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A\�lUA\�IIV IDIE III A\IA\lí



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CIIÃ)CIIÃ)�aw.�v-x����oo������o
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PARA

Organizado por: ••••••••

f)ltaJtc(U 9àJ.n,deJI, e giJ.aeiJuJ, �


-3)­

Composto e impresso nas oficinas da

Rua Pedro Ferreira, 14 -

TeLefone, 198
ITAJAl- S. CATARINA

Fotografias:

Clicheria :

-
NOSSA CAPA =-

� Serve de mo­
••••••••
tivo à nossa ca­
pa a veLha e his­
tórica I grejaMa­
triz de Itajaí,
símbolo do tra­
dicionaL espírito
cristão da gente
itajaiense.
Trabalho do i­
Lustrador Orlcn-
do Mattos, cLi­
-

cheria em côres
de João CecHia­
no, técnico de
o>� da. e� «A Noite». Im­
pressão feita por
Paulo WiUerich,
&'$ 30,00 da Impressora
Aurora Ltda.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


-

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IIfIV�IIE�A\�IE�1

Antônio Menezes de Vasconcellos Drummond


-

Diplomata, Publicista e Colonizador Brasileiro -

(Membro da Sociedade de Mineralogia de Jena, do Instituto Histórico da


França, da Sociedade de Geografia e da Sociedade Asiática de Paris,
da Academia de Bruxelas, da Sociedade Literária de Grand, da
Academia Real de Napolps, jíos Arcades de Roma)
.

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•••••••• • •••••••

IFlU � II) A\lI) V lI< II)IE IIIA\llA\11

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


Há 25 anos passados, Jaime FeTnandes Vieira e
Juventino Linhares numa arrojada
-

emprêsa para as li­


mitadas possibilidades da época lançavam, nesta cidade,-

o «.4.nuário de Itajaí para 1924». Por motivos de ordem


vária, publicação não teve a periodicidade que o seu
essa

título sugeria. Saiu um número e silenciou. Não parece


ser outro o destino que aguarda o «Anuário de Itajaí para

1949». Ao nos lançarmos a êsse empreendimento, tivemos


o propósito de fazer uma publicação anual. SOmente no
decorrer da sua feitura nos demos conta de que a matéria
exigida, mais ou menos de interêsse permanente, não p0-
deria ser renovada em tão curto lapso de tempo. 1YIas o
nome já tinha sido dado e estampado em anúncios pela
imprensa, de modo que não encontrámos jeito de tirar o
título de «Anuário», embora impropriamente empregado
no que tange à sua periodicidade.
* *
*

Aviagem feita por Marcos Konder aos Estados Uni-


dos e aos paises da Europa, onde atualmente se encon­
tra, realizando uma série de conferências rotárias, especial­
mente na Alemanha, nos impediu que a matéria por nós
elaborada lhe fosse apresentada antes da publicação. Essa
circunstância nos obriga a delimitar reiponsabilidades sôbre
a matéria de redação contida neste »Anuário». Fica, por­
tanto, esclarecido que são de autoria dêsse culto
nosso e

prestimoso amigo apenas os artigos por êle assinados.


* *
*

Ao entrega.rmos ao público êste trabalho, desejamos


pedir excusas pelas muitas faltas e omissões que, certa­
mente, terão ocorrido, frutos que sõ» das nossas limitadas
possibilidades materiais e intelectuais. A parte que nos cou­
be na feitura dêste «(Anuário» executámo-la em horas rou­
badas ao nosso repouso. Faltaram-nos por isso vagares para
um trabalho senão perfeito
-

pelo menos melhor orde­


-

nado e mais bem revisto.


Ao encerrarmos esta «apresentação», desejamos since­
ramente agradecer o auxílio e estimulo que recebemos dos
nossos bondosos colaboradores, do comércio e da indústria
e de todos que direta ou indiretamente cooperaram para
a execução desta obra.

Nominalmente, para não tomarmos maior espaço,


queremos agradecer ao Sr. Cel. Marcos Konder, aos pro­
prietários da Impressora A urora Limitada, Snrs. Paulo
Willerich e Julio Silva Pereira e ao Sr. José Marçal Du­
tra (Foto Juca) sem cuja valiosa colaboração teria sido
impossível a realização dêste trabalho.
ltajaí, Novembro de 1949.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


V �llU�II{líIPIIV VIE mlA\IA\lí
Físico -
Econômico -
Administrativo -
Histórico

Monografia compilada por MARCOS KONDER

INTROITO

Por ocasião do Congresso das Municipalidades, em 29


de Setembro de 1927, apresentei uma monografia similar. Agora,
aproveitet os elementos dêsse trabalho para compilar esta mo­
nografia mais moderna. de acôrdo com os dados coligidos e
fornecidos por autoridades competentes, cujos nomes não devo
declinar. A êstes anônimos e preciosos colaboradores, os meus
sinceros agradecirnentos pessoais e os dêste (>IA nuário».

Limites çar nascente do Ribeirão Bracinho; des­


a
ce por êste até à foz do Ribeirão Jacaré

Os limites do Município de Itajaí fo­ Velho; por êste acima até à sua nascen­
ram fixados por três determinações legais te; daí segue uma linha sêca até alcançar
do Segundo Império a lei" provincial n".
-

a ponta do Jacques, no Oceano Atlântico.


510, de 27 de Abril de 1861, a de n". 890,
3) •
Com o Município de Camboriú
de 24 de Março de 1880 e a de n". 917,
de 15 de Março de 188l. Começa na Barra do Ribeirão da
:€stes limites, embora reclamassem Praia, no Oceano; sobe por êle, que no
retificação, especialmente no lado do Oes­ seu curso superior tem o nome de arroio

te, nunca foram alterados. Somente agora, Ariribá, até à sua nascente no morro do
a lei estadual n". 247, de 30 de Dezem­ Ariribá; continúa por êste morro até a
bro de 1948, que fixou o quadro da Divi­ sua ponta mais ocidental; daí continúa por

são Territorial, Administrativa e Judiciá­ uma linha sêca até à foz do rio Maria
ria do Estado para o quinquênio 1948/53, no rio do Meio; sobe por êste até à sua
estabeleceu os limites de todos os muni­ nascente; daí continúa pelo divisor das
cípios, ficando Itajaí a confinar com o águas entre os rios Camboriú e Itajaí­
Oceano Atlântico. a Leste e com cinco mirim até alcançar, na serra de Camboriú,
municípios a saber: Massaranduba, Ara­ o divisor das águas dos rios Brilhante e
quarí, Camboriú, Brusque e Gaspar, es­ Limeira.
pecificados como segue: 4) •
Com o Município de Brusque
1) •
Com o Município de Massaranduba
Começa na serra de Camboriú, no

Começa no ponto mais alto do Mor­ ponto em que o divisor das águas dos
ro dos Cachorros, segue em direção ao rios Brilhante Limeira encontra o e divi­
divisor de águas entre os ribeirões Paula sor das águas dos rios Itajaí-mirim e Carn­
Ramos e Bonito; continúa pelo divisor de boriú; segue pelo primeiro até alcançar a
águas entre aquele ribeirão e o Braço nascente do rio Sorocaba; desce por êste
Sêco até o seu ponto mais alto do Morro até desembocar no rio Itajaí-mirírn; desce
Gildo Bompani, continuando pelo divisor por êste até à foz do ribeirão Negro; por
de águas entre os rios Braço do Norte e êste acima passando pelo centro da lagoa
Braço Comprido, entre aquele e o Braço do Weirauch, até à sua nascente no divi­
Miguel, até encontrar o divisor de águas sor das águas dos rios Itajaí-açú e Itajaí­
entre as bacias dos rios Itajaí e Itapocú. mirim, conhecido por serra do Itajaí.

2) •
Com o Município de Araquarí 5) •
Com o Município de Gaspar
Começa na nascente do Ribeirão Ja­ Começa ribeirão Ne­
na nascente do
caré, no divisor das águas dos rios Ita­ gro, no divisor das águas dos rios Itajaí­
pocú e Itajaí-açú, segue por êste divisor, açú e Itajaí-mirim, conhecido por serra
passando pelo Morro Itaperiú até alcan- do Itajaí; segue por êste divisor até al-

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PÁG. 8 ANUARIO DE ITAJAl ANO I

cançar nascente do ribeirão dos Ferrei­


a possue no seu curso superior diversos
ras; daí continúa por uma linha sêca até saltos. Dêstes, o Salto Grande de Luiz Al­
à foz do arroio Cachoeira, no ribeirão ves acusa uma queda de 34 metros e um
das Minas; desce por êste até desembo­ potencial de energia de 870 cavalos e o
car no rio Itajaí-açú; por êste abaixo até Saltinho do Máximo com altura de 69
a
à foz do ribeirão do Pocinho; sobe por metros e uma força de 154 cavalos. Exis­
êste até à sua nascente; daí continúa pelo tem, ainda, dignos de menção, tri­ como
divisor das águas entre os afluentes dos butários da Bacia Atlântica, no extremo
rios Areal e Baú e Itajaí-açú e Luiz-Al­ norte do litoral, os rios Gravatá e Piçar­
ves, até o ponto mais alto do morro dos ras. Afora êstes, um número incontável
Cachorros. de ribeirões, riachos e cachoeiras inun­
dam as vargens e dificultam as estradas
Superfície de rodagem, encarecendo-as com aterros
e
potamografia
e dispendiosas obras de arte.

A do Município era cal­


superfície
culada, na data do recenseamento geral Orografia
de 1940, em 1.161 km2. A lei estadual n".
247, já citada, desmembrou de Itajaí, no Tantos haviam de for­
cursos d'agua
distrito de Luiz Alves, para fazer parte mar necessàriamente um
do município de
grande sistema
Massaranduba, uma área orográfico. De fato. Com exceção do Ita­
de cerca de 124 krn2" ou 1 0,70.'0., ficando
jaí-açú e Mirim, que nascem fóra do mu­
assim a superficie reduzida a 1.037 km2.
nicípio, os demais dimanam das serras e
Como quasi todos os municípios da elevações em torno. Uma série ininter­
faixa litorânea catarinense é o rupta de morros, montes e outeiros ele­
Itajaí, em
sua superfície, composto de morros e var­ va-se pouco mais ou menos
paralelamen­
gens, formando, desta fórma, um vasto te ao longo dos
principais rios e ribeirõ­
sistema hidrográfico, cuja es, formando os três grandes
.
espinha dorsal, «talwege»
são o Itajaí-açú e seu maior do Açú, Mirim e Luiz Alves.
afluente, o
Itajaí-mirirn, rios que o nosso
grande São prolongamentos da serra do
Lauro Müller intitulava o Itajaí que exprimem suas maiores eleva­
Eufrates e o
Ganges de Santa Catarina. ções nos morros do Cachorro e dos Curi­
O Itajaí-açú é, de fato, o maior rio tibanos, no distrito de Luiz Alves, do Baú,
da Bacia Atlântica. Nascido de três aflu­ dos Escalvados, da Boa Vista e de
ltapo­
entes do planalto e das coroi. O morro do Baú é o
escarpas da Ser­ pico culmi­
ra Geral, com a nante do Município. Quem demanda a
denominação de rio Her­
cílio ou do Norte, o rio reune os seus barra de Itajaí avista ao
longe êste mor­
três braços no ro em forma de baú ou arca
município de Rio do Sul, antiga, cuja
sob o nome de altitude de 670 metros domina o litoral
Itajaí-açú, despenhando­
se em corredeiras e saltos que somente e serve de ponto de referência aos na­
cessam no logar Itoupava Seca, um dos vegantes. Morro do Esquife, (Sargberg)
suburbios da cidade de Blumenau. assim lhe chamam alemães. Realmen­
Dalí os
em diante, torna-se te, observado
navegável e, qual uma num dia claro e sereno, pa-
enorme serpente, vem rolando as suas á­
guas glaucas numa extensão de cerca de r.���. ,Te .ao:=:���.--:- � -:X-:�� ••••••••
·
,

75 quilometros, dos

quais talvez a meta­




de corre no
município de Itajaí. Antes de
Moreira & Fiorenzano


·

despejar-se no Oceano, êle se espraia •



!l

num vasto estuário duma


largura de 430

SÓCiO-G.rente�ar

metros. São os seus maiores ·

Fiorenzano
afluentes na


margem direita, 'Rio


·

o
Itajaí-mirim ou



Pequeno,
·

que hinterland de Brus­


nasce no •

• Agência
de Jornais
que e o Ribeirão das Minas (na divisa com •

Caldo de Cana Mercadinho -

Gaspar), assim denominado porque em Frutas Verduras


-

etc. -

tempos remotos se colheu ouro de alu­


vião; na margem esquerda
que nasce no distrito do
o

mesmo
Luiz Alves
nome � �
Rua Lauro MUller, 4

_�w_"_",�_",_,�""_"_.�,,_,,,_,,_,,,,
-

ITAJAÍ -
s. c.
�......,..._.,
J
...._,.._......,
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG.9

rece mais o vulto de um grandioso ataú­ brada -

já o seu nome o indica -

pelas
de de pedra azul, guardando o corpo de pescas de baleia tempos remotos, e
em

um gigante. sem favor uma das mais formosas praias

do Sul do Brasil. O Visconde de Taunay


elevou-a em sugestivas páginas do seu li-
Ilhas e Praias
vro «Céus e terras do Brasil)'). Seria, sem

A costa Atlântica do Itajaí é um dúvida, um balneário procurado, se não


rendilhado caprichoso e de pro­ fosse situado longe da estrada geral de
pitoresco
montórios e pontas, enseadas e praias. Itajaí a Piçarras e Joinvile. A baia, ex­
celente abrigo para navegantes e pesca­
Abrigos de navios e de pescadores, as
praias e enseadas, estas últimas também dores, é constituida pela Ponta da A rma­
chamadas de «sacos» constituem ainda, em ção, no Sul e pelas pontas de Penha e da
sua maioria, estações balneárias que cada Cruz ao Norte. Entre êstes promontórios
dia mais se desenvolvem e se modernizam. flutúa, já no mar alto, uma ilha de pe­
O promontório sul, denominado das quenas dimensões, mas de aspecto exte­
Cabeçudas, por rior agradável,
causa do ca­ injustamente
beço do morro apelidada de
onde se ergue Feia. Mais ao
um farol au­ Norte, além
tomático e de das pontas da
luz intermi­ Penha,situam­
tente de gran­ se o saco da
de alcance,for- Penha e a

ma com apon- praia de Pi­


ta da Atalaia çarras, tendo
e um quebra­ à vista, com
mar ilumina­ as ílhotas de
do e localiza­ Itacolomí, dois
do na entrada rochedos gê­
sul da barra, meos e inós­
uma amável pitos que fi­
e encantadora cam também
baía e uman­ A Prefeitura fóra de pontas
Itajai -

coradouro pa- e quebram a


ra os navios que demandam o nosso por­ monotonia do mar naquelas paragens.
to -
a baia de Cabeçudas. Esta praia, do­

tada de boas estradas de acesso e de uma Piçarras


linha regular de ônibus, a quinze minu­
tos de distancia da cidade, iluminada a Si Cabeçudas é o balneário preferi­
luz elétrica e ligada à rede telefônica do do pelos moradores de Itajaí, Piçarras, no
Estado, com calçamento e passeios à bei­ distrito da Penha, é uma estação de ve­
ra mar, arborizados, possuindo belas vi­ raneio procurada pelos nossos visinhos de
vendas e um hotel moderno Hotel Ca­
-

J oinvile. Ali, êles edificaram belissimas


beçudas -

foi considerada por Crispim vilas e construções de preço relativamen­


Mira «o mais distinto e elegante reman­ te elevado que a tornam uma praia bal­
so de vilegiatura para as pessoas de neária rival de Cabeçudas. Situada na es­
bom gosto». Eu acrescentarei ainda que trada geral de Itajaí a Joinvile e Curiti­
êste bairro aristocrático da cidade póde ba, servida por linhas de ônibus, o seu
chamar-se a Copacabana de Santa Cata­ desenvolvimento torna-se cada dia maior
rina. e será uma estação mais atraente, quando

Caminhando-se para o norte, trans­ se terminar o edifício de um grande ho­


posta a Praia de Itajaí, uma futurosa es­ tel ali em construção o Piçarras Balneá­
-

tação balneária no bairro de Navegantes, rio Hotel. Há também em Piçarras um


e as pontas Negra e Itapocoroi avistamos templo católico em construção. Funciona
a enseada de A rmação de Itapocoroi, lem- ali uma pequena biblioteca.

