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INSTITUTO SOCIOAMBiEt~TAL fED~1' 1
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PROJETO Nº 001/92 \ . e, '
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Vale do Ribeira - SP
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Executor:Mestre Guilherme dos Santos Barboza
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Í N D I C E
Assunto Páginqs
capa . 1-A
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de 2 -A à 2 1 -A
I-2: Planificação· 2
I - 3 : Duração 2
I-4: Area de Abrangência 3
I - 5 : Orgao Financiador 4
I-6: Executor do Projeto 4
IV- A Hipótese 14
V- Etapas/Objetivos ................................. 16
VI-Especifição do trabalho 17
VII- Coleta de dados (trabalho de campo) · · · · · · .. · .... 19
VIII- Os Questionários 21
0
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na Pesquisa de Campo , 24
A Tradição Oral 41
Levantamento Documental 41
XIII-1 - Esclarecimento 65
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PROJETO Nº 001/92
português do Brasil 73
XIII - C O N C L U SÃ O ANALÍTICA 77
Documentação Fotográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Documentação Paleográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o1
Questionários exemplares de
08 páginas cada um
Total de Páginas
0 Fotografia 10 film~s
r- especificação: preto e branco
colorido
slide
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r PROJETO Nº 001/2 2 -]\
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r 11
Não é possível que axiomas estabelecidos
r-
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pela argumentação bastem para a descoberta
r> de novas questoes, uma vez que a sutileza
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da natureza é muito superior à sutileza do
r- argumento"
r-
- Francis Bacon-
r APRESENTAÇÃO
r Quando o trabalho, afiançada pela invenção mecânica,
r-
0 inaugurava sua fase racional da produção, assumindo, na
r lenda da 11mais valia", uma importância est.rutural na
realidade prática de um novo sistema político-sócio-
r-
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3-A
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, Até a mao de obra escrava, que até ali traduzira a energia que
r:
r- impulsionava, ainda que aos trancos e barrancos, um já indeciso mercantilismo
decadente, e que, qual uma mle preta acabada e de seios murchos, respingava
r suas derradeiras gotas de plasma e sangue pisado, para a1imentar o já
insaciável apetite de um capitalismo robusto demais para ser prematuro, pois,
essa mao de obra, debilitada por influências, pressões, e exigências impostas
r- pela nova órdem, estava perenemente fadada à obliteração. Isto parecia selar
r: de uma vêz por todas, nao só a participação do trabalho cativo nas sociedades
r
emergentes da América, mas, e isto sim era fatal, indeferia a participaçao na
r vida social de sêres humanos, como pessoas livres e iguais a qualquer outra, no
processo que alvorecia ..... só pelo fato de terem um dia sido forçadamente,
escravos e, desgradaçadamente (?) possuírem uma pele negra. Efetivamente,
aos poucos, na medida que o tempo avançava na nossa direção, documentos
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form::1.l ào T2rceiro Mundo. E a História dos vencidos
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r. mesmos os c a' en c a• s t an
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o~ e~tudiosos e as pessoas envolvidas com a causa humana
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r o.r t cdóxo s partidários, irredutíveis, continu2m
r
r- descrentes, preferindo acreditar na prescrição da receita
r> médica do que, na dôr real que o organismo está sentindo.
r:
Enfim, o Estado Moderno e suas regras garantem a
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pouco ou nada tinha a ver com a formulação das verdades
fundamentais e a nova percepção de valores. E, ainda, o
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r- (L~.:;trói, an i qu i La a dos outros, espalhando pela Lmans dão í
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sem direitos e Sêm mais nada. Era
r-.
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suas r í.quez as , as mesmas que botariam suas casas em oz-d-ern,
r>:
financiariam o aperfeiçoamento da máquina eliminaria o
r,
negro da Hist6ria,sem elevá-lo àcondição humana,que,
r-
("', ~inda hoje,ele busca lograr,por sua própria conta,sorte e
r risco. Finalmente, otrabalho foi tornado menos pesado, mais
r-
n fácil e menos cànsativo. Era a conquista da natureza pela
n técnica e a libertação da humanidade(?),graças à invenção
r-.
n mecânica. Porém,negro não era sinônimo de humanidade, por
n isso,mesmo tendo o corpo tão esmagalhado quanto a
n
espírito (se é que a igreja já admitisse que ele tivesse
ri
n um nestas alturas),ainda que tenha constituído na única
n ferramenta que trabalhou durante 300 anos gratuitamente,
0
r-. para sustentar o luxo,o desperdício e o império dos
r- outros,recebendo por sôldo pancadas, castigos privados e
r:
(°' públicos no Pelourinho, mutilações e tudo mais,e quando
r,. inventaram ferramentas reais e melhores,que poderiam
r,
r> amenizar sua labuta,ele foi violentamente tirado de
.r: circulação.como moeda que se desoficializa,e nem lhe foi
n dado o direito de auferir dos benefícios introduzidos
r-
r- pela mecânica,e,o que era pior,aquele complexo étnico
r-1 deixaria de existir como raça, como mão '--ae obra .e como
r-.
:,>, gente.Como fazer essa mágica? A História é um crescente e
h eterno arquivo sempre exposto à visitação
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r- ·~:: -2,:;nchid.:i;:, ~~tcziJlmente,rnuito me no::,
0 (!Scala de valores essencialmente humanos,em cuja tabelade 1
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r Luja r , e nece s s í.dade s de fato não podem se r preenchidas
0
por satisfação simbólicas,com a liberdade dada aos
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("\ -~ ·:i:ih.J. mais coisa, po c , talvez
í pior que t::i::i. gue.:::-r~.·.q1:3
r- !YCAlt'! ser controlada pela negociação, era a bo.uba que
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J,i c uud Ldo s e reforçados pelo super ego cristão,que at é
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r-. :-· --11 n?:?~eito,rnas, curiosamente,fêz vistas grossas quando o
r- Senhor de Engenho bulinava,por sacrilégio,simples
r-
[' c r Lança s negras de ambos os sexos, e nem sempre para
r, sn t í.s t açâo do seu irrefreável e soberano desvio sexual,
r-.
0 mcc1;.:;,sornente para não perder o hábito.Mesmo quando a
("
iqn~ja viu explodir na sua retina um tipo curioso, que
0
n intermediava o branco e o negro,achou normal o advento do
0 rnulato,para ela,negro impuro,cuja mácula somente atingia
0
r-. mãe e sua prole.Para a Igreja, a prática do sexo trazia
r- 11
Infuências pertubadoras" capazes de lançar o cristão e
r-.
toda a sua láia no fogo fâtuo das profundezas do
r-
r-. inferno, e como nem mesmo a Revolução Industrial havia
r-.
construído algum melhor,ela continuaria emprestando o que
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r,. 15-A
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particular de grande valia, sem a qual a ciência médica
r-
("\ teria permanecido involutiva e mantida nos estreitos
0 limites nos quais estava prêsa. Todos reconheciam a
r,..
r- ,impprtância do trabalho, mas, criticavam unãnimente, um
r-. ponto. Mesmo tendo Ellis, escrito sôbre o matrimônio,
r-.
r-. jamais ligava o ato com a frutificação filial, e nunca
r- relacionava sexo com a natureza da família nem a
r-
reeducação psicológica da vida sexual com um resultado de
0
0 relações parentais permanentes. Nisto siegmund Freud,
r- aplicado aluno de Charcot, produziu muito mais em
r-.
r-. benefício do conhecdment o e da intervenção, e não seria
n mesmo possível falar de Freud sem lembrar e.e. Jung.
r,
0 Finalizando, apesar de toda essa ebulição, toda esta
0 revolução, que não era somente industrial, mas,
r-
(', plurifacetada, o inconquistável espírito humano parecia
r-. atônito, na mira perigosa da estilingue de Maquiavel, que
0
encontrava na baixeza humana a base do culto ao poder
r-.
r-. irrestrito do indivíduo, reforçando a tirania de uma
n
espécie que, não obstante, tinha que forçadamente vi ver
("',
,-.... em comum, embora essa ameaça caótica viesse a ser
0 amenizada por Rousseau, tranquilizando o infeliz ego do
r-.
0 homem, afirmando que ele era naturalmente bom, a
r-. s oc í.edaóe é que o estragava . . . . Porém, numa passagem do
r-
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:...:~ :t; _;11 Lnt c rpr et ac;o
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("'\ coP.SÊrvaçao oe si rn;smo requer portanto que nos ame~os
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a nór pr ópr cc r í cevemos amar-nos sobre t.ôda s a s e. o i.s t s ,
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("°"', ãaí reculta que amamos aquilo que
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•.•-~~ ncmenclaturas,novos conceitos surgiam no ce
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0 teremos que fazer?"A impessoalidade da ciência estava
0 associada a muitas realizações de ordem prática,que
r-.
apresentavam um valor humano direto,e criou uma tend~ncia
0
("', positiva contra todo sentimento ou emoção,como sendo
0
inimigos da razão fria e da prática eficiente.o
n
(', Utilitarismo deu à vida uma nova dinâmica e imprimiu ao
0 mundo real uma importância exagerada,impulsionando o
r,.
0 homem a executar até mesmo tarefas que até então foram
r> vistas com relutância, preconceito e ressentimento, e, para
r,
não perder o vício dos estereótipos,com preguiça e apatia
0
(', própria de escravos negros,"sempre dedicados à
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dificultarem a labuta para que seus senhores não fossem
0
r-. beneficiados por ela"certamente,um sofisma bem
('
encomendado.comesse espírito,canais,ferrovias,fábricas,po
0
r, ntes,tudo construído . em tempo recorde,atestava o poderio
(' dohomem.Mas1osfilósofos contemporâneos daRevolução In
("'\
dustrial,comoBacon,Bentham,Smith,Maex,persistiamem que,a
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\ 10 melhoria da condiçãodo homem constituía a mais alta
/:10fn exigência imposta pela moral e que essa melhora consistia
na expansão
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0 19 -,~
r-. viver com todas as pompas e benefícios que as facilidades
0
r- do capitalismo concede aos bem aventurados, de repente se
0 vê só e abandonado numa ilha, onde passará sua
ri
r-. vida, e a necessidade o leva a organizar sua pr6pri_p
r- , civ.ilização.São dois casos típicos que retratam, de um
r lado, todas as raças do mundo se unindo numa grande e,
0
r· pasme se, perfeita comunidade, para matar uma "Baleia
r- Branca", a mesma que envolvia todo o processo pós
r-.
0 Revolução Industrial, e de outro, quiçá, os pensadores,
r- músicos, escritores, humanistas em geral, isolados numa
r,
0
ilha, com toda uma estrutura social no super ego, e,
n finalmente, consegue na solidão, sem os grupos de amigos,
0
sem a igreja, sem o teatro, etc, organizar um mundo até
(1
r-. certo ponto invejável . "0 fato é que, antes da guerra
r: gozávamos pouca saúde espiritual. Nossa complicada
r-.
organização mecânica da vida resultara numa sociedade
0
r-. cada vez mais sem rumo, na qual algumas das partes
r
estavam bem articuladas e ordenadas, ao passo que, o
r.
r-. conjunto carecia de substância, visto sob o prisma da
r-.
satisfação das necessidades vitais."
r-.
