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Orgahí Maçon..,-do I. N. P.,-da C*. . f§;- 1
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DHi-fitor proprietário: - • I).,Rio


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Vellozo
\MYSTERm/ Redacção;
l>c S. Paran-i, Júlio IVrnetta, I)r. Libero Braga.
Anno V - Coritiba, Qut. a"Dezembro de
1912 — N.32
" JI . «v r

Ramo de Acácia 1*1


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Cumpre o teo dever, acon- , X


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teça o que acontecer.


Código Maçonico.
A Instituic,ão maçonica é também escola de
virtu-
des cívicas. Porque as encontrasse no heróico
e no-
fere Capitão João Gualberto, a par de lindos i
- ii*.
1 Ii eKV

mentos moraes e louváveis dotes de espirito, senti-


levou-
o para o seo seio.
Coube-nos a honra de trazel-o do mundo
as luzes do sanctuario; cabe-nos o direito e profano '¦ '"*.
o dever ij -. •*$«
de afiirmar publicamente o quanto foi digno,
o quan-
to soube corresponder a confiança da Ordem-pu-
ro entre os homens, iminaculo entre os immortaes'
Era um tramite augusto o de sua existência:
"Bom filho,
recto irmão, terno esposo e bom
Cultivou a amizade, cultivou a fraternidade teve pae„ .>&ÍM^ví-i'..'lf2l.,.

m perseverança na solidariedade. '¦''-'•¦j ;,'^í»isbhBbBb&>í1í


1'.'¦,-;•• Art ?:.^8aÍ™Eil
HBa-LV1*!.
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Enthusiasta no cumprimento do dever, fez da es- WiÈÊkímÊ
-AAxíXyÍ' í;X

cola do dever sua religião su perna; camarada exem- Éllllli ¦ ^%êx-i iii UBi
||

plar, fez da amizade o aroma de sua existência ¦


a ,' .' '¦'•'¦•'^!*É|f™ffi!|

Era-lhe divisa a nossa divisa: ; A^ífi


-Franqueza e Lealdade; era-lhe
phanal o nosso jll v
'¦,!.
Ví-J.' -r[*..:-,.'..-,."f,',t'^V'.Ava.l-,. XA

nal:-Ordem e Progresso.
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A+z.

í^ffiK
106 Ramo '
de Acácia
Na ascenção gloriosa, em que se ia com o Esta.
do do Paraná, sorprehendeo-o a morte. Ante amor-
te sellou com denodo aquelle pacto de consciente
civismo e impávida bravura que se fizera com a
pro-
pria consciência.
A morte anda sempre a pairar sobre a fronte do
heroe; é o triumphal epilogo da ultima victoria.
# E nos seos braços que os heróes penetram os por-
ticos da Historia.
31
* *'-.
A quem morre, aííirmando com brio o cumprimen-
¦
»- -*ê
to de um dever que é a crystallização de um cara-
cter,—não ha lamentar o transe trágico; antes sim o
recolher de um exemplo que se perpetua, espelho a
reflectir atravez das edades a visão de magnas vir
tudes.
Digníssimo Irmão, digníssimo exemplo!
Pela voz unanime de todos os seos companheiros
de Loja, convictos de que o Capitão João Gualber-
to, soube sempre cumprir o seo dever, depositamos
sobre seo corpo o Ramo de Acácia dos Mestres,-
symbolo de renascença, pureza e amor; symbolo de
nossa inolvidavel solidariedade.
Ben:. Loj.'. "Luz Invizivel», Gr;. Or;. Brazil,

1
r*\_\J/
Ramo de Acácia * I07

O
neo
\j yÍmm\f(&y/ \P
Pythagorismo
Curioso resurgimento - Carta aberta
Assim se expressa El Tiempo, de 15 de Outubro
de 1912, de Asmicion dei Paraguai:
- O Paiz, antigo e popular diário republicano
de
Madrid, em seo numero de 11 do passado ( Setem-
bro, 1912) reproduz o trabalho seguinte, enviado ha
tempos á revista phüosophica Sophia ( Agosto ),
tambem de Madrid, por nosso collaborador Dr. Diaz
Perez. Não quizemos supprimir os honrosos concei-
tos que precedem a transcripção, dezejando tornal-a
conhecida do mesmo modo porque apparecéo na
imprensa madrilena.
„ Transcrevemos da notável revista Sophia, -diz
o Paiz - a seguinte Caria aberta que com o titulo
de Neo-Pythagorismq enviou de Assumpção (Para-
guai) ao nosso mui respeitável amigo D. Árturo So-
ria y Maia o nosso compatriota D. Viriatho Diaz
Perez.
São dous queridissimos amigos nossos, pelos qua-
es nutrimos verdadeira admiração por seos dotes
singulares de cultura, talento e vontade.
_ Viriatho Diaz Perez, lioje cathedratico da Univer-
sidade de Assumpção. é filho de pranteado republi-
cano, escripíor, jornalista, historiador estimadissimo,
D. Nicolào Diaz Perez. Seguio,, ha alguns annos, 0
--' '¦ '-. ¦¦;,,¦¦ ¦;
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...,-

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;

Í08 Ramo
S
DE ACÁCIA.

raa America, depois de brilhante labor litterario


scientifico, demonstrativo de seo e
grande saber e ex-
traordinana erudição, em livros, revistas e
e, uma vez chegado naquelle Continente, periódicos
mereceo a'
posição a que tinha direito, - a direcção do Archi-
vo Nacional, apezar de joven ainda. Do illustre
rigmal philosopho e mathematico D. Arturo e b-
amigo e discípulo de Benot, nada temos a Soria
/
accres-
centar ao que disse Viriatho.
Tem ainda o trabalho que transcrevemos em
se-
guida, curiosas noticias a respeito do Pythagorismo
em a Hespanha, do que por certo ficarão
nossos leitores: gratos os