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ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PAG. 10

brica de Tecidos Carlos Renaux S/A., no


Solo, produção, riquezas
logar Limoeiro, na divisa de Itajaí com
naturais Brusque e a outra da Emprêsa Industrial
de Farinhas Ltda., no logar Salseira.
O solo dos vales do Itajaí-açú e Mi­ Das três principais culturas do
Mu­
rim é formado de terras aluviais que as nicípio -

cana, mandioca e arroz -

a
maior é, sem dúvida, a da de
cheias periódicas providencialmente reno­ cana
açú­
vam e fertilizam. Essa camada de humus que está tomando incremento cada
car

mais beira dia maior, devido à nova e moderna usi­


pouco profunda se
avol�ma �
o ínteríor das na que a Usina de Açúcar Adelaide
rio e se torna menor para S/A.
varzeas e à medida que o rio se aproxi­ montou no logar Pedra de Amolar, na
ma da sua foz. Nas vísinhanças do mar a margem esquerda do rio Itajaí a uns 15
crosta humosa quasi desaparece e se per­ quilometros da cidade. A Usina está im­
de numa planicie arenosa, onde sómente portando mudas de cana de superior qua­
vegeta a mandioca. Nas terras ribeirinhas lidade, de Piracicaba, em São Paulo, e
e. nos de açúcar, o
morros cresce a cana desenvolvendo não só a plantação pró­
milho, o feijão e, nos ta boleiros mais a­ pria, por meio de instrumentos modernos
renosos a mandioca e o aipim. Onde o adequados lavoura à
canavieira, como
braço do homem ainda não se dispôs a também distribuindo mudas aos seus for­
fazer o trabalho de drenagem das var­ necedores para que êstes colaborem no
gens, baixas e úmidas, situadas entre a aumento desta matéria prima. Funciona
barranca do río e os morros, abundam ainda no distrito de ilhota um
pequeno
os coqueiros
geri vás, os olandins e os ipês engenho para fabricação de aguardente.
do brejo, enfim, toda a flora característi­ No segundo distrito, o da Penha, culti­
ca das
regiões higrófilas. Mas aos poucos vam-se não só os três
produtos mencio­
vão desaparec:endo as
vargens para dar nados, como também o café. Infelizmen­
Ioga r ao plantio racional de arroz por te, êstes cafezais, que davam um exce­
meio de irrigação, criando-se arrozais ou
lente produto, por crescerem à sombra
arrozeiras, como são .chamadas
popular­ de ingazeiros e outras arvores
mente, fie re
.

nto mais próprias,


seguro. En­ estão definhando
por falta de trato e re­
contram-se êstes arrozais ao
trada doe Brusque e de
longo da es­ novação de mudas. É uma riqueza rela­
Blumenau, pri­ tivamente pequena,
apreciável que, mas
meiro distrito e no
Baú, distrito de ilho­ infelizmente,
ta. A mandioca
que se planta, especial­
extingue logares Gra­
se nos

mente nas estradas de vatá, Mato Grosso e Armação, quando


Brusque e Blume­ ela já mereceu a honra de uma visita de
nau tem seu consumo
.
.,
fecularias das
nas
, lavradores paulistas, sob a direção do Dr.
quais a maior e a estabelecida pela Fá-
Rogério Camargo, conhecedor profu?do
dos cafezais sombrea­
{f:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
.

...
..
-,
dos da Colômbia. ,
..

Em presa F""or<a e L UI S anta ( Os lavradores de


atarina S.A. ::
Penha estão dando

Alameda Duque de ..
preferência ao culti­
Caxias, 7 v de bananeiras,cujo
Endereço Telegráfico:
.FORÇAlUZ. Caixa Postal, 27 produto fàcilmente se
-

BLUMENAU -

SANTA CATARINA ..
·

·
.

.
vende por preço re­
..

lativamente vantajo­
..

so, devido trânsito


ao
Concessionária dos servi ....
os de
::
comercial da estrada

, •
os
fôrça e luz e 1 e't nca .

nos
..

muruclplos de Blumenau ::
estadual de Itajaí a
Gaspar Brusque
-

Itajaí -

Rio do Sul -

Ibirama -
.

I nd rua 1
Joinvile. Que êsses
-

Timbó -

Rodeio praieiros se dedicam


também à pesca, nas
Proprietária das usmas
geradoras
enseadas de Piçarras
«SALTO» hidro-elétricas e Armação não será
«RIO DOS
· .
-:t
e
..
CEDROS». · .

preci o acrescentar,
..

pai algumas emprê­


"': : : ; : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : :.: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : U sa de pe ca de São

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ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 11

Paulo tocam periodicamente na Armação, costeiro,


extraem-se por espinhéis ou re­
onde fundaram até uma pequena fábrica des de arrasto: tainha, gaivira, corvina,
de gêlo para a conserva do pescado. cação, mango na, arraia, garoupa, sargo,
A medida que se galga a estrada sardinha, marimbás, sororoca, ancho­
pelo vale do rio Luiz Alves, chega-se ao va, miraguaia, caranha, pigirica, etc.
distrito dêste nome, onde as terras já são Entre os peixes mais finos e saborosos,
melhores e a população de origem italia­ contam-se a pescadinha e a pescada, es­
na e alemã dedica-se mais ao plantio do pecialmente a espécie chamada vulgar­
milho para a criação do gado suino que mente de perna de moça. Nos costões, ex­
é aproveitado na fabricação de banha e traem-se a ostra, os mariscos e berbigões
de gado vacum leiteiro para a produção e nas enseadas praieiras, camarões, gua­
de manteiga e queijo. Em algumas linhas rás, carangueijos, etc. Na Armação, a la­
coloniais cultiva-se também, cana para gosta. Entre as serpentes venenosas con­

extrair açúcar mascavo e aguardente. tam-se três espécies: jararaca, jararacuçú


Em grande parte do Município está e coral. Entre as inofensivas e não vene­
se desenvolvendo, também, a cultura do nosas: caninanas ou rateiras, cobra d'agua,

fumo, financiada parcialmente pela Cia. cobra-cipó, etc.


Nacional de Fumo em Folha.
Por fim, convém acrescentar que, Reino mineral
em Itajaí, como noutros municípios, a pro­
N o reino mineral são dignas de no­
dução diminui progressivamente, em par­
te por causa do êxodo dos campos, em ta as de calcáreo na zo­
grandes jazidas
medidas de amparo na do Morro Cortado, na estrada de Cam­
parte por falta de
dos órgãos competentes. Ultimamente, boriú, exploradas para a fabricação de cal
o Banco do Brasil, de Blumenau, re­ de pedra pelas firmas Francisco E. Can­
solveu financiar as safras e assim pos­ ziani & Cia. Ltda. e Schiefler & Cia.
sibilitar o produtor a aumentar a sua Existe ainda calcareo nos morros do Ri­
lavoura. Si o Ministério da Agricultura fi­ beirão do Meio e dos Cunhas, mas, com
zer o mesmo poderão as fontes de pro­ a concorrência mais próxima e moderna
das jazidas já mencionadas esta extração
dução melhorar em quantidade e quali­
dade. quasi desapareceu. Há ainda alguns sam­
baquís não explorados para a fabricação
Fauna de cal de concha assim chamada. Na re­
selvagem
gião do Baú já se fizeram explorações
A medida que o homem avança no sem resultados econômicos de molibdeno,

cultivo da terra vão desaparecendo os e­ pirite de cobre, manganês e mica. No


xemplares da fauna selvagem cada dia município não há, para construção, o gra­
mais raros, representados pelos seguintes nito, mas quartzito, mica-chísto,
apenas o

mamiferos: paca, veado, gambá, porco do arenito e pedra ferro. O granito somente
mato, capivara, gato selvagem, cotia, quatí, aparece no município de Camboriú e di­
tamanduá, lontra, mono, bugio, mico, ta­ vide, assim, por uma exquisita formação
tú, irara, cão do mato e graxaim (êstes geológica, os dois municípios.
dois últimos, terríveis destruidores dos Há dois elementos minerais que ain­
canaviais). Entre as aves, registram-se: da são de grande importância e consumo
tucano, periquito, papagaio, jacutinga, ja­ no nosso Município. Do leito do Itajaí-açú

cú-açú, jacupemba, aracuã, araponga, pa­ se extraem areia para construção e cas­
vão, urú, inhambú, macuco, siriquá, tiri­ calho e saibro para cobrir as estradas de
va, rolas e as pragas dos arrozais: xaxá, rodagem. Abaixo da camada de humus
chupim, vira-bosta, coleira, etc. Entre as das terras baixas ou ribeirinhas encon­
aves aquaticas fluviais contam-se: biguá, tra-se a argila plástica, sob o nome po­
martim-cachá, frango d'água, socó, sara­ pular de barro, para a fabricação de ti­
cura, saracurão, garça, gaivota, etc. Entre jolos e telhas. Há nada menos de doze
os quelônios, a tartaruga. olarias em todo o município, principal­
Peixes:-Nos rios pescam-se: cará, mente nos distritos de Itajaí e llhota.
jundiá, cascudo, traira, robalo, piava, man­ Ultimamente, fundou-se uma cerâmica
dim, bagre, méro, carapéva, aparecendo á moderna em llhota, a INCERIT, que está
margem dos lagos alguns jacarés. No mar fabricando pela primeira vez, em nosso

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ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG 12

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 13

município, tijolos perfurados e telhas do cultura «Antonieta Galotti» e Ambulató­


sistema francês. rio do IAPETEC, que formam a parte de
assistência hospitalar e para-hospitalar do
Clima e Saúde Pública município.
Serviço de Saúde Pública: Pcsto
O clima de é tido como um
Itajaí de Saúde, sede no 2°. Distrito Sanitário
dos mais amenos do litoral. A tempera­ do Estado e Posto de Malária em Cabe­
tura varia com a influência dos ventos,
çudas.
baixando com o do oeste (terral chamado
por aqui e no Rio Grande minuano) e do Centro de Saúde de Itajaí
sul, e subindo com o nordeste. No inver­
no O termômetro marca algumas manhãs Número de pessoas atendidas em 1948:
dois a quatro graus acima de zero, re­
De paludismo 452
gistrando-se algumas geadas. No verão, o De verminose 865
calor sobe, durante algumas horas do dia,
De sífilis. 414
acima de trinta graus. Há também perío­
Dentária. 3.024
dos de chuva nos meses de outono de
De higiene infantil 398
março, abril e maio e, nos meses de pri­
De higiene escolar 795
mavera de agosto, setembro e outubro,
mas não há certa estabilidade nestas es­ Total 5.948

tações climatéricas. Elas estão sempre su­ Número de consultas . 469


jeitas amudanças. Idem curativos 20
Nolitoral, grassam o impaludismo e
Idem injeções aplicadas 5.122
a verminose (amarelão), ende­
mas estas
Idem vacina contra a varíola 2.498
mias existem em toda a orla maritima ca­
Idem outras vacinas preventivas 549
tarinense. Na zona urbana os esgotos e
Idem exames de laboratório 3.012
as fossas sanitárias estão reduzindo os ca­

sos de ancilostomíase e de tifo. Quanto à Assistência aos desvalidos. As­


febre palustre, o Govêrno Federal, pelo sociações de AssistêncIa. Irmandade
Serviço Nacional da Malaria, vem aten­ N. Sra. do Parto (para parturientes po­
dendo mais de perto as populações cita­ bres), Associação das Damas de Caridade
dinas e rurais, para o que foram criados (para doentes pobres), Sociedade de As­
postos de serviços, pesquiza e tratamento, sistência aos Lázaros e Defesa contra a
em Cabeçudas, no primeiro distrito, e na Lepra (assistência aos filhos de lazaros,
séde do distrito de Penha. sem internamento), Associação S. Vicente

Antes do Serviço Nacional da Ma­ de Paula (para desvalidos), Associação


lária, tivemos o auxílio da Comissão Santa Izabel, (para necessitados), Legião
Rockfeller e da Profilaxia Rural. Brasileira de Assistência, Centro Espírita
«Anjo da Guarda» (ambulatório horneo­
Assistência médico-social patico).
A assistência social assim se divide: Cidade e Pôrto
Hospital Santa Beatriz, Posto de Pueri-
............ . -----
.
A cidade de Itajaí produz em todos,
•••••••••••• •••••••• • •••••••••••
••
••
••
••
mesmo em quem não a observa com o­

lhos de bairrismo, uma impressão agra­


n CASA A VELIHO li dável e simpática. Situada numa planície
extensa, cujos limites os mOITOS da Cruz,
DE-
da Fazenda e das Cabeçudas circunscre­
-

vem pelos lados sul e oéste, ela se de­


AVELINO RODRIGUES
bruça à beira do rio que lhe deu o no­
Armarinho, Cal{ados e Miudezas me, numa atitude de sultana formosa, co­
roada pelo diadema verde dos morros em
RUA TIJUCAS, 77 tôrno e se revendo no espêlho da água
••
•• ••
do rio, seu eterno amigo e companheiro.
!5
••
IT AJ AI SANTA CATARINA i5
••
As ruas alinhadas, retas e longas e em
•• ••
............ .
........... ..__----------........ ====== . ......•....
.
parte já calçadas de paralelepípedos com

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAl pAG. 14

passeios nivelados e terrenos baldios mu­ trabalho também tri­


perseverante e são
rados, dão-lhe o aspecto de uma urbs mo­ butários do comércio de exportação e im­
derna, capaz de conter uma população e­ portação do porto de Itajaí.
norme. De fato, a planície, em parte vár­ O crescente desenvolvimento dêste
zea em quecidade se assenta e se pro­
a vale estava a exigir uma comunicação
jeta, vai pelo vale do Itajaí-mirirn acima mais rápida e com o seu porto de
segura
numa extensão de cerca de 12 quilôme­ mar e,simultaneamente, a melhoria de
tros e oferece espaço a algumas centenas sua barra. Felizmente, ainda na República
de milhares de almas. Velha colocou a nossa boa estrela na pre­
Comercialmente, constitúe o entre­ sidência do Estado e na Pasta da Viação
posto e ancoradouro obrigatório de uma dois itajaienses, Dr. Adolfo Konder e Dr.
das mais importantes e futurosas regiões Vitor Konder, que tudo fizeram para dar
do Estado o Vale
-

do ltajaí. No seu andamento a estas duas obras de vital


prodigioso hinterland, o braço do colono interêsse para o nosso vale. Vitor Kon­
italiano e alemão construiu colônias der contratou com a Cia. Cobrasil, do
como Brusque e Blumenau, verdadeiras Rio, a construção da barra, com dois mo­
colmeias, onde o labor e a tenaz inteli­ lhes na entrada, guias correntes no pon­
gência do homem souberam tão galhar­ tal e aterros necessários, serviços êstes
damente vencer o meio físico nem sem­ que estavam já muito adeantados, quan­
pre grato, para transformar a mata vir­ do a revolução de 1930 os interrompeu,
gem em cidades florescentes e magníficas. anulando o contrato feito.
A República Velha deixou criado o Estrada de Ferro S. Catarina: A
município de Rio do Sul, que fazia parte via férrea de Itajaí-Blumenau, arrendada
de Blumenau, e o Estado Novo desmem­ ao Govêrno do Estado, atacou os seus
brou e esfarelou a comunidade blume­ serviços, sob a fiscalização do engenheiro
nauense com nada menos de cinco mu­ Joaquim Breves Filho, em 1926, sub-di­
nicípios novos:
Gaspar, Indaial, Tímbó, vidindo-os em tarefas que iam do ponto
Rodeio e Ibirama (antiga Hamônia). Mas inicial da cidade até ligar com a Estrada
todos êles continuaram a sua tradição de de Ferro Santa Catarina em Blumenau.

CASA NI o=--
-

DE-

Antonio Ayres dos Santos & Cia.

Completo sortimento de TECIDOS FINOS, ARMARINHO,


PERFUMARIA, CHAPÉOS, etc.

27 -

Praca Vidal Ramos -

27
Caixa Postal, 20

ITAJAÍ -

§
��������������������J

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 15

O leito em parte coberto com trilhos, as tudo dá à barra um profundidade de 15


obras de arte, a estação «Dr. Vereza», pés, em maré rrnmma. As obras de
construida em Itaipava, ha bifurcação do melhoramentos entraram pelo rio acima,
ramal que devia ir a Brusque e até o Ri­ mas devido às constantes erosões produ­

beirão do Ouro, a drenagem e o atêrro zidas pelas enchentes, torna-se necessário


dos trechos de Ilhota ao Itajaí-mirim e estudar e executar um sistema de guias­
outros serviços achavam-se em pleno an­ correntes, para preservar as terras mar­

damento, quando a revolução de 1930 in­ ginais de cultura. Construiu-se ainda um


terrompeu êstes trabalhos. cais acostável para fazer de Itajaí um

Quando a Segunda República reen­ porto capaz de permitir a atracação dos


cetou os trabalhos da Estrada de Ferro navios, especialmente os de grande tone­
Santa Catarina mudou-se de orientação: lagem. O cais já construido em concreto
os serviços do trecho de Itajaí foram pa­ armado, longo do rio, na rua Engênio
ao

ralizados sin€' die, dando-se preferência Müller abrange um comprimento de 233,60


ao prolongamento até Rio do Sul e ao metros, dispondo de um armazem de 2
planalto serrano. Quando se voltou a co­ mil metros quadrados. Cogita-se ainda do
gitar da ligação com Itajaí, achou-se de aumento dêsse cais, visto o mesmo ser in­
melhor alvitre construir-se de cima para suficiente para o trafego do pôrto cada
baixo, dando-se início à ponte sôbre o vez maior,

rio Itajaí-açú, e à construção da linha até dar uma ideia da melhoria


Para se

Gaspar e Ilhota. Ültimamente é que os da nossa barra, basta mencionar a entra­


serviços foram reiniciados no primitivo da do navio «Morrnaclark», norte ameri­
trecho entre a nossa cidade e ilhota, ten­ cano, com 140 metros de comprimento,
do-se abandonado, lamentavelmente, o ra­ calando 15 pés e de 6.689 toneladas bru­
mal de Brusque. Mas para que esta obra tas. O nosso pôrto já teve ancorados em
de Santa Engracia possa ser concluida e sua barra 13 navios de grande porte em

atinjam os trilhos o perímetro urbano é um só dia, todos recebendo carga de ma­

mister construir duas apreciáveis obras de deira, fécula e outros produtos para a
arte: a ponte sôbre o Itajaí-mirim no lu­ Argentina e outros países.
gar Boa Vista e a estação inicial no bair­ Aos poucos vai o no o porto dei­
ro da Fazenda. xando de ser exclusivamente escoadouro
A Estrada de Ferro Santa Catarina do Vale do Itajaí para o ser também do
possue aliás, a sua história, digna de ser planalto serrana e até da zona do Rio do
contada e comentada. Em 1915 assinou-se Oeste, donde descem caminhões e com­
contrato com uma companhia alemã, à boios de reboque, carregados especialmen­
qual já se havia arrendado o trecho cons­ te de madeira.
truido por ela de Blumenau a Hamônia
e bateu-se solenemente a «estaca zero» Cidade
no bairro da Fazenda. Agora, decorridos
34 anos, ainda não se ouviu na cidade o Pari passu com o desenvolvimento
do pôrto, caminham as construções urba­
apitar da locomotiva ...

na Eis a estatística dos prédios de al­


E, a-pesar-destes exemplos, ainda há .

gente que confia no regime estatal para venaria, requeridos e iniciados no último
realizar obras de vulto. quadriênio:
.

