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História Contemporânea – 27/04

Guerras da RF – alteraram formas de fazer guerra antes.

Kissinger – cientista político e historiador(?). Tese de história. Figura relevante


da segunda metade do século XX. Atuação geopolítica – Vietnã, golpe do
Chile. Know how das ciências para fins militares, geopolíticos.
Sua obra – “O Mundo Restaurado” – obra de um conservador.
Gramsci – crítica ao Crocce e sua história da Europa, iniciado em 1815,
evitando a RF. A restauração.
Meinternech – figura do congresso de Viena (1814/15) – a partir dessa figura
que o Kissinger analisa a RF e o mundo de sua sequência. Antagonista de
Napoleão.

Abordagem do M: O mundo que era relativamente equilibrado ao fim da Idade


Média, entra em crise por alguns fatores a partir do XVI. Desiquilíbrio do mundo
conhecido até então. Imprensa, pólvora (modifica a relação entre defesa e
ataque, ajuda a democratizar a guerra), conquista da América (valor da base
fundiária; ascensão de outra classe social ...
Equilíbrio de poderes, esse é o melhor dos mundos. Perspectiva mecanicista
do mundo. Sistema que restaura determinada ordem (guerra dos trinta anos e
guerras napoleônicas). Equilíbrio de potências que está baseado em algo que
os franceses designavam como razão de Estado (alianças e oposições em
função de seus interesses e não de questões religiosas).
Esse período é entre: a paz de Westphalia (pós-guerra dos trinta anos) até a
guerra dos trinta anos.
As alianças e antagonismos que se davam em função da razão de estado.
Cardeal Richillieu – idealizador disso. Um exemplo disso: Guerra da Sucessão
Espanhola – Áustria x Espanha (Bourbons contra ...).

Ordem baseada em um balanço, equilíbrio de poder. Mas a RF, abala esse


equilíbrio e instaura o caos. Desde a RF até a derrota de Bonaparte – período
de caos. A RF é produzida por uma ideologia que visa reformar o mundo e
reconstrui-lo segundo ideia prévia de como o mundo deveria ser. Em nome
da..., reordenar toda a sociedade. E, portanto, só pode gestar tirania.
Toda revolução leva o caos e depois à tirania. Embora, defenda a verdade de
saída. A liberdade não pode ser ponto de saída, mas meta.Toda a reforma é
feita para evitar a revolução. Conservadorismo como expressão mais perfeita
da ... – dela vir a liberdade.

O dilema conservador – no desenrolar da RF. Quando esta proclama ideais


humanos universais (para além da instalação da liberdade na FR). Problema
com os países para onde pretende levar a liberdade. Robespierre: “ninguém
gosta de missionários armados”. Levar a força os ideais da RF. Napoleão
também – onde leva suas tropas, abolição do Antigo Regime. Caso da
Península Ibérica quando invadida. Espanha. Guerra de guerrilhas – observada
por Marx e outros intelectuais. Ilustrados afrancesados pró-RF, que ficam em
uma saia justa: não apoiam as tropas francesas, pq espanhóis. Constituição
de Cádiz – documento central do liberalismo espanhol, um dos mais
destacados do XIX.
Quadro de Goya: 3 e 4 de maio – ambivalência desse artista, porque pró
valores da Revolução.

Napoleão – começa sua carreira na Itália. Apoio de jacobinos italianos.


Ambiguidade da figura de Bonaparte e das tropas francesas. Produtos da
revolução. Após a paz com Áustria, decepção dos italianos.
Napoleão é ou não a continuidade da Revolução Francesa? Não se restaura o
Antigo Regime. Mesmo quando se torna imperador, segue sendo uma
continuidade...
- Historiador que professor indica: Luciano Cânfora.

Espraiamento político da revolução: o que explica? O que explica o sucesso


das tropas?
As tropas francesas, diferentes das demais tropas (prussianas e austríacas).
Massacres de setembro. Batalha vista por Goethe e sua observação. Até
então, guerra combatida por exércitos não permanentes (mercenários, juntados
para situação). RF – perda da oficialidade (formada por nobres no cenário de
então). Parir uma nova oficialidade. Burguesia, baixa nobreza nisso. Napoleão
como exemplo. Napoleão como produto do novo exército, e não seu criador.
Esse novo exército: criado ad hoc, de acordo com as circunstâncias.
Mudança da concepção estratégica como resultado da nova oficialidade.A
tática: arte de manobrar o terreno, curto prazo (Klausevitz). Estratégia – longo
prazo... (perdi a definição). A RF cria a constrição em massa – exército
permanente e de massa – esse é o novo exército francês. Centenas de
homens marchando. Como organizar, manter, alimentar, fardar a geral? Muda
a concepção estratégica. Criam o Estado maior que cuida dos fatores de
logística. Por absoluta necessidade, precisa diante da supremacia do inimigo,
aumentar a velocidade de marcha dos soldados. Suplementos retirados das
cidades onde se instalavam (saques).

