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0

Cultura Política

Revisto mensal de

estudos brasileiros

ANO III .
NÚM. 33

RIO DE JANEIRO

OUTUBRO DE 1943
~ !

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BRASILEIROS
ESTUDOS

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DE 1943
OUTUBRO

Si RIO DE JANEIRO

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V

Cultura Política

NÜM. 33
ANO III
CULTURA POLÍTICA

Direção de

ALM/R DE ANDRADE

Secretaria e Redação:


Rua da Misericórdia Palácio Tiradentes

4? andar

-36
Telefone: 22*7610, ramal

JJ/O DE
JANEIRO

BRASIL

Todo» os artigos neste número constituem


publicados

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de CULTURA POLÍTICA» só ser
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postal".
t

Sumário dêste número

"cultura
até o número 30 f
Colaboradores de política"

do Presidente Getúlio Vargas 23


O discurso de 7 de Setembro,

"O
de Almir de Andrade 29
Presidente, o Brasil e a Guerra",

DOUTRINA POLÍTICA

Novembro de 1937, de
e a Constituição de 10 de
A forma federativa

^
Monte Arrais

PROBLEMAS SOCIAIS

brasileiros, de Sal-
econômicos e sociais dos trabalhadores
Problemas

^
viano Cruz

demográfica, de Beneval de
Variações sobre e política
povoamento

• • •
Oliveira

— Reportagem es-
Nacional e o das casas operárias
O Estado problema

"Cultura »
73
de Política"
pecial

do da reinei-
e seleção na resolução problema
Orientação profissionais

de Pedro Muller 83
dência criminal JoXo

ECONOMIA

de Djacir Meneses 95®


e o meio social brasileiro,
A economia corporativa

<— especial de
Portland Reportagem
mdústria brasileira de cimento
A

"Cultura
Política"


de Raul de Azevedo
O babaçu do Brasil,

HISTÓRIA

de Hâuo
de Araújo Lima (1837-1840),
imprensa da regência
A
pequena
^
Viana

Barata M7
do Império, de Mário
em tôrno da história
Estudos

BIOGRAFIA

Inácio Ve-
do Exército José
Floriano, do tenente-coronel
Como estudar

156

ríssimo
CULTURA POLÍTICA
6

ADMINISTRAÇÃO

— especial de Cul-
Noticiário
Um mês de realizações governamentais

tura Política"

EDUCAÇAO

de Francisco Venâncio
da cultura: história da educação,
A transmissão

Filho

ALIMENTAÇÃO

de Belfort de Oliveira
Pão de
guerra,

LITERATURA

"Cultura

de Política
noticiário especial
Movimento literário,

FOLCLORE

de Basílio de Magalhães
celestes e livros
Novos parafolclóricos,
patronos

MÚSICA

"recortado" "moda"
de Luís Heitor *
O na goiana,

E COSTUMES REGIONAIS
QUADROS

viagens, de, Marques Rebelo


Caderno de

ARTE RELIGIOSA

de Santo Antônio, de
de história sob as arcadas do convento
Um
pouco

De Lemoine

Wolfgang Hoffmann Harnisch


das missões brasileiras, de
Arte antiga

fotografias tiradas autor)


Júnior (Com pelo

"Cultura

reportagem especial de
visita à Igreja de São Pedro,
Ufma

Política"

CIDADES DO BRASIL

"Cultura
— Reportagem especial de Política"
Cuiabá

BIBLIOGRAFIA

brasileira bibliográfico de agosto de 1943)


Bibliografia (Movimento

bibliográfico da de Sílvio Peixoto


Roteiro República,
"Cultura

Colaboradores de Política" até

o numero 30

— Abu-Merhy Fortes), Técnica


(Nair de educação da Di-

visão de Ensino Superior,

— Alencar Araripe de). Coronel Exército


(Tristão do Na-

cional. Governador do Território e comandante da Guarnição

Militar de Fernando Noronha.

— Alencar M. de). Da Comissão de Divulgação da Pre-


(José

vidéncia Social do Ministério do Trabalho.

Almeida Professor da Universidade de São


Júnior (A.).

Paulo-

— Almeida Nogueira Pôrto de). Escritor.


(L.

1 Almeida Da Academia Brasileira de Letras.


(Renato).

— Almeida de). Escritor.


(Romulo

— Alves Escritor e romancista.


(Osvaldo).

— Amaro Escritor Gerais).


(Austen). (Minas

10 — Andrade de)- Professor catedrâtico interino da Fa-


(Almir

culdade Nacional de Direito. Ex-Professor da Faculdade

Nacional de Filosofia e do Colégio Universitário da Univer-

sidade do Brasil.

Andrade Alcântara Bonfim de). Da Diretoria


11 —
(Noemi

Educação Higiene Escolar da Prefeitura do Dis-


de e Saúde e

trito Federal.

12 — Andrade Masson Pereira de). Primeiro-tenente


(Walter

do Exército Nacional.

13 — Apocalipse Galeno Megale).


(Geraldo Jornalista.

Escritor e Do Departamento
14 — Aquiles
(Aristeu). jornalista.

Administrativo do Serviço Público*

Do Ministério da Via-
15 — Araújo Escritor e
(Murilo). poeta-

e Obras Públicas.
ção
CULTURA POLÍTICA
i

Professora cm Belo Hori-


16 — Araújo Nobre de).
(Iolanda

zonte. ^.
<9

17 — Asfora Escritor.
(Permínio).

18 — Assis Luiz de).


(Arnaldo Jornalista.

19 — Azevedo Amaral. Escritor e


jornalista (falecido).

20 — Azevedo Presidente da Comissão de Eficiência do


(Raul).

Ministério da Viação e Obras Públicas.

21 — Backeuser Presidente da Comissão Nacional


(Everardo).

de Ensino Primário do Ministério da Educação.

22 — Barata
(Antônio). Jornalista-

23 Barata Secretário do Instituto Brasileiro de His-


(Mario).

— Museu
tória da Arte Técnico de Museus Curso do
pelo

Histórico Nacional.

24 — Barriga
(Filho). Jornalista.

25 Barros de). Escritor e Do Ministério das


(Jaime jornalista.

Relações Exteriores.

"A

26 Barros Vidal. Escritor e Secretário de Ma-


jornalista.
1 «M
nha •

27 Bastos Portela. Escritor e


jornalista.

28 Bastos Da Faculdade de Direito de Niterói.


(Reinaldo).

29 — Bello Maria). Escritor. Procurador da Fazenda no


(José

Distrito Federal.

30 — Bittencourt Secretário do D. E. I. P. de Goiaz.


(José).

31 — Bonfim Calheiros). Técnico de educação-


(Pedro Ex-di-

retor do Departamento de Educação do Estado Paraíba.


da

32 — Borges Alves). Engenheiro mineralogista.


Júnior (João

33 Brito Broca. Escritor e Paulo).


jornalista. (São

34 Cabral R.). Historiador. Membro


(Osvaldo do Instituto

Histórico de Santa Catarina.


-/

35 — Callage Do Departamento Estadual


(Fernando). do Tra-

balho de São Paulo.

36 — Câmara Cascudo da). Historiador


(Luiz e escritor.

37 Calmon Da Academia Brasileira —'


(Pedro). de Letras Di-

retor da Faculdade Nacional Direito


de da Universidade do

Brasil.

38 — Cardoso Escritor, romancista


(Lúcio). e Ge-
poeta. (Minas

rais).
"CULTURA
COLABORADORES DE POLÍTICA' 9

39 t- Carvalho Repórter e redator radiofônico. •


(Edgar). Jor-

nalista
(Ceará).

40 Carvalho de). General de divisão do Exército


(Leitão

o
Nacional. Ex-inspetor do I Grupo de Regiões Militares.

Membro da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos.

41 <— Carvalho Orlando de). Professor de Economia


(Mário

Bancária da Faculdade de Ciências Econômicas do Rio de

— Estatísticas Estudos Econômicos do


Secção de e
Janeiro

Banco do Brasil.

42 — Carvalho de). Ex-diretor da Secretaria do In-


(Menelick

terior do Estado de Minas Gerais. Ex-prefeito de de


Juiz

Fora.

43 — Carvalho Melo). Do Departamento Nacional


(Péricles

de Imigração.

44 Casassanta Professor e reitor da Uni-


(Mário). Jurista.

versidade de Minas Gerais.

45 — Castelo Branco P.).


(R. Jornalista.

46 Cavalcanti Conservador de Museus de Arte do


(Carlos).

Ministério da Educação e Saúde.

47 — Cavalcanti Do Instituto Brasileiro de Geo-


(Valdemar).

e Estatística.
grafia

48 — Chevalier de). Da Faculdade de Direito do


(Ramaiana

Amazonas.

49 Cidade de Paula). General de brigada do Exército Na-


(F.

cional.

50 — Correia Grosso).
(Afrânio). Jornalista (Mato

51 — Correia Filho Secretário do Instituto Histórico


(Virgílio).

e Geográfico Brasileiro. Representante das Instituições Cul-

turais no Conselho Nacional de Geografia.

52 — Costa Professor de Arqueologia Brasileira no


(Angione).

Museu Histórico Nacional.

53 — Costa Médico e escritor. Do Departamento Na-


(Dante).

cional da Criança.

Iratim Afonso da). Capitão de mar e


54 — Costa (Dídio guer-

ra. Diretor da Biblioteca da Marinha.

Diretor do Departamento do Ser-


55 — Costa (Odorico). geral

viço Público de Goiaz,.

Carvalho Antônio da). Professor da Fa-


56 — Costa (Luís

Nacional de Direito da Universidade do Brasil-


culdade
CULTURA POLÍTICA

Coutinho
(Rui). Médico do Instituto dc Pensões e Apo-

sentadorias dos Servidores do Estado»

Cruz
(Salviano). Diretor técnico Instituto
do de Altos Es-

tudos em Ciências Econômicas» Políticas e Sociais. Bacharel

em Ciências Econômicas Universidade Tri-State College.


pela

Antigo aluno-professor
da Escola de Estudos Post-Universi-

tários de Tufts College. Antigo membro da Escola de Estu-

dos Post-Universitários
de Ciências e Letras da Universidade

de Harvard. Antigo
nos estudos históricos da Uni-
prefeito

versidade de Swanhursts, dc Newport, Rhode Island


(Esta-

dos Unidos).

Cunha Friedrich
(Liberato da). Capitão do Exército Na-

cional.

Dantas
(Mercedes). Diretora da Escola na Prefeitura do

Distrito Federal. Da Academia de Letras da Baía do Ins-


e

tituto Histórico
e Geográfico de Alagoas.

Dantas —
(Pedro). (Pseud) Prudente de Morais Neto

~
Professor, escritor e crítico literário. Do Serviço do Patri-

mônio Histórico
e Artístico Nacional»

De Carli
(Gileno). Engenheiro. Chefe da Secção de Es-

tudos Econômicos do Instituto do Açúcar e do Álcool.

Diniz
(Zoláquio). Advogado.

Dornas Filho
(João). Escritor, contista historiador.
e Da

Secretaria da Viação do Estado de Minas Gerais.

Duarte
(Cândido). Chefe da Divisão Administração
de do

Departamento
das Municipalidades
do Estado do Rio de

Janeiro.

Duarte Filho
(João). Jornalista.

Escobar Filho
(Francisco)- Escritor.

Espírito Santo
(Odorico Victor do). Capitão veteriná-

rio do Exército Nacional.

Faria Coelho de). na


(Vicente Juiz do Distrito Fe-
Justiça

deral.

Farias
Júnior (Esperidião de). Engenheiro agrônomo.

Feitàl
(Neusa). Professora. Do Departamento
de Educa-

Nacionalista Prefeitura
ção da do Distrito Federal.

Fernandes
(Aníbal). Ex-diretor Museu
do do Estado de
"Diário
Pernambuco. Professor e Diretor
jornalista. do de

Pernambuco".
"CULTURA
COLABORADORES DE POLÍTICA" 11

73 Ferraz Médico do Gabinete de Antropologia do


(Álvaro)-

Estado de Pernambuco. Autor de trabalho de relêvo sobre as-

suntos de antopometria, de biotipologia, de biotipologia e an-

tropometria criminal.

74 ~ Ferreira Lopes Médico Horizonte).


(Cid). (Belo

75 — Figueiredo Augusto de). Presidente do Departa-


(Paulo

mento Administrativo do Estado de Goiaz.

76 <— Filgueiras Advogado da Comissão de Desa-


(Roberto).

da Prefeitura do Distrito Federal.


propriação

77 — Firmeza Inspetor médico do Ministério do Tra-


(Hugo).

balho.

78 — Firmo Diretor da União Brasileira de Im-


(José). Jornalista.

prensa»

79 — Fonseca de)- Capitão de mar e da Marinha


(César guerra

de Guerra Nacional,

Piragibe da). Docente-livre da Facul-


80 — Fonseca
(Roberto

Direito Universidade do Brasil. Cate-


dade Nacional de da

Faculdade Católica de Filosofia.


drático da

Representante do Brasil na Repartição


81 — Fontes
(Lourival).

Canadá. Ex-diretor do Depar-


Internacional do Trabalho no

tamento de Imprensa e Propaganda.

Professor assistente na Escola


França Nogueira).
82 — (Eurico

Universidade do Brasil.
Nacional de Música da

Engenheiro agrônomo. Administra-


83 — Franklin (Timóteo).

Horto Florestal de Ubájara (Ceará).


dor do

Escritor e sociólogo. (Pernambuco).


84 — Freire
(Gilberto)-

Do Gabinete do ministro
Freitas de).
85 — (Bezerra Jornalista.

Trabalho, Indústria e Comércio.


do

do Instituto In-
A. Teixeira de). Presidente
86 — Freitas (M.

do Instituto
de Estatística. Secretário geral
ter-americano

Geografia e Estatística.
Brasileiro de

da Escola
Martins de). Primeiro-tenente
87 — Freitas
(Mário

Intendência do Exército.
de

e crítico literário. (Minas


Escritor,
88 — Fusco poeta
(Rosário).

Gerais)-

de Guerra Portu-
Almirante da Marinha
_ Gago Coutinho.
59

guesa.

Ex-deputado
Advogado e
— Galvão jornalista.
90 (Francisco).

Estado do Amazonas.
no
12 CULTURA POLÍTICA

na do Distrito Fe-
91 — Garcez Neto
(Martinho). Juiz, Justiça

dera).

do Exército da França»
92 — Gaussot Tenente-coronel
(Pierre).

Ex~oficial da Missão Militar Francesa no Brasil*

Geissnbr Engenheiro Alta Es-


93 — pela
(Guilherme). químico

Técnica Viena D. I. P. O. A., do


cola de do
(Áustria),

D. N. P. À., do Ministério da Agricultura.

94 Gil Escritor e autor teatral


(Ruben).

95 — Gomes Coronel do Exército Nacional. Coman-


(Anápio).

dante da Escola de Intendência do Exército.

96 — Gonçalves
(Álvaro). Jornalista.

97 — Guedes P.). Contador do Ministério da Fa-


Júnior (J.

zenda.

98 1 Gonçalves Fernandes* Médico Gabinete


do de Antropolo-

do Estado de Pernambuco.
gia

99 Guerreiro Ramos. Escritor crítico


e literário.
(Baía)*

100 *—¦ Guimarães Drummond Da Divisão de Rádio do


(Antônio).

Departamento de Imprensa Propaganda.


e
Jornalista.

101 — Guimarães Filho Alfonsus de). Escritor, e crítico li-


( poeta

terário Gerais).
(Minas

102 ¦ Guimarães
Engenheiro. Do
(Osias)* Serviço de Obras Con-

tra as Sêcas do Nordeste.

103 — Gunzburg
(Nico). Antigo diretor da Faculdade de Direito.

Presidente do Instituto de Criminologia


da Universidade

de Gand
(Bélgica).

104 ' Gusmão


(Clovis). Jornalista e escritor.
(Amazonas).

105 — Harnish
(Wolfgang Hoffmann). Escritor.

106 — Augusto.
José Vice-presidente do Instituto Nacional do Sal.

107 —
Jurandir (Dalcídio). Escritor e
jornalista.

108 — Laboreiro
(SimÃo de).
Jornalista Ex-diretor de
português.
"O

Tempo", Lisboa.
<Je

109 — Ladeira R.). Engenheiro


(J. civil.

110 — Lacerda Cortes de). Técnica


(Virgínia de educação.

111 Lachmund Professor


(Charley). e musicista.

112 — Lagden Do Departamento Administrativo


(H.). do Serviço

Público.

113 — Lemoine
(de). Jornalista.
"CULTURA

DE POLÍTICA" 11
COLABORADORES

Do Departa-
Lemos de). Escritor c
114 — (Pinheiro jornalista-

do Serviço Público.
mento Administrativo

Escritor e romancista.
115 — Lima
(Hermaun).

Escritor, romancista c (Alagoas).


116 " Lima de). poeta.
(Jorge

Educação. Ex-assis-
Augusto de). Técnico de
117 Lima
(José

Primário. Chefe de
e do Ensino
tente do Ensino Secundário

M. E. S.. Membro
de Documentação do
Secção do Serviço

Brasileiro de Cultura.
Titular do Instituto

Exército Na-
de). Coronel do
118 — Lima Brayner (Floriano

cional.

do Exército Na-
Muniz Gomes de). Coronel
119 — Lima
(Onofre

cional.

Comandante do
Capitão de corveta.
120 — Linhares
(Aurélio).
"Rio

do Norte .
Grande
contra-torpedeiro

Técnico de
de). Médico.
121 — Lira Cavalcanti (Adalberto

Federal. Ex-diretor
Prefeitura do Distrito
Saúde Escolar da

Alienados dc Recife»
do Hospital de

Distrito Federal. Es-


Público no
Promotor
122 — Lira
(Roberto).

critor e crítico literário.

e crítico literário.
Escritor
123 — Lousada (Wilson).

e
Escritor e historiador, poeta jornalista.
124 ^ Luiz Edmundo»

Nacional de
da Escola
Heitor. Professor catedrático
125 — Luiz

do Brasil.
Música da Universidade

de Co-
da Academia
D. T.). Professor
126 - Macedo (Sérgio

mércio.

127 — Maciel (Djalma)- Jornalista.

de Rea-
na Câmara
Chefe
de Pinho (Péricles).
128 — Madureira

Econômico.
justamento

de Medicina
da Faculdade
Professor
129 — Magalhães (Ageu).

de Recife (Pernambuco).

Membro do
Historiador.
130 - Magalhães (Basíliode).
^stituto
Professor catedratico
Brasileiro.
Histórico e Geográfico

Distrito Federal.
Educação do
Instituto de

e autor teatral
Escritor
Magalhães Júnior (Raimundo).
131 -
Brasileira de
da Sociedade
Deliberativo
Membro do Conselho

Autores Teatrais.

Relações Exteriores- Jor-


Ministério das
Do
Maia (Jorge).
132 —

nalista.

Ensino Se-
do
Inspetor-chefe
Ramalhete).
133 - Maia (Ulisses
Espirito Santo.
no Estado do
e Técnico
Profissional
cundário,
14 CULTURA POLÍTICA

134 —* Manes Da Faculdade Nacional Direito.


(Pedro)» de

'

135 Manso Diretor Diário de Lisboa".


(Joaquim). do

136 Marçal Escritor e romancista.


(Heitor).

137 Marinho Rego Médico.


(Alcides).

138 ^ Marinho Major do Exército Nacional. Professor


(Sérgio)-

da Escola Militar.

139 —^ Marion Escritora.


(Lucie).

140 — Marques Escritor.


(Aloísio).

141 — Marques Rebelo. Escritor, contista e romancista.

142 — Martins
(Carlos)- Jornalista.

143 — Martins Escritor Paulo).


(Luiz). (São

144 — Martins Castelo. e crítico de rádio-


Jornalista

145 — Mascarenhas Leal de). Da Comissão de Estudos


(José

dos Negócios Estaduais do Ministério da


Justiça.

146 — Mata Machado Filho da). Escritor e


(Aires professor

Gerais).
(Minas

147 — Matos Ibiapina de). Professor do Colégio Militar.


(Júlio

"Diário

Escritor, Ex-diretor do do Estado"


jornalista. de

Fortaleza
(Ceará).

148 —' Mauro Advogado.


(Haroldo).

149 Maurell Lobo Tenente-coronel Exército


(Ari). do Nacio-

nal. Chefe do Curso de Eletricidade e Transmissões da Es-

cola Técnica do Exército- Diplomado em Economia de Guer*

ra e Guerra Econômica Army Industrial


pelo College dos Es-

tados Unidos.

150 — Medeiros Paulo de).


(J. Jornalista.

151 — Medeiros de). Ex-diretor de Educação


(Océlio do Territó»

rio do Acre. Membro do Instituto Histórico


e Geográfico do

Pará.

152 — Medeiros Lima.


Jornalista.

153 — Melo de). Direito


(Batista de em Rio Preto.
Juiz (Minas

Gerais) —
(falecido).

154 — Melo Cansado-


Jornalista.

155 Melo Historiador.


(Mário). Do Instituto Arqueológico,

Histórico e Geográfico de Pernambuco e da Academia Per\

nambucana de Letras.
• . f

COLABC.. .URA POLÍTICA'' 15

156 Meneses Sociólogo. Professor da Faculdade dc


(Djacir).

Direito do Ceará. Membro do Conselho Nacional do Tra-

balho. Professor catedrático interino da Faculdade Nacional

de Filosofia.

157 — Mesquita de). Desembargador na Côrte de Apelação


(José

do Estado de Mato Grosso.

158 Metall Aládar). Ex-professor da Universidade


(Rudolf

Livre de Viena e secretário adjunto da Conferência In-


geral

ternacional de Mutualidade e de Seguro Social de Genebra»

159 — Miller Paiva Engenheiro agrônomo.


(Rui).

160 — Miranda Chermont de). Chefe da Secção


(Vicente Jurí-

Instituto do Açúcar e do Álcool. Professor da Fa-


dica do

culdade Católica de Direito.

Arrais. Escritor e Ex-deputado Federal


161 — Monte
publicista.

Ex-secretário da Agricultura, Indús-


Estado do Ceará.
pelo

tria e Comércio do Ceará.

Técnico de Educação, em comissão no


162 — Montello
(Josué).

Administrativo do Serviço Público.


Departamento

Escritor e crítico literário


163 ^ Montenegro (Pernam-
(Olívio)-

buco).

Moura de). Escritor.


164 — (Gomes

Médico, escritor. Chefe do Distrito


Morais de).
165 — (Deodato

Prefeitura do Distrito Federal.


Educacional na

Filho Escritor.
166 — Mourão (Olímpio).

G.). Escritor.
167 — Moreira (Albertino

168 — Morel Jornalista (Ceará).


(Edmar).

de). Escritor.
169 — Moura
(Gomes

Escola Técnica Secun-


Pedro). Professor da
170 — Muller
(João

do Distrito Federal.
dária na Prefeitura

de Imigração
Hehl). Membro do Conselho
171 Neiva (Artur

Expediente e Contabilidade
Diretor do
e Colonização. geral

Distrito Federal.
Polícia Civil do
da

crítico de arte (Pernambuco).


Escritor e
172 — Navarra (Rubem).

Do Insti-
Técnico de Educação.
Newlands Neto
173 — (Tomaz)-

Estudos Pedagógicos.
tuto Nacional de

Nacional de
Membro da Academia
de).
174 _ Nonohay (Ulisses

de Porto Ale-
Faculdade de Medicina
Professor da
Medicina.

Exército. Vice-
da Reserva do
médico
Tenente-coronel
qre

Tuberculose e da
Contra a
Cruzada Brasileira
presidente da

do 2.° Con-
Presidente
de Dermatologia.
Brasileira
Sociedade

de Tuberculose.
Médico
gresso
• » * »

cül
16

Profes-
Tenente-coronel.
Nunes Pereira (Altamirano).
175 —
e a
do Exército
Escola dc Intendência
sor catedrático da

do Kto
e Administrativas
de Ciências Econômicas
Faculdade

da Faculdade
Militar e
do Colégio
de Ex-professor
Janeiro.

do Paraná.
de Engenharia

da Agência
Ex-diretor
de).
176 — Oliveira (Belfort Jornalista.

Americana".

do Mate.
Do Instituto Nacional
de).
177 — Oliveira (Beneval

L>a ron-
Escritor e romancista.
Martins de).
178 — Oliveira (D.

Distrito Federal.
cia Civil do

Escola Secundária
Professor da
de).
179 Oliveira (Eleutério

(Petrópolis).

e escritor.
Teixeira de).
180 — Oliveira Jornalista
(José

de Di-
da Faculdade
Professor
181 — Oliveira (Olavo). Jurista.

reito do Ceará.

Distrito Fe-
na do
Oliveira Ramos Juiz Justiça
182 — (Carlos).

deral.

do Colé-
Professor
Tenente-coronel.
183 — 0'Reilly (Newton)»

Militar do Rio de
Janeiro.
gio

-tOsvaldo). de Letras.
Da Academia Brasileira
184 — Orico

literário. Ex-
Escritor e critico
Pacheco Silveira (Décio).
185 —

de São Paulo.
Rádio Difusora
diretor da

do Exército.
médico
Gonçalves» Tenente-coronel
186 — Paiva

do Exército Na-
General de brigada
Cidade de).
187 — Paula (F.

cional.

Engenharia. Se-
do Clube de
Presidente
188 — Passos (Edison).

do Distrito Fede-
e Obras Públicas
Geral de Viação
cretário

Arquitetura da Es-
do Curso de
ral. Professor Catedrático

de Belas Artes.
cola Nacional

Nacional de Geografia.
Do Conselho
189 — Pedrosa (Carlos).

Escritor e historiador.
190 — Peixoto (Sílvio).

Higiene na Escola Nor-


Professor de
191 Penalber (Bianor).

Administrativo do
Presidente do Departamento
mal do Pará.

Estado do Pará*
*

Exército. Instrutor da
Capitão do
192 Peregrino (Umberto).

do Exército.
Escola do Moto-Mecanização

Biologia na Es-
Catedrático de
Professor
193 ^ Peregrino Júnior*
'
Desportos da Universi-
Educação Física e
cola Nacional de

Endocrinologia da Poli-
do Serviço de
do Brasil. Chefe
dade

do Rio de
clínica Janeiro.
"CULTURA
COLABORADORES DE POLÍTICA" 17

"Correio

194 — Pereira Redator-chefe do


(Armando). Jornalista.

da Noite".

195 ~ Pessoa Ex-diretor da Divisão Divulgação


(Alfredo). de

do Departamento de Imprensa Propaganda.


e

196 — Pinheiro Ex-inspetor


(Raimundo). Jornalista. de Ensino no

Estado do Pará.

197 Pinho Dias de).


(Wilson e escritor.
Jornalista

198 Pinheiro Filho Ex-deputado Federal.


(João).

199 Pires
(Antônio Júlio). Jornalista.

200 Ponce Ex-deputado federal


(Generoso). Mato Grosso
por

e ex-secretário da Câmara dos Deputados.

201 Porto Membro do Conselho Executivo


(Hânibal). do Ins"

tituto Nacional do Sal.

202 — Póvoa Escritor.


(Hélio).

203 — Prado Silveira do). Major do Exército Nacional.


(F-

204 Prazeres Secretário-membro da Comissão Estu-


(Oto). de

dos dos Negócios Estaduais do Ministério da


Justiça.

205 Ramos Escritor e romancista


(Graciliano). (Alagoas).

206 Ramos Couto Escritor e historiador.


(Soter).

207 Ramos
(Márcio). Jornalista.

208 ' Raposo Inácio Do Instituto Arqueológico de Alagoas. Ex-


( ).

deputado no Estado do Maranhão.

209 —* Rebordão Escritor


(Herculano). português-

210 — Regueira Costa Chefe da Secção de Propaganda


(Césio).

e Turismo da Diretoria de Estatística, Propaganda e Turismo

de Pernambuco. Do corpo Técnico da Diretoria de Docas e

Obras do Pôrto de Recife.

211 — Rezende Rubim. Escritor.

212 — Ricardo Escritor, e Da Aca-


(Cassiano). poeta jornalista.
"A

demia Brasileira de Letras. Diretor de Manhã".

213 — Rocha Moreira da).


(João Jornalista.

da). Professor da Faculdade Nacional


214 Rocha Lagoa
(José

Filosofia da Universidade do Brasil.


de

A.). Coronel-aviador. Chefe da Secção


215 — Rodrigues
(Lísias

Mobilização do Ministério da Aeronáutica.


de

de Freitas). Tenente-coronel do Exército


216 - Rol im
(Inácio

Escola Nacional de Educação Física


Nacional. Ex-diretor da

e Desportos.

2
118.728 F-
POLÍTICA
18 CULTURA

Dias). Escritor c jornalista. Jlx-deputado


217 — Rollemberg (Luiz

federal Estado de Sergipe.


pelo

218 — Rosen
(Júlio). Jornalista.

219 — SA de). Médico.


(Correia

220 — Sales
(Franklin). Jornalista.

221 — Sales Escritor.


(Herberto).

222 — Salgado F.). Escritor e crítico literário. Da Rádio-


(Álvaro

Ministério da Educação*

223 — Salgado de Barbosa Rodrigues). Escritora-


(Dilke

"A

224 — Santamarina Secretário de Ca-


(Orvácio). Jornalista.

reta".

225 — Saraiva
(Jetro). Jornalista.

226 — Saraiva Consultor do Ministério do Tra-


(Oscar). jurídico

balho, Indústria e Comércio.

227 — Segadas Viana de). Coronel do Exército Nacional.


(João

228 — Sete Escritor, e romancista


(Mário). jornalista (Pernam-

btxco).

229 — Silva M. da). Capitão-tenente da Marinha de Guerra


(A.

Nacional.

230 Silva Natal e)« Procurador


(Colemar do Estado de
geral

Goiaz. Presidente do Instituto Histórico Geográfico


e e da

Academia Brasileira de Goiaz.

231 —* Silva M. F.). Engenheiro-geógrafo.


(Moacir Consultor

técnico do Ministério da Viação e Obras Públicas Ins-


e do

tituto Brasileiro de Geografia Estatística.


e

232 — Simões dos Reis Bibliógrafo e historiador. Do


(Antônio).

Instituto Nacional Livro


do e do Instituto Histórico e Geo-

de Sergipe. Diretor de Divisão Documentação


gráfico de do

Ministério da.Educação-

233 — Sinzig Pedro).


(Frei O. F. M.

234 — Sodré Werneck). Escritor,


(Nelson sociólogo e crítico li-

terário. Capitão Exército


do Nacional.

235 Sombra
(Severino). Capitão do Exército Nacional. Mem<-

bro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil e

da Comissão Diretora
da Biblioteca Militar.

236 Sousa
Marques de). Da Divisão
(Beatriz de Organização

do Departamento
Administrativo
do Serviço Público.

237 ' Sousa


(Josué Cláudio de).
Jornalista Catarina)»
(Santa
"CULTURA
COLABORADORES DE POLÍTICA" 19

238 Tapajós Das escolas técnicas municipais.


(Vicente).

239 Teixeira Maria). na Distrito


(Aloísio do Fe-
Juiz, Justiça

deral.

240 Tenório Direito,


(Oscar). de na do Distrito Fe-
Juiz Justiça

deral.

241 —' Teódulo Arquiteto.


(José).

242 Torres Pastorino Doutor em Filosofia


(C.) Univer-
pela

sidade de Roma.

243 Travassos Coronel do Exército Nacional.


(Mário). Co-

mandante da Escola Militar- ,

244 — Uchoa de Medeiros). Escritora.


(Heloísa

245 —• Uchoa Engenheiro Universidade


(Nicanor). de Pen-
pela

silvânia, E. U. A. Ex-técnico Locomoção Great-Wes-


da da

tern of Brazil Railway.

246 — Vaitsman
(Maurício)- Jornalista.

247 —' Valverde Chefe do Arquivo Corográfico e se-


(Orlando).

cretário Assistente do Conselho Nacional de Geografia.

248 —Vasconcelos Barros de). Professor na Escola Su-


(Edgar

de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Ge-


perior

rais*

249 — Venâncio Filho Professor do Instituto de


(Francisco).

Educação do Distrito Federal. Presidente da Associação

Brasileira de Educação.

250 —' Veríssimo Tenente-coronel do Exército Na-


(Inácio José).

cional. Do Estado Maior da 2.a Região Militar.

251 — Veríssimo Filho Presidente da 3." Regional


(José). Junta

da do Trabalho de São Paulo.


Justiça

252 — Viana Historiador. Professor da Faculdade Na-


(Hélio).

cional de Filosofia da Universidade do Brasil.

253 — Victor
(Newton)- Jornalista (Pernambuco).

254 — Vidal Escritor e Procurador da Re-


(Ademar). publicista.

no Estado da Paraíba.
pública

255 — Vieira Escritor.


(Gastão).

Professor no Ginásio da Baía.


256 *-• Vieira
(Oldegar).

Filho Médico. Inspetor-técnico da Assistên-


257 — Vieira
(J. J.).

Beneficência Portuguesa,
cia dos Hospitais da
POLÍTICA
CULTURA
20

de Filoso-
na Faculdade
Professor
Vieira Pinto (Álvaro).
258 —
História das
de
Brasil. Ex-professor
Universidade do
fia da

Federal»
do Distrito
na Universidade
Ciências

Inspetora do Ser-
Agostini de).
Alvim (Mariana
259 Vilalba

Assistência a Menores.
viço de

da Marinha
de mar e
Capitão guerra
260 — Vilar (Frederico).

Guerra Nacional.
de

de Apo-
do Instituto
Presidente
Xavier Lopes
261 - (Helvécio).
e Lar-
em Transportes
dos Empregados
c Pensões
sentadoria

Orientação Sindical.
Técnica de
Membro da Comissão
gas.

V
Texto dêste número

\
O discurso de 7 de Setembro

GETÚLIO VARGAS

"Hora

Durante a da Independência" reali-

dia 7 de Setembro último, no estádio do


zada no

Vasco Gama, o Presidente Getúlio Vargas


da

as seguintes :
pronunciou palavras

"BRASILEIROS:

vinte e dois da Independência nos en-


O ano cento e

decisiva os destinos da
contra empenhados numa luta
para

Pátria.

celebrar esse magno


As solenidades para
promovidas

isso, limitar-se às simples


acontecimento não
podem, por

Somos obrigados a lembrar,


expansões de regozijo cívico.

as responsabili-
com as do nosso
passado, graves
glórias

os deveres e os compromissos
dades dos dias que
presentes,

da dignidade nacional.
nos cabem na defesa

aniversário da entrada
há o
Decorreu primeiro
pouco

e avaliar
segunda mundial,
do Brasil na já podemos
guerra

de vidas e de bens.
nos custa como sacrifício
isso
quanto

altivo, cioso da
brasileiro, bravo,
Felizmente, o
povo

edificante ao apêlo
de modo
honra, tem correspondido
sua

sabe é
idealista e corajosa, qual
A
das armas.
juventude,

ao chamado da Pátria.
dever e acorre
o seu pressurosa

e nas fábricas, nas cidades


a nos
Em toda quartéis
parte,

bélica obedecem
o trabalho e a
e nos campos, preparação
24 CULTURA POLÍTICA

terra, do mar
As forças de
ao mesmo ritmo acelerado.

luta, e têm
a
e do ar apresentam-se ràpidamente já
para

do ini-
os traiçoeiros
revidado, com denodo e vigor,
golpes

migo.

do Brasil é de ex-
O ânimo combativo da moça
gente

manifestações de exaltação
celente tempera. Vibra nas

do volunta-
e se retrata na massa excepcional
patriótica

encontradas na mobilização
riado. As únicas dificuldades

dos mais aptos e dos


consistem no selecionamento
pessoal

menos necessários à vida econômica do


país.

Material bélico é o
problema

desassombradamente afirmar os nossos


Podemos
que

bélicos não são de homens; estes so-


problemas problemas

bram, a combater. Precisamos apenas do equipa-


prontos

mento indispensável à moderna. Mas também a


guerra

êsse aspecto material vamos fazendo face com o auxílio efi-

ciente dos nossos leais e valorosos aliados da nação


grande

industrial americana.

Dispondo de uma frente interna sólida, cumpre-nos

somente não desperdiçar forças em tarefas secundárias,


por-

o objetivo supremo é ajudar a a e co-


que ganhar guerra

locar o Brasil em de colaborar com as nações vito-


posição

riosas no restabelecimento da
paz.

Não há, nem haver nós, nas circunstâncias


pode para

atuais, de maior relevância. O homem cuja


preocupação

casa está a um incêndio não


próxima grande pensar
pode

noutra coisa não seja apagá-lo. Qualquer desvio de


que

atenção, discussões com outros objetivos são con-


quaisquer


denáveis e nocivos. Vencer militar, e econômica-
política


mente deve ser o nosso alvo exclusivo, e atingí-lo
para

nenhum sacrifício deve demasiado no


parecer presente, por-

estamos defendendo o futuro da Pátria.


que próprio

Os acontecimentos, sorte, não nos colheram de sur-


por

Estávamos moralmente enfrentá-


prêsa. preparados para

los, não só revigoramento das energias cívicas como


pelo

medidas de caráter adotadas em


pelas mo-
governamental

mento oportuno. Não irrompera ainda o conflito apenas


e
O DISCURSO DE 7 DE SETEMBRO 25

se a tremenda catástrofe, o do Brasil


prenunciava já govêrno

se colocara em condições de reagir contra a infiltração tota-

litária. Em 1938, meses decorridos da instauração


poucos

do regime de 10 de novembro, decretávamos o fechamento

das organizações estrangeiras de caráter e


político proibia-

mos o uso de seus símbolos e emblemas, anulando esse


por

e outros meios a dissolvente visava trans-


propaganda que

formar em traidores da Pátria os descendentes de naturais

dos eixistas. A tal a medida foi desagradável


países ponto

os em causa, além de formularem


que governos protes-

tos diplomáticos, cuidaram de subsidiar e insuflar, em re-

o de 11 de maio, com o deliberado


presália, golpe propósito

de exterminar o chefe do e seus


govêrno ^uxilares.

O malogro dessa tentativa de brutal trucidamento for-

neceu-nos o ensejo de mostrar à Nação o a


perigo que

ameaçava e levou-nos a enfrentar enèrgicamente, nas suas

atividades subterrâneas, a ação do e da


quintacolunismo

sabotagem, com a segregação dos elementos ligados aos

agentes mercenários da traição. Quando resolvemos de-

clarar às nações atos de verdadeira


guerra que, por pira-

taria, afrontaram a soberania nacional e imolaram numerosas

vidas de brasileiros, estava a espinha dorsal


já quebrada

das organizações de espionagem, restando apenas estinguir

os focos alimentados à sombra de imunidades decorrentes

das internacionais.
praxes

Completa mobilização a
para guerra

Na hora atual, depois de curto de


período preparação,

tudo se articula e caminha dentro das diretrizes da completa

a Se os nossos soldados tiverem


mobilização
para guerra.

de operações fora do Continente, não lhes


de
participar

faltarão condições morais e materiais combater com


para

eficiência e heroísmo.

É em meio ao ruído do trabalho constru-


possível que

tivo apareçam, de vez em vozes desencoraj adoras


quando,

e Isso costuma acontecer em tôdas as conjun-


pessimistas.

turas históricas difíceis. Nos da vida dos


períodos graves

há sempre os heróis se sacrificam com alegria


povos que
CULTURA POLÍTICA
26

e van-
com as comodidades
e os imediatistas
preocupados

recaírem
os males
esquecidos de que
tagens que
pessoais,

todos. Acreditamos que


arulnarão a
sôbre a coletividade

aos mandamentos
de fugir
brasileiro seja capaz
nenhum

de cada um,
e a conduta par-
da consciência que
patriótica

repúdio com-
de ser a de
ou em há
ticularmente público,

ou derro-
de fraqueza
atos e
a palavras'
pleto quaisquer

tismo. v

aliados, correndo
luta, ao lado dos nossos
Em
plena

clara-
a serviço dos, mesmos
os mesmos riscos, princípios

só essa
DO ATLÂNTICO,
definidos na CARTA
mente

tempo e de
desperdício de
deve sendo
luta nos
preocupar,

as formas e
formulas1 sôbre processos
energias
prognósticos

a esta altura
do mundo. Ninguém
da reorganização pode,

os rumos
com segurança que
dos acontecimentos,
prever

terrível fia-
os atualmente açoitados
tomarão pelo
povos

da
gelo guerra.

urgente :
do é essencial e
Cuidemos,
portanto, que

fortalecer a sua in-


vencer a e o
guerra preparar país para

independência eco-
dependência e completar a sua
política

definitiva do
internos de estrutura
nômica. Os
ploblemas

ordem institucional, serão


de complementação da
Estado,

amplo de tô-
em tempo com o
resolvidos pronunciamento

situação de emergência como


das as forças sociais. Numa

com tantos imperativos de segurança


a atravessamos,
que

não é existir ambiente de serenidade,


a atender,
possível

à livre manifestação da opinião,


apropriado permitindo

duradoura e útil. Todos compreendem isto,


realizar obra

talvez os impacientes e os saudosistas das agi-


excetuados


tações estéreis. A êsses não seria demais
perguntar:

haveis feito e Nação em vastos e tran-


Que pelo povo pela

de vida ? Que medidas ou


períodos pública projetos
qüilos

interêsse haveis ? Seguramente, emude-


de
geral promovido

ceriam ou responderiam com sofismas


político-partidários,

com os velhos e desacreditados, chavões demagógicos. A

liberdade desfruta o brasileiro viver,


que povo para pros-

e a sua felicidade não é superada ne-


perar promover por

nhum outro atingido dificuldades e


povo pelas provações

da
guerra.
O DISCURSO DE 7 DE SETEMBRO 27

Bem-estar e da ordem interna


popular

Convém acentuar, melhor compreensão das nossas


para

responsabilidades no momento, o além


que poder público,

das imperiosas atinentes à defesa nacional,


questões precisa

atender às exigências do bem-estar e da ordem in-


popular

terna. Combater o encarecimento da vida, melhorar a re-

numeração do funcionalismo e dos trabalhadores no co-

mércio e na indústria, retirar o maior dos


proveito possível

transportes, evitar o açambarcamento e as explorações dos

aproveitadores, essas e muitas outras tarefas constituem

de ação imediata e enérgica. E, sobretudo,


programa pro-

duzir mais e mais, nas fábricas e na lavoura, afim de têr-

mos baste ao suprimento crescente das necessida-


quanto

des de Tudo isso vai sendo feito sem descontinuar


guerra.

ou retardar os empreendimentos nos


grandes que permitirão

dar nova estrutura econômica ao baseada no aço, no


pais,

carvão e no
petróleo.

O confronto entre os resultados da de isola-


política

mento, de barreiras econômicas e raciais, e a cooperação

franca e leal entre as nações não deixa dúvidas sôbre a

sorte reservada aos imperialismos de conquista e dominação

fôrça. Nos sociais reduzidos, como nos enor-


pela grupos

mes agrupamentos formam os Estados, a inter-


políticos que

dependência é lei inflexível. As autárquicas, as


pretensões

veleidades de hegemonia receberam mortal com a


golpe

espantosa tragédia dos nossos dias. O sentido humano da

vida exige e impõe a colaboração; o técnico con-


progresso

temporâneo afasta a simples de subsistir sem


possibilidade

os outros ou contra os outros.

nossa o desejamos é viver dignos, cons-


Pela
parte, que

nossa resguardar a nossa


truir a
pacificamente prosperidade,

nações, mantendo a nossa


soberania e respeitar a das demais

e de acolhimento fraternal
tradicional de cooperação
política

a servir o Brasil e
aos homens de boa vontade, dispostos

acatar as suas leis.

Nas faixas de territórios até agora, escassamente


po-

voados, no Centro, no Oéste e no Norte,


preparamos gran-

novas explorações, capazes de absorver mi-


des núcleos de
CULTURA POLÍTICA
28

artesãos e
agrícolas,
lhões de trabalhadores,
principalmente

honesto e o
a no labor progresso
técnicos
que procurem paz

na ordem.

BRASILEIROS :

cristã, cujos funda-


O Brasil é um de civilização
povo

da tolerância, do res-
mentos assentam nas virtudes mestras

e da magnanimidade.
peito

apreciando os homens em fun-


Livre de
preconceitos,

não alimenta ódios, não cultiva res-


do seu valor social,
ção

sentimentos nem A nossa conduta internacio-


prevenções.

nal constitüe um apelo constante ao uso de meios suasórios,

de aceitação unânime, sem a inter-


de fórmulas
pretensões

ferir na vida dos outros O dêles é o


povos. que queremos

amplamente lhes oferecemos: cooperação franca, rela-


que

amistosas, maior intercâmbio material e cultural em


ções

comum. Esta é a linha invariável da nossa convi-


proveito

vência continental; estas são as nossas sinceras disposições

em relação a tôdas as nações civilizadas.

Mais uma vez, na data da Independência,


gloriosa

temos a satisfação de acolher como hóspedes de honra

figuras representativas de irmãos. O chanceler Fer-


paises

nandez Fernandez, o Vicente Machuca e suas


y general

ilustres comitivas trazem à nossa celebração a


presença

oficial da chilena e da nobre nação


grande pátria para-

guaia.

Exorto o brasileiro, sempre disposto a lutar


povo pelas

causas, a unido e vigilante, completa-


grandes permanecer

mente devotado ao esforço heróico dos últimos tempos e ao

engrandecimento da
pátria.
O o Brasil e a
presidente, guerra

"A

À margem do 9.° volume de Nova Política do BrasiC

ALMIR DE ANDRADE

Professor catedrático interino de Direito Constitucional na Facul-

dade Nacional de Direito da Universidade do Brasil. Ex-professor

na Faculdade Nacional de Filosofia e no Colégio Universitário

da Universidade do Brasil.

PUBLICAÇÃO do 9,° volume de A Nova Política do Brasil

do Presidente Getúlio Vargas nos sugere uma série de opor-

A
^
tunas considerações sôbre o momento nacional e a
político

situação do mundo.

O volume em apreço contém os discursos


pronunciados pelo

Chefe do Govêrno nesta fase de intensa agitação internacional, em

o Brasil mais uma vez teve a coragem de definir a sua atitude,


que

coerente consigo mesmo e com os rumos da sua interna.


política

Influência da na
guerra política

interna das nações

Não escapa a nenhum espírito arguto a marcha desta


que guerra,

bem como os seus resultados, exercerão influência decisiva na


poli-

tica interna tôdas as nações, como agora o estão exercendo.


de

Mas o é nem sempre os observam a marcha dos


curioso
que que

se colocam numa de claro e fecundo realismo,


acontecimentos
posição

definem natureza dessa influência ou o sentido das


a possí-
quando

veis se verificarão neste ou naquele


transformações país.
que

do atual Govêrno se reveste de


No Brasil, a interna
política

significação e como demarca a evolução da


especial provável
que

nossa vida nos anos vindouros.


pública

ficar alheia às modifi-


Sabemos essa não
que política poderá

todos os O Presi-
cações a trará países. próprio
que guerra para

nessa afirmação. Ainda num


dente Getúlio Vargas tem insistido

no 9.° volume de A Nova Poli~


dos últimos discursos, ora
publicados

a necessidade de o
tica do Brasil, acentua o Presidente preparar
"os

inevitáveis" necessários à sua colaboração


Brasil sacrifícios
para
"renovações
e econômica resultarem dêsse
nas de ordem que
política

e culturas" 262).
tremendo choque de mentalidades (pág.
poderios,
CULTURA POLÍTICA
30

modificações dis-
de tais
não deve a cspcctativa
Entretanto,

nem, muito
atuais,
da realidade dos
trair-nos o espírito problemas

de ama-
retôrno do mundo político
menos, levar-nos a improvisar um

tempo
desmentidos pelo
velhos ideais de liberalismo, já
nhã a

apressados»
fazê-lo certos observadores
como
pretendem

estadistas democráticos
Democracia e

democrá-
um triunfo dos
esta trará mais princípios
Que guerra

socialmente útil,
de liberdade
ticos, na essência de suas aspirações

A luta vida,
ninguém duvida» pela que
equidade e social
justiça

história, um caminho
tôdas as lutas da
a representa, é, como
guerra

espiritual e moral
concreta material,
a conquista da felicidade
para

a diminuição das
de vida,
a melhoria das condições para
para

dos eternos
sociais, o fortalecimento
injustiças e desigualdades para

aos fracos, de
humana, de assistência pro-
vínculos de solidariedade

lutar
humildes, de amparo aos paio pão
teção aos que precisam

cotidiano.

liberalismo nos
de 150 anos de
Mas o a experiência político
que

realiza apenas através de


a democracia não se princí-
mostrou foi
que

ela se rea-
em leis e em regimes
de ideais cristalizados políticos:
pios,

deteem as cha-
de tudo através dos homens
liza sobretudo e antes que

ves do
poder.

é haja leis e fórmulas


a vida dos não
O essencial, povos, que
para

haja homens e chefes democráticos.


democráticas mas sim
que

de ação do um sis-
A democracia real é mais um sistema que

mais dos estadistas do


tema de idéias. Depende que governam que

do Estado se organiza.
que

circunstância realista
O reconhecimento dessa profundamente

à compreensão do momento
indispensável político
parece-me justa

brasileiro.

Elementos sociais e elementos

nos regimes
pessoais, políticos

Creio é tempo de se afirmar claramente o todos nós


que já que

sentimos, observamos a vida brasileira neste momento;


quando que

o segrêdo do Estado Nacional e das suas fecundas realizações não

está apenas nos em se fundou, mas também nas


princípios que qua-

lidades de equilibrio, de serenidade, de moderação e de con-


pessoais

córdia, de sobriedade e dedicação ao bem se


patriótica público, que

encontram no atual Presidente da República.

O todos sentem e reconhecem com unânime convicção é


que que

se estivesse na direção suprema do um outro homem, não


país que

essas a crise interna e internacional atra-


possuísse qualidades, que

vessamos neste último decênio teria sido nós, talvez, uma crise
para

— Deus
terrível de lutas intestinas e sabe de coisa mais.
quanta

Não separar os regimes dos homens os dirigem.


podemos que

O mérito e a fecundidade do sob o de vista da


poder, ponto quanti-
O PRESIDENTE DO BRASIL E A GUERRA 31

dade de benefícios levar à sociedade, não dependem apenas


que pode

da forma e da estrutura do Governo: dependem sobretudo da


quali-

dade dos homens, em cujas mãos o reside.


poder

A ação do Presidente Getúlio Vargas

A ação do Presidente Getúlio Vargas, desde os anos


primeiros

de sua investidura, tem sido sempre a de um moderador, no conflito

das nossas forças sociais um de equilíbrio e de concórdia.


princípio

Nunca o vimos usar do senão com sobriedade. Nunca abusou


poder

do impor à sociedade direções contrárias à tranqüili-


poder para

dade dela.

as forças aumentavam de volume e ameaçavam


Quando políticas

chocar-se violentamente, êle sempre amparar o choque,


procürou

mantê-las distanciadas umas das outras, até com o auxílio do


que,

tempo, da habilidade e da conseguisse neutralizá-las e dis-


paciência,

solvê-las, não ação violenta do Estado, mas esgotamento


por por

das fôrças mesmas e sua canalização um objetivo


natural para
pela

comum de colaboração nacional.

Em treze anos de administração, tem o Presidente


procurado

em benefício do Tem-se
Getúlio Vargas realizar o país.
pòssível

sempre as realizações concretas embora sempre


orientado
para

de ação. Seus intuitos foram sempre


sóbrio nos seus
programas

visaram ao bem comum; mas os meios em-


explícitos e sempre que

variáveis e múltiplos, conforme a oportunidade e a con-


são
prega

veniência das soluções se lhe apresentam.


que

visão dos e o forte senso das


Sua
grande prática problemas

fazem-no desinteressar-se dos resultados


oportunidades,
que possue,

empregados, desde êstes conduzam a


momentâneos dos meios que

embora mais tardias* O fator tempo é essen-


soluções mais eficazes,

sempre fugiram à des-


ciai em todos os seus atos, precipitação:
que

meses, êle se apenas com os anos


as semanas e os
prezando preocupa

os anos des-
virão. E sabe esperar, com rara que
que paciência,

e contraditores da véspera, testemunhando


mintam os seus adversários

de os verdadeiros fins das suas ações.


aos olhos todos

hoje ou amanhã, se esta ou aquela atitude


Se o interpretam mal

1
contrário àquele tem em mira
sua ser tomada em sentido que
pode

seus verdadeiros fins virá c<*n


sabe o Presidente a realização dos
que

então compreendido opinião


os anos e êle será pela pública.
que

flexibilidade na
Êsse desinterêsse aparências, essa perpétua
pelas

êstes mais fáceis a rea-


utilização dos meios, conforme para
pareçam

se baseia no fator
dos fins; êsse cálculo frio e sereno,
lização que

essa confiança extra-


essa sobriedade no traçado dos
tempo; programas;

•—'
e a ocasião indicam são carac-
ordinária nas soluções o futuro
que

do Presidente Getúlio
teristicos bastante nítidos da
personalidade

importância, a
Característicos adquirem para
Vargas. que grande

e em face da
da sua atitude no momento
compreensão presente

mundial
guerra
POLÍTICA
j2 CULTURA

doa^objel:iyosi do
na reaUzação
o Presidente
Não tem recuado

do Brasil
Nova Política
volumes de A
Os nove
seu Govêrno.

disso.
expressiva demonstração
tituem uma

e apenas o tato de
a êsse respeito,
torna fácil o engano
O
que
Vi-
se definem
objetivos nem sempre prematuramente.
os seus
que

da naçao e sabendo
em benefício
sempre realizar o
sando possível

desejável ou
com o imediatamente
nem sempre coincide
o
que possível

nos seus discursos, os


— Presidente a delinear,
limita-se o
idealizável

linguagem das
ser dito
deixando o resto pela
traços mais para
gerais,
maiores se
e os horizontes
o momento oportuno
ações, chegar
quando

si mesmos.
descortinarem
por

e da
Govêcno da governo paz
guerra

estadistas, na crise atual


exigir dos
Só os insensatos
poderiam

amanhã. E se temos
dos rumos de
do mundo, uma definição
precisa

mais um novo e espetacular


atual trará
a certeza de cjue a
guerra

de fôrça e de opressão
todos os regimes
triunfo da democracia contra

terá futuramente essa con-


— a latitude
ninguém prever que
pode

cepção de
govêrno.

o triunfo das democra-


Nada mais ingênuo do que
que julgar-se

às velhas fórmulas do liberalis-


nesta acarretará o retorno
cias,
guerra, "govêr-

das câmaras ao
mo à onipotência legislativa populares,
político,

demagógico do antigo regime.


no de e a todo o maquinismo
partidos"

os de
Na transição dos de paz,
guerra para governos
governos

surpresas extraordinárias os
haverá, em todo o mundo, para julga-

dores apressados do
presente.

em todas as democracias, os
As transformações se operaram
que

em todas encontramos não


regimes de fortalecimento do
poder que

de nasceram, sim,
nasceram apenas de meras contingências
guerra:

a ou seja, das
das mesmas causas
profundas que provocaram guerra,

do mundo atual. Não devemos ter a


condições sociais e econômicas

transformações sem deixar ves-


ilusão de supor essas
que passarão

tígios. Ao contrário, tudo indica elas constituem de


que prenúncios

reformas na estrutura interna das coletividades.


grandes

O Presidente e a do Brasil
política

O Brasil se enfrentar as emergências da e


prepara para guerra

as da bastante coeso e firme nos seus bastante


paz: propósitos, porém

maleável e realista se adaptar às transformações do mundo.


para

No regime ora nos não devemos ver apenas as fór-


que governa

mulas — ine-
e os modificar-se amanhã, no
princípios que poderão

lutável determinismo dos fatos históricos. Devemos ver também as

do estadista a nação à frente dos seus destinos.


qualidades que pôs

As responsabilidades do Presidente da República, em face dos


grandes

acontecimentos atuais e futuros, teem a endossá-las o exemplo da

sua conduta até aqui; se continuam sendo sóbrios os seus


programas

e as suas revela-nos o seu de homem


promessas, passado público que

tal sobriedade exprime, acima de tudo, equilíbrio realismo.


prudência, e
O PRESIDENTE DO BRASIL E A GUERRA 33

Aquêles desejariam ouvir do Presidente Getúlio Vargas,


que

—' último
nesta hora, como o desejaram muitos na espectativa do seu

discurso 7 — descrição
de de Setembro do ano corrente a
pormeno-

rizada dos seus atos futuros e uma apresentação completa das modi-

ficações acaso traria ou trará a à nossa vida co-


que guerra política,

metem um duplo erro. Primeiro, esquecem os traços funda-


porque

mentais da do estadista dirige a nação: esquecem


personalidade que

os seus fins últimos e decisivos foram sempre com


que procurados

serenidade, indiferente às e às repercussões momentâneas dos


paixões

seus atos, confiante apenas no final, trazido tempo e


julgamento pelo

eloqüência dos fatos concretos. Em segundo lugar, erram tam-


pela

desprezam as lições da experiência histórica, des-


bém que
porque

tentativas vãs de adiantar com o se deve


mente as promessas que

construir com ações..

Há um fator de importância a estabilidade dos


primacial para

Êle supera a excelência das idéias, as


é a confiança.
governos:

crenças e opiniões
políticas.

momentos de transição, é necessária certa dose


Para os
grandes

dos Reconhecem-no, hoje,


de arbítrio no comportamento
governos.

conferem excepcionais aos


todos os em poderes
povos guerra, que

cuja imediata solução de-


seus melhores estadistas. Há
problemas

uma experiência do e de
de poder qualidades pessoais
pende pessoal

a confiança
iniciativa, descortino e clarividência,
de que justificam

do num homem.
povo

— a maior e melhor
No Brasil, essa confiança existe e constitue

nossa capacidade de realizações e


da nossa segurança e da
garantia

de reconstrução.

os caminhos do futuro, ou as trans-


venham a ser
Quaisquer que

à nossa vida todos sabemos


formações o mundo trará que
que pública,

de incalculável impor-
existe, no Brasil, uma experiência humana

A dos homens e a experiên-


tância o bem comum. experiência
para

o testemunho da sua con-


do o atual Presidente,
cia
poder, que possue

— alicerçar essa confiança c


e se reúnem,
duta presente para
passada

sincera convicção de tôda


firmar, em cada brasileiro, a que poli-
para

atual, como é esta mesma a


futura será a continuação da
tica política

as transformações impostas
de 1930-1937, com
continuação da
política

contingências.
pelas

acontecimentos e das solu-


Por outras a variedade dos
palavras:

de A Nova Política do
encontramos nas
ções políticas, que páginas

Getúlio Vargas saberá


nos dá a certeza de o Presidente
Brasil, que

e o mesmo senso rea-


o mesmo critério de oportunidades
resolver, como

lista, os sucessos vindouros.

hoje de agora diante decidirão, certo


Os seus atos de e por
por

— — verdadeiro sua obra


como os atos de ontem do posto que

amanhã, na evolução do
ocupará, diante dos historiadores de política

Brasil e na evolução social do mundo.

3
11$.72? F*
Doutrina política

de
e a Constituição
A
federativa
forma

de 1937
de Novembro
10

Fôtçâs AvtTiãdãs
das
constitucional
A
posição

MONTE ARRAIS

Estado do Ceara.
Ex-deputado federal pelo
Escritor e publicista.
do Ceara.
Indústria e Comercio
da Agricultura,
Ex-secretário

Estados. É esta,
União e dos
da
cm
Constituição que

decerto, uma
no Estado Federal,
apoiam no
instituições se
as

em regra, exige
NUMA das tarefas
a que,
Estado federativo, primei"

acentuada impar-
maior tato, mais
necessidade
ra e a mais
premente
excepcional ca-
cialidade, além de
do re-
à da definição
se segue
que
ordem teórica e
de prá-
forma estabele- pacidade,
e da política
gime

do âm- tica.
é a da determinação
cida

é, na opi-
A forma federativa
se devem movimentar
bito em
que

mestres de direi-
nião de todos os
diferentes catego-
os órgãos das

sua
a to aquela por
componham público, que,
rias e classes,
que

entre as ten-
as intermediária
federal e
estrutura do posição
govêrno

da unitá-
dências centralizadoras
das diferentes circunscrições.

da confe-
ria e descentralizantes

Determinação do

oferece maiores dificulda-


derada,

âmbito dos es
poder
a uma equânime distribuição
des

1.° ao 8.°, da autoridade entre


Após delinear, do art do exercício

e a natureza do órgãos federais, depositários


a forma os
política

9.° e os estaduais, me-


no art. da soberania, e
Estado, e
precisar,

autônomos e tão somente


maneira a ramente
seus incisos, a por que

dos detentores das faculdades


assegurará a existência perti<-
União

no nentes aos interêsses


orgânicos, não só pe-
próprios
princípios

à forma do seu aparelha-- culiares.


toca
que

Não abrangendo a autoridade


intrínseco, como no
mento que

Estados os interêsses cuja


órbita de sua ação dos
condiz com a

traça, conservação e desenvolvi-


territorial, a Constituição guarda,

mento Carta Política coloca sob


enumerações dos a
sucessivas
por

direta do Poder Federal


esfera de competência a égide
a
poderes,
A FORMA FEDERATIVA E A CONSTITUIÇÃO DE 1937 35

ainda mais limitado, é Nos Estados Unidos, em face


que, que

— ób- dos Estados


mais alto e mais extenso é de as circunstâncias

vio os atos dela terem como corpos


que que procedam precedido, po-

não senão líticos, a existência do na-


poderão prevalecer govêrno

sua não resul- cional, discernir, embora


de
quando prática pode-se

com os da lhe é indevidamente, entre direitos dos


tem colisões
que

superior. Estados e direitos da União.

Daí afirmar Cooley, e com No Brasil, tal


porém, propo-

razão, tôda lei estadual cede é, não só infundada, como


que sição

ante a lei suprema, ou ante inadmissível, uma vez


qual" que jamais

tratado ou lei dela aqui existiu organização


quer proce- qualquer

dente, se com dos mes- local, ostentando


qualquer de prer-
govêrno

mos estiver em conflito» rogativas autonômicas, antes da

Carta Federal,
primeira promul-

A inoperância da lei
em 1891.
gada

Permanecendo o durante
O da inoperância das país,
preceito

fase imperial, sob um regime de


em cho- a
leis dos Estados,
quando

centralização, e não ten-


ou rigorosa
com a Constituição com
que

assim, as antigas Provín-


deve do sido,
as leis da União,
prevalecer,

cias senão entidades diretamente


aliás, não só nos casos em a
que

ao central, o
à subordinadas poder
lei local
já preexista promulga-

da autonomia estadual
da Carta Suprema ou à legis- princípio
ção

ter tido, como não teve,


não
lação dela derive, como nos podia
que

origem não a da
outra pró-
em venha ela a ser que
que promul-

foi a fonte
Constituição,
mesmo em tempo ulterior. pria que
gada

exclusiva de êle
do fede- que promanou.
Pode-se dizer
govêrno

Brasil o se diz do dos Isto torna mais evidente


ral do que
que

do texto de
Estados Unidos, êle é uma tôda interpretação
que

ter- feita de modo a le-


instância abrange a todo 1937 deve ser
que

de em face
ritório, estendendo-se simultânea- var à convicção que,

histórico, como do
mente, a cada Estado, enca- do elemento
quer

federação no
si, a massa do a
rado de direito
per quer positivo,

apenas a idéia
de todos os Estados. Brasil corporifica
povo

os Estados desfru-
Desse fato resulta seja êle de devam
que que

o de inde-
limitada tar, tão somente,
uma quanto grau
jurisdição

ilimi- essencial ao seu


número de mas pró-
ao poderes, pendência

e a
à extensão desses, desenvolvimento jamais
tada prio
quanto

supre- as suas
devem ser reputados de prerroga-
que possam
que

antepor-se as
mos todo o âmbito do domí- tivas c faculdades
em

nacionais (1).
nio nacional. dos
poderes

na América, leia-se O Fe-


Relativamente à teoria do federal,
(1) govêrno

supremo cônsul-
e sôbre a origem do político
der alista cap. 15 e seguintes, poder

.Rousseau, 5o
o{ Soveranity since pgs.
Merrian History o[ the theorie
te-se A.

formularam W. Dur*
sôbre o assunto também J.
a 59. Interessantes considerações

Law, W. Wilson
and Comparative Constitutional
em Poliiical Sciences
gess,
The nature ol the stã-
e Willoughby em
master and othet essays
An old politicals

tes.
CULTURA POLÍTICA
36

do texto de 10 de
aos intérpretes
dos Estados
O
papel

de não incor-
novembro, afim
que

deverá, confundindo si-


dos Estados ram no êrro de,
O
papel

incrementando inteiramente diversas,


ser o de, tuações
destarte,

secun- nosso atual federa-


seu identificar o
o progresso,
próprio

aca- o e vi-
desenvolvimento lismo com o
dar o geral, que precedeu

a autoridade 1930, ou com o ain-


tando e completando até que
gorou

foi, no entanto, na soberania do


da União. Outro da vigora
grande

da exegese ame- setentrional.


o de vista hemisfério
ponto

da con-
ricana, onde,
partindo-se de-
A duplicidade de
govêrno
federação, é
federação a
para como
ve aqui ser considerada

um largo
compreensível que, por
forma de deman-
uma
particular
o senti-
período, predominasse
dar-se o de cooperação
princípio
ilusória independência
mento da
com o todo, e
das jamais
partes
senti-
das entidades
particulares,
envolvendo ten-
como qualquer

cessou, como afirma


mento só
que desa-
dência à descentralização

Holst, na sua obra Direito


Von
ou dissociativa* Entre
gregadora
dos Estados Uni-
Constitucional
União, como nacional, e
a poder

da da Seces-
dos, depois
guerra
Estados, como corpos auto-
os

são.
nomos, situa-se,
permanentemen-

somente depois do en-


De fato,
te, a una e indissolúvel.
pátria,

cerramento da luta, tal doutrina

veio a caducar, convertendo-se em

Estrutura dos
mero elemento histórico, dei-
para

xar sobreviver, decisivamente, o poderes


\

lhe era antagônico,


princípio que

Ao estruturar os con-
existe poderes
de só uma soberania
que

feridos à União ou os atribuídos


a da União a sua
qual, por

aos Estados, a Constituição, de-


natureza, é irrepartível com
qual-

de traçar a divisão territo-


outra instância. pois
quer

rial das duas competências,


pro-
Se, agora, é a opi-
já própria
cede, de modo taxativo, à distri-

nião norte-americana recusa


que
buição, irroga ao ou
que primeiro
assentimento à decaída idéia da

comete ao segundo dos dois cír-

existência de Estados com direi-

culos administrativos.

tos iguais, ou superiores aos do

Antes de tudo, começa ela


central, como se explicaria por
poder

o Estado federal
no Brasil, onde a dualidade prescrever que
que

se constitue da união indissolú-


do foi um mero acidente
govêrno

vel das 21 unidades federadas,


histórico, sem raízes no
passado,

cuja atual divisão e admi-


o constituinte aquiescesse em im- política

nistrativa declara ser mantida.


como um imperativo cate-
pô-la

górico? (2). Ao união indissolú-


da
preceito

Uma apre- vel abrem, os arts. 4, 5 e 6


grande ponderação porém,

senta-se, nesse
pois, ampla exceção, ao instituir ter-
particular,

Von Holst Staats Der Vereim


(2) Recht Cten Staaten Von America, 8,
|

24-5.
págs.
A FORMA FEDERATIVA E A CONSTITUIÇÃO DE 1937 37

administrados então o constituinte a cada um


ritórios diretamente

os dêles dentro dos limites assina-


União, ou
permitir que
pela

incorpo- lados no texto, o de auto-


atuais Estados poder
possam

entre si, organização, nos


rar-se ou subdividir-se prescrevendo,

uns aos outros ou arts. 8 e 21, a cada unidade


anexar-se que
para

Estados. compete organizar os serviços


formar novos (3)

do seu interêsse e eus-


uma terceira exceção à peculiar
Ainda

teá-los com os recursos,


feita próprios
regra é permitem
quando

assim como:
sem interven-
êles
que, qualquer

estaduais, a 1.°) decretar a Constituição e


dos
ção governos

interêsse da defesa na- as leis se deva reger;


União, no
por que

cional. criar, com


possa partes 2.°) exercer todo e
qualquer

dos Estados, no-


desmembradas não lhe seja negado,
poder que

vos territórios federais, adminis-


expressa ou implicitamente,
pela

mediante leis especiais.


trando-os
Constituição-

ao estabele-
Quanto processo
Convém não esquecer no
que,
às duas for-
cido
para proceder dos
regime federativo, a
posição

modificação da atual si-


mas de
Estados, diante da Constituição,

dos Estados, a
tuação territorial
ser encarada de dois angu-
pode
consignada é
única diferença que,
los distintos: do central
govêrno

do art. 5, a iniciativa
na hipótese
e do local
govêrno (4).

aos ór-
do ato é deixada próprios
considerados do
Quando pri-
legislativos locais
(embora
gãos
meiro aos Estados são
prisma,
aprovação do
com a subseqüente

impostos deveres e restri-


apenas
nacional), enquanto
Parlamento

do segundo, ocor-
ções; quando
6 a medida incide na
na do art.
faculdades e
rem-lhes, ga-
porém,
da União, à
órbita exclusiva qual
o su-
rantias a poder
que próprio
se as exigências de
cabe apreciar

se encontra, necessária-
premo
são de molde a
defesa do jus-
país
mente, vinculado.

adoção de recurso tão


tificar a

15 inicia a série de res-


O art.
como expediente
extraordinário,

à autoridade dos
trições impostas
ou de salvação
de segurança pú-

fora da sua
Estados, colocando
blica.

todos os assuntos enu-


influência
Do de auto-
poder
suas múltiplas ali-
merados nas
organização

neas, os conforme prescre-


quais,

na totalidade, da
re- ve, são, priva-
as reservas expressas
Feitas

da União.
outorga tiva competência
aos Estados»
lativamente

manual de Droií Censtitu-


Dugult no seu
ensina Léon
(3) Serviço público,
menos, uma mis-
constituí-lo, se reúnem, pelo
416, existe quando, para
tioncl, pág.
agentes hierarquizados e,
número de por
Estado, um certo
o
slo obrigatória para
objeto da mesma missão.
de valores como
de riqueza ou
uma certa soma
fim
seu manual de Dro.í Adm.ms-
Moreau diz, em
mais Félix
Numa definição precisa,
de me.os com os
existe um complexo quau,
há serviço público quando
55 que
uma certa dela.
tarefa ou parte
realiza sua
uma nessoa administrativa
vigente na Ame-
do direito constitucional positivo,
êste aspecto
<4? Sôbre

em Principies of Constitutional
F. Goodnow. go-
consultar J.
é de interêsse
rica
- Hisíory ol Federal
E. A. Reeman governments.
II e III, e
vernment, caps.
CULTURA POLÍTICA
38

relações entre Esta-


de nas
O é da competência priva- que,
que
iguais,
o é, dos, teoricamente preva-
União é também
tiva da que

as regras do direito
interesse na- lecem, não
modo especial, do
de

mas os
ainda só for- externo, princípios
cional, ela, que público
que

do direito
em contra- inerentes aos
malmente, corporifica, preceitos

interno.
ao estadual. público
posição

realmente estranho
Seria que,

O da extra-
atribuições enu-
num regime de princípio

das territorialidade
meradas, uma
júris-
pudesse

delimitada,
dições,
prèviamente

de cada Estado,
A soberania
intrometer-se, perturbadoramente,

desem- tem, como li-


no ensina Cooley
sem causa (5),
justificada,

às outras re- uma linha territo-


das funções nha divisória,
penho

servadas. Assim é em na
rial. princípio; prá-

é admitir nume-
tica forçoso que
Da competência esta"

são abertas à afir-


rosas exceções
dual e e das
federal

mação-
relações com os

estados es-
Devendo o de cada
govêrno

trangeiros
constituir-se de
Estado soberano

nacional única, su-


uma jurisdição
Estado Federal, uma das
No

e incontrastável, incorrer-
da prema
conseqüências decorrem
que
em in adjeto se
se-ia contradição
instituição da dupla
jurisdição que

em tese, como nor-


se admitisse,
é, a de
êle
pressupõe justamente,

regular, a interpenetração da
ma
restringir a uma ou outra das

de um Estado no ter-
autoridade
mesmas o de manutenção
poder

ritório do outro, ou o
pronuncia-
relações com Estados estran-
das

da ação de dos
mento qualquer
Na Confederação, essa su-
geiros.
de um dos mesmos sô-
é, em regra, poderes
perior prerrogativa

bre massa de súditos fixados


a
exercida Estados
pelos partícula-

limites dos de-


nos
em tal siste- geográficos
res, serem êles»
por

mais.
ma, reputados como os detento-

res da soberania. Muitas são as hipóteses, no en-

tanto, em em cumprimento
Na Federação, aquela que,
porém,

do direito internacional,
alta faculdade reside, necessária- próprio

ou a soberania
mente, no federal,
poder que, por público privado,

unidade é o único Estado se sobre a


sua e de um
poderio, projeta

dispõe de recursos suficientes impor direi-


que do outro,
quer para

em frente aos interêsses dos


para, tos da
pessoa jurídico-internacio-

demais Estados soberanos, res-


nal, fazer valer
quer para prec-

a supremacia nacional.
guardar rogativas de súditos cm ra-
que,

Além último zão da extraterritorialidade, se


do mais, o critério

é o corresponde ao enccntrein na estranha.


que princípio jurisdição

Veja-se Cooley <— General o[ ccnstitiitioiv.il laws, 3.° ed.,


(5) principies pg.

111, e Sutheland em Statutes and statutory constitution.


DE 1937 39
FEDERATIVA E A CONSTITUIÇÃO
A FORMA

Do se deve enten-
é esta que
A soberania, quando por

relações e
der
na por
forma exercida, personifica-se

tratados c
ou me- por
dos embaixadores,
pessoa
convenções

diplomático acre"
lhor, do corpo

alcança, territorialmente, art.


ditado, e No sentido pelo
perfilhado

as dos nele contidas


as sedes das embaixadas» 15, as expressões


etc. tratados e convenções
navios armados, relações,

sua sig-
estão mais ligadas,
pela

ligada
Em regra, a competência
ao direito intemacio-
nificação,

es de or-
exercício dos in-
ao poder ao constitucional
nal do
que

é regulada acepção
dem internacional pela devendo assim sua
terno,

cada na-
lei suprema de país, podendo ser buscada, particularmente,

à doutrina-
atribuída exclusivamente fonte de
ser
quela

como su-
União, ou ser confiada,

em ao entre Estados
cede na Inglaterra, parte Relações

eni aos agre-


central e
parte
poder
do direito
Na linguagem pú-
com-
semi-soberanos que
gados
as relações entre
blico externo»
o Império.
põem vin-
Estados traduzem-se pelos

Cons- de em
Brasil, no regime da no estado
No culos paz,
que,

comuns e em
a autoridade razão de interesses
tituíção vigente, para

os das
vin- com preceitos
todos os concordância
exercitar poderes

internas
respectivas organizações
externas é de-
culados às relações

as na-
e direito das
do gentes,
aos
íerida, pode-
privativamente,
mantêm entre
independentes
União, aos compete, ções
res da quais
são asseguradas
si. Tais relações
15, n. 1, com a
íorma do art.
na
corpo de fun-
intermédio do
inter- por
das relações
manutenção
nação man-
cada
cienários, que

nacionais» a competência para


território da
no
tém, acreditado

e tratados,
firmar convenções
outra.

os represen-
como designar
para
de mais
este um dos
É pontos
diplomático e re-
tantes do corpo
entre o di-
íntima correspondência
dos represen-
ceber as credenciais
e o interna-
interno
reito
público
soberanias externas.
tantes das
se as normas
cional, dado que,
igualmente,
Além disto cabe-lhes,
entre as
as relações
pertinentes
74, declarar a
forma do art.
na se apoiam
soberanias
diferentes

decretar a
fazer a e defi-
paz externo, as
guerra, no direito que

etc. elas
mobilização, sobre que
nem os
princípios

ao direito
fundam competem
se
Além dos expressamen-
poderes
interno.
público
deve-se entender
te consignados,

Dos tratados e
facul-
como sendo implicitamente

convenções

os sejam
à União todos
tados que

funções en-
descargo de domínio internacional,
essenciais ao Mo

tratados e conven-
sido expressamen- tendem-se por
lhe tenham
que
bilaterais.
os atos
políticos
ções
te cometidas.
» • •
V '

POLÍTICA
40 CULTURA

Estados sobera- blica a autoridade de realizá-la,


dois
pelos quais

entre si, ao cum- cx-autoritati


nos se obrigam, própria, quando

determinada es* ocorrer invasão ou agressão es-


de uma
primento

destinada a regular, trangeira, e mediante au-


tipulação, prévia

ou extinguir di- torização do legislativo,


modificar, alterar poder

recíprocos. Como, em essên- nas demais hipóteses.


reitos

convenção obriga as
cia, tôda par-

ao dever de dar, de
tes Interpretação
pactuantes

ou não fazer algo afe-


fazer, que necessária

os interêsses comuns, torna-se


te
"Declarar

imprescindível cada uma na- a e fazer a


que guerra

seja, no ato da sua constituí- é a locução adotada tex-


ção paz" pelo
"fazer

devidamente representada to, e não a ou


ção, guerra"
"promover

hábil, transigir a como seria,


por pessoa para paz",

sôbre o vai ser talvez, mais explícito. Significará


que pactuado.

isto a Constituição
que queira,
Eis designa expressa-
porque

usando da lo-
74, preferencialmente
mente a Constituição, no art.
"declarar

cução a expri-
guerra"
o titular a fica deferida a
quem

mir o não empe-'


to- que país poderá
autoridade de representar, em

nhar-se em beligerância, sem


von- que
dos os casos de tal espécie, a

a ela o ato formal da de-


Estado. preceda
tade coletiva do

claração? Concluímos necja-


pela

tiv».
Da declaração da

guerra
Conquanto seja a um es-
guerra

tado, de fato, capaz de estabele-

A declaração de é cer solução de continui-


guerra po- profunda

der a Constituição reserva à dade na normalidade das relações


que

União e recusa aos Estados, cuja mantidas entre as nações nela


que

de subordinação aos in- se empenham e de modificar,


posição por

terêsses não se coadunaria tal forma, radicalmente, a situa-


gerais

com a detenção" de uma faculda- anteriormente den-


ção jurídica

de como a da declaração de tre elas existentes, o certo é a


que, que

sua natureza, formal da declaração


guerra, por pode prática pré-

acarretar conseqüências via caiu em um desuso, não


que po- quasi

nham em todo o destino da constituindo atualmente,


jôgo como

comunidade soberana. constituiu no condição


passado,

O art. 15 coloca, assim, caracterizar a transição da


sob a para

égide da União autoridade situação de a de


a de paz para plena

declarar a enquanto beligerância


o 73, (6).
guerra,

o completa, defere,
que Numerosos são os casos, a co-
privativa-

mente, ao da Repú- meçar dos séculos XVI


presidente e XVII,

(6) Cooiey, referindo-se, na Secção XII, do seu Direito Constitucional, ao

estado de êle
guerra, preceitua que pode existir, sem tenha sido declarado,
que

mediante a existência de atos de hostilidade de uma estrangeira,


potência ou de

uma insurreição armada, e então ser reconhecido e declarado


pode
pelo presidente
da República, na sua xle
qualidade chefe supremo do exército e da armada. Dêste

o direito brasileiro e o americano


prisma, se identificam.
A FORMA FEDERATIVA E A CONSTITUIÇÃO DE 1937 41

de sobreviverem estados de beli- implicitamente, a de


preendendo,
"fazer "promover

a não a a
gerância que precedeu, para guerra",
"decretar

declaração a beligerân-
justificá-los, qualquer guerra",
"guer-

oficial, da nação agres- cia", tomada a expressão


partida

sora. ra" na sua acepção mais restrita

de luta material ou de emprêgo da


O Brasil, essencialmente
país

fôrça física, impor o respeito


se lançaria à be- para
pacífico, jamais

ou repelir a ofensa a um dado di-


ligerancia, senão reprimir a
para

reito.
agressão iminente, ou repelir a in-

vasão. Em ambas as hipóteses,


A melhor interpretação

devendo o ato de ou
provocação

de iniciação da conduta bélica ad- Esta interpretação é a me-


que

vir, necessàriamente, do Estado lhor se conforma com o disposi-

ou agressor, impôs- tivo do art. 173, estatue


provocador quando
"estado

sível seria exigir dos na- o de moti-


poderes que guerra",

cionais, com da ação ime- vado conflito estrangeiro, se


prejuízo por

diata e adequada, o retardamento declarará, no decreto de mobili-

das medidas repressivas até zação.


que

fossem "estado
cumpridas, troca de
pela
O uso da expressão de

notas diplomáticas, formalidades


motivado conflito
guerra", por
de acordo com o direito in-
que,
com estrangeiro, evidencia
país
ternacional, competiam à nação
no espírito do legislador es-
que
Seria conceber como
provocadora.
tava a hipótese de
presente que,
uma atitude de imo-
possível que
ao à mobilização, e com
proceder
bilidade crinrnosa e se
punível
ela à declaração da existência do

• "estado
constituísse em nor
procedimento
de êste
guerra", já prece-
mal de defesa.
dia, de fato, a sua declaração
ju-

Admitir a locução em aprê- temos ra-


que rídica. Isto mostra como

"de-

se refira às hipóteses cm a
ço que zão em considerar a locução

iniciativa da beligerância do art. 15, ali-


parta clarar a do
guerra",
"fazer
Brasil é avançar a uma interpre-
nea II, como equivalente a

tação excluiria a responder, ato


que possibilidade a
guerra", para por

de a iniciativa advir do outro be- à agres-


efetivo, de fôrça material,

ligerante, aceitar, como mesmo


para prá- são, ou repelir,
pelo pro-

tica normal, devesse advir


que cesso, a
provocação.

sempre dos nacionais, o


poderes

redundaria em contraditar as
que
Do estado de oaz

intenções e conciliató-
pacíficas

"estado
rias em todos os tempos orien-
que é o re-
O de
paz"

taram, dêste aspecto, a


política
sultado automático da cessação,

nacional.
de fato, do estado de beligerân-

•cia,
Para sanar a lacuna resultante anteriormente reconhecido,

da interpretação literal da frase, com o restabelecimento do direito

deve-se admitir a das relações regulares. Pela im-


portanto que
"declarar

expressão a assume, a Consti-


guerra" portância que

deva ser interpretada como com- tuíção só confiar o seu re-


poderia
POLÍTICA
42 CULTURA

lagos e mares interio-


2) os rios,
ao mesmo
conhecimento poder

ou condu- res;
decretou, praticou
que
rios, lagos e mares contí-
É um 3) os
de hostilidade.
ziu o estado

cuja dis-
ato de arbítrio guos;
político,

4) as baías, enseadas,
de acordo com o art. portos,
crição cabe,

angras e calhetas;
k, ao da Re-
79, letra
presidente

5) os mares territoriais.
ãd referendum do
poder
pública,

enumeração ser
legislativo. A essa podem

subsolo, como aces-


acrescidos: o

Dos limites territoriais e a do


sório da superfície, porção

da organização aéreo sujeito à navegação


e espaço

Êste aditamento em
da defesa externa aeronáutica.

nada repugnar ao direito,


pode

resolver, defi- desde se tenha em vista


A faculdade de que,
que

do desenvolvimento da avia-
nitivamente, sôbre os limites com o

de or- se dilatou o uso do espaço aé-


território nacional, como as
ção,

as fôr- reo adjacente, tornando-se sua


a defesa externa,
ganizar

de fron- apropriação Estados, não


armadas e a
ças polícia pelos

de tal modo correia- necessária à sua defesa e se-


teira, estão só

cionadas se afirmar como aos seus


que pode gurança, próprios

constituírem elas um único bloco interesses econômicos, comerciais,

de atribuições homogêneas e in- culturais e sociais.

divisíveis. Daí a Constituição de-

Divisas naturais ou
legá-las, conjuntamente, com o

convencionais
mesmo caráter de exclusividade

das anteriores, aos da


poderes
Sendo o solo e os elementos
que
União.

lhe são acessórios a base material

Em sentido internacional, defi- logo se a


da soberania,
patenteia

ne-se o território nacional como imensa importância de se re-


que

sendo a da superfície ter- vestem as naturais ou con-


parte divisas

restre uma nação ocupa, e lhe assinalem os


que vencionais
que

sôbre a exerce sua soberania Foi ter


qual confins. certamente
por

surnum império, st as, êste fato a Consti-


publica pote em conta
que

e, deste aspecto, com- atribuiu à União tudo


juriditio, tuição
que

êie da extensão do solo


põe-se condiz com o estabelecimento das

sem solução de continuidade,


que, linhas e sinais caracterizem
que

incide sob a do Es-


jurisdição as fronteiras externas do
país,

tado.
assim como sua e defesa.
guarda

Como tal e defesa tan-


Além de tal extensão, conside- guarda

to exigir medidas
ram os mestres do assunto como podem prévias

de vigilância» no estado de
paz,
integrante do território, des-
parte

como atos de reação ou


positivos
de que esteiam circunscritos aos
* /
repressão, no estado de a
guerra,
seus limites naturais ou artificiais:

Carta Política, com absoíuto sen-

1) as superfícies separadas do realismo


so de e de
previdência,

solo outorgou ao federal


principal; a or-
poder
A FORMA FEDERATIVA E A CONSTITUIÇÃO DE 1937 43

das forças armadas e destino não deixar de con-


podia
ganização

fronteiras, destina- fundir-se com o da fede-


da de própria
polícia

de modo diverso, ao ração, o art. 3 declara


das, embora que per-

de tais atos.
exercício pétua.

O Estado, como corpo sobe-

rano, não subsistir ínte-


poderia
As armadas
forças
na sua independência nem
gro,

manter o exercício das faculdades


Forças armadas, na linguagem

supremas, constituem as suas


e na forma esta-
da Constituição que

são as institui'- superiores e são


tuída no art- 161, prerrogativas que

nacionais or- a razão de ser da sua exis-


ções permanentes, própria

sob as bases da disci- tência, se o seu aparelho formal


ganizadas

hierarquia e da fiel obe-


da não se apoiasse sôbre as bases dc
plina,

à autoridade do
diência presi- território militarmente deíen-
um

dente da República
(7). dido.

O desempenho das atribuições


art. 73, como
Qualificado, pelo

e são conferidas às instituições


suprema do Estado
autoridade que

interna e ex- civis supõe, nas mesmas, energia


diretor da
política

do o da rigor suficientes assegu-


terna presidente e para
país»

um corolário ló- fun-


República, como rarem a de suas
perenidade

sua situação subsis-


da Nada disso
gico preeminente poderia
ções.

é investido, com os
constitucional, pelo tir se não coexistisse po-

e, do art. 74, na
inciso da alínea fundamentais um vigoroso
deres

das forças arma-


chefia suprema aparelhamento militar
que, por

seu supremo adminis-


das e em bélico,
seu adestramento, poderio

restrição a e
trador. A única que técnica, disciplina
capacidade

lhe impõe, ao come-


Constituição moral e cívica,
alta
preparação

altas funções, é a de
ter-lhe tão um fator efetivo de
constituísse

intermédio dos
as execute da soberania nacional.
que por
garantia

órgãos do alto comando. êste essencial ob-


É claro a
que

só se chegar
teve poderia pelo
Óbvias são as razões jetivo
que

organização de uma
caminho da
constituinte con-
o legislador para

militar capaz de,


à armada o ex- estrutura pela
ferir ao exército e

dos
con- padronização postos,
de serem gradual
cepcional
privilégio

deveres da disciplina
conciliar os
siderados instituições
permanen-

com o de acatamento
da de- hierárquica
tes. Cabendo-lhes a missão

ao mais alto
e de fiel obediência
soberania de ca-
fesa externa da

como uma
magistrado, a
e ao mes- quem,
ráter territorial
político,

ordem civil e
da
a defesa interna do
mo personificação
passo que
cometeu
a Constituição
tôda a da
Estado, em política,
plenitude

destinos nacionais-
a direção dos
166), o seu
sua estrutura (art.

a educaçao militar
dizia que
Herman, na Nocth American Review.
(7) S.

do comando nao só
incutindo nos agentes
fim racionalizar a obediência,
tem por
do direito e a
da lei, o sentimento
senão também a ciência
a disciplina c a técnica,

400, vol. I. dos seus comenda-


Rui Barbosa, às
à Veja-se pág.
veneração justiça.

Homero Pires.
Federal, coligidos por
rios à Constituição
CULTURA POLÍTICA
44

É dando corpo a
sem justamente
O
poder político

êsse critério, de mútua coopera-


apoio na
força

o art. 162 dispõe as


ção, que que

sem apoio à segurança na-


Um relativas
poder político questões

de vista da estudadas con-


na fôrça é, do cional serão
ponto pelo

> uma
eficiência e segurança, selho de segurança e órgãos
sua pelos

Um exército sem sejam criados


ridícula ilusão. especiais
que para

e eficiência téc- atender às exigências da mobili-


material
poder

nica, ou sem disciplina consciente, zação.

capaz de infundir-lhe uma


perfeita

Presidido chefe da nação


pelo
ao chefe do Estado, se-
obediência

e constituído ministros de
só anômalo, pelos
ria um não
poder

Estado e chefes do exér-


Ê da união pelos
como até anti-nacional.

cito e da marinha, o Conselho de


resulta,
dos dois que
princípios

Segurança Nacional coordena,


um lado, segu-
exatamente, de 9

através do concurso da experiên-


fôrça e a inteireza do su-
rança, a

cia de uns e dos conheci-


magistrado, e do outro, a política
premo

mentos especializados dos demais,


dignidade c elevação cívica do
po-

a ação dos nacionais com


der armado. poderes

a das instituições armadas, em


E assim ter compreendido
por

da única a emer-
10 de prol política que
é a Carta Política de
que
comporta: a da salvação
mui- gência
novembro, adiantando-se cm

nacional.
to às a não sô
que precederam,

as forças armadas ao ní-


guindou Igual é o escopo transpa-
que

vel de importância o
que papel art. 163, ao estatuir
rece no
que

lhe está reservado exige,


que cabe ao da República
presidente

como ainda, conflitos,


prevenindo direção à ex-
a da e
geral guerra,

tão
prejudiciais quanto possíveis, competência
clusiva de comandan-

estabeleceu as linhas deve-


que tes-chefes, de sua livre escolha,

riam delimitar, na
quer paz, quer operações
as militares. Discer-

na as atividades do
guerra, poder niu-se, nitidamente, entre a dire-

civil e do militar.
poder
da beligerância,
ção política que

Foi visando a êste objetivo se concretiza livre apreciação


que pela

ela, embora eleve o da da sua oportunidade a


presidente e da sua

República à de chefe da direção estratégica tática,


posição e e as

nação e do armado, distin- operações, compreensivas


poder dos
pia-

não obstante, entre a dire- nos de combate, em


guiu, atenção
que,

da e da administração ao caráter eminentemente


ção política técni-

econômica das instituições de co de se revestem, a Consti-


que

a êle deferida a sua dire- tuíção, com


guerra enqua-
propriedade,

técnica, confia à capaci- drou na competência


ção que dos órgãos

dade dos chefes militares. militares


(8).

