes obrácão maravilhas contra grandes multi-
doens.
3 . Porque o F xcrcito pequeno não ha mifter tanta
bagagem, & os grandes Exércitos neceífitão dc mais
mantimentos, & mais agoa, & por efta razão vcncco
Locullo a Metridates , tendo cfte mais numerofo
Exercito.
E ultimi: porque o Exercito mais pequeno pc-
fortemente, & na grande multidão íb empre-
os tiros; & defta opinião foi Frontino, pcl-
qiial podendo Cayo Mario cfcolher dc tres
razão,
Exércitos hum, a faber ó feu,odc Metclp, ou o de Ru-
tilio,cfcolheo cfte ultimo por mais difeiplinado.
'

Seja a con(.luraõ,qucnaqucUes lugares, que não cA


tão fortificados por arte,ou por natureza, mais he para
temer a grande multidão ;
porem adonde ha fortifica-
^oens baftantes menor cíFcito faráõcom cem mil ho-
,

mens , que hum Exercito pequeno bem difeiplinado:


porque eftes valem muito mais, como dUFe Platão:
oftriui Jí reb. q foldado hã dejugar de ambas m maos^ ér fff CavaUeiro^

viihi I
0» peao^conjorme a necejiídade o pedtr.
fcrnko Sirv 1 dc exemplo aquclle grande Heroc Duarte Pa-
nahljiTdti»- checo Pctcira, que por guardar lealdade a fcu Rcy, fc
dial. frart.
I.
^ dignididc RèaUbaftantc Dor fc us feitos a hõ-
tlfio _p ’ r. , _
rar a nação Porti gucza,oqu il nos combates, que oCa
dsíubit Canto
Emperador do Malavar, com outros Rcysfeus
í6. Camoci nns . _ ,

Lufiad-ian-i. aliados,lho dcu no Paço, que chamão Cambalam'pé«

w qucnallhajjuntoaCochim,obrou maravilhas com no-


venta
o

E Política Militar. 107


venta Portugucrcs » cm favor do Rcy da terra noflba"
migo,contra Excrcitosnumcrofiífimos.conícguindo a
mais gloriofa vidoria, que os Annacs do tempo efcrc-
vem , fc bem prccedco recorrer ao auxilio Divino no

meio do conílido,como outro lonathas irmão de ludas


Machabco,3ccomoonoíTo faraofo Condeftable na dc
Valverde contra Caftclla, vendofe claramcnte pelejar
Deos por cllcs.
Não pòde negar Caftella o grande numero de gente
dc todas as naçoens com qucfeachouoícu Rcy Dom
loão I. co^ntrao Mcftre d’Avis, nos campos dc Algi-
barrota.que vendo o limitado numero da nofla gente,
dcfeftimátão, como já os Romanos capitaneados por
Mcnucio aosCarthagincnrc5,& forão dos noflbs desba-
ratados, por mais que os Eferittores Caftelhanos ,
pera
fazer menos gloriofo noíío triumpho , ou mais airoíà
foa dcrgraça;achem que nos deu aquclla viftoria o pe-
lejar mos com a ventagem do litio , & que lhes dava o
Sol nos olhos; fc já por cllc não entendem a nofla jufti-
çarachaque foi tomado jàdc Titulivio, no vencimento,
queos Híflrios tiverãodos Romanos,dizcndo; o ss
vento vulturno em a battlha de Canas , dava no rojio 4
Roma,(jr no4 cojtas aCart hago.ObfcxxowT acMO domeT-
mo modo, quea Lua ajudava maiso Excrciro deVef-
paíiano, queode Vitclio,pclcjandodcnoite; & Saluf-^
tio, que foi mais propicio que a Mctclocfi-
a lugurta,
tioda peleja, como fe íaber ganhar cfta vcntjgem, não
foradigno de louvor nos Capitães famofos ; deixarão
cm fim naquella occafíão mortos, mais de doze mil, &
tantos prifioneiros,que fe vionellcso qucconta a hif-
toria dosGodos,das gentes doEmperadoi Honorio,com
as de Radagazio Godo, pello vil pre^o porque fc da-
Vão»' Largos annos fc vio biãqucjaraqudlc monte com
feus

la
io8 Perfeito Soldibo;
ícus oflbs,adondcaôordcHcfpanha brcvcmenrcrcvio
banhada cm feu fanguc, fendo a primeira façanha do fa-
mofo Portugiiezidcsfazer como outro Sanfam Hebreo
o fortc,& gcncrofo Leão Caílelhano.

CAPITULO XXXIX.
Se deve efeolher os fold»dos do C«-
'
fojou dus Cidffdes? ,

a
aíTim
Ve fe hajão deefeolher das Cidades, moftrão
os exemplos antigos.‘porquc mais deprcíTa fc

^ podem levantar nellas Terços inteiros, que


pcllos campos onde ha menos gente ociofa:
ofaúão os Lacedemonios, cirando da Cidade ca-
torze phalangcs, o mefmo os Thebanos & Athenicn-
,

fesj & cm Roma dc feusCidadãos.lcvantavão logo vin-


te & tres Icgiocns porque nas Cidades fc achão mui-
:

tos , que defejao mudar dc condição , cníaíUados das


artes mcchanicas.
2. Porque os Cidadãos faõ mais prafticos, & os
camponezes mai» agreftes.
}. Porque os tacs fc fazem na guerra mui animo-
íòs, por ferem criados cm fua liberdade , & andão cm
competência com os nobres, pera feavcntaiarema ellcs
cm feitos famofos, & faberera que pelias armas fc aequi-.
rc a principal nobreza, & alcançaõos prêmios hon-
rofos,pera os quacs inventarão os Romanos tantos gê-
neros de Coroas , como veremos no capitulo quarenta
dc hum ; & os Carthagincnfcs. liic davão tantos ancis,
quantas
,

E PcyLiTicÀ MmitarJ 109


crão as batalhas^m quc tinhão aíííflido, õc.
cjiiantas
06 Iberos lhes lev.intavportantos obilifcos I ^quan^os
erãoos Inimigos mortos por cllcsj .& crn,hy cm M
cedonia dar por afronta cabrcOos àqucllcs « que nai^
Biatavõo Inimigo algum , cm Germmia a nenhum
mancebo cea permettido cafar, ícm levar primeiro ao
Rcyalgúa cabeça de Inimigo morto, com que cxcita-
vâofcu esforço.
4.,
Porque faõ de mais proveito no Arrayal,&’prc- ít.

fidiospor ferem mais engenhofos, &


faberem diverfas
artcs,afudandorcdcfuainduftria,& mais feguros na fi-
delidade, que os iavra^dores,
5. Porque faõ mais ligeiros pera os perigos, & CO?
mo mais animofo5,&: políticos íc movem melhor pdias de «
prafUcas defeus Capitãcs,& pclh cíperança do prêmio. b7rj^dam'ap!
Pclla parte contraria fe aponta em primeiro lugar, n<»ten|ciíc
.

que os do ca rapo íaõ mais robuftos,&cofiumadosáfc- ploiem qux


&
me, fede, trabalho,quc a guerra traz comfigo, conte- (uWíoa i"
taoiccom pouco, aturao as vigias,oc fazem melhor fua (oiísstdotcm
obiigação,comodiz Vegeeio, & Catam dizia, que dos
lavradores fe faziãoos mais valentes foldados,& Q me f* neotuni nefeia,

•noaffirm.Tacito. *
.
SfSpiS
2 Que mais dcfprezaQ
. a morte aqudles que faõ aniiro dutAtu

coftumadosás miferias; & os das Cidades lhe fogem


pelíascommcdidadcs , Sc paflâtcmposdavida, difeur-
fando mais fobre a eternidade da outra, pdloquc tem iul’,ÍÍioiran,d",

lido , & efiudado. Efta hearazüo: porque os Turcos ^


, „ , . , - ^ ? r I- • «ooiqueoni»
pelejaocm campoaberto, naocípcrando ontrafdici- ferre coBíucnt.

dade mais que a gloria immorral defta vida,aborrcc2do


barbaramente as letras. tiaatU iiu nui

i Que fazem menos gafto os do capo, que os C i* vix t^raf ia-

dadãosjOi quacs fabcndoalgü.i arte, não querem deixat iaroie.

o ganho dçUajOu afpirão a ferem officiacs, tal vez & rioa'ddi£ta.qw

H paflaõ efxmiaat.
I I o fERF1 1T o S 0 1 1> A O
paflaô ao Inimigo como mal contentes,
4, Q^c coftamados a pouco comer, paflaô com o ^
f júo de munição,, & pcUocontrario osdas Cidadcsbuf'^
«o outros rcgalos,íc faltandolhc.o bufeao por força cô
araplna,roubando pcllas eílradasos mcrcadorcs,&pci~
los montes os payfanos, &'nas batalhas como mais co-
biçofos arrifeãoa viftorb com o defefo da prefa,
1 »-
naturalmcntc faõmaLs obedíentesi cjUc oí
s ca ai
filiam: Nu»u das- Cidadcsi , ^uc cftcs í'a 6 os aulhorcs dos luotins > •&

KUn'us*quxad
amia ab aratio CoDcluo.quc igualmentc fcrvcm pera a guerra hüs*
wanfieiunt.
^ outros,ic forem bem difciplinados,porcm ma» con-*
Tcm ferem do campo,quc das Cidades „pellas razoens
L,
apontadas adverttindo,. como diz. CaíTanco, que fcn 5<y
-
j!»:

devem cfcolher pera Toldados caçadores,ncm ps de ou-;


<:
tros- officiosdefcançados, mas ferreiros, &
carpinteirosí
& pera foldados de Cavallo , Te devem- cfcclber 05^
isrj,. ctariot, maisnobrcf, bcmdifpoílos
• & gentis homens, coma
Virgílio.
pocevwtus,.

CAPITUEO; XL.
'mm as mo as te\
qukidas nftguerrfíii

C Ontafena HiftOriaEcclefíaAica , que Anripater


Üemeo pay de Hierodes, fendo aceufad o diante
do Empetadof por feus craulòs,defpindo as ye-
flüdurasantc clle, mcdlrou muitas cicatriccs de feridaf»

que em feuferviça tinha Kccbido aa gueesa » &


u

E POL 1 T IC A M I L 1 T A rC ITT
4íflc cftaspalavraK£« Cefar não me cinero e/cufar comti-
giifáltem efias feridas que em teu fervifo reeehi, tejiemu.
,

mkáevivasde,meu âmor.yà’. q^io. Côoq-foircftimidoa


fuagraça.EmSandoAgoílinho lemos, que aos Sanâos DtchtMtm*
Martyrcs confervará Deos as cicatriccs das feridas»
por cllc padecerão dcfpois de reíuícitados; o que não
A:rá nclles deformidade, masdignidaue, dc paniculai:
formofura. Com razão logo fe devem honrar os íolda-
‘ ' '

dos com osevidoitesfinacs defeu esforço, exemplo


temos nos Romanos Decios, de quem coma Plinic,quc
atea quarta geração trouxerão fempre no braço búa
cicatriz de hüa ferida , queafeu pay tinhão dado na
guerra.
Aquellc grande Abbade cTAlcobaça , ya\ctofo Âl/Udei^Àl^
Portuguez Dom Lourenço , que na batalha d’Algi**
barrota rcccbco na cara húa grande cutillada , man-
dandçfc efculpir ao natural , cm -búa íigura de mar-
more , que poz cmdima de fua rcpultura ; 3c fen-
do chàmado pcllomcftrcdaobra, pCraqucaviflc, &
aceitafle gabandolha todos inuito.vcndoa dle, diíTe.*
,

lhe não contentava. ^ &


preguntado pclla razão ,
diíTb , com hua cfpada deu hum grande golpe na
figura de pedra pclla cara , fazendolhe o final da
ferida que na lua tinha ; 3c virandofe pcraocfficial
diíTe; vigora fim meUre me contenta a obra, & pagando-
lha o dclpedio. .Vikjft-
* Sabido hc ocafo do Conde do Vimiofo o velho
fpor feguiras partes do Prior do Cratto) rcccbeo ou-
tra cutillada no roílo, de que tanto fc pretava, apparc-
cendo com clh diante do mefmo Rey. Sinaes íaõ.as
firridadasem Chrifto Senhor nollb dc fua viftoria, 3c
Refurreição, pois com cUasapparcceoa feus Diícipu-
los; com os quacs exemples íc podem dar por fiorten-
; . Hz tes

I
1 13 PEK FE 1 t’o Solda d *

tcs os noflbs fjtnofos Hccocs Portuguczcs das que rei


cebcíVí>pcra-fcglortarctndcUas , fendo cm dcfci\íã'' d^
tctc^ucbeaci,
ante ota
fuapatria,dc fcuiRcjr,aosquacs o Pocu chamou bcm<»
<)ueis
'
aventurados. t

fabinxiibus
contigit
altis
Por remate defte Capitulo, me parcceo fazermen-i
•ppcteie. cão do que conta Piuiarchode certo foldado, aquém
avião dado hüa gtande cutilada, no coílo , andando*
^lutMTch*:
na gucrra.dcque acadapaflb blafonar dcvakntc; dc .1
Oítavius Au-
jgtiftus miliri fazcdoohü dia diante doEmperador Oclavio Âuguf>4
jnfròtedcvuU
nereíibi inllic-
to,gabando^clhc^quc lha nãodcriopor detraz, agu*
*o gloiianrf .vi- damente lhe rcípondeo o Emperador Oíhai fuliádoy :

de eu úuiuicnc
aliqiiando fu- não VQS ha}* acafa acoftícchia olhardes pera tra^ por very
giens tctto a!-
fe vinha o Inimigo no alcance. Dandolhe a entender, que
bem lha podiãp ter dado indo fogindo, de íècairomorQ
O golpe, de que blafonava^
y»-V'

W--;.
CAPITULO XLl
Dosprêmios , cajligos , (S perdoem-
dosfuldadbs.

Om
C
prcmiò.dc penafí govcrnãoàsRcpuWicasiil
VãUu Han. im
•(por. PerguntadoLiíandro ^ualera a tnais bemgo^
:

vernada.tcfpondeo: aqueíla donde aos vale*.


Cktfí it natu- teJ,é' fracos fe dava aj«e»íer<rfwo:&Thcophra-
fto di Oc:.^c 0 que tnais confervava a nature:^* humana»,
era a pena^^ o benefic40'^do\\ác difle Cicero; mm m-

tafa,ne a Republica podido permanecerydode fenao premia^


bq^ cajlígayajp;n4«:^ci:accsiraliãva por melhoe
Cidade
=
I
E P OiL I^T I.C A M I L T T A R7 5^5
Cidade aquclla dpn 4 c nv>wres premips a;via ppji^os.va-
IcntcSi &
vif lupfojSf [Os pre rpios fc dcv,cm £/•> it. 2, c. 1 4.

prudência, qviP miiidava Deos nOfLcvitlçp.qí-j


fercecr faí no Saciificiosquc hc rymbolo dclU. Iniitcc óHVtcsIaL
O Gcncrala Auroia, o, uc rodeando aterra, fonif|r.clhe
n. >
vaydandoorvalho, flores, & plvez çoiiioo rifo íati^faz.
O lavrador femea pera o ar,patte dopijãacqniê as^ves.,
mas o que fica na terra fc multiplica CQin ^anhqsiquã-
do lhe pedirem, rcfponda logo: porque engana pouco
quem deprefla nega. He o dinheiro (fc fc fabc ga(br)cr-
craVcr,& Icnão ufaõ.dcUejfenhor; queira dar ipaisquc
rcccbcr;porqo primeiro hc pòr carga, ^fazerfe 1'cnhor,
& o fegundo rcccbella, &ficar eferavoro beneficio feito
nunqua o pubbquc,quc ferá convêmelo cm injuria, &
o recebido tonfellco a cada paflb,& ferá a pouco ciifto
,'vVf'

:a-.v
agradecido. Qu,i(i fc chega pera ingrato aquellc que (e
queixa de queavofoi, pw^isqualcfigao não ufar de li* - -
.v-V.

beralidade por ufp deu jufliça. Quem deu muitas vezes rt*

não fc obrigou fempre, antes aequirio dcrçito pera


a dar
:*
negar algúas; mas quem recebe fempre , nunqüa ac- .

quirio acção pera pediç,;^;^ j- .


-a.
•*

O? ;'lnventàrão;ç>s. lVç>n>:inos.Qsdçfpojqs,a,quc chama^^^^^^^^.


• vão.Oppíltiosjqu.c qftcrécião a lovçPb.crcnio cm trifil
phos,ncgavãonos a qucmmataflc menos de fincçnfil »

dos Inimigos, pondo penaa quemfalfornçntc cs cçp- ^


- tafli;&: ainda quaodaçrào vtncc!4o,re_sj;ppcrdbp:iii«i-
^ tadafua gente fc. lhc negava. Oítrimqpfiav- , f?cn>ó
,

pcrmittiãofcoão por acere fícnjtáxem o Inaperia, ,nqmt‘


quando rccúpcravão o perdido, nemjquando. vcpçijio
” '
^
V,

os levantados bandoleiros, nem triumphavaojpcjipr,


j ^Vendo.maiQjr.que goyecnaflè cc>m0,Ç<W5fuli;I>i^'ado*'» ,

ou Pretoq/.masiirdiãb dfes 'outrftS'A^f tiofps triu.n?phos a r- - Vi-



a‘ que «h amavão,- <Q táç ãbi
*
v ene gn
'
*
H3 - civrs-. .
Perfeito S o l b a b o'
civis. nSo tinhSo ovação, nem triumpho. Os Cidadlos
Romanos
fendo vencidos, não podião fer trazidos nel^
les;guardoufc cftc coftume, ate o Emperador Probo, q
foi o ultimo que triumphou : a forma com que trium-
^ ^
^"iibXràúr. pha vão, refere Alexandre ab Alexandro.
M4». /. 2.M Í* Tomavão também os nomes das Prov incias.que íb-
geitavão.como ostrcsMctelos.hum dcNumidia,outro
.

de Maccdonia.outro de Creta, & Mareio, Cariolanodc


Cariolo lugar dos Volfcos, Scipião Aziatico, Partico,
Armcnico, Germânico, & Gallico. SòmcntcTito VcA
'
paziano, vencendo a ludea, & Paleftina, parece qmif-
teriofameme fenãoquiz honrar de taes nomes, pclogò»
ral odio que todos tem a tão infcfta nação.
L.htmfiytr. Vatios etãoos prêmios dos íoldado', como campos
manumiçoens, & dobrados
lavraíTcm, coroas,
^uir.rèr.dtm. crtipcudios . Lcmos, quc a Lucío Sícíuío Dcntaio íc
z,yiuí iib:6.
dèrao por ícus grandes feito 5 ,oito coroas de ouro, civi*
TaUt.i. 3.c4.>
quatorze,& outras de quc Valcriofaz menção.
As coroas militares crão de muitas maneiras trium*
Voamm Mi, phacs,Ovaes, Muracs, Obfidionaes, Civicas, Navacs,
tMT.
(^a(^fCfjfes,como declara Gdio.
X.t* quc aqui pertence , fe aílignalandoíc
Qiicftão hc,
Àt ty prêmio a quem primeiro fobirao muro, & jurtamen-
fufU.
tc fobirem dous.fe fedeve opremío a ambos,ou a ne-

l.fnxhtimt nhum? Parece quc a nenhum, conforme a hüalcy.* por-


que entre iguaes não ha vidoria , & hum ao outro fer»
átrtb.dub. vio dc impcdimenro.priiTcipalmcntc quando a humfó
í. tmuictmff,
hãui.inJiiÊ,
fe promette, & dedica o premio, comohnm cavallo,
quc não admitte multiplicaçãorporquc de outro modo
a ambos fedeve o tal premio por outra Icy : porque o
pii“CÍro n2o fc diz fó aqucllc , quc vay diante do on-
trtsfeUai»! tro,otastambcm aqucUc diante dc qucmjnão vay outro.
jiiiiirXTJní O
metoo fc dlE cm duvida dc quem primeiro fobio;
E.PoLiTicA Milita». 115
aflim o julgou ScipiSo na contenda que tiverão Qnin- *Condt itl»
toTibirilio Centurião da quarta legião, & ito (4 no Sfi,
Sexto Dep- tom* de Cnrlot
ciofeu companheiro naval., na duvida de qual dcllcs V.fhL tSyJitl.
em f»,
íbbio primeiro ao muro. pretendeudo ambos a coroa ror dd^nelU,
mural, & a ambos fc deu por fobirem ao mcfmo tepo. fmeprimetré
Idnfoi* mio idt
£ vindo aos perdoes digo, que toda a demafía hc vi* TtdedtioCdrdl

ciofa; perdoe talvez o General a muito.scom tanto que lo do Cdpitdm


Montd^ideoOt-
não tenha que lhe perdoem a elle porque tão mal lhe
:

cftão muitos caftigos , comoao Medico muitos enter-


ros . Em pouco fc differença da guerra a crueldade de
quem manda: caftigue pera exemplo, não por dòr; per-
doe pcraemmendar,não por gofto. A clemência caufa
aos bons vergonha , Sc empacho de delinquir, <5c hc
maior arte cmmcndarculpas com o perdão , que com
o caftigo:fejão cftes pera que não fc peque,não porque
fc pcccouttem o futuro prevençaoro paflado carece de
rccurfo; aproveite pera que vivão bem muitos, o mor-
rer algum; porque não viveobem. Damno faz aos bõs,
quem totalmcntc perdoa aos maos ; & o Medico rigu-
rofofiz o enfermo de regrado, que tão grande cruelda-
dehe perdoar a todos , como não perdoar a nenhum;
que quem perdoa ao fafcinorofo,a fi mcfmo fe cõdcm»
na, mas não fc devem facilitar os peedoens de maneira,
que convidem a delinquir.

CAPITULO XLII.

Dosfrivikgíos dosfoldados.

H Onrarara fempre os Emperadores Romanos


os foldados com muitos privilégios : porque
(^mo diz Cicero, a honra accrcfccma as artes.
H4 Com
^

L.ji»-
ctnn.jtt
ít^ Pè R F ÉT T^o S €>’lD A 0(5.
Z~i.C. *xhib.
Coma brevidade pofíivcl farei dcllcs tiüa breve reco»
‘ ‘ ’
r*e. pilla^ão. ‘
r

1. NiibjJÒíícfctacdufacíocrriéutròTribunal, fal4
Ltb.z: f-jMi*
fnur.tnjiitit vo diante dO‘Tcái À^ditof CJIérsd j'‘&^prcndendoO ou-d
conitn.
tro'Iuizyií cUc déVc fer rcméttidb , o que fe limita hojo
<»í}#oí.

l.inttj tvi ff .fe no crime de rcítlicncia y &


oífenfa dc iufHij'^, que nef-

í.iLd»! i» i. l'm ta parte por nóva ley lhe forão derrogados feus- pti»
infi.cod-tjt** vilegios , 5^ fc'dcvcm livrárdíamê das mcfrh^lufiiçãs
bonis cedtrt
poJSi*nt. ofFdiididas^Da jurifdrcção, áuthoridadc dópoflío dc &
jilexander in
Auditor Geral, tratta largamentè Bobadilha,dtzcndo.*
l. centitrio col.
i.ff.deynl^-V vem a ter 0 exercido de Capitão General, nas mai~ ,

tanfa,
Àlt*
pHjt ii.l.
/. £- tírt.is de jujtiça , ^ correfponde aos antigos Trtbunoí
It^anler ff. de Roma
mut. De~
Não poio fer prcíb por divida civeT; & confor-
folut.
titéiiifl. liiyus 3 .

n.9.
DD. in
me conta Diodoro Siculo » fe obfervou por ky entre
fftff'
Àilts ) nem
póde por cila fer demandado fenão
os Egypcios
Lult.C.teftítm.
vttl.
aonde c hega fua peflibilidade * ík iílodcixandotí^
atè
L.hU. C. S. C. efe qiic coma, pera que naoneccíTitê; & he cõmüà opi-
J^Uctd. -Vcciir.
JÍMí.Cr .flti.in
nião dos Dcftorcs, que não hc obrigado a fazer cefiatrv
l.mpi s VxKuU dc bes, o que fc entende fendo a divida feita noArrayal,
ff.d,yerb.f.^!>.
Sald. in S.m>. ouporoula
dagucrraj5c aíTim fc prefume cm duvida,
Ccd.f]iiiben.
ttd. pDjjiir.:.
& não póde icnunciaríe cftcprrvilegiotporque foi dado
í.StipenJi.iC. à pcífoa,& nãoaocontrattc.
txtCMt.rei jnd.
3. De dcrcito comum limão pòdc fazer execução
L. jnaritMttff,
foi. rnat. t.ytr, nas armas, nemcm fcusfoldos,& cfte privilegio dc não
nexf. condem-
fer demandado fenão cm quarto pòde pagar o Au-
, ,
nariff. profo-
cio l. htcenius ihor pòde pedir tudo , mas o íuiz da caufa condemna
f! JL. Militei. C, com cfta taxativa, & conde mnando por erro cm tudo,
de ejn-ijl.l.
não pòde a fcntcnça ícr executada , fenão no que pu-
I. t?* ibihoc
netAt. Bar. der pagar.
ttlns Jf. fe.
4. Não fc lhe dà tormento ,nem morre enfor»
idtolpie ff. ^hí cado, & hc privilegiado ao fazer do teftamento. Gui-
í '
pottorts.
ftneditnsinrt.
Ihclmo Bcncdiíto traz mais ^ vinte cafos em feu
fevor*
Ȓ'.

i.l *i
'

Política Milit AR.'


n7Í'.S*"t
Itjlam, tpritn.
na guerra não
ftvor, álem do qiie contra os que andão
n. 22. txna ie
ttfia. •

ha preferipção , &
gozão do beneficio da rcftitui<^ão; L.z. C.Jeyeni^/

nCni a prevenção da juíifdicção lhe tolhe feu


priv.ile* rahbus.
InUusin unU
gio ; prefere aos mais antigos acredores j no que com- C. tidtm'.
pra por feu dinheiro não cae em commiflb nao pa- Jlex.in 1.2. ff,
,
fiqttisinjitj-.T.i

gando portagem, pófto que hc obrigado a pagala: pô- in tit.dt ttjUb.


daíTe cre- /.II. ytrf.ta-
de, appcllar não obftante fua contumácia
;
rr.tnfalit.
hc Pditlus de CaJ-
dito a feu dino, quando torna de prifioneiro;não
tro in /. Ji pe.
corporalmcntc caftigado com as infignias militares,
eun.fi. ficert»

mas primeiro hc dcípoiado delias Çontrattandofim» . pit.L. l.C nero-


tiatiene mifit.
plcímentc o feu procurador, julga oDcrcito que cõtrat- (Snria Philipi.

ta em nome do Toldado. Outros muitos


privilégios traz ca 2./>.r. I.W. 2,
f. f(d ft tü
I. 2,

outro Ainhor,ncm pòde Ter mercador, nê negociar por hisquinot.


ff.

l ua pefloa; & fendoo hão pode Ter admitiido à milicia, infa. Spetula-
tàrin til. de
& perde o privilegio delia. procurar.

Nem hc conftrangido a dar tcftcmnnho contra fua yerfIttmqHod


ejlmiltt.
vontade i porque pella uiiU.ladc particular não pode Me xia de Tax.
pan. concl.6.».
faltar à nem. lhe, pti judica a ignorân-
fua obrigação ; fót. I OI.
27.
cia de Dereito:porqucha de faber mais d. \s armas,
que L.mUit. C.
loiat,
daskys. Allim raiais pòde por a excccião perentória L.re^ul. ff. ji*.

ainda dcípoisda (entença , oq.uc Tc limita nos delitos. risij^fattihn.


L.ult. jf.eodi,
O privilegio de não ter pena vil , le cítende aos netos .todem.

limita nos crimes de Icfa rtmiL


por hüa Icy ,
o que fc L.t.ff.
L.D. Mareo C.
magcít.ide treyção feitiçaria , falfidadc , carccrc de quafi.
, ,
J, . nuíliis l. 5.
privado.
f.hisquaff. rt
>. No que toca ao pecúlio caftrení hcavidopor ’, rnUit.