Quando isso não ocorre: na campanha de 1812 na Rússia, o exército precisa


invadir país vasto, com baixa demografia, poucas cidades. Curto circuito.
Privações do verão e não o inverno. Não encontravam cidades para serem
saqueadas. Aldeias queimadas e destruídas. As tropas russas evitavam o
combate. Não há uma grande batalha, não há propriamente uma vitória russa.
O que ocorre é a inanição e o desfazimento das tropas francesas. General
Kutuvik – Tolstoi fala dele. Restaurado por Stalin como herói soviético. Na sua
época, ele foi defenestrado...
Klausevikz- soldado prussiano que começa sua carreira combatendo as tropas
francesas. Exército russo – se integra. Está lá em 1812. E depois, volta à
Prússia e vira professor. Publica o livro Da Guerra. Muito discutido – se torna
bíblia do exército alemão na segunda metade do XX. Pensador militar de
grande influência. Pensador conservador.

Desenvolve teoria da guerra que se assenta em três princípios. É um filósofo


da guerra (hegeliano).
- Conceito puro da guerra.
- A RF cria uma guerra que coloca todo o povo nela. Ampla escala. Povo –
mesmo quando não diretamente vinculado, trabalhando incessantemente nela.
Guerra nacional – engajamento popular.
- Para a independência da Prússia, guerra como a gestada pela RF.

Primeiro elemento: que haja um povo e povo disposto a defender um estado e


uma nação. Elemento cego, movido por paixão cega, elemento irracional. Só
pode ser mobilizado por uma ideologia.
A pergunta que se faz: por que um ser humano sai de sua casa para se meter
em guerra e provavelmente morrer? Não pode ser uma decisão racional. Esse
engajamento foi a RF que produziu, ao constituir uma ideologia.
Ao povo cabe o que há de mais importante na guerra – o exercício da
violência. Violência e paixão cega que diz respeito ao povo.
Segundo: jogo de probabilidades – combates não são definidos de antemão.
Há probabilidade e há acaso. Os altos comandos militares tentam dominar o
acaso. Táticas e coisa e tal. (são um meio do Estado)
Por fim, o governo – fixa os objetivos políticos da guerra. Governo civil –
estabelece os grandes objetivos que podem ser assegurados via democracia
ou via guerra.

A tríade de K: o povo, os altos militares, governo.

Continuum entre guerra e política, na perspectiva deste autor.


Para ele, é exceção que general e o político se sobrepõe. Sói ocorrer,
Napoleão e César, na Antiguidade... em geral, separados.

A possibilidade da guerra ser levada ao extremo.


Durante a guerra nuclear, discussão novamente desse autor.

Guerra do povo: ascende o espírito do povo para a nação e a revolução.

Discussão do uso de civis que não são necessariamente combatentes para o


enfrentamento do invasor. Milícias suplementares – guerra auxiliar. Esse tipo
de guerra auxiliar à geral, importante no XX. Muito usada no século XX.

A RF cria, para um setor da burguesia francesa, grande oportunidade de


negócios. Enriquecimento com a RF. Bloqueio continental: estímulo a novas
manufaturas (proibição dos produtos ingleses). Permitiu que o EUA tivesse
uma reação industrialista – país neutro (exportação de trigo no momento).
Exportação de grãos, mas desenvolvimento da indústria naval. Tarifas
protecionistas. Reforço do Estado como ... Hamilton: elevar tarifas e
desenvolver indústria (em face das guerras napoleônicas).
Relação entre o bloqueio continental e o desenvolvimento de indústria nesse
momento.

Guerras napoleônicas - Guerra que é de massa tem impactos industriosos.


Precisa de um monte de coisa. Efeitos econômicos. Mola propulsora do
desenvolvimento klista (a guerra precede o klismo, mas serve para ele).
Beluzzo – quem é?

Indicação de filme: “Napoleão e eu” - discussão sobre a sedução do tirana.

As figuras enigmas: Napoleão, Stálin – continuidades, rupturas. Tirania.

