Guerras da RF – alteraram formas de fazer guerra antes.
Kissinger – cientista político e historiador(?). Tese de história. Figura relevante
da segunda metade do século XX. Atuação geopolítica – Vietnã, golpe do Chile. Know how das ciências para fins militares, geopolíticos. Sua obra – “O Mundo Restaurado” – obra de um conservador. Gramsci – crítica ao Crocce e sua história da Europa, iniciado em 1815, evitando a RF. A restauração. Meinternech – figura do congresso de Viena (1814/15) – a partir dessa figura que o Kissinger analisa a RF e o mundo de sua sequência. Antagonista de Napoleão.
Abordagem do M: O mundo que era relativamente equilibrado ao fim da Idade
Média, entra em crise por alguns fatores a partir do XVI. Desiquilíbrio do mundo conhecido até então. Imprensa, pólvora (modifica a relação entre defesa e ataque, ajuda a democratizar a guerra), conquista da América (valor da base fundiária; ascensão de outra classe social ... Equilíbrio de poderes, esse é o melhor dos mundos. Perspectiva mecanicista do mundo. Sistema que restaura determinada ordem (guerra dos trinta anos e guerras napoleônicas). Equilíbrio de potências que está baseado em algo que os franceses designavam como razão de Estado (alianças e oposições em função de seus interesses e não de questões religiosas). Esse período é entre: a paz de Westphalia (pós-guerra dos trinta anos) até a guerra dos trinta anos. As alianças e antagonismos que se davam em função da razão de estado. Cardeal Richillieu – idealizador disso. Um exemplo disso: Guerra da Sucessão Espanhola – Áustria x Espanha (Bourbons contra ...).
Ordem baseada em um balanço, equilíbrio de poder. Mas a RF, abala esse
equilíbrio e instaura o caos. Desde a RF até a derrota de Bonaparte – período de caos. A RF é produzida por uma ideologia que visa reformar o mundo e reconstrui-lo segundo ideia prévia de como o mundo deveria ser. Em nome da..., reordenar toda a sociedade. E, portanto, só pode gestar tirania. Toda revolução leva o caos e depois à tirania. Embora, defenda a verdade de saída. A liberdade não pode ser ponto de saída, mas meta.Toda a reforma é feita para evitar a revolução. Conservadorismo como expressão mais perfeita da ... – dela vir a liberdade.
O dilema conservador – no desenrolar da RF. Quando esta proclama ideais
humanos universais (para além da instalação da liberdade na FR). Problema com os países para onde pretende levar a liberdade. Robespierre: “ninguém gosta de missionários armados”. Levar a força os ideais da RF. Napoleão também – onde leva suas tropas, abolição do Antigo Regime. Caso da Península Ibérica quando invadida. Espanha. Guerra de guerrilhas – observada por Marx e outros intelectuais. Ilustrados afrancesados pró-RF, que ficam em uma saia justa: não apoiam as tropas francesas, pq espanhóis. Constituição de Cádiz – documento central do liberalismo espanhol, um dos mais destacados do XIX. Quadro de Goya: 3 e 4 de maio – ambivalência desse artista, porque pró valores da Revolução.
Napoleão – começa sua carreira na Itália. Apoio de jacobinos italianos.
Ambiguidade da figura de Bonaparte e das tropas francesas. Produtos da revolução. Após a paz com Áustria, decepção dos italianos. Napoleão é ou não a continuidade da Revolução Francesa? Não se restaura o Antigo Regime. Mesmo quando se torna imperador, segue sendo uma continuidade... - Historiador que professor indica: Luciano Cânfora.
Espraiamento político da revolução: o que explica? O que explica o sucesso
das tropas? As tropas francesas, diferentes das demais tropas (prussianas e austríacas). Massacres de setembro. Batalha vista por Goethe e sua observação. Até então, guerra combatida por exércitos não permanentes (mercenários, juntados para situação). RF – perda da oficialidade (formada por nobres no cenário de então). Parir uma nova oficialidade. Burguesia, baixa nobreza nisso. Napoleão como exemplo. Napoleão como produto do novo exército, e não seu criador. Esse novo exército: criado ad hoc, de acordo com as circunstâncias. Mudança da concepção estratégica como resultado da nova oficialidade.A tática: arte de manobrar o terreno, curto prazo (Klausevitz). Estratégia – longo prazo... (perdi a definição). A RF cria a constrição em massa – exército permanente e de massa – esse é o novo exército francês. Centenas de homens marchando. Como organizar, manter, alimentar, fardar a geral? Muda a concepção estratégica. Criam o Estado maior que cuida dos fatores de logística. Por absoluta necessidade, precisa diante da supremacia do inimigo, aumentar a velocidade de marcha dos soldados. Suplementos retirados das cidades onde se instalavam (saques).