3iaior,& nelle não tem icup-sy dereiro algum, & pode


L.crfi txctp-
/
t.t C.nialtfic.

dcmandallopor cllc & por cfta razão o filho familias


;
iy mith.
L.fi qtiis de cu-
foLlado,.no dinheiro de cmprcfiimo fenão pódc ajudar rió. C.de falfis.
do Macedoniano. L . ! .
C.prifatis
carceribiis.
6. Pofto que oDereito não permita doação de pay L.ult.C..inof.
familias fc limita no foldado ; & no fazer
tcl- fie tos tefia.
a filho ,
C..Miles príti‘-
tamcxiio temcfpeciacs privilégios como fc pòde tui. ,
‘ t.tx
ver
Perfeito Soldado,
AyaU , rómcntcnão pódc fazer doação a fuâ
C oncubina.
X» Donaiitntf Aqui fc deve accrcfcentaro famofo privilegio, de fc
por vivo O que morte na guerra, os quacs privi-
Icgios concede fó o dereito aos Toldados que inteira-
,
obrigação; &
fceftcndem às mulhe-
^.eaíinnfif tes.quc 03 guctrâ feguem Teus maridos: porque muitas
vio fazerem na guerra feitos preclaníTimos.co-
moeonta Liviodc Silinas.&Lucio FiorodosCimbros
Mario, & cm Germania Crinito.
duvida.fe deftes privilégios, que apon-
hu >í tamos gozam ainda hoje os íoldados deftes noflbs tem-
cfii\ t.2.c.i s
^ de duvidar he, que como as folcmnidadcs
com que amiganjcnte crão os Toldados admittidos à
oiclicia Tenão uTaõhoje parece que nmbem os tacs
,

não tem lugar;o que não obfta: porque tam-


/líídfXÍí'
^ forma das aeçoens Tc tirou, como confta de
hum
’ & com tudo tem ameTmacfficacia

fib.j.eaf.j.
dormente cftando cm Teu vigor a cauía porque lhos
:
concedèráo.ôc foi adcfcnTadopovoRomano,qucho-.
tlTJlix
vmn.jud. mclita na defenTa dcftc Reyno, como dizem os Au*
Thcmt v*T^n» thorcs
commumcnte.
fSodajufiifa LimitaoTc com tudo os Tobredittos privilco^ios cm
mtfladifnpiina 1 . DcTcmparando o Teu Exercito, & cõmcttencW
diflb algum delido.
2. No eivei perde Teu privilegio renunciandoo.
L.amoff.n,^.
ou íc dcípois dc comcçada a demanda fc fizer
Toldado;
fc principiou, Tc dcvcac .bar,
Í'ír/l'%.
íiiasjiijicui. 3- Tcftcmunhãdo f.ilío cm outro juizo, pódc ncllc
conforme outra Içy.
infairreg.

IHis rtfèrt ^ S^lictm


fmncinHí
U.C.juri, Vfaais.Jtcm4nusei,pfil.^,.(j;‘for,fil
2oMitetHi de Rumdito unperio n.io.
to^Xr
l.DeJertórem fF rcmiht i t t vii -

^4,ms ytUUrijU. lJcMf4lf4m,neL > ij% çúnfir^htnáQ»

Ãç ' rK v,
9

E Política MitiTAE. 1 1

4. Sclimit3onoroldadomcrcador,íctrattantc,<juc 2^*^*
fica fogcito a iurifdição daquclles trattos» &
negocios,
confo rmc a outra ley. Xnulltm C.de
teflilh

CAPITULO XLIII.

Dos cafos que nftmelkintem fena


cafitul.

1, ^"^OmoaíTim feja.q por Icy Divina, & humana,


Ê \mos inftruidofjôc admocftados cõ quanta
'
fi )

^ reverencia devemos tratar todo o gcncrode


ãLemmU
coufas pcttonccntcs ao ufo dos templos $ Igrejas ao&
diiiino culto dedicadas , das quacs algüas faõ de tanto
fer, & myftcrio, qiíc íenão pcrmittctrattalascom pro-
fanas mãos, por tanto fe manda, que no íaceo das Ci-
dades, villas,ou lugares, ninguém toque por viade rapi-
na cm coiifa Í2grada,fob pena da vida.
2. A policia, & ordem humana manda, & Que 'nenhuní^
que as mulheres em toda a parte fejão relpeitadas , & fone
livremente ufem de fua vontade por tanto fe manda, m^ILer des
,

que nenhum foldado nem outra peíToa force mulher ^ng*res que
,

aigna, fob penada vida, ncmaquclles que fe achão nos


lugares que fe tomão por armas,ou aíTaltos: porque cf-
tá claro, que podo que as tacs conde feendão com a
vontade de quem as requere, que bc por temor, & não
por grado.
3 Parece, & verdadeiramente heafllm,qucasar- QuenSotud-
-

mas, dc furor delias, fedeve empregar fómcnic contra u ntulheies,


os Inimigos armados, & não em os rendidos j & que «w
Buior crueldade íerá maur a debilcs, & fracas mulhcrcs,^'^^*
. velhos,'
I ^cr Perfeito Sòidado,
velhos, meninos, & outras peflbas fragiles, fcmde** &
fcnfa.Por certo, que o que tal faz, commctte, julgaria &
cu ter mais parcr.tcrco,& afinidade cem Lobos, &c Ti-
"'"

^iC
'
5 gres, que erm híínicns racionacs; por tanto fc manda, ''i

que cm mate mulher, velhos decrépitos,


pa;t.' algüajfc

& dcrarmndoSjhcr.-. meninos, fob pena da vida, &. mal-


trattandoos íóme rte, fc jão arbitrariamente caíligados;
.

Os que ferem 4. Reprefi ntão osoffidac-sda guerra a pcllòa de


ctt dofobcdeie feu Prmcipc,ou General, o qual nãO podendo acodir a
J
nocfficial, tedas as partes, os cfiabclccc com poder por tanto fc :

mãda.que quem arrancar pcraoíficial, ou o ferir íobre


leu offi;.io morra fcnuTplica.
o^enXo im- 5. Qiie nenhum official feja impedido executar a
pírfíooí juíUça fob pena da vida.
/á^rrr
^ Quc iicnh um foldado ,
ncm pcíToa tenha prac*
crpccialmcntc fccrcta com Inimigo algum feb pc*
ti<idavida.
tèin tomos
Immigos. 7 *
Qualquer foldado ou pcílba, que fouber, que
-

algucm ívi ve de cípiajOii quê tratta pra£lica,& tem co--


Dos que enco-
brem efpias. mcrcio com o Inimigo, o nãõ defeobrir, pena de vida,
* Dos aj^mu- s. Os que fazem ajuntamentos públicos, ou fe-
.í/zem />«!/»- eretos,
tSc andáo em quadrillus,pena da vida. ' /

cosjeiretoSi
^ Que nao fação libt llds, nem fixem quaticis de
d framem de outrem, pena da vida, na qual
Dçs iíbdlos
dijf.wiaterios
jí^correm os que fàbcndco o não notificarem,
%quA\tets lO. Que nenluim foldado nem pCfloa algúa faya ,

de dtfíifio. ^aosc 3 mi'nhos,&: as cfl:rad.is’a roubar, vexar, ou molcf-


Dos q touiãà ^Q5 quc prbvcndo oT.xcrcito- frazem vitualhas,
ptÜAs edra- nem queimem, nem deitem fogos cm povoação , ou
t:As, Ki. ttei-
fj22,-icla aípüi de qualquer forte que (cja,pcna di vida.

II. One iKi hiun foldado > ou oiúia pcílba ,


r,o
prcTivtiocu fora ddk tome pòr iori^a
pio^ , 011

WAni.incnioíJ pria uUthüridÍdr,coufa rdguí pòr-miinm quc lcp*paua \

devida. 12. Q^c


*

k.
'

V
E ?0L1TICa MiL1TAE^ 121
‘ 12. Que nicnhum;fpld3da , ijcitt peflToa deíãfip g Defafi»s^
Cutra,íbb pcnódaridiiiaQ prpyo»caiitc y &
éefafiadoy frdpic,podendo ejfcpfftlo^bin Aia hpnta fr E
ccftc Capitulo \^a nova Icy de ^ua Ma&cftadedt (confif-
ca^ãodebensy&defnaturalizamento. ^ ..

1 j. Sc algu-tn ol&ciâl deitandg nr»ão à efpada , dif- Dts qnt ditJé


fcr aos circun ftaijtcs : Morr^, 9 f$ta/emt Ç‘, fc for
if* Capi-^ nterra ou má-_

tão perde a Companhia ,,i^pcllaoonícguiptc,o offi-


cio,pofto qoe fenão configa xnorteyicm fcrhncnto,
^
&
confegamdofcíbiiacntcfcrkTiento morra o Capitão , *

pella palavra y que diíTc mandando Inauc.,,^& os que


ferirem;; .
.
.
r
14. Que as fentirícUas fc:fião aíTentena nem dur- sintintSa, ,

mão feu quarto, fob pena do caftigo que o cííicial «ra ,

fra|ince lhe pódedar, que achandoO dormindo fc pòJe


cílcndcr à vida. f

gúa
i5
çm
. Q^ nenh um foháado v nem ourra peflba a!-
não to-
Ejtcrcito, ou toque arma falia-, fem quem arm4
pfcíidio,
7
mandado, & coinnaiflàõ pcecifa do General , pena
da vida.
16. Que nenhum foldado provoque, ncm dcfafic
*
Inimigo alguni,ncn> Í0ya fendo provocado fem liceça

do General, penada vida..f ,
'

• -
17. Que nenhum foldadoy.ncnvotitra pdToa vá rc- Oiíf ffíj re.
conhecer o campo, (írdadc. Villa, ou Forwlcza do Ini- mibefj^ão se
migo, fem Itcenv^a, fob pena da vida.. iicenfufoiti^

1 8. Entregandofe algúa Villa.ou Fortaleza doini- f‘^íÃodo


migo,r«ndendofc por cgmpolkãb,que nenlvum íolda-
docmrc a roubar, nem íàquear, ncnvcUcgucaofoÜc,/^^^’^,^*
muro do lugar, pena d. vidl
19. ;
Quencnhum.íbldadacm cfcaramuça.aíralto, dgf.
icçõtro, ou
batalha grite, ac fallc alto,ns pc^a, pique,poÍ tubrão no ^r-
^
^ofa,pciouros,puoutca qualquer munirão; pu moílrc/;«/ro a futu
a falta munt^cts.
1 .

i 2 PER r fe I t O So E DAD
qu«di(tcfhav fobpena.qucqualqucí outro
,-l
i

a falta, fol<«

di<tosotí offiéiaj queahi'f«!achar,6 poflàiogotmrar» si


tjfuo pojr iifokicoVta cifU pdna:pcu}cpcd« pedir nos tcn»

pos referidos as tae^ coufas, narce fraqúciaaos rtoíTo^


& animo, & vigor 30 IniftligO.
StguindaA 20.' <^icnétihiuoi foWadoindoemfcguitrjcntodt
'

viítoriafenû
._ víftotià.lc pare 3 cfcí^alilarâ' bagagem • oubufearoi

f,2e dtf-
2 officialjOufoidâdo querevebraos Inia
fukãtaf fe- niigos,-óu amigos, oíjucíccrctameatecmconfclho Cc
gredes Âa <?- detrctiJÍõa,morra por íflb.
felho.^ 22. Todoo Toldado que efqueddo da obrigição,
^ 0^ que xbm â Tua patria , fc paífar ao Iniirtigo ,
morra
pór iffo.

%os <}ue que-


nenliuâ pcíToa Tompa, nem quebrante as
hrÍ9 M P^zes, outicgoas, penada vida, fcmlicerMja do General,
gota. 24, Qucncnhijb3Capttão,oucíficial,rcndcndó,rc
o qut fe en- «ntrcguc o lugar qucíemcmguarda, fob pena da vidá,
rrr^rf4» íni- falvotaonccelTuado, conftrangidoafazello que^ & ,

Tuigofemne- jconíle,&. íeja mauifefto, que todo ohomem honrado,


^
deguetrafaria omefiTia
f Qucooíficial,qiieinatar (bldadOíTcmintrcvie
í*^obcdicnciatocantc à ordem, tnorrapcllocafo.
fem innerir
defobidiem. ^ Sendo aílmi , queos banjjos fervem de relato- *

Dps que que- resda intenção, &. vontadedo Pnncipe,& General, np^
bütãobÃdos. tificando pena dc morte, fcjalogo ncllaeomprchcndi-
^doqucmos dHbbcdeccr. '

Dos qttedtx.e
porque 2S palavras efcandalofas.
Outri'* fira ,

^MotJnadÓrtu
cm publico; pAguenmos pois nos dí.
*
vem ndo queremos f ou podemos Jervir tiuiisjetn pAga^
,

& outras femrlh nHcs , eftandalizãõ , & atyictinãoos


ânimos dos Toldados, Tc manda qücqucm às diír<ír ft^F-í
^
raporifib. .
' • ^ ‘
u -loií'
-- V "?
28. È

''

f *
....
'

E POXI T 1 C A-M LIT i A Hf 1*3


E porque confta tver homens
dc tSo poüca Des q Pétjf^
conridcração,& rcípcito, .que fem temor dc caftigo, & duasfrafOf^

vergonha do munctopaflaõ em duas praças. , fc man^


da, que como publico ladrão, o que til fizer morra .en-
forcado.
29. Quecmaítodegucrrj,ncmcmqiialqucr ou- nãede-
tra partedeixem levar a bandeira ao Inimigo, poisre- ftmparem ^
prcíenta apclíoa Reabncntídclemparco lugar,quc \)^\lMndelrã^item

fpr conGgiudo,pcna da vida^, . ^imuái

30. Que o que defeobrir o nome quccada noite


Jíid celre arome,
fedá,& o revelar ao Inimigo, morta como trcydor.
.

3.1. Oquefe fiugir enfermo-, ou marchandopera-


o combate, tbr devagar , & dcc noBotias moílcas de
v irde,nxof ra per luo. ... ^

31 A íentinclla poreufa negligencia, 5r defeuidO' ^ fertinelU


fem icxc.írarma ps Inimigos , aííaltarcni astrinchviras
i cm campanhü,'.' teucOi, porta,oai prelldio, morta infa- arma.
mcmi.ntc..
3 3 O Toldado, qoe vendo Tcir Ca pitão cm p.çrig^ o <jue nãa 4-
i

podcndooroccorrcrodcixadcfazcr, morra porHflb. íí»</r 4 oS«/»f-


34. O foldado que no corpo da^oarda E íquá- rw- w (om-
drão , nuem prefença dc Tciis çflàciacs maioces ,, lançar
mão à crpada,morra*p'or iflb.. .. i
^ tf^*d^
3 5 - O Toldado que jugar.com vcnrgenv& enga- ^

no, morra- por ifib.
-giutL..
, 3 6 . Que nenhum; Toldado Tayu fóra do- EfquadrãOj, jgg^.
fenão for a cauTa incxcuTavcl,.ncm Te adiante t9róar'ák.fow engano,
lojamento Tem luabandcira,pcnada vida. Dosqutfea-
37, Qiie nenhum foldado faça ralha a çenhGa pcT- dumao per^.
foa,que não for tomada de boa guerra , nenr exceda as ff
I"
Capitulações q. foré feitas entre os dous Gencracs In i-
,

xnigos, & não as avendo, rcqucrcTc q atalha fc jaa mais piffdãfgen/'


eysL
.* r
^aciofa|.& menos grave,, q.fcr pudcr„fob pena da vida./
r-
38.. Que
líjj. PERFElf^ SotDADOy
^Btque {ál~
nenhum fokíitío trepe, ou fuba pelloi
tioDt murei, murosíLo prdldiopera faír,ou cmrtf,ocm pafícporü;
$u trincheiroí rexdâstripoheiras do campodcfpors dcalojado.fobpc^
nadividxí >

Das q fenãa 39. O foldjdo que fenão rctirartocandofc a retira-,


retalhem dx- da cm geral, morra por iíTo,
da a frtxl.
40. Q^c nenhum foldadoacuda ás brigas com ar-i
Qjtc dcudia
juas haftcadas,ncmoutraalgúi ofFenbvay nem defeníi-
aos arruidos
•va.ícnão a cfp 3 da,ralvo fcndoofficialrpciqdccflíc pòde,
com*efpéda
fomeme.
&dcvc acodircom pique, ou alabarda,por razão de mc-
ihor dcfparrir,pcna da vida.
Finalmcntc rodo o homem que fizer* ou intentar
coufa que cm eíFeito prejudique ao íetviço Real , Ôc
bem comm um, morra por iflb.

CAPITULO XLIV. ,

'Tios Cufos ejue nu miliciutem penu


urbitrariu, mocupitdpor
ufotC^ cojlum.
if' Or quanto O OmnipotcntiíTimo Dcos,& Senhot
('cchama,& nomea Senhor das batalhas^ dador,
” -
deft-ribuidor das viílotiás .* por ellc os Reys
V

-.V
*'reynão & cfta univerfal machiiu fc Tuítenta , & go-


ver na.
'mafpbcmes, i Nenhum foldadoblasphemc, nem renegue feu
'*7’ hcâtilll mo nome, fob pena de trinta dias de priraõ.coni
..
.grilhoens nos pcspclla primeira vez ; 5c prliaíegunda.
ídjWtraiido âvcigonha ctom hua movda^a na lincoa^
i )
c-, pcUas
E.PoLfTl>C A.Mi LIT AtÇ.
pcUaç praças das armas , dc cojcpos da guarda-, dqgoi;fjr.,
dtó.ou prçfiiio;& pclUicíccirafç>aatbítrari,^t&^^
gradado pcrsn as' 6alíé«..j,;t y. .h ..

2 E porque da qontinua, publica, domeílica


. &
convcrfação das mulheres erradas, foc fempre rcfultar
negligencia pera o fcrviçodclRey, cfcandalo entre os ^es puUicíUt
homens, & finalrocntc pcccadoj&ofFcnfadç Peps*nC“- .
-

nhum íbldado pfJÍTados oito di^s ts ç^ba em fua caía cho-^,


ça,ou tenda, mulher publica, & íofpeita, fobpenaao
que for oíficialdcpcrdcr o officio, ao aventajado, ven-
tagem , ao de fpldo ordinário, de fcrdcllc prWado poE
tempo precifo,ou voluntário, a qual pena, pecuniária,
feraametade pera q, ]^rwchcl,que fizer-a taj exqquçãOti
& Tc o tal Toldado, & oíficialperfcverar, fe procederá • > .

çom maior rigor, atè infame fer inhabelitado pera o Ter- '
,

viço Real,, , ‘
' *
^ _ : , s

,
Sendo notqriq, quqq murtq,^. &,imrapdcrado
pfq do.vinhç, priv^ndq aos hqmRníi de rcuiTentido, & ’'<**•*

natural juizoos reduze , & torna cip brutos animacs*


inhabiks,& incapazes a toda a humana acção, fe mãda
quc_ncn)^uni Toldado.pqr demafiadq vjnho percao )ui-
zo.nçm; ffiçipbebjcaç, fo^pqia qivçAr^íaftigado com/
'
publko:|5a'qdq,qUjç .2 íum - .«jí

.
4- Como nofla,^nfita F,c>^ Religião Chriftãa hos •>.
=
j
’ ^ >

enfinç,&,adnYoefic;tet cpi rummavçncraçãQ4 & acata-í: Qji**^***''^-


mpntq ás pcflbasTjíSr^das Religiofas, ^
fe ni^tida ,rqijiç nenjyjq^/Gldôdqdâfcomporóaya^^^^^^
ucçi fe d.cícomida pea-ft SaqçfdottV mpitiitiid^
palavra, ou dc,obra,fqbpeqàdeíer:punidoconformc'
a grayeza do delito que fiz^-kÕ requerer.' , n c
5j- -ii CPuftandq quc,osXeu|plqs]faQ dcdicadapao.(^«í pjj,
Divjsip, 4t pps,€da49?ãQjncr|.tâiiicwcifu«/í7,J<4-
póvihgMd<»íí<hlWálhiCOsdoí.^
'*
m /«-

p , 1...
- I homens, J^gr^át,

Digi -«3 4y -OOgle


ia6 Pe R F II T O Sd L1>ÀB«^ '

homens, Tc manda que nenhum Capitão, nem. cífiei^


aloyc (bidados cm fcmelhantcs caíãs Sagradas,, nem de
fcusTervidores,, &
criados, (òbpena dc fcr auloffieial
prefo,ôc caftigado prccifa,ou arbitrariamente..
6. E por quanto pera todo o felicc,& bom fucccf-
HHefedfef
favor Divi-
ftm^ com fòdagucrra,t.cmosncccfl'idadcdagraça,&
&
munguemu- no,quc fó alcançãoos que com puro, & limpo animo,
d* étnno. & confcicncia a pedem, & invocão.fe mand.^,que todo
o foldàdo íc confclTc, & comungue,: pello menós húa
vez cada anno , 6c notcmpoqucpor noflaSanOa Ma-
dre Igrep he confíituido,robpcna de caftigo arbitrário,/
conforme a cauía,& tempo, que for inobcdientc aopre-
'
Qckoda lgrcjiiya feu MeftícdcCamporercrvaão.’'^-’ ^

Qm es tfi- >
7 . Coraofcjanòrorio,quemuinsderordcs,8í eou-
íiáes fdtbie fts ilicitas paíFaõ cntre os homens, as quaes fc elciifarião
q fc dti- avendoquem cõzclo,Ôc animo fraterno, & dcehnftio
^^ 1 •
as'reprehcndefle,& nãOccírando,manifcftafff ,íc manda
atodos 08*iDÍficiacsrènhãograndc & cfpeCial cUicJadoi
,

de mvcftigar,& íaberíc algum íbldâdo deixa dcconfef^


íarre,pera que não fc cmmcndando por Aias admoeíte^
çocns,avifêm aO$Mcfrresdc€ainpo,pcra cjuccõband<y
gCTjlos dçm por- infames, & ihuteh aó íervito Reiíl:
ti2e mu- 8 E porque- dO/Céntihua ro udariça doá loldadòst
. .

âtm Cemfâ- dc Corop**íh**> á Companhia nafccnà cícandalos, Mii-


*dii4 sdiHtn-
mifadcs,tSc contendas entre os Capitães, oflieiaes, fê* &
(Í'^;maiMÍa,quc nenhum fOldadO mudcConq^anhia íe» lí^-
'
dc fcu.CápÍião'cm.eíerittò,’d q«al4he<lafà« pera
H >!

"oBtra Goinpaiihia d©Ter^o,tefrdobfóídádôbM^


que pera outro liifirço, fó <j; Mtftrc át Câpo4 pó'de áútí ;

fobpcna quc O roidado,qucíemilicençf fc mudar , fe|9


. • por ioobedicnte, de dc fpedido^ íbido Real j .Ht. o
,iido

.
, ,
Gapjtão^uc o>rcccbcf pfivi^d*Companhia,cftèCtf—

novov
E Po f. I T I e A M I I f T A R. I Í27

nOYO Decreto feu ^ acrcfcemindoUtc a pena de perdi*


mentô do faldo de dons mefesi applicado pera .^u£ dct. /

nunciar,pc^o que cm fcgred.o , ^ petA, as dcípcaas dt/


guerra, & dous annosdefdegrtciopera Aieoi^chci. 01 .

9. Sendo cotifa decente, & mui ncceíTarii, que os


foldados aííiftão peftbalmcntecm feusprefidios, &bã-
(iltUdé
deiras^pofto que feja cm toda a paz, repoufo da Re- & tht fià preft-
publica, confiderando que ninguém fabe o que repen.. dU, aind» tiH
tina, & accidcntalmcmc pòdc acontecer, (emaitda^quc /è)»# de
nenhum fold-ido faia de feu pti^ íidio a fazer noite fora,.
fem levar licença cm
de feu Capitão , cm que
eferitto
declare onde vay, dí os diasdefua demora, fobpcna fc
for avcntajadodc pcrdcr a ventajenn , & fendo de paga y'\!‘*aía

fi.agcla,o foldo de hum mes & na mcfma pena cncor- ,V <^"ki

reram os que falvo jufto impedimento não tornarem


no termo da licença pcríixoío que fc entende cm paz:
porque em fufpcita de gucrra.ou feu accidcntc, he dif-
ferentiflima a pena.
10, Vifto as armas ferem o verdadeiro, d: principal •

tragc,& ornamento, de que todo o folJado fedeve pre- guedídrnjM.


far,& guarncccr,femasquncsficainutil,& infufficien-
te a fcuofficiOjfera.inda,que nenhum foldado jogue as
armas, nem íjpbre .cilas, íòbpena que quem lhas ganhaf
perca o preço, & lha« torne, perdendo ambos hum mes
de foldo pera oacufador,6c Borrachcljdc pella íegunda
fcjão rifcadGs,& defterrados por infames.
II,, Rcqncrc.ícaírini mcfmo, que álem das armas,
o foldado fc preze de andar veftido, & bem traftado.*-
^ pofqucfílt^udoo dinheiro , coftumão alguns jugar,
fubre pàlivra,dequcaotempodc pagamento dcfcldo,
viflir.
querendo o g.inanciolo fer pago^Sr não podendo o que
ptrdCacnmprir.recrcccm mil revoltas, & cfc3ndrlo?,&
Aiorces Gntrejos;íòldaio5^1e mãda que -nenhum foldado-
r jogue
S

laS ' Pikfeito' o tò ADoj’ ’

jogue fobre roupa de vcftir.ncm fobre palavra,fobpcna


denâolèr pagooqucgaahar , ôcambosos jugadores'
prefoSfpot tempo limkadôt, ou arbitrário, & o preço de
roupa que jD3ar,applicado ao Hofpital. i
'

'^efe áprt^ ^ ^
^ porqüe as moftras principalmcntc fc fazem,
ffntemíiar- pera queos Gcncracs,& Superiores vejão, & faibão o'
numero de gefite,& obem, & mdque cftàprcftes, &
ntítilra,
. armada, fe manda que nenhum foldado deixe o dia da
. “ moAra de feaprefentàr com todas fuas armas próprias,'
& limpas, fobpcna que não lendo fuas, fe lhe retenha
ainctade do foldo.atè a forna baílante, pera que cõprc
proprias; 5r o mcfmofaltandolhcalgúas peças dt lias. '

9t Capt-

tdts repMtao
^ j j As ventagens dôs Arcâbuldros de dcrcito, &
pertencem aos mais dcftros,& praílicos i & por
dos viAis%f-
manda , que os Crpitãcs as repartão aos mais
Eficientes, rudicicntcs,& bcncmcritosArcabufciros de fiiasCom-
panhias^ôí que fendo cfcritiasj&aílentadas astacs ven-
tagens, o Capitão lhas não pofía tirar de nioto proprio»
.
.IfcuV que riiíTo entrevenha a authoridadc do Medre
de Campo.
tenbdo '
14, Sendo a cortefia , & boa creança entre os ho-
refptttono mcnsqjor fi baílantiflima a procrcar amor , ^ebenevo-
didéldmofird fipncÍ3;& pcllo ccntrarioo dcfcomcdimcmo, odiolò,&
éfeiuifficUes
gborrivcl , fc manda que todoo foldado ao paíTac
da moflra tenha muito rcfpcito, veneração aos cífi- &
ciaes do loldo, não fcdcfcomcdindo cm obras,ncm cm
p.alavras fobpcna de caftigo arbitra rio , conforme o
,
'

cafo pcciir. . . .

SMf Kd» pdf- J 5.