Trata-se do teatro da assim compreendendo-se


(8) guerra, a superfície ter-

restre ou marítima em se desenvolve a campanha,


que se ferem as batalhas, os

combates, ou outros de hostilidades. Na hipótese de


gêneros externa, o tea-
guerra

tro da mesma estender-se a do


pode qualquer parte território nacional, circunscre-

vendo-se ou ampliando-se nesse, de acôrdo com as necessidades da luta.


A FORMA FEDERATIVA E A CONSTITUIÇÃO DE 1937 45

Evitam-se assim os não o nosso meio


poucos plantou para na-

motivos de desinteligência e de in- cional senão lentamente e através

compreensão, tão nocivos à se- de sucessivas etapas.

gurança geral. As catástrofes,


grandes que pe-

saram sôbre os desampa-


povos

Da atual da.
feição rados da de exércitos e
proteção

de armadas suficientemente for-


guerra

tes enfrentar a realidade dos


para

Quando a era apenas


guerra
acontecimentos, conduziram as

uma arte vulgar, sem base cientí-


nacionalidades contemporâneas a

fica exigisse conhecimentos


que
uma evidência ao
plena quanto

especializados, e as forças a
que
destino negativo de tôdas as na-

sustentavam se constituíam
pelo
bèlicamente mal
ções preparadas.

recrutamento forçado, como ao

Esta reação se fêz sentir no


tempo do Império sucedia entre

Brasil, a começar do ano de 1916,


nós, a organização das instituições

o Venceslau
quando presidente
destinadas à defesa do Estado era

Brás, tendo como ministro da


reputada coisa relativamente se-

Guerra o Caetano de Fa-


general
cundária.

rias, em execução o sorteio


pôs

Vistas êste depre- lei n. 1860.


por prisma militar, regulado
pela

ciativo, eram elas, concordante- 1908.


de 4 de de
janeiro

mente, com os. em voga,


planos
Começou-se então a
perceber
objeto de métodos tão atrasados

um exército como o nos-


que que,
o estipêndio li-
que permitiam que
so, constitue o amparo material

beralizado aos mercenários, ou a

das instituições mais nobres e


ge-
compressão exercida sôbre os ré-

nerosas não ca-


podia preencher,
da e ofi-
probos proteção política
balmente, sua missão meio de
por
ciai substituísse o lugar destinado

compulsórios e fôs-
processos que
às formas modernas de nobilita-

sem, incorpo-
preferencialmente,
das atividades militares
ção (9).
rados aos seus os
quadros perse-

dos ou
guidos partidos políticos

Mudança de rumos os recrutados nas ruas ou nos

meios de maior desnível cultural

A mudança operada nas insti-


das nossas cidades.

tuições militares, convertendo-as,

simples atividades improvisa-


de
O advento do sorteio

das, em apostolado cívico, de ca-

militar e a Consti-

ráter impôs uma igual


permanente,
tuição de 10 de

transformação dos seus métodos


novembro

de formação
profissional.

Desde o advento da aplicação


Esta nova forma de compreen-

sorteio militar, as fôr-


são da vida militar não se trans- do porém,

empírico, ao serviço das riva-


A era então um mero expediente
(9) guerra

americanos, uma concepção fundada


das nações, e nunca, como é hoje entre
lidades

à defesa de nações evoluídas e


científicos e humanos, destinados pa*
em
processos

cifistas.
POLÍTICA
CULTURA
46

a
especial, destinada pre-
mau policia
iniciaram, grado
armadas
ças
de
as fronteiras qualquer
lhes servar
ainda
certos obstáculos que
estrangeira,
infiltração
ciclo dc
um novo possível
eram opostos,
da naciona-
aos interesses
oposta
elevação e diQmdade patriótica*

lidade*

10 de no-
de
A Constituição

um sendo,
As lindas de país,
—encarando de modo
vembro
de in-
o forçado
como são,
do as ponto
mais consentâneo que
muito

da unidade geográfica
1934, tercessão
de 1891 e
suas congêneres,
nacional
da soberania
com a e etnológica
relacionados
os
problemas
limítrofes, re-
lhe são
com as»
a do Estado que
nacional e
segurança

mesmo, da
isto parte
— definitivamente, querem, por
é veio,
que
especial e
uma
do público,
rumos ao nosso poder
abrir novos poder

vigilância.
não só maior permanente
armado, dando-lhe,

de nacionalismo, como considerando a


cunho pro- A Constituição,

à União dos recursos in-


vendo relevância do assunto,
excepcional

dispensáveis ao
progresso, quer mais acentuada
encarou-o com a

formação dos seus corpos de


da
solicitude, estabelecendo, para

oficiais, da organização dos


quer em-
várias medidas
atendê-lo, que,

seus serviços.
0 em diferentes dis-
bora
previstas

Estado, como a da
A defesa do no entanto,
demandam,
positivos,

nacional, agora, em
segurança já
o mesmo objetivo.

face da nova legislação


promul-
art. 165, a fai-
Subtraindo, pelo
sòlidamente sobre o
repousa
gada,
ao res-
xa fronteiriça, que
quanto
e a capacidade de tro-
patriotismo
a segurança, numa
profun-
peita
de elite, constituídas uma
pas por
150 à
didade de ju-
quilômetros,
brilhante oficialidade de carreira

risdição dos Estados, afim de


que
mocidade civil da nação,
e
pela
União agir sem os óbices
a
possa
identificada, depois
plenamente
da convergência das
decorrentes
seu crescente engajamento nas
de
reser-
duas autoridades
paralelas,
fileiras, com os fins constitucio-

igualmente aos fede-


vou
poderes
nais atribuídos a tão essenciais

tôdas as medidas de defesa a


rais
corporações.

serem exercidas sôbre a aludida

faixa.

Da e da segu~
polícia

Ê à de fronteira a
rança das polícia que
fron-

Constituição, em tempo de
teiras paz,

comete especialmente tal missão

O dispositivo do art. 15, alínea resguardadora. As suas atribui-

V, revigorando a competência da deverão em


ser estabelecidas
ções

União à segurança leis ordinárias, mas a simples in-


para prover

nacional, outorga-lhe ainda, com- dicação delas faz a Carta Po-


que

o de ado- lítica, torna evidente sua ação


plementarmente, poder que

tar várias medidas condizentes revestir-se


deverá de um caráter

com a integridade nacional. Den- estritamente não devendo,


policial,

tre essas» destaca-se, conseqüentemente, ultrapassar a


precipua-

mente, a da organização de uma esfera, meramente ou


preventiva
A FORMA FEDERATIVA E A CONSTITUIÇÃO DE 1937 47

repressiva, dos delitos atentatórios desde se torne necessário o


que

da segurança do Estado. emprego das forças armadas


para

defesa do Estado, deverá declarar


Indiscutivelmente assim deveria

o estado de em todo o ter-


guerra
ser, uma vez sua atuação, fa-
que
rltcrio nacional, ou na em
parte
zendo-se sentir de nos
preferência
tal emprego se torne indispen-
que
tempos de se restringirá ou
paz,
sável.
mesmo suspenderá sempre
que,

Dada a sua feição de institui'-


superveniência do estado de
pela

eminentemente nacional e de
Conselho da Defesa Na- ção
o
guerra,

defesa da unidade e
cional tiver de mobilizar, de modo geográfica

etnológica, a Constituição não


ou as forças regu-
parcial geral,

o exército seja desviado


lares. quer que

dos fins relacionados com a segu-

Da de
polícia fronteiras rança ocupar-se de ou-
geral para

e o seu escopo tres embora intimamente a


pre* que,

êle ligados, não se correlacionam,


ctpuo

contudo, necessariamente, com o

Os da estado de é exclusi-
escopos guerra, que
precípuos polícia

subtrair a vãmente aquêle em favor de


de fronteiras são, que
pois:

à ação fragmentá- o militar deve empenhar o


faixa lindeira poder

dos seu e a sua fôrça excep-


ria e do prestígio
particuiarista poder

Estados e evitar ausên- cional.


que, pela

cia de um aparelhamento
próprio Esta orientação coloca as fôr-

e adequado, o exército seia des-


armadas na sua exata situa-
ças

viado dos seus mais altos objeti-


cão, é a de uma organização
que

vos, se ocupar de assunto,


para de e consoli-
guerra, preparada

cujo caráter não se enquadre, es-


dada os momentos extremos
para

na majestade do
pecificamente, de salvação
pública»

seu de supremo
papel, guardião
Lançá-las em ação sem sua
que
da defesa armada.

acarretasse imediata-
presença

Esta comprova, mais estado de beligerância


mente o
precaução

vez, o intuito dominou o à sua função,


uma seria admitir
que que

ânimo constituinte de afastar as a de segurança


é tipicamente
que

forças armadas de tarefa aditassem encargos


qualquer armada, se

se não coadune com a supe- natureza, se relacio-


sua
que que> por

situação elas ocupam no de


rior nam com o
que período paz.

âmbito da vida institucional.

incongruência a
Foi esta que

é sintonizando o es-
A firmeza de tal Constituição,
propósito

com o emprêgo das


ainda confirmada tado de
pelo prescrito guerra

sabiamente
dispõe forças armadas, quis
no art. 166, in
fine, quando

da República, evitar.
o
que presidente
sociais
Problemas

e sociais dos
Problemas econômicos

trabalhadores brasileiros

SALVIANO CRUZ

Econômicas Universidade de
Bacharel em Ciências pela

College. Ex-professor assistente de Economia


Tri-State

de Economia e aluno do curso Post-


Industrial e Ciências

do Tufts College. Curso Post-Universitário


Universitário

de Economia na Universidade de Harvard.

"stan~

do rios e os e rendas desses


PROBLEMA ganhos

direta-» trabalhadores. Poucos indícios do


dard" de vida está

O fracasso
ligado à êxito ou de
mente que qualquer
produtivida-

re- sistema econômico, ou da sua du-


dade das classes obreiras
pela

estas recebem ração e serão


muneração predominância
que pelo

trabalho, e aquêles bens mais decisivos do a medida


seu que
por
"trends"

adquirir com o indicando as tendêncas e


que podem pro-

duto do seu esforço. Os salários os salários reais revelam na


que

se encontram, relaciona- remuneração concreta do esforço


portanto,

dos com as rendas dos operários, de cada trabalhador,


pessoal qual-

como um dos fatores da seja a sua classe,


produção quer que posi-

e dos lucros tanto das classes ou categoria, compensa-


pro- ção pela

dutoras como das empregadoras. seu trabalho medi-


do e como
ção

Parece não existe um outro


que da de manter um
garantia para

na história social con-


problema nível de vida digno e decente.

temporânea, de maior signifi-


(1)

cação humanitária do o ati- O de compra dos


que poder ganhos
"condições

nente às de vida". E e salários dos trabalhadores é o

outro fator material tão importan- fator decisivo na determinação do

"standard"
te na determinação das condições de vida do empregado

das massas, intelectuais


quer e de sua família, é a mola
quer propul-

do trabalho braçal, como os salá- sora lhe ou não


que permite gozar

Millis, Harry and Montgomery


(1) Lãbor's Pfogress ãnd some Basic

labor N. Y. 1938, 40.


problems p.
PROBLEMAS ECONÔMICOS E SOCIAIS 49

dos confortos, e luxos dem a


privilégios surgir, e modificações drás-

doutras classes, e determinará a ticas nos


problemas sociais daí re~

sua capacidade de melhorar as sultam.


(3).

suas condições de vida. Os


pro-
No momento não sabemos se a
blemas de violência, distúrbios e

afirmação desta autoridade foi


conflitos de classe estar
parecem
"standard"
fundamentada na sua vasta
ligados diretamente ao pes-

sobre a história social do


de vida das classes mais humil- quisa

mundo trabalhista, ou apenas uma


des, ou sejam as classes obreiras

opinião doutrinária do momento»


na agricultura e na indústria. O

À vista
mestre de economia do trabalho primeira parece precisa-

mente acontecer o contrário. O


Selig Perlman, da universidade

descontentamento tem surgido


de Wisconsin, nos Estados Uni-

com a situação das cias-


dos, mantém, na sua teoria do de- precária

ses trabalhadoras, mas estas só


senvolvimento trabalhista daquêle

se têm feito articular vêem


uma das razões mais for- quando
país, que

a sua situação será melho-


tes não se tivessem dado que
para que

rada* Outro exemplo tem indi~


conflitos de ordem
política pelas

cado as manifestações
classes trabalhadoras tem sido o para
que

reivindicações na forma de
fato de os trabalhadores ame- garan-
que

tias econômicas surgem


de precisa*-
ricanos têm tido oportunidades

mente as condições das


melhorar constantemente o seu ní- quando

classes trabalhistas estão melho-


vel de vida, e têm tido oportuni-

rando, em conseqüência da me-


dade os filhos dos trabalhadores

lhoria nas condições da atividade


mais humildes de ascender às
po-

econômica em Os conflitos
sições mais eminentes na escala geral.

surgem a
econômica, industrial e precisamente porque
política,

melhoria das classes trabalhado-


intelectual»
(2)*

ras se revela numa das


proporção

Alguns mestres, como Harry às cias-


mais diminutas em relação

"stan-

Millis, hoje do Natio- ses mais favorecidas* O


presidente

Labor Relations Board dos dard" de vida das classes traba-


nal

Estados Unidos catedrático apo- lhadoras se não limita exclusi-


e

Economia do Traba- vãmente às remunerações mone-


sentado de

tárias as mesmas recebem,


lho da universidade de Chicago,
que
"stan-

uma vez o mas também à oportunidade


afirma que
que, que

vida das classes traba- estas e seus filhos,


dard" de principalmente,

subir na esfera so-


lhadoras se encontra no as- desfrutam
grau para

constante, ciai, através da educação secundá-


cendente e
progressivo

ria superior, exercer


o impulso alterações e podendo
popular para

e discriminação as várias
nos fundamentos econômicos sem pro-

liberais e de ordem exe-


tende a ser insignifican- fissões
políticos

nos ramos de atividade in-


te, e só a renda real dês- cutiva
quando

e comercial. Precisamente
tes se encontra diminuindo» dustrial
grupos

revolta ten- um dos métodos determinar


o descontentamento e para

Selig The theory of tte labor movement,


(2) Perlman,

41#
(3) Opssit, p.

F. 4
118.728
" •
<;

POLÍTICA
CULTURA
50

dentro em
Talvez pouco
mente.
de um
povo
econômico
o
progresso
cias- as organizações governamentais
as
até ponto
é analisar que
em encontrar
interessadas
econômi- estejam
favorecidas
ses menos
adequadas
a sua e ocupações
melhorar empregos
camente puderam
na agrieul-
vestuário os trabalhadores
habitação, para
alimentação,
Precisarão es-
Clarck na indústria.
tura e
O
c confôrto. professor

as atividades
estudo tas de saber quais
num que
da Inglaterra,
(4)
os trabalhado-
em
refere-se que
recentemente, principais
publicou neces-
e são
do res se ocupam que.
êste aspecto
a
precisamente trabalhado-
número de
êle, fi- sárias, que
como
indicando
problema, nos diferen-
res estão empregados
chegar a
pro-
lho de mineiro, pôde
atividade e quan-
tes ramos de que
Êste
uma universidade.
fessor de em
seria necessária
tidade mais
mais in-
ser o
método não
poderia realmente
' àquêle
que
proporção
o standard
estudar
dicado para de
as
existe, quais quantidades
tal-
caso constitue
vida. Êste
de ser
trabalhadores que podem
à regra,
exceção
vez uma
grande o
um local
de para
transferidos
não
dos mineiros
a maioria
pois de
suprir deficiências
os outro,
filhos para
a seus
pôde proporcionar áreas e
em certas
trabalhadores
uma edu-
meios necessários para
em ou-
número excedido
aliviar o
Mas
dêsse mestre.
como a
cação
nas ativida-
em tras,
levado principalmente
ser
o exemplo poderá
"stan- somente em
des funcionam
do que
conta na determinação
ano. Natural-
estações do
certas
êsse fato,
de vida, que
dard" pois
saber don-
será necessário
mente
ex-
Inglaterra constitua
talvez na
fa-
vêm os trabalhadores, que
a re- de
Unidos é
nos Estados
ceção,
antigos lugares.
ziam nos seus
de
do standard
O escopo
gra. do for-
nas tendências
Alterações
não se contentará
vida no futuro
e sua
de trabalhadores
necimento
bem o trabalha*
com alimentar
o efeito de
ser
de realçar procura poderão
estudos terão
dor. Os
sistema agrícola
modificações no
na
classe trabalhadora
a da
parte ou
certa área
industrial numa
ou
dos seus
e a
proporção
produção mo-
seriam os
localidade. Quais
da sua indústria
salários na renda

dessas transformações?
tivos
em
em face da economia geral.
e
elas as condições
Como afetarão
de cada estudo
A pois,
pesquisa,
e como se
ou industriais
agrícolas
com
contentar-se
não
procurará
situação dos traba-
modificará a
do ope-
a alimentação
saber qual
sôbre o tra-
lhadores? Os estudos
de
rário- A análise das condições

deverão abran*
balhador agrícola
vida dos trabalhadores poderá

exceto os
todas as classes,
interpretar elementos ger
colher e que

os trabalhadores
da eco- proprietários»
a compreensão
permitam
A
empregados e desempregados.
economia indus-
nomia rural e da

relacionada com
colabora- da
trial, facilitem uma parte pesquisa
que

recrutamento e abastecimento
à dês- o
de auxílio
ção população

visa
dos trabalhadores agrícolas
tes do
por parte govêrno
grupos

hierarquias ca-
classificar as por
e meios principal-
pelos privados

— Income and capital otitlaw.


Clarck
(4)
ECONÔMICOS E SOCIAIS 51
PROBLEMAS

úl- é de importân-
tegoria de trabalhadores. Esta
prietários grande

indicará a for- cia. O método mais eficaz de-


tima classificação para

fornecimento dos tra~ monstrar a relação entre o sis-


ma como o

diminuído sis- tema de e fazendeiros


balhadores é parceria
pelo
"parceria"

e arrenda- é comparar o nú-


tema de proprietários

mero de cada milhar em-


mento e tendências (1.000)
para possuir
"sítios",

A de- e remunerado na agri~


fazendas, pregado
pesquisa

dados sôbre a cultura, trabalhadores» colonos,


verá ter bastantes

os au- e trabalhadores
expliquem parceiros proprie~
população, que

trabalhadores agríco- tários, em recenseamentos dife-


mentos dos

e migrações, rentes cada área ou Estado.


Ias, nascimentos para
por

óbito e Existem várias complicações na


e as falhas causadas
por

elaboração de tais tabelas. Pri-


migração, realçando a análise de

meiro, os recenseamentos no Bra-


cada caso individual, indi-
para

na sil, recentes, talvez não


car como estas alterações possuis-
po-

sem dados suficientes elabo-


afetam o para
pulação problema*

rar uma tabela adequada. A se-

Êste adquire maior


problema
dificuldade surge em rela-
gunda

significação à medida
que pro- mulheres e
à contagem de
ção

saber são real-


curarmos trabalhadores efe-
quais crianças como

mente os trabalhadores rurais e das estações.


ti vos, e às alterações

atuais, o seu nú- Uma melhor comparação seria em


industriais
qual

têrmos de trabalhadores atual-


numa determinada área, re-
mero

mente empregados com menos de


indústria, as modi-
ou
gião quais

21 anos, apesar de êste


processo
ficações e alterações se estão
que

oferecer dificuldades na
As respostas a êstes grandes
ali operando.

de dados, al-
interpretação pelas
estudos tornam-se deveras neces-

vários de ida-
terações em
ordinà- grupos
sárias» A área estudada

de empregados no recenseamento.
riamente liga-se a um estado ou

uma cuja ope-


população A no traba-
parte
parte qualitativa

rária é relativamente homogênea


lhador agrícola é outro
problema

relação às condições de tra-


em
na Esta
de importância
pesquisa-

balho e às características da
po-
as ine-
abrange
parte qualidades

Se o caso estudado
pu-
pulação. família, fa-
rentes tradição de
por
considerado como típico
der ser
tores êstes contribuem
que para

maior região, os resultados


duma
administração. O
melhor proces-

maior significação. Nos tra-


terão
aqui é envolvido é
so social
que
agrícolas existem ou-
balhadores
ordinàriamente estru~
chamado

será neces- "social


tras distinções,
que
social stratifica-
tura

em mente. Em certos nú-


sário ter
diferenças de
tiori', motivada
por

classificadas como
cleos pessoas As famí-
raças e nacionalidades.

ou são
arrendadores parceiros
tendem a formar com
lias ricas

trabalhadores agríco-
exatamente
êste de
maior freqüência
processo

os recebem
Ias comuns, quais
estruturas sociais.

uma do
como remuneração parte

mesmo analisado
Êste processo,
O
êstes problema
que produzem.

vista oposto, re-


dum de
e de fazendeiros ponto
de pro-
parceria
• -Ir

POLÍTICA
CULTURA

52

o
com
relacionadas
e habilidade
dc niobiU^de
o conceito
presenta trabalho;
. Este
- mobdtty
social
social comunida-
da
— da estrutura
de uma 4
de movimento
das facili-
processo de vista
de, do
é estudado por ponto
a outra
classe para esta
encorajamento que
social e
de dades
seu conceito
no
Sorokin de mobili-
às três formas
os economistas oferece
ao que
mobility,
em dades;
de salarios
na teoria
chamam,
de se movi-
de n
— do
dos conceitos, 5 processo
têrmos
outro.
. O um nível para
problema de
mentar
competing groupos

rural sera
do trabalhador
de oferta do indivíduo,
de vista
Do
so- ponto
de mobilidade
a
tendem
principalmente fatores
três os que
são
suas "estatutos
plantações relati-
ciai abrangendo
os
lu- determinar
de lugares para
de operários sua posi-
determinarão
vos,
fazendas que
das
tais como
duma
gares, agrícola
na estrutura
cão
urba-
ou ocupações
aldeias, sua
para localidade:
determinada
^e"'
ou vice-versa. sua ne-
nas, real»
habilidade
ligência,

o seu
mais pre-
na biológica,
mobilidade pesquisa rança
Esta
sua ca-
e científico,
técnico
três categorias: paro
adquire
apren-
de adaptação,
paridade
das das-
e exer-
— transplantação- novos
dendo processos

opor- as
melhores
criteriosos;
ses para
pobres cendo julgamentos
ru-
trabalhadores crenças, aspi-
dos
tunidades atitudes, ambições,

ao êxito
visões relativas
rais: e
rações

na sua co-
agríco- e
trabalhadores suas atividades
— dos nas

na hie** seu tempera--


ao
melhor categoria munidade,
Ias juntas
para
e caráter;

rarquia agrícola; mento, personalidade

do indivíduo,
agrícola externa
para a cultura
do trabalho

sociais e
psi-
nem sempre econômicos,
fatores
ocupações,
outras
de
do controle
além
migração. cológicos,
acompanhadas por

o possa
va- . indivíduo, qual
de
de qualquer
problema prestigio
e êxi-
ou e facilitar progresso
às limitar
está ligado posições
lores
êle é mem-
um A família da
to- qual
torna-se
ocupações, e
portanto
como com-
é aqui considerada
do bro
importante problema*
elemento
a êle.
estranhaf
pletamente
exi-
desta natureza
Um
projeto
são conside-
três fatores
Êstes
análise seguinte:
a
girá
O último,
rados independentes.
e
— dos requisitos principais
a es-
fatores determina
de
classe ou ca- grupo
de cada
individuais
ocupacio-
do
trutura grupo
agrícola, geral
do trabalhador
tegoria
dois estabelecem
nal, os
de alcançar primeiros
e método
preferências

fatores relacionados principal'-


os
o trabalhador agrícola:

o indiví-
com o êxito
e mente que
recursos financeiros
— dos

relação às outras
duo alcança em
o traba-
materiais exigidos para

em atividades
ocupadas
lho; pessoas

local e ao
no mesmo
idênticas
existentes
— das diferenças

mesmo tempo.
indivíduos, na
entre os qualidade
53
E SOCIAIS
PROBLEMAS ECONÔMICOS

existido uma
sempre tem
uma vasta comum,
Apesar de existir

sociais
de hierarquias
e testes
de pirâmide
processos
quantidade
indústria e
obreiras da
inteligência e nas classes
aptidão, vocação,
de

certos momen-
Em
são aquê- da agricultura.
personalidade, poucos

existido interêsse pela


aos tra- tos tem
se aplicar
les podem
que
de novas
maioria de abertura
agrícolas. A
balhadores pioneira

e a
áreas de cultivação, preferên-
métodos desenvolvidos
daqueles
vida urba-
da vida rural
às classes cia pela
aplicada
tem sido
de
Com o desenvolvimento
e industriais. na.
urbanas
obreiras

tem existido
indústrias,
de habili' certas
Além dos
predicados

de o trabalhador
na de- uma tendência
natural do indivíduo
dade
as zonas
agrícola emigrar para
social
da sua
terminação posição
apesar
industrializadas,
rural, exis- urbanas
na vida
e econômica
rural
no Brasil a
da sua de população
também os atributos
tem

em maior
ainda pro-
É comum afirmar* predominar
personalidade.
indus-
sôbre a
e população
em porção
se a agricultura geral
que
condições eco-
trial. As
especificas precárias
em certas ocupações

núcleos agrí-
nômicas em certos
e a selecionar
tende a desenvolver
na ati-
têm tido repercussão
colas
com certas
indivíduos qualidades.
dos trabalhado-
tude e aspirações
importân-
Apesar da sua
grande
cada vez
rurais. Torna-se
dados ci- res
não existem ainda
cia,

recrutar trabalhadores
rnais difícil
êste aspec-
analisar
entificos para
trabalhos nos
das cidades para
Igualmente im-
to do
problema.
é
ainda mesmo quando
campos,
da ati-
é a determinação
portante a re-
fàcilmente demonstrável que
agrícola em
tude do trabalhador
são maio-
e o bem-estar
munerção
à sua
ao seu trabalho, po-
relação
agrícolas do
res nas zonas que
seus e
na vida e planos pro-
sição

nas cidades.
atitude de to-
Mais ainda, a
jetos.
à da
produção
comu- Quanto parte
membros da
dos os outros
cst3
do trabalhador»
aos trabalha- quantitativa
em relação
nidade
ligada à
encontra diretamente
igual" se
agrícolas torna-se
dores
e à eco-
agrícola
ainda administração
Estudos
mente importante.
na indústria.
nomia de
com produção,
relacionados 4
mais concretos,
de
do standard
são es- O
culturais, problema
sociais e
fatores
no
vida dependerá grandemente
uma compreensão
senciais para
do
contas da
operam no final de produção
se
das alterações quá

relação da sua
da e da
de trabalhadores trabalhador
fornecimento

os restantes
e com
e as
comunidade possibilidades produtividade

A eficiência
as modificações que fatores de
especialmente produção.

ser ex-
no futuro* trabalhador pode
irão surgir do fator

tão ex-
não serem têrmos de
Apesar de em produção
pressada
ante* ho-
como o ou
problema hora de trabalho,
pressivajs física
por

dos trabalha-
a mobilidade do trabalhador,
rior,
ras de
produção
e a
e da indústria
de campo tone-
dores de (
"estrutura unidade produção
so- por "bushel"
com a
sua relação ou

lada, saco, quilo,


estas cias-
ciai" estabelecida por
de cem qui-
ou
quantidade
seus respectivos quintal
dentro dos
ses
POLÍTICA
CULTURA

54

as
é determinar
a condições preciso
de interêsse para
são
campos e
entre a
produção
conhecimento proporções
é de
Como
pesquisa. fatores
de produ-
ser expres- por quantidade
los). Também poderá
conta as eco-
levar em
zidos, sem
valor da
têrmos de quan- "combinados
sada em
destes (5).
nomias
de trabalhado-
ou número
tidade
comum a impressão
É vêzes
de sua por
do valor produção.
res ou
e a es-
fáceis o cálculo
isola- de são
si que
fator trabalhador, por
O
da
da eficiência produ-
signifi- timativa
não tem
damente. grande

si dos trabalhadores, principal-


o operário por ção
cação, porque
agrícolas»
de mente dos produtos
e terá
fabricar
só não
poderá
do açúcar
o café, a cana
de tais como
outros fatores
dos
servir-se
nos Estados
Brasil e o trigo
no
maquinismo,
(terreno,
produção
são êstes os
Unidos» pro-
vapor ou elétrica, pois que
energia a
adubo,
colheitas dos
nas
dutos
cuja principais
e alimento), percenta-
gado,

fator tra- respectivos países.


do
ou coeficiente
gem
várias são as di-
aos outros Na realidade
em relação
balhador

efi- na cons-
de
o ficuldades prevalentes
fatores determina grau

da eficiência,
No sentido e estudo
na trução
ciência produção*

é casos se terá
de eficiência em muitos
conceito sendo
técnico, o que

em vez de
do traba- à estimativa,
da eficiência de recorrer
o. medida

fato é devido
da reais. Êste
a combinação quanti- valores
lhador e

e mais de um
trabalhador ao cultivo de produto
dade pelo
produzida

e os trabalhadores
unidades dos numa fazenda,
tôdas as outras
de

vários
com- são distribuídos pro-
fatores de pelos
outros produção,

forma mais com-


do tra- dutos, na sua
cada unidade
binadas por

agrícola. A
balhador quantidade plexa.

torna-se o no entanto
outros elementos O poderá
dos problema

variação da efi- forma seguinte:


fator na ser estudado na
principal

do trabalha*
ciência do emprêgo
entre os ti-
A) Comparações

do emprêgo do
dor. A eficiência
fazenda. Em têr-
de áreas de
pos
depende em
trabalhador grande
e
mos de coeficientes proporções
dos outros
escala das
quantidades
os cul-
do valor de todos
produtos
de aplicados
elementos produção
de ho-
tivados com a
fator traba- quantidade
conjunto com o
em

O deve
ras de trabalho. produto
Alguns dêstes coeficien-
lhador.

têrmos de valores
ser expresso em
ser designados como
tes
podem
esta é a única
nominais, visto
no de combina- que
produzindo ponto
"mínimo
base em os vários
custo", ou de que produtos
de
ção
"renda
e seus res-
ser combinados
da máximãO podem
produção

valores comparados» Os
desta não pectivos
escopo pesquisa per-

deveriam ser em-


mesmos
mite entrar no estudo destas preços
pro-

as várias áreas
esta pregados para
pois que parte per-
porções,

os devem ser
aos estudos dos custos da comparadas,
tence preços

Os resul-
não à eficiência do as médias
e ponderadas.
produção

serão afetados se
sendo nestas tados também
trabalhador, que
<*

N. Y. 1929, caps. VI c VII.


Blach and Black Prodution Organization
(5)
SOCIAIS ss
PROBLEMAS ECONÔMICOS E

entre o cul-
(orem feitos se confundem produto
os ajustamentos para

organizações, de-
ano tivado e outras
alterações nos de
preços para

dos tra-*
outra. certo afeta a
ano, ou de uma safra quantidade
para

empregados. O
balhadores grau
nos sistemas
B) Comparações
a do
de mecanização e
qualidade
na totalidade. O
de fazenda pro-
ser
trabalho também precisam

é o mesmo o
cesso de análise que
As diferenças de
considerados.

com exceção de
método anterior,
outros fatores físicos
clima, solo e

se aplica às fazendas
êste que
que nesta ordem
devem ser incluídas

especiais de cul-
exercem sistemas
de estudos.

tivo.
à forma e de
Quanto qualidade

C) Comparação entre hora


produ- os salários
remuneração, por

enter-
tos individuais ("Farm assim como
variam na agricultura,

região re-
prise"). na indústria, de para

serão alcan-
Êstes resultados atividade econô-
e de uma
gião

os dados de ho-
obtendo-se O objetivo da
çados mica a outra.
para

input separada-
ras de trabalho
estudar êste
pro-
pesquisa para
os re-
mente cada
para produção;
focalizar os
blema deverá quais
em têr-
serão compilados
sultados
estas
fatores contribuem para
em que
mos de quantitativa
produção
região e
variações de região
por
dos fato-
função das
quantidades
indústria. Ê sig-
de indústria para
dos empregados.
res da "as-
produção
"<out mente
nificante ter em que
inputs'\ Um
and pro-
put "correlação
de fato-
iso- sociação" e
só ser estudado
duto poderá "causalidade

res não iildicam


da fa-
ou os
ladamente, produtos
existir rela-
Apesar de possa
estudados simul- que
zenda ser
podem
destes fatores,
e causação po-
se- ção
tâneamente. A discussão que

a
ou derá não existir
um só propriamente
presume produto
gue
efeito. Alguns
de causa e
única de relação
forma de organização

a uniformi-
mestres mantêm
que
vez. Se a comparação por
cada

determina uni-
da natureza
tipo dade
organização é realizada
por

efeito. Mas
de causa e
a combinação formidade
área de fazenda,
de

correlação são
o se mede
mais comum pela
do estabelecimento que
"cO'variações".
causa o efei-
e não
uma certa ãrea difere
dentro de

analisa e des-
to. A correlação
da combina-
em vários
graus
não a re-
e
creve as co-variações
em outras áreas.
encontrada
ção
Sôbre os
causa e efeito.
ser lação de
O tipo da produção poderá

variáveis na
área elementos pesquisa,
intensivo numa
muito mais

as
' tivermos assegurado que
das se iâ
em outras, dependendo
do
que
existindo
relações de co-variaçoes,
cultivação do
condições de pro-
no fu-
continuarão
no
se êste é o passado,
duto produto
plantado,
as
devemos demonstrar que
turo,
apenas uma
ou ocupa po-
principal
natureza de causa
são de
relações
De fato» o
sição secundária* pro-
também dc
assim como
c efeito,
complementar
blema de
produção "co-variaçõesM
-
(6).
ou relações
ou suplementar, que

Agrictdturc Economics.
Proadure in
Methods and
(6) Researh
POLÍTICA

Jg CULTURA

trabalho co-
contratos de
os
?•?!?;,?= eprá necessária para minar

a forma em
e
• relação a
jUa e— lima de muns, quantidade

dêstes trabalha-
e, que a supervisão
entre cias,
efeito existe
causai
a experiência
é realizada,
é o fator cau- dores
se não existir, qual
os vários mé-
com
dos fazendeiros
correlação.
sal
sai responsável
resinsávél pela todos
interêsse dos
estimular o
de

de to- sçus
mais significante forma de
O fator e a
trabalhadores

às varia*- compensação
ligados esfôrço. É
os fatores seu
dos
pelo

e indus- importante
salários rurais obter a opi-
nos neste caso
ções

de ati- nião
e ramo
área por dos trabalhadores
triais, por conjunta

é a
vidade econômica, proporção £ determinar
empregadores para

indústria &
total na das re-
da de orientação
população maneira

de tra- jaÇ5es
e o número os em-
na agricultura trabalho entre
do

ocupados pregac[os
realmente Outro
balhadores e empregadores.

aSpect0
destas atividades
em cada uma relacionasse
da
pesquisa

recursos de
relação aos pro- a em
a sua c comodidades
£orma

certas g
determinados por é
dução dos trabalhadores
renda

e unida- emprCgada.
áreas de cultivação por da
Esta pesqui-
parte

indústria ou, ga
na
des determinar
produtoras é importante para

uma
melhor ainda, por percenta- comparativamente entre vários

as diferenças upos
reconhece rurais e
gem que dc trabalhadores

as dite- industria}S
devidas seguin-
na situação das
produtividade, a

ch- teg
renças de terreno, dispên-
qualidade, relação ao
cjasscs> em

de das
etc- Estas comparações
ma, rendas:
suas respectivas

neces-
áreas são absolutamente

- trabalhadores ru-
os vários
O valor bruto da
sáriag. produção 1

e suas famílias;
agrícola serve rais
trabalhador
pelo
^ em dite-
os trabalhadores
existente 2
como o melhor
processo

áreas;
oara êste aênero de atividade. rentes

... 3 — trabalhadores rurais


, os

sô re as con íçoes ^
As
pesquisas entre as das-
idênticos
grupos
ser orienta- ses
de trabalho poderão
dos trabalhadores das várias

maneira a dados indtjstrias;


das de permitir

indi- 4
de
pessoas ^ agrícolas
particularizados os trabalhadores

com os ^
vidualmente; entrevistas
várias classes rurais fa-
(o

sobre as suas aüvi- zendeiro


trabalhadores
e os rendei-
proprietário,

fora das horas de trabalho, ^


dades
alugatários e os
parceiros)»

dêstes, nas
e sôbre a
participação

Vários especialistas na
realizações da comunidade. pesquisa

as condições de vida das fa-


deverá obter informa- sôbre
pesquisa

mo- mílias rurais reconhecem a neces-


sôbre a falta ao trabalho
ções

de uma classificação de fa-


doença, consultas mé- sidade
tivado
por

indivíduos em bases ló-


aspecto é ó estudo de mílias ou
dicas; outro

apti- gicas, objetivas. Isto é necessário


vários trabalhos e estudo de

à outro antes estudos de dispêndios


dões e sua reação fadiga;
que

trabalhadores rurais
importante relacionado dos possam
problema
ECONÔMICOS E SOCIAIS 57
PROBLEMAS

de viver e ate certo


tema comum
alguns resultados pro-
produzir

mantém despesas muito se-


avultado número
veitosos, dado o ponto

Estas despesas deve-


e classes do melhantes.
de tipos dc categorias

como é cos-
riam ser classificadas
rural seja
trabalhador que pre-

tume, em estudos de dispêndios


os dispêndios do
ciso distinguir:

familias rurais. Êste estudo


vive das
rural solteiro,
trabalhador que

realizado feito
seu será melhor
família do em*- quando
como da
parte

de visita direta aos


tipo de empre- processo
mesmo pelo
pregador;

aos lugares onde


trabalhadores e
vive só, sua
gado que preparando

trabalham. É
êstes vivem e quasi
os trabalha"
alimentação;
própria

impossível recorrer a
vivem em hospedarias qualquer
dores
que

arquivo ou registo,
fazendo forma de por
das fazendas,
coletivas

mais modesto seja,


os empre- que preparado
refeições com
as suas

sóbre os seus
trabalhadores
os trabalhadores pelos
subalternos;
gos

obtêm dispêndios.
com famílias, que
casados,

de hortas e ai" a
da sua renda relaciona-se com
O estudo
parte

Nos es-
cabeças de a dinheiro,
gado. de salários
gumas distribuição

indivíduos, as distinções
tudos de na competi-
e o realce será
posto

entre homens e
devem ser feitas as eco-
dispêndios e
entre os
ção

menores e adultos»
mulheres, deverá ser
nomias. Uma tentativa

estudos são realizados


Quando os
o coeficiente
feita em determinar

família, as neces-
de
por grupos das economias,
de acumulação

relativas dos elementos


sidades sobras.
existam algumas
caso

femininos e crianças
masculinos, es-
o da
Quando pesquisa
projeto

devem ser consideradas*


o lugar de
a alcançar
tiver
prestes

mui-
igualmente dos dados, existem
Outra classificação análises

o investigador
ser feita de tos
importante deveria que
problemas

Um dos
os métodos de deverá encarar. processos
acordo com paga*

é estudar as
tais como: sa- mais comuns propor-
mentos de salários,

são
totais
sem comida: diária, das despesas que
lários diários ções

itens
em em diferentes
dinheiro e o restante despendidas
a
parte
ou do
ou da família
salário mensal do orçamento
casa e comida:

individual, quando
sòmente a dinheiro; trabalhador
anual paga-

níveis
diferentes
em comida, êstes
mento dividido partes, possuírem

fatores serão:
horta e renda. Outros
adubos, alimentos, de
casa,

alqueire educação, parentes, grau


idade,
pagamento por
pastagem;
atividades da
nas
semelhante sem de
ou outra unidade participação

de ocupação
ou- comunidade e
sem casa ou planos
comida, qualquer
da
o futuro. A
não seja de proporção
tra compensação que para

deverá
de economias
salário a di- acumulação
caráter monetário;

tão cuidadosamente
outras compensações. ser analisada
nheiro, mais

os dispêndios.
como

importante a
o fator
No entanto

razoável do estudo
Um
em plano
ser aqui considerado qualquer

áreas repre-
aos seria selecionar que
refere-se
destas classificações

número de condi-
sentam o maior
estão vivendo jun-
indivíduos que
levando em con-
sis- num estado,
mantém um ções
tos- Êsse
grupo
CULTURA POLÍTICA
48

rural, recrea-
da familia
educação
do fazendeiro,
ta a
prosperidade
habitação e con-
condições de
fazenda, nacionalidade, ção,
tipo da
A de-
dições sanitárias. pesquisa
com os tra-
comparações
preparo,
certas áreas
verá realçar grandes
urbanos, principal-
balhadores
agrícola,
de cultivação
indústrias. e
aquêles das pequenas
mente com

de trabalha-
áreas dependem
signifi- que
Isto seria especialmente

áreas em a
dores migratórios, que
de vista do coe-
cante sob o
ponto
é a única
do fazendeiro
de eco- família
ficiente de
percentagem
áreas
fonte de trabalhadores, que
hora e or-
nomias de por
ganhos
o traba-
vida dominam exclusivamente
alimentação e
de
çamentos
nacional e
lhador ali domiciliado,
Os es*
família e indivíduos.
em
de-
Estas
os fa- estrangeiro. pesquisas
entre
tudos de comparação

número de crianças
vem realçar o
e donos
zendeiros proprietários
várias idades,
atividades empregadas por
das várias
dirigentes

da criança,
raça e nacionalidade
e os trabalhadores po-
industriais

dos se-
econômica pais,
atenção es-
dedicar a sua posição
deriam

arrendatários
as fazendas mar- proprietários,
jam
pecialmente para
co-
ou trabalhadores
unidades industriais parceiros
e as
ginais
estão trabalhan-
nos ní- muns, quem
marginais, funcionam para
que
os de
os ou
do, pais para
veis mais baixos para
possíveis*

de dias de trabalho
fora» número

Se o trabalho é excessivamente
safra e horas
estação ou por
por
ou safra, as despe-
ocasional
por traba-
e categorias de
dia, tipos

os tra-
sas durante os que
períodos den-
realizados crianças
lhos por
sendo e
balhadores estão
pagos, o
de cada safra, até
tro que ponto

estão vagos, ser


podem
quando a escola e
trabalho interfere com

assim como também


comparadas,
das crianças, acidentes
educação

e a maneira de vida
as condições
no trabalho,
e moléstias contraídas

dos trabalhadores solteiros


quan-
e o de
a sua natureza grau gravi-

desempregados. Igualmente
do

dade e invalidez
que proporcio-

deveria ser estudada aquela


parte
nam, repercussões na
personali-

do orçamento despendida
para
da criança e sua capacidade
dade

viajar, no deslocamento dos tra-

no futuro, atitude do
de trabalho

balhadores de um lugar ou-


para
e comunidade, condi-
ambiente

tro.
criança e da fa-
de vida da
ções
"standards",
As sôbre as condi-
pesquisas mília, percentagem

de trabalho de menores na vida so-


ções de alfabetizados dos
pais,

indústria e na agricultura, física de tra-


princi- ciai da comunidade

de crianças, são de
palmente gran- balho das crianças.

de importância sob o de vis-


ponto
A utilidade das sô~
pesquisas
ta de de legislação social,
política
bre as condições do trabalho de
facilidades
proporcionando para

menores fundamenta-se em dois

, conhecer as verdadeiras condições

de uma
como
de trabalho, os efeitos pontos: programa
que pode

econômica e social, como


na saúde, política
produzir proporcionan-
"trends"

do ao mesmo tempo bases base de comparação de


para

melhorar as condições de vida e tendências nas várias do


e partes
SOCIAIS 99
PROBLEMAS ECONÔMICOS E

ativi- ros industriais aumentam a


e nos vários ramos de e
pais

de crianças no traba-
Êstes estudos es-
dade econômica. quantidade

lho. Se tal é certo, de forma?


até certo a situa- que
clarecem ponto

e Como da família, sem salá-


atividades agrícolas
das parte
ção

de rio, ou como trabalhadores com


Indicam o
econômicas. grau

migrantes? Se a
dos fa- remuneração, ou
ou depressão
prosperidade

o sis- agrícola e industrial au-


e usineiros: com produção
zendeiros
"tenure"
menta, a e utilização do
de de procura
tema propriedades

menor tende a au-


de me- trabalhador
agrícolas» com o
processo

a não ser haja am-


da in- mentar, que
canização e comercialização

de maquinaria ou
Todos substituição
e da agricultura. pia
dústria

trabalhador adulto seja real-


relação com o o
fatores têm
êstes

barato. Alguns dêstes fe-


de tra- mente
bem-estar e as condições

estão-se operando agora


Ê necessário nômenos
balho das crianças-

indústria e na agricultura bra-


dos trabalha- na
as tendências
que
sôbre o lu-
sileira, e as
industriais sejam pesquisas
dores agrícolas e

trabalhador menor são de-


com do
e correlatadas gar
pesquisadas

econô- veras oportunas.


esses movimentos
todos

No momento não
micos e sociais. do de
Com a padrão
pesquisa

dados adequados para


existem dos ôr-
vida, surge o
problema

Ê ne-
analisar estas modificações.
trabalhadoras e
de classes
gãos
mesmos se façam
os
cessário que de
com funções
administrativos,
afim
repetição e freqüência,
com
os direitos
melhorar e negociar

estabelecer cer-
de se
que possam
leis. Os sindica-
Vá- garantidos pelas
e tendências.
tas comparações
estrutura e ati-
tos, a sua função,
de-
áreas bem diversificadas
rias

ser
área vidade propriamente
selecionadas precisam
veriam ser por

A aqui
definidos. poderá
cultivados e ma- pesquisa
e
pelos produtos
os mo-
determinar quais
O essencial é primeiro
nufaturados. que

têm contribuído para_o


vindo sen- tivos
localidades tem que
nessas

da sindicalização
número de retardamento
do empregado grande

rurais em com-
no dos trabalhadores
café, no açúcar»
crianças, no

doutras
com o
etc. progresso
no sal, no fumo, paração
mate,

fazendeiros,
classes e dos
próprios

o estudo analítico que a


Feito rurais e
as atividades qual
quais

coleta e compilação o de-


deve seguir a adequada
área mais para

tendo-se estabelecido sin-


dados, de organização
dos senvolvimento
"trend"
o sindi-
do estudos dalguns
a tendência para dical. Os

em certas tenham organizado,


de crianças se
trabalho catos que

e che-
fazer um dos diretores
necessário os relatórios
áreas, seria

sôbre a organi-
essas fes de
correlacionar pesquisas
esforço para
rurais,
dos trabalhadores
e alte- zação
com mudanças
alterações

constituir excelentes
tecnológicas deveriam
e
rações econômicas

histórico sôbre
O estudo
averiguar fontes*
Poder-se-á
mais amplas.

a organização
as tentativas para
de cer-
declínio nos
se há preços

rurais deveria
os dos trabalhadores
se, diminuir
tos para
produtos,
antes. Com-
ser realizado quanto
os fazendei-
custos da
produção,
POLÍTICA
CULTURA
60

os inquiri-
estar certos
Devem
seme-
com movimentos
parações visa
esta
dores locais pesquisa
tais como que
noutros países,
lhantes
fatuais permi-
indis- colher dados que
seriam
Unidos,
os Estados
forma de
a
cer- os salários,
tam saber
esclarecermos
para
pensáveis
o custo
a expe- os horários,
fatos e aproveitarmos
tos pagamento,

ou fa-
estudos deve- indivíduo por
alheia. Êstes vida
riência de por

organi- número de
das o
realçar a análise as economias,
riam milia,

o movi- e as orga-
têm iniciado os sindicatos
zaçôes que
parceiros,

como os trabalha*-
a forma os trabalhadores
mento, nizações a
que

têm sido tratados por


dores rurais filiados, etc.
rurais estão

e
organizadas
outras classes já
muitas informa-
Mas existem

sindicalizadas*

mais significan-
ainda muito
ções

Tôda a documentação per-


os dados quantitativos,
tes do
que
aspecto da
tencente a nu-
qualquer ter expressão
não
podem
que
sujeita à mais
deverá ser
de os ob-
pesquisa
mérica. A
possibilidade

crítica analítica possível,


segura e
da sua capacidade
ter depende

de
de eliminar a
afim prevalência no conví-
entrar
habilidade para

e de
paixões qualquer
do ele-
preconceitos e espontâneo
vio direto

indivíduo. Na
ou pesquisa
grupo
mento
pesquisado.
relatórios dos
indicando os
direta,

são as diferen-
as formas e os Outro
locais, problema
inquiridores

existem em
os dados e fundamentais que
obter
contrastes para ças

e em cada
da agrícola
espontaneidade cada atividade
relutância ou
a

inerentes e
Os fatores
os motivos indústria-
inquirida, que
pessoa
em cada
ambientais existentes
ter facilitar,
esta para
poderia

econômica con-
ramo de atividade
restringir e falsifi-
exagerar ou

certas di-
tribuem estabelecer
ser cuidado- para
car os dados, devem

econômico e
de caráter
ferenças
fazendo-se
samente explanados,

As diferenças geográficas
social.
dos mapas e
acompanhar quês-
Es-
de Estado
existem para
que
tionários preenchi-
prôpriamente
a sua re*.
exercem também
tado
sentir a
O inquiridor deverá
dos.
as suas influên-
e têm
percussão
respostas são
significação das que va-
Êstes fatores
cias na
pesquisa.
Deverá
dadas às suas ser
perguntas. no entanto
riáveis
precisam

alerta, sem ser impertinente, valores


estar Os seus
bem estudados.

o seu in- ou mone-


a confusão físicas
qualquer que em
quantidades

ter. Por isso de ser adequada-


pre- tárias carecem
quirido possa

e os seus resulta-
localizar rapidamente mente medidos
cisa qual-

É com esta ori-


confusão ou êrro nos dados dos correlatados.
quer

apro-
outros dados entação nos
e confrontá-los com que poderemos

é vêzes em-
frente do inquirido. O ximar daquilo por
na pesqui- que

se ter a verdadeira
munir-se de sem
sador local
precisa pregado

a expressão
inspire sim- significação do
certa confiança que
que
"realidade
brasileira" realmente
e camaradagem do seu in-
patia

exprime.
quirido.
sobre
Variaçdes povoamento

demográfica
e
política

DE OLIVEIRA
BENEVAL

de Geo-
de Cultura. Ex^professor
Do Instituto Brasileiro

e História da Civilização.
grafia

ocupar, fron-
espaços imensos
lançado nas por
estudo

teiras econômicas que precisam


revista, As
desta
páginas
fí-
diferenciações
NUM e ser deslocadas,
brasileiras
populações
não se es-
sicas e humanas que
tivemos
seus movimentos> (1)

em suma, um
tão breve,
rá- maecerão
de apreciar em
oportunidade
de
abundante
território imenso,
os deslo-
traços
principais
pidos clima-
com sua
regiões naturais
verifica-
camentos populacionais
florís-
seus revestimentos
mais tologia,
desde os tempos
dos no
país
de água, suas
ticos, seus divisores
colonização até
da nossa
recuados
e, sobretu-
variedades geológicas
bem como as cau-
os nossos dias,
eco-
variados recursos
do, seus
de exerceram
sas mais perto
que toma-
vital,
Problema
nômicos.
ainda conti-
influência ou
que

repetir, considerando que


mos a
êsses movi-
nuam a exercer sôbre

de importância
vez cresce
Es- cada
assim diante.
mentos e por
mundo e
no que,
a nossa
posição
hoje algumas questões
tudaremos
somos olhados
isso mesmo,
com o por
relacionadas povoamento,
e que
mais insistência por
com
constitue um
a nosso ver,
que, — mais inte-
com
não dizer?
da na-
dos mais sérios
problemas

e rêsse.
vital
Problema
cionalidade.

suscita uma em
esse, fala hoje povoamen-
complexo que Quem

e fa-
de considerações êstes dois
vultosa série estudar
to tem
que

de natureza geoló- se
conhecimentos o espaço que
tores capitais:

histórica, so-
etnográfica, elemento
e o
gica, nuclear
pretende
econômica
e sobretudo
ciológica dês-
sine
condições qua
humano,
vital, re-
Problema
c sanitária.

se nucleamento.
à frente
temos
porque
petimos,

"Cultura 1943
— de
In Política" Junho
(1)
CULTURA POLÍTICA
62

os conjuntos espar-
sul e
tremo
do homem
Ê a velha
questão
Em todos ês-
sos da Amazônia.

c do ambiente, questão prelimi-


a aglome-
ses espaços
de todos povoados
nar, de
ponto partida
constituem a
ração e a rarefação
Daí a ten-
sociais.
os
problemas
como tão bem
ci- regra, que,
e sobretudo pôsto
dência moderna,

Camille Vallaux
assinalou (2),
de todo espaço, para
entífica, que
Estado no a
não se admite qual
deve ser
ser habitado ou
povoado,

distribua igualmen-
se
suas mi- população
estudado em todas as

extensão. Po~
te em tôda a sua
Tarefa do engenheiro,
núcias.

observar ne-
dizer demos ainda que
vai
ou do que
geógrafo,

científico nor-
nhum
climáticas princípio
das
particularidades
colonial de
da teou a nossa
espaço, do relêvo, política
de um dado

terra, a não ser o


ter- ocupação da
da natureza do
hidrografia,

natural de certas
aproveitamento
reno ou da sua composição geo-

locais, baías, angras,


da sua animal condições
lógica, paisagem

ilhas, etc., bem como o aprovei-


vegetal, de todos os recursos
e

hidrovias e dos va-


tamento das
naturais ou, ainda, das obras
que

les como meios lógicos de


sejam de necessidade pene-
porventura

tração. Nem ser de outro


realizar. Feitas as observações podia

modo. A mentalidade
da zona ou das zonas de portugue-
povoa-

sa de ocupação visava tão sòmen-


mento, cumpre encarar o
proble-

te explorar a terra, usufruir vaij-


ma humano. Tarefa do sociólo-

tagens imediatas. Houve exce-


do ruralista, do médico, do
go,

Um exemplo ser dado


Todos esses, objetivan- ções. pode
político.

com a civilização açucareira na


do a seleção dos colonizadores,

mata nordestina e mesmo com a


darão então a baseados
palavra,

história, criação, em outros centros do


nos ensinamentos da da

economia, da etnografia, da me- O ouro foi uma descoberta


país.

dicina e o ciclo do café é recente. De


e da consiste
política que

em da conveniência do nu- outro lado, os recursos científicos


julgar

cleamento no espaço A ou no es- da época eram extremamente es-

B. Claro ao estadista cassos e incipientes, não havia


paço que

cabe supervisionar a uma tecnologia co-


planifica- propriamente

lonial e sim uma estratégia de


ção.

ocupação ou de exploração. E
Colocada a nestes ter-
questão

convenhamos, muita coisa se fêz


mos e olhando o nosso Bra-
para

sil, acaso. Se o descobri-


observamos logo: espaços por próprio

imensos ocupar ou mento do Brasil, Cabral, não


por e por
povoar

estão exigindo a adoção


que de foi obra do acaso, muito se apro-

modernos
científicos de
planos ximou disso...

povoamento ou de colonização;

O espaço em se ergueu a
em seguida, espaços que
conquis-

tados nossa bela capital só foi aprovei-


e não
povoados, só da orla

litorânea, como tado depois


dos do se teve notícia
platôs que

Brasil Central"f e Meridional, da invasão de aventureiros fran-

acrescentadas
as do
planícies ex- ceses. E assim mesmo, em
que

(2) Géogcaphie Sociale —


Le Sol et 1'ÊtaL
POVOAMENTO E POLÍTICA DEMOGRÁFICA fi

condições de topografia... O Rio O do nosso


ções. povoamento

de ser o é se fêz tal o conhece-


Janeiro, para que pais qual

atualmente, o deve constituir mos, e não nos cabe criticar as


que

motivo de orgulho to- soluções do estas


para passado, pois

dos os brasileiros, exigiu um es~ constituem ótimas experiências e

fôrço do agente hu- magníficos de apoio


gigantesco pontos para

mano à urbanização e hi- enfrentarmos os do


quanto problemas

sem deixemos de em demanda das melho-


gienização, que presente,

nos referir às dificuldades do res soluções se desenham


que pa-

abastecimento, a Baixada ra o futuro.


pois

até há era o
pouco pântano...

Para abastecer o Rio havia dois


A Marcha Oeste
para

meios: a estrada de ferro e o trá~

"Marcha
(ego marítimo. E ainda hoje,
A Oeste" é um
para

dificuldades... Pois as
quantas imperativo Ela
da nacionalidade.

coisas não mudaram muito.


tem uma significação
profunda*

São Paulo, assinala Pierre


na vida de um deseja
povo que

Monbeig, foi fundado em terre-


construir uma civilização
grande

nos impróprios a agricultu-


para na América do Sul. O caminho

ra. Não fôra a indústria... Há


o Oeste significa o alarga-
para

setenta anos atrás, São Paulo


mento da civilização nacional.

não de um burgo
passava pacato Decorre tão somente do
periferis-

de setenta mil almas. Coisas do


mo em nos encontramos, em
que

empirismo da época em mui-


que virtude das circunstâncias inelu-

ta coisa deu certo, mas nem


que táveis nortearam a nossa co-
que

sempre trouxe bons resultados.


lonização.

Pois não é difícil compreender

Assim, a Marcha Oeste


áreas bem favo- para
ao lado de
que,

em seu sentido lato significa va-


recidas circunstâncias am-
pelas

lorização da terra e valorização


bientes, outras inadequadas e
po-

do homem. Ela implica tôda uma


bres foram aproveitadas e ocupa-

seqüência de da mais
problemas
das, e a conseqüência é essas
que
alta significação material e moral.

áreas não se desenvolveram,


por

Problemas da escolha das melho-

fôrça da impossibilidade em
que
condicionadas aos fa-
res terras
ficaram os seus ocupantes de

tores climáticos e aos recursos

lutando contra a ingra-


progredir,
naturais, de saneamen-
problemas
tidão e as más condições de na-

to e de médica,
geografia proble-
tureza em tais espaços de
par-

mas de formação de colônias

cos recursos econômicos.

agrícolas, de assistência rural, de

incontes- de regime de traba-


É assente e
princípio propriedade,
44

uma lho, de assistência médica e so-


tável: o bem-estar de
po-

ciai, de educação, de abertura de


resulta,
pulação principalmente,

en- estradas, de transportes, de cons-


de um harmonioso equilíbrio

re- trução de cidades, de


tre o homem, o ambiente e os
pequenas

formação de centros de consumo,


cursos econômicos".

debate, dá um mundo de ações e


Encerremos êste
que grandioso

tantas obje- realizações demanda longa


sempre margem que
para
POLÍTICA
64 CULTURA

sugestões
técnica e uma soma acertado, pelas
preparação
recenseamento de
oferece o
de capitais. Progra- nos
gigantesca

vantagens dos re-


e
não ser executa- 1940, pelas
mas
que podem

do Tocantins e do
naturais
de uma só fincada, mas
dos que cursos

estudados, em
par-
o concurso das já
gerações Araguaia,
pedem
motivos de
e ainda
serem vencidas as etapas, te (3) por
para

nacional,
interesse prevalecendo
aradativamente
9

, ... teremos deixar


. critério, que
este
Assim, a Marcha Oes- «bolsõeg..
para
entre Goiaz c 0 São

~ScaMfeirà"c°°ea"de
teita a custa ae aven
«2: aprovejtamento
"5°
poradica, dos
das margens

turas ou de isolados con- h


planos
Graflde e Preto em demanda

cebidos ao acaso. Ela é uma mar- do

Tocantins)( c entre

cha coletiva e nacional, vagaro- Q

Q yalc do paraguai; 0

sa mas segura, e nao uma arran- . . ,


_
de menor extensão cons-

cada individualista ao sabor dos P«meiro

de etapadões revesüdos de

caprickosou das fantasias da tante

arenito cretáceo, de vegetaçao es-

cassa
® ^
e carrascais; o se-
pobre,

Feitas essas ressalvas, de- gundo, explorado,


que ainda
pouco

vem ser sempre consideradas, constante do vale do rio das Mor-

agora a estudar os ru- tes, Pa-


passemos de solo arenoso
(arenito

mos objetivar a Mar- recis calcáreos), con-


que podem e também

cha Oeste. forme Rêgo


para nos informa o eng.

componente de Ban-
Êsses rumos no sen- Freitas (4),
ser
podem

Anhanguera e teve a
tido latitudinal ou no sentido lon- deira que

cargo os estudos
isto é, no caso scu geológicos
gitudinal, primeiro

região, de vegetação tipo cer-


na direção S-N ou N-S, cortan- da

e matas ciliares ao longo dos


do o Brasil Céntral, Tocan- rado
pelo

ou ^os corixas; e ainda


tins ou Araguaia, ligando r*os parte
pelo

de Mato Grosso,
Pará ao Rio Grande do Sul, se- do planalto

aspec-
no extremo Oeste Terrenos que, pelo próprio
guindo-se

^a vegetação, mostram-se de
das áreas fronteiri- *°
povoamento

aproveitamento agrícola.
ças, com o Para- difícil
principalmente

e a Bolívia. No segundo Agora


guai bem, voltar às
cabe-nos

caso, na direção E-O, isto é, do considerações


sôbre o
povoamen-
litoral, em demanda das frontei- .
^ „
ocu'"«ao da Es» ta"
ras do Oeste, em faixas. Ainda 10,c ?""•

reP,ctimos' nao sc imP?c 30


uma terceira hipótese: o
povoa- rcfa'
*}a repousa suas bases
mento feito simultâneamente em acfso/

n°s desdobramentos
ambos os sentidos ou em linhas Princ,Pa»s
.

núcleos de irradiaçao so—


circulares tios ja

lidificados fõrça dos aglo~


pela

A o
preponderar caso, merados é,
primeiro e assim, obra do tem-

nos o mais viável


que parece po. Pois não se concebe, de for-

(3) Sao interessantes as observações feitas eng. Américo


pelo Barbosa de
Oliveira. Vide O Vale Tocantins*-*Araguaia.

"Revista
Relatório da Expedição Anhanguéra. Brasileira de Geo-
JV

, Abril de 1940.
prafia
POVOAMENTO
E POLÍTICA DEMOGRAFICA

ma alguma, a instalação
de nú- zona
nos municípios
pioneira, de

cleos humanos cm lugares ermos Concórdia,


Campos Novos e Ca-

e inadequados,
desprovidos
de com
çador, uma densidade de 10

estradas, distantes dos centros de a 25 Km2, Xapecó,


e área de

consumo e faltos de todos os re- 14.793 Km2, densidade de 3,02.

cursos. Assim, a solução nos


que O norte do Paraná em 1920 era

mais racional é
parece o desloca-
despovoado; apresenta
quasi hoje

mento saído dos de maior zonas


pontos de 10 a 25 Km2, nos
por
densidade, aproveitando-se
sem- municípios de Cornélio Procópio,

as melhores terras,
pre com a va- Cambará, Bandeirantes,
Jacarézi~
riedade dos seus recursos natu- nho, Ribeirão Claro, Tomasina*

rais.
lávora, Siqueira
Joaquim Cam-

Carlópolis;
O aproveitamento pos, de 5,01 a 10,
do Tocan-

nos municípios
tins ou do Araguaia, de Sertanópolis
em deman- e

São vindo
da do Pará, é sugerido, Jerônimo, em seguida
confor-

Londrina e Reserva,
me dissemos, uma densi-
já notícias do
pelas

dade mais fraca,


último recenseamento. ou seja de 2,51
Também

a 5 Km2.
o aproveitamento por O mesmo fenôme-
do Sul de Mato

no ocorreu no
Grosso, adotada a nossa oeste
paulista, on-
primeira

de diversos municípios,
hipótese. como Bi-

riguí, Cafelãndia, Marília, Glicê-

Rápidas apreciações rio, Ourinhos,


sobre o Chavantes, Ipaus-

recenseamento de 1940 sú, Bernardino


de Campos, Du-

artina e outros, alcançaram uma


O recenseamento de 1940,
pelo
densidade de 25 a 50 Km2,
conhecemos, por
pouco que apresen-
seguindo-se no mesmo oeste
tou realmente resultados pau-
bem sa-
lista municípios restantes, de 10
tisfatórios. Zonas em 1920
que
a 25 Km2. Minas Gerais
por au-
apresentavam fraquíssima densi-
mentou sua
população na zona
dade estão, agora, enriquecidas
do Triângulo, especialmente
nos
com notáveis aumentos de
popu-
municípios de Araguarí, Estréia
lação.

do Sul, Uberlândia, Indianópo-

Comecemos sul. A zona lis, Nova Ponte,


pelo Uberaba, Con-

do Rio Grande do Sul,


pioneira com uma densidade
quista, de 10

constituída hoje dos municípios de 25


a Km2,
por sem nos re-
que

Santa Rosa, Santo Ângelo, Iauí, firamos a outras zonas, como a

Palmeira, Carazinho, Sarandí, do rio Doce, não interessa


que

Bonifácio, Getúlio Vargas,


José o nosso caso. Do Triângulo,
para

há vinte e três anos se apre- atingindo-se


que Goiaz, vemos
a
que

sentava rarefeita, densidade de 5 teve um considerável


população

a 10, figura nos do ú!ti~ aumento,


gráficos em 1920 o sul dês-
pois

mo censo com uma densidade de se Estado apresentava uma den-

10 a 2d habs. Km2, scguin— siuade de 2,51


por a 5 habs. Km2
por

do a mesma média dos demais e hoje municípios como os de

municípios lhe ficam a sueste,


que Goiânia, Inhumas Anápolis
e

Passo Fundo, Cachoeira, etc. apresentam uma densidade de 10

Santa Catarina também viu au- a 25 Km2,


por seguindo-se ou-

mentada a sua na
população tros de menor densidade: Santa

118.728
F. 5
I
CULTURA

mais variadas
bojo as
em seu
Morrinhos,
Rita do Paranaíba,

e sociais •
causas econômicas
Ànicuns, Corum-
Buriti, Itaboraí,

5,01 a 10 habs. os estrei-


com dados
bá, Goiandira, Infelizmente,

Pires do não é
e Catalão, dêste estudo,
Km2, tos limites
por

Goiatuba, Pontali- na
Rio, Ipameri, determo-nos pesquisa
possível

Km2. Êstes fascinantes


de 2,5 a 5 tão
na» por dêstes fenômenos

são ,mais
ligeiros apontamentos
e envolventes.

a
suficientes para justificar
que assinalar
ainda
Compete-nos

S-N, apresentamos
direção que se
o aumento populacional
Tocantins ou que
a conquista do
para tôdas as áreas
verificou em
quasi
demanda do
Araguaia em
do
do Sul do
dos Estados país.

Pará.

de Mato Gros-
Também o sul e o
do campo
O
problema
onde
terras excelentes,
so, com da cidade
problema
de
os municípios
estão situados

Maracajú, Pon-
Campo Grande,
amigo fêz-me
vez, uma
Certa

Bela Vista, Dourados,


ta Porã,
Um cavalheiro
esta narrativa.

bem dizer vazio


1920 era a
cm terras cul-
desejava explorar
que
com uma den-
hoje se apresenta veio
C
tiváveis no oeste
paranaense
fraca, dada a
sidade (embora al-
aqui se deteve
ao Rio e por
1,05 a 2,50
da zona) de
extensão com
tempo. Impressionado
gum
é bem expres-
Km2, o
que di-
por da vagabundagem,
o
problema
indica, em futuro
sivo, pró-
pois braços
ligenciou conseguir para
maior,
ximo, um aproveitamento
as suas lavouras.
desenvolver
deslo-
hipótese de um
na possível
aqui e ali, conseguiu
Aliciando
o
de São Paulo
camento para
de indi-
arranjar um contingente

Oeste.
mostravam dispôs-
víduos se
que

a cidade campo»
também tos a trocar pelo
Outras zonas do
país

a tur-
o Dia da combinado,
aumentaram sua partida
população:

destino. Lá
sul da ma seguiu o seu
de Minas, a zona para
nordeste

distri-
Contas, talvez em chegando, o
Baía, rio de proprietário

dos colonos ter-


do cacau c buíu a cada um
virtude da influência

disse-lhes :
nordestino, ras e sementes e
da criação, o sertão
"Agora

Rio Gran- trabalhem aí e


Pernambuco, Paraíba, procurem

vida". Não lhes deu


Norte e vários municípios a
de do ganhar

e Sergipe dinheiro nem tão-pouco


cearenses. Alagoas provisões,

densidade, de espécie alguma. O


tiveram forte assistência
sempre

Estado on- é no dia seguinte a


mormente o resultado
primeiro, que

de 50 a 100 turma começou a debandar


de há municípios pro-

Km2. curando os caminhos


habs. ganhar que
por

iam aos morros sagrados da Ci-

Como se vê, material de sobra

dade Maravilhosa.

o levantamento de es-
existe
para

sôbre A história é curiosa e serve


tudos mais circunstanciados

êsses ilustrar os males da impro-


as causas motivaram
que para

muitos dêles visação. Sem rural, sem


acréscimos, preparo
provo-

migrações trazem assistência técnica de espécie al-


cados
por que
POVOAMENTO E POLÍTICA DEMOGRAFICA
S7

ou, o é
guma que sem as- mano é
pior, agravado uma
por gran-
sistência material capaz de ofere- de
praga que precisamos comba-

cer-lhes uma
garantia ter implacàvelmente,
para que sem cessar ;

se fixassem em novo ambiente a mortalidade infantil.


Quantas

não indivíduos
podiam urbaniza- vidas em floração são subtraídas

dos, desafeitos aos segredos do à vida nacional em virtude das

campo,
permanecer em condições condições
precárias do sertão ? A

inseguras,
tudo lhes fal- valorizaçao
quando do nosso capital hu-

tava a satisfação
para de tôdas mano é, neste caso, um imperativo

as suas necessidades.
de ordem nacional.

O O
vem problema do
que positivar de ma- povoamento é,

neira indiscutível então, um


a vida do problema de número e
que

um
campo problema de espaço.
requer
ambi-
preparação,

entaçao, e sobretudo educação e Quanto ao espaço o


govêrno
assistência. Bem
presente em brasileiro tem
procurado to-
por
nosso espírito o aca- dos os meios
quadro que ao seu alcance valo-

bamos de ilustrar, linhas acima, rizar as terras ocupadas, inver-

ficámos
pensando, associação tendo
por somas de
grandes capitais

de idéias, no drama dos nossos em obras de irrigação ou em obras

homens do campo, dos no de


que saneamento, liquidando lati-

sertão longínquo lutam com bra- fúndio improdutivos


e tomando

vura, arrostando as deficiências cutras


providências requeridas

da ingratidão do meio em vi-


que o caso.
para

vem, açoitados
endemias
pelas
Quanto ao número se nota

impiedosas, sem assistência mé-
perfeitamente o interêsse do Es-
dica, com numerosa,
prole viven-
tado
pelo problema da assistên-
do à custa de minguados rendi-
cia aos nossos trabalhadores
do
mentos a lavoura
que lhes
pro- campo. E, na medida do
possí-
Lemos outro >
porciona. dia uma
vel, a
planificação de núcleos
estatística nos impressionou
que
agrícolas ou mesmo agro-indus-
fortemente: dos 1.574 municí-
triais, onde os
(5) sertanejos
pos-
nacionais 404 não
pios contavam
sam ter habitação higiênica, ali-
médicos.
mentação adequada, educação

rural a
Ora nós para assistência mé-
sabemos homens prole,
que

dica, recursos e transportes


doentes, mal alimentados, fá-
mal re-

ceis, estradas, etc.


munerados têm naturalmente sua

capacidade sensivelmente dimi- Assim, o número,


problema

nuída. Trabalham apenas condizente


para ao homem, tem de ser

não morrer de fome. Ou então atacado sem solução de continuí-

naturalmente em
pensam emigrar dade. Outro aspecto nos
que pa-

outras zonas
para ofereçam rece de suma importância
que a
para

melhores condições de rentabili~ solução dos do campo


problemas

dade e assistência. De outro la- é, sem dúvida, a formação dos

do, o desperdício do capital hu- exércitos do trabalho, isto é, a

(5) Veja-se, exemplo, o núcleo


por agro-industrial de Itaparica,
planejado
ministro Apolônio Sales.
pelo
CULTURA POLÍTICA

retraído com
duo se mostre para
de la-
agremiação ou a seleção

familiares, e no
os seus deveres
de-
vradores especializados para

os egoís-
de meio da concorrência,
tarefas agrícolas,
terminadas

afloram inexo-
mos sempre
a batalha da quasi
maneira pro-
que

feita nos ràvelmente.


dução nacional seja

moldes mais eficientes


possíveis. lado, a cidade, com
De outro

modo temos de encantos


De os que proporciona,
qualquer

elementos favoráveis foco de atração


criar para constitue sempre

vida no campo seja a mais


a de tudo isso é a
que e o resultado

agradável e a mais lucrativa


pos- a superpopulação
tendência
para

sível, só assim
pois poderemos Apa-
detrimento do campo.
em

falar com segurança da fixação

o desemprêgo, recru-
rece então

homem ao solo, visto o


do que
irrompe a
desce a mendicância,

trabalhador rural contente e cheio

em todo o seu cortejo de


miséria
si mesmo não em eva-
de
pensará

crimes. Polícia e assis-


vícios e
dir-se os centros
para grandes

tência, hospitais e asilos,


urbanos, sempre artificiais para
quasi

atenuar tantos infortúnios.


e cosmopolitas.

não dos a solu-


Entretanto, somos Quer-nos que
que parecer

malsinam os urbanismos, são da cidade resi-


que do
ção problema

também necessários à vida do


de, em lugar, na solução
primeiro

Ademais, somos da cidade,


país. do campo. Por sua
do
problema

e nela vivemos, vocação


por pró-
vez, o campo não
pode prescindir

e fôrça das nossas ati-


pria por
da cidade, antes esta deve ser

vidades.

um daquele. A
prolongamento

O combatemos são os ur-


indústria, é for-
que
que geralmen\:

banismos faustosos e exagerados,


madora de cidades, tira suas ori-

artificiais e
parasitários, que po-
do campo. Por isso so-
gens
dem desencaminhar um dos
país
mos favoráveis aos urbanismos

seus verdadeiros destinos. Somos,

industriais, tão necessários ao en-


favoráveis aos urbanis-
portanto,

do nosso Brasil, e
mos moderados, saudáveis, areja- grandecimento

nunca aos urbanismos flutuantes,


dos, mas sem fachadas.
grandes

suntuosos e
parasitários.
A bem dizer, a vida de cida-

de, fôrça das circunstâncias, A não dei-


por propósito, queremos

é adversa à natalidade. xar de aludir a um artigo assi-»


Quem

habita um centro
grande precisa nado Assis Cha-
pelo jornalista

ter suficientes cons-


ganhos para teaubriand, intitulado Seed-Mo-

tituir família e educar a E


prole. ney. Nesse artigo, o articulista

isto, em meio ao turbilhão da ci-


lamenta tantos capitais,
que que
dade, com os imperativos da vida
ter melhor emprego no
podiam
social moderna, torna-se sempre

campo ou na indústria
dificultoso. As produtiva,
atividades intelec-

estejam sendo colocados em cons-


tuais, burocráticas, comerciais, in-

truções de apartamentos destina-


dustriais, diversões,
profissionais,

tudo isso faz com o indiví- dos a explorar o


que povo.
1

POVOAMENTO E POLÍTICA DEMOGRAFICA

Reajustamentos Lá, como uma Canaã mana


que

leite e mel.
populacionais

É êste um será
Inegàvelmente, problema que
evoluímos
para
certamente debatido na mesa da
as chamadas migrações
planifica-
como um dos mais expressi-
paz
das. Graças ao alargamento sem-

vos a solução
para das
crescente das atribuições pressões
pre do

econômicas existentes no
Estado, yelho
êste aliviar as
pode pres-
Mundo.
sões em zonas onde os recur-

Trata-se, realmente,
sos não estejam correspondendo de uma

de alta relevância e de
às necessidades dos questão
grupos que

imediato interêsse
nelas habitem. nós. Pois
O dever do Es- para

ela envolve, com tão


tado moderno é bem diz
o bem-
promover "questions

Hoover
estar coletivo no interesse (6), of racial
nacio-

identity, of cultural
nal. E, a nosso ver, prejudices,
portanto,

spiritual unity, competitive econo-


não é demais o Estado di-
que

mie standards of life, and many


rija e o reajustamento
promova

other difficulties. It must be


das sempre ne-
populações, que

approached realistically. There


cessário, embora esta seja
política

is no such thing as free


algo dispendiosa e exija natural possible

immigration. Every self-governing


se foi o tempo
preparação. Já

nation is to determine
em o mito liberal going
que pretendia

what sort of it will admit


impor normas e limites de people
go*

through its boundaries. It will


vêrno ao Hoje, a
poder público.

certainly continue to the


era da técnica e da ciência não prevent

ingress of mentally defi-


a adoração de ídolos der- people
permite

cient, diseased, criminal, illiterate,


ribados. Vivemos a época das

or likely to become a
realizações em favor da felicida- public

charge'\
de coletiva.

Antes de estudar esta matéria,


Imigração

vejamos as disposições em
que

se encontram correntes de opi-


Insistimos no do
problema po-

nião no Pelo
voamento. Cada dia país. que pudemos
que passa

sondar, essas correntes estão bi-


mais de acentua-se a der-
perto

Manifesta-se uma delas


rota completa do partidas.
eixo Roma-

francamente hostil à entrada de


Berlim. Verificada esta, com o

imigrantes no sob a alega-


término da teremos uma país,
guerra,

de o ou a
ção que povoamento
Europa desorganizada, com suas

colonização do nosso deve


esfomeadas, arruina- país
populações

unicamente com ele-


nadas, esfarrapadas, processar-se
desejosas,

mentos nacionas. Entretanto,


certo, de abandonar pa-
por quanto

recem ignorar a lei constitucional


antes o Velho Continente, fértil

de eternas discórdias. Neste caso, dos dois terços...

a América aparecerá a seus olhos A outra é mais liberal na ma-

como uma espécie de Shangri- neira de encarar a e ad-


questão

The Problems o[ Lasting Pia Apud Readers Digest — Agôsto


(6)

1942.
CULTURA POLÍTICA
70

imigrantes em nos apunhalou


mitc a entrada de que pelas
gente

nosso como uma necessida- costas.


país

de. Nada mais razoável. O Bra-


aos outros
Quanto povos, pen-

sil de engrossar a sua


precisa po- samos não haver motivos
para

com de boa índole


pulação gente refugá-los.

e deseje fazer vida comum


que
Ainda outras dificuldades
que
conosco, adquirindo os nossos

se opõem à livre imigração, como

hábitos e os nossos costumes, as-

tão bem salientou Hoover. Pois

similando-se ao todo nacional.

é evidente nos nossos dias


que
Não se admite, xenofo-
portanto,
não há Estado consciente capaz
bia ou coisa semelhante,
que pos-
de a entrada em seus
permitir
sa retardar ou mesmo entravar o

territórios de imigrantes doentes,


nosso Não devemos
progresso.
inválidos, sem
profissão, porta-
ser mais realistas do o rei.
que
dores de defeitos físicos insaná~

Portanto, admitida como mais


veis e assim diante. Claro
por
lógica a vitória do de vis-
ponto imigração
a tem de ser sele-
que
ta de não devemos fechar as
que
cionada, aceitando-se os são
que
ao imigrante estrangeiro,
portas
aptos o trabalho,
para principal-
dele temos necessidade, é
porque
mente agricultores, criadores,

oportuno relembrarmos a tese


operários e todos aquêles es-
que
hooveriana as dificuldades
para
tão, realmente, em condições de

êste apresenta.
que problema
servir ao nosso
país.

A experiência manda se
que Resta o das zonas de
problema
diga em novos como
que, países
Essas zonas não
povoamento.
o nosso, não é aceitar-
possível
nos faltam. No Estado de Goiaz,
se o da livre imigração.
princípio
no Araguaia, e mesmo em Mato
Há indivíduos
a ra-
pertencentes
Grosso, há zonas de climas de
ou a trabalhados
ças povos por
e são recomendá-
planalto, que
velhos imperialis-
preconceitos,
veis a estrangeiros
que queiram
mos, mitos de superioridade fa-
auxiliar-nos nos esforços es-
que
ciai, não nos convém
que agasa-
tamos realizando a conquista
para
lhar. A imigração nipônica,
por
econômica do Oeste.
exemplo, é francamente indesejá-

vel, não só do de vista


ponto
Conclusão
racial, como também do de
ponto

vista da sua- enigmá-


psicologia,
Precisamos concluir. O
pro-
tica, fugidia, incapaz de tornar-
blema do ou da co-
povoamento
se brasileira. Outras imigrações
lonização do nosso
país ganha
orientais também não são dese-
cada vez mais aspectos novos com
e o imigrante
jáveis,
germânico as exigências modernas da
pia-
deve ser encarado com reserva.
nificação. Os
povoamentos ou as
O alemão, vivendo em for-
grupo,
colonizações feitas outrora não
mando
é sempre
quistos,
perigo- nos feitas cientificamen-
parecem
so,
principalmente intoxi-
quando
te, em virtude do desço-
próprio
cado com venenos hitleristas.
nhecimento
da terra e ainda
pela
Devemos evitá-lo. Pois não carência dos recursos científicos
t

aos é lícito
pensar em agasalhar materiais.
POVOAMENTO E POLÍTICA DEMOGRÁFICA 71

A Marcha Oeste é o re~ dos núcleos


para agrícolas, da edu~

sultado de uma necessidade na- cação rural e agrícola, da


pro~

cional, é evidente de instrumentos


pois que preci- priedade, e má-

samos ocupar e valorizar as nos- da habilitação


quinas, e alimen-

sas terras, criando novos núcleos tação, do crédito, da assistência

de e trabalho,
produção médica e social, extensiva
que pos- às fa-

sam sua vez resultar no le- mílias,


por da abertura de estradas,

vantamento do nível de vida dos de facilidade de transportes, de

nossos homens do campo. localização não distante dos cen-

tros de consumo, da formação dos


A Marcha Oeste, movi-
para
exércitos do trabalho e assim
mento da nacionalidade, por
tem
que
diante.

como seu chefe o


principal presi-
Temos de na
prosseguir poli-
dente Getúlio Vargas, é uma

tica de valorizar o nosso capital


marcha éxige a colaboração
que
humano sem interrupções nem
do tempo, tem de ser
pois que
desfalecimentos.

vencida etapas, dada a na-


por
Quanto à cidade, esta é tão

tural extensão territorial do nosso

necessária ao como o cam-


país
país.
A cidade é uma
po. sempre
A quasi
sugestão levantamos,
que pa-
miniatura da vida de uma nação,
ra a ocupação do vale Tocantins-

e não há combatê-la. O
por que
Araguaia, adotando a linha S.N.,

urbanismo de fachada, artificia!,


em demanda do Pará, não deve

flutuante, êsse sim, é


pernicioso
ser tomada num sentido rigoris-

ao interêsse nacional. Pois não


ta e imutável, como é sabi-
pois,
é admissível, exemplo,
por que
do, os movimentos de
popula-
num como o nosso, onde há
país
muitas vezes independem da
ções
tanto fazer no setor do cam-
que
vontade humana,
própria pois
ou no setor da indústria, a ini-
po
os imprevistos de ordem fí-
que
ciativa se concentre ego-
privada
sica e econômica são decisivos

isticamente em tôrno de constru-


na formação ou na dissolução dos

suntuosas, visando lucros


ções
aglomerados, e mesmo, como tão

imediatos à custa da economia


bem disse Deffontaines, ca-
para
Certo o conforto é
popular. que
d$ unidade de há uma
paisagem
uma exigência da vida moderna,
fórmula de mais ou
povoamento,
mas êsse conforto, é retribuí-
que
menos complexa.

do, não deve constituir-se em ti-

O censo de 1940,
pelo pouco rania sôbre os níveis de vida re-

conhecemos, constitue
que para lativamente baixos das nossas
po-

todos nós um fator de confiança


urbanas.
pulações

nos destinos da nossa


pátria.
Em suma, o da ci-
problema

O do campo é subs- dade é também um de


problema problema

tancial e está naturalmente liga- educação, de assistência social,

do ao movimento nacio- de salários, de incentivo à


grande nata-

nal da Marcha Oeste. Êle lidade, de habitação


para e de casas

requer uma infinidade de medidas de trabalho, de alimentação, de

tendentes a fixar os nossos ser- valorização do nosso homem ur-

tanejos ao solo, intermédio bano.


por
CULTURA POLÍTICA
72

brasileiro deve
será homem proces-
da imigração
O
problema

sar-se sem desfalecimentos.


um será
certamente problema que

diante de nós a distân-


Temos
amplamente no após-
estudado
distância tem de ser
cia, e essa

nosso de vista
O
guerra. ponto
vencida. Muitas coisas
que pa-

a êsse respeito ficou claramen-



impossíveis no
reciam passado

te expresso. Não vemos


por que
tornaram-se hoje esplêndidas

barrar a entrada de estrangeiros


realidades. Sejamos,
portanto,

da nossa
que queiram participar otimistas e contribuamos com e

vida. Ademais, a aceitação de tra-


nosso esforço, com o nosso

imigrantes não implica desapoiar com a nossa fé,


balho, que
para

os nossos sertanejos, dis- o Brasil de amanhã seja uma


pois já po~

semos acima textualmente, cia- tência formidável a serviço da ci-

ramente, a valorização do vilização e da humanidade.


que
"I

O Estado Nacional e o
das
problema

casas operárias

"CULTURA

Reportagem especial de POLÍTICA"

órbita dos sociais


problemas o Presidente Vargas teve
que

de defrontar e resolver, avulta, como uma das mais notáveis

NA
realizações do seu Govêrno, o da habitação econômica desti-

nada às classes menos favorecidas da fortuna no Brasil como


que,

na maioria dos constituem


países, a mais densa da
parte população.

1
Contudo tratando-se, embora, de uma obra interessa à
que

coletividade, distribue
porque de forma mais equitativa os elementos

de conforto necessários à subsistência dos indivíduos menos aqui*

nhoados ¦— variam as opiniões em tôrno do assunto sempre vem


que

à tona a da legitimidade da intervenção do


questão
poder público

na matéria.

Por muito tempo, e ainda hoje, discute-se a extensão da auto-

ridade do Estado a êsse campo, até há não conhecia


que, pouco,

outra atividade senão a Desde então, delimitaram-se


particular. as

correntes: uma, exagerada, atribuindo aos o direito de subs-


governos

tituir em tudo a iniciativa


quasi e, outra, retrógada, não
privada, que

admite a intromissão do estatal na esfera, só lhe reconhecendo


poder

função fiscalizadora, de
polícia.

A tese é, sem dúvida, das interessantes,


mais e é sobre ela, isto

é, sôbre a sábia de harmonia desenvolvida Presidente


política
pelo

Vargas e tão benéficos resultados


que tem à massa
prodigalizado

operária brasileira, a opinião inserimos a seguir, exposta


que a

CULTURA POLÍTICA Helvécio Xavier Lopes,


por tanto se
que

tem consagrado ao estudo e dos sociais e atual-


pesquisas problemas

mente o Instituto de Aposentadoria


preside e Pensões dos Empre-

em Transportes e Cargas, além das altas


gados funções exerce
que

no seio da importante Comissão Técnica de Orientação Sindical,

organismo recentemente criado Govêrno da República.


pelo
POLÍTICA
CULTURA
74

c trabalhadores
válidos
Assalariados

inválidos

da era nova
traços o
em largos panorama
De início, esboçou

benefícios concedidos
instituição dos
Brasil com a
inaugurada no

seguro social:
vários ramos do
pelos

medidas,
a tomar as
- o Estado se decidiu primeiras
Quando

os objetivos da
do amparo social,
no vasto campo
ainda hesitantes,

dos assalariados
à
limitaram-se proteção
solicitude
governamental
fortes, e dos
mais
abusos dos economicamente
válidos, contra certos

da di-
econômicas
contra as conseqüências
trabalhadores inválidos,

capacidade de
minuta ou aniquilada ganho.

trabalho das
do
a regulamentação
Ao pertencem
primeiro grupo

do trabalno, a
limitação da duração pres-
e dos menores; a
mulheres

no emprego#
e segurança» a estabilidade
de medidas de higiene
crição

é constituído
do salário. O segundo
fixação do grupo
e a padrão
"previdência
abrange a
social",
êste conjunto denominado que
por

e das moléstias
dos acidentes de trabalho profissionais;
indenização

e velhice ou de
de invalidez pensões;
a concessão de aposentadorias

e os ser-
abonos em caso de doença, parto;
a atribuição de gravidez

uma os
farmacêuticos em
médicos, hospitalares e palavra,
viços

vários ramos de seguro social.


diferentes benefícios concedidos
pelos

— acrescentou o nosso entre-


Êsse o incompleto
quadro geral,

econômico em
— reparação de abusos do sistema
vistado a
porque

cobertura dos riscos sofridos


trabalhadores válidos, e a
favor dos

capital a social
incapacitados, embora de importância para paz
pelos

a segurança social dos


brasileira, não ainda
da comunidade garantem

membros da referida comunidade.

ampliar o raio de ação do intervencionismo


Torna-se necessário

maneira ser satisfeitas as ne-


estatal e estendê-lo de tal que possam

de cada indivíduo. Somente se as aspirações


cessidades essenciais

de todos os cidadãos forem


e razoàvelmente
primordiais justificadas

uma organização social afiance


atendidas, ser alcançada que
poderá

econômica e a liberdade
a política.
prosperidade

básicas do homem inscrevem-se, sem dú*


Entre as necessidades

a habitação e a educação. Cabe, ao Es-


vida, a alimentação,
pois,

tado moderno suprir as eventuais deficiências da iniciativa individual

e à satisfação dessas necessidades.


prover

Nem exclusividade, nem

do Estado
privilégio

Feita essa explanação à de introito, o do Insti-


guisa presidente

tuto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e

Cargas entra a discorrer sobre a tese lhe


que exami-
propusemos,
O PROBLEMA DAS CASAS OPERÁRIAS 75

iwndo, em suas linhas


os motivos e
gerais, as razões impeliram
que
o bstado, sob a orientação do Presidente Vargas, a dedicar uma

atenção crescente ao
problema da habitação barata, e os meios e as
medidas
ele escolheu
que resolvê-lo.
para

Lembremos,

preliminarmente, o Estado
que Nacional não

aSt°j a,inicíativa
Particular, não se arrogou
que um direito de ex-
,
clusividade, e não concedeu
que nenhum
privilégio nem ao capital

nem às autarquias
privado, sociais, nem aos
poderes públicos nos

esforços de
proporcionar moradia aos habitantes do O
país. o
que
Governo idealizou foi coordenar
e incentivar as emprêsas se
que pro-
melhorar as
põem condições de habitação
e, especialmente,
as das

classes economicamente
menos favorecidas.

® brasil, fiel às suas tradições, evitou, na sua


_ de habi-
política
tações
populares, os extremos do capitalismo e do socialismo, com-

^atendo a exploração, mas não admitindo tampouco a


gratuidade.

