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História contemporânea –

Schaf – marxista polonês que escreveu muito em idos de 50 e 60.

Significados de história:
1- história efetivamente acontecida à qual não temos acesso direto.
2 - a narrativa de acontecimentos (a História; a ciência da História).
3 - a história da História (historiografia) – história das narrativas que
aconteceram.

Hegel (?) – toda a história é historiografia. Comentário bibliográfico.

Grau pequeno de cientificidade – diz Novaes. Não é uma ciência – trata do


acontecer humano, não tem objeto definido. Dificuldade de ser objetiva –
projeção do historiador no fenômeno. As ciências do espírito, em contraposição
as ciências da natureza – em tese, menos atravessada pela subjetividade (

Algo de objetivo na História. Cita Hobsbawm: “Roma venceu Cartago, Cartago


não venceu Roma”. Isso não é contestável. Pode-se discutir porque isso se
deu, mas não que isso se deu assim (documentos comprovam). Objetividade.
Factualidade. Mas nunca se atinge totalmente (nas narrativas da história).

RF – consenso: ela existiu, é importante, vamos discutir suas causas.


Hobsbawm – diz que esse consenso começa a escapar nos idos de 1970 –
revisionismo.

História se aproxima da objetividade, embora não explique o todo da história. O


historiador recorta seu objeto. Lincoln não concorda com Novaes integralmente
– acha que a coisa do não tem objeto não cola. Cita o exemplo da astrofísica,
que estuda o universo (quer algo mais vasto?).

O que difere a história das demais ciências do espírito?


Discute aquelas que tem objetos definidos (ou supostamente). Vai em Braudel
e sua explicação de História: as demais, como sondas, penetram e perscrutam
seu objeto; a história tranversa todos. Busca a totalidade. Os três níveis de
temporalidade que propõe precisam estar amarados no acontecimento
(acontecimental, conjuntural (estrutural?), longa duração). Acontecimento –
como síntese de várias coisas. Diversas linhas de força operam. Dimensões
vastas e misturadas. Articular níveis quando se estuda o acontecimento.
Precisa narrar. Narrativa implica ... dos acontecimentos. Empresta conceitos de
outras ciências. Marx – critica a falta de historicidade das narrativas da
economia política. Esse é o role do Capital. A história necessita historicizar os
conceitos de que lança mão. Além disso, a História precisa produzir um
discurso sobre acontecimentos no tempo – mas não tempo no singular, e sim
nos tempos. Vai em Braudel again: prisões de longa duração que estruturam
mentes... Sua obra Mediterrâneo: sazonalidades e geografia para estudar
história política.
Fatos e acontecimentos, conjuntura e estrutura, longa duração – ele define
mais por área. Geografia – longa duração; Economia – conjuntura; H. Política –
acontecimento. Ele denota, todavia, que a trama é mais complexa. Na
geografia,
Mas Lincoln diz que não é assim. A história política não necessariamente é a
da curta duração – a RF denota isso. Abre a dicotomia de esquerda e direita.
Até hoje, seguimos dividindo a política grosso modo aqui – algo estrutural,
prisão de longa duração. Mas a história política narrada, em geral, tende a ser
a dos acontecimentos.
A história da história da RF é uma história política, mas é também da história
econômica, como denota Schaff. Sua questão: a RF é fruto da miséria ou da
melhora de vida econômica? Acha ambas as posições. Começa com
contemporâneos da RF. Lincoln cita o cara que é contrário à RF, conservador,
mas que a vê como processo. Barneve (p.16) – o que julga que a RF é um mal,
mas é também um ensinamento. Tudo é vontade divina. Incorpora a forma da
revolução, mas com conteúdo reacionário. Isso remete ao fascismo, que
também é revolucionário. E aí, Berlim na causa (Isaiah Berlim – Limites da
Utopia – Artigo sobre o Barneve. Precursor do fascismo, diz Berlim. Professor
acha exagero, haja vista que fascismo é fenômeno posterior.) Barruel é crítico
das abstrações da RF. Acha que emancipa a humanidade. Cria ideais e valores
universais. E Barruel acha viagem, é um mau. Emancipação com um monte de
crime. Em certa medida, Marx e Engels também vão no sentido desses ideias
que acham que emancipam a humanidade. Ela se destina a um recorte bem
pequeno da humanidade, a burguesia.
Alguém, não sei quem, afirma que toda a revolução tem uma dimensão
totalitária – porque acha que os que vencem, tomam a frente, se acham os
eleitos que são os únicos capazes de dirigir racionalmente, decentemente...

