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J. ROMAO DA SIL VA
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DO AUTOR:
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MEMóRIA HISTóRICA SóBRE A TRANSFEMNCIA DA


CAPITAL DO PIAUt. Ed. Ministério da Edu c a ~ao e EVOLUCAO
. , .
DO ESTUDO ~ ~
' '
Cultura - Rio, 1952. •
LU1S GAMA E SUAS POESIAS SAT1RICAS - Liv. Ed . DAS
Casa do Estudante do Brasil - Rio, 1955 .
SANTA CATARINA - GEOGRAFIA, DEMOGRAFIA E
, ' ~ .
ECONOMIA - Confedera ~áo Nacional do Comércio
- Rio, 1960.
LINGUAS JNDJGENAS •

GEONOMASTICos· CARIOCAS DE . PROCED~NCIA IND1-


GENA - Sec. Educ. e Cult. da Guanabara - 1962,
NO BRASIL •

• 2.• Ed . - LI\ RARIA SXO JOSÉ, 1962.


DENOMINAQoES IND:tGENAS NA TOPON:tMIA CARIOCA

" Cole~áo Vieira Fazenda" - Liv . Brasiliana - Rio,
• 1966 .
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LIVRARIA S.Ao J osÉ t

RUA SÁO JOSÉ, 38 •


RIO DE JANEIRO
.. .. LIVRARIA S.Ao JosÉ •



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Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai
www.etnolinguistica.org
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J. ROMAO DA SILVA
(PMMIO DE FILOLOGIA E ETNOLOGIA
DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS)

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EVOLU<;AO DO ESTUDO
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:L1vRARIA S.Ao ] osÉ


RUA SÁO JOSÉ, 38
RIO DE J ANEIRO

\ 1966

A
M1aciel Pinheiro
Celso Cunha
F enelon Silva
e
R. Magalhaes Junior
A PRIMEillA ACHEGA - O interesse
pelo modo de falar dos nossos aborígines remonta
ªº contacto inicial que com eles estabeleceu o
conquistador civilizado. De sorte que já nos pri-
meiros escritos sobre o Brasil - crónicas de ex-
pedic;oes e epístolas de missionários - pudemos
verificar a presenc;a de termos do idioma nativo.
Nisso primam, por excelencia, as cartas do velho
padre Manuel da Nóbrega, que dos textos escri-
tos e publicados em portugues teria111 sido os que
primeiro registrara1n brasileirismos. Em portu-
gues, frisamos, porque pelo 1nenos dos que se tem
notícia, o mais antigo docun1ento em que apare-
c.em expressoes bárbaras desta parte do Novo
Mundo, f oi escrito em italiano e pertence a auto-
ria do vicentino Antonio Pigaffeta, cronista da
expedic;ao Fernao de I\t1agalhaes, e que com esta
transitou por terras americanas em dezembro de
1519, participando da prjmeira viagem de circuna-
vegac;ao. O documento en1 causa é o próprio
relato da arrojada empresa marítima, capitaneada
pelo intrépido mareante portugues, entao, por
capricho, a servi<;o de Carlos V de Espanha.