Barra e Pôrto de Itajaí Ano De 1 De 2 De 3 ! Total Valor aprol(lmado


pavl. pavl. I pavl. Cr$

Sorte mais feliz coube à barra e ao


pôrto de Itajaí. Depois de quatro anos de
indicância e estudos foi o contrato da
1945
1946
33
39
4
11
-

-
37
50
I 1.300.000 00
4.937.000,00
barra renovado com a mesma Companhia 1947 37 9 I 47 8.208.000.00
Cobrasil, até em melhores condições, pro­ 1948 32 7 -

39 1.683.000,00
va de que o primitivo contrato não era tão

oneroso assim. Em 8 anos foram termina­ Ca inteiramente de madeira, de


as
dos os serviços, constantes de dois mo­ um pa imento, construidas nas ruas de
lhes e diversos guias-correntes, fazendo­ segunda e terceira categorias, nos me­
se ainda a dragagem necessária, o que mos anos:

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 16

Em 1945 -

valor apro­
53 casas no de Itajaí, o maior dos estadistas catari­
ximado de Cr$ 371.000,00; em 1946 134 -
nenses do brasileiro dos mais
seu tempo e

casas no valôr
aproximado de . ilustres. Este busto originou-se de uma
Cr$ 1.340.000,00; em 1947 114 casas no -
iniciativa do ex-deputado e ex-prefeito
valor aproximado de Cr$ 1.368.000,00 e em Marcos Konder que angariou os fundos
1948 89 casas no valor aproximado de
-

necessários e contratou a obra com o


Cr$ 1.068.000,00. grande escultor Antônio Pinto de Matos.
Os edificics das sédes da Sociedade A inauguração realizou-se no dia 6 de
Guaraní e Banco Indústria e Comércio de Junho de 1938.
Santa Catar ina S A., ambos em construção As intendências dos distritos de Luiz
estão incluidos nos algarismos referentes Alves, Penha e Ilhota também são alo­
a 1946 e 1947, respectivamente. Está em jadas em edifícios próprios.
vias de conclusão o prédio destinado ao
Posto de Saúde cuja construção por con­ Luz, Fôrça e Telefone
ta do Govêrno Estadual teve Início em
1948 e seu valor não consta dos algaris­ A séde recebe luz e energia elétrica
mos referidos. da usina da Empresa Fôrça e Luz Santa
Em adeantado estado de construção Catarina SI A., localizada no município de
está o edifício da nova Igreja Matriz que Blumenau. No seu percurso de Blumenau
a Itajaí ela
constitue um verdadeiro orgulho para to­ liga à sua rede geral a séde
dos nés. As suas dimensões principais são do distrito de Ilhota. Luiz Alves possue
as seguíntes:
comprimento, 60 metros; lar­ força própria, hidráulica, de uma ernprê­
ea particular. O nosso distrito de Penha
gura, 23 metros; altura da torres, 50 me­
tros e altura interna 18 metros. somente possue luz dos dinamos particu­
A construção foi iniciada em feve­
.

lares, movidos por moinhos de vento .

reiro de 1941. Telefones-A Companhia Telefôni­


ca Catarinense possue serviço de ligação
Edifícios públicos não só no perímetro urbano, tam­
como
------

.
bém em Ilhota e Piçarras, articulado com
Como e ícíc 'públicos dignos de a rede telefônica do Estado. Telefone ma­
nota possue cidade o Mercado Público,
a
nual. Ainda este ano funcionará uma cen­
inaugurado em 1°. de Janeiro de 1917; o tral automatica para 860 aparelhos.
palacete da Prefeitura Municipal, inaugu­
rado em 22 de Outubro de 1925, a Ban­
Vida religiosa e associativa
ca de Peixe, iniciada
pelo Govêrno Mu­
nicipal da Segunda República. Cinco templos religiosos, duas Casas
Federais) temos os Correios e Telé­ de orações, sendo dois católicos, uma i-
grafos, em prédio mo­
derno, na rua Felipe
Schmidt, a séde da
Capitania do Pôrto, à
r���������������§
��
rua Lauro Müller. Há
ainda o prédio do
Pôsto de Puericultu­
ra, obra da Legião
Brasileira de Assis­
Ç_ASA PESSOA
-

DE -
��
tência, a Cadeia PÚ­
blica, à rua Sete de
§ BRAULIA PESSOA �
Setembro e o Pôsto
de Saúde (em cons­
§ Secos e Molhados -

Ferragens e Louças �
trução) ambos esta­
duais e construidos
§ Praça Vida I Ramos, 25 �
República Nova.

na

Ramos,
busto
Na praça Vidal

do
ergue-se
ministro
o
ITAJl\1 -
Santa Catarina

Lauro Müller, glória
�=============J
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANuARIO DE ITAJAt PÁG. 17

greja evangélica, uma adventista e uma vramento, Laranjeiras; capela de N.


em

pentecostal, um centro espírita, localiza­ Sra. Auxiliadora, em Máximo; capela D.


dos na cidade e mais 36 igrejas católicas Bosco, em Rio Canôas; capela Santa Ana,
e 7 protestantes desseminadas pelas sé­ em Alto Serafim; capela de S. Joaquim,
des dos distritos e pelo interior do mu­ em Braço Joaquim; capela de N. Sra. das

nicípio, como citaremos abaixo, dão so­ Dores, em Braço Seco; capela de S. An­
bejas provas do espirito religioso do nos­ tônio, em 1°. Braço do Norte; capela Sa­
so povo. A maioria da população profes­ grada Família, em Braço Direito; capela
sa a religião católica. Passaremos a dar de N. Sra. da Saúde: em 2°. Braço do
a relação nominal das Norte; capela de Santa
igrejas e capelas do mu­ Luzia, em Braço Direi­
nicípio: Templos católi­ to; capela de S. J oão,
cos subordinados à Pa­ em Braço Serafim. Pe­

róquia do Santíssimo Sa­ los oragos das cape­


cramento (séde em Ita­ las se observa que a
jaí): Matriz do Santissi­ preferência dos fieis re­
mo Sacramento, no cen­ cai sôbre Santo Antô­
tro da cidade; capela de nio e São Sebastião; na­
N. Sra. da Paz, na Vila da menos de quatro
Operária; Capela de N. tem plos se erigiram em

Sra. dos Navegantes,em louvor a cada um dês­


Navegantes; capela de ses santos.
Santa Terezinha, em Ca­ Templos não caté­
beçudas; capela de S. licos e casas de oraçõ­
Nicolau, em Cabras; ca­ es: Igreja Evangélica
-

pela de S. Sebastião, em de Itajaí; Igreja Pres­


Limoeiro; capela de San­ biteriana; greja Adven­
ta Luzia, em Machados; tista do 7°. Dia' Assem­
capela de Santo Agos­ bleia de Deus, todas na
tinho, em Porto Escal­ cidade; eja Adven­
vado; capela de Santo tista do 7::>. Dia, Piçar­
Antônio, em Espinheiro; ras; Igreja Evangélica.
capela de S. Pedro, em Rio- Bonito, Igreja E­
Itaipava; capela de S. vangélica, Braço Sera­
Antônio, em Brilhante; fim; Igreja Evangélica
capela de S. Sebastião, Luterana, Luiz AlVES;
em
Laran�eiras; capela ltaiaí Matriz do 55. Sacramento Igreja Evangélica, Ri­
J
_

de S. Jose, em Escal- beirão do Máximo; As­


vados; capela de S. Sebastião, em Dhota; sembléia de Deus, em Espinheiros; Centro
capela de N. Sra. do Rosário; Baú; ca­ Espírita Anjo da Guarda, cidade.
pela de N. Sra. da Conceição, Alto-Baú; As associa ções religiosas da Igreja
capela de S. Antônio, em Boa Vista; ca­ Católica são muitas em todo o município:
pela de S. Miguel, em Limeiro; capela do «Liga Católica Jesus, Maria, José»; «Pia
Senhor Bom Jesus, em Salseiro; capela União das Filhas de Maria»; «Apostolado
de S. Sebastião, em Rio do Peixe. Parô­ da Oração» são associações que existem
na cidade e em quasi todas as localida­
quia de N. Sra. da Penha:- Matriz de N.
Sra. da Penha, em Penha; capela de S. des onde se sitúa urna capela ou matriz.
João Batista, em Armação; capela de S. Alem destas, contam- e ainda: «Irmands­
Antônio, em Santo Antônio; capela de S. de do Santíssimo Sacramento, «Irman­
Braz, em São Braz, capela de São Roque, dade de N. dos Passos», «Associação
.

em Rio Novo; capela de Santa Lídia, em das Damas de Caridade», «Associação


Santa Lidia; capela de N. Sra. da Paz, Santa Terezinha», «Associação da Propa­
em Piçarras. Paróquia de S. Vicente de gação da Fé», «Irmandade N. Sra. do Par­
Paula: -
Matriz de S. Vicente de Paula, to» e «Cruzada Eucarística Infantil», to­
Luiz Alves; capela de S. Sebastião, em das da cidade. Existe também a Congre­
Ribeirão do Peixe; capela de N. S. do Li- gação das Irmãzinhas da Imaculada Con-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt PÁG. 18

ceiçao que mantém Escola Normal «São


a pelo mocidade, por causa das suas soi­
José» e serve ao Hospital Santa Beatriz. rées menos protocolares. Há ainda clubes
Concorrem para o desenvolvimento dançantes na Vila Operária e no «Salão
cultural, social e esportivo da comunida­ Ramos», fundado pela firma Antônio Ra­
de as seguintes associações, todas com mos.

séde na cidade: «Club de Caça e Tiro destas sociedades re­


Independente
Vasconcelos Drurnond», (antiga Sociedade creativas, certos clubes esportivos dão de
dos Atiradores); «Teatro do Amador e.e So­ vez em quando o seu «arrastado» ou baila­

ciedade Hípica do Vale do Itajaí»: «Ban­ rico, como se dizia antigamente.


da Musical Guarani»; «Sporte Club Te­ Funcionam dois cinemas na cidade,
cita»; «Atlético Club Icaraí»; <Club Náu­ sendo o <Cine Itajaí», com 550 lagares e
tico Almirante Barroso»; «Associação de o «Cine Rex», com 700 lagares, ambos
Escoteiros Vasconcelos Drumond»; «Lauro no centro da cidade.

Müller F. C.»; «Club Náutico Marcílio Para os amantes de jogos de tabela


Dias»: «Tiradentes Futebol Club>: «Grê­ e efeitos há na cidade quatro salões de
mio 21 de Julho» e «Estivadores F. C.». bilhar snooker (ou sinuca no dizer popular).
Itajaí possúe também, como quasi
Diversões e AssociaçõEs todas as cidades mais adeantadas, uma
Estação de rádio para broadcasting, sob o
A mais antiga sociedade recreativa nome de Rádio Difusora Itajaí, prefixo
da cidade é o «Guarani», que foi funda­ ZYK-9, com potência de 1,5 wats na an­
do em 1897 a princípio como
grupo car­ tena, 0,1 wt. de freqüência, 196 metros
navaíesco e depois transformado num de ccmprimento de onda e que fun­
clube que vai atravessando os anos, como ciona na faixa de 1530 quilociclos. Foi
o núcleo social mais querido dos mora­ inaugurada oficialmente em 9 de Julho
dores de Itajaí, Fundou-se mais tarde o de 1947, e é dirigida por Dagoberto No­
«Bloco dcs XX» que, embora também se­ guelra (fundador).
ja rigorosamente familiar, é o preferido Rádio-amadorismo: Há em Itajaí,
.. _ -.. . .

::. _..... ::====: ::========= . .


..
.. ..
.. ••
••

�ii U
caiXa Postal, 34
fane, 155 ORO'MTE MAIA End. Telegráfico:
"OROMAIA" 55

RUA MANOEL LOURENÇO DE ANDRADE, 14


Códi,os: A BC 5". Bd .. Ribeiro e Borres
SÃO FRANCISCO DO SUL -
Santa Catarina -
BRASIL

AGENCIAMENTO MARÍTIMO
..
..
..
EMBARQUES ••
••
.. ••
••
...
••

Despachos Ferroviários e Marítimos


••
u
••
••
Redespachos -
••
••
••
••
••
••
�.
Representações Recebimento e Embarque de Madeiras,
-
••
••
••

Erva-Mate, Cereais, etc.


Para qualquer porto do País ou do Exterior Desembaraço de cargas
-

de Importação do Interior e Exterior

ARMAZENS PRÓPRIOS, servidos de desvios


ferroviários
••

U
••
Armazens e palias no porto de «BUCAREIH .
Joinvile 5�
••
•• ••

i:
••
Agente da aerovia Transportes Aéreos Bandeirantes Lida.-TABA-S. Franc". do Sul i:
••
�. ..
•• ••
.. ..
••.•...•... aJ'..... . ....•.. ..
...... ,........... ================== ======== ============ ::::::::::::::::::

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJ AI PÁG. 19

10 rádio-amadores devidamente registra­ Itajaí não se limita às comissões e des­


dos a saber: PY5-QA-(C)
Egon Schauffert, pachos do grande tráfego de entrada e
rua Camboriú, 37; PY5-QG-(A) Sady Ra­ saída do para o interior, como aínda
e

lin Magalhães, rua Lauro Muller, 181; se exerce, por conta própria, quer na im­

PY5-QF-(C) Rodolfo Krause, rua Blume­ portação dos gêneros de consumo neees­
nau s/n; PP5-QM (C) Luiz Driessen So­ sáríos ao atacado e ao varejo, quer na
brinho, rua João Pessoa, 48; PY5-RD (C) exportação de gêneros da lavoura corno
Nereu Roberto de Souza Schiefler, rua sejam açúcar, farinha, arroz, madeiras, etc.
Lauro Muller, 105; PY5-RG (C) José Mar­
indústrias e outros estabeleci"
As
çal Dutra, rua Pedro Ferreira, 15; PY5-RS mentos de manufatura do munícípío, com
(B) Eugênio Krause, rua Blumenau, s/n;. exceção de duas fábricas de tecidos, ma­
PY5-SM (C) Adolfo de Oliveira Junior,
lharia, máquinas e ferramentas, cerveja,
rua Blumenau, s/n; PY5-SN (C) Eurico
gazoza, latoaria, ourivesaria, etc. são to­
Krobel, rua Silva, ]05; PY5-SV ter João das de natureza agrícola, pecuária ou 'ex­
Gazzieiro, rua João Pessoa, 37. trativa. Ora servem para transformar os
Foi pioneiro em Itajaí dessa diver­
produtos da lavoura, quais sejam os en­
são tão util e agradavel .o sr. Sady Ma­
genhos de beneficiar arroz, fabricar açú­
galhães, que tem instalada a sua PY5 á rua car, farinha e fécula, atafonas de milho,
Lauro Muller, 181. Sady pode vangloriar­
etc., ora se aplicam
extração e pre­
na
se de ter inaugurado a primeira estação paro das essencias florestais, taís ,como
de rádio-telefonia no Estado de Santa Ca­
serrarias e fábricas de móveis, ou apro­
tarina. veitam a riqueza do sub-solo como as
Aparelhos de rádio: Acham-se -

olarias, ou "elaboram os produtos da


registrados na Agência Postal-telegráfica
.

pecuária, v. g. as fábricas de manteiga,


de 636 aparelhos de rádio recepto­
Itajaí
res, sendo 620 na zona urbana e 16 na
banha, queijo, salame, etc. Em alguns ra­
mos, o trabalho. ainda é 'rctineíro e pri­
região rural. Mas êste número está lon­
mitivo, tais como as eageríhocas de pau,
ge da realidade. Devem existir muitos a­
as atofonas de milho, as olarias e enge­
parelhos fóra de registro e não será exa­ nhos de serrar madeira, PS pilões de ar­
gero calcular-se o número total em mil
roz movidos a boi ou a água, mas últi­
rádios.
mamente já se Inteoduziram novos mé­
todos de produção � extração: os enge­
Associações culturais. Imprensa nhos de arroz, a indústria cerâmica, mo­
vida a eletricidade. Também as fecularias,
associações culturais são repre­
As
a usina de açúcar, as serrarias modernas
sentadas pelo Herbário «Barbosa Rodri­
estão eliminando aos poucos os métodos
gues», creado pelo padre Raulino Reitz, o
Centro Cultural de Itajaí, fundado em primitivos de fabricação, dando não só
1941 pelo jornalista pernambucano An­ maior rendimento ao lavrador, como tam­
bém aumentando os lucros do elabora­
gelo Cibela e o Rotary Club de Itajaí,
fundado em 20 de Abril de 1942. dor. Infelizmente, quanto à mandioca e à
A imprensa, embora não seja senão cana a produção ainda se apresenta de­
ficiente e desanimadora. Uma indústria
hebdomadária, cumpre com honestidade
e critério, o seu dever de orientar a opi­
das mais importantes é a Fábrica de Pa­
nião pública. Os dois jornais chamam-se pel da Barra do Rio que utiliza como ma­
«Jornal do Povo», dirigido por Abdon tériaprima o jasmim ou lírio do brejo
Fóes e o «Itajaí», dirigido pelo dr. Wil­ (hedychium coronarum), que Cresce à bei­
fredo Eugenio Currlin. Além dêstes jor­ ra dos rios Itajaí-açú e mirim, o bambú
nais existem outras publicações especiais: e ainda a pasta mecânica e por último,
«O Progresso», da Escola Normal São celulose de uma fábrica prõprta construí­
José, «A Notícia Escolar». orgão do Gru­ da em Painel, município de Lajes. Outra
po Escolar Vitor Meireles, e o «Boletim organização industrial de valor é a Usina
Mensal» do Rotary Clube. de Açúcar Adelaide S/A., que construiu
no lagar Pedra de Amolar uma usina no­