(me perdi real).

Intromissão do elemento irracional na político – toda a política exige algo de


irracional. Despertar a paixão e a fé cega – guerra, para engajar nela o povo.
O tema do irracional – a partir de 1815, período da Restauração – mas que não
é uma restauração que volta aos moldes do Antigo Regime. Consolidação dos
roles da revolução por Napoleão. Cita o confisco de terras da igreja, venda aos
burgueses e camponeses sedentos por terra que se tornam a base estável de
Napoleão. Irrevogável. Restauração da família real, mas não propriamente
restauração.
Os que escrevem da RF após a restauração, são liberais conservadores, mas
contrários aos reis. A favor da Revolução, mas tinham problema com o
irracional da RF que é o povo. Schaff cita a Mme. de Stael (p.21). Lincoln cita
outro - Guizot – acha interessante. Argumento da superioridade da Europa é
um continente superior pq o que governa sua história é a luta de classes (traço
distintivo da Europa). De lá que Marx tira a ideia de luta de classe (de
historiadores franceses). Guizot – problema com a RF. Toma-a como produto
de luta de classes. Mas ela se radicaliza, os jacobinos ... uma vez que o povo
se insere na revolução, ele traz suas paixões irracionais, e aí tirania pior que do
antigo regime.
Aceitam a revolução em bloco – um bem, pq acaba com o Antigo Regime. Mas
tem essa coisa que tem que ser extirpada: a irracionalidade dos povos
(Entendem a RF como um acontecimento em bloco. Ou você aceita ou não.
Mas nesse bloco, um monte de trem ruim).
1830 – revolução (?). Guizot se torna ministro. Contra a ideia da democracia. O
LIBERALISMO DO XIX. Mas constitucional. Como criar um modelo
constitucional que controle o povo, sua dimensão despótica? Bolivar - integrar
para vencer a guerra, mas depois mecanismo de controle do povo. Criar
instituições que não possam ser alteradas sob a vontade do povo. Mais similar
ao neoliberalismo. Cita a União Europeia.
O executivo – o poder mais permeável à vontade popular. Luis Bonaparte –
eleito pela massa da revolução francesa. Popularidade. (Marx sobre).

Para alguns autores, diferença entre liberalismo clássico e neoliberalismo –


neoliberalismo é introjetado, empresariado de si mesmo, subjetivação. Mas
Lincoln não acha muito. Acha que havia introjeção no liberalismo clássico (vide
Balzac)

A história liberal nasce dos ecos da RF. (algo assim).


Livro de Hobsbawm – Ecos da Marselhesa.

Para Marx e Engels, a Revolução francesa é uma revolução burguesa – porque


é de emancipação humana, mas de emancipação do indivíduo burguês (e aí
uma coisa da propriedade também). Discussão sobre que futuros engendra.
Ela é feita pelo povo (sobre os ombros do povo de Paris, a parte radical da RF).
Também é popular.

Disputa de certas memórias no XIX: de Danton, de Hebèrt (demagogo das


ruas), Robespierre. Quem representa a esquerda na Revolução? Em causa...
ora Hebèrt, ora Robespierre. Max oscila. RF – resultado de uma contradição
das forças produtivas que precisavam se desenvolver e as antigas estruturas...
Não podia ser proletária, porque não havia essa força desenvolvida
suficientemente.
A burguesia, para consolidar sua revolução, precisava do apoio popular –
jacobinos nisso. Elemento de disputa política (mais na chave da esquerda, é
isso?)

1870 – terceira república francesa (derrota na guerra franco-prussiana).