/"', Por estes ângulo, quem não se lembra de urna posterior e
r-. bem encomendada contenda do alto do século XX, insulfaõa
0
pela carta Mágna da Atividade Cristã, quando inaugurando
n o trono da liderança católica, Pio XI escreve a
r,
~-..:.:-:..."":::.~--~r::i.:;,-:-, l.nno, urna encíclica àe pr-e.ocupc çé.o s c.c Ld ,
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r, s.Lc, cujo pai fora funcionário do Vaticano, que corihc c zi í
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r. Com respeito ao objeto de estudo de interesse deste
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r,.. Projeto, até então nada e ninguém tinha pelo
r, menos '.I
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0 PROJETO Nº 001/92 1-B
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r- Organizações Comunitárias Remanescentes de Quilombo, no ·.1
n ·Vale do Ribeira, SP
0
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•Aqueles que se recusam a ir além dos fatos
0
raramente chegam até os fatos•
0
0 T.H.Huxley
0
0
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I N T R O D U Ç Ã O
0
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0 A vocação marítima de Portugal manifestou-se muito
n
0 cedo,nasceu com as exigências militares e as imposições
r mercantis,que sufocavam os primeiros reinados daúltima
0
0 parte de umaturbulenta Idade Média e foi seconcretizando
0
n com os progressos alcançados no reinado de DomDiniz1279-
0 sua consagração posteriormente com Dom
1325,tendo
n
0 Fernando,1376-1383,último soberano da dinastia
0 borgonhesa,que emite a famosa lei sobre as terras
0
n incultas {sesmarias),que impunha a todos os
p:.-op~iettrios, que Lque r qualquer
"0 •... - "\ '"--· -· ~ - -
_!,. ••••.•• tc.rrvr".Em
que fosse o seu título, o
1377,cc-m "C-'.=':ít~
0
n Previlégios11 de 6 de Junho, e com a primeira 11Companhia
n CC. Se:-uro 1-~útuon, nem Fernando estabeleceria me d í.d a c
0
r,. e1:onômicas e sociais de grande abrangência. Porém,
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r-. os descendentes dêsses monarcas, forjados na aridêz de
0
críses supervenientes, sendo, portanto, frutos de uma
r-
0 desorganização mais ampla, de conflitos religiosos d~
(""\
,or~gem muito antiga, enfim, das constendas de uma Idade
r-.
r-. Média desgastada, habituados a êsse clima, optaram por
r- uma forma de desenvolvimento beligerante, usando a
r- guerra, a supremacia, a arrogância, como meio para se
r-.
r: chegar ao enriquecimento. Com efeito, parece que até a
r natureza física coadjuvava com êsse tal princípio, uma
r-
r- vêz que, atê mesmo a situação geográfica de Portugal,
r, espremido encre a Espanha e o mar, sugeria que êle
r-,
r-; adentrasse por aquele quintal de àguas escuras, superasse
("\ os medos e os receios mitológicos, e iniciasse uma obra
n
épica de descobrimento e conquista do desconhecido.
r,
r- E assim, mal findara a crise de 1383, os portuguêses
r-. .
iniciaram a evoluir lentamente, definindo incisivamente
r-
r-. sua vocação para um Estado Marítimo, era um País que se
r-. lançava num vasto programa expansionista, determinado à
r,
r-. conquistar, a descobrir, e nesta ação estava um j ôgo
("\ circunstâncias remotas e conteporâneas. Depois da queda
n do Império Romano do ocidente, a Europa agonizante
r,
r- sufocava-se com a intensa movimentação comercial dos
r. !!ulçumanos, explorando o tráfico do Mediterrâneo e do
n
r, é China e ao ~rçuipéla~0
0 onde miravam com indisfarçável interêsse a África
r oc í.de.nt aã , na qual penetrariam até '
a NúbÍa e o Sudão,
r-
r-. pelo território.
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u~ idc.:.l conte...-:.plz:.tivo e iu;piraçaGs e~:trtltcrrest:rc, ura
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r, c;;.-i~ ti~ziü . ::.;~ ,..!::c:;:-[;.-~le pragm.!.tico, aD~:f.oso · de c.n,·ol .-cr
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todos os homens e todas as coisas" .Neste contexto é que
centrando ·.1·
r-
r-.
7·B
troca de sal por ouro, que era levado pelo Rio Níger até
.
TUmbuctu, dali para Tunes, Trípoli e o Egito, enfim, para
passou a ser
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Í'
r-.
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r-. 8-B
r,
r, violentamente caçado nas terras africanas Não
r, demorou muito para que Gil Eanes e Lançarote de Lagos
("\
entrassem nos portos de Lisboa, trazendo mais de 2010
0
r-. , negros em seis caravelas.· A chegada dessa gente foi um
r- espetáculo constrangedor, gritos, choros, lamentaçães, de
r..
r, quem não sabia que tipo de vida o destino lhes reservava,
r, de que nem ao menos suspeitava em que lugar do planeta se
r-.
0 encontrava. Dessa carga de negros entrados em Portugal
r-. pela primeira vêz, o infante Dom Henrique separou logo um
r,
r-. quinto, conforme o decreto de 22 de Outubro, e o entregou
0 à igraja, sendo que os demais negros foram distribuidos
r,
,-., à mercê dos brancos, para a satisfação de seus desejos de
conversão ã religão cristã, •para lhes salvar as almas
consciência•.
Quando o Brasil foi descoberto, o contigente de negros em
r-
Portugal chegava a dez por cento da população (2), índice
r considerável o suficiente para assegurar a tese de que,
r- os primeiros negros trazidos para o Brasil era serviçais
e nâo escravos, e, também não vieram da Africa, mas de
Lisboa. Da mesma forma que não se pode deixar de admitir
que, nas esquadras de Pedro Álvares cabral houvessem
muitos negros prestando serviços, os mesmo serviços que a
sociedade portuguêsa estava habituada a receber n~ âmbito
doméstico, desde a captura de Adáhu. Segundo Mabel
Morsbach (3}, refererindo-se à colonização norte-
americana, 110s negros vieram com os exploradores
espanhóis para o Novo Mundo em busca de especiárias e
riquezas, e partilharam dos perigos e das emoções das
r, nove.s descobertas com os chefes dos grupos exploradores.
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r Certamente eram negros da Guiné, Cabo Verde, Gâmbia
r· e Serra Leoa, lugares por onde os portugueses andaram
r:
antes do descobrimento. Uma vasta extensão de terra impõe
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•a necessidade de mão:..ae-obra daí tentar-se
escravizar o indio , nativo do território. Muitas vózes
r>
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r.
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12-B
r-
r racional, pois um tal nível de consciência pressupõe um
r: doutrinamento político característico de um estado de
r
civilidade, que definiria um nacionalismo, quando g
r: ,índ,io, ainda hoje sem uma "nacionalidade" continua
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15-B
Por auto-venda - .onde a pessoa vendia-se
voluntariamente. '.I
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16-B
pelas mãos ou carregadas às costas, arrastavam-se,
acorrentadas uns aos outros, pelo lodaçal, açoitados por
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19-B
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r ( B) Obra referida: "senzala e Macumba" Jacy Rego Barros,
r:
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20-B
r E na fazenda iniciava outro suplício, pois eram
('
r: jogados em Senzalas de construções rudes, mal ventiladas,
r:
de lotação ilimitada, sem camas, sem mesas, sem cadeiras
'.l
ou bancos, e sem nada. Apenas o espaço onde as pessoas
se amontoavam, umas sobre as outras. As necessidades
cu óo ácccumprimento
t::::-~.:::i::::::::.i tiác.s por feitores
21-B
r
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/"'"'
" fEOEr. 0--.
~ {-l· t ',s, 1~,
r-
de modo que fiquem os m~ros superiores dirigidos para
r cima, e sobre os corpos, inteiramente nus, untar mel ou
salmoura a fim de que miríades de insetos, como moscas,
vespas, etc., os venham ferrear e pungir•. *
E assim, os instrumentos de tortura e de suplício
r
r
r
r:
r
r:
r.
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r .,
r-
r-
r:
r'
r
r
r».
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r:
r: No âmbito da convivência social o negro era mantido
0
sob rígido controle, sob intensa e constante pressão,
r
r: sempre buscando, acima de tudo, inibir qualquer
r--
possibilidade de reação isolada ou em massa, embora êsses
r-
r cuidados fossem insuficientes para coibir as sublevações,
r- que durante todo o percurso do sistema escravocrata, de
r:
r: maneiras as mais variadas, pipocavam aqui e acolá,
r conturbando, de certa forma, a vida social e
r
instabilizando a produção, embora não chegando a causar
r:
r- um prejuízo relevante, pois, a natureza do investimento
r: na mão de óbra escrava compensava qualque eventual
r-
r: prejuizo. Clõvis Moura (11) pontua ; =nc pont;" d!! vispa
r: do próprio escravo essas reaçºes iam desde suicídios e
r até a formação de
F'-
fugas individuais ou coletivas,
r: Quilombos, às formaç~es de guerrilhao, às insurreiçães
r»
citndinas e a sua participação em movimentos organizados
r-
r> por outres clacses e camadas sociais•.
r
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24-B
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25-B : .. ,:
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1J .:; ·, . ~)
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i ', . . o
Platão
r:
r:
r- A primeira dessas leis proibia o agrupamento de até
r:
cinco negros, e imediatamente, uma segunda diminuiu para
r
r quatro negros, e uma outra abaixou o limite para três
r
r
r
r,
I"""
trazia metodologias ensinando aos senhores de engenho
r como tratar com o negro escravo.Seu livro é organizado em
r
quatro partes, sendo que, na última, na seção IX do Livro
r
r- I, Antonil expõe; 11
como se há de haver o senhor de
r:
engenho com seus escravos•,
r:
atribuindo ao senhor o "Dever de Justiça11, traduzido na
r:
r-
r:
27-B
de 1.852
r- -
[;':"~icu.1 to?:ee., C!!.."Z!. advertirem no a:?:'avísei:mo P.ericro
- \_. - crue
--
r-
r
r
r-
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r
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29 -B
( ',-'v-1'm_;·,.1~,'
/
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'rf j~
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' .
ameaçava o país, só tratavam da aquisição de novos: .:;'
~ . ··e~
~
J U'. r;
braços, comprando-os a crédito, a pagamento de três \\ ·· ..~/
r
quatro anos, vencendo no intervalo juros mordentes, É,. ·~-~ ·'
sabido que a maior parte desses infelizes são ceifados
logo nos primeiros anos, pelo estado desgraçado a
'.I
que reduzem os maus tratos da viagem, pela mudança
1de
clima, de alimentos e todos os hábitos que
constituem a vida. Assim, os escravos morriam, mas
as dívidas ficavam, e com elas os terrenos
r-
r·
30-B
r
r
r-
~~··,
31-B
'-~·[1 ~('
~ 1?\LS'' .!
"''
Brasil.
r-
n
r>
0
ri.
0
n
D~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~__J
33-B
Ruy Barbosa
r:
Como tentamos demonstrar até aqui, parece-nos, a
questão do Negro no Brasil, apesar do que se tem feito,
r:
ainda requer uma nova sistemática, exigindo um enfoque
r
diferente do gue, normalmente, salvo raríssimas excesões,
-
/ séculos na +ndia e nada ali descobriram de
extraordinário para a ciência, deixando aos ingleses a
gl6ria da revelação do sânscrito e dos livros
r
r:
r
r:
:</·.-· /~"-,< ·r).
J , HR
t \ .,. -· - l'~
~ l J
\ ~ <•.: . /
:
\IA, f,
"-.:. .... ~.
......•.. ..r
35-B
'.I
Diante de uma contexto ~orno o que temos vislumbrado
'
até aqui, o negro, no Brasil, dividiu-se em três grupos,
permanecendo o .:, primeiro na área urbana, nas cidades,
-
'
interagindo corpo a corpo com
deve ter passado alguma coisa para cada uma das etnias
r
r
r
r-
r
r
,('"'
r:
36-B
·_J
Cia. Edit. Forense, Rio de Janeiro, 1967,1968,1969,1970.
'
E entendemos como Meio Rural os setores primários e
secundários da-, economia, ligados por compromissos
inalienáveis com as instituições financieras e econômicas
r: r cndênc sempr-e
í são organizados dentro àe v a Loz-es
r concepções dos brancos, tendo até mesmo nos regulamento~
r: internos e nas
r
r
r:
r 37-B
r-
r
r
r-
r:
r
r. ·.r
38-B
r: mata a dentro, enfiando-se nos lugares mais recônditos,
nas caátingas, rios sertões, nos vales , nos montes, nas
r
depressões, etc., onde formaram organizações que se
mantiveram autônomas e sem qualquer pos s b í.Ld dade
í de
r:
r serem encaixadas na denominação técnica de 11comunidades
r
r
(
..["'~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-
/~-f-1'r ·~' ·( .r·-l
r:
r
'i, Fl s'..l\J · - ~
\ I
r> 39-B
<.,i;, VAI'),,.
r- focos de negros que se mantiveram escondidos, e acabaram
r- '.I
r
r-
r
r:
r
r: 40-B
r- organização comunitária de Quilombos, a qual urna
r
r: .antropóloga batisou de "Kaluqga11, * em cavalcante, Goiás,
muito -,
r
r esforço encontraram ouro, mas, negros do Vão Moleque, e
·r
da região cortada pelo rio Kalunga, dedicam-se e vivem
r:
r
r
r 41-B
r-
generalizadas. Hoje sabemos que, entre esses vocábulos
'.I'
.existem diferenças estruturais tanto de formação, como
'
r: concepção, pois, Quilombos são organizações comunitárias
fixas em determipado espaço geográfico, insurreições eram
os constantes levantes e motins que ocorriam nas
fazendas, enquanto que guerrilhas são ~ntendidas como
ataques itinerantes e tomadas de surpresa, nas estradas,
r: e congêneres, e, por último, qu í.Lombo.La , por força da
r
adjetivação, somente poderia ser o que habitava o
Quilombo, logo, não havia qualquer possibilidade ou
mesmo lógica em, alguém que optou em se esconder ficar
por aí atacando pessoas, cidades ou caravanas,
aparecendo e expondo toda uma organização, conseguida à
nuras penas, portanto, carece de fundamentos tal
!:eflexão.A órdem dos Advogados do Brasil, seção Rio de
r-
r: Janeiro, publicou uma importante óbra com o título
r 11Insurreição Negra e Justiça" (14), sobre o Quilombo de
r·
Santa Catarina, situado na serra do mesmo nome, no
r>. sentido SO/NE (Sudoeste/Noroeste), ârea que compreende
r- Pati do Alféres. Este livro mostra as tramas judiciais
r
r que conõenaram um inocente, Manoel Congo, Chefe de uma
ir insurreição, que, a partir.não se sabia de onde, passa a
1 íder de um Quilombo. Na verdade, 11
no dia 7 de Novembro de
1838, na Freguesia de Nossa senhora da Conceição ão Pati
r:
do J'-1fe:res:, o Capitão-Mor e proprietirio ãG .::,f,,~1·;.\·~:'.
r:
r:
42-B
conosco.