Comércio e Indústria va com capacidade para 70.000 sacas de

açúcar cristal e 500.000 litros de alcool


A atividade comercial do põrto de por safra. A Usina cuida também da la-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJ AI pAG. 20

voura, usando instrumentos agrários mo­ dos pelo comércio da cidade. Ao termi­
dernos e a adubação adequada às canas nar estas ligeiras apreciações sôbre a es­
plantadas. Acha-se também em constru­ tatística que adiante especificaremos, con­
ção uma vila operária munida de todos vém ainda notar que na cidade o gênero
os
requisitos de higiene, cujas casas são de botequim, bar e café é explorado por
alugadas por um preço que não vai além nada menos de 31 Estabelecimentos, o que
de 4 a 5% do capital empatado. nos parece um índice de decadência mo­

Há que mencionar ainda ral e de pouco amor ao lar e ao trabalho.


a
grande
fábrica de tecidos com fiação própria, es­ Na indústria de aguardente há ainda
tabelecida na cidade com o de TE­nome a observar o
seguinte: para 271 engenhos
CITA, duas tecelagens da Companhia Re­ de açúcar no distrito de Luiz Alves cor­
naux e de W. Biedermann, uma
fábrica, respondem 20 distilarias de aguardente,
única no município, de teares-Buddeme­ ou sejam 7,3 % e no distrito de Ilhota,
yer, o cortume Schneider, o mais antigo 71 engenhos de açúcar acusam nada me­
do município e dois grandes
engenhos de nos de 32
alambiques de cachaça ou SE­
de Antônio Ramos e da Compa­
arroz, jam 45%, Isto prova à evidência que na
nhia Malburg. Ilhota despreza-se um elemento vital, o
O comércio varejista de generos a­ açúcar, para dar preferência a um artigo
limentícios, especialmente na cidade é um que serve apenas para satisfazer o vicio
Índice do êxodo da e arruinar a saúde dos
população rural, que consumidores.
vem para a cidade
dedicar-se, como diz Segue-se
relação dos estabeleci­ a
a
giria do caboclo, a uma ladroeira ou mentos comerciais e industriais,
ladroeirinha. Do total de 295 casas de va­ profissões
liberais, etc., do município:
rejo 184 ou
62°,0 localizam-se na cidade.
Também é deveras excessivo
Destilarias de aguardente, 66; Alfaia­
o número
de tarias, 18; Artigos de montaria, 3, Atelier
varejistas estabelecidos num distrito
relativamente pobre, como o da Penha de
fotográfico, 2; Beneficiamento de arroz, 3;
Beneficiamento de madeira, 4; Baldes de
Itapocoroi. Já no de Luiz Alves, distrito zinco, 1; Bebidas amargas e gazozas, 1;
colonizado por alemães e italianos, as ca­ Artefatos de papelão, 1; Artefatos de me­
sas comerciais diminuem,
porque o lavra­ tal, (brinquedcs), 1: Calçados, 2; Cal hi­
dor cuida mais da lavoura e
assim com­ draulica, 2; Carpintaria e marcenaria, 6;
pra negócio apenas
no
o estritamente ne­
Cerveja, gazoza, bebidas amargas e xa­
cessário, para realizar economia para o
seu futuro e de sua
ropes, 1;
Colchoarias, 2; Charutos, 1; Con­
familia. O lavrador
de Luiz Alves também cuida
servas
alimentícias, 2; Cortume. 1; Cons­
de produ­
tos laticínios e trução naval, 4; Construção civil, 4; Con­
suinos, sendo a banha, sertos de calçados
queijo, salame e carne de porco consumi- (oficinas), 7; Doce de
laranja, 1; Fécula de mandioca, 5; Ferra­
::- � �::� �#••••• rias. 2'6; Ferramentas
.. ..
� �.---.�
..
'-.-."...uo�_� �A'" '"' -

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- '"'

:
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•••••••••••••••••••••••••••••
- '"' -
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•• ••
o;:'''V �.� ...... de corte, 1;
••
IJ
Gelo, 1;
Gazoza
�l 1;
e
xarope,
ALTINO WERNER Latoarias, 4; Metalur­
: ::- ��.�
• ..
gica, 1; Marmoraria,
;:1
· •
.

� Armazem de Secos 1; Malas, 2; Massas a­


e Molhados
limentícias, 1; ;Máqui­
� Recebe semanalmente os melhores artigos colonias
que �� nas, 2; Moveis, 4; Mo­
:
:

vende sempre
pelos menores preços. :l inho de fubá, 24; Mo­

inho de sal, 1; Olari­

:l�

Completo sortimento de louças, ferragens, miudezas, as, (telhas e tijolos),


�.:�
f •


conservas, etc. ..
:


36; Oficina mecânica,
14; Ourivesaria, 3; Pa­
darias, 20: Papel, 1;



13 -
Rua Pedro Ferreira •




-
13 •


Pá, 1; Produtos de


·

• ITAJAl -

Santa Catarina


pesca, l;Produtos sui­
BRASIL
• -

nos, 6; Produtos ali­


·



·
.

�.................................
_._ - w
_,..,._._,�. '-,v"'s'
',:,;,,::,:,: ..
: mentícios, 1; Sabão, I;
::,:,,:,�!.A.:�":;':;,:;,:,;,,�:;,,:;,:;:..:v:;..:;: Selarias (oficina de

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 21

consertos), 4; Serrarias, 41; Tamancarias, Todas as tais


autarquias comerciais,
4; Tanoarias, 2; Torrefação e moagem de como sejam do Instituto Nacional do Pi­

café, 6; Vassouras de sorgo, 1; Velas de nho e do Instituto do Açúcar e do Alcool,


cera, 2; Vinagre, 2; Usina de açúcar e acham-se aqui representadas, e dos ins­
destilaria de alcool, 1; Xarope, 1; Impres­ titutos de previdência social, os se­
soras. 3; Sorveterias, 5; Tecelagem, 2; Ma­ guintes: IP ASE, IAPM, IAPC, IAPI e
lharia, 1; Engenhos de açúcar, 486 e En­ IAPTEC. O Ministério do Trabalho dis­
genhos de farinha, 552. -
Total 1.403. põe aqui tambêrn de um delegado. Não
Número de estabelecimentos com­ falta também uma delegação da Comis­
merciais do município: são de Marinha Mercante.
Generos alimentícios, 295; Comércio
em geral (varejo e atacado), 9; Fazendas População
e armarinhos, 47; Calçados e armarinhos,
A população do
município era, pelo
2; Calçados, 1; Armarinhos, 1; Fazendas,
recenceamento de 1920, de 30.353 almas,
calçados e armarinhos; 15; Louças, ferra­
das quais residiam na cidade 5.250. 'Dez
gens, material elétrico e de instalações,
anos mais tarde, isto é, em 1940, os ha­
etc" 7; Bicicletas, 2; Peças e acessórios de
bitantes do município eram fichados em
antomóveis, 2; Brinquedos, 6; Bomboniére,
44.204 almas com 13.239 na zona urbana.
4; Bar e café, 8; Botequim, 24; Restau­
rante, 12; Hotel, pensão e hospedagem,ll; Fazendo-se o cálculo pelo coeficiente de
Sorveteria; 6; Livraria, 3; Açougue, 13; 697,5 por ano, teria o município em 1948
uma população de 49.384 almas e si, des­
Quitanda, 3; Caldo de cana, 6; Engraxa­
contarmos os habitantes desmembrados
taria, 3; Barbearia, 26; Cabelereiro, 5; Tin­
turaria e lavanderia, 2; Lavanderia, 1; Far­ do distrito de Luiz Alves para a forma­

mácias, 6; Médicos, 6; Dentistas, 5; Par­ ção do município de Massaranduba num


total de 2.298, ficarão os habitantes da
teiras, 4; Advogados, 5; Engenheiros, 3;
nossa comuna reduzidos a 47.086.
Construtores, 4; Guarda-livros, 10; Repre­
O quadro geral demográfico compa­
sentações, 11; Escritórios de contabilida­
rativo seria o seguinte, não se levando
de, 2; Agência de vapores e despachos,
12; Exportadores de madeiras em conta senão os censos 1920 e 1940:
e outros, 13.
MuniCllpio: 1920-30.253; 1940-44.204. Dife­
Bancos. Repartições públicas rença para mais, 13.951
to. distrito-Cidade: 1920-5.250; 1940-
-

13.239. Diferença para maior; 7.989.


Autarquias
Nota-se aqui claramente os efeitos
Ao comércio de Itajaí e a alguns dos da fuga dos campos para a cidade ou o
seus pioneiros cabe a glória .da fundação urbanismo.
de um banco, sob a denominação de Ban­ to. distrito-Zona rural: -

1920-14.600;
co Indústria eComércio de Santa Cata­ 1940-12.076. Diferença 2.524.
para menos:

rina S/A., ou abreviadamente «INCO». A Observação: Deve-se atribuir esta diferen­


SL"a matriz é em Itajaí e das filiais ape­ ça à criação do distrito de llhota que foi
nas se localizam fóra do Estado, as do desmembrado da zona rural do primeiro
Rio e Curitiba, funcionando dentro do distrito em 1930 e pela incorporação ao
Estado 36 agências nas principais praças. perimetro urbano do bairro de Cabeçu­
Afóra o «INCO» conta ainda com e­ das e da zona da Barra do Rio até a Fá­
difício próprio uma bem instalada agên­ brica de Papel.
cia do Banco Nacional do Comércio S/A. 2°. distrlto-Penba:-1920-5.531; 1940-
Também a Caixa Econômica do Estado 6.017. Diferença para mais: 486 habitan­
de Santa Catarina mantém a sua agên­ tes ou sejam apenas 0,44% por ano.
cia nesta cidade. 3°. distrito-Luiz Alves: 1920-7.487;-

O município está provido de uma 1940-6.853. Diferença para menos: 634. Ob­
Mesa de Rendas Alfandegada e de cole­ servação: Deve-se atribuir a diminuição
torias estaduais na cidade e nos distritos. não só ao fato de se ter incorporado ao
existindo ainda uma Coletoria Federal em distrito de Ilhota faixas habita­
algumas
Luiz Alves. Na cidade e no distrito de das do Alto Baú, como também ao êxodo

Penha, Ilhota e Luiz Alves também fun­ dos trabalhadoresem direção à zona da
cionam agências dos correios e telégrafos. Estrada de Ferro S. Paulo Rio Grande. -

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 22

Com parte da faixa incorporada ao no­


a até alcançar o divisor das águas entre os

vo
murucipio de Massaranbuba, a situa­ rios Luiz Alves e Itajaí-açú.
ção demográfica tornar-se-á mais negativa.
4°. distrito-Ilhota: -1940/6.019 habi­ .Distritos
tantes.
1°. distrito-Zona da c:idade: Este a­ -

Altitude da cidade. Situação brange as faixas marginais das estradas


de Camboriú e Brusque até as respecti­
vas das terras situadas ao lon­
divisões e
Itajaí está situada a 6 metros de al­
titude. Situação geográfica: 26° 54' 20" go e nas imediações das estradas de Ilho­
longitude S; longitude merediano de Gre­ ta, Penha e Luiz Alves até os seus limi­
enwich: 48°, 39', 34". Posição relativa à tes já descritos. É pequeno o trecho en­
tre a cidade e o limite com Camboriú na
Capital do Estado: rumo NNO. Distância
em linha réta: 76 quilômetros. ponte do Ariribá e ali se situam as fá­
bricas de cal desidratada que fornecem a
Divjsão Administrativa e Judiciária cidade. Na estrada de Brusque as terras
se prestam não só à cultura de cana, man­
O
município, cabeça de comarca, a­ dioca e arroz, como especialmente a pe­
brangendo Itajaí e Camboríú, divide-se pastagens que, banhadas pelo rio
quenas
em
quatro distritos e tem as seguintes di­ .Itajaí-mirim poderão ser transformadas
visas interdistritais: nos legares Itaipava, Cunhas e Taboleiro
.

'l)-Entre os distritos de Itajaí e Pe­ em excelentes granjas para a criação de


nha: Começa na foz...do fio Escalvadinho, suines e de gado leiteiro e para, aprovei­
no rio Luiz Alve ; sobe pelo primeiro até tando a boa estrada de rodagem, produ­
a sua nascente; dai continúa pelo divisor zir certes. artigos que a cidade importa
das águas dos afluente do rio Itajaí-açú de Blumenau: banha, linguiça, manteiga,
e Furado até etc. Para tal fim, basta somente impor­
alcançar ra nascente dó ri­
beirão Gravatá.: por este. abaixo até a sua tar colonos estrangeiros, familiarizados
foz no Oceano Atlântico.
.
/;::::::::: ::: :::: :::::::::::::::::::: :::-: :::::::::: :::::::::::::::: ::::::: ::: :::::::::::::::::".
2) Entre ritos de Itajaí e ilho-
ti
..

ta: Começa na foz do rio Escalvadinho,


no rio Luiz Alves; por êste último abaixo ii Oswaldo José Rodi;;
.

até a sua barra no rio


Itajaí-açú; desce
..
..
•. •.

--c-'.�..- ..

por este até a foz do ribeirão Espinheiro; ::


sobe por êle até a sua nascente; dai con­ ii Armazem de ..

tinúa pelo divisor das águas entre os a­ SECOS E MOLHADOS ..

n
fluentes do rio Itajaí-açú e Itajaí-mirirn · .

até Venda de Tintas em


geral
alcançar a nascente do ribeirão das :: ::
Minas. (Nacionais e
Estrangeiras) ;:
n
· .

3) Entre os distritos de ilhota e Pe­ ..


·

·
..
.
.

nha: Começa na foz do rio Escalvadinho


·

..
. -

TINTAS: -

· .

no rio Luiz
Alves, sobe por este último ..

A
até a foz do rio do Peixe
.. oleo, esmalte, pó para pintura a ::
ou Novo. ·
·

..
.
.

oleo e a cal, pixe, massa


· .

para
4) Entre
· .

os distritos de Penha e Luiz


Alves:
·
·
.
.
vidraceiro, cal branca, cal ama­
Começa na foz do rio do Peixe ou · .

rela, graxa, vernizes, pinceis,


No�o, no. rio L�iz Alves; segue pelo pri­ ·
·

·
.
.
.
oleo de linhaça, oleo de
nozes,
::

metro acima ate a foz do ribeirão Jacaré ..

· .
oleo para assoalho, azeite de
· .

Velho. · .
::
;.: peixe e muitos outros artigos H
5) Entre os distritos de Luiz Alves · .

para pinturas.
e ilhota:
Começa na foz do rio do Peixe ��
rio �� Endere�o Telegráfico: TICORODI Telefone, 120
·
·
.
.

ou
No.vo,

nOA
uma linha seca ate
�uiz Alves; segue por ��
·
·
.
.

alcançar o ponto mais Rua João Pessoa, 14 ·

·
.
.

oriental do divisor das


águas dos rios · .

L_ui� Alves e do -

ITAJAt-
our.o; continúo por este
divisor e pelo que fica entre os rios Baú Estado de Santa Catarina
e Máximo;
passando pelo morro do Baú , ·
·
. . .