Institucionalização da RF – Estado toma para si a memória da revolução.
Institui o 14 de julho. Cadeira de história da RF na universidade. Erige Danton
como o herói – o que pede para parar o terror. Robespierre – é preciso rejeitar
o terror – ele é anamatizado (?), precisa limpar o terror.
XX – volta o debate do terror, por conta da Rússia soviética.
Massacres de setembro (isso?) – assassinato de todos os considerados
inimigos da revolução. Inimigos da retaguarda – inimigos do povo.

RF – discurso forte da virtude republicana (Robespierre). Danton era famoso


nesse momento, Rp nop.

Batalha de Valoy - ?
Período de radicalização rápida...
O terror é criado depois – tribunal revolucionário para canalizar o terror...

Daniel Guèrin (1940 escreve) – Robespierre antipopular, pois roubou do povo o


terror. Controlar o que o povo vinha fazendo com as próprias mãos. O terror
nasce popular e espontaneamente. Rp institucionaliza o terror. Guérin está de
olho no Stalinismo – criticando-o. Projeção de seu tempo em sua abordagem
da RF. Está falando de coisas objetivas e subjetivas

Povo radicalizado de Paris – sans cullote – contra a religião. Esse é meio que
controlado, segurado por Robespierre.

Discussão no início do XX – centrada no terror. A Rússia em voga. Cita


Mathiéz.
A Revolução Russa usa a linguagem da RF. Mencheviques, bolcheviques.
Debates da RR com base na RF, seus elementos. Especialmente.

Até 1941 – pacto Hitler-Stalin. Até lá, os comunistas mundo afora precisavam
justificar o pacto, sendo que até a antevéspera estavam criticando o
nazifascismo. Como fazê-lo? São salvos...

Mudança na linguagem revolucionária – Kriegel – em função desse entreveiro


geopolítico supracitado.
Perspectiva dos comunistas. Perspectiva de que, se a RF foi fruto da luta de
classe, houve uma classe que tomou a frente, dirigindo a nação: burguesia.
Projeção para a R.Russa e seus desdobramentos. A Revolução Proletária – a
classe que deveria consolidar e urdir a nação – os trabalhadores. Só que aí,
perspectiva internacionalista de nação.

ONU criada – soviéticos contrários aos direitos do homem. Homem é coisa


abstrata. Direito dos proletários. Isso em idos de 1946...

Discussões sobre entendimentos da RF...

Não burguesa: porque distribui terras, não concentra. Diferente da inglesa que
cria a grande propriedade, e expropria os camponeses.

- Furet: na década de 1970, começa a discutir que a RF não existiu – no


sentido que foi uma derrapagem no andamento das coisas. Desnecessária,
sofrimentos inúteis. O modelo do marxismo é errado. Hobsbawm diz que
quando o Furet ataca a RF está pensando na russa.

No centenário, o Estado incorporou a RF. No bicentenário, outra narrativa – só


uma efeméride do passado. Algo de incomodo.

Europa – fenômeno liberal. Menos legitimidade das instituições democráticas.


Apatia do eleitor. Imigrantes e filhos de em funções subalternas, não
Sociedade fraturada (crescentemente).
Estados não precisam mais reivindicar a legitimidade da revolução.
Enfraquecido. Ideia de governo técnico. Que o essencial na política econômica
não deve ser objeto de discussão.
Empobrecimento do debate político. Década de 1980 adiante. Sem debate de
alternativas. Alternativa revolucionária desapareceu.
Por que seria importante aos liberais? Não precisa. Não serve mais. Pano de
fundo do pós-modernismo e das grandes narrativas.

Último pgfo de Schaff (p. 62) –


 Diferentes abordagens historiográficas, mas partindo de um comum: a
existência do fenômeno.
 Algo de objetivo que merecia e deveria ser conhecido. Nenhuma
explicação atinge-a plenamente. Mas não significa que não haja verdade
objetiva.
 Será que cada um pode ter sua verdade? Schaff indaga. Apesar de todo
mundo ter leituras diferentes da mesma fonte, há uma verdade objetiva
da história.