pectivamente. Os demais, a despeito da fonte de


Divulo-ou-o o naturalista Carlos .Li\.moretti, no ano
h f . onde f ora1n obtidos, nao passam uns de vozes pe-
de 1800, en1 edi<;óes italiana e ranct:sa, 1mpres-
culiares a outros povos nativos da América do
sas simultanea1nente em l\llilao e Paris, trazendo
Sul, e outros de termos portugueses ou aportugue-
na capa a que se fez 110 idioma en1 que f oi escrito,
sados cedo tornados correntios na boca dos índios
o seguinte título: Prinio Viaggi lntorno 'a.l brasileiros, substituindo, nao raro, primitivas
Globo Terraqueo o sia Pagguaglia Della NaVi~­
•• nomea<;óes para objetos, plantas e animais.
gazzione AJle Indice Orientali Per I~a V ia D'O~c ~­ Indo mais a fundo no exame da questao, mostra
dent.e Dal CavaJliere A ntonio Pigaffeta Patr1z10
Artur N eiva que as palavras cacique, miaiz e
Vic.entino S'ulla S quadra de Capi M agagli"ane
canoe, dadas por Pigaffeta como brasilíndicas,
negli ani 1515-1522.
sao na realidade, vozes do fíaiti, já aliás registra-
Pigaffeta, que acostou no Rio de Janeiro a das na primeira viagem de Colombo. E mais : que
13 do referido mes de dezembro e daí arribou a 27 a palavra "anta" encontrada no documento italia-
do mesmo, ton1ou-se de curiosidade pela lingua- no, foi trazida pelos portugueses e aquí adotada
gen1 dos naturais, recolhendo dos seus lábios pelo bárbaro na designa<;ao do 1namífero que na
algumas palavras que arrun1ando em sistem~ do sua língua era tapira, de onde se origin?u tap~r,
vocabulário adicionou aquele seu trabalho divul- "figura metaplásmica conservada no estilo guin-
gado por An1oretti. Sao doze ao todo os vocábulos dado", de que se utilizaram os poetas, notadamen-
coligidos pelo cronista entre os índios da Guai:a- te Gon<;alves Dias, como recurso de metrif ica<;ao.
bara, e que portanto ocorrem na sua narra~1va Ve-se, por aí, que o cronista con1eu gato por
acerca da viagen1 que fizera con1 Magalhaes. lebre aceitando e transmitindo como sendo tupis
)
Mas, em rela<;ao ao que consignou, há muitas res- ou de outras varia<;Ües idio1náticas da língua que
tri<;óes a fazer. Artur Neiva, por exemplo, tra- se tornou geral, todas as palavras captadas dos
tando do assunto, nos seus apreciados Estudos da lábios da gentilidade guanabarina.
Língua Naci.onal, reduz a dois apenas os v~ábu­
los proprian1ente tupis registrados como nov1dade Nao reparemos, porén1. no seu engano de via-
jante apressado, nem lhe retiren1os tao pouco, por
pelo vicentino. Sao esses : pindá e it,í , que se tra-
isso, o mérito que lhe é atribuído da primazia no
duzem por "anzoP', 'gancho' e "farinha", res-

