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ÉS
POLÍTICA
CULTURA

Direção de

DE ANDRADE
ALMIR

e Redação:
Secretaria

— Tiradentes
Palácio
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4.° andar

22-7610, ramal-36
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Sumário dêste número

"O
Brasil de amanhã será o dêle do Presidente Getúlio
que fizerdes",

Vargas

O PENSAMENTO DO PRESIDENTE

Pensamento e ação, de Wilson Lousada

ECONOMIA

Cooperação econômica entre os de Pedro Paulo Sampaio


povos,

de Lacerda

TRABALHO

A reforma da Lei de Acidentes do Trabalho, de Francisco Karam

Os sindicatos como intermediários entre o indivíduo e o Estado, de

Rudolf Aladár Metall

PROBLEMAS SOCIAIS

Evolução dos Estudos Sociais de Almir de Andrade


(II),

IDÉIAS POLÍTICAS

social brasileira, de Severino Uchoa


A democracia

da democracia moderna, de Celso Furtado


A feição funcional

o artificialismo constitucional no Império,


As idéias democráticas e

de Mercedes Dantas

ao Estado Nacional, de Gomes de Moura


Da Independência

HISTÓRIA POLÍTICA

Venceslau Brás, de Maria Belo


Quadriênio ]osé

a da monarquia ?, de Oto Prazeres


A abolição apressou
queda

em Pernambuco, de Mário Melo


Antecedentes de autonomia

HISTÓRIA MILITAR

das cartas de um bravo Da batalha


A campanha do Paraguai através

de de
de Passo da Pátria à ocupação Rosário (1866-1869),

Hélio Viana

Brasil, do capitão Umberto PEREGRINO


A história militar no

HISTÓRIA SOCIAL

negros escravos, de Álvaro


séculos dc civilização devidos aos
Quatro

Gonçalves

HISTÓRIA

— homem americano, de
da brasileira O
A margem pré-história

Sérgio D. T. Macedo

do norte, do coronel do Exército


da nação americana
Os fundamentos

Altamirano Nunes Pereira


Nacional
J*
f

l'

CULTURA POLÍTICA
4

HISTÓRIA DIPLOMATICA

de L. de Almeida
Internacional Americana,
A Quarta Conferência
^

Nogueira Pôrto

DEFESA NACIONAL

da nossa
do capitão
do Almirantado.
olhos e ouvidos
Submarinos,

Frederico Vilar
Marinha de Guerra,

143
dc de Medeiros
cm da Jorge
A mulher face guerra,

E ENSINO
EDUCAÇÃO

sociais, dc ^
dos cursos dc ciências
do de reforma
A plano
propósito

Meneses •;
Djacir

151
de Peregrino Junsor
e biológico da educação física,
Sentido político

de Inezil
Brasil-Colônia 1500-1822,
educação no
Evolução da física

Pena Marinho

de assistência ao (Localização,
infantis como centros pre-escolar
Parques

de Mariana Agostini
administração e funcionamento),
organização,

de Vilalba Alvim

Costa Rodrigues
dc Ruth
com o esforço educacional,
Uffi
190
dc A. de Lira Cavalcante
no escolar,
mental da criança período
Higiene

VIAGENS

do Amazonas, dc
viagem a altos tributários
de uma velha
Crônica

Angione Costa

DO BRASIL
CIDADES

"Cultura

— de Política" 211
Reportagem especial
Recife

Guimarães Filho 221


do Mato Dentro, de Alphonsus
O em Conceição
jubileu

dc Djalma Maciel 224


Desprestigio de uma tradição,

DO PASSADO BRASILEIRO
QUADROS

227
velho Brasil, dc Murillo Araújo
Estampas do

MÚSICA

"catira" 232
cm Goiás, de Luís Heitor
A

O. F. M. 236
Nacional, do Frei Pedro Sinzèg,
dos tesouros da Biblioteca
Um

LITERATURA

243
nos de Rosário Fusco
O futuro pertence,

245
Movimento literário

FOLCLORE

dc Oreste Plath 255


evoluciôn dc los estúdios folkloricos,
Marcha y

de Dornas Filho 261


de etnografia e folclore, João
Achegas

livros de Basílio de Magalhães. 265


corográfico e
Folclore parafolclóricos,

REPORTAGENS

"Cultura

— Reportagem especial dc Política". ... 270


O vale do rio Doce

— Reportagem especial de
Um mis de realizações governamentais
"Cultura
Política" 286

BIBLIOGRAFIA

da de Sílvio Peixoto 297


bibliográfico República,
Rpteiro
"O

amanhã será o
Brasil de
que

dele
fizerdes'

GETÚLIO VARGAS

de das novas
Pataninfando a solenidade
formatura

no dia 18 de dezembro
do Distrito Federal,
professoras

as seguintes
o Chefe da Nação pa'
último, pronunciou

lavras:

"Jovens

professoras:

dia, repre-
vosso neste
e compartilho o que
Compreendo júbilo

o início de responsabilidades
uma e
senta o têrmo de
jornada

mais
graves.

vós as da
a de hoje, se abrem portas
Realmente, para
partir

Sôbre os vossos
da ação educadora.
e o largo caminho
vida
pública

mais novas, as
As
severos compromissos. gerações
ombros recairão

espaço do lar, serão con-


da vida senão o
não conhecem pequeno
que

as mães,
Ides concorrer com
vossos cuidados. próprias
fiadas aos

noções conformam
dos filhos. As que
modelando o espírito grandes

Ensinar o é
adquirem-se na escola. que
mentalidade de um
a povo

as lutas maiores;
temperar os ânimos
Familia, Sociedade; para
Pátria,

salutares do trabalho
estabelecer as normas
incutir a coragem cívica;

tereis de
das tarefas imediatas
são algumas que
e da disciplina

vida dos indivíduos e, conse-


repercussão na
de enorme
desempenhar,

na vida da comunidade.
qüentemente,

definitiva das almas


Modeladora

convenccu-me de
trato das coisas que
O largo e assíduo públicas

almas. Os homens
definitiva das
realiza a modelagem
na escola se
6
CULTURA POLÍTICA

tiveram verdadeiramente instruídos, costumam


que professores justos,

conduzir-se, nas relações e sociais, com equanimidade,


privadas senso

de equilíbrio, e firme compreensão dos deveres.


próprios

Argila nas mãos dos educadores


plástica

Não constitue, isso, exagêro dizer-vos o Brasil de amanhã


por que

será o dêle fizerdes. Neste mesmo


que fim de ano, neste mesmo mês

de dezembro, noutras escolas espalhadas todo o outros


por pais, pro-

fessores, também animosos e cheios de ardor idealista, apresentam-se

tarefas idênticas. Alguns —


para milhões de crianças argila
plástica

nas mãos hábeis dos educadores — irão dar outros tantos milhões de

soldados, trabalhadores, donas de casa, mestres, funcionários, técni-

C06 aquilo de a nação carece se desenvolver


que para e
progredir.

A contemplação ideal dêsse espetáculo obriga-nos a re-


grande

fletir sôbre a importante missão social dêsses


pequenos e obscuros

heróis do
quotidiano são os
que professores Nos meios
primários.

mais diversos, num de esparsa,


país povoação através de dificuldades

maiores ou menores, êles vão


preparando os cidadãos de amanhã,

dando às crianças o do espírito,


pão tão necessário
o do corpo.
quanto

O Congresso do Professor'

Sempre foi meu


pensamento, logo as
que circunstâncias
o
permi-

tirem, reuni-los
na Capital Federal, vindos de todos os recantos do

mesmo os mais
pais, longínquos,
auscultar-lhes
as aspirações
e sentir

de as necessidades
perto do ambiente onde trabalham.
Seria êsse o

Congresso do Professor", em se cuidasse


que de dar unidade ao ensi-

no, não só legislação,


pela o é
que mas escolha
pouco, pela do livro es-

colar único,
pela padronização material,
harmonia de
pela espírito de

°S *póf olos dcssa


cruzada. Instituiríamos,
9'ande também,
«í .°S o

. Dia. do Professor" -
destinado
a celebrar, em todo o território na-
•cional,
a missão fundamentalmente
patriótica de mestre-escola.

Creio assim
que falando,
dou a maior
prova do apreço
que sem-

votei aos
pre obreiros
da educação
pública.

Estava, desde há muito, acostumado


a contemplar-vos
com admi-
ração nas formaturas
cívicas, a ouvir-vos
com enlevo nos
grandes
coras. Conhecia, de longa data. o vosso Instituto,
congrega
que
um numero apreciavel
de bons mestres, de cuja
preparação e capaci-
dade nos
podemos orgulhar*
O BRASIL DE AMANHA
SERA O DÊLE
QUE FIZERDES"

O da mulher na sociedade
papel moderna

Presidindo hoje a cerimônia máxima da vossa vida escolar, a

recompensa de 8 anos de estudo, de labor metódico,


dizer,
quero por

vosso intermédio, à
juventude do Brasil
confio e espero tudo
que do

seu valor.

Na sociedade moderna, nos dias correm,


que cheios dos ruídos

de
guerra, pontilhados de incertezas,
cabe às mulheres desempenhar

encargos de excepcional relevância. Acompanham os homens aos

campos de batalha como enfermeiras, salvando vidas; empunham, nas

fábricas e nos campos, os instrumentos


de trabalho os homens
que

trocaram
armas. não
pelas Já são apenas, segundo velha
a imagem

os anjos do lar.
poética, São as companheiras fiéis e dedicadas,

irmãs de luta, de e sacrifício.


glória

Urge abrirmos mais escolas

Temos ainda de vencer tremendos obstáculos. Mas


quaisquer

sejam êles, é não descuidarmos


que preciso a instrução, onde a mulher

encontra ocupação digna e,


permanente.

Urge abrirmos mais escolas em todo o Mesmo no Distrito


país.

Federal, onde se verifica um aumento extraordinário na matricula e

freqüência, os estabelecimentos existentes não bastam tôdas as


para

crianças em idade escolar. Há zonais urbanas insuficientemente do-

tadas, em os menos favorecidos da fortuna não edu-


que pais podem

car os filhos. *

A atual administração vem-se esforçando louvàvelmente


para

melhorar o ensino. construiu mais de 20 escolares e tem


Já prédios

vários outros em construção com capacidade vinte mil alunos.


para

O Henrique Dodsworth, ainda conserva, como antigo


prefeito que

o seu amor escola, mostra decidido empenho em aten-


professor, pela

der às necessidades educacionais da mocidade, encontrando no seu

ilustre e dedicado secretário da Educação e Cultura um colaborador

devotado e operoso. Devemos esperar continuando as diretrizes


que,

do nacional, em breve aparelhar modelarmente o


govêrno possamos

ensino na Capital da República, dando escolas a delas


quantos pre-
f. »T|P

CULTURA POLÍTICA

cisam e erigindo-as em todo o A ninguém escapa


padrão para pais.

a importância dessa obra e será honra insígne vós


patriótica» para

contribuir com o máximo dc esfôrço a sua completa realização.


para

Um sacerdócio reclama altas virtudes


que

O vosso sacerdócio reclama altas virtudes, fortaleza de ânimo,

coragem invulgar, tenacidade.


paciência,

Tendes a alma cheia de idealismo, uma concepção justa das ne~

cessidades nacionais e sólido Podeis empe-


preparo profissional.

nhar-vos, com tódas as energias da vontade, na luta


grande pela

difusão do ensino
popular.

O amparará e auxiliará
governo o vosso esfôrço e a há
pátria

dc com o reconhecimento
premiá-lo das novas
gerações'.
-vr-r

O Pensamento
do Presidente

Pensamento
e ação

WILSON LOUSADA

LADO das realizações nova do Brasil", estão


política

do seu consubstanciadas
práticas govêrno, observações hu~
AO

o sr, Getúlio Vargas vem manas e sugerem


políticas, que

expondo, materializadas, suas novos desenvolvimentos


já no estu-

idéias sociais e admi- do do caráter do


políticas, brasileiro.
povo

nistrativas, do de vista in- As orações o sr. Getúlio Var-


ponto que

telectual ou doutrinário, através tem nos momen~


gas pronunciado,
"A

de nova do Brasil", tos mais diferentes


política possíveis,

cujo nono volume acaba de ser e em circunstâncias dramáticas

Livraria ou de crises agudas, sempre reve-


publicado pela José

Olímpio Editora. Essa obra, Iam o visível do esta*-


que pensamento

dista e do intelectual, mas ao mes~


encerra em suas um tão
páginas

mo tempo, através de suas con-


largo número de ensaios
políticos

clusões, também revelam as con~


e humanos, ou experi-
praticados
seqüências e as reações
provoca*
mentados em doze anos de
go~

das, na massa do essas


povo, por
vêrno, é ao mesmo tempo uma

crises e essas circunstância. Ob-


admirável lição de coerência e de

servamos, nesse caso, o fenômeno


unidade entre o e a
pensamento
¦5
da interpretação dos impulsos co~
ação. Essa coerência e essa uni- $

letivos, através das idéias de um


dade, entretanto, não
prejudicam

líder instintivamente seduzido


o reconhecimento do espirito re~

Var- social, um co~


volucionário do sr. Getúlio por
pela psicologia

no nhecedor dos caracteres


desdobrando-se sempre, profundo
gas,

série de mais importantes do nosso


tempo e no espaço, numa povo.

tôda e fisse aspecto da obra do


tentativas repelem política
que

sr. Getúlio Vargas, sem dúvida o


classificação estática
qualquer

mais humano e o menos livresco,


a sua inteligência. Natural-
para

mais objetivo e o menos ideo-


experiências o
mente, tôdas as que

lógico ou doutrinário, é também


o sr, Getúlio Vargas tem
prati"

aquêle deve completar tôda a


do de vista que
cado, seja psi~
ponto

harmonia dessa mesma obra. Por-


de vista
cológko seja do
ponto

os discursos o sr. Getúlio


de ser ou- que que
ideológico, não deixam

Vargas tem ao lon-


nos mesmos pronunciado,
tras tantas adquiridas

dêsses anos de discri-


Por isso mesmo, govêrno,
campos de ação* go
"A

minam todos os va-


tôdas as de positivamente
em
quasi páginas
10
CULTURA POLÍTICA

lores da sua obra e lite- aos contactos diretos com as mas-


política

rária, tomando-se aqui o têrmo sas através da


populares, pala-

literatura um conjunto
por de ma-
vra falada, o sr. Getúlio Vargas

nifestações intelectuais sôbre to-


soube libertar-se de certos
pre-

das as atividades de um or~


povo conceitos literários signifi-
que

como nação. Entretanto,


ganizado
cam, antes de tudo, aristocracia

seria um êrro dissociar a obra in-


no sentido mais amplo do vocá-
telectual, manifestada meio de
por
"A bulo. E a sua missão de intelec-

nova do Brasil", da
política
tual, orientada um realismo
por
obra da ação direta sôbre
prática,
mas fecundo, confunde-se
justo

a vida nacional, e da
própria per- com a sua missão de e de
político

sonalidade do seu autor, O


pen- estadista, de líder, enfim,
perfei-

samento, a ação e o homem, no tamente integrado na consciência

sr. Getúlio Vargas, formam uma de um Entretanto,


povo. vale a

unidade uma
perfeita, estrutura acentuar êsse realismo
pena que

compacta e sem incoerência. do


To- sr. Getúlio Vargas não impli-

davia, o intelectual sempre ca um conseqüente ceticismo


go-

verna o racionalista e ou
político falando-se de
pessimismo,

frio, e o adivinha as modo Seu


psicólogo que geral. pensamento po-

reações
populares. Principal- lítico é construtivo, sua ação é

mente através da flexibilidade do sempre afirmativa, suas


palavras

seu espírito, sem abandonar definem a sua


que, esperança e a sua

fundamentais fé. Por


princípios de cará- isso mesmo, o intelectual

ter ditados
político, talvez e o estadista
pelo acreditam na fôrça

e realismo, criadora
pessimismo pelo do do espírito, no aperfei-

de vista humano, renova-se


ponto çoamento dos atributos morais do

sempre e sempre através de um homem. Aparentemente,


essa con-

dinamismo revolucioná-
perfeito fiança nos valores morais
parece
rio, Essa faculdade mestra do chocar-se com o realismo
psicoló-
"A
sr. Getúlio Vargas como intelec-
do autor de nova
gico
política
tual, lhe
que uma inces- do Brasil".
permite Contudo, a verdadei-

sante renovação de
pesquisas em ra fisionomia
psicológica do sr.

tôrno dos mais variados


proble- Getúlio Vargas está completa

mas e situações, é talvez a


que nesse equilíbrio
justamente entre

confere à sua obra essa clareza e o realismo e a fé no do es-


poder
essa objetividade
o fazem
que Sua atitude,
pírito. está
portanto,
accessível ao menos letrado dos muito
daquela
próxima sem-
que
brasileiros, o é ainda uma
que tomou a igreja
pre católica, reco-

confirmação autêntica da sua in- nhecendo no homem o anjo e a


tuição
Não devemos,
psicológica. besta, em
porções iguais, e fazen-

entretanto, confundir a clareza e do depender da vontade


de cada

a simplicidade do seu estilo, com Um a


própria salvação ou a
pró-
a ausência de
qualquer sentido
pria Essa visão
queda. nítida das
filosófico, com a negação de todo duas faces do caráter —
humano

diretor do seu
principio a
pensa- construtiva ou
positiva e a nega-
mento e
político social. Habituado tiva ou destrutiva —
é forma
que
PENSAMENTO
E AÇAO
11

a base de tôda a obra


política do dade na obra e no
pensamento
sr. Getúlío Vargas. Dirigindo-se
do sr. Getúlio Vargas. Entretan-
à coletividade brasileira,
in- to,
por uma conclusão
dessa natu-
termédio dos seus discursos,
das reza, além de
precipitada, esta-
suas entrevistas,
da sua literatu- ria muito longe da verdade. O
ra, enfim, o sr. Getúlio Vargas
próprio autor de A nova
política
sempre está
quasi exaltando ou do Brasil",
numa das suas ora-

procurando despertar virtudes


ções, afirmou
não há nada
que
adormecidas
pelas a nossa imutável.
quais Por isso mesmo,
quan-

personalidade de deve
povo afir- do analisamos
tôdas as experiên-

mar-se. Por outro lado,


a cias
guiando sociais e
políticas, econômicas

nacionalidade
meio da sua
por do
govêrno do sr. Getúlio Var-

obra materializada
prática, na so- e ao mesmo tempo
gas, consulta-

lução administrativa
ou de m°s
política a sua obra de intelectual,

certas situações ou fenômenos, consubstanciada


nas de
páginas
"A
através de uma legislação vigilan-
nova
política do Brasil", tor-

te e autoritária, o mesmo homem


na-se fácil observar o esta-
que
está corrigindo ou destruindo al-
dista e o homem de
pensamento
erros de nossa formação
guns his-
não se afastaram de certos
tórica princi-
e social às vêzes
profundos,
doutrinários ainda hoje
pios
às vêzes superficiais. po-

sitivamente íntegros. Mas a imu-

Em face dessa assumi~


posição tabilidade dêsses nunca
princípios

da estadista
pelo e intelec- impediria,
pelo através da experiência,

tual, será fácil reconhecer no sr. uma confirmação das suas defi-

Getúlio Vargas o des- ciências


pessimista ou das suas virtudes.

crente dos homens, do de Porque tôda experiência


ponto é sempre

vista individual, e o otimista, em um a mais no caminho da


passo

relação à nacionalidade. São duas humana. Portanto, a ri-


perfeição

atitudes aparentemente
que, irre- dogmática de certos
gidez princi-

conciliáveis, nem isso serão


por seria antes uma sucessão in-
pios

menos verdadeiras
e simbólicas. terminável de erros e nunca uma

Longe de se repelirem elas se autêntica de coerência e de


prova

completam numa síntese harmo- unidade de Fugindo


pensamento.

niosa, na representação autêntica a êsse dogmatismo inerte e anti-

de um idealismo compensado construtivo, o sr. Getúlio Vargas


pela

razão e inteligência. Essa, tem demonstrado vi-


uma
pela possuir

menos, é a lição mais clara são bastante larga dos homens e


pelo

receber da vida e da dos acontecimentos, e uma flexi-


que podemos

obra do sr. Getúlio Vargas, nes- bilidade de espírito tem sido,


que

ses doze anos de um tão realmente, o segrêdo de suas vitó-


govêrno

rico em experiências, em rias. Seria inadmissível, com cer-


pesqui-

sas, em tentativas. Contudo, fa- teza, um homem do seu


que porte

lando~se em experiências e intelectual, enfrentando


pes- proble-

um observador superficial mas e situações de tôda espécie,


quisas,

dos fatos ser levado a em circunstâncias diversas, se


poderia

acreditar numa ausência de uni- mantivesse a um ideal es-


prêso
CULTURA POLÍTICA
12

Perderam-se vidas
se contra nós.
de
tático e sem
probabilidades

ritmo do nosso tra-


e bens, todo o
Admitindo-se,
aperfeiçoamento.

alterado. Mas, ao exa-


balho foi
fidelidade sen-
ainda assim, uma

as orações do sr.
minarmos tôdas
a
timental a certos princípios,
nessa fase,
Getúlio Vargas, per-

mais natural dêsse


conseqüência

delas, o mesmo
cebemos, através

um choque entre a
apêgo seria

tem
sentido de brasilidade que

realidade dos fatos e a doutrina,

condutor do seu
sido o fio pensa-
com o inevitável des?justamento

hoje, mesmo nas


mento, ontem e
entre e
governante governados.

mais opostas. Essa


reali- circunstâncias
aos fatos à
A acomodação

sinal, é o contras-
necessidade brasilidade, por
dade ê, uma psi-
pois,

ceticismo e do seu
autêntica afirma- te de seu pessi-
cológica e uma

Em face e o fator responsável


de mismo, pela
ção personalidade.

aspectos divergen- de suas atitudes


de alguns coerência políti-

e das realiza- com a nação.


tes do cas e sociais
para
pensamento

Vargas, no observadores, na-


do sr. Getúlio Podem alguns
ções

devemos iludidos aparên-


terreno turalmente, pela
político-social,

uma desmentir com os


assumir, da dos fatos,
preliminarmente,

integral. Não temos teste-


atitude de aceitação acontecimentos que

excluir, é claro, o essa unidade


munhado, positiva
pretendemos

nobre direito de uma oposição. ação. Entre-


de e de
pensamento

modo, essa opo-


Mas de ainda uma vez o realismo
qualquer tanto,

antes de tu-
sição deve consultar,
e humano do sr. Getúlio
político

inteligência soluciona
do, a que
Vargas uma defesa
garante-lhe

e não uma ética dog-


problemas seria
e sólida. Nem
possí-
prévia
e viciada. Sem dúvida,
mática po-

vel admitirmos um
pensamento
fundamental da
rém, a unidade

e social estático,
político porquan-
Getúlio Vargas nunca
obra do sr.

to até o meio e os acon-


desses anos. próprio
foi alterada ao longo

tecimentos influem na evolução e


os seus aios e o
coerência entre
A

de doutri-
expressa em oca- na alteração quaisquer
seu
pensamento,

viva Nenhum sistema


tão diversas, está bem nas de
siões govêrno.
"A

último volume de circunstân-


ainda nesse prever
político pode

do Brasil''» contendo não foram experi-


nova cias ainda
política que

e entrevistas abran-
discursos que e nenhum homem
mentadas, pode

um dos mais
períodos graves complexo dos fato-
gem fugir ao
jôgo

nacional. Realmente, do
da vida
condicionam a vida em
res
que
—'
inaugural do volume
discurso
Por isso mesmo, a obra
sociedade.

à embaixada univer-
agradecendo

do sr. Getúlio Vargas
política
a oferta de três
sitária argentina

material e intelectualmente falan-

— ao discurso
mil livros pronun-
— é das mais autênticas
do uma

no dia de
ciado janeiro
primeiro

e afirmações de coerên-
excep- positivas
de 1943, acontecimentos

da, de unidade e de fôrça cons-


foram assistidos bra-
cionais pelos

trutiva, como conhecemos


A agressão fascista, vio- jamais
sileiros.

igual em todo o nosso


lenta e deshumana, desencadeou* passado.
Economia

os
entre povos
econômica
Cooperação

DE LACERDA
SAMPAIO
PAULO
PEDRO

do Banco
Econômicos
de Estudos
Da Secçto

do Brasil

em laboratórios que
realizados
dos
através
X ERIFICA-SE. e os
7 suas origens
descobriram
os
V/ tempos, grandes
que nao
combatê-los, por que
meios de
os
entre povos
conflitos os
entre
o desentendimento
sanar
das
no desprezo
sua origem a
têm se conhece
uma vez
que
internacio- povos,
econômicas
questões
sua causa?

as nações planejam
nais, quando
especializa-
econo- departamentos
sua Os
ou executam política
de-
econômicos
nos estudos
dos
mica e financeira.
cientí-
laboratórios
vem ser como
e a amizade

O entendimento de
seu trabalho pesqui-
ficos, em
ser só-

os poderão a huma-
entre povos de aliviar
sas, no sentido
cada pais
dia em que
lidos no enfermida-
das
sofredora
nidade
dos problemas
a solução
orientar
lhe afligem.
des
regio- que
e financeiros
econômicos não
e seus planos
Seus estudos
os efeitos que
nais, considerando
ao interêsse
ser restritos
das devem
à comunhão
trazer
possam
nacional.

demais nações.

isolada-
à de considerar
cabe geração O fato
sendo,
Assim
nacionais
os
os meios Pa£a mente problemas
todos
empregar
cujos
medidas
de amanha aconselhar
o mundo pode
tar que
imediatos,
internos,
os males, provoca- benefícios
a sofrer
nha

egoísmo, mais tarde prejudicados


e serão
ambição pelo
dos pela da
e- resultantes
an malefícios
nossos
pelos
de que padeceram te-
expe- desfavorável que
hoje,
ainda repercussão
e
que,
passados virão a.m-
e
exterior, que
rão no
rimentamos.
o país que
de retôrno, próprio
air,
outras
em
físicos, nao seja
Se males mais
as tomou, quando
incuráveis,
considerados que
épocas dos transtornos
reflexo
em como
debelados,
são hoje fàcilmente
tenha causado.
a outros
científicos
dos estudos
virtude
14 CULTURA POLÍTICA

Sob a influência Os ensinamentos


fartos

da
exclusiva da guerra

ciência
A não deixar de
guerra poderá

fornecer fartos ensinamentos. As

É indispensável o estudo em
dificuldades surgidas mostram'

conjunto, estudo sofra a in- orien-


que nos, claramente, a errada

fluência exclusiva da ciência, tação vinha o mundo insis-


pois que

só sob sua luz é tindo em seguir.


possível garantir

a segurança, a e a civilização.
paz O célebre de bastar-
princípio

se a si e entravar o de-
— próprio
A hora de luta
presente

senvolvimento de mais no-


contra o nazi-fascismo não países

vos não terá ambiente no mundo


sejam desviadas as
permite que

de amanhã, o saberá reagir,


atenções dos inadiáveis qual
proble*

no sentido de. evitar deve-


mas de tudo exigem países
guerra, que

dores e credores, fracos e fortes.


a libertação da humanidade
para

e um mundo Para haver um ver-


para garantir-lhe que possa

melhor, um mundo em dadeiro equilíbrio entre as trocas


justo

a riqueza seja mais eqüitati- internacionais, é a


que preciso que

vãmente —
distribuída sem de trabalho emprega-
per- quantidade

sem de do nas mercadorias vendidas seja


seguições,
preconceitos

ou religião, sem igual ao empregado nas mercado'


raça, de côr

odiosos imperialismos, enfim, sem rias adquiridas.

fascismo. Entretanto, embora não


Um seja apenas for-
país que

o momento através-
permita que necedor de matéria
prima, princi'

samos o estudo de certos


porme- se não tiver modernas e
palmente

nores do após-guerra. não


pode' aperfeiçoadas máquinas ob'
para

mos deixar de estar


preparados tê-la, está, fora de dúvida, em

os seus ajustamentos neces-


para condições de inferioridade, no

sários.
seu comércio externo, em relação

aos industrializados. En-


sem dos países
Portanto, prejuízo

vende sua matéria


de quanto prima
atuais e urgentes problemas

a baixo compra-a, depois


preço,
aos estudiosos da
cabe
guerra,
de transformada em bem de con-

o estudo e a solução das


economia
sumo, a mais elevados.
preços
econômicas e financeiras
questões

Qual o resultado lógico de tal

dia de amanhã» Dada a com-


do

comércio?

de se revestem tais
plexidade que

O enriquecimento de uns e o

assuntos, seus estudos só


poderão
empobrecimento de outros, se-

ser confiados aos sincera e


que,
inevitável luta a
guido pela para

honestamente, tenham adquirido

conquista de mercados,
primeira*
— —
teoria e
pela pela prática
mente medidas
por protecionistas

sólidos e amadurecidos conheci'


internas, depois derrama'
pelo

mentos e não a curiosos e impro-


mento do sangue daqueles em
que

visados técnicos ou a li' nada contribuíram tal situa*


pessoas para

a interêsses subalternos.
gadas ção.
POVOS 15
ENTRE OS
COOPERAÇAO ECONÔMICA

fa-
Precisa de máquinas
como outros para
O Brasil, paises,

levarão
fraco, tem bricar as locomotivas que
ainda economicamente

e o ao seu
de ma- a civilização progresso
simples fornecedor
sido

vasto e inexplorado interior,


pois
térias primas.

fundar cidades se
de nada serve

riquezas natu-
Apesar de suas
os meios indis-
não lhes dermos

sua defi-
rais, considerando-se comunicação.
de
pensáveis

o Brasil está
ciência industrial,
Brasil necessita da
Enfim, o

de econo-
entre os
incluído países con-
máquina, não como desleal

mia débil. humano, mas


corrente do braço

ül- sua auxiliar e colaboradora


industrialização como
O surto de

a conquista do
deve ser en- no esforço
verificado para
timamente

e conseqüente elevação
corajado públicos, progresso
pelos poderes

econômico das massas


fim atingir um do nível
a de
que possamos

cm Essas
de equilíbrio sub-alimentadas. jamais
satisfatório
grau

esfomeadas à inu-
deverão assistir
trocas internacionais.
nossas

de bens com sacri-


tilização que,
faz-se mistei
Com tal objetivo,

fício, elas produziram.


próprias

não só de direi-
isenção,
conceder ouvir
Esfomeadas, não
poderão

da maqui-
a importação — falar em
tos — revolta
para sem
justa

mas também
paria indispensável, superprodução?

ou menoi %
a maior
conforme

indústria, no
importância da qua-
do mundo
A
política
— de
nacional amanhã
dro da economia de

receita fe-
taxas de
quaisquer

o máximo
A ânsia de
ou municipais, ganhar
derais, estaduais

entre a
o desequilíbrio
o
naturalmente, provoca
excetuando-se,

consumo, aumentan-
e o
produção
imposto de renda.

de vítimas.
do a legião

amanhã não
No mundo de po-

Máquinas para do
esses erros
ser repetidos
dem

o Brasil

passado.

desmedida en-
A concorrência
de máquinas
O Brasil
precisa
ser substituí-
os deverá
tre países
manufatureira,
sua indústria
para uns su-
sã:
da uma política
extrativa, por
sua indústria para
para outros.
de
as deficiências
seus trans- prindo
sua agricultura, para

fa* ambições egoís-


Êsse mundo de
e, para
portes principalmente,

máquinas* em compartimentos
bricar as suas tas, dividido
próprias

tende a
estanques,
fa- econômicos
Precisa de máquinas para

memória dos
e a que
desaparecer,
as usinas que
bricar geradoras
vida ou mor'-
na luta de
ao tombaram
maior aproveitamento
irão dar
leva-nos a fa-
te humanidade
hidráulico* pela
seu potencial
grande mui"
o bem qual
zer com pelo
15.000.000 que
cêrca de
avaliado em

valha o de
tos morreram preço
utiliza-
e dos
de quais
quilovátios
seu sacrifício.
de 10%»
mos menos

— F. 2
122.218
CULTURA POLÍTICA
16

das distâncias
ciência eliminadora
cansados das
Os guerras
povos

estar ao serviço, principal-


deve
só lhes têm
pro-
periódicas que
aproximação e
mente, da maior

fome e miséria,
quan-
porcionado entre os
econômica
cooperação

campos de bata-
do de volta dos

povos.
heroísmo têm de-
lha, onde tanto

dependerá a
Dessa cooperação
saberão também,
monstrado,

da civilização
ruína ou
mesmos ideais, progresso
igualados
pelos

ou a a
humana, a guerra,
mesmos an~ paz
identificados
pelos

abundância ou a miséria*
a mesma
seios, compreender que
Trabalho

do
de Acidentes
da Lei
A reforma

Trabalho

KARAM
FRANCISCO

objetivo da iniciativa
titue priva*
de técnicos
COMISSÃO "A
— competência
da." 4.° para
de
recentemente,
incumbida,

A da indenização
de o
da lei processamento
a reforma
estudar

a Or-
continuar com Justiça
às deve
trabalho chegou
do
acidentes
êsse
dinária, aparelhada para
: 1*° A já
conclusões
seguintes

fim".
de
adotar o
lei deverá princípio
ficam traça-
Nestas afirmações
de aci"
de riscos
o seguro
que
mestras da exegese
le- das as linhas
imposição
dente do trabalho,

ser fixada,
de espe- que precisa
ser objeto jurídica,
não
gal, pode
do sólido edifício
e do arcabouço
e deve competir
culação
privada
do tra-
de acidentes
do seguro
seguro social
Estado, como
ao
"A a se desenhar,
começa
balho,
— transformação que
é". 2.°
que estu-
aos olhos dos
nitidamente,
futuro regime, pode
o
atual,
para chega-
ter
diosos. Não
poderiam
de maneira paulati"
ser
prevista esforço e a
acêrto o
do a melhor
e com as
de início,
na, cabendo,
a co-
integram
cultura dos
que
a respon-
cautelas devidas, passar
entre os
de reforma, quais
missão
no tocante
do seguro,
sabilidade
de Sá Freire
se distinguem J. J.
às ins"
associados,
aos respectivos
Veloso Cardoso
Alvim, Moacir
àá
social,
tituíções de
previdência Periy,
e Edmundo
de Oliveira
na for-
serão transferidos,
quais de dedicação
exemplares padrões
fixados,
a serem
ma e nos
prazos Ratificando
ao serviço público.
atuais segurado**
encargos dos
os de
dessa equipe j<>
as conclusões
Deter"
3.°
res da
particulares." o Govêrno
vens cientistas,
a
minará tal possibi" difícil
providência o
encaminhou
República
dos
lidade da diminuição prêmios solu-
a sua
justa
para
problema
o será
ou, prefe-
de seguro, qu€

a in* ção.
melhor base
rível, uma para
de
das
Velho lidador questões
ao aci"
ou a assistência
denização
não nos podemos
infortunística,
o seguro
uma vez
dentado, que
e à
de aplaudir
furtar ao prazer
o cons»
visar lucro, que
não
pode
CULTURA POLÍTICA
18

a dentes, criada em 1868, tem o di-


obrigação de colaborar,
porque

e reito de fazer o seguro


obra não está terminada
pode- privativo

contra a morte e a incapacidade


rá encontrar tropeços e oposição.

total a Alemanha,
A luta iniciada, em nossa terra,
permanente;

adotando o sistema de re-


com Medeiros e Albuquerque,
que,

Arantes, anual das indenizações,


Graco Cardoso, Altino
partição

Va- o faz intermédio de corpora-


não chegou ao seu termo.
por

oficiais; a Áustria e a Che-


mos transcrever, sem modifica- ções

coslováquia, uma
sem atualizar as suas esta- que possuem
ções,

repre- organização de seguros contra


tisticas, a maior da
parte

acidentes do trabalho, sob a


sentação dirigimos, a 4 de ges-
que

1938, ao eminente tão do Estado.


dezembro de

ministro Prof. Valdemar Falcão,


No seu tratado de Legislação

a tanto devem as altas ini-


quem de Acidentes, vol. III, 16,
pág.

ciativas, no campo da
previdência afirma Sachet o caráter de
que

Nela uma
social.
propusemos ordem da lei de acidentes
pública

revisão no regime do seguro de


do trabalho fica evidenciado com

acidentes do trabalho, de nature-


as disposições nela constantes de

za idêntica à foi aprovada


que tôda a convenção entre as
que

Getúlio Vargas.
pelo presidente lhe fôr contrária, é
partes, que

Os fundamentos serviram
que nula de direito 30
pleno (art.

de apoio à nossa de-


proposta da lei francesa) •

monstrarão como se torna impres-

cindivel o status deve entrar


que
Bem coletivo

em vigor. As circunstâncias
que

nos levaram ao encontro do re~ Sendo de o


direito se-
público

médio indicado virão esclarecer, contra acidentes do traba-


guro

sua vez, os imperativos lho, não é nem lógico,


que curial,
por que

levaram a Comissão de Reforma fique à


entregue atividade
parti-

a decidir como decidiu, numa sá- cular. A integridade


saúde e a

bia e adequada solução, todos


por física dos trabalham consti-
que

os títulos digna da clarividência


tuem um bem coletivo e social, e a

dos seus componentes.


organização as assegura de-
que

veria estar nas mãos do Estado,

Trechos da exposição mesmo fôsse deficitária.


que

em 19 38
feita
No entanto, êsse empreendi-

mento não é deficitário e está


Enquadra-se no
perfeitamente
sendo controlado comércio
pelo
esquema administrativo do Esta-

aufere lucros fa-


particular, que
do Novo a criação do Instituto

bulosos de sua exploração.


Nacional de Prevenção e de Se-

de Acidentes do Trabalho. Isso eqüivale a uma berrante


guros

A social constitue injustiça, a desgraça


previdência porquanto

um ramo do Direito Público. O do empregado e a contribuição

seguro de acidentes do trabalho imposta ao empregador,


para am-

é social. Assim o en- a vítima do trabalho se vão


previdência parar

tendem a França, onde a Caixa transformar em nas


proventos,

Nacional de Seguros contra Aci- carteiras comerciais.


A REFORMA DA LEI DE ACIDENTES DO TRABALHO Í9

transformar na obrigação de
O certo será a
julgamo-nos

do empregador, na apresentar uma rápida amostra


contribuição

ultrapassar as reservas do capital é amealhado


que pelas
parte que

do seguro, em ser- empresas de seguro de acidentes


matemáticas

contra os aci- do trabalho, as sem dúvi~


viços de quais,
prevenção

reverter em be- da, exercem uma função licita, da


dentes, fazendo-a

coletividade e se desempenham honesta*


neficio direto da
qual

mente, e o com êsse capital


do que
pais.

ser feito maior


poderá para gran-

acidentes deza do Brasil.


Prevenção, nos

do trabalho
A Secção de Seguros contra

Acidentes do Trabalho, do Ins~


Prevenir os acidentes do traba-

tituto dos Marítimos,


[oi, prática-
lho, o é numa
que possível pro-

mente, fundada em 7 de de
julho
de 98 em cada cem, con-
porção
1934, dia em foram
que publica-
forme Heinrich, torna-se uma ta-

dos os editais convo-


é primeiros
refa dispendiosa. A
prevenção

cando as emprêsas o cum-


para
efetivada meio de
por gráficos,

do decreto-lei 22.872,
às primento
distribuídos
periodicamente
na sua 3.a.
parte
indústrias e afixados em
pontos

de concentração operária, confe- Sem o aparelhamento legal


que

elucidativos, obrigar as
rências e cinema lhe tornasse
possível

necessários às a fazer o seguro no


aparelhamentos emprêsas

uso as- dos Marítimos, como


máquinas e Instituto
para pessoal,

lei, a Carteira de
sistência e educação determinou a
prévia pro-

as compa- recebeu, em 1934,


fissional, coisas Acidentes prê-
que

não de apenas 61 em-


nhias comerciais de seguro mios de seguro

Prin- êste se ele-


fazem e nem fazer. número
que
podem prêsas,

o seu fim a 690 em 1935.


cipalmente, pre- vou
porque

cípuo é o lucro.
a sua despesa,
Como,
porém,

a nos aci- de na sede


Contudo, na manutenção
prevenção, pessoal

não só traria fôsse apre-


dentes de trabalho, e no interior do
país,

evitar a no fim do ano


a vantagem imensa de ela chegou,
ciável,

de nú- dever ao Instituto


desgraça de 1935, a
pessoal grande

também a de
mero de operários, como Marítimos quantia
dos

a vantagem não menor de aliviar


962:531$0.

Aposentadoria e
os Institutos de
foi inteiramente
Êste
passivo
Pensões, evitando a antecipação
seguintes de
nos anos
coberto

das aposentadorias e
pensões,
embora o nú-
1937 e 1938,
1936,
de com a inca-
teriajn
que pagar não
emprêsas seguradas
mero de

ou a morte dos
total
pacidade um déci-
ainda hoje,
represente,

acidentados.
lei, deveria ser.
mo do por
que,

de
nos esqueçamos que
(Não

A experiência oficial
escrita em fins
foi
esta exposição

. Basta acentuar
de 1938) que,
Dirigindo o único departamen-

emprêsas armado-
ad- das
to de seguros contra grandes
oficial
"Companhia
dc
a
ras, somente
no Brasil,
dentes do trabalho,

i
CULTURA POLÍTICA
20
»

Nacional de
O Instituto
vem fa-
Comércio c Navegação

e de Seguros
Prevenção
o seguro dos
zendo regularmente

contra Acidentes
no Instituto dos
seus empregados

do Trabalho
cumprimento ao
Marítimos, em

as leis nacionais.
dispõem
que o Govêrno da
Sem ônus
para

eva- Secção de
bem, com tôda essa República, a
Pois própria

do Traba-
Secção de Se- Seguros de Acidentes
são de renda, a

Instituto dos Marítimos,


do Tra- lho, do
contra Acidentes
guros

transformada no Ins-
ser
Instituto dos Maríti- poderia
balho, do

de Prevenção e
tituto Nacional
de cumpridas as
mos, depois

Acidentes do Tra-
Seguros contra

suas obrigações de seguradora,

balho.
na data de 4 de no-
mantinha,

objetivos seriam : o
líquido de Os seus
vembro, um saldo

a contra os
seguro e
as prevenção
606:498$500,
que passou para

acidentes do trabalho.
reservas necessárias.

O continuaria a ser
seguro
Em 1936, os de se-
prêmios

como o é na
feito
de 1 2 presentemente
das classes %, %
guro

de Acidentes, do Institu-
Secção
2J/2 atingiram a importân-
e %

to dos Marítimos. Os
prêmios
cia de 767:265$650, as despesas

recolhidos de acordo com


seriam
520:586$900 e o saldo a ser com-

as fôlhas de usadas
pagamento
como reserva
putado

a contribuição aos Institutos


246:678$750. para

Aposentadoria e Pensões e
de

Em 1937, os de segu-
prêmios últimos. Esta
com destes
guia

ro atingiram a importância de
forma, além da vantagem econô-

957:782$400, as despesas aos


mica, esforços
que poupa

533:028$5 e o saldo 424:753$9. apresenta


segurados,
próprios

outra, não é a de
pequena, que
Vemos, as des-
portanto, que

servirem, a efetuação dos


1936 1937, fixaram-se para
sas, em e

as mesmas fôlhas de
representa prêmios,
numa
quantia que

utilizadas no recolhi-
de seguro e pagamento
45 dos
% prêmios

mento das contribuições aos Ins-


comportam, ainda, o dôbro das

titutos de Aposentadoria e Pen-


emprêsas seguradas, descendo a

Entrosados os serviços, a
sões.
25 dos referidos E
% prêmios.

fiscalização e o controle se aper-


êsse resultado é conseguido co-

feiçoam.
brando são a metade
prêmios que

ou a têrça do A assistência aos segurados se-


parte que geral-

mente cobram as companhias de ria, de ca-


pronto, prestada por

seguro. No Rio Grande do Sul sas de saúde e corpos médicos

de ris- contratados, como se faz na Sec-


a taxa mínima de
prêmios

cos marítimos, cobrada em- de Acidentes, método


pelas ção que

a dos vem os melhores re-


prêsas privadas (excluindo produzindo

trabalham nos escritórios), é sultados. Posteriormente, seria o


que

do inspe- dividido em regiões, com


de 5J/2 % •
(Relatório país

—* Pôrto médicos de seguro, em


tor Francisco Ferraz
postos

1937). cada sede.


Alegre,
TRABALHO 21
DA LEI DE ACIDENTES DO
A REFORMA

ou hospitais e
hospita- cos do Instituto,
despesas médicas,
As

médicos contratados.
farmacêuticas seriam
lares e pa-

fis-
delegados, pelos
gas pelos
Prevenção
Institutos de Aposen-
cais,
pelos

mesmo empre-
tadoria, ou pelos
. de certa compa-
Um diretor

seriam ressarcidos
que de
gadores, nhia de seguros (Chronique

feitos, como
pagamentos Industrielle, v. XIV»
pelos la Securité

a Secção estabelece;
atualmente vez,
1, 3) declarou, certa
n.
pág.
os lugares re-
acôrdo, de-
por para interessava
não se pelo
que

só existe o empre-
motos, onde
da con-
senvolvimento prevenção

Os encaminha-
processos se a
gador. tra acidentes, pre-
porque,

Instituto, delegados
dos ao pelos di-
aumenta, os acidentes
venção

levados ao
ou fiscais, seriam jul- aciden-
e, diminuindo os
minuem,

do competente.
juiz do
gamento desaparece a necessidade
tes,

seguro.
o Instituto Na-»
Assim» teríamos

e de Segu- importância da
de Prevenção Daí vemos a
cional

do Trabalho, dos aci-


contra Acidentes na extinção
ro
prevenção,

capital da Re--
sua matriz, na
em dentes.

funcionando paralela-
pública, contra os aciden-
A
prevenção
Institutos de Apo-
mente com os
seria a
tes do trabalho principal

Pensões ao
sentadorias e que,
Instituto Nacio-
do
preocupação
receberem as con-
calcularem e

e Seguro con-
nal de Prevenção
cal-
tribuíções dos empregadores,
* Ela
do Trabalho
tra Acidentes
folhas de
culariam, paga**
pelas os
com todos
seria organizada
êstes exibidas, os
inento prê-
por
empre-
recursos universalmente

seguro e dariam guias


mios de

neste sentido.
nos ban- gados
o seu recolhimento
para

Evitar os acidentes, prevenin-


cos.

meio da educação pes-


do-os,
por
o Insti-
Recebido êsse
prêmio, da higieniza-
soai do operário,

Prevenção e
Nacional de neutrali-
tuto da
dos ambientes,
ção

suprir as suas e va-


a dos
Seguro gases
passaria zação
química

ou os das
ou os Institutos, da
delegacias, tóxicos, proteção
pores

de or-
necessárias é a
fiscais, das maquinarias, palavra
quantias

• For*»
despesas mundo moderno
das dem do
o
para pagamento
ins-
criam-se
mam-se associações,
com o acidentado.

organizam-
titutos especializados,

far-
dos acidentes con-
O controle
se exposições, promovem-se

Carteira de
é feito na na Ingla-
se-ia, como Canadá,
no
ferências,

dos Mafí- na
Acidentes do Instituto em Cuba,
na Índia,
terra,

dos origi-
timos, intermédio Bálticos, jio
nos Países
por França,

dos aciden- Holanda,


nais de apresentação na
na Suíça,
México,

de alta forne-
tados, documentos União Sul-Africa-
China, na
na

médicos e comprovai os sinistros


cidos de
pelos na, afim prevenir

é inan-
tes de despesas A Dinamarca
do trabalho.

de
um museu permanente
tém
e cirúrgi-
Os serviços médicos
do
os acidentes
contra
médi- prevenção
cos seriam por
prestados
22 CULTURA POLÍTICA

foram ou transporte de
trabalho. Na Ademanha
pilhamento

de 1924 a 1937, mais cargas.


afixados,

de vinte milhões de con~


gráficos — destas
Art. XV Além

tra acidentes.
medidas, outras mais
que

necessárias à
julgar preven-
Nós, coisa alguma fizemos nes-

de acidentes serão de-


ção
te sentido.

terminadas Instituto.
pelo

No anteprojeto da reforma da

Art. XVI O emprega-

Secção de Seguros contra Aci-

dor facilitará ao Instituto a

dentes do Trabalho, do Instituto

afixação de instru-
gráficos
dos Marítimos, tivemos a oportu-

tivos contra acidentes; a reü-

nidade de focalizar a
prevenção
nião de operários ou-
para
de acidentes, nos artigos XIII,

virem conferências de
pre*
XIV, XV, XVI e XVII.

venção contra o infortúnio,

higiene ou educação funcio-


Art. XIII O Instituto

nal, sempre isto não


que pre-
inspeções e
poderá promover

os serviços dos mes-


judique
verificação nos locais em
que

mos; e a distribuição de bo~


estejam trabalhando os seus

letins de educação.
segurados, devendo os em-

-
facilitar~lhe essa Art. XVII A falta do
pregadores

tarefa, foraecendo~lhe tam- cumprimento das determina-

bém os esclarecimentos de do Instituto dos Marí*


ções

necessitar. timos acarretará ao empre-


que

multa de 500$000 a
gador

Art. XIV O Instituto
2:000$000, tornando-o res-

em benefício da hi-
poderá,
indenizações
ponsável pelas
e da segurança
giene pes-
dos acidentes a sua falta
que
soai dos empregados e afim
ocasionou.

de acidentes, exigir
prevenir

dos empregadores o fome-

Considerável a
patrimônio
cimento de vestes
protetoras
serviço do
público
contra óculos
queimaduras,

máscaras respira-
protetores,
Para tratar e desenvolver um

tórias, luvas ou calçados es-

tão completo, ter-se-ia um


plano
nos trabalhos de
peciais,
capital de vulto, extrava-
grande
fornalhas, braseiros ou sali~
zando das reservas técnicas do

nas; nos trabalhos em


que
Instituto Nacional de Prevenção

são usadas matérias tóxicas,


e de Seguros contra Acidentes do

cáusticas ou infectantes, ou
Trabalho.

que produzam poeiras, ga-

Presentemente, êste excesso,


ses ou vapores nocivos; nos

além de com os lucros


trabalhos sujeitem os em- gravado
que

de capitais e lucros industriais das


a variações de tem-
pregados

companhias de seguro, é retido


Poderá exigir o
peratura.

nas caixas de empresas


encapamento de máquinas, privadas.

ou caixas de eletrici- Calculando um recolhimento


polias

dade, e a modificação no em- total de 550.000:000$0, em 1937.


TRABALHO 23
DA LEI DE ACIDENTES DO
A REFORMA

Com uma renda calculada,


c Caixas de Apo- per-
nos Institutos

num mínimo de
functòriamente,
e Pensões,
sentadoria podemos

o Instituto Na-
raciocínio: 135.000:000$0,
o seguinte
formular

Prevenção e de Seguros
cional de

aos Institutos
As contribuições
Acidentes do Trabalho,
contra

são constituídas
de Previdência
de despesas de
teria um máximo

dos empregados,
de 3 da
% parte
30 entre o assistência
%, pessoal,

da do emprega-
mais 3 % parte
e indenizações.

da do Go-
e mais 3 %
dor parte

Ficariam mais de 80.000:000$0


soma 9 %.
vêrno, o
que

das reservas
a constituição
para
temos o recolhimen-
Assim que
de
e o empreendimento grandes

represen-
to de 550.000:000$000
viriam beneficiar
iniciativas,
que
total das
ta 9 da contribuição
%
a nossa
intensamente pátria.

dos empre-
folhas de
pagamento

c/o
1 desta contri-
e
gados que
Execução

eqüivale a
bulção

550.000:000$0 dos
5 a média
Sendo de %

54.000:000$0. compa-
cobrados pelas
prêmios

contra acidentes
9 nhias de seguro

vemos o ônus
as frações. do trabalho, que
desprezadas

às classes conservadoras
imposto
seguro dos em-
O de
prêmio de
a mais
deve subir
do
em país
ser dividido
pregados pode
200.000:000$0.
: dos traba-
duas classes a que

de Pre-
e não Instituto Nacional
lham nos escritórios O
quasi

contra Ad-
venção e de Seguros
sofrem acidentes, geral-
pagando

à
reco- Trabalho reduziria
os seus dentes do
mente 1 sôbre
%

a dos trabalham metade os pagos pelo


lhimentos, e que prêmios

ao aci-
variam de 3 e
fora e cujos empregador garantiria
prêmios

a tem
os benefícios que
a 9%. dentado

mais despesas.
direito, sem
Seguros contra
A Secção de

cobra uma não encontraria


do Trabalho A sua criação
Acidentes

em- em
1 os A experiência,
taxa mínima de % dificuldades.
para

feita, e os
e 2 e está
de escritório
pregados ponto pequeno,

Co-
demais, conse- são conhecidos.
2]/2 os resultados
% para

ao a responsabilidade
assim mesmo, mo,
pagar porém,
guindo,
de
uma dí- a multidão
Marítimos de tôda
Instituto dos imediata

uma
e constituir pie-
vida de 962:531$0 empregados produziria

seguro seria
em o
reservas de 606:000$Ò, qua- tora
prejudicial,

de existência. etapas.
fro anos apenas feito
por

do segu- o emprega-
Façamos um forma exposta,
prêmio Da

Na- de sua
o Instituto fazer o
ro médio, dor, ao pagamento
para

Segu- de
e de nos Institutos
cional de Prevenção
contribuição

Pensões, apre»
do Trabalho, e
ros de Acidentes Aposentadoria

folhas de
de V/i as pagamento
%. sentaria

uma
recebendo guia
em duplicata,
54.000:000$0
Temos % X
o recolhimento
de efetuar
- afim
135.000:000$0.
CULTURA POLÍTICA
24

A os seus de segurados. A
dos nos bancos. du~
quadros
prêmios,

razão de serem os comerciários


das folhas de
plicata pagamento

Instituto Nacio~ e bancários indic3{k>s a


seria enviada ao para pri~

meira etapa, não obstante o


oal de Prevenção e de Seguros gran-

de número de seus associados, é


contra Acidentes do Trabalho.

devida à inexistência de
Êste distribuiria os seus serviços, quasi

acidentes entre êles, o evi-


criando secções correspondentes que

taria demora nos socorros, num


aos Institutos de Aposentadoria

em as Secções esta-
e Pensões. período que

riam em organização. Com efei*

Assim, na etapa, to, os empregados de escritório


primeira que

ser de seis meses, man~ são os menos expostos a sinis-


poderia

ter-se-ia a Secção dos Maríti- tros. Basta observar o seguinte

mos, criando-se a dos Comerciá- extraído do movimento de


quadro,

rios e Bancários. A Secção dos despesas com sinistrados dessa

Marítimos, fundamento de nossa categoria, na Secção de Aciden-

experiência, teria de decuplicar tes do Instituto dos Marítimos.

OS PR^MIOS
AS DESPESA8 COM
DA CLA8SE 1% _

A XT/^CJ SINISTROS
AN0S DA

CLASSE 1% .

ATINGIRAM
ATINGIRAM

193 2:254$250 368300

193 21:5988450 441000

193 34:3161950

193 36:6185300 751S800

O acidente de 1937 ocorreu tes, na sua maioria conseqüência

em São Luís do Maranhão, com de estados subjetivos controláveis

um funcionário do Instituto, e de fenômenos objetivos.


quan-

do visitava, a serviço, um vapor,


Poder-se-ia, com o vultoso

O significa não foi aci-


que que
nele concentrado,
patrimônio
dente de escritório.
propriamente
Brasil,
plantar pelo principalmen-

te litoral, é o
pelo que pulmão
Conclusão
dos de costas,
países grande pos-

tos de saúde, amparar, ins-


A criação do Instituto Nacio- para

truir e o operário bra-


nal de Prevenção e Seguros con- prevenir

sileiro contra os sinistros do tra-


tra Acidentes do Trabalho não

balho.
seria uma inovação, mas a am-

de ôrgãó existente. A conquista


pliação já da Amazônia,
que

Inovação seria a dess- é o sonho de todos nós,


prevenção, que pen-

tinada a cientificamente samos com


preparar emoção na nossa

o empregado a evitar os aciden~


querida seria bandeira íá-
pátria.-
25
DO TRABALHO
DA LEI DE ACIDENTES
A REFORMA

e aos (atos
de saú- tação às estatísticas
Os
cil e postos
gloriosa.

necessária,
enterrando, como
de ir-se-iam presentes pareceu--nos

acom- com a ilus-


no inferno verde e melhor colaborar
dentes, para

rêde fluvial de reforma da


a trada Comissão
grande
panhando

e caprichosas do Trabalho.
suas imensas Lei de Acidentes
pelas

E, apoiada nestes as conclusões,


malhas. postos Isto quan*
porque

a nossa civi-
saúde, dominaria são verdadeiras»
de do as
premissas

maior bacia e ao
lização a potomográ- aos homens
se assemelham

do mundo.
fica adágio inglês
vinho do conhecido

"As
old, the
they good
fei* grow
termina a representação

bad tum sour •


better, the
Nenhuma ada-
há cinco anos. grow
ta
intermediários entre
Os sindicatos como

o indivíduo e o Estado

ALADAR MÊTALL
RUDOLF

Assistente técnico do Instituto de Aposentadoria e Pensões

dos Empregados em Transportes e Cargas. Membro do

Institut International de Philosophie du Droit et de

Sociologie (Paris).
Juridique

HISTÓRIA das relações na. Ambos são, contrários è


pois,

humanas caracteriza-se, natureza do homem, bem como às

A
desde os tempos mais re- imprescindíveis exigências da so-

motos e especialmente na época ciabilidade. Trata-se de conciliar

moderna, antagonismo entre as necessidades da organização


pelo

a liberdade individual e a sua li- social com as aspirações, inatas e

mitação no interesse da coletivi- eternas, do indivíduo.

dade. A seqüência dos regimes


Para tal harmonização de ten-

não é outra coisa senão


políticos dências diametralmente opostas

a de um equilíbrio entre
procura não há um critério imutável. De-

os dois marcados de um
polos de condições e contingên-
pende

lado individualismo e do ou-


pelo cias variáveis com o clima, a den-

tro coletivismo. Na filosofia


pelo sidade demográfica, a estrutura

êstes dois extremos


político-social econômica, a das mas-
psicologia

manifestaram-se com a máxima


sas, o de educação e muitos
grau

nitidez na teoria anarquística de


outros aspectos interferem
que

Stirner e nas concepções totalitá-


nas concepções
políticas. Quem

rias de Sorel. Na estrutura socio-


estuda com espírito de tolerância

lógica dos modernos estas


povos e sem os
preconceitos problemas

tendências concretizaram-se no
básicos da sociologia, há-de con-

liberalismo burguês e no socialis-


cordar em determinado
que tempo

mo
proletário. e espaço cada uma das formas or-

ganizacionais ou,
Enquanto o individualismo ili- justificava-se

menos, explicava-se.
mitado dissolve a convivência pelo
so-

ciai o coletivismo aniquila o Assim, compreende-se


puro o
que

respeito da huma- capitalismo industrial


personalidade inglês, fran-
OS SINDICATOS COMO INTERMEDIÁRIOS 27

alemão ou norte-americano Para tal fim torna-se necessá-


cês,

estes de elevado rio não alicerçar as raízes ideoló-


levou povos pa-

cultural no século XIX a um das associações


drão gicas profissio-

individualístico, en- nais em nenhuma das duas cor-


liberalismo

rápida transformação de rentes filosófico-sociais ora men-


a
quanto

ainda dos cionadas. Se estas associações se


um regime
patriarcal

asiáticos em inspirassem nas teorias individua-


atrasados
povos

da lísticas, as suas bases meramente


centros
grandes produtores

XX voluntárias da indis-
economia mundial do século privá-la-iam

um estadismo ra- autoridade. Se elas se-


os impeliu a pensável

o credo coletivístico, a
dical. guissem

filiação compulsória equipará-las-


todos os excessos tra-
Todavia,

-ia
a um mecanismo estatal dis-
consido o da dissolu-
zem germe
farçado.
liberalismo burguês redu-
O
ção.

Estado à impotência. O so-


ziu o As associações
profissionais

de Estado sacrificou o
cialismo devem ser colocadas na
posição

à coletividade. O êrro de
homem de verdadeiras intermediárias en-

regimes não era no


ambos os que tre as aspirações muitas vezes

o Estado era fraco de*-


contraditórias do indivíduo e do
primeiro

e no segundo forte demais.


mais Estado, não apenas na orienta-

O lhes faltava era o interme-


lhes é traçada, mas tam-
que ção que

entre o indivíduo e a so- lhes são


diário bém nas funções
que

ciedade. confiadas. As associações


pro-

hoje fissionais não ser simples


Com efeito,
percebe-se podem

talvez às como não


claramente, sociedades
graças privadas,

experiências e fracassos devem ser repartições descentra-


cruéis

duas formas de lizadas dos


inegáveis dessas públicos.
poderes

social, é indis-
organização que

intercalar entre o homem


As suas várias
pensável

espécie de filtro
e o Estado uma
conseqüências

atenue os rigores do estadis-


que

as fraquezas do conseqüências
Imo e compense Várias são as

individualismo. dêste decorrem.


que postulado

como o Estado
Tanto o indivíduo
É isto o transcendental
papel

têm ceder às associações pro-


cabe às associações que
que profissio-

os fissionais certas
nais. São elas agrupando prerrogativas.
que,

sua vez, significa


seus interesses Isto, que
indivíduos nos por

econô- nem tôdas as associações profis-


mais tangíveis, dizer
quer

aspirar ao de
micos, lhes conferem um sionais papel
poder podem

responsáveis, mas
nunca intermediárias
isolados êles
que poderiam

aquelas suá
assumindo somente que, pela
atingir. São elas
que,

correspondem às exi-
funções de alcance coleti- constituição,
certas

o indivíduo, bem
vo, adaptam a interferência coer- que
gências

razoà-
li- como a coletividade, pode
citiva do Estado à almejada

esperar encontrar na
São elas velmente
berdade individual. que

Serão, legal-
com o sua estrutura. pois,
conciliam o individualismo

mente organizadas e reconhecidas


coletivismo.
POLÍTICA
CULTURA
28

as concepções políticas
conforme
apenas as associações profissio-
es-
à organização
desempenhar que presidem
nais poderão
que
coleti-
Onde os
tatal. princípios
de intermediários.
aquêle
papel
estas condi-
de- vísticos prevalecem,
espontâneas
As agremiações
e mais
mais severas
serão
ser substituídas ções
vem então por

do nos
que pai-
bases são pormenorizadas
cujas
agrupamentos
ideologias indivi-
onde reinam
ses
traçadas.
prèviamente
uma
Ali
dualísticas. pedir-se-á

isto implica uma dos


Pràticamente à fiscalização po-
submissão

da^legis-
determinada e uma sincroniza-
orientação deres
públicos'

sin-
à organização
lação referente com as tendências políticas
ção

sindical
O enquadramento ameaçar a autono-
dical.
que poderão
tão
as associações
torna-se sindical, aqui contentar-nos-
para mia

as en-
como dos re-
imprescindível para -emos com a observância

da administração pública a agru-


tidades qualquer
quisitos pedidos

dos li-
a fixação a
descentralizada civil não contraria
que
pamento

dos municípios.
mites territoriais O meio-têr-
lei ou
penal policial.

residência, na-
caso é a absoluta e
Se neste submissão
mo entre

de uma
é o exercício pro- consiste na
autonomia relativa
quele

ou atividade econômica que aos in-


fissão disciplinada
subordinação

de filiação de
fornece o critério nação. Países
terêsses da
gerais

organismo em
ao exigi-
uma equilibrados
pessoa
politicamente
necessário es-
Revela-se
aquelas condições que
questão. rão apenas

um sistemático
tabelecer quadro associações
afiançam às profissio-

atividades econômicas, para


das efetivo de
nais o desempenho pa-

categorias homogê-
neles agrupar Elas não
de intermediárias.
pel

neas de in-
profissionais. tomar uma atitude
deverão

com esta função,


vez constituídas as asso- compatível quer
Uma

um Estado, train-
conforme opondo-se ao quer
ciações
profissionais

orgânico, elas do indivíduo.


critério poderão

da sua
o reconhecimento
pleitear associações
As profissionais

de legítimas agremia-
qualidade exigências es-
as
satisfazem
que
de uma ati-
representativas
ções a
tabelecidas para garantir-lhes

vidade econômica.
tanto dos pú-
confiança, poderes

fim e deve-se como dos associados, pode-


Para êste blicos
pode-se

as funções de
uma estrutura tal então assumir
que rão
pedir-lhes

tôdas as intermediárias.
ofereça garantias para

regular. Se
uma vida associativa

não
as associações A do caráter
profisionais
fixação

esta faltar-lhes-
dessem garantia, destas
funções

~Í3 a de desempe-
possibilidade

missão de fixar o ca-


eficácia a sua Trata-se agora
nhar com

intermediária entre o ráter destas funções.


de
precipua

indivíduo e o Estado. das asso-


A origem histórica

opõe-nas, às
exi- ciações
se profissionais
As condições podem
que

certo aos
vezes, e até po-
sindicais ponto,
das associações
gir
eram durante de-
variam deres
» à sua constituição públicos:
quanto
COMO INTERMEDIÁRIOS
OS SINDICATOS

do Esta-
anta- ridades descentralizadas
núcleos
terminado período

ou do oficial, e tinham,
do
Estado. Partidos partido
ao poli-
gônicos
como êste, direito à exclusividade
em agremiações
ticos, disfarçados

à filiação compulsória. Nestas


ainda e
desvalorizaram
sindicais,

condições os sindicatos
das associa- podiam
o fraco
mais prestígio

contar com o apoio e a confiança


nos moldes ina-
constituídas
ções,
mas ficaram
Êstes dos
ao direito civil. poderes públicos,
propriados
suspeitos aos indivíduos, com
essencialmente que,
eram
sindicatos

razão, não ver neles o le-


indivíduos imbuí" podiam
de
porta-vozes
e imparcial intermediário
revolucioná- gítimo
dos de concepções

entre seus interesses e as exigên-


con-
nas suas reivindicações
rias,

cias do Estado.
sua vez,
tra o Estado, por
que,

a oposição organi- equilibrado, da


reagiu contra Em um regime

condições os sindi- infenso ao absten-


zada. Nestas mesma forma

talvez, a con- ao intervencio-


desfrutavam, cionismo total e
catos

mas cho- se
dos indivíduos, totalitário, somente pode
fiança nismo

contra a desconfiança a tarefa dos sindicatos


cavam-se conceber

o lhes impossibi- o de
do Estado, afastando dêles parti-
que papel

de funções de et à outran-
litou o desempenho darismo tout
prix

indivíduos e de
intermediários. ce" dos prolonga-

embuçado dos pú-


mento poderes

ideológica a este
Em antítese
blicos.

o sindicato e
antagonismo entre

compete
O razoàvelmente
dos regi-
Estado, o totalitarismo que

Estado mo-
num
de ambos os cre- aos sindicatos
mes autoritários,

do
evita os extremos
o sindicato demo, que
dos aliás, transformou

é
e do coletivismo,
do individualismo
em substituto partido político,

dos interês-
defesa organizada
e, em vez de a
único e oficial, pres-

e a
dos indivíduos
a ses legítimos
tigiá-lo, o degradou perante
os de-
harmônica com
mas cooperação
opinião emudecida
pública,

dos pú-
da poderes
encarregando-o sejos justificados
existente,

real
a essência
Consoante
de tarefas burocráticas. blicos.
execução

em uma
dos sindicatos
da admi- do
Entregando uma papel
parte
é, a fun-
isto
ofi- social,
estatal a sindicatos democracia
nistração
o ín-
entre
de intermediários
como entidades
ciosos, agindo ção
en-
e o Estado, podem-se
espe- divíduo
aparentemente autônomas,

as
determinar prerrogativas
a repugnân- tão
neutralizar
perava-se de-
o
devem caber
regi- lhes para
a um que
cia dos trabalhadores
•^,0^ sin*
sua missão.
da
negara os sempenho
lhes
me que
político de um
ser concedido,
deve
de liber- dicatos
direitos
mais
primitivos
de representar pe-
o direito
fato, a lado,
de
dade e os submetera,
os in-

rante os públicos
explora- poderes
uma apenas disfarçada
econô-
do
grupo
em terêsses gerais
dando-lhes
econômica,
ção e os in-
êles abrangido
mico por
»
compensação, senão panem
^ dos seus com"
"circenses" individuais
vezes terêsses
às
menos
pelo lado, o di-
e, do outro
Tais sindi- ponentes,
bastante sangrentos.
esfera de
na
de colaborar
reito
reduplica-
catos eram verdadeiras
com êsses pode-'-
sua competência
auto-
de repartições públicas,
ções
POLÍTICA
CULTURA
30

senão mani-
outra coisa
não são
se
nos que
res problemas
públicos de compe-
do exercício
eco- festações
com êsse
relacionam grupo
de
se a
tências; preponderância
Nestas
nômico ou
profissional.
estatais sô-
de órgãos
um
grupo
os sindicatos podem
condições,
comportar pe-
bre um outro
pode
das duas
com a confiança
contar
de
boa distribuição
rigos uma
êles servem que
entre as
quais
partes evitar t então
tenta
competências
e Esta-
individuo
de medianeiro,
asse-
desejável, que
o equilíbrio

do.
sem
indivíduo a liberdade
ao
radical gure
Tratisformação

Estado a exclusividade
negar ao
velha e antiquada
da

e deve ser
coercitiva, pro-
pode
teoria

meio mais apro-


um
curado por

na- separação ,
a organização do
Constituída que pela
priado
"poderes"

superam o são
em moldes irrealizável, de que
cional que

do indisssolüvelmente
entre as reivindicações competências
choque

do uma ordem nor-


e as exigências entrelaçadas de
individualismo

entre no Es-
intercalando mativa, consubstanciada
coletivismo,

investidos das
elas os sindicatos tado.

de intermediá-
funções essenciais dos
Êste meio é a organização

radicalmente a
rios, transforma-se
como intermediários
sindicatos

teoria do equi-
velha e antiquada É a
indivíduo e o Estado.
entre o

— dos
— e da separação
librio em vez de
organização social
que,

fantasma de um
poderes. atrás do
correr
libe- "poderes
Resultado das conquistas
imaginá-
equilíbrio de

absolutismo medie-
rais contra o
dentro do Esta-
44 rios, estabelece,

constituição de três
vai, a pode-
do, o equilíbrio estrutural.

legislativo, exe-
res" estatais

ligeiras considerações pre-


antes As
visava
cutivo,
judiciário

evitaram, de
cedentes propósito,
a os indi-
de mais nada
proteger

legais. Toda-
a textos
do referências
contra as usurpações
víduos

recorrer a cita-
via não é
A improcedência preciso
Estado. jurídi-

compro-
espetaculares para
ca e a finalidade essencialmente ções

o conseguiu,
apresen- var país que
desta ideologia, que
política
outro, rea-
mais do qualquer
como axioma normativo, que
tada já

de um
aspiração secular
bas- lizar a
foi sobejamente comprovada;

através de
equilíbrio estrutural
obra irrefutada e ir-
ta lembrar a

en-
organização sindical que
Kelsen. uma
refutável de

carrega as associações profissio-


também a função
Mas política
"po-
do
mas disciplinadas,
nais, livres
da separação dos
da teoria

entre o
de intermediárias
sofreu, em conse- papel
deres" estatais

Estado; o
indivíduo e o que país
da sua refuta-
inevitável
qüência
um ambiente de
alcançou, em
tal abalo foi
um que que
ção jurídica,
conci*
e compreensão,
da tolerância
inteiramente despojada
quasi
e o coletivis»
de liar o individualismo
e essencial, a
sua tarefa inicial

a uma orientação que


medi- mo
o cidadão contra graças
amparar

sindicatos a mis-
o não negou aos
do Estado. Se
das discricionária

a Liberdade e
são histórica entre
com a ordem
Estado, identificado
"poderes
é o Brasil.
a Ordem; êste
se os que país
normativa, é uno;
Estudos Sociais
Evolução dos

"A
da Sociologia Brasileira )
2.° volume de Formação
ao
(Introdução

^ II -

ALMIR DE ANDRADE

1) históricos; 2)
os estudos: jurídicos;
analisados
No número anterior {oram

4) estatísticos; 5)
3) políticos.
filosóficos;
7) biológicos;
os estudos: 6) físicos;
apreciando
Hoje o autor prossegue,

11) econômicos.
etnológicos; 10)
9) geográficos;
8)
psicológicos;

ESTUDOS FÍSICOS

da física aos estados


métodos e das leis
~ A aplicação dos
A) Exposição.
"concepção
sociedade » foi
mecânica da
a chamada
sociais constituindo
Começou coma
dos métodos sociais.
na história
e de importância,
duração pouca
sociologia , usa
de sugerir a
antes palavra
de AUGUSTE COMTE, que
obra
"física dividmdo-a e»^
.designar esta ciência,
a expressão social" para

foi dito. Queria '


conforme anteriormente ja
dal e dinâmica social,
do mundo físico
das leis
a mesma natureza
vida social tinham
isso, as leis da
que

forma estas.
da mesma que
e explicar-se
podiam

de COMTE,
em alguns continuadores
tomou corpo
de uma física social
A idéia

vendo nas relaçõe^oci^^0^^;


vários modos: ou
a traduziram de
que
mecanica e ,
se estudam na que « .
semelhantes às
librio que
^ qra-
aos fatos sociais
algébricas; ou aplicando
equações «i
de simetria e pe
energia, das leis
da
vitacão universal, da lei da conservação
teem si-
a fôrças cósmicas que
atividades sociais
équfparando as
Smta er Ju
afr ç
aos fenômenos
Assim, exempío.
milares no mundo físico. por
^icos^de
corresponder SPENCE»,no dos
molecular, fazia
repulsão atômica e
móvei^wnaos
os desejos
e de egoismo;
fôrças de altruísmo
^anos, cósm.^ wn
de ener^a
meio social, seriam part.cdas
lutam no
interêsses que
de soaab.hdade, dc
As tendências
nadas vida orgânica.
pela

foram comparadas por ,


dualismo dissodador, , .
a
SPENCER
f^rfCe pro*
torta
semelhante ao que Já
atração e repulsão molecular,
aoTolh* dc*
ap q
suma, a soc.edade
altruísmo. Em
egoismo e do
do
pósito Ulbrio

impulsos, fôrças Ç
um de
mecanicistas, como jôgo
nrincíoios e mesmas
mesm
pelas
peias
mesmos princípios
se regem e expHcam pelos
de e que
potencial

leis da dência física.

mecânica da sociedade,
contra a concepção
— há dizer
M Crítica Pouco que
tadctd. «a-
o»P»vaía pa»
e a soa iá
« acha
ai é l S£taT.?Si*

— F. 3
122.218
POLÍTICA

32 CULTURA
%

vai O
seja. O mecanicismo
o que quer que símplismo
plicar

««ta «.»
«*>
- bt» «dal»

^HâTatolt'analogias,

não raro berrantes^«££C^iThTtll


ouías

Mas, de
mundo físico. p.ern^el°
do
fenômenos fatos sociais, que
terísticas dos

na mesma
estes ültimos
entrar
que.r
S m^eSl^en^reaUdade
fatos da física.
regem os
e de leis que
ordem de
princípios

Coxira
- COMTB,
AUGUSTE
BIBLIOGRAFIA:

haK
1869, 2 vols..
Paris,
de Vhomme,
de* facultéa
de dévelôppement

Paris, 1910.
Mécanique aociale,

BIOLÓGICOS
ESTUDOS

do século
no decorrer
ciências biológicas,
~ das
A\ Exoosicão. o progresso

dos seus P^Pj01®d|ias°SaMCo^epção°orgLica


uma invasão
XIX, provocou da

p"°«'ra
fSJS?? A
humano. A
antes, ao corpo
vivo, ou
a um organismo
organismo social
r^câo do
dos animais mferiores.
na vida
os fatos sociais
estudar
segunda procura
à união
fato^semelhante
h°mens em stxied^e
vê na união dos
O organidsmo

MILNE
organismo. Antecipada por
células no
das UFRRKRT
SPENCER
obra de HERBÜK1
tomou corpo na
RMRPTD í 1873 > essa idéia
e o organismo
organismo biológico
entre o
/ie7Q\ Para a analogia
SPENCER
depois, no fenômeno
continuo, e,
no seu crescimento
inci transoarecea principio
em na so
diferem apenas que,
de funções. Êles
ou divisão
da divisão do trabalho
organismo am-
"células" no
dispersas, enquanto que,
separadas e
as estão
ciedade
a concienc a
na realidade,
e também porque,
um todo coerente;
mal elas formam
no organismo
agregado, enquanto que,
as do
tôdas
anda espalhada por partes
«rso da «vo-
co»o bi. m
IMk tal».
mia MfltSo
Sí ffíSS.
também ha, em
o mundo orgânico,
mundo inorgânico para
a do
lucão passagem
o mundo superorgâ-
do mundo orgânico para
adiantadas, a
fases'mais passagem

é a sociedade.
nico", que

depois, ALBERT
foi continuada, por
A idéia organicista
RENÊ WORMS
ALFRED ESPINAS (81),
DE GREEF (80),
GUILLAUME
revela funções seme-
t vários outros. A sociedade
e
(on\ NOVICOW (83)
inteligência, doen-
vontade, conciência,
humano: sensibilidade,
lhantes ao organismo
"Tôda - um elemento bio-
FRIEDEL implica
- escreve
sociedade JEAN
caf etc.
e o indivíduo a uma
sociedade a um organismo
comparamos a
lógico: e, quando
As c^ulas de um
exagero, um fato real.
às vêzes com
acentuamos, embora
célula,
semelhantes, entre
trazidas cromosomas
heranças idênticas, por
mesmo ser possuem
mais ou menos mistura-
há heranças comuns
uma mesma sociedade,
os homens de
de elementos or^
tira certa unidade
diferentes. Uma sociedade
das com heranças
Para FELIX
membros se assemelham (84).
os seus
comuns, pelos quais
ginais
vida: os homens só se decidi-
originou da luta pela
a sociedade se
LE DANTEC,

"organismo
voluntário", uma
a sociedade é um
SCHAEFFLE,
(79) Para

oc&o concicncias individuais. , . ^


mútua d© , 9 trAia
des aociétéa, 2 vols.,
DE GREEF, La Structure générale
(80) GUILLAUME

Paris, 1908. ESPINAS,


animalea, Paris, 1877.
Des Soolétés

Paris, 1896 La Sociologie,
Organiame et aociété, ;
RENÉ WORMS,
(82)

ea%Y)e,TnNOVlCÔWsociales,
Paris, 1897. ^

Vhomme, Parisv 1921, Chap..


Peraonnalité biologique de
JEAN FRIEDEL,
(84)
"L^dividu 196.
XI, et la société', pa&.
ESTUDOS SOCIAIS 33
EVOLUÇÃO DOS

de vencer os outros
reconheceram a impossibilidade
a associasse; quando
ram
contrário, viram
e violência, ou ao
inimigos armas quando,
seus pelas pela
homens

eficaz de vencer os inimigos comuns (85)»


social um meio mais
na união

trabalhos de va-
enriqueceu-se, dentre outros
A corrente da zoossociologia (86)

PERRIER P. GIROD (99).


de ESPINAS EDMOND (88),
com os (87),
lor,

sociais na vida dos animais


Estudando os fatos
FABRE (91).
BOUVIER (90),

a ciência; mas,
trouxe contribuições valiosíssimas para
a zoossociologia
inferiores,

biológica, como também quis


a uma metodologia puramente
só se restringiu
não

inteiro às sociedades humanas,


conclusões aplicáveis por
retirar de suas pesquisas

mesmos encontrados nas so-


nada mais nada menos os
móveis seriam que
cujos
de condições de
um diferença
animais, apenas modificados pouco pela
ciedades

vida.

integrante da biolo-
dúvida a sociologia é
— Não há que parte
B) Crítica.

são fatos vivos. Todas


seja a sua complexidade,
Os fatos sociais, qualquer que
qia.
biológicas. C-omo
vivos e, ciências
são ciências de fatos portanto,
as ciências sociais

fugir às leis iundamen-


da vida, a sociedade não
manifestações pode
uma das gerais

reconhecemos a impossibilidade
biologia. Não erramos, portanto, quando
tais da

dos fatos biologicos,


auxílio das leis biológicas,
fatos sociais sem o
de explicar os

antes de ser um
é um biológico,
Tôda sociedade produto
das formas biológicas.

como a
biológicos, a sociologia, psico-
o apoio dos estudos
social. Sem
produto
nem explicar o
sólido, que quer
estabelecer nenhum princípio
logia, não
poderá

seja.
que

não significa equiparar


biológicos
nos fatos sociais produtos
Mas, reconhecer

metodos da bio-
a sociologia aos
animal, nem reduzir
a um organismo
a sociedade
biológicos tao nitidamente
mas fatos já
sociais são fatos biológicos,
logia. Os fatos
da
aos olhos fenomenos gerais
novas e estranhas
sujeitos a situações
diferenciados,
leis conhecidos no
e
mais compreendê-los pelos princípios
vida, não é possível
que
mesmo motivo
separa da biologia, pelo
vivos. A sociologia se
estudo dos seres
sao fatos bio-
Se os fatos psíquicos
separa também a
desta se psicologia.
porque
e meios de mvestigaçao
vida, requerem métodos
manifestações de
lógicos, enquanto

nc'estudo dos fa-


comumente empregados
dos meios
bastante diferenciados

sociedade é um organismo,
fatos sociais: a
sucede com os
tos biológicos. O mesmo

a sua natureza
se caracterizar
organismo biológico, quisermos
sem dúvida; será um
lança mao de
organismo biológico
é êsse
mas o é inegável que
profunda; que
aos demíus
absolutamente estr^has
adquire formas
meios de adaptação,
recursos,
o ser a
da biologia, como pode:
será um capitulo
biológicos. A sociologia
fatos
<- "«meia
vez a biologia
uma que
Não negamos essa possibilidade,
psicologia.
todas as atividades
do seu nome, abranger
— significação
vida deve, pela própria
Mas sera um
as suas concretizações.
sejam
do mundo vivo, que
quaisquer
aos demais capítulos,
novas e estranhas
tão rico de noções
da bioloqia tão vasto,
as mesmas c
métodos ou aplicar-lhe
nele os mesmos
não será adotar
que possível

aos outros.
clusões se aplicam
que

da função do ta-
um organismo animal,
• social a
do organismo
A eauiparacão

«WM» *> ¦»
d. efbb »
à luüçio
divkEoTKSfe
de hrnções
ma hamonUt
apresentou a sociedade
cialismo insustentável. Jamais
i odos os teciaos
organismo animal,
à de um
de elementos semelhante
e uma união
"tru ura, nos
animal teem uma que
descobre no corpo
a histológica
que pesquisa talvez.
sociais. Só.
nas relações
de tudo o presenciamos
deixa bem distantes que

'
_ _ étUdBS d68 dé-
r t-v »vfrPTr* ThCLSC Ú€ tOK-tft SOCiété

dos animais.
estudo sociológico
(86) Literalmente:

op. cit. na nota (81). iaai


(87) Vid.
188
Paris,.
Colonies animaZes,
PERRIER,
(88) EDMOND
chez lea animaux, iqor
GIROD, Lês sociétés
(89) P.
che» lea inaectes, /
Le Communisme
(90) BOUVIER, ã
de Bernard
Bernara
world, trad. ingl.
life in the insect
H. FÁBRE, Social
(91) J
"Pelican s/d.
Miall, Books", London
CULTURA POLÍTICA
34

do organismo social.
— aproximar-se
tecido animal o tecido nervoso poderia
um

—os — são individua-


as células nervosas neurônios
Sabemos, com efeito,
que

outros, e manteem
se anastomosam uns com os que
lidades autônomas, que jamais

contacto dasextremidades
relações de contigüidade: funcionam pelo
entre si simples

na vida social, em
um o sucede
amentos. Isso lembraria pouco que
de seus prolong
com os outros também
conserva sua autonomia e se relaciona
cada indivíduo
que
fisiologia do sistema ner-
todavia, a
contato exterior. Observemos, que para
por
entre as células ner-
da biologia; as relações
voso não bastam as leis que
já gerais

obedecem a outros
dêsse seu caráter sui já
vosas, causa generis,
justamente por

finalmente, a fisiologia
demais do organismo; que,
estranhos às partes
princípios,

de confundir-se com a
hoje muito mais psicologia
do sistema nervoso está próxima

um argumento forte
dita. Isso si só seria
do com a biologia por já
que pròpriamente

social ela estudado,


dista a sociologia, e o organismo por
demonstrar o
para quanto

da biologia O or-
vivos constituem objeto geral.
da estrutura comum dos seres que

e autônomas, vi-
extremamente diferenciados
social, composto de
partes
ganismo
de com um orga-
vida está muito longe parecer-se
vendo cada uma sua própria,

os tecidos, onde tudo se


anostomosam formar
animal, onde as células se para
nismo

harmonioso. Só na organização
realizar um mesmo todo
integra e se unifica para

de semelhança com
achar traços mais
do sistema nervoso pronunciados
poderíamos

das leis da biolo-


começamos a nos desligar gerais
a estrutura social: mas aqui

Demais, o tecido
outras leis especiais e inconfundíveis.
acrescentar-lhes
gia, para
diferenciado do o tecido
chamar, ainda e mais que
social", se assim o
quisermos

a centralização das fun-


demais tecidos animais; falta-lhe
nervoso, em relação aos

cortex cerebral.
nervoso, é realizada automaticamente pelo
no sistema
ções que,

existe, e, existe, é nas so-


funções sociais nem sempre quando
A centralização das

mesmo, existe fôrça de circunstâncias


bastante avançadas; e assim por
ciedades já

leis rígidas regulam a cen-


subordinar às mesmas que
variáveis, não se
que podem

das funções nervosas.


tralização

sôbre a dissemelhança entre


fossem suficientes essas considerações
Se não

encarnando êste uma diferenciação


animal e o organismo social, pro-
o organismo

importantes e decisivas. A biologia,


outras não menos
nunciadissima, restariam

organismos em do
estuda apenas organismos: estuda função
sabemos, não
como

RABAUD, o objeto da biologia é o


usando a expressão de ETIENNE
meio. Ou,
"organismo-x-meio
exterior". Desligado do meio
do complexo de interação
estudo

Os esforços do
organismo seria incompreensível. primeiros
em vive,
que qualquer

ao meio; a evolução da
animal são esforços de adaptação própria
recemnascido já

as interações entre o organismo e


opera em função do meio. Ora,
célula viva se

campo mais ou menos uniforme de


biologia se delimitam num
o meio estudadas pela

materiais, contatos do ser vivo com a


intercâmbio de
influências físicas e
químicas,

satisfazem suas necessidades fisiológicas.


ambiente e com os objetos
natureza que

terreno da sociedade abrangem fe-


as interações se operam no
Enquanto isso, que

numerosos, onde entram em elementos e


muito mais complexos e jôgo
nômenos

organismos animais. No campo social, o


desconhecidos dos
motivos absolutamente
"organismo-x-meio
não modifica apenas extrema dife-
exterior" se pela
complexo

e sobretudo extrema dilatação e


do social, como também pela
renciação organismo
"meio

dos fatores concernentes ao exterior".


complexidade infinita

industrial. O êle seu trabalho


fato, o homem é um animal que produz pelo
De

comparação com os do trabalho de


têrmo algum de produtos quais-
não encontra

da indústria humana se levantam como um novo


animais. E os
outros produtos
quer

sua vez condicionam a vida do


mundo, de leis próprias, que por própria
possuidor

constrói — máquinas, obras de arte,


Tudo o a civilização
homem em sociedade. que

transformações industriais da natureza física


comércio, ciências, literaturas, própria

modificando-lhe a estrutura, regulando as


^ isso influe no organismo social,
tudo

relações mútuas. Assim, o meio em se desenvolve


funções dos indivíduos e suas que

maior do o meio em vivem os outros or-


o organismo social é infinitamente que que

tem e aspectos o biologista


biológicos; êle que jamais poderia
ganismos problemas

leis. Vê-se muito bem, aí, como é ingênua


imaginar, nem explicar com suas por

do organismo animal explicariam satisfatória-


essa convicção de os
que processos
EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS SOCIAIS 35

Os biologistas se abalançaram a essa


os do organismo social.
mente processos que

iriam esbarrar com essa coisa


audaciosa e frágil, não suspeitaram
afirmação que

cultura o do trabalho humano, modifi-


é o fenômeno
que produto
gigantesca,

do universo e as condições de sua vida. O orga-


as condições de vida própria
cando

vive num meio restrito, com um número


animal mais adiantado que pequeno
nismo

social, ao contrário, vive den-


se compreende e explica. O organismo
de
princípios

resulta da soma de tôdas as condições bio-


dois mundos imensos: um,
tro de que

indivíduos o compõem; outro, re*


de adaptação e evolução dos que
lógicas que

acumulando conquistas durante séculos e séculos,


do trabalho social,
sulta próprio

civilizações, fundando instituições, transformando


a natureza, erguendo
dominando

biológicas e fundamentais da existência.


as condições primitivas
próprias

dos em se desenvolve
e essa infinita complexidade planos que
Essa enormidade

tentativas de explicá-lo no-


acaba de romper com tôdas as pelas
o organismo social

dúvida, as leis da
o organismo animal. Sem gerais
compreendemos
ções por que

mas a elas se acrescentam multi*


estudo da vida social;
se conservam no
biologia

abarcar, e com êle não


o biologista não que
de fenômenos outros, que poderia
dões

com o estudo dos outros orga-


enquanto se nutria apenas
sequer sonhar,
poderia
um organismo e um meio:
não tem diante de si apenas
nismos vivos. O sociólogo

sua vez, é um meio


e um meio, e uma cultura que, por já
também uma cultura
tem

tempo é um dêle.
organismo, ao mesmo que produto
rnn^irinnaHr.r do
próprio

de aociologie, 4 vols.,
— SPENCER, Príncipes
BIBLIOGRAFIA: HERBERT

La Btructuregénérale des
— GUILLAUME DE GREEF,
trad franc Paria 1879;

Crtoniaa a^aga,
PjEDMOND®'PERRIER,
«£?e0eTvãolTlocWea

rs z

natureza dos tecidos®


objeto da biologia, da
a respeito do
raBATO.
as ^ 'TT
dentre outras obras,
voso, consultar-se,
podem pieRANTONI Com-
ed., Paris, 1928, atfyandeh
2.a
Eléments de biologie générale -
1935; ALECANDER,
Labor, Barcelona,
biologia, trad. esp. do Editorial
pendiTde
- Cabido
New York 1937;
Outline of Uology,
general
— «fomento» de TWWga,
Nilo Cairo,
Rio de Janeiro, 1930;
de biologia geral

sMíafcjBSSíSStó

Em

*r

HiíNíFwr —L. Sztmonowtct


vols., Torlno, 1898-1902,
& S. Varaglia, 10
liana de G. Sperlno

de hislologia y anatomia 35° -


& R. Krause, Tratado
^e Isaac Cratero,
deración humano, trad. esp.
dei cuerpo
N
New york
York l»«
1933;
nfrvous mstem,
BMopathology of the central
Gborqe B. Hassin,
ed., New i , •
A. text book of Mstology,2.
S. Maximow & W. Bloom, A
^
sj/stem, 5. »
Stephen Anatomy of the nervous
W. Ranson,
New YorK,
Cltde to human anatomy,
Marshall, Introduction

ESTUDOS PSICOLÓGICOS

TARDE (92),
nasceu com GABRIEL
- A social
A) Exposição. psicologia
°rigto-se
é de natureza psíquica,
da vida social
a essência
para quem se
mesmo êle que
excelência: é por
fenômeno social
A imitação é o por
fáo. in
aos outros, üssa
se imitar uns
Os homens procuram
um social qualquer.
grupo

deixmi> «versas'X^âe^chTdgT
Tarde (1843-1904)
(92)~Gabriel s^Se,
Paris, 1890,
doutrina: Le» Loia de I'im|tation,
Logique sociale, Paris,

ss? in&sjs

«• «"»»•

88? i? te£«?£."2K:'VS&Í•
CULTURA POLÍTICA
36

em última análise,
dos espíritos constitue a interpsicologia, que,
tcração
permanente
uma sociedade, devemos
conhecer
se confunde com a sociologia. Quando queremos

de interação mental, essas


conseguinte, estudando êsses fenômenos
começar, por
"relações social depende
vários indivíduos. Todo
entre os progresso
psíquicas"

em os homens su-
a invenção individual, que
também de um elemento
psicológico:

direções novas e novas for-


tendências do seu meio, criam
encarnando as
periores,

mas de vida.

social de TARDE,
caráter individualista da
Contra o psicologia ^ergueram-se
"alma
dos na^«Uenia*
coletiva" na França, e da povos
as teorias da psicologia
"alma
GUSTAVE LE BON
coletiva" encontrou apoio em (93),
nha. A teoria da

lhe não têm


ressente de leviandades científicas que perdoado
cuja obra, todavia, se

corrente a Itá-
companheiros Da França, essa passou para
os seus (94).
próprios

criminal FERRI, SIGHELE,


da escola da sociologia
lia, onde os
partidários

das multidões, seria a


-— desenvolveram a noção de uma alma que própria
ROSSI

não é apenas uma soma das


humanas. A alma das multidões
essência das sociedades

sui tem as suas ma-


as compõem: é um generis, que
almas individuais que produto

indivíduos se transfiguram, seus sentimentos,


nifestações Na multidão, os
próprias.

a um nível mediano, caracte-


idéias, atitudes se misturam, se rebaixam que
paixões,

todos os fenômenos sociais,


a alma coletiva* Esta última explicaria
riza exatamente

os impulsos e tendências de sua


visto as sociedades se movem seguindo pró-
que
"alma

alma, istb é, da coletiva".


pria

"psicologia
ou da Võlkerpsychologie foi fundada
A escola alemã da dos
povos"

HEYMANN STEINTHAL, no Ztítschr$t


em 1859 MAURICE LAZARUS e
por

desenvolvida mais tarde WILHELM


Võlkerpsychologie. Foi continuada e por
für

—* Volksgeist —*
A da escola é existe um espírito
WUNDT. idéia que popular

se movem na sociedade. Desse espírito


distinto dos espíritos individuais popu-
que

idéias, é nascem todos os fatos so-


lar, do seu repositório de sentimentos e que

influências do meio exterior só agem na sociedade intermé-


ciais. As por
próprias

coletivo, sendo a causa, é também, até certo


dio do espírito coletivo. E êsse espírito

um efeito da vida em comum: sua existência é condicionada pela própria


ponto,
"objetivo",

exprime. É um espírito traduz as ten-


existência do êle que
grupo que

da sociedade, a reflete como um todo organizado. Daí


dêndas mais universais que
"espírito
do todo", Alígeist* Por êsse espírito
o nome lhe deu STEINTHAL:
que

todos os sociais. Sôbre êle repousa, no dizer de WUNDT,


teremos explicar
que

toda a estrutura e desenvolvimento das sociedades humanas.

Unidos, a social tomou .incremento. Os


Nos Estados psicologia grande pri-

cientistas norte-americanos a ela se dedicaram, apoiaram-se na teoria


meiros que

da imitação de TARDE, como BALDWIN ROSS e ELLWOOD


(95), (96) (97).

1908, MC DOUGALL chama a atenção a importância dos instintos


Em (98) para

de todos os fenômenos sociais, embora sem negar o valor da imitação e


na
gênese

da invenção. Em 1919, sob a influência de KNIGHT DUNLAP a noção de


(99),
"hábito"

instinto começou a ser substituída, na social, noção de e


psicologia pela
"desejo":
os móveis das sociedades humanas não seriam mais os ins-
grandes já

le Bon, Lois psychologiques de Vévolution des peuples, Paris,


(93) Gustave

— Psychologie des Paris, 1895.


1894; foules,

por exemplo, as censuras que lhe dirige Ch. Blondel, Intro-


(94) Vejam-se,

duction à la colleotive, Paris, 1928, pág. 6.


psychologie

MARk Bajldwin, Interpretacionea socieales y éticas dei desenvot-


(95) James

vimiento mental. Estúdio de psicologia social. Trad. espanhola de Adolfo Posada

Gonzalo J. de la Espada, Madrid, 1907.


y

(96) Edward A. Ross, Social a an outline and source book, New


psychology

York, 1929.

(97) Charles A. Ellwood, An Introduction to social New York,


psycology,
— —
1925 ; The Psychology in human society, New York, 1925 ; Methods in soclo-

logy, New York, 1983.

(98) William Mc Dougall, An Introduction to social psychology, nova ed.,

Boston, 1926; —
The Group mind, Cambridge, 1921.
"Journal
(99) Kniort Dunilap, Are there any instinots?, art. in of
publ.

abnormal —
psychology", 1919-1920, XVI; Civilized life; the principies and appli-

cations of social Baltimore, 1935.


psychology,
SOCIAIS 37
EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS

antes, os hábitos e desejos


apontados MC DOUGALL; seriam,
tintos sociais por

influência mútua dos ele"


convívio dos agrupamentos, formados
no pela
adquiridos

no mesmo ter-
na vida social. Investigadores outros operaram
atuam
mentos que

fatores da vida em sociedade


de vários modos os psicológicos
reno, estudando

nos interessam aqui, o


o de vista em êles qual
Não importa, sob ponto que
(100).
O importa é êsse
assinalam como que pensa-
que preponderante.
elemento psíquico "espírito
"espírito
de , ou
um social", ou um grupo
comum de existe
mento que
"conciência e é
distinta das conciências individuais que
coletiva", perfeitamente
uma

os fenômenos da vida social.


de todos
a causa principal

acabamos de mencionar. A
fecundos os estudos
São extraordinàriamenté que

compreensão da nossa vida men-


horizontes novos a
social abriu para
psicologia
os conceitos da geral.
não raro teem revolucionado psicologia
tal; suas conclusões

é impossível compreender-
uma lacuna muito
além disso, grande:
Veio, preencher

das condições sociais que presi-


do homem sem o conhecimento
-se a vida
psíquica
a velha desconhe-
e à sua adaptação; e psicologia,
dem ao seu desenvolvimento

constantemente em erros, generalizações


sociais, incidia
cendo essas condições

social é, assim, mais do


A
e arbitrariedades bastante graves. psicologia
apressadas

é uma base indispensá-


da científica
complemento necessário psicologia
um
que

desta última.
vel à existência
própria

ɻum outro, em
considerar aqui.
nos interessa
Não é êsse aspecto, porém, que

destinado à sociologia.
ocupar o
social aparece pôsto
que a psicologia querendo

seguidos de uma tendenaa


social veem
os estudos de
Freqüentemente, psicologia

da vida em sociedade. Quando


deles, todos os fenômenos
explicar, meio
para por "espirito
"alma vida das
social" explica tôda a
coletiva" ou o
não afimam a
que
menos, a
corrente acham pelo psicologia
dessa que,
coletividades, os psicólogos
móveis das ações humanas,
vida coletiva. Os
nos dá a essência da principais
social
ou imitativos, ou
afetivos, ou instintivos,
seriam os móveis
dentro da sociedade,
"atitudes
em suma, os moveis psiqwcos.
sociais", seriam,
seriam as
sugestivos,
nos dana verda-
de coletividade,
um estudo qualquer
De modo que, psico^ocial
mais íntimos e
os motivos pro-
nos feria compreender
deiras noções sociológicas,

dos movimentos sociológicos.


fundos

a origem das
explica
a teoria de FREUD (101), que
típica, sob êsse aspecto,
É
-- o as-
de um crime WciaI
resultaram
conflitos psíquicos que
sociedades pelos
de todos os sen-
- e vê_a causa
horda filhos que
do do chefe da pelos
sassínio Jai,
dita no
e associação pròpnamente
solidariedade, cooperação
timentos sociais de
dos instintos
da subUmação
unido ao processo
da identificação,
processo psíquico

egoísticos.

apoia em elemen-
social se
n\ tôda organização
Critica — 6 indubitável que
apenas um
êsse apoio ê
Mas p*^
tos bastante profundo!
psícotógicos up
a atividade dos
Já-nos
estudar g
se
vários outros por que pode
asoecto dentre
e a base socio-
da sociologia
do a base psicológica
ciais Poraue muito maior que
de certos fatores psico-
está na dependência
a. Se a vidasocial
da^icoZ
** ^
«* •
<« ««
..«da í » *.»«<«<*>
«SS» mSKS
ate a mort .
do nascimento
sempre,
res sociais a condicionam
que

iJssr.SE
•JKSrr
SzffSfftSSS

o número de
É grande
^7
sô Cí^®r
dicam à social,
psicologia brasileiros encontrarfto
wrAfiC0 os »™^elro,
leitores
resumo bibliográfico
sCbre a matéria. Um bom 335-363.
1933, págs.

