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Política

Revista mensal de

estudos brasileiros

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RIO DE JANEIRO

ANO III * NÚM. 2 8

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JUNHO DE 1943

RIO DE JANEIRO^

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de
Direção

ANDRADE
DE
ALMIR

e Redação:
Sectetaria

Tiraden.es
— P*làcio

da Misericórdia
Rua

4° andar

-36
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22-7610,
Telefone:

DE JANEIRO
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ser
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Todos podendo

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CULTURA traduzidos <P»1-
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As importâncias

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devem CULTURA
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postal
Sumário dêste número

Discurso de 1.° de maio, de Getúuo Vargas

A saudação do Ministro do Trabalho, de Alexandre Marcondes Filho

POLÍTICA EXTERNA DO BRASIL

A visita do Presidente do Paraguai

Um episódio da doutrina de Monroe, de L. de Almeida Nogueira

Pôrto

DOUTRINA POLÍTICA

O Estado Nacional e a valorização do homem brasileiro, de Paulo

Augusto de Figueiredo

Aversão ao despotismo, do tenente-coronel Sérgio Marinho

PROBLEMAS SOCIAIS

As brasileiras e seus
populações movimentos, de Beneval de Oliveira

Os na história do Brasil, de de
judeus Barros
Jaime

Raça de mestiços, do tenente-coronel Newton CReilly

PROBLEMAS REGIONAIS

Espirito matogrossense, de de Mesquita


José

LEGISLAÇAO

Legislação brasileira a respeito de súditos de Estado inimigo, de Oscar

Tenório

DEFESA NACIONAL

Requisições, do coronel Anápio Gomes

O novo exército do Brasil, de Murilo V. Sampaio

A e a civil, de Guilherme Geissner ....


guerra química população

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Casa aspiração de M. Alencar


própria, popular, José

Rápida visão dos seguros sociais no Brasil, de Geraldo Galeno Me-

gale Apocalipse

PRODUÇÃO

O ouro através da história, de Alves Borges


João Jr

EDUCAÇAO

Os Pareceres de Rui Barbosa, de F. Venâncio Filho


CULTURA POLÍTICA

~"r"'w
¦I HISTORIA
••>•» •! &> *v

social do Brasil, de Vicente Tapajós 135


Síntese da história

de história da América, de Hélio Viana 148


Ensino e conceito

Beira, de Generoso Ponce Filho 159


O Forte do Príncipe da

FILOLOGIA

e outras enformação do analitismo, do te-


As idéias atributivas para

Altamirano Nunes Pereira 168


nente-coronel

LITERATURA

e Nietzche, de Antônio Barata 175


Romain Rolland contra Sorel

de Brito Broca 181


W. H. Hudson Ciência e
poesia,

MÚSICA

sôbre a música moderna, de Eurico Nogueira


Reflexões pedagógicas

*87
França

FOLCLORE
' -.?*
*
|t ;•' , \ . /

Magalhães 190
Mitos aquáticos, de Basílio

E COSTUMES REGIONAIS
QUADROS

de Franklin de Sales 196


A beira do rio das Velhas,

Rubim 200
Noites de Resende
joaninas,

TEXTOS E DOCUMENTOS

do barão de Penedo 205


A missão a Roma
primeira

d'Eu no Correio Imperial 207


O 46.° aniversário do conde

BIBLIOGRAFIA

— bibliográfico de abril de 1943) 210


Bibliografia Brasileira (Movimento

INQUÉRITOS E REPORTAGENS

de 1943) 219
Um mês de realizações (Abril
governamentais

Presidente 230
O aniversário do

técnico da alimentação nacional e sua organização 233


O serviço

Nacional de Imprensa em 1942, de Pedro Ti-


Atividades do Conselho

239
móteo

do Bônus de Guerra 252


Campanha Nacional

culturais do D. /. 255
Atividades

dir'-y-.

*.

I'
1° de maio
Discurso de

GETÚLIO VARGAS

concentração trabalhista
a

1*° de maio último,


teve lugart no dia
que

DURANTE,
Castelo, o Presidente
na Esplanada do

seguinte dis-
Vargas o
Getúlio
pronunciou

curso:

"Já
festiva-
nos habituamos a compartilhar

Dia do Trabalho, e
as comemorações do
mente

mim motivo de
isso sempre foi particular
para

ao calor das
Ao vosso contacto,
satisfação.

e vibrantes*
manifestações espontâneas
vossas

cívico e o reconfôrto
encontro motivos de
júbilo

às responsabilidades
tão necessário
pesadas

um
No ano
dos negócios passado,
públicos»

impediu-me
de conseqüências
acidente
penosas

às so-
lado e de associar-me
de estar ao vosso

Mas essa f°r'


vossa data*
lenidades da grande

atenção dos
me distraiu a
ausência não
yada

e necessidades»
aspirações
vossos
problemas,

con-
triunfo do homem
O verdadeiro público

da coletividade.
realizar o bem-estar
siste em

mudança institu^
reforma* nenhuma
Nenhuma

administra-
substituição de
cional ou quadros

VJ

fora dêsse imperativo


tivos ter
pode justificação

nascidos de
Os regimes
de ordem
política.

de opinião
movimentos
e
profundos
grandes

de realizar
signo a necessidade
como
Vazem

v>,

. |
CULTURA POLÍTICA

suas conquistas e ampliá-las até se estabili-


as

consolidarem» As revoluções não


zarem e se

deteivse e estacar na contemplação do


podem

ou na admiração do
passado presente»

Na fase de reconstrução» de remodelação de

como a vivemos, as
governativos, que
processos

natureza eqüivalem o
manifestações desta
para

Chefe do Governo a uma espécie de reafirma-

confiança diretamente expressa.


da
ção popular,

A DO TRABALHO E O
JUSTIÇA

ELOGIO DO TRABALHADOR

O trabalhador brasileiro nunca me decepcio-

nou. Diligente, apto a aprender e a executar

facilidade, sabe ser também bom


com enorme

A essas disposições o Governo fes^


patriota*

com uma trabalhista não


política que
ponde

mas ao contrário, con-


divide, não discrimina,

a todos, conciliando interesses no


grega plano

engrandecimento nacional. À me-


superior do

dida impulsionamos as forças da


que prodtção

favorecer o e unificar eco-


para progresso geral

organizamos o tralalho,
nômicamente o
país,

compressões inúteis, afas-


disciplinamo-lo sem

e estabelecendo ss ver-
tando a luta de classes

bases da social. A ampliação


dadeiras
justiça

leis de são
e o reforçamento das
previdência

constante. As nos-
nós uma
para preocupação

matéria de amparo sO traba-


sas realizações em

lhador constituem corpo de normas admiradas

outros aindanão con-


e imitadas
por países que

seguiram o equilíbrio entre os fetores de


justo

esse otyetivo não


riqueza Para atingir
pública.

ideológicos trans-
desencadeamos conflitos
/iem

Estado em senhor absorto e o tra-


formamos o

balhador em escravo. /

Trabalho, abóbaila do nosso


A do
Justiça

sistema de legislação trabalhista,/em


provado
DISCURSO DE 1 .• DE MAIO 9

o acerto da sua criação. Instituída em moldes

novos, bons resultados colhi'


justifica-se pelos

dos e vem demonstrando o espírito de coopera-

existente entre empregados e empregadores,


ção

aceitam sem relutância os seus vereditos.


que

De certo ainda existem falhas a corrigir e disso,

o Governo cuida ativamente. Aliás, este sen-

tido de aperfeiçoamento se nas se-


patenteia

leis recentemente elaboradas e sujeitas


guintes
"Con-

agora a revisão final


para promulgação:

solidação das Leis do Trabalho, Lei Orgânica

de Previdência Social e Salário Adicional


para

a Indústria". Todos esses seguindo


projetos,

inalteráveis diretrizes do meu Governo na solu-

dos sociais, foram organizados


ção problemas

comissões técnicas sob a imediata orienta-


por

do ministro Marcondes Filho, em-


ção que

à do Trabalho as luzes
atualmente
presta pasta

sua culta inteligência e a sua operosidade in-


de

cansável, servida um esclarecido e realiza-


por

dor espírito
público.

As tarefas de organização
promovidas pelo

Nacional visam dar se-


Estado
primordialmente

econômica ao trabalhador e
garantir-
gurança

-lhe lar. Obedecendo a êsse


a estabilidade do

apesar das circunstâncias


propósito persistente,

do momento, decretamos a regula-


excepcionais

"Lei

mentação da do Abono Familiar",


que

concede auxílio às numerosas e completa


proles

as mesmas van-
a lei anterior
que proporcionou

tagens aos funcionários


públicos.

O PROBLEMA DA ALIMENTAÇÃO

da alimentação está sendo en-


O
problema

sèriamente, através do órgão especial


carado

"Serviço
— Alimentação
isso criado o de
para

Previdência Social". A organização dos res-


da

nessa cam-
taurantes-modêlo, passo
primeiro
CULTURA POLÍTICA

nutrição farta e sadia, será ampliada


panha pela

e desenvolvida, de modo a estender os seus be-

nefícios a maior número de trabalhadores, em

todas as regiões do
pais.


A instituição das escolas de fábrica ini-

ciativa tentada em vários e entre nós em


países


execução veio alargar as
plena possibilida-

des do do trabalhador e da
preparo profissional

sua E' natural, em todo lar organizado,


prole.

o desejo de ver os filhos continuarem os


pais

na sua trajetória de trabalho honesto, repetindo

em novos lares as alegrias simples da família.

Congregá-los tenham, amanhã, um


para que

ofício e constituir outras famílias, aten-


possam

de a um anseio afetivo e a um reclamo


justo

social. E' isso nos o ensino


que proporcionará

industrial capacitando os brasileiros a atingirem

—•
o ideal da unidade na diversidade isto é: o

trabalho todos e as ocupações variadas


para

segundo as tendências e
exercidas
próprias

aptidões.

Neste de maio, aproveitando o en-


primeiro

sêjo de falar-vos diretamente, lembrar a


quero

necessidade de aumentarmos a inscrição nos

sindicatos Não se cogita de alte-


profissionais.

raivlhes a organização, a estrutura ou £inalida~

de, mas apenas fazer com o número de sin-


que

dicalizados se eleve até abranger todos os tra-

balhadores, de forma estes, representando


que

a totalidade das influir mais


profissões, possam

nas resoluções de caráter econô-


diretamente

mico, social e Não há, aí, apenas um


político.

dever a cumprir? Reclamam~no os


patriótico

interesses e o interesse do
gerais particular

trabalhador, falando si mesmo


próprio que, por

às instâncias da administração, mais se in-


junto

tegra na organização do Estado e se liberta


por

completo das explorações de


parasitárias poli'
DISCURSO DE 1.° DE MAIO 11

tiqueiros e demagogos, sempre a


prontos pro-

meter o não dar em troca de tudo


que podem

aquilo a não têm direito*


que

Malgrado as sérias apreensões decorrentes

da atual situação do mundo, não devemos ali-

mentar temores e receios ao futuro* Sa-


quanto

bemos a é uma escola de sacrifícios


que guerra

e enfrentá-los não nos faltam coragem e


para

tenacidade» A fase da reorganização sobre-


que

virá ao choque dos exércitos não nos encontrará

desprecavidos. Antecipadamente nos


prepa-

ramos fazer face aos seus Iden-


para problemas.

tificados com o das nações aliadas,


programa
"Carta

consubstanciado na do Atlântico", cum-

até o fim os nossos compromissos de


priremos

solidariedade e estreita cooperação na luta mi-

litar e econômica, certos de concorrermos


para

a vitória e de compartilharmos, em futuro


pró-

ximo, de acontecimentos felizes, capazes de

aumentar o relevo da nossa atuação»

A NOSSA PARTICIPAÇÃO

NA GUERRA

E' demasiado cedo


para prevermos quais

sejam, em última instância» as formas da nossa

na e na reconstrução do
participação guerra

mundo, mas estamos seguros de


que poderemos

a nossa contribuição a luta, onde


ampliar
para

e for necessário* As nações a cujo lado


quando

batalhamos reconhecem a eficiência do nosso

auxílio» Sem as bases do Nordeste não teria

sido a ocupação da África do Norte,


possível

operação e de apôio indispen-


preliminar ponto

o da campanha de
sável
para prosseguimento

libertação dos martirizados nazismo»


povos pelo

O fornecimento de materiais estratégicos, a vi-

nossas costas, a ação e


das
gilância persistente

da nossa valorosa Marinha e das des-


silenciosa
CULTURA POLÍTICA

temidas Forças Aéreas representam


já conside*

rável esforço bélico. O Exército Nacional,


de

tão tradições,
gloriosas conclue a sua mobiliza^

articula-se com a Armada


ção, e a Aeronáutica,

segundo os de cooperação militar com


planos

os Estados Unidos, e se apresta as even-


para

tualidades da luta»

Precisamos, todavia, acelerar o ritmo da

nossa
militar e criar-nos uma
preparação men-

talidade de Elevem os corações todos


guerra^

os brasileiros, coloquem-se acima dos interesses

transitórios,
desprezando intrigas tricas mês"
e

Onde houver
quinhas.
perseguições, propósitos

de vingança, deshonestidades
ou explorações,

far-se-á sentir a ação reparadora do


poder pú"

blico. E, asseguro-vos não deixarão de ser


que

tomadas as medidas de contra os


justa punição

culpados e de amparo a
providências
possíveis

vítimas, desde cheguem ao meu conheci-


que

mento abusos e transgressões.

O POVO E AS CLASSES ARMADAS

O brasileiro não faltará, certo, aos


povo
por

seus soldados, aos seus marinheiros e aos seus

aviadores, com os elementos de careçam


que

atuar mais amplamente.


para E isto
para que

aconteça torna-se indispensável


continuarmos,

com redobrado empenho, a mobilização dos

nossos recursos econômicos, diríamos melhor,

"a
usando a linguagem militar: batalha da

Produzir mais, —'


produção". melhor
produzir

nas fábricas, nos campos, nas hortas e nos


po-

mares ^
é a de ordem deveremos
palavra que

ter sempre nos ouvidos, alertando-nos e retem-

a vontade e a decisão
perando-nos de atingir o

máximo dentro das nossas Hoje


possibilidades.

mais do nunca, a ociosidade deve ser con«


que

siderada crime contra o interesse coletivo. Não


DISCURSO DE 1.» DE MAIO
13

sc tolerar
pode a desocupação há tantas
quando

tarefas urgentes a realizar» Operários «as


má-

marinheiros nos
quinas, navios, ferroviários,

motoristas, funcionários, diretores de indústria,

almirantes nos mares ou nos


generais de
postos

comando ^
todos estão sob o mesmo impera-*

tivo i fazer bem e rapidamente a


parte que

lhes toca»

Não é demais acentuar nas circuns~


quanto,

tâncias especialíssimas desta representa


guerra,

o coeficiente do transporte» Pelos caminhos do

ar e velhas rotas marítimas transferem-se


pelas

de continente a continente exércitos e alimen-

tos inteiros» Homens do mar,


para países
que

atravessais oceanos infestados de submarinos

e enriquecestes com
que já sacrifícios
pesados

as tradições do nosso heroísmo; ferroviários


e

rodoviários levais aos os abasteci"


que
portos

mentos e materiais —
da vossa bravura do
e

nosso devotamento depende, em boa o


parte,

contingente da nossa cooperação a vitória^


para

O Governo não vos esquecerá, vigilante


pela

vossa situação e das vossas famílias» E,


princi-

vigilante impedir
palmente, os espiões,
para que

sabotadores e de várias espé-


quintacolunistas

cies, abalem a nossa mútua confiança e


pertur-

bem o nosso trabalho com as suas manobras e

expedientes criminosos» O boato, a intriga, a

calúnia e a maledicência» em épocas como a

atravessamos, são as máscaras freqüente-


que

mente usadas traidores» Ficai alerta e au-


pelos

xiliai a ação das autoridades


policiais, no
que

seu zelo segurança


pela encontram, na
pública

emergência, cooperação
presente espontânea de

todos os bons brasileiros, empenhados na difícil

tarefa de descobir e reprimir as atividades dos

inimigos da Pátria»
**<

CULTURA POLÍTICA

um lustro
dias terá decorrido
Dentro dc dez

feita no Brasil* segundo


da tentativa
primeira

nazista, subver-
e a inspiração para
os métodos

—• residência do
o assalto à
são da ordem:

noite* e
caladas da
Chefe do Governo*
pelas

destacados da
aos lares de elementos
o cerco

in^
civil» A conspirata
militar e
administração

é ima-
mas só hoje
tegralista fracassou, possível

estaríamos reduzi^
a cjue triste condição
ginar

o
êxito» Recordemos
tivesse logrado
dos se

análise com*-
lições a sua
fato, extraindo as
que

«ma maneira de ser


Há falsa patriota:
porta.

intérpretes das
— se arvoram em
é a dos
que

re**
nacionais*
necessidades e aspirações quando

interêsses e
só nos
almente próprios
pensam

vaidades.

NUMA LUTA DECISIVA


EMPENHADOS

— Es-
DO BRASIL
TRABALHADORES

Isto dizer: empenhados


tamos em quer
guerra.

da Pátria.
os destinos
numa luta decisiva
para

nós.
conosco está contra
não estiver
Quem

tôdas as
trabalho e com
homens de
Com os

sei
vivas da nacionalidade que posso
forças

contar.

não recuar?
vacilar, não transigir; para
Não

da Nação
as vozes de comando
a frente; são

os seus filhos»
Brasileira a todos
A saudação do ministro do Trabalho

ALEXANDRE MARCONDES FILHO

AUDANDO o Presidente Getúlio Vargas, em nome dos

trabalhadores nacionais, o ministro Alexandre Marcondes

S
Filho no dia 1.° de maio último, ocasião da con~
proferiu, por

centração trabalhista na Esplanada do Castelo, o seguinte discurso:

"Por
* do Brasil, expressamente
delegação dos trabalhadores

outorgada seus órgãos representativos no Rio de é


pelos Janeiro, que

tenho honra de me dirigir neste instante a V. Ex. O lugar em


a que

nos encontramos, Sr. Presidente, enche de simbolismo os fes-


agora

de de maio. Foi neste chão V. Ex.,


tejos comemorativos que
primeiro

1929, candidatando-se à Presidência da República, a


em prometeu

do trabalho humano, através de leis dos direi~


dignificação protetoras

e das do Era uma linguagem estranha


tos
prerrogativas proletariado.

brasileira. Era como se V. Ex. se referisse a criaturas


na
política

do convívio social, naquele tempo um


desterradas profundo
porque

reinava nos códigos a respeito dos trabalhadores. Perante


silêncio

e inconcebível cegueira legisla-


criminosa displicência
governamental

o trabalho dos homens, sob invocação de uma des-


tiva explorava-se

no fundo, era uma lei de


humana liberdade contratual, quasi
que,

Explorava-se o trabalho das mulheres, em nome de uma


penúria.

inferioridade, no fundo, uma lei de escravatura.


suposta parecia
que,

trabalho dos menores, sob de uma aprendi-


Explorava-se o pretexto

verdade, uma lei de injusto castigo à infância.


zagem, em era
que,

havia nesses tristes acontecimentos, é certo, um sentido de


Não

empregadores, a brasileira, sem distinção


crueldade dos gente
porque

é de índole sentimental e de inteligência compreensiva.


de classes,

disposta aos atos de bondade e a integrar-se


Ela está sempre
pessoais

movimentos de Tudo sem dúvida, da com-


nos provinha,
progresso.

do Estado a realidade brasileira. Pensamentos,


ausência
pleta perante

oriundos, sabe, do drama servil, ainda se


hábitos e quem
processos

arraigavam, à espera do estadista a transformação


que, pressentindo

%
POLÍTICA
16 CULTURA

abrisse o novo da nacio»


social no bojo das agitações pórtico
políticas,

regimes desconheciam a existência


nalidade, revogando antigos que

econômicos basilares e enclau-


das classes, sufocavam os
problemas

dos erros e dos enganos ancestrais#


suravam a nação na
permanência

A voz de um mundo desconhecido

dia como uma


de V. Ex. ressoaram naquele
As grande
palavras

uma época nunca


mundo desconhecido. Elas acenavam
voz de um para

traziam um sentido novo,


imaginada nos arraiais da
pobreza, porque

onde até então reinava


às aspirações humanas, na
de altura, planície

de segurança ainda
desamparo. Profetizavam uma situação
ignorância e

conservadoras, constituíram pre-


não entrevista classes porque
pelas

econômicas e
e ordenação das forças
núncio de uma conjugação

a encarnação de um
sociais. E, como estrela d'alva,
prediziam

a social, anun-
e tranqüilo, justiça
porque, prometendo
país próspero

aos homens de boa vontade.


ciavam
paz

eram ainda e de
Mas as maravilhosas promessas, pro-
palavras

nossa vida e
cumpridas se os anais da política
messas não
pejavam

Ex. neste chão da Espia-


até o momento em V.
administrativa, que

futuro E nem
veio traçar os rumos de seu
nada do Castelo, governo.

abertas da fácil realização.


ao menos eram as estradas
promessas para

de tradi<-
elas se erguia um século de prejuízos
Contra preconceitos,

Para combatê-las se encas-


cionais e de empedernidos artificialismos.

e receosas de uma elucidação


telavam forças econômicas
políticas,

cria-
coletiva importava em clarear obscuridades
propositadamente
que

das e conservadas.

regionais e atrazo edu-


O divergências pelo
próprio país, pelas

oferecia barreiras intrans-


cacional em o haviam deixado, quasi
que

ciclópica, de aliás
efetividade dessa reconstrução que
poníveis para

a marcha do seu mesmo des-


dependendo, em última instância,
estava

tino.

Fiel à empenhada
palavra

República. Alguns anos se


V. Ex. assumiu depois o Govêrno da

ideologias antibrasílicas. Realizou-se


Vieram revoluções de
passaram.

retorno às velhas molduras. Manobraram


uma tentativa de precon-

estalou sobre o
ceitos, interêsses, incompreensões. A
própria guerra

mundo civilizado.

os acontecimentos, nem os imponde-


Mas, nem os homens, nem

sublimes contidos nas


ráveis arredaram V. Ex. dos pala-
propósitos

uma nova humanidade o


vras com trouxera a de para
que promessa

uma legislação monumental foi-se erguendo


Brasil. A e
pouco pouco,

irredutível, venceu todos os obstá-


sob o império de uma vontade
que

as O trabalho dos homens, agora,


culos e dominou tôdas convicções.

a estabilidade lhe o futuro e a


está remunerado, garante
justamente

a velhice. O trabalho da mulher foi enobre~


lhe ampara
previdência
TRABALHO 17
DO MINISTRO DO
A SAUDAÇAO

remuneração igual,
trabalho igual
cido na fórmula
que garante para

maternidade. O tra~
sofrimentos da
e ficaram os sublimes
protegidos

defensiva do Estado,
menores apadrinhasse na autoridade
balho dos

a
as crianças e escolas para
funda berçários profissionais
que para

de amparo, leis
assistência, leis
Leis de leis de
proteção,
juventude.
de V. Ex. e
emanadas da sabedoria
de leis de
processo, previdência,

fundaram no Brasil
à família numerosa,
coroadas lei de
pela proteção

mais civili-
Nação ao lado dos
Social e colocaram a povos
a
Justiça

zados do mundo.

econômicos fundamentais
a resolução dos
Além disso, problemas

futuro excelso. Aqui


meridianos o nosso
em todos os
desacorrentou

e revestidos da
de honra
a V. Ex. como uma
se apresentam guarda

Redonda, e a
operários de Volta que
mais de mil
blusa de trabalho,

balança estas bandeiras


beija e
aço nacional; a brisa
epòpéia do que

e à nossa frente
voluntários da Amazônia,
o dos
nos traz
pensamento

nossos barcos, respi-


viagens dos
nas águas da Guanabara,
se avista,

rando carvão brasileiro.

da
do reconhecimento,
A declaração

confiança e da
gratidão

maio, Sr. Presidente,


de
neste
Eis a razão que, primeiro
por
a consolidação
renascença econômica,
em
se pena
quando prepara,
luz o de
enchem de governo
os diplomas trabalhistas que
de todos

e representam
os lares que
cobrem de benção proletários
V. Ex.,
que
de 1929,
empenhada nas
da promessas
integral palavra
o cumprimento

tradicional encontro
renovar o
brasileiros quiseram
os trabalhadores
e onde
nasceram as
chão onde promessas
Ex., neste mesmo
com V.

declaraçao do
renovar a
Palácio do Trabalho para
se levanta o
hoje

ao 9"
da sua 9ra™c
da sua confiança, gratidao
seu reconhecimento,
-
momento. Eles
este pr
motivo ansiavam por
só tão nobre
E não por
de apoio as
recanto da palavra
ainda êste mesmo primeira
curaram

êste solo das que


solo sagrado, promessas
êsse mesmo
classes sociais,

tao firmes etao


a V. Ex.
trazer também promessas
são realizadas, para
lhes fez naclu« e P
V. Ex.
como as
e tão inabaláveis que
claras
vontade irredu-
com a mesma
serão cumpridas
como as outras,
e
que,
das instituições
unidos na defesa
de estarão
tível. As que
promessas
e representam
benefícios concedidos
instrumento aos
serviram de
que
negadas outros
das leis pelos
vigência e da continuidade
a da
qarantia
da sua dedi-
do seu entusiasmo,
de sua coesão,
reqimes. A
promessa
V. Ex. fundou,
defesa do regime
que
e da sua obediência para
cação
defesa da
interiores e
os inimigos para
da Pátria contra
defesa
para

inimigos externos.
soberania contra os

se esque-
e indestrutíveis, porque jamais
Promessas inalienáveis

agora
dos benefícios que
outorga e a
de a permanência
cerão que
as devem ao
eles
agora lhes
e dos direitos pertencem,
desfrutam que

do seu
à humamda<ie
ao
à clarividência, patriotismo,
descortínio.

— Getulio Varg
o Presidente
amigo
melhor e incomparável

— F. 2
113.773
Política externa do IS)
Brasil

A visita do Presidente do Paraguai

VISITA do Higínio Morínigo, Presidente da Repú-


general

blica do Paraguai, retribuindo a do Presidente Getúlio Var-

À
a Assunção, em 1941, assumiu fóros de um autêntico
gas

acontecimento internacional. Veio refortalecer os elos maravilhosos

dos da boa-vizinhança e estampar ao mundo um exemplo


postulados

eloqüente. Exemplo de entendimento de homens livres, de ausência

de de afinidade sentimental, de ordem, de


paixões, paz.

Bolivar, Washington, Monroe, Bonifácio, Rio Branco, tan-


José

tos outros, tornam-se Colhem-se os magníficos resultados


presentes.

da doutrina conceberam. Não deixar de


generosa que poderíamos

evocá-los, em sincera homenagem. Bles são os norteiam


guias que

os estadistas do Novo-Mundo, os inspiradores da nossa única


política

— o Seus salutares entrelaçam as


pan-americanismo. princípios

nações do Hemisfério num conjunto harmonioso de interêsses e

ideais. Unidas, constituem o Continente da Paz, baluarte da civi-

lização, de onde os reflexos todo o orbe, ensinando-o a


partem para

trocar as do ódio da estima, da ambição desmedida


palavras pelas

respeito mútuo, auxiliando-o a destruir as teorias áridas da vio-


pelo

lência, o materialismo crasso das ideologias desconhecidas, subs-


para

tituir, definitivamente, o fragor das refregas, o ranger das baionetas,

abraços cordiais dos sempre amigos e irmãos. O


pelos povos pan-

americanismo, resguardando a América, deseja e taipbém, a


quer,

redenção da Humanidade.

Paralelismo histórico

No memorável discurso do Palácio Itamaratí, o Presidente Var-

coerente com a sábia externa vem! imprimindo ao


política que
gas,

seu fecundo teve- o feliz ensêjo de expressar, em termos


govêrno,

lógicos e exatos, o alto significado de nossas relações amistosas com

a terra de Francia e Estigarribia. O Brasil e o Paraguai


gloriosa

resolveram identificar-se reciprocamente, dos mesmos


possuidores

anseios e idênticos destinos. Geogràficamente unidos, mesma crença,

iguais costumes, acendrado amor à tradição e à liberdade, somente


/

A VISITA DO PRESIDENTE DO PARAGUAI 19

lhes restava trilhar o mesmo caminho. E é o se dá, mercê1 do


que

esclarecido descortínio do Presidente Morlnigo, insigne no seu


govêrno

renovador, notável
e merecida no concerto das
pela justa projeção

Américas, bem compreendido Presidente do Brasil.


pelo

Ajustando~se mutuamente, debaixo da mais ampla cordialidade,

o Brasil e o Paraguai demandarão confiantes o futuro a fazem


que

irmãos nas lutas


jus, direito e
pelo progresso, justiça.

Atos dos dois


governos

Desde 1939, com o ministro Luiz Riart, e da vinda do


primeira

culto chanceler Argãna ao Rio de o Brasil tem firmado


Janeiro, que

importantes tratados e convênios com o Paraguai. Posteriormente,

em Assunção, a 2 de agosto de 1941, o Presidente Getúlio Vargas

ratificá-los, em meio às mais cativantes demonstrações


pôde de ami-

zade e Agora, com a retribuição do Morínigo, tra-


júbilo. general
"o

zendo-nos carinho, o afeto e a simpatia0 da brava


gente guarani,

estreitando os vínculos existentes entre as duas irmãs,


já outros
pátrias

acordos foram assinados, regulando a navegação, o comércio, etc.

No elevado número dos atos diplomáticos, espelha-se claramente

o empenho de buscarmos na vida em comum, mesmas veredas,


pelas

a mesma meta triunfante.

A linha estrutural de todos êles é a interdependência econômica.

Do seu equilíbrio surgirão os outros, sob as regras e os ditames da


estrita boa vontade e cooperação.

Na série dos inúmeros tratados, bem definindo o espírito dos dois

ressaltam como os de referência aos transportes,


governos, principais

escoadouro no Atlântico e intercâmbio cultural.

Pelos em adiantada execução, serão ligadas as cida-


primeiros, já

des de Concepción e Pedro Caballero, assim como o


Juan processado

da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil,


prolongamento partindo

da moderna e Campo Grande, até Ponta Porã, na fron-


progressista

teira meridional do Estado de Mato Grosso. Com essas obras de

vulto, a ligação ferroviária entre o Brasil e o Paraguai estará efeti-

vada, Pedro Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no


pois Juan

Brasil, são duas cidades xifópogas, separadas uma longa e


por

larga avenida.

É de ver com entusiasmo e alegria recebeu a do


que população

irmãos todos os acordos. O Paraguai encontrou, na orientação


país

eminentemente àmericanista do Presidente Vargas, solução


para

muitas das suas necessidades


geo-econômicas.

Isolado no coração da América do Sul, sem respiração marítima,

não cingindo-se unicamente às vias fluviais, contar


poderia jamais,

com uma expansão comercial digna de seus esforços. Ninguém


2C CULTURA POLÍTICA

melhor o Brasil compreendeu essa dura contingência e a


que procurou

resolver com tanta lealdade. Com a mais ampla visão de solidarie-

dade continental, o Presidente Vargas, ainda em 1941, criou era

Santos, segundo sul-americano, um entreposto franco as


porto para

mercadorias do Paraguai, de exportação e importação. Sua insta-

lação deu-se há meses. O Brasil satisfez, assim, uma das maio-


poucos

res aspirações do Paraguai, a oportunidade de


proporcionando-lhe

debruçar-se no Atlântico, o oceano das rotas internacionais,


grandes

onde circulam as riquezas da maioria dos da terra.


por grande povos

As conseqüências benéficas advirão de tais empreendi-


que

mentos aproximam-se. O Brasil terá um novo e ativo mercado


para

os variados de suas indústrias. E o Paraguai ficará em


produtos

condições de um intercâmbio intenso conosco e os demais


países

oceânicos, exportando os recursos agro-pecuários de


grandes

dispõe.
que

Com a concretização dêsse imperativo, o Brasil e o Paraguai

deram um exemplo à história econômica da América. Ha-


grande

verá maior de colaboração, de sadio


prova pan-americanismo?

Solucionada a dos transportes e da fatalidade mediter-


questão

rânea, a incrementar os laços culturais, tão importantes


passamos

como aqueles outros, isso fala à alma dos dois fazen-


por que povos,

do-os íntimos no conhecimento de suas


particularidades, eviden-

ciando o moral de cada um, os diversos estados


patriotismo de sua

vida e formação.

Dois convênios deram forma a êstes também assi-


problemas,

nados em 1941. Efetiva-se, então, a vinda de estudantes, oficiais e

missões militares. Enviamos técnicos e Criam-se boi-


professores.

sas em nossas universidades. Dá-se a de cientistas, literatos


permuta

e artistas. Há uma interdependência social entre os dois


profunda

iguais nos mais sentimentos cristãos.


povos, puros

Através da mocidade, do livro, das conquistas artísticas e cultu-

rais, do sorriso franco nas escolas, não há negar o das


paralelismo

duas nações caminham lado a lado, empenhadas em harmoniosa


que

união, baseada no trabalho e na confraternidade .

Tais ajustes entre o Paraguai e o Brasil, com a visita do Presi-

dente Higínio Morínigo, desfilaram com tôda a ostentam.


grandeza que

Coroamento de uma obra

Por tantas razões, a atuação do Presidente Getúlio Vargas na

magistratura do tem merecido o mais irrestrito apôio


primeira país do

brasileiro, habituado a sentir no firme do chefe


pulso o timo-
povo

neiro seguro da nacionalidade.

Com a envergadura de legítimo Cidadão da América, nada tem

merecido seu maior devotamento a de boa vizinhança.


que política
A VISITA DO PRESIDENTE DO PARAGUAI 21

Êlc tem sido um da concórdia entre os sempre


grande paladino povos,

a estreitar a amizade entre as


pronto nações vizinhas, colaborando

com elas na solução dos seus difundindo, em suma, o


problemas,

sonho daqueles
que* a necessidade de fazer-se do
previram grande

continente americano um bloco indissolúvel de fraternais. Bsta


povos

tem sido uma das mais vigorosas diretrizes do seu conquis-


govêrno,

tando, como o Paraguai, uma recompensa. Nossos vin-


jsta paises,

culados amor e trabalho,


pelo pelo desempenharão o relevante
papel

lhes cabe, e caminharão sempre


que nada é capaz de
juntos, porque

detê-los, embora.
passageiramente Foram essas as afirmações doPre-

sidente Vargas. E assim o será.

INEXISTENTE A DÍVIDA DE GUERRA DO PARAGUAI

O Presidente Getúlio Vargas assinou, a 4 de

maio último, um decreto-lei considerando

inexistente a divida de do Paraguai


guerra

com o Brasil. O seu texto está assim


para

redigido:

44

O Presidente da República, usando da atribuição lhe confere


que

o artigo 180 da Constituição;

Considerando a de solidariedade americana tem como


que política

objetivo a fraternal colaboração das Repúblicas dêste hemis-


principal

fério no ideal comum de e de


progresso paz;

Considerando as afinidades e as boas relações entre o


que povo

brasileiro e o devem todos os meios intensificar-se;


paraguaio por

Considerando o alto aprêço em o Govêrno e o brasi-


que povo

leiros têm ao e ao Govêrno da República irmã;


povo

Considerando o desejo do e do Govêrno brasileiros de


povo pres-

tar uma homenagem especial ao e ao Govêrno


povo paraguaios por

ocasião da visita ao Brasil do Presidente da República do Paraguai; e

Interpretando o sentimento nacional,

Resolve baixar o seguinte decreto-lei;

1.° —
Artigo É declarada inexistente, a desta data,
partir para

todos os efeitos, a dívida da República do Paraguai com o Brasil,


para

constante do Tratado de Paz, firmado em Assunção a 9 de


janeiro

de 1872.

—*
Artigo 2.° Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de em 4 de maio de 1943, 122.° da Independência


Janeiro,

e 55.° da República.

Getúlio Vargas".
(a.)
CULTURA POLÍTICA
22

PRESIDENTE MOR1NIGO
AO
SAUDAÇÃO

banquete oferecido a
Itamarati, durante o
No

Chefe da Naçãof ao
5 de maio último,
pelo

Morínigo, o Presidente
Presidente Higinio

a seguinte oração:
Getúlio Vargas
pronunciou

"A e uma
honra o meu Govêrno
V. Ex. é uma alta
visita de para

e interpreta no
amizade a Naçao Brasileira compreende
de que
prova

interamericana.
sentido de confraternização
seu elevado

V. Ex. antes de
longo trato de terra brasileira por
O percorrido

consagração de aplausos
e aqui receber a
à nossa Capital
chegar

a mostra dos senti-


lhe deu, seguramente,
espontâneos e calorosos,

ao e heróico
Brasil em relação povo paraguaio,
mentos do grande

e devotamento.
V. Ex. com sabedoria patriótico
cujos destinos dirige

Naçao Brasileira se encontra


Km esta, a
ocasião como
quando

continental e
os de solidariedade
em defender princípios
guerra para

o
marítimas, avulta extraordinàriamente
a liberdade das comunicações

mandatário do Para-
entre nós do
significado da primeiro
presença

nos negócios externos, liga-


a idênticas diretrizes
Obedecendo
guai#

territorial e a comu-
de cultura, a contiguidade
dos afinidades
pelas

as duas Nações irmãs


vitais, fora de admirar
nhão de interêsses que

os laços de amizade existentes


mais e mais
e vizinhas não estreitassem

o recíproco.
em tudo possível para progresso
e cooperassem quanto

das relações internacionais


A nova
política

as relações internacionais
vai longe o tempo em podiam
que

boa vontade, limitadas aos fatores


no terreno abstrato da
permanecer

diferendos de fronteiras ou de
da ausência de
resultantes
passivos

atualidade, com a intensificação das


econômicas. Na
competições

os são, cada dia, mais


e a facilidade das comunicações, povos
trocas

íntimo contacto, obrigados a manter


vivendo em
interdependentes,

alicerçada em realidades mutuamente


uma colaboração permanente,

interessantes.

das nações americanas,


Nós, representantes jovens procuramos

da internacional, somando es for-


a solução do prosperidade
problema

do e fugindo aos de segre-


no mesmo sentido processos
progresso
ços

de exclusivismos discriminadores, causa sem-


e isolamento, quasi
gação

estéreis, de desconfianças e até mesmo de conflitos


de rivalidades
pre

verdadeira independência entre iguais e só é


inglórios. Só existe

alto nível de desenvolvimento as nações


alcançar quando que
possível
A VISITA DO PRESIDENTE DO PARAGUAI 23

nos cercam dispõem das mesmas oportunidades usufruir os bene~


para

ficios da civilização.

tive a felicidade de visitar, como Presidente do Brasil,


Quando

a hospitaleira e formosa terra de onde trouxe e


paraguaia, gratas

inesquecíveis recordações, evoco neste instante com especial satis-


que

fação, subscrevemos conjuntamente numerosos atos


que possibilitaram

entendimento mais amplo e entre os nossos Agora,


proveitoso povos.

ao imprimirmos novo impulso, em meio a circunstâncias extraordiná-

rias, à aproximação a trabalhamos sinceramente, desejo


para qual

o Govêrno do Brasil, interpretando com fidelidade o


dizer-vos
que

nacional, espera tornar cada vez mais funda e extensa a


sentimento

cooperação encetada sob tão excelentes auspícios.

Largo e caminho de cooperação


fecundo

marítimos vedados destino à vossa Pátria


Os caminhos pelo

brasileiros; as nossas escolas, as nossas


foram abertos nos
portos

os da indústria nacional e a nossa


usinas, os nossos técnicos,
produtos

financeira continuam ao dispor das vossas


experiência econômica e

as nossas corporações militares é com especial


necessidades. Entre

oficiais do vosso Exército e da


agrado são recebidos os
que jovens

e da mesma forma acontecerá na Marinha de


vossa arma aérea,

vossos engenheiros e oficiais aos nossos


Guerra, enviardes
quando

navios, arsenais e estaleiros.

à nossa frente, o caminho de coope-


largo e fecundo,
Desdobra-se,

Cabe-nos aumentar
começamos a trilhar.
ração apenas persistir,
que

reforçar os motivos de
de contacto e compreensão,
as oportunidades

de nada existe capaz


e estabelecer a convicção que
mútua confiança

E êsse de exem-
de separar-nos mesmo programa
passageiramente.

nações se estimulam e respeitam


entre duas
entendimento que
plar

em V. Ex. um renovador avi-


o Paraguai tem
será cumprido, porque

A orientação administrativa do
um esclarecido.
sado, governante

identifica com a nossa, são os mes-


irmão, de modo se
geral,
país

as riquezas naturais, esti-


e intenções: desenvolver
mos os métodos

o de vida do
as energias para que padrão povo
mular produtoras,

o aperfeiçoamento técnico crie novas


a cultura se eleve,
melhore, geral

de trabalho e de bem-estar.
fontes

à vida de seu êsse


Ex., imprimir glorioso país
Soube V. para

valores e capacidades, cercan-


e construtivo, selecionar
ritmo fecundo

Vejo, com na vossa comi-


um núcleo de auxiliares. prazer,
do-se de

representativas das modernas


dessas figuras gerações
tiva, algumas

há muito, merecedor da
ministro Luiz Argana é,
O
paraguaias.
'^ '^8T*HP% ' ¦'''
hPK T^3||p^pS'™|lfip!f^|S

24 CULTURA POLÍTICA

e inteligente colabo-
Da sua dedicada
minha consideração
pessoal.

mostrado sincera e
Aranha, tem
ração com o ministro Osvaldo que

nossa de confraternização»
disposição de bem servir a
decidida política

entre os
importantes ultimamente celebrados
resultaram os atos mais

ministro Amâncio Pampilega,


do Brasil e do Paraguai. O
Governos

Bautista Ayala,
em Assunção, e o
conheci e apreciei general Juan
que

e cujo labor
acreditada entre nós
da missão diplomática profícuo
chefe

vivas simpatias, são


conquistaram as nossas
e distinção natural

da nova fase aberta às relações


expoentes paraguaio-brasileiras.

seu Govêrno, tem a


A Nação Brasileira,
Sr. Presidente: pelo

companheiros a sua
V. Ex. e aos seus ilustres
honra de oferecer a

calorosos votos
hospitalidade afetuosa, formulando pela prosperidade

altos destinos de vossa Pátria.


e
pelos

Ex., Sr. Presidente, e da


a minha taça à saúde de V.
Ergo

neste momento, as
Morinigo, representa dignamente,
Senhora que

da mulher .
virtudes de bondade e distinção paraguaia
patrícias

AO PRESIDENTE VARGAS
O AGRADECIMENTO

homenagem do Presidente
Agradecendo a

o Presidente Higinio Morinigo,


Getúlio Vargas,

do Paraguai, o
Chefe do Govêrno
pronunciou

seguinte discurso:

"Nunca

uma emoção tão como a


senti no meu espírito profunda

me esta homenagem. É em suas


faz experimentar que palavras,
que

vibra a voz de mais de milhões de


excelentíssimo senhor, quarenta

brasileiros e o nobre de outros tantos corações.


palpitar

Ex. uma homenagem deixará na minha alma


Rendeu-me V.
que

indeléveis e, em formosas floridas de esperanças,


recordações palavras,
'

os campos de seu belo falou do do nosso des-


como paralelismo
país,

histórico, das nossas mesmas diretivas nos negócios internacio-


tino

nais, da nossa contiguidade territorial, da comunhão de nossos inte-

rêsses vitais, derivados da identidade de nossas raças autóc-


profunda

tones floresciam na longínqua sob a hoje


que penumbra precolonial,

tão relembrada égide tupi-guaraní.

As suas estão impregnadas da mais cordialidade


palavras pura

e dos mais nobres e sentimentos. Antes de chegar a esta


generosos

opulenta capital, apreciar, como V. Ex. acabou de recordar, em


pude

tôda a amplitude da extensa região as mais eloqüentes


que percorri,

expressões de amizade e de afeto do Brasil o


para povo paraguaio.

Em toda senti as vibrações da alma brasileira e, através


parte,

delas, comprovar como são firmes e sólidos os vínculos fraternais


pude
A VISITA DO PRESIDENTE DO PARAGUAI 25

unem os nossos A recepção tive ao chegar


que povos. grandiosa que

a esta sedutora e bela cidade deixou em minha alma uma nota' de

e inolvidável emoção.
profunda

Reciprocidade de sentimentos

V. Ex., Sr. Presidente, haver comprovado


Bem sabe por pessoal-

visita ao meu em agosto de 1941.


mente, da sua histórica
quando país,

são recíprocos. A cidade de Assunção,


êsses sentimentos jubi-
que

inesquecível oportunidade, se de rece-


losa e alegre, nessa pôs pé para

em homenagem excepcional vista nos


ber e aclamar V. Ex. jamais
"Ciudad

muito ilustre de los Comuneros". Então


anais da histórica e

o coração dos meus compatriotas e meu


V. Ex. tinha conquistado

hipotecado todo o seu afeto e o seu carinho com


lhe havia
povo já

à acertada internacional de V. Ex., baseada


reconhecimento política

doutrina da cooperação e da boa vizinhança.


na sábia

convênios a V. Ex. faz


Com o ajuste dos importantíssimos que

assinados cm de 1941, chan-


referência em seu discurso, junho pelos

A. Argana, o Brasil e o Paraguai


celeres Osvaldo Aranha e Luiz

a cooperação e a harmonia não são


demonstraram a solidariedade,
que

mas realidades tangíveis, e a amizade


simples figuras de retórica, que

desde então uma firmeza venturosa.


une nossas adquiriu
pátrias

Ex. acaba de fazer de o seu Govêrno,


A afirmação V. que
que

sentimento nacional brasileiro, deseja


interpretando com fidelidade o

e extensa a cooperação iniciada sob


tornar cada vez mais
profunda

suas escolas, suas usinas, seus téc~


tão excelentes auspícios, e de
que

e de sua experiência econômica e


nicos, os de sua indústria
produtos

das necessidades de meu


financeira continuam à disposição país,

dramáticos momentos em a
adquire, senhor Presidente, nestes que

dividem e desunem os homens, uma signifi-


incompreensão e o ódio

cação verdadeiramente transcendental.

Paladino internacional de uma

de e harmonia
política paz

do Brasil, tem títulos em dema-


Ex., como mandatário
V. primeiro

'constituir o dessa interna^


se na América paladino política
sia
para

brasileira tem sido sempre a escola


uma vez a diplomacia
cional, que

como expressou o seu ilustre


da harmonia, e sua história, já
da e
paz
"não
obscura de rivalidades com outros
é uma história
chanceler,

afim de realizar a
mas de esforços desenvolvidos grandeza
povos

e a cultura humana".
nacional promover

continental de V.
Política felizmente assegurada pelo prestígio

firme nas relevantes virtudes


tem sua mais
Ex., que garantia
política

reconhecidas de estadista
de V. Ex. e nas suas qualidades
cívicas

insigne e esclarecido.
26 CULTURA POLÍTICA

de cooperação e boa vizinhança, no diz


Essa sábia que
política

tem sido eficazmente secundada ilustre


respeito, ao Paraguai, pelo

chanceler Osvaldo Aranha, estadista de escol, cujo


prestígio já

de há muito os limites das fronteiras brasileiras adqui-


transpôs para

rir os magníficos relevos de uma vigorosa continental,


personalidade

representante ao meu Dr.


e seu culto e digníssimo govêrno,
pelo junto

Francisco Negrão de Lima, diplomata hábil, sagaz, na mais ampla

acepção do vocábulo, com simpatia extrema, um dos traços da


que

múltipla soube a efeição e a boa vontade


sua
personalidade, grangear

de todos os meus compatriotas.

Vivemos, senhores, um momento culminante da história da huma-

nidade. Os valores fundamentais da civilização, os atributos inalie-

náveis do homem, os foros mais apreciados do cha-


que poderíamos

mar a cidadania humana, encontram-se em transe muito crítico.

Desencadeada a as nações se em dois umas


guerra, juntaram grupos:

defendem aqueles valores e outras subjugá-los a


que que pretendem

uma ordem nova, na a harmonia social se e a se


qual quebra justiça

desequilibra satisfazer a um sentido de vida e absurdo.


para pagão

Na ordem universal das coisas, a liberdade representa a harmonia

equilibra, a imanente dignifica, e a mais bela floração


que justiça que

do espírito humano. É isso tanto o brasileiro


por que povo quanto

o e tôda a América não vacilaram um momento e correram


paraguaio

a defender o lábaro da liberdade, no hoje, como há


pressurosos qual,

dezenove séculos, se deve escrever, com letras de fogo, o lema imortal

— êste vencetás!
Com sinal

Desde logo, Exmo. Sr. Presidente, na amplitude do espírito

brasileiro e na imensidade de seu horizonte não se conceber


pode

outro sentimento nem outra aspiração, o Brasil, manancial ines-


pois

de fonte e lar do direito e da constitue um


gotável próceres, justiça,

baluarte formidável, erguido, diante do Atlântico, separa dois


que

*
mundos e duas ideologias.

Brindo, Exmo. Sr. Presidente, nossos intima-


para que povos,

mente compenetrados do seu histórico, ofereçam sempre à


paralelismo

humanidade angustiada, exemplos humanos de confraternização

e ativa.
profunda

Brindo ventura de V. Ex., ilustre Presidente desta


pela pessoal

Nação, criador magnífico da sua unidade e arquiteto do seu


grande

ressurgimento e e saúde da Senhora Vargas, sua dignís-


grandeza, pela

sima e modelar esposa, síntese das virtudes e da da mulher


graça

brasileira".
DO PARAGUAI 27
A VISITA DO PRESIDENTE

TOTAL DA ECONOMIA BRASILEIRA


A EMANCIPAÇAO

os Presidentes Higínio
Durante a visita
que

Vargas às insta-
Morínigo e Getúlio
fizeram

Volta no dia 7 de maio


lações de Redonda,

da Nação brasileira teve


último, o Chefe

oportunidade de as seguintes
proferir palavras:

"Diante
magnitude, como o
de tamanha que
de empreendimento

não ocultar o meu entusiasmo


estamos aqui realizando, patrió-
posso

brasileiros. O repre-
minha confiança na capacidade dos que
tico e a

de Volta Redonda, aos


as instalações da Usina Siderúrgica
sentam

de um futuro
nossos olhos deslumbrados grandiosas perspectivas
pelas

emancipação econômica do
é o marco definitivo da
bem
próximo,

e ferro, desafiando ceticis-


está êle em cimento
país.Aquí plantado,

orgulho, refle-
Admirêmo-lo com para
mos e desalentos. primeiro justo

os seus fundamentos numa


depois foi difícil lançar
tirmos quanto

tendo em vista os obstã-


vitoriosa. E digo difícil, não só
realização

as resistências e omissões de
a vencer, como ainda
culos materiais

levar ao
incapacitar-nos
uma mentalidade parecia para
pública que

Não será exagêro


das soluções o
terreno práticas grande problema.

conduta de incompreensão e
atribuir, historicamente, a nossa passi-

de 1891 estabeleceu, e
ao a Constituição
vidade que
provincialismo

em manter-nos na situa-
dos industriais interessados
ao reclamo
paises

e consumidores de
de simples fornecedores de matérias
primas
ção "país

expressão: essencialmente
manufaturados. Aquela
produtos

a economia brasileira, mos-


agrícola" de uso corrente caracterizar
para

do nosso atraso. Durante 32


tra, em boa a responsabilidade
parte,

1922 — o
vida republicana de 1890 a pro-
anos de permanecera

se
de tal maneira ausente das cogitações que
blema governamentais

a discussão sôbre a
considerá-lo inexistente. Reabriu-se
poderia

razão clara e simples: a


matéria em 1922, uma primeira guerra
por

manufaturados e a
arrastara até nós a crise dos
mundial produtos

de trazia-nos um
das taxas de na Europa
juros post-guerra
queda

a industriais distan-
de capitais inquietos, dispostos explorações
afluxo

tomava de relêvo.
dos centros em a social plano
tes questão
que

e a solução do
O grande problema
passado

—^ de Ferro Ita-
nome Companhia
A enunciação de um simples

20 anos. Retomado o
uma campanha de problema
bíra resumiria

fez correr rios


contrato de concessão
com o famoso que
siderúrgico

opinião voltada a solução


uma da para
de tinta, ainda parte
persistia

— sem usina transformadora.


exportar minério possuir
semi-colonial:
"pais
agrícola" orien-
a fórmula essencialmente
Levemente alterada,

freqüente e capcioso,
nossos atos. E o argumento,
tava ainda os

fabricar aço.
Não dispúnhamos de combustível
era o mesmo: para
28 CULTURA POLÍTICA

A revolução de outubro, de tendência acentuadamente naciona-

lista, afastou algum tempo o risco de empregarmos as nossas


por

a Estrada de Ferro Vitória-Minas e o vale do rio Doce


jazidas,

a um monopólio internacional. Sempre se interessada-


pretendeu,

mente, considerar como inseparáveis do a fundação


partes problema

da siderurgia, a exportação de minério e a de carvão.


grande produção

Simples fórmula dilatória. Não resolvendo tudo, nada era


possível

resolver. Tínhamos, os homens da revolução de 30, vistas


porém,

diferentes sôbre a o candidato da Aliança Liberal assi-


questão. Já
"O

nalava na suá —
surto industrial só será lógico, entre
plataforma:

nós, estivermos habilitados a fabricar, senão tôdas, a maior


quando

das máquinas nos são indispensáveis. Daí a necessidade


parte que

de não continuarmos a adiar a solução do siderúrgico". E,


problema

um ano depois, em Belo Horizonte, triunfante o movimento, desen-

"Mas,
volvia aquele de vista, apenas indicado: —
ponto o
problema

máximo, dizer-se básico, da nossa economia


pode é o siderúrgico.

Para o Brasil, a idade de ferro marcará o da sua opulência


período

econômica. No amplo emprêgo dêsse metal, sôbre todos


precioso,

se expressa a equação do nosso Entravam-no a nossa


progresso.

míngua de transportes e a falta de aparelhamentos indispensáveis à

exploração da riqueza material imobilizada.


que Comple-
possuímos

tando, finalmente, o meu no tocante à solução do magno


pensamento,

oportuno insistir ainda em um a


problema, julgo necessidade
ponto:

de ser nacionalizada a exploração das riquezas naturais do sobre-


país,

tudo a do ferro. Não sou exclusivista nem cometeria o êrro de acon-

selhar o repúdio do capital estrangeiro a empregar-se no desenvolvi-

mento da indústria brasileira, sob a forma de empréstimos, no arren-

damento de serviços, concessões ou em outras múltiplas


provisórias

aplicações equivalentes. Mas, se trata da indústria de ferro,


quando

com o havemos de forjar toda


qual a aparelhagem dos nossos trans-

e da nossa defesa: de aproveitamento


portes das dágua, trans-
quedas

formadas na energia nos ilumina e alimenta as indústrias de


que
paz

c de das redes ferroviárias


guerra; de comunicação interna, onde
por

se escoa a e se movimentam,
produção em casos extremos, os nossos

exércitos: se trata — -
quando repito da exploração de serviços de

tal natureza, de maneira tão íntima ligados ao amplo e complexo


pro-

blema da defesa nacional, não aliená-los, concedendo-os


podemos a

estranhos, e cumpre-nos,
previdentemente, manter sôbre êles o direito

de e de domínio".
propriedade

O novo terreno da ação nacionalista

Colocado o nesses termos, tratamos de


problema sem
passar,

demora, à ação. Pouco depois nomeávamos a Comissão de


grande

Estudos, da fazia o capitão Edmundo de


qual parte Macedo Soares e

Silva, considerado autoridade no assunto, seus estudos especiali-


por

zados e sua incontestável capacidade. As conclusões do trabalho

realizado foram, então, encaminhadas ao Congresso, vigência


na da
A VISITA DO PRESIDENTE DO PARAGUAI »

Constituição de 1934, e ai até o seu encerramento em


permaneceram

1937. Não era em meio a opiniões saturadas de conser~


possível,

vantismo, abolir velhos erros de apreciação* E, verdadeiramente,

num corpo legislativo a de influências capazes de


grande penetração

eternizar os debates não mesmo solução satisfatória.


poderia permitir

O Governo, não estava disposto a consentir em


porém protelação

maior. O exame do assunto a ser feito em 1938 Comis-


passou pela

são Técnica do Ministério da Fazenda, e, nesta, os depoimentos do

major Edmundo Macedo Soares da Silva e do Sr. Guilherme Guinle,

fizeram a balança das razões a solução nacionalista. Ao


pender para

deu-se logo o encargo de o brasileiro, o


primeiro, preparar projeto

concluído em tôdas as suas modalidades, foi submetido ao exame


qual,

de técnicos americanos, o aprovaram. Abordávamos, a um


que

tempo, o seus três aspectos capitais, mas sem interde-


problema pelos


usina siderúrgica, de coque metalúrgico e
pendência: produção

exportação de minério. Nessa fase do estudo e apreciação do


pro-

blema, é de salientar a competente e dedicada atuação do


justiça

ministro Mendonça Lima. Os trabalhos, tomando ritmo acelerado,

depois à Comissão Executiva do Plano Siderúrgico, direta-


passaram

mente subordinado ao Chefe do Govêrno, fizera seguir os


que para

Estados Unidos o major Edmundo de Macedo Soares e Silva, com o

fim de ultimar os estudos técnicos do elaborado, enquanto con-


plano

fiava à inteligente e devotada iniciativa do Sr. Guilherme Guinle a

organização da Companhia Siderúrgica Nacional. Escolheu-se a

localização da usina, e com o apôio financeiro americano, não nos


que

faltou à intervenção amiga do Presidente Roosevelt, iniciamos


graças

a compra dos maquinismos e instalações industriais, invertendo nesses

fornecimentos o empréstimo de 20 milhões, concedido


primeiro pelo

Banco de Importação e Exportação.

Porque, é oportuno dizer-se, a aplicação dos fundos externos foi

exclusivamente reservada à aquisição do material estrangeiro. As

demais instalações de vária ordem são custeadas capital nacional


pelo

subscrito e É com dinheiro brasileiro se


pelo govêrno pelo povo. que

os salários de cerca de 8.000 homens aqui trabalham,


pagam que

desde os técnicos americanos e nacionais até o mais humilde operário.

Da mesma fonte os recursos necessários à aquisição de 50 mil


proveem

toneladas de ferro, 3 milhões de sacos de cimento, 400 metros cúbicos

de britada, 3 milhões de metros de madeira e 55


pedra quadrados qui-

vias férreas — materiais aqui empregados em edifícios,


lômetros de

levantamento de maquinismos, instalações e equi-


plataformas para

indispensáveis ao trabalho industrial. A cidade siderúrgica


pamentos

está crescer e expandir-se, atingindo a


pronta para plenitude

de sua finalidade.

A vitória do carvão nacional

fundamental do foi também


A solução da problema
premissa

a conjura de interesses estranhos, o


encontrada. Contra os céticos e
¦ <• ,» ®
• (<*k Tf-7"
' '
4

POLÍTICA
30 CULTURA

à ulha nacional. /
não descontinuou da
desde 1930, proteção
govêrno,

amparar o nosso com-


anteriores haviam
Administrações procurado

e favores. A
mineral, concedendo empréstimos pequenos
bustivel

em face da concorrência,
incipiente não encontrava, porém,
produção

As emprêsas oneradas ser-


ao crescimento. pelo
condições propícias

derivadas de fatores
consumo sujeito a flutuações,
viço de dívida, o

à Viação Férrea do
restrito, em certa oportunidade,
vários, e
quase

de carvão de baixo teor calorífico,


Grande do Sul, consumidora
Rio

das internas.
tomar-se a medida exata
não possibilidades
permitiam

do de interêsses, iam da
se alastrava, em face que propa-
O jôgo
que "dumping"

nosso ao e demais
aberta contra o processos
produto
ganda

Somente outras medidas


era o desânimo. poderiam
inconfessáveis

1931 a lei n. 20.080, de 9 de


os Em junho,
reanimar produtos.

do nacional em rela-
da cota de 10%
criou a obrigatoriedade produto

As dificuldades tive de
ao consumo de hulha estrangeira. que
ção

vencer, foram enormes e é cedo ainda


enfrentar, as resistências a,

Mas o resultado estava obtido:


relatá-las em primeiro
para público.

ampliavam com segurança a


emprêsas brasileiras de extração pro-
as

aumentava a cota 20%, elevan-


dução. E em breve o para
govêrno

de modo atingindo, nalgumas emprêsas


do-a depois a 30%, geral,

de Ferro Central do Brasil, sob a sua


como a Estrada
consumidoras,

consumo total do ano último e 70%


administração, a 60% de
atual

dêste ano.
no quadrimestre
primeiro

e a de novas
Mudou, o prospecção jazidas
portanto, panorama,

seu campo de ação contando


aos industriais, estendem o
interessa que

nacional. Realmente, êsse


do na siderurgia
com o consumo produto

fornos 1.000
com seus atuais produzir
empreendimento, para
grande

dará consumo seguro ao carvão bra-


de coque em 24 horas,
toneladas

fabricação do benzol, toluol, xilol,


aproveitará os resíduos na
sileiro e

ainda importamos.
alcatrão e outros subprodutos que
amoníaco,

de Santa Catarina deram exce-


feitas com o carvão
As experiências

Unidos, e considerar simpli-


lentes resultados nos Estados pode-se

siderurgia, com a instalação da usina


êste importante fator da
ficado

monta em Tubarão, naquele Estado.


de benefício, se
que

estará, em breve, sob novo


básico da nossa economia
O
problema

importador de manufaturas e
O semi-colonial, agrário,
signo. país

arcar com as responsabilidades


de matérias
exportador primas, poderá

às suas urgentes necessi-


vida industrial antônoma,
de uma provendo

não é mais adiável a solução.


de defesa de aparelhamento. Já
dades

conservadores agraristas compreendem


Mesmo os mais empedernidos

importação de máquinas e ferramentas


é depender da
não
que possível

— indispensável e instrumento
uma enxada êsse primitivo
quando

ou seja. na base do salário


— custa ao lavrador 30 cruzeiros,
agrário

da exportação de miné-
de trabalho. A
comum, uma semana questão

a constituição da Companhia Vale


em separado, com
rio, resolvida
31
A VISITA DO PRESIDENTE DO PARAGUAI

como era falso o


Rio Doce, demonstrou pressu^
do perfeitamente

colocar, antes, o
de interdependência em se pro-
que procurara
posto

da exportação mineral do
blema país.

Brasil tôda a América


Obra do
para

aumentar a sua
usina de Volta Redonda está para
A planeada

ano* Com a sua coqueria


até um milhão de toneladas
por
produção

os altos fornos em instalação,


a usina de subprodutos e
de 55 fornos,

de laminados, e com o
início, cerca de 200 mil toneladas
teremos, de

mil toneladas anuais de


adquirido atingiremos 350
equipamento já

o alto fôrno tem


e barras. Só
trilhos, chapas, perfis primeiro
grandes

horas. Tudo o se está


1.000 toneladas em 24 que
capacidade para

à maior de acordo com


entretanto, margem expansão,
fazendo, deixa,

nem afetará de futuro, a


do mercado, e não afeta,
as
possibilidades

necessário ao suprimento de especia-


de carvão vegetal, tão
siderurgia

da nossa indústria metalúrgica.


de aço e à formação
lidades

industrial exige,
transformação básica da nossa
Essa produção

É a formação de técnicos.
trato de uma de
agora, o questão pessoal.

escolas de fábricas, dará,


Ensino Industrial, instituindo
O Serviço de

de trabalhadores espe-
tempo, um número avultado
dentro de
pouco

escolas irá
e a rede de 200 preparando jovens
cializados, profissionais

das indús-
anos as atividades o desenvolvimento
de 14 a 16 que
para

o Govêrno e as
Dêste impulso, em colaboram
trias comporta. que

Liceu Nacional do Rio de


constitue o
emprêsas privadas, padrão

em elaboração cogita de
no superior, a reforma
E,
Janeiro. grau

sobressaindo os de
especialização engenheiros,
alguns cursos de para

além da criação de
eletricidade, mecânica e aeronáutica,
metalúrgica,

auxiliar eficazmente a
Pesquisas Técnicas, capaz de
um Instituto de

expansão industrial.
nossa

apenas setores de
senhores, não abrange
nossa meus
A
guerra,

militares. Deve
campanhas
bélica e adestramento para
preparação
o nosso desen-
de estruturação
um vasto para
compreender programa

da segunda mun-
de modo ao termo guerra
volvimento futuro, que,

usina, com os braços dos


com o aço desta
dial, empreender
possamos

de vencer, a
e capazes, e a vontade
brasileiros, instruídos patriótica

industrial, antiquado desgaste.


do nosso pelo
remodelação parque

uma das mais


de Volta Redonda
a Usina Siderúrgica
Sendo

resolvi visitá-la em compa-


realizações do meu Govêrno,
importantes

Presidente do Para-
Higínio Morínigo, preclaro
nhia do senhor
general

de seu heróico
títulos digno representante povo.
tantos
guai, por

excepcional do empreen-
não só a significação
assim, ressaltar
Quis,

ilustre hóspede a satisfação


exprimir ao nosso
como também
dimento

consideramos
nos declarando-lhe que
a sua proporciona,
que presença

e os benefícios
da capacidade americana que
obra uma conquista
esta
32 CULTURA POLÍTICA

de bom com a nobre


dela resultantes nós compartilharemos grado

nação amiga.

• Eu vos felicito haveis realizado em


Meus senhores. pelo que

industrial será um marco da nossa civi-


do Brasil. Esta cidade
prol

a atestar a capacidade de nossa um


íização, um monumento gente,

de evidência afastará dúvidas e


exemplo com tal quaisquer
poder que

sôbre o futuro, instituindo no um novo de


apreensões país padrão

nova mentalidade. A todos vós, construtores, simples


vida e uma

— homens animosos, dais o esforço


trabalhadores, engenheiros que

vosso cérebro e do vosso braço a êste empreendimento


do gigantesco

— meus e votos de felicidade, são mais uma afirmação


os que
parabéns

de fé e confiança nos destinos da nossa Pátria".


gloriosos

IMPORTANTES TRATADOS ASSINADOS ENTRE

O BRASIL E O PARAGUAI

Na tarde do dia 10 de maio último, com

excepcional relevo, teve lugar, no Palácio

Guanabara, a cerimônia de despedida do

Higínio Morinigo, Chefe do Governo


general

do Paraguai. Por essa ocasião, realizou-se a

assinatura do Tratado de Comércio e Nave~

e do Convênio de Turismo e concessão


gação

de a entrada de nacionais nos


facilidades para

dois
paises.

Êstees acordost sua alta significaçãof ainda


pela

mais unirão brasileiros e


paraguaios, que

nesta hora, irmanados mesmo ideal e


pelo pela

mesma causa, vivem num ambiente de intensa

confraternização americana.

Todo o Ministério, chefe de


polícia, prefeito

do Distrito Federal, diretor do Depar~


geral

tamento de Imprensa e Propaganda, membros

dos civil e militar da Presidência,


gabinetes

do Itamaratí e outras altas auto-


funcionários

ridades civis e militares estavam ao


presentes

ato.

Serviram de na assinatura
plenipotenciários

de tratadost Brasil, o ministro das Rela-


peto

Exteriores, Osvaldo Aranha, e Para~


ções pelo

o ministro das Relações Exteriores, Luiz


guai,

Argafta.
Morínigo e Getúlio Vargas
Os Presidentes Higino

Política)
(Cultura
A VISITA DO PRESIDENTE DO PARAGUAI 31

Ê o seguinte o texto dos tratados assinados

ministros das Relações Exteriores do


pelos

Brasil e do Paraguai, na dos Presi-


presença

dentes Getúlio Vargas e Higínio Mortnigo:

Tratado de Comércio e Navegação

Por êstc tratado, o Brasil c o Paraguai concordam cm conceder-

se, reciprocamente, o tratamento incondicional e ilimitado de Nação

mais favorecida no respeita ao seu intercâmbio comercial. Não


que

se aplicará, o regime de Nação mais favorecida se


porém, quando

tratar de direitos, favores ou concedidos, em caráter exclu-


privilégios

sivo, Brasil aos da bacia do Amazonas e Paraguai aos


pelo paises pelo

da bacia do rio da Prata. O mesmo regime não se aplicará, igual-

mente, sempre se tratar de direitos, favores ou conce-


que privilégios

didos, ou venham a ser concedidos no futuro a limítrofes


que paises

com o fim de facilitar o tráfico fronteiriço, bem como de facilidades

resultantes de uma união aduaneira de dos contratantes


que qualquer

venha a fazer
parte.

Os nacionais do Brasil e o do Paraguai, no exercício de seus

negócios, artes e ofícios, em território de outra, dentro das


gozarão,

regulamentos locais, em suas e seus bens, da


leis e proteção
pessoas

e dos mesmos direitos, vantagens e liberdade conce-


governamental já

forem concedidos, aos nacionais de outro


didos, ou qualquer país.
que

em conceder-se, reciprocamente, um
Os contratantes concordam

o dispensado seus respec-


tratamento não menos favorável pelos
que

importação e de exportação, a
tivos regimes de câmbio, de qualquer

outro
país.

a não criar nem aumentar


Os signatários comprometem-se quais-

a não estabelecer ou restri-


direitos, taxas e impostos, proibições
quer

de natural ou
à importação ou à exportação qualquer produto
ções

a não tomar medidas, de natureza


manufaturado, de uma outra,
para

embaraçar o intercâmbio comercial


consular ou sanitária, possam
que

sejam igualmente apli-


a menos tais disposições
dos dois que
paises,

de outro ou a
aos idênticos, originários qualquer país,
cadas
produtos

as disposições refe-
outro destinados. Excetuam-se, porém,
qualquer

de material de à
segurança ao tráfico guerra, pro-
rentes à
pública,

como a de vegetais e animais, à


à vida e saúde humanas, bem
teção

histórico e arqueológico, à
nacional, artístico,
defesa do
patrimônio

ou espécie, às medidas fiscais


de ouro e de em moedas
saída prata,

aos estrangeiros
tendentes a tornar extensivo produtos
ou de
policia,

similares nacionais»
imposto no aos
o regime país produtos
próprio

1X3.778 — F. »
POLÍTICA
CULTURA

seu
livre o trânsito, por
declarem
altas contratantes
As partes
de ou com destin

bens e mercadorias procedentes


de
território, pessoas,

estabelecem»
outra» sob condição que
ao da

con-
das altas
de cada uma partes
sob a soberania
Nas áauas
as embar-
de tratamento para
igualdade
haverá completa
tratantes
no respeita
especialmente que
das duas bandeiras,
cacões mercantes
e carga, ao
de
e desembarque passageiros
de embarque
às operações
e das
suas taatalaçaes
e de
Lizaçio. uso
t sua gôzo
ac.S a
.Sos

à navegação.
ofereçam
facilidades que

industrial
da
Proteção propriedade

vez
contém disposições pela primeira
14 do tratado
O artiqo

Brasil, e se
assinados queí
comerciais pelo
nos tratados
aplicadas
e de
e de comercio priyi-
marcas de indústria
à das
referem proteção
conveem no seguinte.
base os signatários
invenção. Nesta
légio de

em dos
estabelecido qualquer
industrial ou comerciante,
1) Todo
marca de
registrada
tiver devidamente
Estados contratantes, que

a mesma proteção
obter no outro
país,
e de comércio, poderá
indústria
dos direitos de
residentes sem
aos nele prejuízo
êste dispensa
que
exigidas pela
e formalidades
as condições
e mediante
terceiros

legislação interna.
pectiva

um de
depósito de patente
efetuado o pedido
tiver
2) Aquele que
e
Estados contratantes, gozara
dos dois
invenção, em
de qualquer
contados da
de doze meses
durante o
direito de prazo
um prioridade
deposito íden-
realizar
do de origem, para
inicial
data do pais
pedido

de terceiros»
ressalvados os direitos
tico no outro,

dos dois
em
qualquer
depósito realizado, posteriormente,
3) O

fixado no artigo
expirado o
antes de prazo
contratantes,
Estados
nesse intervalo,
fatos ocorridos
ser invalidado por
anterior, não
poderá
invento ou sua
do
outro publicação
por pedido,
principalmente

exploração.

resultante
da
desejar prioridade
4) O inventor que prevalecer-se

uma
com o respectivo pedido,
deverá apresentar,
anterior
de depósito
de origem e
competente do pais
fornecida repartição
certidão pela
invenção e o
o título de
a data do depósito,
deverão constar
da
qual

do depositante.
nome

exigir,
dos Estados contratantes poderão
5) As autoridades

apresentação de uma
a
o direito de
impetrado prioridade
quando
ao depósito efetuado
desenho correspondente
do relatório e do
cópia

as cópias do
tanto a certidão quanto
Nesse caso,
de origem.
no país
autoridades do
deverão ser autenticadas pelas
e do desenho,
relatório
outra
dispensada qualquer
expediu, ficando
as porém,
país que

legalização.
DO PARAGUAI 35
A VISITA DO PRESIDENTE

às mesmas formalidades
6) O dc ficará sujeito
pedido privilégio

requerida a e
impostas aos no onde fôr proteção
residentes
país

segundo a legislação vigente.

em dos dois Esta-


7) O nome comercial será qualquer
protegido

ou registro, faça ou
dos contratantes, sem obrigação de depósito quer

uma vez a
não de marca de indústria ou de comércio, provada
parte

firma ou sociedade do de origem.


existência legal da país

Comissões mistas

com sede no Rio de


criadas comissões mistas
Serão permanentes,

delegados dos dois Governos,


e cm Assunção, integradas
por
Janeiro

colaboradores do intercâmbio
funcionarão como elementos
as
quais

Seu objetivo con-


da execução dêste tratado. principal
comercial e

ou divergências surjam,
facilitar a solução de dúvidas que
sistirá em

do tratado, e em sugerir
na interpretação ou aplicação
porventura,

o desenvolvimento do
medidas ou modificações possam promover
que

o da navegação entre os dois


intercâmbio comercial e paises.

à aplicação ou interpre~
divergência
Sobrevindo quanto
qualquer

chegar~se a acordo direto


do tratado, e não sendo por
tação possível

a não aplicar
os contratantes comprometem-se
via diplomática,

comercial ou à navegação,
medida ao intercâmbio
nenhuma
prejudicial

e das sugestões das comis-


de tomarem conhecimento do
antes parecer

sões mistas, sôbre a controvérsia.

Exposições
periódicas

comercial, as altas
de fomentar o intercâmbio partes
No Mtuito

a serem
na realização de exposições
contratantes conveem periódicas

do outro, afim de os
interessado no território que
instaladas
pelo país

ser vendidos a
naturais ou manufaturados, possam
/ seus
produtos,

demonstração de
ou apresentados como simples qualidade
retalho

e
preços.

facilitar o intercâmbio dos


O artigo 17 é dedicado a produtos

comprometendo-se os con-
de e de toalete,
farmacêuticos, perfumaria

o registro dos mesmos nos


estudar a forma de facilitar
tratantes a

de seus respectivos
. órgãos oficiais correspondentes paises.

contratantes acordam em estudar,


Pelo artigo 18 as altas
partes

seja dois convê-


e em concluir, tão possível,
em continuação, pronto

de intercâmbio, e
sôbre a liquidação de saldos
nios: um provenientes

outro sôbre comerciais.


pagamentos

dêsse tratado, vários


Em conseqüência das cláusulas produtos

Assim, o nosso
livres de direito nos dois
a entrar paises.
passarão

etc., e as rendas
soros e vacinas, doces,
cacau, livros, geléias
papel,

reduções nas tarifas adua-


Outros terão
ganduti grandes
paraguaias.

Entre êstea citar: os extra*


a continuam sujeitos. podemos
neiras
que
CULTURA POLÍTICA
36

a
de Cr$ 716,70
de passarão
vegetais curtidores quebracho, que
tos

no Brasil. O cate
a entrada pas-
200,00 a tonelada para
Cr$
pagar

0,135 ouro selado quilo.


no Paraguai apenas por
sará a
pagar

e concessão de
de turismo
Convênio

entrada de
a
facilidades pata

nacionais dos dois


paises

aos nacionais
outorgar
tem objetivo
Êste convênio por principal

nos respectivos
a entrada
maiores facilidades
dois as para
dos paises
de
isentos de quaisquer
Para isso ficarão pagamento
territórios.

forem ao Fara-
ou taxas os brasileiros que
impostos
emolumentos,

viagem de turismo,
ao Brasil, em
vierem
e os que
quai paraguaios
de seus nego-
ou no interesse
artísticas, esportivas,
excursões científicas,

de doze meses.
não exceda o
sua período
eis, desde permanência
que

temporários .
visto consular de
receberão o
Êsses viajantes

de
mediante apresentação Pas~
será concedido
O visto temporário

dado o
Ao ser
ou carteira de identidade.
válido ou cédula
saporte

inicial, o meses,
sua validade
consular mencionará
visto, a autoridade

a critério das
de igual duração,
por período
que poderá prorrogasse

autoridades superiores.

do con-
viajarem nas condições
brasileiros e que
Os paraguaios
a
taxas e emolumentos gravando
isentos de
vênio ficarão quaisquer

o registo
estrangeiros. Consequentemente
temporária de
permanência
n^as te*a
dois será
dos paises gratuito,
serviços competentes
nos

a legislaçao de
assim o determinar qual-
caráter obrigatório quando

dos dois
paises.
quer

no lugar do destino,
no de estrangeiros
do registro serviço
Além

tempo-
exigida a
formalidade será para permanência
nenhuma outra

livre trânsito
sendo-lhe facultado
do viajante no outro
rária país,

exigências de cara-
entretanto, às
território dêste, condicionado,
pelo

ou de segurança nacional.
ter
policial

dois não haverá


dos territórios desses paises
Também á saída

beneficiados convênio.
taxas aos pelo
de
pagamento quaisquer

negociar acordos com-


dois deverão
Oportunamente os
paises

facilitando:
plementares

de veiculas de
território nacional,
trânsito, todo o
a) O por

viajantes do outro;

e corres-
e dirigíveis com
b) o trânsito de aviões passageiros

exclusivamente;
pondência,
relativo às
aduaneiro favorável,
adoção de um regime
c) a

dos viajantes.
bagagens

dias após a ratificação,


entrará em vigor sessenta
O convênio

se efetuará em Assunção*
que
DO PARAGUAI 37
A VISITA DO PRESIDENTE

A DESPEDIDA DOS PRESIDENTES

assinatura dos importantes


Logo após a

Higínio Morínigo, apresen~


decretost o
general

as
tando as suas despedidas,
proferiu

seguintes
palavras:

"O último, no
de 4 de maio
do seu Govêrno,
decreto histórico

da tríplice aliança,
a dívida de
se declara inexistente guerra
qual
em os homens
dramáticos e dolorosos, que
nestes momentos
adquire,

de vinte séculos
defendem o glorioso
livres da America patrimônio

de
vigoroso de um belíssimo gesto
cristã, o sentido
de civilização

apaga a única recor-


com se
solidariedade continental, que
profunda
larga dos nossos
interpor na estrada
ainda se
dação poderia
quq

destinos comuns.

visita e a breve
durante a minha permanência
Eu, senti,
que

da alma brasi-
tôdas as vibrações
formoso e hospitaleiro,
nêste país
ao se declarar
Exmo. Sr.,
afirmar, absolutamente, que
leira,
posso
deu feliz e fiel
de 70, se
da
inexistente a dívida guerra
proveniente

cor-
unido ao meu profundas
à conciência do seu por
expressão povo

simpatia e fraternidade.
rentes de

decreto, desva-
e histórico
a êsse transcendental
Hoje,
graças
e o negror
a sombra das apreensões passadas
nece-se sempre
para
herói-
cruenta, iluminada pela
dias terríveis, daquela
daqueles guerra

como os ocasos
com clarões sangrentos,
dos nossos soldados,
cidade

dos nossos céus.

ficaram esque-
dessa tragédia
verdade os ressentimentos
Ê que

seu fez desapa-


mas também é verdade gesto
há tempos, que
cidos

ainda sobre-
resquício de incompreensão que poderia
recer o último

da nossa história
hoje as
afirmar paralelas
viver que
permitindo-nos

transversal traçada
luminosa por
indissolüvelmente unidas
ficam pela

mais fundo do seu


do
de V. Ex., transversal que, partindo
ação

do Brasil, como
dos nobres sentimentos
é a expressão mesma
coração,

do seu espírito fraterno.


supremo fulgor

assim um ciclo de
de 70 encerra
da dívida da
A extinção guerra

mais alto do
será o ponto
abre uma nova era, que
história e
nossa

comum de heróis-
e de nosso acervo
de nossos destinos
paralelismo

mos dolorosos.

com ale-
a nova
recebeu e acolheu grata
O meu jndizível
povo

mais sen-
ao calor dos puros
a sua alma vibrou
e jubilosamente
gria

timentos de confraternização.

Ü**J"
êsse sentir uníssono
com fidelidade
meu Govêrno, traduzindo
E o

em vir-
o dia de anteontem,
declarou feriado
do paraguaio,
povo
ao heróico e
ao Brasil,
fato e em homenagem
tude do auspicioso

e dos
acima das
irmão, colocando-se prevenções
povo que,
grande
¦WV-.^K? »•;•>*• -¦*
ufiwiuiw ji ^7: v c*q -sr> >w^f
4? jy«
«w. ^

POLÍTICA
jg CULTURA

de V. Ex.,
do ilustre Govêrno
dar. órgão
soube pelo
preconceitos,
na forja comum
dois fundida
à unidade de povos,
venturosa expressão

mesmos ideais de
enaltecida grandeza.
e sacrifícios e pelos
de esforços

me chega a esta
do meu que
um mandato povo.
Cumprindo

vibrações do
através das
emoção
e recebo com
terra amiqa, profunda

nêste abraço caloroso,


do Brasil,
Sr. Presidente que,
eter permita-me.

a da Nação que
lhe apresente paraguaia,
afetuoso e irmão, gratidão

emanaçao o
de V. Ex.,
dignidade o
agradece com gesto
aceita e
da
Govêrno e do seu proveniente
do seu P°v°»
espírito de
justiça
humana .
do sentido da solidariedade
compreensão
mais
profunda

VARGAS
DO PRESIDENTE
A RESPOSTA

Higinio
do Presidente
Após o discurso

Getúlio Vargas
o Presidente
Morínigo,

improviso, as seguintes palavras,


de
proferiu,

taquigráficas da
com as notas
de acordo

Agência Nacional:

"Sr.
Higinio Morínigo:
Presidente

beleza e de tal
revestidas de tanta
de V. Ex.,
As palavras
o nosso
de eloquênda, tocam
e profundamente
acento de sinceridade

se acham uni-
da América
em os
neste momento que povos
coração

a
a boa causa para qual ja
uma mesma causa
ao lado de
dos,

sol dá vitória.
vemos raiar o

do Brasil, as manifesta-
ao o solo
Disse V. Ex. percorrer
que,

o ato
recebeu demonstraram que pra-
de afeto precisamente
ções que

do brasileiro, o
reflete o povo
ticado meu ,govêrno pensamento
pelo
a V. Ex.: felizes os
E eu dizer
uma verdade. posso
é
que grande

em circunstâncias dramáticas
e felizes os que,
povos
governantes
episódio da sua his-
com uma um
as atuais, encerram, penada,
como

e abraçar-se fraternalmente".
estender as mãos
tória e
podem

sendo, em
abraçaram-se efusivamente,
Os dois Presidentes

uma taça de champanha.


seguida, servida

ao seu ilustre hóspede


Vargas brindou
O Presidente Getúlio

Morínigo erguia também


enquanto o
e tôda a comitiva, general

Brasileiro e demais
do Chefe do Govêrno
taça em honra
a sua

autoridades.
da doutrina de Monroe
Um episódio

Nabuco na 4a. Conferência Internacional Americana


A
fórmula

L. DE ALMEIDA NOGUEIRA PõRTO

Buenos Aires, de 12 de a 30
1910 o ambiente julho
político

desafio de agosto, a 4.a Conferência In-


da América era um

EM Cotn ex~
dos ternacional Americana.
aos esforços
panameri-

Equador che- ceção da Bolívia, as delegações


canistas. Perú e

em de tôdas as repúblicas convergiram


às da
gavam portas guerra

frontei- a capital argentina, como se


torno de um conflito de para

nenhuma ousasse tomar a iniciati-


mesmo motivo desen-
ras;
pelo

va de se manifestar desiludida da
tendiam-se Costa Rica e Panamá.

obra de e cooperação repre-


relações com
A Bolívia rompera paz

laudô sentada êsses congressos.