Discussão sobre ciência – mudança de paradigma. Mas na História,


peculiaridade: as coisas não são ultrapassadas. (?!). A acúmulo de
conhecimento histórico, mas isso não quer dizer que o maior acúmulo, vai te
fazer avançar para além do que já foi dito.

Revolução de Avis (1385) – revolução moderna. Narrativa de Fernão Lopes.

Fascismo – discurso anti-iluminista. Mas se dizem revolucionários para


restaurar algo.

Por que é possível ter leituras diferentes: abordagens, inscrição social, limites
das narrativas,...

Modelo liberal explicativo da RF – eles que cantaram a bola da luta de


classes... Marx fala disso, mas acha que esses camaras tem um limite de
classe, e por isso não avançam às conclusões lógicas. Guizot não está errado
em dizer que a luta de classes é o motor da história.

Fatos objetivos – mas não palpáveis. Mediações. São apreendidos como


construção teórica. Passar de fato empírico para acontecimento histórico. No
marxismo, do empírico ao concreto. O exemplo da mesa: Hegel usa, Marx
também. As coisas e os conceitos das coisas. Os fatos são um agregado
caótico de coisas que eu não compreendo de cara.
Narrativa histórica como construção sobre algo que efetivamente aconteceu. E
por isso é possível ter divergências. História tem sua teoria entranhada na
narrativa. Acusada de não ter teoria. A interpretação é a própria narrativa – o
modo que encadeei os acontecimentos. Eleição do tema.

Base real na sociedade.


O irracional fascista.
Tocquevile: expectativas que sobem. (discussão feita no Schaff – pg.30, 31).
As revoluções do XIX – cunho progressista. Dimensão das expectativas
frustradas. Maio de 1968.

Atualmente, narrativas sobre a Revolução Russa que se assemelha ao Furet: a


Rússia crescia, avançava lentamente, incremento na vida das pessoas.
Revolução, uma derrapagem.

(Professor fala na negação nas CS do termo fascismo, mesmo tendo cara e


fucinho de; mas questiona professor a similitude que Arendt atribui ao
totalitarismo no nazismo e no stalinismo russo. Atribui certa gestação de caldo
de cultura que gestou o fascismo contemporâneo).

Florestan: saber acadêmico constrangido. Pensamento revolucionário gestado


em outra sorte de instituições – que não existem. Universidade não é espaço
para isso. Domesticação. Não corresponde a força da sociedade. História não
é feita só na universidade.

Weber – Ciência como vocação.

Aula 2 - 27/04

Guerras da RF – alteraram formas de fazer guerra antes.

Kissinger – cientista político e historiador(?). Tese de história. Figura relevante


da segunda metade do século XX. Atuação geopolítica – Vietnã, golpe do
Chile. Know how das ciências para fins militares, geopolíticos.
Sua obra – “O Mundo Restaurado” – obra de um conservador.
Gramsci – crítica ao Crocce e sua história da Europa, iniciado em 1815,
evitando a RF. A restauração.
Meinternech – figura do congresso de Viena (1814/15) – a partir dessa figura
que o Kissinger analisa a RF e o mundo de sua sequência. Antagonista de
Napoleão.

Abordagem do M: O mundo que era relativamente equilibrado ao fim da Idade


Média, entra em crise por alguns fatores a partir do XVI. Desiquilíbrio do mundo
conhecido até então. Imprensa, pólvora (modifica a relação entre defesa e
ataque, ajuda a democratizar a guerra), conquista da América (valor da base
fundiária; ascensão de outra classe social ...
Equilíbrio de poderes, esse é o melhor dos mundos. Perspectiva mecanicista
do mundo. Sistema que restaura determinada ordem (guerra dos trinta anos e
guerras napoleônicas). Equilíbrio de potências que está baseado em algo que
os franceses designavam como razão de Estado (alianças e oposições em
função de seus interesses e não de questões religiosas).
Esse período é entre: a paz de Westphalia (pós-guerra dos trinta anos) até a
guerra dos trinta anos.
As alianças e antagonismos que se davam em função da razão de estado.
Cardeal Richillieu – idealizador disso. Um exemplo disso: Guerra da Sucessão
Espanhola – Áustria x Espanha (Bourbons contra ...).