- Minha Pátria? replica Max
r-
r Embilint. Que Pátria? Onde é a
r-
pãtria dos negros?
r
r - A América é a nossa Pátria -
r: torna Mãe Afrika - A princípio,
r
f"""'.
r
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
;-.
~·
nenhum ser tem o direito de usar o nome da ciências para
r- o bem prõprio, espoliando pessoas, grupos humanos,
r: comunidades, etc., açambarcando o lucro, sem qualquer
retorno às pessoas, grupos humanos, associações, etc. uma
tal atitude não é científica, é apenas de~onesta, e lidar
com a causa do Negro, em qualquer lugar do mundo é
manusear coisas quebradiças demais para se fazer sem
seriedade, ou sem sensibilidade.
r:
0
r
r,
r
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1
r
r-
r-. PROJETO Nº 001 /92 1-C
r,
r.
r,
0
·.r
r,
Organizações Comunitárias Remanescentes de Quilombos,no
r-
0 Vale do Ribeira - SP.
0
r,
r-.
r
r-
r,
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r-
0
r>
0
"A teoria é a grande luz que ilumina a prática,
r-
r- e a prática é a grande energia que transforma
0 a teoria ..... "
r:
0
r-.
r-
r- G.S.B.
0
r-
0
r-
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0
r-
0
r:
n os ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS
r-.
r-.
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2-C
total Ge negros
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3-C
r
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r-
4-C
nada.
da administraç?O"
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6-C
negro" (?), que traduz (?) uma "herança africana" (?), muito
r
r:
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r>.
r
r:
( 15) Pc:.o?..-e H~uro Eaptista. Prof. Arrt r opô l oqo Cul t ur a I c2:.:
crnpar ada d.a Re:l igião Instituto TeolC:.:üc,1
S.F.
r-
r:
r:
r
r>
r-
r-
r
('
8-C
r-
' sociedade. Logo, com relação às organizações comunitárias dos
r
negros do terceiro grupo, esse tipo de dialética em nada
r:
r- influi na sua realidade, enquanto que, os negros do primeiro
àe ,.._,. operário
, • ·-1
negro11 James Bogg::: ed.
r
r 1969 - S.P.
r:
r-
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r
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0
r:
r
r
·.r
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:, . ·:· .mt;o 32 nr as t ou a desenvolver e scudoa qu~ lhes
r.
teouxessem um conhecimento concreto desta grande multidão
~:J ,. ne s soas abandonadas, vagando num sistema político,
J.:-:cio econômico taxado de democrático, talvez urna
r
r:
r-
r> ._
r
r:
r
r
r:
r
r-
r-
r-
11-C
r
r outras manifestações e expressões culturais, às vezes,
'l
nem sempre africanas .Mas, seria na metade dos anos 80,
r-
r que, finalmente, acreditamos, iríamos chegar a uma
r concepção de uma amplitude tal que, certamente, pelo
r
r- menos para este momento, responderia às nossas
r- necessidades de teorização, assim como, refleteria
consonantemente a realidade do objeto, o Negro, suas
r
r> expressões culturais, suas técnicas de fazer
r.
r
r-
r:
13-C
_ _,. - ''..i
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14-C
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I'
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•
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,-, :-.
•
·,
subtítulo, -um Estudo de Antropologia Econômica 11,
datado .., . 1'- l ~ . ,-
de 1980, pode-se constatar o que temos tentado dizer até
aqui, pois, segundo o próprio autor, que, por sinal,
r-
r-.
n
n 15-C
r,
campo de trabalho, em Cananéia e Iguape, 11motiva-se11por
r-.
r- outra idéia e segue para "um bairro rural do Vale do
r-
Ribeira", que pelo exposto, tanto poderia ser Itaúna,
r-
n como Batatal, ou qualquer outro da região, e como também
'.I'
(',
havíamos comentando anterio~ente, os estudiosos precisam
r-.
r, por um fim a essa vontade de ver autenticidade quando
n eles próprios não possuem nem mesmo a mais insignificante
n
·r, referência, bem como, parar de desejarem que as coisas
n sejam como o pesquisador espera que seja. Isso apenas
n
r, contamina o objeto de estudo e macula um campo de estudo
r, muito sério, que o brasileiro ainda não aprendeu a
n respeitar.Se o método é uma ordem que se segue na procura
r,
n · da verdade, no estudo de uma ciência, o complexo psico-
n sócio-cultural e econômico Afro-brasileiro, diante de
('
0 tais precedentes, está fadado à extinção, como campo de
n estudo, pois, ao que parece, temos que exigir do
0
r; cientista uma postura metódica, que é o mínimo que se
n pode exigir dele, e depois, se se pretende pesquisar de
0
verdade o complexo cultural do negro, vai ser precioso
0
r-. àesfolclorizar o branco, ou continuarmos sempre "não
n encont r ando o que desejamos", na rota dos nossos
n
n in:provisos. Hoje, felizmente, o negro está contando a r ua
n própria história, quiça, cansado de ouvir as histórias
r-.
r-. (!Ue os outros conta~ sobre si, e ele, o negro, t er plena
r> cc n r c íênc í a de que , aqu í.Lo não é verdade ... porque e] e
0
c:...ca:. u~ meema f orrna que é preciso olhar o
0
__ .,...y~ ~:O~.r"l,,:"'f
n ol1:0C C....:...-..:..--~·----..·-~, nê:o o africano de hoj ~-'!
r-.
r,
n
n
r,
n
n
n
r-.
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r,
r,.
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16-C
r-
r-
r 17-C
r>
Logo, partindo dessa premissa, o negro cidadão continua
r-
r, sendo olhando como um ex-escravo, e apesar de tudo ter
r: evoluído, ele permanece sozinho na sua condição de cobaia
·.f
r- f
r:
r:
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r, ~se1
quisermos conhecer quais as sensaçtes das '.I'
r-.
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r,
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r
r,
r:
0
r-
0
Í':
2
I - IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
1 ("'"'\
001 /92 , atendendo àquestões de método.
I - 2 : Planificação
r,
r,
r,
("'"'\
r,
r,
r
f"~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
('
~
r: • 3
r-
condições, torna-se difícil de atingir às
r
r, regiões onde se desenvolverão os trabalhos.
r,
r- Início: Junho de 1992
r, Término: Maio de 1993, com a flexibilização,
r, '.I'
outubro de 1993.
r
r:
r- I - 4 : _;{rea de Abrangência
r:
r,
r- a - Geral (geográfica): Toda da região do Vale do
"r- Ribeira, onde a Tradição
r: Oral e a Bibliografia,
r
afirmam estarem espalhados
r-
r- os Quilombos inicialmente
r- localizados ao Sudoeste do
r-
(" Estado de São Paulo, entre
r- os gráus 23 e 24 e meio,
r-
Latitude sul.
"
0
r
r. b - Ercpecífica de Atuação
r
r,
Municípios de Eldorado,
0
r- Iporanga, Apiaí, montando
0 nossa base de atuação na
r.
Cidade de Registro - SP.
r-
r-
r:
r,
0
0
r,
r-
r-
r,
r
("'"I
r-
0
r-
r-
('
r,
4
- , .
I - 5 Orgão Financiador
Mitra Diocesana de Registro, Estado de São
Paulo, Brasil.
'.I'
I - 6 Executor do Projeto
r:
r- Guilherme dos Santos Barboza -
r- Pesquisador de Campo Afro-brasileiro, há
("',
40 anos,com experiência em organizações
r-
r: Comunitárias Remanescentes de Quilombos,
r-.
sobre os quais tem vários trabalhos
r-
r publicados sobre o assunto em
recomendação da U.N.E.S.C.0.-0rganização
r>
r:
r:
r:
r:
r-
1
r
r
r
r-~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
r>
r-
r 5
r-
Ciência e cultura e Cultura, da ONU.
r-
r Outros trabalhos referentes ao tema:
r
"Çafundó - uma comunidade Afro-brasileira
r
r: que corre o risco de dissolução" - publi-
r- cado no Bulletin da Internacional Union
'.I'
r-
r: of Anthropological and Ethnological
(' Sciences, da qual somos membro, com sede
r
na Holanda. Este Bulletin foi publicado
r-
r: em 1978 e tem o ND 20, Viena-Áustria,
"r-
r>.
1 (",
r:
r:
r,
('
r
r-
r
r-
r 6
r
M~dio Vale do Rio São Francisco/Bahia"
r-
r: e "0 Negro na Cidade e a sua Cultura",no
r- mesmo livro, publicação científica
·.r
no
r
r Bullettin Nª 27 - 1985, Viena, Áustria.
r "Ingorossi, um Ritual Profano ou
Religioso?" - mesmo Bulletin, em 1990.
"Capueira de Angola· A Personal View of a
Capueira Master11- pelo Journal of the
r: International Institute For Cornparative
r:
Music Studies and Docurnentation (Berlin)
r-
r: In Association With the International
r- Music Council-UNESCO-Volume X.XX Nª 2-1988-
r-
r- Germany. Algumas participações em
r- Congressos Internacionais, representando o
r
r
Brasil, sempre dentro da temática Afro-
r: Brasileira;-"International Congress-sacred
r
Music of the third World-11Vienna, 22-26,
r
r November 1987. 118th Annual Conference of
Caribbean Studies-198611, Bahia-Brasil.
"13th International Congress of
Anthropological and Ethnological Sciences-
r
r Msxico, de 29 de July-5 August, 1993.
Section lII: Anthropology and social
r: Researches on
s c i er.ce s , apresentando: 11
r
EL=,cJ:Ccm;:unities im Brasil", incl~siv~
zotre este PROJETO Nª 001/92. ETC ...
r:
r:
r-.
r
F'--~--------------------------~--~--~--~--~----------~--~
7
r:
r
r-
r>
r
r-
r:
r-.
r,.
r
('"",
('
r- 8
r-..
·,
(""
dos Palmares, Serra da Barriga, concedidos
0 pela Câmara Municipal de Vereadores de
0
União de Palmares,, Alagoas, 1984.
0
r- No momento fazemos parte da Diretoria da
r- Conunission on Urgent Antropological
r:
n Research-Institut fur VolkerKunde-Univer-
("'.
sidade de Vienna-Áustria, trabalhamos com
0
0--
KfE - universidade de zurich, Suiça, Rête
r Radie Resch, Roma, Itália, Centro Afro-
r.
Brasileiro de Estudos e pesquisas
r-
r- Culturais-CABEPEC-Brasil. Apôio científico
r-.
da UNESCO-Paris, sede.
r-.
r, Atualmente prosseguimos nas Pesquisas de
r, Campo em todo o território brasileiro,
r:
r exclusivamente sôbre o complexo psico;
n sócio-cultural e econômico Afro-brasileiro
r- atividade que desenvolvemos há 40 anos.
r
r,.:~'
r:
II - RESm.:o JIIST RICO SOBRE O PROJETO Nº 001/92
n
r-.