.::::::::::::::::::::::::::::::::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::: :�:::::::::::::: :::: :::.:

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG 23 .

com mistér, pois o nosso caboclo não


este cadores e os trabalhadores das obras do
deixa da mandioca, para farinha ou fé­ Porto.
cula, da cana para fabricar mascavo ou A praia de Itajaí, que fica no pon"
aguardente e do arroz para fornecer aos tal à margem esquerda da foz do nosso
engenhos. rio será certamente, em pouco tempo.um
Na estrada de balneário agradavel a rivalizar com os
Blumenau, até Ilhota,
demais que possúe a cosia itajaiense.
predomina também cultivo da mandio­
o

ca, mas em pequena escala, pois a única 2°. dlstrito-Penba:-Não se nota gran­
fecularia existente no logar Salseiro pou­ de progresso lavoura de
nas culturas da
co trabalha por falta de matéria prima. Penha, devido à causa principal por mim
Na faixa de Salseiro, Espinheiros, Barra
apontada na monografia de 1927 (Con­
de Luiz Alves, até os limites de Ilhota
gresso das Municipalidades): o mar. O
predomina a cultura da cana para a usi­ oceano continúa a ser o grande atrativo
na de Pedra de Amolar. das populações praieiras que colhem fà­
Transposto oltajaí-açú, conti­
rio cilmente produto da fauna ictiológica,
o

nuam na margem esquerda e à beira do na roça líquida e que êles não plantaram.
rio Luiz Al- Durante a úl­
ves, as mes­ tima guerra
mas culturas mais se Incre­
de cana
que mentou a in­
descem para dústria extra­
a estrada de tiva do pei­
Luiz Alves, xe, Muitas
onde elas se empresas- de
prolongam, pesca de Ssn­
extremadas W com em-
de plantações 4Jarca s-�­
de arroz e propriadas fa-
mandioca, até Fffi a sua sa­
os limites com fra em nossa
o distrito de cesta pisco­
Luiz Alves. S8, estabele­
Quer na re­ cendo-se es­

gião já des­ peci almente


crita de Ita­ na Enseada
Penha -
Vista parcial
jaí a Brusque, de Armação,
quer nesta de Itajaí a Luiz AlVES,
zona com material moderno, redes de arrastão,

aparecem, além das pequenas engenhocas salgas e outros instrumentos, além de um


de farinha e de açúcar, onde as distân­ pequeno frigorífico, para melhorar a sua
cias não permitem alcançar as fecularias produção na nossa costa e aumentar a
e a U ina, aqui e acolá fornos e galpões sua exportação para os portos do Norte.
compridos movidos a bois para ama sar Últimamente êsses barcos pesqueiros
e fabricar tijolos e telhas pelo sistema
passaram a ser dirigidos e tripulados por
antigo. mestres e práticos da nossa costa, desde
Descendo a estrada de Luiz Alves, Ganchos até Armação, pessoal que, tendo
chega-se à povoação do bairro de Nave­ aprendido com os santistas métodos mais
gantes que pertence ao perímetro urbano modernos na pescaria, está fazendo desta
da cidade. De permeio, fica o rio numa exploração marinha uma renda segura.
largura de 310 metros, na região da foz Os homens válidos que não se ocu­
e de 350 metros na
passagem da Barra pam na pesca, tornam-se embarcadiços,
do Rio, assim chamada por desembocar como tripulantes dos na vias co teiros on­
ali o Itajaí-mirim. Para atravessar essas de ganham mais dinheiro do que em ter­
passagen existe um serviço e tadual de ra, mesmo maioria do
porque a
pe ca­
barcaças movidas a motor. dores é composta de imples operários
Navegantes constitúe hoje um bair­ dos proprietários de canoas e redes ou
ro residencial, especialmente para os pes- das grandes empresa de pesca. E isto ee

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJA1 PÁG. 24

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C/DOCOlOCIlÁ)CUIOCUIOem8

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TÉCNICA CiRÁFICA SIA.
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Rua General Andrade Neves, 41 ••
••
••
•• ••
•• ••
..
••
••
FONE, 9-2069 ••
••
••
- ••
•• ••

Endereço Telegráfico: «ORTE6RA»


Caixa Postal, 991

Oficina Mecânica Dr6Dria


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••
••
••
••
Rua Barão do Triunfo, 665 ••
••
••
••
••
-
•• ••
.. ••

PORTO ALEGRE
••

RIO GRANDE DO SUL -

BRASIL

••
••
••
•• ..
•• ••

Fabricação própria de:


•• ••
••
••
••
••
•• ••
••

Máquinas de Impressão
Guarnições de Ferro
Cunhos sistema «Hoelzle»
••
•• ••
••
••
••
Chaves para cunhos ••
••
••
•• ••
•• ••
•• ••
••
••
••
••
Componedores ••
••
••
••
•• ••
•• ••
•• ••
•• ••
••

Reformas de máquinas gráficas

Encarregamo-nos de instalações comple-


••
tas de oficinas
•• ••
••

55
••
••
Tipográficas e Litográficas �
••
•• ••
•• ••
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•• ••
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.
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 25

dá em toda a costa catarinense, o que deu 3°. distrito-Luiz Ilves:


Luiz Alves
razão a alguem dizer que Santa Catarina foi fundado em 1877 e povoado por ale­
é a reserva naval da Armada. mães e italianos. A-pesar-de existir ha
mais de 70 anos, ainda não conseguiu de­
lado, há a considerar que
Por outro
as terras praieiras são muito arenosas e senvolver-se economicamente, tal qual se
somente próprias para nota em outros núcleos mais jovens do
mandioca, que
transformada na farinha o pão do cabo­
- Vale do Itajaí. As causas principais já
as apontei na Monografia de 1927. Devo
clo constitúe assim o principal gênero de
-

frizar hoje ainda um dos principais im­


exportação. Há ainda alguns cafezais som­
breados, já em declínio, na Armação, Gra­ pecilhos ao seu progresso: a falta de es-
vatá, Mato Grosso, e nos morros e var­ tradas de estrada prin­
rodagem. Quer a

gens cultiva-se um pouco de arroz e ca­ cipal que Luiz Alves a


liga a séde de
na. Outras rendas apreciáveis são: a ex­ Itajaí, quer as estradas que conduzem
tração da lenha em metros para as fá­ aos diferentes braços coloniais, todas elas

bricas de Itajaí e alguma banana que é acham-se necessitadas de repares radicais


vendida veranistas.
aos Já que falamos e urgentes. Será incorrer num logar co­
em veraneio, convém acentuar que o bal­ mum, dizer que a produção está depen­
neário de Piçarras se desenvolve cada dia dendo de boas vias de comunicações. Os
mais a ponto de constituir já uma peque­ colonos, de origem italiana, cuidam do
milho para criação de porcos e fabricação
na vila. Embora no antigo povoado de
Penha de Itapocoroi se ostente o Cruzei­ do seu pão: a polenta. Os de descendên­
ro, em frente à igreja colonial, pensamos
cia teutônica plantam o milho para trato
ser difícil manter ali a sede do distrito. de leiteiras e
vacas de aves, e a cana
Outra necessidade urgente será instalar­ para transformá-las em açúcar mascavo e
se um telégrafo em Piçarras, visto a te­ aguardente. Diga-se verdade que as li­
a

lefônica tem fechado o posto que ali man­ nhas coloniais, habitadas por colonos ale­
tinha. Conforme já frizamos, Piçarras é mães são de terras melhores, tais quais
servida pela estrada de ligação entre Ita­ as de Ribeirão Miguel, Canoas e Braço
Serafim. Há anos viéram estabelecer-se
jaí, Joinvile e Curitiba, por onde transi­
tam veículos de passageiros e carga dia nas linhas de Canoas e São Miguel la­
e noite. Mas vradores de Biguaçú, que abandonaram
diga-se a verdade o bom
- -

tem sempre o seu lado mau: todas as ca­ as suas terras por encontrarem aqui solo

sas de Piçarras estão situadas á beira da mais fertil e melhores condições de vida.
estrada e assim sujeitas à poeira incômo­ Foram então denominados os biguanos.
da e anti-higiênica que os veiculos em Últimamente, com a abertura das es­
movimento levantam e espalham. Para o tradas para a zona da ferrovia S. Paulo­
futuro todos os moradores e proprietários Rio Grande, houve um êxodo de colonos,
de Piçarras terão de
cotizar-se para cal­ ===,.=.....=..... ..

çar
truindo
a

uma
estrada,
faixa
central capaz de e­
cons­

�=
Procure economizar
==��
vitar a poeira.
Para
completar
t� fazendo as suas na
�l
·

t� compras
·

estas ligeiras consi­ ·

derações sôbre Pe­


nha, ainda resta lem­


��

PAPELARIA RANGEL

brar a reconstrução •

de um ramal de es­
trada geral até Ar­
mação de Itapocoroi, f� 23 -
Rua Pedro Ferreira -
23

onde, além do entre­


f�


posto de pesca po­


vende tudo muito barato.


deria desenvolver-se

·
que ·



• •
• •

uma outra estação de


• ·
·

• ·
• •

veraneio. • ••
:.:.:..:.:.:.:;�:;..:;.:,;v:;':':":;'::,�:.;:.: � :;.:;.:;.:; -,:. -:;.:; t:� ::-:_:., ..
",.
�, :)

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 26

Itajaí-açú-o Luiz Alves, e a região do


especialmente italianos para o Núcleo Rio
Branco, Guaramirim (ex-Bananal) e Ja­ Baú. As culturas são as da trindade clás­
raguá do Sul. Eles vão atraz de ganhos sica-arroz, cana de açúcar, mandioca.
melhores, embora deixem na colonia, em­ Ültimamente tem aumentado o plantio de
zona do Baú. A cana de açúcar
pobrecida pela cultura exaustiva, as suas arroz na

mulheres e filhos doentes. é fornecida a um engenho estabelecido


Agora desmembrou-se umaparte de pela firma Corrêa & Lorenz na margem
Luiz Alves para formar o novo município direita do Itajaí e na divisa de Itajaí com
de Massaranduba. O futuro nos dirá se Gaspar, para fabricar açúcar e distilar a­
cabe aplicar neste caso o velho provér­ guardente. Há diversas olarios em explo­
bio: despir um santo para vestir outro ...
ração do sub-sólo, das quais uma de cer­
Luiz Alves possúe uma estação te­ ta importância, pertencente ao sr. Pedro
legráfica. Maes, e outra, a maior do Município, or­
4°. distrito-I1bota:-�ste distrito, des­ ganizada em sociedade anônima com o
membrado do primeiro, foi creado pela nome de INCERIT (Indústria Cerâmica
lei estadual n. 1688, de 21 de setembro de Itajaí) e à qual já nos referimos na re­
1930, antes da proclamação da República lação das indústrias. A população do dis­
Nova e instalado a 14 de fevereiro de trito é dividida em descendentes de bel­
1931, segundo o decreto nr. 53 de 27 de gas na margem do rio e de alemães,
janeiro de 1931. no interior do Baú.
Seu nome baseia-se num êrro topo­ .
ilhota está ligada ao Estado por uma
gráfico. O rio dá ali grandes voltas e pa­ central telefônica.
recia formar uma ilha ou ilhota.
Cultivam no distrito não só as ter­
. -

Vias de comumcaçao
ras
marginais do Itajaí-açú que confron­
tam com o primeiro distrito rural da Bar­ A cidade está ligada por estradas de
ra do Luiz Alves
para cima e também as rodagem com todos os seus distritos,com
da margem direita do maior afluente do a Capital e os
municípios visinhos, dos

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ALFAIATARIA ZACiUINI
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DE-
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VITOR ZAGUINI ••
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•• RUA HERClllO lUZ Nr. 14 ••
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Roupas sob medida unicamente •

Mantém estoque das mais finas Caserniras '

Linhos e Tropicais.

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJA! pAG 27

quais dista: 103 quilômetros de Florianó­ trução do trecho Blumenau a Hamônia,


polis; 135 quilômetros o mesmo trajeto, ela incorporou a Companhia fluvial e

via Brusque; 66 quilômetros de Araquari; tratou de provê-la de melhor material,


55 quilômetros de Blumenau; 38 quilôme­ além de uma grande chata de ferro para
tros de Brusque; 68 quilômetros o mes­ o material rodante e de
transporte do
mo percurso, via ilhota; 17 quilômetros outras peças pesadas. A Companhia Flu­
de Camboriú; 40 de Gaspar; 25 de llhota; vial teve em tempos passados também a
49 de Luiz Alves 16 de Penha.
e sua concurrente, uma
empresa que con­

Todas estas estradas são considera­ tava cem um rebocador chamado «Jahn»
das, para sua conservação, como estradas e diversas perúas de reboque. Eram do­
estaduais. Macadamizadas ou cobertas com nos dessa empresa os srs. Henrique Grews­
barro, saibro e areia, quando não com mühl, de Blumenau, e Luiz Altenburg, de
pedra britada. O Estado recebe, por sua Gaspar. Mais tarde a Companhia Fluvial
vez, para essa conservação, um auxilio do esta empresa e ficou sósinha
incorporou
Fundo Rodoviário Federal. As demais es­ em campo. Surgiu então a estrada de ro­
tradas vicinais e de acesso às estradas es­
dagem entre Itajaí e Blumenau, a princí­
taduais estão ao cargo do Município. Quan­
pio condições precárias, dando passa­
em
do as verbas são escassas, os interessados,
gem apenas a fordegos antigos, mas essa
lavradores ou industriais auxiliam a con­ concorrência terrestre não fazia mossa à
serva com carroças, saibro, madeiras pa­
navegação fluvial, porque conduzia ape­
ra pontes, etc. É preciso considerar ainda nas passageiros, continuando a carga com

que o terreno acidentado do nosso vale, o rio, que era sempre a via de comuni­
com ribeirões, vargens e morros, dificul­
cação mais barata. Tanto assim que se
ta e encarece muito a nossa viação. formou outra empresa fluvial: Juvencio
Por via marítima, Itajaí dista 85 qui­ Tavares d'Amaral e Cap. Adolfo Germa­
lômetros de Florianópolis, 104 de São no de Andrade, para a condução de carga.
Francisco e 68 de Blumenau.
Melhorada, porém, a estrada de ro­

dagem aumentada a capacidade dos ca­


e
Navegação marítima e fluvial
minhões de carga, a via via], embora
mais em conta, começou a sentir os e­
Estaleiros
feitos da concorrência terrestre, mesmo

porque o transporte da mercadoria era


Itajaí pode orgulhar-se de ter tido feito da casa do vendedor à do compra­
um dos serviços mais eficientes e relati­
vamente rápidos no seu principal rio-o dor, não ficando sujeita a avarias, faltas
e roubos. Mas, com o incremento do ne­
Itajaí-açú. Logo que se fundou Blumenau
e não havendo comunicação terrestre en­ gócio de madeiras para a Argentina, tudo
tre dois
municípios, cogitou-se de fun­
os
se reajustou e
surgiu a necessidade de
criar novas linhas de navegação fluvial
dar, com capitais blumenauenses e itajai­
enses, uma navegação fluvial entre Itajaí
rara transporte dêsse produto extrativo,
de Blumenau ao porto de Itajaí. A-�esar
e Blumenau. Esta tratou desde logo de
disto, o transporte terrestre continuou com
importar um pequeno vapor de rodas, ao
qual deu o nome de Progresso. Ao mes­ intensidade, uma vez que se iam buscar
mo tempo que êste vaporzinho transpor­

tava passageiros, rebocava lanchas perúas,


assim chamadas, para conduzir cargas.
,
Estas chatas foram construidas nos n s­ Santa Catarina
sos estaleiros, que já então se dedicavam

à construção de lanchões e barcos à vela Casa de frutas, Secos e Molhados


para a nossa costa.
etc. Depositário de doces e
um
Ao Progresso seguiu-se anos depois
vapor maior, também de rodas, cha­
�f : balas em geral �:��
ado Blumenau. Todo material foi im­
�� �
m o
Amarante Melo
portado, fazendo-se aqui a armação, apenas.
A construção dêste navio data de Rua Pedro Ferreira, 21-ITAJAl
1897. Assim que se fundou a Estrada de
Ferro Santa Catarina, para realizar a cons-
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 28

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Fábrica de Baldes Cialvanizados Ltda. ii


(Antiga Fábrica Laux)

42 -
RUA HERCfLIO LUZ -
42

ITAJAt -

S. Catarina

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Especializada baldes galvanizados, calhas


em
e
condutores de águas pluviais

Fornece orçamentos, executa os


de colocar as calhas e os
pedidos e se
encarrega
condutores na obra.
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�i Mantém representantes ::
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nas principais praças do Estado ii
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJA1 pAG. 29

madeiras até no Oéste Catarinense, es­ Empresas de navegatio Iluvial Itajal­


pecialmente em Caçador. Era uma luta Blumenau que encerraram o seu servlço:­
pacífica entre o rio e a estrada de roda­ Cia. Comércio Malburg, 15 e Indústria
gem, satisfazendo a todos, tanto aos ar­ embarcações; Navegação Itaçú Ltda., (Re­
madores fluviais às empresas auto­ como naux); G. Miranda, Bornhausen & Cia.,
mobilísticas. Achavam-se as coisas neste Casa Royal SI A., Unida Comércio e In­
pé, quando, por uma das reviravoltas e dústria de Madeiras S/A., Comércio e Na­
manhas do govêrno ditatorial argentino, vegação Bauer S/A., Usina Adelaide S/A.
cessaram os bons negócios de madeira e Capacidade das embarcações, de 30
as empresas fluviais viram-se em dificul­ a 100 toneladas de carga: chatas abertas,
dades para manter o seu trafego. Alguns para madeira; chatas fechadas para car­
ainda tentaram baixar as tarifas da ma­ ga geral e lanchas a motor, como rebo­
deira e fazer o transporte também de ou­ cadores.
tros gêneros com frete reduzido, mas um A Usina Adelaide parou o seu tra­
poder mais alto se levantou Primeiro, a ...
fego fluvial por ter mudado a sua usina
alta dos salários dos tripulantes, o que para Pedra de Amolar.
seria ainda razoavel; depois o aumento do
número da tripulação, o que era injusti­ Estaleiros navais e navegação
ficável; por fim a intervenção da estiva
em Blumenau e Itajaí para as empresas maritima
fluviais que jamais estivéram sujeitas a
semelhante regime. E, como conseqüência, A-pesar da débacle da nossa nave­
afóra a Companhia Fluvial da Estrada de gação fluvial, continuaram os nossos es­
Ferro Santa Catarina, que continúa a sua taleiros navais reparar em­
a construir e

marcha lenta e deficitária, todas as de­ barcações para a navegação marítima.Ve­


mais empresas amarram as suas lanchas lha indústria itajaiense, fundada por mes­
e as suas embarcações de tres e carpinteiros da ribeira, portugue­
reboque para
deixá-las apodrecer e converter-se em le­ ses, ela se tem mantido através dos anos.
nha e sucata! E encerrou-se talvez para Começou, pode-se dizer, com o fundador
de Itajaí, que aqui fez construir o pri­
sempre uma página gloriosa do nosso rio,
fadado a ser agora uma simples corren­ meiro barco, a sumaca «S. Domingos Lou­
teza a levar ao mar agua-pés e à cidade renço»,
Nos estaleiros de Itajaí constróem­
pequenas embarcações com lenha, e ser­
vir de elemento para as rêdes de espi­ se não só embarcações para o nosso rio,
nhel dos pescadores ribeirinhos ...
como também barcos de pesca, especial­
E as leis trabalhistas festejam assim mente para Paranaguá, hiates e navios­
mais um triunfo ...
motores para a navegação de alto mar.
Sôbre
estaleiros
.. ::: ::::::::::: :::::: :::::::::::::::: :::::::::::::: ::::: :::::::::: ::: :::::::: ::: :::::: ::::::::::: ::::::::::::::::::::::::::::::: ::::::::: ::::::-.
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:!
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e embarcações obti­
· . ve seguintes in­
as

formações que gen-


CERVEJA tilmente foram
me

· .
fornecidas pelo Ca­
OURO PILSEN · .
pitão de Corveta De­
.
legado da Capitania
Walfrido
·

o A do Porto,
·
·
.
.
Quintanilha dos San­
Cervejaria Catarinense S/A. tos.
São êsses os da­
· .