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que respei ta a consigna<;ao das primeiras expres-
sóes do idioma gentio aparecidos em documentos Só o tráfico do madeiro colorante seduzia. Por
que se ref erem ao nos so país. isso, apenas se efetivou a cria<;ao de feitorias por
Cabe, pelo contrário, recolher a curiosidade iniciativa dos que se entregaram aquela rendosa
e considerar que justamente por esses equívocos, atividade, aos quais, antes de se decidir a con-
adquiriu importancia especial a sua pequena lista quistar em definitivo a Terra de Vera Cruz en-
de palavras colhidas no litoral do Rio de Janeiro, tregou a coróa lusitana o monopólio do pait' de
porquanto é precisa1nente ali que encontramos o f azer tinta.
primeiro convite a controvérsia sobre assuntos As circunstancias, porén1, tornaram, desde
indigenistas do Brasil. · Iogo, indispensável o entendimento com os nati-
Vale ainda o equívoco de Pigaffeta por urna vos. Era imprescindível a amizade <lestes. Daí
demonstra<;ao de que a corrup<;ao ou o malenten- surgiu a necessidade de se exercitaren1 na sua
der em matéria de terminología ameríndia vem língua os europeus que para aqui en tao vieram.
de muito antes de um convívio efetivo e mais 'I'odos se interessavam por aprender o idio-
estreito do colonizador com o gentio, e como o ma dos primitivos habitantes do país, tornando-se
indagador avisado, poderia, já en tao, f acilmente alguns, desde cedo, hábeis intérpretes, de cuja
equivocar-se na interpreta<;ao do tupi falado na experiencia se utilizariam, com grande proveito,
costa, onde, de fato, primeiro se acentou a influen- as, .futuras expedi<;oes desbravadoras e m1ss10-
cia da língua e costumes portugueses . nar1as.
Teodoro Sampaio, num admirável estudo
NECESSIDADE DO APRENDIZADO acerca da evolu<;ao histórica do vocabulário geo-
DA I~íNGU A - Durante os primeiros trinta gráfico no Brasil, com efeito observa: "Ve-se
anos que se seguiram ao descobrimento, a única bem que o trato com os naturais da terra a sua
coisa que justificou a presenc;a de estrangeiros na
. '
am1zade, o conhecimento da sua língua, coisa só
América Port~guesa f oi a explora<;ao e o comér- possível depois que o comércio os aproximou do
cio do pau-brasil. N es se período, nao houve ten- europeu, sao condic;oes que deviam preceder a
tativa de penetrac;ao, nem intuito de colonizar. quaisquer outras relac;óes, visando o conhecimento
do pa1s, ... "
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Mas esse interesse, vamos dizer, imediatista, zado. Da Companhia de Jesus era regra, aliás,
que dominou nas tres primeiras décadas pela que todos aprendessem a língua da terra em que
aprendizagem do tupi, cederia lugar a preocupac;ao vivessem, se vissem ser "mais útil que a sua
com o estudo e reduc;ao da língua a regras grama- própria".
ticais. Tal preocupac;áo se definiu com o advento E tanto nisso se aplicaram nao só os cate-
das "entradas" e da colonizac;ao. Vale dizer, com quistas, como, de um modo geral, os colonos, que
as missoes j.esuíticas de quem, indiscutivelmente, j;á no comec;o do século dezoi to era mais ou menos
é obra a fundac;ao lingüística americana e a pró- de tres para um a relac;áo entre o tupi e o portu-
pria expansao do tupi. gues f alado no Brasil. N aqueles tempos quando
A terra ia ser desbravada e definitivamente o desbravamento dos sert6es apenas se iniciava,
conquistada. N ela se estabeleceriam os portugue- diz Teodoro Sampaio, "o tupi era deveras a lín-
ses para agricultar, impedir a intromissao dos gua dominante, a língua da colonia", e acrescenta:
entrelopos - enfim, edificar urna nacionalidade "Todos a falavam e compreendia1n, parecendo
nova. Com maior razao se impunha a necessida- mesmo haver certa predilec;áo por ela. Sauda-
de de transfarmar o idioma dos naturais da terra vam-se em tupi, dizendo enecoe11za, que equivale
em instrumento útil as relac;oes entre indígenas e dizer bom dia, a que respondia o interlocutor,
alienígenas. O que agora convinha era estreitar repetindo a mesma sauda<;ao, ou simplesmente:
essas re1ac;6es, visando a assimilac;ao do índio aos yaue. Ao toque da Ave-1!faria, o cristao da Amé-
costumes civilizados e a sua utilizac;ao na empresa rica erguia-se, persignando: Sa,nta Curufá ran-
em que se obstinaram os conquistadores. Ao "' gauaua. réce, que quer dizer: "Pelo Sinal da Santa
esfórc;o de educar e converter o autóctone ao cris- Cruz". E repetía na sua língua a orac;ao da tarde":
tianismo, juntara-se, pois, o empenho de disse-
minar entre os que vieram viver ein comum com
Ave Maria, grafa rece tiryrece1nbae
eles o conhecimento da língua em que se comuni-
cavam, e mais ainda, a unifica<;áo das variac;oes Nde irunamo nde Jara recó
dialetais. Era isso, sen1 d{1vida, mais prático do Imonibeúcatupyram re,icó cunhii, ~ui
que incutir na cabec;a do bárbaro o idioma civili- 1mombeucatupyrambe nde me11ibyra J;esús.

IO 11
,.