II - 1: Antecedentes
r:
r
,-.
0
f':~~~~--~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
r-.
('
Ermírio de r,.í.orais.
Preocupados com o destino da numerosa população a ser
at í nç da por
í esses Projetos, cujas cons equê nc "G hurna na s
í
r:
r,
r
r
r: 10
projeto estão sucumbindo, pela desorganização familiar, pela necessidade
de terras, já que as que possuiam, sobre a qual plantavam para o sustento da ..•
família ,e negociar os excedentes, estão submersas no Rio São Francisco,
pela privação da alimentação básica, falta de escola, falta de trabalho, falta
de atendimento médico, falta de uma assistência social, enfim, diante de um
quadro similar, lastimoso para as famílias e as comunidades, que há séculos
encontram-se estruturadas no Vale do Ribeira, as irmãs Angela e Sueli,
decidiram adquirir informações, no sentido de encontrar uma possibilidade
de socorrer àquelas pessoas que, após lhes ter trazido essa problemática,
esperavam delas uma resposta de como ajudá-las, pois as pessoas
r
sentido de reconhecimento legal de suas terras, cuja titulação lhes garantiria
r uma indenização, no caso de os Projetos do Governo do Estado de
r:
r:
r
r
r:
r
r>
r:
11
r
r-
r:
r-
r
r-
r:
r:
r»
r·
r:
r:
r:
f"~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-
saída, o que não seria nada simples, urna vez que,
,Silvani.
-
'
oito
~·..:.:.-a~iacinco
(08, 00) hoxas
( 5 > dias,
da manhã iniciávamos
;. ::
cue
L':.;, o;i
h
J. •
r: tc..,.-n-,~ nando
-.0..-1• .••...•..,.. •.• ..._. ~ '"°
~- 18 ·• 00 hs"""' com urna
.. ;:l oau
• Q .t sç
~ dr·- e''"··,...
:\!!',- ''"' \
\'- +
r
r
r- horõ.s/aula.
r
r
r
r
r
r
r
13
r- Pesquisa científica.
r-
r:
III - 1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
r-
- definições de campo
r- - definições de pesquisa
r-
r: - o contexto psico-sócio-cultural e econômico
Afro-brasileiro.
- antecedentes históricos no Negro (Africa)
- o envolvimento histórico do Negro
- o negro na América
- a sociedade escravagista no Brasil
r-
- as pressões do sistema sobre o Negro
r:
r: - as variadas formas de respostas à essas
pressões
- um convívio tenso entre senhores brancos e
r: escravos negros.
í'
- os abolicionistas
r: - as Leis que vieram a beneficiar o Negro
r:
- a Abolição da Escravatura
- o NegrQ abandonado, reconstruindo a si mesmo.
i/ /l tr•
r- "";>
FLS._ o
r: \ /j
14
r- <.~ VAi\r,......'
,.~ . -~
r: Afro-brasileiros.
r-
- o _negro como objeto de estudo
r:
r- - a pesquisa científica em busca da verdade sem
r- mistificação. ·.1·
r
r a metodologia científica assegurando os passos
da pesquisa
r:
técnicas de pesquisa de campo afro-brasileira
r
r - processos da pesquisa
- seleção e formulação de um problema de pesquisa
r~
r- - plano de pesquisa
r - a hipótese, como ponto de partida
r:
r- - o projeto
r- Após o curso, a própria equipe estava apta para elaborar o
PROJETO, que, após pequenos acertos, foi aprovado pela Mítra
r
r- Diocesana de Registro, e que possibilitou, no dia posterior ao
IV - A HXPÓTESE
Concomitantemente com as reuniões que antecederam o curso,
r
tivemos oportunidade de, através de levantamentos
r:
r: bibliogrtáficos, ampliar o nosso conhecimento sobre a
r:
realidade da região do Vale do Ribeira, tendo examinado
r
escritos, livros., teses sobre ela, e agora, ao terminar o
r-
r-
r
r
('
/·'·' e-pt::.
..- . i l: '
( ;··,,:/~;f/- : .. ,
\ \ ,· ,'
._ .. . (
15
• •• 1 •••
' '.
'·'l~~:Í\ t ,/
r
"Projeto de Ajuda e de resgate, através da PESQUISA
r:
r- DE CAMPO, dos Quilombos do Vale do Ribeira, que estão sob
r-
r:
r-
r
f'~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
· ... ~--'.
' .'
·• ~1'tii"1J-
16
·.l'
V - ETAPAS / OBJETIVOS
r
r-
as seguintes etapas:
Obs.: convenções -
F = Fase
e= Etapa
F - 1 Junho, Julho, Agosto, Setembro, de 1992
VI - ESP~CIFICAÇÃO DO TRABALHO
F - 1 - e.1
r reconhecimento empírico das regiões do Vale
r
r do
r: Ribeira que foi feito àentro do
r,
r: nosso cronograma e ,_conforme
r: preestab~lecido no
r
r
r
r-
r:
r:
r
r
r
r
..!"·~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~--'
•
.......,...
e
17
r. PROJETO N~ 001/92.
r-
F - 1 -e.2 '.I
r:
r: Localização da organizações comunitárias
r- existentes no Vale do Ribeira, ou, além
r
r- dele, se a Pesquisa de Campo assim exigisse,
0 para a elucidação da realidade. Mas, não foi
r
r
r,
r-
r
r
r
!'""~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-~~--~~·
18
F - I - e.3
F - I - e.4
fazer o mapeamento dessas comunidades, e
fizemos.
F - I - e.5
A Fase Ida Pesquisa de Campo chegava ao fim,
pois, já se haviam passadofe quatro(4) mêses,
r
r-
r
("
r
r-
r
r-
(' 19
r- geográficos, localização dessas comunidades,
r:
formas de ocupação de seus membros, tipo de
r- lavouras, técnicas de trabalho, formas de
r '.l'
reuniões, forma de cooperação entre êles,
r
'
vias de escoamentos de seus produtos, formas
de adquirir suas sementes, como e quais são
suas festas, quando se dão, quais são suas
crenças, enfim, coletamos muitas informações.
Adotamos por critério, reunirmo-nos, a equipe
r o
-
'
r:
que realizou trabalho,
terminássemos uma e~apa, para esclarecermos
toda vêz que
(""
comunidades sobre as quais concentrariamos as nossas
r> Pesquisas, por isso, ds nove (9) comunidades escolhemos
r:
três (3).
r:
r-
r:
r:
r
r:
r
r:
r-
r·
r
r>
20
-gravações em fitas K7
r F - 2 ELABORAÇÍiO DE QUESTIONÁR:IOS
r:
r
r- F - 2 e 1
r-
r
r:
r-
r:
r
r
r: muito evidentes ou não foram bem conduzidas nos
emergencial.
('
r- vrr - os QUESTIONÁRIOS
r-
r,. -
r: Quanto ao conteúdo, os Questionários visavam explotar
r diretamente:
r:
-histórico familiar, através da ativação da memória do
r-
r,: entrevistado, pela Tradição Oral.
r:
-organização familiar, que, por outras vias acabavam
r
r-
0
r
r-
r:
r.
r
I'~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~___,
22
-média de vida
-naturalidade; isto ê, se todos os habitantes da
·.1
comunidade eram realmente nascidos na
comunidade.
-formação de familia; como se dava.
-profissão.
-para quem trabalha; autônomo ou presta
serviços?
-tipo de cultura
-origem das sementes, mudas, etc.
-épocas de colheita dos produtos diferenciados.
-quantidade do produto bruto de cada família.
-o destino da produção.
r
r
r-
r
r-,
r-
r
r-
r
0
r
r
...f":____~~~~~~~~~~~--------~~~~--~~~~~~~~~~~--~--------~~~
. · .~· ~=;;0'·,:~ -:, . ,. l
23 ; '·'.l!Jf ;-.i
No final havia um Questionário que continha uma série :
';Â
• ~:,\.• ~. .. . ~ / 1r
de quarenta e duas (42) palavras, constituidas de
vocábulos de origem africana, das regiões de Angola,
Moçambique, Nigéria, Etiópia, etc, extrai dos de
respectivos dicionários, bem como outras que -
sao muito.,· .
conhecidas em algumas regiões do Brasil. Mas,todas são de
origem africana, conforme os dicionários usados e
informações escritas de estudiosos. Vale acrescentar que,
todas as palavras incluídas nesta série são correntemente
caso do vocábulo 11
tateto", que consoante gravação feita
r
r
r
r
r:
r:
r--
r:
r
r
24
·.1·
VIIr • P.3 - ANÁLISE DOS DADOS MATERIAIS BIMATERIAIS
,r--.
r
r
r
r-,
r
r
r
r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~--
25
r:
sido constatado em muitos trabalhos que lidam com a
r
r questão do Negro no Brasil.
·.1
r
r
r X:. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O PROJETO
r-
r
Partindo de informações de que, no Vale do Ribeira,
r- em São Paulo, haviam pelo menos 19 nouilornbos", o que nos
r-
ocorre em primeiro lugar é definir o termo "Quilombo",
r- respeitado e aplaudido.
O que era um Quilombo?
Esta pergunta era dirigida a nós, de forma incisiva,
r:
r-
r:
r-
r
r
r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
r:
r
r: 26
r:
Amsterdam, justificavam que minha resposta continuava
r:
r> explicando a função de uma ação, mas não "definindo" o
~
r- objeto Quilombo. De volta ao Brasil, durante quatro anos
r:
r: 'concentrei os meus esforços em rever toda a documentação
que eu tinha produzido durante todo o tempo em que vinha
r-
r:
r:
r:
r
r
r:
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27
r:
r
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r
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28
~;f~DE,94(
..._-.-1
~., f} 71:.p ·1-
prosssegue 0 autor "O Quilombo aparecia onde quer que a ~ r G.
~
1
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{
_r,
."
'. ~.... I',\~·.:
escravidão surgisse", para concluir: "0 Quilombo não foi,
QuilolI'.bolas".
Desta escrita, algumas .coisas nos vão interessar, a
r-
r: exemplo do que escreveu Moura, ambos fornecendo elementos
r:
r-
(4) "A insurreição Praieira (1848/49) - Edison Carneiro -
r
r: Tc~as Brasileiros.- Conquista - 1960 - Rio de
r:
r:
r
r
r
r
r:
r
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r:
r·
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0
I"'
r 29
r
r: para urna formulação. Mas, é necessário reunir mais
r evidências materiais e no .,Dicionário Africano de
r:
r
r
r-
r:
r:
r:
r:
r
r---
r
r
r
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30
r
r-
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r
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r
r,
r
r
r
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r
r
r
r-~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-
31
consultaón. '...
( 9) Obras já referida "Rebeliões da Senzala" Pi:l.9 · 106
r-
r
r
r-
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r
r
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0
r-;
("'\
r-
r-.
r-.
n 33
r,
r- sem saber disso. Mas os documentos provam, e a quantidade
n de negros existentes na cidade, na região e nos
0
remanescentes, nos quais estamos desenvolvendo, hâ anos,
n
0 trabalhos de campo nos dão mais segurança.
('.
Finalizando, o vocábulo Quilombo realmente define
("\
( 10) .
r-
r
r: E chamamos atenção para um testemunho c_<:>~reto
que a
memória guardou e que a língua portuguesa sacralizou no
r:
r,
r:
r-
r:
r-
r
r
r:
.r:
(\
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r-.
r-.
r-.
0
r, 35
r,
localização estratégica significa de fato,
r- A
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0 instalar- se num ponto geográfico de onde se pode ver
(\
' sem ser visto, mantendo sob
(\
quafquer aproximação,
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r,
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r,
0
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r-
r
r-
r>;
r>
r:
r-
36
r
r: campanhas mais cruéis e mortíferas de que se tem noticia,
r- ao ponto de, numa dessas incursões, contra os Quilombos,
r
r> o seu comandante militar trazer como prova da destruição
r da organização comunitária, mais de duzentos pares de
r-
orelhas de negros, para provar aos seus superiores
r-
r-
r:
r-
r
r:
r-
r:
r>
r-
r
r:
r-
__!"'~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-
r-
r-.
r- 37
r-
r: c-Permitidos,cuja condição de permissibilidade
r: elimina qualquer possibilidade de confronto, de atrito
subsistente
X - PEFilTIÇ.hO DA Al{OSTP.1-.GC!·!
r
('""'..
r
r--
~
r
r
r-
r
r
r
J'~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~--~
familiares de moradores de comunidades arroladas
Ivaporundava
Praia Grande
r:
r 41
r XII · BIST_RICO DAS TR·S COMUNIDADES
('
r: XI - 1. PRAIA GRANDE
r: XI - 1º A tradição Oral
r:
r: Primeiro de tudo, é bom não olvidarmos que, estamos nos
j
r~ referindo à comunidades que, hâ até bem pouco tempo,
r>.
coletiva da co::nunidade em estudo, para compreender a
r- Lr~diçbo, que n2da
r-
r
r:
mais é que a memória coletiva da comunidade, que
e justifica a si mesma.