Napoleão diz que o governo dele é: iluminismo e comércio. Figura complexa:


representa a consolidação do Estado moderno na França.
Outras figuras dessa época relevantes: Fouché – Zweig tem livro sobre esse
cara. Está na RF desde o começo. Brother do Robespierre, parte do terror,
serve ao diretório, serve ao Bonaparte e começa a servir à restauração.
(fisiologismo) Chefe de polícia: cria a polícia moderna. Rede de espionagem e
tal. Figura do Estado moderno.

Na R Russa – uso da linguagem da RF. Christopher Hill – biografia do


Cromwell, outra do Lenin. Fica pensando a R. Inglesa e a R. Russa.

Debate Sartre – Razão de Método - ...

Comentários sobre Robespierre: em algum momento serviu aos interesses da


revolução, mas depois, virtuoso demais (fiel aos valores, acho que nesse
sentido), foi descartado. Analogia à Lenin.

Kissinger – um grande historiador, também um criminoso (coisas podem


coincidir)
projeta outra revolução em seu texto, que data de idos de 1950. Pensando a
Revolução Soviética (produto de uma revolução). Quando lança vista da RF,
pensa na RR. Adversária do EUA no século XX – a URSS. Representa os EUA
– país que é resultado de uma revolução. Que representa para si mesma, se
concebe como, o ideal de emancipação humana. Ele não considera que é de
um país revolucionário nos termos dele. País que deseja impor sua visão ao
mundo inteiro.

Período da Paz de Wstphalia – até a RF – um mundo com alguma ordem


Aí transforma tudo o caos da Revolução
Aí nova ordem pós-1815 – Congresso de Viena – Paz de Cem anos até 1914.
Após 1812 – Rússia começa a se tornar potência
Os vencedores. Ordem sustentada: Áustria, Rússia, Prússia (parcialmente),
França (admitida), Inglaterra – nova ordem internacional de Viena. Para
Kissinger, a Inglaterra é o maior garantidor da Paz. País insular que não daria
conta de ocupar o continente. Capaz, mediante alianças, de que qualquer
nação sozinha detenha todo o poder.
Para ele, o interesse nacional inglês coincide com o interesse da paz europeia.
Não haver potência dominante continental. Seguindo interesse nacional,
garante interesse mundial. Perspectiva liberal – cada um cuidando do seu, o
bem de todos. Kissinger está pensando nos EUA.
Na Guerra Fria, mundo transtornado de novo. Mas a paz seria possível e a
ordem estável também desde que o EUA exercesse esse lugar da Inglaterra
pós-1815...
Diferença entre milícia e guerrilha?
Guerrilha – efeito da guerra de massa. Surge nesse contexto do início de XIX.
Para Marx - No caso da Espanha, há ideias sem ação em Cádiz, e no resto da
Espanha – ação sem ideias (ideias de restauração do rei e tal). Os liberais –
sentimentos ambivalentes.
Resistência difusa em Portugal – ressurgimento do sebastianismo – uns
panfletos que recuperam as trovas do sapateiro de trancoso (XVI) – “o rei
encoberto e depois descoberto”. Sebastianismo popular...
- Guerrilha que surge na Espanha nesse momento. Tropas irregulares.
- Na URSS na Segunda Guerra, algo parecido. Surgiu guerrilha de forma
espontânea. PC segurou, e depois instrumentou

Clausevitz – a guerra do povo é um problema não só para o inimigo, mas para


o país. A paixão cega pode se inflamar e perder o controle. Empregada com
cautela, não a principal técnica,
Milícia popular, assim como guerrilha, ambos – guerra do povo. A espontânea
do povo: guerrilha. Agora, milícia – algum grau de instrumentação estatal.

As guerras de RF inspiraram o Vietnã – general Jiap – professor de história.


Derrotou a França e depois a Revolução. Concepção clausevksiana da guerra.
A partir de pequeno grupo, construiu grande exército. Concebe a vitória sempre
em termos políticos. Guerrilha não pode obter vitória militar, mas pode obter
política: quando não é derrotada e perdura desmoraliza as tropas do Estado.
Vitória vietnamita é política.
Guerrilha – se não faz revolução, perde legitimidade. (cita Che Guevarra).
Bonaparte diz que um de seus erros na Rússia é que chegou em Moscou e
alguém sugeriu que ele liberasse a servidão dos sérvios, ia ter uma massa
grande de camponeses contra o czar e a favor. Ele queria dominar a Rússia,
mas não alterar sua estrutura social. Ambivalências da personagem.

Clauzevitz mostra que política, guerra e comércio é um continuum. Engels e


Marx bebem nele. Relações de produção tem origem em relações de força.
Dimensão de violência. Em última instância, dimensão militar. E em Clausevitz
– guerra como relação, relação de força. Marxistas se interessavam pelo
fenômeno da guerra.

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