A propósito desse predomínio da língua dos pregac;oes. Ternos o exen1plo do bis·caíno Aspil-
vencidos sobre a dos conquistadores, aá-nos o cueta Navarro e do nao n1cnos destro irn1ao P ·e ro
padre Nóbrega, em escrito de 1964, o seu teste- Lopes, o qual se tornou conhecedor profundo da
111uno: "É certo que as fan1ílias dos portugueses língua e da psicología dos índios, aos quais pre-
e índios en1 Sao Paulo está.o tao ligadas hoje urnas gava a sua maneira, inspirado etTl liv ros que espc-
com as outras que as n1ulheres e os filhos se cialn1ente para i sso n1anda va vir da Europa .
crian1 n1ística e don1esticamente, e a língua que nas A catequese na Iíngu:i tupi obteve grand e
ditas fan1ílias se fala é a dos índios, e a portu- estÍlnulo com a chegada do ir1nao Antonio Rodri-
guesa a vao os meninos aprender a escola". . .. ' .
g-ues. con1 quen1 se 1n1c1ou o seu . exerc1c10 n;:i
A tal ponto chegaran1 a s cousas que, ten1en- Bahía, ao 111esn10 te1npo que em Sao Vicente ~ e
do-se fósse esquecida a língua portuguesa, deter- desenvolvia atividade idéntica, aliás mais vanta-
minou o governo da n1etrópole, por provisao de
. . , . . , .
_losamente, po1s at encontraram os m1ss10118.r1 os o
1727, a sua proibic;ao terminante entre os colonos concurso de portugueses. há muito residentes no
da América Portuguesa. país. e que dominavan1 ben1 a língua.
Ao chegarem os padres ao Brasil, diz o padre
Serafim Leite, "sem deixarem a portuguesa veri- REDU·c;.A.o DO 1~up1 A "ARTE GRA-
ficaram que, para atrair e catequisar os índios, MA1'ICA" - A redu<;ao, no entanto, do tupi a
era indispensável saber a língua deles". Daquela arte de graniática só se fez d epois de lento e di-
-regra e dessa verificac;ao, observa o autor da fícil trabalho. Nao sem santa paciencia conse-
H istórfu. da C'ompanhia de Jesus: "Provieram guiram os padres entender os índios, apreender
múltiplas vantagens para a catequese e para a as flexóes vocálicas, as construc;oes silábicas, os
ciencia". segredos, enfim, das suas conven<;6es idiomáticas.
A aprendizagem prática do tupi falado no f Q , padre Nóbrega, já na sua pri1neira carta do
litoral, foi logo feita pelos missionários, de sorte Brasil, queixava-se da "bo<;alidade'~ dos índios,
que antes mes1no de seren1 encetados con1 maior dizendo que tentara traduzi r as ora<;Óes com eles,
afinco os estudos com o f im de sistematizá-lo, nao o conseg-uindo_. esperando f aze-lo com um
alguns · padres nele já se expressavam nas suas homem que "na terra se criara de moc;o". Reí e-

r2
. "' 13
ria-se a Diogo Alvares, o legendário Caran1uru. onde antes. nao havia penetrado, o que se deu com
o avan<;o das "bandeiras" para o recesso do ter-
Embara<;os ti vera também o padre Vieira:
A I
"Por ., . .
r1tor10 1menso.
vezes, escreveu_. me aconteceu estar com o ouvido
aplicado a boca do bárbaro, e ainda do intérprete, O idioma, que a princípio embasbacou o pa-
sem poder distinguir as sílabas, nem perceber as dre Vieira e a alguns pareceu pobre de vocábulos
vogais e consoantes, de que se f ormavam". O e inexpressivo no seu estado inculto, prestou-se
padre Navarro, que teria sido o primeiro prega- admiravelmente a modela<;ao que depois dos estu-
dor em tupi, e a quem Nóbrega encarregara da dos pragmáticos desenvolvidos na Babia e, prin-
tarefa de gramaticalizar a língua, quase que de- cipalmente, em Sao Vicente, lhe deram José de
sistiu da empresa. E é certo que a transferiu ao Anchieta e Luís Figueira. A este último afigu-
padre Ambrósio ~ires e ao irmao Blasques, des- ra-se "fácil, elegante, suave e copioso". De igual
culpando-se: "Quanto ao modo de Ar~e, nao al- forma ao padre John Vicent Y ate que, em carta
canc;o ainda para o fazer, nem me parece tem datada da aldeia de Santo Antonio, em 21 de ju-
senao certos vocábulos que servem em geral". nho de 1593, clava versao inglesa aquelas pala-
Mas José de Anchieta vislumbraria o que vras : "On the most easy \ve11 ordered under the
Navarro nao alcan<;ou. E da sua argúcia nasceria sun", deixando a Joao de Laet a manifesta<;ao em
a Arte de Gramática da L ·íngua mais Fal~da n.o Iatim: "nam f acilis est, copiosa neque insuavis".
Litoral do Brasil. . Ainda ao autor do Dicionário Brasi.liano nao
Superadas as dif iculdades do primeiro ins- es-capou a observa<;ao de que, tendo os povos que
tante, e menos indócil o índio na sua natural des- · falavam o tupi limitado as suas idéias a um pe-
confianc;a do estrangeiro - o tapuitinga como queno número de coisas essenciais ao seu modus
dizia ele - familiarizaram-se os missionários vivendi, "pudessem conceber sinais representati-
com o 1nodo de falar dos aborígines. E entao se vos de ideias, com capacidade de abranger objetos
tornou mai? fácil o entendimento com o bárbaro de que antes nao tiveram conhecitn,ent:O". E isso,
e exeqüível a metodiza<;ao e unificac;ao dos diale- nao de qualquer maneira, "mas com propriedade,
tos do idioma, conduzindo-se o tupi para o seu energia e elegancia". De· Teodoro Sampaio, em
caráter da Ungua g.eral e para a expansao por O Tupi na Geografia N aci-0nal, é a assertiva de