-Assumpção, 21 de Dezembro
de 1910.
Sr. D. Arturo Soria y Mata.
Ciudad Lineal - Madrid.
Se me não constasse, querido e velho amigo,
seo espirito disciplinado nò exercido dos mais vari- que
;*.-' . A
os ensinamentos da sciencia, da
philosophia e da
arte, estava ao abrigo de todo gênero de sorpresas
1 temeria importunal-o com a exposição de curioso ia-
-***. cto : o resurgimento de doutrinas que, ha longos se-
culos mal comprehendidas e peior expostas, uma ou
outra vez teem excitado a attenção de
-as doutrinas sustentadas, vão pensadores,
para mais de vinte
e cinco séculos, pelo grande reformador e creador
que se chamou Pythagoras.
" /
A'A A Como todos os systemas philosophicos não
são filhos do capricho e da vaidade humana, o que
thagorismo não desappareceo com a morte do ceie- py-
bre iniciador grego, ou o olvido do pensamento he-
' 'A ,.-¦ ¦

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Ramo de Acácia ff^


llenico, nem naufragou no tenebroso mar
da Edade
Medreva. Sabe V M melhor
que ninguém quanto '¦ K
'

isso e verdade; V. M. cujas obras foram


em traiicez, comnientadas na Inglaterra traduzidas
e admiradas
em toda parte, não sendo de resto, essencialmente,
senão a applicação nova, lógica, scientifica
na dos princípios da alta geometria do e moder-
admirável
mathematico e mystico de Samos. ¦ ¦ - a
:
-
-
¦

E sua opinião que, se escrevessem uma ;: ':¦:.- :-

da Píiilosophia, depois de haverem relido Historia


e princi-
palmente, comprehendido os grandes philòsophos
antigos, as que actualmente existem se tornariam
Io menos infantis. Concretando-nos a nosso pe-
systema
resultaria para logo que numerosos
philòsophos e
pensadores antigos e modernos, estudados como a-
postolos e partidários de bem diversas theorias se-
riam apenas incluídos no numero dos Pythagoricos ¦ ¦ ¦¦ ¦ ¦
w.%

mais ou menos orthodoxos. Roma,


7

por exemplo que


nao tem philosophia própria, teria em Cicero
magni-
tico expositor que em seo genial Somnium
Scipio-
ms nos diria, ao modo de Renan em seos Diálogos
qual fora seo pensar intimo: o de um discípulo do
geometra grego. E não é o único. Tal caso se reoe- .
¦%r

te na Historia da Philosophia.
Interessante seguir as fluctuações do
pensamento
pythagorico desde suas melhores fontes antigas até 'í. ':!?-:'

nossos dias; prender ao fio áureo de uma tradição,


a espaços interrompida, mas que não desapparece' Wm
o conjuncto de doutrinas esotéricas umas, outras
ex-
otencas, do creador e chefe da escola.
E a nós, Hespanhoes, deveria estar destinada esta 3.
¦'<:
77

missão. Um dos celebres pythagoricos antigos, 7-


Mo- ¦'. ir

derato de Cadiz, era hespanhol. E como elle outros m



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no
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Ra .o de Acácia
Aos antigos pythagoricos unem-se mais tarde muitos
kabbalistas semitas e castelhanos que geometrizam,
a ponto de parecerem assíduos leitores dos Versos
Dourados. Preparam o terreno ao grandioso e gem-
ai ílerrera, o maior -mathematico de seo tempo e um
dos maiores philosophos-geometras que até então e-
xistiram, desde Pythagoras. No dia em que Menen-
dez Pelayo se digne publicar o manuscripto de He-,
: -rrera,
que possue, entitulado Discurso sobre a fi-
gura cúbica, ver-se-ha que Pythagoras teve insigne
discípulo entre nós, e V. M., meo bom amigo, um
precursor da estatura do constructor do Escurial.
Menendez Pelayo na Historia de Ias ideas este-
ticas, dá a conhecer o que pensava Herrera da na-
tureza polyedrica dos corpos, „... assim como es-
ta figura cúbica tem plenitude de todas as dimen-
í . .'y
soes de natureza egual, assim em todas as cousas
que teem ser devemos considerar a plenitude de seo
ser e obras... em todas as cousas está a figura cu-
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bica, no natural como natural, no moral como morai,
,.. e bem entendido e penetrado o cubo, ver-se-hão
as grandes maravilhas c,ue em si encerra a arte iu-
liana... „
E Lulio? E os constructores das cathedraes me-
dievas com seos celebres "canons de proporção,?
E outros de quem ja disse, incluso o curioso Canta-
_____________H_____fy_,: gnel, creio somente por mim estudado?
Não tomei, porem, da pennà, para falar do Pytha-
gorismo em a Iíespanha, mas ao contrario, do renas-
cimento desses estudos fora da península. E dese-
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jo saiba este dado: «r
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No Brazil, no cultissimo Estado do Paraná, na ci-
dade.de Coritiba existe actualmente todo um Insti-
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Ramo de Acácia iií


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7 ¦ . í

tato Neo-Pythagorico que procura diffundir, por to-


dos os meios possíveis, os olvidados ensinamentos
do mestre grego.
Seo iniciador é o sr. Dario Vellozo, um dos intel-
lectuaes mais prestigiosos do paiz, professor do Qym-
nasio Official, litterato e combativista de renome, auc-
tor de varias obras- No Solio do Amanhan, Tro-
pheo Selvagem, etc. e fundador das revistas Esphin-
ge e O Cenaculo, de que hei tratado por vezes na
imprensa européia. Mas seos dotes como professor,
h'\:
coníerencista e litterato, foram eclipsados ante seos
arroubos como propagandista dos antigos ensinamen-
tos pythagoricos. Segue-o um núcleo de estudiosos,
e neste momento suas publicações de vulgarisação
e propaganda começam a ser conhecidas.
Neste anno de 1910 foi impresso em Coritiba um
trabalho: Do Pythagorismo segando a Encyclope-
dia do Século XVIII. Na revista Ramo de Acácia foi
traduzido do estudo de J. Fabre La Pensée Anti-
que, o capitulo consagrado á escola pythagorica.
Em elegantes cartolinas foram egualmente impre^ . . ;¦¦.*.-'
-I ....¦¦! 'f. .,">.'
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ssos os famosos Versos Dourados que, se bem que •


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transmittidos por Hierocles, podem em realidade ser
considerados como o verdadeiro evangelho da esco-
Ia. E ainda umas bases ou Estatutos para unificar os
ideaes do grupo e numerosos artigos sobre a escola, • ' yy*,;,.';;;*.

o fundador, etc. ¦ ¦':


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O lemma dos modernos cultores do neo-pythago-


rismo é: Saber — Querer - Ouzar - Calar. ' ,' ' , , .. Vil ."
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Os principios fundamentaes são trez: •¦¦¦¦.*•,.¦

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l—Rebuscar as Normas da Harmonia Kosmica.