Ordem baseada em um balanço, equilíbrio de poder. Mas a RF, abala esse


equilíbrio e instaura o caos. Desde a RF até a derrota de Bonaparte – período
de caos. A RF é produzida por uma ideologia que visa reformar o mundo e
reconstrui-lo segundo ideia prévia de como o mundo deveria ser. Em nome
da..., reordenar toda a sociedade. E, portanto, só pode gestar tirania.
Toda revolução leva o caos e depois à tirania. Embora, defenda a verdade de
saída. A liberdade não pode ser ponto de saída, mas meta.Toda a reforma é
feita para evitar a revolução. Conservadorismo como expressão mais perfeita
da ... – dela vir a liberdade.
O dilema conservador – no desenrolar da RF. Quando esta proclama ideais
humanos universais (para além da instalação da liberdade na FR). Problema
com os países para onde pretende levar a liberdade. Robespierre: “ninguém
gosta de missionários armados”. Levar a força os ideais da RF. Napoleão
também – onde leva suas tropas, abolição do Antigo Regime. Caso da
Península Ibérica quando invadida. Espanha. Guerra de guerrilhas – observada
por Marx e outros intelectuais. Ilustrados afrancesados pró-RF, que ficam em
uma saia justa: não apoiam as tropas francesas, pq espanhóis. Constituição
de Cádiz – documento central do liberalismo espanhol, um dos mais
destacados do XIX.
Quadro de Goya: 3 e 4 de maio – ambivalência desse artista, porque pró
valores da Revolução.

Napoleão – começa sua carreira na Itália. Apoio de jacobinos italianos.


Ambiguidade da figura de Bonaparte e das tropas francesas. Produtos da
revolução. Após a paz com Áustria, decepção dos italianos.
Napoleão é ou não a continuidade da Revolução Francesa? Não se restaura o
Antigo Regime. Mesmo quando se torna imperador, segue sendo uma
continuidade...
- Historiador que professor indica: Luciano Cânfora.

Espraiamento político da revolução: o que explica? O que explica o sucesso


das tropas?
As tropas francesas, diferentes das demais tropas (prussianas e austríacas).
Massacres de setembro. Batalha vista por Goethe e sua observação. Até
então, guerra combatida por exércitos não permanentes (mercenários, juntados
para situação). RF – perda da oficialidade (formada por nobres no cenário de
então). Parir uma nova oficialidade. Burguesia, baixa nobreza nisso. Napoleão
como exemplo. Napoleão como produto do novo exército, e não seu criador.
Esse novo exército: criado ad hoc, de acordo com as circunstâncias.
Mudança da concepção estratégica como resultado da nova oficialidade.A
tática: arte de manobrar o terreno, curto prazo (Klausevitz). Estratégia – longo
prazo... (perdi a definição). A RF cria a constrição em massa – exército
permanente e de massa – esse é o novo exército francês. Centenas de
homens marchando. Como organizar, manter, alimentar, fardar a geral? Muda
a concepção estratégica. Criam o Estado maior que cuida dos fatores de
logística. Por absoluta necessidade, precisa diante da supremacia do inimigo,
aumentar a velocidade de marcha dos soldados. Suplementos retirados das
cidades onde se instalavam (saques).

Quando isso não ocorre: na campanha de 1812 na Rússia, o exército precisa


invadir país vasto, com baixa demografia, poucas cidades. Curto circuito.
Privações do verão e não o inverno. Não encontravam cidades para serem
saqueadas. Aldeias queimadas e destruídas. As tropas russas evitavam o
combate. Não há uma grande batalha, não há propriamente uma vitória russa.
O que ocorre é a inanição e o desfazimento das tropas francesas. General
Kutuvik – Tolstoi fala dele. Restaurado por Stalin como herói soviético. Na sua
época, ele foi defenestrado...