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que já no segundo período da sua evoluc;ao 111or- tupi. É un1 brasileirismo, derivado de mocae,
f o lógica - o da aglutina<;ao - era a língua tupi autentico substativo indigena, que alude ao gra-
"un1 idion1a rico no vi cabulário e bastante ex- deado de varas sobre brasas, para assar ca<;a e
pressivo". pesca.
Co1n a redu<;ao, as pala vras passaran1 a ter Ainda no que se refere as hibrida<;óes, con-
formas f ixas. Perderam os vícios do seu estágio vén1 observar que essas nao ocorriam apenas com
primitivo; o caráter dúbio e indefinido que difi- elementos da língua portuguesa, mas também com
cultava a apreensao das articula<;óes e a dif eren- express6es de dialetos africanos. Gabriel Soares,
ciac;ao das n1aneiras como as pronunciavam as por exen1plo, e 1549, usou o africanismo anhan-
diferentes tribos. Por outro lado, o contacto con1 gagniabo} julgando grafar um vocábulo essencial-
o portugues multiplicou-lhe os recursos. sugerindo mente tupi.
hibrida<;Ües, por vezes curiosas, da s quais nao l\1as as rela<;oes de ra~as teriam, fatalmente,
raras se incorporam definitivamente ao léxico de in1plicar nesse interc8mbi o lin~üístico , e tam-
luso-brasileiro. bém numa mútua assimila<;ao de hábitos e costu-
l\ disciplina<;ao da língua levá-la-ia, forc;osa- tnes, que se a centuou com a f usao étnica, de que
1

n1ente, a 111odelar-se pelo idio111a dos colonizador es. - \..


resultou o tipo brasileiro e seu linguajar caracte-
o que, aliás, já se clava na fase do seu uso prático, rístico. Convém considera r, a inda, <iue pela razao
quando os padres, para expressar certas idéias e mesma da sua expansao e uso geral ao temro da
pensamentos para os quais nao encontravam o conquista e do desenvolvimento da colonja, tor-
termo correspondente exato, criavam neo!ogisn1os nou-se o tupi nao só um preponderante elemento
que serviam aos seus intentos. Os verbos, por formador do faJar brasiJ ~iro. como também um
exemplo, se prestaran1 as adapta<;oes de 1110111ento, ponderável f ator de uidade nacional.
e ra111 construídos segundo a lógica da ltngua por -
tuguésa. Como primeiro exernp]o ten1os, n essc A AR1.'E DE ANCI-T IET A - A arte de
particular. o verbo "1n.oquear": que já ~e en<;ontra i\nchieta foi o tnarco inicial de ttm novo e mais
nas prin1eiras cartas do padre l\fa.nuel da Nó- notável ciclo de estudos da língua tupi. Embora
brega. ~sse verbo, ef etivamente. nao existe em menos sistematizada do que a Gra111ática de Luís