2—Realizar a Arte (Idealismo) e a ScienciaUVer- ','•.•':: ("i,'.'..-. ;r',.
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dade): desvendar o Mysterio. ..¦'':
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112 Ramo de Acácia
m

3-Respeito mutuo, -Liberdade absoluta, -Fra-


ternidade incorruptivel.
Para chegar á realização, os cultores devem in-
vestigar as doutrinas do Mestre, comprehendel-as
e
pratical-as, applicando-se á investigação e á nrati-
ca das doutrinas. Desta deduzem toda uma synthe-
se de moral cujas bases são:
Í.-NO PLANO PHYSICO:
Ausência de vícios—equilíbrio organico-se-
llecção individual e collectiva.
Norma: sobriedade—trabalho—jovialiciade.
Pratica: evitar o álcool, o jogo, a
gula, os ex-
citantes, os excessos, as fadigas inúteis.
2. —No PLANO MENTAL:
Instruir-se e instruir: educar-se e educar na
esphera de sua actividade.
Norma: estudo - meditação -analyse - svníhese.
Pratica: propagar os ideaes de Verdade/ justiça'
Liberdade, Amor,-para a PAZ. "'
3.—No plano moral:
Conducta-hospiíalidade-amparo-auxilio-
conforto - estima - persuasão, - proporcionaes aos
meios, forças e recursos de cada Iniciado.
Norma: meiguice-carinho-bondade.
Pratica: palavras mansas, acções serenas, animo
s*
impávido, força consciente, intransigência de
princi-
pios, imparcialidade de julgamento, circumspeção, cri-
íerio, pureza de pensamentos, palavras e actos.'
Como verá, meo bom amigo, nenhuma destas no-
ticias são novidades para V. M. que as conhecia, ha
muito tempo, e, o que é mais importante, que a seo
modo as havia praticado em sua maioria.

t
Ramo di-: Acácia 113
A V.M. emtanto, que lançou á sciencia sua theoria da
Origempoíiedrica das espécies, que interessou (cousa
rara!) a mais de quatro cérebros; a V M.,
que fa-
lou pela primeira vez de poliedros novos, ou sejam
pertencentes a urna nova ordem e a uma nova geo-
metria; a V.M. que sustentava, ha annos, muitos a-
nnos, a hypothese da forma tetraetrica da terra, an-
tes, muito antes, da expedição scientifica do Pour-
quoi pas buscar no polo Sul um dos vértices terra-
queos ; a V. M., em summa, que por sua própria von-
tade ideou, levantou e vivifícou junto a Madrid uma
Ciudad Lineal, cidade de futuro e do futuro, idea-
listica, pythagorica, - permitta-me a expressão, - em
contraposição ás ciudades puntos, materialistas, do
passado, tinha forçosamente que dirigir estas linhas.
Ao recordar outros tempos, aqueilas suas conferenci-
as no Atheneo, a exhibíção publica de seos estranhos
poliedros, a publicação de seos livros, e seos traba-
lhos na pratica.... tinha que comdemnal-o a receber
esta carta, a propósito da qual muitas cousas me o-
ccorreram, comquanto poucas dicesse.
Não ha muitos dias, lia aqui uma observação
que
V.M. muito opportunamente intercalava em sua Re-
vista em uma apreciação cie meo modesto e quasi
ruidoso (?) trabalho Leyendo a Veressaief'... Era a
observação de um incorrigivèí! „ Quando a sciencia,
—dizia V. M., -volva ao caminho traçado
pelos py-
thagoricos ha vinte e cinco séculos, e a chimica se- .
ja o estudo geométrico e mechanico das infinitas
combinações dos poliedros regulares, quando o cor-
po humano seja perfeitamente conhecido...."
Nesse dia, meo velho amigo, os actuaes utopistas
de um e outro continente serão desaggravados, ah!
.
I *

**

Raaio du Acácia
,i,rdian,en,e- e Por seos continuado-
T°E a™ quantas calu™>^.
QMnta ItLI ma$
quantas grosserias e uns quantos umas
vocabulano prejuízos do ver-
gonhoso e bagagem da critica.
naz e^hlnT0""05, %*? pudernlos' iscando *
paz e tendendo para a harmonia.
Muito seo affectuosissimo irmão,

Viriato Diaz Perez.


¦MM

.'¦ . -

Instituto Neo-Pythagorico
Circular, 4.
Capricórnio, 1912.

Aos Pythagoricos.
Saber, Querer, Ouzar, Calar.
estudo-Perseverança-Bondade.
«--,• /v.
A Paz seja com os Pythagoricos! ".
Ao findar o anno de 1912, o Antiqo
losophos e amigos de Nova-Krotona. saúda os phi-
Espera que, sempre animados dos ideaes
do I N
K, continuem impávidos, unidos e incorruptíveis,
seguindo em a missão superna. pro-
Fundado em 26 de Novembro de
1909, no Retiro
òaudoso na paz do Bosque dos Pythagoricos,
i. IN. K tem seguido serenamente seos o
tramites de
Ramo de Acaci.- 115
harmonia. ¦* *

.Da fundação a esta data perdeo o'Instituto 2 pre-


ciosos postulantes: ,
Caetano de Andrade (Reciíe-Pernambuco)
Flvira Faria Paraná (Coritiba-Paraná)
que se partiram levados pela Morte.
Falleceo para o 1. N. P., em 1910, Archvtas de
Ta reato.
Espalhados pela superfície da Terra conta actual-
mente o Instituto (Sede Coritiba) 36 ín.-Ir
Durante 1912, o 1. N. P. editou e destribuio
itamente: gratu-
Na Espiral da to-Apollonio de Tvana
/Wvs//í:<?-Xenokrates. .
Escola Brazil C/V/ítf-Philolaos. .',-

Victoria de Prometheo—Timeo.
Voz de Krotona-Lysls.
Breviario do 1. N. P.
Radel- poema, -Dario Vellozo.
A Secção Pythagorica do Ramo de Acácia,
entre outros trabalhos, publicou os seguintes:
A Escola Pythagorica-LtâôbQater.
Vestígios de ama fraternidade pythagortca-Ro-
so de Luna.
Caridade-Theímo.
Renascer da Esphynge-Lysis.
A Morte da Esphynge-Ponhos Vellozo.
Pythagoras~-E. Schuré.
Aos meos Irmãos em Krotona- Aristoxenes.' , ¦ y'A
¦
O Neo-Pythagorismo- Dr. V. Diaz Perez. r.