Klausevikz- soldado prussiano que começa sua carreira combatendo as tropas


francesas. Exército russo – se integra. Está lá em 1812. E depois, volta à
Prússia e vira professor. Publica o livro Da Guerra. Muito discutido – se torna
bíblia do exército alemão na segunda metade do XX. Pensador militar de
grande influência. Pensador conservador.

Desenvolve teoria da guerra que se assenta em três princípios. É um filósofo


da guerra (hegeliano).
- Conceito puro da guerra.
- A RF cria uma guerra que coloca todo o povo nela. Ampla escala. Povo –
mesmo quando não diretamente vinculado, trabalhando incessantemente nela.
Guerra nacional – engajamento popular.
- Para a independência da Prússia, guerra como a gestada pela RF.

Primeiro elemento: que haja um povo e povo disposto a defender um estado e


uma nação. Elemento cego, movido por paixão cega, elemento irracional. Só
pode ser mobilizado por uma ideologia.
A pergunta que se faz: por que um ser humano sai de sua casa para se meter
em guerra e provavelmente morrer? Não pode ser uma decisão racional. Esse
engajamento foi a RF que produziu, ao constituir uma ideologia.
Ao povo cabe o que há de mais importante na guerra – o exercício da
violência. Violência e paixão cega que diz respeito ao povo.
Segundo: jogo de probabilidades – combates não são definidos de antemão.
Há probabilidade e há acaso. Os altos comandos militares tentam dominar o
acaso. Táticas e coisa e tal. (são um meio do Estado)
Por fim, o governo – fixa os objetivos políticos da guerra. Governo civil –
estabelece os grandes objetivos que podem ser assegurados via democracia
ou via guerra.

A tríade de K: o povo, os altos militares, governo.

Continuum entre guerra e política, na perspectiva deste autor.

Para ele, é exceção que general e o político se sobrepõe. Sói ocorrer,


Napoleão e César, na Antiguidade... em geral, separados.

A possibilidade da guerra ser levada ao extremo.


Durante a guerra nuclear, discussão novamente desse autor.

Guerra do povo: ascende o espírito do povo para a nação e a revolução.


Discussão do uso de civis que não são necessariamente combatentes para o
enfrentamento do invasor. Milícias suplementares – guerra auxiliar. Esse tipo
de guerra auxiliar à geral, importante no XX. Muito usada no século XX.

A RF cria, para um setor da burguesia francesa, grande oportunidade de


negócios. Enriquecimento com a RF. Bloqueio continental: estímulo a novas
manufaturas (proibição dos produtos ingleses). Permitiu que o EUA tivesse
uma reação industrialista – país neutro (exportação de trigo no momento).
Exportação de grãos, mas desenvolvimento da indústria naval. Tarifas
protecionistas. Reforço do Estado como ... Hamilton: elevar tarifas e
desenvolver indústria (em face das guerras napoleônicas).
Relação entre o bloqueio continental e o desenvolvimento de indústria nesse
momento.

Guerras napoleônicas - Guerra que é de massa tem impactos industriosos.


Precisa de um monte de coisa. Efeitos econômicos. Mola propulsora do
desenvolvimento klista (a guerra precede o klismo, mas serve para ele).
Beluzzo – quem é?

Indicação de filme: “Napoleão e eu” - discussão sobre a sedução do tirana.

As figuras enigmas: Napoleão, Stálin – continuidades, rupturas. Tirania.

Napoleão diz que o governo dele é: iluminismo e comércio. Figura complexa:


representa a consolidação do Estado moderno na França.

Outras figuras dessa época relevantes: Fouché – Zweig tem livro sobre esse
cara. Está na RF desde o começo. Brother do Robespierre, parte do terror,
serve ao diretório, serve ao Bonaparte e começa a servir à restauração.
(fisiologismo) Chefe de polícia: cria a polícia moderna. Rede de espionagem e
tal. Figura do Estado moderno.

Na R Russa – uso da linguagem da RF. Christopher Hill – biografia do


Cromwell, outra do Lenin. Fica pensando a R. Inglesa e a R. Russa.
Debate Sartre – Razão de Método - ...