Rua 15 de Novembro, 1383 -

1445 dos fornecidos pela


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Caixa Postal, 68 Capitania do Porto:
1) Estaleiros:­
Possue este porto 8
JOINVILE -
Santa Catarina -

BRASIL e taleiros, conforme


· .
abaixo descrimina­
..

dos:
· .

'.::::::::::::::::::::::::: ::::::: :::::::: ::::::::::::::: :::::::::::::::::::::::::::: ::: :::::::::: :::::: ::::::::::::::::: ::::::: :::::: ::::::: ::6· 1) E taleiro de

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG 30

2) Embarcações construidas :
-

Dario Geraldo da Silva, com oficina e 2


carreiras para 100 toneladas de capacida­ Esta Delegacia só dispõe de dados con­
de cada urna. cretos sobre as embarcações construidas
nesta
2) Estaleiro da Usina de Açúcar A­ em Itajaí, que foram registradas
delaide, com oficina e uma carreira com Repartição. São as seguintes com as to­
capacidade para 50 toneladas. nelagens e anos de construção:
3) Estaleiro de Antonio Ramos, com Agnelia, com 60 toneladas e Itape­
oficina e uma carreira com capacidade ma, com 80 tono em 1924; Lili, com 80
até 600 toneladas. toneladas, em 1925; Angela, com 117 to­
4) Estaleiro da Estrada de Ferro S. neladas; Ramos, com 30 e D. Pedro II,
Catarina, oficina e uma carrei­
com uma com 17 toneladas em 1927: Evilasio, com

ra com
capacidade até 70 toneladas. 15 toneladas em 1932; Brandino, com 255
5) Estaleiro do 17°. Distrito dos Por­ toneladas, em 1941; Triunfo, com 145 to­
tos Rios e Canais, com oficina e duas neladas. 1942; Navita, com 328 toneladas,
carreiras, capacidade 40 toneladas uma e em 1943; Ramos II, com 608 toneladas,
10 toneladas outra. em 1944; Marília, com 387 toneladas; Ma­

6) Estaleiro de Borini, Renaux SI A., ria, com 2H9 e Barão do Rio Branco, com
sem oficina e com carreira de
capacida­ 53 toneladas, em 1945; Otto com 198 to­
de até 70 toneladas. neladas e Yara com 251, em 1946.
7) Estaleiro de Hildebrando da Sil­ Além destas embarcações muitas ou­
va, com oficina e uma carreira com ca­ tras foram construidas, na sua maioria
pacidade até 170 toneladas. Dispõe ainda barcos de pesca, e que foram inscritos
de 7 picadeiros para construir pequenas em Capitanias, podendo-se citar os
outras
embarcações. seguintes: Urbano, Guaratuba, Elisa, He­
8) Estaleiro da Cia, Comércio e In­ roe, Kay e Kent.
dústria Malburg, com duas carreiras de Informações mais detalhadas e pre­
capacidade de 30 toneladas uma e 20 to­ cisas poderiam ser obtidas com os pro­
neladas outra, com oficina. prietários de estaleiros. Atualmente em

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JOÃO FÁBIO DA SILVA


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4rmazem de Secos e Molhados


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Gêneros de la. qualidade


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·
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Entrega a domicílio · .

Rua Hercílio Luz, 48 Fone, 188 ..


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ITAJAl
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S. Catarina ..
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 31

construção só existem duas embarcações, inda uma regional anexa ao G. E.


escola
uma noEstaleiro Antonio Ramos e outra Vitor Meireles, dirigida pela professora
no Estaleiro de Hildebrando da Silva. Leonor de Souza Neves e a escola de
Das embarcações inscritas nesta De­
preparação denominada «Brasil», recen­
legacia, estão ainda em trafego as seguin­ temente adquirida pelo Ginásio Itajaí, on­
tes: Ramos, D. Pedro II, Triunfo, Ramos de funciona.
II, Marilia, Maria, Barão do Rio Branco,
Otto e Yara».
A criação dos
secundários e
cursos

preparatórios vai contribuir para aumen­


tar o número de candidatos aos cargos
Instrução e educação
melhores do comércio e da indústria e

Ensino estatística em
primário:-A especialmente dos nossos bancos, onde o
1948 acusa os seguintes dados: Escolas i­ elemento feminino constitúe também um
soladas, 102, sendo 51 estaduais e 51 mu­ concorrente capaz. Outros moços mais
nicípais; escolas supletivas estaduais, 4; pobres para serem pilo­
procuram o mar

grupos escolares estaduais, 4, grupo escolar tos ou maquinistas. Os mais capazes che­
particular, 1; grupo escolar municipal, l ,
gam a atingir postos mais elevados de
Escolas secundárías:-Escola Nor­ capitães de longo curso ou de chefe de
mal, 1; Giná­ máquinas, fa­
sios,2 (1 mas­ zendo honra
culino e 1 fe­ ao nome de
minino); Es­ sua terra na­

cola Regional, tal. Os pais


1; Escola de mais abasta­
Preparação,!. dos mandam
A edu­ seus filhos pa­

cação popu­ racursos mais


lar desenvol­ elevados nas
. .

ve-se a olhos carreiras CI-

vistos em nos­ vis ou eclesi­


so município. á ticas. As­
Si confron­ sim é que em
tarmos a es­ Itajaí nasce­
tatística aci- ram sete pa­
ma com os dres, entre e­
números pu­ cône­ les um

blicados por go e um bis­


Itajaí Rua Pedro Ferreira
-

mim na Mo­ po. Há tarn­


nografia de 1927, verificaremos que na­ bêm 10 bachareis em direito. As demais
quele tempo existiam apenas 54 escolas profissões assim se dividem: 5 médicos,
isoladas, estaduais e municipais, 20 esco­ 2 oficiais do Exército, 1 oficial da Mari­
las subvencionadas, sendo 16 pelo Govêr­ nha, 2 químicos, entre os quais uma mu­
no Federal e 4 pelo Município. Em 1927 lher-D. Maria da Graça Vieira Santos, 2
funcionava apenas um grupo escolar: o
engenheiros civis; 1 doutor em filosofia e
-

Vitor Meireles. Mas o maior e mais de­ alguns poetas e escritores, devendo-se
CISIVO progresso tivemo-lo no ensino destacar entre estes, duas mulheres D. -

secundário. Itajaí realizou através de Otávia Regis Konder e Lausimar Laus.


muitas lutas o seu ideal de ter aqui­ Os dois deputados federais da ban­
lo que muitos municípios já possui­ cada da UDN catarinense são ambos ita­
am-um estabelecimento apropriado para jaienses.
aperfeiçoar a educação dos seus filhos. Mas a glória maior de Itajaí foi ter
Foi fundado em 1948 o Ginásio Itajaí, que, sido o berço de um grande catarinense,
dirigido então pelo professor Moacyr Tar­ cujo nome será sempre lembrado nos a­
sia Mourisco, já está no segundo ano, com nais do Estado: Nasceram à beira do Ita­
uma freqüência de 127 alunos. Também jaí-açú três secretários de Estado, dois
funciona, sob a direção da irmã Maria de governadores e dois ministros. Entre ês­
Lourdes, a Escola Normal feminina e a- tes não preciso lembrar-lhes o nome, a-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAf pAG 32

vulto de Lauro Se­ ral, onde os alunos mais aptos do interi­


pareceu o
grandioso
veriano ilustre estadista falecido fizéssern um curso especial de ensino
Müller, o or

e cujo nome nós veneramos tanto, quer rural para serem mestres do interior, a­

verde e itajaiense, quer co­ migos da terra. Ao mesmo tempo eles


como barriga
mo brasileiro e cidadão da América que, ministrariam uma educação adequada de
evitar que os
solo, de modo a
para nós, Itajaí significa terra de Lauro fixação ao

Müller. alunos abandonassem o campo pela cida­


Mas não posso terminar êste capí­ de. E com isto lucrariam os lavradores,
tulo sôbre a educação, sem referir-me ao pelo aumento crescente da sua produção,
Ensino Rural. É bem verdade que mui­ e as cidades se beneficiariam com o a­

tas estudantes femininas procuram o ma­ cresci mo de gêneros de primeira neces­

gistério, como carreira mais accessível, mas sidade.


muitas delas o fazem, quando não con­

seguem profissão mais rendosa ou não Situação financeira do município


podem colocar-se nas casas de ensino da
cidade. Para o interior, poucas querem ir, Rendas públicas
porque lhes custa adaptar-se à roça, Receita Arrecadada
onde o ambiente não se coaduna com a Orçada
sua educação. Quando não lhes resta ou­ 1945 1.240.000,00 1.251.409,10
tro meio, elas preferem as escolas situa­ 1946 1.300.000,00 1.340.494,00
das à beira das estradas públicas, de mo­ 1947 1.630.000,00 1.498.107,60
do a poderem ir à escola de manhã no 1948 2.000.000,00 2.052.196,50
ônibus da carreira, e voltar à tarde na
Despesa Orçada Realizada
mesma condução. Os inconvenientes dês­
te ensino descuidado
pouco eficiente e 1945 1.240.000,00 1.295.923,70
salta aos olhos. O remédio será fundar­ 1946 1.300.000,00 1.325.443,80
mos também entre nós, como o fez São 1947 1.630.000,00 1.512.288,30
Paulo e o Estado do Rio, a Escola Ru- 1948 2.000.000,00 1.877.528,70

r�������������������§ II
§
� I Linhos para ternos de cavalheiros T

� Da fábrica diretamente ao consumidor

� pelo serviço de REEMBOLSO POSTAL



� Aceitam-se agentes em todas as cidades


de Tecidos de
�§� I �ábf\(a C aixa
.
Linho
Postal, 2
I IT AJAí
--
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Santa Catarina -
BRASIL �
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�CIOOCOJO��� CIDOCI/X)CIDOOClDOCI/X)CIDOCI/X)CI/X)CI/X)CI/X)Cf1X)CI/X)CIlXJelQ
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAl pAG. 33

A receita geral do município para dernas. O terreno fica sujeito ao tributo


1949 foi orçada em Cr$ 2.370.000,00. De e as edifiéações e melhorias isentas de
igual importância foi o orçamento da des­ qualquer imposto. Somente assim, tribu­
pesa geral. tando os terrenos baldios na mesma pro­
O patrimônio liquido do município, porção dos edificados, poderia a cidade
em dezembro de 1948, era de . progredir em suas edificações e resolver
bens o problema da Casa Própria.
Cr$ 2.256.295,50, salientando-se os

moveis no valor de Cr$ 354.392,40 e imo­ Mas nada se fez nesse sentido du­
veis no valor de Cr. 1.240.101,90. A di­ rante govêrno descricionário, mesmo
o

vida consolidada apresentava-se no mon­ porque, com as mudanças contínuas dos


tante de Cr$ 154.400,00. executivos, não era possivel cuidar de
Quando, sob o capítulo, de­
mesmo
problemas sérios como estes. Pior ainda.
Pelo decreto-lei nr. 96, de 28 de junho de
dicamos em 1927 algumas palavras à si­
1944 foi restabelecido o imposto predial
tuação financeira do município, nos refe­
rimos à reforma tributária, iniciada em antigo e mantidos assim os dois impostos
que lei de 1918 havia reduzido a um
a
1919. Pelo sistema tributário foram
novo
com a vantagem de se taxar apenas os
substituidas as antigas décimas urbanas e
terrenos livres de melhoras, forçando-se
mais dois impostos na zona urbana e o
assim a venda dos terrenos baldios para
título per de chefe de família, na
cápita a edificação. Acabava-se com a especula­
zona rural, todos pela taxação do solo, o
ção deste patrimonio comum que é a
imposto territorial urbano, denominado na terra e aumentavam-se as edificações, tão
zona' fóra da cidade de viação rural. Já
necessárias para a moradia do nosso po­
em 1927 os frutos benfazejos desta re­ vo. O resultado funesto da lei do terri­
forma eram visíveis e surpreendentes, torial não executada e o restabelecimen­
pois os dois tributos prefaziam 40% da
to do predial temos ao vivo no bairro de
receita ordinária. A-fim-de melhorar o
Cabeçudas, que permanece um balneário
lançamento, organizou-se o cadastro ur­ em branco, quasi to dos os terrenos,
com
bano, ao mesmo tempo que, pela resolu­ ao menos da frente principal para o mar,
ção nr. 582, de 11 de abril de 1928, in­ cheios de capim e lixo. É verdade que a
cluia-se o balneário de Cabeçudas no pe­
edilidade pretende taxar mais fortemente
rímetro urbano e aprovava-se a planta
os terrenos baldios, mas, se permanece­
do projéto do mesmo balneário. Eram es­
rem as décimas urbanas, não adianta ao
tas todas medidas para pôr em execução
a lei do imposto territorial que já na ci­
proprietário sair da chuva para cair de­
baixo da goteira ...

dade, com a construção da Vila Operária, Fato é que a bela obra, criada por
estava surtindo os seus efeitos. Sobreveio,
nós, ruiu e hoje não podemos dizer mais,
então, a revolução de 30 e tudo ficou pa­ como 1927: non ducor dueo. Pelo con­
em
ralizado, não só por causa da mudança trário, voltamos atraz e resuscitamos ou­
dos prefeitos municipais, como também
tra vez um imposto antigo e anti-econó­
pela falta de um órgão legislativo, capaz mico, vindo dos tempos coloniais o de
-

de controlar o executivo e exigir o cum­


décimas urbanas.
primento das leis fiscais, cujo resultado
a experiência tinha consagrado. A Inter­ Mesa de Rendas Alfandegada
ventoria do Estado decretou logo a abo­
lição do imposto de viação rural, sob o Segundo dados fornecidos gentilmen­
pretexto de que se tratava de uma bí­ te pelo sr. Archelau Lopes Filho, digno
tributação. Hoje em dia o tributo, debai­ administrador da Mesa de Rendas Alfan­
xo de outro nome-exploração agrícola e degada de Itajaí, foi o seguinte o movi­
industrial-está sendo cobrado, sob a mes­ mento desta repartição no exercício de
ma base do valor da terra. Mas no im­ 1948: Entraram, no ano passado, 556 na­
posto territorial urbano ninguem ousou vios, sendo 59 de longo curso, 493 de ca­
mexer: ele continuou a ser o imposto ú­ botagem e 4 de pequena cabotagem, num
nico para os proprietários da zona urba­ deslocamento total de 228.081 toneladas,
na. Era um orgulho para nós ter o nosso sendo igual o número de embarcações
modesto município adotado um sistema saidas no mesmo periodo. Direito de im­
preconizado pelas teorias economicas mo- portação para consumo e demais taxas a-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 34

duaneiras arrecadadas, inclusive imposto saúde: Cr$ 59.004,00. Taxa judiciária:


adicional de 10° c, Cr$ 2.020.153,80. Peso Cr$ 39.411,40. Taxa de classificazão de
das mercadorias exportadas: 132.178.364 fumo: Cr$ 30.254,90. Taxa de classificação
quilos, no valor comercial de. . . . . de produtos de mandioca: Cr$ 19.590,70.
Cr$ 368.192.844,90. Exportação para o ex­ Juros de depósitos: Cr$ 1.504,60. Renda
terior: 129.556.078 quilos, no valor comer­ da Imprensa Oficial do Estado: Cr$ 9.923,00.
cial de Cr$ 324.299.490,60. Importação em Renda da Colônia Santana: Cr. 2.525,00.
1948: 37.256.696 quilos, no valor comer­ Indenizações: Cr$ 21.028,20. Contribuição
cial de Cr$ 152.653.459,90. Rendas patri­ da Prefeitura para o Departamento: ...

moniais provenientes de foros, taxas de Cr$ 67.488.70. Idem, para diversos fins:
ocupação e laudemios: Cr$ 6.638,60. Im­ Cr$ 53.402,00. Multas diversas: Cr$ 11.945,50
posto de renda arrecadado em 1948: . . Taxa para o INP: Cr$ 763.020,60. Diver­
Cr$ 2.026,467,30. Imposto de selo e afins: sos recebimentos: Cr$ 239.317.60. Monte­

Cr$ 1.162.681,20. Rendas industriais: pio: Cr$ 117.493,00. Total da arrecadação


Cr$ 266,00. Rendas diversas: Cr$ 618.447,40. da Coletoria Estadual em 1948:.
Renda extraordinária: Cr$ 139,794,70. De­ Cr$ 9.891.540,00.
pósitos: Cr$ 919.654,00. Total das rendas
arrecadadas no exercia de 1948: . . . . Veículos registrados
Cr$ 9.295.133,10.
No 1°. distrito:-Carros de mola (alu­
Coletoria Estadual guel), 25: Aranhas, 60; Carroças de frete,
110; particulares, 210: particulares perten­
Arrecadação da Coletoria Estadual centes a lavradores, 605. Total 1.810.
no exercício de
1948:-Imposto territorial: Biciclétas, 962; Automóveis, 105, sen­
Cr$ 43 567,00. Imposto de rendas e lega­ do 30 de aluguel; Caminhões, 65; Onibus,
dos: Cr$ 44.827,40. Imposto de transmis­ 12 e Motocicletas 12.
são de propriedades: Cr$ 102.745,10. Ven­ 2°. distrito:-Carroças particulares (in­
das e consignações: Cr$ 3.616.681,30. 'Ex­ clusive as pertencentes a lavradores) 258.
portação para o exterior: Cr$ 4.015.619,30. 3°. distrito:-Carroças particulares (in­
Indústrias e fissões: Cr$ 410.403,00. clusive as pertencentes a lavradores) 474;
Imposto do sêlo: Cr$ 131.950,2(}. Sôbre ta­ Onibus e caminhões, 4, e Automoveis, 2.
bacos e dirivados: Cr$ 30.892,50. Sôbre 4°. distrito:-Carroças particulares (in­
bebidas alcoolicas: Cr$ 58.945,00. Taxa de clusive as pertencentes a lavradores). 316.