É esta
que política, menos desde o advento
pelo da Revolução

Nacional, não é fruto de improvisações,


mas corresponde a conside-

rações
que se inspiram nas contingências nacionais e em
ponderações

T: orais, sanitárias, demográficas e econômicas»

Com efeito, a necessidade de inaugurar uma resoluta em


política

matéria de habitações
impunha-se
populares muitas razões.
por

A alta dos alugueres

O
custo elevado das construções e a rendosa amortização dos

capitais invertidos
privados em operações imobiliárias impossibili-

taram às massas
proletárias uma habitação adequada, embora mo-

desta.^ Uma desproporcionalmente


parte importante dos salários foi

*
e é ainda absorvida alugueres casas ou
pelos apartamen-
para

tos. Os inquéritos efetuados Serviço


pelo de Hstatística da Previ-

dência e Trabalho sobre as condições de vida, ocasião dos estu-


por

dos à implantação
preliminares do salário mínimo, revelaram
per-

centagens excessivas desviadas da renda mensal habitação,


a
para

Não se esperar chegar,


podia um aumento de salários, a
por um

melhor equilíbrio, dada a inegável tendência uma


para permanente

alta dos alugueres. O congelamento do nível dos alugueres, com as

indubitáveis repercussões sôbre o mercado imobiliário, não ser


podia

encarado como uma solução definitiva e só foi decretado como me-

dida excepcional, imposta circunstâncias extraordinárias


pelas
que

atravessa o em conseqüência
país da
guerra.

Sendo, com raras exceções, o capital incapaz de


privado prover,

em nível compatível com os esperados, às necessidades habi-


juros de

tação dos trabalhadores, tornou-se imprescindível uma intervenção

do Estado.
CULTURA POLÍTICA

fora das aglomerações


Faltava, às vezes, sobretudo grandes

a inverter em casas
capitalista se decidisse proletárias
urbanas, o que

de capitais no interior
importantes. A
somas relativamente pobreza

das habitações
dificulta o desenvolvimento populares-

não abandonar os tra-


motivo o Estado
Era êste mais um
para

intervencionista no setor
balhadoxes do interior e iniciar uma
política

habitação.

Favelas, cortiçosf mocambos

repercutiam nas condições sanitá-


As condições econômicas

- eram condenadas a morar


rias. Grandes massas de trabalhadores

mocambos, absolutamente incompatíveis com a


em favelas, cortiços,

dignidade e decência humana e altamente à higiene.


prejudiciais

Desprovidas dos mais elementares de conforto, cresceram,


preceitos

'gerações
nesses verdadeiros resíduos de tempos troglodíticos, de

crianças e doentes, sujos, indisciplinados, somente não


jovens que

formaram um exército de criminosos desesperados a índole


porque

do brasileiro e dos emigrantes amalgamados é boa, mesmo na


povo

miséria material.
profunda

Urgia, entretanto, destruir aquêles focos de contágio, acabar

com esses centros impenetráveis de tuberculose, sífilis, lepra e impa-

ludismo. Cabia aos arranjar cs moradores


poderes públicos para

dos mocambos residências sãs, limpas, decentes. E foi assim o


que

Estado ou as suas autarquias se empenharam em construir ou finan-

ciar vilas operárias.

Outro motivo ainda impeliu o Govêrno a intervir. Embora

ainda subpovoado, se levarmos em conta a sua extensão territorial, e

dizimado uma mortalidade infantil assustadora, o Brasil acusa


por

um forte aumento da Concorrem isto fecundi-


a
população. para

dade da sua e a corrente imigratória. A densidade


gente demográ-

fica em determinados centros urbanos, mormente no litoral, é bas-

tante elevada. Necessitava-se de casas, e o mercado livre do regime

capitalista não logrou satisfazer a Era o Estado devia


procura. que

encher a lacuna, construindo casas e vilas


proletárias proporcionando

residências às falímias numerosas.

A aquisição da casa
própria

Conseguia-se, assim, também enraizar camadas até então

sedentárias e fàcilmente
pouco a migrações internas. Essas
propensas

freqüentes mudanças de residência dos trabalhadores


o
prejudicam

desenvolvimento da indústria e da agricultura, não contar


que podem

com a necessária reserva de braços. Ligar os assalariados ao lugar

de ocupação ou, menos, à região, estabelecendo


pelo ali residências

convenientes, implica a formação de especializados,


profissionais
que
tanto faltam ao
país.
O PROBLEMA DAS CASAS OPERARIAS 77

Uma vez atados à terra longa em determinada


pela permanência

cidade e, até, bairro, nasce nos trabalhadores o desejo


profunda-
"ficar", "armar
mente humano de radicar-se, de de uma tenda", e

desenvolve-se a esperança de tornar-se dono de


proprietário, uma

casa. O Estado Nacional, no intuito de fomentar o espírito de


pro-

seguiu uma de habitação


priedade, política não apenas abriga o
que

mas lhe facilita a aquisição de uma


proletário, casa Não se
própria.

construíram arranha-céus com apartamentos minúsculos alugados aos

assalariados, mas sim casas com destinadas


jardins, a serem compradas

em e suaves, adaptadas ao nível


prazos prestações
proletário.

Destarte fortalecia-se, com o espírito de a cons-


propriedade,

ciência com as responsabilidades econômicas


para e fortificavam-se

as tendências de voluntária.
previdência

Razões de ordem moral

¦
Mas não foram apenas razões econômicas, sanitárias e demo-

incentivaram o Govêrno à intervencionista


gráficas que política no

domínio da habitação. O Estado Nacional, imbuído


profundamente

de convicções, hauridas da ética cristã, compreendeu o alcance socio-

lógico cabe ao lar como centro concretizado


que da vida familiar. A

família, célula da organização social, forma a base da comunidade

nacional. Era, essencial amparar a família


pois, sob todos os as-

e conceder-lhe, usar as da Constituição


pectos para palavras própria
"a

124) especial do Estado". Tal


(art. proteção não
proteção podia

descuidar a moradia. Sem casa, nunca se fortificar os


poderiam

sentimentos de coesão e os laços com a terra, constituem os ali-


que

cerces do acatamento à família e, conseqüentemente, à


pátria.

Estas considerações de cunho moral encontraram um comple-

mento no igualmente
programa, consubstanciado na Constituição de

10 de novembro de 1937, de melhorar os meios de vida e o


padrão

material e cultural do Uma indispensável


povo. pressuposição para

tal fim constitue o reerguimento do nível de habitação. Não fazia,

o Estado outra coisa senão executar


pois, as diretrizes constitucio-

nais intensificou a campanha em


quando das casas operárias.
prol

Duas vozes de expressiva autoridade

—' —
A atuação do Estado Nacional Helvécio Xavier
prossegue

Lopes —* corresponde, aliás, neste domínio, também a tendência con-

sagrada vozes de expressiva autoridade. Citaremos, apenas,


por

dois depoimentos embora formulados como recomendações,


que,

valem como obrigações nosso o Brasil sempre norteou


para país, pois

a sua social de acordo com os moldes traçados


política quer peia

orientação zada Igreja, decisões da Organiza-


precon pela quer pelas

Internacional do Trabalho.
ção
CULTURA POLÍTICA
78

' XIII, na imortal encí-


e diz: Leão
Pega um livro, folheia~o

atenção dos sobre o


Novaram, chamou a governos pro-
clica Rerum

blema da habitação.

"A
o Estado se com
E lê: eqüidade manda, preocupe
pois. que

modo de todos os bens, êles


os trabalhadores, e de que
proceda que

lhes seja dada uma razoável, como


à sociedade, parte
proporcionam

viver à custa de menos trabalhos


habitação e vestuário, e
que possam

o Estado deve favorecer tudo o


e Donde resulta que,
privações. que

de natureza a melhorar a sorte deles.


de ou de longe,
perto pareça

de alguém, tornar-se-á, ao contrá*


Esta solicitude, longe
prejudicar

importa soberanamente à nação,


rio, em de todos,
proveito porque

são ela o dc bens tão indispensáveis,


homens,
que que para princípio

a braços com os horrores da miséria".


não se encontrem continuamente

Essa voz da Igreja, serena e incisiva. A Conferência In*


a

ternacional do Trabalho, seu turno organismo


por prossegue

homogêneo e maciço nos legou a Grande Guerra, na sua sexta


que

sessão, reünida em 1924, na sua sede de Genebra, adotou, com os

votos dos representantes brasileiros, uma recomendação 21)


(n.°

cujo capítulo III, dedicado à da habitação, diz o seguinte:


política

"Considérant

est utile, dans Tintérêt des travailleurs et de


qu'il

la coilectivité tout entière, de favoriser tout ce est de nature à


qui

assurer le développement harmonieux de la famille ouvrière; le


que

meilleur moyen de les travailleurs contre les dangers vises


proteger

ci-dessus est de mettre à leur disposition un foyer convenable, Ia

Ccnférence recommande la multiplication, au besoin le concours


par

des administrations nationales et locales, dhabitations saines à


et

bon marché remplissant les conditions essentielles de salubrité et de

confort, soit dans des cités-jardins, soit dans des agglomérations

urbaines".

—' Anteriormente, ajuntou, disposições correspondentes foram

adotadas terceira sessão


pela e consubstanciadas na reco*
(1921)
"concernant

mendação n.° 16 le logement et le couchage des tra-

vailleurs agricoles".

"O

lar do trabalhador"

O
candidato da Aliança Liberal, com a clara visão de
grande

estadista, não se esqueceu do da habitação. A Plataforma


problema
"instrução,
reclamou, entre os dispositivos tutelares dos
proletários,

educação, higiene, alimentação, habitação".

Transcorreram sete anos. Em 1937, Getúlio Vargas


proclamou

o Estado Nacional. Caíram os empecilhos da


politicagem, e no
pri-
meiro aniversário da nova Constituição, em 10 de novembro de 1938,

"o
o Presidente incluir
podia no seu discurso um capítulo sobre lar

do trabalhador".
DAS CASAS OPERARIAS Tf
O PROBLEMA

Dizia, então, o Chefe do Governo:

"As

casas operárias, construídas Caixas e Institutos em


pelas

vários Estados, ainda são em número e de elevado,


pequeno preço

em relação às dos empregados. Dei instruções ao Ministério


posses

Trabalho sem das construções isoladas onde


do prejuízo
para que,

estude e núcleos de habi-


se tornarem aconselháveis,
projete grandes

e confortáveis. Recomendei, isso, se ad-


tações modestas para que

áreas de terrenos e, se se desapropriem


quiram grandes preciso, que

mais vantajosas; se à avaliação das mesmas; se


as que
que proceda

os meios de transporte êsses núcleos;


levem em consideração para

se racionalizem os métodos de construção; se adquiram os


que que

do tudo, enfim, de modo a se obter,


materiais, diretamente,
produtor;

menor a melhor casa".


pelo preço,

A valorização do trabalhador nacional

Um mais tarde, ocasião da inauguração da Confe-


ano
por

Economia e Administração, o Presidente Vargas


rência Nacional de

declarou:

"O

levado a efeito, em matéria de tra-


de realizações
programa

constituir, nós, motivo de or-


balho e deve justo
previdência, para

resultados obtidos na sua execução. Nesse


programa
gulho, pelos já

Estado Novo a desenvolver a de


não se limitou o política proteção

iniciada em 1930. Ampliando as diretrizes an-


social, em boa hora

a valorização do trabalhador na*


teriores, deliberadamente,
promove,

somente com as ine-


cional, não jurídicas
preocupando-se, questões

trabalho, mas, sobretudo, com os aspectos


rentes ao contrato de

Além de reconhecer direitos bá-


sociais e do
políticos problema.

ao trabalhador, a legislação
sicos naquele contrato, assistem
que,

vida compatíveis com a dignidade


atual visa dar-lhe condições de

assegurando-lhe habitação
humana, elevando-lhe o nível cultural,

cuidando da melhoria de sua alimentação,


condigna, garantinao-lhe

um salário vital..."

de A Nova Política do BrasiU abrira


Fechando o exemplar que

ler o tópico acima, acentua o nosso entrevistado:


para

— do Presidente Getúlio
Abundam as da
provas preocupação

não só em discursos, mas


Vargas com as classes
para proletárias,

sim, e muito mais, em fatos e realizações.

compreensível êle consta-


É com satisfação e orgulho que pôde
"a

de 1940, ação tutelar


tar, na festa do trabalho que previdencial

modo constante, na solicitude com


do Estado se de que
patenteia,

cria os serviços de ao lar operário".


proteção
POLÍTICA

CULTURA

direta e indiretamente
age
O Estado

nas formas
— manifesta-se
— acrescenta
Esta solicitude

mais variadas.

"favores
associaçoes se
às que
mais a conceder
Não se limita

como o
de
habitação proletários
construir casas para
propuserem
de 18 de
n.- 2.407 ,ane,ro
com o decreto
Primeira República
(" a
ou operários
aos funcionários públicos
e não visa, apenas,
de 1911.

bastante modestos,
alias
com privilégios,
da União, contemplados

seu regulamento de
1922, e
agosto de
4.561, de 21 de
lei n.«
pela
do mesmo ano.
14 de novembro
15.846, de
o decreto n.<*
execução,

Diretamente,
e indiretamente.
age direta
O Estado Nacional

sociais. Indiretamente,
diferentes autarquias
através das
sobretudo,

municipais, estaduais.
as iniciativas privadas,
e auxiliando
prestigiando

casas operárias carre-


em favor das
maior da campanha
O
peso

E isto se explica.
instituições de
todavia, as previdência.
gam,

nao motiva, direta


moradia dos trabalhadores
A insuficiência da

todavia contribue,
capacidade de
a da ganho;
e imediatamente, perda

da capacidade física,
a redução
indireta essencialmente, para
porém

invalidez e morte
sua vez conduz à doença, prematura.
que por

risco doença não descuida


na cobertura do
O seguro social,
que

atacar também as
a curativa, devia
ação completa
a que
preventiva,

a agravação dos riscos


ocasionam a realização e
causas remotas,
que

seguro tanto mais se


do raio de ação do jus~
sociais. Tal extensão

se tornou seguro familiar ,


o seguro, desde há muito,
íifica
quanto

ou isolado, mas o lar do


não só o segurado direto
protegendo

trabalhador.

onde o núcleo reside


A casa
familiar

— constituído laços de
Ora, o lar do trabalhador, paren-
pelos

econômica dos o compõem, concretiza-se


tesco e de dependência
que

reside. Amparar a
e materializa-se na casa onde o núcleo familiar

cuidar seu substrato no espaço, eqüivaleria a uma


êste, do proteção

incompleta e, só eficiente.
portanto, parcialmente

do seguro na cobertura das necessidades de habi-


A intervenção

tação realiza-se, evidentemente, em formas adaptadas às


peculiari-

dades deste risco; mas também aqui se distinguir entre os bene-


pode

fícios em natura instituições de seguro,


(construção pelas próprias

de casas alugadas ou vendidas aos segurados) e os em dinheiro (con-

cessão de empréstimo aos segurados construção de casas).


para

Em novos, como o Brasil, em evolução aemográ-


países plena

fica, com vilas e cidades crescentes num ritmo desconhecido


pelos

europeus, a do seguro social na satisfação das


povos participação

necessidades de habitação é muito mais e importante do


premente

entre as nações velhas, onde o seguro ficou ou até com^


que parcial
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construído IA
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Grupo da Tutóia

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construído I.A.P.E.
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I. A. U. Estiva Vila

(Cultura Política)
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Realengo, em concluída.
da Vila Operária do parte já
Aspecto

(Cultura Politica)
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I. A. P. B., para
Distrito Federal, pelo
Bancária, construída na ilha do Governador,
Vila

seus associados.

Política)
(Cultura
Distrito Federal.
na ilha do Governador.
Grupo cie residências, construído

Política)
(Cultura
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56 casas, no Recife.
dos Estivadores, com
Vila

(Cultura Política)
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Transportes e Carçjas sius


dos Empreçiados em para
Aposentadoria Pensões
construída Instituto de
Vila do Patriarca, pelo

segurados, n Santos

(i ultuia Política)
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"edificio
composto de apar-
de um coletivo",
de Realengo dispõe
O conjunto residencial
.nstalara o Serv.ço
edificio o Instituto
local. Nesse
de lojas o comércio
Lentos e para

do conjunto.
de Subsistência

(Cultura Política)
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associados, cm Niterói.
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Política)
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em Natal, I.A.P.E.
— Vila 19 de Abril, com 25 casas, construída pelo
NATAL

(Cultura Política)
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de Realengo, habitado
Aspecto do conjunto residencial já

(Cultura Política)
O PROBLEMA DAS CASAS OPERARIAS 81

descarregado
pletamente desta tarefa» assumida municipali-
pelas

dades,
pelo Estado ou organismos
próprio ad hoc criados.
por Entre

nós a construção de casas operárias instituições de


pelas
previdên-
cia não ser reduzida a um simples
pode de aplicação
problema e in~

versão de capitais, mas é uma tarefa


se enquadra
que perfeitamente

nas finalidades de uma social


previdência integral.

Liga Social contra o Mocambo

Um intervalo,
pequeno e Helvécio Xavier Lopes aborda agora

o do mocambo
problema irmão
pernambucano, da favela
gêmeo

carioca:

<—
Ao lado, mas em estreita cooperação com as instituições de

seguro social, agem fundações semi-oficiais, entre as se des-


quais

taca Liga
particularmente a Social contra o Mocambo, fundada em

13 de de 1939 em Recife.
julho

Constitue ela o maior movimento social empreendido


já um
por

Govêrno estadual. O seu sucesso está ligado ao dinamismo do enér-

interventor em Pernambuco,
gico Agamenon Magalhães.

Em uma atividade e fecunda, a cruzada


profícua contra o mo-

cambo modificou os aspectos urbanísticos da capital do Nor-


grande

deste e reformou os costumes, o sanitário,


padrão o nível econômico

de dezenas de milhares de Aboliu a


proletários. exploração impu~

dente dos
proprietários, dos casebres de e zinco
que ali cons-
palha

truídos na lama e imundície tiraram um lucro de 55,6% do valor dos

terrenos. Obras de saneamento, de atêrro dos alagados completam

a ingente tarefa visa à abolição completa de


que
quasi

50.000 mocambos.

Um número sugere outro, e o nosso entrevistado a acom-


passa

com cifras a exposição nos faz,


panhar que af:m de melhor situar o

desenvolvimento da construção de casas operárias no Brasil.

Lamenta, inicialmente, a falta de informações abran-


globais

o movimento se operou em
gendo das habitações eco-
geral que prol

nômicas. A causa diz reside no fato de diferentes organismos

cooperarem ao mesmo tempo na tarefa, não sendo sempre compa-

ráveis os relatórios apresentam.


que

Todavia, ilustrar com exemplos


pode o evolutivo da
processo

transformação sofreu, entre nós, a moradia


que proletária.

Um de estatística
pouco

— Dos seis Institutos de Aposentadoria


grandes e Pensões, a

base nacional e cinco maior dêles, o Instituto


profissional, (o dos

Industriários, ainda não as estatísticas respectivas)


publicou cons-

truíram, até fins de agosto findo, 3.872 e 411 apar-


próximo prédios

118.728 F.
«
CULTURA POLÍTICA
82

em operações imo-
coletivas, e inverteram,
cm habitações
tamentos

biliárias, Cr$ 375.488.294.90.

financiaram a construção
de Aposentadoria, que
As 37 Caixas

setembro do ano
até fins de passado,
de gastaram,
prédios,

e dispõem de 3.797
Cr$ 117.857.671.40. prédios.

isoladamente, e exa-
uma instituição de
Tomemos previdência,

Instituto de Aposentadoria e
sua imobiliária. O
minemos a
gestão

e Cargas tinha, em 31 de
dos Empregados em Transportes
Pensões

terrenos comprados ou doados


dezembro de 1942, no seu
patrimônio

sendo o custo
uma área de 543.593,15m2, que global
que perfaziam

a Cr$ 9.342.206,00. Além disso


terrenos comprados se elevou
dos

9.961.883,60, construiu êle


adquiriu 117 e edifícios Cr$
prédios por

12.743.492.80 e concedeu 27 emprés-


mesmo 275 outros Cr$
por

hipotecários no valor de Cr$ 35.663.772,30.


timos

operações imobiliárias se estendem eqüitativamente


Tôdas estas

às diversas regiões do
pais.

registrados no último relatório da Liga


Vejamos os resultados

45 vilas 18 de casas,
Social contra o Mocambo: grupos
populares,

no de casas e 1.126 casas


4.581 casas construídas
grupo populares,

a classe média na capital 8.109 ca-


financiadas pernambucana;
para

no interior; áreas desapropriadas num total de ....


sas construídas

1.689.070,72m2; obras de saneamento num valor de Cr$ 805.263,03;

obras de aterro Cr$ 5.739.612,80.


por

•— rematando a
Dados estatísticos cansam disse,
palestra que

entreteve conosco, o do Instituto de Aposentadoria e Pen-


presidente

— mas im-
sões dos Empregados em Transportes e Cargas cansam,

também.
pressionam,

E ^
acrescentamos os nos foram exibidos, referentes à
que

campanha em favor das casas operárias, são dos mais elo-


patriótica

e expressivos.
qüentes

A obra o Estado Nacional está inspirada nas


que promovendo,

realizações urbanísticas e de higienização e sanificação das


grandes

cidades e centros de densa, é simplesmente notável.


população

agora, ao sistema de assistência social, de ara-


Já graças pura

aos válidos, instituído regime vigorante e constitue


paro pelo que

uma das conquistas incontáveis da atualidade, todos vivem


quantos

dos esforços de cada dia ter seu teto e nele instalar


podem o seu lar

o lar do trabalhador nacional Getulio Vargas ideou e


que pro-

meteu construir.
Orientação e seleção na
profissionais

resolução do da
problema

reincidência criminal

PEDRO MÜLLER
JOÃO

as estatis- Marçal, com clarividência,


grande
"O
ticas da reincidência criminal assim se expressa : homem é o
pro-

de desde os mais
CONSULTANDO-SE
qualquer país, duto do ambiente. Nele se forma, nele

civilizados aos mais atrasados,


nele age, em conformidade com
gravita,

fato chama logo, ao relan-


um primeiro
o nele vê e sente. E\ um
que portanto,

a atenção do examinador: apesar


ce,
irresponsável, não é livre. Cas-
porque
do número de escolas criminais,
grande
tigá-lo impiedosamente é um
grave
incontestáveis avanços dos
apesar dos
êrro; segregá-lo, carinhosamente o
da para
estudos especializados, o
problema
curar, educação e amor, é
ainda não pela pelo
reincidência criminal pôde

uma obra regeneradora e misericordio-


até hoje ser solucionado e apresenta-se
19

vez maior, muito sa .


sempre em escala cada

embora seja uin dos mais estu- Não é citar nominalmente


pontos possível

dados moderna Criminclogia. todos cs autores salientam a im-


pela que

do meio social. Nessa im-


portância
Os técnicos competentes na
questão
diremos todos, todos
possibilidade, que

apontam as causas da
quais principais êles focalizaram muito bem o fator me-

criminalidade. O assunto está tão es-


sológico. E hoje em dia não são os

tudado não é êrro afirmar hoje técnicos somente o afirmam. Aquê-


que que que

existe uma ciência da etiologia do cri- les observam a vida bem de


que perto,

estabelecendo um contacto íntimo com


me. Mas, apesar de todos os
progres-

a sociedade cm vivera, aquêles


ainda solução um que que
sos, não encontrou

descem aos seus alicerces, concluem


dos do Direito "o
principais problemas
com Colajanni homem demons-
que
Criminal —* o da reincidên-
problema
ira vive mas é a sociedade o
que que
cia.
conduz, o impele, o numa tal
que guia

ou direção."
diversas escolas não qual
Muito embora as

sobre as causas Se é assunto tão estudado, tão mi-


estejam acordes prin-

tôdas nuciosamente analisado, como explicar


cipais da criminalidade, apontam

não ter sido ainda solucionado o


o ambiente social, com suas misérias, pro-

blema da reincidência criminal? E'


defeitos e injustiças, como sendo um que

do os técnicos encaram apenas a


dos fatores fundamentais na questão
gênese
"A
: so- sob um dos Se o assunto é
crime. Lacassagne sentenciou prismas.

da cnmi- bem estudado cientificamente, o lado


ciedade é o caldo de cultura

não tem sido tomado em con-


nalidade, o micróbio é o criminoso." prático
CULTURA POLÍTICA
84

O das contradições
diàriamente tribu- porquê
sideração. Criam-se

códigos sSo elaborados, pe-


nais, novos
o caso dc se então o
E' perguntar
de correção levan-
nitenciárias c casas
das contradições dos nossos
impro- porquê
Mas tudo são medidas
tam-se.
E' vivemos hoje num mun-
tempos. que
a sociedade não se
ficuas, desde que
tudo é medido, exa-
do em pesado,
das que
a sorte do egresso
com
preocupa de especialização.
minado. Mundo
de cumprida a sentença,
cadeias depois
Mundo da divisão do trabalho. Mundo
solta-o um dia
antes, contrário,
pelo
da máquina máquina é
que projeção
no ambiente so-
em condições
piores homem,
e do
prolongamento próprio
sem meios de sub-
ciai, sem emprego,
acúmulo de invenções e desço-
Êsse
sem teto, e ainda com
sistência, sem lar,
bertas matou até certo o espirito
ponto
«— criminoso
um que
qualificativo
de síntese, o espirito de conjunto, o
definitivamente ao seu
vem colar-se
espirito de ligação das de um
partes
a ser integrante
nome, passando parte
mesmo todo. O homem moderno, muito
vá é co-
do homem. Onde quer que
com a especialização,
preocupado per~
tal. Dêle todos se afas-
nhecido como
deu, em verdade aquela faculdade de
um emprêgo. Não o
tam. Procura
total encontrámos nos
perspectiva que
o exige referên-
acha, patrão
porque
homens do homens de um
passado
as fornecidas afir-»
cias e pela policia
mundo menor. Muitos so-
problemas
friamente: Criminoso. Então essa
mam
ciais, embora bem estudados, fracassam
contradição: a sociedade pro-
grande
se a visão do conjunto
duran- porque perdeu
a reeducar o delinqüente
põe-se
das coisas. Apenas estudou-se o as-
o mesmo cumpre a
te o tempo em que
sunto sob um sob uma face.
a prisma,
condenação. Uma vez cumprida pena,
Ouviu-se certa categoria de técnicos,
e, reeducado, é o homem
pôsto
portanto,
mas os ensinamentos dos técnicos de
em contacto direto com a sociedade

outras muitas vezes são


con- questões, que
sempre nas mais
quase precárias
o complemento do foram es-
problema,
dições. Resultado lógico e inevitável:

quecidos.
a reincidência criminal.

A meu ver, é o acontece com o


que

Êsse modo de ver as coisas é


pró- da reincidência criminal. A
problema

dos tempos de hoje. Raciocina-se sob o de


prio questão vista criminal
ponto

com muita certeza e As está bem estudada, mas na tudo


precisão. pre- prática

vi- continua mais ou menos na mesma, e a


missas são corretas, mas a falta de

reincidência cada dia mais aumenta.


são do conjunto leva o homem a con-

O não é só de Direito Crimi-


problema
cluir erradamente. São dignos de men-

nal, da Política Criminal. E' também


os ensinamentos de Rudolf Eucken:
ção
"Si problema de Administração. O técnico
sê examina em conjunto la situa-
criminalista nada conseguirá se não tivef

cion intelectual moral de nuestra


y o apoio do técnico de administração.

época, el sentimiento se ex-


primer que O tem falhado
problema nunca
porque

es el de una confusion foi examinado


perimenta gran sob o de vista in-
ponto

una incertidumbre acerca dei tegral. E' visto apenas


y penosa parcialmente;

objetivo esencial de discutido sob as simpatias desta


sus esfuerzos; ou da-
por

quela escola examinado


todas una division de la huma- penal;
partes por

partes, ora à luz do determinismo,


nidad en con frecuencia, un ora
partidos y
à luz do livre arbítrio*
antagonismo en el interior mismo dei

hombre. Este estado de cosas confuso Reünamos as num todo. Es-


partes

e incierto á vista, tudemos o homem, a sociedade em


puede, primera pa- que

vive, a técnica contemporânea,


recer efecto de la tradicion histórica para
y
então concluirmos como concluíram
dei nu-
que pasado subsisten nos rodean
y
merosos espíritos dedicados ao traba-
corrientes diversas hasta contrarias,
y
lho, cada sociedade tem homens
que os
una herencia una carga
y pesada pro-
merece.
que
cedente de un trabajo milenario. Nada
No estudo desenvolveremos
que a
distingue más ni mejor á la civiliza-
seguir estudaremos o homem, a socie-
cion moderna de esa otra más simple
dade em vive, o meio
que o cerca,
que
de la antiguidad
que esta acumulation
as suas ações c reações. A importán-

de contradiciones".
cia do fator econômico na do
gênese
-*r^ r« •
f ^

O PROBLEMA DA REINCIDÊNCIA CRIMINAL S5

crime. O homem delinqüente em face via ser a ação do Estado, êste aban-

da seleção A adaptação dona completamente a sua vitima,


profissional. que

do homem delinqüente ao trabalho. assim está apta a recomeçar sua vida

Como selecionar o transviado. Como de crimes, apta a violar as normas im-

apresentá-lo no trabalho. Necessidade à boa harmonia social.


prescindiveis

do apoio da administração Reincide então. A sociedade novamente


pública.

Transformação do criminoso em empre- se levanta enfurecida, e voz do


pela

ou trabalhador em em* mais uma dezena de anos


gado público promotor pede

de E' o desgraçado novamente


presa privada. punição.

seqüestrado do ambiente social. A so-


Desenvolveremos todos êsses
pontos
ciedade seus órgãos com-
concluirmos finalmente provou pelos
para o
que pro-
o homem é mau
petentes que quando
blema da reincidência criminal é essen-
ser máu, é bom
quer que quando
cialmente administrativo.
ser bom.
quer
Êsse tão debatido nu-
problema, por
Qual inseto sujeito a metamorfoses,
merosas ciências, é, em verdade, uma
o delinqüente seqüestrado vive alguns
mais de administração. Um Es-
questão
anos a vida de crisálida, a se
pronto
tado dotado de um aparelho
perfeito
transformar em lavra daninha, e assim
administrativo faria, certamente, baixar
indefinidamente. A culpada é
grande
ao minimo a criminalidade reincidente.
a sociedade. Bem cabem aqui
própria
Cuidaria dos egressos das dan- "A
prisões
as de Anatole France : lei,
palavras
do-lhes lugares adequados no ambiente
com a sua majestática igualdade,
proi-
social, facilitando-lhes o ingresso em
be, igualmente, ao rico como ao
pobre,
carreiras ou enfim,
públicas privadas,
dormir sob as mendigar nas
pontes,
mostrando-lhes o bom caminho, as boas
ruas e furtar um
pão."
companhias, dando-lhes sobretudo a

Entretanto, muitos males


assistência economica —- base funda- julgo que

se evitariam se a fôsse apre-


mental da completa adaptação do indi- questão

ciada sob novos de vista. Até


viduo à sociedade. pontos

hoje, o tem sido visto unila-


problema

teralmente, sem de conjun-


perspectiva
O estado dos arqui*
processos
to. O assunto é estudado apenas cri-
vados ou em andamento

minalmente. Efetivamente, sob o as-

criminal são as cau-


Quem freqüenta o nosso Tribunal pecto procuradas
do

sas da reincidência. Estuda-se muitq


Juri, estudou os numerosos
quem
pro-
bem o criminoso, seu caráter, sua cons-
cessos arquivados ou em andamento»

tituíção, seu temperamento. Sociologia,


quem se deu ao trabalho de interro-

Psicologia, Biotipologia, Endocrinologia,


não um, mas numerosos
gar, delinqüen-

são ciências chamadas a cada momento.


tes,
pode prontamente estabelecer as In-

Até aqui vai tudo muito bem : o mal


timas relações entre a criminalidade

é conhecido, a doença
reincidente perfeitamente
e o fator econômico. Em

estudada. Mas chega o momen-


muitos quando
casos mesmo realizai
pode-se
to de aplicar o remédio é o
obra de propício
previsão simples exame da
pelo
doente abandonado à sua sorte.
própria
fôlha de antecedentes de um certo ho-

tem um livre arbítrio? Não dis-


Não
mem. Pelo exame atento de um
pro-
livremente o bem do mal? Tris-
tingue
cesso, fôlha de antecedentes cri-
pela
modo de encarar os fenômenos mais
te
minais, o estudioso vaticinar mui-
pode
sérios da vida!
tas vezes o crime futuro. As
peniten-

ciárias ou casas de correção em ver-


Ergologia e Criminologia

dade ou nada corrigem. São


pouco

À medida se desenvolvem as fa-


antes as estufas Pasteur a cultura
para que

micróbios intelectuais do homem, novas


dos criminais, como as de- culdades

finiu Ferri. Deste são descobertas, novos conhe-


modo, cumprida a ciências

e em verdade sob as con- cimentos vêm enriquecer o


pena, piores patrimônio

cultural da humanidade. Aquela falta


dições morais, causa do ambiente
por

deletério criminoso visão de conjunto, caracteriza


das é o de que
prisões,

dos nossos dias, é respon-


em liberdade completamente de- a sociedade
pôsto

família, sem amigos sável fato de não serem estendi-


sambientado, sem pelo

de dos a outros limites, a outras zonas,


ou sem meios subsistência.
parentes,

conhecimentos científicos. E'


mais imperiosa de- certos
Justamente quando
CULTURA POLÍTICA
86

o de vista da Psicotéc-
com a Ergo- Sob ponto
o ocorre
justamente que

Pedagógica, os indivíduos, em re-


Trabalho. E' vasto nica
logia ou Ciência do

sumo, classificam do modo seguinte:


Estuda o trabalho e
o seu
programa.

em tôdas as suas minú-


o trabalhador
normais
(Indivíduos
lançando mão de numerosas ou-
cias,
e

ciências a vêm auxiliar. Traça


trás que anormais.
(Indivíduos
do trabalhador, es-
o psicológico
perfil

Os indivíduos normais são os men-


tabelece o seu ergológico. Estuda
perfil

talmente desenvolvidos, mentalmente


as causas do maior ou menor adianta-

sadios. Aquêles apresentam defi-


mento do trabalho, as condições de que

ciências mentais e não


execução do trabalho, influências de que portanto

traba- são mentalmente sãos e desenvolvidos


tôda ordem, agem sôbre o
que

fadiga, enquadram-se entre os anormais. Cri-


lhador, acidentes, esgotamento,

do trabalhador, tério muito relativo esse de classificar


aptidões, capacidade

Enfim, os homens em normais e anormais. E'


seleção etc. ...
profissional, "Da

tra- muito conhecida a sentença : ca-


todos os referentes ao
problemas

Ergo- beça mais à cabeça mais ma-


balho e ao trabalhador são perfeita
pela

luca há meia volta de Em


logia devidamente apreciados. parafuso."

todo caso é o mais


processo prático.
Entretanto, uma vista
panorâmica
Entre os indivíduos normais vai sele-

vem mostrar há um mui-


que ponto que Psicotécnica Pedagógica os de
cionar a

to seria beneficiado se a êle se esten-


inteligência superior, indivíduos do tipo

dessem seus ensinamentos. Referimo- super-normal, e os do tipo normal


prò-

nos ao Direito Criminal, até dito. Quanto aos anormais,


justamente priamente

hoje vivido completamente sob o de vista são


quase que ponto psicotécnico,

alheio aos ensinamentos ergológicos. classificados em aproveitá-


geralmente

Efetivamente, obrigar o detento veis e inaproveitáveis, segundo têm ou


que

trabalhe em dada enquanto não capacidade a aprendizagem de


profissão para

recluso não é lesolver cientificamente um ofício ou Os delinqiien-


profissão.

a E' isso de ordem tes, até hoje, não mereceram da Psico-


questão. problema

cujo estudo escapa até técnica Pedagógica um estudo


penitenciária, próprio

certo à finalidade desta tese. e especializado. Eis sugeri


ponto por que que

Mas como lucraria a Criminologia se a esta categoria de indivíduos fôsse das-

Psicotécnica Pedagógica se sificada na classificação dos anormais,


preocupasse

com o estudo de certa classe de anor- seriam então


que psicotècnicamente
'os
mais, — criminosos?! reünidos cm três :
grandes grupos

Anormais aproveitáveis

Anormais inaproveitáveis

. aproveitáveis
I
Anormais delinqüentes \ ... .

(inaproveitáveis

De acordo com a apresentada, os criminosos ao campo


proposta passariam

de estudo da Psicotécnica Pedagógica, facilidade de seus estudos


que para

classificá-los-ia em:

Pericolosidade mínima

Menores
Pericolosidade média

Pericolosidade máxima
Delinqüentes

Pericolosidade mínima

Pericolosidade média
Maiores

Pericolosidade máxima
í

Para maior facilidade de estudo, seria interessante combinar esta classifi-

cação com a de Ferri: criminosos natos, loucos, habituais, ocasionais e


passionais:
O PROBLEMA DA REINCIDÊNCIA CRIMINAL 57

Ora, a do delinqüente cessàriamente a escala da criminalida-


pericolosidade

vai decrescendo desde criminoso nato de em e sobretudo a da crimi-


o geral,

nalidade reincidente.
até ao Pelo tipo do delin-
passional.

natureza do crime
quente, pela prati- Aliás não é minha,
a observação

cado, seu de
pelo grau pericolosidade, como não é de autoria dos técnicos

seus índices morais e intelectuais, modernos. Vem do Nihil


pelos passado.

seria fácil à Psicotécnica classificar novum. Os antigos ainda aqui nos


pre-
"o

o delinqüente como apro- cederam ao ensinar amor é a


prontamente que

de não tem fazer". E


veitável ou não. paixão quem que
"suprima-se

a ociosidade, e se
quebrará

Afim de ser evitada confu- o arco de Cupido". O tão afamado de-


qualquer

e o lito é reduzido a uma


são entre o campo da Criminologia passional questão

de mais ou menos trabalho. Quem sabe


campo da Psicotécnica Pedagógica, di-

se nos trabalhos de Ergologia, no fu-


remos aqui, separadamente, que pes-
turo, não será a Criminologia apenas
devem ser feitas técnico
quisas pelo
um simples capitulo?!
criminologista e aquelas são
quais que

Pelo exposto, vemos a


da alçada do O não que questão
psicotécnico. que

deve ser apreciada numa visão de con-


é é a confusão das duas té-
possível
O técnico criminologista deve
junto.
cnicas. São assuntos de especialidade.

efetuar suas reünindo todo o


pesquisas
São departamentos especializados de

material futuramente será utilizado


que
uma só ciência a Psicologia.
Inversamente, êste
pelo psicotécnico.

somente efetuará o estudo daqueles in-

Ao técnico criminologista compete


dividuos considerados adaptáveis
pelo

:
pesquisar técnico criminalista. Como vemos, as

duas funções se fundem, interpenetram-


1) O tipo do criminoso

se, completam-se. Não há desperdício

2) O de
grau pericolosidade
de tempo, visto o trabalho do
que psi-

3) Os índices de regeneração. cotécnico limitar-se-á tão somente a

efetuar a seleção daqueles


profissional

Ao compete essencial- casos aprovados técnico crimina-


psicotécnico pelo

mente o traçado do lista.


prefil psicotécnico

do delinqüente, devendo :
pesquisar como devem agir as duas
Vejamos

categorias de técnicos, afim de se al-


1) A seguia o delin-
profissão que
cançar o nosso desideratum, é a
que
antes do crime
qüente
diminuição ou a extinção da cri-
quase

2) O do de-
perfil psico-fisiológico minalidade reincidente.

linqüente

3) A escolha de uma ada- "antes,


profissão
O estudo do criminoso
ao do de-
ptada perfil psico-físico
durante e depois do crime"
linqüente.

Resolvida a nos termos As funções de técnico criminalista


questão pro-

tanto ser entregues ao Con-


como conseqüência, verifica-se- poderiam
postos,

selho Penitenciário a uma turma


na cri- quanto
ia logo um descréscimo
grande
de cuja única finalidade seria o
peritos
minalidade reincidente, isso se
porque
estudo do criminoso antes, du-
perfeito
considerariam em lugar as
primeiro
rante e depois do crime. Êstes
peritos
reais de o delinqüente
possibilidades técnicos crimina-
seriam denominados

vir a tornar-se uma célula verdadeira-


listas. Uma vez estudado o criminoso

mente útil à sociedade, adaptando-se a


sob o aspecto biopsicossocial, seria

ela mui meio do exer- então organizada uma ficha, teria


perfeitamente por que

não só a finalidade de servir de base


cício de adequada
profissão.

às ergológicas como também


pesquisas

Efetivamente, o trabalho nobilita o


a fins estatísticos. Proponho a ficha

indivíduo. E, desde seja seria en-


que possível seguinte, que prática porque

orientar cientificamente o homem na cerra sintética mas claramente os dados

escolha de uma baixará ne- mais necessários ao


profissão, psicotécnico.
CULTURA POLÍTICA
88

FICHA

Número ....

Idade Ano-nascimento
Nome

— Idade Ano-nascimento
Nome pai

Nome mãe Idade Ano-nascimento

: sim ou não Amasiado: sim ou não Filhos :


Casado quantos

Pais : casados ou amaziados

Até viveu em companhia dos de idade ..


quando pais Anos

Profissão exercia cometeu o crime


que quando

Outras exerceu
profissões que

Enfermidades teve Exame dos aparelhos e órgãos


que

Enfermidades dos
pais

Enfermidades dos irmãos

Enfermidades dos tios

Enfermidades dos avós

Enfermidades dos filhos

Tipo de temperamento

Tipo de caráter

Tipo de constituição

Tipo de criminoso

Crime ou crimes
praticados

1) máxima
f

Pericolosidade 2) média
]

| 3) minima

amiosã
Pericolosidade
(l]
2) social
\

* 'nata
^
Pericolosidade /

t 2) adquirida

Pericolosidade /*>

transitória
(2)

índices de regeneração Aparelhos e órgãos

A 1) Ap. circulatório

</i 2) Ap. respiratório


2)
w

O 3) Ap. músculo-articular
3)
U"
<
<
> 4) 4) Coração
>
u
5) u 5) Glândulas
</)
ffl
6)
6) Sistema nervoso
o

7)
7) Ap. digestivo

P!eenJchid? a ficha apresentada,


. o sòmente
que poderia ser feito após
„U1VM
*r ° €nto' scria ° mesmo, em tempo oportuno, remetido ao
w
psicotécnico. Com base nos informes do técnico criminalista, estudaria êste de-
o
O PROBLEMA DA REINCIDÊNCIA 89
CRIMINAL

tento exclusivamente sob o de vista ergolõgico, finalidade


ponto com a única de

escolher cientificamente uma bem se adaptasse ao


profissão que perfil psicofisico

do examinando.

O organizaria então a ficha ergológica do detento, de acôrdo


psicotécnico com

o modêlo a seguir :

FICHA ERGOLÓGICA

Número

Nome

Filiação

Idade

Profissões anteriores

Impostas ou de livre escolha ?

Que desejaria seguir ?


profissão

Profissão dos
pais

Prefere o trabalho isolado ?

Em conjunto?

Aptidões

Capacidade

índice de resistência Bom

Índice de robustez Bom

Sentido da vista

Sentido do
gôsto

Sentido do tato

Exame dos sentidos

Sentido do olfato

Sentido auditivo
%

Sentidos : Bons ?

Observações sobre os sentidos :

1) -

2) -

3) ~

1) ~ r

5)

Exame endocrinológico :

-
d

2) -

3) ~
,

4) _

5)

6) -
CULTURA POLÍTICA
90

:
Exame psicológico

1) — Memória

*
2) — AtençSo

3) — Vocação

Observações :

-
d

2) -

3) -

4) -

5)

Profissões indicadas

Profissões contra-indicadas

Observações:

-
d

2) -

3) -

4) -

Necessária liberdade ao tôda documentação ser devidamente


perito ar-

quivada.

Os não estarram adstritos ao


peritos
O técnico criminalista seria sempre
formulário das fichas; isso seria im-
um funcionário do Ministério da
seria mesmo Jus-
possível, a negação do
tiça, com exercício dentro das
exame peni-
O teria abso-
pericial. perito
tenciárias, casas de correção, cadeias,
luta liberdade de ação, devendo estu-
etc. ... Deveria ser um especialista
dar o indivíduo de modo a ma-
poder
em matéria criminal, tendo auxiliares
nifestar-se com segurança. O
perito
o ajudassem no desempenho de
teria que
necessariamente de organizar seus
suas funções, e entre êstes estaria ne-
cadernos de observações, de seguir os
cessàriamente o médico. E' função
métodos mais variados na
pesquisa
bacharéis em direito, técnicos de
desta para
ou daquela faculdade da alma do

reconhecida competência.
detento. Mas, como as duas fichas se

destinariam a um terceiro técnico, o té-


O seria sempre um fun-
psicotécnico
cnico de administração, deveriam con-
cionário do Ministério do Trabalho,
ter tão somente aqueles dados neces-
médico ou engenheiro, ou técnico de
sários ao fiel desempenho de suas fun-
indiscutível valor, exercendo suas fun-

ções, e estas se limitariam apenas a


ções, não dentro das
penitenciárias,
encaminhar o egresso das
prisões para mas em
pavilhões próprios, sob admi-
ccrta e determinada atividade
profis- nistração do Ministério do Trabalho,
sional do terceiro técnico).
(função
onde seriam enviados os detentos
para

regenerados.
Nos arquivos dos técnicos crimina-

listas e dos
psicotécnicos estariam to- Terminado o exame
psicotécnico, se-

dos cs dades necessários a es- liam as fichas do delinqüente


qualquer remetidas

clarecimento, de modo em sendo ao técnico de


que, administração encarrega-
necessário,
pudesse o técnico de admi- do do assunto, finalmente,
que, após
nistração solicitar os informes
que jul- estudo do caso, encaminharia o liberado
imprescindíveis.
gasse Tais informes determinado emprêgo. Dai
para
para
seriam diretamente
pedidos de técnico o futuro nenhuma relação existiria mais
a técnico, meio
por de ofício, devendo entre a cadeia e o liberado, a menos
DA REINCIDÊNCIA CRIMINAL 91
O PROBLEMA

motivasse, cie atos empregá-los em emprêsas


êsse prática possível par-
que pela

de ticulares. Tal lei certamen-


deshonestos ou reveladores perico- produziria,

de seu seques- te, os efeitos mais benéficos e comple-


losidade, a necessidade

medida taria os esforços até hoje improficuos


tro da sociedade, como
punitiva

vez as da Criminologia. A criminalidade rein-


ou Uma empregado,
preventiva.

e o técnico cidente é um dos mais atormentadores


relações entre o liberado

únicas exis- fenômenos sociais. As medidas até hoje


de administração seriam as

no antigo ato não conseguiram debelar,


tentes, com fundamento propostas

Psicològicamente seria essa nem mesmo reduzir a escala da reinei-


praticado.

Tendo-se em vis- aência. As sugestões apresentadas re-


a melhor orientação.

do indivi- duziriam o às
ta sobretudo a regeneração problema justas propor-

de tudo liber- Enormes são as somas os


duo, é necessário acima ções. que

de lembrar- Estados contemporâneos com o


tá-lo de idéias susceptíveis gastam

Por- complicado aparelho


lhe o mundo da criminalidade. judiciário, peniten-

de ter- ciárias, casas de correção, re-


tanto, obrigá-lo a apresentar-se polícias,

ao formatórios, etc. ... Tão


em tempos à ou grandes gas-
pos penitenciária

O an- tos nem sempre se traduzem em efeitos


criminal é erro
juiz psicológico.

há salutares. Se, apesar de tantas medi-


tigo criminoso deverá sentir que

é consi- das, a ainda não foi solucio-


confiança em sua questão
pessoa, que

nada, é algo lhe falta. Todos


derado como homem de trabalho no porque

meio em vive. Eis as fun- os técnicos criminalistas contemporâ-


que por que

li- neos nos asseguram a finalidade do


fiscalizadoras da conduta do que
çdes

Direito Penal não é só mas tam-


berado devem estar a cargo de certa punir,

bém reeducar. Na concepção atual, o


categoria de técnicos de administração

crimina- criminoso é castigado não só


sem serem porque
que, propriamente

delinqüiu, mas também não


listas ou devem ter os para que
psicotécnicos,

bom de- venha a delinqüir.


conhecimentos necessários ao

sempenho das funções a são cha-


que
Dar liberdade ao antigo criminoso
mados. Vejamos então a natureza das

após uma longa reclusão, sem


garan-
funções desses técnicos de administra-

tir-lhe os meios de subsistência, é fo-


:
ção
mentar novos crimes, é alimentar o

1) — Encaminar o liberado de- da criminalidade reincidente.


para caudal

terminada repartição ou Ainda mais, é a completa negação dos


pública

empresa esforços feitos Estado na


particular; pelo questão

2) Acompanhar adequadamente a da criminalidade. Portanto, nenhum de-

conduta do liberado; tento, salvo casos especiais, deve ser

3) — Apresentação anual de um rela- novamente em contacto com o


pôsto

tório sôbre a reincidência; ambiente social, sem estar devidamente

4) — Apresentação, aos seus chefes, aparelhado, isto é, sem ter um traba-

de sugestões ligadas ao bom de- lho lhe menos o mi-


que garanta pelo

sempenho de suas funções; nimo de subsistência. Ainda mais, deve

5) — Conseguir das emprêsas ser encaminhado a uma


parti- profissão que

culares empregos bem como o esteja de acordo com o seu er-


perfil

fornecimento, a men- Esta é também de


princípio gológico. questão

sal e depois trimestral, ce suma importância. Uma mal


pe- profissão

relatórios sôbre a con- escolhida, só si, ocasiona


quenos por grandes

duta do liberado; desgraças, enormes Colocar


prejuízos.

6) — Representação contra o um homem numa ocupação não se


policial que

liberado, caso não seja boa sua adapte ao seu conjunto é


psicofisico

conduta. muitas vezes crime maior o co-


que

metido delinqüente. Quantos de-


pelo

sastres, acidentes mortais, e mesmo de-

Necessidade de uma lei


litos, não têm origem a
por profunda

incompatibilidade entre trabalho e tra-

fosse levar avante balhador !? Eis a da


Para por que questão
que possível

torna-se-ia ne- reintegração social dos delinqüentes, a


as medidas
propostas,

de tudo uma lei or- meu ver, é também um capitulo da Er-


cessário antes que

denasse dos liberados e> como tal, Ergologia


o aproveitamento gologia, pela

não fôsse deve ser estudado.


cm cargos quando
públicos
CULTURA POLÍTICA
92

todos os ramos do Direito, é


crime minai, de
O emprego evita o

relativo, o mais sujeito ao ven-


o mais

Por isso mesmo os


daval das
paixões.

então: O emprego evita


Pergunta-se mais sérios, entre os
seus
problemas

Responderão: Neste caso, só não


o crime? o da reincidência, podem
quais

é cometeriam cri* sômente de uma categoria


os desocupados que ficar a cargo

sempre a resolver
mes. Coloquemos a em seus de técnicos, prontos
questão

com os de-
A miséria, o desamparo, os parcialmente,
têrmos. problemas
justos

feitos decorrentes da super-especializa-


a falta de meios de subsistência só
por

impede sempre a visão


si não crimes. Pôsse isso ver* ção, que quase
geram

da total.
dade, todos os e desempregados perspectiva
pobres

seriam criminosos. Inversamente, há


Nos tempos atuais a máquina é o

muitos ricos, indivíduos desfrutam


que homem a máquina. Em
homem, e não o

de ótima situação econômica, se


que máquina é
conseqüência, a que pensa,

tornam criminosos. O crime é


produto a especialização.
vê, sente, age. Veio

de causas biopsicossociais. Cumpre


pois de hoje não é
Num mundo como o

investigar cada caso afim


particular, de inte-
mais o florescimento
possível
de observar se em cada caso concreto
ligências onicientes. Hoje, cada um

causas exógenas ou en-


preponderaram
sabe apenas um de certa do
pouco parte
dógenas. Causas exógenas são as so~
todo. Dai a conclusão: mais
quanto
ciais, aquelas exteriores ao organismo,
se sabe uma do todo, menos se
parte
e endógenas as residem no
que próprio
tem capacidade apreciar o todo
para
organismo do criminoso. A
pesquisa
em conjunto. Donde a necessidade da
da determinação das causas de cada
coordenação, da da reünião do
junção,
crime é tarefa ao técnico
que pertence
conhecimento humano contemporâneo.
criminalista, averiguar o
que para po~
Obra de Filosofia, dirão. Mas seria
que
tencial de do indivíduo
pericolosidade
a história da humanidade sem Filosofia?
deverá antes de tudo observar se o

crime em estudo foi ocasionado mais

causas endógenas, ou, ao contrá- lnterpretai;uo da criminal


por [icha

rio, se é de causas exógenas.


produto

A ficha criminal apresentamos


que
Entre as causas exógenas da crimi-
tem como finalidade
principal permitir
nalidade o fator econômico tem lugar
a rápida interpretação do de
grau pe-
de sumo destaque. Iremos mais longe:
ricolosidade do delinqüente, isto é, a
sob certo aspecto, o fator econômico
avaliação da criminal do indi-
potência
ser considerado uma verdadeira
pode
víduo. A ficha criminal é assim im-
causa endógena. O tratadista
grande
"A prescindivel aos demais técnicos
que
Von Listz assim se exprime: in-
vão examinar
posteriormente o detento,
fluência das circunstâncias sociais e,
lhes em minutos
sobretudo, pois permite poucos
econômicas sôbre a vida dos
um seguro sôbre a
indivíduos juízo personalidade
começa muito antes do seu
do criminoso, sua constituição,
nascimento." tem-
Discorrer demoradamente

peramento, etc...
sôbre a seria entrar nos
questão domí-

nios da Criminologia e da Sociologia. Na ficha criminal, em espaço,


pouco
Fugiríamos assim aos objetivos traça* figuram os dados
principais que são
dos. Mas uma coisa é inegável: o de utilidade ao caso: idade do crimi-
fator econômico é um dos mais fortes noso, idade de seus
progenitores, do-
na da criminalidade.
gênese Portanto, enças, caráter, temperamento, tipo de
todo e sistema
qualquer penal visa criminalidade, natureza
que da
pericolosi-
a reforma do criminoso será impotente, dade, sua
graduação, índices de rege-
desde o aparelho
que administrativo, neração, etc.

por meio de técnicos especializados, não

esteja de Todos esses dados fornecidos


de meios sucin-
posse lhe
que per-
mitam colocar tamente técnico criminalista
adequadamente pelo são
o libe-

fado numa oriundos de um criterioso estudo do


profissão.

delinqüente à luz das ciências mais mo-


é tempo de
Já unirmos as
partes num dernas, tais como Endocrinologia» Psi-
todo. Que se estude a
questão sob o canálise, Biotipologia e outras mais.
ponto de vista Integral.
O Direito Cri- Inspiram assim os dados da ficha cri-

(
O PROBLEMA DA REINCIDÊNCIA CRIMINAL 93

minai a máxima confiança, não se- Podemos agora compreender


por melhor
"Que
rem arbitrários, mas científicos. Bergson: somos nós senão a

O mérito da ficha criminal condensação da história de nossos in-


grande

está no realçar se a do fortúnios, antes dc nascermos?


pericolosidade

indivíduo em exame é mais devida a


Também cabe aqui o muito conheci-
fatores endógenos ou se é mais ex- "O
do conceito de Le Bon: homem
de fatores exógenos. Quanto
pressão
mais impelido fome,
pacífico, pela che-
maior fôsse a criminal,
potencialidade
a um de ferocidade
ga grau o con-
que
de fatores externos ou sociais,
produto
duz a todos os crimes". E fome
por
tanto mais conseguir a rea-
possível
não se entende somente a necessidade
daptação do indivíduo à sociedade "Nem
por
de Diz o velho ditado:
pão.
meio da técnica
que propomos; quanto
só de vive o homem".
pão
mais fôsse o resultado de fatores in-

ternos» constitucionais ou hereditários, Tôdas essas citações, súmulas do


pen-

tanto mais irreformável seria o indiví- samento de espíritos acatados cri-


pela

duo e, muito menores as tica universal, vêm demonstrar as ín-


portanto, pro-

habilidades de reeducá-lo. timas e estreitas relações entre a eco-

nomia e o crime, entre o trabalho e o


Pela ficha criminal
que propomos,

delito.
desde logo ficaria esclarecido um
ponto

é fundamental com respeito à tese


que
O do ajuste técnico entre
problema
defendemos : até seria a
que que ponto o deliqüente e a impõe-se,
profissão
sociedade responsável criminais
pela
portanto, como um dos básicos
pontos
dade do detento em estudo.
da da reincidência criminal.
questão

O estudo dos fatores da criminalidade,


Não é no decréscimo
possível pensar

em cada crime em é tarefa


particular, da reincidência sem amparar
primeiro
muito descuidada. Entretanto,
parece- o homem de modo se sinta respei-
que
nos, ai é está o substrato da
que ques- tado dentro do ambiente em vive
que
tão da reincidência criminal. Enten-
a sociedade.

demos, mesmo, deveria ser obri-


quesito
Entretanto, se a solução tão im-
a aos para
gatório perguntar promotoria pe-

devia ser essa do


ritos, em cada crime, fatores portante questão
que pre-
ajuste entre o homem e o trabalho, no
valecem, se os sociais, se os
psicofí-
estado atual o se ve é coisa bem
sicos. que

diferente. Efetivamente, a legislação


Os fatores sociais da criminalidade

dos cultos contemporâneos


penal povos
têm merecido atenção, embora
pouca
a reincidência como circunstân-
julga
sejam muito apregoados. No entanto,

cia agravante do delito O


nosso ver, praticado.
a são os na
principais gê-
raciocínio da sociedade é simples:
nese da criminalidade. fa- punir
Os outros

mais severamente o reincidente


tores, não são conscqüên- para
raro, apenas

não torne a reincidir. Engana-se


que
cia.

a sociedade: nem sempre a


porém
Morei, melhor ninguém, colocou
que
maior age como uma adver-
punição
cm destaque a importância do meio so-
tência no espírito do criminoso. Em
ciai na do delito. Vejamos as
gênese
maior implica um novo
geral, punição
do insigne mestre,
palavras palavras
convite ao crime. A agravação da
pena
cheias de simplicidade, mas transbor-
"Lair no caso da reincidência, longe de evitar
dantes de verdades: insalubre,
outros delitos, contrário, inspira
pelo
la mauvaise alimentation, , lexercice
novos crimes, forçando assim a rein-
d'un métier maisain, la consommation
cidência.
des boissons alcooliques, les salaires

insuffisants, les conséquences démora- Freud explica muito bem o


paradoxo.

lisatrices de la misère, ttnstruction et O indivíduo sente-se culpado, experi-

Téducation défectueuses, tous ces fac- menta a necessidade de sofrer um cas-

teurs des tigo, uma ter


produisent perturbations pro- punição, para que possa

fondes dans 1'organisme, se trans- um alívio, de


qui para que possa gozar

mettent et s'accumulent 1'hérédité. tranqüilidade de espirito. E* o senti-


par

C'est de cette façon surgissent les mento de culpa, leva muitos ao


que que

dégénevations dans lesquelles à côté du suicídio, outros a auto-mutilações, ou-

crétinisme, de 1'idiotie, etc... le crime tros ao crime, outros a falsas auto-

se cultive en abondance". acusações. A é assim uma es-


punição
POLÍTICA
CULTURA
94

a influência do
Dissemos que
espírito ator- ridentes.
vem limpar o
ponja que
o homem era enorme.
al- trabalho sôbre
culpado de
se sente
raentsdo que
era boa. De fato,
recla- Não dissemos que
remorso e
numa coisa. O grita
tanto ser boa
aquela influência pode
A alma angustiada
ma iifn corretivo.
Trabalho e trabalhador são
Reco- como má.
mais tranqüilidade.
não encontra
se devem ajustar uma
se duas peças que
Nova tragédia P^e-
nieça o ciclo.
ajuste é depende a
Có- à outra. Desse que
remédio está no
O próprio
para.
do trabalhador. Um orga-
dose mais felicidade
dessa vez em
digo Penal,

antagonismo com certo gê-


é cismo em
a
convidativa, pois que punição

trabalho é fonte de acidentes,


nero de
crime. Nova condenação.
maior. Novo

baixo rendimento, fraco su-


tranqüilo, desastres,
criminoso está agora por-
O

Vemos, a
cesso. portanto, que pesqui-
seu espírito achou o procura-
que
que
da a ser dada ao liberado
da sa
va: castigo. Um dia sairá prisão. profissão

impõe como medida complementar


nunca em condições se
Estará mais do
que

E reco- do sistema repressivo.


magníficas recomeçar.
para
"todo
a sociedade tudo lhe
meçará, porque Raul Rocha,
Conforme ensina

facilitará.
trabalho reclama uma técnica, e tôda

a socie- técnica movimenta aptidões,


Em matéria de reincidência qualidades,

raciocina segundo a máxi- capacidade física, fisiológica,


dade ainda psico-

malitia crescente de
ma tradicionalista: lógica." Vê-se, não basta
portanto, que

Se a reincidência dia
bet angeri
poena. colocar ou empregar o liberado, é
pre-

mais aumenta, a despeito do ri-


a dia
ciso mais, seja o liberado coloca-
que
dos códigos, se o número dos
gorismo
do em trabalho adequado, entendendo-
reincidentes é cada vez
criminosos

se como tal aquêle se ajusta


medidas de segurança que per-
maior, apesar das

é cm feitamente ao do de-
adotadas sociedade, perfil psicofísico
pela porque,

verdade, a não está colocada tento, combinando com as suas reais


questão

nos seus termos. Isso de


justos aptidões. é suma im-
questão

se se de fato resolver
portância quer

o da reincidência criminal.
Interpretação da ergológica problema
[icha

Expliquemo-nos. O liberado é um in-

divíduo teoricamente adaptado à socie-


Compete ao a elabora-
psicotécnico

dade. Tanto reincidir falta


da ficha ergológica. As funções do pode por
ção

devem ser exercidas fora de emprego como estar mal em-


psicotécnico por

das ou das casas de cor- isto


penitenciárias pregado, é, exercendo um ofício

reção de Vejamos não coaduna


qualquer gênero. que se com o seu espí-

então delinqüentes devem ser en- rito. Inadaptado


que ao serviço, torna-se

viados ao Somente aquê- mal humorado,


psicotécnico. nervoso,
preocupado,

les cujos índices de regeneração são neurastênico. Dai à reincidência basta

positivos. um repreensão,
passo. Qualquer uma
*
de um companheiro, um
pilhéria
Aconselhámos a criação gra-
de
pavilhões
cejo, e vem terra todo
por o trabalho
especiais, onde seriam recolhidos os
de anos, trabalho custa
que ao Estado
detentos afim de serem submetidos ao
uma fortuna. não custa
Quanto ao Es-
exame
psicotécnico.
tado um criminoso?!
Juizes, promoto-
Os objetivos fundamentais da Psico- res, tribunais, funcionários das mais di-

técnica, conforme sabemos, são, não versas


só categorias,
penitenciárias, casas

a eficiência do trabalho, como também de correção, etc. etc... A soma o


que
a do trabalhador. Estuda
poupança Estado com um
gasta só criminoso

assim a Psicotécnica o trabalho e o chega sustentar


para várias famílias

trabalhador, um em face do outro. A Se assim


proletárias. é, é obra alta*

influência o trabalho
que exerce sôbre mente social ajudar o Estado a reduzir

o espírito do homem é enorme. De um cada vez mais o número de criminosos.

modo todos os livros


geral traçam os Cremos com as medidas ora apre-
que,
maiores elogios ao trabalho, concluin- sentadas, o índice da criminalidade

do o mesmo é um
que dos fatores da reincidente baixaria ao mínimo. Estu-
felicidade. Na
prática, porém, as coisas dar o liberado sob o de vista de
ponto
nem sempre se assim
passam tão sor- suas aptidões e capacidades, sujeitá-lo
O PROBLEMA DA REINCIDÊNCIA
CRIMINAL

a testes ergológicos, realizar os exames minalidade e o meio. Não basta dar


dinamométricos e espirométricos, estu- liberdade condicional ao detento, não
dar seus movimentos,
seu de fa- basta
grau dar-lhe uma
profissão técnica-
diga, tudo isso é obra deverá ser mente
que escolhida. E necessário antes
feita
pelo psicotécnico. Ainda mais, de tudo investigar
se o liberado simpa-
deve o
psicotécnico estudar cuidadosa- tizava com o meio onde êle delinqüiu.
mente os sentidos do liberado,
percep* Muitos homens mostram-se
visuais, perfeita-
çôes táteis, auditivas, olfativas, mente em harmonia com o seu meio.
etc... Pequenos defeitos nos sentidos Por motivo de ordem econômica em
sâo causa de ge-
grandes efeitos. Portanto ral, são obrigados a emigrar. Inaptação
é matéria de suma importância, tendo- ao novo meio, nostalgia, hostilidades
se em vista
que a menor incompatibi- varias, impelem o homem ao suicídio,
lidade entre o oficio e o liberado
por quando não ao crime. Verificada a in-
si só é capaz de facilitar novos crimes. compatibilidade
entre o indivíduo
e um
A atenção e a memória, bem como a meio social,
por que não levá-lo
capacidade para
de associação de idéias, são o meio de origem, onde sempre se sen-
outros tantos assuntos
que devem ser tiu feliz, onde nunca
praticou ações
desvendados
pelo psicotécnico. criminosas?

No estudo do detento tem o


Numerosos psico-
outros
[atores
técnico liberdade de empregar os meios

ou métodos mais
Ainda numerosos adequados.
outros fatores No rever-
de-

vem ser tomados so da ficha deve


em consideração fazer as observações
pelo

psicotécnico, tais como necessárias,


a temperatura, que julgar afim de bem
o arejamento, ventilação. São hoje instruir o
bem técnico de administração
com-
conhecidas as relações entre a crimina-
petente.
lidade e as estações. A criminalidade

violenta» os Com os conhecimentos


crimes sexuais, são em deve
ge- que pos-
ral suir o técnico
praticados em muito maior de administração
número encar-

no verão; regado da colocação


os crimes de roubo, dos
já crimes liberados, em .

contra a pouco tempo


propriedade em poderá interpretar as
geral, são duas

mais freqüentes fichas técnicas,


no inverno. estando assim
São em con-
por-
tanto' fatores dições de
não devem encaminhar
que ser es- seguramente
o
liberado, apto
quecidos^ pelo a iniciar nova
psicotécnico estuda vida
que pro-
o liberaao, dutiva à comunidade
pois que, sendo êste colo- em vive.
que E

cado a trabalhar a sociedade


em local he-de sentir-se
impróprio, feliz,
pois
está arriscado só então
a reincidir. realizado verdadeira
(terá
obra social. A sociedade tem os cri-
Outro
ponto psicológico de subida minosos
que merece".
importância,
que deve ser muito bem
Muita matéria
pesquisado cujo estudo também
pelo psicotécnico, é aquele é
da competência
que diz respeito do
à atração con- psicotécnico deslo- >
pelas
camos
dições do trabalho. para a competência
Pesquisar do técnico
no li-

berado criminalista,
sua maior considerando
ou menor a circuns-
simpatia
tância do delinqüente
peio trabalho individual levar muito
ou coletivo, mais

variado tempo internado


ou uniforme, nas casas de correção
continuo ou des-

contínuo, que nos


regular ou pavilhões de assistência
intermitente, é in- psi-
vestigação cotécnica. Tal orientação entretanto
psicológica de incontestável

valor não
cujo conhecimento prejudica em nada os fins
se impõe. a alcan-
O

índice de^ çar. O Estado não tem


atração necessidade
pelas condições do de

trabalho criar uma repartição


é de valor incontestável, se dedique
que tão
pois
somente ao estudo
permite colocar o liberado dos
numa psicotécnico de-
pro-
fissão linqüentes. Futuramente,
que mantenha sempre muito
o seu âni- provà-

mo velmente fundará
moral, fator êsse o Ministério
decisivo do Tra-
na rein-

cidência. balho um departamento de assistência

psicotécnica, com o
programa mais
Há ainda um fator de suma impor- amplo
^ O
possível. estudo
tância, psicotécnico
e deve merecer
que do dos
psicoté- delinqüentes estaria a cargo de uma
cnico tõda a atenção. São bem conhe- das secções do departamento.
Com
cidas as relações existentes entre a cri-
poucos gastos, ainda evitando os in-
CULTURA POLÍTICA
96

sem esteja sua subsistên-


o que garantida
da super-especialização,
convenientes

cia meio do trabalho honesto e ade-


estaria em por
organismo administrativo

tão à sua capacidade


resolver a quado psicofisica.
condições para
perfeitas

da reincidência cri-
debatida questão

indiscutivelmente social V
minai, problema

natureza mais administrativa que


de

dita. Apenas três categorias de técnicos


criminal propriamente

são suficientes a solução de tão


para

velha o técnico criminalista,


questão:
CONCLUSÕES
o e o técnico de adminis-
psicotécnico

tração especializado. O técnico crimi-

I
nalista avaliará a criminal do
potência

criminoso; o indicará
psicotécnico qual
O da reincidência criminal
problema
a mais de acordo com o seu
profissão
não encontrar solução somente
pode
o técnico de adminis-
perfil psicofísico;
nos ensinamentos da ciência criminal.
tração especializado encaminhará o li-
Numa outra ciência, a Ergologia, en-

berado a indicada e ob-


para profissão
contramos as bases fundamentais da

servará sua conduta» suas reações, sua


velha Assim, o da
questão. problema
readaptação. As funções das três ca-
reincidência terá de ser apreciado con-

tegorias de técnicos devem ser rigoro-


com os ensinamentos sábios
juntamente
samente fixadas. Embora harmônicas,
da ciência do trabalho. Punir, não
por-
são independentes. Confundi-las seria
mas não venha a
que pecou, para que
fracassar, a época não
pois presente
deve ser o substrato da Crimi-
pecar,
mais comporta mentalidades onicientes.
nologia. Mas êsse desiderato
jamais
Reduzi-las seria a impossibilidade de
será alcançado enquanto a sociedade

alcançar o desiderato, correria o


não fizer do criminoso trabalhador. pois
um

liberado os da super-especiali-
perigos

zação dos técnicos.

II

Não existem homens bons nem maus.


VI

A sociedade é é a respon-
que grande

sável atos bons ou maus seus


pelos que
O da reincidência
problema criminal
filhos O meio, a educação, a
praticam.
deverá ser resolvido essencialmente
miséria, pelo
a fome, as doenças são os
trabalho. Educar o liberado no traba-
verdadeiros culpados das agressões
que
lho e trabalho é função altamente
pelo
muitos homens cometem.
social, não em absoluto
que pode ser

esquecida. Se, apesar das conclusões

III
da Criminologia, o
problema da rein-

cidência ainda não foi solucionado de-


Eis reconhece hoje
por que a ciência
vidamente, isto deve-se, em
criminal o criminoso deve grande
que ser
pu-
parte, à circunstância de se apreciar
nido a
de acordo com o de
grau pericolo-
questão isoladamente, completamente
sidade apresenta, não
que porque delin-
desligada dos ensinamentos ergológicos.
qüiu, mas não venha
para que a delin-
Visão de conjunto,
Mas perspectiva total,
qüir. se isso conclue a ciênçja,
eis o falta.
na que
prática ainda é o criminoso
julgado

como um ser à
parte, como excres-
VII
cência
pestilenta a todos afugenta.
que

Tal é um
proceder êrro, em verdade, A Ergologia, até aqui tem vi-
que
mata a
pois possibilidade da reintegra- vido divorciada da Criminologia, deve
Ção do homem à sociedade.
considerar o crime também como uma

diátese. Assim como existem as diá-

IV teses
psicopática, heredo-neoplásica,

osteodistrófica, heredo-tuberculosa,
deve
Os ensinamentos ergológicos devem esta ciência considerar mais uma, a
ser estendidos aos egressos das
prisões, diátese criminal, e assim,
nenhum liberado juntamente
deve ser solto antes de com a Criminologia, contribuir a
ser estudado para
pelo psicotécnico. Nenhum solução de um dos mais importantes
liberado voltar
pode ao ambiente social
problemas sociais.
Economia

A economia
corporativa
e o meio

social brasileiro

DJACIR MENESES

Prof. catedrático interino da Faculdade Nacional de

Filosofia. Diretor da Faculdade de Ciências P^ftmica3

do Ceará. Catedrático da Faculdade de Direito do Ceará.

dos da
quadros As realizações
corporativas
se

economia liberal, o sindicato multiplicavam


e denunciavam
teu-
DENTRO
se definiu como órgão de- dências
ultrapassar a
para nova

fensor dos interêsses de classe. etapa da evolução do capitalismo,

Hoje uma vasta literatura condena agravara antagonismos


que cria-

a atividade absurda de um Estado dores das dissimetrias mais


pro-
assistindo como espectador à bata- fundas da sociedade moderna.

lha vital do capital e do trabalho.


Liberdade e concorrência
Entre nós, a frase célebre da
slongans" decrépitos

questão social como caso de


po-
O tipo de corporativismo
lícia" do
caracterizou a mentalidade

não explica nem


passado se asse-
de uma época.

melha ao tipo de corporativismo

Defendendo
interêsses de elaborado
cias- experiência
pela mo-

se, o sindicato derna,


se cerrava na atmosfera
à inge- nacional c

rência internacional
do Estado, limitado da hora
que passa.
pela

moldura de Na
um círculo alvorada do capitalismo mo-
juspriva-
"liberdade"

tista. E crescia derno, a


a anarquia era uma exi-
liberal,

enquanto imperiosa das forças


o espírito gencia eco-
bacharelício

nômicas e da
mais embebido nova técnica
de romanismo pro-
er-

dutiva. Liberdade
e concorrência
gotizava brilhantemente
sobre o
eram os slongans" teóricos do
tema das taxinomias
jurídicas. Es-
desenvolvimento das emprêsas

realidades vivas, impressio-


quecia
essas células econômicas",
novas
nado com ficções distanciadas
já unidades de
produção e reparti-

da nova economia.
ção das riquezas.
Quebrou-se,

tis .,728
r. t
POLÍTICA
98 CULTURA

Esta, não é do esquema-


Bang, a Werkge-
diz P. porém,
como

simplista tracejado ma-


sua solidariedade tismo pelo
meinschaft na

re- terialismo histórico, a serviço de


torna-se o
orgânica. O
preço

finalidades A realidade
excelência da econo- políticas.
gulador por
"emprêsa",
— social é muito complexa. Há uma
diz Per-
mia e da
"a
infinidade de antagonismos resul-
constituição cardeal
roux

tantes de interesses
capitalismo e o lugar profissionais,
do geomé-

fra- solidarizam, sua vez, o


de suas forças e de suas por
tricô que

operário ao dentre de uma


patrão,
quezas".

"empresas" mesma emprêsa, opondo-os a

Nesse regime das

outras emprêsas.

unidades econômicas au-


como

O sindicato serviu às classes cm


menta a cisão entre as forças do

dissídio,
capital e do trabalho»

A corporação defenderá os in-

Inicia-se a sua or-


progressiva
terêsses
profissionais.
em antagonismo crês-
ganização

Se horizontalmente a sociedade
cente.

se apresenta em classes, vertical-

A inquietação É a
propaga-se.
mente ela se mostra dividida em

miséria operária. Ê nesse


quadro

profissões.
o sindicalismo moderno faz
que

aparição A solução corporativa, elimi-


sua e se robustece.

nando a das classes, abe


guerra
A história da colonização expli-

da subversiva, aponta o
política
ca o desenvolvimento do regime:

interesse nacional como chave su-


exprime a dêsse antago-
projeção
"emprêsas",
orienta-se a colabo-
prema: para
nismo acima das no

ração das classes e a integração


meio social nacional —
a
polari-
suprema dos valores morais, inte-
zação, como diz E. Hambrasin, de

lectuais e materiais da nação.


tôda a vida econômica o
para pri-

mado único do capital. Cada uma

O regulador supremo:
das forças em com a
presença,

agravação o
do conflito, amplia sua preço

organização e seu E a
programa.
Aí está a característica essen-
sociedade operária, de órgão de

ciai do corporativismo lato sensu:


defesa,
pretende, posteriormente,
visa organizar, no interior do sis-
ser até
princípio de reor-
político
tema econômico, a colaboração
social do mundo...
ganização

efetiva entre o capital e o traba-

lho, fazer desaparecer


para os

A integração nacional
choques de classes.

É ela dentro
A concentração possível dos
financeira cres- qua-

dros do Estado
cente, com fusão políticos demo-li-
a das emprêsas.

beral?
afim de oferecer mais resistência

às crises Cremos sinceramente


opera modi- não.
periódicas,
que

ficação
profunda em todas as na- Essas formas de colaboração

ções. O inicial
problema de uma vão desde ensaios e tentativas
"patrão-operários"

oposição
am- medrosas
e disfarçados às formas
"capital-trabalho".

a
plia-se decididas do tipo de corporativis-
A ECONOMIA CORPORATIVA 99

mo forjicado
os sistemas Isso
para determina a reestruturação

autoritários.
do Estado, a cabe um com-
que

Economistas
de valor plexo de funções novas,
grande desço-

examinaram argutamente nhecidas


o fenô- do tipo estatal criado

meno das crises e sua liberalismo


pelo e
periodici- jurídico: par-
da de, assinalando-lhes tido
o comple- único, sindicato reconhecido,

xo de fatores corporação,
de associações
perturbação con-
culturais

cernente à conjuntura, à estrutura políticas, bases da democracia

da economia nacional efetiva.


e ao
pró-

sistema capitalista
prio mundial
Decorre
daí o aspecto naciona-
^
(Perroux) não
que podemos
lista toma
que a nova
estudar política cor-
na brevidade destas li-

porativista: não é mais a nação


nhas.

se subordina
que à ditadura dos
O deixou
preço de ser o regu-
preços, no livre
da concor-
jôgo
lador automático
da economia
rência, mas os mercados
se
que
concorrencial,
Ricardo acen-
que organizam
segundo as necessida-
tuava notàvelmentc.
O no
preço, des da nação. Internacionalmente,

tempo do
grande economista,
era o comércio exterior é expressão
um adaptador
da
produção ao de uma
política econômica de fins
consumo,
operando
a mobilidade
precisos, formulados
"levando e regula-
e inversão
dos capitais,
dos, exportação
e importação
o sistema à
posição de equilíbrio
ajustando-se
aos interêsses
da co-
capaz de realizar o maximum
de munidade
nacional.

ofelimidade".

O liberalismo
interveio
em cer-

tos momentos
no comércio
Nacionalismo exte-
econômico

rior sob capa de


protecionismo,
6 corporativismo
mas
jamais atender
para a solici-

É tações reais
a concentração da nação:
financeira sua
poli-

tica exprimiu
elimina a sempre
que concorrência quase socor-
e, con-

seqüentemente, ros aos


o automatismo, grupos políticos e finan-

e cria ceiros.
as condições
para o corpo-

rativismo moderno. Deixa de O Estado


ser moderno reforçou-se

um capitalismo atômico como


ser órgão de
para coordenação,
di-
o capitalismo
de monopólios. reção
A e controle
das atividades

corporação
tem de ser, necessà- sociais e
profissionais, estas hie-
riamente,
um agrupamento rarquizadas
de ca*- nas instituições
cor-
ráter estatal ou
para-estatal, onde
porativas.

se representem
paritàriamente
pa-

trões e operários, O corporativismo


a o Estado e o
que

superintende,
fixando os meio nacional
preços

segundo as necessidades
nacio-
O corporativismo
brasileiro
nais e subordinando
jamais essas
está fixado nas suas linhas mes~
necessidades
ao dos
jôgo merca-
tras, na carta de 10 de novembro
dos.

de 1937, e modelará
a vida eco-
É o se está verificando,
que nômica do
país. Uma série dê

parcialmente, entre nós.


ajustamentos
cria
problemas
que
CULTURA POLÍTICA
100

Parece-nos, se
O portanto, que
exigem estudo
pormenorizado.

a necessidade de cons-
ainda sen- apresenta
meio social brasileiro,
"front"

o ideológico do
das correu- tituir
as repercussões
tindo

Brasil, mobilizando os intelec-


liberal as
tcs de opinião que poli-

tuais capazes, um movi-


nutriam, desafen- para
ticas anteriores

às xnento de teórica,
nacionais e propaganda
tas às realidades

discussão e divulgação
de outros pela po-
experiências povos,

dos do corpora-
choque de movimen-
acordou ao pular problemas

a inteligên- tivismo brasileiro.


tos ameaçadores, que

"Êsse
um estadista soube
cia rara de sistemá-
conservantismo

vencer admiràvelmente. — — é,
tico diz Êmile Giraud ao

contrário, o defeito dos


Vargas esteve à politicos,
O
presidente

dos
altura dos maiores vultos nacío- particularmente juristas, que

de- não dos


nais: não hesitou na gostam que perturbam
grande

- seus hábitos e temem os riscos da


cisão histórica eo Estado apa-

às mudança".
relhou-se, rápido, atender
para

novas condições impostas


pelas Êsse espírito misoneísta é, no

fôrças sociais a exigirem novos


momento, a maior ameaça à uni-*

e novos métodos. Come-


quadros dade e desenvolvimento nacional,

a verdadeira revolução na-


çava sua hostilidade disfarçada aos
por

cional a de fortaleci-
política ideológicos,
princípios à base da

mento da integridade e das ener-


vida institucional do
país.

da nação.
gias
Urge criar uma mentalidade

A renovação está nos seus


pri- moça, cheia de entusiasmo, fir-

meiros A colaboração das


passos. mando a nova concepção da vida

classes intelectuais foi imediata.


nacional.

Mas era natural se


que pronun-
Finalidade: emancipar êsses
ciassem as resistências dos inte-
elementos
da influência de
jovens
rêsses criados no regime anterior.
uma mentalidade
apres~
passada,
Resistências silenciosas e
passi- sando essa dissociação entre as
vas.
duas mentalidades —
e opondo-

A receptividade as. Daí as seguintes


das massas teses,
que

apreende e sente as diretivas apresentámos, em


da 1941, no Con-

nova em consonância de Direito


política com gresso Social, em São

os interêsses Paulo, no
grandes coletivos. sentido de tornar as

Mas sua Faculdades


percepção é deformada de Direito órgãos de

elementos oriundos colaboração


por das anti- social e
política:

situações em
gas desagregação,

a) redução das cadeiras de Di-


insinuam o descrédito
que em

rei to Civil;
nome de um liberalismo sufi-

b) ampliação das do Direito


cientemente falido. As instituições

nascentes Social;
sofrem a campanha su-

tilmente derrotista c) eliminação


de incompreen- da de Direito

são ou má fé, criando Romano;


uma atmos-

fera não condiz


que com o sentir d) desenvolvimento nos
pro-

da verdadeira nação.
de Economia Política e
gramas
A ECONOMIA CORPORATIVA 101

Ciência das Finanças, de uma escola vienense, bem como as

orientação compatível com os in- correntes excessivamente forma-

terêsses nacionais. listas de Baden, formal de Mar-

burgo, reduzindo o direito a me-


A reorganização das faculda-

ras especulações em tôrno da re-


des de ciências econômicas de-

exhauridas de
veria ser condicionada às exigên- gra jurídica, qua!-

seiva social e o
do novo quer pretendendo
cias do
programa político

mais abstrato formalismo, são


Vargas, as
presidente preparando

altas expressões intelectuais dessa


elites necessárias ao ajus-
graças

mentalidade em declínio: desvin-


tamento dos órgãos de ensino su-

culam o direito da realidade so-


perior.

ciai, lhes fere a sensibilidade,


que
A adesão da "turris
consciência do
se refugiar no ebur-
para
às instituições é a condição
povo
nea" de uma ciência do di-
pura
da vitalidade das reali-
grandes reito, seria a negação das no-
que
zações da democracia substancial:
vas técnicas nascidas na espon-

daí a importância imensa da for-


taneidade criadora das forças so-

mação de elites intelectuais escla-


ciais modernas.

recidas, libertas de alguns


precon-

ceitos não Daí restringirem tôda


têm mais significa- especula-
que

a vida moderna. Não se a


ção para ção jurídica de onto-
problemas

mais ocultar o conteúdo —


pode logia e epistemologia enquanto,
po-

lítico da cultura. O ordenamento


no direito social, o novum
gentis

jurídico-corporativo, consignado
inassimilável às categorias romã-

na constituição de novembro,
nicas, acentua-se o seu valor ins-

como expressão a tende nossa


que
trumental. A dogmática clássica
economia» só ser compreen-
pode
não atender às
pode solicitações
dido no ambiente sociológico e

contemporâneas —
constituída
histórico estamos vivendo.
que "para

servir ao sistema de inte-

A técnica corporativista não se


rêsses foi criada e
para que que,
ajustou nos regimes totalitários

isto mesmo, está-se revelando


por
senão deformações
pelas a foi
que
insuficiente ou incapaz re-
sujeita. É tempo de para
dissociar, no

solver os e novos
espírito dos não se grandes proble-
que preocupam

mas da organização
com o aquela e
vincula- política ju-
problema,

rídica dos Estados modernos


ção bastarda entre corporativis- e da

ino e Estado fascista. sociedade moderna"


No ambien-
(Oliveira

te nacional, o fascismo indígena, Viana).

ao tempo de seus viços,


primeiros
O corporativismo e seus
contribuiu pro-
a confusão
para que
blemas desbordam dos esquema-
impera ainda entre as duas ordens

tismos da dogmática clássica,


de exi-
idéias.

? categorias lógicas e
* * gindo técni-

cas emanam da vida


que econô-

Os como Kelsen,
juristas o mica e social se desenvolve
que

orientador da chamada
grande em tôrno de nós.
A indástria brasileira de cimento

PortLand

"CULTURA

Reportagem especial de POLÍTICA"

INDÚSTRIA NACIONAL firmou sua existência c começou

seu avanço decisivo no último do século


primeiro quartel pas-
A
sado, continuando a era industrial durante o Segundo Im-
que

teve como barão Mauá;


pério principal o de a
pioneiro grande guerra

de 1914-1918 foi o motivo um impulso maior. Porém nenhum


para

momento no foi tão oportuno como o atual uma


passado extensa
para

e intensa industrialização Brasil.


do

Compara-se o estamos
passo que ciando com a situação indus-

trial dos Estados Unidos em 1860. Esta comparação tem suas dite-

renças de tempo, do espaço


de fatores etnológicos
geográfico, e de

sistema de economia, de diferenciação e diversificação da técnica in-

dusírial moderna. Mas, ainda serve como comparação, agora


porque

atingimos certas características idênticas às Estados


dos Unidos em

1860 no sector industrial, assim como a do capital inver-


quantidade

tido nas indústrias e o volume e valor da estamos levan~


produção;

tando a nossa indústria do ferro, a nossa


produção de carvão, a ex-

de muitos metais
ploração utilíssimos indústrias,
as melhores
para

perspectivas a nossa
para produção e o
petrolífera da meca~
princípio

nização da nossa agricultura, com máquinas de fabrico nacional.

Agora, ou nos industrializamos


em bases sólidas, ou como
pereceremos

industrial.
poder

Se realmente se
quiser, porque é uma fundamental
tarefa do Es-

tado Nacional, o Brasil em menos de dez anos será uma considerável

industrial,
potência entre as dez
do mundo-
primeiras Com as reali-

zaçoes atuais,
parece estamos tomando
que êste caminho. Mas,
para
chegarmos a êste objetivo,
precisamos, inicialmente,
e acompanhando

as realizações,
criar uma mentalidade industrial. Esta mentalidade in-

dustrial, ou mesmo
podemos dizer, mística industrial, está contra a

mentalidade
puramente fiscal c burocrática,
e contra a mentalidade
que
A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CIMENTO 103

"civilização
Alberto Tôrres chamou entre nós de de Se bem
palácios".

a riqueza crescente
que_ cria a mentalidade da edificação, e na edifi-

cação o luxo, isto deve ser uma conseqüência da riqueza e da solidez

da nossa economia, e não sua base; a edificação também alimenta

muitas indústrias de materiais de construção, especialmente a do ci-

mcntOf e de muitos artefactos, mas não é em si uma de mentci~


prova

lidade industrial, nos tempos modernos, exceto se trata


quando de

construção fim industrial*


para Os centrais
pontos da da
preocupação

mística industrial são as fábricas, as usinas, as minas, os altos-fornos,

os estaleiros, os transportes, os laboratórios* Tal mística deve dirigir c

organizar toda uma estrutura; a idéia dessa estrutura deve estar na

iniciativa
privada, e agindo no sentido industrial,
pensando fortemente

secundada espírito industrial


pelo do Estado. Êsse espírito industrial

do Estado deve inspirar todas as formas intervenção


pràticamente de

do Estado no sector industrial, de modo tal intervenção


que esteja sub-

metida ao interesse fundamental da industrialização do


país.

Não temos capitais nacionais suficientes desenvolver tôdas


para

as indústrias de no momento
que não temos ainda tam-
precisamos;

bém as máquinas exigidas indústrias estão sendo


pelas montadas.
que

O espírito industrial Estado


do agir de tal forma harmo-
precisa que

nize o capital e o trabalho, facilite a mobilização dos capitais nacio-

nais e estrangeiros, sujeite fisco


o e as exigências burocráticas ne-
às

cessidades e comodidades iniciativa


da industrial, abra tôdas as
por-

tas à importação de máquinas. Felizmente neste sentido temos


pro-'

e a indústria encontra cada vez mais


gredido apoio, nunca será
porém,

demasiado. Podemos dizer o controle o equilí-


que» garantindo para

brio econômico e social, melhor


a distribuição da riqueza, o Es-
para

tado deve continuar cada vez mais abrindo os freios dar tôda a ve-
ç

locidade à iniciativa industrial. A mentalidade industrial atingirá de

tal forma o maior número


o não há me-
particular que pensará que

lhor emprêgo de capital nas indústrias nos


e transportes; tô-
que que

das as iniciativas industriais encontrem o melhor acolhimento nos ca-

de cada indivíduo e de tôdas as instituições


pitais de crédito.

Por outro lado, combatendo certas ideologias alienígenas de di-

reita e de esquerda fontes


e suas e agências de elimi-
propaganda,

nando, com a aplicação das leis sociais, o caldo de cultura em


que ger-

minam os sociais e —*
os corifeus das lutas de classes
perturbadores

proclamar, sem timidez, a legitimidade do lucro, a louvabilidade da

sua como
procura, fundamentais e sãos, dentro de uma so-
princípios

ciedade democrática sabe bem localizar os inimigos dos seus in-


que

terêsses e finalidades.