¡6 17

.. . .
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I
Figueira, representou a primeira tentativa de ratininga. Fundamentados nela, escreveram todos
ordenac;ao da língua. Teria partido de um .esbóc;o quantos até agora contriltuíram para a nossa bi-
elaborado em seis meses, conforme infolimou o seu bliografia etnográfica, nao a dispensando os histo-
igual e biógrafo Pero Lopes. Fruto de paciencia 1
riadores, corógraf os e mesmo os naturalistas, de
sem par e árduos labores, com ela "se assentara Marcgrave, Luccock e Frei Vicente do Salvador,
a interdependencia das palavras nas ligac;óes lógi- aos que hodiernamente se dedicam aos estudos <lo
cas, no exprimir do pensamento". E em qué pese A

genero.
os defeitos que lhe tem apontado, nao vale a pena
fazer-lhe, mesmo a maneira de Plínio Airosa, a
DECADENCIA E RETOMADA DOS
restric;ao de "nao refletir, com absoluta precisao,
a língua dos aborígines", mas, antes, considerar ES TU DOS - Passada, porén1, a fase dos suces-
que o catequista de Piratininga foi quem melhor sos heróicos, dos primeiros en1bates entre conquis-
penetrou na psicología do gentío, e mais arguta- tadores e nativos, da epopéia bandeirista na con-
1nente perquiriu os segredos do seu estranho mas quista da terra, os estudos caem em desuso, fi-
"suave e copioso idioma". Aliás, é o próprio cando, todavía, derramada na língua do povo
mestic;o que se manipulava, a influencia do idioma
auto; , d~ Prinieiras Li~oes de Tupi, quem, con-
bárbaro. O entusiasmo que animou os precurso-
trad1tor1am~nte, observa que "a sua obra se ergue
res, de envolta aos perigos dos primeiros encon-
como o ma1s alto monumento da lingüstica ame-
tros, fenece, quando nao n1ais se impóem, como
ríndia, e constitui as melhores fontes saciadoras
necessidade imperiosa, o aprendizado e prática do
dos pesquisadores e estudiosos da nossa etnología".
tupi da costa, que foi nos prin1eiros tempos, como
Para o padre Serafim I~eite, a Graniática de <liria o bom Nóbrega, "o latin1 da terra", do qual
Anchieta é"n1onumento de imperecível valor lin- era tido como Cícero o padre Gaspar Louren<;o,
güístico e filológico", parte bem razoável da e ..como Túlio, pela eloqiiencia e perf eiGao co1n que
glória da Companhia de Jesus. Por ela se guiaran1 nele pregava, o Irmao Leonardo do Vale.
os ?utros missionários na iniciac;ao da língua Mais tarde, no entanto, a investigac;ao cientí-
cultivada; por ela aprenderam os meninos de Lis- fica, a esp~cula~ao histórica, a curiosidade lite-
boa, os discÍ'pulos dos Colégios da Bahia e de Pi- rária, fara o renascer o interesse adormecido pela

18 19
língua dos primitivos habitantes do país. E entao novos sao tra<;ados as indaga<;5es indigenistas,
novo e fecundo ciclo de es tu dos se inaugura, ins- conduzindo-se os es tu dos para oh jeti vos mais lar-
pirado no exemplo dos antepassados. N esse passo gos e aplica<;Ües n1ais variadas, quando por eles
voltam a validade as antigas contribui<;5es, nao se passar a interessar-se n1ais diretamente a socio-
dispensando das perquiri<;5es em que se obstinam logia, e o problema de recomposic;ao e interpreta-
historiadores, naturalistas, glotólogos, o quanto <;ao com intenGO.es críticas da história do pa'Ís so-
jazia disperso em toda sorte de documentos que licitar n1ergulho mais aprofundado a busca das
,
informam sobre a terra e cousas do Brasil. A suas ra1zes.
curiosidade dos pesquisadores e estudiosos, res- J á entao alingiiística nao é encarada como um
surgem qual velhos tesauros reencontrados sob a fato isolado, na sua particularidade intrínseca,
espessa can1ada de poeira dos séculos, os relatos nlas na sua correlac;ao co1n outros elementos de
de viagens, as cronicas de expedic;5es, os tratados orden1 étnica, cultural e social que intervieram na
de historiadores dos pritneiro e segundo séculas do formac;ao do nosso povo. Estamos no estágio em
descobrimento. Ao lado dos primitivos dicioná- que especialistas de ramos diferentes, para chega-
rios, artes de gramática e versoes de atos de fé, re1n aos f ins específicos a que se prop5em, terao
feitos pelos jesuitas, al@ am-se a evidencia os de se encontrar e completar, co1n vistas alargadas
estudos _de Gabriel Soares, Gandavo, Cardim, sobre urna cornplexidade de fatores, causas e
Hans Staden, Simao de Vasconcelos, .Antonil, efeitos.
Lery, Thevet, Abeville, Marcgrav, l..act, d'Evreux,
1