••••••••••••••• ••••••••
••


XXIXIXIXIXXXXIIXjXXXIIXXXXXXXXIXIII'�




Palmito IDEAL


Camarão BABITONGA





Camarão tipo Americano M. G.


�IA\II<{V§ �VII<II<IE§IE� ILIIDA\.I







Matriz em São Francisco do Sul



Filial em ltaJai


• Estado de Santa Catarina -
Brasil

•• ••••••• ••••••• 11"1111111111111111 •••••••••••••• •••••••

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJA! PÁG. 35

I�III§I{)I�II(V
A fundação histórica de Itajaí data mond verdadeiro
como o fundador de
do de 1820 e é considerado seu fun­
ano Itajaí e aceitar o ano de 1820 como a da­
dador António Menezes de Vasconcellos ta mais provavelmente exata da fundação.
Drumond, jovem diplomata que o minis­ Os pescadores hespanhois e portugueses
tro de D. João VI, Tomaz Antonio de Vi­ existentes na costa, principalmente para
la-Nova Portugal enviára em missão des- os lados de Penha, não tiveram intuitos

Itajaí -
Rua Dr. Hercilio Luz

conhecida a Santa Catarina, a-fim-de a­ de se fixar ao solo nem praticarem ato


fastá-lo da Côrte, onde suas tendências algum de colonização. Eram elementos ins­
libertarias de jornalista e amigo dos An­ táveis, limitados exclusivamente à pesca
dradas o tornavam um elemento perigoso erradia do mar. Nas mesmas condições
e indesejável. Em tôrno de descobrimen­ se achariam os Arzões e outras familias
tos e descobridores reina geralmente uma que Drumond por ventura encontrasse
profunda controvérsia histórica. A funda­ pelas imediações da fóz do Itajaí-açú.
ção de Itajaí não escapou a esta regra. Drumond permaneceu na nova co­
Julgamos, no entanto, ter elucidado sufi­ lônia cerca de dois anos, durante os quais
cientemente a questão na conferência rea­ construiu num dos ribeirões próximos um
lizada por nós por ocasião do primeiro engenho de serrar madeira, um barco, a
centenário de Itajaí, em 1920. Demons­ sumaca «S. Domingos Lourenço». Qual
trámos, pelo testemunho escrito do pró­ seria esse ribeirão, é dificil adivinhar. Mas,
prio Drumond nas «Anotações» feitas à talvez se po�sa aceitar como o mais pro­
sua biografia, publicada em 1836 na« Bio­ vavel o ribeirão da Fazenda ou do Cor­
grafie Universelle et Portative des Con­ tume Schneider por ser ainda até hoje o
temporains», que devemos admitir Dru- desaguadouro mais volumoso da cidade.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG 36

Esta embarcação, a primeira dêste tama­ então de S. Francisco, para


dependente
nho construida nas margens do Itajaí, le­ o dominio da vila de Porto Belo e a 13
vou
para o Rio de Janeiro um carrega­ de Agosto de 1833 o administrador da
mento de milho, feijão e taboado, «o pro­ provincia, Feliciano Nunes Pires, creava
duto abençoado dos primeiros itajaienses». a freguezia do SS. Sacramento de Itajaí,

Proclamada a constituição do Brasil, em cujos limites eram ao Norte o Rio Gra­


virtude da revolução de 26 de Fevereiro vatá e ao Sul o Rio Camboriú. Em 1835
de 1821, recebeu Drumond ordem do al­ fundou-se a primeira escola pública.
mirante Quintela, ministro do Reino, para Com a fundação da colônia de Ita­
suspender as obras e retirar-se para a jaí em 1836 nos arraiais do Pocinho e
Côrte, Terminou assim a missão do fun­ Belchior, iniciou-se então a verdadeira fa­
dador de Itajai. se colonisadora das terras marginais do
Sucedeu a Drumond
direção da na Vale do Itajaí. Em 1845, os belgas Van
colônia, embora sem carater oficial, o Leede e os irmão Lebon fundavam por
mais graduado do lugar, o coronel Agos­ sua própria conta adquiridas
em terras
tinho Alves Ramos, mais tarde comissio­ ao tenente-coronel José Henrique Flores,
nado para dirigir a colônia de Itajaí, fun­ no lugar da atual Ilhota, a colônia Belga,
dada em 1836 nos logares Pocinho e Bel­ de tão efêmera duração. A decadência
chior. precoce da colonização belga, deve-se ao
Em 1824 deu-se a creação do cura­ fato dos fundadores terem abandonado as
to de Itajaí com a nomeação do seu terras escolhidas, sem deixar continuado­
pri­
meiro vigário, o franciscano Frei Pedro direção,
res na nem guias para a explo­
Antônio Agote. O terreno para a primi­ ração cultivo do solo.
e
tiva capela, construída de pau a pique, Dos irmãos Lebon-Lebon preto e
foi doado por José Coelho da Rocha e Lebon branco-assim chamados vulgar­
sua mulher Maria Coelho da Rocha e era mente por ser um de cabelos escuros e
o mesmo da atual
igreja matriz na praça outro de cabelos louros, um-o preto­
Vidal Ramos. Eni 1832 passou Itajaí, até voltou à Belgica e o outro faleceu como

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJ AI PÁG 37

despachante geral S. Francisco, Van


em mara no quatríênio de 1861
1864 e um a
Leede deixou as terras da colônia em le­ dos mais honestos e operosos administra­
gados o um hospital da Belgica que, por dores que Itajaí tem tido.
sua vez, as vendeu ao sr. WiIly Scheeffer, No mesmo ano da criação do mu­
de Blumenau. Este não conseguiu reivin­
nicípio extendeu-se o movimento coloni­
dicá-las, por serem um bem de legitimo zador pelo vale do Mirim acima com a
usocapião, embora os ilhotenses não te- fundação, em 4 de Agosto de 1860, da
nham até hoje cuidado de legalizar os Colonia de Brusque, assim denominada
terrenos ocupados. Em 1850, o dr. Her­ em homenagem ao então presidente da
mann Blumenau, membro proeminente da provincia dr. Carlos de Araujo Brusque.
Colônia Itajaí, organizava a bandeira vi­ Oito anos depois, em 1868, foi criada a
toriosa que devia dar vida à mais prós­ comarca de Itajaí, da qual foi primeiro
pera colônia do Sul do Brasi': Blumenau. juiz o dr. Joaquim da Silva Ramalho.
Este engrandecimento do território Decorridos nove anos, dava-se a ele­
da freguezia vação da vi­
e seu cres­ la a cidade,
cente povoa­ em 1°. de
mento exigi­ Maio de 1867.
am natural­ Era então pre.
mente maior sidenteda Câ­
autonomia pa .'

mara, desde
ra tornar o 1865, o coro­

seudesenvol­ nel José Hen­


vimento mais rique FlorEs.
proveitoso e No periodo
mais eficaz a adminisbrati -

sua adminis­ ·V .do seu su­


tração. Não João cessor,
tardou fos­ Marques da
sem estas jus­ ·-Sil-va, deu-se-
tas aspirações a-fundação de
satisfeitas. A Luiz Alves,
lei n. 164, de em 1877. O
Itajai Vista parcial do porto
-

4 de abril de ano de 1880 •

1859, creava o município, desmembran­ ficou tristemente assinalado pela grande


do-o de Porto Belo. O novo município, enchente do Itajaí que se extendeu a to­
instalado solenemente no dia 17 de Ju­ das as cabeceiras e afluentes do rio, des­
nho do ano seguinte, compreendia os ter­ truindo vidas e propriedades e cstancan-
ritórios dos atuais município de Itajaí, do o desenvolvimento de toda a região
Brusque, Blumenau e Camboriú; o perí- No vale do Mirim
por alguns anos. es­

metro da vila ficava delimitado pela ex­ pecialmente, a cheia tomou proporções
trema das terras de d. Felicia Alexandri­ assustadoras, ponto de ocasionar o des­
a

na Leão Coutinho, ao sul, e pelo ribei­ vio da corrente fluvial pela Estrada de
rão de Joaquim José da Silva, ao norte, Brusque, abrindo assim o rio caminho
e quarenta braças para o centro, conta­ para o mar por dentro da cidade e oca­
das da beira-mar. Os primeiros vereado­ sionando estragos enormes.
res foram os srs. Joaquim Pereira Libe- subscrições organizadas no Esta­
As
rato, eleito Claudino Francis­
presidente, do e na Capital do Império, graças aos
co Pacheco, José da Silva Mafra, Fran­ esforços incansáveis e ao espírito de se­
cisco Antônio de Souza, Manoel José Pe­ crifício do então presidente interino da
reira Máximo, Jacinto Zuzarte de Freitas Câmara, Guilherme Asseburg, secundado
e José Henrique Flôres, avô do autor pelo presidente provincial dr. João Ro­
destas linhas.
drigues Chaves, renderam o suficiente
Mas o verdadeiro
organizador da para socorrer as vitimas e atenuar os e­

nova administração municipal foi o sr. feitos da tragica catastrofe.


José Pereira Liberato, presidente da Câ- Seguiu-se então a época inevitável

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 38

dos desmembramentos, dando-se vida au­ A-pesar-de cerceados em território e ren­


tônoma a Blumenau, em 1880, a Brusque, dimento, os itajaienses não se entrega­
no ano seguinte, e a Camboriú, em 1884. ram ao desânimo, pelo contrário, tudo fi-
zeram para não es­
tacionar o desenvol­
do mumci­
vimento
{�IJI cl ('IA\. 'L "DA\'I pio. Debaixo da pre­
sidência de Nicolau
Oficina Mecânica -

Malburg (o velho), o
Consertos em geralSoldas elétricas e a oxigênio
-

Torradores -
exemplar servidor da
para Café -
Grades artisticas de ferro batido Tanques de todos-
causa pública, levou­
os tipos e para qualquer fim Especializada em serviço de
-

se a efeito a cons­
torno Fornos para fogões, etc.
-

trução do Hospital
Santa Beatriz, inau­
gurado oficialmente
no dia 3 de Janeiro
de 1887, quando ad­
ministrava a provín-
cia dr. Francisco
o

José da Rocha, cha­


mado o Bacalhau. O
nome de Santa Bea­
triz dado ao
hospital
provém do fato da
esposa do presidente
chamar-se Beatriz.
Um ano depois ad­
I<
.

r quiria o município a
primeira Casa da Câ­
mara.

Quando caiu a

monarquia achava-se
na presidência inte­
rina da Câmara o sr.
Samuel Heusi, um
dos elemen­
poucos
tos politicos e admi­
nistrativos que a Re­
pública havia de con­
servar em posição de
,

I destaque. Porque com


o advento do novo

regímen apareceram
no cenário politico
outras figuras, os re-
publicanos históricos
de que Itajaí possuia
uma luzida falange.
Destes o que logrou
maior evidência foi
o médico bahiano dr.
I Torrador de café
Pedro Ferreira e Sil­
Pessoal habilitado para
qualquer trabalho do gênero va, chefe politico da
situação durante mais
1 R_D_a_T_ij_DC_aS_,_9_O_-_I_T_IJ_A�í_-_la_D_ta ca_ta_'_iD_a
__
--J
de vinte anos.
Os primeiros a-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl PÁG. 39

nos da República foram, como em toda a Felizmente, com o auxilio


Govêrno do
parte, infrutíferos para a causa pública. Federal e Estadual e o produto das subs­
Foi nomeado primeiro governador o ita- crições públicas, entre as quais sobressaiu
jaiense Tenente Lauro Severiano Müller, a do jornal «Estado de São Paulo», de­
mas ele não poude manter-se no posto pressa minoraram os
se sofrimentos e

devido às derrubadas do interregno fede­ prejuizos maiores, entrando tudo logo


numa fase de reconstrução e trabalho.
ralista, pródromos da revolução de 93, que
tão profundamente havia de agitar o Bra­ Em 1911 foi concedido o primeiro
sil, numa luta fratricida e inglória. auxilio do município ao Colegio Paro-
Com a vitória da legalidade os re­ quial São José. Em 17 de Dezembro de
publicanos de 1912 deu-
voltaram a se o nome de

predominar e Bairro de Na­


só então pu­ vegantes à po­
deram dedi­ voação da
car-se ao bem margem es­

público. Em querda fron­


15 de Junho teira à cida­
de 1897, inau­ de. Até aí
gurava-se o chamava se -

serviço de a­ outro lado ou


bastecimento povoado de
d'agua da ci­ S. Amaro.
dade,com que Em 4 de
. .

o p r i m er r o Dezembro de
govêrno do 1�13 festejou­
sr. dr. Hercí­ se um acon­

lio Luz dota­ tecimento


va Itajaí, gra­ Itajaí -

Praça Vidal Ramos


digno de no­
ças esfor­
aos ta: a inaugu­
ços do dr. Ferreira, então leader do Con­ ração Grupo Escolar «Vitor Meireles»,
do
gresso estadual. No período Ferreira fez- um dos primeiros frutos da reforma do
se ainda a remodelação da cidade, com a
ensino estadual, essa obra benemérita do
abertura de e Governador Vidal Ramos e do inspetor
novas ruas praças e o a­

largamento retificação
e a ur- da viação Orestes Guimarães. Isto se deu na ad­
bana existente; em 1910, instalava-se a ministração do sr. Jorge Tzaschel, um dos
últimos remanescentes da velha guarda
iluminação elétrica. A concessão fôra da­
da a Max Puetter, mas na realidade a de administradores.

empresa era do nosso conterraneo Felix Na sessão do Conselho Municipal de


Busso Asseburg. 17 de Dezembro de 1913 concedeu-se per­
A Samuel Heusi deve o município a missão para a instalação de uma linha de
bondes. A lei ficou no papel e talves pa­
cor s.rução do Matadouro Público, além
do seu esforço abnegado de dirigente ho­ ra sempre, desde que se inventaram as
linhas de ônibus .circulares.
nesto escrupuloso das obras públicas
e

municipais durante mais de quatro lustros. Em 23 de Abril de 1915, já na ad­


O ano de 1911 marcou outra vez ministração de Marcos Konder, iniciada
em 10 de Janeiro do mesmo ano, foi au-
uma colossal enchente, uma dessas inun­

dações periódicas que, de trinta em trin­ torizada reforma da instrução pública


a

ta anos, com uma regularidade fatal, as­ municipal. Em 1°. de Janeiro de 1917,
solam o Vale do Itajaí. Embora os efei- deu-se a inauguração do Mercado Públi-
tos desta catastrofe não se revestissem, co. Em 5 de Maio do mesmo ano apro­
ao menos nós, da mesma gravidade
entre vou-se a lei nr. 72 do Conselho Munici­
do fenômeno de 1880, ainda assim foram pal que tornou o ensino primário obri­
bem consideráveis as perdas causadas à gatório para as crianças de 7 a 12 anos.
lavoura e ao comércio por êste flagelo. Em 1918 foi creada a Agência Fiscal de

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJA! pAG. 40

423 de a denominar-se a rua São


Luiz Alves. Pelas leis nrs. 118 e ense, passou
1920 foi tornado obrigatório o uso de Bento de Avenida Antônio Drumond. Lo­
fossas seticas ou Ziquefatoras na cidade, go em seguida lembraram-se os edis da
ficando o município ainda autorizado a pobreza e reservaram compartimentos do
conceder auxilio aos proprietários mais Mercado Público sem aluguel para a ven­
necessitados. da de carne com isenção de impostos.
Os dias 10, 11 e 12 de Julho de 1920 1922. O ano do centenário da Inde­
foram de grande gala para Itajaí por cau­ pendência do Brasil foi também festejado
sa do centenário da fundação da cidade. em todo o município e em todas as es­

Em comemoração à data máxima itajai- colas. No dia 22 de Outubro de 1925 foi

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 41

inaugurado o palacete municipal, um


novo antigos administradores e legisladores con­
dos maiores e mais imponentes edificios seguiram livrar-se de pena e culpa, sendo
públicos de estilo barroco, existentes no plenamente absolvidos pela comissão de
Estado. Foi pena que, ao refazer os mu­ sindicâncias e junta de sanções.
ros derrubados, não se tivesse mantido o

mesmo estilo. Em 1926 foi denominado Na República Nova


jardim Lauro Müller, o da Praça Vidal Gentilmente organizado pelo sr. An­
Ramos e autorizada a colocação de um
tônio Rocha Andrade, digno Secretário
monumento ao grande itajaiense, num lo-
Municipal, damos abaixo o quadro das
cal mais adequado. Em 1927 foi contra­
pessoas que exerceram o cargo de pre­
tado o serviço de luz e força do distrito
feito, a partir de 1930 até hoje. Desses
de Luiz Alves, sendo inaugurado em fe­ dois foram eleitos constitucionalmente:
vereiro, quando a 12 do mesmo mês co­ Irineu Bornhausen em Março de 1936 e
memorou-se solenemente o 50°. aniversá­
Arno Bauer, atual prefeito, que tomou
rio da fundação daquele distrito. A 9 de
posse em Dezembro de 1947.
novembro de 1928 contratou o município Eis a relação:
com a Companhia Telefônica Catarinense
Sr. Antônio Quintas Maia-(exerceu o
o serviço telefônico para a cidade e os
cargo como integrante da Junta revolu­
distritos. Dois acontecimentos memoraveis
cionária).
deram-se também no mesmo ano de 1928. Sr. Adolfo Germano D' Andrade-Foi
No dia 12 de Outubro inaugurou-se o
Interventor
nomeado pelo sr. Federal,
novo serviço de abastecimento d'agua de
Prefeito do Município em 5-11-930, exer­
Ressacada e a instalação de luz no bair­ cendo as funções até 21-12-931.
ro de Cabeçudas, visto que anteriormen­
Sr. Alberto Pedro Werner-Nomeado
te já o havia sido feito em Navegantes.
Prefeito pelo sr. Interventor Federal Em
Em 1930, outros dois serviços de valor
2-1-932, exercendo o cargo ati} 2-5-933.
foram comemorados no município: a pon- Sr. Arno Bauer Nomeado Prefeito -

te de cimento armado sobre o rio Itajaí­


pelo sr. Interventor Federal em 4-5-933,
mirim e a instalação do edifício da in­ exercendo o cargo até 2-4-936.
tendência de Luiz Alves. Com o triunfo Sr. Irineu Bornhausen-Efeito Prefei­
da revolução de Outubro tudo se trans­ to em Março de 1936, exercendo as fun­
formou e mudou tanto no sentido poli­ ções até Novembro de 1937, nomeado a
tico como no administrativo. Apareceram partir dessa data pelo sr. Interventor Fe­
também as sindicâncias das quais o Itajaí deral, exerceu as funções até janeiro de 39.
não ficou isento. Mas, passado o tempo­ Sr. Francisco de Almeida Foi nc- -

ral, as ondas politicas se amainaram e os meado Prefeito pelo sr. Interventor Fe­
deral em Janeiro de
1939, exercendo o

cargo até 24-3-945.