** syiffwseas

&

Paris, 1927, pâgs,


?n Eaaaia 4e payckmalyse,
ídem,
tortfa? du^mói'',

83-172.
38 CUUAIRA POLÍTICA

no caráter de todos os fenômenos mentais. Assim»


há de influir profundo quando
que

em algum indivíduo a manifestação de fatos estamos em


surpreendemos psiquicçs, já

não só das suas capacidades orgânicas, como também das influ-


face de
produtos,

da sociedade e do mundo exterior. A vida isolada de uma história


ências psíquica,

de uma história de de adaptação ou de ajustamento social


educacional, processos

— vazia de sentido. Tudo o e sentimos vem impli-


é inteiramente que pensamos já

ajustado a certas formas de e de sensibilidade o meio so-


citamente pensamento que

imprimiu em nosso espirito. Por isso, abandonamos o campo da


ciai quando psico-

individual apreciar as manifestações da sociedade no seu con


logia para psíquicas

fazemos social vamos aplicar nesse terreno noções


junto, quando psicologia

cuja origem está na sociedade mesma. O homem só existe dentro de


parcialmente

um meio social tudo o encontramos de dentro dêle se for-


qualquer, que psíquico já

mou uma interação entre o organismo e o meio.


por

Assim, dicernimos motivos nas ações sociais, é uma ilu-


quando psicológicos

são crer êsses motivos explicarãb si mesmos tais ações. Antes


que psicológicos por

disso, seria explicar êles em face das causas sociais anterior*


preciso próprios, que

mente influíram neles. o social encontra um complexo de dese-


Quando psicólogo

de instintos, de sentimentos ou de idéias determinando tais ou tendên-


jos, quais

cias de uma sociedade, está em face de causas secundárias, isto é, tais fatores

influem realmente nas ações sociais, mas em si mesmos êles são também
psíquicos

efeitos de outras causas sociais anteriores concorreram, com as


que juntamente

causas orgânico-individuais, a constituição dêles. O repetimos, em


para psíquico,

momento o surpreendamos, é sempre o resultado de uma interação


qualquer que

entre o organismo e o meio. Todos os desejos, instintos, sentimentos e idéias


que

alimentamos, trazem a marca de uma influência social e às vêzes,


profunda que,

é até mais a influência orgânico-individual.


profunda que

Por aí se todo esfôrço de interpretação depende,


já percebe que psico-social

completar-se, de um esfôrço de investigação das causas sociais dos fatos


para psí-

Quando explicamos a vida de úma sociedade fatores


quicos. pelos psí-

nela atuam, não explicamos tudo. Fica sempre um terreno em branco,


quicos que

onde a investigação científica terá de apurar os fatores sociais sua


quais que, por

vez, determinaram anteriormente a fisionomia desses fatores Cai-


própria psíquicos.

ríamos, assim, num circulo vicioso: a vida social seria explicada vida
pela psíquica,

enquanto a vida também só explicar-se vida social. É êsse


psíquica poderia a
pela

círculo vicioso, realmente, nos conduzem os adeptos da equiparação da


que psico-
"social" "psíquico",
logia social à sociologia. Êles explicar o esque-
querem pelo
"psíquico"
cendo-se de não há algum explicar-se a si
que que possa inde-
próprio
"social"
de um elemento anterior.
pendentemente

Isso si só mostra a social não suficiente expli-


por já que psicologia é a
para

cação da vida coletiva. Todo trabalho de investigação defronta, a


se
psicológica

cada com influências sociais na vida através do


passo, que penetraram psíquica

aprendizado a todos os indivíduos se submetem desde o dia nascem. A


que que psi-

cologia social, como a requer o auxílio de uma outra or-


própria psicologia geral,

dem de investigações, especificamente sociais ou sociológicas, sem as a


quais per-

sonalidade, as atitudes e as tendências nunca se explicariam


psíquicas satisfatória-

mente. A conciência, a inteligência, a afetividade, a vontade se desenvolvem sempre

dentro de certas condições de ajustamento ao meio exterior. Tôdas


particulares as

nossas capacidades de de sentir, de raciocinar, de


perceber, estão reguladas,
querer

de um lado nossas hereditárias, de outro lado


pelas possibilidades nossas con-
pelas

dições de maior ou menor ajustamento, ou de maior ou menor desajustamento à so-

dedade e ao mundo objetivo. As manifestações aparentemente


psíquicas mais indi-

viduais e, mais isoladas e autônomas, se radicam,


portanto, na verdade, a influên-

cias sociais se infiltraram mais ou menos sutilmente na formação


que da alma indi-

vidual. Sem dúvida, a social estuda essas


psicologia condições de ajustamento e

desajustamento: mas as estuda outros conhecimentos


já pressupondo mais vastos e

não-psiquicos, são os da ciência social


que dita. Sem esta última, fal-
prôpriamente

taria sempre à social uma base cientifica segura


psicologia para ordem de
qualquer

investigações.
39
DOS ESTUDOS SOCIAIS
EVOLUÇÃO

nos indicar um campo


considerações nSo bastassem
essas Já para
E ainda que
,
mais largo o das simples pesquisas psicológicas
sociais bem que
de pesquisas
De fato, estuda-
impressionantes do essas. quando
não menos que
haveria outras,
das causas so-
dos atos sociais, mesmo se
prescindirmos
mos os móveis psicológicos
móveis en-
a elaboração desses psíquicos,
contribuíram para
ciais anteriores que
Primeiramente, é ne-
esclarecer.
ainda duas outras grandes questões por
contramos
exercem so-
atuação os móveis
a natureza dessa que psíquicos
cessário saber qual
tal nos forne-
— saber se essa natureza é que possa
— ou antes
bre a vida social,

Em segundo lugar, é
das atividades sociais.
explicação real e
cer uma profunda

móveis é efetiva-
de influências dêsses psíquicos
também se o circulo
nreciso saber

mais entusiastas da
descrevem os adeptos psicologia
vasta como no-lo
mente tão

— um circulo bem mais


deles ou se não será
TARDE à frente
— GABRIEL
social

e reduzido.
modesto

exercem sô-
a influência que
é realmente profunda
Quanto à primeira questão,
espirito humano da
As interpretações o
móveis que
a vida social os psíquicos.
bre
sociais. A vida
em tôdas as atividades
aos objetos influem poderosamente
sociedade, sob
as funções da gira
mais material de tôdas
mesmo, é a
mica que
às atitudes mentais
valor se une estreitamente
e o conceito de
conceito de valor;

mhote sociais
tôdas as tendências e
de
dos homens. O conteúdo psicológico
Assim, estuda
nas formas de cultura. quem
fortemente nas instituições,
se imprime
da vida c
das regiões mais profundas
numa
àima de uma sociedade, penetra
a

investigações sociológicas.
tôda sorte de
tiva, recolhe dados preciosos para

móveis atuam
não basta. Os psíquicos
a social
Mas, com tudo isso, psicologia

como causas únicas, predomina


e nunca
como causas concurrentes,
socialmente
homemtecem
as interpretações psicológicas queo
ou definitivas. Sobretudo porquê
cristalizam s
em atitudes ativas,
redundam necessàriamente
tôrno da vida real não
humana raramente
e a vontade
O
Senfemente em ãttudes passivas. pensamento

conhecemos, idea-
naturais. Sentimos,
o curso dos acontecimentos
podem modificar
desejos e opera inde-
todos os nossos
se sôbre
íwnmn«mas a realidade precipita

multidão de fenômenos
essa
dirigir os acontecimentos:
muitas vêzes impotente para
estóo
ou subconcitntes
chamar inconcientes
Híe moderna costuma
a psicòto^a

conciência e à^tadehm^W
superiores à
caso. Fôrças determinantes
ne£e
«ttdo; e ele>"**£££££
nêste ou naquele
a agir
no indivíduo, obrigam-no
acontectm ,
a marcha dos
consegue alterar
tomnnhar tudo, nSo
e interpretar
são
foi imposto. Geralme^
lhe
St^Trumo que
gg
e deixaram libertará
traumatismos psíquicos que
produziram iamaisi
de não se jamaj
a complexos que
de sua vida, escravizado
doloroso
conduta dos
da
descobrimos
os móveis psíquicos que
Assi social,
na psicologia '
P
realidades profundas
exprimem indubitàvelmente
agrupamentos
^ I?as.
realizar-se
dências, ideais coletivos que procuram
sociais Se-lo-ão,
t

êsses móveis sejam realmente ^^saCp^ntemente.


as tendências
as vezes. q
mas não tôdas
certo, várias vêzes;
por «caoamento de de-

méros derivativos,
coletividades são
das , ele-
psíquicas dos
pressão
ou que
se comprimem,
sejos e necessidades que

mentos objetivos que'des^ver da sociedade,


as'tendências
não sera mais opõem
em tal caso, já
das
psíquicas, opoem a
às y
grandes
isto e, se
à sociedade, que
se opõem
e sim as tendências que

a vida social.
fôrças materiais orientam
que

a dos terreno
nos conduz à segunda questão:
Isso

festa a atuação dos móveis Psí^'c°®ois


vezes como
figuram muitas
móveis ati , p ®
nem sempre são «
em aparecem,
que dominá-los por
os acontecime
interpretam ,
elementos que certos
passivos, 0 a{irmam
comQ
não g^
círculo de ínfluencias
outro lado o seu fórçaj
^
da soco 9 ,
da equiparação
adeptos mais radicais
uma
passo por
são Um^,^
na soledade
se movimentam
psíquicas que
conoiçoes
das próprias
resultam
multidão de fôrças materiais que
40 CULTURA POLÍTICA

materiais — fôrças econômicas, sobretudo — exercem uma


social. Essas fôrças

ação decisiva sôbre os destinos da sociedade. Dificilmente opor obstá-


poderemos

culos à sua influência meio de elementos de ordem estes últimos são,


por psíquica;

via de regra, importantes modificar o curso das fôrças materiais* Há muitos


para

terrenos, mesmo, onde o dos fatores fica


papel psíquicos quase que pràticamente

aniquilado diante da irrefragável de outros fatores de ordem mate-


preponderância

rial. Nessas ocasiões, o nada explicar, nada compreender se


psicólogo pode pode
"psíquica":

se limitar a observações de ordem terá recorrer a ou-


puramente que

tras noções, rebuscar outros aspectos do só a sociologia mesma lhe


problema, que

fornecer.
poderá

se tudo isso, como é inútil esperar da social uma


Já percebe, por psicologia

explicação completa das sociedades humanas. A explica, sem dúvida, fe-


psicologia

nômenos bem são indispensáveis à ilustração do sociólogo. Mas há,


profundos, que

na vida social, um campo de ultrapassa muito o campo limitado dos


pesquisas que
"psíquicos". "psíquico",

fatores Não só o sua ori-


puramente porquê pela própria

é um resultado de influências sociais, como também os fatores


gem, já porquê psí-

se manifestam na vida social, nem sempre se manifestam como


quicos, quando

agentes e sim, muitas vêzes, como refletores de acontecimentos; e, outro lado,


por

mesmo influem como causas, são méras causas concurrentes, às vêzes de


quando

importância insignificante diante das outras causas — fôrças materiais e sobretudo

econômicas — alimentam a vida coletiva.


que


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Idem, Etudes et sociales, Paris, 1892; — Idem,


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1893; Idem, Essais et mélanges sociologiques, Paris, 1895; —
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7^ l°n 7
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«mJ?.
nosts in social adjnstment, New York, 1934.

ESTUDOS ETNOLÓGICOS

i4) Exposição. < ¦


Em meados do século
passado, no seu famoso ensaio sôbre

a desigualdade das raças humanas, HENRI DE GOBINEAU fundou a teo<


(102)
ria racista da sociologia. A diferenciação das culturas resultaria sempre da di-

versidade das raças. Haveria raças superiores raças


e inferiores, responsáveis
pela

grandeza ou decadência dos


pela Tôdas as lutas
povos. sociais através da histó-
ria reduzir-se a uma luta
poderiam de raças defender
para a pureza dos seus ca-
racteres étnicos.

1853-S TãlrZ SS S^SScTS;


iStWa-dev":

SnOnNSw" Sii
41
DOS ESTUDOS SOCIAIS
EVOLUÇÃO

estudos etnográ-
apesar de desmentida ruidosamente pelos
A teoria gobinista, "puras",
a
as raças nem
encontraram no Ocidente justificaram
ficos que jamais "inferiores",
"superiores"
bastante, recen-
raças e popularizou-se
entre
diferença
e da Itália las-
racistas da Alemanha nacional-socialista
com as teorias
temente,
das cul*
raciais determinam a fisionomia própria
São as que
cista. propriedades

lhes impõe o dever de conservar-se pu-


cuja superioridade natural
turas. Há raças
"ariano
científica de há
— a mais ridícula heresia que
A mística do puro"
ras".
do racismo contem-
e as ações dos
— domina os partidários
memória pensamentos
"ariano
se levantam tôdas as raças
a do puro"
Contra grandeza
porâneo. Jate-
— cujos estigmas de decadencia
— de sub-homens, Undermenschen
raças
riores"
seriam os
os Judeus, que
Entre estas estariam particularmente
são indestrutíveis.

como o foram das re-


maus do mundo moderno,
de todos os movimentos
culpados
1789, exemplo, se ex-
A revolução francesa de por
de séculos anteriores.
voluções
da raça al-
uma revolta dos braquicéfalos
ROSENBERG, como
olicaria, segundo
criou a
a revolução bolchevista que
da raça nórdica;
nina contra os dolicocéfalos

revolução de mongo-
mais nada menos uma
Soviética foi nada que
nova Rússia
II

W w w
loides"...

a considerar como
a única temos
não é, que
A teoria de GOBINEAU porém,

ridícula da
admitir a hipótese pureza
sociais. Mesmo sem
inspiradora dos estudos

estudos tem influído


enorme campo de que
da etnologia, um
das raças, há, dentro
dos séctdos XVI_
e viajantes
sociais. Os exploradores
nas
pesquisas
poderosamente Brasil, da
selvagens do
contato com os povos
se em
XVII e XVIII. que puseram
Europa uma do-
levaram à
da África e da Oceania,
espanhola e inglêsa,
América
Em
os estudos etnológicos.
impulsionou fortemente
cumentacão valiosissima que
humanas, reu"in
das raças
a classificação
tentou primeira
1735 LINNEU (103)
mesma epoca BUF-
na
descobertos Quase
novos continentes (104).
oftipos dos
estudos
e iniciava os
natural do homem primeiros
fundava a história
FON (105)
sobre-
êle, era proveniente
raças; essa diversidade, para
diversidade das
sobre a
as raças o
visto em tôdas
e da alimentação, que
influência do clima
tudo da

» »Saí
humano »»»
JMd»

e vgoroujw
ficou clássica que
das raças que
uma classificação
e organiza
grafia seu
tomou o primeiro
a antropologia
Com BLUMENBACH,
mais de um século.

NAI^1^^3 P^ISSY^m0^^ mano"

BENTON MquematizoudemC
representações

dEíaa n. í
»
SS
SpER*SS2?A»

nonnas da

tst as
etnográficos,
estudos
depois, os
orientaram,
craniometria que

a an^OB^^ompMada°SEmU17K,rSOEMMKlíw^Tl09M^!:^nO®^u('0

ães animaux, publi-


(negroU natnrellê et vartlculière
ffénérale

1749 a 1789. 1775.


cada em séries, de Gottingen,
.««.ímU varietate nativa,
les traits
(106) BLUMENBACH, L»diftérenoes que présentent
sue les íj
Dissertation ....... dfunt
Campbr, etc., suivie
(107) Pibrrb âaes,
des diffévents P
du visage chez les hotnvnes aveo la plus grande
ae teies
têtes »»
humaities
^^
sortes
dessiner toutea
nouvelle mêthode pour

1791. nnblicado de 1790 a 1828.


sureté, Paris, em séries,
Dec<^escronto)it»i,P yersohiedenheU de» Ne geri
(108) Blumhnbach,
Me Kopeuwnv
Ueoer
T. Soemmkrino,
(109) S.
& Mainz, 1785.
von Europaer, Frankfurt
42 CULTURA POLÍTICA

tivo do corpo do negro e do europeu, foi desenvolvido alguns anos depois


que por

CHARLES WHITE Desde essa data, o método antropométrico a


(110). passou
"Sociedade
ser utilizado em escala nos estudos etnográficos. Fundou-se a
grande

dos observadores do homem", secretariada reünia todos os


por JAUFFRET, que

trabalhos de antropometria e anatomia comparada e em 1800, tunas in-


publicava,
"Instruções"
teressantíssimas aos viajantes estudar os
que pretendiam povos sei-

vagens da América e Oceania


(111).

No século XIX, os estudos etnológicos ràpidamente


progridem com PRI-

CHARD LAWRENCE DESMOULINS


(112), (113), KNOX
(114), (115),

HAMILTON SMITH a escola norteamericana de NO 11'


(116), e GLIDDON

O naturalista inglês WILLIAM EDWARDS


(117). abre novos horizontes
(118)

à antropologia, estudando os caracteres fisiológicos das raças em relação com a

história. Na segunda metade do século, BROCA traz contribuições valiosas


(119)

os estudos de miscegenação e de caracterização


para das diferenças raciais.

Com o da lingüística, das —


progresso ciências biológicas especialmente os

estudos de hereditãrieíade — e com surto


o dos estudos endocrinológicos, a etno-

logia avançou São incontáveis,


prodigiosamente. hoje, os trabalhos acumulados

nesse terreno. Procura-se caracterizar as raças humanas indicações
pelas antropo-

métricas crânio, face, nariz, tamanho e forma do corpo, —


pela da
pigmentação
côr e forma dos cabelos dos
pele, e olhos, etc. Estabelecem-se os
paralelos etno-

estuda-se a miscegenação,
gráficos, os coeficientes de
procuram-se homogeneidade

e de fusão das diversas raças, avaliam-se os índices de fusibilidade, ou sejam, as

possibilidades de casamento entre indivíduos de diferentes; determinam-se


grupos

os aspectos_ culturais resultantes dos caracteres


psíquicos e somáticos dê cada raça

ou de cada cruzamento de raças; examinam-se as relações da raça com o meio fí-

sico e o meio biológico, as influências do solo, do clima, da higiene, da alimentação,

dos hábitos de vida, e assim diante.


por

Uma idéia central domina os modernos estudos etnológicos: os complexos


que
de cultura^as formas e atividades sociais dependem da composição étnica de cada

grupamento, ou seja, dos caracteres raciais


(somáticos e se
psiquicos) que mistu-
raram nesse A
grupamento. etnologia não encontra raças as
puras: grandes mi-

graçoes históricas misturaram definitivamente todos os elementos étnicos


primitivos
bm cada etnia, isto é, em cada nacional,
grupo existem vários componentes raciais
lJetermmar a de
percentagem cada um dêsses componentes, é o objetivo essencial
dos modernos estudos etnológicos
(excluindo-se, naturalmente, os
pseudo-etnólo-
. "puras"
da corrente racista
gos , que ainda sonham com as raças
) Os fenô-
menos de assimilação ocupam, assim, o
primeiro plano nos modernos estudos de
etnologia. A fisionomia
própria de cada social
grupo dependerá do modo como êle

(110) Charles Whitb, An account of the regular Cbradation in Man n^A as*
ferent animcds andvegetables, and from the former to the latt&r, London
"Sociedade 1799
sôbre essas instruções
Vid* da dos ob^rvatítTo u .. ''
J. M. Dbobrando, Conaiderations sur les mêtliodes à suivre dans Vobsprr^u^^A
sauvages. des
peuples Extrait des procès-verbaux des séances dJfe aation

^earoke, into tKe


pkysical mtory of ma».

ton> his'

--f -H"

HAM™
^*SM1TH' The Natural o/tleLman
1848ai6) specie,, Edimburg,

vpon^the baSfíd
an^Zt laintinaí aZ*™1*9}0*1
.re,earohe8
thetr andr
peograpMcal,
philologicáland miwZtoZ
PM«3S2SL#/t SSÍ"

» sstísai
jfw' p

°énéral et ™ ***•

aveo la
phiralité des espèces question de la
humaínes, Paris, 1860. rapports

#
\

EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS SOCIAIS 43

concorreram a sua forma-


os diversos elementos raciais para
assimilado que
tenha

ção.

componentes étnicos sôbre as so-


influência dos
essa permanente
Observando

método etnográfico a base mais


muitos etnologistas vêem no
humanas,
ciedades

com o verdadeiro método da


Muitos chegam a confundi-lo
da sociologia.
sólida

de muitos outros fatores, na evo*


sem dúvida, a influência
social. Admitem,
ciência
"raça"
é aquele constítue o
mas o fator é o que
das culturas; preponderante,
lucão

A determinação dos tipos étnicos


tôdas as transformações sociais.
de
anière-fond
dos tipos sociais. Em
a determinação
sempre uma tarefa preliminar, para
seria

teríamos de buscar a causa


sempre nos caracteres raciais
seria que
última análise,

das tendências das sociedades.


caracteres e
dos

moderna não merece dois mi-


— A tendência racista da etnologia
B) Critico.

de GOBINEAU ser-
hoje reproduzem a tese caduca
de atenção. Aqueles que
nutos
acentuar- Nao
é inteiramente desnecessário
vem apenas a objetivos politicós, que

no campo das dis-


isso, não ter acolhida
nome da ciência, e, podem
falam em por

os homens de cien-
responder-lhes, não serão
Se alguém terá de
cussões científicas.

os e as multidões,
objetivas: serão povos
serenidade de suas conclusões
cia com a

a violência das revoluções.


das armas e
com a linguagem

etnologia, elas exigem


atuais estudos de
imperam nos
às idéias que
Quanto
um dos auxiliares
etnográfico é, inquestionavelmente,
exame. O método
acurado

se compreende mesmo possa


sociológicas. Não que
das pesquisas
mais preciosos
componentes étnicos q
sem conhecer os
sociedade humana,
alguém estudar uma

o sociólogo ao
método etnográfico conduz
Além disso, o
foram ela assimilados.
por
fornecem dados de
inferiores, dos primitivos, que
das sociedades povos
estudo
nossas sociedades civili-
da vida social das
a compreensão
inestimável para
preço

zadas.

tão saliente,
etnográfico essa posição
ocupa o método
Nem isso, contudo,
por
atribuir. Nâoe "
etnólogos lhe
alguns querem
tão que
preponderante, longe
ate ir mais
sociais; deveríamos
dos movimentos
raça seja a causa principal ' -
desses mo
as causas
figura sequer entre principais
a raça não
e rocenhecer que
se conservam através
étnicos não
os elementos
Em lugar, porque
mentos. primeiro
lhes atnbu*®
com essa rigidez primitiva que
cruzamentos raciais
das e dos
gerações
a sua
onde êles se
lugar, mesmo
êsses etnólogos. Em segundo porquê
Çonservam.
mfluencias
com as demais que
a ter, em confronto
social não chega
influência
com soem descreve-la.
fatores, essa importância que
sociedade recebe de outros

alguma raças
encontra mais em parte
moderna não
vimos a etnologia
Já que
etnias B
raciais nas
misturas de componentes
Mas estuda as
puras. persas fter
como caracteres
através das gerações,
conservam imutáveis
componentes se

são. êles influem permanentemente


dadosComo imutáveis que
biologica. Co
de herança
como tuna fatalidade
A apareceria, assim,
ippnc raca
dea^r^j^e™e°®ep^te
a
leis de MENDEL provaram possibilidade
se sabe, as
surgirem derepen£
durante várias gerações, para
hereditários em estado latente

tam <certo nwnero


de
se compõe, pois,
de mistura com outros. Cada geração
^e
fisionomia ocões
dão a sua pr pr
lhe
caracteres dominantes, que
mendelia-
la aenóiipos
em estado
caracteres recessivos, que permanecem
e
a «
originaram .
aos estudos etnológicos,
nas, aplicadas
«J? «J
entiam
e recessivos que
traços raciais dominantes
isto é.
fenôtipos,
ra adaüiridos
durante os cruzamentos
cromosomas do ovo humano,
adq a a-
edade dos caracteres
sôbre a não-hereditar
trina de WEISMAN
^
vmta «J»»
entre os biologistas,
nhando terreno ràpidamente

cultura na pP
meio e ,
pela
ções somáticas provocadas pelo
conclu-
es'
às geraç P
transmitir-se
e não portanto,
germe podiam,
transmitindo-se pelo
es '
as componen
são tiraram os etnólogos:
imediata
que q caracteres
do meio ea*S^ridíde^fSS
influências
eram atingidas pelas
germe, jamais
não atingiam
adqüiridos a vida do indivíduo
durante
j hereditários,
de car
como um conjunto
sempre
que permaneceria
44 CULTURA POLÍTICA

As doutrinas mendeliana e weismaniana são, inquestionavelmente, os de


pontos

apôio mais vigorosos das teorias raciais. O da escola de WEISMAN


postulado

sobre a não-hereditariedade dos caracteres adqüiridos é mesmo o único sustentá-

culo de doutrina afirme a dos caracteres ra-


possível qualquer que permanência

ciais através dos cruzamentos e das contingências históricas; se admitirmos


pois»

os caracteres adqüiridos durante a vida do indivíduo se herdam, ipso se


que facto

destrói a crença na importância da raça. Os caracteres raciais sofrerão a ação mo-

dificadora do meio e da sociedade. Na raça existirão apenas here-


possibilidades

ditárias mas transformadas cultura e meio


possibilidades perpètuamente pela pelo

exterior.

Ora, é exatamente êsse ao de WEISMAN veio


^desmentido postulado que

abalar as teorias da raça. É verdade ainda não chegaram


profundamente que os bio-

logistas a um acôrdo definitivo a êsse respeito. As opiniões se dividem e a tese

weismaniana ainda tem adeptos fervorosos. Mas o néo-lamarckismo, ou seja, a dou-

trina afirma a hereditariedade dos caracteres adqüiridos,


que renasce nesses últi-

mos anos com vitalidade extraordinária. Nos Estados Unidos, desde as obras de

PACKARD e de COPE o néo-lamarckismo


(120) (121), enriqueceu-se com expe-

riências numerosas, associadas às de


pesquisas KELLOG e BELL CUN-
(122),

NINGHAM e também aos trabalhos europeus


(123), de FISCHER
(124),

BROWN-SEQUARD GIARD FELIX


(125), (126), LE DANTEC Hoje.
(127).

a massa de experiências demontrativas da hereditariedade dos caracteres adquiri-

dos é tal, não mais o estudioso


que já pode imparcial continuar mantendo a fé na

tese de WEISMAN. Consulte-se, exemplo,


por a obra magistral, serena e erudita

de ARTHUR THOMSON sôbre


(128) a hereditariedade: num capítulo inteiro

sôbre a transmissão dos caracteres adqüiridos êle nos mostra, com a objetividade e

a segurança dos cientistas inglêses, como a doutrina de WEISMAN aos foi


poucos
se chocando com essa multidão de experiências novas, encabeçadas sobretudo
pelos
modernos biologistas norteamericanos e vieram apontar
que casos concretos, ex-

irrefragáveis de caracteres adqüiridos


pressivos, durante a vida individual,
que
às THOMSON
passaram gerações posteriores. enumera e resume essas experiên-

cias, são centenas e crescem


que já que dia a dia, concluindo, embora com a dis-

creção natural do espirito cientifico, o néo-lamarckismo continua,


que hoje mais do
nunca, em vitalidade .
que plena Tudo nos leva a crer, realmente, a ação do meio

e da sociedade modifica constantemente — embora muito lentamente —


o caráter

dos elementos hereditários. Logicamente,


primitivo mesmo, não
poderia ser de ou-
tra forma: o
pois plasma germinativo está integrado no organismo, sujeito ao re-
alimentar, à ação reguladora
gime dos hormônios das
glândulas endócrinas, à in-
fluência altamente dinâmica do sistema nervoso.
Quando são as
profundas modifi-
cações individuais
provocadas pelo meio, elas se transmitem ao e, através
germe

9uired2cLâieÃ; in °PhTs£.

0<!mplete m
proo:
2SE- aczTTl, num,wiiu?

Cope> T^e
Vrimwy f adora of organic evolution,
JE' Chicago 1896

«li!
Vererbun°
erworbener |
Eigenschaften in Allgemein ZeUscher. Für Entomologie 1901

sSSSSasaf-?

le°
fflíKssy»yg&rtz"

' L Hérédité
' des modificationa
aomatiquea, in Hevue Scientif.,
XLVI, 1890.

~
duelulV ^olution indivl-
Kérédüé Parif*1898
«ris, Io»o, — 1903:
Lea Influencea
7ioo\ t a anceatralea. Paria 1906
EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS SOCIAIS 45

Não há caracteres hereditários fixos;


as posteriores.
dele, para gerações
passam

sob a constante do meio e da cultura.


êles se modificam pressão
todos

néo-lamarckista, o conceito de raça tôda a


verdadeira a tese perde quase
A ser

Se os elementos étnicos estão sujeitos à


sociológica primitiva. per-
sua importância

meio, então será sempre êste último decide dos


modificadora do quem
manente ação

termos do Não é na raça devemos


raça. Invertem-se os problema. que
da
destinos

fenômenos sociais, mas, ao contrário, é nos fenômenos


a explicação dos
procurar

causa da de tais caracteres raciais e


teremos de buscar a permanência
sociais que

A raça a ser, sob êsse aspecto, um


de tais outros. passa pro-
do desaparecimento

como muitos outros caracteres biológicos.


e do meio exterior,
duto da sociedade

tão caro aos etnologistas. O critério etnológico


todo o fatalismo racial,
Destrói-se

valor, o conceito de raça se torna flutuante, instá-


o seu
consideràvelmente
perde
termos: a via de da raça
e efêmero. Por outros progressão (causa)
vel, relativo

é substituída via de
sustentada etnologistas, pela pro-
a cultura (efeito), pelos
para
Os caracteres atri-
cultura a raça (efeito). que
inversa da (causa) para
gressão
o meio social e o meio físico impri-
são apenas os caracteres que
buímos às raças,

nelas através das


miram gerações.

não só riqueza de experiên-


nos assentada, pela
A tese néo-lamarckista parece

trinta anos, como ainda sua coerência


nêstes últimos pela
cias a confirmaram
que

da biologia, da e da
aprendemos no estudo psicologia
com tudo aquilo que
absoluta

interdependência do organismo e
a interação e
ou seja, com
sociologia, permanente

de autoridade e
como ainda há biologistas grande
meio exterior. Entretanto,
do

em nome de experiências outras, que pa-


— se recusam a aceitá-la
não que
poucos

as teorias raciais se defron-


acentuarmos desde que
desmentí-la, convém já
recem

de aceitarmos a não-hereditariedade
sérias, mesmo no caso
tam com objeções muito

mesmo se as modificações provocadas


dizer:
dos caracteres adqüiridos. Queremos

continuamos a não
às posteriores,
meio não pelo germe, gerações
pelo passarem,

na evolução das socieda-


atribuída aos fatores raciais
a
justificar preponderância

des humanas.

transmissão hereditária
biologistas negam qualquer
Realmente, os que
próprios
de sua negativa nos carac-
fazem recair o acento
de caracteres adqüiridos, principal

e não ja-
fisiológicos psíquicos poderiam
corpóreos. Os caracteres
teres somáticos,

muito simples de
E isso razão que
com o mesmo rigorismo. pela
mais ser olhados

a influencia do meio
no organismo sob
sempre reações introduzidas
estes últimos são

reagir mais ou
a capacidade para
herdar, e herdamos realmente,
exterior. Podemos

aqui de uma capacidade


mas trata-se
ordens de estímulos:
menos a tais ou quais
exterior orienta
É sempre o meio quem
forma, sem orientação definida.
bruta, sem
as reações h-
importa, isso,
hereditária. Pouco por que
e modela essa capacidade
ao as®
ou não sejâm transmissíveis p
dos indivíduos sejam
siológicas e
psíquicas
meio em ca a
modificadas o
elas serão sempre pe
de forma
germinativo: qualquer
se exp íca unic^
existência mesma
visto a sua
indivíduo novo nasce, que
que
sejam suas pos-
Cada novo indivíduo, quaisquer que
influências do meio.
pelas ^
o meio exterior po-
virgem, onde a sociedade,
sibilidades hereditárias, é um campo

O ele traz
atitudes e mentaUdades. que
dem imprimir mais variadas tendências,
as
e é real
componentes here<Utános pouco,
nos seus
de fatal, de
predeterminado
cano da vida
vai adquirir no
com o êle
mente muito em comparação qip
pouco,
mdwdual é
no curso da vida p
de caracteres adqüiridos
social. Ora, essa soma

de vista sociológico,
cisamente interessa, sob o
o mais ponto
que
de caracteres «
interações, dêsse jôgo
sociedade se alimenta dessas

o •
caracteres trazidos pe g
nada mesmo, dos
só muito
pouco, quase ríadís-
de vida variadis-
a condições
humanas, adaptar-se
das mais diferentes raças podem

de cultura, realizadas que j


simas na mesma forma ,
ou integrar-se
maté-
her P
os caracteres
dições. Êsses e outros fatos mostram que
^
diver i,q[ >
culturas mais
ria ser modelada pelas
prima, que pode cuituraiS
circulo e
no
análise, adqüiridos indivíduo
os caracteres pelo

do os, caracteres q
muito mais que
em se vive importam sempre
que
CULTURA POLÍTICA
46

fatalismo hereditário, não é


a raça obedeça a um
ainda
Por outras palavras: que

modela o homem.
ela quem

sôbre os caracteres herdados,


dos caracteres adqüiridos
Essa
preponderância

humanas, nos faz compreender


na vida de tôdas as sociedades
encontramos
que
na mais completa obscuridade*
os estudos etnológicos deixam ficar
muita coisa
que

dizem respeito à vida


efetivamente, são todos aqueles que
Caracteres adqüiridos,

à vida estética, à vida


moral, à vida religiosa, à vida
econômica, à vida política,

sociais, à educação. Caracteres


à técnica, ao trabalho, aos costumes
científica,

através de de desenvol-
em contato com a sociedade, processos
adqüiridos própria

filiação aos traços here-


sociais, isto é, estranhos a
vimento tipicamente qualquer

invocando os componentes étnicos,


das raças. Se nós explicá-los
ditários quisermos

não conseguiremos explicar coisa alguma.


as leis étnicas, as classificações étnicas,

vida estética, exemplo. Se apurarmos muito,


a vida econômica ou a por
Tomemos

de hereditariedade racial em certos fato-


certo algum vestígio
encontraremos por

mas muito breve verificaremos êsses fa-


impulsionam essas duas vidas; que
res
que

meio exterior, o conheci-


tores ficaram tão diluídos, tão modificados que já
pelo

A vida econômica e a vida estética nos


mento deles nos esclarece muito
pouco.

de autônomos, inteiramente desliga-


aparecem crescendo dentro quase que
planos

hereditário, vivendo os seus e


dos de todo e passado problemas próprios
qualquer

consideração de ordem étnica. Reconstruirmos os seus


independentes de
qualquer

então, obra de interêsse histórico, mas nada


antecedentes raciais será, puro que

atuais e dos essenciais dos fatos estu-


explica acerca dos problemas que
problemas

os estudos etnológicos são de fato valiosos, mas


damos. Verificaremos que que,

de vista social» eles esclarecem muito coisa e não nos fornecem


sob o pouca
ponto

solução os vitais das sociedades humanas.


nenhuma para problemas

suma: os estudos etnológicos são auxiliares do sociólogo, mas de


Em preciosos

nenhum modo explicam os fenômenos sociais. Mostram-nos o há de racial, isto


que

é, de herdado em cada agrupamento humano. Entretanto, o há de herdado é


que

muito é mesquinhamente em comparação com o há de adquirido


pouco, pouco, que

na vida social. Os fatos sociais são totalmente de caracteres


quase que produtos

adqüiridos. Se admitimos, com o néo-lamarckismo, êsses caracteres adqüiridos


que

também se herdam, compreenderemos com admirável clareza a evolução das socie-

dades humanas através dos séculos. Mas se o não admitimos, nem isso a
por ques-

tão se modifica, em relação às sociedades atuais. Pode-se crer, com os weismania-

nos, os caracteres adqüiridos morrem com os indivíduos, sem o


que passar para

mas não esquecer os discípulos de WEISMAN um in-


germe; podem que, quando

divídüo morre, êle transmitiu aos seus decendentes, senão herança biológica,
já por

mas menos herança social, todos os caracteres adqüiriu em contato com


pelo por que
-apoderam
o seu meio. A educação, os hábitos sociais se no recemnascido ainda
que

no seio materno, a experiência da vida, se encarregam admiràvelmente da trans-

missão de caracteres o ovo se recusa a fazer. Na verdade, a massa de


que grande

caracteres adqüiridos alimenta as sociedades humanas, se transmite de indivíduo


que

a indivíduo independentemente de herança biológica: transmite-se con-


qualquer por

tato, adaptação direta do indivíduo ao meio em vive. Debalde bus-


por próprio que

cariamos no estudo da raça a explicação dessas transformações ou dessa herança

social. Estamos diante de fenômenos ultrapassam de muitas léguas o campo de


que

de todos os estudos etnológicos.


pesquisas

BIBLIOGRAFIA: —
Sôbre os estudos etnológicos ditos: —
pròpriamente Oli-

veirà Vianna, Roça assimilação, —


e S&o Paulo, 1932 ; Michael Haberlandt, Etno-

grafia: estúdio general de Ias razas, trad. do alemão T. de Aranzadi,


por 2.* ed.,

Barcelona, —
1929 ; Loms Figuikr, Les Roces humaines, 3* —
ed., Paris, 1875 ;

G. Sbrgi, L'TJomo seoondo le origini, Vantichità, le variazioni e la distribuzione geo-



grafica, Roma, 1911; Paul Topinard, Eléments d'anthropologie
générale, Paris,

1885; —'
db Quatrbfages, Rapports sur les de V anthropologie,
progrès Paris, 1876 ;
— —
Waltfr Scheidt, Rassenkunde, 2.* ed., Leipzig, 1930; M. Mhad, The Metho-
"American
dology of racial testings its signiflcance sociology. Publ.
for in Journal

of Sociology", —
1926, pgs. 65 e segs.; Graebner, Methode der Ethnologie, Heidelberg,

1911; — —
Deniker, Les Races et les de la terre, Paris, 1926;
peuples Pittabd, Les
Roces et 1'histoire, —
Paris, 1924; Rollànd Dixon, The racial history man,
of
Iiondon, 1923. — As demais obras, inclusive as referentes & da
questão heredita-

riedade dos caracteres adquiridos, se encontram nas notas de pé de página.


DOS ESTUDOS SOCIAIS **
EVOLUÇÃO

ESTUDOS GEOGRÁFICOS

de ex-
foi a última das tentativas
O conceito de raça não
Aí Exposição.
etnologia não sa-
unilateral Se a
um fatomprincipal e
«Hração dos fatos sociais por
substí^indo o
suprir à sua deficiência
do estudo, procurou-se
as necessidades

humanas seriam pro-
do meio fisico. As sociedades
raça fatalismo
fatalismo da pelo

d.
- l. tomtojwfco.
em
FRIEDRICH KA1 (1^).
vez de modo decisivo por
mada nela primeira
o estudo do homem
ou seja,
Fundou a antropogeografia,
fins do século passado.
flora, a fauna atuam per"
O sólo, o clima, a
do meio geográfico.
*nh a influência
todos os caracteres
as sociedades, imprimindo-lhes
sôbre o homem e
manentemente
ao nosso exame.
com se apresentam
as direções que
e tôdas

meio sô-
A ação do geográfico
espalhou muito ràpidamente.
doutrina se
Essa
exclu-
como tendo uma importancia quase
encarada, a
o homem foi principio,
bre
mesmo imperdoáveis ex-
de RATZEL cometeram
discípulos
aisc intransigentes
Sa
siva. Os
us THOMAS
a antropogeo-
BUCKLE. Dltimamente, porém,

e admitindo, em
de RATZEL
geográfico
oX £5^vlSt^^laSlio
homem, uma tnteraçao permMient
terra sôbre o
soberana da
de uma ação
luqar
outros, HENRl
entre vários por
É a direção seguida,
pntr^ o homem e a terra.

não é só um geogra-
O homem produto
LUCIEN FEBVRE (131).
BERR (130) e
(também e me-
terra sôbre o homem
A influência da
agente aeográfico.
um
favorece
BERR. O ambiente geográfico
reconhece HENRI
famentertcanstancil de-
se
criando oportunidades para
ou daquele modo,
humanas dêste
as sociedades
LUCIEN
em última análise, pondera
tendências; mas.
^volverem tateou quais
o seu proprio
ação, orientando
entra em
sempre o homem que
FEBVRE, é

tino. - ,
humana
estudos de
os geograha
é vêm caminhando
lWo último sentido que

d; RATZEL )?
—. Ord,^
«JXm.

apenas o homem P«J*,<™£B,de"fcSTde •


Não a interessa
físico. cul-
ae ror
^ e força criadora
como realidade
também o homem
liano, mas

tura (132).

se ^
e a terra, entretenta
entre o homem
Essas interações

estudos *°^S-J^ise)
nos
cipal ordem de
pesquisas coqceber-se
esta nâo poderia

mais solido da
mento encontraria sem-
se
^iotógia. J\ expiicaçau sociais
como uma sociogeograha.
senão

o meio tísico. ,
o homem e
nas relações entre ,
pre ,

d,
- O
B) Crítica. çr^míríu,
yobi '
da transmissao g
do terreno estu-
os estudos sociais
porque> realmente,

da transmi
o terreno
dos etnologistas, do meio fí-
para infiuências extrínsecas

sob o ponto
dando as sociedades adquiridos.
a
o
^^^^^/«racteres
grupo
focalizou justamente
sico, a antropogeografia

Friedrich RATZEL der Vôlkergrô88e,


(129)
- Der
1901;
Leipzig-Wien,
das Leben,
^de und
W^SuSSSSS^iM?-"d*

prefácios
"La du i,ivr
&r^Pa?te;-
^^ncnS
Renalssance
ed de
L'Bvolution de VBumanité,

Paris, 1911. géogra-


La Synthèse en Mstotre, tntroduction
véi)Qhition ™™Bumanité,
humane]
Terre et 4.®).
Febvrb. La vol.
(131) Lucien (levoMtton
L Lehre
Paris 1922 (^série ist die
à Vhistoire, Anthropogeographie
phique l>i
de Maull. der Lands-
a definição er Produkt
(132) Veja-se soweit
der L,an.^^dg und Wirkung\
com Menschen ais Produkt Kraft
fom^
formenschaffende
ihren Ele-
— ate landschaítsgestaltende, und
ohaft ist und Kulturiandschaft
Lehren*riin-LeivzÍ0 —Veja-se,
ferner auch die 8.
Damit ist sie aber 1932, pág.

Màttll, Anthr°p°geo^apht Kulturíandschaft, Berlin-Leipzig.


menten": Otto
aer o.
Maull, QeograpMe
no mesmo sentido: Orro

1932.

— 4
122.218 F.
48 CULTURA POLÍTICA

o verdadeiro conteúdo dos fenômenos sociais,como notámos.


constituem já
que

Dai influência renovadora essa escola exerceu no campo dos estu-


a que
grande

dos sociais.

Não obstante êsses benefícios, a antropogeografia exageros não


produziu que

olhar com a mesma benevolência. não nos referimos ao radicalismo da


podemos Já

escola de RATZEL, em boa hora recuou; referimonos também à tendência


que

dominante nos atuais cultores da humana considerar como essen-


geografia para

ciais, na vida das coletividades, êsses de interação entre o homem e o


processos

meio físico. Sem dúvida, tais se revestem de importância; muitas


processos grande

vêzes mesmo, o seu estudo esclarece certos de adaptação social sem


problemas que,

êles, não compreender bem. Mas dai afirmar êles são sempre
poderíamos para que

e o seu conhecimento nos dá a chave dos vitais das


preponderantes que problemas

sociedades humanas, há uma distância muito DURKHEIM notara com


grande. já

muita argúcia a influência do meio não ser tão como


que geográfico poderia grande
"se
uma vez encontramos todos os dias culturas diferentes vivendo
pretendia, que

nas mesmas condições assim como culturas idênticas crescendo em con-


geográficas»

dições radicalmente diversas. De fato, a distribuição


geográficas das
geográfica

culturas nos traz um argumento fortíssimo contra essa super-valorização do


já fa-

tor verificamos êste influe, de fato, na vida das coletividades,


geográfico: que mas

não influe tanto assim como se diz. Via de regra, as modificações causadas
pelo

meio físico são mais acidentais do essenciais: realizadas


que por condições ou-
que,

tras, essas modificações desaparecem e os se adaptam


povos às novas condições

com a mesma facilidade com se haviam adaptado


geográficas que às condições an-

tigas.

Além disso, releva notar mesmo onde a


que, sua influência é real e o
profunda,

meio físico não age diretamente, mas intermédio


por de condições fisiológicas
(ali-

mentação, adaptação ao clima, etc.), de condições e de condições so-


psicológicas

ciais econômica, formas


(organização de cultura, etc.)* Assim, os fatores
geográ-

ficos se dispersam através de numerosos fisiológicos cuja


processos e
psico-sociais,

quantidade e cuja complexidade cedo os liberta da influência a


primitiva: passam

movimentar-se cada vez com maior autonomia, até ao fim


que, de algum tempo,

não trazem senão traços muito diluídos de sua remota origem
geográfica.

Kssa autonomia vão adquirindo


que os sociais, à se
processos proporção que
desenvolvem, é nem sempre
que tem sido compreendida antropogeógrafos,
pelos como

etnólogos, e outros
pelos psicólogos investigadores se deitam
que ao estudo social*

E muitas vêzes verdade


que os fatos sociais tiveram origem em certos caracteres

geográficos, ou raciais, ou mas


psíquicos; aqueles fatos evoluem tanto, se diferen-

ciam tanto e se complicam tanto nos seus entrelaçamentos mútuos, ao fim de


que,
algum tempo, se torna inútil e estéril esfôrço
qualquer de explicá-los origem.
pela
Seus antecedentes
geográficos, étnicos, etc.,
psíquicos, têm, doravante, um inte-

rêsse simplesmente histórico. É como os finíssimos veios de água ou as


pequeni-
nas fontes dão origem aos
que rios engrossam alguns
que adiante e
quilômetros que
vão formar os estuários
grandes ou as formidáveis bacias regam continentes...
que

Não é só, Além de


porém. se diluir a influência
geográfica em numerosos fa-
tores, como acabámos de observar, não é exato
que, mesmo assim diluída, essa in-
rluência apareça com tanta freqüência e tanta
generalidade como o crêem certos
estudiosos da humana. Repetiríamos
geografia aqui o dissemos
que a respeito dos

estudos etnológicos: os caracteres adqüiridos homem


pelo social no curso da sua
evolução são variadíssimos as
e energias
grandes da vida social se repartem em
terrenos dispõem de autonomia,
que como a vida econômica, a vida moral, a vida
religiosa, a vida a vida
política, estética, a vida cientifica, a técnica, o trabalho,
os costumes sociais, a educação, e assim diante.
por Sem dúvida, em alguns dêsses
terrenos, como o da vida econômica e o da vida
política, por exemplo, encontrare-
mos uma influência muito forte do meio físico; mas, mesmo ai, essa influência não é
açambarcadora, nem cobre a maior
porção dos citados terrenos. Assim, na vida
econômica, se a influência
geográfica se faz sentir fortemente nas formas de
pro-
49
EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS SÓCIAIS

assim como nas vias de co-


a economia agrícola e
especialmente pastoril,
durão,

nula na organização do
— a sua atuação é
e de transporte, já quase
municação

entre e operários, na distribuição


fabril, nas relações patrões
e do trabalho
capital
vida se o meio fí-
móvel, etc. Do mesmo modo, na política,
da riqueza
e consumo

divisão do Estado, no sistema administrativo»


decisivo na
exerce política
slco papel

importância desaparece com-


""¦ir.r unidade nacional, a sua por
OU menor já
na
— tocamos os aspec-
é inapreciável quando
— ou, menos, pràticamente
pleto pelo

de as relações entre
são a forma social
da vida que govêrno,
tos essenciais política,

a dose maior ou menor de liber-


os direitos do homem,
e governados,
governantes
da vida etc.
fins morais e os fins humanos politica,
individual, os
dade

do meio sobre as so-


impossível negar a influência geográfico
resumo: é
Em

de reconhecer essa influ-


impossivel deixar que
mas é também
ciedades humanas;

A antropogeografia ex-
a de outros fatores.
menor
é incomparàvelmente que
ência
Nesse sentido, ela é indis-
aspectos da vida social.
alguns
clica satisfatòriamente
nem tão os
todos os aspectos, pouco
sociólogo. Não explica, porém,
oensável ao

não apoiar-se toda m-


vida coletiva. A sociologia poderá
essenciais da
aspectos
do de
estuda uma sociedade simplesmente ponto
humana. E
teira na quem
geografia

não faz obra de sociólogo.


ainda
vista antropogeográfico

"RTRL.TOGRAFIA: 2.» ed. btuttgart,


Friedrich Ratzel, Anthropogeographie,
~ Idem, X)aa
München-BerUn, 1925 ;
qqq . Geographie, 3.* ed.,
1 Idem Politische
— Idem. VoIfcefcunde^
1900;
Vòlkergrosse, München-Leipzig,
Meer ala Quelle der J.
vergleichende Erdkunde,
— und das Leben: eme
Idem, Die Erde
id LeiDzig 1894-5;
StucLie, Tü-
— eine biogeographtsche
Idem, Der Lebensraum:
L.eióziK-Wien 1901;
London, 19 »
of environment,
— Semple, Influences geographie
bingen 1901;

la terre et de Vhomme
L'Evolutiòn de
G LESPARNoi,,
nov^já., P^ris^
de Immaine
Elachb, Príncipes géographie
e8Sentielê de
* ^Traits
Paris, 19w . '
humaine, 3. ed., »
Ln Géographie rpPTrt, «#¦ vévolution hu-

humaine Paris 1927 vJSSjSaSl


la géographie
a ^er
maine: introduetion eé^aphique Ber-
Kulturlandschaft,

OeograpMe»
-UtuOL der álgemeine» poUUschen
fiX®Í9M;
2.* ed., 1922.
Naturlehre des Staates, Berlin-Leipzig,
?
Idéias políticas

social brasileira
A democracia

SEVERINO UCHOA

sua transplantação a diferença


determinar o aspecto

imposta condições étnicas,


do regime
constitucional pelas

PARA
espirituais e das nações
brasileiro, estabelecido com políticas

e o os adotam.
o mais sincero nacionalismo que

mais ardente desejo de atender


constantes e numerosos co-
Os

aos supremos interêsses da


pátria, sobre o aspec-
mentários escritos

em sua estrutura a
verificamos
to democrático da Constituição

de um
profundo têm acentuado, entre os
predominância Brasileira

realizando as
sentido social,
que, do assunto, a suposi"
estudiosos

aspirações das classes trabalhis-


de os seus autores
ção que pro-

tas, fortaleceu as raízes do


poder uma virtude
curam salientar quasi

unitário e congregou em uma só


imperceptível no conjunto da nos*-

de tôdas as
cruzada
patriotismo Carta Magna.
sa

vontades de libertar o Brasil da

O Vargas elucidou
fórmulas e colocar as presidente
das
prisão
a
perfeitamente questão quando
fórmulas a serviço do Brasil.
"Consideramos

disse: merobizan*

Instituímos, assim, uma demo-


tinismo indagar se o novo regi-

sem os exageros liberais


cracia democrático. As
me é ou não

do tempo e espírito do e modernas,


oligarquias antigas
próprios

nascimento, determinada os regimes de muitas


seu pela privilégio,

nosso so- vezes se apelidaram democráticos.


divergência do
padrão

E o eram, na verdade, uma


impossível de submeter-se à para
ciai,

da lhe usu-
feição de outros parte população que
política países,

fruía as vantagens. Não deve-


inteiramente diferentes do nosso.

mos, conseguinte,
por preocupar-

Assim como o direito consa-


nos com os vários sentidos em-

nas legislações estrangeiras


grado democracia".
à
prestados palavra

não ser integralmente adap-


pode
adaptar a
Foi necessário,
o pois,
tado à dos
justiça países que

à vida nacional; es**


democracia
absorvem, também os regimes,

coimá-la dos vícios adquiri"


embora aspirações e que
conservando

ra em sua evolução; corrigí-la das


desígnios idênticos, sofrem em
...
¦' '¦
*

51
BRASILEIRA
A DEMOCRACIAxSOCIAL

a um
O Brasil assemelhava-se
lhe emprestara .
que
imperfeições
itinerário certo
viandante sem que,
cujos repre-

o
parlamentarismo, anos, estacio-
de em
o Estado quatro quatro
convertiam
sentantes
ou-
nava em uma encruzilhada,
suas vontades»
das
cm executor
multidões es-
via o tumulto das
da nação e
a serviço
colocá-la
os novos rumos
com
falso nos perançosas
o rótulo que
tirar-lhe
e
da sua prosseguia
organização peregrinação
de sua
através
dava,
diferente, sem
uma estrada
rico e erudi- por
de
defeituosa, povo
direção em
na
manter-se jamais
estas
na realidade
to, quando
variabilidade de
Esta
de uma que partira.
eram apenas
condições ta-
firmeza nas
a falta de
rumo,
da nacionalidade.
minoria
ao difi^
refas fundamentais país,
"a

máqui-
de impossí-
Esquecidos que ou tornavam
cultavam

— como bem
democrática e a ventura
na veis a
prosperidade
—'
Campos
Francisco os meios
acentuou Faltavam-nos
nacionais.

e tem, efetivamen-
reprimir os
pode produzir de coordenação para
da de-
o contrário
ter, mais
produzindo uma autoridade
privilégios;
ideal democráti-
ou do emba-
mocracia executivo,
ampla ao
poder
ex-
aos liberalistas
co", legis-
parece, raçado freqüentemente pelo

e injustificável
forçada a for-
tremados, elementos
lativo; os para

dêste poli- o
a atribuição princípio Govêrno
de um para
mação

nosso regime.
tico ao represen-
seus
e não
para
povo

caráter de-
o •
Os rejeitam tantes
que

velha Repú-
forma da
nossa atual A democracia
da
mocrático

de cha-
o fun- se lembrou
entendem que büca
de jamais
govêmo

no a
está classes operárias parti-
democracia mar as
damento da

ou me-
do Brasil,
os homens da sorte
de todos cipar
nivelamento
dos
os esforços
todos iguais
— fossem lhor, jamais pediu
como se
inte-
de exis- procurando
médio trabalhadores,
em um estado

vitais da
nos
ressá-los problemas
não ser
tência, possível,
que, por
econômica,
nossa emancipação
o indiví-
sempre inimigos
torna
das suas
a importância
realçando
Democracia, pa-
duo e o Estado.

atividades. ,
é
maioria dêles,
ra uma representada
grande
Esta cooperação,

nas assem-
a luta vêzes obs-
parlamentar muitas
trabalho
pelo
de vilipendiar
bléias; é a liberdade constituída
curo do
proletariado,
de retórica e
o Governo; é o delírio mais
de
vontade produzir
"meetings\ pela
can-
eleger de
dos a troco
para obtém
não se
melhor,
de elei-
didatos logo depois
que, por
enganosas, porém
promessas
são as
tos, a combater;
e realizações
passam
de benefícios
"charges" meio
nos
e caricaturas, jor- indivíduo
ao

que proporcionem
ridicularizar
nais e revistas, eev.den-
para melhor
de vida
um nível

os os fandangos, pan-
do
políticos;
a
denciem proteção
e fogos governo
fletos, enfeites, discursos
necessitados.
aos mais
tudo isto, a
de E era que
artifício.
que
neste principio
Dirada
alma do
a se
fascina e deslumbra nasceu,
de 1937

a Constituição
lhe dava
ingênuo,
povo que
e triunfou.
firmou
idéia de democracia.
singular
52 CULTURA POLÍTICA

"Nem
— mas o não é é
um instante dis-
por que possível que

— vejam Brasil acima de si


se Almir de Andrade o
pensou pró-

o Brasil em abandonar a senda


prios.

da democracia. O sustenta*
que
Sendo fundamento da democra-

mos e o tantas vezes tem sido


que
cia a luta contra tôda a espécie

claramente expresso nas


palavras
de servidão e constituindo
preo-
do é a democra-
presidente» que
cupações constantes do Estado
cia não imobilizasse nas
pode

Nacional o amparo às classes


fórmulas caducas do
pensamento

operárias, a igualdade da
liberal. A democracia visa» acima justiça

todos brasileiros, o reconhe-


de tudo, ao bem-estar do para
povo,

cimento do mérito nas competi-


à segurança do trabalho, à
jus-

aos cargos a
tiça bem distribuída, com a con- ções públicos, pro-

teção, na medida dos recursos e


cessão de igualdade de oportuni-

nacionais, a todos
dades a todos na luta vida possibilidades
pela

os contribuem a
e com a consagração do bem-co- que para prospe-

ridade do é evidente a
mum como finalidade do Estado país, que

democracia existe em seu conteú-


e como de limitação das
princípio

do, com características


liberdades individuais". próprias

ao nosso meio social e nas condi-

A segurança do trabalho, entre

da nossa civili-
ções particulares
os atributos da nossa atual de*

zação.

mocracia, exerce uma


preponde-

Assim como um líquido inalte-


rância acentuada, o
porque poder
rável conserva a sua em
está compenetrado de pureza
público que

recipiente, sem importar


o trabalho é o fator excelên- qualquer
por

cia a forma dêste, à democracia,


do da riqueza e da con-
progresso,

soberania do Brasil. tida no regime brasileiro,


pouco

importa a feição constitucional


É os saüdosistas
possível que

da sua existência. A con-


da velha democracia lamentem prova
a

vincente disto está no regime mo-


modificação do regime mais
pre-
nárquico inglês, onde impera a
ocupado com o labor
profissio-
mais sadia e democracia.
nal com os pura
que e di-
panegíricos

tirambos e literários, Enquanto nos


políticos libe-
que governos

demonstra mais interêsse em aten- rais-representativos


se verifica a

der às necessidades nacionais fragmentação da responsabilida-


que

em aparentar aos olhos dos es- de diversos órgãos do


pelos
po-

trangeiros um liberalismo de su- der no Estado Nacional


público,

certamente nos da- ela se unifica


perfície, que na autoridade cen-

ria um conceito lisonjeiro de ci- trai do chefe da nação, su-


que

vilização mas não corres-


política, tôda a administração
perintende

à realidade nacional; é do A
ponderia êste respeito escre-
país.
"O
mesmo esperem o re- veu Oliveira
possível que Viana: Estado

tôrno da velha República e tra- Liberal, da concepção de Rous-

mem ressuscitá-la dos escombros seau e dos enciclopedistas, tem

onde se sepultou no desmorona- exigências e objetivos não


que

mento mundial das oligarquias; são os mesmos do Estado Mo~


53
SOCIAL BRASILEIRA
A DEMOCRACIA

Não fôsse a atual Constituí-


coloca, como o
Êstc não
demo.

imperativo das
os Brasileira um
Liberal-democrático, ção
Estado

ou uma fórmula
atitude nossas realidades,
na passiva
governos

de simples unidade e
receptiva destinada à segurança,
meramente

dizer, automáticos um meio


assim fortalecimento da
e, pátria,
por

das mas-
da vontade con-
de a nacionalidade
executores proteger

das maiorias populares,


ou males a torturavam,
sas tra os
que
de
a
aguardando palavra assinala-*
delas instrumento tão
um que
dá aos
disto,
ao contrário
ordem» vem ao
dos serviços prestando
de ação,
uma iniciativa

governos na manutenção da ordem,


Brasil
criadora,
espontaneidade
uma
econômico,
no desenvolvimento
ou de
de direção
uma autonomia

de tão vultosas
na realização
lhes agravam
tais
orientação que

campo social e
e, obras no jurídico,
os encargos

prodigiosamente
a firmeza
certo não apresentaria
a responsabilida-

principalmente,
nem teria o
a caracteriza,
de". que

integral da nação.
apoio
ampliaram-se
Êstes encargos

o Govêrno está
sociais, Em nosso
nas país
sobretudo questões

daquela
ao convicto
dispensada prole-
na plenamente
proteção
R. Von
cres- firmada
complexidade sentença por
na
tariado,
"Toda
ar-
do Mu- a disposição
da lhering:
vai gestão
cente que
do
injusta emanada
na dilatação bitrária ou
à da União,
nicípio

atentado con-
linha as- é um
vão em
direitos poder público
dos que

legal da nação,
à família tra o sentimento
do indivíduo
cendente

contra a sua
nação. e, conseqüência,
família à por
c da

força".
o movi- própria
de vitorioso
Depois
mais
Re- em outros
a velha Enquanto países
mento abolicionista,

das nosso os traba-


Govêrno o
o civilizados que
recomeçou
pública
suas
o capitalismo constituem,
lhadores por
elites;
golpeando

dos escravos, uma cons-


com a libertação idéias revolucionárias,

dele as- no
os representantes ao Govêrno,
vieram ameaça
tante

e re-
de mando uma das
sumir êles representam
posições Brasil
até
o seu se-
conquistar predomínio,
mais importantes para
forças

a organiza-
1931, com seu
em
que, constituído,
do
poder
com o gurança
em 1937,
sindical, e
ção
e
guarda.
protetor
do corporativismo, passou
advento

a fun- à maior parte


valiam
o Govêrno a De
preocupar-se que

certas liber-
agra--
social, nossa
do com o de população
problema

for-- nos regimes


se
vado contraste dades consagradas
que
pelo
se lhe
e a riqueza. estrangeiros,
mava entre a miséria democráticos

? Liberdade
a
faltava primordial
As assemelham-
Constituições
Podíamos protestar
econômica.
árvores vistas pe-
se, às vezes, às
nao
difamá-lo;
o Govêrno,
contra
los frívolos, que
observadores
ampa-
leis que
tínhamos, porém,
e o tronco,
vêem apenas a copa
lhes con-
os que
rassem pobres,
mas nas raízes, que
não atentam
me-
assistência
repouso,
cedessem
eretas.
as nutrem e conservam
54 CULTURA POLÍTICA

aposentadorias, e regimes mais úteis à vida dos


dica,
pensões

finalmente salários equitativos às reünindo todos os recursos


povos,

suas tarefas e necessidades. do nosso


patrimônio público para

uma distribuição mais equitativa


A democracia social brasileira,

de direitos e vantagens, inspirou-


filtrando as doutrinas dos mais

se no dogma e nas virtudes da


beneméritos e sociólo-
pensadores

da humanidade, condensando fraternidade, é o sentimento


gos que

a e o liberalismo dos de sua estrutura.


proteção primordial
da democracia

A
funcional
feição

moderna

FURTADO
CELSO

nos Estados
reconhecíveis
con- sempre
muito
estudo que
onde as tradições poli-
mais modernos,
tornar
correria para
vezes de-
teem resistido por
ticas
ÜM as características
claras

masiadamente.
do Estado
e ontológicas
formais

análise histórica
seria a
moderno
o interesse público
surgiu "polis'"
exato em
do momento que
"inte- na

de
o conceito
no Ocidente

de ser
como razão
rêsse
público", civilizações greco-romanas
Nas
até
das nações,
dos sur-
governos de interêsse público
a idéia

a antinomia
de restabele-
quando prevaleceu necessidade
da
qiu

social, profunda-
povo-gòverno. a harmonia
cer

ausência
complexidade pela
Concorre mente prejudicada
para

a evolução
atra- entre
desse estudo a de
permanência, paralelismo

e da estrutura
número humano
das épocas, de do
vés grande grupo
ser
espe- Isto pode
cujas funções instituições.
de instituições das
na
clareza
com muita
são desvirtuadas por per^ observado
cíficas

Roma contra
em
de sobrevivência. reação surgida
sistente esforço

Túlio, quan-
de institui" de Sérvio
Essa sobrevivência a reforma

o carater
obser^ apontou
ser
tão bem do o
ções, que pode patriciado
de direitos
das da concessão
da evolução
vada no sacrílego
quadro
\ /•
as ma" aos plebeus
sociedades antigas, onde
de
propriedade

fos"
sobrepunham finàl
se
gistraturas entretanto,
Percebendo

um tecido poli" religio-


silizadas, criando
as instituições
mente, que
e de camadas
tico estratificado cidade
da sua

sas estruturadoras
nem
* sob formas
mortas, existe

.-11X voulait que


orincipe Qui
56 CULTURA POLÍTICA

eram insuficientes» os romanos de concentração de


poderes, de

compreenderam existia algu- não sejam delega-


que governos que

ma coisa mais forte do elas: do


que ções povo.

o interêsse a necessidade
público,
Tendo-se em vista a
que polis
de manter em equilíbrio o orga-
surgiu do desenvolvimento orgâ-

nismo social
(2).
nico de uma comunidade, sob in-

Em Atenas, Sólon compre- fluência, de forças en-


já portanto,

endera isso a dógenas,


quando e o Estado moderno
proclamara que

transitoriedade das regras de sofreu, em seu de for-


go- processo

vêrno.
mação,
pressão preponderante de

fatores exógenos, compreende-se


A antinomia
povo~

nenhum será
no Ocidente que paralelismo
governo pos-

sível entre as duas instituições.

"Nem
No Ocidente, onde a evolução
G. Catlin afirma: a
polis
dos Estados se num
processou nem o Império Romano nem a

sentido reivindicatório de direitos


sociedade feudal foram Estados

do encontramos constante-
povo,
no sentido moderno" De fa-
(8).
mente a idéia de interêsse
público,
to, só se explica a antinomia
go-
originàriamente, anteposta à de

vêrno-povo, tão flagrante nos


E de tal maneira se di-
govêrno.

tempos modernos e ainda hoje


vorciaram nesse que
evolu-
processo

existe como fôrça nos oci-


tivo e países
govêrno à época
povo que,

dentais a tendência racio-


de implantação de
dos regimes de-

mocráticos nalização do apontada


na Europa e na Amé- poder pelo

rica, Guetzévitch
Jefferson afirmar prof. nas constitui-
podia que
"melhor

o
é o ções do após-guerra é ainda «uma
govêrno que

menos". forma
governa indireta de sobrevivência

O interêsse
devia, en- dessa antinomia,
público se se tem em

tão, antes do mais, ser defendido mente o Estado


que moderno

dos A
governos. estrutura das
nasceu artificialmente da
predo-
instituições democráticas, conce-
minância de forças alia-
políticas
bidas com a finalidade imediata
das a interêsses mercantis de de-

de o
proteger ressente-se
povo, terminadas camadas sociais sobre

do
pressuposto de sempre
que forças mais emanantes
profundas

surgir ameaças
poderão ao bem- do complexo de fatores dão
que
estar
ameaças oriundas
público, fisionomia
aos sociais.
grupos

(2) La rehgion avait été


pendant de longs siècles lunique de
príncipe
gouvernement. II fallait trouver un autre
príncipe fút capable de
qui la remplacer
et comme elle,
qui put, régir les sociétés en les mettant autant
que à 1'abri
possible
des fluctuations et des conflits. Le
príncipe sur lequel le
gouvernement des cités
se ronda desormais füt lintérêt
public.

Obra citada, 376.


pg.

* t0 use *he word


¦m PerfnaIly state" before the sixteenth century.
^ic^e
Neither the nor
polis the Roman Empire nor feudal society were states in the
modem sense . Apud. E. Griffith.

... '

' ' ' 1 ' *


*¦* ^'t «#• ^ 4 > k -'s . ' ' .J i ' i *
DA DEMOCRACIA MODERNA 57
FEIÇÃO FUNCIONAL
A

A entretanto,
proporção, que
A compensação funcional

mais complexo o
moderno se ia tornando
no Estado

— terreno sôbre
tecido social que

razão autores
é sem se aplica a ação
Não que governamental

teem figurado o ^ foi necessitando de


o Estado
contemporâneos

melhor o contacto direto com


moderno, entrar em
Estado para

antes através dos condicioná-lo à


esse tecido
compreenderem, para

cjue de daquelas funções suas


funcionais aplicação
seus elementos

Êste
feição institucional. pon-
sua precípuas.

interessan- "preparação
vista é realmente
to de terreno",
Essa de

vista o Esta-
temos em que
te se
de tal forma se foi desenvolvendo

entrave
do, impossibilitado pelo
necessária, em-
e tornando que,

de tradições político-ideológicas
tenha sido logo racio-
bora não

as transformações
de acompanhar
constituiu de imediato
nalizada, se

uma com-
sociais, tem
procurado à estabili-
função imprescindível

essa imutabilidade
pensação para estatais.
dade das instituições

se sente con-
institucional a
que

modernos da
re- Os teóricos mais
num desenvolvimento
denado

referido com
fun- democracia teem-se
de sua capacidade
levante

do centro de
a êste desvio
acêrto
cional.

moderno. A
do Estado
gravidade
fun-
de ampliação
A tendência
forçando os
ação
governamental,
de refe-
cional serve como
ponto lhe fo-
institucionais que
quadros
com-
rência muito para
preciso caracte-
a
ram delimitados, passa
aspectos mo"
de certos
preensão como fun-
rizar-se essencialmente
Se se tivesse
dernos do Estado.
incidência di-
moderadora de
lhe ção
de cingir aos limites pre-
que
social.
reta no organismo
do
os racionalistas
estabeleceram

alguma feição de-


e de a sua
século dezoito, que Conservando

feição de tabú, o
forma assumiram originária, govêrno
mocrática

moderno não sobrevi- como regu"


o Estado apresenta
moderno se

— não teria sobreve-


veria como dos elementos
lador e orientador

tivesse imuta*
vido a se se complexo
polis do
vivos constituintes

de
bilizado na feição estrutural so-
vital na
A circulação
social.

comunidade religiosa.
democrática processa-se
ciedade

funções do
Originàriamente as de (4).
inter-relações grupos
por

bem definidas conflitos


Estado estavam os
estudando
Griffith,

dentro âmbito institucio-


do seu matéria
a prima
constituem
que
res-
nal. Essas funções diziam Esta-
no
relações econômicas
das
e
diretamente ao bem-estar
peito o caráter
mostrou
do democrático,

à segurança da coletividade
existe nessas
"polícia
de vitalidade que
são as funções ditas de
tanto
"industriais" Vitalidade
inter-relações.
e do Estado.

of *ese «on^íc 9~«pseachits^


There are a large number
(4)
"specific is a mem
average indMdual
of loyalty. The
gravity"
ín v
significance
or more, each of very considerable
i, m
York. bi.
New pg.
o{ Democracy.
The Impasse
Ernest S. Griffith.
CULTURA POLÍTICA

Estado democrático clássico de


a eficiência do
maior seja
quanto

como feição estática.


estatal funcionando
poder

moderador social.
congregando os elementos
Seja

interessados, no in-
a si o elemento ini- diretamente
Sem chamar

de uma compre-
— à maneira do Estado tuito
tíativa promover

dos interesses co-


— e sem desviar essa ensão
socialista perfeita

e ligar êsses interêsses mais


feição natural muns
iniciativa de sua

intimamente aos imperativos so-


em ins*
transformá-la puro
para

ciais; seja institucionalização


trumento de eficiência estatal pela

de serviços, não é menos


à maneira do Estado fascista, que que

uma delegação de
Estado democrático moderno poder público,
o

através da o se apa-
está onde qual governo
presente quer que pos-

relha assistir os interêsses


desajustamentos na
sam surgir para

coletivos nos seus aspectos me-


corrente circulatória social. Sem

de uns nos configurados; seja ainda


hipertrofiamento pela
permitir

de outros, aliança de seu econô-


nem estrangulamento potencial

a todos o campo aberto mico com elementos da economia


deixa
para

ação *** ação bem orien- num feliz hibridismo


a particular,
que,

tada, será sempre criadora de uti- onde se associam e aus-


jurídico

lidade e beneficiadora comum. cultam os interêsses individuais

— muitas maneiras,
e coletivos de

O Estado democrático moder-

finalmente, o Estado democrático


no, ao mesmo tempo
portanto, que
moderno ampliou sua capacidade

é uma instituição da
garantidora
funcional no de se
propósito
ordem interna e da segurança ex-
adaptar à realidade sem
presente
terna, e de serviços im-
prestadora
se afastar totalmente de seus ele-

ao bem-estar social,
precindíveis
mentos estruturais originários

funciona como fôrça ativa e


pro- o lhe sobreviver e
que permitiu

do desenvolvimento dos
pulsora contornar as crises irrompe^
que

elementos do agrupa-
potenciais ram em algumas nações sob a for-

mento humano —
ao contrário do ma de mutações radicais.
e o artificialismo
democráticas
idéias
As

no irnperio

constitucional

DANTAS
MERCEDES

de_
no Instituto
Professora ,Edufçf°-

dos Educadores.
da União
Presidente

atua como
e Hume
Luís Shaftesbury
de
da morte
.
francesa
filosofia
levedura na

1715, assinala-se
em
XIV,
e
do es- profunda
Essa fermentação
DEPOIS forte expansão
uma
ali"
na alma popular,
ininterrupta
na Europa.
liberal
pírito e
sofrimento pela
mentada pelo

começou, em contraste
francês massas
absolutismo das
O miséria

uma corte
fora os de
de golpes o esplendor
a receber com
então,

des- aos
ideário alheia problemas
de um corrupta,
irreverentes
ma-
de sua própria
na revolu-
fundamentais
culminaria
truidor que
a
explodiu, principio,
nutenção,
de 1789.
ção e ao
à autoridade
em ataques

a o
inglês da Igreja
constitucional secular
O sistema prestígio
a
e fim, contra
o
da Mancha
através lica; depois, para
projetava-se

terreno do Estado.
encontrava estatura
na França

en-
páginas natural
fecundado pelas do direito
As idéias
propício»
inte- do se-
depois, décadas
e, pelo as últimas
de Rousseau chem

a ex-
de Voltaire, restringiu
indisfarçável Alguém já
rêsse culo.
idéias,
Gour- dessas
e demolidora
Mirabeau pressão
Montesquieu,
e a
sentido preo-
o
negando-lhe
nay.
e o respeito
da história
cupação
d»v,d»
e o aão reala
XVIII Mas
O século ao
passado.
ao século
liberal metade
espírito a segunda
que
duramente

XVIII golpeando

represen-
histórico,
"Os infor-
Locke, esse passado
de
escritos o
do
campo pensamaato,
Gettell, r.oP
Raymond a U-
ma o
professor humano para
esfôrço
maior
e o
e a
aceitação, A critica
obteem
plena do homem.
bertação
e
e racionalista
samento crítico
CULTURA POLÍTICA
60

de deu- nômenos sociais. Ela consubstan-


razão à categoria
passam

à cia, muitos, os de-


ses leigos hão de princípios
que presidir para

Estado. O homem mocráticos mais debatidos. Ê o


organização do

mesmo, num a massa, Burcke tanto


voltou-se si que
para povo,

e filosófico de buscava desconhecer, restringin-


narcisismo
político

maneira definido e intransi- do-lhe a importância, através


tal que,

só na velha Atenas do de um seut de uma cons-


gente que governo

V século A. C. encontra tituição sua, escrita, estabelece


paralelo.

Nada, desde aí, deter as uma nova organização A


pôde política.

idéias revolucionárias agitadas constituição americana é como um

como flâmulas rubras diante do voluntário, um acordo entre


pacto

trono de direito divino. A massa o e o as


povo govêrno, pelo qual

fermentada, vil, em trapos, realiza liberdades os direitos in-


públicas,

fim, em 1789, o anseio dividuais, naturais e inalienáveis,


por grande

transformador. se inscrevem reger, dali


para por

diante, os destinos da na-


grande
A Revolução Francesa então

se forma.
ção que
descreve uma curva de
grande

sangue nesse capítulo tumultuoso A filosofia da época se


política

da civilização moderna — Bas- define


a e se sistematiza em do-

tilha, a Convenção Nacional, o cumentos coevos. Dêles surgem

Templo, a Comuna, a duas forças imensuráveis,


guilhotina, que

o Terror... acionarão tôdas inteligências


as e

encherão tôdas as almas, até nós


Caem os faz-se uma
privilégios,


nova constituição a nacionalidade e a democra-
e escreve-se

êsse documento do eterno ideal cia.

da alma humana: a Declaração


Ambas, de início, vão enfrentar

dos Direitos do Homem. Contra


o espírito reacionário, como é ló-
tudo e contra todos, ao cheiro do

Por isso mesmo, novas lutas


gico.
sangue escorre da
que guilhotina,
ensangüentam a metade
à estridência do vozeio primeira
brutal do

do século XIX. Depois, triunfan-


aos ritmos entusiásticos
poviléu,

da Marselhesa, tes, constituirão um ideal na


acaba a França puro,

traçar o mundo defesa do se arma


por para inteiro todo
qual quasi

as diretrizes
político-sociais o mundo contemporâneo.
que

iriam modificar, fundamental-

mente, as nações até aí só


que
Influência da revo~

haviam conhecido a imen-


pressão
lução democrática

sa do despotismo coroado.

Impossível não aludir à influên-

cia dessas duas revoluções na Eu-


Características essenciais

ropa e no continente sul-ameri-


da revolução americana

cano.

A revolução americana, em A revolução americana, objeti*

1776, lança no mundo novas lu- vando as teorias


políticas que

zes, sob as os espíritos bus- agiam solapadoramente fim do


quais no

cam analisar e interpretar os fe- século, surgiu aos olhos da Eu-


ARTIFICIALISMO CONSTITUCIONAL NO IMPÉRIO 61
O

como o início de naturalmente dos da


absolutista problemas
ropa

de liberdade. nacionalidade e da democracia,


nova era
uma

acentuam e marcam,
que profun-
Condorcet restringe o
Em vão

damente, na história, o século

da constituição dos
significado
Depois dela, a Europa
passado.
Unidos, vaticinando em-
Estados
está constitucionalizada, salvo a

e a difusão do
a amplitude
bora
Rússia e a Turquia. Ali,
porém,
continente. Debal-
no
liberalismo
sob o impulso ainda dessas mes-

afirma não acreditar


de Burcke
mas idéias liberais, as massas
po-
e chama a
nas massas
populares
trinta e anos
pulares, poucos
dos Direitos do Ho-
Declaração
adiante, afogariam o czarismo

de anarquia, ata-
de digesto
mem
russo em sangue, e destruiriam,

cando Rousseau.
como num fim imprevisto de co-

êle ergue-se Thomas de


Contra média, o sadismo
político

in-
Paine, cujo idealismo Abdul Hamid...
político,

Gettell, elabora até o


foi-ma plano

uma liga das nações.


de continental
Repercussão

choques, no campo teóri-


Êsses

O século XIX trouxe também

co, dos ideais


políticos preparam

à América as
grandes palavras
imensas do século XIX.
as lutas

muito tempo, encheram


que, por

Data dessa época, sem dúvida,


sonhos as repúblicas sul-ame-
de

a importância da
o notaram, —
ricanas democracia, liberalis-

da história e das teo-


geografia, mo, liberdade... De sonhos,
por-

na formação dos Es-


rias étnicas, regi-
mal saídas de um duro
que,

tados nacionais. hispano-


me colonial, as nações

suas cons-
vez, as frontei- americanas
Pela plasmaram
primeira

sôbre a dos Estados


se er- tituíções
ras naturais e o racismo

reivindicado- Unidos.
ameaçadores,
guem

res, diante do direito de con- a vida li-


Povos nascidos
para

Então, constitu- inato de


quista. vre, com um sentimento
governos

cionais se estabelecem na Europa encontra-


independência pessoal,

agitada. Primeiramente, a Itália, demo-


todavia, na dispersão
\ram,

a Espanha e Portugal. Depois, a intelectual


no baixo nível
gráfica,

independência da Grécia, da Ho- na subor-


das massas
populares,

landa, heróicas da na falta de


as tentativas econômica,
dinação

Polônia livrar da Rússia. os


se da ciência
para tradição política,

à cir-
obstáculos irredutíveis Jivre
O ano 1848 é culminante. A
de

das
e à compreensão
França republi- culação
ao regime justa
passa

conquistas liberais.
cano, a chamadas
voltar, mais tarde,
para

Império. Por fim, dois con- em nenhuma


Por isso mesmo,
países

seguem a essa fôrça


a unidade foi organizada
política delas

Itália e da opinião
a Alemanha. pública
maravilhosa

dos atos
órgão orientador
O da como
panorama político-social

Em nenhuma de-
Europa é definido. É
nitidamente governamentais.

representativo expri-
indisfarçável Ias o sistema
o caráter dessa revo-

a vontade esclareci-
lução mia deveras
continental. Ela surge
quasi
CULTURA POLÍTICA
62

através dos seus


eficientemente
do Daí caudilhos,
da guer-
povo.

capitães-mores,
conflitos, crimes até, go-
ras civis, prepostos

vice-reis. Tiradentes,
novas vernadores,
fase de adaptação às
nessa

de ser a expressão do anseio


Mas é antes
condições
político-sociais.

da liberdade, é certo
supremo por
inegável dêsse longo
que, período

o mais cruel e mesquinho teste-


de alguns
preparação, princípios

munho daquele absolutismo feroz


se incorporaram, como fundamen-

—* e torvo mal a rea-


to, à estrutura do Estado a que percebia

o lidade.
igualdade a lei,
perante progres-

so sob aspectos interessantes. não teria ne-


A Independência

Assim, a civilização dessa fosse 2


parte nhuma beleza se não o de

do novo mundo, apesar de algu-


Sílvio Romero, com aquela
julho.

mas idéias decoradas, teve, e tem


coragem todos lhe reconhece-
que

hoje, no campo da
principalmente mos, lamentou o do
que golpe

cultura, algumas expressões ori-


D. Pedro fôsse um fato
príncipe

E na essa con-
ginais. política, histórico sem nenhum alcance.

"uma
ímpar da consciência con-
quista Faltou-lhe, diz êle, revolu-

tinental, o
pan-americanismo, que afogasse os velhos
ção que pre-

agora se arma contra a brutali-


conceitos e abrisse aqui uma fase

dade da fôrça e a ameaça do im-


de autonomia e liberalismo"
(1).

ao mesmo tempo
perialismo, que
O Império adotou uma consti-
dá um exemplo sem contraste da

tuição tôda calcada sobre a


união, de vontade. quasi
sentimento, de

carta O art. 3.° ape-


portuguesa.

nas inclue, fora do texto lusitano,

no Brasil "O
Repercussões

a constitucional: seu
palavra

é monárquico, hereditá-
govêrno
Até repercutiram
que ponto
rio, constitucional e representa-

essas idéias revolucionárias no


tivo'\

Brasil? E de maneira se ma-


que "reconhece

O art. 71, e
que ga-
nifestaram na marcha da
geral
rante o direito de intervir a todo

política?
cidadão nos negócios da sua Pro-

O colonial foi uma víncia,


período e são imediatamente
que

noite desceu sôbre o relativos


grande que a seus interêsses
peculia-
"criando
Brasil. A colônia não vivia, vege- res", os conselhos
ge-

tava. O absolutismo re- rais Provincia",


português de não consegue

talhava-a explorá-la mais trazer-nos fatos.


para à realidade dos

Sílvio Romero Hist. da Literatura Brasileira, 57


(1) l.a Edição
pgs.

e 98. Nada de franquias e municipais: a instrução


privilégios era nula; a imprensa

as comunicações com o estrangeiro vedadas. A Inquisição e os


proibida; florescia

conventos abundavam; o maquinava a formação de vasto Paraguai. As


jesuíta um

de estavam em nas mãos dos e eram


questões justiça grande parte governadores

em alçada superior, decididas na metrópole. No exército, filho não subia


o do
país

aos altos reinava o regime dos e exclusões.


postos, privilégios

O não tinha vida autônoma nem tinha iniciativa; a era admi-


povo lhe
justiça

nistrada como um favor do monarca. As sesmarias territoriais eram aos


concedidas

também monopolizavam o comércio. Na ordem inte*


portugueses, que puramente

lectual, a educação era a escravidão e o regime doméstico, etc."


jesuítica;
CONSTITUCIONAL NO IMPÉRIO 63
o ARTIFICIALISMO

I foi chefe congrega, com a sim-


de D. Pedro que
O reinado

concessão de um retalho de
tentativas contra pies
série de
uma

2.° terra e de uma choça de um


E o palha,
constituição.
mesma
essa

sa- exercício terrível". ..


a certo
cm pese
reinado, que

de alguns comen-
Não nos detendo aqui na evo-
bor saüdosista

deu-nos, sem dú-


nossos, lução histórica dêsse tipo rural,
tadores

de artifi-
um largo dos tempos da colônia,
vida, período primeiros

constitucional. vamos adiante topar o capítulo V,


cialismo

art. 71 da constituição do Império,

cria os conselhos de
que gerais
constitu~
O artificialismo
A descentralização se
Província.

cional no Império

colocando em mãos dos


esboça,

do
caudilhos poder
grande parte
da Indepen-
Com o conchavo
enfeixado impera-
até então
pelo
o encargo de
ficámos com
dência, e o
dor. Certo, o Ato Adicional

nesse imenso
uma nação
fundar -
do Processo éo autor
Código

tinha-
territorial. Que
arcabouço
o registra vencem,
por
quem
Po-
Com contávamos?
mos? quem
caudilhos territoriais dian~
fim, os

de de na-
deríamos chamar
povo, do
te da reação tenaz pto-
poder
mi-
a êsses
cionaltdade, poucos
vincial.

a cujo lado
lhões de habitantes

mais tarde, ras-


Entretanto,
e a igno-
floresciam a escravidão

as mutações necessárias
treando
como fôrça cen-
rância, e tinham,

construção da auto-
nessa fase de
momento, a
irredutível, no
trífuga
o
nacional, verificamos
ridade que

distância e o sertão?
de tudo, con-
apesar
caudilhismo,

"Nos
tinuou de
séculos, pé.
três
primeiros

e testemu- tem reper-


todos os documentos O Ato Adicional

a na estrutura
nhas atestam a desocupação, cussões profundas

e social do
do administrativa
ociosidade c a vagabundagem
política,

êle é im-
Sem
ré- Império nascente.
rural. Pela carta
baixo
povo
a engrena-
va- compreender
de 1766, os
de 22 de possível
gia julho
e seus mé-
brasileira
aos saltea- gem política
dios são equiparados

ação e de
todos de propaganda,
dores os efeitos
e sujeitos,
para
de Pe-
longo reinado
através do

da repressão, às mesmas
penas

dro II.

êstes: tamanha a sua abun-


que

A Ato Adicional
ciência"
(2).

Um indiscutível obje- contra as


fator de reação
Nascido da

tividade a fixação e do
concorre absolutismo par-
para ameaças do

teme- o Ato Adicional,


e a utilização dessa massa
tido restaurador,

Pedro I,
da D.
rosa Oliveira da morte
em volta do depois
que

a
excessos que
Viana senho- em 1834,
chama o caudilho produziu

as
alheias grandes
ria/: não ficaram
as extensões terri"
grandes
"servem liberalismo,
do século
tonais do
à conveniência palavras

-- 227.
do Brasil páQ»
O. Viana. PopulâçÕes Meridionsis
(2)

122.218 —
F. 5
CULTURA POLÍTICA
64

Senão vejamos, seguindo de


An-
liberdade, constitucionalismo.

rc- a constituição e o
tudo, o Ato Adicional própria
tes de perto

testemunho de alguns
o Se as publicistas
força
poder provincial.
"liberdades"
Pro- daquela época.
do Código de

— é Oliveira Viana
cesso quem
O art. 9.° especifica os
poderes

'
ensina originam os caudilhos
e sua representação nacional. Sua

das liberdades do Ato


locais»
divisão e harmonia dos
poderes

Adicional nasce um e só, o


grande são o conserva-
políticos princípio

caudilho, o caudilho o
provincial, dor dos direitos do cidadão e o

chefe dos chefes da caudilhagem


mais seguro meio de fazer efetivas

local. Hoje, chama-lo-íamos oli-


as a constituição
garantias que

Então é, o
garça. poderosamente, oferece.

chefe do con-
pronvincial partido
Êsse artigo a estrutura
giza ge-
servador ou do liberal.
partido
ral do mecanismo O art.
político.

Através desse localismo, ar-


10 define os —
poderes políticos

mam-se as lutas culminariam


que o legislativo e o moderador,
poder

com a maioridade antecipada e


o executivo e o
judicial.

salvadora.

Mas, através dos outros aríi-

Ê ainda êle, o Ato Adicional,

aparentemente liberais a
gos, para
traça o esboço de um
que grande
época, mal se esconde a formidá-

artificialismo constitucional de tal

vel centralização do em
poder
maneira absorvente sem êsse
que,
mãos do imperador. Todo o
país
mesmo artificialismo, é impossível

a administração, a fiscalização,

compreender essa época histórica.

a segurança e a ordem, a econo-


De fato, todo o mecanismo da

mia, a defesa externa e a educa-


máquina sob o rótulo de
política,
a a opinião
ção, política, pública,
constitucional, disfarça, ou
pouco
a legislação —
e a
jurisprudência
nada disfarça o velho absolutismo

tudo depende dêle, do soberano,


herdáramos de Portugal.
que
tudo vem dêle, tudo é êle
próprio.
Dir-se-ia isso, o reino
que, para
Pune, agracia e Ninguém
perdoa.
dos Braganças não nos Ie~
podia
tem direito diante, não cé-
do seu
tradições liberais da ciência
gar
lebre lápis, mas dos
poderes que
Sim, mas também
política.
por
lhe dá a constituição imperial.
tudo isso chegamos à conclusão

as revoluções democráticas O
que legislativo está sob
poder

dos séculos XVIII e XIX apenas, sua autoridade, art.


porque, pelo

nós, ficaram no campo teó- 101


para e seus o impera-
parágrafos,

rico ou na convicção de dor nomeia os senadores,


pessoal convoca

um ou outro estadista daqueles as assembléias


extraordiná-
gerais

tempos. rias nos intervalos das sessões,

sanciona os decretos e as resolu-

o mecanismo legislativas,
ções aprova e suspen-
político

de interinamente
do Império as resoluções

dos conselhos
provinciais, prorro-

Ficaram, sim, no terreno ou adia a assembléia e


quasi ga
geral

metafísico onde não dissolve


penetravam a Câmara dos Depu-

a e a realidade. tados,
prática convocando outra
para
no império 65
constitucional
o artificialismo

núcleos de impe-
É aí, que ram população,
justamente,
substituí-la.

a criação dessas forças espi-


das atribui- dem
usando
o imperador,

se opõem ao localis-
cria o que
art. 98, poder rituais
do que
cões
"chave
or- mo: a solidariedade, o sentimento
de tôda a
moderador,

Mas, apesar disso, os


maneja, ma- nacional.
nização política",

e nove anos de reinado


a in- cinqüenta
termo, tôda política
é o
neia

D. Pedro II, sem se caracteri-


dos de
rodízio prudente
terna pelo
zarem
uma ação continua-
por
nartidos, no
poder.
.
criadora, a
mente permitem que
er execu 1-
chefe co
Como po
nação se forme, na continuidade

c e iva-
102), exerce-o
vo (art. como um va-
f|sjca Jq continente,

dos seus ministros,


através ,Qr
mente
pojítico
...
nova assembleia
convocando

O continuaria, e
magistrados, provmciahsmo
bispos,
nomeando

outro rótulo até nós, até o


co- sob
civis e
empregados políticos,

terra Estado No Império a


força de Nacional.
da
mandantes

declarando sua de expansão era tão


embaixadores, fôrça
mar,

tratados, conce- grande dos


fazendo Feijó, na Câmara
guerra, que

e honrarias... Deputados,
dendo títulos exclamou, certamente

Desde COm forma sua contunden-


tudo controla. aquela
De fato,

"Não
mandatários do
de Província, preposto te: há aqui
presidente

humilde funcioná- grasji; neste recin-


até o mais os americanos
seu,

o tempo, o as
rio civil. Com poder ^ exclusivamente
representam

aumenta, distende-se por provjncias


central os elegeram" (4).
qUe

todo o absorvente.
país,


q rjs0
uma compressão poderosa
constitucionalismo

não há
sistemática, contra
que

local ou oligarquia pro- ^ sem


caudilho em 1826,
notável como,

Sobre êles isquer


vincial se levante. ado-
liberais,
que tradições

com o seu enorme po- tasse se re-


age, agora, ainda
Q império, que

a autoridade . leis
der militar e
policial, jntcjramente pelas

— afirma p0rtuguesas,
central e debela-as',
o
parlamentarismo.

Viana êsse rato,


Oliveira (3). Calógeras, estudando

Ê
faz, a sua surpresa.
se disfarçou
A unidade nacional não

de menção
tôrno da digno
através anos, em realmente
dos

omens,
de como esses
Êle é, fato de
imperador. ^ir no
do
pessoa
a ores
o dia, legis
e com
fato, em Portugal, da noite para
como

devido, saídos do nada,


maior ainda,
expressão
ri .
da
de pa
o título pais
entre nós, a fatores
geo-demográ- recer

o c09npme,?j
do sis- Lograram
ficos, o centro indiscutível possuir
1
da naciona
moral do de fundadores
tema e país. to
político
wia
. .1. Jp constitucional,
o Brasil
a civili- de.
A distância, o sertão,

o r
sua
sepa-
zação do litoral,
decorada

283.
— Op. cit., pág.
Viana
(3) Oliveira

Viana. Brasil
in Oliveira 179.
(4) Citado pág.
a
histórica
Formaçao
Calógeras.
(5) Pandiá
CULTURA POLÍTICA
66

há O ministrativa e se descon-
Evidentemente exagêco. política

sem então a um simples decre-


reinado foi uma luta
primeiro juntava

to imperial. Falso constituciona-


tréguas entre o imperador absolu-

lismo, arremêdo interessante das


tista e a assembléia exi-
geral, que

verídicas inglesas, nada


ser tratada constitucional- práticas
gia

mente, isto é, como representante mais.

A imperial, resume Oli-


da nação. A oposição ao
primeiro política

veira Viana, é estabelecer um ab-


Bragança culmina na abdicação,

solutismo de fato sob a máscara


onde as fontes dos ideais
puras

vistosa do regime
brasileiros se misturam, e a noite parlamentar.

Era o imperialismo de Tito


histórica de 7 de abril, no Campo

ines- Franco, assim comentado


de Santana, é um por Joa-
panorama
"No

im- Nabuco:
quim (7)
quecível. próprio palácio
"A

a deserção começara. As ruptura do liberal


perial, partido

tropas uniram-se à reii- fez-se com estrondo. A luta entre


população

nida no Campo, e D. Pedro I fi- históricos e duran-


progressistas,

cou sozinho com sua família. Ne- te os dois anos da administra-

nhuma violência. Nenhuma Zacarias, será uma das mais


prova ção

de falta de respeito. Era a abso- renhidas, das mais vivas e das

luta, unânime e tranqüila repulsa mais cheias de ódio e de rancor

do contra o absolutismo". em tôda a nossa história


país (6) pessoal

O de organização É desse ministério


período que política. que

se seguiu à abdicação exigiu, é data a campanha, não cessará


que

certo, uma clara visão das reali- mais, de todas as oposições contra

"imperialismo".

dades, especialmente na re- o O Imperialismo


parte

ferente ao tráfico e à economia, e a Reforma fôra o título de um

em se chocavam os opúsculo, anonimamente


problemas que publicado

nossos interêsses com os de Por- Sousa Carvalho em 1865,


por que

tugal e Inglaterra. Conseguimos advogava a idéia da eleição direta

"Em

fazer alguma coisa. Instalámos al- e censitária". E adiante: ou-

serviços estancá- tro livro de 1867, escrito Tito


guns públicos, por

mos o tráfico negreiro, fundámos Franco, o imperialismo não era


instituições, lançámos somente a expressão do absolu-


os tímidos

fundamentos do mate- tismo constitucional, a a falta


progresso que

rial; mas, acima de tudo isso, de eleições reais reduzia o nosso


pai'

rava onipotente, minucioso, regime chamado representativo;


aten-

to, o moderador. não era só o fato do


poder polichinelo

O Parlamento continuava a re- eleitoral dançando segundo a


fan~

o da se- tasia de ministérios nomeados


presentar provincialismo

forma — imperador;
Câmara liberal, o imperialismo
guinte pelo

Senado conservador. E contra êle, exprime a ação do


próprio poder
"causa

de vez em intervinha o irresponsável, verdadeira e


quando,

imperador dissolvendo a Câmara, única da decadência e so-


política
"a

regulando assim o ritmo da ciai do aspiração do


poli- país", po-

tica Tôda máquina ad- der absoluto em um livre,


partidária. país

Op. cit. 149.


(6) Calógeras. pág.

Nabuco Um Estadista do Império. T. II 415.


(7) Joaquim pág.
NO IMPÉRIO 67
CONSTITUCIONAL
o ARTIFICIALISMO

e nu- esta faz a eleição,


Constituição pessoa porque
a
desprezando

fazê-la; esta eleição faz a


em há de
nação representada
a
lificando
o sistema re-
maioria. Eis aí está
Parlamento".
seu

do nosso (8)
presentativo país!"

Nabuco ressal-
o
Aliás próprio

dessas expressões
va a veemência
"obra e
Os
partidos
livro da
a êsse
chamando
as eleições

de Tito Franco,
mocidade política

rendeu à evidência
depois se
que O se com-
panorama político
fez o mais completo
fatos e
dos
aos o absolutismo
pleta, poucos:
tôdas as suas
de preven-
repúdio
do regime monárquico
disfarçado

infundadas sô-
e conjecturas
ções eterna luta contra o
na sua pro-

do imperador e
bre a ação pessoal
Nas Províncias, o
vincialismo.

influência em
da sua
o caráter
chefe de facções
políticas
grande
.
nossa história
política aten-
supervisionando os chefetes,

tos à farça da eleição.


não desmen-
Os fatos,
porém,

Aliás a ação do
Tito Franco. era sim-
tem mecanismo eleitoral
O

recebeu do con-
moderador dois
podei Só havia grandes par-
pies.

Araújo, no
Nabuco de —
selheiro o conserva-
tidos dominadores

Dtscutso do Sovitesf o
seu famoso e o liberal. O
dor progressista,

filho chamou moderador, a


o seu ilustre radical, o grande
que

liberal, todos
constitucional? cisão do
comentário partido

nos ritmos dos


êsses se
"Isto, perdiam
é sistema re-
senhores,
coroa. Hou-
rodízios ditados
pela
Segundo os
Não.
presentativo? cujo
outro, o republicano,
ve, sim,

do re-
mais comezinhos
a
preceitos de 1870 estereotipa^
manifesto

os ministérios
constitucional,
gime a a dissidên-
situação sôbre qual

como hão
sobem uma maioria,
por Nabuco
liberal, liderada por
cia
maioria; o
de descer outra po-
por ou
Reforma
de Araújo, pediria
não tem o direito
der moderador

aquêle depois
Mas
como des- Revolução.
de despachar ministros

a derra-
sem beleza,
e derrubaria,
empregados, delegados
pacha

americana.
há de monarquia
sub-delegados de deira
polícia;

cingir-se, organizar ministé-


para representavam porém
Que

do a
rios, ao dominante senão
princípio Nada,
êsses partidos?
é o
sistema representativo, locais. Por
que chefes
dos
vontade

maiorias". E além: vontade


das eram a
princípio Porque não
'Ora que?
é isto uma Por-
dizei-me: não eleitores.
e clara dos
simples

farça? isto um verdadeiro isso, nem


não é
não tínhamos, para
que
se nem
absolutismo, no estado em
que organizada,
opinião pública

acham no nosso nem senti-


as eleições país?
consciência política,

este sori- entre as


Vede êste sorites fatal,
laços nacionais
mento ou

do
tes acaba com a existência
que
Províncias.

sistema representativo: o
poder
Na-
de
um trecho Joaquim

moderador chamar a
quem
pode vale a
obra citada, que
buco, na
organizar ministérios;
quiser pava

- 81.
- cit. T. II pág.
Nabuco op.
(8) J.
CULTURA POLÍTICA
68

"Os

vícios, as O compadrio vinha da Provín-


transcrever:
pena

regime elei- cia, dos satélites em torno do che-


deficiências do nosso

depois se fe local do A capanga-


toral não eram, como partido.

de elei- eleitoral tinha o seu ritual,


de
provou, questões graus gem

de ser ela direta ou indireta; diante de cujas conseqüências era


ções,

eram de moral social, audácia falar-se em liberdade de


questão pú-

blica e correspondiam à votos.


privada;

relaxação, à inexistência de uma Do da Província, a


presidente

de integridade, de Tavares Bastos chamava


uma
probidade, quem

uma fidelidade, se instrumento eleitoral, ao chefe lo-


que pudesse

chamar cívica"* cal, ao capanga, eis a trajetória

Outro atingiu o as- da consciência do eleitor; o


publicista pre-

sunto e noutras traçou sidente seus


palavras que por prepostos

um expressivo da época, monta, dirige, aperfeiçoa a má-


quadro
"Então,

os espíritos corajo- eleitoral. conclue o


preceituando quina

sos e sérios capazes daquela ati- autor de Cartas do Solitário, en-

tude e daquela ação regenerativa tão é o lógico nomeando


govêrno

de se ressentia a na- lhe mais hábil e mais


que já quem pareça

despejado fabricar-lhe, nas


ção: (9) para
44

É em vez de mi- vinte Províncias, uma assembléia,


preciso que,

nistérios sem e sem dou- sustente a


programa que política preferida

trina, e aos se impor do imperador.


quais podem

todos os haja As do século


programas, gover- grandes palavras

nos sérios, homens de fim como vocábulos


princípios. passaram por

É a dobrez não seja fascinantes eram.


preciso que É certo
que que

uma virtude, nem a velhacaria nos ajudaram a atravessar mais

uma recomendação. É de cem anos, fora da realidade


preciso que

se tenha vergonha de mentir, nacional, alheios


e aos
problemas

se saiba morrer amor de fundamentais do deixando-


que por país,

suas convicções e da -nos


sua lealdade. ao cabo naquele
preâmbulo

É o não da história,
preciso que seja do a Constitui-
govêrno qual

como uma tutoria exercida de 1937


entre nos tirou, felizmente.
ção

compadres, mas o desempenho Hoje,


de nos seus en-
postulados,

funções a bem do contramos


graves a verdadeira expres-
povo".

Era talvez o regime da irres- são democrática de che-


govêrno,

a irresponsabilida- sem disfarces,


ponsabilidade, gamos, à
prática

de do imperador de relações
perante a Cons- mais naturais, mais

tituição e a irresponsabilidade compreensivas


dos e exatas entre o

seus derivada da e
prepostos, sua o seu chefe, na vigência
povo

intervenção meticulosa, das a nação, reestruturada,


poderia- quais

mos dizer, e fiscalizadora, readquire


policial o
pôsto privilegiado que

nos negócios Somente o destino


públicos. a lhe outorgou, um dia.

certas virtudes de Pe- Assim,


pessoais dentro do regime
poli'

dro II deveu-se o fato de não ter tico há, sem dúvida, uma objeti-

sido o seu reinado uma incompa- vidade social e econômica, sim-

rável tirania.
criadora.
plesmente

Tavares Bastos — Cartas —


(9) do Solitário 89.
pág.
Nacional
ao Estado
Independência
Da

DE MOURA
GOMES

fato nos impunha


O
me colonial.
rincão esquecido,
BRASIL,
: com
e imperativos
de ener- compromissos
a terra fecunda
era

o Brasil torna-
O de fôr- a independência,
borbulhante
gias,
saí-
im- corpo desintegrado,
sob os ra-se um
o nativismo,
onde
ças,
ne-
ar- uma vida
de fé, ra de parasitária,
dos estímulos
pulsos
a si mesmo,
sentir-se
abençoados cessitando
vorava os
pendões
e viver
de uma tomar aspectos próprios
vultos, criadores
dos seus

às suas
o adaptando-se
marcha para si só,
nacionalidade que por

a sua vi-
e criando
características
futuro.

série de
uma
o implicou
da, que
agita-
alegrias tumultuárias
Às esparsos,
de
movimentos grupos
da eman-
ainda o alvorecer e
vam nacional
um ideal
cata de
à
Era
seios coletivos.
cipação nos
social pres-
uma organização
de
dos
incontido,
o sonho libertário, não fo-
todavia,
tante, os
quais,
—' tais
da independência
sucessos
de construções provisó-
ram além

se fizeram
os movimentos que os neces-
sem
rias, arquitetadas

nossa emancipação Fo-


sentir após a
sociais.
sários embasamentos

movi-
1822. Foram
em sub-
política, de caráter
ram movimentos
às vezes,
e,
mentos dispersivos em diva-
mais
inspirados
jetivo,
Emancipáramos
inccngruentes. impor-
e teorias
políticas
O gações
material. grito
nos no sentido
do pró-
além-mar que,
de
tadas
de ine-
Ipiranga, se bem que se
do de
na necessidade
foi priamente,
histórica,
significação eles se
gável
uma nacionalidade;
a forjar

apenas o para forma


primeiro passo a
com
mais

a preocuparam
de nós mesmos, qual
conquista Êsse esta-
o fundo.
com
do que
ai-
tarde iríamos e
só muito mais
de experiência

dio tumultuário,
de
objetiva
cançar; a realidade ter tido
deveria
de adaptações,
livre
nossa existência como povo o
com
em 1889,

seu término
_
fazer sentir,
estava longe de se se ti-
nao
da República,
advento
do regi-
com a simples abolição
70 CULTURA POLÍTICA

vesse ela revestido da Constitui'- na difícil estabelecer um símile,

impraticável apagado seja, entre


ção que perfilhou, por que o re-
"

fruto de uma revolta sem cul- consagrado


gime pela primeira

tivo na opinião e sem República e o a revolução


preparo que

organizador" de outubro e se
(1). preparou posi-

tivou no Estado Nacional de 37.