Piso. . . De todos aqueles, enf im. que baseados () TUPI E O ROl\1ANTISNIO - Conco-
em subsidios anteriores _e na experiencia própria, mitantemente a literatura entra a explorar moti-
concorreram para a cimenta<;ao dos fundamentos vos de soberba e genuína brasilidade, reabilitando
da nossa historiograf ia. o indio e a sua língua na grande epopéia escrita
Com os labores de l\:Iartius, Spix, Hartt, da nossa história de na<;ao, a qual imagina<;5es fe-
Freire Alemao, Barbosa Rodrigues, Adolfo de cundas ornamentam com as luminuras do verba-
Varnhagen, Couto de lVIagalhaes, Francisco José lismo suntuoso a que dá recursos a plasticidade
de Lacerda, Batista Caetano, e outros, rumos do idíoma também mestic;o. O ron1antismo, que

20
A

despertou o gósto pelo exótico, libertando o espí- dade, que os próprios portugueses "idólatras da
ri to das peías do formalismo clássico, anima essa frase", se escandalizaram com o fato, chegando
verdadeira corrida ao nativismo. O genio primi- um deles, Pinheiro Chagas, a denunciar o brasi-
tivo que já em 1550 inspirava reflex6es a Mon- lismo dos nossos literatos como "dissidencia into-
taigne, através de fragmentos de canc;6es selváti- lerável", provocando com a sua crítica a "profis-
cas reveladas na Franc;a por J ean de Lery, sao de fé", em que o poeta de 1-Juca-Ipirama,
conquista lugar de saliencia nas criac;6es literárias. proclama os direitos do tupi no idioma que aqui
Já sem os escrúpulos de Santa Rita Durao, José se formou, e a nao menos veemente réplica do ro-
de Alencar, no romance, e Gon~alves Dias, na mancista de Jracema) na qual afirma José de
poesía, realizam com f elicidacle rara es se ideal de Alencar: "A revolu<;ao (idiomática) é irresistível
nacionalismo na arte . e fatal, como a que transformou o persa em grego
Dizem que essa ressurrei<;ao do homem das e céltico, o etrusco em latim, e o romano em
selvas e sua língua na literatura romantica decor- frances, italiano etc.; há de ser tao larga e pro-
reu da circunstancia de nao tern1os urna Idade funda como a imensidao dos mares que separam
Média a que retornássen1os a busca de temas e os dois mundos a que pertencemos". E de fato se
inspirac;ao para os labores do pensamento eman- operou a "revoluc;ao", de que nao só a literatura
cipado. Se em parte justifica-se assim a explora- e .a toponímia f,ossilizada,
. mas
, .
tan1bém a fitoní-
c;ao do exotismo americano que seduziu a Cooper mia, a antropon1m1a e a zoon1m1a, conservam ex-
e Chateaubriand, nao menos exato é que o nosso pressivos e indeléveis testemu.nhos, como a dizer,
nativismo literário refletiu também, e antes de no expressar de Teodoro Sampaio, "que da rac;a
tudo, urna reac;ao enérgica e consciente contra o vencida nem tudo se perdeu e que se, no sangue
lusitanismo clássico, representando, desse modo, dos descendentes, a dosagem diminui a se apagar,
urna singular tendencia do movimento cuja eclo- a me1nória dos primitivos íncoles, perdura ainda
sao costuma-se datar do lanc;amento em 1830, na onde a civilizac;ao ostenta os seus triunfos".
I Franc;a, do H ef'!ni de Víctor Rugo. Pretendía-se,
como insinuou Varnhagen, também urna espécie
Com essas especulac;5es científicas e essas
reivindicac;5es literárias, os estudos indigenistas
de Inconfidencia Linguística. E tanto é isso ver- atingem no século XIX a sua plenitude, no Bra-