Estudiosos africanos, como Amadou Hampâté, Boubou
autoridade incontestável.
,',
r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
('
r-
r-
r
r-
r positivos para reforçar a tradição,
r:
normalizar as relações interpessoais. B é essa mesma
r-
r estrutura mental que equaliza as mais
(""
intrépidas e liberais, controlando e mantendo sob
r:
disfarçado controle algum membro convolar. E essa mesma
r-
r- estrutura mental não é muito cronológica, o que se
r:
reflete, evidentemente, na tradição oral, o que tem sido
r
r mostrado por etnólogos, inclusive que, nas sociedades as
r- quais chamaram- se segmentárias, há uma tendência em
r:
r eliminar ancestrais "inúteis", isto é, que não deixaram
r: descendentes, o que, segundo êles, explica porque a
r
r- profundidade geneológica de cada grupo numa determinada
sociedade tende a permanecer constante. "Somente os
anscestrais úteis" são utilizados para explicar o
presente". Outro ponto importante é que, a genealogia é
sempre reajustada, simplificada, no sentido de manter a
('
('
('
f'
.r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
44
r
r- para um ente mitológico, até êste momento foge ao
r: conhecimento do pesquisador. Seria necessário novo estudo
r:
r: com novas técnicas e novos procedimentos metodológicos.
r Apesar disso, essa estrutura mental não possui uma
r
memória muito retroativa, pois, com base nela, podemos
r
r- remontar a história de uma comunidade até, no máximo,
vêz que, pode mesmo ter ocorrido que, aquêle que nos
passa a informmação, esteja se referindo a um ancestral
considerado
r>
r:
r:
('"'
r
r
r
r
r
r
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('
r-
('
r:
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r-
r
r:
(' 45
1
r- trivial, relevante, para a comunidade que vive no local,
r-
r, respira, faz, pensa e reage, pode ser fundamental.
r
r
r
r
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r
r
r
r:
r-
r: 46
r:
Praia Grande, Martinho, Estirão, Bofe de Paca, Berta,
r:
r: Mulatas e Greta sêca. o avô de Dona Clotilde, instalou-se
r>. J
na Praia Grande, onde constituiu três olarias, nas quais
r-
r fazla telhas e vendia, além do que, fazia rapadura e
r farinha de mandioca, que eram levados para Iporanga, de
r:
barco a remo, onde esses produtos eram vendidos. Hoje,
r
r- Dona Clotilde é a herdeira de todas as terras de Praia
r Grande, tendo cedido um pedaço para o sobrinho Gabriel de
r:
r: Matos, seu vizinho, que além de lavrador, trabalha como
r
canoeiro, atravessando passageiros no Rio Ribeira, um
r:
r, trabalho remunerado pela Prefeitura Municipal de
Iporanga. Gabriel de Matos é casado com Dona Dejair Rosa
--r-1
('
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f
(' ~,· '
• 't"···
r: ~
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, it-t. 1
r: 47
I
r:
r
r:
48
Média, tendo se estendido até o século XIX. Vale
.l
reescrever os acontecimentos, com base em Giuseppe
Papagno ( 12) : wEm primeiro lugar, é necessário ter
presente que a agricultura constitui a estrutura de
r
r:
r
r
r
r
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r
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r: 50
~'
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r- ·_ AFORAMENTO - com o proprietário conservando o domínio sobre a
r:
r- terra, permitindo o cultivo somente mediante o pagamento de uma quarta
parte dos frutos. Deste modo, o sistema de Sesmarias, que Portugal aplicou
nas +ndias, na África, acabaria sendo aplicado na íntegra também no Brasil,
r- cuja vigência chegaria até 1822, conforme foi bem analisado por Hebe
r
r-
r
r
r
r-
r
r
r
r
J'~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~---
r
r:
r-
r'
r:
r- 51
~,
r: BIBLIOGRAFIA
r-
r- "As relações de dependência pessoal existiam e
r- regulavam as relações entre homens livres, mas a propriedade da terra
r
não era seu lugar de passagem necessário."
r-
r E para concluir;
r "O dízimo eclesíastico pago à coroa era o único
r
r: ônus a gravar a propriedade fundiária,funcionando como um imposto pago
r- ao Estado e perdendo,na realidade colonial) o seu caráter de prestação
r
r- feudal'l.Desta forma, quer nos parecer, fica caracterizada históricamente,
r-. com os recursos auferidos pela bibliografia, a questão da legitimidade de
r: .
r: posse, relacionada à comunidade de Praia Grande.
r-
XII - 2. Origem da Comunidade de Porto dos Pílões
r>. XI -2.
r»
r-
r-
r-
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r-
r,
r
r:
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r:
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r
r
r:
0
-,
r: 52
Porto dos pilões inexiste este elemento formador.urna vêz
que.consoante informações passadas por donaéritonia Vitorina de
Oliveira, que presume-se, tenha por volta de 90 anos (?), filha de escravo,
cuja mãe fora libertada "quando estava no seu juizo", segundo sua própria
afirmação, os negros trabalhavam numa fazenda de nome "Fazenda
Santana, ti distante três quilômetros do local onde hoje está assentada a
comunidade de Porto dos Pilões.Dentre outros, ela aponta João Moura e Bal
( de J urumirim )como donos de escravos, e que os escravos negros eram
castigados com açoiteras de três pernas", que eram ensebadas e passadas na
.
areia, chamadas "bacalháu",
Dona Antônia nascera na Fazenda Santana, onde também
r nasceram todos os seus filhos, com exceção de Pedro, o caçula, hoje
r>
r vereador de Iporanga, que veio para Porto dos Pilões com apenas oito (8)
dias de vida, escondido numa saco, pois ela tinha medo que fosse tirado ele
,/"'"'\
r:
r
r
r:
r:
r-
r:
53
r-.
n na fazenda ou mesmo Capitão do Mato, que, perdendo
0 historicamente ~a função, foi assimilado pela função
n
r, atual, uma vêz que, essas pessoas, dado a sua intrepidêz
ri e afinco, na busca e captura de negr?s, acabavam se
0 enfronhando por lugares mais recônditos, tornando-se
('i
0 pessoas especializadas naquilo que faziam. Certamente ,
r, com o fim de um sistema, não se extingue simplesmente uma
n
0 especialidade, mas, a adapta às novas condições.Assim,
r, um Inspetor de Quarteirão prendia as pessoas e 11mandava
0
0 como um delegado", conforme Dona Antônia, e nunca teve
r, eleição para eleger um Inspetor. Sobre o aspecto
r,
religiosq, por serem católicos, faziam a missa na casa
0
('I do "Cabeça Branca", até que um padre pediu ao povo que
0 fizesse uma igrejinha, e foi feita, um mucambo, como o
r-
0 de Praia Grande.A iluminação era feita com fogo de palha,
r- pois não havia querosene, e as doenças eram curadas com
r.
r-. chás, feitos de plantas. Praticavam a lavoura
r-. c.u: ;; 1 , .
angora2:.vam-~:e capad o ..•.•1\ carne d o cc:1.
. . 0:c:, ~.: .:;c·:.c ..
r,
perto dé Guapiãra, por rapadura ou
n
0
0
ri
('i
r-
r
.l
55
t.r adu a í.ndo- LC num af.l ucnt.e do pr inc ip=--l, 1 t .:, cc i ::::
. .i , q ; _.,
pc,1· ou.::. vez, bem ms e adiante,
í incorp-:)ré. o l··.ir 1 i--:i!_, ..::L:.
Fundc ..rnc-nt.aLment c , e:.::;~t. É: a n í.s t ór a
í o cc t. :: cc:.,~,:~:.::.::
.. :.
ri
. ,..,,
XI - 3.a
,.....,
0
n A observação feita com respeito a Tradição oral, ítem
r- XI - 2•, çabe também neste caso da comunidade de
n
n Ivaporunduva, excentuando-se, é óbvio, a questão
(',
relativa a ancestralidade, que, no caso específico
('1
n desta comunidade, requer uma reflexão mais apur ada . no
r, Acôrdo com as j nf armações orais, não Dão só d a comun.i d,:,;í'i,.... ,
n
r: mas também de pessoas de comunidades v i z í.nna s e a r t"
r. algumas mais distantes,os negros de lvaporunduva
r, nasceram
r-.
11
do Marinho11 , representado como seres que med. rn
n
r,, Pc-n ·:-,:i i t f. , c: l .....
n
n
(""'I
Ivaporunduva,
r,
n
rr
r,
,....,
0
~
r,
r-.
n
0
r,
r,
0
r, 57
r-. .1
afirma que, são mais de um, e dois dêles moram num poço,
n
n perto da sua casa. "Esses Negrinhos" não fazem mal a
0 ninguém,para uns, "eles" chegam mesmo a levar as pessoas
n
r, para debaixo das águas,atê o lugar onde moram.Para
r, quebrar o seu 11 encanto11, basta que se j ogµe sal , e eles
n
ficam como qualquer outra pessoa. Relacionados com essa
r,
rr hist6ria,o fato é que, os moradores mais antigos,
r,
aquêles que hoje representam a linhagem mais antiga da
n
r, comunidade,tem por sobrenome "Marinho", por ,segundo
r, êles, serem filhos deste "ser". Curiosamente, as pessoas
r-
r- que não pertencem à comunidade, referem-se aos seus
ri moradores como sendo originários dos "Marinho", e, por
n
r, mais estranho que possa parecer a uma mente despreparada,
r-. acham normalíssimo o fato de os habitantes de
r-.
Ivaporunduva serem descendentes dos "Marinho".
r,
r, Averiguando essa questão,. iniciamos por Dona Benedita,
0 nossa informante, cujo nome completo é Benedita Furquim
r-.
0 Marinho,mas ela não é descende-nt:e dos
r-. 11 Marinho11diretamente, porém, casou-se com um descendente
r,
em linha dd r e r a , chamado Sebastião Marinho r-upo . o 9.ote
n
r, Dona Benedita sabe hoje sobre os 11Marinho11 foi-lhe
r contado por sua sogra. Mas, esse sobr enome pRrc1r.e
0
0 destinado a desaparecer, pois, dentro de algumas gerações
r-. fu~ur~s, sem ~poio da tradição orai, tend~ ~
0
n r unc.í cnab í.Lf.dade . foi antevisto,
r, t r ad i c i.ona L elc-~·2 o seu 11ancestr:::..l ma í..
r-.
justificar a suã existência,
n
r,
n
ri
r,
n
r-.
0
r-.
r,
n
n :f .':; ,[•.
,-:;,·.,:. ,. "J.>
r. :
·. ·,
! '.) y
~
n \
• .•.. :> /,
~
ri ·-.._;~ VAR>- .
ri --·
n ·.1
(1
r, 58
ri neste caso, embpra não saibamos por que, Ivaporunduva
n
r, transferiu de um ser humano para um mito a razão de sua
ri
n
existência.Por que uma comunidade busca . num elemente
mitológico a justificação da sua existência ? E O que
n
(1 levou pessoas estranhas à comunidade a acreditarem sem
n contestação em tal justificativa Tendo atendido aos
r,
ri ditames da Tradição Oral, iniciamos estudos e análises
ri de documentos escritos sobre a época, e o que mais nos
n
r- traz indicaçães é o Livro do Tombo, mantido nos arquivos
n da Mitra Diocesana, e que nos foi cedido, no sentido de
(1
colaborar. com a realização deste estudo técnico-
n
r, científico. Segundo o Livro do Tombo, o vocábulo
. r,
Ivaporunduva significa Rio de Muito Vaporu (fruta),
('i
n evidentemente, trata-se do livro que engloba um período
r. histórico que vai de 1813 a 1898, sendo, portanto, o 2º
n
0 Livro do Tombo, uma vêz que, o 1º Livro do Tombo, que
r-. encerra a história anterior a 1813 desapareceu. Assim,
r,
desta primeira fase o que vamos encontrar são documentos
n
n fragmentários, que, de qualquer maneira, respondem às
r:
nossas necessidades histórico-documental. E a h í.st.ór i a
0
n registra que, Ivaporunduva nos primeiros tempos foi o
r, L1:i:~i2..l d.= Lin&.s, E:ffibora os mais antigo::, e s.cr Lt o s é.li~,:.::._.,
0
ri que , e.nt e s o., e ser Arraia' 1 J'~a era ~hê'-b~
. ' t ano,
- 1nef'!!,·~) r=:nt -:-3
ri
n
n
r,
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r.