à vista do por
a Argentina,

Traziam um sorriso convencional


na sus-
arbitrai desta que
questão

nos lábios e a descrença no co~


o Perú, e incidentes
tentava com

Aires e Rio ração.


ruá em Buenos
de

levado os
de tinham go- entre
Aliás essa aproximação
Janeiro

brasileiro a
argentino e
vernos da América,
os homens
políticos

a uma nota
darem ser ex~
publicidade naquele momento,
provou
os excessos
conjunta condenando
salutar. Do contacto
tremamente

As nações americanas
havidos.
amizades, des-
surgiram
pessoal
si, mas encon-
disputavam entre
e a
fizeram-se mal-entendidos
comum de en-
travam um
ponto
novo
idéia ganhou
com panamericana
na desconfiança
tendimento

alento.
encaravam a
tôdas política
que "big
— A da delegação
Roosevelt o
de Teodoro proposta

e, em brasileira
como ficou chamado *
stick"

nesse mesmo
virtude da .
qual,

a delega-
Unidos realiza- Levou em sua
ano os Estados pasta

na Nicará- — chefiada
vam uma intervenção brasileira por
ção

Gama, até a chegada


Domício da
gua.

e integrada por
de Murtinho,
ambiente de rivalida-
Foi nesse

Almeida No-
em Gastão da Cunha,
se reuniu
de e que
prevenção
CULTURA POLÍTICA
40

chegou a nun-
te não prevalecer
Bilac e Herculano
Olavo
gueira,
falsidade foi era
ca, e sua posta
— de apoio
Freitas um "po-
de projeto

recentemente com a
fór- realce
de Monroe numa
à doutrina

bom vizinho", fundada


lítica do
Nabuco.
mula de
Joaquim

na solidariedade continental.

delegação brasil
A da
proposta
4

La Nación em
leira, escreveu
Redigida por Joaquim

ano, não vi-


24 de daquele
julho Nabuco a
fórmula
os ânimos
mais sondar
sava que

satisfi-
uma declaração que redigida
A fórmula por Joaquim
para

Unidos e desse indi-


zesse os Estados chefe naturalmente
Nabuco,

a harmonia sul-america- brasileira


cado a delegação
pé para para

um nobre obje- levas-


na. seria êsse Buenos Aires, se o não
Já em

nos impede de mêses antes,


tivo, mas nada se a morte
poucos
"O

contivesse, inten- modelar; largo


admitir ela era período
que

alcance ain- declaração da doutrina


ou não, desde a
cionalmente

a in- habilita-nos a reco-


o de contrariar de Monroe
da maior:

advogada nhecer nela um fator


terpretação restritiva permanente

norte- externa do Continente


da opinião de
uma paz
por parte

Por isso, festejando


sentido de limitar Americano.
americana, no

esforços a sua
os benefícios os para
aos Estados Unidos primeiros

a América Latina
Essa interpre- independência,
daquela Doutrina.

irmã do norte a
de envia à
despojava o grande
tação pensamento

do seu reconhecimento
espíri- expressão
Monroe de seu
generoso

aquela nobre e desinteressada


fôrça
to e mesmo de sua por
grande

de tão benefício
iniciativa grande
Exemplos dela têmo-los
moral .

todo o mundo".
naquela para
em abundância quadra.

a brasileira, O momento era oportuno


Comentando proposta para

norte-america- a apresentação dessa


advertiam proposta, já
jornais

Unidos não das nações ameri-


nos os Estados a maioria
que que

de impedir a naquele ano


deveriam ir além canas comemorava

de território americano de suas


ocupação o centenário
primeiro

européias e
que, contra a metrópole
por potências campanhas

chegasse o momento,
pro- Mesmo aceitando-a
quando espanhola.

inicia- "uma
cederiam sua
por própria aos Esta-
como barretada

meios.
tiva, seus
por próprios
Unidos", segundo as críticas
"Podemos dos

um apôio à
aceitar

não se deixar de
da época,
pode
mas não aceitar
nossa
política,
era feita no mo-
reconhecer
que
dadas as obrigações que
sócios;

mento adequado, representando


os tratados existen-
nos impõem

no sentido da
um impulso sincero
nos declarar
tes, não
podemos

das nações latino-


em reaproximação
a entrar pela
guerra
prontos

dos Estados Unidos,


aliado" O americanas
chamada de um (1).

a bem da harmonia continental.


felizmen-
egoísmo desse
princípio

em telegrama do correspon-
Express artigo citado
The Saint Louis
(1)
"La
Prensa' de *7-7-1910.
dente de
41
DOUTRINA DE MONROE
UM EPISÓDIO DA

mas os chilenos não es-


a Monroe;
Retirada fórmula

dispostos a aceitar a re-


tavam

vimos de citar. Os
oposi- solução
Mesmo assim encontrou que

de alguns dos ou-


Buenos representantes
na Conferência de
tores

mostravam-se menos
tros Estados
desconfiança então
Aires,
pela

animados ainda; temiam


a que,
existente com
para política
44aprovando-a",
disse o senhor Al-
Em face das
norte-americana.
44sancionassem
os atos de
varez,
surgidas, e recean-
resistências

Es-
da hegemonia pelos
debate em tôrno praticados
do um
que

Unidos, mais de
tados quem
tivesse má repercussão, por
proposta
se considerava ofen-
re- uma nação
a delegação brasileira
decidiu

dida em sua dignidade soberana".


aliás, com a
tirá-la, de acordo,

claro, de então em di-


Tornou-se
americana.

a inclusão de tal reso-


ante,
que
narra êsse epi-
Vejamos como
um debate
lução
podia precipitar
um autor norte-americano
sódio
Os delegados ame-
acrimonioso.
'
em obra re-
Bexter Perkins
44Dos consultados, ma-
ricanos,
quando
maiores
cente países
(2).
a ina-
nifestaram preferiam
que
Latina o mais cons-
da América

à uma discussão desharmo^


ção
dos Estados Unidos
tante amigo

o teve de ser
niosa; todo
projeto
Brasil. O ministro
tem sido o
uma fórmula
abandonado. Que
Estados Unidos,
brasileiro nos

inofensiva despertar
tão pudesse
tinha redigido
senhor Nabuco,
é eloqüente
antagonismos prova
a reunião
com antecipação, para
de algumas delega-
do espírito
Aires, uma declaração
de Buenos
relação aos Estados
com
lou- ções
de 1823,
sobre os
princípios
Unidos".
como um fator
vando-os perma-

famosa se
o con- Numa que
externa polêmica
nente de para
paz
da Con-
seguiu ao encerramento
americano", terminando
tinente 44
44à
o do Comércio
irmã do ferêrcia, Jornal
dirigir grande
por
de a
toda sua gaffe proposta
a expressão de qualificou
norte

a doutrina de
brasileira sôbre
América Latina)
é, da gra-
(isto 41A
dessas
desinte- Monroe: primeira gaf-
aquela nobre e
tidão
por

a idéia a delegação
foi que
iniciativa de tão fes
ressada grande

tornar extensi-
brasileira teve de
o mundo ociden-
benefício para
do Sul a doutrina
esta va à América
Poder-se-ia supor
tal". que

Essa tolice, felizmen-


aceita de Monroe.
fôsse fàcilmente
declaração

lado, ter apa-


te de
manifestação pode
uma agradável posta
como

lisonjeado os Estados
mas ela rentemente
de cortesia diplomática,

mas no fundo constituía


A Unidos,
tôda sorte de objeções.
sofreu
com
um ato de ingratidão para
tinha entre seus
delegação chilena

uma ridícula demonstra-


Al- êles e
o senhor Alejandro
membros

às nações da
de hostilidade
talvez, entre. os ção
varez, era
que

das tanto
o Europa, quais precisa^
latino-americanos,
publicistas
explicava o arti-
mos" . Não
no reconheci- (3)
menos recalcitrante

dessa ingrati"
de culista a natureza
valor da Doutrina
mento do

Monroe Doctrine".
— Ofl — An histoty o[ the
Perkins Hands
(2) Dèxter

de 29-8-1910.
do Comércio
(3) Jornal
* POLÍTICA
CULTURA
42

de nós, compreende-
distanciam
forma a
nem de propos-
dão, que
a
fàcilmente que proposta
hos- mos
importar
ta brasileira podia
de for--
seria aceita
Europa. não
da brasileira
aos paises
tilidade

em de- simplesmente porque


logo saiu ma alguma,
Rio Branco, que

teve alias erroneamente


não fora interpretada
fesa da delegação,

de apôio
em demonstrar pelo uma declaração
difieuldàde como

"O cn~
dessa ameri-
País" a sem~razão intervencionista
à
política
nos
de Mon^
tica. A prosseguiu a doutrina
polêmica cana, embora

tôrno da
em
subseqüentes, ver com ela.
dias tivesse a
roe nada
na fórmula
feita
única alteração compre-
isso foi claramente
Tudo
da
a substituição
de Nabuco:
escrevia
"reconhecimento" Barão, que
endido pelo
por
palavra "O
"Ai 6 de agostos
Pais" de
"aplauso". — co- em
— está
"Não
" da mudança
foi razão
do Comercio pela
mentou o
Jornal
moção fi~
a
estava reconhecimento, de uma que
— Onde palavra

três delegações*
Reconhecimen'- no seio das
aplauso. cou
puseram

caiu redon- delegações


aplauso algumas
to Foi
passaria; porque
tra- não
reconhecimento essência, e
O na
damente. não aceitavam

ação no
idéia de
a ignoravam,
zia consigo qual-
na forma, que
essa
e a de por a
gratidão a uma doutrina
passado referência
quer
era o apôio pre-
ação. O aplauso certas
atribuíam
erradamente
o endosso que
sunçoso no
presente, em Ni-»
americanas
intervenções
e ingrato (4).
irrefletido
em Vene~
em Panamá,
carágua,

Nessas
serena e outras
Apreciação zuela partes".

tôda a
dos na verdade
fatos está
palavras

da dou-
dêsse episódio
história
os
hoje serenamente
Olhando

de Monroe.
trina
trinta anos já
mais de
fatos que

de 31-8-1910
do Comércio
(4) Jornal
Doutrina política.

do
e a valorização
Nacional
O Estado

brasileiro
homem

DE FIGUEIREDO
PAULO AUGUSTO

Admi-
do Departamento
Presidente

Estado de Goiaz
nistrativo do

registar, coor-
vas, êle deve
deixara de ser que
de 789

O Estado deve
denar, orientar.
norte do mundo
o político.
das ne-
colocado no
PARIS Berlim ser quadro
não seria
Todavia,
do homem; si-
vitais
cessidades
Nem Moscou.
o rumo indicado.

ou além do homem,
tuá-lo acima

Estados fascis-
os
Fracassaram
suma, o homem
explicar, em pelo
nenhum
ta e bolchevista, pois que
Estado ho-
e não o pelo
Estado
no homem, ne-
dêles se estruturou
as coi-
mem, é não compreender

às necessidades
nhum atendeu
às aves-
sas, ou as compreender

o teve
vitais do homem qual
sas.
um entrave
neles, ao contrário,

um Estado assim, que pe-


desenvolvimento. Só
ao seu

integral do
a natureza
netrasse
antes de tudo,
que
Era
preciso,
as
homem, surpreendendo-lhe
hu-
a natureza
se compreendesse
e os anseios,
necessidades pode-
Estado. Era
mana do preciso,

a sua missão legítima


ria cumprir
uma nova
encontrar
portanto,
isto é, ser instrumento
das e natural,
Estado, diferente
forma de

formação e desenvolvimento
e de
Estado, humano
Um
existentes.
de
homem. Carecia-se, pois,
mo- do
— em seus
humano
nacional
to-
Estado considerasse
um que
nacional em seus
e fins, pro-
tivos
de vida humana,
dos os
o Estado planos
de vida. Porque
cessos
dirigindo-os, se-
e
o ordenando-os
e povo.
existe povo para
pelo
leis naturais e
próprias,
sim, a humani- gundo
Compreende-se,
S6 des-
fins determinados.
Estado; nunca, porém, para
zação do

o Estado
ou- sa maneira
homem. Em poderia
do
a estatização
deve ser:
constituir-se no
concebe o que
só se
tras
palavras:
do
técnica dc construção
das uma
em função
Estado atuando
Vargas
Pois o Presidente
aspirações coleti-
e povo.
necessidades
¦4*>v

CULTURA POLÍTICA
44

e o homem o e/e-
mento variável,
o sentido verdadeiro
captou bem

constante dos Estados.


o mento
ao criticar
do Estado
quando,
4

Os não impõe,
liberalismo, sentenciou: pos- A se
geografia,

a exis-
tulados em assentava Assim, dife-
que regimes.
possibilita

a convivência homens meio,


tência dos renciados os
povos, pelo

e todo o complexo e há /io-


internacional vemos há homem
que

fo- e exis-
relações daí decorrentes existe a humanidade
de mens,

realida-
ram desautorizados pela O Estado deve
tem os
povos.

Enquanto
de dos acontecimentos. mas através dos
buscar o homem,

sob cujo apo-


o individualismo, dizer: deve ser
homens. Quer

a civilização oci-
ter nacional. Mau-
parecia real em si, típico,
geu

uma fórmula
dental encontrado tocou, com sen-
rício Halbwachs

crescente e estável,
de nesse capital
progresso so e realismo, ponto
44As
instituição até
decaía, o Estado, insti-
de referência
política:

como mal ne-


há tolerada simples idéias;
tuições não são
pouco

transformava-se com-
cessário, ao nível do
devem ser tomadas

deixando de ser sim-


carregadas de
pletamente, solo, inteiramente

de manutenção da
aparelho matéria humana e ma-
pies matéria,

e distribuição da
ordem justiça, inerte, organismos em car-
téria

o encargo de
assumir pro- edifícios, casas, luga-
para ne e osso,

vida coletiva e árbitro —


da do espaço"
pulsor res, aspectos (2).

nos conflitos entre as


Supremo o clima, as riquezas re-
O solo,

forças sociais" (1). zonas


as fisionomias das
gionais,

das as etnias diferen-


Tendo fugido à realidade geográficas,

ciadas etc., tudo isso determina


e dos» seres, em uma
coisas pa-

estilos de vida aos diversos agru-


tendo fugido à vida, ca-
lavra,

humanos. Consequen-
de um pamentos
recendo, conseguinte,
por
temente, os como os in-
povos,
ontológico, faliu o Esta-
sentido

diyíduos, são, cada um, um só e

como faliram os Esta- 44Cada


do liberal,

e/e só: sociedade nacio-

Ora, não é a vida


dos totalitários.
nal é um é um caso
problema,

deve adaptar-se ao Estado,


que especial, é um complexo de
pos-»

mas este à vida. Donde deverem


sibilidades. Para cada uma,
por

maleáveis os socio-
ser processos conseguinte, o seu regime de vi-

do Estado,
para que da, o seu remédio curativo, o seu
genéticos

êste acompanhar e satisfa-


sistema de trabalho, de
possa produção,

as necessidades continuamen- — Todavia, se


zer de
govêrno" (3).

da vida. Há de, no o Estado subordinar-se aos


te renovadas deve

entanto, essa variação imperativos do meio em sur-


processual que

em tôrno de uma o seu fim, sendo êle natural»


proceder-se ge,

o um — o bem-estar
constante: o homem. Logo, é sempre
ge-
"O

mutável sòmen- ral. Estado, como tôdas as


Estado deve ser

em sua verdadeiramente hu-


te em sua realizações
forma, jamais

tem fim criar a felici-


essência, concluindo-se daí manas,
que, por

material, moral e espiri-


além de uniformemente humano, dade

— de todos os indivíduos"
o Estado ser tual
precisa pluriforme*

-
mente nacional. A é o e/e-
(4).
pátria
O ESTADO NACIONAL 45

Deduz-se, de tudo, cm um em os homens cum-


que, que possam

o internacional c o um nobre destino. Daí, en-


Estado assim, prir

se conciliam. Harmoni- tender a nova o mundo


nacional política

completando-se, o como um todo orgânico, em


zam-se nele, que

se integram, correlacionados, or-


e o o
geral particular, genérica-

denados e hierarquizados, todos


mente humano e o especifica-

eterno e o os valores, estabelecer o Estado


mente individual, o

é Nacional, todos os homens,


Ve-se, então, para
fugaz. que pelos

— e hu-
*—¦ vida em comum um nacional
homens cuja plano geral

— vida, dentro do
— Estado atende mano de
organiza o qual
que

do meio em se incluem os de vida in-


às planos
peculiaridades

só assim dividual de cada homem. Ten-


êles vivem, visto
que que

de vida tando, estímulo a tôdas as


cria formas favoráveis pelo

só forças criadoras do homem,


êsses homens, pos-
para porque

dos sibilitar o advento do homem


assim atende às necessidade pie-

em benefí~ no, cuida o Estado, isso, e


homens. É, por
pois,

humano o Estado se com um carinho especial, do


cio do pro-
que


Dêsse tipo é o Es- blema da educação um dos
nacionaliza.

moderno, instrumentos capazes de efetivar


tado brasileiro
que,

um os seus fins últimos, o mais


a formação de po-
procurando

deroso de todos, todos os


superior, busca fazê-lo porque
povo
'

mais se demais dêle dependem.


através dos métodos
que

ajustam às nossas condições


par--
Almeja, assim, o Estado am-
— étnicas, econômicas,
ticulares

todos os homens. Prepa-


' parar
sociais e de existên-
políticas
rando os homens a vida, à
para
cia. A compreensão do brasileiro

êle dá, contido em seu sen-


qual
— a explicação de sua vida, a

tido humano> um sentido nacio-

de sua alma, a determi-


procura
naZ. E fá-lo
principalmente pela
de seu destino, eis os mo- "sinônimo
nação

educação, de socorro"

tivos inspiram a filosofia


que que
da vida", no dizer de Ernesto

o Estado Nacional em
orientou

Hierl
(5).
sua formação e regula a sua

marcha desconhecido. há
pelo Contudo, há e
pedagogia

. E se, através de
pedagogia..

institutos de funções
A educação no Es~ próprios,

determinadas, e com métodos es-


tsido Nacional

o Estado Nacional ati-


pecíficos,

Nacio- va as vocações individuais» fà-lo


O objetivo do Estado

a dentro de uma esfera mais am-


nal é, o homem; é este
pois,

e mais rica de
sua formação, o desenvolvimento pia possibilidades,

fa- obedecendo a um critério mais


harmonioso de todas as suas

nobre de apreciação de valores


culdades, a sua enfim,
plenitude,

Empe- e tendendo a um fim está


a meta da nova que
política.

novo Estado em além e acima dos indivíduos,


nha-se isso o por*
por

está no indivíduo mesmo, isto


criar ao homem um ambiente de
que

—* no
ex- é, em todos os indivíduos
vida adequado à completa

um meio na nação* Aos


de suas energias, povo, planos par-
Çansão
]
4$ -CULTURA

e sua
de homens para
— individual
educa-
de educação
ticulares
Todo o
nacional de
vida povo.
econômica,
cívica, educação
ção moderno
do nosso ensino
sentido
militar, educação poli-
educação
intuito sadio de
está aí, nesse pie-
— Estado Nacio*
dá o
tica etc.
e coletiva de
nitude individual
simples capítu-
caráter de
nal o
do Es-
Atende, a educação
vida.
nacional, pela
los da
pedagogia hu~
à realidade
tado Nacional,
um povo
construir
qual procura do
realidade nacional
mana e à
os in-
a vida de todos
integral. É

brasileiro, no por
o homem qual,
tôda sl vida, que 44
e
divíduos,
acentuar e ele-
isto, se
visa socorrer. pretende
Estado Nacional
e a
var a conciência patriótica
a vi-
ensinar o
Procurando povo

humanitária" (7).
viver? conciência
ensinar a
ver. E como

às reali- Estado,
os homens intervenção do
Adaptando Daí a

Mas, antes,
dades circunstantes. os pedagógi-
fixando postulados

indivíduo a si
o pró- É não se
adaptando fundamentais.
cos que

a si
adaptando o
logo, povo
educação liberal,
prio, mais a
concebe
homem co<-
Fazendo o "individualista"
próprio. e fragmentária.

o conhecer-se.
nhecer-sè, povo
o bem de
Compreendeu-se que
homens e har-
os
Fortalecendo
bem de to-
depende do
cada um
meio. Fa-
com o
monizando-os
é condição
dos, o bem
os indiví- geral
em todos que
vorecendo,

e só se
ideal ; do bem que
do seu particular
duos, a consecução

através do
de o bem social
o mínimo consegue
efetivar
procurando
de to-
racional
homens. Por- desenvolvimento
de todos os
ideais

em to-
as forças humanas,
vivem em das
os indivíduos gru-
que
e o seu enca-
distintas dos os indivíduos,
localizam em
e se
pos
cursos variados
etnia, a moral, minhamento, por
têm a sua
regiões,

de vida,
reais para
de e em
produção, planos
métodos próprios

um fim comum.
de trabalho,
sistemas originais

a aproveitar, em sua
riquezas a educação
peculiares Entende-se

a vencer. Dai de ele-


dificuldades típicas e
acepção lata profunda

êsse caráter a vida,


a educação de
mento para
possuir preparação

e tô-
de adaptação às realidades
instrumento adaptação
de de

Re- da
êsse sentido nacionalista, que vida, de orientação
das da

ao notar mais os
nato evidencia se
Jardim vida. Não preparam
"a
tem, em todos de sa-
educação as
homens para palestras
que

em todos os lugares, vida.


os tempos e as lutas
lão, mas pela
para

meios de se muito
critério, nos que agora, vai
por A educação,
^
"boas
nos fins imediatos Im-
utiliza e que maneiras".
além das

con- à dis-
a indispensável nacionalidade,
culto à
persegue,
plica

na sua du- à
cepção do ambiente, à saúde, ao trabalho,
ciplina,

e social, e
finalidade, física etc., visto
à moral que
pia economia,

de não como
um ideal, aí compreendido, a
se situa pátria,
hoje

— e
vida coletiva" (6). geográ-
uma realidade jurídica

também como
tão só, mas
fica,
busca,
Estado Nacional
O
étni*
realidade sentimental,
uma
os brasilei-
dêase modo,
preparar
etc,,
moral, espiritual
Para vida ça# política,
ros vida, sua
9
para
O ESTADO NACIONAL 47

— como uma realidade viva e A nacio~


política

contém e excede nal da


autônoma, família
que

as demais realidades
particulares 44

Comenta Keyserling: Si el
da existência coletiva, e
para

hombre ser humano tiene


e é quiere
cuja consolidação
grandeza

cultivar ante todo la intimi-


organizar as coisas e edu- que
preciso

dad. La família crea


êstes, y garantiza
car os homens,
para que
~ - la atmosfera
ahora siempre
disciplinados, sadios, aptos e y

intima más completa


y perfecta.
operosos, atingir/
possam pela

Por eso el hombre no debe iten~


coisas e si os fins
por próprios,

tar substraerse a ella, sino, el


por
supremos da vida.

contrario, daria la expansión, la

O Estado Nacional, na diferenciación la forma más


pondo y

— é a Entre los ani-


da que perfecta posible.
grandeza pátria

*— males los hay monógamos


de todos o y po-
grandeza grande

ligamos; unos viven aislados


fim das atividades do nosso ho~ y

otros en rebano. El hombre, co-


mem, isso, capacitá-
procura, por

mo especie zoologica, se carao-

lo, intelectual, moral» sentimental

teriza el espiritu de familia,


por
e fisicamente, tanto,
para para
ningun animal como
que posee
isso organizando-lhe o trabalho,

él; entre Ias bestias, la fa-


pues,
vivificando-lhe o direito, sistema-
milia se disgrega, a más tardar,

tizando-lhe a economia, etc.,


cuando los cahorros llegan a la

tudo dentro de uma atmosfera


edad adulta. Pero, ante todo, la

elevada de moralidade, onde ex~


familia es necessaria al hombre

como estrela orientadora él lo


florezca en
plende, para que que

dos homens, a noção do bem sólo a él le caracteriza: el alma,

nacional. organismo de los sentimientos

superiores. El hombre se deshu-

Aspira, o Estado Nacio-


pois, cuando su
maniza literalmente

nal, à construção do nosso


povo. descaece"
esféra emocional (9).

Tenta-a dentro das nossas con-


O Estado Nacional, tendo no

dições típicas de vida, dentro de

homem o seu leit-motiv, tinha,

nossas necessidades e
possibili-
forçosamente, de cuidar da fa-

dades. E os indicados
processos
mília, é o elemento ex~
que por

a realização dêsse objetivo


para o
celência de vida do homem, seu

os dá. Eis 44clima"


é a educação por
que
sentimental, a sua base

Francisco Campos acentua


que
44 moral e econômica, a fonte onde

o direito à educação é o
que
êle haure as forças secretas e

mais importante dos novos direi-


a formação de
profundas para

tos, concei-
particularmente pelo
sua
personalidade.
to a Constituição lhe atribue,
que

A família humaniza, sim, o ho-


não a considerando apenas como

simples
mem; é o seu meio específico de
instrumento melhor
para

vida individual, tão necessário e


da vida, senão como meio
gôzo

e um influente a sociedade,
de à vida um sentido quanto que
dar

é o seu meio específico de vida


fim, orientação e direção de tô-»

de cidadão» Ê, assim.
das as atividades sociais" pública,
(8).

!
POLÍTICA
CULTURA


de suficiência por
política
e ção
orgânica psi-
uma necessidade
família sobre-
tem a
isso mesmo
uma imposi-
Portanto,
cológica. e ca-
todos os combates
vivido a
Além
humana.
da natureza
ção como insti-
Impôs-se
de tástrofes.
dado sociológico
é um
disso, condi-
como
tuição insubstituível,
é nela,
importância, pois
capital orga-
de
necessária qualquer
forma, ção
fôr a sua que
seja qual Não
social e
nização política.
Es-
as sociedades.
se estruturam
isso, as doutrinas
vingaram, por
do as
mais são que fa-
tas nada
o senti-
tentaram substituir
sendo a que
em movimento,
mílias
sentimento
mento de família pelo
um
uma ampliação,
vida publica da
e sentimento
da pelo
irradiação pátria
uma
prolongamento, os homens
humanidade, porque
Na sociedade
da vida doméstica.
sentir
realmente,
só conseguem,
da
os interesses
se vê são
o através
que
e a humanidade
a
pátria
nela se
projetam,
família, que aqui.
É de se lembrar,
da
em família.
côres e
com outras
apenas Maurois:
de André
a observação

mais vastas. "Não


dimensões construir
raro
quiseram

da
onde as afeições
só em família sociedades
vimos que

fossem substituídas por
a alma, família
homem cultivar
o
pode fanatismo
outros sentimentos:
e caracteris-
traço superior
seu
ca-
ou revolucionário,
nacional
razão, como
teria
tico. Acácio
ou de
de caserna
maradagens
a fami-
se dissesse que
sempre, E
e Espártaco.
usina, Esparta

forjam os
onde se
lia é a oficina tem-
mais ou menos
sempre, após

Daí a impo-
caracteres. De
a família reconstituiu-se.
grandes
po,
a sua im-
da instituição, os escri-
nência a Gide
PJatão puderam

na socie- des-
fundamental
tores amaldiçoá-la, jamais
portância

o durante
Estado. Eis que
dade, no por truí-la. Enfraquecem-na,

'
vis- ataques dos
brasileiro, os
Estado Nacional certos períodos,

nela surge a
fincou Depois
humano, doutrinadores.
ceralmente

dela menos inevitável


inicial, moral, nao
marco crise
o seu político

e o ho-
de a crise econômica,
o seu ponto que
fazendo principal

afeição às
Esta- volta a
o mem pedir
fi família que
apoio, pela
como o nutri-
é uniões naturais,
homem e à
do chega ao patria,

mento à terra" (10).


humaniza e nacio-
a família que

é ela a venceu, sempre,


Estado, A família por-
naliza o porque

vence, afi-
viva, o homem sempre
realidade política primeira, que

a família, de-
concen- nal. Onde decaiu
atual,
que
permanente,
o ho-
sociedade, decaiu
caiu a
interêsses básicos, primi-
tra os

O Esta-
decaiu o Estado.
e mem,
dos homens,
tivos, universais,
bem a
Nacional compreendeu
do
vivifica e movi-
caracteriza,
que utilidade, a
a sua
importância,

menta a sociedade.
o
finalidade. Penetrou-lhe
sua

dos Compreendeu
natural da existência sentido
Dado profundo.

Por isso, se
impera- a sua necessidade.
e dos
indivíduos povos,

da humani-
exi- cultiva o sentimento
natureza humana,
tivo da

ao da
dade, não o contrapõe pá-
social^ condi-
de ordem
gência

'' * ¦
S&-; * „*" • 'V, s st*
Hrm. -a¦-
49
O ESTADO NACIONAL

O homem e a máqui*
tria; c cultiva o sentimento nacio

opor ao da família. O na, o da


nal sem o problema

o Estado fez foi confundir industrialização


que

numa só corrente êsses sentimen»- do Brasil

tos. A no Estado Nacio^


pátria,

humano, A máquina, feita homem


nal, tem um conteúdo pelo

de li-- e os homens, acabou


sendo o homem o para por
ponto

do dominar o homem. Venceu os


entre a humanidade
gação

brasilei- substituindo-os na
mundo e a humanidade pobres, pro-

família, dução de utilidades, no trabalho;


ra. Daí o aprêço
pela

realidade total, e venceu os ricos, deshumanizan'-


vista em sua
que,

do homem no do-os. se tem observado


implica integração Já que

da huma- a civilização industrial deu tudo


seu meio e nos ideais

ao homem e o homem, ape-


nidade. A nova brasileira que
política

e a sar disso, não é feliz. Porque a


atinge, família, a
pela pátria

máquina esvaziou o homem de si


humanidade. Porque, repitamos,

Mecanizou-o. A criação
família vivemos a rea-
é próprio.
pela que

ultrapassou os seus limites, foi


do mundo e do Brasil.
lidade

além do criador, o levou


que
o homem o seu de
Sendo ponto
Carrel a dizer a civilização
que\
isso mes" ''embora
e o seu fim,
partida por
moderna, edificada
para

o Estado Nacional a base


mo
põe nós, não está ajustada à nossa

conduta na famí-
de sua homem
política medida" E o
(12). pre-

lia, fortalecendo^a, do mun~


cisa tornar-se o centro
protegendo-a,

Mas não se vê a medida de todos os


aperfeiçoando-a. do
político,

família uma entidade isolada, valores terrenos.


na
/

umá fôrça entre outras


porém É sabido o desequilíbrio
que

forças, uma de um conjun-


peça a revolução industrial trouxe
que

to. É a célula primária, mundo se agravou com a


política ao

riqueza depende a vitali- Esta acabou de


de cuja de 914.
guerra

organismo nacio- aniquilar o homem. De então, o


dade de todo o

de de autômatos e
e daí o acerto de Batista mundo
nal, povoou-se
"De "O

fantoches. filho da trincheira,


Melo, escreveu:
quando

— assinala Ronald de Carvalho


legislação do Estado Na-
toda a

—' viu morrer o mito


se avantaja a (13) que
cional, nenhuma

nietzscheano do herói individual


na consolidação da nossa
esta,

do he-
no sacrifício
etnográfica. A recons- quotidiano
grandeza

obscuro, adaptou-se à
famí- roísmo
étnica e da
trução
jurídica

imagem da máquina. Fez, insen-


é um de
lia nacional postulado

dela um fim. Inte^


de sivelmente,
um anseio de ordem e
fé, per-

na sua lei. Afastou-se da


da nossa Pátria; é em grou-se
petuídade

realidade humana. Disper-


sua
uma exigência do
última análise,

sou-se em categorias sensoriais".


cooperando com a socie-
regime,
"A

decadência da
de E acrescenta:
a família seja,
dade
para que

a ressurreição do ho"
ca- máquina é
fato, uma unidade orgânica

de Ronald é,
mem". A crítica
os seus eleva--
de
paz preencher

No entanto, de~
aqui, soberana.
dos fins"
(11).

— F. 4
113.773
CULTURA POLÍTICA
50

mais o ofendem, se êle se sente


bem o sentido da
ve-se
precisar

da nelas, se êle reconhece nelas uma


necessidade dessa decadência

destinação humana, um reflexo


não está, em abso-
máquina,
que

de suas necessidades, um
exclusão, mas no supera- prolon-
luto, na

má- seu, uma de


da máquina. Porque a gamento projeção
mento

sua vida. Enfim a civilização é


ao homem,
é indispensável
quina

sen- obra do homem, e a ressurreição


é-lhe mesmo necessária (no

deste não exige a anulação de


Apenas, é mister
tido cultural).

uma das maiores conquistas do


seja conceituada como
ela
que

ao seu a máquina. O
do homem, sirva que
instrumento gênio:

O urge fazer é dar vida à civiliza-


exista o homem.
homem, para

industrial, humanizar a má-


foi ter-se dado a ela uma ção
mal

des- desmecanizar o homem.


vida distinta, independente, quina,

razão Essa tarefa de restauração de va-


do homem, sua
ligando-a

sem- lores e seu enquadramento em


ser, e devera ditar,
de
que

Produzin~ de equilíbrio e de hierar-


o seu movimento. planos
pre,

nas sociedades de reestruturação da civili-


do quia,
por produzir,

segun- zação em motivos humanos, se


burguesas, ou
produzindo

não era na liberal de-


extravasam das
do motivos possível
que

nas so- mocracia, individuava e an-


necessidades do homem, que

co- tagonizava homens, coisas e en-


ciedades totalitárias, situadas

exploração tidades, será hoje. no


mo instrumento de
possível,

de lucro) e Estado Nacional, tem do


capitalística (meio que

do tra- mundo uma concepção integral


não como fôrça auxiliar

o bem- — é, êle mesmo, um todo


balho de
(meio promover que

teve des- natural e organizado. Por isso, a


estar a máquina
geral),

finalidade, e esse máquina terá aqui a sua função,


virtuada a sua

maculou tôda uma e importantíssima; exercerá


vício inicial po-

Entrementes, se inte- rém essa função homem e


civilização. pelo

das forças de o homem, o aos


no conjunto qual, pou-
grada para

o homem bus- cos, em ambientes naturais de


se serve para
que

felicidade, estará a máqui- vida, vai-se constituindo em cen-


car a

relevante tro de É se-


na apta a cumprir pa- gravitação política.

de melhoria das con- êsses diretores


na obra princípios
pel gundo

e dos o Estado Nacional vem fo-


dições dosi indivíduos
po- que

cando o da industria-
vos. problema

lização do
país.
— tudo afinal nis-
É e
preciso

homem se Não é lembrar a


to se resume o preciso que
que

integre em sua máquina é um dos fa-


recupere, se grandes
pró-

Mas o faça tores de riqueza. Ela firma si-


realidade.
pria que

dos exteriores de tuações de bem-estar, de


dentro pro-
quadros

criou. A de felicidade. Substitue-


vida a civilização gresso,
que

não requer o se ao homem, o


ascensão do homem possibilitando-lhe

às suas ócio indispensável dedican-


retorno da civilização para,

O homem, do-se à família e a si às


formas pa- próprio,
primitivas.

não necessita des- artes, às ciências e às letras, fa-


ra ser homem,

reações; estas zer-se cada vez mais homem,


truir as suas
ja-
51
O ESTADO NACIONAL

à nossa vida indus-


as suas faculdades tilo
aperfeiçoando próprio
44

O da relação
embelezando a vida trial:
superiores, problema

homem e a máquina é
recursos ela lhe entre o
com os
que

do nosso século. E espe-


capital
fornece.

do nosso mundo brasi-


cialmente

mal original foi o ter-se


O
o homem luta hoje
leiro, em
que
a máquina como se-
conceituado
duas séries de forças
com que

não como vassala do


nhora e
o não
dominar que
precisa para
como e não como
homem, fim
assimilar não se
dominem, para
de vida. Tal aconteceu,
meio
a natureza e a má-
desassimilar:
o homem esta-
todavia,
porque

va- quina.
longe de si, muito
va muito

com as Tudo é realmente humano


zio de si, confundido
que

coisas o mal se transforma em


Vemos nas só o é
coisas. quando

de nós de espírito. A máquina


está dentro próprios. elemento
que

de há muito fugirá à regra. A máquina


Entretanto, como não

menos, Acrescenta. Estende


esquecemos, ou, completa.
nos pelo

de tal modo a distância. Quebra,


nos confundimos os sentidos

não mais dis- uma harmonia natural*


as coisas, isso,
com que por

limites delas de uma rea-


tinguimos os que Necessita portanto

nas coisas nossa às novas condi-


separam, é que daptação
nos

dos fatos, A máquina é


a origem nos cria.
enxergamos ções que

obra nos- dos nossos


elas são uma intensificadora
olvidando que

vai o ho- destruidora de


Hoje, sentidos. Uma
sa. porém, já

criadora de
à sua soberania, isolamentos. Uma
mem retornando

das coi- De uma beleza no-


isso, vai tendo ruídos novos.
e, já
por

mais exa- a beleza


uma compreensão va, tão quanto
sas pura

beleza do
a máquina comple- clássica. A verdadeira
ta. Sabe
que

as suas A nasce ne-


aperfeiçoa nosso tempo.
ta, amplia, que

mais amai- o r â nicamente,


O homem não cessàriamente, g
forças.

contrário, como uma energia


máquina; ao lentamente,
diçoa a

e sò- irresistível. Uma cor-


um bem, inevitável e
grande
quer-lhe

com se
equacioná-la rente de vida que
mente profunda
procura

novos tipos; se
adequá-la à sua modela em que
a vida, própria

do em formas necessà-
de coisa a serviço conforma
realidade

inte- se impõem"
Humanizando-a, riamente novas,
homem. que

na vida.
(14).
grando-a

a máquina tenta a re-


No caso brasileiro, Estado Nacional
O

na vi-
é um dado imprescindível da indus-
solução do
problema

Tôda a nossa evolu-


da nacional. Brasil. Fá-lo,
trialização do po-

a da
está a exigir presença
ção do seu inte-
rém, dentro plano

todas as áreas cul-


máquina em
conforme os
de conduta e
gral
atividade, do
turais de nossa pois
lhe ditam a sua
princípios que
com a terra de-
seu casamento
do mundo.
concepção orgânica
do homem na
a vitória
pende
e,
Êle o homem por
quer pleno,
natureza. Tristão
contra a
luta

a máquina como
isso, conceitua
situou bem o
de Ataíde proble-

criação de es-
um dos meios de
nitidez, um es-
ma e sugeriu, com
CULTURA POLÍTICA
52

menos de Cr$ 1.367.664,00


condi- da
capazes de
tados culturais

Cons. Fed. do Com.


do
desempenho. (Boi.
cionar êssc

de máquinas, ferramentas,
Ext.)

racional da
O aproveitamento e
e outras manufaturas
utensílios

as fôr-
desenvolver
natureza de ferro e aço,
para matérias
primas

está em estreita
do homem e, num
ças de várias
procedências,

com a
relação de dependência nossa
dos últimos
qüinqüênios,

fornece utensílio
máquina, importação de enxadas, pi-
que pás,

livros os de
o trabalhador, para caretas e semelhantes, peças
para

o de edifícios, de
estudiosos, laboratórios para construções
para

e acessórios, loco-
material as íôrças tubos, canos
cientista, para

de chapas de ferro sim-


enfim é o motivas,
armadas etc., etc.,
que

de de trilhos, talas de
mais junção,
instrumento poderoso pies,

farpado cêrcas, bar-


riquezas da terra. arame para
conquista das

"De
foi muito além
— da ras e vergalhões,
fato, observa
José

tôda a de 800.000 toneladas" (16).


Rocha Lagoa produ-

nacional está em estreita


vidade
aí, o relevan-
Vê-se, papel
por
está diretamente
dependência,
máquina desempenha na
te a
que
Para a
subordinada à siderurgia.
Se foi um mal,
vida dos
povos.
a indústria metalúr-
agricultura,
lhe é intrínseco, não
êste mal não

ferro é capital, no
de pois,
gica em sí,
é um mal da máquina,
que,
do a enxada, a
interior pá,
país,
é um bem. O mal dos homens,
foi
o martelo, o machado,
a
picareta, é
olvidaram máquina
que que
foice são objetos de obtenção
a
é coisa servir aos
máquina, para
e custam ao trabalha-
difícil
que
homens, e não os escravizar.
para
rural vários dias de salário"
dor
Tristão de Ataíde teceu,
Ainda

tratores? E os veí-
E os
(15).
êste comentário ex-
a
propósito,
de tôda a sorte? E o "É
culos papel,
considerável
por-
pressivo:
os E os navios,
os livros,
jornais?
ação da máquina sôbre o
tanto a
as usinas? E os
os armamentos,

tempo. E não apenas es-


nosso
objetos de uso do-
pequeninos
como uma no-
cravizadora,
quer
E os altos fornos? Tudo
méstico?
oriental da vida, uma concep-
ção
contribue, direta ou indireta-
isso
tagoriana do mundo.
ção
mente, a melhoria das con-
para

existentes, tudo isso é, dc vejo,


dições Ao contrário. E aí é
que

algum modo, fator de bem-estar, futurista


na da concepção
parte

felicidade. E daí, tendo o Es-


de idéia imper-
da máquina, uma

Nacional o seu objeto su-


tado
feita.

de interêsse no homem,
premo

A máquina, se ainda não é,


resolver o
esforçar-se pro-
por

virá a ser uma libertadora do ho-


blema siderúrgico nacional.

mem. Ela dará, de futuro, ao ho-

Para se aquilatar da importân-


mem, mais tempo ser ho-
para

dêsse basta
cia imensa
problema, mem"
(17).

de representa a
ver o
que gastos

só a É assim a
aquisição de utilidades que política getulia-
que
"Num

ano, na entende a máquina. Como ele-


máquina dar:
pode

na- mento de aperfeiçoamento da vi-


apenas, o de 1940,
pagámos
O ESTADO NACIONAL 53

meio valorização Cada classe se organiza con-


da. Como de

homem. forme os seus interêsses. E o Es-


do

tado — integrando tôdas as c/as-

O trabalhador ses na classe dos homens, e in-

tegrando o homem nos


nacional quadros

de um sistema integral,
político

e trabalhador, no de é êle, o homem, o centro,


Trabalho que

brasileiro, e onde os demais valores se ajus-


atual regime
político

em elevado conceito. tam, de acôrdo com a sua nature-


são tidos

é hoje esta coisa za e em função dos altos interês-


Trabalhador

— cuida,
todos os ses da nacionalidade
simples: que produzem;

agora, tem uma conseqüentemente, dos interês-


e o trabalho,

um valor nacio- ses de tôdas as classes. O Presi-


função social e

dente Vargas insiste, aliás,


nal. para

conceituação ampla e elevada do

Vêem-se homens, e não classes;

trabalho e do trabalhador, como,

considera-se o trabalho, e não

exemplo, nesse admirável


por
categorias de trabalho. Trabalha- 44Sempre

trecho de discurso; sen-

dor é todo aquele concorre


que
tí e expressei com clareza minha

o engrandecimento econô-
para —
opinião a vosso respeito inte-

mico, social, artístico, científico,

lectuais, artistas, operários fabris,

intelectual ou espiritual da na-

comerciários, bancários, lavrado-

A social, aqui, não


ção. questão —' como
44questão res considerando-vos

é só a operária", mas

valores humanos respeitáveis e

uma inclue todos os


questão que
não simples máquinas de
produ-
de caráter econômico,
problemas
foi sempre elevado o meu
ção;
e social, onde,
político portanto,
sôbre vossas reservas de
juízo
existem interêsses de todas as

energia dentro da or-


patriótica,
classes, de todos os Ao-
porque
dem, maior bem da família
para
mens. Por isso ampara o Estado

"proletários", e tranqüilidade do trabalho, cria-

Nacional não só os

dor da fartura e do
propulsor
mas também os funcionários
pú-
aperfeiçoamento cultural"
(19).

blicos, os comerciários, os escri-

Ressalta de tudo a
tores, os artistas, os magistrados, que políti-
44
ca nacional tem um conceito exa-
os militares etc. Não distingo,

cons- to do trabalhador, não é só


na valorização do esforço que

' o homem das fábricas, mas tam-


trutivo, diz o Presidente Var-

—* fabril do téc- bém o dos campos, o das caser-


o operário
gas

— to-
nas, o dos escritórios, etc.
nico de direção, do engenheiro

do advogado, do dos os homens


especializado, que produzem,

agricultor. O sa- impulsionam o


industrial ou do progresso,
que

forma de remune- valorizam a sociedade, engrande-


lário, ou outra

mais do cem a nação. Vendo a nova


ração, não constitue poli-
que

fim, e êsse tica, no trabalhador, valores hu~


um meio a um
próprio

a criação manos e não máquinas de


fim é, objetivamente, produ~

de conclue-se o trabalha-
da riqueza nacional e o surto que
ção,

dor, no novo Estado, não é mais


maiores à nossa
possibilidades

uma transitória de
civilização" fôrça produ*
(18).
CULTURA POLÍTICA
54

e, da
da sociedade, portanto,
uma coisa de oportunidade. ção
ção,

e considerando a
na socie- posição
um valor intermitente pátria,

do funcionário, repre-
de relêvo
dade, mas um elemento
perma-

do Estado, visto
constan~ sentante que
nente de uma
progresso,

a eficiência dos
cé- dêle depende
nacional, uma
te da evolução

o
serviços públicos, govêrno
lula vital do organismo pátrio.

reformas e
através de pensadas
trabalho não é somente
Logo, o
"
vem modificando a cs-
mas eficazes,
de a vida,
um meio
ganhar"

instituição do funcio-
trutura da
um meio de
também, e sobretudo,

uma de
nalismo, dando-lhe forma
Daí não se ver
servir à
pátria.

um sentido novo às
mero ob- existência,
mais no trabalhador um

atividades, mais consentâ-


e suas
de exploração capitalística,
jeto

o e com as neces-
neo com
uma fôrça ativa e construti- papel
sim

sidades da nação.
va, um elemento de realização

"homem
nacional.
Não é o funcionário",

tendo da socie- o homem como funcionário,


Dêsse modo, mas

visão e to- Estado vê. É o homem bra~


dade uma o
profunda que

compreensão O homem como fun-


tal, e da vida uma sileiro. que,

nacional, assim, é agente de organização


humana e cionário,
pondo,

o seu de refe- social, órgão da administração,


no homem, ponto

fazendo uma medi- fôrça construtiva da nacionalida-


rência, dêle

básica dos valores institucio- de. Como o operário, o comercia-


da

nais, o Estado Nacional rio, o intelectual, o médico, etc., o


pro-

cura ativar, animar e superiorizar funcionário no Estado


público,

E o meio de se Nacional, é situado como um va-


o homem. que

tanto, é o trabalho, lor humano. Mas, repitamos, co-


serve,
para

se exercitam e se efeti- mo valor humano nacional. É


um
pelo qual

realizações concretas, as o
vam, em assim a
que política getuliana

faculdades criadoras do homem. focaliza, daí os novos


e
proces-

sos de seleção de funcionários e

de sistematização dos serviços


O novo
funcionalismo

públicos.
"O

Diz o Presidente Vargas:

O funcionalismo era como


que
não vê mais no funcio-
govêrno
o túmulo do homem vivo. Um
clientela eleitoral à
nalismo uma

fator de estagnação. Uma condi-


exploração do voto satisfa-
para

de apassivamento. Um ele-
mas uma ção
zer ambições
políticas,

mento de despersonalização. O
ao serviço da
classe consagrada

funcionário, em dos tem-


nação e beneficiada geral,
pelas garan-

liberais, era como um ser


Por aí se de- pos que
tias legais" já
(20). "animal

à uma espécie de
racional entre o parte,
duz a diferença
"ostra", "in-

burocrático", tipo
antigo e o moder-
funcionalismo
"grudado"

vertebrado", vivia
intervindo, mas tão que
no. Em tudo

ao emprêgo, considerado este


intuito de em tudo
só no fixar
"cabide", "encosto",

como tábua
de vida, de
condições
favoráveis

de salvação" os fracassados
do homem, único para
valorização

de tôda a ordem. Hoje, no en-


meio conseguir a valoriza-
de se
55
O ESTADO NACIONAL

A música na nova
tanto, com a nova organização

nacional
social, com a nova filosofia política
poli-

tica, com o novo sentido, forte,

liberal democrata era


O regime
viril, tomou a vida nacional,
que
coisa coisa. Pois
o regime da
pela
o Estado como um
compreendido

atomística e ag-
ateleológica,
instrumento de realização do que,
po-

democracia frag-
nóstica, a liberal
os homens todos, de
vo,
passaram

não ligava as
considera- mentava os valores,
tôdas as classes, a ser

não dava à
forças ativas e cons- coisas aos homens,
dos como

da na- sentido, não in-


trutivas, a serviço vida um
postas pública

homens todos, logo tam- à


Os dicava um enderêço
ção. política.

funcionário, adquiriu
bém o que à criação uma vida diferen-
Dava

de servidor do Estado, consi-


o caráter vida do criador, não
te da
44é

uma virtude aristocrá- como


o derando a obra do homem
que

muito são na-


tica, de poucos seu, vivo,
que um
prolongamento

no dizer de Spengler algo.


capazes", como algo feito
tural, para

servir ao Estado é arte


É arte liberal uma
(21). que Daí, ser a

muito mais do ficar sentado sem


que arte. Sem
pela princípios,

horas dia diante a liberal de~


algumas por sem metas,
planos,

de uma secretária em tal re-


padronizada, mocracia, sucedia que,

e informações
dando se em
pareceres os elementos perdiam
gime,

segun-
em dispersos e desorien-
papéis padronizados, si mesmos,

. .
do padronizada. A significação
jurisprudência tados. profunda

do Estado é dar as suas


Ser servidor das coisas, possibilidades,

é de ser, a sua legiti-


si à causa a sua razão
muito de pública,

tudo isso
mação e destinação,
no trato das coisas
públicas
pôr

de nossa
nossos despercebido
em passou
o interêsse pomos
que "politica"
liberal. agora, no
É ser renovador, cria- Já
negócios.

Nacional, firmado um
os mo- Estado
É contribuir, de todos
dor.

sistema de vida, vista a sociedade


a melhoria do funciona-
dos,
para
de suas forças e
esta- na integralidade
mento dos departamentos

organizando-se segundo
eficiência dos princí-
tais, maior
para

fins determinados, todos os


— e
sociais logo, contri- pios
serviços

se ajustam, harmonizados
É valores
buir o bem-estar
geral.
para

num definido, cada


tentando quadro qual
o Estado vem
isso o
que

uma atividade especí-


exercendo
transformar o funcio-
conseguir:

mas em função das necessi-


fica,
regime antigo, verda-
nário do

"pêso se-
dades nacionais. As energias
morto" na economia
deiro

nação estão, isso,


cretas da por
em fator de engrande-
pátria,
organizadas e
sendo reveladas,
No Estado Na-
cimento nacional.

no sentido da realização
da Na- dirigidas
explica o Chefe
cional,
"o As
de uma civilização superior.
exercício da função
pú-
ção,
todo, os órgãos
de coisas atuam
é um simples meio pelo
blica não

se exercitam em
uma instituicionais
subsistência, mas
a
ganhar
interêsses mais altos
e função dos
contribuição direta
forma de

o homem se
da Na- do Estado, qual
o pelo
para progresso
pessoal
afirma, é
constrói e se pois que
ção" (22).
56 CULTURA POLÍTICA

— Péricles Morais é
sica diz
o Estado estabelece,
quem garan-

fa- religião" e é a religião


te e desenvolve as condições uma (24);

fôrça diretora dos ho-


voráveis à formação dos indiví- a
grande

mens, a leva aos


duos e do que grandes
povo.

sacrifícios, aos heroísmos subli-

Pois a arte, inclusive em


que,
mes, às marchas, aos
grandes
seu sentido estético, tem um sen-

destinos. Daí o aprovei-


grandes
tido social, vale hoje como um

tamento da arte musical,


pela po-

dos meios de construção


políticos
lítica como elemen-
getuliana,
do homem. E entre as artes, a

to de construção do homem.

música. Esta é hoje aproveitada "Mais


outra arte
que qualquer
Estado como instrumento
pelo *
44 comenta Lambert Ribeiro

de educação Ao con-
popular.
é o veículo en-
a música
grande
trário dos antigos regimes, cuja

humanos. O canto orfeô-


tre os
máxima eram as
preocupação
essa camada sub-
nico
prepara
campanhas estéreis, o
políticas
de lastro musical
terrânea que
atual coorde-
governo procurou
servirá de roteiro na formação

nar todas as forças diretrizes c

da e na sua educação
juventude
sistematizar todas as energias

cívica" O Estado Nacional,


(25).
num bom sentido nacionalista",

visa construir o brasi-


que povo
nota Vila Lobos, acrescenta:
que
44E leiro, tendo um sentido integral,

um dos elementos de o
que
tem, neste incluído, um sentido
lançou mão conse-
governo para
estético. não só o
Quer, pois,
a sua finalidade, no sentido
guir
o bom, o verdadeiro, mas
justo,
da unidade espiritual brasileira,

ainda o belo. Fixa as bases cul-

foi a integração definitiva da cul-

turais favoráveis ao desenvolvi-

tura musical e do ensino do can-

mento físico, moral, intelectual e

to coletivo no educacional
plano
espiritual do homem, tanto
para
da escola renovada" . As-
(23)
se utilizando de todos os meios

sim entendeu a nova e


política,
a seu alcance : esclarece-o na

entendeu bem. Porque é evidente

escola, fortalece-o nos campos de

o misterioso de sugestão
poder
esportes, moraliza-o na família,

tem a música. Não há


que povo
disciplina-o na caserna, dignifi-

não tenha o seu hino e todos


que
ca-o no trabalho. Pelas ciências

os movimentos coletivos
grandes

e artes sem as dirigir,
pelas
são acompanhados de música,

mas delas se aproveitando a

meio de concentrar as forças

nova vai formando, va-


política
emotivas do transportan-
povo,
lorizando o homem. E, dentre ar-

do-o ao estado de êxtase cívico,

tes, é a música o instru-


grande
o faz vibrar, marchar, deci-
que
mento de o Estado se serve
que
dir-se. É música
pela que perce-
a consecução de seu fim
para
bemos as realidades in-
grandes
último.
visíveis, é ela um dos meios
por

atingimos o infinito. A mú- Os efeitos dessa no


que política,

sica enobrece e embeleza a vida, setor em análise, os


já podemos

eleva e aperfeiçoa o homem. evidenciar até mesmo na música

Donde a sua a sua brasileira: o samba. São


grandeza, popular
44

fôrça, a sua necessidade. A mú- numerosas as composições de


O ESTADO NACIONAL 57

cunho nacionalista e americanis- O liberalismo econômico seria a

ta, no morte do o ado-


gênero. própria povo que

tasse. O mau individualismo, nes-


Vê-se, o Estado Na-
pois, que
te terreno, foi, mais do em
que
cional surpreendeu no os
povo
outro fator de misé-
qualquer,
seus motivos vitais típicos e
pro-
rias, desorganização, decadência.

fundos, trouxe à tona as suas for-

É só se compreender a
que pode
secretas, coordenou-as, e de-
ças
economia num sentido coletivista,

.volve-as, concientes e sistemati-

como o existencial ex-


plano por
zadas, ao as-
próprio povo, que,
celência dos como uma or-
povos,
sim, construindo o Estado Na-

dem inicial, ao redor da


política
cional vai-se construindo a si
pró-
se distendem os círculos mais
qual

prio.
vastos e mais complexos das de-

As armadas
forças mais ordens: a social, a
jurídica,

em da nova
face a moral, a
política propriamente

política dita, etc. Mas é a fôrça o ele-

mento essencial de or-


qualquer
a economia comò o
Sendo que
dem, e foi compreendendo esta

sangue dos enor-


próprio povos,
verdade o Presidente Var-
que

me é a importância da
política
tão logo assomou ao
gas, poder,

econômica. Esta hoje tem, ao la-


iniciou um movimento vigoroso

do seu aspecto nacional, um


do
de renovação das nossas forças

e o inter-
outro,
predominante:
de terra, mar e ar,
procurando,

A evolução do mundo
nacional.
todos os meios e de todos os
por
de tal maneira os
correlacionou
modos, dar às mesmas a eficiêu-

interêsses dos nenhum


povos que
cia o delas estava a exi-
que país
mais bastar-se a si
povo pode tem feito, no Esta-
O se
gir. que
Não se conseguín-
próprio. pode,
do Nacional, nesse sentido, re-

nos tempos mo-


temente, cogitar,
sem dúvida, algo de oi-
presenta,

de não con-
dernos, que
política Brasil.
tal o
para
como ele-
sidere a economia

de A economia hoje não é mais,


mento dos mais
ponderáveis

resulta a afi- entre nós, simples caixinha de


sua conduta, donde

nidade da e da economia segrêdo nas mãos dos


política potenta-

forças armadas, são, manejar;


com as que dos, só êles sabiam
que

sem exagêro, a
dizer-se é, agora, situada como está num
pode

e
condição de suficiência política de aperfeiçoamento
"A plano geral

das nações. eco-


econômica
de todos os valores, e dirigida
para

é um reino indepen-
nomia não ¦
um fim o bem
pre-estabelecido

ligada intimamente à
dente ; está
estar uma de
geral, garantia pros-
não é sem
alta possível
política; segurança a
e de
peridade para

exterior vigorosa, e,
uma
política
nação.

depende da fôrça
neste sentido,

foi assim situada a


vive ou E
militar do em porque
país que

economia; e é a economia
Por porque
morre" (Spengler) (26).

básica da ordem nacio-


mais a econo- a ordem
isso, não
poderia

é a fôrça o elemen-
hoje, ser nal; e
nos dias viris de porque
mia,

da ordem, foi a
liberais. to essencial que
em têrmos
equacionada
58 CULTURA POLÍTICA

se, o Estado o soldado,


brasileira na re- que
nova pôs quer
política

forças mi- como homem, valorize a classe


organização de nossas

litares um dos seus militar.


propósitos

fundamentais. Aos o nos-


poucos

é a felicidade do ho-
Em suma,
so exército se equipa, a nossa

mem o o Estado Nacional


marinha se restaura, a nossa que

e são as forças milita-


aviação se constrói. pretende,

condição de con-
res a
principal
O mérito maior da
política ge~

dêsse nobre fim,


secução porque
tuliana, na espécie, não está
po-

elas a ordem,
do nosso são garantem
rém no fortalecimento que

condição de todo o
organismo militar, mas, sobretu- progresso.

está dan- a ordem militar se in-


do, no espírito ela Contudo,
que

do a êsse corpo. As nossas fôr- na ordem humana, onde se


clue

militares não são mais agora as de vida


incluem todas ordens
ças

aquilo Euclides da Cunha vem


nacional. Por isso tudo se
que
''exército

um dia, de
quilificou, formando um novo tipo de sol-

"As
de O
paradas" (27). governo Brasil. aspirações
dado no

compreendeu era ir
que preciso
da tropa, os anseios da oficiali-

além da técnica militar, do sim-

dade mais culta, os reclamos vi-

aparelhamento bélico e da
pies
tais do Brasil bradam uma
por

preparação propriamente guer-


"Dar Pandiá Caló-
alma", exclamava
reira dos homens. unidade

Pois o Estado Na-


geras (29).
de espírito aos homens mane-
que

cional veio satisfazer às aspira-


as armas, fazê-los confrater-
jam

da tropa, aos anseios da ofi-


nizar no esforço, incutir-lhes con- ções

cialidade, aos reclamos vitais do


fiança na ação e sentido de soli-

dariedade é criar am- Brasil. Deu alma, vontade, ideal,


patriótica,

biente moral apropriado aos en- às nossas forças armadas. É o

tusiasmos heróicos, às atitudes está


homem novo surgindo.
que

viris, à compreensão dos ideais do


É o homem novo, conciente, es-

engrandencimento coletivo, sem


clarecido. Humano, sobretudo.

os os exércitos se
quais grandes
Mas brasileiro. O
profundamente
assemelham a desprovi-
gigantes
brasileiro de tôdas as classes in-

dos de alma, de energia


privados
tegrou-se num construti-
plano
inteligente e dinâmica con-
que

vo, nacional e humano, de exis-


cebe, decide e executa", diz o

tência.. O nosso homem é uma


criador e doutrinador do Estado já

fôrça. O soldado é uma força.


Nacional já
(28).

em interês- Quanto ao mais, às indústrias


Aqui, como tudo, o

humano, desejo de valoriza- bélicas, ao aparelhamento das


se o

do homem. O soldado é, ago- nossas milícias vão


ção guerreiras,

ra, como o advogado, o médico, o sendo as coisas atenta e sábia-

lavrador, etc., um colaborador mente cuidadas. O


principal já

efetivo do engrandecimento na- está feito: os nossos militares não

ciçnal. E como os homens, formam, mais, simples exército


pelo

seu valor, valorizam a sua cias- de


paradas.
59
O ESTADO NACIONAL

às nossas realidades,
Outros elementos pelo
ção

das ciências e
aproveitamento
de valorização

artes na obra de restauração


das
Conclusões

valores, fortalecimento
de pelo

nossas forças armadas,


das pela
Conclue-se do exposto
que,

resolução dos nossos


problemas
tendo da vida uma compreensão
'
enfim, uma
fundamentais por
e do mundo uma visão
profunda
todos os dados
política que pesa
integral, baseando-se a sua
po/í-
coletiva e os orien-
de existência
necessidades totais do
tica nas

no sentido do bem
ta, a todos,
considerando êste como
homem,

vai o Estado estabele-


comum,
e como um in-
um ser universal

favoráveis à
cendo as condições
nacional, como um ente
dividuo

de seu fim último: a


realização
— o
biológico e um ente social

formação de homens superiores,

Brasileiro busca realizar,


Estado

superior, de uma so-


de um
povo
de uma cultura total, um
através

ciedade superior.
dizer: um ho-
homem total,
quer

uma socie- dos re-


mem dentro de Mas, além
processos
pleno,

Daí fixar-se o Esta- o Estado de


dade feridos, utiliza-se
plena.

em certos dados fundamentais outros. Assim,


do uma infinidade de

valores indis- favore-


de vida, em certos aos esportes,
auxílio
pelo

em certos físico do
cutíveis, princípios o desenvolvimento
ce

devem atuar
eternos, sobre o
que saneamento de re-
povo; pelo

desenvolver, em esferas
e se pró- rural o
dá ao trabalhador
giões,

as unidades
e disciplinares, a um
prias ambiente são indispensável

da sociedade: econô-
estruturais de seu traba-
melhor rendimento

micas, sociais, políticas, de assis-


jurídicas, lho; instituições
pelas

no homem o seu mo-


etc. Tendo minorar os
tência social,
procura

razão de ser, o seu


tivo, a sua dos desgraçados,
sofrimentos

Estado Nacional orga-


objeto, o readaptá-los à vida,
buscando

de vida segun-
nizou os huma
quadros sadios e confiantes: pela

do homem, e,
do as necessidades do direito, assegura me-
nização

os seus alicerces a todos; multiplica


isso, fincou lhor a
por justiça

existenciais as artes, as
em certas categorias as escolas,
protege

as ciências, e assim vai,


letras,
definitivas.

os meios, dando ao ho-


todos
por
nesse intuito de
Vimos
que,
elementos ao de-
mem os precisos
do homem brasileiro
valorização
exercício e aper-
senvolvimento,

— da sociedade brasileira, por-


de suas faculdades
feiçoamento

na
tanto o Estado
plantou, o o nosso ho-
criadoras, com
que

base dos seus políticos,


processos mem se fortalece, se superioriza,

certas técni-
certas instituições, de corpo e de alma,
tornando-se,

elementos. Pela a marcha


cas, certos pro- apto a empreender que

traçou ao
teção à família, o Estado Nacional
pela planifica-

humani- a marcha do Brasil


da nosso
ção pedagogia, pela povo:

mesmo. Para a conquis-


e dignificação sôbre si
zação. do trabalho

ta integral do Brasil.
do trabalhador, considera-
pela
CULTURA POLÍTICA
60

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Pôrto 1926
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Aversão ao despotismo

SÉRGIO MARINHO

Tenente-coronel da Escola Militar


professor


CULTURA ocidental, Esse caminho modelador ex-
para

aqui transplantada, no seu traordinário de caracteres somá-


A

às ticos -—- de nos


esforço de adaptação e
psíquicos que

novas realidades mesológicas, ad- fala Ed. Demolins, isto é, a


geo-

formas e expressões con- agir, aqui, no


quiriu grafia (2), parece

novo mundo, fôrça do im-


sequentes da exercia pela
pressão que

e atordoamento do
e das naturais reações expe- previsto pelo
que

contraste ? Até aonde se deve


rimentava.

aceitar o influxo do meio cósmico


"La

race n'est une cause, c'est


nas representações coletivas, de-

une conséquence. La cause


pre- a in-
vemos admitir, aumentada,

mière, et décisive de la diversité


fluência dessa tirania, o nos-
para

des races, c'est la route les


que so caso. Tudo agiu e age,
preci-

ont suivie. C'est la route


peuples e esmagadoramente, sôbre
pitada

crée la race et crée le as variedades étnicas e culturais


qui qui

type social" aqui, se defrontaram.


(1). que,

Demolins -— Comment la route crée le type social, VII.


(1) Ed. pág.

aspecto fisiográfico do continente sul-americano, aliado à circunstân-


(2) O

cia nos situa vis~à~vis à região dos desertos africanos, levou Buckle
que (Buckle

-—¦ História da Civilização na Inglaterra) a arquitetar engenhosa hipótese,


justifi-

cadora da ausência, no Brasil, de uma civilização précolombiana.

A ação combinada de dois fatores um estático, os Andes, outro dinâmico,

os ventos alíseos •— explicaria a de não termos atingido ao mesmo


singularidade

nível da civilização esplendeu no México e no Perú.


que

As chuvas trazidas alíseos, de leste, e cadeia andina


pelos precipitadas pela

sóbre o nosso território a existência de uma flora e de uma fauna tão


permitem
"em
meio dessa dêsse esplendor da natureza, não há lugar
prodigiosa que pompa,

o homem, reduzido à insignificância majestade o cerca. As forças


para pela que

contrárias são tão formidáveis, o homem nunca lhes resistir à menor


que pôde pres-

— Obr. cit.).
são" (Buckle

Tão fascinante hipótese, outro valor não tenha, tem o de ressaltar a


quando

impressão a nossa deixou no espírito dêsse arguto obser-


profunda que geografia

vador.
A VERSÃO DO DESPOTISMO 63

Os sem~fim das distâncias são A natureza, em contínua festa,

um desafio ao das co- é um incitamento enleva, mas


problema que

municações ; as depaupera; o clima, mutável e


paralelamente,

caudais imensas — estradas é liberador incan-


caprichoso, um
que

andam — oferecem, re-


em certas sável dos recalques a conti-
que

soluções simples e espon- nência dos instintos acumulara. A


giões,

tâneas a êsse mesmo fome sexual, espicaçada ri-


problema. pela

Os obstáculos —
topográficos de incitações, solapa a rí-
queza

muralhas naturais detêm a disciplina medieval e inicia


que gida


marcha ao aventureiro afoito vitoriosamente as nossas compo-

opõem-se, equilibrando-a, a essa sições étnicas. O mulato e o ma-


"es-

tendência centrífuga, a essa meluco são o dessa trai-


produto

de individual" moral.
pécie pulverização ção

de fala Sílvio Romero


que (3),
O espírito, nascido do contacto

e, conseqüência, atuam como


por
inesperado daquelas raças distan-

agentes de na de-
primeira plana
tes, caracterizou-se, desde logo,

terminação do fenômeno sec/en-


incapacidade de suportar as
pela
tarista.
formas de despotismo. A Incon-

As violações fidência Mineira talvez haja sido


provocadas

na alma irriquieta a sua manifestação ní-


primeira

do tida e vigorosa.
forasteiro

O espetáculo ainda não visto


Os meios de existência, com a

da natureza ação tirânica, iriam imprimir


prodigiosa provoca sua

na alma irriquieta do forasteiro


a marca da sua importância na

as volições mais violentas e opos-


modelagem social se iniciava.
que

tas. Desde os ímpetos irreprimí-


O ouro teve assim
papel prepon-

veis à indolência invencível, aque-


derante no desenvolver daquelas

le torpor acabrunhante, é a
que acomodações e composições va-

vingança dos trópicos. Nessa en-


riadas, ora dissociando e nive-

cenação majestosa,
patenteia-se des-
lando, ora aglutinando
para

um de contrá-
jogo permanente o desman-
nível. A êle deve-se

rios, uma como estranha dialé-


telamento da florescente açuca-

tica de fenômenos objetivos. Há


rocracia, o desbarato da lavoura

encantos irresistíveis e
perigos
nascente, o abandono de
quase
aterradores; maviosos e
gorgeios
tôdas as outras atividades
(4).
soluços ; cheiros afro-
pungentes

A Ao seu influxo, houve o desa-


disíacos e odores repelentes.

tar de laços ainda recentes, a


vida e a morte andam entrela- que-

Parece inicial da bra de valores se estratifica-


o ato que
çadas.

vam, a transformação, enfim, de


criação !.. .

Romero -— O Brasil Social.


(3) Sílvio

ainda uma razão no Brasil se diminuísse


(4) "Acresce poderosa para que

o cultivo cana de açúcar);... mas o descobrimento das minas de ouro


(da porque

e diamantes destacou do seu serviço, enriquecer-se com


pessoas que pensavam

mais facilidade e M. Pereira da Silva — História da Fundação do


prontidão" (J.

Império Brasileiro.
CULTURA POLÍTICA
64 FTE:« v

rância tropical suscitava. O es-


fisionomia ainda
tôda uma que

e o senhor, o letrado e o
se com- cravo
não tivera tempo
para

mascate, o sacerdote e o flibus-

pletar.

teiro acotovelavam-se, ali, nive-

de todos os tons sociais,


Gente
mesma ânsia de
lados gran-
pela
impulsionava com
a cobiça
que
mesma atormentada
deza,
era pela
de riqueza fácil,
a
promessa
Índias e negrinhas, mal
ambição.
ali as minas,
promís-
para para
serviam de
saidas da
Nin- puberdade,
cuamente, arremessada.

ao erotismo do
português,
à atração pasto
se eximir
guem podia
O fausto, o luxo,
tonto de cobiça.
todo o mundo
aurífera. Quase

desregramento de
a dissipação, o
interêsses outros, lar-
descurava

tardaram a envol-
costumes não
e se atirava o
haveres para
gava
sociedade improvisada.
ver aquela
— nova terra da
local das minas

Nem os frades dos ouro era ime-


A circulação do
promissão.

escaparam à tentação O daí se


conventos diata e continua. que

Todos eram ali o


para extraia logo se drenava
pecaminosa. para

empurrados.
exterior.

Mesmo assim, à sua


passagem,
As criadoras
forças
os efeitos iam-se amontoando.
das bandeiras

Com os hábitos faustosos


que

com os desequilíbrios
bandeiras, desbra- possibilitou,
Também as

sociais e a
como políticos que presidiu,
vadoras de terras, nasceram,

contribuiu dar
êJe, o ouro, para
é dêsse aureotropismo,
sabido,

nascente essa incapaci-


à nação
dessa vibração graças
poderosa,

de subordinação, a
o inter- dade que já
à convergiam para
qual

humanas se carater de sobran-


land as levas que aludimos, êsse

ao longo do litoral de
acomodavam tão nosso, êsse espírito
ccria,

e de aversão ao
(5). independência

se iria acentuar
naquele imenso labo- despotismo,
Mas, ali que

fundia sò- na elaboração da


social, não se cada vez mais,
ratório

faiscado no leito
mente o ouro, história.
nossa

ou arrancado das en-


dos rios
robustecido com
É êsse espírito,

terra. Fundia-se mais.


tranhas da
tempos, vem
o decorrer dos que
sangues, fundiam-se
Fundiam-se

os nossos es-
todos
produzindo
almas !

tremecimentos sociais.

houve o conglomerado de
Ali,

Contra êle, têm-se conjuga-


tôdas as categorias sociais. Ali,

tôdas as resistências conser-


de- do
as virtudes de importação

contra êle, tôdas as tôr^


vadoras;
frontavam-se com as licenciosida-

misoneistas têm sido opostas.


des mais ousadas a exube-
que ças

"Das
marítimas do Brasil corriam tantos emigrantes a
para
(5) povoações

de se empregarem na mineração, o coronel Acioli,


Capitania de Minas, no intuito que

da Baía, cita uma deliberação do capitão-general d.


nas suas Memórias Históricas

fundando cujo fim era apreender os escravos


Rodrigo da Costa, presídios, que

da Silva — Obr. cit.)


encaminhavam" M. Pereira
ali se (J.
para
DO DESPOTISMO 65
A VERSÃO

Não era, entretanto, essa a


Os obstáculos atirados ao seu

opinião dos baluartes do regime.


caminho retardam-lhe a marcha.

Houve a vital. Parece


pulsação Triste é a daqueles
glória que,

esmagado, extinto. Mas é uma


às imposições do seu tem-
surdos

momentânea e, às ve-
paralisação se agitam infantilmente,
po, para

zes, aparente. E* como se recuasse


deter o transformador,
processo
impulso, atingir
para, ganhando a tôda coletividade, e
inerente

mais longe. A represa concentra


via do se realiza a
por qual pró-

líquida no seu arre-


a massa
que, É como
elaboração histórica.
pria

messo, a leva de roldão.


se alguém a
pretendesse parar

marcha do tempo, só dessa


pois,
—' os mar-
O absolutismo
forma, interromper-se-ia aquela

tírios e as violências
elaboração. acomodar a
Querer

realidade nos limites de uma con-


Os martírios, as violências em

cepção mais larga e dú-


o absolutismo se excedia, que, por
que

til, não irá além de brilhante ar-


temperaram-no ao calor das
pro-

a tena- tifício, emanado da contemplação


vações, comunicando-lhe

as da mesma realidade, apresenta-se


cidade de carecia
que para

conquistas, foi, tão indefensível como admitir


que pos-
posteriores

acumulando. De sível visionar nas dobras do fu-


a
passo passo,

nada aproveitou ao absolutismo o turo a forma ou formas


por que

do alferes Tira- se regerá a humanidade, num


esquartejamento

dentes, o degredo dos demais in- instante de sua vida. In-


certo

confidentes. Nenhuma vantagem é, o


sensato propósito
portanto,

trouxe às instituições de então o de imobilizar a socie-


pretender

funcionamento dos tribunais de num determinado


dade humana

suplicação e das alçadas militares, é mero estágio


tipo ou forma,
que

semeavam o e a morte, evolutiva.


que pavor de sua marcha

depois de cada surto libertário,


ouvindo o ruído
Aqueles
que,
esmagado a ferro e fogo.

transformação, ingênuamente,
da

As manifestações essas re- abafá-lo, tornam-


que supõem
poder

tinham em vista fazer a sua oposição, colabora-


pressivas se, com

calar eram efeitos sucessivos de mesma


negativos dessa
dores

uma mesma causa. Inútil, Da sua intolerân-


por- transformação.

tanto, investir somente contra ela, de compre-


cia, a ausência
que

a causa subsistia. E a em
ensão alimenta, constitue-se
quando

causa traduzia-se naquela insatis-


necessário ao ad-
o clima
parte

íação irreprimível, naquele mal-


herói ou do mártir
vento do que

-estar a
generalizado, que perma- irá consagrar.
a coletiva
gratidão

nência da mesma ordem de coi-


E só isso a de-
por posteridade

insuflava, cada vez mais.


sas
morará os seus olhares compla-

de coisas conflitava
Ordem que
sôbre essas figuras.
centes
pobres

apenas com as aspirações


não

dizer o
Não que
os espíritos mais queremos
nutriam "idéia
que

de A. Herculano
mas conflitava também juizo
afoitos,

idéia
as realidades perseguida, propagada
com que
próprias

tôdas as si-
seja verdadeiro em
se iam mostrando.

— F. 5
113.773
CULTURA POLÍTICA
66

capazes de ocasionar
difu- Idéias
Idéias há. a cuja
tuações.

tais efeitos correspondem geral-


a coletividade constantemente
são

necessidade social,
mente a uma
de vi-
opõe, necessidade
se por
coletivo, no
se traduzem um anseio
dessa oposição
ver, sem
que

tri- Visível aos


condições de momento irreprimível.
hajam formado

maior desen- ou oculta à ob-


ou mesmo de olhos de todos,
unfo

elas conse- haverá sem-


volvimento. O servação da maioria,
que

a êsse com-
é sobreviver uma relação de
vitalizando-as
guem pre

bate. i entre o elas


conformidade que

em o imposições da reali-
há, contudo, que trazem e as
Outras

só facilitar a elas são


não Nessas condições,
combate dade.
parece

como também
a ra-
sua filhas de um mal-estar
propagação, que

as acei-
suscitar nas que removível
pessoas humana considera
zr.o

de fideli-
tam, uma capacidade
de
e, isso, são
por portadoras

a toda
ciadc e sacrifício prova,
mensagem esperançosa, que
uma

exaltação irre-
mística de
uma
e à inteli-
se dirige ao coração

êsses sem os
freável, atributos
tais idéias, a co-
Contra
desbrava- gência.
as idéias
jamais
quais vir-
só terão a
erção, o martírio
onde vão
rão o terreno sáfaro

tude de fecundá-las.

germinar.
Problemas sociais

As brasileiras e seus
po puiações

movi méritos

BENEVAL DE OLIVEIRA

Do Instituto Nacional do Mate

MOVIMENTO é uma encontre, resulta,


principalmente,

constante humana no cur- de um harmonioso equilíbrio en-

O
so da história. Não há tre o homem, o ambiente e os re-

mais sedentário não cursos econômicos".


povo por que (1)
4

seja batido necessidade do


pela
O meio condiciona a vida hu-

movimento. Mas o movimento


mana, mas só a determina de uma

nem sempre significa deslocamen-


maneira rígida se o homem não

to. Aquele ser determinado


pode
apresenta um comportamento ca-

um imperativo momentâneo
por
de deformá-lo ou de aprovei-
paz
ocupações), êste é sem-
(viagens,
tá-lo à sua feição. De
qualquer
condicionado motivos de
pre por
modo, é o equilíbrio en-
porém,
natureza física
(acidentes geo-
tre aqueles elementos o sus-
que
calamidades), cau-
gráficos, por
tem comodamente e feliz. No

sas sociais e (guerras


políticas
objetivo sadio de fixação ao seu

religiosas, invasões, "habitat".


expansões

inseguranças) e ainda, na maio-

Quando os recursos econômicos


ria das vezes, imperativos de
por

falecem ou aquém de
ordem econômica. permanecem

suas necessidades, então o des-


O movimento, como simples

contentamento se manifesta, e,
movimento, é natural das
pessoas

não raro, em emigrar.


tomadas isoladamente, ao pensa
passo

dá a idéia de As causas mais de


o deslocamento que perto
que

humanas abandonam êsses descontentamen-


massas provocam
que

de origem em busca tos são complexas e ser


suas terras podem

à de estabili- enumeradas: ou esgota-


de outras, pobreza
procura

de bem-estar. mento dos terrenos, condições cli-


dade ou
"o

regra bem-estar de matéricas adversas, de-


Via de pressões

onde se mográficas, inferioridade de re-


uma quer que
população,

—' Econômicos e Movimento das Popu~


Roberto C. Simonsen Recursos
(1)
"Revista
*—¦ Brasileira de Estatística" -— Abril. 1940.
tações. Iri
CULTURA POLÍTICA
68

versificada, verdadeira escala


aliada a uma de- que
cursos técnicos

num superior os ho-


da apanha
(eituosa distribuição plano
proprie-

mens cultos das cidades,


grandes
dade.

e desce até a floresta


primitiva,
sem
As demográficas,
pressões
vagueia o homem ainda
onde que
as na
dúvida alguma, são que
teve contacto com a civili-
não

dos casos respondem pelo


maioria
É, assim, o Brasil um
zação.
de uma
mal-estar da
população
cheio de di-
complexo geográfico
nesta
determinada região,
quando
físicas, de diversifi-
ferenciações
aliado aos
o índice de
produção
mas de mo-
cados humanos, que
naturais não correspon-
recursos
enfraquecem a sua
do algum

às necessidades dos agrupa-


dem
e unidade.
grande pujante
mentos a habitam.
que

e desequilí- Nestas condições, do


Desajustamentos podemos,

natureza constituíram de vista humano, fixar em


brios dessa ponto

no os mais variados
de séria nosso
gravidade país qua-
problemas

em alguns dros: aldeamentos de índios


século países que
passado,

mesmo em outras a vão sendo civiliza-


da Europa, e
pouco pouco

regiões do dos missionários; zonas de


determinadas globo. pelos

rarefeita, constituída de
aos população
Assistimos, então,
graças

descendentes de colonos euro-


da mi-
desimpedimentos política

aqui se ambientaram e
então, aos desloca- peus que
de
gratória
se fundiram com elementos nati-
se des-
mentos de que
populações

vos e negros, formando


fracamente pequenos
tinaram aos po-
países

núcleos econômicos de fraca


Mundo. Ingle- pro-
voados do Novo

dutividade; velhas fazendas e


demanda de pe-
a franceses em
ses

cidades no er-
italia- queninas perdidas
suas colônias, portugueses,

mo, vivendo ainda a era


eslavos, patriar-
espanhóis, alemães,
nos,

cal; centros agrícolas mais ani-


da
asiáticos, libertando-se pressão

mados e organizados em zonas


de ori- já
existente em seus
países

de maior densidade; zonas de

gem.
e zonas de mi-
criação
pastoreio,

Aspectos brasileiros

neração, zonas de agricultura or-

e finalmente as
ganizada grandes
na América do Sul e
Situado

e concentrações urba-
periféricas
metade do seu
ocupando
quasi
nas com suas industrias e arma-

o Brasil no
território, penetra
de todos os requisitos técni-
das
norte até os 5o 16' de
hemisfério
cos da ciência moderna.

e no hemisfério sul até


latitude

os 33°46\ e outros tantos De sorte com os elementos


graus que,

comportando várias
de longitude, de dispomos, esta-
que podemos

zonas distintas.
particularmente belecer, aproximadamente,
para

uma os 41 milhões habitam o


Apresenta isso mesmo que país,
por

as diversas unidades, a
variedade de climas, terrenos $egundo
que

de seguinte distribuição: Distrito


do arqueano aos
se estendem

Federal, mais de 1.600 habs.


atual, e
sedimentação portanto,

km2; São Paulo, Estado do


de variedade por
geológica.
grande

Rio, Sergipe, Alagoas, Peruam-


ainda, em seu terri-
Apresenta,

di- buco, Paraíba, de 20 a 25 habs.


uma humana
tório
paisagem
AS POPULAÇÕES BRASILEIRAS 69

km2; Rio Grande do Sul, de extrativa não servia mesmo de


por

Santa Catarina, Minas Gerais, nenhum motivo a ocupação


para

Rio Grande do de terras tão extensas e es-


Espírito" Santo, que

Norte e Ceará, de 10 a 20 habs. tavam a outros cuidados.


pedir

km2; Paraná e Baía, de 5


por Em estudos anteriores tivemos

a 10 habs. km2; Goiaz, Piauí,


por de focalizar o
a oportunidade

Maranhão e Pará, de 1 a 5 habs.


lustre da civilização açucareira,

km2; Amazonas, Mato Gros-


por uma nota de
que pôs grandeza

so e Acre, menos de 1 hab.


por
na da mata nordestina.
paisagem

km2.
Mas o desenvolvimento eco-
para

nômico dessa região, e


A atual distribuição demográ- posterior-

mente, o de tôd;* a colônia,


é o resultado de um para
fica do
país

foi necessário a importação do


histórico demasiado len-
processo
elemento negro trazido da África,

to, feito à custa de fusões e cal-

Portugal era uma nação


já que
deamentos, de imigrações estran-

de braços e o índio, aqui


pobre
de migrações internas de-
geiras,
encontrado, não se adaptava fà-

vidas a e conse-
pressões, por
cilmente ao trabalho organizado.

a desequilíbrios econômi-
guinte,

deslocamentos Coincidindo com a multiplica-


cos
que provocam

outras zonas de in- dos engenhos, a criação de


de umas
para ção

em as condições de Roberto Simonsen as-


terêsse como
que gado,

vida sempre mais está- substan-


severa tão bem no seu
parecem

veis e mais lucrativas. fôra im-


cioso estudo citado,

não só servir de fôr-


posta para

Migrações do motora à indústria nascente


passado ça

como também servir ao


para

No eram as tribus sei-


princípio dos co-
transporte e alimentação

ainda não afeiçoadas a


vagens,
lonos.

sistema de exploração
qualquer

a um Entretanto o açúcar, tanto


agrícola. Estas, habituadas que

viviam da favoreceu o Brasil, a de


nomadismo destrutivo, ponto

fio- colocá-lo, no século XVII, como


caça, da e de
pesca produtos

o seu maior mundial, te-


restais. produtor

ve esplendor efêmero. Cultivado

esgotados os recursos
Quando
em outras regiões tropicais
por

do lugar momentâ-
naturais que
ingleses, franceses e holandeses, o

ocupavam, se sabe,
neamente já brasileiro sofreu sensível
produto

nativos em demanda de
iam êsses nu-
nos entrando
queda preços,

o começo de um novo
outro, ma longa fase de depressão e
para

ciclo de destruição. aviltamento.

em tôrno do açúcar co-


Foi que
Precisamente êsse mesmo
por

verdadeiramente a efetiva
meçou
tempo a mineração do ouro no

da terra dos
ocupação por parte
mineiro, entusiasmo
planalto pelo

em 1.500, ha-
portugueses que, despertou, fez desertar dos
que

às costas da Baía.
viam aportado
canaviais centenas de colonos em-

e muito mais, levas de


ilusão do brasil dissipa-
A pau pobrecidos,

ativida- escravos negros, ali conduzi-


logo, essa para
ra-se pois que
CULTURA POLÍTICA
70

não obteve êxito, indo


a inter- no entanto,
dos, fato esse forçou
que

em São Paulo o seu


no- encontrar
venção do
govêrno português,

natural. E a de
das habitai partir
tificado, em tempo,
propor-

refere o ilustre autor da


1885,
da corrente migratória,
ções que

Econômica do Brasil>
impor- História
ameaçava extinguir tão

se alastrara ali a cul-


tante lavoura. quando já

e onde tinham
tura cafeeira
para
Mas o fascínio do ouro não se
migrações vindas do
acorrido

apenas sôbre os cana-


exerceu
vale do Paraíba e de
Norte, do
"foram-se
os vaqueiros criadores do
viais e
outras zonas do
país,

Nordeste. Do litoral fluminense


correntes imi-
registrando densas

e de
devassado,
já principalmente
e mais se intensifi-
gratórias que
São Paulo, então uma
pequena
a extinção do traba-
caram com

fôra fundada sob os


vila,
que Entre 1885
lho escravo, em 1888.

dos depois da
auspícios
jesuítas, o
1902, São Paulo recebeu
e

a São Vicente de Martim


chegada
maior afluxo de imigrantes
jamais

Afonso, em 1532, formaram-se


no Brasil, em tal espaço
entrados

migratórios de alta
movimentos
1.033.630 indivíduos.
de tempo:

atingindo os sertões
significação,
vastas áreas a
Abriram-se para
Goiaz, sul do Piauí e
de Minas,
do café e o de San-
cultura porto
Mato Grosso.
1894, tornou-se, inin-
tos, desde

o ouro não o maior ex-


Note-se, que terruptamente, pôrto
porém,
"entra-

foi o único motivo das de café do mundo". (2)


portador

os bandeirantes esta- completando a evolu-


das", E assim,
pois

vam também muito seu ciclo, o café rasgou o


preocupados do
ção

a caça ao índio, desbravou as ma-


com pois que, sertão
paulista,

êsse tempo, fins do século cidades, a


tas, construiu permitiu
por

XVII e começos do XVIII, São fundos necessários


formação de

Paulo conseguira formar a sua futuras,


as indústrias prepa-
já para

e uma crescente ne- levou


agricultura rou novas culturas, para

de braços se fazia sen- fronteiras econômicas do


cessidade longe as

tir ali. .
país (3)

a à borracha, como fôr-


De modo, Quanto
qualquer porém,

mui- econômica de atração, na


mineração do ouro fez surgir pia-
ça

tôrno nície amazônica, viveu a sua


tas cidades mineiras, e em pri-

meira fase desde os últimos trinta


dêsses núcleos viveu uma
popula-

do século até 1912,


afeita ao trabalho agrí- anos
ção passado
pouco

fertilida- se verificou o colapso em


cola, talvez
pela pouca quando

assim virtude das causas conhecidas


de das terras, tanto já
que,

sobejo. Foi intensa a migra-


se verificou o declínio de
quando

um lon- de nordestinos aquela


nessas zonas, se observou ção para

das região despovoada, tórrida e


e laborioso ajustamento
go

à agricultura. úmida.
populações

tinha sido O Nordeste, como se sabe, é


A cultura cafeeira

onde, uma região de alto coeficiente de


iniciada no vale do Paraíba,

v
— Trab. cit.
Simonsen
(2) Roberto
-—¦ Aspectos do Brasil 18.
de Oliveira pág.
(3) Beneval
AS POPULAÇÕES BRASILEIRAS 71

natalidade» mas é cm razão, de florescentes


grande par- possuir

te assolado sêca e seus re~ industriais, adensando


pela parques

econômicos não estão, em tôrno das cidades fortes con-


cursos
por

às ne- tingentes humanos. São Paulo,


enquanto,
proporcionados

Rio de Pôrto Alegre, Re-


cessidades de sua Janeiro,
população, que

apresenta isso mesmo níveis cife e outros centros aumentam


por

de vida muito baixos. cada vez mais suas


populações.