,
E porque conda paíTarem ás vezes homês cm
fem mofira praças alheas de foldados que faõ mortos, ou auícntes,
em pTdfd 4- íc manda, que nenhum foldado, nem outra algüa peí^
Ihtdt íoa paíTc cm praça alhea . fobpcna de remo chi Gal-
" ié por tempo limitado , ouvolunurioj
'
ao cfiiciat &
.
- que

D:r!i:izcd by Google
,

E .FqI ít l>CÍ^AfM| ftlíTííAlí f


qiic tal p>»b,çr,-oiJf çrjTiitdr,.perdimeiuo<l«^c^ Sc
çaftigoarbitMrio...- ,
: ...
t\ •

;
çcfpcúo, .qçq>çdmiein^, & pbcd^ ^4

foldidospcr^ c,oni,45^wsç!Íbdaçs,. hç .mni.ncccíTarip.ajj


âni pjK-tc poUgtfi,4;vucQrdcna^,i^ fíilppçm obccfccç^

f em.os dicnoi cs a/cp.s‘Supcwpr<f*s, ^omo p.cra -a am ,trattem md


dc,^ bcncvolcnda.dçhuns pçM outros.,', porque nul osfuld*d9S.
poderà o oílicial .rjudar.íc favorecer 30 Toldado wobc-*
diciu;ei,nictno Toldadopom boa vontade obcdoccra que
OpcrfcgHc^^df nialtr«ta: & porquo alguns oiHciacs cõ- .
-

6:dosr>odíblQ#nãoprc,rurnãorcm rJzio, 5c vpluntaria- /;,. .

meote fcrir)cm,& inaUrattarem os Toldados Tc manda aos


officiacs-quc por caufas r.ão tocantes ao Terviço Real,
ordem, prirjcipalmcntc por dlfFerrn<^as deiogos, Sc
mulbcrç'ynão trattem m.d de pahvras.ou obras a,q Tol-
dado, Tobpcna , que dt fcomcdindõíc .0 cfiicid por al-
,
^ -
güa deftas caufas , 5 o lòldadorcm Tua defenfa o fe-
r

rir ou matar, Tenão, proceda contra o tal Toldado,


fenãp por via ordjnaria, como Tc ouvera delinquido
contra putro qualquer homem que não f('ra oíH. ik i

porque, os que o faõ não hão de dar oceafiáo


,

cm confiança , de qnc por Tcllo pòdcm ferir , &


tualtrattar , como quando Te tratta de ordens , & fer-
viçe Real.
17. ..'Allim & da maneira que o Toldadoobcdecc
,

aoofficialr:Qi tudòoconccrncnrca Teu oíficio, pofto


que não Teia o íeu proprio Sargcmo,ou oíficial,n.a mef-
ma obrig.içao fica comprchcndido o menor oíhcial pc-
ra com o Tupcrior.pofioquc não Tqa íeu proprio M.*T'
trede Campo, Sargento mór,ou Capitão;& pqrranto ít fm fufntu
'
manda , que o talcfficial tncnorobcdcçaao fuperior rr/.
Tem replica, Tobpcnadcc-aôlgo arbitrado, conformea
inobedieneU do cafo o requerer. * »\
. I3 lí. Suc-

Dkiii ;ed by G- j -gK


;

f 5<l fft rCfÈiVo cs> Aod. 1


'

ü» n2t /í- i8. Sucèédcnaòàs Vèzc^'^!qnèpòrèul^8>


'

Véntem mS$ (ordens commcttidas, o offidal queira cm frágantr caí”


fn 4 •ficidi, ligar algum foFdado, fc manda que O tal, fe ja quem fòr,
'
fc a parte, dc deíviè quanto pudet^, vendo que f^uofficial
deib mão à cfpada pera cllc,íbb pena que fc tfpcrârr^ác
fizer róíloi fcrà art>hraríaÜacntiícaíVigado. A qtialpctta
poderá fer capital, conforme ao lugar , & defeoraedi-
' '
- ' < ' • '

nicnto. • • t

nd 9 ánde Sehdò òs vagabundos,' 5r ociofos de ottlimrio


^‘9 ^

tu Exeuito pre judtciaes em todo o lugar, 5i RcpubIká’dóBde fu-


qnem nia te pcrabündão por caofas daí defordcRS, Scdtícbfívcnlehi»
tes,que da diíToliicão de fua vida refúltão', ‘muitomahí^
hedecorfiderãr,que fcràô inúteis entre gerifedegueri
ra,cti jo proprio c fficio,aíTim cm prcfidio,comocm cã-

pinha hc eflarem vigilantes ao fcivi^o de feu Kcy ^


aifim nbefmo pera obviar as cntfadas faldas deá^
guns, qoc íervindode cfpiaj,cntrão, & facm nos prefi^-
dios,5r Exercitcs.fe manda que ncnhüa pcflba ande no
fem ter foldo aífentado, fob peua, que não
'Exercito,
párticipárdoganho,nemtcr apartcdoacqúifidò
pofTa
com nenhum
foldado, íc ultra, que òs taes fc|ãocaM4
gados.nâo confiando que lervem alguém do ExercifOi
Confiderado que fvtvi ia pouco, averfe elc-
i^e nit Un~
tem mmun- faUibrc,& conveniente ao Exercito, fcpcllaí
Attéí 0$nde muitas ioamuodiciasoar fc corrompe0b,íe manda que
en^endum nenhum foldado,' nem outra pcíToadeiteastaes confas
federts» donde
poíTa cngcndrarfcdor,& ccrtompimcnlõda ár»
fobpena de cafifgo arbitrário, osofHcíacs^a quem to-> &
terem niflò muita vigilancta, fobpena d c cafiigo
ÇHemídrrnr^^

dSt d buKs,ne ^ *• Não fcndo,como effcito não he cm o primei*


dtMrêSt oiM ro impeço na>mão dos homens/c acontecer, que dous
fimittes mt- foldqdos dcitco) mão ás efpad^, íc manda qne os cir.
Çimf.

Coogle
B P»OrL
P^z-fçm.<ÍV«iiuda*
ftc Éayo.r;» a)gú^ 4fhpaí«;«fef.r9fep«n? lÍA U f . l) »wv.’>

f joj 5 v .tnij.j 4

fa9oroccndo algQ 4 das par<esferifv^:^<;Rdçf aQiMfKÇ^ A


-!, zi:. Convcm,pcracx<niplo, ^jpima^iodos fQj- ^
dadoSjqufiqu^Bdo a>4ndcji^catrar,dftgu ,o Gât
pitão, & mais cfficiacs ricvcm asarmasde lüi| 0,br^** ji^nàfiréu •

^o,6c jto*r(jhCflfl.€;«í«;ÍW.Golnp4nhÍ4*fQb^qna <í« caf- ’


,
y
tigo atbitrariq.aq.Mcftrç dc Campo çcírfv.ado i Si fob ..» «i, ,

aracfma pena eflwràõ^píçfcn.ccs as vhkc 6c quatro ho^


o
fasida guajda.-ivil rnoxr^b '/:
, oL!-K^rii.
o/.;’ m-jn
jj ^u(to(Án4^ i

2ufX3:Oi7i5índj9c^alai!mtJ5>'Vcj^dc4pcjiiadorfií pe*a.q ^Vrwic Ufw-


os officiacs,& fobÍ4^SiRí»asLOUlfiqdoxxaiU;fod^^ dÍêtsof^(Í4 CS
fteza faiãoá praça de Armas, pera fe porem cm Efqua-
drão.fç rRaqd? quco^Qfíiv4al,íc fc^jij(^o,quc foc^mif.
focm açbdiiroqm fu*_acoaas^ feja piiváda dc ^cio,
& ao foldado fc dè j pena que o official cm fragante
,

pode dar & não podeqdo trazeUas lego as trarão^


IhãoVpcMirdíbroiiàréfld Êf^ádtào^'^
24. Sempre pfallir muito ^to deu nyxíjra de ani-
mos fracos, & mcoçfta)ités,principalmcnfè entre gente
de guerra pofta em ordem; portanto fe manda qnc nc-
pbu;n>.6>^<^iiad0.bo Efqoadrão gche, nem fallb máis a
dp que fo pode Qfcitrar , íbb pena dc fer com infaViã^
tirado da^^cica» 5c fe £iór incorrcgivel feja cáftigadô ertf
fragante.
f.. 25.
Serventos atambores pera recolher, &cha- a
^
mar a. gente dc guerraa feu officio, 5v oKrigação.que he
fcrvir^&acompanharfua bandeira: mandafe queo fol~
dado,quc fe recolher tarde , & fem rodas as fuas arma»;
paíTc pcllo caftigo , & rcprchcníaS quc feus officiac»
Uac derem. 2n :: i .

26. Nãofcdcvcoíbldado nqtdaíiitf ru4'baRd«le4


Í4 quaod#
154 6 ©iii>:aíd><ív^,
^nUm/tr- c^MldO^tntfitóhd, iieht
chem (õm 4
hiéiem, ít «!fll!cÍ(^^)ft|lW^WBltíci<(^|fcm*J^^
b(t»fÃ, f4ly9 Cánipd,(MÍSâpgertTt>mòf:'flèífrptitrón:h5b faiStí^á^w*

'^‘3'Êartipartl¥á*r<ínv A|tf'KcchCa j,"''íbbpw^ arbiira-

íntívol .2 >-i.Üi » í;.:; ,o.:;!Íq

“• íH’ ipd^tí<íííbcc;ídb2fiUídfeôFdte'a^íA
efíriít».
Que ni9 de- ciftl ^ra>lt?vat b/s^íívífcfs^? tc eiii jfi!íu'>4agar(eOfnandft
tenbitetAvi- htmrfoid^doxcuvasorikASV^ qucpfffi'ó4ci
tenhão, nem impidão & o deixem Hvre>ife«if6 ,
pbíTat
^iost ííqBathrob1te^ôfbpeii«ííl«iftftj[4i|^^ que

-r.npVj fn? ff.^•i''irí 'JÍ '-'‘’'i r-> 'jb j-:^ír,-’'| .<:'*£!’•*

-i.co-o.ai o !il.'' ..Oh-i*


(u:, ui
2 -j'ic^r !í ri5 *'í I Hio o 5t»p . i.rvq '. ‘jL * I obitloi or, 'A

(JKOilit.ii it t'^:»^í, ^bxá45 ':wf;-Í0-i 'í«.i x)/|f itoô ;.òq


*'
,-.i I
- -I
'•yv as,nrui -om
'.?.! Ü .}
.'viviv.^
t f/iaii ;;

oíí:,i loq •.ítioLio rxn r *icr} t "iM.-g Ib
' Srfls^faôías; Jcya po^icctdatftiãF tnilkià tiffó^,

^'.qüc^xpérKíicro afrbou ieícifíilfiítíí«e®i^tticô^


bc»y: ée nãó dm ido, qac aoptiáicifo a^câo pa-*
re^ão tertiveis , & cípai toíhs
vciidoporcourasmini-^ ,

qitatí dcnenhummo^cnto^tTiáinsonliíqucncia,.
•\/* 'A v ;

..i;,;.
vwi^lpdpjí coíKlcnari&imQTidiataroenic femfcplica
exccut^arihçmcns áímortcx/Q.quetítfttoqffinrtnlibma,
tpowrdoy !& emeadido,. parece iMnisajinexc,i& çonve-
«iciité áSciiiça^rb>âric,ou gentilidade, quc às li-ys^ dc
cft.uutos de homens Chiiílãos, & racionaes. Nãodu-
|f^ct&:a.dcíiúiii£ r '& a vocac
^bar.:. 'i aí daiuK
E Política Militar. 133
dainilUciainuifQSwanifnost qne por fí* livres, & valcro-
fos , toda via atemorizados eom a> infâmia das afperas
Icysiirâlitares^.dcixãodetfc empregar, dondeajnda-
dos de fúá natural virtude & esforço, faria muito fer-
,

\'iço, & cfFeito.' Rorém Ãodos cftes difeurfos atalha


tfevcxfcconíiierar v que pera formação deílc unrvcr-
falcorpo, <& ajuntámento defoldados v a que chama!-

,

mos , Ej^rcito ,. confignandolhe todos os .principaes


membros dependentes de fuacabeça, & íupcrior,íe re-
quere de iteccífidadc que pera operação dos cífeitos
que delit lê pretendem, tenha vida ^ a qual não ppdçria
confcrvapfe fem o nuirimcnto promanante de certas
Icps, & cftatotos.. . '.C . .. ^
'

<^cm as julga por crueis, & barbaras , deve pon-


derar Oi tempos,, occafàòens,. 5c accidcmcs da guerra,
esquaes fem fua sflual operação deficilmer.to fc al-:
t-anção ,. '& çfquadrinbão : a.razãohc , porque não
pòdc avcr no múndo .còtíra't3m.diflcnantc ,
& con-
equidade, & tcmpcranç.o,.como querer confor-
traria á
mar as acçoens , & circunílancias de dous oppofloj'
tâo contrarieseatre íi.como faõ: PáZy & Gue/rdf cf-
candalizandofc.< porque não faõcoujundcs-, & uni-,

formes 5
do pouco conhecimento da
pjqiie procede
milícia i.'porqne não rmerviudo o rigor mal fc pu-> ,

dcMconfirmár & mifticamcntc imir em hum corpo


, •

tanta diverfidadede naçoens-, tanta repugnância de


yontadc$,'tauta íeo)?ia*de c0i«íiaes', &• mindadores,^
&finalnicnte iftípoflttel-ícria ao primciro accno do
General &
fom dj fuatrombeta porfe cm ordem,
& juntair.cntc rnoverfe todo o corpo & m.ichinai
dchum-Exercito :• o que fc fa*- entre praâicos com

tanta conformidade deftes do uí- contrários , diligen-^'


& filcndo ,, que intervindo njpnbos, pítrecc a quem
ocon-
^

134 Perfeito SoLOA«iro^ i

o confidéra fcr hiTa ròcourasde^aepfacodeotileffi^j


co,que nafcedo rigor da Icy. o '
. ,?ii
Que ditemos fc difcoaremios oe{U*iBatcrta(da!Qbe«>
diencia,promftidão»âc alegria com qbe os officiac&laõ
obedecidos defeus foidaddftemtodoogcRcro» oc/> &
çuttencia de acc idente^ indo imeteflados no nfeor db
«.

v4dr;queunro poder tiem cfíirc os hamanos^iredomi-i


nando (bbre cita o rifeo da honra, dc eíquccidois de ít»
própria naturcza,& confervação aventarão a vidámot
vidosdo rigor da Ic; ;que comoa natureza humana fc*
ja mais inclinada ao niao,quc.aobom y prpcuracám os
amigos como Médicos fcicmü&mos^conibs caiiterios,
& rigor dc fuas Icys inhibir, & refrear a umvcríàl licen^
ça.õc malicia dos homens.
Sc pera a confetvação das Cidades forão neceíTarias .

lcys,profcfrandcf neilas a paz.de concocdia,que |ulgarc>»


mos ícr fuíficirote a reprimir. a demafíjdaüccnçadz
gente da guerra tão izenta. dc livrei Que mortes, qúç
<

roubos, que viokncUs, que dcfobcdicncias contea os


Superiores, não intentarião fem caftigo, dí tigordaky!
£m faltando hum diaapaga, ao outrodiafe amotina^
riâo fem vergonha do prejuizodefeu Principe. ,

. Conftando o Exercito de Annibal de tão^vacias na*


çocnsy nunquaos Romanos no difeurfo de c^uatOrze
annos cm que aíTombrou a Roma , dc a Jtalia toda pu*
derão com íeusardí^dc cautellas introduzir motins, dc
rpbelioens alguas eni feu Exercito, o^que .muito os ate^
morizava. Por ventura dircmos^quc procedia deamor^’..
quços íoUados IhctiveíTem^Nâo por.ccrto.mas dotct
mor,& aípcrezad.cfcuscaftigos, poiscrãodas mcfmai
qa<joens que conquiftavão , dc com fcx a induílria.os
*tãodomc(Ucos,qMC;lhcs cntregavãojispoíro.is vidavdc*
bonra,dc o quemais hcpmcfmoJlmpeiiodcruaRcpun
blica.. ^
Do
E ,P o L I TIC A M
I t IT A R. 13$
" Do íbbreiitto fc infere nao íct a vergonha, & defe-
-jos de bem obrar tSopoderofos cornos foldados, co-
mo o rigor das leys, Sc que eftas naroilicia faõ necefla.
mais afpcreza,& rigor, pois a profíilàõ, de
riíTimas cotn
de foldadodifTero» Sc diferepa em tanto grao da
oíficio
urbina^&comtnam vida dos outros homens: porque
logoqucnomundofe introduzio a porfia , & contro*
verfii de meuy & t€»yác (\ac rcfultou a primeira guerra,
de rucceflTivamenteasdcmais , aquclles R.ey«, & Pria»
cipes antigos,nãoíolhc dèrialeys,prerogativas,& ;u^
rifdicçoens particulares; mis também habito, Sc trage
de outros difFerenres ; & o mefmo fc ufa cm todas as
'
partes^do‘m lindo. ^
i

Nj‘m fc pódc dizer, que cfte rigor pòic fer parte, pe-
ra que os valcroíosaborrcçãoámilicia; porque fe ref-
pondc.qjj 'fep|iO póJcifer muita confiança no foge^
& bondàJè^\l^étion>cm»qWemdcaftrgoaosinaos> Sc
vicioíos deputado mciiiaid,i^u indo as honras, Sc lou>
rores meritamente icqàiridos íaõ mais proprios dos oderunt p«c-
honrados. conforme àquellc verfo vulgir do Poct / 1 boni vir-
<
«Levad o dcfte pund dmor aqücllc fam ofo H èfl^c G(9* ojeR,'n\‘’ m«-
çâlo Fefnandczde Cordova,mcrcccoononic dc Gr^ «« maiiTou
p««\‘
Capitão, deixando a feus ^oriofos defeendentes iair
mortacs trophcos. O
Principe de Afcolcdcvc o feu cf>
'

fado a íc u progenitor Antonio de Leiva, a quem hon-


rávatantoo Emperadot Caflõs V.quco não nonacava • •

frmftiaaufenein,fcnãopelkiíl‘nhor AntoniodcLeiva.
Ao Grande Heroc Vafeoda Gama, deve a cafa da Vi- 0
digueíra o feu citado , perpetuandoTe nclla o cargo de
Almirante da índia, de )uro,& herdade.
'
Fechemos odiicuifo advemindo, que fc oifêreccm
na guerra oceafioens ,
qucDeccflltão de exemplar cafr
tigo , como feviohia poucos aonos CO» câa Cidade dc
Elyí^s

Digiiiíüèd by Googlc
i^6 /P E R T E I T Ò So L DAD <í,' *

Eivas, fendo Governador delia o UluftrcGon^ç de S3o


Sftii Aií e*- Lonrenço ,
quando hum Toldado razo dando fçfacrr-
empUr cafii- frontado de hum Alfcrcz fobrefeu cfficio o rc^rchcçv;
o*'* der, indo marchando a fuaConipanhia matou cp(H
hf\a piftob; & íendo, poj dcígraça4ua,prcía,t^ p«rní*lt-i
tioo Conde Governador das Armas, .qucttççntcíraflb
o motto.f m
piimeifooTero matador; & com grande
conftancia íez i xecut>r.neUca pena capital, ficando hü
vivo exemplo ncftc Exercito, d viílado qu.d Içnãoou^
Tema commcttct femdhaiMcsexcoflb&i .a , . i •

'
! '\Í
I». .
J ./

CAPITULO XLVI.
• •»

Dos qúefogem ãa Csánfará>f,ouJK


entregÂo ao Inimigo, ;

i-, .. • ;• . ;.*> ,
-:.4

-r í JT
fm
Ais fc ha detcmerfdwiaClcarco Capitão dos
_
l.Mwrujf.V»» 1% , •
, 'i . ~
ffiirf.rivuii.
J%y« Laccdcmomosíl hum Governador do Exer*;
’ Jc cito,que o mefmo Inimigos poflo ofoldado
ai ,• napdcjv»ou ha de vcncci^, ouha de morrer,
dáo Deretío po«iacapital,aoqucpr^
porefta razão lhe
mciro'fcgc;& no Deuteronomiofe mandava,que de/lj
B^nftr^Uzo. pedilTcm OS fracos pera íuas cafas , poroão darem maq
v^dic. f*^7‘ exemplo aos demais. -'ijt ,

. Conta TiiuUvio,quc oEfnpcradordaudio,aos que


fugirão da guetrados Volfcos.mandou matar, dizimã;
do dcc.idadcz,hum; o.mcfmo fez Max<iQ Ar^tonio na
gucriados Parros. CornelioiNazicajjaiiaiid,ando pri-
meiro atfoutar os fugidos, os. vcndtre^ X iioScauro nãq .

- .. .. qiuz

Digitized by Google
1 Política Militar. i 37*
ver hum feu filho que tinha fugidoao Inimigo, & ofi- L. 2.(»f.r
lho fc matou dc vergonha. Conta Valcrio Máximo, que
Alarccllo ufando de mais brandura com cJles , os man-
dou pòr no lugar mais perigofo da batalha^dãdclhc por
caftigoo maior perigo. Aimportanciadcllefc deixa ver ^
com muitos exemplos nas hiftoriafjfcja o primeiro Li-
cinio Craflb contra Spartaco,quc com grão numero de
Scdicioíos,fc levantou contra o povo Romano, & em-
i.
fobcrbeccndoíe com muitas vistorias, & vendo que cs
Ro manos ptlejavão mal,m.ãdou matar de cada dez hú,
&CÕ0 numero !imitado,& atcnuadc,quc lhe ficou, vê-
cco os que ate alli tinhãc fido véccdcrcsrc mcfmo fuc-
cedeo a Lueiü Apronio, contra 1 .ncpharinate ate que
,
a»naL

mandai doJhc lançar fones os dizimou, & lóccmqui-


nheiucs íoldcdcs que lhe fiLárão os dcllri íc.
Não lo aos que fugião cafijgavão os Romanos da
maneira íobtcditt.-jmas iiir.da aos que fc cntr< ga\ão cõ
armas ao lnimigo,negandolhccdcrcitodc 1\ íliminjo.
£ra tão riguroío nefta materia Tito Veíprziano que
,
ainda aos loKiados camvos na guerra, que fugiãoda pri-
íaõ do lnimigo,não pcvmittia millit 'ificm mah,íó por-
que ícdfixáiãoc.^ttivar vivos.
Mandando cl Rcy Pirro a Romn,grandc numero dc
prifionciros»tcndo o Império pouca gent -jpor parecer
dc Appio.Cl iudio mãdou o Senado, os que linhão fi-
q
do de Cav j1!ü, fjrviílcm na bagage m,riõ*tivcírem redas,
& fó íciião rdlituidos os q com dobrados derpojos te
portafiemdolnimigo.Cõ grande fcvcíidadefe ouve cõ
Annibalo Senado Romano, pois e fiercccn Jclhe cito
milhomesjã nabatalhadeCanas ficárãoprificnci os os
nao qiHz acenar, & em leu lugar mandou cõprar pobli-
camêtc oito mil cfcravos,iSc os armou sedo o preço def-
tes mais caro, qo cm
q Anniballhc dava cs Romanos,
pera
138 Per FBI tó Soldado,
pera que aprcndcíTcm, ou vcnccr, ou morrer, Icnibran»
dofe.quc fendo vehcidosos não avião de reí^tar;& fa**
bendoifto Aonibal, dizem fc lhe quebrantou O aniiriò
L. ^hí íoMí^ rendo tal feu Inimigo cm tal afflicção.Tanv*
valorem
bem os que fingem doentes com temor do Inimigo,
fe
tem pena capitjl,comoatcaz diíTcmos,como tambem o
que na guerra perde as armas,falvo fefor bifonhO) que
tem pena arbitraria.
íuf- Conta Valcrio Máximo de Marco Catam , filho dò
tutMS t, 3 3- Cenforino.quc andandono Efquadrão lhe caio oCa-
vallo,& retirandofe reparou que lhe faltava a cfpada, Sc
por cvittira ignominia fe mctcopellos Inimigos le^ ,

vando muitas feridas, ate a recuperar, o qual feito ad-


- &: mirou tanto a feus contrários, que ao outro dia lhe co^
k mcttèrão pazes.
Dcfterràrão os Lacedemonios ao Poeta Archiloco
em feus verfos,que era melhor perder a ar-
fó por dizer
ma, que a vida , o que deve fervir de advertência aos
dotados defta parte , pera femoderarem cm feus eferit-
tos. As mulheres de Spartá admocllavão a feus filhos
qnando hião pera a gucrra,quc ou mortos, ou vivos não
tornaílcm fem armas afuaprefença. Penademorteda-
vãopor Icy os Cregos a quem na Campanha pctdcf-
feo Efeudo , & mais leve pena tinha quem perdia a
cfpada.
PafTadoogtandc Epaminondas mortalmcntc com
hüa lança,cftnndo pera morrer, a primeira coufa que

prcgiintcu foi, o feu Efeudo ,
fe fal vara &
logo feus
Inimigos forão vencidos. NaqucUc famofo choque,
O Qcntrál áA que junto a Arrónchez rc ve com o Caftelhano o f .mo-
Ca)yHjrU fo Aiidic* o’Albuqucrque R b.ifrra General d.T Caval-
^nuTt b aI-
dt ila Província , caindo do C. vallo mi:i mal feri-
uqncrqut,
paílandopoiíimaddlcallim a nofla Cavv.ll.uia,
como
'> -f
E Política Militar. 13^
como a do Inimigo, fendo reputado por morto, quan"
do foi achado- fem acocdo,iornando cm fi (outro fegu*’
r-
do Epaminondas) a primeira coufa que preguntou foi:
ter quemfitara a viãeria^.^ foi Deos fervido darlha tão
gloriora,quc nunqua mais levantou o Inimigo cabeça
nefta Provincia,dcrrotandolhc com menos poder, mais
dcmil Cavallos: & fe Epaminondasouvindo a nova da j. "sf;
't 1

vifloria diíTc; Agoranafee ovofio Efaminondaá^ foiá tao


\
alegre morre. Podemos cíperar, que com a vida de tão
infigne General ,, que Deos lhe guardou naqueilaoc-
cafiàa, alcançaremos graddespn grcflbs,. como imos.
vendo.
Naqucllc famoíò cerco de Mazagão,dc fendido pci-
lo esforçado Capitão Álvaro de Carvalho , no tempo
^hara 4e
Cur valht,
da Rainha Dona Catiierina, o Capitão Galpir de Ms-
galhães,dcípoisdc ter obrado maravilhascomosMou-
rosfm defenfada Cid.híe,pelej >ndo a roda a furia com
M.Agalbãts,
duas lanças de fogo,. lhe dérão húa grande pedrada na
cabeça, o que não foi parte pera defiftir da < mpi Z 3 ,an-
t

tes tomando ao Cpmbate com novos brios


, lhe dérão
conahum barril de- polvora, que o fez voar , & caindo V
GOmp mono, abra fado de pcrnas,mâos,&. rodo, de que
ficou ak jad(?,.ícchcgín5oalguns fidalgos pera o Itvan-
tar, de tirar da pelejaimaí' tornando ero íi,prcgumou lo-
%0’.Se 0 Ealuartt.efiavapor elRej-., & íendolhe refpondi* «3

do porLuis Ca)radQ:;,^^ efiava,(^ afiaria , fe alegrou ngoflinhe í/c


de maneira, que rcfpondeo Agora mor/r a eu quando
;
G<*yi no Ctr(»
dt
Heos for então o retirarão cm-braços, & dei-
xarão por morto.
Naqucllacclebrada efcalla. da fortaleza de Hiemao
na índia oesforçado^& venturofo Capitão AndrcEur-
Andre Furta^
tadode Mcndbça,arvoradas as efcadas;porquc hião Co» dt dehíedica.
bindOtlhc dèrão tal:pcdrada,que lhe quebrarão o mur>
rião,,^

gfUá :t bh
140 Perfeito Soldado^
SfírwSo da tião.ficandocomo morto, fcm dar acordo dc fi por trcs
<lias & o teve í6 pera preguntar pella bandeira Real»
,

de feia ofos^
achando que com n perder. perdia a vi^orb;& onoflo
que andA im-
General proíeguio as fiias de maneira que cm breves ,
prefo,
dias apeúr da rcfiftcncia Caftelhana, arvorou o Real
o P.tire Gter-
je Carilop> no Eílcndartcrso Caílellodc Oliva, que ganhou giorioíá-
jijitUgio m-
1

fitan» 2.tom.
mcníc. Como cm outra parte já apontamos, não fc de-
ve menos louvor ao liluftrc General da Artclhariadcf"
O Gentral dá tc Exercito, AíFoníb Furtado de Mendoça, digniíTimo
Artelháriá defeendente do famofo Andre Furtado.de cujo valor,
Affonfo Fur- como tcftemnnha de vifta, pudera dizer muito, fc Aia
tád» de iáeu-
modeília o permittira, & o aífeâ:o grande com que vcr
d»fá.
ncro. me não dèra por fofpcitofo; mas não devo paíTar
cm filencio o valor grande com que fc ouve, aíTim no
governo da praça de Campo Mayor,como nos ataques
que fez à praça de MourãOjdcvcndofclhc cm primeiro
lugar á brevidade do rendimento da ditt3praça,dcfprc-
zatKÜo fempre os maiçrcs riícos por feu Rey,& por fuA
Patria,em t.:mpo, que junto a elle deu húa baila no £A
O Mtílre de
forçado, & Valcrofo Mcftrcdc Campo Diogo Gomez
Campo Dio~
go Gomez. de dc Figueiredo , de que milagroíamcnte.efcapou ferido
Figueiredo, np ipilo,& p,Valente General profegoio o araque,<iât».
.. picadocom o fanguc doCompanheiro,que repu-
^ tavãopotmortc;dignosem6m hum, Ôc. i

H-.íí.C. ; .
outro dc grandes Elogios, fc oli- ^
I
1 mitado aflumptooper-. ...j
. < ~x n
^
01 mica* I ,
t
í
*u?.i

u*n
* I

'

.'.r.
.'i * •.'iiA
-
- J

r '
{ y
,

M
* 1.

r
5 t
.
'J-
^
;V 'Ct ' ‘
.M .. ;

1
I
* - r . }
•í .

li.

Digitízed by Google
B Lir tcK Muita 14-1,

•í: '
<* ill*»*-!
V. r* *'r,
.1 .s

CAPITULO XLVII.
.! .
»

j
*
1

••
r

»
Ui’,*
V í


.

;n
.

>

'.t r' M ‘O
r .

'

Do que entrega ffO Inimigo 0 lugar,' '


^
. ouforioKZfiqueefiàafeü
r. . . cmgol :;

O
- ^
Brigaçãohfdocfcravo, defendera feu fenhòr
de todo o petigo, & com mais ra 2 ão aqucllc a
quem foi entregue a fortaleza, a
çm que toda hüa Republica vay intcrcíTada, De Lueio
deve defender,
L:t.g-.*isc.'
*

'
Rupiliofcconta,quc na guerra que teve com os fugiti*

vós cm Cicilia,dcftcrrou da Provincia feu genroQuin- ,

Laure-^^
IO Fabio, por perder por negligente 3 fortaleza
r
Una.Outros exemplos de caftigo fe pòdc ver em Ayala. *
V
Nem a ameaça da moríc ha de fer baftante, nem a
,

€on>qj)eca fo entregar a fortaleza, nem o medodo f5lfao>/.«ü;2r4. .