- Recebeo o L N. P. os seguintes
donativos, ap-
plicados como veremos abaixo:'
IÍ6
Ramo de Acácia
Boletim i-xonomico:
1012
Receita: •ê

Archytas Ií 5$
Da mo
Eurytus
Aristoxenes
Xenokrates 10$
A. de Tyana
Hermes Leo 10$
Sokrates 10$
Epaminondas
Athenê 10$
;

Lysis 10$
Timeo de Locres IO*IJ*
Telanges io|
490&
-0
Despeza:
1 sinete 10$
Na Espiral da idea 10$
Mystico A

25$
Escola Brazil Cívico
A Victoria de Prometheo 15$
Voz de Krotona 30$
Bre viário 25$
Rudel 350$
490^m.

Alguns auxílios têm sido prestados pelo I. N. R,


-'¦

Ramo de Acácia
ÍÍ7
afora a acção individual e valiosa dos
-todos pelas bolsas de Pythaiíoricos,
economias dos ín.-Ir. \

O Antigo recommenda aos Irmãos a leitura


dua do Breviakio e a pratica dos ensinamentos assi-
i. IN. P.,-em planos de acção do
pythagorica.
Que a PAZ seja com os Pythagoricos!'
Que a PAZ seja com todos os Seres'
E. A.
31 de Dezembro de 191?
3° do I. N. P.
i

O Antigo.

um
C.\ F.\ Conferência
Realisada por occasião da festa á
bandeira
(Conclusão)
É renegar as doutrinas de Benjamim Constam
de todos os grandes vultos, que o Brazil almejarame
altivo e magnânimo; confortando a todos '
os des-
protegidos, a mão offerecendo aos párias de todos
os paizes.
Renegar a Bandeira brazileira, é insultar o
Uiristo, cujo lemma é a fraternidade universal - próprio
nica base onde se possam assentar a Ordem u-
Progresso, -* eo
E por isso, senhores, que este culto deve, nas
colas da Republica, tomar o logar do cathecismo • es-
so
a
1,8 Ramo de Acácia
*

y
assim as gerações futuras terão süstentáeulos con-
scientes em cada cidadão
Ê uma das condicções de vitalidade moral do
Brazil republicano, a educação civica. E iks o
que
fim das escolas publicas é preparar cidadãos, seia
o ensino civico o código moral do professor.
Envidemos, pois, todos os esforços e todas as
energias, fazendo um supremo appêllo ao fundo
triotico da alma generosa do nosso povo, no senti- pa-
do de orbitar a Republica no caminho illuminado
pelos sagrados princípios da Revolução Franceza.
Lutemos para que cessem ódios e pequenas ri-
validades entre os estados irmãos; luctemos
para
que uma corrente se forme mais forte de relações
mais sólidas de amizade entre o Norte e o Sul, luc-
temos para que as causas de guerra tanto
politicas
como religiosas sejam banidas sob o benéfico influ-
xo de um desintesse gerai e amplo por
parte da-
quelles que deveriam ser eleitos pela vontade una-
nime do povo, para a administração; e uma toleram
cia maior por parte daquelles que se dizem repre-
sentantes de uma religião.
A Constituição deve permittir a liberdade de um
culto sempre que este não seja, corno é o degene-
rado culto jesuitico romano, um pretexto ignóbil sob
o qual se arregimentam os negros soldados do
papa
para a tenebrosa obra occulta e sombria da mina
da Republica, em nome de Jesus que desejava
os homens a Paz universal. para
So deste modo o Brazil Unido deixará de ser u-
ma utopia para se tornar uma realidade pratica.
E preciso que a Pátria tenha um so hymno - e
seja o hymno nacional; que tenha uma bandeira so
. 'i*i **

'¦'*_

'•
í

Ramo de Acácia ng

J. °r*OT * d0 Progresso,
n„S,eí_.°r,?aVÍI
°S f" ' S °S eS'atll,S da U,,iâ0 tem u"> pois
so saiíe
A diversidade dos hymnos e bandeiras
acarreta
^J6"* n,aS fatal ^"."'cionalisa-
_sfní._
vao, _" .
pelo robustecer de um bairrismo dissolvente.
Eduquemos a infância na grande escola
formam os Caracteres dos heroes. onde se
Eduquemol-a para a liberdade de agir
e de pen-
d°^aS' sectaris"1(« imptodüctívos
S_5j u"1
elucidemos lem
os cérebros ;
para a luz, para o bem e
para o amor, pois que esta foi a educação rece-
°.BraZÍI te*™**** a grandiosa que
missão ^...r0
que lhe está
" Republieanisemos reservada. *
a Republica, em fortificando
nd infância, que é sustentaculo do futuro
e na mo-
^ ^ * ^ ^ presente' ° araor á Ban-
deira16'
Façamos conscientes e não fanáticos façamos
; ho-
6SCr V0S* porque nã0 se íazem com es-
f^J^°
cravos homens livres.
Os preconceitos sociaes depois de avassalarem
espirito de um povo, identificam-se e so o
cem de sua alma pela morte desap >art
purificadora,
ando-se pela lei da hereditariedade, de perpetu-
geração em
geração, se o dique de uma educação solida não
vier estancar a corrente do mal se avoluma em
crescente progressão. que
Moysés permaneceo 40 annos no deserto antes
levar o povo de Israel á terra de
promettida,
em 40 annos podia fazer florescer o lotus porque so
nova idea; e nesse lapsus de tempo os' ideal da
vados de erros da época morreriam, velhos ei- <¦¦¦'. _

levando ao tu-
"**
M:

120 Ramo de Acácia


mulo as velhas rotinas retrogradas.
No Brazil as velhas rotinas não têm *nde impe-
gr
rio, somos um povo moço e com facilidade
porque
por conseguinte se poderão extirpar asfrar*2_S
¦¦_____!
r __ /^V\ •• _r\
>^ r_
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_ raízes
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trazidas de fora e inadaptaveis a nossa raça.