Coincidindo com êsses adensa-


ao Sul do cuja
Quanto país,
mentos humanos nas cidades, ra-

ocupação inicial se deve aos


pau*-
refaz-se o campo.
listas, as condições naturais
per-

Um trabalho nos chega às


mitiram um fácil desenvolvimento que

mãos de autoria de Fernan-


localizando-se desde os (4),
primeiros

independência con- do Mibielli de Carvalho, e


anos de nossa que

imigran- nos merece tôda consideração e


sidáveis correntes de

simpatia, estuda de maneira


tes, em sua maior pre-
parte proce-

cisa e imparcial, à luz do último


dentes da Europa. Predominando

as cul- recenseamento, o fenômeno do


aí a
pequena propriedade,

as indústrias, despovoamento do campo, suas


turas variadas e

cora causas e seus remédios.


esta região, conjuntamente

Paulo, vem aumentando sen-


São Evidentemente, não é nosso in-

o seu coeficiente de
sivelmente criticar o urbanismo, tão ne-
tuito

natalidade, a de contribuir
ponto cessário ao como é o
país po-

a metade do aumento
com voamento ou o repovoamento do
quasi

observado no Bra-
da
população campo.

1920 a 1940, conforme o


sil, de
A cidade, como se sabe, sem-

último recenseamento.
exerceu fascínio sôbre os ha-
pre

Sumariando êste capítulo,


po- do campo. Em tôda a
bitantes
"o

eixo eco-
demos assegurar
que história. Na velha Grécia, na ve-

nômico do Brasil,
primitivamente lha Roma, na Idade Média,
quan-

nos séculos XVI e


no Norte,
do as cidades constituíam, segun-
"Warner
o Centro-
XVII, deslocou-se para
do nos ensina Sombart,

XVIII, a época da
Sul no século
autênticos refúgios os ser-
para

ouro, voltar,
mineração do
para vos fugiam da senho-
que gleba

tempo, o Norte,
algum para
por rial. Na Europa industrializada

definitivamente no
instalando-se
de hoje...

século XIX aos nos-


Sul, desde o

E se assim foi em todos os

sos dias.

tempos, não admitir-se o


porque

atração
Rurifugismo
mesmo fenômeno no Brasil ?

das cidades

O nos sombrio é
que parece

tempos cá temos crônica, é essa fra-


De uns essa infixidez
para

a um considerável surto tão visível nos


assistido ca
produtividade,

industrial em nosso nossos sertões, de aquisiti-


país. poder

vo tão baixo e de condições ru-


o Brasil de
Outrora agrícola,

com rais tão


se ufana, e precárias.
hoje justa

"Revista
<— Dezem-
— In de Imigração e Colonização"
Êxodo Rural
(4)

bro de 1942.
72 CULTURA

algumas de-
cidas natureza,
lugar, somos pela
Em
primeiro

condições climatéri-
Ias de más
a reconhecer nada
obrigados que

irregular distribuição
dc cas, com
a nação
mais para
prejudicial

a existência de indivíduos pa- pluviométrica.


que

nas cidades. cabe-nos acen-


rasitários De outro lado,

do co-
na tuar a desafeição primitivo
O excesso de
população

a atividade agrá-»
lono com
o desemprêgo, e para
zona urbana cria

a aventura ao
ria. Êste
a preferia
resultado é a
o promiscuidade,
do
árduo e organizado
miserá- trabalho
oscilante e incerta,
vida

a isso o
campo. Acrescentemos
sempre, multiplicando
vel,
quase
índio, mais caça-
nomadismo do
as favelas, incen-
os cortiços e

do lavrador,
vaga- dor e que
mendicância, a pescador
tivando a

do negro, a
o constrangimento
e o crime, acarretando
bundagem

mental dos mestiços.


ônus de instabilidade
o Estado
para pesados

a tradição das
E ainda queimadas
e assistência.
polícia
tanto dano têm
e derrubadas, que

alguma o impres-
Sem dúvida
aos nossos sertões.
causado

se observa
sionante desnível que

e a do
a vida das cidades
entre
Tentativa de valorização

campo, em nosso provoca,


país,
e
fixação
o abandono dêste,
em já
parte,

urbano encon-
o trabalhador
que uma sadia
Fomentando política

e
tra da do público
parte poder do nosso hinter-
de valorização

uma assis-
das emprêsas privadas de fixar o
land", com o objetivo

maior,
tência incomparàvelmente ha-
ao solo em
nosso homem que

de aludir aos
sem deixemos to-
que brasileiro tem
bita, o
govêrno
a civilização con-
benefícios que
uma série de
mado providências

aquele faz
fere a todo que parte
ser mencionadas
merecem
que
comunidade urbana.
de uma
aqui.

ilusórias
Mas essas seduções, sa-
lugar, cumpre
Em
primeiro

não devem sobre-


muitas vezes,
seu vulto e extensão,
lientar,
pelo

às o campo pro-
que pode do
por-se Contra as Sêcas
as Obras

aos o habitam.
que
porcionar a construção de
Nordeste, com

carregado um
Até agora temos canais de
açudes, tubulares,
poços

de erros e impressões que


acervo reflorestamen-
irrigação, estradas,

nos legou o
passado. empreendimentos
tos e outros

conta o indis-
Sem levar em
acessórios.

científico,
pensável procedimento
a criação de co-
Em seguida,
rural, desas-
a nossa
população
armadas de to-
lônias agrícolas
exce-
sistida e desajudada (com

técnicos de as-
dos os requisitos
e o Sul), alas-
São Paulo
ções
e trabalho, a intensifi-
em fora sistência
tempos pelo
trou-se
pelos
"hinterland
ensino rural, o sanea-
. cação do
nosso vasto

insalubres, a aber-
mento de zonas
foi a ocupação de
O resultado

o crédito rural,
tura de estradas,
de
de fraca rentabilidade,
áreas

o combate ao latifún-
de e agrícola,
foi a formação
terras
pobres;
improdutivo e es-
favore- dio sempre
zonas que
em pouco
pressões
73
AS POPULAÇÕES BRASILEIRAS

de ca*-
impu- requer o emprêgo grandes
Providências se
téril. que

e larga técnica,
a bem do pitais preparação
nham país.

facilidade se
não é com que
pois

de vida de uma
levanta o nível

Significação das migrações

é fácil tarefa recru-


região, e não

planificadas
retirá-los de
tar trabalhadores,

origem, a tanto
suas zonas de que
estabilização dos trabalha-
A

colocá-los numa
é se apegam,
núcleos rurais para
dores nos seus

outra, se supõe
o for* que prèviamente
uma condição básica
para

e ainda mais, devida-


ainda estudada,
de uma nação,
talecimento

físi- mente aparelhada para possibili-


tão cheia de diferenciações

objetivos visadòs.
tare- tar os
Mas é uma
cas e humanas.

demanda tem-
fa que O atual movimento migratório,
gigantesca

de tudo, con-
e exige, acima de tra-
isto é, o encaminhamento
po

de ação. Temos
tinuídade que nacionais,
balhadores principal-

menos, algum
aceitar, por do Nordeste, a
pelo mente para planí-

inelutáveis movimentos
tempo, os amazônica, sob a assistência
cie

de sertanejos, pela e onde se está tra-


que, premidos do
govêrno, já
44a
são obriga-
angústia econômica, batalha da borracha",
vando


outros ambientes nossos
dos a amplamente os
procurar comprova


favoráveis à existência. de tal enver-
mais acertos,
pois planos

se êsses movimen- mui-


convenhamos, não se realizam sem
gadura

são de todo dirigidos pa- recur-


tos não to esforço e sem
grandes

urbanas, e sim
ra as zonas para técnicos e financeiros.
sos

nos íe-
rurais, temos
outras que

da
Porque, libertando-se
licitar.

Conclusão
em vege-
do meio que
ingratidão

zonas de origem,
tam, nas suas
o ficou exposto,
De tudo
que
como
só aliviam a
não pressão
são ainda
conclue-se que precá-
meios
também encontram para
condições de vida
rias as nossas
vida em zo-
o de
melhorar padrão
os incessantes movi-
rural, e
de que
e
de maior rentabilidade
nas
sertanejos e lavrado-
mentos de
nível de cultura,
mais elevado
outras regiões
res de umas
para
o de-
assim, para
contribuiíido,
são as mais evidentes
do
nacio- país
econômico
senvolvimento
instabilidade rural.
dessa
provas
nal.

e variadas a>
São complexas
no le-
lado, baseado
De outro
instabilidade, e a
causas dessa que
de vida,
dos níveis
vantamento
de maior é a
nos pêso que
a parece
Estado com
hoje o
preocupa-se despreparo do
diz respeito ao

das migrações planifica-


do campo, impôs-
política nosso homem

no
é sempre dirigida
das, se acha de melhorar
que sibilitado que

reajustar as
de popula* diante da
sentido comportamento
o seu

de
de seus territórios,
dentro o cerca. Enfraque-
ções natureza
que

e
as o nosso ca-
maneira a dissolver pressões endemias,
cido
pelas

locais. o
os desequilíbrios não tem disposição para
impedir bodo

fracassa
trabalho e, desajudado,
dúvida alguma,
Trata-se, sem
toma.
iniciativa que
em
dispendiosa, que qualquer
de uma
política
CULTURA POLÍTICA
74

e da ciência
a adoção antropogeografia
Impõe-se,
portanto,

imi- econômica.
sistemática de uma
política

econômi- como tão bem


e colonizadora, Mais ainda,
gratória

e edu- Fernando Mibielli de


ca e financeira, sanitária aconselha

o seu conciencioso es-


cativa, capaz de po- Carvalho, no
promover
"uma

território, dan- imi-


voamento do nosso tudo citado, política

às nossas colonizadora no senti-


do toda assistência po- e
gratória

não só tenden- fomento de imigra-


rurais, do do maior
pulações

também no à raça branca


te a fixá-las como restrita apenas
ção

a sua capa- — o imigrante entre


sentido de melhorar selecionado

fomento maiores
cidade aquisitiva, pelo aquelas que
populações

e exploração têm com o nosso


da pela afinidades povo
produção

ainda se encon- ser fàcilmente


das riquezas e
que que já provaram

na su- massa demográ-


tram em estado assimiláveis
potencial pela

nas entranhas do solo.


ou brasileira e convenientemen-
fica
perfície

território na-
te distribuído pelo
Uma científica, coloni-
política

cional".
excelência, capaz de
zadora
por

o nosso homem do
em zo- Redimido
o
promover povoamento

valorizada a terra,
melhores con- campo, pro-
nas ofereçam
que

vez mais, nada


rentabi- duzindo cada
dições de salubridade e

a o Brasil
obstará certo
lidade, o se torna atualmente por que
que

amanhã, os seus destinos


aos realize,
possível, graças progressos

da de civilizadora.
da da climatologia, potência
geologia,
história do Brasil
Os na
judeus

DE BARROS
JAIME

Ibn da Veiga Ca-


a sentir a cuto e
pre- Jehudo

na histó- bral.
sença dos
judeus

GOMEÇA-SE
do Brasil ao estudar os
ria' dos
A
participação

feitos dos navegadores


grandes na desco~
judeus

Não se ignora a
que berta do Brasil
portugueses.

façanha de Pedro Álvares Cabral

d. II resolveu or-
intima ligação com os traba- Quando João
tem

comissão com a in-


uma
lhos de investigação científica ganizar

de traçar o novo mapa


cumbência
sábios israelitas do
realizados
por
destinado a airpiiar os
marítimo
século XV. Forçados proi-
pelas

horizontes dos navegadores


por-
lhes eram impostas em
bições
que
ela nomeou mestre
tugueses,
para
ao estudo de várias ciên-
relação
mestre Vizinho, fí-
Rodrigo, José
elas a da medicina, os
cias, entre

Câmara Real, e o cartó-


sicos da

intelectuais consagravam-
judeus
mestre Moisés, todos de
grafo
a se lhes facultava
se àquelas
que
e
origem (1) (2)
e a judaica.
acesso, como a matemática

Originaram-se daí Zacuto, antes fôra


cosmografia. Abraão que

adqui- de astronomia na .Uni-


os amplos conhecimentos
professor

sobre a arte de Salamanca, exerceu


ridos versidade
pelos judeus

na chegaram a influência nos


de navegar, considerável pia-
qual

aos árabes. Informa- de uma viagem ao Oriente,


equiparar-se nos

c mais tarde a Vasco


minuciosas a êsse respeito, oferecendo-os
ções

indireta nas Gama, o navegante


da sua da
participação quando

o resolveu empreender a
viagens marítimas abriram
que português

novo caminho a
das descobertas, são encon- dc para
ciclo procura

Mestre Vizinho, dis-


nos trabalhos de Schteins- índia.
tradas José

Zacuto, além de vários


Bensaude, onde apa- cípulo de
chnaider e

sôbre a na-
sábios trabalhos importantes
recem citados numerosos

um astro-
Za- vegação, aperfeiçoou
hebraicos, entre êles Abraão

<— História dos Israelista no Brasil


Z. Raizman
(1) Isaac

Filho — Os no Brasil.
Leite judeus
(2) Serafim
76 CULTURA POLÍTICA

a todos os O mais interessante, em rela-


lábio» logo adaptado

navios. a êsse aparecimento dos


ção ju-

Mas não foi apenas dêsse mo- deus em terras brasileiras, logo

do os da após a descoberta, é Rodolfo


que judeus participaram que

aventura da descoberta do Bra- Garcia acredita das viagens


que

conhecimentos cien- comerciais então feitas Per-


sil. Além dos por

tíficos com ela contri- nando de Noronha resultaram os


que para

buiram, incorporaram-se, também, diversos indivíduos depois encon-

às naus temerárias, trados em esparsos da


prestando pontos

bons serviços como conhecedores costa considerados degredados e

de línguas e costumes de vários náufragos. Sabe-se êsses ho-


que

fi- mens, traziam mulheres e fi-


Alguns deles, embora
povos. que

na história como lhos, desde logo se identificaram


gurem portugue-
"O

traíam indisfarçável origem com os indígenas: Caramu-


ses,

semita. Depois de colaborarem na rú, Ramalho, Francisco de


João

expedição de Cabral, o acaso Chaves, misterioso ba-


que o próprio

atirou às costas brasileiras, os charel de Cananéia, aquele cas-


ju-

deus emigraram constantemente telhano vivia no Rio Grande


que

o Brasil. Norte) entre os


para (do potiguaras,

com os beiços furados como os

Uma revelação de
deles, e tantos outros desconhe-

Rodolfo Garcia —'


cidos, seriam dêsse nú~
quiçá

mero de colonizadores es-


judeus,
Rodolfo Garcia revela, com

das terras de Santa


pontâneos
sua enorme autoridade, des-
que

Cruz". (3)
de as viagens
primeiras portu-

Era enorme, em Portugal, no


às costas brasileiras, apa-
guesas
"Por

receram os reinado manuelino, a


aqui população
judeus:

Piero Rondinelli, israelita. No comércio, nas ciên-


uma carta de

outubro cias, nas letras, surgem nomes de


datada de Sevilha, 3 de

1502, e divulgada denunciam clara-


de RaccoU prestígio, que
pela

vol. II, mente sua ascendência. Foi Cas-


ta Colombiana
(3.a parte,

121), sabe-se a terra do da vindo de


par Gama, judeu
pág. que

Papagaios, foi ar- Goa, auxiliar de Ca-


Brasil, ou dos prestimoso

rendada a alguns cristãos novos, bral, teria visto as


quem primeiro

as condições mandarem, o Brasil ofere-


sob de possibilidades que

os anos, seus navios a des- cia aos semitas oprimidos e


todos per-

cobrir trezentas léguas de terra seguidos no Velho Continente,

diante, fabricarem uma for- sugerindo a Fernando de Noro-


para

taleza no descoberto e a conser- nha obtivesse do rei de Portugal

varem três anos: no o arrendamento da terra recém-


por primei-

ro, nada no segundo, descoberta.


pagariam; (4)

um sexto, e no terceiro, Atraído fabulosas rique-


pagariam pelas

do levassem zas da Índia, Portugal não se in-


um
quarto que para

reino". teressou, a nova


o princípio, pela

de estudos de esc ores brasileiros sôbre a ação dos


(3) Coletânea judeus

no Brasil. Unizwerland Editor.

de Abreu — Ano à História do Brasil de Varnhagem.


ções
(4) Capistrano
OS NA HISTÓRIA DO BRASIL 77
JUDEUS

Ativos e diligentes, todos eles


descoberta, o facilitou a rea-
que

Fernan- logo se empenharam em arranjar


lização dos de
propósitos

carga abastecer os navios,


do de Noronha. O arrendamento
para

depois cujo regresso fora marcado


foi concedido e êle para
pouco

o Brasil, chefiando o ano seguinte. Tôda a atividade


partia para

disposto a filhos de Israel


um consórcio dêsses laboriosos
judaico,

de início, o
iniciar a exploração das terras convergiu, para pau-

Segundo Capistrano de
brasileiras. No contrato celebrado brasil.

o Abreu, em um ano apenas, ex-


com Portugal,
propunha-se

seis na- traíram cerca de vinte mil


consórcio a : 1) enviar quin-

tais dessa madeira, alcançou


vios anualmente; 2) descobrir, que

nova região de fartamente compensado-


cada ano, uma
preços

300 léguas, desbravando-a e cul- res.

tivando-a; 3) construir nas re-


Com sua habilidade hereditária

de trata o número an-


giões que os negócios, viram desde
para

terior uma fortaleza e fazê-la


as a ex-
logo que
possibilidades

durante três anos; 4)


guarnecer madeira lhes
da
ploração preciosa

destinar à coroa, no segundo ano


É assi-
oferecia. porém,
preciso,

do arrendamento, a sexta
parte indústria,
nalar essa
que primeira

rendas auferidas com os


das
embora tornar
contribuindo para

da terra e no terceiro
produtos o Brasil na Europa,
conhecido

ano, a Em re-
quarta parte. (5) nocivas
teve conseqüências para

lação ao do arrendamento,
prazo desenvolvimento, nada
o nosso

divide-se a opinião dos historia-


de útil em nosso be-
promovendo
dores, falando uns em dez anos,
Se Fernando de Noronha
nefício.

outros em cinco.
ao tino comercial senti-
aliava

elevados, o impeliram
mentos que

O descobrimento da
outros feitos, vi-
à realização de

ilha de Fernando
da ter-
sando ao desbravamento

de Noronha
na verdade os
ra de Santa Cruz,

colonizadores se li-
seus esforços
Em 1503, sob o comando dire-

à extração e à
mitaram permuta
to de Fernando de Noronha, seis

em crescentes
de mercadorias,
navios divisam, a 24 de
junho,

comerciais, lhe
transações que
uma ilha, ainda desconhecida dos

finan-
asseguraram prosperidade
mapas, então organizados, da no-

ceira e social.
à deu prestígio
va colônia qual
portuguesa,

o nome de São em honra do


João, A ação construtora

infante de Portugal, nome mais


dos no
judeus pe-

tarde mudado, d. Manuel,


por rlodo colonial

o do seu descobridor, a
para quem

Além dos trazidos por


coube, em doação real. No judeus
prós-

de Noronha, muitos
viagem, os Fernando
seguimento de sua

à re-
outros, fugindo
navios de Fernando de Noronha perseguição

acendia fogueiras da
nas terras de ligiosa,
desembarcaram que

no continente europeu,
os Inquisição
Santa Cruz
primeiros judeus.

Isaac Raizman Obr. cit.


(5)
CULTURA POLÍTICA
78

Brasil, fa- vencer as dificuldades en-


refúgio no para
procuraram

Portugal, contra das com os índios.


vorccidos rei de João
pelo

Ramalho, então de
lhes mandou oferecer já possuidor
gratui-
que

numerosa mameluca, foi


instrumentos necessários prole
tamente

anos mais um auxiliar decisivo na coloniza-


à agricultura. Alguns

da daquela capitania. Tão


se sente a influência ção gran-
tarde,

alguns des serviços a Martim


benfazeja de prestou
atividade ju-

a Afonso de Sousa, êste lhe fez


deus, contribuíram para que
que

de conceder a dignidade de
da capitania guarda-
prosperidade

mór, com soberania sobre os cam-


Pernambuco, por
governada

Deve-se- de Piratininga, elevando-o


Duarte Coelho Pereira. pos

do tabaco e depois a capitão-mór, com o


lhes a transplantação go-

alcan- vêrno de Santo André da Borda


de açúcar, ali
da cana que

em do Campo.
enorme desenvolvimento,
çou

a indústria do açúcar,
particular Ramalho foi exemplo
João

impulsionada espírito
pelo práti-
curioso do extraordinário
poder

co israelita e conhecimentos
pelos
da fé israelita. Na capitania de

dos seus segredos.


que possuíam Vicente não existiam
São
judeus,

e ainda assim êle não abjurou o


Inicia-se aí a ação construtora

seu credo. Analfabeto, não sa-


no colonial,
dos período
judeus

bendo sequer assinar o


de maneira próprio
quando participaram

nome, estando à morte, recusou-


intensa do desenvolvimento eco-

se a receber os sacramentos. Con-


nômico das capitanias.

seguiu restabélecer-se, e, apesar

israelita se
Outro que
perfil anos, ainda viveu
de contar cem

de maneira sugestiva na
recorta
doze anos, recusando-se sempre,

nossa formação é o
história da
embora amigo dos a
jesuítas,

Ramalho, surge na
de que
João os atos da religião catô-
praticar

da fundação de São Pau-


história
lica.

São Vicente, envolto num


lo, em

A influência dos
lenda. Náufrago de ju-
de
prestígio

deus à capitania
embarcação, teria dado à
uma

da de São Vicente
costa brasileira antes mesmo

segundo admite Ro-


descoberta,

Paulo Prado afirma não


Pombo, talvez em 1497. Des- que
cha

foi a afluência de
estranha figura, logo con- pequena judeus
sa que

índios, tal a capitania de São Vicente:


a simpatia dos para
quistou 44Para

essa ti-
ocorrera na Baía com Ca- gente perseguida,
como

morata e dócil na adversidade, a


ramurú, dependeu a conquista

capitania de São Vicente devia


férteis de Piratinin-
dos campos

Tibiri- oferecer um abrigo seguro, e


Integrado na tribu de para
ga.

Rama- aí afluíam desde os


cacique, João primeiros
çá, poderoso

Barti- tempos da colonização. Atas da


desposou-lhe a filha,
lho

Câmara de São Paulo, de 1578,


Martim Afonso de
ra, e,
quando 44ju-

1582, referem a existência de


donatário da capitania de
Sousa,

às suas deus-cristãos", em meio da


São Vicente, aportou popu-

êle se aliou, lação


em 1532, a primitiva".
praias,
OS NA HISTÓRIA IDO BRASIL 79
JUDEUS

"Na

Mais adiante assinala: exigências do V Livro das Orde-

coletiva das tribus de Is- nações da Inquisição e desobede-


psique

rael e do há aspec- cer às ordens dos inquisidores.


povo paulista

tos de uma impressionante seme-


Não tardou, entretanto, diante

lhança".
(6)
das extremas facilidades encon-

tradas no Brasil,
Essa observação está compro- pelos judeus

vada história de São uma reação na côrte


portuguesa,
pela própria

assustada com a evasão de capi-


Paulo, espírito aventureiro e
pelo

tais e de habitantes da metrópole


nômada dos dos
paulistas primei-

lusitana. Só com uma licença es-


ros séculos da nossa formação,

múlti- e deixando os seus bens,


mantido ainda hoje, nas pecial

da os conseguiram, a
manifestações utilitárias judeus partir
pias

e de 1567, sair de Portugal. Mas


atividade da
gente perseverante

em 1577, oferecendo a d. Sebas-


tenaz de Piratininga.

tião a de duzentos e vin-


quantia
O cruzamento foi aí intenso.

te e cinco mil cruzados a sua


para
Os mamelucos não te-
paulistas
expedição à África, conseguiram

meram sequer as ameaças do

revogar aquelas restrições, tor-

Santo Ofício, e um deles respon-

"Acabarei nando-se novamente livre a imi-

deu a Anchieta: com

com os
gração judaica, protestos
a Inquisição a frechas".

da Santa Inquisição. Morto d. Se-

bastião em Alcácer-Quibir, as-

dispen~ cendendo ao trono, como regente,


A boa acolhida

o cardial d. Henrique, o acordo


sada Brasil
pelo

foi revogado, sendo revalidadas

as leis da imigração
Em todo o colonial, os proibitivas
período

israelita. então existiam no


sempre encontraram boa Já
judeus

Brasil várias colônias e começa-


acolhida no Brasil» O
padre José

ram a surgir as sinago-


de Anchieta e o bispo primeiras
primeiro

com um rabino das comu-


do Brasil, Pero Fernandes Sardi- gas,
"Cha-Cham",

nidades, o sábio
nha, sacrificado índios,
pelos

Izhack Abuhab da Fonseca.


compreenderam a necessidade de

uma reação enérgica contra a


Tão íntimas eram as relações

instalação dos tribunais inquisi-


entre os e as autoridades
judeus

toriais, impedindo, assim,


pudes-
coloniais apesar da tenaci-
que,

sem os emissários do Santo Ofí-


dade do Santo Ofício, ao
pro-
cio castigar aqui os culpados. O

curar agir em nossas terras con-

meu velho mestre Ribeiro,


João
tra os cristãos novos, con-
jamais
um dos nossos mais completos

seguiu instalar nela os


processos
historiadores, escreveu entre
que,

inquisitoriais na trágica extensão


sacrificar a obra colonizadora e

alcançada na Europa. Sabe-se


enfrentar as sentenças do Santo

um auto de fé foi realizado


Tribunal, recusando-se a cumpri- que

na Baía, em S. Salvador, em 1573,


Ias, as autoridades
preferiram

as sendo o sacrificado um francês.


eclesiáticas da época esquecer

Coletânea de estudos, cit.


(6)
CULTURA POLÍTICA
80

em circulação, paralisando-
A imigração israelita

inteiramente o comércio,
domínio se
durante o quase

obrigado a
vendo-se o
holandês govêrno

dos im-
aceitar, em
pagamento

cereais e outros
postos, gado,
o domínio holandês,
Durante
No início da luta, ainda
produtos.
na Europa a
recrudesceu
quando florins ao
emprestaram cem mil

religiosa, aumentou
perseguição das
o
govêrno para pagamento
a imigração
extraordinàriamente
se recusavam a com-
tropas
que
atingiu o auge no
israelita,
que fo-
a se
bater, mas pouco
pouco
Maurício de
do
príncipe
do choque
ram desinteressando

Muitos continua-
lassau.
Sovêrno judeus
e
entre brasileiros,
portugueses
o desenvol-
ram a contribuir para
holandeses.
indústria do açúcar,
vimento da

a
Brasil, na segun- Segundo estatísticas
o gerais
possuindo já

mais de fé no Bra-
do século XVIII, respeito dos autos
da metade

uma foram realiza-


engenhos, com sil, verifica-se
de duzentos que

milhões Existe, a respeito, coinci-


anual de três dos 58.
produção

israelitas Os sempre
A ação dos dência curiosa.
de arrobas. judeus

de aqui o desloca-
ainda sentir no acompanharam
fez-se período

ex- dos centros de civilização


holandesa, mento
dominação pela

vida comercial da co- e de riqueza. Descobertas


da gran-
pansão

XVII, no sul do incor-


No fim do século des minas país,
lônia.

às levas de imigran-
marquês de Pombal
o poraram-se
quando

entre conseguiram en-


a igualdade tes e não
estabeleceu poucos

então, em maior
e velhos, o comér- riquecer. Surgem
cristãos-novos

fé. Em 1729,
readquiriu a impor- número, os aútos de
do brasileiro

no de são judeus;
tância tivera quatorze
que govêrno queimados

em 1732, vin-
A influência dos em 1731,
Nassau. judeus, quarenta;

várias 1753, oito; em 1735,


fazia-se notar em te e cinco; em
porém,

como a dos en- dois; em 1739, doze.


outras vinte e
profissões,

médicos e escritores.
genheiros,

"sacrifício"
luta sustentada brasilei-
Na por
O de

expulsar
ros e para
portugueses da
Antônio
José

êles tomaram o
os holandeses,
Silva

da Holanda, o lhes
que
partido

valido até hoje críticas seve- nesse úl-


tem Entre os sacrificados

figurou o
ras. Explica-se sua atitude ano, em Portugal,
pelas timo

durante brasileiro An-


regalias de dramaturgo
que gozaram grande

holandês. logo após tônio da Silva.


o domínio Já José

de Maurício de Nas-
o regresso de a
Nascido no Rio
Janeiro,

à Holanda, o
sau pressentindo maio de 1705, Antônio
8 de José

suceder, começaram a do advogado e


iria Silva era filho
que da

o Brasil, liquidando Mendes da Silva e


abandonar
poeta João

Tais fo- Lourença Coutinho. Acusa-


todos os seus negócios. dona

em 1713 e cha-
haveres retiraram da da de
ram os que judaísmo

Tribunal da
mada a Lisboa
faltou então dinheiro pelo
colônia
que
BRASIL 81
OS NA HISTÓRIA DO
JUDEUS

denunciado uma velha escra-


Inquisição, Lourcnça Coutinho por

va de Lourença Coutinho. Depois


regressou mais ao Brasil. An-
não

até março de
Silva estudou na de
tônio da permanecer preso
José

foi levado à fogueira, a 18 de


e exer- 1739,
Universidade de Coimbra

do mesmo ano. Haroldo Para~


Lisboa, com abril
ceu a advocacia em

nhos, na sua História do Roman~


seu Acusado primeira
pai. pela

Brasil, assim descreve a


tismo no
em 8 de agosto
vez de
judaísmo, "Na

do seu manhã
em cena suplício:
de 1726, preso,
permaneceu

de 18 de abril de 1739, enquanto


durante alguns
cárcere secreto,

os sinos da igreja de
do dobravam
e, conduzido à Casa
meses,

Domingos e os frades entoa-


Santa São
nos estaus da
Tormento,

vam no coro os salmos do ritual,


abjurou suas crenças,
Inquisição,

seguiu Antônio o cam-


Ribeiro, no José para
sendo absolvido. João

da Lã, vestindo um sambenito


o Teatro de Antô~ po
estudo sôbre

amarelo salpicado de chamas e


êle compa-
nio escreveu que
José,
levando na cabeça uma carocha
de fé de 13 de ou-
receu ao auto
"de
símbolo irrisório de
raspa- de
de 1736 cabeça papelão,
tubro

sua conversão ao cristianismo.


sambenito e descalço,
da, de

sua esposa e sua mãe,


e Seguiam-no
de um crucificado
atrás Jesus

condenadas a assistir ao suplício


esbirros dêste tris-
erguido
pelos "relaxado
em carne à
do réu,
e sangrento cristianismo".
te

convicto ne-
secular
justiça por

Depois de tais pos-


provações, no cri-
e relapso
gativo, pertinaz

Antônio da
to em liberdade, José
consoante decla-
me de
judaísmo,

a escrever inten-
Silva começou Santa Inquisi-
rava a sentença da

M 9 t
teatrais. O teatro
samente peças .
çao

então destruído
pela Antônio da
português, Assim José
pagou

e a ópera ita-
comédia espanhola do
verdadeiro restaurador
Silva,

no comêço do
litna, desaparecia, o crime de suas
teatro
português,

XVIII. Afirma ainda da época,


século João sátiras ao
gongorismo

a represen- metafórico e bastardo


Ribeiro ao estilo
que primeira

de D. de seus contemporâneos.
tação da Vida Quichotef dos

da Silva, em 1733,
Antônio
José

seu renascimento. O do
assinala o A influência
judeu

comediógrafo empre- nas letras e nas


admirável

segundo F.
em suas artes
peças,
gava

Wolf, locuções, provérbios, pi-

Brasil, apesar de
lirismo No quantas
num
lhérias
populares,

verdade é o
a que
entrecortado de prevenções,
bem brasileiro,

sempre se mistu-
sangue israelita
satíricas. Sua
expressões popula-

cristão, mesmo
rou com o sangue
enorme, origina-
ridade tornou-se

nobre-
nas famílias de
vezes da chalaça e mesmo presumida
da
por
"O
mais de século e
za. Decorrido
da obcenidade. Cognominado

das leis
in- meio da
a excitar a promulgação
começou
Judeu",
o elemento judeu
o ódio, sendo novamente pombalinas,
veja e

considerar-se completamen-
masmorras da Inquisi- pode
levado às

massa da
te absotvido na
de outubro de 1737, gra»de
em 5
ção,

— p. #
11S.773
- v "*7^ ¦ p. -** - ppj *
pny. ;• 3*

CULTURA POLÍTICA
82

nem árabes. Levaram-nos


manos,
Sc existem
brasileira.
população
um inteiro em
em massa,
ainJa resquícios de _ povo
alguns leves

importa? Êles tor-


êxodo.. . Que
apenas se
intromissão, êstes
sua

. Arrasaram então
naram.. Je-
caracteres somá-
manifestam em

talaram e fizeram deser-


rusalém,
mais ou menos pronuncia-
ticos,

Palestina... importa?
tos na Que
de certos
dos, na sobrevivência

Roma, em Paris, em Lon-


Foi em
ou em
hábitos e costumes, pendo-

Nova York êles


dres, em que
determinadas
rés atávicos para

venceram...".

profissões.
"Tôdas

: as
E, mais adiante
a influência das
Sente-se qua-

afirmações do nosso
negações e
inteligência israelita
lidades da "Bergson
ou
tempo são deles:
manifestações da
em numerosas

ou Einstein.. . As
Marx, Freud
dos brasilei-
capacidade criadora

são causa
nossas batalhas por
nas artes. O nos-
ros, nas letras e

afirmações ou ne-
deles, de suas
Alves, es-
maior Castro
so poeta,

(7)
dos seus belos gações..
creveu um poemas,

de uma bela se conseguiu


Hebréia, em louvor No Brasil, nunca

chamando-a: ódio de
êle amou, o monstruoso
estabelecer
judia, que

do errante! na Euro-
Estrela Vésper raça e de religião,
pastor que,

a rescender chei- em
de murta de geração.
Ramo geração
pa, passa

rosa!.
[ íntima simpatia pelo
Sentimos

há milênios
sem que
a fôr- povo pátria,
Para Afrânio Peixoto,

ao infortúnio, ã
na resiste persegui-
os está
de dispõem judeus
que 44O
martírio, sempre dispôs-
e ao
sofrem: ódio ção
perseguição que
em e
to a amar a terra que pousa
Poucos e fra-
dos outros os ajuda.

abrigo, e
lhe não nega paz
com êles nem que
cos, não
puderam

nem ro- pão.


assírios, nem egípcios,

de estudos, cit.
Coletânea
(7)
V

Raça de mestiços

NEWTON OREILLY

Tenente-coronel do Colégio Militar do Rio


professor

de
Janeiro

"Raça
de mestiços, oriundos de mesclas as mais nefastas, latinos

religião de costumes e educação de idéias, americanos


pela pela

vida de ação, nós, os brasileiros, teremos talvez, no mundo»


pela

de cumprir uma missão, a de deixar a teoria


grande qual patente

falaciosa das raças e a fantasia enganadora dos climas


puras

frios como os mais benéficos o desenvolvimento do homem;


para

e teremos, então, legado aos a realidade de tuna civili-


pósteros

zação com os característicos de idéias e sentimentos rejuve-

nescidos". — Licínio Cardoso.

com migratórias
Concordaríamos, intcgralmcn- diretrizes

oeste, deslocaram o meridia-


te, com esta memorável sentença para

no de Tordesilhas;
de Licínio Cardoso, se aí não es~

tivesse consignado o advérbio de <—¦ modelaram a América do ¦


i.

dúvida sublinhamos. Sul, ocupando a região mais


que pois,

acessível aos europeus, defende*

Talvez! Não, não temos a me-


ram-se e a da
garantiram posse

nor incerteza cumpri-la-emos,
terra consideravam sua, e,
que
fatalmente, assim
pois queremos.
assim fazendo, resguardaram as

é você, leitor demais do continente


Não complacen- partes para

as de Castela;.
te, deseja, não sou eu gentes
quem quem
"raça

aspira é a nossa de mes- transformaram
estas
pia-

tiços"
que quer. cisatlânticas na única região
gas

do mundo onde as armas france-


Foram os mesclados, os impu~

sas só conheceram insucessos;


ros, os de cruzamentos
produtos
"ultra

- considerado, civili- aos bátavos infligiram re~


pelos

zados", como das raças mais ab~ veses sôbre reveses, até expul-

sá-los definitivamente;
jetas, que:
ü

CULTURA POLÍTICA

a forma-
desalojaram os ingleses, ponderantemente, para

nosso sentimento de auto-


do
combates, sucessi- ção
após renhidos

nomia e fortaleza. Foi o


de Tucttjús, predomí-
vãmente, das terras

sangue indígena, máxime


Fi- nio do
do forte
sôbre o Amazonas,

alvores da nacionalidade,
àté nos
fortaleza de Camaú,
lipe e da

nos legou esta rebeldia


desisti-- pela
em 1623, a que
obrigá-los,

a nos
bacia escravidão que quiseram
domínios na
rem de
possuir
os mencio-
Mar submeter paises já
do nosso incomparável

nados.
Doce";

egresso da África
O negro,
vizinhos a
ajudaram seus

escravidão, foi o
como fruto da
déspotas e
se livrarem dos janí-

étnico co-
terceiro elemento que
zaros sul-americanos;

formação desta raça


operou na

-—' 4 séculos de
durante per-
de mestiços.

com a natu-
manentes vicissitudes

fusão de sangue e cos-


Houve
com o europeu (empenho
reza e

tumes.
Brasil), vêm man-
em dissociar o

a unidade nacio-
tendo intangível O moral
fator

nal.
dessa
fusão

determinante dos três


Fator Tratando-se precípuos

raciais na formação
na sua ascendentes
formação

olvidar o
do Brasil, não
podemos

dêstes mestiços, — a
Na formação desta sociedade
fator moral

inicialmen- —
o fator determinante, de o ele-
Companhia Jesus

te, foi o pequeno, dos


português, mento princípios
"ho- propagador

irrequieto. Êste
cupidíneo e onde impera-
num meio
cristãos

também não
mo Mediterraneus" a voracidade,
vam as
perfídias,

de uma raça
era integrante o rou-
parte a cupidez, a libertinagem,

resultante do cru-
mas uma indí-
bo das terras lavradas
pura, pelos

outras his-
zamento de inúmeras atroci-
o cativeiro e outras
genas,

tóricas. colonos.
dades pelos
praticadas

mais tar-
No seu caldeamento,
Os foram os
jesuítas primeiros

humanos in-
outros valores
de, da mocidade brasileira.
mestres

tal modo a socie-


fluíram de que vultos sobrele-
Dentre eles, dois

diversificou com-
dade brasileira e Anchieta,
vam-se: Nóbrega

da lhe deu
que êste, o
pletamente grande
principalmente

origem. Brasil. Poeta imagi-


apóstolo do

caldeamento a místico, a vo-


O princípio nativo e
possuindo

entre o do congraçamento, foi,


Operou-se português cação por

à fusão o ame-
refratário que vezes, árbitro da entre
(menos paz


inglês e o francês
espanhol, o ríndios e conquistadores.

América) e o
da
colonizadores
a atrocidade e
A inteligência,

ameríndio.
a avidez do branco, a servilidade

e a altivez indômita do
número do
maior preto
O selvicola (em
— argamassadas no cadi-
incola
europeu) contribuiu, pre-
o
que
85
RAÇA DE MESTIÇOS * »'

desejo de mas o de
assis- glorificá-los,
nho pela
psicobiológico

— os fatos, no tempo e no
tência espiritual do precisar
jesuita ge-

não es-
brasileira. espaço, parecer que
raram a nacionalidade para

apresentando um trabalho
de influên- tamos
Assim, uma troca
por

de ficção, ocupando-nos
cias, fusão de porque,
pela qualidades

não nos interessa sa~


tipo mé- da
mais díspares, surgiu um pátria,

êste ou aque-
média é ber praticou
dio e uma sociedade quem
que

ato nobilitante, confor-


le porém
a nossa.

sobremaneira e orgulha-
ta-nos

um desta têmpera,
Com
povo bra-
nos sabê-lo executado
por

o domínio fôr-
não tememos pela
sileiros.

seja; a ex-
de que
ça, quem quer

Assim, afirmamos, mais uma


eliminação do invasor
ou
pulsão

uma vez, a falácia da teoria das


mera de tempo.
é
questão

raças em se tratando do
puras,

raça de mestiços vem


Esta
homem.

uma civilização tropi-


realizando

Os repetidores inconcientes
esboçada outra
cal, por
jamais

apregoaram a incapacidade do
nação ou raça, em cli-
qualquer

brasileiro suportar as agru-


nosso, considerado para
ma como o

de uma sua falta de


ras
É mais um impossí- guerra;
inadequado.

fibra enfrentá-la, simples-


ingressa no reino das para
vel "não
que

mente viram com


ou melhor, das porque
possibilidades,
olhos" o esforço de so-
seus que
realidades.
?
mos capazes ante o estrangeiro

continuássemos apelando
Se
agressor, temos vivido em
pois

a história uma
pátria, pie-
para nossos vizinhos a
com par-
paz

de exemplos mencionaria-
tora
da Lopez nos
tir
guerra que

fastos estão reple-


mos. Nossos
moveu.

ensinamentos cada
tos de qual

Como há sete decênios as


prer-
belo, dos lances
mais patrióticos

rogativas essenciais da nossa


pá-
das mais su-
mais empolgantes,

tria não se vêem contestadas por


blimes abnegações.

estranhos, êsses ho-


elementos

os derrotistas não
Para
que incompreensão,
múnculos, na sua
"são

afirmem: águas
passadas..."
nossas energias comple-
supõem

tratar dos coe-


preferimos gestos em
tamente esgotadas, o moral

tâneos.
estado de coma. Tais energias

relatar, em sínte- acham-se, apenas, em estado


Ocorre-nos po-

épicas do tencial, latentes, molas com-


se, uma das
passagens qual

desenrolado ocasião
drama por primidas.

ataque levado a
do deshumano
A do brasileiro
fibra
contra nossa navegação,
efeito
ante o
perigo
indefesos e sem
onde brasileiros

foram lançados, num


aviso de um
prévio A conduta homérica

barbárie, às ondas de
requinte de
de brasileiros ocasião
pugilo por

um mar revolto.
naufrágio do Cairú vem dçs-
do

tão ig-
os nomes mentir, categoricamente,
Ao mencionarmos

nos move o nominiosa asserção.


dêsses heróis, não
CULTURA POLÍTICA
86

"Cairú" embarcação
numa
cm missão permanecendo
Navegava o

rombo. Preferi-
com um
relações co- grande
de estreitando
paz,
o desti-
ram sacrificar-se, já que
merciais e de amizade panameri-

um barco em tais
no lhes dera
foi mandado, por
canas,
quando
a o outro
condições, passar para
traiçoeiro, desfecha-
um torpedo

de talvez
o e, excesso pêso,
da noite, pelo
do nas caladas para

egoístico, o
aumentar, num
gesto
oceano, onde
fundo do jazem

número de vítimas.

muitos outros,

salvar a to-
Não nos
podemos
e os
A tripulação passageiros
ao me-
dos, mas que
e das permitamos
valeram-sç dos salva-vidas

tenham a suprema
nos aqueles
restavam, aliás em
baleeiras que
rever os seus e levar
ventura de

pequena quantidade*
dos brasileiros
ao conhecimento

do navio,
Ao comandante José
de fomos vi-
as atrocidades que

ao capitão Ar-
Moreira Pequeno,
assim, despertar êste
timas,
para,
rumava aos
naldo Monteiro (que
incrédulo, imbuído de
gigante
afim de ser sub-
Estados Unidos
espírito de modera-
um excessivo

delicada interven-
metido a uma
tolerância. Urge açor-
e de
ção
à esposa deste
cirúrgica),
ção êste em letárgico
dar paci~
povo,
lídima repre-
oficial do exército,
viva a
fismo tradicional, para que
-—r
da mulher brasileira
sentante ví-
Estamos sendo
hora
presente.
em seus
ultrapassada,
jamais nossa eterna boa fé e
timas da

outra de
desvelos, qualquer
por nossos compatrio-
é
preciso que
—' e a alguns
nacionalidade pas- fa-
tas não o sejam1. Sacudindo,

cujos nomes não chega-


sageiros le-
zendo vibrar de indignação,

nosso conhecimento, tocou


ram a
vantando êste deitado,
gigante

com um rombo mo-


uma baleeira
a reação virá.
temos certeza,

tivado explosão.
pela o deve
Eis, que
provávelmente,

êste os
Presenciando quadro, mente dêsses
ter
passado pela

de outra baleeira, re-


tripulantes compatriotas, tão bem
nossos que

convidaram o comandante
pleta, se houveram.

Pequeno a fazer o transbordo.

Os atentados multiplicaram-se.

obstante achar-se enfermo


Não
nossa navegação de
Até pacífica
e vendo sua frágil embarca-
que
cabotagem foi atingida. Não era

fazia água, êste cearense re-


ção
mais contemporizar.
possível
cusou-se e transmitiu o ofereci-

ao capitão Monteiro. Foi


mento

A da
recusa. firmeza proclama-
ouvida idêntica e formal

do ministro
ção
Nem mesmo troca aceitaram.

da Guerra

Não nenhum dos


querendo

doentes anuir ao convite, esten- não fez esperar,


O revide se

à esposa do capitão, vibrante


deram-no veio com firmeza na
pre*-

com firmeza, declarou:


clamação do ministro da Guerra.
que,
"Não

abandono meu marido". repe-


Completando-a, o Govêrno

insta- liu o ataque soez com o reconhe-


Os demais
passageiros,

mes- cimento do estado de en-


dos, tiveram igual atitude, guerra

se arriscavam tre nós e os agressores.


mo sabendo a
que
RAÇA DE MESTIÇOS 87

Em vez da tibieza, da atmos- Os excessos iniciais


praticados

fera de terror, do. e das multidões em fúria são ine-


pânico pelas

vaticinadas der- vitáveis, concordamos. Mas, de-


incertezas
pelos

rotistas, aconteceu o vemos serenar e como


justamente proceder

contrário: uma esplêndida afir- civilizado. Não continue-


povo

mação da nossa existência na- mos agindo como hordas de sal-

cional. teadores nem de vândalos. Não

ombreemos com aqueles cujos


Uma tempestade de cólera de-

métodos bárbaros reprovamos.

sencadeou-se Brasil, ao ter-


pelo
Não usemos a do lobo. As
pele
tnos conhecimento do crime
per-
medidas repressivas competem ao

com o afundamento dos


petrado
Govêrno, não à massa.

cinco navios mercantes Aníbal

Banévolo, Arará, Araraquara,


Os da
frutos
Baependí e Itagiba, cujos nomes

agressão

ficarão indelevelmente
gravados.

Do Baependí, alvejado com dois


A bárbara agressão expe-
que

criminosos torpedos, em
poucos rimentamos realizou um milagre:

instantes tudo eram destroços


unificou os brasileiros. Foi urn

undívagos.
êrro êsse cometi-
psicológico

mento em nossas águas territo-


Não nos esqueçamos além
que,

riais.
destas nuateriais, sofre-
perdas

mos, ao ser arranhada nossa so-


Os torpedeamentos anteriores,

berania, a irreparável imolaçâo


em águas não brasileiras e
quan-

de mais de 600 vidas.


preciosas mercantes ser-
do nossos navios

devemos ser duros viam a um beligerante, embora


Na refrega

e implacáveis se con- nosso amigo, não despertaram a


quisermos

cretizar a sentença encima alma do como os cinco úl-


que povo

estas linhas. A deve ser


guerra timos, o com-
porque público já

levada a termo com sentimento,


os imperativos da
preende guer-

não com sentimentalismo.


porém ra. Os corações confrangiam-se;

Não estamos, desta cômoda


agora vibram indignados e
pe-

tribuna da imprensa, a
pedindo
dem reação.

indiscriminada de
perseguição

e Ê ela o Govêno, com


todos os alemães e italianos, para que

sua clarividência, nos conduz


muito menos de seus descenden-

insuflando calma e firmemente. A


tes* Se estivéssemos passagem

do estado anterior o de
cometeríamos êrro inominá- para
isto,

não se nem é
vel, muitos dentre êles es-
guerra processa,
pois

integrados na fazê-lo, de afogadilho,


tão possível
perfeitamente

inúmeros como aqueles mesmos


comunidade brasileira e querem
"vaticinadores".
Também não
são antinazistas e anti-
outros

ser nos
fascistas vieram àgasalhar-se podem publicadas jornais
que

nem irradiadas, como desejam, as


aqui fugir às
para perseguições

medidas de caráter militar


sabiam da nos- que
políticas, porque

estão sendo tomadas.


sa hospitalidade*
proverbial
CULTURA POLÍTICA
88

laçôes internacionais obedecerão


Govêrno e
povo, perfeitamente

completamente diversas
unís- a normas
trabalham em
identificados,

Uma civilização onde


nosso das atuais.
consecução do
sono
para

donos, onde o Direito


— a vitória não haverá
objetivo
presente

e in- será ditado


etapa intermediária Internacional pelos
como

de orientados cére-
dispensável na corações pelos
prossecução

distantes. de um Caxias
outro mais bros
privilegiados

Rio Branco, homens


e de um que
foi o
Este 2." objetivo, que já

mais isto, rea~


e,
de que
em conseqüência prègaram,
1.°, acha-se,

internacional no
lizaram a
atuais inde- paz
circunstâncias que

continente sul-americano.
da vontade dos brasilei-
pendem

um futuro
ros, transferidos
para
o Licínio
Cumpriremos que
muito longiquo. "uma
não
civi~
Cardoso prenunciou:

de
lização com características
esta 2.a meta,
Sim, atingiremos

sentimentos rejuvenes-
idéias e
uma civilização. Mas
criaremos

onde as re- cidos".


será uma civilização
?
regionais
Problemas

Espírito matogrossense

DE MESQUITA
JOSÉ

do Tribunal de Apelação.
Desembargador

da Academia Matogrossense,
Presidente

d*"A Cruz", de Cuiabá.


e diretor

a rebeldia, baqueando diante


curioso, digno pre

da insurreição o chamado
é o princí-
de relêvo, que jamais

Fenômeno autoridade. É naque~


da que,
tenha consegui'- pio
caudilhismo

casos, esse claudica-


les
e medrar princípio
do implantasse por

àqueles o en~
Mato va, falecendo que
em terras de
muito tempo

no momento, êsse halo


re- carnavam,
As nossas
Grosso. próprias

moral informa a
uma de que
voluções são disso prova prestígio

autoridade, acima das


estu- verdadeira
flagrante. Elas representam,

ou efême-
histórica, contingências precárias
à luz da crítica
dadas
"reações"
ocasional. Tanto
ras do
verdadeiras poder
como
que
Magessi, como às si"
ao cúpido
forte e rígido,
de um organismo

em 1899 e 1906,
tuações apeadas
bacilos dele-
a invasão de
contra

autoridade, essa autorida-


elas, faltava
foram todas
térios. Assim

decorre da lei, igual


de para
matogrossenses, que
as revoluções

da equanimidade, de outros
1899, todos,
de 1892,
começando pelas
enfim articulados,
elementos que,
Não aludo, claro,
1906 e 1916.

e dão ao
fortalecem prestígio po~
tendo a sua
senão às gêne-
que,

se sinta no
da der. É
etiologia dentro própria preciso que
se e

foram coordenação dos direi-


Mato Grosso, Estado a
de
politica

no a
de cunho acentuada-- tos individuais e
movimentos govêrno

de essas — não importa


local. Ficam lídima delegação
mente parte

com repercussão vontade


de caráter muito o da
geral,
processo

— Rusga de 1834
Estado a
no Não há autoridade
do fora
povo.

1924 e 1932.
revoluções de —
e as violentos em
da lei. Os geral

não
ou fracos ou dementados

vencedora muito
Rebelião impor-se
conseguem por

nas
tempo, e se po~
todos permanecem
Nesses movimentos (ex-

ape-
de mando, encontram
sem- sições
de 1916) triunfou
ceção do
90 CULTURA POLÍTICA

nas essa tolerância decorre vorável ao surgimento de caudi-


que

e da bajulação, lhos.
das conveniências

filha bastarda do servilhismo e da

Fatos expressivos
mentira.


O matogrossense,
povo porém,
Logo, se lhes ace-
porém, que
não tolerou explosões de
jamais
lera a espetacular, são, no
queda
mandonismo, nem conspurcações
mais das vezes, aqueles mesmos

de direitos, viessem donde vies~


deles, lhes conheciam
que, junto
sem. vimos Ponce, homem
Já que
as mazelas os a atirar
primeiros
a se não recusar
que podem qua-
a êsses deuses de fan-
pedras
lidades de condottiéri, sacrificou

caria.

o seu em lance impen-


prestígio,

sado, comprometeu o seu


que pró"
Onde o caudilhismo
O caso dos bondes
prio partido.

não se aclima

é como tôda a o
que gente


conhece deu-se a 25 de
janei-
O espírito de caudilhismo, re-
ro de 1898. Um ano após, a 16

não conseguiu se acli-


pito, jamais
de abril de 1899, o repu-
partido

mar em Mato Grosso. Pou-


João
blicano se liquidava, capitulando

Caldas, era bem um


pino que aceitar a anulação das elei~
com

caudilho, na mais acepção,


precisa de 1.° de março. Pelas mes-
ções

cuja vida aventurosa e cheia de


mas forças caudinas em
passara,

lances impressivos deixei esboça-


1892, o havia usur-
govêrno que

da em estudo
publicado quando mãos Ma-
o das de
pado poder
foi do centenário da Rusga, tom-
noel Murtinho, e em
passaria,
bou varado uma bala de
por pra- 1906, Antônio
o Pais
presidente
ta, em lôbrega travessa,
perma- de Barros, homem, como Ponce,

necendo o mais denso mistério


de cultura abaixo da mediana,

em tôrno dêsse crime. Manoel


mas dotado de invulgares
quali-

Alves Ribeiro, também mim


por dades, a a sêde do mando
quem

estudado, seguir
que pretendeu e o autoritarismo excessivo se

nas do seu rival e ante-


pisadas incumbiram de
prematuramente

cessor, teve a carreira cortada em


anular.

fastígio. O segundo reina-


pleno

do não entre nós, a


propiciou, Diagrama da
política

eclosão dêsses tipos de aventu-


matogrossense

reiros Os chefes eram


políticos. »

homens morigerados, do estofo Enquanto em outros Estados,

moral de um barão de Diaman- como no Rio Grande do Sul, Cea-

tino ou de um Aguapeí, se rá, Alagoas, se no


que perpetuaram
"gangorra

revezavam na
determinados chefes ou oli-
partidá- poder

ria", conservadora ou liberal, mo- em Mato Grosso a si-


garquias,

vida na côrte dedos de sua tuação


pelos mais sólida não
política

majestade o imperador. Veio a resistia a sete anos, sucedendo-se


"viradas"

República, e os de mal as com a


pruridos partidárias

entendida autonomia criaram lo- completa substituição de elemen-

no Estado, em se con- tos. Assim é temos, neste li~


go, que que

vertera a Província, o habitat fa- esquema, as transições


geiro por
91
ESPÍRITO MATOGROSSENSE

Vitória do espírito
a do
que passou política grande

matogrossense
central, nos anos
Estado quarenta

da República :
primeira
do
O eixo
politico-partidário

Predomínio do Partido Na- Rio de


Estado estava no Janeiro.

cional 1890-1892 Azeredo


Primeiro, os Murtinhos.

depois. Era lá se decidia


de que
Revolução de 1892 (7

nos concílios dos


sempre,
<— Predomínio do quase
maio)

sôbre as
cardeais da
Republicano .... 1892-1899 política,
Partido

Estado. O A se
coisas do
grupo

Revolução de 1899 de
(10
ao B e dava terra
unia por
grupo
— Predomínio do
abril)
o C. Temos assim:
com
grupo
Constitucional .. 1899-1906
Partido
Murtinhos e Ponce ver sus Nacio-

— de 1822. Mur-
Revolução de 1906 de nais revolução
(23

— versus
a 2 de tinhos e Constitucionais
junho julho)

— revolução de 1906.
Predomínio do Partido da Ponce

1906-1912 Azeredo e Costa Marques versus


Coligação

— da
Pedro Celestino
questão
Predomínio do Partido Con-

Mate. 1912. Pedro Celestino,

servador 1912-1916
em Caetano de Albu-
apoiado

Revolução de 1916 Pre-


— 1916*
contra Azeredo
qeurque,
domínio do Partido R.

Azeredo e Pedro Celestino, com

Matogrossense 1916-1917

exclusão de Costa Marques

Federal ...... 1917-1918 Um inte-


Intervenção fusão de 1921.
jôgo

ressante, verdadeiro poli-


d. Aqui- puzzle
Governo do bispo

As se articulam ora
tico.
peças
no, resultante do acôrdo

ora ali, mas o é fato,


aqui, que
de conservadores e
per-

notável, é acima
e deveras que
... 1918-1922
rengues (P.R.M.G.)

de e saía sem-
pessoas partidos,

Rompimento dos conserva-


fases tumultuosas, vi-
dessas
pre,
"espírito
dores 1921
torioso o matogrossen-

amigo intransigente da or-


Partidos Conser- se",
Fusão dos

dem, da liberdade e do direito.


e Matogrossense . 1921-1926
vador

E todos os se lhe
que procura*-

Predomínio do Pai tido De-


vam antepor eram inexoràvelmen-

mocrata 1926-1930

te, mais dias, menos dias, sacri-

Vitória da revolução de 24 ficados.

de outubro 1930

Novas demonstrações

mencionar as da tese
Isso não
para
"dessidências" 44alianças"

e tão

— me
se escrever em
na de Mato Quando
freqüentes
política

dando Deus tempo e disposição,


demonstrações de
Grosso, como

— a
ainda o faça
dêste é
descontentamento possível que
pessoal

caudilhismo em Mato
saía do história do
ou daquele chefe,
que

Grosso, ver-se^á essa


dominante e or- que planta,
bloco
partidário

vai encontrar-se o cha*


facção à em
aanizava uma parte, que

totalitarismo de hoje, não


à oposição. mado
não se unia
quando
CULTURA POLÍTICA
92

vivia essa época o anacro-


logrou deitar raízes por
profundas,

do regime feudal". Indus-


no cli- nismo
nem frondejar largamente

adiantado, filho do funda-


do trial
do Estado
ma grande
político

da usina e fundador
dor
primeira
Oeste.

ê o
do Itaicí, estabelecimento que

sempre recebeu
A nossa melhor índice de sua operosidade
gente

êsses direção, naufra-


com precursores e capacidade de
prevenção

de hoje« E recorria, na
dos lamentàvelmente política,
fueehrs gou

ao do si- sem nada


muitas vezes, em outros entraram
princípio
que

similibus, indo buscar e êle, tendo


milia cum argentários,
e saíram

liquidar outro,
um caudilho para ingressado rico e
poderoso, per-

se antolhava mais e até a


perigoso. deu haveres,
que prestígio
"espírito

o ma-
Valeu-se destarte É resvalou
vida: pelo plano
que

de Poupino contra
togrossense" inclinado da violência, recorrendo,

de Alves Ribeiro no até à


Patricio Manso, se manter
para poder,

de Antônio Pais adversários, insti-


contro Poupino, eliminação dos

• dêste contra como sôi acontecer,


contra Ponce e por
gado,

interessados em
tornou excessi- falsos amigos,
aquele, se
quando

à testa do
Os ânimos conservá-lo govêrno,
vãmente autoritário.

não lhe fossem dedicados,


equilibrados, à de porque
serenos, guisa

daí au-
mas vantagens
regime imperial, e pelas que
Leverger, no

mentalidade fa-
feriam. A sua
Pedro Celestino, na República,

fácil manejo da adula-


mais se coa- vorecia o
foram sempre os
que

avilta menos o bajulado,


dunaram com a índole do ção, que
povo

uma vítima, e, nes-


sempre
oestino. quase

em só os
se ridículo, que
jôgo

Voltaram ao nele
poder, per-
colocam fora e em
se plano
que
largo tempo. Lever-
maneceram
vêem o lado tragicômico
superior

a Província cinco
ger governou velhaca-
da vaidade atuada
pela

vezes. E era apolítico, conquanto


a exploram, o senhor
ria dos
que

se lhe inculque ser simpatizante


foi cognominado até
de engenho

"estadista",
com o credo conservador.
malbara-
qualificativo

todas as merce-
duas vezes tado penas
Pedro Celestino por

todos os tempos. ..
em nárias de
a suprema direção,
galgou pe-

talião fez sucumbir de


de administração Tremendo
rlodos longos

brutal e inesperada, num


forma
operosa e reconstrutiva.

caapão solitário do Coripó douro,

"O vida ainda ser


aquela poderia
que
caso Antônio Pais"

tão útil aos seus e ao


próprio

de cujos méritos ímpares


Pais é um exemplo Estado,
Antônio

ainda hoje, documento de


Homem de valor, como aí está,
flagrante.

a desafiar a ação dos anos,


V. Correia Filho, so-
pedra
proclamou

com a sua formidável chaminé


muitos outros o influxo
freu como

dominadora e erecta, a
do meio em se lhe grande
que
poderoso

— de usina êle fundara no último


formara a a usina que
psiquê
"re-

Rio-Abaixo do século
açúcar, no quartel passado.
que,
ESPIRITO MATOGROSSENSE 93

"O

caso Mário Correia" Conclusão

assim. E será. O
caso Má~ Foi sempre
É dc nossos dias o

matogrossense reage
rio Correia, típico confirma- espírito
para

a violência e a
nesta sempre, contra
da tese desenvolvida
ção

de artigos. História con- brutalidade.


série

sempre delicada g
temporânea, autoritarismo, ao
infenso ao

isso dos p0der


mas, que ampare na lei
por se não
perigosa,
que

mais segura, com c


nossos dias, Aplaude todo
na razão. ges-

à mão e fácil de con- tQ


testemunhas de independência e de
nobre

Correia, de ilustre altivez.


trastar. Mário ou a solércia
A astúcia

dotado de invul~ ainda


estirpe, coração
consegue tâpeá~lo.

médico de alto ^
atributos,
qares
a força e a arrogancia
fundador do Cen- Mas
merecimento,

imediata reaçao.
do Rio, veio causam-lhe_
tro Matogrossense

nao lhe e o es-


Estado em Quando possível
a do
para presidência

ou a represália no momen-
consenso unâ- fôrço
1926, trazido
pelo

aguarda, calmo, com a filoso"


conterrâneos. to»
nime dos seus

caboclo nao ha como


do (
impelida
sua administração, por fia

do outro ... nao ha


depois
desejo de fazer
vigoroso progre- umdia
® ***
s?mPre
9ue 1»
a terra natal, foi entretanto, ™a}
dir
da virada . Enquanto
j j i , j redentora
logo, alvo de forte oposi- fgz
desde
ironia.

mesmos o indicaram „
dos que
ção

os heróis de ,
papelao
Seguindo conselhos Apelida
e elegeram. "manipansos

e seteia-os com
,
amigos, lhe os
defementidos que
CapJa a ou-
ap.gramasda
ânimo cté35Io °»
exploravam o

e espontâneos, ü
* . satíricos
^ A j tros,
deixou a som- do
arrebatado, que,
os bonzos sãQ
projetados

do seu nome e da responsa- do


bra
de efê-
geu glor;ola
pcdestal

bilidade do seu se
poder, prati^ mera,
reduzidos às suas
propor--

absurdos e violências ino- ções


cassem matogrossense cos-
exatas, o

mináveis, fizeram eclipsar tume


com o seu des-
que
justificá-los

sua estrela e diminuir a enorme, prêzo e frio, não


implacável
que

aura de cerca~ poupa os caudilhetes caricatos ;


popularidade que

mesclâ ou de casaca de seda. ?.


va o seu
govêrno. de
?
Legislação

brasileira a respeito de súditos


Legislação

de Estado inim igo

OSCAR TENÓRIO

de direito em exercício na 12/


Juiz

Vara Cível do Distrito Federal

tem Ao tempo em se definia a


ESTADO de que
guerra

luta armada entre Esta-


determinado em cada
país guerra

O dos e respectivas os
a elaboração de leis espe-
populações,

as súditos de inimigo eram re-


de caráter temporário, país
ciais,

duzidos à condição escrava e os


atendem às relações
jurí-
quais

seus bens confiscados. O


e os parti-
dicas entre os beligerantes

cular era inimigo, mesmo não


que
das nações inimigas. Em"
súditos

se integrasse nos corpos comba-

as leis sejam de direito in-


bora
tentes.

terno, estão subordinadas, em

Em virtude da nova concep-


seus às estipu-
princípios gerais,

da luta armada entre


do direito das É ção guerra,
lações
gentes.

Estados, a de súdito de
da pessoa
do conceito
jurídico guerra

inimigo é respeitada; respei-


país
as regras o
que promanam que
tados são também os seus bens.

legislador elabora, mantida a sua

A regra não tem, contudo senti-


liberdade dentro de limites o
que

do absoluto; comporta restrições,


direito e a internacionais
prática
subordinadas à conduta do súdi-
traçam. Como não existe às vezes

to e à natureza dos seus bens em


concordância entre o interêsse do

relação ao conflito.
Estado beligerante e o o di-
que

reito internacional há formulado, As condições da moder-


guerra

observa-se, da de doutrina- na freqüentemente,


parte justificam,

dores, a necessidade de uma co- medidas a respeito de estrangei-

dificação, universal em sua fôrça ros, mesmo no


período que pre-

obrigatória, uniformizar a cede, imediatamente, à beligerân-


para

dos Estados em sua ati~ cia. A ruptura de relações diplo-


conduta

legislativa durante a máticas significa, em determina-


vidade guer-

ra. das circunstâncias, a


preparação
LEGISLAÇAO BRASILEIRA 95

do o e inevitá- nos do Brasil. Por decreto


país para próximo portos

vel estado de n. 12.501, de 2 de de 1917,


guerra. junho

o da República requisitou
governo

todos os navios mercantes ale-


A atitude do Brasil

mães ancorados em nossos


nas duas portos,
guerras

afim de utilizá-los de acordo com

Nas duas em to- as conveniências e necessidades


guerras que

mou no século XX, o Bra- da navegação e do comércio. De-


parte,

sil fixou conduta invariável, con- de ocupados, foram conside-


pois

forme os textos legais assinalam, rados brasileiros o efeito de


para

No conflito de 1914-1918, revo- arvorar o na-


poderem pavilhão

a sua neutralidade, soli- cional.


gou por

dariedade com os Estados Uni- Na atual, o rompiroen-


guerra

dos, nos termos da mensagem to das nossas relações com o


go- Ja-

vernamental de 21 de maio de a Alemanha e a Itália impôs


pão,

1917. A submarina, de- várias medidas legais, umas de-


guerra

sencadeada Império Alemão, correntes das decisões tomadas


pelo

infligiu à frota mercante na III Reunião de Consulta dos


perdas

brasileira. Rompidas as relações Ministros das Relações Exterio-

diplomáticas, seguiu-se o estado res das Repúblicas Americanas,

de outras resultantes do nosso inte"


guerra.

rêsses em e ele-
preservar garantir
No atual conflito, ainda so-
por
mentos indispesáveis à seguran-
lidariedade com os Estados Uni-,

do Recomendou-se, de
ça país.
dos, rompemos, em 28 de
janei-
conformidade com as
práticas
ro de 1942, as relações diplomá-

usuais e a legislação de cada


país,
ticas com a Alemanha, a Itália e

a adoção imediata de medidas


o Ataques de submarinos
Japão,
necessárias se interromper
para
o reconhecimento da
justificaram
todo o intercâmbio comercial e fi-
beligerância em relação à Alemã-

nanceiro, direto ou indireto, entre


nha e à Itália, da
participantes
o Hemisfério Ocidental e as na-
ação contra navios brasileiros no

signatárias do Pacto Tripar-


ções
Atlântico.

tido e os territórios dominados

*
As medidas tomadas mesmas; vigiar e con
pelo go- pelas para

vêrno brasileiro trolar tôdas as operações comer-


no da
período

ciais e financeiras realizarem,


ruptura das relações diplomáticas que

dentro das Repúblicas america-


foram, além da entrega de
pas-

nas, os nacionais da Alemanha,


saportes aos representantes diplo-

da Itália e do ou de ter-
Japão
máticos e da cassação do exequa-

ritórios êles dominados.


por
tur aos cônsules, em
pertinentes,
A mesma Reunião recomendou
lugar, aos navios anco-
primeiro
o controle de súditos dos Esta-
rados em nacionais Na
portos
dos membros do Pacto Triparti-

mundial, o Con-
primeira guerra
do e de Estados a êles subordi-

autorizou, decreto n.
gresso por nados, impedindo tais sudi-
que

3 .266, de 1 de de 1917,
junho o tos negociem ou usem
possuam,

Poder Executivo a utilizar os na- aeroplanos, armas de fogo, expio-

vios mercantes alemães ancorados sivos, aparelhos radiotransmisso-


CULTURA POLÍTICA

dispôs sôbre as indeniza-


béli- 1942,
outros instrumentos
res ou

devidas atos de agressão


dc espiona- ções por
cos, de
propaganda,

bens do Estado brasileiro


contra
ou de sabotagem.
gem
a vida e bens de brasi-
e contra
"Os

Estipulou o art. 1.°:


leiros.
supressão das
A garantias

dos súditos ale-


bens e direitos
constitucionais

e italianos,
mães, pes-
japoneses

decisões do
cumprir as ou respon-
Para soas físicas
jurídicas,

de o os
do Rio Janeiro, go-
conclave dem que, para
pelo prejuízo

n.
lei constitucional Estado Brasi-
vêrno, bens e direitos do
pela

de 1942, de-
10 de março a vida, os bens e
5, de leiro, e
para

o estado de
durante físicas ou
cretou os direitos das
que, 44po- pessoas

em todo o
emergência país, brasileiras, domiciliadas
jurídicas

da República, resulta-
derá o Presidente residentes no Brasil,
ou

os in-
de salvaguardar em, de atos de
no intuito ram, ou resultar

e morais do
materiais Alemã-
terêsses agressão pela
praticados

nacionais, de-
e de seus e Itália".
Estado nha, pala
pelo Japão

do a
aquiescência a assegurar
cretar, com Estabeleceu
prévia para

a supressão das
Poder Legislativo, a transferência para
indenização,

atribuí-
constitucionais do Brasil de uma
o Banco parte
garantias

e à liberdade bancários,
das à todos os depósitos
propriedade de

ou sú-
físicas de natureza pa-
de jurídicas ou obrigações
pessoas

de Estado estrangeiro, que, a dois contos


ditas trimonial superiores

*de
forma, tenham titulares sú-
prati- réis, de sejam
por qualquer que

de re- e italia-
ato de agressão que
cado ditos alemães, japoneses

os bens e
físicas ou
sul taram para nos, jurídicas
prejuízos pessoas

do Estado Brasileiro, a alienação,


os direitos 2.°). Proibiu
(art.

os bens e os direi- forma,


ou a vida, oneração,
ou por qualquer
para

físicas ou títulos e ações


tos das jurídi- de bens móveis,
pessoas

ou re- em
domiciliadas e dos móveis ge-
cas brasileiras, nominativas,

sidentes no de valor considerável, perten-


país". ral

a súditos alemães,
a nossa na- centes japo-
A agressão contra

físicas
de neses e italianos, pessoas
vegação, acarretando perdas

sendo nula de
legítima ou pleno
de bens, tornou jurídicas,
vidas e

alienação, ou
e à li- direito
à qualquer
a restrição propriedade

a da data
feita
de Estados oneração, partir
berdade de
pessoas

9.°) . Estabeleceu
à da lei
A limitação pro- (art.
estrangeiros.

súditos não
os mesmos
fundamento ainda
tinha que
por
priedade
doações, heranças
recusar
indenização dos
assegurar prejuí- podem

não onerosos (art.


brasilei- ou legados
a bens de
zos causados

à liberdade, impe- 10.°).


ros; a limitação

de ação
dir o desenvolvimento es-
de bens
A incorporação

as energias
a entorpecer
tendente ao
trangeiros patrimônio
as medi-
e a
nafinnais prejudicar da Nação

defesa do
das de país.

a situação de be-
lei Reconhecida
com a
De conformidade

Brasil com a Ale-


ligerância do
n. 5, o decreto-lei
-constitucional

o incor-
manha e a Itália, governo
de março de
de- li
n. 4.166,
LEGISLAÇAO BRASILEIRA
97

ao nacional,
porou patrimônio hostilidades, é explicada com a

decreto-lei n. 4.611,
pelo de 24 distinção feita entre bens se
que
dc agosto de 1942, navios de na-- acham no mar. Sustenta-se
que
cionalidade alemã ou italiana,
os bens em terra estão sujeitos à

Constituiu êsse ato, do de soberania


ponto territorial exclusivamen~

vista do direito internacional


p4- te, o não acontece com a
que

blico, a medida mais importante


no mar. Travers
propriedade

tomada Brasil como decor-


pelo Twiss a distinção entre a
justifica

rêjicia do reconhecimento da exclusiva, cada


guer- jurisdição que

ra. O critério legal adotado exerce sobre as e as


pelo país pessoas

brasileiro é uma conse- coisas desembarcadas


govêrno em seu so-

dos atos de destruição lo, e a


quência concorrente,
jurisdição que

contra a nossa navega- todos os exercem sôbre


praticados os
países

costeira, Não seria navios e as cargas


ção justificá- (3).

vel deixássemos debilitada Ora, a distinção


que a nos
parece

frota nacional e artificial, no sentido de


a
permitíssemos pretender

do indulto os navios a orientação do Almi-


prática para justificar

do inimigo ancorados em nossos rantado inglês. O fundamento da

regra de embargo e confisco de


portos.

É verdade vários navios de de Estados


escrito- propriedade
que

res condenam a incorporação e súditos inimigos tem de ser


dos pro-

navios inimigos se curado na relação das coi-


encontram própria
que

em águas territoriais, apoiados sas. A se en-


propriedade que

no da inviolabilidade contra em terra tem uma função


princípio da

No século XIX, diferente da flutu-


propriedade. re- propriedade

a opinião de ante. Esta tem, natureza, o


gistou-se o não- por
que
"une
confisco não é apenas ten- da navegação. Não é ad-
papel

dance, m^is on même missível se conceda ao inimi-


affir- que
peut

mer c*est una règle introdui- o direito de manter em suas


que go

te la et consacrée mãos transportes marítimos, es-


par pratique par

le droit conventional" . En- senciais ao comércio e à defesa


(1)

tretanto, a divergência a nacional. Manter os


persistiu, paralisados

de ser notada a seguinte navios é negar à a


ponto propriedade
"Le

opinião: respect de la sua verdadeira função.


pro-

durant la est É esta a razão o


priété privée, guerre, que justifica

un acquis, à Texception, embargo dos navios mercantes do


príncipe

tontefois, de celle flotte sur inimigo. As condições da


qui guerra

mer" É a opiinão de Byn- moderna não revi-


(2). permitem que

kershoek, fortalecida tradição vam os argumentos de os


pela que

do Almirantado inglês. navios ancorados ocasião da


por

A de embargo e con- contavam com a fé dos


prática guerra

fisco de navios inimigos, com as tratados e com a da


perspectiva

respectivas cargas, no início das habitualmente concedida


proteção

Pradier-Fodéré — Traité de Droit International t. 6, 1894,


Public,
(1) P.

n. 2.713.

Rivier — Príncipes du Droit des Gens> 1896, t. 2, 232*


(2) Alphonse pág.

Twiss — Le Droit des Gens, 1889, II, n. 59.


(3) Travers

— F.
113.773 l7
98 CULTURA POLÍTICA

As relações bre tôdas as empresas ligadas aos


ao comércio
(4).

do tempo de não são Estados inimigos. Respeitou-lhes


jurídicas paz

as mesmas do tempo de os direitos de e os


guerra. propriedade

outros direitos
privados, procuran-
A medida do indulto
(conces-
do evitar, contudo, a sua
que
são de determinado afim
prazo,
exploração contrariasse os inte-

de os navios mercantes do
que resses alemães
(5).

inimigo deixem os e
portos pro-

Certas empresas e estabeleci-

curem a sua segurança) seria

mentos,
pelo papel que possam
exeqüível no século XIX. A
guer-

desempenhar, teem o seu funcio-

ra submarina contrasta com a me-

namento cassado no As
país. pes-
dida se examina. Os mares
que
soas estrangeiras são re-
jurídicas
não constituem o abrigo seguro

conhecidas, mas a lei exige,


para
dos navios mercantes.

operar no Brasil, de-


que possam

Por outro, a incorporação dos


creto de autorização do
governo.

navios inimigos é, na verdade,

Tem, o a fa-
pois, poder público
uma represália. Opera-se f re-

culdade de, mesmo em tempo de


com o objetivo de
qüentemente
negar-lhes o funcionamento
causados à paz,
reparação danos
pelos
no maior for-
país, preceito que
navegação e se caracterizam
que

tem no tempo de
cri- ça guerra.
como atos de Neste
guerra.

tério inclue-se a legislação bra- o


Dentro desta orientação,
go-

sileira. vêrno da República há baixado

vários decretos. Assim, de-


O tratamento pelo
quanto

creto-lei n. 4.612, de 24 de agos-


aos bens do Eixo

to de 1942, cassou as cartas


em terra pa-

tentes funcionamento dos se-


para

Diverso é o tratamento a res- estabelecimentos bancá-


guintes

dos bens de súditos do ini- rios: Banco Alemão Transatíân-


peito

migo se encontram em terra. tico, Banco Germânico da Arné-


que

Inadmissível é o seu confisco. rica do Sul e Banco Francês e

Sujeitam-se os bens apenas às Italiano a América do Sul.


para

medidas à defesa na- O decreto-lei n. 4.636, de 31 de


pertinentes

cional e à segurança con- agosto de 1942, da mes-


pública, procedeu

forme as expressões do decreto ma forma em relação às compa-

3.361, de 26 de outubro de nhias de seguros alemãs e ita-


n.

1917. lianas, como estabelecimentos au-

tônomos, sucursais, filiais, agên-


A liberdade de comércio e de

cias ou representantes.
indústria sofre logo sérias restri-

Na de 1914, a Ale- Adotou o a liquida-


ções. guerra governo

manha, exemplo, estabeleceu dos referidos estabelecimen-


por ção

a fiscalização sô- tos, destinando os bens e direitos


governamental

Piédelièvre Précis de Droit International Public, 1895, II,


R.
(4) V.

154.
pág.
— Traité de Droit International Public, 1921, t. II,
Fauchille
(5) Paul

n. 1.0581.
'
'

LEGISLAÇAO BRASILEIRA

sentido estrito, medidas de


vierem a caber a guer-
pessoas ju-
que

ra. São, na verdade, restrições


rídicas de direito que pra-
público

tomadas evitar no a
de agressão contra para país pro-
ticarem atos

de forças tentem de-


Estado brasileiro e con- pagação que
bens do

energias do e for-
bem bilitar as
bens de brasileiros, país
tra os

necer informações ao inimigo.


couberem a outras
assim os
que

Alcançam não somente súditos de


ou refe-
físicas
jurídicas
pessoas

beligerantes, mas também


n. 4.166, de
ridas no decreto-lei países

1942, ao súditos
11 de março de patrimô- japoneses.

nio nacional. do
A mesma orientação govêr-

no da República foi seguida em


ações foram
Outras encorpor

relação ao registo do comércio


feitas.

n. 4.717, de 21 de
(decreto-lei
da Re-
Criou ainda o
governo
setembro de 1942) . As firmas

em deter-
a interventoria
pública e as sociedades co-
individuais
comer-
minados estabelecimentos
merciais, inclusive as sociedades

A medida, nos
ciais e industriais.
ações, constituídas súdi-
por por
n. 5,
termos da lei constitucional

tos alemães, italianos ou


japo-
morais e ma-
atende a interêsse
ou das os mesmos
neses, quais
Não foi outro o
teriais do
país.
façam como sócios ou acio-
parte
a bai-
motivo levou o
que govêrno
nistas, ou de sejam
que gerentes
4.701, de 17
decreto-lei n.
xar o
ficaram obrigados à
ou diretores,

de 1942. Ficou
de setembro proi-
escrito, dentro
comunicação,
por
transação de aparelhos
bida toda
de oito dias, ao Depar-
do
prazo
ou recep-
de rádio, transmissores
da Indústria e
tamento Nacional

e acessórios,
tores, seus
pertences com-
Comércio, ou às autoridades

italianos ou
súditos alemães,
com
do atual de ne-
petentes, gênero
físicas ou
ju-
japoneses, pessoas comércio e do
ou objeto de
gócio
a forma de
mesmo sob
rídicas,
ou do capital dos
capital parte
Pelo art. 4.°
doação ou
permuta.
aludidos súditos.

a violação da
do referido decreto,

importará no confisco
proibição
A liberdade de trabalho
os res-
mercadoria e sujeitará
da

à de reclusão
por
ponsáveis pena
liberdade de trabalho, um
A
meses. As mercado-
cinco a dez

dominantes da or-
dos
princípios
indicadas, estejam,
rias que por

• bra-
na de sú- ganização político-econômica
título,
posse
qualquer
não tem sofrido eclipses
— estipula o artigo sileira,
ditos do Eixo

ime- tempo de As únicas


^ ficam sob fiscalização no
5#o guerra.

competente, estão subordinadas aos


diata da autoridade restrições

— com
as apreender da defesa nacional e
imperativos
que poderá

a seu critério.
motivo comum. As
justificado, do bem primeiras

surgiram com a
incertezas
enunciadas consti- que
As medidas ,

foram, de logo,
nossa beligerância
assumido
tuem o compromisso pe-

O Pre-
dos esclarecidas govêrno.
na 3.» Reunião pelo
lo Brasil,

da República assegurou
a sidente
em relação países
Chanceleres,

inimigos as
aos súditos de
rompemos relações países
com os
quais

as vantagens da legis-
em e
Não significam, garantias
diplomáticas.
100 CULTURA POLÍTICA

os Ditada normas
lação trabalhista» desde pelas
que

respeitem as institui- do direito das


empregados gentes

exclusiva- a conduta do Brasil


e se dediquem,
ções

mente, à sua tarefa.