*

mono, nem da mulher. O


Grande Aífonfo Pcrcsdc í A
puznião, nocçrco de feis mefes de Tarifa, ameaçado 'S
n
pellos Mouros, que fe a não entrega va, lhe avrao de ma-
tar fcu.filho á fua vifta,ar.tes o deixou matar, que entre- • ’ ‘ )>

garíc. Alonfo LopezdeTcjada por não entregar


, •

Carmona, drixou ma;rar dons fiihos,quc tinha. Aquel-


Ic conftante,& fanâo Príncipe D, Fernando, fobio glo-


•**

riofo martyrio em Fcz,porfcnão entregar Ceuta* . 1

"
.

Cafopóde fucccdcr, em que fem culpa do que pre- ' '

íide na fortaleza, fe entregue ella, & ceifando efta, ceifa


atpena : potquç o que faz tudo o que ncllc clieve pclU ’’‘i-
*

óefcuder,uão,€Íláiogeiíoa cila. a?... ..f*’’-'"

K *
Ccr-

Digitized by Google
1

P fc R FÉ i t• S^O'lí # À t) ^

í.militts Cercando os Turcosafôrtalcza dc Efeorá ,*& cn-


rr#r.
tcmtctnf.
trcgandoaosVcnczianos,que nella cftavão,.não lhe deu
too.». I ?. Ir»- o Senado pena,entendendo quanta heaforça da ncccf>
m»U ttnf. 34.
Tãifxm. lib.i, fidadejdondc vem, que a fortaleza que eílá fem baftan-
ttnf. tcprefidiç, fe fc.entrega por quem nella prefide, não
Cdf.nl.dffeut.
fine etrí^A non
incorre no crime de leià Mageílade,confoimc a AfUtis^
ãmUfi. GL CT principalmcnte fenão foi íoceorrida , conforme a ou-
Bald. incap.i.
itlo titi. tros Doutores, & fenjodeve eíperar iucceflb, que não
£riiatiõ de
pò.ic obrar nada. •
txeinpl. illuJi.
yir.lií.-f.cap.'^. E ainda nos termos dc Dcrcito , o devedor dc algfla
ãd
nem
cenfittnlio.
xe^ni
efpecie.quc aiorre cm (eu poder, que igualmcntc avia
netpit d»bita~~ dc perecer cm outro poder, não fica obrigado . 'Confia
tiouem. '

L.alinnAndof. de Calicatredas Capitão dos Lacedemonios , que foi


nlt.Aii.C. yel culpado, que quiz antes perdera Armada por tenxeri-
l^Jilmrtsff. dt
pefitiA.iUniiif, dade,& pròpria vangloria,' & dc Cleoberto por pelejar
ftt.htred. l.
temerariamente comEpaminondas.
ejued te ff.etdt.
Vide VaUnfnt. Na entrada qnc fez Soliruan porUngria , chegando
Ia de (hunt cr
lei f.3.ctnf 1
aBuda,rendcndo logo o (cu CaftclIoVachou nellcprc-
An.<fO.^»^n{L foa Thomaz Nadalchi feu Alcaide Ungaro nobre, Sc
tarb. yt.ts n.
fabendo que cm razão dc fc não querer entregar , co-
.

Petrus. CaÍiaL mo lhe aconfelhavão feus mcímos foldados , o^viãd


Ktfol.inim.cA~
f»2}^.AIKl9^. prefo, fem embargo dos paítos com que cntregàrão fe
cr Alij. dc feguran<ja das vidas , os mandou enfofear atodos^
O CtnJi de Ia
Koc.mo tpila. pella trcjrção feira contra feu Capitão, doqualcftimoa
deCA\lti V.
o valor;& a conftancia,& Ihcdculibcrdadc.Fiqucfcaf-
fim dito em aborto da virtude. .

-• Conta o Padre HoracioTurccJrno, que cercandoot-


fattx HoXAt.
Xnrcelinnt m Turcos noannode i6ao.a Canucic» com cerco de fc-
Mpith, hijlex. te mezes, fendo Capitão Ebrahim Ba(Ta,6; vindolhede
mnn.fel.Z^C.
foceorro Phclippc Emanucldacafadc Lutharingia, ôc
entregandofe por falta dos mantimentos, fomente por-»
que o ditto Capitão fc anticipeu àditta entrega que ,

podia fer oaais^ prolongada , foi condemoado à morte


~ j- decc-

Di”i'i
E Poli TI c% Militar*
Í$cqnKl4o)h< primeiro ^ mão, & os curiof9 s que quK
mnreix), ver mais exemplos,- leão os Autorçs.que.à mar>
gem v^o alegados ro principio deílc Capitulo,
f - Sabido, he o exemplo de aqucllc noíTo Heroe Lu-
ficano Dom Martinidc Freitas,. Aleaide mordo Cnílt l-

lodc Coiníbra^que amdaidcfppis de mono clRcy, D.


gancho cm Toledo, piimeifo lhe entregou as chaves
na‘fua ifepuítura.quc as deílc ao Rcy ícu íucccflor.dan-
do ao mundo raro exemplo de f ua fidelidade , deque''
puderio prender mtfitos ^onogupzcs di|Ae'noâq ca*
lamifoíb tempo.-
^ -- 1

" C A P I TU L XL VÍnf ^

* ^i * V^ **\ t 4 ^ o .4. W • i i * -4

Da importânciaovdas
rr^ C’irrnQi v
(èntmdlaj>
'5^r;fjO!:‘r;n f i: y. te. ík/ííí* .V'
"*
-t
?:> rrtoj >/ri I'] <• r.vi j ,-n v .'*
íícltk C]\
a TOUnc^id^.pre^çp,i;)ip ino.,^.fic-|dé<ama "^7;^
ijQipo na guerr^i qtic^i^çtcitq CVy^^.dà í * **

^
4<?S
,

.i^<;mf^<i^Çqutf^.jCí^
«âweife^eh^.dprqiiq-
í?qaj<^

jcaqdrc,d«iquç5lpripjumHÍt9*mejrcrppAdeo:
Tille .
A
^lo,que elle Jplja.tíÇÇç-.i i

(ÍMíeqftt#rPrlut^çb<^iíW^?^ tq^criã,
ifl|çrPrdc.rpg?tf»r<?fflv n Tí.h 6(í)Oí'‘5i qLu rr.'U'''..cb't'.;Y jilol'.
->1 oi^f^tldçs nulcsitem çapradp nç mundq a ftlta ^
•vlgiaiy. Capitjâo, .dosiAtKcniçnfcs ,,./çnd9
dmaodaídoíi^taos Afllr ios,dM vidaodPido. vé ;i mçqtq,q^
,mWP*vd<K4qio4p-; Otttcfm^rpccc aõ -filhokida.Ra*-
í«tiw{iri«»rôifis^ fpiírCi';^-..P^ %#p|ii«íftd^s^qon|^

íusi

Pluiar- Kz

Digitized by Google
.

f44' Perfeito Sòtüiioò^


Flüurcho , que quankioos The15àhos tmhãaâlg^
hoinc fefta.cUc fempre pa(rcava')[>blIos n^úttõs, difcoe* '

rendo de húa partt,a outra; & preguntandofelhe, a


^$uftrá qtUes fudèffemdefcAnçAfyi^dgfft 4»
fa^dizia:
ww.Cambizcs paydc Cico^preguntado hüa vczde
maneira fc podiãodefender melhor ai Gidádes,
deo: mn^mJi di^èm^idt^
fondolht viciai t At St ^ue
'

feguroi da ímmig», ' ; i


f.p.áliil;,

C APITULO XtIX. '

reito de PofUiminio,
\ r
'<
^ r*
'
- A I. -i,
X * ** X
2» Z.he/hsf'. Pmiaofoid-Arciato , queoque^e tomara na
Vtfbt I que os Chriftáos tinhão huns com os
1 guetra >
/r.
<
outros , não ficava fendo' dós qòeotoif*^|S
- ^ porque
1
porhõalcy do ErnpcradòrAntonrno.ró^"®
j.f' '
qde cftãò íbgéitòs a Romar faõCfd!átítòs‘dtl1íij" & cb-
TTlO hòíe'toda á^GHl4ft«ndadè ^ftejía fò^ia"â«Í:iâiQ4díé»
i- fifuis in t
"TíiibsjpèiWic^déCh^^.parcé^^cdsgtterA^^^
npamf.incfyU tte cllcs ícmòv^tín,fáõmdii quèbilrH , cfeflíê^híri^ &
ÍÍIí. Thcnte
^ não podem
^ Zcquiríí
— — 6-'dómmió
— «* V V plrllò 4çfcjto''f ,

.0';.
bti, iL'gutrra intròdBik>itbh'fottfee'butta'^eyi itjrv .
í- i, i'

^ 1 típímloii^^èfitília^éftVM^n r pirriiúeqiiaõdd
não fe podia dar nuhqüá^É^^òs/Prii^
fora verdadeira,
clpesChtiftãoí gÊcrtã jufta',' •(6'diicfM‘fa4íbi<íóniotc«
mòs moftràdo nò te^utído prclélâo^,' traz Ayalã; &o
-fómcBtc n ^ pdfii^s' íbnão praâièa' i
~

'
porque èftái Mo
perdém"a libérdãde.' NtmTe j^é thamargüernidyll»
a.^uç fb iBoVe tfU£t dóiis Ftiacjpei^^ ou povos 4ivto$»
E Fo L I T I c]a’ M 1 l i T a i
45
nêoT fe^òtfcm cfiamar Cidadãos os qne fc govcrnão L- uih/l inttir
com differcntes Icy.'? & pofto que a guerra fe mova cõ-
tfa os íubditos , ou rebeldes , nê por iüb ccíTa o direito f.dt ca}',

dclla,porq fc nosacqüitco dominio do que na guerra


tomamos. A
razão hc, porque quem contra a Magef- duntfi. Jt ta~
tade Real maquina com animo dc Inimigo de Cida • ,
f,
dão fe faz Inimigo. ‘U^fmrtnd.rer.

Antigamentqos campos que feganhavão crio dos fiylrbtràu*^


foldados,& feus herdeiros, fc miUtaíTcm; porém como
as taes propriedades fe acquiriohoje ao Príncipe, fíca
cm feu arbitrio dalas a quem for fervido.
,t.No tocante à mais prefa dc coulàs moveis, nad'
,

coftum.avão o.< Romanos dala aos foldadós.ncm ainda . t

aos Capitães j mas era obrigação do Qucftor o fa-


zela vender,& pór no Erário publico; & conta Djiony-’»í6»iKem«/.2.'
fio HaUcarnazio,q era Icy inviolável, drque pella quc -1
condemnado
brar, repartindo a prefa dos foldados, foi
pcllo povo Romano Mareio Cariolano vindo da gucí ..

ia*dos Vclfcos., .
,* / •
v
Coi rendo depois ostemposivicrão os Romanos a
dcixacasprefas cm arbitrio dos Cabos , lecolhe dc & Lhiusi.^.f,-;:
muitos lugares dc Titulivio ; porque entregandofe os
’ *
Phoícnfcs atilhou Lucio Emilioofacco,dizêdo; d^l'.
nas cidades quefe ea^e^auao fem çftnquífia^. era a frefa i-ntm * lih.^,

ent arhifria d» £mperador,í^ ndo dos Joltiados,'ícm' ou-^


tra parte conta, que cercando Camil lo os Veyos, vendo-:
fe quaíi viftoriolb antes dc proraetter o faceo, conful-
tou fobre a prcfaao Senado,. & muitas vezes as derão a«
osQ^cftorcs,comodito he. ^HymsUh.e:

Vencendo ValcrioCorvino aosSamnites,cmquc


Bovianofoi prifíonciro , repartioaprcfatamlxmpcl- reWn.i. i- J*
los roldadosj<5c nasCidadesde'Epirobouuctam grãdc
íàcco,q repattio o Senado grãdc quãtidddc de dinheiro
- V
Kj . ,1
pcllOS
qttis btll» st
tafttyis>

Digitized by Googl
146 PER rF I T O SOL9 AD 1.

pcUos (bldados de pc,& decayailoi o que patedi apcò*t


var também o Dereito Canonico.. . ,

Não menos aprovão eíle codume as fagradasLetra^^c'^


pois lemos. que mandou Deos a Mo^fcs.âc a Aicazarip
que rcp.irti(Tem a prefa dos Medianitas pcilos foldados»^
omefino fez David vencendo aos Amalcquitas, & foi
defpois ley inviolável. Muitas‘vczcs pera excitar os âni-
mos dos foldados.fc mandaapregoar a prcfado Taco por
fua,como o fez o Senado no facodos Veios, por pare-
cer dePublio Licinio,dizendo: er* maü agradavel '

aos taes 0 quetomavao por fua n$Ío , do que 0 que recebia»


defpoís da alhea.^ot mais que encontrou efta dchiaíiada

t$yi$K /.ç,
liberalidade Appio Cláudio.
DaíTe cora tudo o quinto ao Principc,& o difpocni
* o Regimento deftcExercito, mandando apregoar a pre-
1 .

. 1 . ,
^ fa que fez a Cavallarta por trombctaS)& a da Infantaria,
por atambores. Promettião também parte do faco aos
Deofesj conta Titulivio,q^e Camillo oíFereceo o fac»
Lívíhs l,t.
dos Veios a Apollo PhitonjSc deve advcrttirfe,quc 0» ^
cra licito aos foliados dar faco , fenão defpois de (udó

j
. vcncidOjfic por fenão ufar hojeifto.fucccdcm caíbs ad--
verfos pella ambição dos vencedores efta era a razão,:*»
:

porque promettião a prefa, & faco antes de entrarem na


. .. - batííha.Sirva deexemploo que omcfmo Ltvio conta,
fucccdcoaos Samnites^que tendo pelejado com osRo- ^
iftanos fem fe conhefecr ventagem , comodeícjoda
prefa derão na fua bagagem, que diftava do prefidioar-
mado,& rccrefcendo Marco Fabio.mandado por Cot--
'
nelio Arina Di£lador,forão desbaratados, & mortos en«

kfiruiMit ií2.
3 viftoria aos Romanos. -

í.ê-i 9.3.10 PolUs Icys dc Caílella ordena, que o foidado que ;


fc
aplicar ao faco antes do vencimento , perca a parte
y db que lhe coubctiôc que fucccdçndo raatatfc o Rcy,, v
'

fejão

Oigiü-cü .jy

. X
fcjãocaftigados como fc cUes o mataíTcm.
Tambcm ao que futta.ou dcfvia a prefa que fe tomar
ao Inimigo, dá o Dcreitopenadequadruplum, & tam- bJí. iJTji
bcmfe manda fenão dè parte da prefa ao que fugio do
Efqiiadrão, ou fc moftrou fraco. Vejafe o que conta l.tmnt deliíli
Titulivio de Lucio Quincio Ccnfinato Didador que ,
ff'

livrando de hum cerco da Cavallaria ao Coníul Lucio Liyiits 3 ;Ca- /.

McnuciOjfó aos feus foldados deu a prefa com palavras d*n,lie['ereo


arrogantes, notandoos de fracos aos dcMcnucio,que he hoíie, cui pr(^

o que diíTcFatima Rainha de Granada, quando fc vioft i,5c tu Luce
rendida, & ouvio chorar os feus /./«fe» como
:
donce
_ coníularc ani-
fues no pelearon como hombres. O acordo mclnor de que «,um habere
,

governa, hc obrigar aos foldados que vendão a prefa,


por não virem carrcgados,coiriOtez Fublio Dccio,dcl-
truindo alguns liigarcs de Samnioínão entrão as couíàs
fagradas na conta das prefas: porque íenãopc.íTncmdc injhtHtis dtrt-
ninguém , & quem as toma incorre em a ley dc Sacri-
lego. , .

DeftruindoScipiãòaCartagoo,rcpartiopeUosíblda- jfpfUnusãe
dos as prcfas,& fó deixou de fóra os que fe :trcvcrão ao
templo dc Apollo. '
/

Qi^eftão foi rcnhida,fc incorre em facrilegio o que


tomou no faco coufa fagrada,quc eftava cm cafa parti- ^

cular; & poílo que peito Dercito civil fó fc dava ac^ão ,

dc furto, com tudo pellos fagrados Cânones eflá deter- -j

minado o contrarie^ o que parece tem fua difficuldader


porque bafta fer do Inimigo pera fer prefa. >

£m tanto he certo cm Dcrcito acquirirfc o domínio


dascoufas que na guerra fetomavão, que tambc iífom
tinha lugar nas pcíToas,& daqui ti ve principioa Scivi-

dáo.Emrc os Phylofophos fc prcgunta,fc a fervidão he
dc dercito natural,ou das gentesrporque a principio to.*,
dos erão livccs> não que o dercito natural diâe0e niflo
K4 algüa

Coogle
.

i/j.8 Perfeito Soldado^


algüa coufa,ou prohibríTc a fervidio, mas porque bdc-
rcito das gentes feintroduzio por razão natural , ..que
dida,que pera. atalhara, maiicia dos homens, era aceçf*;

X. CÜ^TOp»»AS
faria guerra, & cnttivciropcjr.) re dcimrcm.
ff.htrti.injl.
Nãotolhe Gom tudo a fervidão das pefibas a liber-
dade, que confiflc no fa£to: porque o fervo pòJe poc
roais que feu fenhotlhe roaode.o ccntr.iiip deixar dci
.

aceitara hcrança;mas íómente fc rclhc aquclla libcrda-i


de,que pello dcrcitodas gentcs.foi achada pera alguns;
câfcítosde dereiio ; &oquc mais he, qiicncma fonja
prccifa, que he coufa dc faâ:o, jndús dc jure fervidão;.
mas fomente a que rcfultada guerra juíla: porque de
outra maneira , fícarião cattivos os que ofoflcm dos
ladroens, &* dos que não faõ legitimarnente Inimigos;
9«er /cr. 17 S. entre Chriftãos fc prafHca, que os prifioociros dc húa,
l. PeflUmirui 2c outra parte, nãohqucm íendoeferavos, pofloquc a
f. à piratis[l, '

htpts jf. dt guerra feja jufta,mas livres,pagando algüa coufa de feu


refgatc.
L.i. inprincL
pio ff. ItgM. 3 . Dc Romulo conta Dionifjo Alicarnafio, que pera
l.qftialittfonU
bui de tifii. accrcfccntat fua Cidade, não permittio fc mataflem.ou
ff.
jtntiqmtutnm vendeífem os cattivos na guerra, antes lhe deu privile-
Jiom.tlib.-i.
Cdp.itawudí gio dc Cidadãos.
eap. *d ilhota», Limitafccfta doutrina naqucllcs que era feu favor
dttnn de judei*
l, 3 .
f.
ult. trazem os Mouros, que fendo prifioneiros ficão catti-
ad
ltg,'Cer. dt fi-
vos,2c incorrem ipfo jure na excomunhão: porque cf-
tar, l.prodiio-
rttff. rtmili.l. tes tacs ficâo no numero dc infiéis, com quem fe juntá-
unUane Cbri-
putna mattti-
rão:vcrdadc he,quc não ppiem fçr vendidos, fenão aos
<

pU.iTc. me fmos Chriftãos, <^am perigofa ft jaahüa Rcpubli-'


Dtdi». d* Re.
pui.l.U eap.i;.
ca o grande numero dc cfcravos,cxpcrimeutou Caftcl-
í, Pofihwtn.in la,& antigamente Roma.
pri»(ipioff. dl
íapt. ‘
Ercapaudoos priíioncir05.pOf qualquer modo,recu«

perão pello dcrcito de Poftliutinio aoiltig.i liberdade, o


ii X

que não tem lugar quando vem com licê^a» 2; dçhaixQ

Digifizcd b'y Googlc


‘ . ‘

E PO I, LT 1 e AS M VLj í T, A E.-J 1
4 ^,
d^palayrn dc tornar, como fez Anfíibal comAtüio Re*
gulç (i^ ç.\uvc5 Cf*cpj)ploj,^;uC)íitff>Z'y<:f^nts
.
i

rçiNjç h^a torfr4 r caçf ê corpopfra CAj/i^ nt/u henccejja- interefldt

rio ter aK!mo íie aao ror Kar.;>cxq\jc o. ç\i\c vem com . . ,

fpp4c,tornarnãp,-gqavi,do.Poj^imiy;kí^oy. r)!o: >.x ^


o'Eftii! liC í»,razQO porqoe conçcdçfidGfc .algum piÍMÍ- *.
; ;

Icgio á algüa VíUj.ou Cidadp pera. os.payíancs dcllafj • • . .


& fiicccdendoaver ahi algüvVnivcrfi.iadc,ou Scholas^ •


"

de Eftiidantcs , çftes não do .tal priyilcgio,


conforme aDireito:porquç'não fe pòdc dizer V,
aqucllc que não aíTiftc çõ animo de pcrllverar na tací^probaú. yerh.

ma tcrra,mas dc torrrarfe pera a íwa.


' '
. - “i . ii.j I . f*. 0
'.
'!
, •i i...»


AP I TULO "L:

JÇ m que fe apontãp os cafò semauf,

fi gozadoPoJllminíü}

N
...
goza doPoftlirpjpio otransfns:'! *
‘^iz hüa lcy;0 que por 7nàoco 'nfelhb^O‘

f''^^^.‘i.»imodefimp4ra.ííi4p
mimigof^^jVA hojnem^OH mulher^ou pap defamili/Uy^ ou^tramjhT^,
''

L.Pcfiih„in.f
'

<se

aj$ta patrir.
«fii K" „S"/
porque p difciplina miljtar nemais an|r.iga,^ < barUru jp.

que a charidade dos pays: poré o,çonrraBÍo fe ha dc di-


zer do eferavo transíuga,no qu^p,fçDljiQr tem o dirci-

Oòzao dq Poftluiimio todps.aSjpç;uogs çe qual.


quec/exo^ida^y^u. çpi^^c^ ma^ pera ^ezárem dell^ \


” ' ' ‘ •

~ OS

D[gitized by C
1^0^ ‘
PER F E l'T Ò SO
'
L Vi'k D
OS foldadOs,he ncccflario moftrar',qu'c forão prifionei-
ros na guerra ; que entregandofe com as armas ao lni«i
iik'
migo, era entre os Romanos a maior ignominia , pélla
qual razão não gozátãodelle oito mil Romanos , quc<
'L.v.C.rtmilit. como diffemos cm outra parte , fe cntrcgàrão a Anni-'
12.1.1. f.qat
l.
bal. Aofoldado que goza do Poftliminio, fcnãodcvc'
ndhifles l.non
0tnnis f.pinul. foldo do tempo cm que foiprifioneiro.fc bem quando
ff.rt mtiitari.l.
tPHlier ff.dt
torna da prifaõ lhe Icvão o tempo delia em conta, pera
íua apofentadoria,a que chamavão manumiíTaõ.
'Támbem na guerra fe cattivãoas molheres: lemos^
. , i , '
.
que Cleópatra foi prefa de Augúfto Ccfar,a rónlher de-

^
Dario com toda fuafamilia, por Alexandre, Sophoniba
mulher dcSifacio,por Maçaniira.HngrandeceoHcfpa-
Xi»;»»» W-xfi. nhaaScipião portcftitiiír a Aludo Príncipe dos Cel-
tiberos fua erpofa, dotada de gfafide gentileza ,'fcm lhe-
'
fazer aggra vo. «

L. fifiims ff. Nem cftão fegurosos mininos na guerra, pois até


itfuftiyii. nçlles fc.faz ppc.fa , ççnformc a Der eito ,
poíloqup
Ca'mtlÍo'os‘rcílituiò aos FàlifcosUombem outra parfié'

tocamos. •
1

Abominável coufa hc‘a cólera, que na guerra fe ufa


a fanguc frio, contra inulheres, & mininqs: muito tc^
de HcrÒdcs quem emprega os fios de fua cfpada
inhoccncias.Do GrãòTamorlam fe conta, que entran-
« do certa Cidade per for^a de Armas, pera abrandarem
„ i
fu a furia, lhe p u zerâo diante grande multidão de mini»
1 - '
^ donzdlas, com que a fizèrão ceifar ; nías que -

muito, fe atè"bs brutos animacs os rcfpcitãc? Conta Pie-


'

rio' VaIeriaiio,nos feus Gcrogiiphicosdehum Elefan-


te, quelevando aa tromba hum minino,& Icvántandoo
ao os outros que ahi fc achãrãò,b poz illc-'
ar, gritando

fo, achando fe maior piedade nós bt utós 'que nos ho-


K ínens. Nas Divinas letras ft manthr ufar de mifericordia
'
'

com.
' '

E P^LjIjica Militar.* 15 i

com femclhantc gcntc; ôco Dcrcito Canonico,quc^íê DtntercH»m\,


tenha compaixão com os rufticos, peregrinos, clérigos,
‘ttruraZ'l'/cl
fradcs,converros.,& mercadores;
&poílo queo Abb.v /«Ç»
ácPanOkrmitano diga„ que iflo fc ahrqgou çom
cm cõtrario, tenho ppra mim,quc tem kigqr nos
fçJTjpçc
Clérigos, & Frades, falvo fc também tomarão Armas: '


-U
porque então perdem o privilegio.
! O
,»V
1 r .íDC ‘ '
i it-

H\K- . j irt j

CÂPiTULÕ LI
S( oprijioneiro qué^ometteopreço ttm.q.trac},
mifcel. í, nfal,
. certo porfeurefg(ite,jkit obri<- 2y.circ» m*tt-
TÍ0 m,

R
f •
4

Efpondo aftirmativamente porque o medo L.fi.putlitT jp.


:

foi juftocõformehüaley:porquc ifto foi mais qmd metus


C‘iuf.cap.Hhi 74
o medo da morte, do^ que capCállójpçis p. dip.caf^tjui
tirar
frkJir*dt ufit
preço fuceedeo em lugar da fervidãoi .1 -

rh.
Quando na guerra fica prifioneiro hüa perfonagem, Panorum im c.'
comoDuquc,Conde,Marquez,ficaõ do Príncipe, con. ahhnstol.'i.(j'
/. cum DUt~
forme diz Bartolo, porem pódcm-tçrg^tarfc, fe niflb ÍHdi f>ipiju£
yi. cap. Holli
cão intervier, algüa pertuabação publica, que encontre
a paz;porquc como dizSana:oAgoftinho:^/-f>» comoJe m‘irtto jf.^d •

legtm lul. dt '

trâttacom violência 0 que refjlcj a/im Jedeve trattar 0


rendiAo com miferícordia. Os aü|^orcs da guerra entrj- tfir* pmaiorem
f^fihtrts
vlonotriumpho vencidos, & defpois osmatavâo com Itg. Ahxan,f.
grande pompa, por não perturbarem mais a paz publi- itr Altxan.
l/r*/. 6. c*p 6 .

ca: não hc com tudo licito ao fenhor trattar mal o efera- ditr. gtn. l.HÁ
TO.ou, RiawUp , faliyp ^chaodqo .çm ajgqm nialcficio, cr ftrvÍHi ff,
ntrétijs
mas •
L.Ji

Diglil.;ed by

J..jKJiHSÍicU-
ttMndum. C.<í*
r ’^2 Perfeito Soldaído^’ '

»mca Coi.ttni. mas jpodclohà' ctiimendarltVcmchte.


d*t.ftrv0r.l.in Também Ic deve advertir, que húa vez qiic o fc»
htlla /. fi í»Mí
ftry untff.it nhoraíTcmar preço certofobre orergate doprifioneiro^-
tátftiyií §. It- o não pòde depois áltcrar,por dizer,que 'lhe reyo á no-‘
j^urmmttm imf-
tftu. dtltguht. ticia fer ricOjOu de maior condição, nem valerá o ifegu-^
íãrttLv do contrato,'mas o primeiro,
’ • ’

fuld.

Uí rtiTH.
O quereígatou ocattivo.ôc prifionciro, não fó tcm
Moir.dtctf 1 78,
acção contra cllc, mas o que de direito chamamos di-
Coy.it ífonpt- reito de pcnhor;ncmo rçfgatadppóde recuperar a liber
liiuí p. 2. ca.
it.14. l.^tti
dade até pagar.Corn tudo não ferá ihcápaz de ípcccdct
fi*“tfff- Tt mt.
iit. Guid Paf.
pera com o aequirido fe refgatar & o filho lhe pòdc^'
,

5. 1 1 J. l. toji- fuceeder antes qnc fe refgate; & morrendo ames diflo,


linüiKfffífyili Dãoçftãoos herdciíi»òbrigados'a pagai o preço, çOt^
ff.it captiytf.
fermeoutra lcy:& poftoque no penhor fempredurc a
figntribnt
0Hoi cr
l.