Não
existir manifestações de má vontade
podem e de aprê-
pouco

ÇO das autoridades e funcionários fiscais e burocráticos


com as
para

atividades industriais,
e, ao mesmo tempo, uma mentalidade indus-
CULTURA POLÍTICA
104

combinada no espírito industrial do Es-


trial estimulada e
privada,

espirito industrial seja e recomendado


tado. mesmo êste prègado
que

A mentalidade industrial
maiores autoridades estatais. privada
pelas

industrial animado Estado, de modo


deve coexistir com o espírito pelo

em todos os seus aparelhos.


prático

há um trabalho de reeducação a fazer-se,


Se no espírito
popular

logo feito, é entre nós definir lucro e


seja justo ga-*
porque preciso

ao mesmo tempo o valor do trabalho e o da inicia-


nância,
proclamar

tiva do criador e organizador; devemos louvar


privada, pensamento

tanto o operário e o técnico como o organizador, o incorporador de

capitais, o lançador das bases da emprêsa ou companhia, o se ar-


que

risca na realização de uma idéia industrial, agrícola,


grande produtiva,

mineira, comercial ou de transportes, etc. Os braços são indispensá-

veis, mas devem ser dirigidos cérebros; dirigentes e dirigidos tem


pelos

seus méritos definidos. Elementos incompetentes ou respon-


pouco

sáveis não devem ter a oportunidade de criar embaraços de


qualque*

natureza a diretores de emprêsas valiosas e complexas, ou ambiente

hostil às classes empreendedoras e conservadoras, no Brasil


quando

inteiro,. neste momento de e de necessidade de sempre maior


guerra

surto é multiplicar as iniciativas, estimular o


produtivo, preciso pionei-

rismo, num ambiente de segurança, de da de


garantia propriedade,

ordem social, de continuidade nas atividades Certo des-


produtivas.

às classes empreendedoras, industriais, comerciais


prezo e agrícolas

é mania bolchevizante do momento


perigosa mas
que passa, que pre-

cisa ser bem localizada e devidamente combatida, a bem da coletivi-

dade, da verdadeira democracia e da mentalidade industrial de


que

agora, mais do
precisamos em época anterior.
que qualquer

A mentalidade industrial, necessária agora, no momento da


guet-

ra, nos mais


para o do será neces-
provermos possível precisamos,
que

sária também no
pós-guerra, o nosso reajustamento à
para
produção

e economia de de acordo
paz, com as outras nações, e especialmente

com a economia continental. Sem esta mentalidade industrial


privada

e estatal, não cumprir


poderemos a nossa missão no mercado nacional

nem no continental, e, sem dúvida, a nossa indústria o élan, e


perderá

depois o mercado
próprio nacional, o fundamental nós. E, então,
para

os atuais desmoralizadores
das classes empreendedoras e conservado-

ras, infiltrados ou não no aparelho Estado,


do se transformarão em

cavalheiros da esperança, se utilizarão da crise econômica e do de-

semprêgo,
proclamarão a falência do regime e das instituições» utili-

zando a situação, não resolver o


para problema econômico
e social,

mas como objetivo


político a tomada do
para poder, subversão da or-

dem social e do regime Os nossos dirigentes,


político. de olhos aber-

tos, devem ver tudo isto, e continuar mais eficientemente impedindo o

caminho a esses batráquios de águas


enfeitados com as fio-
podres,

res artificiais de um falso social


paraíso tanto na di-
que prometem,

reção da direita como na da esquerda.


A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CIMENTO 105

Devemos, compreender
pois, claramente, e de modo firme e rea-

lista, sem o demagógico


pensamento de agradar, sem a fraqueza de

fazer as com certas ideologias


pazes fracassadas nos seus de
países

origem, só uma livre e mentalidade


que sã industrial orientai
poderá

a organização industrial deliberada e consciente no Brasil atual.

A intervenção do Hsíado na vida econômica deve fundamentar-se

no encorajamento, defesa e estímulo da e do consumo,


produção na

livre oferta e essa intervenção


procura; deve ser realizada com a cola-

boração dos interessados,


grupos nos sectores do capital e do traba-

Iho. O Estado deve eliminar todas as legais e trâmites burocrá-


peias

ticos inúteis ainda


que e tanto desanimam a iniciativa
perduram
pri-

vada, algumas vezes entontecida labirinto de exigências


pelo forma-

lísticas. Reconhecendo a legitimidade do lucro na atividade o


privada,

Estado deve dispor o seu aparelho fiscal e burocrático a cooperar


para

êsse lucro seja um fator de


que e um as inicia-
progresso prêmio para

tivas.

Por outro lado, as leis sociais e de assistência aos trabalhadores

devem ser aplicadas de modo a vida digna ao operário, sem


garantir

destruir a base financeira da emprêsa. Êste equilíbrio entre o capita!

e o trabalho, entre o lucro o salário,


e é a maior da solidez
garantia

da sociedade democrática moderna, baseada mais na social, e


justiça

eliminando as obsoletas e fantasiosas fórmulas libertárias.

A mentalidade industrial, existente São Paulo,


em e em menor

em outros centros industriais do estender-se


grau país, precisa a todo

o Brasil, até a nossa agricultura, apenas começa a sair da era da


que

enxada e a conhecer o arado e os instrumentos mecânicos. Será a ri-

industrial e agrícola irá substituindo,


queza nas cidades e nos
que

campos, os mocambos, as casas de barro cobertas de ca-


palhas, por

sas higiênicas feitas de bom cimento barato e cobertas de boas telhas.

Sem estimular a criação de riquezas e mais riquezas, nunca supera-

remos o nosso especialmente no campo.


pauperismo,

A indústria do cimento Portland

Precedemos com essas considerações o estudo vamos fazer


que

de modo ligeiro da nossa indústria de e mento Portland, não sòmente

as achamos oportunas,
porque mas também sc trata de uma
porque

industrial maior ap/êço,


produção do dela depende
que precisa poique

a nossa expansão industrial considerável; a de cimento


produção acom-

a nossa formação industrial


panhará como um dos seus elementos bá-

sicos. De fato ela representa um triunfo do espírito


já industria*
pri-

vado, e tem tido lutas


suas contra as incompreensões ou as más von-

tades, e os a apontam como


que de lucros fabulosos, instru-
panamâ

mento de argentários. Os fatos vamos apontar dispensarão


que mais
\

w\

106 CULTURA POLÍTICA

comentários, c esclarecerão o significado do nos trazer uma


que pode

mentalidade industrial neste Brasil onde há tanto fazer e criar,


que

mas onde não deveria haver lugar derrotistas ou intrigantes


para para

entre as classes O representa


produtoras. o cimento, o repre-
que que

sentará, o representa representará


c maior de
que produção ferro e

aço, de carvão, de metais, o representar o


que podem a bor-
petróleo,

racha, os óleos vegetais, os etc., etc., tudo


produtos químicos, isto

ser despertado vamos


pode pelo mostrar.
que

mais de 90% cimento


Já produzimos do consumimos, de tô-
que

das as
qualidades; porém sempre mais de cimento,
precisaremos se

continuarmos o nosso crescimento industrial. A existência do cimento

bom, abundante e barato, é um elemento sustenta a nossa


que possibi~

lidade industrial. Os nossos transportes terrestres consumir


precisam

dez vezes mais o cimento ano* termos as


por para estradas de
que pre-

cisamos* Embora ocupando


o segundo lugar na América Latina na

e consumo de cimento,
produção e consumimos
produzimos cêrca de

dois terços do
que produz e consome a Argentina, e apenas duas ve-

zes mais do Colômbia,


a
que menores e com menor
países população

que o Brasil.

No entanto, na América
do Sul foi o Brasil o a
primeiro produ-
zir cimento. Cabe a nós o lugar
primeiro na e no
produção consumo,

todos os motivos.
por A nossa mentalidade industrial tem vasto
um

campo no ramo da de
produção cimento. Para atendermos a tôdas as

necessidades
das construções de todos os ramos, e a econômico,
preço
a nossa indústria
de cimento deve ser menos
pelo dez maior dentro

de cinco anos. Atualmente não estamos realizando êste ritmo de cres-

cimento, e é isto
por o cimento encarece,
que e às vezes é difícil en-

contrá-Io, o dá
que margem ao aumento da importação
e ao mercado

ne^r°ja
Pre^0s e esPeculação. Tais fatos são anti-econômicos
e
per-
turbadores, só
e serão vencidos
agora uma
por produção desde
que
dobre a atualmente
ja registrada;
com tal
produção o mercado do ci-
mento se acalmará e voltará à normalidade
e ao equilíbrio desejado
de e entrega
procura em todo o Precisamos
país. de aumento da
pro-
duçao das fabricas existentes e novas fábricas; tudo isto exige mais
combustíveis, importaçao
de máquinas
novas instalações,
para mais
capitais incorporados.
São exigências
da nossa necessidade indus-
trial
que precisam ser satisfeitas,
com o impulso
do espírito industrial

do Estado
prestigiando a iniciativa
privada, o ânimo dos audaciosos

empreendedores industriais.

Histórico

C?rStrUÇÕes mais ant'9as não era usado o material aglome-


ranh.NaS
rante, ou utilizavam
sucessivas
camadas de terras em
paredes, ou blo-
cos de superpostos.
pedras Mais tarde, na Grécia, no Egito, entre os
romanos e depois entre os árabes, começou a ser utilizado o aglo-
merante, os diversos tipos de argamassa,
com variadas misturas,
jun-
A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CIMENTO 107

tamente com a cal extinta. No Brasil, encontramos nos velhos edifícios,

nas igrejas e fortalezas, um aglomerante bastante duro. de cal ou cal-

cáreos aa orla marítima e azeite de especialmente de baleia*


peixe,

O cimento, isto é, certo tipo de cimento natural, também foi usado em

construções antigas, especialmente entre os romanos-

Porém o cimento, na base do temos hoje, é de uso bastante


que

recente, desde aquêles


porque, tempos até 1Í56, nenhum melhora-

mento substancial foi introduzido nos aglomerantes modificasse


que

o seu aspecto
geralmente conhecido.

Em 1756, Smeaton,
John construindo um farol no canal da Man-

cha, descobriu certo calcáreo


que grosso, e resfriado,
quando queimado

endurecia, tanto dentro água


da como ao ar livre. Isto abriu o cami-

nho a idéia da fabricação


para do cimento.

Depois, em 1796,
James Parker, na Inglaterra também, registrou

a a fabricação
patente para do cimento em base então mais moderna.

O seu consistia, análogo ao da cal,


processo na de rochas
queima cal-

cáreas, com o acréscimo


de uma dose de cêrca de 30% de argila em

temperatura elevada. Êste tipo de cimento foi


pouco bastante utilizado

na Inglaterra, na Europa, e em 1818 nos Estados Unidos.

Masi em 1824, um inglês, Aspdin,


pedreiro Joseph tirou
patente

um obtido em
para produto elevadas temperaturas, foi denomi-
que
"cimento

nado Portland", sua côr cinzenta era semelhante


porque à

da ilha
pedra proveniente da de Portland, na Inglaterra. Daí ser
a o

cimento Portland, não uma marca de cimento, mas uma espécie


gene-

ralizada, tendo muitas marcas, conforme a fábrica ou a emprêsa


que

o .
produz.

O invento de Aspdin foi sofrendo melhoramentos,


Joseph sendo

Isaac Inglaterra,
que Johnson, na em 1845, melhorou ainda mais o

fabrico,
o calcáreo em temperaturas mais
queimando elevadas e afinal

pulverizando o e dando-lhe maior finura


produto e consistência. Na-

ano era franca


quele já a de cimento Portland na Inglaterra
produção

e na Bélgica, onde foi iniciada a um Aspdin.


produção de
por genro

A fábrica
primeira fundada na Alemanha foi 1855, logo
em e depois

na França
e outros europeus. Nos Estados Unidos foi 1872
países em

se começou a fabricar
que cimento Portland.

O Brasil teve a da fabricação de cimento Portland


primazia na

América do Sul. Em São Paulo, o comendador Antônio Proost Rodo-

valho foi o a tentar cimento. Na sua


primeiro produzir fazenda Santo

Antônio, existe
onde hoje a estação Rodovalho F.
(E. Sorocabana),

possuía um fabrico de cal hidráulica, e em 1888 mandou analisar o


CULTURA POLÍTICA
108

fabricar a marca cie ei-


1897 começou a
existente. Só em
calcáreo ali

"Santo 1892, na
iniciativa: em
Veio, outra
Antônio". porém,
mento

uma fábrica de ci-


do Norte, inaugurou-se
Tirirí, na Paraíba
ilha

durante três meses.


só funcionou
mento,
que

era dc 25.000 toneladas


da usina Rodovalho por
A capacidade

depois, e em 1904 a
foi suspenso alguns anos
ano. Seu funcionamento

firma A. R. Pe-
em leilão, sendo arremata
fábrica foi à pela
praça

funcionar, com a marca de


novo a fábrica a
reira õ Cia., de
que pôs

"Brasil",
Fábrica de Ci"
continuou a ser pela
cimento produzida
que

sucessora daquela firma. Essa


a de 1907,
mento Italo-Brasileira,
partir
"Lage", 'Torquês

, Meia-
sucessivamente as marcas
fábrica lançou

1916 a firma Pereira Iná-


foi suspensa a fabricação- Em
lua". De novo

"Cimento
Portland Nacional
& Cia. adquiriu a fábrica ,e lançou o
cio

o acervo foi adquirido Sociedade


Rodovalho". Em 1918 todo pela

Votorantim, continuou o cimento


Anônima Fábrica produzindo
que

"Rodovalho",
mais tarde. Hoje a mesma
cuja fabricação foi suspensa

"Votoran".

empresa fabrica o cimento

Em 1912 o do Estado do Espírito-Santo fundou em Ca-


governo

choeiro de Itapemirim uma fábrica de cimento Portland, com a capa-

cidade de 25.000 toneladas anuais. Foi suspenso o seu funcionamento

em 1924, voltando a trabalhar em fins de 1936 sob a responsabili-

dade da firma Barbará õ Cia,

Assim, só depois de 1926 viemos a uma de ci-


possuir produção

mento Portland ininterrupta e crescente, com a fundação da Compa-

nhia Brasileira de Cimento Portland, em Perús, São Paulo, lan-


que,
"Perús"»

a marca começou a funcionar em maio de 1926,


çando pro-

duzindo 13.392 toneladas no resto do ano e 54.623 toneladas no

seguinte, e uma capacidade anual hoje de 200.000 tone-


que possue

ladas.

Em abril de 1933 a Companhia Nacional Portland


de Cimento

começou a sua fabricação em Guaxindiba, município São Gonçalo,


de

Estado do Rio de da Capital Federal. É


Janeiro; atualmente
próxima

a nossa maior fábrica de cimento Portland, com uma capacidade de

de 300.000 toneladas ano e com afamadas


produção as marcas
por
"Mauá" "Incor".

£m setembro de 1935 era inaugurada a fábrica da Companhia

Paraíba de Cimento Portland S. A., em Pessoa


João do
(Paraíba
"Dolaport"
Norte); fabrica o cimento
e tem uma capacidade de

50.000 toneladas anuais.

"Barbará",
Produzindo o cimento Portland vimos fábrica
a
já que

de cimento de Cachoeiro Itapemirim,


de no Estado do Espírito-Santo,

voltou a funcionar em 1936, com a capacidade de 25.000 toneladas


A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CIMENTO 109

ano; nesse mesmo ano, em fevereiro,


por a S. A. Fábrica Votorantim,

com uma montagem inteiramente nova, volta funcionar


a com o seu
"Votoran"

cimento e uma capacidade de 175.000 toneladas anuais.

Em Minas Gerais, em fevereiro de 1939, a Companhia de Cimento

Pordand Itaú, com sede na capital fábrica


paulista e na cidade de Itaú,

"Itaú";

cm Minas Gerais, lançou a m3rca agora esta fábrica está tam-

bém cimento branco, vez no Brasil,


produzindo pela primeira e
quando

começou a funcionar, a sua de cimento


produção Portland era dentro

da capacidade anual de 50.000 toneladas. Ultimamente, em Per-

"Poti";
nambuco, começou também a funcionar a fábrica de cimento

está em construção em Ouro Preto uma fábrica com capacidade de

25.000 toneladas anuais; estão ainda montagem


em ou em mobiliza-'

de capitais diversas empresas se destinam


ção a fabricar cimento
que

Portland, sendo 1 no Rio Grande do Sul, 1 em Santa Catarina, 1 no

Paraná, 1 em São Paulo, 2 no Estado do Rio de Se estas ini"


Janeiro.

ciativas forem bem sucedidas, teremos 14 fábricas de cimento em


pou-

cos anos; as 7 fábricas existentes não temem essa concorrência, e


ainda lhes sobra muita margem um crescimento em ritmo


para grande

maior o anterior. Com a inteligente


que e
justa política protecionista

aduaneira atual, não tememos também concorrentes estrangeiros,


que.

mesmo sem a nossa moderada só in-


política protecionista, poderiam
"dumping";

vadir o mercado de cimento a de nossa


a
preço política

não vai além de a ação desastrosa e as mano-


protecionista prevenir
"dumpings".

bras dêsses

O mercado interno mais cimento, e havendo lugar au-


pede para

mento da cumpre-nos estimulá-la também


produção, e estimular a

montagem de novas fábricas, atenderão ao nosso crescente con-


que

sumo em luta aberta da oferta, melhorarão as


e e
procura qualidades

do cimento Portland nacional, capaz competir melhor


de com o

estrangeiro existe. Mãos à obra, há lugar to-


produto que que para

dos.

Desenvolvimento da brasileira
produção

de cimento Portland

Como vimos, apenas desde 1926 começámos a cimento


produzir

Portland sem interrupção; uma indústria nova em


é e começou
que

nosso meio com os mais elevados modernos de


e
processos produção

aplicados em outros
países.

Para ilustrar os nossos comentários a seguir, damos aqui um


qua-

dro completo a de 1926 até 1942 inclusive, com os números da


partir

produção nacional, importação, exportação, consumo total e números

índices sobre consumo; mas faremos começar estes números índices


o

de 1931, se verificou o menor consumo nacional de cimento


quando

Portland nestes últimos vinte anos. Nos números da importação não


*«, J/F*/ *•
T* t

CULTURA POLÍTICA
110

cimento branco e outros de me*


os da importação de
estão incluídos

os de cimento Portland:
nor uso, e somente

CIMENTO PORTLAND

Números

índices

Exporta- Importa- Consumo

Produção sobre
Anos
total
ção ção
OCO/l"

sumo

396.322 409.704 —
13.382 I
| |

54.623 441.959 496.582 —

1928 87.964 456.212 544.176 —

1929 96.208 535.276 631.484 —

1930 87.160 384.503 471.663 —

1931 167.115 114.332 281.447 100

1932 149.453 160.534 309.987 110

1933 225.680 113.870 339.550 121

1934. 323.909 125.702 449.611 160

1935 366.221 114.154 480.415 171

1936 485.064 78.198 563.262 „ 200

1937 571.452 74.831 646.283 230

1938 617.896 49.600 667.490 237

1939 697.793 15 34.834 732.612 260

1940 743.635 402 14.896 758.129 269

1941 767.506 603 9.943 776.846 276

1942 753.393 1.200 64.000 818.797 291

Números em toneladas.
(*)

Vemos êste nossa


por a de cimento Por-
quadro que produção

tland em 12 anos
quasi quintuplicou de 167.115 tone-
(1931-1942),

ladas 753.393 tons.; mas êsse ritmo


para de crescimento agora não

satisfaz, as exigências mercado


do são crescentes,
pois
permitindo que

a seja o duplo da atual dentro 1 2


produção de a anos* A de
produção

1942 decaiu um mas isto


pouco, é significativo, vinha sempre
porque

aumentando de algumas dezenas de milhares toneladas


de ano, e
por

o consumo continuou sendo maior, suprir-se


procurando na importa-

aquele decréscimo na
ção; é devido à escassez
produção de combus-

tível líquido ou sólido, êste cumpre resolver


problema desde e
que
já,
não somente
a indústria de cimento.
para No corrente ano de 1943 a

produção está crescendo, melhor servida de combustível, com a vitó-

na sobre a submarina,
guerra e espera-se mais de 900 mil toneladas.

Talvez no ano novas fábricas esteiam


próximo em funcionamento, o

elevará ainda mais


que a desde
produção, as fábricas existentes
que

atingirão o máximo de sua capacidade com 900 mil toneladas; estas fá-

bricas terão aumentar


que a capacidade, e a subirá ainda
produção

mais, caso não exista a carência de combustível.


A INDÚSTRIA
BRASILEIRA
DE CIMENTO

Vemos
a importação,
que em 1941 16 vezes menor em 1932
que

Voltou'
em 1942' ao n5vel entre 1937 e
1938Vrom
com MnnnnT
64.000 TV931,
, toneladas em números redondos;
isto foi devido ao
aumento do consumo e diminuição
da
produção falta de combus-
por
6 * Trfta-se mais c a importação
dc cimento Portland
argentino das
"Loma
marcas San Mar "Carcemar",
,n Hercules".
Negra".
e do
uruguaio Artigas •
Rfas êstes cimentos
só eram
procurados
quando,
em ultima emergencia,
nao eram encontrados
os excelentes
"Votoran". produtos
nacionais Maua "Barbará"
, Incor Perus
, ,
e outros
mesmo a mais
preços altos; fora do mercado negro, o cimento nacionaí

suplanta o argentino,
tanto no
preço como na
qualidade.

Na do Rio.
praça a Companhia Nacional
de Cimento Portland.

dos tipos Maua Incor


e vem
, organizando uma distribuição
tão
criteriosa elimina
que completo o odioso
por mercado negro, aten-

dendo diretamente
a todos os consumidores,
de modo e ecuita-
justo
tivo, sem majoração
de e de
preços acordo com as necessidades
pro-
vadas de cada um. O nosso consumo atual de cimento é mais de três

vezes o de 1931,
se registrou
quando o menor consumo nestes últimos

vinte anos, vindo depois em escala ascendente constante, com um rit-

D1?<dC. 39
a mínima
pontos, e máxima de crescimento em 1938
Pontos
e 1934, dando o índice 100 a 1931 e atingindo
o de 291 em 1942.

A exportação nacional começou em 1938, com 6 toneladas, e atin-

mais de 1.200
giu toneladas 1942;
em foram os seguintes os nossos

compradores em 1941:

Bolivia
436.648
quilos

* *
Colômbia
22.220

tt
Perú
136.175

Gu. Francesa
8.000

A
produção de cimento Portland
Estado foi a
por seguinte nos
últimos anos, em toneladas:

1940 1941

São Paulo
367.474 366.200

Estado
do Rio
279.011 278.936

Minas Gerais
49.004 58.892

Paraíba
36.800 50.447

Espírito Santo 11.345 13.031

743.634
767.506

Notamos
houve um
que decréscimo nos
pequeno dois maiores

produtores, e certo aumento relativamente importante


nos menores

produtores. A
percentagem de cada fábrica
produção para o ano
para

de 1942 foi a seguinte:


CULTURA POLÍTICA
112

Portland Mauá ,
Nacional de Cimento (
Companhia
"Incor")
'' '#^
V
V »Y

Portland Perús .. 24 %
Brasileira de Cimento ( )
Companhia

. 21
Anônima Fábrica Votorantim ) %
Sociedade ("Votoran

Itaú Itaú 9
de Cimento Portland ) %
Companhia (

Portland 5
Paraíba de Cimento ( ) %
Companhia
Çolaport

Barbará 2 %
Fábrica de Cimento Portland ("Barbará")

1»5
Fábrica de Cimento Portland Potí %
("Potí")

fábricas 77%
Vemos as três produziram
que primeiras grandes

de cimento capita é um índice dc


do total Como hoje o consumo
per

uma região, damos abaixo um


construtivo de um e de
progresso povo

com o consumo de cimento importado, em cada Estado do


quadro

Brasil, e capita, em 1926, apenas começávamos a


per quando produ-

zir, com 13.382 toneladas em São Paulo, sendo estas toneladas


que

estão computadas; e também o consumo Estado e


produzidas por

capita, total, em 1939, só importámos 34.834 toneladas,


per quando

incluindo no todo e importação.


produção

No abaixo foi tomada a do computada no


quadro população pais,

Anuário Estatístico, 31-12-1925 e 1938.


para para

1926 1938

Consumo de cimento Consumo de cimcnto

ESTADOS importado total

Tctal Per capita Total Per capita

.Toneladaa Quilos Toneladas Quilos

Amazonas 1.444 2,62 2.668 4,67

Para ...; 3.145 2,76 8.204 5,03

Maranhao 2.705 2,80 3.326 2.69

Piaui 510 * 0,75 1.297 1,47

Ceara 3.255 2,28 8.957


5,20

R. G. do Norte .. 2.163 3,57 3.903


4,77

Paraiba 3.190 2,94 5.719


3,90

Pernambuco 12.710 5.28 22.097


7.05

Alagoas 3.540 3,37 5.569


4,44

Sergipe 1.455 2,89 3.274


5,72

Baia 11.355 3,14 26.339


6,00

Espirito Santo ... 3.350 6,36 6.436


8,58

E. do Rio 30.600 17,85 51.656 24,05

D. Federal 114.000 85,30 215.799 116,76

Minas Gerais 45.459 7,07 73.671


9,26

Goiaz 1.380 2,37 2.351


3,19

Mato Grosso 2.000 7,10 4.887 12,68

Sa® Paulo 118.355 22.68 219.216 30,76

Paraiia 2.563 3,27 8.866


8,08

Sta. Catarina 3.749 4,90 8.390


7,87

R. G. do Sul 29.489 12,02 47.636 14,64

396.417 11,64 730.261 16.56


A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CIMENTO 113

Os números 1926 são na base


para de estimativa; no Amazonas

está incluída a do Acre, e tirada


parte a na base das
porcentagem po-

somadas.
pulações

Vemos São Paulo manteve o 1.°


que lugar no consumo total e o

2." capita, e o Distrito Federal, o 2." lugar


per no consumo total e o

capita? Êstes dois centros consomem


primeiro per mais da metade de

todo o cimento consumido em todo o Brasil, até ano


o de 1942; em

1938 esses dois centros consumiram mais de dois terços de todo o ci-

mento consumido no Brasil. A diferença entre o consumo nacional


per

capita de 1926 e 1938 é apenas de 5 o um


é aumento lento.
quilos, que

Se o comparamos com o consumo de outros da América Latina,


países

vemos cabe o lugar à Argentina,


que primeiro com um consumo total

de 1.145.357 toneladas em 1937 e mais de 90 capita; o se-


quilos per

lugar cabe ao Uruguai no consumo


gundo capita de mais de 80
per

o 3.® ao Chile, com mais de 70 O Brasil está em 10.°


quilos; lu-
quilos-

com 16,56 estando acima somente Paraguai,


gar, de Equador e
quilos,

América Central o México). Por isto vemos


(sem crescer
quanto pode

o consumo do cimento entre nós, consumir seis vezes


pois precisamos

mais atingirmos o nível atual de consumo na Argentina. Todos


para

êstes dados e comentários visam mostrar margem tem a indús-


quanta

tria de cimento crescer no Brasil nos anos.


para próximos

O cimento Portland,
[ator

de riqueza nacional

Atualmente, nas sete fábricas em funcionamento, invertido


está

um capital de Cr$ 170.000.000,00, 1942


e a de foi avaliada
produção

em Cr$ 233.000.000,00. Ocupa esta indústria 3.000


de operá-
perto

rios, e tem uma capacidade máxima 900.000


de de tonela-
produção

das. A mundial de cimento Portland era em 1937 ... .


produção de

83.040.000 toneladas, sendo de 144.020.000 toneladas capacidade


a

total das fábricas existentes no mundo naquela data. Esta indústria

continua mobilizando mais capitais, virão aumentar a riqueza


que pro-

dutiva, criadora de outras riquezas, contribuindo nosso engran-


para

decimento.

Por sua vez, a indústria de cimento é consumidora de muitas ou-

tras O seu consumo médio de energia elétrica é igual atual-


produções.

mente ao conjunto do consumo das nossas cidades de Belém, Forta-

leza, Recife, Cidade Salvador, Belo Horizonte, Niterói e Pôrto


do

Alegre, a iluminação comercial e residencial dos seus 2


para pública,

milhões de habitantes. Só a Companhia Nacional de Cimento Por-

tland, de Guaxindiba, E. do Rio, consome mais energia elétrica do

Belo Horizonte,
que

A exploração do foi diretamente impulsionada do ci-


gêsso pela

mento» Em 1928 no Nordeste, transportada


a de para
produção gêsso

118.728 F. 8
CULTURA POLÍTICA
114

do cimento, foi de 3.031 toneladas; em 1937


ser utilizada no fabrico

Nordeste atingia 22.243 tons.» das mais de


essa exportação do quais

o cimento; em 1939 eram 20.800 tons. de consu-


17.000 gêsso
para

cimento, valendo mais de Cr$ 7.500.000,00, em


midas quando
pelo

Cr$ 480.000,00. O os sacos e* muitos outros ar-


1928 valia
papel para

tefactos e novas atividades foram suscitadas no a indústria


país para

do cimento.

Tem muita importância o rendimento de tarifas dado ci-


pelo

mento aos transportes terrestres e de cabotagem marítima, além dos

transportes de sacos e combustíveis. Em 1939 os impostos


gêsso, pa-

fábricas de cimento subiam a mais de Cr$ 41.200.000,00,


gos pelas

isto é, 23% do valor total obtido o é uma taxa alta,


pela produção, que

em 1939, nos Estados Unidos, os impostos recaíram sôbre o


pois que

cimento subiam apenas a 7% do valor total da assim, a nos-


produção;

sa taxação fiscal eleva de 31% o custo de do nosso cimento.


produção

É o caso de se dizer não é taxar-se mais esta in-


que possível preciosa

dústria.

Para os seus 3.000 operários, a indústria de cimento


quasi
paga

mais de Cr$ 12.000.000>00, os anuais, o dá média muito acima do


que

atual salário mínimo nas regiões onde ela funciona. Os industriais do

cimento mentalidade
possuem e a situação dos seus ope-
progressista,

rários está sempre melhorada, de acordo com os melhores no


padrões

manteem assistência social,


país; seguros de acidentes, reduzidos êstes

ao mínimo; sanearam vastas zonas contíguas de numerosa,


população

como fêz, entre outras, a Companhia Nacional de Cimento Portland,

em Guaxindiba.

É de vaior inestimável
a indústria brasileira de cimento Portland

para o consumidor; a do nosso cimento


qualidade não teme compe-

tência com as melhores marcas estrangeiras; os engenheiros


podem
confiar num
produto lhes
que as mais ousadas
permite construções, a

preço econômico; entre outras, a Companhia Nacional de Cimento


"Mauá",
Portland, além de sua excelente marca
fabrica também a
"pega
marca Incor
, chamada de rápida". Êste cimento
pode produ-
zir um concreto
está apto o
que para uso em 24 horas; de modo
que,
uma
pavimentação estar
pode aberta ao trânsito dentro de 24 horas
depois de colocado o concreto, sem nada deixar a desejar à
quanto
e solidez. Isto resulta em
grande economia de tempo e de fôr-
mas, e resolve inúmeros
problemas de construções, instalações
e repa-
rações rapidas, sobretudo
se trata de
quando trechos de vias
públicas
nao ficar
que podem muito tempo fechados
ao trânsito; instalações
industriais
podem ser feitas ou reparadas
de um sábado
para o do-
mingo, e na segunda-feira
retomar o ritmo de trabalho;
para as cens-

0m temP° de tal
9UCrra' dment°
P°de prestar se"

Sosdedsivos"68
I
A INDUSTRIA BRASILEIRA DE
1 CIMENTO 115

Preços e tarifas
protecionistas

A estabilidade dos do cimento


preços Portland é uma condição

o desenvolvimento da construção, sem


para o se a ele-
que produziria

vação dos orçamentos antes estabelecidos, causando incerteza no

final da construção- De 1927 a 1938, em 12 anos, o cimento na-


preço

cional variou de Cr$ 8,00 a li,80 o saco 42,50


de descon-
quilos;

tando os impostos, esta variação torna-se de Cr$ 8,00 a 9,80, ou ape-

nas 22,5%. Últimamente o cimento teve sofrer novos aumentos de


que

impostos carestia do combustível, transportes


preços, pela dos do
gês-

so, encarecimento desta e outras matérias


pelo elevação das ta-
primas,

rifas e das taxas de seguros, elevação dos salários, imposições estas


"Mauá"

oriundas da atual; o cimento está


guerra sendo vendido no

Rio a Cr$ 17,20 o saco de 42,5 Assim, a elevação do do


quilos. preço

cimento não é ditada de maiores lucros, mas


pela ganância tão sò-

mente motivada mais alto custo


pelo da e encarecimento da
produção

vida no Mas seria tal elevação se não


país. que a nossa
possuíssemos

indústria de cimento? Basta lembrar cimento importado


o
que passou

o seu valor Cif de Cr$ 47,00 a tonelada em 1914, a 205,00 1925,


em

isto é, um aumento de 335% em 12 anos*

Devemos considerar também a economia fazemos do


grande que

n«sso capital, se os capitais estrangeiros


porque, estão empregados na

indústria nacional de cimento Portland. capital veio o e


que para país,

se exportamos também dividendos os acionistas


para estrangeiros, tais

dividendos nada representam, em comparação com a economia fa-


que

zemos com o desaparecimento importação


da do estrangeiro,
produto

o nos fêz reter até agora uma soma de mais Cr$


que de

1.200.000.000,00, soma superior saldos


aos ouro da nossa balança

comercial nos dois últimos anos de 1940-41, e soma certamente menor

do aquela se estivéssemos comprando


que que pagaríamos cimento es-

trangeiro durante todo êste tempo de nossa Também, se


produção.

em os capitais da indústria cimento Portland


parte de são estrangeiros,

foram aplicados no importando máquinas, valorizando matérias


país,

primas, salários, aumentando efetivamente a nossa riqueza e


pagando

criando outras riquezas, numa espiral indefinida e de crescimento mal-

tiforme. Não há motivos senão de aplausos e de às iniciaíi-


gratidão

vas como estas, de capitais estrangeiros no Brasil.

Salientemos também o cimento Portland, de fabricação de-


que

zenas de vezes mais complexa a cal, exigindo mais


que de oitenta ope-

rações cuidadosas, com o seu aperfeiçoado e mecânico


processo de

produção, não chega a ser um têrço mais caro a cal; esta


que quando

custava cêrca de Cr$ 170,00 a tonelada em 1939, o cimento custava

228,00, apesar da sua delicada e custosa fabricação, com enormes e

caríssimos
maquinismos.

A nossa tarifa alfandegária sôbre o cimento estrangeiro Asa a


"dumpings"
uma
proteção contra os desastrosos; ela é hoje
justa de
CULTURA POLÍTICA
116

tonelada. Basta dizer apesar desta taxa adua-


104 cruzeiros que,
por

mais um frete marítimo de cêrca de Cr$ 80,00 tonelada,


neira, c por

estrangeiro vindo da Europa, com um custo de


o cimento produção

de origem de Cr$ 175,00 ton., chegou a ser oferecido


nos por
países

nós Cr$ 85,00, tonelada> dando um


Cif entre por preço por prejuízo
"dumping".

mínimo de 270,00 Cr$ ao exportador estrangeiro autor do

Assim ver claramente sem a taxa de a nossa


podemos que, proteção,

indústria de cimento Portland se arruinaria na depressão ou


primeira

crise verificada no estrangeiro, onde os cartéis, nos anos de altas,

"dumpings";

acumulam reservas fins de não existindo o


para quebra-
"dumpings",

mar da taxa contra as ondas de estas liqui-


protecionista

dariam numa manobra a nossa indústria de cimento, ou a fariam


pas~

sar uma crise, obrigando a das fábricas, como


por grande paralisação

aconteceu anteriormente, tentámos cimento sem


já quando produzir

uma devida defesa; e logo nossas fábricas tivessem e nos-


que parado

sa caído, e à medida fossem voltando a normalidade


produção e
que

equilíbrio de a crise e depressão no estrangeiro,


produção, passada os

cartéis voltariam aos altos e sempre mais altos, arruinando


preços a

nossa economia e cobrindo-se no nosso meio dos do


próprio prejuízos
"dumping",

momento do o como dissemos, e sua vez,


para qual, já por

teriam feito reservas, cobertas lucros altos anteriores e


pelos posterio-
"dumping".
res, ficando a mercadoria assim a vil, efeito de
preço para

Estas manobras clàssicamente conhecidas têm entrosamentos diversos,

até com companhias de transportes marítimos e financiamentos de con-

sórcios bancários. Enquanto não chegar o momento em a


que produ-

mundial em todos os sectores


ção industriais dos diversos es-
países

tiver feita em bases mais criteriosas, mais e equilibradas, num


justas

sentido mais humano e de solidariedade e compensação, sem o fito

único do lucro e da imperialista, temos


pressão o dever e o direito de
"dumpings''
defender a nossa
produção industrial contra os dos
pode-
rosos cartéis internacionais estrangeiros.

A Associação Brasileira de

cimento Portland

As nossas fábricas
de cimento Portland não somente zelam
pela
excelência dos seus
produtos como também
sua adequada aplica-
pela

çao, o melhor rendimento


para e mais alto aperfeiçoamento
da técnica

da sua aphcaçao constante. Para êste fim, fundaram a Associação

Brasileira
de Cimento Portland, com escritório central em São Paulo

e regional no Rio de Visa


Janeiro. essa Associação,
como as suas simi-
'colaborar
lares no estrangeiro,
a
gratuitamente com os engenheiros,

arquitetos
e construtores
na solução dos
problemas se relacionam
que
com a aplicação
do concreto, colaboração
em empenha
que todo o es-
torço do seu corpo técnico especializado. É oportuno,
entretanto, es-

ciarecer
essa colaboração
que se restringe
ao campo
puramente téc-

nico, uma vez a Associação,


que sua natureza,
por não se envolve na
A INDÚSTRIA BRASILEIRA
DE CIMENTO 117

comercial da indústria e nenhuma


parte interferência
ter nas re-
pode

lações entre consumidores e


produtores de cimento. Trazendo o
para

campo da construção a mesma diretriz de rigorosa técnica orientadora

da fabricação, a Associação, colaborando com os institutos de


pes-

com as repartições técnicas oficiais


quisas, e com associações de enge-

nheiros do organizou, como


país, uma tentativa, normas cálculo
para

e execução de concreto armado, largamente difundidas, e deu a mais

eficiente colaboração às normas definitivas recentemente aprovadas

Terceira Reünião dos Laboratórios


pela Nacionais Ensaio
de de Ma-

teriais.

"Dessa

estreita colaboração entre


produtores, consumidores e la-

boratórios, surgiram os mais benéficos resultados, havendo hoje entre

nós uma verdadeira engenharia de concreto, inteiramente afeita aos

mais modernos, rigorosos e eficientes de cálculos e execução


processos
"Por
de concreto simples ou armado. seus contratos de concessão,

obriga-se ainda a indústria nacional de cimento a receber em suas fá-

bricas, estágio e elas


para por engenheiros e
pagos, diplo-
químicos,

mados em nossas escolas. Além disso instituíram algumas delas bolsas

de estudos o estágio institutos


que permitem em de de alu-
pesquisas

nos se tenham distinguido no


que curso e se dedicar a estu-
queiram

dos e sôbre cimento


pesquisas ou concreto.

notável, único
e em nosso meio, o esforço
portanto, da indús-

tria brasileira de cimento Portland rigor de sua fabricação,


pelo
pela

elevação do nível técnico das aplicações do cimento e desenvol-


pelo

vimento cultural da mocidade das nossas escolas técnicas, orientadora

futura dessas aplicações.

"E

essa elevação de nível assim conseguida num sector da nossa

indústria fabril e da nossa indústria de construções não deixar


pode

de benèíicamente influenciar,
exemplo, os outros sectores, dando
pelo

assim uma vasta no cenário industrial do ao indefeso


projeção es-
país

fôrço da indústria brasileira de cimento Portland em da cultura


prol

e da técnica.
de Informações da Associacão Brasileira
(Boletim de

Cimento Portland, —
N. 43, 1940, 255.)
pág.

Valor militar do cimento Portland

O cimento hoje
é um material de também, e muito
guerra pre-

cioso
para a moderna; ele é necessário
guerra a nossa defesa, na
para

construção
das nossas bases navais e aéreas, dos nossos estaleiros e

fortificações,
dos nossos campos de aviação e hangares, das
quartéis,

nossas estradas e com fins militares e de transportes


pontes de tro-

pas e mantimentos;
com o cimento construímos as nossas fábricas de

munições
e armas, de motores aviões. Mais
e uma vez,
perguntemos:

se não tivéssemos o nosso cimento, nos custaria adquiri-lo


quanto

agora
as nossas tarefas de
para e de defesa? É incontestável o
guerra
CULTURA POLÍTICA
118

Portland. Ê mais um
indústria de cimento
valor militar da nossa
alto

todos os meios; é mais um ar-


motivo impulsioná-la
para por
poderoso

do Govêrno, a solução do
com todo o apoio
encarecer»
gumento para

indústria de cimento Portland,


com se debate a
maior que
problema

tanto torna mais dispendiosa a


como outras indústrias, e
assim que

— sólidos ou líquidos na-


o dos combustíveis
sua problema
produção

expansão do nosso de
ao mesmo temo, a maior parque pro-
cionais, e,

sua vez, nas suas usinas


dução de energia elétrica, geradoras
que, por

Pcra o cimento não falte às


sobretudo, tanto de cimento*
precisa que

mais, e
nossas tarefas militares do momento, produzi-lo
precisamos

isto sempre mais de combustíveis.


para precisamos

Ao terminar este rápido estudo de uma indústria é tão


que pre-

e iá nos serve de motivo de orgulho e confiança nos nossos des-


ciosa,

tinos industriais nos anos, voltemos às considerações o


próximos que

Mais fizeram e estio fazendo Brasil, em


precederam. pelo pelo povo

riqueza coletiva, bem-estar de todas as classes,


geral, pela pelo pela

nossa elevação material, moral e cultural, aquêles homens, nacionais

ou estrangeiros, de de uma idéia construtiva, articularam e


que, posse

mobilizaram capitais nacionais e estrangeiros, técnicos e operários, e,

depois de estudos e combinações vencendo tantas difi-


preliminares,

culdades, criaram tão valiosa indústria, do aquêles


que petulantes

ideólogos e — —
demagogos existem entre nós cheios de for-
quantos

mulações sonoras, e nada realizam de concreto, a não ser a de-


que

monstração clara da sua incompetência criar o bem e


para privado

coletivo.

Ê claro as iniciativas industriais lucro


que o também, e
procuram

isto está muito bem, nada de mais e decente; dão mais à


justo porém

coletividade do recebem. Arriscam os industriais numa emprêsa,


que

não somente os seus capitais, mas também os de muitos outros, até os

da economia
pequena arriscam o seu nome,
popular; empregam o

tempo, os esforços e trabalhos, abandonam a tranqüilidade e repouso

pelas preocupações de uma emprêsa; são os diretores de um


plano,

são os técnicos da emprêsa; assentam as máquinas, movimentam as

matérias
primas, os combustíveis, os transportes, os braços o tra-
para
balho; afinal a indústria está funcionando;
começa outra fase, a en-

trada no mercado,
e seguida da
precedida enfrentando
propaganda, a

concorrência estrangeira algumas vezes, criando uma nova riqueza a

orcular e aumentando
o volume e valor do comércio muitas
por for-

mas, dando trabalho a organizações


comerciais. Depois de tudo isto,

vitoriosos, muitos vêem o maior na alegria bem


prêmio cria-
pelo que
ram. Mas, certos elementos,
para esses
gigantes da êsses
produção,
entusiastas
da riqueza coletiva, êsses
pioneiros das melhores iniciati-

vas, das tanto


quais precisamos, não
passam de exploradores, usurá-

rios
gananciosos. No
passado e no tais indivíduos
presente fizeram as

nessas
reais,
grandezas e a êles devemos o surto industrial
poderoso

sustentáculo
paulista, maior da economia nacional.
A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CIMENTO 119

Chegou a hora de a mentalidade industriai reagir contra os focos

bolcLevizantes nos ameaçam na


que estrutura interna* Os elementos

existem, e só falta conjugá-los, em benefício das instituições


e da de-

mocracia, o bem da coletividade,


para os melhores destinos
para do

nosso O nosso
povo» proletariado ter um nível de vida
precisa sempre

mais alto, de leis sociais sempre


precisa melhores, mais e mais
justas

aplicadas, de maior assistência social, de social baseada


justiça nos

mais altos interesses coletivos. Tudo isto está dentro do de


programa

realizações feitas e a fazer Gstado Nacional,


pelo Porém tudo isto, e

mais ainda almejar,


que possamos não se faz e não se está fazendo
"Brasil
•com
o de um essencialmente
pauperismo agrícola", na base

ronceira da velha enxada; isto não se fará com a nossa decadência in-

dustrial, com o desânimo mas


produtivo, criando a riqueza fortemente,

sob o signo de uma sã mentalidade industrial; o


que precisamos não

se fará intermédio
por de demagogos
palradores, de críticos destru-

tivos, de oposicionistas sem nem


princípios programas de realizações,

mas com a criação e organização da riqueza homens industriais


pelos

e de ação construtiva, de capacidade empreendedora, animados e con-

espírito industrial
jugados pelo do nosso Govêrno.

Nos tempos modernos, somente riqueza


a com os lu-
produzida

cros da indústria/ da lavoura mecanizada, fornecer os meios


pode e os

elementos cumprirmos o nosso dispendioso


para dever de elevação do

nível de vida material e cultural do nosso Fora disto, tudo mais


povo.

é agitação dissolvente, objetivo futura subversão da


político para or-

dem e social,
política ideológica a implantação
preparação para dos

nefastos totalitarismos da direita, e também aquele da esquerda. Se

salvar a nossa estrutura


quisermos nas horas
político-social próximas

escuras e
perturbadas do superar as imprevistas
pós-guerra, crises

político-sociais nos esperam, marchar na realização


que da moderna

democracia com social e oportunidades todos os cidadãos,


justiça para

temos também defender as condições atuais da formação da nos-


que

sa riqueza coletiva, incrementar sem temor a iniciativa dos in-


capitais

dusiriais,
proclamar a e louvabilidade do lucro, alimentar e im-
justiça

puísionar uma mentalidade industrial,


poderosa sem vaci-
prestigiar

iuçâo os
e empreendedores industriais.
pioneiros
do Brasil
O babaçá

DE AZEVEDO
RAUL

Diretor da revista Aspectos

em larga escala, êsse


É uma e produto
é o babaçú? pai-

dado natureza e tão


é um côco. Pois êsse pela pratica-
meira,

mente útil.
coco, explorado convenien-
QUE

da ruína econômica É fruto oleaginoso cujo


mente, salvou um

do Brasil, o
Estado habitat está naa terras
um
grande principal

Êste vivia Estados Unidos


Maranhão. próspero maranhenses. Os

ao braço do es- 1942,


até 1888, devido da América do Norte, em

a libertação, ato rá-


cravo. Com mandaram uma comissão de téc-

e fulminante, desorganizou- ao Mara-


nicos norte-americanos
pido

se financeiramente. Houve um co-


nhão estudar as substâncias
para

lapso, as rendas eram e as re-


parcas oleaginosas de é farta a
que

despesas muitas. está na linha de


O babaçú
gião.

frente. E a
Foi um se lem- principal.
quando govêrno

brou de estudar e explorar o ba-


Quantos nomes tem o babaçú?

baçú, havia e há em
que quanti- Babaçú, uauçú, bauçú, aguaçú,

dade infindável naquelas terras.


oauaçú, côco de rosá-
guaguaçú,

Começou a
prosperidade. rio, côco de macaco, côco dc
pai-

meira. Cientificamente — na
dá, cias-
A de babaçú
palmeira pode-

sificação de Barbosa Rodrigues


se dizer figuradamente, frutos de
"orbignia

speciosa".
ouro. No Maranhão está toda
por

No Rio de há
parte. Janeiro Interessante será saber
quando

exemplares no Botânico,
Jardim foi a sua exportação e
primeira

muito apreciados especialis-


pelos onde. Foi em 1867 fir-
para pela

tas e curiosos.
ma Ribeiro 6 Hoger, Liver-
para

O comércio e a indústria têm Nada menos de três navios


pool.

nesse vegetal fontes de renda, e foram carregados de baba-


quasi

a nação conta com êle ame« em casca A Inglaterra não o


para çú

lhoria das suas finanças. A conhecia, e assim naquela época


ques-

tão será os dois não havia máquinas


principal gover- para quebra-

nos explorarem convenientemente, lo, é muito duro. Na im-


pois
O BABAÇÚ DO BRASIL 121

de foi tudo rias minerais, fibras,


parti-lo, proteínas,
possibilidade

mar. carbonitratos.
atirado ao

1911 Marcelino Go- Ótimo a alimentação do


Mas cm
para

Almeida & Cia., estabele- Tirado o óleo da amêndoa,


mes de gado.

São Luís, remeteram o resíduo, a massa, chama-se tor-


cidos em

essas amêndoas ta. Há mercados certos no estran-


Hamburgo
para

Ora, o babaçu, na- A dificuldade, neste mc-


oleaginosas. geiro.

aplicado, em mento, é o transporte.


tempo, era
pe-
quele

escala, na extração de óleo.


é torta contém? Água,
quena Que
que

custava então 200 réis,


O óleo, matérias azotadas, cinzas,
quilo

brasileira, segundo uma —


moeda celulose. E mais
carbohidratos,

temos. A firma
monografia que bruta e real, boas unida-
proteína

referida distribuiu Estado


pelo des alimentares e relação nutri-

— época a
100 máquinas nessa
já tiva.

—'
máquina tinha sido descoberta
Numa outra análise, a Lilleborg

o côco e machados--
para partir Fabrikker declarou o babaçu
que

-foices a extra-
apropriados
para tem vantagem, como a copra da

da semente. Mas a máquina


ção Baía, outro Estado do Brasil
que

falhou, não tinha o cha-


porque tem o seu côco.
"condutor

mado do coco". Ainda

verdade é dá também u;?


A
que
hoje o fruto é com o
quebrado

bom combustível, muito animadoi.


machado não se apresenta
pois

em retorta fechada, à
A casca dá
uniforme na configuração e é difí-

de 350.° a 400.*,
temperatura
cil de outra forma.
partí-lo

30, ácido acético cris-


% carvão

Não dá trabalho a colheita do

2, álcool metílico 1,3, al-


talizável
côco. Amadurecendo, cai da
pai-

catrão anidro 5,4.

meira. Não dá cuidados seu culti-

Estamo-nos servindo de dados


vo. Nem mesmo os conhecidos

Governo
Ao traba- oficiais, pelo
de colheita. publicados
processos

Estado e inspiram confían-


lhador apenas apanhar o do
compete que

fesses informes acrescentam


fruto está no chão. Leva-o ça.
que já

tipo coque metalúr-


a o carvão,
ao e aí tira-lhe que
quebramento

em França no la-
amêndoa. As são ainda ati- analisado
cascas gico,

École de Arts e Mé-


boratório da
radas fora, inaproveitadas.

tiers, trouxe bons resultados,


pois
Analise-se o babaçu, seguntto

verifica o calorífico
se que poder
as informações correntes. Cor#-

foi a 8.010 calo-


do combustível
de epicarpo meso-
pòe-se (11%,)

rias. Portanto, de magnífica


qua-
carpo endocarpo
(23%), (57%),

mais, não contém arsê-


lidade. E
amêndoas —
Sumulando
(9%).
A de
nico, enxofre. quantidade
fibras resistentes, de
percentagem

fósforo é insignificante.
amido e tanino. Excelente a
para

fabricação Numa análise publicada pelo


de botões, tem ferro,

do Exterior do Brasil,
metais Ministério
alcalinos, ácido clorídico,

lemos o carvão de
sílica, em 1940, que
fósforo, magnésio.

alto teor de
Mas na babaçu,
a indústria vai buscar possuindo

é considerado ma-
semente impor- carbônico,
óleo de gás
grande

ao fabrico do
tância. téria essencial
Temos água, óleo, maté- prima
CULTURA POLÍTICA
122

do Dc-
inseticida (Monografia
sêco. O ácido acético
pode
gelo
Estadual de Estatís-
acético fa- partamento
fornecer anidrido para

aceti- tica).
de è de
bricação perfumes

éteres acéticos, emprega-


laturas; E mais. Estudos e análises re-

disolventes dc vernizes:
dos como
centíssimos, realizados
por quí-

de celulose, utilizado na
acetato
micos americanos, deram êste re-

fabricação de seda artificial; ace-

sultado surpreendente o seu

sódio, alu- "na


tato de cálcio,
potassa,
aproveitamento fabricação de

mínio, de uso corrente na indús-

dinamites da massa absorvente

tria de e de
produtos químicos

e iguais anun-
(fuller), pesquisas
matérias corantes, segundo a
pró-

ciam o mesocarpo de babaçú


oficial, e mais ace- que
pria publicação

serve também a fabricação


tona, disolvente bem conhecido e para

na fa- de isolantes, destinados a


de emprêgo prote-
generalizado

bricação de seda artificial. os fios elétricos".


ger

O Brasil, poderá extrair,


querendo, Uma
pessoa pode por

criar a indústria do ácido acético, 10 de amêndoa. Ora,


dia,
quilos

si e exportação. uma família de cinço a


para para grande pessoas (é

opinião dum téc- média) 50


O alcatrão, na produzirá quilos.

Acresce as crianças traba-


nico, seu insignifican- que
pelo preço

lham também na extração das


te, servirá a construção de
para

amêndoas.
estradas de rodagem, misturado

com concreto e areia, e ainda em ela


à máquina
Quanto prática,

vernizes de inven-
para pinturas ser aperfeiçoada ou
pretos há de

madeira e ferro. E destilado o al- de bara-


tada. Tem ser
que preço

catrão, fracionadamente fácil


por pro- to, de transporte junto
para

cessos dele se extraem simples.


químicos, das árvores e de manejo

gaiacol, a benzina, o fenol e o


O fruto é de resistência.
grande

creosoto. Também é aproveitado

O do Maranhão, au-
fabricação insenticidas e govêrno
na de

xiliado eplo Getúlio


presidente
desinfetantes de várias aplicações;

Vargas, está facilitando a cons-


e destilado novo dá
por processo

truçáo de estradas de rodagem em


essências ligeiras, mazonte
gazoil,

todo o interior, em direção às es-


e outras R. Ladeira).
(J.

íxedas de ferro, À a
quantidade

Somente? Não. O álcool meti-


colher do babaçú será de milhares

lico, de emprêgo nas indústrias, é


e milhares de toneladas, mensal-

superior combustível e entra tam-


mente, tudo apanhado a
granel.

bém na fabricação de vernizes de


Quantas árvores existem? Um

côres. É bom desnaturante de ál-


cálculo oficial dá no mínimo um

cool comum, substituindo com


bilhão de árvores, ou talvez bilhão

vantagem o azul de mitilene, Dêle

e meio. Além das estradas de fer-

se fabrica o formol, de utilização

ro e rodagem, há as linhas de na-


na medicina e sobretudo de larga

vegação.
aplicação no combate às
pragas

da agricultura, na A indústria do óleo no Mara-


de
proporção

a 13^% como sendo o melhor nhão A exportaçãe é


é
pequena.
O BABAÇÚ DO BRASIL 123

tôda das amêndoas vêm não enviarmos,


que como agora, o
quasi

até ao de embarque, o de fruto inteiro, come


porto fàcilmente
que

Luís. Escoa-se também todo o espaço


São pelo dos dos na-
porões

Piauí. vios. Não haverá ai um bra-


por

siieiro —
êles são tão inventivos!
à América, im-
Quanto prefere

capaz de descobrir máqui-
essa
a amêndoa. O rendimento
portar

na, é de caráter urgente?


maior. que
é muito

O fruto dá também boa


gor-
O babaçú é um fruto milagroso.
dura. A banha de babaçú, a mais

Tem dezenas de aplicações


práti-
nutritiva, tem a brancura do
jas-
cas. Diz a monografia ora
que
um esplêndido sabor, muito
pe,

compuiso o óleo do côco é ex-


que
diferente da de margarina,
produ-
ceiente sucedâneo da banha, do
to misto de animal e ve-
gordura
azeite e da manteiga, e tem
gran-
tal, cuja fabricação é no
proibida
de consumo na indústria como
Brasil
(Wildy-Schmidit).

combustível e lubrificante, além de

Numa das monografias le-


ser utilizado na fabricarão de sa- que

mos se afirma o côco do ba-


bonete e em outras. que

baçú aestilação, um
produz, pela

Reparem bem nesta afirmativa


combustível, a
gás próprio para

de caráter oficial, reproduzi-


que iluminação.

mos. Como combustível, as expe-

Qual é hoje o melhor mercado

riências têm sido de ótimos resul-

de babaçú no mundo? É a Amé-

tados. 20% mais ou menos de


rica do Norte. Èle entrou em

óleo, misturados com álcool meti-


1935, concorrendo então com a

lico de 99,6.°, dão ótimos resul-


Alemanha, Holanda e outros
pai-
tados nos motores de explosão,
ses. O mercado ianque
pagava
substituindo a e
pois gasolina
$413,00, tonelada. As amên-
por
também o óleo Diesel,
quando
doas, em razão de um acordo

misturados em conve-
proporções
feito Osvaldo Aranha, têm
por
nientes, e até dá bons resul-
puro
entrada livre na América. Com-
tados, conforme experiência feita.
ao Maranhão também a
pravam

A européia, ou melhor a
guerra Colômbia e a Venezuela.

estúpida mundial
guerra provoca-
A maior exportação dêsse côco

da Eixo, valorizou ainda


pelo
foi em 1939, baixando um
pouco
mais o babaçú. Em 1941 o custo
em 1940 e em 1941, diminui-
pela
da tonelada do referido coquilho
de transportes.
ção
tinha a cotação, ser expor-
para

O habitat do babaçú
tada, de principal
Cr$ 1.460,00. Depois,

o Maranhão, sendo nativo no


no é
princípio de 1942, subiu
para

Brasil.
Cr$ 2.300,00. Os Estados Uni-

dos Nascido no Maranhão, na sua


sempre mais e mais,
querem

ip.as onde São Luís, temos ser


o transporte? A Suíça, capital, que

a Suécia, a essa
a Argentina eram bons agradecidos palmeira, que

mercados. saneou em mais de 50% as finan-


A dêsse transporte,
par

após do Estado, melhorou as do


que se metodizará, ças
guerra

falia ^ futuro certo e


a máquina Brasil e é dum
fà-
para quebrar

c imente
a casca dura, afim de incalculável.
História

da regência ae
A imprensa
pequena

Araújo Lima (1837-1840)

HÉLIO VIANA

catedrático de História do Brasil,


Professor

Nacional de Filosofia da
na Faculdade

Universidade do Brasil.

aquela mudança de métodos e


SEGUNDA regência una

teve o Brasil coube


processos políticos.
que
A

um dos mais signi-


presidir O dêles, O Progresso,
primeiro

ficativos movimentos de transfor-


ainda de novembro de 1837, é bas-

mação assinala a história


que po- tante significativo. Sendo regres-

lítica do Cansados das agi-


sista, destina-se, apesar do títu-
país.

tações estéreis marcaram as lo, a combater os


que progressistas,

fracassada a ex-auxiliares de Feijó se não


Regências trinas, que

conformavam com a renúncia do


conciliação dos não
partidos que

de Itú, nem com o abando-


o padre
soube ou não realizar
pôde go-

no das normas dos anti-


políticas
vêrno do Feijó os ho-
padre
chimangos ou moderados.
gos
mens comandaram o chamado
que

Fora do bra-
regresso novos rumos imprimiram quadro partidário

sileiro coloca-se A Pepineira, de


à vida brasileira, encaminhando-

dezembro de 1837. Reflete, no


com supremacia do Poder Mode-

Rio de o eco das lutas


Janeiro,
os ao sistema e
parlamentarista
do carlismo na Espanha, da mes-

rador, caracterizou o Segun-


que
ma forma vários mi-
que pasquins
do Reinado.
aqui refletiriam,
guelistas pela

mesma época, êsse movimento


Vestígios dessa evolução en-

contram-se, sem dúvida, na português.


pe-

imprensa da Regência de
quena O Correio de Petas, contra a

Pedro de Araújo Lima, o futuro candidatura à Regência de Antô-

marquês de Olinda. Nos doze nio Francisco de Paula e Holan-

adiante estudados, muitos da


jornais Cavalcanti de Albuquerque,

são os elementos comprovam futuro visconde de Albuquerque,


que
A IMPRENSA DA REGÊNCIA ARAÚJO LIMA 125

Popular c O 22 de Abril, a nais tem


O havido no Brasil,
que

demonstram» no inicio de desde o dia 10 de


favor» setembro de

a essa 1808 até 20 de outubro


1838, preocupação por de 1862"

luta eleitoral. foi mencionado


(1), o
grande periódico

A ainda de 1838, é útil denominado O Progresso,


Rolha, de
que

retratar, ou antes, ao carica- conhecemos o


ao exemplar
perten-

os colegas da imprensa ca- cente a Francisco Marques


turar dos

rioca da época. Santos, membro do Conselho Con-

—* sultivo do Patrimônio
O Pregoeiro anti-municipa- Histórico e

— Artístico Nacional»
lista, O Sova dedicado a com- Como,
porém,

a eleição de Clemente não cite datas aquela


bater lista de
José jor-

Pereira ao Senado, o Dois de De- nais antigos, é


possível a
que

zembro andradista, O Monar- uma folha de 1858-1859 4.416


(n.

do Século XIX do Catálogo da Exposição de


quista partidá-

História do Brasil),
rio da entrega da Regência à e não à de
"Relação".

D. 1837, faça referência


marcam a
princesa Januãria,

muito bem as novas Não existindo o


direções de
po- pasquim que

líticas nos ocupamos nas coleções


se esboçavam no da Bi-
que já

ano de 1839. blioteca Nacional, não foi regis-

Resolvendo-as nas trado Moreira de Azevedo,


posições por

contra favor Rafael Arcanjo


e a da maioridade de Galvão e
(2)

D. Pedro II, foram tomados como os repetiram, também


pelos que

exemplos típicos não tendo figurado na


do referida
pequeno jor-

nalismo dos Exposição de 1881.


últimos tempos da

Regência ^
A Verdade Nua e
Atendeu O Progresso à neces-

Crua e O Grito da Razão, de maio


sidade de defesa logo
política que
e de 1840.
julho
no início da Regência de Araújo
O limitado assim a-
panorama
Lima assaltou os seus
partidários,
presentado, embora necessite o

atacados antigos auxiliares do


acompanhamento por
somente as
que

Feijó. Porque, se êste, re-


biografias dos padre
vultos e
grandes

nunciando ao cargo de Regente,


a inexistente História Política das

afastou-se certo tempo das


Regências fornecer, mo- por
poderiam

atividades o mesmo não


destamente, políticas,
contribuirá, talvez,

fazer alguns de seus


para o futuro esclarecimento quiseram
de

amigos, combater a nova


tão interessante que, para
fase da vida bra-

sileira. situação, criaram logo o


pasquim

O 4.452 do Caía-
Regresso (n.
O Progresso

logo da Exposição de História do

Somente res-
A. de Melo Brasil). Foi,
por J. portanto, para
"Relação
Morais,
em sua dos a êsse órgão dos denomi-
Jor- ponder

(1) Incluída na Corograíia Histórica, Crcnográfica, Gencalógica, Nobiliá-

ria c Política do Império do Brasil, tomo I, 2.a de 1863, 131.


parte, pág.

"Origem

(2) Respectivamente, em e desenvolvimento da Imprensa no Rio

de
Janeiro", trabalho incluído na Trimensal do Instituto Histórico. Geo-
Revista
"Relação
gráfico e Etnográfico do Brasil, tomo 28, de 1865, volume 31; e na dos

Jornais Brasileiros de 1808 até 1889", catálogo inédito se


publicados que guarda

na Secção de Manuscritos da Biblioteca Nacional do Rio de


Janeiro.
CULTURA POLÍTICA
12*

na última frase, O
tra-se pois
feijoínos
que
nados
progressistas
o título do res-
isto Catão era pasquim
Progresso. Quer
surgiu O

caramutú êle re-


taurador ou por
com ôs costumes
di2cr, de acordo

digido em 1832-1833.
época, um
da pas-
que
jornalísticos

exemplo,
denominado, mesmo baiano eram
por Ao
quim político

1833 era
Evaristo, de (3), no artigo
O dirigidos novos doestos

"Jornalismo",

não a favor do
contra, e político intitulado
seguinte,

lhe dava o
ou do que se defendia outro
partido em jornal
que

nome. — O Parlamentar, dos


regressista

semanalmente recebidos
Ame»- ataques
na Imprensa
Composto
"um

de Catão de sete caras, calvo


a 15 de novem-
ricana, aparecido

e cheio de mazelas". Ao Sete


custava O Proges-
bro de 1837,

d'Abril, o de Bernardo
comum de 40 réis e periódico
so o
preço

de Vasconcelos, dizia O Progres-


habitual formato in-4.°.
tinha o

50 seria fácil fazer crer ao


"Ide
que
aos homens "empenhando
e para
prègai
a sua mor-
povo,
creiam e sejam salvos" era
que
dacidade, o redator
que principal
a epígrafe, atri-
sua
pretensiosa
do Regresso mente e zurra, é ami-

buída a ninguém menos Nosso


que
do alheio, e corsário na-
go qual
Senhor Cristo.
Jesus
vega no mar da Política com tan-

Repleto de ironias é o artigo tas bandeiras lhe fazem


quantas
"Introito",

de endereçado espe- feição a


para pilhagem".

cialmente aos ex-ministros de

Ainda Montezuma, a o
quem
— Paulino Limpo
Feijó Antônio

caluniador Suetônio, de O Antigo

de Abreu, futuro visconde de "No

Regime, atribuiu a máxima

Abaeté, e Francisco Gê Acaiaba

Brasil, antes odiado esque-


que
de Montezuma, depois visconde

cido", é atacadb no artigo


que
de Em seu tempo
Jequitinhonha.
se segue, ornado do absurdo tí-
de — diz —
o "Heroísmo". "O
governo jornal
"já Dr.
tulo Sr.
começávamos a saborear do-

Montezuma — diz êle tanto


de liberdade bem semelhan-
çuras

simples como
quanto particular
tes àquelas hoje saboreiam os
que
ministro do Sr. Feijó, teve
quando
nossos vizinhos do Chile, do Perú

sempre em vistas o bom e


pronto
e dessa mais todas bem-
que
desempenho da mais usada e su-
aventurada República de Buenos

blime máxima do Progresso: O


Aires, onde nenhum corcunda

seu a seu dono modo ne-


ousa levantar a cabeça, per
e cujo

nhum ///..."
Progresso de liberdade inveja-
é

do velha e escravizada Eu- Acusação mais muito


pela precisa,

ropa! Os corcundas regressistas repetida à época, é a diz res-


que

se envergonhem no meio
que de à transferência do
peito prêso

seu Os Livres
júbilo... hão-de Bento Gonçalves da Silva
para

morrer como Catão/..." Mais a Baía, de onde com o


pôde,

uma indireta a Montezuma encon- auxílio, hoje com-


perfeitamente

"A
(3) Estudado no trabalho do autor imprensa da Regência
pequena
Trina Permanente
(1831-1835)", entregue à do Instituto Histórico c Ge o~
Revista

Brasileiro.
gráfico
A IMPRENSA DA REGÊNCIA ARAÚJO LIMA 127

da maçonaria, fugir e aborda assuntos brasileiros o


provado, jor-

ao convulsionado Rio nalzinho de formato


regressar in-4.°, impres-

do Sul. so na tipografia
Grande de do N. Silva.
J.

da antiga diver- Atribuída ao marquês


Recapitulações de Ma-

inspetor ricá, traz A Pepirteira


entre o a seguinte
prestigioso
gência

de epígrafe: Os Patriotas
da alfândega, Saturnino Sousa dizem em

voz alta
Oliveira, e o ministro da Fa- é doce morrer
e que
pela

de Feijó, Manuel do Nas- mas em segredo


zenda pátria, reconhe-

aparecem cem é mais


cimento Castro e Silva, doce viver
que
para

seguida, a de ata- ela, e à custa dela, —-


em Há
propósito povos

feitos àquele irmão de Aure- são felizes em não ter mais


ques que

liand de Sousa e Oliveira Cou- um só tirano".


que

tinho, O Parlamentar.
pelo jornal Eis ainda como explica o reda-

tor o título dado ao :


Aos não jornal
progressistas, para que
"Com

a esperança da volta licença, Sr. do Co-


perdessem Jornal

ao citou O Progresso ai- mércio. Todos sabem


poder, perfeita-

versos de Filinto Elísio. mente o dizer esta


guns que quer pa-

lavra Pepineira. E' um nome


Ao Feijó, sob o título
padre
"Convicção", substantivo do feminino,
gênero
foi dedicada esta

vale o mesmo Pepinal,


que que
aludindo ao tratamento
quadra,
ou certa de terra
porção plantada
internacional a tinha direito
que
com êste de hortaliça vul-
gênero
Regente e à sua situação
quando
Alguns lhe chamam cogom-
gar.
de bispo designado, mas não con-

bro, acanalados, angulosos, etc.;


firmado :

e segundo a opinião vieram


"O geral

bom Primo dos Monarcas


de Caiena. Mas agora tratarei

Vive em nossos corações;


doutra Pepineira mais fina, mais

Há-de ser de Mariana


mais em su-
generosa, produtiva,

Bispo sem retratações."


ma mais liberal, tem tido
porque

a constância de sustentar os Pais

A Pepineira
da Pátria desde 1820, e com a

maior frugalidade e
grandeza que

Omitido todos os autores


por os espertos ainda uma vez desço-

teem tratado dos antigos ór-


que locupletarem sem
briram, se
para

da imprensa carioca, A Pe~


gãos as
ser com mas sim com
pepinos,

pmeira, de dezembro de 1837,


que a Pepineira lhes
preciosidades que
não existe na Biblioteca Nacio-
fornecia, isso era culti-
por que
nal, é um à
pasquim pertencente vada, amanhada e castrada em

coleção
de antigos de
jornais nome da Pátria. Sim, dessa Pá-

Francisco
Marques dos Santos,
tria bem lhes importa!
que pouco

gentilmente à nossa dis-


posta Dêsse rei a detestam, e dês-
quem

posição.
se a iludem, roubam
povo quem
"ques-
Inteiramente e desmoralizam! Boa Pepineira,
dedicado à
^

tão Bom modo vida


título de se durasse! de
peninsular", seu
pri-

rçieiro artigo, isto é, favor da nutrir e sem maior trabalho,


a
para

insurreição
carlista então agi- a todos esses tanto se esfor-
que que

tava
a Espanha, vez bem de seus semelhan-
nem uma só çam pelo
I

CULTURA POLÍTICA
128

dos constitucionais.
das in- tição poderes
e derramamento
tcs pelo
extrato de más notícias
Um par-
tardias Lazesl"
culcadas e

de Madri, tomadas
ao lamentares
também
Explicando que

Diário Mercantil. de Cádiz,


do a- do
Portugal constitucionalista

El Patriota, antece-
Maria II, assinadas por
de D,
reinado
gitado
de O Atlas, narrando
o dem outras,
se estendia
a rainha carioca,

"pepinal", Estas, com


vitórias carlistas. o
diz o
sistema jornalis- "Sopapo",
"presentemente,
título ende-
temos na sugestivo
ta
que,
A Pepineira ao do
uma reçava Jornal
duas Pepineiras;
península

Comércio, conservador como


outra em Portugal. que,
na Espanha,

sustentava aqui a causa


ficou muito sempre,
secou e
A
primeira

da rainha Cristina, regente em


a função da fuga
maltratada com

de sua filha Isabel II.


de nome
D. Carlos a côrte
de para

segunda está mui


Madri: e a
O correio de Petas

acometida be-
a ser pelas
prestes '
4 I

vez as febres da- crítico, e misce-


xigas, uma
que Jornal jocoso

apresentam estes sin- é a explicação de seus


lânico" que
quele pais

e a Pepineira com bexigas apresenta O Correio de


tomas, objetivos

nem só se reputa como no Rio de


perdida Petas, Janeiro
periódico

até contagiosa e infrutífera aos 23 de fevereiro de


aparecido a

vivem dela". 1838, não devendo ser confundi-


que

do com o O Corretor
Mostra esse trecho aos posterior
que pe-

de Petas, de 1841
riódicos miguelistas então fre- (5).

no Rio de
qüentes Janeiro (4) Saído da Imprensa Amazona,

veio se ligar A Pepineira, num


de Teixeira & Lopes, à rua São

transbordamento de di~
questões n. 95-A, traz o exemplar,
José

násticas e constitucionalistas
que, único,
provàvelmente pertencente

afetando o Brasil e os ibé-


países a Francisco Marques dos Santos,

ricos, aqui vinham repercutindo


a seguinte epígrafe, tomada ao

desde a chegada da Família Real


Científico, e
Econômico
Jornal

Portuguesa, cm 1808, mais ate-


Literário, de 1826
(6):

nuadas, não extintas, só-


porém "Superior

sempre à vil morda-


mente depois da morte do duque

de Bragança, [cidade
o nosso D. Pedro

De orgulhosos venais, ímpios,


I, em 1834.

[perversos,
O mesmo assunto do editorial

Com desprêzo lhe a ini-


pago
aparece no segundo artigo —

"Desfecho
[quidade."
desta farça", no
qual

o D. Carlos é trata-
pretendente Seus fins são melhor explica-

"Prólogo"
do de Carlos V e a zombar dos nestes trechos do
pôsto

dos da clássica
partidários tripar- abre a :
que publicação

(4) Estudados no trabalho do autor - de


miguelistas do Rio Ja-
Jornais

neiro
(1835-1837).

(5) E não de 1842, como registrou Gondim da Fonseca, em sua interessante

Biografia do
Jornalismo Carioca Rio, 1941, 308.
(1808-1908), pág.
"Revistas
(6) Estudado no trabalho do autor Rei-
literárias do Primeiro

nado entregue
(1822-1831)", à Revista Brasileira, do Rio de
Janeiro.

\
A IMPRENSA DA REGÊNCIA ARAÚJO LIMA 129

"Esta
(òlha sairá mensalmen- à análise do -A Novidade,
jornal

fim não é outro mais em seu n. 14, de


te, e seu que primeiro

os seus leitores, com 1838, iniciou uma terceira fase de


entreter
que

mais e engraçadas e de esperanças


as petas publicação (7)
joviais
"holandista",

hoje, como sempre, tanto do isto é„


partido
que

e se acaso alguma ver- dos amigos do conselheiro Antô-


abundam;

amarga escapar, saibam to- nio Francisco de Paula e Holan-


dade

não foi com o intento de da Cavalcanti de Albuquerque*,


dos
que

alguma depois visconde de Albuquerque.


ofender ;
pessoa porque

só tende a agradar a Para epígrafe dêsse trabalho,


o seu fim

como dissemos. Os or- foi escolhida esta tirada


todos, quadra,

ímpios e ao humorístico A Mulher


perversos pou- jornal
gulhosos,

importa sobre nós lancem do Simplício


co (8):
que

44Vejam
baldões e impropérios de
quantos lá se é mau
petisco
se acharem os seus
que possuídos Ou se os contos fazem mal;

baixos e vis espíritos,


pois que P'ra não haver deseje
quem
um bem merecido desprêzo será
Govêrno
quatrienal."
a recompensa lhe aguardamos,
que

dando assim uma decisiva Propòsitalmente


o fez O Cor-
prova

da nossa superioridade com


para reio, assim aludir
pois a
»» queria já

eles .
ter A Novidade, em 1835, consi-

"Oxalá,

batendo luxo, derado o regencial


o e do
que govêrno
44por
todos os mais vícios, vão Feijó
de vigente
que padre quatro

dia a dia terreno, anos, talvez


ganhando únicosdiante de
pos-

samos, menos, afastar dê- sua renúncia contraditòriamente


quando

le a inexperta a defender,
mocidade, le~ em 1838,
que passando

vada de falsas mais uma vez, a


aparências se vai candidatura de

engolfando em Holanda Cavalcanti


tra- ao mesmo
prazeres, que

zem após si, a sua infalível ruína anos decer-


pôsto, por quatro que

e miséria. to não seriam


Oxalá aqueles antes men-
que possamos

conseguir cionados...
os fins a nos Natural era,
que pro- por-

pusemos, contribuindo tanto, êle novamente se apre-


esta que
por

forma sentasse candidato às


com as nossas eleições de
limitadas

forças abril, uma vez na anterior ha-


a da Religião, que
prol fonte
"a

via obtido maioria de votos da


da verdadeira
moral e base única ',

maioria das circuns-


capaz províncias
de sustentar os Impérios e
tância
levá-los que o comentá-
ao provocaria
apogeu de e
glória
rio irônico de sua
engrandecimento". desgraça
que

foi não conseguir a maioria de

Entrando,
em terreno votos
porém, do Brasil", uma vez a-
que
puramente
político, dedicou O a votação de Minas
penas deci-
Correio
de Petas seu maior artigo dira a vitória de Feijó.

Da Novidade e especialmente da Novidade Extraordinária, de 1835, tra-


k,mJ7' "A
tra"a^° intitulado
imprensa da Regência
pequena de Feijó
laiM»'00 (1835-
) » entregue
à Revista do Brasil, do Rio de
Janeiro.
"Os
nos trabalhos do autor
primeiros humorísticos
^tu(íf^0 "O jornais
A família
dos Simplicios" e tipógrafo Paula Brito".

118.728

P. 9
ULTURA POLÍTICA
130

certeza va-
com maior pôde
mostrou, po- pos,
Maior habilidade
derrota da sa-
ticinar a
ao usar próxima
de Petas,
rèm, O Correio
Baía, dizendo
binada, na que
com A
trocadilhar
Camões para "breve
igual sorte a celebêr-
terá
de seu ins-
e os méritos
Novidade
Sabiniana, se a
rima República
6 financiador político#
pirador a dar con-
não for bastante
de fome
foi sustentáculo
cuja ambição

ta dêles".
da Regência,
tantos jornaizinhos "Varieda-

visto : secção de
como temos Na curta

extrato dos
"Mudam-se dando-o como
des",
tempos, mudam-
os

Imaginação, transcre-
Prazeres da
as vontades,
[se

de Petas o seguinte
ve O Correio
muda-se a con-
Muda-se
o . ser, "Parecer
do Filósofo Secundo

[fiança;

mulheres' :
àcêrca das
ue
mundo é composto
Todo o

"Perguntado
êste Filósofo
[mudança, pelo

sempre novas cousa era


Tomando quali- imperador Adriano,
que

[dades. era o nau-


mulher, respondeu
que

tempestade da
frágio do homem,

vemos novida-
Continuamente
descanso, ca ti-
casa, estorvo do

[des,
de cada dia,
veiro da vida, dano
da espe-
em tudo
Diferentes
custosa,
apetecida guerra
peleja,
[rança;
inquietação con-
fera convidada,
mágoas na
mal ficam as
Do
afaga, en-
fiada, leoa perigo
que
[lembrança
malicioso e mal
feiíado, animal
houve) as
do bem algum
E (se
necessário".
!"
(9)
[saüdades

Dando idéia do caráter


"Triunfo popular

da Lega-
Sob o título
então assumia o
que jornalismo
comen-
lidade !",
prematuramente todas as
carioca, aberto a
penas,

Correio de Petas, a seguir,


tou O
inexperientes e anôni-
mais
por
vitória dos imperiais
a imaginária
mas fossem, vale a
pena
que
do Rio
sobre os farroupilhas
trecho do re-
transcrever êste

do Sul, de acordo, aliás, "Prólogo",


Grande
em O Cor-
ferido
que
como uma carta que
particular

de Petas abriu suas colunas


reio
recebida. Tantos e tão bom-
disse

à colaboração de pes-
são os elogios ao quaisquer
básticos govêr-

ministro do Impé- soas :


no interino do

"Estamos
rio Lima ainda não havia
(Araújo a receber,
prontos

sido eleito Regente), seria li-


que Petas, todos os
como Correio de

cito sarcásticos, a exem-


julgá-lo ao fim da nossa
artigos tendentes

do estilo então muita vezes


pio certos seus au-
emprêsa, ficando

adotado na imprensa, se
pequena contiver ma-
tores se algum
que

se não tratasse de órgão eviden-


térias estranhas será eliminada,

temente
governista. se oponham
e totalmente
quando

Embora errando ao considerar aos seus se anunciará,


princípios,

lhes serem restituídos; o


terminada a dos Farra- que
guerra para

"Mudam-se
— — os tem-
Camões Sonetos; n. LII da edição
(9) primeira
M

pos
A IMPRENSA DA REGÊNCIA ARAÚJO LIMA 131

dirigindo-se ao lugar aonde número adiantado, indicando


farão o

entrega, será na Ti- número de suas ruas


fizeram que casas e
para

onde esta folha se im- serem entregues; a Tipografia


pogratia

advertimos não exi- fica autorizada a receber,


que toman-
primir;

venham reconhecidos, do as competentes anotações; o


gimos que

com as mais formalidades de adiantado é sempre de um


nem preço

estilo, visto só inseriremos o tostão, saia o número de


que quer

fôr de acordo com os fins uma folha, de folha e ineia.


que quer

"já
desta folha; os artigos serão en-
me ia esquecendo do en-

viados em carta fechada, ccm o


trudo do entrudo causador
(10),
— Ao
seguinte sobscrito
(sic) de tantos males» há-de também

de Petas. — Aceitando
Correio
ser um dos objetos de nos
que

os artigos nos dignarem en-


que ocuparemos no número seguinte;

viar, somo coerentes com o título


adeus, leitores".

adotamos".
que

O Popular

E ainda mostrar como se


para

mantinha o Do O Popular, datado


jornalismo político, jornal

humorístico, da de 7 de abril de 1838, só


pretensamente possue
"Avi-

época, convém transcrever o o segundo número a Biblioteca

Nacional.
so" encerra o nú-
que primeiro

mero, único, do
provàvelmente Um assunto do momen-
grande

Correio :
to mereceu os seus comen-
justos

"Caros
tários: a derrota da sabinada, na
leitores, estamos com a

Baía, antes ocorrida.


mala cheia de interes- pouco
e
jocosos

santíssimos casos, boas Outro acontecimento


poesias, político

enfim tudo o recrear o nacional deve ter sido motivo da


que pode

espírito: temos a rela- saída do a


juntamente pequeno periódico:

tar-vos um sonho tivemos eleição go novo regente único do


que

uma destas noites, o vos há- Império, em conseqüência da re-


qual

de infalivelmente muito agradar núncia do Feijó. Marcada


padre

muitas e o dia 22 do mesmo mês, era


pelas jovialidades para
pilhe-

rias; sentimos não natural com o se


sobremaneira que pleito preo-

ter havido espaço cupasse a imprensa da


nesta folha, o política

ficará sem falta se- época. Nesse sentido, defendeu


que a
para

mormente O Popular a candidatura de An-


guinte; se fôr
prote-

com tônio Francisco de Paula e Ho-


gido os 80 réis em
punçado

cobre, landa Cavalcanti de Albuquerque,


sem isto não
pois que po-

derei combatendo a do regen-


a despesa de impres- próprio
pagar

são, comissão te interino, Pedro de Araújo Li-


nas lojas e
posti-

lhões ma. Fazendo-o, não elo*


a entrega, visto eu poupou
para que

ao futuro visconde de Aibu-


pertendo aceitar subscrito-
(sic) gios

*es; ao futuro mar-


só hão de um e críticas
porém querque
pagar

brasileira das Regências, tivemos


(10) Quanto ao carnaval na imprensa já

ocasião de Cheiro,
de anotar a êle dedicado foi O Limão
o
que primeiro periódico
"A
de 1833, Trina
apreciado em nosso imprensa da Regência
trabalho pequena

Permanente
(1£?1-1835)", cit.
POLÍTICA
CULTURA
132

dêle conhecido,
único número
estas o
alcançando
de Olinda,
quês Francisco Marques
a
pertencente
mais destacados parüdá-
os seus

Ber- dos Santos.


avultava
entre os
rios, quais

Vasconcelos, notícia da morte


de
Pereira Começa pela
nardo

como sempre
do Império. Bonifácio,
ministro de
José

então exploração política,


a ligação com
Mostrando que pequena "Seu

22 de Abril:
e os ho- editorial do
os Andradas o
existia entre

* foi o mais
Popular diz êle
O entêrro
transcreveu
landistas,

se tem visto: e de
de Bonifácio,
que
o necrológio José pomposo

houve a falta do
em só
na véspera, estranhàvel
falecido publicado

de S. M. o I.,
A Novidade, comparecimento
avulso jornal
pelo

assistir às honras
defensor dêste
também partido, que, querendo

Tutor Seu Au-


exemplar fúnebres do que
raríssimo que
conforme

lhe dera, não o


Marques dos Pai pôde
Francisco gusto
possue

como se diz, nem


fazer,
Santos. porque,

o Sr. Araújo
o regente interino,
mesmo em
E* de notar
que,
Eleitores!), nem
Lima
o in- (atenção,
dessa natureza,
publicação
nem Paulo
o Sr. d'Itanhaem,
não duvidou infil-
terêsse
político
consentir em
Barbosa,
útil ao com- quiseram
trar certa exploração

lágrimas S. M.
tal, apesar das que
aos chimangos, responsabili-
bate

vertera!..."
destituição do Pa-
zando-os
pela

de tutor de D. cita ainda o


triarca do cargo A jor-
propósito,

II de suas irmãs, a 14 de dos deputados flu-


Pedro e nal o nome

de 1833 na Assembléia Pro-


dezembro (11). minenses
que

votaram contra as home-


vincial

O 22 de Abril
em
nagens fúnebres
propostas

honra do Patriarca da Indepen-


Não foram raros, sob o Impé-

dência.
rio, os cujos títulos fôs-
jornais
"O

tomados às datas nacionais, Sob título Sr. Araújo


sem o

maior menor importância, Lima", o segundo artigo


de ou
procura

às vezes tendenciosamente esco- descobrir contradições no


proce-

lhidas, como O 30 de dimento do ministério or-


Julho, por político

regente interino :
exemplo
(12). ganizado pelo

"Seu
O 22 de Abril, de agora
que foi a or-
primeiro passo

nos ocupamos, refere-se à eleição


do atual ministério, mi-
ganização

regente único em subs-


para que nistério aliás festejado es-
pelas

tituíção ao Feijó nesse dia


padre êsse amor
peranças públicas, por

de 1838 deveria ser realizada.


do Bem se reconhece no Po-
que
"Impe-

Sob a simples epígrafe vo Brasileiro ! O ministério,


pois,

rador e Constituição", foi era formado aquêles na


publi- por que

cado, a 14 de daquele mês e ano, Tribuna tinham altamente censu-

(11) Sobre a demissão de Bonifácio da tutoria, ver o cap. ao as-


José que
"O
sunto dedicámos na biografia Visconde de em Centenário
Sepetiba", incluida

de Petrópolis —
Trabalhos da Comissão, Petrópolis, 1943, VII-127/130.

"A

(12) Estudado no trabalho do autor imprensa da Regência Trina


pequena

Permanente cit.
(1831-1835)",
A IMPRENSA DA REGÊNCIA ARAÚJO LIMA 133

"E'

a conduta do Diplomata em nessas circunstâncias


rado

fere-se a Antônio de termina o artigo —


Roma [re se
que pre-

Meneses Vasconcelos de Drum- os votos e a urna se abre


param

mond e à da confirmação recebê-los;


questão para e o Sr. A. L.

do bispo do Rio de nega- os


Janeiro, sufrágios reger
pretende para

da Santa Sé]; aquêles o Império !... Era


pela por o Brasileiro

na Tribuna haviam com acri- último devia ter tal


que preten-
que
- i»»

batido o Sr. Alves Branco, sao!


mônia

a nomeação do Sr. Na-


censurado
Dois combatiam a
jornais que
Tomás Nabuco de
buco [José
candidatura de Honlanda Cavai-

Araújo] o Espírito Santo,


para
canti receberam, em seguida, res-

Sr. Antônio Elisiário o


a do para
de objetivos eleitorais, do
postas
Grande], elogiado o Sr.
Sul [Rio
22 de Abril: O Sete d'Abril,
que
Manuel
Galvão [desembargador
apesar de orientado Bernardo
por
Galvão, ex-presidente de
Antônio
de Vasconcelos se disfarçava sob

e increpado ao
várias
províncias]
a responsabilidade de um
prepos-
Limpo de Abreu de "testa-de-
ministério

to, ou melhor, de um

não cuidar no casamento da


prin-
ferro", e O Imparcial, fôlha
que
cesa D. de alimentar-se
Januária,
não vem citada nas bibliografias

com arbítrio, fôrça e dinheiro,

de especialidade, cujo caráter

constituindo-se chefe de um
go-

clandestino se evidencia com a

vêrno-demônio! O ministério,

acusação, aí feita, de não


que
só desses organizado,
pois, quasi
mencionava a tipografia em
que
conserva o Diplomata insulta
que

era impressa, de acordo com a exi-

c Santo Padre, despacha o Sr.

legal.
gência
Alves Branco o maior lugar
para

do Tesouro, conserva longo Com a notícia do reapareci-


por

tempo o Sr. Nabuco, manda o Sr. do imundo Fado dos Chi-


mento

Antônio Elisiário sitomàticamcnte no for-


o sul, no- mangos,
para

meia o Sr. Araújo Ribeiro Di- do Sete d'Abril e impresso


mato

não mesma Tipografia, a Ámeri-


emprega o Sr. Gal- na
plomata,

vão, não do Ir. I. Pereira da Costa


mostra cuidar no casa- cana,

mento também se imprimira


da e
princesa (13), pre- (14) (onde

tende, Aurora Fluminense, ainda


e obtém, arbítrio, fôrça e antes a

dinheiro da Veiga, e onde se


!M de Evaristo

das D.
(13) A da do casamento princesas Januária
propósito possibilidade

n. 67 fase), de 22 de
e D. Francisca, noticiou a Aurora Fluminense (2.a
o seguinte

outubro do famoso negocista Buschenthal,


de 1838, veiculando mais uma tentativa

lhe dedicou Argeu Guimarães


que entretanto não figura no interessante livro
que


Em tôrno do casamento de Pedro 11:
"Consta-nos
teve a deliberar sôbre
conselho dos ministros
ultimamente o
que

uma a um cascrnento das


feita Buschenthal, relativamente princesas
proposta por

brasileiras célebre corretor, ao ver a


com Parece o
dois italianos. que
príncipes

restauração mesmo de negociar êstes ca-


do Sr. Du Pin, encarregou-se a si
Calmon

samentos, de alguém, a em
e fizera ao Govêrno Brasileiro, intermédio proposta
por

forma".

e Inácio Pape-
(14) Será êste o famoso impressor de panfletos
jornaizinhos

Jeta, assegurada
assim chamado conservado a nacionalidade portuguesa,
ter
por
dispunha a
um Faleceu em 1851, se
por atestado da autoridade consular. quando

cf. carta de Manuel


casar com D. Dioguina,
a irmã de Bernardo de Vasconcelos,
POLÍTICA
CULTURA
134

Periqui-
os seus Papagaios,
Senti' Brasil
tarde, a
mais
imprimiria, este tem liojí
j
tos € Macacos (16)
do mesmo
da Monarquia,
nela
incógnitos e outras
filhos de
termi- pais
de Vasconcelos)
Bernardo
da mesma
qualidade:
de fins
produções
22 de Abril, pasquim
na O
não terá
motivo, pois,
como por que
eleitorais,
exclusivamente
con\ e-
uma tolna*
também que,
no Brasil.
tantos existiram
ooste às c-
aplicada,
nientemente

com uma
xalaçces que
pútridas,
A Rôlha
mal iiiten—
de ambiciosa
caterva

infecionando o nos-
cicnados está
entre os an-
Não foram poucos,

so í
os cri- pais
cariocas, que
tigos
jornais

companheiros, escolhido, as-


ticaram os ao titulo
próprios Quanto

fal- :
mostras de tradicional o novo
dando sim o explicou pasquim

incidindo, sem-
coleguismo e "Porventura
ta de
haverá alguma iei,

defeitos ae
nos mesmos que
pre, ou
meramente consuctudinciria
ou
Foi o fêz,
os acusavam. que por
esse título ?
expressa, proíba
que
de
exemplo, ./l Rolha, jornaieco
está é claro
Se cie não
proibido,
de 1838, de
27 de outubro que
adotar livremen-
o
que podemos
número na riquíssima
existe um

acima deixámos ex-


te; e o
bran- que
de de
coleção periódicos
com muita
mostra
que
Santos. pendido
Marques dos
cisco

e o fazemos".
razão
propriedade

na Tipografia Impar-
Impresso de demonstrar longa-
E depois

de Paula Bri-
ciai, de Francisco do
mente as utilidades
práticas

apresentou-se, sob a epígrafe fechamento dos


to, uso da rôlha, no
"Lectcrem

de Horácio: delectan^ insinuou:


frascos, maldosamente

"Porém
do, monendo". não é só nos negócios das
pariterque

boticas e das adegas este


Aludindo a que gê-
jornais portugueses

com a hu- aceitação : hoje, no sé-


e brasileiros nero tem
pretensões

morísticos, disse o artigo de aber- no século do filo-


culo das luzes,

tura da Rôlha :
soíismo, no século da civilização,

"Teve
alargado uma
as tolhas teem
Portugal, há por
poucos

a esfera cie sua


maneira espantosa
anos, os seus Serpentões, Rebe~

inteiras de-
cas e Trombetas teve o influência; e nações
(15);

de Araújo Pôrto-Alegre a Paulo Barbosa da então na Europa, datada^de


Silva,

da Casa íui-
10 de novembro daquele ano, no arquivo dêsse mordomo
guardada

diretor da Casa
ora cm do historiador Américo Lacombe,
perial, poder jacoblna

esta e outras valiosas notas e intor-


de Rui Barbosa, nos fornecei;
que gentilmente

maçoes.