Pelo exemplificativo,
processo

O decreto-lei n. 4.638, de 31
tivemos em vista assinalar a con-

de agosto de 1942, consubstancia Brasil a respeito


duta do de súdí-

o de serem evitados inimigo.


tos de Estado Está con-
propósito

abusos sob de reação às


pretexto forme às normas do direito das

atividades antinacionais. Faculta


Ainda dentro das mes-
gentes.

aos empregadores o direito de


mas normas, o estrangeiro, seja

rescindir os contratos de trabalho ligue


for o a se
qual país que pela

com empregados estrangeiros, sú-


nacionalidade, conta com o res-

ditos das nações com as o


quais à sua como
peito personalidade,

Brasil haja rompido relações di-


física e como ser moral.
pessoa

ou se encontre em es-
plomáticas
A de súdito de
qualidade país
tado de beligerância 1.°) .
(art.
inimigo não o exclue do
paga-
Para o uso da faculdade é
pre-
mento das contribuições de
guer-
ciso autorização do minis-
prévia
ra. A Convenção sobre a condi-

tr* do Trabalho, Indústria e Co-

dos estrangeiros, firmada em


ção
mércio. A rescisão importa no

Havana a 20 de fevereiro de 1928,

de indenização corres-
pagamento
ocasião da 6.a Conferência
por
a meio mês de salário
pondente
Panamericana, determina no art.

ano de serviço ou fração su-


por
4.° os estrangeiros estão sub-
que
a seis meses.
perior
metidos às contribuições ordiná-

Enquanto durar o estado de rias cru extraordinárias, bem as-

os súditos dos ini- sim aos empréstimos forçados,


guerra, países

migos ficam sujeitos a restrições desde as medidas tenham ca-


que

Assim, ráter abrangendo tôda a


em sua atividade sindical. geral,

teem suspensos os direitos eleito- Em virtude dêste


população. pre-

rais, não comparecer às as-ceito convencional, reiteradamen-


podem

sembléias ou reuniões sindicais te respeitado, os súditos de


países

nem freqüentar a sede social dasbeligerantes inimigos, na forma

entidades sindicais n.que a lei estipula, são contribuin-


(dec.-lei

4.637, de 31 de agosto de 1942). tes das obrigações de


guerra.
Defesa nacional

Requisições

ANAPIO GOMES

Coronel do Exército Nacional

militares a
meados do século principais potências
pas-

admitirem a necessidade da apro-


sado, em opera-»
quando

ATÉ utilização compulsória


os exérci- ou
de priação
ções guerra,

da segundo
das nações mais cultas propriedade privada,
tos prati-

e certas normas colo-


cavam largamente a jurídicas que
pilhagem

cassem os cidadãos ao abrigo de


não raro, o seu meio
faziam desta,

es- violências e
de reabastecimento, prejuízos.
principal

as operações
quando surgindo destarte em
pecialmente Foram

em território ini-
se desenvolviam /eis de requisi»
vários as
países

migo. exem-
militares, como,
ções por

a lei francesa de 1877,


começaram, pos-
Certos po- pio,
países

for- modificada e amplia-


essa teriormente
rém, a compreender que

na se inspirou a nossa
da da e
ma de confisco propriedade qual

lei sobre a matéria.


ser abolida, não só
devia primeira
privada

a das requi-
nociva à disci- Todavia
ser altamente questão
por

não ficou apenas no cam-


às siç+es
militar como
prejudicial
plina

do Direito Público de cada


operações animosi-
pela po
próprias

se no cam-
dade, reações e resistência país, porque projetou
pas-

Direito Internacional. As-


nas do
siva populações po
que gerava

e até mesmo foi amplamente debatida no


civis do inimigo sim,
país

de Bruxelas de 1874,
do Congresso
próprio país.

foi aprovada uma Decla-


no
o desenvolvi- qual
Todavia,
grande

ração cujo art. 40 estabeleceu:


efetivos dos exércitos,
mento dos

do sistema ou
como conseqüência "A
deve
a propriedade privada
nação em armas, e
conceito de

e o inimigo não
ser respeitada
de se observar
impossibilidade

comunas e dos ha-


regime exigirá das
em campanha o
sempre

senão os bens e os ser-


e de bitantes
normal de aquisições paga-

estejam em relação
as viços
mentos à vista conduziram que
CULTURA POLÍTICA
102

Filho —
de Solidônio Leite
de livro
com as necessidades guerra

Militares e Civis:
reconhecidas, em Requisições
geralmente

os recursos da
com "5
proporção
— Sob o Império, mantinha-se

e não impliquem
região
que
de em
o direito
propriedade
as a obrigação
para populações
a sua A
tôda plenitude.
nas opera-
de tomarem
parte
de 11 de de-
Constituição
contra sua pátria".
ções própria
de 1823 os
zembro protegia

Internacional de
No Congresso do indivíduo contra as
bens

a matéria foi igual-


Haia de 1899, do
arbitrariedades poder

ventilada represen-
mente pelos Se o interêsse
executivo.

diversas nações, encon-


tantes de legalmente verifi-
público,

na Convenção então
trando-se exigisse o uso e em-
cado,

vários artigos a ela re-


aprovada da do
prêgo propriedade

Assim, o art. 23:


ferentes. seria êste
cidadão, prévia-

mente indenizado do valor


44

a destruição ou
E'
proibida 22).
dela 179 n.
(art.

apropriação das
propriedades

Somente o
inimigas, salvo os casos em quando go-
que

v vêrno, a braços com a inva-


destruições ou apropria-
tais

são de inimigos ou comoção


imperiosamente im-
forem
ções

intestina, de re-
de precisasse
necessidades
postas pelas

correr a meios extraordiná-

guerra".
rios, afastar o
para perigo

O art. 46 Es-
prescreveu: salvar a existência do
e

44A
tado, é cessavam tôdas
não que
propriedade privada

formalidades legais. Ao
as
ser confiscada. A
pode pilha-

executivo era, então,


formalmente poder
é
gem proibida".

lícito apoderar-se do uso da

art. 52 seus in-


O e
parágrafos ficando obri-
propriedade,

a autoridade re-
dicam que pode indeniza-
à necessária
gado

e a maneira de-
por que em tempo oportuno
quisitar ção

vem ser indenizados os bens e os lei de 9 de


8.° da
(artigo

serviços requisitados. setembro de 1826).

Também na Conferência de autoridades mi-


Assim, as

Haia de 1907 a das re- litares, sua mobiliza-


questão para

foi debatida e nela se e sustento, apropria-


quisições ção

cristalizaram os de Di- vam-se de bens


princípios pertencen-

reito Internacional sôbre a maté- tes a aos


particulares, quais

— menos forneciam do-


ria chegaram nem sequer
que pelo

— até os nossos cumentos comprobatórios


teoricamente

dias. a devida indenização.


para

"6

do esta- — Por muito tempo vigorou,


A e a evolução
gênese

requisições em nosso na República, o regime le-


tuto das país

ràpidamente, Monarquia. De-


eu as apresentarei gado pela

ou sintetizando o saparecendo a ao
transcrevendo proteção

a respeito no direito de com


se encontra propriedade
que
103
REQUISIÇÕES

uma lei fàcilmente evitaria!


a suspensão das
garantias

Para regulamentar o assun-


constitucionais, em caso de

to, o marechal Mallet, mi-


agressão estrangeira ou co-

nistro da Guerra de Cam-


moção intestina, as forças

Sales, introduziu no
utilizavam-se, sem nenhuma pos

de reorganização do
formalidade, dos bens projeto
par-

exército um capítulo sôbre


ticulares, ficando o
proprie-

re- requisições militares.


tário na contingência de

«g
do
clamar — atra-
posteriormente O de
período paz que

a devida indeniza-
Estado até o
vessou o
país, govêrno

Dêsse sistema resulta-


ção. marechal Hermes, foi
do

não só aos
vam causa de
prejuízos talvez a
principal

senão também
não se cuidar mais da im-
proprietários,

Nacional. Aque-
à Fazenda Só
portantíssima questão.

com sérias difi-


les lutavam sendo mi-
em maio de 1911,

falta de do-
culdades, pela o mare-
nistro da Guerra

o es-
cumentos, para provar Barreto, esta-
chal Dantas

de eram vítimas.
bulho as bases
que beleceram-se para

recorriam não raro


Por isso, um
a organização de
pro-

à advocacia administrativa, das


de lei reguladora
jeto

majorava em seu
pro- militares, em ca-
que requisições

importância da in-
veito a ou de
so de mobilização

com do
denização, prejuízo do exército.
manobras

Estado.

sua apresen-
Justificando

' as forças federais,


Quando tação, assim se
pronunciou

de Floriano Pei-
no da Guerra, na
govêrno o ministro

de debelar as
xoto, tiveram exposição de motivos:

em 1892 e "Entre
revoluções
que,
as tropas e as
po-

irromperam em diver-
1893,
estabeleceram-se
pulações

do sentiu-
sos país,
pontos em tôda e em todos
parte

de dispo-
se a necessidade vir-
os tempos relações em

investindo as
sições tude das a autoridade
que, quais

do di-
autoridades militares militar tem a faculdade de

requisitar a cessão requisitar dos a


reito de particulares

cessão de sua
da particular, propriedade,
propriedade

uso de seus bens ou a


ao mesmo tempo, o
pusessem,

vio- de serviços
aos abusos e pes-
um freio prestação

soais exigidos neceâ-


tôda pelas
lências. Por pro*
parte,

sidades do exército e arma-


esbulhados arbi-*
prietários,
em operações ou mano-
da
seus bens,
tràriamente dos

bras.
aos tribunais de
recorriam

Tais requisições
vezes podem
Não
justiça. poucas

ocorrer no território nacio-

a União, responsável pelos

nal ou no estrangeiro»
seus
atos por
praticados

da- caso são do


teve de No
agentes, pagar primeiro

do Direito Público
existência de domínio
nos a
que
CULTURA POLÍTICA
104

tivemos as-
executivo,
decorrem do ju- pelo poder
e principio

4.263, de 14 de
sim a lei n. ja-
em virtude do
ridico qual

1921, sôbre requisições


a neiro de
militar tem
a autoridade

lei foi regulamen-


dos militares, que
de requisitar
faculdade

vigorou até
tada em 1927 e
de sua que
a cessão
particulares
ano findo, data
10 de outubro do
uso de seus
o
propriedade,
a nova lei
em foi
de ser*- publicada
bens ou a que
prestação
núme-
de requisições (decreto-lci
exigidos pe-
viços
pessoais
- D. O. de
ro 4.812, de 8-X-1942
do exerci-
Ias necessidades
rà-
lei comentarei
operações 16-X-942), que
e armada cm
to

mais adiante.
ou manobras. pidamente

caso reves-
No segundo conceito de
Moderno

forma de contribui-
tem a e limitação
propriedade

as leis da ií«so
guerra de seu
ções que

ao invasor
têm
permitido

direitos do
ao invadido, dos
impor A
país proclamação

fôrça, em agosto de 1789


mesmo à viva homem em pelos

de a Revolução Francesa
virtude da regra que líderes da

os ci-
deve nutrir a em todos
guer- despertou povos
guerra
»*
vezes
vilizados um conceito, por
ra .

liberdade e de
exagerado, de

na Cama-
Vivamente discutido Êsse
individuais.
prerrogativas
o de
ra dos Deputados, projeto natural, não
como era
conceito,

e foi
não logrou aprovação à liberda-
1911 circunscrever-se
podia

voltou à discussão
engavetado; à liberdade de
de pensa-
política,
tudo
anos depois e, dos
cinco quando à liberdade religiosa
mento,

foi
seria aprovado,
indicava estendeu-se também
que cidadãos; êle

do dia e dele
retirado da ordem dando-lhe
à privada,
propriedade

mais se falou. Assim,


não intangibilidade.
foros de

menos um sécu~
foi apro- mais ou
de 1918 durante
Em setembro

me-
as lo, não o (pelo
a lei 3.533, regulando pôde govêrno
vada

cultas) lançar mão


e vigorar nos nas nações
requisições civis
para

senão
o estado de da particular
apenas durante guer- propriedade

muito moderada e
nos encontráva- de maneira
ra em então
que

mediante indenização pré-


mesmo
mos.

a de 1914*-
via. Todavia
guerra
lei, se aplicava
A referida que
as transformações
1918,
grandes
foi
a alimentícios,
apenas gêneros
originou e a revo-
sociais ela
que
lei de requisi-
de fato a
primeira
em até nós,
lução universal que
tivemos.
çõçs que a tomar
brasileiros, começamos

de 1920, Pandiá nações


Em outubro obrigaram tôdas as
parte

ministro da
então a uma revisão no con^
Calógeras, a
proceder

ao Presidente Sem
Guerra, apresentou ceito de
propriedade privada.

de lei da aboli-
um chegarmos ao extremo
da República, projeto

ràpidamen*- desta está


foi completa (o que
de requisições que ção

demonstrado ser im-


aprovado nas duas
te discutido e pràticamente

contudo, re-
devemos,
Congresso; sancionada possível),
Casas do
105
REQUISIÇÕES

circunstâncias em
< como as
o direito de acumu- ções,
conhecer que
aplicadas e
estas ser
vem sendo li- podem
lar bens materiais que

das autoridades que


tempos a categoria
mitado nos últimos por

Assim, não
as efetuar. já
modalidades coer- podem
meio de várias

falar em requisi-
a rigor
Estado e
citivas aplicadas podemos
pelo

e requisições civis,
indivi- militares
o uso da ções
que propriedade

da abso-
em face
vem so- guerra
dual, móvel ou imóvel, porque,

não nos é
dos nossos dias,
vez maio- luta
limitações cada
frendo
"o terminam
saber onde
de-
É Estado, para possível
res.
que
começam estas.
aquelas e onde
tender sua existência, pode jul-

na regu-
muito teremos,
restringir sensível- Quando
necessário
gar
recente lei,
da nossa
total" lamentação
ou mesmo suprimir
mente
dos
indicação mais
cidadãos , pormenorizada
direitos dos
mente os
e dos ser-
imóveis e móveis
correm, bens
nos tempos que
porque,
serão requisitados pelas
viços
vivem como per- que
as nações que_
da
do Exército, pelas
são os autoridades
em luta e
manentemente
da
de Guerra, pelas
a Marinha
e não os direitos
deveres que

do Ministério
Aeronáutica, pelas
em evidência.
guerra põe
outros Ministérios
e de
da
Justiça

e in-
e divisão
Conceito Civis, governadores
pelos

das requisições terventores, etc.

e
Requisição
tempo o concei-
Durante muito
expropriação

esteve ligado
to de requisições

das
às necessidades
intimamente requi-
vernáculo, a
No sentido
de
em operações
forças armadas
móvel é cer-
de um bem por
sição
leis regula-
as que
guerra, pois Não assim,
to uma expropriação.
em vários países
vam a matéria
no sentido por-
jurídico,
o título. porém,
ementa ou
traziam a 'que
de
aí duas modalidades
temos
a nossa pró-
militares;
requisições
se re-
atos do público, que
1921, trazia poder
lei 4.263, de
pria
vestem de características próprias.
Tal conceito, porém,
esse título.
tem lu-
de se a desapropriação
e deixou Assim,
foi-se ampliando

tempo de
em
forças arma-
apenas às principalmente
restringir gar

imóveis, e o desa-
todos os aspectos recai sôbre
das atingir paz,
para

hoje, com é sempre o


ü pro-
defesa nacional, que
da propriado,

o esta- indeni-
da total, é
o advento guerra prèviamente
prietário,
não do imó-
das requisições a avaliação
tuto zado segundo
jurídico

com a
apenas lugar nor-
está em sintonia requisição tem
vel; a

com a segu- ou
mas também de
defesa, no tempo guerra
malmente

destarte
rança nacional, perdendo da ordem
de perturbação
grave
E
militar.
seu caráter puramente móveis
sôbre bens
interna, recai
no de-
vemos, exemplo,
o por ape-
que imóveis
os geralmente
outu- (sôbre
de 8 de
n. 4.812.
creto-lei
ocupação temporária)
nas
de para
Oficial
bro de 1942 (Diário
re-
de serviços, quem
e
de requisições, prestação
ou lei
10-X-942),
sempre é
nem
cebe a requisição
o
amplia consideràvelmente
que requisita-
da coisa
requisi- o
das proprietário
de incidência
campo
CULTÚRA POLÍTICA
106 /

em combustíveis e matérias
desta pri-
da c o geral-
pagamento

mas e os meios de transportes»


mente é feito a
posteriori

recursos materiais de
Todavia, os

Uso da um em não
propriedade guerra podem
país

amparados doutri-
privada por continuar pela

ocupação temporária econômico, tal


na do liberalismo

até a
como acontecia
geralmente

Percebe-se fàcilmente nem tais re-


que
primeira grande guerra;

tôdas as requisições representam à


devem ser mobilizados
cursos

expropriação definitiva; mui-


uma do se
semelhança que procede

tas vezes têm fim a ocupação instituin-


por com as forças armadas,

temporária da cha-
propriedade parti- do-se o se convencionou
que

cular. Assim, a autori- a esta


quando mar de algum tempo parte

dade requisita um edifício *—' Não


para de economia de
guerra.

alojamento da tropa, um campo os


cabe aqui analisarmos princí-

forrageamento dos animais, de


fundamentais da economia
para
pios

uma embarcação, uma composi- apenas o


digamos que
guerra;

de trem, um avião, um hos- do con-


ção seu conceito é inseparável

nas da zona ela não


proximidades ceito de total e
pitai guerra que

de combate, etc., é li-


geralmente existir sem
profundas
poderá

com intuito desocupação tempo-


mitaçòes do direito de
proprieda-

rária da sem a aplicação ampla


propriedade particular; de, isto é,

a necessidade dessa ocu- embora se


passada da lei de requisições,

o móvel ou imóvel volta desig-


apresente esta sob outras
pação,

será in-
ao seu que modalidades.
proprietário, nações ou

não respectivo va-


denizado,
pelo

da- O é susceptível
lor, mas desgaste,
pelo pelas que

sua de requisição
nificações sofridas pro-
pela

lucros cessantes,
priedade, pelos

Em face do caráter assu-


etc. que
V

miu a moderna é difícil


guerra
As requisições e a
indicarmos tudo é susce-
quanto
economia de
guerra
tível requisição em tempo de
de

As forças armadas na
A frase atribuída a Cícero guerra.

— moderna constituem, como


o dinheiro é o nervo da guerra
guerra

todos sabemos, apenas uma das


não ser considerada como
já pode

seguran- componentes um atira à


dogma fundamental da país
que

de um na de ca- luta, além dos elementos


ça país; guerra porque,

ráter total dos nossos dias os re- mar e ar, en-


militares de
{erra,

cursos financeiros ainda desem- recursos


tram em ação todos os

certo um cen-
penham por papel materiais, os recursos culturais, os

mas não constituem o fator


trai,
recursos
psicológicos.

da vitória, esta
decisivo porque

Assim, o campo de incidência


hoje em dia estã condicionada

da lei de requisições se estende


equipamento
principalmente pelo

assim dizer a tudo e a todos.


do assim compre- por
econômico país,

algumas isen-
industrial, o Existem todavia
endido o
parque

legislação de todos os
a riqueza na
agro-pecuário, ções
potencial
'-.'F»' w -fl"?••" ¦
>«w

107
requisições

ou serviços requisitados
entre nós es- namentos
isenções
países, que

autoridade militar.
tão especificadas principalmente pela

29 e 30 da lei em vigor.
nos arts. nem sempre será
Todavia pos*

recorrer a uma
sível à autoridade

De e como
quem face da nossa
autoridade civil, em

se requisita
demográfica e
densidade
pequena

nor-
das distâncias que
devem grandes
Tanto possível,
quanto
as nossas cida-
malmente separam
as re-
ser evitadas em campanha
Daí o ter
des, vilas e
povoados.
É, aliás, o
diretas. que
quisições
na falta da au-
a lei que,
brasi- previsto
art. 31 da lei
determina o
cidadão
toridade civil,
qualquer
leira:
a convite do
substituí-la,
poderá
"As
serão dirigi-
requisições receber a aqui-
requisitante, para

municipais ou
das aos e auxiliar seu cumprimento.
prefeitos sição

civil mais
à autoridade gradua-
de feitas autoridade
Além por
e só em casos
da da localidade

investida de de
legalmente poder
e urgentes, que
excepcionais
em coisa ou
requisitar e recaírem
dire-
deverão ser
justificados,
requisitável, de acordo
serviço

tamente ao requisitado".
regulamen-
com as discriminações

como declara se
Temos destarte, as requisições
tares, que
para

mem-
Buchalet (antigo legal é indis-
o revistam de caráter
general

Militar Francesa es-


bro da Missão sejam feitas
por
pensável que

legal da
Brasil) a interposição seja en-
no crito e cumpridas,
que,

entre a autori- necessá-


autoridade local requisitado o
tregue ao

militar e os habitantes. assim


dade recibo, só pode-
rio porque

uma medida de responsabi-


Constitue prudên- definidas as
rão ser

é evi- o re-
cia, cuja utilidade prática do Estado e evitado
lidades

social
Cada à mão armada»
dente. grupamento tôrno à
pilhagem

seus hábitos,
suas tradições, em outros tempos.
tem tão comum

laços de interdependência;
seus
o recibo
Acresce ainda que
a autorida-
em cada
grupamento
vezes é indispensável para
muitas
está em
local é a única que
de
da
a responsabilidade
exonerar
bem a ca-
condições de conhecer
a uma requi-
atende
pessoa que
dos mu-
de contribuição
pacidade requisições nem
de fato, as
sição;

nícipes. ao
são feitas proprietário
sempre

dos ani-
a autoridade dos objetos,
Mal informada, do material,

de a tropa
erros e dos que
cometer mais, gêneros
requisitante pode

vezes devem set


muitas
A autoridade necessita;
mesmo injustiças.

detentores ocasio-
instruí- atendidas por
está melhor
local também

agentes de estações
nais, como;
os habitantes
da e informada que

ferro, de compa-
estradas de
e de
da imparcialidade
para julgar
de
«hi»a de navegação, gerentes
ordem de requi-
legalidade da
da
etc. Tais
trapiches, capatazes,
melhores condições
sição e das
de-
ou funcionários
empregados
ser executada,
em ela
que pode
aos seus che-
vem contas
uma repartição prestar
efetuar
podendo
às emprê-
fes, aos seus
reaprovisio- patrões,
equitativa dos
mais
CULTURA POLÍTICA
108

nossa lei de requisições


dades da
a servem e só
sas poderão
que

algumas observa-
atual comporta
com o recibo entregue pela
fazê-lo

deixo de fazer
porque
autoridade requisitante. ções, que

assumir a atitude
não pre-
quero

de Apeles.. •
Indenizações do sapateiro
sunçosa

das requisições Conclusão


O
pagamento

um dos aspe-
certo
constitue
por

Num artigo sôbre requisições,


na aplicação
ctos mais delicados

ficar sem algumas re-


a matéria. O não
da lei regula podem
que

contribuições de
ferências as
seria a indenização prévia,
ideal

à vista, assunto sôbre o


requisição qual pro-
isto é, a paga guerra,

reproduzir alguns trechos


lhe tiraria o caráter curarei
o a rigor
que

de Direito In-
de uma das aulas
se transformar
de requisição para

ouvi de Charles
ou menos ami- ternacional
compra mais que
numa

Dupuis, notável internacionalista,


é, medida
Não que
porém,
gável.

Instituto de França,
senão membro do
em
se pôr prática
possa

da École des Sciences


A regra,
muito raramente. por-- professor

Paris e tive a
a Politiques de
é o que
tanto, pagamento posteriori.

entre os meus
honra de contar

a do
desde logo
Surge questão
Êcole Superieure de
mestres na
não cons-
preço, que geralmente
Vlntendance, em 1934-1935.

deve ser
ta da requisição
porque

de são,
comis- As contribuições guerra
fixado
pelas
prèviamente

lei. requisições de di-


na na realidade,
sões de avaliação previstas

difi- feitas em inimigo.


insistir sôbre a nheiro país
Não
preciso

são lan-
o Estado em Elas se
há justificam quando
culdade que para

coi- a título de imposto


das para
saber o çadas
qual justo preço

administração de re-
requisitados, despesas de
sas e dos serviços

Não são fácil-


os cum- ocupadas.
como também que giões
para

se des-
em haver o mente
requisições pa- justificáveis quando
priram

despesas das tro-


lhes cabe, especial- tinam a custear
gamento que

cre- estas, obter


mente são pas, porque podendo
quando pequenos

Neste meio de requisição as utilida-


do interior do por
dores país.

exemplos des lhes são indispensáveis,


sem conta os
são que
ponto

necessidade de exigir di-


se verifica- não têm
lisonjeiros
que
pouco

apli- tal fim. Há todavia


nós com a nheiro
ram entre primeira para

du- veja uma dupla vantagem


da lei de requisições
cação quem

internas de nas contribuições de


rante as guerra: pri-
perturbações

meiro, aos exércitos ob-


1924-1926. permitem

fàcilmente meio
ter mais por
que

Infrações e
penalidades os
de requisições os objetos,
gê-

neros, etc., de necessitam;


que
nos arts. 39 a
Estão
previstas
uma distribui-
segundo,
à permitem
lei 4.812, cabendo Jus-
41 da

mais equitativa dos tributos


e ção
tiça Militar processar julgar

habitantes de zonas ocupadas.


dos
militar ou civil praticar
todo que

tais contribuições dege-


requisição. Todavia
matéria de
crime em

fàcilmente em abuso,
neram pois
infrações e
O capítulo das penali-
REQUISIÇÕES 109

muitas vezes são lançadas conco- mais altas vozes do Direito In-

França — não fa~


mitantemente com as requisições» ternacional na

constituindo-se destarte uma du- laria certo com tanta confi-


por

de tributação as ança nos tratados entre as nações»


plicidade para

civis. Além disso as se vivesse hoje.


populações

contribuições de têm sido


guerra Falecido há anos, teve
quatro

freqüentemente lançadas a título


menos a sorte de não ver
pelo

de multa, em conseqüência de cri-


como foram reduzidos a franga-

mes ou atentados apesar


pessoais, aqueles tratados e con-
. lhos todos

de ter ficado assentado nas con-


venções sôbre Direito de Guerra»

ferências de Haia de 1899 e 1907


êle conhecia e explicava com
que

elas não ser aplica-


que poderão erudição invulgar; teve a ventura
"para

das senão atender às neces-


de não ver as terríveis requisições

sidades do exército ou da admi-


e contribuições de vem
guerra que

nistração dos territórios ocupa-


sôbre sua martiri-
"Nenhuma pesando pátria

dos". co-
penalidade maio de 1940.
zada desde

letiva, ou não,
pecuniária poderá

Com o título de requisição ou

ser aplicada contra as


populações,

de contribuição de o
guerra, que
virtude de atos individuais de
em

vemos nesta revolução universal
não ser consideradas
que poderão
está marcando a ago-
que parece
solidàriamente responsáveis".

— é
nia de uma civilização
que

em Haia se
Vê-se,
pois, que infelizmente a
pilhagem primitiva

reconheceu e o
proclamou princl- apenas com outros
ainda
persiste,

os atos individuais não


de
pio que aos exércitos inva-
rótulos, e
que

devem ser reprimidos senão


por
de certos nós
sores países pode-

individuais e tôda
que pe-
penas a-
lançar, com a necessária
mos

coletiva uma
nalidade pressupõe
aquelas can-
daptação, palavras
coletiva e só nes-
responsabilidade

de Cícero contra Verres,


dentes
te caso se tal
justifica penalidade.

no senado romano:

Dupuis, assistiu à derro-


que "Entraste
numa Sicília
em 1870 e a pobre
cada de sua
pátria

e saíste rico de uma Sicília


rica
1918, e em 1935,
revanche de
que

era ainda uma das


octogenário, pobre".

K

do Brasil
O novo exército

MURILO V. SAMPAIO

O exército depois da República


^ o longo colonial,
PÓS período

Z\ a organizar a
o Brasil começou

sua Com o advento da República, o exér-


força armada permanen-

cito foi chamado a tomar nos vá-


os parte
criando com eficiência quadros,
te»
rios movimentos se fizeram,
suficiente- que por
afim de aparelhar-se
poder
vezes saindo As revoltas
contra os prejudicado.
mente e defender-se perigos

estalavam. A nasceu. Os
naquele século XIX. prepotência
enxameavam
que
ódios se acenderam. Nesse pe-
período,

Ipiranga, e atra- consoli-


do do ríodo belicoso, de 1889 até a
Depois grito

o exér- da República, e depois até 1930,


1.° e 2.° reinados, dação
vés dos

nas o exército brasileiro conheceu na sua


se foi aprimorando
cito brasileiro

estrutura muitas modificações e algu-


lutas ár-
campanhas internas,
inúmeras
mas melhorias.
no solo nacional#
se feriam
duas que
o Pa- em 1909 o serviço militar
contra Estabeleceu
o da guerra
até período
obra de Olavo
a capacida- obrigatório, patriótica
raguai, guerra que provou
com a campanha meri-
Bilac, iniciada
de organização das
de e a eficiência
Liga da Defesa Nacional, coad-
tória da
naquela emer-
nossas forças armadas,
um de bons brasilei-
juvada por pugilo
até então com dispersão
trágica,
gência No mais, em outros setores, vivia
ros.

de fôrças e atividades. fôr-


o exército desmerecido e com suas

divididas, combatidas e
ças premidas
os exércitos ame-
Como todos
quase
como eram obsole-
pelos princípios já
o exército imperial
ricanos, não
parava
tos a Carta de 1891.
o mate-
brasileiro, sempre preparando
não seguia as
O exército republicano
vez mais capaz, de-
rial humano, cada
do imperial. Lutas se
tradições
grandes
a sua organização técnica
senvolvendo
decênio 1920-30» tendo em
feriram no

Êsse era o velho exército


e espiritual. de alerta
soado o brado
1922 primeiro
Brasil, em memo-
Imperial do glorioso idéia
dos da nova política,
pugnadores
externas e na con- de
ráveis campanhas dos heróis do Forte
com a sortida

da nacionalidade. e os da Escola Militar do


solidação Copacabana

"entente" Em seguida, a revolta de


Realengo.
a tríplice
A guerra que algumas
São Paulo, de 1924-25, e pe-

a nação defen-
moveu contra guarani, Es-
barricadas locais, em vários
quenas
integridade dos três
dendo a paises
tados. Assim, o Brasil via amadurecer

um dêles foi ata-


ameaçados, quando vitorioso ampla-
o novo ideal
político,
a de toque da
cado, constituiu pedra
mente em 1930.

militar do Brasil, por


cristalização que

tem- Nesse lapso de tempo, de 1889 a 1930,


um largo de
muitos anos, período

da na- entremeados de alguns brilhan-


mostrou a fòrça combativa períodos
po,
tes, o exército não conseguiu ajustar-se
çSo. -J
O NOVO EXÉRCITO DO BRASIL 111

às necessidades nacionais, espoliado Vargas a apelar as fôrças arma-


para

detratores liberais, sendo vitima de das, integradas no seu verdadeiro


pelos já

campanhas malignas órgãos da lugar.


pelos

imprensa livre e luta


pela partidária,
O exército, os seus
que já glorificava
especialmente a campanha civilista de
numç tutelares, era obrigado a fazer

1902, levada a efeito conselheiro


pelo
terminar o regime liberal e defender o

Rui Barbosa, nociva aos brios da


pró-
Brasil de fôrças desagregado*
políticas
nacionalidade. Era a instigação da
pria
ras. O Presidente encontrou o exército

inimizade entre os elementos


perniciosa
unido e independente. Depois de 1930,

civil e militar, visando a estabelecer a


em 32t durante a luta fratricida con-

confusão e a desordem no
pais.
tra São Paulo, o exército experimen-

Como se vê, o exército estava di- tara no novo estado de coisas a sua

vorciado da opinião nacional, de fogo. Dela se saira


pública primeira prova

vexames e minado com energias novas e novas experiên-


sofrendo pelos poli-

ticos, tudo faziam a serviço de cias técnicas. Dela surgiram nomes.


que

baixos e mesquinhos. Surgiram teorias. A experiência fôra


interesses

dura, os seus resultados anima-


porem

dores.
O exército depois de 1930

Em 1937, nessa fase se


que poderia
Vencedora a revolução de 3 de ou-

chamar de crossroads, o exército vivia


tubro de 1930, uma fôrça inexo-
por
afastado da luta com uma nova
política,
rável, a nOva mentalidade se
política
mentalidade e com novas missões a cum-
impôs ao recebendo do exército a
país,
Dí-lo bem o Presidente, expondo
do movimento prir. "Nos
sua maior fôrça,
pois
os direitos e deveres do exército:
tenentista de 22 é a revolução
que
de velha civilização, completa-
e de vitória. países
recebeu o sôpro de vida

mente desbravados e cultivados, a mis-

A de 24 de outubro de 1930,
partir
das fôrças armadas se limita às
são
desta data-chave da nacionalidade, as

tarefas imediatas de assegurar a ordem


forças armadas tomaram novos rumos

interna e a integridade territo-


garantir
e receberam novos influxos, a
passando
Os exércitos vivem à mar-
rial. quase
constituir de fato a fôrça viva da na-

da vida civil, consagrados à


gem pre-
brasileira.
ção
as emergências de
paração para guerra

O ambiente transformou-se. Até 1930, dos temas de luta contra o


e ao estudo

era o exército uma fôrça inexpressiva, invasor ou o inimigo


provável possí-

sofrendo campanhas odiosas e sem ca- Entre nós, de formação re-


vel. povo

uma reação à altura das baixa densidade demográfica


para cente, de
pacidade

afrontas. E não reagir ? ao território extenso e inex-


por que podia em relação

Porque até as suas mais altas cabem às fôrças militares ta-


patentes piorado,

eram objeto das mais aviltantes cam- mais amplas e multiformes. Elas
refas

de descrédito se fizeram não são, apenas, os esteios da defesa do


panhas que já

nos fastos da República e do agem também como


políticos solo pio-
pátrio:

neiras no desbravamento e ocupação da


país.

terra, ligada a tôdas as atividades cons-


1930 redime e reconstrói a fôrça viva

trutivas, auxiliando o desenvolvimento


da nação. Neste artigo, mostraremos o

do nos setores industriais, nas co-


país
realizou o exército brasileiro depois
que
municações, nos transportes, nas
pes-
de 1930, especialmente depois da re-

das riquezas naturais e seu


quisas
volução branca de 1937. Mostraremos

aproveitamento".
a obra fecunda do exército.

Sendo essas as missões do


fase de reconstrução eficiente, precipuas
Nessa

cumpria desenvolver-lhe tôda a


o exército um surto revol- exército,
encontrou

capacidade de ação. Foi o o Es-


em novembro de 1935. que
toso Jugulada

de tado Nacional fazer, ao esta-


sedição, com derrame procurou
essa pouco

continuar a belecer o novo de ação


o exército plano política,
sangue, pôde

construtiva. depois do de 10 de novembro.


firme na sua trilha golpe
marchar

e Nesse movimento, o exército teve o


acontecimentos em 1937, pa-
Novos pers-

nacional, com Êle se reintegrava


de desagregação pel preponderante.
pectivas
nas tradições do exército im~
as turras da sucessão presiden- gloriosas
políticas

o Presidente Ge túlio
dal, obrigaram perial.
POLÍTICA
CULTURA
112

feita ini-
por
auna e Dourados, praça
brasileiro
O exército com
D.E., em colaboração
ciativa da

desta Es-
esta A construção
1937 ate a Prefeitura.
de
brasileiro
O exército conclui-
1938 e foi
exér- inicio em
ao velho cola teve
comparar-se
data pode edifício mo-
A obra é um
do Paraguai. da em 1941.
antes da guerra
cito de to-
distancia- de 4 possuindo
e dêle nobloco pavimentos,
apenas diferente
Está escola mo-
de uma
téc- dos os requisitos
no seu preparo
do em um ponto:
não es-
2." reinado, derna.
No
nico e espiritual.
em
do localizado nesta praça,
militar pais pronta Também
tava a conciência
estava M., ergue-se o
ttcnia à E. E.
nem sua oposta
a posição
para guerra,
em Técnica do
fazer nova Escola
Tudo estava por da
aprimorada. prédio
e mo-
sempre de instalações
¦virtude a que dispondo
do Exército,
pacifismo
coma e ex-
Hoje, laboratórios gabinetes
nos devotamos. dernas para
felizmente
amplas e
mundo, acha-se ainda salas
do tendo
anormal perimentais,
situação
em comuns e um
entrar aulas
o exército para confortáveis para
preparado lem
e conciência. auditório e projeções.
com energia salão de
ação. Fa-lo-á
sacrific Linhas sóbrias
Os 4
são imensas. também pavimentos.
As tarefas

moderna.
de arquitetura
enormes.

exercito Club, em
do do antigo
Realizações Na área Jockey

brasileiro a cons-
o exército
Triagem, realizou

de obras que
de um conjunto
e trução
artigo, analisar
neste
Cumpre-me, Estabelecimentos
foram denominadas
nosso exercito,
do
a evolução de
mostrar São 14
- Ministro Mallet. pavilhões
a expôs
tempos segundo
dos do
através material de engenharia,
depósitos do
Paula Aquiles,
recente de
do livro material vete-
ção sanitário e do
material
O povo poderá
em Marcha.
O Brasil laboratório
e mais o químico-
tem tra- rinário
se
bem quanto
destarte avaliar A terminação
militar.
farmacêutico*
fez na adminis-
se
e quanto todos os
talhado foi, sob pontos,
desta obra
trabalho
Este gigantesco ma-
tração militar. retirou esses
e ín- importante, porquanto
honra um governo
do exército antiquados e
teriais de prédios
no futuro.
funde confiança inicio em 1938
As obras tiveram
prios.
mag-
militar avulta pela
engenharia em 1941.
A e terminaram
Sucessiva-
suas realizações. Co-
nitude de Forte de
de Paz do
de O Quartel
direção dos generais
sob a de
mente de 2
composto pavilhões
Lúcio Este
e pacabana,
Manuel Rabelo a
divisão foi construído para
Raimundo 3 pavimentos,
de brigada
e do instrução mi-
ves general
e o material para
coma"d? tropa
no
atualmente í e conclui-
.Sampaio, em 1939
Foi iniciado
substituído litar.
sendo
4* Reqião Militar,

do em 1941.
setor militar pelo ge-
neste importante
a
Amaro Bittencourt
neral de brigada
e no Militares
realizou nas Regiões
de Engenharia Obras
Diretoria
-
obras de gr
está realizando
momento
Brasil e para
defesa do da
a a obra
de vulto para e terminada
Foi iniciada
a
de seu exercito,
da 1.* Região
o desenvolvimento do comandante
residência
mw «jm-
obrao Telégrafo foi
grande No morro do
primeira Militar.
da Guerra
do Palácio General
edifício de Tiro
a Linha
ponente construida
elabora-
fôlego dos planos despesa de
\Z «vela o com uma
Eurico Dutra,
to-
estão funcionando da
No Fica no fundo
<ios. prédio 170. OCX),00.
Cr$
da Guer-
do Ministério a
.dos os serviços Vista e destina-se
da Boa
Quinta
a cujo
das Armas, de as
da Diretoria havia
ra; a necessidade que
suprir
de En-
a Diretoria cor-
¦conjunto tiros de
pertence militares, guerra,
unidades
das lns-
e serviços instru-
e escolas de
genharia (D.E.),
1. porações policiais
da
General ar-
e do Quartel o tiro das
petorias militar exercitarem
sa- ção
há um majestoso
Militar, e
Região sem se locomoverem para
mas portáteis
Ainda per- "stand"
recepções. Militar.
lão nobre para, de tiro na Vila
o
Cristiano
alas da praça
nas
manecem, de ofi-
os construídas residências
da Gávea, Foram
da rua Visconde
Otoni e na
Hermes,
no Forte Marechal
rfai»
velhos pavilhões. construído
Está sendo
Vila Militar.
do Es-
nova Escola
a Instrução e
Foi construida de
D.E. o Centro
de La- pela
na praça
Maior, localizada
<ado
O NOVO EXÉRCITO DO BRASIL 113

Regimento de Artilharia Antiaérea raí, de São Luiz, de Dom Pedrito e de

em Deodoro. E' um São Borja.


(C.I.R.A.A.)

conjunto de com capacidade


pavilhões
Na 4.* R.M. Obras: novos
pavi-
1.000 homens e mais os alunos do
para
lhões da fábrica de Bicas, em de
Juiz
Centro. Foi iniciada a construção em
Fora.
de 1942 e está sendo ativa-
princípios

da. Na 5.* R.M. Obras: da


quartel

Companhia Independente de Fronteira

A D.E. fez construir a Vila Militar


da Foz do Iguassú, o do 14.°
quartel
de Petrópolis e o novo Quartel do 1.°
B.C., e novo do 32.® B.C.» de
quartel
B.C. Para residência de oficiais
que
Blumenau. E' um modelo.
quartel
servem no 1.° B.C. havia necessidade
Quartel, do 5.° Regimento de Cavala-

de um conjunto de casas, uma vez


que
ria Divisionário, em Boqueirão, a Li-

seria util a residência ao


próximo
nha de Tiro de Curitiba, o Círculo

e isso foi construída uma


quartel, por Militar de Paraná e depósito do
o

vila militar, havendo duas casas


para
S. M. B. R., de Curitiba.

superiores e outras menores. O ?


oficiais

uma nova Na 6.a R. M. Obras : o novo


1.° B.C. necessitava de quar-

tipo mono- tel do 19.° B.C., em Salvador, e o


sede. Foi adotado o
quartel

o é novo do 28.° B.C., em Ara-


bloco sua construção, qual quartel
para
caju.
um conjunto em LI, com três
pavimen-

tos. São obras e modernas.


grandiosas
No Nordeste, na 7.a R.M. Obras

A obra da D.E., sem dúvi-


grande realizadas: o novo do 29.° B.C.,
quartel
da, é a nova Academia Militar das
em Natal, a ampliação do B.C.,
para
Agulhas Negras, na cidade de Resen-
o alojamento do 16.° R. I., e
quartéis
no Estado do Rio de E'
de, Janeiro.
de emergência, em Natal, um
para
uma obra de monumental conjunto,
Grupo de Artilharia Antiaérea, um Gru-

ocupando extensas áreas de terreno


Movei de Art. de Dorso e uma
po
à cidade de Rezende, entre o
próximos Cia. Supl., em 1941.

rio Paraíba e o maciço de Itatiaia. A

1) conjunto Na 8.a R.M. Obras: o novo


obra é a seguinte: prin- quar-

3) tel do 24.° B.C., em São Luiz do


cipal; 2) de contingente;
pavilhões

cada Maranhão à 10."


de báias e anexos (hoje pertencente
pavilhões para

do hos- R.M.), o novo do 26.° B.C.,


uma das armas; 4) quartel
pavilhões

residencial em Belém, e o novo hospital militar


e isolamento; 5) bairro
pitai

campos de divisionário, em Belém, e ainda a vila


de oficiais é sargentos; 6)

res- militar de Óbidos.


desportos e de instrução e
parque,

saltando o e as
grande picadeiro pis-
Na 9.R R.M., o depósito do S.M.B.R.

cinas. Uma caixa dágua com-


grande Grande), além de
(Campo outras

e magnífico conjunto. A obra


pleta obras.

teve início em 1938 e está bastante

tendo os da Esco- Remodelações e ampliações foram


adiantada, pavilhões

ditos, ficado inúmeras as efetuadas D,E. Entre


la, prontos. pela
propriamente

A obra está orçada em Cr$ outras: a reforma radical do


quartel

sendo superintendida do Batalhão de Guardas, em São Cris-


í00.000.000,00,

Afonseca. São essas as tovão, o Arsenal de Guerra do Rio de


pelo general

da D.E., na l.a Região. a Policlínica Militar, o H.C.E.,


obras Janeiro,

estando em utilização os seguintes


2.a R. M., foram construídas a


Na novos a) clínicas especiali-
pavilhões:

vila militar de Quitaúna, várias espé-


zadas; b) neuro-psiquiátrico;
pavilhão

cies de obras destinadas ao Forte de


c) das irmãs zeladoras. Tam-
pavilhão

da defesa de Santos, e a
Munduba, bém no Hospital Veterinário, Colégio

de base dupla do Piquete. E'


fábrica Militar e Fábrica de Bom Sucesso.

esta última uma das mais importantes

obras se fizeram no exército. Uma


que
Um fecundo
qüinqüênio
obra de conjunto especial, com
pavi-

Ihões construídos com tijolos leves.


São êsses os feitos da D.E.,
grandes

M. Obras: novo Hospital neste último Pelo exposto,


Na 3.® R. qüinqüênio.

M. D.), as vemos o exército tem trabalhado e


Militar Divisionário (H. que

de aparelhado tôdas as suas Regiões JWii-


vilas militares de Uruguaiana, Qua-

— F. 8
113.773
CULTURA POLÍTICA
114

ma- à fábrica de Itajubá»


do seu pesada. Quanto
litares, além de renovação

armas e
ao proditâu portáteis (fuzis
terial e do auxilio govêr- que
que presta
várias fases
todo mosquetões), passou por
no na abertura de estradas por

desenvolvimento. Em 1933 fun-


defesa na- em seu
o tuc*o fazendo pela
pais,
a fábrica de canos, substi-
dou-se para
ciona!.

tuir os fuzis Mauser, ordinariamente


que

realizou e após 5.000


Na abertura de estradas, se apresentavam descalibrados

cons- tiros. Em 1935 fundava-se a sua ofi-


realizando a D.E.: estradas
está

de canos, entrando logo a


Ferroviário; cina pro-
truidas 1.° Batalhão
pelo
Nessa mesma ocasião resolvia-se
duzir.
Sul); estradas em
470 km G.
(Rio
e instalar a oficina de sabres,
fundar
G. Sul). Pelo
construção: 724 km
(Rio
ano depois tinha as suas ins-
um
que
Fer.: estrada em construção:
2.° Btl.
Tão foram
talações prontas. grandes
Rodo-
780 km Negro-Caxias).
(Rio em
seus resultados se
os que pensou
1.° Btl. Rdv.: estradas
vias. Pelo
suas instalações, de modo
ampliar as

252 km Paraná) ;
construídas: (Est.
em fábrica de armas
a transformá-las

km Pelo
em construção: 353 (Paraná).
o foram, desde logo,
portáteis, para que
75 km, além
2.° Btl. Rdv.: concluídas:
as novas oficinas e encomen-
projetadas
3.° Btl. Rdv.:
de muitas em construção. Depois
dadas as máquinas necessárias.

construção :
concluídas : 150 km ; em
fase, em empregar a
dessa pensou-se

4 .• Btl. Rdv.: concluídas:


54 km. nacional. Iniciaram-se,
matéria
prima

Grosso) e em constru-
998 km (Mato nessa ocasião, nos laboratórios
quatro

e 220 km a se iniciarem. Física e


218 km da fábrica Química,
çâo (Balística,

do 1* Btl. de Pontoneiros o obten-


A cargo Metalografia), os estudos para

as obras especiais da Comissão de aço nacional. Em 1937 a usi-


estão ção

Obras de Piquete, Resen- aço em barras


Especial de na de Sabará produzia

36 km concluídos devidamente forjado e tratado tèr-


de e Bicas, com já. que,

micamente nas oficinas da fábrica, tor-

de 1931-41, despenderam
No decênio
nou a fabricação de canos
possível para
a de Cr$ ....
os Btls. Fvs. quantia
fuzil, culminando a fábrica na sua fase
ano, as ver-
82.200.000,00. No corrente

de material bélico a na-


18.000.000,00. produzir para
bas se elevaram a Cr$

Também a munição de infantaria


orçamentárias o ção.
As dotações para pros-

a cargo da foi resolvida, a Administra-


seguimento das ferrovias, possuindo

de Estradas de da Guerra duas fábricas de car-


Comissão Construtora ção

do País, atingem a soma Realengo e a


Ferro do Sul a fábrica do
tuchos:

de Cr$ 51.000.000,00. Brasileira de Cartuchos, a


Companhia

ao Estado.
e a de primeira pertencente
No decênio 1931-41, partir

encarregadas de
1938, as comissões
Além de outras fábricas, que produ-

de rodovias despenderam
construção
vez mais, o exército brasi-
zem cada

cerca de Cr$ 51.000.000,00.


as suas fon-
leiro vê desenvolverem-se

de materiais bélicos,
tes de produção
renovação e aquisição de
Quanto à

indústria civil e ajudado


auxiliado pela
e material bélico, o exército
armamento

irmãos americanos. Assim,


estar à al- nossos
tem trabalhado e pelos
procurado

atuais exército fazer frente aos


tura dos acontecimentos para o pode gran-

as eventualidades com encargos a nação lhe recomen-


enfrentar des que
poder

e fôrça. Dos estabeleci- os seus feitos no


dou. São
proficiência grandes

militares se
mentos principalmente militar; maiores ainda e muito
terreno

com a indústria do armamento:


ocupam são os seus atuais
mais importantes

Guerra do Rio e a fá-


o Arsenal de
feitos de retaguarda, na mobilização

Itajubá. No último lustro, de


brica de e de
sempre crescente de seus homens

o Arsenal de Guerra entrou


1935-40,
material, êles le-
seu para que possam
fase, abandonando o fabrico
em nova
var o Brasil, agora integrado no

bélicos rudimentares, e
de materiais pro-
das Nações Unidas, à vitória com-
seio
o seu operariado na
curou lançar pro-

contra os nossos inimigos co-


material mais importante, pleta
dução de

da indústria semi- muns.


atingindo o estágio
A e a civil
guerra química população

GUILHERME GEISSNER

Engenheiro Alta Escola Técnica de


químico pela

Viena. Químico do Ministério da Agricultura. Ex-

da Faculdade Nacional de Filosofia da


professor

Universidade do Brasil. Ex-professor do curso de

Industrial da Escola de Engenharia de


Química

Pernambuco


PRODUTOS I Os de
químicos principais gases

ser emprega- combate


que podem

OS
dos no ataque aéreo con-
Excluídos alguns elementos, to-

os seguintes :
tra cidades são
dos são compostos orgânicos e

— asfixiantes ou derivados clorados de


A os geralmente
gases

hidrocarbonetos. Foram utiliza-


de combate;

dos alemães,
primeiramente pelos
— de fumaça e
B as cortinas
em abril de 1915, no setor de

bombas incendiárias.
Yprès, durante a Grande Guerra.

No trabalho estuda-
presente Dividimos estes em
gases qua-

mos apenas os de comba-


gases tro :
grupos

dado a certos lí-


te, nome
gases,
— Vesicantes;
e finos, cau-
quidos pós que por

— Substâncias eletivas
para
sa de suas preju-
propriedades

os
à saúde são usados na pulmões;
diciais

— Substâncias lacrimogêneas;
Antes de tratar da
ques-
guerra.

— Substâncias irritantes do
isto é, constatar se há
tão em si,

aparelho respiratório
não de serem as (provoca-
ou
possibilidade

dores de espirros) .
civis atacadas com
populações
— Vesicantes —
certas obser^ 1 Com êste
êxito a segundo
gás,

E.U., na In- nome designamos os compostos


vações feitas nos

vesículas
e Alemanha, apresenta*- que produzem
químicos
glaterra

os na superfície do corpo humano e


mos noções sobre
principais

emprêgo e animal, tanto exterior como inte-


asfixiantes, seu
gases

eles. riormente.
a defesa contra
116 CULTURA POLÍTICA

No início da Grande Guerra Trata-se de um bem de-


grupo

mais de 70 vesicantes eram co- finido de compostos, designado

nhecidos ciência, dos alemães como substâncias


pela quais pelos
"Cruz

apenas 2 foram realmente empre- de Verde".

na ao
gados guerra, passo que
Sob o de vista
ponto químico
mais outros 3 estavam em via de
e fisiológico ser divididas
podem
investigação ou fabricação no fim
em 2
grupos:

dela. Ocupamo-nos aqui sòmen-

A ^
substâncias simples ele-
te com os 2: o sulfeto
primeiros

tivas os derivadas
de atilo diclorado etilo-dicloro- para pulmões,

do cloro;
arsina.

B —
substâncias tóxicas eleti-
Sulfeto de etilo diclorado

vas os derivadas
— H2]2 para pulmões,
Cl C S).
([C

do arsênio.
E' um líquido
que prejudica

O age apenas
os tecidos, mormen- primeiro grupo
gravemente

localmente sôbre o sistema


te nos olhos e nas vias respira- pul-

monar, ao o segundo
tórias; tem cheiro semelhante à passo que

exerce um efeito adicional de en-


mostarda. .

venenamento sistemático em vir-

Denominações lhe foram


que
tude do arsênio contém.
que
dadas :

A Substâncias simples eleti-

a) pelos ingleses e americanos:


vas os
"Mustard para pulmões.

Gas" de mostar-
(gás
Cl2)
(Cloro
da);

"Yperite";

b) pelos francesos: E' um amarelo-esverdeado,


gás
"Lost".

c) pelos alemães: de cheiro sufocante e foi des-


que

coberto em 1774.
Etilo-dicloro-arsina H5 Ci>
(C*

As).
Fosgênio O Cl2).
(C

E' um líquido de
propriedades E' o cloreto de carbonila, um

vesicantes
pronunciadas. incolor, líquido abaixo de
gás

— 8°C.
2 Substâncias +
eletivas
para

os — Provoca o tumor do e
Em são li-
pulmões geral pulmão

com uma secreção líquida causada


de ebulição
quidos pontos pe-

relativamente la asfixia do atacado.


baixos e altas
pres-

sões de vapor. Por isso são volá- Cloroformiato de metilo


per-

teis, formando não constan-


gases clorado C O O —
(Cl C Cl3).

tes lançados de seus reci-


quando
E' de ação fisiológica seme-

pientes.
lhante à do fosgênio, embora seja

O resultado menos lacrimogêneo e mais


de sua su-
principal

ação fisiológica de ofender focante este.


o sis- que

tema do corpo consiste


pulmonar
Denominações dadas :

em originar a de uma
passagem "Disphos-
a) pelos ingleses :
secreção líquida do sangue
para

os mui sacos gene";


de ar,
pequenos
"Surpali-

obstruindo assim o b) pelos franceses :


do
provimento

sangue com oxigênio. te";


A GUERRA QUÍMICA 117

"Perstoff".

c) alemães: B —'
pelos As substâncias do segun-

Cloropicrina —
Cl3 N 02). do são: cloro-acetona,
(C bro-
grupo

mo-acetona, iodo-acetona, acroleí-


Também denominado clorofór-

na, cloro-picrina e cloreto de fe-


mio nitrado, é um líquido
que pe-
nil-carbil-amina.
sado, de cheiro extremamente
pe-

Com relação à cloro-picrina e


netrante, de efeito lacrimogêneo e

ao cloreto de fenil-carbil-amina,
causador de vômitos violentos.

os seus efeitos aos


prejudiciais
Além das substâncias citadas,
são tanto mais
pulmões pronun-
foram utilizadas várias outras
ciados do os seus efeito la-
que
derivadas do cloro.
crimogêneos, esses compos-
que

B —
Substâncias tóxicas ele-
tos comumente se classificam co-

tivas cs
para pulmões. mo substâncias eletivas os
para

Fenil-dicloro-arsina H5
([C6 L
pulmões.

Cl As).
4 —
Substâncias irritantes do

Etilo-dicloro-arsina H5 As aparelho respiratório


(C2 (provoca-

ci2). doras de espirros) —


Formam um

Denominação bem definido e


dada ale- pequeno grupo
pelos
"Dick".

mães designado alemães como as


: pelos
"Cruz

substâncias de Azul".
Fenil-dibromo-arsina H5
(C6

As Br2). São as seguintes: difenil-cloro-

arsina, etilo-carbazol, difenil-ami-



3 Substâncias lacrimogêneas

na-cloro-arsina, fenil-dicloro-ar-
¦—¦ Têm um efeito específico sô-

sina, etc.
bre os olhos, devido à sua ação

na mucosa nasal e a de revesti-

II — Emprego dos
mento do ocular, gases
globo pálpe-
asfixiantes
bras, etc.

Num ataque aéreo a con-


Dividem-se gás
naturalmente em 2

tra cidades, a maior dos


parte
:
grupos

utilizados têm
produtos químicos

a) substâncias simples lacrimo- ser lançados mediante bom-


que

em concentração bas ou outros recipientes. Sò-


gêneas, que or-

dinária de campanha afetam ape- mente líquidos do tipo do de


gás

nas os olhos; mostarda ser espalhados


podem

diretamente do avião.
b) substâncias tóxicas lacrimo-

em concentração or-
gêneas, que
III Defesa contra
gases
dinária de campanha não afetam
asfixiantes

somente os olhos, mas também

Os contra ataques
exercem certos efeitos tóxicos preparativos

aéreos a em resumo, são os


contra outras do corpo. gás,
partes

seguintes :
— do
A As substâncias
pri-

— Providenciar material de
meiro são: etilo-bromo-
grupo

acetato, brometo de benzilo, bro- proteção;

mo-metilo-etilo-cetona, iodo-ace- — Organização de turmas de

tato de etilo, iodeto de benzilo, homens, destinados a extinguir os

etc. efeitos dos de combate;


gases
CULTURA POLÍTICA
118

entretanto, afir-
abrigos; sunto,
— Arranjo de podemos

não se des-
mar recentemente
que
Providenciar assistência

nenhuma substância tóxica


ccbriu
médica;
de mostarda. De-
superior ao
gás

Distribuição de instruções

vemos tomar em consideração

o
para público. de uma subs-
da
que preparação

itens, cita- tóxica êste resul-


êstes tância mais que
Sem detalhar

taria um demasiadamente
mos apenas as partes perigo
principais

a fabricação em
do material de
proteção: grave para

escala. Lembramos
que
grande
a) máscaras contra
gases;
de de mostar-
numa fábrica
gás

b) substâncias neutralizantes
dos E.U., du*-
da do exército

de combate de
de (cloreto
gases mês do ano de 1918,
rante um

cal, etc.);
mais baixas do em
houve que

c) roupas especiais de equiva-


prote- unidade militar
qualquer

uso das ocupa-


ção pessoas lente em tamanho, em
para período

durante certo tempo nas áreas


das na frente ocidental.
idêntico,

contaminadas. uma fábrica do mesmo


Também

em Avonmouth, na Inglater-
A máscara» era considera- gás
que

ra, todos os seus 1.100 empre-


da definitiva durante a Grande

foram intoxicados, mais ou


Guerra, continha as seguintes gados

menos
num tubo diante da gravemente.
substâncias

boca: a) uma camada de carvão de certos escrito-


A alegação

finamente b) uma novos


res, de serem aqueles
pulverizada; gases

camada de terra cozida impreg- de atravessar


misteriosos capazes

nada de carbonato de sódio; c) carece de fun~


máscara,
qualquer

carvão vegetal ou de sangue; d)


damento científico-técnico, pois

uma camada de im- muito


pedra-pomes as máscaras atuais são

de urotropina, é o 1918, não


pregnada que melhores do as de
que

hexametileno-tetramina. da em
só em virtude
presença,

sua composição, do carvão de

lenha ativo, como também de


— As de êxito
IV
possibilidades
outros elementos mais eficazes
de um ataque aéreo a contra
gás

contra os tóxicos.
a civil
população

De modo
geral, podemos

Ultimamente, têm corrido boa-


dizer as áreas
que que possam

tos mundo afora, baseados


pelo
ser submetidas à ação do em
gás,
também em alarmis-
publicações
simples ataque, repre-
qualquer
tas, sôbre a descoberta de novos

sentam apenas uma da mé-


parte
tóxicos e de terrível efeito
gases

dia de um distrito de uma


das grande
contra a civil
população gran-

cidade.
des cidades. Fala-se também do

emprêgo de um líquido extrema-


Com um verdadeiro do tipo
"or- gás

mente tóxico, denominado


se fosgênio, é difícil manter uma

valho da morte".
concentração letárgica durante

extenso de tem-
De acordo com a opinião dos
qualquer período

mediante bombas lançadas de


mais autorizados no as-
químicos po
A GUERRA 119
QUÍMICA

aviões cm movimento rápido. superior a 90 metros, o se


que

T eòricamente seria necessário tornaria impraticável numa cidade

uma bomba de 300 libras dotada de defesa anti-


(136 qualquer

kg) apra cada área circular de aérea.

200 metros) de diâ-


jardas (182,8
Conclusões :

metro. Do fato de se conseguir

— Não merecem fé os boa-


com esta distribuição um resul-

tos sôbre a descoberta de novos


tado eficaz somente durante al-

de combate, de terrível
minutos, ressalta logo o gases
guns

efeito.
elevado custo dêsse método de

E' relativamente
os alarmistas pequena
ataque. Afirmam

a de êxito de um
também com sete toneladas possibilidade
que

ataque aéreo a contra


uma gás gran-
de fosgênio se alcançaria

des cidades.
concentração mortal sobre uma

— O do é maior
de cêrca de 500 me- perigo gás
área circular

causa, do
metros de pelo pânico, que que
tros de diâmetro e 5

seu efeito tóxico.


altura, suposto houvesse ex- pelo
que

De todos os meios
e au- quími-
celente condições de nível

cos utilizados num ataque aéreo


sência completa de vento. Ora,

contra cidades, as bombas incen-


vejamos o se deu em Ham-
que

diárias representam o maior


peri-
burgo, em maio de 1928,
por

o foi da-
go, que provado pelos
ocasião de uma explosão
que pôs

nos elas causados na


fos- por guerra
em liberdade 11 toneladas de

atual.
Morreram aproximada-
gênio.

mente 12 ficaram feri- Bibliografia


pessoas,

das outras 12, e 160 sofreram li-

Puig, S. -—1 Curso Geral


Note-se Pe. Inácio J.
conseqüências.
geiras

foram sur- de Química.


os hamburgueses
que

na rua, sem máscaras.


preendidos
"orva< — in
Augustin M. Prentiss Chemicals
ao tão falado
Quanto

War <— New York and London,

lho da morte", ser lançado


para
1937.
de aviões, seria necessário
que

Kendall Breathe Freely.


êstes voassem a altitude nunca James
social
Assistência

aspiração
Casa popular
própria,

Aí. ALENCAR
JOSÉ

Da de Divulgação da Previdência
Comissão

Social do Ministério do Trabalho

re- vel ao ar livre. Essas conveniên-


as épocas mais

figura cias, sob determinados aspectos,


motas, a habitação

DESDE no diz
hu- até hoje,
entre as prevaleceram que
preocupações

respeito às da exis-
manas, embora nem sempre te-
peculiaridades

tência e da dos dife-


nham sido os mesmos os motivos
geografia

núcleos de va-
o homem rentes
jamais pôde população,
por que

riando, apenas, à maior


do teto. Das cavernas quanto
prescindir

vivia ou menor influência civilizadora


em na era
que, paleolítica,

às to- a cada um tenha chegado.


o homem de Neanderthal, que

Assim, tanto subsistem, ainda, a


cas e escoderijos em se re-
que

tribus, a mo- maloca do nambiquara e a ten-


fugiavam as velhas

imposição da do árabe nômada como o ran-


radia foi uma criada

cho das margens alagadiças do


necessidade de
pela proteção pes-
"tipí"

hostilidades do Amazonas, o dos indígenas


soai contra as
"iglus"

meio físico. Resguardando-se das da América do Norte, os


"isba"

dos da sei- dos esquimós, a dos rus-


intempéries e
perigos

va os cercava, os sos, as tabas flutuantes dos


que primitivos pes-

do mundo buscavam cadores chineses, os mocambos do


povoadores

abrigo nos acidentes topográficos, Recife. Remanescentes dos mais

facilmente adaptáveis às suas con- recuados do


períodos progresso

dições de vida rudimentar e obs- social, êsses refúgios utilizados

cura. Posteriormente, foram sur- diversas raças, nas várias


pelas

os tipos de residências la- fases da sua evolução, em nada


gindo

custres, em cuja construção se aproximam da verdadeira ca-


pas-

saram a certas con- sa contemporânea, compreendida


predominar

veniências, inclusive a de assegu- esta, não como simples aposento

rar às atividades de trabalho, co- destinado a individual ou


pouso

mo o talhamento do sílex e a familiar, mas como instrumento

confecção de de de aperfeiçoamento moral das


petrechos pedra

a não seria das sociedades. Ao instinto de


proteção que possi-
' -
I^T*v?V ^**7* .
%s^r ;'*<
%

CASA PRÓPRIA, ASPIRAÇAO POPULAR 121

conservação, levava os nos- escolhidos técnicos


que pelos de
pro-

sos longínquos ascendentes a se Na maioria dos casos,


paganda.

recolherem no subsolo e nas as apregoadas liberalidades, ofe-

criptas, seguiu-se o ideal de con- recidas apenas como sugestão

fôrto sugerido recursos da estão condicionadas


pelos publicitária,

engenharia, da arquitetura e do a de espera são um


períodos que

urbanismo, tudo de fácil aplica- desafio à dos


perseverança pre-

depois do advento da má- tendentes. Entretanto, o número


ção

É, como objeto dês- dêstes é cada vez maior, reve-


quina. pois,

se ideal e em função do re- zando-se os desistem


que que pelos

como fator de equilíbrio novos habilitandos, não faltando


presenta
"guichets"

e tranqüilidade coletiva a nunca nos de sorteá-


que

casa constitue um de rios e vendas a solícitos


problema prazo

de maior relevância, a o Es- candidatos aos favores da fortu-


que

tado dispensa especial ateiíçãc. na, como lotérico, ou como


prêmio

Da sua solução depende a de remota compensação das contri-

muitos outros e também impor- buições mensais se


que prolon-

tantes. não ser con- anos a fio. Isso demons-


que poderão gam por

siderados e resolvidos isolada- tra como se tornou


generalizada

mente e sim em conjunto, levan- entre nós, a da casa


preocupação

do-se em conta as suas afinida- e como foi oportuna e


própria

des econômicas e a intervenção do Govêrno


políticas. justa

no assunto, intermédio dos


por

órgãos competentes. É certo


que
Aspiração
popular
dêsse modo se criou, os in-
para

teressados menos esclarecidos em


Para as classes médias e
po-

relação à uma
questão, perspec-
a habitação não é, ape-
pulares,

tiva excessivamente otimista,


que
nas, uma necessidade as
que pre-

não deve ser alimentada. É o


ocupa mais do ou-
que qualquer

caso da considerável
percentagem
tra. É uma as-
principalmente

de de diferentes ca-
de bem-estar, em busca profissionais
piração

tegorias, cujos orçamentos do-


do todos os sacrifícios se
qual

mésticos não comportariam os


afiguram em confronto
pequenos

ônus decorrentes das chamadas


com a desejada recompensa da

operações imobiliárias. Para os


obtenção de um imóvel. Não há

se acham nesta contingên-


que
mais modestos
profissional, por

cia, entretanto, a solução


praticá-
sejam os seus recursos,
que que

vel é a moradia alugada a


pre-
não tenha a ambição de cons-

módicos, como se acha


ços previs-
truir, com a aquisição de uma

ta na respectiva legislação e com


casa, o sonhado de
patrimônio
o se atenderá à situação de
é a que
família. Essa ambição, aliás,

uma massa operária


grande que
estimuladora da clientela dos or-

de outra maneira ficaria excluí-


de expio-
ganismos particulares
da da considerada,
proteção jus-
ração do comércio imobiliário,

tamente, essencial à melhoria das


cujas vantagens, muitas vezes,

suas condições de vida.


não são, na realidade, tão con-

cretas e fáceis como se insinua Assim, se a casa é a


grande
"slogans"

inteligentemente da totalidade dos


nos
preocupação
CULTURA POLÍTICA
122

entre outros alvitres, atri^


de menores recursos,
brasileiros jetivo,

aos Institutos e Caixas o


de buiu-se
é também um que
problema

de a exe-
vem cuidando encargo
atual Govêrno promoverem
o

cução de de construções
tanto maior interêsse planos
com quanto

através de operações
figura hoje entre os
é certo populares,
que

além de atender ao interêsse


de superior impor-
considerados que,

imediato, constituem uma


E, nesse social
tância administrativa.

forma de a aplica-
o se conseguiu garantia para
particular, que

reservas disponíveis. Inte-


anos, em todo das
fazer nos últimos ção

mais com essa determinação,


representa um dos
o grava-se,
país,

de atividades de tais
testemunhos de capa- no
expressivos programa

órgãos a maior aspiração dos seus


cidade e esforço construtivos.

filiados: a casa ou alu-


própria,

mòdicamente.
gada
Encargo da
previdência

Problema de vasta complexi-

havia dade e, o é mais, estranho


Até 1930, tudo que
quanto

legisla- até certa época às cogitações ofi^


nós, em matéria de
entre

a habitação operária tor-


sociais, resumia-se ciais,
e seguro
ção

adstrito nou-se, ultimamente, assunto de


num sistema de amparo

sen- estudo e debate entre técnicos


e ferroviários,
aos
portuários

o a opinar, ou apenas
limitadíssimo chamados
do,
portanto,

Ressen- atraídos simples curiosidade


campo de sua aplicação. por

de ba- Todavia, se no cur-


tia-se ainda êsse sistema
profissional.

fa- das discussões a matéria ca-


técnicas eficientes so
scs que

da vez mais se esclarece em


vorecessem o seu desenvolvimen- pro-

veito da melhor solução a adotar-


os de insucesso.
to, sem
perigos

outro lado, nem tôdas as


ano, instituía-se se,
Depois daquele por

firmadas são aceitá-


social no conclusões
de fato a
previdência

be- isso algumas não


logo os veis,
Brasil, estendendo-se por que

aos se conciliam com a realidade


do regime anterior ge-
nefícios

uti- conhecida. Estão nesta


das emprêsas de ralmente
operários

a as se inspiram na
sucedendo-se hipótese
lidade que
pública,

de Aposenta- errônea suposição de


reforma das Caixas que já po-

inclusão de ser muito maior o vulto dos


e Pensões e a deria
doria

nos resultados obtidos até agora com


novas categorias
profissionais

de segurados. a aplicação dos


respectivos programas que
quadros

do as autarquias de or-
E em 1933, com a criação previdência
pri-

Marítimos, tendo em vista a con-


meiro Instituto, o dos
ganizam,

de âm- solidação de um dos aspectos


. de cinco outros,
seguido

abrangendo tôdas mais importantes da obra social


bito nacional e

estabelecia realizam. Nem êsses resul-


as classes, o Govêrno
que

do regime tados comportam restrição, nem


os rumos definitivos

não só o espaço de tempo empregado


com ia,
que proporcionar

trabalhadora, consegui-los tor-


assistência à massa permitiria
para

no sentido ná-los materialmente mais amplos


também intervir
como

do êles se apresentam, como


de assegurar às suas
possibilida- que

me- índice do trabalho empreendido e


econômicas um
des padrão

Com êsse ob- como estímulo ao


nos desalentador. prosseguimen-
CASA PRÓPRIA, ASPIRAÇAO POPULAR 123

to de novas e inicia- Instituto dos Comerciários,


proveitosas que,

tivas. É isto, menos, o além de 76 casas nesta


pelo que prontas,

as estatísticas confirmam, exclu- cidade, tem em construção na zo~

indo, com o testemunho dos nú- na suburbana, entre outros, um

meros, alegação em con- de mil, estando em anda-


qualquer grupo

trário. mento vários de obras,


projetos

Algumas inclusive as da Casa dos Comer-


realizações

ciários, com instalações dois


para

Contornando dificuldades de mil moradores. Para


prossegui'-

ordem técnica e administrativa, mento tão largo


de
programa,

inevitáveis na execução de tra- aludidos Ins-


dispunham então os

balhos demandam estudos e titutos de mais de 16 milhões de


que

da mais alta res- metros de terrenos,


providências quadrados

como seja a apli- elevando-se o total das inversões


ponsabilidade,

cação de disponibilidades, os Ins- imobiliárias a Cr$ 18.961.322,00,

titutos e Caixas conseguiram su- assim distribuídos: Cr$

em construções operárias, 87.535.211,00, Industriários; Cr$


perar,

muitos dos seus congêneres do 51.887.479,00, Comerciários; Cr$

estrangeiro, levando-se em conta 30.460.155,00, Bancários; Cr$

a circunstância de aqui foi há 7.560.647,00, Transportes e Car-


que

anos se começou a Cr$ 6.870.486,00, Maríti-


poucos que gas;

atacar o Apesar disso, mos; e Cr$ 5.147.344,00, Esti-


problema.

só as Caixas haviam construído, va.

até o semestre do ano


primeiro
Como se vê, uma bem
parcela
findo, 3.234 casas, sendo 1.288

vultosa da riqueza nacional está a

em São Paulo, 804 nesta capi-

serviço da ação com o Es-


que
tal, 515 no Rio Grande do Sul,

tado vai em socorro de tôdas as

273 em Minas Gerais e as res-*

classes contribuem o
que para
tantes em outros Estados,
perfa-
engrandecimento do Às ci-
país.
zendo um capital aplicado de

fras acima, se reportam só à


que
Cr$ 94.160.182,40.

aplicação de reservas dos Institu-

Ainda até aquele ou tos e Caixas de Aposentadoria e


período,

há um ano, e de acordo com Pensões, acrescentar-se-ão as re-


seja

os dados estatísticos colhidos ferentes aos encargos das demais


pe-

la Divisão Imobiliária do Depar- modalidades de benefícios, como

de Previdência do Con- invalidez e morte, e


tamento seguros por

selho Nacional do Trabalho, os as representam as iniciativas


que

haviam construído . . . e o do Instituto de


Institutos
patrimônio

1.332 além de 6.128 Previdência e Assistência dos


prédios, que

em construção e Servidores do Estado, cuja obra


estavam que

atualmente se acham concluídos, constitue também um dos aspec-

dando, um total de . . tos mais apreciáveis do nosso se-


portanto,

7.460. Ocorre ainda do social.


que, pri- guro

meiro semestre de 1941 a esta Aspecto social

data, tôdas as instituições


quasi

inauguraram vilas Sob de vista,


de qualquer ponto
previdência

destina- o da casa nun-


e conjuntos residenciais, popular
problema

como o ca ser encarado senão em


dos aos seus segurados,
poderá
POLÍTICA
124 CULTURA

com as suas necessidades, é nor-


conjunto, considerando-se prin-

com teada um elevado espírito de


cipalmente a sua correlação por

e equilíbrio social. Na
outros de igual interêsse justiça
público.

elaboração dos a
O aspecto social, entretanto, pre- planos para

e, construção de ou
domina sôbre os demais grandes peque-
por

cui- nos núcleos residenciais nunca se


mesmo, é o maiores
isso que

de vista os elementos in-


tem merecido dos
dados e estudos perdem

No dispensáveis ao aperfeiçoamento
técnicos e das autoridades.

físico e moral dos respectivos mo-


Panamericano da
V Congresso

em radores, em todos
Vivenda Popular, rcünido prevendo-se

foi ven- êles, não só as conveniências de


Buenos Aires, o assunto

salubridade e higiene, como as de


com especial atenção, figu-
tilado

educação, esporte e religião. O


as conclusões apro-
rando entre
"recomienda
fo- Chefe do Govêrno, ao
vadas a el próprio
que

co- examinar certa vez a de


mento de estas construciones planta

con- um bairro operário a ser construí-


mo médio indispensable
para

Ias na- do, assinalou o local onde deveria


el órden social en
servar


ser levantada uma capela de-
como el mejor elemen-
ciones
y

talhe não havia ocorrido aos


to levantar el nivel cultural
que
para

los favorecidos". Por autores do


moral de projeto.
y

outra conclusão, reconheceu-se


Ainda outra conclusão do men-
"Ias

instituciones de crédito
que
cionado Congresso, cujo
princí-
todos los deban ayu-
de
países
se acha integrado na nossa
pio
dar esta importante obra debe
y
legislação sôbre a matéria, é a

al convecimiento de los
llevar-se "que

considerou el
que problema
capitalistas la obligación en
que

de la vivienda debe solucionar-se


están de mejorar Ias condiciones

buscando de la cons-
de Ias clases inferiores como me- preferencia

trución de viviendas individuales


dida de seguridad social". Subs-

tais conclusões, in- cuya ser adqui-


crevendo por propriedad puede

termédio da sua delegação, o rida los trabajadores


por (em-»

Govêrno brasileiro apoiou naque- obreros) constituien


pleados y y

le certame uma interpretação a


que bien de família". Não é outra

há muito se acha consagrada en-


orientação dos nossos organismos

tre nós e à a
graças qual ques-
de oferecendo
previdência, que,

tão está sendo conduzida o


para
aos seus segurados a
possibilida-
almejdo desfecho.
de de adquirir teto, o fazem de

Relmente, tôda a ação oficial modo a êste se torne, com


que

desenvolvida, no sentido de o desaparecimento do beneficiá-


per-

mitir às classes menos favoreci- rio, dos seus herdei-


patrimônio

das teto econômico e de acordo ros.


Rápiaa visão dos seguros sociais no Brasil

GERALDO GALENO MEGALE APOCALIPSE

seguros sociais, no Bra~ todos os exercem ati-


gendo que

sil, tiveram início, real- vidade como empregados de com-

OS
mente, com a lei n. 4.682, de serviços
panhias públicos.

de 24 de fevereiro de 1923,
que,
Foi tal o alcance desta medi-

em boa hora, mandou adotar


pa-
da logo o número de Caixas
que
ra as emprêsas ferroviárias
par-
atingiu a cifra de 186, hoje redu-

ticulares o salutar regime de apo-


zidas a cêrca de 90, motivos
por
sentadorias e
pensões.
vários, de caráter técnico-admi-
%

Como ato complementar, logo nistrativo.

a seguir, em 1926, a lei n. 5.109,

de 20 de dezembro, estendeu os

Criação dos Institutos


favores das aposentadorias e
pen-

sões às outras estradas de ferro

Os Institutos de Apo-
grandes
em e as companhias de na-
geral
sentadoria e Pensões constituem
vegação e de exploração de
por-
a fase magna do desenvolvimen-
tos.

to dos seguros sociais no Brasil.

Período das Caixas


Tiveram início com a criação

do Instituto de Aposentadoria e

No entanto, o desen-
grande
Pensões dos Marítimos, em 1933.

volvimento veio a ter o se-


que
A êle seguiram: com o decreto

social em nosso meio en-


guro
n. 24.615, de 9 de de
julho
contra as suas raizes na trans-
3 934, o I.A.P. dos Bancários;

formação revolucionária
(tomado
com o decreto n. 24.273, de 22

êste têrmo na sua verdadeira


de maio de 1934, o I.A.P. dos

acepção) o
por que passou país
Comerciários; com o decreto-lei

em 1930, com a implantação do


n. 651, de 26 de agosto de 1938,

novo regime.
o I.A.P. dos Empregados em

Assim é a 1 de outubro Transportes e Cargas


que, (evolução

de 1931, com o decreto n. da respectiva Caixa); com a lei

20.465, se criaram as Caixas de n. 367, de 31 de dezembro de

Aposentadoria e Pensões, abran- 1936, o I.A.P. dos Industriá-


CULTURA POLÍTICA
126

De fato, em 1923, inicio


n. 627,
rios; c com o decreto-lei

observava-se re-
1938, o I.A.P. atividades, para
18 de agosto dc
dc

importância equivalente a
da ceita
evolução
da Estiva (também

13.592:960$501; despesa
Caixa). para
respectiva

saldo ....
I,734:449$482; para

na sua maioria,
Éstes órgãos,
em 1933,
II.585:511$019. Já

estão sendo reorgani-


foram ou
um decênio, temos
decorrido

de melhor se adap-
zados, afim
a receita 101.973:282$535;
para
aos constitucio-
tarem preceitos
a despesa 56.646:863$191:
para
Magna de 1937,
nais da Carta
45.326:419$344. E o
saldo
para
o
institue obrigatoriamente
que era de
patrimônio
acidente de tra-
seguro invalidez,
Em 1939,
279.882:753$868. para

velhice, vida, assistência


balho.
e en-
receita, despesa patrimônio
trabalhador e
ao
médico-higiênica
558.345:064$600, ...
contramos

especial à
gestante.
proteção
161.193:889$600,

161.193:889$500

Desen vol vimento


do
1.392:768$310:800 (Relatório

— 1941).
Ministro

As instituições de
previdência

e Institutos, fiscali-
social, Caixas
Conclusão
Nacional do
zadas Conselho
pelo

ao Mi-
Trabalho e subordinadas
visão da criação e
Desta rápida

Indústria e
nistro do Trabalho,
do seguro social
desenvolvimento

Comércio, velam perfeita


pela
o valor ines-
no Brasil se deduz
de
das leis
execução protetoras,
das ins-
timável da contribuição

e assistência.
previdência e assis-
tituições de
previdência

abrangendo seis
em 1941, e na estabili-
Já tência na economia

89 Caixas, elas com-


Institutos e
dade da Nação.

massa de
a respeitável
portavam movimentando, co-
Realmente,

segurados, sendo
1.835.841 que
milhões de cruzeiros
mo vimos,

ferroviários manti-
30 Caixas de
1939 a receita orçava
para
(em
associados e o
nham 168.906
500 milhões e a despesa
mais de

Industriários ....
Instituto dos
superior a
atingia importância

segurados, alcançando,
800.885
os Institutos e Cai-
150 milhões),

os maiores ín-
êstes órgãos
pois, na
xas são elementos
ponderáveis

dices.
nacional. Além do ele-
economia

época, as mesmas
Pela mesma estas institui-
mento material
que

de aten-
instituições previdência avultam elas
representam,
ções

de 26.953 aposen-
diam a cêrca com o fator moral,
em
grandeza
o
tados e 53.501 escala, e
pensionistas, contribuindo em
grande

eqüivale a dizer-se que


vez mais, a estabilida-
que cada para

des-
80.454 percebiam, meio social, impedindo
pessoas de do que

mais de
e abrigadas, e
cansadas desamparo o desespêro
o gere

Cr$ 25.000.000,00. o ódio e a re-


êste o desassocêgo,

cêrca de 90.000
da receita, volta. Quando
O desenvolvimento

a assistência de
recebem
saldo e o crescimento
despesa, pessoas

em seu
ani- necessitam, quando
é amplamente que
do
patrimônio

movimentam mais
auxílio se para
mador.
OS SEGUROS SOCIAIS NO BRASIL 127

de 25 milhões de cruzeiros; não dezenas de milhares


paraestatais,

se falar em desespêro, não de cidadãos, às mais


pode pertencentes

se odiar» mas, bem con~


pode pelo variadas classes e vi-
profissões,

trário, nascem na alma do homem


vem e constroem com seu labor

a fé, dá forças, e a
que gratidão, fecundo a do fu-
grande pátria

enobrece.
que
turo, certos de encontrarão,
que

necessário, amparo e as-


Sob a égide do Estado Nacio- quando

nal, através de seus organismos sistência.


Produção

da história
O ouro através

ALVES BORGES
JR.
JOÃO

aposentado da Fiscalização
Perito

do Banco do Brasil
Bancária

moedas de ouro semicirculares.


haverá no
nossos dias,

rei da Lídia, reinou


não conheça Creso, que
mundo
quem

EM de 570 e 546 antes


valôr, e não te- entre os anos
o ouro, seu

? cunhou moedas de ouro


sedução de Cristo,
nha ele verdadeira
por

com admirá-
Não é êle um circulares, gravuras
Impossível. pode-

do Estado. Os
dos veis e
instrumento da economia garantia
roso

modernos constata-
arqueólogos
? Quem guerreá-lo,
povos poderá

a existência de uma civiliza-


de con- ram
no seu estado
perfeito

bem adiantada,
Infelizmente, somente ção prediluviana,
ciência ?

dos terrenos de
! A nas escavações
não o
aqueles possuem
que

na índia, e
de bom Mohenjo-Daro, que
humanidade não
pode

desva- do ano de 2900 antes


uma moeda deve datar
aceitar
grado

e de valor de Cristo.
lorizada, sem
garantia

o ouro
escriturai. Desde
quando

shekel não era mais


o O
no mundo ? Quem primitivo
é conhecido

um de cunha-
da ter*- pedaço prata
nas entranhas que
descobriu,

neo- com todos os caracterísiticos


o homem da,
ar ? Possivelmente,

A escrita
A História da Civilização de moeda.
lítico. promessa,

Ouro: a) na de
fixou as Idades do sôbre couro (pergaminho), pa-

na soma, em
cidade do Ur (Mukkayar)', uma determinada
gar

Ásia Ocidental, entre libe-


Suméria, na um meio de
ouro, constituía

2474 e 2398 antes


os anos de ou mais antigo
ração tão antigo

Fenícia, na Ásia,
Cristo; b) na
de moedas. As
tôdas as primei-
que
1000 e 600 an-
os anos de
entre Ásia Ocidental
moedas da
ras

c) na Armênia, ao
tes de Cristo;
foram constituídas por
Menor
na Ásia, entre
sul do Cáucaso,
de ouro e
uma liga metálica pra-
e 700 antes de
de 785
os anos
variável de 65 a
ta, na
da Assí- proporção
rei
Cristo. Senaqueribe,

Essa liga recebeu


80% de ouro.
os anos de
reinou entre
ria,
que
o nome de eletro.
de Cristo, cunhou
705 e 681 antes
HISTÓRIA 129
O OURO ATRAVÉS DA

1, criaram as Casas de Fundições,


Em nossas estatísticas compu*-»

no Brasil, os serviços do
a mundial de ou- para
tadas,
produção

1520, ouro extraído das minas. Tôdas


entre os anos de 1493 e
ro,

minas eram de da
de 162 toneladas mé- as propriedade
foi de cerca

média nação. O aviso de 23 de


de ouro fino ou, em julho
tricas
"05

1831 declarava nacio-


de 5.800 de que
anual, de cêrca quilos.

sociedades de
nais
Presentemente, essa podiam formar
produção

independentemente de
1.000 tonela- mineração
anual ultrapassa

do aca-
ouro fino. Sem licença
das métricas de governoComo

de ver, a exploração do
desviado bamos
considerar o ouro para

Brasil foi iniciada há


entre os ouro no
os cofres
particulares,

anos, ou 57 anos após sua


de 1942, a 385
anos de 1493 e pro-

No
mundial, segundo descoberta portugueses.
dução total e pelos

lucrou o com
ul- entanto, país
estatísticas existentes, já que
as

reserva extraída de
métri- essa enorme
50.000 toneladas
trapassa

de nossas minas, lavras e depósitos


fino. Por ordem
cas de ouro

? Para onde foi o nosso


maiores regiões naturais
as
quantidade,
ouro enviamos
são: Trans- ouro? Quanto pa-
de ouro
produtoras
? Onde se acham as
Inglesa), Ca- ra Portugal
do Sul
vai
(África
moedas de
Rússia, nossas valiosíssimas
Estados Unidos,
nadá,

4 de dezembro de
Nova-Zelân- ouro ? Só em
Austrália e
México,

o Brasil se interessou
e Coréia, 1933 pelo
dia, Rodésia, Japão

fizemos alguma coi-


Índias Britânicas, seu ouro.
do Sul, Já
América

mas muito ainda temos


sa, por
África Ocidental.

em benefício da economia
fazer,

lei sô-
No Brasil, a boas or-
primeira Carecemos de
nacional.

de 17 de dezem-
bre o ouro data bem orien-
industriais,
ganizações
do rei de
bro de 1557 bancárias,
(alvará de facilidades
tadas,

lei concedia aos


. Essa e
Portugal) custeio das explorações
para
de ouro o
de veios
descobridores de facilidades
suas instalações,

as terras e um
direito de explorar do ouro, de
nas negociações pre-

de vinte cruzados por pes- e de


e taxas reduzidas,
prêmio
ços justos

régia de 17 de
soa. A carta julho de incentivo
modo para
geral

mineiros o
16. 8 dava aos pri- de
de A maior
a parte
produção.
de suas mi-
vilégio de exploração ouro trabalha
nossas lavras de

n. 59, de 8
ouro. A lei e
nas de antiquados
ainda processos
por

fixou o novo
de 1833,
de outubro sem conforto
antieconômicos, para

a
monetário; estabeleceu
sem assistência téo-
o faiscador e
padrão

Banco de Circula-
de um
criação
nica.

autorizou o
e Depósito; go-
ção de com-
As nossas operações

com os
vêrno a celebrar, parti-
Banco do Bra-
do
pra, por parte
companhias, contratos
culares ou
imediatas, são bas-
sil, não são

terrenos da nação;
minerar
para Não
tante morosas. possuímos,
do sêlo e criou
o imposto
alterou
de
nos centros
grandes produtores
anual dos escravos.
a taxa
laboratórios de en-
ouro, no
país,

agosto verificação de ti*


de 15 de saio, e
O regimento pesagem

3 de de- outro lado, não se com-


53, e a lei de tulo. Por
de 1603,
§

n. as nossas barras
capítulo 2.°,
zembro de 1750, preende porque

?
— F. 9
113.773
CULTURA POLÍTICA
130

Transval! As reservas de ouro


de ouro não são estandardizadas,

do Brasil são inferiores às dos


no título e na
na forma, no
peso,

Estados Unidos ? Não. E no en~


Continuamos elevan-
rotulagem.

tanto esse ocupa o terceiro


o título de
do exageradamente país

sem nos lugar na escala dos


barras de ouro» grandes pro~
nossas

dutores do mundo. Não nos


com a estandardi- pre-
preocuparmos

ocupemos com o furacão dos


despesas. par-
zação e as

tidários das moedas escriturai,


ouro em
O Brasil pro*
possue
e de troca. Marche-
compensada
seu terrvtório, e
fusão no podia
firmes o futuro, com
mos
para
de mui~
aumentar a sua
produção
confiança no ouro. Êle constitue
anual de
to. A nossa
produção
força econô-
uma
tonela- poderosíssima
é de cêrca de nove
ouro

tnica, no Brasil. O dor*-


gigante
de ouro fino, apenas.
das métricas

enquanto o mun-
me serenamente,
corresponde a
A nossa
produção

do monetário se conflagra.
da do
cêrca de 2,10%
produção
Educação

de Rui Barbosa
Os Pareceres

ii

F. VENÂNCIO FILHO

Professor no Instituto de Educação

natural, ainda As instituições


seria

Pareceres de Rui
hoje, os
Manteem-se as escolas clássicas
COMO mais
Barbosa foram muito

de medicina e de direito. Quan-

se refere ao cha-
extensos no
que
to ao ensino de engenharia, o

do ao
mado ensino superior que
anteprojeto o distribue três
por

Natural, até
secundário. porque escolas: A Politécnica,
pre-

fundamen- bacha-
agora as a conferir títulos de
preocupações posta

de educação cin- rei em ciências físicas e matemá-


tais em matéria

com ticas, engenheiro e en~


ao ensino geógrafo
primário,
gem-se

construtor e telegrafista;
sentimental, de genheiro
feição um tanto

a de Engenharia, os cursos
e o para
é aspecto,
a alfabetização
que
de engenharia civil e a Nacio-
libe-
da formação das
profissões
nal de Minas, em Ouro Preto.

durante largo
rais, circunscrição,

Inicia-se o de criação
processo
à medicina, à engenharia
tempo,
desnecessária de escolas, com alu-

foi e
ao direito. O secundário
e
nos em número deficiente as
que

a ser corredor de
continua pas- variação
bastando a
justifiquem,

O elementar
sagem. dos cursos, conforme as especia-
profissional

claro e defini-
ainda sem conceito lidades.

vo~ Cur-
Por isso, neste Aliás, foi o fez com o
do. primeiro que

Reforma do so Superior de Ciências Físicas


ferata da
lume,
que

e Naturais, criado no Museu Na-


e Superior em
Ensino Secundário

cional. Para conferir o diploma


se consagra a
muito maior
parte
de bacharel em ciências físicas e

êste último.

naturais, aproveitando a opulen-

efeito, a êle se consigna material do mais


Com ta coleção de

os 11 do antigo instituto científico do Bra-


título apenas, sobre
um

sil. Surge também o Instituto


substitutivo.
CULTURA POLÍTICA
132

mir-se em linguagem a
Agronômico, dar primor,
Nacional para

não contém nenhuma fôrça remo-


cursos superiores de agricultura,

vedora, no sentido de criar no-


necessários ao
ao
que parece,

vos órgãos ou funções, como se-


mas aguardou quase
país, que

os cursos formação de
meio século ser realidade, para
para jam

aciden- secundários e nor-


vivendo vida tumultuosa e
professores

mais, ainda agora a necessidade


tada.

mais angustiante do nosso siste-


últimos há uma
Nestes dois

ma educacional.
idéia nova de organização que

ainda não foi em o traz uma


posta prática, É certo
que projeto

até hoje, e séria de de


grande idéia nova, a dos estudos
que qual

é a de aproveitar as
rendimento: físicas feito na Es-
ciências, as

instalações e o mesmo
diversas
Politécnica, e as naturais no
cola

os vários cursos.
pessoal para Museu Nacional, idéia só se
que

êstes dois institutos apro-


Assim,
consignam em lei na Reforma

da Faculdade de
veitar-se-iam
Campos, em 1931 e, em realida-

Medicina e do Museu Nacio-


de
de, em 1936 em S. Paulo e no

nal.