Itoc
obrigaçãojeom tudo não tem lugar nos que nacem dc
f.
ji JOM ff.
dtll- pois da rcdcmpç 5 o,cpnforme outra ley; o que fe ente-
hro bom. l.pn*-
de íónos hernens liVtcífcrgatadostporque osef^vos
fii ptoyincta.
C.dtPoJllimin, ficãode* quemos rcfgataatcfe lhedar opreço ; K tam
rrotrjii.
fàvoravel hc em Direito a rcdcmpçãodoscatiivc||quo
l.fi,
yui! pro rcitp-
tiont C. dt do- fe não pódó repettir o que fe dá por efta caufa,neaa'eí^
nat. l. fi patrt
udiwptoff. i* td dtyaçãtj fedeve íufiritiar : & pofío que nem' ainda o-
tapttyis. l.fd. Toldado flòdc lègarà pcíToa incerta, com tudo nãoobl-
itfit nii Ctd.d*
tp ifiep n, o* tante a incerteza vai pera cfte cfFcitc,pofto que dè todo
titrkis. patrimônio. > .n- > >
fcii

L. fi captiyni E tefgatandò a mãy o filho, não pòde repVttír


/. ixpulfis ff. çorpòrqdefepreTumèdoaçãOitambcm o que refgata à
dt capttyií.
l.fiag'rff.^M- donzcHa por caufadcfeiiappettite , & tevepattécOn*
hui meiti nfits
fruüut.l.tatã.
cH 3 ,perdc o preço & pódc fugirlhe conforme outr*
,

tum. ia prittci- icy.


pio ff.it TtT.dti
0 “ "• '

Cap.\. aílitnt As terras , & propriedades ,


que tomao ao Inimi-
fe
í-5. crtbi go, tornãoa feu antigo fenhor , o que fc entendc'por
glof.
í. e outra ma. mais cfpaçode tcm po,quefe tenha corridoraíTim cont;i
ioTtçCod.inef.
Titulivio > fc ceditutuío Sagu nto de (pois dc eftar oito
fiíicJò.Cútn M
Topkih annos
'

E Foit 1 'TilCÍ'A Ml J. 1 T -
153
ànnòs'cm podcrdo a ieusrarttigOs <}flltoi;s jí;ipf
)4avio&,' :iQavaUo8« £goasí« >qoc tóm&Q ftcogoz^^Q
mcrmo; > '
'ní'h;- ' /-'rfí-il- , ; : . sbor^
i-í-jf. <frri^

'Do fobrcdito fc infefc a rcíbliíçio daqíiiella qu;eftSo
*
tiyis.

tSo vcntUlájda^re fc. ha dctcôituk a>kug. dc^noa ;a çaDfa


húa vez iomadajpclJo>Ihinãigb, ff ífi toiçnac > «v.i

.VI.Vhí.^
Üi ftingu em

inúitos en trdco.ui^sfliôvcis, ftf.i


& tem pera*fi,duccüai'fc^f£fftjtwfmfe^;acj)iifílas 9ã«>i(Í5
In ng. feccât9
defta opinião fao todos os que allcga Covas.Outros fa- de Tegulis jur.
inC. 2 . reUcJio-
zcm diíFcrcnça naquellas coufas , que por força de Ar> n* I. ttrgHmen-
mas Idlrtciip^o qC] Icvãf f* Itg. id^uei
apHd^hefief §.
rcftitúlr;*' «entre asc^íãl"qb^ fo^fco rada§I^< Igum leg^t.i.
cõtratto do ditto poder, & dize q eftas pagando o preço Xfpainl.t.
luí^Hir. pejiefi.
primeiro íc^ rcftitaão ao primeiro fenhojr por hüa ley. Coyhs aiíta la.
te,
Outros ftfm diflSnçSÒ a%üa,qúàrcjii qàc fe ha jão de Ai: Si quid
bfllo captum
rcftituir moveis,& immoveis ao primeiro fenhor.d: if- eft.in praeda eft
neqiie poftli.
to conrra hüa tóy .«f xpicfl:®- ' ó o olsu ho-ijy. 'r míDiotcddit.
.X . - A
V c tdadeira «candoíaQ-bef qu c: fójheijlíír fCidPy cp
ireftituir aquehas cr^fas,;. qiUií;faõ;capaz:q3dfpoftlÍn^

S)0)& nãoaqucHasv xiüodomitiioacqukpo psínimi-


nos pcrdeiikjsvElcdíeiiWindtírjqH.c çm)quant.oa
«oofa^tQm.ada^não cccra^prs'fidiodoti9imig,0) ^ípdp
dO'pAmdira.^nholl^Àtií)ahdiíhi()4ão não te«í hrga#
nos' Picaras j A'ladròc0SfO!0is cafos cm q4ç jçldc;ão I-iyiuj 1.6.
prefas aos verdãílciíotfcfflhotAs»- repddem-^fs-fiOm-Ttít Pintar, i» jif.

fatb.
tulivio j '& Plata>irehiè,iv>qiieprócqdc.dC'c|)pblj2dddP$
VCapiíãesv'CiíiaS'CiãKD«ls!taoípt)i^as»(P9'dcf«'?l^^
<lu vidaKtieâa-matxcka^fòtoflBldPshú iadsãcM^ I

tn^ufto h«a-8o«lât& vpidaa)podcí,Jf>ifl^gftkg^d}^»Sç


fendo cscuperadUfOu pof côpraiOi^por Ar;>^â«^lç fs dc^
Z. Utrenes
-rc totnac aopcitncÍK),& .verdadeiro íeahotíiPjgft^nq ff,-
'
dt cdf tiyis.
4fcravOitffol>ídtlpgat;,:ãcf>ão,aa(^ cCtufas^.qndO.gqzã^ido
•Iksftii in ipiPi§Qii>dfi^«infiaLC» qõ 19
« í vicio
ii^4 PtRf tiV?o.S!orri>TAJDnc3>, ?

i. 4. 7 . 4HU Wciò^^<k^füttsdj|,fi5oa KÍtítoiiáksêçkiiftcwlQf.íipt^ «6


^4^5o^0ií^u4i^deiíOftcpáo;gc* podife ar^wcinalíf
do dc hüa ley.Fioalmcotc fc prcguma, fc das coufas in»
- '
córjaõiícas fc acquire dcrdto? Nega Ayaladfima tdíc-
rido/álvo aquando o vencedor hc Principcfuprcnno^
Memtdiantn <> àtrcdor^fcravo; oquehpiosãoha, como íc.ver iíioá
fttí^eaíodc Al« 3iâíídve,-’qweí dc« aos AiherMonfcs at çC-
. criptUiláScinquc^ÔavãaobrigídosaosJhtíwnos. ,?

* . ..í 4 ^-iA— J . .»

tí -!.p .:i,
P f , ,

íl/> ,
* Vr;|. .r|.. .. ;.T
,** •
»
* ir .U /
'
V-.
'

LI
^ . 1 . ;J .:i ; i' r;h>-t
,*•!. -r-.l )-'-T1{ O OÍ; 'I

íiiJ'>p "i.V h V* 1'iSc'í
tl i«.

" ; '{ :
1
• > '

. 'DosÈniMxdd^^^
1 *< oa?rr: i
-j
;.4; rí^íj-.-: 4,;:i rr í'-;

Ntrod uzio o dcrciiP das.gcntqs,toj^ a fegurança nt


p<^^^d9(BÀiba!3(:âde«fes^à ía}ucia i^ué«fo IhÀfaz,
I ke v^íki'fa^rc ^ÕsPtincipd qucoslmandãó,f tanto
sírimqõéos Romãtiososcbatn»Vãofjnâ:os,& (ir

gfàdos* pob GCttls ittf^MiJc|m5lívayão.ii^


d^ltt^hapõricvjdlgofci) en^reguo aos kú^gos^^poio 0
fofâò pOrinàfídíK|« de MatijoCbndioiâo lcva&>saGa^^
. . V I fhífè^i'MâtcôíEiníUo Lepído, '&€iày6 FlaminitíT3onr
*y I

^ Menuoio Mictiiio^âc Lucio-Manlioü k. d|S
fule$>‘L(i'cto
^ on(rOâ<<Íon(4Vá4etioM^]nq»m,lrli^Qtecanr'verá .pèrg
íêmoVdf‘güeítaiíe%8WfeqÉiwüsÉbi)㻫nivog3wâo}íJ^
Düvldlcmos v^que dòP^ft4^atabfffl2gln:rraJao8;AttldT
iHlatf/tdi^í^0‘iffitta; Rcyno-dc .ro-
'

pertd Í^^antc coltígucrrávavcndaprcfairascmotiiyas


u;' J.

I • . 'iv peffbàl^ Ü riae ^ntciídc>nofi E mb ai*adorcs,& com .mai^


ta raffeSòícO&te deuiefta pt4vi4êgK>.:po^uc dc outra tita>.

1^1 í i/ tc.

; C :Oglc
te^ a parte não hoiHrdlciftrcgiirainçâ acctíffayiaj.,*; - br í'x
- • Mandarão ds Medos,- & Lacedtinbnios a Athctias
hüa arrogante Embaixada',' promettendoihc gqcrra.a; rfjtmijiocits

fcrro',fanguc, & fogo,


fenão vicflcm.ein certas .totvíí- Gr”i'ci!s inta.
çoensj' buTcàrãooscic Atkc»ia^b»«n Inícrpctrc,Grfgoe pres i'ainiuruS'

pera declarar a Embaixada, píJjrdhe hão emíndWcmiat titiHo/'**”
Íingoa,o qual o fez muito ao viv^o. E vendo elRcyXhv-
miftoclcs,qttc fenão podia vingar do Embaixador,niã- fumi lervlc^a
douiuíiiçaro IntcrpctrcyA dizia opírgãor^^e^e#';/»-
terpretara EmhixddaiemfdTor de C?m w.vEjppr.cdte
modo refponderão a.fcu dcfafbro. v -b ^ I

Coma Vaíerio Máximo de Scipiâo Africano v» c)ue p;,/,,


vindo a leu podcrhúa Nao do Carthago, carregada cõ <5-

muitos hemens, fc valeiãodo.titnlode Embaixadoresi


& r.'.bcndodc ccrto,quccra fingimçmoj& quèofáÃíão ^'«híms.reji»..
por fugir do p “rigo. oa largíj^ trdo^. julgando que Ibc.
cftava melhor quebrar a fé ao Império, que pediremlha j"* HUronjmo
dc balde. Mandando qs VolEos certas cfj ras,com tittv yíSTt T.
lo de Embaixadores ao aflaya^dòrRománps, pera ve-
rem o numcro‘degchtc*que tiiihSo r &o'a^pafato d OJòtiu^Jt rtb, ,1

guerra, & c «nvcnccndoos, & coufdTandooclíes, com


tudooDi^ dòrPoílttiriio lhen^odeixoirfazçraggfã-
vo^por nã^^ar occaíiáo ao Inimigc, pera nvover guerra
comachaque, que lhe quebrarão o dcrejto das gertes, - - *
.

ofFcndcndo fous Embaixadores o que foi mais conve-


niência -daquellc tempo, que o pedia, qnc dcrci-
to,quc os tacs Enibaixadot’cítiveílcm:porquc eftes não
excedem asfo‘rças,& tennosdc fuasEmbaixadas.*
Não tem lugar cftc privilegio nos ladrocns,& rcbel- •

des, & outros Icradhantes, como allima difltmosr por


cfta razão julgava Cicero » fenão avião dcadmáttir os
Embaixadores de Marco Antoniona Cidade, antes os
não avião de deixar ir delia. O Einpcradot Thcodofío,'
mandou
-
* '
‘ ,

big:- ---'bi '.= r)g!r


;

Fé KTtVvÍ^ Sf>l,*D íAWjOf ?!

mandou f retfdero EnnÉ>âtX3dor dle iiuin tymnDov qu^


'r ít IheVihha fcbcU«lo;' o nbermafez o Empcrador Car*
los V.aos Embaixadores do Duque de MtlUo. " -

-j .
Menoft condem ao Príncipe mandar Embaixadores:

'
aos rebeldes, qUe por cila razSo impedia Cícero^' que
...w.
1 fc mandaíTciti a Matcò Antonio;Nás Divinas letras Ic^
ti. >
mos , que mandando Deos hum homem a leroboam»!
perao qual retinhlopãfladodeztcibospcra queos ad-
VcrfiíTc do roal que fizerão, ihc mandou, que não co-
»cífc,jncm bcbcfrcemquantociUveflc^em poder do»
Inimigos ; &
por não guardar cftc preceito, quando: '

: voltou ; foi defpcdaçado no caminhe por hum ieno, 5c


não ío hc indecenrei Magcftadc Real, mandar Embai*
xadorcsaosfubdttos rebeldes, masncmhefcguro,que
malfe p6dcerpcrar,gaarde odcreitodas gentes, quem
'
i.
* . ' fakou ao DcrciroDivino,& humano.
‘ •

-.''r - r *; .
•; : ; ^

• M»
/


*<
CAPITULO LIIi:

Dft^pejjhãs (jue dewm efcolherpe-^


futrUi»s Je'

. rif Eiubuixadores d5* do mudò ,


>

'
l, l com que /è devem àver, em '


I r

R Equerefe pera cftc cargo peíToa dc prudência,


digiitdjde.Mandaudo os CarthaginenfcsEm-j
:.5i

baixadoces- a Rema , nada obrarão por ferem


muito moços,dc de pouca auiliondadc , 5c os. tiVetãa
,

por

Digitized by Google
'

E Política Mili tar? * 57


porfurpvttos, pordizcrçm, que vinhão pedir a amiga
paz , & concertos , dc qn e n^o eftavlo lembrados ; Sc
roandãdo dcfpois outros dc mais aiithoridadc, como foi
o.grandcHanon,& AfdrubaMogodiíTcrãOjquc jàosdc
Gaíthago{ratravãodcvefaS'dapaz,&aalcãyárSo:Ssbi- ,

da hc aquella celebre Embaixada, que os Romanos


tnandàrâ(\3 Nicoracdtfs a Pruzia , dc que difle C uão:
nem ta:^o^ nem j*es, nem cábeçA tinhé. Por hum dos \ -

Embaixadores fer manco.outrofimples,.& o outrocõ .

disfprmidàdcoa cabeça. <

Aproveita tal vez ao Embaixador 3 gravidade, 5r af-


perera, como fe vio na Embaixada de Popiho, a Antior
cho,quedandoIhc as cartas do Senado, & dizendolhe
cUc que as confultaria com feus amigos , fazendo
, .

bura circulo com a vara que levava na mão lhe diífe: ,

Antes que te partoá daqui, è Re^, me hds de dar a ref- .

poJÍA. Como que turbado Amiqcho, & parando hum


'pouco, lhe rcfpondcp; ^uefaria o que dil^a o Senada,


EnUlo lhe deu a mão direitacomo ^aigo,quc até então
* <
lhe rinha negado. ,

Nãopaflemoscmfilendoodittode Agis Rcy, que


dcfpois foi dc Lacedemonia o primeiro do nome, & fi- th.ç.zdtagti.,
lho d c Archidamo, que indo por Embaixador aPhclip- '•

pc Rcy de Macedonia , fem apparato algum Sc ,

cftranhandolhoo Rcy rcfpondeo : ,^e achara que


,

pera hum [6 homem , hum homem


bafava. Moftran-
dolhc a pouca conta que fazia , dc quem procurava
anihilalloj &
na verdade nmito faz o apparato. Com-
pçttião Roma , & Macedonia fobre aequirir a ami-
fade^^ povos deiF.thclia, mandando pera cf- &
fe cffci^^cus Embaixadores,, o dc Romafs.z hua
luzida » acompanhado dc mviia gente , Sc .

aunada ; pcllo. contrario entrou o dc Macedonia


' '

,, / '
, L‘ ,

.. .
Digitized 3y Google
158 Pe R'F E I to’ So L D A D o; 1
icm fâufto algum, mas pdfoa authorizada, & de gran*.
de eloquência, mas com as mãos vaztas,5c o Romano^
cheo de dadivas pera os Scnadores,os quaes pondo em^
votos cfta amifade, movidos os mais dcllcs da cloqpç-
íhUr.Tiomu cia gcandc do dc Maccdònia^xcluyão a Roma^: che-
^ võtar huo), & difle Dos tomãnn efiomos venio>
.*

•rma.RegiiM* 04 trmoSy^ ot dáJíVÂt’, .^T de MacedonU fó •i^mos 0 fa*


Emb/iixAelor.Ví convencendoíe os demais, fc colligárão
^«twTegat B
whii. aos Romanos. ' ' '

Andando na Corte dos Reys CathoUcos Dom Fcr»


nando,os Embaixadores dc Portug d, enfadados por !hc
não darem dbnclufaõ nas pazes^que cl Rey Dom loão
oll. procurava aver com Caftcíla, Luis Gonçalvcz
Makf-iya,de qnem atraz fe fez jà menção oufou £aí> ,

VaraclRcyró fem mais companhia •& o defafiou a ,

^
íángur^com ranra viveza, que ven-
dt doo elRey pequeno do^ corpo, lhe diíTc Pjr venturA :

^rímo não tinha outnit, pejjoa quem me


moMàar efi A Embaixada^ tírdefafof h que rcfpon- -

* deo Luis Gonçalvez r Muitos homens tem eiRey


*
' meu fehhor mas entendeo^ , que fera efie negocio eu
'
bafiavA. E diOTimullando cl Rcy o remoque odcfpa-
<• chon iogo.
Deve pois o Embaixador chegado à Corte don-
de hc mandado, com particular eíludp louuar, & am-
pliar o poder , eftadò , & coffumcsdaquellc Princi-
pc donde afliíle , mas dc' nvancir» que não pareça
lifo n)a: fuj n de não dar oceafião a que concebão del-
Ic m á fufpcita , trattando as coufas com bba diípofí>

.
ção , efeufando de fallarcm deígoflOs paíTadbs , fe a
cafo os houve, não culpando nunqua' ao feuPrinci-
pe ; ufe mais de deílreza » .que daporha , ainda que
lhe íobe)c razão : não podendo alcançar feu intento
E PO L I TIe À M T I 1 T A RJÍ I
5^
fâça qiie fc cfqurcc dclle ddxandoopçraxDmtraoc'
,
caíião cfvuTueo hap mtftcr conrmufúcande^cotn o
,

miniâro que melhor faça as foas partes;qtiando fc ihc.


conceder algum dos cit-rpachesa que foi mandado, fa-
çao expedir com a brevidade poílircl, & evitte fempre
^rig.vrlc a íi.ou ao feu Príncipe por cfcritto;tcnha ícm
pre boas corrcfpondcndas cmioda aparte, & comuni-
que os aviíos a mendo, & tratte de faltar oom os Princi-
p> s,& Grandc«,nas confas que mais agradaveis lhe faõ,
pera com ellcsfacilitar asentradasrquandoascopfasnão
caminharem a feu gofto, nem por ríTodefeonfie, nem
lhe conheção nofcmblantcjiiemcom outros Embaixa-^
dores fc alargue m«ito cm couías de fubíl^ucia.
Pedindolhe algua co ufa, procure fazcllo com prude-
cia , &lib»ralidade , que iaõ os caminhos por onde fc
grangeão os ânimos. Faça por alcançara noticia do que
na Cotte fetratra, procurado familiaridade com aqucl-
Jes que na Corte forem de mais aurhoridade. Nãoaffir-
me por verdadeiras as coufas que tiverem algüa duvida,
por ferão arrifcar a fer achado ém algüa mentira.
.Fallc fempre com muita caurella nas coufas, que
tocarem a feu Princip(*, íendo de qualidade que fe du-
vide de fua certeza, de forte qiic não entendão, que por
fua caufa forão enganados, &
conheça que os tempos
fc mudão, de as condiçocs,nãodefefpcrandodealcãçac
à mcnhãa,o que hoje fc lhe nega. Abone fempre a boa
intenção de feu Príncipe, não Ihcratrrbuindo nunqua a
culpa. Quando vtr, que o Príncipe uTa de argumen-
tos quenão cõclucm os evitte <fem modcftia,&bõ mo-
doí mas não faça grande oftentação da cloqqcncia nos
ncgocios de ficei s, por (c não arrifcar a largar algüa pa-
lavra, que prejudiqucipetaas r-eíòluçocns de importân-
cia não ufc de repantes j tenha prompto ás carta*
La apto-
S

1^0 PiRfiiTò' oldado^


aproveitandofe dotempo|>cra as cxpcdirjdc quando fai«
laf fobreos ncgocios,não fc fie da memória, rcpaíTanda
primeiro as inflrucçocns que levar, &
dcípois da audic-
cia os recorde com didin^o.
lunto a feu Príncipe procure ter amigos de con-
fiança, dos quacs entenderá tudo o que fc paíTa ; nen||
deixe paflaroccafiâode correio, que não efereva dan-
dolhe os avifos dos correios,quc vemdc fóra, õc as nõ«
vas que trazcnijnão efereva nunqua coufas duvidofasr
porque ,eftasgrangcão mâ opinião,. &
dão indicies dc
ligeireza, ou pouca prudência. Nãodé nunqua o ne-
gocio por feito, mas indícios de boas efpcranças, nem
creade ligeiro,acoflandofcfcmprc ao mais firme j mas
auife fempre ao Príncipe do que paflá cada dia, dando-
lhe a maior luz que tiver das coulãs. Nãoavendo novi-
dade que eferever, repitta o que tera eferitto, avifanda
dos dcí!ignios,dc juizos,que Ic fazem desfuturo^erereva,
cm cifraas coufas de mais importância, mandando as
cartas duplicadas, acõmodandofc ao qut entende, que
pòdc feu Principe defejar fabcr,.& fem lhe faltar circúf-
tancia^mas não de muitas efpcrMaças dos ncgociosrpot-
que pode faltar feu «ífeito , &,ter o Principe fuás pro-
medas por enganofas* Áuile não fó das rcfoluçoens,&
difeurfos qüc fc fazenv, mas também dos que faz o vul-
Não efereva niuiquancgociosdefcgrcdonas car-
tas de coufas publicas, más enucartá apartada,refcruãdó
Icm pre a copia ddla5; não refira paUv ras dc outrem n as
fuas cartas, fem ?r mui juílificado y êc por claro eftillô.
Procure ultimàmente '^ber com toda adiligencia os
particulace&daquelia Pioviaciaonde aíTiâe, de que pu-
der alcançar noticia,pcra que toti^ándo da Embaixada*
a poíTa dar do governo, forças, áriaa$>i!í«ndas,& terras do
lal Principe. Ét S ^ . -

r " MttiÚS

Diijii ' ; Google


*
J

E ,P o ElT.lt^ Ml Í5l
Muitasvcsy:s fcpcrmmloásmtrf|hjfi;íi^ít3^
^titilidàdiç fiíJKrem eílas Embaixada^, cC^xraibz Hó;zi£
lia entre os Sabinos^ .afljmJUu‘òuítambci;n'da pci/aõ a

Marco^ÇanolawOiruamãysVctfiiiyiaj&fiiaaiijjlhccVo-
•J umijiajo itacfipo e$i)nçiçft(»^ik'erãc^ Mucie mãyilc Põ-*

,pe'o cntr.c ellc^Maiço AniPrtito»dtíôitoito;Dc« Grkíl»

Jc|¥ao9,tq\íC ás n)uU>CfCU0nrluiJcãb a;p=M qoctis bo*^


coaiotambcm n^cnoflb'Rx!j«X)i
«acns, não pude-ção j
rãofaltãp.íxcpplos, cpoaoodaaRainha Sandaj ^pa:q[
«^ítc.^bfllipp^}^•;l^^íPriqô«lií'dí:BÂH\Çí^i (ítái feita
por meio de dpaí ^fècafOt côp uíípoh:dic«ha^
jW'Oii^paídiSjJ^aüaa^’')> ^inrn laosí*!
iO n ai :b üifv ; * <••; -..un- lí
; 'Z
u , " :’v
.o .T >r.'líd •'n.L;
,

f^rnvícY \<P uLnní 1 anp .t .


>r 4
Se cernem aos fdmmtnfmde^^ “ .1

íai ,pratii,çS.mi’0, -“
f. i n„!
•;.! {'rl 20 S:iin:ját « ot.íoo j^a ii iíuir .í

B,:>a‘ '
lIflç^CBícaiJ
tmJodítft'Àt IÁA‘Anftmèd'^ipi4 hi»yé}
i|íanbjc*
q^o|wdcr«qosditdí^--q8Ç^skldiii^
n oosfoldadósicta indiciode.hüittftlal gbveftla-'^^*'*^'^"
daExcrcitoy & axada paffo vemoj, quecní fóâffeftéarú» |t i: i
co«*

do hum íoldadOymudaoscoílumes.sor^ftaèdoFbô^fiHàr;^
aQrocetita-ati iiia0$,&> jt^ahí^jnor^bèfpttfca á|;íi>ys, Afa lu; •

ctevãolettclasítudon^feô impiedades, ",ut:Í.X!S .

por bifarrias,& tornando pera cafa, já não fabê vi verd>c^‘


outro aiodo,conict;qfedeiwia'pcrdcr á íí j &íaífua pâ-
tsiá>& daq uimáircc a opprcí^ô de irftiça prê^^è^ndb ^ ,>
j
'
ar»iíenèitâi,& aDm»tiiiuk(aç5o#opf<tóindbfc á v*í<íè e6*
o poder, & iifonjados maos y^ãd/feifatewdbdiffettn^í^^J
lr>? T , •

Digitized by Google
0
l6l PeRFII ‘TÒ >^OLD ADO, ’

álobem aomakft pera atalhàr eftas defordens. Te deve


atalhar a dèaafioi 4c ainda aflfim nÍo faldU> razoensem
abooaçSo ddla^uc fa6 as feguintes.
1 . Que a biíàrria ao folcUdo, intimida mais o Ini*
a»igo,4c ocega com ocfplcndor de fnas galás : 4C por -

razSo acõmcttcndo Alexandre aos índios mandoa


efta
pratear as armas dc feus Toldados,como íizetio Certo-
no, & lulio Cefar , o qual nSo as pcrmtma ufar de
prata, 4c oure, mas os obrigava a vcftiríc pompofamen*
te,cosnohoicíàzcmos Pcriàs, Turcos; 4c outras na«
^ocnsydizendo que fic^mais animoTos.
I

Milites
C^c Tc fazem mais fortcs,levando mais qne
habebatiam perder, 4c pera com os ]ním>eo's,faÔtamode mais cfti-
gento, & auto ma,quanto mais bc|h teadadososveq)» 4c dc Ckfar o

diflc SDCtOniO.'
ora!uet*'fin'új
& ad fpeeieni I. ,Que faltando pagas aos fbldadosjfc valem do
MS wííütn®" ^^FPV&prafia qoe^ forte ocioricii^ àÍo-
patitoriicnt me. Porcin os antigos furão dc contraria opinião pcllos
etu(tioi,&c.
fundamentos fcgmntes.’
1 Q^c permittiniofe oouro & pratta aos folda-
. ,

t • dos,nãoá.vcfia quem Tc aflenraífe, nem aparcccícentrc


ti
os outros fcfo fcr rico,trcm fc cor tenta rião com os fetis
ioldos,^ fr cnapcnbariaõ pera, luzir, & cada dja averia.

'

cntfc tUes diffçrcnças , dcfprezandoo rico ao pobre,


nfc»riVf:Lapi- dçuide dizia Tiberiorj^e porejias dcmajiãsfe #
dum cauf* peu «<>-/»/»/>«. ,

adexterna» auc /
i. Q^c com cfpcrança da prefa» fc anima mais o.
* pelejar : porque a .cobiça anima fempre os
'
fracos.
5. Porque o Toldado pera Tuas galas roubaria aos
payfauosy não fofrendo ver mais luzido ifcu camarada;
4c osVenézianos tçmlcy.queprobibemaos Teus Capi- ^

tães vafos, 4c armas dc prau. /


Sc;a

Digitiz^ by Google
-j
,

t Poutmca.MiutísC :} 6^
< Sc)à »:oiiclakõ^: qiic permioiinos^aos ToMados to> < m*

das as galas % & am íâs qqe &zcin:»bcfn‘ 'âc íe«i ornato, ’


, ; ,

com as qttacsfie fazem akaisanimoíòSf& Cau^^ê terror >

ao Inimigo, como fàõ penachos, pclks dc animaes, Ti-


gres,' UíTos,Lobo$,dos quaes atè os Cavallos da Inimi-
go hão medó i rórneme não de,vem ufar dc pedras pre-
ctofa$,ouro,ticm prata no tempoda pele ja, mas fó nos
Arra7aes,5r vtíbs com o Inimigo, nos trattos dc trocos,
ou dc paz,& ifto não todos,mas fó os Cabos. ou refor-
mados.‘porqucmc lcmbra,qiieavcndo de pelejar Ale-
xandre com Dario, amocíVavafeus foidados que não ,

remeflem orerplandordo Exercito Inimigorporque ti-


nha mais de prcfa,que de pc rigo,& que a vitoria fe al-
cançava mais com o fcrro,& braço que com o ornato
,

das armas:porqne' o ouro,ncm cobria, nem feria.Tam-


bem Annibal cepcehcndia o Exercito dc Antiocho pcl- .
^

*
Io outo,& prata, dc demafíadas gal£fô,que fó fervem dc
incitacetn a avareza do InimigO) & Metridates vendo,
que os Romanos fe aproveítavão dos ricos veílfdos de
kus foidados , Uicnão permittio que trouxcíTcm mais'
qurnnQas,&.cot}ras.Ptouvcraa Deosí,qttc os que go- Cufu$* ca*7iÍ.
vecnão,introdUzÍTão hoje cila política. » 'fazendo em fí

exemplo aos mais » comoo fez ícmfwco noflb Portut confuiarM Ex-
gGczvVçoiatOydequcm coma hum;Author,qucnõq«â tívíaíSmi
mudoude habito* prezandofe dc íèr no trage «uai aos tamUteb^
«.is foldadoí.-. :..v- nL
. .
..
fri"”**-:
Refere huasAtirhordoltttperiídor^HenriqueyV. fi-

Ihodc Encobarbo.q ao delais de fogeitar Napolcs,&


Sicilia.mandou feus Embaixadores ao Principe dc Bi-
lancio Alexo Angclo,pcra que lhe cntregaílc certo tri- bdiatccxperit
buto,intimandolheguerra,fe o não dcflc;& mandando
«3Qrc^ vcílirosfeusdcgala,& ornandofe delias, cui-
dou dc intimidar os Embaixadores, ^o fóra cftiverão ,puíííl^r'J“
diilb, wtetuc.