Quando isso não ocorre: na campanha de 1812 na Rússia, o exército precisa
invadir país vasto, com baixa demografia, poucas cidades. Curto circuito. Privações do verão e não o inverno. Não encontravam cidades para serem saqueadas. Aldeias queimadas e destruídas. As tropas russas evitavam o combate. Não há uma grande batalha, não há propriamente uma vitória russa. O que ocorre é a inanição e o desfazimento das tropas francesas. General Kutuvik – Tolstoi fala dele. Restaurado por Stalin como herói soviético. Na sua época, ele foi defenestrado... Klausevikz- soldado prussiano que começa sua carreira combatendo as tropas francesas. Exército russo – se integra. Está lá em 1812. E depois, volta à Prússia e vira professor. Publica o livro Da Guerra. Muito discutido – se torna bíblia do exército alemão na segunda metade do XX. Pensador militar de grande influência. Pensador conservador.
Desenvolve teoria da guerra que se assenta em três princípios. É um filósofo
da guerra (hegeliano). - Conceito puro da guerra. - A RF cria uma guerra que coloca todo o povo nela. Ampla escala. Povo – mesmo quando não diretamente vinculado, trabalhando incessantemente nela. Guerra nacional – engajamento popular. - Para a independência da Prússia, guerra como a gestada pela RF.
Primeiro elemento: que haja um povo e povo disposto a defender um estado e
uma nação. Elemento cego, movido por paixão cega, elemento irracional. Só pode ser mobilizado por uma ideologia. A pergunta que se faz: por que um ser humano sai de sua casa para se meter em guerra e provavelmente morrer? Não pode ser uma decisão racional. Esse engajamento foi a RF que produziu, ao constituir uma ideologia. Ao povo cabe o que há de mais importante na guerra – o exercício da violência. Violência e paixão cega que diz respeito ao povo. Segundo: jogo de probabilidades – combates não são definidos de antemão. Há probabilidade e há acaso. Os altos comandos militares tentam dominar o acaso. Táticas e coisa e tal. (são um meio do Estado) Por fim, o governo – fixa os objetivos políticos da guerra. Governo civil – estabelece os grandes objetivos que podem ser assegurados via democracia ou via guerra.
A tríade de K: o povo, os altos militares, governo.
Continuum entre guerra e política, na perspectiva deste autor.
Para ele, é exceção que general e o político se sobrepõe. Sói ocorrer, Napoleão e César, na Antiguidade... em geral, separados.
A possibilidade da guerra ser levada ao extremo.
Durante a guerra nuclear, discussão novamente desse autor.
Guerra do povo: ascende o espírito do povo para a nação e a revolução.
Discussão do uso de civis que não são necessariamente combatentes para o
enfrentamento do invasor. Milícias suplementares – guerra auxiliar. Esse tipo de guerra auxiliar à geral, importante no XX. Muito usada no século XX.
A RF cria, para um setor da burguesia francesa, grande oportunidade de
negócios. Enriquecimento com a RF. Bloqueio continental: estímulo a novas manufaturas (proibição dos produtos ingleses). Permitiu que o EUA tivesse uma reação industrialista – país neutro (exportação de trigo no momento). Exportação de grãos, mas desenvolvimento da indústria naval. Tarifas protecionistas. Reforço do Estado como ... Hamilton: elevar tarifas e desenvolver indústria (em face das guerras napoleônicas). Relação entre o bloqueio continental e o desenvolvimento de indústria nesse momento.
Guerras napoleônicas - Guerra que é de massa tem impactos industriosos.
Precisa de um monte de coisa. Efeitos econômicos. Mola propulsora do desenvolvimento klista (a guerra precede o klismo, mas serve para ele). Beluzzo – quem é?
Indicação de filme: “Napoleão e eu” - discussão sobre a sedução do tirana.
As figuras enigmas: Napoleão, Stálin – continuidades, rupturas. Tirania.