Distrito Federal.

Ainda, em apêndice, um tanto

estranho ao ensino, o Instituto

Questões
gerais
Meteorológico.

ins- À organização das es-


Eis o sumário das geral
quadro

ao ante-- colas uma série de capí-


tituições consignadas
precede

Rui Barbosa. De modo tulos sôbre de ordem


questões ge-
projeto

nele não se encontra ne- ral: despesas; liberdade de ensi-


geral

idéia revolucionária, nem no e faculdades ciên-


nhuma provinciais;

antes fi- cias físicas e naturais; bachare-


mesmo evolucionária,

daí lado; taxas de inscrição,


xando-se, como seria propi-
por

minúcias nas; liberdade científica,


diante, em progra-
que, preten-

mas, duração do curso, exames;


dendo corrigir erros e defeitos,

as liberdade de freqüência; nomea-


apenas dão a ilusão de
que

acessos, acumulação, con-


coisas melhoraram. ção,

cursos.

Obra de erudição No concerne às despesas


que

há larga documentação sôbre os

O o Lourenço
prof. dispêndios em vários mas
parecer, paises,

Filho afirmou-o, com sua autori- in-


falta, o seria essencial, a
que
"um

dade, ser magistral tratado fontes de


dicação das receita,
que

— obras de
de das àquela época a Argentina e os
pedagogia já

conjunto mais amplas, mais do-


Estados Unidos tinham buscado

mais completas, no
cumentadas, em terras devolutas, como reser-

ao tempo, se escre-
que, vas o futuro. Reconhecen-
gênero, para

veram". do, com Paulino de Souza,


que

se é, sem contes- nenhum tão


Entretanto, país gastava pouco

de erudição, como to- com educação, não dava entretan-


tação, obra

daquela to o remédio, o se tornava in-


das às saíram pena que
que

só sabia expri- dispensável.


privilegiada, que
OS PARECERES DE RUI BARBOSA 133


A liberdade de ensino, era dupla concurso
que providência:

idéia central da Reforma Leôn- de substituto e auxi-


provas para

cio de Carvalho, do Pa- liares e escolha direta os ca-


geradora para

recer, é examinada, com a mesma tedráticos. Esta é engenhosamen-

erudição, com alguns te concebida, se faz es-


opulência de pois por

como o de colha do ministro, em lista


dispositivos quá-
justos,

a instalação de faculda- drupla, organizada Congre-


permitir pela

respectiva, com a indicação


des mas com exa- gação
particulares,

de dois nomes e os outros dois


mes feitos nos estabelecimentos

Conselho Nacional de Ins-


oficiais. As Províncias pelo
poderiam

trução, criado ao do en-


mesmos ins~ projeto
igualmente criar os

sino A é
primário. justificação
titutos, desde conformados
que
longa e brilhante dos dois crité-

aos nacionais.
padrões
rios uns e outros docentes.
para

Institue também a livre docên- O concurso, confiado somente às

só viria a ser realidade Congregações, revelou-se extre-


cia,
que

1911. mamente A solução da-


em perigoso.

da Reforma Campos, de con-


pela
Dentro da linha de coerência

siderar os títulos dos candidatos,

mantida em tôrno do de
princípio
o atende à sua atividade
que pre-

liberdade, Rui Barbosa


propagou
e o de com
gressa provas, jul-

a liberdade de cátedra, na-


que
comissão de dois
gamento por

turalmente não é a licença de não


membros da Congregação e três

dar aula. . . Para evitar êste mal


de escolas congêneres, especialis-

algumas medidas correti- tas na disciplina, dentro da


propõe pre-

sejam de distribuir os cariedade dos humanos, é


vas, como juizos

certo, a melhor solução, o


lições, por
programas por proibição

menos mau dos de se-


o curso antes de con- processos
de encerrar

leção o magistério.
conteúdo da disciplina, para
cluído o

do em Rui
que, A obra monumental de
jubilação professor

anos, não cumprir o Barbosa só ser examinada


dois pro- poderá

no seu conjunto total, se


grama. quando

demais nos o Parecer de Ensino Pri-


O confia publicar
projeto
"exames
es- mário, em se completam as
austeros", o que
quando

suas idéias fundamentais sôbre


é o método de aprendi-
sencial

aquisição de educação.
zagem, a maneira de

técnica e atitudes.
conhecimento,
Dois traços de Rui

a liberdade de freqüência
Adota
/

verbais, ainda
às exposições que
Dois traços, entretanto, dos

teóricas, mas exige


chamamos
mais acentuados, se revelam nos

aos trabalhos
obrigatoriedade prá-

dois Pareceres. De um lado a

ticos.

os do-
grande preocupação, que

mina espírito científico,


pelo pelo
do docente
Seleção
pessoal

valor espiritual e da
pragmático

do ciência, ela representa,


Em relação ao recrutamento pelo que

adota na formação da
docente o personalidade,
projeto
pessoal
POLÍTICA
CULTURA
134

tôda a
berdade, que perfuma
e como método.
como conteúdo

e de ação
obra de
físicas pensamento
capítulo sôbrc ciências
O

de Rui Barbosa.
de
contém conceitos
c naturais

tão mais ex~ de si mes-


e vigor, Se êle se esqueceu
raro brilho

a nos- fariam
em 1942 dêstes Pareceres que
mo,
pressivos quanto

olhou definitivo
organização secundária o compromisso
sa
prever

inteira, duas coisas


o do para vida
mais que de uma
para passado

brasileiro sempre : o
futuro, o ficaram-lhe
o que grande presentes

e liber-
clarividente. amor cultura pela
contemplava pela

basta à
só isto,
dade. O
traço é a constante que,
O outro

de li- sua glória.


impregnação do sentimento grande
História

social do Brasil
da história
Síntese

VICENTE TAPAJÓS

escolas técnicas municipais


Das

deste trabalho
nossa his- Razão
aspectos de
diversos

teem sido, ultima-


tória social

outras é me resolvi a
OS es- Por essas e que
objeto de numerosos
mente,

trabalho. Nada tem de novo.


de Gil- fazer este
da
tudos, parte
principalmente
escrevo, aqueles autores
Artur Tudo o que
Oliveira Viana,
berto Freire,
O carater deste ensaio,
Buar- escreveram.
Prado Sérgio já
Ramos, Caio Jr.,
coisa nova. E' so-
mesmo, não exigia
e outros sociólogos
de Holanda
que
um esboço, a largas
mente uma síntese,
de arquivos, '
e etnólogos rebuscadores

da sociedade brasileira
com mais de
de livros pinceladas,
manuseadores
através dos anos.
turistas apaixona-
anos de idade,
cem

do interior,
cidades talvez, os
dos das pequenas Não servirá, para que já

mocambos e favelas, que aos não


visitadores de Mas servir que
sabem. poderá

dos fatos históricos


o estudo entender as
tornaram teem base para grandes

e muito viva.
muito séria também será uma orienta-
uma coisa obras, como

desejam iniciar-se no
os
ção para que
escreveram constituem
As obras que História Social do Brasil.
estudo da

de muitas pá-
volumes numerosíssimos,

ao^ lado
eruditos, em que,
livros
ginas, da sociedade
Evolução
conclusões e
de todas as
ou debaixo
brasileira
uma enumera-
há sempre I
afirmativas,

não raro, a
das fontes e,
fastidiosa
ção Quatro períodos podemos
grandes
dos
completa ou parcial,
transcrição, na evolução da sociedade
considerar

mais importantes.
documentos brasileira :

isso mesmo, de ensaios de co-


não são, O inicial,
Essas obras por período

não havia aqui uma


todos. Conne- lonização, em
entendidas que
facilmente por
dita. Nessa
as dez sociedade propriamente
após pri-
muita gente que,
ço
de 1500 a 1550, o comér-
fase, vai
esse manancial que
fechou
meiras páginas, todas as
cio do despertava
pau-brasil
Casa Grande <S Sen-
revelações é
de que dirigiu toda a
cobiças e foi ele que
abrí-lo. E não
nunca mais o
zala, nesse tempo. Ora, pau-*
para nossa história

de escola se- A
eram alunos em todo o litoral.^
se diga que brasil era nativo

contrário, eram pessoas nSo exigia a


cundária. Ao sua extração permanên-

dia feita com o au-


se diziam em na terra. Podia ser
idade, cia
de maior que
dela, e
e com dos naturais
científicos xilio próprios
com os conhecimentos
Não ha-
muito mais economicamente.
a literatura universal.
136 CULTURA POLÍTICA

bastante numerosa» subdividida


centro de interesse, guesia
vendo» assim» um

em de riqueza.
de modo geral. graus
não houve colonização»

é verdade» os portugue-
Tentaram-na, e último o atual» é
O quarto período»
es-
ses, mas sem intensidade, quando
caracterizado diferenciação cada
pela
a terra.
ameaçados de
tiveram perder maior dos meios de vida. Elemen-
vez

então foi o
o houve
Desse modo, que o nosso or-
tos novos entraram para
de saída, o
e,
inicio do A imigração, o cinema,
povoamento social.
ganismo
e de dois tipos
choque de duas culturas o
intercâmbio sempre crescente entre
o
e o indígena.
humanos : o universalizavam
português nosso e os outros
país

social do Brasil. O
de importân- a fisionomia poder
O segundo período»
muito diminuído durante o
inicia-se com o desen- patriarcal,
cia considerável,

foi de vez.
indústria açucareira. século passado, quabrado
volvimento da

e ali, como exceção, ele


à ter- Somente aqui
a lavoura, o colono fixou-se
Com
Hoje nós vivemos
For- ainda se manifesta.
a viver nela e dela.
ra,
passou
como todo o mundo.
de mais ou menos
mou-se uma sociedade característica,

engenho, eram verda-


senhores de que

soberanos em suas Os tempos


deiros propriedades, primeiros

tornaram-se o centro de
muito grandes,

colonial. Produziam de história social do Brasil começa


toda a vida A

um mundo em miniatura. com o contacto do branco com o


tudo; eram pri-

a vida nas fazendas, veio habitante da terra. Esse con-


A vida rural, mitivo

o desenvolvimento dos não deu, de início,


assim dificultar tacto porem, para

Alem do o formação de uma sociedade


centros urbanos. que, para a perfeita,

das um novo os seus característicos. E


trabalho plantações, em todos
pesado

aqui introduzido : o negro no encontro inicial, não


elemento foi isso
porque,

houve intensidade nem continuidade.


africano.

das riquezas da índia fez


A exploração
na fazenda acabou ser
Trabalhar por
com o Brasil fosse relegado
que pelos
função, era de escra-
desprezível que
descobridores a um secundário.
plano
assim, os filhos dos bran-
vos. Sendo
trinta anos, esse desinteresse
Durante

igualar-se aos ne-


cos, não as reiteradas ten-
querendo subsistiu. Só quando

às vezes, desfas- amea-


gros, procuraram, por tativas francesas de colonização

meios de vida. Muitos fo- do domínio


tio, outros a integridade portu-
çaram

na Europa. Voltaram de o reino despertou de seu


ram estudar é
guês» que

e se dispôs a co-
lá doutores e bacharéis. longo sonho asiático

Ionizar o Brasil.

Como resultado, a sociedade colonial

Inicialmente, só o muito
-— e esse é o terceiro pau-brasil,
modificou-se pe-

— empregado na Europa tingir


riodo da nossa história social no para pa-

nos, constituiu matéria de comércio.


sentido do desprestígio do
poder pa-

O era, simples in-


triarcal, trazendo também, em conse- pau-brasil porem,

dústria extrativa. Assim sendo, a fi-


mas muito lentamente» a subs-
quência»
xação no solo realizou-se somente em
tituição da vida rural uma outra
por

escala, e defender o trá-


de carater essencialmente urbano. A pequena para

fico incipiente. A colônia não floresceu.


da vida modificou os
urbanização qua-

Mesmo agravando a situação,


dros sociais. A sociedade» até então» porque,

o elemento foi apanhado entre


dividida em três classes somente : povoador
estava

senhores de a escória
aristocracia, formada portuguesa.
pelos

engenho e suas famílias; escravidão,


Esse durou cinqüenta
período, que
negros e índios trabalhavam
pelos que
anos, trouxe, sob certo aspecto»
porem»
esses senhores ; e aqueles não
que
para uma adaptação do à terra
português
nem senhores nem escravos, em
eram
nova. Ele entrou em contacto com o

reduzido, e tiveram de
número que pro-
índio» uniu-se mesmo a ele» mistura-

a riqueza, lhes era


Curar que proibida
ram-se raças e culturas. O contacto não

lançando-se ao sertão em
no litoral,
se fez sem choque. Lutas» crimes, epi-

busca das minas.


sódios de crueldade indescritível tive-

a ram então lugar. Um dos elementos, o


Novéis classes formaram-se» quando

e de impor- conquistador, mais forte cultura,


cidade cresceu de tamanho pela

uma bur- escravizar o Deste,


tância. Acabou se formar procurava gentio.
por
13 7
SOCIAL DO BRASIL
HISTÓRIA

central brasileiro, ten-


mais fraca sucumbiu. Os ou- planalto
a
porção
centro de migração sido
do seu
nas matas, só muito
tros refugiaram-se

regiões de Minas e Espírito


as
mais tarde cedendo à civilização.

Santo.

dessa forma, o indigena de


Foi, qua-
— cujo centro de disper-
con- Caraibas
lidades inferiores o que primeiro
localiza no vale do Ma-
são se
formação étnica e na
tribuiu na nossa

e do Tapajós, de onde
deira
formação da sociedade colonial.
o
sairam especialmente para

norte.

O selvagem

— nu-aruaques de von
Maipures os

-— de todos os
encon- Steinem que,
O selvagem o
que português
foi o ocupou mais
Brasil é de origem grupos, que
trou habitando o

zona Sai-
en- extensa geografica.
e estava, no momento,
desconhecida

dos da fronteira brasileiro-ve-


Não
trando na idade da polida.
pedra
espalharam-se des-
mate- nezuelana,
a como
utilizava, porem, pedra
as Guianas até o Paraguai*
de
ria! de construção.
até as Antilhas e a
ao sul, e
chamaram a esse
Os descobridores
"índio Flórida, ao norte.

de e consideravam-
selvagem

rivais : os assaz con-


em dois Alem desses cinco grupos
no dividido grupos

e os outros meno-
habitavam no litoral, sideraveis, encontram-se
tupis, que
todos eles : os
residentes no interior. res, mas importantes
tapuias,

e minuanos.
charruas, panos
entretanto, não guaicurús,
Sabemos hoje, que

únicas nações indí-


eram essas as duas

Diferenças de cultura
von dem Steincm consi-
Karl
genas.
me-
dera, alem dos chamados grupos
diferença de cul-
tupis, Notava-se grande
nações :
nores, quatro grandes
Até mesmo den-
entre todos eles.
tura
nu-aruaques e caribas.
gés, mais
nação, havia tribus
tro da mesma

a hoje acei-
Essa divisão é geralmente
umas as outras.
atrasadas que
estudiosos da etnologia.
ta
pelos
existiam : o
Traços comuns, porem,
outras, igualmente
Existem porem,
dos metais e a ausên-
desconhecimento
elas baseadas, como
bem feitas, todas
animais domésticos, em que pese
cia de
nas diferenças lin-
a do sábio alemãd;
de Aníbal Ma-
à opinião e ao estudos
de Abreu
A de Capistrano
guísticas. utilização'
tos, concluir pela
que parece
ainda a melhor.
parece-nos nossos indígenas
da lhama entre os (1).

selvícolas em
Distribuía ele os nossos

viviam da simples coleta»


Umas tribus
nove :
grupos
se iniciava na
A maioria, porem, já

'— do vale do Pa- do


Tupis originários mandioca, do milho,
agricultura da

raná e do Paraguai, espalhados trabalho cabia


do aipim. Esse
tabaco,

do sul até a
toda a costa, Ao homem estava
por sempre à mulher.

do Amazonas, e, também, mais vio-


foz a caça, de carater
reservada

margens dos afluentes


pelas lento.
rio;
meridionais desse grande
nus. Algumas tribus,
Andavam porem,
sua vez,
subdividiam-se, por usando
estreavam na tecelagem,
se
o já
falavam
em tupís-puros, que nu-
"língua algodão, como alguns
tangas de
boa , e
abaneenga ou
o corpo e o rosto,
aruaques. Pintavam
falando o neen-
tupís-impuros, e o
as orelhas, o nariz
"língua furavam alguns

isto é, de gente".
gatú, boto-
lábio inferior, onde penduravam

— em tupi sig- de osso ou


Cariris que ques pedra.
palavra
"os
tristonhos". Esten- de ár-
nifica canoas,
Possuíam geralmente
desde o árvo-
diam-se interior, de cascas de
pelo vores escavadas ou

até o Parnaiba. apura-


S. Francisco extraordinariamente
re. Sentidos

as coisas con-
Mar- dos. Inteligência para
'— denominação dada por
Gés
muito viva. Religião
cha- cretas. Memória
Ehrenreich, também
tius e
tempo a
temendo ao mesmo
o fetichista,
tapuias. Ocupavam
mados

— — 48.
— — Minas 1936 pag.
brasileira Ed. Apoio
— História da arte
Aníbal Matos
(1)
POLÍTICA
138 CULTURA

tempos, sobretudo, a
espírito Nos primeiros
bom, Tupan, e a um
deus

dos ameríndios sobre o conquista-


vingativo, ação
tenebroso e
maligno,
dissolvente. Não fosse a
dor foi
com freqüência, quase
Anhang. Praticavam,

brusca a lavoura açuca-


mudança que
a antropofagia ritual.

esgotamento da Índia deram


reira e o

livre, moral corri'


Levavam uma vida colonial no Brasil,
ao regime português

da nossa. Mesmo
diferente selvagens tivessem vencido,
talvez os
pletamente

nós mais chocantes, as raizes da


nos costumes para deterioradas estavam
que

Em algumas tri-
agiam naturalmente. árvore da colonização.
grande
o adultério nada sig-
bus, exemplo,
por
exame das condições em
Um rápido
embora, outras, penas
nificava, para
o do
se vinha fazendo povoamento
caissem sobre o culpado. que
severíssimas
comprovar esta as-
: Brasil serve para
escreve a respeito
Couto de Magalhães

serção.
"Quaisquer,
eles (costu-
porem, que
do Brasil
: é um O
sejam, não é povoamento
mes) prostituição

de família, eles
modo de ser que julga-

do Brasil fez-se de
suas idéias e O
ram melhor, segundo povoamento

intenso, e só a
modo irregular e
meios de vida". pouco

de 1530.
partir
como em todas as socie-
A família,

dessa data, no chamado perío-


Antes
era de base
dades primitivas patriarcal.
temos notícia de uns
do só
precolonial,
tribu, família em desço-
A ponto de origem
própria
poucos portugueses,
-grande, ou menos nesse re-
vivia mais Ramalho, o ba-
nhecida, Caramurú,

e não atendiam
gime. charel de Cananéia, que

de colonização ou
ou a nenhum sistema
chefe supremo era o cacique
O

Havia tribus nem ti-


murubixaba. que povoamento.

significasse chefe mi- *—


nham termo daquela data a
que Somente a
partir
existia em todas —
litar. O Martim Afonso co-
pagé, porem, da expedição de

^elas. a cuidar me-


meçaram as autoridades

Abreu caracterizado : lhor do Brasil.


Capistrano de
"Curava
doentes, dava ou tirava a
os
dados sobre a situa-
Faltam positivos
e escondia a alma de
saúde, roubava
colonos vieram en-
social dos que
-quem ção
o ofendesse".
fossem,
tão. E' porem, que
provável,

muito estreitos uniam todos os


Laços degredados.
na maioria,

da tribu. ofendia a um,


membros Quem

de clã, todas elas, eram, por


ofendia a todos. Essa As colônias,
política

depois de degredo dos


e intransigente, essa época, lugares
fechada passou

na- reino. O Brasil foi, até


o branco, ao contacto com os criminosos do
para

Camar- declarado lugar de de-


A luta entre os Pires e depois,
tivos. pouco "de

uma so- modo os


em S. Paulo, é em do grau, que
gos, parte gredo peor

E' verdade e defraudadores no


brevivência dessa hábito. usurários primeiro

reincidência iam a
muitos outros fatores contribuíram delito e na para
que "política
de no terceiro delito
o aparecimento dessa África, ao que
passo
para

Mas deportados o Bra-


entre os senhores brancos. deveriam ser para
clã"

esquecer a Em oitenta e sete dos duzen-


não ainda assim, sil"
podemos, (2).

e seis casos em a
indígena. tos e cinqüenta que
influência

V condenava ao
Ordenação do Livro

esse o elemento se cruzou


Foi que
o Brasil era o lugar dele (3).
degredo,
com o Pergun-
inicialmente português.

no entanto, nessa expe-


hoje, até o indí- Sabemos, que,
ta-se, ainda que ponto

colonizadora vieram também aven-


ao branco, iníluen- dição
se sobrepôs
gena "Eu
: trazia comigo alemães, e
cultura. Na língua, na tureiros
ciando-lhe a

homens foram à Índia


vida familiar, a lem- italianos, e que
música, na
própria

diz o Diário de Pero Lo-


chegou até nós. e franceses",
brança dos indígenas

ainda alguns fi-


estudando ainda em Podemos contar
sociólogos estão pes.
Os

sete ao todo, entre eles


dalgos, vinte e
que pontos.

— 89.
1.° tomo pág.
139
SOCIAL DO BRASIL
HISTÓRIA

Sousa, o foi
Afonso de progresso quase
e Lemos, de
os Góis, Pintos pontos
dizer ao visitar
nenhum. Basta que,
de numerosas famílias paulistas
partida
as capitanias do
com o 1.°
conhecida. Mas é governador "...
de ascendência pre-
escreveu : esta
sul, o Nóbrega
em se esses nobres emi- pe.
ciso convir que,
está tão estragada
e terra Vicente)
tão distante (S.
gravam para província
levar alicerces de
é necessário
vencer, era a sorte que
difícil de se porque
ao terminar o século
novo". Mesmo
madrasta na terra natal.
lhes havia sido

não se refizera totalmente.


XVI ainda

aventureiros, fi-
Assim, degredados, nessa época
Diz Teodoro Sampaio que

constituíram os ele-
dalgotes arruinados almas e cento
havia aí mil e
quinhentas
branca do
mentos iniciais da somente.
população e cinqüenta fogos,

Brasil.
Soares de Sousa, nas
Em Gabriel
"Pode
uma idéia do
fazer-se que nos outros escritores
cartas dos
jesuítas,

na América o europeu que do


devia ser entre eles frei Vicente
da época,

algozes e a sua re-


deixava os seus penú- encontramos continuadas
Salvador,

imensidade do
ria alem dessa de abandono
para ferências ao estado quase

aqui sentir-se eman-


Atlântico, e vinha as capitanias e seus
em viveram
que

meio da abundância. Que do regime.


cipado e no nos anos
colonos primeiros
senhor o indi-
de ser hoje como
havia
do fra-
Um dos motivos principais
sair daquele do-
víduo acabava de
que
capitanias foi a má qualidade
casso das
da Europa medieval!" (4)
loroso ilotismo
vinha aqui, aliado
da gente que para

colonos e a
situação social dos um central,
A ao fato de não haver poder

difi- cer-
terra, rude e capaz de impedir
gigantesca, forte e
própria próximo,

a colonização. consumiam o
cultaram tos desregramentos, que

organismo social.
núcleos de concentração
Os
poucos

e Piratíninga, ve-
urbana, S. Vicente
desse central, o
Com a criação poder
insulados, sem gente.
quase cortado. Com
getaram, Geral, o mal foi
Governo

co- com Tomé de


essas vilas tiveram facilidade,
No entanto, mais porque,

Diário vir, nós, os


Lopes, em seu começaram a para
meço feliz. Pero Sousa,

como foram os Companhia de


diz-nos da Jesus.
da Navegação, padres
-
de vida : Re
meses
seus primeiros em Páginas
Serafim Leite,
O padre "Sem
a nessas
o capitão-mor gente
partiu Brasil, escreve :
da Histórna do

nelas oficiais ; e
vilas, e fez pôs
duas dos demais,
o concurso
desconhecer
de ; do que
tudo em boa ordem justiça
emitir esta
sem receio, propo-
com pode-se,
tomou muita consolaçao,
a da Companhia
gente exata : a história
sição
e ter leis e sacri-
verem vilas,
povoar no século XVI, é
de no Brasil,
viver em Jesus
matrimônios e
fícios, celebrar do Bra-
história da formação
a própria
a ser cada^ um
das artes;
comunicação catequéticos,
nos seus elementos
sil
as injúrias
do seu ; e investir
senhor educativos e em
morais, espirituais,
outros bens
e ter todos
particulares; coloniais".
grande parte
e conversavel .
da vida segura

e o 1.°
De fato, os jesuítas governa-

o em de-
dor encontraram país
As capitanias geral

conseguiram re-
situação, mas
ploravel

causa da erguê-lo.
Poucos anos depois, por

veio muito
francesa continuava, daqueles
ameaça que Nas cartas padres

território em capitanias.
a divisão do recolher.
poderemos
foi um fracas-
regime das donatarias
O
encontramos a
Assim, em uma delas
Duarte Coelho,
so absoluto. Somente
brancos de
má impressão deixada pelos
conseguiu levar
de fibra e entusiasmo,
Nóbrega. Eram
Porto Seguro ao
sua Nova padre
Pernambuco, a
avante, em
abusavam do gen-
colonos rudes, que
caíram em frente
Os demais
Lusitânia.
fazendo caso do seu progresso
os tio, não
às lutas entre
aos índios, cederam
exemplo com
moral, dando-lhe péssimo
Vasco F. Coutinho,
colonos ou, como
modo os
desregrada, de que
uma vida
vícios. Mesmo
levar pelos
deixaram-se
o respeito.
selvagens lhes perdiam
de Martim
Vicente, capitania
em S.

— vol. t.
— História do Biasil
Rocha Pombo
(4)

V
140 CULTURA POLÍTICA

uns dos leigos, e os demais irre~


Mesmo as relações dos brancos, pecados

melhores. muitos apóstatas e excomun-


com os outros, não eram das gulares,

gados".

revolto As mancebias, combatidas tenazmente


Povo muito

da Companhia, foram muito


pelos padres

diminuídas em número, mas não impe-


O Leonardo Nunes escreve que
pe.
"o
revolto e uns didas de todo. E* havia aqui
achou muito que grande
povo

falta de mulheres brancas com os


mui alvorotados". Note-se que
com outros
"povo",
de colonos se casassem. O Nóbrega,
os pe.
que para portugueses

em carta o reino, chegou a


mesmo os eram somente para pedir
então, jesuítas, "mesmo
"negros
da terra" sem- se mandassem mulheres,
os europeus. Os que

fossem erradas", todas arran-


foram tidos como inferiores, uns que
que
pre

com artes do diabo, ini- casamento...


ignorantaços, jariam

da civilização e da Santa Madre


migos

as mulheres ainda mais :


Igreja. E
A lavoura açucareira e o
"As
andam nuas e são tão
mulheres
desenvolvimento da

andam trás estes moços


ruins que para
colonização

com eles e enganam-nos e eles


pecarem

deixam enganar", diz o


facilmente se
Em 1550, a agricultura ocupava

Ambrósio Pires.
padre de relevo na colônia. E'
lugar que,

aproveitando as condições de um con-


acreditarmos no dizem os
Mas, a que
tinente novo, Portugal estabelecera a
colonos não eram muito
os
jesuitas,
indústria açucareira em nosso
bugres. O As- país.
melhores esses pe.
que

Navarro, numa carta de 1553,


A história do açúcar no Brasil é as-
pilcueta

notícias da fúria incendiária que


dá-nos saz conhecida.

dos colonos de Porto Se-


se apossou

Antes de 1532, não se conhece


brigas constan- pro-
como remate às
guro
uma cultura da cana em
viviam. E, acrescentando : priamente
tes em que
Santa Cruz. E' evidente, que
porem,
"A
aqui só tem nome de cristãos, trazida
essa havia sido
gente gramínea já

em malquerenças, metidos em Não


embebidos aqui, onde se aclimara bem.
para

envoltos em torpezas e des-


demandas, havia engenhos, tampouco
plantações

honestidades organizadas. Mas o reino acabou


publicamente". por

despertar, enviando Martim Afonso de


Em Pernambuco, ficaram os catequis-

Sousa, soldado ilustre, com a ordem de


bem impressionados à dis-
tas quanto
fundar no Brasil um núcleo de
povoa-
da mas acharam deplo-
posição gente,
"Os
mento.
a situação moral e religiosa.
ravel

aqui tinham índias de muito


mais que
São Vicente era um dos
já pontos
de tinham filhos, e tinham
tempo, que
mais conhecidos de nossa costa. Foi

infâmia casarem com elas,


por grande o lugar escolhido aquela ca-
ele para
vão casando e tomando vida
agora se
Na ilha de S. Vicente deu-se
pitania.
de bom estado".
logo a cultura de várias
plantas, prin-

fato de haver cipalmente da cana de açúcar, se


Muito mais é o que
grave

-que eram da- importara da Madeira.


moças, filhas de cristãos,

soldada a solteiros, com
das quem
Para facilitar a moagem da cana e a
e dava-lhas a
publicamente pecavam,
fabricação do açúcar e da aguardente,

justiça"... todos os lavradores


de modo pudes-
que

Encontramos menção, também, de sem dele aproveitar-se, foi construído,


"assim

brancos, machos como fêmeas", no centro da ilha, um engenho


pequeno

se sertões, de mis- movido a água.


que perdiam pelos

tura com os índios, e não raro,


que,
Com isto tomou notável incremento a

adquiriam até hábitos de antropofagia.


cultura,' o teve conseqüência
que por

ter sido multiplicarem-se os engenhos. O trá-


Um poderia posto
paradeiro

desorganização sacerdotes fego entre S. Vicente e a Metrópole,


nessa pelos
"mas
havia cá muito desde então, tornar-se-ia mais regular
seculares, pouco

salvar almas; os sacerdotes e, muito mais freqüentes os


cuidado de portanto,

cá havia estavam todos nos mesmos carregamentos.


que
BRASIL 141
HISTÓRIA SOCIAL DO

sabe, ao certo, o número de .


a fundação desse engenho Não se
Desde

introduzidos em nosso Não


ficou sendo o negros pais.
o Brasil grande
<1532),
também, com exatidão, de
de açúcar. Em todo o se sabe que
centro produtor
continente negro eles eram
foi cultura es- do
litoral açúcar, aqui, pontos
(o

litorânia), estendiam-se as trazidos.


sencialmente

de cana, sucediam-se os en-


plantações Viana observa não bas-
Oliveira que

a mais
princípio pequenos, raça negra, mas vários
genhos, ta estudar uma

com o crescimento da indústria,


tarde, mesma conclusão che-
tipos negros. A

de proporções. de estudos,
grandes depois prolongados
garam,

da Artur Ramos, o
nos escritos dos cronistas o eminente antropólogo
Lemos

tinha Braz do Amaral, o soció-


época a importância para historiador
que

Freire, o filólogo Re-


a do Brasil. logo Gilberto
Portugal produção

nato Mendonça.
O a Madeira e os Açores pro-
que

não bastava as neces- consegui co-


duziam para Pelas informações que

e da Europa. A escravos negros


sidades do Império lher nesses autores, os

lusitana, dizer-se, gi- da Guiné, na costa


economia pode eram importados

torno do açúcar. Vemos Muitos, vie-


rava toda em ocidental da África. porem,
"pois
tentativas dos holandeses foi
as contínuas ram do interior, progressiva-

no litoral no Nor- o centro da África a


de se estabelecerem mente levada
para

de suprir, com a cultura negros, desde foi es-


deste, afim aquisição dos que

necessitados de na costa".
os mercados casseando a
própria, gente

seus Portugal, entretanto, para


paises. entra-
A das tribus aqui
enumeração
fonte de rique-
defender a sua
principal di-
das e são todas antropologicamente
repelir essas in- "forma
za, sempre
procurou rosário intermina-
ferentes um
mostra o interesse com
vasões. Isso
Oliveira Viana na Evo-
vel", escreve
o reino a cultura
olhava para
que brasileiro. Entre elas,
lução do
povo
açucareira do Brasil.
benguelas, congos,
citar:
podemos

um modo, a cana concorreu fulás, minas, etc*


Se, de iebús, egbás, nagôs,

de Portugal,
o enriquecimento
para de diversos
Esses negros, procedentes
formação de
muito fez também pela
os mais diferentes
lugares, apresentavam
uma sociedade brasileira.
Alguns, como os nagôs,
característicos.

o colono fixou-se à
Com o açúcar, faladores, ricos de
eram muito vivos,

lotes de ter-
terra. Procurou adquirir comércio, com
e dados ao
imaginação
afim de se
reno, os maiores possíveis, e
tendências a pouco guer-
para poesia
fazenda, um engenho. se-
instalar com uma entre eles os
reiros, havendo que

religião de Maomé.
a
guiam

Os escravos eram inteli-


primeiros Outros, como os minas,

mas e dados aos


gentes, preguiçosos

o selvagem na lavou-
Experimentado Braz do Amaral escreve que
vícios.
"as
não deu resultado. Alem do conhecidas
ra, que, mulheres minas eram

em sua obra diz os


os prejudicados libidinagem e até se que
jesuítas,
pela
levantaram-se contra a
de catequese, e os franceses as
preferiam
"brasis". portugueses "razão
dos E, con-
escravização por concubinas".
semelhante para
por

o negro de África, acos- e a sua


selho deles, já A diversidade dessas tribus

terra ao trabalho es- terra


tumado em sua distribuição em nossa
irregular

com sucesso nas estudo


cravo, utilizado demais complexo o
já tornam por

dos Açores e da Madeira, Alem


formação do brasileiro.
plantações da povo

número, as
foi trazido, em para outros, de carater
grande de fatores geográ-

do litoral. e sociológico, é este um


fazendas fico, histórico

na diferenciação dos tipos


- lavoura da dos principais
exatamente onde a
Foi

regionais no Brasil.
cana estava desenvolvida, que, primeiro,

braço do africano : em um
se utilizou o cabe aqui, em nosso estudo,
Não

Depois no Rio O
Pernambuco e na Baia. detalhado do
exame mais problema.

é tão somente assinalar


de desejamos
Janeiro. que

novo elemento na
ex- a importância deste
os índios se iam
À que
proporção
E se ele entrou, em
ia formação nacional.
menos afastando,
tinguindo, pelo
na constituição étnica do
dos africanos» tão alto
a escravidão grau,
crescendo
142 CULTURA POLÍTICA

início, do dono, ai vivia com a família e


Brasil, é houve, desde o que
porque "senzala",

numerosos agregados; a a
contacto muito intimo dele com os
um

o casa dos negros, formada sempre


outros elementos, por- quase
principalmente

senão várias construções, apertadas umas


tuguês, contacto esse favorecido, por

levava às outras, sujas, escuras; e*


vida se pequenas,
possibilitado, pela que

finalmente, as construções de beneficia-


numa fazenda de açúcar.

mento do as moendas de cana,


produto,
"engenhos",
a movidos a mão,
nobres princípio
Algumas famílias
depois animais ou a água.
por

"senhor"

inicialmente, só aventureiros e de- Aí dentro, o era rei. O


Se, po-
"fazer
vinham o Brasil", des- der dominava.
gredados patriarcal

de o açúcar começou a dar,


que pes-
Casa-grande e senzala estavam sob

de outras categorias sociais, até


soas
a autoridade absoluta e incondicional

mesmo das melhores famílias do reino,


do chefe da casa. Sobre a mulher, os

aqui.
passaram-se para e esse
filhos, os escravos os agregados

assim, a terra era a era inabalavel. As sinhás-moças


Numa indústria poder

fosse a até o noivo escolhido ele.


riqueza. Quanto maior tinham por
grande

terra, mais rico era o por-


proprietário, Nada o impedia de mandar matar um

maior era a
que produção. filho ou uma filha lhe desobede-
que

cesse.
As fazendas, muito distantes umas das

outras, insularam os lavradores. A vida Cercava-o uma atmosfera de respeito*

rural veio, assim, a sobre a O respeito filial tinha, essa época,


predominar por

vida urbana. um carater religioso.


quase

A territorial era o cen- A mulher, dentro do


propriedade patriarcalismo,

tro de do mundo colonial. era eterna do homem. Notem


gravitação pupila
"Do
latifúndio é a determi- : e não escrava. Um seu in-
que parte bem
pupila

nação dos valores sociais; nele é ferior, necessitado de Toda


que proteção.

se traçam as esferas de influência; é a vida assim : a


passava-a princípio,

classifica e desclassifica os ho- tutela do depois sob a do


ele sob a pai,
que

ele não há efetivo, Não lhe faltava, entretanto, o


mens; sem poder marido.

real, estável." respeito de todos, respeito transpa-


autoridade prestígio (5). que

na colônia, uma elite de letra- claramente no tratamento cerimo-


Não há, rece
"Minha

uma classe in- lhe dispensavam : es-


dos, não existe também nioso
que

faça frente aos a senhora minha


dustrial e comercial e senhora...
que posa

senhores de engenho. Mesmo o mãe.. . vossa mercê..."


pe-

comércio de varejo não encon-


queno tinham ela uma reverên-
Todos para
trava núcleo onde se fixar.
pudesse a segunda
cia, reconhecendo-a sempre

Teve de adotar a vida ambulante, o


figura da fazenda.

não trouxe nem riqueza


que progresso
vida levava, entretanto, era
* A que
aos o faziam.
que
de retraimento. Vivia enclau-
grande
Fora das famílias radicadas
grandes surada na casa-grande, cercada pelas

ao chão, somente funcionários,


poucos a coser, a fazer rendas, a
mucamas,

alguns aventureiros, os' criminosos re-


a cozinha, a castigar meio do
olhar por

todos.
pudiados por moleque leva-pancadas o filho travesso

Pouco saía. Quando o


rural, de ou malcriado.
Formou-se uma aristocracia

era ir à missa, nos dias de


reis no seu do- fazia,
senhores de engenho, para

nos outros ouvia-as, ali


vida dos escravos. festa,
mínio, donos da porque

mesmo, na capela da fazenda.

dois caminhos se lhe abriam


Somente
Casa-grande e

: convento ou matrimônio. E*
na vida
senzala

mesmo assim, não lhe cabia escolher.

o receber sempre com na-


de compunha-se Dai, talvez,
A fazenda plantação

de turalidade tudo lhe acontecia.


de três elementos : a casa-grande, que

excepcionais mesmo, os atos de


com muitos cômodos, Poucos,
um só andar,

área considerável, a casa rebeldia.


ocupando uma

—* e morte to bandeirante — 25.


Alcântar Machado Vida pág.
(5)
HISTÓRIA SOCIAL DO BRASIL 142

O mulato Gaspar Schet, banqueiro de Antuérpia,

relata fatos sucedidos aqui no engenho

Vemos aparecer, também, nessa so- dele, Gaspar. Esse Gaspar Schet é de

ciedade, tipos novos, do cru- nome visivelmente Alem disso,


produtos judeu.

zamento de raças diversas. O mulato está foram os cristãos-


provado que

desempenhou de relativa impor- novos criaram, em Tomé,


pape! S. a in-
que

tância na vida colonial. dústria açucareira. Sabemos igualmente


"a
Aliás, miscegenação, larga- a
que que emigração deles o Brasil
para

mente se aqui, corrigiu a dis- foi, a


praticou do século XVI, bastante
partir

tância social, doutro modo se teria avultada. Handelmann escreve, na


que sua
"uma
conservado enorme entre a casa-grande História do Brasil,
que grande

e a mata tropical; entre a casa-grande do comércio brasileiro começou a


parte

e a senzala. O a monocultura la- ser composta de cristãos-novos". E Gil-


que

tifundiária e escravocrata realizou no berto Freire, refutando a opinião de


J.
"E'
sentido de aristocratização, extremando Lúcio, diz : bem ex-
provável que,

a sociedade brasileira em senhores e es- de Portugal, os to-


pulsos judeus que

cravos, com tuna rala e insignificante maram o rumo da terra de Santa Cruz

lambugem de livre sanduichada tenham sido amparados fraternalmente


gente

entre os extremos antagônicos, foi em outros, de comunidades


por prósperas.

contrariado efeitos Daí lhes teria vindo capital, não dire-


grande parte pelos

sociais da miscegenação" mos iniciativas agrícolas, mas


(6). para para

A índia e a negra mina, a mulata e o financiamento da lavoura e da indús-

a cabocla, entraram em relações muito tria então nasciam no Brasil, ansio-


que

íntimas com os senhores brancos. A li- sas de dinheiro e de negro"


(7).

berdade dos costumes fez com A introdução do elemento israelita na


que,

desde cedo, o menino de engenho des- Brasil veio, não há dúvida, melhorar as
"Sinhô
as lutas do sexo. étnicas do nosso
peitasse para qualidades povo, por-
"sinho
moço" e véio" tornaram-se eles também se cruzaram, mistura-
pais que

de numerosos mulatinhos, viviam ram-se aos outros elementos coloniais.


que

na casa-grande, de cambulhada com os Os cristãos-novos, a tese é de Paula

filhos legítimos dos brancos, muitas Prado, elementos de extraordinária vi-

vezes educados com eles, segundo as talidade, tenazes e maleaveis, encontra-


"fagueiro,
aulas do tio do mestre de artes ram um abstêmio,
padre, português

ou do Aprendiam o latim, de imaginação ardente, ao»


padre-cura. propenso

não raro tomavam batina, muitas vezes misticismo". Emprestaram-lhe um


pouco

iam a Europa, estudar em Paris da sua constante da en-


para preocupação

ou em Lisboa. riquecimento, da sua maior urbanidade,

Com eles criou-se, assim, uma classe da sua calma diante do


perigo.

média numerosa, os intelectuais sem Os foram, ao lado dos mula-


judeus

eira nem beira, os bacharéis, mais tos e dos bacharéis, um elemento


que po-

tarde iriam agir, sencerimoniosamente, deroso de diferenciação dentro da so-

no sentido de diminuir a autoridade ciedade colonial.


pa-
"a
triarcal e força das sesmarias feu-

dais e dos latifúndios do tamanho de


A decadência do
pátria
remos .
arcado rural

O cristão~novo

Em todo o do açúcar, séculos


período

Com o açúcar, um outro elemento XVI e XVII, a da


pe- predominância

netrou no brasileiro : o vida rural sobre a vida urbana foi de-


povo judeu.

E' verdade um historiador veras notável.


que grande

Lúcio de Azevedo, au- A modificação desse ambiente, com


português, João

tor de E*poças do Portugal econômico, a desintegração da família


patriarcal,

não admite a tese de a indústria só nos séculos XVIII e XIX se fez vi-
que

do açúcar no Brasil tenha sido obra, toriosa, após uma lenta transformação.

dos Contra ele E* o domínio rural bastava ao


principalmente, judeus. que pro-

ergue-se o testemunho de Anchieta. Dava-lhe tudo, desde a car-


prietário.

Numa de suas cartas, endereçada a ne, o vinho e o até a lã e o algo-


pão

(6) Gilberto Freire Casa-grande e senzala.

(7) Sobrados e mocambos.


CULTURA POLÍTICA
144

arrancadas às ro-
Era vagens, as
faziam suas roupas. pepitas
<Uk> com se
que
igreja. chas caudal.
um em miniatura. Tinha pela
mundo
"garimpos"
O menino de engenho,
Tinha escola. de deu
A mineração

ali mesmo. Apren-


estudava
geralmente, ao Brasil: Mariana, a mais
uma cidade
e a contar. Mui-
dia a ler, a escrever
aliás, das cidades mineiras. E'
antiga,
o latim e a teolo-
tos, mesmo, iam até

aluviões se esgotavam, os mine


as
que
gia.
não se fixar. Tinham
radores podiam
da vila é de
Desse modo, a
pobreza rio,
de ir mais adiante, subindo o pro-

lacil explicação. Não passava quase


curar em outras aluviões outras pepitas.
dependência da fazenda.
sempre de uma

tanto subiam acabavam en-


E que por

das cidades
A maioria pequeninas onde nas-
contrar, no alto da montanha

dos fazendeiros. Fun-


brasileiras é obra
cia o rio, a almejada.
jazida
necessidades de
daram-nas eles, pelas

sim. Fixavam-se ao solo, em


comércio. O mé- Então,
convívio social e'de

das minas, explorando o filão ri-


o volta
todo seguiam era geralmente
que

fazia
mesmo: um proprietário quíssimo.
grande "pa-

uma de terra, o
doaçfio de porção minas, o eixo
Com a descoberta das

igreja católica. O terreno


trimônio", à o inte-
da colonização deslocou-se para

dividido em lotes, alugados


era depois de toda espécie e os
rior. Aventureiros

outros fa-
ou comprados, então, pelos
habitantes do litoral, mesmo os senho-

vizinhanças, aí cons-
rendeiros das que a mon-
res de engenho, acorreram
para

residências, à grande
truiam próximas de uma riqueza mais
tanha, à
procura
no fundo da era le-
central, qual rápida. Cidades funda-
praça fácil e mais

vantada a igreja.
ram-se: Ouro Preto, Sabará, S.
João

dei Rei, Diamantina, e rapidamente


o fazendeiro tinha apenas
Na cidade

cresceram com o afluxo de habitantes.


descansar alguns dias,
a sua casa
para

A terra valorizou-se. As casas aglo-


assistir às festas re-
liquidar negócios,

meraram-se umas às outras, e, na impôs-


nos dias de festas a vila
ligiosas. Só

de se esparramarem uma
outros dias, vid3 social sibilidade por
se enchia. Nos

área, como as casas das fazen-


e sempre igual. Um grande
intensa pe-
pouco
das litorâneas, treparam os cômodos uns
comércio de varejo, algumas
queno Jn- "sobra-

um fí- sobre os outros, surgindo os


dústrias incipientes, um rábula,

sempre, acumulava a dos".


sico" (que, quase

instalavam-se nas
função de barbeiro),
Gilberto Freire, em Sobrados e mo~

ruas conhecidas
ruas adjacentes, pagãs,
cambos, escreve a social
que paisagem
morador mais antigo ou
nome do
pelo do Brasil se modificou no sentido de ur-

úe maior qualidade. banização, a do século XVII, e


partir

em Pernambuco e Mi-
principalmente

nas Gerais.
A de cidades
fundação
"se
V auteci-
Nessas capitais, diz ele,

aglome- condições de vida urbana, a um


A fundação dessas param
pequenas

Bra- tempo comercial e industrial..." E


veio-se fazendo, no
rações urbanas

ban- acrescenta se em Minas essa ante-


desde o momento em os que,
-sil, que

sertões cipação se deu efeito da explora-


foram nos por
deirantes penetrando

das do ouro, em Pernambuco realizou-


•e fixando-se, com a descoberta ção
neles

se em conseqüência do domínio holan-


minas.

dês. E' com o domínio holandês,


que,
os bandeirantes se-
Os caminhos que cidadezinha de
o Recife, simples pesca-

eram os indicados
guiam, geralmente, dores, cresceu de tal forma se tor-
que
de Abreu, Afon-
rios. Capistrano To-
pelos nou a melhor cidade do continente.

e Basílio de
so de Taunay, Calógeras
das as delicias de uma cidade burguesa

histo-
Magalhães, os grandes industriai
quatro e nova da Europa surgiram

do movimento de
riadores penetração, ali, obra de Maurício de Nassau.
por
os rios S. Fran-
citam freqüentemente

Assim# mesmo após a expulsão dos


Tietê, Paraiba do Sul.
cisco, Parnaiba,

ficou no brasileiro do Norte»


seguiam, de holandeses,
Por eles os bandeirantes

naquele colono não


as aluviões moveis, que
inicio explorando principalmente

nem escravo, o da
meio de simples la- era senhor gosto
onde recolhiam, por
/

HISTÓRIA SOCIAL DO BRASIL 145


A

O colégio de
E foi esse da padres
vida de cidade. gosto

de cidade a
vida que, pouco pouco,

domi-* Elemento muito contribuiu


a massa da que para
deslocou população

decadência do foi
engenho a vila, essa patriarcalismo
nante do para que ga-

de o colégio interno,
o colégio padres,
nhou nova importância.

na mata. O ensino dos


na cidade ou

visava
padres, principalmente jesuítas,

Uma nova classe a autoridade ab-


nessa época a
quebrar

do sobre o filho, colocando


soluta pai

os senhores de en- diante do


Até esse momento, este como elemento passivo

como vimos, uma mais do che-


constituíam, já Senhor e da Igreja, e não
genho
dona da
aristocracia todo poderosa, fe da casa.

e escravos, das ter-


vida dos
parentes

ocupa- o laço da socie-


Eram eles que Quebrado principal
ras do governo.

Câmaras foi ainda faci'


de direção nas dade o que
vam os patriarcal,
postos
desenvolvimento do bacha-
litado
ou nos Senados. pelo

ela fatalmente desapareceria.


relismo,

XVIII, com des-


do século porem, o traçava o
A não era quem
partir Já pai

nova classe de
de uma filhos, escolhendo a
o aparecimento tino dos profissão

fundação das ci-


burgueses ricos deviam seguir ou designando-lhes
pela
que

senhores vão sendo, pouco do domínio rural.


dades, esses a tarefa na direção

eles nos car-


a substituidos por rural não
pouco, Aliás, a direção do domínio já
"menino
de mando. de
gos atração no
exercia grande

na Europa, com um
engenho', educado
inversão de am-
então, uma
Começa,
dos olhos. Os
mundo mais largo diante
a ser como
bientes. As fazendas passam
são bem um
da Inconfidência
cidades. As ca- poetas
das
dependências
que Peixoto,
exemplo disso: Alvarenga
e criadoras»
dominadoras
sas-grandes,
Alvarenga, to-
Manoel, Silva
Cláudio
sendo devoradas pelos
foram lentamente
cheios das
dos eles eram bacharéis,
Aos an-
filhos: os sobrados.
próprios de Voltaire, de
idéias de Rousseau,
de festa nas cidades
tigos passamentos e
cheios de boulevards
Montesquieu,
— sucederam-
— Olinda, exemplo
por
de atrizes de teatro.
XVIII e no XIX» passa-
se, no século

e até em en- bacharéis fascinou


de festa em sítios O desses
mentos prestígio

isso, o senhores da ter-


Não obstante até os velhos
próprios
genhos..."
em detn-
das cidades ra.
desenvolvimento

vida nas fa4


de
mento da insularidade então.
nova aristocracia surgia,
Uma
deKou de ser
— a terra não
zendas de cultura, de boas
Uma aristocracia
a nobre-
riqueza. Desse níòdo,
a derrotar in-
grande acabou
maneiras, que por
todos os seus
za rural não perder^' e o
mas pouco, pa-
tegralmente, pouco
do século XIX.
até os fins
privilégios, dos fazendeiros.
triarcalismo

de ou-
os elementos domínio
E* verdade que se o
Assim como quebrou

confundindo-se tam-
tras classes procuraram, sobre o filho, quebrou-se
do pai
da classe marido sobre a
a unidade em o do
com ela, bem, parte,
quebrar

reinol, o anos do século


mercador, o mulher. Nos últimos
O
dominante.
mesmo a uma
enrique- a mulher chegou
das minas, quando passado
aventureiro
independência social.
ambição: torna- grande
tinham uma
cidos, só

rural. Mui-
da nobreza hábitos
rem-se membros muitos dos
E* verdade que

por Assim, exem-


tos o conseguiram, principalmente subsistiam. por
patriarcais
feita ainda
do casamento. escolha dos noivos,
meio a
pio,
sem-
Mas a mulher quase
elementos estranhos, pelos pais.
intrusão de
Essa um
tinha
se revoltava, quando já
a vida urbana provoca- pre
a exogamia, "eleito"
o escolhido, por
ou quando
rarn da sociedade pu-
a desintegração in-
não lhe agradava
motivo,
qualquer
ramente patriarcal.
teiramente.
rural é
decadência do patriarcado
A es»
fonte de estudos para
família A melhor
vida social da
-O assinala a
que dos contem-
são os romances
séculos da sociedade
últimos dois
nos
brasileira Taunay,
Macedo, Alencar,
porâneos.
nossa História.

— F. 10
113.773
CULTURA POLÍTICA
146

muito Fim do regime


de Assis retrataram patriarcal
Machado

minado e sem
bem esse já
patriarcalismo

elementos de diferenciação con-


do Império. Os
cor, dos últimos anos

sempre ativos. A cidade, a


tinuaram

as relações com o exterior, a


cultura,
Hoje

muito intensificada com a


imigração,

do cativeiro, agiram cada vez


das transformações abolição
Como resultado

mais no sentido de destruir os últimos


vimos estudando, a sociedade, que
que

num sen- lampejos do


tem base a família, evoluiu patriarcalismo.
por

maior independência. A nobreza rural, ainda se man-


tido de que

tinha de foi também derrubada.


das casas-gran- pé,
Os círculos fechados

negros, libertados lei de 13


eram o mundo da família Os pela
des, pa-
que

necessidade maio, lei dos bacharéis e dos mula-


triarcal, cederam diante da de

E a abandonaram as fazendas, fasci-


de uma vida social mais intensa. tos,

aglomera- nados também uma vida de novas


essa necessidade só a por
grande

na cidade de braços aber-


satisfazer. perspectivas
ção poderia

tos. As fazendas de
pararam produzir
forma, com a chegada de d.
Dessa
em ruinas. Os barões do
e entraram
VI ao Rio de a fisiono-
João Janeiro,
a fonte de renda, ti-
Império, perdida
social do Brasil continuou a modi-
mia
veram de se lançar ao comércio ou à

cada vez mais, no sentido da


ficar-se,
indústria, em busca de meios de vida.
As cidades do
urbanização. pequenas

Profissões novas apareceram, as an-


interior entraram em decadência.

tigas modificaram-se, novas


ganhando
Ouro Preto, a antiga Vila Rica dos
fisionomias, maior amplitude.

chegou a ter cem mil


inconfidentes, que

A corrida aos empregos a


em fins do século XVIII, é públicos,
habitantes
"monumento
chegada do capital estrangeiro, o
nacional". jogo
hoje uma ruina,

bolsa, a motomecanização da vida


mágica da
Enquanto isso, a corte, palavra

universal, a ascensão cada vez maior


de e ridícula a
apesar pobre quase

do mulato e, agora, também a do negro,


veio a ser o alvo de muitas
princípio, "turco
"Ir
italiano, o o de
significáva o judeu polonês,
aspirações. à corte"

a República, a literatura
de 1810 a 1820, e daí di- prestação",
no Brasil por

realista numa verdadeira invasão, vio-


o significa hoje, nós, ir
ante, para
que
lenta, destruidora, vieram a
Unidos ou à Europa. precipitar
aos Estados

transformação social, numa democrati-

Antigos senhores das casas-grandes,


zação cada vez mais acentuada.

de sobrados na
os proprietários grandes
A Grande Guerra, enfim, com a re-
zona das minas, muitos deles acorreram

volução operou em todos os


onde construíram geral que
a cidade,
para grande
acabou colocar a sociedade
Rio de países, por
residência. O Janeiro perdeu

brasileira num de igualdade aos ou-


colonial. Ganhou pé
os ares de cidade

tros
foros cosmopolitas. Cresceu em tama- povos.

nho. Cresceu em beleza e em importân-*


O acesso da mulher a todas as car-

cia. reiras anteriormente só ao


permitidas
"maillot"

homem, a saia curta, o de


A fazenda, a rural,
propriedade pou-

banho de mar, o feminismo, consequên-


co a e sobretudo na segunda
pouco,
cias, em linhas da con-
metade do século XIX, a ser gerais, grande
passou

flagração de 1914, vieram, in-


apenas a fonte de renda dessa nobreza. por

termédio da literátura e do cinema, anu-


Iam até ela apenas as festas ou,
para

lar o ainda sobrevivia do


às vezes, em visitas de inspeção. que patriar-

calismo colonial.
Toda a vida do senhor de família
po-

derosa aqui na cidade, nas Nesse a influência do cinema,


passava-se ponto,

câmaras e nos senados, e muitas vezes, não há negar, foi decisiva. em 1919,

a força do ainda a indústria estava de


quebrada patriarcado primi- quando ga-

tivo, e filho tinham assento na tinhas, Gilberto Amado escrevia em


pai
"Como

mesma assembléia e, não raro, em Gráo de areia : a entendem


par-

tidos opostos. Aos a muitas das senhoras do


poucos, gente preponderantes

com o apoio do impera- nosso meio. a civilização é dada, meu


moça, próprio

dor Pedro II, também um moço, veio a caro Romão, atrizes de cinema!
pelas

tomar as rédeas do Imitá-la, sobretudo, às italianas, tra-


governo. que
DO BRASIL 147
A HISTÓRIA SOCIAL

nas f&Uricas e de 9. Capistrano de Abreu Cami-


balham de Nápoles J.

filmes «voortação... nhos antigos e do


Turim em par<x é povoamento

rodas aqui *~*iomina- — da Soe. Capistrano


em certas Brasil Ed.
hoje,

o ideal". Abreu — Rio.


das elegantes, de

i de Abreu -— Capí-
não .Capistrano
tão incisiva
Essa transformação Wfc
História Colonial (1500-
cida-
somente nas grandes
se realizou "
S°c- Capistrano
fazendas, i d/"
Também nas que ganha- — Rio.
des. de Abreu
"courts
de tênis, ilumi- -
de Almeida Prado
ram piscinas, 11. J. F.
da • '
todos os imperativos do Brasil
nação elétrica,
primeiros povoadores

O colono, agora geral- — E. N.


vida moderna. Brasiliana C.
Col.

ou da Asia, já —
da Europa Pombo História
mente vindo F. da Rocha
12. I.
inferior, — M.
ignorante desprezível, — 5 vols. W.
não é o do Brasil
empre-
diante do proprietário 1935.
Inc.
passivo Jackson
— Evolução do
13. Oliveira Viana
gador.

c^a" — Col. Brasiliana


sertão, nas brasileiro
em pleno povo
Somente
den- E. N.
esquecidas C.
dezinhas e povoações
algu- — Populações me~
ainda subsiste 14. Oliveira Viana
da mata, é que
tro
¦—¦ Col. Brasi-
ridionais do Brasil
coisa da sociedade passada.
ma
«—' C. E. N.
como liana
de burgueses,
Numa sociedade
— Raça e assimila-
di- 15. Oliveira Viana
não existe propriamente
é a nossa,
— C.E.N.
— Col. Brasiliana
de ção
classes. Os preconceitos
visão de
— Paulistica (Histó-
16. Paulo Prado
nulos.
cor são mesmo quase
— Ariel Ed. 19.
ria de S. Paulo)
a formação
trouxe
A industrialização Geografia
17. Pierre Deffontaines

classe. O proletariado,
uma nova Separata da
de do Brasil
humana
casta inamo-
constitue uma — B»
não I.
porem, Bras. de Geografia
Rev.
Uma pessoa pode
vivei, hereditária. __ —
G. E. Rio.
até nao ser
Pode
tudo o quiser. — Espirito da so-
ser que Calmon
18. Pedro
da força
Tudo depende
nenhuma. — 1.* da
coisa colonial parte
ciedade
de cada um.
e da coragem — Col.
de vontade do Brasil
História Social

<—¦ C. E. N.
Brasiliana

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II — 1882.
parte
— Rio. . —
, Werneck Sodré
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— Sobrados
Freire — Col.
8. Gilberto Império
- ' rama do Segundo
C.
"¦** Col. Brasiliana
cambos N.
-— C. E.
Brasiliana
— 1934.
E. N.
Ensino e conceito de História da América

HÉLIO VIANA

Professor catedrático de História da América

na Faculdade Católica de Filosofia

de 1856, mais ou me- ser tratadas e resolvidas de ma-

nos, a neira mais ou menos definitiva,


primeira proposta

DATA
no sentido de ser criado, senão se abranjendo, de um só

Brasil, o ensino de História da de vista, os destinos de to-


no golpe

América. Fê-la frei do o continente americano. To-


Camilo de

dos os etnográficos, as
Monserrate, sábio beneditino problemas
que

foi Biblioteca tentativas de estabeleci-


diretor da Nacio- primeiras

mento dos europeus, as


nal. Embora francês de nasci- guerras

e invasões daí resultantes, os êxi-


mento, tornou-se brasileiro de

tos e os fracassos das tentativas


coração e de adoção o ex-Ca-

de colonização, as simultâneas
milo Cléau, tendo sido ainda

agitações das colônias afinal li-


verdadeiro do incentivo
precursor

aos estudos americanistas, como bertas, sua marcha


progressiva

vias da civilização —
o seguinte trecho de sua nas todos
prova
"documento

autoria, extraído do esses fenômenos se manifestaram

n. 19" lhe no Novo Mundo com um carater


acompanha a bio-
que

barão de Ramiz de conjunto e de solidariedade


tra-
grafia, pelo

se não deverá de vista.


no vloume XII dos Anais que perder
çada

de nossa Casa Porém se essa unidade de mo-


dos Livros:

44 vimentos foi notável em


perío-
Fazendo da história e da
geo-
dos transcorridos, ela indubi-

do Brasil objeto de ensi-
grafia
tàvelmente se revelará de maneira
no especial, seria conveniente

ainda mais regular nos destinos


alargar um os seus limi-
pouco
futuros da América. O da
papel
tes, dele se não separando o
que
Europa relativamente ao nosso
concerne ao resto da América.

continente se reduzirá, à medida


"Existem

de história,
questões as nossas forças e riquezas
que

as relativas ao fu- aumentem, a


principalmente simples relações,

turo da América, não não mais de influência, mas de


que podem
DA AMÉRICA 149
ENSINO DE HISTÓRIA

destinos em mútua contem-


comum. E a nossa ci- seus
atividade

Seus e deca-
vilização, embora nascida progressos
que, plação.

os aos es-
o do Velho Mundo, dências, quais
sôbre solo já perigos

aos escapam
aspec- tão expostos, quais
está assumindo singulares

são cada um
será a ou sucumbem, para
tos de originalidade, para

de deles advertências, que


não mais um assunto preciosas
Europa,

exemplos a seguir
espetáculo e um lhes assinalam
crítica, um
porém

ou escolhos a evitar.
observação úteis à sua
campo de

44O
instrução. da história nacional
ensino

"Se
ser comple-
do Brasil, não
a história poderá, portanto,
política

seja ao das
to, sem
atualmente, que paralelo
em épocas
passadas,

americanas. Nume-
estudada outras nações
no futuro, deve ser
e

da história do
à das outras nações rosos
problemas
paralelamente

ser tratados e
histórica Brasil não
americanas, a poderão
geografia

de maneira mais ou me-


deve estar contida resolvidos
e (1)
política

mais sem o recurso aos


E, com nos definitiva
no mesmo
quadro.

física e história dos


a dados fornecidos
forte razão, pela
geografia

do Novo Mun-
divisões . outros países
suas (2)

44 do"
(3).
a história das
Na verdade,

O comentário de
Novo Mundo oferece,
nações do

Ramiz Gaívão
linhas caracterís-
em suas gerais,

seguir, em
comuns, e deve
ticas

a tese do filho
evolu- Comentando
uma
seu desenvolvimento,

duque de Berry,
natural do por
Êsses de
semelhante. povos
ção
título es-
mais de um
o profética,
mesma raça,
uma professando
eminente bió-
em 1886 seu
todos, creveu
falando
cristianismo, quase
na direção da
e sucessor
origem romana, grafo
língua de
uma

Nacional, Benjamin
época Biblioteca
à mesma pa-
transportados

Galvão, ame-
e con- de Ramiz
descobriram Franklin
ra regiões que

o o nome",
durante ricanista desde
submetidos próprio
quistaram,

ao mes- tomo dos respectivos


espaço de tempo no mesmo
mesmo

libertados
mo regime Anais :
político,

animados 44Nela
simultâneamente,
quase esboçada uma
se acha

entreten-
dos mesmos propósitos,
alcance: as van-
idéia de
grande
relações e
do as mesmas partici-
de alargar
e a necessidade
— tagens
mesmos interesses
dos
pando História
do ensino da
os o
estudar quadro
sem dúvida,
devem,

diríamos hoje.
humana,
(1) Geografia

de 1931 havia consignado.


reforma do ensino
tudo isso, a
a já
(2) Atendendo com-
o estudo da geografia
dos cursos secundários,
da série
„o quinta
programa

Américas .
das
parada
"Documento
19", intitulado O
— n.
Camilo de Monserrate
(3) Frei F.
escrita B.
à sua Biografia, por
em francês, anexo
do Brasil, w>digido
ría História
vol. XII
do Rio de Jane.ro,
da Biblioteca Nacional
nós Anais
£ Ramtz GaWão
trabalho, foi
autor deste
/1004 Traduzido e comentado pelo
|oec\ Dáas 391-394.
"Textos Política, n. 14.
Históricos" de Cultura
e Documentos
na secçãõ de
pubHcãdo
184-185.
de 1942, págs.
de abril
150 CULTURA POLÍTICA
»•

do Brasil com o da História dos França. Como a ela lhe não im~

outros americanos. a América, também a nós


povos portava

44
se acredita oficialmente
que pou-
No tempo em frei Camilo
que
co nos vai com o seu destino.
(ez estas observações, não só na

44

cadeira de História Pátria do Possam estas linhas acordar

Colégio de Pedro II nosso es- do letargo os nossos


(o professores,

tabelecimento modêlo de instru- incutir-lhes a coragem


precisa pa-

secundária) se não dizia uma ra redigir um compêndio de his-


ção

sôbre os sucessos relati- tória adequado às nossas neces-


palavra

vos ao resto da América, como cidades de americano! O


povo que

nem na dè História Moderna de frei Camilo lamentava há trinta

tal se falava. Há disto bons trin- anos ainda agora remédio, e


pede

ta anos. é tempo de dá-lo, honra do


por

44
nome brasileiro!"
(4)
Atualmente ainda não estamos

muito melhor, e os votos do sá- Longo foi o lapso de tempo

bio beneditino se não realizaram transcorrido, até assumissem


que

enquanto. feição realística os votos formula-


por

44
dos barão de Ramiz, mesmo
No pelo
do ensino da
programa

em De nada valiam esfor-


História Moderna no 1886 parte.
ano de

como os de Oliveira
ços pessoais
trata-se de turcos e escandina-

Lima, em conferências
vos, de Maomé II pronun-
e Gustavo

ciadas em universidades norte-


Wasa, da Guerra das Duas Ro-

americanas, sobre a Evolução his~


sas, da dos Trinta Anos e das

tórica da América Latina compa~


campanhas de Frederico o Gran-

rada com a da América Inglesa,


de, trata-se enfim de tudo
que
reunidas em volume no ano de
agitou a Europa desde 1453 até

1914. Somente em 1931, na re-


1859; mas de americanos
pontos

forma do ensino secundário


não há senão a Independência pro-

movida ministro Francisco


dos Estados Unidos pelo
e a Guerra

Campos, foram atendidos,


do México, como se os filhos par-
de

cialmente, os seus desejos, aumen-


um da América de-
grande país

tando-se um a limitada
vessem conhecer pouco
as
questiúnculas
concedida à História da
quota
dinásticas e as rivalidades
políti-
América nos dos
de Estados longínquos, programas gi-
ças a
que
násios.
nos não laço algum, de
prende

à história de nossos Essa orientação,


preferência mantida na

irmãos e vizinhos, filhos da mes- reforma 1942,


de recebeu,
porém,

ma raça e companheiros dos nos- verdadeiro coroamento, em 1939,

sos destinos. Os moços brasilei- no setor do ensino universitário,

ros aprendem ainda hoje com a criação da cadeira de His-


pelos

moldes europeus, e continua a ser tória da América nas Faculdades

da nossa educação histórica de Filosofia,


guia destinadas ao
pre-

um Manual do Bacharelado em de trabalhadores intelec-


paro

Letras feito em França,


para tuais o exercício das altas
para

França e segundo as vistas de atividades culturais de ordem de-


/

B. F. de Ramiz Galvão — Op.


(4) cit., 197-198.
págs.
151
DA AMÉRICA
ENSINO DE HISTÓRIA

aquele material
rá-la, forneceu
técnica, de can-
ou
sinteressada
Academia Na-
membros da
ensino aos
ao magistério do
didatos
da Argen-
de la Historia,
e à realiza»- cional
e normal,
secundário

redigido e
do- tina, tendo publicado
nos vários
de
ção pesquisas
no Boletín então
a sua resposta,
cultura, constituam
tnínios da que
entidade, o
mesma
editado pela
objeto de seu ensino" (5).

Enrique de
respectivo secretário

conhe-
Agora a
que possuímos,
Gandía.
como
cendo os seus
precedentes

De todos êsses
notáveis pronunciamen-
de tão
antiga aspiração

último, re~
do
é tos, especialmente
nossa vida cultural,
vultos de

a seguir, os
sumiremos, principais
também conheça-
conveniente que
a nossa
reservando
histo- argumentos,
mos como é encarado, por

o capítulo posterior
opinião para
de alguns dos
riadores principais "Bases
da Amé-
— da História
continente, o conceito
do
paises
rica .
História da América.
de

*
existe, em
Bolton
Para o
"O prof.

Panamericanismo da História
' a unidade
princípio,
na História (6) mais
Seus aspectos
americana.
4
à maior
são comuns
relevantes
1932, em
de
Em dezembro
As histó-
do hemisfério".
parte
Historical
da American
reunião de uma
sao filamentos
rias locais

Chicago, susten-
de
Association, A História
corda mais
grossa.
de vista
tou interessantes pontos
ser ensinada
deve
da América
históri-
sôbre o
panamericanismo um de
tipos de cursos:
cm dois
da His-
seja, a unidade
co, ou
História ame-
sôbre a
E. introdução,
Herbert
da América,
tória
da Histó-
outro
ricana em
da Universida- geral,
Bolton,
professor
cada nação.
de
na Califórnia. ria
Berkeley, particular
de de

0'Gôr-
isto é negado por
cuba- Tudo
na revista
Contestou-as,
o estudo dos
Teme êle
la Habana, man. que
de
na Universidad

sôbre um
embora
mexica- temas locais,
1939, o historiador
em

dê relévo
lhes que
Tencio- fundo
0'Gorman. geral,
no Edmundo

vista de
a desejada
essas idéias,
fazer discutir prejudique
nou
à
mesmo,
Refere-se,
mesa re- conjunto.
de
em uma conferência
"grande fei-
informe dos
massa
1941 se realizaria
em
donda", que
Diz o
que prof.
tos americanos".
História Latino-
Secção de
na
da influência
não cogitou
Bolton
associação
daquela
Americana
casos indivi-
ter os
Lewis Han- que podem
Estados Unidos,
dos
"duais. salientou
Nem tampouco
Hispâni-
da Fundação
ke, diretor
his*
das religiosidades
a diferença
do Congresso,
da Biblioteca
cai
Acres-
e anglo-americanas.
Visando pano
Washington. prepa-
de

deu organi-
abril de 1939, que
• de 4 de
n. 1.190.
i do decreto-lei
(51 Art
do Brás,!.
da Universidade
de Filosofia,
Faculdade Nacional
zaçâo à
"El '
en la His*°"a

de Gandia panamericanismo
Cf Enrique vol. Xy
XV,
(6) 1941,
Buenos Aires.
de la Historia.
Nacional
de la Academia
tin

383^393,
págs.
152 CULTURA POLÍTICA

centa, ainda» a Grande Amé- Se, êle, não


que ser
para pode posta

rica não tem unidade cultural. em dúvida a unidade essencial da

História da América, dentro da

A resposta de Enrique
zona de expansão espanhola *-*

de Gandía
concorda, dela não
porém, que

será separar o relato das


possível
Brilhante» sem dúvida» foi a

colonizações francesa,
portuguesa,
resposta ao historiador mexicano

inglesa e holandesa, com es-


pois
dada seu colega argentino»
por "Chega-
tas chocou-se aquela.
a das idéias sustenta-
propósito
mos, à conclusão de
portanto,
das norte-america-
pelo professor
os anos do desço-
que primeiros
no.

brimento e conquista represen-

Começa Enrique de Gandía


tam, na História da América, uma

demonstrando Hegel, citado


que base comum, uma histó-
grande

0'Gorman, não sabia e não


por
ria única, na se não
qual pode
compreender a História da
podia
esquecer um só acontecimento. Se

América. Acreditando lhe


que mais tarde as diferenças se acen-

competia mais uma na na-


posição tuam entre as colonizações
que
tureza na His-
que propriamente
se desenvolvem no Novo Mun-

tória, absurdamente limitava-a à


do, é convir a Histó-
preciso que
Geografia. Não considerou,
por-
"o ria da Grande América, como a
tanto, choque a his-
que para
denomina o Bolton, surgiu,
prof.
tória do mundo significou o des-
não das sombras, mas das luzes
cobrimento" do novo continente.
"Toda de um comum". E aque-
passado
a história colonial, "às
com o
Ias
mesmas diferenças vezes
desenvolvimento dos ibero-
povos
servem mais unir
para que para
americanos e o fenômeno da mes-
separar".

tiçagem, despercebida.
passou-Uie

As causas Quanto às revoluções america-


e a significação aa re-

volução nas, tão exploradas e discutidas


dos Estados Unidos, com

sua influência observadores superficiais, não


na Europa e na por

Revolução concorda Enrique de Gandía


Francesa, foram, que
para "próprias
devam ser consideradas
ele, letra morta. As consequên-

de nações Nem cabe aos


cias da História de Espanha'' jovens".
(e

hispano-americanos essa
aqui acrescentaríamos países
a de Por-
"no
designação, embora ser ex-
tugal) momento da invasão possa

napoleônica, ela se refere à data


na América Espa- plicado que

"também
nhola" Portuguesa) em conseguiram suas inde-
(e que

não existiram. Tudo isto e não à época em


não era pendências, que

suficiente, na opinião de apareceram na História,


Hegel, ainda em

considerar iniciada fins do século


para a vida XV ou início do

histórica das nações do Novo seguinte. Opina, entretanto,


que

Mundo".
as revoluções diminuirão à medi-

Contra o laconismo da forem aumentando as res-


de CVGor- que

man, defende o ilustre não


diretor do pectivas encon-
populações,

Museu Municipal de Arte trando mais ambiente


Colo- favorável às

nial, de Buenos Aires, a necessi- reivindicações armadas os seus

dade dos estudos de conjunto. arbitrários agentes.


ENSINO DE HISTÓRIA DA AMÉRICA 153

Assim, a unidade da América, estamos, apesar das afinidades de

o autor da Historia de la evolução e social


para política que po-
"não
Ciudad de Buenos Aires, é dem ser encontradas em nossa

somente uma unidade história comum.


geográfica:

é uma unidade histórica. A Há, entretanto, neces-


geo- grande

dividi-la em do Nor- sidade de apareça, na Amé-


grafia pode que

te, Central e do Sul. As línguas rica, um sentido continental,


que

dos colonizadores recordar represente segurança contra fato-


podem

suas origens espanholas, inglesas, res dissociativos nos veem da


que

e francesas. As reli- Europa, e mesmo da Ásia. Há


portuguesas

frente a frente vantagens reais na existência


giões podem pôr de

a América Católica e a América uma comunidade de sentimentos

Protestante. Há fale de seja, simultâneamente, uma


quem que

América Negra, América Indíge- ligação e um meio de defesa.

na e América Branca. Chegamos signifique a afirmação de


Que

à conclusão de existem mui- mocidade e de vida


que ao Novo
que

tas Américas e, também, à de


que Mundo ainda deve caber, isen-

todas elas, sua di- tando-o das divergências


por própria e dos

versidade, formam uma e não estão de acôr-


grande problemas que

única América, dentro do espaço do com o seu tempo de


partici-

a lhe determinou. na História.


que geografia pação

Esta América teve um fim em sua


Para se opere essa trans-
que

história: a Independência, a Li-


formação de mentalidade, torna-

berdade, a Democracia, e se um exato conhecimen-


parece preciso

mantê-lo agora com tôdas as fôr- to de todo o conjunto americano.

de é capaz". As origens e sociais


ças que políticas que

tiveram as antigas colônias espa-

nholas, e inglesas,
Bases da História portuguesas

depois de examinadas no
América perío-
da
(7)

do em apareceram, fornecem
que

bases bastante úteis às conclusões


As dificuldades o estabe-
para

vista de con- se refiram às


lecimento de uma posteriores, que

a História da de entendimentos
sôbre tôda possibilidades
junto

va- se tenham em vista. As for-


América decorrem da que
própria

mações étnicas, morais e econô-


riedade de sua formação. Somos

os micas, correspondem, nos três


fundamentalmente diversos, que

hispano- séculos da história ame-


anglo-americanos, os primeiros

ricana, ao seu movimento de ex-


americanos e os luso-americanos.

de se veem
Tão como a criação pansão geográfica, juntar
primária

origens rigorosa- as respectivas formações


um de políticas,
grupo

diferençadas — tôdas
inglesas, é a suposição de igualmente
mente

ibero ou latino-americano. essas causas contribuindo a


outro, para

e formamo-nos distin- elaboração, ainda


Nascemos que prossegue,

e nessa distinção ainda do conjunto se apreciar.


tamente que quer

"Bases
Viana — sociológicas da formação americana", ensáio
Cf. Hélio
(7)

na revista Espelho, do Rio de n. 8, de novembro de 1935,


Janeiro,
publicado

14-15.
págs.
'v N»

154 CULTURA POLÍTICA

vicissitu- Profunda diversidade entre


As independências e as

os colonos ingleses
des do século também vie-
quarto

e ibéricos
ram ajudar essa vasta separação

americana» somente, agora,


pelo
Não é necessário se esten-
que
em via de obter
panamericanismo, ten-
dam muito as considerações

mais unificada e menos diversifi-


dentes a demonstrar a
profunda

cada conformação.
diversidade existente entre colo-

nos ingleses e ibéricos. As suas


A fonte de estudo re-
qualquer

diferenças étnicas e
ferente a todo o conjunto ame- psicológicas

são tais e tantas se não


ricano está, mais no que
portanto,

torna esmiuçá-las aqui,


exame das distinções originárias preciso

o espírito de síntese
afinidades. prejudicando
na de
que procura
manter. Basta as-
que queremos
Porque se aquelas superam a es-

sinalar anglo-saxões e ibéri-


que
tas, são evidentemente mais im-

cos foram nunca se


povos que

e interessa conhecê-las
portantes aproximaram em rela-
quaisquer

em tôda a sua extensão. e


mais dignas de aprêço
ções que,

o caso das respectivas atua-


disso, as diferenças assi- para
Além

na América, mereçam refe-


ções
naladas numa formação, não so-

rência. Nem mesmo o domínio dos

mos obrigados a mantê-las de-


mares, uns e outros disputa-
que

de completado seu ciclo ini-


pois ram, constituirá fator de ligação

ciai. As nações atingem a de si-


que comum, suscetível
provocar

maturidade e devem en- militudes nos respectivos


podem proces-

sos de colonial. As
trar em amplos entendimentos política posi-

na Europa, assumidas
ções pelos
com outras nações delas diversas,

três igualmente se
países, pouco
até mesmo modificar as ca-
para
refletiam sôbre a ação interna

racterísticas menos benéficas


que
aqui desenvolvida seus sú-
por

ocasionalmente Isto,
possuam. ditos, conquanto muitas vezes

no setor econômico universal a influenciar as suas


que chegassem

tem aplicação, encerra, no diretrizes internacionais.


grande

caso americano, uma regra de sa-


Apenas num sem dúvi-
ponto,

lutar sobretudo diante


prudência da muito importante, registou-se

atualmente apre- exata correspondência de ideais


do
quadro que

as circunstâncias, entre os colonizadores,


sentam políticos
prolon-

ingleses, espanhóis e
difíceis, da in- portugue-
gadamente política

ses. Foi no desenvolvimento da


terna e externa de outros conti-

vida municipal, traço idêntico nas


nentes.

três formações coloniais, os town~

Verificadas todas essas


preli- ships, os e as vilas se
pueblos

minares, a uma breve irmanando numa muito


passemos projeção

análise da formação e so- direta das reivindicações medie-


política

vais européias.
ciai dos três de
grandes grupos

colônias européias se estabe-


que Se tantas são as diferenciações

leceram na América. assinaláveis entre anglos e ibéri-


ENSINO DE HISTÓRIA DA AMÉRICA
155

cos, o mesmo fàcilmente não se A diretriz dos colonos

achar nos dois


poderá
povos que europeus
.

da
península saíram
primeiro pa-

ra o descobrimento, Em suas respectivas expansões


a conquista e

o das tôda a América


povoamento novas terras geográficas por

americanas. Espanhóis agiram os colonizadores europeus


e
portu-

tinham visíveis de modo nitidamente diverso, tan-


gueses origens co-

muns, de modo to contigências físicas


a pelas
grandemente que

facilitar as se lhes deparavam, como


reuniões
posteriores pelas

de ambos são feitas, num características diferen-


que só próprias

étnico e numa ciais. Reagindo contra meios


grupo só designa-

Entretanto, alguns séculos sempre adversos aos seus


ção. quase

depois do estabelecimento ambientes anteriores, êsses


da mo- deci-

narquia lusitana, fradores de intricados


se re- arquipé-
já podiam

diversidades muito sensíveis lagos, desbravadores de fechadas


gistar

entre os dois resulta- florestas, de tenebrosos rios


povos e de
que

ram do amálgama de iberos, ro- alcantiladas montanhas venciam o

manos, celtas, e árabes. A desconhecido de acordo com


godos pro-

língua diferente, a independência, cessos adaptáveis a cada cir-

os conflitos de interêsse, a cunstância, às vezes influenciados


posi-

ção e comercial assumida ameríndios,


política pelos próprios mas

na Europa, as sempre arbitrárias também determinados dire-


pelas

dosagens na miscigenização —
trizes a cada um deles.
peculiares

contribuíram diferençar ain-


para
Couberam aos espanhóis os
da mais as duas nações ibéricas,
trajetos mais complicados, das
e, conseqüentemente, os colonos
Antilhas à Nova Es-
passando
ambas remeteram a
que para
e à América Central, su-
panha
construção do novo mundo
que
bindo um em direção à Ca-
pouco
entre si deviam
partilhar.
lifórnia, descendo muito li-
pela
Além desses três essen-
grupos nha dos Andes até o Chile, com

ciais de da América,
povoadores inflexões Nova Granada,
por

merecem exame histórico os dois


Charcas e Paraguai, atingindo

outros, constituídos franceses


por afinal os Pampas e o Prata. Nes-

e holandeses, nos dois


primeiros sa espinha dorsal extensíssima,

séculos tão esforçados em suas


tornava-se impossível sustentar

tentativas de mais duradouro es-


uma unidade donde se
qualquer,

tabelecimento nos domínios da


seguiu a sua complexidade admi-

Espanha e de Portugal. Extin-


nistrativa, originada na
geográ-

tas as num âmbito


pretensões que fica.

mais largo tiveram, convém as-

Melhores vias de
sinalar idêntico fracasso penetração
que po?
tiveram os ingleses da Virgínia
deriam ter sofrido também os in-

e Nova Inglaterra* com a fácil


não fosse a má vontade
gleses,
transposição dos Alleghanys sen-
mantinham os espanhóis em
que

do os seus avan-
lutar sob climas mais frios, e a proporcionados

até o Mississipi. E extinta a


impossibilidade de voltar a ços
para

Europa atingia os muitas ve- cunha holandesa do rio Hudson,


que

zes desanimados separava os dois núcleos ini-


puritanos. que
156 CULTURA POLÍTICA

' f

aqui todos encontrados. Com


ciais» mais facilitada ficava a sua
por

territorial, única cm a chegada dos


dilatação que, primeiros povoado-

tinha realmente res, verificou-se o aparecimento


toda a América,

de ampla mestiçagem, de modo a


bases federais.

criar até diversos tipos bem de-

aos um litoral
Já portugueses
finidos de hispano-americanos,

imenso forçou a sua divisão em

não se dando, de forma alguma,

de
quatro grandes pontos partida
a imediata supressão ou afugen-

o interior. Logo nos


para primei'-
dos indígenas o in-
tação
para
anos apareceram a Nova Lu-
ros
terior, em outros ocorri-
pontos
e São Vi-
sitânia (Pernambuco)
da. Entre e selvíco-
portugueses
depois a Baía e o Mara-
cente,
Ias a mistura também foi
grande,
nhão, donde se ao Pará e
passou
embora não tão
prolongada
toda a Amazônia. De São Vi-
a

entre os espanhóis. Em
quanto
transposto o contra forte do
cente,
a América ibérica, a
tôda porém,
o Sul e
planalto, çonquistou-se
foi recurso logo em-
escravização

explorou-se o Centro, encontran-

e reprimido, Igreja
pregado pela
no Prata e a Oeste os es-
do-se

mais fortemente Esta-


que pelo
nas minas as outras en-
panhóis,
do.
da Baía e
tradas partidas
que,

Pará demandavam o sertão, o inglesas muito ou-


do Nas colônias

Amazonas, Goiaz e Mato Grosso. foi o sistema colonial utiliza-


tro

Antes dessa fixação de fronteiras do, em face da existência de


po-

interiores os vermelhas nas regiões


pelos paulistas, já pulações

e os ha- em desejavam estabelecer-se


baianos pernambucanos que

viam rechaçado os invasores ho- violência foi a re-


os brancos. A

franceses e ingleses, as- noutras mui-


landeses, enquanto
gra, partes

a da costa do exceção,
segurando-nos tas vezes havia sido a
posse

Norte, até o estuário amazônico. salvo nos contactos de


primeiros

obra de construção espanhóis com aztecas e incas.