Comentários sobre Robespierre: em algum momento serviu aos interesses da


revolução, mas depois, virtuoso demais (fiel aos valores, acho que nesse
sentido), foi descartado. Analogia à Lenin.

Kissinger – um grande historiador, também um criminoso (coisas podem


coincidir)
projeta outra revolução em seu texto, que data de idos de 1950. Pensando a
Revolução Soviética (produto de uma revolução). Quando lança vista da RF,
pensa na RR. Adversária do EUA no século XX – a URSS. Representa os EUA
– país que é resultado de uma revolução. Que representa para si mesma, se
concebe como, o ideal de emancipação humana. Ele não considera que é de
um país revolucionário nos termos dele. País que deseja impor sua visão ao
mundo inteiro.

Período da Paz de Wstphalia – até a RF – um mundo com alguma ordem


Aí transforma tudo o caos da Revolução
Aí nova ordem pós-1815 – Congresso de Viena – Paz de Cem anos até 1914.
Após 1812 – Rússia começa a se tornar potência
Os vencedores. Ordem sustentada: Áustria, Rússia, Prússia (parcialmente),
França (admitida), Inglaterra – nova ordem internacional de Viena. Para
Kissinger, a Inglaterra é o maior garantidor da Paz. País insular que não daria
conta de ocupar o continente. Capaz, mediante alianças, de que qualquer
nação sozinha detenha todo o poder.
Para ele, o interesse nacional inglês coincide com o interesse da paz europeia.
Não haver potência dominante continental. Seguindo interesse nacional,
garante interesse mundial. Perspectiva liberal – cada um cuidando do seu, o
bem de todos. Kissinger está pensando nos EUA.
Na Guerra Fria, mundo transtornado de novo. Mas a paz seria possível e a
ordem estável também desde que o EUA exercesse esse lugar da Inglaterra
pós-1815...
Diferença entre milícia e guerrilha?
Guerrilha – efeito da guerra de massa. Surge nesse contexto do início de XIX.
Para Marx - No caso da Espanha, há ideias sem ação em Cádiz, e no resto da
Espanha – ação sem ideias (ideias de restauração do rei e tal). Os liberais –
sentimentos ambivalentes.
Resistência difusa em Portugal – ressurgimento do sebastianismo – uns
panfletos que recuperam as trovas do sapateiro de trancoso (XVI) – “o rei
encoberto e depois descoberto”. Sebastianismo popular...
- Guerrilha que surge na Espanha nesse momento. Tropas irregulares.
- Na URSS na Segunda Guerra, algo parecido. Surgiu guerrilha de forma
espontânea. PC segurou, e depois instrumentou

Clausevitz – a guerra do povo é um problema não só para o inimigo, mas para


o país. A paixão cega pode se inflamar e perder o controle. Empregada com
cautela, não a principal técnica,
Milícia popular, assim como guerrilha, ambos – guerra do povo. A espontânea
do povo: guerrilha. Agora, milícia – algum grau de instrumentação estatal.

As guerras de RF inspiraram o Vietnã – general Jiap – professor de história.


Derrotou a França e depois a Revolução. Concepção clausevksiana da guerra.
A partir de pequeno grupo, construiu grande exército. Concebe a vitória sempre
em termos políticos. Guerrilha não pode obter vitória militar, mas pode obter
política: quando não é derrotada e perdura desmoraliza as tropas do Estado.
Vitória vietnamita é política.
Guerrilha – se não faz revolução, perde legitimidade. (cita Che Guevarra).

Bonaparte diz que um de seus erros na Rússia é que chegou em Moscou e


alguém sugeriu que ele liberasse a servidão dos sérvios, ia ter uma massa
grande de camponeses contra o czar e a favor. Ele queria dominar a Rússia,
mas não alterar sua estrutura social. Ambivalências da personagem.

Clauzevitz mostra que política, guerra e comércio é um continuum. Engels e


Marx bebem nele. Relações de produção tem origem em relações de força.
Dimensão de violência. Em última instância, dimensão militar. E em Clausevitz
– guerra como relação, relação de força. Marxistas se interessavam pelo
fenômeno da guerra.

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