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r,
n
n
ri (\:,/·,. /'. H \,!
.. , s 1:11
r, .•. ..• /
n ~VAI\"-
. --·
r.
0
59 ·-·
r-.
r, Os primeiros habitantes de Ivaporunduva foram, segundo os
(1 documentos,redig4dos pelo Padre Mendonça,homens dedicados
r>
r,. à mineração, que teriam ali se fixado, com uma grande
n quantidade de escravos negros, por vo~ta de 1720.No
n princípio do século XVII divulgou-se na Europa, a notícia
r.
r, da descoberta do ouro no Brasil, que, além (~ascender o
r, interêsse de Portugal sobre a colonia, ativou uma
ri
r: movimentação muito grande e até incontrolável, no âmbito
ri interno, ao ponto de a Coroa instaurar legislação de
r-.
r-, contenção e de normalização de extração do minério,
(1
consubstanciadas nas Ordenações Filipinas e no Regimento
,......
das Minas.do Brasil, respectivamente, em 1603 e 1618, que
ri
r-. seria divulgado somente em 1652. até então, não havia lei
("'I
que regulasse a extração de ouro no Brasil. Em 1 702,
r-.
n_ quando a situação estava totalmentesem controle, em plena
0 vigência da "Idade do Ouro", é expedido um Regimento, na
r-.
0 tentativa de regulamentação. Este Regimento rezava que,
r-. ao ser descoberta uma mina ou área explorável, devia ser
r,
ri imediatamente comunicado ao super í.ncendcnt e dac Minas,
ri
r,
ri
r,
'
Lrl~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-------
0
r,
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n t \ ~
n
n
r>
r,
r-.
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r-, '.I'
n
n
ri
r,
n 60
n •.1u..: i'!]u.:i.Ln...:nce !': iquem todos lucrando da r,i2 r ce ,.p ,-:: , . ·-=:;
n Aos mineiros
n faço ( ... } . E mais, : 11
que compaz-ece s acm cem
ri mais de doze escravos somente seriam concedidas áreas
0
ri adicionais quando~ satisfeitos todos os indivíduos
ri presentes, houvesse terra ainda a
(1
repartir. "Evidentemente, o Regimento de 1. 702 limitava.
n
r-. sobremaneira e ação de mineradores ansiosos pelo met a I
n precioso, pelas pedras, enfim, pela riqueza, e por ess2
r-.
("', motivo, ·embrenhavam-se por lugares muito distantes, onde
n pudessem burlar a@gidez dessas normas. Como se espalhou
r-.
n a notícia sobre a existência de ouro na região do Rio
(')
Ribeira não se sabe, mas, que para as regiões do Vale
0
r-. vieram muitos mineiros é um fato incontestável, haja
r-. visto a mudança do nome indígena, xiririca, para
0
Eldorado. Como entre 1700 a 1720 houve tão grande
r,
r. migração na colônia, ao ponto de a Coroa intervir, pois o
r, abandono da lavoura causou uma ~ediata crise de
('
r, abastecimento, presume-se que, mais ou menos por volta de
n 1720 e atê mesmo 1730, tenha chegado à Ivaporunduva uma
r-.
grande caravana de mineiros com seus escravos, ali se
0
r-. fixando, para a extração de ouro. Em 1715 foi criada uma
n lei que dava aos mineradores algumas vantagens, o
n
("'\ chamado "Privilégio da Trintena11, livrando da penhora os
n mineradores que tivessem mais de trinta escravos a seu
ri
ri serviço, mas,
r,
n
"
r:
r:
r:
r
r
r
r-
r:
r:
r
r:
r: provavelmente, os mineradores de t vapo runcíuva , por a l.qurna
r
c au s a dcsc0nlL.::cie1a, deviam e s t a r cru .s i, l}U:tç.l::; d i, 1: .íc .1..l, ,:.,;_,
.. ,
-,
r> m.l ne r ação) 11• 11É dos mais antigos, mesmo qu ando n oà era
r:
Jrraial,já era habitado antes mesmo da criação da
r:
r: Fr-::gucsia 11•
E prossegue; 11Mas o lugar de comum f re:rJÜ-~nc:i.a,
r coberto de matas, despido de tantas casas e ranchariao,
r-
r' sem paotaria de gados, sem o recíproco comércio que fazi~
r- com a influência do ouro dos estranhos e moradores, enjoe
r>
r- homens em parte se esqueceram, em parte apenas se
r: recordam ver este agradável Arraial já extinto, existindo
r:
apenas uma capela, esforço e empenho dos pretos escravos,
r-
r- afeiçoados a devoção de Nossa Senhora do
r>
Rosário ... 11.rvaporunduva deve ter permanecido alguns anos
r-
r sem a presença de outras pessoas, a não ser, os próprios
r>
negros. outras pessoas fixaram-se nas regiões próximas ,
r
como é o caso de André Lopes de Azevedo, que tendo
r
r aquelas paragens sido alagadas pela àguas da Ribeira,
r
sendo já urna vila,· deixou seu nome, quando morreu em is
r
r- de Junho de 1764, com 100 anos de idade.
/>
Dos mineradores antigos, guardou-se os nomes de:
('
'.I'
r:
honcntan e virtuosas açõeo, cnobrccid~a pôla Dua
r.
r caridada. Tendo vindo pa:ra este 1~rraial casada
r>
com André de Souza, oriundo de Portugal, bem
('
1~ir
r
1
:r.
1
:r
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ri
n
ri
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n
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0
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,.:::, VA~t.
65
quadro:
0
r-
('
r-
r-
0
r-
r-
0 ....
r: 66 1
r-; ' 1
pat exna;
0
r b - 17 homens somente mencionaram seus pais, linha
r paterna.
r>
r- e - 1 referiu-se aos bisavós, avós e pais.
0 d - 2 Questionários foram considerados com
ri
r. insuf~ciência de informações, relacionadas às
r- respostas.
r-
0
r,
0
r,
[' XII - 2 :~Média de Idade das pessoas que responderam o
r- Questionário:
r,
r-
0 Idade Mínima Idade Máxima Média
r-
19 anos 88 anos 54,04 anos
r,
0
r-.
r-
r,
r-
r-
0
r- XII-3:Porcentagem de pessoas nascidas nas comunid
r,.
ad-es pesquisadas= 99,9i
('
r:
r-
r-
r-
r:
r-
('
r
r-
r-
.r: ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-
( ..
, ' ,
J
',
'
....
67
Viúv;aa ' .
D1vo r c.i a.:
.
Casadas :l.ci
Total
100%
r-
0
r-
r
r
('
XII - 5 Para quem trabalha
r-
r-
("',
Para si mesmo . 53,3%
r,
Para os outros 0,0%
0
r, Para si e para os outros . 10,0%-
0
Doméstica do lar . 10,0%
r
0 Doméstica do lar/lavoura . 6,6%
r- Aposentado •...••••...•••.•............ 16,0\
r:
0 Respostas insuficientes . 4,1%
r- TOTAL ................................ 100,0%'
Ir·
'r,
0
r:
0
t . ,
'
••
t'•:
.J
•
/
1
66
feij~ taiá
milho abacaxi
arroz laranja
'
banana abacate
r café jaboticaba
r-
r mandioca limão
r: batata doce abóbora
r
{'"'I
cana graviola
r, .. alface jáca
r>
repô lho ameixa eucalípto
r'
r, . couve araçá pinho
r, pimentão xicória
r-.
r: pimenta cenoura
r-.~-- cebolinha mamão
r-. xuxu hortaliças
r,
í'· álho manga
r- cará mixirica
r-
r, pepino amendoim
('
inhame maracujá
r-
(',
r-
r-
69
n
~
""
~
n
r"
XII - 7: Transações com Bancos ,.-,n
n
n
n
/"'""\
\.
n
n
n
.,. ~
-----------·--------------------------------------------- n
n-
nenhuma 63, 3 I' ~
tem conta 23, 31 <"'
n
tem poupança 13, 3 t
A
abstiveram-se de responder .....•............ 0,1% <""
TOTAL • 1OO , O 1
n
("\
-------------------------------------------------------- ~
1'""'
~
n
·' ~
,r, n
n
n
n
n
f'
n
n
n
n
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
.- J
Cl?RTIDAo
e lf R· 't 1 ~ hQ;Q e dou • que, neat. data
~ ao 6r.ccrrarnento do P~, rn ê , ~
voh.llfta destes autoe deJ~v<fu 01ç,9,N,~ t(!__r•C)
V. .,- -- Juelíclário
"-".
70
•.J'
A
x:r - G: c~rao E~z para ter dinheiro
(?) ,·
. (Jj
A
f"0
F)
P1 - --~-----------------------------------------------------
(J)
(!/) vende a produção da lavoura 66,6%
(?) trabalha por dia 33,3l
f)
r·
6' ,,
não responderam o , 1%
A.
~:- '
~
. fP\
P)
(7'J
~
ri
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e,,.
{·<'?
(8
r..
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A.
~ .·.,
,,..
i:-, )
XII - 9: Tipos de criações
~
(4
galinha
e..
(: <'
F') porco
(!) gado (não são todas as comunidades que criam
(0
(gado)
f)
,,...
r::1 cavalo
é'>
r, r burro
p,,.
() patos
f:', marrecos
(E)
(Animais) cachorro, gato.
FJ
i "~:·;_'.'í
1 '· .·.,.·
i (i'\
1
.
ri
. f7".
!º ~-~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~='---=~~~~~~---
(0
A
A
f")
(")
A 71
f"') '.I'
:-..1 I - 10: Comocura as doenças das pessoas da comuní.dade
~
()
()
A
();
A
('fJ
f""1
na própria comunidade con ervas e remédios caseiros ..
PJ 50,0%
mi procura o hospital. na cidade so, O't
A
(),
('!;,
.,....,.
~
"'
f"',/
()
A
L'?..
f i•/ XII - 11: Sabe ler e escrever
(")
rê',
f' V
F)
6·'
(!)
~ ------------------------------------------~--------------
(2) sim ,~ 34, 31'
f0
não 4·3 , 3 t
~
L:!>.
F'c! mais ou menos . . , . . . . . • . . . . . . . . • . . . . • . . . . . • . . . . . . . . . 15 , 6 I'
(B
abstiveram-se de responder ....•................... · ... 6, 81
:(')
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ff0 -------------------------------------------~-------------
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PJ
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,....,
r-
0
r-
r-
r-
0
0
•J'
0
72
r:
r-, XIII - 12: Como surgiu a comunidade
r-
0
r-
r: sabe ...••••.••••.......•...•...•...•.•.••.•.•..•.... 59,3%
r-
0 não sabe 21, %
r não respondeu 6 , 2 %'
r-
r
r-. ---------------------------------------------------------
r-
('"\
r.
r-
0
r-
r
0
XIII - 13: Como ficou sabendo da história
0
0
r opaicontou 6, 6%
0
r- a mãe contou 3, 1%
r:
r, ouviu dos maisvelhos ..........•...•................ 87, 5%
r- através da escola ................•................... 3, 1%'
r:
r: não responderam.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . 15, 6%"
0.
r:
r,
.r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~----
0
r-.
r-
('
r:
r-
r- 73
r,
XIII - 14: Medicina Popular (1)
r
r>.