E, ao surgir, a República de

89, deveria,
que todos os
para O Estado Nacional
foi
rumos e sob todos os aspectos,
um imperativo

ser um marco na nossa História,

teve apenas um Êste apareceu como uma


sentido ne-
pálido

sem expressão, excitan- cessidade de longa data, se


político que,

do aspirações românticas impunha, mas não se


e sabia
pro- que

vocando o calor dos debates como se satisfazer. Era um im-


de-

magógicos. Vestiram-na se fazia


com uma sentir,
perativo que pro-

Constituição não era curando arrebentar crostas,


a ex- mas
que

exata do nosso sentir e não surgir, não


pressão que podia por

traía impressões colhidas transigir com as mazelas


que poder

além e observações feitas Império


a dis- o criara e a Repú-
que

tância.
blica amadurecera e tão artificio-

samente ataviara. O estrabismo

O despontar da idade
de agravado um
governantes, por

de ouro
liberalismo anacrônico e desme-

dido, impedia a visão de mais

Foi ainda no meio dêsses mo-


amplos horizontes, e
permanecia-
vimentos,
se seguiram à inde-
que
mos no angustioso das
périplo

pendência e se
perderam Re-
pela
mesmas idéias emperradas e dos

a dentro,
pública surgiu a
que
mesmos desmandos inconfessá-

arremetida de 1930, como o mo-


veis, vivíamos, assim dizer,
por
vimento mais feliz dos se
que
no fatalismo imprevidente das in-
armaram, no sentido da verda-
cúrias e nas desídias de um /ais-
deira emancipação das veleidades

sez"faire se não compreendia


que
de um infecundo Império de dois
nem se explicar. A cons-
podia
reinados e dos tabús da Repú-
ciência coletiva vivia engolfada
blica de 89, nos vivia ema-
quais
nas ânsias de som-
perspectivas
ranhado o Brasil.

brias, libertar-se do
procurando

Com o revolução de 30, viu mal-estar mo-


lhe deprimia o
que

o Brasil despontar a sua Áurea ral fu-


e lhe solapava a fé num

Aetas, chegando a atingir essa turo mais lisonjeitro. Demagogos

idade de ouro, com os múltiplos aventureiros explicar


procuravam

surtos advindos de 30 à época êsse da


mal-estar como fruto

vivemos. Em todos
que os secto- época, mal comum a todos os
po-

res de atividades, de tal forma se vos e do não havia como


qual

sente êsse revigoramento de ener- nos furtar. Partiam êles do


prin-

essa eclosão de forças trans-


gias, cípio de não ser
que podíamos

formando a fisionomia econômico-


uma exceção no
panorama geral

político-social do se tor-
país, que do nações eco-
planeta, quando

Alberto Tôrres — A Organização


(1) Nacional
AO ESTADO NACIONAL 71
DA INDEPENDÊNCIA

do existência. Aquêles males nem


mais adiantadas
nômicamente

ser assacados, na
bem servidas em sequer podiam
nós, mais
que

sua vida sua ao transtorno


aspectos de generalidade,
os
todos

dos mesmos do mundo de após-guerra,


sofriam por-
econômica,

conforme acentua Darlu, le


no seu organismo que,
desmantelos

todos fait économique ríest é/é-


Imputavam, assim, quun
interno.

à eco- ment du social.


males situação fait
os nossos

mundial, generalizando, Mas


nômica os demagogos e fautores

um fato cujas desregramentos


modo absoluto, con^
de políticos

ir tão tinuavam
não na idolatria totêmica da
conseqüências podiam

de política
Esqueciam^se que estrábica de negações e
longe.

ter as ludíbrios.
mal-estar não
nosso podia

as se o
mesmas causas, quais,

foram, todavia, O vuto de Getúlio Vargas


não
agravaram,

dos desequnfcri* que u


, origem
^ ^

e datavam £
vínhamos sentido que
dc 1930 0 vul.
Qutubr0
aos feno-
de épocas antenores
na mis.
^ Vargas>

notados alhures messiânica


menos sombrios
de abrir futuros

reflexos teríamos podido sores


e cujos
realÍ2ando 0
quc

maiores d.ficu da- sonhávamos


suportar sem
subconscien-

de onen-
des, se dispuséssemos

adequada. É
tação que temente.
política
a itica
Era colocar po
mal-estar de se preciso
o que queixavam

moldes: lazer
seus devidos
de todo
os demagogos gênero, nos

de meros
não uma ciência
causa, era uma dela,
antes de ser uma

moperan-
e conjecturas
Esqueciam-se os
aqravante. pro- princípios

de uma erudição
de tes, no exercício
fetas da República
primeira

e sem sentido pra-


o desequilíbrio pe- fragmentária
que provocado
e rea 1
uma ciência
só mas
los fenômenos econômicos po«- tico,

ciência os
uma verdadeira
deria ser um mal sem remédio
para zação,

issionais,
Os pro
número de políticos
um determinado povos fatos.

a tom rljan
numa esco
cansados de transformações políti- formados

erigidos
oratória bizantina,
com um te de
cas e sociais, desiludidos

i eias, empo
das
mal em senhores
acervo enorme de experiências

Paavra.s
todos gados pelos jogos
sucedidas, verminados ,c.
por

de ,
os fronteiras, mode- enfartados
lados e cujas
fa-
esp^
das teorias
ladas
guerras, program aUm
pelas

lu-
eiWo imposea
pdas
£
SET.
ra
e

££ zr &Sk 4f?es

ou ocu_ cintilan-
Esqueciam-se os nossos realidade
de
que

das exP
males, mesmo agravados pelo pagens »mnolqados
V1 n-Q
e,
mundial, tes; porque
decesso da economia
voi_
c
Thiers
internos com
eram essencialmente
nosso fadio,
o o ar
,
tinham remotas, no viam
origens mais
" proble-
conta dos
davam proble-
proDie
t. ^vimae no es-nem
nem se
tempo, no
e mais
próximas, um
Tínhamos go-
mas nacionais.
ori-
paço na nossa
própria sem
e
estéril
de
vêrno política
entação, a nossa
sôbre
pesando
72 CULTURA POLÍTICA

rumos, muito e cheia de trução não implicasse a


que de-
pomposa

artificialismo; o Estado era as- turpação da alma nacional,


que

sim como um carro luxuoso, tem feitio inadaptável,


pa- próprio,

rado no meio da rua, de motor índole e tradição, a ideo-


por por

excessivamente barulhento, mas logias exóticas e a explorações

sem capacidade im- de todo o E, sem


para qualquer gênero. pre-

de marcha. Era uma cisar decalcar regimes, alheio


pulso poli- a

tica sem vontade e sem tudo fôsse imitação


quanto ou
previsão,

limitada ao egoísmo e ao de outros


perso- pastiche grosseiro po-

nalismo. Tínhamos muitos eru- vos, o Vargas deu-nos,


presidente

ditos, mas nenhum em 1937, uma Constituição mo-


governante.

delar, em se acham refleti-


que

das todas as tendências e tôda a


A Constituição de 37

vontado do brasileiro.
povo

Desprezou-se o academicismo
Depois de mais de uma déca-

das arengas, o verbalismo taful


da de trabalho incessante, var-

e artificioso,
puramente para rendo das consciências o esno-

atentar nos fatos, na exploração


bismo sombrio de vivíamos
que
das energias, inertes do subsolo
o Brasil conseguiu
possuídos,

da consciência nacional. Essas


às alturas apontadas
guindar-se

energias, dispersas,
que jaziam suas em to-
pelas possibilidades,
como um conglomerado amorfo,
dos os de e
planos das
govêrno,
foram canalizadas um só
para não
quais souberam tirar
parti-
oceano as devia receber —
que
do os regimes vigentes até 1930.

o Brasil.
A
política o caci-
personalista,

Sem arremedos aos revoltante, os núcelos en-


exotismos quismo

de outras bandas, feudados


sem os arre- de
que proliferavam

e ameaças norte a sul, não davam a


ganhos caracte- tempo
que

rizam certos se atentasse nas necessidades


de que
processos govêr-

no, o nacionais. A vida nacional, nos


Vargas vem dan-
presidente

do ao Brasil os verdadeiros reus múltiplos aspectos, resumia-


ru-

mos exigidos se no desfrute descomedido


época das
pela que

e índole situações
passa do nosso de determina-
pela pessoais

Enquadrou-se dos e na
povo. o grupos satisfação de
presidente

nesses dois compromissos assumidos


da sua à custa
postulados

conduta da administração
governamental e dos
pública.

fêz as normas basilares


quais de Foi nesse descalabro de tôda

seu
govêrno. a ordem o Var-
que presidente

Fazia-se tomou as rédeas


mister uma nova gas do
es- govêrno.

trutura da nossa da nos-


política,
A reconstrução nacional
sa administração
do nos-
pública,

so mcdus-vivendi, Precisávamos viver


mas uma es- a nossa vi-

trutura da, atingir


tal não viesse muti- para o nosso futuro.
que

lar as nossas características es- A revolução de 30, vitoriosa,

senciais, exorbitando de nossas veio lançar as bases da obra de

tendências e aspirações; era ne- reconstrução


nacional, e a Cons-

cessário um trabalho de recons- tituição de 37 foi o retoque final


AO ESTADO NACIONAL
DA INDEPENDÊNCIA

nosso caráter, a
nossa fôrça, o
de suas
a retificação
obra,
dessa
índole. Não é um estado
con- nossa
de seus
o
arestas, polimento
homem, nem de
de negação do

tornos.
energias vi~
substituição de suas

um Govêr-
assim, esporádicos de
E tivemos, tais impulsos
por

às nos-
atendendo renovando^
brasileiro, impressões fugidias,
no

com o
coerente sub-
necessidades, se, artificialmente, poder
sas para

com os nossos
e o Estado
espírito sistir; contrário,
nosso pelo

não vi-
de que no homem
sentimentos povo brasileiro galvaniza

con-
o esforço e
de douradas promessas, a vontade,
ve brasileiro

ocos, mas
nos é o homem amerín-
finadas palavrórios o trabalho;

Éramos
e constrói. educado e cultiva-
realiza dio adaptado,
que

aborta-
de aspirações regime de seiva
um do; é o própria,
povo

eco, e, re-
vontade sem por suas
de extraindo de próprias
das,

falha, éramos agir, em-


orientação os motivos
uma servas para

à corrupção crescer, no
votada executar e
uma geração preender,
Sò-
de um que
e ao aniquilamento gradual. congraçamento povo

estatal é o seu,
uma organização ideal certo,
mente tem um que

do Esta- confundem
nos moldes aspirações se
estruturada e cujas

curar os origens
capaz de e cujas
Nacional, suas origens
do com

nossos e futuro.
com seu
males verdadeiramente identificam
se

pôr idéias lançadas pela


males fictícios, poderia novas
não As

raí- levam o
tinham nacional
aos males que
côbro organização

formar uma
a
zes homem brasileiro
profundas.

de sua exis-
longe concepção positiva
Estado brasileiro,
E o
e das suas
na coletividade
uma criação tência
um mito ou
de ser
assim
no
presente,
ideais de possibilidades
abstrata com pieguismo

de seu preponderan-
como papel
é o regime que pro-
nacionalista,

e, conseqüentemen-
te no futuro,
do homem,
o levantamento
picia mais
uma consciência
te a ter
O Estado
o seu conhecimento.
na comuni-
seu lugar
clara do
uma en-
não é,
brasileiro pois,
no con-
e do Estado
dade estatal
e se mantenha
tidade viva
que recor-
universal; pelo que,
certo
momentâ-
de sugestões coletivas
no
de Vico,
à expressão
rendo
ser renovadas
neas,
que precisem
à humanidade, podemos
tocante
o homem
a instante, e onde
cada de si
e obra
o Brasil
dizer que
nem viva
não a si mesmo,
se sinta

mesmo".
uma enti-
não é
de si
próprio;

Nacional fórmula
com fundamento o Estado
dade de reações

de salvação
de vida
nas flutuantes,
paixões

seus motivos
artificial, extraindo
ideahzaçao
Nacional,
o Estado

de estranhas
circunstâncias Getulio
^ao do
e criação presidente
de fatos
seu ambiente, ao sabor Bra-
no
em marcha
Vargas, pôsto
tem
alheios. A nacional
dato-
política flutuais
das
L meio
sil.
um sentido muito mais
profundo, histonco
do momento
da sorte
nós mesmos,
se encerra em
que correntes
e traído pelas
instado
as nossas
aplicando à realidade num
divergentes,
mais
a políticas
fontes de energias, objetivando acir-
de antagonismos
a ambiente
nossa capacidade, aproveitando
74 CULTURA POLÍTICA

rados, foi a fórmula sábia, a úni- diante dos fenômenos


sociais
e

ca apta a capacitar o Brasil de das suas reações. O 10 de no-

sua missão histórica, se mol- vembro 1937


de colocou o Brasil
que

da na índole ordeira de seu em condições o desempenho


po- para

vo, no seu caráter ainda não con- total do lhe reservou


papel que

tagiado, na sua vontade inque- a História, no Continente,


como

brantável.
na humanidade. O
presidente

Vargas realizou essa obra


E o Brasil, após colos-
mais de dez

anos sal do descobrimento do Brasil


de nova orientação
gover-

nativa, novo, de um Estado redivivo,


depois de ter
passado pe-

la fortalecido e vibrante nas


colonização mesquinha, suas
depois

fronteiras, e acatado
de ter realizado o Império de prestigiado

idéias nas de além-mar.


confusas, depois de ter plagas
con-

seguido a República mal orienta-


E, sem estardalhaços, sem
ges-

da, depois de uma congérie de tos teatrais, sem tonitruan-


gritos

experiências
malogra-
políticas tes, sem ademanes oraculares,

das, encontrou seu verdadeiro


tem, desde seu nome consa-
já,

sentido humano de existência,


na veneração irrestrita da
grado

como Estado sente e


que palpita posteridade.
História C
política

Brás
Venceslau

Quadriênio

MARIA BELO
JOSÉ

Federal. Ex-senador
da Fazenda no Distrito
Procurador

Estado de Pernambuco.
federal pelo

— a Aliança franco-russa,
da Itália e
FILOSOFIA política "entente"
cor-
do sé* reforçada pela
metade
derradeira
— mantinha
A dial franco-britânica
tôda
culo XIX criara
por

forças rivais.
equilíbrio das
o
da Supunha-se
a ilusão paz.
parte

mais argutos espíritos, pen-


das idéias Os
o desenvolvimento
que
e di-
mais as sadores, publicistas, políticos
— cada vez
aproximaria
de
acompanhavam
antagonismos plomatas, que
nações, eliminando
dos acon-
ou viviam dentro
O extra- perto
e rivalidades históricas.

não se en-
europeus,
fru- tecimentos
material,
ordinário
progresso
com a fra-
no entanto,
máquina, se-
da ganavam,
to da civilização
e as
ou fingida,
sincera
seologia,
formidável empecilho
ria também
ou
induções dos
fáceis pacifistas
e
vitória espírito de
à do guerra
de tôda
dos contemporizadores
de conquista. O tremendo poder
as
vez de eliminar
Em
espécie.
armas modernas,
ofensivo das
internado-
dos conflitos
ar- causas
à sombra da
exasperado paz
desenvolvimento
nais, o extremo
tão ameaçador
mada", tornara-se
Faci-
os agravara.
da civilização
das nações
a mais belicosa
que
do capitalismo
a ascensão
entre- litando
a visão do
recuaria ante
das
o imperialismo
criara
mili- privado,
choque massas
das
grandes de
super-industrializadas,
nações
lado, o despertar
tares. Por outro
e ca-
demográfica
alta densidade
in-
da consciência do
proletariado Apro-
de matérias primas.
movi- rentes
ter do
nacional, resultante
o
de cada pais
dentro
fundando
mente socialista, bastaria para o
sociais,
das classes
antagonismo
conter inclinações agressivas
as sua
concorrera, por
No capitalismo
dos imperialistas.
governos as divergen-
exasperar
for- vez, para
a
da européia,
plano política Pn-
os vários países.
cias entre
de
mação de blocos po-
grandes da máquina
na era
advinda
en- meira
tências a Tríplice Aliança
capitalista,
da concentração
e a c
tre a Alemanha, a Áustria
76 CULTURA POLÍTICA

Inglaterra estendera todo o os limites as


por políticos secula-
que

mundo o seu enorme Império. res contendas européias lhe ti-

Forte na sua situação insular, re- nham marcado, a unidade


da

feita muito mais depressa do raça. Cria isto mesmo


que por a mis-

as nações continentais da Europa tica da superioridade racial.


O

do empobrecimento oriundo das seu espírito, tradicionalmente


napoleônicas, dominara os truculento, torna-se


guerras muito mais

mares, alicerçando a sua hege- agressivo do o das velhas


que

monia e econômica.
política Co- estabilizadas em suas
potências,

meçando África mediterrâ- conquistas. Deixa a França


pela
que

nea, a França alargara, muitas se compense da derrota militar

vezes na incompreensão do no alargamento do


pró- Im-
próprio

destino, o seu Império colo-


prio colonial. Conforma-se com
pério

nial. A Espanha, em decadência, a hegemonia inglesa no mundo.

as suas últimas
perdera A Europa danubiana e balcânica
grandes

colônias na com os Esta-


guerra são os seus de atração
pontos

dos Unidos. O Império austro- imediata.

húngaro e a Rússia czarista vi-

viam absorvidos com os seus


pro-

Problemas Bismarck
blemas internos. Portugal, que
Holan-

da e Bélgica, apesar de não


suas vas-
previra

tas colônias ultramarinas, eram

pequenos não faziam Entretanto,


países que o extraordinário

sombra às duas
grandes potências desenvolvimento das suas indús-

imperialistas
da Europa, interes-
trias cria-lhe Bis-
problemas que
sadas, aliás, na
preservação de
marck não Em todos os
previra.
tais domínios.
mercados mundiais a
encontra

concorrência inglesa.
poderosa
Os motivos determina-
que
Opõem-se-lhe à expan-
política
ram a de 1914
guerra
sionista no sudeste os in-
europeu

Restavam a Itália terêsses


e a Alemã- da Inglaterra, França
da

nha. a
Quanto conse- e da Rússia.
primeira Comprimida em suas

em 1870 a sua
guira unificação fronteiras,
estuante de vida, de

o havia de
política, que melhor fôrça e de orgulho,
julga que

nas terras colonizáveis somente


já per- violência lhe será
pela
"lugar
tencia à Inglaterra, à França, à alargar o seu ao
possível

Holanda, a Portugal e a Bélgica. sol". Um imperador de tempera-

Teve de contentar-se com terri- mento impulsivo, arrogante e ca-

tórios secundários no norte da botino, corresponde exatamente

África. A Alemanha, unificada às tendências da sua Tôda


pátria.

Bismarck, depois da derrota


por sua do
política, desde o comêço

da França, com os século atual


preocupava-se é, assim, seguro
pre-

do continente europeu.
problemas a Incidentes
paro para guerra.

Único europeu,
grande em de Marrocos,
povo ítalo-turca,
guerra

a comunidade nacional não


que dos Bálcãs são sinais ine-
guerra

correspondia a um território con- da êle


quívocos catástrofe
que

tínuo e definido, sôbre desencadearia 1914.


procurava, em agosto de
77
VENCESLAU BRAS
QUADRIÊNIO

diente a maioria do Congresso


tôda
formidável por parte
Foi

a se
federal, mas
Todavia, acre* pouco pouco
moral»
o choque

diluíam o respeito e o temor


que
o tremendo poder
ditava-se que

outrora inspirava. O Catete


tornaria a pro-
ofensivas
das armas

reforçar a
eli- curava cautelosamente
e rápida. As
decisiva
guerra
Na
as autonomia
como própria política.
educadas
tes brasileiras,

do ministério do
la- formação presi-
de origem
dos outros países

Brás, sofrerá Pi-


e na ad- dente Venceslau
da França
no culto
tina

nheiro Machado golpe po-


Inglaterra, sofreram grande
da
miração

impor os
lítico. Não conseguira
tempos,
dos
a angústia primeiros

candidatos a algumas
a vi- seus pas-
mais certa
parecia
quando
nos de
Depois, a tas. Apoiando-se governos
da Alemanha.
tória

Paulo, de
Gerais e São
monoto- Minas
estabilizou na
se
guerra
no Con-
numerosas representações
trincheiras; cada
nia das qual

e nos salvado-
federal,
consolasse da
primeira gresso
procurou

como o
a esperança do res" do Norte, general
decepção com

"causa
tinham sido
da Dantas Barreto, que
êxito final da justiça

Pinheiro Macha-
os aliados hostis a
liberdade", sempre
e da que

Brás
Venceslau
de Ven- do, o
defendiam. O presidente
govêrno

com mais independên-


inaugurado nos agir
ceslau Brás, pri- pôde

do
do
da cia. A sucessão govêrno
meiros meses passou
guerra,

reali-
do Rio
a segundo das Estado permite-lhe
plano preocupa*-

a sua autoridade
contem*- zar novamente
cões nacionais. Paciente,
a
tinham
Dois candidatos
maleável, tolerante por política.
porizador,
fluminen-
ao
mineis concorrido govêrno
índole e cálculo, o
político

Sodré. apoiado por


se: Feliciano
nenhum em
ro não tinha
prazer
Ma-
e Pinheiro
Botelho
Oliveira
A sua
forçar os acontecimentos.
em oposi-
e Nilo Peçanha,
chado,
tática seria sempre de ladeá-los,
as dupli-
ambos. Surgiram
a
ção
a ação emoliente
contando com
legislativas,
de assembléias
catas
cami-
do tempo. A que
guerra, eleito o

cada qual proclamando


nhava ràpidamente a confia-
para
do respectivo partido.
candidato
servia-lhe sob
universal,
gração Federal,
Tribunal que,
O Supremo
desviava a
dois espectos:
grandes em inter-
não hesitava
na época,

atenção brasileiros das


dos ques- reconhe-

vir em assuntos políticos,

tões internas e oferecia oportuni-


um habeas-
meio de
cera, por
a uma for*
dade concitá-los assem-
para da
a legitimidade
corpus,
ma de união nacional.
correligiona-
bléia pelos
presidida

O
Peçanha. governo
de Nilo
rios

nao resol-
Hermes
de Marechal
O declínio do
político
Ven-
o
Mâchâdo a presidente
Pinheiro vera questão;

a for-
Brás determina que
celsau

em Nite-
estacionada
can- federal,
da sua ça
Desde o fracasso

a ordem judiciaria,
rói, cumpra
Pinheiro
didatura
presidencial, Nilo
a empossar
eqüivalia
a declinar que
Machado começava po-
do Estado.
no
Peçanha govêrno
era obe-
liticamente. Ainda lhe
CULTURA POLÍTICA
78

titucional. Faz-se fiador de acor-


O reconhecimento da

de dos apaziguadores das divergên-


legislatura

cias na dos Estados. Re-


1915-1917
política

solve a disputa em tôrno do


go-

da legisla-
No reconhecimento vêrno de Mato-Grosso, com a

de 1915-1917, Pi- do nome do bispo


tura federal apresentação

faz depurar o local, D. Aquino Correia, o


nheiro Machado para

mesmo. Consegue têrmo ú


do Dantas Bar- pôr
candidato
general

luta entre o Paraná e Santa Ca-


à renovação do têrço no Se-
reto

tarina meio de um acordo en-


da República, escolhendo por
nado

tre os dos dois Es-


da oposi- governadores
em seu lugar o
político

Promove a elaboração final


tados.
e Silva, seu antigo ad-
Rosa
ção
Civil, há muitos
do Código que
versário. O Venceslau
presidente
anos se arrastava no Congresso,

Brás uma recomposição


promove
disputas de legistas e
entre gra-

ministerial entregar o mi-


para
máticos.

nistério da Agricultura
justamente

ao candidato depurado, Be-


José

dos íns-
Não se disfarça mais o O
zerra. pânico primeiros

entre a do Catete tantes


dissídio provenientes
política

e a do Morro da Graça. A antiga da


guerra

oposição civilista, esquecendo


que

Venceslau Brás fôra vice-presi- euro-


No momento, a
guerra

dente com o marechal Hermes da natural do


trouxera o
péia pânico

Fonseca, redobra a campanha de Perturbava-


mundo dos negócios.

impopularidade contra Pinheiro internacional e


se o comércio

Machado, era elimi- mercado do


que preciso desorganizava-se o

nar de maneira da vida das ex-


qualquer câmbio. O movimento

Um tipo dás-
paranóico, e importações caía ver-
pública.
portações

sico, ao de magnati-
que parece, ticalmente. O Venceslau
govêrno

cida, na tarde de 8 de setem-


Brás, recebera do seu ante-
que

bro de 1915, o apunhala


pelas cessor herança, vê aumen-
pesada

costas no hall de um hotel do


Na
tadas as dificuldades»
próprias

Rio de Morre como um


Janeiro. espectativa universal de rápido

bravo, somente um trai-


golpe do conflito, êle teme au-
que desfecho

abater. A extra-
çoeiro poderia mentar a massa do incon-
papel

ordinária emoção o atentado


que versível do Tesouro,
preferindo-

desperta todo o
por país passa lhe a emissão de títulos a curto

depressa, como acontece


geral- Diminuem as rendas
prazo. pú-

mente com os fatos da


grandes blicas e atrasam-se os
pagamen-

vida brasileira. Livre da concor-


tos ordinários da administração.

rência do caudilho,
poderoso que O eleva a ouro
govêrno quota

fizera do Senado federal o seu


direitos alfandegários e am-
dos

invencível reduto, o da
presidente de consumo in-
os impostos
plia

República concentra nas no


próprias terno. Pouco tempo depois,

mãos a direção do es-


política país. entanto, a se
quando guerra

aliadas^ re-
tabiliza, as
Mas é sempre suave e contem- potências

correm aos mercados brasileiros,


a sua ditadura cons-
porizadora
VENCESLAU BRAS 79
QUADRIÊNIO

os for- Alguns descontentamentos,


de todos países pro-
aos
como

e
de matérias primas vocados crescente carestia de
necedores pela

Elevasse rà-
alimentícios. vida ou agitadores impeni-
pelos
gêneros

das utilidades
o
preço tentes, desperce-
pidamente passavam quasi

as
Disputam-se pra- bidos no formidável rumor da
exportadas.

fazem o trá*
nos navios que Os intelectuais brasilei-
ças guerra.

A
transatlântico. perspectiva ros mantinham intensa
fcgo propagan-

negócios rea-
extraordinários da em favor das nações aliadas.
de

econômicas do
as atividades França tivera sempre nas eli-
nima A

indústrias novas;
Surgem tes do Brasil situação de incom-
país.

velhas indústrias.
Passado o
reorganizam-se pe-
parável prestígio.

o Brasil pro- à decaden-


Tudo pudesse ríodo de subordinação
que

alimentícios e
em aliás tão
duzir, gêneros te cultura
portuguesa,

encontrava cul-
matérias de valores, a
em primas, sempre
pobre

venda
e compensadora atra-
imediata tura francesa era o de
polo

Por outro lado,


a Europa. espírito. A hege-
de nosso
para ção

importação dos
dificuldade de Inglaterra
a monia econômica da

fabris forçava o consu-


custara vezes ao Brasil, como
produtos por

a recorrer ao ar-
midor brasileiro nações e ainda
às outras
pobres

Multiplica-se a
tigo nacional. pro- desarticulas daAmé-
politicamente

e das fábricas
dução dos campos difi-
rica Latina, certas
penosas

isto na im-
urbanas. Mas tudo dos ban-
culdades. Os interesses

momento, sem ne-


do fornecedores
provisação estrangeiros,
queiros

sem a assistência na-


nhum empréstimos às
plano, tradicionais de

As di-
coordenadora do sobrepor-se
govêrno.
ções pobres, pareciam

bancário e,
ficuldades de crédito financeira
muitas vezes, na
política

carência de os
a a todos
principalmente, dos seus governos,

transportes internos de aplauso


prejudicavam Um telegrama
outros.

os esforços de aos
em exemplo,
grande parte Rotschilds, por
dos

As mercadorias que e aos minis-


produção. dos
chefes governos

deveriam exportadas deterio- como


ser do Brasil,
tros da Fazenda

ravam-se do interior era


nas estações endividados,
de outros países

ferroviá- uma es-


falta de transporte honra,
por título de
como um

rio. no dia em
Sabia-se bem condecoração
que de
pécie preciosa

cessaria Mas
terminasse a
que guerra exibia com júbilo...
se
que
de nego- se n-
o extraordinário surto
que
as restrições possíveis

da
cios; isto mesmo, cada
qual banqueiros judeus
por aos
zessem

aproveitar-se de a admira-
procurava qual" afetavam
não
Inalaterra

aos
forma da oportunidade que inspirava
quer esta sempre
ção que

a Na A mo-
catástrofe lhe
permitia... homens públicos.
nossos

ânsia da
de enriquecer à sombra vivera preocupa-
brasileira
narquia
ri-
calamidade e na britânico,
européia, pre-
o modêlo
pa com

ocupação fu" repu-


do desenvolvimento do regime
eminentes
quras
turo eram
do seu os brasileiros Barbosa,
Rui
país, como
blicano,

deixam fazen-
em o anglófilos...
paz govêrno,
apaixonados

do a
esquecida algum tempo
por conquistara
não
A Alemanha
permanente inquietação revolucio-
meios
em certos
senão
simpatias
nária.

122.218 — F. 6
CULTURA POLÍTICA
80

nós conseqüências
não tinha
Dir*se*ia para
c científicos.
militares

Firmávamos, sobretudo,
não militares.
intelectuais brasileiros
os
que

um ato de solidariedade política


a a
tinham chegado perdoar-lhe

Estados Unidos. Conti*


França com os
contra a
de 1870
vitória

a exportar a Eu*
dos con- nuávamos para
III. Apesar
de Napoleão

coloniais de
ropa os que
relativamente secundários gêneros
tactos

dispor. Comissões de
Unidos e da
os Estados pre* podíamos
com

de médicos militariza-
então a militares,
despertava
venção
que

um dos nossos
no dos foram peque*
imperialista Mé-
sua
política
de homens. Com a
e nas nos auxílios
América Central
xico, na

da o
a sua declaração oficial go*
o Brasil guerra,
Antilhas, sentia que

o estado de sítio
de ser vêrno decretava
tinha
diplomacia
própria
sem dêle,
ame- todo o que
de aproximação país,
fatalmente para

servir-se
da vida, no entanto,
As contingências procurasse
ricana.

ou
de uma fins perseguições
no decurso políticos
para
principalmente
crise, aberta
envolver A
ameaçava pessoais. pequena
guerra que

Exterior com a
ao Ministério do
emprestavam no
todo o mundo,

Lauro Müller,
menos saída do ministro
sentido
panamericanismo
sua
suspeito de pela
germanófilo
abstrato.

facilmente re*
alemã, era
origem

indicação de Nilo
com a
solvida
de Rui Barbosa
A conferência

seu substituto.
Peçanha
Buenos Aires para
em

em missão extraordi* indiretas


Enviado As conseqüências

Rui conflito mundial


à República Argentina, do
nária

na Faculdade
Barbosa
pronuncia
e no
No campo econômico plano
de Buenos Aires uma
de Direito

mais interes-
literário, é seria
ao con* que
conferência de combate

as conseqüências
sante estudar
da neutralidade. A
ceito clássico

na vida bra*
indiretas da
exaltou guerra
oração do liberal
grande
tinha
A nossa economia
sileira.
brasileira favorável às
a opinião

sempre exclusivamente
sido quasi
aliadas» os Es*
Quando
potências

incipientes indústrias
agrícola. As
tados Unidos em 1917 declara*

à
dificilmente
fabris
ram à Alemanha, a neu* progrediam
guerra

das tarifas alfandegárias,


sombra
tralidade do Brasil não mais
pôde

de suportar a concor*
incapazes
ser mantida. Alguns torpedea-

O sistema eco*
rência estrangeira.
mentos de navios nacionais,
que

mundo an*
nômico dominante no
atravessavam o Atlântico, servem

as
tes da como dividia
de motivo imediato o rompi* que
para guerra

diplomáticas. nações em dois grupos:


de relações grandes
mento

e super*
Brás, o das super*capitalizadas
O Venceslau
presidente que

ho* emprestavam
o mais dos industrializadas, que
parecia pacífico

de dinheiro e exportavam produtos


mens, e mais desejoso
gover*

for*
é for* fabris ; e o das agrícolas, que
nar sem atritos e sem ódios,

matérias e
o Brasil numa neciam gêneros
a envolver primas
çado
ti"
não
realidade coloniais. As
estrangeira. Na primeiras
guerra
o
em auxiliar
distante nham interêsse
dos fatos, esta
guerra
BRAS 81
VENCESLAU
QUADRIÊNIO

concorrência da borra-
das se- tida
industrial pela
desenvolvimento
das das colônias
das cha
livre-cambismo plantações
O
qundas.
mostravam o
tanto con- inglesas do Oriente,
inglesas, que
doutrinas
de alicerçar a economia
do Império
interesses perigo
aos
vinha

eco-, nacional sôbre alguns


o ideal produtos
constituíra
Britânico,
sujeitos a
Pouco a agrícolas e extrativos,
século XIX.
do
nômico
oscilações dos mercados
violentas
intensificara-se
entretanto,
pouco,
Aliás, o
e nos internacionais. programa
Unidos países
nos Estados
Pena tra-
Afonso já
a reação do
da Europa govêrno
continentais
a nova mentalidade
de ín- duzira bem
forma
como
protecionista,
dos se formava.
Estado no que
do jogo
terferência

nação mais
A
econômicos.
fatores

melhor A lição da
a guerra
sempre que
forte seria

ameaça de 1914
a
se bastasse: permanente

aos
aconselhava po-
de
guerras
a
de au- de 1914 confirmara
o máximo A
vos guerra
previdentes
de-
das nações
inferioridade que
tarquia.

as
do estrangeiro para
refle- pendiam
Semelhante pensamento
da vida. Demons-
coisas essenciais
no Brasil.
tia-se naturalmente
éramos
outro lado,
trava, que
por
em fun-
das dificuldades in-
Apesar várias
de improvisar
capazes

indústria, pela
darmos a econômi-
grande nacionalismo
O
dústrias.

carvão nacional
má do a
qualidade com guerra,
co nascia, pois,

das reser- ao
ou sua distância
pela novas perspectivas
abrindo

Gerais, de
vas do ferro de Minas
nosso trabalho.

suprir-
muito coisa
poderíamos
das autarquias
A
dos mercados preocupação
nos, libertando-nos
acom-
se fêz sempre
econômicas
dire-
estrangeiros e aproveitando

de emancipa-
desejo
panhar pelo
tamente certas matérias
primas.
um mer-
Se há
intelectual.
alguns ho- ção
Durante o Império,
as indústrias
cado interno para
como Alves
mens de
governo, também
deve existir
a nacionais,
com
Branco, tinham sonhado
da inte-
a
análogo produção
baseada para
industrialização do Brasil,

Brasil estrita-
o
Vivera
ligência.
No início
na aduaneira.
proteção euro-
à cultura
mente enfeudado
da República, Rui Barbosa pro-
e
seus escritores poetas
Os
a fomentar, péia.
também
pusera-se com
identificar-se
não
e procuravam
tarifas da alfândega pelo
pelas na-
e as aspirações
os sentimentos
fa-
crédito bancário, as indústrias
tomavam
Mesmo quando
cionais.
se diluirá
bris. Mas depressa
de_ inspi-
ou motivos
como temas
com es-
tudo isto; voltávamos
não
po-
brasileiras,
coisas
ração
agrí-
fôrço à tradicional
política euro-
à influência
diam escapar
êxito cia
cola da Monarquia. O
entre as
desperta
A
da péia. guerra
cultura do café e da extração
de intelectuais

novas gerações
borracha amazônica bastava para seu
curiosidade pelo
viva
mais
estruturar e as finan-
a economia eco-
sua
país, pela
seu próprio
crises
ças nacionais. As
primeiras to»»
L síma, pelas
ZJL
e o
de superprodução do café
vida. Este
de sua
manifestações
craque ba-
da borracha silvestre,
CULTURA POLÍTICA
82 I

a liberdade. A vitória
inte- ando-lhes
de nacionalismo
despertar

nações aliadas correspondera


ao mo*- das
lectual serviria de
prelúdio

seus mais ardentes desejos.


literária, al- aos
vimento de renovação

Òs negócios extraordinários,
depois. que
anos
guns

as econômicas
pro-
perturbações
na o
Iniciado govêrno
guerra,
tinham
duzidas guerra per-
pela
encerra-se no ar-
Venceslau Brás

explicavam a crença
mitido, geral
À sombra da conflagra-
mistício.
ascendente do
na
prosperidade
êle descontar
mundial,
ção pudera
escolha do suces-
A
país. própria
seus dias. Os brasi-
em os
paz recaindo
Venceslau Brás,
sor de

haviam recebido sem


leiros, o
que
respeitada de Rodrigues
na figura
despediam-se an-
entusiasmo, dêle

feita fàcilmente, em
Alves, fôra
certa estima. Dera-lhes
tes com

acordo com as correntes políticas


interna e
anos de ordem
quatro

e com as simpatias
oprimi-los, cerce- populares.
não
procurara
da
a
apressou
queda
abolição
A

?
monarquia

OTO PRAZERES

Estudos dos Negócios


Comissão de
da
Secretário^Membro

Ministério da
Estaduais do Justiça.

uma das
Paraguai, constituía
em do
estudam
que
ao
mais quanto
brasi- razões poderosas
a história
detalhes

AQUÊLES remado,
futuro e
possnrel
catando documentos seu
kí,

como a aJ^ Popula


fatos mi- Sentindo
de
e assenhoreando-se

explorada pela propaganda


afirmati- estava
nimos, respondem pela -
1
otimo tema
para
uma abolicionista,
va. Desejei ter base
para
-
e discursos

também, políticos
opinião e andei, palmi- vimentos

se deveria
achou que
A impressão flamados,
lhando documentos.

ao movi-
aderindo
afirmativa, tornar popular
obtida se inclina
pela

sucinto embo- mento.


Exporei, de modo

a um artigo
ra, como compete no
seus filhos,
mesmo os
£ ^
.q
como cheguei .
desta natureza, um
ial
publicavam

convicção tanto
possuída. jornalzinho um
abolicionista,

os favorá-
muitos inflamado,
Dizia-se, ao tempo, elogiando
que

os
à Repú^ ve-s
brasileiros não aderiam e ridicularizando
^ idéia

nada chaniados
blica entendiam que escravocratas, prègan-
porque

D. Pe*
deveria ser feito enquanto revolução...
uma
quasi

Muitos republi-
dro II vivesse. ,

e, -
e ostensivos Era,
canos declarados positivamen

do al °>
de- gia Pa
achavam se não
também partindo
que
ronCor-
"semelhante imperia
veria desgosto próprio palácio
dar
sem-
com°
maneira,
ao velho". rendo dessa

senão preju-
nara diminuir,
- 1^
de tudo P
A Isabel sabia da auto-
princesa q
prestígi0

isto, e sabia mais o seu que- Roc(,„ fato


que sfite
simples
"da e.
rido a fa-
Gastão", aquele mesmo

impcrial
do ep '
vor .
de se indignou quando
quem j^go
noção perfeita
tenha p
se
que
soube a para
ia seguir guerra
qüe para
CULTURA POLÍTICA
84

se vê, o imperador estava


verdadeiro Como
a intriga, do
de tôda

vendo certo e não desejava a abo-


estado de ânimo»

imediata e de chofre,
lição por-

isto, no seu dizer,


prejudica-
que
As do imperador
falas
maneira os altos
ria de profunda

interêsses brasileiros,
D. Pedro II com principal-
Entendia que,

ligados à lavoura» Pedia


e de mente os
leis de nascimento livre
as

o Parlamento votasse uma


e entendia muito
velhice livre que

afastasse o de
medida perigo
bem, e com utilidade que
grande para

imediata e não
brasilei- uma abolição que
os mais altos interêsses

o trabalho no
se encontrava desorganizasse
ros a
questão

ano seguinte, 1887, ain-


e bem cal" No
inteiramente resolvida pais.

documento, infor-
da no mesmo
mamente. O mais era exploração
"o

número de
eleitoral» mava alegre
ou apenas que
política

existentes no Império
escravos

1884 escreveu D. Pedro na


Em
muito inferior ao
era geralmente

(ala do trono à Câmara dos


sua
às medidas /e-
calculado,
graças

Deputados:
têm sido lealmente
gislativas, que
"O

servil é um aos sentimentos hu-


elemento executadas, e
grave

dêsse mo-
cuja solução se ob- manitários"» Afirmava,
assunto,
final

estava tendo
sistema da do, o
terá execução do que problema
pela

e segura solução.
e a sua tranqüila
lei de 28 de setembro de 1871,

o Govêrno está certo de


que, de D» Pedro
Esta linguagem

desenvolvendo-o, adotareis os ai"


do vinha de-
era a repetição
que

vitres vos inspirar a vossa sa- as


clarando em tôdas
que quasi falas

de 80 a 89»
bedoria". do trono da década

isto dizer a sua opinião


Quer que
Na resposta à fala do trono, a

modificou nem
equilibrada não se

Câmara dos Deputados declarou

discursos dos mais exalta-


pelos
estar de acordo com o
pleno pon<-
de ai"
dos, nem conselhos
pelos

to de vista imperial»
dos seus íntimos.
guns

No ano seguinte, na mesma (ala

D. Pedro II desejava a aboli-

do trono, o imperador repetia o

mas achava estava feita


ção, que
seu de vista:
ponto

com as leis em vigên-


já postas

"A tempo e
cia» Um mais de
pouco
extinção da es-
gradual
do
o último escravo desapareceria

cravidão, assunto especial da

solo do Brasil, sem pre-


grandes
sessão extraordinária, deve

os interêsses do
país,
juízos para
continuar a merecer-vos a

haveria tempo de ir
pon-
pois que
maior solicitude» Essa
ques-
no
do em as
prática providências
tão, se aos mais
que prende
a
instalar tôda
sentido de se
por
altos interêsses brasileiros,

o trabalho livre.
parte
exige uma solução íran-
que

fica transcrito e comen^


a nossa lavoura? Con- O
qüilise que

modo de
tado traça bem, o
fio-a, à vossa sabedoria parece,
pois,

de D. Pedro II.
e pensar
patriotismo".
85
E A MONARQUIA
A ABOLIÇÃO

segredo, a saúde
II dizia-se em
D. Pedro
de
ausência
/y/a
II não mais
D. Pedro permitiria

doente, teve
II, o Ou
D. Pedro êle reassumisse poder»
Mas. que

de me-
em busca
Europa um desenlace peor...
oue ir à
previam

do alto,
o aspecto
e. então,
Horas

da aboliçao,
de vista
o desejado
sob ponto O incidente

completo»
de modo
mudou

limitou êsse o ambiente palaciano


não se Era
A demagogia

algumas desor-
se deram
i quando
ao i •
mais j
motiva-
no Rio de
da aboli- dens Janeiro,
a
fazendo propaganda
de
ou pela prisão
regente entendia das pretextadas
cão. A
própria Go-
O
de marinha.
adquirindo um oficial
agir,
era preciso
que intermédio
tran- vêrno de Cotegipe, por
tendo assim
e

popularidade agiu com


chefe de polícia,
o trono... do
herdar
aüilidade para
a ordem.
e restabeleceu
fôsse energia
não deixaria que
O mos-
povo não se
regente
aquela A
trono que princesa
dêsse
afastada viu logo

trou satisfeita, porque


livra"
a abolição,
havia decretado
motivo
um ótimo
ali
abo- estava
mancha. A que
Brasil dessa
do o
Era
Cotigipe. pre-
êste desgostar
alto, a
no para
lição obedeceu,
do Gabinete
o chefe
ciso afastar
a êste raciocínio...
ou
pensamento
Ministerial.

o Gabinete
Estava
presidindo de modo perfeito
Conhecendo
de 1885,
desde agôsto
Ministerial, bem
sabia
dêsse político,
O caráter
homem enér-
o barão de Cotigipe,
a intimaçao que
não aceitaria
e que
habilíssimo que de-
e político é, de
gico íêz, isto
e
ia fazer-lhe,
o
via de modo problema Cotegipe
perfeito
de policia:
o chefe
mitir
sem dema-
abolição, realizável
da

Cã- KSpMíe"
à
Apresentando-se reienu
gogia... fssstz
a
ST
consentir, porque
declarara
mara dos Deputados,
wdemdoGo
agira por
toridade
a eman-
realizaria "agira de
o Govêrno O chefe
que bem .

vêrno e
e nes-
dos escravos,
cição
gradual mantido...
seria
com o
agindo polícia
te sentido vinha
uma
mandou
até a
do imperador Então princesa
apoio completo
Dowell.
Mac
se au- ministro
êste ao
o momento em carta
que
tete.ç»
de que
cert^ma
sentou.
de
companheiros
OS seus
sentiu acon
Assumindo a regência, assim
e
nete se demitiriam,
se não a,
bem a Isabel que estando
de 88,
princeza
« março
es-
uma medida Ga-
conseguir e eom.o
poderia feehadas
Câmaras
com a no
na matéria pre- maioria
petacular com
contando
binete
de Co-
sença ou com o Ministério

Parlamento..
a inticar
tegipe, começou então
e

baiano, que,
com o
grande político Deputados
dos
Na Câmara
riso-
muito hábil, ia aos
poucos,

e
nho, intrigas pia- Câmara
desmanchando na
se passou
O que
de áulicos se
nos de todo o esta
gênero, logo que
dos Deputados,
à n
agradar prin- do
que procuravam a fisionomia
dá bem
abriu,
esta não
cesa, convictos de Cotegipe
que de
da queda
cidente
tardaria ao trono, pois,
a subir
86 CULTURA POLÍTICA

manejos tendo à Recebera, então, conselhos dos


pelos palacianos,

frente a regente* seus íntimos, logo em seguida


princesa à
própria

reünião, do Gabi-
que presidira,
Foi o deputado Samuel Wal-

nete, e enviara mais tarde uma


lace Mac Dowell, ex-ministro da

carta, não a Cotegipe, era o


que
o incumbido de explicar
justiça,
ministro, a Sa-
primeiro porém
a do explicação
queda gabinete,

muel Mac Dowell, ministro da


foi dada na sessão de 7 de
que

agira no episódio-pre-
maio. Narrou a de um Justiça, que
que prisão

texto a intriga, de
oficial reformado da armada, para pleno
pela

acordo com o chefe do Govêrno.


fizera com nos dias
policia, que,

1 e 2 de março do ano em curso Diziam, textualmente, alguns

'

alguns marinheiros trechos dessa missiva: Ninguém


(1888), prati-

cassem desordens na cidade. Hou- os


mais do eu deplora tristes
que

vera motins em vários e o


pontos acontecimentos, mas não
posso

Govêrno empregara forças do


deixar de continuar a
pensar que

exército, auxiliando a em
polícia a e mesmo o chefe de
polícia, po-

manter a ordem na capital do Im-


lícia, tem culpa em tudo isso, não

Tudo fora comunicado, mi-


pério. no momento em as coisas se
que

nuciosamente à Isabel,
princesa fa-
dão, estou convencida de
que

se achava em Petrópolis. No
que mas acoroço-
zem o
que podem,

dia 7, reünido na cidade serrana


ando-os, mesmo sem o
quererem,

o Ministério estudo de
para quês-
falta de atenção dada a acon-
pela
tões Cotegipe ex-
governamentais,
tecimentos anteriores,
procurando
à verbalmente,
plicara princesa,
evasivas inocentar os acusa-
para
tudo lhe comunicara
que já por
dos, antes seu crime ou ino-
que
escrito. S. Alteza, à
que presidia

cência sejam e
provados quando
reünião ministerial, não se mos-

a opinião e de
fôsse pública pessoas
trara satisfeita e exigira
que

conceito os acusam... concordo


demitido o chefe de
polícia.

em haver no mundo
que possa
Cotegipe, apoiado todos os
por
confiança ilimitada, mas como esta

seus colegas de Ministério, res-


é rara em e todos nós
produzir-se,
tal não fazer
pondera que poderia
ser enganados, é neces-
podemos
nem faria, o chefe de
porquanto
sário não só ouvir os acusados,

agira ordem do mi-


polícia por
necessàriamente, e mesmo
que por
nistro da e êste cumprira
Justiça
não serem muitas vezes de
pessoas
determinações do do
presidente
consciência verídica, negarão o

Gabinete. Cotegipe falara com

mal fizeram, mas também os


que
energia.

adversários'\

A Isabel ficara con-


princesa
Como se vê, a carta, de-
que
victa de o Ministério não
que pe-
monstra à saciedade a
quanto
diria a demissão e assim caía
que
era estranha à nossa lín-
princesa

terra todo o de derru-


por plano
não sabendo redigir, era im-
gua,

bar Cotegipe logo, isto é, antes

pertinente e teria forçosamente

da abertura do Parlamento, no
de fazer com Cotegipe
que pe-

o Ministério teria uma


qual gran- disse demissão. Era fazer,
preciso

de maioria. espetacularmente, a abolição...


ABOLIÇAO E A MONARQUIA 87
A

de Cotegipe nistério o apoio do Parlamento,


A resposta

se encontrava ausente, e não


que

o discurso de
sigamos
Mas havia a mínima divergência, antes

da
ex-ministro Jus-
Dowell, harmonia entre os membros
Mac toda a

à Câmara a
leu
S. Excia.
tjça. do Gabinete; este se retirara,

em resposta à
de Cotegipe
carta lhe faltara a con-
portanto, porque

nos seguintes
escrita
da fiança e ilimitada da Coroa.
princesa, plena

têrmos:
O deputado Lourenço de Albu-

"Resultando
declarou saía do
do contexto que pró-
querque

imperial, em Petró-
a V. Alteza
carta prio palácio
da que

um redigido
mais crédito jornal pelos
merecer polis,
podem
em se
não que prègava
outras informações, que príncipes,

a revolução ou a abo-
a responsa- abertamente
dadas sôbre
as "Façamos

a
lição. E concluiu:
dos seus conselheiros
bilidade

não atribuamos à
ao mas
não resta abolição,
constitucionais,

de ela
aquilo que
alvitre senão opinião
outro pública
Gabinete
E*
res- tem a responsabilidade.
não
como
o de pede,
pedir,
a Coroa anime
Alteza muito honroso que
a V?
peitosamente,
e exigidas
reformas humanitárias
sentindo,
demissão coletiva;

dentro de
essa civilização, porém
ter de tomar pela
contudo,

a maior cau-
limites e com
certos
resolução atualmente, quando

de tela".
temos a consciência que

da ver-
falta o apoio
nem nos

Alfredo
nem de
A chamada João
dadeira opinião
pública,

recursos necessários para


os
o respeito
seja
Por maior
não que
manter a ordem. Julgo
e a memória
o nome
mereça
em que
dever entrar justificações
um dos homens
Alfredo,
de
desneces- João
e explicações, por
regime e
dignos do
mais passado
— visto como parece-
sárias
à
valiosos
serviços
que prestou
ria ter fim
por permanecer
o historiador
não
República, pode
aceitei uni-
numa que
posição as-
a sua atitude
apoiar
imparcial
à cau-
camente dedicação
por Mi-
do Gabinete
a chefia
sumindo
a S.
sa e obediência
pública 1888, com
março de
em
nisterial
?
Majestade o Imperador

de Cotegipe.
o afastamento

isso, nitida-
Antunes sentiu
O deputado Francisco Êle
próprio

confor-
se afirmara hesitou,
Maciel salientou mente,
que porquanto

não deveria
da mas
haver ocultos
conselheiros me confessou;

a
mereciam princesa
e a esta hesitações quando
princesa que ter

o
êle mesmo que
mais os conselhei- é
crédito do lhe declarou,
que

de apresen-
Afonso discurso
ros naturais e no seu
públicos. narra

a
deveria julgar
Pena se não às Câmaras: que,
objetou tacão
que
o
carta anteriores,
ter feito a uma manifestações
referência
pelas
seria
de Cotegipe)
se não fato queda
que podia publicar. (a
se
em maio, quando
inevitável
a todos
Replicou Mac Dowell se
e
as Câmaras; que
reünissem
esses apartes outros e concluiu
e
das ocor-
em virtude
antecipava
afirmando ao Mi*
não faltara
que
CULTURA POLÍTICA
88

das lâmaras, na sessão de 3 de maio


rências do momento»
quais

diverência entre a e 1888 ?


havia surgido

opinião de sua alteza e a do Ga-

Dizia textualmente o seguinte:

binete, não só às causas


quanto

"A
às
determinantes, quanto provim extinção do elemento

dências deviam ser tomadas


que servil, influxo do senti-
pelo

na espécie".
mento nacional e das libera-

lidades em hon-
em nome de um fa- particulares,
Pois então,

ra do Brasil, adiantou-se
Al" pa-
lado regime
parlamentar, João

dficamente e de tal modo


assumia o Govêrno no mes-
fredo

é hoje aspiração acla-


instante em a que
mo princesa,
que

mada todas as classes,


Império, de- por
regente do
provisória
"se
com admiráveis exemplos de
clarava antecipar ao
pronun-

abnegação da dos
Câmaras ?..." parte pro-
ciamento das

prietários.

Como se vê, seria um me-


papel
o interês-
Quando próprio
lhor apreciado historiador do
pelo

se vem espontânea-
privado
futuro S. Ex. recusasse a in-
que

mente colaborar o
os Mi- para que
cumbência, uma vez
que

Brasil se desfaça da infeliz


nistérios ser despedidos
poderiam

herança, as necessidades
uma simples suposição de uma que
por

regente inculta e nem da lavoura haviam mantido,


princesa

mesmo dotada de uma visão confio não hesitareis em


poli- que

tica ou de a
preparo geral que pu- apagar do direito
pátrio

desse ou um
justificar provocar única exceção nele figura
que

apoio ao seu
procedimento... em antagonismo com o espí-

rito cristão e liberal das nos-

Não era verdade...


sas instituições.

no discurso de Mediante
Há, providências que
porém, João

acautélem a ordem na trans-


Alfredo uma frase não ex-
que
"Julgo-me
do trabalho, apres-
a verdade: dis-
prime formação

o nosso sem imigração o


de expor pela povoa-
pensado pro-

mento do as
do Minis-
(o programa país, facilitem
grama

comunicações, utilizem as ter-


tério) acha-se expresso na
porque

ras devolutas, desenvolvam o


fala do trono".

crédito agrícola e aviventem

Não era verdade. Se o ilustre


a indústria nacional,
pode-se

brasileiro cumprisse o
político que asseverar a
que produção,

estava na fala do trono, não seria


sempre crescente, tomará
for-

feita a abolição imediata, desor- a


te impulso e nos habilitará

tantos chegar mais rapidamente aos


denada, impensada e
que

ao servin- nossos auspiciosos destinos"?


malefícios trouxe
país,

do à demagogia.
a
Como se vê, oficialmente,

dizia a citada fala do tro- desejava a abolição, po-


Que princesa

no, mandada bem) rém tomadas tôdas as


(veja-se pela providên*

regente, Isabel, às cias ou das medidas


pela princesa precedidas
89
ABOLIÇÃO E A MONARQUIA
A

indica bem o estado de


o último
formam porque
cautelosas que

desvenda os
ânimo da
transcrito» princesa,
dcitnâ

período
e intenções e
seus
pensamentos
dizer, João
pois,
Como poderia
tôda a situação e
em relêvo
o es- põe
Toão Alfredo que programa

conseqüências se
vez as que produzi*
trono, uma
do
na
tava fala

c ram no ano seguinte.


a abolição pura
anunciava
que

sem nenhu-
desordenada, encontrando-se com
A
simples, princesa,

mais altos
cantar vi-
consideração pelos e desejando
ma Cotegipe

servindo a
do e
país forma de interro-
interêsses tória, disse, em

hà-
explorava
uma demagogia que
(gação:

dos
o sentimentalismo
bilmente
^ Então, conselheiro, ganhei,
?...
simples

ou não, a
partida?

A ^ sim, alteza,
queda... Ganhou, porém

o trono.
perdeu
o
Tobias Monteiro que
Conta
do habilís-
resposta
Semelhante
volta do estrangei-
de
imperador,
foi um
baiano, que
simo
desem- político
em
e no momento que
ro
a não ser vencido pela
dos
a um seu poucos
Corte, disse
na
barcava
do abolicioniS'-
onda demagógica

íntimo: mos-
verdade e
bem a
mo, revela

não se a
^ eu aqui estivesse, espelho,
Se como um quanto
tra,

de tal ma- foi


feito a abolição da maneira por que
teria abolição,

da
a
neira. concorreu para queda
feita,

D. Pe-
mesmo com
de alta Monarquia,
existe
E outro episódio

no trono...
II ainda
expressivo, dro
ou muito
significação
Antecedentes de autonomia em

Pernambuco

MÁRIO MELO

Secretário do Instituto Arqueológico


perpétuo

de Pernambuco.

contra sil, fora entregue o comando


ge-

os holandeses, ral dos insurgentes.


quando
LEVANTANDO-SE

Portugal, segurança
para
Barreto não era brasileiro.

da na Europa, estava em ne~


paz
Apenas meio-sangue
português.
com os Países Baixos,
flociações
Filho bastardo duma com
peruana
mercê das as capitanias
quais
o morgado de nascido
Quarteira,

ocupadas ficariam em dos


poder
em Calhau e levado
pelo pai, que
inimigos, e expulsando-os ao cabo
o reconhecera, a Portugal, onde o

de nove anos de enten-


guerra,
educara.

diam os
pernambucanos que po-
44
Não deixou, em Pernambuco,
diam como em Re-
governar-se

traços de seu civil. Tão


livre", isto é, como govêrno
pública povo

foi sua fama com


independente. grande, porém,

a vitória obtida sôbre os holande-

A classificação é do conde de
ses, a coroa o
que portuguesa

Óbidos, do Bra-
governador geral designou
para governador geral

sil, com sede na Baía, e os fatos,


do Brasil.

antecedentes e conseqüentes,
pro-

varam tinha êste razão.


que
O sucessor de Francisco

Barreto
Vencidos os invasores e enxo-

tados de Pernambuco e capitanias

Sucedeu-o, aqui, André Vidal


anexas, assumiu o civil
govêrno
de Negreiros.
tinha o militar: o mestre
quem

de campo Francisco Bar- Se bem nascido na Paraí-


general que

reto, a desde as vésperas ba, Vidal de Negreiros tinha seus


quem,

da batalha dos Guara- bens na capitania de Pernambu-


primeira

rapes, êle dirigida e cons- co e de Ita-


na
por que particularmente

tituíu sua vitória no Bra- maracá, então e ane*


sempre
primeira para
EM PERNAMBUCO 91
DE AUTONOMIA
ANTECEDENTES

O rompimento de Barreto
Um dos
de Pernambuco.
à
xada

o com Vidal
senão
inspiradores,

principais

da insurreição pernam-
principal, Bar*
E deu-se o rompimento.

chefes milita-
um dos
e
bucana, da Baía, e Vidal
reto ordenava,

Segundo
de mais prestígio.
rcs não cumpria.

e não Viei-
fôra êle,
Branco,
Rio
O geral queixou-
o é governador
da que
o diretor guerra,
ra, do
ao rei da indisciplina go-
se
militar de

aceitável, porquanto Pernambuco. Tem-


vernador de

antes das
carreira. impulsivo,
peramento

um alvará
de baixou
isto é, filho por-
providências,
Mazumbo,

de Vidal de Negrei^
a de suspensão
começara
de que
tugueses, pai
capitania, e
da
tomara ros, do
govêrno
carpinteiro,
vida como
de Sousa e
D.
mandou João
que
todos os acontecimentos
em
parte Cardoso, coman-
Antônio Dias
a
de Pernambuco, par-
decisivos infantaria
forças de
dantes das

Casa Forte.
da
do combate conta
tir tomassem
do Recife,
paga

do de-
na até a chegada
os vencedores do
Representara govêrno,

Burgos
Ta- Cristóvão
do sembargador
da Campina
capitulação
do cri-
le- ouvidor geral
Contreiras,
e fôra o escolhido para
borda
com
Baía, dali
me da que partia
da expulsão.
a el-rei a notícia
var
Nicolau
do coronel
o regimento

a nomeação
voltava com
Dali
Pacheco.
Aranha

e
do Maranhão
de de es-
governador usou
de Negreiros
Vidal
a mercê,
e mais ainda
Grão-Pará Cumpriu
cedeu.
tratégia política:
direito
outro tivera:
nenhum
que do geral,
as ordens governador

e An*
Pernambuco
de à Coroa.
governar mas recorreu

no-
si ou substituto que
gola, por carão
foi um
E o resultado

measse.
:
ao
governador-geral
a
Barreto continuara
Francisco "Francisco
de Mene-
Barreto

fôra ünicamen-
como se muito
governar vos envio
— Eu el-rei
ses
Tôdas as
ver o
te comandante-chefe. mandado
Havendo
saudar.

classes ficaram indispostas. o


me escreveu governador
que
sobre
de Negreiros
de Per- Vidal
capitania André
Vagando a
e ele se
vós
entre
a dúvidas
elevação as que
nambuco, sua
pela.
de
matérias júris
em
cou- moveram
do Brasil,
governador geral desem-
um
vós mandado
cão, de
de Negrei-
be a sucessão a Vidal
de campo
um mestre
e
bargador
a 26 de
ros, tomou as
que posse
dar cumprimento
fazer
para
março de 1657. diri-
me
ordens: pareceu
vossas
re-
nesta
é)
assim que
Foi os (se
um alívio pernam- qir-vos
para
a meu
muito
mi- se faltou
bucanos, cuja sorte solução
procurou
havendo
Porquanto, yos
injustiças serviço.
norar, desfazendo pra-
as razoe:,
mim com
a
entre- recorrido
ticadas Barreto, que,
por estando-me
e

ti- de vossas queixas,


tanto, como geral,
governador aguardar
devieis
afeta,
a causa
nha agora mais
poderes.
92 CULTURA POLÍTICA

mipha, sem no ínterim A carta do conde


resposta

inovar coisa alguma, nem de Óbidos


passai

adiante na matéria, a menos com

Foi nesse tempo o conde


e novas devassas, dando que
armas

de Óbidos, do
isso ocasião a tumultos e governador geral
com

Brasil, a de organização
civis entre meus vassa- propósito
guerras

de Terços, escreveu ao mestre


los. Logo esta receberdes
que (se

de campo dom de Sousa


não o houverdes feito, toman- João

longa carta em há êste tre-


do melhor conselho), fazei reco- que

cho :
lher todos os ministros de
guerra
"Aqui

tiverdes mandado vi uma assina-


e petição,
justiça, que

a Pernambuco, e tudo se re- capitães haviam de


que da
pelos que

no mesmo estado, até eu ficar reformados. E não é tanto


ponha

mandar tomar na matéria, se o excesso das ra-


que estranhar
para

fica vendo, a resolução fôr inconsideração


que zões achou a
que

servido, do vos mandarei avi- vozes


das suas sendo
que (sempre

sar. Escrita em Lisboa aos 15 de dis-


muito mal fundada) como a


abril de 1659 Rainha." cabos; se
simulação de seus
pois

imputa sempre a êles


do Instituto Arqueologia (ou pelos
(Revista

terem mal disciplinados, ou


co Pernambucano, n. 54, 161) por
pg.

entender tàcitamente se con-


que
Naturalmente os
pernambuca-
formou às suas ações) o descré-

nos tomaram fogo, ver o


por que
dito de semelhante absurdo:
por-
desprestigiado fôra o
governador
a nação está mui-
que portuguesa

geral.
to bem avaliada: e isto de motins,

Barreto imediatamente
pediu e tumultos, só se acabam donde
"porque

demissão, não me atrevo


há concurso de outros. As ordens

a servi-lo rei) entre desobe-


(ao uma
reais hão de se com
guardar

diências e supostas culpas casti-


obediência mui cega. E só nessa

mas não lhe foi concedi-


gadas", se mostram bem as
presunções

da. Também Vidal continuou,


dos o são. Mas
que pesam que

até foi Angola.


que governar como imagina
essa Capitania se

Sucedeu-lhe, em 1661, o almi- os


hoje República livre, bastam

rante Brito Freire, tomara


que exemplos tem o melin-
que para

na última fase da expulsão nas


parte dre com todos andam, até
que

dos holandeses. lhe to~


maiores obrigações
que

cam\ de 30-12-1664. Do-


nada de seu (Carta
Quasi se sabe
go-

cumentos Históricos, vol. IX,


vêrno, mas é bem
possível que

212-216).
não haja dado freio aos pgs.
pernam-

Note-se o conde de Óbi"


bucanos. que

fôra sucedera a Fran-


dos
Seguiu-se-lhe de quem
Jerônimo

Barreto. Pernambuco esta-


cisco
Mendonça Furtado, o
que povo

va como ao tempo em o
que go-
alcunhou de Xumbergas, tendo fi-

"xum-
vernara Vidal de Negreiros: jul-
cado no linguajar o verbo

república livre.
bergar", com o significado de to- gando-se

E era mesmo. O
mar bebida alcoólica, embriagar- governador

Mendonça Furtado
se. de
Jerônimo
DE AUTONOMIA EM PERNAMBUCO 93
ANTECEDENTES

ditos depunham o
Era que governa-
na antipatia. preciso
caíra

os dor sua majestade nomeado,


se libertassem per- por
dêle
que

a conspi- e o devolviam ?
Entraram prêso
nambucanos.

O comunicou
faziam geral
conspiração parte governador
Da
rar.

des- à metrópole o acontecera em


de Sousa, que
D.
o João
próprio
e Antô- Pernambuco.
carta acima,
da
tinatário

do recrimina-
Cardoso, comandante Procure-se
Dias qualquer
nio

na seguinte carta régia, diri-


regimento. ção
outro

à Câmara de Pernambuco
gida

ostensivamente cabeça
e deportação (Olinda),
Prisão

conspiração :
da
44

vos envio muito saü"


de de Eu el-rei
de 31
Na tarde julho

e Enquanto não chega


foi dar. gover-
o preso
1666, governador

essa capitania, fui servido


Lisboa. nador a
e mandado para
deposto

dela a An-
o recorda: encarregar do
hoje o folclore govêrno
Ainda

en-
Vidal de Negreiros, por
dré
"O
era furtado,
Mendonça todo o acerto,
tender o fará com

o furtaram;
Pois dos na forma
paços meu serviço,
que pede

Governador governado, lhe mando escrever,


da carta
que

reino o despacharam vos


Para o do
êle vos mostrará, que
e

o tenhais
mando avisar, que
comu- para
de Olinda
A Câmara
e façais dar
e cumprais,
entendido
com toda simplici-
nicou o caso

às suas ordens pela


An*- cumprimento
e a
dade ao geral
governador
eu espero
como
maneira referida,
E o
Vidal de Negreiros. go~
dré
de
em Salvaterra
vós. Escrita
de
sabia
vernador que
que já
geral, 1667
de
a 19 de fevereiro
Magnos,
se
os julgavam
pernambucanos Instituto
do
Rey". (Revista
não se limitou
em república livre,
n.
Pernambucano,
fi- Arqueológica
a acusar a comunicação

176).
54
a deliberação pg.
entendendo
quei

dessas Capi- fatos, perfeita-


com os vista desses
A
que povos

em de^ muito
será
tanias se determinaram documentados,
mente

do e haverem prêso os
estranhar que pernambuca-
por govêrno de

Furtai em 1/iU
a de Mendonça levantado
Jerônimo nos se tenham

de de
André Vidal Sebastiao
do'\ Nomeou o
contra governador

Ca^ meti-
da o tenham
Negreiros o Caldas,
para govêrno Castro e

ati-
o receio hajam
Houve, talvez, emboscada,
pitania. do numa

a
de- obrigassem
de não deixassem outrem êle, o
que rado contra

fim o ca-
André e
sembarcar, e sabia-se a Baía, por
que
fugir para
- Bernardo
Vidal de Negreiros era
persona do movimento
beca
fa-
seus -
estimadíssimo e,
pelos de Melo propusesse
grata, Vieira

republica
antecedentes, obedecido. Pernambuco
de
zer-se

meio secu-
de
cêrca
Estava e velho e livre,
doente prefe- quando,

geral
um
ria a engenho, lo antes, governador
de seu porém
paz a
e escrevera que
até notara
o sacrifício lhe foi imposto Brasil
-
os hola
expulsara
substituto lhe dessem. capitania que
que
li-
republica
se
deses julgava
Coroa, di" já
E como a
procedeu

vre ?...
•ate dos sú-
da insubordinação

à
História militar

A campanha do Paraguai através das

cartas de um bravo

Da Batalha de Passo da Pátria à ocupação de

Rosário
(1866-1869)

HÉLIO VIANA

Professor catedrático de História do Brasil na Faculdade

Nacional de Filosofia.

não têm sido devi'-


pontuação, da Sra.
por gentileza

damente recolhidos Nelson


pelos Guilhobel, neta do co-
L
âINDA
historiadores os depoimen- ronel Oliveira Bueno, e à
graças

tos epistolares fornecidos amável intervenção


pelos de Francisco

oficiais serviram na
que Marques dos Santos,
guerra membro do

da Tríplice Aliança contra o Conselho Consultivo


go- do Patrimô-

vêrno do Paraguai.
nio Histórico Artístico
e Nacional.

De um dêles, o coronel honorá-

rio O coronel de
de Oliveira Bueno, cuida- José
José

Oliveira Bueno
dosamente os seus
guardaram

descendentes coleção de
preciosa
Antes, é conveniente o
porém,
vinte e seis missivas, datadas de

registo de alguns dados relati-


9 de maio de 1866 a 20 de
junho
vos à anterior carreira militar do
de 1869 e em ordem
postas pelo
signatário de tão interessantes
tenente-coronel Adir Guimarães,

cartas.
abrangendo, desde a invasão do

território bôa De acordo com


paraguaio, um artigo
parte pu-

dos de comando do blicado na revista ilustrada


períodos pre- por-

sidente Mitre, do marquês de Ca- talegrense A Sentinela do Sul,

xias e do conde d'Eu. Eram di- de 26 de abril 1868,


de nasceu

rígidas ao sogro, Diniz d'Ornano de Oliveira Bueno na anti-


José

Leyraud, residente em Pôrto Ale- Guarda do Cerrito, depois ei"


ga

Adiante as dade de no mesmo ano


gre. parcialmente Jaguarão,

transcrevemos, com simples alte- da independência Brasil. Era


do

rações de ortografia, desdobra* filho do capitão Inácio Oli*


de

mento de abreviaturas e nova veira Bueno.


DE UM BRAVO 95
AS CARTAS

Ligeira na bata-
em territó- Cavalaria (3),
sua família
Residia

Morón, dos Santos Luga-


rompeu lha de

o uruguaio quando

de Monte Caseros, com


Tendo seu res ou
farroupilha.
revolução

carregou sôbre uma bateria


de Oli- êle
Albano
coronel
irmão,

tomando-a e levando a
a figurar inimiga,
acorrido
Bueno,
veira

foi desordem à sua retaguarda, o


do Império, que
as tropas
entre

mencionado em or-
valeu ser
rebeldes (1). lhe
e morto pelos
t,rêso

dia e condecorado com


vida do do
a jo- dem
fato decidiu
Êste

hábito da Ordem do Cruzeiro.


a seu o
Reünindo-se
vem José.

comba- Mais de 1854 a 1856,


também tarde,
Manuel,
irmão

n0vamente no Uruguai,
assentou esteve
legalista, praça
tente

1836, da divisão auxilia-


de poucos fazendo
20 de setembro parte

da dora remessa ha-


da brasileira cuja
dias depois proclamação

Nas vja respecti-


Riograndense. sid0 solicitada pelo
República

manteve até vo
se
imperiais govêrno.
fileiras

do Chuí
tomado a fronteira
luta, tendo par- Comandava
o fim da

no quando obrigado a
e, Brasil foi
combates já o
te em diversos

contra o
foi nomeado abrir hostilidades go-
de alferes,
posto
Aguirre, em
do coman- vêrno de
de ordens uruguaio
ajudante

da 1864. como em
armas e Delas
dante das presidente participou,

de fôr-
de Caxias (2). seguida da organização
Província, barão

Argentina, se
~ através da
. ças que,

servir na
Depois de guarniçao in-
m aQ paraguai, que
^
sólitamente
natal, novamente
da fronteira nos atacara.

de campo Transposto a 16
nomeou seu ajudante rio Paraguai
o

de Caxias, por ^ Passo da


o então conde no

contra Ori- pátria, de-


ocasião da campanha dias
aí o encontramos,

esta no ,g im-
1851. Vitoriosa sogro as
be, em ao
remetendo

à divi- pressões
Uruguai, foi incorporado encontro
do
primeiro

à Argenti- ^ravaJ0
são brasileira enviada inimigo,
em território

o ditador da Pátria
na combater Juan Batalha de Passo
para

Rosas, comandada "Campo no Passo


Manuel de Batalha
de

de Sou- ^ 1866.
brigadeiro Marques maio de
9 de
pelo Pátria,

e con-
sa, depois barão, visconde

de Pôtto Alegre. Sendo-lhe Meu


de
^ ^
Ten corren-
de um esqua-
confiada a direção
2 do corren
no dia
de ciar-lhe que
drão do célebre 2.» Regimento

"N^as
ao Processados
nas
biografia encontra-se
(1) Sua
't
Na:i '
do Arquivo
Aurélio Põrto, nas Publicações do
, t da Repartição
assistente Quartel
fo. nomeado
de 1844
22 de novembro
(2) A
p
— A 4 de ianc""° Ca-
Quartel Mestre General. ,, 2.° de
COrpo, o
seu
rec
foi mandado do
General. A 5 de maio seguinte ^ do dia
Ordens

vaiaria Cf. °
de Guardas Nacionais. de
Nacional do
do K o
Rio Janeiro,
Nacional
da Biblioteca
nos Anais
general barão de Caxias",

320 e mo. comandante


303, -
vol. LXIII, de 1941, Rio, 1942, págs.
de seu
em lembrança
Regimento Osório,
(3) Agora ^^
"um ^g^
patrono
Bueno
Lannes", escreveu Oliveira arma
como da
no, y
do Hervai,
e marquês
Luis Osório, barão, visconde
depois

de cavalaria do exército brasileiro.

122.218 — 7
F.
s
96 CULTURA POLÍTICA

um triun- diàriamente com o inimigo a meio


te obtivemos
grandioso

(o contra nosso inimigo, ou* tiro de canhão, e sempre em fogo;


que

em nosso cam- ainda hoje houve uma semi-ba-


sou
procurar-nos

êste arrôjo custou-lhe bem talha, em a vitória


po; que pendeu

caro, deixou em nosso o nosso lado, o


porque po- para perdendo

uma bandeira» três de inimigo mais de 600 homens mor-


der
peças

artilharia e dois mil e duzentos tos.

"Estimo
mortos de seus soldados
(aliás
saúde e fa-
goze (a)

4.200 mortos, conforme corrigen-


milia, a me recomendo.
quem

da contida em carta de 16 do

Seu am.° obr.°


mesmo mês), neste número o

chefe os comandava e vários O. Bueno".


que José

oficiais. Nós tivemos mil e cem

homens fora de combate, sendo


Batalha de Tuiuti

feridos 400 e 200 mortos; os mais

aos exércitos de Mitre


pertencem Tuiutí, a maior batalha cam-

e Flores. Os nossos soldados


do continente, foi sucinta-
pai

bateram-se como bravos são;


que mente comentada em carta do co-

o meu batalhão só teve cinco mor-


ronel Oliveira Bueno ao sogro,

tos uma bomba inimiga, e 16


por escrita de Corrientes, dias
quatro

feridos, neste número dois tenen-


depois do sangrento embate :

tes, levemente. Pode ficar certo "No

dia 24 do corrente tive-


os nossos inimigos são uns
que

mos um renhido combate com o


verdadeiros selvagens, em todos

inimigo, durou seis horas,


que
os sentidos
(4).

vindo a noite têrmo à carna-


pôr

No número de nossos feridos O inimigo mortos no


deixou
gem.

conta-se o Carlos Néri, bem campo mais o


de 6.000 homens;
que

tem sofrido O Osó- nosso nú-


(5). foi no
general prejuízo grande

rio apareceu sempre donde mero de oficiais fora de combate,


jul-

sem reserva al- sobe a cento e tantos; subirá


gou-se preciso, que

envolvendo-se no fogo, o seu total com de a


guma,
praças pré

tanto o seu cavalo foi ferido; 3.000,


que sendo ferido o
general

é um Lannes. Não tenho tem- Sampaio, comandante de minha

mais, estamos unidade


po para porque (6).

adiante, o missivista, em conversa êstc


(4) Veremos, que com Caxias, como

fêz mais tarde, à incontestável bravura do


justiça, soldado
paraguaio.

Carlos Néri, comandante de um dos novos


(5) Major corpos de Voluntários

da Pátria, oficial muito estimado de Caxias, em abril


que de 1865 o recomendava

a seu amigo o tenente-general Frederico Caldwell, das


João então comandante

armas da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, além de ajudante-general


"Cartas
do exército. ^ Cf. Hélio Viana —
do duque de Caxias ao tenente-general

Caldwell", na Revista Militar Brasileira, vol. XXXIX, n. 2, de


de abril a junho

1942, 344.
pág.

Antônio de Sampaio, falecido a 6 em con-


(6) Brigadeiro de seguinte,
julho

seqüência de três ferimentos recebidos na batalha de coman-


graves Tuiuti, onde

dava uma das divisões de Osório. Patrono da infantaria cujo


quatro brasileira,

l.# Regimento tem o seu nome, decreto-lei de — Cf.


por 19 de de 1940.
janeiro

Laurênio Lago — Os do Exército Brasileiro de 1865 e 1889, Rio, 1942.


generais

10-11.
págs.
CARTAS DE UM BRAVO 97
AS

"O com zo teve de forma


bateu-se que (sic); que,
meu batalhão

depois do combate, o exército,


sustentando
admirável,
bravura

forças continuando a o inimi-


contra quá- perseguir
uma posição

ho- tomou mais três for-


de 3
espaço Yi go, pontos
druplas, pelo

honr3 tificados, indo o resto dos selva-


dcf^ss tso
foi nesta
ras;

refugiar-se no Humaitá,
meus bravos caí- que
vi os gens
(sic), que

está sendo nossa esquadra


o seu por
terra cumprindo
rem por

bombardeado neste momento e


desistindo de*
e o inimigo,
dever»

em breves horas estará em nosso


as costas, e
virou-nos
empresa,

Sinto não ter tempo


três poder (7).
tomadas peças que
[oram-lhe

lhe dar uma minuciosa no-


aquêle tem- para
fêz durante
nos (sic)

ticia dêstes últimos triunfos.


Tive na
dano terrível.
um
po
"A

um leve ferimen- Amazonas deve


esquerda fragata
perna

continuar a com a no-


me a Côrte
to, privou partir para
que

bala matou- de Humaitá, nestg


esta tícia da tomada
combater, pois

além de ir até Montevidéu,


me o cavalo, quatro que ocasião
penso

Tive oito ofi-


tinha recebido. afim de convalescer".

e 176
fora de combate, pra-
ciais


Curuzú e entre-
. Tomada de
ças

vista de Iataití~Corá

Tomada das trincheiras

de Sauce
da car-
o otimismo
Autorizaria

de 20
citada,
ta «interiormente
substituído Osório,
Em
julho,
novo êxito
de 1866, o
no de
Herval, doente, julho
barão do
já Mar-
Manuel
do tenente-general
tropas brasileiras,
comando das
a 3 de
Sousa, tomando,
de
Alegre, ve- ques
barão de Pôrto
pelo forte de
o
seguinte,
o setembro
a chefia deste,
rificou-se, sob
do rio Pa-
à margem
Curuzú,
de
ataque às fortificadas
posições Curu-
de
obra avançada
raguai,
coro-
Sauce, assim descrito pelo

e de Humaitá.

Bueno : paití
tiel Oliveira

continuas-
"No embora
Entretanto,
tive-
dia 16 do corrente

convalescendo
em Corrientes,
só se
isto é,
mos um forte combate,
em Tuiutí,
recebido
do ferimento
nos faz
o exército brasileiro,
que de
ao coronel Jose
não escapou
muita O nosso exército
honra.
Francisco
Bueno que
Oliveira
for-
tomou de assalto uma
grande
o responsável pela
López,
Solano
tificação do inimigo, cujo
ponto al-
estivesse preparando
nos guerra,
era importantíssimo,
porque como
aos aliados,
cilada
opera* guma
continuarmos as
privava o desas-
com
se verificou
afinal
houve mortandade
ções; seguin-
grande Do dia
de Curupaití.
tre
de de
nossa a per-
parte, ponto Iataiti-Cora
de
da entrevista
te ao
dermos como
batalhões inteiros, em
é a carta
de setembro)
O (13
fossem 12 14 de linha.
o e
de conhecer
antes
exprimiu,
inimigo o que
foi assombroso prejuí-

daí conse-
a dois anos

se vera, céUbn
e como adiante de Hu-
Como se sabe, fortaleza
(7)

da inexpugnabi ^ nâo ca-


Caxias desfazer o mito
guiria caga demora,
ser atriwuoa
deve
maítá. causas
A numerosas e
justificadas

bendo aqui do assunto.


o exame
CULTURA POLÍTICA
98

Mi- rosa, nada tem feito nestes


resultados do encontro de
os que

re- últimos dias


tre e López, fundamentados (8), quem (sic)

admirou a coragem do barão e


ceios :

seus soldados.
"Pelo

incluso boletim, saberá


44

O exército aliado, tinha


as notícias de mais vulto que
que por

de atacar na mesma hora o


aqui circulam. Eu, temo que
porém,

barão, segundo tinham combina-


muito seja alguma cilada
que que

do, deixou de o fazer


o López nos armar; no (9), pelo
queira

muito se incomodou o ba-


entanto, não ser assim, visto
que
pode

rão, e com tôda a razão. A mo-


êle uma conferência.
pedir

rosidade tem aparecido no exér-


"López

e seu exército achava-


cito e na esquadra, como uma

se em conseqüência do
perdido, epidemia, o tem dado lugar
que

lhe deu o barão de


golpe que o inimigo se fortifique à von-
que

Porto Alegre no dia 3 do cor-


tade, faça estacadas no rio e co-

rente, tomando de assalto um


loque os torpedos donde tem

forte importante ao Curu-


junto O encouraçado Rio de
querido.

com 13 e fazendo-lhe
paití, peças, foi a um tor-
Janeiro pique por

uma mortandade de mais de 800


morrendo trinta e tantas
pedo,

homens e 200 esta


prisioneiros; neste número o coman-
pessoas,

cortava a retirada
posição, que dante e vários oficiais; se
porém

do exército de López, sendo


a esquadra tivesse ocupado êste

ocupada, como é, barão,


pelo a tempo, não tinha havi-
ponto

creio resolveu o tirano a ca-


que do os transtornos têm apare-
que

na verdade estava
pitular, pois cido, sofrendo isto o exército
por

Esta é a
perdido. posição que também; enfim, veremos o
que

lhe falei em uma de minhas car-


fazem os homens agora com suas

tas anteriores, os nossos


que ge- conferências".

nerais olharam ela com in~


para

diferença, mas não escapou Do fracasso da entrevista con-


que

ao de vista do barão, e o cedida e coman-


golpe pelo presidente

feliz resultado aí está dante em chefe Bartolomeu Mi-


patente,

além de o obrigou ao ini- tre ao ditador diz êste


que paraguaio,

migo a a tópico de outra carta, datada de


pedir paz.

19 de setembro de 1866 :
44

O barão, no dia do combate,

44Há

como um bravo é, dias lhe escrevi


portou-se que partici*

frente López a
conservando-se sempre na o
pando-lhe que pedira

tinham fim tratavam de


das colunas de atacar. cujo
que paz, para

Êste combate foi dado na mar- uma longa conferência;


porém

do rio Paraguai, e me nada se fará,


gem presen- parece que por-

ciado nossa esquadra consta-me López exige


pela pode- que que

é
de Corrientes, apenas dez dias depois do acontecimento»
(8) Escrevendo

da
compreensível Oliveira Bueno se tivesse enganado, ao negar a cooperação
que

esquadra na tomada de Curuzú. Estaria simplesmente mal informado.

mesmo fato iria repetir-se dias depois, e com maior por


(9) O gravidade,

ocasião do malogrado ataque de Mitre a Curupaití.


DE UM BRAVO 99
AS CARTAS

elas 58 canhões de cali-


não deve ceder, grosso
se lhe
coisas que

dar- bre.
Flores (10)
resultou
O que
"Após
ato da conferén-
no combate, o
as costas um renhido
lhe

algu-
de dirigir-lhe
depois barão conseguiu transpor as duas
cia e

amargas; e
bastante mas a terceira,
linhas;
mas palavras primeiras

nenhum va- -
tem vindo fosso de va
não tem um
como que quatro

estamos^ sem
exército, ras de largura e a
do profundidade
por
estão as
em pé tendo ademais
saber que correspondente,
nada

é des
o certo que de três varas de al-
um
negociações; paredão

se tem ouvido
à noite foi impossível transpor-se
tura,
dontem

até êste
de artilharia debaixo de um serís-
tiros esta última
muitos

creio
conseqüência, artilharia e fuzila-
simo fogo de
momento; por

tiveram os
as hostilidades principiaram. ria; de maneira
que
que

"Eu da emprê-
na de desistir
nunca acreditei paz assaltantes

de 6.000
e só com um
López, julguei sa, prejuízo
oferecida por
e feridos.
entreter entre mortos
meio de homens,
fôsse um
que
chefes de
me- vários
Mitre
afim de perdeu
tempo, preparar-se

mérito neste combate".


lhor.

"O
se deve sa-
fôr, breve
que
de Curupaití
Passagem
ber".

de Curupaití ao
Desastre Rio Grande
Tendo ido ao

de saúde,
tratamento
o coro- Sul,
tinha razao para
De como
1866 e maio
de
entre novembro
Bueno, tràgicamen-
nel Oliveira
voltou
de muletas
1867, ainda
foi o de
te mostrou o desastre que
de
o coronel José
e ao Paraguai
a Curupaití, ordenado
assalto
o
reassumindo
Bueno,
des- Oliveira
Mitre, assim
dirigido
por >
seus batalhões (11)
de
a comando
crito bravo oficial
gaúcho,
pelo
da
tivesse participado
mês e ano : Embora
28 do mesmo

31 de
a
de Tuiú-Cué,
"A ocupação
López,
oferecida agravan-
paz por ano,
último
desse
julho
minha últi-
e de lhe falei na toi
que
os seus padecimentos
do-se
em
ma carta, foi transformada no Kio
a vir tratar-se
forçado

do dia
três linhas levantou seguinte.
que setembro
em
de
Janeiro,
direito de
a noite no flanco
para de es-
teve ocasião
Antes disto,
estava amea-
seu exército, o
qual de agosto,
a 17
ao sogro,
crever
de Pôrto Alegre;
çado barão
pelo brasilei-

do novo quartel-general
e no dia 22 do corrente, quando
locahda-
naquela
ro, estabelecido
o barão, reünido com o
general sido
havia
o
relatando que
re- de,
Mitre, ataque ao
levaram o
de Curu-

a vingadora passagem
ferido com
flanco, encontraram-se im-
esquadra
realizada pela
as baterias refiro, montando paití
que

d
e comandante
do Uruguai

Venâncio Flores, presidente


(10) General

exército com os aliados. .


em cooperação Bueno", publi-
Oliveira
"O
honorano J^gr°U™
artigo coronel %
o cit ^
(11) Cf. ^

do Sul,
cado na A Sentinelâ abril dêsse
revista ilustrada 1.° de
nrrto data
data de
o referido
de 1868, 345. Sua nomeação para
pág.
ure
ano, do historiador
cf. amável informação
CULTURA POLÍTICA
100

têrmo a uma
a situação da cam- guerra que
e porem
perial, qual

do se torna enfadonha.
o comando teórico
sob já
panha,

"O
Mitre e efetivo do
presidente exmo. marquês
(Caxias)

de Caxias :
marquês
tencionava manobrar após o tri-

"No
houve unfo do dia 31; apresen-
dia 15 do corrente porém,

da nossa cs- tando-se o Mitre, assu-


um renhido combate general

Curupaití, to- miu êste o comando em chefe:


com o forte
quadra

os na- creio se fará dêste um


mando tão somente ponto
que
parte

afim de distraí- segundo Tuiutí


vios de madeira, (13).

"O
rem o inimigo os encoura-
para em
inimigo não se descuida

com efeito, às 7
subirem;
çados
a sua defesa; e
preparar-se para

da manhã rompeu o fogo,


horas
consta, dois se
por que passaram,

e depois de uma hora de serís-


tratava de tirar de Tuiutí sua
que

combate, investiram 10 cou-


simo
artilharia, assestá-la
grossa para

raçados e conseguiram
passar
no flanco em estamos, o
que que

e às 3 da tarde aqueles na-


(12); muito
é indubitãvel nos causará

vios atiravam suas bombas sobre

dano; há três dias nos


porque já
as torres de Humaí-
gigantescas
atiram e nos têm morto algumas

tá, e até êste momento continuam

e ferido outras; ontem tive


praças
na mesma operação.
duas feridas e a mulher
praças
"O

inimigo desapontou com a de um soldado, uma bomba


por

daqueles navios e fez rebentou no flanco do bata-


passagem que

um movimento de suas forças lhão; estamos, desta forma


pois,

sôbre Humaitá, tomando outras expostos dia e noite às bombas

no flanco em nos inimigas.


posições que

achamos, como lhe "Não


prevendo que
sei seja o do
qual plano
levássemos um ataque de combi-

em chefe po-
general (Mitre);
nação com a esquadra;
porém
rém, seja, entendo
qualquer que
nós, impassíveis, nem sequer fi-

se faz esperar muito;


que já por-
zemos um movimento, o
pequeno
a exige rapidez nos
que guerra
muito teria concorrido
que para
movimentos, não dar-se, co-
para
mais ser a confu-
grande (sic)
tempo ao ini-
mô estamos dando,

são do inmigo, não sabia a


que
migo a fortificar-se e inutilizar

atender. Os exércitos
que ponto
temos de
as donde
pontes por
ocupam as mesmas do
posições
as vias de
cortar-lhe
passar para
dia 31; e
quando pensávamos que
e
comunicações com a campanha

empreenderíamos rápidas opera-

Assunção.

estamos tratando de
ções, gran-
"Não

des entrincheiramentos, fatigando me atrevo a dizer nada,

modo soldado.s an- limito a di-


dêste os temendo errar; só me
que

siosos estão baterem-se, zer tendo a esquadra


por para que, pra-

construção e o emprêgo de couraçados na campanha do Paraguai


(12) A

de capacidade de e da ad*
constituiu realização da engenharia naval
grande prova

ministração brasileira do tempo.

autor referir-se à acusação muito


da campanha,
(13) O queria protelação

em voga e aceita não medir as enormes dificuldades com que


por quem quisesse

se tôdas as operações.
processavam
AS CARTAS DE UM BRAVO 101

"Tem

heróico, o exét- consigo de


um feito quatro peças
tjcado

com ela campanha, motivo


ter manobrado pelo qual já
devia
cito

enfim, vere- não foram tomados de assalto;


acôrdo;
de comum

tendo mais a seu favor a espessa


está que
o guardado,
jiios que

de conveniên- mata em estão e a


bôa e que posição,
muito
coisa

não tem senão uma estreita


que
cia geral".

entrada, tem sido a causa de


que

termos muita fora de com-


de Humáitá gente
Agonia

bate. Agora mesmo se metralha

Paraguai, a mata, tanto de mar como de


vez no
Pela terceira

terra : é um inferno. Lamenta-


de Parê-Cué.
cartas datadas
em

mos o número de mulhe-


de agôsto grande
2 e 5
de 29 de
julho,
res estão com êles, e crian-
Oliveira que
deu o coronel
de 1868,

dizem morrer ino-


Hu~ ças, porque
impressões de
Bueno suas

fogo se lhes faz.


centes
pelo que
lhe impôs
maitá e do sítio
que

"Haviam

da da no rio,
depois sete correntes
Caxias, passagem

rio e da e todas sumamente (14).


esquadra pelo primeira grossas

López, Chaco.
fuga de "A
pelo
munição é em tanta
quan-
"Estamos

de do afama-
posse fabuloso refe-
tidade
que parece

do Humaitá : é um o ini-
potreiro gran- certo hoje
rir. Estou que

de, com um largo fôsso


guarneci- o mar-
migo será desbaratado;

180 canhões; nada mais.


do
por seguirá sem de-
quês (Caxias)

de arte, a não
Não há trabalho

mora sobre Tebicuarí.

A artilharia é de
ser a igreja.
"O
teve muitos
e raiada, sen- meu batalhão
primeira qualidade

120. e número
do dos calibres 32, 68 e feridos
oficiais grande

combate- no dia 16;


Tinham munição mortas po-
para de
praças

O reco- com bra-


cem mais de um ano. todos
rém se
portaram

fêz a 16 foi o
nhecimento se me disse ge-
que vura; isto mesmo

a causa do inimigo evacuar a feridos


pra- Os oficiais
neral Osório.

temendo sério; isto


ça, um assalto
bem".
seguem

mesmo confirmam alguns


prisio-

2 de agôsto pros-
neiros. A se Na carta de
guarnição passou

relato :
uma ilha, o fim de fu-
com o impressionante
para segue

o Timbó, cerca-
gir para porém, "A
de Humai-
brava guarnição
dos mar é, rio),
por (isto pelo
e noite
dia
tem batido
tá se
resolveram fortificarem-se e se es-

findou
26 do mês
dia que
tão este desdo
batendo desd'o dia 26 até
9 ho-
são
êste momento, que
momento ini- até
lhe escrevo. O
que
tem havido
noite, em que
ras da
migo se com valor
tem batido
de artilharia
fogo
um seríssimo
desesperado,
tendo
já perdido
o
amanha
veremos
mortos e infantaria;
1.800 homens, o con-
que
tem
O inimigo
hoje.
firmam houve
uns se que
prisioneiros que
2.000 homens
mais de
lhe tem feito. perdido

ao Museu
recolhidas
hoje se encontram
São as correntes de ferro que
(14).

Histórico
Nacional, no Rio de
Janeiro.
102 CULTURA POLÍTICA

à tarde; veremos o mudança, levará alguns dias.


até hoje que
pre«

noite. Não se sabe fôrça fica, nem


desta
juízo que

"López a comandará; não


quem porém
deixou uma
guarnição
deve ser menos de [)()(]
2.000 homens.

dos melhores soldados : não, st


"Hümaitá

é uma lindíssima
ser mais do
pode pertinaz que

situada no melhor terreno


êstes malvados. Ainda se recebe praça,

aqui há; e tem acomodações


munições e artilharia. Tinha 236 que

30.000 homens.
canhões em suas trincheiras, con* para

"Ontem

tando as estavam na formaram em revista


que parte

do rio. 3.000 homens de cavalaria, com

"No a do marquês; e sobra-


30 assumi o coman- presença
dia

va campos o resto do exér-


para
do da 12.a Brigada de Infantaria,

cito. Se as fortificações não ti-


a é composta de 4 batalhões
qual
nham arte, supria esta falta 246
neste número o meu 39,
que, por
canhões de classe, como
primeira
estar o 13 de linha com
pouco
fôsse de 120 e 68, raiados, com
mais de 300 não entra*
praças,
munição ainda mais de um
para
ram hoje no combate; tive
porém
ano e mantimentos um mês
para
ordem de mandar o 38 e 51

ou mais. Está o re-


provado que
virão de menos ?
quantos
conhecimento do dia 16, feito
"Dizem por

assim se con-
que que três batalhões e um corpo de ca-

clua com os sitiados nos


poremos vaiaria, fêz ver ao inimigo
que,

em marcha sôbre Tebicuarí. É


levando-se-lhe um assalto formal,

tudo tenho a comunicar-


quanto era vencido e todos
perdidos, por-

lhe".
avançando a esquadra fica-
que

riam entre dois fogos e seriam


A rendição, afinal, e o mereci-

mortos ou felizmen-
do elogio do bravo adversáriq prisioneiros;

te estamos livres da tal


feito homens realmente guarni-
por que

está ser a
fazê-lo, vieram ção, que justificado
na carta
podiam

melhor segundo uns; mas,


do dia 5 de agosto de 1868 : gente,

"Às em minha humilde opinião, con-

duas horas do dia de hoje


sidero o soldado muito
paraguaio
rendeu-se a de Humal-
guarnição
valente e isto mesmo disse hoje

tá, há dez dias se batia he-


que :
ao sr. marquês; e êle disse mais

ròicamente. Só restavam mil cen~


considerava o soldado
que para-
to e tantos, neste número muitos
como o melhor da América
guaio
oficiais, e 400 homens de tropa
do Sul, e referiu-me outros epi-

feridos.
sódios aqui tem dado; no
se
que
"Não

sei o destino entanto, disse-me espera con-


qual que que

o sr. marquês dará a esta cluir a no mês de novem*


gente; guerra

entretanto, sou de opinião as bro e retirar-se. Deus


que próximo

mande fora daqui, isto o


para pois permita".

é fanática López.
gente pelo

"Humaitá Marcha Chaco


pelo
tem de ficar
guar-

necido, segundo me disse hoje o Levado imediata*


a zona
para

sr. marquês, fêz desocupar mente o tea-


ao sul de Assunção
pois

Corrientes e se está ainda nessa tro o ini*


da fortificado
guerra,
m

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Bueno.
de Oliveira
O coronel José

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(Cultura Política)
103
DE UM BRAVO
AS CARTAS
,W£,

operarmos o mais breve


e de pos-
Angustura
Piquissirí,
cm
mlao
meu amigo bem sabe
sível; mas
não restava
Caxias
a
Villeta,
são filhas do
tais acusações
flanquear que
senão
recurso
outro
nada mais
despeito
político
as posições para-
«elo Chaco

e destrui- (15).
indo atacá-las
guaias,
tez, "É
como realmente
trás, Chaco
Ias que podemos
por pelo

dezembrada. coisa : outro


épica fazer alguma ponto
na

lado
não há. Esta pelo
a posição,
justificando
Antecipadamente
estamos (Piquissirí),
em
que
manobra,
e brilhante
audaciosa defesa do
apresenta melhor que

autor entre
o seu
inscreveu à trin-
que Humaítá : corre
paralelo
da his-
estrategistas riacho
os arroio como o
grandes cheira um

o co-
se manifestou Alegre),
assim cidade que
tória, dessa (Põrío

em carta
Bueno de uma légua,
Oliveira a mais
ronel se estende

25 de no-
a e à distância
de Palmas, é de nado
datada o
qual

: da trincheira, pou-
de 1868 de 250 braças
vembro

vê,
ou menos; pois,
co mais já
"Estamos
de dar-
em vésperas

difícil lançarem-se pontes


C bem
e seu exér-
no López
mos o de
golpe da metralha grande
debaixo
é feito
êste movimento pelo
cito : resulta-
de canhões, que
número
lá es-
cujo efeito já sem
Chaco, para um prejuízo
ria-nos grande
de Exér-
1.° e 2.° Corpos
tão os conveniente que
Seria
vantagem-

serão dirigidos pelo os


cito, os aí mutilam
quais
esses que
gènerais,
de desembar-
marquês. O viessem
ponto marquês, para
do
planos
é
o
está escolhido, qual avah-
forma
que já de melhor
cá, afim

encouraçados,
defendido longe não
pelos de podem.
zaitm o
que
nos possa
o inimigo o desem-
sem dado
que
certo que,
Estou
é uma íni-
visto como pia- o
ofender, tenciona,
onde se
barque

ser varrida pela


nície a fortificaçao,
que pode
migo abandonará

metralha. deixar
não se
queira
a menos que

ele nao
"Dizem mas
se retirada;
o marquês a sua
cortar
que
amanha
e deixa para
o Chaco; e não
muda amanhã dorme
para
hoje,
de fazer
dêle, eu tem
segundo uma ordem o
que

do
com a brigada
bém embarco 'A fortifi-
se
ver, López
meu
hoje
não o fazendo
meu comando, menos

outro pelo
fêz. ca em ponto,
do mau tempo que
causa
por
retirada (1b).
sua
cobrir
"Não para
ob-
censurarem se tem
há razão em dias
últimos
Nestes

tem sido de cai-


o marquês, êle
porque movimento
muito
servado
os traba-
incansável em abreviar factível que
é
etc.;
fôrças,
retas,
afim
lhos fazem no Chaco,
se
que

o mi-
Bueno filiado no
Oliveira trecho. qual
(15) Sendo .^.^'morauTsse

a sigm s
aumenta -es
dcs chefes conservadores,
partidarias.
vnerimentado
o de linha
litar de emergencia defendc honora-
coronel

tinha razSo se
tinha conhecimento,
nesse ponto nao
(16) Tambem
de q de Oll-
Valentlnas.
rio: as fortifica?8es de Lomas a previsSo
nfirmaram
con

a Caxlas, plenamente
e tanto trabalho deram
que

veira Bueno.
104 CULTURA POLÍTICA

trate de alguma velhacada das zembrada, no início da reíerida

do costume veremos em breve. carta:

"Depois

de uma série de
"Creio renhi-

a carta
que primeira dos combates ocupámos esta ca-
lhe escrever será de Assun-
que
pitai, sendo o exército inimigo
des-

só tenhamos algum com-


ção; que
baratado completamente, e López

bate, tirar-los de
que por (sic)
fugiu Cerro Leão
para ou Cor-
cuidado, escreverei no ato; mas
dilheiras com 30 a 40 homens dos
creio não de auer~
que passará
seus mais afeiçoados. Está,
por-
rilhas".

tanto, a missão
preenchida do

Cumprindo a feita na
promessa exército, segundo o tratado da

carta anterior, foi realmente da-


aliança. Cumpre agora o resto

tada de Asunção, a 13 de
janeiro à diplomacia
(18). O ministro

de 1869, a se lhe seguiu,


que pelo americano também acompanhou
o
coronel de Oliveira Bueno
José
López; tem feito êste homem um
dirigida ao sogro, Dinis d'Ornano
bem triste não
papel
parece
Leyraud.
americano
(19).

No curto espaço de tempo


que
Nos últimos dias de combates,
as separou, acontecimen-
grandes
tivemos um
grande em
prejuízo,
tos haviam ocorrido, o Bra-
para
conseqüência das fortes
posições
sil, como êle,
para pessoalmente.
"guerrilhas", o inimigo ocupava;
que sobem a
Não as anunciadas

S.000 homens fóra de combate.


mas a dezembrada,
gloriosa "No
pá-
dia 21 de dezembro
sem exemplo na história prin-
gina mi-

cipiou o combate contra Lomas,


litar do continente, tornaria imor-

e deu fim a 27; foi uma cama-


redouro o nome de Caxias, se ou-

espantosa: dia e noite bri-


tros feitos gem se
o não tivessem áureo*

e uma chuva copiosa tro-


lado. Itororó, gou e
Avaí e Lomas

vões caía
Valentinas sôbre nós, sem termos
acrescentaram-lhe,
po-
tempo comer
rém, louros nem dormir".
para
porventura mais bri-

lhantes, encerrando uma carreira

Tomada de Piquissirí
há cinqüenta e um anos efetiva-

mente iniciada
(17).
O episódio culminante da car-

Não tendo
participado dessas reira militar do coronel de
José
duas —
batalhas como
primeiras Oliveira Bueno em
está narrado

adiante se verá —
assim resumiu suas cartas de 13 e
de
janeiro
o coronel Oliveira Bueno a 14
si- de fevereiro assim
de 1869,

tuaçâo da depois da de-


guerra como em correspondência
publi*

Tendo bandeira
jurado a 15 de agôsto do
. .. de 1817, ao deixar o comando
exercito aliado, a 21 de
janeiro de 1869,
pouco mais de cinqüenta e um anos de ser"

viço militar contava Caxias.