1832, A Trombeta des Far~


no Rio de apareceram, em
(15) Também janeiro

roupilhas foi estudado em nosso trabalho


e A Teombeta, simplesmente. O
primeiro
"A
cit. O §e-
imprensa da Regência Trina Permanente
pequena (1831-1835)",

arruaças veri-
foi redigido Luís Antônio da Silva Girão, envolvido nas
gundo por

ficadas a de de 1832, contra exoneração do ministério de 3 de agosto,


12 setembro a

30 de e no três
subseqüente ã tentativa de de Estado de qual
gabinete golpe julho

ministros ocuparam, durante um mês apenas, as seis então existentes.


pastas

Papagaio, D. Periquito da Serva dos Órgãos e O Macaco Brasileiro,


(16) O

cariocas de 1822. Em 1833 apareceu O Macnco ou O Pdhüço da Opoiiçio,


pasquins

estudámos rapidamente em nosso trabalho tupra-ciíado.


que
A IMPRENSA DA REGÊNCIA ARAÚJO LIMA

mais de uma vez o tituíçoes sem nunca ver


se cons-
vem-lhe por

da sua conservação, da tituído. Uma rolha, bem


benefício portanto,

e ma sua ! aplicada, e em tempo oportuno, &


sua prosperidade
paz

incrível, mas é isto uma um serviço importantíssimo à na-


Parece

dc temos exemplo e nós mesmos lhe devemos


realidade, que ção,

terra habitamos". o benefício extraordinário de


na que já
própria

"Com não ficar o Governo do Império


— o b
efeito prossegue

sem as medidas necessárias nas


— em uma des-
articulista quando

críticas circunstâncias em nos


constituídas à moder- que
tas nações

achamos, lutando ainda com a


destas nações em os
na, que po-

rebeldia em uma e ten-


a correr atrás de província
vos se esíalíam

do há acabado de lutar com


de urna pouco
liberdade imaginária,
uma

ela em outra ainda mais impor-


liberdade não existir,
que poda

tinte sua e
pela posição pela gran-
só abraçarem uma teoria;
para
deza de seu comércio" .
(13)
em uma destas nações,
quando

nós, se vê exem-
dizemos por Passando, à matéria
porém,

um deputado, soltan-
p!o que, contida na reputamos
Rôlha
que

do os diques à sua loquacida-


mais interessante à história do

de, capaz de inundar de


pala-
i:ío é, a apreciação
jornalismo,
vras o mundo inteiro, ocupa ho-

feita a respeito de seus


próprio3
ras, dias, semanas e meses a ven-

colegas, note-se foi ela eníei-


que
tilar uma semelhante à
questão "Cortesia

xada sob o título ou


da ou do chapéu
forma figura

como em direito me-


— cumprimento,
outro serviço mais
(17) qual

importante ihor for". Valeria a trans-


se do pena
pode prestar,

ir com uma rôlha bem crever na íntegra tão curioso de-


que prepa-

radinha e tapar-lhe a boca ? Não não corrêssemos o


se
poímento,

é fato novo na história


que, por de tornar monótona a cita-
risco

causa de Estados se
palradores, do
atentas as sigularidades
ção,
têm nós o achamos
perdido: já
então vigente.
estilo
jornalístico
nela consignado desde o tempo

lu-
dos Referindo-se, em
Romanos : Dum deliberant primeiro
''decano

ao dos modernos
Cônsules pe-
Saguntum; e, se gar,
perit

O Sete d Abril,
o nos não aos riodiqueiros", pas-
juízo engana,
paira-

desde 1838, freqüente-


dores se deve a
atribuir diütur- quira que

à calúnia, era a
nidade mente descendo
da devastadora na
guerra

Espanha temida arma do terrível


e as Por- mais pan-
angústias de

também foi Bernar-


tugal, fleíáric
vai Cons- que
que passando por

ou e dos
(17) Alusão aos distintivos dos (exaltados juriijucas)
farroupilhas

de fins de
chimangos de chapéus a
de acordo com os tipos que partir
(moderados),

1831 usaram, massa respectivamente.


de de íaquaraçú ou de (redondos),
palha

• São Paulo, 1939,


(Cf. Octávio Tarqulnio Ev ar isto da Veiga, páginas
de Sousa

177/178).

no Rio Grande do
(13) Refere-se u revolução farroupilha, que prosseguia

Sul, contra a sabinada, flti


e à vitória meses antes,
legalista, duramente conseguida,

Baia. marechal Crisóston&o


Sobre esta, biografia do vencedor, João
ver a excelente

Calado Arinos de Melo Franco,


— Afonso
Um soldado do Reino c do Império, por

Rio de
Janeiro, 1942.
4 fW- r

POLÍTICA

t36 CULTURA

relação à
com poli-
o considerados
eis
de Vasconcelos,
do Pereira
importan-
externa, oferecem
tica
.
diz A Rolha
dêles
respeito de Tre-
que artigos a
tissimos

"E' comu-
um das suas
d'Abril perió- e a linha
O Sete mezena;

tipo elegan- as costas


bom formato, nicações, percorrendo
dico em

algu- da África, su-


verseja e oriental
ocidental
te, excelente papel,

tem suas o Polo


com dobrando
vezes graça, bindo ao
mas Japão,


enfim daí
pode- ramificando-se por
anedotas Ártico,
galantes,

rapaz esbel- da América,


com um costa
comparar uma e outra
se

to- de
é infelizmente vez no cabo
não outra
to, reúne-se
quando

no mes-
mania de peças a finalizar
mado da publicar Home e
passa

esta mania O ceie-


mas mo donde
oficiais; quando partira.
ponto

imediatamente e o
do Prestes João
o acomete, perde brado reino

suas feições não


as Império da China
seus atrativos, recatado
os

em seu dês-
e aparece vistas
decompõem às extensas
se escapam

uma ama-
uma 1 Considerados
semblante palidez, tes dois
gigantes

res- êles
a de que à interna,
relidão como pessoa com relação
política

cemitério de
de algum discursos
o ar conteem os soporíferos
pira

ter este
Lembra-nos fazem realçar
desmazelos. da oposição, que

com um do
travado
guerra alguns relâmpagos partidos
periódico

tinha im- dá
nossos colegas o
dos que lado ministerial; que
porém

e observamos folhas
mecânica, às duas
maior merecimento
prensa

O Sete d Abril
tendo hoje é a mistura
de nos ocupamos
que,
que

essa ces-
igual imprensa, guerra tão majes-
de matérias tão
graves,

êsse fato
sou. Se devemos por dos burros
com as noticias
tosas,

do Sete d'A"
ajuizar do caráter
fogem".
quando

deixar de dizer
bril, não
podemos "Cã
ouvidos o
nos zune aos
sascefí-
êle é demasiadamente
que

Diário do Rio [de quei-


cousas de muito Janeiro]
veL e
que por
à
de sem atenção
tomar xando-se que,
monta costuma
pequena

nem ao seu me-


sua antigüidade,
duelos".

com inau-
recimento, o
preterimos

a outros órgãos da •
Passando Perdôe-nos
dito escandaloso.

ifiiprensa carioca de 1838,


per- esta falta involun-
nosso colega

A :
Rolha de
gunta unicamente
tária, procedida

"Que de
termos à vista a certidão
não
cumprimento dirigiremos

de cada um dos
batismo jornais
ao do Comércio e ao
nós
Jornal
temos de
falamos ou
de
Despertador ? Se lhes soubés- quem

toca ao mere-
falar; mas,
bem das baldas, pelo que
aemos
poderia-

de não
cimento, fique certo
a sua bene- que
«os fàcilmente captar

disputar-lho alguém,
é
volência; mas como ainda as igno- possível

apa-
depois as suas
ramos, uma tangente, que páginas
procuremos

com os bnletins
receram ornadas
onde sair airosos
por possamos

infeliz des-
sôbre a moléstia do
deste embaraço. Sim, o
Jornal

Monarcas Mexica-
cendente dos
do Comércio e O Despertador,

humilias do Cinci-
considerados debaixo do de nos, e com as
ponto

aos a-
vista da sua são os nato, muito chegadinhas
grandeza,

da nossa imprensa; núncios do vinho barato".


dois
gigantes
DA REGÊNCIA ARAÚJO LIMA 137
A IMPRENSA

"Le
— O Par- Ainda menores atenções mere-
Parle Menteur

é um ceram O Cidadão e O do
Êste periódico filho
lamentar.

no meio de Sete de Abril. O se


! Êlc se ostenta primeiro por
guapo "cabeça

cer- apresentar baixo, cabeça


o
alguns que
periodiquinhos

acima, com de fradinlu>


seme-
com uma privilégio
cam, gravidade

se reú- de sabugo,
à de pelos piparetes que
lhante Júpiter, quando

Deu- recebe dos impressores". O se-


com os mais
ne em conselho
"não

O nos resigna-
lhe são inferiores. gundo porque
ses, que

mos contudo à baixeza de tirar


o do nosso
é
Parfamentar Júpiter

o nosso chepéu a uma figurinha


com as mãos besunta-
jornalismo;
tão desmoralizada, se não
dar de a que
e breu, êle
das de j
piche
envergonha de confessar em
con- pú-
raios de estopa
furibundos

olico é filho de dois


que pais'.
tendo
tra o jurado pela
govêrno,

a mesma sorte dos talvez


estigie dar-lhe Não se sabe por
porque,

ousaram escalar o somente


Gigantes um desses mistérios
que que

Céu r dos conhe-


as jornais
gerências

A com a
cem, termina Rôlha

Aurora Fluminense, "Discurso


A segunda
de S. M.
transcrição do
à de Eva-
em 1838 sucedeu
que na
Majestade Britânica]
B.
[Sua
falecido no ano
risto da Veiga,
membros de ambas
dos
presença

e desde dezembro
anterior, reci-
que do Parlamento,
as Câmaras

fechado o seu cé-


de 1835 havia encerram :nto,
tado no dia do

mereceu da Rolha os agosto .


lebre 16 de
jornal, quinta-feira,

:
seguintes
julgamentos

O Pregoeiro
"Esta

senhora apresenta entre

as melhores in-
muito no- Começou com
nós uma singularidade

sob a
Aurora com seus tenções, colocando-se pro-
tável, e é ser

o impe-
as suas de sua majestade
laivos de Vulcano ! Com teção

O Pregoeiro,
mãos não rosas, de rador, o
de periódico
porém

da Exposi-
do 4.409 do Catálogo
ela forja os raios n.
piche, Júpi-

do Brasil, e
ter Periodiqueiro ajuda a des- de História que
e
ção

de 1839
espan- o mês de
com uma atividade durante janeiro
pedi-los

se
tosa. é uma en- deu seis números, que guar-
A Aurora,
pois,

e Re-
do na Secção de
tidade tão monstruosa, como a dam Jornais

Nacional, os
bicho do da Biblioteca
a fértil imaginação vistas
que

Mestre três últimos também por


Horácio criou no possuídos
princí-

dos Santos.
Marques
da sua Poética. Uma Aurora Francisco
pio
"Periódico
sobre Po-
Aa- instrutivo
dardejando raios !... Uma

Moral e Objetos Jurídicos


rora combatendo o formidável Gi- lítica,

— muito respeitosanien-
do Govêrno !... Não dedicado
gante pode

Imperial o
Sua Majestade
ser; cá nas da nossa te a
páginas
— lê-se
Pedro II"
Rolha há- Senhor Dom
a Aurora Fluminense

número, da-
de bo- capa do
chamar-se Belona. Há, nas na primeiro

mês e ano.
ticas, de 5 daquele
como todos sabem uma tado
po-

laboriosa Tipogra-
na
mada, a de Belona, impresso
chamam
que
de
de Francisco
e, tal fia Imparcial,
mais esta razão, cabe
por

da Consti-
Brito, à Praça
nome à Paula
mal batizada Aurora".
POLÍTICA
CULTURA
138

as inu-
cie catacumbas para
tema
Aiém do
n. 66. prcicicio-
tuíção
discutiu-se o aspecto le-
Pros- rnações,
o
-dedicatória, enchem-no

cia verificação dos


oal da
oizem questão
em
e Introdução, que
pccto
e lamentou-se,
vinhos falsificrctos
nobres in-
de seus
os redatores

a municipal
afinal, polícia
imperial que
solicitam a pro-
tuitos e

chamada.
não aparecesse, quando
teção.

mais interessan-
Característica

versos de Camões
Os sediços
do Pregoeiro
te da ação
"Cantando política
tôda
espalharei por
sem dúvida, a campanha
será, que

[a parte
mantendo contra o
vinha que
engenho "os
Se a tanto me ajudar
excessos do federa-
chamava

arte"
[e
e aliás não
listão", passava
que
a epígrafe de
forneceram praxe.
manifestação do
de sintomática

conservador de seus reda-


espírito
Inaugurando a secção de
po-

tores, como da transmu-


própria
lítica, uma longa divagação sôbre

então se obser-
tação que
nú- política
a liberdade abre o segundo

vava nos do
quadros partidários
mero, de 9 de Segue-se
janeiro.
Rebelavam-se, exem-
país. por
razoável análise das da
posturas

contra o número de
pio, grande
Câmara Municipal da Corte, sob

"Polícia".
órgãos legislativos e executivos
a rubrica

criados reforma constitucio-


pela

Não conseguindo, ape-


porém, o seguinte cálculo :
nal, fazendo

do tom, evitar a
sar da seriedade
18 com
Tínhamos que
províncias,

influência do meio da
jornalístico do Império apresenta-
a capital

época, estranhou O Pregoeiro


que legisla-
vam o total de 19
poderes

no Marimbondo, certamente um
e 19 executivos. Cada
tivos pro-

da época, hoje desconhe-


pasquim mais ou menos,
víncia
possuía,

cido, fôsse o ex-ministro Francis-


três comarcas, cada uma dessas

co Gê Acaiaba de Montezuma,
circunscrições conten-
judiciárias
ex-Francisco Gomes Brandão e
do, no mínimo, três municípios.

futuro visconde de
Jequitinhonha, 162 legisla-
Possuíamos,
portanto,

chamado Sr. de Montezurra...


tives executivos municipais, de
e

No terceiro número, do dia 16, composição variável, os


quais,

impresso na tipografia do D/á- unidos aos e


provinciais gerais,

faziam chegássemos à
no do Rio de de Nicolau com
Janeiro, que

Lobo Viana, foi combatido o mu- extraordinária conclusão de


que

nicipalismo, entendido como no Brasil todos os cidadãos eram


po-

der arbitrário das Câmaras Muni- legisladores, no de Gul-


como
país

cipais, de todos os cidadãos, liver matemáticos...


que todos eram
"feu-

a seu ver, a ser


passariam
Apesar da fragilidade da argu-

datados", de acordo com as dis-

mentaçao, dados como estes ser-

incluídas no Ato Adi-


posições
viriam à do ambiente
preparação
cional à Constituição, datado de

favorável à Lei Interpretativa de

12 de agosto de 1834.

1840, sabiamente restringiu


que

Assuntos mais restritos apare- cs excessos do A.to Adicional


que

ceram no número 4, de 19 de na vinham sendo obser-


prática

Aí se aconselhou sis- vados.


janeiro. o
w*?

IMPRENSA DA REGÊNCIA ARAÚJO LIMA 119


A

c!o Pccgociro, de uma cousa, senão em


número fazer
0
quinto

começou elo- virtude de uma Lei".


23 de
a0 dia janeiro,

do Inácio
o júri José
ciando juiz Prosseguiu nos mesmos temas

no artigo se-
Vas Vieira, para, -
anteriores romano, so-
governo

a condenação, pelo
auinte, pedir berania do conceito de li-
"criminosíssi- povo,

tribunal, do ~stões
mesmo berdade —
ao lado de
q

Redolfo Cerf...
mo" —
mais terra a terra os ílccais

da educação do
A respeito jc- da Câmara e as sepulturas (esta,
9
"questão

assunto en- aliás, meramente filosó-


vem imperador, que

fica"...) o sexto e último nú-


tão constituía preocupação geral,

houvesse mero do Pregoeiro, datado de 26


O Pregoeiro
louvou que

de de 1839.
de instruí-ío janeiro
sido encarregado

ciências o
às
jurídicas
quanto
O Sova

Sr. Cândido d'Araú-


Exmo. José

futuro marquês de Sa-


Viana, e Moreira
Tendo Melo Morais
jo

Azevedo omitido, em suas lis-


pucaí. de

"des-
tas de antigos, o artigo
Afim de exemplificar cs periódicos

o nome do
extorsões e vexames masculino
que precede
propósitos,

O Sova, com-
dos fiscais d3 Câmara Munici- quiseram
pasquim

todos os autores ou-


correspondiam aos aníi- que
pletá-lo
pai, que

tras relações de
almotacés, contaram os re- jornais posterior-
gos

a de
: mente elaboraram, partir
datores este episódio
pitoresco

"Morava Rafael Arcanjo Galvão, sistema-

no Campo de San-
ao
ticamente errando-o,
porém,
tana um advogado a cha-
quem
aquele artigo e
tornar feminino
mau Dr. Mendonça, o tinha
qual
Repetido o
A Sova.
grafando
uma de boa raça, da
porca pois
seria corrigi-lo,
erro, não
possível
barriga lhe deu 8 leitões,
primeira
do Catálogo da
diante do silêncio

e da segunda 18; os todos


quais
Ilistórii do Brasil,
Exposição de

foi comendo assados, muito


pois
não ne-
de 1881, e possuir
por
deste E vendo
gostava petisco.
exemplar do efêmero perió-
nhum
nas Posturas só se
que proibiam
Nacional. Agora,
dico a Biblioteca
vagar ruas e conser-
porcos pelas
à vista dos raríssimos
entretanto»
vá-los em lojas, áreas e
quintais,
úni-
1 e 2,
números provavelmente
êle a conservava em um cuarlo,
>
a
de O Sova,
cos, pertencentes
tinha entre a área e o
que quin-
cios Santos,
Marques
Francisco
tal; e não era nem
portanto quin-
do
fazê-lo, a exemplo
tal, nem área, nem loja; c de dia podemos

feito em váncs
também temos
a mandava dito que
o
pastar para
nos a simples
outros casos, quais
Campo; certo campo não
de
que
antigos to*.-
dos autoies
era repetição
rua, nem loja, nem área, nem

às vezes fã-
erros
na consagrados
quintal; e certo e bem certo esta-

de correção,
va cilmente suscetíveis
de em nada ofendia a Lei
que
e
daquela mais mediante pequenas pesquisas
Postura; e ainda

em
qua*s-
certo investigações, possíveis
estava naquele
princípio
do
boas bioliotecas
constitucional das
de ninguém quer
que pc-

dia ser deixar


obrigado a ou país.
fazer,
CULTURA POLÍTICA
HO

Não se limitou, O Sova


Tipografia Impar- porém,
Impresso na

a atacar a candidatura de
Brito, abre o José
ciai, de Paula prí-

de Clemente. Procurando intrigá-lo


datado de 16
meiro número,

com os fazendeiros fluminenses,


1839, depois de em-
de
janeiro

disse, na secção dedicada a Va-


epígrafe de (... quis
dita Juvenal "certo

riedades, Figurão,
— urbis, tam que
Tam
iniqucc patiens
44Avi-
noutro tempo escrevente do Dou-
teneat se ?), um
ferreus, ut

declara tor Macamboa, e ingrato ao mes-


aos Leitores", em
so que

tam- mo, não confiando assaz na sua


redator sair a campo
o para

todos saiu durante as fé-


ao título popularidade,
bém fazer que
jus

não rias com o Baguá-Mor da Pro-


Patriota. E
usam, de para

se víncia o
muito, como também [provàvelmente presiden-
prometer
"sovará,
a te Pau ino Soares de Sousa,
José
usa, quanto puder,

Cons- futuro visconde do Uruguai] em


respeitará a
merecer;
quem

correição Freguesias da roça


se deve pelas
tituição, e tudo
quanto

a votos Senador; e
pedir para
respeitar".

seduzir melhor a certos Elei-


para
"O
no Rio de
tores de consciência, lhes
provincialismo
prome-

Clemente Pe-
ou o Sr. tera trabalhar muito, afim de
Janeiro, que

de senador é o no Senado seja com evidência


reira e a eleição

com- a agricultura no Bra~


titulo do artigo provado que
principal

ao combate sil na razão direta do


dedicado prospera
pletamente

entorpecimento das in-


candidatura dêsse tão
à político faculdades

telectuais! dera
Quem o Sr.
atacado sempré, desde o Primeiro que

Clemente se agora
indiretamente, José prestasse
Reinado. Ataca-o,

ao trabalho de o refutar com


salientando sua condição de bra-

aquela mesma evidência e calor


sileiro adotivo, isto é,
português
com em 4 de
patriótico, que, ju-
de nascimento, sua hábil discrição
lho de 1827, sustentou o contrá-

depois da abdicação de D. Pedro


rio na Câmara Po-
quatrienal!
I, etc.
rém... são tantos os seus afa-

zeres... Só a
Interessante história educação das me-
à
política

ninas da Santa Casa da Miseri-


da Regência é, exemplo, êste
por

córdia lhe toma todo o tempo. ..


trecho :

Deus o ajude em obras tão


44Divide-se pias".

o Modera-
partido

Depois dessas ironias, acres-


do em Feijoísta e não Feijoísta

centou ainda L., suplente do


ou Regressista Governista), que
(hoje

caridoso na Câmara dos


ficando o Sr. E. F. da político
Veiga no

Deputados, temia receber alguma


,primeiro membro dessa divisão;

lesão, no caso de o respecti-


segue-se a eleição que
a legis-
para
vo titular não ir
latura conseguisse
de 1838, entra o para
Sr. C. P.

o Senado.
como Deputado a Assem-
para

bleia Geral, serviços ainda


presta Prosseguiu o segundo número

mais importantes
depois da de- do Sova, de 19 de de 1839,
janeiro
missão, ou, como dizem outros, com o mesmo assunto do anterior,

do Sr. Feijó,
queda à causa li- e era, certamente, sua razão
que
4'0
beral".
de existir : e
provincialismo
I

A IMPRENSA DA REGÊNCIA
ARAÚJO LIMA

Sr. Clemente Pereira", fracassadas


o José as esperanças
de al-

em tôrno da elei~ cançá-la,


ainda próxima teria
esperar até
que

senatorial em substituição a 1842,


ção quando, enfim novamente

Soares Teixeira de Gouveia. ministro,


Lúcio o nomearia o impera-

dor
para o Senado, como repre-
A debatida da
questão prefe-
sentante da
província do Grão-
rência a ser dada aos naturais

Pará
(20).
de cada na escolha
província, para
Dois de Dezembro
os eletivos, nunca, aliás,
postos

observada sob o Império, aí apa-


Em formato
um maior
pouco
rece, discutida contra Cie-
José o habitual
que in-4.° dos
pasquins
mente e a favor do
pernambucano do tempo das Regências,
guarda
Caetano Maria Lopes Gama, em-
a Biblioteca
Nacional os núme-

bora esquecida ao tercei-


quanto ros 1 e 2 do Dois de De-
jornal
ro candidato à referida vaga, o
zembro Dous
(aliás de Dezembro,

baiano Miguel Calmon.


como então se escrevia), n. 4.091

antigas, do inestimável Catálogo


Questões como a do da Expo-

levante dos sição de História


batalhões estrangei- do Brasil.

ros, em 1828, com a conseqüente


Datado de 16 de maio de 1839,

saída de Araújo Lima do minis-


começa o dêles um
primeiro
por
tério, e com a entrada, nele, de
Prospecto, em foram expôs-
que
Clemente, foram também
José
tos os seus objetivos de defesa da
exploradas mediante "a
uma longa
monarquia, instituição de
que
transcrição da Aurora Fluminen~
menoridade só tem servido
para
se de 14 de dezembro de 1829.
aluir mais
profundamente os ali-
Visava isto, sem dúvida, indispor
cerces".

o regente com o candidato, de

Era isto um sinal


modo da retomada,
não o escolhesse
que sena-

dor o futuro que pròximamente se faria, do


marquês de Olinda.

do apressamento
O resultado problema da
de tôdas essas re-

maioridade do Imperador,
taliações ou,
e ainda da pelo
divergência

menos, da entrega
entre Bernardo da regência
de Vasconcelos e

Araújo à D.
Lima, princesa a mais
à Januária,
quanto preferên-

cia velha de suas irmãs residentes


Miguel no
por Calmon foi
(19),

favorável Brasil.
a Lopes Gama, futuro

visconde
de Maranguape.
Colo- Novos indícios a respeito for-

cado em
primeiro lugar na lista necem a transcrição, aí feita, da

tríplice
resultou da
que eleição de fala do trono lida na recente

março
de 1839, foi o sessão solene de abertura dos tra-
provável
financiador
de O Sova o escolhi- balhos legislativos, o da
projeto
do
pela Regência
a sena- resposta lhe seria dada e,
para que
tona fluminense.
Quanto a o separa-
José principalmente, projeto
emente,
já terceira vez do de Antônio Carlos Ribeiro de
pela

^ Octávio Tarquínio de Sousa Bernardo Pereira de Vasconcelos e


J

Ri0' 1937>
Pá9' 202.
nm°'

^ ^ ^aunay O Senado do Império, São Paulo, 1942,

Págs 237/238
^20S°
CULTURA POLÍTICA
142

três números em agosto de


sin- deu
Machado, cm
Andrada que

os dois tendo to-


ao agra- i 839, primeiros
se aludia
tomàíicamcntc

o n. 4.303 no Catálogo da
a mado
seria recebida
do com pro-
que

de História do Brasil,
sôbre o ca- Exposição
se fizesse
posta que

1881, o terceiro, cie 3! daquele


imperial. de
de sua akeza
samento

figurando em uma miscelâ-


mês,

sobre a
Ainda considerações
de da Biblioteca
nea
periódicos
ocuparam o se-
fala do trono
Nacional.

datado de 25 de
número,
gundo

A entrega da Regência à
1839, do Dois de L)e~ prin-
maio de

cesa imperial D. her-


título, como se sabe, alu- Januária,
zembro,

deira do trono, no
ao aniversário de D. Pedro quando pró-
sivo

xirao dia 11 de março de 1840


ii.

completasse dezoito anos de ida-

Dando uma indicação sôbre a

de, foi a idéia a respeito susten-

orientação a obedecia o
que pe-
tada e muitos
pelo jornal, que
riódico, ser assinalada
pode que
adeptos obteve então. Pretenden-

com elogios encarou êle a hipó-

do dizia O Monat~
justificá-la,
tese de ser novamente chamado

nisto opinava de acôr-


quista que
Maríim Francisco Ribeiro de An-

do com o art. 117 da Constituí-

drada à direção da da Fa-


pasta
de 1824, estabelecia a
ção que
zenda.

ordem de sucessão da coroa.

Também bastante esclarecedor,


Não era esta, entretanto, uma

à importância sob as
quanto que
tão líquida se afi-
questão quanto
Regências voltou a a ma-
gozar
a seus defensores. Se o
gurava
é o anúncio de vá-
çonaria (21),
imperador era menor até a idade

rias obras a ela relativas, no


jor-
de 18 anos completos, conforme

nal aparecido : a Biblioteca Ma~


o art. 121, tendo D. Pedro II me-

— —
ou Regedor Instru-
çônica
nos de 14 anos então, a Regên-

tivo e muito completo da Franc~


cia, durante sua menoridade, de-

Maçonavia, a Bússola, o Manual


veria, de competir a
preferência,
Maçônico e a Coleção dos Ca~
seu mais
parente próximo, que
tecismos Maçônicos aí são aberta-
fôsse maior de 25 anos, de acôr-

mente oferecidos ao
público.
do com o estabelecido no artigo

122 — de
e este não era o caso

D.
O Monarquista do Sé- Januária.

culo XIX Previa, entretanto, art. 126


o
"se

o Imperador, causa
que, por

Novos argumentos em favor da física ou moral, evidentemente re-

crescente opinião favorável à ces- conhecida de


pela pluralidade

sação do regime regencial encon- cada uma das Câmaras da As-

tram-se na leitura do O sembléia, impossibilitar


jornal se
para

Monarquista do Século XIX, em seu lugar


que governar, governará.

(21) Ver, a respeito, o capítulo referente ao violento O Brasil Aflito,


pasquim
dirigido Clemente
por José de Oliveira em 1833, no Rio de no cit. traba-
Janeiro,

autor ^
pequena imprensa da Regência Trina Permanente (1831-

1835j •
A IMPRENSA DA REGÊNCIA
ARAÚJO LIMA
143

regente, o Príncipe Impe- organizar


como ministério o senador

se íôr maior de 13 anos".


rial, Antônio Francisco cie Paula e

Interpretavam, os cha-
portanto, Holanda
Cavalcanti de Albuquer-

também
mados januaristas, que
"causa Dando curso
que. favorável a
física" era a menori-
uma
êsse boato, fácil será situar O
dade e, deveria a
portanto, prin-
Monarquista
do Século XIX tam-
cesa assumir a RegC-ncia, logo
que
oém entre os diversos
atingisse aquela idade, substitu- jornaizi-

nhos durante
regente que vários anos fez
indo, assim, o eleito na

do Ato Adicional publicar o futuro visconde


conformidade de Al-

1834, naquele buquerque em


de não defesa de suas
que ponto
pre-

reformara a Constituição do Im- tensões


políticas, entre as
quais

pério. duas vezes avultou a candidatu-

T
ra à Regência.
i ratava-se, como se vê, cíe uma própria

duvidosa, uma vez


questão que Outro indicio a respclco é o

a incapacidade relativa, devida à


fornecido
ataques, aí tam-
pelos
idade, não havia sido, certamen-
bem incluídos, a seu inimigo e
te, visada imperador
pelo e
pelos
conterrâneo Antônio Peregrino
conselheiros de Estado, autores

Maciel Monteiro, depois diplo-


da Carta constitucional outorga-

inata e barão de Itamaracá, até


da em 1824, no referido ártico

antes ministro dos


1/6, assim legitimamente pouco Negó-
que não

cios Estrangeiros. Acusa-o


ser invocado cm favor O
podia da

entrega da Regência Monarquista


à D. de responsável
Ja- pela

nuaria, a de 11 de março suscitada entre Império


partir questão o

de 1840. O não impediu,


que e a Santa Sé evidente,
(injustiça

entretanto,
o alegassem, du-
que a datava
pois de vários
pendência
rante a campanha maiorista e
anos), mau andamento dado
pelo
mesmo em seu momento culmi-
ao relevante assunto da indébita
nante,
os
partidários dela, visan-

ocupação da zona brasileira do


do legitimar,
aos olhos do
público,
Amapá França e, afi-
talvez aos pela (23),
o de
próprios, goipe

Estado nal, errôneas negociações


êles pelas
por
provocado.

entabuladas com Fruto, isto é,


1'ornece
uma identi-
pista que
com o caudilho uruguaio Frutuoso
fica de onde
essa corrente
partia
Rivera, interessantes, entretanto,
januarista, aparecida,
aliás, alguns

anos ao andamento da luta contra os


antes
(22), mas, à época,

sensivelmente farroupilhas rebelados no Rio


fortalecida, a notí-

cia de
seria Grande do Sul.
que encarregado de

^er' 3 re*Peit°, os capítulos sôbre os O Sorvete de Bom Gosto


ir jornais
e A "A
Nova Caramuruada,
de 1835-1836, rio trabalho do autor im-
pequena

prensa da Regência
de Feijó entregue à do Brasil, do Rio
(1835-1836)", Revista

(^3) Sôbre
«p. a repercussão do episódio, ver o trabalho do autor
jornalística
"A
primeiro
jornal americanista do Brasil", relativo ao Liga Ameri-
periódico
Can?V?e
redigido Ma-
Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho e
por
n.uel "O
Odorico
Mendes, também mencionado biografia Visconde de Sepetiba",
na
at na nota 11,
págs. 137/138.
CULTURA POLÍTICA
144

mente surgido o combate à


Nua e Crua para
A Verdade

maioridade.

ano de 1840, a
Entrando o
Ao lado, dêsses
porém, jornais
da antecipada maiorida-
questão outros mais
de maior mo-
porte,
superou tôdas as
de do imperador
destos também apareceram, não

em absoluta condenação do
outras,
vezes simples
pasquins,
poucas
regencial. E como à im-
sistema
votados, à discus-
principalmente,
tivesse cabido
posição pri-
prensa
são do tema constitucional
grande
macial no essencialmente
período
redundou na revolução
que parla-
agitado nos foi imposto
que pela
mentar e de 22 de
popular julho
abdicação de D. Pedro I, tam-

de 1840, legítima expressão de


bém aos competiria rele-
jornais
irreprimível movimento de opinião.
vante na nova batalha
papel po-
Contra a antecipada declaração
lítica se iria travar.
que
da maioridade de D. Pedro II,

Instalado, a 15 de abril, o Clu- manifestaram-se O Homem do

Maioridade, e a 19 de maio Povo, O Aristarco, o Filho


be da do

Brasil e A Verdade Nua


aparecido o seu órgão (27) e
jornalístico

Crua, todos típicos


<¦— Propugnador da Maior ida- ele-
O quatro

mentos da imprensa
de desde logo contra êle pequena po-
(24),

lítica da Regência de Araújo


assestaram baterias antigos ele~

Lima. A favor da mesma revo-


mentos da imprensa conservado'-

lução branca salientaram-se O


ra, como o Diário do de
Rio
Ja~
Instinto,
vinha de
periódico que
neiro e outros mais recentes,
po-
1839, O Anônimo e O Grito da
rém igualmente importantes, como

Razão (28).
O Despertador Comercial e Po~

lítico Tomando exemplo apenas


de Francisco de Sales para
(25),

Torres os últimos de cada destas


Homem, o futuro uma
panfle-

tário listas, não existem


Timandro e visconde nas cole-
de que

Inhomirim, a ções da Biblioteca Nacional, ve-


Sentinela da Mo-

narquia, de Bernardo o anti-mai-


Pereira de jamos, primeiramente,

Vasconcelos, orista A Verdade Nua


e O Brasil, de e Crua•
Jus-

tiniano
da Rocha
José o
(26), Seus números 1 e 2, de
que
último a 16 de
junho especial-
conhecemos os exemplares
per-

Í^P* cit" 206) escrito


Pág. erroneamente
— O^PronnnnaHn vf J^zevec*°.
e' rePetir£m outros o evidente engano, talvez tipo-
gráfico. F

a"tude "que
ào Despertador
convém notar
Sf£re ainda em 22 e 23 de
aaõj025i £
respondendo
a Montezuma, manifesta-se contrâ-
rio
no à
a maior daL
maioridade. A ?espertador-
Artigos
propriamente favoráveis da redação só saem ali às vés-
"A
Ganns -
Proclamai da M^dade".
auH d í?áUt
S Itut0 Histórico e Geográfico Brasileiro a 23 de
de 1940
19 0nC p julho
puMicada na respectiva,
Revista vol. 175, de 1940, 474,
pág. nota 45).

6 impreJnsa das Regências unas e das


meiras fasefdo pri-
SemfnH^P j9"1"® "Justiniano
VCr °_estu<^° do autor da
Rocha PrínrinA Hn Tf finan°\ José
dos
J°rnallstas Políticos Brasileiros".

Umer°S 4'2°9, 3-892 ® 4'145, resPectivamente,


do Catálogo da Ex-
posição, cit.

4-223' 3-886 e 4197' respectivamente,


do Catálogo da Ex-
posição.)citNúmer0S
I

A IMPRENSA DA REGÊNCIA ARAÚJO


LIMA

a Francisco Marques dos é a


teccntes tarefa,
primeira cumpre
que

apareceram a 16 e 20 satisfazer
Santos, aquêle
revestido
que,

maio de 1840, saídos da Im- de


de
plenos poderes, atenta à he-

Imparcial. terogeneidade
prensa de nossa
popula-

o seu caráter de ção. E


Acentuando poderá S. M. I., ainda

tão
eventual, traz, no ca- jovem, cflmprir tão árduo tra-
publicação

balho,
a significativa declara- o se requer
beçalho, para qual tan-
"Os
ta destreza,
anunciarão o dia tanto método,
jornais tanta
ção:

desta fôlha". prudência e tantas luzes


da ? Decer-
publicação

to não
que I"
Ao lado vem a epígrafe-cara-

"A
— Elogios a Honório
assinada L. médio- Hermeto
puça,

Carneiro Leão a
e
cridade é ciosa de um merecimen- José Joaquim

Rodrigues Torres, futuros


to distinto". mar-

"A
de Paraná e visconde
quês de
maioridade de S. M. I." é

Itaboraí, atitude desassom-


pela
o título do artigo, com-
primeiro
brada contra o movimento
que
batendo a de sua decla-
proposta
maiorista vinham assumindo, for-
ração, apresentada seis sena-
por
mam o conteúdo do tópico se-
dores apenas. A importância do
"atraiu
guinte.
assunto, diz o articulista,

a atenção Noutro, afiançasse a sim-


despertada que
pública, já

alguns declaração da maioridade não


escritos, pies
por principalmeri-

te A Urtiga, seria suficiente debelar a


fôlha suspeita de para

caminhar crise financeira.


a fins não decla-
que
* *t

rara .
Boas notícias do Conflagrado

Para combater a situação


grave Rio Grande do Sul, segundo as

em o encontrava,
que se che-
país teria fugido far-
o
quais general

A Verdade Nua e Crua a a-


ga
roupilha Neto, fecham com vivas

pontar o recurso à ditadura. Para


ao ministério e ao regente o
pri-
se veja, como errada-
que
porém,
meiro número da Verdade Nua e
mente.encarava
os acontecimentos

Crua.
o
jornalista, basta transcrever o

Abre-se o segundo com a de-


período final do referido artigo :
"Os
fesa da idéia então
Brasileiros, como na As- protelatória,

aventada anti-maioristas, do
sembléia Provincial pelos
de São Paulo

adiamento das Câmaras.


ponderou o ilustrado Sr. Carlos

Carneiro de Prossegue o artigo seguinte com


Campos, são aristo-

cratas aristocracia e o com-


educação, costumes e o elogio da
por

índole. iniciados no
Desenvolver tanto bate à democracia,
por

esse romanos
elemento inerente à exis- n. 1. Os exemplos como
sua

tência suble-
física e moral; rebaixar os nacionais, das recentes
não

êsse Pará e a
elemento, emparelhando-o vações agitaram o
que

cora
o elemento Baía, são dos menos convincen-
democrático; ex-

purgar, finalmente, tes. E ao Rio Grande


a lei funda- quanto

mental forçado
do virus democrático do Sul, foi o
jornalista
que,

minando alvis-
em a diminuir, mais adiante, a
todos os as
países
instituições
monárquicas, sareira notícia divulgada anteri-
no Bra-

síl descaradamente
as afronta ormente.

HS.7!>8 F. 10
CULTURA POLÍTICA
146

mais tarde teríamos o Nacional,


elogios aos senadores que
Com

1848-1858, e o do Povo,
maiorista em
o já
combateram projeto

em 1878,
um Congonhas,
Cassiano,
("um

um Monteiro de com o n. 1, saiu


Gama, De acordo êle
um Lopes

insinuações fa- Imparcial, de Brito,


e com da Imprensa
Barros")

entrada no mi" de 1840, e, isso


à a 17 de
voráveis julho por
próxima

Torres e foi
nistério de Rodrigues mesmo único,
provavelmente

vis- aparecido às vésperas


Paulino de Sousa (depois ter
por já

A do movimento maioris-
conde do Uruguai), da vitória
pôde

Nua e Crua encerrar seu ta. Seu exemplar, se


Verdade
que guarda

com a seguinte no- Biblioteca Nacional, começa


Post-Scriptum na

ta de última hora. um Prospecto, em é ex-


por que

"Deu sua adesão à causa


hoje, no plicada que
a alma a Deus,

a tantos empolgava.

filho do Sr.
Senado, o monstruoso

vezes a seguir, os candidatos


Cavalcanti Elogia,
Holanda (duas

!). Apesar à Câmara Muni-


candidato à Regência apresenta
que

do Sr. Paranaguá, Côrte: Aureliano de


dos esforços cipal da

16 votos contra 18. Coi- Coutinho, fu-


teve só Sousa e Oliveira

A terra lhe seja de Sepetiba; Paulo


tadinho!... turo visconde

leve !..." Viana, cunhado do


Fernandes

Luis Alves de Lima;


então coronel

O Grifo da Razão
Miguel de Frias e Vasconcelos,

da malograda se-
militar, chefe

Muitos foram os
pequenos pe-
de 3 de abril
dição federalista

brasileiros cujos títulos


riódicos
1832; e Pedro da Veiga,
de
João

começavam se distinguirem
por falecido Eva-
irmão do
jornalista

com a afirmação de serem


gritos risto Ferreira da Veiga*

e não simples vozes ou ecos. As-

Mantém com o
pe-
polêmica
sim, limitando-nos aos anteriores

O Filho do
riódico anti-maiorista

ao de nos ocupamos,
que podem
de Ho-
Brasil, combate o
projeto
ser citados O Grito da Razão na

no sentido de
nório Hermeto,
Côrte do Rio de de 1825,
Janeiro,
resolvida a da maio-
ser
questão
O Grito da Pátria Contra os

ridade meio de uma reforma


por
Anarquistas, de 1831-1832, e O
a
constitucional elogiando,
(30),
Grito dos Oprimidos de
(29),
êle
o discurso contra
propósito,
1833.

feito Antônio Carlos Ribeiro


por

Era natural, tam-


portanto, que, de Andrada Machado, asseguran-

bém ocasião da campanha da da


por do somente a Sentinela
que

maioridade, sentisse outro Monarquia O Brasil, os


e
jorna- jornais

lista carioca necessidade , e de


de lan- de Bernardo de Vasconcelos

mais um Grito, entre êstes Rocha, nele


çar da
Justiniano José

sendo escolhido o da Razão, como encontraram defeitos.

"A
(29) Estudado.no trabalho do autor Regência Trina
imprensa da
pequena

Permanente cit.
(1831-1835)",

(30) "Dois vícios apresentava a legal, e isso


proposta: era lógica e era por

mesmo ia contra as correntes sentimentais da opinião exaltada dominante". (João

Pandiá Calcgeras — Formação 202)*


Histórica do Brasil, l.a ed., Rio, 1930,
pág.
Estudos cm tomo dei historiei
do império

MÁRIO BARATA

Conservador do Museu Nacional de Belas Artes. Secre-

tário do Instituto Brasileiro de História da Arte.

com a maior satisfação tico, do segundo número do Anu-

recebemos e lemos o ário,


que está ajudando a criar
FOI a ira-

Anuário do Museu Impe~ dição de luxo e bom


gôsto que

rial de 1941, dêsse envolve, como uma aura,


publicação o belo

Museu do Ministério da Educa** museu


petropolitano, do
qual,

ção e Saúde, na vários es- muito mais essa atmosfera


qual que

tudos sôbre a história do Reino e deliciosa,


plácida es-
podemos

Unido e do Império contribuem estudos, sérios imparciais,


perar e

para um maior conhecimento e coscientes, da histó-


profundos

dessa época do de nos- ria deslumbrante, e


passado em muitos

so e da importância
país ela virgem, do
que pontos em
período

porventura tenha tido no seu de- o Brasil de colônia


que passou

senvolvimento.
Na maioria, os a República, do
portuguesa sé-

artigos do Anuário analisam culo XIX nacional, repleto de


pe-

quenos da história de contacto com o século


pormenores pontos

imperial,
sendo êsse trabalho de XIX europeu, burguês e calmo;

levantamento
de dados o inicial, mas também cheio de incongru-

na tarefa a se o Mu- ências intrínsecas, de desajusta-


que propõe

seu recentemente
inaugurado na mentos entre a realidade nacional

cidade
de Petrópolis. a aparência, também nacional,
e

O Anuário entre os nossos e o


forma um problemas
grosso

volume modo de viver.


de 300 nosso
e %
páginas possue

gravuras e ilustrações Publicação de interêsse,


encan-
que grande

tam
p leitor, Museu Imperial tem
seja seu con- o Anuário do
pelo

teúdo,
seja tido uma ótima acolhida entre os
seu colorido,
pelo

dando
à universitários e
publicação um ar de nossos círculos
pre-
ciosidade
diga-se entre de estudiosos de assuntos históri-
que,
pa-
rêntesis,
ela bem merece. cos e sociais, o é, aliás, con-
Êsse
que

tom,
se iniciais de
que dizer aristocrá- firmado
pode pelas palavras
POLÍTICA
CULTURA
148

II dedicava a Petró-
Pedro
do mu-
diretor que
Alcindo Sodré,

mesmo no exílio,
constante
nú- polis,
ao segundo
seu, no
prefácio
de cartas diri-
segundo trechos
Atiuário* no
do referido
mero
em 1891 ao vis-
êle
- neste gidas por
nota ser particular
qual
Taunay. É a
44auspicioso conde de pena que
a
assinalar grande

renana Petrópolis do
e
vindos de
de pitoresca
pedidos,
quantidade
mesmo a de
dó imperador,
mes* tempo
nacional, e
todo o território

se esteja transfor-
10 anos atrás,
como sejam
mo do estrangeiro,

os
mando ràpidamente, perdendo
Argentina, Uru-
Estados Unidos,

característicos, fi-
.eus encantos
e Equador".
guai
sofisticada sucursal
cando uma

vem, no
Vanderlei Pinho
Beach. Uma ci-
de Copacabana

à frente dos
de 1941,
Anuário ma-
as de
dade em pontes
que
abrindo caminho
colaboradores, de
deira são substituídas pelas

célebre conferên-
com a sua
já aos velhos
e aço, em
cimento que

aspectos da
cia sôbre personalí-
se bangalôs
chalés preferem
II, na com
dade de Pedro qual,
duvidoso, em
dum colonial que

sóbrio e elegante,
o seu estilo
tornam mais civiliza-
os rios se

trata com ca-»


sempre agradável,
estância calma e re-
dos, não é a

inflexível im-
todavia com
rinho,
Pedro II tanto
pousante que
alguns aspectos
de
parcialidade,
"tabus" amava.
segundo impe-
do nosso

estudo do conhecido
o desapêgo ao Mas o
entre eles
rador,

do rei- baiano co-


moléstia do fim historiador e
trono, a político

da repú-
nado, a compreensão adiante,
meça quando,
parágrafos

verdadeira vida no
blica e a sua mos-
com serenidade e
justeza,

exílio. em
não há mal nenhum
tra
que
A moléstia do

as redomas que
se
que quebrem
imperador
vultos humanos,
envolvem alguns

bem de livre, na sua


Lembro-me quantas estudando-os ao ar

às vezes ar- sem


palestras, verdadeira
pequeninas personalidade,

a conferência de tabus,
dorosas, causou sermos limitados pre-
por
'
Pinho na arca dos espirituais.
Vanderlei conceitos e miopias

de Marques dos San-


Podemos mesmo acrescentar que
jacarandás

Biblioteca, no Instituto só competirá


tos, na a um historiador

daqui e no de Petró- modo o seu


Histórico essa tarefa, só dêsse

últimos dias de 1939 e feito com


nos estará sendo
polis, trabalho

decorrer de 1940. A forma êle


todo o e só dessa
por dignidade

do imperador, es-
moléstia principal- estará honrando a figura
que

a moléstia do imperador, seu estudo.


mente tiver sendo objeto do

e comentada sob a ci-


era analisada Não nos recusar
podemos

de vista. Tenho de Van-


todos os estes belos trechos
pontos tar

mim essa doença e a con-


derlei Pinho na sua citada
para que
"O
Aleijadinho serão as mais dis- au-
do meu embaraço
ferência:

e famosas Brasil e de figura


cutidas ter de tratar
pelo menta
por

tempos afora. louvada,


tão estudada, debatida,
pelos

Ao analista minuden-
Pinho começou o agredida.
Vanderlei

de
da obsessão
evocando o amor te,
seu trabalho que padece
?

EM TÔRNO DA HISTÓRIA
DO IMPÉRIO
149

ser exato e da tortura de ser


guma justiça a seus colaborado-

cumpre nem se deixar levar


justo, res. Eu mesmo
paguei esse tri-

do encanto dos o exalta-
que buto na mocidade,
ao
primeiro
ram, nem se influenciar das con- contacto
menos aprofundado
de

testações apaixonadas dos o um assunto


que me
que empolga des-

abater".
procuraram de criança,
quando o ambiente

doméstico,
E a respeito dos de saüdosa
vultos do homena-
"Não
ao monarca,
de Pedro II: gem me marcava
há mal um
porte "parti-pris"

êles se lhes admirativo, —


re- ia di-
para quebrarem

zer —
de comoção
dornas, remergulhando-os apologética, a
no ar

só fugir,
livre, onde flutuem as que pude ai de mito!,
das
poeiras

com êstes começos


contingências, das fraquezas, de velhice".
das

"começos
circunstâncias, mas onde, com as A não serem os de

refrações da atmosfera em velhice


, indiscutivelmente
que exa-

vivemos, e em êles mesmos


que é de louvar-se
gerados, a
ponde-

respiraram, vê-los ração


podemos a tô- e a dos conceitos
justeza

da a luz, e todos os acima


por transcritos.
perfis.

Pedro II não foi um santo, nem


Vanderlei Pinho entra tam-
se distanciou, como um Deus, "poder
de
bém no debate sobre o
míseros mortais, daqueles no
que
pessoal em relação a Pedro II.

Parlamento, nos ministérios, nos Parece-nos


êsse foi
que poder
nas cadeiras de
partidos, meá-
usado de uma maneira normal

tre, nas togas de magistrado


imperador e dentro
pelo da cons-

ou sob as armas da
pátria, gover- tituíção em vigor desde o
pri-
naram com êle o Brasil. Se um
meiro reinado. Aos homens de

tem o
povo merece,
govêrno que Estado do Império, sim, cumpria-

um rei tem a côrte lhe cabe. lhes


que debater, exagerar e comba-

Um monarca não nunca,


pode ter êsse isso
poder, era
porque

máxime se reina muito tem- uma imposição


por da sua
própria

afastar-se em
po, con- vida
grandes uma das mais
política, parte,
trastes
da média
dos ele- importantes,
pessoal dessa coisa saboro-

mentos
o cercam, e dos
que sa é o entre os homens
pro- que jogo

cessos e meios de ação de sua dirigem uma nação. E


que por
época.
De
modo isso é existiram
qualquer por os depoímen-
que

apreciemos
que os nossos homens tos de Saraiva e as frases àe Co-

de 1840
a 1889, chegaremos a tegipe e de Zacarias. Mas aos

conclusão
de estavam à
que bem historiadores não é de tão
gran-
altura
da missão tinham e do de importância a do
que questão po-

grande rei lhes


que centralizava der de Pedro II, não
pessoal
a ação e, em muitos casos, os chega a constituir um
problema.

guiava. Mas de tal modo sedu-


A Constituição
tora é a
pessoa e a vida do se-
c a coroa
gundo imperador
é
que preciso

pôr-se a Isso mesmo foi


de atalaia,
gente para perfeitamente

conter
uma certa conferencista.
exaltação compreendido
que pelo
"O
poae elevá-lo interessante:
em demasia à eus- neste trecho
pre-

ta da realidade inegável decor-


histórica, e de al- domínio da coroa
política

150 CULTURA

formidável autodis-
rador numa
da Constituí-
do texto
ria, aliás,
manifestava as
ciplina ou qualida-
o
ao monarca
conferia
ção, que
caráter ? O arquivo
des do seu
demitir os
nomear e
de "diários"
direito
de Pedro II
d'Eu, os
e
e das condições
ministros,
seguramente; entre-
E se responderão
nacional.
tumes da
política
maneira se mostram
tanto de tal
um dia,
não abatesse
o imperador

a entidade e
semelhantes política
si, o que governava,
partido
por
humana e fami-
do a
se retiraria poder, personalidade
nunca êste

não é ousa-
liar do imperador que
seria venci-
uma vez jamais
que
da
alvitrar a
não dia plausibilidade
umas. Já
do em massa
pelas

última hipótese'.
afirmar
lugar
há para
portanto

o tão celebrado po-


ou contestar

a feição, Evolução do
mas estudar-lhe poder
der",

— extenso e curioso
pessoal
as maneiras

documentais
campo às
pesquisas
depois o conferencista
E
ficas da pouco "evo-
e apreciações psico-biográ
êle chama a
analisa o
Pedro II que
imperial. "Não
personalidade
lução do pessoal":
não ape- poder
e dosava a ação,
guiava
o impe-
firmar
outor- para
da carta poderíamos
nas artigos
pelos
invariável de
rador uma linha
ou conve-
seu pelas
por pai
gada
um imutável
re- conduta, processo
também a
niências imediatas,

as mesmas e
muitas ve-
político-pessoal,
por preceitos,
guiava
de ser e agir.
idênticas maneiras
espécie de có-
zes. sutis, de uma
^
Foi longa sua quasi
a e jornada
digo cujas normas pou-
pouco

reinado exten-
meio século de
na marcha dós
co se revelavam

êle não
dos sa trilha percorreu
e no desfiar que
acontecimentos

e igual rit-
com o mesmo
seu longo reinado. passo
episódios de

ainda essa
mo. Começou menino
de regras e hábitos
Tal conjunto

velho e doen-
viagem, e acabou-a
nas facções, an-
o inibia de entrar

e de
te. No seu pessoal
o impunha ao respeito gráfico
tes (embo-

de as-
imperante correm curvas
sempre) dos
ra parti"
queixoso

não traçadas
censão e declínio,
espécie de dis-
dos. Semelhante

ou
equilibrava aci- suposçiões,
ciplina o por plausibilidades,
pessoal

mão firme dos


dos deduções, mas
ma das clientelas eleitorais, pela
"coteries",
se vão amiüdan-
com o documentos
das que
grupos,

Adolescente
ódios definitivos, do e completando.
não
que gerava

trono antes
irreme- se sentara num
nem descontentamentos que
'
a
tempo, teria obedecer
nem áulicos ou amigos do que
diáveis;

à influência de conse-
nem dedicados capa-
princípio
perigosos;

lheiros e orientadores domésticos.


zes de exaltação; nem adversá-

me-
Dava a impressão Êsse foi, entretanto,
rios período
perenes.

contar. A
contenção nor do se devia
de agir numa que
profunda

ao im-
impulsos, á obedecer aos man- facção aúlica incomodava
de

rapaz. Cuidou de liber-


damentos de uma fria habilidade.
perador

em atos de certa
Mas é o caso de sem tar-se da tutela
perquirir:

fria, como os
nem desvios, nem des- dureza autoritária e
assomos,
"podèr
Paulo Bar-
no exercício do de foram vítimas
mandos
que

e
tão o impe- bosa e Aureliano. Aprendendo
coibia-se só
pessoal"
EM TORNO DA HISTÓRIA
DO IMPÉRIO
151

adaptando-se à necessidade, a an- Luís XIV dois —


períodos antes

de mostrar-se enérgico
siedade e e depois
da fístula
, assim, e

forte a ação. Pas-


perturbava-lhe com maiores razões,
podemos di-

sada esss fase das afirmações de vidir o segundo reinado brasilei-

surge a do equilí- ~
personalidade, ro em antes e depois da molés-

brio, em firmaria o molde de-


que tia do imperador".
Temos a im-

finitivo de sua maneira


política, pressão, todavia,
de não
que é

ainda submetida às modificações


tanto assim, visto haver-se decla-

e deformações sugeridas cir-


pelas rado a referida
enfermidade
em

cunstâncias. E afinal o cansaço 1887,


quando Pedro II havia

e a doença antecipariam a rui- reinado 56 anos, a de 1831,
partir

na do regime, na ruína do mo- ou, mais certamente


o caso,
para

narca decadente. Ultimamente 47 anos, desde a sua maioridade.

um historiador inglês nos vi-


que Se não fôsse a moléstia, a velhice

sitou, numa deliciosa conferência


ou o cansaço haveria de retirar-

do Instituto Histórico Brasileiro,


lhe a mesma firmeza no mando,

distinguia na rainha Vitória três a mesma tenacidade nos objeti-

diferentes e tão
personalidades vos, nos impulsos, nas discussões

diversas segundo
que, pitoresca- com seus auxiliares mais
próxi-

. mente nos disse, Vitória Tercei- mos e diretos. Fatalmente os úl-

ra, encontrando-se num salão timos anos da década de oitenta

com Vitória Segunda, ambas não seriam os anos da decadência do

se reconheceriam, e se reinado
palestras- de Pedro II.

sem, só num se entende-


ponto

Se a moléstia se tivesse decla-


riam —
o de Vitória Pri-
que
rado na maturidade, interrompen-
rneira fora uma tolinha. Pedro II

do bruscamente a marcha ou a
tem mais continüidade; um
possue
"constantes"
direção do seu é se
maior número govêrno, que
de

teria razão de dar importância à


nas suas variedades
pessoais".
enfermidade, dêsse dc
ponto
Em seguida- Vanderlei Pinho
vista.

estuda um tema interessante, o

dos modelos
estrangeiros de Pe-
O terceiro reinado

dro II, analisa a influência


que
torna-se antipático
sobre
o imperador
teve a rainha

Vitória
e as conseqüências A importância fundamental
bené-
que
4
ficas
do chamado imperador
ter a moléstia do
poder pes- pode

scai : democracia,
liberdade de é na evolução dos acontecimentos

opinião
e de a repú-
a abolição e
pensamento. para para

blica, muito mais esta últi-


Mas é para
em relação a moléstia

ma. E isso deu tempo dc


do imperante, porque
no fim do reina-

se sentir a do ter-
do, proximidade
que o conhecido escritor se

Vai ceiro reinado e de combatê-lo, de


estender
em variadas e in-

torná-lo antipático, antes da sua


teressantes
considerações,
atraído

de existência.
certo própria
importância e
pela
pelo
relativo
ineditismo II tivesse falecido
do assunto. Caso Pedro

"assim
Acha
êle
como Mi- ràpidamente, sem se ter duvidado
que,

crhelet
assinalou de
o reinado de de êle era senhor
para que já.não
. y?-

POLÍTICA
CULTURA
152

o raciocínio, nem
Não
a che- perdera
três anos,
dois ou
si. há
dos fatos antigos,
a lembrança
Isabel e
de
aada do reinado
à doença, mas certa ex-
fato anteriores
como
realizado
tão ter-se-ia
volubilidade de conver-
citação e
e haveria possível-
consumado,
a familiaridades
sa o levavam
do
muito maior
em grau
mente,
dêle se apro-
em notadas pelos que
acaso
teria dado
se por
que -
Tinha alguma
ximavam. plausi
1889, o movimento
de
novembro
oratório de Fer-
o lance
bilidade
de dias melhores,
de esperança
discutira,
reira Viana, quando
os
sempre acompanha gover-
que licença
crueldade, a
com ativa
os mais
"Aquêle
nos novos, principalmente
a viagem imperial:
• Isso tal-
inesperados para
ou menos

ontem era senhor do


a ainda
adiado um que
vez tivesse pouco

hoje não é nem senhor


se império
da república,^
proclamação
de si".
viesse a evitá-la,
não
bem
que

ou mais tarde. Pinho cita ainda


mais cedo Vanderlei

incisivos de Penedo,
depoimentos

moléstia do im-
Além disso, a
Mota Maia,
Nioac, Taunay,

em
surgindo plena

perador, outros, sôbre a mo-
conde d'Eu e

republicana, contri-
campanha
léstia do imperador.

uma série interminável


buíu,
por

nos vários
de debates A crítica da imprensa
políticos

e na imprensa, aba-
para
partidos

no único imprensa da época, em ar-


lar a monarquia país Na

ainda a e caricaturas, era aproveita-


americano tigos
que possuía.

o tema da en-
'Estava do,
politicamente,
a doença, se de-
que na
de Pedro II, ora
fermidade

em 1887, longe da demên-


clarou
monarquia, ora em
luta contra a

cia, em tantos acreditavam",


que
ataques a e
gabinetes partidos

dis Vanderlei Pinho. E conti-

"Em imperiais. Ainda recentemente

nua: certa época, os


porém,
Múcio Leão no simpá-
publicava
lapsos de memória dificultavam- 44Autores

Livros", em nú-
tico e

lhe o exercício do . Gra-


govêrno
a Ângelo Agosti-
mero dedicado

a noticia dos aconte- "


vando mal
da Revista Ilus-
ni, uma
página
cimentos e das circunstâncias,
de 1887,
trada" de 26 de agosto

não S. M. deliberar com


podia
interessantíssimo cari-
na o
qual
inteiro acerto''.

nosso império foca-


caturista do

*
Êstes ce- do imperador, dan-
seríssimos sintomas liza a saúde

manifestaram-se alarman- e atacando Cote-


rebrais do-o como bom

no
tes nos momentos em cul- então chefe do
que gipe, gabinete,

re-
minava a militar, e, seu estilo característico,
questão já que

meses, a devida vênia


mais de seis com
passados produziremos

Mota Maia escrevia ao conde de Vanderlei Pinho, descenden-

im-
d'Eu sua majestade só então te direto do ilustre estadista
que

começava a lembrar-se dos fatos Dizia Agostini nas legen-


perial.

ocorridos na Tijuca, onde se en- das de algumas das suas sabo-

"S.

M. foi
contrava o rosas caricaturas:
quando partira para

e
velho mundo O conde Mota visto, escutado, examinado
(ver

Maia). apalpado várias notabilida-


por

t
EM TÔRNO DA HISTÓRIA DO IMPÉRIO 153

o acharam despojar-se, diante dos sábios, de


des médicas, que quasi
"E

um a seu manto real, invejoso de togas


são como pêro". prova

não se enganaram é e becas. Reputam-no servo da


êles
dc que

no seu sis- igreja e aliado obrigado do


S. M. continua clero,
que

a tôda como uma contingência de inte-


de andar por
tema galope

comitiva e rêsses do trono e da dinastia ?


Pobre pobres
parte. "Está

mais Recebe ímpios, visita rabinos,


!" que pro-
repórteres

a verdadeira mo- condecora ateus, bispos".


vado hoje prende
que

S. M., duran-
léstia que prostrou E narra conversando Pe~
que,

meses, foi uma cotegi-


te tantos
dro II em 1877 com Vitor Hugo,
"Dessa
"meus
mesma mo-
aguda".
pite escapou-lhe a expressão

o atualmente. O
léstia sofre país direitos". Mas, corrigiu:
presto,
"Eu
não é dos mais satis-
seu estado
não tenho direitos, não tenho
"E

se não lhe acudirem


fatórios".
senão um devido ao acaso.
"Aqui poder

o Brasil, fa-
a tempo". jaz Devo empregá-lo bem,
pelo pelo

de cotegipite aguda. Orai


lecido liberdade".
progresso, pela

êle". São essas as legendas,


por
Não sofreu o imperador com a

os desenhos mui-
sem perdem
que
da República e com
proclamação
vivacidade, mas bas- "Era
to de sua já
o seu exílio. êle um
para
dar a impressão de co-
tam
para
alívio!... diz Vanderlei Pinho.

aproveitado o tema da en- "Êsse


modera

E continua: estado de es-

fermidade imperial, na da
política
um ano e meio depois (ju-
pírito,
época.

• de 1891), definiria melhor


lho

Mas mais interessante do com Afonso Celso


que em conversa

"Sob

a da moléstia do impera- de vista


o
questão Júnior: ponto

dor é a do seu desapego ao trono


individual lucrei imensamente.

e da sua compreensão de o como


que hoje mais livre. Vivo
Sou

mundo evoluía a república. as minhas


para entendo, satisfazendo

Sôbre êsse assunto Vanderlei à das minhas incli-


vontades, lei

"O

Pinho desprezo ao sem despertar críticas


nações,
pergunta:

fausto, um tan- em respon-


seu democratismo nem incorrer
pesadas

to castaquera no trajar e viajar, Leio, estudo,


sabilidades. passeio

não modos de in- desembaraçadamente.


e movo-me
parecem quem

siste em as aparências vejo forçado a sacrificar


disfarçar Não me

Gozo,
de rei, a sa- devoção à obrigação.
de está sempre a
quem

de repouso, do
cudir da cabeça uma coroa demais, que já
que

lhe acaso ía
pesa?... Julgam-no precisando".

a monárqui-
jungido preconceitos confe-
dessa valiosa
O autor

cos? Busca-desmenti-los.
Jul- contribuc
Pedro II
rência sôbre

aristocrata ? Exibe-se
gam-no obs-
a verdade,
restabelecer
para

Supõem-no intole-
quasi plebeu. e interesses
lendas
curecida por
rante. Mostra-se acolhedor,
per- e êsse o
E papel que
pessoais.
doador, magnânimo. Conside-
verdadeiro histo-
a um
compete

ram-no
afastado, orgulhos
pelos
riador.

de longa tradição da
dinástica,

Museu Imperial
Anuávio do
aristocracia ? O
literária e científica

artigo dc
a seguir, um
Força e vai
as dos publica,
portas poetas
CULTIIRA POLÍTICA
154

"D.
As últimas
VI,
Viana sôbre festas
Hélio João

da monarquia
da família real
a transmigração

a colonização do
e
Nesse mesmo número do Anua-
portuguesa

O Conciliador do
Brasil no rio do Museu Imperial nos
Jornal dá

Unido, do visconde de Marques dos Santos mais


Reino um dos
"des-

no é seus trabalhos de be-


Cairú (1821)", qual pesquisador

neditino e de estudioso das coisas


tacada a figura do
jornalista que

do império, descrevendo minucio-


êle foi, e dos mais ativos do agi-

samente as duas últimas festas


tado de 1821 a 1823, em-
período

da monarquia, com aquêle cuida-


bora também nesse assunto ca-

"pronuncia-
do dos é tanto
pormenores que
racterizando-se
pelo
seu. À delas, festejan-
primeira
do sabor cortesão" em seus tra-

do as bodas de de suas
prata al-

balhos de história como


justa-
tezas imperiais dona Isabel e

mente observou Oliveira Lima".


conde d'Eu, foi realizada a 15

de outubro de 1889, dia em


O artigo é destinado a anali- que

completaram vinte e cinco anos


sar o O Conci*
jornal político 'Nas

de casados. ruas Guanaba-


iiador do Reino Unido,
que José

ra e Paissandú era difícil o trân-


da Silva Lisboa em 1821
publicou

sito. Grande foi o número de cor-


no Rio de de
Janeiro, primeiro

cavalheiros e senhoras,
de março à segunda porações,
de
quinzena

representantes das diversas cias-


abril, nas vésperas da de-
partida

ses sociais, visitaram o Palá-


finitiva de D. VI que
Por-
João para

cio Isabel, apresentando homena-


tugal. Do terceiro número dêsse

e saüdações felizes
cuja coleção completa gens pelos
jornal,
pa-

aniversários celebrados"
rece constar ünicamente (1).
de sete,

compostos na Impressão Regia e Marques dos Santos nos des-

sem o nome de Cairú,


publicados creve vários dos ofere-
presentes

nos dá Hélio Viana reprodução


cidos à filha e ao de Pe-
genro
"Um
inteira, através do único artigo dro II, entre os ser-
quais:

nele existente, coisa interessante, viço completo de toi~


prata para

bem mostra o
que caráter do lette, dentro de uma caixa de mar-
jor-

nalismo dessa época,


jornalismo roquim, oferta im-
de SS.MM.

de imprensa livre, com finalidades


periais. Uma linda
peça para
de ou
panfleto afirmação
política, centro de mesa, toda t
de
prata
em casos como
quasi, êste, uma cristal, trabalhada caprichosa-

conferência ou um discurso, na mente, constando de uma coluna

sua essência e no seu efeito. O rematada em festão de la-


prata
artigo é uma defesa das
qualida- vrada, tendo conchas cinzeladas

des e excelências
do Brasil e da com finura e frutas
"govêrno próprias para
necessidade
de o
por- e doces, acompanhada de um ra-
tuguês facilitar,
fôr
quanto mo de flores
pos- de oferecida
prata,
sivel, as emigrações
para o me- Associação Comercial. Êsse
pela
'.
lhor dos
países conhecidos
presente estivera exposto na
joa^-
EM TÔRNO DA HISTÓRIA DO IMPÉRIO
IS5

Lino de Resende". E Marques


lharia pou- dos Santos descreve
44Encimando

depois: o riquíssi-
co as toilettes de
número
grande

centro de mesa, completando*


mo das senhoras
à festa e
presentes

elegância e o valor artístico,


lhe a
nos dá os nomes de todos
quasi
um magnífico buquê
achava-se
os cavalheiros
a ela também
que
flores, também de tra-
de prata,
compareceram.
Muitas
pessoas
e de um
balho paciente primoroso
estão encontrando entre êles seus
habilíssimo, Pedro Antô-
artista

avós, ainda hoje


que se recorda-
da Costa, trabalhava no
nio que

riam, com saüdade, dêsse baile,


mister de (lorista de
delicado

se estivessem vivos.
com corre-
extraordinária
prata,

e beleza, não tendo deixado,


ção A segunda festa é a da ilha

na especialidade, nenhum substi-


Fiscal, de renome
grande por
tuto". Êsse Pedro Antônio da

"descobertas" muitos motivos, tendo sido o últi-

Costa é uma das

mo baile da monarquia, efetuan-


felizes de Marques dos Santos,

do-se na noite de 9 de novembro


bem da história da arte
que, para

de 1889. Dêle nos fornece Mar-


brasileira, as vem fazendo inúme-

dos Santos muitos


ras. ques pormeno-

res novos, finalizando o trabalho

O baile foi realizado no Cas~

"oferecido
com um estudo sôbre essa ilha e

sino Fluminense,
pelo

a sua interessante arquite-


comércio da côrte em comemo- peça

tônica, baseado em da
ração ao regresso do conde d'Eu, jornais

época e nàs memórias inéditas do


das Províncias do Norte. Cêrca

de 800 salvo melhor cál- Adolfo dei Vec-


engenheiro José
pessoas,

culo, estiveram notan-


presentes, chio, seu construtor.

do-se todo o corpo diplo-


quasi
colaboração anali-
Em
próxima
mático, ministério, oficiais de mar

os trabalhos de Alcindo
saremos
e terra, oficiais da nacio-
guarda

Lourenço Lacombe, Alfre-


na!, Sodré,
banqueiros e O
jornalistas".

Rusins e Mesquita Pimentel,


delicado carnê dêsse baile é re- do

no último nu-
produzido numa fotografia, do também
publicados

exemplar do Museu Im-


à coleção mero do Anuário
pertencente

do Museu Imperial.
perial.

- k
Biografia

estudar Floriano
Como

INÁCIO VERÍSSIMO
JOSÉ

Tenente-coronel do Exército

-w- festejamos Caxias e


os nossos historiado- Como
ENDO

como descobrimos nele, ao lado


I rês e em os nos-
particular

'
nota-se, na do homem uma
sos biógrafos, público, grande

de uma. consciência moral, um elevado


maioria dêles, a ausência

imprescendível ao cri- conceito de honra, um tipo exem-


qualidade

virtudes ^
do objetivo» a capa- de tôdaS as teima-
tico: o senso pio

o coração no mos em conceber Floriano feito à


cidade de isolar
jul-

fatos; a frieza» o sua imagem.


dos
gamento

equilíbrio, a equidistância face O resultado é negativo,


porque

às filosofias e às com isso disservimos a memória


preferências po-

líticas. de Floriano e afinal alteramos a


«

verdade.
Por isso a maioria dos
grande

estudos biográficos, feitos no Bra-

Três tipos de indivíduos

sil, só tem uma


preocupação:
cuja história interessa
exaltar um herói.

à sociedade

O resultado dessa orientação é,

no campo histórico, o mais desas-


Desde convenhamos em
já que

trado. Todos os homens


públicos há três tipos de indivíduos cuja

a ter um denominador co-


passam história interessa à co-
sociedade

mum, todos eles aparecem


porque nhecer:

aos seus biógrafos como moral-


O dos homens mártires, daque-

mente
perfeitos.
les um alto espírito
que, por pú-
É fácil concluir o há nisso
que blico, renunciaram a sua vida, os

de falso e de Na realicía-
postiço. seus as suas comodida-
prazeres,
de êles são diferentes; inspiraram--
des, em benefício da sociedade.
~se
em morais
propósitos diversos,
São os do
grandes prègadores
não foram iguais como caráter,
bem, os cientistas, os
grandes
como coração e como sentimento.
descobridores, etc.
grandes

O caso Floriano é então um Mas convenhamos também em

dos mais expressivos.


da vida dêles, o interes-
que, que
COMO ESTUDAR FLORIANO
157

são os (atos têm


sa destacar que ção e realizem, à semelhança do

com a sociedade, isto é, nosso


relação Caxias: o equilíbrio
per-

trabalhos e as dores êles feito


os que entre as suas mo-
qualidades

em benefício dela. Por- rais e a sua


sofreram ação
política.

muitas vezes, fora daí, vai-se


que

com indivíduos de compor-


topar
A inutilidade do

moral duvidoso e não


tamento que
esmiuçamento

servir de exemplo a nin-


podem
de sua vida

guém.

Se isto é verdade,
O segundo aos es-
pertence para que
grupo

miüçar a vida de um Floriano —


homens num determinado
que,
se ela nãc oferece à sociedade ne-
instante, representam a Na-
para
nhuma utilidade moral?

os fatores máximos de sua de-


ção

Para tirar Floriano


que do seu
fesa, de sua ou de sua
grandeza

instante histórico, o faz tão


que
história
política.
interessante ao Brasil e lhe asse-

São as figuras milita-


grandes sem discussão, o
gura, caráter de

res da marca de Antônio as


João; de homem
providencial, necessá-

expressões da
grandes políticas rio, de homem insubstituível?

família dos Rio Branco; os


gran-
Para descobrir em Floriano
que
des elementos de da es-
progresso
altas morais,
qualidades quando,
tirpe dos Mauà.

ao contrário, foram os seus defei-

Mas da vida de Antônio


João tos o elemento de ação
positiva,

o interessa à
que posteridade, numa hora difícil a Nação?
para

como exemplo, é apenas o instan- •


Para exaltar o indivíduo, o
que

te de Dourados; o ato ligou,


que homem tôda essa
privado, quando

de forma estreita, a sua vida à


exaltação não alterará em nada a

vida nacional. O está


que para sua fisionomia moral e não
pode

trás é coisa absolutamente secun-


servir de exemplo a ninguém?

dária só valeria a inqui-


que \zna

Pois admitir,
poder-se-á por
rir se dela extrair
podássemos

acaso, uma sociedade constituída


algo de educativo, de útil, de

homens enigmas, de homens


de
construtivo a sociedade.
para

sem sinceridade, sem franqueza?

Por fim o último de in-


grupo
Pois alguém conceber a
poderá
divíduos cuja memória devemos-

social sem a existência da


vida
conservar é o exem~
dos homens

lealdade, do crédito recíproco,

dêsses tipos raros cujas vi-


pios;
das atitudes francas?

das feitas de dignidade, de ele-

vados isso nos indivíduos da


sentimentos E haverá
de honra, de

Floriano: um eterno
coragem marca de
moral, são os símbolos

de um eterno desconfiado;
perfeição e os estímulos a quieto;
que

frio, de me-
sociedade um calculador gestos
o seu en-
possue, para

de expressão indecifrável?
didos,
grandecimento.

conceber o su«-
Ora raramente E será
sucede os possível
que

e mesmo as ra-
homens cesso de Floriano,
deste último aliem
grupo

ação benéfica, sem


a sua vida zões de sua
à vida da Na~
política
CULTURA POLÍTICA
158

um sucesso exige silêncio, e o silêncio


caracterizá-lo, como
primeiro
— agir
e aqui dizer de sur-
homem falho de espontaneidade quer

e a arma branca.
Um homem cuja
de emoção? prêsa

coragem emanavam do
energia e
Para aquela tarefa há a esco-

de seus nervos, de um
domínio
lher entre soldados filhos de boas
#

raro de concentração,
que
poder cuja vida
familias e soldados civil

lhe viver, displicente-


permitia
se fez entre o crime.

sem se contagiar, ao lado


mente,

e em co- Não há dúvida neste caso,


de todos os entusiasmos que,

munhão com todos os incontidos? as negativas do


qualidades per-

verso, do desordeiro, do crimino-


deixar de
Pois será
possível

so, são as mais relação têm'


negativa que
afirmar, como
qualidade

com o sucesso da operação.


sociedade, o isolamento
a
para

Floriano visível e o ho-


entre o
No da vida da
quadro política

interior, entre a
mem palavra Nação não é raro encontrar si-

energia férrea lhe


mansa e a que
tuações onde é mais útil um Fio-

a alma, entre o bonachei-


animava
riano frio, sem vacilações, sem

rão externo e o voluntarioso.que


subtilezas de ordem moral,
que

êle era?
um Pedro II, exageradamente

é se com a letra da Cons~


Ora, se isso não preocupado
possível,

tituíção.
isso constitue características
psi-

cológicas especialíssimas, como


Então o era detestável no
que

descobrir nelas algo


querer que
homem isolado vai ser utilíssimo

servir de exemplo, de edu-


possa
no homem
público.
cativo ou de símbolo à
posteri-

Mas, isso, não


dáde? por
justamente

é isolar o homem
possível política
Melhor será calar sôbre
pois

de seu instante histórico, dene-

elas do fazê-las moe-


que querer

a memória com injúrias


grir-lhe
da corrente em benefício de um

aclamações fes-
ou exalçá lo com
herói.

tivas.

Tenhamos, ao contrário, a co-

e noutro, há um êrro
Num caso
ragem de reconhecer o egoís-
que

de interpretação histórica.
mo não constrói, a insinceri-
que

dade não nobilita, o homem


que

necessita viver em confiança com


A relação entre

os seus semelhantes.

o homem e o

Mas tenhamos a coragem de re-


sociat
fato
conhecer também no
que, quadro

da vida são às vezes


pública,
Para o historiador o inte-
que
essas mesmas negati-
qualidades
ressa é a relação entre o homem

vas o fator de sucesso, o elemento


e o fato social; o fenômeno
poli-
de vitória, a razão de felicidade
tico êle criou: a influência
que
social.
benéfica ou não êsse homem
que

Trata-se de lançar umá teve na formação da vida nacio^


patru-

lha sôbre um inimigo. O nal.


pôsto
COMO ESTUD. R FLORIANO 159-

tudo o se escreveu nomias diversas,


Logo, que isola
populações

vida de Floriano, e egoísmos


em quer para gera locais, devemos

enaltecê-lo, opor a centralização


injuriá-lo, quer para
política, que

é, tudo o foi dito a Nação


isto que pelos plasma como unidade

inimigos ou seus ami- moral.


seus pelos

não deveria ser hoje assunto


gos, São êsses os dois eternos
pa-
meditação. Tais documentos
de
râmetros de nosso
problema poli-
hora em foram
tiveram (na que
tico, e explicam
"fortes que todos os nos-
duas razões: a de
feitos)

sos movimentos revolucionários


o homem contrariava
destruir que

regionais e tôda a reação o


interêsses; a de manter êsse ho- que

Centro, nas Regências,


em benefício da luta contra com Ca-
mem

xias, no 2.° Império,


esses mesmos interêsses. com Pedro

II, e no começo da República, com


No entanto não é nessa des-

Floriano, realizar.
pôde
traição ou nesse apoio está a
que

da desvantagem ou da van-
prova

A ação útil
tagem da existência de
política

do
Floriano, tôdas aquelas político
porque

ou tôdas aquelas
pedras palmas
Pode-se discordar de Fio-
pois
indivíduo — sem
visavam o atinar
riano como indivíduo;
pode-se

bem até onde se misturava nele o


inspirado de outros
querê-lo prin-

interesse a
privado, paixão parti- cípios morais, de concepções mais

dária, a ideologia e co- mais vida.


política, humanas e dignas de

meçava o interêsse nacional, a Impossível, entretanto, ne-


querer

vida histórica Brasil. o fato histórico; a ação útil do


do gar

o de necessário, de
político; que
Hoje é viver noutra
possível
de brasileiro houve
providencial,
atmosfera, respirar a
plenos pul-
na existência dêle. E se assim é,
mões, isolar o coração no
julga-
Floriano, na em vi-
quadra que
mento histórico de Floriano.

veu: no Brasil empobrecido


pela

E então é afirmar
possível que de economia agraria;
sua
quebra

cabe a êle um distinto na


papel agitado interêsses de fac-
pelos

nossa história: o de haver, numa


ameaçado de frag-
ções políticas;

época de anarquia, de indisciplina,


mentação revoltas e au-
pelas pela

de ameaça à nossa unidade


poli- sência de uma consciência nacio-

tica, afirmado, do
autoridade
pela criada educação, Floria-
nal
pela

Centro, a existência do Brasil.


no, naquele instante, foi a amarra

Porque sempre há salvou o Brasil.


se de buscar,
que
*
na interpretação
do nosso fenô-
Tal é a meu ver o seu
papel
meno histórico: o conflito entre a

histórico.

geografia e a a tendência
política;

Neguem-lhe tôdas às
desagregadora qualida-
da e n
primeira

necessidade mas, apesar de tudo, o


centralizadora da se- des, julga-

de Batista Pereira, insus-


gunda. mento

no caso, há de
E assim perdu-
à difi peitíssimo
geografia, que

culta as rar sempre.


comunicações, cria eco-
POLÍTICA
jlgQ CULTURA

é devem viver no
do Êstes que
foi o instrumento
Floriano

nacional, no das
quadro
fatalidade talvez quadro
Destino* Uma
da nação,
necessidades políticas
os seus de-»
e com todos
necessária
elementos de ação de seu
como

— homem oportuno
feitos o para
ou tíe sua decadência.
progresso

Autoridade e consoli-
encarar a

está, no de vis-
Fforiano ponto
dar as Instituições.

Brasil, entre os construí-


ta do que

tenhamos sempre colaboraram,


Enfim, pre- ram, entre os
que

a história de um os um conjunto de
sente povo entre por
que que,

moral de se torna-
não ser a história circunstâncias pessoais,
pode

ram necessários.
seus homens
públicos.
*

Administração

Um mês de realizações

governamentais

"CULTURA

Reportagem especial de POLÍTICA"

BRASIL todo mais uma vez comemorou, com o maior brilho, o


"Dia

do Soldado", em se relembra a figura de


que grande
O
Caxias. Na expectativa da hora atual, o em
quando país, pé

de aguarda o momento
guerra, de intervir de maneira mais direta no

conflito internacional, enviando uma fôrça expedicionária à frente de

batalha, recordar o vulto de Caxias e sua obra na consolidação da

unidade brasileira é inspirar-se nos mais elevados e tute-


princípios

lares. Caxias foi não só soldado, mas um organizador,


grande grande

devendo-se acentuar, entretanto, êste segundo se


que predicado já

achava, no seu caso, condicionado no O verdadeiro espí-


primeiro.

rito militar é, excelência, espírito de organização, e ninguém a


por

tinha em mais alto do o do Rio Grande. Era o


grau que pacificador

homem visionava o da segurança e da defesa sob todos


que problema

os aspectos. Ainda agora, Astolfo Serra, num documentado traba-

lho, acaba de mostrar, à luz de textos expressivos, o desempe-


papel

nhado Caxias no Seu exemplo


norte como tem se
por governador.

tornado um Exército Nacional, num


o
paradigma para principalmente

como o nosso, em a função do soldado deve ser, no mais alto


país
que

educativa.
grau,

Entramos na cultura, liberdade, respeito


pela pela pelo
guerra

aos direitos nesse sentido Caxias


humanos. E foi
justamente que

sempre lutou, à barbárie.


opondo-se à desordem, à desagregação,

Foi o soldado luta direito e Tal o nosso


da pela justiça.
pelo

combate É, a continuidade de
de hoje o bom combate.
pois,

Caxias montendo e há-de manter sem-


o Exército Nacional vem
que

pre, cada vez com maior civismo e


patriotismo.

A exposição do Dasp

Comemorando o Departamento Adminis-


seu aniversário,
quinto

trativo nobre da Escola de Belas


do Serviço Público realizou, no salão

118.728 F. 11
CULTURA POLÍTICA
162

<

do Material no Serviço Pú-


sobre o Problema
Aartes, uma exposição

compareceu o da
comemorativa, a presidente
blico. Na sessão que

Capanema, usando da expôs,


o ministro Gustavo palavra,
Repüblica,

serviços Dasp.
e eloqüência, os prestados pelo
cóm nitidez grandes

Getúlio Vargas na organização


a ação do Presidente
Considerando

observou o ministro Capanema, em


importante Departamento,
dêsse
"Quando

V. Excia. deu início à titânica, à


discurso então
proferido:

dos da administração
imperecível obra de racionalização processos

realizando em 1936 o reajustamento dos


do nosso qua*
pública país,

federal e lançando as bases de


do do serviço
dros público
pessoal

estudo, coordenação e vigilância


de órgão central de que
constituição

Administrativo do Serviço Público, orga-


veio a ser o Departamento

1938, ainda eram incipientes os e discutíveis


nizado em passos
quando

tentativa, não faltaram os cépticos, os nega-


os resultados da corajosa

interêsse insatisfeito, contrariados


dores, feridos uns no seu
pequeno

de salvação, não faltou a anedota contun-


outros nos
próprios planos

epigramas dos de lutar com o riso


dente, não faltaram os gostam
que

fácil e eloqüência das rodas malévolas. Eram,


sem alma ou a
pequena

as reservas de e coragem, vigorosos os


paciência pia-
porém, grandes

iniciativas do Departamento Administrativo do Serviço Pú-


nos e as

E era decisiva e irrevogável a vontade de V. Excia* O em-*


blico.

foi conduzido com medida, segurança e


preendimento persistência.

Fizeram-se estudos minuciosos dos tão intrincados e difí-


problemas

ceis da administração Foram-se descobrindo e revelando os


pública.

defeitos e os vícios inveterados. Entraram a ser elaborados os


pro-

de solução de cada matéria. E sem de tempo


jetos parcial perda

deu-se a cada estudado e resolvido a legislação adequada e a


ponto

execução mais vigorosa; fêz-se rapidamente, a transformação da es-

trutura e do método do serviço federal; e foram-se adotando


público

nos casos esparsos e esporádicos, nos acontecimentos de cada dia, nos

ou mínimos assuntos da rotina burocrática, medidas inflexíveis


grandes

de disciplina e uniformes de administrativo".


processos procedimento

Essas resumem a estraordinária ação exercida


palavras pelo

Dasp, elevando o do serviço e funcionário e insti-


do
padrão público

tuindo o regime da competência onde outrora o dos


predominava

apaniguados.

A exposição, organizada com brilho e inteligência, ofereceu ao

uma mostra significativa da obra vem realizando o Dasp.


público que

Foi um certame verdadeiramente educativo, encontravam


onde todos

o aprender informando-se maiores


que amplamente sôbre uma das

realizações do Estado Nacional, realização só numa democracia


que

como a nossa, baseada intimamente interêsse


no seria
público, possível.

Defesa econômica

Um novo decreto do Presidente na


de República estabelece
que,

medida da defesa econômica facultada artigo 5.° do decreto-lei


pelo
UM MÊS DE REALIZAÇÕES
GOVERNAMENTAIS
163

4.807, de 7 de outubro de 1942,


n. acham-se incluídos:
a) as
pessoaj
organizadas de conformidade
jurídicas com as leis brasileiras, mas

subordinadas, administrativa ou financeiramente,


mesmo de modo in-

direto, a emprêsas italianas, alemães ou


japonesas, situadas nos
países

de origem ou em outro
qualquer país; b) as
pessoas naturais ou
jurí-

dicas brasileiras mantenham com


que súditos do Eixo,
pessoas natu-

rais ou domiciliadas dentro


jurídicas, ou fora do
país, entendimentos

considerados contrários à segurança nacional.

As liquidações ou desapropriações
tiverem de
que ser efetuadas

fôrça dêste decreto dependerão


por sempre, de acordo com o artigo 3.°

do decreto-lei n. 5.661, de 12 de iulho de 1943, de decreto do Presi-

dente da República. O da venda,


produto em concorrência
pública ou

administrativa, dos bens ou direitos desapropriados,


ou ativo liqui-

daao, será levado ao Fundo de Indenizações


no caso de se tratar de

organizadas de conformidade
pessoas jurídicas com as leis brasileiras,

ou depositado no Banco do Brasil S. A. em conta especial, sò-


que

mente ser movimentada na forma


poderá estabelecida
decreto-lei
pelo

n. 3.991, de 9 de dezembro de 1941, no caso de tratar-se de


pessoas

naturais ou brasileiras em
jurídicas entendimentos contrários à segu-

rança nacional. As desapropriações de e marcas de fábricas,


patentes

reclamadas defesa econômica


pela do nos têrmos acima referidos
país,

e nos do artigo 4.° do decreto-lei n. 4.807, serão adminis-


processadas

trativamente Banco Brasil,


do devendo a indenização
pelo ser depo-

sitada, depois da alienação dos bens ou direitos desapropriados ou

de sua incorporação ao da União. As desapropriações


patrimônio
por

utilidade de bens de súditos do Eixo ou de


pública
pessoas jurídicas

nacionais ou estrangeiras, sujeitas ao disposto no decreto,


presente

prosseguirão, de conformidade com as leis respectivas, cabendo,


porém,

ao Banco do Brasil S. A. resolver se o depositado deve ou não


preço

ser recolhido ao Fundo de Indenizações ou ao depósito especial


indicado. Os fiscais administrativos e liquidantes nomeados as


para

execuções referidas na letra a do artigo 4.° do decreto-lei n. 4.807

exercerão suas funções com os e forma forem indi-


poderes pela que

cados nas instruções do Banco do Brasil S. A. receberem, de


que

acordo com as circunstâncias.