'.I'
r: - -- ------ ------- - - - -- -- - -- ~- - -- - - - -- --- - - - - - -- - - - - - - - -- - -
r:
r- ~o~~ de urna p~rteira 87,51
r não respondeu 6, 21
r
r não conhece 6, 2 %
r"
r
r-
r:
r-
r- XIII - 15: Medicina popular (2)
r.
r-.
r:
nome de um curador 8 4, 3 %
r-
0 não conhece 12, 5%
r:
r: não respondeu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 , 2 %
('
r-
('
r-
r
r: XIII - 16: Conhecimento de vocábulos de orígem africana,
r- mas, falado corretamente, no dia-a-dia do
r português
r: do Brasil.
r-
r
('
r: •
r: conhece o vocábulo e sabe o significado ; 45,3%
r: não conhece o vocábu1o 4 6, o%
r:
Não tem sido convenientemente dirigidos os
!'
r estudos sobre o sistema de parentesco nestas comund.dad an , e
r:
qira l f.P.nômeno ê l e cJ,u:sif:i.con em dua s r.nt:P.gnrinF::
r-
r:
r:
r:
r>
r
r-
r
r
r
~r ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
(',
()
r, 75
r,
r, -clã: quando o membro da família, ainda que
()
r, considerado por todos como "parente", não pode provar sua
r. descendência de um ancestral comum.
.r-,
·.1·
n -linhagem - exatamente o oposto, isto ê, quando
n
() é possível a um membro provar sua descendência de um
r,
r, ancestral comum.Mas, ainda assim, insistimos, os estudiosos
('l
estão referindo
n sempre se a estudos com comunidades ou
() sociedades fixas, isto é, que sempre viveram na mesma região
r, geográfica e sua organização já estruturada, mantêm-se
r.
n estável, sob cont_role, e muitas vezes este controle é
()
rigidamente mantido pela tradição. com relação às etnias
n
() negras, se deu um fato que
·n por si muda e altera completamente esse contexto, traduzido
n
n pelo advento da escravatura, quando o negro, ainda no
n território africano, tem sua familia, sua vida e s t.r at t ícada , í
0
r, cada um sendo levado para uma região, ou colônia distinta,
ri onde sua vida passa a ter outro significado, sem fam1.lic1, st=>m
n nome, sem nada, e numa terra estranha. Neste ponto, su~
()_
"'-:
f 1 •• ex s t ênc a é
í í
11 zerada", e êle passa a ser uma II co sa "
í qu0 nào
'(',
pertence a nada. Evidentemente, quando ele pasr-:a .=i s0.r
n
r. definido como um elemento do terceiro grupo, antes anaJjr.ado,
r, traduzindo- se simplesmente num elemento do Quilombo ( cv i r amor:
()
a palavra 'quilombola 1
que na verdade era o que elç· e r a , p;ir,:-1
r, '
,
n
n ocorre
r:
'--
n
r-.
(1
r,
('i
0
o()
()
()
()
n
··Í'I
76
urna ictr-mt::l fir.açfio Ant.n~ t.cx'loA OR mori'lclon~r:: <in Qlli 1 nmhn, q11r. n;i
·.1·
f i oou do f i n t do po r li o l ~li I AP.g\lA 11m pour.o nnr-:t-;i nirrçf.io.
~
F.virlFmt.AmentP., t nr.u i mos C"'{llP. o f enômP.no no prlrP.nl~P.sr.o nos
Qu i Lombon não RF:tf.i, r.1t:P. P.RtP. momento, conc l uf do p01· nón , rnrlr-;
r.ambóm não rH::r.~ r.ão 1 ongn no urna ÕP.fi ni çi'io. IJrl 'í, ;:ir.1·r-r'li t.a r mon
Assim, quando ::::e ouvir, num Qu i 1 ombo 011 m una org a n i 7,;:i ç;i o
., nonum t:~ri n í r0.nv:1n0.::::r.P.ntP. d P. Qu i 1 ombo , <JllP.
plural i.dnc'IP. :i mr-msr1 oe. P.XP.mp] arP.R P.tni r.nP., r>, prnvr1vn l 1110r1 t· n ,
-----
sr>j arn e::;ses agrupõ.mentos humanos , ;::irq11 ·i v o s
r-
r>
('
r'-
0
(' 77
r: de parentesco nas_or~~n!zações comunitárias remanescentes de
.r
r: Quilombos está a~enas sendo esboçada nas suas primeiras
--~--~--e--
r: J_!nhas.
r
r
r-
r,
r: XIV - e o N e L u s Ão A N A L f T :r C A
r:
0
r>. ,_
r:
0
r~~~-~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~---
r'
r:
r-.
r:
,..
r elas, até agora, pelo que ana I Laamos destes trabalhos, na
r
r: realidade, . sempre tenderam ao instrumentalismo, normalmente
r: analisadas apartir da 6tJca e da axiologi.a do obse rvedor ,
r-
jantais partindo-se da realidade das comunitárias. Umar tal
r:
r: ati'tude, evidentemente, não parece ser respeitosa para com a
r: comunidade em estudo, uma vez que, é o estudioso que se
r
r: desloca para a comunidade, e não o cont r ár Lo, sem a sua
r: presença as organizações comunitárias sobreviveriam
I'""'-
normalmente, ao passo que, pela condiç~o sob a qual o
r
r estudioso geralmente recorre à essas comunidades, é Bffinpre ele
r-
que necessita de sua contribuição, quer para suas teses de
r:
r: Mestrado, quer para tese de Doutorado, quer para garantj r o
r- seu próprio sustento, com reportagens, enfim, coisas deste
,,.......
gênero. Até então não localizamos ao menos um que t í.ve s se a
r
r: ., preocupação de retornar algum benef íc.l o às orq an I z açõe s
r- comunitárias, que, em nenhum momento foram :i.ngueridi:tS sob suas
r:
r· necessidades e em nenhum momento buscou- se penso:1r j unt o com
r>. alguns
organizações, formas racionais <Je
r:
r problemas. E assim, ao concluirmos este trabalho, não são
r-, poucas as questões que ao longó do seu desenvol v í.me nt o, r o r am
r ocupando a nossa cabeça, e, por que não , ampJLaudo o nosso
r·
r raciocínio, o que pode significar que obt :i.vemos alguma forma
r de conhecimento sobre o objeto com o qual t.r aba l Iramos nestes
r-
r dezoito meses de convivência concreta e objetiva, na qual não
,.-. havia algoz nem réu, herói nem bane.lido, perfRzetJclo uma
r-
comunicação de fato consurnatória. Pelo exposto, ninda
r '..
r:
r>
r-
r
r
r
r:
r
,..
r:
r-
r:
r:
('
r-
r
r-
r:
r:
r: que rudementarmente, é possível esr abe l <?cennos CT.l t r í.os
ê
Hipótese Original:
ameaça de extinção".
!'"',
r,
('
r
r
r
r- ºº
r- orrjan i aar aru- se as urbes, se uma lei au t o r .i zou fll gurn;-i r'() i ~,;11 é
r-.
preciso que uma oulrfl lei.
0
'
r- ela 'fique sem efeito. E assim, uma lei criada pelo decrel:o n"
0
r>. l\rt. 1n - 11: declarada extinta a escravidão no
[.
Brasjl.
r,
r Art. 2" - Revog~m-se as disposições em contr~rJo.
r>
r·
r, Isto posl:o, o Quilombo passa a ser J. rni?<l i ~ t am= n te
r: r ed Lm l.do , e sem a que Lí.dade de orq a n Lz a ç ão cl illHleRr· i 11a,
r:
legalmenle pr os c r Lt a , perde a concl.l cão }Pg;:-.1 clr-> Q11i]omho,
r-
r-. ., porém, assume uma :lmportância histórica, com arnp l RR d i menR<•""S
r>.
sociais, abrindo uma vertente para novos estudos c = n t :í. Li cos
í
,r'\,
0. que vão além das nossas pos s í.b i Lí.ddad=s met.odo l.óqLca s e
r: cond í çõe s técnicas , estudos que alargam P. vão ctll?m d-:1 nossa
r>
r: Lo.rmaç ão acadêmica, tão habituados q11e PRl:nmnR ('(1111 PRI 11rlos
r:
dados A ~eneral izaç·ões, quando nem sempre po s s u .i mos n= s s a
r>
r> generalidade um cabedal tão elástico, mesmo porque, rlté aqo r a
r ainda não temos muito claramente <lef LnLda s e (lev i.rl~m<?nt:e
r-
classificadas instiluições como sociedades e comun ídade s , com
0
r. as quais labutamos exaustivamente, sobre nÀ quais eF1c1~r->vP111os
r-
abusivamente, ainda que não as conheçemos, nem as ent:1?11damo8.
r:
r»
r>
r-
r
r>
r:
r:
r-
('-
r:
r-
r
r
O1
I - plebiscito
II - r~r~r~ndo
III - iniciativa popular
( - .. )
0 V - a ffliação partidária;
r,,.
VI - a idade mínima de
r
r .... (sic) ...
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
f""'i
r
r
r
r
r,~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~---
(·
("
r
r
r-
r: E se interpretarmos a Constituição dfl Rep~hl{~~ FP~Prntlvn rto
r:
Brasil I ps Ls Lí t e rís , essas organizações comun t~ri.c1R í i::0111E>nte
r:
r passam a existir a partir de 1988, extraindo-se elo qw~ a cí ma
r: foi exposto e cons t ant s da le.i I s e nrlo
r:
' documentações centenárias sobre elas. No ârnb í.t o di=tR qttPst·f,ps
r
r: econômicas, conforme o material colhido por rro s s a Eqtt i pP de
r:
'TJ:illv1lho de Campo, P também com baE1e no t rol ia l hri dPF:P11vn l v I rlo
r
r- por Gf?raldo Mú Ll.e r , Estado, Estrutura AqrAr Ja P Pr1p11lr1,~·fto,
r
r-
r>
r
r
r
r:
r
r-
r
r:
r
r-
r-
r-
r- OJ
r
r clt? C'oti é!, ela qua 1 I um elos m.:.=iiores pr op r l e r r t osé cl~ uma
r:
r:
oomun ·i clades ele. interêsse cleste Pro:!PtO, E>m n1?nh11m mc·,mPnto
r . __ __ =:-=.:.- -- ---- ------ ~-~u~•-----
r
r
t?litenclid-:'I essa como elemento pr odut.o r p<:'lr;;i cons11mo rln in~1-('.=i<lo
r-
r: ex r' e r no . produção tinh;;i um r:,hjel i vo
r:
perslsLeuLe açio calalitlca, proporcionar e~~a
r
r: pasRagem do homem tradicional ao mP. l:An t:ropo"
r-
r
r:
r:
(
i1 <{IIP. gJ nb;:d R, PX Í RI· Plll PS 11 () rnr-> i n
r- 1
r: J
\
r:
r: p r i.me i r o r_{HP, o m i r r: ,l;:i 11r1fr:i.cr1ni<'lr1clP111 nns molrlr.:,.R q11,··
r-
r
r:
r-
r:
r-
r:
r
r:
r-
r
r
r
r-
r
r:
r
0' ___
84
r-
r
r
r
t°"'
r:
r-
r:
r-
r: o que, afinal, levaria tantas organizações comunitárias
r
r: fixarem-se. com as mesmas características numa extensão
r: territorial tão grande e variada como a brasileira? ._,.E por
que essas pessoas se agru~ariam tão isoladamente, ao ponto de
r '
r nunca serem encontradas?
r- E assim, são tantas as perguntas que temos a fazer que,
r-
r vai ser preciso ainda muito trabalho emergencial para
;,-. conseguirmos algum tipo de resposta, já que não podemos
r:
esquecer que lidamos com um homem, ----cuja-- condição ·já _não mªis
r- ---~---- --- - -- -
r:
r:
. por força da racionalidade, . este fato constitui o primeiro,
('
r
r
('
r:
,....
r:
r:
r-
.r-
r:
r:
88
r-
r
r- carteira de identidade dos outros. E quando falamos de
~
r-
psicologia, não intencionarnos falar de um modismo que
r-
r
r>
r-
r
r:
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~--~~~---
("',
89
'
sobre um mesmo fato ... e cientes da gravidade desta afirmação
r-. observada por nós pela primeira vez, ainda nos anos sessenta.
r: Com relação a atualidade, confonne o Decreto 3.553, que criou
r-
r: a Lei Áurea, em 1~ _~e_ :f!!S:i_~ _ de 1888, --º~ _ a11tig_qê .Qyilompos,
r: perdendo a funcionabilidade, passam a traduzir um remanescente
r-
r: do Quilombo, e, atendo-nos ao que ficou definido como
-
Cultura,
~ . -- - - - - -
r-
r:
r-
r- 90
r> judicialmente para o seu extermínio. No entanto, e~ses
r>
remanescentes persitem na sua autonomia, tendo uma existªhcia
'"i---- • .
'I: -L __ ,__ -- - • r-•-·- •
r:
r
r>.