(18) Os acontecimentos seguintes mostrariam estava


a ainda não
que guerra
terminada, como tantos menos o imperador »
acreditaram»

(19) Refere-se a Mac Mahon, ministro dos Bstados Unidos no Paraguai, cuja

atitude nada diplomática, em favor de López, foi criticada. —' As


justamente jóias
do ditador, conseguira
que contrabandear, em 1868, foram restituidas ao
govêmo

paraguaio, em 1926. - Cf. Papers relating to the Foreign Relations of the United

Mates , apud The Hispanic American Histórica! 335.


Review, de maio de 1941,
pág.
105
DE UM BRAVO
AS CARTAS

recolher os feri-
de tinha mandado
Ia Libertad.
no jornal
cada
no também se achava
mes. dos,
27 do mesmo qual
a
Montevidéu,
Brigada, fui, con-
do os restos da
21 de dezembro
a
Coube-lhe,
tôda a expectativa, recebido
tra
da
no comando
anterior,
ano fe~
vivas até dos
entusiastas
tomar de por
de Infantaria,
Briqada
muitos essas
ridos, dirigindo-me
de
fortificadas
as
assalto posições
lisonjeiam o
tanto
de palavras que
assenhoreando-se
Piquissirí, fôsse
conquanto me
soldado; e
a
e realizando
inimigos
canhões tal erno-
ato lisonjeiro, sofri
h- êste
haviam
das tropas que
junção • seme-
ver um
de L-a ção, por quadro
com as
em Palmas
cado menos
lhante, não
de- pude por
na que
empenhadas
então
xias,
de meus
de lembrar-me queridos
Lomas Valen-
das
batalha
cisiva outros
tantos de
filhos, vendo

de Ita-Ivaté.
ou —
tinas é
metralha
estrangulados pela

como descre-
Vejamos, porém, disse o
bem certo o grande
que
"o
feito o
o brilhante próprio de ba-
veu : depois uma
Napoleão

das re-
na encantos,
comandante, primeira ter
talha não se
pode

feridas cartas. terra uma


se vê
por
porque

Reservado. bravos
dêsses que
grandè parte
"Tenho
no dia
consciência .
que do exército
eram o ornamento

neste
fiz um brilhante mandei cha-
21 papel: noite
Nesta mesma

meu
fortuna e ori'
dia a pendeu para argentinos
mar os
generais

a
lado. dizendo-lhes que^
ental, (20)
dc
minha brigaaa
Ficando com franca;
estava porém
passagem
fiz um mo* alto
à artilharia, do
guarda ambos, tendo presenciado

minha deliberação forma


vimento a por
por um mangrulho
de

ini**
a linha de fortificação chegaram
sôbre
combati, quando
que
a co- abra-
miga, a nos cortava eu estava,
qual dia 22 onde
no

exército argen- lisonjei-


municação com o dirigiram
e me
çaram-me

em Palmas;
tino se achava
que ras felicitações.

des-
e obtive um feliz resultado, "O o
ignorava
marquês, que
saí-
baratando 2.500 homens que
mim feito, quando
movimento por
ram a meu encontro, matando-lhe
algum
duvidou por
teve parte
feridos e
690 e tantos, duzentos e
feliz resultado;
de tão
ca- tempo
26
tomando-lhcs
prisioneiros, a
dia posição
ao seguinte
indo
um
nhões, foram disputados sa-
que mostrou-se
mim ocupada,
metra* por
um. Nunca vi tanta
por
ordenou-me que
e
tisfeitíssimo
lha; eu ocupava -
mesmo
porque de cerca
afim
me retirasse,
não
um muito usado
lugar não é se
que que
da
o resto guarniçao
mos
aqui — da coluna
ia na frente toi
o
que
na Angustura;
A refugiou
Batalhão 11.
formava o
que
fortuna. porque
uma
noite, ao com"
a chuva têrmo ho-
pôs 3.000
menos,
nerder pelo
os feri-
bate e tratei de recolher
o escolhi-
sido
eu tinha
e
mens-
dos, no campo
conservando-me Mho
oa frente;
carregar
feito com
para êste serviço ser
amigo, p
meu
muito,
de viver
da noi
precisão, até as 11 horas .
dia áü
no
salvei-me
te. onde que
Chegando ao lugar
para

respectivamente
Castro,
Obes e Enrique
(20)"" Generais GelÜ
y
106 CULTURA POLÍTICA

Apesar da clareza dos (atos natário deixasse o campo da luta.

coronel Oliveira Apesar de ter exame


expostos já pedido
pelo

Bueno e testemunhos contem* de saúde, em vista da manuten-


por

do valor do citado de seus encômodos, não


porâneas jor- ção teve

nal de Montevidéu, ao valen- dúvida em renunciar à alegação,


que

te atribuem tôda a atendendo aos apelos lhe


gaúcho glória que fi-

da tomada de Piquissirí, não se zeram o novo comandante


em

sabe motivo a ordem do chefe, Gastão de Or-


por que príncipe

dia n. 272, de 14 de de léans, conde d'Eu, e o


janeiro plenipo-

1869, relativa aos últimos lances tenciário brasileiro então no Pa-

da dezembrada, atribuiu êsse fei- raguai, Maria da Silva Pa-


José

to às forças comandadas bri- ranhos, depois visconde


pelo pouco do

Manuel Mena Bar- Rio Branco. Êle mesmo o


gadeiro João con-

reto Provàvelmente tou, em sincera carta escrita


(21). por- de

Oliveira Bueno agiu sem es- Luque, 30 de março de


que a 1869,

tar isto devidamente autori- na expôs os muitos argu-


para qual

zado, estando-o Manuel, mentos de se serviram


João que para

origem da indiretamente convencê-lo da necessidade de


punição

imposta comandante em che- comandar uma expedição


pelo que

fe, defensor, acima de tudo, da ocupasse a vila do Rosário o

disciplina. Como seja, último da


quer que quartel-general guerra,

a omissão magoou Fortes eram


profundamente posteriormente.

o coronel honorário e isto mes- êsses argumentos, mas houve um,

mo atestam os têrmos de sua íntimo, acima de


que, qualquer

carta de 14 de fevereiro. outro, decidiu o valente fronteiro:

dizer não havia


poderiam que

Ocupação de Rosário aceito a comissão mêdo.


por

A não
guerra, estava Foi, realmente, uma honrosa
porém,

terminada. Cedo o compreendeu missão, a no Pa-


penúltima que

o coronel de
José Oliveira Bue- raguai coronel
desempenhou o

no, escrevendo ao sogro, ainda Oliveira Bueno. não foi sem


E

da capital
paraguaia, naquela legítimo orgulho a ela se re-
que

data :
feriu :

"A
Tenho sabido dos festejos
que expedição e
vai embarcada;

ai tem havido conclusão


pela da
encouraçados me acompa-
quatro

conquanto López
guerra, tenha
nham ficam no
e estacionados

ainda 5.000 homens e se ache


é a
devo ocupar,
ponto que que
fortificado na entrada das Cor-
cidade do Rosário. Levo uma

dilheiras com 20 e tantos ca-


forte de 600
brigada de cavalaria,

nhões, fortíssima,
posição
que homens; uma de artilharia
bateria

hoje nos custará muitas vidas


pa- e engenheiros al-
levantar
para
ra conquistá-la".
fôr.
fortificação, se
guma preciso

Por conseguinte, não era Infantaria


pos- é a minha brigada, que

sível um bravo
que como o sig- é bastante ; chama*
forte e brava

(21) Exército em Operações na — do Dia,


República do Paraouai Ordens

edição de 1877, IV-328.


107
DE UM BRAVO
AS CARTAS

do dia 20, explicou sua


temer a Noutra,
não
Terrível, por
se a
a última em
nova situação, que

míf
depois de tão
se veria envolvido,
é outra
de Rosário
datada

de sucessivas cam-
agitada vida
na ex-
de abril qual
de 23
carta,

dado a nova
panhas:
o desempenho
"Sua
pôs es-
em vista do
alteza,
:
incumbência
aqui a Bri-
"Por tado em chegou
últimas cartas, que
minhas

depois do
do meu comando,
e de Assunção, gada
de Luque
escritas
e marchas que
serviço penosas
marchei para
saber que
deverá
ficasse fazendo
uma íiz, ordenou que
onde levantei
êste ponto,
capital; duvido
desta
batido uma a
tendo guarnição
fortificação, já
seja dura-
esta estada
a muito
fazia que
inimiga guar-
força que
de sei
em conseqüência
eles doura,

nição deste povo, perdendo


dos me-
Brigada composta
esta
mortos e pri-
homens quatro
seis
exército, e
do
lhores batalhões
mais de
tomando-lhes
sioneiros,
a vencer
acostumados
há muito estarem
como
300 reses
gordas
com o inimigo,
se batem
O
nossos soldados. quando
vêem os
não
Osó-
opinião do
esta é a general
me tem e
com freqüência
príncipe em
muito competente,
é
con- rio,
a que
manifestando-me
oficiado,
lhe disse
caso, como já
todo o
deposita, con-
em mim
fiança
que estou
carta, não
minha última
em
o coman-
tinuando a confiar-me
nao
a marchar, porque
disposto
não obstante
em estou,
do
que
despachou
e sua alteza já
acha- posso;
ter oficiado dizendo que
eu
fiz,
pedindo
o requerimento que
mais 2.000
va viessem
justo que ter lugar
deverá
inspeção, que
coman-
homens e um para
general

é uma amanhã".
força, visto como
dar esta

se
importante, que pode
"Consta mêsde
posição futuro
no
que
a López
muito bem hostilizar por
.
as operações

me respon- julho principiam


êste flanco; êle
porém
à brilhan-
no final,
Referia-se,
a manobrar
deu continuasse
que do
estratégica pnnci-
te manobra
e com seguran-
como entendesse
em agosto,
resultaram,
de
pe, que
os homens creio querem
ça; que
de Peribe-
vitórias
eu a as celebradas
à força e
fazer-me
general e-
Grande, que
e Campo
me ver buí
procurar pretextos para a cies-
marcaram
e su- finitivamente
livre mas com tino
dêles, bo-
de
exercito
do último
traição
tileza \

López.
lano
1869 che-
A 11 de de
junho por
não participar,
Delas pôde
Bueno a
o coronel Oliveira
gou coronel Jose
o
de saúde,
motivo
Assunção, da expe-
de regresso
Regressando
"bastante Bueno.
de Oliveira
fe-
dição em fôra faleceu
que Srf
do
Grande
ÍÓ Rio
liz, as malvadas
sobretudo com de a
a 21
Leopoldo,
em São
bombas e metralha,
que julgava

1873 (22), provàvelmentees-


de
não ouvir detonar mais nenhuma cam-
de
anos
tantos
~ de por
em carta gotado
conforme relatou
da patna.
em defesa

14 panha
do mesmo mês.


-
Ferreira Rodrigues
(22) Cf. Alfredo
^"s^^DocaT.^
qc
do Sul 206.
1901, (Informaçãodo
para pág.
A história militar no Brasil

UMBERTO PEREGRINO

Capitão do Exército Nacional

o rótulo de história complicar-se, despojando-se dos

militar exercita-se entre rigores técnicos, enquanto se en-

SOB
nós, sempre» uma riquece com a intervenção de no-
quasi

história medíocre, mofina, sim- vos elementos. E se subimos ain-

descrição de batalhas, de fei- da, se remontamos até o fenôme-


pies

tos heróicos, e às vezes menos, o


no se abrangemos o todo,
geral,

fatigante enumerar de datas, de


isto c, se consideramos a
guerra,

nomes, a fiel reprodução de or-


então os elementos a
ponderar

dens do dia.
assumem desmedidas,
proporções

Conquanto tudo isso seja são recrutados em todos os secto-


em-

com admirável res das atividades humanas, Co-


preendido paciên-

cia, tocante amor, e mo referência a uma imagem


até alta com-

é claro não dessa escala, direi no comba-


penetração, che-
que que

a constituir te importa topografia, na ba-


his- a
ga propriamente já

tória militar, mas apenas talha delibera-se sob o critério


alguns

dos elementos com ela no combate é sensível


é feita.
que geográfico;

Na verdade, o fato militar o heroísmo na batalha


em si pessoal,

mesmo, compreendendo-se será mais importante a boa coor-


por

denação no
isso das diferentes armas;
a reünião dos meios, a sua

o
combate o sargento,
dosagem, a técnica de utilizá-los, prevalecem

os
a direção tenente, o capitão, nas batalhas
imediata do combate,

vencedores são
tem interêsse adstrito ao quando
generais,
profis-

da
menos coronéis. No
sional dos menores, plano
postos porque

os
da apreciação se amesquinham
dêsse fato militar guerra já

a
exércitos ou de exército;
simples é resultam as normas
que grupos

as
unidade são são raças;
compendiadas nos diversos regu- povos,

lamentos. Mas, à ações são referidas por


medida o países,
por
que

são ma"
se dilata, continentes; os caminhos
quadro quando passa-

mos exemplo res, são


por do combate à são oceanos; os dados

batalha, o fato militar entra a fornecidos todas as ciências;


por
HISTÓRIA MILITAR NO BRASIL 109
A

à his- Inventário da nossa


resultados pertencem
os

bibliografia histó*

tória.
~rico~militar

enquadram-se,
noções
Essas

— tá-
dos termos
no âmbito
aliãs, Poucos entre nós, todavia,
por-
de consumo tão
è estratégia,
tica taram-se até hoje à altura dessa

De fato, no
e arbitrário.
intenso
concepção.

tocam não há
se
em que
ponto

entre Com efeito, há aí cons-


delimitação precisa que por
uma
'
a mesma tituindo o da nossa biblio-
exprimem grosso
Ambos
eles.

ligada à arte histórico-militar? Volumes


fundamental, grafia
idéia

milita- sôbre volumes, de um


as operações primarismo
de conduzir

contando e recontan-
cifra-se, essen- comovedor,
A diferença
res.

cujo interês-
de do lances
numa grau, guerreiros
cialmente, questão

muitas vezes, ser dado


a conduta se, podia
tática significando
a

desde a ordem do
menor, como exhausto
num
das operações grau

é o dia os mencionou.
a estratégia que
ao que
passo

alemães resol-
superior. Os as
Mesmo, tomando
grau porém,

fugir às fre-
veram mesmo, dessa bi-
para obras mais significativas

suprimir a
confusões, pa- ir mui-
qüentes bliografia, não
poderemos

estratégia dos
lavra programas no louvor.
to longe

as de-
dos seus cursos, adotando

Militar do Brasil,
A História
de tática,
signações específicas

de Vasconcelos,
do cel. Genserico

unidades, tática
das
pequenas ape-
o título, estuda
em pese
dos que
das unidades, tática
grandes A
de 1851-1852.
nas a campanha
exércitos.
a influência
sôbre
Introdução,

Mas estratégia entende-se, na organizçaão


por fator militar
do

militar, a dá-
em boa linguagem beligerantes",
dos exércitos

suprema direção de entre-


guerra. -lhe certa amplitude que,

o
tanto, não chega para justificar
Assim, materializando a distin-

verdade, co-
é
batismo. Oferece,
dizer as opera*
ção, podemos que
en-
histórico,
em documentário
estratégicas se realizam, pioso
ções
Ri*
texto, o João
no que
inimigo e tremeado
fora do alcance
geral,
um de-
como
beiro assinalara
as operações táticas em sua já "prejudi-
pre-

a seu ver,
sença; empre- feito,
uma divisão porque,
pode
No mais

ender ca a geral".
um deslocamento estratégi- perspectiva

em bom
conquanto
co bombate desenvolve-se,
e ao cabo travar um

apre*
comuns:
moldes
nível,
será operação tática. pelos
que
militares,
dos planos
sentação

De forma, es* ope*


qualquer porém, das
e execução
preparação
sas E se é à
existem.
gradações técnico-militar
rações, críticas

forçoso do
distingui-las na ação
obtidos.
dos resultados
base
organismo lícito
militar, não será

cel. Emilio
do
apreciá-las A contribuição
a r c i a lm e n t e, ou
p
representada
emancipá-las Carlos Jourdan,
se
quando pretende
das
Historia
pela
produzir alguma coisa mereça principalmente
que
Mato
do Uruguai.
o nome campanhas
de história militar.
110 CULTURA POLÍTICA

Grosso e Paraguai e até che- mentos dêsse lance e


que de outros

a nós mutilada, dos em foi na


gou porque, que parte do
guerra

seis volumes a compunham, Paraguai. Depoimentos


que de certo

três se antes da impres- muito valiosos do


perderam ponto de vista

são, enquadra-se na mesma sin- dos episódios históricos, mas so-

categoria dos estudos descri- bretudo, e nisto insuperáveis,


gela de-

tivos, a se seguem apreciações emotivos.


que poimentos

critico-militares, com distribuição

Dos autores mais


próximos, os
de louros ou culpas...

coronéis Lôbo Viana, Danton

Bormann, Torres Homem, se- Garrastazú e o Sousa Doca


gen.

riam outros autores a lembrar são abalizados estudiosos


da

nossa história militar, destacada-


repetir essas mesmas obser-
para

mente o Sousa Doca,


vações. gen. cuja

obra se vem acumulando desde

As Reminiscências da Campa-
1919, ainda tenente,
quando,
pu-

nha do Paraguai, devidas ao


gen. blicou Camas da Guerra com o

Dionísio Cerqueira, reputo-as


Paraguai Nesse volume se inau-

muito importantes. Têm


posição na literatura
gurava, militar bra-

definida, não
perfeitamente pre- sileira, o sistema de em con-
pôr

tendem mais do são e são


que fronto com os nossos os documen-

muito, são o nosso melhor manan-


tos estrangeiros. Pois bem, é
jus-
ciai de documento humano da
tamente falando dêsse livro
que
nossa maior campanha. Ninguém
Ribeiro opina sem rodeios:
João
"A
compor a história militar
poderá
história da ainda não
guerra
do Brasil sem impregnar-se, for-
teve o seu historiador".

temente, das Reminiscências de

Dionísio E a História Militar do sr. Gus-


Cerqueira.

tavo Barroso? Seu mérito real cir-


Do mesmo teor é a Retirada da

cunscreve-se à em mi-
Laguna. A única diferença parte que
será

nistra informes sôbre as diferen-


no sentido, na narrativa
que de

tes organizações o nosso


Taunay é o épico, como convi- que

nha exército experimentou desde o


àquela tragédia. Mas, à se-

melhança Brasil colônia. No estudo


das Reminiscências, o própria-

mente das campanhas, é dessas


em Retirada da La-
predominante

mencionam até rom-


é que quantos
o documento humano, aí
guna

bos sofreu determinado navio em


tecido de dor, fome, desgraça,

determinado combate, detalhe


desespêro, esperança, resignação.

seguramente, im-
que, teve muita
Quando acaso reponta o fato mi-

o arsenal incum-
litar, portância para
a análise dos chefes, o ba-

bido de reparar o barco...


lanço dos erros, o desvio resulta

apenas aparente; bem examinan-


Na apreciação técnico^militar

do, verificar-se-á tudo isso é das operações, emi*


que não
podendo

aduzido ou apreciado em função tir voto recorre aos espe*


pessoal,

do humano o drama, o sacri- cialistas antes.


escreveram
que

fício da coluna. Noutros livros Mas nem essa


ao menos cobre

Taunay
os seus depoi- desvantagem,
prolongou nas oportunidades
A HISTÓRIA MILITAR NO BRASIL 111

do fato es- ser confundida com a sim-


distanciado pode
em que,

seria lícito crônica, ou com a apresenta-


técnico, pies
tritamente

escala definitiva de documentos, ou com a


em ção
compusesse

da nossa discussão de combates e batalhas.


estruturais
linhas
outras

o faz, não o Seu objeto é a não


Não guerra, pode
militar,
história

registra o deixar de abranger o esta


assim que
nunca quem
faria

do Paraguai: abrange.
da
explodir guerra

A contribuição de
"Ao
todo o
ataque imprevisto,
Euclides da Cunha

como um só ho-
se moveu
Brasil

de batalha, entretanto, Euclides


Nos campos Houve,
mem.

de tôdas compreendeu ad-


os brasileiros da Cunha,
reüniram que

A nação inteira êsse caráter da his-


miràvelmente
as
procedências.

mesmo sangue der- Os Seríões compro-


no tória militar.
comungou

à saciedade. Lá estão,
ramado,\ provam-no

e nítidos, todos os ele-


copiosos
um mimo de
vêem,
Conforme
os especialistas cos-
mentos
mili- que
de história
literatura cívica;

no estudo das
tumam esgrimir

tar, nada.

chegar à cha-
campanhas, para
"crítica
do Tasso
à obra con-
Quanto gen. mada militar",
que

deixei de
Fragoso, propósito importante, a
que sideram tão ponto

final, esta
uma referência freqüentemente,
para de confundi-la,

e
sim, de avantajadas história...
proporções com a
própria

constitue uma
sólida consistência, da luta, organização
Causas

his- de
culminância na bibligorafia linhas
tropas combatentes,
das

tórico-militar nacional. Contudo, combate,


de
comunicação, planos

na com'- descri-
não sei se sou do terreno,
grosseiro características

um vasto dos
vejo-a como descrição
paração, das marchas,
ção

depósito, em todo um dos resul-


que precioso apreciação
combates,

material catalogado, classifi- e


está retiradas
tados, perseguição,

Será difícil, se- episódios


cado e analisado. comandantes,
dos
perfil

não impossível, excedê-lo na — isso são elemen-


pro- tudo
heróicos

fusão documental, na reconstituí- e amplamente


tos apresentados

técnico- Sertões* a
episódica, na crítica em Os partir
ção estudados

fixação ao
e mesmo na luta. Notar-se-á,
profissional capítulo A
do

às cam- é Euclides
do ligado relance,
jôgo político que
primeiro

Para- com
estudou, a do a exposição
panhas que vai entremeando

nunca o
e a Mas falta-lhe adotará
Cisplatina. Não
guai a crítica.

de ali-
a sondagem de certas camadas consagrado
mètodozinho

os
de modo a estabelecer enunciar pia-
profundas, os dados,
nhar

e
as relações econômica, as batalhas por
de ordem descrever
nos,

ajustar
social, antropológica e do esquema,
geográ- fim, cúpola

O
fica. crítico...
um comentário
^spí-

de Euclides
e ágil
rito explicativo
Ora, isso vem a ser essencial»

à semelhante
se acomodaria
não
militar num
pois situa o fato
que
Os Sertões,
em
E assim,
conjunto, a verda- prática.
caracterizando
decompostos
não surgem
os fatos
deira não
história militar,
que

122.218 —
F. 8
CULTURA POLÍTICA
112

e às matas
horas, causas, efeitos, que grandes
datas, grave
por

Apare»- virgens".
critério seja.
ou outro
que
"Ao

natural, como se as caatingas


cem ao geraram; são
passo que

registrados, um aliado incorruptível do serta-


não simplesmente

redivivos, e nejo em revolta. Entram também


mas reconstituídos,

de tôda a ex- de certo modo na luta. Armam-se


destarte na
posse

autor vai a o combate; agridem. Tra-


o
que passo para
pressão,

discutindo e in- tam-se, impenetráveis, ante o fo-


analisando,
passo

rasteiro, mas abrem-se em trilhas


terpretando.

das decisivas su- multivias, o matuto ali


Essa é uma para que

de Euclides como nasceu e cresceu".


perioridades

militar.
historiador As diversas nuanças em se
que

no
Dois fatores desdobram as terras sertanejas,
proeminentes

desconcertante desenvolvimento ora maciamente arenosas, ora ás-

— o
da campanha de Canudos de ora calmas,
peras pedregulho,


terreno e os abastecimentos espichando-se em boas chapadas,

de Euclides uma aten- ora revoltas,


mereceram orgia de cerros

só si identificaria o
abruptos, só os cabritos es-
ção que por que

militar de larga visa*-


historiador calam, as estradas, as
gargantas,

Pois bem, Euclides não ape-


da. os cursos de água, tudo enfim

nas demonstra compreendeu


que constitue o terreno transitado
que

importância desses fatores, dá-


a expedições, talado
pelas pelas pa-

-lhes um tratamento trulhas,


que jamais sacudido combates,
pelos

foi ao menos beirado ocupado


por qual- durante o sítio, todo esse

outro autor militar, entre


terreno, tôda essa natureza estra-
quer

nós.
nha e bravia foi reproduzida em

o em Os Sertões minuciosamente, rigo-


Examine-se só trecho
que

da ve- rosamente, de uma forma


define o unilateral po-
papel que

e é si- demos denominar a topografia


sertaneja,
getação que por

irônico: verbal de Euclides, em


nal de um sabor
grande porque,
"Os

na arte matar, verdade, faltaria a


doutores de
pouco quem

hoje, na Europai, invadem compor uma carta topo-


que quisesse

escandalosamente a ciência, daquçlas regiões,


per- gráfica partin-

turbando-lhe o remanso com um do da leitura das suas


páginas.

retinir de esporas insolentes, e O dos abastecimen-


problema

formulam leis a
para guerra pon- tos, entrosado indissolüvelmente

do em equação as batalhas, têm com a organização de bases de

definido bem o das flores-


papel operações e de vias de comunica'

tas como agente tático


precioso, seguras e suficientes, foi um
ção

de ofensiva ou defensiva". dos temas eu-


centrais no debate

"E

ririam os sábios feld-mare- clideano da campanha de Canu-

— dos.
chais de cujas mãos Desde o Diário, se manifes-
guerreiros

caiu o frankisk heróico, tocado tam as lúcidas idéias de Euclides

lápis calculista se ouvis~ nesse E em Os Ser>


pelo particular,

sem a alguém às caatingas tões não cessa de desenvolvê<-las,


que

cabe função mais definida atacando-as de todos os ângulos,


pobres
A HISTÓRIA MILITAR NO BRASIL 113

as duras na definição do meio


sobretudo pintando geográfico,
mas

dos erros cometi- físico, na classificação dos valo-


conseqüências

res humanos se vão chocar,


que
dos.

na fixação dos motivos históricos,


da apreciação
Nesse particular
econômicos, e das inter-
realçar políticos,
haveria muito
crítica que

relações Assim, o
psicológicas.
verdadeira caracterização
numa
fato afeta tão
guerreiro, que pro-
como história mi-
Os Sertões
de
fundamente a estrutura das socie-
convém lembrar
litar. Contudo,

dades, e decorre, sua vez, de


por
chefes militares
os
que principais
tão obscuras e forças
poderosas
da campanha foram
participantes
da natureza animal, não se isola,
Euclides em
apreciados por perfis

relegado à condição de simples

às vezes talvez carre-


magistrais,

desterrada nos campos de


pugna
em severidade, mas não
gados
batalha.

resultem injustos.
tanto
que
"escritor

Euclides da Cunha,
tudo Isso venho
Ora, que pon-

fortalecido traquejo científi-


pelo
em evidência no Os Sertões
do

co, enriquecido cultura socio-


pela
constitue apenas o lado estrita-

lógica, aguçado especializa-


militar do estudo da famo- pela
mente

dotado de
e, não ção geográfica'', per-
sa campanha sertaneja,

ôlho crítico, infinito na


da furante
obstante, o modêlo comum

de compreender, ser-
está, capacidade
chamada história militar

vido uma assombrosa


de muito, superado. No entanto, poten-
por

verbal, fêz essa história


a obra realiza bastante mais. cialidade

vale a
Completa-se, como verdadeira militar pena
plena, que

história militar, no delineamento fazer.


História social

séculos de civilização devidos aos


Quatro

negros escravos

ÁLVARO GONÇALVES

do São muitas as bandeiras


que

Norte, com uma constitui- nessa maravilhosa ampli-


partem

OPATRIARCALISMO
de senhores
ção poderosa tude das suas zonas de fixação.

"Com
feudais, soberanos
proprietários —
as bandeiras do Sul diz

de imensos e inumeráveis latifún-


Oliveira Viana eles o
povoam
dios criados e
pela proliferação
litoral meridional, os campos
ge-
açucareira,
prosperidade quando
rais do Iguaçú e os rio-
pampas
lançou suas sementes em terras do

-grandenses.
Com as bandeiras de
Sul, não encontrou o
que pudesse

Mato Grosso, descobrem e expio-


denominar terreno árido ao seu

ram os vales dos rios Cuiabá e


cultivo. existia, ao contrário, o

amanho necessário Paraguai, os afluentes do Paraná,


e carinhoso

o vitorioso das casas- desde o Aporé até o Pardo, na


para plantio

-grandes
envolvendo a verdura bacia do
do Prata, os do Guaporé,

imensa dos cafezais.


Mamoré, do Madeira, do Arinos,

do Araguaia e do Amazonas. Com


Dispersão da
família
as bandeiras devastam
goianas,
paulista
os vales do Rio Grande, do Pa-

É fugindo das zonas raíba, do Araguaia Tocan-


que, de e do

mineração —que tins.


não mais lhe Com as bandeiras mineiras,

dar tão fàcilmente a con- os vales do


podiam povoam dos afluentes

do ouro, como até então e


quista Rio Grande e do São Francisco,

—, e
as famílias em cujas do
paulistas, rio Doce, do
Jequininhonha

veias Corria ainda o sangue no


dum dos demais desaguam
que

Alfonso Sardinha, dum Bartolo- oceano. Por fim, com as bandeiras

meu Bueno, dum Pascoal de do Norte, devassam e colonizam

Araújo, dum Borba Gato ou dum do


os vales do São Francisco,

Fernão Dias, dispersaram-se em li-


Paranaíba e dos afluentes do

dois séculos todo o dois


por toral, situados entre êsses
quasi

Brasil.
cursos".
e OS ESCRAVOS 115
de civilizaçao
séculos
QUATRO

deirante, cedo a
dêsse pequena proprie-
entretanto,
longe,
Muito

dade viu-se ameaçada mono-


vontade ir- pela
dessa
indômito,
sonho
cultura latifundiária, vinda do
das bandei-
de expansão
refreável
Norte com a da casa-
o prepotência
o patriarca-
que
ras paulistas,
-grande, criar no Sul uma
no Sul para
Norte encontrou
do
lismo
de residência do
à nova modalidade
fixação. Fixação
da
o desejo
foi
territorial, atendendo
homem aristocrata
o
ao solo que
amor
terra,
de clima e
às naturais condições
colhe o alimen-
e do cjual
cultiva
dessa região recém-con-
cultura
ou a sua
o seu sustento
to
para
senhores.
quistada pelos grandes
riqueza.
escreve Almir
A êsse
dos propósito,
O "Em
patriarcalismo
última análise,
de Andrade:
de açúcar
engenhos

foi da economia
verificamos que

do Norte
XVIII» o Sul e latifundiária
fins do século patriarcal
Em

definitivo do
o impulso
invadido pelo pa~ que partiu
é
grandemente
sentiu ne-
de açú- terceiro século, quando
dos engenhos
triarcalismo

do nomadis-
sob o cessidade de
casas-grandes, pa- passar
car, das

e das bandeiras para


mo aventureiro
escravocrata poli-
triarcalismo

da
ori- regime estabilizado produção
Tal fenômeno o
qamo nortista.

do café,
e ab- a monocultura
a instalação pomposa para
gina
do tipo brasileiro
a fixação
das
soluta dos sobrados grandes para

moral, de arquite-
família, de
aristocra- de
famílias, da verdadeira

das insti-
domina o equilíbrio
assim, o tura, para
cia rural. E que
.
e
no tuições econômicas políticas
a economia do período
país,
— Formação
de de Andrade
não são os engenhos
colonial, (Almir

vol. l.°
Brasileira,
nem as fazendas da Sociologia
açúcar do Norte,

— Olímpio).
101 Ed. José
o regime absolutista
do Sul, mas pág.

cioso
do orgulhoso, foi a
patriarcalismo dizer partir
Pode-se que

e do
de sangue, homem
das suas tradições o
XVIII que
do século

à força do mais
construído compensaçao
prepotente, uma
Sul teve

e da
imperialismo da casa-grande do valor
mais utilitária
ampla e

A desde
do sobrado. solo,
posteriormente ao
Amarrado
terra.
<-* e
história casa-grande vida social
social da sua
ritmo de
então, o

diz Gilberto Freire, citado por uma


sofre grande
econômica

^ história ser ins-


Almir é de
de Andrade Deixou
transformação.

íntima de todo brasileiro: equilibrada,


quasi tornar-se
tável para

conjugai, imóveis
de sua vida doméstica, bens
solidificada pelos
no
sob o escravocrata cresciam
dia mais
patriarcalismo dia a
que
vida de me-
e da sua
polígamo; do senhor.
inventário

nino; reduzi-
do seu cristianismo

do à religião família e influeiv-


de da
A asfixia pequena

ciado crendices da senzala".


pelas
propriedade

A monocultura
da Pr0P"*'
asfixia pequena
A

latifundiária latífundia-
monocultura
dade pela

para
um problema
ria grave
frâ- gerou
Edificada sôbre o alicerce
favorecidas.
menos
as classes
ban-
e instável do nomadismo
gil
116 CULTURA POLÍTICA

Tragados senhores, —
pelos grandes ria dos Santos apesar de não se

os núcleos cafeeiros
pequenos manifestar imediatamente
nos cir-

tal como a voragem do engenho culos da côrte,


políticos não dei-

contra o bangüê, ou da usina con~ xou de vir


portanto crescendo
no

o engenho —
tra viram-se, dentro mundo agrário das Províncias
à

em transformados em
pouco, medida as
pré- que possibilidades de

sas da aristocracia rural. Por ou-


abolição total se desenhavam.

tro lado, o negro escravo e o ín- Era uma contra-propaganda


que
dio, ao aumentavam
passo os bem
que utilizava os recursos
pouco

táe terra
quilômetros comuns da imprensa
plantada» e da tribuna,

iam sendo mais e mais escraviza- mas não deixava


que isso de
por

dos. Isso não impedia, no entanto, atingir muito eficazmente aqueles

a cultura cafeeira da Provín-


que a especialmente
quem se dirigiam.

cia de São Paulo fa-


(estamos Os rurais,
proprietários agindo

lando do Brasil Império, no


que sobretudo com comitentes
grandes
toca a São Paulo) lutasse cada
dos comissários e capitalistas das

vez mais com a falta do braço


cidades, não tardaram muito em

a sua lavoura.
para
transmitir as suas inquietações e

a sua revolta aos meios


Ê comerciais
a Província de São
própria

e financeiros, abrangendo,
Paulo, entretanto, por-
se
que primeiro

tanto, todo o
esforçou conjunto
operar a obra da poderoso
para

dos interêsses
substituição econômicos da sua
do braço escravo. O

reação". Maria
senador Vergueiro (José dos Santos
bate-se, reso-

Os Republicanos Paulistas
lutamente, e a
livrar o negro do
para

Abolição — —
trabalho 53 e 54 Ed.
escravizado nos campos págs.

Martins *—¦
de café. Ê São Paulo).
a colônia de Ibicaba,

fundada com o sistema de


parce-

ria, marca em São Paulo o A


que abolição dos

comêço do fim da exploração do


nascituros

braço escravo. É verdade


que já

nos ares da raça Em 1871,


pairava negra numa sessão agita-
"certa

agitação e um desenvolvi- díssima, discute-se da Câmara a

mento de idéias abolição


até então desço- dos nascituros. É a lei

nhecidas". O Rio
da escra- Branco a
problema Livre),
(Ventre que

vidão, se bem ainda estivesse Isabel,


que princesa aproveitando-se

longe de entrar na de
sua solução uma das viagens II,
de Pedro

e definitiva, era haveria de


proveitosa agora sancionar. Desde en*

encarado como a tão,


única só restaria completar a obra.
questão

capaz de resolver Tôdas


de vez a terrl- as fôrças liberais se
põem

vel desigualdade em se en- a serviço da libertação


que dos escra-

contravam os trabalhadores vos.


na- Se bem os
que grandes pro-

cionais em frente aos imigrantes vencidos


prietários,
julgando-se

estrangeiros, A antes
da re- da luta, admitissem isso
par grande por

sistência conservadora, mesmo


o movi- a sua derrota, não deixa-

"não
mento libertação vam
dos escra- de considerar esta-
pela
que
"reação
vos crescia dia vam
a dia: a dispostos
a admitir
qualquer

anti-abolicionista — solução
diz Ma- fora do respeito
José ao
prin-
civilizaçao e OS ESCRAVOS 117
de
séculos
quatro

fa- todas as Províncias do Império,


no
qual
de propriedade,

da intrdoução de braços livres


as relações
repousavam
Sente

os trabalhos agrícolas. Era


c senhores". para
Üntre escravos
en -
capital o
, para presente
questão já
ia alastrando a
se
Ao que majs 0 futuro da la-
passo ^ para grande

os fazendeiros voura
abolicionista, E tanto é exato
idéia cafeeira".

a maior , «d
iam enxergando
de café is de vinte e
quatro

de se
precaverem, anQS reconhe-
necessidade de expCriência, se

braço livre, cera


do
a utilização do Brasil
com a
que prosperidade

Mas dependia
do adventício.
somente da nefanda
sobretudo

embora ado- importação


braço livre que, Agora, ex*
um humana.

fosse tinta
em menor quantidade, cruei instituição,
tado a fonte da

da
êlcs a compensação perda novos como
terrores apareciam,
para

Acreditavam se
braço escravo. fôsse o único a
do Q jjraç0 escravo

javrar
ricos fazendeiros que os
assim os e a lhe colher
a terra

nas frutos"#
da colonização
encorajamento

cafeeiras para '


zonas produzisse
— ob-
verdadeiro emigrante
da transformação "O
êles o milagre

— o estrangeiro
serva Taunay
no braço branco
do braço negro

novo, onde,
mas que um
menor buscava país
livre, em quantidade,

do na
fôsse o mesmo, çoxn dificuldade que
rendimento menos
cujo

do fruto
viver
até superior. ^crra natal,
ou, se pudesse
possível,

o íuturo
e
en- do trabalho, garantir
não havia,
Em São Paulo J»

dar o
ao pntneiro
recuara
conta
tretanto, colônias por pró- família,

As terras, que poderiam


estudo no passo.
um
urgindo,
pria, pois,
dos .

dentro servir-lhe. por próximas


sentido de desenvolvê-las

ou e
e erro
estradas
do limite das rendas
provinciais» das

"Havia em maos.
—• dagem, estavam
de vinte anos
cêrca

cu 1 ^
nem as
' a apa* prietários que
diz Taunay
principiara
as p
aliená- por
recer dos fazendeiros nem queriam^
por parte

.
o dese^ ços razoáveis
importantes da Província,

lavouras estudos e
de aplicarem às suas
jo os entendimentos

trabalho livre. Muitas colônias propaganda


abolicionista,
la p P
fun- a g
se tinham então
particulares
^ do paíS(.iam
ia
dado, mas que
muitas dissolveram-se, nos
de morte
os g
existiam ainda algumas, trá-
provando dando cujo
near0s

lóra bem ttnta- sendo


a experiência
,»e

na
da e não havia desesperar fico fora
que que ronsiderado

ia cessan-
do (muro". O braço eacravo

lel-
faltando à
ganhava da e 1851
proporção que 1840
e entrc
'
terreno liber- doot ne-
a pela
propaganda total de 361.625

tação do Em 1872. Costa alcanÇ°Umovimento ser


negro. a
passou

&
sSSa
P^Trd«à.«t
^^aX-
em que contra
reiro. da
fala do a bar-
grave problema

"s.q,
falta lavoura e
do braço a
para escravagista.
inctituicão
baria
lembra vital,
a necessidade psra
118 CULTURA POLÍTICA

Assim, vinham do Norte os es- Assim, seja-nos lícito repetir


o

cravos, eram vendidos


que para escreve Taunay
que
(ob. cit.

saldar dívidas dos lavradores.


204):
pág.

Diz ainda Affonso "Não


de Taunay

pensamos, pois, seja


do Café no Brasil, que
(História vol.
"o exagerado admitir de cinqüenta
4.°) a
índio a cada
que
passo
sessenta mil escravos na lavoura
reagia ao cativeiro
praticando, em
da cana, em fins do século XVIII,
desespêro de causa, como uma
que
nos três núcleos: baiano!
grandes
da morte \
greve
"E
pernambucano e fluminense.

É sabido, no entanto, os
que Almir de Andrade
(ob. cit.
pág.
negros também não eram total-
102), falando sôbre a estabilidade
mente submissos à escravização.
do ritmo social da colônia, diz:
Houve negros tomaram
que 4
posi-
Há fatalidades históricas e eco-
ante o chicote do feitor
ção e fo-

nômicas a não
que fugir as
ram autênticos líderes podem
na emanei"

humanas. No Brasil,
populações
da sua raça do
pação latifun-
jugo
as condições físicas, como as con-
diário. Veja-se, exemplo, o
por

dições morais do homem,


estivador Pio, da organização prescre-
de

veram um único sistema de orga-


Antônio Bento, sacrificado na

nização social capaz de durar, de


serra do Cubatão, à liberdade de

criar raízes, de
seus riqueza
irmãos. Veja-se produzir
ainda Si-

sólida: a economia
meão, das casas-
Martins Fontes
que imor^
-grandes,
fundada sôbre
talizou o traba-
em magníficos versos, di-
"Como
lho escravo e
zendo: a monocultura lati-
um herói, ou como

fundiária".
um deus morreu". Veja-se o ne-

Benedito, exilando-se
gro que, na A da lavoura cafeeira
grandeza

serra, curtindo fome diàriamen- teve início de 1860 em diante,

te, durante anos, não tocar


para aumentou o movimento
quando

no farnel destinado aos negros fu- de escravos vindos dos engenhos

veio a morrer
gidos, de inanição, do Norte.

sacrificado ideal".
pelo Há,
por-

O regime escravocrata foi.


tanto, belíssimas
páginas de sa- pois,

o sustentáculo, durante muitos


crifício na história da luta do ne-

emancipação, anos, do aproveitamento


gro pela isto econômi-
sem

nos referirmos ao co do
Quilombo solo. Foram os escravos
dos que

Palmares,
etc. construíram a sociedade brasilei-

O aproveitamento ra dos E
quatro séculos.
primeiros

do braço escravo
o Rio de sede do
Janeiro, governo,

na lavoura
foi também o
no século XVIII

Foi, incontestàvelmente, empório da e


grande
a agri- produção

cultura açucareira distribuição


inspirou de negros escravos
que e

encorajou o tráfico e o aproveita- as lavouras cafeeiras do in-


para

mento do braço escravo na terior


la- e de tôda a exten-
paulista

voura.
são do vale do Paraíba,
is\ 0
História
H

brasileira
da
margem pré-história
A'

O homem americano

D. T. MACEDO
SÉRGIO

havia sôbre a crosta


hu- tudo o
do que
UNIDADE gênero

de algumas
terrestre, com exceção
mano é fato parece pro-
que

A espécies animais pelo


e re- guardadas
vado ciência pela
pela
o seu no-
seja
deus, que
de lado qualquer
velação. Deixando quais-

arca de Noé,
seja na bíblica
ou me,
de caráter religioso
idéias
quer
como di-
em sua companhia,
seja
de tudo
místico, parte
pondo

os livros iogues.
zem
revela a Bíblia, e atendo-
quanto

estreito ma- nos le-


se unicamente ao mais o raciocínio
A Bíblia e

encon- de Noé
terialismo, à ciência a arca
pura, vam a crer que

na Ar-
tra o vários elementos monte Arará,
estudioso no
pousara

con- dois
o autorizam a sentir-se Ásia, descendo
mênia, pelos
que

se ori- Eufra-
victo de a humanidade rios ali existentes,
que
grandes

a com as
tôda mesmo tronco, seus filhos
do e Tigre,
gina tes

do fundar Babilô-
despeito de tôda uma doutrina indo
suas famílias,

evolucionismo... seus descenden-


Nínive os
nica e

tes.
A tradição do dilúvio, existente

aos
sabe, foi
em Como se próximo
entre todos os da terra,
povos
forneciam parte
la- rios,
todos os tempos em todas as que
e grandes
as
e irrigavam
titudes, dúvida, da alimentação
não constitue, sem

as civiliza-
nasceram
das menores menos interessan- terras, que
e

tes cer- antigas.


de convicção a
peças para ções

a
começou
teza daquela Asia,
unidade. Na portanto,

conse-
da Asia, por
E
civilização.
Com ligeiras lo-
modificações do
os
auinte, sairam povoadores
cais, a em
do Gênesis está da
palavra
Logo o
mundo. povoamento
tôdas dos
as religiões
primitivas sido efetuado
ter
deve
América

povos mais antípodas. Há sem-

de migrações.
meio
por
pre um deus do céu, da
criador
e seu ir-
Ameghino
terra Florentino
e do homem, como há sem-
em exausti-

mão Carlos provaram


pre um dilúvio exterminou
que
120 CULTURA POLÍTICA

vos trabalhos a remotíssima defenderam, entre os


pre~ quais se in-

sença do homem no continente clue, como um dos mais ilustres,

americano. De onde o espanhol Augustin


procedia, po- de Zárate*

rém, êsse homem construiu autor da Historia


que dei descubri-

uma elevada civilização de miento conquista


que de la
y
ptovin-

ainda hoje existem exuberantes cia dei Perú,


publicada em Ma-

em vários territórios ame- dri em 1885.


provas

ricanos — eis o mistério


grande
Entretanto, se o homem aceita
da América e eis o assunto
que
a unidade do humano e o
gênero
tem sábios, arqueólo-
preocupado
aparecimento da terra, de tôda a
e têm ex-
gos pesquisadores, que
terra, seja criação
por divina, seja
várias teorias e apresentado
posto
de acôrdo com as várias doutrinas
variadas explicações, optando uns

existentes, desde a teoria de La-


uma européia,
por procedência
até a doutrina do
place netunismo,
outros asiática, sem todavia ver-

ao mesmo tempo, e não


dadeiro apoio cientifico fracionà-
suas
para
riamente, não criticar a
podemos
idéias.

êsse mesmo homem êle tenha


que

Durante muito tempo se cogi-


acreditado ou acredite uma
que
tou de saber se não seria de ori-
do mundo tenha
parte desapare-

hebraica o homem americano.


gem cido em algum cataclismo e
que
Perguntava-se se não teriam emi- êle batize de Atlântida a essa
par-
a América descenden-
grado para te desaparecida
devia unir
que
tes daquelas célebres dez tribus
terras hoje separadas. Certa se-

de Israel. Em Amsterdão, no ano


melhança existente entre uma
pa-
de 1650, um homem de
grande te do litoral americano do sul e do

cultura, o rabino Menasseh Ben


litoral da África tem servido
para
Israel, em seu livro intitulado: A
apoio das teorias dos têm
que pre-
origem dos americanos ou espe-
tendido
na aurora do mundo
que
rança de Israel, afirmava o
que a América estivesse ligada à Áfri-

homem da América era de origem


ca. Sem dúvida nos é lícito sorrir

israelita, lembrando a existência


de semelhantes idéias. Mas sem

de curiosas analogias entre a li-


dúvida, também, ainda não foi

turgia, os ritos e as tradições dos


provado à luz da ciência a impôs-

bárbaros do novo
povos mundo
sibilidade
dessas teorias.

com os da lei mosáica.

Vejamos,
o dizia
porém, que

Platão sôbre a Atlântida.


O homem americano

No seu diálogo De
Timeu ou
Na ânsia de se explicar a ori-

Natura, Platão nos transmite uma


do índio americano,
gem chegou-

história curiosa dos


-se Sólon, um
a desenterrar Platão que
com a sua

sete sábios dos


da Grécia, ouvira
Atlântida.

egípcios — fo-
como se sabe,
que,

Historiadores ilustres têm ram um e


pos- de cultura
povo grande

to a ridículo, ultimamente, a idéia adiantamento,


sendo certo que

do continente
desaparecido, não consideravam
o saber como meio

hesitando em classificar como fa~ de se conseguir honra e fortuna,

bulistas os a esposaram
que e a considerando iníe-
como um ser
ÍOIÍ^

(§)

/vvsT
V

® o ty<-

0,

~v

Minas Gerais
de Paracatu,
Unaí, município
Inscrição do Gentio, em
da
gruta

Política)
(Cultura
9

i
£scmlt~
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:• / -H*
• *
\-&.\ * m m m + _-^TTfffi'

•J^^^^.TTTnwrr^11'
x\

"Pedra

Inscrição da Lavrada", interior da Paraíba.

(Cultura Política)
121
BRASILEIRA
DA PRÉ-HISTÓRIA
A MARGEM

vivendo
alguma de arquitetura,
sem instrução.

o indivíduo
rior
choças, completa-
em miseráveis
ilha maior
uma que "índios*,
fala de
Platão
ignorante. Êsses
mente
África que pnn-
e a juntas,
a Asia
a dois
grupos
às colu- que pertenciam
no ocidente, junto
cipiara o
tupis e pri-
de Gi- guaranis,
principais,
Hércules (estreito
nas de
norte e a zona
meiro ocupando o
sido ha-
ilha teria
Essa
braltar). as bacias
litorânea, e o segundo
forte e
um pode-
povo
bitada por tinham
e do Paraguai,
do Paraná
Ásia,
a Europa,
invadira
roso. que a
meio de expressão
como único
em consequencia
Depois,
África.
Só contavam
e o
a ilha palavra gesto.
cataclismos,
de sucessivos
em
e dessa
até quantidade
quatro
se submergira, para
Atlântida Sua re~
muito, tuba*
diante diziam

no oceano.
sempre,
de
ligião não grosseiro
do passava
isolada
ficado, assim,
Teria
como
feiticismo, não
possuindo,
dessa ilha
que
mundo uma parte
ritos nem
bárbaros,
o outros
e povos
entre América
a ligação
seria
templos definidos.

da terra.
resto
— frisar
escrita desejamos
A

é, como
Platao
O escreveu
— era-lhe completamente
que bem

sábio Ameghi-
O
se vê, fabuloso. tendo inventa"
não
desconhecida,
de-
citado, afirma porém, com os
no, se
já do nada parecesse
que
su-
várias considerações coloridos
de incas, nós
pois dos
quipos
e_ apoiado
mamente interessantes ao do nosso
igual
com significado

Platão, Aris*-
textos de
em velhos
alfabeto.

exis-
Plínio e Plutarco, que
tóteles, tribus
essas
Não foram, pois,
ficaram submer^
tiram terras inseri"
que as
bravias que gravaram

Atlântico, concluindo pela


sas no
se encontram
lapidares que
ções
existência da Atlântida.
nosso terri*
do
em várias
partes
do ho-
vemos, a origem
Como sem
os índios,
Não foram
tório.
não está ainda
mem americano po-
rocha os
na
deixaram
dúvida, que
só nos res^
sitivamente explicada,
ter
e sinais que parecem
desenhos
de es**
tando aguardar o advento
indi-
um significado, que parecem
o as*»
tudos façam luz sôbre
que
preten-
car roteiros, que parecem
de um
sunto ou o aparecimento
acontecimentos.
der
perpetua?
novo Champollion.
ho-
domínio
1641, em
Em pleno

Elias Ecker-
de o naturalista
Um landês,
prehistória
pouco
Brasil fia-
o
brasileira
man, percorria
que
as-
de Nassau,
ordem
mengo, por
a ori"
Se, não sabemos em
porém, inscrição gravada
uma
sinalou
temos
do homem americano, rio Paraíba.
gem do
às margens
pedra
da exis* Ins-
certeza, em compensação, ao
apresentada
Em memória

tência civiliza^ dezem-


de adiantadíssima 9 de
em
Histórico,
tituto

na América Cidades
Ção pré-colombiana, sob o título
de 1886,
bro
má"
tem seus representantes Lapida-
que e Inscrições
Petrificadas
e
ximos nos do México Tris-
astecas conselheiro
o
no Brasil,
res

nos incás do Perü. diz:


Araripe
de Alencar
tão
en-
. O descobridor
português 4,Na na
do Assurá,
serra
controu aqui um em
povo grande de Ara-
na serra
da Baía:
vinda
atraso sem noção
de civilização,
122 CULTURA POLÍTICA

em Minas; nas margens monumentos de uma civilização


bastábia,

do no Amazonas; no dis- desaparecida.


Japurá,

trito de Inhumã e outros do Cea-


Que seria êsse
povo que gra-

rá; no Apodi, no Rio Grande do


vou essas inscrições, e não
por que

Norte; na serra do Teixeira, ra-


ser de origem incaica.
poderia

mo da Borborema, na Paraiba; e

Era tradição corrente, entre os


em vários outros sítios do nosso

nossos aborígenes, um homem


que
território apontam-se la-
penedos,
extraordinário, o Sumé, havia es-
e cavernas, onde se vêem con-
ges
tado entre êles, ensinando-lhes

Figurados desenhos mais ou me-

muita coisa útil, como o cultivo da


nos informes a dão o título de
que
mandioca e o aproveitamento do
letreiros ou inscrições; e em Cabo

algodão.
Frio é conhecida a onde es-
pedra

tão caracteres o vulgo deno- Cunha Matos, notável historia-


que

mina letras do diabo. Êsses letrei- dor no seu Itinerário do


patrício,

ros são uns de caracteres debuxa- Rio de ao Pará, depois de


Janerio
"que

dos, outros em mcisões na e dizer não se negar a


pedra pode

finalmente outros em desenhos de existência de hieroglifos de um

tinta vermelha. Um dos caracte- antiquíssimo em vários lu-


povo
"Não

rísticos de tais desenhos é êles do Brasil", escreve:


que gares

se encontram sempre em me atrevo a negar a existência de


pedras

de face lisa e aprumada, indício um Sumé, bem ser com-


que podia

de operação inteligente". ou discípulo de Manco


panheiro

Capac inca)".
Um livro raro, do Fran- (o
padre

cisco de Meneses,
Não constituiria, um ab-
que percorreu pois,

os sertões de 1799 a 1806, regis- surdo, até em contrário,


prova

tra essas inscrições de fala o o índio tenha


que pretender-se que

conselheiro Araripe. Essa obra, sido o último representante de

intitulada Lamentação Brasílica e uma civilização degenerou


que

oferecida a dom VI, men- causas desconhecidas, e


João por que

ciona mais de 100 lugares onde seja da mesma estirpe ou descen-

"filhos
existem inscrições lapidares, mui- dente da estirpe dos do

tas das o autor copiou.


quais Sol".

Martius asseverou em re-


que Em aqui chegando, uma obri-

motas eras viveu em nossas ter-


se nos impõe : a de dizer
gação

ras um civilizado, o está


povo que algo sôbre o império incaico.

cemitério do Paco-
provado pelo

Os incas
vai, em Marajó, sambaquis
pelos

do litoral e restos Foi no mar interior dos


de Lagoa
pelos grande

Santa, tão brilhantemente Andes, no lago Titicaca, nas-


estuda-
que

dos Angione ceu um dia incaica,


pelo Costa a civilização
professor

e Heloísa segundo os historiadores es-


pela Alberto que,
professora

Torres. séculos
panhóis, tinha
já quatro

de vida Pizarro a destruiu,


Não há razão assim se quando
para que

conquistando o território
negue ou duvide, sem em peruano.
prova

contrário, sem mais acurado exa- Foi bêrço


do Titicaca,
partindo

me, de essas inscrições sejam os incas


que de uma civilização,
que
123
BRASILEIRA
DA PRÊ-HISTÓRIA
A MARGEM

é um benfeitor
Manco Capac

o Pert,
&_ tra-
Êle lhes ensina
conquistaram das tríbus.
maravilhosa
a sua
Cuzco o a
em a moer grão.
do balhar a terra,

capital. o algodão.
aproveitar

a on-
como
incas, à do
dos falte
A origem nada glória
Para
que

êlcs domjnara®'
de Cori-
1UC o templo
do povo sol, constroem
acm
a despeito
hoje das
até o culto
feSnaneceu e estabelecem
cancha
na mau
realizados, si
tanto rigor
esforços com que
dos vestais,
«
Eles
de estas de-
obscuridade. alguna
haber
completa hallaba
-
exphcaçao era
uma honestidad,
contra su
nham, porém, linquido
e
curiosa
de enterraria
extremamente el castigo
bulosa, infallible
se
como
resumida de
ser con otro
o matrala genero
pode viva
que

segue. muerte cruel'.

do vestais consis-
pri- dessas
do aparecimento A missão
Antes

Peru ti- sagrado,


tribu do do fôgo
cada em cuidar
inca. tia
meiro

era um no templo,
deus. arder
que devia sempre
nha seu próprio que
ou a
lã de vicunha
uma planta com
uma e em tecer
monte, pedra,

do inca (imperador).
animal. túnica
um

denomina- muros circundavam


totens Altíssimos
Semelhantes

onde moravam
apachi-
modo misterioso
de um geral o templo
vam-se
sol. To-
em virgens do
se sacrificavam, fiavam essas
a eles e
ias;
eram de
e don- do templo
crianças os adornos
festins, dos
cruentos
nem
como- e ninguém,
situação e de ouro,
zelas. Semelhante prata
sua alta
en- de
o Sol, inca, apesar
que o
mesmo
veu profundamente
nao pro-
Manco visitava,
filhos o para
terra seus condição,
viou à

e
irmãos
Mama Oelho, faná-lo.
Capac e
"con
de iluminar
mission ouro, cercado
esposos, liteira de
Em sua

* ate
atiochccidâs o inca chegava
âouélâs mentes
suas legiões,
de
ilha
De uma despi-
Ai so,
Arturo Capdevilla. do templo.
as portas
Sol. saiu
ilha do insígnias
do Titicaca, a magníficas
de suas
do

êsse casal. ofer j>


reais, ele i
a
dadivas
— Pai de e as suas
— Pachamac suas
O sol preces

as trevas
dissipa divindade.
Tudo; o sol,
que
o de
sol, cujo foi
terra; o magnífico
cobrem a
Templo
que
de ouro,
saüdado pás- Todo chapeado
nascimento é pelos
Cuzco.
em
sol, disco solar,
o que o
saros e homem; no interior
pelo tinha
maciço,
sua marcha de ouro
na tamanho,
abarca um espaço
qrandes

o sol, que
sem fim; uma peça
através dos espaços de grande
no centro
ta-
na monarcas
mundo aos
ao se deitar lança o
de
UL lUaaaw —
túmulo
bti VlU
servia
que
em
derrama aí
treva e no silêncio; que permaneciam,
lecidos, que

assembleia.
chuvas que em tétrica
sôbre os campos as
balsamados,

cuja ausen- scl, o


hão e do
de fertilizá-los o culto
Para propagar
— sol foi^o
o vizi-
cia significa morte das nações
se apoderou
inca
foi
Seu culto muito cr,
deus dos de
peruanos. ultrapassando
nhas,
e
Capac lago
estabelecido Manco do
limites
por
seus primitivos
ergui-
templos foram
magníficos
Titicaca.

dos ao seu culto.


124 CULTURA POLÍTICA

Organização social truíam verdadeiro sistema de es-

dos incas crita, correspondendo ao nosso

alfabeto.

O inca dominava amor.


pelo
Tinham rudimentos
de aritmé-
Conquistar significava êlc
para
tica. Suas aptidões artísticas
se
Na verdade, êle não do-
proteger.
manifestavam
principalmente nos
minava,
protegia.
tecidos, tintos de cores vivas, e

Na organização social incaica, nos vasos de barro, ornados de re-

o homem não tinha direito sòmen- levos e de alguns


pinturas, de

te à vida: tinha direito à vivenda.


beleza e delicadeza.
grande

Dessa forma, cada índio solteiro


A e a música
poesia se mistu-
recebia um de terra,
pedaço que ravam e lhes mereciam
grandes
devia cultivar e constituiria o
que
atenções. Acompanhando-se
da
seu dote ao casar-se.
Quando lhe
e da autara, entoavam
quena me-
nascia o filho,
primeiro essa faixa
lodias dulcíssimas —
ou
yeraves
de terreno era aumentada.
haramis.

O território todo se dividia em


Os incas foram notáveis arqui-
três uma
partes: o inca
para (im- tetos, em nada inferiores aos as-

perador), outra o
para sol e outra
tecas ou aos antigos egípcios, ten-
o Todo
pai'a povo. o território era
do legado à admirá-
posteridade
cultivado
pelo Primeiro as
povo.
veis testemunhos de sua arte.
terras do sol, cujos
eram
produtos
São notáveis os edifícios, as es"
destinados a manter os templos e
tradas construíram
que e con-
seu imenso corpo que
sacerdotal. De-
duziam a Cuzco, as suas forta-
cada um cuidava
pois do seu
pe-
lezas de as cau-
daço pedra, pucaras,
de terra, e só último
por
sando hoje,
pasmo, aos estudiosos
eram cultivadas
as terras do inca,
e
pesquisadores as ruínas da for-
sempre as
piores.
taleza de Machupichu, no coração

Dentro dêsse sistema ninguém dos Andes.

ficar rico e
podia ninguém era
po- Conclusão

bre. O regime
político era franca-

Não seria impossível des-


mente federativo, que
não obstante o
cendentes do construiu
povo que
absolutismo da autoridade
do mo-
essa adiantadíssima
civilização ti-
narca.
vessem atravessado a cordilheira

Legislação *
O trabalho e vindo estabelecer-se
era a no foi
que

primeira obrigação de mais


todos. A tarde território brasileiro,

ociosidade,
o maior dos sendo
crimes; o os autores das várias inseri-

indolente,
um criminoso,
sempre ções se encontram em diver-
que

punido com a última sas


das de nossa
penas. partes terra.

Cultura —
Bastante adiantada
Se não existem sólidos alicer-
tra a cultura incaica. O calendá-
ces
esta idéia, é certo, em
para
rio era conhecido dos incas, os
e compensação,
nada tenha
que que
altos dignitários
comunicavam-se
apoio científico real a contraria»
com o soberano
meio de uma
por Aí está, como se vê, interessan-
curiosa
escrita. Cordões com nós te tese
a atenção dos estu-
para
coloridos —
os —
cons- diosos.
quipos
nação americana
da

Os
fundamentos

ao norte

PEREIRA
NUNES
ALTAMIRANO

Escola de
Professor na
do Exército.
Tenente-coronel
do Exercito.
Intendência

e ex-
foi descoberta
do Norte
e rica
contemplamos
Cabo to,
Sebastião
piorada por
os fundamen-
examinamos de In-
do rei
a serviço
veneziano,
brasi-
do
tos étnicos povo
, VII;
QUANDO por João
Henrique
deixamos glaterra
vezes nos
leiro, muitas do
a serviço
florentino,
Verrazani,
nosso terri-
em
convencer de
que, I.
França Francisco Jaime
rei da
final de
o tipo
tório, se caldeia
La Roque,
de
Francisco
Cartier,
há de sintetizar
uma evolução que Io-
e Laudonniere
Rhibault
e de no- Jean
coisa de definido
alguma
colonizadores
ram os
primeiros
dos homens
tável como expressão
Leon, Vaz*
Ponce de
franceses.
é, irre-
de amanhã. A informação
de
Fernando
de Ayllon,
quez
torquivelmente, falsa.
Io-
de Avilles
e Melendez
Soto

não será
O homem de amanhã espanhóis que
ram os
primeiros
brasi"
um exclusivamente Depois
produto aquelas plagas.
pisaram
do norte,
leiro, nem americano instalar-
os holandeses, para
vêm

de dês" em
nem terá a Connecticut,
particularidade região de
se na

Os
cender uma raça apenas. Windsor
de
Lewistown,
Hartford,
tipo a
e o finlandeses
se entrelaçarão e
povos suecos
são
Depois

não só aqui, margem


definisse terá origem na
vão domiciliar
se
que
mas em tôda a América.
do Delaware.
direita

nume-
a solução sao sem
Para reconhecer que tempo
Nesse já

os *****
não será singular, conheçamos
os exploradores
ro
e
Unidos colonias
fundamentos dos Estados várias
alesas e

de«m
da América. a
ponto
prosperando,
de PJy®°ut^
da
Os alicerces as colônias
de 1643,

Connecticu
nacionalidade
Massachussetts,

uma umao,
formarem
Haven
New
se edifica*-
A vasta região onde Unidas
de Colônias
o titulo
Mb
ram da Amé"
os Estados Unidos
126 CULTURA POLÍTICA

de Nova Inglaterra, com o beça a dêle, diante de Powhatan,


que,

sem dúvida, se estabelecia a base o cacique condena


que Smith
a

da federação de nossos dias. morte e tivera a


que piedade para

Mas a entrada de irlandeses, o de sua


perdão pelo gesto filha.

franceses, espanhóis, holandeses Pacahontas casou-se mais tarde

e outros continua. Os africanos» com o Rolfe,


jovem John com

como escravos, são trazidos em viajou até a Inglaterra,


quem sen-

1620 a América. Aportam, do recebida ali rei


para e rai-
pelo pela

num navio holandês, em nha. Na metrópole deu à


James- luz um

town. filho, vindo ela depois a falecer.

Depois vêm os Mas o menino, viajando


alemães, os chi"
para a

América, teve ali


neses, os os descen-
japoneses, portugue- grande

ses, os belgas, dência na Virgínia.


os russos, os ára~

bes, os italianos, os os Eis


poloneses, um traço não
que ser
pode

rumenos, os suíços, os noruegue- esquecido, compreensão


para dos

ses, os austríacos, os e re- fundamentos


gregos da nação america-

de todos os da na,
presentantes povos êle revela a união
pois dos

terra.
alienígenas com o sangue autócto-

Formada a nação, com a alta ne, americano.

dos elementos de
preponderância

origem inglesa, estavam ali os re-


O caldeamento das

de tôdas as raças. A
presentantes
idéias religiosas

nação se a
grande predestinava

ser também cadinho síntese Além


para das raças, as
porém,

das etnias, fundindo um homem idéias religiosas sofrem um cal-

típico, se vai definindo


que ad- deamento se normal-
que processa

mirável.
mente na crença do se
povo que

Nesse amplo e esplêndido evo- vai formando.

luir, não
porém, se esque^ Os huguenotes, representados
pode

cer o admirável
papel do índio elementos das fa-
por principais

americano do norte. Os mohica- mílias da França, dos


são
prí-

nos, os massachussetts,
os algon- meiros a ir instlar-se na Acádia,

os monajoaques,
quinos, os em Port Royal, além de
poka- povoarem

noques, os narragansets, os a Flórida. Os da Flórida foram


paw-

tuckets, os catawas, os creeks, os trucidados, espa-


porém, pelos

otawas, os delawares, os iroque- nhóis católicos, ao mando de Me-

ses, os cherokees, os hurons, nedez


os de Avilles.

miamis, etc. também contribuíram


Os cismáticos ou dis-
puritanos,

a formação americana. Des-


para sidentes da Igreja Anglicana, de-

cendem da meiga e bondosa


de na
pro- pois grandes perseguições

tetora do capitão Smith,


John o Inglaterra, começam o
a
procurar

Pai da Virgínia, numerosas das Novo Mundo. 1608 a


Em
primei-

melhores famílias da região. Era ra leva donde


se à Holanda,
passa
"pe-
ela a índia Pacahontas,
o somente em 1620, de
que depois

livrara de ter a cabeça esmigalha^ direm o


ao Senhor iluminasse
que

da entre
pedras, ter corrido bom caminho seus fi*
por si e
para

seu lado e sua


para ca- lhos", velejam a América,
juntado
para
*

127
do norte
nação americana
da
fundamentos

de Boston,
Ana Hutchinson, per-
Delft Haven.
de

tendo partido contrárias


suas idéias
de seguida
e levas por
levas
seguem-se
Depois
foi desterrada
re- às dos
a puritanos,
vão
povoar
que
puritanos, indo insta*
com seus
prosélitos,
do Massachussetts.
Island, antiga
gigo lar~se em Rhode

são as autorida^
Os anglicanos
Depois
ilha Apoteneque. passou*

de Inglaterra,
oficiais
agentes então uma ai-
des Nova York,
se
para
dois
pelos ha-
rep?esentando-se ali com os demais
deia, sendo
Mas
low churchmen.
high e
dos: audacio-
bitantes trucidada pelos
em
também, grande
os imigrantes
sos índios.

religião oficial
à
pertencem
parte,

Island se asse-
É em Rhode que
inglesa. "liberdade

de
com os o início da
aparecem
Os católicos gura

uma das
além de religiosa ,
consciência
espanhóis,
povoadores
da civili-
do catolicis- mais altas
prerrogativas
velhos remanescentes

tendência natu-
antes americana,
em Inglaterra, zação
mo reinante

Ue- de ser alcançada pe-


VIII. ral teria
de Henrique que
do cisma

de solidariedade
vai crescen- los imperativos
a nação
pois, quando
ante a comunida-
também cres- se impunha
a massa católica que
do,

se delineava:
missões de de interesses que
com je-
ce notàvelmente,

luta contra o
da terra,
exploração
suíticas e nobres.

destino^ co-
índio, aclimatação,

tiveram sua
Os anabatistas pri-
e
de aspirações
mum, identidade
Roger
meira igreja levantada por
de anseios.

dissidente dos
Williams, purita-

idéias avançadas, assembléia


nos suas A
por primeira

em Providência.
política

"honravam
a
Os que
quakers,

ante suas às idéias


Deus e tremiam pala- políticas^logo
Quanto

na ou as colônias
tremerem
vras", donde, os
por que povoados

veio o no- de significação,


hora das orações, lhes
assumem papel

em Gui- democrati-
me ou apelido, tiveram
instalam-se governos

es-
o
benfeitor. povo
lherme Penn seu significa que
grande cos o que
"amigos"
1619 elege-
beneficiados Em
Os foram seus chefes.
colhe

da Vir-
feitas a Penn, assembleia
com as concessões -se a primeira

os assun-
da seita, sôbre
também membro decidir
que, para
gínia,
a coletrn-
conseguiu a América
trazer de importância para
para tos
em
Plymouth,
milhares correligionários. Em New
de seus
dade.
con-
A com o nome,
Pensilvânia, os puritanos
que, 1626, peregrinos

en- democracia pura,


recorda seu uma
tam com
grande povoador,
um
habitante
a cada
cheu-se de conferindo-se
quakers.

de interesse ge-
decisões
estão voto
Os feitiços e a bruxaria para

o podia
es* ral, enquanto governador
com os índios, chegam com
ou
Em
votos somente.
de dois
cravos negros. dispor
ins a-
se
em Boston que
• 1631 era
As Há re**
religiões são muitas.
de Massachus-
a assembléia
lava
do*
presentantes das tendências
cada cidadão
dispondo
setts,
minantes algumas
e, no em
princípio, tendo
a seguir,
um voto,
para
lutas lugar.
e têm
perseguições

122.218 —
F. 9
128 CULTURA POLÍTICA

vista a distância dos residentes da dências da Inglaterra. Aliás,


são

sede, instituir-se uma democracia sem conta as dessa


provas reação


representativa, com escolha dos dadas colônias, contra
, pelas a dis-

delegados o Em absorvente da metrópole.


para govêrno. posição

1639, depois da com os


guerra pe-
Por isso, os acontecimentos
co-
índios habitavam a
quodes, que
loniais traçaram a norma de sobe-
região de Harford, organizou-se
rania iria servir de
que diretriz à
ali uma comunidade com o
govêr-
terra de Lincoln.

no eleito cidadãos livres,


pelos

tudo sob os moldes democráticos.

Surge o
Em 1682, Guilherme Penn reúne primeiro

centro de cultura
uma assembléia em Chester, a

assembléia, em apenas três


qual
A cultura não é um caracterís-

dias, votou 59 leis regular os


para
tico menos apreciável nessa for-
interêsses dos habitantes da Pro-
mação. em 1630
Já os
pais purita-
víncia e dos Territórios. Em 1679,
nos, em sessão do tribunal, resol-

o de New Hampshire, sepa-


povo
vem votar a soma de 400 libras
rando a região de Massachussetts,
se iniciar a construção
para de um
delibera meio de uma
por assem-
colégio, nó lugar
"nenhuma Newtown, hoje

bléia democrática
que
Cambridge. Mais tarde Har-
John
lei seria válida, a menos fôsse
que ward deixa o colégio um le-
para
feita assembléia
pela e aprovada
de 800 libras esterlinas:
gado o

E na região de Alber-
pelo povo".
colégio de 1630 é hoje a famosa
male, na Carolina do Norte, nos
Universidade
de Harward, de
fins do século XVII, há uma co-
reputação universal.
lônia com absoluta liberdade de

constituída Em New Haven, desde 1646,


pensar, em democracia
"todos

com apreciável se estabelecera os


pura, que po-
população,

os voados em houvesse me-


pois perseguidos de tôda que pelo
parte

acorriam nos 50 casas tivessem uma escola


ali.
para

e os moradores o
que pagassem
Com êstes breves traços de fa-

que Pouco depois


pudessem".
ses da vida inicial dos E. U. da

providencia-se ali sôbre a funda-


América do Norte, sentimos a

ção de um colégio, o inician-


tendência inelutável qual,
e irretorquí-

do-se em 1654, veio na


tornar-se
vel do constituir-se
povo para em
menos famosa de
Universidade
Estado soberano, escolhendo
por
Yale, conservando a
sl mesmo para poste-
seus dirigentes, mas
ridade o nome de seu benfeitor,
fazendo-o ainda de modo a
per-
natural do lugar, Eli-
o filantropo
mitir a maior colaboração
possível
seu Yale.
de todos os cidadãos.
por parte

Entrementes, inúmeras es-


A democracia americana nas-

colas eram criadas no território


ceu, de um sentido libertá-
pois,

rio, se ia aos incorporan-


irmanando-se os cidadãos que poucos

do, constituir o
com apreciável espírito de para grande patri-
para,

mônio é a de
colaboração e solidariedade, que Jefferson.
cons- pátria

tituir uma fôrça de coesão capaz Em social


relação à categoria

de contrapor-se até mesmo às ten- dos cumpre realçar


povoadores,
NORTE 129
americana DO
da nação

fundamentos

chegando a imi-
fez-se extensa,
totalidade,
na sua 9uas'
nue ,°
a tal vulto im-
dc inglesa que
era gração
imigrado gente
elemento o
o inglês,
vem mem- pressionou governo
huguenotes
Dos
valia.
houve bem, em certa
da qual por
famílias
das principais
bros
decretar o impedimento de
época,
são elemen-
e os
França puritanos
do reino às de res-
saída pessoas
social,
alta significação
de
tos
não tivessem a
ponsabilidade que

cultura
com
do Estado.
necessária
permissão
todos os
de
as levas,
De tôdas

Entrementes, dado o mime-


vultos no- que
os
são muitos
cíupos,
homens aumentava cada dia,
Winthrop, ro de
Lá vai um John
táveis.
"um de colonos vin-
completo com a chegada
de
espírito
tinha
da Europa, muitas
Thomas dos em barcos
e
agora
cavalheiro";
"natural
inglesas, de origem humil-
moças
com grandeza
Hooker,

de sã moral,' foram envia-


de, mas
a um
associado John
de alma",
"cavalheiro os colonos da
das esposarem
de para
Haynes, ^altas
Inúmeros lares edifi-
; de- Virgínia.
fartos recursos
e de
prendas
êsse modo, radican-
e caram-se
Eaton John por
Theophilus
pois
à terra e
distin- do os colonos possibili-
de alta
ambos
Davenport,

da região.
Balti- tando o
são os progresso
em Inglaterra;
ção

os Bacon, da
more, os Washington, além
aos costumes,
Quanto

Penn, os
Howard, os de ingleses,
os lord tradicional
formação

e famílias ou-
são famílias e tantos
Williams; holandeses
franceses,

nas lembrar
se vêm estabelecer plagas cumpre
que tros
povoadores,

tôdas elas
trazendo desde
americanas, reclamava,
a natureza
que
moral, de- a
sentimentos, sã
nobres especiais para
logo, cuidados

e inteligência
sejo de trabalhar
terra.

a ação.
para
dilema apresentado
O

a imigração Smith
Aumenta por

inglesa

ou nobres,
Embora cavalheiros

a
de começar
ali
todos tiveram
não têm
Bem são os
que diante
poucos Smith,
trabalho.
vida
pelo
dignidade ou boa conceituação:
fina que
de
de um gente
má grupo
de
uns aventureiros a
quinhentos logo
apresentou-lhe
imigrava,
reputação foram remetidos pela
traba-
dilema:
o conciso
chegada
Londres; muitas
Companhia de ter
ou nao
dia
seis horas por
lhar
ociosas e dissolutas, que
pessoas foi a es-
E essa
comer!
nada que
se achavam nos cárceres
prêsas intenso!
trabalho
colha: trabalho,
londrinos, foram manda-
em 1620 e
americana
a nação
Eis que
ordem por
das as colônias,
para por oficina
mais monumental
hoje a
de Inglaterra. Todavia,
de ejion-
jaime tudo
da terra, produzindo
a ruim, mes-
de
quantidade gente o
genero
excelentemente
rando
mo assim, em relação
era ínfima,

humano*
às levas deman^
de boa
gente que

agora, quanto
dava diríamos,
a América. E que

militar?
do espírito
à formação
A vocação viver e
servir,
para do norte
os americanos
Agora que
progredir nas americanas
plagas
CULTURA POLÍTICA
130

ações de heroísmo os americanos do norte estão


contam com que

as hostes teu*- refletindo de forma exemplar


sem vencendo as
par,

em África e Europa e condições esplêndidas de sua for-


to-italianas

na Ásia e na Ocea- mação, com atributos


as peculiares
japonesas

nia? aos Em to-


povos predestinados.

dos os continentes, todos os


por

O espírito militar vem de uma


cantos da terra, o espírito militar

elaboração secular, multissecular.


americano reanima, reaviva e re-

Vem das lutas contra tríbus e na-


a fé dos livres,
juvenesce povos

de índios valorosos e ardilo-


ções
levando uma cooperação heróica

sos» Vem de lutas contra conquis-


o restabelecimento no mundo
para

tadores franceses, holandeses e


de um império de harmonia, de

espanhóis. Vem de con-


guerras e de amor entre os homens
paz

tra tunisianos, contra mexicanos,


na terra.

contra espanhóis, contra alemães,

E êsse vai dever a Huma-


povo
contra turcos. Funde-se no san-

nidade os dias de bonança de


da raça, sob a
gue puro própria

amanhã, todos devemos


pelo que
inspiração dos deuses solidários,

admirar e enaltecer suas condições


unificar o sentimento de coe-
para

ímpares de formação, honrando a


são nacional, contra os seccionis-

memória dos recor-


E refunde-se, alto, vigoroso, peregrinos,
tas.

dando os vultos de Washington,


extraordinário, contra os agresso-

de Lincoln e de ho-
res do Eixo. Jefferson, para

menagear o chefe da maior


grande

E é agora, mais uma vez, nação no tempo e no espaço, o


pondo

em evidência o clima de vontade, Roosevelt, o


presidente grande

de sentimento e de inteligência, condutor da Vitória.


o
diplomática

História

Internacional

Conferência

A Quarta

Americana

PôRTO
NOGUEIRA
ALMEIDA
L ' DE

Exteriores
das Relações
Do Ministério

não ti-
internacionais
ferências
mais no-
as idéias 1910,
em para
bastado,
nham
en-
bem nascidas e impor
brcs e
certos espíritos
desarmar
oposi-
MESMO sempre
contraram
a confiança.

com o
Foi assim panameri-
tores.
um deputa-
se firmar, Câmara,
de Em nossa
ante
canismo, que, e-
a Con
espi- definiu
um novo da oposição
como do
de se impor -
a real
Aires
os Buenos
relações de
das rência
rito norteador
elegante
como
fundado 1910
em
dêste continente, zar-se
povos a-
-five ,
as '«terna''»™
sofreu o'clock"
e na
na cooperação paz,
Un
os Estados
ou
que
da incompreensão crescentando -
investidas
obj
um duplo
da Ame- então
e fora dos tinham
da má fé dentro
"o eco
no terreno
de dominar
vo: tArla
rica»
meridional
a
a reaião
rey
toaa
reünião nomico
a
A notícia da
próxima o de submete-lo
e
do continente
ame-
das nações
de um congresso poli-
e hegemonia
sua influência
o
ricanas era sempre pretexto • • _

W-* w
das tica
das críticas,
a renovação
para
da estrada
Na Euro- abertura
acusações, das ironias.
A própria
concepça
como manifes-
eram eles vistos ferro
pa de panamericana,
chega
idealismo que
americano,
tações de isolamento de tão puro
eea-

ser hostil, as dificuldadesjde


a
se não chegava esquecer
que, a
com
e na foi encarada
seria menos egoístico;
pelo lização prática,
Ua,
EsJados
dos
e alguns pu- tentativa
América a imprensa \ma
ao
na America
de apon-
blicistas não se fartavam dso para procurar
de
o consumo
do impe-
tá-los como um disfarce mercados para
Sd

• •
denun-
rialismo norte-americano, seus produtos.

de he-
ciando intuitos Taget
fantásticos Deutch
o
isso
Enquanto

e intervenção. que
gemonia a impressão
resumia
Zeitung
à causa ak'
Vinte anos de serviços oikiais
ci[culos
STÍ
três con-
americana e o êxito de
132 CULTURA POLÍTICA

mães a reünião da Quar~ A tarefa dos delegados ameri-


próxima
"Mais

ta Conferência: um canos seria relevante,


passo embora
'

a conquista da Amé~ espetaculosa.


para pacífica A maior
pouco
pru-

rica Latina Estados Uni- dência e discrição


pelos se lhes impu-

dos", segundo telegrama de Ber- nha.

lim La Nacion em 12 de
para ju^
La Prensa de 11 de revela
julho
lho de 1910.

as instruções de Knox aos dele-

Ao Congresso de Buenos Aires,


americanos. A
gados principal de-

estava reservada uma im-


porém,
Ias, como foi dito, era
já a de se
decisiva. Das
portância prática
oporem a discussão
qualquer fora
conferências anteriores, a de

do traçado,
programa condição
Washington fôra uma assembléia "que
essa, comenta o
jornal, tiene
brilhante, destinada a consagrar

objeto impedir en la
por que con-
temas de ideal o
grandes político:
ferência se discutan Ias diferen-
arbitramento, a da con-
prescrição

cias actualmente existentes


a entre
solução das con~
quista, pacífica

naciones americanas".
trovérsias. As Deviam
concepções em tôr-

evitar uma
no do arbitramento, encabeçada de destaque e
posição

causar a impressão
Chile e Perú, absorveram as jamais de
pelo que

atenções nos os Estados Unidos


debates acalorados se valiam da

da Segunda Conferência. Conferência resolver


Só na casos
para

do Rio de apenas 4 anos concretos


Janeiro, ou demonstrarem
par*

antes, o tinha cialidade.


panamericanismo

encontrado seu rumo definitivo.


A ocasião, de fato, não
pare-
Em Buenos Aires êle se devia fir*
cia oportuna
se discutir
para quês-
mar, traduzido em realizações

tões definidas de Político


úteis e medidas paz.
de alcance

seria abrir caminho ela


para por
prático.
intermédio da Conferência e nun-

Da importância dessa Quarta ca arriscar o êxito des-


próprio

Conferência estavam bem con- ta


pela imprudente
provocação

scientes os Estados Unidos, como de discussões em casos


tôrno de

se depreende da indicação de concretos. havia-as


Questões,

muitas, capa-
Harry White, um dos seus mais
pequenas questões,

zes contudo de terra,


eminentes diplomatas, deitar
ex-embai- por

em Buenos Aires, a obra


xador em Roma e Paris, repre- tôda

realizada. Na-
sentante panamericana já
do norte-ameri<-
govêrno

quela conjuntura era essencial


cano à Conferência de Algeciras

salvar o a
em 1906, grande princípio
chefiar a delegação
para
harmonia continental esque-
enviada a Buenos Aires. Desig-
cendo os
pequenos problemas,
nação essa constituía um
que
êstes encontrariam natu*
porque
acontecimento apenas comparável
ral solução se aquêle fôsse
pre*

à viagem de Root à América do


servado. Salvar de
a Conferência

Sul —
segundo observou o Times
um fracasso deveria ser,
portanto,

em sua edição de 8 de da-- o tô*


julho alvo supremo, merecedor de

ano. das a$
quele renúncias e sacrifícios.
133
americana
internacional
conferência
QUARTA

de re-
da Bolívia,
Com exceção
o es-
êsse
com a Ar-
evidentemente,
Foi rompidas
lações então
os delegados
levou ameri-
as nações
«írito que tôdas
a retirada gentina,
a em
pedirem representar
americanos se fizeram
canas
de apoio
brasileira
moção
uma Aires.
de Buenos
se
¦ Monroe, quando
de
Doutrina
assim
estavam
as As delegações
após primeiras
evidente,
tornou
de outras
constituídas:
por parte
resistências
- Hen-
toda
UNIDOS
que ESTADOS
delegações,
ar
precipi H. Crowder,
terreno poderia Enoch
nesse ry White,
fu-
senão
Basset Moore,
debate perigoso, Nixon,
um Lewis John

Lamar C. Quin-
nesto. Moses,
Bernard

orga- David Kin-


o S. Reinsch,
extenso programa tero Paul
Era

Confere»- AROENT1-
a Quarta REPÚBLICA
£•
nizado para
o Eduar-
sobre Bermejo,
informações Antonio
incluía NA
cia:
da Montes
A.
resoluções Manuel
das L. Bidau,
do
andamento

no Carlos
de 1906, Portela,
Oca, Epifanio
anterior, de
Conferência
balas,
Carlos
Inter- Larreta,
do Bureau
Rodrigues
a reforma
Rio,
b. Lt-
Estanislau
A"1"1' A. Terry,
Repúblicas Tosé
das
nacional
-
de
a estrada BRASIL
sôbre B»
canas, projetos da
fmal
na fase
me-
sôbre
tinho (chegou
ferro panamericana, da Gama.
Domicio
a vapor,
comunicações Conferência).
lhoria das
No-
Almeida
da Cunha,
de alguns Gastão
uniformidade de
Hacula»
sa- Bilac,
Olavo
consulares, polícia gueira.
cumentos
- MifljdG»,
recla*- CHILE
e marcas, Freitas;
nitária, patentes BeUo
Emílio
intercâmbio Tacornal,
chaqa
mações
pecuniárias,
CrneDi.sM™.
Aníbal
e alunos, propriC'- decido.
de '
professores Alvj"e
Alexandro
america-
exposição Mathieu,
dade literária,
Roberto
e fu-
de COLOMBIA ^
na produtos
permanente

turas conferências.

hCfUTBAR-C^sA££

se vê, Carbond
Eram, como questões
Mani^l
Vélèz, José
in-
ao comércio
mais vinculadas
Montoro 7de
Rafael
à alta política.
ternacional do
que

da solene
Não cuidava agora
se

da ex-
e
declaração de
princípios DOm'S1dor-
BUCA
doutrinárias,
de teses HQ
posição Lugo;
Américo
ríIATE-
de Washington,
como na reünião

de alcance prá"
mas de medidas

O Fouchard;
tico e utilidade direta. próprio
- Constantin
fj^TI
das confe^ Estrada;
arbitramento, assunto Mario
S Arrovo.

inclu- Ar-
teve Lago
rências não - Luis
anteriores,
5}nSnílRAS
H
razão seria, - Victoriano
são no a
MftXICO
programa;
Ver-
aceitação quasi Pérez
entre outras» a Luis
AWarez
Alva
Salado
dos mais Roberto
universal p.jrueza,
de
princípios

na
êsse tema
avançados sôbre

t^X^ICMAGUA
PA-
realizada Alonso;
conferência de Haia,
Pérez
_ Manuel

em 1907.
134 CULTURA POLÍTICA

Belisário —
NAMÁ Porras; PA- rência Miguel Gruchaga
Ta-

~ Teodosio González,
RAGUAI cornai Gonzalo de
(pres.), Que-

P. Montero; PERÜ — Euge- sada Âróstegui, Henry White,


José y

nio Larrabure Uhánue, Carlos Montes de Oca, Olavo Bilac,


y Ro«

Calderón, Antonio de La- berto Ancizar, Alfredo


José Volio,

valle Pardo; SALVADOR — Américo Lugo, Alejandro


y Cár-

Frederico Mejia, Francisco Mar- denas, Manuel Arroyo, Constan-

tines Suarez; URUGUAI <— tin Fouchard, Luiz Lago Arriaga,

Gonzalo Ramirez, Amé- Luiz Pérez Verdia,


Juan José Manuel Pe.

zaga, Carlos M. de Pena, Anto- res Alonso, Belisário Porras,


José

nio M. Rodrigues; VENEZUE- Montoro, Eugênio Larrabure


y
—*
LA Manuel Diaz Rodriguez, Unánue. Francisco Martinez Sua-

César Zumeta. rez, Carlos M. de Pena, Manuel

Dias Rodriguez.
A solene instalação da Coníe-

rência se realizou em 12 de 4.a — Informe do diretor do


julho

Bureau Internacional das


de 1910, sendo eleitos Repú-
presidentes

blicas Americanas — Anibal Cruz


honorário Victorino de la Plaza,

Diaz Antonio M. Rodri-


ministro do Exterior da Argenti- (pres.),

Paul Samuel Reinsch, M.


na, e o secretário de Estado ame- guez,

A. Montes de Oca, R. Ancizar,


ricano Phllander E. Knox. La

Gastão da Cunha, A. Volio, Car-


Plaza foi no curso dos trabalhos,

los Garcia Velez, Américo Lugo,


substituído Larreta,
por quando

A. Cardenas, Luiz Toledo Her-


este assumiu a do Exterior,
pasta

rarte, Constantin Feuchard, Luiz


em 8 de agosto.

Lago Arriaga, A. Ramos Pedrue-

Os temas do foram
programa
za, M. Pérez Alonso, Belisário

distribuídos às comissões seguin-


Porras, Montoro, Carlos
José
tes:

Alvarez Calderón, F. Mejia, Cé-

1.* — Regulamento e creden- zar Zumeta.

ciais —•
General Carlos Garcia

5.a — Estrada de
[erro pana-
Velez Antonio
(pres.), Ramos

mericana Frederico Mejia


Pedruez, Estanislau Zeballos,

(pres.), Amézaga,
Juan José John
Herculano de Freitas, Beltran

Basset Moore, Estanislau S. Ze-


Mathiew.
,
bailes, Herculano de Freitas, B.

2.a Comemoração
de inde- Mathiew, A.
Roberto Ancizar,

das Repúblicas Ameri-


pendência Vólio, A. Gonzale Pérez, Amé-

canas, etc.... —
Eugênio Larra- rico R*
Lugo, A. Cardenas, Luis

bure Unánue
y (pres.), César Herrarte, Fouchard,
Constantin

Zumeta, Henry White, Emilio Luis Lago S.


Arriaga, Victoriano

Bello Codecido, Roberto Ancizar, Alvarez, B,


M. Pérez Alonso,

'
Victoriano Salado Alvarez, Teo- Porras, Carlos A. Calderón, Juan

dosio Gonzáles.
Amézaga, Cézar Zumeta.
José

3.» — Informações ou memô. 6.a Comunicações a vapor

rias apresentadas sobre as dispo- Lewis A. de


Nixon
(Pres.), José

sições tomadas
só- La valle Pardo, Luís de Al-
pelos governos
y José

bre as resoluções da 3.a Con/e- meida Nogueira, Anibal Cruz


/

AMERICANA 135
INTERNACIONAL
CONFERÊNCIA
QUARTA

Valdéz, 11,a ^ Reclamações pecuniá-


Montoro y
Rafael
Diaz,
rias Gonzalo Ramires
Gonzalo (Pres.),
S. Alvarez,
Victoriano
Estrada, Basset
Mario John

Ramirez.
Eduardo L. Bidau, Gas-
Moore,

de do-
Uniformidade Lugo,
tão da Cunha, Américo

— Manoel
consulares
Salado Alvarez.
cumentos Victoriano

Rafael Mon-
A. Vólio,
Arroyo, —
12." — Futuras conferências
Enoch H.
Valdéz (Pres.).
toro y
Salado Alvarez
Victoriano (Pre*
Terry, Hercula-'
A.
Crowder, José
"Freitas, Luiz Lago Arriaga,
sidente),
Miguel Gruchaga
no de
Manuel A.
Charles Quintero,
Ancizar, Amé-
Roberto
Tacornal,
Oca, Anibal Cruz
Montes de
Constan-
A. Cardenas,
rico Lugo,

da Cunha, Roberto
Diaz, Gastão
Luiz Lago Arriaga,
tin Fouchard,

Alfredo Vólio, Carlos


Ancizar,
Ma-
Ramos Pedrueza,
Antonio •
Américo Lugo, Ale-
Garcia Pérez,
B. Porras,
Percz Alonso,
nucl
Luis T. Her-
Cardenas,
A. de jandro
Gonzalez, José
Teodosio
Fouchard, Ma-
rarte, Constantin
Francisco Mar-
Lavalle Pardo,
y
Belisário Por-
noel Pérez Alonso,
M. de Pena,
Suarez, Carlos
tinez

Iraola, Carlos Alvarez


ras,
José
Cézar Zumetta*

Mejia, Anto-
Caíderon, Frederico

a — Car-
Polícia sanitária
8 Manuel Diaz
nio M. Rodriguez,

Alejan-
M. de Pena (Pres.),
los
Rodrigues.

Kinley, Car-
Alvarez, David
dro
Confe-
Da obra realizada pela
Luís de Almeida
los Salas,
José
trabalhos se
cujos prolon-
Ancizar, Al" rência,
Nogueira, Roberto

agosto, destaca-
até 30 de
Gonzalo de Quesada
fredo Volio garam
de
^se sobre patentes
Lugo, Ale* a convenção
Aróstegui, Américo
y
fábrica, a
marcas de
e
Arroyo, invenção
Cardenas, Manoel
jandro
de
sôbre as convenções
Luis Pérez resolução
Constantin Fouchard,

e artística,
literária
Pérez Alonso,
Verdia, Manuel propriedade

e reclamações
sanitária
Belisário Porras, Montoro, policia
José

Ma-
Francisco Martinez Suarez, pecuniárias.

o
nuel Diaz Rodriguez.
tôdas elas
Em prevaleceu

e defendi-
— de invenção vista brasileiro
9.a Patentes de
ponto

nossos
Ra- e tato
marcas de Antonio com brilho pelos
do
fábrica

mos Antonio
Pedrueza
(Pres.)» delegados.

Gonzalo Perez, Charles Quinte*


a
um modo geral,
De
ro, Estanislau S. Zeballos, José
seus objeti-
realizou
Conferência
Emi-
Luís de Almeida Nogueira,
a_ obra pa-
e contribuiu para
vos
lio Bello Codecido, José La
Juan de
Na opinião
namericana.
Amézaga.
seu balan-
o
sintetizando
Nacion,

e "ela cs*
10.& — literária
Propriedade fez tanto quanto
nem
co
nem
intercâmbio e ala-
de seus
professores panegiristas,
peravam
nos ~
Luiz Pérez Verdia (Pres.), como prognosticavam
tão
pouco
Alfredo Bernard Moses,
Vólio,
seus adversários".

Eduardo Bilac,
L. Bidau, Olavo

manifestou-se plena-
White
Alejandro Lar*
Alvarez, Eugênio
o ambiente
com
satisfeito
rahure mente
Unánue.
y
136 CULTURA POLÍTICA

e as atenções mereceu como o reünido no México


cordial em
que

delegação americana. 1902, mas deixa atrás de si


a uma

obra bem feita. Foi um congresso

A imprensa argentina elogiou


sólido e Acrescenta
pacífico".

os resultados da reünião, embora


nele a concórdia americana
que

observando êles se limitaram


que fôra no campo
"generalizações". procurada prático,

a
intelectual, sanitário, econômico.

Comparando a Conferência de A obra da Conferên-


principal

Buenos Aires com as anteriores e cia, foi criar um ambiente


porém,

atribuindo a idéia delas a Del cordial as futuras iniciativas


para

Vale, filho de Honduras, do


patriota O contacto
panamericanismo.

disse o delegado de Cuba, Gon- dos delegados desfez mal-enten.


"Êste

zalo Quesada: congresso didos, criou amizades utilíssimas,

não foi brilhante como o desmanchou, enfim, as nuvens


primeiro

da série, reünido em Washington, toldaram um momento


que por os

nem um congresso de batalha horizontes da América.


Defesa nacional

•*

e ouvidos do
olhos
Submarinos,

Almirantado

VILAR
FREDERICO

de Guerra Nacional.
Mar e Guerra da Marinha
Capitão de

História Militar do Brasil


de Geografia e
Do Instituto

em verdade
ta de submarinos
autor de "Real
Masters,
Secreto do
o Serviço

notáveis, cs-
várias obras
D
DAVID Mar"...

verdadeira alma
critas com

a Mari-
respeito de as- Não admira, pois, que
de marinheiro, a

criada e organiza-
as des- nha Brasileira,
suntos navais, entre
quais

e outros discí-
down, da Cockrane
tacaremos When ships
go por

adote a mesma
of the sea de Nelson,
SOS New wonders
pulos

muito e
de trabalhar
e Divers in deap seas, acaba orientação

— Petisco* ..
um livro Up falar
publicar pouco.

magnífico, classificado,
pe pelo
"Times", 44 44
e os ouvidos^
como A Os olhos
de Londres,

do Almirantado"
veritable kaleidoscope of human

and endurance" e
gallantry que "Os
são
do Almirantado
olhos
merece apreciado
particularmente águas
sobre as
aviões voando
os
sob os de vista técnico
pontos Mas os
do inimigo.
e as costas
e histórico. Nele o autor nos

mais : são
são ainda
submarinos
mostra o valor escuta na
da
guer- .
seus ouvidos
olhos e os
os seus
ra submarina e a bra-
moderna

e mau
com bom
vura Dia e noite,
e extraordinária capacida-

alerta e
navios estão
de da esses
esquadra do tempo,
grande povo
"ao de-
vendo, ouvindo,
que nascer no mar se achou, à espreita,

do ad-
os movimentos
pois a Inglaterra é um navio nunciando
que

duramente,
e ferindo-o
Deus na versário
que Mancha ancorou"...

de surpresa.
A Marinha diz o es-
Britânica,

inglês David
critor o sábio
inglês, a fama de Desde que
ganhou
o microfone
Serviço inventou
é E. Hugues
Calado e êsse silêncio

consideràvelmen-
ainda aumenta
mais incisivo se tra- que
quando
CULTURA POLÍTICA
138

êste nar a direção do emissor. Não


te o som recebe;
que quando

há ignore o emprêgo
físico foi escarnecido das
eminente por quem

bóias sonoras, no balizamen-


cientistas britânicos, ao que
outros

to dos orientam os nave-


demonstrar-lhes claramente portos

— debaixo de cerração, como


antes de Marconi a
praticabi- gantes

das ondas verdadeiros sonogoniômetros, de-


lidade da transmissão

"sem
os norte- amplamente desenvolvidos
fio", a distância, pois

na com as emissões radiográficas re-


americanos acreditaram sua

o cebidas a bordo radiogoniô-


e recompensaram pelos
genialidade

metros, facilitam a aterra-


seu talento com uma formidável que

desenvol- dos navios.


fortuna. O microfone
gem

veu-se no hidrofone, recebe


que
O oscilador Fessenden melho-

e amplia ondas sonoras submari-

rou ainda mais o aparelhamento

nas e constitue hoje importante

acústico submarino,
permitindo
recurso na naval.
guerra

francamente, não só estabelecer

Simon Lake, inventor america-

comunicações entre navios sub-

no, foi um dos a


primeiros per-
"É mersos, como até determinar a

ceber isso: surpreendente",

"Century e distân-
sua situação rumo
pelo
dizia êle no Magazine",


cia a se encontram.
surpreendente como o ouvido que

humano receber sons em Cor-4


pode Behm, a Submarine Signal

Em minhas 1
baixo dágua.
primei- Longevin Floresson,
poration,

ras experiências em Hampton vários


Touly, Henry Hugues e

Roads, em 1897, descobri idéia


que, aproveitaram-se da
outros

o submarino mergulhava,
quando sondas sonoras (ecobatíme-
para

eu distinguir a aproxima-
podia desenvolvendo interessan-
tros),

de motonaves a consideráveis
ção
tes instrumentos.

distâncias, apenas descansando

Mais tarde surgiram espe-


uma de uma vara no casco
ponta

cialmente destinados aos objeti-


do navio e a outra no meu
pondo

vos militares —
outros aparelhos
ouvido"...

melhorados e adaptados, tor-


que,
Sem ou melhor, sem o
querer,
naram a escuta
possível perfeita
saber inconscientemente — o

dentro do
dos limites do alcance

operoso ianque utilizava o este-


torpedo, chegando-se a localizar

toscópio, descoberto físico


pelo
e a
os submarinos em imersão

francês Laennac, com êste


que
a
a espécie dos motores
precisar
instrumento auscultava os
pul-
explosão ou a vapor de navios

mões e o coração dos seus clien-


movendo-se longe, na superfície

tes...

ou submersos, e até o ruído


par-

No casco de aço dos navios ticular um tor-


das máquinas de

montou êle, assim, um detector uma mi^


lançado no mar a
pedo

—* escuta. é
de sons a Simon Lake lha de distância. Desnecessário^

"invenções"
aperfeiçoou o seu instrumento. dizer são
essas
que

Logo depois, M. Munday, de diàriamente aperfeiçoadas, gra-

Boston, inventou um aparelho elé- dos ins-


ao auxílio constante
ças

tricô emitia e recebia sons em o mo-


titutos de tecnologia, como
que

baixo dágua e determi- delar ame-


Bureau of Standard,
permitia
139
DO ALM1RANTADO
E OUVIDOS
OLHOS
SUBMARINOS.

vigor fí-
tenacidade,
teligência,
ci-
dos centros
e outros
rtcano, sico e capacidade profissional.

mundo. es-
do desses
eatíficos Tôdas as
qualidades

os ou-
vez mais em ex-
cada são apuradas
c
Aaora pecialistas

reforçados por são


são seus vencimentos
tremo; os
humanos
vidos
au-
maravilhas, que
maiores.
novas também
essas
o seu
navios cada
consideràvelmente dêsses
A bordo
Sentam
car
os seus a
refinam a fundo
e conhecer
alcance
qual precisa
sua uti-
a
e acentuam
e executá-la perfeita
terísticos sua tarefa

os
No conjunto,
lidade. , e ràpidamente.

um
e acuidade constituem
da seus tripulantes
E como perícia

a con-
depende com absoluta
do clínico team eficiente,
do ouvido
e
através companheiros
diagnóstoco em seus
do fiança
exatidão
opera- nas compie-
do
seu comandante,
estetoscópio, no
do seu
re- o sub-
ao levam
o oceano
ausculta xas manobras que
dor que
do a imersao
da escuta segurança
através com
si, marino
dor de
do na superfície.
o êxito novo
de
depende c o
seu navio, põem

a salvaçao ser a
ou per-
a um outro de um
O êrro pode
ataque
tais
caçado pelos Para eliminar
um submarino de todos.
de da
sis-
um rigoroso

inimigos.
seus possibilidades,
con-
ex- visuais
dos ruidos sinais para
de
. A interpretação tema
as
e todas
educaçao manobras,
todavia, essas
exige, trolar
teriores
a
de modo_
necessário qu são repetidas
É
experiência. ordens
e
execução.
seja
serviço a sua perfeita
dêsse assegurar
o encarregado

e
os ruídos
de diferençar
capaz

co- dos seus


dos motores, confiança
relativa A
a força

as tripulantes
tôdas
nhecer
perfeitamente
to-
e descriminar
suas variações
convenci-
é um
lhe chegam
sons O submarinista
dos os seus que
espeaa-
da sua
da excelência
à escuta. do
nela.
cegamente
e confia
lidade
no na-
Masters que,
David
submarinistas Conta
O dos
{ora®'
papel mães
duas
de 1941,
tal

representam
Os submarinistas

na Marinha, prin'-
notável
papel

dos
esquadras pai"
cipalmente nas
mo-
êsses
de*
assistido1 quando
ses como a Inglaterra, que hí^ia1

as suas
vem livres tôdas
manter

no ocea-
extensas comunicações
de
antes
atençao
comerciais. essa
no, nas rotas W,WB—
cologista
grandes a müf.
o ma ^
é al-
para
O serviço de submarinos partirem

oferece, estão
tamente e ^ Que
especializado ^

ain^ o médico,
nas forças navais britânicas,
auntou-lhes

ao we^ submarinos,
nos
da maiores oportunidades
Estamos

ca^
lho espírito de ousadia que

'TtSo
e »
racterizava e Greenville
Drake perigoso. ±1

a sua
amavetaente.
ainda hoje distingue dontor.
que o
interrogo»
in-
intrépida : bravura,
mocidade
140 CULTURA POLÍTICA
*

O rapazes riram-se e disseram- deve conhecer


perfeitamente o re-

lhe convictamente : lêvo, a natureza do fundo


e o re-

das águas em
— gime que navega
É o melhor, o mais seguro


marés, correntes, etc. —
serviço da Marinha !... e os

lugares onde
pode pousar no
Essa é a opinião dos submari-
fundo do oceano...

nistas. Êles são entusiastas da

O regime de vida dos seus tri-


sua especialidade na esquadra e,

é singular : comem,
pulantes dor-
a seus olhos, realmente nada lhe

mem e trabalham em horas de


ser comparado em beleza e
pode
acordo com as necessidades
do
segurança. No entretanto, a ver-

serviço. O seu rancho é cuida-


dade é êsse serviço é de fato
que
dosamente organizado e cientifi-
rodeado de circunstân-
perigosas
camente
de modo a
preparado,
cias e exige um duro esforço dos

dar-lhes o necessário vigor. Para


êsses navios.
que guarnecem

êles é fabricado um especial,


pão
Isso é fácil de compreender e
dura fresco e
que vá-
gostoso
cónstitue exatamente a sua maior
rias semanas.

glória.
Nesses navios só em-
podem
Ataque e serviço
barcar homens corajosos,
perfei-
de
patrulhamento
tamente sãos e robustos.