Normas administrativas do Território

de Fernando de Noronha

Acabam Ter-
de ser estabelecidas as normas de administração do

ritório
de Fernando de Noronha, criado decreto-lei de 2 de
pelo ja-

neiro
de 1942 arquipélago. Dessas
e constituído respectivo
pelo

normas,
fixadas do Presidente da República em
um decreto-lei
por

agosto
último, destacaremos seguinte: A administração será exer-
o

cida
por um brasileiro nato, de livre nomeação e demissão
governador

do Presidente
da República tomará o Ministro da
e perante
que posse

Guerra.
Êsse ser o comandante da
governador, que poderá guarni-

Ção militar suas faltas impedi-


do Território, será substituído em e
CULTURA POLÍTICA

164

comando. Ao
exercício do governador
estiver no
rnentos por quem

à administração e à repre-
os atos necessários
todos
compete: praticar

e das leis; cumprir


à da Constituição
Território e
sentacão do guarda

do Governo da União,
e as decisões
as leis, os atos
e fazer cumprir

instruções; organizar servi-


e
êsse fim regulamentos
expedindo para

consignados em orça-
dentro dos créditos
territoriais,
ços públicos
e demais atos rela-
instruções
decretos, regulamentos,
mento; expedir

anualmente a
Território; organizar proposta
do
tivos à administração

até 31 de março ao
Território e encaminhá-la
o
de orçamento para

República, inter-
Presidente da por
apresentar ao
da Guerra;
ministro

anual de sua
Guerra, um relatório gestão.
do miinstro da
médio

com os ministros de
diretamente
comunicar-se-á
O
governador

assuntos referentes ao
todos os
sôbre
e outras autoridades
Estado

os atos atentarem
da sua responsabilidade que
São crimes
Território.

contra a execução das


da União e da Constituição,
contra a existência

a e o em-
da administrativa, guarda
decisões probidade
judiciárias,

do dinheiro
prêgo público.

Tratado de amizade entre

a China e o Brasil

os laços de amizade
intuito de fortalecer
No louvável e expressivo

nosso aliado, os
chinês, nesta hora
brasileiro ao
ligam o
que povo

20 de agosto último,
assinaram no dia
do Brasil e da China
Governos

tratado, baseado nos geral-


no Palácio do Itamaratí, um princípios

o Tratado de
internacional, substituir
mente aceitos de direito para

Tien-Tsin, a 3 de ou-
e Navegação, assinado em
Amizade, Comércio

vem abolir os
tubro de 1881. Êsse eloqüente documento privilégios

ocidentais exercer,
das concessões, as podiam
pelos quais potências

em os relativos
em território da China, atos de soberania,
particular

todos os Estados, em
aos de seus súditos. Ültimamente
julgamentos

fundamentos democráticos, têm desistido


respeito aos mais elevados

o Brasil acaba de
de tais direitos, e, tratado de 20 de agosto,
pelo

Nação se tem
fazer o mesmo, como homenagem à
justa grande que

nobremente em defesa dos direitos dos livres,


colocado, tão
povos

sacrificada vem sendo barbárie


que pela japonesa.

tratado, como os Srs» Osvaldo


Assinaram o
plenipotenciários,

Relações Exteriores, Ilwoa Tan, mi-


Aranha, ministro das e Shao

da no Brasil. No discurso então o chan-


nistro China
que proferiu,

celer brasileiro acentuou, dirigindo-se ao representante da República

"Nossas

duas civilizações tomaram, durante séculos, rumos


asiática:

Isso, não dizer o mundo ocidental não


diferentes.
porém, quer que

reconheça civilizador a China desempenhou na his-


o alto
papel que

tória da humanidade. Nós, brasileiros, somos sinceros admiradores

de sua obra filosófica e artística. Êsses títulos seriam suficientes aos

nossos olhos lhe correspondesse, no convívio das nações,


para que

uma sem restrições. não bastasse


posição jurídica Quando, porém,

isso seu milenário, a China tem hoje a seu favor,


para passado para
UM MÊS DE REALIZAÇÕES
GOVERNAMENTAIS
165

entre as mundiais um
ocupar potências lugar
proeminente, o seu he-

roísmo na E definindo
presente guerra". a importância
do tratado:
"O
acordo consagra um
presente princípio foi a razão
que
principal

movimento republicano de 1911, o


do culminou,
qual através dc lutas e

sacrifícios, na revolução nacionalista de 1927. Êsse


con-
princípio

em integrar a China na
sistia de seus direitos
posse plena de Estado

soberano". Explica, então, a atitude do Brasil não criando


jamais

embaraço a essa legítima aspiração do chinês,


qualquer povo ao
pois,

ser a em do ano de 1942,


questão proposta princípio foi a
primeira

a declarar estava disposta


potência publicamente que a abrir mão dos

lhe haviam sido outrora concedidos.


privilégios que

Por sua vez o ministro da China acentuou estar o tratado ba-

seado em elevados tais como reciprocidade e respeito


princípios, mú-

tuo aos direitos de soberania de cada uma das Prevê, entre


partes.

outras cláusulas, a conclusão, o mais cedo de um tratado


possível, de

comércio e navegação e uma convenção cultural, a trocas


para qual

de idéias se realizaram entre o ministro Shao Ilwoa e o chanceler



"Unidos

Osvaldo Aranha. e tradicional amizade exis-


pela profunda

nossos —*
tente entre dois declara o representante chinês e
países

com o advento da nova época a acima me referi, o Brasil e a


que

China estão destinados a cooperar mais estreitamente do nunca


que

em seu intercâmbio cultural e comerciar'.

Relações diplomáticas entre

o Ivan e o Brasil

Outro ato de significação a internacional do


grande para política

Estado Nacional foi o estabelecimento das relações diplomáticas entre

o Iran e o Brasil. O Iran é, como se sabe, um império his-


(Pérsia)

tórico, berço de uma civilização muitas vezes milenária. Possue hoje

38 milhões de habitantes, todos à mesma raça e falando


pertencentes

a língua A nao ser algumas do centro do


parse (iraniana). partes

sudoeste de desertos, o resto dêsse imenso


t do sudeste, cercadas

montanhoso, com ricas fio-


ser considerado como
planalto pode país

restas distribuem as correntes de água


ao norte. Essas montanhas

em vastos colhem os o
e férteis vales, onde se principais produtos,

trigo, frutos diversos conhe-


o arroz» a batata, o algodão, a beterraba;

cidos sua variedade amêndoa, tâmara e


e pêssego
pela quantidade:

entre outros. o ferro, o cobre, etc., indis-


É rico em minérios, como

sido explorado nestes últimos


pensáveis à indústria, e até o ouro tem

anos. Em recursos, e extraordinária-


suma, um de
país grandes

mente uma cul-


Além disso, os iranianos, possuem
progressista. que

tura nesta às Nações


das mais notáveis da Ásia, estão ligados
guerra

Unidas Donde a simpatia e o regozijo


na luta contra o nazi-fascismo.

com das referidas missões,


devemos encarar o estabelecimento que
que

vão e comerciais entre o


intensificar as relações culturais
certamente

Brasil
e o Iran.
CULTURA POLÍTICA

Serviço de Prioridades de

Transportes Ferroviários

criou cm agosto iil-


Mobilização Econômica
da
A Coordenação

.Ferroviários com
de Transportes po-
de Prioridades
tímo o Serviço

os transportes
e controlar as para
estabelecer prioridades
deres
para

Estado do Rio e Es-


Distrito Fedeal,
mercadorias no
ferroviários de

Santo, nas abran-


Gerais e Espírito partes
São Paulo. Minas
tados de

e Leopoldina Railway.
do Brasil
de ferro Central
Estradas
gidas pelas

absoluta as
terão
da lista de preferência
Na organização prioridades

da Capital Federal, as
o abastecimento
classes de mercadorias
para

de e os de
interessem ao esforço
indiretamente guerra
direta ou
que

ferro* Salvo as requisições feitas


estradas de
consumo das
próprias

tôdas as outras requisições de embarque


autoridades militares,
pelas

ferro ficam sujeitas ao regime de


de mercadorias nas estradas de prio-

serviço ora criado.


ridades estabelecidas pelo

esquemas de e aprovados
Organizados os pelos
gerais prioridades

Econômica, serão os mesmos comuni-


coordenador da Mobilização

a competente divulgação suas


cados às estradas de ferro, pelas
para

federações de indústria e a tôdas


estações, e às associações comerciais,

ou consumidores interessados. As mer-


as associações de
produtores

cadorias de luxo e aquelas cujo consumo ser diferido,


pode poderão

vias férreas, atendidas as solicitações


ser transportadas
pelas quando

de transportes das mercadorias a se referem as normas acima. As


que

mercadorias entregues em tráfego direto, mútuo ou em regime de in-

tercâmbio, outras estradas de ferro, terão o seu recebimento su*


por

ao regime de instituído as estradas destinatá-


jeito prioridades para

rias abrangidas Serviço de Prioridades. Em casos de urgência,


pelo

determinados interêsse a chefia do referido Serviço


pelo público, po-

derá recomendar o transporte de mercadoria,


preferência para qualquer

especificando a natureza, estação de carregamento, destino e


quanti-

dade a transportar. Somente a chefia do Serviço de Prioridades

Ferroviárias estabelecer, conceder e solicitar ou


poderá prioridades

recomendar transportes às estradas de ferro. Os diversos


prefenciais

sectores e serviços da Coordenação tiverem a seu cargo controle


que

de estoques de mercadorias solicitarão ao Serviço de Prioridades a

recomendação de transportes tôda vez essa medida


preferenciais que

se tornar necessária. O Serviço de Prioridades, ordem do coor-


por

denador da Mobilização Econômica, reclassi ficar ou cassar a


poderá

e mesmo recomendar às estradas de ferro a suspensão de


prioridade,

transportes de certas mercadorias um determinado destino


para por

tempo determinado, esclarecendo a espécie delas, ou os


as estações

destinos os o transporte sus-


deve ser temporàriamente
para quais

tôda vez os estoques dessa mercadoria nesse destino, em


penso, que

face do consumo normal, o aproveitamento transporte


do
permitirem

outras mercadorias de estoque mais reduzido.


para
UM MÊS DE REALIZAÇÕES
GOVERNAMENTAIS
167

Medidas
da Coordenação
Econômica

sobre o consumo do trigo

Leyando em conta as dificuldades


de transporte
marítimo,
.
que
vem a regularidade
perturbando nas importações
do trigo e conseqüen-

temente ocasionando uma diminuição


da matéria
prima existente no

a fabncaçao da farinha;
pais para a conveniência
de melhor
promover

aproveitamento das atuais disponibilidades,


sem
dos acordos
quebra

em vigor e sem afetar os correntes da farinha,


preços
poupando as
po-
dos centros
pulações grandes consumidores
de um aumento no
preço

do e, finalmente, o fato
pão, de estar
provado, experiências têc-
por

nicas, ser o de farinha de alta


pão extração e de maiores
propriedades

nutritivas, resolveu a Coordenação da Mobilização Econômica o se-

a título de emergência,
guinte: permitir, a extração de 85 cento
por

o fabrico da farinha
para a ser distribuída no Distrito
panificável Fe-

deral, Niterói, Petrópolis e Nova Iguassú. Para a Capital do Estado

de São Paulo e o de Santos fica


pôrto permitida a extração de 80
por

cento com mistura oficial. Nas entregas as demais do


para praças

onde o transporte impede a


país, utilização da farinha de alta extra-

será conservada a usual


ção, de 75 cento. Para as
percentagem por

vendas da farinha no Distrito Federal, Petrópolis e Nova


panificada

Iguassú os máximos
preços serão os atuais de 58 cruzeiros
permissíveis

saco de 50 F. o. b. Rio. Para a farinha 75


por quilos de cento e
por

mistura oficial, fabricada nas zonas do Distrito Federal, Barra Mansa

e Estado de São Paulo e destinada ao fabrico de massas e outros

bem como a exportação fora tais


produtos, de zonas, o será
para preço

de 69,50 F. o. b. Fica mantido a farinha distri-


para panificada

buída na Capital de São Paulo e de Santos o atual de


pôrto preço

64 cruzeiros saco de 50 Para as demais zonas ficam au-


por quilos.

torizados os seguintes máximos a venda de farinha


preços para pani-

ficável de extração de 75 cento e mistura oficial: Baía, 72,50 cru-


por

zeiros; Recife, 74,50 cruzeiros; Paraná, 71,50 cruzeiros; Santa Cata-

rina, 70,50 cruzeiros. Ao Serviço de Fiscalização do Comércio de

Farinhas o fiel cum-


cabe determinar as diligências necessárias
para

primento dessas disposições. Aquêle forma, desa-


que, por qualquer

tender às ou
determinações constantes da referida criar em-
portaria

baraços
à sua execução ficará sujeito à esses
penalidade que para

atos 4.750,
o artigo 6.° e seu único do decreto-lei n.
prevêem
parágrafo

de 28 de setembro de 1942.

Convênio com os industriais

de
produtos farmacêuticos

À com relação a indús-


semelhança da inovação estabelecida

tria têxtil, da Mobilização


o ministro Alberto, coordenador
João

Econômica, os industriais de
acaba um Convênio com
de celebrar

reguladores serão determi-


produtos farmacêuticos, cujos detalhes

nados estabelecer uma


S.S. Assim,
posteriormente por procurando
168 CULTURA POLÍTICA

atmosfera de mútua compreensão entre os deveres do Estado e as

necessidades da indústria, o Governo se empenha cada vez mais na

defesa dos interêsses do consumidor, enquanto uma


público garante

razoável margem de lucros ao É o seguinte o termo


produtor. prin-

cipal do Convênio: Será formado um de especialidades far-


grupo

macêuticas de reconhecido valor terapêutico a serem escolhidas e

distribuídas diferentes laboratórios e impor-


proporcionalmente pelos

tadores de especialidades estrangeiras, de acordo com o seguinte

critério: a) Todos os laboratórios serão obrigados a concorrer


para

a formação do referido com duas especialidades farmacêu-


grupo

ticas, se fabricarem no cômputo de todos os seus mais


geral produtos

de dez, e com uma se fabricarem menos de dez até cinco, os


quais

deverão baixar imediatamente a 20 cento sôbre os líquidos


por preços

atuais; b) Os laboratórios fabriquem duas a cinco especiais


que

dades deverão baixar de 10 cento sôbre o atual de uma


por preço

delas; c) Os laboratórios fabriquem apenas um deverão


que produto

uma redução menor do o acima mencionado, no seu


propor que preço,

ou demonstrar a impossibilidade de redução; d) Na forma-


qualquer

do referido deverá ser excluído o considerado


ção grupo produto

básico o equilíbrio econômico dos laboratórios, e assim


para serão

admitidas os concorram com mais de vinte cento


que o mo-
por para

vimento da organização.
geral

Outros dispositivos, como o exigido o cumprimento desta


para

disposição laboratórios, são discriminados


pelos nos artigos seguin-

tes. Fica também estabelecido os revendedores ao afi-


que público

xarão, meio de etiquetas


por devidamente caracterizadas,
próprias,

os seus de varejo,
preços de acordo com as de lucros
percentagens

determinadas no item Para as do interior


/. os de
praças preços

varejo serão também marcados revendedores


pelos ao em
público

etiquetas levando-se
próprias, em conta a margem de lucros fixada

e mais os acréscimos referentes às despesas de transporte, frete, se-

embalagem, impostos,
guros, taxas e outras, e as necessidades espe-

ciais de maiores margens de lucro existam em


que relação a cada

ou a cada caso, autorizadas


praça Comissões Municipais de
pelas

Preços. margem
Quanto à de lucros os revendedores, fica es-
para

tabelecido o seguinte: a) Drogarias —'


mercadorias até 10 cruzeiros,

15 cento; mercadorias
por de mais de 10 cruzeiros, 10 cento.
por

h) Farmácias mercadorias até 10 cruzeiros, 25 cento; merca-


por

dorias de 10 até 20 cruzeiros, 20 cento; mercadorias de mais


por de

vinte cruzeiros, 15 cento. Para as vendas no


por interior as droga-

rias acrescentar
poderão às
acima mais
percentagens
permitidas

10 cento,
por em virtude das despesas de viajantes, bancos e outras.

Para todos os efeitos, ficam equiparadas aos fabricantes os impor-

tadores de especialidades
farmacêuticas estrangeiras.
UM MÊS DE REALIZAÇÕES GOVERNAMENTAIS 169

Situação do servidor do Estado

desaparecido em ato de
guerra

Importante decreto do Presidente da República vem regularizar

a situação do servidor do Estado desaparecido em naufrágio, aci-

dente ou ato de
qualquer guerra.

Ao cônjuge sobrevivente e, na falta deste, aos herdeiros ou be-

neficiários do servidor do Estado, desaparecido nas condições acima

exaradas ou em ato de ou
qualquer de agressão à soberania
guerra

nacional, será durante o de três meses,


pago, a título de
prazo pen-

são o vencimento, remuneração ou salário,


provisória, do cargo ou

da função, de era aquêle ocupante, e, a título de auxilio, o res-


que

se o servidor estiver em disponibilidade ou apo-


pectivo provento,

sentado. Decorrido o aludido sem do servidor se tenha


prazo, que

notícia, será êle considerado desaparecido efeito exclusivo da


para

vacância do cargo ou da função, era


de ocupante e do
que pagamento

de montepio ou benefícios de instituições


pensão, quaisquer de
pre-

vidência social, estabelecidos lei, exceto e seguro. O


por pecúlio

dêstes últimos só ser efetuado depois de


pagamento decorrido
poderá

um ano, contado da data da declaração, deverá ser feita, logo


que

depois o mesmo se verificar, em devidamente datada, as-


que prova

sinada e autenticada da companhia de transporte terrestre, marítimo

ou aéreo, então utilizado.

Se o servidor acaso reaparecer, cessarão desde logo os


por pa-

dispensando-se o cônjuge, herdeiros ou beneficiários do


gamentos,

reembolso de importância àquele título recebida.


qualquer

Requerendo, dentro de sessenta dias do seu reaparecimento, o

servidor ser então reintegrado


poderá ou readmitido em cargo ou

função equivalente ao de era ocupante, ou voltar à situação


que an-

terior ao acontecimento, de aposentado ou em disponibilidade, com

direito à contagem de tempo todos os efeitos e ao recebimento


para

da diferença verificada entre as importâncias nos termos acima


pagas

exarados e o vencimento, remuneração, salário ou corres-


provento,

ao em esteve desaparecido. O seguro


pondente período que ou
pe-

cúlio não serão também


porventura restituidos, considerando-
pagos

se, o servidor,
porém, na hipótese do reaparecimento, novamente se-

do I.P.A.S.E. ou de outra entidade de social


gurado con-
previdência

de acordo com a respectiva legislação em vigor. Para efeito


gênere,

do do cargo,
provimento considerar-se-á aberta a vaga na data da

declaração do desaparecimento. Os fatos ocorridos antes desta lei

ficarão subordinados às suas normas, o


providenciando-se pagamento

da
montepio ou benefícios a contar da data da
pensão, declaração

di companhia de transporte.
CULTURA POLÍTICA
170

A Expedição Roncador-Xingu

A Expedição Roncador-Xingu, organizada Coordenação


pela

Econômica, sua marcha vitoriosa. Regressando em


prossegue
"hinterland"

agosto último de sua viagem de inspeções ao brasileiro,

ministro Alberto frisou mais uma vez, de modo a não dar


o João

lugar a nenhuma falsa interpretação, a Expedição Roncador-


que

Xingu não tem apenas objetivos desbravadores, mas


principalmente

colonizadores- Não ter a marcha rápida de um meteoro, co-


pode

lhendo aqui e ali informações ou científicas; nem tem


géográficas

simplesmente o desígnio de chegar a um determinado lugar, sem

deixar trajeto nenhum marco de sua Os lugares


pelo passagem.

atingidos serão lugares conquistados a civilização, integrados na


para

economia nacional. Cada de transformar-se-á numa


ponto pouso

base de novas explorações. É coisa sabida mais im-


que, quanto

é uma base ou um núcleo colonizador, maior é o seu raio


portante

de ação. O Rio, exemplo, estende sua influência e seus recursos


por

a milhares de Uma base mal suprida e mal


quilômetros quadrados.

equipada não aos seus componentes senão afastamentos in-


permite

significantes. Por isso é organizando a Expedição Roncador'-


que,

Xingu explica o ministro Alberto todo o seu cuidado se


João

volta agora a criação de bases sólidas o avanço dos


para para

exploradores.

A região do rio das Garças e do Araguaia é uma das mais ricas

do mundo em diamantes. Aí o coordenador da Mobilização Eco-

nômica estabelecer um núcleo de terá con-


pretende população que

dições econômicas indispensáveis à sua Para tanto


permanência.

devem ser melhoradas as vias de comunicação. existe uma es-


trada de Uberlândia, atravessa o rio Verde e chega à


que, partindo

foz do rio das Garças. Mas é uma estrada de automóvel muito


pre-

cária, sobretudo nos últimos 200 Atualmente, a Coor-


quilômetros.

denação Econômica está construindo um campo de aviação nas


pro-

ximidades do rio das Garças, em cujo trabalho vêm ocupados


sendo

trezentos homens.

Estou também
providenciando acrescenta o ministro
João

Alberto ^
a remessa de material a construção de fábricas de
para

cerâmica, serrarias, oficinas mecânicas e uma usina elétrica*


para

Dentro de dois meses espero ter transportado êsse material. Assim

na foz do rio das Garças, até maio do ano vindouro, deve uma
surgir

cidade de aspecto moderno, em lugar de ranchos de


palha provisó-

rios, habitação habitual dos Meu é ins-


garimpeiros. pensamento

tituir um núcleo de civilização estável, o brasileiro


porque garimpeiro

é essencialmente nômada, em virtude de não elementos


os
possuir

necessários
sua fixação".
para

Diz o coordenador conhecendo a região, do tempo da


que, já

Coluna Revolucionária, voltou agora verdadeiramente encantado. Em

lugar,
primeiro a ao contrário do se imagina.
porque população, que
UM MÊS DE REALIZAÇÕES GOVERNAMENTAIS 171
4*

é ordeira. Basta dizer há mais de dez


que anos não se registra um

roubo na região, crime como


punido, se sabe, com a de morte,
pena

ser considerado
por o maior
pelo garimpeiro de todos. O ministro

Alberto detalha
João então as suas observações na viagem em-
que

preendeu, acentuando a honestidade e o espírito ordeiro do


povo.
Segundo suas expressões, os
principais problemas da região se cifram

no transporte do sal e do combustível.

Quanto ao sal, tem de ser levado do litoral, e no diz res-


que

ao combustível, há
peito o recurso da exploração do babaçú, existente

em abundância nos rios Araguaia e das Garças, à semelhança do


que

se observa no Maranhão. Como sabemos, o óleo de babaçú tanto é

combustível de ordem como ingrediente


primeira culinário.

E depois de fazer referência a outras


da região,
possibilidades

explica o coordenador
a vanguarda da Expedição
que se encon-

tra em marcha, devendo o seguí-la dentro em breve. F-re


grosso

abril deve ser


próximo estabelecido um núcleo na foz do rio das Mor-

tes, empreendimento
demandará 4 ou 5
que anos a sua com-
para

realização.
pleta está sendo organizada
Já também, a expedição
"A
vai do norte
que partir em direção ao sul. dos selvicolas
questão
¦
continua o coordenador não nos
preocupa, êles, via
porque

de regra, não atacam armadas. acontece


pessoas Quando um dos

componentes dos agrupamentos ser sacrificado,


pequenos devemos

levar o fato à conta imprudência,


de os índios
pois colocam no ter-

reno setas cruzadas, indicando os viajantes não se


que devem apro-

ximar". Durante a sua estadia só encontrou uma aldeia de cha-

vantes, cêrca de 150


quilômetros além do rio das Mortes. Contrà-

riamente ao se observa em outras tríbus. os chavantes vivem


que no

mato. São caçadores e não Não sabem


pescadores. mesmo atra-

vessar um rio. O intuito da Coordenação não é atemorizá-los na

campanha de colonização empreende. A catequese ficará,


que como

até agora, a cargo do Serviço de Proteção índios,


dos tem um
que

representante na expedição.

í rata-se, como se vê, de um extraordinário empreendimento,

um empreendimento de saúde fé,


e sem o nas do mi-
que, palavras

nistro Alberto, os
João brasileiros descobrir o Brasil.
jamais poderão

Incorporação da Estrada de Ferro

Maricá à Central do Brasit

Por decreto-lei do Presidente da República, a Estrada de Ferro

Maricá acaba de ser incorporada à Central do Brasil. O Ministério

da Viação, intermédio do Departamento Nacional de Estradas


por

de Ferro, deverá imediata organização do inven-


providenciar para

tário dos bens integram o da Estrada de Ferro Ma-


que patrimônio
POLÍTICA
172 CULTURA

até a data de sua transferência a Central


ricá, a ser concluído para

do Brasil

constante das tabelas numéricas de mensalistas e


O
pessoal

da Maricá a integrar as respectivas tabelas numé«


diaristas passará

do Brasil, seu Serviço do Pessoal


ricas da Central que pelo proce-

revisão, de modo a aos funcionários da


derá à necessária
garantir

incorporada seus direitos e vantagens relativamente à anti«*


Estrada

de referência. Ficam extintas as tabelas numéricas, ordi-


guidade

nária e suplementar, do extra-numerário e mensalista da


pessoal

Maricá.

Cursos auxiliares
para

de alimentação

ministro Apolônio Sales foi inaugurado no dia 15 de agosto


Pelo

o Curso Auxiliares de Alimentação, de senhoras


para que participam

e senhoritas de tôdas as unidades da República, duas Estado.


por

Êste novo curso terá a duração de seis meses e meio e foi ins~

tituído à cooperação do Ministério da Agricultura, da Co-


graças

missão Brasileiro-Americana de Gêneros Alimentícios e do Serviço

de Alimentação da Previdência Social. Com a bolsa de estudos es-

tabelecida C. B. A. as moças vindas de todos os


pela que, qua-

drantes da nossa terra, aqui se acham reünidas afim de instruir-se

sôbre alimentação racional não farão despesa, antes terão


qualquer

assegurada todo o tempo do seu aprendizado uma mesada de


por

500 cruzeiros, afim de se manterem.

Aludindo ao novo curso, o Sr. Apolônio Sales frisou o fato bem

significativo de se reünirem naquele recinto voluntárias acabam


que

de receber seus certificados e outras iniciavam seus estudos.


que

Pois o nisso se via era a continuidade uma


que de obra destinada a

ter um alcance no futuro do Brasil.


profundo

Também falou às alunas o engenheiro Edison Cavalcanti fez


que

sentir o as mesmas tem em vista


qual programa o Estado
que para

Nacional: ensinar-lhes, sem delas exigir


primeiro despesa;
qualquer

e depois do seu aprendizado, dar-lhes oportunidade transmitir o


para

aprenderam*
que

Encareceu debelar os males da subnutrição, não basta


que, para

e sim, conforme deseja o


produzir, Vargas, criar no
presidente povo

o conhecimento exato do se deve consumir e dêste modo


que produzir.

E acentuou a tôdas as alunas elas, até ontem desconhe-


que

cidas entre si, e agora reünidas num ambiente de igualdade inapro-

a ou diferenças sociais,
priado preconceitos tinham, durante todo o

tempo de duração do curso, estudar


de e trabalhar unidas. E frisou a

importância da assiduidade às aulas, chegarem tôdas ao término,


para

com o máximo de aproveitamento. Anunciou o


finalmente SAPS
que
I

UM MÊS DE REALIZAÇÕES GOVERNAMENTAIS 173

estuda neste instante a expansão dos seus serviços todos Es-


os
por

tados.

O Hélion Póvoa,
professor da Comissão de Estudos
presidente

Técnicos do SAPS, considerou a nutrição como o mais


grave pro-

blema nacional, estabelecendo o se faz ne-


que que primordialmente
"bem
cessário é educar. Mesmo observou,
porque, alimentar é edu-

car biològicamente".
Educação

A transmissão da cultura: história

da educação

FRANCISCO VENÂNCIO FILHO

Professor no Instituto de Educação

vida brasileiras, onde, afora a explica-


na dos como
povos,

indivíduos, do eminente Bulhões de Car-


na dos de tem*- ção

H

a tempos, necessidade valho, seu realizador, há
pos grande

de ao menos se vol- os trabalhos de Eusébio de Oli-


pausas, para

ver à contemplação do caminho veira sôbre F. C. Hoeh-


geologia,

É então se vêem, ne sôbre botânica, A. Miranda


percorrido. que

em os domi- Ribeiro sôbre zoologia e o de Oli-


perspectiva, pontos

nantes, as linhas veira Viana sôbre o Povo Brasi~


do
gerais percur-

so, leito, foi, de certo modo, a


a circundante. Por que
paisagem

sua revelação de sociólogo e


isso, sàbiamente, os que
civili-
países

seria ótima visão de nossa evolu-


zados, a certos,
períodos incluem

social se o não
ção prejudicasse,
entre suas obrigações fundamen-

como tem sido apontado tanta



tais recenseamentos
dos fatos da
vez, a aria-
precária preocupação
vida coletiva. À medida
os
que
na nele domina.
que

meios de investigação social se vão

tornando mais objetivos,


isso
por
A introdução ao recen*
neles se introduzem métodos
que

seamento de 1940
científicos de os
pesquisa, panora-

mas se vão fazendo mais nítidos e


O recenseamento de 1940 foi

reais. Além das representações


em moldes largos e
planejado

e numéricas, são a
gráficas que executado com os recursos da téc-

sua expressão mais flagrante, há


nica moderna, sendo uma das

necessidade de sínteses em for-


funções do Instituto Brasileiro de

mas verbais. Do recenseamento Geografia e Estatística, superior-

de 1920 ficou-nos o volume de mente dirigido eminente ho-


pelo

Introdução, hoje fonte imprescin- rnem de Estado é o embaixa-


que

dível de consulta sôbre coisas dor Macedo Soares e espí-


pelo
A HISTÓRIA
DA EDUCAÇÃO

175

rito de Teixeira
público de Frei-
de alguma
sorte,
a evolução
tas- Êste recenseamento, cul-
sob a tural
brasileira
sob
imediata direção ponto de vista
do sábio
Car-
sociologico.

neiro Filipe, há-de nos dar um re~

trato fiel do Brasil.


Como A cultura
se brasileira

fizera em 1920, foi igualmente

O magistral
um volume trabalho
projetado de introdu- está
di-

em três
agora sobre a
ção, Cultura j partes,
Brasi- precedidas

leira. Acertadamente
a Comissão é ana-
que
usado,
itra:?r;duçã°;em
a todas
Censitária, constituída as faces,
de figuras o corceito

representativas, tÔdaS
confiou as modali-
ao Prof. -Cm
Èhp
dades 7a'
do termo
Fernando de Azevedo multiforme.
a elabora- Na

primeira
da obra, parte são considerados
ção cujo
parecer de apro-
os Fatores
vação da cultura",
foi da lavra ou
do eminente sejam

o Pa,s "Trabalho
a raça",
Leonel Franca. o
padre (e

as, formações
urba-
Uma síntese „»?•
da nossa cultura a Evolução
política e so-
V
há-de ser ou muito fácil Cíf
ou muito e„a Psicologia
do
. povo bra-
difícil. Sem meios si.eiro • "Cul-
têrmos. A segunda
Ou fi- trata da

cará nas tura "Insti-


, compreendendo
generalidades conheci- as

das, longe tuiçoes "A


da visão e crenças
objetiva, religiosas",
ou

vida
exigirá um trabalho hercúleo profissional e as
de profissões
Lberaís
, A vida
pesquisa, e fatigante, literária",
penosa a
por-
"Cultura
Cultura
científica",
nos faltam a
que as sínteses
par- "A
artística
. A terceira,
ciais e trans-
por vezes na mais singela
missão "O
da cultura",
informação contém:
os dados ou inexistem
sentido religioso
da educação
ou se contradizem, co-
sem têrmos "As
de
.onial",
origens das
referência institui-
para decisão. Não se-
Ções educacionais
ria, > A descentra-
portanto, fácil encontrar
quem lização
e a dualidade
estivesse de sistemas",
aparelhado
já a
para
A centralização
empresa. e a unificação
Que a escolha
foi de "Ensino
do sistema
educativo
todo , o
o acerto é o resultado
do vo-

geral e os ensinos
lume especiais".
de cerca de 500
páginas,
com 400
gravuras, a o serviço
que

gráfico do Instituto A transmissão


deu da
primo-
rosa vestimenta.
Realmente cultura
só a

quem tivesse
a disciplina
e o mé~

todo
de trabalho, A terceira
servidos parte, o autor
só- que
por
lida
e extensa denominou, com
cultura felicidade,
alia-
geral, "Transmissão
da ao trato
dos da cultura", é de
problemas sociais,

Poderia ser certo modo uma história


cometida de edu-
a elabora-

Çao desta cação, não na seriação linear, cro-


perspectiva de nossa

evolução
cultural. nológica, mas no entrosamento
E, de certo

o» a dos fatos idéias.


obra veio e
completar o trí-

ptico de sociologia
de Fernando Nos três capítulos
primeiros são
e zevedo:
a sociologia
a examinadas
geral, as três fases de nos-
«sociologia
educacional
e, agora, sa evolução colônia, im-
política,
CULTURA POLÍTICA
176 v f

tornariam estabelecimentos de en-


não na ordem
e república,
pério

es- superior, as escolas médicas


mas na sino
cronológica simples,

efei- militares. A estas, o Im-


Com e primeiro
das instituições.
sência

em 1827, os cur-
descobrimento acrescenta,
do do pério
to, período

e a Regência, em
da côrte sos jurídicos,
até a vinda portuguesa,

Colégio Pedro II. Se se


no Brasil é de 1837, o
tôda a educação

ainda a Escola de Minas


religioso» seja com os contar
sentido je-

em 1759, Ouro Preto, ter-se-á tôda equi-


suítas até a expulsão, de

outras or- cultural a Monarquia


seja mesmo depois, com que
pagem

além das escolas à República, em 1889- São


dens religiosas, herdou

como o
régias, de vida de argúcia as
precária, admiráveis páginas

famosas cartas de Vi"


revelam as Fernando de Azevedo
em
que

São acentuadas as linhas


lhena. secundário»
mostra como o ensino

da fisionomia da educação
gerais feição nitidamente clássica, foi
de

em dominou,
nesse que
período, um desenvolvimento
a
premido
inevitável, a formação
como era
iniciativa lhe deu,
de privada, que

completada na Univer-
literária,
nas décadas de
principalmente
Coimbra, onde iam
sidade de
para
1860 a 1880, um raro esplendor.1

os mais afortunados. Lembra


que

Lembra a idéia, sempre abstrata,


êste ensino monopolizado dos
je-

Universidade, sempre recla-


da
suítas, com a difusão da língua

mada, e sempre no
extensão do território, papel...
pôde
pela

estabelecer um dos elos de uni-

Decorreu destas circunstâncias

dade nacional. Pouco antes da

a tendência exclusiva
quasi para
transmigração da família real, ex-

as carreiras liberais, mais degraus


de Portugal tropas
pulsa pelas

da escala social, a cultura como


napoleônicas, o Seminário de

ornamento de espírito e instru-


Olinda vem trazer con-
preciosa

mento de controvérsia.
tribuição ao nosso desenvolvi-

mento. O movimento de idéias li-


Com o advento da República

berais, a de então, aí encon-


partir em se modifica o estado de
pouco

trava raízes, sendo dêle a maio-


coisas. O ministério esdrúxulo e

ria dos revolucionários de 1817»

efêmero de Instrução, Correios e

Havia ainda na organização do

Telegráfos nenhum fruto defini-

bispo Azeredo Coutinho


grande
tivo logrou. O triunfo do
princí-
da cien-
prenúncios preocupação

federativo deu lugar a uma


tífica, conseqüência idéias re- pio
das

dupla dualidade de sistemas. Em


formadoras introduzidas
por

sentido horizontal, atribuição


Pombal na Universidade de pela

conferida ao Govêrno Central do


Coimbra, com a colaboração ime-

«-* ensino secundário e superior e


aiata de outro brasileiro Pe-

aos Estados normal e


o
reira Coutinho. primário,

Em sentido vertical,
Com a chegada de VI profissional.
João

estabeleceu uma linha du-


teem origem as nossas instituições porque

escolares, a fundação das a do sistema de educação


pia» po-
primei-

ras escolas se e a da formação das elites.


profissionais, que pular
A história
da educaçao

177

O movimento
de
s®ria incorporada
à Universi-
renovação
3"e.

Faculdadc
Na-
cional
Depois de
dC F'J T
F,los°fia-
de examinadas,
senão em 1939.
Ao
Xa
sempre com originalidade, Cjrtas
com c°nstitucio-
«ais,
nais dl iqoi
de vista ae 1934
pontos novos e de 1Q37
e **3/1
próprios, sao exa-
***««. i* •
minadas
as três fases lucidamente
da nossa
evolução nos seus têr-
mos
histórica educacionais.
no
plano da educação
"A
no capitulo sobre
centralizai Neste
capítulo
admirável,
e unificação em
çao do sistema
edu-
° ™ovimento
cativo educa-
, o autor trata
do aonaJ
cionaf ?!ata
movi- de
que Fernando
mento de Aze-
de renovação,
vedo
prenunciado tantas
vezes
foi
volta de 1920, parte, faz-
por em
já trajetória se uma
primeira
ascendente perspectiva
em 1924 de
e
que, em conjunto.
E a serenidade
1927, simultaneamente de
no jul-
Distrito
gamento, a isenção
rederal na apreciação
e em Minas,
consubstan-
dos acontecimentos,
ciava, a
pela acentua-
primeira vez em lei
Çao dos fatos
as idéias dominantes,
decorrentes
das tudo
novas
faz deste
concepções
panorama um
psicológicas e socioló- quadro

elaboradas que poderá ser retocado


gicas na Europa aqui ou
e

nos Estados ali. em


Unidos. minúcia
Ao sem relévo,
mesmo mas

tempo a idéia ficará


universitária que definitivo.
volta

a ser
preocupação constante.
Em A análise
desta
Minas parte do traba-
ela surge apenas
com a ino
ca- da Introdução
ao recensea-
racterística
de autonomia,
embora mento
dá margem
apregoadas para um sem
apenas
as escolas
de número
de conjecturas.
A sua lei-,
tipo clássico.
tura meditada
esclarecerá
muitos

A Revolução defeitos
de 1930, de nossa formação
levando
men-

ao Ministério talista,
da Educação a escassa tendência
o re- a
para
formador
do ensino especialização
em Minas, profunda, contra-

rancisco
Campos,
viria posta pelo da
gosto generalização
possibi-
itar
as maiores apressada,
reformas, a
as mais predominância da

profundas, no cultura literária


ensino superior sôbre a
e pesquisa

científica.
a nossa

nistoria.
Em conseqüência,
a fun- A obra foi, em hora
daçao que feliz,
em 1934
da Universidade
confiada
ao Prof. Fernando
ae i>. de
Paulo,
ou a
primeira escola Azevedo vai ficar na evolução da
de cultura
desinteressada
e de nossa cultura, como marco, à ma-
formação
do
professorado secun- neira dos de Varnhagem
ano, ou de
necessidade

precípua do Sílvio Romero


ou de Capistrano
Pais, iria
que determinar
também a de Abreu. Daqui
diante será
admirável por
e efêmera
Universi-
ponto obrigatório de
dade partida para
do Distrito
Federal,
fundada
qualquer estudo sôbre o Brasil
por Anísio
Teixeira,
em 1934, e esta síntese monumental.

111.728

F. 12

*>
Alimentação
. —^

Pão de
guerra

BELFORT DE OLIVEIRA

O trigo é um cereal
ia inteiro a precioso,
GRÃO para

natureza e consa-
uma fa- fornecido
moenda. fazia-se pela

O como alimento
uso
escura continha grado pelo
rinha que

do homem. Seii valor


trigo. E essencial
os do
todos
princípios

nutritivo é assegurado
feito um pela pre-
farinha era pão
desta

Mas sença de albumina (na


e saboroso. propor-
muito nutritivo

de 8,00 a 10,21%),
verificaram essa ção gordu-
os moleiros que

de 0,94 a 1,20%), sais


se conser- ra
farinha de trigo não (na

variam de 0,48 a
cria- minerais
durante muito tempo* (que
vava

1,30%) e hidratos de carbono,


Então,
va môfo, deteriorava-se.

em forma de amido e celulose,


a moer o trigo no
começaram

na base de 71,74%,
retira a e vitaminas,
moinho de rôlo, par-
que

ou seja, a sua maior


externa do e o porção.
te grão germe,

constroem, re-
aquela fàcilmente As albuminas
deixando parte

fari- calor; os sais


triturável: sai, então, uma e
param produzem

muito branca ficar, minerais constroem, reparam,


nha que pode pro-

meses, nos armazéns, energias catalíticas, alca-


meses e duzem

a se humores, o
sem se estragar, com linizam os
qual purificam

também muito bran- as vitaminas são verda-


faz um corpo;
pão

bonito, hoje to- de fôr-


co e muito deiras fontes
que geradoras

dos nós comemos, mas nu- hiperfísicas; a celulose


que ças puri-

tre muito menos o outro, o fica organismo, atraindo e aju-


o
que

e abandonado a arrastar fora a imun-


pão preto..." dando
pobre para

dícia acumulada no tubo intes-


Essa narrativa, concebida em

e o amido são
linguagem singela, ao alcance de tinal; a
gordura

combustíveis de ener-
toda e mais um
gente, que parece produtores

trecho história crianças, De todos êsses fatores,


de po-
para gias.

rém, são essenciais, asse-


é um libelo, da lavra de Dante
porque

da saúde, os sais mine-


Costa, ao crime
perpetrado pela guradores

civilização contra o trigo com rais, a celulose e as vitaminas,


que

no inteiro do
se fabrica o nosso de cada encontrados
pão grão

trigo, ou melhor, no da
dia... germe
PAO DE GUERRA 179

semente e na cutícula envol-


que Na cutícula envolve o
que
grão
ve aquele.
do arroz, como o do trigo, o do

Antigamente, ¦
o ia inteiro milho, etc.
grão uma fi~
pelezinha

a moenda na
para o triturava, e amarela
que a tôda
que gente
apenas, e
produzia uma farinha parece excrescência —
inútil é

escura, mas de superior se encontra


que a substância
qualida- nu-

de, continha tritiva


que todos os dêsses cereais. A
prin- ciência,

cipios nutritivos do trigo. Com menos,


pelo isso.
provou Pro-

o tempo, o homem, vou-o,


investindo mas não teve fôrça
para
contra a natureza, sobrepor-se
substituiu a aos imperativos
eco-

moenda tamis nômicos


pelo e moinho dominantes,
pelo através
que,

de rôlo, conseguindo da
uma farinha —
publicidade a arma
grande

mais branca, a
se tornou serviço dos interêsses
que mais
criados

alva e mais ~
fina a
proporção possibilitaram êsse e outros
que

se foram aperfeiçoando atentados


os
pro- perpetrados contra a

cessos de industrialização. saúde


pública.

Os moageiros
e os
padeiros Faltou-lhe
a energia necessá-
saíram lucrando com a inovação,
ria e, também, um de
plano ação
ganharam mais dinheiro com o
continuada
visando ao bem-estar
sistema introduzido,
lhes as-
que dos seres humanos.

segura a conservação indefinida

da farinha e facilita A ciência


a elabora- age ao azar, disse

ção do Os consumidores, Carrel,


pão. e o
progresso das suas

entretanto, saíram iniciativas


perdendo, está condicionado
pas- ao

saram a comer, sem saber, um aparecimento


dos homens de
gê-

produto bastante inferior, —


um ali- nio os sábios, ignoram
que
mento desequilibrado,
desnatura-
onde vão e formam
para um mun-
do. Por outras
palavras: para do à
parte. ,
satisfação da
ganância de um

nos Contudo,
grupo, onde o não a
paises é
pão podemos

o_ alimento acusar de inatividade:


principal, a se os hi-
popula-

degenera dratos de
ção carbono refinados,
(Carrel). os

produtos de fábrica, desnatura-


A ciência,
guiada Eijk-
pelos
lizados
man, Frohlich (o de farinha bran-
e Casimiro pão
Funck,

ca, exemplo),
o sábio por degeneram e
batizou a vitamina,
que

são o fator da morbi-


sabe bem dessa verdade, principal
e o sabe

dez da criança e do adulto, car-


testes de laboratório.
por

reando material
O o desenvol-
beri-beri, para
exemplo, é
por
vimento da tuberculose, das
uma doença en-
provocada cri-
por
fermidades do coração, do
mes cân-
praticados contra os alimen-

cer, do diabetes,
tos etc., nem
naturais, no caso, o arroz por
po-
isso devemos desesperar,
lido. E a êsse respeito é sensa- porque

cada um dêsses
cional para males há
a descoberta de Takaki,

um remédio a ciência inven-


salvando, em 1885, que
a esquadra

tou.

japonesa, na alimentação de cujo

pessoal predominava o arroz des- Não é outra coisa


para as
que
corticado.
farmácias
existem...
POLÍTICA
180 CULTURA

coorte de dor e de mí-


com a sua
combater
Dc forma para
que,

veio ao nosso encontro


criou-se séria, para
da refinaria,
a indústria

uma conseqüên-
das es- nos
das drogas, proporcionar
a indústria

cia feliz.
farmacêuticas, por-
pecialidades

correm, só os
nos dias as dificuldades
que Contornando
que,

ainda formulam.
médicos antigos atual carência de
oriundas da

e fundada tanto em
veio a lume transportes
Um trabalho que

ordem econômica como,


razões de
da lavra de
o ano José
passado,

razões de ordem bio-


Paulis- também, em
da Associação
Palmério,

uma comissão do Serviço


haver, lógica,
Medicina, calcula
ta de

de Alimentação Nacio-
cerca Técnico
no nosso mercado,
somente

ST AN, como é vulgar-


nal
mil dessas especialidades, (o
de 30

tendo em vis-
não é mo- mente conhecido),
o até certo
ponto,
que,
de um ali-
na ta a obtenção produto
tivo de admiração, porque

mais alto valor nutri-


de mentar do
em 1935, havia
França, perto "pão

de lançar o de
tivo, acaba
mil delas.
cinqüenta

guerra".
Avalia-se em Cr$

a instituição dêsse
os brasi- Com produ-
700.000.000,00 o
que

a comissão referida
remé- to, acredita
ano, cm
leiros por
gastam,

o
Nos ter encontrado problema
com ou sem para
dios, proveito.

racional e consen-
média anual é uma solução
Estados Unidos, a

interêsses da eco-
tânea com os
715 milhões de dólares, o
de que

do bra-
nomia e da saúde povo
é um consolo,,.

sileíro.
no Brasil,
Em compensação,

7 mil farmácias, há a esse res-


perto Um comunicado,
para

mil laboratórios de à imprensa, diz


de (cálculo distribuído
peito,

1940), enquanto na América do trabalhos e as


os pesquisas,
que

Norte, 60 mil farmácias, entendidos


realizados que
para pelos

havia, segundo o último Census aquela comissão,


formam permi-

of Manufactures, apenas três mil a conclusões defini-


tiram chegar

laboratórios! tivas e deram em resultado


que

da Coordenação da
a
Dessa forma, a ciência, impo- portaria

Mobilização Econômica, mandan-


tente vencer a causa, tem-
para

de 75 85% o
do aumentar
os para
lhe combatido
galhardamente

da extração de trigo
coeficiente
efeitos.

na fabricação da farinha
panifi-

Se falta vitamina no há,


pão,
cável.
.** *

nas 30 mil especialidades referi-

Com essa medida, fica aumen-


das, alguns milhares delas,
poli-

tada a nossa de
valentes na ação no produção pão
que produz

bolso dos são em cêrca de 10%, com a mesma


organismo e no
que

obrigados a comprá-las, cifra de importação, obtendo-se,

economia de cêrca de
assim, uma
Como, entretanto, a
quelque

cem mil toneladas de matéria


malheur est bon, ou, na pri-
chose

ma, ou sejam 50 milhões de cru-


expressão do nosso há ma~
Jeca,

tes vêm bem, a zeiros.


que pata guerra,
PÃO DE GUERRA 181

Fazendo a comunicação cm taminas, nas seguintes


propor-

aprêço, o STAN não teve dúvi- a vitamina Bl


ções: (tiamina)

da em afirmar além dessas fica aumentada vezes;


que, a
quatro

vantagens de natureza Aonômica vitamina B2


(riboflavina), três

e de solução de emergência vezes; a vitamina B6


para
(piridouxi-

a angustiosa escassez do na), duas vezes; ácido


produ- e o mco-

to, a resolução tomada represen- tínico, cinco vezes.

ta, antes de tudo, uma


grande
Além dêsse aumento dos di-
conquista na defesa da nutrição

versos componentes do complexo


e da saúde do nosso
povo.
vitamínico B a nota
prossegue
Os estudos agora concluídos
informativa —
obtém-se uma ele-
no Brasil apoiaram-se em experi-
vação das taxas de cálcio, de fós-
ências anteriores realizadas no
foro e de ferro, minerais indis-
Canadá e na Inglaterra, em vir-

ao equilíbrio
pensáveis perfeito
tude das os des-
quais governos
do organismo.
ses a adotar o
países passaram

mesmo tipo de farinha, com 85% Aqai, o STAN, com a autori-

de extração, farinha dade lhe assiste,


que garante que afirma
que

um de magnífico aspecto e
pão a alimentação em nosso se
país

sabor agradável, apenas diferen- ressente dêsses elementos


prote-

ciando-se do comum sua co- —


tores as vitaminas
por e os sais

loração ligeiramente mais^escura. minerais e encarece a medida

governamental em causa,
Fizeram-se, também, testes que
da

veio um tão
possibilitar sensível
digestibilidade do e de
produto
aumento na ingestão diária dos
sua conservação nas nossas con-

mesmos, medida representa,


que
dições de clima, todos com re-

indubitàvelmente, uma conquista


sultados bastante satisfatórios.

excepcional a saúde da co-


"A para

única inferioridade aparen- letividade brasileira.

te do novo tipo —
de diz o
pão
E depois de um apêlo ao
pa-
comunicado do STAN —
é a sua
triotismo indígena no sentido de,

côr mais escura, resultante do


consumindo o de farinha
pão
aproveitamento na farinha de
integral, colaborar no es-
quasi

uma do envoltório do
parte grão, fôrço de do Brasil e de-
guerra

é, exatamente, a mais fender


que porção o individual,
patrimônio

rica em vitaminas e em sais mi- representado saúde,


pela própria

nerais". o Serviço Técnico de Alimenta-

termina c comunicado
ção
que
Êsse sacrifício da aparência é,

distribuiu à imprensa manifestan-


segundo o comunicado,
porém,
do a esperança de com o
que,
sobejamente compensado
pelo
apoio coletivo, a ago-
providência
enriquecimento real do valor nu-

ra imposta condições
pelas ex-
tritivo do
produto.
tremas do conflito mundial em

Basta -
dizer éo STAN
quem que participamos dar iní-
possa

fala —
com o acréscimo de cio a uma nova era
que, de alimen-

extração ora determinado, se au- tação nacional, de forma na


que,

menta o conteúdo do em vi- vindoura,


paz seja mantido o uso
pão
CULTURA POLÍTICA
182

se esforça demons~
de reforço que por
do guerra, para
pão

trar a avitaminose é uma


da nossa defesa e
que
permanente

obsessão, com o aspecto de


do Índice quasi
melhoria
progressiva

uma nev*ose coletiva.


nutrição do brasileiro.
de povo

fonte, Os adeptos dêsse


A apêlo de boa pensamento
procede

a serviço argumentam com observações


de um aparelho
parte

da administração, com sensacionais, realizadas, nas


pública já

bastantes o alimento entra em


poderes para promover quan~
quais

e realizar o bem da coletividade.


tidades sem se te-
precárias, que

E nossos votos, de consciência e


nha alterado a saúde dos se
que

sinceramente, são assim


por que submeteram a tão decisi-
provas

aconteça. Desejamos mesmo


que vas.

a medida seja completa, isto é,

Alguns dêles, como Mc. Car-

em vista das
que passemos
rison, Hindhede e outros, esten-

razões expostas ao regime do

deram suas experiências a


popu-
totalmente integral.
pão
lações de cidades inteiras; outros,

Temos, as nossas dú~ como Clementino Fraga, no Bra-


porém,

vidas. Aí estão os moageiros, a sil, circunscreveram seus inqué-

ritos a de indivíduos, de
industrial, a ad- ghipos
grande potência

sentenciados, mari-
vertir-nos da verdade da frase preferência


nheiros. e operários. Ambos,
voltaireana: ter ra~ po-
perigoso

rém, apresentam resultados


posi-
zão onde os têm inte~
poderosos

tivos servem demons-


que para
rêsses".

trar a humanidade através*


que

O mais certo é voltarmos à


sou um longo ignoran-
período,

condição anterior e continuarmos


do a existência das vitaminas e

comendo o o diabo não


pão que alimentando~sé como se elas

"sem

amassou... existissem,
grandes queixas

nem sofrimentos".
No momento, o STAN cum-

com o seu dever. Depois, Silva Melo, recolhendo os re-


priu

serenadas as coisas, tudo se aco~ latos de tais observações, conclue

modará e não faltará mesmo um mo-


exagêro e absurdo do
pelo

outro aparelho técnico com vimento tôrno das vi-


operado em
para,
"Na
igual autoridade, nos —
convencer taminas. classe médica

de a farinha de trigo branca ver-


que diz tem havido um
quasi

é mais salutar do a escura. dadeiro desarrazoado, criado


que pela

industrial, con~
Nessa hora, propaganda que
a ciência faca

seguiu impor seus incontáveis


de dois —
gumes a
provará que
todos êles de
natureza é sábia preparados, preço
e dispôs o or~

elevado ou até e sem


humano proibitivo,
de um tão forte
ganismo

os não ser mais


de adaptabilidade quais parece pos~
poder lhe
que

sível nem curar nem fazer


é dado conservasse qual»
em saúde,

espécie de tratamento".
até sob inadequadas quer
condições

alimentares. Para isso, existe, No seu entender, o médico é


entre os cientistas, uma segunda manobrado co~


pela propaganda
"contra" "como

corrente a ala do mercial, um ou
pseudo
PAO DE GUERRA

verdadeiro associado de seus in- esta só nos será dado


gozar quan-

tecêsses diretos''? ou levado ao do cessarmos de investir contra

êrro e à desorientação abun- as leis da


pela natureza.
4kque
dância das fi£-
publicações,
Vitamina ou outro
qualquer
também, ocultam
qücntcmcnte.
nome tenha,
que a existência dês-
interêsses materiais". E
quando
6e incomum,
principio capaz de
nem uma nem outra coisa suce-
emprestar aos alimentos vegetais
de, é êle arrastado fôrça da
pela
e animais virtudes nutritivas,
corrente —
própria a corrente do
deve-se à natureza e, desde tem-
culto exagerado vitaminas
pelas
imemoriais,
pos o homem,
começa a pelo
que se transformar
instinto, conhece-lhe as
na mais proprie-
ridícula e
grotesca das
dades, embora, sucessivamente,

pantomimas".
atente contra êle.

Apoiando-se em Gyoergyl,
Data de 3.429 anos a
detentor profe-
do Nobel, acha
prêmio
cia emitida contra os
essas primeiros
substâncias estão en-
que
criminosos desvirtuaram
que o
cerradas nos alimentos o lio-
que
trigo, e lá está no capítulo e tí-
mem e os outros animais comiam
"dentro tulo 26 do Levítico, terceiro li-
originàriamente,
do seu
vro do Pentateuco :
habitai donde
primitivo0, acon-
"Depois

selhar a volta à natureza Eu tiver


como que quebra-

uma necessidade, do o báculo


uma exi- do vosso em
quiçá pão;

gência. forma dez mulheres


que cozam

num só forno, e os
pães distri-
Expressando-se
assim, não se

buam e, vós,
por comendo-
distancia, aliás, pêso;
Silva Melo de

o, não ficareis satisfeitos".


um outro Nobel o
prêmio

Carrel —
grande alude
quando

à inutilidade da saúde artificial,


OBRAS COMPULSADAS

outorgada ao homem medi-


pela

cina científica.

AJexis Carrel Lhomme cet inconnu.

A criatura humana não


pode Arturo Guzmán —
Alimentación ra~

viver contente com uma saúde


cional.

só existe ausência
que pela da
Dante Costa Bases da alimentação
enfermidade e depende de dietas

racional.
especiais, dos
produtos químicos

e endocrínicos, A. da Silva Melo —


das vitaminas, Alimentação*

dos exames instinto, cultura.


médicos e
periódicos

da custosa assistência hospitalar,


Pedro Escudero Alimentación.

com a coorte de doutores e en-

de Castro Alimentação e raça.


fermeiros. Josué

Messias do Carmo — Nutrição.


Essa J.
saúde não basta a
para

felicidade
do homem. A saúde Peregrino Vitaminologia,
Júnior

êle deseja —*
que acentua Carrel
Palmério O custo dos remédios?
José

é a saúde natural, resultante

Vítor Pouchet O branco, em


da resistência pão
às enfermidades
"Vida
infecciosas e Saúde" —
e degenerativas. E 1941.
janeiro,
Literatura

Movimento Literário

Noticiário especial de CULTURA POLÍTICA

GUERRA até hoje não fêz esmorecer a nossa atividade lite-

rária, ou menos nosso movimento editorial. Se houve um


pelo

A
refluxo na de obras originais» o certo é
pequeno produção que

se verificou um aumento no número de traduções, confiadas, em


grande

a escritores e intelectuais, o dizer êstes continuam


parte, que quer que

a trabalhar intensamente. Vejamos o se destacou no mês de


que

agosto último.

Ensaio Crítica História

Homem de ciência, Miguel Osório de Almeida é também dos

nossos mais lúcidos e elegantes escritores. Ainda Am-


agora, o seu

biente de Guerra na Europa Editora) isso.


(Atlântica confirma São

magníficas de memórias
páginas da autoria de um excelente obser-

vador. Mas em obras dêsse o essencial é saber o deve


gênero que

ser retido, o deve ser comunicado ao leitor. Há tendo


que quem,

visto muito, fixa, muitas vêzes, menos


o interessa. A literatura
que

de memórias não é tão fácil como se imagina. Miguel Osório de

Almeida achava-se na Europa num crítico da vida do


período

continente.

Podia contar-nos muitos episódios anedóticos, mas fazer


preferiu

uma seleção nas suas recordações, dando-nos um depoimento expres-

sivo e substancioso o depoimento de um homem inteligente, amigo

da humanidade
e com ela sofreu nos
que dias trágicos a Europa
que

£ o mundo todo continuam a viver,

* * *

Pedro Calmon é um trabalhador incansável» Não se compreende

como êsse homem desempenhar-se,


pode ao mesmo tempo, de tantas

tarefas e estar em tôda comparecer a tôdas as reüniões. Só


parte»

Afrânio Peixoto talvez consiga rivalizar com o autor do Rei do Brasil

nessa multiplicidade
de ação, No mês de agosto último, Pedro Cal-
MOVIMENTO
LITERÁRIO 185

monpublicou mais dois livros: o terceiro volume da História do Brasil

NacionaWBrasiliana),
(Editora
há dois anos vem
que cscrevendo, e

Brasil e América —
História de uma
política (Livraria Olimpio
José
i ora). Este último tem uma
significação no momento»
grande

se trata de uma
pois sistematização
dos fatos e das idéias cons-
que
tituem a nossa
persistente americanista".
política

Pedro Calmon mostra a unidade


da atitude sempre mantida
pela
diplomacia brasileira,
em face da doutrina de Monroe.

Começa investigando
as raízes do nosso americanismo
para con-
"A
cluir dele nunca
que nos afastámos.
união dos
povos americanos
— -
diz o autor ser uma
pode política. Mas é, antes de tudo, uma

consciência. Tem a cronologia dos


grandes atos, a
galeria que lhe

corresponde, dos
pensadores, dos estadistas e dps heróis, consagrados

a esse de
programa harmonia continental
pacífica e ativa". E cuida,

em seguida, de definir as responsabilidades


brasileiras na elaboração

da alma americana
, expondo o referido
processo de americanismo

como vindo da aurora colonial. Tal o objetivo da


primeira parte,'
intitulada História de uma idéia. Na segunda
parte, tem
que por
titulo O dos debates, Pedro
período Calmon estuda as manifestações

mais expressivas dessa idéia, amadurecida


já muitos decênios
por de

experiência diplomática, finalmente,


para, na terceira
União
parte,

Continental, apreciar seu apogeu neste momento, em todo o con-


que

finente se congraça sob o signo da doutrina de Monroe, e destacar o

do Brasil em tão admirável


papel congraçamento.

Ob últimos capítulos são sobretudo importantes


a comprecn-
para

são da hora atual e dos fundamentos


psicológicos da nossa atitude

firmada visão
pela do Presidente Getúlio Vargas e do chanceler
"A
Osvaldo Aranha. unida América conclúe —
o autor aí está,

reerguer e salvar ^
para a civilização abalada crise mais fu-
pela

nesta da História". —
Eis, em
poucas o oportunissimo livro
palavras,

de Pedro Calmon.
*?

O terceiro volume da sua História do Brasil trata do da


período

Organização, obedecendo ao mesmo critério de exposição fácil e in-

terpretação esclarecida caracteriza as anteriores.


que

* * *

Acaba de aparecer a 2.a edição do livro de Silva Melo Alimen-


_

tação, Instituto, Cultura


(Livraria Olímpio). Como se vê,
José o

público soube reconhecer o esforço do cientista brasileiro,


grande dis-

pensando-lhe a atenção a sua obra —


que fruto de trinta anos de

estudo, —
pesquisa e observação merece. Pode-se, sem dúvida, dis-

cordar dos de vista, mas não se deixar


pontos de reconhecer a
pode

contribuição
esse livro oferece a solução de
que para uma infinidade

de
problemas de ordem humana e Dir-se-á
psicológica. Silva
que

Melo exagera na sua filosofia do instinto. exageraram


Já também,

preconizando idênticos, Rousseau e Tolstoi, mas


princípios êstes eram
i
CULTURA POLÍTICA
186

Silva Melo é cientista. En-


enquanto
artistas, poetas,
principalmente

à conclusão de Barreto
o exagêro, não chegaremos
tretanto, admitindo

incidiu na simplicidade deste


espírito aliás inteligentíssimo,
Filho, que

— fazer a apoio-
Melo — disse o crítico
argumento: Silva procurou

inteligência, a apologia
mas como a fêz com
do instinto, grande
gia

se destrói si mesma*
por

leitor não concordà com tal racio-


estamos certos de o
Ora, que

obra do cientista é a
Um dos méritos da patrício
cínio. principais

mas nunca de maneira definitiva,


de dogmatismo; êle conclue,
ausência

Sua será
dizer a última preocupação
como palavra*
quem pretende

dados e trazer esclarecimentos


-antes agitar as estabelecer
questões,

de está smpre disposto


debate. Norteia-o a honestidade
o quem
para

de vir a retificar alguns


reconhecer os erros. Daí a
a possibilidade

hoje repelidos crítica»


,pela
juízos

o livro vale menos afirma do


De forma, pelo que que
qualquer

fizera certamente, entre nós,


sugere. Até agora, ninguém
pelo que

fundamentos biológicos e
vasto e inquérito sobre os psi-
tão
profundo

de Silva Melo é
da vida humana. O trabalho qualquer
cológicos

coisa honra a cultura do Brasil contemporâneo.


que

* * *

Devemos ver em Alberto Rangel um dos mais honestos e cons-

cienciosos investigadores do nosso


passado.

Pode-se dizer foi êle abriu caminho, entre nós, a


que quem para
"petite

histoire", isto é, a história de minúcias, de curiosidades,


que

serve ilustrar e esclarecer a história.


para grande

Nas suas vieram, logo depois, Assis Cintra, Viriato


pegadas

Correia, Paulo Setúbal e muitos outros, entre os alguns levianos


quais

exploradores do Sabendo investigar inteligentemente, reali-


gênero.

zando o exame e a conseqüente escolha do material, Alberto Rangel

não entretanto, capacidade de interpretação. Não


possue, grande

falamos de filósofo, o de história a êle se dedica


pois que gênero que

não exige filosofia sempre indispensável nas visões de con^


quasi

Como e sistematizador, seu mérito é, ex~


junto. pesquisador porém,

traordinário. Os livros do autor do Inferno Verde oferecem-nos ex~

celentes elementos escrevermos outros livros sôbre os mesmos


para

assuntos. Qual o estudioso da nossa história não louvar^,


que por

exemplo, uma obra como Trasanteontem, ora editada Livraria


pela

Martins, de São Paulo? É o último trabalho de Alberto Rangel e

uma de suas colheitas mais interessantes nos arquivos. de*-


Quanto

talhe, nota então


quanta documento expressivo, até
pitoresca, quanto

esquecido! Nada se impõe mais ao nosso agradecimento do


que

esse labor, em vai sempre dose de inteligência e,


que grande princi-

idealismo.
palmente,
MOVIMENTO
LITERÁRIO
187

Biografia

de
de Francis
W- Hist. traduzida
r u Vdt lho^Mhrson, por

^ Edi""a
Nadolall ~

°Quântk

ciência democrática
tanto avulta no mundo.
cois^apreende-
remos nessa b.ografia alravés
dos exemplos
eda marca LXndive
do carater de um homem!
grande São as oriqens os A

sc defincm c sc rcve,am aos nossos °ihoSa


fZrãoT^T
oXaí
no,seu, meio, abrangendo
no estudo
deste úSo °)homem

PC" ° d<7 exP«iência


política nos Es-
tados Unido*:
Unidos. O T T
O
passado, então, esclarece
admiràvelmente
o Dre-
sente, fazendo-nos
melhor compreender
a
predestinação democrática
do americano
povo e os motivos
que o levaram
a erguer-se
hoje na
luta liberdade.
pela O trabalho alentado,
com cêrca de
quatrocentas
paginas, esta múito bem traduzido.

* * *

os livros mais interessantes,


aparecidos
durante o mês
destaca-se,
sua importancia,
pela não só literária
como
política, esta
nova biografia O Presidente Vargas de autoria do Sr. Paul Frisclíauer
escritor de origem austríaca
e de enorme
projeção e prestiqio nos cír
culos intelectuais
do mundo. A novidade
de uma biografia
(que é sem-
uma especie
pre de transiçao
entre o romance
e a história) não está

VOl"me
dad.°S 'nédi,0!
abotd"' ««¦
2*—• como
f íe
deve 3ef-.n°.
PO"!"' Essa
biografia.
por exemplo,
tence a classe
pe das
que podem ser incluídas,
sem exagêro, no rol das

'
Com cxtraordinária
segurança,
-SCnta num estilo
que
constitue
para nós, uma
positiva surpresa, sentimos,
ao lê-la a mesma
agradável sensaçao
de redescobrimento
sentimos
que o visi-
quando,
tante
braço, lhes
pelo mostramos os sítios conhecidos, encarecendo a
sua beleza a estamos
que acostumados
e apesar disso,
que, como
"explicá-la" que
descobrimos
pela primeira vez, ao
ao novo contemplador.
1 udo o se diz, aqui, sobre
que a estranha
personalidade do estadista

ou do homem não é obvio,


pode, constituir novidade nós. A novi-
para
dade reside, tão só, no modo
porque essa mesma
personalidade é en-
"adivinhada",
carada, é estudada, é
de um ângulo completamente im-

previsto, considerando-se
não só a formação literária européia de seu

autor, como a sua formação


própria humana. É um homem de outras

terras, representativo
de outra forma de vida e de outra cultura, apre-

ciando homem
o Brasil,
no encarna, como
que, a média de nos-
poucos,
sas virtudes, tôdas as do homem brasileiro
qualidades de todos os tem-

Um livro
pos. não
que isso, apenas ser lido.
poderá, por Merece ser

meditado.
Através dêle, como de um óculo de alcance, vemos toda a

paisagem brasileira desenrolar-se aos nossos olhos, numa sucessão de

fatos
só estão distantes
q«e nós estão tão
para porque Por isso,
perto.
não é o tão
passado, só, encontraremos nestas
que O
páginas. pas-
POLÍTICA
CULTURA
m

Mas o de uma
dc uma nação. presente
uma vida ou o
sado de passado

à e o iu*
à família e
ao bem pátria,
vida inteira consagrada público,

a frente
cuidadosamente,
mesma vida soube
turo esta preparar,
que

do nosso destino.
o cumprimento
do para
poder,

estrangeiros
Romances

em tradução
portu-
os romances estrangeiros publicados
Entre

A Exiladaf de Pearl
especial menção
cm agosto último, merece
guesa,
com o Prêmio
contemplada
A escritora norte-americana, já
Buck.

chinesa no ocidente.
intérprete da alma
é, como se sabe, a maior
Nobcl,

os escritores ociden-
há o
o dizer, até que
Antes dela, pouco,
que quer

verdadeiras caricaturas da
nos romances eram
tais sempre faziam
"grand-guignol

, como no
assunto de
não a tornavam
China,
quando

de Octave Mirbeau.
dos Suplícios,
arrepiante
Jardim

ex^Celeste Império, convivendo


muitos anos no
Residindo durante

Buck compreendê-los,
os nativos» Pearl
intimamente com procurou

construídos. Foi
depois, em romances admiràvelmente
revelá-los
para

da América e da Europa.
surpresa os leitores
uma verdadeira
para

o seguinte: no
Buck lhes mostrava era apenas que
O Pearl
que

Nada daquele ser exó-


homem igual a nós mesmos.
chinês havia um

Apenas um
não misterioso e incompreensível.
tico, caricato,
quando

irmão, sofrendo como nós.


homem, nosso

na tradução de Raquel
A Exilada, hoje em
publicada português,

à na vultosa obra
constitue, um livro
de Queiroz, parte já
porém,

história da mãe da escritora, narrada


de Pearl Buck. É a
romanesca

romance. Casada com um missionário


sob a forma de protestante,

— — teve emigrar a
a de Pearl Buck para
Carie que
progenitora

o apostolado religioso. Ali nasce*


China, onde o marido foi exercer

de enfrentar tôda sorte de


ram-lhe os filhos e ali muito sofreu, tendo

era dotada de extraordinária capa*


e dificuldades. Mas como
perigos

suportou coragem e fôrça íntima todos os


cidade de resignação, com

reveses, só lembrando dos momentos alegres, nas


se quando, portas

a vida bela e digna de


da morte, se considerava feliz,
julgando

ser vivida.

do marido. Enquanto êste se


Carie foi, em tudo, a antítese

deixava levar místico, ela se cada vez mais ao


ardor
pelo prendia

mundo, às coisas terrenas. Mas só havia exaltação na sua atitude,

era todo feito de amor, de ternura e de compreensão o enlêvo


pelo
pois

e
mundo- A China, com seus costumes, seu ambiente
geográfico

social caratecterístico, constitue o de fundo de tão bela e apai*


pano

xonada existência. Pearl Buck reünir êsse livro a outro,


pretende

em descreverá a vida do formando com ambos um só volume


que pai,

sob o título: A Carne e o Espírito.


mm

MOVIMENTO LITERÁRIO 189

Blasco Ibanez não


goza, geralmente, da estima das elites cultu-

rais, acusam de
que seus romances*
primários

Mas se êsse é inegável, o


primarismo se deve reconhecer é a
que

mestria com o romancista


que espanhol constrói uma novela. Êle

sabe conduzir uma intriga até o fim, sempre com a mesma intensidade

de interêsse^ Escritor
primário, certamente, mas de uma capacidade

de erabulaçao comum.
pouco Além disso, na sua obra vultosíssima

há uma
parte que ser apreciada lisonjeiramente,
pode mesmo
pelos
críticos rigorosos: a se refere aos
que costumes de certas regiões

espanholas, admiràvelmente retratadas.


A Catedral ora editada
pelos
Irmacc Pongetti, numa tradução revista escritor Marques
pelo Rebelo,

figura entre os livros inais


populares e, indiscutivelmente,
entre os

melhores de Blasco Ibanez.* Basta salientar,


exemplo, a objeti-
por

vidade do
personágem principal, Gabriel de Luna, o anarquista vítima

de suas idéias.
próprias Vigia da catedral, Gabriel de Luna é mas-

sacrado indivíduos
pelos assaltaram o templo
que sugestionados
pelas
doutrinas de igualdade
êle O
por prègadas. leva o leitor, fácil-
que

mente, a concluir sobre o das


perigo doutrinações em espíritos mal

preparados recebê-las. Excetuando-se


para uma edição
portuguesa,

andou aí há
que por muito tempo,
julgamos ser esta a vez
primeira

o conhecido romance
que de Blasco Ibanez aparecer em nosso idioma.

? * *

Qual o encanto
principal dos contos de Guy de Maupassant?

cac*a um <*ê*es haver realmente


• uma história, um
-9 cm

episódio. Maupassant é, sob êsse aspecto,


justamente o contrário de

Jvatherine Mansfield. Enquanto esta faz um conto de nada, espe-

lhando apenas, numa aura os flagrantes mais


poética, comezinhos da

existência, escritor
o francês desenvolve sempre em cada conto um

assunto. Daí interêsse


o com lemos essas histórias.
que pequenas A

curiosidade desfecho é inevitável, e


pelo o desfecho é
geralmente

trágico, como a existência. Mas não


própria haver leitura mais
pode

fascinante
do a de tais contos. Tudo
que se sempre em
passa poucas

páginas, com fôrça intensidade.


e Uma extraordinária
grande firmeza

na marca dos caracteres e na técnica narrativa.


da Era realmente la-

mentável
os Contos de Maupassant não tivessem
que sido até hoje

traduzidos
em Pois a Livraria do Globo,
português. de Pôrto Alegre,

acaba de a lacuna, editando num volume de cêrca


preencher de
qua-

trocentas
bem feita seleção dessas narrativas tão humanas
páginas e

dramáticas.'

O trabalho da escolha não muito


seria fácil, Maupassant
pois

escreveu
trezentos contos, todos igualmente interessantes.
quasi Mas

na referida seleção figuram os mais conquistaram


que o favor
pú-

blico, critério, sem dúvida, inteligente a realização de um livro


para

no
Não falta aí, exemplo, o admirável Boule
gênero. de Saif,
por
CULTURA POLÍTICA
190

em e indiscutivelmente,
novela editada separadamente português

uma obra
prima.
* * *

as edições brasileiras de Ê/e e Ela,


Merecem ainda rápida alusão

Abelardo Romero Vecchi);


de George Sand, traduzido (Edição
por

Saroyan, traduzida Alex Viany


Comédia Humana, de William por

do de Foldes,
Pan-Americana); e A rua Jolan
gato que pesca,
(Editora

Renascença de Lisboa,
traduzida Francisco Quintal (Livraria
por
"Livros

de Portugal0).
para

Thibaudet, em romance.
George Sand, como bem disse pensava

uma narradora mais espontânea, com


Dificilmente se encontrará

de todas as e
mais vivacidade e colorido, qualidades
participando

todos os defeitos do romantismo.*

das últimas descobertas da moderna


William Saroyan é uma

Não seria errôneo colocá-lo na família


literatura norte-americana.

contos, menos, revelam um


de Katherine Mansfield. Seus pro-
pelo

autora de Garden~Party. Mas com uma


cesso bem semelhante ao da

diferença: Saroyan manifesta a maior do


predileção pela gente povo.

Teve origens muito humildes, exercendo, durante algum tempo, as

funções de entregador de telegramas. Como Michael Gold, êle


pro-

cura ser instintivo e antiliterário, fazendo, entretanto, constante apelo

à Seus temas? Não se dizer lance mão de temas.


poesia. pode que

da vida, mais insignificante, basta


Qualquer passagem por para que

Saroyan a transforme num conto.

Coisa idêntica verificamos no seu romance hoje traduzido o


para

É um livro sem assunto, ou antes, com êste simples as-


português.

sunto: a vida de uma família da classe média, nos Es~


quotidiana

tados Unidos.

A rua do obteve o Internacional


gato que pesca grande prêmio

de Romance, em 1936. A autora é húngara e escolheu êste tema in-

teressante: a história de uma família de emigrados húngaros em Paris.

Mas o se destaca no romance e lhe dá o sabor é o cená-


que principal

rio de Paris e, em do velho Paris, tão cheio de uma


grande parte,

òs acontecimentos de hoje transformam em lembrança


poesia que

amarga. .

Poesia

Pierre Louys, escritor francês falecido em 1926, amigo de André

Gide na mocidade, deixou uma obra mas de excelente


pequena, qua*-

lidade. Apenas cinco ou seis livros. de


E é um dêles Chansons

Bilitis, ora aparece em sob o título O -Amor de Bilitis,


que português

numa tradução de Guilherme de Almeida, na Coleção Rubayat, da

Livraria Olímpio. Trata-se imitação de canções


José de uma
gregas,

feita com muita finura delicadeza. Não confiando no êxito da


e
MOVIMENTO
LITERÁRIO
191

obra, Picrre Louys chegou a dizer mesmo


se tratava de uma
que tra-

duçao, o levou
que certo critico
pretensioso e erudito a cometer
"Nós,
esta deliciosa
gaffe declarando:
lemos as Chansons
que de
Btlitis no original,
podemos constatar o
quanto está a tra-
perfeita
duçao do Sr. Pierre Louys . Êsse fato nos é relatado
Gomez
por
Carnlo numa em alude
pagina igualmente
que à dificuldade encon-

trada escritor francês,


pelo
quando pretendeu Ahodite,
publicar ro-

mance também de assunto


grego. Os editores achavam o livro bem
feito, mas comercial:
pouco o tema não interessaria
senão um
público
muito reduzido. Afrodite veio finalmente à luz, e a um artigo
graças
eiogioso de François
Coppee obteve
grande êxito. Coppée
passou,
assim, ter descoberto
por Pierre Louys, da mesma maneira
êste
que
iria mais tarde descobrir
Claude Farrère.

O Amor de Bilitis integra uma das mais belas coleções literárias

da Livraria
Olímpio.
Josç

A tradução foi feita numa cantante


prosa e colorida
pelo poeta
do Meu, digamos
que, de há muitos anos não
jpassagem, um
publica
livro de versos.

Eis aqui uma amostra das "O


Canções de Bilitis em
português,
"Quando
Juramento intitula-se
o
pequeno poema: a água do rio re-
montar aos
pincaros cobertos de neve;
se semear a
quando cevada e o
ngo nos sulcos movediços do mar;
quando os
pinheiros nascerem dos
lagos e os nenufares
dos rochedos;
quando o sol ficar negro,
quando
a lua cair sobre a relva; então, mas somente
então, buscarei outra
mulher e te esquecerei, Bilitis, alma de minha vida, coração do meu
coraçao. Ela o disse, êle o disse! me importa
Que o resto do mundo?

Unde estas, insensata felicidade


te comparas
que à minha felicidade?"

Vulgarização
cultural

Dois magníficos livros de vulgarização


cultural
publicados em
agosto ultimo foram: O Romance da Medicina, de Logan Clendeninq.

traduçao
do Almir
professor de Andrade, e O Romance da Química,

de A. Cressy Morrisson, tradução de Aquiles Seara de Oliveira.

A obra de Logan Clendening,


professor da Universidade de

Kansas,
nos Estados Unidos, é talvez a história
primeira da medicina

que aparece em nosso idioma. O essencial do


propósito autor foi

seduzir
o leigo,
público e isso lançou mão
para de um expediente au~

dacioso,
do se saiu
qual aliás muito bem: expor em forma de ficção

vários capítulos
do livro. Num assunto tão sério como a evolução

da ciência médica,
p correria o risco de degenerar
processo em levian-

dade. Mas isso não se deu, autor não se afastou dos


porque p textos,

ou
quando se afastou, teve o cuidado de avisar o leitor. Dessa forma,

o livro nada do seu valor


perdeu cultural, tornando-se, outro lado,
por

mais atraente e acessível. E outra coisa ainda temos a acentuar: o


CULTURA POLÍTICA
102

e anotando o volume e as
Andrade, traduzindo
de Almir dc
trabalho

ornam o texto.
cem ilustrações
que

da notável come-
foi escrito a
O da Química propósito
Romance

da indústria nos
centenário do início química
moração do terceiro

Estados Unidos.

"O
— o Artur W.
do livro diz
escopo prefaciador,
principal

da Universidade de Co-
do Departamento de Química
Hixson, chefe

de sua completa depen-


— despertar no leigo a compreensão
lúmbia é

somente as necessidades e
indústrias não para
dência das químicas,

existência • Não
também sua
da vida, como própria
confortos para

assume em nossos
importância a ciência
se negar a que química
pode

a base de toda a nossa civilização


com a física ela constitue
dias,
pois

em o assunto é exposto
o interesse deste livro,
técnica. Donde que

de um relato sucinto das rea-


Trata-se
com uma arte extraordinária.

Artur W. Hixson.
como criador acrescenta
lizações do homem

a literatura da
Não ser uma contribuição para
profunda
pretende

se der ao trabalho de
teórica ou aplicada. Entretanto,
quem
química

interessante e ampliar os conheci-


encontrar muito de
lê-lo há-de

Ficará o leitor compreendendo


mentos sobre coisas
gerais práticas.

ciência aplicada na ele-


melhor o desempenhado química
papel pela

um nível mais alto do o desfrutado


vação do de vida que
padrão para

por qualquer geração passada.

? * *

¦9

obra de vulgarização bem apreciável é a Filosofia de Wil-


Outra

fragmentos da obra do maior filósofo norte-americano,


liam
James,

selecionados, sistematizados Antônio Ruas*


por

Eis um trabalho bem meritório êsse de apresentar assim frag-

mentações sistematizadas de obras filosóficas. O tempo, in-


grandes

felizmente, não nos ler tudo. Quem senão os especialistas


permite

mergulhar, hoje, nos livros maciços, onde Kant, Spinoza, Spen-


poderá

cer, nos expõem suas teorias?

E como a ânsia de cultura é muito nada mais oportuno


grande,

satisfazê-la do as antologias, as sínteses, bem orga-


para que quando

nizadas. É o realiza o livro em Biblio-


apresentado na
que questão,

teca do Espírito Moderno, da Cia. Editora Nacional. Fica-se aí co-

nhecendo o essencial, o o indivíduo de cultura


que deve conhecer
geral

do fragmatismo de William
James.

Edições em
francês

Editados em francês Americ-Edit tivemos no mês último os


pela

seguintes volumes: Histoive de la Litterature Française, de Albert Thi-

baudet; Raboliot, dc Maurice Genevoix; La Maison de


de Dansesf

Paul Reboux, e Histoire de VÊglise, de Paul Lesourd.


MOVIMENTO LITERÁRIO
193

Evidentemente, a Americ-Edit está exercendo uma bela atividade

entre nós, embora nem sempre escolha os melhores romances franceses

apresentar ao
para brasileiro.
público

Freqüentemente,
ela nos dá um Mareei Prevost, uma Gerald

d Houville ou um Paul Reboux.


Que lucramos com um romance

como Lã Maxson Danses?


de Reboux é um romancista
de
quarta.
categoria e vulgarizador de segunda ordem. O mesmo não se
pode
dizer de Maurice Genevoix, não figurando
que, no
primeiro plano,

certa originalidade com


possue seus romances
campesinos-
Raboliot,

no se retrata a figura
qual original de um caçador, não deixa de ter

interêsse
o leitor brasileiro, tendo
para a recomendá-lo o fato de haver

conquistado o Prêmio Goncourt. E dizer da Histoire


que de la Litte-

raturc Française, de Thibaudet? Ótima escolha, sem dúvida Foi

êsse livro, aparecido em 1936, em edição Stock


(Paris), vulga-
que
rizou o nome de Thibaudet entre os nossos intelectuais.
Antes, nin-

falava no autor
guém de La Campagne avec Thucydide,
um dos livros

mais curiosos e meditados


se
que publicaram sôbre a de 914.
guerra
Hoje, não
já há não cite Thibaudet,
quem como ninguém
pode passar
sem citar Gide. Mas, enfim, isso não é motivo
para louvemos
que
menos o aparecimento da Histoire de la Litterature Française. Thi-

baudet e Gide são escritores


de fama,
que, qualquer hão-de escapar

a banalidade.
E convém assinalar, a
propósito, o seguinte: as cita-

çoes no caso não indicam influências.


Citam-se muito entre nós

ultimamente, os dois escritores franceses, mas ninguém se revela no

processo, no estilo ou no influenciado


pensamento êles.
por O
que
ser um bem, embora
pode nos leve a supor igualmente
tais escri-
que
tores têm sido muito lidos e
pouco assimilados ou muito citados e

lidos.
pouco

A Histoire de lÉghse, de Paul Lesourd,


prefaciada monse-
por
nhor tíaudrillart, "suas
é uma bem feita síntese da vida da Igreja,

lutas e suas
seus sofrimentos
glórias, e seus triunfos". Outra obra
que
estava faltando, e digna de ser divulgada, também, numa tradução

brasileira.

O leremos em
que breve

O último romance
de Lins do Rego
Jose aparecerá dentro de

poucas semanas nas edições da Livraria


Olímpio.
José

Intitula-se Fõgo Morto,


como os outros livros
girando, do conhe-

cido escritor,
em tôrno de assunto bem brasileiro.

Da mesma editora leremos também, dentro em breve, Marco

Zero, o^ romance em Osvald


que de Andrade trabalhou muitos anoe

e deverá ser -definitiva;


a sua obra o importante ensaio dc Man-
João

sôbre o
gabeira Rui, Estadista da República Brasilei-
(Documentos

ros),
a mais
profunda análise até hoje feita, certamente, da obra e

da
personalidade de Rui Barbosa; Olinda
(Documentos Brasileiros)
"pendam"
de Gilberto Freire, livro virá fazer
que a Recife, como o

111.728
r. 13
CULTURA POLÍTICA
194

histórico e sentimental de cidade brasileira, 2.*


segundo
guia prático,

inéditas de Luís O Livro de tra-


edição, com ilustrações Jardim; Job,

Tibério História de um ressentimento,


duzido Lúcio Cardoso;
por

caluniado imperador romano, da


biografia interpretativa do
notável

traduzida Brito Broca; O Roteiro


autoria de Gregório Maranon, por

estudos do tenente-coronel Lísias


Tocantins, livro de viagens e
do

Beveridge, texto integral, segundo a edição


Rodrigues; e o Plano

Govêrno Britânico, traduzido escrupulosamente pelo


oficial do pro-

fessor Almir de Andrade.

A Livraria do Globo, de Pôrto Alegre, Contos de


promete-nos

de Charles e Mary Lamb, cêrca de vinte narrativas ex-


Shskespeare.

das de Shakespeare. Trabalho destinado especialmente


traidas
peças

adolescência, há de fantástico e maravilhoso nessas his-


à
pelo que

cuja leitura encantará a todos. Também a mesma edição


tórias, mas

nos dará em dois volumes, de formato todo o famoso


grossos grande,

romance cíclico de Roger Martin du Gard, Les Thibault, tanto


que

rumor fez na Europa, como um depoimento sôbre a fa~


psicológico

mília e o ambiente social francês contemporâneo. E é ainda a Li-

vraria do Globo nos anuncia esta inicativa monumental: as edi-


que

das obras completas de Balzac e Flaubert, em novas e excelen-


ções

tes traduções.

Trcs
1 vros de interesse sôbre a atualidade européia
grande

nos serão apresentados Cia. Editora Nacional: Um mundo só,


pela

de Wendell Wilkie, tradução de Monteiro Lobato; A Itália den~


por

tro> de Richard Massockh, tradução de Carlos Lacerda; e A Alemanha

dentro, de Louis Lochner, o chefiou os serviços da


por jornalista que

Associated Press, em Berlim, durante muitos anos. Três depoimen-


.

tos sensacionais.

* * *

O Brasil imagem, notável trabalho do conhecido caricatu-


pela

rista Álvaro Martins acaba de sair, é uma sucessão de


(Scth) que

sôbre a terra e a brasileiras.


quadres gente

Os desenhos, feitos a bico de fixam os aspectos


pena, principais

da vida nacional.

Ed tado caprichosamente Indústria do Livro Ltda. forma


pela

um volumoso álbum, cuja recebeu oportuno do


publicação o estímulo

Departamento de Imprensa e Propaganda.


Folclore

Novos celestes e livros


patronos

ricos
parafolclô

BAS1L10 DE MAGALHÃES

Do Instituto Histórico c Geográfico

Brasileiro.

HIPALO nos mea- tuguês, D.


quem, Henrique-o-Navegador

dos do século I da nossa


(1394-1460), consagrar
que, para
FOI
era de Cláudio, tôda
(reinado a sua existência objetiva à

41-54), descobriu as monções, missão histórica de


grande sua

mediante cujo conhecimento tanto


pequena entregou virgem
pátria,

sc facilitaram as comunicações à
da terra os seus mais
(segundo au-

Europa com o extremo-oriente, torizados biógrafos) o corpo


que

de la Gravière, lhe abrigara o


que Jurien em um espí-
predestinado

dos seus melhores livros rito, dinâmico e clarividente.


ma-
(La

fine des Ptolomées et la marine


Nenhum dêles, entretanto, me-

des romains), lamentou não hou-


"tão receu os três
(notando-se que
vesse a antigüidade,
pródiga
primeiros a religiões
pertenceram
de seu mármore e de seu bron-

ante-cristãs) o incom-
ze", privilégio
erguido um monumento ao

da canonização, de sorte
inaugurador da parável
navega-
grande

São conhecidos o atual sumo-pontífice, Pio


ção. os feitos de que

Nearco, XII, instado alguns notáveis


legítimo da ta- por
produto

lassocracia cretense católicos, entregues aos


e se en-
que perigos

ao serviço de Alexandre- a hidrosfera apresenta


gajou que cons-

Magno, e de Hannôn, tantemente tanto


realizador aos barcos de

do às
primeiro da África. paz, belonaves, esco-
périplo quanto

Mais tarde, não falando lheu há


nos re- notícia chegou-
pouco (a

veladores de novos nos em meio


continentes e dos telegramas desta

novos oceanos
(Colombo, Gama, segunda Grande-Guerra),
para

Cabral, Magalhães e outros), foi dos marinheiros, a


patrono São

um dos mais. insignes impulsiona- Francisco-de-Paula.