Digitize-á by Google
,

^ %
HkiutertkHi. -4.iíro,^Ucí iPK&osuvctio pof afemiòados,^ CB viciScc*
P E RITP « I T‘b ÊO I á

SgoS^totel’'^ <lttC tcndfií^^jülos Cffc*


fali mutificé. trado pcUa Grccia»coBi o Capirto Brcno^iefpedipEm»
paratuepuluú baixadorcsa clRey Antigono,®ffcr«c«ndolh(s hãa paar.

cliíu* 'ofitii
ü*priiKÍpaljji^fliò, V '^bf r ifc fc-davãiE^
auri . argenti^ *wais ágUÇrra,t|UC ás d^UcÍa$^'âDIteCcbcodÓOS4lèi7 CQIXi

taátMat^pra.
po*^P^Sfcftas,& ric|u€2as»d€ira col»^a dcifo»tK>s Em-
dx ubenate ^bajjudorcSi, &
G6 fcz veaccr^ donde fc conèi do G rana»
tk>r«”quà^el
Tamorlain, que ÊOck>s ©s dias punha na mefa^hBm co*
neraiittiiv»tu..podourado >^£c)to.dorcaía© dr hMrti Itcy viBnciday’cnv
*** que tinha eftc \i:ttçito:í^c9ntjtrehifa di. ímferia»lheof
ferJ<ur»feM Reym que pódaíêrvirdu rícaemento aos ;

Prindpcs que antepõem áconfcrvaçâadc («usRçynos,.


aambiçãodescquÍFÍf outros de novo , arrifcando os^
jMtthM
^^spj^opfíOSíporqtte comodizrhumAuthoi:7ríif^¥*»
intbftr. d9‘0( oonjidepar 9. Brinejfe^antrsqutfedelibe^ * rom^
^f4^//fK4
gitfxrg fifn algu* emprefa^A /aheta t^uidâde. dÁ CAufty,
dtfacilidáde do vcncimtnto , ^ o fritfh dd vi^orU y por»
^ ut faltando algum defieí retpuifit9i,dari nota^de ttmerd»
Nõofiltão exemplos cm todas as idades, dos
>1 •
'5 ’/
« o perdesão.o groprio,pot aequitiro alhco,.rcccbciv*
<iw_c
.t b 4o mais daBino,,.áçTpertutbaçãodc íèus Eüadoseom'a
yj li) .
.yH - 'O vi^pria. [Pod^rtdços Rofuauos oceupar a'BritaDÍa^.o
.'3 ’.)'»>

,
#l9íftPÍílPjP?<?:^^s^T}.-.porqucálcra deos não .ten]crca%
7 9 proveito que dahi icfpcxavãP «.eoiniK^ •!•
110 7 , ',)
.! "ííi

1 íi
parado como gaflo que avião dc.fiatífiit»! íjtín i

V Ã" :í^ÇI 0S
;
)
.r-=>
'
íí qocilht awão •
d otjí


M ~A\\. lí 4 Cidçijcir,. hedosní
íf»! ti
.
|'.i '
S!.' . f.>:
' •
ii.i
"
jit,\ I ^ a > I . *?i. *p--r:a >;}; r;. ,•/ «.!•< •,»>. '
'

h ti*.i

)IJ
iffí -«liiio 'r.liLiy. ií.OíCJO
»,TJ il /lllfí
ff
-;i;íaiir.! 'illi»;. -i“ vS ^ y’*3,5:<£;! fíu . l .<0 ii'».' .»

yinntiiiml ot
I j y 1
•iv io;.riy'ix|o
.3í.:3* ‘i
.

b?. iibiíb ?fch A 'íbosiui ;!0q f pf3


Gop f’-]^ ^ .. .
^T!C^ s io
\.r’^'?i;(>.' lijilc^ i.s }/ >>'.iiiuri
?

íN
rM '*Líi
^Jf^’Hí
. :

.
y ? »'i *:í;ir! tj-/! ti'4 &ar
^
<De mmtm ámertemmp tm^mtfpk
>fv
o.-' >fi-
ii).-'
í
í

'^ >-t/at'.u>f.n,i'j->
^ i'#:*
J> > ^ k« Mr^-'V*
j'”3 <':T' .*v*
Mj AM y% MM
? ''
" '-íio
*

) c
'
w ri i .iip,r,‘í
, •
I
*>':.i / r
•c/Voí.
*- . > i'V jfíf.n:. f.y 1

o •; : '. •-
'-f : r; 'no^.v-r jt,7- y-ii jb; fitj jíoia

D e ve ò GõVèifhaybr íeV ém
militanpbrqucò-drxo embtitras nSàitíití^
dc cmmcndarfr,mas errar na batalha,' ’h3Ó
eramenUa algúa:& não /ódeve ei^íínái^cfTa dff-
'

çiplina,nfKis obferVaUaJAmáior fiirtndb^’iiitdríf<>n\^


díSSlí^fiií»

rçrfí

tm ScTcbrioifeir íabec-cleg:cr,'oli reftòi^rbs Klb.nbbr.


ídénos rHco corre na occafiâo c^Ciíijít5o*v.xftrlrn^áH
prevcnioanws dtHarinâo tí^^ dcgcnrti^t/bnlTa ^ra éf^*
pTcfas:por<iíue‘fcvargeriti.* fera cxpctiétííáb hé ievar cor-
deiros ao cütcto ,v]<5i vendee a jrcpu>ac5o‘à j5tcç0'drírti
fehaiar tóís^fc dc»ê fiar nd boa*"dífci^lfní dós ftns fòU
dados,' què oí iwutódãchdcldes"; ‘porquó’díVa perded'
muitas vesaes a vidocía ,• dr acjMdUafcís-gTãiideíliíFcB*
tos, trattedctonwrtO Èiimigomais com fotiac-,' ctnbbí*
cadas». cílatiagcmaisV aíTakosí* -ou tenròtí9,‘'<pâc''tÓmi

judas ;or nadas, que neftas tern mais


tona, 'qd^ofator^;: -^ Íenf!wdnt^uè%d^é^’fi3^^ai^
V IC2CS v^fledb up o «sferve.-]^ rqiKffiidb^í <fHi68dÍ
militares Gchfgar a rcnrpòj.hô meió vtnciiUcnt^^áS
qnem madípgaidwga a tciiipo^ dc^neífi
po,'vcnc«- Em-íblksaàriôc^iHXÍeSéfGlhímfft^j^Bflfifl^
ftâo paitcuta A)deiciiidif>ft»y>dOfn^^iMó’y
wU qpebcaittoaodjitiiii^ot^^âlósy^èic^yxi^H^}

Digitl^ied by Google
Êiça pois juízo de fuas^forças « & das de fcu adveríario
rio Ihc^fiíccírdcrá íh>l,icònWc|cíÍfct$a dt <juc
mais vál müitas vezes òfitiò,quc asTorças.
. Ajprcftcza na ol>ra fcja muit^ porque à vezes moq*
^^3iaÒí<>irCC>iftíç ò p^er 5 v'qq\Si[:^Pilaç paíçito Síldídao

que todas »s*rvczcs que qqcr,não toma entre os lc^çocs


a fcli inimigo, <jue a ir^duftHa c«Í<íadófa,géra mais for-
a natureza, là ttwis tltç a fua gente a batalha, (e«
tes, que
não quando a vir confiada pefa a viâoria.Procurcque
nãofcjão já fabidas fuastraças.com que quer vcocev o
^Inimí|3p:pqrquco,fi*h«0|cW & p ufadodefi*
pteicL ^aliga ao inimigo desbaratado: portpic ferà
-

daríhe a vi£lofia,quc tinha recebido cara, muito a fcu


íálvocomadcfordcm. Veja fc poJe mtroudzirdifcor-
dias.pptjçefçu^ Iqimjgos: pprqfie para deftruíU^s, mon^
tâmaU_ 5)íint{iarcco odio,que,pfe qqc cftando mal
avindososfeu^tantoic defçindãP.idc pffendo-,quanto
^attão dc ofTcndcrail mcfmps-Prepare os baftimcntos,
4c vitualhas.* porque a falta d cíics ferà mais vencido dc.
fua igt>o|raiscia,, quedo podpr Inimigpto que ferá bcn>
que ,fe faça, ttattço (xrni uankP^s porçtn o quedetermH
oadatnête pu^irçi: defazer» comosíiiçpos, 3c mais ficit;

porque ppjr iílp os ântígos trazilopinudo o Minotapr


rp nas bandc|ra$,pera dar a entender, que no intimo d.c
^Hpcjto,dc^ç o ÇapUãpefcondcr fpu CQq(çlho,çomo
^fa^.qpont?,mps^ .• r; ',..p . ;

Prpçprç^m.«Kfl4»rfct« fotdjdqscom 4pehíi.^.tc*


^qp,')iina^nííq»pqd4ç^ fó;Çpnjo pr|Cattio,.af.^«ípcraDça
çí^farámeibotçs, Mpárosi^Scrtotio a Fofopeo, que Q
bp^Ça^íjip m^s badçoíhar.o.^azadó^quc ofututos
i exieedtps
t' íi.K3^ftf^íi»dWfrf«ôos,4fc nSoPsquc.criçfiw^
r^duBidftiJCBiCPUi<dha&
: v

Folitifc^a Mitf T Ak.


nnxis iúoderádos»t|ué por iCo diifc Locfo Paulo
têdo 9 óúmOi^ti» firid vtihêttos tofiumtiysinÀd que frf-
fe mofo ndUdíieXííe dc artc^aonde a forçanão tiver
gar, íembraodofc dafcutcnçadoGrão Lizandro, que M»Í4dMsjm
^*^'*"*
íohia dizer ; o Generdlfe â-vU de armãr hum ve^ess
dc/eãe dtUÍo,9tUras der*p>ú:(^,
Nâo íeintifnide dc ver a ventagS» queo kiimigo ihc
faz nas forças coTporacs:porque baftaripera o fazer he*
roc, o fazciiha na fortaleza do animo » qae confòlc na
Datnr3l'prudèncra»& ca'pacidadedoanéxno, aeqiuirido
na militar dircipiina;& (eccón ifto lhedevemem roíYo,
-re /penda com ^ipiao Afàicanp^qutdTZtndpIhe honz

^»e náoeTdt&ey^emmdU efirdgi fdzÀá.n9SÍniuà^9S^ de


tempo Aa peltjA Rxfpondtfo:,^^^»4^o efdmutto ferque :

Cdpitioo farsra fud Ê‘de Cayo Mario Ic ccwaou»


Uaíemclhantcrc/peiVaij'>2>t‘,-íh/ ^
/

. Saiba livrar dc ti^morfbMfoldadoci cnchendoos dl


valor, com evidentes razoens ^ que ifac ;abnazem o cn^
tendimentn: porque na imaginativa donde fc criao ici
inor,tambem fc cria o vaíorrJc valcntiaj & corbecen-
doo foldadò inenoro pcrigo,íc esforça roai«. Valbafe •

das d(fordcRS[do lniniíg;p,pcr3 com dHigenciaos debi.


litar, tenha fieis cfpias; pevv». tre ícus defignios , laça as
marchas moderada mentc».c (piando prinK iro os lugares
íofpeiios, mandando íempre as tropas à vifia das outras
pera que fc dem as mãos não faça cftrondo dc noite;-
porque as orelhas faõas que então vcm^como os oihost
•••
dedia; o; -';j ::;õí;í! u-
Não prefeme batalf», qtwndo vír que a perda ferã
maior que o ganho, nem q uando a lua gente por nnmo
ro,& valor he igual ido Inimigo , nem quando pòde
canfar o Inimigo com a dilação,como fez Fabio, nem
quando lhe vir tantas focças,qnc a& não poflàconfervac
noidasr

DigitLixi by Google
.^nOíLíUí AB*<Ç X

'MIÍÍ43S'); loáqUaodblIíiitiií^^^ lakQtgòdieleaisdb nla

l^^gcat^yisemquá^oio vÚ’Cm.iiâ9dí;^.c<i<^<dòf éc<m


<)ãtado c%cra >nò«ros íbocorros«;ou ai^acdo<Ícpazfpof.
.4 q.Q£ o rccuiiir a bai;âha ncücs, & fchiclhántcicaibvhe
prudsfieia,como.vcf7 Cct; ..^v:• r '.
;> r.ulol
Aprefcntarà batalha, quando ]èntciiicr, qb^>cth brò»
Jrtf fc pódcávmigfnicntara&foiçasno. loxtnigòj &dc!lmi-

Aalremfcasiiçifiv óu qtiandotaobqo ccna:c/pcranç'à


de/aàrariâonpfo ,.rou/qoan(iiQqtteènio fo canícr^ano
fNxxpd^,maSiacixccbtatoiaipcno^ oucfQatido cfprra
t

gfüogetf atcepiuta<^3ot)>(mUda4 <ft^qubfidbh'a^ dciíoc-i


cofc6'adi]|^afeírtalosa^ iqu^jtocdajcii^acnin^a Kp íg-
fiãofpilciÒQúOtrxidt^ «^uq^^adnootiho^tr^a^dcíb^
<Í0 Iwmigowou quando^eijtcndcr tcrgcntbfiipcrioT cm-
i)jumoro,&:vaioiV4v'akndQ&4o coolfíhoíic Xctiofouf
tc.*porquc dc ncccflidadc^diz c\}\tOf£xcoc/t6S:tíaxmi/KÇ
iáf miotí£9)lliu/nKV!iàttkthif*fé^.e^ja^^ ^Áao
ánméftJk^SoHm girirdafTc quando íc codiiitccrtracoifili*^
ba acOBKnktcrintrcptdamcmc, quaqdo fc vir vr*nfijp^
fcafin^ temer o Initnigo,;& (COlhacdcfcuid^Klc} )^u^db*
4c noirè o.que osíbldados^lião dç fazer tkdib/ Si
faaMc íesar reucaQipaifiigucqfporviaE targas^dc
taf).çofnoha deaflãítaras.praiça^&tttiraf ícçcoino
faiáos rios, & faofqucs, coitiodcíendtràwíetisda Ar-‘
tflI^ri^^.òuCavaUaria inimiga. Nãb^fcYeu EjfírcítO'
dft.(iftrdiff 2 adchiim pail^» ou na íubliaiidiide de^âtn

ftfíp^ou fia força dasLtriochcifs^yOU valocdbbue» (o ho^ i


inemioii finalmcnte cmhüa
lÓ coufarporqucconheci-i-
ddibOa do ioinoigo ,facilmenícaatalhariapoqdotddas
fuajsrforças em.vcncct aquclladi^culdadcf emaque lhe
via Ai.aioT confiança? íp qucr fciflnvirnciçdf confie ho e
voloociff ídagcaicct/porquccc^cfta confiança Ãão def** i»

confia4ião:diaA'i4bHia.>. aiíéipACi^tâl^idabi Â.márt< doe^»


^ foldados»

iii
ePoliticà Militar? 169
foldados, raras vezes hc fcrviça do Príncipe, devcfccÕ
valor receber, mas minquabufcar; buíque modo de o-
bcdecer fem rifeo de nruitas mortcs:pGrqne precipitar
os íoldados não he cm beneficio , mas em dümno do
Rcyno.íc humprcjudicialdcrcjo de gloria vãa, cõtra-
rioaboa política militar. A vida de hum -General, hc a
alma do Exercito, & não hc maiorvalcntia o combater,
que o mandar hc hum inftrumcnto da grandeza do
j.

Príncipe» & íenão cíHma a vida por fí, eítimea por feu
JXcy , cujo Exercito fe ha de íalvar pcUo braço de fea
General; pello que concluo com di^r,.quc não ha ma-
ior valentia, que governar bem hüa b'atallli, donde a re-
putação, a vida ocftado do Ptincipe fc expõem nas
,

mãos da forttina..
^
CAPITULO LVr.
D e alguns documentos pera as. *

foldados,.
\

N Aõcõíifte a valctia em dcfpTezar olnimigrjpor-


q em boa Phylofòphia, maior hc o esforço dõdc
‘ocoração hc mcrTor;qnalqúer pequenofogO a-
qticnti cm pequ^o crpacio,& hum grande^ cõ muito
fogo apenas aquece. Pofèm na minh.a ophüão,-não cõ-
fide a valentia no coração , mas hc partc daquellaMma-^
gioativa donde £c cria o ccradr;ha óauitos homens êòm
faude covardes , &
temeranosnos dilirios^v'o que lhe
promana do calor da cabeça, q fcproccdéraf do coração
Vna faliisviílis
ícrião fempre valentes os febricitantes. O
entendimen- nuilaai rpciaie
falntenn.
to ia z valentes, os dcfefpcrados í.'cnli»andoihc não
aver

Digi:- :èd b’,


1 70 PE R..F E í T/t) S,0 t » 4 D 0,
aucromro caminho pera fugirá morte, xjuc illa bufcár.;
•As razocns,& pradicas dps Gcocrac.spódem mudar a
cntcndimcnto,não o coração, logooaqucllc confifte a
valentia,^ não neftr, falvo pclloquc tem de principio
dasopcraçoens vitacs: nãobuíque poisofoldado vale-
occaíiocm , mas eocontrandoasf iça oque deve;
te as
prccipicio hccftcda mocidadc,quc.créfluc averd.idei-
ja prüdcncia conílítc no atrevimerreo « devendo corfi-
derar, quebufeando famade valentes .'caem na faUa de-
temerários/
He a valentia híUcoufa, quc cftando cm nós, fenão ^

conhece, fenão côa expericncla^muitosha, que na oc*i


cafiío fazcmixiJis do q ciudayão,& muit .'S, muito me-
^s/os prudentes teme o pc«go:porq o confidcrão,ma’i
achados ncllc jà não tem que conTidcrar, nem q temer.

Aá\ziX\oS^\ji^\o: ~^Memais nf^erâmentefi ettJiitgAV4
'
em Rom* AquelieJsldado que dado 0 final de recolher nao
,

deixava a batalhatdo que aqueüe^que Aeüafugia : porque


tnenps fedeve cafiigar 0 covarde , que 0 ino/bediente. Qoe
'

niílo coníldc o ganho dc qualquer bom íuccciro; não


deve o bom foldadoufar dc replicas, que raramente fc
òccupaotempq,3c lingoa ncllas,quc ícâchc jà cm que
oceupar as mãos na otea/ião: bàáantchce(lcpfcccih5
(da obediência.* &
boa pacte adartitulo aqu^quec
cila
homem, dc bom foldado* & .orcplicar fera tempo* a
qualquef Toldado lhe dàitomecic roún bacharcl/qucm
itagucrra faz coufa vedada, ainda quHhc íucceda bem*
& íogeita a pctia capital. -

liHunqua deixou.de palfacpraçaxJeanimoro.o Toldai


.dobcni dircipIinado,dcninguem cccèa fazer aq\últòe na
que fabc, quçjáa artço tem feito deliro, que eíla cri^
bticspcrapele^r.. > /
'

Mollrateadcftccz«4aiiPOi Toldado, (esoteoipaque


'

.
' ao

Digitízed b’y Cot


B Po-LiTicA Militar» 171
aO$ outros perturba o temor^clle fe akgra,&recrèa com
particuíar goftormais vcnccna bataltfa o brio dos hon-
rados, que o esforço dos valentes. Veneno hc do müirar •

valor, a perguiça,cujo*anridoÉohc a temperança noco--


n^er,dt bcberfcom o trabalho^ôc exercrcio fc grangeâo
novas forças,& agilidade.
Sc houvera mudos que ooviírcm,dell‘cs fc íàzcrão os
bons íoLlndos.* porque o foldado fillador he incentivo
dc amotirndores, & o motim húa certa cfpccic dc fre-
nefi.caufada da ociofidadc,quc hç a mayor doençc; &
aflim o foldado qiic tem inteira faude na diíciplina mi-
.Iirar,15vcc efiá dcftc achaque..
A'ígalíasdchum foldado devem feras melhores ar-
mas qucaqucllas dão cobiça ao Inimigo, &eflaslhc
,

cauíaõ terror. Não íaò os melhores foldadcs os ouc na


paz fc prezão dc valeniest porque ncc( íTitão de dobra-
^
dadifciplina^bú I pera aprender a guerra , & outra pera
fecfqucccr daque trazia aprendido na paz.
Tomou o Exercito o nome de exercido, faça pois o

foldado efle por vontade, pois o ha de fazer dcfpois por
ncci flidadcjpor ordenavãoos Romanosjqueos bi-
illò

fonhas hzeflVm dous cxcreicios no dia,& cs vete ranos


hum; porq fcm cxcccicio todos.íaó bi(onho?,.por mais-
annos que militem.
Procure ultimamcntc o bom ípldadòavcnniarfc cm
algum f^itoaos mais,ptra que o Príncipe o honre, com
tanto, que vcndòfc honrado, não de cm dcmafiadode-
fejode viver,arrifcandoícá nota de covarde. Eferevefe
dchum foldado dc Antieono ftcy de Maccdonia».que lul-Cíj. Simtlt
r J r - J r • J • -
lendo enfcrmo,(5c muito dcícorado,cra juntamente tao uftn s

esforçado, que não-entrava vez cm batalha, que íenão


linalallc cm algu teito,(Sc ordiuariameme contavao ma»
ravilhas de fciicsforço^aoRcy,o qual o chamou hú dia,
& lhe

•Diglr-
,,
:

173 pERFEiTtJ SotDÍkO«í


& Ihc áx^txA frmeirâ merà^queU querofi:^er^ hepro^^
curar for tua Jauie^qfce quem taofalto della^ ^
tèdoa tãa<
quebradalquebranta ao Inimigo, mait xi quebrantará fe a
recuperar.?. cncorMcndandoo aos fciis Médicos cm 5 re- l

vco dctão fam:cnnobrcccoo o.Rcy cõ bõra 5 ,& riq.uc»-


zasjcfpcrsjido q dahipor diantcfoílchum Saníam;mas
o bom Toldado mudsndo o biíTcxtOvdcípois que íc vio
fam, retirava o corpo às occafioês perigo fas.ià não entra-^
va pcllo meio dos Efquadroens Inimigos rompçndoos,
cooao de ames coflumava.' chegou a cou-Ta a tanto, q as
hiíterias que dantes fccontavãcwJc feu esforço, crão )à
-

dc Tua covardias fcllo cllc vir diante de íi, & lhe diííe;^
Porventura es tu aquellefoldaJo enfermo que eu entreguei
aos meusMedícos^ áe qxum me tem contado gr ande.s esfor
ços,ou morreo,é' te put^erao em fèu lugar ; dr (è ajsimfoi ,
^

nioandárão-bcmiporqueptiddrão dar me entfeulugar hum


foldadoeffircado^dr nao hum cov ar desconto tu e^. Rcfpõ-
deo o foldado; Verdade he fenljoroque din^s^ tetu Medi-^
COS metrocárão^HAo no animo, ou alma, mas nocorfuj^ que
ainda que he 0 mefmo^eu eíratto cemooutroporque quan-
do 0 tinha eheo de enfermidades, ^
deres , acompanhadas
'
de pcbte:fa.iUr.ha por grande ganho operdello,(^ a vid4,& *

aftme aventurava faeilmcnte a qualquer. perigo, por dar

fm a minhas mi ferias-, mas agora que me vejo com faude.


5ii:idòÁis aoii ^ rique2a,procuro confervalla.
onod”in*tlr fi
Tcmos concluído com a br^idade poíTivcl cfte af-
doftisquoqne /utncío.quc tambcm mc fcrviràdc concluTaõ a autho-
dirplifiáfarcat;
<)vioH doirã, uO rid.'fd<í'dcScncc.i,cm quanto fe aos tndocrosriao
quod miroT. cexicnto,»ão ha dc que formi^’ qucix.v.porque tenho 0 que
Scci.c4^,fini
Niillá tnots c- deftjava; cr/eaos doãos defeontentei, razaohe,que
mepefe, mas nao que me cffantc, que como
ti.11» (i>\trsrça
moriatur ícnc.
£t'!rc contigit dizoEícMití{[[co:j>tunqua mor-
fcribentrlius.
' re> quem efereve,
REGI-
REGIMENTO
DO AVDITOR
G E R A L. . .

6 * I.

DVQpEdcParma , ^Palencia,
Tendo razão , q todôs os qnc tê car-
gos, pera q os adminiftrcm.bê ente»
iíãoo qdcllcs depende j óe o q lhes
tocalião tedo vifto atégora inítruc^
ção,ncm ordenança algiia do qtoci
ao cargo de Auditores de hü Exer-
cito.nos pareceo mãdarpaflar a pre-
í^ente cõ>iiía declaração da jurifdicçao militar, pera re-
mediar algu us abnlbs,& q faibão agora, & fempre o q
cada húha de fazer, pois alTi cõve,& importa.muito pe-
ra a confccução da boa ordem, & difeiplina doExcrcito.
Alexandre.

4
.

*74 ReGlMÊNT o
em quanto depender dc feu cargo, tenha tanta authoti
dade nascoufasde juíliça^ quantao Auditor gèral , Õc
' • que em tudo o que clle ordenar concernente a feu oífi>
cio,ninguemocontradiga,anieslhedem a(n{lcncia,dc
favor pera o qual lhe tenho dado todo o poder , Sc au-
thoridade, que temos dc fua Mageíladc, nas coufas de

'
s i. 3.

OA uditor gèral terà ettidado de manter a authorida*


de,furifdicçSo,& difcipíina militar; porque a nòs como
^
9 Capitão gèral, & aos Minidros de guerra, pera ido or*
‘denados á caiiíà de feus officios»&cargos;toca o conhe*
*
ciméto, jurifdic^ão.dc determinação derodos os caíb^t.
. . ,
qaefèlas»& dcli£tos,que entre o^ Toldados acõteccrem* *

& mais gente de guerra, Tem que nenhõs outros luizes^


polTaO tomar efte conhecimento, ou ;urifdicção direc-
te>ou indercdc,por Ter contra as lcys,í^ privilégios, 5c
do contrariò podem nafeer inconvenientes^ 5c cõíiiTaõ»
/ vindo a fer os Miniílros de guerra mal obedecidos» 5c
ic%ciiados. <

4 *
I

Dc maneira que hum Toldado não poderá Ter coiu


* '
^^^*^*^*
eâúditvr
rMáfterm^
nem divida,ncm por outra algüa couTa/enãofor perã-
t*üÍ 0s Auditores, 5c nchnum ourro,c»:epto cm acçoês
fU%-
Rcacs,hypocccas*5cdcTuccdraõ’debensderaiz,5c pa»
trimoniacsqsorqnc em tal caTo cada humpoderà ptoTc-
guir,5( pedir Tua judiça,,Tcgundooscoftumcs, &
ante
os juizes do lugar onde cftivcrem 05 dinot bens , por
ky dos Emperadotes » ícm qucrci derrogar oí^rivilc-^
gios^itares»
.J - . .
Se
-Oii, izirJ by Gt ogie
DO A V i> I TO fl o ER At? «7t

'
Se algum de medo dc algum deliâo, ou malefício q
'

houver feito, ou por defraudar a Ccus acrédorcs,fc fi«ec


fojdadoynãolhe valo privilegio, &devcborrarfelhe a
praça a requerimento da juftiça , ou da parte. Deve o
Auditor gèral,determinartodosos pleitos civcig,5r cri* gfnre

&
mesde todo o Exercito, naçocns,5c gétede pc',&Ca- */^l»
vaIlo,aíri dosdeprefidio,comodos de Campanha,*quc
anieo Geral, ou feu nome, pedirem comprimento dc
juftiça,rem cxcepçãodcpeífoa.


s. 6. ^ .

Fftàobfigadoo Auditor geral ex officio, inforraarfe


como por correiçãoi ou devaça geral dos malefícios , q
fc fizerem entre qualquer gente, & naçoes, que no Ex-
ercito houvcr,& a proceder contra os culpado',regã io
der juftiça, fcni que por iflb fc aggrave alguém;
porem tainbc não fc mcteràõ em coufas que polTaõ to- -
çar a Auditoresdos Terços, Mcftrcs de Cãpo,6f Coro-
néis, t\- luizcs particulares, ftnãofí r por dignos rerpt i-"
, tos,& qupirdo convcnhaiaocõprimer.todc )uftiça,con-
£ervaçã", & authoridadc da difciphua militar, & géral
doExLicitc. , .