Ao brasileiro quasi nada falta para se tornar um
dos povos, cuja benéfica acção social se
fazer sentir em todo o inundo. poderia
E superior pela fusão das raças, pois esta.
que
faz desapparecer as qualidades inferiores dos ele-
mentos componentes.
E um superior pela resistência phvsica, e um su-
perior pela intellectualidade.
De facto, qual o extrangeiro que supporta o cli- _.„
ma ardente e mortífero do Acre ? Não ha. É so o
mestiço, é o brasileiro.
Esta resistência foi confirmada nos chacos do Pa-
raguay, onde o nosso soldado, mal vestido, sem a-
' limentos,
batia-se com tal denodo que ultrapassava
os limites da própria bravura.
Em intellectualidade, observamos que o Brasil
com 100 annos apenas de historia ia conta
gênios
que fazem sombra a muitos gênios da Europa'.
Poucos seguem os vôos da intelligencia de um
Ruy Barbosa, que em liava assombrou as maiores
mtellectualidades occidentaes. Raros são os adminis-
tradores que possuem o tino diplomático e a larguesa
de vistas do grande pacificador da America do Sui,
Rio Branco. i

O grão de sensibilidade deste povo, sensibilidade


esta que longe de representar, como alguém
ja quiz
fazer crer, uma inferioridade ethnica, traduz uma su-
perLridade de alma requintada no amor do Bello,
Ramo de Acácia j2|
o podemos avaliar pelo numero e principalmente
Ia qualidade dos seos poetas. pe-
É a pátria dos poetas.
Na muzica basta citar Carlos Qomes.
Não preciso me alongar em citações; estas da-
riam logar a volumes. Em meo apoio tenho a insus-
peita opinião da sábios exírangeiros, os quaes ficam
pasmos deante da intelligencia deste cérebro fecun-
do, e ante sua facilidade de assimilação,
produzin-
do maravilhosos fructos nesta terra que inda ha bem
pouco tempo elles consideravam selvagem.
O Brazil, acima de tudo não está ainda contami-
nado pelo asco das religiões de sectarismos contra-
producentes, que 600 annos de historia provaram
ser impróprias e incapazes para a realização dos
grandes ideaes.
Pode o Brazii observar.o passado atravez de ou-
tro prisma mais nítido; com o espirito livre de
peas.
Está a raça brasileira, como disse Dario Vellozo-
dotada de todos os elementos para a sua formação.
Não existe povo, no momento actual que, por seo
habitai, por suas tendências, pois, observando o
desenrolar da historia do Brazil, vemos que as ten-
dencias são para a paz, em condiçções de rea-
Jizar para o futuro a Paz Universal.
Ideal de Buddha para cuja realisação ultrapassou
os solios da renuncia e, deixando todo o conforto
e todos os ephemeros prazeres de uma vida ephe-
mera, penetrou pelo sacrifício na Bemaventurança
eterna do Nirvana.
ideal para cuja realisação Jesus morreo no calva-
rio e Jacques de Mólay ardeo a fogo lento, marty-
sado por aquelle que se dizia o representante de
»*» .,

122 Ramo de Acácia


Deos sobre a terra.
Ideal que fora a tortura de João Huss, Savouarola,
Giordano Bruno, mortos pela santa inquisição.
Ideal por que se batera Garibaldi e Annita para
fazer ruir o poder temporal do papa que era a tyrau-
nia dos povos.
Ideal que levara á forca Tiradentes, Frei Caneca
e outros.
Aspiração superna que fizera de Benjamim Cons-
tant um heroe, cuja alma era corno que a synthese
das aspirações dos martyres da Liberdade; alma
que ao deixar o corpo ficou estampada no Pavilhão
da nossa Terra - crystallisada nas sublimes pala-
vras que o encimam.
Falta, no emtanto, ao Brazil uma cousa: é o mo-
tor principal que impelle para o progresso todo o
mecanismo de uma sociedade civilisada e digna do
século vinte, é uma educação mais solida e própria
do seo meio e da sua raça, compatível com o
adiantamento scientiíico da época.
Esta educação deve ser genuinamente brasileira.
Des que o Brazil é superior é um mal ir copiar
outras nações para ser administrado.
Cada paiz deve ter sua maneira própria de ser
governado e educado, de accordo com a Índole e
attendendo aos innumeros elementos próprios da sua
constituição, e que tornam a nacionalidade brasilei-
ra uma individualidade distincta de todas as outras.
Até agwa so temos imitado o extrangeiro, não so
aquillo que é adaptável ao nosso meio, o que é lou-
vavel, mas também aquillo que é impróprio, o que
é lastimável e pernicioso, porque alem de matar a
originalidade, torna-se ridículo.

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«... >.'...,. -,
¦
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90

Ramo de Acaoa I2v.


m
O estudo dos. outros povos, diz o mestre, nos
serve apenas para conhecermos a razão das causas
e dos effeitos dos phenomenos sociaes; serve-nos
de esludo mas não para copia servil.
Se, por exemplo, a reforma do ensino na França
procuizio mãos resultados, por ser perniciosa em si
evitemos semelhante reforma. Se o fanatismo religio-
so concorreo poderosamente para o enfraquecimento
do patriotismo na Rússia - evitemos este fanatismo.
Estudemos o passado, e, espelhando no
presente
o futuro escolhamos livremente, mas livremente com
a razão e com a justiça para o Bem, porque não
deve haver liberdade para a Mal.
A arte militar, no Brazil, deve ser ministrada
officiaes brasileiros e ser essencialmente brasileira. por
Aqui as condicções do terreno são outras, outras
devem ser as condicções de combatividade.
O Coronel Moreira Guimarães e todos os officiaes
que honram a própria farda, comptehendem ser a mi-
ssão extrangeira uma affronta ao brio nacional.
Na phrase eloqüente daquelle distineto official, is-
tol seria " apagar o brilho dos nossos heróes "a
„;
iefeza nacional, diz elle, não se conserva nas mãos
de instruetores extrai.geiros „.
_-_ ^^
Orientemos, pois, a mocidade nesta maneira de
pensar, porque foi assim orientando as turmas da
Escola Militar que Benjamim Constant preparou o
terreno em cujo seio iria florescer a arvore da Liber-
dade, cujo írucío seria o brilhante 15 de Novem-
bro de 1889.
A Escola que conservará esta Arvore será íxEsco-
Ia Moderna, porque ali a Bandeira da Republica te- .