:!2
23
de ] . ] . da Silva Guimaraes; o v·.oc~~ulári~ da
sil, muito se devendo, nesse particular, a D. Pe- .Ungua Inr.Ugena para uso ·no Seni~n~rio EJ>:sco-
dro II, autor ele mesmo de urnas notas sobre a pa/, do Pará, do padre Manuel J ustm1ano Se1xas ;
língua tupi, redigidas em frances e divulgadas o Dicionário da língua tupi ·ehanuuia gera/, d~s
por Levasseur, no ano de 1889, em P aris . índios do Brasil, de Gon<;alves Dias ; o Compbu:Jiio
M ediante indica<;ao do próprio Imperador, da Língua Brasílica, de Francisco Raimu~do
que a ssim retomava iniciativa an terior de Var- Correia de Faria; a Crestomat1·a) de Ferre1ra
nhagen, em 1849 o Instituto I-listórico aprovou Franc;a; as QuestO;es Prop()stas, de Freire Alemao;
recomenda<;ao no sentido de que:
o Glossaria Linguaru1n Brasiliens-is, de Carl von
1. - se reunissem todas as notícias r eferen- Martius; a Gramática da Língua 1~upi, de Pedro
a
tes língua indígena, interessantes e ú teis pela ori- Luís Simpson1; os A ponta·mentos sobre o A b~­
ginalidade ~ pelos preciosos dados que pudessem nee-nga e o v·ocabulário- das palavras gu.aran.is
administrar a Etnografía do Brasil. usadas pelo tradutor da Conquista E spiritual do
2. - se elaborassem gran1áticas e tun Dicio- Padre Ruiz 111ont.oya, de 13atista Caetano; a
n ário Geral dos diferentes dial et os f alados pelos Poranduba Atnazonense) de Barbosa Rodrigues ;
índios brasileiros . o S elvagem, de Couto de lVIagalhaes ; o Dicion:á-
Como resultado imediato, inúmeras contri- rio de Vocábulos Brasileiros, de Beaurepa1re
buic;5es originais aparecem, ªº passo que sao des- Hohan; o Tupi na Ge.ograf1ºa Nacional, de Teo-
cobertos e reeditados nao poucos dos textos devi- doro Sampaio, e numerosos outros, cuja cita<;ao
dos aos antigos nionhangaras., por cuja preserva- se tornaria por demais enfadonha.
c;ao se hatera obstinadamente o V isconde do P ó rto Simultaneamente vem a lwne por esse Brasil
Seguro. afora un1a série infindável de pequenas monogra-
É a partir de entap que se reimprimem os f ias e estudos histórico- etimológicos, em torno e
clássicos dicionários, gramáticas e cateci smos na a margen1 dos quais acirra111-se discussoes, por
língua dos sábios e pacientes abarés da Companhia vezes acerbas, como as que se travaram acerca dos
de J esus; elaboram-se e publican1-se subsídios ainda controvertidos nomes Ceará) B.ert~:oga, Ca-
novas e importantíssimos, como por exemplo : a r·ioca. M antiq11eira) Jequié) etc.
Gramática da tíngua gieral dos índ1'.os do Brasil,
25.
/

I
O ESTÁGIO ATUAL - O estágio atual em
que se achan1 os estudos é o que se pode 9enomi-
nar de universitário. Teve como estimuladores
Teodoro San1paio, Joao Ribeiro, Basílio de 1'1a-
galhaes e Rondon, e nele se impúem como instru-
tores Plínio Airosa, Frederico Edelweiss e Lemas
Barbosa, aos quais se <leve o pioneirismo da didá- BIBLIOGRAFIA
tica e do ensino da língua tupi nas escalas supe-
riores do Brasil, no que dera1n os prin1eiros exem-
plos as Universidades de Sao Paulo e da Babia,
que nisso deven1 ser seguidas pelas demais simi- Abbeville, Claud el' - l/islól'ia da illissáo dos padres Ca-
lares, inclusive e principalmente a Universidade puchinhos na /liza do .tlaranháo - Sao Paulo, 1945.
do Brasil, já legaln1ente habilitadas pela Lei n.º Anchicta, padre .José de - Cartas, Inforn1a9óes, Fragmen-
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NAS OFICINAS DA
~ laemmt!ld, /!i,m,iuáa
RUA CARLOS DE CARVALHO, 48,
RIO DE JANEIRO - GB.
1966

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