Essa geográ-

fica, e social da nacio- rigorosamente se-


política Permaneceram

nalidade brasileira os dois elementos, na


partiu, portan- parados

to, dos núcleos foram do Norte. Divergências


que América
quatro

Paulo, Baía, Pernambuco e importância fundamental,


São de por-

Maranhão-Pará, nela se revelan- tanto, e em atitudes


que poste-

as de expansão dos encontraria


do riores
qualidades permanente

e de seus descen-
portugueses projeção.

assim realizadores de um
dentes,
O dos
puritanismo
maiores do mundo.
dos
países

passageiros
"Mayflower"

da
O aparecimento de ampla

mestiçagem

Também o dos
puritanismo

a diver- da Mayflower e de
Outro em passageiros
ponto que

colonizado- seus descendentes e sucessores


sidade de
processos

na América logo se manifes- seria outro fator de di-


res profunda

foi às relações en- ferenciação na obra colonizadora


tou
quanto

tretidas espanhóis, da América. Contraposto ao ca-


por portugue-

ses e ingleses com os selvagens tolicismo de espanhóis e


portu-
ENSINO DE HISTÓRIA DA AMÉRICA 157

cresce ainda mais o seu apenas em alguns mas


gueses, processos,

antagonismo se considerarmos não em tôdas as suas atividades,


que

com todo o rigor agiam os é ser encontradas


qua~ que podem

kers em matéria religiosa, enquan- afinidades entre umas e


quaisquer

to atenuadas ficavam, às vezes, outras.

as formações espirituais daqueles


As diferenças nas

outros sob a influên-


povoadores,
formações políticas
cia do indisciplinado meio ameri-

cano. Pois embora súditos de


De tantos elementos divergen-

majestades católicas ou fidelís~


tes teriam de decorrer,
paralela-

simas, e apesar dos esforços de


mente, diferenças nas for-*
grandes

dominicanos e outros sa-


jesuítas, mações dos três
políticas grupos

cerdotes, a licença aqui chegava


formadores do continente. Se a

ao abuso, nâo temendo os zelos


Espanha teve de agir de modo es~

da Santa Inquisição nem os fiéis


sencialmente fragmentário, aten-

de antiga crença nem mesmo, du-


dendo a contingências
profunda-

rante certo tempo, os cristãos*-


mente a cada região
peculiares

novos, muito abundantes nas ca-


cujo estava sob sua alça-
governo

madas da Península.
populares da, a conseqüência da observân-

cia dêsses diversíssimos


As atividades econômicas processos
que

de colonial não deixaria


logo foram as das três Améri- política

de ser senão a subdivisão


cas, igualmente contribuíram posterior
para

às independências,
os descendentes de in- quando quatro
diferençar

vice-reinados se transfor-
espanhóis e grandes
gleses, portugueses.

maram em dezesseis repúblicas.

Logo no século, cons-


primeiro
O contrário disto se registaria no

as minas de o
tituíram-se prata
Brasil, onde, como resultado de

objetivo da colonização
principal coloniais mais centrali-
processos
Ao mesmo tempo, or-
espanhola.
zadores, os seus núcleos
quatro

a lavoura da cana de
ganizou-se de expansão se uniram em um só

brasileiro. No
açúcar no litoral
império unitário, a fórmula mo-

tornou-se a cria-
século seguinte,
nárquica eficazmente contribuin-

a ocupação
de
ção gado grande E, o
do esta solução.
para para
além do
de significado social,
caso da colonização inglesa, a

econômico, na colônia
portuguesa, às interven-
mais fraca
quanto

na inglesa as culturas
enquanto
da metrópole, o resultado foi
ções

e algodão iam adquirin-


de fumo
a independência dos Estados Uni^

O ouro e os
do notável
posição. dos, a tôdas as outras,
precedendo

Brasil, além das mi-


diamantes do
apesar da menor existência
poli-
e das
nas hispano-americanas
tica de seus dois núcleos de ex-

e cria-
generalizadas plantações
inicial.
pansão
todo o con-
espalhadas por
ções

importân- Somente depois da separação


tiveram maior
tinente,

As compa- das mães-pátrias é aparece


cia no terceiro século. que

tôdas as o conjunto americano de modo


nhias de comércio,
que

mais definido. Continuaram a


americanas conheceram,
colônias

também, fato" agir isoladamente as suas


não constituíram, partes,

através das dificuldades cer-


de aproximação, uma vez que
res que
158 CULTURA POLÍTICA

caram os decênios de de crise,


primeiros ocasionada
plena por

suas existências uma universal, os esforços


políticas, perío- guerra

dos êsses em alguns casos oficiais ou ten-


que particulares que

extraordinàriamente se dem àquele fim. Mas é (ora


prolonga-* das
"busca

ram, nessa angustiosa de atitudes simplesmente exteriores,

si mesmos" tem caracte- não de declarações


(8) que que passam

rizado certos aspectos das lutas líricas ou oportunistas,


que qual-

internas ocorridas na América. de sucesso


quer possibilidade po~

Porém muito mais tarde, em de ser registada. esti-


já Quando

fins do século é me- verem em tôdas as conciências as


passado, que

lhor se começou a compreender vantagens de um continentalismo


"sentido

êsse de totalidade" bem compreendido, então se


que po-

mais convém ao continente. derá ver a América como um só

todo, interpenetrando-se as influ-


Persiste ainda êsse movimento

ências diversas de sua formação


de compreensão. En-
progressiva
histórica. Conhecendo-as antes
tre as incertezas ainda assai-
que
e aplicando-as depois, serão con-
tam a obra do
panamericanismo

seguidas bases muito mais sóli-


bem entendido, e os erros de um

das os simples fraseados dos


ibero-americanismo ou de um his- que

atuais americanistas de emergên-


mais restritos,
pano-americanismo

ainda se debatem, em cia.


períodos

"Formação "Revoluções",
Cf. Hélio Viana — —
(8) americana", cap. IX

na revista carioca A Ordem, ano XIII, n. 25, de março de 1932, 197; e,


"Revolucionarismo pág.

também do autor ¦— americano", na revista Descobrimento, de

Lisboa, n. 4, do inverno de 1932, 571.


pág.
O Forte do Príncipe
da Beira

GENEROSO PONCE FILHO

''fugindo
de Albuquerque Melo metrópole, de especula-

Pereira e Cáceres, o capi- matemáticas e


ções de estudos abs-

LUIZ
tão-general mais tratos não são
que por de algum uso
que

largo tempo Mato Gros- na administração


governou dos negócios fú

so, tinha visão ampla de esta- sicos, são todos os


quais que per-

dista. Não era homem do ra- tencem ao e mili-


govêrno político

merrão administrativo. Possuía tar de um Estado como êsse


que

compreensão dos está confiado à


problemas que direção de vossa

se lhe antolhavam e iniciativas senhoria"


(1).

incessantes, resol-
próprias, para

vê-los. Rosário de
fortificações

Nem sempre se ateve, feliz-

O homem impacientou
que mente o Brasil, às instruções
para

Pombal seu
pelo tacanhas da metrópole. Tinha

ardor
vocação e dinamismo de verda-

deiro estadista. De norte a sul,


Chegava a impacientar Pombal

nas extremas ocidentais da imensa


com seus arrojos. O ministro

capitania lhe coube adminis-


que
mandava-lhe dizer do Reino
que
"nenhuma trar, espalhou, como contas de ro-
nação estabeleceu até

sário, Príncipe da Beira, Vizeu,


agora colônia de vila e cidades

Casalvasco, Vila Maria


(mais
com dinheiro líquido, como
quem
tarde, em sua honra, denominada
compra Queria não
quintas". que
S. Luiz de Cáceres), Albuquerque
com os empreendimen-
gastasse
Corumbá), Coimbra, Mon-
(hoje
tos o espírito ativo do capitão-
que
dego Miranda), Fecho
(agora
vislumbrava e seu descor-
generál
dos Morros. Fortificações, des-

tínio ia em execução. Pas-


pondo tacamentos militares ou
povoados

sava-lhe severa repreensão. De-


não os espalhou diletantismo,
por

veria regular-se instruções e


pelas mas como integrante de
parte

ordens diretamente expedidas da


plano de defesa e expan-
geral

In Luiz de Albuquerque, r Virgílio Correia Filho.


(1)
POLÍTICA
CULTURA
160

em 1825, Tapajós,
do Pará, pelo
atestar nossa
vivos a
são» marcos
anos a chegar ao
levaram 5

nas longínquas paragens.


posse
forte !

todos, avulta, pela gran-


Entre


da obra executada,
diosidade
Façanha de Ricardo
meio, o Forte
século e
mais de
Franco
Beira, à mar-
Príncipe da
Real do

a 12.
do Guaporé,
direita
qem façanha, Ricardo
Autor da

17*20" long.
S.. 21.°
25*47" lat.
Serra, capi-
Franco de Almeida

do Rio de
O. Janeiro.
mais tarde
tão de engenheiros,

de Coimbra, onde
herói do forte

desertão rondoniano
No don Lá-
vitoriosamente a
resistiu
1

na investida cas-
zaro de Ribera,
na
hiléia amazônica,
Em
plena "opu- nós.
telhana contra

fechada, naquela
floresta

o do forte
deslumbrou Traçara os
lenta desordem" que planos

Hum- mais
e o Domingos Sambocetti, que
nosso Euclides grande

hoje, a vitimado
ainda sucumbiria pela
boldt, ostenta-se, tarde

dessa for-
insalubridade da região
construção pantanosa
gigantesca

Eleva-se num Ali se esboroa,


à la Vauban. do alto Guaporé.
taleza

dos Parecís, século, a cidade


da serra há mais de um
contraforte

Guaporé. Sua de nos


morrer no ouro e das ruínas", que
vem do
que

agora difícil, a vetusta Mato


ainda fala Taunay,
comunicação,

distância, na- Vila Bela da San-


infindável Grosso, antiga
naquela

em a capital dos
fim do mundo, pleno Trindade,
tíssima
quele

numa região Executara a


rondoniano, ?
desertão capitães-generais

índios, faz Franco, braço di-


hoje infestada obra Ricardo
até por

tias difi- Albuquerque em


se reito de Luiz de
quando pensa
pasmar

tiveram de
ciclópicas que suas realizações.
culdades

realidade a
tornar
vencer
para

nosso baluarte
construção desse
A descrição do sargento-

rocha viva
Não havia
de defesa.
mor engenheiro

Vieram, a
nas
proximidades.

Belem, Amazo- no jRo-


de pelo O forte, descreveu-o
princípio,

através das da viagem


nas e Madeira, teiro corográfico que
pelo

o da cidade de
ao Guaporé, se costuma
suas corredeiras, fazer

Pará ã Vila Bela


os Belém do Grão
Itenez dos bolivianos, primiti-

Mato Grosso, o sargento-mor


de cal. Depois, de
vos mil alqueires

Vasco Manoel
hoje Corum- engenheiro João
de Albuquerque,

Braum, esta forma:


o de por
acima, até
bá, rio Paraguai

"He
e daí até alcançar o Gua-
hum fortificado
Jaurú, quadrado

Mas de de Mr. de Vaubanf


quantos quilôme- sistema
poré. pelo

dois ? erigido em
distam esses pontos revestido de cantaria,
tros

o transporte da e huma
de 1.500 ! E terreno solido,
Mais proprio para

ser o mais elevado,


? Basta dizer-se defensa,
artilharia que por

a do
de se encontra desde foz
seus canhões, os
de que
quatro
Baúréz* alem da
Mamoré até a do
calibre 24, enviados
bronze, de
- - - - .JMH
"'? ....... ¦- • - ¦ *
¥K^« 3—s— ¦ —m K^ 1^-TffifirV ^-<*f <_ i i
v.'^'i^iei#-? yB Pf^^fV^iMttM litii A i n nriW#
nSXiiitt

%.k- .-A!'*^^¦1
P

9bfe ^^gggralBp

«? ¦> <S|jtp;.. MliiCTBBBiBBWfpHMU-.. —¦ ¦"•-•• ji~3aEa*^^BP^H^MlnMMB^F™'™^^"Hm?5fB8rnT^^i"^^^~^^*^' *•- *' '


!? jfigTot

Forte do Príncipe da Beira


dando uma idéia do
Gravura

Política)
(Cultura
sôbrc o rio Guaporé
Gravura

Política)
(Cultura
O FORTE DO PRÍNCIPE DA BEIRA lél

A v>yKL|^HHBTf

* •• *
vAiiSfl^^F^K>i

^IH|l *
v>
•niBB ^B|i2i

^raHpP
Al|

doPriitci|»c 4a Beira. JK'1

*^L IBOi
OE

•. ^Hy*'

v^S9^B *

<wffjfflSur

%
. p»

Posição exata do Forte do Príncipe da Beira

í*tj&,

¦$1

113.773 F. 11 -
•f > \i

Èí
CULTURA POLÍTICA
162

forte do Príncipe da Beira,


Mamoré, o juízo
do
situãçâo
geográphicã

mais uma bandeira de


e dito Baurézf parece
Guaporé, Itonamáz, que

misericórdia lançada como salva*-


as missões
communicão
(rios que

es* ao seu construtor.


de Môscos nelles guarda
hespanholas

'
necessaria* ME'
tabelecidas, passando
na verdade imponente e

desta nação com


mente as canoas
obra de arte essa for~
grandiosa
espaço in~
muita pelo
[requencia os
taleza, construída conforme

concludente*
termedio); que
pelo todos,
da arte de
preceitos guerra,
se deixa ver a
mente precizão,
um; mas êsse de ordem tal
menos

alli havia de huma


fortaleza,
que sua falta torna desnecessária,
que
a tantos
fronteira pontos
que fosse formidável má~
absurda, essa
por
Por*
os Estabelecimentos
para de É, apenas,
guerra. que
quina
ao mesmo tempo
tuguezes, e
que imprestável
está situado na mais

aos Canoei*
servisse de Registro

posição.
annos sobem do
ros, todos os
que
"Apesar
os Direitos de numa CO'-
Pará, e nele de erguido
pagão

so daqui ainda dos Parecís


Sua Magestade, luna, espigão
pois

se extraviar vem morrer, aí no Gua-


cima fa~ nela
para poder que

é completamente invisível
zendasP\
poré,

desce o rio e mal entre-*


de
do Diário quem
Desse tirado
Roteiro,

o sobem, a
vista que
Madeira pelos que
ao Rio
Astronomico, que

custo só descortinar
podem por
engenheiros c
os officiaes
fizerêo
cimo das matas e frontal
sôbre o
matemathicos, mandados
doutores

e a linha superior do
de entrada
Sua Ma*
anno de 1781
no por

das baterias da frente;


demarcar ai.* parapeito
Fidelissima
gestade
deixaria de ser uma
o não
Limites, consta que
Divisão dos Reais

sua vez não


vantagem, se
o em por
detalhadamente percurso,
invisível ao
Belém fôsse completamente
rio 513 de
léguas,
pelo
superior do rio; e de
forte o curso
da Beira e
ao forte do Príncipe

extensão, muito
Bela. quando
175 daí até Vila pequena
mais

milha, o descor*-
na que
primeira

seu curso inferior.


tina do

Crítica de brasileiro

ilustre

Obra monumental desne-

do engenheiro Ma*-
Do conceito
cessaria

Braum não o
noel de participava

da Fon- "Ao
insigne Severiano
João se lhe apro~
navegante
que

irmão de Deodoro e do
seca, pri"
o desconhece não é dado
xima e

Hermes. Em sua Viagem


meiro
soberba e alterosa
avaliar
que
do Brasilf embora con~
ao Redor
e, chegado ao é
mole é ; pôrto,

entusismado com a
fessando-se
somente depois de
galgar-se quasi

monumental, escreveu:
obra revela
a ladeira, êle se
tôda que

"Em
aos olhos, agora maravilhados
à memória de
que pese

viajor, formidável, majestoso


e, sem receio do do
Ricardo Franco,

imponente. a necessidade
crepidam, sou avês- Qual
ne sutor ultra

monumental em tais
sôbre dessa obra
ao êle emitido
so por
juízo
DO PRÍNCIPE DA BEIRA 163
O FORTE

máquina, despropositada ; se foi


é
regiões não se compreende,
quan-

intentada impedir a navega-


corre-lhe fren- para
do o Guaporé pela

aos espanhóis, nas melhores


atravancado de
te literalnjente ção

de êxito só o
acima, do Itonamas condições poderia
desde
pedras,

baixo, fi-
fazer do Itonamas
até cerca de trinta para
quilômetros

livre a tôda mais


os cando aquele
abaixo do seu ; quando
pôrto

do Itonamas e Baúres
são almar- navegação
terrenos fronteiriços

e Mamoré todo
impossíveis de cima,
e brejões, para pelo
geais

e do Guaporé e a
e tratados, o resto própria
serem habitados

Madeira. Se ao
com suma navegação do
a leito do rio
quanto

sido erguida em
uma canoa, co- menos tivesse
dificuldade deixa

donde fosse avistada, basta-


montamos, vencer-lhe sítio
mo a
que

catadura in-
e ria sua simples para
as e corredeiras; quando
pedras

temor; mas, a um
esperar agres- fundir respeitoso
enfim não
poderia

como agora, in-


direita, terre- século
são alguma passado,
pela

ou inimigos se aven-
na vasores que
nos brasileiros encravados

regiões de rios
turassem nessas
rede de vastos
mesma pantanais.

nem vir
encachoeirados, podiam
44
de Moura fundas-
Rolim
Que nem tão armados
tão numerosos,

da Conceição, com-
se o fortim
de fosse
de máquinas guerra, que

bem; era defen-


para conter-
preende-se mistér tal espantalho para

tomada aos cas-


der a
posição Se no verão de
lhes os ímpetos

os direitos de
telhanos e firmar
Pestana trazer
1776 de pôde
Juan

; e
à coroa que
posse portuguesa a acampar em frente
um exército

buscasse essa colina


mais tarde de
a falta
ao fortim Conceição,

militar, visto aquele


para pôsto deu-lhes trânsito
águas, por
que
as águas nas
fortim ficar sob
o rio; e o
terra, trancava-lhes

do rio. Mas
enchentes
grandes da estação foi o
adiantado prin-

servir de
tais fins, e
para o fez desalojar c
para cipal inimigo
que
à sua na-
ao rio e defesa
guarda fugir
precipitadamente".
reduto bas-
vegação, um simples

técnicos, aos mi-


Deixemos aos
a arti-
tava, naquele tempo
que

de discutir e dar
cia litares, a tarefa
nas fachas
lharia ainda estava

sôbre o acerto
não se a última palavra
infância. O pode
que

não do escolhido para


os motivos ou ponto
são que
compreender

da extraodrinária
Albuquerque a construção
Luiz de
induziram

do Brasil colonial.
fortifi- obra militar
essa formidável
a erguer

num local onde,


cação quando

não fosse
mesmo sua existência os incas
Como

nula posição
completamente pela

entretanto, a ener-
seria desneces- Admira-me,
nada convinhável,

campo de nossos antepas-


do seu indomável
saria natureza gia
pela

realização de
capaz da
ação. sados,
de

essa, no
como
obra
portentosa

nos
meio de dificuldades que pa-
"Máquina
despropositada
fabulosas. Lem-
recem ainda hoje

44 a superar tremen-
bram os incas
e tão
Para servir de
quartel,

naturais às sua»
dos obstáculos
de vigilância,
às tropas
somente,
**-s- '»¦ ™'* "'*' s '* "'. ""'-Ip? •' ¦** -t
\ • •,; ¦ ' •' •' *' * s
BP?: I? Z~W J»; %5 l^$e? 7.;« $ Va j-^PRyp' tS* !*-•*•"
'
'""' **'¦?- 1 -:'r¦; * * ¦ '""" *¦ ; * ;'
¦¦'V^ .^V %<< ® .¦ IP >•' .'1'* P*^1 .;'*.* '•:. .*" •
'" * ¦" ¦ " ¦ PV1f& Ç* ^ i'¦
#
'••- w-
jDp-^r' rV'" «v* \% %.fi r."' Vv t

POLÍTICA
164 CULTURA

Supremus
ou» mais modernamen-
realizações

Maga- Ipsius Regis Fidelissimi


Garibaldi, Couto de
te,

Leverger ao fazerem Nutu


lhães e

terra, os dois Augustissimo Beirensis


transportar pri" Sub
por

meiros, barcos pelos Principis Numine


puxados

vigorosos de nossos Fun~


músculos pa- Solidum Hujus Arcis

último, exatamente aque-


trícios, o Facendum
damentum

do forte do Príncipe
les canhões
Curavit

Beira, o bretão,
da que glorioso
Et Primum Lapidum

esquadra da nossa
chefe de glo-
Possuit

mandou remover
riosa marinha,
Anno Christi

Guaporê ao Paraguai,
do para
MDCCLXXVl
século depois. Ao
Coimbra, um

Die XX mensis
Príncipe da Beira ligam"
forte do

muito Junni
se também simpatias gran-

volta de
des. Comandou-o, por

Ponce Mar-* e até do Rio tiveram


1862, meu avô, Do Pará
José

carpinteiros e
ali segundo o testemunho de ir artífices, pe-
tins, e

a obra.
Rondon, Ge- dreiros hábeis, grande
valioso do para
general
44no
200 homens trabalharam
verdor dos Mais de
neroso Ponce,

durou seis
o venerando na construção, que
anos acompanhou

nunca te** anos.


o intemerato
que
pai,

meu senão faltar ao cumprimento R.


a descrição de
Segundo
"Quadrado
dever", na expressão do de llOms
do gran- Courteville:

de brasileiro. 4 baluartes à
50 de lado, com

metros 48,
la Vauban, de 59
Melo Pe- por
Luiz de Albuquerque

os de Nossa
tendo nomes
em foi ao por
reira e Cáceres pessoa
Santo An„
Senhora da Conceição,
forte lançar-lhe a funda-
pedra
Bárbara e Santo An-
tônio, Santa
mental, em 1776. Ali, aos 20 de

Terminado em
dré Avelino". (1)
a cerimônia, ates-
junho, presidiu
de 1783, foi seu
agosto primeiro

tada aos até hoje, na


pósteros, de Melo da Sil-
comandante José

lápide comemorativa:
Vilhena, exilado em
va Castro e

o ocupou com
Mato Grosso,
que
Primo
Josepho
do fortim da Con-
a
guarnição
Lusitanae et Braliliae Rege

ceição.
Fidelissimo

forte teem 10
Ludovicus Albuquerquius As muralhas do

em tôrno dos
a Mello Pererius et metros de altura ;

fossos, onde a vegetação


Cacetes pujante

nas fendas dos


Regiae Magestatis a cresceu; paredões

opulentas
Consiliis enormes
germinaram

os
Hujus Matto- árvores, vão desprendendo
Amplissimae que

de canga
Grosso Provinciae pedra
paralelepípedos

Gubernator Ac Dux vermelha, ferruginosa.

Le Matto Grosso.
(1)
• I .
IIF. Vy"!

O FORTE DO PRÍNCIPE DA BEIRA 165

^D ° "0

\1 /

Plano do Forte do Príncipe da Beira

i
POLÍTICA
CULTURA
166

vítima
Taunay, ali sucumbido
de
A terça tremeu

tendo escrito
das febres
palustres,

à em 1906, estas
destinado antes, pala-
Pelo local grande pouco

cerca de 3
deveria ter vras.
porta, que
"Nas
entra-se na de
de largura, bolivianas
metros
povoações

. Nos São
de Baúres, de
abandonada guerra Madalena, de
praça

no Brasil Co-
de antanho, há telhas, há
tempos portadas,
Joaquim

Império, sempre da fortaleza,


e no Brasil tijolos das casas
lônia há

militar. imagens de sua


teve ela estóica como há também
guarniçao

todo abobada- desta última


corredor capela na egreja
Espaçoso

os tetos de Antofa-
As e parecem ! No
do. paredes pôrto
povoação

numero- uma vez um


mármore. Enchem-na no Pacifico,
de já
gasta,

Uma de- um dos


e inscrições. inglês comprou
sas cruzador
quadras
"A
2
de setembro, de bronze,
Ias: 18 pelas canhões que
pequenos

a terra tremeu, Portugal do


da tarde, armas de
horas tem as

muitos nomes, I e o levou


A carvão, de D. &flaria
1852". tempo

Dr. de Lon-
bolivianos: o Museu Histórico
principalmente para

Zoilo So-
Gomes, 1894.
Callan dres!

30- "Estou
Rozendo Melgar in-
vim, 1895. disto
perfeitamente

Arens, Bernardino
4-1904. Otto
formado.

1905 ?
Angel Callais, "E
Presciotti, casarias de
assim as sólidas

outros !
Quantos forma-
da fortaleza, que,
dentro

eram nobres
forte havia uma duas ruas e
do pe- vam que
Fora

do
a 200 dos comandantes
vila e moradas
plantações;
quena
capela, ar-
um dos coman- e dos oficiais ;
dos fossos forte
metros

têm apenas
um mazens, depósitos
dantes fez construir pequeno

sendo
muros e divi- hoje as suas que
cercado de paredes,
jardim,
de ficar de
dispôs- e cal, hão
de talha, de
dido pedras pedra
por
muitos
hão de atestar por
e
tas em estrelas". (1) pé

se
a nossa incúria
séculos porque,
se avcn-
Ao raro viajante que
de a
o argumento que
prevalece
brasileiro, corta-lhe
até lá, se
ture valor es-
nunca teve o
fortaleza
abandono. A
coração aquele
o os seus
lhe deram
tratégico que
tudo» E, coisa
mataria invadiu
espaçosas
fundadores essas

fronteira boliviana
pela moradas a des-
peor, rngqg serviram de

nosso limite na-


o Guaporé ali
é o
militares de go-
tacamentos que

—* chegam forasteiros que


tural não de-
central ou estadual
vêrno

o lhes é
não raro levam que pos-
neste
veria pon-
jamais prescindir

sível carregar.
de nossa fronteira.
to

"Para
mais mo-
ilustre vítima mim é a obra
Uma

do Estado ?
numental
da Costa
Manuel Espiridião

assim é. Dói,
E, de fato, porém,
engenheiro e
Marques, ilustre po-

Na antiga praça
esse abandono.
neste século
lítico matogrossense,

forte, tamanho
de armas do que
vitima do Guaporé,
a mais ilustre

aos castelhanos.
terror inspirava
•como o fora Adriano
no outro

106
de R. Courtevllle, pg.
le Matto Grosso,
(1)
\

PRÍNCIPE DA BEIRA 167


O FORTE DO

as vozes hu~
ingazeiros, saros substituíram
tarumãs,
guabirobas,
de cipós caem
manas. Cordoalhas
seus fortes.
estendem
galhos

troncos robustos.
dos
silvestres enchem o ar.
Odores

mato atual da
Cores vivas de flores do Êsse o porten-
quadro

engenharia militar
das árvo- tosa obra de
o verde escuro
pintam

de da época
res. Trinados diversos pombalina.
pás-
•• ' -
¦ ¦/' ¦* * V
K i'

Filologia

'*> \
%r

e outras
Idéias atributivas para
As

do analitisnto
enformação

NUNES PEREIRA
AL TAMIRANO

da Escola de
catedrático
Tenente-coronel, professor

Faculdade de Ciências
do Exército e da
Intendência

do Rio de Janeiro;
Econômicas e Administrativas

e da Faculdade de
do Colégio Militar
ex-professor

Engenharia do Paraná.

melhor e mais
temos oportunamente, para
considerações todas que
Desde logo, po-
ter especificação.
até aqui bem devem perfeita
feito
o nome atri-
rem, frisar que
AS da lei queremos
acentuado as exigências

no tempo, ao
a butivo deve reservar-se,
como fundamental para
do analitismo,
fato exprima atributos
termo de
Referiram-se, po- que
clareza de expressão.
do objeto de
do ser, da coisa ou que
de deno-
aos aspectos elementares
rem,
encerra a no-
o elemento fundamental
do termo fun-
tação e de determinação
real ou fictícia.
da substância
é o ção
do substantivo, que pre-
damental,

básico esteio na
o essencial e atributivo é o elemento
valente, O adjunto

idéias. Mas o substan- os vocá-


organização das função a se reservam
da que

de outros elementos se reco-


tivo carece ainda ou as locuções a
bulos que

sua maior compreensão. de a acep-


nhece o mérito particularizar
para

anexando-lhe a idéia
-— do substantivo,
estudo os nossos ção
Na estrutura em
Nesse caso, se o indiví-
de
mestres do idioma, qualidade.
muito queridos
coisa ou objeto, é
duo, ser, paciente
o exame do significa-
cabe agora papel
de terceiro mani-
de receber de
se agrega, parte
termo a
tivo do queridos, que
afetividade, não existe
festações de
atributivo, o ele-
formando o conjunto

espécie de de
nele a qualidade querido.
muito, em função
mento circunstancial
exprimindo antes
A noção é exogênica,
significativo de
de aumentar o sentido
do ser agente, do
a que
do termo qualidade
da compreensão
quantidade
quere.
a modifica.
que
nesta fase de es-
Contudo, estamos
ao
O termo pertence grupo
queridos impossibilita-
tudos da linguagem quase
chamados de ãtributivos.
dos adjuntos
a especificação rigorosa,
do de criar
muito rigorosa a das-
Não nos
parece casos nos tem
como em outros tantos

atributivo a tal termo.


sificaçSo de
sido fazê-lo.
possível
com a certeza de outros
Admitimo-la que

são os ter-
os Os adjuntos ãtributivos
estudos de mais para
profundidade,
aos vo-
mental mos sintáticos correspondem
nosso desenvolvimento que
quais
no a se
devem ser feitos cábulos arranjados grupo que
n&o está ainda apto,
AS IDÉIAS ATRIBUTIVAS 169

dá, na especificação, a deno- rem, infere-se a fragilidade dos argu-


primeira

minação de adjetivos mentos a Lógica empresta à con-


qualificativos. que

Ainda aqui, lembremos os adjeti- vicção de os arranjos, nesta maté-


que que

vos são determinativos, e ria, estejam


qualificativos perfeitos.

classificativos, razão está bas-


por que
Os adjuntos atributivos são termos

tante diminuída a erronia vigorava


que
servem de exprimir noções relatl-
que
até a sabemos distinguir
pouco, pois já
vas às dos elementos que
qualidades
os mais dos são
qualificativos que pro-
estão expressos termos essenciais,
pelos
determinativos e dos classifi-
priamente
a definir os aspectos de
prestando-se
cativos.
inteligência, sensibilidade, atividade; de

Kxprimindo as de cor, estado, forma, sabor, cheiro, etc.


idéias qualidades

dos termos substantivos, os adjuntos des-


Os termos atributivos si ainda
por
ta espécie teem sido distribuídos em dois
sofrer modificações de sentido
podem
Uns são explicativos, outros
grupos. melhor definição da
para quantificação
restritivos. Nada, de mais alea-
porem,
das ou dos atributos do ter"
qualidades
tório o critério à dis-
que que preside
mo Assim, no caso vertente,
principal.
tribuição dessa ordem. Todos os adjun-
a existência do termo muito
justifica-se
tos atributivos são ao mesmo tempo ex-
dilatar o sentido de Há
para queridos.
e restritivos, esclarecem
plicativos pois
como uma verdadeira de
que gradação
as explicando-as concomitan-
qualidades, significado do termo
queridos.
temente à de restringir
particularidade

é o O adjunto atributivo aí é todo o


a acepção do termo que
principal,

conjunto: muito É uma for-


substantivo. queridos

ma analítica tem significação idên-


que
Dos explicativos expõem os autores
tica à forma sintética:
queridíssimos.
se eles converter em orações
que podem

dessa Os autores, nesse caso, ensinam


causais. Um exemplo interessante que

o adjetivo tem superlativo. A


concepção é: o homem mortal em tudo grau gra-

dação, é formal, na reali-


mostra sua fraqueza. Argumentam, en- porem, pois

dade o elemento se é o
tão, o termo mortal significa que gradua
que
substantivo, -— mestres.
é mortal... Desse o adjun-
porque jeito,

to seria tido como explicativo, porque


O termo muito é considerado no caso

a oração significar: O homem,


poderia um adjunto circunstancial, dos
provindo

é mortal, em tudo mostra fra-


porque advérbios de A função dos
quantidade.
E isso é muito preciso,
queza. pouco advérbios é, aliás, essa, a de
preen-

como é fácil de entender.


cherem a função sintática circunstancial,

modificando a adjetivos ou a verbos


E chamam de restritivos di-
dos
que
adjetivos. Quando estudamos os advér-
zem se converter em ora-
que podem

bios, tratamos das condições de sua


condicionais. Ê este um dos exem- já
ções

significação como elemento de alteração


o homem sábio deve ser escutado.
pios:

sábio de sentido dos termos a se


Neste caso o termo que junte,
querem que

— não necessário reiterar aque-


constituir uma oração assim: parecendo
possa

— de modo o conjunto les dados.


se é sábio, que

homem, se é sábio, deve ser


ficaria: O
Chegando agora a este con-
ponto,

escutado.
vem se ter a noção da
recordar, para

os casos é fácil descobrir da lógica na estruturação


Em ambos
prevalência

dos argumentos uma e co-


a fragilidade para da linguagem, observamos
que já

de rigor científico, não


especificação pas- as condições de definição do
nhecemos

a explanação de
sando, como parece,
termo fundamental, definições que
pelas
irrealística, sem
verdadeira Iocubração
termos denotativos, de-
lhe levam os
objetivas ou de
teor de conseqüências
terminativos e atributivos, se pre-
para
ordem pedagógica.
de extensão e de
cisarem as idéias

não aí as explicações. O exa-


Mas, param compreensão de seu significado.

os termos restri-
Dizem os mestres que como a nossa
me desses fatos mostra

estar sempre expressos,


tivos teem rara lógica.
que língua é de perfeição
es-
enquanto os explicativos podem
que
uma série de no-
Agora estamos com
sem maior prejuízo para
tar ocultos»
inteligência do
boa
De tudo, ções precisas para
das afirmações. po-
a clareza
CULTURA POLÍTICA
170

to a ao termo fundamental,
no termo fundamental, Juntar-se
sc contem
que
série completando assim sua compreensão:
está com uma
A mestres
palavra
sa- mestres do idioma.
de coordenadas estabelecidas» para

os imperativos do analicismo.
tisfazer na organização
Notamos ainda que

aquele desses elementos de acabamento surge


é o termo fundamental,
Ela

de de, se
razao à existência o conectivo preposicional que
deu origem e
que
às leis de economia da
figuram combina,
os outros elementos que graças
todos

com o adjunto denotativo o,


linguagem,
na estrutura.

sua vez, a acep-


que, por particulariza
termo ainda está até
Não obstante, o
do termo idioma, significar
ção para
de sig-
certo não particularizado
ponto trata de lingua da lin-
se própria,
que
caber em seu con-
nificação. Poderiam
nacional, da lingua que
gua portuguesa
os A idéia,
teudo todos professores.
nós brasileiros falamos.

expender se refere
se
porem, que quer

Os nossos leitores não se estarão


de linguagem da
apenas aos mestres

apercebendo desde da importância que


isso, já
nacional. Impunha-se, por
iingua

teem as noções vamos


fundamental, tão nos que
acrescer ao elemento já parece

Pacífico deve ser a


e compreensão de expendendo. que
limitado na extensão

nos deu foros reco-


rigorosa da es- experiência para
seu significado, a noção

da natureza do
se trataria. E# mendar procedimento
de mestres de
pécie que

ora temos. É com o conhecimento


elementos do idioma se agre- que
então, os

da capacidade de significação de
lhe aca- seguro
ao termo principal para
gam
cada elemento coopera na estrutura
capacidade de expressão . que
bar a

da expressão das idéias, se


que pode

no caso de uma nova moda-


Trata-se e usá-
estudar uma língua, estendê-la

adjunto. Ele serve mar-


lidade de para
la com desembaraço.

a espécie: é um adjunto especifica-


car

Estudamos os autores tratam de


que
tivo.

regência, de concordância e de coloca-

Tais termos não teem sido estudados


ou construção e notar
ção podemos que

No mais das vezes, dão-


autores. as condições de seus trabalhos deixam
pelos

os nomes de adjuntos atributivos, de


lhes sempre a desejar fatalidade
pela

onde se vão acomodar os


tabua larga terem eles estabelecido
não preliminar-

mal analisados e interpre-


termos peor mente a terminologia rigorosa, para

função autores em
fados em sua pelos das várias
compreensão questões que

discutem. Para dar mostra dessa ver-


Óeral.

dade, bastaria chamar a atenção


adjuntos. para
definimos essa classe de

o caso de existir alguns livros tra-
são os que
Adjuntos especificativos que

tam exclusivametne da crase e do es-


a termos noções es-
acrescem genéricos
tudo dos não advem nenhuma
de a chave da quais
a casa
pecificas: pedra,
luz os leitores. Com a especifica-
Gerais da Língua Poctu- para
porta. (Leis
das funções sintáticas, tais estudos
ção
ed. de 1940, Rio).
guesa,
devem reduzir-se a algumas linhas com

nosso notável Carlos de Góes cha-


O exposição de todos os casos e
plena

tais adjuntos de atributivos res-


mava a facilidade se
com extraordinária para

e dava exemplo: casa de Pedro,


tritivos entender a matéria. Esse assunto será

do ensino, os da
a parafusos tratado considerarmos a lei das
questão quando

a água os de
fechadura, fonte, poemas na apreciação das leis de eco-
fusões,

a sala de baile. Góes, A#é-


Byron, (C. nomia na linguagem, sendo então
pos-

todo de Análise, 1933). o afirmamos.


sivel comprovar ora
que

de atributivos restri- mesma ordem de idéias, deba-


A denominação Na

tivos como «p esclarecemos, tendo aspectos da lei do analitismo, va-


parece, já

e inapropriada ao caso, de" mos agora a novo arranjo,


redundante passar para

vendo ter tido teor de na época estudar os elementos constitutivos das


justeza

o ilustre mineiro lan- organizações verbalisticas.


em professor
que

suas idéias de reforma da análise


çava As muito
Seja a seguinte estrutura:

da linguagem.
interessantes noticias do Governo so-

a modalidade de mes- bre a economia nacional conheci-


Especificando para

a estrutura* o ad- mento do Nela, alem de ele-


três a se refere povo.
que

último elemen- mentos conhecidos, tais como o de-


especificativo é o já
junto

*
J A .'! í J
171
AS IDÉIAS ATRIBUTIVAS

constituídos de
eles sempre
inferes- são quase
as, o atributivo muito
rotativo ou,
regidos de
substantivos preposição
notícias, apare-
e o fundamental
santes a
só termo equivalente
nH», um
sintáticas : por
• outras unidades
cem agora
em certos ca-
fi que
co- essa organização,
nacional e
«obre a economia para
ter represen-
sos esses adjuntos podem
Esses elementos
nhecimento do povo.
tação sintética.
dos adjuntos
da mesma natureza
são

uma sub- brasileiros,
mas impõem o caso: Soldados
especificativos, Seja

deles se o
cada um claramente que
em se percebe
classificação, pois que
finalidade ai* espécie dos ad-
uma da
a termo especificativo,
destina preencher
— do
'versa eqüivale
na estrutura. classificativos,
jetivos
facilmente, o
Como se entende
Brasil,
mais esboçássemos
Não seria de que
ou o seu equivalente
termo brasileiros
adjuntos dessa
dos
uma distribuição espe-
mero adjunto
do Brasil constitue
:
adjuntos especificativos
classe em é
do termo fundamental que
cificativo

mesa de de ori-
casa de É um especificativo
de matéria: pedra, soldados.

caixa
livro de
mármore, português>
gem.

de nós
papelão; a que põem
Estas noções parecem

de da inter-
o livros sobre o
festos povo, muita luz problema
de para
fim:
etc. J dos arranjos fraseológicos, per-
sala de baile,
leitura, pretação

uma compreensão
mitindo a estudantes
contra a
o ataque
de movimento: da lingua-
rigorosa da realidade
mais
Paris, a ida
a viagem para observa até
China, se não
coisa essa que
gem,
etc.;
a Petrópolis, a orientação
dado segundo
agora, que,

os ai a fora,
de hoje, se respeita por
os homens viciosa que
de tempo:
com a sufi-
os tempos educam os
da antigüidade, não se jovens
fastos

de discernimento para
ciente capacidade
doutrora;
A cada ins-
estudos da linguagem.
os
100 réis, os
os de
de pães os adjuntos de
preço: vêmo-los confundir
tante
de mil
as moedas
bondes de tostão, os adjuntos ad-
tratamos, com
ora
que
réis; Suas pro-
verbiais ou circunstanciais.

onde fa-
30 ai nos arquivos,
um de quilos. vas estão
de medida: peixe por
o
altura buscadas, comprovarão
1.000 m de cilmente, se
monte de
um

10 x 20 m.; afirmamos.
terreno de que
um

Todos nós,
a beira do esta estrutura:
uma casa Seja agora
de situação:
Ban-
de altura, Brasil, te honraremos,
1im a 500 m filhos do
rio, avião

fundos; deira da Pátria!


dos
um quarto

ai ?
o li- ou observamos
filho de Pedro, Que percebemos
de origem: o
em duas por-
o conjunto
etc. Partamos
vro de Platão, ^

filhos do Brasil,
Todos nós,
ções: ^
muitas subclasses poderia- 4a Pá-
E outras honraremos» Bandeira
e te
a signi-
evidenciar
«nos constituir, para
tria.
termos se
teem certos que
ficação que
os elementos encontramos
fundamental, Para Em ambos
ao termo
agregam
de explicar a outros.
de significa- termos servem
um conteúdo que
lhe permitir
filhos do Bra-
do
inteligência No grupo,
rigoroso, plena primeiro
para
ção de
serve
^ é uma organização que
exprimir. sil„
se deseja
que de
o conteúdo do
esclarecer pronome
aliás nos
observemos» como
Agora caso,
nós. E no ,segundo
servindo de pessoa
exemplo vai
o que — o senti-
permite da Pátria, explica
Bandeira
observemos
destas considerações, de
razão ter o
em se deve pronome
do que
ou mais ad-
casos dois
em certos
que te.
ao mesmo pessoa
especificativos podem
juntos
fra- se
estrutura os casos, os pronomes
numa Em ambos
tempo comparecer
e normal de
compleição na sua função
dar maior apresentam
geológica para
é sabido ou
fundamental. de o conteúdo
ao termo formas que
expressão
modo os
de que
deva ser explicado,
desses elementos permite
O exame na estru-
se acrescem
verda- elementos que
eles teem uma
compreender que verdadeiro!
esclarecer são
aos tura para
função circunstancial junto
deira
adjuntos explicativos.
se ligam, mas
a
termos substantivos que
r> > .. I'
1/ Sp JfF -*»rwzm
jç?; ••

POLÍTICA
it2 CÜLTURÍ

a bulos. Ocorre em várias categorias, de


autores se limitaram a chamar
Oi

vocativo. modo há sempre um elemento


de aposto è, a outro, de que pre-
um

valente ou e um outro aces-


funções, são acessórias, principal
Essas porefti,

de expli- sório sua integração,


a é a para particulari-
dadò prévalentc
qtíe
se dade essa diferençar os
cativos tcem os vocábulos que que permite
qüe

estu- adjuntos especificativos acabamos


nas condições dos que
apresentam que

de considerar destes outros, são os


que
damos.

terminativos ou completivos.

explicativos são vocábu-


Os adjuntos

se Para uma apresentação de alguns


los, locuções ou expressões que

-— exemplos sejam estes os casos escolhi"


a termos fundamentais,
agregam

em dos :
substantivos òu principio,
pronomes,

«—- esclarecer sua compreensão


para -—< o amor à Pátria, em o funda-
que

chamamos mental é um substantivo;


Mas, os elementos a
que

adjuntos explicativos não são so- à saúde, em o fun-


de que
prejudicial

esses. Via de regra os termos


mente damental é adjetivo;

ou expressões tidas como


pleonásticas ¦—• em o
necessito de saúde,
que

na estrutura das organizações verbalís-


fundamental é verbo;

ticas devem ser consideradas do


ponto
—- do — em o funda-
longe Rio, que
vista da lógica da linguagem como
de
mental é advérbio.
explicativos, na classe dos
elementos

adjuntos de ora tratamos. Assim, Nos exemplos dados, todos os adjun-


que

se afirma: vi com meus olhos, terminativos são regidos de


tos prepo-
quando

é -— com
a da estrutura sição. Por analogia com os termos ad-
parte que

meus olhos, exerce uma função ex- de forma sintética, em certos


jetivos

de reforço ou ênfase. casos os terminativos de elementos subs-


plicativa

tantivos assumem a forma sintética, pa-


Os adjuntos explicativos teem a
par-
recendo assim com os adjuntos esped-

ticularidade de só serem usados


junto
ficativos sintéticos. No caso do termo

de termos designem com


que pessoa
amor, seus terminativos veem tomando

se fala: amo-te, ó cruz!


quem
formas idênticas às dos adjetivos,
gra-

explicativos após- aos imperativos das leis da analo-


Mas os adjuntos ças

emprego: Napoleâo, e da economia do esforço. Assim


tos teem mais lato gia

Europa; dizemos: — o amor amor


conquistou a pátrio, por
general francês,
"repousa
céu, eternamente e viva à Pátria; o amor materno, amor de
lá, no por

na terra..." mãe, etc.


eu cá,

a outra categoria Como se através das di-


Passamos agora perceberá

fundamental. vagações vimos fazendo, temos tido


de adjuntos de um termo que

re- o cuidado de explorar as condições de


Vamos considerar os elementos que

de adjuntos ter- estrutura das organizações verbalisticas


cebem a denominação

servem apenas de exprimir as


minativos ou completivos. que

idéias, examinando e conhecendo os ele-

Na organização da linguagem depa-


mentos nos servem de dar a com-
que
ramos constantemente com certos vocá-
do elemento fundamental da
preensão
bulos de significação incompleta e
que
linguagem é o substantivo, razão
que
estão sempre a um outro termo
pedir
de ser de todas as outras espécies de

lhe integrar a significação instan-


para vocabulares ou locucionais.
elementos

tânea. Uma da significação vive


parte
Não fomos ainda ao do verbo,
papel
com o termo inacabado mas a
parte
assunto esse reservaremos ao
que pró-
especifica lhe deve ser agregada
para
ximo estudo.

inteireza de conteúdo significativo.

Há, alem dos adjuntos temos es-


que
Alguns desses termos trazem
perma-
tudado, outros só aparecem na es-
que
nentemente, a servir de elo
prontas para
trutura das orações, isso seu estudo
por
ligação, determinadas preposições pre-
também ficará reservado quando
para
ferenciais, como reservadas
que pelas

tratemos do verbo.
condições de sentido atávico somente

seu serviço.
para Vamos agora sintetizar o temos
que

limita a in- feito na análise dos termos constituti-


Esse fenômeno não se

vocá~ vos das frases nominais, isto é» doa


teressar apenas a uma classe de

Efe-W ir
IDÉIAS ATRIBUTIVAS 173
AS

O seu exame há de,


arranjos em um termo substantivo porem, permitir
que

verificar há caprichos nos enredo*


ou equivalente tem que
prevalência.

da linguagem dar relevo e


para pre-

Nâo será mister recordar o subs-


que ex-
valência às idéias se desejem
que
é o termo fundamental, o
tantivo prin-
cada caso, o espirito dis-
pender. Em

cipal. com-
cerne e impõe uma organização

com a verdade a pretende


são os adjuntos: pativel que
Os termos acessórios

6e dê forma.
— : os alunos, as meninas,
denotativos

a casa; A inteligência ou compreensão do


o pa-
professor,

significativo desses dados teni o


pel
determinativos:

mérito de facilitar a aprendizageçn das


meu livro, mi-
— de
propriedade:
relações, dos liames e das compatibili-
livros, minhas
nha casa, meus
dades sejam reclamadas a
que para
tua caneta,
casas; teu caderno,
clareza da linguagem.
colegas; seu
teus amigos, tuas

nosso mestre; vosso pai; ensino, entretanto,


chapéu; A formalização do

não será o imperativo bem se fa-


este assunto; para
de localização:

lar. Quando os estudantes atinjam o


artigo; esse homem;
aquele

estudo das vamos expon-


questões que
definida: dois
de qualificação
do, terão sem dúvida o de
já poder
dias; três tostões;
organizar suas idéias. É está inata
que
indefinida: a/-
. de o
quantificação em nós essa capacidade, po-
gerando
muitos homens;
estudantes; manifestação mesmo sem maior
guns der de

livro; de estudo. O trabalho


,—. de ordenação: primeiro esforço parece

tem um mérito, se lhe não


lição; que que
quinta

negar. Aprendendo a reconhecer


os homens; último pode
<—' outros: todos

e a dar razão ao faziam sem


esquerda; mínimo que pré"
amigo; extrema

via compreensão, armam-se os espíritos


anterior; o
auxílio; a notícia

de recursos, mais fa-


prestimosos para
único meio; etc.;

cilmente usarem dos dados da lingua-

— atributivos:
E todo um novo campo de
gem. pos-

dia; homem inteligen-


belo sibilidades se estende ao uso da lingua
puros:

te; cor azul; nacional.

muito belo
— com modificadores:
Muitos espíritos de estudiosos, auto-
inteligente;
dia; homem pouco
res e até atingiram o cli-
professores,

casa de cimento.*
—» especificativos: negando
ma da incompreensão, qualquer

discurso sobre o
roupa de veludo, mérito a uma sistemática apresen-
que

contra a ordem.
método, a reação tasse os termos segundo uma distribui-

o elogio do
noite com estrelas, exegese de rigor.
a científica,
ção pela

Preferem dar toda valência ao esforço


patrono;

as no- da memória, amparando-se em suas ati-


— ou completivos:
terminativos

o auxílio do Go- vidades em escolhida de exemplos


tícias da gama
guerra;

clássicos e mais nada.


verno;

—' explicativos : rebelam-se contra


Em conseqüência,

re- basear a apren-


apostos: Eu, abaixo-assinado, tentativa de se
qualquer

Getúlio Vargas, Chefe


dizagem da linguagem, de seus linea-
queiro...

o Brasil; Ti-
da Nação, reforma
mentos, em uma caracterização precisa

o herói da Conjuração
radentes,
dos termos.

Mineira, foi enforcado;

Ouvimos freqüentemente
do proclamarem
^ Salve, Bandeira
vocativos:

são contra a análise, não com-


meus irmãos! que que
Brasil! Trabalhai,

se criam termos
preendem por que para

ao correr da
Este bosquejado os
quadro, nominação das funções exercem
que
abreviado de
está naturalmente
pena, Chega-lhes o saber o que
vocábulos.
é agora de
sua finalidade
dados, pois
o sujeito e o é o
é que predicado.
mais sig-
em síntese os elementos
expor
afigura util ou de
Nada mais se lhes
dos arranjos
da estrutura
nificativos
no estudo dos
resultados apreciaveis
dos termos funda-
simples em torno

fatos da linguagem.
das idéias.
mentais na expressão
POLÍTICA
CULTURA
174

tarefa de compreender-se o fe-


cilitada a
maior de con-
Dai decorre a causa
das condições reais da lin~
das nomenalismo
e de falsa conceituação
troversões
Nós veremos isso nestas mes-
língua. Ha- guagem.
reais da nossa
condições
sir- mas colunas.
de exemplos que
vendo um grupo

falsa afirma- ora


de em afirmá-lo. O
vam qualquer Teimamos que
justificar

satisfeitos. Es-
autores no ensino da língua nacional é
dão-se por se faz
çôo,

outros muitos exemplos po- de mais inoperante e menos


que tudo que
quecem
comprovação na forma-
deriam ser coligldos para se esperar
objetivo pudesse
à esta-
regra em contrário que Brasil.
de uma mental dos do
ção jovens

ou estatuir.
tu^m julgam
em alvitrar: é
E teimamos preciso
e de
de termo fundamental
A noção voltem suas vistas
os
que professores
noção Firman-
acessórios é uma geral.
orientação mais científica
uma
dado o para
existência, estará
do-se nessa
da didática e da
na organização peda-
uma acertada com-
primeiro passo para
da linguagem.
fatos e os estudiosos po- gogia
dos
preensão

de marcharão sendo segui-


dem estar certos que Nenhuma nova diretriz

seguros na investigação.
caminhos os mestres com sua aten-
por da, estarão

acessórios está ape-


especificação dos
A voltada a ortografia»
sempre para
ção
é a varieda-
rmn esboçada, pois grande
tempo como matéria
tida largo
por
o de
dos termos exercem papel
de que
no ensino da língua, pois
de principal
ou de complementos
modificadores
se trans-
todos os
quase professores
Todavia, eom a apresentação
outros.
doutores de ortografia. • *
fa- formaram em
fazemos se toma sobremodo
que já
Literatura

Romain RolLand contra Sorel e Nietzsche

ANTÔNIO BARATA

um em to- imperial; e, existe nesse


problema que, portanto,

dos os tempos, tem apaixo- momento um espírito continental


HA
H

nado os homens mais re- é, logicamente, romano. Na


que

da cultura européia: Idade Média, êle se debilita, em


presentativos

existe um espírito europeu ? conseqüência de seu fracionamen*

Devemos, todavia, assentar to e sua transformação sob a in-


pré-

viamente se essa interrogação se fluência das invasões bárbaras.

refere a uma conseqüência da A civilização européia se diver-

ou da cultura, ou ao sifica, mas sob essa multiplicida-


civilização

da fusão de ambas. É de de sangues e idiomas subsiste


resultado

existiu e existe uma coesão anímica. A cultura


indubitável
que

continental, romana é substituída outro-


uma civilização que por

a lei, o idio- elemento igualmente unificador: ot


foi romana
quando

de Roma domina- cristianismo; e é fácil a


ma e a lança perceber

Mediterrâneo ao mar da existência de um espírito europeu


vam do

feudal, na Idade Mé- se manifesta claramente


Irlanda; que

na Renascença; de Lisboa a Moscou, fio-


dia; humanista,
quando,

e, mais tarde, cen- rescem os templos cristãos.


monárquica

tralizadora na Idade Moderna; e,

Igual fenômeno se verifica du-,

último, igualitária, científica


por
rante a Renascença; o neo-paga-

e realizadora, na época contem-

nismo humanista indica a subsis-

porânea.
tência dêsse espírito único
que

O se deveria estabelecer, até o momento, em


que perdura que,

antes de tudo, é o limite entre surge o Protestantismo ao


que,

cultura e civilização e as diferen- engendrar os Estados Nacionais,

específicas entre uma e outra. opõe contra e debi-


ças povos povos

Ê certo, no entanto, cultura e lita a fôrça coesiva vimos


que que

civilização se confundem em de- chamando de espírito europeu.

terminado momento da história Contra esse espírito se ergue,

do continente europeu. Quando mais tarde, a Revolução Francesa,

se romaniza, a civilização la- nega os valores tradicionais,


este
que

tina impõe a cultura da capital e abomina as formas católico-^


176 ClILTURA POLÍTICA

monárquicas tinham Contudo, nada


que mais longe da
perdura*

do mais de mil anos. Exceto verdade a afirmação


por que de
que

um reduzido núcleo de tivesse existido


pensado* no século XIX

res, ainda mantém a fôrça essa fôrça unificadora,


que não
que

unificadora» os entregam*se ser senão espiritual.


povos pode Hoje

cegamente a cruentas lutas reli- sabemos êsse século


que qualih*
"século

e, depois, a nacio* cado de de trabalho,


giosas guerras de

nais culminam na epopéia na* verdade e liberdade" originou


que as

duas últimas
poleônica. grandes guerras

Em aos Enciclopedis* mundiais. A industrialização


que pese da

tâs e a Goethe, o século das lu- Europa, sob a denominação


que,

zes e os anos napoleônicos são a de Trabalho, Zola considerara co*

mais negação do espirito mo uma das nobres característi*


grave

europeu. A Santa Aliança e a cas de sua época, engendrou as

Pentarquia se seguiram a mais inconciliáveis rivalidades


que

esses anos turbulentos constituem econômicas, causa das


principal

uma tentativa de ressurreição do mencionadas conflagrações. A


"verdade"
velho espirito monárquico de fala o
que, que grande

estar completamente em desa- escritor sabemos hoje era


por que

côrdo com os novos tempos, foi falsa, êle se referia à ver*


porque

uma mera ficção, não tardou dade científica, é rotunda*


que que

-em
desmoronar-se. mente negada Filosofia dos
pela

últimos decênios. E sabemos tam*

Zola e "liberdade"
o espírito
bém a não exis*
que
europeu
tiu nesse momento histórico e não

foi mais do o reverso idea*


Quando lemos a célebre carta que

de Emílio lista ou ideológico da medalha


Zola ao Presidente da

França, motivo o ci*


do Processo positivista, já que progresso
por

Dreyfus, entífico acorrentou o operário à


deparam*se*nos estas
"luta

máquina, dando lugar à de


nos chamam sobre*
palavras, que
"...

modo a classes" e ao advento de novas


atenção: e vos
pre*

formas destruidoras de
o solene tri* políticas,
parais para presidir

unfo tôda liberdade.


de nossa Exposição Univer*

sal, há de coroar nosso


que gran*
A tarefa de Romain
de século de trabalho, de verdade

Rolland
e liberdade". E. Zola).
(J'accuse,

Nesse documento, No entanto, o ideal chamado


parece que
"espírito

Zola comprova a existência de um europeu" não foi aban~

espírito europeu feita da fusão de donado fazem oficio de


pelos que

trabalho, verdade e liberdade, re* A tocha brilhara ra*


pensar. que

sultantes da era domi* diante nas mãos de Voltaire e


positivista,

nada civilização científica e Goethe ás de Romain Rol*


pela passa

realizadora. Como vemos, no con* land . Em face da revisão de


geral

ceito emitido do Natu* valores, em face do caos espiritual


pelo pai

ralismo, civilização e cultura se característico de todo momento de

totalizam; e abranger to* transição, surge o sereno


parecem gênio

do o Continente, constituindo, e avassalador ao mesmo tempo

"espirito

o europeu". da homem contempla sua


j>ortanto, que
I

ROMAIN ROLLAND CONTRA SOREL E NIETZSCHE

época com a melancolia do sá- capacidade criadora, discutem

bio e a esperança do sonhador. com êle a essência, a na-


própria

tureza da cultüra
Do elevado etiropéia. Du-
cume da cultura

luta a sustentar:
francesa, seu pia
mais nobre repre- primeiro,

contra os falsos artistas;


sentante depois,
lança o olhar sôbre o

contra o soberbo
gênio de Nietz-
desolado
panorama europeu e seus
sche e a visão catastrófica de So~
olhos claros —
serenos e claros
rei.

como os de Palas —
Atenéia em-

Daí ser Christophe, si-


em Jean
penham-se a delica-
perceber
multâneamente,
um requisitório
da e invisível
quasi trama espiri-
contra os e um desafio
primeiros
tual une a Alemanha à Fran-
que
aos segundos.

ça e, a todos
portanto, os
povos
"pequeno
do trágico "clima'
cabo da
O criado
Ásia", por
e não é senão
que o tão
'espirito Nietzsche e Soreí
angustiado
europeu",

fulgurou no humanismo Todo


que re~ é um criador
pensador
"clima
nascentista e nas tentativas de
unifi-* espiritual". Nietzsche
"clima1'
cadoras de Voltaire e Sorel
e Goethe. criaram o em
que

Todavia, a tarefa se desenvolvem


de Romain Rol- os acontecimentos

land foi mais árdua mundiais


a de seus dos últimos
que
quarenta

Aqueles tiveram anos. O superhomem


predecessores. de Nietzs-

de enfrentar os che e a teoria


e os da violência de
políticos So-

êle, rei caracterizam


guerreiros; teve a vida da Euro~
porém, que

lutar com homens de de nosso tempo.


seu ofício. pa Por sua vez,

Voltaire investiu contra Romain Rolland


os reis e colocou
Jean

os sacerdotes negavam Christophe em face


a uni- de Zaratus-
que

dade e espiritual tra e, de cume


política da Eu- a cume, efetuou-

ropa. Goethe — se o mais tremendo


ao colocar-se dos duelos;
pa-

radoxalmente a um combate recorda


Napoleão a luta
junto que

— milenária
ansiava destruição dos de Ahriman e Òrmuzd,
pela

monarcas e um combate
e tri- ainda
guerreiros pelo gigantesco que

unfo da não terminou, muito


bonapartista embora, visto
política que

a unidade de longe homens


procurava eu- pelos comuns,
política

ropéia, da espiritual. decidido a favor de


precursora pareça Zara-

Romain Rolland, tustra.


sua
por parte,
"O
se defronta com outra classe de
niilismo está à de
porta;
inimigos do espírito europeu: os onde nos vem êste hóspede mo-

artistas e intelectuais ao fal- •


lesto como nenhum?
que,
pergunta
"Êle
sificarem a essência da Nietzsche.
própria vem —
respon-

Arte, destroem as —
de o filósofo
possibilidades da do cris-
queda

coordenadoras tôda cultura tianismo,


que de sua moral se
que

autêntica contém; e, além disso* volta contra o Deus cristão. Seu

tem se empenhar em trágica elemento


que decisivo é o ceticismo
"cleros"

luta com outros moral.


(sacer- A decadência da explica-

dotes das letras, de acôrdo com


çào oral do mundo, não
que já
"sanção"
o cenceito de Benda)
]ulien encontra alguma,
que, de-

dotados de e inesgotável
gênio de ter. tentado refugiar-se
pois

113.773 — F. 12
CULTURA POLÍTICA
178

soberbo e solitá-
no Ocidente: pelo
mais além, termina
cm- algo

Heráclito de Éfeso.
rio
carece de senti-
niilismo. Tudo

niilismo? é uma fôrça


êste Christophe
do. significa Jean
Que

inicialmente,
supremos da Natureza que,
Os valores perderam

tõda fôrça ele-


como
seu crédito/' pretende,

o edifício levan-
mentar, destruir
a hipótese cristã-moral
Contra

trabalho milenário
tado que
a voz acusadora que pelo
levanta-se

humano. Todavia,
de to- é o
a transmutação progresso
propugna
há de converter»-
aceita- essa violência
valores até agora
dos os.

criadora, ao sub-
de se em energia
indica a necessidade
dos e

uma dupla disciplina:


causas meter-se a
as
destruir prèviamente
se refere à sua
di- técnica, no
à que
niilismo europeu, que
dêsse
"falta moral, no
músico; e à
su- obra de
de espécie
manam da

', a suas relações


'perior homens concerne
representada em que
-—- moral
com seus semelhantes
Napoleão; e do
como predomínio
"espécie em última aná-
o talvez seja,
inferior ou seja
\ que
da

44rebanho", da vida social.


socie- lise, a técnica
massa a
a ,

híbrido a um Eu des-
conglomerado E essa renúncia
dade"

suas da for-
atreveu a exagerar em
se mesurado, proveito
que "va-
— se
até fazer delas um Super-Ego
necessidades mação de
"metafísicos

e , esta reminiscência
lores cósmicos*1 me
permitem

a existência — acaso não significa


até cònseguir que freudiana,

vulgarize, acertada aplicaçao


inteira se porque, uma nobre e

tira- Nietz-
a massa teorias do
governa, de certas próprio
quando

fa— *—¦
de exceção, vontade de domínio
niza os homens sche: da

fé em si mes- do músico
a no triunfo
zendo-os perder
patenteado

ao niilismo. manifestada na
mos e conduzindo-os e da separação,

e do
dos alcances
vontade de do- compreensão
Em face dessa

de uma civilização
no inexorá- significado
mínio, encarnada

como o era
o talvez decadente
Zaratustra, erguesse gênio
vel
fran-
momento a civilização
Christophe, nesse
conciliador de
Jean

acercou um
espé- dela se
de artista, dessa cesa, quando
protótipo

é imbuído, mau
Nietzsche, renano gra-
cie segundo
que, jovem

idealismo ale-
de su- seu, do velho
tentativa fracassada do
uma

da moral sô-
mão? Êsse triunfo

peração.
será uma com-
o instinto não
do con~ bre
A negação

as regras de
de
que
ceito nietzscheano provação

* filó-
conduta, abominadas pelo

em luta
é a negação não estão
Christophe sofo alemão,
Jean

No ideal da supera-
conceito nietzscheano. com o vigoroso
do

de seu es-
e evolução
nascimento ção?

a negação da moral
de artista, A
percebemos
pírito

transmuda em
se
violência que
Chis-
Sarça Ardente, Jean
se Na
energia depois
energia, a que

nega tõda moral, quando


tophe
da conciliação
ao serviço
coloca
do homem que
une à esposa
a se
até alcançar per-
dos contrários
asilo na intimida-
lhe concedera
um
hartrionia sonhada por
feita
abraço da enig-
de seu lar. O
do de
antigos filósofos
dos mais
ROLLAND CONTRA SOREL E NIETZSCHE 179
ROMAIN

meio da destruição da moral. Êle


mática Ana e de seu amante

a revalorização desses va-


tem a beleza aterradora e efême-
quer

mar. lores, considera eternos,


ra de um naufrágio em alto que por-

sua existência resulta da im-


No adultério de Ana desaparece
que

necessidade tem a
o matiz de ridículo se encon- que
que periosa

humana de um
tra sempre nessa classe de dra- espécie possuir

conjunto de regras regulem


mas burgueses surgirem os que
para

entre os homens e
da tragédia: as relações
elementos pecado,

entre as nações.
remorso e expiação.

Se Christophe combate
e Ana vivem Jean
Christophe
Jean

sanhudamente a Feira dos


e Clitem- Jo~
o instante Egisto
que

é vê nestes os falr-
<—' o instante grais, porque
nestra conheceram

dos valores impere-


sificadores
sua intensida-
de
pavor que, por

cíveis: valores artísticos,


políti-
tem uma duração de séculos.
de,

e sociais; os falsi-
cos
enraizado na primeiros,
Mas sobre o Eu

ficados que
do inconciente, pelos pseudo-artistas
treva insondável

a fonte da arte se en-


negam
fôrça arcaica do sexual, que
sôbre a

na natureza; e os segun-
contra
consegue erguer-se o Super-Ego

adulterados naciona-
dos, pelos
em ao
que, que pese pansexua-

do ódio, e
listas,
nutre-se dêsse profissionais
lismo hodierno, "por

serem do Oci-
moral. pelos que,
humus chamamos
que
admitem nada a leste
dente, não
"pes-
a de
Daí lograr
personalidade da linha do Reno",
pelas

na literatura
Christophe não
Jean soas do Norte, querem
que

um relêvo fora
contemporânea alguma ao sul da
admitir coisa
"que
Êle é um homem
do comum. que se
linha do Loire",
pelos

outros homens e
convive com raça
vangloriam de ser da
ger-
"que
reconhecendo a necessidade
se vanglo-
que, mânica,\
pelos

submeter-se a cer-
imperiosa de raça e
riam de ser da
gaulesa",

—' nada têm a


tar normas que de forma
aqueles
por que jogam
'—' situa-
ver com o tartufismo, com
com valores sociais,
egoísta
"massa",
de humana reali-
se num com essa socieda-
plano essa

o elementar e
dade, sublimando detesta e é,
de Nietzsche que
que

em si em vito-
destruidor há de tôda
que não obstante, a fonte

musical. E o artista,
riosa obra tôda fôrça, de tôda
virtude, de

as forças contrá-
superara o
que arte, próprio Jean
porque

se encon-
rias e divergentes que — magnifíca transfi-
Christophe

arte, logra igual-


tram no seio da Beethoven
literária de
guração

as tendências
mente harmonizar -— dessa fôrça,
é a encarnação

sem mi-
em re-
que, pugna virtude, dessa arte,
políticas dessa que

impedem a unificação
sericórdia, entranhas do
sidem nas povo.

sociedade européia
espiritual da

e de tôda a humanidade. ao
A resposta de Rolland

europeu, comprova- conceito nietzscheano


O niilismo

é-o também
do Nietzsche,
por
Ao conceito nietzscheano que
Êste, no
Romain Rolland.
por
Rõ-
desdenha a massa
a transmu- popular,
entanto, não
procura

responde fazendo
main Rolland
todos os valores
tação de por
180 CULTURA POLÍTICA

de mas atingida ele. E


dela surgir um ornado por
povo jamais

das é indubitável o mérito maior


formosas almas» algumas que

atingem uma desta obra de Romain Rolland


quais perfeição que»

seja a do super- consiste em êle com-


se bem não permitir-nos
que

homem, é em compensação a única a luta entre


preender que Jean

substituir no clima nor- Christophe e Zaratustra, entre


que pode

mal em vive a espécie. Aí es- Ormuzd e Ahriman, entre o es-


que

tão a mãe do artista, o refinado da luz e da treva, ainda


pírito

Olivier, o tio Got- — como acreditá-


e humaníssimo não terminou

tfried, com sua alma de vamos erroneamente até há bem


pequeno

e o maravilhoso — é
canoro; tempo e
pássaro pouco que já pos-

conjunto de mulheres, verdadeira sível o triunfo do espírito


prever

sinfonia de amor se estende de conciliação encarnado no herói


que

desde a nota delicada da adotes- máximo do escritor francês; a ví-

até o clamor oceânico da tória da humanidade sôbre as


cência po-

desde a estreme- tências do mal e da morte, o ad-


paixão, pastoral
"espírito

abraço revelador vento não só do euro-


cida do
primeiro

tempestade carnal a favor do lutaram os


à mais violenta qual
peu",

refúgio definitivo maiores dos últimos dois


e à ilha de
paz, gênios

e imperecível séculos, como também o triunfo


de um
profundo já

final do espírito humano,


afeto* Minna, Sabina, Ada, An- que,

da violência e da
toinette, Françoise, Ana, Grazia,
prescindindo

vontade de domínio, salvará o


são os acordes femininos da me*

mundo do evidente niilismo


lhor das obras sinfônicas de que
Jeaií

o destrói, não transmudando


Christoph Kraft; a obra de sua que

valores, senão restituindo-lhes a


carne e de sua alma, daquilo
que,
"estremece

e vibra, é o imortal essência cristã.


porque

melhor há no homem". To-


que E talvez a melhor homenagem

dos êsses seres, sem aspirar aos Romain


render a
que possamos

altos cumes onde mora Zaratus* criação de


Rolland, motivo da
por

tra, muito longe da águia, senhora a de


Christophe, seja
Jean procla-

das atmosferas rarefeitas, vivem,


mar nossa convicção de muito
que

não obstante, uma vida não isenta


em breve o clima espiritual da

de E cima de todos
grandeza. por Europa deixará de ser nietzschea-

está Christophe, canta a


Jean que no-soreliano, ao soar
porque,

em mágicos acordes suas ale- homens rene-


hora da os
paz,

e e seu estusiasmo destruidores


penas os conceitos
grias garão

sonoro o conduz desde a


que acataram inadvertidamente,
que

exaltação inicial até a serenidade moral


reconhecer a
para grandeza

absoluta, repousar logrou a


permitindo-lhe do mago da letras
que

fonte de no regaço tu- transfiguração literária de Bee-


a
gigante

multuoso de Dionísio e, depois, thoven, ao convertê-lo no sim-

de Apoio, bolo dos mais nobres anelos de


sôbre o rítmico coração

ansia- uma humanidade enfastiada de


atingindo assim essa meta

criador do superhomem, dominação e violência.


da
pelo
/

-
W. H. Hudson Ciência e
poesia

BRITO BROCA

NOVELISTA inglês Uma das singularidades de

Cunninghame Grahan Hudson é ser romancista e ho-


"Dante,
O
disse, certa vez: mem de ciência, ao mesmo tem-

Shakespeare, Cervantes, Conrad, Um naturalista, ou


po. grande

Hudson foram verdadeiros antes, um cientista


gê- penetrado pe-

nios". O leitor, exagê- lo mais sentimento ar-


julgando profundo

ro a inclusão de Conrad entre os tístico. Foi meio da beleza,


por

três ficará intrigado do senso estético, o autor de


primeiros, que

ante a de Hudson. é êsse Green Mansions veio a interes-


Quem

Hudson? Um nome conhe- sar-se ciência e nela exercer,


pouco pela

cido no Brasil, certamente. Tra- com extraordinária segurança, as

ta-se do escritor anglo-argentino faculdades de análise e observa-

W. H. Hudson, autor de dois Outra de suas singularida-


ção.

famosos romances Green Man- des: a dupla condição de inglês

sions e The Purple Land, um dos e argentino.

traduzido o
quais já para portu-
William Henry Hudson nas-

Mas estaremos mesmo


guês.
ceu na estância dos Vinte e Cin-
diante de um Não dis-
gênio?
co Bambus, na Argentina, a 4 de
cutamos isso. Lembremos apenas

agosto de 1841, filho de nor-


a opinião insuspeita e entusiásti- pais

te-americanos, emigrantes no Rio


ca de alguns dos maiores autores

ingleses. Galsworthy diz: da Prata. Até 1874, isto é, até a


John
"Hudson

revela na sua obra idade de 33 anos, viveu na Amé-


gê-

nio e singular encanto. Como rica do Sul, a maior do


parte

simples narrador, é insu- tempo no lar depois, em


quasi paterno;

como estilista, Uruguai, o


perável; poucos peregrinações pelo

colocar-se no mesmo Chaco e a meseta da


poderão paraguaio

E o Conrad: Patagônia. Foi essa a época de


plano". próprio
44

Não atinamos com os recursos sua formação espiritual, e na


qual

com êste escritor consegue se encontram as origens de


que quasi

seus efeitos: êle escreve como todos os seus livros. De tudo


que

cresce a erva". viu no nas regiões suli*


pampa,
CULTURA POLÍTICA
182

tarde, ouvir o canto dos e a


êle nos falará mais pássaros
nas,

tirar conclusões de naturalista


escritor e como naturalista.
como

duas sôbre êles. Ao chegar à Ingla-


até em separar as
Hesito

terra, Hudson devia ter trazido


desse espírito,
funções grande

com- todo o material a elabora-


se confundem e se para
elas
pois

da obra científica, em es-


ção que
pletam.

tudou a flora e fauna


platinas.
depois da morte dos
Em 1874,

Talvez houvesse mesmo emigra-

Hudson resolve
partir para
pais,
do com o fito de seus
publicar
Embora tenha escri-
a Inglaterra.

trabalhos na Europa, onde êles

livro de memórias encanta-


to um

obteriam maior repercussão.

absteve sempre de fa-


dor, êle se

Lembremo-nos de isso se
que
sôbre certas cir-
zer confidências

em 1874, época em os
passou que
de sua vida, deixan-
cunstâncias

da América do Sul
países pos-
esta certa
do pairasse
que por
ambiente cultural muito
suíam
do mistério. Assim,
sedução por

acanhado. Hudson compreende-

consta o verdadeiro
exemplo, que
dificilmente tor-
ra poderia
a Eu- que
motivo de sua para
partida
nar-se escritor e naturalista na

foi uma infeliz. O es-


ropa
paixão
Argentina de então.
nunca esclareceu esse as-
critor

um dos seus cri- uma vez na Inglaterra, a


sunto. Segundo Mas,

ticos, depois de enfermida- de


grave sorte não lhe sorriu
pronto.

esteve à morte, Hud- êle en-


de, em Em meio dos tropeços,
que

teria chegado à conclusão de ado^


son contra, uma criatura
porém,

homem deve viver e mor- antiga


o rável, Emily Wingrave,
que

isto é, na solidão de seu a desem-


rer só, artista lírica, disposta

mundo interior, devendo, tantas mulhe-


portan- o
penhar papel que

as confidências, nas na vida


to, evitar res têm desempenhado

veria uma espécie de fra-


dos escritores: a de companhei-
quais

desejo de al- Ca-


o procurar ra compreensiva e dedicada.
queza:

ajudá-lo a carregar o co-


saram-se em 1876. Hudson
guém para

fardo da existência. meçou a escrever revistas,


para

enquanto ela dava lições de can-


Logo ao chegar ao
primeiro

to. Foram dias amargos ainda.


inglês, Hudson sen-
porto julga

Hudson não tinha habilidade


lhe ser o pa-
tir aquilo parece
que

ra forçar o êxito. Adquiriu, en-


da Grã-Bretanha: um
cheiro

alguns bons amigos, fi-


cerveja. E tretanto,
cheiro assim como de

de destaque na literatura
impávido Londres, guras
segue para

inglesa, se encarregaram de
esse o homem que
perfeito gaúcho,

lhe abrir caminho. Em 1880 veio


até ali só havia os
que perlustrado

a conhecer, no Café Royal, em


do Na capital
desertos pampa.

fo- Londres, Cunninghame Grahan,


inglesa, os tempos
primeiros

novelista de renome, familiar de


muito amargos. Com o terno
ram

assuntos sul-americanos, e logo


o estômago vazio,
surrado, pôs-

cordialidade se estabele-
bancos dos
se a pelos grande
perambular

londrinos, ceu entre ambos, compreendendo


magníficos
jardins

o inglês o originalíssimo tipo


em lugar de desesperar-se que
mas,

havia descoberto. Hudson con-


ficava enlevado a
com a situação,
— E POESIA 183
W. H. HUDSON CIÊNCIA

lhe davam viver


inicia a dos livros para
segue editor e
publicação

renunciando à
melhor, acabou
de seus curiossíssimos estudos

entremeados subvenção.
de naturalista,
pela

de duas novelas,
que morreu muito velho,
publicação Hudson

dão um lugar de destaque no


lhe 1922, no mesmo
em Londres, em

ficcionismo inglês. Vê-se cerca-


em nasceu. A
mês de agosto que

admiradores e torna-se ho-


do de fazer-lhe
Inglaterra soube justi-

mem célebre. Uma testemunha mor-


anos depois de sua
três
ça:

nessa época de êxito:


descreve-o numa escultura do
te, seu busto,

musculoso, ombros largos,


alto, Epstein
artista moderno (o
Jacob

ossudo, barba castanha


rosto famoso túmulo de Oscar
autor do

emaranhada, crânio
grande, era inaugurado
Wilde), pelo

e suaves. Fala
olhos castanhos ministro, em meio do
primeiro

e em tom os
persua- do Hyde Park, entre
pausadamente arvoredo

candor infantil num


sivo: um as êle
e que
pássaros plantas

É o homem da
corpo de
gigante. amava.

* * *
com ela conviveu,
natureza,
que

inebriamento de apaixona-
num

despertou em Hudson
Como
ela se identificou. O
do, e com

natureza? Aos seis


nunca a
nele existia paixão pela
gaúcho que
— êle na autobiogra-
anos conta
desapareceu.

— campo, na
fia os pelo
passeios
freqüentemente aconte-
Como
fizeram-no ver
estância dos
pais,

cultural não corres-


ce, o êxito como uma
do mundo
o espetáculo

Em "feerie".
ao êxito material.
senso bem
pondeu Seu poético,

depois de ha-
maturidade, en-
levava-o
plena cedo desenvolvido,

aos ingleses a
ver revelado paisa- histórias fan-
a confundir as
tão

como naturalista
argentina, da sim-
gem tásticas, ouvia gente
que

estudar as
e escritor, não a
podia do campo, com
própria
pies
de-
campinas da Grã-Bretanha, era
Sim, a natureza
realidade.

recursos o
vido aos que e fantástica.
porcos bela, misteriosa

de sair de Londres.
impediam de casa ficava
da
Quando porta

amigos vieram em
Ainda aqui os um
a contemplar, extasiado, pôr
"Que
Lord Balfour, —
seu auxilio. pri-
de sol, exclamava: que-

do Tesouro, so-
meiro secretário E experimenta-
rerá dizer isso?"

conseguir-lhe uma —'


licitado de temor o
para va uma espécie

respondeu não
que pu- na sua ad-
pensão, temor do mistério

uma vez
ilha dúvida em obtê-la,
miração religiosa.

naturalizasse in-
o escritor se
que
destiná-lo à
Tudo poe-
formalida- parecia
Cumprida essa
glês.
lugar de fazer ver-
sia. Mas, em
1901, começou a
de, Hudson, em

naturalista. E aqui
libras sos, tornou-se
cento e cinqüenta
receber

virtude dêsse curió-


de está a
Embora se tratasse grande
anuais.

Entre o natura-
es- sissimo espírito.
muito o
uma soma pequena,

conhecer as
tão lista
mostrava-se satisfeito, que procura
critor

da vida de um
hábitos e de-
eram seus particularidades
modestos

e descrevê-las cientifica-
na ve-
licados seus escrúpulos. Já pássaro

artista sobre êsse


mente e o
os que
lhice, que proventos
julgando
184 CULTURA POLÍTICA

compõe um não bora freqüentasse com assidut-


pássaro poema»

haver um acordo? dade o campo, na adolescência, e


pode perfeito

O naturalista não tam- até hoje continue a rever, sem-


poderá

bém estudar o com alma meus recantos


pássaro pre que posso,

de ? — responde-nos do vale
Sim do Paraíba,
poeta queridos


Hudson dando-nos disso ad- também me embaraço diante de

miráve! demonstração em livros, um arbusto, sem conseguir dizer-

como Um vagabundo na Pata- lhe o nome, me habituei a


porque

apreciar a com olhos


gônia. paisagem

românticos, de Alen-
No Brasil, cos- pelo prisma
principalmente,

car, e mesmo agora, carregado


tumamos estabelecer um divórcio

de experiência e desilusão, con-


completo entre o conhecimento

servo êsse resto de literatice.


científico da natureza e o conhe-

Não será, entretanto, incompatí-


cimento ou literário.
poético

vel com a visão romântica o co-


Os intelectuais
julgam que pa-
nhecimento científico da nature-
ra descrever a nossa
paisagem
za, encontramos em Hudson.
que
não há necessidade de informa-

Todos os intelectuais as-


podem
sôbre ela. Observe-
ção prática
sumir a mesma atitude ante o es-
mos, exemplo, nossa igno-
por
do mundo. Se é belo ca-
petáculo
rância em botânica e zoologia.

minhar, cm manhãs ensolaradas,


Quanta ilustrada será ca-
gente
vastidão dos nossos campos,
pela
de distinguir nome as
paz pelo
ao canto dos mais belo
pássaros,
è aves mais comuns no
plantas
seria, nessa ir conhecen-
jornada,
É freqüente, nos
país? jardins
do as as aves, os animais
plantas,
zoológicos, vermos as
pessoas
nomes e as
pelos peculiaridades,
mais cultas surpreendidas com o

descobrindo, assim, o outro lado


fato de existirem nas matas bra-

da Nada nos impede


paisagem.
sileiras tais e tais bichos. A idéia

de ver conjuntamente, no mundo,


muitos intelectuais fazem da
que
o templo e a oficina.
natureza é tôda baseada em cha-

vões literários. Tive


pitoresco Tal era a visão de
privilegiada

exemplo disso em Goiânia, no


Hudson. No livro Um Vagabun~

Congresso de Educação, vendo


do na Patagônia obser-
podemos

um delegado exclamar, com tôda


var bem a maneira de êsse ho-

a ênfase o momento compor*-


que mem estudar os
ME pássaros. Quan-

tava: aqui chegamos através


do num bosque, à
penetra pro-
destas selvas. . .", no sul
quando
cura das aves, vai co-
parece que
de Goiás, isto é, na zona os
que meçar a narrar um conto de fa-

congressistas haviam atravessa-


das, e êsse conto é apenas o lin-

do, não há selvas: o tipo de ve-


do conto da ciência, ser
que pode
"feerie",
ali é o cer-
getação predominante
também uma tanto tem

rado. São coisas as


que geogra- mundo
o de maravilhoso na sua

fias explicam, mas estuda-


que realidade.
pura

mos nos obter


ginásios, para

aprovação, Não vá o leitor imaginar aí


e depois esquecemos.
por

Não me colocar a ciência de Hudson seja


quero, porém, que

(ora dessa regra Em- fantasista ou de duvidoso r^gor.


quasi geral.
W. H. HUDSON —
CIÊNCIA E POESIA . 185

Ao contrário, ela tem sido lou- natureza, encarnada, desta vez,

vada exatidão e no símbolo


pela clássico da mulher.
profundi-

dade devidas à experiência di-


no outro romance The Pur-

reta em se apoia. O autor
que de

Land, traduzido várias


pie para
Green Mansions não estudou a
línguas, há, não somente ficção,
natureza em livros, no recesso de
como documentário. Hudson fala
um confortável: viveu,
gabinete
então do conhece, do ambi-
que
assim dizer, a natureza,
por pas-
ente e da viu muito de
gente que
sando meses e meses isolado na

as campinas uruguaias,
perto:
solidão dos campos, em corres-

seus velhos e suas lin-


gaúchos
com as árvores, os ar- "chiquitas,\
pondência
das Êste foi, verda-
bustos, os os bichos de
pássaros,
deiramente. o livro em Hud-
que
toda espécie; viveu-a ao sol e à
son revelou o aos ingle-
pampa
chuva, dormindo muitas vezes ao
ses, e revelou-o sob o duplo as-
relento, na intimidade de campo-

heróico e o da
pecto galante:
nios rudes, conhecem todos
que
civil entre os blancos e os
guerra
os segredos dos bosques e dos
colorados e o do feitiço irresistí-

arroios. Eis veio a saber


porque
vel das mulheres do Sul. O
pro-
muitas coisas os sábios igno-
que
44Escreve tagonista, o inglês Ricardo, em
ram. como cresce a er-
viagem interior da Banda
pelo

va. . ." disse dele Conrad.