O submarino atacar sem


precisa

ser o seu serviço O valor e a habilidade


pressentido; de

é feito em imersão. dos


patrulha profissional
9

nossos homens
Para contrabater o seu formi-

dável criaram-se
poder, navios
Ao término do serviço dos sub-
especiais; a aviação mergulha no
marinos brasileiros F F F 3,
1, 2 e
oceano os seus olhares de águia.

tivemos ocasião ha-


de mostrar a
Às bombas de au-
profundidade
bilidade e a bravura
mentam cada vez profissional
mais a sua
po-
dos nossos submarinistas, após
tência destruidora. Por toda
par-

te muitas centenas de imersões e


olhos e ouvidos des-
procuram

cobrí-lo... travessias no oceano.


perigosas
*

Nunca tivemos a lamentar a me*


No fim do dia, êle deve reno-

nor falha, o menor


var a carga de energia acidente,
elétrica de gra-

suas baterias. Isso a Deus. Poderíamos, talvez,


só ser ças
pode

feito com o navio na sem exagêro, dizer os nossos


superfície,
que

conectando os seus motores submarinistas da


elé- são a fina flor

tricôs imersão) com


(de os seus Marinha 1

motores
combustão
principais (a
Êles nos deram dos mais
alguns
interna,. de superfície). Nessa
brilhantes oficiais nossa Ar*
da
ocasião, êle abre as suas escoti-
mada, entre os
quais poderíamos
lhas e renova o ar dos seus com-
relembrar o nome do saüdoso J.

partimentos.
M. de Castro e Silva, recente-

Êle de certa mente de-


precisa profundi- vítima de um horrível

dade imergir e navegar com —


para sastre nesta capital êle que

segurança. O seu comandante mergulhara tantas e tão


perigo-
DO ALMIRANTADO 141
OLHOS E OUVIDOS

SÜBMARINOS,

norueguesa. Duas horas


costa
submarinos
em nossos
vezes
saS
mais tarde, avistou uma
na Di- grande
relevante
tomara parte
e
navios de Mer-
de flotilha de
Operações pesca.
de
Naval
visão
no fundo do mar,
a sentou
G.) na gulhou
N. O. pas-
(D.
Seira.
ia esperando êles
Êle que passassem...
que
conflagraçao!
sada
.
dos fundo e
encontro perigos 6 horas largou do
ao Às
sempre

o ha-
foi ver que
pelo periscópio

Avistou vários
passam via na superfície.
Peripécias por que

em
submarinos guerra trawlers dinamarqueses, pintados
os

velas latinas tri-


de branco, com

que passam
por vermelhas. O
As peripécias angulares quadro

tempo de
em guer- de
submarinos bonito sob o
os era muito ponto

Vale a
pena
emocionantes. isso não inte-
ra são artístico, mas
vista
fa-
das heróicas
algumas coman-
contar tenente Eaden,
ressava ao
ingie-
dos submarinistas
inglês. Era
çanhas dante do submarino

David Mas-

ses, descritas por 8 horas a.m.


e às
evitá-los,
preciso

ters: mais.
ainda
êle mergulhou

saíra de
Spearfish
O submarino tar-
mais
minutos
Novamente

naval inglesa para pa-


uma base hori-
os
examinar
de, subiu para
Era
da Noruega.
a costa
trulhar
não abalroou
zontes, e
na- por pouco
fresca; o
brisa
noite. Soprava
batendo
com os quasi
periscópios,
para
vio seguia galhardamente
um deles.
fundo de
vezes no
destino, alterando por
seu

de deixá-
à indiscrição novamente para
a rota, fugindo Desceu

Fez
encontra* no fundo.
navios mercantes que assentou
lo
passar,

a sua gente.
va. descansar
ali

dia se- o Spear-


do
Antes do clarear Era escuro quando

vendo à tona do
mas novamente
mergulhou, subiu
fish
guiçte,
à o
subiu novamente refrescaram
vazio o mar, Ventiladores
mar.

com os bate-
das
tona e seguiu adiante a carga
navio; renovou

O vento navega-
da
seus motores
principais. e o encarregado
rias,

era fran-
ao meio-dia determi-
refrescou e estréias,
observou
ção
levantando
camente tormentoso,
a sua
nando posição.

navio enfren-
violento mar, mas o
na zona
bem
embora Encontrava-se
tava-o
garbosamente,
e seguiu patru-
À devia atingir
dando balanços tremendos. que

escandinavas,
as águas
com lhando
meia-noite, ainda se debate

na superfície.
um duríssimo noroeste, navegando
jogando

o mui-
loucamente. Ao amanhecer, domingo,
dia seguinte,
No

e, es-
mar tudo
era ainda muito escuro,
grosso, ainda
to cedo,

impossibilitado Fazia bom


de pelo bordo.
patrulhar a
tava pronto

manteve-se navegan-
periscópio,
tempo
do ousadamente na superfície.
seu ran-
o
tivera
de A quarnição
Nada encontrara no entretanto

imergiu para
e o submarino
extraordinário inteiro... cho
o dia
de
Dentro
ordenado.
o serviço
A uma hora da madrugada es-
anuncia
o sinaleiro
hora
meia
surgiu-lhe farol da
um
pela proa
CULTURA POLÍTICA
142

tico de uma turbina. O coman-


no hidrofone sinais
tar ouvindo

dante refletiu :
navio se
de uma que
sonoros


aproximava... Estamos em
grave perigo.

Há mais de seis horas nos caçam


ouviu-se uma ex-
Pouco depois,

sem cessar. A única caisa


Era a bomba que
plosão. primeira

nos salvar é ficarmos


lançada contra pode quie-
de
profundidade
tos e aguardar os acontecimentos:
cuja fôra
o Spearfish,
presença

essa a nossa única esperança.

ao inimigo seus
denunciada pelos

escuta. O subma- Chegou até a retirar os sina-


aparelhos de

más condi- leiros dos hidrofones... mas os


rino fôra colhido em

ruídos de fora igual-


eram rasas as águas em penetravam
ções; que

mente no navio.
navegava, e o tenente Eaden,
que

o comandava, limitou-se a
parar Nisto, cinco novas explosões se

os motores e fazer o navio assen- —


sucederam em 45 minutos umas

tar no fundo do mar, ali escon-


mais outras mais dis-
próximas,
"silêncio"

dendo-se no e espe- tantes do Não


submarino. obs-

rando o inimigo, não o atin- tante, a se mantinha


que guarnição

cansasse ou desistisse da heroicamente chegando


gindo, quieta,

caçada e êle até a a mais


pudesse prosseguir. jogar qual próxima,

A bordo do submarino continua- a mais afastada... a seis


qual

va-se a ouvir a
perfeitamente que pence parada...

o
procuravam... Depois fez-se silêncio. Às 3

No fim de duas horas, nada horas novo ataque. Desta vez a

mais ouvindo, subiu a ver explosão foi muito mais


pelo próxima.

o ia lá cima. O navio estremeceu fortemente.


periscópio que por

Não haviam cinco minu-
passado
Às 5.20 uma outra terrível ex-

tos uma explosão


quando grande
sacudiu o Spearfish,
plosão pare-
sacudiu o Spearfish. Era uma

cendo esmagá-lo, causando-lhe


outra bomba os alemães lhe
que
avarias tôda mergu-
por parte,
atiravam. Tudo a bordo
parou
lhando-o nas trevas.
imediatamente ordem do co-
por

mando, até mesmo o Mas, não houve


giroscópio mesmo assim,

da agulha. Na escuri-
a seu bordo.
pânico

dão a voz do
os envolvia, só
— que
Verifiquem as avarias, dis-

comando se fez sentir, serena-


se, em voz baixa, o tenente Ea-

mente, como se nada de extraor-

den.

dinário houvesse acontecido...

Havia apenas coisa


qualquer
A sua iniciativa e coragem eram

no aparelho de mas não


govêrno,
soberbas.
era Mandou então
grave. que

— usem
todos ficassem absolutamente Para os seus
postos;

e esperou o resto. O si' a luz de emergência; verifiquem


quietos

naleiro anunciou dois navios as avarias; não façam barulho!


que

caçavam o submarino... ordenou.

Às 8 horas hidroíones foi feito.


os de- Ràpidamente isso

nunciaram o barulho caracterís- Eram muitas as avarias


e sérias
143

DO MMKANTADO
E OUVIDOS!
OLHOS

SUBMARINOS.'

agora subirmos
Proponho
recão.
de
cargas profun- o inj*
h. Se
às 2,30
rausadas pelas à superfície
P"*»»"»
alcance,
M-ISas. no nosso
Se estiver
miflo
como e
à
reparé-las. voltaremos
se não,
MimaK
atacamo-lo;
o
mandou
Depois

onde podiam. base...


nossa
no-
homens
seus
que reS-
comandante senhor!
— certo!
esperan- Certo!

descansassem,
vãmente
todos.
ponderam
PosslvcH/
do até quando
t O
bníhante Subiram.
foi feito.
E assim
portou-se
guarnição
foi
explosão ali .
nova não estava
Uma inimigo
mente.
uma Conse-
mais distante; os
ar pulmões.
ouvida, de puro
5o
avarias.
«coto algumas
reparar
mais perto
S guiram
as
jova-
e aumentou-lhe elé-
o navio só motor
mente com um
Partiram
mais ou
A intervalos
os ajudou.
avarias. Deus
como
tricô,
«xplosSes
outras
curtos,
e
perigos
cessando, por dificuldades
Entre
se sucederam... em
entrar
conseguiram
inauditos,
fim. com a

radiotelegrafico
xontacto

rum, alerta,
de sempre
trago
um base, que,
_ Serve sua
os tez
des- e
ao seu socorros
comandante mandou
o lhes
disse
danos,
maiores
sem
chegar,
penseiro.

ao seu porto.
bebe- regresso
Todos
18 horas.
Eram

a
mostrar
sem
ram calmamente,
descrever
Pronto pata

mínima emoção.
e
novas fulgurantes

co-
do submarino páginas
O ar dentro

O tenen-
ficar viciado.
meçava a
su-
ma- arrojada
alguns dessa
notou que A descrição
te Eaden
e
respirar a pres-
a perícia
começavam à superfície,
rinheiros bida

de emergenc
O tenente reparos
dificuldade. dos
com certa teza
reali-
bombons conseguiu
serviu-lhes o Spearfish
Pivie que
travessia
bom
de muito tormentosa
a sua
e manifestou-se zar,

com o
tudo penacho
humor... de regresso,
"espírito
marinha .
da
do
eleqante
do submarino,
a cons-
Nisso,
proa e abnegada,
heróica
for- sempre
um
como por *
que guindada
e «..em justo,
levantou-se aTÍS
te cabo de arame, e cau
^
sempre
aquela
como para
três vezes,
desceu duas ou
Armada.
esca- mais gloriosa
e
se tentassem levantá-la
êstesu-
depois,,
tempo
Pouco
passe...

côns-
do navio,
O comandante

sa#=f
os seus pa-
cio do .reuniu SíE
perigo,

mandou Britânico.
secretos e preparar
pcis
tóriaXrdoTp&to
fa-
uma carga de explosivo para^

caso necessário.
zer voar o navio,

!t0arco"«
a ent
reüniu tôda gen-
Em seguida inimigos,
navios
va vários
de
te e disse : cruzador
um grande
0s quais
eu vos
lugar
Em
primeiro alemão.
batalha
cor-
felicito vossa admirável
pela

— F. 10
122.218

i&a-
. /

\
144 CULTURA POLÍTICA

Não foram menos épicas as Nada de extraordinário


nos

haver no entusias-
do Salmon, atingindo o parece, pois,
patrulhas

mo com aqui discorremos


Leipzig; do Snapper, do Sturgeon que a

respeito dêsses assuntos e


e de muitos outros submarinos, glori-

ficamos a maruja inexcedível


cujas façanhas esplêndidas e que

"únicas" nos deu Cockrane, Taylor e os


relata David Masters

seus bravos companheiros


de
no livro Up Periscope —
seu com
1823, organizadores
primeiros da
classificado The immortal
justiça
nossa Esquadra» com a
qual há
of His Majesty's Subma-
fecord
mais de cem anos escrevemos ias

tines; se não ler sem


que pode
mais brilhantes da nossa
páginas
experimentar uma admi-
profunda
história, desde as lutas nossa
pela
ração heroísmo e capacidade
pelo
independência até às escoltas dos

dos marinheiros in-


profissional
comboios, na atual, man-
guerra

gleses.
tendo, através de sacrifícios he-

Nelson dizia a Marinha é róicos e indizíveis, as


que perigos ço-

um band of brothers... e a Ma* municações marítimas das Na-

rinha do Brasil tem muito da Ma~ Unidas e defendendo


ções com

»
rinha Inglesa no seu espírito as águas
nossas e a
galhardia,

cívico e no seu heroísmo. dignidade do Brasil.


da
em. guerra
mulher face
A

DE MEDEIROS

JORGE

domésticas
As atividades
x do nidade.
o tempo
das
PASSADO decorrentes
algumas
a e mais
feminino
no tempo
sociais _de
exigências

suscitada pelos
Eindiferentismo
atenção incluídas
ser
também
devem
e paz
valor
em
máximos mais relevantes
problemas os serviços
entre

espalhados PeloU,n1'"' humana.


à família
extensão,
se
as prestam
todas que
de
carecendo da fa-
so inteiro, social
do
refor- Acima grupo
o
individuais para
constitui-
parcelas maior,
estã outro
im- mília
pela
dos que propugnam da
ço geraçao
dos representantes
manu- do
ou
de regimes
é 'esponjei
plantação a
qual
presente,
de sistemas*
tenção sua perpetUBça
futura, por
do pela
em
próprio E,
O sentimentalismo tempo. pondo
do
através
lugar
tem cedido Um-
feminino Nações
coração das
os ideais
foco

circunstâncias a ne-
e com
às contingências todos
das, deparamos

da a mdepen-
da realidade guerra. de manter
cessidade

marca foi legada, para


nos
A do
patriarcado dência que
queda
nao so-
em que^a da infancia
uma época
o advento de o espírito
que

inatividade criminosa perante


saindo da inação
mulher, fra de

con- que pre-


e egoístas organizações
imposta falsas nefastas
por as

se e corrom-
a moral
sua incapacidade, aviltar
cepções de tendem

e do futuro.
humilde homens
condição alma dos
libertou da a
per

e totalmente
indolente, incapaz

dar feminina
então A
subjugada, juventude
podendo
a sua

muitas presta
mostra das suas possibili"

contribuição
dades.

e
únicos partia
Aos afazeres àquelas jovens
Ao referirmos

ser soma*
as atri-
culares do lar
precisam sentiram
não
ainda
do que
oriundas nao
das as obrigações ainda
que
domésticas,
buições
dos povos. espi-
estado de beligerância maleavel
do
condutoras
são
desdobradas se sobre-
As suas atividades mais
ainda
infantil,
rito
ao
d
devem aplicar~se devidamente esfôrço
do
a capacidade
leva
da huma*
transcendente
problema
146 CULTURA POLÍTICA

visto outros mem nos centros de


que proble- produção,
guerra,

absorvem sua atenção. O naquilo estiver dentro de suas


mas não que

o denôdo, o maior fisicas e compatí-


entusiasmo, possibilidades

de assimilação e o espírito vel com a sua constituição e con-


poder

da mocidade dição, torna-se indispensável


combativo a
precisam

caminhar através do roteiro deli- sua ajuda. É fato incon-


grande

neado experiência dos diri- teste o valor de sua assistência


pela

de boa e ampla visão. As- nas fábricas de material bélico.


gentes

sim, bem orientada e com as fa- Isso vê-se constatado nos


grandes

cilidades inerentes à idade, centros dos


pode- produtores países

rá a feminina ocupar o mais estreitamente em contacto


juventude

verdadeiro o seu com a Sabemos da imagi-


pôsto, prestar guerra.

auxilio e receber a da nação ativa da


gratidão particularmente

mulher, assim como da sua suti-


pátria.

leza de idéias, harmonia, e


graça
A do bem-estar
preocupação
aperfeiçoamento as suas mãos
que
da família, isoladamente, é sem

mais leves e delicadas im-


podem
dúvida menos importante o
que
a certos instrumentos.
primir
cuidado futuro. A sociologia
pelo

Como tem sido demonstrado, a


nos ensina a vontade indivi~
que

sua inclinação os trabalhos


para
dual deve subordinasse ao bem

de menor esforço muscular,


po-
coletivo* Tal traduz-se
proceder
rém mais cheios de melindres e
uma louvável
por preponderância
minúncias, vem sendo utilizada
da razão sôbre os instintos. É,

na confecção de
da pequenas peças
renúncia imposta
portanto,

necessitam, sobretudo, maior


momento que
atual às famílias
pelo

esmero e A sua
dos livres paciência. perícia
dependerá a
países que

nas e difí-
felicidade da coletividade questões pequeninas
hodier-

ceis, ao mesmo tempo, implica a


na, bem assim a da coletividade

sua requisição burilar e re-


futura. Na hora para
urge
presente,

tocar ligeiras imperfeições.


tôdas as forças
que e
possíveis

imagináveis sejam requisitadas e sa-


Voltando as vistas as
para

se apresentem no mais
que curto
a
maritanas, é de supor-se que

A inteligência e a argúcia
prazo.
em fun-
leveza da mão feminina,
feminina muito contribuem na so-
e
de um coração magnânimo
ção
ma das energias disponíveis.

sentimental, seja mais apropriada

os curativos. Claro é
para que
Os sectores em a
que
mais agradável um comba-
para
mulher a sua
presta

tente é uma en-


ser socorrido
por
valiosa contribuição

fermeira um
do assistido
que por

Substituindo ao
os homens nos homem. Além disso, é comum

serviços de comunicação espé-


sentir uma
(rádio- jovem guerreiro

telegrafia, serviço etc.), cie de anestesia e


postal, parcial julgar-

apresentando a sua valiosa -se herói,


con- condecorado como

tribuíção nos hospitais ambulân- às vis-


e ferido e medicado
quando

cias, ou mesmo é só
auxiliando o ho- tas dessa criatura. E não
¦pp¥

147

DA GUERRA
EM FACE
A MULHER

influirá posi-
dos órgãos
um
quer
fortes pro- ma-
na sua
lon Os pacientes
e malêficamente
tiva
ao
a bravura, e da
do homem
comprovar No caso
curam nutenção.
e cho-
fracos no esforço
os gritam
empenhados
oasso que mulher
reaul-
e a len-
interiormente.
a negligência
STaJeMS de
um tra' guerra,
íoma um
de
de qualquer fisiologia qualquer
tLdo tidão na

mais sobrecarga para


perfeito. uma
tamento constituem

num todo no pe-


atua o
mulher incorrendo
a o outro,
Enquanto os
as de todos
seu sexo, e fatal
ao iminente
rigo
adaptável
sector
dos casos,
se exercem no melhor
e,
masculinas excessos
atividades
solu- insuficiente,
também
enérgicas
e mais na produção
decisivas for-
de
requerem da deficiência
tarefas que resultante
cionando
a mover.
ou
indivíduos das questões
de diante
número ças
S
compreensão
da nítida
outras que permaneciam Ê, pois,
atacando e
da lealdade
da mu-
seus deveres,
A cooperação dós
insolúveis.
no desem-
máxima
os contingentes vontade
reforçar boa
vem
lher mu-
as
coeficiente seu que
um do papel,
dando penho
em ação,
ocupa-

e rendimento. incontestàvelmente
trabalho lheres
maior de
cumprindo
honroso
um lugar
tão

e, assim,
humanitário
moral um dever
Influência
do pre-
das gerações
sua ação recebendo
de
um preito
justo
e do porvir
sente

e
veneração glória.
de ressal- de
deixar
Não
podemos

de sua
moral Brasileira
a influência a LegOo
tar t
No Brasil
na
da mulher
ação. A o genera
presença quartel
de Assistência
o no-
ladeando os
vitória, Sob
luta
pela do nosso pais.
da mulher
um bom"
horas de
até nas orga-
mem -
= ,wa benemérita

indiretamente
bardeio, refletindo uied'.

de
nas linhas S tTs^adas
até
o seu esforço

muito
SleproVaono^arande
frente, tem repercussões

vantajosas.

não pode
social
O organismo

e
da hipofunção
ressentisse
So^oSofdSosda

seus componentes.
dos
qualquer
luta.
de qual-
A atividade deficitária
e ensino
Educação

A do de reforma dos
propósito plano

cursos de ciências sociais

DJAC1R MENESES

Professor catedrático na Faculdade de Direito do Ceará.

Professor na Faculdade Nacional de Filosofia.

ILUSTRE tgenstein, lhe assina*


professor Jerzy quando pretendia
"clarificação
Zbrozek, ex-lente da Univer- lar como objeto a lógica

sidade de Louvain, regente de do deixando de ser mera


O pensamento",
"teoria", "atividade"...
E'tica na Faculdade Nacional e tornando-se

de Filosofia, um de re- Essa tendência, foi continua*


publicou plano (1) que

forma do ensino superior das ciências da lógico do Circulo


pelo positivismo

sociais no Brasil. de Viena com Schlick, Carnap, Rei-

chenbach, entre outros *-*, é, entretan-


Por maiores sejam os méritos do
que
to, diversa da busca o eminente
que
autor, a natureza de seu trabalho é de
mestre, do seu de vista,
porque, ponto
molde a despertar sugestões, abrindo

ela afasta os filo-


grandes problemas
debates suscitarão contribuições
que
sóficos em vez de resolvê-los. No
pro-
de outras inteligências. Rendidas assim
referido, é filosofia vamos
jeto pela que
as homenagens ao
professor polonês,
buscar o sentido do curso a ser refor-
dessa forma evidencia seu interês-
que
mado. Ela nos dará o definitivo ponto
se de nossa cultura,
pelos problemas
de referência. Mas filosofia? Aca-»
dedicando-se que
ao exame de importante

bámos há de tomar um conceito


secção de pouco
nossos cursos superiores,
pas-
de filosofia nos trancaria o cami-
samos, que
com a devida vênia, a des-
nho ab initio.
reflexão de algumas idéias
pretensiosa
"Desçamos
implicadas no toque'1
plano. a escada de
Jacó,

mos os
a terra firme, observemos:

Utilidade da movimentos os
filosofia grandes sociais, gran-

des cataclismos, as revoluções,


A filosofia grandes
não é uma atividade her-
"um
não foram filosofias?
precedidos por
mética, domínio reservado ao
pen-
A en-
atual não é uma guerra
guerra
sador ou ao luxo das horas
profissional
tre duas filosofias se entrechoca*»
vagas" <— que
conforme opina o autor, em
do
vam violentamente, bem antes

consonância com larga corrente de fi-
movimento das fôrças da destruição?
lósofos. Êsse critério leva a considerar

a filosofia como atividade útil, se Assentadas é fácil


que essas
premissas,

não desvincula da vida em tõrno, e é inferir já


uma dessas filosofias
que

imanente à atividade cientí- havia


x própria as Panzerdivisionen
preparado

fica. Não era outro o de Wit- há mais


parecer de um século".

Wittgenstein Traciaíus 27.


(1) Logico-Philosophicus. New 1933, pg.
York,
149
de ciência
dos cursos
de reforma

A propósito

O
é geral.
a confusão
Ssse lado,
^e
Zbrozek
ensina o professor
nos
porém,
"o idéias se
das
mundo invisível
é que

vida material
na nossa 7T
imiscue
"não ia
o^r a id
se pode
h,* as conclue que
Se en.
da- custa e tra
nac&es, o fato
compreender
ao fato, pois
dos dias
honta®' a
filosófica Assim, diluiu-se
etiva em idéia".
l duii-lo
Rússia do
tender ao lado as su-
ter recomdo
Poderia
oposição.
e
fenomenologica
da solução
tilezas
deram os
lhe
que
aos desenvolvimentos
em abono
de Husserl,
continuadores

• de vista.
a se dêsse ponto
tempo,
* COnstituindo
os a detivemos
nos
contra filosófica, incidentemente

matéria
filosóficas que jul-
essas algumas filoso-
nessas preliminares
à compreensão
desnecessárias
gamos O
sociais.
as ciências
sôbre
do plano
°-» s
a
é indicar que
*= nos
aue propomos
o 1 u
argumenta
tt-r- contra a qual
ciologia
Comte e
situação. tempo de
mentável é a do
tre professor
1 ve
"Não que ainda gui"
os filósofos c âncer espíritos
foram cuios
não
disso
ía.«. assim Êles
a
fôsse
zeram que _ o
og físicos esp
q obcecada pelo
responsáveis H pstá sempre
São mais
dl^nQS# no entubo
de fundadores, que,
são pelo peso> seu
uc Ética, em
tomado
o tinham
razão, protessor começos,
inteira dos
com
vires .
respon- uifra
dessa compromissos
o npnio
havendo perigo
Não

é
sabilidade, K^Sofpara tor-
é sociologia
não
é e O que
O que

34»
sasr
aos pen
de fugir
afim
reflexivos, ^
ao repre-
estereotipados,
mentos
repre
a tudo que
fíffés»
preconceitos e.
- e que
do intelecto
senta a rotina

antifilosófico.
precisamente,
dos p
o trato
mos a inteligência para
de nós,
tômo como
em sociologia
blemas despontam
que tuava a palavra
a «en tudo,
adquirindo , abrangendo
«cSrando e
a todo momento,
e »
um lummoso *
dúvida". E
cia da
em TZÍZZm*
estamos
com o qual
lutar conselho, is®° mfa®°'drque
P°r saiu
o mew
a filosofia
Parece-nos
concordância.
plena

aos secitaris' laboriosa^


seguro de fugir
^ ^rsaindo
armadas
e a esquerda,
a direita
que
capturando
estão
seus sofismas,
js
a blindagem
almas não possuem
que
P ssus
fisgando-as para
recomendada,

nos seus dogmatismos.

das esquerdas owv—


sociológica. ^
CilliCI
ciência
como o sectarismo
E
m
de se
umjuminar)n
tem facilidade
ou direitas rec^temente,
* Ainda
chumba
mentes o ^
trar nas juvenis, sociais,
ciências Socio-
O exercício
aos seus _ F55u\dadL
principios! da
Pierson, n° D-A.
distinto curso
o
vida sistematizada, que
1 clareza,
meridiana
tre admite» é o melhor preserva co»
S9P Cava
dispo de soci^
da livre
saúde espiritual, conceito
o veVdadeiro

se so •
criticas,
«>««»> da filosofia
dade das tacuiaaaes
faculdades .
distinguindo-a
d.s da
/tnnlmicr ab-
au- do pensa
étlca »oci^,
não se compreende qualquer
quais
o s P®
filosófico. ment0
viaaae
vidade mentai
mental no terreno
icrrcuu passou
s<£>
social. >

mento , tudo
—i... * o esauema-
esquema- retirava
é o objetivo
não aceitar donoe
que podemos
de nebulosa,
entre
tisrio campo de combate
de um
-
e
duas filosofias, se contrariam
que
stiíSfr.t«-i
Por
que não explica tantos problemas.
150 CULTURA POLÍTICA

ticado no comentamos; nesse decidir ao Vai dai»


plano que professor. o
pro-

estamos de acôrdo, e se há fessor tudo no


passo quem pôs programa de so-

repita êsses conceitos dologia.


passados» quando

corria muito lerolero como sociologia»


Busquemos» os motivos
porém» reais
nSo devemos tempo em refutá-
perder
dêsse comportamento. E' desconhe-
por
los. Isso exprimiria apenas há
que
cimento do campo cientifico delimitado
alguns retardados dormindo nos velhos
á sociologia se estabelecia a confusão
que
textos, sem escutar o rumor do traba-
Hoje» se sabe o é
porém, já que e o
lho da que
ciência.
jovem
não é sociologia. Ela não
pretende avo-

car a ontologia e a metafísica. Ainda


Quando o menciona a socio-
plano
"enciclopédia"»
muitos continuam
logia como apontan- professores pensando

do-a como é discutir os textos dos


monstrum immane et ingens, que preciso pen-
"monstro"
merece todo apoio: sadores fundaram a sociologia —
êsse que

o têrmo um — ainda não chegaram ao estádio


é forte enche os atual
pouco

nossos <— do conhecimento dessa ciência. Então


contendo tudo é
programas,

a de convém esclarecê-los» compre-


pantosofia, falava Tobias para que
que

Barreto! Por endam a sociologia não é


isso êle lhe negava o ca- que a tal

ráter de ciência. Pois se nossos (ciência enciclopédica) dos sarcasmos


pro-

estão assim de Tobias Barreto.


gramas entupidos com êsse

acervo indigesto, realmente cumpre-


Basta» entre outros» citar a Park e
nos remover os disjecta membra, trans-
Burgess, indicam os
quando problemas
ao cemitério da história da
portá-los
exigem a atenção do sociólogo.
que
sociologia — e tratar de confeccionar
Êles denunciam a mudança
(2) que
os novos da ciência
programas se
que
se operou: a transformação da sociolo-
está ultimando, "filosofia ""ci-
com suas
pesquisas
de da história" em
gia
sôbre a vida social» seus
processos»
ência da sociedade". Atravessou as fa-
sçus métodos de verificação e obser-
ses:
vação.

a) período de Comte e Spencer


Parece apreendemos (ci-
que o
pensa-
ência do da evolução social,
mento do ilustrado docente, progresso,
lemos
pois
etc.);
no projeto:

"Na "escolas"
b) período de
o hesita (pensa-
prática, professor di-

mento social, absorvido no esfôrço de


ante do a tomar,
partido pois se é ver-

responder às formuladas do
dade êle é reputado perguntas
que encarregado

de vista do sociólogo);
de regular, em lugar e ponto particular
em nome do le-

gislador, tudo não é expressamente


que c) período de investigação e
pes-
subtraido à sua competência fica to-
quisa; constituição cientifica; delimita-
davia desconcertado e intimidado
por específica de seu objetivo.
ção
êsse excesso de honra. Então, êle se

livra dos afazeres Assim,


por uma solução ela não é mais a mistura de

transacional destinada conhecimentos


a satisfazer a de humana, de
geografia

todos. E' assim a ecologia


que sociologia é humana, de antropologia cul-

transformada em uma tural, de


espécie de en- outras ciências também
que
"social",
ciclopédia das ciências estudam
sociais de ôni- o Seus
propósitos

bus rebus scibilibus et caeteris estão nitidamente


aliis." circunscritos: estu-

dar a ação conjugada biolò-


de seres
Para o autor do
projeto, a situação
gicamente apartados, a
graças proces-
é a seguinte: matéria
que no cur-
pôr sos de integração dos indivíduos na

rículo? a abranja o estudo


que das ins- vida do Essa ação consistente,
grupo.
tituíções sociais» econômicas, as dou- segundo a expressão daqueles sociólo-
trinas sociais, etc? Tais assuntos fazem
traduz os da
gos, justamente processos
parte da sociologia? Não há resposta vida associativa, se exerce
que pela
formal. Interpreta-se o seu silêncio; o organização de interrelações e ajusta-

legislador delegôu a competência


para mentos entre indivíduos e em
grupos»

(2) Park and Burgess lntroduction to Science o[ the Sociology. Poder-

se-ia apontar uma biblioteca: tomamos apenas um dos compên-


qualificados
dios atuais da literatura ianque»
151
de ciência
dos cursos
de reforma

A PROPÓSITO

fixamos aqui
cabe o que
dénclas, nSo
"sociologia*. bem sim
razão é
A
d» <¦ como
^
da sodolo-
o objeto
firmámos
está con- pies. Jà
vida as-
a sociologia da
aue sistematizado
evidente q o estudo
6 mais Ala:
ll<4a<w c<^etivas o es-
não esgoto
file
humana,
sociativa
do conheci- da
ramo Nem
outro é evidente.
do homem,
qu £do
qt» a
que visa servir par-
' Nao nãopretendeex-
Também
hu™f vida social.
mento nado-
mas à comunhfio e o destino,
"julgamen- a natureza
plicar-lhe J^xa
*> à etnolo-
à antropologia,
S* S-TttSi à psicologia,
de
à economia,
não ao folclore,
realidade". à história,
tos' gla,
•», ^ulgamento^ disciplinai,
as doutrinas, outras
, ôctes tcccm ^aoe a muitas
à estética,
O- do
F»»d» outros aspectos
de muitos
J"£»U«o O estudo
o meio
com
suas relações
e de
homem
das reah
em face
^Õs do século passado Mas deseja,
social.
problemas o espi
ter
serem observadas,
dades a
dispõem
de que
ao método
rito afeito
«bfsjfr.st
à-»

da convi
dos fatos
objetivas
teorias
Sar.-JLSTJSÇ

humana.
vência
«;
o autor
corrente, _
ítTS^SSi Para a primeira
de a«ssl™* filosofi-
no sentido
celência, os seguintes postulados
A
As indica
sentimento geral.
e ao
entendimento
hoje no COS:
se encontram
ouestSes que sociologia
"Na a
teoria,
dos «ov|™os primeira
das cogitações
causa-
plano ^ o
São ques sôbre principio
outra natureza. apoia-se
de in
oorém, ^ al
dos o mundo,
dos regeria
fora quadros lidade que
&s aue evoluem éle
como
exatamente
o homem,
cluldo
.
fislco-qulmlco
ao reino
técnicas... w)« aplica
se
tões sobretudo

os
das escolho, que
o campo
afetam Aí está o* grande
E tais questões

dêle emergem.
sociais ou
ciências

duelo das tibsolias me-


o
que governa
fatalidade
Impassível

o
depara-se
altura do projeto,
Nessa °
escreve ^f
da forme refle-
questão.
esclarecimento aigum
a gumas
ensejo para aqui
da Permltam-se-nos
à entrada
O autor reconhece que, idéias.
dessas
à margem
* xões
duas concepç
sociologia, estão

CXP'^ orientação
daquela
tagônicas: uma, que pretende
Os pregoelros
tot^®e"'e; esse
e sua natureza, renegaram
o homem
filosófica já
se adstringe
sociedade; outra, que
pela
<1» »
a descrever»
a comparar, a observar,

"umana1.
comportamento da pessoa
1
exp
vida comum. A quer ssiSfiS
primeira
SSi
a outrj*»
o homem sociedade;
pela
nom ? o agente,
do mas
muita coisa
modesta, deixa o . .
mais
^Tm^paS'
e _
não vo-
ser explicada p
e racional, a ™%ohtion
sêr livre
modlflcadord* de l'Hu<

outras ciências.
lumev/diria/d? mar-
Beer,
Henri
estabele- airigiaa por pr6prios
do mamíé. so-
Tal a problema
posição
fito-
nesse
cha tôda
cido no
plano. <^fScula"
material.^»
dólogos
às
é crismada,
A corrente do ho ^
primeira
concepção
te causalidade
De Hovre
vezes, de sociologismo.
submetido americanos
social,
— e nao
no assunto
magistrais
páginas
"TtEdÇ-2* ¦
o tema.
temos de debater
a
pretensão
o
traça
do que
Mas, nas linhas gerais
ten-
duas
definindo aquelas
projeto,

Rio.
Olímpio,
Llv. José
Nacional.
Educação
Francisco Campos
(3)
132 CULTURA POLÍTICA
I

há dados iniciais o estudo da so- mais


para sutil, do determinismo
estatístico,
"natureza
ciedade: a humana" é um de
purgado vícios anteriores e absor-

longo capitulo dos compêndios didá- vendo funda inspiração matemática


(5).
ticos ianques, não aceitam
que geral- "As

diferenças
mente a afirmativa de a práticas destas duas
sociedade
que
maneiras de encarar
fabrique homem são de importân-
o e tudo nele seja
que
cia extrema — escreve
resultado da ação criadora o
da socie- preclaro pro-
fessor de Ética. Admitindo
dade. Mesmo a maioria dêles o determi-
porque

nismo absoluto das leis


reconhecem um de transmis- sociais, nega-
processo

são biológica se evidentemente o livre-arbítrio,


e um de trans- e
processo por

missão isso mesmo chega-se


social, são distintos. E se a vistas
que partícula-

o homem, res sôbre a obrigação, a


ao nascer, contactos sanção, a
pelos res-

sociais, se torna cada vez mais huma- Com


ponsabilidade. efeito, se os seus

no, isso não implica se elimine atos são regidos


que o leis às
por quais o

organismo, nasce com capacidades homem não se


que pode subtrair, a moral

hereditárias experimentar só tem


para as in- abdicar em favor
que da so-

fluências e os contactos associativos. ciologia, encarregada de descobrir as

leis do seu agir.


Para escapar da critica, Chega-se assim
outros ape- a

uma concepção onde


ao determinismo desaparece a dis-
garam~se dialético

tinção entre o Sein


e a manes e o Sollen".
passaram jurar pelos de

Hegel e Marx, encolerizados,


parado-
Nos têrmos de nossa argumenta-
xalmente, contra a metafísica,

ção, o toma sentido


problema diferente
Entretanto, o determinismo dos fatos do em está
que pôsto.
sociais, os sociológos
que modernos

O homem a retiraram
defendem, não é essa velha que as noções
causalida-

fundamentais da moral
de mecanicista, nem e de outras res*
o determinismo

dialético, ponsabilidades indispensáveis fica tan-


girando e regirando a ter-

minologia hegeliana gido pelos apetites: então se aponta


dos contraditórios,

nisso a fonte de tôdas


repetida melancòlicamente as misérias con-
alguns
por

hipnotizados temporâneas e futuras.


papagaios marxismo, Como
pelo perdoar

e fazem metafísica os filósofos do mal?


que como M. Prud- Coerentemente, é

homme fazia — a fogueira


prosa sem saber... preciso pedir êsses ci-
(4), para

dadãos
Dentro do determinismo pacatos, dentro do
estatítico dos que, gabi-

fenômenos nete, agasalhadinhos,


sociais, o homem foram subtraindo
não é o

autômato êsses alicerces morais


da trajetória fatal — e espirituais do
mas há

conciliação com a idéia mundo. Kant,


de liberdade! na Crítica da Razão

Pura, vibrou
No tempo em golpes a Crítica dà
que a física se cons- que

tituíra Razão Prática não conseguiu de


a adovogada-chefe sarar
do determi-
todo. Para citar
nismo, usar só o exemplo memo-
para a designação de Ed-
rável de um homem
dington, dominava de vida regularís-
nas ciências sociais a
sima: os habitantes
tendência de sua cidade acer-
o combate.
que plano Mas
tavam o relógio
das ciências seu ha-
próprias físico-matemáti- pelo passeio

bitual, a crer
cas nos nos testemunhos e na
.veio nova forma da concepção pá-

determinista, gina de Heine.


permitindo-nos falar, com
"causalidade
Bachelard, numa
do Em face
"ligação pro- daquela física erigiu a
que
vável", e em
probabilitárias causalidade mecanicista, era impossível
de fenômenos sem ligação real". A fí- moldurar,
por suas linhas rígidas, o co-
sica indeterminista de Heisenberg,
nhecimento histórico.
que Todo esfôrço foi

pareceu a muitos a vitória da concep- inútil. Max Weber escreveu me-


suas

ções, para a concepção mais ampla, lhores


páginas no esfôrço de distinguir
foi o avanço acima das duas concep- os dois domínios. Sua teoria dos con-

ções, a concepção mais


para ampla, ceitos
próprios definir o conhe-
para

Particularmente, é digna
(4) de atenção a crítica anti-dialética de Sidney
«ook, em
Reason, Social Myths and Democracy, New York, 1940.

Bachelard - Le Nouvel Espiit Scientifique.


J5) Alcan, 1934. Max Planck
- Vom Wesen der Wtllensfreihett, Leipzig, 1937. Reichenbach - Ziele and Wege
der heuhgen Naturphilosophie,
1931, Leipzig. Leon Brunschwicg -
les Ages de

l Intelligence, Alcan, 1937.


irV. k.

153
de ciência
dos cursos
de reforma

PROPÓSITO

onde brin-
uma fortaleza
assaltar
cstabe- para
e
. é notáyel; desarmados.
histórico
alguns retardatários
cam
dos concei-

à irredutibilidade
o
da de esquematizar
líCe ao esquema cm vez
Apenas,
cultural,
ni esfera
na aue sob
t°s. dois departamentos gerais,
se organizou entre
duelo
,
Clássi
lógica há uma multiplicidade
fisico-matemátl- sustentamos que
e se
0 o ideal lutam, pactuam
de que de correntes, que
X A passado, e
divergências
fascinante. em múltiplas
modêlo hostilizam,
é o
artesiano dissonan-
numa grande
convergências,
nessas
de entrar, de se
livre sintoma que
— é
mas que
® cia
na na
marginais, 9™.®»
.dis"®s|°n intelectualmente,
apreciações trabalha
e o òolien
o Sein a clfn"a
entre se aprende
?.«nrSo lóaica onde
filósofos,
e
ensinamentos fala
dos de que
f lux çonsequen- da dúvida",
Çartesiana-
do determinis- um
dando
concepção
da nova o emérito professor,
cias mente
e compre-
de tolerância
largo exemplo

sobre **u P
o debate
ao abrir
ensão
•êzsz do maior
é a fonte
exemplo que
*sn£ jeto,
a to-
B desde que
filosófico,
progresso
moral.
conquista
é uma grande
lerância
form
de outra
Nem proceder
podia
de Ética.
consagrado professor
um
Sentido
e biológico
político da

e ducação

física

PEREGRINO
JÚNIOR

Professor da Universidade do Brasil

EDUCAÇÃO Física tem, da


política exclusiva da Terra,

no Brasil, como de resto inaugurou-se


no Brasil a
A política
em todos os civi- do Homem.
países Todo o esforço de

lizados do mundo, um sentido


po- do Presidente
govêrno Vargas

lítico, ao lado de um sentido bio~ tem sido êste: valorizar o Ho-

lógico.
mem Brasileiro, melhorando-lhe as

O Brasil condições de
vivera, até saúde, de robustez,
época re-

lativamente de instrução,
bem de trabalho, de fe-
recente, no êx-

licidade individual
tase e no embevecimento e coletiva,
da ter- por-

tanto, torná-lo
ra. A para capaz de
vaidade nacional pos-
conten-

suir, dominar e utilizar a Terra


tava-se na contemplação
e na

graciosa, recebeu, como dádi-


exaltação que
das riquezas telúricas
va
generosa, das mãos da Cria-
do ~
país os seus rios, as suas
ção. A de Educação Fí-
política
florestas, as suas montanhas,
a
sica, inaugurada
Govêrno
pelo
riqueza do seu subsolo, a feraci-
Nacional, é um dos capítulos
dade dos seus campos, a doce fundamentais
dêsse de re-
plano
colorida das
graça suas
paisa- novação e de construção do

gens... Não nos lembrávamos


Brasil.

de tudo
porém, que isso seria

inútil E o interventor
e vão, sem Amaral Peixo-
o
preparo do ho~
"cons-
mem, sem to, dentro
a valorização dessa mesma
do ho-

mem, tante
torná-lo capaz do Presidente Var-
para de política"
go-

zar a beleza e a está realizando


possuir riqueza gas, no Estado

da terra. Foi inegàvelmente do Rio,


o no terreno da Educação

Presidente
Vargas, com Física,
a sua um amplo e
programa ge-
clara visão de estadista moderno, neroso de recuperação,
preserva-
viu, fixou
quem e encaminhou
a e robustecimento
ção do Homem,

solução do
problema. E em vez
pela preparação inteligente da
ju-
155
FÍSICA
DA EDUCAÇÃO
SENTIDO

Basta atentar

mais constantes.

gerações o Con-
formando com
assiduidade que
ventode, na

e fortes. se
Unidos
alegres dos Estados
dias. gresso
mais com o
ter
últimamente
ninguém pode tem ocupado
Porque
é assim
dêsse proble-
respeito: e o debate
a êste exame
dúvidas da
i» alegria> convencermos
e nos
dlscipÜM ma, para
ZZ
£
— se que
pre e significação
c Física que
jucacão importância

o Homem os norte-ameri-
sadio, assume
êle para
Sf? Homem
le-
de amanha. a atividade
feliz Ao expirar
o Homem canos.
Lte

foi apresentado
há de 1940.
ainda
qislativa
Observava, o
ho,e com
4
a saúde um projeto,
ao Congresso
que
Speiíoto "Association
se me- for Health,
se adquire,
da
coisa apoio
uma que
a vida. and_ Recrea-
durante Education
e se mantém Physical
lhora
de um
se vem pra- a votaçao
í física, que tion" propondo
cultura
de
novas 200 miltóes
as de
gerações anual
entre crédito
ücaído
bo- a intensifi-
forte, auxiliar
gente dólares para
do Brasil, produz
em to-
Física
da Educação
e sadia. cação
nita "afim
de
promo-
agru- Estado,,
nossos K
nos
olhar,
Basta «o
figo
a o
de hoje, ver preparo
humanos
pamentos
esbel- "P^^Td^utado
moças estar
as
alegres,
crianças

e bem
decididos
tas, os rapagões elabo-
York.
Nova
Sdtwír?.°d'e
isso ja
Tudo como
dispostos. idêntico,
ríu um projeto
Física. a
da Educação
gre do para
povo
do
t preparo

.
nacional
defesa
dos povos
O exemplo

mais dos mus*


fortes
o amortecimento

inatwtdade
culos pela
assun-
nesse
aliás,
O exemplo,

fortes,
mais
vem de amortecendo,
to, nos povos moderna,
A vida
e me-

ricos de experiências
mais

o pela os
fisicamente
lhor
preparados

Unidos, tcabalho^
dos Estados de
nós: técnicas
que as
vdeulos.
da n*
retiran
da Alemanha, conforto
da França, de
OS elementos
edi-
Examinemos, para modentottdMa»
glaterra. homem
- d„ ao
a a
espírito,
ficação do nosso
musculares
atividades
em face
Unidos
tude dos Estados deixou^penara
lhe
moderna
típica. £
é
da Educação Física, que
dC
^ afirmava acendeu-
O americano
^Resultado:
povo
'^rai°sVa?rrdê
de seu presti-
com a autoridade

The Iour"
científico e moral
gio

Asso-
nal Medicai
of American

Mac
é uma
—* não
ciation" em 1941
o sistc?®°c7
tiga
de*- dos
Entretanto, atividade
nação de fracos.

mais, isso mes-


vez
sejando e cada
sempre,

de grandM°músculos^Por
nacional
melhorar seu
padrão

americanos ueutU
saúde robustez, os
e
E^rJamas
as
entre
situam física
a educação

C as
e psiconeuroses.
sérias
suas mais
preocupações
156 CULTURA POLÍTICA

E essas neuroses e au- e consternação


psicoses havia
que no as-

mentam em função das condições sunto tanta confusão, tanta


con-

sociais do nosso tempo... Cada tradição, mesmo


que os mais iden-

século tem suas doenças, —


in- tificados com a Educação
Física

clusive as doenças do espírito. O não se entendiam conveniente-

século XIX —
século do indivi- mente... Para Aubray
Dou-

dualismo ^
foi o século da his- a Educação Física
glasse, se iden-
*
teria uma de extrover* tifica
psicose com a Higiene na defesa da

são: desabafo individual, exibição saúde. E outro não foi o


pensa-
'The
de recalques, comunicação ao mento doutrinário da Ame-

meio exterior dos complexos mais rican Medicai Association"

obscuros, recônditos e silencio-


em 1941, comentando,
quando,
"The
sos... O século XX ^
século do em editorial do
Journal", a

coletivismo ^
é o século da es- abertura de um crédito de 200


quizofrenia, uma de
psicopatia milhões de dólares a Educa-
para
introversão: refúgio do indivíduo
Física, situava-a
ção como tarefa

em sí mesmo, evasão do exterior elementar de Higiene, dado o seu

coletivo o interior individual;


para na
papel preservação da saúde e

reação do indivíduo contra a mui- conservação da vida. Entretanto,

tidão, do mundo interior contra o Rosemberg a isso se opôs com

exterior... Com o advento do in- veemência,


declarando nin-
que
dustrialismo —
diz Rittenhouse
guém confundir um curso
poderia

e o domínio da máquina, o tra- normal de Higiene com um de

balho físico se tornou tão discreto


Educação Física. De resto, a
pró-
e leve, o homem
que é obrigado,
concepção doutrinária
pria dos di-

escapar aos
para males da inati-
ferentes métodos de Educação

vidade e ao tédio do sedentaris-


Física, seguindo roteiros tão di-

mo, a recorrer aos esportes. Daí ferentes e até antagônicos, vem

a voga universal dos esportes, a demonstrar, ainda uma vez, as di-

unânime dos
prática exercícios fí- vergências e as controvérsias
que
sicos entre todos os civili-
povos dominam o Enquanto
problema.
zados do mundo. Mas os
quais o Método Francês, exemplo,
por
verdadeiros objetivos da Educa*
procura deliberadamente melho-

Física? Não
ção é fácil defini-los,
rar as condições vitais do indiví-

as opiniões
porque mais autoriza-
duo, vida e
prolongando-lhe a

das a respeito são controversas


e
conservando-lhe a numa
saúde,

confusas. Cada cada es-


povo, orientação nitidamente biológica,

cola, cada técnico tem concepção


o Método Alemão, com transpa-

diferente. Scharman, no seu livro


rentes finalidades mi'-
e
políticas
de 1937, assinalou êsse unânime
litares,
tornar o homem,
pretende
desacordo, observando
havia
que
desenvolvimento de tôdas as
pelo
diferenças nas
grandes concepções
suas energias da al-
do corpo,
fundamentais
dos autores, segun-
ma e do espírito se
apto
para
do fossem êles escritores,
profes- colocar ao serviço da comunidade
sores ou administradores...
E
nacional... o a di-
eqüivale
que
Nixon e Cozens, na sua Uma in-
zer: do Partido Nazista.
trodução
à Educação Físícq

(1941), verificaram
com surprêsa
157
FÍSICA
DA EDUCAÇAO
SENTIDO

raça,
formação eugênica da
de
o pretende
agora que
Veiamos base de
como
na mas sobretudo,
obter
novo norte-americano
O bem-
moral e
os aperfeiçoamento
São cinco
Física.
Educação
estar social.
fundamentais, que
objetivos
seus
ser as-
podem
csquemàticamente

do norte-
A concepção povo
determinados:
sim

sobre a
robus- americano
da
a) Desenvolvimento

Física
Educação
e neuro-muscular.
tez orgânica

certas deficiên-
de
b) Remoção
vê, a concepção que
Como se
ser fácil-
físicas que podem da
das tem
o norte-americano
meio de povo
corrigidas por
mente mais
é bem
Física
Educação
adequados.
exercícios sobre-
mais ampla,
e
avançada
de apreciá-
alto sen-
c) Desenvolvimento do seu
em virtude
tudo
social e
de conduta con-
as
veis do
padrões espiritual, que
tido
emo-
controle
e de noutros
moral perfeito vigentes países
cepções

tivo.
até hoje-

vitais
as funções
d) Controlar
do cora-
no fundo
Possuindo
vida sadia.
promover e de re,
para idealismo
de
reservas
ção
o desenvolvimen- as
e) Estimular modificou
americano
o povo
do
normais
o crescimento da Educa-
to e
clássicas
concepções

seu con-
corpo. o
ampliando
Física,
ção
e da
em tese, da extensão
conseguem, no sentido
Destarte ceito

atribuir-lhe
norte-americanos, para
os educadores
profundidade,
Estudando
ética.
o seguinte: significação

os fundamentos
si- Cloy,
e com Mac
1.°) Corpo proporcionado Física,
da Educaçao
filosóficos
métrico. a

os norte-americanos
de fixaram
rítmico
2.°) Funcionamento espirito,
campo do
no
sua posição
todo o organismo. contri-
importante
atribuindo-lhe
-
e elegante. a
3.°) Postura correta
moral para
de ordem
buição

e da elevaça
4.°) Saúde vigorosa perfeita.
do problema
lução
na face
vida humana
do da
ser o
Não obstante país qualidade
Ge-
o Presidente
Fí- Aliás,
a Educação da terra.
do moderno onde
den-
colocando-se
e difun- Vargas,
sica mais adiantada túlio
está
de vista

se mesmo ponto
não dêsse
dida, os Estados Unidos tro
a Edu-
ver. que
certa
da â afirmou,
desinteressam do estudo ques-
e ca-
conduzida
vez bem
cada Física
tão, ampliar cação
procurando das
a formaçao
nesse naz de estimular
mais suas
possibilidades virtudes
e excelentes
nobres
terreno. mais

foi o
nao pensa
E outro
morais.
todo caso, dis-
Convém notar, em
quando
de Giraudoux
mento
bem
o norte-americano, "o ao corpo

que delega
esporte
Te Sue
e
longe da concepção anatômica
mal'f°'te
virtudes
das
algumas
Física, a
fisiológica da Educação audacia,
a
a energia,
da alma:
fator
não a encara como simples ° «E
N r>
P«a

nem £cSacia". ^
de robustecimento orgânico, física
a educaçao

me que
papel
tampouco como elemento
apenas
158 CULTURA POLÍTICA


desempenha na formação moral natureza. um instrumen*
pela

dos indivíduos, Willy costuma to a natureza


que em nossa
"Êste pôs

dizer: rapaz não corre alma sirva de motivo


para que e

atrás do bonde: sabe esperar o núcleo de atividades realmen-


que

vem depois. É um campeão


que te nos eduquem ou nos reedu-

de corrida Êste homem


pedestre. A Educação Física,
quem". lan-

não responde aos desaforos in- mão do aproveita


çando
jôgo,

conseqüentes de um mal^educa^ suas condições excepcionais


para
"Devemos
do. É um campeão de box". a educação integral.

notar foi
A Educação que pelo e exata-
Física» contribuin- jôgo,

mente êsse seu caráter


do melhorar por de for-
os valores éticos
para

mação humana integral,


do homem e a a
sua que
para promover

educação física tomou


felicidade face re-
na da terra, é papel
ge~

levante nas escolas inglesas.


nerosa fonte de aperfeiçoamento A

história da escola de
moral, Rugby é a
cooperando o enri-
para

documentação viva dêsse fato.


dos valores espiri*
quecimento

Thomas Arnold aí introduziu


tuais da humanidade. Realmen- o

visando, não à
te, nada como o desporto jôgo educação
para

ensinar corporal mas à educação


bons hábitos e boas moral
prá~

ticas dos adolescentes".


de ordem moral: o espírito

de "Porque
cooperação, a capacidade de
E isto ?
por a
quê
luta, o senso de hierarquia e dis^
aprendizagem se opera
quando
ciplina, o entusiasmo, o desinte-
haja atividade interessada,
"fair-play". isto
rêsse, a o
probidade,
"sportsman" é, se
que de dentro
produza para
O verdadeiro
é um
fora, como expansão de tendên-
homem
em alto
que possue, grau,
cias e impulsos naturais. O
tôdas essas virtudes jôgo
e
generosas
suscita tôdas as
superiores. condições dessa
E assim sendo, o es*

aprendizagem real.
é escola Êle oferece
porte de aperfeiçoamento

moral, ocasião a
melhora os valores para da solida-
porque prática

éticos do homem, incutindo-lhe riedade, da compreensão


no do va-

espírito, virtudes lor do


e no- do respeito às re-
generosas grupo,

bres.
de uma atividade conjunta.
gras
"educação

? P—mi E isto é cívica", no me-

lhor sentido da expressão. Apre-

A concepção moderna dos nor- senta oportunidade ao


jovem para

te-americanos a êsse respeito foi o exercício da lealdade, con-


para
Ernesto Nelson a definiu
quem sigo e com os outros;
para para
de modo mais claro e exato, atri-
o esforço
no sentido de
porfiado,
buindo-lhe o alto sentido de uma
vencer, vencendo-se a sí
próprio;
atitude criadora.

estima da limpeza do corpo


para
"Os

escolares são um re- e do espírito; e


jogos a modéstia
para

curso natural a introdução a tolerância;


para para a discipli-
para

da vida na obra educativa da Es* na


e conciente, a
pronta
para

cola". O segundo Ernesto iniciativa,


jôgo, a coragem, o valor. E

"educação
Nelson, representa na educação, tudo isto é moral"»

Uma espécie de imposto afirma


programa Lourenço Filho.
159
FÍSICA
DA EDUCAÇÃO
SENTIDO

No campo de
discípulos... jo-
"Sc, ensinar*-
forma#
essa
por um
o cada
não há
ainda princípio
(são gos,
a nossa juventude
toos sim, o
Mas,
ela faça o
Nelson), que poder".
E.
de
palavras nada va-
as boas intenções
de tra- de
arte que
a difícil
aprenderá decisiva, no
e só a ação
em lem,
vencer que
saber grn-
e de
talhar conta .
é o
a lei momento que
obedecer justo,
a
aprenderá
D0-

ceder o
a pas-
aprenderá
comum; os ame-
Os termos em
a que
aprendera
aptos;
aos mais
so colocam o
ricanos
do
às decisões juiz,
submeter-se
nao problema
intimamente
©esmo quando

com a sentença;
nossa concordar e mais completa
Para melhor

triunfo
a sofrer pelo veja**
aprenderá do
compreensão problema,
a su-
aprenderá
causa; e minu»-
uma mais detida
de agora,
mos,

saber honrar
e a os
a derrota em
os têrmos que
portar ciosamente,

digno' .
em equa-
o adversário o colocaram
americanos

"No
se
há coisas que po-
ção.
jôgo,

não se Esta-
Física nos
e coisas que Educação
dem fazer A

da largamen-
O sentido jus^ utilizando
fazer. dos Unidos,
podem
"jôgo de
o e as competições
limpo", que jo- te os
tiça do jogos

está contribuindo
conveniente pe^ a ordem,
adquire em tôda
vem

e fundamental
so- modo decisivo
desenvolvimento de
ríodo de seu

moral do
povo
cabedal a formação
torna-se para
ciai, precioso
"Tropeça- é con-
essa obra
E
americano.
diz E. Nelson:
moral,
se
segundo
e deliberada,
em ciente
mos na vida com pessoas
de
trabalho
do admirável
to deduz
maduras da
as virtudes
quem
C. Stetson (Indianapolts
fo-- Paul
não
lerância e do sacrifício
of òfu-
- Course
School
Public
um
ram contrabalançadas por
Education), que
in Physical
du
desse sentido
oportuno exercício
os objetivos prima-
define
assim
do
de rigorosa, próprio Física:
justiça Educação
ciais da

não nos
adolescente. E então,
da robus-

1. Desenvolvimento
atitude desses
surpreenderá a
que
e neuro-muscular.
tez orgânica
seja ti"
adultos, face da vida,
em
certas
ou suprimir
não de'- 2. Corrigir
mida ou vaga, e eles
que
físicas que podem
ou deficiências
monstrem fortes convicções

corrigidas por
Há ser oportunamente
exatas concepções de
justiça.
e apropriados
de cuidadosos
mais seve* meio
na verdade disciplina

num exercícios.
ra do a se estabelece
que que
apreciáveis pa-
A mais
de adolescentes?... Desenvolver
jôgo
e
moral
social,
insignificante é castiga*- de conduta
imperícia drões

emotivo.
da de estilo, contrôle
com as
penalidades perfeito
do
ou e duras importância
com os olhares, a
gestos Realçar

mês" corporais,
recriminações, nenhum exercícios
que dos
valor

tre do
empregaria. As atividades com saúde.
se viver
para
vez, con--
reclamam, sua
jôgo por como pontos
5. Desenvolver

centração e esforço,
de atenção

concomitantes:
nenhum mais
que por
professor,
simétrico.
a) corpo
terrível, aos seus
consegue impor

122.218 — 11
F.
160 CULTURA POLÍTICA

b) funcionamento rítmico do criança e relatar eficazmente


to-

corpo.
dos os atos de sua vida
presente,

c) postura correta. cujo objetivo é uma completa


har-

d) saúde vigorosa. monia com as necessidades,


os

interêsses, os e as ha-
Segundo o propósitos
dos
pensamento

bilidades das crianças.


técnicos norte-americanos, os cur-

sos nas Escolas de Educação Fí- 3. Organizar classes, como


w se

sica dar contri- fôssem oficinas democráticas, on-


podem grandes

buíções a formação do ca- de cada criança tenha sua opi-


para

ráter do cidadão, e estão em har- nião e coopere eficaz-


própria

monia com a for- mente com as outras.


política geral

mulada uma especial,


por junta 4. Projetar organização na es-

divulga em os seguintes
que parte cola, cada aluno
para no
que

objetivos:
trabalho, com seus problemas co-
*

tidianos, tenha oportunidades


1. "A vida é uma situação para

enobrecer o caráter tão ilimitada-


após outra; e em cada situação

mente como a vida.


há de enriquecer própria
possibilidades

ou empobrecer a vida, com maio-


5. Providenciar suficientes e

res ou menores somas de valo-


oportunidades
»t genuínas para que
res .
de tôdas as séries façam
grupos

2. "O objetivo do caráter edu- escolha de diversas


possibilidades

cacional é ensinar a criança a ti- de conduta, nos


pela participação

rar o máximo de cada sucessos, obrigações,


proveito recompen-

situação". Year-book do
(Do sas, recreações e no trabalho da

Departamento de Superintendên-
escola, a finalidade des-
para que

cia).
sas atividades resultem em satis-

Além fação o maior número de


disso, também a
política para

alunos.
democrática do Presidente Roose-

velt encontrou na Educação Fí-


6. Mostrar exemplo das for-

sica campo excelente de


propa- mas do bom caráter e da boa

e espiritual.
ganda preparação
ação, afim de êsse exemplo
que

Tanto assim nas escolas ame-


que
ser usado como instrumen-
possa

ricanas os cursos de Educação


to resolver as situações diá-
para

Física declaradamente
procuram
rias, em cada caso, como
padrão

conseguir as seguintes finalida-


de conduta.

des fundamentais:

7. Criar nas crianças senso de

1 • Definir a responsabilidade
vida com os outros,
pessoal para

da melhora do caráter das crian-


construindo fim uma civili-
por

em cada formule
ças, pessoa que dade o americano e es-
para povo
ou dirija a ou atividade
política timulando de
nele um sentimento

da escola.
dever o aperfeiçoe e o leve
que

2. Preparar um currículo a integrar-se civi-


na sua
que própria

seja de vital a lização.


proveito para
FÍSICA 161
SENTIDO DA EDUCAÇAO

"padrão
ter simpática compreensão
de ções,
Um melhor

outras e nações.
das
cidadania" pessoas

12. Apreciações estéticas

a Educação na arte, na mú-


organizada, Apreciar a beleza
Assim

Unidos está
nos Estados sica, na literatura.
Física

a melho-
naturalmente — Alegria, con-
destinada 13. Otimismo
"padrão
cidadania do
de no
o esperança; confiança
rar fiança,

da América, preparando-
homem triunfo do direito.

diferentes ativida-
-o as suas
para de
essas treze categorias
Com
essenciais
com as
des, qualidades
homem evi-
o
da atributos
do êxito e gerais,
a conquista
para ho-
há de ser cidadão
dentemente
felicidade:

e útil,
nesto, diligente podendo
— Persistência,
1. Trabalho humani-
e à
servir à
bem pátria
trabalhador
exatidão;
firmeza,
americanos acredi-
dade. E os

sabendo aproveitar
consciencioso
Física
uma Educação
tam
que
o tempo.
sàbiamente
con-
muito
bem conduzida poderá

—* Bom traba-
2. Cooperação
isso.
tribuir
para

conjunto, obediência, para


lho em

estão os ame-
certos disto
de as- Tão
vontade
aceitar autoridade,
univer-
um
individual, ricanos, que professor
sumir responsabilidade

a sua concei-
sitário, definindo
desejos individuais
sacrifício de

espírito universitário,
tuação de
interêsses do
a favor dos grupo,

ao
o seguinte professor
declarou
respeito à autoridade.

Espírito
Filho:
Lourenço ^uni-
Respeito, con-
3. Cortesia do col-
o resulta
é
versitário que

sideração com os outros.


um comum
para e de
lege" comum

.
Fidelidade, de desporto
4. Honestidade campo

e boa ín- nas uni-


sinceridade, franqueza Física,
A Educação

como de
dole.
americanas,
versidades

é sabida-
todo o
— Pontuais resto em país,
5. Subordinação

de solida-
escola
dade, encontros obrigatórios. autêntica
mente

onde os
e de disciplina,
riedade
6. Iniciativa — Expediente,
ser homenp
a
aprendem
moços
confiança em sí
próprio. for-
ser homens
a
— e sobretudo
'7.
hu- sua ín-
Auto-domínio Bom A
e honestos.
tes, sadios

mor, so- -- a intimi-


controle de linguagem,
corporativa
timidade
"equipe"
briedade. da competi-
e
dade da

a so-
e estimula
8. Coragem —* Manter- prolonga
moral ção, que
- tao cor-
da classe,
-se
firme nas suas convicções. lidariedade

— contnbue
tão sólida,
e
dial
9. Lealdade — Patriotismo,
a formaçao
para
poderosamente
aceitar as a é
leis, Nem;
justiça. mocidade.
da
do caráter

na Ingla-
10. Reverência ^ às motivo
Respeito que
outro
por
de
instituições, de esportivas
tradições, relações as tradições
terra

sao_ tao
família, e Oxford
nobreza de caráter.
Cambridge

tradições
as suas
como
aos ilustres
11. Tolerância Respeito
é também por
Nem
direitos na- culturais.
das outras e
pessoas
162 CULTURA POLÍTICA

outro motivo as universida* apurando as aptidões


que eugênicas

des de Harvard, Colúmbia e Pen- das massas. E esforço


pelo si-

silvânia têm dado aos Estados rnultâneo nesses dois sentidos —

Unidos seus mais brilhantes atle- o da cultural


preparação das eli-

tas. tes e o da formação eugênica


das

massas, é se
que reali-
E é esse o alto e importante poderá

zar afinal o milagre da estrutura-


sentido moderno da Educação Fí*

integral do Homem
ção Brasi-
sica nos Estados Unidos: sentido

leiro —
forte de corpo, claro de
de ética e espirituais
generoso
espírito, de coração!
puro
dade.

Para a realização dessa obra

Indispensável a Educa-
admirável muito contri-
poderão
Física
ção
buir as
professoras primárias

essas
professoras o Governo
que
Do exposto, uma conclusão

do Estado do Rio, exemplo,


imediata recolher: a por
poderemos

está orientando tão sábia e lúci-


de a Educação Física é indis-
que

damente, mediante o Cursos de


à estruturação não só
pensável

Férias,
corporal, mas espiritual e moral para ao
que possam,

dos modernos lado das luzes das


desejam letras, minis-
povos que

sobreviver aos conflitos, aos tu- trar às crianças também Educa-

muitos e aos sofrimentos desta Física,


ção oportuna e adequada.

hora dramática de tormenta e de Digo mais: ninguém melhor dó

renovação o mundo está vi* elas


que que entre nós, cola-
poderá,

vendo. É isso, aban- borar


preciso, mais eficaz e
para
generosamen-

donar definitivamente, a velha te a formação do Homem


po- para

lítica educacional, tão vesga Brasileiro,


e são elas, com
porque

unilateral, só cuidava da for* as


que mãos da ternura e da sabedo^

mação do espírito, esquecendo ria, com as mãos


por conduzem,
que

completo a formação acariciam


do e abençoam, as
paralela com

corpo das novas O nos-


gerações. mãos
prodigiosas da bondade e do

so esforço, mais amplo e amor;


genero- são elas, as
porque profes-

so, tem ser integral, no sen-


que soras anônimas e silenciosas
que,

tido de elevar o nível da nossa numa abnegação silenciosa e sem

formação intelectual e de melho-


prêmio, dedicadas inteiramente,

rar as condições eugênicas da es- de corpo e alma, mo"


à educação

truturação física do nosso ral, intelectual


povo. e física das crian-

Sendo impossível,
e brasileiras,
portanto, ças hão de
que

além disso ilógico, dissociar o cor»-


o Homem de amanhã;
plasmar

do espírito, cuja unidade, no


po são elas, as semeadoras modestas,

de Carrel, é cada
pensamento hão de formar, seu
que com o

vez mais íntima e compacta, só melhor carinho e sua melhor von~

se cogitar de melhorar
pode as tade, as flores humanas da nossa

condições do homem brasileiro terra, as flores frU"


humanas
que

cuidando ao mesmo tempo da sua tificarão, no futuro, em riqueza

cultura e da sua saúde: de um humana ^


a nossa terra
para

lado, aperfeiçoando os valores nessa riqueza viva e criadora,

criadores das elites, de outro lado é a única afinal de contas


que
*

FÍSICA
DA EDUCAÇAO
SENTIDO

da flor huma-
Foi êsse culto
felizes, for-
as
torna pátrias
que o
— inspirou certamente
A na
que
e respeitadas.
L
poderosas criação da
brasileiro na
resulta- qovêrno
é o supremo
humana
flor Educação Fí-
Nacional de
da civi- Escola
raça e
da
do esforço
do Divisão de
Desportos e da
sica e
será o
flor gemo
Essa
lização. Estado do
Física, e o
deve Educação
se
e um povo
a beleza,
ou seus Cursos
criação dos
Rio na
seu maior
do poe-
tanto
orqulhar de
e do Departamento
de Férias
da mais
como
seus santos,
ta, dos
oficinas, tôdas
Física,
Educação
O mila-
humana.
forma
perfeita na
se está caldeando,
essas, onde
mais sublime
não foi
are qrego
das novas
gera-
matéria plástica
de Platão
no
revelando gênio da
se imagem
e radiosa
nova
. A ções,
de Fnnéia
na beleza
do que maravi-
das luzes
Pátria, tocada
de
alta expressão
é tão
beleza Saúde, da
Beleza, da
lhosas da
a bonda-
como
humana
perfeição da Fôrça.
e
Inteligência

e a inteligência.
de

»
Evolução da educação
no Brasil
física

Brasil-Colônia 1500-1822

INEZIL PENA MARINHO

Técnico de Educação da Divisão de Educação Física

do Ministério da Educação.

ANTIGOS habitantes da terra e à sua


prodigalidade, do

do Brasil, senhores da rnesmo modo


OS anteriormente
que

terra antes da descoberta fizera Pêro Vaz Caminha na sua

de Pedro Álvares Cabral, como célebre carta a el-rei d. Manuel,

fácil nos será supor, viviam no


diz textualmente os nossos
que
mais íntimo "por
contacto com a natu-
índios eram ordinário mem-

reza. As necessidades
do meio
brudos, corpulentos, bem dispôs--
obrigavam-nos
à utilização de sua
tos, robustos, forçosos". E mais
fôrça física
a manutenção "Rarissima-
para da
adiante acrescenta:

própria existência.
Somente os
mente se acha entre êles torto,
fortes deveriam sobreviver,
impu-
cego, aleijado, surdo, mudo, cor"
nha a lei de seleção natural. E,
covado ou outro de mons-
nos cruentos gênero
combates
sus-
que
truosidade, coisa tão comum em

tentavam entre si ou contra as fe-


outras do mundo".
partes
ras,
dêles
que diferiam,
pouco

vencia sempre o mais forte, o


Confirmadas as
pa~
mais destro. Conforme verifica-
lavras do
padre
remos
adiante, os índios
páginas
Simão de Vas*

se entregavam à à caça, à
pesca, concelos

natação, à canoagem, à corrida,

Manuel da Nóbrega confirma


processos esses indispensáveis
à

essas
vida de então. palavras, descreve
quando
"Ês*
a sua maneira de combater:

O Simão
padre de Vasconce-
tes
são como
gentios
gigantes
k>s, na sua Crônica da Compa~
(refere-se aos trazem
gaimares),
nhia de do Estado do fira-
Jesus na mão um na
arco muito forte e

sil, após aludir às belezas naturais outra um com


muito
pau grosso,
165
no brasil
física
da educaçao
evolução

do arco
no manejo
serem exímios
c
os contrários
com
de ata-
cuc pelejam suas armas
e da flecha,
e fogem
os espedaçam
a
fàcilmente defesa a distância, ponto
e
temidos que
são muito
e
matos àqueles
pelos admiração
de causarem
.
os outros
todos O
entre viram manejá-los. pa*
os
que
ao
chegou chega
Lery, que de Vasconcelos
de dre Simão
Jean
1557, es- ar*
de Suas
de março de afirmar:
a 7
ao
Brasil ponto

uma vta-
de e nestas
História arco e flechas,
na sua mas são
creve
be
do Brasil: acertar
à terra destros podem
são tão que
aem feita

umi índio, Nas


figurar voando...
agora mosquito
a um
quiserdes

um homem com
de flecha, que
imaginardes usam
bastará pescarias

e vai na-
conformado proporcio- o que
nu bem atravessam peixe,

inteiramente estremada...
membros, com arte
de dando
nado

tosquiados
de cabelos
depilado, Debret mostrou-se particularmen-

lábios e
com dos nos-
expliquei, da
como já te admirado precisão
de
e enfeitados no
fendidos deitados
faces indígenas quando,
sos

com ore-
verdes, ricar
e a flecha:
ossos pedras atiravam
chão,

e igualmente todo
lançar com
lhas costas e
perfuradas assim de

co-
uma ma-
de corpo pintado, de
adornadas, uma flecha,
o vigor

de não
tisnadas preto nós,
xas c incrível para
pernas neira quasi
e com
um sim-
o suco do de
com jenipapo, o caboclo
passa para
de con- ofere-
de fragmentos de destreza,
colares exercício
pies
Lo-
ao dos viajan-
chas pescoço. contemplação
pendurados cido à

arco e suas Ele


mão seu o visitam.
locai-lhe na
tes estrangeiros que

bem seus
retratado de
e o vereis o menor
flechas sempre
escolhe

lado . sua habilida-


ao vosso mostrar
garboso arcos para

no & continuar
viveu afim
Nieuhof, que de; em seguida,
Joan
a dos especta-
de 1640
do Brasil a admiração
nordeste a atrair

o
do e, de
manifesta levanta pe,
se êle se
1649, também dores,
44Os

brasileiros que recurvado,


mesmo modo: extremamente
corpo

nós e os flecha
viviam entre portugueses sua perpendi-
arremessa

da cabeça,
fortes, cima
estatura mediana,
eram de cularmente, por

. a sei» pes,
recaia
e espadaúdos
bem conformados de maneira que

'Poucos traçado
os círculo
entre de um
são os aleijados interior
no

e dêle".
aborígenes; são desempenados em torno
no chão,

ágeis...", muito
foi prati-
a
A corrida pé

Baptiste do
Carl Seidler e naturais pais,
Jean os
entre
cada
coisa Frei
Debret a mesma
afirmam na
caça guerra.
na quer
quer
do índio
sôbre o aspecto físico capituo
no
Salvador,
Vicente
do Brasil.
habitava as terras Brasil.
que do
História
da sua
XVI
do
de
Do modo guerrear
Necessidades tratando

os
diz guer-
Brasil, que
«enfio cio
do
gentio
"levam espias
as suas

reiros
en^ mui li-
A caça e a figuravam
são mancebos
pesca
adiante, que

tre do que tt
as necessidades gentio,
... *
Daí geiros
delas tirava o seu sustento.
166 CULTURA POLÍTICA

"com
A natação e a canoagem foram afirma êstes índios
que os

bastante desenvolvidas entre os cavalos se fizeram temíveis


aos

nossos outros selvagens". E, referindo-


selvagens, conforme o tes-

-se
à tática de
temunho de vários historiadores guerra, diz
e que,
"com

a violência com
estudiosos do iam,
assunto» Sobre os que

rompiam e atropelavam os inimi-


também denominados
paumarís,

e êles com a lança matavam


ou gos,
pamourís cons-
pamarís, que

encontravam adiante".
tituíam quanto
a mais conhecida das trí-

bus aruaques do Purús,


Joseph
"ín-
Beal Steere Interessantes informações
disse eram
que

dios essencialmente fluviais, sôbre a canoagem


peri-

tos nadadores e canoeiros insig-

Sôbre a canoagem, talvez


nes". Dos taramambezes, seja
ha-
que

interessante divulgar mais


bitavam o Maranhão, estas
Berredo

"Sendo
informações:
asseverou: todos os ín-

"Se
dios americanos nadado-
grandes vão água, como
por fazem

res, são os taramambezes entre muitas vêzes, beiram sempre as

todos os mais insignes,


porque costas nas suas igat
(segundo

sem outra embarcação a de Plínio Airoso,


que deve ser igá ou

seus braços,
próprios e igara,
quando significa barco, canoa)
que

muito um remo,
pequeno além de feitas de uma . casca de árvore,

atravessarem muitas léguas de


propositadamente arrancada de

água, se conservam também de- cima baixo e são tão


para que

baixo dela largos


por espaços li-
grandes comporta cada uma
que

vres de receio". A respeito dos de a cinqüenta


quarenta
pessoas.

nhambiquaras,
viviam na
que Permanecem todos de empu-
pé,
serra do Norte, no Estado de
nhando um remo achatado nas
Mato Grosso, escreve Lima de
e seguram meio".
pontas que pelo
Figueiredo:
Muitas vêzes
perse-
de Lery).
(Jean
a caça mal ferida
guem e se,
por- "Em

ventura, tiverem algumas tribus interiores


atravessar
que

era conhecido o uso do varejão


um curso já
de água, o fazem a nado

ou a navegação em rios
com o auxílio para
de uma balsa pouco

rudimentar profundos". (Pedro Calmon).


construída de talos de

"Dizem
buriti, desconhecerem
por o uso as crônicas nos-
os
que

da canoa".
sos índios remavam con-
de
pé:

A equitação foi tudo, em algumas


bastante tribus, foi ave-
prati-

cada algumas riguado o uso assen-


tribus. de ficarem
por Os

tados os remadores".
guaicurús, que povoavam o sul de (Pedro

Mato Grosso, Calmon).


tinham, no dizer de

Pedro Calmon, um amor enorme o remo utilizado era de cabo

ao cavalo e eram na
peritos arte curto ou longo, re*
conforme os

eqüestre", Francisco Rodrigues madores estivessem de ou sen-


Prado, em memória se lê
que na tados, e com uma única Pa-
pá.

Revista do Instituto Histórico, rece não fizeram uso de for-


que
167
no brasil
física
da educaçao
evolução

um dos
em sangue,
se esvaia
remos nas já
dos
apoio
o dorso e,
para sôbre
lhe saltou
quilhas bugres

canoas.
das atirou-a
bordas chifres,
tomando-a pelos

física dos com-


a força seu
e terra. Ajudado por
A coragem por

em animal .
exaltadas matou o
são
índios panheiro,
nossos

e roman-
lendas, poemas
várias

ao dos chefes
A escolha
porém,
Cingir-nos-emos,
ces.

dos historiadores.
relato
elegiam sempre para
Os índios

de Carl
na opinião dentre
Os aimorés, chefes aqueles que
"vantajo- ieus

mais va-
os
salientavam-se se mostrassem
Seidler, todos

irmãs Simão_de
as tribus do
de tôdas São padre
lentes.
samente

Ele-
sua habili- estas
força física, Vasconcelos palavras:
sua
pela

coragem, estes quatro


e sua sempre quatro_(
de arqueiros gem
dade

mais anciãos, que


de fôgo dos
a arma ou cinco
mesmo
nem
que um
valentes)
afamados
foram

temem".
do distrito.
valentes
dos mais

a seguinte
relata en-
nos a
Nieuhof tôda guerra,
Êste
governa

a assistiu*. covardia: po-


cena que não comete
quanto

"Os ainda so-


fortes. ou
são muito em fazendo-a,
tapuias rém

logo deposto,
Maurício, é
vez o nhando-a, ^nem
Certa príncipe
dele .
ex- algum
mais caso
bom humor, quis fazem
estando de

e a agilidade
a fôrça índio brasileiro
do
perimentar A coragem
um
luta contra
indígenas em
dos
demonstrada principalmente
era
trou-
bravio. Mandou que Inúme-
touro morte.
de sua
ocasião
recinto por
um
xessem o animal para nar-
historiadores que
são os
ros
dois tapuias, para
cercado, onde "a .
dos prisioneiros
morte
ram
enfren-
isso escolhidos, deveriam
a al-
em ressaltar
de unânimes
todos
afluência
tá-lo. Houve
grande al-
Vejamos
vencidos.
ao espeta- dos
assistir tivez
curiosos
para
Estas
descrições.
surgiram dessas
culo. Em dado momento
gumas
a res-
De Lery
nus, de
os dois tapuias, inteiramente as
são palavras

arco e
seu
sem outras armas
que
peito:

touro os
flecha. Logo o per- ou can-
que "Depois
ter comido
de

eles, que
cebeu, arremeteu contra

seis
durante
,ado
se esquiva-
extremamente ágeis, fe
f
outros (
üs
de co„,
ram das marradas e crivaram

os tuPinambf*
entre Ls L
Ur-
flechas os flancos do animal. s 0

agarrado P^°

rando e espumando prisioneiro)


horrivelmente imPorta
mais

de três personagens
de raiva, o touro lançou-se oponha
e. sem
do bando
os léf
novo furor contra ^
com todo o e amarrado
resistência,
a menor
os ta-
indígenas. uma vez alg
Mais de
cordas
com
ns>la cintura
escondendo- a
se esquivaram, árvore
puias de uma
de fibra
ou
dão
se atrás árvore existente
de uma semelhant
vyipire,
chamam
conti- que
no meio de onde os bra-
da arena,
Deixam-lhe
tilia.
à nossa
nuaram con-
a atirar seus dardos
pela
e o fazem passear
livres
tra esta ços
a fera, até
que, quando
168 CULTURA POLÍTICA

aldeia, em durante ai"


procissão, lançar uma
prisioneiro com
pedra

momentos.
guns tanta violência na
perna de uma

mulher supús havê-la


Não que
se imagine que-
o
porém que
brado. Esgotadas as
com provisões de
isso se deprima.
prisioneiro

e cacos e de tudo
pedras o
Ao contrário, com audácia que
e in-

apanhar
prisioneiro pôde de
crível segurança das junto
suas
jacta-se

si, o designado
guerreiro para dar
proezas diz aos o
passadas, que
"Também
o e
mantêm golpe, que permanecera longe
amarrado: eu,

da festa, sai de sua casa, rica-


valente sou, amarrei
que e ma-

mente enfeitado com lindas
tei vossos maiores". plu-

mas, barrete e outros adornos;


e

Cada vez mais feroz, volta-se armado de um enorme tacape

ambos os lados, exclamando


para aproxima-se do
prisioneiro e lhe
"Comi

uns e outros:
para teu dirige as seguintes
pai,
palavras:

matei e moqueei teus "Não


irmãos; comi

és tu da nação dos mara»


tantos homens e mulheres, filhos

cajás, é nossa inimiga?


que Não
de vós outros tupinambás, a
que
tens morto e devorado os nossos
capturei na nem
guerra, que pos-
e amigos?
pais
so dizer-lhes os nomes; e fiquem

certos de O mais
vingar prisioneiro, altivo do
que, para a mi-

nha morte, nunca, responde no


os maracajás que seu idio-
da nação

a ma e tupininquins
que hão-de comer (margaiás se
pertenço ain-
44Pa,
da tantos entendem reciprocamente):
de vós
quantos possam

agarrar". che tan tan ajucá atupavé''.


(Sim,

sou muito valente e realmente ma-


Em seguida, após ter estado
tei e comi muitos...
assim exposto às vistas de todos,

os dois Em seguida,
selvagens excitar ainda
o conser- para
que

vam mais a indignação


amarrado do inimigo,
afastam-se
dêle

umas leva as mãos à


três braças cabeça e exclama:
de ambos os la-
"Eu

não estou a fingií, fui com


dos e esticam fortemente as cor-

efeito valente e assaltei venci


das de modo e os
o
que prisioneiro

vossos e os comi". E assim


fique pais
imobilizado. Trazem-lhe
en-
continua até seu adversário,
tão que
e cacos de
pedras e os
potes;

a matá-lo, exclama:
dois prestes
receosos de
guardas, sèrem
"Agora
feridos,
protegem-se com rode- estás em nosso e
poder

Ias de couro de tapiruçú e serás morto


dizem- mim e moqueado
"'Vinga-te, por
-lhe:
antes de mor-
e devorado todos". Mas tão
por
reres". Começa o
prisioneiro a resoluto Atílio Régulo ao
quanto
atirar com
projéteis tôdas as suas morrer República Romana,
pela
"Meus
fôrças contra os ali se reú- a vítima
que ainda responde:

nem em tôrno dêle, algumas vezes


me vingarão". O selva-
parentes

em número de três a mil.


quatro encarregado da execução le-
gem

E é desnecessário dizer não vanta


que então o tacape com ambas

escolhe as suas vítimas. as mãos e desfecha tal


pancada

Com efeito, estando eu numa na cabeça do


pobre prisioneiro

aldeia chamada Sariguá, vi um êle cai redondamente morto,


que
169
física no brasil
da educaçao
evolução

forças e
fazer uso de suas
menta
braço ou
per-
mover
sequer com
sem areia até brincar
na
»* gatinha

. entre
na arco; tendo-o
um
pequeno

Filho, na Re-
Morais e
de a exercitar-se
as mãos, começa
Melo

Antropologi-
Exposição o resto. Seus
de natureza faz pro-
vista a
a
descreve ca-
com
(1882), são rápidos: já
Brasileira
& gressos
do mesmo
ou menos, é ele aceito
mais anos
torze ou
cena, quinze

B. Debret).
como caçador". (J.
modo.

sôbre a
De Lery "As
diz com
Eis o crianças divertem-se
que
em-
com que
inaudita exem-
de por
coragem modalidades jogos,

seus combates: e o
os o
o curupirara, guabipaie
preendiam pio:

"A uns dos Nieuhof/t


. (J*
trezentos passos
guaibiquaibibucu
e
a flechadas "O
satidaram-se da von-
outros resulta
casamento
voa-
da escaramuça
o início e do consenti-
desde nubentes
tade dos
Sc ai"
moscas.
setas como cláu-
ram as Uma única
mento dos
pais.
vimos mui-
ferido, como o
era de fidelidade,
guém sula: a
promessa
corajo-
de arrancá-las
tos, depois punido,
é severamente
adultério
as
do corpo, quebrava tribus .
samente das
na maioria

mor" portanto,
cão raivoso,
e, como
setas,
B. Debret).
isso (J.
nem
os por
dia-lhe pedaços; "As fér-
são muito
voltar ao mulheres
de
deixavam entretanto

e raramente
fácil
são têm
americanos teis, parto
Êstes
combate.
delas da
uma
em Logo que
abortam.
ferozes e encarniçados
tão
sem au-
rio e lava-se,
vai ao
enquanto à luz,
po- "As
suas que,
guerras mães. la-

de ninguém".
com- xílio
braços e
dem mover pernas,
filhos
de seus
a morte
voltar as mentam
recuar nem
batem sem
três
durante
e
che- gritando
chorando
costas. Finalmente quando
.
consecutivos
dias
al-
das mãos, ou quatro
ao alcance
garam

Nieuhof).
clavas, descarregando- (J.
as
çaram

-as tal violência quando estabelecimentos


com que, Os
primeiros
no Bra-
do inimigo, tivemos
acertavam na cabeça que
de instrução

entre
morto como jesuítas
o derrubavam fundados pelos
sil foram

os
abatem colégios (cole-
nós os magarefes
e denominavam-se

bois". chamavam-se
e residências
dios
"sí
**•«¦
«j»
sua educa-
A base de casas):
„ suas

doméstica serem
ção donde
ctoes.

. (Pedro
in- aí estudados
dos
A educação doméstica autores

nos seguin-
dios basear-se Calmon).
poderá

os je-
XVI.
tes documentos históricos: século
no
Ainda

'Quando
são dóceis,
meninos, suitas jâ
e u
Baia
o da
bem afei-
engenhosos, espertos e colégios:
o
em 1556.

de Vas- instituídos
Simão Paulo,
çoados". (Padre ^
1567,
em

concelos) Rio de Janeiro,


1576.
44 em
Olinda,
da Baia,
Guiada então unicamente pelo era o
o melhor
colégios
instinto, experi-
ela criança)
(a
170 CULTURA POLÍTICA

com um currículo misto secunda- O bacharel Luís Carlos


Moniz

rio-superior; tinha sete classes, Barreto, em 1787,


publica, em

com rudi-
gramática portuguesa, Lisboa, um Tratado de Educação

mentos de latim, sintaxe e cons-


Física e Moral, naturalmente
que

trução latina, retórica, matemáti-


vem ter ao Brasil, atendendo
à

ca, filosofia e teologia moral.


nossa situação de colônia.
Nesse

Em 1739, d. Antônio Guade- trabalho verifica-se


que por edu-

lupe fundou diversos seminários,


cação física subentendiam-se
as-

dentre os a 8 de
quais, o
junho, suntos hoje completamente distin»

dos Órfãos de São Pedro, origem


tos da mesma, como eugenia, he-

do Colégio Pedro II. Em 1759,


reditariedade, alimentação, higie-
havia no Brasil nove
já colégios,

ne, concepção
puericultura,
mais um seminário gra-
em Belém e

videz e Essa
parto. obra está di-
um noviciado na Baía.

vidida em sete capítulos, dos

As aulas dos colégios eram mi-


o diz respeito
quais primeiro aos
nistradas manhã,
pela afim de
defeitos da educação da mulher
os meninos índios
que tivessem

naquela época e os cinco seguin-


livre a tarde a caça e a
para
pesca
tes referem-se à educação física
(segundo o Luís
padre Gonzaga

e moral dos meninos, dividindo-a


Cabral), não
que só
garantiam o

seu nestes do nascimento


sustento, como períodos:
ainda serviam

de ótimo aos anos, dos


derivativo quatro aos
o espí- quatro
para

rito. Por dez, dos dez aos doze,


aí concluímos dos doze
desde
que

essa época aos dezoito c dos


existia a dezoito aos
preocupação

de dar vinte; no último


ao aluno atividade capítulo o autor
intelec-

tual sintetiza o assunto


com tratado noá
juntamente a física,

além da formação seis anteriores. Nas


moral primeiras pá-
se
que

tornava indispensável de seu livro, a


obter ginas preconiza
dos

catecúmenos. necessidade da física


Parece-nos educação
ser essa

a mais antiga desde o berço,


concepção especificando o
de edu-

cação integral trabalho


no Brasil. deveria ser atribuído
que

a cada uma das idades e demons-

trando alguns conhecimentos de


O ftlãis âTltiffO CStüdo

fisiologia. Aconselha a dança e


sôbre educação
física
os trabalhos fie*
de
preliminares

Em fins do xibilidade
século XVIII, na esgrima o
con- para pc*

siderando a ríodo de
situarão a dez anos e a
do Hrasil quatro

como colônia prática corrente da equitação e da


de Portugal,
encon-

esgrima
tramos dos dezoito aos vinte
um interessante
documen-

anos; afirma ser uma necessidade


to,
que ser interpretado
pode co-

a vida ao ar livre, bem como um


mo o mais antigo estudo, especial-

erro refrear a expansão das crian*


mente dedicado à educação físi-

ças em seus e brinquedos.


jogos
ca, escrito em língua
portuguesa.
Por essa época Pestalozzi, em

A essa seguiram-se
outras três
Nieuhof,
defendia os mesmos

publicações.
princípios.
171
no brasil
física
da educaçao
evolução

conservar e
mes Teoréticos para
dc
Francisco
o dr.
Fm 1790, tra-
Embora se
a Vida»
es- prolongar
ilustre,
mineiro
Franco, higiene,
Melo sôbre
de um trabalho
te
formado pela
renome,
de à
um capítulo
critor o autor consagra

de Coimbrapuba-
"influência
sôbre o mo-
Universidade do físico
Tra, "influência
um
Lisboa . mo-
cm do
a J f outro à
ral" e

Educaf*> dosn f"""03 o físico .


ral sôbre
Portognesa,
da Nação
tara aso

doze ca-
a obra

compreendendo a constituição
Ótima
do trabalho,
No decorrer
oitulos.
dos
gentios
nos tenhamos física
lastima que
o autor

e
vida natural preço-
da
afastado ao contrário
Vemos pois, que,
a nature-
do homem
a volta
niza tem
"O muita procla-
do gente
4 <ão que
exercido
E afirma:
lá habitavam
os que
e mado, gentios
saúde como preciso
à
necessário in-
não eram
. brasileiras
a vida as terras
conservar
comer, para fí-
má constituição
de
Francisco Jo- divíduos
ano depois,
Um
Muito ao
cm doentio.
também e aspecto
sica
sé de Almeida publica
afeitos
Academia tipos robustos,
ordem da
contrário,
Lisboa, por

Tratado difícil, que


outro vida, assaz
das Ciências à luta
Real pela

do exi-
ao da época
idêntico
sôbre assunto contingências
as

o lu-
Estabeleceu íncolas
Melo Franco. os nosso
dr. Assim,
giam.

uma distinção
no entanto, sua subsistên-
autor, só
não pela
tavam
dis- à
e exercício, e
entre movimento à
pesca
cia, entregando-se

hoje interessa
essa da
tinção que defesa
mas também pela
caça,
à mecanoterapia.
os animais
principalmente contra
vida,

o própria
movimento
Assim, entende
por seme-
os seus
contra
movi'- bravios, já
atualmente chamamos
que diversas, que
de tribus
exerci- lhantes,
mentos e
por As
passivos, diferiam.
nada
movi- daqueles quasi
cios o denominamos
que se en-
a
que
desportivas

mentos ativos. É interessante práticas


objetivo
não tinham por
com treqavam
realçar de acordo
as
que, pleno
mas integravam

o recreação,
os mestres de hoje, manda
prati-
o
p
criadas pe
com necessidades
car desde dias,
os O
primeiros cercava.
os
ambiente que
os recém-nascidos, os movimen- prio de
instrumentos
e a flecha,
arco
tos, e mais tarde, depois que já
e a
a caça pesca,
e defesa;
ataque
estiverem com desem-
andando
a alimcn*a<£°'d*

elementos para
baraço, os exercícios. Aconselha de
meios
e a canoagem,
a natação
como meios físico
de trabalho e lon-

pequenas
transporte para
das bar-
a luta, o a
ginástica, jogo pe,
a corrida
distâncias:
ras, o as corridas, qas
da bola, em
jôgo locomoçao
de rápida

a dança a processo
e equitação.
para
equitaçao, pratica
a
de terra;
No século seguinte, antes cos-
as danças,
e
Ls querreiros,
do
proclamar-se a independência as
todass
resumem
festivos,
Brasil, Fran- tumes
isto é, em 1819, o dr.
se dedica
a
físicas que
cisco atividades
de Melo Franco
publica
do Brasil*
o índio
va
Elementos ou Dita-
de Higiene
172 CULTURA POLÍTICA

Com a vinda dos em tarde livre


jesuítas, dar completa
para ex-

1549, o Brasil c a fundação


para aos seus instintos
pansão natu-

dos seus célebres colégios, tiveram rais, refractários à rígida


disci-

êles o necessário cuidado de dar imposta


plina pelos jesuítas.

sempre atividade física aos ca- Finalmente há assinalar


que os

tecúmenos, mesmo o en- livros


porque quatro publicados em Lis-

sino da época exigia uma imobi- boa, dois dos


quais um ilus-
por

lidade absoluta
quasi do instru- tre brasileiro, e outra utili-
que

endo, em conseqüência dos dade não vieram a ter


pro- senão a de

cessos utilizados, imobilidade figurar nas


posteriormente estan-

essa dificilmente
que se tes da nossa Biblioteca
poderia Nacional,

coadunar com o espírito irrequie- fundada d. VI,


por João em 1814,

to do selvagem. Destarte, as au- com o estabelecimento de uma li-

Ias nos colégios eram manhã vraria, considerada


pela a célula ma-

e os índios
jovens a ter.
possuíam

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Rio 1820
(Reta-
** Nacional do original de
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Uicionarto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil — Rio — 1922.

Revista de Exposição Antropológica Brasileira —* 1882.


de
como centros
infantis
Parques

ao
assistência pré-escolar

e
administração funcionamento
organização,
Localização,

ALVIM
DE VILALBA
AG0ST1NI
MARIANA

a Menores
de Assistência
do Serviço
Inspetora

zonas, conforme
Nestas últimas
dina.
mais po-
zonas de coeficiente
AS população 131, o
vê no quadro
ci- se
da
e mais aglomerada tu^rculose
bre
de mortalidade por
anual
ser instala-
aí deveriam 323,
N dade, cifras:
atinge elevadíssimas
m-
dos os parques distritos pobres,
primeiros 396 ! São
367 e
366 'população
mais
a miséria, aglome-
Onde maior vez mais
fantis. cada
de
a prestar.
a assistência
premente
rada". (1)
ser
dessas zonas pode mais
A localização as zonas
assim,
nos- Verificadas,
das
resultados cada uma
determinada pelos em
localiza-se
rela necessitadas,
Em .
sas estatísticas sanitárias. mfanlt
o parque
a área para
Publica delas
de Saúde
rio sôbre o Serviço seco
deve ser plano,
o O terreno
e 1938).
do Distrito Federal (1937
fácil acesso.
apresenta
seu diretor, P. Fontenelle,
J. a
necessário
ao número - O espaço
relativos Area
os seguintes dados,
do nume-
Distrito depende
no infantil
de óbitos tuberculose um
por parque
19^o .
1935 a se preltende
Federal, nos anos de crianças que
ro de
vna area
"...
de morta- calculamos
Os distritos sanitários Em nosso projeto
mclum
incluem metros quadrados,
lidade mais baixa são os que 5.600
de
p
elevado pa- o
os bairros residenciais de terreno play-ground
o para

drão Copacabana,
de vida
(Botafogo, prédio.
da ci-
Tijuca do centro bastante
e norte ser
parte deve grande
O oaraue
mé-
dade); os distritos de mortalidade

da
dia sul do centro
incluem a
parte
assim
cidade e o bairro de Catumbí,

como Campo
Bangú,
Jacarepaguá,

Cruz, zo-
Grande, Guaratiba e Santa

nas suburba-
estas últimas tipicamente
da% educa^a>

nas mortalida- gilância E'


e rurais; os distritos de preferi-

de rêlt 180
de mais incluem os bairros para
elevada
mais deumparque
a k
vermafs
vel haver um
São Novo, Pieda- do que
Cristovão, Engenho
Cgrande
de, subúr- núme-
Inhaúma, e os maior
Madureira e para
sf S>
bios da Leopol-
da Estrada de Ferro

e 172.
. 171
^ Ob. cit. pgs
(1) Fontenelle, P.
].
174 CULTURA POLÍTICA

ro; torna-se, assim, mais fácil às mães distinguir direita, esquerda, etc. Uma
"flamboyants"
o acesso ao ser mais alameda de
parque, por pró- margeia

ximo de casa, e é mais eficiente a as- esses caminhos, sombreando-os e dando

sistência às crianças, maior beleza ao


prestada quando parque.

estão em menor número. Em estabe-


No centro do caminho divide
que o
lecimentos destinados a crianças tão
campo há um largo
pequeno onde
e de meio tão em
pequeninas pobre,
cresce o se engalanar
pinheiro, para
se impõe a inspeção diária de cada
que
todos os anos em árvore de Natal.
uma ao chegar ao edu-
parque, pela

Na área do de infância,
cadora de saúde, afim de evitar jardim um
que

canto deve ser reservado


se as doenças contagiosas, para as cri-
propaguem

anças fazerem sob


compreende-se o acúmulo de cri- jardinagem orien-
que

tação da
anças dificultaria o trabalho. Embora professora.

o número de educadoras de saúde seja Em ambas as secções maternal e

ao número de crianças, —
proporcional infantil deve haver telheiros
para
não se evitar a confusão se
pode que abrigar do sol. Pérgolas
plantadas com

estabelece com a aglomeração de cri-


buganvílias, trepadeira de São
João,
anças e mães chegando ao à
parque concorrem também
para aumentar a

mesma hora.
sombra e a atração do ambiente, com

as cores vivas das suas flores.