Napoleão diz que o governo dele é: iluminismo e comércio. Figura complexa:
representa a consolidação do Estado moderno na França. Outras figuras dessa época relevantes: Fouché – Zweig tem livro sobre esse cara. Está na RF desde o começo. Brother do Robespierre, parte do terror, serve ao diretório, serve ao Bonaparte e começa a servir à restauração. (fisiologismo) Chefe de polícia: cria a polícia moderna. Rede de espionagem e tal. Figura do Estado moderno.
Na R Russa – uso da linguagem da RF. Christopher Hill – biografia do
Cromwell, outra do Lenin. Fica pensando a R. Inglesa e a R. Russa.
Debate Sartre – Razão de Método - ...
Comentários sobre Robespierre: em algum momento serviu aos interesses da
revolução, mas depois, virtuoso demais (fiel aos valores, acho que nesse sentido), foi descartado. Analogia à Lenin.
Kissinger – um grande historiador, também um criminoso (coisas podem
coincidir) projeta outra revolução em seu texto, que data de idos de 1950. Pensando a Revolução Soviética (produto de uma revolução). Quando lança vista da RF, pensa na RR. Adversária do EUA no século XX – a URSS. Representa os EUA – país que é resultado de uma revolução. Que representa para si mesma, se concebe como, o ideal de emancipação humana. Ele não considera que é de um país revolucionário nos termos dele. País que deseja impor sua visão ao mundo inteiro.
Período da Paz de Wstphalia – até a RF – um mundo com alguma ordem
Aí transforma tudo o caos da Revolução Aí nova ordem pós-1815 – Congresso de Viena – Paz de Cem anos até 1914. Após 1812 – Rússia começa a se tornar potência Os vencedores. Ordem sustentada: Áustria, Rússia, Prússia (parcialmente), França (admitida), Inglaterra – nova ordem internacional de Viena. Para Kissinger, a Inglaterra é o maior garantidor da Paz. País insular que não daria conta de ocupar o continente. Capaz, mediante alianças, de que qualquer nação sozinha detenha todo o poder. Para ele, o interesse nacional inglês coincide com o interesse da paz europeia. Não haver potência dominante continental. Seguindo interesse nacional, garante interesse mundial. Perspectiva liberal – cada um cuidando do seu, o bem de todos. Kissinger está pensando nos EUA. Na Guerra Fria, mundo transtornado de novo. Mas a paz seria possível e a ordem estável também desde que o EUA exercesse esse lugar da Inglaterra pós-1815... Diferença entre milícia e guerrilha? Guerrilha – efeito da guerra de massa. Surge nesse contexto do início de XIX. Para Marx - No caso da Espanha, há ideias sem ação em Cádiz, e no resto da Espanha – ação sem ideias (ideias de restauração do rei e tal). Os liberais – sentimentos ambivalentes. Resistência difusa em Portugal – ressurgimento do sebastianismo – uns panfletos que recuperam as trovas do sapateiro de trancoso (XVI) – “o rei encoberto e depois descoberto”. Sebastianismo popular... - Guerrilha que surge na Espanha nesse momento. Tropas irregulares. - Na URSS na Segunda Guerra, algo parecido. Surgiu guerrilha de forma espontânea. PC segurou, e depois instrumentou
Clausevitz – a guerra do povo é um problema não só para o inimigo, mas para
o país. A paixão cega pode se inflamar e perder o controle. Empregada com cautela, não a principal técnica, Milícia popular, assim como guerrilha, ambos – guerra do povo. A espontânea do povo: guerrilha. Agora, milícia – algum grau de instrumentação estatal.
As guerras de RF inspiraram o Vietnã – general Jiap – professor de história.
Derrotou a França e depois a Revolução. Concepção clausevksiana da guerra. A partir de pequeno grupo, construiu grande exército. Concebe a vitória sempre em termos políticos. Guerrilha não pode obter vitória militar, mas pode obter política: quando não é derrotada e perdura desmoraliza as tropas do Estado. Vitória vietnamita é política. Guerrilha – se não faz revolução, perde legitimidade. (cita Che Guevarra). Bonaparte diz que um de seus erros na Rússia é que chegou em Moscou e alguém sugeriu que ele liberasse a servidão dos sérvios, ia ter uma massa grande de camponeses contra o czar e a favor. Ele queria dominar a Rússia, mas não alterar sua estrutura social. Ambivalências da personagem.
Clauzevitz mostra que política, guerra e comércio é um continuum. Engels e
Marx bebem nele. Relações de produção tem origem em relações de força. Dimensão de violência. Em última instância, dimensão militar. E em Clausevitz – guerra como relação, relação de força. Marxistas se interessavam pelo fenômeno da guerra.