Êste filho da

dores do da humani- Calábria


progresso é contem-
(1416-1507)

dade aquêle infante


glorioso dos dois ciclos das
por- porâneo
gran-
196 CULTURA POLÍTICA

navegações; mas, conforme Singular é o sertanejo esco-


dcs que

dom Baudot Baudot lhe certo santo seu nume tu-


(dom (Dicti~ para

onnaire d'hagiographie), telar, mas, como ainda du-


passou que

terra no con- vidando do do mesmo, não


em poder
(principalmenté

vento de Plessis-les-Tours) a sua hesita em buscar-lhe ajudantes.

vida milagrosa, até ao trânsito E* o caso, exemplo, dos mar-»


por

a mansão celeste. Algum ruás indomesticados, cuja


para para

motivo seguramente houve os vaqueiros invocam a São


para pega

o referido sucessor de São Marcos, alegando, na oração feita


que

Pedro designasse aquêle leigo ao mesmo vem integral-


(a qual

franciscano de mente às 82-83 do citado


para patrocinador págs.

em busca de de volume de Getúlio César), êle


quantos, pão, que
"foi

aventuras e de honras, se arris- ao da serra buscá os touro


cam às do mar. brabo, e os trouxe, manso e


procelas pací-

fico, atrás de si", e, depois,


por

Getúlio César, em Crendices


meio de
quatro padres-nossos,

do Nordeste 33, 82-83 e


(págs. ave-marias e cre-
quatro quatro
-92),
91 armazenou considerável
dos, rogam a São Cipriano, São

material êsse esgalho da


para Bernardo, São Silvestre e Santo

"mandem
nossa demopsicologia. Conta êle
Inácio São Marcos dar
"para

o inverno che-
que, que as forças a oração
que pede".

os nossos sertanejos, habi-


gue", é também o
Ora, São Cipriano

tantes da região flagelada, entoam


orago dos feiticeiros, assim como
"Bendito

o da sêca" e fazem
pro- São Silvestre os mortais
protege

messas, de ordinário, a São Se-


contra as mordeduras de cães hi-

bastião, Santo Antônio, Nossa


drófobos e Santo Inácio contra

Senhora da Conceição e São


José, os males do coração. Os sim-

donde se infere os nossos


que pa- bolos dos evangelistas são o anjo,

trícios confundem na alma ingê-


a águia, o leão e o touro, sendo

nua diversos confia-


patrocínios
êste último o de São Lucas; mas

dos a celícolas, São


porquanto
os nossos nordestinos deram
pre-
Sebastião é advogado especial
ferência a São Marcos, de certo
contra a São
peste, é o orago
José
ser o leão o máximo repre-
por
dos carpinteiros e Santo Antônio

sentante da animal.
pujança
tem o ministério
grato de casa-

menteiro das moças Parece os nossos


ou de acha- tabaréus
que

dor das coisas ignoram a existência do Anjo-


perdidas.

Naqueles rincões, em sur- Custódio


que (anjo-da-guarda), pois

a intensa
giu pecuária do Brasil se defenderem
que, para de
qual-

colonial e onde até hoje é o va-> inimigo,


quer invocam o auxílio

o maior coeficiente
queiro das de Santa Catarina Santa
(será

produções folclóricas, nada mais Catarina de Sena, a serve de


que

natural
o aparecimento interventora
que de contra a varíola?),

rezas de criação
popular, desti- a na respectiva oração
quem,

nadas a facilitar-lhe
a ocupação
(pág. 84 da citada obra Ge-
de

de cada dia e na a sua in-


qual túlio César), atribuem façanha
a

"com
tegridade física e a vida de,
própria sozinha, apenas três
pa-
andam constantemente
ameaçadas. lavras de razão", haver amansado
LIVROS PARAFOLCLÓRICOS 197

e abrandado a três mil homens, a cargo dos fer-


grelha), passou

todos bravos como o leão. Toda- reiros, tendo sido também exal-

via, empregam êles, conforme o tado à categoria de advogado

testemunho do referido escritor contra a na terra de


gota-coral,

85-86), uma oração ainda Afonso Henriques. No Brasil,


(págs. con-

mais eficaz, associam tudo,


porquanto e no Nor-
particularmente

São o é também dos deste, é invocado


Jorge (que a outros aspec-

militares) e São Silvestre tos. Assim,


(que, consoante o relator

exercer os seus de Getúlio


para portentos, César, os
janga-

conta com a coadjuvação de sete deiros norte-rio-grandenses da


po-

anjos). E' tão interessante essa voação onde se descobriu, em

reza, vamos transcrever-lhe 1640,


que a salina brasileira
primeira

o final ver bis et literis):


(ipsis (Moçoró), a calmaria
"Valei-me, quando

alma de São lhes


Jorge, impede a navegação, lançam

hoje, neste dia, eu não seja


que às águas algumas moedas, ao

nem atado, nem cum meus


prêso, mesmo tempo impetram de
que

inimigo encontrado. São Silives-


São Lourenço mande o vento en-

te, vós me acompanhai com seus funar-lhes as velas dos barcos.

anjo todos sete, livrai-me de cão


tivemos ensejo de dizer
Já que

raivoso e dos home assoberboso e


a fecunda imaginação da
gente
dos raio de vida, amém. Corpo
ibérica, da descendemos,
qual
morto, lados abertos, cum sângue
çriou uma singular encarregada

de meu sinhô Cristo estou


Jesús
de realizar, lá das alturas do em-

cuberto, com o bafo do Minino


maravilhas fora do alcance
píreo,
estou abafado, com o leite
Jesús
dos demais seres humanos cano-

da Santa Virge estou barrufado,


nizados, e, mesmo, rece-
porisso
eu não seja morto "ad-
que e nem
beu ela a denominação de

afrontado, e nem meu sangue der-


vogada dos impossíveis". Mais

ramado, debaixo do santo manto


ainda: depois da Mãe de Deus,

da Santa Virge vou eu


guardado.
só ela do de um
goza privilégio
Amém".

objeto material lhe serem


para
Para a cura de feridas, nada

endereçadas litanias e
preces, pois
mais curial do recorrerem os "rosário
que
há, ao lado do de
que
nossos sertanejos a São Lázaro, "rosário

Nossa Senhora", o de
ao vezes associam
qual por outro

Santa Rita". No nordeste brasi-


especialista em tais milagres, São

leiro, consoante a narração de


Roque. Na cidade de
piauiense

Getúlio César 91-92),


Amarração, (págs.
assistiu Getúlio César

faz-se à advogada dos impossí-


cit., 90-91) a um es-
(ob. págs.

veis um verdadeiro responso, as-


tranho banquete, oferecido aos ca-

sim exposto sobredito escri-


chorros certa pelo
senhora da alu-»
por "As

tor: senhoras,
dida localidade, em cumprimento quando que-

rem ter uma resposta segura


de ficar para
promessa livre
que, para

algum casamento em
de uma chaga a atormen- perspectiva
que

tava, fizera ou demorado, ou dese-


àqueles dois habitan- quando

tes da côrte celestial. saber noticias de alguém


jam que

São Lourenço, motivo do longe está, lançam mão re-


por do

seu martírio numa curso fácil e o rosário


(foi queimado positivo:
198 CULTURA POLÍTICA

de Santa Rita. E, assim, nas noi- muito sofreu do marido, a


quem

tes escolhidas, de ordinário de acabou vencendo doçura,


pela ga-

luar, há muita nhando-lhe até a alma Deus;


porquê gente pas~ para

seando ruas, saem elas em viúva, após 18 anos de casada,


pelas

silenciosos, rezando em um ainda viu a morte arrebatar-lhe os


grupos
"rosário

rosário". E' o de Santa dois filhos, a consolavam en~


que

Rita". Entoam-lhe a oração, finda tão ; sentindo renascer em seu es~

a esperam o resultado, a
qual pela pírito propensão que, quando
"Uma

forma seguinte: solteira, manifestara vida re*


palavra pela

dita alguém ligiosa,


qualquer, por que no convento das
professou

e tenha uma ligeira co-


passa que agostinhas de Cássia, onde,
por

nexão com o assunto da


pergunta motivo da sua ininterrupta aus<-

feita, será, como atrás dissemos, a teridade, foi acometida de


penosa

resposta trazer tristeza


que pode doença, lhe apressou a su~
que

ou alegria, mas será recolhi-


que bida a eterna. Foi-lhe
para glória

da, como se fôsse uma mensagem consagrada uma flor


(o gladíolo,

celeste".
da família das iridáceas), vulgar-

"Palma-de-Santa*

mente chamada
Em vez da oração em em
prosa,
Rita". Biografou-a um agostinia~
uso no nordeste do nosso e
país
no seu compatriota, o
mencionada padre-mestre
Getúlio César,
por
Lorenzo Tardi, cuja Vida da be~
vamos consignar abaixo a vari-

ata Rita de Cássia, da ordem ere-


ante mineira, é em versos:
que

mítica de Santo Agostinho — Di-

"Santa
vidida em três no século,
Rita dos impossíveis, partes,

de muito estimada, no claustro e


Jesus na foi vertida
glória

sede minha
protetora, do italiano o
para português por
aêde minha advogada. "Um

católico brasileiro"
(Rio,

Valei-me 1897), isto é,


pelas coroas, es*
pelo primoroso

com fostes coroada:


que tilista se chamou
que Carlos de

a de solteira,
primeira
Laet.
a segunda de casada,

a terceira de
professa,

de divindade tocada.

A talentosa senhorinha Stella

Valei-me, Santa Rita Leonardos da Silva Lima acaba


do meu amor, de

pelas cinco chagas de Nosso Senhor!" mais um trabalho, em


publicar
que

nada desmerece dos dois anterio~

Tanto em
pela prosa, res. O seu interessante
quanto dra*
poema

rimada, vê-se
pela o nosso mático Marabá,
que consagrado ao

não desconhece
povo a história da de Gonçalves Dias, traz
gênio

italiana, cujo nome foi anotações,


primeiro na das
primeira quais
Margarida
(de Margarita
proveio 135) citou cia o meu no-
(à pág.

o hipocarístico
Rita), beatificada me, a do significado da
propósito

Urbano VIII
por e canonizada voz túpica lhe entitula a nova
que

Leão XIII.
por Nascida em Cás~ rimada. Pelas colunas
produção
"Cultura
sia
(localidade da Umbría) em de Política", se me en^

1381, ali faleceu,
numa cela con- sejou emitir opinião sobre a dita

ventual, a 22 de maio de 1456. composta, a


palavra para qual
Desposada
um brutamontes,
por não me foi aceitar o sen*
possível
LIVROS PARAFOLCLÓRICOS 199

lhe atribuiu o douto mes- — —


tido Alexandre Passos
que que,

tre Teodoro Sampaio. E devo segundo me consta, é médico, a!ém

consignar aqui Mário Melo


que de técnico em assuntos
pedagó-

me honrou com as mais lisonjei-



ofereceu-me três opús-
gicos,

ras expressões, um
quando, por culos, li com assinalado
que pro-

dos do Recife de 26
jornais (n.
veito e a dois dos vou fazer
quais
de maio do corrente ano), fez re-
aqui mais referên-
particularizada
ferência à minha interpretação do

cia. São estes os intitulados Letras

caso totêmico, de resultava


que
baianas e A nova inte-
geração
entre os nossos tupis, andrófagos,

lectual da Baia, não o


passando
não antropófagos, a ma-
porém
segundo de aditamento ao
pri-
rabá cantada Gonçalves Dias.
por
meiro. Afora a visão de conjunto,
Lamento ter dizer o ex-
que que

encerram
que proporcionam, juí-
celso indianista, além de tentar

zes e episódios, de ma-


introduzir que põem
em nossa mitografia

nifesto a capacidade crítica e a


duendes norte-americanos
(ma-

erudição do autor. Dá este notícia


nitôs), ainda se tornou responsá-

do baiano, assim como


periodismo
vel três vocábulos mais ou
por

das Academias e Alas sur-


menos que
corrompidos do nheengatá:

e resplendem na terra de
tupá, em vez de tupã; em giram
piaga,

Castro Alves. Foi haver re-


lugar pena
de e inúbia,
pajé; profunda

sumido demais os seus dois tra-


adulteração de mimbi. Visando

balhos, ao de não citar as


ponto
sempre à exahação dos máximos

obras dos escritores


principais que
episódios e das figuras
grandes

mencionou. Por exemplo, eu


inspi- gos-
da nossa a e
pátria, gentil

taria de ver, no adiante


primeiro,
rada tem outro
jovem já preparado

do nome de Raul Alves, o curioso


volume, destinado a cantar a

"Tróia-Negra",
livro O Canastra, mal impresso e
saüdada outrora,

com uma destestável ilustração na


em vibrantes versos hiperbólicos,

"poeta
capa, mas é uma
que preciosa
incomparável da abo-
pelo
«• mt ti as tradi-
fonte de informes sôbre
lição .

e costumes das
ções populares

Sebastião Almeida Oliveira,


margens do São-Francisco. Estou

nos lazeres de seu cargo,


que, de acordo com o Dr. Ale-
pleno

exercido em Tanabí, anda sempre valor


xandre Passos ao
quanto

às voltas com a nossa demopsico- dos bons romances de


Juvêncio

logia, acaba de mandar-me novos da Silva Campos Gororoba e


(O

Paracuera), irmão de meu ines-


escritos, tirados em separata, e

amigo da Silva
quecível João
dos espero aproveitar-me em
quais

Campos, a devo haver es-


quem
alguns dos meus artigos
próximos
"Cultura crito o de O no
prefácio folclore
Política": Folclore,
para
Brasil, e ainda ao injusto
quanto

Religião e Tradição
folclore, que olvido em caiu a Maria Dusá
que

se extingue e Missivas de
quadras de Lindolfo Rocha, mim d-
por

de amor, datados de abril a


julho tada como uma das melhores no-

do corrente ano. Aqui lhe ficam velas brasieliras, em meu estudo

os meus agradecimentos sôbre Bernardo Guimarães. Cau-


pela gen-

tileza.
sou-me estranheza não haver en-
200 CULTURA POLÍTICA

cm nenhum dos dois en- às 12-13 de A nova


contrado págs. geca~

saios do Dr. Alexandre Passos o intelectual da Baia, Dr.


ção pelo

nome de um dos mais admiráveis Alexandre Passos, com as


que,

romancistas baianos, cujo traba- evidenciadas, de


qualidades, já

lho, deploro não bom manejador do vernáculo c


que possuir, pude

conhecer à amabilidade de de apreciável senso cri-


graças possuidor

Homero Pires. Trata-se de tico, devia dotar as letras


João pátrias

Gumes, velho sertanejo, com um trabalho de maior fôlego


jornalista

montou uma tipografia e edi- sôbre o mesmo assunto.


que palpitante

tou um semanário em Caitité, ali


De Fernando de Castro Pi-

também imprimindo Lima,


(quando já res de nome escrevo
que

andava casa dos oitenta


pela sempre com viva simpatia e since-

anos) o extraordinário Sampau-


ra admiração, acabo de receber

leito semelhança do
(à português mais um livro, impresso no corren-

enriquecido em nossa cha-


pátria, te ano, Ensaios, onde o erudito
"brasileiro"

mado retorna médico


quando e folclorista,
pertencente

à santa terrinha, o baiano, depois Instituto


ao de Coimbra, compagi-

de dinheiro nos cafezais


ganhar nou alguns dos seus mais
precio-

da região dos bandeirantes, é de- sos estudos. Por falta de espaço,


"sampauleiro",

nominado uma vez


limito-me a deixar expresso aqui o

de volta aos no
penates), qual, meu agradecimento à nova
genti-

seguindo o exemplo de Lindolfo


leza com me honrou
que o douto

Rocha, explorou o esplêndido ve-


escritor lusitano, deixando
para

eiro da chapada diamantina. Im-


um dos meus artigos a
próximos

tanto o referido vo-


pressionou-me confissão mais
particularizada e o

lume, o citei do alto da tri-


que aproveitamento do muito
que

buna da câmara dos deputados,


aprendi em Ensaios. Dos cinco

em 1927, ocasião do segundo


por capítulos finais, dois servem de

centenário da entrada do cafeeiro


sobeja do Dr.
prova o
quanto

em nosso A êsse tempo,


país. Pires Lima investiga carinhosa-

eram meus companheiros de tra-


mente, como cientista e como mi-

balhos o
parlamentares preclaro tógrafo, as tradições e os costu-

Virgílio de Lemos e seu irreve-


mes de Portugal, em correlação

rente, mas talentoso discípulo Al- muito fraternal com os costumes

buquerque Libório. Por ambos,


e as tradições da nossa
pátria:
"O
vim a saber do incidente
polemís- são os intituladas vinho e a
"O
tico, agora sucintamente narrado,
medicina", mar e o Brasil".
f

Música

"recortado" "moda"

O na
goiana

LUÍS HEITOR

"mo- "re-

mais velhas vagarosa e lírica, segue-se o

dinhas" brasileiras, como a cortado", vivo e humorístico.

Nas
do Maurício,
padre José
O esquema lento-vivo,
portan-

Melo Morais Filho


publicada por empregado não
to, apenas como

em seus Cantares Brasileiros, ou


aceleração da estrofe solista em

a intitulada Acasos são êstes,


que relação ao refrão coral, mas como

se encontra entre os Brasilianische


de uma composição aparen-
plano

Volkslieder un lndianische Me/o- às normas


tada da suite,
perma-

dien recolhidos Spix & Mar- nece uso, Bra-


por em no do
populário

tius, ao andamento lento ou mo- sil Central. No caso, o


primeiro
"coco"
derado da sucede
primeira parte do nordestino, temos a dis-

um allegro final, espécie de síreí- — — — V —


L V L L
posição

to, como o de certas árias italia- — V" — — V"' etc.


L No se-

"moda"
nas da época.
o da a
gundo, goiana,

— L"
disposição é: L L'—
Mário de Andrade estudou essa

"modinha" - - - -
L"' etc. V V' V"
forma da com mutação

V'" etc.
de tempo no magnífico
prefácio
"recortado"

às Modinhas Imperiais O acompanha a


êle re-
por
"moda"
"ela

colhidas, como o Saltarello a Pa-


e observa não
que

vana ou a Corrente a Allemanda,


é estranha ao nosso
jeito popu- "suites"

nas seiscentistas.
lar e ocorre nos cocos só cantados

onde a embolada solista muitas


Lassu e Friska nas Czardas, ou

vezes é mais rápida o refrão


que nome tenham tais em
que partes
"a
coral". Exemplo mais flagrante outras danças, o certo é
que

dêsse em dois movimentos, um mais


talvez mesmo, peça
processo,

sabe, sobrevivência lento, outro mais rápido, é comum


quem do
que

a muitos como observa


ocorria com a modinha colonial, povos",

"modas
Mário de Andrade.
observar nas de
podemos

"recortado"
viola" do Estado de Goiás, em O não faz
parte
"moda" "moda";

à dita, da é uma outra


que propriamente peça,
202 CULTURA POLÍTICA

e musicalmente diversa, Não caso com moça


poética magra,

a ela se em observân- Moça magra é


que junta, doentia.

cia a um tradicional entre Só caso com moça


preceito
gorda,

os cantadores da região. Moça é mais sadia»


Quando
gorda

a dupla de cantadores inicia a sua Se fôsse mim casar


pra
"re-
cantoria, tem combinado o Por êsses dez ou
já dias,
quinze
"mo-

cortado" cue fará seguir à Moça é eu


gorda que queria.

da"; e essa escolha re-


geralmente

Moça magra, moça


cai sôbre um, cujo texto gorda,
poético

Qualquer delas me servia.


servir de comentário ao as-
possa
"moda".
Não faço
sunto da de
Assim é questão pêso,
que
"moda"
Mesmo seja titia.
certa em se que
para can-
que

Se fôsse mim casar


tam saüdades de Goiás pra
velha, a

Por êsses dez ou 15


cidade tradicional dias,
tantos tive-
que

ram Moça rica é eu


de deixar, a capital que queria."
quando

se transladou a faceira
para e sur-

Podem os cantadores, em cer-


Goiânia, diz
gente a estrofe do
"recortado":
tas circunstâncias,
deixar de apor
"recortado" "moda
o à de viola";

"Goiânia
mas isso ocorre muito raramente.
e Goiás

Mais excepcional, ainda, é o


iodas caso
elas têm sua "recortado"
grandeza:
de uni
em forma de
Goiânia com seu
progresso,
ABC, da autoria de Adolfo Ma-
Goiás com sua riqueza;

riano, célebre bardo daquelas


Goiânia feita Pedro, pa-
por
ragens, cujos cantos tive for-
Goiás natureza." a
pela

tuna de recolher em fo-


gravações

nográficas
a Escola Nacional
para
É certo algumas vezes,
que ao
de Música. Nessa
cujas es-
inventar peça,
uma nova moda"» o can-
trofes começam
"recortado" ordenadamente
tador
prepara espe-
letras formam
pelas o abece-
que
ciai ela. Há mais
para correlação,
dário acordo
(de com
processo
assim, entre as duas De constitutivo
partes. muito caro à
"moda" poesia
qualquer forma,
porém, o cantador
popular), conta a his-

e recortado"
se opõem ritmo tória
pelo da sua vida.

musical
e conteúdo
pelo
poético;
Pela sua extensão,
e seu
o recortado pelo
pois além
, de vivo, "recorta-
caráter narrativo, êsse
é
jovial, espirituoso.
Observe-se
do não se destina
este a completar o
recortado
à moda chamada
canto da moda". Êle sozinho for-
Maria:

ma um todo; é uma
completa;
peça

o determina
que o seu caráter de
Não caso com moça
gorda, recortado
é o tom dos
Santo pilhérico
Deus,
Ave-Maria!
versos
e o ritmo alerta do canto*
Só caso com moça "recortado"
magra
Normalmente
o tem
Que na bóia me alivia.
pouca extensão; às vezes uma es-
Se fôsse
mim casar
pra
trofe basta; mesmo uma estrofe
Por êsses 10 ou 15 dias.
de menos versos do as sexti-
Moça que
magra é eu "moda".
que lhas
queria. habituais
da
de Catira no Estado de Cioiaz
Adolfo Mariano, célebre violeiro e dansador

(Cultura Política)
"RECORTADO" 203
O

Musicalmente convém observar instrumentais e a arbitrariedade

a oposição entre o ritmo


que da com os violeiros entoam os
"moda" que
"recortado"

e o do não é seus versos. No recortado o can-

tanto de andamento como de ca- to se integra no movimento deter-


"moda",

ráter. A como referi minado acompanhamento


já das
pelo

último número de
(no Cultura violas. Êssc movimento é
"A geral-
"a
Política, artigo sôbre moda de mente moderado; mas sempre

viola no Brasil Central"), movi- tempo


\ alerta, binário, semelhan-
"baião",
menta-se dentro de uma
te ao isto intermédio
grande é, o
"tempo";

imprecisão -de
é total- instrumental das cantorias nor-

mente impossível registrar, com destinas.

figuras musicais, a maneira de


O recortado" não é apenas

cantar muito livre, sempre fora


um canto: é um canto dan-
para
do nosso conceito de compasso,
çar e é uma dança, usada em todo

empregada violeiros
pelos goia- o Brasil Central.
Quando estu-
nos. Para representá-la seria
pre- darmos a Cativa veremos
goiana,
ciso recorrer "recortado"
a freqüentes
sinais
o é a sua fase
que fi-
de suspensão, abastrair as barras
na!, comportando coreografia di-
de divisão e utilizar inumeráveis
ferente. Tanto na dança como na
indicações de aceleração ou retar-
música, tradição
a
pois,
goiana
damento.
manda subordinar esse de
"O gênero
"moda"
recortado" apresenta, ritmos mais vivos
se é à ini-

certo, em andamento ciai,


um dá origem à
pouco que primeira
"moda";
mais vivo do a mas da dança-
que parte

o "re-
o distingue,
que principalmente, O sertanejo usa o verbo

é nele o canto
que se submete ao cortar" exprimir a execução
para
"recortado".
tempo" Não há,
justo. como na do Ouvi dizer, mui-
"moda",
^
"Agora
desequilíbrio entre o rit- tas vezes: vamos recor-
"ponteios"
"Recorta"
mo musical
dos
preciso tar" ou conpanheiro!".
e costumes regionais
Quadros

Caderno de viagens

MARQUES REBELO

NAVIO LARGOU o mar casimira cinzenta e com um cigar-

azul e entrou canal rinho


pelo Continental
queimando por
O

azul ziguezagueando na si no vermelho da bôca


polpuda.

manhã deslumbrante. Um sol ra- O marido é esquisito —


porém
"Você

dioso iluminava as ilhas é muito


pequenas antipático com

verdes, estendia-se estas coisas, E como


pela praia João!" dona

comprida, ouro em cada Odaléia


pondo Flores afinal respeita o

fachada dos bangalôs. E à esquer- homem aceitou, há dez anos


que

da alteava-se o convento da Pe- como seu legítimo


passados, espô-

nha, velho, duma velhice colonial so, contenta-se com uns óculos

e austera, sempre nova no meio uns barulhentos


pretos, tamancos

das eriçadas.
pedras Ao sopé o de e uma
praia suéter de
jersei

se vê é uma cidade —
que encantada e ela sabe —
que em bas-
põe


a Vila
pequena Velha, onde tante evidência as bem apreciá-

nasceu a cidade os índios ata- veis linhas


que do seu busto.

cavam —
o sol tira da tai-
porque O convento e a Vila Velha fo-

da cal, da areia,
par das casinhas
ram fotografados.

kumildes, brilhos, fogos, faíscas,

Parece
saiu bem.
que
de ouro, fulgores
jorros de
pedra-


rias, como Certamente, dona
de um tesouro Odaléia.
aberto.

Dona Odaléia Dona Odaléia


Flores se não tem muita
chega

com a sua codaque confiança na sua


caixão. habilidade foto-
Dona

Odaléia Flores, e o
há vinte gráfica, marido é o
e oito pessimismo

anos moradora em figura de


na rua Uruguai, gente:

aproveitou
uma comissão do ma- Muita luz, vai sair tudo

rido, funcionário
do Fomento preto.

Agrícola,
para descobrir e foto- É isso mesmo muita luz! E

o norte do
grafar Brasil. O ideal cortando água e luz, o navio es-

seria fazê-lo trajando


calças de
premeu-se entre o Penedo, obra
CADERNO DE VIAGENS 205

de Deus, e o clube Saldanha da O acontecimento ^ião era vul-

Gama, obra não sei de Só se dava à noite, em deter-


quem gar.

de maios; de minadas noites


pintalgado peitos particularmente

nus, de músculos em remadas escuras, são as dos


que prediletas

campeãs, de barquinhos leves des- fantasmas. Na cidade, somente

lizando na água serena. E a cida-


uns três ou sujeitos
quatro privi-

de apareceu, dentro da baía,


pe- legiados tinham sofrido o susto de

e escorregando da
quena gentil, o tão espantoso
presenciar salto

montanha o mar, como se


para ofídico, e valera-os no transe uma

fôsse levada uma enxurrada,


por certa oração a Nossa
providencial

com a magra metálica ao


ponte Senhora Boa
da Morte,
que ja-
fundo ligando ilha e continente.
mais abandona os
pecadores.

Dona Odaléia Flores Bem, está visto isto


assestou não foi
que

mais uma vez a sua codaque: ontem nem anteontem, foi há

muito tempo, as ruas


quando de
Parece um não é?
presépio,
Barbacena ainda não tinham luz.

* * * Talvez a serpente tenha morrido,

como morreram os
privilegiados

A velha igreja da Boa Morte — sujeitos assistiram às suas


que

Nossa Senhora da Boa Morte, acrobacias. Mas, sempre,


para a

minha —
tem fachada tôrre ficou sem
padroeira sino.

de cantaria, duas torres redondas


O relógio de sol não funciona, e

acabam agudas, ferindo o céu.


que não é falta —
de sol é os
por que

Dizem o seu risco é outro mi-


que moleques levaram-lhe o
ponteiro.

lagre do Aleijadinho. Não sei,


Como um sem água, fica no
poço

nunca me interessou saber, outros


adro, mas categoricamente não

o saberão naturalmente, mas na


existe adro, ou melhor, existe uma

verdade é linda. %
convenção de adro, certa descida

de terra, a descida do ou-


Uma tôrre tem sino e a outra próprio

teiro, riachos da
não tem. Há lendas a respeito. gretada pelos

chuva, como o rosto das velhas


Não se sino na tôrre
punha (de

muito velhas. E a descida é mar-


fria escada de causa
pedra) por

de capim, um capim ralo


uma certa serpente morava geada por
que

antigamente os burros
nela, terrível serpente comeria que
que pasta-

vam, mas hoje não tem


um homem, dois homens, não sei ser-
que

ventia, fora o decorativo do verde,


homens, descomunal ser-
quantos

rodeia a igreja como o mais


enroscando o rabo na que
pente que,

tôrre, belo dos tapetes.


ia de um bote no espaço be-

ber água nos úmidos esbarranca- É linda a igreja, mas sua bele-

dos do Monte Mário, onde za é triste. Triste e solene, solene


pássa-

ros fazem ninhos e


pretos fica e Infunde respeito, enche
que passada.

a uns dois bons de os corações de um vago mistério,


quilômetros

distância»
de um vago temor do e da
passado
206 CULTURA POLÍTICA

morte. E trás da igreja, o ce~ da rua de


poí gos, que baixo,
gritos

mitério, e os altos, compactos ei- a algazarra dos meninos do


que

e as casuari- venham até vós,


prestes, gemedoras se os vos-
grupo

nas, derramam sôbre os tú~ sos ouvidos estão


que cheios de am-

mulos uma eternidade de sombra. eternas melodias, os ou-


pias, que

vos importará, ami- vidos na


Que terra nunca ouvirão?
gelados
Arte religiosa

Um de história sob as arcadas


pouco

do convento de Santo Antônio

DE LEMOINE

LARGO da Carioca, lá no a satisfação


pacífica surge das épo-
que

alto, num morro esquisito e feio, cas tormentosas, a cidade co-


jovem

NO meio em ruínas es- meçou a


paredões se estender fraldas do
pelas

capinzal marcam as morro, nas do Ó de


parsos pelo parando praias e

fronteiras do terreno sacro Manuel de Brito da Misericórdia,


que perten- (rua

ce a um convento desde o ano de 15 de Novembro e rua 1.° de


que praça

1607 domina a cidade. , E' o convento Março), avolumando-se em tôrno do

de Santo Antônio, a velha construção de Piassaba, hoje conhecido


porto pelo

franciscana de nos falam tantos nome de


que de Santa Luzia.
praia

historiadores.

Estávamos, em de
pois, princípios

Poucas foram as transformações efe- 1592 e assim se achava a bela cidade

tuadas naquele monumento religioso e do Rio de chegaram os


Janeiro quando

bem isso acresce o seu valor, sendo franciscanos.


por primeiros

portanto a satisfação daqueles


grande
Frei Antônio dos Mártires e Antô-
realmente entendem de tradição
que
tiio das Chagas foram os dois francis-
ao saber o Patrimônio Histórico
que
ciscanos aqui aportaram, trazendo
vela conservação de mais aquêle que
pela
na mente a idéia fixa de levantar um
documento de nossa história.

convento no Rio. Para isso tomaram

O convento de Santo Antônio, além todas as necessárias e


providências

de trazer, nas lages frias das celas sa- desprezando outros sítios, escolheram a

cerdotais, nomes de homens brilhantes, ermida de Santa Luzia, existente no



conta episódios da vida carioca, na sua do morro do Descanso, abaixo do ba-

tnais emocionante fase, ou so-


politica luarte da Sé de S. isto
(forte Januário),

ciai. Vejamos, retrocedendo ao é nas imediações da atual igreja


pois, de

tempo dos Sás, e desenrolar dos fatos. Santa Luzia, é


que, preciso se diga,
que

só foi construída depois do ano de 1752.

A cidade se expande

O têrmo da doação
primeira

A Sebastianópolis havia deixado a

sua indumentária e
guerreira primitiva No dia 28 de fevereiro do ano de

enterrada na Vila Velha abo-


(1) e se 1592 fez-se a escritura da doação,
que,
letara, sôfregamente, no morro do Des- no dizer
de Melo Morais, foi a mais
"exuberante"
canso. Calma e com
(2) pacatamente, tal a
generosidade com

(1) Antigo Morro Cara de Cão.

(2) Depois morro de S. e Castelo.


Januário
208 CULTURA POLÍTICA

foram acolhidos os filhos de São mento e clausura, lhe damos todo


que o

Francisco. Eis a doação : chão há, começando de uma


que Cruz,

"Salvador está antes da dita


que ermida, vindo
Corrêa de Sá, capitão e
caminho de baixo, com
pelo partindo
nesta cidade de São Sebas-
governador
os chãos de GONÇALO GONÇALVES
tião do Rio de e os officiaes da
Janeiro
e dahi irão correndo ao longo da cerca
camara desta cidade, este ano de
que
dos Padres da Campanhia até
(3) o
1592 servimos, etc... fazemos saber,
forte dito, está abaixo da
já que Sé,
aos esta carta de doação
que para
deixando à mão direita o caminho e rua
sempre virem e, o conhecimento delia,
e, do dito baluarte, irão cor-
publica
direito vindo a esta
por pertencer, que
rendo trato desta cidade,
pelo partindo
terra os muito Reverendos em Cristo
com elle banda de baixo até
pela os
Fr. ANTONIO DOS MARTYRES, e
chãos de ANNA BARBOSA e dahi,
Fr. ANTONIO DAS CHAGAS, seu
rumo direito ao mar, ficando sempre o
companheiro da Ordem dos Frades me-
caminho livre e serventia ao
nores do Seraphico para praia
Padre São Fran-
longo, e irá correndo até dar em o chão
cisco, Capuchos da Custodia de Santo
do dito Gonçalo Gonçalves,
Antonio do Brazil, pela parte
mandato de seu
por
do mar, e dahi irá correndo directa-
Prelado Fr. BELCHIOR DE SANTA
mente à Crrçz, donde começamos a de-
CATHARINA CUSTODIO, commissa-
marcação : é. assim mais lhe damos to-
rio da dita Custodia Reverendo
pelo
das as aguas; assim de como de
Padre Geral verem poços,
para o sitio de San-
fontes, no dito sitio houver,
que e as
to Antonio, lhes havia
que oferecido
dentro deste sitio tiverem
pessoas, que
para edificarem o seu Mosteiro e, não
chãos, não havendo isto bem,
por se
sendo conveniente isso
para aceitarem
satisfará, e de todas estas coisas lhe
outro nesta cidade, acomodado
que lhes
fazemos doação livremente, sem con-
parecesse, assim o seu recolhi-
para
dição, nem obrigação alguma, e ainda,
mento, como se aproveitar
para o
povo
e da maneira, lhes ter,
da sua doutrina que podem se-
e Divinos Officios : e,

gundo suas regras, e declarações dellas


mostrando-lhes nós o sitio de Santo
feitas summos
Antonio pelos pontífices, especi-
e outras
partes, que nesta ci-
almente NICOLAO III, e CLEMENTE
dade, ha, lhes
pareceu suficiente lugar
V. E os ditos religiosos não
a ermida de Santa porquanto
Luzia, sita abaixo
são capazes sua regra de
do baluarte da Sé desta por proprie-
cidade, o
para
dade e dominio de cousa alguma,
nós de como
qual consentimento do mui illus-
elles nos foi declarado,
tre Sr. BARTHOLOMEU por
SIMÕES queremos,

a tal e dominio
PEREIRA, administrador que propriedade, das
delia, com au-
taes coisas logo seja traspassada,
toridade nisso e de
que outorgou e assim dos
feito traspassamos em
mordomos o summo
e confrades da pon-
Confraria da
tifice e igreja romana. Esta
dita casa, carta man-
os
quaes juntos em casa do
damos, se cumpra, e
dito Sr. Administrador, que
disserão guarde para
que
sempre em todo, e todo,
elles erão contentes por como nela
de largar a dita
nós é declarado, e mandamos,
Confraria em todas por
as suas casa6 e que

seja registrada em o livro dos


bens nella registros,
que houvessem, aos ditos
onde sé registrão as semelhantes
religiosos, vivendo dadas,
elles em a dita casa

do em todo o tempo se
nosso motu para saber em
proprio, todos
junta-
como esta doação é feita
mente, cada nós.
um de si, com por
per todo o

direito,
jurisdição e acção com Dada
o em a cidade de São
que Sebastião

podemos fazer de hoje


para sempre, do Rio de nós assignada,
Janeiro, por e
damos e doamos aos sobreditos frades
sellada com o sello, entre
que nós serve,
menores da Sagrada Religião do Bema-
aos 28 dias do mez de Fevereiro.
venturado Padre S. Francisco, Capu-
Balthazar da Costa, escrivão
chos da da cama-
Custodia de Santo Antônio do

Brazil, ra a fez nosso mandado


para sua morada, a por : éra de
ermida

dita de Santa 1592,
Luzia, com toda Salvador Corrêa de Sá. '—O
a fa-

brica de edifício e mais casas e bens administrador Pedro —


da Costa. An-

da dita igreja annexos, obrigados, dré de Leão.


per- de Bastos.
João
iences : e assim mais seu
por recolhia Estevão de Araújo. Pedro Gui-

(3) Jesuitas.
209
DE SANTO ANTÔNIO
O CONVENTO

daquela vizinhança e de-


— se desgostou
^ Domingos Machado.
lherme.

isso resolveu abandonar a er-


— de Aguiar, vido a
Rangel. Gonçalo
Julião
Pc- mida em busca de outras
Teixeira. paragens.
rw Álvaro Fernandes

certo Vieira Fazenda,


B. Pires Talvez esteja
Gomes. Dias.
dro João

— o da Mise-
Ma- disse provedor
Manoel de Brito. quando que
Ferreira.

tendo necessidade de ampliar


A carta de doa- ricórdia,
noel de Torres. qual

havia solicitado a frei


sobreditos, a santa casa,
estava assignada
ção pelos

a sua ermida. Martim de Sá,


o sello do Sr. Capitão e Leonardo
e sellada com

e da Mise-
Salvador Corrêa de Sá; e então governador provedor
governador

sempre se distinguira sua


com o sello do ricórdia, pela
outrosim estava sellada

de açf.o expansiva, sendo


e com o sello desta necessidade
Sr. administrador,

também esta hipótese.


cidade, a carta de doação, que portanto possível
qual

dito é eu Balfchazar da Costa, escrivão


verdade é deixando de lado
A que,
da camara desta cidade de São Sebas-
Luzia, a irmandade
o sítio de Santa

tião trasladei e registrei nos livros de


resolveu volver os olhos colinas
pelas

registros desta camara, bem, e fielmente,


afim de, numa delas, achar
cariocas,

e na verdade, sem cousa, duvida


que Provavelmente
uma lhe conviesse.
que
faça, e a escrevi, e corri, e concertei
sereno e complacente dos fra-
o olhar

com o vereador abaixo assignado na


buscou e divagou algum tempo,
des por
dita camara, hoje 14 de Março de
encontrando fim um morro, e do
por
1592. Concertada mim escrivão da
por de 1592 aos
Carmo, reservado antes

camara BALTHAZAR DA COSTA, e


Carmelitas, a requerimento de Crispim

comigo vereador PEDRO DA


da Costa e de sua mulher D. Isabel

COSTA."
Mariz.

Muita razão tinha Meio Morais em


"exuberan- O têrmo da segunda doação

dizer essa doação fôra


que

te". Enfim, numa terra imensa, rica


Mais umas semanas de negociações

como era a venturosa Santa Cruz, ha-


complicadas, mais complicadas pela
via muito lugar todos, especial-
para
linguagem cheia de arabescos, e a doa-

mente aquêles vinham trazer


para que
foi feita;
ção
a e a harmonia entre os homens.
paz
"Martim
de Sá, Capitão e Gover-

A sua estadia na ermida de Santa


nador Sua Magestade, nesta cidade
por
Luzia durou longos anos,
quinze porem
de São Sebastião do Rio de e
Janeiro,
os franciscanos não cumpriam a
pro-
Officiaes da Camara do ano
presente,
um convento — e isto
messa fundar
fazemos saber, aos esta nossa Carta
que
começou a desagradar o depois
povo,
de Doação sempre virem,
para que
os maiorais e fim o clamor se ele-
por
vindo ora novamente a esta Terra o

vou em direta ao
queixa governador.
Reverendo Padre Fr. Leonardo de
Je-
A razão ninguém sabia, apesar de se
sus, Custodio desta Custodia de Santo

ter alegado uma infinidade de deseul-


Antonio do Brazil, dos Capuchos da

é a da Or-
O certo que pobreza
pas. Província de Santo Antonio de Lisboa

contribuiu isso, como


dem muito para
com cinco religiosos mais edifi-
para
doença do custódio, domi-
também a
assim a nosso Requeri-
carem Casa,

em Pernambuco. Finalmente um
ciliado
e do mais desta Capitania,
mento, povo
de de 1607, ficou decidi-
dia, 14
julho e Offi-
como doutros Governadores

resolvida a construção, e o
damente
: e, achando o
ciaes, já passados para

novo custódio os necessárias


principiou de Santa
dito effeito tomado o Sitio

determinações.
haviam tomado os
Luzia de posse
que

Luzia Padres Fr. Antonio dos


Na doação da ermida de Santa Reverendos

Fr. Antonic das Chagas, a


devemos ter notado uma Martyres e
passagem que

se Carta de Doação
nos diz estar a mesma vizinha dos ter- para
que passou

dito Convento, cora a Er-


da Companhia. Esta Compa- se fazer o
renos

de Santa Luzia e cousas


nhia nada mais era a dos mida perten-
que jesuitas,

E não ao dito
domiciliados. Não estamos bem centes a ella. parecendo
aqui

o Sitio, c Lugar con-


da verdade, mas Melo Morais, Padre Custodio
certos

seo modo, e re-


nos merece todo o cré- veniente, assim
historiador para
que

eus- como ficar commodo


dito, nos diz frei Leonardo, o colhimento, para
que

Rio, ao serviço deste Povo : nem outrosim.


tódio franciscano, em chegando no

P. 14
118.728
210 CULTURA POLÍTICA

outros mais lhe forão apontados, ao mar; e faremos


que uma valia em forma,

c elegendo o Sitio, e Lugar, se a agua da alagoa,


que que fica mais
que

chama o Oiteiro do Carmo ^ de- do dito Sitio, vá


perto responder ao

fronte da Varzea, e Bairro de Nossa mar, e não seja


prejudicial ao Religio-

Senhora sobre a alagoa de Santo An-


sos, na dita Casa habitarem.
que E
tonio, ser mais conveniente
por o a dita
para porquanto Casa há de ser da
dito effeito, e ficarem os Religiosos no Invocação de Santo Antonio, e o Pa-
dito Lugar algum tanto separados, e droeiro dos ditos Religiosos é S. Fran-

mais recolhidos, nos lhe


pedio cisco, cujos FiLhos são,
quizes- dizendo-nos
o
semos fazer doação do dito Sitio dito Padre Custodio,
para que não era
justo,
nelle edi ficar a Casa do Titulo, e In- de nenhum dos
que ditos Santos hou-
vocação de — SANTO —.
ANTONIO vesse Igreja, Ermida, Capella ou Altar
O visto o intento, e zelo,
que, o na Terra, chamamos
que este effeito
para
dito Padre Custodio, e mais religiosos aos Senhores Provisor Vigário Geral,
tem de se acomodarem em e lu- e Officiaes das ditas
parte Confrarias, como

gar, que o todo se apro-


povo possa a isto mais
pessoas quem
particular-
veitar com mais facilidade da sua re- mente
pertence, os ouvidas
quaes, as
ligiosa conversação, e doutrina, nos razões
pa- do dito Padre Custodio, assim

receu bem fazer-lhe doação do Sitio, os ditos Senhores Provisor, e Viga-

tanto delle lhes for necessário, rio


quanto Geral de consentimento dos Offi-

assim do Outeiro cima, como do ciaes,


para assim da Confraria do Seraphico

delle correndo uma e outra Padre


pé pera S. Francisco, situada na Sé
banda, asim a de Santo Antonio, desta
pera cidade, como da de Santo An-
como a de São Bento de
pera redor tonio situada na sua Ermida ao do

do monte. O Sitio,
qual e Outeiro lhe Monte, todos derão
juntos o seu con-
damos com todas as
pedreiras, e aguas, sentimento a isto, e interposerão a sua
essim de como de fontes,
poços que Autoridade,
pela havemos todos
qual
nelle se acharem, sem a isso
que lhe bem,
por de hoje em diante
que se ti-
alguém contradizer. E em
possa caso rc.i, e acabem as ditas Confrarias, e
no dito Sítio, e Lugar haja
que nhuma
pessoa Igreja da dita cidade, ainda
que
alguma tenha
que parte, ou chão al- se não de novo instituir
possão em ne-

gum, seja necessário o edifício


pera da nhuma Igreja da dita cidade, ainda
que
dita Casa, e cerca, e bem delia,
que- seja Convento de Religiosos: e os
rendo alguma coisa; ficaremos obriga-
Santos e Confrarias com as mais cousas
dos a sahir a isso, e defender a dita annexas, e
pertencentes a ellas se lar-
doação,
pera que os Religiosos não
garão aos ditos Religiosos, e de facto
sejam sobre irío molestados em cousa
d hoje em diante lh'as largamos, e
que-
alguma. O Sitio, e Lugar lhes
qual remos se
que lhes entreguem, ficando
damos, e doamos d hoje todo
pera sem- com tudo a Ermida de Santo Antonio,
com todo o direito, e ^deixarem,
pre jurisdição, tanto
que os Religiosos a e
como elles o ter, conforme
podem a tiverem commodo se
para recolherem
Sua Regra e Declarações delia. E
por- ao dito Sitio, lhes damos, reser-
que
o dito Padre Custodio Fr. Leo-
quando vada,
pera que o Prelado da Terra,
nardo de nos dice,
Jesus não erain
que Governador, e Officiaes da Camara
capazes Sua Regra
por da Propriedade,
nella o Santo, melhor lhes
ponhão que
e domínio de cousa alguma,
queremos no em
parecer: todos consentimos,
que
a tal
que propriedade, e domínio assim
e de comum conformidade demos nisto
do Sitio, como das mais coutas adian-
voto, e com outras
parecer no-
pessoas
te de nesta nossa
que Carta se faz men-
bres, e da
principaes Terra, todos
que
ção, trespasse logo, e de facto o tres-
nisto vierão e assignarão. E esta Carta
passamos em o Summo Pontífice, e
mandamos, se cumpra,
que e
guarde
Igreja Romana: e o Sitio lhe manda-
nós e declarado, e mandamos,
por
que
remos carta
passar em forma, tanto
que sempre, em todo, e
pera todo, como
por
for demarcado; e outro sim lhe manda-
seja registrada em os Livros da Ca-
remos desabafar o matto, tem
que por mara desta cidade, aonde as semelhan-
toda a Varzea, e lhe daremoi uma rua
tes se lanção, e registrão em todo
pera
direita da largura de trinta con-
palmos, o tempo se saber como esta doação foi
forme as mais,
que vão responder da
feita nós todos feita
por aos ditos Re-
d:tã casa com a mais direito for
que ligiosos. Dada na dita Cidade de São
DE SANTO ANTÔNIO 211
O CONVENTO

as suas cb-ervações minu-


e Sei- mar, com
sob nossos Singnaes,
Sebastião

Anhaya, ciosas, os apontamentos para


com Sello delia. primeiros
lada João

História do Brasil. Êssc


e diante a
do Publico, Judicial primeira
Escrivão

documento caiu no esqueci-


Governador, a fez
mim, o dito por precioso
de

anos, tendo sido des-


aos dezenove dias do mento durante
nosso mandado

1872 Varnhagem, na
mil seiscentos e sete coberto era por
de Abril de
mez

Tombo em Lisboa. A cópia,


Martim de Sá Tôrre do
annos. (Assignado)
' na Biblioteca Nacional, da
D Albernaz Antonio existente
Pedro Lom

— do Brasil de frei Vicente apa^


Gonsalo Corrêa História
Pinto de Berredo

— receu em 18S1, oferecida livreiro


— Melchior Tavares Pedro pelo
de Sá

—Pedro — Martins Ribeiro.


de Mello d'Azevedo João
Netto

— Diogo
de S. Paio (4)
SebastiSo

— As obras do convento
Carvalho Crispim da
Teixeira de

— Costa —
Balthazar da João
Cunha
Lenta, seguramente, prosse-
— porém
— Francisco de Caldas
Anhaya
as obras do convento. O terreno
— guiara
de Souza Ferreira Fernando
João vanta-
oferecia obstáculos e
— Paes pedregoso
da França Francisco
Godinho
uma das a faci-
múltiplas, quais
«— gens
-— Ignacio da Luz Thomé
Ferreira
de extrair as do
lidade pedras próprio
dAlvarenga e Diogo Alvares".

sem de tempo e dinheiro


local perda
Segundo o documento da doação,
Não foi suficiente o
em transportes.

vemos naqueles tempos exis-


que, já
das também a
emprêgo picaretas; pól-

tia uma ermida de Santo Antônio e


segundo reza um do-
vora foi usada,

irmandade de São Francisco es-


uma
diz: vi ferri et
cumento antigo que
estabelecidas na Sé. Também sabemos
remover terras e reben-
ignis"... para
segundo documentos da época, dos
que motivo a se
tar rochas. Isto deu que
fezem alusão diversos historia-
quais teto do salão, chamado da
no
pintasse "Domus
dores, o morro do Carmo se chamava
frase : ab
Portaria, a seguinte

morro de Santo Antônio, devido à er-


— firrai-
Antonio supra petram posita
mida do mesmo Santo levantada á
a ca~a de Antonio
ter
perstabit"...
beira da Lagoa se achava ao so-
que firmemente
colocada sobre esta pedra,
do morro do Carmo. Mais tarde,

persistirá.
com a dbação daquele sítio aos Car-

de de 1608 foi co-


No dia 4 junho
melitas a ser chamado do Car-
passou
fundamental. Houve
locada a
ino, mas depois voltou a denominar-se pedra

Imagine-se o
hoje festa e governa-
Santo Antônio, até pompa.
permanecendo

Afonso de Albuquerque,
dor da cidade,
este nome.

Martim de Sá, o reitor


seu antecessor,
Os frades anciosos mu-
pareciam por
vigário da Sé,
do colégio dos
jesuítas,
dar, no dia 25 de abril eles
porque já
levava a
conduzindo a charola que pe-
se instalavam, muito
precariamente,nu-
e a imagem do Santo
dra fundamental
ma casa de Fernando Afonso
pequena
a ladeira do Padro-
Antônio, subindo
à capelinha de Santo Antônio,
junto
recolhimento do
eiro, diante do
pio
mais ou menos situada no local onde

povo.
há foi o teatro Lírico. Quando
pouco

a construção de subiam as
puderam, principiaram  medida que paredes

outra casinha — modesto claustro e os limites do terreno


e rústicas,
grossas

capela — mais tarde foi a Tipo- a vagar segundo as


onde sacro começaram

Nerta casinha, simples da Ordem. A la-


Nacional. oscilações financeiras
grafia

morou Antônio D^niz exemplo, foi


e o deira do Convento, por
pobre, poeta

da Cruz e Silva, veio de Por- segundo as necessidades


juiz que sendo cortada

tugal de a Inconfidência belos tempos, eía sc es-


afim urbanas. Nos
julgar

hotel Avenida, de-


Mineira. tendia até o atual

encolhendo assustada c
Falando em tiveram a foi-se
pessoas que pois

forças maiores
sua marcada nos livros de triste, coagida por que
passagem

do espírito. E, um dia,
nossa história, é fazer aquelas quando
preciso justiça

o enterro no con-
ao nome de frei Vicente do Salvador, o Governo proibiu

vento, a Ordem resolveu desfazer-se


humilde frade, inteligente e
porem pers-

terrero enorme, afim de salvar


bastante, tendo conseguido for- daquele
pícaz

(4) Futuramente Sampaio.


'rT®* "S '
¦ *

CULTURA POLÍTICA

do século XVIII. Os si-


mas só- tura painéis
ao menos o convento pobre,

são divididos molduras


esforço. métricos por
construído com tanto
lido,

em áureos tempos foram douradas.


que
as borrascas Iam-
Várias foram que
a óleo represen-
Nas paredes, quadros
rudes, a vida
beram, com golfadas
doutores da Igreja e as Santas
tam
monges: a bernarda
tranqüila daqueles
e Cecília, telas escuras e
Margarida
de sacristia, as in-
de 1660, as intrigas
mutiladas tempo.
tremendamente pelo
a ebulição da In-
vasões dos franceses,
da cabeceira houve um altar
Na
parede
incidente havido entre
dependência, o
a Santana; dêsse altar ape-
dedicado
frades, o seqüestro, a
Pedro II e os
as ANNA PARENS
nas palavras
o escândalo do cemi-
espanhola,
gripe em sua frente, no teto, tes-
pintadas
tério, etc.
temunham a sua existência.

hoje a fachada da-


Quando olhamos
Diz Moreira de Azevedo aque-
que
construção massuda, sentimos
quela um recinto de meditação,
la sala era

como vagando, as sombras


nela que,
estudo, doutrina e ciência; era a aula,

cunho forte das ve-


dos anos
passados,
o ateneu, a academia dos
padres".
lhas espessas de contornos ás-
paredes e
Ali, naquele recinto austero
profun-
No convento de
e
peros primitivos. filósofo si-
do, os monges auriam do

Santo Antônio não há traço do pre-


lencioso as sábias advindas
palavras
não há vida modernizada, não há
sente,
reflexões aprendidas na
de profundas,
ainda o riso metálico das eras
jovens
solidão das celas. Ali, os noviços e os

irrequietas; se o se mani-
e presente
leigos reüniam em ordem suas idéias

festa naquele claustro, fala inter-


por
agitadas, nos labirintos do saber. No

médio da estrita necessidade; se o mo-


Capítulo, os cérebros buscavam a sa-

dernismo habita naquele recinto, veste

bedoria abundava conventos


que pelos
apenas, de novo, os trajes antigos es-

era tão miseramente cedida ao


e povo.
cupim; se o reboliço
pedaçados pelo

e irrequieto soa o seu riso me- Acontece, o Capítulo ser-


jovem porém, que

tálico debaixo das arcadas sombrias do via também de mortuário. A


jazigo

convento, é tilintar apenas, muito terça a começar do altar, es-


para parte,

baixinho, o som de alguma campainha tava dividida em sepulturas posterior-

atender os chamados da mente removidas, em 1911, sepulturas


prática, para

humanidade reconciliar-se esfcas os despojos de


que procura que guardavam

com Deus. Lá dentro de Santo An- de destaque no seu tempo : o


pessoas

tônio, monges encanecidos, em trajos marechal Forbes, aqui vindo em 1808,

e ásperos, rudes de aparên- o 2.® marquês de Pombal e sua esposa,


grosseiros

cia, continuam vivendo a tradição se- Souto Maior, comandante da nau /?a-

cular da sua Ordem; o século vinte inha de Portugal. Sousa Caldas, o fi-

fica-lhes com o dos sapatos, no ca- lósofo e orador de renome tão bem
pó que

entram da rua. falou na inauguração da Candelária,


pacho, quando

Marcos Portugal, célebre músico, e as-

"A sim diante, cadáveres e mais ca-


por
sala do Capítulo"
dáveres, caveiras nobres caveiras,
porém

catecismo estupendo o estudo fi-


para
Não há não sinta curiosidade
quem
losófico dos shakespearianos...

em saber o significa o nome desta


que

do Capítulo conserva,
sala, no convento de Santo Antônio, e Hoje a sala

o de sua importância. o silêncio dos mos-


porquê através dos tempos,

não isento de hálito embaciado


teiros,
Todo aquêle entra no Capítulo,
que

das epidermes frias, abandonadas pela


tem invariavelmente, a atenção voltada

raramente entram os
uma enorme lápide ocupa morte. Muito
para que

tôda uma brota então no espí- através das cer-


raios de sol portas que
parede;

O se
rito curiosidade não isenta de respeito, ram o atual locutório. pouco que

velho hábito humano de se interessar brechas esguias e ja-


embrenha pelas

misterioso, isto apenas clareia as telas


passado o nelas
pelo quando primitivas

interessado não tem medo da morte. escuras das


paredes.

A sala do Capítulo tem de


20,50 me- Outras sepulturas, povoavam
que

tros de comprimento 6,50 de lar- atroz os do convento,


por monotonia pisos

O teto ostenta ainda a sua fei- retiradas ordem do Governo.


gura. foram por
213
DE SANTO ANTÔNIO
O CONVENTO

esperança, di-
consciência e sem
nas capelas, sem
igreja, nos corredores,
Na
tão comum entre
retos â forca, suplício
os mortos co-
nas paredes, pululavam

dia, debaixo do sol os antigos.


até um povos
roados, que

cidade de São Se-


ardente da gloriosa
de diversas
A fôrca mudou pouso
não houve
bastião do Rio de
Janeiro,
de No século
vezes, no Rio
a decomposição Janeiro.
narina agüentasse
que
nos largos da
dife- esteve armada
dos corpos. Havia uma grande passado

europeus c e do Moura. Tira-


rença entre os conventos Prainha, do Capim

— clima e as campas her- largo da


brasileiros o no
dentes esteve pendurado

mais ou
méticamente fechadas, jazigos
Lampadosa.

Ora, nas sepulturas


menos
perpétuos.

convento de Santo Antônio, quase do enforcado,


do o cortejo
Continuando

havia a entrada de um novo bei-


todo o ano local, o
ao chegar no padecente

na maior das vezes, entoa-


inquilino, parte os sacerdotes
que, o crucifixo,
java
seu antecessor, um água
era recebido pelo aspergindo
vam o Ne rccorderis,

decomposto... apesar de se achar e


tanto carrasco pelo
benta. Ajudado pelo

sôbre um lençol de cal viva, de-


estendido subia os
confessor, o condenado

ao lado um de vina-
tendo garrafão lenta e angustiada-
da fôrca,
graus

arrastar os segundos
gre... mente, querendo

Por fim o
o seu automático.
cidadãos ilustres deixaram o com pisar
Muitos

braços na trave
lhe amarrava os
serem transportados a algoz
seu
pouso para
sacerdote descia,
enquanto o
cemitério onde suas famílias superior,
qualquer
as costas voltadas para
nos devagar, com
tivessem outros, continuam
jazigos;
voz o
rezando com pausada
do convento, onde a dos o
terrenos poeira povo,

na terra, vol-
e, os
deverá estar entranhada. credo pousando pés
seus ossos
as
rápidamente, pa-
livro de óbitos registrou tando pronunciava
Seus nomes, o

carrasco' vido
lavras esperadas pelo
e deles sabemos as informações aciina

o de
Então só se ouvia golpe
mencionadas. As tumbas continuam so- eterna.

no espaço,
um corpo se
lilárias e frias, fazendo-nos baixar a que precipitava

som de v entos
com o
cabeça arrogante, mostrando-nos o fim algo parecido

o baque de um
e rápidos, tiepois
de vaidade e de tanto sacrifício.... fortes
tanta

numa çorda
suspenso pelo pescoço
pêso

movimentos descon-
dura, em seguida-

Os do
padecentes patíbulo fantasma em convulsões
trolados de um

fim. Rezas enchiam


horrendas. Era o

eram, impressão macabra


Os do a
padecentes patíbulo o ar, quebrando

falando, os enforca- da
nais simplesmente justiça.

dos.
os francis-
Aos substituíram
jesuítas

expulsão em 1759, os fra-


Até a sua je- foram os
nesse mister. Onze
canos,

encarregados da assis-
suítas eram os
morte de Tiraden-
assistiram a
des que
àqueles desgraça-
tência caridosa
Raimundo Penaforte
tes, em 1792. Frei
humil-
dos. Acompanhavam-nos,
(5)
ter falado sõore
Anunciação deve
de fc e da
des e bondosos, com
palavras
assim :
bíblico terminava
a amar o Na- uma texto que
esperança, exertando-os

dias a a teu rei pen-


Durante ..."Não atraiçois por
zareno e perdão.
pedir

ficavam na companhia mesmas aves levariam


fio, os samento... As
jesuítas

depois os confessa- das


dos sentenciados, Ohl jus-
as tuas justiça
palavras."
assistir à missa,
vam, faziam comungar, variável
e humana, tão
tiças, tão frágil

aos coitados as
enfim administravam
fazes-me lembrar as
e despótica... pa-

últimas da derradeira água que


gotas
do
de outro íranciscano, quando
lavras
beber.
poderiam
de dois criminosos, pala-
enforcamento

dia fixado da execução, lá iam


No
mas depois de cem
vras velhas, que

êk*, lúgubres nos seus trajos pretos,


do seu valor. Em
anos nada
perderam
riste, di-
de cruxifixo em passando por
e, se me-
ouvindo-as, medita-se quando
num cantarolar enfa-
versas igrejas,

conclusões só
de homens dita, tiram-se que podem
donho, seguidos de vultos

Rev. Inst. Hist. 1919.


(5)
» t


214 CULTURA POLÍTICA

as ilusões se ter da até a Santa Sé resolva


arrasar que possa profissões que

: a Concordata, o Governo Imperial


humanidade que

vai
propor-lhe".
. .Amai a religião; se ela fôra aprc-

como convém, as sociedades ofe- Naturalmente, com esta demonstra-


ciada

de de bondade e de autoridade imperial, o clero


receriam quadros paz» ção

de Diante de um aflito se desmanchou em diplomacias,


generosidade. patibulo

infame, à vista dos cadáveres dos delicadezas e negociatas, mas tudo em


jus-

tiçados, esta linguagem nos basta, esta vão.

verdade se manifesta com tôda


grande
Conta-se certo dia, ocasião
que, por
a sua e tôda a sua magnificên-
pompa
do beija-mão, o capuchinho D'Avila

cia..."
(6).
a sua majestade franqueas-
pediu que

A de se de novo o noviciado, ao o im-


profecia um frade que
"Qual
respondeu: o A
perador que!

época dos frades E o ca-


O convento de Santo Antônio vinha já passou".
"Majestade,
retorquiu: não
atravessando, como outros conventos, puchinho

diga isso, aí também andam


uma série de dificuldades impostas porque por
pelo

a dizer o tempo das tes-


reinante. Interesses em cho- que já passou
governo

tas coroadas". D. Pedro não


correntes confrontos de parece
que, políticas,

ter muito, mas o frade foi


idéias, verdadeira revolução no mito gostado pro-

feta e o imperador não...


religioso, vieram complicar a
pacatez

da vida monástica no Brasil. Pedro II,

filósofo execlência,
por profundo pen-
A Independência nas
páginas
sador, demais evoluído a menta-
para
da história do convento

lidade da época, em tomar


geral pensou

algumas medidas drásticas algu-


para
Entre os anos correram de 1821
que
mas avalanches se desencadeavam
que
a 1825 o convento de Santo Antônio

ou se desencadear, naquele
prometiam
tomou ativa na vida trepidante
parte
período convulsionado da nossa
política
da cidade carioca. Era a Independên-
incerta.

cia surgia, inexorável os por-


que para
Como na Itália, Espanha e Portugal,
tugueses, era a ruptura dos
grilhões
a carreira monástica era uma brilhante
no dos nacionais. Os frades,
pulso
carreira e mui rendoSa. O filho nascia, naquelas
como acontecia
geralmente
o materno determinava
já pensamento o
épocas, eram o cérebro,
pensamento
com a aquiescência sisuda —
do
pai da massa bruta e inconsciente co-
"Êle que
vai ser Nada
padre". se terrenos sei-
pode meçava a nascer entre os

culpar, muito menos os


padres, pois vagens brasileiros. Os homens
poucos
era a moda, o
pensamento em redor do
raciocinar de acordo com
que poderiam

qual sibilavam os desejos familiares.


as idéias européias sempre esta-
quase

Por vam comungando com as mesmas idéias


certo Pedro II sonhava com o

Brasil forte dos eruditos. Nos conventos


e unido, inteligente e efi- padres

caz, havia o saber e dentro dêles se deba-


povoado de belos e ra-
guapos

sadios. Ora tiam os homens.


pagões pensando assim, grandes

era natural o magnânimo imperador


De há muito a rivalidade entre
que
não admitir os conventos
poder que se explodia, as-
e brasileiros
portugueses
enchessem de e a campa-
padres que sanhada ânimos desordenados, ávi-
por
ilha a formação dêles fosse
para crescen-
dos de ocasiões, vilões indesejáveis,

do de vulto. Isto e mais algumas doses


sempre causar a confu-
prontos para
de coisas ficam
que geralmente de-
por são. Êsse estado de coisas, agravado

trás dos bastidores e são muito com-


com a situação do na-
precária próprio

pridas para ser contadas foram o moti-


cional em sua terra, devido à
proteção
vo da
portaria alucinou o clero :
que escandalosa e ao amigo
exclusivista
"S.
luso, fomentou as desordens bem
M. o Imperador há que
bem
por

cassar as licenças conhecemos.


concedidas as
para

entradas de Noviços nessa Ordem, fi- . Pedro I, febril, subia e descia a la-

cando conseguintemente
suspensas as deira do convento de Santo Antônio,

(6) Curiosidades Moreira de Azevedo.


O CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO 215

com os da de um frade obscuro, de um convento


confabulando propagadores

dirigidos frei Sara- rústico, à Independência o


Independência, por prestando

homem inteligente e apoio de uma inteligência brilhante.


paio, perspicaz,

de idéias liberais, em favor


propagador
D. Leopoldina, a imperatriz,
grande
de uma monarquia constitucional.

amiga do Brasil, incompreendida espôsa

As reuniões se efetuavam num amplo


do tão irrequieto filho de Carlota
Joa-

salão, nos fundos da capela-mor do


num magnífico mausoléu,
quina, jaz

convento, a moradia do frei Sampaio.


numa capelinha do convento de Santo

Era interessante ver irmanados


pela Antônio. Dorme tranqüila, a filha da

mesma causa vultos de diversas cate-


Áustria, da natureza florida e
junto

de diversas classes e de diver-


gorias, exuberante, a ela amava tanto.
qual

sas tonalidades. Acima fulguravam os


Pedro I, depois de uma vida sossegada

Rochas, os Ledos, os Ramos, os Cor-


e boa, no segundo matrimônio,
quando

deiros e os Nóbregas. Falava-se, dis-


rehabilitar o
parecia querer-se perante

tutia-se, uns se outros


justificavam, seu é ceifado morte. Está
povo, pela

enfim, durante noitadas e


persuadiam, longe, é verdnde, o imperador fogoso,

mais noitadas, sob o lampião bruxu-


e, na nua do convento, apenas
parede

leante de as horas correram


querosene, uma de bronze lembra, muito de
placa
"FICO '
a fio, monótonas e compassadas, entre
leve, o amigo decidiu o
que
"Independência
as aceleradas do sangue bra-
pulsassões e a ou Morte".

sileiro.

Mas, lá no alto das sineiras, o velho

Sampaio, amigo íntimo de D. Pedro


relicário da cidade, um lisboeta,
galo
e D. Lcopoldina, conseguiu formar uma
de trezentos e tantos anos de existên-
fonte sólida e unida contra a maioria.
"Regulador "Re- cia, empoleirado no alto da igreja, vi-

O Brasílico-Luso", o
"Diário atento as intempéries diversas, sabe
gia
vérbero" e o do Governo" tes-
o segredo das coisas e não diz nada,

temunhavam a convincente do
palavra
como o fazem os filósofos e
grandes
monge. Quando foi da decisão do im-
"FICO", Contenta-se com olhar
pensadores.
o célebre da cela
perador,
sempre, mais e mais, os lados de
para
humilde e do frade franciscano
pobre
além-mar, tornando-se amuado
quando
saiu o manifesto exprimia a vonta-
que
os ventos o obrigam a mostrar uma di-

de do no sentido de o
povo príncipe
reção oposta. Quem sabe não será

não se retirar e em dias,


que, poucos
. esta a razão apesar de ser u:;i
por que,
obteve mais de oito mil assinaturas.
dos céus, o de
provilegiado galinho

Assim, à história da bronze anda falhando nas suas


pois, passou previ-

cidade e à história do Brasil o nome soes atmosféricas...


Arte antiga das missões brasileiras

WOLFGANG HOFFMANN HARNISCH


JÚNIOR

(Com tiradas autor)


fotografias pelo

Viajando território das Missões sul-riograndenses,


pelo a
gente

se sente comovida diante das velhas obras de arte,


principalmente es-

culturas, ainda hoje se encontram


que nas velhas reduções, nos cha-

mados Sete Povos. Aproximadamente 400 dessas esculturas fotografei

recentemente. Dêsse vasto


patrimônio são apresentadas ao
público as

cem mais belas e típicas obras-primas no livro Viagem às Missões

editado Livraria Martins.


Jesuíticas, pela

Desta centena mostramos aqui uma seleção. Do


pequena patrimô-

nio inteiro só
pequena ser reünida no museu de
parte pôde São Mi-

recentemente construído
guei, federal. O autor
pelo govêrno destas

linhas teve ensejo de encontrar, longo


porém ao do Uni-
percurso de

até Passo Fundo,


guaiana mais outras 200 esculturas*

Todo esse
patrimônio ser dividido em
pode se-
quatro grupos,

o de vista cultural-histórico:
gundo ponto

primeiio estão as obras


plano dos mestres,
grandes vindos

da Europa, confeccionadas
com ou madeiras
pedra nossas. Desses ar-

tistas, alguns nos são conhecidos, como exemplo Brasanelli,


por José

cujo São Borja, na matriz daquela redução, é reconhecido como obra

de alto valor.

De origem absolutamente
diferente, e sem dúvida de autoria de

um artista tirolês, é o São


pequeno Batista.
João

A cabeça de uma santa desconhecida, digna de figurar em


qual-
dos museus
quer grandes europeus, mostra claramente cunho italiano.

O segundo
se compõe de obras
grupo menos importantes. A 6le

pertence a massa
grande de obras de média, confecciona-
qualidade

cas^ segundo esquemas


e desenhos de mestres europeus, sob cuja di-

reção e indicação
trabalhavam os indígenas.
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MT jh v Ji Ji

São Borja, escultura em madeira, de tamanho natural, na cidade de São Borja.

(Cultura Política)
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Sao Batista,
João esculpido ein madeira, medindo um metro de altura, atual-
mente no altar-mcr da matriz de São Luis Gonzaga

(Cultura Política)
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60 Madeira. Atualmente no
Busto de uma santa dcsconhccida. Altura cm.

Miguel. Uma verdadeira dvi arte


Museu de São jóia plástica

(Cultura Política)

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São Gabriel

(Cultura Política)
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esculpida cm madeira. E curioso notar


Um São Miyuel Inclicjcnü, antiga imagem

relembram os dos antigos bandeirantes.


os traços fisionômicos do diabo, que

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(Cultura Política)
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O Arcanjo de Santo Ângelo


(agora no Seminário Central em São Lcooolcio)
e uma das obras mais belas, não só das Missões, mas de tôda a Amélíca.

Madeira, 1,80 m.

(Cultura Política)
Francisco dc Paula, uma aventura chegou à cidade de Pelotas.
São que por

Obra madura da escultura do século XYII


portuguesa

(Cultura Política)
ARTE ANTIGA DAS MISSÕES 217

Dedicação, intuição e capacidade de nos desejos do


penetração

mestre foram as o aparecimento dessas obras de arte


premissas para

italianas, holandesas e espanholas, saídas de mão indígena.


austríacas,

Portanto, o valor dessas obras não reside na artística, mas na


parte

histórico-cultural.

O terceiro abrange as obras em se casam a técnica e o


grupo que

modelo europeu com o espírito indígena. Ora formas européias cheias

indígena; ora forma indígena trabalhada com técnica eu-


de espírito

Foi assim surgiram numerosas obras encantadoras, de


ropéia.
que

figuras barrocas no sentido mais legítima Dês-


impressão fantástica,

O Menino Deus com o cocar indígena


se servem de exemplos:
grupo

— o
—¦ manufatura artística de ordem
e como trabalho de primeira

Essa imagem é uma mescla de bandei-


São Miguel, tão característico.

A coroa dourada, de de avestruz,


rante e couraceiro espanhol. penas

indumentária dos índios; o lembra a cou-


é um empréstimo da justilho

da espada com a
raça dos bandeirantes; o cinto e os
penduricalhos

oficiais castelhanos. Sem igual,


borla são cópias de equipamento dcs

especial, são os traços fisionômicos do d.abo.


e de significação tôda

colarinho de e bigodes, como cos-


O satanás tem a cabeleira,
pregas

no século XVII. Sabemos


tumavam usá-los os homens do que
povo

os especialmente os
os índios das reduções chamavam
portugueses,

homens da capitania de São Paulo, de demônios.

de Santo Ângelo,
colossal Senhor Morto, existente na cidade
O

indígena. O escultor in-


mesma maneira, criação de espírito
é, da pura

fazendo ressaltar com


dígena era um anatomista perfeição
perfeito,

imagem. expressão de so-


músculo e cada veia do corpo da Que
cada

os traços do rosto do Redentor morto!


frimento exprimem

estilo em foi esculpido o famoso


Mas como é diferente o
que

Pelotas! Ê uir.a obra madura da escultura


São Francisco de Paula de

XVII. Essa estátua foi destinada à nova colônia


do século
portuguesa

na barra do Rio
Sacramento, mas o veleiro afundou
de português

os recoiheram nas
Grande do Sul, e só muitos anos depois
pescadores

Em solene, a imagem
redes a imagem do fundo do mar.
suas préstito

Pelotas. O nimbo
colônia do rio grande
foi conduzida a
para pequena

talvez algum ou-


no Brasil mesmo, por
de foi-lhe acrescentado
prata

São Paulo e em outras


havia no Rio de em par-
rives dos Janeiro,
que

essa estátua, na sua


é de Assim,
tes do O cajado também
prata-
país.

séculos nos
s:mboliza o movimento dos passados,
unidade artística,

matérias contribuí-
formas artísticas e primas
as mais diferentes
quais

série de obras de arte-


ram o aparecimento dessa
para
*

Uma visita a Igreja de São Pedro

"CULTURA

Reportagem especial de POLÍTICA"

TODOS a sua irremediável demolição,


previam de-

de haver sido decretada a desapropriação importân-


pois pela

QUANDO
cia de cinco milhões e setecentos mil cruzeiros; o
quando pre-

cioso imóvel não figurava no Patrimônio Histórico


já e Artístico Na-

cional, a notícia da trasladação da Igreja de São Pedro


(que o tra-

da avenida Getúlio Vargas faria desaparecer)


çado conseguiu des-

os mais vivos comentários. Primeiro, tratar


pertar se de um em-
por

a ser vez levado a efeito no Brasil.


preendimento pela primeira Se-

tradição envolve o antigo templo.


gundo, pela que

Continuando de no trecho entre


pé, a da República e a
praça

avenida Rio Branco, o Prefeitura


da e o templo de Bom
palácio Jesus

do Calvário, a igreja de São Pedro revela-se agora melhor.

Antes achava-se abafada


pelos da vizinhança e nem
prédios

mesmo as torres se a distância.


percebiam

Um de sua história
pouco

No desejo dc transmitir aos leitores de CULTURA POLÍTICA

um de historia
pouco sôbre a igreja de Sao Pedro, o repórter faz unia

virgem ao
passado, percorrendo Manoel Macedo,
Joaquim de Vieira

í. *~nda e,
principalmente» a documentação do Serviço do Patrimô-

nio Histórico Artístico.


e São dessas fontes, em resumo, tudo
quanto
se vai ler a seguir.

A venerável Irmandade
dos Clérigos, sob a invocação do
prín-
cipe dos apóstolos, São Pedro, teve sua origem nesta cidade, na ca-

a, hoje igreja
pe matriz, de São Não se
José. fixar a data
pode de sua

insta «ação,
a êste respeito
porque nada consta das crônicas memó-
e

rias impressas,
e de alguns documentos e
papéis existem no ar-
que

da Irmandade
quivo nenhum esclarecimento
se colher,
pode pois que
o tempo e a traça, dois implacáveis inimigos dos manuscritos, os tor-

naram ilegíveis e indecifráveis.


Sabe-se, entretanto,
a Irmandade
que
>
219
A IGREJA DE SAO PEDRO

da de 1600, funcionando, como fi-


existe desde os anos era
primeiros

São donde foi transferida, como a imagem


cou dito, na capela de José,

a igreja do Recolhimento de Nossa Senhora


do santo apóstolo,
para

haver deliberado o bispo frei Francisco de São


do Parto, assim o
por

lavrou têrmo na Irmandade, em 1705.


do se
Jerônimo, que

adeptos da Irmandade reconheceram o


Os mais fervorosos que

desta e o exercício de suas funções em casa estranha


estabelecimento

todo o desenvolvimento de era suscetível, não


não lhe dar que
podiam

do culto como à utilidade espiritual


só à quanto
quanto prosperidade

temporal de seus confrades.


e

O auxílio de Antônio de Guadalupe


[rei

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hora a Irmandade o valioso auxílio do vene-


Em boa
procurou

bispo frei Antônio de Guadalupe. O consciente dos


rando prelado,

tinha em vista, abriu a bôlsa, sempre inclina da


fins a corporação
que

religião da humanidade, e fêz importantíssimo donativo


ao auxílio da

da construção de templo onde se


das obras
pecuniário, para princípio

apóstolo tivesse sede a Irmandade dos Clérigos


venerasse o santo e

sob sua invocação.

O exemplo do venerável bispo foi estímulo novos cometi-


para

não tardaram a manifestar-se. Per escritura lavrada no


mentos,
que

do tabelião Manuel Salgado da Cruz, em 9 de outubro de


cartório

Francisco Barreto de Meneses fez doação à Irman-


1732. o irmão

10 braças e meia de terreno, na rua denominada


dade de possuía
que

Pedro, 13 braças de fundo, i


então do Carneiro, hoje de São com
par

ali se edificar a capela se


que projetava.

A construcão
*

tratou ime-
De de tão recursos, a administração
posse poderosos

lavrou têrmo
diatamente da ereção do templo, do
que prèviamente

frei Francisco Antônio de Guadalupe


em 2 de agosto de 1733, e

sendo da Ir-
fundamental da nova igreja,
lançou a provedor
pedra

Nossa Senhora do Pilar,


vigário colado, da freguesia de
mandade o

Álvares de Barros.
em Iguaçu,
padre João

a obra terminada, e,
de cinco anos, estava procedidas
Ao cabo

em sua igreja,
veio São Pedro a instalar-se
as solenidãdes do ritual,

em 1738.

Um interior do templo
passeio pelo

iniciaremos agora um li-


autor de O Moço Louro,
À maneira do

interior do templo.
gciro passeio pelo

como algumas de
São Pedro, de formas curvas,
A igreja de

e elegante: as
zimbório mas por-
Roma, tem pequeno, proporcionado
220 CULTURA POLÍTICA

tadas são de mármore e executadas com talento e Sôbrc a


yòsto.

vêem-se as armas do dos apóstolos*


porta principal príncipe

Domina em tôda a igreja o estilo barroco da arquitetura dé-


do

cimo oitavo século.

A igreja tem durs torres, e abre o de mármore um


pórtico para

defendido de de ferro. Êsse outrora regular, apre-


pátio grades pátio,

senta hoje reduzidas, dimensões em virtude da retirada da de


grade

ferro o separava da rua de S. Pedro.


que

No interior do templo o estilo barroco em todos os


predomina

orna tos, aliás hàbilmente executados. Tôda a obra é ie sólida com-

trução de Tem o templo três altares.


pedra.

As imagens ornam a igreja


que

No altar-mor, além da imagem do venerável dos após-


príncipe

tolos, ocupa o lugar de honra, vêem-se, do lado direito, S. Paulo,


que

do lado esquerdo, Santo André, e mais alto, no degrau do trono, a

imagem do Senhor dos Aflitos.

O altar do lado do Evangelho é consagrado a N. S- da Boa Hora,

a cujos está a imagem de Sto. Antônio- Em dois nichos laterais


pés

vêem-se as imagens de Nossa Senhora da Conceição e de São


José.

O altar do lado da Epístola é dedicado a S. Gonçalo Ama-


de

rante, tem num degrau inferior do seu trono a imagem Santana,


que de

e aos lados as de S. Nepomuceno e S. Pedro Mártir.


João

A decoração do é de uma belíssima talha sempre em


presbitério

relação com o estilo barroco.

O côro é ao tamanho igreja,


proporcionado da e nele se faz no-

lar o órgão, cremos


que com razão, ser o melhor
passa, que por que

existe na cidade. Consta de duas ou, melhor, de três distintas e


peças

separadas: os teclados, o órgão


quasi dito e o fole. São
propriamente

três teclados, dois as mãos um


e os Os de
para para pés. primeiros

marfim e ébano, o último carvalho,


de envernizado e ornado com
pi-

lastras de ordem coríntia; de cada lado um anjo de madeira. Tem doze

jogos de canudos de Despré). Estas


(obra duas se comuni-
peças

cam baixo do banco do organista, o


por lhe tocar com
que permite o

rosto voltado o altar*


para

O fole esiá colocacio fora do côro. Um registo, ligado


pequeno a

uma campainha, adverte o tocador do fole há lalta de sopro.


quando

Hste órgão, fabricado


em Hamburgo,
Schuk, foi colocado
por

Napoleão Lebreton.
por

A sacristia,
intermédio
que, por de uma se
galeria comuni-

canao com a antiga rua dos Ourives, é uma sala em cujas


propor-

ções se a necessária
guardou harmonia com igreja.
a Existiam aí re~
A IGREJA DE SAO PEDRO

seus benfeitores, instituidores, etc.» destacando-se: frei An-


tratos dos

de Guadalupe, sargento-mor Alexandre Dias de Resende, Ma-


tônio

Vieira dos Santos, Francisco Barreto de Meneses,


nuel padre padre

Antônio Moniz dos Santos Lôbo, bispo conde de Irajá, monse-


Luís

Antônio Vieira Borges.


nhor

O Consistório da Igreja tem, cm sua face um altar em


principal,

venera# como é natural, o dos apóstolos.


se príncipe
que

À direita do altar vê-se um da ressurreição da viúva Re-


quadro

à esquerda outro, representando a morte de Nossa Senhora.


vita, e

cópia de uma em miniatura, de Pedro Américo,


O gravura,
primeiro,

segundo, certo também uma cópia, é de Manuel Pereira dos


o por

o executou ainda antes de entrar a Academia das Be-


Reis, para
que

No corredor, faz seguimento ao consistório, acham-se


las-Artes. que

retrato de D. VI e um da Ceia do Senhor.


um João quadro

O histórico
pátio

corredor comunica a sacristia com o


Um pequeno pátio
pequeno

armários abarrotados de alfaias e ornamentos religiosos.


cheio de

era aí refeitório dos Órfãos de S. Pedro,


Êsse é histórico: o
pátio

se chamariam Seminaristas de São


depois Joaquim-
que

mais tarde em e o ficou


O refeitório transformou-se jazigo pátio

seus túmulos ali: monsenhor de


rodeado de catacumbas. Teem José

falecido a 14 de maio de 1830, numa


Azevedo Pizarro e Araújo,
Sousa

Maurício Nunes Gar-


alamedas do Botânico; o
das Jardim padre José

e o Silva Alvarenga.
cia, compositor musical
(1) poeta

ocasião da chegada da
Conta a história em 181*7, prin-
que, por

de D. Pedro I,
da Áustria, esposa
cesa D. Leopoldina, arquiduquesa

banda de música alemã,


Brasil, aqui aportou uma
depois imperatriz do

no da igreja.
teve licença ensaiar
para pátio
que

músicos tocavam excelen-


vendo os referidos
Maurício,
José que

compositores, resolveu
de hábeis presen-
temente tôdas as
partituras

sonatas de sua autoria.


teá-los com umas

e breve tiveram a satisfa-


a ensaiar, em
Os músicos começaram

entusiasmo despertavam.
de ver o encanto e que
ção

não ficando
se foram com os alemães,
Infelizmente as
partituras

uma só cópia com Maurício.


José

Maurício levou alguém,


fato de comumente só se escrever padre José
O
(1)
cora Maurício,
autor da Missa de Requiem J°SJ
menos avisado, a confundir o

da Sé, lente de
mestre da capela
musicógrafo natural de Coimbra (1752^1815),

e de um numero
um Métcdo de Aíúsíca grande
música da Universidade, autor de

de composições religiosas.
222 CULTURA POLÍTICA

Às 18 horas, do dia 18 de abril de 1830, na casa n. 18 da rua do

Núncio, morria Maurício, deixando no esquecimento uma infi~


José

nidade de maravilhosas.
produções

"padre

Foi aí também sepultado o Perereca" cônego Luís Gon-

dos Santos, no dia 1 de dezembro de. 1844, autor da obra Me-


çalves

tnórias servir à História do Brasil.


para

A instituição do^ coro

A instituição do côro da Irmandade de São Pedro vem 1764.


de

Organizou-o a de Manuel Vieira dos Santos, bom católico,


piedade

residente em Minas Gerais, detrás do morro do Rio do Peixe, em


por

Sabará.
• » .

Aos 13 de de 1764, Manuel Vieira Santos, no


junho passou dos

arraial de Nossa Senhora da Penha, termo de Vila-Nova Rainha,


da

a seu irmão Domingos Tome da Costa e à Venerável Or-


procuração

dem Terceira de São Francisco, no Rio de autorizando-os es-


Janeiro,
"meio

em seu nome, instituírem nesta cidade côro de


pecialmente para,

música, em a Irmandade do Senhor S. Pedro, o lhes aplicava


para que

esmola, na de e dois mil cruzados, Ir-


quantia a dita
quarenta para

mandade a
pôr juros".

A escritura foi lavrada em 2 de agosto 1764,


de no consistório

-igreja
da de São Pedro.

No volume 86 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico

"Há
Brasileiro há interessante narrativa ligada à igreja de São Pedro:

mais de um século, naqueles tempos em a nossa terra se achava


que

sujeita ao arbítrio dos vice-reis e à vontade da coroa exis-


portuguesa,

tia em um sobrado à igreja


pequenino próximo de São Pedro um mi-

sero cujo
proletário, nome se e
perdeu, exercia o cargo de sacris-
que

tão-mor, ao ser inaugurado o templo hoje se ostenta à esquina da


que

xua dos Ourives. Era o ostiário uma dessas


pobre almas não enrege-

ladas
pela penúria.

kutancio vida, repartia


pela bairros da miséria
pelos o
pão que
apenas me chegava, e nunca malsinando o seu fado, acolhia com ca-

rinho os seus companheiros


de adversidade, os amigos de desventura.

Um d a. o ca: Idoso sacristão correu ao catre de um inditoso viúvo

e o viu cercado de filhos, infelizes meninos estáticos,


que, assistiam

ao consumir da existência de seu nos estertores


pai, quasi da agonia

e nos
paroxismos da morte- O sacristão
protegia aquele lar, havia

mu to üesralcado, e dentro
previu em ficariam
que pouco os dois me-

limos na mais completa orfandaae. No meio das dores e dos


prantos,
no seio da
pobreza, calcinada
que geme escassez de recursos,
pela

encontram-se muitas vezes espíritos fortes, a os embates da


quem
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Amarantc, do lado da Epístola. Ladeando


Fotografia do altar dc S. Gonçalo dc

Nepomuceno e S. Pedro Mártir.


a imagem vêem-se S.
João

(Cultura Política*
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Conjunto do côro.

(Cultura Política)
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do altar do Evangelho.
Detalhe cl.» superior
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(Cultura Pol tica)


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Vista do zimbório, apanhada do centro da nave.

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da Igreja de S. Pedro.
Detalho de um dos altares

(Cultura Política^
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Lado direito da capcla-moi.

(Cultura Política)
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Detalhe do arco cruzeiro.

(Cultura Pi lítica
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Vista da capela mor. O altar e o trono estão desguarnecidos de suas


geral

imagens e adornos, em virtude das obras da trasladação.

(Cultura Política)
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hoje. Miguel Couto.


vista da rua dos Ourives,
A igreja dc S. Pedro,

(Cultura Folíticc
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Balcão do lado direito da nave.

(Cultura Política)
A IGREJA DE SAO PEDRO 223

e o
Desta tempera era o sacristão; quando
fazem sucumbir.
«orte não

o seu tu-
trepidou em trazer
suspiro, não para
o último
viúvo exalou

de dirigir aque-
o encargo
órfãos, sopesando grande
os infelizes
«úrio
um ato de
Cumprindo estava
abandonados.
dois entezinhos quasi
les
o
mister não só alimentar-lhes
meninos era
aos dois
mas
nobreza,
ilustrar-
a inteligência.
necessário esclarecer-lhes
era também
corpo

trabalho. Grande pro-


o
'hes e torná-los prestimosos para
o cérebro

um tonei das
tinha a bolsa como
ser resolvido por quem
blema para
Decor-
aos desvalidos.
em beneficio
sempre a esvaziar-se
Danaides,
esquisito mesmo,
original,
manhã, um
tempo; uma grupo
reu pouco
ainda nao emancipada,
ruas desta cidade
as
visto a
era percorrer
no
branca, ostentando peito
de baeta
vestes talares
de
dois meninos
um homem res-
eram acompanhados por
baeta encarnada
cruz de
uma

Paço do Governador.
caminho do
tomava o
que
peitável,

a casa
se dirigia para
seus dois órfãos
com os que
Era o sacristão

história dos
a triste
chegando, narrou-lhe
cidade; e. aí
do chefe da

dar-lhes atração. P°!"


de
a impossibilidade
infelizes, contou-lhe
dois
'naveres uma folha de
e apresentou-lhe
não o
os seus permitiam.
cue
.
dos dois menore
em iavor
a subscrição
abrisse
papel para que
(o, umtado pelo
«0S000. no
de que
assinou a Quantia
Governador

também bateu.
a cuja
de Guadalupe, porta
bispo Antônio

das abastadas
as residências
em longa
Percorrendo peregrinação

o me3lhe*ro
sacristão formou
época, o ?'
famílias dessa
ín ciou com
±
sua morada
Pedro, e em
órfãos de São
conhecidos por
de socorridos.
o número
onde foi crescente
uma casa de caridade
eles

um
constituindo PJ^no
do
sempre a expensas público,
Vivendo
do scbradi
os orfaos
saíram
e donativos,
à custa de esmolas
pecúlio
ae Guadaiupe
bispo Antonio
então o
e
do sacristão.
nbo rès;dcncia
a
casa pr-
Pedro, em p™«m»
de S.
dos órfão,
instituiu o Seminário
Marques
terrenos do padre
ereta em
maior largueza,
meira, de
porem
- * *

Esteves

Pedro trans^or®°"'
de São
Órfãos
dos Meninos
O colégio
d
aludida Reusta
se ve da
II, como
Pedro
no Colégio
mais tarde,

4JV.
volume 86,
Histórico, pagina
Instituto

jj
os
"Em
fe3tim,^celebraram
e significativo
afetuoso

dos

^SrrSo Colégio

^
S. 1-edto
nos Ortáos de
Meu
rc!,ffios<,

todoo ca-
de
com a P«sença
agosto último,
de 16 de
Na manhã

o último
bido. realizou-se

vri ser removida parag>n»compreend^tdono^ M

em sua periferia.
uma praça
Couto, construlndo-se
Miguel
224 CULTURA POLÍTICA

As obras de remoção estão a cargo de uma emprêsa


particular,

c acreditam os responsáveis trabalhos dentro em breve se


pelos que

dará o impulso inicial da trasladação. As missas e demais cerimônias

durante o das obras, se efetuarão na igreja da Misericórdia,


período

na Santa Casa.