Play-Ground ~ A destinada
área

aos Tanques de vadear, com a


e atividades ao ar livre deve
jogos profun-

dividida didade máxima de 50 cms.


ser em duas secções entre a e alimen-

tados com água clorada e corrente;


escola maternal e o de infan- no
jardim

cia, cabendo centro do tanque haver


mais espaço ao pode uma
jardim, "ilha",

onde as crianças de o maior va-


precisam um cam- que proporciona

maior riedade de brinquedos e serve de su-


po os em or-
para jogos grupo

A divisão feita a um chapéu-de-sol.


ganizado. ser porte grande
pode por

uma cêrca de arame ou apenas um


por Tabuleiros de areia de 12 a 16 me-

caminho calçado separando os dois


tros cercados um muro
quadrados, por
campos. Cada secção terá a sua série
de cimento de 30 cms. de altura e co-

de aparelhos, apropriados às diferentes


bertos com um tôldo, tal uma
grande
idades da crianças. O terreno deve ser barraca de A areia deve ser
praia.
todo drenado o fácil
gramado, para es-
sempre renovada.

coamento das águas e


plantado com ár-
Aparelhos — Os mais
aparelhos
vores dêem boa sombra :
que a amen-
apreciados crianças são os
doeira, a espatódea, pelas que
as várias espécies

proporcionam muita atividade e exigem


de figueiras, são muito indicadas, as-
o trabalho dos músculos. São
grandes
sim como certas árvores frutíferas. "jungle "baiola"
As
eles: seis ou
nossas mangueiras, gym"
saputizeiros, caram-

(como o apelidaram as crianças do


boleiras, além da sombra acolhedora,

parque general Rondon, em Niterói).


oferecem os seus frutos à
petizada.
Pode ser de madeira ou de metal e con-
Os arbustos são aboslutamente contra

siste numa floresta de barras horizon-


indicados. Prejudicam a visibilidade,

tais e verticais,
ocupam espaço e servem de proporcionando grande
esconde-
variedade de exercícios No
de trepar.
rijo a bolas, blocos e a toda sorte de
mesmo mais simples, é
objetos, gênero, porém
pequenos papéis, etc. Os ca-
o tem barras dos lados e
minhos que apenas
dão acesso ao e
que prédio ao
em cima, vazio no centro, formando,
devem ser cimentados.
play-ground
êste sim, uma Além de
Além de conservarem o mais perfeita gaiola.
prédio
as crianças la-
poderem trepar
limpo, evitando a terra e a lama pelos
nos

dos e irem até o teto, aproveitam-no


dias de chuva, servem de estrada
para
para brincar de casa e outras coisas
tôdas as brincadeiras com
patinetes,
a imaginação lhes sugere.
velocípedes, que
caixotes transformados em
"gran- "escorrega"
trens, caminhões, etc. Com os O tem
(slide) grande
des" do de infância fazem-se
jardim sucesso entre as crianças e
proporcio*
de tráfego, e cada um no seu
jogos na um excelente Há em vá*
pa- exercício.

ora de chauffeur, ora de inspetor,


pel, rias alturas. No da escola ma*
campo

de sinaleiro ou de vai apren- ternal não evitar


pedestre, deverá ser alto,
para
dendo as convenções do tráfego e a acidentes.
175
PARQUES INFANTIS

de L. T. U., muito usados nos


de forma
fontes
sSo outras
Os balanços
edifícios escolares, são de estrutura
a muito pequena
*Jaria Colocados
mais complicada e isso muito
muito por
ser usados por
do solo, podem
fira mais onerosa.
dois anos.
de
crianças
da forma e a so-
A simplicidade
cordas com
de onde pendem da higiene
Barras lução de todos os requisitos

vários nos para


então com
ou a condição essencial a sa-
argolas, pareceu-nos
a escada
ou ainda
a subida, às finalida-
facilitar tisfazer corresponder
para
variantes do
são
o trapézio, infantil.
cordas, des a destina o
de que parque
muito apre-
as crianças
balanço que
de dar a tôdas as sa-
A necessidade

ciam.
mesma orientação solar
Ias de classe a
é muito queri-
também
A gangorra a em
conveniente levou-nos grupá-las
haja acidentes
não
Mas, para que assim, obrigatória-
da. extensão. Teremos
viçjilancia cons-
a
ela, é necessário metros
com de cêrca de 60
mente, uma ala
na
da principalmente a maior con-
tante professora, Para
de comprimento.
crianças nao
onde as
maternal, economia da
escola e conseqüente
centração
cm cooperação.
ainda brincar
sabem essa extensão
construção, aproveitámos

falha a cooperaçao
se
E na gangorra, demais dependên-
dispor tôdas as
há risco dc para
de um dos participantes, único blo-
formando um
cias da escola,

desastrosas.
quedas central.
co, servido por galeria

deve ha-
secção do parque um
Em cada tem capacidade para
O prédio
onde se
barracão 30
ver um pequeno crianças, comportando
dc 180
total
de atividades
todo o material
guarde em cada sala.
crianças
de
livre: ferramentas jardina-
ao ar
um hall bas-
faz-se por
A entrada
baldes, regadores, pás, peneiras,
gem,
metros quadrados)
veiculos, blocos qran- tante espaçoso (80
e outros
patinetes cii-
dc
facilidade
se habi- convém para
As crianças como
des, bolas, etc.
há um controle
dc Neste hall
distinguir material culação.
tuarão assim a
e direção
a vigilância
interno e
do dc uso (portaria) para
uso externo
hall n-
ao
Adjacentes
lugares. das crianças.
nos seus devidos
guardá-lo
os compartimentos
de um lado,
cam,
uma
O deve ser cercado por
diretoria e secretaria
parque
da administração,
bastante alta
de arame forte e servi-
grade as
uma sala para professoras,
c
fugir
as crianças não possam e uma ins-
para que de espera
uma sala
dos por
estra-
e também elementos do outro,
para que comuns e,
talação sanitária

não medico e
nhos ao possam penetrar. e
parque de dentista
os gabinetes
leitos para
de quatro
uma enfermaria

os dois gabinete
da de emergência;
Antc-projeto o casos
para prédio
serviço samtano
espera e
dc sala de
escola maternal e do teem
jardim
ha um
à enfermaria
infantil e anexo
infância, no comuns,
parque

com banheiro.
sanitário
se
as crianças
Apresentamos, nossa mono- entrada
com a hall de
Do

o as que
grafia, o ante-projeto anexo, para passagens
distribuem para
lado a que
de de um
de escola maternal e controle,
prédio jardim deiam o
e
materna
infância, arquiteto da escola
de autoria do ilustre às salas
conduz
salas do jar
leva as
de Sousa Reis, atendendo a
José que, de outro que
do
Nos extremos
gentilmente a apêlo nosso, se de infância.
prontifi- dim
e
os vestiários
cou a nos uma sugestão localizados
apresentar bloco estão
e chuveiros
nosso tra- sanitárias
para maior objetividade do « tnstalações
desses
as A disposição
balho. Antes sôbre
de discorremos nara as crianças.

de
disposições que- foi estudada
desse ante-projeto,
elementos

remos -
testemunhar ao ilustre arquiteto diário PassagTXo
o trajeto
e en
èn-
banho
todo sua de roupa,
o nosso reconhecimento troca
pela rio para -- se bç
as salas
magnífica
cooperação. para
caminhamento
E
de circulaçao
sem dificuldade
Disposição — a ex- Je
famaçao
Aproveitando a
importância para
arande
tensão um
do terreno exigido para

parque infantil, o prédio numera


projetámos em
sejam
lhos sanitários
em um não en-
só visando das cuanç
pavimento, ao

carecer em manho proporcionais


a construção. Os
prédios

122.218 —
F. 12
1 % CULTURA POLÍTICA

"W.
C." cada de doze administração, das
llm para grupo professoras, nos

crianças e um lavatório cada consultórios e na enfermaria


para as es-
"Gui-
de dez é o mínimo exigido; ca- ser do tipo de
grupo quadrias poderão

bidês individuais na distância de 25 lhotina", com contrapesos, e os vãos

centímetros um do outro. Os vestiá- deverão ser de cortinas de


providos ve-

rios devem ser de amplos es- nezianas móveis. Em todos esses


providos com-

. caninhos, cabendo um a cada criança. as ocupam tôda


partimentos janelas a

Essas instalações são divididas em dois extensão da face externa. Nos compar-

cada secção; na escola timentos sanitários da administração,


grupos para

maternal os dois sexos e no serviço, consultórios e enfermaria a


para jar-

dim de infância sexos diferentes. ventilação será feita cobertura.


para pela O

hall de entrada terá de correr.


portões
Estão copa e cozinha
previstas (40

la- Outros característicos A constru-


metros e uma
quadrados) pequena

é constituída uma estrutura de


vandaria metros Para ção por
(30 quadrados).
concreto armado, com dispostos
pilares
êste conjunto de serviço há uma ins-

em de 10 x 10 ms e
quadrados pare-
talação sanitária.
des de alvenaria de tijolo. A cobertu-

ra é formada duas meias águas,


Em nosso não cogitamos de por po-
projeto "canal"
dendo ser usadas telhas ou
dormitórios nem de refeitórios nos
por

eternite.
um requinte de confôrto
parecer per-

feitamente dispensável; nos es-


países Entre duas salas de classe haverá,

trangeiros e mesmo na América do


em vez de de alvenaria, uma
parede
Norte, onde há tanta riqueza, são raras
de madeira, dividida em
parede painéis
as . escolas maternais e de in~
jardins dobrando em sanfona, a
para possibi-
fância se dão êsse luxo. Na
que pró- lidade de ligar as duas salas, em dias

sala de as crianças almo-


pria jogos, de festa.

e merendam. À hora da sesta, as


çam

O ideal seria o linoleum, é


mesinhas são empilhadas a um canto piso que

durável, de fácil limpeza, macio ao an-


e as caminhas armadas o sono
para

dar e às silencioso e bonito. O


reparador. quedas,

seu é tão elevado que


preço, porém,

Orientação solar, iluminação e uen- nós ainda é artigo de luxo;


para por

tilação «— As salas de classe terão tuna isso o deve ser mesmo de madeira.
piso

das faces totalmente aberta com vi-


As e o teto devem ser caia-
paredes
draça a direção do setor S-SSE.
para
dos branco dá
de branco. E' o que
Esta orientação a incidência
permitirá
maior impressão de limpeza e de ale-

dos raios solares somente durante um


Os norte-americanos aconselham
gria.
curto de tempo nas
período primeiras
sejam a óleo
as
que paredes pintadas
horas da manhã, deixando em sombra,
até uma certa altura, que possam
para
durante todo o dia, aquéles compar-
a a
ser lavadas. Neste caso, parte
timentos de
permanência prolongada.
branca e sim creme
óleo não deve ser
Na face envidraçada a esquadria
po-
ou verde muito claro.
derá ser estudada de modo a ter
gran-

des abrindo o e,
painéis para jardim deverá orçar
O custo da construção

na superior, basculantes. em
parte painéis de acôrdo com os correntes,
preços
Afim de se obter a ventilação cruzada
cêrca de 450.000,00, variando
Cr$

nas salas de classe, haverá na su-


parte conforme as especificações.

e em tôda a extensão da face


perior
ser mui-
Móveis Os móveis devem
oposta à vidraça, uma esquadria de
faci*
to simples, de superfície lisa para
venezianas fixas. Para regular a luz

litar a limpeza de cantos arredondados


nas horas da sesta, a vidraça deverá
os
evitar escoriações. E' comum
ser para
internamente com cor-
guarnecida
mas
móveis de serem laqueados,
tinas de as de venezianas jardim
preferência

não o aconselhamos em nosso projeto.


móveis.

no to
Por maior cuidado haja,
que

Na fachada norte as esquadrias dos de das mesas


tempo a
pouco pintura

compartimentos sanitários, cozinha descascando,


e está tôda arranhada e

lavandaria são divididas em duas Além dêsse


dando impressão.
par- péssima

tes; uma de venezianas um as-


fixas e outra Inconveniente, essa dá
pintura

de caixilhos de vidraça. Nas da de luxo é contra-indicado


peças pecto que
177
PARQUES INFANTIS
I

Vejamos agora
ao ar livre.
cnan- brinquedos
a
destinado
n.un estabelecimento as salas.
o o material indicado para
com
O contraste

cas muito pobres.


interessam a
muito chocante, de madeira
será Os blocos
de casa
ambiente
a cnan- em idade
desambientar tôdas as crianças pré-escolar
não
e mister
pí- Há
com valor educativo.
mostrar-lhe que. e são de imenso
ainda
L como
em
se pode de blocos
e modestos séries já padronizados
simples
objeto
e bonito. cada bloco
tamanhos, em que
agradável diferentes
um ambiente
obter
na cor natu- outro, de maneira que
ficar múltiplo de
devem é
Os móveis
iguale
encerados para de dois blocos pequenos
apenas a área
da madeira,
ral
facilita enor-
o
conservaçao. a de um grande, que
a sua
ajudar
de te*
memente a construção paredes,
devem ser
e as cadeiras
As mesas dos blocos varia
etc. O tamanho
leve. tos,
mas de madeira
feitas, froe-
sòlidamente do material
desde os pequeninos
fácil-
ser deslocadas
possam mesa, até os
que sobre a
para bel, brincar
de altura ade- para
e
crianças, cons-
mente a
pelas blocos que permitem
ser individuais grandes
As mesas podem as cri-
casas onde
quada. de
caso, trução pequenas
neste ultimo
de 4;
ou grupos Êstes tanto podem
para se metem.
largas, anças
sejam bastante
como no
convém que dentro de casa
ser usados
não constranjam
as crianças "play-ground". do mate-
oara que A torre rosa
uma
e, também, por
às outras adaptações,
umas e outras
rial Montessori
muito acon-
São
de higiene. os
medida interêsse peque-
teem para
de li- grande
com o tampo
as mesas emprega-
selhadas Os tacos
de 2 anos.
como ninos
uma moldura,
noleum, fixado por muito usados
assoalho são
dos para
e bares.
em cafés
comum ver-se maternal e
é de escola jar-
como material

devem ser
deve haver, pra- Os blocos
a sala, infância.
Contornando dim de

onde de va-
em profusão, muito leve, pintados
teleiras e escaninhos de madeira

em altura
material, mas
se o côres.
guarde rias

E necessário
acessível crianças.
úmida tem
com areia
fechado para tabuleiro
também um armário o

de uma
deve ficar dentro
não muito sucesso
o material que
guardar também

só ser uma mesa


e de
alcance da criança para à altura
ao colocado
sala,

da larga para
usado com o controle professora.
borda suficientemente
com a
"placard
e as suas
um fazer
São indispensáveis as crianças possam
que
à cada tabu-
madeira fixados parede, de
um friso de Ao lado
modelagens.
das
desenhos e
onde se pregar uma vassourinha
possa haver
leiro deve
etc.
ilustrações, cartazes, habituem
crianças, elas se
uma para que
pá,
é muito ,
negro, ocasicmalmen
Em lugar do a areia que,
quadro limpar
e faz
à vista Êsse cuidado
mais bonito, mais agradável chão.
espalhe pelo
de ha
verde formação
de linoleum
ao tato, o do treino para
quadro
parte
haver um
sala deve e de ordem.
escuro. Em cada asseio
bitos de

cms do
a 50
dêsses colocados cons-
quadros deve:
de carpinteiro
com a A banca
largura e
solo, com 120 m de de
das salas j
do equipamento
tar
extensão de 3 metros. maternal
Na escola
dins de infância.

variam muito muito PecJu^


As camas a sesta são ainda
para as crianças
nao
De tôdas ferramentas,
de tipo de escola. lidar com
escola para nas oara

ver, a demonstram
de já
as tivemos oportunidade o interêsse que
que obstante
eco- bastara
e satisfaze-las
nos mais prática Para
que pareceu martelo.
pelo alguns
cruzados, ou macete.
nômica é a de lona, com pés# martelo
um bom
e
de cabeça grande
cama com
conhecida no Brasil por longos
oreqos
va^"
vento". oferece maiores
E' a
que
mar-
não
tagens. fechada quase ondylasujderSo
Quando
mãdeqiraadmací
de fácil
ocupa espaço, é muito leve,

com o
muito ni- trabalham
transporte, de armar e !flar A infância' if
fácil

ser la-
a lona pode
giênica, porque
as bonecas
vada com água e sabão, periódica- mobílias para
fazer
curam

mente.
objetos.
e outros

inferior os de-
Material como
de brinquedo Paratt assim
"play-ground", As ferramentas,
vimos de
Tratando do ser primei-
devem
mais brinquedos,
e
os os jogos
principais aparelhos para
178 CULTURA POLÍTICA

"que-
ra O material ordinário, tas de côres, os
qualidade. que jogos de lôto e

fica logo imprestável, irrita a criança bra-cabeças"


(completar figuras,
re-

e concorre torná-la destruidora e compor figuras cortadas


para em vários
pe-
relaxada. Móveis de bonecas, apenas daços, encaixar outras nos seus moldes

colados, se desfazem no etc.)


que primeiro

dia de uso, não devem ser dados às


Condições de matrícula Por tudo
crianças. Para tenham valor edu-
que
até aqui foi dito, ressalta,
quanto co-
cativo, é não sejam simu-
preciso que
mo condição à matrícula,
primeira ser
lacros de móveis, mas verdadeiros mó-
a criança necessitada. Não seria
veis em miniatura, sòlidamente feitos, justo

a administração do
que parque, tendo
com e abram e fe-
gavetas portas que
de fornecer alimentação a todos os
chem sem se desmancharem. par-

além da enorme despesa


queanos, com

Se material e conservação,
quisermos a criança tenha pessoal, acei-
que

respeito e cuidado tasse crianças cujos estão em


com os objetos, é pais con-

necessário dições de lhes dar confôrto e boa


tenhamos res- ali-
primeiro que

à mentação, no lar ou em escolas de


sua atividade espontânea e cui- ma-
peito

dado na escolha trícula remunerada. Deve-se, no entan-


do material lhe
que

nas mãos. to, obter a contribuição


pomos procurar dos

embora operários ou servi-


pais que,
E' êrro
grande psicológico pensar-se estejam
"a çais, em condições de concor-

que criança se contenta com


qual- rer a caixa escolar — neste
para caso
"Qualquer
"cri-
coisa" ou ela
quer que para
pré-escolar. O a uma
que pagam
coisa serve, é
porque estragar".
para adeira" ignorante dar ao
poderão par-
Acontece, às vezes, um brinquedo
que
que.
muito bonito e complicado é desprezado

ou criança Outra condição é não sofrer a crian-


quebrado pela no fim de

alguns momentos, e ça de nenhuma doença contagiosa, como


um outro, de as-

insignificante, também não sofrer de doença mental


pecto lhe desperta o

mais vivo interêsse. Isso ou defeito físico em a im-


significa grau que
que

o brinquedo vistoso não de se adaptar ao das cri-


estava apro- peça grupo

à sua idade, e anças normais.


priado o outro, embora

sem valor aparente, correspondeu aos


São estas as condições indispensá-
seus interesses.

veis efetuar-se a matrícula.


para

A casa da boneca indispensável


é na

Quando tratarmos do e suas


escola maternal e no pessoal
jardim de infân-
funções, veremos como se fará a sindi-
cia. Um canto da sala deve ser reser-
cância apurar a situação social e
vado ela, com para
para o mobiliário ade-

As processarão os exames de saúde.


quado. melhores bonecas são as

grandes, de ou de massa.
pano As suas
Roupas das crianças — Em todos os
roupas devem ser muito simples,
para
estabelecimentos a
para pré-escolares
as crianças as
que vestir e
possam
questão da roupa das crianças é sempre
despir.

um difícil de resolver. Nas


problema

creches, depois de serem experimenta-


Em alguns de
jardins infância, o

dos vários ficou adotado,


canto da boneca é isolado processos,
por um bi-

na maioria delas, o seguinte: enquanto


ombo, imita uma casinha.
que Isso dá

a criança está na creche, veste a roupa


muito encanto à brincadeira, mas tem

esterilizada esta lhe fornece; as


o inconveniente de esconder que
as crian-

mães, manhã, ao deixarem os fi-


ças das vistas da pela
professora, e a dra-

matização lhos da creche, despem-nos, e à tarde


no brinquedo de boneca lhe

vestem-nos com a roupa trouxe-


oferece riquíssima oportunidade que
de ob-

ram de casa. Algumas creches incum-


servar o comportamento das diversas

biam-se de esterilizar e
crianças. guardar tam-

bém a roupa trazia de


a criança
que
Outros materiais de interêsse casa, mais isto muito tra-
grande resultou em

nos estabelecimentos
para pré-escola- balho e Apesar de
preocupação. pou-

res são os livros de figuras, os às mães sofriam


papéis parem todo o trabalho,

c cartões recortes,
para a massa reclamações ou
piás- se extraviava
quando
tica, o material de tecelagem, de cos- trocava Não é
alguma de roupa.
peça
tura, de desenho e de as con- de a
pintura, boa tática educativa substituir
179
PARQUES INFANTIS

camisetas À vista
fazer. O calções e perdidas.
e deve
ela pode
m3e no que
dos re-
mais disso, a administração parques
é melhor, prático,
atual
processo importân-
de aglo- solveu cobrar uma
pequena
o inconveniente
tem ainda
mas
as cia essas três quantia que
de mães, por peças,
número
merar grande
apenas o material.
e vestir os desse para pagar
a despir
horas,
mesmas
Essa medida foi suficiente para pôr
'
filhos.
de calções e camise-
termo às
perdas
em a crian-
maternal, que
Na escola tas.

não necessita
em idade que
ra está inverno deve ser um
O agasalho de

de roupa esterilizada, já
êsse rigor de algodão,
mais lã ou flanela
casaco de
com a roupa
casa vestida
vir de botões
um bolso amplo e
pode com grandes
na escola.
permanece abotoado e desa-
com que ser
para que possa

crianças. Os norte-ame-
deve ser provido botoado
infantil pelas
O parque
aos menores detalhes
não só para levando
e lavnndaria, ricanos,
de rouparia
a criança in-
mas também de tomar
cama e mesa, a
roupa de preocupação
a
sem- a manga
das crianças verificaram que
a roupa dependente,
mudar
para
ma- de vestir, além
Na escola é a mais fácil
fôr necessário. raglan
pre que
das cavas aper-
de asseio não oferecer o risco
os hábitos de não
ternal, em que "sweater"
lã agasalha bem
cs- de
estabelecidos, tadas. O
estão completamente
mas é
tolhe os movimentos, já
não são raras. e não
sas ocasiões

de vestir, só poderá
mais difícil
muito
deve ser a
agora como crianças
Vejamos auxílio
usado sem pelas
ser
usado nas
E' muito
roupa da criança. de infân-
do
do último jardim
período
de infância
maternais e
escolas Jardins
cia.
sobre o ves-
um aventalzinho para por
alpercata comum#
é a
e O calçado
O avental é
tido ou terno. prático
meias no in-
verão, com
meias no
mas essa sem
roupa de baixo,
a
protege
muito com- verno.
baixo é, às vezes,
roupa de

com bo- inteiro,


nas costas, o dia
abotoada Funcionar
plicada, Horário

sendo im-
ou lacinhos, um dos requisitos
tões 17, 30. é
pequeninos das 7 às

ou des- infantil,
às crianças vestirem-se o
deve atender parque
possível a que
do adulto. de assisten-
sem o auxílio um centro
pirem-se a ser
destinado

é o das crian-
Este horário
cia social.
a criança se
Devemos fazer com mães
que de suas
com o
coincidindo
dos ças,
torne cada vez menos dependente
do lar. O pessoal
fora
trabalham
deve cor- que
outros, e o feitio da roupa
distribuir-se-a
e administrativo
técnico
responder a essa finalidade. horário
e ainda num
dois turnos
em
os dois pe-
de São Paulo abrangendo
Nos infantis intermediário,
parques
turma de proles-
a mais simples dia. Uma
a roupa das crianças é do
ríodos

num sociaistrabaíharapela
muito indicada assistentes
e seria ras e
possível,
— e outra
às 12 horas
Compõe-se — das 7
manhã
parque para pré-escolares.
A co-
às 17 horas.
sem mangas - Das 12
de uma camiseta branca ã tarde

liso horário intermed.ano


vermelho, terá o
e de um calçãozinho ordenação
as duas
as de ligaçao
bombachas de elemento
os meninos, para servindo
para
da secretaria
um elástico Os funcionários
meninas, à cintura por equipes.
prêso
intermedia-
horário
da cami- também
e de bolsos. No devem ter
provido peito
virão pela
da e o dentista
sa há o número O médico
estampado em rio.
preto
terá ho-
ou diretora,
detalhe não diretor
matrícula da criança. Êsse O
manhã.
ora
manhã,
vindo ora pela
é nada bonito, mas é tão que livre,
"arde
prático rário
a sua presença
vale facilita muitís- e sempre que
a ser usado; à
pena

simo e a
o contrôle das crianças fôr necessária.
yeri-
ainda os dias
ficação Faz todos
de freqüência. parte aberto
estará
O parque
a cri- ano, de janeiro
do vestuário sacola, onde a
uma todo
e durante
úteis
famílias e
ança de uso às
leva os objetos pessoa*# O auxílio
n dezembro.
se
Logo os ser eficiente
se inauguraram primei- só
que crianças poderá
às
r®s São Paulo,
infantis de
parques
fôr contínuo.
¦¦ camiseta,
essas três de roupa
demais elementos
peças e
Os professores
calção • distribuídos rod-
e sacola eram férias em
as
do gozarão
O re- parque
gratuitamente aos
parqueanos.
de sio.
sultado foi nunca mais acabar
um
CULTURA POLÍTICA
180

Ve- crianças entram as suas salas


Distribuição das atividades para e

das ativida- vão as sacolas nos respectivos


agora, o guardar
jamos, programa

infantil. O ho- lugares. Os da escola ma-


dcs diárias do pequeninos
parque

a não ternal vão aos sanitários antes de ini-


rário não ser
pode prefixado,

linhas só ciarem as atividades.


ser em suas gerais, porque

e as necessidades das cri-


o interêsse
Atividade livre Entende-se ati-
por
devem determinar a escolha e a
anças
vidade livre a é escolhida
que pela pró-
duração das atividades. As únicas
criança, sem interferência e orien-
pria
horas fixas são as das refeições e sesta,
tação da E', como muito
professora.
dos "The
acompanhadas, obrigatoriamente,
bem definem os norte-americanos,

momentos destinados ao asseio.


in which child-control is at a
period

a título de maximum and teacher-control at a mi-


Apresentamos, a seguir,

e se enquadrar no horá- nimum".


exemplo por (3).

rio e finalidades estabelecemos


que
As crianças escolhem, à vontade,
que
a infantil, o de
para parque programa
atividade executar, com o material da

uma escola maternal a as norte-


que
"A sala ou com o equipamento do
própria
americanos chamam social service

play-ground.
nursery school": Washington Nei-

House, Minneapolis Ao iniciar-se a semana, um de


(2) grupo
ghborhood

crianças, entre as mais velhas, é desig-

7,30 — Chegam as crianças.


nado, eleição, executar certas
por para
7,30 10,30 — atividade livre.
tarefas, como, exemplo, arrumar
por

10,30 10,45 Limpeza e ar-


as tratar das
prateleiras, plantas que

rumação.
a sala, cuidar dos
guarnecem passari-

11,00 — 11,15 Trabalho em mu-


r* nhos se houver, limpando a
gaiola,
"in-
organizado. dando a água, etc. Na ocasião da
grupo

11,15 11,30 <— Repouso. vestidura" dos cargos, a


jarditíeira pro-

11,30 — Almoço. cura explicar às crianças o seu


que

12,00 12,30 Asseio cuidado, ao chegar ao


(escovar primeiro par-

os dentes, fazer as camas, etc.). deve ser o de executar as tarefas


que,

12,30 Sesta. as foram escolhidas. Na hora


para quais

da atividade livre, observar o


pode
15,00 17,30 Atividade livre
comportamento das crianças e
julgar
de laranja e óleo de fígado de
(sumo
da noção de de cada
responsabilidade
bacalhau).

uma no desempenho das suas obriga-

Das 15,30 em diante as crianças Às 9,15 as crianças vão aos sa-


po- ções.

dem ir casa. As crianças come- tomam um copo de


para nitários e a seguir

a chegar às 7,30 e são admitidas leite. Das 9,30 às 10,30 continuam em


çam

até as 9. atividade livre.

As mães retiram os filhos a Limpeza Das 10,30


partir e arrumação

das 15,30." às 10.45 as crianças arrumam, em seus

respectivos lugares, o material retirado


A chegada das crianças Ao che-
o trabalho espontâneo e recrea-
para
as crianças serão inspecionadas
garem,
tivo, limpando o acaso tenham
que por
educadoras de saúde; à menor
pelas
sujado.
suspeita de doença a criança será le-

vada à do médico. A Trabalho organizado


presença em
que grupo

apresentar não o
qualquer perturbação Sob essa designação é compreendido

entrar, e a mãe receberá ori- trabalho exige uma certa sistema-


poderá que

entação sôbre o tem a fazer. No tização sob o contrôle da


que professora,

caso de a surgir durante o com o fim de às crianças


perturbação proporcionar

dia, a criança será isolada na enferma- oportunidades de desenvolver a lingua-

ria de emergência até a colher e fazer novas


que possam gem, informações

levar à casa ou aguardando a ve- experiências, treinar os hábitos sociais,


que

nham buscar. Terminada a inspeção, as aprender a ouvir, a não interromper

and Mattson — Nursery 71 Apple-


(2) Foster School Procedure
pg.

ton — New —
York London, 1929.

(3) Foster and Mattson Ob. cit., 73.


pg.
181
infantis
parques

bonitas can-
lhes cantam
as
a manter- professoras
«Mver com a palavra,
ouvir boa música,
ou lhes dão a
a ções
qUC^m necessário,
silêncio, quando
em vitrola.
Se de com-
nos iogos
Hí»r e a ganhar
fazer e acei- da escola
a os
idéias, A seguir, pequeninos
a trocar

a conformar- aos lavatórios para


sobretudo, maternal dirigem-se
e.
criticas
far velhos
do os mais
grupo. lavar as mãos,
resoluções primeiro
as
«com em
os menores continuam
são as enquanto
dêsse período
atividades de infancia
As Os do
repouso. jardim
histórias,
conversação, en-
rodísio; um grupo
variadas: também vão em
"Sm.
mais
d. n»tu-
«tervaçsa a mesa. To-
maiores ajuda a
Ha» tre os pôr
fi- lidar
fenomenos de
aquêles teem prática
plantas, dos que
reza (animais,
dramatiza- bem o
sabem quanto
domésticas, com pré-escolares
tos), ciências
nessas ati-
certas re- de tomar
entram êles parte
gostam
em que
jogos levam a sé-
ções, e como
vidades domésticas

etc.
gras, as suas tarefas.
rio
tem
organizado
em grupo
O trabalho devem ser
copos não
e os
de mfancia. Os pratos
valor no jardim
ver-se nas
grande como é hábito
mais li- de alumínio,
são muito
maternal apre-
Na escola A
de infância.
creches e
jardins
suas atividades.
as sôbre
mitadas influe muito
da comida
sentação
são re-
dia
15 minutos por sempre desagrada-
e ela é
Apenas o apetite,
A observa- razão
A
a éste período. de alumínio.
servados vel num prato
tem demons-
evitar muita
meio de
cão da criança pré-escolar uso como
de seu
em
tempo máximo a expen-
é ésse o infundada;
trado é
que louça quebrada
o seu interesse pela demons-
manter tem
se pode com
que ência pré-escolares
No caso
formal. raros os acidentes
atividade em grupo são muito
trado que
o resultado falta de
o uso. E a
de se período, em
prolongar com os objetos

As crianças leva a
é negativo: nos
do trabalho na criança que
confiança
e desaten- antes de
a ficar irrequietas de alumínio
começam o
adotar prato
do progra-
fato de constarem
tas. O a experiência.
fazer
em grupo
de trabalho
ma os momentos co-
deve
de dois anos já
as cri-
se reúnam A criança
não dizer que
quer do adulto,
sem o auxílio
os dias, a comer
todos meçar
ancas, obrigatòriamente,
eve de grossas
e nao usando pontas
Não garfo
às mesmas horas. pode ^-
estarao
as educadoras
as ati- o almôço.
rígido rante
haver um para
programa das enanças,
Os^ ao comportamento
infantil. grupos atentas
vidades do mu
parque com
importuna-las
das situações sem entretanto
se formam naturalmente
de etiqueta.
e e regras
o dia, observações
durante tas
se apresentam
que
almoçarem juntamente
ou melhor, Se as professoras
ver,
compete à
professora

deve intervir.
sentir o momento em que
scra
boas mane.ras
de
uma planta, aquisição
Um brinquedo, um animal,
crianças ^
p
as
os ani- porque
uma festa, simplificado,
os de
preparativos
sua atitude.
imitar a
os acontecimen- curarão
vcrsários das crianças,

des- as cn-
tos imprevistos, tudo enfim que tôdas
o almôço,
Terminado
de cri-
o interesse de um grupo sa^°^Cção,
pertar aos,
dirigem-se
anças
a interessantes
anças dar ocasião
pode as menores
. ^rar
primeiro as
arte da jardineira
reuniões. A
grande
opor- a
essas salas para
está em saber aproveitar ts
e° ã pTeparar
meTaf
das crianças
tunidades cm benefício «i-
-
sesta. Quando
sem lhes
e
sem lhes tolher a iniciativa

Sanita;'° 'e'a
Êsses
impor nenhuma atividade. em
sala
salae penumbra.
P'
e a
armadas
dQS diària.
orga-
Depois do trabalho em grupo

de re-
nizado, de hora
há um
quarto
das crianças.
dos múscu- hábitos
o relaxamento aos
pouso para guiar
vir na
los. Ja mais extenso
Êsses minutos podem , _.nr, é
quinze sesta
4^
e de
em de esconder no Jardim
seguida aos do
Jogos In maternal que
ma'ern devem
escola
à ter a
achar", dramatizados, per-
aos brinquedos
As c ^
infância.
roda rítmicos, à medida que
cantada, aos exercícios e
de ^
as missão
ooa ü
ocasião
etc. Durante de repouso «ma
o E
período
Vão despertando.
crianças relva, enquanto
deitam-sc na
182 CULTURA POLÍTICA

fazerem exercícios de silêncio, re- nua é uma tarefa fatigante,


para exige
que

tirando-se nas dos falando um dispêndio de


pontas pés, grande energia.

baixinho não acordar os compa- moças, sadias,


para pessoas podem acom-

nheiros ainda dormem. o ritmo de atividade


que panhar da crian-

ça As
pré-escolar. jardineiras teem,
Depois da sesta, as crianças vão

de ser e,
portanto, jovens isso!
o enquanto por
para play-ground, aguar-
sempre recém-formadas,
quase sem ex-
dam a merenda. Cada dia, um
grupo
de lidar com os
periência petizes. To-
delas ajudará a As crian-
prepará-la.
dos os dias surgirão
problemas a exigir
de cinco e seis anos teem muito
ças
o conselho de uma educadora experi-
em bater bolo, amassar biscoi-
prazer
mentada. A ação dessas moças deve
tos, refrescos, etc., e revelan-
preparar
"ménagères". ser observada, controlada, esclarecida
se muito boas
geralmente
um educador ou educadora.
por Além

Terminada a merenda, continuam em disso, é


grande o número de
jardinei-

atividade livre ou alternada com exer- ras e educadoras de saúde no


parque.

cicios rítmicos, em etc. Haverá, nesse


jogos grupo, caso, um
problema de

unidade na orientação educativa. E


As 16 horas entram os banhos
para
essa unidade de orientação só ser
e, terminados êstes, faltará pode
pouco para
dada diretor. Devemos
pelo
se irem embora. Enquanto esperam prever
que
ainda se êsse fôr
que, parque um dia
as venham buscar, ouvem música, his-
uma realidade, será um campo riquís-
tórias, conversam e brincam.

simo de observação e experiências.

Nele formar-se-ão as futuras


jardineiras

Do e suas no seu de alunas-mestras


pe&oal [unções período e as

futuras assistentes sociais se espe-


que

Diretor O diretor de cializarem em higiene


um infantil. Uma e
parque

infantil, além da capacidade outras


de admi- precisarão de uma educadora

nistração, deve, necessariamente, como diretora


ser um de estágio.

educador. Só aquêle conhece o


que
O médico —
E' indispensável a as-
comportamento da criança
pré-escolar
sistência diária de um Com-
reünindo a isso a experiência pediatra.
de lidar

pete-lhe zelar saúde das crianças,


com ela, desempenhar pela
pode bem esta
organizar o regime dietético
função. e orientar
Isso é o fundamental a um di-
as educadoras de saúde. exame de
retor de O
infantil. No
parque
parque
saúde exigido a ma-
destinado para efetuar-se
a ser um centro de assistên-
trícula não será feito
cia social, unicamente
além de educador, pelo
o diretor

pediatra do O exame deve ser


deveria ter conhecimento parque.
de higiene in-
completo, devendo exa-
fantil, de a criança ser
dietética, dos
principais sin-
minada otorrinolaringologista,
tomas das doenças transmissíveis, pelo pelo
do
oftalmologista, e
meio social dermatologista,
em estiver localizada pelo
que a
submetida ainda
instituição às tuberculi-
e dos seus provas
principais proble-
nicas. Ésses exames
mas e, ainda, ser efe-
o tirocínio necessário poderão
à
tuados em um de
educação dos consultórios
dos
pais.

puericultura ou num dos médi-


postos
Será fácil uma só
pessoa reünir tan- co-pedagógicos,
conforme fôr estabele-
tos conhecimentos? Certamente não; cido administração.
que pela Os resultados

entretanto, há solução. O conhecimento dos exames serão remetidos ao médico

da criança é o fundamental, e noções do


parque, este organize as
para que

gerais sôbre todos os


problemas do fichas
par- de saúde das crianças e as dis-

são o suficiente, uma vez


que o tribua,
que segundo os casos,
por grupos
diretor tenha à sua disposição
pessoal de no
poupados se vem fazendo
(como
técnico as diferentes
para funções.
parque Infantil General Rondon, em

Niterói), ra-
grupo de anêmicos, de

quíticos. etc. Cada classificado


grupo

terá o regime
No dietético e tratamento
parque a criança
passará grande
lhe convier. ao
do dia. que Compete ainda pe-
parte

diatra socorrer de
as crianças em casos
À caberá
professora a tarefa de edu- emergência
e ajudar às educadoras de

cá-la, orientá-la, observá-la em todos saúde, suas colaboradoras na


diretas,
om mementos. Essa assistência contí- orientação e conselhos aos
pais.
183
PARQUES INFANTIS

A da assistência social
- As função
professoras
As professoras
no infantil
em educação parque
ser especializadas
devem
infantis para
Nos parques
«ré-primária.
o infantil, em nosso
Sendo
parque
as professoras
exige-se que
escolares um centro de assistência so-
projeto,
curso de
o professoras
também a assistente assume
tenham ciai ao
pré-escolar,
se tratando de
física. Em
nessa instituição um de extraor-
de educação papel

o curso
dinária relevância. Poder-se-á afirmar,
para pré-escolares,
instituição
Êste dá a
é suficiente: dela dependerá, em
sem exagero, que
de jardineira
executar o insti-
maior o êxito da
habilitações para parte, própria
professora
físicos e finalidade de a
exercícios jogos tuição, cuja preparar
de
programa
O ingressar na escola
aos criança pobre para
acessíveis pequeninos.
motores
favoráveis de assimilar
e, sem dúvida, em condições
das professoras
trabalho
através de
os se
exige maior programas processará
e o
mais fatigante que
o meio
ao
um ajustamento progressivo
São inúmeras
e paciência.
dedicação baixando os
físico e social: nutrindo,

devem ser satisfeitas


as que criando hábitos
qualidades índices de morbidade,

saúde, mocidade,
o sentimento de
professoras: sadios, desenvolvendo
pelas

amor às crianças, pa- irá coordenar


aparência, comunidade. A assistente
boa

mesma, voz das turmas de educa-


de si a ação educativa
ciência, domínio

irá colaborar
mas de tôdas doras se sucederem,
dons artísticos; que
agradável,
o médico, irá
e com
importantes com a
as mais professora
essas qualidades
e educar os
o lar à escola pais.
e ligar
a saúde, a
são, certamente, paciência
dependerá o
de suas tarefas
Do êxito
impossível uma
crianças. E'
o amor às
médicas, dos pro-
êxito das medidas

todos os requisitos
só reünir administração
professora e da
cessos educativos

muitas em
mas como haverá O seu
desejáveis, do infantil. papel
mesma parque

essas de extraor-
um infantil, é que como acentuámos,
parque provável é,
pois,
- ¦
tôdas relevância.
se distribuam por dinária
qualidades

musical, ou-
uma será de maior cultura
da assistente
são as funções
Três
outra se interes-
tra de artes plásticas, infantil t
social no
parque
do
sará em pelo problema
particular

de saúde
elas, em
e assim tôdas Como educadora
comportamento, a)

as prescrições
concorrerão para executar
estreita colaboração, Compete-lhe
de ro-
crian- o índice
da afim de elevar
o desenvolvimento harmonioso médicas
ha-
ao incutindo-lhes
sua melhor adaptação das crianças,
ça e bustez
para
os regi-
de higiene; organizando
meio social. O número professoras bitos de
com
varia de fazendo, juntamente
em relação ao de crianças mes dietéticos;

clinica, biot.pologica
acôrdo com as pos- a ficha
de o médico,
país para país,
con-
desti- zelando pelas
sibilidades e verba da criança;
econômicas e social

meio; faze"°°
Estaaos do
nada ao Nos higiênicas
professorado. dições
- Exame
no da enança
Unidos se ocupa diária
uma inspeção
jardineira
olhos e
ouvidos,
máximo Os americanos nariz,
de 10 crianças. de garganta,
de enferma
euro- serviços
não compreendem os paises
que pele; praticando
curativM;
tajeções,
e França, admitam _ vacinações,
peus, como Inglaterra
gem so-
a visitado»
com
até 20 crianças sob a responsabilidade cooperando
etc.;
social de
do meio
de o tra- ficar a par
uma só se bem que ciai
jardineira, para
encami-
as crianças;
balho seja distribuído com as estagiárias
aue provieram
"Êlèves-maitresses", aos centros
doentes
como são as crianças
As nhando
as
orientando
chamadas as e hospitais;
em França. No Brasil pro- de saúde
na
as jardmeiras
fessoras responsáveis auxiliando
são mães;
geralmente

30 Em nosso pro- as crianças.


por e mais crianças. com

calculámos uma para de saúde


jeto jardineira educadora
uma
Haverá
cada cada
sala, uma para Afim
portanto 30 panças.
de
cada grupo
mas em cada para
grupo de 30 crianças, de
oportunidade
tenham
tôdas
sala de de que
haverá também uma educadora
dos regimes^
a organização
saúde. distribuído, praticar
O trabalho será por como
cada mes,
uma,
ficará
téticos,
conseguinte, elementos, e fis-
entre êsses dois
regalamentação
responsável pela
da .
se completarão em benefício alimentaçã
que de
do serviço
calização
criança.
CULTURA POLÍTICA
184

do E' realmente muito o se exige


sempre sob a direção que
bem entendido,

de uma visitadoura social, mas


quem
pediatra.
escolher essa deverá sentir
profissão
social À vi-
b) Como visitadora
em si essa fôrça impele a todos
que os

sitadora social compete, primeiramente,


sacrifícios — o sentimento de solida-

do meio físico e
fazer a investigação
riedade humana.

vivem as crianças can-


social em
que
Se as necessidades do serviço o exi-
à matricula. Apresentado o
didatas pe-
haver uma visitadora
estabelecer-se-á o girem, poderá
dido de matrícula,

a escola maternal e outra o


efetuá-la, para para
de uma semana
prazo para
de infancia. entretan-
os exames de jardim Julgamos,
e nesse tempo far-se-ão

to, em um infantil 180


domiciliar que parque para
saúde e a investigação pela

crianças seja suficiente uma.


visitadora social. decorrido o
Quando,

a criança voltar, será acom- c) Como coordenadora <-* O


prazo, já papel

das fichas de saúde e mesoló- da coordenadora é importantíssimo,


panhada pois,

Caso haja um impedimento como o seu nome indica, ela é


gica. grave o

à matrícula contagiosa na cri- elemento coordena todos os


(doença que outros.

ança ou no lar), compete à administra- Controla e orienta o trabalho da visi-

do intermédio da vi- tadora social, ao mesmo tempo


ção parque, por que

sitadora social, assistência à fa- transmite os resultados às educadoras


prestar

mília e encaminhar o doente o e Ao tratarmos do horá-


para jardineiras.

serviço de saúde lhe fôr necessário. rio, vimos devido à sua extensão,
que que,

A criança será registada como candi- será necessário haver duas turmas de

data não admitida, mas não será aban- e educadoras de


jardineiras saúde.

donada à sua sorte. Se a causa do im- Compete à coordenação servir de traço

cessar, será matriculada. de união entre as duas equipes, impe-


pedimento

dindo, assim, haja solução de con-


que
Compete à visitadora social manter
tinuídade na ação educativa. Para a

o contacto entre o e o lar, vi-


parque
coordenadora convergirá o resultado de

sitando todas as famílias,


periódica-
toda a atividade do e dela irra-
parque
mente. E* necessário cada família
que
diarão as instruções todos os se-
para
seja visitada menos uma vez em
pelo
tores de ação.

cada trimestre e tantas vezes


quantas

Essa função eqüivale à de sub-dire-


forem necessárias em caso de desajus-

tora e só ser exercida uma


tamento, seja com a criança, poderá por
própria

assistente social tenha ter


no seja no que provado
parque (menos provável),

capacidade administrativa e um nível


lar — doença, desemprego, abandono,

de cultura a imponham num cargo


vícios, conflito, morte, tudo enfim que
que

de chefia.
ocorrer onde há muita miséria
poderá

e se refletirá sobre a criança, a maior


que Teremos assim unidos, a
para

maior vítima.
eficácia da instituição de assistência

médico-pedagógica e social à criança


Das três funções da assistente social

os três elementos tr3-


pré-escolar, que
no infantil é, sem dúvida, a de
parque
balham ela — o médico, a edu-
para
visitadora social exige maior ca-
que
cadora e a assistente social.
de dedicação e sacrifício. Ela
pacidade

Esperemos, com fé, a coopera-


terá entrar em todos os meios, que
que

desses três como a de


conquistar a confiança dos seus assis- ção elementos,

todos os interessados, homens de go-


tidos, transmitir os seus ensinamentos

vêrno e filantropos, concorra que


numa linguagem acessível às mães in- para
"terra
a de ninguém", como foi desig-
cultas, ter muito tato não humi-
para

nada a criança se torne,


lhar a envergonhada, ter do- pré-escolar,
pobreza

em breve, o terreno fértil onde medra-


mínio de si mesma ouvir injustiças
para

rão as fazem um povo


sem se revoltar, mesmo isto lhe qualidades que
que

forte e feliz.
custe sofrimento, ter tolerância, ter ha-

- IV -
bilidade de ser sempre útil onde entrar

e de deixar uma lembrança conforta-


CONCLUSÕES

dora da sua ter, enfim, a


passagem,

capacidade de influir no comportamen- 1) decisivo


O é
período pré-escolar

to dos e de modificar, ne- na


pais quando formação da
personalidade

cessário à felicidade da criança. física e do indivíduo.


psíquica
185
PARQUES INFANTIS

Maria Antonieta de e Byin-


nossa terra Castro,
cm
O pré-cscolar — Os Problemas do
2) gton, Pérola
de com-
em estado quase
acha-se Saú-
e seu na
Pré-escolar Reflexo
abandono.
pleto Tese apresentada ao
de do Escolar.

do nosso pré-esco-
o abandono Nacional de Saúde
1.® Congresso
3)
elevado ín-
do seu
é causa 1941
lar Escolar, abril, São Paulo,

e mortalidade.
de morbidade
dice
(Não publicada).
na saúde
reflete-se
Esse estado — La Pédagogie Vécuc
4) Charrier, Ch.
do escolar.
e comportamento Petits. Femad Na-
à L Êcole des

de um sis-
. a organização than, Paris, 1929.
Urge
5)
social ao
assistência pre-
tema de da Crian-
Oscar O Século
Clark,
de defesa
como medida —
escolar Canton õ Reile
Est. Gràf.
ça.
e econômica
eugênica, política 1940.
Rio,

do nosso povo. — Yoyng Chil-


Mary Dabney
Davis,
existentes
As instituições Office
in European Countries.
6) poucas dren
do
o
não solucionam problema — Bul. N. 2. 19j6.
of Education

of In-
pobre. States Departement
pré-escolar United

o
infantis resolvem
Os terior, Washington.
7) parques
e
médico-pedagógico Général
— UExamen cn
problema O.
Decroly,
do nosso pré-escolar.
social en Paríiculier.
et Chez LEnfant

do Bruxelas, 1926.
O educativo pa.cjuc Lamertin,
8) processo Maurice

na família
infantil projeta-se — Affective
O. LEvolution
Decroly,
assistente social.
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- educacional
com o esforço
Um

COSTA RODRIGUES
RUTH

Ministério da Educação
Primário do
do Ensino
Da Divisão

com êle está


unida- bem perfei-
das quando
MÉTODO

tamente identificado.
de Morri-
des didáticas,

conhecer o
0 Não basta,
dos mais porém,
um
son
parece

em tôdas as suas
método parti-
tratando de
em se
aconselháveis,

senti-lo, vi-
é
diz cularidades, preciso
Entretanto,
adolescentes.

vivendo, irradiá-lo,
vê-lo e, assim
na
Douglass: é que,
(1) possível
e
em gestos
refletindo, palavras,
método de Unidades
o
prática,
convicção. Só
sinceridade e
a atos,
fracasse, embora teoricamente

o diz.
sente e sabe que
o convicto
inclua todos
definição de unidade

da apren- realmente dedi-


os e técnicas o
princípios Só professor

Daí con- verdadeira-


dizagem e do ensino. à sua matéria,
cado

ma- seu valor,


cluírmos os fracassos e de
mente convencido
que

decorrer dês- aos alunos gôs-


logros, comunicar
que possam
poderá

de dá
ninguém
te método sejam entusiasmo,
provenientes to e pois

sua imperfeita aplicação. tem.


o não
que

Como se sabe, o conheci-


pràticamente, basta ainda
Não

e dos A ciência pe-


muito depende do
professor mento
pedagógico.
faz o
êle em- só, não
estudo si
de por
processos dagógica, por

de
o êxito na aplicação
pregados mestre.

e o tato
um O senso
método.

pedagógico
Conquanto se nos apre-
bom

sente em mãos
um método, se cair
"O ter conheci-
mestre precisa
de um os seus
inhàbil
professor,
regras pedagógicas,
das
mento
resultados
serão indubitàvelmen- no
natureza geral,
de
são
te é que
negativos. Ê o
que professor evitar possi-
suficiente para
a alma o aplica grau
do método, e só

and Prattces
.
Ccmndatu Education
Company
— Modem
(1) Aubrey A. Douglass Cambridge,
^
Mirrnn
- - Houghton
A revision of Education
Secondacy

1938.
Pág. 639.
188 CULTURA POLÍTICA

é o no caso deno- iniciou, assim, uma nova


veis erros; fase
que

tato isto é, educacional o imrotalizou.


minamos que
pedagógico,

a de aplicar rápida- Não criou o mestre


capacidade grande de

e com segurança os meios Burgdorf nenhum sistema


mente
peda-

servindo-nos de nos- mas deixou-nos em


disponíveis, gógico, Como

sa sensibilidade", Gertrud&s ensina a seus


(1) os
filhos

básicos de uma sã edu-


princípios
Kerschensteiner, referindo-se à "a
— vida
cação brota
que de
formação do mestre, vai mais


suas teorias'' onde, atra-
(1)
além, citando como condição es-

"Evi- vés de uma estrutura social do-


«sencial tal formação:
para
minada simpatia e em-
pela pela
tar todo acúmulo de ciência e co-

se esforça dar verda-


patia, por
nhecimentos, favorecendo,
por
deira formação humanista.

outro lado, a educação espiritual,

e, sobretudo, a capacidade de vi- No de Luís de Zulueta


prefácio

ver os valores". Pestalozzi,


(2) à tradução da obra de

Lorenzo Luzuriaga, lemos:


por
"Um
O método dos em tempo
nosso não
povo

métodos formar-se sem iniciar-se


logrará

no espírito do humanismo:
pode-
O acima de
professor precisa,
rá desenvolver-se contra êle, mas

tudo, compreender os alunos, vi"

não sem êle. Assim, hoje, se


pode
ver êles, amá-los, desejoso
para

filosofar contra Kant, mas não


de aperfeiçoar e desenvolver ne-

sem Kant, e fazer


les valores culturais pode-se peda-
e morais.

contra Pestalozzi, mas não


gogia
O não desperte
professor que
sem Pestalozzi".

em torno de si um ambiente de

Cada vez mais verificamos


espontânea simpatia está longe

verdadeiras as do
de as palavras prof.
preencher qualidades didá-

Zulueta, situando Pestalozzi na


ticas no desempenho de sua
pro-

base de tôda
fissão. Daí o êrro pedagogia.
pedagógico,

como fundamento espiritual de Analisando a teoria de Pesta-

todo educador. É no amor, neste lozzi, descobrimos a sua


perso-

impulso do coração,
poderoso nalidade estrutural característica'-
que

firmam os educadores o vida


grandes mente social, numa linha de

êxito de seus educati- marca de


processos constituir a
que parece

vos.
todo marca é a ai*
professor, que

ma do educador.
Consagrando Pestalozzi toda a

"Que
sua vida à ação
pedagógica, Escreve Pestalozzi: de-
por

amor à humanidade,
melho- alu*
para meu coração de meus
penda

rá-la, salvá-la da ruína moral, mi-


nos, sua felicidade seja a
que

(1) Georg Kerschensteiner — El Alma de lã


Del Educador el
y problema

tormación dei maestro. Pág. 66. Editorial Labor, S. S. Barcelona, 1934, 2.* ed.

(2) Ibidem, 132.


pág.

(1) Georg. Kerschensteiner — Op. citada, 35.


pág.
189
ESFORÇO EDUCACIONAL
- COM O
UM
I

mais
mi- tre, compreendendo profun-
alegria a
e sua
felicidade
nha de
a através
os alu- damente pedagogia,
é o
isto que
alegria:
„ha entregava-se
sua inata vocação,
fronte e
em minha
ver
nos devem
como fazia Pesía^
às aulas, tal
desde a
lábios, pri*
meus
em
ler esforço
com todo o
lozzi tim,
até a última
matinal
hora
meira modo
suprindo deste
educacional,

da noite".
de ensino e
as modernas técnicas

vêzes, erros
de in-
verificamos, por obtendo, mercê
Se processos

ela,
apresenta resultado.
doutrina, tuitivos, eficiente
em sua

de vida
uma unidade
contudo, em o
E, hoje, que papel passi-

um com
ser imitada:
deve foi subs-
dos alunos sentados
que vo
"learning

educacional. ativa
o esforço escola
todo tituído pela

o do
não e em professor
educador po- doing", que
do
O esforço

a ser
as verbalismo passou
divididas
fragmentado, pttro
de ser
hoje,
e orientador, quanto
de fra-
sob guia
suas atividades, pena
as escolas,
não terão que ganhar
com-
a
cassar, diminuir perfeita
das moder-
a
se o educador, par
entre o
deve haver
que
preensão de ensino, procurar
nas técnicas

e o aluno.
bom seus alunos,
professor os
compreender

nos es-
tão dife- assistindo-os
escolas clássicas, amando-os,
As
41

desde a
pri-
tinham, e trabalhos,
atuais» tudos
rentes das escolas

até a última
hora matinal
lhes valeu meira
um comum que
ponto
todo esforço
um, com
da noite",
do ensino por
a eficácia
garantir

educacional
meS'-
anos. O verdadeiro
muitos
Higiene mental da criança no

escolar
período
9

A. DE LIRA CAVALCANTE

Técnico de Saúde da Prefeitura do Distrito

Federal.

ESCOLA ATIVA, mais as


perqui- gar propício para pesqui-

rindo todos os meandros da sas da mentalidade humana


que
A
alma infantil, criando um a escola.

ambiente saudável onde ela se

Aí, nesse ambiente escolar,


pe-
desenvolve racionalmente, deve

em flagrante a in-
olhar gamos psique
com o máximo interêsse

fantil e a dissecamos. O
a biotipológica. In- perfil
para questão

de Rossolimo, mesmo
definuiu bem essa psicológico
genieros ques-

tão de temperamento como sendo devia ser feito, sistemá-


parcial,
"o

conjunto de tendências orgâ- tica e anualmente, no início do

nicas, anteriores à experiência in-


de ensino. A higiene men-
período

dividual". O caráter é então uma tal, intermédio do


por perfil, pode

variação do temperamento con- realizar obra de


grandiosa profi-

forme a experiência sob


pessoal, laxia neuro-psiquiátrica, surpreen-

o influxo da educação. As cons-


dendo distúrbios à superfície
que

tituíções nada mais


psicopáticas do trato comum, na vida diária

são a hipertrofia dos tempe-


que do escolar, dificilmente se
perce-

ramentos. Como diz bem Piéron.


beriam. O médico escolar tem
que
"a

sintomatologia
psíquica permite ser, forçosamente, um
psico-pe-

diagnósticos neurológicos". Cajal diatra; os estudos de endocrino-

e Vogt, também com antecipação logia e de neuropsiquiatria têm

a Rossolimo, diziam a ciên- em relêvo notabi-


que um
pedagogia

cia da alma ajuda eficazmente líssimo alma da


e o orientador da

mais à ciência do cérebro esta criança fun»


que necessita conhecer a

à da alma. A infantil do as
psicologia de
questões psico-patolo»

é dificílima e, mesmo com a ajuda a labora-


escola ativa é um
gia;

inestimável da ainda tório aberto


psicanálise, de clínica endócrino-

tem obscuros.
pontos Nenhum lu- do
psiquiátrica. Pequenos defeitos
HIGIENE MENTAL DA CRIANÇA 191

alterações do Uma revolução copérnica


ligeiras pen-
caráter,

irritabilidades. fal- em
certas psicologia
samento.

atenção, fa-
de
iniciativa,
fa dc
E' com razão Aloys Fis»
etc., tudo isto que
de memória, "a
lhas
cher diz tendência bioló-
que
perfil psi-
pelo
bem pesquisado
representa uma revolução co-
outros hoje gica
e
cológico, processos
em A meta-
ex- pérnica psicologia".
da
conhecidos psicologia
bem
física da cedeu o lu-
evitar pedagógica
bem poderá
perimental,
à experimental com
à infância, evi- gar psicologia

prejuízos
grandes
as suas realistas. O in-
na idade práticas
bruscas
as
tando quedas
telectualismo transformou-se em
o estudo das
Assim é
adulta. que

biologia Hoje medimos


ser positiva.
psíquicas pode
manifestações
a fadiga, o alcance da
a atenção,
a
eficácia para
de extraordinária
a memória, sabemos
inteligência,
ou ano-
das alterações
revelação
do in-
da idade mental,
das quociente
internas,
malias das
glândulas
do co-
telectual, perfil psicológico,
enfim de
vitamínicas,
carências
a alma da cri-
nhecemos enfim

trama endócrino-vege-
todo êsse
um cristal em
ança. Ela é como

criança tem di-


tativo. Uma que
moderno. O
face do
psicólogo
aprender, é desaten-
ficuldade em
meio dos seus
vive hoje no
mestre
a todo o ins-
ta, é uma revoltada
de um
e não diante grupo
alunos
é doente, é
tante, essa criança

de alunos.
é somente com
anormal, e não

irá obter
sábios conselhos
que
O fundamento
grande
êxito: entra aí em
jôgo, poderosa-
da nova escola

do seu sis-
mente, a
profilaxia

tema nervoso, orientada da


pelas pes- fundamento
Eis o
grande

A .
quisas psicológicas. pedagogia
nova, ativa,
escola progressista

é intrinsecamente ligada à
psi- mas um
é um meneur,
o mestre

a
e o temperamento, vive
quiatria, de doçura,
cheio que
meneur

constituição e o biotipo
psico- do ambiente
a sugestão
sofrendo

o sistema ner- é
patológico, enfim, também
mas
Conduz,
infantil.

voso tem ser ca-


de cada criança mesmo
que o
levado a
percorrer
analisado, E ai
periodicamente. seu discípulo.
minho do

da higiene
Só vigas mestras
assim a criança estão as
pode per-

O magistet
feitamente ser do escolar.
e racionalmente mental

iOi
das fórmulas,
instruída, dixit, o
educada e socializada. granito

nova con-
uma
A falência, substituído por
ou melhor, a
penhora
de ensino pro-
maleável
da teoria cepção
herbertiana foi
justa-
a vibra-
acompanhando
mente
excesso intelectua- qressista,
pelo
da inteligência
lista; rão e a ascensão
era uma formosa
galera
citar, como
Vale a
cheia infantil. pena
de de linda fio-
preciosismo,
aquele
inquisitorial,
ração
metafísica, fragíli- documento
porém,
da buaDia,

roa, mestre-escola
aos célebre
embates do mar revolto

e oarrado por
Dittes
da ciência citado
bioló- por
exata,
positiva, Historia
em sua
Peixoto,
9ica, desmastreou-se, Afrânio
e os seus
em
aplicou,
destroços Educação, que
de da
apenas servem hoje

de professor,
vida
admiração a sua
tôda
nos museus escolares.

122.218 — F. 13
I
*

192
POLÍTICA

124.000 chicotadas, 10.235 bofe- nas o


jardineiro". Antes,
Come-
tadas, 911.527 bcngaladas e...
mus havia
já previsto a escola
1.115.800 sopapos! Numa ver- "o
nova
afirmava
quando
que
dadeira fúria" de educação mo- fim da escola é instruir
para o
dêlo da época. Reconhecemos
que uso
prático da vida corrente".
há exagêro no sistema montesso-

riano,
que proclama o direito de
Ensinamento
a criança, livremente, predito
si mes-
por

ma, adquirir Sócrates


uma educação por
per-

feita. A casa dei bambini" é uma


lima verdadeira
constelação
de
escola de ampla liberdade, a cri-
astros e de estréias de
ança primeira
ali vive como um
pássaro
grandeza tem iluminado
a
livre, paisa-
cantando a alegria do seu
gem pedagógica, numa encenação
instinto liberto. O ideal montes-
de ótimos fins educativos. Pode-
soriano é o desejavam
que Rous-
mos dizer a educação
que nasceu
seau e Froebel. Rousseau
preço- com a humanidade.
O homem,
nizava a completa liberdade
da
ao adaptar-se à vida, educou, sem
criança, sem ensino algum, até os
perceber os seus reflexos.
A his-
12 anos. Rousseau foi o sociólogo
tória da humanidade
"Respei- é bem a his-
da
pedagogia. Êle dizia:
tória da educação.
tai Quatrocentos
a criança, a natureza
quer que anos antes de Cristo, Sócrates
as crianças já
sejam crianças
antes
predizia o escolar devia
que
de serem homens; pro-
a infância
tem
curar a verdade
nele mesmo. Era
maneiras de ver, de
pensar e de
a maiêutica,
ou arte de
agir lhe partejar
que são
próprias; a cri-
os espíritos, realizando assim
ança é boa já
por natureza,
e a edu-
um sistema incipiente
de
cação inoportuna, psica-
coercitiva
e
nálise. Sócrates foi a edu-
exagerada, para
querendo formar
o es-
cação o Hipócrates foi
que
pÍTito antes do para
tempo,
é a
que a medicina.
torna má".

Dos sete aos doze anos


São vão-se
a natureza
e a liberdade
os
acentuando
a sexualidade
dois e a
pivots em tôrno ge-
dos
quais nialidade.
E a fôrça da
giram as suas procria-
idéias
renovadoras.
ção violentamente
que vai sur-
Froebel,
seguindo
as idéias
do dando
gindo nova compleição ao
Kousseau
e os ensinamentos
do físico e à mentalidade
da criança.
grande e bom Pestalozzi,
criou os Ela é bem, nessa idade, êsse
de pa-
jardins infância,
Kindergar-
cote de instintos,
no dizer de
ten, considerados
na época como
William
James. Quando mais se
focos de ateísmo ! Pestalozzi
"Ensinar di- acentuam
as influências
zia: gênito-
é auxiliar
a criança
sexuais,
essas vão-se sublimando
a tornar-se
o ela
que está dcsti-
em
jogos e brinquedos,
nada a quando
ser . Condensou
nessas
não em amizades
ternas, entre
palavras tôda a
pedagogia mo- amiguinhos
ou amiguinhas,
derna. Froebel, pri-
seu contemporâ-
meiro homo, depois hétero-sexu-
"edu-
neo e amigo,
prègava o
que ais. São inclinações
cando tem puramente
se desenvolver
que es- cerebrais,
é a intelectualização
do
pontâneamente: o mestre é ape-
amor.
Conforme
a en-
pujança
da criança
mental
higiene

e es-
Krcòtschmer, em ciclóides

dos órgãos geradores,


docrínica re-
enfim se
tudo que
e quizóides,
para-sexuais,
alândulas genitais
o biotipo humano
lacione com
do décimo primeiro
ao início
cedo, um
a educação moderna
tem
para
se csboç _J
ano, t * •

valor inestimável.
E a ansia
estranhas.
sensações

inv°- revelam o
do seu mentais
em sair Os testes
da espécie

frio e é inter-
O glacial humano por
embrionário. psiquismo
lucro

um calor vamos
aquecido por médio deles pesquisar
sendo que
vai

como orgânica
indivíduo que está a deficiência
e o onde
estranho

de endó-
tomar conta do aparelho
ou funcional
se para
prepara

se afirma estudando quais


mais
Quanto crino-simpático,
si mesmo.

o os
mais deficientes,
criadora, quais
as
a sua potência glândulas

vai-se es- da
mórbidos quais
emancipação surtos psique,
de
anseio
Em
um córtex cerebral.
criança sente do
e a as lesões
tabelecendo,

a edu-
e de defeituoso,
de liberdade face do biotipo
intenso
desejo

A educa-
bar- deve recuar.
os cação não
ação. Com preconceitos
em
das famílias, enèrgicamente
mentalidade entrará
rando a ção

de ensino
vida sexual métodos
na ação,
a criança já pelos
penetra

de acordo
um modernos,
Somos vigor,
como um sonâmbulo. em

ma- do aluno, já
do útero a capacidade
barro trazemos com
que
espe-
here- o médico
da intervir
a marca indelével fazendo
terno

o tra-
ou seja que
educação, o
ditariedade. A cialista, psiquiatra

a te-
vida, com
à
da adaptação tará convenientemente,
a ciência

caso. Nao
no
um ser útil necessária
tornando o indivíduo rapêutica

A
equação os braços. psicologia
resolver a
e cruzemos
justo, pode
os meandros
Evidente*- ilumina
si só ? é a luz
da engenia, que
por
le-

moderna, contemporânea,
mente não. A educação da educação

de
os manes
lei da bioto- para
baseada na glória
grande qitima

consiste
Viola, e
de Giovani, Pestalozzi que
pologia, glória justa-
brutal-
não torpedear
Krest- em
Pende, Bárbara, Castelino, mente

a ori
infantil; g
tantos outros a
schmer, Bauer e mente psique

se 1 berte
ela
tem ali- em deixar que
eminentes está
pesquisadores, e

dos preconceitos
cerces bem da crisálida
positivos.

pujantemen-
demonstrando
adeje,

o
que
tendências,
as suas
te
elementos reunidos
Os "eu" e
reflete quer.
sente,
seu
biotipo
pelo

da higiene
O conceito

O biotipo reüne a morfologia,

do escolar
mental
do
o temperamento e o caráter

da here-
indivíduo, sob o
poder do escolar
mental
A higiene
anos, no "educar
diatriedade. Aos sete modo
de
"uma nisto,
consiste
si-
inicio da vida escolar, ne-
nao tenha

o educando já
aue
no
lhueta afirma o homem", Passou
já educador".
do
cessidade
dizer e tôdas as vi-
de Godin, glân- só
a criança
em que
a época
dulas endócrinas entram em
plena do
muletas pro*-
nas
via amparada
função. Os estudos constitucio-

fessor.
de
nais, a classificação original
194 CULTURA POLÍTICA

Hoje destruímos o tabu da Kovarsky traduziu


para o fran-

educação onde a cri-


passadista, cês, com ligeiras modificações,
o

ança cabeça do mes-


pensava pela esquema de Rossolimo. A von-

tre e os eram semi-deuses.


pais tade, a atenção, a retentividade

O intuito da educação incisar


é incluídos figuras,
(aí elementos

os tumores do e ino- de linguagem e números),


pessimismo a apre-

cular nas veias da mocidade uma ensividade, o


julgamento, o
poder

anti-toxina saüdável
que podere- de combinação e engenho, a ima-
"otimismo
mos denominar de sa- e o espírito de observa-
ginação

bido". Devemos fortalecer estão


a ini- catalogados nesse uti-
ção

ciativa dando líssimo


à criança e admirável teste de Ros-
pessoal,

energia, coragem, idéias de moral solimo. Em face do


perfil psico-

elevada e fôrça lógico,


viver com conhecer o
para podemos qual

alegria. Criar homens e não de inteligência, a


au- grau debilida-

tômatos. Nenhum campo melhor de, a imbecilidade,


a idiotia e

uma análise
para da mentalidade outras
quaisquer psicopatias, cons-

infantil, mais
do titucionais ou não.
promissor, Aquilatamos
que

a escola, esplêndido campo assim a capacidade


para qual psíquica

a
profilaxia neuro-psíquica mais atingida
da in- mór-
pelo processo

fância. Numerosas bido, a faculdade


perturbações qual psíquica

mentais seriam evitadas com mais ou menos


um desenvolvida nos

exame especial do sistema ner- indivíduos normais, fornecendo-

voso do escolar. Ao neuro-psi- nos elementos a orientação


para

está reservado
quiatra um
profissional, um dos re-
papel
grandes
brilhante na educação da criança. levos contemporâneos da educa-

Não somente ao
pediatra, é mais atual. Há casos
ção de baixar

ao alienista
se deve recorrer exageradamente
que uma das revela-

no exame dos escolares. O intelectuais, como em certos


go- ções

vêrno não
pode prescindir do au- criminosos de constituição
per-
xílio inestimável
da versa,
psiquiatria na onde se tem encontrado o

criação desses dois


gigantescos julgamento e a imaginação redu-

edifícios duma nacionalidade


zidos a zero, igualmente
que a idiotia,

são a engenia e a
puericultura. Os demonstrando
o ín-
perfeitamente
sentimentos
e as tendências
se dice de sua
já capacidade moral.

manifestam
abertamente
nesse Orientados
pe- pelo perfil psicoló-
ríodo escolar e as constituições
temos base segura a
gico,
para

psicopáticas afloram, claras e ini- clínica,


pesquisa e daí o diagnós-

ludíveis
o alienista
para atento. tico
preciso, a constituição
qual
Sob o intermédio
do
perfil psico- psicopática em relevo, o bio-
qual
lógico conhecemos
cada uma das tipo
predominante e necessária-

capacidades
psíquicas separada- mente as disfunções nero-endó-

mente, obtendo-se
perfeitamente crinas a nu, esclarecidas, crista-

uma representação
da fi- lizadas na matemática
gráfica biológica,

sionomia
psicológica do indivíduo. bem distante da metafísica sedu-

O alcance dêsse é inesti- tora, mas


gráfico enganadora. Assim, se

mável. Publicado em 1910, na durante o escolar a fra-


período

Rússia, somente em 1927 Vera


ou dificuldade
gilidade psíquica
195

da criança
mental
higiene

É a

aual a tendência profissional.


im~
. cg por
flra manifesta e
especiais^
dos interesses
no época

ou dificuldade
têm
Há crianças que
possibilidade objetivos.
ano-
ou
por
de aprender, materna-
nrocesso incoercível pela
acre- pendor
devemos
caráter, outras
Llias do
tica, outras pela geografia,
orgam-
há transtornos historia
outras pela
Sr que desenho,
prlo
neuro-glandu-
sistema um in-
seu Em
o diante.
t3 e assim por
e o
imperfeito psi-
é em vários
ou
lar sofre realizámos
exa. quérito que
acorrer.
tem total de
que num
ço-pcdagogo escolares,
mte- grupos
sua capacidade 7 e
a entre
minando crianças,
cuinhentas
Aos
de castiga-la. a-
antes
lectual, encontrámos, preferindo
no anos,
entrando
a criança, universal
anos, história
sete 2105
ritmética:
micra,
escolar, 124,
período ICO;
verdadeiro do Brasil: português:
ou
aJ0^
diz Piaget, em
bem 43 ciência geral:
como ;
ceografia:
imcja
como,
do seu pensamento, 9. Vimos
zação" botânica:
14;
inteli-
sua de en-
de própria modernos
a conquista os métodos
com
tre.no
um admirável ciência
faz posi-
qência, a matemática,
sino,
sistematiza
idéias, esta
das
na esfera excelencia,
s tiva por
evitar que E
escolar. que
suas crenças para novo
ck pelo
querida
um esforço es
faz se
contradigam, memória
da
o
período da
de despersonalizaçao do
sentido per>odo
adaptação, no
do rigindo
o evolver racronal.
E
é 6 ensino
do
pensamento. que
prática,
que casos
da compreensão,
e nesses
raciocínio interessa
O que
conclusoes a
a Com
chegar a memória.
lhe e não
permite
atenção
se enobrece
sua atenção
a B.
lógicas, ativa
escola
impera- rea
a um as
responde já voltando para
porque está-se
m. ca
e
nao a
consciência, PoslU*
tivo da vida, para
A ides da
ou pas-
tendenciosa a «pecuU^
uma atenção
e não para
dade
a
somente
responde o
siva portug.
que matemática,
A

noss q
imediatos* em
citantes foram,
história

os estudos predominantes.
rito,

de
um inque-
A afirmação em
Antipoff,
Hélére
Piéron

em seus
Piéron
Como afirma
com f
issss
24/ , com
a me
é mai0na
não
estudos,
magníficos
°o
tÍCl3'
es- Que-
no matérias.
mória cresce período outras
ouiw
às
as
que
relaçao An-
íeron Héléne
E
a atenção.
colar e sim
«S
do modo
A memo
razão. depende
com a
deve estar que^udo
e a
geogra-
pitoresca A história
ser comparada, f l^inàr.
ria
pode de .
encanto, per-
a atençao de
ias
meftte, com a borracha, cneia "êfccpq
fia tao
Esses
vai au-
¦, siste-
A memória j i n-ri a'matematica...
a
é a estica.
que dendo p«ra
ou se 1

em intensidade, devram
mentando
inquéritos
as
localizaçao. em todas
e a
a evocação
jam màticamente ^ ^

e o racioci
o de
A juízo
percepção, a"?
tambím
como
anos.
aos sete £aal»nf
nio começam
sen-
-
a enan -o
anos
os sete e os dozes ££S>

manifestar perfeitamente
pode
196
CULTURA POLÍTICA

do o ensino conduzido. Êsse meio espírito infantil.


O desenho
de
harmonioso, entre o mestre, o dis-» um esquizofrênico,
de um supra-
cípulo e o ambiente es-
próprio realista ou de uma criança
con-
colar, é faz desabrochar,
que livre funde-se na mesma originalidade

e bela, a humana.
psique Êsse é rebelde e imprevista.

o método racional da escola ativa,

Produto do inconsciente
faz a agres-
que criança se desenvolver

sivo, impetuoso
do interior e liberto,
o exterior, a arte
para sem o

infantil demonstra
antigo temor do bem
exigen- o
professor poder

te fechava inato desses


a alma da dez milhões
que cri- de neu-

ança em uma rônios


disciplina cega, ma^ em aperfeiçoamento
diário,

tando-lhe todos os impulsos em constante


ge- progressão de me-

nerosos. A escola nova a li- lhoramento.


quer Como um imã sôiío

bertação do espírito, mas seguin- no ambiente, o cérebro da criança

do o de Montesquieu: tudo atrai


preceito a
para seara mnemô-
"Liberdade

é a
possibilidade de nica, e nenhum momento é mais

fazer o se deve", A criança,


que seu
propício para desenvolvimen-

o selvagem, o esquizofrênico e o to físico, mental e moral. Termi-

supra-realista falam a mesma lín- namos com as


palavras de
John
"o
A missão do
gua. educador é tor- Dewey a nutrição e a re~
que

nar a criança menos selvagem,


produção são, vida fisio-
para
menos esquisofrênica
e menos su- lógica, a educação é a vida
para

pra-realista, isto é, normalizar o social".


Viagens

a altos
viagem
velha
uma
de
Crônica

Amazonas
do
tributários

costa
angione

Histórico
no Museu
brasileira
de arqueologia
Professor

Nacional.

ao rio
viagens
duas
anualmente
a data
remoto, um novo
é
ANO dia da partida,
mar. No

decorrido
tempo no Rio.
1914, o
se instalava çs-
qovêrno
Revejo
O anos.
e sete no ano primeiro
vinte mundo
o
tava
de novem-
15 nuvens
e novas
dia do embarque,
o
da guerra
grande
o dest os
sobre
hora, meia-noite,
bro, a
- ameaçavam precipitar-se

Companhe tomar
o Acre.
da viagem, O conflito parecia
povos.
e Marti-
Morais das outras guer-
ros, Raimundo diferente
caminho
de
alem Instalara-
O ser longo.
nho Pinto. primeiro,
ras Prometia

ate certo consc^


viagem, as
da em tôdas
organizador dúvida
se a

e a figura da luta.
financiador, a finalidade
seu sôbre
ponto ências
o navi
comanda
central, da
porque Ameias
o segun- .
camp
dá hospedagem; em dois
e nos
OS homens
^
tornou-s os tre
do. navio
brilhante jornalista,
auele pequeno
ilustre, seguiam
tarde magistrado «o mie s» juntavam
liais cjue >
tinos
aspi- Mnrais era
conduzindo es.
três se reünem diferen
caminhos
através- j^artinho
Morais
rações diferentes.
radicalmente
a
sentimental, o era,
sava uma crise
também
- Pinto ^
atribu ^ ^

mais séria de quantas cntusias-


- representava
de i

ram aquele temperamento


°abtacei
aUados a8
decepcio-
Pinto,
tador} Martinho
com Impressionava-
mo
a

nado com atitudes políticas,


'Ta saques ale-
aven-
eja
donava o
jornalismo
defen-
. eles
no Acr
advocacia, direito que
turar a e o
Ses
mui
moço,
o mais -
três, eu era nâo

e viajava par injus ?


mais moço, aliás, na
Pressentia mgu

outros golpes,
conhecer a Amazônia. de

frota aB«»cla-
da
o Brito, q«e
O vapor era
SSa pa.ecia-me
«
ven
cjue
de Belém,
de
gaiolas
198 CULTURA POLÍTICA

va a loucura sairgüinária de 1939. Senhor da e forte


profissão como

Aquêles três homens, condu- um animal sabe revidar


que os

zindo diferentes, não sua coragem, naquele


pensamentos golpes, tran-

conversavam sôbre a se, impressionava. Resolvido


guerra. a

dar conta do compromisso, man-

dava destruir a fronteira


Nos meandros do baixo parte

da cabine sôbre a do
proa navio,
Amazonas

na altura do beliche em se
que

deitava e, deste leito de dores


Nos e
dias de viagem,
primeiros

apreensões, comandava, dirigia,


vencidos os estreitos de Breves, o

tudo e fiscalizava.
Brito nos meandros previa
do
penetrava

baixo Amazonas, rumava o muni- Foi essa altura das suas


por

cípio de Monte Alegre. Ia evitar amargas aflições Morais nos


que

a escala da cidadezinha sem inte- escrevermos, cada um, uma


propôs

rêsse, substituía uma fa-


que literária sôbre a saüdade.
por página

zendola à beiro-rio, onde tomaria Propôs e logo começou a redigir.

o destinado a alimentar a
gado Êle era ao tempo o escritor
já que

voracidade daqueles cento e tan- mais tarde tão larga


projetaria

tos na terceira
passageiros que, sombra. Não escrevera livros, mas

classe, se comprimiam. E mais a as suas crônicas literárias, os seus

mesa da tripulação e, ainda, meia escritos acusavam a


políticos, pre-

dúzia de de
passageiros primeira, sença de um escritor de largos

seguiam barracões e lo-


que para recursos verbais. Ademais atra-

calidades do Purús e Acre, in- vessava uma crise inte-


profunda

cluídos na escala. Neste rior, da a ninguém lhe seria


grupo qual

incluía-se um representante da lícito contas, êle


pedir porque po-

casa. Era um moço de responder


português deria como o
persona-
"Assim
olhos claros, cabelos ralos e côr anatoleano : como
gem

de mel, atormentado
pelos gri- não escolher o meu caráter,
pude

lhões da carne. Do meio da via-


não escolher a minha con-
pude
1 . 00 *»
cima, sem conhe-
gem para que diçao .

cêssemos a do Tais, São


presença
A idéia de escrever uma
página
Pafúncio viajava no Brito. Um

sôbre a saüdade era uma liberta-


mundo de instintos à sôlta
gru-

ção o seu espírito atormen-


dara-se à nossa companhia... para

tado, reconciliar-se
que procurava
Morais, acidentado na fazen-
com a vida. E dando idéia,
corpo à

dola de Monte Alegre, viera de-


fora sua, imediatamente a es-
que
monstrar a fôrça de vontade
que
creveu, e nos ia lendo, modí-
nunca o abandonava. Com a tíbia

ficando, ampliando-a, in-


numa
e o em fratura
perôneo partidos
saciedade de
circular, em vez quem procurava
de regressar a

transmitir a um sentimento
Belém, resolvera pro-
a via-
prosseguir
fundo uma forma realmente bela.
enfrentar as responsabilida-
gem,

des e os trabalhos de um coman- Não sei se Martinho Pinto

do, deitado no seu beliche, im- desobrigou-se do de


compromisso

possibilitado de sentar-se, sem escrever sôbre a saüdade. Eu,


por

se mover ou de mim,
poder confesso não o fiz. Até
pôr-se pé. que
199
VIAGEM
UMA VELHA
DE
CRÔNICA
a

O estri-
de bramidos.

a vida quinchos,
tanto
dos
renovado o
hoie tenho das gumcho
dor guaribas,
]a1«Ao numa
bruscamente, dos
tão das corujas,
o
"rfn saguins, pio
banais, que
de quadros carumbes,
dos jacamms.
SUC5Í mutuns,

foi parar
me possível e dos
não das araras papa-
e o qrasnar
a infância
Olho de onde
um côro
recordar. formam
nara
qaios,
de
cheia
vozes que provocam
se distinguem
juventude matur
pela aproxima-se
O navio
flue se prolongaram arrepios.
me chega
não con-
tempo e aquela
e o
dade do barranco,
mais
coi-
ecos estra-
das pequeninas de
íara retirar orquestração
a íusa
enchem um
soore
que repousar
encantadoras a
Ss nhos
re passa
so
literária sempre
está
uma página musical que
vida motivo
mai
e
amazônica que
saudade. na floresta
a
do es- que
de vida à
acentua proporção
expressão se
Como
da mate,
tomada por o
foi desce: quirirí
a viagem noite

pirito, cou
Morais. despertado pela
de som
escrito junção, £
êsse infinita
e seres
de insetos
arfando raídos.
sempre
O Brito prossegue, _ cs,ãç,
que
aguaso mente pequenos,
das
o volume anfíbia.
contra na
planície
Alme
tras presentes
Ficam para
rio-mar.
de viagem pas-
dia
Santarém, No
quarto
Alegre,
Monte As
rim Tapajós.
e do
<amos a
A junção
paisagen,
Óbidos.
Alenquer, repousam
tantas verde-esmeraldas
áouas
descrita por
mesma can-
aquela os olhos
tempo
rolantes, algum
escuras, por fit
Águas a
contemplar
penas. tanto
de
sados
amedrontado». .
no escu
massa do
pesada,
e barrenta
cobert pesada
terra
uma ' Óbidos
mitada por 2\lí>r»niier

escura SM,"Í™'tI«Tãõ
igualmente um
de côr surgindo,
mata, v a
tras.
tesour cam para
imensa nQ
se «ep^^
como
aparada, oum>.
após
so momento
um g P
com
houvesse podado trapicne fa<-
barranco,
onde
a floresta. estacas,
sôbre
construídos
ha
nao cnanç
de cores,
há festa tnílíAs de numerosas
Não

de lu vivem.
efeitos fazem que
nem
policromias, £
pàludadas e
Tudo
de beleza. desintercsate
criando quadros teiramente

no homc,
triste, despertando
"ftUS.'^m^rada
diante
de temor
vago sentimento

da natureza. de£%*££
forças estranhas cercadas
das fgua.
cobrindo
o espaço,
Aves cortando

também
do rio,
o leito
em volteios
- s-
ss Í
de
figuras
são
não existem,

os P
a fantasia
ventiva a
que i!fP,r™«d^PSs'—
sd
Pcsi da
côr. Silêncio,
tores dá misteno
^
pelo ^

é o solapa curumins,
que
profundo, destrói,

a margem,
"ripulando
do o navio procura ca-
diaf^
velozes

contrai
defender-se
para
g
envolvido pela
é
da correnteza,

a.
flores
da
vozes abafadas
horas
e <r*
distantes^ duas
de vozes longc
dos confusos

de
gr1
de assovios,
mistura
I

POLÍTICA
200 CULTURA

uma o conduz. O mais moço abre


de viagem, trocar que
pele por

açúcar, os olhos e os ouvidos tudo


algum mantimento, para
quero-

charque e farinha, reter, sons, côres e formas,


sene, cachaça, pen-
'
sando em fixã-los em
são os alimentos quadros,
que principais

semi-lacus- mais tardes, e sonhando o velho


daquelas
populações

Na época das enchentes, o sonho de encontrar-se com índios


tres.

deixa fisgar, nem vivendo a vida natural.


não se plena
peixe

as tartarugas e tracajás vão deso-

var submersas, tor- Um imenso


pelas praias molhe

nando-se mais angustiosa a co-


flutuante

lheita de alimentos dos seringuei'-

ros. O excesso de chuvas impede Afinal, Manaus. Um imenso

o homem de arriscar-se aos molhe flutuante recebe todos os


peri-

das caçadas, os ani-


porque vapores com a utilidade de um
gos

mais estão ariscos e escondidos,


cais, se balança sobre as
que

à espera de baixem as águas


que águas do rio Negro, oscilando de

da inundação. E então aquêles


altura segundo os movimentos de

barracões de nomes bonitos, Deus


alta e baixa das águas. A cidade

te Fé em Deus, Boa Via*


guie,
vem logo a seguir. Cidade me-

se enchem do do
gem, pessoal
nina, mas carregada de
pecados.
corte, interessado em recolher,

O casario novo, os tetos verme-

com o saldo da semana, alguma


lhos, as ruas amplas, os bons cal-

coisa com esperar a


que possa
os edifícios monumen-
çamentos,
melhora do tempo lhe
que per-
tais, o comércio de luxo, as di-

mita ir à mata recomeçar o corte.

versões espalhadas hotéis,


por

No Brito a vida vai decorrendo cafés-concertos, cabarés,


pensões,

sem incidentes. Atirados à concorriam corromper a fi-


proa, para

os cearenses sobem sionomia da cidade. Olha-


que pela pri- jovem

meira vez matam fa- va-se ela com o sentimento


o tempo, para

com se olha uma me*


zendo aos veteranos, que para
perguntas

nina de dezoito anos se


ou sentados na rêde, calados, imó- que

transviou. Excitava e atraía. As


veis, na habitual e con-
postura

famílias abandonavam-
grandes
templativa a se afizeram,
que

na e iam educar os filhos à Eu-


desde crianças, esperando as chu-

ropa. As mais modestas se iso-


vas, sem as o sertanejo troca
quais
lavam, viviam fechadas na cidade

o sítio onde nasceu desço-


pelo
uma cinta de elas
por pudor que
nhecido dos seringais. Um ou
mesmas estabeleciam. Era a ci-

outro repenica a viola, faz


gemer
dade, talvez, onde se bebiam mais

a sanfona. Em cima, aquêles três


vinhos e licores saborosos. Tam-

homens meditam, voltados


para bém era aquela onde afluíam
para

os destinos carregam. O mais


que mulheres aventureiras de todos

velho, e de maiores responsabili-


os cantos do mundo. A egípcia

.dades a bordo, sofre calado as a


ou a holandesa, a levantina ou

dores físicas e disfarça os francesa, a inglesa ou a mulher


pensa-

mentos amargos. O segundo en- do centro da Europa, a crioula

trega-se à meditação da aventura de Cuba ou de Martinica, a ame-


201
VIAGEM
UMA VELHA
DE
CRÔNICA

vida con-
anos de
dois e três
tudo em

ou a
japonesa,
loura
ricana nos seringais*
sumida
num comer-
ali,

Sa encontrado
era uma
Manaus evidentemente
• montado para
luxuoso
de vício
e
a
sangue rescendia pecado,
do cidade
a sobra que
com
manter-se o as-
fugir conduziam
homens
aqueles
conseguiam
homens que a
doT havia dominado
de saldo de
a carta quem
e com pecto
1 viria
o
prazer
Amazônia. e experimentava
da morte
rios
inhóspitos bai-
dos a vida.
com
de se reconciliar
entre-
êsse tempo,
dos
Manaus por ressuscitados
da selva,
dos
es-
seu antigo
do atlt,u<J®
descia ufa
tanto, já tomavam
seringais,
em
estava luta
vida. Na
A borracha da
diante
ptadot. infantil

a o so-
presença esquecer
de que
preços, empreendida para
crise
agra- valores
maus os
ainda
iria esbanjavam
to guerra frimento,
fecha- nova-
haviam iriam
casas de que
Muitas sem lembrar-se
var
com- selva
da
se organizavam ao
não voltar grilhão
do Já mente
se cs-
na Mia de crédno
«ricas a carta
panhias quando
Am
no teatro
cantar
mente para
gotasse.
as
sob
mesmo anos
Mas, trinta
zonense. há quasi
se apro- Conservo

da que que
ameaças queda de espanto,
peta impressão
me
aquela populaçaodiver da terra
ximava, lugar
outro
nume nenhum

tia-se. Ainda queimavam-se

trabalho deu.
do
os resultados
noite

da selva por
as águas pesadas
arrancados
Singrando
e saiam

nela entravam jovens rio Negro


que do

morte ,
a
esperando
combalidos,

a ílusa

isso. entregavam-se
vai PI0feJ>fa
por o Brito
a Mas
enquanto
os len
de todos prazeres, cadencia
na sua
e
acabava Voltará
não no
ordem do
carta de
as águas pesadas
es vi Lgrar
ne
de esquecer
necessidade
cair, pou<c
da Negro, para
a area
via. Não sendo grande

mais
muito deta-
cidade, nem populosa

os ele-
se tornavam
aqressivos enfadonha.

novo rm="anal,
Casario
mentos de sedução.

e
agudo PesaJ\
com o calor
e agradável, predominância
acor^
amplas a fadiga
mas
das linhas francesas, ^
penando
a
aveni
grave^
e bem pavimentadas, pensamentos ^
^
debruçavam •
se
sôbre as fôr-
quais das
°) irresoluto
cujas
dois andares, desconhecido,
casas de

vivo comercio
um imprevisíveis.
agasalhavam ças
'
ejnc^n. Brit0/a^
Manaus o
a
luxo davam madrugada,
Pela
eir^ da
O dm vista
à
alegria e movimento. bem
mas
distante,
se- fluvml.
dois
dos umadha
atraía aventureiros E'_
de Marapatâ.

os lugares. g
de todos interesse para
xos, oriundos
sem maior
os da
servi economia
e bares, nara a
Cafés-concertos °"
9rafia. célebre
elegantes, pro- ficou
e lojas J.as
mas que ,
por jovens, Amazônia,
a d eQ_
em Paris,
vidas delimitador
diretamente marco
como
Real-
cm na selva.
Pouc^
cilitavam a destruição, homem
do
trada

o trabalho gan
horas, de todo
CULTURA POLÍTICA
202

sem avistar nem um rancho de


de deixar Ma-
mente, só depois

Somente águas e
da seringueiros.
e defronte pe-
naus passar

mato. O tom fechado da floresta


se sente en-
ilha, o homem
quena

impressão de terra inadapta-


da dã a
volvido nos tentáculos planí-

existência do homem.
co- da à
Então a natureza
cie imensa.

afinal, Labréia, úl-


Aparece,
meçará a pronta para
prendê-lo,

do Purús, com-
fôr um timo que
se êle não povoado
aniquilá-lo

com o nome de cidade nos


recebeu a con-
iorte. A terra parece

des- compêndios de
de outros homens geografia.
tribuição

hora, im-
bravadores da
primeira

vícios de A um mês de viagem


dos quantos
pregnou-se

sobe de Belém
antes dele» Quem
chegaram

em Niarapatá
o Amazonas deixa

mais vários dias. Faz


mas Subimos
destino trágico,
a vergonha,

menos um mês dei-


mais ou que
a tragédia do desbravamento
que

Belém. Uma noite, súbita-


xámos
confirmou, transfor-
da
planície

o navio As noites
trá- mente, pára.
legenda em história,
mando a

mais frescas, sujeitas^ ao


são
mas deploràvelmente já
gico-cômica,
friagens andinas. Pela
regime das
verdadeira*

cedinho, estamos no con-


manhã,

marcha Os mes-
A
prossegue. o acon-
vés do navio, vendo
que

mos aspectos a soturna


paisagem noite. O Brito lançou
tecera de

vai Enormes ár-


uniformizando. um
âncoras em frente de
grande

vores flutuam na correnteza. As


um velho barco
navio-pontão,

vivendas vão rareando, im-


passam- transoceânico
que, julgado

se dias sem avistar-se uma casa. foi


a navegação,
prestável para

depois os barracões Camu- em depósito car-


Vêm transformado

tana, Nova Olinda, Nova Cale- voeiro.

dônia, Tocantins. De súbito o


e defronte a nós
O rio é largo,

navio a tomar lenha, demora


pára outra bôca, esta mais
abre-se uma

horas, meio dia, às vezes mais, de


estreita, acusando a
presença

sem nenhum interêsse a rio. Tomado o carvão,


um novo
quebrar

a monotonia da viagem, apenas de Be-


entregue a correspondência

cortada homens lém, o Brito embica vagarosa-


da tripula-
pelos

mente a larga fluvial,


expostos ao sol, semi- para porta
ção, que,

em máquina a meia fôrça, dando-


nus, ficam horas seguidas can-

nos tempo de olhar o barranco,


tando alto, marcar a conta-
para

onde duas ou três casas de taipa,


da lenha: uma, duas, três,
gem

de
caiadas de branco e cobertas
Quando alcançam cem,
quatro.

abandono, de-
zinco, em estado de
ouve-se o tãlhâ,
grito: marca
que
ti-
monstram a importância
a separação que
de uma acha, repre-

vera aquele local.


sentando cada centena de uni-

dades. Depois da lenha, do


nova- Estamos defronte à boca

mente, o arfar cansado do Brito. o famoso rio Acre, em cujas


Acre,

E nove dias escorrem sem inci- vamos O bar-


águas
penetrar.

dentes nem maior interêsse. O tanco margem esquerda, com


da

navio se arrasta correnteza não é mais do


pela as três casas, que
203
VIAGEM
UMA VELHA
DE
CRÔNICA

da Cor-
terras vizinhas
cima, nas
lugar onde
do Acre,
Bôca uma resistên-
o antiqo ofereceria
° no dilheira,
do
de penetraçao dominar.
se deixar
história tenaz
cia para
de cearenses,
Dezenas cana-
eCou ipurinãs,
Índios paumarís,
sergipanos.
catianas,
tucurinas,
MK-riograndenses, marís, curinas,

pe-
alguns portugueses outros de
e
Chos
maintenefís, gaviões,
as es-
rio quando vindos
mais remota,
netraram pelo
procedência
come-
do Purús
do Moa,
marginais do Envira,
tradas do Tarauacá,
a
cansaço,
demonstrar catana-
a marianas,
caram os cachinãuas,
cor-
Logo
bran-
produção.
dar pequena enfrentavam população
cás,
de
milhares
de que e devastando
a notícia a terra
reu tomando
ca,
espalhavam bi-
se a
viçosas como
matando,
árvores malocas,
as
defen-
embora afi-
do rio, índios
bôca os que,
pela selvagens,
chos
muaas|W- seu.
era
por o
ferozmente que
didas nal, defendiam
setas
com a
respondiam a rifle, p
Kn<? aue caçados
Dizimados,
me«tato
às de
as levas P^tra-
S^Tadas
que
?re porção da
caroaposse dono
vendendo os
invasores, avançavam
dores
de que no
certeza
E aquela escondendo-se
da terra. recuavam,
foi terra

em quantidade da floresta«ndo
borracha
havia longínquo
de Ss
levas
que os
para como gaviões,
o suficiente alguns,
que
multiplicassem,
se extinguiramen
se
aventureiros logo
lo Acre,
maisi
os pauma
meandros como
dos
surgidas outros,
nuanto
de
Gente a umcom-
rio».
daqueles
condenados
eram
ginquos S
aventurar cor
vinha
tôda redondeza
desaparecimento,
pleto
descoberto,
do rio que
a continuadas
penetração agressões
nem
ervada,
à flexa
sem temor
'Tpenetragão
um
Era
devastadoras. rio lembrava
às febres do

de o

invasão impetuosa

a ba
direito
como
Só conheciam

agulh q
na
rifle sempre
do
nao nTntegraç?o
borracha vas-
de
uma de^tôd^quela'
por pele

uma
em sacrificar
transigiam
«
assim,
tomava
A
penetração
Através ni
brutal. algumas
e
caráter violento
A U O cuio
cujo patriotismo
pauí cm
afas- caudilho àü,
estirões que
sando os largos

vezes procuram
do t cimentos
Purús ]urua, ^
tavam o
8Ses
corta-lo- ,id8
exisUren.
rio distante ainda
ciam desse e e
recentes,
ro Berem os
os
com pa
res desavindos
qu'J^aios
os „s
jornalistas
de encontrarem^
desenganados

jornais realizados pela


novas, permi
tradas que

boas safras. pin.