['
r
r:
r:
.r-
O que afinal seria uma "comunidade negra"? um time de futebol,
r onde os jogdores são todos negros, corno o Black Power, surgido
r
t' no Ipiranga-SP, nos anos 70? um-bloco Afro, como o Ilê Aiyê,
·J
r ou ·01odum, na Bahia? o Centro de cultura Negra-CNN, no
r:
r> Maranhão, o CEDENPA , no Pará, o Alma Negra, em Manaus, o
r:
Movimento Negro Unificado, pelo Brasil? Seriam os Quilombos
r-
r ou, seus remanescentes "comunidades negras"? Urge clarificar
r esta questão, pois curiosamente, muitos trabalhos
r-
"científicos" tem sido desenvolvidos em cima de um objeto
r
r> indeterminado, e tais trabalhos têm sido aprovados, não se
r:
sabe sob que críterios, quando sabemos que, nenhum estudo pode
r:
r- receber o padrão de científico se não tiver por base um
r: elemento real, concreto, portanto, definido ou a ser
r-
definido pelo projeto, em última estância.
No afã de pelo menos, atenuar este estado de
r
r-
indefinições consequentes, no sentido de esclarecer sôbre o
r> objeto de interêsse do nosso estudo, recorremos à denominação
r- habitualmente usada por nós, para denominar com alguma
r
r clareza que não estados nos referindo a essa dubiedade de
r: 11 comunidades negras", que prosseguem sem uma definição. As_s_!m,
r·
r chamamos a êsses agrupamentos humanos ditos Quilombos de
r. organizações comunitárias remanescentes de Qui~.:>_~5'El ~~-~~~r
r:
r: entendermos que tais organizações são diferentes em gráu,
r: número e gênero de,, por exemplo, o Black Power, o Ilê Aiyê, o
r OLodum, enfim , do !.í.Qvimento Negro
r
r
r:
r
r:
r
r:
r:
r
r
r:
r:
r:
9
r-.
"Projeto de estudo e definição sistemática das
0
r
r-
r-
r
r
r
(""',
r:
r:
r
r
r
r:
r:
r 93
r>. . .,.
r: Esta hipótese atende mais positivamente aos desígnios
r: deste
. Projeto, sendo, portanto, a que pennanecerá como nossa
r
bússula, que guiará a nossa atividade. Definido o objeto,
r-
r partimos incontinenti para a verificação da definição,
r: eventualmente, publicada por nós, que é, como antevimos:
r-
r:
r:
r
r:
r: •Quilombos são organizaç_es comunitárias essenci-
r-
almente constituidas de negros descendentes de
r:
r: escravos africanos, traduzidas por uma reunião
r- de Mucambos (casas de barro cobertas de palha)
r:
r>. construidas num ponto geograficamente estr~tégico
r= chamado Cafundó•.
r-.
r·
r Constatamos que estas organizações comunitárias existem e
r:
..
r são, de fato, originalmente essencialmente constituídas de
r negros, logo, descendentes de escravos africanos, e a
r
r: documentação levantada por nossa Equipe de Trabalho, e que
r: está anexada a êsse Projeto, confirma essa descendência.
r:
p._ intrcrr.issão de · outras etnias ( como a branca, a :i 11dígerrn,
r-
r- etc.) nestas comunidades, traduz uma realidade recence, um
r: fato obEervado em todas as outras nas quais t~abalhamcf:, pelos
r
r: Estados do Brasil, e são resultantes de uniões por c n s arnerrt.o
r: ou ajuntamento com pessoas de fora, e ainda o que
li"'"'
r
r-
r:
~
I"""'
r:
r
r-
r-
r
r:
r: 94
r: se tem tornado um fato comum, por engravidamento de jovens
r, ',I'
inexperientes que deixam a comunidade e seguem para os
r:
r: gràndes centros urbanos, retornando à comunidade grávidas ou
r-
com um filho claro demais para não ter sido de um pai branco.
r:
r Mas, essas mesclagens ainda são recentes e ,na quase
r totalidade dos casos, ainda estão na primeira geração, o que
r:
r: pode significar que, são casos posteriores a abertura da BR-
r> 116, que liga São Paulo ao Paraná, e que foi construida nos
r:
r: inícios dos anos 60. Constatamos também que, os antigos e
r:
observador não se deve deixar levar pela aparência externa de
r
r~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
f""- ~(i~tL.•~I
r:
~fLS~(Y-iA~~
i)~.,·',
r:
r:
r 95
r: pesquisávamos há doze anos ... e ainda decifrávamos muitas das
r:
r: expressões e manifestações simbólicas. As professoras ao ·
r- ouvirem wna criança da comunidade dizer •tchaú" , apressaram-
r- ~·
se turno ao carro oficial que nos trouxera, ironizando, do alto
r:
r: da s;a cátedra "Vamos emborar Não são mais puros". A cultura é
r: uma manifestação dinâmica, e após o advento do minúsculo
r-
r- "rádio de pilha" de ondas potentíssimas, a comunicação,
r- parece, construiu a via, através da qual desfilam as mais
r-
r: distintas expressões culturais , atingindo até mesmo e pelo
r: seu pior flanco, organizações comunitárias que, de certa
r-,
maneira, encontravam-se ainda isoladas do resto do mundo.
r:
r: Com efeito, o homem dessas organizações comunitárias, que
r: possui um radinho de pilha e o escuta todo dia, certamente,
r>.
r: cada vez que desliga o rádio, ele próprio se liga no mundo,
r- cada vês que desliga o botãozinho ele já não é o mesmo, já se
r:
r: produziu outro homem Quiçá, iniciava a pe~correr um
r: caminho idêndico ao que o homem moderno percorreu um dia,
r
quando, após ouvir sua voz pelo telefone, têve um mau súbito,
r·
r: devido ao poder revolucionário daquela pequena peça, daquele
r:
r---
grande invento ... mas, ao mesmo tempo, recuperou-se e se
r
r>
r
r
r:
r
r
r:
r-
r-
r-
r-
r-
r-
("',
r:
r-
r-
r-
r:
r:
r:
r 96
r> x" ....
e porque, já se sabe que o salário mínimo e 11
, e que o
r r
Brasil foi descoberto por Portugal, porém, controvertidamente,
r: ninguém sabe, e nem a tradição passou ã posteridade qualquer
r-
infarmação sobre Quilombos, embora, curiosamente, todos
r:
r- saibam, indistintamente, que, "Cafund611 é um lugar
r: dificultoso, um lugar de difícil acesso" ... ou um lugar
r
r geograficamente estratégico ? De 177'2 a 1874, portanto 102
r: anos, a população escrava do Vale do Ribeira, descresceu de
r
r: 26,2% para 14,8%" o que pode significar que êsses
r: agrupamentos eram maiores, ou que haviam muitos outros como
r-
r: esses, e, numa última hipótese, pode ser que tenha havido uma
r grande dispersão, por migração para outros pontos ou estados.
r:
Se comprovado for que haviam muitos outros agrupamentos
r
r similares, por certo, haverá em muitos lugares do Vale do
r: Ribeira, indícios destes grupos. A condição de organizações
r:
r: comunitárias subsistentes é comprovada, fundamentalmente, após
r: o trabalho de MÜller no Vale do Ribeira, quando ele diz que as
r
r>.
pessoas do lugar constituem a mão-de-obra que é explorada pela
r-
r-
r
~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~___,
r
r:
r: 97
r: à prestação de serviços externos, isto é, além fronteiras,
r- .I'
esta porcentagem cai brusc~ente para "O" (ver item XII - 5).
'
r Tão pouco identifica-se intromissões ou tendências ideológicas
r- estremas de direita, centro, esquerda, etc.
r
r- o que se pede observar é que, de certo tempo para cá,
r não sabemos precisar quando (com o advento do rádio de pilha?
r-
Com o maior acesso de pessoas estranhas à comunidade? Com as
r-
(' constantes saídas de pessoas da comunidade para se reunir com
0·
r
r:
/'"'
r-- ...
\· 1· ·o· -... ;·
r- 1::-,.
~'~· i~
r-
·:\ . ' . í• ..••.. .,, ---1, 1
r: 1
r 98
r-
r
r: De acordo com os nossos levantamentos, podemos afirmar
r: que, no Vale do Ribeira não houve formação de Quilombos
r· Autônomos, revolucionários, como o de Palmares, .mas ,
r:
'
r: caracterizamos as três organizações comunitárias remanescentes
r: de Quilombos contemplados na amostragem, os quais sejam: Praia
r
r: Grande, Porto dos Pilões e Ivaporunduva, como tendo sido:
r-
r
a) PRAIA GRANDE: Organização comunitária reman_escente
r
r de Quilombo essencialmente permitido, de formação pacífica
r
e conhecida por todas as pessoas negras e brancas da região,
r:
r: na época.
r
r-
r: 1/Quanto à sua localização, esta fixada num Cafundó, ou
\
r seja, numa das curvas do rio Ribeira, na parte interna
r:
r do cotovêlo. Embora fosse conhecida, essa col'!lunidade,
r- \ a exemplo das demais pelo Brasil,com as mesmas
r: 1
1
características, foi construída num Cafundó, o que pela
r-
r: reincidência do fato, pode significar ser esta uma
r>
tônica instintiva e necessãria em qualquer
r>
r: tentativa de organização do negro. Fruto da insta-
r: \bilidade e do improvisamento, enfim, dos
r:
r:
r
r:
r ',
r:
r
r:
r:
r:
r
r:
r:
-
,......
r'
r-
r:
r:
r-
r
r:
.r 99
r- desequilibrios emocionais do senhor, ou mesmo do amrgo
r:
r: branco, que tinha na pele a côr da opressão, tendo
r
r-
por fim, conhecimento do regime que um dia o
r
r transfo:anara em mero objeto descartável, o negro
r mantinha no subconciente, um funesto porém,
r-
r excelente arquivo sobre o branco, por isso, mesmo
r estando dentro da legalidade, era melhor manter-se
r:
r: sempre fora da vista e do conhecimento, o quanto
r possível, dos 11amigosnque já o tinham escravizado
r:
r: uma vêz. Sua localização é ao nível do chão.
r:
r:
r.
r>
r-
r-
r b} PORTO DOS FILÕES:
r- Organização comunitária remanescente de Quilombo
r
r-. essencialmente permitido também de formação
r pacífica e conhecida de todos, inclusive de
r-
r seus ex-donos, os proprietários da Fazenda
r: Santana~ Está fixada igualmente num Cafundó { ne
r:
difícil acesso) e a classificamos como de
r.
r-- localização ao nível do chão. ~
r-
r:
r:
r:
r
r
r:
r:
0
r
r:
r
...r'~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~-
r,
r:
r
r:
r- 100
r:
r:
r: e) IVAPORUNDUVA:
.r: Organização comunitária remanescente Quilombo,
'.I'
r- traduzindo-se numa forma de organização permitida
r:
r- sendo,provavelmente, a mais antiga de todas,
r: pelo menos das existentes hoje, uma vêz que as outras
r:
sempre se referem a Ivaporunduva corno sendo um
r-
r centro importante pois:
r "Para lá iam .·assistir a missa na Igreja centenária
r-
r: atual", que, por volta de 1790 substituiu a
r- capelinha que era construida de um antigo e
r:
r- velho mucambo.O Livro de Tombo refere-se aos negros,
r- que limparam o local e ali construiram sua própria
r:
igreja, dedicada à santa da qual eram devotos,
r,
r Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
r· Outra referência importante é a de Dona Antônia, de
r
r- Porto dos Pilões: os enterros da comunidade seguiam
0 de barco até Ivapurunduva, em cujo cemitério
0
r eram enterrados.
0 Quanto à localização, é um Cafund6 a nível do chão,
r
fixando-se na parte externa da curva do Rio Ribeira,
r-.
0 num lugar de difícil acesso, de onde se vê ao longe,
r
n
r.
r:
r ._
r'-,
,,....,_
(";
r:
r:
r
r-
r 101
r
r: quem se aproximar, subindo ou descendo o rio, embora
r dificilmente possam ser visto.
r,. '.I'
-
"""
r<
,-.,
••....
,--,
r-.
"""'
....,,
('
r-
r
r
r
r 102
r:
de outras comunidades, para festas, comemorações,
r
r: etc ... fazendo esta organização -- comunitária
r- essencialmente de negros, portanto, remanescente de·J'
r:
r: 'Quilombo, muito conhecida com certeza, não
r- somente pelos negros .
r>
r
r-
r
r-
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