' • •
V
7. .

/ íT. .

- As coufas que importar6, penade vida,& particular- C/rfís m foa


tncfe por crime, L*fat Magcftatis,rcndimétodepnça<', /ó « -

& lcinvlhat?s,raõreferv.idas ao Capitãogéra!,& a/íi’ao


Auditor gétal,4c a nenhum outro toca julgallasi porem
*
iiãorifjlverá nada rcmcÕ!iianicaliocÕTcr'Géràl,VonTÒ'^^^**^
tainbc as demais que forc de momento, confcqucci
*
& '


* Ma asquics

Google
.

:REeiME!RT'<>
jisquaestAmbem comunicará' com o Meftre deCamjpò
gèral,& cü aquelle q em fua abfgicia tiver o mando, &
cargo fobi c a gente de guerra .Porém fc cftando abfentc
&
o Capitão geral, Auditor gèral, acontecer algum cafo
repentino dcalgúa defordcm,ou motim de foldado?,q
convenhí fcrlogo caílígado,pcra fervir a outros de ex-
emplo, fem que fofra dilação; c m
tal cafo o mais prin-

cipal iMiniftro dc guerra, com qualquer Auditor q alli


'
fc achar, poderá fazer a juíliça que convier.

f. 8.
V

E o mcfmo aos meímos fe permitte, que poflaô dar


pena dc morte ao que fizer alguadefordèm, 5c o mere-
cer, cftando longe,& fóra dc mão os dittos Capitão, 5c
Auditor gciaI,falvo íc for pefiba dc qualidade, 5c notá-
vel, que ncftccafonâopoderáõos tacs palíac adiante,
_ fcni aos dittos dar primcitorartCíScretratandorc da ?i-
pefloa dc nicnos qualidadc,naoconcordarcm nos
éo vem 40 Àtt~
Mteriirsl, votos, o Auditor, & pcflba principal da gucrra,ou Mef- .

irc dc C.Tmpo ,, cm tal caio recorrão aoditto Capitão

. geral, 5c Auditor fèraJ.. - .


• '

'
I ff. 9 ^
-
->
Dos dcliâos, 5c
malefícios que íucccderem entte os
^ ^
foldados, 5c gente dc guerra , íb áo Capitão geral toca
f rrdtts tc(4» f32cr graça,!& pcr^o,& dar falvosxondu^os,5c rcmifl
*
‘ dcfpois dc ayertido relação dp Au4itor geral, pdlas
Íl/IT ‘
infqunaçoens quedo caio fc hoíivcçcm tomado, rem
.
que outro nenhum pofia ufar defta authotidadcffpbpe-
Dadcjmílidadc,5cdcfgra^adelRcy, A f
^

ír. .1'.^

5. IO.' Ósi

Digitized by Goògle
JU
ôo A v«i T o iu Gxi A hl t'y
f
.c • :,•> tfr •
. '
< iJ , T í .

'
L*5.' vrlí ;.c ni
-v'i v> I - -t 'íj; i-t»

Os demais üfcltòs;étdrfferen<jas qhoarercfltrcpar^


fes dc hú mtfmó rf girttiito,ou terço, ou prc(idio,toca a
d\'WigUaçãò deilesabí Auditores, íí Iui 2 és*particulafcsí
pòÁfá^hàvêé&^dckbíeiw diíFçrõfís terços»
«U preiídiós-étsi! caiA»cí^«s»c6formea dereito fe gui-
tà o Aitifhot ofOto dó Reò , & « parte qóe íe tiver por Aggrâns”tí
3ggcavadâ, terü íèu rdeiitíbpcta o Auditórgèral, perã-» rtcwftMA»-
•íeqüéiúí Pc podVrá appcíIardctodas,& quaefquer Tcn-
t^i^ds dadas pcllós Auditores, & pâttkUlárciv faivo cni
UiiòaéU^quedddttdiiOUSóha^a IbgàV de<'ãppcllaç3o^
pòr de pouco moiUcmo comoem quai^ia dodez
zados iôdlulive.d^ hoque toéar às- couras.criminaes,
éO^kendcrdas^flbashâverá entre os Auditores dedi&
ferentes terços lugar à prevenção,com tanto q«f feitaà
as informaçoens fc remeta o prefo com o trdlado delias
a feu luiz; porém ofTct^ qendofe algOas difTcrenças por
cafos de honra , que cs Capitães com intervenção do
Aieftrc dc Campo, & Auditor, não puderem com pòr,
Ar apaágDãbírQvoaftarào rccurfo do Màíicd dcCaudpo,
oo Atifà^>t.gèrai d0^;tCBci«v >
-
> >

'
:
-
M. \ ' jr . > . • . • i I

I í;
_• :: . nr-H,
1 0s Aí^ftiíreà piuHcuiéi^Sterl^ifluliem juríOiceSo
tlvcí,3^' érinitnaivtddá ft&fbbèé^tèdé&uvpeflbas,* Capi*
Hcs, Alférezcs;5Ê ouUios ólfkilks^’fidMadôs, vivãdciros,
& fequ ito dos f trçosv porém íiio^oabfoi 11 ta, porque
ferão Obrigados os da CavaUatia ao 'Oén I dclla, os doà
terços aos MedreS duCampó y At^é^tfós prefidios^ aosl
ÇovciuadotcsdcUcspera lhe dar couta, i comunicar
a -
Ms w<i»s

Diyüliced ly Google
'

,.T RE^bi^íxTírro. /- í'.


a
todas as caufas criminacs, & civif, qucfofeiB dc mo-
mento, como dc trinta <®i|zadokarriba,porquc lhe faó'
dados por aíTcíTorcs, pera as cauías da juftiça,& não pe-
ta qp^ifonhão iwí ^
aãí?«QB*t!nâa^;por«m no^cafps
^ o«!tro.s-(ffc- ^ íc«ata|:,dívM
da.dc feoaradcalgiin) Capit^q^\o^’Atfffíç?^,

ditofgèriUQm as Âfifbciaa^qjs,, ,4^ ifO|^<Í0ipW!PpfPe


^ pcra'qi^fl
çpm fcw avifo > A .P<vXn^,faTtÇ pWf»^ dq>
Auditor gçeal^tcíbfs dífl5nitiv?í,.Af
. nwnciirão os^top.Ayditorc^as fcntc^i^^ía^dqbaiíPflfe*
ftaisnocnçs» : ò» jW? fljgão,dc/i?óí?,cÍf,
Uv

a» fári^ >;c^íía^»ri;C(^<iOdf^r^;íçqS çfcrívã(Ç8, <q^c


sâói>br®wíç^4<itfir, ficwa A kaMy&;raP'bcna fcqs A»?;
^az‘» pcraiquc^i» t»d<>Xjf:g^dc.Pi4cf QXP>
Mjricj riioü íO:n è‘jHrj-i,'t

,;r,!; jIv A no u.Í'jí'.? . i


i :.Tjaj'.rn'*o!ni
’j'>'! fj^r/ün
:i- / í: /:nr~ lí'/. :í .: ;

c.. o.i.;: :•-* v- .ív’>-- •? L ,r'[j


r-o-^ i:-; ;
, . .

iT.,'.ríí j
/J ...Lu A oi:i /roj
.!s /'>q;ni.J .•.> 'j 9 Í)‘>ívu

/; ^Xújtoòdfinsdô^.Da ^dopoDcntOjO» profídio,A>^<|taii^


chando o terço algum dcJõ£bi''«xrÍQdriá;oAuditcí.6ili
suftnciado Meftrc de Campo, ou Governador, cm fra-
grante delido, mandar, prf nder^s delinquentes , fem
^
haja de aguardar, nem diffcriIo,ate comnnicallo com O
dqq df <Íí^iif| q,o^-í^ 0 veiaa^(;^^^ porqupc «0 ta I
5

diUç^.não peccç^ilÇpsfqi^craxdçA jufti^,da9dojugaç


a queos ditçs dclirwiuç^teis^taufcntcm^ achan-
dofcodito Mcftirç,ott^p,vc):nador no. quartel, hc juftQ
íccomunique, Aítome fc%voto p Auditor pera qualt
quer AO,QyQ\imii;yítíim . , ,
..
. .
"5 '

i- . .. % ur. 3ríi£i5qtA;,'';.i2-.':o; i\) -í

i#

Digiiix.tAj by 0**
Do A T ü R’ Gí A U *J9
• *-
\ J . . ,
. - s . í ^ t .

* t / I i í t

?

;. ..O'-; o.v.-o/.-l v'b Íí:í o o'.'/> !i M r

'-'y .<> »fv?’L- vjb ; r. : .


v. i

Ç'^èfa«Pífrguns’C!ij>iflcs ded;ffvTétitcS.na^^ cf-


'ttntfodc prcÍi'dio fctjs CoròrittS-, i8í R.fgimftíto, pre-

^aècntdj, hâoTâ-émTõgCfíí Í«rífáíciçScH qnc i


dós dítds (tns & dc inàcõ;-
Còrorrcis(‘'cctífâ ináccct>t<^
niánda,qaéosCai3l-
IrqfitfHéix) fc declara» ordeha,' &r
fòldadostías Compa«hí«'^dequáef5qot¥ 't«rçcf%
Oü^è^iíijent^íVsTc )ãbTapò Sé^oiídèító dd fdtd Covec-
^adÓTcs. & '^A‘trcKtóttt ‘de fctis ^rcfid IdSf étti *q fc-
íiderctn nellcs pera
o que fc lli‘cs^'ftillr^
Capitães ao fxame, & diffiniçâodcfeusproceíros, Sc
aíTios oíficiacsmaiores íe fcaçjiarcm prefentes , Por-
qneos Coronéis dc ria^ão J^manha pretendem ter
jnrifdicção civel»& criminal, privativa mente, Sc abfo-
iüta fdbrc ds ciffictaes deftüir fcghiwífvtosii &!.Ccfeb pa- ;

iihiatjvivandeiroSíCatnicf-ciroSíttwcos,^ outrse peíTaas


de'feU'(ctvi5o,dé que nafCctíl maitat defordens, /4- &
íJf íft iídmlhrílra^todélUlUçatOtdeinníainos qae cftan-
^os dití>4 reginv^dsv ouâí «r«úiGoiMpanhtisiunras
'Com a dô Coronel cm algunt ptefidio, ôu andandxy c na
campanha, tenhâo oi ditos Cofoncis toda amrdidicçãq,
bçm quc nos cafòsícru ddiâòsdãctiiflélypoH^o Au-
di tor, & probafte gèral no cátfipô rn^ttáat prçÍB^becfits.d b»
linqucntcs , aíÜ oíficiacs como íbldados da nação,
ditta
Sc alTidir a feu examc,& inforiqaçocns, & cem os cilas

entregarão aos ditos fcus Coroncis , & oíficiacs dc juf*


tiça, pera que fi gundo fuas ordens, & eftatutos conhe-*
^ãbrditfhai<auras,i3iuidáainídre«i jiuâàp>:fctbpef^ dc
4v,.^, Asfpen. M4 .
.

iSo .3 R«-ôi.Ví fíTÒ' A o<i


furpcníaÕi ou privarão dc fcus cargos aos Minlftros da
dittanação, que niílo fc acharem floxos,ou negligeores,
& que cm tal cafo o ítoboftc geral do Exercito pofla
tornar a prender as pcíToas dos dittos delinquentes, pc«
ra que dc parte dx> Capitão geral fc|ão cadigados de
ícus delidos, conforme for judtça; porém edaiidohüa,
ou duas. Companhias apartadas dc ícu Coronel em al«
gumpreíldio donde ha^ Governador dclle
fua ordem, & íurirdicçãOtConAonoattigoprçcedcntç íê
^iíTe; dc nas coufas que tocarem a vivandeirós, catnU
cciros , dc outras peitoas do ferviço, dc^fequito dos dic*^

40S regimentos, julgariõ, dc eonheceráõindidinâaoiSf^


te, afli Âuditor geral, como qualquer Auditor, luis &
jDiiitar,ameo qual,ou quacslhc for poftoo-plcico, ^
. oo civcli como no crime.

*
- '•
.

?.! •
f . j,’ .

Mandamos, que cm coufas eiveis , fendo o Authõ^


Burguês, on foldado de outra nação,quc puzer deman^
da, ou acção pcfibal coUtra Alemão, à falta de compri»
mento dc iudiça em fcus «egimentos,padcràõ os dittos
Autores contra os Reos da ditu noção tomar feu rC" ,

curfoanteo Meftrc de Campo gèral, dc Auditor geral


do Exercito , aonde os dittos Keos.ferão obrigados a
aparecer,f$ rcfpondcc de faa juftiça,dc obedecer a
4ecretos,dc fencençasyibbpenaordinaria. '
,

,• 'í . ^'5''
“ *
. •
' • ‘
. ‘ í
'
. . I

Das fenteufas dadas peUoÁud4orgèral,iião.fc|M^


appeU
;

.

Digitized by Googli
Bô AxtbiTor Geral? iSr
Sppdlar pcraOHtra parte, ou peíToajpocquc coftio eftà
as fenteycu
ditro nas coufasde juftlça,rcprcfcnta a Pcífoa do
Geral; doAuditot^-
porém Tc hourer quem fc aggravc da fua fentença, rc- ral , não um
prcfcntandooaggravoporTia de rogo ao dittoCapi-
tão geral í'c lhe fará juftiça. /o-
nienu rfi«r-

^ f» 40 Gh4l» j

' y. 1 6.

OsAuditorcç,& luizcs militares, dcrcmadminiftrat


jufticacom muita rcâ:idão,í]nccridade,& limpeza, nlo
admittindonenhnm gênero de foborno,& fem mover-
fc por algum favor, paixão intcrccílaõ ouinicrefle,
, ,

em conformidade do qual, por evitar tod o o gênero de


fufpcita, não hão de receber nenhum prezente das par-
tes,ante5,ou dcfpois da fentença, direftc, ou indired-c. ^


^
7 -

Epor não incorrer cm nota de avareza cm que os


Itiizes vem a perderfua reputação , & crediro, hão de
fer modeftiflimos cm taixar Çeu> dcrcitos, & percalços
fegundo a qualidade, & importância dos ncgocios, 5c
caufas.

Porem cffcreccndofc alguns cafos fóra 'dos luga- „ .

res, ou villas onde os Auditores tem fuas refidencias,


que feja neccfiTaiiO irem em pcíToa fazerem algüas
M 5 ave».
iSí* ReO Ml MT OÜ’
I •
:

areriguaçoens # ou por podcráS foícrfò


viílorias

pagar á cufta dos culpados o fcllario dc fuas pcflbas, Sc


officiacs dc que Icfirao os ditos Auditore* cm cada
dia dc fuas Tacaçocns* conforme a qualidade das caufas»
& pcflbas.

Dosiacns tomados ao Inimigo,prcfas, & tergates de


W4- que ouTcr pleito formado entre partes, poderá tomar
meia decima, & fc chegar a final tomará o Auditor gè-
Mrmis^oiHwnt. r^ládccima,& não de muros nenhuns pleitos, & dõdc
i3./» .u.
houter pleito formado,tomará meia decima, tendo
, bc cmendido.qnão bade averprefa, nem botim bom,
atcqutfejaprefentadoantco Meftre dc Campo gèraí,
dc declarado por bom pcllo Auditor gèral , andando o
Exercito cm Campanha,Ôc em prefidios pcUos Gover-
nadorcs»dcAuditqrcspa(ticulares,falvoquc os rcTgates
dc prifionciros não fc outorgarão fem noíía dicença,
por fer coufa dc muita importãcia,& confequcncia,&
que depende dcnoíTaauthoridadc, dt alvedrio, &-'por
confeguinte os pleitos que fobre os ditos prifionciros
houver, fó pertence o coujiccimcnto ao Auditor geral.

*
Hão dc proceder os juizes militares, breve, fnm- &
aaariamente em fuas couíãs>fcmadmittir dilaçocnsdcf-
acccflrarias,q^ue não convem á íokladcrca,dc milieia- '
DO A V D r T O R G E rTa l. 183

5 .

No julgar fc conformarão com as lcys,& dcreito co-


mum, & as ordens, & bandos,coftumcs,privilcgios, &
conftituiçoens da guerra, fem fet aar a ncnhüas Icys mu-
nicipacs, cóftumcs,ncift conftitui(;oens particulares de
nenhüas Províncias, &
lugares, aos quacsos Toldados
nãoeftão fegeitos, porque eílão debaixo de Tuas bádei-
ras,q a qualquer parte que vão,hão de Ter sêprc as mef-
mas lcys,cortumcs,& privilégios, que não hc razão, que
por andar de hüaProvincia,ou terra, pera outra, ha jãodc
mudar a cada paíTo de leys,ou coftumes, nem tão pou*
CO convem aauthoridadeda diíciplina militar , que o*
Toldados eftcjão fogeitos às Icys, & coftumes dePro-
vincia donde fazem a guerra.

s. 22

&
E pera abreviar, facilitara execução dos dites juU
ícs militares cm caufàs eiveis , mandamos, (5c •rdena-
nnos ao probafte geral. Capitães de campanha, & bor-
racheis do Exercito, que cm fe lhe dando a. ordem, ou
requifitoria dos ditos juizes com o treflado authcntico
dasditís fentenças , as executem logo a requerimento
da parte, primeiro nas joyas deouro,& prata, qucocõ-
dem nado trouxer por ornato de fua peflba,ou tiverem
feu alojamcnto,& poufada.ôc em falra delias, cm ade-
mais roupaYua, Tem cxceptuar peffa algüa, falvoas Ar^
mas, &Cavallodc ferviço, & a roupa qucnclle Tenão
poíTacfcuzarj 5c fc conrtar,quc pera defraudar a juftica,.'
ciconder,.
lyj ReôÍMINTO
êin quaçto depender de feu cârgo, tenha tanta anthoti
dade nas coúías de iul!iça4 quanta o Auditor geral , Õc
que cm tudo o qoc cllc ordenar concernente a feu offi-
cio,ninguem o contradiga,amcs lhe dem alfiftcncia,&
favor pera o qoal lhe tenho dado todo o poder , & au-
thoridade» que temos de íaaMageftade, nascoufasde
jaíUça,

. 1 . 3 .

O Auditor gèral tcrà cuidado de manter a authorida*


de,jurifdtc<;5o,& difcipíina militar; porquea nòs como

'
a Capitão geral.& aos Miniftros de giterra.pcra iíTo or-
’'denadosicaufàdcfcusofRcios>&cargos;tocaoconhc-
cimeto, jurifdicíjão.Ôc determinação de todos os cafosr
queièlas»& deli£i:os»que entre oi foldados acõtccercm*
-

; ,

’ '
&
mais gente de guerra, femqucncnhõs outros Juizes-
poiraôtotmrcfteconhccimcnto,ouiurifdicçãodircc-
tr>ou indcrcfte, por fer contra as Icys,*^ privilégios, & ‘

-
*
do contrario pódem nafeer meonvenientesi cõfufaõ,.' &
;
* m
vindo a feros Miniftros de guerra ai obedecidos » de ,

ic^citodos.

De maneira que hum. foldado não poderá fer èon^


*
^ vencido nem chamado cm iuftrça por algum deliâbt
eMiterge-
divida,ncm por outra algúa courayfenãofor perã*
te os Auditores, & nebnum outro,cicepto cm acçoSs
^ Rcacs,hypotecas*dr de (uccclfa&de bens de raiz,dc pa»
ttimoniacs;porqnc cm tal cafo cada hum poderá profe»
guir,& pedir fua juftiçaii fegundoos coftunties. ante &
os juizes dçlugar onde éáivctdm os dittos bens pot
'
leydosEmperadoKS '
fem querei derrogar o%rivile^
» “
' giosoúUtares.^ “.“‘I
j -
- , : '.*i'5:''5Ç

; X . ~ ..3;;L-j"byCoogIe
Se algum dc medo dc algum delido, ou malefício q
houver feito, ou por defraudar a feus acrédores,fc fizer
fuJdado,nãolhe valo privilegio, &dcvcborrarfelhe a
praça a requerimentoda jufliça , ou da parte. Deve o civeis,&(ri~
Auditor geral, determinar todosos pleitos eiveis, 5c cri- rutsje gente
mes de todo o Exercito, &naçocns, 5c gêtc de pe,5cCa- */'l» à’dt
vaIlo,aííl dos dcprcfidio,como dos de Campanha,*quc
ani.-o Geral, ou feu nome, pedirem comprimento dc
juíliça,fcm txccpçãodcpeflba.

S, 6.
Ffià obrigado o Auditor geral cx offi cio, informarfe
como por corrclçãoiou devaça geral dos malefícios q ,

fe fizerem entre qualquer gente, 5c naçoês, qneno Ex-


ercito houver, 5c a proceder contra os culpados, fegudo
dereito,5f juftiça, íem que por iíTo fe aggravc alguem;
porem tainbc não Ic mcteràõ em coufas que poíTaõ to-
cara Auditores dos Terços. Mcftrcs de Cãpo,5c Coro-
néis, 5k liiizcs particulares, ftnãofi r pordignos rcfpá-
^
tos,5c qurndo convenha ao cõprimcntodc jufliça,con-
írrvaçã' ,'5c authoridadc da dikipliua militar, & g^ral
do Exucito. . .
-

dT. 7*

As coufas que importarê, pena de vida, 5c particular- c^fosem «fite


mete por crime, Larfíc Magcftatis,rcndimétodepr.iòs, fó •
5c fcm-. lhates,laõ refervadas ao Capitão geral, & aíii ao
Auditor ^eral, 5c
a nenhum outro toca julgallasi porém
naon lolvera uada fcm c<minnicallocoa Oeral, como
* '
tambe as demais que forc de momento, 5c confequécia,
i ' 1 • Mi as quacs
I Êe 1 M i w t'o» '
'

asquacsfâmbem comunicará* com o Mcftrc deCampó


gèral,& cu aqucllc q cm fua abf<yicia tiver o mando, &
cargo fobrc a gente dc guerra.Porcm fc cftando abfcntc
o Capitão geral, & Auditor gèral, acontecer algum cafo
repentino dcalgúadcfordcm, ou motim dc foldado5,q
convenha Ter logo caílígado,pcra fervir a outros dc ex-
emplo, fem que fofra dilação; ( tal cafo o mais prin- m
cipal Miniftro de guerra, com qualquer Auditor
q alli
*
fc achar, poderá fazer a juíliça que convicr,-

f. 8.

E o mermo aos mcfmos fe permitte, que poíTaô dat


" pena dc morte ao que algüadcfordcm.ác o mere-
fizer
cer, cílando longe, & fora de mão os dittos Capitão, &
Auditorgcu!,falvo íc for pcflba dc qualidade, & nota- -

vcl, que ncftc cafonãopodcráõos tacs paflar adiante,


aos dittos dar primeito partcj& fç tratandefe da vi-
"íiitccnmòã-
pcflba de rpenos qualidade,naõ concordarem nos
éo.vtmdtAu-
ditirgèrMÍ, votos, o Auditor, 5c peflba principal da gucrra,ou Mef- ^

tre de Ca rripò ,, cm tal cafo reçoteão ao ditto Capitão


• Scrah&AnditorgèraL^.j^:^ ^

. V ! * §• 9 • -

. • I^osdciiâos,& malefícios que fuceederem entre o$


& gente dc guerra, íb ao Capitão geral toca
gfâÇfííf perdão, & darfalvos conduaos,& remif-
- f^õdcrpoisdcayer tido relação dp Auditor gcraUpellai.i
1.T4/*
*
ínformaçocnsquedocafofchouvc:çcmtomado,rcQi.
que outro nenhum pofla uíat dcftã ajuthotidad:,fobpç-
, , ca dc jittíUdackA dcfgra^a dclRcy. /.
,
•*

. f .
Mí -.v’ ~tr, .iffj
í
c
Digitized by í lOOglt
• ;Os demaispWtosi&dHfercfl^s qhOttverVfltrcpari'
ffs dc hü mcfmò rirglmttitOyOU ter^o.ou prcíidk>,toca a
d\'^igna<çãò dclics-abs' AuditOKS, ét luizcsparticularcs:
pÒ^ih^Viâ^dí>píckèi íiwc^flbâs ét difFcrSií s terços.
pt€lMiôs^étsnícaufe»cwéw,c^^ dcrcito fcgui-
íà o Ailfhot o foto dó Reò ', & « parte qOc íc titrer por jggraro$' ti
a^cavadá/terà fêa réouríbpera o Aiiditorgèral. pcrã« recurf$Má»~
•tcqtiéiw fc pGckrá'appcIIaridc todas, dc quacfquef fen- tlttcr,
tèfntds dádas pctíós Auditevres, & pat^tltarcs'. falvo erri
õáíòs^^fti^quedédetdítõtião^haja lugàé dê' appcllaçiOv
pòr dt pouco moiAcmo cotooem quántia de dez ctu*
zados iÕdlufive,'&'noquc tocar às- coufas criminaes, dC
AO prender das^fl^as^hãvtrá entro osAuditores de dift
feremes terços lugar à prcvetição, com tanto q«|t feitai
asinformaçoensfe rcmetaoprefocom otreflado delias
a feu luiz; porém offctpqcndotcalgQas difTcrenças por
cafos de honra, que cs Capitães com intervenção do
Mcftre dc Campo, & Auditor, não puderem com pòr.
«fie apazigQás»ToirD oaorã ;o iccuríb do Méârd dcCairipo,
cmÀudiit^.gèral do 'i^zercitoiir . . )

1 -2 Os AôtíifAWf pàrncOi^S tcrSQtSfn^ctrt jbrirdicção


tlvei,dt òtiminah'tãdàh0fòbèe tÒdesttspeíTôas,* Capi**
liC5» Alférczcs;5t outros ôiftcíácsVfoMádòs, vívãdciros,
i6c feqtiitodosicrços V porem nlotioãbfointa, porque
ferão obrig-ados os da CavaUatia àoXjcral delia, os doà
terços aos Me^eS dc CátKpó y & Ò!ldós prtfidios- âôS
GovccoadocesdcUcspcra lhe dar conta, de comunicar i

I 3 codas
. .

,.T k Re.'Í> i ^íxiííro. /-


todas as caufas criminacs, & civif, que forem de mo-
incnto.como de trinta <^qpado»arriba,porquc lhe fa6
dados por aíTcflbrcs, pera as cauias da juftiça,& não pe-
ic^
ta íjpeiQfihão Í3Uf i fií ÍWP? PíWO&íJic-
aãoco.niunâaf iporcm nos^caÁ?^^,<ÍVC fo«at^r^davi-í,
da, de hoíira dc algum
pefloa principal,fc çcwpdiarfff^Ç^jíP^Í^
ditofgàriUopi as.infonna^qjs,,
p«râ<|Ufi çpua fcu ayifo, > A .p€trXti;^)p^tç pçam?P
Aüditpt gççal^^ Jhps mandjc<?(íwi^;^ Aâ^«Ítivsa,Aptp^.
Ojunciátao -os<^t9p.A«ditprc? as fçntcaHi5»^;.dqb^^pjil^*
fous nooiiçt :
ò»^e ^igão.dc/pw.<íc^ pqm«!5*<a,<ferÃ?

liâópbcigwío>4í; tçr. fieits^ ic^esy&;rap\bcm fci|s Avr.


pccaique ci8
; fílMCl fI 10 :> t*>í: iíi J]'JÍ jvT.)1 ;.•

c;.';,,. r 0 .;‘:o:ul'J 7
5 ':| »i.!!)íirn '
1 :;r,>o v.rmoini í;

-i'-' árn;:!;;^j^-' ::f:'22'-'no;/ó;i .;


ír
»' ?*'
Z., ri : >::\i ,í- »••?' .
, ; r>i'r^ i;::

tT>':i'i! .j y: ^ oi:i ^r’''j Lu A .j ..> 'jkIVííví,

«<; ^iâiimòdcodâflTO alopuDCDtOíOti |)rofidáo,imii|iaiii^


chando o terço algum dci)ébar'«x|iQihriá;oAu<i^t^
aufinciadoMcftredc Campo, ouGovcrnador,cmfra-^
grame delido, mandar, prfnder^s delinquentes , fem ^
haja de aguardar, nem diffcriIo,ate comnnicallo com O
d«q>i«ftrc4f5
dikção,não.pcr/cç^pçp%fqrp^^Íuftiç;j,daj^
a qaj&os ditps^clii^j&njteyjf^ a«ban?
dofc pdito Mcftre,ptt ve;oadoc-no> quartel, hc jqftp .

ic cõmuniqup, A)totae fciifcVOtq p Auitpr jpie» q»^


^ .

Do A ríDri r o ri Git a t."