TjsrZ"
os es-
o índio
do rio,
Na bôca
De2
e do
rio
Aquele ,
à tocaia. tntão3aaco€Íquista
perava e
e cinqüenta

chado e de Jrio (cento


procedência

depoi
mais tarde,
qua, que qiMmctrosquadraW
rr
em
iria servir
Plácido de Castro,
do
com afluente
limites Ab.nl9
aos nossos rio
parte Tdo
la
nascido
trecho do Perú,
CULTURA POLÍTICA
204

mais friagem envolve o vapor. Tirita-


Madeira, aos confluentes

longínquos do Era aquela se a bordo e não se enxerga um


Juruá.

terra comprada e tomada do nariz. Pela


adiante selva
jovem, palmo

vizinho, a verdade é
ao vizinha das margens o ruído
porque dos

as avançadas bolivianas che-


que cessou. Há silêncio e
pássaros

até a bôca do rio, o


gavam que
evidente. O navio acende
perigo

Brito começava a tra-


penetrar,
os faróis e a navegação a
passa

zendo à nossa lembrança episó-


ser dirigida sirene, não
pela que

dios recentes e agitados decorri*


mais se cala, em sinais combina-

dos ali. O rio avançava estreito

dos, outros navios


prevenindo que
e tortuoso, cheio de voltas brus-

arriscar-se a descer. Tanto


possam
cas, oferecendo suas águas uma

é a navegação
quanto possível,
correnteza violenta a exigir cio

se lateral ao barranco,
processa
comando destreza de movimento

fazendo a mão subir, afim


para
e de vista. Raimundo Mo-
golpe
de o lado contrário fique li-
que
rais, imobilizado no seu beliche,

vre e o talvegue ser utili-


possa
com a em aparelho de ta-
perna

zado a rapidez imprevista


Ias, para
e dirigia tudo. Asvol-
previa

das manobras. A cerração, é


tas bruscas daquele meandro que
pe-

o terror da navegação dos altos


rigoso não se sucediam mais rà-

do as ordens rios, tem suas causas no degela-


de
pidamente que

comando êle transmitidas ao mento dos Andes, essa época,


por por

marinheiro do leme. O leito do e representa a Cordilheira,


grande

Acre é cavado entre barrancos e,


espinhaço da América do Sul,

às vezes, tem-se a impressão de


centenas de distan-
quilômetros

o navio, na curva
que pequeno
tes do lugar em se encontra.
que
brusca e vai bater
precipitada,
Quando ela é mais demorada,

sobre a margem e ali mesmo ficar.

resfria a água, mata os


peixes
Outras vezes são os imensos to-

descem de bubuia, faz as


que
ros, árvores inteiras arrancadas

aves caírem enteiriça-


pequenas
raízes, descem flutuan-
pelas que

das, enquanto os mamíferos tre-


tes e a nos acostumáramos
que

sobem ao mais alto das


desde lá de baixo, das águas do padores

árvores, agasalho na
Purús e do Amazonas. Mas procurando

agora êsses embara- copa fechada. Sentindo-lhe a


precipícios

diretamente a navegação, aproximação, com antecedência,


çam

o leito do rio é estreito


porque muitos animais emigram, até
que

e há necessidade de evitá-los. Um
a friagem cesse e volte o seu fta-

abalroamento seria o suficiente


bitat a ser aquecido fortes
pelos

o navio no fundo, como


para pôr
calores tropicais.

vão indicando, caminho, car-


pelo

Foi no transe de um dêsses de-


caças submersas de outros
gaio-

Ias. o Brito se achou envol"


Navega-se com os maiores gelos que

cuidados, vido durante seis horas fo*


e aí certo dia do
por que

mês de subitamente, o ram nós, marinheiros de


janeiro, para

calor cessa, a temperatura cai viagem,


primeira uma surprêsa

sensivelmente, o fenômeno da irresistível


de fascinação.
205
VELHA VIAGEM
DE UMA
CRÔNICA

e
do Mediterrâneo
do fundo
Acra
Em Porto

clima, à natureza,
ao
adaptam-se

uma facilida"
costumes, com
Tentativa aos
afinal.
Acre,
Porto
inveja à capacidade
ms- de nada
se achavam que
onde
dc povoado,
re- dos
as de aclimatação portugueses.
momento
naquele
taladas de
o costume
têm daqueles
uma Não
Ha parad
fiscais.
partições da
com as mulheres
da se misturar
a terra, qual
com
c contacto
de étnica
terra, criando problemas
desacostumando,
iamos
iâ nos
mas
se instalam,
alto lugares onde
no nos
em cima

situada
terra de
su- ardilosa praticar
se na maneira
onde
e
barranco, para
do semita,
com usura
mgre- a mercância,
uma ladeira
de
bia através
vanta-
ver- consideráveis
de barro levam-lhes

e escorregadia,
me do rio
altura por
alto De certa
La no
na mata. gens.
aberta se-
melho, os
a escassear
voltam
represen- diante,
os homens que
estavam da
o domínio
os e rompe
ringais,
arrecadavam
o
tavam governo, da mata.
império
o solidão, pleno
poder.
simbolizavam
impostos,

altura em
fazia- agora
Acre, Viajamos pela
em Pôrto
O calor,
da
voltar se aproximam
a os índios
convidava aue
se excessivo,
e
deles,
em mar- rio, uns poucos
o navio beira do
Com
bordo.
para
a maioria
respirava-se verdade, porque
bem
cha, evidentemente,
afluen-
da escala internou
demora se procurando
a já
melhor. Aliás,
re-
menos
horas. despovoados,
tes mais
calculada para poucas
fôra se-
de
a cortador
demandavam pelo
Os navios que qüentados
dos ul-
na esteira
tempo, Estamos
naquele ringa.
alta Amazônia,
da família
tribu
um interesse
timos paumarís,
eram conduzidos por
antig—J-
mais depres- que
voltar o nuaruaque,
absorvente:
de onde pas-
da alto Purús,
à compressão vera no
fugir
sa a de-
possível,
depois que
ao Acre,
sara
selva, regressar.
,
naquele
das estradas,
vastação
da fria-

Depois do perímetro
a afugentara.
esti-
amplo
num
entrámos
gem, ale
de sol
os dias
se alargava.
o rio Voltaram
rão em
que
aqua-

os barra- triste
surgir a paisagem
Começavam a arando

compn»
instaladas „„v»»en«=
casas o tio
cões, algumas Z.
;
de pelo
enfiavam
com conforto, certo prenuncio margens
as
se

cobertas frondoso>s,
casas ramos
vida. aparecem os

tombadilho
os
cer-
e caiadas, invadiam
de telhas, borboletas
pintadas milhões de

de B,ito£*£
arremedos jar- O
cadas de toscos navio.
toldos^do
os
separa
dins. A distância a
que
a m«cha
mia
a a
sente- ^
barracões vai diminuindo,

está muito povoado, I, Morais ptomaura


se o rio
que «

motogo- tomadas provi-


avistam-se os l' Tnos São
primeiros

trans- maia
ainda
diles fazendo o regatão,
diminuir
ES'S»
o
vai arrastan-
animando
borracha, O Brito
portando marcha

libane-
sírios,
comércio. Turcos, -K5TS3S
yrS
de le-
ses, variada mescla
uma

d.
faro que insoírcado
vantinos conduzidos pelo Üo
SS"?
vem
avô fenício,
lhes transmitiu o
CULTURA POLÍTICA
206

alguma coisa esperá/- vícios como a bebida, êles


divisar que que

ansiedade. Afinal, adquiriam troca de tartarugas


vamos com por

dez horas da manhã de um e ou de um ou outro


pelas peixes pro-

dia cuja data a memória esque- duto de colheita arrancado da

ceu, os meus olhos vêem de sú- selva.

bito, bem à beira da mata, algo

A impressão me foi
que trans-

a nossa memória não esque- •


que
mitida estado de regressão
pelo
cerá mais. De o Brito
pronto
daqueles índios serviu-me de es-
Bem de nós, de
pára. próximos

olhar a crônica dolo-


pelho para
onde falar-lhes, espa-
podíamos

rosa do sacrifício da nossa


lhados numa clareira, vários ín- gente

em três séculos de co-


ar espantado e apático, primitiva,
dios, de

lonização. Vi as lutas,
6e espalhavam entre choças hu- primeiras

mato. As depois da fase do namoro e da


mildes, no
perdidas

choças tinham a forma de atração, entre navegadores e mis-


jogos

ramos secos onde ca- sionários e os índios donos da


feitos de

beria uma com uma en- costa. O imperativo da conquista


pessoa,

trada apenas daria acesso ao obrigando ao dispêndio de capi-


que

indivíduo, roçando-se chão. tais, numa terra onde custara a


pelo

Pelas imediações, viam-se outros aparecer o ouro e onde a


popu-

índios, baixos, de uma côr opi- lação se mantinha indiferente ao

lada, semi-nus, com do cor- trabalho, despertava a resistência


parte

disfarçada em de algo- do índio, rebelado contra a es-


po panos

dão. Traziam o ar apalermado cravidão. Os episódios das


pri-

das raças envilecidas álcool. meiras entradas das ban-


pelo baianas,

Pelo chão observava-se o mato deiras tô-


cortando em
paulistas,

e o fogo aceso acusando das as direções o solo imenso e


queimado

demorada no local. virgem daquelas terras se-


permanência que

Não conduziam armas, nem dis- riam mais império do


tarde o

de outras utilidades, Brasil, re-


punham caíam sob meus olhos,

além de de barro vendo


grosseiros a obra considerá-
potes política

em coziam o apanhado vel


que peixe o e o mame-
que português

no rio, seu alimento Era luco realizavam,


principal. mas lamentando

tudo restava dos a ferocidade empregada


quanto paumarís, na des-

tribu fora visitada duas truição do homem, va-


que por dono dos

vezes etnógrafo americano les, senhor


pelo das matas, e era
que

Steere, ainda dominava as feito escravo


quando trabalhar nas
para

duas margens do Purús. Os feitorias


pau- do litoral. E, muito mais

marís, dos conservei impres-


quais de nós, a luta de 1888
perto que

sionante recordação isso


por que diante se estabelecera na
por

era a vez me Amazônia,


primeira de- nesta Amazônia em
que

com o índio, vivendo a cujos


parava confins nos achávamos, di-

vida natural, estavam


quasi há ante dêsse rebotalho de
povo,

mais de vinte anos em contacto surgia-nos de súbito nos esca-

com os seringueiros, depois ninhos mais de memo^


que, profundos

de os terem dizimados, os redu- ria. Revíamos a descoberta da

ziram à miséria, infiltrando-lhes árvore da borracha, com o surto


207
VIAGEM
UMA VELHA
DE
CRÔNICA

de extensas
o rio através
rapida- çavam
o
produto construídas
que madeira
industrial de
de pontes
impeliu
e
que das
adquiriu gran-
mente o
período
vale imenso prevendo-se
do
a bôea
Sto entravam pela
para enchentes que
des
de aven-
chusmas
virgem a fúria
com
c então tudo solapando
mata,
do Nordeste,
Logo
tureiros, primeiro devastados.
de elementos
mais
o Brasil,
de todo adi-
cinco metros
depois das casas,
atrãs
aventu-
inteiro,
mundo coma das
do erigia a
farde a floresta
ante,
os escrupu-
deixavam Não havia
reíros que veneráveis.
— espécies
e
alguns pe-
_ se tinham eram
los pequenas
áreas devastadas,
rios, dis-
dos
o meandro se a
como pre-
netravam rasgadas,
ho- clareiras
E esses
enriquecer. fôsse impe-
a sanear
oostos de
de ocupação
a massa
comandando de dorohla,
mens, excesso
dida pelo
ao
poder ho-
escravizada O
vida vegetal.
nordestinos festa da
estra- pela
um
constituíram verde, quais-
do ouro. mundo
mern naquele
contra
de destruição recur-
os seus
nho exercício fossem
os quer que
todos
enchiam continuaria
índios que tempo
os muito
SOS, por
surpre-
virgem, e a
da selva a água
rincões dos elementos,
prêsa
dos golpes em
rudeza
e ameaçadores
endidos pela
mata, presentes
eles
seres para a afirmar
de que como
emanados os lugares,
todos
«os deu-
semelhantes em demasia
ser era nova
deviam a terra
ainda que
caçada,
foi essa
ses. Do que dominada.
ser
para
nenhuma pena,
não descrita por
- por
o povoá-la,
adivinhar p O homem para
agora
ser o
podíamos devia
des- ainda,
a tempo
miséria que muito
da
diante
logo na
nascido
nao exis- nativo,
Delat o índio
tribu. buqre.
cera aquela
ao
dona, entregue pro-
fora e
de anfíbia,
nas terras que terra
tia,
em
o branco,
dezenas ao
algumas destino, qual
mais do que prio

outro ampa-
devia
espalhados por dar combate,
indivíduos, vez de

o
apresentando mundo, pro-
do rio, seu
rar no próprio
pontos
de vida
regressão. nível
de brutal o
estado elevar-lhe
mesmo curando

dos
uma social.
realizada parte
Estava
ao
levado e es-
haviam ou três,
me dois
desejos que dias,
Alguns
na taba, a
índios a capi
ver Branco,
Acre. A outra, Rio
em
távamos
exi o,
sem ainda
tempo
tentaria àquêle
^promovê-la do Território,

tarde. co-
mais
duas semanas O pequeno
atrasada.
muito
do rio,
a beira
se estendia
mércio

em casa
direita,
Branco na margem
Rio
de zinco,
e cobertas
caiadas
taipa

o sol provo-
do calor que
apesar
no
a apare-
remergulha proa fronteiro,
O Brito lado
Do
cava.
se fecha casa
mais a
vez
rio, cada
que os edifícios públicos,
ciam
da cor- nova-
a violência a escola,
e impele com
do governador,
a
havia
para Pouco
renteza as embarcações hospital.
o
mente
no trecho oficial,
agora instalaçao
foz. Andávamos com
além disso
um
iam aparecendo
e ^presentasse
mais tudo
populoso, jâ
embora
c
chalés, cen
floridos de
margens cuidado
pelas bem
aspecto
alcan-
certo que
sas de pitoresco,

—F. 14
122.218
CULTURA POLÍTICA
208

formação. O co- Mas não há negar era um


bano em que
plena

mércio, outro la- espetáculo impressionante


desenvolvido do
prati-

era em sua maioria exercido car aquela navegação. O navio


do,

levantinos, com exceção tirava com agilidade as curvas


pelos para

um ou outro ou brasi- fechadas, escapando-se


português justamen-

leiro. Sem calçamento, as ruas, te no instante em tendo fu-


que,

chovia, ficavam escorrega- a uma volta, nos encontrá-


quando gido

dias, devido ao leito de barro, e vamos em outra tão cerrada


que

nos dias facilitavam a dava a impressão de o navio


quentes que

enquanto o sol, caindo sô- se rebentaria sôbre o barranco,


poeira,

bre o vermelho da argila, não ter água suficiente


produ- por para

zia violenta refração solar. às escapar-se. Era um incrível exer-


nove horas da manhã, cício de agilidade o Brito


quando que

chegámos, o calor em terra desa- desenvolvia sob o hábil do


pulso

nimava. Transpirava-se com vio- timoneiro enfêrmo, mas dono de

lência e como ainda não houvesse tôda sua capacidade na função.

chovido naquêle dia, a terra De Rio Branco cima a via-


pa- para

recia ofegar. Mais tarde, antes do se sob emoções vio-


gem processa

meio-dia, desabou a carga dágua, lentas, esperando-se ver de um

cerrada e impetuosa, como tôdas instante outro o frágil barco


para

as chuvas da região, sem impe- afundar. As águas começam a

dir, entretanto, a ação do calor, baixar. A navegação se faz to-

abafava. Sob a chuva, fenô- mando a do rio, no


que profundidade

meno muito comum, aliás, em toda a tôda hora, de en-


um
perigo,

a Amazônia, o homem transpira calhe. Uma vez outra o Brito


por

como em dia de forte verão sêco, toca o casco na areia, mas segue

em outras regiões. sem maior contrariedade, obede-

cendo ao de ferro de Mo-


Às duas horas pulso
da tarde, está-

rais.
vamos recolhidos ao Brito, nada

mais a cidade tinha mostrar- A memória não nos


para já permite

nos. Esperávamos a hora afirmar


pacientes dias navegámos
quantos

de subir, demandando o Xapuri. chegar ao Xapuri. Não fo-


para

ram muitos, ou cinco,


quatro pen-

Nas samos, mas


proximidades do afinal atingimos uma

afluente do Acre noite o esperado na bôca


pôrto,

daquêle rio. Xapuri, cidade, em

Ainda alguns dias chegar-


para 1914 era um barranco sôbre o

mos ao afluente do Acre. Com o


se abrira uma rua lateral ao
qual

destino dos rios de exploração rio e de onde de certo


ponto par-

mais o Xapuri era natu-


jovem, tiam em sentido al-
perpendicular

ralmente menos e ofe-


povoado outras, largas,
gumas de chão ba-

recia à navegação um curso dágua tido, com os terrenos separados

menor. Rio cheio de voltas como


cêrcas de arame farpado,
por con-

o Acre, a todo momento estáva- tando-se, fora da rua acom-


que

mos assistindo ao abalroamento


panhava o leito fluvial, muito
pou-

de Brito sôbre o barranco com a cas casa. O comércio situava-se

interrupção nossa viagem


da ali. à beira do Xapuri e era, como o
209
VELHA VIAGEM
DE UMA
CRÔNICA

Êste es-
cabos e cordas.
lio de
por
Branco, promovido
Ae Rio de navios
aliás, pairan-
sua maioria. petáculo,
cm
c sírios, arca
como a
turcos o leito sêco,
le> do sobre

das ruas perpendiculares


Uma fase da construção,
Noé na
area de
bosque,
futuro
a um afluentes
vava altos rios
vulgar nos
é
se conservava
em que
terreno cordas
dc das
e confluentes grandes
de
na_ intenção
virgem, o
a mata o Purús, o
Juruá,
um fu principais,
de
a cnaçao

promover-se Mesmo nessas gran-


a Madeira.
municipal, quando
furo parque verões de-
em certos
des artérias,

alcançasse P°Pu1^ í*
cidade alta do
mais
na
certodia morados, parte
surprêsa quando
uma
os na-
de algum a água escasseia,
casa curso,
uma
descobrimos
embora
naque- a enchente,
vios esperam
perdida
confortável,
iodo
nos aflu-
verifique, como
cortinas não se
tendo
lonjuras,
Ias falta
agudo da
o fenômeno
entes,
e alegre penduradas
fina
cassa navios
e obriga os
ordem temporária, que
acusando
Ss janelas, sôbre que
trapézios
a construírem

asseio. —
çArjo às vezes por
de repousar
se"a a
nao
beija que passam
se
mundo cota
a
tae- se
aqudas; meses, perdem
alguns
até
pot
estranhar que no
se uma novidade
a E'
ferissem das águas.
os ambientes
nhas mos-
da
componente paisagem,_
mata.
da
veridade esta
terra nao
os dias como aquela
trando
demorámos
Em Xapuri
a civilização, que
com oofco
preparada para
sempre
descarga,
para cerceada,
agua , todo momento
das vê a
se
ao movimento
atento no seu
violentada
o repiquete constrangida,
temendo perdermos e
sôbre águas
de domínio
manda impulso
havia prometido
Morais espeta-
um
E' realmente
e Bra- matas.
até Cobija
motogodile seco de
um leito
o de um
culo único
bolivia-
na fronteira do
silia Legal,
de
a milhares quilômetros
rio,
dizia-se, pouco alça-
onde, imensos
na, de
para
mar, pontilhado
rio descera
do como
da margem repousam,
adiante sôbre
- que
e pões
batida pela navios
tribu masoca fauna estinta,
uma de
animais
o
era
de O aspecto
intensa que navegar.
de
ploração impedidos
laco.
o alto
de^espmto
ieto, no momento, o estado
mas
é bizarro,
esses
os masocos, preparo- tnpuíam
Para ver
dos homens que

no motogodi- receios,
entro e
-me certo dia,
de apreensao
é
navios
rio acima, de-
tempo e
le, viajo dos obscuros
pouco requerem
o repi que
depois e do-
logo horas reflexão
porque tripulantes
dicados
apro-
Era tive-
preciso como
espontava.
quete A Amazônia
mínio.
realiza-
havia e ccap
veitá-lo. O Brito já ve-la,
de
ocasião
mos
Uarga
comercial. ai nossahis-
do a sua missão
novo que
mais
tulo
es a-
recebida, a
entregue, borracha acusando
escreve,
as tória
de da na-
à espera que KWas
va apenas as
sôbre
dó homem
a
se tem
águas novamente permitissem tudo que
Mas
tureza.
dias pas- v.tóna
Nos últimos uma
descida.
representa
ainda
í J,o
havia de
a água sirva
sados no Xapuri, embora
muito
es- orecária,
fora
o navio o brasi-
muito e
descido
de orgulho para

equilibran- padrão
ficara a sêco, sangu
corado, seu
com
leiro, que
o auxi-
com
do sobre barrotes,
210 CULTURA POLÍTICA

capacidade vai ali acentuando as Xapuri, não nos oferecia


de fundador de uma atrativos. Quisera ver o índio na


qualidades

civilização. taba. Uma fôrça mais


poderosa,

entretanto, no-lo impediu. A água


O nosso desejo de ver os maso-

custara a vir. O tempo decorrera.


cos não seria satisfeito. Éramos

O compromisso da viagem na
das conveniências do co~
prêsa

de Belém aumentara. Certo


mércio, a chegada praça
que permitira

dia, afinal, nosso maior desejo, o


do Brito a tão longa distância da

repiquete mais forte, chegou. A


sua cidade, no Atlântico, não com

do repiquete marca a en-


a finalidade de uma excursão ci- presença

mas trada da alegria naquelas almas.


entífica, com o sentido
prá-

As Cada um daquêles homens deixou


tico de um objetivo comercial.

águas do Xapuri do Acre con- no de a família, os


e ponto partida

tinuavam a crescer. Acabavam-se amigos, os interêsses. Só almeja

os longos dias entediantes e inú- voltar. O repiquete tem um signi-

teis. Além de uma arta~ ficado de libertação. Representa o


pesquisa

vés dos costumes da terra, em retorno, a volta a casa, o re-


para

conversa com funcionários, co- à civilização.


gresso

merciantes, alguns
proprietários,
Que fazer o bisonho e
poderia

nada mais tínhamos fazer em


que
frustrado excursionista senão sub-

Xapuri. Da sociedade
pequena
meter-se aos imperativos não
que
ali se formava, ficou-nos, en-
que
estavam em sua alçada remover ?

tretanto, a impressão dos métodos

E assim, abandonando inteira-


da ali instalada,
primeira justiça
mente o de ir à taba
propósito
métodos com o tempo foram
que

onde o índio vivia a vida natural,


substituídos outros melhores.
por

nada mais nos à selva,


Podemos conhecer fauna prendia
a
pre-

rumávamos daí a horas a


ciosa do fôro da para
cidadezinha e

confluência do Acre, descendo em


aprendemos, narrados dezenas
por

um mês e dias a mesma


de integradas na vida da poucos
pessoas

rota consumíramos três


comarca, o método de marcar as que quasi

folhas dos autos, antes para galgar.


deles su-

birem à sentença de lo- Seringais, barracões, cidadezi-


juizes

cais... nhas ilhas e voltas de rio, a


pró-

Mas tudo isso está muito dis- Manaus, não despertavam


pria já

tante. Seguramente êsses magis- interêsse, a


grande preocupação

trados Outros vieram, era chegar, entrar em contacto


passaram.

e dos mais ilustres do Brasil, exer- com o mundo, saber da


guerra,

cer a rehabilitar a no Acre. integrar-me novamente na vida


justiça

E outros também curiosos, agitada e tão bonita do a


jovens, jornal,

lá viajaram, não tive- dediquei com alegria, e o


que por já que

ram os mesmos aspectos malicio- confesso com saüdade, a


parte

sos comentar. construtiva


para da
juventude.
[Si
Brasil
do

Cidades

Recife

• política
i Ac un
cultura
de CULi
especial
Reportagem

arquitetura policrômica
a Raia onde a
onde
dai Baia.
vem emer-
que 0 Recife,
QUÊLES ^
\
forman ará
morros a
\ nos decepção pn-
sobe uma
o '
do sa-
nas dobras nenhuma
morro,
gindo nenhum
«Ç®** se
viajante
o que
vista, ddade-mulkM
meira de
Neuhumietto^
destaque. Ê
se
liência que ^ ^

lan olhos
com A pnn-
ao estrangeiro da
mostre gente.

de mansmnc ^
igre,a,
chega ou outra
dade discreta que
a <» r
docasa^o, Pnn-
as ruas.
são os
cipio pQUtosbranc03
o q
das coisas,
mais claro
depois o
perfil

o farol. ^
cipalmente agrícolo-indus-
zona
uma
Ce ^ a
cidade. com
bela direto
é uma
Recife contacto

a beira J de his-
sentada terra
riquíssima, uma
trial Brasil,

na ° enn-
mesmo Colônia,
foi. ainda da
Europa 6[ios

Um dos p
sobrados pito-
e de tradições. seus
tórias dos
sombra
' elites
crcs"^ Suas
comércio, .
no recursos.
queceu-se sólidos
tem
Poderosa' O trabalho
uma aristocracia
rescos, seleção.
de
em
constante pr seieção. terra
um Numa
têm por
passado
fator perseverança esforço
magnífico no
como um
agido
a. P
e*
de engenho A
prospe-
título senhor dasscs.
o
que em Europa.
cutavada
virtude paralela-
uma
criador seria
- Ba.»
e as poliüeos brasildros
rid.de material
cen
aos liberais
em relaçao .P idéias
dc
mente à distância ação
-
—, e outra pr
concorreria
de nenhuma
°
ou Rio Janeiro q
emea
Pernambuco
(ermenw^ __
a conseqüente
JremM ^
C1(*a<k intensas si9n^icatl^®"
outra e tão
víncia e nenhuma

"^or
de lutas. de
- teatro
e Recife coeficiente Realismo,
forte
um
nac> só P
se apanagiaram scus
Lutas de protagonistas.
que ^
i a
brasi , em
raças
como também pela unindo
^

holandeses, *«ifinio assinalou


expulsão dos
comum,

de P^f^ônalidade. Desses
em defesa
estrangeiro,
;nva-
etnrea,
- a alvoradadefuma
ignora a c(mttibulça0
o
guém ^

muita
ficou
sores, entretanto,
212 CULTURA POLÍTICA

ficaram os olhos azues, material cugênico lançado


precioso a esse

amálgama indígena. Ficou o catolicismo, um catolicismo mais in-

tenso, robustecido, razão mesma de ter subsistido à


pela ameaça de

outra seita, aliada ao dominador flamengo.


perigosamente Simbó-

lica, aliás, a circunstância de os sítios onde foram


que opostas resis-

tências épicas ao dominador estejam assinalados igrejas,


por mo-
por

numentos de caráter religioso: a igrejinha do Pilar, a de Guararapes,

onde o reza com fervor no dia de Nossa


povo Senhora dos Prazeres!

Dos holandeses ficou ainda a herança cultural, confundida na


própria
"Cidade
cidade, na arquitetura, nas no traçado
pontes, da urbs.
"Veneza
Maurícia', chapiam-ha, copi razão, alguns. Brasileira"

chamam-na outros. De fato, Recife lembra a linda cidade italiana»

canais,
pelos pela da água, escambo
presença pelo de mercadorias

com outros
portos, existência de burgueses
pela ricos.

E —
singular coincidência! —
conta-se em 1710
que teria sido

apresentada à câmara municipal —


de Olinda durante a dos
guerra
Mascates —
proposta Pernambuco, independente,
para que adotasse

a forma de uma república aristocrática, como a de Veneza.

Como surgiu cidade

Recife nasceu do comércio.


Quem conhecer, mesmo
procure

superficialmente,
a história da dos Mascates, compreenderá
guerra

ela foi, em
que princípio, uma rivalidade de comerciantes trabalhado-

res contra nobres ociosos.

Como bem acentua Mário Melo, Duarte Coelho contem-

piado com a Capitania de Pernambuco —


veio acompanhado
por
uma luzida côrte de fidalgos empobrecidos.
Com intervalos
peque-
nos, fundou as vilas de Iraguassú e de Olinda. Em seguida atirou-se
"alicerçar
as atividades agrícolas,
procurando na lavoura a riqueza

de suai Capitania . Exerceu


enèrgicamente
a autoridade, expur-

a malta de desordeiros
gando existentes ali. Em 1600, à con-
graças
mui a e do trabalho e à exportação
de brasil e açúcar, a vila
pros~
tornando-se a
perou, mais importante
do Tinha
país. belas igrejas

e Pelo
palacios. fausto,
riqueza, rivalizava
pela com Lisboa, notam

os cronistas. A opulência, é claro, enchia de orgulho aos olindenses.

apenas função subsidiária, como

de Olinda. Era
porto um lugarejo habitado
por pescadores, um ou
outro reinol comerciante, contando apenas casebres humildes.

a invasão holandesa.
Os estrangeiros
. acharam Olinda mal
Yei°
situada; destruiram-na
e fixaram a sede do seu domínio brasileiro no
'C*
VCÍ0 3
P°1S Nove anos
gU"ra' ^ lutas sustentaram os
u
pernambucanos contra os flamengos,
ante a indiferença de Portugal.

Pernambucanos, apareceu
o Deveriam
problema. re-

° Recife, também destruído


•a !5comP°r. em
?U parte
es rangeiros.
p Os
principais da terra desejavam manter a tra-
213

RECIFE

battndo-se m°™°s"de
d. Olinda »dem
dição

'dEfr
Mas vencera»,
fortificada.
era unia
praça

03
P

atingido P^'^1

ot^nvoívtaentó eTo
Curava

a
P®2
para com epi-
tempo (1710) luta,
a uma
motivo

0B°da
8;<j00s «
«
SSrentraS 2-^1
tf'»,de
dos Mascates.
Foi a
do Recife. guerra
Z TmtS™1»
o
regeu

a autoridade^edesfet.ca
do bispado,
a criação
Com
da vila 4
que
a hegemonia
consolidando
de Olinda,
título

CateRedfeeac^v?c«.do.

"«-«««

Antonio dezembro
de Santo
a freguesia 1823 o
Criou-se de

«oi Cevada
em «27.

,taTde't!LaL5n£
JS.^

de Pernambuco. ^
da Provincia
. capita,

~ dos con."
Ddn'fí> £ a cidade
Recife^
fácil compreensão,
de a África
Por motivos ^Jsau,

ali da
vestígio
Encontram-se um
trastes. deixou
gente
povo^ca
e a América,
dos negros
ptindpalmente
^ada

como
Lisboa,
qqLTÍamdo oZl .«brando

portuguesas,

do Rosário. .,.w
a rua Larga
Freire refletem

como a se
do Recife, cidade
As ruas

bairrp
três ou quatro
dos Comenciais,
o caráter casas
^ bancQS>

do Recife, depois do
ilha as ruas
as da vêm
divide:
°rd Q
de toda
da Jus-
estabelecimentos palácio
consulados,
comer g
com o
Antônio, têm um jeito
de Santo ruas
bairro ^
cercadas
em
Isabel; De-
Teatro Santa
tiça e o de
jardins.

as aprazíveis pèlas e uma


com ruas
aristocráticos,

com um de
calçadas,
o São em cadeiras
vem José,
pois
senta
a noite,
tão roman-
conversadora que, assim
^ ainda
gente

e
dos pianos «Leitos Primavera
o bairro da
vime.

menin bairro dos ca-


de
dos namoros valentões,
ticos; dos
obai g
foi outowa
São das pro-
José facada,
estudantes...
com
das eleições
dos desordeiros
pangas,
,
navalha
cissões com as-
gente tôda
macm?fica
magorítea.
estrada
uma
existe
a Olinda
Recife
Uoando

de nove ddade
a largura
faltada com
as
ao ponte,.
tra üha
uma
encerra Anto,
aspecto que dc
Outro
ao
o bairro
"Maurício bgando
de Nassau",
A
214 CULTURA POLÍTICA

"Santa "Boa "Buarque

nio Vaz, a de Isabel", a de Vista", a de


de
"Ponte

Macedo", a Velha". As falam sobretudo do


pontes passado

holandês e constituem no americano alguma coisa de novo,


panorama

de imprevisto.

Além das existiram os arcos, hoje destruídos. Surgiram


pontes

êles em 1643, ao de uma À sua sombra os fiscais do


pé ponte. prín-
"Um

cipe cobravam direitos de trânsito. soldado ou um negro


pagava

um stuyver; um burguês, 2; um cavaleiro, 4; um carro de bois, 7".

Reconstruíu-os no século XVIII o Henrique Luís


governador

Vieira Freire, auxiliado clero, nobreza e sendo consagrados


pelo povo,

a Santo Antônio e Nossa Senhora da Conceição. Êles eram lindos,

com a sua imponência, seus nichos, suas imagens, suas inscrições em

latim. Caracterizavam mesmo o Recife. Infelizmente o urbanismo

existiu ali, desde o século não diferiu do


que aparecer
passado, que

em outras cidades brasileiras. Nenhum amor à tradição, nenhum

velhos monumentos. Em 1850 derrubou-se o arco


gosto pelos de

Bom das Portas. A mesma


Jesus sorte encontraram os outros. Os

arcos representaram em terras americanas, a


possivelmente, primeira

tentativa de monumentalização de uma cidade. Oi holandeses


pagã

fazer aqui, o
queriam os fenícios fizeram nas suas
possivelmente, que

colônias do Mediterrâneo. Entretanto, êsses monumentos acabariam

tendo um sentido católico. Marcaram vitórias contra o ho-


próprio

landes. Leia-se, exemplo inscrição


a existiu na fachada
por do
que

arco de Santo Antônio: No ano de 1743, reinando o muito alto e

rei dom V N.
poderoso S., arruinando-se esta foi
João recons-
ponte,

truída Exmo. Governador


pelo Henrique Luís Vieira Freire, com o

donativo ela deram


que para os três Estados desta Capitania: Clero,

Nobreza e Povo, e memória de sua


para e valor com
generosidade

os mesmos Estados no ano


que de 1654 restauraram a sobredita Ca-

e tiraram do audacioso
pitania inimigo holandês, se erigiu êste
^

padrão". °

Templos,
palácios

Recife, como outras cidades


portuguesas de origem, é uma cidade

cheia de templos. Igrejas como a do Têrço, a do Carmo, a do Espí-

rito Santo, a da Madre Deus,


de a do Corpo Santo, a de Boa Vista

e a de Santo Antônio. São inúmeras.


Cada com a sua história,
qual

saídas não raro, de uma


promessa, erguidas tijolo tijolo,
por pelo

esforço do negro escravo. Igrejas cheias de túmulos, com o subsolo

minado de morte; as sustentam epitáfios


pedras laudatórios, ternos.

Até existe um fato curioso. Não


enterrar Henrique Dias
queriam

numa igreja
êle era negro.
porque Acabaram
concordando, impe-

dindo-se,
o seu nome designasse
porém, que o local do sepultamento.

Resultado, existe hoje uma no frontispício


placa da igreja. O negro

tomou conta do templo todo!


recife 215

é o
da cidade
à vida
intimamente
tt «alárío também liqado
"Casa
mais tarde
da Ópera*;
como
Começou
Çanfl Isabel
Isalbel. ^
Santa mais
teatro recifcnse por

como
o Capoeira,
su|o.
imprestável,
Ãan,.l° Por taCnou-ae
3nViado do
Francisco
iniciativa do
governador
1 Em 1839, por f
era alcunhado. o enge-
com
contrato
assinado

novo
de um edifido
i™çào
Vaute
l,uis para
Hermeto
T° trances
SIS em 1850,
nheiro Leão,
Carneiro
H^f^omeM9£m
Hontao
o
Concluiu-o sovernarter 4
princeM.

de te espetáculos
o nome
recebendo ator Germano
foi o

da^sa^espet^ ^
empresaru»
O
primeiro

'—> pXTdelSdt

espetáculo
S3TÔ

Seda atin-
edifício

^r~eu«ePo
â7óre^

reconstruído.
sendo
um incêndio,
qido por -

modo^da
—u-^d^e
SantaIsabel
o rea.ro

Em^
da cidade. Cha-
-mundana talentoso.
e
arrebatado
um
jove
espetacularmente,
versos,

Alves. jivereões:
Castro
mava-se o
Moderno,
o teatro
®
casasi
ainda outras não
Existem do Recife
j^ag Q
povo
de aleqre
e cerca ruas,
do Parque das
teatro viva, que gosta
b
É uma 9
êles. 9** belos
com de
se contenta botada ^
e uma
dePernambuco
A Capital
dos
Jardins. traça
da
da Repubk».
da Praça Slque|ta
O
^ ^
jardins.
de San ^
no bairro bairro
Dezessete, no
Praça Pinheiro,

de São e
no bairro de Jesus
Campos, Coração
^f^Praçà da Fraç
o
Amorim.
o Parque
Boa Vista;
da
das Graças.
na freguesia

o do Entroncamento,

superiores
Escolas

cedo enriquecida pímdra


Região muito gran-

um ce primeiros
tornou-se
tria, Pernambuco
povoadores.

aliás, pela dar Europa,


fáto reforçado, à
deza,
a locaMam seus
da aristocrac
filhos.
representantes
Os
jovens
amava°sua
família terra.
Cada
a Coimbra.
pr6pria

mocidade po mais
um dia essa transferido
Mas tarde
m

de Olinda, (M)

Criou-se o curso jurídico

o Recife. universitârio.
para Criaram-se

"na
c0®° esta-
fama
adquiriu ^ os futuros
Recife
imberbes
la vdo
Rumavam para as republicas
tradições.
cnriqUecer
-
e da RfP"
Império e mulheres,
distas do violões
com
{arras

no Capibanbe. Mdo
os banhos
buliçosas, Brasil.

a centro
tarde, com a9ora,
Mais
porém.
assuni ,
^™a^°j'ndo-se
no
a
perdeu primazia

importante.
universitário
216 CULTURA POLÍTICA

Hoje conta faculdades e escolas Diireito,


de Medicina,
Enge-

nharia, Farmácia, Odontologia, Belas-Artes, Politécnica, Agronomia

e Veterinária, Filosofia, Conservatório de Música, Escolas Normais,

Profissionais masculinas e femininas. Existem ainda numerosos


es-

tabelecimentos de ensino secundário, equiparados, além de um total

aproximado de 1.000 escolas


primárias*

A intensidade da vida intelectual e econômica reflete-se na im-

Recife tem a honra de


prensa. cheios de tradições,
possuir jornais

com um de e de combates.
passado Entre êstes o Diário
glórias dê

Pernambuco s— o mais antigo da América Latina —,


do Co-
Jornal

mércio, Fôlha da Manhã, Pequeno, Fôlha da Tarde, Diário


Jornal

da Manhã.

Há uma biblioteca encerra documentos valiosos


pública que e

livros raros, mormente sobre a história do domínio holandês. Existe

um museu de História e de Etnografia, encerrando coisas de


grande

significação e um museu histórico, do Instituto Arqueológico, His-

tótico e Geográfico.

Porto de mar

Recife limita-se ao norte com Olinda e Paulista; ao sul existe o

município de
Jaboatão; a este o Atlântico; a oeste
Jaboatão e São

Lourenço. A cidade está edificada a três metros acima do nível do

mar situando-se a 8." 48' de latitude sul e 34.° 53' de longitude oeste

de (jrreenwich.
A temperatura média oscila entre 33.° e 19.°.

a condicionou
que 9e°grafia o desenvolvimento
J nP0<!em0^d:2.Cr
do Recife. Dividiu os bairros, batizou-os.
O Capibaribe e Bebe-
o

nbe organizaram a
paisagem. Até hoje, efeito administrativo,
para

Pr'mitiv® divisão das freguesias: Recife, Santo


Ani Tnt-e d3
Antonio, Sao Boa Vista,
Jose, Graça, compreendendo
Beberibe, Poço,

â'
ligando os bairros entre si, há um
n*>rfp>a ^ 7eÍipÍÓ'

no são
9ual empregados em
nrnlri? - i tl íétricos<
veículos fechados,
mantido
Pernambuco Tram-
pela
ways A P
o Power Co. Ltda.

litora]
Pernambucano é defendido
uma série de recifes,
por
dispostos ao largo, fato alias comum a todo litoral desde o Ceará até

S
denominação
da cidade -
o recife
l lf' 1U T ftroVeio ?
de Sao Miguel,
Martim Afonso
porque o avistou no dia dêste Santo.

emb0ra
Séri0
Pcri9° à navegação, são,
TSt"Uam
con'ieci^as
e aproveitadas,
elementos úteis
oara ,ma
^ anc0radouro
30 abri90 das ondas fortes
do mar aíto 0

°nr-Ue,nâ0 fOÍ 0Utr a


determinou a loca-
que
lizacãSoabHn
lizaçao ^rcunstância
do
primitivo povoado. O
pôrto criou a cidade, diríamos.
RECIFE 217

o Recife
mapa do Brasil para
no granjeou
c nncirão orivilegiada

rotas do Atlântico-Sul.
em tôdas as
obrigatória
de escala
autuação c>
aerea. Foi>
navegaçao pn-
a
apresenta para
importância
Idêntica Sa-
Coutinho e
aviadores Gago

nnnfft do Brasil atinaido pelos
outros
Muitos
sobre o Atlântico.
vôS
no
Tr/clbra" primeiro
- em Recife
tiveram
¦t - na época dos
pioneiros
fraSoStaiSs
V°3 das
com o advento
Depois,
terra americana.
escala em
nrimeira
esta-
os
Recife principais
continentes, possuiria
ligando
linhas aéreas
Entre essas
aérea.
de navegação
emprêsas
í wL/ntos de diversas
muito
manteve durante
Graff Zepellin, que
a do dirigivel
destaca-se
e o Rio de
Alemanha Janeiro.
entre a
regulares
viagens
tempo

XVI.
do séeute
Recife data,
do
do
A (anta pírto
J3m:'

S,
de R^Morto.
o oT«o fdenom^o
enu»u v
. Uava-se
toneis o bairro
, movimento aue penin-

os si
testemun
ougos
do mar, pesca-
gundo
todo, por gente

Q Com
de acor
nQmes.
diversos
adquiriu
XIX o
No século porto

e^ a0
rios Capibari
dos
emhocadura
Constituído pela
apçagtta
um modo
dc geraUm»
Tegipió. o
pírto.
^ queb[a.ma[
do domin ^
era no tempo , 1
que já navios
navios.
atras dos
enxameando
mesmos tubarões
natural, os

das marés.
sobre o movimento

dos mocambos
Terra bonita

*te aspec»
nãcj-ta.
Raco aquele ,ue
gJfáSf.

a^9™
«etos ferimos

fob
SÍSJ?T5E~
em parte,
Ela provem,
esfecvilhante.
lação enorme,

definida,
zona rural, sem
da profissão

o
seu feitio
obstante primitivo,
Não
na y
nota alegre p
e uma
o mocambo
utiliza em sua construção,

Tanto como os coqueiros.

cons.i.uiamumsériojblem^al.J^
Os mocambos ^
*niP
de w.uw.
um total
ticas de 1938 acusaram
218 CULTURA POLÍTICA

sistência social aos seus moradores sem melhorar a habitação. Or-

com êste objetivo, um movimento intitulado Liga


ganizou-se, grande

Social contra o Mucambo, vem empreendendo combate siste-


que

mático aos casebres, obtendo resultados


proveitosos.

A do Recife, não se forma apenas


população proletária porém,

multidão dos casebres. Há uma outra, sadia, trabalhadora,


pela pária
"Nas

enche as ruas ao amanhecer. das fábricas, há um


que portas

verdadeiro enxame de homens, mulheres e aprendizes, esperando


que

as máquinas rodem... À tarde, de 16 às 18 horas, é o escoamento,

a saída apressada das fábricas, o rumor das abelhas voltam


que para

as colmeias". Recife é uma cidade de movimento e de trabalho.

Possue uma heterogênea. Encontram-se ali muitas


população

raças, muitos tipos. É uma condição comum a todos os de


portos

mar. De outro lado centralizou, desde o Brasil colonial, importante

zona agrícola; com isto, a contar da abolição, ficou


principalmente

repleta de negros e mulatos.

Ainda hoje ruas antigas, as negras,


pelas sentadas ao dos

tabuleiros, vendem milho, tapioca, frito, mungunzá, café; os


peixe

molecotes mercadejam amendoim, bôlo de milho, caldo de cana. Ou-

tros, homens do interior,


geralmente trazem balaios feitos de
palma

de e de timbó, arapucas
palmeira de
panacuns, pegar passarinho,

redes e cordas de tucum, esteiras de cambucas,


pipirí, panelas, potes,

coités, cabaças, bilhas, urupemas, abanos. Isto sem falar


quartinhas,

èm muitos outros vendedores, nos mendigos, nos músicos.

A do negro trouxe à
presença alma do Recife o
popular gôsto

estranho das superstrições, da música bárbara, da sensualidade. Re-

cife tem muita macumba.

Africanidade

Existem no Recife supersticiosos


só entram em
que casa com o

direito. desconfia4m
pe Que das borboletas
Do besouro
pretas.
mangangá e do sapo cururú. Mas alegram-se vendo entrar em casa

uma esperança ou uma aranha: trazem felicidade.


Um de arruda

ou de roxo
pinhão no é bom
quintal contra o mau olhado. Noite de

a? —
João no Recife é ainda
que a noite alegre dos fogos, dos bolos

e de canjica de milho —*
todos devem armar uma fogueira no
quintal
ou defronte da casa, senão o diabo vem dansar. Os meninos do Re-

cite tem mêdo do


papa-figo, do negro do surrão, do cabeleira, de carirí.

Os meninos trazem figa no


poscoço, contra o mau olhado.

O carnaval é uma oportunidade


para a expansão dessa africani-

dade. Nao e à toa o carnaval do


que Recife é um dos do
primeiros
rasi. s marchas têm, até agora, alguma
coisa de banzo africano,

e os estandartes dos clubes lembram


os velhos cultos totêmicos,
vagamente.
RECIFE 219

os
são os janga-
do Recife pescadores
boa
muito
Uma qente em
em Iemanja,
bravo. Acredita
«unersticioso, povo
nao teme
deir0S-. Por isso
todo perigo.
Sua reza
M s tem para
va.
mistérios. Em fragihmas
jangadas
as .
ondas, dentro deles
as mas tem
homens calados.

rios entregam-se
ou à dos
do «ar
A faina
C^ça".
£ ÜSde

as <*~ ^
de tôdas
homens

seee mercados públicos


^

de
da Madalena,
da Encruzilhada,
Amaro
JESi.
_ aSS

de Flores.
de Afogados,
Amarela,
Casa
de
aproximada
Recife uma populaçao
o
Calcula-se para

habitantes.
400.000

Saneamento

«*«£«£
pd.
às obras planejadas
Posteriormente
com
tornou
Recife
de Brito, suces-
Saturnino as medidas

da
ciescente

ss.

srtssíss
^»m<"ío
a salubndade.
mais
ainda
urbe melhorou

bem dotada
6 «ma terra

^ Infantil
o
Centenário, Almeida,
o Hospital
sua Manuel
Hospita
Cruz
Osvaldo Hospital
o Hospital
cia,
Amar0,
Hospita êQda
Alienados, de
de e Hospital
Hospital pübliCa
mortalidade
do Recife,
Maternidade no Recife
Pedro II,
«££4^
M£«.°
Hosp.t.1
Pronto Socorro.

m ^
ao de outras
infenor
é bastante
^ Gm
^ ^

a e.
distribuída POP^ tratamento
A água alcalinizante

da ata

~ p£$f?írÊ^coa9Ulante
age
a
submete-se
A seguir,
contém.
que
quilô.
6
repr^
cujo
de Gurjau. metros
barragem de
A
^ j.500.000

armazena metros abas-


rio acima,
metros diários para
cúbicos
'
de
cúbicos, Poduzl? reservatório
podendo em um
é rccebida
*
A situado
da capital. de 9
tecimento cêrca quilo
a
situaao
de capacidade,
metros cúbicos
10.000

metros da cidade. ^
da cidade

pocsia

op
achamos
lige^s.
estas considerações Recife(
^
Encerrando

"cntas por 9
os canais
aqui as palavras
lembrar Veneza,

Melhor. da das
Nabuco."... maresia.
Joaquim
da agu' As
sai sao
a cidade
Recife são rios, suas
do pontes
&
e amplo
vem-se
o seu horizonte oceano
lagunas; c 0
&

suspens
terraços o extenso
compridas como sôbre
esoumas,
espumas, por
p
de
um lençol
delas em
diante
quebrar
220 CULTURA POLÍTICA

recife as como uma trincheira,


que guarda, imenso,
genuflexório

onde o eterno aluí dor da terra se ajoelhará ainda século, diante


por

da frágil dos conqueiros".


graça

BIBLIOGRAFIA

Freire — Guia Prático,


(Gilberto) Histórico e Sentimental da Cidade do —
Recife.

Livraria Olímpio — 1942.


José

Pinto — Pernambuco —
(Estêvão) no Século XIX Recife 1922.

Guia da Cidade do ¦— Recife


Recife 1935.

Municipalidades Pernambucanas — —
Recife 1938.

Melo A Guerra
(Mário) dos Mascates como Afirmação Nacionalista

Pernambuco — 1941.

Lacerda de Melo Pernambuco:


(Maria) Traços de sua Geografia —
Humana

Recife — 1940.

Pôr to do Recife —
Recife 1933.

Boletim da Cidade e do Pôrto —


do Recife Recife — Setembro de 1941.

Melo — A Vila
(Mário) do Recife, na Primeira Metade do Século XVIII, através
"Jornal
de um documento inédito
(in do Comércio" de Recife — 11/6/1939).

A História dos Arcos Comemorativos —


de Feitos Devoção —
Religiosa Erros de

lmprovísado da
Manhã" de Recife —

6/4/19?f"ÍSm0

"Jornal
O Primitivo Teatro Santa Isabel —
{in do Comércio" de Recife -
Dentro
do Mato
Conceição
em
o
jubileu

FILHO
GUIMARÃES
ALPHONSUS

Morais transcreve
Dutra de
raldo
Drum-
Carlos
Romaria, "Compromisso
da Irmandade
o
utiliza
de Andrade
mond erecta
de Matozinhos,
do Senhor
EM ma-
um
insuperàvelmente de
e freguezia
sua capella
c na
sua terra
da
é muito
terial de
que da Conceyção
Senhora
me Nossa
Sem dificuldade
da sua Frio, bis-
gente. Serro
Dentro do
Matto
esse belo poema,
de todo
lembro de
Trata-se
de Marianna".
do
vou falar ju- pado
agora, quando "instrumento for-
em
publica
ao Senho um
anual
bileu, romaria
Livro em
de um
ba- o theor
ma, com
do Matozinhos.
Bom
Jesus des*
de huma petiçãa
sobem_a consta
os romeiros que
bemos que da
de Erecçao
e vao Provisão
Deus e
a pacho
leva
ladeira que
do S>e-
. ou Irmandade
no caminho Confraria
as culpas
deixando
de Mattozinhos,
o
ainda, nhor Bom Jezus
o
Informados poeta,
do Arrayal
Sua Capella
romeiros, na
dos Erecta
exaustivos
pedidos Senhora
"pedem de Nossa
os olhos, Freguezia
com e
os
quais Dentro,
as de Matto
com Conceyção
de
com a bôca, pedem
pedem
do Compromisso
a deso- também
falte como
nem
mãos". Talvez
tudo
"cansado de
Confraria que
de mesma
da
lação do Cristo, que,
livro a
no
remettido proprio
sonhando foi
—* dorme
tanto con-
pedido a sua
Real para
Sua Alteza

com outra humanidade... da-


esta
O documento
firmação".
E o
de 1803.
dos de maio
não jubileus de 22
falar, tado
Quero
trata da
terceiro
festa tradiciona décimo
em mas da caoítulo "Terá
geral,
esta
antiga do Senhor":
de Conceição, Festa
da cidade
obriga-
ei" rigorosa
Dentro, Confraria
do Mato Sancta
Conceição
o
annualmente
se de Conservar
sabe portar cão
dade sertaneja que
exposto
Sacramento
centenária. Santissimo
com uma dignidade
vulgar-
chamados
es*- tres dias
nos
Na extensa monografia que — e
de Carnaval
— dias
do Mato mente
creveu sôbre Conceição
desde quatorze
forma
o mesma
todo %
e onde reüniu do
Dentro
e
thé vinte quatro
nos de lunho
coligido
vasto documentário este em que
dia
dito mes,
sobre
— Ge*-
arquivos conceicionenses

V
CULTURA POLÍTICA
222

Bom de, se lhe aprouver. Não se as-


ha de festejar ao Senhor
se

suste com o nome: o hotel é mes-


Mattozinhos, Padroeiro
de
Jesus

Missa So- mo da saüdade, casarão antigo


Confraria, com
desta

Procissão, e debruçado sobre um beco melan-


Sermoens e
lenne,

tão inviolável- cólico.. .


isto Se observará

Como huma das Condi-


mente

impostas a esta
essenciaes, Vivendo 11 anos em Concei-
çoens

Santíssimo Padre Alphonsus


Confraria o de Gui-
pelo ção, poeta

de felis e Saudosa me-


Pio Sexto maraens sentiu mais do nin-
que

na Concessam dos Seos


moria a sua nostalgia de cidade
guém

O breve de 7 de
Breves, etc.'\ voltada o sempre
para passado,

1786, como esclarece a


março de melhor, como todo Por
passado.
41

concede à Irman-
monografia, longos anos do
participou jubileu

inúmeros benefícios e várias


dade de Matozinhos, e tanto se como-

indulgências". E lhe rea-


permite veu com a romaria lhe dedi-
que

lizar a Festa do Senhor.


cou uma das suas de
páginas

de Mendigos, livro editado


A festa de Bom do Ma- prosa
Jesus

em Ouro Preto, em 1920. O


vai, de 14 a poeta
tozinhos
portanto,

fazer uma descrição


pôde perfei-
24 de Nesses dias,
junho. poucos

tamente exata. Logo de início,


a cidade se torna outra. Concei- "O

uma informação muito útil:


está a 187 de
ção quilômetros

de Conceição do Sêrro,
apreciável jubileu
Belo Horizonte, com

ao inverso do sucede em Con-


que
estrada de rodagem. Nada mais

do Campo, conserva até


bons tempos da gonhas
confortador
(nos

hoje os caracteres tradicionais das


é claro) uma via-
gasolina, que

nossas festas religiosas.


êsses de primitivas
gem por quilômetros pai-

há, durante os dias dos fes-


Não
sagem convidativa e clima suave.

tejos, divertimentos mun-


altura, o via- públicos
A certa encontra-se

danos; a roleta, a o
pavuna, ja-
em serra do Cipó,
jante plena

burú não levaram ainda àquelas


formidàvelmente bela, com a sua

sossegadas o foco irra-


paragens
vegetação estranha, de flores em

Logo se
diante da civilização..."
blocos compactos, e suas enormes

conclue o de Concei-
lajes apontando a mesma que jubileu
direção.

inteiramente re-
é uma festa
ção
Para maiores líricas,
possibilidade

ligiosa e fiel à liturgia católica.


convenhamos: apontando o
po-

ente. O viajante se sente incli- romeiros co-


Os
("forasteiros",

nado a em erosão e fenô- de


pensar mo lhes chama o vêm
povo)

menos semelhantes, mas não há


longe e armam as suas barracas

muito tempo. O automóvel corre,


nas da igreja de
proximidades
indiferente a tôdas as
paisagens de
Bom São levas e levas
Jesus.
e fenômenos. E a serra do Cipó
forasteiros. Nem faltam os turis-

fica atrás, com o seu friozinho


tas curiosos, donos da cidade,

inquietante, suas montanhas do-


os
para quem (conceito geral)
cemente agressivas assim
(se posso
homens e as resolve-
paisagens
dizer), sua vegetação...
está a
ram existir... Lá em cima

Em Conceição, o leitor igreja, ladeira re-


no alto de uma
poderá

hospedar-se mais a
no Hotel da Saüda- lativamente e não
penosa,
MATO DENTRO 223
EM CONCEIÇÃO DO
O
JUBILEU

ruas e sofre e
hoje substituída se espalha
igreja pelas
primitiva,
"cm
Principalmente canta. Os
estilo mou- canta...
um templo
por

não se esquecem de suas


informa a citada mo^ romeiros
risco", como

— montanhesas. Cegos c
A nova igreja cuja canções
nografia.

se à beira dos
se iniciou em 22 de aleijados
construção postam

^ e cantam. As toadas
1931 contrasta caminhos
novembro de

de tristeza a
Sabe-se monótonas enchem
com a cidade centenária.

velhice de Bom Mas o


atingiu uma ladeira povo
a antiga Jesus.
que

diverte também. Há barraqui-


mas não teria sido se
irremediável,

como nhas, circo, de diversões.


reconstituí-la tal parque
mais
justo

não se lembra mais dos


A cidade
era ?

seus dias entediados e silenciosos.


"sobem

a ladeira
Os romeiros estua. Há sempre
Vibra, gente

e vão dei-
leva a Deus e nas ruas. Risos, con-
nos becos
que

no caminho... Desde a ma-


xando as culpas versas, movimento.

"depor
e súplicas as cerimônias reli-
oferendas nhã à noite,
Vão

à igreja de
Como levam o
aos do Redentor". que- giosas povo
pés

Bom de Matozinhos. Que


da Irmanda-
ria o Compromisso Jesus

"Missa no alto,
esteja longe, lá
e importa
Solene, Sermoens
de, hâ

Podem ser in-


o de
ternura o pouso Jesus!
Procissão". E com
que

os versos do
vocados poeta:
a Festa do Senhor!
canta
poeta

imagem de Bom
A milagrosa Je-
"Tão
mas desanima
longe... quem
de Lisboa, em
sus veio
que
Ele é o Senhor do Bom-Socorro!"
Se
— im-
1773 tão milagrosa quanto

viva recebe
pressionantemente

Os ro-
as oferendas e súplicas. de Mato-
A fé em Bom
Jesus

seus so-
meiros levam ao Senhor a uma boa
zinhos se
generaliza

suas
frimentos e pro- Gerais. Promes-
problemas, de Minas
parte

A igreja
messas e seus doentes. chegam
sas e óbulos se sucedem,

de Bom como paira se


que distantes. O
Jesus de cidades jubileu

e
a cidade, dominando-a uma
sôbre isso mesmo,
faz, grande
por

dos ho-
consolando a inquietação sertaneja de
romaria. A cidade

mens. nesses
se desconhece
Conceição

os dias
dias. Passados, porém,
festa do Senhor
O dél
principal
cismar no seu
volta ela a
festivos,
é o seu
Bom de Matozinhos
Jesus
sôbre a
e se curva pedra-
destino
Nada separe
caráter que
popular.
ou-
e nostálgica,
sabão, encolhida
diferenças.
classes ou estabeleça
córrego do
águas do
vindo as
somente o
E' o tão povo,,
povo,
sinos saüdosos.
e os seus
Cuiabá
se mistura nas que
procissões,
que

— 15
122.218 F.
uma tradição
de
Desprestígio

D]ALMA MACIEL

Talvez daqui a
de urbanização.
MODERNA urbaniza-

outra avenida corte em


tempc(
do Rio, derrubando
ção

A se estende
transfor- diagonal o casario
velhas casas e que

Lapa à da República, e é
ruelas da metrópo- da
mando antigas praça

não demorará muito a


de incom- certo
le imperial em avenidas que

da Tiraden-
transformação
magnificência, aos praça
poucos
parável

com o desmonte do
tes,
fisionomia da próximo
vai mudando a

morro de Santo Antônio.


cidade, extinguindo, ao
grande

tempo, tradições se
mesmo que
Talento e boêmia

firmemente conserva-
presumiam

das o transcurso de muitas


Como a de outros logradouros
para

Passa o exército de
gerações. tradicionais do Rio de a
Janeiro,

operários municipais, e
quando Tiradentes não
história da
praça

cessa o ruído dos camartelos e dos


é assunto se aborde a conten-
que
o olhar dos homens
perfuradores,
to nos limites de uma simples crô-

de ontem vagueia espaço


pelo
nica improvisada. Só através de

aberto a de
golpes picareta, pro-

longo e esforço de invés*


curando aspectos daí em pertinaz
que

tigação e compilação será


diante só existirão em suas recor- possível

dações. Foi assim no morro focalizar figuras e descrever acon-


do

Castelo, e com o velho convento tecimentos ligados à existência do

da Ajuda, e, mais recentemente,


antigo largo do Rocio.

com a Onze e o bairro is-


praça
Aberta ao no tempo do
público
raelita, onde o carioca não se can-

Brasil colônia, a Tiraden*


sava praça
de admirar a alegria
gentil

tes —
a ironia carioca chama
das brasileiras, em oposi- que
judias "dos

caboclos" serviu de cená*


ao melancólico aspecto dos
ção

comerciantes rio a acontecimentos e


barbudos. Porém grandes

não aí, na derrubada sempre foi, mais ou menos,


parou do
quar-

e no arrasamento das estrei- tel-general


gueto de artistas e escritores

tas de
passagens General Câma- boêmios. Por isso vive na recor-

ra e São Pedro, a benfazeja faina dação dos sobraram do sé"


que
DESPRESTIGIO DE UMA TRADIÇAO 225

e hoje sonham açor* se faziam trocadilhos dis-


culo geniais,
passado

com as noitadas buliçosas cutia-se música, criticava-se


dados pin-

Munchen e dos teatri- tura e


do Stadt projetavam-se grandes,

imorredouras de nossa li-


nhos do Pascoal Segreto.
páginas

teratura.

Realmente, foi ali, na esquina

o É verdade não existiam,


da rua Silva pre- que
Jardim, ponto

intelectuais fize- naquele tempo, as


ferido dos preocupações
que

materiais exigem da vida in-


ram a Abolição e a
prepararam que

na telectual de agora uma soma de


República. Foi ali, também,

I, ou do Es- esforço incompatível


curva da rua Pedro prosaico

a Maison com a boêmia romântica dos


Santo, surgiu per-
pírito que

— sonagens à Murger. Mas o des-


Moderne de diversões
parque

vida da Tiradentes,
onde se concentrava tôda a praça
prestígio

como reduto de noctívagos de ta-


noturna da cidade de outrora.

lento, decorreu mais do


progresso
Lembrar a Tiradentes é
praça
da urbe carioca e da sua moderni-

recordar, forçosamente, os
ainda

zação, da transformação dos


que
meetings de Paula Nei e de
José
e comediógrafos do fim do
poetas
Patrocínio; as bebe-
do
gloriosas
século XIX nos honrados capita-

deiras de Bilac, Coelho Neto,

e tabeliães amantes de be-


listas

Passos, Aluízio Aze-


Guimarães
são êles cm nossos
las-letras,
que
vedo, Pardal Mallet e Emílio de

dias...

Meneses; os triunfos de ribalta do

autor de O Dote e da Capital

Decadência urbana

Federal; as temporadas famosas

"praça
dos teatros Santana, Variedades
A velha dos caboclos",

e São Pedro, controlados


pelo sorte da rua do
tendo a mesma

Pascoal... Ah! bom tempo aquê-


foi ao rol das
Ouvidor,
passando

le em se fazia arte nos cafés


subsistindo co- .
que coisas históricas,

repletos de e atores!
poetas secundário, desde
mo logradouro

avenida Rio Branco


a abertura da

Dos aos
poetas instalação das ca-
e conseqüente

capitalistas
de diversões modernas.
sas

cineminhas cario-
Os
Dizem os cronistas dessa época primeiros

o car-
cas diminuíram gosto pelos
relativamente distante
pouco que

rosséis do Pascoal.
mais vinho do Pôrto e li-
se bebia

cores fortes na Tiradentes dessa


praça curioso
Um
pormenor

do todo o resto do Brasil. Ti-


em da
que fase de decadência praça

Pudera não! Se era lá o único Pas-


é foi o
radentes próprio
que

movimentado da cidade, — maior ami-


o seu
ponto coal Segreto

após o cair da noite, e as diver- a intro-


contribuiu para
go que

soes eram tão escassas... no Rio, arte esta


dução do cinema

dispersão dos
no responsável pela
Bebia-se, desbragadamente,

da Maison Moderne.
habitués
Stadt Munchen, nos bares
próxi-

chamado Pavilhão
Num barracão
mos, nos buffets dos teatros, nos

onde hoje estão si-


Moderne. Internacional,
da Maison
quiosques

Liceu de Artes e Ofícios


tuados o
Mas, em compensação, também
CULTURA POLÍTICA

226

sôbre versos alexan-


empre- discussões
Nice, o saüdoso
c o café

As calçadas, batidas de
exi- drinos...
com
teatral, de
sário permeio
de lojas baratei-
sol e enfeitadas
famosos e
de lutadores
bições

como freqüentadores
ras, têm
revistas e operetast
de
temporadas
esganiçados came-
tela os
improvisada permanentes
em
passou
afiadas em segunda
lôs de
chegados ao giletes
filmes
primeiros
mão!
Brasil.

Um logradouro o Stadt Munchen.


Desapareceu

tudo aquilo lhe


prosaico Desapareceu que

mesmo a má fama
era
peculiar,
correm, a
Nos dias praça
que seus banqui^
ocupantes de
dos
— esperando as
Tiradentes pi-
nhos...
— limita-se
caretas do urbansimo

subalterna de tradicional
à condição ponto Da antiga, da praça

linhas de veí- a está-


de muitas resta apenas
terminal Tiradentes,

Norte da cidade.
culos da zona e os seus caboclos
tua que justi-

de um ape--
ficam a
brilho de ce- perpetuídade
Perderam aquêle

lido maldoso...
onde não há mais
náculo os cafés,
brasileiro
do
Quadros passado

velho Brasil
do
Estampas

MURILO ARAÚJO

Brasile. E alguns
ou do grafam
do Velho
Estampas

Braxile ou Bracile.
sombras c
Brasil desfilarão

o encantado tor*
NESTAS nossa terra, Seria mesmo
de
aspectos

o das
idade e de nascemos, país
outra rão em
de uma que
vultos

— Pindorama doura-
água-forte o
feição. A
uma outra palmeiras

Brasile, nome
e as de sol? O nome
agruras do
trágica das
primeiras

madeira verme-
das do ibirapitanga,
vinhetas douradas primeiras

Europa, o
co- na pa-
do solo, lha inexistente
vitórias. Exploradores

e fidal- rece indicar.


vice-reis
lonos,
jesuítas,

fei" Pátria enorme


As a
do sertão. Seria,
As aldeias pois,
gos.
nas velhas car-
e as negro
Os engenhos êsse
torias ingênuas. ponto

Sam Bran-
açúcar. As tas... Mas que
do ciclo do pele- por
vilas

nos
rudes lenda medieval
intrusos e as dão? Uma
contra os
jas
vem de lon-
Colo- motivo. E
avós. explica o
dos nossos
conquistas

do
de na distância
imaginação es fumada
ridas embora pela ge,

nem um tempo.
não deixam,
um
poeta,

nas linhas, sexto sé-


ser exatas meados do
instante, de La
pelos

à viveu em Gal-
fogem seus perspec~ nossa era
nem planos culo de

um
da verdade. irlandesa,
tiva segura uma cidade
wan,

Foi educado por


cristão.
piedoso

santo medievo
Um de sua
e passagem
uma religiosa;

dá hoje teste-
esqueci- os homens
verde dormia, entre
A terra
de
a catedral
no mistério munho secular
da do mundo maior,


fundou porque
Confort, que
das águas.

católico. E
foi um sacerdote
civili^ êle
sabia dela a
Que gente
sua
suas cinzas, por
lá dormem
zada da Europa?
Êsse homem
vontade.
expressa
na era do
Antes de 1500, ainda

foi S. Brandão.

nome se
seu
pré-renascimento, com^ o
a tradição que,
E refere
em velhos
vislumbra vezes
por
o
de evangelizar gentio,
for- intuito
Mas de "gran-
mapas incertos. que
crente uma
êsse
construirá
no Atlântico...
ma! Um
pontinho
madeira •
nau de boa
de
de Satn Brandão
e a legenda: Ilha
CULTURA POLÍTICA
228

de instrumentos náuticos de
um dia nela loja
E embarcando-se

Bartolomeu, irmão de
fiéis fizeram- mestre
com alguns outros

Colombo, a loja onde o


~se mar. Cristóvão
de aventura
pelo

almirante, então moço e


futuro

vogaram esses homens lon-


E
trabalhou desenhando car-
pobre,
dias e noites rumo ao ignoto,
gos viu um mapa
tas... e onde e uma

bom Deus e as es-


guiados pelo
epístola do sábio Toscanelli,
que

trelas.
deram vez a cer-
lhe pela primeira

Brandão soltou uns de mar, se ia às ín-


Um dia S. teza
que, por

no barco. E
trouxera dias...
pombos que

êles achou terras do


ajudado
por
E foi nessa Lisboa náutica,
que

outro lado do mar!


mostra curiosa no velho livro
se

Diz a lenda saltou num do senhor D. Manuel, Colom-


que que

virgem, onde esteve oito bo, além do sonho, achou o amor!


mundo

Seriam terras da América? Foi lá conheceu Filipa Peres-


anos!
que

do Brasil? As ve- trelo e sua beleza o E


Seriam prendeu.
praias

lhas cartas só nos mostram o seu foi lá aue um dia os sinos canta-
>

no Atlântico: Ilha de ram suas bodas numa hora ra-


pontinho

Sam Brandão ou do Braxile. diosa.

Ora o sogro de Colombo tinha

Na loja de Bartolomeu ilhas


terras distantes uma no

Atlântico, ao ocidente da Áíri-

Entretanto, depois dessa folha


ca... E o casal lá se foi residir

de mapa, ilustrada com a vinheta


em Porto Santo e depois na Ma-

de um santo chega a uma


que
deira.

terra nova entre as ondas, con-

E o ouvir,
templemos outra estampa bem genovês genial pôde

mais intenso, o apêlo misterioso


velha.

do mar...

É uma iluminura do Livro de

Davam à costa troncos de ár-


Horas de el-rei D. Manuel...

vores de uma flora ignota,


que

E ela nos mostra uma rua da


eram como mensagens de
países

—* a Rua Nova,
Lisboa de então
misteriosos além do oceano.
para

era, ao tempo, intensa rua de


que

Na ilha das Flores, contou-lhe


mercadores. As fachadas são or-
"corpos

alguém, deram à enseada


nadas às vezes com uma
pequena

de mortos, de caras largas bem


e nau em de lioz e
graciosa pedra

diferentes das dos cristãos"...


o estilo manuelino emoldura
ja-

nelas e com as cordas dos Pedro Correia, cunhado de


portas

barcos... É estamos no Por- Cristóvão Colombo, achou um


que
41 "um
-
tugal marinheiro, deu mun- dia na mastro trabalha
que praia

dos ao Mundo". E na Lisboa an- do mãos humanas e viera


por que

tiga chamada o cais da Europa, vogando do ocidente"...

na Lisboa um cronista com-


que
E o nos conta
grande genovês
a um acampamento naval...
para
anida, em seu diário, certa
que

Pois nessa doce Lisboa e nessa vez chegou à Madeira, um


po-

mesma Rua Nova é estava a bre agonizante,


que pilôto, quasi que
229
DO VELHO BRASIL
ESTAMPAS

foi
no Essa descoberta guardada
muitas tempestades
arrostara
firmando com
em segredo até
sabe dêsse batido que,
Pouco se
mar.

o tratado de Tordesi-
luso e a Espanha
uns supõem
mareante, que

oficializada sem
lhas, ser
c é chamado pudesse
espanhol que
outros
o reino
de para
Sanchez e perigo perdê-la
uns Alonso por
por

ou Vi- lusitano!
Francisco, Afonso
outros

Contou êle, Brasil em 1500


Dias... porém, A descoberta do
cente

tormenta impe- fuga es-


a foi um acaso, nem a
a Colombo que não

dias a oeste e com*


sua nau muitos calmarias com um
lira túpida de

uma terra onde


com ela em de rumo...
dera desvio
pleto

e reparara as
aguada
tomara
viajava um
Na frota de Cabral

velas.
onde iam e
sabia que
homem que
Brasil essa terra
Seria ainda o
Era Duarte
o almirante.
guiou
a terra deslum-
oeste? Seria fi-
do Êsse heróico
Pacheco Pereira.

assim, fa-
da América, que rosto
brante barbas num
de longas
dalgo

o futuro almirante,
ceira, seduzia bondosa ex-
de
altivo, aureolado

longe, semi"
ao
acenando-lhe verdade o
foi na primei-
pressão,
leque de brumas?
-oculta no seu magní-
de nossa Pátria
ro noivo

saiu, como sa-


é êle
Certo fica.
que

tomá-la,
bem, audazmente para
brancos
Os
primeiros
Oceano e o
vencendo o monstro

fantasma Mistério.
ventos da
os partida
Quando

de Ca-
"Esmeraldo" às caravelas
deram asas

O Brasil no
aqui a ter-
deixando
bral,
quando

às Índias dis-
é mencionado virgem aproaram
o Brasil ra
Mas

no ficaram nestas qua-


descobrimento, tantes, praias
antes do
ainda,
"dois

livro degregados,
Orbisf o homens:
de Situ tro
Esmeraldo

frota, e dois
Pacheco iam na
Duarte dos vinte
em que
célebre que

de desertaram
Grão Pacheco# marinheiros que
Pereira o

— narra as crônicas...
Assim rezam
nos fala Camões
que

e tra-
suas expedições
el-rei homens
para êles os
Foram primeiros

balhos. Brasil.
o
brancos que povoaram

à
êle claramente
Aí se refere
por
Os marujos permaneceram
44 nos
Alteza
Vossa
terra enfeiti-
que das naus,
Fugiram
oci- gôsto.
na
mandou descobrir parte ti-
verde que
com o
paraíso
do çados
a
dental, grandeza segui-
passando mar. Não
no
nham achado
E acrescenta que
mar oceano"... sonho
êste
"se fascinados por
ram,
eqüino-
do círculo
ela estende e
bosques pai-
vivo de
oito grandes
vinte e
xial em diante, por
atraídos pela
e flores...
meiras
o an-
ladeza contra polo
de a
graus princí-
do que
bondade gentio,
nela
sendo achado
tártico... e
manso, acolhedor jovial.
era
pio
.. •
muito e fino brasil
mais che-
marujos nunca
E dêsses

via-
Pacheco Pereira
Duarte
notícias.
garam
e conheceu,
a costa da África
jara êsses. reapare-
Os degregados,
de Álvares
o Brasil antes
pois, empenho
se tivessem
como
ceram,
Cabral.
CULTURA POLÍTICA

230

"para

servir à admi-
boa morada
o
de um mundo qual
em sair para

do Brasil".
nistração
vindo querer...
não tinham por

saiu com da arma-


Depois parte
um dia à
Um dêles chegou pre-

o litoral da colônia.
da a explorar
de Pôrto
dos donatários
sença

surgia ora a fimbria


Seguro. Ao longe

dos matos, ora o lilás das


verde
à de el-rei
O outro foi
presença

ou a reta branca das areias


colinas
ia como in-
e senhor D. Manuel:

As auroras alterna-
distantes...
três índios tupini-
térprete, entre

as noites luminosas dos


— vam com
certo homem Jorge
quins que

os trópicos.
— coduzira até
Lopes Bixorda

a monotonia das
olhos reais. Quebrando

horas, veio um dia um combate

Feitorias antigas

enfrentou a rapina
naval.
Jaques

mar. Encontrou fran-


o do piratas
tempo ficou
Quanto grande

Bateu-os com suas mãos.


te- ceses.
abandonado como um
Brasil

Pôs seus barcos a E apre-


inviolado, esquecido como a pique.
souro

sou trezentos homens.


infanta das lendas, num letargo

de séculos!

Ninho dia nova


Uma frota, em 1503, bordejou pátria

nas longas costas, apresando


pi"

Só mais tarde é vieram os


que
ratas mercavam
que pau-brasil

donatários.
com os índios. Caçadas fracas...

fazer uns mais tarde chegou a S. Vi-


Que podiam poucos Só
"capitães

de vigia" montando fundadores de nossa


cente um dos

a um infinito do família: Martim Afonso


guarda praias?!
grande

de Sousa.
E no comêço de sua história,

houve em nosso torrão? Uma frota de cinco naus deixou


Sua
que

humilde feitoria, nas ribas de de


Lisboa, quinas palpi-
pendões
"onde

Pôrto Seguro, refrescavam vento agreste, numa fe-


tando ao

as naus iam às índias"... e


que bre de
glórias.

uns veleiros de sentinela no mar.

Passou Pernambuco.
por

Em 1526 seis chega-


galeotas
Ancorou na Baía.

ram a Itamaracá, como


pousaram

Refletiu no cristal da Guana^


cansadas, na enseada or-
gaivotas

cruz cristã das velas


farfalhantes. bara serena a
lada de coqueirais

audazes.

Era Cristóvão che-


Jaques que

na ilha
com a frota. Ali, em frente da barra,
gava

um forte
Rasa, sua ergueu
gente
Os homens saltaram em terra e "para

reparar bergan^
e uma forja
meteram mãos ao trabalho. E
pou-
tins".
co após brilhava ao sol novo uma

boa casa, com tempo bravo,


destinada à nova fei- Lutara no sul

toria. temporais e
pampeiros.

Partindo Pernambuco, o E num dia de S. Sebastião,


para

almirante o Rio nas*


lá deixou também uma como aquêle em
que
BRASIL 231
ESTAMPAS DO VELHO

Tomé, sábio e bom


a São Vicente, o
cera, aportou

onde uma nova


ninho alegre pá-

veio um e o
Depois
govêrno
tria emplumava.

^ Tomé de
primeiro governante

uns desgarrados
Lá encontrou
mordomo-mor do real se-
Sousa,

Velho Mundo. Uns


forasteiros do
III, cavalheiro e fi-
nhor D.
João
entre
portugueses perdidos
pobres de sua casa, mui honrado
dalgo

Cananéia... En-
Amaro e
Santo
suas virtudes.
por grandes

o célebre Bacha-
tre êles achou

e serviu à sua terra e ao


Veio
Ra-
E, no João
rei... planalto,
Brasil.
repeitado dos
com a
malho, prole,

Desembarcou na Baía de sua


honorável de
índios, como
gênro

a capitânia de cin-
nau Conceição,
Tibiriçá, era o chefe.
que

co barcos.

em vez de degre-
Com Martim,

êle vieram os
E com guerreiros
fina flor da nobre-
vinha a
dados,
fôsse forte;
rei o
do que país
Sousa, seu para
Lopes de
sa Pêro

de Deus, os
e os jesuí-
guerreiros
com os seus;
Pêro Góis
irmão;
o fôsse bom.
tas, que país
para
italianos,
franceses, espanhóis,

em
Desembarcou procissão
buscavam a aventura.
que

de seus religio-
triunfal, precedido
mudas de ca-
E Martim trazia
a cruz como um
sos, alçavam
que
bois
nas e os pacientes
primeiros união entre os
de e
estandarte paz

amiga e mover
lavrar a terra
para de seus rudes
homens, e seguido

suas riquezas*
uniformes o
em cujos
soldados,

de nossa laivos de
tocante América abria
Madrugada sol da

no berço!
pátria ouro.

na
em alvoroço marcharam
Os índios, Êsses
portugueses

os navios — com tanta un-


vieram ver que
então cantando
praia,

e lentos, os ín-
entravam, dominadores enterneciam pobres
ção que

Oh, o lágrimas aos


canal do sudoeste... dios e arrancavam
pelo

rudes colo-'
dêsses brancos.. .
desembrague

como uma êles,


nos traziam, presa com
que seguia
Caramurú

ouro, a esperança! união entre


de de
um símbolo
como

outro dia,
o sol do mundos.
E, surgindo dois

de abelhas onde
burburinho vila velha,
houve um na
E entraram

ilhote selvagem. sob os


sôbre o cruz.
novas a
grande
plantaram
não
cantantes, que da artilharia
Sons alegres, festivos
estrondos

• O ma-
eram da araponga..
já salvava.
que
os
acordaram
chado e o martelo
do baluarte
nas torres
E surgiu,

ecos dos bosques. ci-


velha e nobre
igrejas, a
c nas

escudo ? •
forte, •
Surgiu um para do Salvador
dade

e sin-
uma branca
dos corpos; e
ariscos revoavam
Os pássaros
das al-
escudo
capela para
gela
de susto...

mas. •.
Música

"catira"

A em Goiás

LUÍS HEITOR

Professor catedrático na Escola Nacional de Música

da Universidade do Brasil.

brasileiro referência, afim de constatarmos

seria muito afortunado se o e as divergências


parentesco
QFOLCLORISTA

todos os sectores do seu


existentes entre as dansas
que

vasto campo de investigação con-


descrevem e o tipo fomos
que

tassem com tão bôa e numerosa


encontrar no Estado cen-
grande

messe de informações e estudos

trai.

como os dedicados à nossa ve*

Tudo indicar o ca-


lha dansa denominada que
popular parece

teretê, se não em sua forma co-


cateretê, ou, em algumas regiões,

reográfica atual, menos co-


catira. Deixando de mencionar os
pelo

escritos em as referências a mo um tipo de densa,


que qualquer

essa dansa aparecem incidente- chamada


persistentemente por

mente, muito embora com abun- êsse nome, tem origem indígena

dois estudos fundamentais, e vem sendo nosso


plane-- praticada pelo

mais desde o século da


de acordo com o es-
jados povo primeiro

trito espírito científico, exclusi- colonização. Couto de Magalhães

vãmente dedicados a ela, cuja ci- considera essa dansa a única real-

tação é indispensável, no início mente brasileira, opon-


quando,

destas simples notas : o de Lu- do-a às de européia


procedência

ciano Gallet, sôbre um cateretê e africana adotadas nosso


pelo
"a

êle observado na Fazenda de diz : brasileira, essen-


por povo,

S. da Bôa Vista, no Estado cialmente mineira e


José paulista, flu*

do Rio de e o de minense, é o cateretê, tão


Janeiro (1), pro~

Oneida Alvarenga, sôbre Cate- honesta dansa


fundamente (era

retês do Sul de Minas Gerais religiosa os tupis) o


entre
(2). que

Ambos servirão como de de Anchieta a intro~


pontos padre José

Luciano Gallet, Folclore. Webrs &


(1) — Estudos de Rio de Carlos
Janeiro,

Cia., 1934, 68.


pg.

Oneida Alvarenga, Cateretès do Sul de Minas Gerais. Revista do Ar*


(2) —

Municipal, SSo Paulo, voL XXX, 31.


quivo pg.
"CATIRA"
233
A EM GOIÁS

é talvez essa dansa


de Sta. Cruz, cateretê que
duziu nas
festas

do século XVI, segundo


no
Espírito Santo, São fim
S. Gonçalo,

se chamava Carrete-
Esquivei,
Senhora da Conceição,
e
João
ra
(7).
elas versos em
compondo para

existem até hoje e de entre os


Diversos autores,
tupi,
que

Êsse en- G. T. Pereira


cópia" se contam
(3) quais
que possuo

do Brasil e
nas anti- de Melo, Americano
do cateretê
trincamente

definem o ca--
Carlos Teschauer,
religiosas deixou
festividades
gas
uma espécie de samba
teretê como
até hoje essa
sobrevivências, pois
" às dan-
ou batuque, aparentado

dansa profundamen~
permanece
negra têm essas
sas de origem que

como observa Couto


te honesta",
Nada mais errôneo.
designações.

em Goiás chega a
de Magalhães; suas
de
Por mais desentranhado

com exclusão total


ser se encon-
praticada tradições caboclas que

e fre- à compar-
elemento feminino (4); devido
do tre o cateretê,

ainda é empregada de fortes contingentes


ticipação
quentementc

dos san- em certas


as festas dansarinos negros,
celebrar de
para

tanto mu-
tipos de mesmo assim,
Além disso, certos regiões,
tos.

como coreogràficamen-
do ca- sicalmente
derivados
dansa julgo
que
funda-
seu tipo se distingue
te, o
Dansa de São
teretê, como a

do se
mentalmente que generali-
o Cururú, continuam
Gonçalo, ou

o nome de
no Brasil com
zou
dansas de
a ser, essencialmente,

ou outros
batuque que
samba,
religiosa.
significação
variantes lo-
apenas representam

aliás, é mesma dan-


cateretê, da
O vocábulo cais ou estilísticos

segundo afir- consiste


de origem indígena, em
sa. Vejamos que

Vem
os nossos indianistas.
mam
essa distinção.

e eté
de katú (verdadei-
(bom)

Rodri- dansas ne-


Barbosa nas
ro), segundo Musicalmente,

de catu~reté (muito ou batuque


do tipo samba
gues (5);
gras

segundo Stradelli (6). um solista,


bom),
é tirado
o canto por

o único
Teófilo Braga é, à
penso, qual
improvisada,
com estrofe

o termo
autor sugere para
que dansarinos,
os defais
respondem
diz, nas
étimo quando
português, tradicional
um refrão
entoando
do
Cantos Populares
notas aos

menos, já perfeitamente
o ou,
Romero, pelo
Brasil, de Sílvio que

ediçSo completa.
Terceira
O Selvagem.
Couto de Magalhães,
General
(3) —
1935. 31/.
Editora Nacional, pg.
São Paulo, Companhia se
religiosos
cronista3
os
com que
lembrar o entusiasmo «
Vale
(4) ^ europeus, porque
°"a^co^°
apresentan
às dansas indígenas, ,
referiam les hommes\
ave
avec
"les ne dansent jamais
jamais
et les femmes
entre os selvicolas filies

diz Claude d'Abeville. A^arnnonae Na-


como aa
da Biblioteca
Anais
Porandufca^mazonense.
Barbosa Rodrigues,
(5) -
XIV, fase. Gera'/
tomo
cional do Rio de Janeiro, e
Português-Nhêengatú
da ünguaOera^onu^ J
Vocabular
E. Stradelli. jüq
(6) - Ueogratico
e
Histórico
do Instituto
Revista
Nhêengatú-Português.

405. ,
de 1929, pg. Nova Livraria
Janeiro, Brasil.
arasu. wsuu
Lisbôa,
do
Cantos Populares
• _ Romero,
Silvio
(7)
221.
II vol.» P9»
1883,
Internacional,
CULTURA POLÍTICA
234

a função dos músicos,


ins- fila, e que
fixado. O acompanhamento

chefes da dansa, repre-


está confiado a um São os
trumental gru-

da dan- no cafe-
não sentam,
que participa provavelmente,
po

e se utiliza, exclusi* a dos há*


sa que retê atual,
(8) permanência

instrumentos de rit-
vãmente, de indígenas,
bitos coreográficos

cuícas, chocalhos,
mo (tambores, também exis-
bem como a roda,

etc.). No cateretê,
reco-recos,
em certas versões do caie-
tente

contrário, somente os cantores


ao
era figura muito emprega-
retê,

mais experimentados
participam
suas dansas; e entre eles
da em
musical; e, improvi-
da execução

o de maracá em sa-
pagé, punho,
tradicional, nunca o
sado ou

curandeiro e músico reü-


estrofe cerdote,
canto assume a forma de

os nidos num só membro da socie-


refreão, constante em todos
e

negros do Brasil; além dade, como sempre acontece en-


cantos

músicos, no cateretê, to-


disso os tre os naturais, era
povos quem

na dansa; são, mes-


mam
parte a dansa e o canto, tal
puxava

mo, os dansarinos; e
principais como ocorre com o can~
primeiro

empunham violas, em vez de ins-


tador dos nossos cateretês.

trumentos de ritmo.

Os cateretês descritos Lu*


por

Coreogràficamente o samba ou
ciano Gallet e Oneida Alvarenga,

batuque se distingue do cateretê


nos dois estudos mencionados,

ser uma dansa de solistas,


por apresentam muitos discor*
pontos

demonstram suas habilidades


que dantes entre êles. Mas têm, tam-

isoladamente, no centro de uma


bém, identidades. E essas iden*

roda de dansarinos, os ape-


quais tidades é caracterizam, a meu
que

nas meneiam o corpo ou executam


ver, o tipo de dansa representa*

sem
pequenos passos, geralmente do cateretê. Consistem elas
pelo

se deslocarem de seus lugares; a


na divisão da dansa em três mo-

vez de dansar no centro da roda


mentos distintos são : 1.°) o
que

toca a todos, uns depois dos ou-


do canto, durante o os dan*
qual

tros. O cateretê, entretanto, é


sarinos apenas meneiam o corpo

uma dansa coletiva, e a sua


per- segundo o depoi*
("varseado",

feição reside no completo acordo


mento da Felisbina a Onei*
preta

entre todos os dansarinos e não


da Alvarenga); 2.°) o do bate-pés

na e desenvoltura de al-
perícia
e das com acompanha*
palmas,

deles; comporta bate-pés,


guns mento 3.°)
de violas, sem canto;

e complicadas evoluções
palmas, vio*
o das evoluções, ao som das

exigem coordenação de movi-


que ou
Ias, sem acnto e sem
palmas

mentos e rigorosa disciplina.


sapateado.

As evoluções, em alguns casos A dos dansarinos e as


posição

comportando movimentação em suas dife*


evoluções é são
que

— A única exceção
(8) constatada é a do samba rural estudado
paulista, por

Mário de Andrade do Arquivo Municipal, São 37)#


(Revista Paulo, vol. XLI,
pg.

Mas ainda aí não há aproximação


possível entre essa dansa e o cateretê.
"CATIRA" 235
EM GOIÁS
A

Gallet os
Luciano
No descrito por
dois caíererts.
nesses
«ates.
dos outros.
defronte
dispõem aos
se pares,, uns
dansarinos

Honvem
n"

i. Mulher.

B
B

Âíl
ÃÍl Ân

th Li
ifi

em cír-
em um
a consiste passeado
uma
executadas
as evoluções,
violeiro,
culo pelo
do (9) puxado
cada entrada
depois de
uma,
das extremidades
ocupa uma
das que
e dos ritmos palmas
canto Vem de-
fileira masculina.
ida da
a
compreendem
e bate-pés, na ca-
tal como
o recortado,
acha na pois
se
violeiro chefe, que
do fileiras se
as
tira (10);
de um, goiana
a fila
sabemos que e a
pois da outra
uma
aproximam
regres-
B, donde
A, dart-
posição para viva; os
mais
dansa trona-se
a C,
vai depois passan-
sa a A; de
de lugares,
trocam
sadores
de dansari-
fóra do
do grupo dispost~
por a
modificando
de C modo
F. E C)i que
B. D,
nos (via e cavalhei'
de damas
inicial
a C; dirige-se ção
a D, e regressa em
vai
juntos
F. e ros vis-à-vis. fiquem
vai a
F, E);
D,
a E (via cavalhei-
um
alternada
movi- disposição
Com essa
a E.
refressa finalmente
e uma dama (11):
oportu- to
tem
o violeiro tor-
mentação uns em

os dansarinos giram
a todas
servir de
de par
nidade
dos outros.
na no
tomam parte
as damas que

cujas po- Lúcia-


Os cavalheiros descrito
dansa. por
o cateretê
a
usurpa, passam uma
sições êle
é, rigorosamente,
no Gallet

onde êle
lugar de partiu.
ocupar o de Oneida
No
dansa de pares.

Alva- de
de Oneida informada
No cateretê ela foi
Alvarenga
fileiras,
duas
formam-se ser dispen-
renga
as damas podef
homens, que
uma de
a frente,
frente
sadas.
a evolução
de mulheres;
outra

op.cíí;, pg. <Wa» 33


Alvarenga. no numero
- Oneida oiana
(9)
O recorfaao
artigo sobre
^ Ver meu
10)

desta revista (pg. „


1943)
(Outubro 'Oneida 3».
op. ctt.. pg.
^ Alvarenga,
(11)
CULTURA POLÍTICA
236

mais marcan- neira analisada aquela


Masa diferença por pes-

te entre essas duas versões de


quisadora.

cateretês, a revela um mais


que
Os componentes de um
grupo
acentuado cunho negro no
que

capaz de dansar a cativa são ;


Luciano Gallet estudou, reside no

o Cantador, também empu-


dêsse cateretê comportar que
(ata

nha a viola; o Ajudante ou Due-


tador canta depois de outro, e

isto can- to, vem a ser o 2.° canta-


canto alternado, é, um
que

não com êle, em terceiras, dor-violeiro; dois Taleivos ou Ta*


junto

como é usual no maior dos cantam; e Pai-


parte Ias, também
que

cateretês. Além disso o


grupo meivos, são os demais, uni-
que

observado Luciano Galelt em"


por
camente dansarinos.

além das violas, adufes


pregava,

A catira é dansada ao som da


e, às vezes, cavaquinho e
(12)

moda, finalizando com o recor-


violino.

tado. Formadas as duas fileiras

Em Goiânia, a capital do
jovem
a um metro uma da
paralelas,
Estado de Goiás, tive ocasião de

outra, com os violeiros na frente,

tomar algumas notas sôbre ca-

depois de cantada a moda e ba-


teretês lá ví dansar
que pelo gru-

tido o ritmo de sapateado e


chefiado Adolfo Mariano, pai-
po por

mas as duas fileiras trocam de


um sertanejo magro, alto* de
pou-

cas fazendeiro no sul lugar, uns dansarinos


palavras, passando

do Estado, cuja fotografia foi entre os outros. Segue-se o


já por

reproduzida nesta revista


(13). canto e o bate-pé com falmas,

Cativa é o nome dado a essa dan-


depois do os dansarinos dão
qual

sa em Goiás. Os dansarinos são


uma volta sôbre si mesmos e
pu-
cativeiros. E são, exclusivamen-

Iam. Cantam novamente e no-

te, homens. O Pedro Go-


prof.
vãmente as duas fileiras se cru-
mes, meu informante durante os

zam, regressando à ini-


curtos dias lá admitiiu posição
que passei,

ciai. Canto. Forma-se uma roda


às vezes haver mulhe-
que podia

res dansando cativa. Adolfo Ma- se movimenta ora um


que para

riano, entretanto, contestou essa lado, ora outro, com sapa-


para

informação, declarando nun-


que teado e Volta à
palmas. posição

ca viu tal coisa.


inicial; mais uma vez sapateado

e Inicia-se o vecovtado.
A cativa se aproxima do palmas.
goiana

tipo estudado Oneida Alva-


por
No recortado a é a
posição
renga. Temos a disposição em

roda. Hj canto, e sapa-


palmas
fileiras fronteiras, durante a
pri-
teado. A movimentação consta
meira a formação em roda,
parte;

de uma série de mudanças dos


na final da cativa e
quando prin-
"recortado",
violeiros ocupam lugares ora
cipia o entretanto, que

não faz da dansa sul-mi- de uns, ora de outros


parte junto junto

(12) Pandeiros sem as soalhas, de


quadrangulares, procedência portuguesa,

muito empregados nosso


pelo povo.

Número 33 1943), 202.


(13) — (Outubro pg.
"CATIRA"
237
A EM GOIÁS

te- 11) Recortado.


Esquematizando,
dansarinos.

:
mos, portanto A arte dos catireiros
grande

inicial, Canto,
1.°) Posição e cujo
está nos bate^pés
palmas,

c nova apa-
2.°) Sapateado palmas. ritmo é diferente a cada

fileiras mudam de coreográfico.


3.°) As rição êsse elementos

lugar. são alterna*


Bate-pés e
palmas

as sonoridades específicas
4.°) Canto. dos, e

uns e outros, combinando-se


e de
5.°) Sapateado palmas.

de acordo com a sucessão


sô- previs-
Giro dos dansarinos

em variados efeitos
ta, resultam
bre si mesmos. Pulo.

coesão
rítmicos, exigindo
grande
6.°) Canto.
a só
dos dansarinos, qual pode

à ini-
7.°) Regresso posição
meio de continua-
ser obtida
por

ciai. Por
de conjunto.
dos exercícios

8.°) Canto. catira é uma especialização


isso a

Mo* um não
da roda. Qualquer
9.°) Formação coreográfica.

um e outro Os conhecem
vimentos dansá-la. que
para pode

e orgulham-se
lado, com sapateado os seus segredos

de es*
caapcidade e
dessa gozam
palmas.

entre os con-
inicial. consideração
Regresso à pecial
10) posição

terrâneos.
Sapateado e
palmas.
Nacional
da Biblioteca
dos tesouros
Um

O. F. M.
FREI PEDRO SINZ1G.

Livro de Orações
con- encadernador:
anos tem êste pelo

Cantochão, 1490!
ser a com
vento ? costuma pri-

dos visitantes
meira
pergunta
QUANTOS Escrita há 453 anos
de S. Antônio.

essa
preciosidade.
em
— Foi lançada a pedra
primeira

1608. escrita há 453


Abro a preciosidade,

se é sendo as
os olhos do visitante anos. O formato
Dito isto, pequeno,

de 9,8 13,6
mais atenção sobre apergaminhadas por
fixam com pare- páginas

obras de ta- compensação, o livro é


e chão, cm. Em grosso,
des, teto portas,

nimbo súbito, se com mais de 600


lha e tudo. O que, páginas.

a todo o ambiente, provém


comunica não
A encadernação, ao parece,
que
mágica: 1608... Que tem-
da aU
palavra felizes, devendo haver
foi das mais

de lá cá 1...
po para o
terações da ordem que,
primitiva,

me falaram de um manuscri- único motivo difi.


Amigos aliás, não é o que

na Biblioteca Nacional e a leitura.


to de cantochão culta a orientação própria

ir ver. Vontade não


eu deveria
que
Depois de duas pertencentes
páginas
mas o tempo era reclama-
me faltava,

ao calendário, começa imediatamente (à


impiedosamente compro.,
do tão por
no n.° uma coisa
esquerda, isto é, par)
o adiei a
missos de todo gênero que
Incipit Of[icium Immacula~
inesperada:
De lá cá,
visita até setembro pp. para
tae Virginis Mariae, mais uma
prova
atenciosíssimos, vêem
os empregados,
o dogma da Imaculada Con-
de
novo o de que
surgir sempre de portador
era crença an-
ceição, definido em 1854,
de São Francisco, a
um burel pro->

Ofício e festa. Abrin-


tiga, com próprio
dia a mesma coisa. Êles
curar dia
por
o Ofício, em tôda
do com as Vésperas,
eu faça o
nem aguardam que pedido;
acompanhado das res-
a sua extensão, é
eu anotar titulo da obra
antes de pro-

melodias
data, vão bus- pectivas gregorianas.
curada, enderêço e já

e deixam-no na mesa, ser-


car o tesouro escrita dessa música não se
A

de boa lente de aumento, se ori-


onde, armado ve das neumas medievais que

recomeço a rever ami-


e lápis, acentos, mas
papel de e já
ginaram ponto

do Gui-
gos passado. recorre às linhas por
generalizadas

em 1050). Não
a atitude dos visi- do de Arezzo
Se é de respeito (fal.

esperem ver, de
convento de S. Antônio, ao porém, páginas pau-
tantes do

como as temos hoje, se-


de sua tas regulares,
saberem do lançamento pri-

devo cada da outra; muito pelo


em 1608, não parada qual
meira que
pedra

nas mãos um vo* contrário, o copista traçou linhas para-


dizer eu ao tomar

do titu- horizontais, com tôda a regulari-


lume falta da leias,
que (na página

sempre o
capa êsses dizeres dade, deixando entre elas
lo) leva na postos
NACIONAL 239
DOS TESOUROS DA BIBLIOTECA
UM

vez de Vamos ver, antes de mais na-


dizer, em porém,
mesmo espaço; quer

da, o o livro, afinal, contém. Basta


de 5 4) linhas por pá- que
10 (ou
pautas

de... um olhar superficial compreender


traz uma única para
esta pauta
gina,
de vez a completa insuficiência do ti-
o copista se serviu
linhas, da
5Q qual

texto. tulo impresso na capa encaderna-


a melodia e o pelo
escrever
para
de dor; tão Livro de Orações com
no número é
Não há regularidade pouco

muitas cantochão, como as óperas de Wagner


a música;
linhas destinadas para

3, às vêzes não são Folhetins com música.


4, depois
vêzes são pouco

não é co-
2, estas (o que
só quando lítero-musical da nossa
A
preciosidade
fixar a melodia.
mum) chegam para dos 4 li-
Biblioteca mor é o conjunto

vros usados, segundo diz a Paíéogra-


sempre, aparece emoldurado
O texto,

dos sábios Benditinos de


ser nas sem Musicale
linhas, a não páginas phie
por
ver- na santa Missa : 1.° o Sacra-
da escrita teve Solesmes,
música. O autor

uso do celebrante: co-


espaço. Pode ter- mentário,
ciúme do para
dadeiro

certo secretas, cânon, postco-


trecho de canto, letas, prefácio,
minar um longo

início do seguinte, munio; — 2.° o EvangeliÁrio, do


título e qual,
é para
que,

centímetro: Con- o diácono canta o s.


nem um na Missa solene,
não sacrifica

o número an- 3.° o Epistolàrio,


imediatamente, Evangelho; que
tinua quer

à esquerda as epístolas a serem cantadas


tenha terminado quer contém
terior

terço da 4.° o Antifonário


meio ou no último página. subdiácono;
no pelo

côres, das ser chamado de Li-


usa de várias hoje, costuma
Ainda bem que,
que

são as mais do o côro canta


a e a vermelha ber Gradualis, qual
quais preta

melodias, en- trato, versos, ale-


o texto das o intróito,
usadas gradual,
para

vêzes mesmo o ouro, e comunhão.


o azul, às luias, ofertório
quanto

nas letras iniciais.


é empregado dos
4 manuscritos, um
Êsses
preciosos

: dó e dos mosteiros da Ida-


são duas apenas [á: títulos de
As claves glória

mutua- às vêzes estavam encader-


se substituem de Média,
em compensação

sem aviso volume, e é este o caso


e mudam de linha, nados num só
mente,

trecho. Felizmente, se esconde sob o


no meio do da
prévio, preciosidade que

serviço be- de Livro


seu excessivamente humilde
o custos (guião) presta título

sôbre a
orientando ràpidamente Orações com Cantochão, quando
néfico, de

ou na mu-» et Olticia Di~


nota, na nova merece o de Missae
pauta antes
próxima

clave. totius anni, cum cantu gregoriano, ,


dança de vina

a tem
além de um subtítulo, que jus
decifrar a mú-
Não custa, em geral,
do livro, que
causa da última parte
dizer da por
outro tanto não ouso
sica, mais
do um Tra-,
nada menos que
constitue
de uma receita
letra. Quem precisar falarei mais .
de Música, e do
tado qual
venha decifrar
a cabeça,
para quebrar
tarde.
de 1490. Não
as dêsse livro
palavras

de leitores de obra
me falta Compreendem os que
me defenderei se atribuírem

na rica não se
senhoras tão desusadamente pode
mas que,
prática, gentis

tudo nela in-


seu curso alto, visto
Biblioteca Nacional, fizeram tratar por que

o não diz.
tradi- : o diz e... que
e, seguifido honrosas teressa que
paleográfico
escolher o
é tal custa
vieram em meu au- Essa riqueza que
ções da Biblioteca,

deva ser examinado;


xílio, igualmente dor de cabe-
tiveram que primeiramente
do
Matinas ou outra parte
sem o velho livro desvendasse Vésperas,
ça, que
seqüências, me-
certos lhe tentámos arran- Ofício Divino,Missas,
segrêdos
que

dos textos antigos


car. lodias, a comparação

das melodias do
de hoje, e a
com os
revista, tendo à
Os leitores desta
dias, o tra-
as dos nossos
com
mais passado
mão as reproduções, terão talvez
dos valores
de música, a
tado questão
sorte. muito se me
Ser~lhes-ei grato,
a origem do
ou, então,
das notas...
comunicarem o resultado feliz. Provà-

intelectual, o copista,
livro, seu autor
velmente da forma es-
irão
queixar-se
o fim a se
lugar da escrita, que
o
de não letras, do por
quisita poucas g
o Brasil, ou,
a vinda para
destinava,
ex., e, muito mais e com maior razão,

e tudo se
ainda, o calendário quanto
das inúmeras abreviações. Parte delas

não acabar, mas


a êle. É um
explicam-se fàcilmente, mas outras são prende

variados, experimentados
nozes êsses pratos
duras, duríssimas.


122.218 F. 16
POLÍTICA
CULTURA

240

S. Francisco, ou a
antes de
atra- séculos
tôda a sua
revelam do Sera-
rapidamente» contemporâneo
S Domingos,
e gos-
tempo nutritivos
a um uma seqüência
3o;sSo há ainda
fim de Assis,
c°»
largt-los,
não quer
tosos; a gente de todos os Santos
e ao popular
repetir o
ou prato
me. manda pede S. Antônio de
a (per-
dia franciscanos:
o
outra coisa para
em Pádua
não pensa os amigos
doem-me portugueses)

^NãcTserá de sua morte):


co- (lugar
começar tomando
ruim

de tex-
da página lux diei
nhecimento primeira Hodierna

sob o titulo (que poderão Dei.


e canto, in viro
to Celebris

tôda, na pri««ra
com a página
ler,
a arte fo
reproduções, graças mal a hls-
das muito
Estou contando
: Incipit
Stefan Rosenbauer)
de a São Fran-
gráfica supra,
tória. A seqüência
marte. Edmi
virgmis
Otticht Immactúate nem mesmo a
é a única, pri-
cisco, não
nogamolu proto-
dmn Iconardum no livro,
per outra, anterior que
meira. Há

notaria aplicu.
começa:
é êsse
à frente! Quem
Voluntários
de decantet clerus
liste frãcisco
Existirá alguma Letabundus
seU Leonardo?

Onde? Qual
apostólicos? alleluya,
protonotários
clavis amor
O livro, confixit novis
? guardado
nacionalidade Quem
a sua

na Biblioteca [verus,
hole como preciosidade

da Biblioteca
tem o carimbo res miranda.
Nacional
ter
Lisboa, que parece
Real de pelo
alguma relação
Dom haver,
trazido por Deve pois,
o Brasil
vindo para
com a ür-
— a e antifonário
— dêsse missal
VI. Falta que pena!
João Nesse
no de Assis.
ocasionou, dem do Patriarca
de titulo o que
página o
o fato de
a excessiva não surpreende
encadernação, caso já
lombo da
com o U[icio
de abrir
impresso :Lmro manuscrito
dêste título precioso
pobreza venera-
cuja
1490» Conceição,
Cantochão, da Imaculada
Orações com
desde o
Ordem franciscana,
na
ção

tornou tradicional, produzindo


início, se
latim e anotações
Escrito em doutrina, de-
defensor da
mais tarde um
em italiano
nesse tra-
Unida como dogma,
em 1854

sábio:
e estupendamente
eis nu- de
latim, mas que prodigiosa
escrito em dos
6 na igreja
Scotus, enterrado
vem, Duns
ao calendário,
dedicada do
ma página margens
Colônia, às
circulo Menores em
de um
e à direita
& esquerda
me que
italia- Não parece provável
note em Reno.
letras, uma
central com livro
aberto seu
Ordem tivesse
nSo é de todo outra
total
cuia decifração
no, o Uttcto
completo com
na litúrgico mais
o livro
sido escrito
fácil. Teria

Imaculada Conceição,
e sua ongem, da
É bem possível,
Itália?
à Ordem no
se algumas indicações
ou assim, prende mais
assim Haverá
na
manuscrito?
franciscana. correr do
precioso
É entre de tratar
Não. que, mas, antes
Mera suposição? mais : há
provas,
das pre- esta
de seqüências (uma analisar um pouco
as dezenas delas, é
preciso
uma de Sao
livro), surge do livro, que
do musical
ciosidades página
a primeira
não 'dentica
de Assis,
Francisco reproduzimos.
hoje na
signa, cantada
nova muita
Sanctitatis terão
sei se os leitores
texto Não
mas com prõ-
franciscana, no a
Ordem nota
acompanhar, por
vontade de

prio: êsse trecho gre9°"


e silaba diaba,
por
de 50 linnas
inflammantur numa
Gorda pia riano escrito pauta

celebrantur notarão que


Francisci Se o fizerem,
Dum horizontais.
a me
é
insignia. nem sempre
Stigmatum a tinta empregada
do
hic secundus melhor
Crucifixus destaca-se
ma: a preta

fuit mundus a vermelha, que


Crudfixus branco do que
fundo

notas s
mundi gloria. As
Huic mais pálida.
parece
texto e
do
a leitura
fácil decifração:
à Ordem
a única referência nao so
Não é
serem separadas,
dificultada por
cantos a
embora faltem
de acôrd
seráfica, pois, também,
mas
as
de outras palavras,
ou Bemaventurados aa
Santos sílabas
musicais,
com as exigências
ex., vivera
São Bento, por que
Ordens,
urmmt?