Oriental, vê-se subitamente en-

* * *
volvido na sangrenta luta entre

Dois romances e alguns con- os dois e obrigado, bem


grupos

tos, um dos O Bambú, de contra a vontade, a decidir-se


quais,

caráter folclórico e muito vulga- um dêles. Segue-se então


por

rizado na Argentina, compõem a uma série de aventuras, seme-

obra de ficção de Hudson. Os lhante a dos romances


picares-


romances são originais e interes- cos em se encarta
gênero que


santíssimos. Green Mansions, o livro e nas Ricardo, ao
quais

ultimamente traduzido o lado das múltiplas atribulações da


para

deve tido como encontra o sorriso encan-


ser um guerra,
português,
"chiquitas"

livro de imaginação, tador de


se de- graciosas
pois

senrola amenizar-lhe o coração de-


nos sertões da Vene^ue- para

la, siludido com a incompreensão


onde o escritor nunca esteve.

É a história dos homens. Tratar-se-á de uma


de um explorador

apaixona história autobiográfica? Hudson


se uma cria-
que por

tura sobrevivente dizia não, mas Cunninghame


branca, de uma que

velha raça, e criada Grahan, seu amigo íntimo, dizia


selva-
pelos

Depois de um delicioso sim, levando-nos a supor


gens. que

idílio em floresta, em uma índole ardente de apaixona-


plena que

Hudson expande largamente suas do, uma vocação de conquistador

faculdades a criatura é recalcada, ou antes sublimada


poéticas,

sacrificada índios, não nesse amante da nature-


pelos que grande

o crime de za. Lembremo-nos da hipótese da


podiam perdoar-lhe

amar um estrangeiro. Foi, como infeliz o teria feito


paixão que

se vê, uma oportunidade o emigrar a Europa. O mes-


para para

escritor exaltar sua mo Cunninghame Grahan, co-


paixão pela
CULTURA POLÍTICA
186

a fi~ na rua com um bando


nhecedor do louva
passeando
pampa,

local, de capangas armados. O ca-


delidade de Hudson à côr que

está aí racterizâ o livro é a nostalgia,


o
julgando que gaúcho

expressa muito bem no título,


bem retratado como nas
páginas

famoso Muito longe e há muito tempo.


de Martin Fierro, o
poe-

Hudson nunca se esqueceu dos


ma argentino, de
popular José

seus natais, nunca deixou


Hernandez. pagos

de ser um um sul-ameri-
gaúcho,
Apesar de refratário às confi-

cano, apesar de anos de


quarenta
Hudson escreveu tam-
dências,
nevoeiro londrino.

bém um livro de memórias,


que

A lição se depreende des-


ser lido como um romance, que
pode

sa vida e dessa obra? Uma lição


Far away and long ago. São

de simplicidade e de fé. O mun-


imagens da infância, evocadas

infantil, do é sempre belo os o


com aquele candor para que
que

melan- contemplam com os olhos de


o adulto nunca a
perdeu:

luminosidade crente. Hudson a ciên-


colia das tardes e a poetizou

história cia, a como um


das manhãs no a porque praticou
pampa,

com a crente, em estado de


dos contactos permanente
primeiros

de Deu assim o mais amplo


natureza, os velhos tipos graça.
gaú-

inventiva e e elevado sentido à decantada


chos, de conversa tão

Buenos Aires, simplicidade dos sábios, onde


a visita a por
poética;

se lem- a ciência se liga imperceptível-


onde o escritor criança

visto o ditador Rosas mente à


bra de ter poesia.
/

\
Música

a
sobre
Reflexões
pedagógicas

m o d e ma
música

FRANÇA
EURICO NOGUEIRA

Escola Nacional de
assistente na
Professor

do Brasil
Música da Universidade

outros dedica-
Gallet e
destina- poucos
TRABALHOS

enquanto Ca-
ram-se ao
do gênero,
dos à piano
pedagogia
sua vez, nos
OS *—' margo Guarnieri, por
— of our day
Masters

há muito, numa
não
apresentou,
Fischer, Inc.,
editor Carl
o
que a única
edição Ricordi, quasi que
à
York, vem lançando
de Nova
lamentável ine-
exceção feita ao

numa apresentação
tôda a
publicidade em
ditismo que perdura
e em cuja
sugestiva, mu-
altamente bagagem
sua notabilíssima

com as Três
série se inclue, Peças Infantis.
sical: as Cinco

Lobos, da
Vila
rias, o brasileiro

o Mikrokosmo)s aspecto da
mesma forma Relevante
que

Bela Bar- obras


húngaro utilização de
do compositor

Londres) contemporâneas
& Hawkes,
tók (Boosey
da
neue Klavier^Buch
e o Das
de
da utilização
O
edito- problema
são iniciativas
casa Schott,
no ensino
obras contemporâneas
a
visam trazer para pe-
riais que um
inclue/ no entanto,
da música

clássica uma possibilida-


dagogia
mais relevante
aspecto bem
outro
de rejuve-
nada desdenhável
de moder-
de
do a simples
prova
sem dúvida, que
Cumpre,
nescimento.
meio à literatura
Se em
nidade.
de ensino
tanto nos
programas es-
sôbre o assunto
existe
ir que já
escolares,
nas audições
como de
o referido caderno
colhermos
as
logo substituindo peça-
desde encon-
e germânica,
P. Wachs proveniência
sediças de
zinhas
serviço de uma pre-
traremos, a
miniatu-
van Gael pelas
Henry moder-
à música
tensa iniciação
algum com-
de
saídas da
ras pena lu-
das mais estéreis
na, algumas
Entre nós,
nossos dias.
dos
positor o nosso
sonoras que
His~ cubrações
com as
Femandez,
Lorenzo uma
lado de
Ao
tempo
Luciano produziu.
Maravilhosas,
torietas
188 CULTURA POLÍTICA

valsa e inconseqüente de Outros integrantes


graciosa da

Poulenc, as terríveis Dissonan- série


pedagógica

zen colecionadas, em verdadeiro

Além de compositores dos Es-


furor anti-harmônico, Lothar
por
tados Unidos e de mestres da
Windsperger, a da compo-
par
música francesa Florent Schmitt,
Hindemith -— Tanzstück
sição de

Georges Migot e Darius Mi-


— extremamente bem escrita, sem
lhaud, trabalhos esses si-
que por
dúvida, rígida, elaborada
porém
nal não me chegaram às mãos,
"parti-pris"

com um evidente de
a série editada
pedagógica por
cientifismo sonoro e de total de-»
Carl Fischer é integrada es-
pelo

sinterêsse. Por não voltar-


que Rodolfo Halffter e
panhol por

mos então ao citado tríptico de representantes de tôda a


quasi

Vila Lobos e às composições


que América Latina. Do notável com-

na mesma série editorial estão mexicano Silvestre Revu-


positor

firmadas Alejandro Garcia eltas, falecido


por há anos,
poucos

Caturla ou Pedro Sanjuán, uma consta uma delicada canção índia,

vez as obras do Klavier-Buch, contrasta,


que na sua singeleza,
que

ditas de vanguarda, são represen- com o difícil Allegro do mesmo

tantes de uma estética artificial e autor, também aqui o


presente,

inaceitável e não se enquadram, é


qual poli-tonal e
poli-rítmico.

isso mesmo, nem dentro da De Alejandro


por Garcia Caturla fi-

boa tradição instrumental? As a encantadora Berceuse


guram

Três Marias, do mestre brasileiro, Campesina


(Pastoral Lullaby),

compõem uma obra trí- do melhor


pequena clavecinístico, e
gôsto

escrita, ao contrário, na um Son,


plice, característica cu-
peça

melhor linguagem e bana,


pianística em fá menor. De Car-
Juan

se serve discretamente de los Paz


que e Castro, te-
Juan José

motivos folclóricos, constituindo, mos, <—'


à escolha, do
primeiro

até, no seu último número, um —


al Paraná e, do último
Junto

instante de autêntica beleza mu- La Dansa dei Oso e Corderitos

sicaL assim as três in- brincando. *


De Pedro Sanjuán
preenche

dicações a mú- Dreams —


gerais para que e de Amadeo Roldan

sica moderna a meu ver, Negro Baby's


possa, Lullaby.

ser compreendida com


proveito

nas exigências ca-


pedagógicas: Microcosmo —
um

de interessar do
pacidade ponto termo adequado

de vista estético, ade-


puramente

às vozes ou ins- Há uma certa variedade


quação perfeita de ten-

trumentos os foi escri- dências estéticas observável


para quais nesse

ta e, de forma não obrigatória, conjunto de autores, enquanto o

como exemplificam Vila Mikrokosmos


porém de Béla Barttók se

Lobos, no vasto acervo faz digno


pedagó- de maior atenção,
jus-

do seu Guia Prático, e Béla tamente face


gico em da unidade abso-

Bartók em muitas do ad- luta com


páginas foi elaborado. Após
que

tnirâvel Mikrokosmos, base nas a apresentação utilíssima e


pro-

canções tradicionais do
próprio das mais ele-
gressiva questões

ou de vários outros. mentares


país, do e da música
piano
MÚSICA MODERNA 189

Béla Bartók nos expõe, substituir a literatura


em pianística
geral,

em sucessivos cadernos, tanto a tradicional, isto é, o repertório

complexidade rítmica crescente e romântico, os exerci-


clássico

como a liberdade harmônico-tonal de Tausig, os


cios de Czerny e

caracterizam a música mo^


que estudos de Cramer e Clementi,

derna. Em algumas notas, ao fim


mas colocar o estudante, desde o

dos volumes, o compositor trans-


início da sua aprendizagem, em

mite ao executante certas indica-


contacto com a última fase de

de ordem técnica,
ções principal-
uma evolução musical, se
que pro-

mente o caso da música em


para cessou na realidade através dos

conjunto ou aquela a
(esta peça
séculos. Tanto vale dizer é
que

2 ou a 4 mãos,
pianos, para pia-
necessário subtraí-lo à aridez de

no e violino, ou ainda o mesmo


experiências musicais redun-
que

executante cantará, acompanhan-


daram, exemplo, no atona-
por

ao instrumento), e explica-
do-se
lismo de Schoemberg e nada
que

estéticas, se referem,
ções que representam senão a com-
mais

exemplo, ao emprêgo dos


por derrogação de todos os
pleta prin-

modos eclesiásticos em diversas


cípios estéticos, unânimemente

composições do Mikrokosmos.
consagrados. Em face do desnor-

teante das manifes-


Microcosmo, visão
panorâmica poliformismo

à tações musicais do nosso tempo,


da música moderna aplicada

torna-se mister, e de acordo


eis um têrmo será pleno
pedagogia, que

aliás com Maurice Ravel, encon-


adequado a essas composi-
tão

trar a música moderna um


de Béla Bartók
didáticas para
ções

denominador comum e defini-la


à série educacional de Carl
como
"a

como sendo arte de com-


Fischer. A finalidade, entretanto,
pois

binar os sons de maneira agra-


as' coletâneas não de-
de ambas

alguma, dável ao ouvido".


verá ser, em hipótese

i
Folclore

aquáticos
Mitos

DE MAGALHÃES
BASILIO

Histórico c Geográfico
Do Instituto

Brasileiro.

é o reino en-
O nosso rio-mar
e romanos,
GREGOS

e dos botos, da
cantado das iatas
outros
mais quaisquer
que
e da
mãe-dágua (paraná-máia)
OS en-
da antigüidade,
povos
anfí-
boiuna. O minhocão (mito
os seus mares
de mitos
cheram
vários do
aparece em pontos
das bio),
fontes. Além
rios, lagos e
e
o ca-
O Piauí apresenta
Brasil.
ou nereides,
ninfas (oceânides
fluvial, e o
cuia, mito
beça-de
imaginaram
náiades e napéias),

lacustre. Afo-
mito
influ- barba-ruiva,
tôdas as
as sereias, quais
o São Fran-
êstes, ainda
ra todos
a litera-
enciaram sobremaneira
mesmo saci
a morada do
cisco é
Para se
tura universal» que pos-
chamado
antropomórfico, que,
nítida do temor que
sa fazer idéia
"negrinho
- - nas
do
do Lá- pastoreio
os fortes soldados
nutriam
a^de-
basta campinas gaúchas, passou
duendes fluviais,
cio "bicho-dágua
pelos
ne>-
,
uma nominar-se
de
a construção 44
dizer
que
moleque-dágua ,
ao sacerdote qro-dágua 44
era confiada 44
ponte "caboclo-dágua'
Rolão'\ Ro-
\
o vocábulo
supremo (donde "Romãozinho",
"construtor
mão", ou quando
de ,
ponte
pôntifex, legíti-
da maior caudal
habitante
veio o nosso ),
de pontífice
que
Cumpre no-
mamente brasileira.
dela e
segurança
e, plena
para
lado da referida
tar ao
de transpô-la, que,
dos tinham
que "mãe-dágua"
tú-
de
procedência
um sacrifício
era imprescindível
a iemanjá de
existe até hoje
do rio. Assim, pica,
humano ao
gênio
se fazem
africana, à
haver origem qual
natural do
nada mais que
"despachos",
dos
por parte pes-
dos
o nosso quer
recebido povo,
tôda a vas-
mestiços, em
e cadores
dos africanos
indígenas, quer
nosso litoral cen-
ta extensão do
os
ibéricos,^
dos conquistadores

O ururau (jacaré-
tro-nordestino.
de vária espécie,
mitos aquáticos

também entra
em de-papo-amarelo)
todos,
até hoje vivos,
quase
^no nossos mitos aquáti-
rol dos

nosso folclore.
191
MITOS AQUATICOS

correspondente a
ou uiara,
na terra fluminense yiara
cos, apenas "senhora
"senhora
da água" ou
e em Mato Grosso.

Stradelli adul-
do rio". Ermano

Iara e bôto eiara e Simõe9


terou-a para ].

Neto oiara.
Lopes para

vamos ex- "a


Ver-se-á, pelo que
iara é mãe de
A lenda da

o motivo
adiante, justo por
por
nossa conforme
tôda a poesia",
dois mitos. "A
se ligam êstes
que
assim a expõe:
Bilac,
que
do antro-
As sereias politeismo
das águas, ao
iara é uma ninfa
trans-
pomórfico greco-romano
mulher e homem,
mesmo tempo
nas ondinas medie-
formaram-se
seduzir os ho-
,—> mulher
para
estas a mais
vais dentre poé-
(e
seduzir as
mens e homem
para
dúvida, a Lorelei
tica é, sem ger-
olha descuida-
mulheres. Quem
em outras criações
mânica) e
do rio ou da la-
damente a face

de europeus.
fantásticas povos
iara, na sua radiante
vê a
acre- goa,
é os islandeses
Assim que
ela abre os braços,
formosura:
aquática: o
ditam numa trindade
atrai a ví-
num convite,
pérfido
vatnahestr), cavalo-
myker (ou
o fundo do seu
tima, leva-a
para
vive em lagos e
marinho,
que no
e mata-a
encantado,
a forma palácio
vezes
rios, tomando
por
das núpeias funes-
arrebatamento
o marmenill, sereia-ma-
humana;
símbolo, antiquíssima
tas. Velho
cha-
cho; e a hafgygr (também
humano. E
criação do sonho

ou mysfiskr), sereia-
mada haffrú
mesma sereia dos
aquela primei*
não menos interes-
fêmea. Outra
mulher, me-
ros metade
é a dos gregos,
trindade aquática
sante
o errante U'isses
tade que
da peixe,
russos: o tsar~morskoi ("rei
"que em suas
encontrou, peregrinações
o mundo
água"), governa
mesma Lo-
mar; e é aquela
pelo
uma família de
aquático e tem
fada da Germânia, que
relei.
as sereias; o
filhas", isto é,
belas
em lindo
Heine descreveu poema,
em rios, la-
mora
vodyany, que
extraviando os
encantando e pes-
em for-
e fontes, aparecendo
impelindo-os a
gos do Reno,
cadores
nu, velho e muito
ma de homem
contra os esco-
se despedaçarem

as faces inchadas,
barrigudo, com
lhos".
a o
trazendo felicidade quem
ora

de Dentre os nossos que


apoderando-se patrícios
avista, ora

e com rara competência


em seus do-
vai banhar-se primeiro
quem
mito, mere-
o curioso
incauto; e estudaram
e afogando o
mínios

Couto de Magalhães
cem citados
belas raparigas, que
as rusalkas,

Ora, êles,
la- e Veríssimo. para
maior em José
habitam parte
pela
dos nossos sei-
a iara era o nume
os homens,
e rios, seduzem
gos
à dos
os vícolas, destinado guarda
água, e aí
a
levam-nos para
êsse motivo, aquela
da e,
debaixo peixes, por
matam a cócegas;

no bôto.
deidade se transformava
rusalkas têm
água, as palácios

ouro, e do mito resul-


com prata pe- O androginismo
decorados

de haverem
dras tou
preciosas". provàvelmente

o
do Amazonas
in- dado os índios
do mais
A primitiva
grafia
ao bôto-
aquá- nome de
nossos mitos pirá~uiara
dos
teressante
da
cetáceo odontoceto
era branco",
indígena
de origem
ticos
'lf?7 4 '••
1^, ¦' •• »" ^V*
i . •w fe f" >
," ' • -fc ¦ IN''
r *( . '

192 CULTURA
POLÍTICA

família dos O bôto marinho, steno' brasili-


platanistídeos, quan-

do habitante da água doce. E' o ensis, existente nas costas cen-

inia atinge, trais, raramente


geoffroyensis, que atinge a dois me-

ém nosso rio-mar, a cerca de três tros de comprimento, e, segundo

metros de comprimento, com um Rodolfo von Ihering


cit.,
(ob.

superior a cem Há 167),


pêso quilos. pág. nada à tona
quando
"descreve
ali outro, o sotália tucuxi, vul- da ágiia, linhas verti-

chamado calmente onduladas,


garmente pirá-iauara aparecendo

indíge- só de
("peixe>-cachorro") pelos seu corpo fora
parte da

nas da região. Êste tucuxi, se- água, a cabeça, depois


primeiro o

a crendice afirma-o dorso, mas


gundo popular, a cauda nunca emer-

Rodolfo von Ihering, em seu Di- Foi certamente êsse


ge'\ bôto

cionário dos animais do Brasil deu origem à crença no


que tzpti-

4<homem
Paulo, 1940), bastante -píara,
(São o amedrontador

amigo do homem, a socor- marinho", referido


quem Gabriel
por

re e livra do travando luta


perigo, Soares de Sousa, à 256
pág. do

com a uiara".
seu Tratado descritivo do Brasil

Resumindo em 1587 de Varnhagen,


disseram os (ed.
quanto

nossos demopsicologistas Rio, 1879), assim concluindo


sôbre o o
"E

duende andrógino, seu relato: um mestre de


prestigioso ao açu-

mesmo assim se refere Osvaldo car do meu engenho afirmou


que,

Orico, às 122-123 dos seus olhando da do


págs. engenho,
janela
"
Mitos ameríndios: No Norte, está sôbre rio,
que o e
que gri-

sobretudo no Pará e Amazonas, tavam umas negras, uma noite,

não há do interior em em estavam lavando


povoação que umas

se não contem ao viajante fôrmas de açúcar, viu


que um vulto

as e maravilhas de maior um
proezas se- homem à borda da
que

dução com deslumbra a cu- água, mas se lançou


que logo
que

riosidade dos naturais. E' nela; ao mestre


êle de açúcar
qual

amador de nossas índias. as negras disseram


grande aquela
que

Muitas delas atribuem seu fantasma vinha


pri- nelas,
para pegar

meiro filho à esperteza dêsse e aquele era o homem mari-


que

deus, ora as surpreende no nho; as


que estiveram assom-
quais

banho, ora se transforma na fi- bradas muitos dias; e dêstes

de um mortal seduzi- acontecimentos


gura para acontecem muitos

Ias, ora as arrebata debaixo


para no verão, no inverno
que não

da água, onde a infeliz é forçada


falta nunca nenhum negro". Ao

a entregar-se-lhê. Nas noites de


bôto do recôncavo da Baía dá-se
luar na Amazônia, conta o
povo
o nome de igbaopina, chamado
muitas vezes os lagos se ilu-
que "peixe-avô",
também de
minam e se escutam pelos
as can-
que
habitantes daquela região. Antô-
tigas de festa e o batepé das dan-

nio Garcia, em interessante arti-


com uiara se diverte".
ças, que
"Folha

saiu na do Norte",
Veríssimo asseverou os go que
José que

da Feira-de-Santa-Ana
olhos do isto é, do de
pirá~uiara, (n.
"bôto-branco", "são
agosto de 1929),
considerados conta o ig-
que

-baopina
amuletos abrandar inspira temor
preciosos para aos
grande

corações de amantes". ali vivem


que dos do
produtos
MITOS AQUATICOS 193

mar c lhe fazem oferendas» Vicente, —


que hoje São~Paulo
(São

afim de sejam felizes nas Paulo, 1900, tradução


que do
profes-

pescarias. sor Vieira de Almeida,


João pá-

48), após ligeira referência


gina
O deu assento
primeiro que
aos demônios em acredita-
num livro que
à existência do homem-

vam os nossos fetichistas, escreve


marinho em nossas afir-
plagas, "Também
o seguinte: há outros,
mando êle andava na água
que
nos rios, aos chamam igu~
quais
doce ao tempo do verão, causan-

isto é, moradores da água,


piara,
do muito dano aos e
pescadores
os igualmente matam os ín-
quais
mariscadores, foi Gandavo,
que
dios".
t
lhe registou o nome de hipupiara,

Para o mestre de nhe-


voz foi transformada Ga- grande
que por

engatú, foi Batista Caetano,


briel Soares, como vimos acima, que

todas as formas acima referidas


em upupiara; Fernão Cardim
pre-

não de corruptelas
passam pro-
feriu a igpupiara, adulte-
grafia
sódicas ou de upypiara,
gráficas
rada Barlaeus
por (Rerum per "o

isto é, vive no
octennium y-pypiara, que
in Brasília, Amster-

fundo da água, o aquático",


dam, 1647, pa-
134) em
pág. ypupia~
recendo essa denominação
que
Para o autor da História da
pra.
era igualmente dada selva-
pelos
Província Santa-Cruz
(Lisboa,
do nosso litoral aos
gens grandes
1576, fl. 32), hipupiara di-
quer
"demônio
cetáceos, notadamente às baleias.
zer da água". Cardim,

Em seu excelente trabalho O


em Tratados da terra e do
gente
tupi na nacional, con-
geografia
Brasil a ed. de Leite
(veja-se J.
signou Teodoro Sampaio as duas
& Cia., Rio, 1925, 90), de-
pág.
formas usuais do vocábulo, expli-
de consignar os homens 44Upupiara,
pois que
cando-as: corruptela
marinhos eram chamados igpupia-

de o residente na fonte,
ypúpiara,
ra índios da Baía, mostra a
pelos
o mora nas fontes. E' o ho-
que
maneira agiam os te-
pela qual
"O mem marinho no século XVI,
que,
midos monstros : modo
que
no Brasil, os colonos mais crédu-

têm em matar é: abraçam-se com

los diziam ter observado no mar,

a tão fortemente, beijan-


pessoa
nos rios e nas fontes". Ao tratar

do-a e apertando-a consigo,


que
de ipupiara, admite, além da mes-

a deixam toda feita em


pedaços,
ma composição acima,
ypá^piara,
ficando inteira, e, como a sentem
a fornecida Batista Caetano,
por
morta, dão alguns como
gemidos,
decompondo-a apenas diferente-

de sentimento, e, largando-a, fo~


mente, Talvez ainda
ypy~piara.

e, se levam alguns, comem-


gem; fosse melhor uma tripartição vo-

e "aquele
lhes somente os olhos, narizes,
cabular:
y~py~piara, que
dos dedos dos e mãos#
pontas pés
vive dentro da água". De novo

e as e assim os acham
genitália, comenta o erudito brasileiro a

de ordinário com es-


pelas praias,
crendice antiga, dizendo o seguin-
"E'
tas coisas menos".
te: o ou animal miste-
gênio

Finalmente, Anchieta, em sua rioso, os índios davam como


que

a descrição das o homem marinho, e fazia


Carta que
fazendo

coisas naturais, se muito dano aos ma-»


inúmeras que pescadores,

na Província de São riscadores e lavandeiras. O en~


encontram

— F. 13
113.773
CULTURA POLÍTICA
194

52-53 do vol. I da sua


to, às
monstro aterrava págs.
com êsse
contro
limitar-se a trans-
clássica obra,
o se
tanto, quedava,
que paciente
lhe deparou nos
crever o se
apateta- que
tempo, como
muito
por
do São
célebres Diálogos papa
do e tímido".

Magno sôbre o abade


Gregório

reunido, nas
haver
Acreditamos século VI. Que
beneditino do

existe de mais
acima, o
linhas que tinha boas
Santo Amaro pernas
as-
sôbre o curioso
autorizado infere de haver corri-
é o se
que

sunto. sôbre as
do
prodigiosamnete

de salvar de afoga-
águas, afim

ao monge Plácido.
mento

o caso da
Urge esclarecer pu-

como aqui no
Em Portugal,
mboitatá à
nição feita quebra
pelo
santo é mais ou
Brasil, o mesmo
entre in-
fidelidade conjugai
de

consoante a
es- menos milagroso,
unidos vínculos
divíduos por

efeito
— tratei em por
do credulidade popular,
qual
pirituais,

— em foi altarizaao.
artigo anterior, que do lugar que
meu para

o mesmo Afonso Henriques,


se suponha ser pe- Na terra de
não

da região missio- três deles, não


culiar somente há menos
pelo

Afora a as-
brasílio-platina. dos outros: Santo
neira distantes uns

B. Ambrosettií
serção de serra da Boa-Viagem,
Juan Amaro da

rincões, existe
àqueles Santo
quanto Santo Amaro (vulgarmente

ao duen-
uma referência
também e Santo
Amarito) da Costeira

numa estrela-ca-
de, simbolizado
Êste é o mais
Amaro da Boiça.

Salgado, às
E' de Plínio
dente.
de todos. Raimundo

de poderoso
de O cavaleiro
154-155
págs.
em As viúvas do Ren~
Esteves,
2.» ed.). No
1937,
Itararé (Rio,


tão Romance gandarês
um sertane-
planalto paranaense,
1942), conta
ao pormeno-
bólide, explicou (Lisboa,
vendo a
jo,
o a êsse respeito
rizadamente
benzendo-se: que
companheiro,

"E' 189-
compadre ocorre além-Atlântico (págs.
o boitatá. Quando

êles viram 190):


e comadre casam,

"Por
aquilo". esgalhasse tor-
isso,
quem

de meu tra- abrisse deslocasse


Às 188-189 nozelo, pulso,
págs.

Bernardo Guimarães braço, luxasse


balho sôbre joelho,
pé, partisse

recenseando os da Boiça
1926), pa- logo com Santo Amaro
(Rio,

ao
tronos especiais, ! As consis-
pertencentes se
pegava promessas

a cura
hagiológio católico, para maioria, em
tiam, na sua
grande

afastamento de
males físicos e
de mãos e em
braços, pernas
pés,

cósmicas, não deixei


calamidades Alhadas,
bôlo doce. Padeiras das

Amaro, advogado
de citar Santo
antes da festa,
duas semanas
"contra já
e de
as dores de
pernas
masseiras* abarrotavam
esgotavam

descobri o motivo
braços". Não
encomendas de
fornos, cozendo
dêle não
dessa escolha, porquanto
vasta e numerosa freguesia.
a não
tratam os livros possuo,
que
romeiros com as
Chegavam os
o Fios sanetorum (Lisboa,
ser

em Entregavam-
oferendas pão.
Francisco de
1818) de fr. Jesú-

aos mordomos. E os dirigen-


entretan- nas
Sarmento. Êste,
Maria
195
MITOS AQUATICOS

festa tro- sempre uma idéia nos faz


tes da davam-lhes, em que

ca, outros braços, e de


pernas pés pensar".


madeira. Então os com
penitentes, com
Estou de acordo
pleno

os simbólicos membros de
pau, mineiro", a
João-de-Deus julgar

davam repetidas voltas em tôrno


inspiradas rimas acabo
pelas que

do templo, ora em
pequenino de ler em Música de longe. ..

compassados andares entre o bal-


1942), nova coletânea
(Vitória,

búcio de rezas, ora de


joelhos, de Alvimar Silva.

rastejando humildemente
pelo pe-
Pertence êle ao escol dos bra-

dregoso chão.. ."

silianistas, entre os me en~


quais

Êsse diverge do muito enfileirado,


quadro pouco contro desde

se em nosso como soldado raso. E, isso,


que passa país, por

trata da oferta de ex- não limitar-me a um sim-


se quero
quando

san- agradecimento
votos aos taumaturgos de pies pela gentileza

com êle me distingiu, ofer-


tuários famosos. que

tando-me um exemplar do seu

mencionado rimário. Vou servir-

me do ensejo inserir no fim


para

Alvimar Silva é um ca-


poeta destas linhas o último soneto dos

cujas mere- ao enal-


pixaba, produções já êle consagrou
quatro que

ceram elogios de Belmi- tecimento da Terra bendita. De-


gandes
"a

ro Braga. Louvou-lhe êste mú- de haver erguido loas a Vi"


pois

tória, ao Espírito-Santo, e ao Bra~


sica espontânea do verso" e acres-
"há

centou em suas rimas sil, assim cantou a


que

"BANDEIRA
BRASILELIRA

Ei-la no mastro, onde refulge e voa,

À mansa brisa, impávida, a bandeira

de mais lindas se coroa


Que glórias

formosa há na terra inteira !


E é a mais que

e em minha alma comovida ecoa


Vejo-a,

A voz da terra amiga e alvissareira,

Do Cruzeiro-do-Sul, te abençoa,
que

Pátria Brasileira !
Minha radiosa

E, ao estímulo ideal do seu prestígio,

Meu coração vencido, ressurreto,

novo, seu fastígio !


E' ação, de pelo

no altar do em eu a
E aqui, peito, que ponho,

E\ mim, a fé, o bem, o teto,


para

e e vinho, e amor, e sonho !"


E luz,
pão,
e costumes regionais
Quadros

do rio das Velhas


A beira

de Minas Gerais)
(Lendário

FRANKLIN DE SALES

Angicos, Certa vez em Pai Antônio


fazenda dos que

meditava sozinho, Saci veio visi-


fincada à beira do rio das

NA a se lavar com
Pai Antônio co- tá-lo. E começou
Velhas,

a água de uma en-


chilava na cozinha. Velho cabin- gamela, que

controu a um canto da cozinha.


da, de terreiro, no fim de sua
pai

abo- Levantava-a à altura do


vida, recebeu indiferente a pescoço,

derramava a água no corpo e, en-


lição. E se deixou ficar ali tran-

o líquido escorria, abai?


na sua idade,
porque, quanto
quilamente

ve- xava, rápido, a colhen-


não lhe convinha mais tomar gamela,

do-o de novo, sem nem um


reda. Aliás, a fazenda dos que
para

se no chão.
Angicos, a libertação dos escra- pingo perdesse

vos não trouxe muta-


profundas Pai Antônio, com os olhos se-

nem amainou a lufa-lufa da


ções: aquela má-
micerrados,
gozando

moagem, nem serenou a faina


acompanhava todos os mo-
gica,

brava das lavouras, e a rica alu- o


vimentos de Saci. Terminado

vião do rio das Velhas conti- aproxi-


banho, o moleque foi-se

nuava a escorrer baetas, de mansinho,


pelas mando e surripiou,

a cata do ouro fino. de Pai Antônio.


o cachimbo
para

Pai Antônio cochilava na cozi-


— Mau! Mau! Esta liberdade

nha. Testemunha viva de três


não me está agradando. Mas

de um tronco comum, negrinho caradura.


gerações eu te curo,

através de seus olhos em brasa

Esgotada a cachimbada, Saci

as visões de um distante
passado
sacudiu a cinza do fumo
quente

se corpori ficavam, e, ora em


no ouvido de um amarelo
gato

transportes de alegria, ora com os


dormitava ao canto do fogão,
que

olhos nublados de o ne-


pranto, acordou e fugiu dando mia-
que

velho se em cismas, como um


gro perdia dos terríveis e
pinotes,

abismado num mundo de recorda- louco. Correndo ao


galinheiro,

Saci catou debaixo dos


ções. poleiros
A BEIRA DO RIO DAS VELHAS 197

coisa com de novo, ii


qualquer que,

encheu a do cachimbo. E
panela

deixando-o no mesmo lugar em


ATIVIDADE era doida

o havia encontrado, de
que junto Bitú. Pare-
por Joaquim
"coisa
Pai Antônio, azulou. N
cia até feita".

Quando acontecia encontrar-se


No dia seguinte, às mesmas

com êle, seu coração disparava a


horas, a cena certamente se repe-

saltar dentro do feito um


tiria e Pai Antônio sorria peito,
miste-

cabrito montes, e a mulata ficava


riosamente, esperando volta
pela
mesmo vexada. E o bruto do
de E Joa-
Saci. o cuco do ve-
quando
nem ligava. Passarinhando
quim
lho relógio, lá na sala de
jantar,
aqui e ali, nem des-
parecia que
saiu de seu cubículo, anun-
para

confiava aquela atrapalhação


ciar o meio-dia, que
Saci, com a cara

era tôda conta dêle.


mais por
sem-vergonha, mais lambida

dêste mundo, foi entrando na co-


Aquilo é se chamar
que podia
zinha. Gostou do banho o ma-
um arrieiro de tropa impostor. As

landro, logo ali che-


porque, que
amigas de Natividade lamenta-

foi direitinho onde estava a "amor


gou,
vam ela não tivesse
que
cheia dágua. Mas, ao re-
gamela
maior
próprio", porque, quanto
virá-la no corpo, um laço de con-

era o caso, mais o rabicho


pouco
tas reluzentes, caiu-lhe no
pretas,
apertava.
arrochando-o. E a
pescoço, ga-

mela cantou-lhe na cabeça com


Num dia em Natividadé
que

tanta fôrça Saci não resistiu


que
levantou com a vó atrás do toco,

à caindo de costas,, com


pancada,
com o desprezo do namorado a

aquele trambolho tapando-lhe a


lhe verrumar o miolo, mandou um

cara e lhe oprimindo o


pescoço,
moleque ao rancho a
perguntar
em tempo de o sufocar.
Felisbino, cozinheiro de Bitú, se

Mandinga de Pai Antônio! êle dar uma chegadinha a


podia

Na água da Pai An- sua casa, carecia muito de


gamela, que que

tônio benzera, bem lá no fundo, conversar com êle. Felisbino, ne-

havia êle colocado, bem aberto, cismando o ne-


gro pachola, que

o rosário dé Nossa Senhora das ser mesmo com êle,


gócio podia

Dores. foi à lata de banha de Iam-


porco,

busou a carapinha tôda, derra-

E foi a custo Saci


que pôdé
mou cheiro de turco cima,
por
humilhado e vencido:
pedir,
atou o lenço de seda bran-
grande

ca no e lá se foi a
Pai Antônio, dé pescoço para
tenha dó

entrevista. Chegando a casa de


seu negrinho!

Natividade, ela nem lhe deu tem-

Na cozinha da fazenda dos


de sentir as fortes emoções
po

Angicos, fincada à beira do rio


sempre as aventu-
que precedem

das Velhas, Pai Antônio cochi-


ras amorosas.

lava de mentira e, vendo Saci es-

Felisbino, meu anjo, se eu


com a cara debaixo
perneando,

sorria te um favor, você


da pedir promete
gamela, gostosamente,

com o corpo todo tremendo. fazer?


CULTURA POLÍTICA
198

— Aqui está, Natividade, sua


Se estiver nas mi-
Uai!...

seu, Na- encomenda. Mas veja se fica só


nhas um
posses, pedido

esta vez, o susto


tividade, é uma ordem. por porque que

rapei, arranjar o negócio,


— você me ar- para
Eu
queria que

não é nenhuma brincadeira.


fios de cabelo de
ranjasse uns

braço de Bi- Natividade ha-


debaixo do Joaquim Parecia
que já

não muita indaga- tudo. Logo


tú. Mas via combinado
quero que

— ou não Para retirou, a mulata tro-


é pode. Felisbino se
ção: pode

você não será diíicil aproveitar roupa de casa um ves-


cou a
por

êle estiver dormindo. E ramagens foi


enquanto tido de e procurar

até levar a minha velho feiticeiro afri-


se Pai Antônio,
quiser, pode

tesourinha. cano, àquela hora, assentado


que,

na soleira da de sua cafua,


porta
negro ficou um instante
O
por
falando sozinho. En-
cachimbava,
cismando, assim meio estúrdio e,

tregou-lhe o embrulho
pequenino
de repente, como inspirado
por
lhe dizer e Pai An-
sem
palavra
uma revelação súbita,
prometeu
não teve nada respon-
tônio para

resolutamente:
der. Só levantou ela os
para gran-

— Pode contar comigo. e sangüíneos,


des olhos, cansados

um sorriso confiante e
numa alegria es- esboçou
Natividade,

bateu com a cabeça afirmativa-


touvada, caiu nele de abraços,

mente. E não duvidando nunca


Felisbino só no ardil
pensava que

do infalível da macumba,
lhe estava no ran-
poder
preparando:

Natividade voltou casa, com


cho havia muito couro de boi ca- para

o coração transbordante de espe-


beludo; nem mexer no
precisava
"tico-tico"
rança.
do
patrão.

Aquela mulata estava mesmo E ficou esperando, feliz.

com virado: ouvira dizei


o
juízo decor-
Alguns dias haviam

vencer a indiferença do
que, para meio-dia de
rido. No rancho, ao

namorado rebelde, o feitiço feito

domingo tranqüilo, os cama-


um

com uns fios de cabelo da axila

radas conversavam. Felisbino,

vítima era tiro e E,


da queda.
deitado num couro, descansando

lhe arranjar êsse material,


para afinava
a cabeça numa cangalha,

ninguém melhor Felisbino.


que
viola. Nisto, sentindo a can-
a

ao rancho, o negro
Chegando fosse
mover-se e supondo
galha

logo com os olhos numa can-


deu se metesse
algum cachorro
que

encostada num esteio e


per- dela, sem levantar
galha debaixo
gritou,

num relance, o lôgro


cebeu, que a cabeça:

ia surtir efeito, o couro


porque
-— Sai daí,
peste!
a cobria era de barriga, onde
que

fino e meio se- Ainda bem não havia acabado


o cabelo é mais

de estas e a
Estava tal e Achou
doso. qual. proferir palavras,

o dia se- cangalha deu um e come-


melhor, esperar pinote
porém,

entrega e, a estremecer. Felisbino er-


fazer a çou
guinte para

a o busto, e inclinou
logo de manhãzinha, gueu quando
preparou

a foi o corpo apanhar no chão um


encomenda e êle para
próprio
"arrocho"

com êle afugentar o


levar. e
199
A BEIRA DO RIO DAS VELHAS

os cabelos levara
a cangalha co- via retirado que
animal importuno,

Natividade, as suas
meçou a dar uns saltinhos miú- pernas
para

e êle caiu assentado


até alcançar a rua c saiu cm amoleceram
dos

indo estacar no chão.


disparada, rua afora,

mesmo na de Natividade,
porta os olhos idiotamente
E com

toda arrepiada. ficou ali no


abertos e
parados,

rancho, como um por


Felisbino palerma,
Quando percebeu que

êle ha- muito tempo calado.


era daquela cangalha
que

s
No i te s
joaninas

RESENDE RUB1M

BRASIL vibrante e tência de alguns milagrosos con-


pro-

êsse em vi- servadores. A usança do terreiro


gressista, que

O
vemos todos confortados e os violeiros cantadores; a
para

orgulhosos, não exclue aquele ou- festança semanas a


prolongada

tro Brasil das tradições, dentro; a beleza dos fogos e dos


quasi


apagado, ainda cânticos tudo em seu
porém guardado policro-

com carinho nos corações aman- mismo se casa às superstições de-

tes do e de todas essas satreladas no dia da festa


passado joani-

locais, cujo na! Qual seria a moça não


pequenas passagens que

conjunto argamassou o bloco à meia-noite, temero-


gra- pesquisaria,

nitico da nacionalidade. Pensa- sa, a clara de ovo lançada ao

mos mesmo um Brasil não copo d'água, umas en~


que pensando

ser compreendido sem xergar o ataúde, outra o vapor


pode que

o outro esteja E tudo das aventuras e ainda outras a


presente.

é assim. A arte mais indepen- entrevista em milhares de


grinalda

dente está ligada indissolúvel- sonhos ? A milagrosa albumina

mente ao cordão um- do ovo formava aos olhos curió-


passado pelo

bilical do ambiente, da língua e sos tudo o desejavam ou te-


que

das memórias afetivas. miam, lhes ia tudo fo-


porque já

calizado na retina subcons-


pelo
Por todo o nosso imenso
país
ciente. Eis o milagre de algumas
algumas festas adquiriram côr re-

verdades entrevistas. Não deixa-


corporificando-se, nucle-
gional,
va o entretanto, de ter
processo,
ando-se formando
pelo pitoresco,
encantamento e sedução.
autônomos e interessantís-
grupos

simos. Uma dessas festas, cara Na festa da fogueira fazia-se

às lembranças da nossa meninice, o compadresco, às vezes, mais sé-

é a de São A festa aqui rio o da Igreja. Ainda temos


João. que

no Sul nem de longe se asseme- afilhados das bordas de foguei-

lha à nos deixou encantados ras e levam a sé-


que joaninas que

em folguedos e usanças nordes- rio o respeito, os deveres


para

tinos. Tudo, a e vai com o . . Como muda-


pouco pouco, padrinho.

desaparecendo, apesar da resis- ram os tempos! Hoje, nem a Igre-


NOITES 201
JOANINAS*

com tôda a sua con-


ja, res se assemelhem aos da
pompa» que

segue os recalcitrantes. região


prender amazônica; uns são de uma
"

Livra-te dos ares, te livra- delicadeza sem outros de


que par,

rei dos males", diz o rifão, mas fragrância tão exótica lem-
que

dos ares de hoje ninguém bram regiões de fadas e de


poderá gê-

fugir; são a fatalidade nios.


cósmica Convenhamos o costu-
que

de uma época de transição te- me é digno de imitado. Tô-


ser
que

mos de sofrer, esperando o edi- das aquelas mulheres, muitas das

fício-monumento nos esquisitamente belas, ficam


que prome- quais

te o terremoto social aí está... rescendendo, bloqueadas numa


que

atmosfera de raros,
perfumes que
Em todo o Brasil o São
João,
ferem e aveludam a membrana oi"
com modificações, foi
pequenas
fativa. Ninguém fugir à
pode
sempre o das fogueiras e fogos.

tentação, anda no ar com


que
Somente em duas regiões os foi-

aqueles divinos e dia-


perfumes
adquiriram autonomia e
guedos
bólicos. Realmente a ca~
quando
reforçando a
graça particular,
bocla o banho de chei-
pensa que
usança de outros lugares: na

ro dá sorte, sanciona uma verda-


Amazônia e em Mato Grosso.

de entrevista seu subconsci-


pelo

Na Amazônia o caboclo enxer-


ente. Quem não se deixa atrair

tou seus mitos e lendas e no as-


bons odores,
pelos principalmen-

selvajar do santo emprestou-lhe


te o é mulher ?
quando perfume

um encanto especial. A lenda da

A noite da nativa é a
cobra-grande, revolve as joanina
que

sua noite de sorte; seus


águas do rio-mar a seu talente, grande

encantos onde
e a lenda do vira gritam por passa,
peixe-boi, que

revelando o segredo vegetal da


as canoas apanhar as boni-
para

terra imatura e cheia de


localizadas de própria
tas morenas, são

mistérios.
na noite de São
preferência João.

E é nessa noite singular do ano, O hábito na Amazô-


joanino

marcada superstição, se nia catequizou o adventício. As


pela que

usa o banho de cheiro. senhoras de outros rincões


que

ali vivem adotam o mesmo cos-


Para aquela limpa, digna
gente

tume, e as vésperas de São


João,
herdeira dos índios citados
por

tanto em Belém e Manaus como


Lery, aqui na Guanabara, e
que

no interior dos dois Estados, são


não vestidos
podiam permanecer
dia de azáfama caseira; mobili-
causa do banho usado de mo-
por
zam-se as bacias e recipientes
mento em momento, o banho lus-

receber as raizes, sementes


São para
trai é o da noite de
João,

e folhas ficarão
. . perfumosas, que
mas. .. com ervas de cheiro.

de infusão até meia-noite, o mo-


A o cipó catinga, o cipó
japana,
mento do uso.
a mucura caá, a
pucá, priprioca,

e inúmeras outras se- Essas mesmas ervas e raizes


o cumaru

raizes e folhas são usadas em outro momento,


mentes, perfumo-

amazônica são lavar os ca~


sas da flora principalmente para
pos-

o mergulho belos. A cabocla da Amazônia


tas em infusão
para

na noite sagrada. Na não se descuida de trazer sempre


do crente

não há odo- ao corpo uma fava de cuma-


conhecida junto
perfumaria
202 CULTURA POLÍTICA

rú, a roupa de baixo, banho no santo. Não é o


guardando próprio

sempre em contacto com a crente recebe a água lustrai:


pri- que

Êsse uso é desde logo é a imagem do santo.


prioca. querida

entrevisto viajante abor- São lá de cima, talvez não


pelo que João,

da a região, em Santa- fique conformado em tornar tan-


quando

rém. Assim o vapor lança tas vezes à água, e todos os


que

ferros, uma chusma invade a em- anos...

barcação e entre ela as caboclas O batismo do santo, é


porém,

com suas águas de cheiro em como convém aliás a tão


gar- pomposo,

rafas adrede Ao la- alto dignitário da corte celestial.


preparadas.

do da cuia envernizada e traba-

Em Mato Grosso, muito antes

lhada esforço de um artista


pelo
de chegar o mês de co-
junho,
anônimo, do doce de buriti capri-

meçam todos a
preparar-se para
chosamente ornamentado com

os festejos. Além das festas dos


confeitos de açúcar colorido, o

clubes, vulgares,
perfeitamente por
viajante estar certo de
pode que
serem as célebres dos
paródias
encontrará tanto a infusão de

bailes caipiras, todos nós co-


que
cheiro como também os rai-
pós,
nhecemos, as famílias fazem suas
zes, folhas, sementes da flora re-

festas. Durante todo o


próprias
Nem se
gional. precisa perguntar
ano faz-se economia afim de
gas-
a mercadora tem o artigo
pro-
tar na festa do Batista. O mais
curado; o reclame é feito na sua

rancho associa-se a outro


pobre
da
próprià pessoa, perfumada

festejar condignamente o
para
cabeça aos com os
pés justamente

santo E nas casas ri-


preferido.
ingredientes vender.
que pretende
cas os se formam, sendo o
grupos
E se algum recalcitrante não se

cuidadosamente feito,
às programa
deixa domar sol-
pelo perfume
incluindo os convites
para paren-
tas, a morena brejeira não
põe

tes a amigos. Os mais ricos ves-


dúvida em o
permitir que preten-
tidos são a noite
guardados para
dente verifique o artigo, o tipo

lendária, o baile termi-


para que
do aspirando na sua
perfume,
na os festejos. Os cuidados maio-
nuca ou nos seus cabelos. se

res. entretanto, são os an-


a para
vê não deixa de vender
que
dores conduzirão o santo até
que
mercadoria. . .

a beira do rio. E é de ver


que
O banho de cheiro tem signi-

as imagens são as mais diversas,


ficação dupla: não só traz sorte

minúsculas ou mas sem-


graudas
como também o crente
prepara
estimadas en-
pre pelos grupos
as lutas do ano, tirando-lhe
para
carregados de sua conservação e

o dos cometidos
pêso pecados
enfeite.

até então. É uma espécie de

No Rio o sacrifício vai a ex-


água do se ministra
Jordão que

cessos se no Car-
banho todos os anos. Em ne- quando pensa
em
*
naval; lá é se espera o
região do encontra- quando
nhuma
país

dia mais de
quarido junho.
mos semelhante costume.

Não há cidade em Mato Gr os-


*
? *
so não do São
que participe

Em Mato Grosso a é em Cuiabá e


particular João, porém Co-

ridade do São é darem o rumbá os festejos teem mais


João que
«
NOITES
JOANINAS 203

vibração,
principalmente nesta úl- maioria dos festeiros. A cidade

tima.
nesse momento está avermelha-

da fogueiras e estrelada
Apesar de pelas de
ser um núcleo cos-

balões multicores dançam no


mopolita, Corumbá que
é uma festa só

céu. O estrondo dos foguetes,


da noite de São
quando Ba-
João
bombas e rojões é contínuo,
tista. par-
Em resumo a festa consis-
tindo tanto dos acompanhamen-
te numa
procissão sui-generis
que, tos de cortejos como dos fi-
que
transportando o andor com o
cam à beira dos caminhos. E os

santo e ao som de música e can-


se cruzam constantemente,
grupos

toria, vai até a beira do rio


para principalmente em face da descida

molhar o santo, voltando ao lu- conduz ao


que No mo-
pôrto.

de onde Há mento
gar partiu. corte- do encontro entre duas

de todos os tipos e andores imagens,


jos manda a os
praxe que

de todos os valores, o componentes de um


porém que
grupo pres-

é essencial é cheguem todos tem homenagem à imagem


que do ou-

ao rio Paraguai ao badalar das tro dando volteios


grupo, ao som

doze À meia-noite,
pancadas. à da charanga e dos cânticos. Nes-

margem do rio, os festeiros sa ronda


ba- os
policrômica portado-

nham o seu São e todos res


João se de andor simulam ajoelhar as-

nivelam, tanto ricos como sim emparelham a imagem


po- que

bres, a água do batismo do


porque santo do outro aos
grupo, gri-
"viva
é a mesma corre tos de
que São A ale-
perenemen- João!!!".

te, servindo indistintamente às então é contagiante, enquan-


gria

multidões ribeirinhas. Nem sem- to as moças à frente dão o sinal

os andores refulgentes teem de recitando


pre partida conhecidos

a muitas vezes a modes- versinhos :


primazia;

ta imagem de um anônimo co-

Deus te salve,
bre-se literalmente de flores, sem- João,

Batista sagrado:
ricas de belezas, atraindo a
pre

no ano vem
atenção dos curiosos. Pouco an- que

estar casada!. ..
meia-noite quero
tes da saem os corte-

em busca do rio, levando à


jos

Os moços respondem então :


frente as suas charangas. Êsses

musicais são os mais di-


grupos
Se São soubesse
João
versos também: ora simples ar-

hoje era seu dia,


que
ranjos de cavaquinho e violão,

descia lá do céu
ora verdadeiras orquestras de

entrava na folia!. . .
corda ou A música
pancadaria.


de todos é uma só melopéia
Outras vezes as moças mais
tem sua A
que graça particular.
discretas, cantam com mais
pro-
cidade divide-se em duas
porções:
uma variante dos
priedade
pri-
uma acompanha os cortejos»
que
tneiros versinhos:

outra em
que permanece grupos

nas esquinas e nas ladeiras Deus te


que salve,
João

dão acesso ao rio Paraguai. Nu- Batista sagrado,

ma dessas ladeiras a multidão é O teu nascimento

maior ser ela a Nos tem alegrado.


por preferida pela
• •

* 204 CULTURA POLÍTICA

Ao terminar de cada versinho, o banho somente na imagem do

santo
não em to- preferido.
que prima perfeição,

dos a o Recolhem-se
gritam plenos pulmões todos os cortejos
"Viva

São terminando as festas continuem


João!..." para que em

casa, na noite mais fria e mais


o encontro ao som das risadas e

bonita do ano. O céu em Co-


de contentamento.
gritos

rumbá nas frias noites de


junho

adquire um tom cinza-azulado


À beira do rio o entusiasmo é e

as estrelas brilham com mais fui-


maior. As águas, sempre
quase
Parece o Batista espia
gor. que
luar belíssimo de
prateadas pelo
milhares de olhos refulgentes,
por

muitas vezes recebem tam-


junho,
agradecendo a todos os ele-
que

bém, com o santo, muito entusi- vam a vista a do


para grandeza

asta se não contenta de dar céu.. .


que
Textos
e documentos

A missão a orna do
primeira

barão de Penedo

os estudiosos de nossa história conhecem a importante

missão em 1873 desempenhou em


que Roma, a da
propósito
Todos
religiosa, o então ministro brasileiro
questão em Londres,

conselheiro Francisco Inácio de Carvalho Moreira, barão de Penedo.

Menos conhecida, é a incumbência


porém, em 1857-1858 ao
que

mesmo ilustre diplomata competiu, também à Santa Sé, tendo


junto

em vista obter o aumento das dispensas de impedimentos matrimoniais.

Eram essas até então concedidas, no Brasil, em número inferior

ao de suas necessidades. Com o fomento da imigração, crescia, cada

ano, a de casamentos mistos, entfe católicos e acatólicos,


quantidade

exclusivamente dependentes de da nunciatura apostólica,


permissão

com sede no Rio de As dificuldades e os transtornos


Janeiro. resul-

tantes dessa limitação e dessa exclusividade fizeram com o


que go~

vêrno imperial resolvesse mandar ao Vaticano o ministro na Ingla-

terra. De como brilhantemente se desincumbiu Carvalho Moreira dessa

missão, dá conta seu meticuloso biógrafo, Renato Mendonça, em

volume recentemente Pelo breve Praecipuis


publicado (*).
gravibus>

foram ampliadas as faculdades a respeito conce-


que, generosamente

didas aos bispos brasileiros, atendendo-se, assim, aos desejos mani-

festados do Rio de
pelo govêrno Janeiro.

Prosseguindo em nosso de nesta


programa publicar, secção, tex-

tos e documentos, inéditos ou raros, relativos à história do Brasil, aqui

incluímos, agora, oriunda do arquivo do barão de


particular próprio

Penedo, a cópia da carta imperial com o açreditou,


que a sua
junto

santidade o Pio IX, o de sua majestade o imperador


papa govêrno

D. Pedro II. Além de constituir mas interessante


pequena contribui-

à história de nossas relações com a Santa Sé, seu


ção estilo fornecerá

Renato Mendonça — Um Diplomata —


(1) na Corte de Inglaterra O Barão

de Penedo e sua época. Volume n. 219 da série Brasiliana da Companhia Editora


"Missão
Nacional, São Paulo, 1942, capitulo XIII —
secreta a Roma".
tf

POLÍTICA
206 CULTURA

da época, vigentes entre


amostra das fórmulas epistolares
suficiente

tão altos correspondentes.

hoje, ao colecionador Francisco Mar-


A referida cópia
pertence,

a sua transcrição nesta


dos Santos, permitiu
ques que generosamente

de CULTURA POLÍTICA*
secção

"Muito
Padre e Muito Bemaventurado Senhor
Santo em Cristo

Filho Dom Pedro segundo,


— Vosso Respeitoso e Obediente por
O

e Defensor Perpétuo do
de Deus Imperador Constitucional
Graça

Mãos de Vossa Santidade.


Brasil, Envia beijar as Sagradas

das dificuldades muitas


as deploráveis conseqüências
Observando

habitantes dêste vasto Império


insuperáveis com lutam os
vêzes que

impedimentos matrimoniais, dependente


na impetração da dispensa de

de Vossa Santidade; Aten~


Apostólica Delegação
da Nunciatura por

como ao bem espiritual de


razões de ordem assim
dendo a pública,

Me é concorrer, e
Meus súditos, o Devo possível,
para qual quanto

a um acordo com Vossa Santidade


Desejando ardentemente chegar

Tenho êste fim Nomeado


sôbre um objetivo de tanta*importância: para

Plenipotenciário, em Missão
Meu Enviado Extraordinário e Ministro

Santidade a Francisco Iná-


e Extraordinária de Vossa
Especial junto

Conselho, Comendador da Ordem


de Carvalho Moreira, do Meu
cio

Enviado Extraordinário e Mi-


Rosa, Cavaleiro da de Cristo, Meu
da

à Sua Majestade Britânica; e Confiando


nistro Plenipotenciário
junto

distinguem êste Meu Minis-


no zêlo, e outras que
préstimo qualidades
-
a Missão lhe Confio, e
tro; Espero êle saberá desempenhar que
que

è Benevolência de Vossa Santidade.


merecer o acolhimento
precioso

Dar inteiro crédito a tudo


Vossa Santidade quanto
Queira, pois,

reiterar em
aquele Meu ministro expuser, e, quando
principalmente,

verdadeira Veneração e sincero respeito


Meu Nome a segurança da

à sagrada Pessoa de Vossa Santidade.


cordialmente tributo
que

Padre e Muito Bemaventurado Senhor,


Muito Santo em Cristo

dilatados tempos a Vossa Santi^


O Onipotente Queira conservar
por

dade. j

aos 30 de novembro de 1857.


Escrita no Palácio do Rio de
Janeiro

Muito Obediente Filho de Vossa Santidade

Imperador
(com guarda)

Visconde de Maranguape".
do conde d!Eu no
O 4ô.° aniversário

"Correio

Imperial"

Ministério da Guerra foi comemorado, a 28


iniciativa do

o centenário do nascimento do Príncipe Gas-


de abril último,

POR

conde d'Eu, marechal efetivo do exército


tão de Orleans,

chefe na derradeira fase da campanha


brasileiro, seu comandante

do Paraguai»

militares do tôda a imprensa


Cooperando com as autoridades país,

culturais e estabelecimentos de ensino,


bem como associações
brasileira,

consorte da Isabel, atra-


homenagens ao augusto princesa
renderam

sessões cívicas, etc. Esta mesma


vés de conferências,
publicações,
"Textos

destinada a recolher e
então na secção
revista í1),
publicou
"Três

intitulado aspectos das


Históricos", um trabalho
Documentos

divulgou uma ordem do dia,


do conde d'Eu", no
atividades qual

iconográficas interessantes à biografia


duas cartas e algumas
peças

de Peribebuí e Campo Grande.


ilustre vencedor das batalhas
do

matéria, agora a reprodu-


Como aditamento àquela publicamos

21.° número do Correio Imperial,


em do pequeno jor-
ção fac-simile

de D. Isabel, de 28 de abril de
filhos
nal redigido príncipes
pelos

assinalada a do 46.° ani-


1888, no íoi devidamente passagem
qual

versário de seu
progenitor.

saudação dos três netos de


Assim, depois de uma
pequena

apesar de ser de
Pedro II, seguem-se, naquele que
D. jornalzinho,

— um
também, significativamente, abolicionista
brinquedo foi (2)

n. 15, de maio de 1942, 249/256.


Cultura Política págs.
(1) V.
"Como

330/332, —
Política n. 17, de de 1942,
Cultura julho págs.
(2) V.

da Abolição", terceira dó artigo intitulado


D. Pedro II a notícia parte
recebeu
"Quatro
da biografia de D. Isabel, a Redentora".
aspectos
POLÍTICA
2(58 CULTURA

F. D.,
um soneto subscrito
iniciais R. G. e por
artigo assinado
pelas

são êsses traba-


De fácil identificação
sôbre o mesmo tema.
ambos

Galvão, barão de
Franklin Ramiz
é de Benjamin
lhos: o
primeiro

do trono; o segundo
filhos da herdeira
dos
Ramiz, príncipes
preceptor

oarão de Loreto,
Dória, depois
conselheiro Franklin
é de autoria do

da família imperial.
íntimo

nesta
diversos documentos publicados
tem acontecido com
Como

Marques dcs
de Francisco
à coleção
também êste
secção, pertence

Patrimônio Histórico
Consultivo do
membro do Conselho
Santos,

à nossa disposição.
o colocou
e Artístico Nacional, gentilmente
que
DO CONDE D*EU 209
O 46.* ANIVERSÁRIO

— de 1888.
Ahno II Pbtropolis 28 de Abril

IMPERIAL
CORREIO

ao ° Se-»
as necessidades do
28 DE ABRIL. paiz ,
qual

dedica suas forças, seu


nhor Conde d'Eu

do vida, o desinteresse do
Nós 03 compositores talento, sua com
pequenos

e Cor- com a lucidez de um


Correio Mirim, Correio Imperial melhor
patriota ,

com Mamãe, de elevado, com a modéstia rara


reio Assú, espirito
juntamente

Papae no dia não conhecem, e


todo o coração saudamos as mediocridades
que

lhe dê to- moralidade é o es-


de hoje, a Deus com a
pedindo que profunda que

- — isso
e nol o conserve solido dos characteres, tudo
das as venturas,. teio
por

a nossa fe- d'aquella rosea espe-


muitos e muitos annos é o desabrochar
para

e o fundamento da es~
licidade. rança de 1864,

os Brazileiros temos e de-


Pedro. tima em
que

Luiz. vemos ter o augusto Principe Gastão

Antonio» de Orléans.

os votos ao Céo
Acceite S. A.R.
que

fazemos e conserva-
pela prosperidade
28 DE ABRIL.
dias; a e
de seus grande
ção preciosos

neste dia brazileira das


O Brazil saúda nobre familia
prazenteiro participa

R. o Senhor venturas dos seus e


o PrincipeConsorte, S. A. alegrias e
grandes

Conde d\Eu, virtudes nobres servidores.


que por particu-

tem R. G.
lares e civicas nunca desmentidas

respeito e â sincera
feito ao nosso
jus

estima dos Brazileiros.

ALTEZA O PRÍNCIPE
o A SOA
uma feliz escolha
Em 1864,
quando
SENHOR CONDE D'EU.
exeelsa Prin-
collocou ao lado da nossa

R. o neto illus-
ceza Imperial, era S. A.

da vida mais um anno


Na viagem
- e
tre de Luiz Philippe o rei
popular pa-
assignala o vosso itinerário j
da Hoje
e official
trio ia, um bravo
galhardo
bello e vário
E o transposto caminho,
de illus-
campanha de Marrocos,
joven
do turbilhão mundano.,
Surge, atravez
os
tração reconhecida e de
precedentes

nós uma
mais auspiciosos; mas era alto
para campeia, no mais
Ei-lo, plano,

esperança, e nada.mais. o sanctuario,


Da
preferida patria
annos, e
Hoje são decorridos longos voluntário,
A* rendendo
qual, preito
em bel-
aqueíla aurora se transformou e damno.
espada vingou affronta
Vossa

raizes, es-
lissimo dia. A deitou
planta
aonde, co* a dilecta
desabotoou-se Aqui—o lar,
braços robustos,
galhou
e Filhos, doce luz fulgura,
deu fructos sazona- Esposa
em flôres mimosas,

• . .
da ora saudosa sombra se
Os inolvidaveis sacrifícios E projecta
dos. guer-
\

do Paraguay; o constante desvelo


ya pe-
cabal ventura
amor,
Que gloria, prazer,
exercito; o inte-
Jqs melhoramentos do
longinqua meta,
Sempre vos sigam, té

rèsse caloroso instrucç&o


pela popular, I
vida honrada e
Na viagem da pura
todas as
sorte dos aesvalidos,
por
pela

sollicitude F. D.
do bem; a inexcedivel
pbras

filhos, de
educação dos augustos
Jèla de Abçil de 1888.
Petrobolis, 28

razão espera mag-


a Patria com
quem

emfím dè todas
tios serviços; o estudo

rre.wFEsxii.
Bibliografia

Brasileira
B íbliografia

DE ABRIL DE 1943
MOVIMENTO BIBLIOGRÁFICO

Administração

— dos servidores do Es-


PINTO Manual
SOBRINHO. EDUARDO
PESSOA

Rio, 1943, 319


Livro de funcionário. pp.
tado. 1.° tomo:

FEDERAL o
MILITAR DO DISTRITO para
DA POLICIA
ALMANAQUE
Maior. Rio de Ja-
na 2.' Secção do Estado
ano de 1943. Organizado

1943 <— 149


neiro, Imprensa Nacional, pp.

GENEALÓGICO BRASILEIRO. (Aprovado


ESTATUTOS DO INSTITUTO

2.* edição. São Paulo,


31 de de 1940).
na assembléia de janeiro
geral

1943. 8
pp.

Cooperativa Cen-
DE MINAS GERAIS
E AGRÍCOLA
BANCO COMERCIAL
de 1942 a ser apre-
ao exercício
— 2.° relatório, correspondente
trai.
28 de março de
a realizar-se em
à assembléia ordinária,
sentado geral
Breiner l#taa*
Minas Gerais. Gráfica Queiroz
1943. Belo Horizonte,

nums) e fs. com gravuras.


s. d. 25+4 (n.

Unidos. Relatório
— do nos Estados
MURILO A mobilização pessoal
BRAGA,
Publicações Avul-
do Serviço Público.
Administrativo
(Departamento
Nacional, 1943.
46). Rio de Imprensa
sas n. Janeiro,

do
— Apresentado pelo presidente
DOS FERROVIÁRIOS Relatório.
CLUBE
de 29 de
ao compreendido
dos Ferroviários e referente periodo
Clube
Tipografia Alian-
de 1942. Belo Horizonte.
a 31 de dezembro
setembro

Ltda. 16 nums)
Rocha, Zauli & Cia. pp. (n.
ça,

-
E PROPAGANDA Or-
ESTADUAL DE IMPRENSA
DEPARTAMENTO
Ismar de Lrois
das realizações do
e trabalho. Síntese governo
dem

de Imprensa e
Divulgação n. 1. Departamento
Monteiro (1941-1943).

-— 1943, 59pp ilus.


Propaganda. Maceió

ao exmo. sr. mi-


— apresentado
ENRICO SERZEDELO Relatório
MACHADO,
Dr. Artur de Sousa Costa
dos Negócios da Fazenda,
nistro de Estado

de 1942. S. 1.» s. d.
da Alfândega de Niterói. Exercício
inspetor
pelo

108pp e ff. ilust.


(1943)

ao Presidente Getü-
— apresentado
TÚLIO STRÜBING Relatório
MULLER.

interventor federal em
Bel. Strübing Müller.
lio Vargas pelo Júlio
I». s. d. 78+2
de Mato Grosso), s.
Mato Grosso. 1941-1942 (Estado

nums) e ff. ilust.


(a.
-f|^,»r-^ -'If^r -^, - '•'\.-T?y *\ ¦ 1
^>'*;w ;• ^T^pf >v^* y> fc\y7r <1 'Tjr' v v
fy ™7*'B*'

BIBLIOGRAFIA 211

— Vicente de Paulo de Aia-


FORTUNATO Hospital São
NAGEL, ANTÔNIO

a 31 de dezembro de
do exercício de 1.° de
ruoca. Relatório janeiro

Paulo e remetido ao Minis-


à Conferência de São
1942. Apresentado

cônego Antônio
e Saúde Pública, seu provedor,
tório da Educação pelo

S. Aparecida , 1943)?
Tip. N.
Fortunato Nagel. Aiuruoca (Minas.

15pp.

ESPECIAL DE
FEDERAL. DELEGACIA
POLICIA CIVIL DO DISTRITO

— da Chefia de
E SOCIAL Instruções
SEGURANÇA POLÍTICA

armas e munições. Portaria


sôbre a fiscalização de explosivos,
Polícia
1943 —
Imprensa Nacional,
de 23-2-1943. Rio de
n. 9.121, Janeiro,

13pp.

— do ano de 1941,
— Relatório
HÊLION Abrigo do Cristo Redentor
PÓVOA,

de 24 de abril de 1942, pelo presidente pro-


apresentado à Assembléia

1943 — 98
de Imprensa Nacional, pp.
Hélion Póvoa. Rio Janeiro.
fessor

Nossa Senhora Aparecida de


— do Hospital de
RABELO, Relatório
JOVELINO
Apresentado em de
ao ano de 1942. Janeiro
Divinópolis. Referente

Divinópolis, Minas, Tip.


Rabelo.
1942 (sic) pelo provedor Jovelino

s. d. 8pp nums).
Pequi, (n.

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DO AMARAL E Relatório
SILVA VÍTOR FERREIRA

Ferreira do Amaral e Silva,


Dr. Vitor
Apresentado à Congregação pelo
de Medicina
11 de de 1943. (Faculdade
diretor, em sessão de janeiro

& Cia., 1943. 54pp e tf.


Tipografia Haupt
de Paraná). Curitiba, João

outras s. n.

Assuntos militares

1908 e notas e ta-


DO FUZIL MAUSER
DESCRIÇÃO E NOMENCLATURA

1908. Enclicopédica
ao mosquetão Mauser (Biblioteca
belas referentes

E. M.
n. 74). Edição autorizada pelo
Militar. Legislação militar,

M. da 2.a Região Mili-


controlada E.
n. 3 de 2-1-940) e pelo
(oficio

Paulo. Edições e Publicações


182, de 7-8-941). São
tar Reg. n.
(Boi.

1943 -— 117pp.
Brasil editora,

Biografia

de Valentim F. Bouças.
— do mundo. Prefácio
LICURGO Cidadão
COSTA,
Editora, 337pp.
Livraria Olímpio
Rio de José
Janeiro,

Rio, Edit. Chantecler, s.


vie orageuse de Clemenceau.
LÊON La
DAUDET

— 231pp.
d. (1943)

Contos

1943 — 182+2
Contos. Rio de Janeiro,
— Porteira velha.
TELES, LEONOR

nums).
(n.

Dicionário

São Paulo. O Livro dc


ortográfico moderno.
DE -—' Vocabulário
CAMPOS, IPÊ

n. 7, s. d. 431pp.
Bolso,

Economia

Técnico de
— Atas e Pareceres. 1937-1942 (Conselho
VALENTIM F.
BOUÇAS,
Volume XII da Série
Ministério da Fazenda)
e Finanças do
Economia
k "Finanças do Comér-
de Impresso no Jornal
do Brasil". Rio Janeiro,

s. —¦ VII+734pp.
Rodrigues 6 C.t d.
cio".

ɧ
CULTURA POLÍTICA
212

Educação profissional

— O ensino industrial no Brasil. (Conferência).


A.
PEIXOTO, JOAQUIM
1943 — 13pp.
da Escola Técnica de Curitiba.
Paraná, Artes Gráficas

— soldagem elétrica ao arco voltaico


DE Em tôrno da
STRASSER, VÍTOR E.

realizadas na Federação das Indústrias


de aço. 3 conferências
de ferro
1943 —
59 ilustrações. Rio de
Estado de São Paulo. Com Janeiro,
do

160+2 nums).
(n.

Educação técnica
s

— Emprêgo racional dos combustíveis


Combustíveis.
PACHECO, J. JANOT

Alba Editora, 1943 355pp.


brasileiros. Rio de
Janeiro,

Espiritismo

e doutrina, em res-
— e critica. Livro de critica
AMADEU Doutrina
SANTOS,

a colaboração de:
adversário do espiritismo. Com
a um contumaz
posta
Frederico Figner, Au-
de Oliveira, Carlos Imbassaí, João
Astolfo O.

Passos, Leopoldo Ma-


Ferreira, Teixeira de Paulo, José
gusto João
1943 «— 229pp.
Sousa de Prado. Rio de
chado, Osvaldo Melo Janeiro,

— vidas sucessivas. Rio de Janeiro,


DE OLIVEIRA As
SERRA, ADAUTO

Brasileira, 1943 106pp.


Editora da Federação Espírita
Livraria

Estado Nacional

Separata de artigos e edi-


PENSAMENTO POLÍTICO DO PRESIDENTE.
O
"Cultura
Política . Come-
dos 25 números da revista
toriais primeiros

Ge túlio Vargas. 19 de abril


morativa do 60.° aniversário do Presidente

Nacional <— 424pp.


de 1943. Rio de Imprensa
Janeiro.

— Vargas reiio-
ANTÔNIO FIGUEIRA DE O Getúlio (A
ALMEIDA, govêrno

do Comércio. Rodrigues & C.»


vação nacional). Rio de Jornal
Janeiro,

1943 58+2 nums).


(n.

Filosofia

— Filosofia da vida os que


HUBERTO De alma alma. para
ROHDEN, para

s. d. — 192+2 nums).
Rio, Editora Pan-Americana S/A., (n.
e sofrem.
pensam

Geografia do Brasil

— Geografia do açúcar no Leste do Brasil. Rio de


VARZEA, AFONSO Janeiro.

-— e ff. ilustradas. Imp. nas oficinas de Indústrias Grá-


1943 451+VIII

Lucena S. A. Rio Arte).


ficas J. (Gráfica

Economia

sobre a eficiência da indústria açucareira no


CARLI, GILENO DE Ensaio

Editores, 1943 — 59+2 nums).


Rio de Irmãos Pongetti (n.
Brasil. Janeiro,
üSrlr-

Literatura didática

DE — Lições sucintas de História do Brasil. as


BARROS, A. B. BUYS (Para

dos Rio de A. Coelho Branco F.°


3.a e 4.* séries ginásios). Janeiro,

1943 — 200pp.
(Editor)
"Enge-
— Tecnologia do alumínio.
BUECKEN, FRANCISCO J. (Biblioteca

N. 1) — Compilação. Com 39 tabelas e 44 figuras.


nheiro Prático"

Melhoramentos s. d. — 164 2 núms.).


S. aulo. Edições + (n.
213
BIBLIOGRAFIA

leituras em «
— seletas. 108 prosa
BUENO, FRANCISCO SILVEIRA Páginas

cada lição. L/c


Vocabulário para
versos. 258 comentários gramaticais.

abril de 1942. 3/ série gina-


n. 4.245, de 9 de
acôrdo com o decreto

1943 ^
Saraiva o Cia.,
S. Paulo, Livraria Acadêmica,
sial feminina.

402pp.

134 leituras em prosa


— Páginas literárias.
BUENO, FRANCISCO SILVEIRA

e literários. 534 exercícios Pra^^


e verso. 536 comentários gramaticais ^ ^
de 1942. 3. e 4.
4.245, de 9 de abril
De acôrdo com o decreto n.
cos.

Acadêmica, Saraiva
masculinas. S. Paulo, Livraria
séries
ginasiais

Cia., 1943 — 457pp.

Para a 1.* e 2.*


DE — Lições de latim.
ALBERTO MESQUITA
CAMARGO,
11 d| dc
n. 170, de
De acôrdo com a
séries portaria
ginasiais. Jul£°
Sao Fauio,
didática nacional, Série ginasial).
1942. 2.a edição. (Coleção
"Emprêsa 1943. 130pp.
dos Tribunais", Ltda.,
Gráfica da Revista

— fix-
RICARDO NETO
CÜRIO DE; E JOSÉ
CARVALHO, FREDERICO

comentados e
I. Liber II. Textos latinos precedidos
cerpta latina. Liber

os da
latina, de acôrdo com programas primeira
de lição de
gramática
E. P. A. ò. A.
Rio de
séries do curso ginasial. Janeiro.
e da segunda

245+2 nums).
1943 (X) (n.

— Ex-
RICARDO NETO
CÚRIO DE; E JOSÉ
FREDERICO
CARVALHO,
comentados e
Liber IV. Textos latinos prece-
latina. Liber III.
cerpta
os da
de acôrdo com programas
lições de latina,
didos de gramática
de ü. r. /*?
séries do curso Janeiro,
terceira e da ginasial._Rio
quarta

— 326+2 nums).
S. A., 1943 (XII) (n.

Literatura, história
— Língua
GERALDO DE ULHOA portuguesa.
CINTRA,
Para as tres series
leitura e exercícios.
da literatura, gramática,

acôrdo com os últimos programas.


e cientifico. De
colégios clássico
— 516+8 nums).
Limitada, 1943. (n.
Paulo, Editora Anchieta
São

Rio de Edi-
— do Brasil 1.* edição. Janeiro,
AZEVEDO Geografia
CORREIA,
—' 129+4 nums).
Oliveira & C., 1943 (n.
tora R. de
J.

l.a e 2.a series,


— Antologia ginasial.
e AGUIRRE
CORREIA
CORREIA. TONAS; JOSÉ ^
JUNA^
do ensino e a por-
q decreto d£ reforma
^

Riode Edi-
11 de de 1942. Janeiro,
ministerial n. 170. de julho
taria
*—¦ 245+6 nums).
S. A., s. d. (n.
tora Pan-Americana

- Ciências
e CARLOS PASQUALE
COSTA, CARLOS;
2. . Livros
série do curso ginasial. (Serie
Destinado à quarta
lume.
Sao Paulo, Com-
Pedagógica Brasileira).
vol. 129. Biblioteca
didáticos,
< ' 297pp.
Nacional, 1943
Editora
panhia

3.* serie do curso gi-


Para a
— Ciências naturais.
COIMBRA
DUARTE, JOSÉ d
ministerial, n. 170'dell^e Julho
acôrdo com a portaria
nasial, de

Brasil, 1943. 218pp.


Edições e Publicações
1942. São Paulo,

- naturais. Vol. ("nsfaÇ^S^°ouvTiíà


ARIOSTO Ciências
ESPINHEIRA,
K. de unvei
Rio de Janeiro, J.
Revista e aumentada.
12.a edição.

— 126 2 nus).
& C.. 1943 + (n.

aplicados à nova
de cálculos
13Ar-TTTsinF?*; ANTÔNIO — Cruzeiro.
OCruz^
O (Exercícios
FAGUNDE^ANTÔNIO^
Natal, Tipografia
Primárias.

nums).
de Aguiar, s. d. (86+2 (n.
M. F.

textos de
da lingua latina. (Com
— Gramática elementar
FARIA
FARIA.ERNESTO
selecionados
socml atual
indicados no programa
dos autores

Editora Nacional.
São Paulo, Companhia
exercidos). 2." edição.
e

1943 — 263pp.

modelos de análise. (Ejn


— de e
DE Exercíciop gramática
FRFITAS GASPAR
'correspondência
Comum dicionário
do mesmo autor).
com Gramática

1943 — 136pp.
8.* edição. Rio de Janeiro,
de análise léxica.
POLÍTICA
214 CULTURA

Para uso
de gramática portuguesa.
PPF1TAS GASPAR DE Lições práticas
FREITAS. GASPAR^
exaffie ^ admiss3o.
d<>

— 160pp.
1943
Rio de Janeiro,
20.* edição.

de Es-
comercial (Biblioteca
— Correspondência portuguesa.
FREITAS ' PAULO
7.a edição. Sao Paulo,
volume 9) .
e Econômicos,
tudos Comerciais
< » 16>.pp.
Nacional» 1943
Companhia Editora

Para a 2.* série do curso 9«»asial.


- Latim
GALO, CAPUSSO ginasial.
JOÃO
Ui~
latino-português e (Coleção
contendo vocabulário português-latino

a mrniste-
de acôrdo com portaria
dática Nacional). Rigorosamente

Paulo, Edições e Publicações


de de 1942. São
rial n. 170, de 11
julho

— 180+2 nums).
Brasil, 1943 (n.

— Terceiro ano de latim. Rigorosa-


CAPUSSO Latim ginasial.
GALO, JOÃO
Didá-
novos oficiais (Coleção
mente de acôrdo com os programas

e Publicações Bra-
São Paulo, Edições
tica Nacional. Série ginasial).

1943 — 208pp.
sil,

S. Paulo. Edições Melhora-


— 2.* série.
MOISÉS Geografia geral.
GIKOVATE,

1943 — 222pp.
mentos,

Paulo. Edições Melhora-


— 1* série. S.
MOISÉS Geografia geral.
GIKOVATE,

1943 -— 216pp.
mentos,

— do de latim.
AUGUSTO Autores programa
GONÇALVES, MAXIMIANO

da Livraria Para
Rio de Edição
Vol. I, a l.a e 2.* séries. Janeiro,
para

1943 — 127pp.
Todos,

do contemporâneo
— Gramática brasileira português
TUCA FILHO, CÂNDIDO

o Curso Uina-
Moderno. Série I. Livros para
de Ensino
(Biblioteca
Rio de Ja-
Aplicação do 1." ao 4.° ano ginasial.
sial. Volume I).

- -
S. A., s. d. 324pp.
neiro, Editora Pan-Americana

3.* e 4.* séries do curso ginasial francês.


— Leitura as
LOBO, KADDOCK para
n. I/U, de 11
com o oficial, portaria
Estritamente de acôrdo programa

da rmms-
e com as instruções metodológicas portaria
de julho de 1942,

Paulo, Edições e Publicações


de 1943. São
terial 114, de 29 de
janeiro

1943 — 158pp.
Brasil,

3.*_e 4/ séries do
as
— Lições de francesa para
LOBO, HADDOCK gramática
Sao Paulo, tdi-
Nacional. Série ginasial).
Didática
ginásio. (Coleção

Brasil, 1943 212pp.


e Publicações
ções

e de má-
— Tábua de logaritimos formulário
ALGACIR MUNHOZ
MAEDER,
oficiais do curso
de acôrdo com os
temática. Organizados programas

d. — 92pp.
Melhoramentos, s.
São Paulo. Edições
secundário.

de acordo com os
— latina. Organizada
Segunda antologia
MAGNE, AUGUSTO

série São Paulo,


a terceira ie a ginasial.
últimos Para quarta
programas.

1943 — 410pp.
Editora Anchieta Limitada,

— Mg lessons boys and con-


MARIA AUGUSTA for
MARTINS, "Direct
2. São Paulo, Est.
lst ed.
exercises. method grade.
versation
"Cruzeiro —
Sul", s. d. 109pp.
Gráfico do

II — With
— My lessons advance pupüs.
MARIA AUGUSTA ftír
MARTINS,
"Direct
method • São Paulo, Estabelecimento
conversation exercise.
"Cruzeiro
d. -—¦ 53pp.
do Sul", s.
Gráfico

Livro de
— Antologia da nossa língua.
BUENO DE
MORAIS, BENTO feitura
ministerial
Curso masculino. (Portaria
as 1/ e 2.* séries. ginasial
para
com as instruções método-
de 1942). De acôrdo
n. 172, de 15 de
julho
São Paulo, Edi-
do de português.
lógicas execução programa
para
— llipp.
Publicações, 1943
e
ções
BIBLIOGRAFIA 215

MORAIS, BENTO BUENO DE — Antologia da nossa língua. Livro de leitura

as 3.a e 4.* séries. Curso feminino Didática Na-


para ginasial (Coleção

cional. Série Ginasial) São Paulo, Edições e Publicações Brasil, 1943

— 143-|-4 nums).
(n.

MUZZI, SALVADOR -— 50 historietas morais. Traduzidas e adaptadas To-


por

lentino Miraglia. Capa de K. Tulino. Baurú, Tip. Brasil, s. d.


(1943)

93-f-2 (n. nums).

PEIXOTO, ROBERTO FONTES — Elementos de Cálculo Vetorial. De


JOSÉ

acordo com os dos cursos complementares. Rio, Editora


programas

Minerva Limitada, 1943 — 90+4 nums).


(n.

MEDINA — Curso de analítica. (Biblio-


QUINTELA, DONALDSON química

Rio de Editora R. de Oli-


teca Farmacêutica Brasileira). Janeiro, J.

veira & C., s. d. -— 684+2 nums).


(n.

PIRES — Elementos de Contabilidade Ban-


RODRIGUES FILHO, ANTÔNIO

curso de contador) didática nacio.


cária. o 3.° ano do (Coleção
(Para

1943 —-
Paulo, Edições e Publicações Brasil,
nal. Série comercial). São

144+2 nums).
(n.

— belles histoires. Choix fait et


SCHMIDT, MARIA Les pu-
JUNQUEIRA plus

Anatole France, Balzac, Claretie,


blié Alphonse Daudet, Jules
par...

de Maupassant, Frédéric Mistral,


Chateaubriand, Max Fischer, Guy

s. d. -—
Hugo, etc. Rio de Americ-edit.,
George Sand, Victor Janeiro.

146pp.

— ao estudo da Botânica Sistemática.


ALARICH R. Introdução
SCHULTZ,

de Agronomia das Fa-


nos cursos de Botânica das Escolas
Para uso

2.a edição, revisada


de Ciências e dos Colégios Universitários.
culdades

Livraria do Globo, s. d.
Pôrto Alegre, Edição da (1943).
e ampliada.

562+2 nums).
(n.

as 4* séries do curso
TEODORA — Antologia latina. Para
SIEGLAR, ANA

ensino. São Paulo, Li-


com a atual reforma do
de acôrdo
ginasial,
1942 383+6 nums).
Acadêmica. Saraiva & Cia. editores, (n.
vraria

série De
DE — Geografia (1.* ginasial).
ALCINDO MUNIZ geral.
SOUZA,
ministerial n. 1/0,
a se refere a
acordo com o que portaria
programa

Paulo, Edições e PublicaçOes


de 1942. 2.* edição. São
de 11 de junho

1943 — 160+2 nums).


Brasil, (n.

—• do Brasil série ginasial).


MUNIZ DE Geografia (3.a
SOUSA, ALCINDO

ministerial n. l/U,
a se refere a
De acôrdo com o que portaria
programa

Didática Nacional. Série comercial).


11 de de 1942. (Coleção
de junho

Publicações Brasil, 1943.