rá um culto sagrado.
i-

. '«'W___r_í
124 Ramo de Acácia
________ *

Todos os po*/os, meos concidadãos, tiveram sua


religião. Todas ellas teem agremiado, com mais
ou menos exclusivismo, pela incomprehensão dos
seos propaladores egoístas, os homens debaixo de
um principio que é no fundo uma e única entidade
abstracta, incorporea, vulgarmente chamada de-
os, e que é a Causa sem Causa, a Essência una do
Kosmos.
Por ellas se bateram os homens.
Mahomet queria implantal-a a golpes de lanças e
pontas de espadas, como se fora possivel impor-se
uma religião pela força bruta. Jesus pelo carinho
a propalara. E tanto Maíoma como Jesus tinham
presentes um symbolo augusto, em nome do qual
se batiam.
Pois bem, senhores, se todos os povos tiveram a
sua religião e se reuniram debaixo de um symbolo,
tenhamos tambem nós uma religião e tenhamos tam-
bem nós um symbolo. Seja a nossa Religião a
synthese sublime de todas ellas: A Fraternidade U-
niversal; seja o nosso Symbolo o symbolo da Ban-
deira Nacional, isto é, a Ordem e o Progresso.

. Em 19 de Novembro de 1911.
!

Savíno Gasparini*

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«***;

•ií

'%
Ramo deAcacia 125

Congresso Maçonico Paranaense


Parecer cia com.'. - relatora da indicação referente
a fundação do Asylo Maçonico Saldanha Marinho.

A Commissão designada para dar o seo parecer so-


bre a indicação apresentada pela Ben.\ Loj.'. Frater-
nidade Paranaense, para que seja resolvida pelo Con-
gresso Maçonico do Paraná, a creação de um Hos-
pitai, para a infância desvalida, denominado Assis-
tencia Infantil "Saldanha Marinho., em homena-
gem ao inesquecivel campeão da Ord.'.
Considerando que a realização dessa patriótica
quanto humanitária idea constituirá uma medida sal-
vadora dos pequenos desvalidos, que não poucas ve-
zes se estorcem no seo pobre leito, sem que mão pie-
dosa lhes va levar o caldo confortante ou o balsa-
mo para alliviar a dor que os prosta, e a esperança
para a desolada alma dos inconsolaveis que, atados
aos tristes postes da pobresa, muitas vezes vêem de-
sapparecer para sempre o filho querido, sem que os
seos recursos lhes permittissem salval-o; •
Considerando finalmente, que não poderíamos en-
contrar melhor opportunidade para se render a mais
alta homenagem de que é dignamente merecedora a
memória inesquecivel desse Patriarcha da Republica,
e incomparavei defensor dos principios Maçonicos,
que-se chamou Saldanha Marinho, o nosso Gangane-
lli, é de opinião que seja tomada na devida conside-
ração a indicação feita, e que de accordo com a sua
ultima parte, seja acclamada pelo Congresso Maço-
nico, ora reunido uma commissão especial, destinada
a dirigir tudo o que se prender a creacão do alludi-

"a

aV
126 Ramo de Acácia
do Hospital, agindo conforme os termos da indica-
ção.
Assignados:—
Joào Cândido da S. Mitricy. - Relator.
Jesuino Camargo.
INDICAÇÃO
Considerando que a protecção á infância desvalida
constitue um dos mais transcendentes problemas de
philantropia e que merece a cada passo as medita-
ções daquelles que se entregam a essa obra de de-
votamento e sacrifício em prol da felicidade e bem
estar communs;
Considerando que a instituição de um serviço de
protecção infantil que seja verdadeiramente eííicaz e
progressivamente valiosa, não pode ser feita sem a
existência de um estabelecimento onde as creanças
doentes possam encontrar não somente os auxílios
médicos precisos, mas também os socorros comple-
mentares de vestuário, alimentação e regimen, que
nem sempre se pode encontrar nos lares desprote-
gidos de fortuna:
.— /

Considerando ainda que principalmente, em um


clima como o de quasi todo o Paraná, sujeito a va-
riações tão imprevistas e prejudiciaes aos organis-
mos débeis, mais visível se torna a necessidade de
collocar as creanças pobres e doentes aos abrigos
de taes variações, de sorte que em nenhum ponto se-
ja a marcha dos processos curativos interrompida
por qualquer accideníe, geralmente inevitável em ca-
sas mal construídas e entre famílias cujas posses não
Ramo ue Acácia ]27

permittem um relativo conforto:


A Aug.\ e Ben.'. Loj.\ Fraternidade Paranaen-
se indica: —
1-Que pelo Congresso Maçonico do Paraná seja
resolvida a edificação de um Hospital
para a inían-
cia des valida, denominado - Assisfenciâin/ánfil SAL-
DANHA MARINHO", em homenagem ao inesqueci-
vel campeão da Ord.'.
2- Que seja aberta uma grande subscripção
a reahsação immediata desse obiectivo, e bem assim para
tomadas outras deliberações de caracter e
expedito para angariar donativos. pratico
3-Que a subscripção em questão, embora
patroci-
nada e dirigida por órgãos maçonicos, receba os au-
xilios de todos os que, no mundo profano,
concorrer para tão benemérita obra. queiram
4-Que, uma vez acceitos os termos da
presente
indicação, seja acclamada pelo Congresso uma Co-
mmissão especial destinada a dirigir tudo que sepren-
der á creação do estabelecimento e que, responsa-
vel pela destribuição das listas de subscripção e a
collecta correspondente, assim como pelos
produc-
tos conseguidos por outros meios de acquisição, fa-
ça trimestralmente uma exposição publica e detalha-
da da marcha administractiva e financeira que forem
tendo os acontecimentos inherentes a esse importan-
te acto de philantropia.
' * —o — f* •

- Approvada por unanimidade esta


indica-
ção foi acclamada a commissão, encarregada
de promover a realisação de tudo quanto se
prender a creação desse alludido instituto de
caridade sendo composta dos 1111.*. Ifr. \
128 Ramo de Acácia

Dr. Claudino dos Santos


Dr. Petit Carneiro
Dr. Emigdio Westphalem
Major José Muricy
Ricardo Negrão Filho
Ernesto Laynes
Cel. João Muricy.