•pUmém

*¦<'/'&

iimiik

Wmm
mm

>w;->mwm< ;.,m <«>•*>¦ <,.¦>¦ •>.

«•NWÂftjii

LJ •WÍHMMÍK

de música do chamado
natural, da página
Reprodução* em tamanho primeira
"Livro - Foto de Stefan
Cantochão, 1490"
de Orações com

Rio.
Rosenbauer,

(Cultura Política)
¦ 'w "• "™W»
"T •;•*':•.
^ *
f W*'vr' Wf V^P ^.irTr^;
|f

UM DOS TESOUROS DA BIBLIOTECA NACIONAL 241

sem como hoje a 3/ da 2.* linha é redu-


mesma palavra, que, já palavra

risquinha indique zida a 3 letras, tem 7: dmn


é costume, uma (-) quando

dominum; aparece
as silabas devem ser unidas. por pro (tonotariu)
quais que

mu- como simples aplicu deve ser lido:


na linha do texto p;
Logo primeira

no meio da linha: in ter apostolicum.


sical se lê

naturalmente não se trata de 3


spinas;
Não há regularidade nessas abrevia-

três vêzes espinhos"),


palavras ("em indicação tinta en-
"entre A (em
ções. psalmus

mas de 2: espinhos".
camada) ora é reduzida a 2 letras:

ora a 1 só ê a significar:
ae do sem- ps, p; passa
A sílaba (forma genitivo)

est linha: Quae est ista.


em todo o livro, como c. (penúltima
aparece,
pre

são usadas só
MaiOsculas quase para
Pela economia de espaço, as notas

As abreviações, indicadas
as iniciais. no
musicais, às vêzes, chegam a entrar

um til nessa pá-


(")» primeira vêzes, na
por texto, como se vê, duas
quar-

são moderadas, se tornarem,


gina para e Tu), bem
ta ("al-/e-/üy-a"
pauta

mais tarde, uma cruz e aflição


para
como na sexta e na última
pauta.

do manuscrito. Compre-
o decifrador

mesmo trecho, escrito da maneira


substituição da O
ende-se facilmente a

usada nos livros oficiais de canto


linhas do título : hoje
letra m til nas 2
pelo
tomaria mais ou menos a
Editu leonardu (m), gregoriano,
Olticiu (m),
(m),

forma do clichê seguinte:


mas >
nogarolu (m), protonotariu. (rn)»

spl - nas
. - um in-ter
|| II
Si

• •
• • • a In* lar II M
• ml ca ma
etc

rn n
3
í
* » »
,
a a
y
• • • lu«ia.Ps. 01 x 11. •
* • a a. Al Ia |Ant
a s A d

¦:
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Ma-rl
To • • ta chra as,
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I JJJ.I f
¦ |1
|
J
J.1
J.'1'

• ? la.Ps. L a u d a t a.
In t AI • I a I u m
a
POLÍTICA
CULTURA

242

curat, populo.
Surgere, qui
da transcrição
O motivo singulatis,
virgo
Gaude,

lux solaris,
maris,
Stella

a observações
filiam.
acostumados Patris parens
Leitores
ter eu usa-
estranhem tu genuisti,
talvez quae
mimciosas

das pautas, Geni


transcrição Poeiras sanetum
do, na tuum
mirante,
e semini Natura
colcheia
dois valores:
só de
nota torem;
de uma pequenina
uma vez
ma e
é o regina,
O motivo dulcis#
Ave»
última pauta).
f„; formas
várias a ruína,
hoje. as nos salvos
de Fac
a
para prática
mesma du-
têm a
Nato reconcilia.
de notas gregorianas

é í"adraíum. Gabrielis
assim que punctum
ração; ac posterius,
se Virgo prius
virga (ca"daía)
inclinatum,
punctum ab ore
iguais, por pn
todos como
consideram mise-
certo p ave,
havendo illud peccatorum
cm duração, Sumens
cíoio
as semini.
nos finais (dai
rere.
longamente
do epi-
a nota pequenina mas o es-
Até Não.
uma exceção?
«do«- Será
f inal)
alle-luy-a tudo o
mostrar que
(no
phoniis Daco não permite
nosso manus-
o
segundo
L antigos

antifo-
as célebres
com
fizeram
í-"3. crito,

texto, naturalmente,
O
do nas marianas.
Conceição,
da Imaculada
O Ofício de melodia gregona
con- vem acompanhado

5 antífonas dessa
dessas o encanto
texto aumenta
na o que
^ntigas^
e o que per-
Idade Média,
da
no entanto, praxe
Tutoria Jerusalem; uso parti-
ra°: fazê-la reviver, para
no- mite
é das ma.s
e da 4*
da 1.*
a origem
e cular.
dos Cânticos
do C&ntico
bres: são
em outro
de J. os leitores,
serve hoje de ver
variante, Hão
a 5.', em
da
nas seqüências
da Assunção hoje,
na festa artigo, que,
responsório uma
tem
uma ou outra palavra
Senhora. Missa,
Nossa uma
caso de
diferença (num
mas pequenina
não interessar, surpre-
Tudo isso pode outro sentido,
letra), dando

se abrirem
as coisas quando
mudam acertado.

W- endentemente
da
velho manuscrito
do
as páginas estupenda
vêm as anüfo- ver essa riqueza
onde Hão de
Nacional,
blioteca
Alma não pou-
entre as quais
Ix>go a seqüências,
primeira. das
nas marianas.
nova vida.
e cor a
aqui e ali, ser chamadas
mater, cas merecem
Redemptoris
versos, sin-
se intercalarem foi escrito
tada, ver livro
para Hão de queo
a um tem-
vezes, o
e, às profundos queí
qelos franciscana, pelo
a ordem
e acres- para
melhor, o uy
se ver que et Ollicia
po Para Missae
título proposto:
da antifona que
as palavras Cantu Gregorta-
centado, anni cum
vina totius
em tipo comum,
reproduzidas ad usum
segue são
deve ser completado por
no,,
no manuscrito
versos acrescentados As provas,
os Fratrum Minoram.
Ordinis

não deixam
em grifo (cursivo): no manuscrito,
encontradas

a menor dúvida.

mater quae pervia


Alma Redemptoris
fim, a reprodu-
Hão de apreciar, por
coeli
de música por
cão de um tratado

de 13UU,
Porta manes ano
viveu pelo
escritor que

de 650 anos.
* há cêrca
memoriae, dizer
Salve, dulcis quer

Maria, mater gratiae, conhe-


vale a
acham pena
Não que

Spes pro gloria. gregoriano


o manuscrito
cer de
ca- perto
maris, succurre
et stella
Biblioteca Nacional?
da
denti,
w"',' ••* *•'<v 'ui *\
* *j'» •• ?
IP^r . ,-. \W'"ff,1*TT WM*

Literatura

nos
O pertence
futuro

FUSCO
ROSÁRIO

de arte não
da obra
contemplador
da literatura
HISTÓRIA
da ho-
de duvidar
tem o direito
cheia de
está
brasileira
lhe
A do fato estético que
em nestidade
louvações políticas,
A aceitação
é dado considerar.
agora, ao
Até
verso e em
prosa.
é a sua
primeira
sem
ainda perguntas
não tínhamos
Viei-
que parece, o
atitude. Atitude que padre
e intencio-
essencial
um romance com
insinuava,
ra, exemplo, já
é o caso por
como
nalmente político, da
na dedicatória
e malícia,
Co- graça
nos
dêsse O pertence. dês-
futuro o autor
como
Arfe de
di- furtar,
a
meça aí, primeira abre
portanto, com
na epígrafe que
te livro,
cjue escapa
dêsse volume,
Brasil nascido
feretiçã do
a sua crônica

sistematização. de
a dúzia
qualquer de meia
A vida
em 30.
O
representa
mos longe do que história,
conta essa
é
crianças que
da Veiga ,
Evaristo
homem situações
probo de
entrelaçamento
pelo
de Magalhães,
de Gonçalves
de reações que provo-
arma,
que
do mesmo gênero,
como espécie assume.
compromissos que
ca de
bem entendido.
em diverso,
plano Machado,
de Alcântara
Antônio
se tocam
como os extremos
Mas,
dos peque-
a existência
— o vo- qlosando
— e fora delas fez o
nas letras
ítalo-brasileiros,
nos piás
Dutra de
lume do sr. Amílcar e
Bexiga
em Brás,
mesmo

ser» necessária-
Meneses deve
a intenção partida-
afora
Funda,
em
o seu correspondente o sr. Uu-
mente, como
não tinha,
ria, que
de valor
É um documento ter. Nes-
prosa. confessa
de Meneses
tra
os dois,
Entre co-
igual, no tempo. cotejo,
ou sem
com
sa altura,
de lutas poli-
cêrca de um século as virtudes
e
os defeitos
meçam
se
no
cava um abismo, qual aspectos
ticas muitos
em
livro
dêsse
teo-
idéias,
mergulham homens, O au-
sem dúvida.
autobiográfico,
sem
sacrifícios
rias, e
princípios, com elegância
tor conduziu-se
E
renúncias espetaculares.
nome e
de verdadeira
escreveu páginas
oferece peri-
claro o
que gênero um inex-
é livro de
Não
emoção.
e, sobretudo,
exige segurança
sem
gos, um estreante
nem de
ou o periente
Ora, o leitor
sinceridade.
POLÍTICA
CULTURA
244

"Sejamos
salvaremos o
artistas, e

Pelo contrário:
conseqüências. ou
não há assunto
mundo". Sim,
de uma capa-
há indicações
aqui re-
idéia ou que
tema, princípio,
nada
o romanesco
cidade para
de uma sensibili-
ao toque
sista
há maior elo-
E não
desprezível.
a arte trans-
só isso,
dade. E,
por
vencendo
para quem,
gio possível as tintas da
tudo. Como
figura
a
de um assunto que
os tropeços
tempo tingi-
de um novo
aurora
soube ultrapassa-
mesmo impôs,
si
e se es-
rua do Arvoredo
ram a
firmeza. Não
e
-lo com sobriedade
inteiro. A
mais ge-
— tenderam pelo
nestas páginas
há demagogia
nasceu em
ração brasileira que
Não há men-
isto é muitíssimo.
e
em
hoje se
1930, e prepara,
seres que
dêsses
tira na simplicidade

a tranqüili-
defender
— e isto é armas, para
rua do Arvoredo
da
ruas do Arvo-
de tôdas as
salvam dade
homens só se
tudo. Os
lati"
se distribuem pelas
erra- redo
Até os que
sinceridade. que
pela
nesse ro-
mundo, tem
nome do do
fizeram em tudes
aqui, o
ram, "era

uma vez"
o inicial
vez, da~ mance
E, mais uma
sentimento.
virá com
O resto
da sua história.
ninguém
razão a Aristóteles:
mos

de fato, nos
O F/os- per-
o futuro,
que,
conscientemente.
peca
cons-
não o estamos
nos ensina tence, porque
"Sanctorum que,

mãos,
com as
ao céu truindo próprias
conduz por
raro, o
pecado
dúvidas, inquie-
de
se tri- nesse
mais seguro do presente
roteiro que

de dentes,
temores, ranger
Quando tações,
a viâ~lâcteâ.
lhássemos
suor e
sangue,
volu- troar de canhões,
dêste
virei a última
página

de Rodin: lágrimas".
no conselho
me,
pensei
Literário
Movimento

Ensaios

de Aze-
o sr. Fernando
notável é a
que
verdadeiramente

"A
como in-
Brasileira",
Cultura
sob o título
vedo escreveu
OBRA
visão de
Brasil. Essa
Geral do
ao Recenseamento
trodução

um
realizada do por
melhor que
ser
cultural não
nossa vida poderia

"Jardins vastos
de
de Salustio", possuidor
o ensaísta de
escritor como

ilustres e
dos mais
e filosóficos, pedagogo
sociológicos
conhecimento

1-
e sumamente
tarefa era espinhosa
Sua
crítico de rara
penetração.

com van-
êle
de requisitos que preencheu
uma
fícil, exigindo porção
-
de cu
sôbre a concepção
decidir
de tudo, seria preciso
tagem. Antes

e
bastante delicado. ponto
tal íivro,
tura escrever problema
para
- nos fornece
autor é o
- declara o que
nos colocamos
vista em
que
enun-
claramente
de cultura já
e alemã,
clássica, francesa
a concepção

cul ura e
entre
distinção
estabeleceu
G. Humboldt, quando
ciada
por
mo-
êsse estado
com Humboldt,
cultura,
Entendemos por
civilização.
"em
efevaMe
souberam
os komens
e artístico, que
ral, intelectual

eno
social, compreen
de utilidade
simples considerações
acima das

vida da socie
artes . A
e das
das ciências
estudo desinteressado

sa s a-
ten em
de funções, que
a um sistema
reduz-se, certamente,

a u™»ao
entre as
e quais
fundamentais
de suas necessidades
ção

e a função polida
materiais
às necessidades
econômica visa atender

e en er a
fim
tem
dois exemplos) por
darmos apenas
(para
como
e também
como conjunto
tomada
tência da sociedade,

t
tadunduos gru-
relates dos
regulando as
de particulares".
grupos
l m.-
Assmt
ou NaÇao
- Estado
o todo
d , déstcs com
entre
pos
- ou antes, por
- o autor
continua
tado o conceito de cultura

o estudo que
dasstco,
seu sentido
têrmo no
tomado êsse
palavras,
e o
a conservaçao pro-
sôbre a
diretamente produíüo.
Lemos incide
CULTURA POLÍTICA
246

e das artes, de
idéias, da ciência
intelectuais, das
aresso dos valores

da vida material
o domínio
um esfôrço para
constitue
tudo enfim que

e espiritual dos
o nível social
E como
do espírito.
a libertação
e para
imputavel a
não é somente
e artistas,
sábios, pensadores
intelectuais,

ligadas a natureza
estritamente
biopsicológicas
certas superioridades

das influencias
ou menor
de ação maior
mas à intensidade
individual,

criação espiri-
não haver
como pode
e, em conseqüência,
civilizadoras,

não sao suficiente-


espírito ou
à vida do
onde faltam estímulos
tual

na varie-
o estudo da cultura,
os valores espirituais,
mente apreciados

intensidade e,
e na sua
na sua extensão
formas, como
dade de suas

a fôrça e
sôbre a natureza,
viva se
mesmo, uma luz que projeta
si
por

de entrar no
Antes
Daí a sua orientação.
de uma civilização".
o
grau
ín-
à análise das
dita, grandes
da cultura procede
estudo propriamente

como sejam o
os fatos de cultura,
agir sôbre
fluências que puderam

social e
o meio econômico, poli-
e a raça)
meio físico e étnico (o país

e a mentalidade parti-
e vida das cidades)
tico, o meio urbano (tipos

todos êsses ele-


sua vez,
determinada esta, por
do por
cular povo,

Essa constitue a
formação. primeira
a sua
condicionaram
mentos
que

as institui-
dita:
focaliza cultura propriamente
A segunda parte
parte.

liberais, a
vida intelectual, as
religiosas, a profissões
e crenças
ções

Vem depois a
e a cultura artística.
a cultura científica
vida literária,

— estuda o
na o autor
a transmissão da cultura qual
terceira
parte

O sentido da edu~
assim intitulados:
da educação em capítulos
papel

escolares, a descentraliza-
As origens das instituições
cação colonial,

unificação do sistema
A renovação e a
dualidade de sistemas.
e a
ção

Encerra o livro uma


e os ensinos especiais.
o ensino
educativo, geral

idéia dessa obra com cêrca de


Eis uma quinhentas
bibliografia geral.

cartonada do
numa edição
em formato primorosa
grande,
páginas

Geografia e Estatística.
Instituto Brasileiro de
Gráfico do
Serviço

mais uma vez suas extraordinárias


de Azevedo revela
Fernando

ático e elegante, consor-


Possuindo um estilo
de expositor.
qualidades

trabalho re^
do espírito didático. Seu
da forma à clareza
cia a beleza

É um um
um esfôrço de síntese, qua--
sobretudo, panorama,
presenta,

a uma inteligente concen-


esboçado,
dro admiràvelmente graças
gerai,

e
Embora evite tendência
de conhecimentos. qualquer polêmica
tração

autor não
de vista essencialmente objetivo, o
se coloque num
ponto

apreciação dos fatos.


contribuição na
deixa de trazer própria
grande

cheio de conclusões novas, de observações


está, assim, todo
O livro

vulgarização, mesmo toman-


muito além de uma obra de
inéditas, indo
LITERÁRIO 247
MOVIMENTO

ricamente ím-
O volume
elevado sentido.
no mais
vulgarização
do-se

artísticas
ilustrações, fotografias
com inúmeras
é enriquecido
presso

si só consütue
o
célebres, que por
igrejas,
monumentos, quadros
de

uma
preciosidade.

Viagens

destacadas da
figuras mais
uma das
Lísias Rodrigues,
O coronel
"Cultura
Política ,
de
brilhante colaborador
militar e
nossa aviação
"O
do Tocan-
Roteiro
um livro interessantíssimo
acaba de
publicar

viagem de expio-
É o diário da
Olímpio).
Livraria José
tins" (Edição

as bases do
lançar
em 1931.
autor realizou para
o
ração terrestre que

a exploraçao
numa segunda parte,
Militar, figurando
Aéreo
Correio

feito mesmo
de avião pelo
do percurso
isto é, a descrição primeiro
aérea,

fácil, atraente
livro mais
1935. Nenhum
em
Lísias Rodrigues,
coronel

temos mais
leitura e nao
a sua
esse. Começamos
do
e instrutivo que

mao de re-
não lança
o autor
Entretanto,
de interrompê-la.
coraqem

v,u e ooser-
a contar o
limita-se que
seduzir-nos:
curso» literários para

diário em
íntimo de que
nesse tom
mais desataviada,
vou, da maneira

Seu segre o
nenhum artificio.
revestir-se de
não deve
o estilo
-
viagem esta
livros de
todos os
de
o segredo
vai. certamente,
nisto
ve-se
Naturalmente,
interessantes
os detalhes
fixar sempre
em saber
r^
Lísias R°d"9ucs
o coronel
como a
numa viagem que
muita coisa
as
uma notaçao
o merece
é distinguir que
lizou, mas a
questão

meio da
em
e reveladora,
mais curiosas
P^saes

rara felicidade,
com
êle conseguiu
Tal o
aspectos. que

autor devia
objetivos, o
visando determinado»
uva de uma excursão,

diário. Mas
no »eu
dele»
ocupar.»e
evidentemente.

e ou
aviões e
os
campos de para
de pouso
da localização
tudo
vai observando
rota aérea,
da
o estabelecimento
exigidas para
essaa paragens
lhe apresentam
de nota
e digno
de caracterizo
que
sabe^-
habilidade
leveza, com que
Brasil. E com que
do
longínquas

uni
nao tornar
no seu diário para
sar as impressões
curioso de
um dado
erudita,
uma informação
Ao lado de
do mesmo
auge-
uma parlem
anedôtico
nm episódio
temos
antropogeografia,
le.or nunca
o
Diante desaa^vanedade,
„ás traço,
rida dois ou
por

o
ma,or empen
com o
fatiga. indo
se
c(mkeci.

- degrande P^
e
exemplo
pitoresco, por
^
^ ^
^ OS U '
terra do
da nossa ^ue
mento
de-
d veru
verdadeiramente
Ha
do Tocantins. quaaro
ribeirinhas
populações
CULTURA POLÍTICA
248

o autor evoca
romances,
em escrever
nunca ter
liciosos e, sem pensado

as un-
Assinalemos
de um romancista.
com a vivacidade
certas cênas

sob êsse
mais expressivas
como uma das
de Maracá, páginas
pressões
é o senti-
obra nos transmite
a
Mas a nota que
aspecto. primordial,

Lisias Rodri-
Brasil. O coronel
e carinho pelo
mento de entusiasmo

maior interesse
a ver com
concorrer que passemos
para
gues procura

nos confins
os nossos compatriotas que, perdidos
coisas e
as nossas

recursos da ci-
conosco, ansiando pelos
se irmanam
do Brasil central,

"Roteiro de Luís
traz uma capa Jardim,
do Tocantins"
vilização. O

e várias fotografias.
três mapas elucidativos
vinte e

Memórias

certos livros
importância de
compreender a
agora a

passamos

e a interpretação
história social
levantamento da
memórias o
de para

está sendo
o interesse com
E isso explica que
sociológica de um
povo.
"Memórias
do Im-
de um magistrado
uma obra como esta
acolhida

revista e anotada
Barbosa de Oliveira,
Cons. Albino
do José
pério",

Albino nao teve,


A vida do Cons.
Lacombe.
Américo Jacobina
por

narrar os epi-
maneira de
acidentes, mas sua
evidentemente, grandes

sem falar
bastante atraente,
torna o livro
mais insignificantes
sódios

de famí-
o estudo
tais memórias apresentam para
na contribuição que

fala de sua família;


o autor nos
No capítulo
lia brasileira. primeiro

letras e
infância, as
episódios da primeiras
depois a relembrar
entra

de ba-
Recebendo o canudo
de Coimbra.
curso na Universidade
seu

em São
obtém um lugar de João
regressa ao Rio, onde juiz
charel, êle

devido os motivos
não fica ai muito tempo, políticos
D'E1 Rei. Mas

exercendo a magistratura
logo a Baía,
nos dá conta; vai
de para
que

Pará e no Mara-
estará em Belém do
Mais tarde
em várias comarcas.

falar sempre com


no Rio e ei-lo a
a residir
nhão. Casando-se, passa

Pedras em Cam-
fazenda do Rio das
e carinho de sua
interêssé
grande

de rela-
no Supremo Tribunal Justiça,
sua carreira
Termina
pinas.

injusta de
os uma demissão
com todos
tando-nos, pormenores,
porém,

uma luz nada favorá-


da aparece sob
foi vítima e a qual
propósito
que

figura de Mauá.
vel a

Albino Bar-
o Conselheiro
memórias foram escritas quando
Estas

muito doente e
mais de setenta anos, quase
com
bosa se encontrava

aludir, em
momento, as evocações,
a todo para
cego. Êle interrompe

O livro encanta,
aos seus prin-
tom sempre comovente, padecimentos.

às abundantes notas com


e, que
simplicidade, graças
cipalmente,
pela
MOVIMENTO LITERÁRIO 249

interêsse aos
o enriqueceu, oferece
Lacombc particular
o sr.
Jacobina

um
Albino era,
história. O Conselheiro porém,
de nossa
estudiosos

Poucas são as
senso do pas-
seco. sem o pitoresco.
um tanto
espirito

se ca-
essas Memórias
mas assim mesmo
da obra,
anedóticas
sagens

ainda ao leitor
torná-las atraente
leveza capaz de
uma
racterizam por

Cia. Editora
A obra é apresentada pela
de alfarrabios.
menos amante

Brasiliana .
na coleção
Nacional
"Memórias

título ,
sob o
aparecer em
— Acaba de português,
"Dix

Stael années
Madame de
o livro de
Pan-Americana)
(Editora
e
foi cheia de
escritora peripécias
a vida dessa
Como se sabe,
d'exil".

de Luís XVI;
famoso ministro
Necker, o
Filha de
do destino.
reveses

formou e se en-
espírito se
onde seu
meio intelectual,
cresceu num
ela

Bona-
e depois-
Revolução por
suspeita pela
Tornando-se
riqueceu.

Itália e fixan-
Alemanha, a
visitando a
três vêzes,
foi exilada
parte,
de Ge-
do lago
nas margens
na Suissa.
em Coppet,
finalmente,
do-se.

veio a fale-
de Napoleao,
França com a
à queda
nebra. Regressando

encan ava
superior, ela
espírito
e idealista,
Alma ardente
cer em 1817.
"causeuse
ra eximia na
.
dotes de
seus
a todos pelos
principalmente
re exo s
alimentá- a
de por
uma discussão,
de fazer nascer
arte
a Mr-
e o entusiasmo que
de si o calor
em tôrno
expandindo
cessivas,
f mo e cuh
tao
salao hterano
Coppet um
em
manter
mava. Conseguiu

razao. como
com murta
é tida,
de Stael
Paris. Madame
como os de
na
do romanfsmo
iniciadora,
uma das
ou antes,
urna "De
precursora,

seu livro
o
importância
É de
França grande
sus^
no.
soc.ales qual
les instituit.ons
avec
sea rapports
derée dana
«
a literatura ¦»«"»
em todo
de pais
tenta a tese
que

a literatura ^
exemplo
sociais, citando para
^

da aristocrata,
saida
romana,
cracia, a literatura


haver
a tirania.
odiava
tanto
dessa mulher,
que
ela.
Nas Memonas
a tirania.
contra
instituto
um redime que se

acentos£»
constantemente
em prevalecem
num 1 simples, que
fag

de tudo quanto
e
aeus exílios
volta, fala-nos dos
^eup^ra de_S.ad
Madame
notar que
Convém
de Napoleão.
ódio implacável

de a"™°f
foi de uma firmeza
a escritora

era

"De nãod*

Em
Z'Z:
=^.0°

sôbre por
uma sequer
palavra
ao p
a vaidade
feria enormemente
E isso
país. rnntinuar n0
contmuar
teve
a autora que
e
foi
venda do livro proibida
a
que

I
POLÍTICA
CULTURA
250

"Memórias"
interêsse.
oferece grande
leitura das
Enfim, a
exílio.

Leal da Costa.
de Antomo
esta tradução
bem aceitável
sendo

Teatro e Poesia

esquecido,
está completamente
o santista,
Paulo Gonçalves, poeta

as 1-
Agora,
como comediógrafo.
mas também
não só como
poeta,

Comple-
«Obras
de editar-lhe
Paulo, acabam
de São
Cultura
ções
"As inicia-
. É uma
Últimas Gerações
intitulada:
tas- numa coleção

dos versos de
teatro do
causa do que
mais
digna de aplausos, por
tiva

como comediografo
santista apareceu
O
de Gonçalves. poeta
Paulo

18 , repre-
em verso
com a
nos enganamos, peça
1922, se não
em

no Rio,
Paulo, como pela
em São
êxito, tanto
sentada com
grande

faziam
Viana, de parte
de Oduvaldo que
de Comédias
Companhia

enge-
era, realmente,
Maia. A comédia
Ferreira e Abigail
Procópio

numa tem-
Leopoldo Fróis,
Em 1924,
delicadeza.
nhosa e de
grande "As
nao
mulheres
Paulo, encenou
Apoio, em São
no Teatro
porada
de ter
com a originalidade por
maior fôlego e
de
almas", peça
querem

Paulo Gonçalves preocupa-


bonecas e um
várias pierrot.
personagens
Na Comedia
teatrais.
nos seus trabalhos
em ser original
va-se muito

se de-
dentro do
o coração, qual
cenário representa
do Coração" o

representam
conduzidas que
às situações, por personagens
senrolam

1925, uma Companhia


Amor, etc. Em
Cinema, o Ódio, o
a Igreja, o

dra-
à cena a comédia
Alencar levou
atriz Iracema de
encabeçada pela

"As Paulo
interessante de
a obra teatral menos
Noivas", talvez
mática

uma tu-
1927, vítima de
moço ainda, em
v v-o. vy
O morreu
Gonçalves. poeta
^wv.iu

Mas suas
esgotamento do labor
contraída no jornalístico.
berculose

muita sentimenta-
esquecida, há nela
não deve ficar graça,
obra pois

o feito
literatura teatral
finura e em nossa pouco,
lismo e paupérrima

muita coioa.
literário, constitue
arte e algum espírito já
com alguma

Romances estrangeiros

"Vento

Buck Léste, Vento Oeste",


um romance de Pearl
Mais

Livraria Olím-
Waldemar Cavalcanti e editado José
traduzido pela
por

em 1930 e das mais


obra da escritora,
É esta a publicada
pio. primeira

China. Pearl Buck


a pre-
características. Conhecendo profundamente

1927 agitações na-


chinês, em as
escrever seus livros em
tendia quando

fizeram-na sentir de-


onde ela lecionava, que
em Nankim,
cionalistas

nativo» Um romance como


no seu idioma
veria tornar-se escritora
251
LITERÁRIO
MOVIMENTO

Mate Cha-
de
- segundo a observação
«Vento Oeste"
Vento
Léste.

um chinês, que passaria


escrito por
— ser perfeitamente
dourne podia
a comovente
leitor aí encontrara
asiática. O
uma autora
nor ser de
seus
suas atribulaçoes,
Império,
filha do ex-Celeste
de uma
confissão
uma criatura
aproximar
enfim, tudo que pode
seus reveses,
amores
e
E da maneira porqne
alma.
da nossa
longínquo própria
«o
de país
neste trechinho.
uma mostra
temos
feita essa confissão,

falar de
Não saberia
Irmã.
coisas, minha
estas
contar-lhe
pTsso

uma idéia
faria sequer .
ninguém
dos meus,
um porque
isto com
tudo
Tam-
doze anos.
viveu
meu marido
cm
longínquas, que
terras
dessas
«ao
es,range,ros que
contato com
em
mais livre
mc sentiria
bém não
e o
de viver^es
nossa maneira
nem
nem meu
povo
conhecem

Você não^ê você


lmpério.

minha
Chamei-a
ornada.

tudo Oriente
contar
Vou-lhc a
Irmã. bem
dando,

o estilo. parabóUco. cu)a


É assim existên.

e uma oir)Unica
de
impressão que
conosco.

profundamente

~
ceados
atualmente

hZLI -TLiLes
£

amanha. '

de'e
d°"
ram ''adu»J°s
de conflitos
de inquietações,
cheio
um adota» dos
história de
deta,hes psicológicos.

cx denunciando
O escritor
c recalques. se
uma corrente que
den serenidadc
budista,
um romance
segundo é
O do pen-
fatigado,
*
na Alemanha «£££
manifestou Mas

ó
samento hindú, parec.a traduzido
havia sido

"Ubo nos„
se não
Estepe",
o da apte.enta-

as
„ esp«nhoL
para
&
^
exc Emoresa
1936, j»nd„
numa
ram, em Cru-
Grafica

esgo Trata.se,
ha muito
mesma versão, que de um
na verdade,

e a
hoje. novamen
zeiro oferece
da humanidade
q dcsiquiiíbrio
^ ^
e>steoe"
no
romance, qual um tipo
não é
grande
o '^J^^do
O herói
décadas. «ida
nestas última,

ico Hcsgc
sim
um valor
êle tem e filó-
aparte: é
poeta
ex ^
humana
da alma nas
a angústia assim,
disfarçam

o "sonho
seu romance, P^sam*n da
sofo: no ópio"
de
0
exemplo>
Veja- , podia
alegorias. o de-
mais sedutoras com
conjugar

um verdade.ro

últimas
páginas:
JMU
tao
um romance
de
senvolvimento
CULTURA POLÍTICA
252

americanos contempo-
é um dos romancistas
— Louis Bromfield

trinta ou
ter escrito, certamente, qua-
fecundos. deve
râneos mais Já

"E
tão
as chuvas chegaram"., popula-
entre os
renta romances, quais

evidentemente ao
facilidade leva-o,
cinema. Sua excessiva
rizado
pelo

se acha a ser-
o romancista
E, sobretudo agora,
quando
primarismo.

obra de melhor
venha a
não nos produzir
viço do cinema, parece que

"E
Um herói moderno
as chuvas chegaram ,
Entretanto,
qualidade.
"A figu-
o devem
Fazenda", todos traduzidos para português,
e agora

Bromfield certo senti-


Se falta a
seus melhores romances.
rar entre os

engenho e habilidade
outro lado,
não lhe faltam,
mento artístico, por

É um excelente carpin-
até ao fim.
uma intriga e conduzi-la
armar
para
"A
Marina Guas-
Fazenda , traduzida
romance. Mas a por
teiro do

obras do escritor americano


é, talvez, entre as
Editora)
parri, (Vecchi

aqui não há,


mais arte. Porque prò-
menos habilidade e
a revela
que

de sua ima-
recorreu à exuberancia
Bromfield não
romance.
priamente,

relembrar impres-
criar um enredo complicado: preferiu
ginação para
"hinterland"
narrando a crô-
no norte-americano,
sões de sua vida

habitaram a
através de
nica duas famílias, quatro gerações,
de que.

e muita vida nos


simplicidade na narrativa
fazenda. Absoluta
mesma

bucólica nada
dos Uma
caracteres, nos retratos poesia
personagens.

Eis o o leitor
de costumes bem expressivos. que
forçada e flagrantes

bem longe de
Bromfield esteve
nesse romance, em
encontrará que

seus últimos livros.


o sensacionalismo dos
procurar

Obras
portugueses

interessantes anto-
Editora Dois Mundos, vem
A que publicando

o sr. de
entre nós, encarregou Jorge
logias de obras
portuguesas,
"Melhores

Contos Rústicos de
organizar uma seleção dos
Lima de

com êsse título e nele encontra-


Portugal". O livro acaba de aparecer

Trindade Coelho, D. da Câmara,


mos contos de Raul Brandão, João

Figueiredo, Brito Camacho, Ramalho


Teixeira de Antero de
Queiroz,

Loureiro Botas. Convém assinalar, a


Ortigão, Pedro Ivo e pro-
José

está completamente es-


nome de Teixeira de Queiroz,
o que
pósito,

no fim do
foi um escritor teve o seu
Entretanto, que público
quecido.

fato de haver sido um


e certa importância
século pelo
passado possue

Portugal. À de Zola, Tei-


naturalismo em exemplo
dos iniciadores do

fazer obra cíclica, reünindo seus romances


xeira de Queiroz procurou

"A "A

— do Campo" e Comédia da Cidade"


em dois Comédia
grupos

— de ser meio convencional, sobretudo


designação não deixava
que
w.

MOVIMENTO LITERÁRIO 253

título. A narrativa
de Balzac, sugerida
influência pelo
causa da
por
"Melhores
Portugal" foi extraída,
Rústicos de
Contos
figura nos
que
"Comédia
a seleção
De maneira
do Campo". geral
da
naturalmente,

falha: Como
apontar-lhe uma
deixar de
nos é impossível
mas
agrada,

não figura uma


rústicos lusitanos pagina
de contos
numa antologia

contistas cam-
foi o maior dos
Almeida, êle
Fialho de que
sequer de

essa omissão.
É bem estranha
de Portugal.
pesinos
reedições
está apresentando
Dois Mundos
— mesma editora
A

o
sempre leitores,
há de ter pois
Um romancista que
Diniz.
de Júlio
muita
tão berrante para
numa falsidade
resultando
seu idealismo,

exigentes deli-
de espíritos pouco
número
oferecerá a
qente, grande

em mo-
da realidade, principalmente
as cruezas
cioso refrigério para

o atravessamos. *
rudes, como
mentos
menwb que O
em breve
leremos
que

vamos ter.
Pôrto Alegre
Globo, de
Livraria do
edição da
Em
"Vidas
Uust.es de
de Estadista,
seguinte obra,
a
deu.» em
pouco.
de Sa
biografias
Thomas, interessantes
Dane Lee
Thomas e
Henry
Magn ,
Carlos
Constantino
Augusto,
César,
Asoka, Júlio
lomão

re* ecoagia,^
Vl.l e oufcos
Heurigue
Kublai-Kan.
J^tô-

"oe
meditados

-rs.-s

ssarjs

"Estado .
São Paulo
de ,c
no u
aa
na Universidade
eletoe
suas p
inicio»
gue jâ
Erico Veríssimo,

os momento y
n i:(Arr»ia aproveitando

na Califórnia, Noite",
de Berkeley,
originais pro-
cujos
A Longa
romance
um novo
escrever
para

*
da via,em
impressa*,
livro de

^i^alVesÍe^eadV::

Unidos. , i "Vento Nor-


bre os Estados de
Sul"»
^
teremossai
Globo
mesma
da
Em edição Bombaim",

V "A
de Leonell
tradução Hora
man Douglas, e
^ Souza
Tude
^
traduçao uma
Louis Bromfield, de
de romance
0
9
de Somerset
.
antes do amanhecer Castro,
de
w
Wcrneck
de Moacir
- traduçao
inglesa
típica família

f
POLÍTICA
CULTURA

254

bA ?:í«taoE9ds J

.
a**
rx»
Lrr

mg es Estados
do original
Unidos
(título provisório

Êste qu£
Braga. hâ
de Rnbem .ornou
se

ampo£» do
uma
_ („i escrito por ^

f
e pertence
escritora ja
anos
vários

Buck. „
e Pearl
Cather
«aí? como
como Willa "Vidal
pais de
Ncqreiros ,
de

Droct.
L

ma
de Uuimaraes
Interprete ,
— A Divina

"le. a
sôbre
as melhores pãglnas
reunidas
se acham
em que

8ra"r»
Maria Ca^eaux:
de O.o
os admiradores
noticia para

ívro intituladas
seu novo
breve do
o aparecimento
- .
de parto,
composto quatro
do Brasil).
Estudante
Casa do
U
"Poesia Injustiças ,
e
do Mundo", Justiças

r^soectívamente:
sobre
ai ensaios
"No
Encontraremos
Novo".
• Mundo
Fins"

a ««ma parte
sendo que
Mauriac.
Hesen,
d^Êrlo.
STcia

contemporânea.
brasileira
a literatura
tôda dedicada
é
au ores

tem no
Olímpio prelovãriosromancese
A Livraria José
Kacer.
Xavt«
de Andrade,
Cordeiro
Luis
como ]ardim.
brasileiros,

em brcve para
leremos
Vieira, de
quem
Filho, José
Adonias

origina
obra de
Malazarte", grande
de Pedro
Aventura
de
os originais
está ultimando
de Andrade
Almir
editora,
a mesma
ivrar
da mesma
ficção. Ainda
"Duas na
eátreará
com
Irmãs" que
"Documentos Vida e Obr
A
Brasfaros
na coleção
Olímpio,
José Olavo
de
uma b,ografea
e
Mangabeir.
de
Barbosa", João
de Rui

1 a . o
a
O Romance
na coleção
Eloi Pontes;
Bilac de

por
de Gregdrio ttadn^
um ressentimento",
de
"Fogos de Dostote
,
Cruzados . o Jogador
na coleção
Brito Broca;

ilustrações.
com magníficas
wski,
"Guerra
e
na coleção
Editora Nacional promete
A Companhia

de Monteiro
"Queda tradução
de Ilya Ehrembourg
de Paris"
Paz", a
Folclore
m ^—TT-¦—*

los estúdios
de
evolucion
Marcha
y

folkloricos

PLATH
ORESTE

costum-
antiguas
supersticiones y
_ A de reco-
labor individual

a
SSen.es
M2&L

r« i *ion<>n flllP 6StO .



ticncn que esto
los tiempos
En todos

capices de Sin aunque parezca


espíritus embargo,
haber habido

una
la impor- COntradicción, *1 Folklorec.s
de captar
comprender,

saber dei
investigadón, ciencia El pue-
tiene la nueva.
tancia que
"la
sera
los ci- blo"(
la ciência, ciencia popular
como hoy
asi
ia m-
sus mas vieja> la aplicacion,
raiccs de
cntístas buscan pero

de tcrpretación es entera-
Ias obras folklórica
teorias en
audaces
es as»
Y tanto
de la antiguidad. mcnte moderna.
los escritores

dc rolklore
^ i A» 1K46 aue la dcnominacion
de 1 %aicó
22 de agosto
Desde el Ias ma-
inicio todas
en su
.
se usó primera
por los estudiosos,
que lentamente
se
Folklore, (1) podna teriasJ
palabra h denominado
^
el popular
el estuio.
eomenzó M-
decir
que
^
se le dio
trabajo colectivo y ergolo-
^ objetos

de ciência. gía;
etnologia>
portancia de los
el pueblos,

en Lon- ^
tenemos
En 1878, ya los refranes. paremiologia;

so- dc de objetos,
la
dres establecida primem k fabricación

Folklore tecnicoiogía, seguir


nombre de se
con el podría
ciedad, y

nivri nhieto era, como , _ JA«:fifí>nrariÓn.


cuyo objeto
Society, desintegracion.
y £ negta
q
el articulo
lo dice textualmente
de marcha
marcba que
"la el siglo
Con
con^,a' &
estatutos, la nan
han en-
de sus
la denominación
denominacion
tiene
las trad t
dc dc
ci6n C™mo
contrincantes
y publication otras
"tradicio-
legen- ^tadojSd
baladas
ciones
populares,
ampntu
dichos, mayor
locales,
darias,
proverbios

"el
es de °Jgenu ttXe'm dei
folklore saber
La palabra
(1) folklore
lo que
ensefianza; por
LORE-saber,
pueblo, y

pueblo".

— F. 17
122.218
POLÍTICA
CULTURA

256

citar es
de
dejar
no se podría
"antropopsicologia de-
,
Salas.
nismo", Pereira
"dcmopsicologia la- Eugênio
.

mología",
"demótica un segundo pia-
demo- hay
En Chile
y
ografia", de estos
fase
una segunda
no o

sofia". de un
la dictación
con
estúdios
estúdios
estos la ra-
de
El interés por Decano
el
curso por
sus nombres^e don
de Letras
cualqucta Filosofia y
baio de
cultad
dei ten.-
el correr es-
con que
intensifica Pino, profesor
Yolando
Por ejem-
los que
en todos paises. en Alemania y
po tudia folklore
fe-
se rastrean
Chile àe-
si en un verdadeio
olo
on ha establecido
a
en 1866, folk-
tenemos,
chas, de invwtigaçiones
minario
recogiend
de Tem-
Valderrama
Adolfo Ias Escuelas
en
loristas
la
sobre poesia de
datos
interesantes la Universidad
de
<fe
Bosqaep poradas
su obra la labor
en esta
a esto
popular Chile. Junto

Chilena. Intelectual,
la Poesia
la Cooperación
de

sus ms-
entre
ha organizado
Per°é que
WklOT. Popular, que
Uvo2 de Arte
m Chile el
títutos

se hablaba nacionales
ano exposiciones
mismo
EiTeste realiza

d 1943
1900 se po- 1938
de 1936, y
al eomienzo los afios
que
Folk- lista es
un Congreso Americana.
una
celebrar efectúa
dria
America-
Exposición
Americano. la
lórista primera
se Ueva
el Popular que
na de Arte
se encuentra
andar
A dei
poco motivo pn-
fué con
aentifi- a cabo,
estúdios y
foco de
primer la fundación
de
folklore. mer centenário
sobre
cos o
programado Con-
- de Chile.
el lnst Universidad
en de la
se funda
Este curso
de esta
a la muestra
don Rodol-
tribuyeron
Pedagógico por
tuto
con los siguientes paises;
hombres Exposición,
Luego
fo Lenz.
Chile,
Bolivia,
en esta primera Argentina,
adquiridas
bases fa-
México,
la So- Guatemala,
en 1909 lombia,
fundan
cátedra
to BoÜvia.
CMeuj Perú y
Folklore raguay,
de
ciedad

la Ame- la
en Boletín de
establecida el
primera Actualmente

1910 aparecia un
Y en edita
Latina. Intelectual
rica^ Cooperación

de Folklote
los
Revista en el
la folklórico, que
primera cuaderno

Al
sus afanes.
Chileno. muestran
nuevos

de Asociación
discípulos esto la
de los de todo
trabajo lado
El

dependiente
se mantiene por Chilena,
Lenz Folklórica
Rodolfo

encon- dirige
se Museo Histórico, que
anos puede dei
muchos y

don Aure-
libros especia- antropologo
el sábio
cn revistas y
trar
offl
intensifica
liano Oyarzún,
lizados.
La As-
estos estúdios.
método
los
a este plano
entran
Luego con"
como bases
tiene
na- sociacion
musicólogos y
compositores y
manera amplia y pro-
templar de
de esencias popu-
una obra con
cen Determina
funda el folklore.
se en-
esos músicos
Entre do
lares. dei Métc
médio
Al- precisión, por
Adolfo
Humberto y
cuentran la
el origen,
Histórico Cultural,

Luisa Sepulveda,
lende. Maria
Ias manifestaciones
evoluçión y
otros,
tantos
imitia Blondel y
\ chi-
llamamos carãcter
de lo
que
musicólogo que
El historiador y
DE LOS ESTÚDIOS FOLKLORICOS 257
EVOLUCION

folklore in- nez Rueda, Manuel M. Ponce.


Se estudia cl
leno.

decir desde sus La lista seria interminable.


cs
tegramente,

con el auxilio de sus


bases, para,
Otros solo citaremos
paises,..
afines o concurrentes,
ciências po-
donde hemos estudiado esta ra-

solo al origen de
Ilegar no
der

ma: Bolivia, Perú, Argentina


y
a su
chileno, sino,
lo precisar

el Brasil.
manifestaciones; no
evolución y

artístico, si'
como fenômeno
solo es es-
En Bolivia la artesanía

cantidad de as-
no en la mayor
es vida. Las fiestas, Ias
píritu y
se sabe, de
son, como
pectos que de
ferias son las mej ores escuelas

ar.
caracter eminentemente popul
artística. Tejidos, tallas,
creación

a cualquer música
Si de Chile alfarería, orfebrería, y
pasamos

de América, encontra-
otro hablan al oido a los ojos
país danza y

con nuevos colores,


remos interés de
de un carácter inconfundible,
"colores

locales".
con los
una herencia cultural.

na< o-
tienen su
Algunos plan
Bolivia el magistério coope-
En
ex-
mapas folklóricos,
nal, sus
recopilación dei folklore
ra a la

donde aparece
tensa bibliografia

entre esos
nacional profesores
la de y
herencia nativa,
nuestra

Victor Varas Reyes,


destaco a
nos miramos y
América. Todos

sobre el folk-
en autor de un ensayo
nuestro ser,
remíramos en

En lo se re-
cos- de Tarija.
en nuestras lore que
nuestro hacer
y

hay una nu-


buscamos a bibliografia
tumbres. Miramos, fiere

vertica- indigenista
realidad, nuestra y
nuestra merosa
producción

histórica social. hay compo-


lidad y En música
popular.

olvi-
habla his- no se
de sitores pueden
Entre los que
paises

Estensoro, Na-
la República como Maria
destacamos dar,
panica

inicia un Simeón Roncai,


dei Salvador, plano taniel Murgia,
que

investig aciones Maria


de Benavente,
sistemático Manuel José

fue autor
Este Na-
folklóricas. pais Palmero
Velasco, Armando

1»° Congreso
la sugestión al
de Eduardo
Teofilo Loayza,
va,

de Praga
de Artes Populares
Adrian Patino.
Caba
y
en
A el le corresponde
(1928).

es- con sus Mu-


la acogida que vez el Perú
mucha A la
parte

dando al con su
le estan habla
tos seos Arqueologicos
gobiernos

educacio- metales, cestería,


en sus india de
folklore planes voz

índios
arquitectura. y
nales. y
plumeria
con
mestizos siguen parloteando
Méxi*-
La labor realizada por
en tejidos,
factura
Este desenvoltura y
menos notable.
co no es
de hua-
de
en esculturas piedra
un importan-
fue asiento de
país
de mates.
en labores
México, manga
te Congreso Folklorista.

con realizar
de todas
conjuntamente vienen
que Los nombres

la artísti-
social, inicio
su marcha al llamado
obedecen
las ramas y
im-
de darle
ca, no dejar
Tel-
podia Varcarcel,
Luis E. Júlio
de
ahí estan
al folklore y
portancia Ayarza de
de
Rosa Mercedes
lo,

Rubén M. Campos, Júlio Jime-


POLÍTICA
CULTURA

258

un valioso plan que


con
Musica
D. Barandia-
Augusto hasta
Morales la etnologíia
desde
abarca
Mífeg*.
Sanchez
Carlos
1° la musicología.

Roberto
Varcarccl.
Theodoro atención
Brasil especial
Ar- En el
Baca, y
Mcjía
los musi-
Carpio, José al folklore
le prestan
Borja. Mig-
turo Francisco
Jimenez Villa-Lobos,
cos

con Fernandez y Jose


Argentina, Lorenzo
República none,
La

fren-
a la cabeza, Siqueira.
Rojas
Ricardo

de Literatura, decir que


se
su Instituto En puede
te a general

fig^a- esta Améri-


en
cabida y realizada
dar la obra
ha sabido
es re-
musieó- toda ella
el valiosa
Vega, ca es y
a Carlos
ción
en bole-
el folklo-
Cortazar, periodicamente
a Raul gistrada
logo;
Rf"Pj
invade especiales por
tins
labor que
Una
rista.
Unidos.
Ca- los Estados
Boggs en
de Fernando
es la
America

mi ce-
como folkloricos
estimo Los Congresos
nal Feijóo, que

Lucero, Ueva camina-


Draghi en lo
la de lebrados que
maestro;

cancio- el interés y
el
bien conoce do el siglo prueban
tan
que
viejos En-
a los dei folklore.
como la orientación
Cuyano,
nero

los de
estan
los fuera estos Congresos
me presen- tre
criollos que

en mi México.
uno, per- Praga, Paris y
uno en
tando de

la de
Mendoza; Juan la importancia
en sabemos
manencia Todos

Di Lu- al folk-
Oreste Estados Unidos
Carrizo, le da
Alfonso
que

dos cur-
Krapt. con sus sesenta y
Guillermo lore,
lio
y

cinco Universida-
en veinte
SOS y
He-
enumeración
Y en nuestra
maestros eminentes,
con sus
des,
en 1854
al Brasil que ya con
científicos,
gamos sus métodos
con
Pe-
de Francisco
luce un artículo rica bibliografia.
su y
poderosa
so-
de Investigaciones
reira Dutra su
dei folklore y
La marcha
tupi, su
de la vaza
el origen
bte
en a notoria pic~
está
evoiución
cos-
mitos
tradiciones, y
lenguaje, hoy los
le
ocupación que prestam
asegurar que
Se
tumores. puede
está tam"
de ciências,
hombres
se
ano la
desde ese producción
le dan
en la atención que
bien
bra-
los estúdios
hace extensa y
con la fundación
los Gobiernos
estan re--
folklore
sobre
sileros
Popular, con
de Arte
de Museos
como Ba*-
figuras
por
presentados Fonotecas
creación de para
la
Pei-
Afrânio
de Magalhães,
sílio
con
la música nacional,
recoger
Hay et-
Barroso.
xoto, Gustavo
finan-
de catedras y
la creación
como Nina
africanistas
nologos y
artís-
de expediciones
Gil- ciamiento
Ramos,
Arthur
Rodriguéz,
de Congresos
ticas, celebración
in^
Viana;
Freire, Oliveira
berto -
Ame
la Cultura
Lu- representan
como que
musicales
vestigadores

ricana.
Mario Andrade,
ciano Gallet,

dei
Heitor la máxima renovación
Luís Pero
Renato Almeida y
de
en la aplicación
cá- folklore está
dieta
Correia Azevedo, que
Cultural
Método Historico
dc el y
Escuela Nacional
tedra en la
ESTÚDIOS FOLKLORICOS
DE LOS
EVOLUCION

de vida
una sus elementos propios,
método marca
. Este
(2)
dieron tambien
de fueron los
investigación que
cn la
evolución
culturales con
vida a Ias formas y
fenóme-
materiales y
los objetos
materiales
ellas a los elementos
está ligado.
culturales a
nos que

Ias diferencian
espirituales que
y
de este mé-
Con la aplicación de esos
A cada uno
entre sí.

a la
le entrega
el folklore un médio
todo inherentes a
conjuntos

de informado-
fuentes es a lo
Etnologia de vida,
a un
y gênero

esclarecimentos. Cultu-
nes magníficos Histórico
y el Método
que
una ciência
la etnologia áreas culturales.
Siendo ha llamado
ral

obje-
histórica y el estu-
eminentemente modo, mediante
De este

en la egologia
encuentra dife-
tiva, de Ias características
dio

valor infor-
el mismo anti-
folklórica entre los
renciales pueblos

directo que de
de testimonio el cuadro
motivo trazar
guos, pudo
de todo
la cultura Al
ella tiene áreas culturales.
para diversas

nó en la
o
existente los
después pueblos,
pueblo, mezclarse

dei
Con la aplicación se mezcla-
actualidad. esos elementos
todos

en la etnolo- de
Histórico se combinaron
Método también
ron y
al-
se valoriza y dió
el folklore modos, factor que
gía diferentes

importancia ya a Ias altas


su máxima especiales
canza fisonomías

cul- con
se considera
en etnologia civilizaciones que
que culturas y
tra- de-
lo un su
tura todo pueblo posterior
que esos elementos y

espi-
material y
baia en sentido se formaron.
sarrollo

es la
Y se afirma que
ritual.
tras
entonces pe-
hacia la Tenemos que
el impulso
acción vital,

Ias agrupaciones
lo ríodos variables,
que pias-
vida de los
pueblos,
me-
tra-- la región,
dei según
Ias realizaciones humanas,
ma, en

el etc., se
pu-
instrumentos que de transporte,
bajo, los dios

obten- violento,
la
en contacto, ya
hombre necesita para sieron

material el ras-
y así como
su bienestar es
ción de y
ya pacífico,
va
espiritual. tales acontecimientos
tro de

Ias trans-
impreso en
la etnolo-
tal motivo, para quedando
Por
experimentan
formaciones que
no existen pueblos
moderna
gía todo
en uso y
los instrumentos
que
sin cultura, por precarias
correspondente
haber cultural
cl
al dejar-
algunas nos
parezean, ciclo cultural.
cada
cada área y
a
or-
el enganoso
nos seducir esos medidos
por sean
De ahí que
con
otra época y una
de vivir damos
gullo mejor pueden
los
que
cuyos elemen-
cultura en especial
ella otra realidad,
de la
visión
son
ni siquiera
tos essenciales datos.
otros
faltan
cuando

una creación nuestra.

fun-
su aspecto
así en
Mirado
de
en el
Si nos fijamos pasado
el espectaculo
externo
cional y
en sus primeras
los se llega
pueblos y
de los
la vida pueblos,
dis- de
vemos que
culturas, no
pronto de po-
que ya
a la conclusión
con
tintos ambientes geofísicos

_ Cultural (Áreas
T, ei AAèfndo Histórico
--El
W. Koppers
Schmidt , anota-
W. y Traducción y
(2) s America)
en el
culturales su desarrollo ÍL. de Chile,
y YieJ° Nacional
dei
^el Museo
Museo
Director
Oyarzun,
dei Dr. Aureliano
ciones
CULTURA POLÍTICA
260

artísticas reli-
líticas, sociales, y
sin his-
hablar de
demos pucblos

impreso de su
el libro
hecho de
cl mero que giosas,
toria,
por
ser leído no
Son espe- historia, que para
la tcngan escrita.
no

de una sencilla
de vi- necesita sino pero
sus instrumentos
cialmente

acción metódi-
a la vez severa
luego la tradi-
da de trabajo
y
y

ca
mitos, formas (3).
ción de sus po-

<áel
de la Sec. de Prehistona
Pizarro L.
de Leopoldo Jefe
Comentário
(3)

Nacional de Chile.
Museo Histórico
etnograjia e
Achegas de
folclore

DORNAS FILHO
JOÃO

cópia de Marido:
às mãos a
Chegou-me

um abecê, de toucinho»
gênero poesia po- Busco o sal e o

comum no norte do
muito feijão;
café, fubá e
pular

em Minas tam-*
Brasil, sendo isto se consome
que tudo

no norte e
bém, neste maldito fogão.
principalmente

modalidade é
no nordeste, essa

e o
com a intensidade
cultivada
Mulher:

outras regiões.
de
gôsto
eu hei de comer,
Bem certo

exemplar di-
A forma dêstje
há ser boas comidas;
e de

fato
fere da técnica comum
pelo casa do meu
em pai,

letra do alfa"
ser repetida a uma boa vida.
de
passava

é chamado
beto, razão
por que

Foi colhido no
abecê dobrado.
Marido:

e é
município de Diamantina

com certa regra,


Comer
como se segue:

regrar bem no temperar;

a comida engordurada

B. C. DO CASADO aturar.
A. não há
quem possa

Marido: Mulher:

vezes ao dia.
Comendo três
A vida do casado

tôdas as horas;
café a
agora vou relatar:

isto tem de obrigação


noite e dia
trabalhando

mãe uma nora.


dá a sua
sem se descansar.
quem
poder

Marido:
Mulher':

sendo muita,
Despesa
A mulher também trabalha,

um homem desgraçado;
deixa
tem obrigação,
pesada
fazer
não há possa
engoma quem
cose, lava e

e calçado.
agüenta o fogão* jaquetão
e ainda

.
POLÍTICA
CULTURA
262

Marido:

Mulher:

é casado*
Homem que
me lembrava,
Disto não

com alegria,
vivendo
marido,
tem
paciência,
e contente,
alegre
trabalha
fôr à festa,
se
domingo,
harmonia.
com
vestido. sempre
de lá um
traga-me

Mulher:

Marido:

não desespere,
agora Homem,
sem dinheiro
Estou

tua sorte:
consola com
vestido comprar;
para

mais cá o necessário
um outro
ponha
desmancha
na morte.
não imagine
[velho e

outro remendar.
para

Marido:

Mulher:
tu te
[á queixas
que

razão,
sossegada, da minha pouca
Eu estava

buscar o
coçar; eu vou preciso,
tenho sarna pra

vi um bordão.
nunca com
eu
são coisas juntamente
que

vestido a remendar.
num

Mulher:

Marido:

se me bater,
Juro,

o não só.
Faço posso uma vez
que há de ser

se adquirir, casamento
Este nosso
para

isto se acaba
tudo reduzir em
vai se pó.

e vestir.
sono, comer
em

Marido:

Mulher:

de madrugada
Levantar

eu não
Fortuna quero,

com o escuro,
e deitar
bem,

passar
quero
assim sobeja
ver se
vestindo, para
eu e
Comendo
futuro.
alguma coisa
pro
tem.
importo com quem
não

Mulher:
Marido:

de madrugada
Levantar
bem?
Gosta de
passar

se adquirir,
de trabalhar. para
precisa
disso, marido,
despesa, deixemos
Um com tanta

comer e vestir.
agüentar. eu
eu só não quero
posso

Marido:
Mulher:

imagine bem,
tenho- Mulher,
eu
Grande
pensão

velhice logo chega;


í a
Você ainda acha que
pouco,

carecemos de regrar,
tú, marido,
parece que

alguma coisa sobeja.


ver se
está ficando louco.

263
ACHEGAS DE ETNOGRAFIA E FOLCLORE

Marido:
Mulher:

tú és,
Se eu soubesse
disso, quem
Marido, deixemos

antes de me casar,
comer e
quero gastar,

ser soldado,
nós não sabemos preferia
porque

tal carga carregar.


dias Deus nos dá. que
quantos

Mulher:

Marido:
obrigados agora
Somos

aturar uma outra agüentar;


Não há
quem possa

o falta em casa,
mulher como esta.
uma pega que

não fazer nada, vai depressa


Além de procurar.

ir à festa.
muito de
gosta é casado
Todo homem
que

deve ter certos sentidos:

Mulher: tratar da obrigação


de

ainda estão aborrecidos.


e
mundo eu aproveito-
Neste

melhor buscar?
Que posso
Marido:

vestir e dormir
Comer,

é casado»
Todo homem
que
e nos vizinhos
passear.

vivendo com harmonia,

alegre e contente
trabalha

Marido:

sempre com alegria.


e

loucura esta sua


O'
que

na velhice. Mulher:
de não
pensar

Não trabalhar,
podendo marido.
Vivo
pulando,

coisa é a
pior preguiça. você também
Se pulasse,

medo,
eu teria
grande

se tuas pegasse.
Mulher: pragas

marido, escuta,
Onrado Marido:

não te casamento:
pedi
Xoro minha sorte

em casa de meu
pai
tantos tormentos-
de
passar
vida contente.
passava
tú, mulher,
Tomara que

mais o mantimento.
regre

Marido:

Mulher:

hoje sou casado,


Porém,

vestido,
Xita
para
mudar de vida;
careço

e rapadura,
mantimento
e dedal
mulher, agulha
pega
muito adura,
se que
camisa. quiser
remendar esta
pra fartura»
sempre com
compre

Mulher: Marido:

te digo,
do
Zombando que
tive a culpa,
Rasgou, eu não

meu dizer:
contrariou
tempo de acabar;
era

ho)e em diante,
agora, de
trapo fora
esse
ponha
só comer.
trabalho pra
feita vai comprar.
e outra
POLÍTICA
CULTURA
264

Mulher:

Mulher:

não um rabisco,
aqui quero, O til é
Zogado (1) ^

de confusão.
está, um nome
êste marido

aturar
foi a hora há possa
Não quem
maldita

casar. sua imposição.


me pra esta
que pediu

é muito
de abecê
Esta forma
Marido:
as regiões
em tôdas
usada
pouco
é um rabisco,
O til talvez
se cultiva,
onde o
importa* gênero
não
tem nome que ofe-
maior dificuldade que

desejo pela
Teria um
grande
sua construção.
rece a
morta.
esta mulher
de ver

1
K

irrequieto, nervoso.
Azougado,
(1)
e livros
Folclore corogrâfico
parafolclóricos

BASILIO DE MAGALHÃES

e Geográfico Brasileiro
Do Instituto Histórico

sábio patrício
foi estudada, cm li- conizado pelo grande
não

no
ín- Luís Pereira Barreto), penetrou
tal fim destinados, a
vros a

tanto o café.
entre folclore brasileiro quanto
correlação existe
AINDA
tima que
não consta a
as De meu citado livro
agro-pecuária e
a atividade
ouvi en-
seguinte trova que
imaginação popular,
da popular. Já
produções
em noite de luar, por
de uma toada ao violão,
de assinalar, mais
tive ensejo

do berço dos bandei-


de uma senhorinha
a zona da criação gado
vez,
que
estância hidro-
rantes, na encantadora
de a
ao folclore que
é mais
propícia
mineral de Lambarí:
Não foram
intensa labuta agrícola.
de
"São-Paulo
nem os nossos an-
os metais uma terra boa,
preciosos, é
"gêneros
algo-
tigos coloniais" (açúcar, lá o
Digam que quisé...

mais in-
e café), os a
dão, tabaco que São-Paulo tem garoa,

na demopsicologia o café".
fluência exerceram São Paulo tem

mais fecun-
Esta recebeu
brasileira.
de
surgin- De outro cantor paulista guardei
das estâncias que,
da inspiração

monorrítmica seguinte,
chamado nordes- a sextilha
no çor
do
primeiramente
o fruto da pre-
depois tam- não consta
verdade, é leste), da
te qual
(na
de rubiácea":
elemento ciosa
bém constituíram grande

Goiás, Mato-
riqueza em Minas-Gerais, "Coisas
há aqui,
boa pur
Grosso e Rio-Grande-do-Sul.
não vi :
outras indas
Cumo

O ca/é Na
meu trabalho sobre é só de Morumbi;
Em Chá,

e nas òe/as-arícs, de Suruí;


históriâ, no Farinha, é a
folclore

deparou a
se me de Parati;
coligi tudo quanto Cachaça,

em nosso
da coffeâ ãtãbicâ de Baependí".
respeito E fumo,

de origem
Como a
planta
populário.
ex-
em meus apontamentos,
no Pará De alguns
etiópica foi introduzida
consta a sex-
cos- da lira anônima,
a zona traídos
1727, dali descendo para
a produtos
no concernente
até tilha seguinte,
teira centro-meridional, parar
o violeiro
entre os quais
de terra-roxa nordestinos,
altiplano paulista-parana-
do sertão per-
a uma ex- até o jagunço
atingiu incluiu
ense, o seu influxo

das ou- :
Nenhuma nambucano
tensão considerável.

habituou o
a se
tras beberagens que "Neste
de meu Deus,
mundo
saborosas,
nosso por julgá-las
povo,
tem repartição:
Tudo
de
ou até alimentos pou-
excitantes
criá gado;
Piauí, pra
ou congonha,
o mate
pança" (quais
algudão;
Ciará, pru
asiática, ou ja
o chá de importação
rapadura;
Cariri, pra
o choco-
o nosso solo,
aclimado em
valentão .
Pajeú, pra
tão pre-
late e o justamente
guaraná,
POLÍTICA
CULTURA
266

na tenda,
Olinda
artigo intitulado
cea- te
em O matuto de
Carvalho, social
José e no pitoresco
na história
~ Con-
do Pará seguinte
e o caboclo abrigo à
rense deu
antigamente,
nacional (Belem-
ao ela concernen-
tribuição folclore tôda
curiosa quadrinha,
a mesma sextilha
1930), deu de locali-
do-Pará, característicos
te a produtos
57): na rea-
variante (pág. e qual
a Leão-do-Norte,
dades do

"Neste Deus, :
de meu o brigão
mundo parece

a repartição: "Caxangá, verde;


Foi feita capim
pra
criar gado;
Piauí, pra carvão;
Beberibe, pra
algodão;
Ri-do-Peixe, pra tem mamão;
Olinda só
_
rapadura;
Carirí, pra valentão!
E Estrada-Nova,

valentão .
Pajeú, pra
estudei co-
menino e
eu era
Quando
em Crato, tempo
nascido ja
certo cantador do Brasil (quanto
De rografia
"mestre em engenhos
rapaduras" a silva seguinte (que
de decorei
lá vai!),

autor acimaici- mais


o em
menciona
cearenses, se me antolhou posteriormente
teru ^
assim do nosso
que sobre coisas
tado um poemeto, um impresso
de

ostentam os
em se
213): que
(pág. populário),
da
núcleos po-
"Quando dos principais
no sertão, produtos
chove
de Sergipe (notan-
sertaneja
no Carirí,^ pulação
chove
Já verso é ape-
o do segundo
feijão, do-se que
muito
Havendo
irônico de infertilidade):
nas símbolo
serra muito piqui.
Na

apenduá, "Maroim,
a cana de bois;
Quando curral

arroz fulorá,
o brocotó;
Quando Santo-Amaro,

der espigas,
o milho fina;
Quando Laranjeiras, prata

esta fartura,
Eu volto pra ouro em pó".
Itabaiana,

mexer rapadura
Para
. curial, rara-
raparigas! como é
com as Na hinterlândia,
E mexer
com
a musa popular
mente se
preocupa
a
é certamente orla
mesmo violeiro Somente na
Do e mariscos.
peixes
ainda consignada por oceano
seguinte, do
oitava é os produtos
atlântica que
217):
Carvalho (pág. nossa demopsicologia, pro-
José entram em

"Hoje,
carne de saica. ou poética.
aqui, gado

em tôda banca. se
Deu barato no litoral
é apenas
Assim que
tão fiança,
a feira em
Tornou-se folclóricos que
encontram motivos

farinha deu pataca. chama-


Que o camarão (também
aparecem

não se ataca,
Rapadura existente na lama
do sururú, quando
enxurriou...
Este gênero siri e o caranguejo.
lagoas), o
das

de encostou; co-
Raiz pau é
Dêste, exemplo, geralmente
por
legume, dado...
E acudiu espécime bárdico:
nhecido o seguinte

es- "Caranguejo
menestrel sertanejo,
fim, o não é
Por peixe,

se re-
rapadura, assim
da é;
Caranguejo peixe
quecendo-se
do seu céspede
fere a outros produtos só é
Caranguejo peixe,
^

219): vasante da maré...


natal (pág. Na

"Boa
terra é o Carirí!

de Gateia
de agricultura; O estudo Rodolfo
É terra

cria :
Tudo se planta,
que
agra-
melão, melancia, Garcia cumpre-me
Gerimum, A Rodolfo

de seu ex-
laranja madura, a da oferta
Muita decer gentileza

desta fartura, os Exotismos


em cima celente estudo sobre
E,

o língua tupi
na serra piquí; ceses, originários da
Mora

e cajuí; de grande
mangaba 1943). Nessa contribuição,
Tem

dos tu-
na levada, os investigadores
Corre água utilidade para

Calda. o nosso
nascença no enriqueceram
Grande pinismos que

com re-
é o Carirí! há informações seguras
Boa terra idioma,

interes-
a muitos vocábulos, que
do vol. lação
à 308
Mário Sette, pág.
à his-
à filologia,
Htst. sam simultâneamente
do lnst. Arq.,
da Rev.
XXXVI dita.
tória e à literatura propriamente
em interessan-
e Geogr. Pernambucano,
>

E LIVROS PARAFOLGLÓRICOS 267


FOLCLORE COROGRÂFICO

a alguns Novo e não menos revelantes servi-


aqui ligeira referência
Farei

vai Rodolfo Garcia ao fole-


dêles. ço prestar

iore brasileiro, com a reedição,


próxima

um dos meus compêndios de de em boa hora se encarregou, do


em que

do Brasil havia eu consigna* Glossário de Vicente Cher-


História paraense

fundador do nosso roman- mont de Miranda. Do filho dêste obte-


do o
que

Confederação dos Ta- ve o digno diretor da nossa Biblio-


tismo, em sua

1856), o fran- Nacional os acréscimos e aponta-


môios preferira teca
(Rio,

ibirá-pitanga. Mais organizados Vicen-


arabutã a mentos pelo próprio
cesismo

dos volumes dos Do- de Miranda, certamente


em um te Chermont
tarde,

Nacional, de- e melhorar aquêle seu


da Biblioteca opulentar
cumentos para

uma segunda tiragem. No^


o curioso aportuguesamen- trabalho, em
parou-se-me

do em 1931 foi apare-


denominação túpica pau-bra- te-se só que
to da que

ao re- dicionário de coisas da


Agora, ceu O meu
sil: buraputão. graças

Garcia, Raimundo Morais, onde


de Rodolfo que Amazônia de
cente opúsculo

sô- em todo o Brasil.


obra de Yves dEvreux há têrmos usados
achou na

— co-
54) a forma de Miranda timbrava,
o Maranhão Chermont
bre (pág.

o seu ci-
é fácil explicar aque- mo manifestou ao subtitular
ybouyra.pouitan,
*—' em fazer uma co-
tado volume,
la vernaculização.

à Ama-
leção de vocábulos peculiares

meus livros didá- à ilha de Mara-


No dos zônia e especialmente
primeiro

afirmando eu mesmo tenho encon-


ticos acima referidos, que Pelo
jó". que

de da reião do nosso
voz desconhecida em escritores
inúbia poética, trado

dei-a co- a contribuição dela


o tupí-guarani , rio-mar, é enorme
todo grupo
"talvez
Mer- Dicionário de bra~
corruptela de mimbí". o nosso futuro
mo
para

Garcia, se se che-
de Rodolfo sobretudo quiser
íê da informação sileirismos,

En- folclore tem


do vol. I dos ao Acre, cujo já
colhida à 38 até
pág. gar

razão de estudos impres-


não tem objeto de alguns
saios de ciência, já sido

mim foi até aprovei-


de dúvida, por e cujo já
ser o advérbio sos populário
sei
Batista Cae- romance (não
empregado. fadrt num excelente
prudentemente
o no- ou à c/ef), A Re*
afirma categoricamente que bem se caricatural
tano

Océlio de Me-
flauta dos nossos 1942), de
me da buzina ou
prèsa (Rio,

— confian-
litorânea, o qual Aguardemos,
da zona deiros. portanto,
selvicolas
de
Dias edição do Glossário
Gonçalves quem tes, a nova
foi certamente
vai re-
nã° Miranda, a
divulgou, passa de qual
mais usou e Chermont
revi-
mimby . e competente
do tupi a carinhosa
de êrro de ceber
grafia

Rodolfo Garcia.
são de

tratar da acen-
forçado a
Vejo-me

no tocante não
de um antropônimo, à posso
tu ação Outra qual
publicação,

Garcia, afim mui-


divirjo de Rodolfo referir-me também, pelo
à deixar de
qual
em um dos é a intitulada
o asseverei nela aprendi,
de que to
justificar que
des- — Suple~
volumes de História geral, médicos
meus Têrmos populares
"Dicionário
O de
piloto 3." edição do
tinados à patrícia. mento à
juventude
navis) Pedro A. Pinto,
navis ou médicosde
praeceptor têrmos
(magister
Waldse- igualmente a
imortalizado por devo agradecer
florentino, a
quem

batismo carto- Exame acus&~


1507, no da oferta de seu
emüller, em
gentileza
clamo- do no cor-
com saídos prelo
do Novo-Mundo» tório
gráfico (ambos
au~ catedrático da
imortal em o
rosa do genovês, ano), que
rente
preterição
ser Medicina se re-
lindo rebento, pode de
têntico do nossa Faculdade
pai
lhe doutrinado ci-
se qui- uma vez, o
de duas maneiras: vela, mais
citado
in-
a expressão mestre de filologia, que
conservar própria e o
sermos entista

Ame- algo do
dizer é. Direi pri-
da língua-madre, deveremos
contestàvelmcnte

aportu- escritos,
Vespucci; dois mencionados
rico Amerígo) meiro dos
(ou
de a esta
então Américo> interessa perto
será ser o
guesando-a, que
por
— não fal- mourejo.
micrologia, folclórica em que
Picuinha, seara
púcio.
rol de meus
me lance ao
tará Pinto admitiu
quem Pedro
Uma vez que
Mas é
intelectuais. preciso
to-
pecados
e algebrista (obtemperando,
no álgebra
me coloquei
eu sempre
ponderar que em nossa ter-
não serem usuais
davia,
conscienciosa-
meu de
papel professor, médicos
os Têrmos popula-
ra) entre
o certo.
mente obrigado a ensinar
, /

CULTURA POLÍTICA
268

então o seu rei


ter feito cês representava
11), o mesmo podia que
rcs (pág.
d. III de
II) João
às (Henrique perante
com syntàxis pois págs.
(sintaxe),
a denominação científica
Manuel Portugal, deu
da rara obra do
20-23 padre

tabacum. Pois, apesar de


acatalecta, ou de nicotiana
de S. Payo, Arte
Coelho
encontrado as for-
haver desde muito
e de algebristas
exame prático perfeito
ou e
a fortuna mas túpicas petim, pitima
1736), eu tenho petym
(Lisboa, que
e até de-
intitulado pitum, petume,
existe um capítulo pitinga, petum
de
possuir,
referida e das
ossos, a signativas da planta,
da dos
Da constituição junta
"syntàxis".
os
Sei procedem presumivelmente
os autores chamam quais
que
não
da nossa Uni*» nossos vocábulos pito, pitar, piteira,
o erudito
que profesor
às mesmas se ligasse
caso de álgebra me ocorrera que
tratou do
versidade já
flor. Acabo de
e em uma linda e conhecida
livro Linguagem médica
em seu

Pedro Pinto o
de Melo aprender com (veja-se
destinada à Matemática
nota
48) a um
conta êle à que
seu Glossário, pág.
e Sousa. Em precioso que

com o ta-
em Mahn, de parecidas
Yanguas, apoiado gênero plantas,
Eguílaz y

de álge* baco, chamou petúnia".


significado original Jussieu
dá como

sepa-
bra: conjunctio plurium partium filólogo
O ilustre e incansável patrí-

his unum reductio


ratar um, ut ex fiat, 59) a
cio zamperine (pág.
preferiu
ad
ad totum, seu fractionum aquela é
partium zamparina. Etimològicamente,

seja, a
integritatem. Como quer que do no-
é certa, porquanto provém
que
logrou enorme1 progresso
matemática italiana Anna Zampe-
me da cantora
"a "aventureira,
reduções e das com-
com ciência das
rini, formosa e hábil que

devida a Mohãmed-ben-
argentários, ensandecer
parações", logrou sugar os

crismado em sua
Muça. Tendo-a êle
os novos, deshones-
'ilm os velhos, embair

de ál-djebr
língua com o rótulo alvo-
irritar o
tar os patriarca,
padres,
o novo cálculo de rela-
waUmocâbála, o
os e assanhar grandio-
rotar poetas
conhecido entre os
veio a ser de Pom-
ções imperturbável marquês
samente

de além-Atlântico, tão
nossos maiores asserção
consoante a expressiva
bal",

espiritualmente as-
influenciados pela no luminoso
"melhor de Alberto Pimentel, pre-

sombrosa cultura da então por- 1907),


fácio da Zamperineida (Lisboa,

da raça branca" frase suges-


ção (na sátira 177-
da consta uma (págs.
qual
tiva e lapidar de Augusto Comte), por
Basilio da Gama,
182) do nosso
José

dois têrmos, álgebra e almucábala (êste


Zamparine, em
na se encontra
qual já
nosso admirável
foi dicionarizado pelo em Por-
Zamperini. Mas, tanto
vez de

Antônio de Morais Silva, o defi-


que as de-
"regra tugal, no Brasil, palavras
quanto
niu como de coisa, ou álgebra"),
talvez in-
rivadas do nome dela, por

só vingou o Ê de
dos primeiro. assimila-
quais argúem a
fluxo de lamparina,

aW/eòr se empregasse
presumir que já
vocálica integral.
ção
muito o caso das fraturas
desde para

muçulmanos, A exemplo do sucedeu de-


e luxações entre os sábios que pouco

na me- com o dançarino Marrafi, cuja


alguns dos se aureolaram pois
quais

não faltaram se- trunfa, à testa, foi etiquetada


dicina; e entre êles pendida

ou co- vulgarmente marrafa, e com a


cirurgiões çururgiões, por prima
guramente

no Sucesso do se- donna Elisabetta Gafforini mere-


mo se me deparou (que

Diu 145 da ceu um de Bocage), a


cerco de (pág. poemeto qual,
gundo

Côrte-Real. modo arranjava o


ed. de 1784) de pelo por que pen-
Jerônimo

teado de seu cabelo côr de ouro, deu

do meu conhecimento da
Era que
ensejo à criação do têrmo
gaforina,

de Tabago Tobago) resuL


ilha (ou
muito em uso aquém e além-Atlântico,

tabaco, voz haver tomado


tou que, por
a célebre Anna Zamperini, aos dois
que
um sentido obsceno, foi
entre incultos
terremotos do comêço da segunda me-

na linguagem corrente
substituída por
tade do século XVIII, o sísmico e o

E fui um dos aceitaram a


fumo. que
o nos co-
político, juntou que produziu
versão, exata, de
provàvelmente que

rações da lusa de amor


era o gente (mueren
Luís de Góis (depois jesuíta,

los no entender dos caste-


de Pero de Góis, o infeliz dona- portugueses,
sócio

ou da lhanos, aos a frase é também


tário da capitania de São-Tomé, quais

aplicável), havia in-


coube a de já
Paraiba-do-Sul) primazia perfeitamente

Europa a sola- troduzido em Lisboa a moda de trazer


haver levado a
para
"derrubado

a Nicot, sábio fran- o chapéu à banda, isto é


nácea, Jean
que
FOLCLORE COROGRAFICO E LIVROS PARAFOLCLÓRICOS 269

sôbre a "endo-
testa e inclinado a
para ore- léstia de Reynaud" ou de uma

lha direita". Assim, não houve


pentea- arterite obliterante", mais
provàvelmen-
do "lepro-
(como inculcar o Pequeno di-
quer te teria sido um
portador de
"lepra
cionávio brasileiro da lingua
portugue- siringo-mielia"
(ou mutilante").

6a), mas apenas o costume acima ex- Hoje, contudo, eu hesitaria em tais

o fêz surgir a correlata
posto, qual suposições,
"chapéu porquanto o dr. Cae-
José
expressão à Zamparina". A tano Alves Neves, em seu apreciável

fúria erótica, despertada na capital lu- volume Pedaços do


passado (Rio,
sitana famosa cantora, deu
pela logo 1937), afirma e tenta em bom
provar,
ensejo à criação de dois novos verbos, número de
páginas (145-169), o
que
assim definidos Alberto Pimentel
por (à Aleijadinho não era leproso, e, longe

8 da citada Zamperineida): zam-


pág. de dever ser tido como hanseniano,
"aplaudir

ou cortejar a Zam-
patinar> não de heredo-sifilitico, com
"enlouque- passava

e enzamparinar~se,
perini"; diátese artística, a se
que ex-
juntou
cer de amor ela até à demência
por trema caquexia.

risível".

Aproveitando o estar com a mão na

Em 1780, isto é, depois de


pouco massa, a atenção dos nossos fi-
peço

iniciar-se o de d. Luís de
govêrno lólogos um caso de fe-
para penteado

Vasconcelos e Sousa veio


(1779-1790), rainino em confusão com certo modo

da terra de Afonso Henriques o


para pelo se fazia a barba. Acabo de
qual

nosso tendo assolado o Rio-de-Ja-


pais, ler O triste de Policarpo Quares~
fim
"O
neiro, uma terrível epidemia de ma da
grippe, edição Livro de Bolso".

a motivo do contágio sensual,


qual, por e nesse romance do extraordi-
(1943),

antes em Lisboa
pouco provocado pela nário Lima Barreto, uma das figuras

sobredita cantora italiana, recebeu do mais altas da nossa literatura de fie-

a designação de zamparina, achei várias vêzes


povo que ção, 154, 199
(págs.
"favoritos"
também se encontra sob a forma zam- e 233) no sentido do fran-
"favoris"
em um ou outro escritor cês
patine (por é, suiças tufadas e
(isto

exemplo, Gonzaga Duque, à 40 de compridas). léxicos


pág. Os não
portugueses

seu excelente volume sôbre A arte bra- registram o vocábulo no masculino, mas

iileira). Como o carioca Lean- dão assento à forma feminina definida


pintor

dro tivesse Aulete lhe atribue a origem


sido uma das ví- por (que
Joaquim
"canudos
italiana), como de cabelo, caí-
timas sobreviventes ao morbo,
perigoso

dos sôbre a testa, se usavam nos


Dão faltou igualmente que
quem quisesse
antigos toucados". Aos capazes de de-
ver na deformadora doença do Aleija-,

cidir, com sabedoria e critério, em assun-


dinho a ação da zamparina. Disso co-
tos de tal monta, Convém
pergunto:
mais detidamente, às 8-9 de
gitei págs.
aceitarmos o afrancesamento usado
por
minha conferência, Ins-
publicada pelo Lima Barreto ou devemos considerar

tituto Histórico em 1930, a respeito do


favoritos, têrmo aplicado a certa forma

asssombroso artista mineiro. de barba, como inútil e extravagante

?
Nesse galicismo
meu trabalho, refugando o

diagnóstico de zamparina, deixei vaga-


Esclareçam-me os mestres, com as suas

mente exposto Antônio Francisco fartas luzes, eu lhes ficarei


que que suma-
"mo-
Lisboa, se não foi um da mente reconhecido.
paciente
Reportagens

rio Doce
vale do
O

ii

POLÍTICA
especial de CULTURA
Reportagem

futura do Brasil depende,


afirmar a
que grandeza
poder

de ferro» O
de suas
da exploração jazidas
principalmente,
CREIO
mesmo, da vida
cultura e
ferro é fortuna, conforto, padrão,

de água as cidades e
seu intermédio, abastecem-se
em sociedade. Por

é fôrça. Por êle se


faz a máquina, e
lavouras. Dêle se
irrigam^se as

as usi*
indústrias, movimentam-se
florescem as
a energia,
transporta

encurtam dis-
fitas de aço, locomotivas potentes
nas. Na terra, sôbre

com rapidez,
regiões afastadas, permutam,
tâncias e aproximam que

navio a fôrça que


as águas, é do propulsora
seus Sôbre
os produtos.

No ar, é o mo-
mares e rios.
singrar velozmente
o aciona, fazendo-o

o vôo.
equilíbrio e alijeirando-lhe
mantendo-o em
tor do aeroplano

ao mesmo tempo,
lume o lar e,
trave do teto, o
É, finalmente, a para

da Pátria.
arma a defesa
a para

deveriam de-
crianças das escolas
as
Com tão bleas que
palavras,

do candida-
recordando as
recitar, Getúlio Vargas, promessas
corar e

Esplanada do
tarde da
naquela memorável
to, feitas solenemente

de 193
Horizonte, em fevereiro
cidade de Belo
compôs ha
Castelo,

todos os anseios
resume
credo da nacionalidade, que
êsse verdadeiro

há mais de um
ideal de
da consciência brasileira grandeza que,
pelo

vimos acariciando.
século,

a essa
nome, sempre, pa-
destino ligara o seu para
Um estranho

fendo
nossa siderurgia,
significação a
lavra, de para pátria
grande
da
da Comissão de
histórico justiça
em 1926, o parecer
subscrito,

da Itabira
vetou o registo do contrato
Câmara dos Deputados, que

enca-
as rédeas do
caberia, agora, empunhando governo,
Irom, a êle

dessa
a nacionalização
os acontecimentos que possibilitariam
minhar

importante indústria.
":' • '*-M&f'Wi;:..:
•;•: ' ••
yr-:- ¦'¦¦.<" »£. ;'*^>
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A fotografia acima dá
da uma idéia
ideia do funcionamento do silo embarque de minérios
minerios no de Vitória.
Vitoria.
para pôrto
pdrto

Aberta a comporta, o minério


minerio acumulado,

ja cai diretamente no do navio com uma velocidade de
porão
porao

1.200 toneladas por hora.


por

(Cultura Política)
ao
Acesso

11
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BRAS/L Central &
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SíPRí/um mmmiQl

Z^d
E FLeop tmrnumnVl

leigo, da importância do vale do


O mapa acima dá uma idéia, mesmo a um

via de acesso ao Brasil Central. As rampas atingem 17%


Rio Doce como que

na Leopoldina, 8 na S. Paulo Railway, 2 na Sorocabana, 1,9 na Central


% % %

são de 1 apenas na Estrada de Ferro Vitória-Minas. Do de


do Brasil, % ponto

vista econômico, êsse detalhe tem uma importância fundamental.

(Cultura Política)
O VALE DO RIO DOCE 271

A tarefa foi árdua, como êle mesmo assinalou na sua fala aos

mineiros:

"Fazei

dela a indústria siderúrgica um ideal. O ideal é ainda

a alma de tôdas as realizações."

Sem ser exclusivista» sem cometer o erro de aconselhar o repú-

ao capital estrangeiro no desenvolvimento das nossas riquezas na-


dio

contudo, em se tratando do caso do ferro, forjará tôda a


turais,
que

dos nossos transportes e da nossa defesa, achou era


aparelhagem que

impossível aliená-lo e concedê-lo a estranhos. Cumpria,


previdente-

sôbre êle o direito de e domínio, até


mente, manter por
propriedade
"a

obra revolução é, também, nacionalista, no bom sentido


da
que

do têrmo."

A opinião dos técnicos

Siderurgia no Ministério
Nomeada a Comissão Nacional de
que,

1930, sob a do então


Guerra, funcionou, logo depois de presidência
da

Eusébio de Oliveira, intensifi-


do Serviço Geológico, o sábio
diretor

— estabeleceu
ser assim resumidos:
caram-se os trabalhos poderão
que

feita a exportação de mi-


das ser
normas dentro poderia
gerais quais

nacional; mostrou a
a economia possibilidade
nérios. sem
prejuízo para

com carvão de ma-


usina média, funcionando
construção de uma
da

ferroviária do ramal
ligação
vale do Rio Doce; pela
deira, no pugnou

do Brasil, com a es-


de Ferro Central
Bárbara, da Estrada
de Santa

Minas; recomendou
Ferro Vitória a
da Estrada de
tação terminal

ferrosa, recomendação que


da sucata
fôsse a exportação
que proibida

combateu várias
pana-
logo convertida em decreto, pelo governo;
foi

em detalhe o con-
e estudou
ao
céias metalúrgicas govêrno,
propostas

o
Ltd., separando, definitivamente, pro-
Itabira Iron Ore Co.
trato da

da exportaçao do
com coque do
de uma usina
blema da construção

em íyjj.
os seus trabalhos
Comissão encerrou
minério de ferro. Essa

Iron havia sido ob-


da Itabira
em 1931, o contrato
Antes,
porém,

no Ministério da
funcionou
de outra comissão, que
dos estudos
jeto

do Sil-
e da sob a general
Viação e Obras Públicas, que, presidência

trabalhando no edifício
durante muito tempo
vestre Rocha, esteve

do Brasil.
da Estrada de Ferro Central

detidamente o
de técnicos examinaram
Tôdas essas assembléias

em entravar as ati-
importavam
apresentaram emendas
assunto e que

de Almeida re-
Américo
até o ministro José
vidades da emprêsa, que

contrato, uma multa


os termos do
de acordo com
solveu apiicar-ihe,

advogados con-
intervindo bons que
logo
mensal de Cr$ 50.000,00,

o trabalho realizado
com sofismas
algum modo, diluir
seguiram, de

aquêle titular.
por

Presidente Vargas tomou


o
Mas tudo perdido,
quando parecia

à Câmara dos
vez, o famoso contrato
de mandar, outra
a resolução

—F.
122.218 18

p
POLÍTICA
CULTURA

esta ^men^W
Deputados, para que

Casa_ do
dessa
A maioria
finitivo.
juwig aconteci-

szttssíSsfss-r,.*,

na
ou dormindo
em comissão
aCínloTSssio
ST"

dos relatores. #
pasta
Nacional
do Estado
A influência

a nova
em vigor
entrando
Nacional,
do Estado
Tom o advento

e demais ££

ua aproveitamento
a^cons1
dagua, passaram
quedas industrial,

dad« do
e das
minas

e mais, das
elétrica, jazidas
e, o
que de pri-
mesmo propriedade
"coSonado

a
SHicu

s u-u-.

al-
fora repousar
Lourenço, onde
em São
1938 achando-se
Em

- é um £
Vargas que
o Presidente
dtàs
guns
em exeu deveras
mesmo em
passeios,
homem-dínamo, que
trabalho devera
de
uma capacidade
com
eficientemente,
rias,
produz
reunião de
uma
Vargas convocou
- o Presidente
invejável
da rude-
frente o
de problema
e, abordando
mineira
cidade
naquela
a
sobrepujava qualquer
interesse da
o pátria
rurgia, declarou que
essa
resolver rapidamente
de
no firme
e estava propósito
outro que

questão.
assun o
confiar o
deliberara
reünião comunicou que
Na mesma
d
do Ministério
e Finanças
de Economia
Técnico
ao Conselho

zenda.

entrou a
referido Gonseího
o
o acervo da
Recolhendo questão,
emitido
tinham
muitas das que ja
ouvindo pessoas
aqir incontinente,
mater .
da
conhecedores
outras sabidamente
respeito, como
opinião a
e, logo
entregue ao
realizou foi governo
dos estudos que
O relatório

imprensa do
país.
depois, pela
publicado

de agosto de
numa manhã
as coisas nesse quando,
Estavam pé

sôbre todos os
esclarecido^
Vargas, suficientemente
1939 o Presidente

surpreendeu
na letra da Constituição,
negócio e apoiado
detalhes do

de-
com o decreto
os interessados, que
e mais ainda
o povo brasileiro,

termo a
Itabira Iron,
firmado com a pondo
caduco o contrato
clarou

os círculos administra-
vinte anos empolgou
durante
que
pendência

do
técnicos e país.
tivos, políticos

adqui--
a messe de ensinamentos
Govêrno, com
tempo, o
A êsse

Plano Qüinqüenal, pôde


bases do nosso
lançadas as primeiro
ridos,
O VALE DO RIO DOCE 273

nele contemplar a siderurgia com uma verba anual de Cr$

50.000.000,00.

Benefícios
proporcionados

pela guerra

Foi na Europa, irrompeu


quando, o conflito logo degenerou
que

na conflagração atual, arrastando-nos, também» impondo-nos


e a dura

contingência de termos de enfrentar um mundo de ferro e aço.

A tal como aconteceu em 1914, foi


guerra, porém, nos
que pro-

os meios idôneos indispensáveis à solução do intricado


porcionou pro-

blema siderúrgico, tanto nos vínhamos acari-


e
que preocupava que

ciando há mais de um século. Uma série de medidas de capital im-

foram ràpidamente determinadas Govêrno tendo


portância pelo que,

compreendido ser esse o momento decisivo, não tempo e ace-


perdeu

lerou as seriam, como veremos, coroadas de feliz


providências que

êxito.

Em março de 1940, deu corpo à Comissão Executiva do Plano

Siderúrgico, organismo composto de notáveis e homens de res-


peritos

na administração só se dissolveu depois de haver


ponsabilidade que

cumprido integralmente a missão lhe foi confiada.


que

estreito contacto estabeleceu-se entre os ho~


Imediatamente, um

Brasil doa Estados Unidos da América, com


mens de do e
govêrno

amizade cultivada de a e
raizes na tradicional parte parte
profundas

sadia sem-
constitue um exemplo da panamericana, que
que política

entre do Continente colombiano.


orientou as relações os
pre povos

revogada a lei da neutra-


êsse tempo» a Américà do Norte,
Por
"cash

carry e colocado a sua


ao regime do and
lidade, tinha
passado

à das nações pagar


enorme material disposição que podiam
produção

de Pearl Harbor
levar. o traiçoeiro
e Concomitantemente. golpe

Ocidental, forçando os
às do Hemisfério pai-
trouxe a
guerra portas

da mobilização
à consideração dos
ses o compõem problemas
que

econômica teriam de
que produzir-se.

de Consulta
A Terceira Reunião

no Rio de
Consulta, havida Janeiro, ja
Terceira Reünião de

trabalhos,
agenda dos seus
coisas, na proveitosos
trazia, entre outras

a luta, ape-
o Continente para
especial de
a recomendação preparar»

de somente
a convicção que por
E a todos dominava
nas começada.

do Novo Mundo
as nações pos-
um intercâmbio dos que
produtos

não, apenas,
em bases possibilitas-
— intercâmbio firmado que
suem

os dias
também nos para
crise, mas preparassem
sem a dominação da

a vitoria
— assegurar-nos
seria
sucederão ao conflito possível
se
que

na como na
paz.
guerra
CULTURA POLÍTICA
274 «

n.° 2 to-
da Resolução
e força
dêsse por
Resultante pensamento

a cooperar
Brasil comprometeu-se
assembléia, o
histórica
xnada pela
sentido da
e no
no maior
americanas, grau
Repúblicas
com as demais

o essencia
com propósito
recursos econômicos,
dos seus
mobilização
considerados m-
materiais estratégicos
dos
aumentar a
de produção
da eco-
e ao desenvolvimento
do Continente
à defesa
dispensáveis
Republicas amen-
com as demais
suas relações
nas
brasileira
nomia

canas.

relações diplomáticas
rôtas nossas
ao ajustado,
Em cumprimento

aos Es-
do Eixo, enviamos
aos
nos países
c comerciais que prendiam

ministro da
Econômica, chefiada pelo
a Missão
tados Unidos

especialistas em
de destacados ques-
um
zenda e integrada por grupo

c finanças.
tões dc economia

essa delegação
rumo a Washington,
o Rio de
Deixando Janeiro

cooperação econô-
forma a uma
definido: ia dar
um objetivo
levou
setentrio-
à
se dispusera a grande potência
o Brasil prestar
mica que
exploraçao de
uma mais ampla
da se
nal através qual processaria

de dispomos
matérias estratégicas que
naturais, das
nossas riquezas

o de-
as usinas norte-americanas para
e de carecem
em que
potencial

da
sencadeamento guerra.

firmados no dia 3 de
dizem os acordos
de tal missão
Do sucesso

vários dos
acordos solucionaram grandes
março do ano que
passado,

econômico do nosso
com o desenvolvimento
relacionados
problemas

espírito de estreita colaboração


tempo, refletem o
e, ao mesmo
país

maiores nações do Conti-


as relações das duas
sempre presidiu
que

ação dos ame-


e de
da unidade de povos
nente, dentro pensamento

ricanos.

acordos de Washignton
Os

ajustados naquela época


de os convênios
Em número
quatro,

estabelecem:

brasileiros e créditos dc
— Mobilização dos recursos
Primeiro

Import and Export Bank.


dólares, intermédio do
cem milhões de por

Fazenda do Brasil e sub-


ministro da pelo
Êsse acordo, subscrito pelo

de intercâmbio de
norteamericano, em forma
de Estado
secretário

de vasto alcance destinado


fundos um
notas, inclue os para programa

Amazonas, inclusive as
da região do rio planta-
ao desenvolvimento

de seringais.
ções

Lei Empréstimos e Ar-


*— Ajuda» de acordo com a de
Segundo

convênio o embaixador do Brasil


Assinaram êsse junto
rendamentos.

Unidos e o secretário de Estado norteame-


dos Estados
ao Govêrno

ricano.

fundo cinco milhões de dólares,


— Criação de um de
Terceiro

Reserve Corporation, colaborar


da Federal Rubber para
por parte'
O VALE DO RIO DOCE 275

com o Governo brasileiro no desenvolvimento da bor-


da
produção

racha da Amazônia. Ajustado entre o ministro Fazenda do Brasil


da

e o secretário de Estado norteamericano, a êsse acordo acompanham

notas a Rubber Reserve concorda em adquirir a borracha


pelas quais

virgem brasileira durante um de cinco anos.


período

— Desenvolvimento
Quarto das minas de Itabira e da Estrada

de Ferro Vitória a Minas, com acordos adjuntos a aquisição,


para

dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, do minério de ferro


por parte

alto se extrair das minas. Não se divulgaram as


de quantias
grau que

acordos compreendem, mas o sub-secretário do Bureau de


êsses
que

e Acordos, sr. anunciou empréstimos até a


Empréstimos Jones,
Jess

dólares a rehabilitação da citada fer-


soma de 14 milhões de
para

ferrifiçadas e melhoramentos das


rovia, desenvolvimento das
jazidas

Vitória. Ficou estabelecido o


de carga no de que
facilidades porto

com as entregas de ferro


do empréstimo será amortizado
montante

com a renda da ferrovia.


se extrair das minas e, eventualmente,
que

o ministro Souza Costa, os


consecussão dêsse ajuste
Intervieram na

Bank da Metals Reserve Com-


Import and Export e
do
presidfentes

Henderson. e
Warren Pierson e Charles
respectivamente, srs.
pany,

Lord Halifax, êstc


Grã-Bretanha em Washington,
o embaixador da

atuação mais adiante


ingleses e sôbre cuja
representando os interêsses

nos referiremos.

o montante dos convênios


de 220 milhões de dólares
É de cêrca

técnico tam-
ainda o concurso que
firmados, devendo considerar-se

nessa ocasião.
bém conseguimos

Souza Costa
A
proposta

a história recolherá,
importantes documentos que
Por serem dois

srs. Souza Costa


trocadas, entre os
os textos das notas
damos a seguir

antes nos refe-


firmados e a
sôbre os acordos que
e Sumner Welles,

rimos:

sub-secretário de Estado
do Brasil ao
Do ministro da Fazenda

'Pela
III Reünião de Consultas
• resolução n.° 2 da
norte-americano:

Repúblicas Americanas,
Exteriores das
dos Ministros de Relações

a cooperar com
o Brasil se comprometeu
celebrada no Rio de
Janeiro,

na mobi-
no maior possível,
outras Repúblicas Americanas, grau
as

especial de aumen-
com o
lização dos recursos econômicos, propósito

a defesa
indispensáveis para
materiais estratégicos
tar a dos
produção

do Brasil com as
da economia
o estreitamento
do Hemisfério e para

Brasil, inter-
do
O Govêrno por
americanas.
das demais Repúblicas

a honra de propoe
tenho presidir,
médio da missão econômica que

desse com-
o cumprimento
medidas efetivas para
tomar, imediatamente,

de tais mate-
de desenvolvimento
o fomento do
e programa
promisso
O Govêrno do Brasil
há tempos.
ocupado, desde
riais, em está
que já

à êsses amplos
de levar pro-
mais eficaz prática
opina a maneira
que
CULTURA POLÍTICA
276

novo organismo
de um governamental,
é o estabelecimento
pósitos
da
o desenvolvimento produ-
investigar e
de promover
encarregado
naturais do rasil.
outros recursos
estratégicos e
cão dos materiais

do Governo bra-
ser uma dependencra
novo organismo, que poderia
O

examinaria to os os
Governo,
corporação fiscalizada pelo
sileiro, uma

velaria aque-
e para que
tal desenvolvimento
realizáveis para
projetos
empresas
levassem à quer por
recomendados prática,
fossem
les que
entidades apro-
ainda não existem
Brasil ou, onde
iã existentes no

independentes ou
organizações
novos departamentos,
priadas, por
tal fim.
se organizariam para
empresas particulares que

funcionaria como
o novo organismo
outro caso,
Em um ou cm

lucro,
Brasil, não visando principalmente
Govêrno do
do
dependência

interêsse do Brasil e
no
ao máximo possível,
mas, sim, cumprir, grau

dos recursos
o desenvolvimento
Repúblicas americanas,
das outras

seria auxiliado em sua


organismo brasileiro
O novo
naturais do
país.

considerável, coope-
em pela
e onde fôsse grau
tarefa sempre possível,

disso, a execução
Unidos. Além
técnicos dos Estados para
ração de

além dos fundos


Brasil requereria, para
o Govêrno do
do
programa,

fonte de créditos em
terá de fazer, uma
locais, o Brasil
despesas que

dólares, sôbre êles


uns cem milhões de para girar
dólares, no valor de

dólares, relacionadas com


as despesas em
segundo for necessário, para

Tais créditos seriam utilizados


para projetos
determinados projetos.

Govêrno brasileiro ou
empreendidos por pessoas particulares,
pelo

êle. Em nome do Govêrno brasileiro e de conformi-


autorizadas
por

com os compromissos a missão econômica brasileira,


dade que que

a de assumiu com os Estados Unidos, muito


tenho honra
presidir,

se o Govêrno de vossa excelência estudasse com simpa-


agradeceria

o financeiro e de cooperação técnica.


tia
presente programa

Tenho a firme convicção de um cooperativo, como


que programa

o acima foi esboçado, ser da maior utilidade as nossas


que pode para

duas nações, no cumprimento da finalidade das resoluções do Rio de

de mobilizar os recursos econômicos do Hemisfé-


Janeiro, potenciais

rio, a defesa comum. Aproveito esta oportunidade reiterar a


para para

vossa excelência a segurança de minha mais alta consideração."

A resposta de Sumner Welles

Em resposta, o sr. Sumner Welles dirigiu ao ministro Souza

Costa a seguinte mensagem:

Acuso o recebimento de sua nota, datada de 3 de março, deli"

neando o de uma mais ampla


programa cooperação econômica entre

os Estados Unidos e o Brasil, de conformidade n.° 2l


com a resolução

da Terceira Reünião de Consulta de Ministros Ame-


das Repúblicas

ricanas do Rio de relativa à mobilização dos recursos


Janeiro, produ-

tivos das Repúblicas Americanas. Tenho a honra de informar a vossa


O VALE DO RIO DOCE 277

excelência os organismos do Govêrno


que dos Estados
pertinentes

Unidos consideraram cuidadosamente o estão dispostos


e a
programa

acordar a cooperação financeira e de essencial o seu bom


peritos» para

êxito. Fui informado Secretário do Comércio abrir


pelo de convém
que

uma fonte de crédito, até a soma de 100 milhões de dólares» os


para

fins de financiar em dólares os atos relativos aos específicos


projetos

do organismo nova organização. Considera-se tais


proposto pela que

serão realizados depois do acordo entre o Brasil, atuando


por
projetos

intermédio da nova organização, e o Govêrno dos Estados Unidos,

Departamento

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