Paulo, Edições e
São

— Terceira edição cor-


Regência verbal.
ARTUR DE ALMEIDA
TORRES,
editores, 1943.
de Irmãos Pongetti
e aumentada. Rio Janeiro,
rigida

235+2 nums).
(n.

cuidadosamente re-
<—¦ elementar. 19.* edição
ANTÔNIO Álgebra
TRAJANO,
1943 — 192pp.
Francisco Alves,
Rio de Livraria
vista. Janeiro,

Literatura e ciências jurídicas

Automática. Paraíba,
— da Promoção
OSCAR Do Conceito Jurídico
BORGES,

1943. I

a matéria dos
— Direito social brasileiro. Contendo
A. F.
CESARINO JÚNIOR,
de São Paulo,
de Direito do Rio Janeiro,
das Faculdades
programas
com remissões
2.a edição ampliada e atualizada,
e das outras do país.
volume. São Paulo»
do trabalho 1.°
das leis (projeto).
à consolidação

— nums). 2.° vol. 377+6


Editores, 1943 338+6 (n.
Livraria Martins

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216 CULTURA POLÍTICA

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Literatura e ciências médicas

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Poesia

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CEARENSE,

autor. Rio, Bedeschi, 1943 -— 270pp.


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CEARENSE, flor.

1943 — 256pp.
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Manuel
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POLÍTICA
218 CULTURA

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O destino
miAIinHAM W SOMERSET
MAUGHAM, de Globo.
da Livraria do
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Castro pôrto

da Coleção Nobel.).
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Amarela.
de Isaac
- Tradução
SAPPER Knock-out.
^res- jCoíeçâo
s. d. "Upp.
do Globo,
Edição da Livraria
Pôrto Alegre,

¦ Os audazes ).
WU A t
flecha preta. (Coleção
cTT7\rRM<;mM ROBERT LOUIS
STEVENSORROBERT Casa Editora
£ Rio Janeíro
^i8oa

234+2 nums).
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Tradução de Sousa Júnior
— vermelho e o negro.
O
STENDHAL
4,1 Fernandes. da
Pôrto Alegre, Edição
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Livraria

Sociologia

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miaPTTATN TACOUES Os
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Rio de José
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L1N
YUTANG,
1943 — 387pp.
Pongetti Editores,
de Irmãos
Rio Janeiro,
e reportagens
Inquéritos

mês de realizações
Um governamentais

ABRIL DE 1943

das Nações Unidas


A Declaração

Martins P. de
o embaixador Carlos
dia 9 de abril último,

assinou em Washing-
do Govêrno brasileiro,
Souza, em nome

Declaração das Nações


NO de Estado, a
ton, no Departamento

nações neste
assim, às trinta que
O Brasil incorporou-se,
Unidas.

em defesa da
na mais solidariedade,,
cerram fileiras, perfeita
momento

a 3 de março,
havia sido anunciada
A adesão do Brasil
civilização. já

forma
9 de abril o complemento
a assinatura de
tendo sido,
portanto,

ilustra a elevada
e tão eloqüentemente
efetivado que
de um já
gesto

do Estado Novo.
internacional
política

O 21 de abrÜ

abril vai calando cada


e humana do 21 de
A expressão patriótica

do Estado Nacional
brasileiro, depois
no espírito do
vês mais, povo

sido abolido, como


o feriado tinha
não só restabelecido que
haver

nas escolas, nas


festividades rememorativas
determinado grandes

oficiais e na pública.
repartições praça

tão significativo, sob


um fato
realmente lamentável que
Seria
-
negar todo o seu
se
moral e ideológico, quando queira
seu aspecto

calendário cívico. O
do nosso
acabasse desaparecendo
valor
político,

tem um sentido brasileiro


Mineira
libertário da Inconfidência
sonho

independência do novo
é o anseio de
ao mesmo tempo:
e americano,

Depois, se
sacudir a tutela européia.
começara a
continente, que já

se o
não chegou a efetivar-se,
sob o aspecto
a revolução político

foram os efei-
nascedouro, consideráveis
foi abafado no seu
movimento

lhe dar um
E basta isso
ideológica. para
da sua fermentação
tos

a figura
e colocar em altíssimo
em nossa História plano
relêvo
grande
de espí-
aspiração, de uma disposição
símbolo de uma
de Tiradentes:

América: a liberdade»
moral do Brasil e da
constitue o clima
rito
que
220 CULTURA POLÍTICA

O abono
familiar

Uma das medidas mais importantes do Govêrno em abril último

do abono familiar, decisão baseada no mais alto senti-


(oi o decreto-lei

social e complemento relevante das nossas leis tra~


mento de
justiça

balhistas.

êsse decreto, ao chefe de família numerosa independente


Por que,

modalidade de trabalho em se ocupa, retribuição de


da que perceber

modo suficiente às necessidades essenciais e mínimas da sub-


nenhum

de sua será concedido, mensalmente, o abono familiar


sistência
prole,

100 cruzeiros, se tiver oito filhos' e de mais 20 cruzeiros


de por

filho excedente a êsse número. Entende-se insuficiente retribui-


por

a for inferior ao dôbro do salário mínimo em vigor na loca~


ção que

lidade onde viva o interessado.

O direito ao abono é extensivo aos chefes de famílias numerosas,

embora em de aposentadoria ou não trabalhem


gôzo pensão, que por

incapacidade física ou outra circunstância independente


por qualquer

de sua vontade. E é ainda extensivo à família numerosa, cujo chefe

faleceu.

Excluem-se do direito ao abono os servidores federais,


públicos

estaduais ou municipais, inclusive os aposentados ou em disponibili-

dade, bem como os servidores de entidades autárticas ou


paraestatais

e os militares da ativa, da reserva ou reformados.

do referido decreto considera-se família numerosa


Para os efeitos

oito ou mais filhos, brasileiros, até dezoito anos


a compreender
que

trabalhar, vivendo em companhia ou às


de idade, ou incapazes de

ou de os tenha sob sua criando-os


expensas dos guarda,
pais, quem

à sua custa. Será equiparado à condição de


ou educando-os pai quem

sob sua criando-o e educando-o às


tiver,
permanentemente, guarda,

anos. Não se computarão os filhos


suas expensas, menor de dezoito

hajam atingido a maioridade, os casados e os exerçam


que qual-
que

exceto os aprendizes. Para a obtenção


atividade remunerada,
quer

favores no decreto será sempre exigida do


dos
previstos presente

tem feito ministrar aos seus filhos edu-


chefe de família de
prova que

não intelectual sinão também moral, respeitada a


cação, só física e

orientação religiosa e adequada à sua condição, como


paterna permi-

as Essa feita meio de um atestado


tam circunstâncias. por
prova,

isento autoridade ou
e de selo, judicial, policial
gratuito passado por

escolar, será renovada anualmente.

abono o chefe de família numerosa não


O será suspenso
quando

o utilizar convenientemente fins relacionados com a subsistência


para

da restabelecido, a da
e educação Será, quando, juízo
prole. porém

autoridade lhe houver o interessado


concedido, presumir-se que
que

dar-lhe-á aplicação
própria.

'm- '
- ff., .. Nfe .H fk * Al Jl .«• ,v ... j . ¦ . * ... í JS
f

UM MÊS DE REALIZAÇÕES 221

Estão aí, em resumo, os artigos do importante decreto.


principais

Os demais dispõem sôbre a maneira de obter-se a concessão do abono

requerimento dirigido ao Delegado Regional do Ministério do Tra~

balho e entregue ao coletor federal da localidade em residir o


que

interessado e outras circunstâncias subsidiárias, como local, onde

será o abono, incumbência dos delegados regionais de reverem


pago

anualmente a relação dos beneficiários a exclusão daqueles, cuja


para

situação não se enquadre mais nas exigências da lei, ou redução


para

do benefício; a notificação sôbre as modificações ocorridas com rela-

à composição da família, ao montante da retribuição mensal


ção per*

cebida e a outras exercer influência sôbre o direito ao


que possam

abono ou sôbre a sua importância; as fraudes, tanto dos


por parte

interessados no recebimento do abono, como de seus empre-


por parte

ou de terceiros; as dúvidas suscitadas na execução do decreto


gadores

etc.

Com êsse decreto o Govêrno acaba de ir ao encontro das neces-

sidades de milhares de brasileiros. É mais uma manifestação eloqüente

da tendência humana e cristã do Estado Nacional, beneficiou


que já

o com uma das legislações sociais mais adiantadas do mundo.


povo

Tais medidas seriam inteiramente impossíveis dentro do regime antigo,

em o Estado se via reduzido à situação de espectador ou de um


que

fiscal, sem intervir de maneira direta, o bem da coletivi-


poder para

dade. Hoje, na fórmula nova encontrada Presidente Getúlio


pelo

Vargas, o vê no Govêrno uma ampla ciente de


povo garantia, que

lhe será concedido tudo a tiver direito. O abono familiar consti-


que

tue uma dessas concessões mas de uma


perfeitamente justas, justiça

regime antigo — uma só


incompatível com os do
processos justiça

às bases equânimes de uma democracia econômica.


inerente

Medidas da mobilização econômica

— A do açúcar
crise

a crise de açúcar, resultante da dificuldade de


Delineando-se

da Mobilização Econômica tratou logo de


transporte, a Coordenação

êsse não venha a faltar.


tomar tôdas as para que produto
providências

refere à Capital Federal, onde a crise tornar-se


No se parecia
que

foi baixada diretor do Setor de Preços uma Resolu-


mais séria, pelo

a distribuição equitativa do açucár, de acordo com


assegurar
ção para

de cada um, até o reforço dos estoques


as necessidades que permita

Essa distribuição ficou assim confiada às Usi-


a volta à normalidade.

Usinas Brasil e Refinaria Magalhães, encarregadas de


nas Nacionais,

deliberação, com de
fazê-la, até ulterior quotas pré-estabelecidas per-

o respectivo consumo normal de cada classe.


centagem sôbre

os armazéns de secos e mo-


também somente
Estabeleceu-se que

os serviços de subsistência, civis


cooperativas de consumo,
lhados, as

do S.A.P.S. vender
e os de abastecimento poderão
e militares, postos

disposições da Resolução fixa-


ao Outras
açúcar diretamente público.

• v.
V. ' '
•- . S ,,ii ¦ ,' i
¦ .tteíi ».•* SJ • V*::, sUB , f-áfti. ^a.l -* âi»1'. 'AafWMrf-rVnMtaMi
222 CULTURA POLÍTICA

venda a ser adotado, ficando suspenso em todo a


ram o sistema de

usual de café nos botequins, restau-


Distrito Federal o fornecimento

categoria e demais estabelecimentos


rantes e hotéis de que
qualquer

nas mesas, devendo a bebida ser fornecida


servem êsse já
produto

devidamente adoçada.

* * *

Preços da Mobilização Econômica dirigiu ao Chefe


O Setor de

no sentido de ser impe-


de Polícia um ofício solicitando
providências

barreiras do Distrito Federal e


dida a saída pontos possíveis
pelas

marítimos clandestinos, das seguintes mercadorias:


de embarques gêne-

espécie e materiais metálicos novos e


ros alimentícios de
qualquer

só ter trânsito livre, mediante


usados. Essas mercadorias
poderão

expedida aquele Setor ou autorização aposta em documentos


guia por

faturas, notas de venda, etc. Deverá ser apreendida


comerciais como

tôda mercadoria trafegar sem autorização.


que

No Setor de Preços

da Comissão Técnica dos Preços dos Produtos


O
presidente

decidiu todos os fabricantes desses


e Farmacêuticos que
Químicos

ou farmácias) deverão apresentar à


no
podutos país (laboratórios

Técnica, no máximo de vinte dias, o


referida Comissão prazo para

Federal, e e cinco dias os demais Estados e


Distrito para
quarenta

do Acre, uma relação cada datilografada


Território para produto,

lado, em folha separada das demais, contendo: a) nome


de um só

b) fórmula; c) classe; d) embalagem original; e) média


do
produto;

venda mensal; número e data da licença; custo mate-


de sua g)
[)

fabricação do h) líquido da venda unidade;


rial de preço por
produto;

acrescidas ao de custo mate-


i) especificação das preço
percentagens

do de venda. Essas relações deverão ser


rial conclusão
para preço

uma informação completa do fabricante. Todos os


acompanhadas de

de ser tabelados Comissão, em virtude


deixarem
produtos que pela

informações incompletas ou capciosas terão suas vendas suspensas


de

fabricantes sejam fornecidos dados exatos. Por


até seus
que, pelos

lado, os responsáveis inexatidões nos seus informes serão


outro
por

de aplicada Tribunal de Segurança Nacional.


passíveis pena pelo

* * *

Pela Coordenação da Mobilização Econômica foi criada a Comis-

de Preços de Cardápios de Restaurantes, com as seguintes atri-


são

buições: estabelecer, dentro de noventa dias, o tabelamento dos


pre-

de cardápios adotados em restaurantes, tabelamento êsse


ços que

ser feito, considerando-se o seguinte: o dos


deverá preço gêneros

utilizados na base das tabelas em vigor adotadas


alimentícios pela

as despesas de instalação, equipamento, aluguéis,


Coordenação; pes-

outras de cada estabelecimento, atendida a classe


soai, impostos e

a necessidade de uma razoável margem de lucro


dos restaurantes;
UM MÊS DE REALIZAÇÕES 22J

as instituições» firmas ou explorem tal ramo de


para pessoas que

comércio.

Para atender à situação econômico-alimentar da a


população,

Comissão estudará a instituição obrigatória de um cardápio racional»

mente elaborado e a razoável, considerada a classe do restau-


preço

rante. A Comissão efetuará o tabelamento, inicialmente, o Dis-


para

trito Federal, extendendo-o a seguir os Estados, de acordo com


para

os estudos forem realizados tendo-se em vista as


que posteriormente,

condições locais. Realizado o tabelamento, receberá, então, a Comis-

são as reclamações dos interessados durante o de sessenta dias,


prazo

as convenientemente apreciadas e servirão de elemen-


quais, julgadas,

tos as modificações se fizerem necessárias nos esta-


para que preços

belecidos. A Comissão deverá lançar as normas e as recomendações

consideradas indispensáveis uma completa regulamentação dos


para

referidos O tabelamento organizado, assim como as medidas


preços.

indicadas, terão o caráter de ao assistente responsável do


propostas

Setor de Preços, as submeterá, devidamente informadas, ao coor-


que

denador da Mobilização Econômica, decisão e aprovação.


para

O Setor de Pesca

Mais um setor foi criado, em março último, coordenador


pelo

da Mobilização Econômica — o Pesca.


Setor de Sua criação teve em

vista o seguinte: a importância da maritima, fluvial e lacustre


pesca

a economia nacional, sob o de vista do


para quer ponto produtor, quer

do consumidor; as vantagens de coordenar os diversos órgãos


gover-

namentais, associações de classe e entidades de forma a


privadas,

determinar o aumento da e conseqüente barateamento do


produção

a urgência de a fabricação intensiva de apare-


produto; promover-se

lhos de e construção de barcos, entrepostos, salgas


pesca peixarias,

e estabelecimentos a industrialização do e seus sub-


para pescado

inclusive adubos, e ainda o fornecimento de combustíveis,


produtos,

de de folhas de Flandres e das demais matérias exigidas


gêlo, primas

a o transporte, o comércio e a industrialização do


para pesca, pescado;

a necessidade da mobilização da mão de obra, ligada à exploração

da fauna aquática, bem como do de técnicos e operários espe-


preparo

cializados; o fato dos centros consumidores do reclamarem, mais


país

do nunca, abastecimento regular, em face do nosso atual estado


que

de beligerância, determinou, ainda, a criação de novos núcleos


que

industriais e agrícolas; o fato, ainda, das bacias hidrográficas do


pais,

exauridas intensiva ou naturalmente despovoadas,


pela pesca necessi-

tarem de repovoamento, sendo exigida, a intensificação


portanto, da

criação de espécies de valor comercial; e, finalmente» a necessidade

de centralizar os elementos estatísticos e informativos relativos à


pro-

dução, ao comércio e à industrialização do e


pescado providenciar-

tôda a colaboração a solução dos inerentes à econo-


para problemas

mia da
pesca.
^'i- ¦
irarai

POLÍTICA
224 CULTURA

da República, terá
na Capitei jurisdi-
da Pesca, sediado
O Setor

manter estreita cola-


nacional, competindo-lhe
todo território
<âo por
com todos os órgãos
da Pesca e
Executiva
com a Comissão
Joracão
bem como
autárquicos e
municipais, paraestatais,
íederais, estaduais,

direta ou iniretamente
se relacionem
cujas atividades
particulares,
industrial e atividades
ou pro-
comercial
-com fomento, a exploração
o
todas
ao coordenador
agrícola; sugerir
relativas à
fissionais produção

coordenar e desen-
a
destinadas planificar,
as medidas e
providências
e mao de obra
o material
e mobilizar
economia da
tolver a pesca
das medidas
fiscalizar a execução
controlar e
executar,
necessários;

Coordenação.
aprovadas pela

assistente responsável que


um
Pesca será dirigido por
O Setor de

estruturada a
se: acha
regiões em
cada uma das que
designará para
dentre os tecm-
especiais, escolhidos
um ou mais delegados
sua ação,

aos serviços
funcionem junto
reconhecida competência que
COS de

aí existentes.
especializados

Arroz e algodão

regulamentar a
necessidade de
em vista a imprescindível
Tendo

subsistência das
a
indispensáveis
de nacionais
exportação produtos
o equi 1 ri
assegurar, sem
de modo a prejuízo
brasileiras,
populações
e considerando
dessas populaçoes,
o normal abastecimento
econômico,

mercados de consumo
cuja distribuição pelos
oue entre os
produtos
figura o arroz, como
atenção do público
exigindo imediata poder
está
da Mobilizaçao
o coordenador
indispensável necessidade,
elemento de

o seguin e:
último, resolveu
de março
uma
Econômica, por portaria
des-
seja obrigatoriamente
no uma parte
do arroz país
que produzido
a
nacionais, sendo
mercados permitida
•atinada**© dos
abastecimento

a mesma
restante, desde q"e
o exterior da
parte
«xportação para
50
do Rio GrandedoSulde
relação ao Estado
exceda: a)em
não
do Estado, b)
no território
total verificada
cento da
por produção
de cada um.
1 terço da
Estados de produção
relação aos demais
em

o embar-
a autorização para
dispositivos anteriores,
Por fôrça dos

concedida me-
só será
a ser exportado
de cada lote do
que produto
o
da retenção para
comprobatório
¦diante de documento
apresentação

a) ao
corresponda: quanto
•consumo nacional de uma que
quantidade

igual a se
à que pretenda
Grande do Sul quantidade
do Rio
Estado

ao dobro dessa quantidade.


demais Estados,
b) aos
exportar; quanto

nacional as
o consumo quantidades
como retidas
Entende-se para
isso a
do devendo por
do interior país
as
despachadas para praças

anterior, constituir-se
se refere o dispositivo
a
prova, que
ou autenticadas pelas
respectivos, emitidas
vias dos despachos

sôbre a
ainda, a referida portaria
Dispõe,
emprêsas transportadoras.

nacional e sôbre outros


ao mercado
destinadas
das
distribuição quotas

aos itens anteriores.


relativos
pontos

* * *
>
UM MÊS DE REALIZAÇÕES 225

Uma resolução do coordenador da Mobilização Econômica fixou,

em decorrência da base de fianciamento do algodão» autorizada


pelo

decreto n. 5.360 de 30 de março de 1943, como máximo interno


preço

de venda do algodão em tipo 5, com fibra de 28-30


o
pluma para

milímetros, o valor de Cr$ 82,50 arrobas 15


de Será
por quilos. per-

mitida, uma oscilação de 20


porém, cento sôbre os do finan~
por preços

ciamento, ser considerados como mínimos. máximo


que podem O
preço

interno fixado é considerado básico, sem dos ágios e desá-


prejuízo

oficiais.
gios

O abastecimento das
populações

da Amazônia

Afim de melhorar as condições de abastecimento das


populações

do vale amazônico e no sentido de o suprimento de


garantir gêneros

básicos necessários à subsistência dos seringueiros e demais traba-

lhadores da Amazônia, de acordo com o decreto de 4 de dezembro

de 1942, e tendo em vista o fomento da da borracha, a


produção

Superintendência de Abastecimento do Vale Amazônico e a Rubber

Development Corporation estabeleceram um acordo, cujas


principais

bases são as seguintes: A Rubber Development empregará seus

melhores esforços formar e manter em seus armazéns estoques


para

regulares dos de necessidade, especificados numa


gêneros primeira

lista anexa, faz integrante do acordo, lista essa


que que poderá

ser modificada, mediante entendimento entre a Superin-


periodicamente

tendência de Abastecimento do Vale Amazônico e a Rubber Develop-

ment. A Rubber estabelecerá os estoques nas localidades em


que

existam compradores locais ou importadores diretos dos mercados

dos constantes da referida lista, ficando ajustado


produtores gêneros

as localidades serão as seguintes: Belém, Santarém, Manaus,


que

Pôrto Velho, Boca do Acre, Pessoa. As concordantes


João partes

ainda decidir sôbre a formação de estoques em outras loca-


poderão

lidades, desde se verifique se tornem êles essenciais ou conve-


que

nientes o fomento de da borracha. A Rubber Develop-


para produção

ment empregará seus melhores esforços em caso de


para prover,

emergência, às necessidades das urbanas e rurais das cida-


populações

des e vilas das zonas em estiverem localizados os seus armazéns.


que

transmitirá a Rubber tôdas as informações


A Superintendência

obter sôbre os estoques em cada município do vale ama-


que puder

assim como sôbre o consumo anual de cada um dêsses muni-


zônico,

cípios, em tempos normais, de todos os devem ser man-


gêneros que

em estoques Rubber. Esta exportar dos


tidos pela poderá gêneros

seus estoques outros do vale amazônico, desde isso


para países que

não as necessidades de consumo do nossa vale. Cooperará,


prejudique

ainda, a Rubber Development com a Superintendência de Abasteci-

mento do Vale Amazônico os meios necessários à


para proporcionar

fiscalização e controle dos dos estabelecidos, de con-


preços gêneros

formidade com êste acordo, assim como o estudo das condições


para

— F. 15
113.973
*," ' ' ' * * ' " !
'* '¦ '** -; -• j-fc ! '"*
X''-* V^ 4* $**?•¦ 4^ K ?¦

POLÍTICA
226 CULTURA

necessários à
A lista dos
vale amazônico. gêneros
do mercado do

do vale amazo-
e demais trabalhadores
dos seringueiros
subsistência

cartuchos, ca e-
banha, café,
anzóis, arroz,
a seguinte: açúcar,
nico é

ou de ferro
colheres estanhadas
caça.
canecas, chumbo para
teiras,
farinha de
facões, tubulares,
facas completas,
espoletas, espingardas,

fumo em folha, mi-


foices, fósforo,
mandioca, feijão,
farinha de
trigo,
em linhas
leite condensado po,
lanternas e lamparinas,
lho corda,
cigarro,
óleos alimentícios, papel para
manteiga, machados,
para pesca,

etc.

os Estudos Unidos
cãfcciro com
Acordo

o acordo cafeeiro
de março último
execução no mês
Entrou em

Brasili e os Estados
entre o
do ano
celebrado em outubro passado

dentro da
a^ fórmula definitiva,
encontrada agora
tendo sido
Unidos,

as operações.
sendo realizadas
estão
qual

faraó
1) Os dois Governos
consta o seguinte:
Dessa fórmula

Unidos do
os Estados
facilitar o embarque para
todo o possível para
de Café.
Convênio Inter-Americano
das estabelecidas pelo
total quotas
comprara o cafe
Credit Corporation
a Comodity
Fica entendido que

normas de comer-
e dentro das
comerciais estabelecidos
canais
pelos
a CCC concorda
Para o ano de
existentes. 2) quota
cio atualmente

Estados Um-
consumidos nos
do café dos tipos
em comprar a
parte
de setembro de
até 30
dita não embarcada
integrante da quota,
dos,

da 1941-
3) Findo o ano quota
em 2.659.279 sacas.
1942 e fixada

comprado no
de 1942. o café
em 30 de setembro
1942, termina
que
os lista-
ser embarcado para
com o item 2.°,
Brasil, de acordo poderá

1942-1943, devendo,
conta da
da América, quota
dos Unidos por
•srnrttKBtMi.

serem repostas,
assim embarcadas
as
porém, quantidades
4) Para
da corrente.
no Brasil, de cafés produção
mente, compra
por
em com-
a Commodity
1942-1943. concorda
o ano de
quota
ate o montante
nos Estados Unidos
dos tipos consumidos
prar cafés

ao Brasil, cujo
sacas, atribuídas
básica anual de 0.300.000
da quota

de café Com-
5) As compras pela
não ser realizado.
embarque possa
satis-
usuais de embarques julgados
feitas f. o. b.
modity serão portos

aos mes-
distribuição estabelecida
e conforme a
fatórios CCC
pela

Café, na base de
Nacional do preços
Departamento
mos pelo
portos
n 50 e suas emen-
de revista,
lista
máximos estabelecidos pela preços

Estados Unidos, caso


em vigor nos
dos então
das, ou na base
preços

descontados 2
das hipóteses serão por
inferiores. Em
sejam qualquer

6) bempre
manipulação e administração.
as despesas de
cento para

o café adquirido pela


de sua deterioração,
houver a
que possibilidade

brasileiro, mediante
vendido no mercado
Brasil, ser
CCC, no poderá

O Govêrno Brasileiro
de igual..
compra, quanitdade
.substituição, por

medidas a serem toma-


de acordo com as
essas substituições,
facilitará

de armazenagem serão
7) As despesas pagas
das com a Commodity.

da data da armazenagem,
contar de 90 dias
a
Commodity
pela
ou, no caso de
Brasil, a nominais
. será fornecida pelo preços
que
-t-m•w^pyf-;
¦wi i pii.1 .,-, Tíf-WWW
ym

UM MÊS DE REALIZAÇÕES 227

armazéns a não excedam os atualmente


particulares, preços que

em vigor. 8) Os vendedores serão responsáveis a)


pelas:

entrega f.o.b. de café comprado; b) taxas de exportação e


qualquer

demais despesas, com a colocação do café a bordo do navio; c) custo

do seguro do café do seguro contra os riscos de


(exceto guerra),

durante o de 90 dias da armazenagem, meio de apólices


período por

de seguro emitidas companhias estabelecidas no Brasil ou enti-


por por

dades oficiais brasileiras aceitas CCC e d) armazenagem um


pela por

de 90 dias em armazéns aprovados GCG.


período pela

Campanha melhoria do café


pela

Na sua incessante campanha melhoria do nosso café, o Mi-»


pela

nistério da Agricultura criou, em abril último, as Subsecções de Café

nos Estados desenvolveu o de instalação das usi-


produtores, plano

nas de despolpamento e incentivou a campanha sombreamento


pelo

dos cafezais.
r

Minas se acham completamente instaladas cinco usinas


Em

ao Ministério, nos municípios de Ponte Nova, Carangola,


pertencentes

e Manhumirin.

fornecida à imprensa, o agrônomo Dirceu Duarte:


Em entrevista

da Comissão encarregada de instalar as usinas


Braga,
presidente

deverão exercer influên-


declarou êsses estabelecimentos poderosa
que

de exploração da cultura cafeeira, não só criando


cia nos
processos

favorável aos novos sistemas, como melhorando


uma mentalidade
"A

do da, famosa
industrialmente a produção
qualidade produto.

— acrescentou
de fina, de mais elevado
rubiácea preço
qualidade

— se impõe com mais força de argumentos


S. S. é uma condição
que

exportação em tempo normal, foi de 16


do outrora. Se a nossa
que

depois, com a 11 milhões e no


milhões de sacas, caindo para
guerra,

milhões de sacas anuais, embora tenhamos


ano
passado para quatro

venda de 10 milhões de sacas acordo


a pelo pan-americano,
garantida

*—• é se obter com


um raciocínio claro salta-nos à mente
que pudermos

milhões dinheiro correspondente à exportação de oito


êsses
quatro

de cafés de alta a economia nacio-


milhões, com a qualidade,
produção

fase de Planta-se, colhe-se e bene~


nal sairá vitoriosa dessa
perigo.

mesmos usados há mais


ficia-se o nosso café processos
quasi pelos

Todavia, houve uma e radical alteração nos


de um século. profunda

exploração da cultura nos demais Para


vários métodos de paises.

Ministério da Agricultura, seus técnicos, acon-


corrigir isso, o pelos

o despolpamento, medidas devem ser fundamen*


selha a sombra e que

brasileira. O empreendimento é de
tais uma nova cafeicultura
para

dois bilhões de cafeeiros e aumentar nossa


vulto. Sombrear porcen-

de cinco 30 cento não é obra


tagem de cafés despolpados para por

e elevada soma de elementos de trabalho e


fácil exige principalmente

Mas assim mesmo, a Secção de Café, do Ministério da


recursos.
228 CULTURA POLÍTICA

suas limitadas está enfrentando


Agricultura, dentro de possibilidades

magno E os resultados são


com decisão o primeiros já
problema.

Também o Departamento Nacional do Café


francamente animadores.

importância do assunto, fixando melhores


compreendeu a preços para

vem favorecer a maior difusão da moderna


os cafés finos, o
que

cafeicultura".

Expansão Ferroviária

foi determinado Presidente Getúlio


dezoito meses
que pelo

das obras do ramal de ligação Montes


Vargas o ataque acelerado

importante iniciativa ferroviária, inte-


Claros-Leste Brasileiro, parte

da marcha oeste. Dessa fer-


do expansionista para
grante programa

à Central do Brasil é o de Montes Claros


rovia, o trecho compete
que

a Monte Azul.
%

à imprensa em abril último, o major


Em entrevista concedida

da Central, expôs o andamento dos


Alencastro Guimarães, diretor

do empreendimento foi a seguinte, dentro,


trabalhos. A orientação

a nomeação de uma comissão estu-


aliás, dos trâmites normais: para

os e orçamentos, etc. Essa comissão,


dar o traçado, organizar
projetos

instalou-se em novembro. A medida


nomeada em setembro de 1941,

foi logo aos traba-


ia aos levantamentos, procedendo
que procedendo

salientando o major Alencastro a atividade


lhos de terraplanagem,

Demóstenes Rockert. Duas características


eficiente do engenheiro

total e liberdade de ação tam-


oferecia essa tarefa: responsabilidade

decorridos dezoito ineses da data


bém total. A conseqüência é
que,

se acham todos os desenhos


da nomeação da comissão,
já projetados

os orçamentos afim de serem remetidos ao Govêrno


e feitos todos para

Enquanto isso, existem duzentos e trinta


sua devida aprovação.

atacados, com dos serviços


e seis de linhas
quatro quintos
quilômetros

mesmo, fora da região


Além de Montes Claros,
portanto, já
prontos.

foram feitos também sessenta de


compete à Central, quilômetros
que

estudo com trabalhos de linha.

Rockert expôs alguns detalhes inte-


O engenheiro Demóstenes

contrução da referida ferrovia. A linha férrea de


ressantes sôbre a

Azul mediria, estudos, realiza-


Montes Claros-Monte pelos primeiros

revistos em 1930, 250 e 800 metros.


dos em 1912, em
parte quilômetros

novos estudos feitos em 1942, encurtou-se a linha


De acôrdo com

de 15 assim a ter a extensão total de


de cerca quilômetros, passando

Mas, ao mesmo tempo, obteve-se melhoria nas con-


236
quilômetros.

do traçado. Retiraram-se cerca de 130 curvas, limi-


diçôes técnicas

raio iias ao mínimo de 301 e a rampa


tou-se o
que permaneceram

de 1 cento compensada. Assim, o traçado a ofe-


máxima passou
por

cento de trechos em reta e apenas 25 cento em cur-


recer 75 por
por

terá a maior tangente da Central do Bra-


vas. Depois de construído,

de 30 em linha reta. Os trabalhos


sil: cerca propriamente
quilômetros

foram iniciados em meados de março de 41, ainda sob


de construção

água. Atualmente, estão em condições de receber


o regime da já

c
UM" MÊS DE REALIZAÇÕES 229

trilhos, cerca de 150 As obras chegaram até Monte


quilômetros. já

Azul, com 8 mil homens ao longo o trecho


de todo e cerca de 3 mil

carroças.

O regime de chuvas de fins ano retardou


do considerá-
passado

velmente os trabalhos, começou em meados de setembro e só


porque

agora, em de abril, terminou. Entramos


princípios em
presentemente

regime das secas — ^


pleno acrescenta o engenheiro Rockert mas

com a agravante dos surtos de malária da época. Para com-


próprios

bater a enfermidade, a Comissão mantém cerca de 80 enfermeiros,

8 médicos, 6 farmacêuticos, 3 hospitais de emergência, instalados

ao longo do leito, com todos os recursos da técnica moderna, dispondo

ainda do Sanatório de Montes Claros, atende também os doentes


que

em estado O abastecimento é feito Central do


grave. pela própria

Brasil, seu serviço de Subsistência Reembolsável, onde os


pelo operá-

rios adquirem os de necessitam, a baixo A


gêneros dis-
que preço.

tribuição mensal dêsses é de 300 toneladas. Os transportes


gêneros

são feitos uma estrada de serviço construída Comis-


por pela própria

são e hoje de eficiência, contando com cerca de 80 caminhões,


plena

20 automóveis, etc.

A falta de carburante, em setembro e em março último, veio a

retardar Mas — enge-


consideràvelmente os trabalhos. assegura o

nheiro —
Rockert está resolvido o caso, obtenção de um
já pela

fornecimento mensal de 80 mil litros de Tôdas as medidas


gasolina.

estão sendo tomadas os trilhos sejam lançados até o fim


para que

de maio, de modo a alcançarem o 70, se tudo correr bem.


quilômetro

Além dêsses traBalEo^^cm^jgpmpetiam à Central


pròpriamente

do Brasil, a Estrada, como* ficou dito acima, com o espírito de cola-


já"

borar nessa linha férrea de tão importância, além de Monte


grande

Azul, lançou três turmas se acham trabalhando


que paralelamente

com as do Departamento Nacional de Estradas de Ferro.


O aniversário do Presidente

Na impossibilidade material de responder, como

a tantos milhares de lhe


quisera, felicitações que foram

endereçadas de sua data natálicia, o Pre*


pela passagem

sidente Getúlio Vargas determinou ao tenente-coronel

Antônio Coelho dos Reis, diretor do Departa-


José geral

mento de Imprensa e Propaganda, em seu nome di~


que

rigisse a todos os brasileiros o seu agradeci-


profundo
"Hora

mento, intermédio da do Brasil".


por

Ocupando o microfone do Departamento de Im-

e Propaganda, o tenente-coronel Coelho dos


prensa
"Hora

Reis a através da do Brasil


proferiu, propósito,

as seguintes a todos os lares brasileiros:


palavras

— ! E' do conhecimento de todo o a


Brasileiros
país projeção

nacional alcançada data aniversária do Exmo. Sr. Presidente


pela

Getúlio Vargas, a de ano ano, no dia 19 de abril, em


quem, para

amplitude, a Nação inteira tributa suas homenagens


progressiva

sinceras de respeito, confiança e


gratidão.

Em votos e demonstrações de amizade, toda a nossa


preces, gente,

numa espontaneidade encantadora, nesse dia reafirmar ao


procura

Chefe do Estado Nacional e estadista do renascimento brasi-


preclaro

leiro a certeza de seu apôio, a hipoteca de sua solidariedade e, so-

bretudo, a fidelidade da opinião aos e normas


pública princípios

num sadio de equilíbrio, serenidade e


político-sociais que, govêrno

descortínio, lhe norteiam a ação em do bem-estar coletivo, do


prol

do e da vitoriosa ascensão do Brasil.


progresso país

Se assim foi nos anos anteriores, neste, encontra o Brasil em


que

e, mais em sòlidamente unido o trabalho,


guerra que guerra, para para

a luta e o sacrifício» na conquista difícil, certa, da vitória, mais


porém,

e maior se evidenciou a coesão do brasileiro em tôrno de seu


povo
O ANIVERSARIO DO PRESIDENTE 231

Presidente, numa como decisiva definição de


grande atitudes e de

conduta contra tôdas e manobras, ou


claras embuçadas, de
quaisquer

dissociação ou de excitação social em face do


política comum
perigo

e da agíessão à Pátria.

A solidariedade de

todo o
país

De todos os rincões de nosso imenso território, numa insofismável

e calorosa demonstração de solidariedade, recebeu S. Ex., o conforto

e o estímulo das felicitações sinceras de nossos numa confir-


patrícios,

mação clara e irretorquível de sua e da sin-


popularidade profunda

tonia existente entre a Nação e seu supremo magistrado. Através de

mais de duas centenas de milhares de telegramas, rádios, mensagens,

cartões e cartas, de tôda endereçados, S. Ex., no multivário


parte pôde

das fórmulas de expressão usadas revelação de um só sentimento


para

coletivo de solidariedade, verificar mais uma vez, e com


que justo

orgulho, de com seu coração, o coração do


que pulsa próprio grande

Brasil, e de um só —
o da e da vitória da
que pensamento grandeza

Pátria —
inspira e vitaliza o labor e a ação do Govêrno e do
povo,

nesta hora decisiva e tormentosa do mundo. Dos setores mais varia-

dos da sociedade brasileira, lhe vieram, amigos, impregnados de sin-

ceridade, repletos de civismo, os democráticos e as reafirma-


parabéns

voluntárias da viva confiança coletiva de nossa em sua obra


ções gente

ciclópica de reconstrução do Brasil. Homens da cidade e do sertão;

trabalhadores dos campos, das usinas e das oficinas; lavradores da

e do arado; mães, esposas e mestras; ricos e titulados e


pena pobres;

humildes; velhos, moços e crianças, todos, num simbólico desfile,


qui-

seram trazer-lhe nesse dia a certeza de contar com seu


que pode povo

não é em vão êle apela são o bem e os


e de quando
que que para

destinos da Pátria se encontram em causa e em


própria que perigo!

tôdas as homenagens do dia, entre as se não


Mas, quais
permeio

de inaugurações de estradas, ins-


esquecer as centenas pontes,
podem

oficinas e benfeitorias, realizadas todos


titutos, escolas, hospitais, por

Brasil — uma, excelência, tomou


os Estados e Municípios do por
por

do Presidente: a manifestação das crian-


certo de emoção o coração

linguagem simples e sincera da inocência, o


mandando-lhe, na
ças,

ao esforço do Brasil de hoje, esforço e


apoio do Brasil de amanhã

à Pátria, num regime de unidade e ação, a


apôio assegurarão
que

imortais Na impossibilidade material de


de seus destinos
perenidade

a tantos e tantos milhares de felicita-


responder, como
quisera,
poder "Hora

determinou-me S. Ex., em seu nome,


recebidas, que, pela
ções


a todos os lares brasileiros unidos
do Brasil", transmitisse quotidia-

vigília radiofônica dêstes sessenta minutos de


namente a
para patriótica

— os seus mais expressivos agradecimentos


unidade e de vida nacional

e confortaram com a solidariedade de seus


todos o honraram
a
que

votos de felicidade no dia 19 de abril. Quer


e com seus
parabéns

a tôda a Nação, o sentimento de


Ex. revelar também de
S. público,

«Í8.

ml mw
CULTURA POLÍTICA
232

o apôio a contribuição
o dominou, verificando que para
emoção
que

fôra atendido de maneira


das taxas telegráficas,
de educação, através

lograsse o fundo de
todo o Brasil, que
entusiástica permitindo
por

e milhares de cruzeiros^
auxílio de milhares que
um
instrução
primária

desta data, ao
como recordação próprio
reverterão, em breve, perene

e em segura instrução
as crianças para
em novas escolas
para
povo,

S. Ex. reafirmar, mais


Além dêstes agradecimentos, quer
nossos filhos.

nunca lhe faltou, no


o a confiança, pátrio-
uma vez, a todo que
país

trabalhador e ordeiro, quem


energia de nosso para
tismo e na povo,

sc relacione com
atendido, em tudo
apelou sem fôsse que
que
jamais

da Pátria •
a e a segurança
o grandeza
progresso,
da Ãlimentaçao
Técnico
O Serviço

e sua organização
Nacional

coordenador da Mo-
Alberto Lins e Barros,
MINISTRO João

a im-
levando em conta extraordinária
bilização Econômica,

em tempo de
O o da alimentaçao
envolve problema
portância que

um mesmo fim
de coordenar e orientar
e a necessidade para
guerra
criou há algum
a êsse
as atividades concernentes problema,
tôdas

confiando a sua
Alimentação Nacional,
Técnico da
tempo o Serviço

ficou incumbido de elaborar


de Castro, que
direção ao Josué
professor

técnico, ser subme-


do novo órgão para
das atividades
o regulamento

aprovação do coordenador.
tido à

Alberto de aprovar
acaba o ministro
Em recente, João
portaria

da se verifica
Serviço, através qual que
daquele
a regulamentação

naquele impor--
uma dupla tarefa
mesmo desempenhar
competirá ao

da vida nacional.
tante setor

o no
organismo original, gênero,
se trata de um primeiro
Como

múltiplos aspectos,
o assunto seus julgamos
no Brasil, encarando por

organização e regulamentação,
na íntegra a sua
oportuno divulgar

solução desse
os se interessem pela
de todos que
conhecimento
para

de nosso
magno país.
problema

Técnico da Alimentação
do Serviço
a organização
É a seguinte

Nacional:

Mobilização Econômica
da
do Coordenador
p Gabinete

de fevereiro de 1943.
Em 13

N. 14
DE SERVIÇO
ORDEM

acordo com o
Econômica, de
da Mobilização
O coordenador

n. 1, de 5 de
da ordem de serviço
12.° e seus parágrafos
artigo
abaixo, do Serviço
aprovar o regulamento
de 1942, Resolve
novembro

Nacionai (S.T.A.N.):
da Alimentação
Técnico
234 CULTURA POLÍTICA

Capítulo I

DA FINALIDADE

1.° — O Serviço Técnico da Alimentação Nacional, direta-


Art.

subordinado ao coordenador da Mobilização Econômica, tem


mente

encargo realizar estudos, trabalhos e concernentes ao


por pesquisas

da alimentação, sugerindo as medidas técnicas indispensá-


problema

veis à melhoria das condições de nutrição do brasileiro.


povo

Capítulo II

DA ORGANIZAÇÃO

— Serviço Técnico da Alimentação Nacional com-


Art. 2.° O

Divisão Técnica e uma Divisão Administrativa.


uma
preende

— A Divisão Técnica compreende as seguintes


Art. 3.° (DT)

Consultorias:

a) Política Econômica da Alimentação;

b) Produção Agrícola e Indústrias Alimentares;

c) Investigaçes Biológicas;

d) Propaganda Alimentar e Organização Social.

'— A Divisão Administrativa compreende:


Art. 4.° (DA)

a) Biblioteca;

b) Expediente.

¦—yO de serviço será auxiliado um secretário


Art* 5.° chefe por

administrativo, encarregados de superintender,


técnico e um secretário

das duas Divisões.


respectivamente, os trabalhos

o seu com
— O chefe do serviço organizará gabinete
Único
§

de suas funções.
necessários ao desempenho
os auxiliares
que julgar

ficarão a cargo dos con-


— Consultorias Técnicas
Art. 6.° As

ser de reconhecida
do Serviço, deverão pessoas
sultores técnicos que

do da alimentação.
nos respectivos sectores
competência problema

será organizada uma Dele-


— Em cada Estado da União
Art. 7.°

organização central e de
nos moldes da
Regional do Serviço,
gacia

regionais de trabalho.
e as exigências
acordo com as
possibilidades

— serão, sempre aproveitadas


De início, que possível,
Cínico
§

tenham afini-
especializadas, cujos objetivos
êsse fim instituições
para

Técnico da Alimentação Nacional.


com os do Serviço
dades

Capítulo III

DOS VÁRIOS ÓRGÃOS DO SERVIÇO


DA COMPETÊNCIA

tem objetivo orientar técnica-


— A Divisão Técnica
Art. 8.° por

ampliação dos recursos alimenta-


e
mente a organização, planificaçao
O SERVIÇO TÉCNICO DA ALIMENTAÇÃO 235

res do Brasil, de forma fique o suprimento alimentar


que garantido

das coletividades, dentro dos da ciência da nutrição, e de


princípios

acordo com os dados científicos obtidos através de suas várias Con-

sultorias.

Art. — à da Política Econômica da


9.° Compete Consultoria

Alimentação
(DT-A):

a) investigar àcêrca das condições de vida, no diz respeito


que

à alimentação;

b) obter dados censitários sôbre a de alimen-


produção gêneros

tícios;

c) orientar tecnicamente a distribuição e o consumo dos alimen-

tos, dentro dos da economia alimentar, sugerindo a


princípios

necessidade e os limites de racionamento de certos


produtos.

Art. 10 — à Consultoria Técnica de Produção Agrícola


Compete

Indústrias Alimentares orientar tècnicamente a


e de (DT-B) pro-

agrícola e industrial de alimentos, de acordo com as neces-


dução

sidades da nutrição nacional ;

dêsse objetivo, os meios de seleção e de


a) promovendo, dentro

racional da agro-pecuária e desenvolvendo


controle produção

racionais de comercialização de alimentos;


métodos

técnica à indústria de alimentos através


b) prestando assistência

de tecnologia alimentar, onde serão


do seu laboratório proces-

sôbre alimentação em escala labo-


sados estudos experimentais

ratorial e semi-industrial.

— Técnica de Investigações Bio-


Art. 11 Compete à Consultoria

através de seus laboratórios especializados,


lógicas (DT-C) proceder,

da alimentação, nutrição e dietética,


sôbre a fisiologia
às
pesquisas

elementos indispensáveis à solu-


à obtenção dos seguintes
necessárias

do alimentar:
ção problema

das necessidades nutritivas do homem


a) conhecimento exato

de suas condições de vida;


brasileiro em função

valor nutritivo real das várias substâncias


b) determinação do

consumidas no
alimentares país;

vitaminas dos naturais e


do teor em
c) conhecimento produtos

ou servir como alimentos;


artificiais sirvam
que possam

e racionais de conservação e
de métodos pre-
d) fixação práticos

dos alimentos;
paro

afecções resultantes das


das
e) conhecimento preciso patológicas

e dos desequilibrios da alimentação e


falhas, das deficiências

da nutrição brasileiras;

tipos de regimes alimentares coletivos


e fixação de
f) elaboração

das diversas categorias.


para grupos
-V* *' ç' » l •'> ^ ^-f»f " N?V '1
, " TV JT^ ff*
/ íf- *V ' '••¦. *' '•'*# *

CULTURA POLÍTICA
236

Técnica de Propaganda Ali-


12 — Compete à Consultoria
Art.

mentar c Organização Social (DT-D):

irradiações radiofônicas
meio de
a) promover, publicações,
por

a divulgação dos conhecimentos


e filmes cinematográficos,

à boa compreensão do
básicos indispensáveis popular proble-

ainda, êsse fim, cursos»


ma da alimentação, organizando, para

de alimentar;
mostruários e certames
museus, propaganda

ao campo social, das aqui-


o de aplicação,
b) traçar geral
plano

através dos órgãos de


técnicas de tôda ordem, obtidas
sições

investigações do Serviço,

referidos ficará a
— A execução dos trabalhos acima
Art. 13

será fixado chefe


assistentes técnicos, cujo número pelo
cargo dos

de serviço.

— Administrativa terá a seu cargo


Art. 14 A Divisão (DA),

correspondência, comunicações,
os trabalhos de biblioteca, portaria,

ser executados dentro das nor-


almoxarifado, deverão
arquivo e que

mas adotadas no serviço


público.
gerais

Capítulo IV

SEUS DEVERES E ATRIBUIÇÕES


DO PESSOAL,

— Técnico da Alimentação Nacional será


Art. 15 O Serviço

dos vários departamentos da admi-


funcionários requisitados
lotado de

da Mobilização Econômica, de
nistração coordenador
pública, pelo

4.750, de 28 de setembro de 1942.


acordo com o decreto-lei n.

— Ao chefe de Serviço incumbe:


Art. 16

e fiscalização das funções e


e orientar a execução
a) coordenar

a cargo do Serviço;
dos trabalhos

e tenham
com autoridades que
b) corresponder-se particulares

ao Serviço, excetuadas as autoridades


interesses a tratar
junto

devam manter correspondência com


hieràrquicamente só
que,

da Mobilização Econômica;
o coordenador

com as repartições federais, estaduais


c) entrar em entendimento

com os institutos autárquicos e com associa-


ou municipais,

outras instituições, a
de classe ou com para
ções quaisquer

informativos necessários aos estudos


obtenção dos elementos

afetos ao Serviço;
e
pesquisas

do Serviço, em casos
tôda a correspondência podendo,
d) assinar

essa função aos secretários técnico e admi-


especiais, delegar

nistrativo;

de serviço necessárias à execução e bom


e)' expedir as instruções

dos trabalhos do Serviço;


andamento

;Vj#
¦'
WlÈliÈiÊÈÈ . feá, .. ;-í> &
O SERVIÇO TÉCNICO DA ALIMENTAÇAO 237

do coordenador da Mobi-
exercer as funções de conselheiro
/)

referentes à técnica da ali-


lização Econômica nos assuntos

mentação
popular;

Econômica as medi-
ao coordenador da Mobilização
g) propor

desenvolvimento do
das e necessárias ao melhor
providências

de realizações do Serviço;
programa

Econômica os nomes
h) propor ao coordenador da Mobilização

as diversas fun-
dos funcionários a serem requisitados
para

técnicas e administrativas;
ções

(altas e impedimentos even-


i) indicar o seu substituto em suas

tuais.

— técnico compete:
Art. 17 Ao secretário

da Divisão Técni-
e os trabalhos
a) examinar, orientar promover

ao chefe do
devidamente informados
ca, encaminhando-os

Serviço;

lhe forem distri-


executar os trabalhos
ou fazer que
b) executar

chefe do Serviço;
buidos
pelo

— técnicos compete:
18 Aos consultores
Art.

sugestões e medi-
do Serviço as
a) propor ao chefe providências,

ser
à sua consultoria, possam
no sector subordinado
das
que,

objetivos do Serviço;
de interêsse aos

o de
ao chefe do Serviço plano geral
e submeter
b) organizar

a seu cargo;
da Consultoria
trabalhos

a seu cargo, tomando


das várias secções
os trabalhos
c) dirigir

sua boa execução;


tôdas as para
providências

as secções técnicas
colaboração entre
a mais estreita
d) manter

as demais consultorias.
a seu cargo e

técnicos compete:
Aos assistentes
Art. 19

lhes forem
e os trabalhos que
ordens de serviço
a) executar as

direção do Serviço;
distribuídos pela

da realização de
sôbre a oportunidade
sugestões
b) apresentar

tanto, os
ou solicitando, para
estudos pesquisas,
determinados

de necessitarem;
elementos que

assuntos técnicos sub-


sôbre os diversos
e dar
c) estudar parecer

encaminhados à secção.
do Serviço e
à apreciação
metidos

administrativo compete:
— Ao secretário
Art. 20

da Divisão Administrativa;
a cargo
os trabalhos
a) dirigir

as medidas entender
do Serviço tôdas que
ao chefe
b) propor

dos trabalhos da
marcha e regularidade
à boa
necessárias

a seu cargo;
divisão
i
CULTURA POLÍTICA
238

do chefe de Serviço, a aquisição


c) promover, mediante ordem

do material necessário;

tôda a correspondência, e
d) .providenciar que publicações
para

de utilizados, sejam recolhidos ao arquivo,


documentos, depois

devidamente catalogados;
ou à biblioteca,

expedição de tôda correspondência e


e) controlar o serviço de

do Serviço;
publicações

os trabalhos de secretaria lhe


ou fazer executar que
f) executar

distribuídos chefe do Serviço;


forem pelo

dirigir os serviços da biblioteca.


e
g) organizar

— neste regulamento serão resolvidos


Art. 21 Os casos omissos

Econômica, do chefe
coordenador da Mobilização por proposta
pelo

de Serviço.

O coordenador:

Alberto
(ass.) João
V

Atividades do Conselho Nacional de

Imprensa em 1942

PEDRO TIMOTEO

Secret5rio do Conselho

Nacional de Imprensa

Pelo membro-secretârio apresentado


foi ao Conselho Nacional

de Imprensa, do é o tenente-coronel
quai presidente Antônio José

Coelho dos Reis, diretor-geral do Departamento de Imprensa e

Propaganda, o seguinte relatório, contendo tôdas as atividades dêste

órgão durante o transcurso do ano de 1942:

1942 realizou o Conselho Nacional de Imprensa 40 sessões,

sendo 28 até 17 de
julho, ex~diretor
presididas pelo geral,
EM
e 12, dessa data até 31 de dezembro,
presididas atual
pelo

diretor do D. I. P.
geral

Por motivo de doença, deixou de dos trabalhos do Con-


participar

selho, desde o Sr. Cipriano Lage.


julho,

Pedidos e indeferimentos

de registos

Pronunciou-se o Conselho, no decurso de 1942, sôbre 567


pedidos

de registos de oficinas agências de


publicações, gráficas, publicidade,

agências telegráficas e correspondentes nacionais e estrangeiros. De

acordo com os votos do Conselho, obtiveram deferimento dêsses


466

e foram denegados 101. Entretanto, 3 reconsi-


pedidos de
pedidos

deração de decisões negativas de registo de foram aten-


publicações

didos.

Os 466 de registo concedidos assim se especificam :


pedidos

Jornais 41

Revistas 79

Boletins 175

Correspondentes 11
POLÍTICA
240 CULTURA

Agências de
publicidade 22

Folhetos de
propaganda *0

~
Oficinas gráficas

Agências telegráficas

Penalidades aplicadas

1942, aos seguintes jornais:


em
Aplicaram-se penalidades,

— 5 dias
"A em 9/2/42
Santa Catarina,
Noticia", de
Joinville.

de suspensão; Jf

— 30 dias
"A em 3/3/42
Preto. São Paulo,
Tarde", de Ribeirão

de suspensão; .. ,
— 48 horas
"A em 4/3/42
Espírito Santo,
Tribuna", de Vitória,

dc suspensão; ,
— 45
"Diário em 20/3/42
São Luiz, Maranhão,
do Norte", de

horas de suspensão; inz-xzAi

"A Rio, em 20/Ó/11


Estado do
de Nova Friburgo,
Paz",

.
advertência;

"Jornal — 72 horas
em 4/6/42
Maceió, Alagôas,
de Alagoas",

de suspensão;

"Unitário", — 24 horas de sus-


em 20/5/42
Fortaleza, Ceará,
de

nensão*

"Diário — 24 horas
Baía, em 20/5/42
Baía", de Salvador,
da

de suspensão; ,

"Anápolis", — suspensão de
Goiaz, em 9/6/42
de Anápolis,

edições consecutivas;
duas

— adver-
"Reação em 10/7/42
revista desta Capital,
Brasileira",

tencia;

"Correio — 30 dias de
em 14/7/42
desta Capital,
Português",

suspensão;

"O — 30 dias
em 4/8/42
São Luiz. Maranhão,
Imparcial", de

de suspensão; .

"Jornal Gerais, em 26/10/42


Nova, Minas
Povo", de Ponte
do

— 10 dias de suspensão;

"O — 24 horas de
Baía, em 26/10/42
Imparcial", de Salvador,

suspensão;


"Correio em 26/10/4Z
Laguna, Santa Catarina,
do Sul", de

advertencia;

"Diário — 24 horas
Baía, em 26/10/42
Baía", de Salvador,
da

de suspensão;

— 4
"O em 7/11/42
Minas Gerais,
de Uberaba,
Triângulo",

dias de suspensão;


"O Norte, em 14/12/42
Rio Grande do
Diário", de Natal,

10 dias de suspensão.
?

DE IMPRENSA 241
DO CONSELHO
ATIVIDADES

classificação dos órgãos


A

suas finalida-
segundo
de imprensa classificados,
São os órgãos

e folhetos de
revistas, boletins propa-
e em
des propriedade, jornais,

ganda.

direção de
de e
são sempre propriedade
e as revistas
Os
jornais
ações
comerciais, sociedades por
Assim, as firmas
brasileiros natos.

de ou
jornais
ou sociedades por quotas, proprietárias
nominativas

natos •
de brasileiros
sempre compostas
revistas são

civis, clubes, sindicatos,


como associações
As jurídicas,
pessoas

como entes coleti-


se apresentem
de vários que
institutos gêneros,

estrangeiros, ou
ou fazer
façam parte
de cujo organismo possam
vos",
de
não ser
estrangeiros, podem proprietárias
atuem interesses
em que
em determi-
a essas
É, todavia, pessoas,
e revistas. permitido
jornais
às suas
destinados exclusivamente pró-
editarem boletins
nados casos,

as mesmas ativida-
vedadas
sendo-lhes
atividades associativas,
prias

às emprêsas propriamente
asseguradas jornalísticas
des de cemércio

função de caráter
exercem público.
ditas,
que

mesmo estrangeiros,
mercantis e industriais,
Aos estabelecimentos

do ê
às causas pais, per-
atividades contrárias
não desenvolvam
que

aos seus interesses.


dedicados
de
mitido editarem propaganda,
folhetos

a uma socie-
instituição é transferido
boletim de
Por vezes, um

firma comercial
a uma
ações nominativas,
ou
dade quotas, por
por

a sua finalidade jornalística,


e, então, ampliada
física,
ou a uma
pessoa

de revista•
a ter a classificação
passa

novas classi-
a 26 publicações
foram, em 1942.
Assim, permitidas

ou espécie.
com sua natureza
ficações, de acordo

de caráter
Publicações

universitário

registos são soli-


cujos
caráter universitário,
de
As publicações
de agremiações
ou diretores
diretórios acadêmicos por
citados pelos
secundário ou
ensino superior,
de
de estabelecimentos
de alunos

sao regis-
Govêrno Federal,
ou fiscalizados pelo
reconhecidos
técnico,

como revistas.
tadas

facilidades, inclusive
tõdas as
são concedidas
A essas publicações

todos os demata
obrigatória para
matrícula em Juízo,
dispensa da

no entanto, tôdas
elas. francamente,
Desenvolvem
de imprensa.
órgãos
e aufe-
ou outras revistass
a jornal
atividades qualquer
as permitidas
concedidas em
e taxas a êstes
de impostos
as isenções
rem. também,

leis.

— 1«
113.773 TF-

m à' í -
CULTURA POLÍTICA
242

nas capitais dos Estados 119


no Distrito Federal e
Editam-se

dessa natureza, a saber:


publicações

Distrito Federal 48

São Paulo 37

Minas Gerais 9

Pernambuco 6

Baía ^

Ceará 3

Pará 3

Estado do Rio 3

Amazonas 2

-do
Rio Grande Sul 2

Piauí 2

O uso do idioma

exclusivo do nosso
tornar obrigatório o uso
O ato mandou
que

no vem
de imprensa se editam país,
idioma, todos os órgãos que
por

sem relutância.
sendo cumprido, qualquer

1942, se
foram feitos, em que perml-
Apenas três para
pedidos

comentários em línguas
revista, de artigos e
tisse a isenção, em

não foram atendidos.


Êsses
estrangeiras, pedidos

Nacional de Im-
com o voto do Conselho
Todavia, de acôrdo

foi
de Comércio estrangeiras per-
aos boletins das Câmaras
prensa,
a também
o sidiomas dos que
tido vertidos países
mi para
publicarem,

insertas em
as informações neles
servem tais órgãos, primeiramente

português.

atividades de comércio
a tais boletins,
Também foram
permitidas,

das respectivas Câmaras.


no círculo dos associados

A revisão dos
processos

de registos

de registos de
à revisão em vários
Procedendo-se processos

registos, no ano
cancelados 29 dêsses
de imprensa, foram
órgãos

findo.

casos, desapareci-
isso motivado, em alguns pelo próprio
Foi

fato de ser*-
revista, e, em outros casos,
do ou pelo
mento jornal

estamos em
interêsses dos com guerra.
virem êles a países que

oficinas de
de imprensa, de
Os registos dos órgãos gráficas,

telegráficas es-
de agências de informações
agências de
publicidade,

de correspondentes de emprêsas
e nacionais, jornalísticas
trangeiras

não, após ouvido o


têm sido concedidos, ou
do e exterior
pais

Nacional de Imprensa.
Conselho
ATIVIDADES DO CONSELHO DE IMPRENSA 243

Assim, a superintendência de todo o expediente referente a êsses

registos está a cargo de um membro do aludido Conselho, êste


por

escolhido seu secretário


para com a homologação do
presidente, que

é o diretor
próprio do D. I. P.
geral

Essas funções de secretário veem sendo desempenhadas com assi"

naladas vantagens os serviços atinentes à imprensa, desde


para
janeiro

de 1940, se instalou o referido


quando Conselho.

Dado o vulto dêsses encargos, foi organizada a Secretaria do

Conselho Nacional de Imprensa, onde trabalham dez servidores, sob

a orientação do secretário e subordinação direta ao seu


presidente,

é o diretor do D. I. P.
que próprio a estão cometidas,
geral quem

decreto-lei n. 2.919, de 30 de dezembro


pelo de 1940, as atribuições»

também, de diretor da Divisão Imprensa,


de

Requerimentos registados

Deram entrada na Secretaria do aludido Conselho, somente no

ano findo, 4.080 requerimentos


próximo sôbre assuntos diversos.

Aí foram êles devidamente informados, fichados


processados, e

arquivados, sendo também feito todo o respectivo expediente, deveras

volumoso, em ofícios telegramas,


e mantendo, destarte, o D. I. P„

constante correspondência com todos os órgãos de imprensa do


país,

com os D. E. I. P. e
pessoas interessadas, relativa às atividades de

imprensa. O vlutoso expediente entrado na Secretaria (Vm«?!!./*


do

Nacional de Imprensa constituiu no seguinte :

Proveniente desta Capital e dos Estados:

referentes a
jornais 115

tt

a revistas
115

tt

a boletins 93

tt

a folhetos 32

tt

a agência de . 23
publicidade
tt

a agência telegráfica nacio-

nal 1

tt

a agência telegráfica estran~

1
geira

tt

a correspondentes nacionais 122

tt

a correspondentes estrangei-

ros 14

tt

a oficinas 140
gráficas

tt

a 393
papel

ft

a consultas e assuntos
ge~

rais 3.031
«rs^ "J'!.^W»
MWLHUHMQ

política
cultura

Despachos proferidos

Nacional
do Conselho
na Secretaria
entrados
Sòbrc os papéis P. .225
D. I.
do
diretor 9«al
pelo
Km proferidos
de I^rSsâ

sendo:
despachos,

registo ^
sôbre papel,
de impostos
de isenção
Em pedidos

actód-
^bre' papei.'
de imposios
de isenção' ^
B. ££dos

—dando 14
sôbre papel.
de* impostos*

E„
^'dfitUo'
•••• __np.i
oportunidade
aguardar indeferidos 25

isento
negou
deSão ,»«
de' reconsideraçâcTda
£
££te

feridos ^

Em de,PeoaUdades.'

£ »
1° r. rrr.
Jas
'

'desconsiderações
neaaram #
das decis.es ,»e

E„ ;So;
' 26
•••••••••*
deferidos 7
registro,

1°u

"i!

£££re^o
|;£í

-et11 3

uAv»inas
indeferidos
tro,
deferidos ^

de documentos. 2
apresentação

lZ TdípSUT

"de ....... 2
arqulve-se

suspensão'de'penalizes,
Em

nacional)
-lis
(papel

ST^to
11
W Ü
¦P"

Bm S

«-d.
forma;»,
Sudar
-
i: P ;;;;;;;;;;;;;; ,
0S:
IIí indeferido
mudar

Em para
pedidos

l: PH«^enp,ofltaml!
dias)
deferido (90
de teatros,
.
Gfe48fl Sj
ATIVIDADES DO CONSELHO DE IMPRENSA 245

intervenção do D.I.P. dos empregados do


Em dc
pedidos
"Meio

recorra à do Trabalho ... 1


Dia",
jornal Justiça

Em de transferência de deferidos 4
pedidos papel»

execução de contratos, deferidos 3


Em de
pedidos prazo para

Dirija-se ao Mi-
Em de dispensa de documentos.
pedidos

nistério da Fazenda 1

revisão motivando cancela-


Em a se
processos que procedeu

mento de registo 29

revisão dando nova cias-


Em a se
processos que procedeu

sificação 8®

aplicadas a
Em suspendendo jorna-
processos penalidades

listas 2

Em relativos a transferência de pessoa


jornal para
processos

natural *

Em mandando selar documentos 10


processos

Em mantendo classificação 4
processos

confirmando registro
Foram também despachos
proferidos

imprensa afim de continuarem retirando


de órgãos de

impostos 420
das Alfândegas com isenção de
papel

Despachos interlocutórios

do Nacional de Imprensa, fo-


Pelo membro-secretário Conselho

1942, de acordo com o art. 5.° letra do Regi-


ram em f
proferidos,

despachos interlocutórios. Foram


mento votado^por êste órgão, 931

referentes a formalidades legais a serem cumpridas.


estes

incluem neste número os despachos, também em apre-


Não se

relativos à marcha normal dos e de


ciável processos
quantidades,

caráter interno.

em exame, foram e expedidos Secre-


No pela
período preparados

taria do Conselho Nacional de Imprensa:

Ofícios 2.088

Telegramas 1 • 348

Agências de informações

estrangeiras

Brasil, registadas no D. I. P., as seguintes agên-


Funcionam no

informações telegráficas, fornecem serviço


cias estrangeiras de que

exterior aos se editam em nosso


noticioso do país:
jornais que

Associated Press de Nova York

— de Nova York
United Press

Reuters ' de Londres.


POLÍTICA
246 CULTURA

>

D. I. P. as seguintes agências
registras no
Também estão

informações sôbre movi-


fornecem exclusivamente
estrangeiras, que

dos mercados e bolsas:


mento

— agência funciona no
de Londres (esta
Contelburro

Brasil desde 1885)

¦—» de São Paulo.


Panameuro

na tiveram suspen-
da entrada do nosso guerra,
Em virtude pais

agências tele~
nacional as seguintes
atividades no território
sas suas

estrangeiras:
gráficas
"Ha-

adotou o nome de
— últimos meses
Havas de Paris
(Nos

teve sede em Vichí);


vas^Telemondial"

— N. B.) de Berlim;
Buero
Deutsches Nachiricten (D.

— Berlim.
Transocean de

Agências de informações

nacionais

"Agência
registadas nêste
do D. I. P., estão
Além da Nacional",

de imprensa do
fornecem aos órgãos
Departamento as seguintes,
que

telegráficas ou epistolares:
informações nacionais,
exclusivamente
pais
"Asapress

Americana o )
Agência Noticiosa Sul (usa prefixo

— no Distrito Federal;
sede

— no Distrito Federal;
Agência União sede
"Diários

dos Associa-
à cadeia
Agência Meridional (pertence

sede no Distrito Federal;


dos")

— Distrito Federal;
Agência Carioca sede

— sede Distrito Federal;


Agência Argus

— sede Distrito Federal;


Telegráfica Brasileira
União

no Distrito Federal).
Press organização,
Brasilian (em

Pedidos de registo

feitos de registos
de 1942 foram pedidos
Até 31 de dezembro

no D.I.P.:

e revistas editados
de
de correspondentes jornais

5'685
no
país..... .•••• /•

revistas e agências
«de de
correspondentes jornais,

. 85
editadas no estrangeiro
telegráficas

. . 1.385
vários do
de pontos pais
de oficinas gráficas,


nacionais • r
agências telegráficas,
de

estrangeiras, (excluídas
agências telegráficas
de

circular) 5
impedidas de
foram
três
que

capital e dos
desta
agências de
de publicidade,

Estados

Total 7.374
.*!,'%• !" WWW SÜ^HF?1 v-^^lMPaf tPS*í E" WjWflí
^-F^-T«~
% ,¦

ATIVIDADES DO CONSELHO DE IMPRENSA 247

obtiveram registos» até aquela data:


Dêstes
pedidos,

de órgãos de imprensa nacionais 25


Correspondentes

de órgãos de imprensa estran-


Correspondentes

81
geiros

1 • 235
Oficinas
gráficas

no Distrito Federal e
Agências de
publicidade,

nos Estados 106

Agências telegráficas nacionais 7

estrangeiras as
Agências telegráficas (excluídas

fez menção e foram impe~


três, a se
que já que

didas de funcionar) 5

1.459
Total

estão ainda dependendo de registo:


Assim,

nacionais 5.660
Pedidos de correspondentes

" " "


estrangeiros 4

•»
oficinas
gráficas 150
t* »»
agências de 101
publicidade

Total 5.915

¦ f

órgãos
A distribuição dos

registados

1942, 2.694 órgãos de


registos no D. I. P., até
Obtiveram

unidades federativas:
assim se distribuem
imprensa, pelas
que

Acre

^
Jornais

Boletins \

Total 3

Amatonas

®
Jornais

Revistas

Boletins ®

Folhetos \

Total 19

Pará 1

Jornais

Revistas ^

Boletins **

Folhetos *

Total 37

V
CULTURA POLÍTICA

Maranhão

Jornais

Revistas

Boletins

Total

Piauí

Jornais

Revistas

Boletins

Folhetos

Total

Ceará

Jornais

Revistas

Boletins

Total

Rio Grande do Norte

Jornais

Boletins

Folhetos

Total

Paraíba

Jornais

Revistas

Boletins

Total

Pernambuco

Jornais

Revistas

Boletins

Folhetos

Total

Alagoas

* •
Jornais

Revistas

Boletins

Folhetos

Total
ATIVIDADES DO CONSELHO DE IMPRENSA

Sergipe

Jornais 12

Revistas 2

Boletins 3

Folhetos 2

Total 19

Baía

58
Jornais

Revistas 25

Boletins 35

Total 118

Espírito Santo

9
Jornais

Revistas 3

Boletins 3

Folhetos 2

Total 17

Rio de
Janeiro

60
Jornais

Revistas 17

Boletins 31

Folhetos 3

Total 211

Goiaz

15
Jornais

Revistas 2

Boletins 3

Total 20

Mato Grosso

12
Jornais

Revistas 2

Boletins 5

Total 19

Paraná

19
Jornais

Revistas 22

Boletins 17

Folhetos 1

Total 59
POLÍTICA
250 CULTURA

Santa Catarina

,
32
2
Jornais

Revistas 4

Boletins

Total •'* 38

do Sul
Grande
Rio

74
^
Jornais

Revistas 4Q

Boletins ç

Folhetos £0

Total 168

Minas Gerais

t ... 278

Jornais

Revistas ^

Boletins ^

Folhetos JJ

Total 376

São Paulo

271

Jornais

Revistas

Boletins 2°8

Folhetos ^4

Total 780

Distrito Federal

*2
Jornais

Revistas

Boletins

Folhetos 12

Total 617

RECAPITULAÇAO

Acre
^
^
Amazonas

37
Pará

Maranhão
^

Piauí

42
Ceará

H
Rio Grande do Norte

Paraíba

Pernambuco
IMPRENSA .
CONSELHO DE
ATIVIDADES DO

Alagoas

Sergipe |;j

®
Baía *
j

Espírito Santo *'

Rio de 211
Janeiro

• •
Goiaz

Mato Grosso

Paraná ~

Santa Catarina

Rio Grande do Sul 168

Minas Gerais ^76

São Paulo 780

Distrito Federal à\7

2.694
Total
geral
I

Campanha Nacional do Bônus de Guerra

Lançada oficialmente em todo o a cruzada vai assegurar ao


país que

Brasil os recursos indispensáveis à condução da


guerra

"cam-

Iniciou-se, a 3 de maio último, na Capital da República, a

nacional bônus de com a troca dos certificados


panha pró guerra",

titulós definitivos.
provisórios pelos

O cidadão a contribuir tão alta finalidade foi o


primeiro para

Presidente Vargas, subscreveu a importância de Cr$ 6.800,00 e


que

a coube o bônus n. 1 de cada uma das emissões de 5.000, 1.000,


quem

500, 200 e 100 cruzeiros.

A cerimônia da entrega dêsses títulos ao magistrado da


primeiro

Nação realizou-se, solenemente, no Rio Negro, em Petrópolis.


palácio

A troca o em começou ao meio-dia daquela


para público geral

data, nos do Serviço de Obrigações de Guerra da Caixa


guichets

de Amortização, sendo Manuel Martins de Almeida o


primeiro por-

tador a comparecer, com um título de 200 cruzeiros, e o segundo um

cidadão de nacionalidade argentina, Eduardo Roquet, subscritor de

50 mil cruzeiros, residindo nesta capital, essa forma,


que, quis, por

exprimir a sua solidariedade à causa o Brasil defende.


que

A subscrição voluntária nesta capital, até o dia 29 de abril úl-

timo, atingiu a elevada soma de Cr$ 125.392.400,00. E, segundo co-

municações recebidas dos Estados, o arrecadado vinte


produto por

delegacias fiscais rendeu Cr$ 73. 076.500,00, e em nove alfândegas,

também estaduais, Cr$ 2.776.900,00.

Foi importante a assinalar-se, ao lado do apêlo entusiástico dis-

é a colaboração espontânea em todo o


pensado pelo povo, prestada,

mocidade das escolas, vivamente integrada na campanha.


pais, pela

Valioso o concurso dos universitários bandeirantes

nesta capital, onde os


Depois do entusiasmo que presenceamos

o encargo de a iniciativa
moços estudantes, tomando propagar gover-
DO BÔNUS DE GUERRA 253
CAMPANHA NACIONAL

sobejas de um alto espírito e de


namental, deram mostras patriótico

o Brasil atravessa, che~


uma compreensão do momento
grande que

concurso os universitários ban-


de São Paulo os ecos do
gam~nos que

deirantes emprestaram à nobre causa.

Fazenda, ao regressar da vizinha ca«-


O titular dos negócios da

<— de doze centros acadêmicos do


onde foi a convite especial
pitai
¦
inaugural do bônus não encon*-
Estado, a cerimônia
para presidir

com exatidão a forte impressão


trou descrevessem que
palavras que

do entusiasmo e do
recebeu do e sobretudo pátrio-
povo paulista,

marcou uma autêntica vitória colocando,


tismo da sua mocidade,
que

mais de 300 milhões de cruzeiros.


no curto espaço de 24 horas,

— da Fazenda Nacio-
Em Minas onde coube ao diretor
geral

a as-
inaugurar a subscrição oficial das obrigações, presidindo
nal

fim, no edifício da Associação


reünida, êsse
sembléia para
popular

— as manifestações de so-
de Belo Horizonte repetiram-se
Comercial

num só dia, 120 milhões


ao Govêrno, subscrevendo-se,
lidariedade

de cruzeiros.

Estadual de Imprensa e Propaganda


O diretor do Departamento

também foi de um con-


Paraná, atualmente nesta capital,
do portador

ao ministro da Fazenda,
vite dos universitários para que
paranaenses

em dia designar, a campanha


Excia. vá inaugurar em Curitiba, que
S.

foi aceito, devendo aquele titular embarcar


convite
pró-bonus, que

breves dias a referida cidade.


dentro de para

Rio Grande do Sul


Amazonas, de Pernambuco, do
Do Pará, do

movimento em cada um
Estados chegam noticias do que
e de outros

vai assegurar ao Brasil os


em favor da cruzada
dêles se organiza que

à condução da
recursos indispensáveis guerra.

impostas nos-
do Govêrno, as necessidades pelos
Pelos cálculos

de cruzeiros, soma relativa-


orçam em três bilhões
sos companheiros

com os orçamentos dç outros


modesta se á cotejarmos paises
mente

nós, no conflito.
envolvidos, como pavoroso

O apêlo à coletividade

do bra-»
as condições de subsistência povo
Não agravar
querendo

à finança es-
novos tributos ou com o recurso
com a criação de
sileiro

Nacional obter a importância


Chefe do Estado
trangeira, o
preferiu

se obrigou o Brasil
nível dos sacrifícios a pela
correspondente ao que

o concurso co~
interno, apelando
do empréstimo para
forma popular

e de acôrdo com as
uma contribuição posses
letivo, através de justa

de cada um.

é claro, as obrigações de
tôda reserva forçada, guerra
Como

Mas, nesta hora atribulada


de representar um sacrifício.
não deixam

assegurar a existência das


a vida é reclamada
dos para
povos, quando
254 CULTURA POLÍTICA

o dinheiro é o mínimo nos cabe


nações» livres, convenhamos, que

resta a certeza de amanhã, êle nos


dar, sendo ainda nos que,
que

vantajoso de 6%l
será devolvido com o acréscimo

como está sendo recebido e aceito


Conforta-nos a maneira pelo

lhe exige, constituindo o vulto das


sacrifício a Nação
esse que
povo

a mais do verdadeiro espírito de


subscrições realizadas uma
prova

dos filhos desta terra, sempre orgulhosa


compreensão e de abnegação

a ceder tudo lhes


algo do e dispostos quanto
de dar possuem
que

dos supremos interêsses da Pátria.


em favor
pertence


— da cruzada a
Por outro lado e êsse o aspecto democrático

atraindo a colaboração de tôdas as


fórmula do empréstimo
popular,

assim, a mais
camadas da comunhão nacional, participar
que passam,

o Brasil defende, veio tornar o Govêrno


intimamente da causa
que

da está finan-
mais responsável administração porque
pela guerra,

com a economia nacional, e obrigá-


ciando os extraordinários
gastos

responder diretamente aplicação lhe der.


lo a que
pela

Govêrno do Presidente Vargas,


E foi entender assim o
por que

voz do ministro Sousa Costa,


ainda agora, na capital bandeirante,
pela

confiança do expor lealmente


fez de, ao apelar a
para povo,
questão

as nossas finanças de
como estão sendo administradas guerra.

o titular da Fazenda ofereceu, em


Do apanhado de cifras
que

Estado, avulta a da co~


mão, ao do questão
primeira público grande

no Brasil, ao contrário do
bertura^ouro da moeda, verificando-se
que,

são arrastados à mal-grado a cir~


sucede aos guerra,
que países que

6.363.604.790 cruzeiros, em 31 de dezem-


culação ter-se elevado de

em 6 de maio a
bro de 1931, Cr$ 8.524.990.596,00, passado,
para

assegurada, a compras de uro


cobertura do moeda está
papel graças

com o fim de a estabilidade


feitas, no interior e no exterior, garantir

do cruzeiro.

essa finalidade vêm de longa data, sendo


As compras com que,

nada menos de Cr$ 929.477.913,00.


só em 1942, foram empregados

Tesouro Nacional 135 toneladas de ouro,


Presentemente, o possue

Banco Brasil, e 85 nas do Federal


cêrca de 50 nas arcas do do
sendo

Unidos. Êsse ouro dá um lastro os


.Reserve Bank, dos Estados para

35,2%, o vale dizer de 10,2%, acima


cruzeiros em circulação de que

decreto-lei n. 4.792, de 5 de outubro do ano


do mínimo fixado
pelo

se fez a reforma monetária.


passado, pelo qual

uma moeda como a brasileira, du-


Em tempo de e que,
paz, para

nominal, dependendo o seu nível das


anos, viveu de cobertura
rante

a referida seria muito


exportação,
letras pela percentagem
produzidas

é excelente e serve atestar a sabedoria


boa; em tempo de para
guerra,

orienta a financeira do
do Chefe do Estado, política país.
que
At ividacLes do D. I. P.

Resenha mensal

DIVISÃO DE RADIO

O movimento da Divisão no mês de abril de 1943 :

"Hora
do Brasil" — 23 irradiações

Parte falada :

Noticiário da Presidência da República

Noticiário da Capital da República

Noticiário dos Estados

Situação na Capital da República

Situação nos Estados

Noticiário dos Ministérios

Palestras do Ministro Marcondes Filho

Palestra e discursos

Crônicas

Aviso aos navegantes

Cartaz internacional

Programas de intercâmbio com os Estados Unidos e Com a República

Argentina

Imprensa estrangeira

Parte musical:

Música artística Sinfônica)


(Orquestra

Música artística de Cordas)


(Orquestra

Música artística e Instrumentistas)


(Cantores

Programas de música
popular

Programa com banda de música

Retransmissões de de intercâmbio
programas

Gravações do D.I.P

Programas comemorativos

EXPEDIENTE

1) Correspondência nacional:

Ofícios recebidos

Ofícios expedidos

Telegramas recebidos : <

Telegramas expedidos
256 CULTURA POLÍTICA

2) Correespondência estrangeira:

Cartas recebidas 6

Telegramas recebidos 1

Telegramas expedidos 5

3) Requerimentos despachados 34

Programas de intercâmbio com o estrangeiro :

Transmissões uma os Estados Unidos e duas a Ar-


(sendo para para

gentina 3

RetransmissÕes três dos Estados Unidos e duas da Argentina).. 5


(sendo

Boletins de notícias em línguas estrangeiras :

Em inglês 69

Em espanhol 46

Serviço externo :

Serviço de alto-falantes 27

Irradiações 6

Gravações 51

Censura z

Gravações 216

Letras de músicas censuradas 223

Programas radiofônicos censurados 1.779

Taxas de censuras de Cr$ 5.850,00


programeis

Taxa de Cr$ 408.00


gravações

DIVISÃO DE DIVULGAÇAO

Conferências e Sessões realizadas no recinto do D. /. P. de 15 de abril a 14

de maio de 1943

21-4-1943 — Sessão do Clube de Minas Gerais e Liga de Defesa Nacional, co-

memorando Tiradentes, General Manoel Rabelo,


presidida pelo

Ministro do Supremo Tribunal Militar. Foram oradores os senhores

Renato Murgel de Rezende e Benedito Silva, da Liga de Defesa

Nacional, e Neif de Oliveira Mattar, em nome do Clube de Minas

Gerais. A cerimônia teve lugar às 17 horas.

•• ?

26-4-1943 — Solenidade da distribuição de diplomas, às legionárias da Legião Bra-

sileira de Assistência e às voluntárias do D. C. T. fizeram curso


que

de comunicações como esfôrço de A sessão foi aberta


guerra. pelo

Sr. Diretor Geral do Departamento dos Correios e Telegráfos, Ma-

Landri Sales Gonçalves. Foram oradores o Dr. Pinto


jor João

Pessôa, diretor dos cursos e da Escola de Aperfeiçoamento, e a

aluna Iracema Leitão de Albuquerque, falou turma. A so-


que pela

lenidade teve lugar às 17 horas.

-— Conferência, às 17 horas, brigadeiro do ar, visconde Carlow,


14-5-1943 pelo

adido de Aeronáutica da Grã-Bretanha. Legião Brasileira de Assis-

tênda.

Obras Divisão de Divulgação de 15 de abril a 14 de maio de 1943


publicadas pela

"O
DE AMANHA" - n. 36( dez. de 1942)
BRASIL DE ONTEM. DE HOJE E
ATIVIDADES DO D.I.P. 257

DIVISÃO DE CINEMA E TEATRO

Censura cinematográfica

FILMES CENSURADOS

NACIONAIS :

m com 29 cópias com 20.411 m


29 medindo 5.601
[ornais
com 99 cópias com 18.691 m
26 medindo 5.816 m
Shorts

m com 5 cópias com 344 m


3 medindo 127
Propaganda


Total de filmes cen-

m com 133 cópias com 39.44o m


58 medindo 11.543
surados

ESTRANGEIROS: ;

Estados Unidos :

com 190 cópias com 451.876 m


medindo 75.291 m
Dramas 35

m com 190 cópias com 10.809 m


medindo 1.656
Trailers 33

m com 10 cópias com 2.200 m


medindo 1.100
Desenhos .!.!... 5

154 cópias com 34.643 m


medindo 6.913 m com
29
[ornais

m com 45 cópias com 11.409 m


22 medindo 6.378
Shorts
com 10 cópias com 5.911 m
medindo 462 m
Comédias 1

2 cópias com 17.038 m


medindo 8.519 m com
Séries 1

Total de filmes cen- ""


. T-ZT^Te.m
601 cópias com 533.886 m
medindo 100.319 m com
126
surados

Inglaterra:

cópias com 7.368 m


1.228 m com 30
medindo
5
Jornais

França:

3 cópias com 327 m


109 m com
medindo
TrniW* 1 ^

3. cópias com 7.599 m


2.533 m com
1 medindo
Dramas
'V
TTrT T
de filmes cen- . .
Total _ IvÍa
6 cópias com 7.926 m
2.642 m com
2 medindo
surados

da Polônia :
Legaçáo

com 1.692 m
846 m com 4 cópias
2 medindo
Shorts

Argentina :

com 188 m
m com 2 cópias
3 medindo 7.075
Dramas

351 m com "~"~7qo


4
•• medindo 2
Trailers
1 raners .......
com 188 m
cópias
^
Total de filmes cen-

7.426 m com
7 medindo
surados

FISCALIZAÇÃO

total de 6 irre-
verificando-se um
109 casa de diversões,
Foram fti»™H«»das

gularidades.

— —
113.773 F. 17
258 CULTURA POLÍTICA

PROGRAMAS APROVADOS

De cinemas 524

De teatros ~9

1.033
Outras diversões

1626
Total

CERTIFICADOS DE FILMES FORNECIDOS

cartazes e anúncios.. Cr$ 8.669,00


Emolumentos de aprovação de
programas,

Cr$ 39.472,20
Emolumentos de censura de filmes

Peças teatrais censuradas

Sem córtes '


j

Com córtes ®

Interditadas

Total de filmes censurados

Total de cópias

Metragem censurada

390.duo
Metragem de cópias

SECÇXO DE REGISTO DE CONTRATOS

Contratos registrados :

132 num total de Cr$


De artistas nacionais

num total de Cr$ 16.200,00


De artistas estrangeiros 1

a soma de Cr$ 1.085.974,00


de contratos registrados.. 133
Total prefazendo

Músicos registrados :

Brasileiros ^5

Estrangeiros '

Total 62

de 1 a 30 de abril de ,1943
da Divulgação Cinematográfica
Produção

6 cópias.. 1.140 metros


fW II, n. 189, com 190 metros e
Brasileiro, Vol.
Jornal
6 cópias.. 1.332 metros
n. 190, com 222 metros e
Brasileiro. Vol. II,
Cine Tornai

e 6 cópias.. 1.560 metros


II, n. 191, com 260 metros
Tornai Brasileiro, Vol.
Cine

e 6 cópias.. 1.182 metros


II. n. 192, com 197 metros
Tornai Brasileiro. Vol.
Cine

e 6 cópias.. 1.200 metros


II, n. 193, com 200 metros
Brasileiro, Vol.
Cine Tornai

e 6 cópias.. 1.260 metros


II, n. 194, com 210 metros
Brasileiro, Vol.
One Jornal

7.670 metros
Total

— — 1943
Nacional Rio de Janeiro
Imprensa

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