Fraternidade

Formar o núcleo de uma Fra-


ternidade universal da Huma-
nidade, sem distincção de ra-
ça, crença, sexo, casta ou côr.
st (Primeiro dos fins da S. T.)

Um dos ensinos básicos da Theosophia é o de que


o universo objectivo surgio da actividade do Imma-
nifestado, do Existente por si mesmo.
'/
. Chãos, Theos, Kosmos. Eis a tríade que integra o
todo, o Absoluto, o Incognoscivel. Do primitivo Ca-
hos surgio o Logos; deste o Kosmos, o universo ma-
niíestado, physico e supra- physico. A essência kos-
mica, a substancia elementar é a mesma, idêntica,
em todas as formas manifestadas, em tudo.
O espirito-materia é a differenciação dual do Lo-
gos, do uno; um e outra são aspectos do Ser.
Dahi, o FACTO da fraternidade. Espiritualmente é o
homem o reflexo do Espirito universal; materialmen-
'^^».-^m'm^^mmm0mmv^»m>'mmá»^.'iSk^ • -; _W^.»»- Inhw&S--

•_ -¦ *
. ?

Ramo de Acácia Í29


te, é parte in.initesimal do Kosmos,
que é o corpo
do Ser.
Si a fraternidade é um „ facto "-poderá alguém
- per-
guntar como pretende a Sociedade Theosophica
„formar* o núcleo da fraternidade?
A fraternidade é um facto em a natureza: os ho-
mens, porem, o ignoram ; a S. T. quer fazer com
que elles a reconheçam e a vivam. Eis porque o
seo primeiro fim é constituir o núcleo de uma frater-
nidade universal; é fazer RECONHECER (não acre-
ditar) a fraternidade e pratical-a na vida de todos os
dias.
Poder-se-a objectar que muitos que ingressam á
S. T. podem pensar que vão concorrer crear a
para
fraternidade e que não a reconheçam como uma re-
alidade natural. E inadmissível esse argumento em
tace da divisa da S. T. " Não ha religião mais ele-
vada do que a Verdade „.
Teria uma corporação tal como fim
primeiro o
construir alguma cousa que não fosse baseada na
Verdade ? uma construcção em formação artificial ?
A lógica responde que não, que seria inadmissível,
que seria uma contradicção comsigo mesma.
A S. T., pois, não pretende crear a fraternidade,
mas unicamente fazer reconhecel-a como uma ver-
dade existente em a natureza inteira, da
qual nos
dão provas a solidariedade que reina entre os seres
viventes todos e entre os phenomenos e leis natu-
raes e á realisação da qual o homem se esquiva
devido a sua ignorância da unidade universal e da
ímmanencia de Deos em si, da sua identidade com
o todo, cuja ignorância faz-lhe acreditar na separati-
vídade das formas como em uma realidade, faz-lhe
130 Ramo de Acácia
acreditar ser um ser separado e independente dos
outros e dá nascimento em sua alma ao egoísmo -
e a prova do que avançamos é que quanto mais
um individuo percebe e comprehende que a huma-
nidade é um ser collectivo, que é unidade e não va-
riedade, destroe em si mesmo, insensível e inconsci-
entemente, o egoísmo, tornando-se de mais em mais
altruísta até perder completamente de vista a sua
própria personalidade em face do interesse collecti-
vo, como temos exemplos - independentemente de
escolas ou credos - tanto entre os radicaes extre-
mos como Kropotkine e Ferrer e os maisatcandora-
dos mysticos como Jacob Boehme e Epicteto. Tan-
to em uns como em outros o traço característico é
o mesmo: o sacrifício da parte em beneficio do ío-
do ; o sacrifício da personalidade em holocausto á
fraternidade. Não podem ver mais as suas persona-
lidades porque a sua aítenção está empoigada pela
humanidade. Éesse o tramite evolutivo; attingido cer-
to grão o individuo sente a necessidade de. sacrifi-
car-se pelos outros : não depende isso de caprichos
nem de ephemeras phantasias, nem é objecto de
deliberação ; é decorrente do ponto attingido; o in-
dividuo lança-se a elle intuitivamente, impellido pe-
Ias forças superiores que dormitavam e accordaram
no mais recôndito do Eo.
E verdade que muitas sociedades, corporações e
Instituições e as diversas egrejas representantes das
religiões reveladas têm o mesmo fim e ensinam a
mesma verdade.
# Ha uma differença, -porçm, constatemol-a: toda re-
ligião, seita ou escola invariavelmente - diz ao in-
dividuo: " Abdicae do vosso,modo de pensar, des-

¦A' í

Ramo de Acácia 131


pi-vos de certas cousas que nós chamamos precon-
ceitos, âbjuráe de vossos mais amados ideaes, des-
trui as vossas convicções e vinde pensar como nós
pensamos, acreditar no que nós acreditamos, adop-
tae o nosso ideal e eonveueei-vos do que nós esta-
mos convencidos, salii, em unia palavra, de vosso
circulo e vinde ao nosso, e sereis nosso irmão;.
A Theosuphia ensina e a S. T. se esforça em re-
alisar uma outra fraternidade. A primeira ensina a
fraternidade baseada na unidade substancial do uni-
verso e na identidade do espirito humano e divino;
uma fraternidade que a todos e a tudo inclue, am-
plia. illimitada, que transcende os âmbitos do mundo
material e dilata-se pela natureza psychica e espiri-
tual até o infinito num abraço eterno de Amor' in-
corruptível a tudo que existe. A segunda, a S. T.,
abre o seo seio a todos os humanos, sem inquerir
cousa alguma e sem pretender mais. É o ponto de
congraçamento para os habitantes todos du planeta;
é o terreno neutro no qual todos podem se abraçar
e unir, conservando intactos suas crenças, ideaes
e convicções; é o núcleo de fraternidade de onde
nascerá a arvore que um dia incluirá integra a hu-
mana espécie.
AS. T. tem outros fins, grandiosos e utiíissimos
também, mas o principal, aquelle que, por exceílen-
cia, consíitue a sua mensagem para o mundo, é
Fraternidade, mensagem de duplo aspecto, pois que,
ao enunciar uma lei natural (haverá quem não tenha
comprehendido ainda ser a fraternidade lei da Natu-
teza ?), annuncia o seo reconhecimento pelo homem e ..... ,:

a formação do núcleo que inicia—conscientemente—a


sua realisaçio entre os homens.
'.t
Ramo de Acácia
So{cieda,de Theosophica tem feito echoar
______ ern
P'aneta * SUa Kra"de me»'
Frtrnlld° COngieKa,,do as a,mas éharmonizn- ~
dóosímens"
VÓS qüe Se"tÍS S« ™âOS
doÍ home nf y'^
6 aChare'S entre nós eterno acolhimen-
fo vi__T\
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entre nos achareis a mais ampla tolerânciaC™*>S e
ên;re^_'_fe''COmV0SCOaS
e o mais
vinde se •*
Tel,as:™tlüC&0 ¦ vhlde*SE
tTsT _ lren_eit0^^
vos ane
Ífe '«dos
que 1 í
desejaes paz e quereis trabalhar por ella-
t0d? qUe Amor »ela humàni ide
len,is eRtre llós
eV"à_e._.f aJUda'"a 6 ac.ha,eis
J l_ Ü
ros leaes que vos ajudem no trabalho; companhei-
vinde oh
"" ^^ « "ÓS V°S aíudarem- a
pVr°ocmâ!-a!OS
'
: ^'"^ ° "ucleo d« ""»
f,a?e.n_1_r?Clama?1°
íiateinidade universal; está aberta a
todos
mens-indistintamente- ninguém é excluído ho- os
membros da humanidade são Os
partículas de
ber. Tornem-se conhecedores desse facto um unico
no consciente-nente-eis o fim e realizem-
que a S. T. persegue.
-s

Paulino Diamico.
¦*t*

M. S. T. t

¦ X:,
0

Ramo de Acácia /
133

Argus
>¦¦¦¦

Temos recebido regularmente, e temos


do: permuttá-
Nouvraux-Horizons, Paris; L'Hexagramme,
Paris • /

L Acácia. Paris; L*Acacia, Vita-Nuova,


Itália; Bulle-
m Maçonnique, Bélgica; O Theosophista,
aneiro; Alma, Porto-Alegre; O Pensamento, Rio de
lo ; O Archivo Maçonico, Recife: Evolução. S Pau-
Natal •
A. Maçonaria, S. Paulo ; A Noite, Coritiba
b. Paulo ; O independente, Porto-Alegre. ; O Astro'
"dela
apfaire MARix-Da Loja Les Amís
ao Oriente de Paris, recebemos uma Verité-
circular a nro'
posito da arbitrariedade praticada con éx-c ""
tao de artilharia do exercito francez,
nx, espulso das fileiras do exercito sr. HeS Ma
A Loja e o Capitão appellam
tossir*^ a — Sáss.
'*&
para a Justiça devi-

MariX C°ntaVa ja 27 annos de


impeSS
No próximo numero o «Ramo de
ra a circular da Loja. m$% resumi Acácia
EM ACWO-Assignada por Ma-
JhLRcAfl,°NTANISM0
grã0TStre da MaÇ°"a™ Port
za e fe'
Otto Karmin, da Loja Fraternidade, gue-
bia, recebemos uma circular de de Qenl .
¦
J

.e que publicaremos no próximo palpitante


Lmeiu ^
infere^ ¦¦'¦•¦'.

L um appello dos dois eminentes maçons .'M ¦


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delega-
dos pelos poderes competentes, aos iivre-pensadores
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y
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¦..;.

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134 Ramo de Acácia


liberaes, maçons, etc.
Referem-se ao recente congresso eucharistico de
Vienna, e ás pretensões da Egreja romana ao domi-
nio universal.
mentalismo—De Paulino Diamico recebemos estu-
do interessante sobre este assumpto.
Publical-o-hemos no próximo numero, pedindo ao
illustre auetor desculpas por não íazel-o no presen-
te numero. *
termos theosophicos-Do Theosophista, n. 17,
tm m

transcrevemos:
SUBSTITUIÇÃO DE TERMOS

Para maior facilidade de comprehensão por parte


dos leitores não familiarisados com os termos sans-
kritos, muitos empregados nos escriptos theosophicos,
resolveram a sra. A. Besant e o sr. Leadbeater, subs-
tituil-os, quando possivel, por palavras equivalentes
das lingoas modernas, e, no órgão presidencial in-
dicaram já a seguinte substituição :
Termos antigos Termos novos
Plano physico Mundo physico
astral Astral ou mundo das e-
moções.
»
mental Mundo mental.
V)
Buddhico Mundo da intuição.
„ Atmico ou
Nirvanico Mundo Espiritual.
Plano Anupadaka Mundo Monadico.
n Adi Mundo Divino.
Atma Espirito.
.
¦
... .. .
m
Ramo de Acácia i se

Buddhi Intuição.
Manas Irítellécto.
Ni vei Arupa Mundo mental superior.
Nivel Rupa - „ inferior.

a maçonaria e a revolução republicana de 1817


-Recife, 1912.
De Mario Melo, uma das pennas que mais abri-
lhantam as paginas do Archivo Maçonico, recebe-
mos o creterioso estudo histórico, que bem revela
as árduas investigações levadas a bom termo pelo
joven auetor. Apresenta o volume numerosos subsi-
dios de valor histórico e demonstra o grande nume-
ro de sacerdotes brazileiros que pertenceram á Ma-
çonaria.
Mais de espaço trataremos do trabalho com o
cuidado.que merece, desde já saudando o auetor
pelo critério com que se houve.
MiSTORlA DA MAÇONARIA EM PORTUGAL. — Borges Gra-
infra, o conhecido e impávido auetor dos Jesuítas,
publicou ultimamente mais um recommendavel livro
que merecia ser lido por quantos se interessam pe-
la Maçonaria e seo influxo na objectivação dos
principios liberaes.
O estudo abrange o periodo de 1735 a 1912.
No próximo numero, um de nossos colaboradores
dará mais ampla noticia do vigoroso livro.

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136 *
Ramo de Acácia

Ramo de Acácia #

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Assignatura: anno.... 5*000 rs. ir

Publicação trimensal
¦
y
Com o presente numero termina a assignatura de
1912.

Pedimos ás pessoas que não queiram continuar a


honrar-nos com a sua assignatura, o obséquio de
previnir-nos até o dia 15 de Fevereiro de 1913.
As pessoas que não o fizerem até esta data, con-
tinuarão consideradas assignantes.

Redacção:
Praça Zacarias, 3
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Coritiba,
PARANÁ,
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