, t
li

X.’-. ,; •. ;>1 O':;


»
• .
• f .
...
« <« • ,

,j

or,'f» <-b *
J •
.
-•
í .»T*
« ..á • -m
I r
t'

/ ,

"r-? /j ''jh i’AÚ\',v. r., t.'.. 7 . . ‘i . í

^ Ç'^íjà'c^^gutis’GafH<5es<Ied íFin:èfltê^
' cf>r

*hridodç prcfídío fctis Gòroritíií‘/'& R.ègimíiiM>,'pre-


^tentfcw í^rmi^ccfat ^ifátc«^‘dòs Òci^
ví»
^3Ventiíi,^rilb?âróm?õgcl^ 7«nra5cçSts qac i
dòsd'i^{fcns Coroirrisi^^cctffíirnícccfv^^ & dchiàcõ?-
Irc^eíntía.) fc díclara, ordctia,-^ &T fnándà, os Cap‘-
fòldadosdasCompaiihÇ«-^í^uáe<íi^o«
om-tfgiflbcnros fciãôTnpòífós âé>oíidè't^ foôi GôvíjC-
vidórcs. &^A‘trditoTtt éc fcus’ fírcfidlOSí étPt q íamo* r«-
fidercm nellcs pera o que fc Ihcs^tinitít , ^Jlí^l!ftXo^^os
CapitSes ao exame, &
diffiniçãodcfeus proceíTos, Sc
aíllos oíficiacs maiores fe feaçjiarcm prefentes . Por-
que os Coronéis de «at^ão J^manha pretendem ter
jnrifdicção cível, & criminal, privativamente, abfo- &
Jüti fdbtc os Officiaes deftw fcgtwewost, &!.€cb* pa-
iíhla 6 ,vivandciros,cafnidCiros,TtiOÇt35 , 4£' outr» peíToas
dr fifq.(crvi(Ço,dé qüü nafécat rttrim dtfordçns, & /íl-
«I ri» íidmlftrftra^&od*luôiça,otdemiiairios qo« cftan-
dô os dit04 teginwefdSi Ou âí «nais Companhias juneas
'<001 a do Goronel era algum prefidio, ôu andando c m
campanha, tenhSo os drtos Coronéis toda anirrfdic«;ãO,
bem que nos caíbs ou dcliôos d« triiftes,po<l?cà o A
ditor,& probafte gèral no campo mattdat prchd«*5 ®s db*
iinquentes , aíU officiaescomo foldados da ditta nação,
& aíTidir a fcuexame,& inforiqaçocns, & com cilas os
entregarão aos ditos fcus CorOfieis & officiacs dc juft ,

tiça, pera que fegundo fuas ordens, & eftatutos conhe-

^ãbrtícírtaséaufasAódmihíftrctti ;^fti§avífobpf*í?
M4
fufpen-
,

1 So . J R E è V* N T
I A c cr

furpcníaÕ.ou priva<^ão dc fcus cargos aos Minlílros da


ditta na^ão,quc niílo fc acharem floxos,ou negligentes,

& que em tal cafo o l^obofte geral do Exercito pofia


tornar a prender as pcíToas dos dittos delinquentes, pc«
ra que dc parte do Capitão geral fclão.caftigados de
Teus dcU^los, conforme for juÃtça; porém eílandohãa»
ou duas. Companhias apartadas dc icu Coronel em al«
gumprefidio donde hap Governador delle
fua ordem, & jurifdic^ãotcomo noaitigopreced^te ie
-diíTe; de nas coufas que tocarem a vivandeirós, carnU
cciros , & outras pcÃbas do fccvíço, de^fequito dos die^
40S regimentos, julgaráõ, de conheceráõindiftinâamgf»
te, afll Auditor gèral, como qualquer Auditor, dc luis
flaiütâr,antco qual, oaquacs lhe for poüoo.pleito,
. Qocivcl, como no crime.

Mandamos, que cm coufas eiveis , fendo o Authoí


Burguês, ou Toldado dc outra na^ão,quc puzer dcmai>
da, ou acção peíToal codttaAlemão, à falta de CQmprl*
mento dc fufHça cm fcus <egimentos,podcràõ os ditto»
Autores contra os Kcos da ditta noção tomar feu re-' .

curfoanteo Msftrc de Campo gèral, dc Auditor gèral


do Exercito , aonde os dmos Keos .ferão obrigados'a
apareccr,ií rcfpondct dc fua ^uftiça,de obedecer a feus
dccreiosydc fcncenças,(bbpenaordinaria. ,• /

f* 1 -
5'

Das femenfas dadas pello Aadiipr gèraUaão fcpdide


. appeU

V Digitized by Google
Bô A.vbtTor Geral? rSí'
ãppellar pera outra parte, ou pcíroajporquc coüio
cíVà as femeycM
ditto nascourasdc;iiftiça,rcprcrcntaa Peífoado
Geral; doAuduot^-
pot^cm fc houTcr quem fc aggravc da fua fentença, rc- r4/ não tem
,
prefentândoo aggravo por ria de rogo ao ditto Capi- ní
tão geral l'c lhe fará juftiça. /o-
mente rentr-

^ f» 49 Gh^L j

Os Auditores, & luizcs militares, derem adnvniílrat


juftiça com muita rcâ:idão,fiaceridade,& limpeza, não «V
admittindoncnhnm gênero de roborno,& fem mover-
fc por algum favor, paixão interccíraõ ouinterefle,
, ,

em conformidade do qual, por evitar todo o gênero de


íufpcita, não hão de receber nenhum prezente das par-
tes,antes,ou dcfpois da fentença, direáe, ou indirc^c.

- *
"
7 -

t f

Epor não incorrer cm nota de avareza em que os


luizes vem a perderfua reputação , crediro, hão de& 'Sí-

fer modeftiftimoscm taixar Çcu> dcrcitos,


& percalço»
fegundo a qualidade, & importância dos ncgocios, fie
caufas.

Pofém cfFereccndofc alguns caf«fóra’dosIuga- . „ . -


res, ou villas onde os Auditores tem fuas rcfidencias, -

*
que feja neceflatio irem cm pcíToa fazerem algüas
M 5 ave».
iSi Regi MIM TO?' :

areriguaçoens ou por fiftorias podcráo foícrfò


pagar á cufti dos culpados o fellario dc fuas pcíToas, ôc
officiacs dc qu© Ici^rão os ditos Auditores cm cada
dia dc fuas Tacaçoens» conforme a qualidade das caufas»
& pcflbas.

#. I .
*

Dosiaem tomados ao Inimigo,prcfas, & rc/gatcs d‘e


i* que ouTcr pleito formado entre partes, poderá tomac
V4-
rrmtt-
meia decima, & fc chega r a final tomará o Auditor ge-
rtflate
fif yerbo n$»
4trmis fòlitwt
ral a decima, & nãode outros nenhuns pleitos, & dõdc
>»•

t2.ftl.tlk
não houter pleito formado,tomará meia decima, tendo
,'bc entendido, q não hade averprefa, nem betimbom,
atcquc-fejaprefentadoameo Meftre dc Gampo gèral,
dc declarado por bom pello Auditor gèral, andando o
Exercito cm Campanha,& cm prefidios pellos Gover-
nadores*& Auditores paiticularcsjfalvo que os rcTgatcs
de prifionciros não fc outorgárão fem noíTa dicença,
por ícr coufa de muita importãcia,& confequcncia,&
que depende dc-noíTa authoridade, & alvedrio, &'por
confeguinte os pleitos ,*quc fobre os ditos prifionciros
Kouvcr> íó pertence o coajiccimcmo ao Auditpr gèral.

ao-,
,
4 -
í , ,

*
Hão dc procederes juizes militares, breve, & fnm-
Baatiamente cm fuas coufas,fcmadmittir dilaçocnsdcT-
ncccflatias,que não convem á íoldadcTca,dc milicia.
V

g DO A V D r T O R G E r;a L. .83

5. 2J.

No conformárãocom as Icys,& dcreitocõ-


julgar fc
inum,2c ordens, 5r bandos,coftumcs,privilcgios,
as &
conftituiçoens dagucrra.fcm fet aar a ncnhiias Icys nau-
nicipacsi cóftumcs.ncrh conftitui<|oens particulares dc
ncnhúas Provindas, &
lugares, aos quacsos Toldados
nãoeftâo fogeitos, porque efíão debaixo dc Tuas bádei-
ras.q a qualquer parte que vão,hão dcfcrsêprcas mef-
nias lcys,coftumcs,5c privilégios, que não hc razão, que
por andar dc hüaProvincia,ou terra, pera outra, ha jãodc
mudar a cada paflb de leys,ou coftumes, nem tão pou*
cocónvem aautlioridadeda diíciplina militar , que os^
Toldados eftejão fogeitos ài leys, &
coftuiiics dePro-
viucu donde fazem a guerra.

. i*. 2 2.^

&
E pera abreviar, facilitara execução dos ditos juU
aes militares cm cauíàs eiveis mandamos, iJc «rdena^-
,
ínos ao probaftc geral. Capitães dc campanha, bor»&
racheis do Exercito, que cm felhe dando a. ordem, ou
requifitoria dos ditos juizes com o trcílado authcntico
das ditís fentenças , as executem logo a requerimento
da parte, primeiro nas joyas deouro,& prata, qucocõ-
dem nado trou j^cr por ornato dc Tua peflba,ou ti ver cm
Teu alojamcnto,& poufada,& cm falra delias, cm ade-
mais roupaVua, Tem exceptuar pcffa algüa, falvoas Ar-
mas, & Cavallodc fcrvlço, ôr a roupa quencllc fenão
poíTacfcuzar} 5c Tc coDftar,quc pera defraudar a jufiiy,.’
efeonder,.
^
1^4 R E Ó'T M E íí T o '
'ií*^

cfconder,ou tranfpuzcr algüas joyas.ou fOupa, òn ufaf ,

contra fcu actédordc ving.mça , ou outro maotcrmo; •

cAarà ao alvedrio do luiz» o mandar apertar o condem-*


nadocom prifaõdc íuapeflba Icgundoascircunftan-
,

cíasdo caíò; não havendo roupa , nem outro rrodo


cm quefe pofla executar a dittalcntcnça,fc poderá fa- .

*ct ena as pagas livradas, ou por livrar.


• .

% ' • . . . . t •

í. '23. [

JPera o qual mandamos,


' &
ordenamos ao Vedor gé-
-ral,Contadores,& ThcrourtirogeMl do Exercito, ad-
mittão,&: fação cumprir , &
cffcituar os embargos, de*
outros ados executivos de juftiça.

E nos cáfo$,&dcli£tos graves, poderáõ 05 dittos lui-


2CS militares proceder contrâ os dittos delinquentes,
latitantes.ou que fc houverem fugido, &
abfcrtado, Sc .

fcntcBcfâlos, fegundoos merecimentos das cau ias, de


cargos que contra ellesrcfultarem com as previas cita«*
(oens, termos, de outros aâos de juíliça acoAumados. •

y .

í. 25.

Os Auditores particulares, hão deter continua cor»


rcfpondcncia com o Auditor geral, aviíafidolhe das'
ccufasdcconfcqucncia, que paflarem por/uaiaiãos,-
peta que odittonolopoflTacomumcar. , / * •>

S, 2é. K
Digitized by Googli
. •

©o A T OK, Çi.rK A L. sgç


í.‘í ^*1’.0..

S. 2Í. 1 .

f í 4 • * •' * - - *3 *í. :v
» •
\ • í : . I
j

• ’
Spofx]ue;ad<prer<3nec nlo ba ^çaiidc 4e Cpfic , dg-
clarames^qttCiacyAuditbc ^rahoca conhcçcr,£c deter-
minar todas as difiercnçasicmras,dc cafos que íuccedc-
rem entre a gente da C^fte, cc^ o mefmo poder, &
authoridade que coftumão ter os Alcaides de Corte, Sc .

fçrSptidoappr corfga^s ^sdo^os quoreguem g.Cojte,'


€c aâift€in,ác faõ entre tçpidos nclla.ouno Exercito CQ
feus jno^os,dc íequito. i. ; ,

'
' i .

ir 'r-vy-u'
rera prevenir todo o genero de difFcrença debates
ír inconvenientes podetãoyafli ot Auditor, ít Probafte
gèral,€ona os Miniftros de juftiça da terra onde cftivcra
Corte, pcarfcgúir.iíc prender qiiacfqucc delinquentes
indiffcrcotcrnpntcj
hora íelãoda Cort^,horaBourgucr
zes,quc houvercmfcitocoufa digna dcqaftigo, pcra'q
fc proceda contra cllcs fegundo dereito, & juftiçaj j)0-
rèm haõ de entregar os| prefos a feu íuiz competen-
te coiii o exame, & iororma^oens que fobre /cus delie- *
fos khoiívqrfini feitorverbi gtatiar Sc forem da Corte,
pu foldadoquc a juftiça da terra houverem prcfooen.
trcgiráao Auditotgèui, ou Proboftc geral , & fe for
Bourguesiq MC houver tomado o Proboltege'ral, fe en-
tregará à iuái^adateffa pera fc proceder contra cllc co-
pio for |uíUça,& oíFcrcceBdofc queftocs.ou defordens
entre foldados dc dtffcrcntcs Terços, poderà o Auducr
do Terço, no quartel onde facéedercm,prender hnn*;,
& outros , dt remetter os que lhe não pertencem a feu
Iitiz»compctcntccom ptrcflidodcfuasconfiifocns,
*
&

! . infor-
' '

J
Digitized by Google
f

iS6 R ÉG I 'ifk fj t' bi



^ ^
informaçoens , como cflá ditto E aos cftfangci- .

íi£«/cÍíTrft ros»& vagam undosqdcftão fi^StcmdaCortc, qualquer


da juíKça a cuja notícia chegar, os poderá prender, &
Gug. T»i»ft-xxçv^ los a nkígUeM,4eri'2dáiU«d f 3
nns t» fintaz, •f .
- 'a ( ,
'•
U. 3 .c.t : !
• -* íí; j íi. j ilíí..1
: '

•-Í ** ‘ ^ 3 rrr.a
'

‘ijfv
^ . - v-\) v.o ! 20 1.1 cf:;j!./lo3 'jup objibnofl3í--B

"•Sc’acòd*m'a?gôitír&to?x^^
Vd, on^foWàdOs dè h*Íi^âft«4’i{;o§d<S P&ls^^6ilÂ*àl/-ajà'
prehençãodos delinquentes fe jkíídld^á -fãíiíf
quer das juftiça? 5 porcm cm tal caio fc entrega á o prr-
foa feu Iuizcompetca^íI& ailiiforniaçocs, & procef-
ío refarão jimtamcntc cont intcrvcn<^ão de ambas as
f ulll^af ; potíér» á í^ténea ftj pfettDr Ini^doimíiS} 5c

fóradâCoTtCjdl: «oi pr<MítrsJ^ bs Miniílros de gswfirt


silo^pòdefáõprcftdcrfierihurss Bor^ciesi' ncm«S' /ufa
ti^as dá' terra foMttdkds^f l^nãafor em ^eaneihã^
fcs cafós' nlietbs, cmbsqoabi^p^cic^àjaombar^^
Jba’ efíá declarad'0. ”0,- yr-vrir j'tV

^íi:í "*V- -^V ; V .'1 '^í

,
T

dT.
I,. W-: i:i >'>. ;
,3;tlf//.J O
.o'i {fiOO -JÍ

PorcitnTe álidárrdOem
guarnição, ou pfcfidio,rc dcfcubtúy irfipfífccdddríílgffá
caftlp^á 1^011 ôtártàDi m
tfaiçâo.ou cato atroi dohtrã o ft.Cât íc g^ri^

dade dc íuáiuilidadeqLiçòsyélinqttêlcàfOffCttl Boúr-


guezes, pu VillãcS füblditòs CjüHídltíçSoOrdínaria dá
ter ra,o u P ro vi irc ia, fb h do o? tfibS' db ítul^rtóSí oo’ pre 04
pella lufHça militar, podcràõosMcftrêSfdeGampb, Go-
vfnadcTC s,& A udito'res/cc>rÀiícèrirciitbHcea>i '& caA
tigar rs t;icíí dclinqueníes.feí^Sbforeiudápartè^iafiifi
tiça ordinária da PrdVihtiiírbt^cHdóslhClaii^f^gUef*

. do
Diqitizecj by Google
,

DO Ayp, 1 ,
T« o R jG í A L. J S7 .

'
ckeàroWfcOiqujl Wfifc -oq
-ór;i rov.nii-r.^ .oqítir.J f^b <‘.«-:fi-wV, .á-íno-r»:^ cd .:'/-^
e4 *

fí'’
-: T :.gOt «o-::jo Z,? íi.'-'.t. J^"j-í
V rj erjo. ;; i ': /)í ;í;mc ’.i- ; vfr:o!,qjuo3 ,:>/j}::'Jnr\‘ .-r

flí^âo^ (ÍcCjainpOn<Aeòf;itm
jnifioias fáfa)âc,^!^^tóohk^.j^l«ÍBKyiè«»igj«.^^ 0íJOf-

Atídivéres 9nepÊtpf3Ífu»jpirç.o^lit)e,i^m proo^tí 0nri'’^^f


tracihcs.reinpcrniciro nosdarcofitiií fSc diflQrçdfilPSc/^^i* dãratM,
oêdem noíTa; porqi;tç tie noSa vo 8ti|ck4^qtWiÇOíJB0 Mi*i^^!
mftrosilc jQfií9inã0Ífáhãorciuprafúpl:npi|^#D|iòil>if^'^'^^^ '

©fAudiiOfSÓiâlcrónoflí>b©mc»At?n )uio EET ín5ií.3l. í


*!•. n ‘iji'q ijo 1 íci:iioioq onii «

í. '. rL'c j
-
-:i

. Que os dittos Mcftres^ CqífepOy Sargentos mó'CSr \


& outros qtracfqucrofficiacs dem aos dittosAndito»
fl tiida^^oisaytfiíljcrorro.cflrsScfaiçr
qirc lhes rcqixercai , &tlhcs,fotaiíoce(r.kríci j^rd ixoa^adA
fnhníftnição da h<^u;a,fc/t) lhcs]fa7^r.dilaiçãO,.^irUo ú%r
'
rx>qaciheSip»d(^CAurara C3rdaoqaviias!caíií3Squci;.fjQt
quma aâfiftbnfci^idc' dtíig^Tpcia,iS3 q^aod^ftkipi^pto^
Ãrxloftiibin^cirsiicceroeuS j 'OUi;30i7ii;>buú^O$^T«^^
culr^'commcdy»]es v o&qccotvMtiodcoi con^ÍDc a
dtgnidadc de fouxiar^Oio* oiaisi {i^ixOLdofi Mc^ób íIíC
C<an]paqu|C(rccpc£u'. •
íí:;í • m,: o . > í ,l 1.

-Oíi ,-í.-.iíjro 'f:!: /L-i-ü^rr,


i
fj^oi , .ri-rto ‘.'bibi /•r-ic' i .".: :

>'íojí;í •.-•)) ííi-y^iOi 20 0:ypíjp^2^ vDí 'jv ,


. ‘-i
''

.'Íç.jqrí:i;J jL) -'i/ V / ,

Epcrarcrurmar,5c reprimir o abufo que algunsMi*


nrfttos,& officiaes,qucjf<^; pcrí^idem ter poder abfolu-
to fobre as vidas dos Toldados , dandolhe feridas r»or-

’ i^nediKiiQO^ ílfiicus mcjbb0Wntíawii».Ti


- •

- - _

Digitized by Googl

'

^ R’É 0'Í TÁ E Nt ó ‘ •

* *
r
*

pdc catifafs’irgciéás,& de ‘pouco momento, 5c o^or-|fl5 >


por oifem^iis p8ttÍculáres$‘mandámo$«&*Oi^e{i^tiM}8^
'todos cs Coroncis, Mcftresdo Campo, Sargentos mò*
rcs,Capitãcs,& outros quácfqudt cfficiacs dos T erços,
Kegimentes, Companhias de quacfqucr naçoensqiie
0{3õ CaArailàriii dMiutcniJtiã-
tcTe moderem nÒ;caíhgo dos fotdad<»,'&xfue Q^'às{
‘nfaneíra<|Qe nicr^ .tnateoi, qcm^luqnqn^itidioiíjBiiâ,
'^nneiínbYos Hcccírarios pera o rerviçoBxat beúias?
'mandem prender peta que üs caftigtfem por ordem. j5c>
yii da jaftiçagi 5c. iílo quando Corem' inchcdiieiltes^.oiii
faltarem nas ordcm,&-eiiceddOanditaraie:hn)Obijga«
' ção,& não por outros rcfpcitos, ou eflfenças partícula*
res, fobpcnaquc fc procederá cpotracUes conforme t
dcrcito.
r"j »vn i'-v’r:v> ) ;.V»r*.^o^ov O
-r 'if.*.’ A ><y r^. <^j( y.r'.'rvji' >1 •
'oviro Á
<B peráqu^ daqui emdiâatc ninguiemre adiudiqu^'
nem atribua' jnriídic^ão algQa fobre os Toldados, poe
ícupahtcular interelÍ^,?paixão, ou capricho,' femque
faa)a baifadtecazãp.ou catdálcgitimaperajiflbtòidauN
onos,&m>ndamos,qüc dc qualqucbfoldadò^oncnitr/!#
pdOfoac que osCaptcães,Sargcntos’m<Sm,quoutilbs!x>:&
üciacs mandarem prender^fcjâo obrigados os Capitães
de Campanha, iBarrachcis, ou Proboftes,*> & fcust fii-
ciacs a dar logo conta diíTo aos Aucitores , pera que c4
todaa brevidade conhcção,& julguem das caufas, ho-
ra fcjão graves,ou leves, dequeq^o os foltcm fcmintcp-
venção dos Mcftrcs dc Cánipo,& Auditores.

í‘. 3if. 'ir -iám

£por evitar a cbfifufa5 , dc deídrdem que houve de


. alguns
' ,
T

©O AVoiit oTr' Ger^a t’ 1^9^


algõns annosâ cfta parté dc Tcircm , ou paíTarem ds
,

foldadosfcm noíTa licença, ou defeus Mcílrcsdc Ca-


po, ou Çoroncis adutra» Companhias, ou da- Infâhtá-
ria à Cavallaria com grande deferviço Reàl i & de-
,
*

ficato de feus fiípcriorcs, mandamos , & ordenamos,


que daqui cm diante nenhumCapitão de tjíialquer na(-
ção qiic fcjijdcInfantariájOU CavaMatiaire atreva are-'
ceber debaixo de Aia bandeira, ^oü’cftandart'c nenhuni ^ • *

Toldado, que cftéja matriculado com praça em outra « .

Companhiadcftc Exercito^ fjnaõfor’debaixo de fuffi-


ciente rccado,drücença, fobpena que òs dittos Capi- '•> — .

tãc$,quc os taesíbldados- receberem , ^tomâícin^ém'


ferviço,pa|;arem Vinte dcíínco cfcu<tosdcoUrò^ appU-''*
cados hum terço ao hofpiial do Exercito, ouítoao ^iasí *
&
que o julgar, rentcncear,&Ourro aodcnunciádor,*dt'^
executor, &
o íoldado que èal fizer cncorra em pena de'^,
*
morte, ou outra arbitraria.. - '

.

l.*'í

Que naõ fe botem bandos ncntiuhs em que Te cíía-


^
túi algüa peea,rem que fe ponha in fcripus,& firmados
pcllo Mtftre dK.Cãpo,ouGcncraes, dando intervenção-
aos Auditores, pera quedando Éé;Tcus cTcrivàcs da pu*
blicaçaõ dclles,os aflentem em feus regiftos, qom dia,
mcz,&:aBno, pera qtfbfimaõ cxccntem ais dhtks penas
era.oscontrahcnfcsfem oiconhcdnrt ntõ j* julgado &
dos d ittos Auditores , ouvidas as>pártcs cm^Tua dcfeftTa!'
!

fe fe oppuzeresn. o tr ü k 'v - 5^
-
' -
'

A *
' i é * * ’
*

gí.':-- í 0..1 <

- fimor evitar as dcfordcQ) > ^ abufos que hoüvc



i
.1
.
.
í
<
atè
f-
- w

Digitized by Google
.
1^6 Regimento

ate aqui,&no d€ rcup3 dividas, &accocs dos íbldados^ ?

no Exercito morrçfcni abinii ftadosjordciiamos,& mã- *


^
dawos|,’ que daqui cm diante , oaorrendo. algum ab- f

int ftador fc jáo obrigados íôbpcna arbitraria


.
os cama- .

radas familiarts,&quaeíqucr outros amigos, &


encar* t

cegamos aos Cõfcflbrcs,& Capcllãcs,que às fuas mor»


^ tcsafliftirê íi hir antes q rçpoíTaocultar,dar noticia aos
Cs Auditmt
Medres de C^mpo, ou Gcncraes deTcr^os, ou prefi»
fduem #1 i»-
quaes com inrerven^iodos Auditores delles,
^
p.pr fe, & in-
faldãdêt' ^ ícriio obrigados a fazer logjo'pór»& tomar
ventarwr antç eferivão todos, & quacfquec bes, moveis,
inteãMUs & mandando
• ftmttttm M & acçoens.dos tacs defunílos,abintcft;*dos,
Àtiimihâl o inventario ao Auditor geral , pera qüc com
feu dc-

crçtO;fe venda , dcftribua do procedido às pefloas q


dC'dereitoos ha jãodc aveci fiíando no Ínterim
os dinos

bensnarn^Qi & pçdçrdo? Aicílçc* de Campo, &


Gç-
netacs.ou de pcíToa íufiiciente, que por cUes pera ifto

for nomeada , pera averiguação das dividas que íc


&
pretenderem a cargo dos dittos dcf^unftos, maqdainos q
ncnhüa fc que não fe poder provabpor fir-
admitta ,
^

ma,ou obrigação in do defuiiíào.ou outra pro-


fOriptis

Vtlcgitima,& baftante conforme adcrcito.^

JT. ... 37.

Auistnih^ -Outro fi mandamos ,


que os teftamenteiros nomea* .

ãpttvSaostt
- nos teftamentos, ou por vontades
fôc executores)

^
dos dcfunüqs antes de difporc, fe apoderaré uos bês . &
s
dotcftí.dar,cxhibão, & aprefentem os dittos teftamen--
’.

tos pcllos quaes íaõnomcados'3ntc o Auditor gcial


,
* fc prcitiita» for , ou perante Qs dittos Medres de --

' Campo, &


Auditores dc dus Terços, pera que os ve-
|ão, aprove m,& outorguem por bons vaiboloíla-
'
- ’ * ; chando .<

pigítized by CcogU
DO VD1 TOR A A t. 1 91 G
chando ferem taes,& irào cfcriviofazcr inventario do*
bens,& roupa que houver» & tomem a ordem dos dir
los luizcs pera a dcftribuição dellcs.aos^quaes teftame--
tciros,mandamos»& ordenamos, que dentro do anuo,"
^
hajiode dar faaconta,com pago do por clles recebido
&
cobrado, pagado perante o diito Auditor geral, ou dc
quem fizer feu officio , pera que o que reftar liquido,
com ordem , dc intervenção fua fe prove aos herdei-
ros^ifacrcdoresdos dittos dcfuoâios» comohc tazão,
& juftiça.< '
.

-
- * <
S-
"
. . .

35
Todos os qnaes pontos,& artigos he noíTa vontade»
& mandamos fejão por todos daqui em diante guarda- - .

dos pontualmcntc, & obfervados,


de Icy: Per
& quetenhão força
mêdumfroviJíanU fdêfa. Q^e dc parte de Aia
Magcfiade, ou npáa, outro fi fe ordene, &pcra que che-
gue a noticia de todos,mandamos,dc ordenamos aoDo-
«or Fernão dc Salinas Auditor geral dcftc Exefeito, o
taça publicar a fom de trombetas
> aíli cm- nofia Corte^
cotno nos quartéis do ditto Exercito,
dada cm BucfclaS
R í 5. dc Mayodc 1 jty.

'
,

jdexMitdeP*

-
Pot mandado dedna AJteza

'

^ - - -
CdfmeMdfii, •
, ^
;

} 4 yv } Í-: i
•’ . •; í

.1? I *•. :‘ ')Mr -í ;..' ;•• r]


;

.‘1 t c .
J 4 : :
\\

: '
4 . -•:•• ... 'i-T.
-
í:o:; j 1., .-, !

1
'i i ? iȒ >.|


* ^ •
.

i • ^
> . .
• • r .... í.
’•

f/:* í i

l; I. >. .'C rf’ ))

í U. .i íOL- ' > í‘. ;

* .%
"N .


“V

v>v í ••f.oT
'V ^
.nV'.. . ‘.'.'i

r» te- ‘.n; A
^.'o '
.vv. : •
í
>','])
••'i

r ’
v-i ‘/Krv >1
'.
j
• * .

''.• • 'j •. !).' '. 1 V* ,v/,- ..


'

O . - k/í V>-'*

/f. . r». ^ t.itil. •


.

.*á.

a:>.:íA íut^'balsiUaü^:i i y i

% -V'. 5-'‘-\a.à
^ V

/j a-a' ty í-n
Digiti?-ed by Goc^le
Digitized by Goògle

Você também pode gostar