As denominações da rua de S. Pedro

A título de curiosidade, damos a seguir as várias denominações

recebeu a rua de S. Pedro.


que

Em 1618, chamava-se rua Carneiro;


do em 1705, rua Antônio

Vaz Viçoso; em 1717, rua Desembargador Antônio Cardoso.

Por essas épocas


o lado do Campo, até à al-
prolongou-se para

tura do caminho do Valongo, depois rua Imperatriz,


da e daí cm

diante só mais tarde foi ela continuada até o Campo de Santana,


"chácara

se retalhou a do Corado".
quando

A sua última denominação deve-se à existência ali do tradicio-

nal templo.
Cidades do Brasil

Cuiabá

"CULTURA

especial de POLÍTICA"
Reportagem

EM TÔRNO da intercessao do 15.° 35' 48"


paralelo

sul e meridiano 56.° 05' 54" oeste de Greenvvich, a bela me-

SITUADA
verde de Mato Grosso ostenta as folhagens majestosas
trópole

belas às brisas frescas de seu clima sem-


e típicas de suas
palmeiras

vindas aluvial do sul, onde irrompem, de


ameno, da
pre planície por

se canalizam vale
em vez, as ondas de frio pelo
que grande
quando

pantanoso.

margem do tradicional e evocativo rio


Cuiabá está à
plantada

de estratificação ineli-
da bandeirante, sôbre o
penetração peneplano

a vertical, dos íilitos e xistos algon-


nada de 40.° a 50.° noroeste até

cortados de veeiros
da série Cuiabá, quartzoso-
quianos profusamente

-auríferos, solo e mau.


origem de seu
pedregoso

revolvido à cata do ouro,


Sôbre o cascalho superficialmente que

fama e fixou a civilização e a


no século XVII lhe
proporcionou

no mais sertão brasileiro,


cultura sempre manteve
que profundo

colonial, salpicado dos te-


ergue-se majestosamente o amplo casario

da bela metrópole mato-


Jhados novos das construções modernas

-grossense, isolada, naquele remoto sertão,


através dos séculos,
que

missão a lhe
soube manter aceso o fogo sagrado da alta que pátria

lindes ocidentais e a cristalização


confiou a de fuás
preservação

demográfica e cultural do oeste.

cidades decaoentes e
doloroso das
Cuiabá escapou ao
quadro

Lobato, devido ao
de Monteiro
mortas", na expressão
pitoresca

magrtificamente coniu-
feliz aproveitamento dos fatores
geográficos

feita em 8 de agosto de
na local de sua fundação,
escolha do
gados

Pascoal Moreira Cabral e


1719 experimentada de
sob a supervisão

no Coxipó, após a des-


transferida da Forquilha,
posteriormente

os suaves aclives do corrego


coberta de Miguel Sutil para
(1722),

da cata do ouro aluvionar


Prainha, de ficar mais
da afim próxima

valeu a sua elevação


recém-descoberto, e extraído na que
profusão

à categoria de vila em 1727.


V' 15
118.728 -
CULTURA POLÍTICA

Paisagem

Em aprazível contraste com a aluvial se derrama ao


planície que

sul, desponta ern semi-círculo de nordeste sudeste, elevado de


para

700 a 900 metros de altitude, barrando o sobrepondo-se ao


pantanal,
"Cuiabá",

algonquiano da série em mergulho de 10.° N., aflora o


"Chupada"

devoniano da série como a emoldurar o anfiteatro da


"Furnas"

metropolitana. O é representado no sopé


paisagem grupo

da Chapada Cuiabana camada de 5 metros de espessura de con-


pela

de seixos de e, sobrepondo-se-lhe, o
giomerado grosseiro quartzo,

arenito róseo mole caracteriza a imponente da barreira


que paisagem

com as curiosas formas de erosão, a lembrar cidades e monumentos


"Catedral'

ciclópicos, como a e as torres medievais, equivalentes aos

monumentos erodidos de Ponta Grossa, e Vila Velha, no Paraná-

Na direção noroeste, a vista é limitada abaülada


pela paisagem

dos morros ardosianos da série Cuiabá; mas descambando a ladeira

do Ribeirão, esbarra de repente na linha de cumiada das serras re-

cortadas da série cambriana de Corumbá, em aparente discordância

sobre o calcáreo Araras, segundo Evans W., é uma roclia


que, J,
"muito

feldspática alterada e endurecida diferente do arenito devo-

"Rizama"

niano da chapada" A. Oliveira) e da formação ou


(I.

Raizama de 500 metros de altitude de arenito conqlomerático feriu-

com leito de hematita e do siluriano.


ginoso psilomelana

Rios

A água é sem dúvida o fator mais importante a fixação do


para

homem à terra, especialmente a sua atividade econômica


quando

dominante é a mineração aluvionar, cuia exploração exige abundân-

cia de água, de córregos


perenes.

O arraial de Forquilha foi localizado à margem de um riacho,

o Coxipó, e mais tarde transferido as margens de outro regato


para

menos importante, o da Prainha.

À margem de riachos é se formaram as vilas


que c
povoações,

cidades tiveram como centro de afluência


que a batéia do ouro e do

diamante.

Recostada no rio Cuiabá, lembrar


a formosa dama, descansa

sobranceiramente a capital verde, entre os córregos do Ribeirão a

noroeste e do Coxipó a sudeste, a olhar a Chapada Cuaiabana


para

de fímbria azulada e barreiras vermelhas, se douram ao reflexo


que

dos rios solares das belas e frescas tardes metropolitanas.

De lá,
em corredeiras e depois em no
precipitando-se saltos,

declive xistoso serve de suporte à afloração da série devoniana


que

da Chapada derrama-se,
, agrado dos olhos e sensibilidade do
para

estro dos o salto


poetas, do rio da Casca, de notável volume, for-

necedor de energia hidro-elétrica à cidade,


CUIABÁ 227

tênue Véu de Noiva, arrojado e magnífico salto sôbrc o


O

das águas do Coxipó, novamente, após breve


abismo projetando-se

à semelhança de chuveiro talhado sôbre o arenito


repouso, gigantesco

degrau da afloração devoniana, sôbre o de fi-


do último peneplano

conglomeráticos, vai até o talvegue do manso


litos e que
quartzitos

sem dúvida, espetáculo de recordação, a


rio Cuiabá,marca, grata quem

ao de escalar a escarpa.
se der
prazer

bem ao sopé da alterosa barreira, as águas azu-


Doutro
ponto,

frias do regato Salgadeira correm barulhentas sôbre


ladas e sempre

de seixos de à sombra da vegetação


conglomerado grosseiro quartzo,

num beio salto, murmura deliciosamente convidando


e,
justaíluvial,

o viajante, antes de escalar a barreira.


a descanso grande

corre bulhosarnente o
muito antes da escarpa arenítica»
Aquém,

ribeirão dos Peixes, cujas águas


Mutuca, logo depois do
ribeirão

escoam no leito macio de ardósias


silenciosamente, se
mansamente,

roladas e
polidas.

vista lançada a esmo descortina a conhecida


Em cima, a pouco

a cuiabana a oeste e o
mata do Finca-Faca ao norte, pan-
planície

rios desenham cs ornatos mais extrava-


tanal a sudoeste, onde os

ligeiramente inclinada o sul.


sôbre a terra da para
planície
gantes

desmesuradamente escan-
direções, sobre o horizonte
Noutras

as capricho-
onde se desenham apenas
carado da chapada, grimpas

cujo culminante
sas da serra da Canastra ou de Sao ponto
Jerônimo,

o olhar na
mais de 1.000 metros de altitude, perde-se
se eleva a

revestido de ora
do ora
monotonia do verde cana grama,
planalto,

lixeiras retorcidas e dos


ralo e mirrado das
coberto do chavascal

de flores amarelas.
paratudos

a vista esbarra com


de cota mais alta,
De chofre, no despontar

altas
formações higrófilo-mesotermais,
verde-pretas das
as manchas

e córregos cujo^capri-
dos regatos
e bastas, das cabeceiras profusas

muitas vezes emen-


as águas da chapada
cho consiste em coletar

maior namoro
volúpia de distribuí-las pelo
dadas", numa verdadeira

de bacias hidrográficas.

formar, alimentar e en-


emendadas , a
Nessa orgia de águas

águas da chapada cuia-


brasileiras, as
caudais
grossar genuinamente

avolumando as do Cuiabá-
bana correm todos os
para quadrantes,

-Paraguai Araguaia-Amazonas.
e do

deve-se inteira-
chapada cuiaoana
A essa orgia hidrográfica da

vazio demográfico entre


mente crescente do antigo
a
prosperidade

Cuiabá e Goiás.

Lajeado e Alto-
cidades de Poxoreu,
O rápido crescimento das

dos
-Araguia importância econômica
é bem espelho da preponderante

regional da terra,
método de exploração
riachos € ribeirões, do

aluvionar e do diamante.
apoiada na batéia do ouro
CULTURA POLÍTICA
228

habitantes daquela região só foi


A fixação dos 42.000 possível

distribuída êsse fim, sob a forma de


com água para
profusamente

caudalosos, isso merecem ser em evi-


cursos postos
pouco que por

como importante fator de humana digno de estu-


dência, geografia

mais acurados, sua alta função demográfica e econômica,


dos
pela

regiões auríferas de formação similar.


nas geológica

Clima

Se a terra é e má no sobre o assenta


pedregosa peneplano qual

metrópole mato-grossense, é fértil e humosa na aluvial do


a planície

do lado direito e rio abaixo, nos distritos de Várzea-Grande


pantanal

e município de Santo Antônio.

A água é abundante e de agradável As fontes termo-


paladar.

-minerais município são inúmeras e de


e rádio-ativas do
provadas

virtudes medicinais.

O cüma completa o dos fatores naturais ao


quadro propícios

acelerado desenvolvimento regional no tempo oportuno, se-


pelos

auintes motivos:

1.° — Na anfitcátrica inclinada o sul, de 160


penepianicie para

a 213 metros de altitude no da cidade, o clima é ameno e


perímetro
"águas",

sêco, distribuído em duas estações bem definidas, a das e a

"sêca",

com as características ondas de frio a borda dos


quando

anti-ciclones dos argentinos vale, empurra as


pampas penetra pelo

enormes massas de ar frio cidade e transpõe as


que passam pela

serranias de noroeste do Tombador e Araras, derrama-se vale


pelo

alastrando-se dos Parecís até Guajará-


guaporeano, pelo planalto

-Mirim. A chuva anual normal mantém-se em tôrno altura média


da

de 1.379 mm.

2.° — Na chapada cuiabana o clima é fresco e sêco,


propicio

ao veraneio sua notável salubridade, vizinhança das fontes hi-


pela

dro-minerais e fertilidade excepcional do solo.

3.» - Na onde confina o do rio o


planície, Cuiabá,
pantanal

clima é igualmente salubre, ainda mais desacordo fia-


em
que quente
"pantanal"

com a espécie o têrmo sugere afinidade,


grante que por

cora aquele maleitoso dos vales do Guaporé e do Madeira, no ex-

tremo noroeste do Estado.

Flora

Os cerrados circundantes da cidade verde contrastam com os

arborizados dos seus


quintais urbanos e suburbanos, as-
quarteirões

semelhando-se às formações xerófilas das caatingas, ern razão da

de algumas cactáceas, dentre


presença as o echinocactus alieo-
quais,

leus, Shuman, e outras típicas, medram no cascalho aurí-


plantas que

fero fortemente erodido e revolvido escravos à


pelos cata das
pepitas.
CUIABÁ 229

Predominam nesses cerrados as lixeiras, os c as


paratudes pai-

entre as a bocaiuveira, o buritizeiro, o babaçu e agua-


meiras, quais

cuja fisionomia, à região, dá feição a essas for-


çús, peculiar própria

mações florísticas.

Nas imediações de vertentes, ou ainda, nas encostas da cha-

e margens dos córregos, aparecem matas


pada justafluviais.

Sobre a chapada encontram-se com freqüência, nos lugares mais

úmidos, manchas de formações tipicamente higrófilo-mesotennais,

circundando as vertentes, as fraldas da serra, bem como buritizais em

charcos situados em campina, ou na aba da barreira, emer-


plena

as iuncáceas, ciperáceas, apocináceas, as-


entre
gindo por gramíneas,

clepiadáceas e, ainda, as burmanináceas e onde apa-


gentianeáceas,

de em vez belos exemplares de mauritia vinifera, Mart.


rr.cem
quando

O homem

soube vencer as vicissitudes do meio desconhe-


O homem
que

ao hostil coxiponé, é. sem dúvida, de


ciclo, na busca desíemerosa

alta tempera.

caça coxiponé bravio, cuja resistência nos confins do


Da ao

critico, o ânimo bandeirante, a


no à até o já
pene pia pôs prova, ponro

do Coxipó no rio Cuiabá, os


mais de 40 cia confluência
quilômetro;»

Tordesilhas fixaram um mo-


colonizadores do oeste da linha de por

sob seus e
menío o olhar na are-'a do cascalho pes»
quartzoso-aurífero,

derivativo e tônico
encontraram no ouro aluvionar o oportuno para

redundou no êxito das ban-


tirar das circunstâncias o
partido que

Portugal os
deirantes do noroeste, arrebatando definitivamente para

exploradores do
domínios de CaMcla, hidevassados procedentes
por

oeste.

feliz- derivativo. \ iciam


impulso deste
Sob o violento
psicológico

vencendo vara-
do meta!,
outras levas de homens ein busca
precioso

ociuentai, *"nais
fixar no mais aLo sertão
douros e o
pantanal, para

vastíssimas do Brasil.
as lindes
ou menos inconscientemente,

vinculanoo derinui^mente
criação e a agricultura acaoaram
A

raiscação intensiva,
fase cia
à a febricitante
o homem terra,
passada

favoráveis do
condições piuv.a-
às magníficas e excepcionais
graças

vasa depositada, ano


de aluvião, fertilizadas pela
nal e das terras

sobre a^ margens
das águas
após extravasões sucessivas
ano,
pelas

e seus afluentes.
do leito do rio Cuiabá
baixas e clivagantes

A cidade

neste ligeiro estudo,


será apreciada,
À metrópole matogrossense

sob vista distintos:


dois de
pontos

— funções da cidade;
1.° algumas
CULTURA POLÍTICA
230

— da cidade.
2.° aspectos

Certamente a apreciação é de origem e apenas em


geral põe

alguns ângulos merecedores de estudos mais acurados


evidência

o desenvolvimento da humana, regional e urbana de


para geografia

uma das metrópoles mais conservadoras dos hábitos, virtudes e tra-

dições do Brasil de ontem.

A de do ano da de 1727, sob a


primeiro janeiro graça proteção

Senhor Bom foi o antigo arraial de Nossa Senhora da


do Jesus,

Penha de França, fundado aclamação dos bandeirantes


por paulistas

de Pascoal Moreira Cabral, das minas do arraial,


para guarda-mor

elevado a categoria de Vila Real do Senhor Bom de Cuiabá, e,


Jesus

um século mais tarde, em 1818, carta régia de 17 de se-


quasi pela

tembro, elevado a categoria de cidade.

Em de 1751 D. Antônio Rolim de Moura tomou


janeiro posse

do da mais nova Capitania, desmembrada da de São Pau!o


govêrno

em 9 de maio de 1748, fato vaieu notável desenvolvimento à


que

região das minas.

Motivos de ordem e militar aconselharam a localização


política

da sede da Capitania mais oeste, bem às raias mais


para próximo

ocidentais da das bandeiras, e eminentes capitães


penetração gover-

nadores dos mais ilustres a Metrópole enviou à Colônia soube-


que

ram habilmente assegurar a efetiva das terras recém-incorpo-


posse

radas à coroa, recuo do meridiano de Tordesilhas, não con-


pelo que

teve o ímpeto bandeirante em busca do desconhecido, do índio, do

ouro e das
pedras.

A instalação da sede da Capitania cm Vila Bela da Santíssima

Trindade, durante mais de meio século, comprometeu de algum modo

o desenvolvimento de Cuiabá, êxodo natural da


pelo popuiação para

a sede do mas, fixada


governo; a nova fronteira acordo entre
por

Portugal e Espanha, ia cidade verde tornou-se capital, fato


que

muito contribuiu lhe dar a aristocrática feição,


para a tradição e

muitos dos seus hábitos


peculiares.

Função de demográfica
fixação

No colonial,
período a vila, depois cidade, funcionou como o

entioncamento dos caminhos de na terra


penetração de ninguém",

cujo circuito fechava, ligando o Rio de


Janeiro, roteiro interior
pelo

do noroeste, Tieté-Aquiduana-Paraguai,
pelo e oriental, da Capi-

tania de Goiás,
Chapadão, com o litorâneo,
pelo via Amazonas-

-Guaporé.

A da
posse terra recém-conquistada
aos domínios da Espanha

exigia o caráter de fronteira viva dos vales lindeiros Guaporé-Para-

a cuja exploração
guai, Cuiabá serviria de centro de operações.
231
CUIABÁ

foi essencialmente devassa-


função nesse colonial
Sua período

não somente como entroncamento


ou de demográfica,
dora, jixação

hidrográficas do
e fiuviais entre as bacias
caminhos terrestres
de

mas como importante centro


Prata e a rota de Goiás,
Amazonas do

víveres e utilidades da
e de abastecimento de
exploração aurífera
de

lonqínqua Capitania.
nova e

Função
político-militar

independência em 22 de
a sua adesão à janeiro
Em 1835, após

Província 1825. e
escolha capital da em pela
1823, com a sua para
de

a 28 de agosto
Legislativa, sancionada pelo
n.° 19 da Assembléia
lei

caráter nítida-
função da cidade assume
da Província, a
presidente

comando das armas,


sede do que
completado pela
mente
político,

função militar.
lhe deu

militares cie
medidas
detenção da invasão pelas
A paraguaia,

cristalino funda-
afloração do complexo
nas barrancas de
Leverger

a função mi-
exemplo, constata
só si. como
mental de Melgaço. por

litar da cidade.

e varíola,
epidemias de cólera-morbo
de combate às
As medidas

o sucesso das armas


da Província, após
normalização administrativa
a

na cam-
e sua ativa
do invasor audaz, participação
com a expulsão

administrativa e
a sua função política.
conformaram
republicana
panha

exploração cientifica
Função de

recuperação econômica
e

inten-
se caractreiza pela
do regime republicano
A fase
primeira
e
de reajustamento político
administrativas
sificação de
providências

orma e
da nova governo.
sob a exaltação psicológica
econômico,

do_ terntono provm-


exploração científica
intensificação da
A

as in as e
de construção
com os trabalhos
ciai agora
prossegue

ali situada.
com sua administração
qráficas,

nacionais e estrangeiros, que


água,
Os cientistas de
primeira

na 0
e especialmente
tôdas as direções,
cortaram o Estado em

com o objetivo
Rondon,
iniciativa do
noroesce. levados general
pela
da linha
da construção
a oportunidade
de aproveitar integralmente

do bs-
da cartografia
à revisão intensiva
telegráfica, proceder
para
deram
recursos econom.cos
dos seus
à exploração científica
tado e
íe
cuiabana, caracterizando-
da vida
feição a èste
especial período

função.

Função
politico-administrativa

a
muito cedo perturbariam
internacionais que
Os acontecimentos
de var:a,
o arrefecimento
trouxeram
entre as nações (1914/18)
paz
ín us n
a da
entre as
econômicas, quais
atividades
comercial
comeicia
Cuiaba centro
tornara
negro, a borracha, produto que
ouro

imigração de trabalhadores.
e de
232 CULTURA POLÍTICA

Só o comércio do de Maués da Amazônia,


pau guaraná outrora

notável fonte de animação do comércio local, cuja florescência


no

anterior ficou ímpar


períocio nos íastos cuiabanos, continuou sem

graves perturbações.

Naquele
período, a exploração
da borracha, do nordeste do

estado, da ipeca, do oeste e do oée-noroeste, e a importação


do
gua-
raná da - .mazônia tiveram sua expressão mais vigorosa,
datando de
então muitas das fortunas
principais locais e, sobretudo, a recuo?-

raçao econômica do Estado desde os faustosos dias do ouro de Sutil.

O resultado natural e inevitável da crise refletiu-se desastrada*

mente na
paralisação da indústria extrativa da hevéia com o na-

tural depauperamento
econômico do Estado,
que passava a reajustar

sua economia em
çutros sectores.

A supressão da linha de navegação


do Lóide Brasileiro, o arre-
íecirnento
total das iniciativas
de construção ferroviária
Cuiabá
para
e o atraso no
pagamento do funcionalismo
estadual foram reflexos
naturais dessa fase tormentosa de depressão econômica, na
qual mo-
vimentos revolucionários
e lutas
políticas se registraram com freqüência.

Função de centro de

demográfica
fixação

A
presente fase da cidade, iniciada com o apaziguamento
das
utrfS
políticas em 19j7, assemelha-se,
sob alguns ângulos, à
penúl-
"r eR"i"erada;
c°™ estabelecer um ciclo da economia
f
C r.
a Estado. Sob outros aspectos, esta fase
íu
assemelha-se
a sua
primeira função de entroncamento
de rotas, agora
nao mais de caminhos, mas de autoestradas
e aerovias,
precursoras
das ferrovias
já próximas.

par.tce scr a fase aill'£a metrópole


-_nf.rvfta matogrossense,
oeio
sentido econom;co
se lhe vai
que dando, e a indústria nacional

C"m r<1u°aVe
Probabilidade de caráter definitivo,
sob o in-
fluxo d
°
'
pd° Presidente Vargas,
ouando
qaando, em
emT^rfr"
1941, V* !anÇada
foi
pessoalmente levar às dilatadas
terras do oeste
matogrossense
a sua
palavra de encorajamento
e fé na" altas fun

s ao Es,ÍUi°2
a sua «*>*"¦ «
Iz
bSleS

Sob o influxo
das excepcionais
circunstâncias
ecorônicas p nn
lucas
d. segunda
conflagração
m„„dial, sob o
pretexto de ordam
ordem
geopolitica, com o rótulo
de esmrn vita! • ir
' a c0ncluista
definitiva dos
vazios
demoaráfírne J* f
°ddental
da íl0nt™*
triangular
braseira se' í, eSqUerda
P °
- Povoamento das linhas
de sua fronteira
aflânHra
afiantica, ?°m
razoàvelmente
ja
povoada. nteira

1C,atalJadora
ou de núc'eos de cristalização
demográ-
fica Cabe
Mbc Sem duv,díl
ín'eiramcnte
à cidade
cuiabana, como
CUIABÁ 233

de acesso é às vias naturais de comunicação entre


entroncamento que

vales e o salubérrimo dos Parecís, rumo à hiléia


os dois planalto

donde, no outro lado do vastíssimo vale, está a linha de


amazônica,

da nossa fronteira setentrional sanear,


fecho do triângulo por para

À conquista das terras na direção cio


economicamente. pia-
oovoar

do Brasi! C um fato consumado com as cidades


nalio central prós-

Poxoreu, Lajeado e Alto Araguaia.


de
peras

íunçío atual da metrópole matogrossense é


Sem dúvida esta

a da boa vizinhança do Brasil no


altamente, importante
para política
"ismos"

ideologias dos exploradores do


continente, ameaçado
pelas
"espaço
vitrJ", segundo o sentido da escola alemã dirigida
por

Hansoper.

exploração integral dos recursos do território nacio-


De fato, a

e militar tem na razoável densidade demo-


nal e sua defesa
política

fronteiras a arma realmente efica- da


cio triângulo das suas
gráfica

sua soberania e independência.

Aspectos urbanos da cidade

é uma cidade de traçado


de vista urbanístico, Cuiabá
Do
ponto

fortemente in-
ao colonial lusitano,
e arquitetura nitidamente
gosto
"verde",

A cidade foi cognominada por


iiuenciado paulistas.
pelos

e das fiuteiras dos gran-


dc suas quintais
causa das praças
palmeiras

irregulares.
des há nos seus
que quarteirões

da Prainha, coletor
ao córrego
Seu eixo corre
paralelamente

águas da cidade.
natural das
pluviais

variável dc se?s a
recentes, de largura
Avenidas c ruas mais

retos, o casario
ângulos raramente primi-
vinte metros, cortam, em

tradicional córrego.
íivo, ao
paralelo

colonial são de
do pau
As construções período
predominanets
"terra "taipa",
do tempo do
marcos indeléveis
socada" e
a
pique",

braço escravo, dócil e barato.

a construção de
até 1937,
No republicano, predominou
período

alvenaria sobre alicerce de


pedra.

Telégrafos, ini-
Correios e
do edifício dos
Desde a construção

a cidade co-
concreto armado,
estrutura de
ciada naquele ano, com

com a
escada nas construções,
em larga
meçou a empregar o cimento

neste iiitimo
concreto, operou-se
ern
ida de técnicos especializados

de
com absoluta
chamar propriedade
o
qüinqüênio que poderíamos
"revolução

Portland^

métodos dc construção
dos
foi radical a transformação
De fato.

nativos se
dc obras e pedreiros
os mestres
urbana da cidade, a
que
em
dos técnico*^
discípulos
como excelentes
adaptaram rapidamente,

o -s^a o
desde então p«.
importados
concreto, alvenaria e
pintura,
CULTURA POLÍTICA

execução das obras de arquitetura dos seus edifícios


para grandes

públicos.

A revolução do cimento Portland abriu uma nova fase urba-

nística em Cuiabá, cuja idade é fàcilmente inferida menos avi-


pelo

sado observador lhe sobrevoe o céu, ou mais modesto,


que suba
que

a encosta suficientemente alta do morro da Prainha, lobrigar-


para

lhe os telhados novos, ainda sem a marca das águas


pluviais.

O tom arul dos das e o das


portais, portas, fachadas,
plúmbeo

com rodapés encarnados de irresistível


predileção antigamente, so-

freram ligeira transição o verde com rodapé de roxo-rei, sendo


para

fim, na última fase evolutiva do estilo


por urbanístico, completa-

mente anulados.

É agradável à vista o
policromismo dos telhados novos, salpi-

cando em todas as direções os lodosos ação do tempo,


já pela por

entre os se alteiam, de
quais espaço a espaço, os aglomerados das

belas cuiabanas,
praças com suas de copas verde^escuras,
palmeiras

farfaíhantes, das Alencastro, da República e Ipiranga,


praças donde

se descortina, entre os caules, o belo templo de


por estilo do
gótico

Bom Despacho, a ostentar ao sol e à chuva a sua alvenaria desço-

berta, em contraste com as brancas de azues


paredes portais do Se-

minario Salesiuno, onde tem sede o arcebispado metropolitano, bri-

lhantemente representado na figura do intelectual orador,


presidente

da academia regional dos imortais, D. Francisco de Aquino Correia,

O magnífico e curioso contraste dos muros velhos de cascalhos,

socados com água braço escravo, hoje fortemente


pelo erodidos

chuva, com os muros


pela de revestimento rugoso ou liso das cons-

truções modernas dá ímpar a


personalidade cidade.

Os
quarteirões e irregulares, de fraca
grandes densidade
pre-
dial, completados
com muros de terra socada, longos, de várias de-

zenas de metros, são de fruteiras, dentre as


plantados o co-
quais

da Baía desapareceu
queiro completamente,
quasi ação nefasta
pela

de um inseto.

Aspectos
demográficos

18.861 habitantes dos 54.394 habitavam


que o município como
•moradores,

em 1.° de setembro de 1940, estão condensados no


perí-
meíro das zonas urbana e suburbana da cidade.

A taxa de natalidade e fecundidade média no último


qüinqüênio

e, eie^fda'„pois sobe a 41'63 1-000 habitantes


P°r e a
ioÁeoo
190,98
1.000 mulheres
por de 15 a 49 anos,

se distribuem no município na
j 9S, habitantes proporção

A,^re'e' 5616 em Brotas- 10.430 na Chapada,


* Õio V"
3.9Í9 no Coxipó da Ponte, 1.057 no Coxipó do Ouro, 4.495 na

Guia, 594 na Passagem, 3.942 na Várzea Grande e 804 na zona

rural do distrito da sede.

i
de Mato
— A bela metrópole
Trecho da Pra<;a Alencastro

as
típicas de suas palmeiras
ostenta as folhagens
Grosso

seu clima ameno.


brisas frescas do

^MIMP*11^''', 1 r^.-- • *
^•Sf ^
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«%» v*1 *^*


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K*
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, %
¦WL^ • * » •* ^
# '. "-" • A
'" - ' ' *x " '

TP**:

no método
assumem importância preponderante
Os riachos
de ouro e
apoiada na batcia
da terra,
de explorarão

diamante.

Política)
(Cultura
"''JMJk
/

'
— if-i
,«~ r"^MMML: i iiiiiii'W'
¦ppp ••¦.¦ ^^M|^M|M|, yv

Recortada sobre o rio Cuiabá, a metrópole brasileira olha altaneiramente


para
a fímbria agitada da chapada...

|
fi|fWj§'
* ^Sr ; V
Ifr;
p '' /' ' ^
0<&$vi % $1''

:í-
:i^x-?:|-

Cuiaba —
A barca
passando a com
jardineira passageiros dc Cuiabá

para Poconé.

(Cultura Política)
cm dois
Águas do Coxipó passando

2 km dc Buriti,
dc a
furos pedra

da Chapada.
Distrito

de Ponte Falsa,
a 18 km
Torrinhas,
de
Município
dc Chapada,
Distrito

Cuiabá. _ .

Política/
(Cultura
CUIABÁ
235

Aspectos econômicos

Entreposto natural de abastecimento


dos leste
garimpos de e
das cidades mais setentrionais
de Rosário
e Diamantino,
Cuiabá

continua a desempenhar
a sua função comercial, com tendência a
maior intensificação
em face do movimento
atual de
penetração de
seringueiros
para o dos
planalto Parecís e vales dos tributários

amazonicos.

O bovino,
gado eqüino e menor, totalizando
cêrca de 42 000 ca-
beças, representa
uma apreciável riqueza do município, embora em
escala reduzida relativamente
a outras regiões do Estado.

O Banco do Brasil mantém ali uma agência, bem como o da


Borracha; a Caixa Econômica Federal, uma sucursal; correspon-

dentes de oancos
paulistas desenvolvem
atividades de cobranca e

pagamentos na capital matogrossense.

A indústria de redes, explorada em domicílios,


ocupa mais de
uma centena de famílias, especialmente
no distrito de Várzea Grande!

A agricultura, a cerâmica, a charqueada, os


produtos derivados

e a marcenaria
apresentam uma
já base mais ou menos satisfatória

as exigências da
para região.

A construída
ponte sobre o -
Cuiabá realização de imperiosa

necessidade secular
o desenvolvimento
para da região abastece a
que
sua despensa —
funciona como
poderoso fator de intensificação do

intercâmbio
com os municípios limítrofes de Livramento,
Cáceres e

Mato Grosso, na direção do ocidente, e de Rosário e Diamantino

na do noroeste.

Cidade essencialmente administrativa, o funcionalismo


for-
pesa
temente na sua economia, sendo êste motivo o seu
por comércio es-

fiel da situação
pêlho econômico-financeira
do tesouro estadual.

Aspectos sociais

A sociedade cuiabana é, sem dúvida, suas origens, forte-


pelas

mente conservadora e de costumes severos»

As vicissitudes dos de lutas e depressão


períodos políticas eco-

nômica
no indistintamente, hábitos
produziram povo, de economia

doméstica, talvez sem no


paralelo pais.

Raro é o cuiabano não tem na caderneta da Caixa Econô-


que

mica seu
pecúlio as eventualidades, apesar dos
para salários relati-

vãmente baixos normalmente


percebidos.

Do de vista
ponto dos hábitos o
generalizados, ralado,
guaraná

como aperitivo matinal, ou refrêsco vespertino, é inveterado na


po-

de tôdas as idéias. Mulheres


pulação e crianças são especialistas no

manejo da Daí, o característico ruído


grosa. típico das manhãs

suiabanas,
para as suas calçadas mal niveladas.
quem percorre
236 CULTURA POLÍTICA

Aspectos culturais

A taxa de alfabetizados na cidade sobe a 59%, fato atesta o


que

seu caráter de centro dc irradiação cultural do norte do Estado.

Realmente, a contribuição dos alunos das cidades vizinhas na

matricula dos estabelecimentos de ensino secundário é apreciável.

Várias associações culturais florescem naquele meio francamente

as atividades
propício do espírito, na sua mais alta expressão
polari-

radas nss duas instituições -—¦


culturais a Academia Matogrossense

ce Letras e o Instituto Histórico e Geográfico Matogrossense.

As notáveis afinidades da cidade metropolitana com a Capital

- edcrai tem drenado esta última uma


para corrente emigratória

apreciável de rapazes e moças, vêm


que seus estudos nos
prosseguir

cursos superiores da metrópole do


país*

A função cultural da metrópole matogrossense, inequívoca

desde o auxílio
governamental aos moços foram
que mandados aos

centros mais avançados,


estudos, confirma-se
para nas mais legítimas

expressões de matogrossenses
e cuiabancs ilustres, têm
que prestado,
em todos os tempos, o concurso de seu talento, de sua cultura e inte-

Jigência ao serviço da
pátria.

A metrópole matogrossense
mostrou-se digna e ciosa das fun-

ções soube executar,


que e está apta a desempenhar o
papd lhe
que
cabe, no florescimento
da ala esquerda da fronteira nacional.
' ™ " *»,. *
• *• • •
r ^ w>. ?
I.V' f"
p ^ p'

Bibliografia

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do Conselho Geral, cm 1 de
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peio provedor

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exportação do tabaco em
classificação e fiscalização aa
belas a
para

de Serviço de
sua Rio Janeiro,
folha, da Baía, visando à padronização.

— 5
Informação Agrícola 1943 pp.

Educação

Ministério da Edu-
DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS.
INSTITUTO NACIONAL

193O-1940. Bo-
- ensino no Brasil. No
cação e Saúde. O qüinqüênio

de Estudos Pedagógicos,
Instituto Nacional
letim n. 25. Rio de Janeiro.

1942 - 83
pp-

Educação cívica

ô Pereira, s. d.
- Ponta Grossa, Montes
E CANÇÕES ESCOLARES
HINO

42 pp.

do Brasil! Palestra do
- Trabalhadores
FILHO. ALEXANDRE
MARCONDES
de 1943. 292+2
Brasil em 19<2. Rio Janeiro,
na Hora do
ministro...

nums).
(n.

Educação física

— Os
da Educação e Saúde.
FÍSICA. Ministério
DIVISÃO DE EDUCAÇÃO

Rio de janeiro,
físicos e a sua adaptaçao profissional.
exercícios

46+2 nums). Com gravuras.


(n.

Engenharia

- de Cross. Primeiro
DE O método
CÂNDIDO HOLANDA
LIMA,

e simples
Vigas continuas pórticos
Princípios fundamentais.
Breiner
Horizonte, Gráfica Queiroz
2." tiragem. Belo
lares. 1." edição.

- e uma f. de errata
1943 127 pp.
Ltda.,
CULTURA POLÍTICA
240

Estado Nacional

— A Democracia do Estado Nacional.


MARCONDES FILHO, ALEXANDRE

no Teatro Caetano na festa


Discurso João promovida pelos
proferido

do aiüversário do Getúlio Var-


empregados, comemorativa presidente

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1943. 16
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PINTO, PEDRO (Escritos
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(2."

144
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RANGEL, ALBERTO Trasanteontem e Relatos Históricos). Ri-
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xas e atropelamentos. Autoritarismo e despejo. O mal sagrado. O após-

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Cartilha. Ensino Rápido da Leitura. 246.* edição.

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(Segunda de Im-
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LIMA, GUIMARÃES -—
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pela Universidade de São
Faulo, colega de
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Pela Secção Social de Hospital Bra-
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MEDEIROS, POTIGUAR;
E. DE AGUIAR WHITAKER; ANTÔNIO PRU
DENTE; PAIVA RAMOS; HUMBERTO PASCALETARCIZO

LEONCE PINHEIRO CINTRA;


JOSfi SALVADOR
JULIANELU
~ Boas-vindas dos doutorandos de 1942 da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo e Escola Paulista de Medicina 8-12-1942.
São Paulo, Editada
pela Secção Social do Hospital Brasil S. A., s. d.
43
pp.

118.728 „
^
F. 16
%

CULTURA POLÍTICA
242

Literatura infantil

— c os Quarenta ladrões.
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ARNALDO gata
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22). 8.* edição. São Paulo,
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48
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— Viagem através
ARIOSTO
ESPINHEIRA,

São Paulo, Edições Melhoramentos,


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II (Minas

- 135
1943 pp.

— São Paulo, Edições Melhora-


Santos Dumont.
RENATO SÊNECA
FLEURY,

— 248
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Poesia

Rio de Editora
— Ôlho dágua. 2.* edição. Janeiro.
ACCIOLI, JOÃO (Poesia).

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Poesias. série). Jardim.
ARAÜJO. NARCISO (1.*

Editora, 1942. 177+4 nums).


neiro, Livraria Olímpio (n.
José

— abismos Capa de Luis


RUI GUILHERME Anjos dos (Poesias).
BARATA,

Olímpio Editora, 1943. 84+2


Rio de Livraria
Janeiro, José
Jardim.

nums).
(n.

— Rio de
MARIA ADAIL PHILIDORY DE Jasmins (Poesias). Ja-
FARIA,

Rodrigues & C.» 1943 60


neiro. do Comércio. pp,
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Tradução de Kla-
— Fausto. Uma tragédia de... Primeira Jenny
GOETHE parte.

Companhia Editora Nacional. 1943.


bin Segall. São Paulo,

— de mim... Rio de Irmãos Pon-


MANGABEIRA, EDILA O ficou Janeiro,
que

Editores, 1943. 74+2 nums).


getti (n.

ALVES DE — Atura de ritmos. Rio de Editora Livraria


MENESES, J. Janeiro,
'128

Coelho Branco, 1943. nums). e nanquins do autor).


(n. (Capa

VINÍCIUS DE — 5 elegias. Rio de Pongetti, 1943. 43+2


MORAIS. Janeiro.

nums).
(n,

F. AMÈDÉE — A tragédia dos onze. 2.* edição. Desenhos de Péret.


PÉRET, José

B. Horizonte, Gráfica Breiner Ltda., s. d. <— 66+4 nums).


Queiroz (n.

Râdiodifusão

"O

ANDRADE, RENATO — Pequeno manual do rádio-amador. o Rádio-


que

Ouvinte ao Técnico". 2.* edição revista. Rio de Edi-


pergunta Janeiro.

tora Getúlio Costa, s. d. ~~ 151+6 nums).


(n.

Religião

FURTADO, M. F. DE ANDRADE A catedral. Fortaleza. Editora Fortaleza»

1943. 14
pp.

Romance

ARANHA, GRAÇA Cana3. Nona edição revista. Rio de F.# Briguiet


Janeiro.

õ Cia. Editores, 1943 276


pp.

AZEVEDO, ALUÍSIO O Cortiço. 9.a edição. Rio de &


F. Briguiet
Janeiro,

Cia. Editores, 1943. 304 Com desenhos de Marian Colonna.


pp.

AZEVEDO, ALUÍSIO Uma lágrima de mulher. Romance edição*


original. 5.*

Rio de F. Briguiet & C. Editores, 1943.


Janeiro, 138
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Grande era o Couto!
(Romance-Biografia de Miguel Couto).
Rio, Est. de Artes Gráf. C. Mendes
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BORBA, PI^NTEL —
JENNY DE Paixão dos homens. Romance. Rio, Borba
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BRANCO, CAMILO "Novelas


CASTELO — Amor de
perdição. (Série do Co-
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). Paulo, Edições Cultura, 1943, 189+2
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BRANCO, CAMILO —
CASTELO Amor de salvação.
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Vol. 8. São Paulo. Edições Cultura. 1943. 207
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MALBA, TAHAN —
O homem calculava.
que Romance. Aventuras de um sin-

guiar calculista Tradução


persa. e notas do Breno
prof. Alencar Bianco.
Ilustrações da Sra. Felicitas Barreto. Desenhos
geométricos de Horá-

8-" Rio de Editora


Janeiro, Getúlio Costa, 1943.
, „,ns' lediçSo-
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ALVARENGA. PLÍNIO -
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Tip. do Bazar Moderno, 1943. 37
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Sociologia

FREIRE, GILBERTO ~ Continente e ilha. Conferência lida no salão de confe-


rencias da Biblioteca do Estado do Rio Grande do Sul, no dia 19 de
novembro de 1940. Rio de Edições
Janeiro, da C. E. B. 1943. 69
pp.

Teatro

NERTOR, ODILON — Atenas, Roma e


Jesus. Ensaio. Prefácio de Gilberto Freire.
Rio de Edições
Janeiro. de Cultura da C. E. B. 87
pp.

Viagem

FARIA, TASSO —
VIEIRA DE Excursão ao Paraná. Uma visita de confrater-
nização universitária e de intercâmbio cultural.
Julho de 1934. Pôrto
Alegre, Rio Grande do Sul, Of. Gráf. da Livraria do Globo, Barcelos,
Bertaso & Cia.. 1943. 30+2 nums).
(n.

TRADUÇAO

Biografia

VERNEUIL, LUÍS -
A vida maravilhosa de Sarah Bernhardt. marcha do
("A
espirito . Vol. X). Tradução de Galeão Coutinho. São Paulo, Livra-
ria Martins Editora, s. d. 369+2 nums). Com um
(n. retrato da bio-

grafada.

Literatura infantil

HOFFMANN, HEINRICH —
João Felpudo. 2.' edição. Tradução de Guilherme
de Almeida. São Paulo, Edições Melhoramentos, 1943. 24
pp.

Romance

BALDWIN FAITH -
Êste homem é meu. Tradução de Iolanda Vieira Martins.
São Paulo, Editora Universitária, —
s. d. 221
pp.

BARING, MAURICE —
Daphne Adeane. Romance.
(Coleção Fogos Cruzados 15).
Traduçãoi e
prefacio de Oscar Mendes. Rio de
Janeiro, Livraria
José
Olímpio Editora, —
s. d. 424+2
(n. nums).

BRONTÉ. CHARLOTTE -
Jane Eyre. Tradução do texto integral inglês,
por

^ R'° *
hneÍr°' P<>nfletti
Editores.'l943. 382tpÇã°
POLÍTICA
244 CULTURA

— Coleção contemporânea 3. Tradução de


Sargento imortal.
BROPHY, JOHN

Paulo, Livraria Martins Editora, s. d.


Maslowa Gomes Venturi. São

293
pp.

— a cidade. Tradução de da Cunha Bor-


MÁXIMO Torraenta sôbre J.
GORKI,

Editora Vecchi Ltda., s. d. 188


Rio de Casa pp.
ges. Janeiro,

— de um Tradução de Godofredo
ABEL Horas de amor guerreiro.
HERMANT,

Civilização Brasileira S. A., 1943.


Rangel. Rio de Editora
Janeiro,

400+2 nums).
(n.

"A
— vem depois". Tradução de Godofredo Ran-
KELLY, felicidade
JUDITH

A. — 1943.
— Editora Civilização Brasileira S.
Rio de
gel. Janeiro

400+2 nums).
(n.

— Coleção Contemporânea 2. Tradução de


SEGHERS, ANNA A sétima cruz.

Paulo, Livraria Martins Editora, s. d.


Otávio Mendes Cajado. São

355+2 nums.)
(n.

— noite de amor. Tradução revista Inácio Raposo,


ZOLA, EMILE Por uma por

Ltda., s. d. — 172+2 nums).


Rio de Editora Pan-americana (n.
Janeiro,
Roteiro
bibliogrâfico
da República

SILVIO PEIXOTO

CULTURA POLÍTICA inicia com o capitulo


presente uma

pesquisa sôbre todos os livros


publicados acêrca da história da'

República, desde a sua no do segundo reinado,


gênese> final até os

tempos atuais.

Continuaremos a
publicar nos números subseqüentes a síntese

bibliográfica de todos os volumes trataram


que do assunto, con-

tribuíndo, assim, o no venham


para que, futuro, a realizar os es-

tudiosos do assunto.

APONTAMENTOS
PARA A HISTÓRIA DO SEGUNDO REINADO

Júlio da Silveira Lobo

de tipografia — 1895 —
com 168 sem
•i indlcação páginas, índices nem
ilustrações.

Faz o autor ligeira recapitulação histórica desde o reinado de D.


João VI,

passando 1." reinado, regência


pelo Feijó, e 2." reinado, onde mais se demora -

para destacar os acontecimentos


que julga preponderantes a do Partido
gênese Re-

publicano Nacional.

É um trabalho^ excessivamente apaixonado, em


que o autor não dissimula sua
aversao à instituição monárquica e a tudo
quanto trouxer o mais leve traço lusi-
tano.

A PROCLAMAÇAO DA REPÚBLICA

Lauro Sodré

Serviço Gráfico do Ministério da Educação — 1939 — 1 volume com 80 pá-

ginas, sem índice nem


gravuras.

Compõe-se êsse
pequeno volume de uma separata feita Ministério
pelo da
Educação da tese n. 53, intitulada A Proclamação da República, apresentada
pelo
general Lauro Sodré ao 3.° Congresso de História Nacional, comemorativo ao
1. Centenário da Fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Nin-

guem melhor o relator


que da tese 53 narrar
para os acontecimentos da implan-
taçao do regime republicano, ao dedicou
qual sinceramente o seu ardor cívico e o
concurso eficaz de sua colaboração.

Inicia seu trabalho fazendo ligeiro estudo da evolução de idéia de liberdade


desde a revolução de Bernardo Vieira de Melo, a 10 de novembro de 1710, abor-
dando outros movimentos revolucionários, como o chefiado Filipe
por dos Santos
CULTURA POLÍTICA
246

Mineira, o de 1817 em Pernambuco, chegar até o


em 1720, a Inconfidência para

de 1870, marco inicial do classifica como sendo


Manifesto Republicano período que

da dito.
o propaganda pròpriamente

a dois outros manifestos lançados republicanos


Referindo-se pelos paraenses

redigidos êle trata do do exército em


em 1886 e 1888, ambos por próprio, papel

face da analisar a militar.


proclamação, para questão

narra a célebre sessão de 9 de novembro de 1889 do Clube Mili-


Em seguida

tar, finalizar com o 15 de novembro.


para

A REPÚBLICA NO BRASIL

Silva
Jardim

Norte" — Recife 1889 — Folheto de 51


Tipografia d'"O páginas.

Primeira conferência feita Silva na capital do Ê ela uma,


por Jardim pais.

síntese das exposições feitas autor nas excursões de


políticas pelo propaganda pe~

Ias de S. Paulo, Rio de e Minas Gerais. Estuda as casas de


províncias Janeiro

Bragança e de Orléans, demonstrar, dedução filosófica, a so-


procurando por que

ciedade brasileira necessita da República e o meio obtê-la é a revolução de


que para

baixo o alto.
para

HUMOR1SMO DA PROPAGANDA REPUBLICANA

Hipôlito da Silva

Duprat & Cia. S. Paulo 1 volume de 239 com índice e uma


páginas,

gravura.

Enfeixou nesse volume Hipólito da Silva os artigos humorísticos


"Grito publicado*

no do Povo", aparecido em S. Paulo, em 1888, de


jornal combate à Monar-

e republicana.
quia propaganda

Como nota curiosa cumpre destacar o fato de haver sido o número


"Grito primeiro
"União",
do do Povo^ impresso na tipografia de Dinis & Sol, situada nos

fundos da sacristia da igreja dos Remédios, a mesma oficina anteriormente im-


"Redenção" que

a de Antônio Bento
primira e lançou o nú-
posteriormente primeiro

mero do Diário Oficial do Estado".

O ADVENTO DA NO
REPÚBLICA BRASIL

Conselheiro Cristiano B. Ottoni

Tipografia Perseverança ^ Rio de —


Janeiro 1890 1 volume sem estam-

com 136 com índice.


pas, páginas,

Na opinião do autor, foram


quatro as causas determinaram a
que da
queda
monarquia: 1.°) À Abolição -— 2.°) A evolução natural da idéia *—¦
democrática

3.°) As e descontentamento
queixas do exército 4.°) O descrédito a
que po-
lítica imperial lançou sobre a instituição monárquica.

Estudando as causas
preponderantes na formação do ambiente ao
próprio
advento da república, o conselheiro Ottoni apresenta como um dos responsáveis o

visconde de Ouro Preto, criticando o seu manifesto de Tenerife, o deu mo-


que
tivo à resposta go referido visconde, no livro
publicada Advento da Ditadura Mi"

litar no Brasil.
wgUÊm ¦ ¦*' <

É um trabalho mais de critica


que pròpriamente de narração histórica.
ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO DA REPÚBLICA 24?

O ANTIGO REGIME

Suetônio

Cunha & Irmão Editores — 1896 ¦— —'


Rio de 1 volume com 256
Janeiro

e mais 22 de apêndice, com índice.


páginas

Knfeixa nesse volume Antônio Pacheco Ferreira Viana, sob o de


pseudônimo
"O
Suetônio, uma série de artigos no País",
publicados era entre outros es-
que,

tudos, desenha a fisionomia moral e do ex-imperador,


política os
perscrutando

efeitos da influência de seu caráter sôbre os negócios


pessoal e sôbre a
públicos po-

lítica da nação, o constitue apreciável contribuição


geral que o conhecimento
para

do terreno em se desenvolveu a idéia republicana.


que

OITO ANOS DE PARLAMENTO

Afonso Celso

Laemmert Rio de — 1901 -—


Janeiro 1 volume de 315 sem índice,
páginas,

sem
gravuras.

Livro em o autor conta, em bom estilo, as impressões mais frisantes


que de

sua vida durante os oito anos de


política Dentre os muitos capítulos
parlamento.

em nos dá, o seu àcêrca dos


que principalmente, juízo colegas mais se distin-
que

na Câmara dos Deputados, destacaremos dois,


guiram tocarem mais de
por perto
"Pródromos "A
no assunto republicano: da República" e última sessão da Câmara

na Monarquia".

No defendendo a tese de ser o 15 de novembro a conclusão


primeiro, de
pre-

missas de há muito estabelecidas, elucida nos seus oito anos de deputação


que a

idéia republicana se acentuou e no seio do Parlamento.


progrediu

Relembra a sua atuação republicana desde a sessão 28


de de fevereiro de

1882, declarou representante da nova


quando que, era republicano, ado*
geração,

tando o manifesto de 1870, e transcreve trechos de discursos de combate à mo-


"A
narquia, como os se seguem: monarquia mantinha-se
que tolerância, sem
por

um único esteio ou de apoio na alma nacional."


ponto

"Cumpre
fazer à nação o mesmo o agricultor faz às terras de sua lavoura:
que

derrubar os troncos inúteis, e revolver o solo, antes de lhe lançar


queimá-los novas

sementes."

"Não

há uma classe, um de homens diretamente interessados na ma-


grupo

nutenção do sistema monárquico".

"Tendo

viajado bastante interior do ainda não encontrei um homem


pelo país,

disposto a em armas defender a monarquia".


pegar para

Finalizando o capítulo, rebate a acusação de exclusivamente aos do


que erros

Ministério Ouro Preto se deve atribuir o triunfo da idéia segundo afirma, de


que,

há muito vinha criando vulto na consciência nacional.

Como fator tenha contribuído decisivamente a vitória, apresenta a


que para

indisciplina do exército, manifestada militares: a de Frias


pelas quatro questões

Viiar, a de Cunha Matos — Sena Madureira, a de Leite Lôbo e a do batalhão

i7.° em S. Paulo.

"A
No capítulo intitulado última sessão da Câmara na Monarquia", dá-nos o

seu depoimento do foram as sessões de 15 de novembro 1889, repre-


que de o
que

senta contribuição o estudo daquela época.


preciosa para
CULTURA POLÍTICA
248

ORIGENS REPUBLICANAS

Felício Buarquc

Edição da Livraria Internacional de Francisco Soares — Recife —


Quintas

impresso na Tipografia Boulitreau — 1 volume de 248 com índice.


páginas,

O livro de Felício Buarque é um trabalho bastante documentado, em o


que

autor refuta a obra de Afonso Celso, intitulada O imperador no exílio, a


qual
"livro
classifica de escrito em bom estilo, tem o defeito imperdoável de nâo
que

observar, em sua narração e fins, os de fidelidade. Escrevendo com apai-


preceitos

xonada impressão, mostrou com efeito não os requisitos essenciais, de es-


possuir
"delenda
critor consciencioso. Nesse inglório Cartago" são de traido-
qualificados

res, de ambiciosos e de criminosos influíram o estabelecimento


quantos para das

instituições vigentes. Isto basta diminuir o valor do trabalho."


para

Fazendo meticuloso retrospecto histórico, Felício Buarque vai encontrar remo-

tas raízes da idéia republicana nas tradições manifestações


e de liberdade de nos-

so ainda no colonial. É o seguinte


povo período o sumário desse livro, embora
que,

sendo de combate, ser considerado como


pode dos mais acuradamente
que pensem-

taram as origens do regime implantado 15


a de novembro: Carta à D. Isa-
princesa

bel de Orléans Critica de O imperador no exílio Conceitos da Gazeta


geral

da Tarde Origens ¦
e tradições republicanas Causas da fundação da Repú-

^ica. ^cí°rmas realizadas em —


tempo Síntese da história dos
pouco
partidos
monárquicos — Formação e desenvolvimento do Partido Republicano através das

reações opostas à sua marcha — A excursão do conde d'Eu às Províücias do

Norte —- A -—
eleição de 31 de agosto de 1889 A armada e o exército nacional —

O e o exército como
povo os maiores contribuintes das aspirações nacionais

Circular de Sílvio Romero — A legenda imperial Manifesto dos monarquistas

do **ayá '
O sebastianismo em ação As individualidades e os fatos históricos
Origem
da escravidão no Brasil e seu desenvolvimento —
Primeiros tratados

e leis relativos à abolição do elemento servil até 1831 — O bill Aberdeen e a lei
de 4 de setembro de 1850 — A lei de 28 de setembro e sua desvirtuação Acen-
tuação abolicionista de 1884-1885 - O Ministério Cotegipe e a reação escravista
' A decretação da lei de 13 de maio. —
Controvérsias -— Dualismo entre o Sul
e o Norte do Brasil — Considerações —
gerais A Inconfidência Mineira e Tira-
dentes a história —
perante Sua apoteose — Teófilo Ottoni e a estátua eqüestre
Confrontações
— A coleção de escritos no álbum oferecido a D. —
Pedro Es-
tudo sintético sobre o seu caráter de homem
particular e de homem -
público
Considerações finais.

PROCESSO DA MONARQUIA
BRASILEIRA

Anfrísio Fialho

1 volume de 218 —
páginas sem
gravuras.

S-end°
pròpriame"te um livro de
propaganda republicana, exerceu mani-
(ectr,
festa in?
influencia campanha
na a implantação
para da República
pela verrina a t-e
Pe-
dro II e combate ao advento do 3.° reinado. vernna

ADVENTO DA DITADURA
MILITAR NO BRASIL

Visconde de Ouro Preto

~ ~
"" -
1
— "><»«• * «2
pâ-

°seu em "Mani-
duas
partes. Nja
,trabalh? primeira publica o
festo de Tenerife acerca da revolução de 15 de novembro,
pela primeira vez aoa-
recido no Comercio de Portugal", em 20 de dezembro de 1889. Na segunda, trans-
249
BIBLIOGRÁFICO DA REPÚBLICA
ROTEIRO

ao célebre manifesto,
feitas visconde de Maracajú
creve as duas contestações pelo

do conselheiro Cristiano
contestações, como também à
responde, não só a essas
e

da no Brasil.
volume intitulado O Advento República
Ottoni, constante do
B.

11 de de
na Câmara em junho
insere os dois discursos
Finalmente, pronunciados

de 7 de e o segundo protestando
apresentando o Ministério junho
1889, o
primeiro
"Viva
da Câmara, deputado
República" dado em recinto pelo
contra o a pleno

discurso vem
mesmo dia, ao terminar um que
Manuel, na%essão dêsse
padre João

no livro do referido padre.


Reminiscências
publicado

dúvida, uma das obras essenciais


do visconde de Ouro Preto é, sem
O volume

assinalar o
da República. Cumpre-nos, entretanto, que
ao estudo da
proclamação

monárquico do Brasil, contra quem


do último Gabinete
seu autor foi o
presidente

Essa razão suficiente


as hostilidades dos republicanos. parece-nos
mais se dirigiam

com foi escrito.


a que
justificar paixão
para

DA DOS ESTADOS
PARA A HISTÓRIA REPÚBLICA
APONTAMENTOS

UNIDOS DO BRASIL

M. E. de Campos Porto

-
— - 1 volume de 1020
— Rio de 1890 páginas
Imprensa Nacional Janeiro

a cores, a bandeira nacional.


estampa no final, reproduzindo,
uma só

depoimento sóbre os acontecimentos,


o autor dar o seu pessoal
Não
procura
noticiário dos não só
criticá-los. Reúne apenas farto jornais,
nem interpretá-los ou

do estrangeiro, o alás constituo preciosa


dos Estados como também que
da capital e

Além de artigos editoriais e ine-


estudo do 15 de novembro.
contribuição o
para

noticiário de alguns estrangeiros,


dos Estados, e do jornais
da capital e
ditoriais
— Ordens do dia do exército e
do Govêrno Provisório
ainda: Decretos
transcreve
- Documentos da ex-fa-
de 15 a 30 de novembro
avisos expedidos pelo govêrno
- - Incidentes
— — Telegramas Noticias
— Adesões
milia imperial Declarações

dos destacados vul-


biográficas sobre alguns
— com breves referências
terminando

nos acontecimentos.
tos tomaram parte
que

POTÊNCIA MILITAR
BRASIL.

Meira dc Vasconcelos
General Manuel

— — 1 volume de
— de 1942
Zélio Valverde Rio Janeiro
Livraria Editora

com uma só
190 gravura.
páginas,

o sentimento ci-
autor exaltar
— cm seu procura
Nesse livro de crônicas que

as folnas a o. que
entre
— destacaremos as compreendidas
vico e patriótico
salientando os papeis
advento da República,
resumidamente, do
tratam, embora
finali.ar com
Deodoro e Floriano, para
Benjamim Constant,
desempenhados por

síntese sóbre a consolidação.


uma

DITATORIAL
IMPÉRIO E REPÚBLICA

Alberto de Carvalho

- - 1 volume de 270
- Capital Federal 1891 pá-
Imprensa MonfAlverne

com índice e sem ilustração.


ginas,

série de esboços des-


autor declara, constitue uma
Esta obra, como o
próprio

homens, dos assuntos e dos aconteci-


críticos a respeito dos
critivos e de estudos

compreendido entre o ocaso


da durante o
mentos mais importantes política período

do Império e a infância da República.


250 CULTURA POLÍTICA

Não esconde Alberto de Carvalho a sua amargura ante a desilusão lhe


que

causou o regime implantado em 1889. Embora ser imparcial,


procure parece-nos

vezes se torna injusto na apreciação dos acontecimentos.


que por

É mais um trabalho de crítica de narração histórica.


que

São os seguintes cs capítulos do volume: Introdução — Decadência e extinção

da escravidão — As festas da abolição e a chegada do imperador O imperador

D. Pedro II — A Isabel —
princesa e o conde D'Eu Senado Imperial —
Minis-

tério Cotcgipe — Popularidade e impopularidade do Ministério Alfredo


João

Ministro Ouro Preto — O visconde —


de Ouro Preto O imperador e seu sistema

de — O 15 —
govêrno de novembro A do Partido
propaganda Republicano His-

tórico A ditadura e a sua desnecessidade — —
Os exílios A liberdade de im-

— A ditadura
prensa e D. Pedro de Alcântara — O espírito da ditadura — As fi-

nanças e a bolsa A durante <—


polícia a ditadura As eleições e ~
o Congresso

Diplomacia — Lei Torrens —


e lei eleitoral Ouro e miséria — Militarismo —

Reforma — A República —
judiciária é republicana? Um
problema político
Conclusão.
jt ,

O GOLPE DE ESTADO DE 15 DE NOVEMBRO

Demétrio Seixas

Tipograria, Litografia, Ene. da Livraria Americana, Pôrto Alegre 1S90 ^


1 volume com 606
páginas.

Narra criteriosamente, à luz de abundante documentação, o 15 de novembro


fazenco interessante retrospecto histórico e estudo
politico-social dos acontecl-
mentos.

Embora conhecida,
pouco é uma obra de indiscutível valor.

PESQUISAS
E DEPOIMENTOS

Tobias Monteiro

Francisco Alves - Rio de - —


Janeiro 1913 2.° milheiro -
1 volume de 366
paginas, com índice, sem
gravuras.

E!ltre °S caP,itulos da obra de Tobias Monteiro, citaremos apenas os


... !ári0S
s^uintes, tratarem "A
por do assunto referente à República:
militar" -
"° questão
banÍmelU° da imperial e ^* três
dfnovemiro" ~

narra com ^undantes detalhes a


militaí0 aTeP f!Ítar" questão
um dos fatos "excitou
«Pitais de nossa
,CmS'dera história,
A,q pois nas
classes armadas o espirito de revolta,
que precipitou a prcclarna-ão da Remi
bhca Em sua critica mostra-se Tobias Monteiro mais
propSTaceUarospon^
contrário ao chefiado
pelo ichol DeodÒrè .drJSo

sobretudo
p^cSSlZJfíSÍ

=ido ente Sem mai0r tap0rtância até as


Pr°™*e° de urna ameaça
SãoT de

B, entretanto,
um trabalho bem elaborado e
que fornece detalhes interessantes,

dividido em
conspiração''—° 3«atro partes: A
Á" sedicão —^ Bi
müUaT

vista^conf^^fdta'^*0!^."2^01™60'0

C0^ende
0 vai
sua P^íodo que de
^rü%°deeCam^nas°^a^hamatdnCHm'r'ne'r0
^ales' até a Proclamação.
de outros mpos Além
assuntos
juntos, trata dn
da n
pnme.ra entrevista
que teve com Deodoro,
ROTEIRO
BIBLIOGRÁFICO
DA REPÚBLICA
251

MraM; ,scla„ce *
,
Silva
Jardim aa SSTdTisfc
%££

Çr°- militaf"',?
entrev'Stado
c o visconde de
Preto, Ouro
VesídLte^d^Mini^ér^1
q 3
0 último trono no continente
americano. De início fala nrU
Ouro FW j
"""'Ü d°S membl-°s
declarando de scu Ministério
não ter havfdo aZeno LZ
Isabe! oa do
consorte na indicação
dos PHnciPe
nomesEm PrjnCeSa
3 3 SUa
ritabilidade P°^tica diante da
em ir-
que se encontrava o PYrrrífr*

do da cora"
placência imperador
para c0m oVreputnt P ST"? 6
vcmbro, ° 'S d<
™ -
prtaâo KA^^aí£ta°'

Na "O
terceira
parte, denominada
panei de FfcriaW tvki
M°:ite''0>
nlndo trechos reü"
de várias declarações,
procura emprestar iL' 4nt H
ao desempenhado
papel
pelo marechal Floriano na
proclamaçâo TríST0

S5i55SE?S;

sição^eitTYôbre^oTprindpaifLtl^"10,^/^ ™ a expo-
feVeIa^s"

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^

"Palm^iràmCnÍ0
d° CntS° C0mand3nte
capitão do P^naiba,
de fragatáhJos^r^rios

* Grande 6 Tej°' feiía


comandante do Alagca"%°é •oe!o
MadaP^Ja^

o. *!W.s *
«3EWS
ÜT.t«.T&£!»

vembro", '* de "°'


o dep^Imento^tarã?^4Lucenííbre*a

criíe°
e Z^V
qUí cu™inou com
renúncia de a
Deodoro e conseqüente ascendoJwL®

'comdeSh^S
q^U, ^"Pf^P^^Sadí
o"barão Síucena^Mcreve

-
—JS-J
ís^-sístra,
srksrs
a;»-.

PRIMEIRAS
UNHAS DA HISTÓRIA
DA
REPÚBLICA DOS ESTADOS

UNIDOS DO BRASIL

Joaquim José de Carvalho

Tipografia
Rua do Carmo n. 41 —
Rio de Tanoim irgq 1 1 j
1 VOlUmc
279 ^e
páginas, sem índice, nem
gravuras. 1

-
mjzzzrs: •» *.
pri-
r«*«
erros janorama dos
do segundo reinado,
para entrar looo ""
em SC9U'da'
seo",^" I
na
£hTd
fase da
que é conscienciosamente P^Paganda,
relatada
por éle."
POLÍTICA
CULTURA
252

informações,
1 - MUAnanta nTinvol acervo de documentos,

»
*-s

t^sss.

a história republicana.

SÍt^.o£Í^ P-a
£meê;or

históricas
recordações

Brás do Amaral

índice, de 336
volume, com pá-
- 1921 - 1
- Porto
Tipografia Econômica

ginas.

entre as
nossa História,
de crônicas sôbre
Livro
"Os . ea
dia republicano
no
conservadores primeiro
Ginas 126 sob o titulo
"O detalhes, da deposição
trata, sem
de novembro", em que
24
fls 139 intitulada
,«Ml»*'
da Silva, po,
d» Baia. Goaçalve.
do
,ov«™do. marechal flora
Republica o
na da
1891. colocou presidência
novembro de que

Peixoto.

VULTOS E FATOS

Afonso Celso

- volume de 344
- Rio de 1 páginas,
Domingos Magalhães editor Janeiro

com índice, sem


gravuras.

vultos e fatos observados


descreve êsse livro
Como o título está a indicar,

tratam de as-
inserta nos Apensos
Apenas cs três capítulos da
autor. parte
pelo

suntos referentes à República.

"2
apreciação do
de dezembro de 1889", é uma
O deles, intitulado
primeiro
na via-
a família imperial
uma ilustre dama acompanhou
diário redigido por que

no exílio, de
figura também no livro O imperador
de exílio. Êsse capítulo
gem

autoria de Afonso Celso.

sôbre Deodoro, diz Afonso


seguinte, em faz ligeira crônica
No capítulo que

do visconde de Ouro
considerava digna a atitude
Celso como o
generalíssimo

da última vez
novembro, dando em seguida rápido instantâneo
Preto no dia 15 de

de 1891, oito dias antes de ser deposto.


o viu, a 15 de novembro
que

Fala de seu ao ga-


Floriano é o assunto do último capítulo. prestígio junto

seu membro honorário, finalizando


binete Ouro Preto, a de ser considerado
ponto

da E. F. C. do Brasil.
narração da última vez o viu na estação
com rápida que

nula significação histórica e conseguinte dispensáveis para


São episódios de por

o estudo da história republicana.

A ABOLIÇÃO E A FEDERAÇÃO NO BRASIL

Fernando de Castro Barreto

— Amand — 1 volume de 183 sem ilus-


Impremerie Bussière Saint
páginas,

trações.

nos de
Compõe-se êsse volume de duas séries de artigos
publicados jornais
"Gladstone",
a favor da
Pernambuco, a sob o de em 1884,
primeira pseudônimo

1890, federalista do
causa abolicionista, e a segunda em sentido
pugnando pelo

não se mostra o autor muito favorável à diretriz


regime recém-implantado, quando

do marechal Deodoro da Fonseca.


governamental
ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO DA REPÚBLICA 253

ACONTECIMENTOS POLÍTICOS DO RIO GRANDE DO -


SUL

1889-1890-1891

Gustavd Moritz

Tipografia Thurmann - -
P. Alegre 1939 —
1.» volume saido
(único até
o momento) de 326
páginas, sem índice, nem
gravuras.

Represente "Correio
esse volume a coleção
de artigos autor
publicados pelo no
"Acontecimentos
™..Plov° • a epígrafe
políticos do Rio Grande do Sul, de
1889 a 1895 *
.

Trabalho de focaliza,
jornalista, com felicidade, os aspectos mais importantes

daquele agitado da vida


período do Rio Grande, fornecendo
política assim inte*

ressante contribuição a
para história republicana.

Nesse volume,
primeiro é o único saído até a
que data, o autor adianta
presente
o seu estudo até a deposição do marechal Deodoro.

A INSTRUÇÃO A
E REPÚBLICA

Primitivo Moacir

Imprensa Nacional <— ¦


1941 Rio de
Janeiro volume com índice, sem ara-

vuras, de 258
páginas.

O autor dêsse trabalho,


primeiro volume da série de anunciados, é sem
quatro
dúvida uma das maiores autoridades em história da instrução no Brasil, tendo

as seguintes obras: — A
publicado Instrução e o Império — A Instrução e as Pro-

vtncias '—
O Ensino no Congresso Nacional.

Inicia Primitivo Moacir êsse volume com um capitulo


primeiro
preliminar,
onde faz sintético retrospecto da história da instrução desde o colonial
período
até o 2.° reinado, em seguida entrar na fase
para republicana, inicia
que com a

criação do Ministério da Instrução Pública, decreto de 19


por de abril de 1890,

estudando os dois anos


primeiros dêsse Ministério, isto é, as reformas Benjamim

Constant.
% -

A POLÍTICA GERAL DO BRASIL

José Maria cios Santos

Magalhães — — —
J. S. Paulo 1930 1 volume com 567 sem índice
páginas,
e sem
gravuras.

dividiu Maria dos


José Santos o seu interessante trabalho
" em duas
"A partes:
x
A obra do segundo reinado" e deformação republicana". Na trata
primeira
dos seguintes temas: O segundo reinado em confronto com os de D. Pe-
períodos
dro I e da regência — A maioridade e a de conciliação —
política A lei dos cír-

culos — A situação no início da Paraguai —


geral guerra do As reações da bata-

lha de Curupaití na —
interna A crise ministerial de 1868 —
política A lei do ven-

tre livre — —
A abolição Uma visão do Brasil —
colonial O fim do segundo rei-

nado. Na segunda aborda os seguintes assuntos: A —


parte militar A
questão pro-

paganda republicana — A constituição de 24 de fevereiro —


Os en-
primeiros
saios ¦— A consolidação do regime —
Os incidentes da consolidação -— Antece-

v-entes econômicos da República de 15 de novembro — A evolução econômica do


presidencialismo Consolidação do novo sistema econômico —
e financeiro Um
falso rebate de —
civismo As reações da mundial
guerra sobre o nosso sistema

econômico —
Os últimos resultados morais e econômicos do
presidencialismo.

Embora discordemos, vezes,


por da interpretação histórica dada Ma-
por José
ria dos Santos a alguns fatos ocorridos durante o republicano, considera-
período
mos o seu volume indispensável ao estudo daquela época.
CULTURA POLÍTICA
254

A PRESIDÊNCIA CAMPOS SALES

Alcindo Guanabara

— — 1902 volume
Laemmert 6 Cia. Editores Rio de 1 de 517
Janeiro

com índice e sem


páginas, gravuras.

Fez em seu trabalho o brilhante sintétiço estudo sôbre o


jornalista panorama

o de Campos Sales, o constitue razoável con-


político que precedeu quadriênio que

contribuição a história republicana. È uma bem elaborada critica e


para política

econômica dos três da República.


primeiros governos

A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Oto Prazeres

"O
Emp. Ind. Edit. Norte" — Rio de 1922 volume
Janeiro 1 com 197

com índice, sem


páginas, gravuras.

O volume, ser classificado como um sintético estudo das


presente que pode

eleições é de autoria de um dos mais consagrados autores estudos


presidenciais, em

dessa natureza.

Entre cs assuntos tratados nêsse trabalho, cabe-nos salientar o inicio do


pri-

meiro capítulo, trata da escolha do método a


que eleição de 1890,
para presidencial

e o do capitulo seguinte, onde se recordam alguns dos incidentes ocor-


principais

ridos durante o reconhecimento do da República.


primeiro presidente

A REPÚBUCA QUE A REVOLUÇÃO DESTRUIU

Sertório de Castro

Oficinas Gráficas de Borsoi, & Cia. — —


1932 Rio de —
Janeiro Distribuidor

Freitas Bastos & Cia. 1 volume de 573 sem ilustrações.


páginas,

Livro em seu autor


que se mostra capaz de, numa linguagem colorida» contar

episódios históricos de um modo atraente. seu


Jniciando trabalho com ligeiro
pa-
norama da
propaganda, estuda os diversos
quadriênios presidenciais até a re-
volução de 1930, salientando
principalmente as crises
políticas e conseqüêntes
pro-
nunciamentos revolucionários.

Embora sem detalhes, a referente à consolidação


parte do regime é digna de

ser citada entre os trabalhos


que prestam colaboração eficiente.

DA PRIMEIRA A SEGUNDA
REPÚBLICA

Hastin[ilo de Moura

Irmãos Pongetti Editores —


Rio de — 1936 —
Janeiro 1 volume de 399 pá-
com índices e ilustrações.
ginas,

Livro ser considerado


que pode como de memórias, onde o autor, o
general
nastinnlo de Moura, com o intento de
principal seu depoimento
prestar sôbre a
revolução de 19j0, narra também outros fatos históricos, de foi testemunha,
que
como a da
prociamação República, desde a fase da até
propaganda o da
período
consolidação.

Escrito com elegância e contendo farto documentário, fornece, êsse volume


apreciável contribuição ao estudo da República no Brasil.
ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO DA REPÚBLICA 255

FATOS E FIGURAS POLÍTICAS

Leopoldo dc Freitas

Laemmert & Cia. — Rio de — —


Janeiro 1900 1 volume de 133
páginas, com

índice, sem
gravuras.

Na desse volume, narra


primeira parte Leopoldo de Freitas, ainda resu-
que

midamente, alguns fatos dos anos da República, destacando os ocor-


primeiros

ridos no Rio Grande do Sul.

"Figuras
Na segunda isto é, na intitulada
parte, políticas", faz es-
pequenos

íudos biográficos dos seguintes vultos: de — —


Júlio Castilhos Silveira Martins

Serzedelo Correia — Nabuco — —


Joaquim C. Von. Koseritz Deodoro — Cesário

Alvim — Pinheiro Machado. Kmbora resumidos, êsses estudos não deixam de ser

interessantes.

PASTOS DA DITADURA MILITAR NO BRASIL

Frederico de S.

2.® edição 1890 — 1 volame de 368 com índice, sem


páginas, gravuras.

"Revista
Contém esse volume seis artigos na de Portugal" de
publicados dc-

zembro de 1889 e de 1890, Eduardo Prado, sob o de Fre-


junho por pseudônimo

derico de S., combatendo acerbamente o regime republicano, então recém-implan-

tado no Brasil. Trata-se de um livro excessivamente apaixonado, em seu au-


que

tor manifesta incontida animosidade contra tudo diz respeito à República,


quanto

chegando vezes, ao ataque o nos leva a considerar a obra em


por pessoa], que

como desaconselhável em virtude da com foi escrita.


questão parcialidade que

FLOFIANO PEIXOTO

Sílvio Peixoto

-
Tip. do do Comércio — Rio dc — —
Jornal 1937 folheto de 25
Janeiro pá-

ginas.

Encerra essa a conferência realizada, a 29 de de 1937, no


publicação junho

Clube Militar, na o autor trata da de Floriano no advento da


qual participção

República — da nomeação —
de um de seus ministros, Filipe Pereira do in-
João

cidente italiano durante a revolta de 1893 -— da do conde de Leopoldina


proposta

a compra de um engenho de do marechal — da de


para propriedade e escolha seu

sucessor.

FLORIANO PEIXOTO - VIDA E GOVÊRNO

Francisco Camcu e Artur Vieira Peixoto

"A

Noite" — Rio — volume


de 1925 1 de 248 sem índice,
Janeiro páginas,

com ilustrações,
prefaciado Lauro Sodré.
por

Nesse volume,
primeiro é aliás o único os autores estudam a
que publicado,

vida do marechal Floriano Peixoto, desde o nascimento até a reforma dos 13


ge-
nerais, em abril de 1892, abordando interessam a a
pontos que propaganda, pro-
clamação e,
principalmente, a consolidação do regime republicano.
256 CULTURA POLÍTICA

GASPAR MARTINS E DE CASTILHOS


JÚLIO

Vitor de Brito

Oi. Gráf. da Livraria Americana P. Alegre 1908 1 volume de 66


pá-

com 2 ilustrações e sem indice.


ginas,

Pequeno estudo crítico de dos dois rio-grandenses,


psicologia política paredros

onde o autor aborda, ainda sem detalhes, a atuação êles exercida no Rio
que por

Grande do Sul, ao tempo da consolidação da República.


principalmente

HISTÓRIA CONSTITUCIONAL DA REPÚBLICA DOS ESTADOS

UNIDOS DO BRASIL

Felisbelo Freire

3 volumes, sendo o 1.® impresso na Tip. Aldina Rio de ^ 1894,


Janeiro

com 423 o 2.° na Tip. Moreira Máximo, Chagas & Cia. Rio de
páginas; Ja-

neiro 1895, com 384 e o 3.° na Tip. Aldina — Rio de 1895


páginas; Janeiro

— com 314
páginas.

Tratando-se de uma obra sobre a História Constitucional da nada


República,

mais compreensível seu autor faça o estudo da origem da idéia republicana


que e

das leis de seu desenvolvimento, nele, certamente, encontrará


pois que importan-

tes fatores da elaboração do direito constitucional e as causas da revolução de 15

de novembro. Tal estudo constitue o assunto do 1.° volume, no aprecia a evo-


qual

lução democrática do Brasil, assim como todos os fatos deram lugar à dissolu-
que

do regime monárquico, classificando-os em três


ção categorias de causas: econô-

micas, e sociais. Ainda nesse


políticas volume analisa detalhadamente a
primeiro

fazendo interessante roteiro histórico das formas


propaganda, republicanas dessa

propaganda, em seguida, examinar a ação anti-política do


para, último ministério da

monarquia até a eclosão do 15 de novembro. Finalizando, aprecia a repercussão nas

Províncias do advento da República.

No 2.° volume, trata do Governo Provisório e seus atos antece-


primeiros

dentes indispensáveis ao estudo da Constituinte de novembro de 1890, isso


por
das relações entre ela e
que o ditatorial se originaram
governo questões exer-
que
ceram influência na elaboração
grande do direito constitucional. Observando o fato

incontestável de o Govêrno
que Provisório obrou como fator da elaboração do

direito meio de seu Ministério,


por fazia da Constituinte, aprecia
que parte também

o da comissão nomeada
papel Govêrno confeccionar o
pelo para da Cons-
projeto
tituíção, a função da imprensa da capital e o vestígio deixado no direito constitu-

cional bancadas dos diversos


pelas Estados.

E, finalmente, no 3.° volume, examina, através do elemento histórico indis-

pensável firmar a verdadeira interpretação


para da Carta Constitucional, o Con-

Constituinte até a sua transformação


gresso em Congresso Ordinário.

Consideramos o trabalho Felisbelo


de Freire a mais completa obra até hoje

publicada sobre a República Brasileira.

MARECHAL FLORIANO

Xavier Pinheiro

Laemmert & Cia. Rio — —


de 1900 1
Janeiro volume de 68 com
páginas,
um retrato do homenageado.

Poliantéia organizada Xavier Pinheiro, comemorativa


por do 5.® aniversário de

morte do consolidador da República.


ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO DA REPÚBLICA 257

Entre os vários trabalhos formam êsse volume, citaremos: o tes-


que pequeno

tamento do marechal -— —
político sua fé de ofício os discursos no
proferidos Se-

nado Federal, a 30 de de 1895,


junho vice-presidente da República Manuel
pelo

Vitorino, e senadores
pelos Quintino Bocaiúva e Leite Oiticica.

MONARQUIA E MONARQUISTAS

Tito Franco de Almeida

Tip. de Tavares Cardoso & -— — <—


Cia. Pará 1895 1 volume de 464
pági-

nas, com índice, sem


gravuras.

Neste volume reüniu o conselheiro Tito Franco uma série de artigos


publi-

cados em trechos de relatórios,


jornais, correspondência discursos, etc.
particular,

Trata-se de uma obra sem relevo, como documento a história,


grande para pois,

além de abordar assuntos muito debatidos


já e suficientemente esclarecidos, o faz

com frisado espírito de Aliás não


parcialidade. o autor dissimular suas ten-
procura

dências monárquicas, muito contrário,


pelo confessa-as desassombradamente. Por

vezes mesmo, ao referir-se a destacados vultos republicanos, a serenidade de


perde

linguagem se devia esperar de um conselheiro. É —


que o seguinte o índice do livro:

Aos brasileiros — Ontem — — —


Condolências Legado do Império O e a
papa

República — Necessidade de fugir ao contacto da República — Intransigência

com a situação — Administração republicana o direito — Afirmação


perante da

fé — Ânimos viris —
política Ò Partido Liberal e a República — Tradições mo-

nárquicas do Partido Liberal — Do virá —


pretório a luz salvadora Doutrinas

— Passado, —
perniciosas e futuro Monarquia e República Abstenção
presente

e concentração dos monarquistas — Discussão.

NOTAS E APONTAMENTOS

Alfredo de Barros

"Jornal
Oficinas do do Brasil" — Rio de *—¦ 1895 — volume
Janeiro 1 sem

índice e com
gravuras. ^

Narra nesse volume Alfredo de Barros


pequeno os fatos ocorridos durante

sua de 4 de novembro de 1893 a 14 de agosto


prisão, de 1894. Trata-se de um

libelo contra o do marechal Floriano Peixoto,


govêrno escrito com o rancor de

sofreu ou injustamente, não nos compete analisar — ação


quem justa a repres-

siva desse exercida contra os revoltosos de 1893. É,


govêrno, conseguinte, um
por

livro suspeito.

O CÊRCO DA LAPA E SEUS HERÓIS

Davi Carneiro *

Editora Ravaro — Rio de -—» 1934 1 volume de 200 com


Janeiro páginas,

índices, ilustrações e mapas.

O trabalho do operoso historiador diz respeito


presente paranaense à revo-

lução federalista no Paraná. De início, faz um sintético estudo sôbre a evolução

brasileira, afirmar a monarquia correspondera às necessidades


para que de então,

como a República se tornara uma aspiração nacional desde 1789. Em seguida, trata

dos chefes republicanos de 1889; da Constituição de 1891; o de estado de


golpe

Deodoro; da subida de Floriano à da revolta federalista


presidência; no Rio Grande

do Sul.

Após essas considerações, entra no assunto de seu trabalho, é a invasão


que

federalista do Paraná, campanha culminou com cêrco


que o da Lapa, onde
perdeu

a vida, após heróica resistência, o intimorato coronel Gomes Carneiro.

118.72» F. 17
CULTURA POLÍTICA
258

então desconhecidos e de comentários im-


de documentos até
Trabalho cheio

ao estudo do de conso-
como de capital importância período
rccomenda-se
parciais,

lidação republicana.

O ENC1LHAMENTO

de Taunay)
Heitor Malheiros (Visconde

1
—' 2 volumes» sendo o 1.* de
de Magalhães Editor Rio de Janeiro
Domingos

de 204 — sem Índice nem ilustrações.


246 e o 2.°
páginas

o visconde de Taunay este


Sob o de Heitor Malheiros,
pseudônimo publicou

financeira sob a denominação de


trabalho, onde focaliza a crise que,
interessante

anos da República, isto é, de 1890 a 1892. Em-


Encilhamento, surgiu nos
primeiros

dá-nos essa obra uma idéia muito exata do


bora se apresente em forma de romance,

em sua maioria, são na


foi aquela célebre crise. Os pessoas que,
que personagens,

naqueles acontecimentos, e tão bem sã*


realidade,, desempenharam destacado
papel

Nas dições a cargo da Cia. de Melhora-


descritos facilmente são identificados.
que

o de Heitor Malheiros e a obra


mentos de São Paulo, não mais figura
pseudônimo

é apresentada em um só volume.

O IMPERADOR NO EXÍLIO

Afonso Celso

Edição da Livraria Francisco Alves, de Paulo Azevedo & Cia. Rio de


Ja-

— 2.a edição aumentada 1 volume


neiro Impresso na Tip. Ailland, Paris
}.

com 205 e duas sendo uma o retrato de Pedro II e outra a es-


páginas gravuras,

tá tua do imperador erigida em Petrópolis.

Êsse volume — mereceu refutação


a de Felício Buarque no livro intitulado
que

Origens republicanas — é antes um a his-


D. Pedro II um estudo
panegirico que

tórico da do último imperador na Europa.


permanência

Apenas o constitue matéria nova nesse volume,


prefácio assim mesmo enxer-

tado com vários trechos da oferecida ao


poliantéia ex-monarca em 1888.

A essencial, isto é, aquela trata do


parte que assunto referente ao titulo do
"D.
volume, é constituída capitulo denominado
pelo Pedro II" do livro Vultos c

Fatos, de autoria do Afonso Celso.


próprio

Na dos anexos, transcreve —


parte além de três outras crônicas também

•— uma
publicadas carta do conde d'Eu e discurso ocasião de
pronunciado por

ser recebido como sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Fi-

naliza com uma espécie de reportagem sôbre a estátua de D. Pedro II em Petró-

polis. -
\ f > 1 * I

O VANDALISMO NO RIO GRANDE DO SUL

Euclides B. de Moura

Imp. a vapor da Livraria Universal, Pelotas 1892 — volume, Índice,


1 sem

com 318 dedicado


páginas, ao Partido Republicano e a de Castilhos.
Júlio

Trata este voiume dos acontecimentos


graves ocorridos no Estado do Rio

^U-i' ^esc*e ° 15 de novembro até depois da revolução de


pouco junho
de 1892, em virtude da assumiu o
qual govêrno daquele Estado de Castilhos,
Júlio
imediatamente renunciou,
que a
passando presidência ao vice-presidente Vitorino

Monteiro. Contribuindo com dados


preciosos a movimentada história repu-
para
blicana no Rio Grande do Sul, mostra-se entretanto o autor um tanto ma-
parcial,
nifestando francas simpatias *
pelo partido político de de Castilhos.
Júlio
ROTEIRO
BIBLIOGRÁFICO
DA REPÚBLICA 259

PÁGINAS
DA VIDA POLÍTICA

Rodolfo Abreu

"Jornal
Tip. do
do Comércio" _
Ri0 de lanei rn ton t . ,
_ 1 volume de
paginas sem índice, 215
com um retrato do autor ~

Ser
tação como u™3
de contas de°s^vida^lmra^fre^outros''» .classificado Pr«"

ssss srs

POLÍTICA,
ECONOMIA
E FINANÇAS

Nilo Peçanha

Imprensa Nacional
Rio de Taneiro — 1Q99 j
V°Iume de 170
com índice e um pá9inas'
retrato do autor '

da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio
Íniciati.va de Janeiro foram
reunidas 'e
em volume as conferências
proferidas por Nilo Peçanha em 1921 1922

sstí
JKSÍBSM8«-Ksiísr:
^regime^rTpubhMno8n^Brasn3"1
ser compulsados
Para ^'estuito da ^mpknteçâ^^o

PROBLEMAS
DE GOVÊRNO

Pandià Calôgeras

Emprêsa Gráfica Rossetti Ltda. _


S. Paulo - 1928 -
1 volume com 192
iVi
paginas, com índice, sem
gravuras. voiume

este. v°Iume as seguintes conferências


c D^n/eixa pronunciadas Calóaeras em
por
P!j ° comPree"dido
entre 1926 e 1928: Aspectos da economia nácio-
nàl FonteeLtT°la
mineralogia em São Paulo Os valores
zilrJo produ-
COJrnunica^ao
no ®ras^ ~
O ministério incompreendido —
rla«Qoc a a as
As
classes armadas -
As diretrizes internacionais. preenaioo

Nas três últimas,


principalmente, aborda o erudito autor interessantes aspectos
de evolução
política, econômica e social do Brasil, ressaltando
^excelênda a
fos^epubhcana,
o representa
que contribuição
ponderável o estudo
para daquela

QUESTÃO DAS MISSÕES

Barão de Ladário

Volume de 239
paginas, com ura
prólogo e um mapa de região das Missfies.

V°,Ume: "A
f°rmad,° arti9°s
P°r Publicados na Tribuna" do Rio
de líÜ ?Ue f
Mar,inha do último Gabinete do Império ataca acerba-
mJtJ r! ?' ? j 5 ?»
ÕeS' feit0
por Quintino Bocaiúva, ao tempo do Governo
Proísóriode l°889aS

Não consegue o barão de Ladário, em seu livro, dissimular a antipatia aue vo


ava ao novo regime valendo-se de tôdas as oportunidades
para estabelecer
leio com para-
outros tratados firmados durante o imperial,
período afim de enaltecer os
ar?|Um.entos 'endenci°«>s. Apesar dessa falha,
que compromete
bastante o trabalho,
Ttrabaíta
e ele digno de aprêço documentação
pela apresenta.
que
¦ *
BR."

POLÍTICA
CULTURA

recordações

de Araújo Maia
Acistides

- 1902 -
- Belo Horizonte
de Minas Gerais
Imprensa Oficial
Impresso na

com índice, sem gravuras.


volume de 355
1 páginas,

trabalhos em
uma série de publicados
Araújo Maia
nesse volume
Enfeixa
a 18 de
de republicana pronunciada
e uma conferência propaganda
vários jornais

em Ouro Preto.
de 1888,
novembro

destacando-se os re-
esses trabalhos,
os assuntos abordados por
Diversos são

defende, exaltando a
do novo regime, que
e consolidação
ferentes à propaganda

de Floriano Peixoto.
figura

REMINISCÊNC1AS

Padre Manuel
João

"Correio -* volume com 272


- - 1894 1 pá-
Amparense" Amparo
Tip. do

sem
ginas, gravuras.

no
uma série de artigos publicados
Manuel nesse volume
Reúne o João
padre
"Correio na sessão de
insere seu discurso, proferido
Amparense." Na introdução

o celebre Viva a
Deputados, deu
1889 da Câmara dos quando
11 de iunho de

visconde de Ouro Preto,


do protesto
mereceu imediato protesto
República", que
Militar no Brasil.
Advento da Ditadura
em seu livro
vem
que publicado

vultos do Império, os últimos


os sôbre fatos e
Seguem-se 58 artigos, primeiros

Manuel a
sistemàticamente, o João perde
à República. Nestes, padre
referentes
investir contra os
em um ministro de Deus,
se deve desejar para
serenidade, que
vezes, chegam ao insulto.
com ataques violentos que, por
republicanos
paredros
digna de ré.
capaz de oferecer contribuição
Não nos um livro
parece

DE UM RABULA CRIMINALISTA
REM1N1SCÊNCIAS

Evaristo de Morais

— — 1922 — 1 volume de 296


Ribeiro Rio de páginas,
Editora Leite Janeiro

com índice.
s$m gravuras,

feitas ele
narra as defesas por
Obra em o célebre criminalista principais
que

dezembro de 1916,
estréia, em outubro de 1894, até
no tribunal do desde sua
júri,

Entre elas, destacaremos as seguintes, que


se bacharelou em Direito.
data em
que

a de 92, sô-
à consolidação do regime republicano: págs.
se referem a fatos ligados

— a de 231,
de Morais, em 5 de novembro de 1897 págs.
bre o atentado a Prudente

sob o comando do coronel


revolta da Fortaleza de Santa Cruz,
referente à quando

Ivo, e à revolta da marinha de 1910.


Pedro

—» — 1943
Imprensa Nacional Rio de Janeiro

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