Sr. Abdon Fóes­
Foi nomeado Prefei­
to em 25 de Março
de 1945, exercendo
as funções até No­
vembro do mesmo a­
no. Em 14 de Feve­
reiro de 1946 foi no­
vamente nomeado e-
xercendo o cargo até
-

Tecidos marca «OLHO» -

26 de abril de 1947.

..
CORES FIRMES -

PREÇOS FIXOS Sr. Julio Teixei-


"
ra-Foi nomeado Pre­
feito em Novembro
de 1945, exercendo
as funções até 30 de

Janeiro de 1946.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANUARIO DE ITAJAt pAG. 42
ANO I

Sr. Olindio Rodolfo de Souza-Subs­ legados interinos passaram pela Prefei­


tituindo o sr. Prefeito na qualidade de tura. É natural que, durante êsse período
Presidente da Câmara. descricionário não se tivesse podido rea­

Sr. João Gaya-Substituindo o sr.Pre­ lizar grandes obras, porque, além


de se­
feito na qualidade de Presidente da Câ­ rem os prefeitos dependentes da
inter­
mara. ventoria, estavam ainda sujeitos aos di­
Sr. Paulo Bauer-Substituindo o sr. tames e referendas do Departameuto das
Prefeito na qualidade de Presidente da Municipalidades. Todavia, vamos enume­

Câmara. rar tudo que consta dos anais:


o

Sr. Arno Bauer-Atual Prefeito Mu­ 1931-Em 14 de Fevereiro foi ins­


nicipal, que tomou posse em 3-12-47. tado o Distrito de Ilhota, creado pela lei
Funcionários municipais que substi­ estadual de 26 de Setembro de 1930. A
tuiram Prefeitos, respondendo pelo ex­ 10. de Outubro o cemitério de Navegan­
da Prefeitura:
pediente tes, bem como o da cidade, denominado
Sr. Arnaldo José de Oliveira-Perío­ da Fazenda. Este último a revolução de
dos de 4-4-1938 a 4-5-1938 e 23-7-1938 a Outubro já encontrou em franco anda­
23-8-1938. mento, faltando apenas uma parte da mu­
Sr. Antônio Rocha Andrade-5-1-1941 ralha e do ornamento para concluí-lo.
a 5-2-1941, 10-12-942 a 30-12-42 e no ano 1934-N o dia 14 de Julho foram
de 1944 substituiu o sr. Prefeito Munici­ contratados os edifícios das intendências
pal por três meses, por motivo de mo­ de Penha e ilhota.
léstia do titular. 1935-No dia 19 de Outubro inau­
Sr. Benjamim F. Wendhausen-30-1-46 gurou-se o novo mercado de carne e peixe.
a 14-2-46, 27-12-46 a 27-1-47 e 28-1-47 a
1936-Pela resolução nr. 15 de 18
7-12-47. de Junho de 1936, criou-se o Ginásio Mu­
Durante os 17 anos de 1930 a 1947 nicipal em prédio próprio, cuja obra foi
houve apenas 2 prefeitos eleitos e em
paralizada em 1939. Em 22 de Setembro
mais de 14 anos nada menos de 13 de- foi creada a escola noturna para filhos de

....

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lA\IFIÉ IDV �IA\�IElA\ ·

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II _
DE _

III ..

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MANOEL JOAQUIM COELHO


Rua Hercilio Luz, 16
· .

..

Café Bebidas nacionais e


-

estrangeiras ..
· .

Doces Chocolates Balas


-

Cigarros
-
-

Conservas -
etc. · .
..

· .

Balcão frigorífíco
..
..

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.. . .. .

...

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANuARIO DE ITAJAl PÁG 43

operarios, maiores de 14 anos. Regula­ mundial, qual o Brasil teve também


na

mentou-se também a 23 de Setembro a de tornai' parte, não só como aliado dos


lei de construção de casas para operários. Estados Unidos, como também adversário
No dia 2 de Novembro foram traslada­ extremado dos paises totalitárics. O nos-
dos, com ato solene e piedoso, com gran­ so município, embora pequeno, tomou par­
de acompanhamento para o quadro ofi­ te movimento, quer mandando solda­
no
cial do Cemitério da Fazenda os restos dos para o campo de batalha, quer assi­
mortais dos antigos prefeitos de Itajaí. nando bonus de guerra para financiar o

1937-Pela resolução nr. 78, de 17 envio de tropas à Italia.


de Março foi creado e denominado «Bru­ A crise não poupou também as ren­
no Malburg» o novo e moderno jardim das municipais que variaram em 5 anos,
localizado atraz da Igreja Matriz. A 13 desde 1948 a 1942, entre Cr$ 921.495,60
de Maio foi inaugurada a escola noturna a Cr$ 924.414,40. Somente em 1943 a rE­
«J oão da Cruz e Si! va». ceita atingiu a Cr$ 1.015.772,20 para su­
1938-Em 26 de Março assina o bir gradativamente até Cr$ 1.418.667,90
govêrno do município um convênio com em 1947. Para o exercício de 1948 foram

o Estado pa- as rendas ge­


ra serviços de

rais do mu-
Saúde Públi­ • nicípio orça­
ca em Itajaí, das em Cr$
instalando- se 2.370.000,00
o Centro de ou seja o do­

Saúde, cujo e­ bro da recei­


difício pró -

ta arrecadada
prio está sen­ em 1945- Cr$

do construi­ 1.241.441,70.
do. A 12 de Atualmente,o
J ulh o cele­ município já
brou-se um possue uma

acontecimen­ receita capaz


to memorá­ de at ender
vel: com a aos seus ser­

presença do viços.As prin­


sr. Interven­ cipais verbas
tor Federal, de despezas
foi inaugura­ Luiz Alves -
Matriz de S. Vicente de Paula acrsam as ee-

do o busto do guintes per­


nosso Lauro Müller, sem a pre­
grande centagens: administração, exação e fisca­
sença do autor da idéia e dos meios an­ lização financeira, 17%; educação pública,
gariados, visto estar êle impedido de vir 17,20%; saúde pública, 4,90%; serviços in­
ao Sul por causa de motivos politicas e dustriais, 3,95°,'0; serviços de utilidade pú­
nacionalistas. Ainda em 1938, foi a cida­ blica, 37,35%; divida pública, 2,07% e en-
de dividida em dois perímetros: o urbano
cargos diversos, 15,60%_ Os principais en­
e suburbano. Por esta divisão
o foram cargos se resumem em educação pública
incluidos nos perímetros da cidade não só e obras públicas. A primeira ainda é su­

o bairro de Cabeçudas, que já era perí­ cetivel de um pequeno aumento de mo­

metro urbano, como também as povoa­ do perfazer


a 20°,'(, o mínimo que o
mu­

ções de Barra do Rio, Carvalho, Rio Con­ nicípio deve dispender com a educação
ceição e Ressacada e, do outro lado do popular. Quanto às obras públicas, des-
rio, Navegantes até Saco Grande. criminadas no orçamento sob a denomi­
Em 1937 um novo período descricio­ nação de serviços industriais e serviços
narro criou o Estado Novo e anulou, as­ de utilidade pública numa percentagem
sim, a curta fase constitucional e, em de 40% já são de molde a satisfazer os
consequência, também o regime já im­ serviços de estradas, de mais a mais quan­
plantado de tolerância popular. Em se­ do o Estado já tomou a si o serviço das
guida sobreveio a grande conflagração estradas intermunicipais e até a de Luiz

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 44

................•....................•....•.•.......••

• .
· •

� Companhia Comércio



e Indústria

CASA FUNDADA EM 1860

f� Agência de Vapores -

Despachos

f� REPRESENTAÇÕES
Importação -

Exportação
f� ITAJAj -

ESTADO DE SANTA CATARINA -

BRASIL

f� Endereço Telegráfico: MALRDRG


Rua Pedro Ferreira N°. 1

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11 .

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I
I

·


Escritórtos da firma • parte dos armazena
II

.

: Agentes das

·
·
seguintes companhias: :
.

� Moore McCormack
Lines Inc.-New York-Navios quinzenais
.

da Costa Atlântica dos Estados Unidos para portos 1


:
Lamport & Holt Line Lt. :
-

Liverpool-Navios mensais para portes europeos Cia. Nacional de


f�:.
-

çáo Hoepcke-Serviço regular de passageircs e cargas Navega-



Diversas Cias. Argentinas, com navios para Santes e Rio
quinzenais para os portos Platinoso S �:.�
�::.
f Agentes da «VARIG» Passageiros e
-

cargas ':��
H==�=��:::���::::::::=�:�:::�==]
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANuARIO DE ITAJAl pAG. 45

Alves. O maior encargo é o de cuidar de préstimos para aumentar e melhorar os


43 ruas, muitas delas apenas abertas e serviços mais necessários: na cidade, água
necessitando nivelamento, aterro, etc., e e esgoto. Agua-a que existe-é insufi­
de tratar ainda de 7 praças, das quais 3 ciente e não atinge ainda senão uma pe­
a penos são ajardinadas. quena parte da população. Esgotos, prà­
O calçamento das principais ruas es­ ticamente, há apenas duas ou tres ruas

tá sendo feito e pago, em grande parte, que gozam deste melhoramento. Para su­
pelo fundo de contribuição dos proprie­ prir esta falta, há várias redes partícula­
tários. O calçamento já abrange 3.590 me­ res. No interior há necessidade de me­
tros lineares, faltando terminar 100 me­ lhores estradas de acesso às vias públi­
tros da rua João Pessoa e 1.430 metros cas estaduais e de construir edifícios es­

lineares do rua Blumenau. A pavimenta­ colares, mesmo de madeira, localizados em


ção de 265 metros da rua 15 de Novem­ lotes que permitam a instrução agrícola
bro e 600 metros da rua Lauro Muller da futura escola rural. Assim possam o
vai ser inicia­ executivo e

da ainda es­ legislativo in­


te ano. As dependente
ruas comuns de quaisquer
têm a antiga div erg ê ncias
largura de 60 partidári a s,
paIm os, ou colaborar nes­
13,20, as de te sentido e
Cabeçudas 10. realizar os i­
8 e 6 metros deais de to­
r es pe cti va­ dos os habi­
mente. Há a­ tantes de Ita­
inda em
pro­ •
ja' para tor­
jeto 5 aveni­ nar a nossa
das de 15 e terra cult ural·

30 metros de ..-I_ute gran­


largura. Eis de, e próspe­
os dados com­ _ ra, em sua ri­
pletos forne­ Ilhota Vista -

parcial queza mate­


cidos pelo sr. rial.
Antonio Andrade, secretário da Prefeitura: Não terminar esta mono­
podemos
grafia sem nos referirmos a dois vultos
Calçamento que muito mereceram da sua terra natal.
São êles João Gaya e Marcos Gustavo
Calçamento da rua Hercilio Luz (in­ Heusi. O primeiro tem mais de 80 anos
clusive o lado do jardim Lauro Muller),
e se acha aposentado como funcionário
750 metros lineares; ao lado esquerdo da
municipal e, a-pesar-do muito que lutou
Igreja, 170 mts.; ruas João Pessoa, 340; e sofreu, ainda vive, cercado do carinho
Pedro Ferreira, 400; São Francisco, 150;
de sua esposa, dos seus filhos, netos e
Blumenau, 550; Felipe Schmidt, 110; Lau­
bisnetos. Gaya entrou em moço para o
ro Muller, 470 e Marechal Deodoro (Ca­
serviço público, dedicando-se especialmen­
beçudas), 650 metros lineares. to à nossa Câmara Municipal com um
Ainda este ano serão iniciados cs
desvelo verdadeiramente exemplar. Du­
serviços de pavimentação a paralelepipe­
dos nas ruas 15 de Julho e continuação rante os últimos anos chegou a exercer
da Lauro Muller, numa extensão de 265 tres funções: a de secretário, de procura­

e 600 metros lineares, respectivamente. dor e de tesoureiro e, a-pesar-de serem

pesados estes encargos, jamais deixou de


{)utros informes desempenha-los com profeciência e hones­
tidade. João Gaya foi um funcionário e­
Os encargos financeiros equivalentes xemplar cujo nome deve constar da ga­
apenas a 2% da receita são tão diminu­ leria dos bons servidores da Câmara ita­
tos e insignificantes que permitem em- jaiense.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 46

O segundo, Marcos Gustavo Heusi, desempenhar-se de sua função que em

infelizmente já não se acha mais entre os breve tornou-se a mão direita do execu­
vivos. Ele deixou a existência terrena no tivo municipal e até seu substituto. Nesta
dia 23 de fevereiro de 1947, depois de qualidade ele entregou a Câmara Muni­
uma vida cheia de serviços dedicados ao cipal aos revolucionários de 1930 e foi
País e, especialmente ao nosso Itajaí. De depois, a convite ainda do seu amigo e
aprendiz de mecânico.
quando ajudou a diretor-gerente da Usina de Açúcar Ade­
montar o vapor «Blumenau», tornou-se laide, trabalhar na parte técnica deste es­
maquinista e chegou ao fim da carreira tabelecimento industrial. Ali prestou ser­
no posto de chefe de máquinas, tendo tra­ viços tão preciosos que, quando ele se
talhado nas obras das docas de Santos, aposentou, dois anos antes do seu faleci­
no porto e nos
nosso serviços da nossa mento, a Usina Adelaide não teve dúvi­
costa. Quando desembarcou definitivamen­ da em completar a aposentadoria oficial
te montou uma oficina e, depois, foi para com o necessário para perfazer o seu or­
a roça dirigir fazenda de seu
uma com­ denado como diretor-industrial.
padre Dr. Bachmann à beira do Itajaí­ Mas, em qualquer setor da vida pú­
mirim. Lá soube adaptar-se tão bem ao blica de Itajaí, Marcos Gustavo Heusi re­
serviço da lavoura, aplicando os métodos velou-se sempre um espírito dedicado, o­
mais modernos que deixou a propriedade peroso e inteligente. O seu nome deve,
valorizada. Voltando à cidade, o então portanto, ser inscrito nos anais itajaien­
prefeito de Itajaí, que escreve estas li­ ses como o de um servidor máximo da
nhas, convidou-o para dirigir as obras sua e da nossa terra,
que ele amou como
públicas municipais e tão bem êle soube poucos.

ITAJAl, 1949.

�oc�cmoc�cmOC�cmOC00I�����������cmocmo

Representa�ões Vale-Itajaí» «
Ltda.
REPRESENTAÇÕES -
CONTA PRÓPRIA

Telegramas: ccREVALE» -

Caixa Postal, 120 �


44 RUA HERCILIO lUZ 44

-
-

ITAJAí -
Santa Catarina BRASIL

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� �
Rádios, Bicicletas, Refrigeradores «Norge», Máquinas de
� �
escrever «Olivett»], Máquinas de costura,
� Pneus «Dunlop», Material elétrico, Cofres «Bernardini»,

(3
a


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Artigos sanitários, etc. �


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cmoCUJOCQJOCUIOC/JJOCI/Jo�Ct/K)Ct/K)Ct/K)Ct/K)OCIIÃ)CIJJQCt/K)CQX)ocmoCQX)��Cll/QCIIJO�

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


A Igreja Matr·z d ss. Sacramento em Itajai
Pe. lUOGERO WATERKEMPER

Para dar aos nossos leitores uns breves tópicos sóbTe a Igren
Matriz de ltajaí, devo agradecer ao seminarista Evaldo
PauU que, de corpo e alma, se dedica ao estudo da
História Eclesiástica de Santa Catarina.

A fundação de Itajaí
deu em 1820
se ocupa-la comoCurado do Dis­
«Capelão
por Antônio Menezes de Vasconcelos Dru­ trito de Itajaí». Esta circunscrição eclesi­
mondo Até 1832 dependia na administra­ astica abrangia os moradores entre o rio
ção civil do município de São Francisco, Gravatá, ao norte, e ao sul, o rio Cam­
quandb passou á jurisdição de Porto Belo. boriú.
Pela leí n. 464, promulgado em 4 de abril Portanto, neste ano a paróquia de
de 1859, lta- Itajaí come­

jaí adquiria a morou os seus

sua a utono- 125 anos de


mia munici- capela cura­

pal, compre- da.


endendo os •
Antes de
atuais muni- • nomeado o

cípios de Ita­ cura já os i­


jaí, Cambo­ tajaienses es­
riú, Brusque, tavam em o­

Gaspar, Blu­ bras com a


menau e Rio Casa de Deus.
do Sul. Era impres­
Portanto cindive1 uma
neste ano de casa de ora­

1949 come­ ção onde os


morou Itajaí habitantes do
90 anos de lugar se re­

municipaliza­ unissem aos

ção. A nova Igreja Matriz em contsrução domingos e

O funda­ dias de festa


dor desta nova povoação, vendo seu rá­ para em comum elevar
preces a suas

e a SSma. Virgem. Sendo pequeno


pido progresso econômico, lembrou-se das Deus
palavras de Cristo: «O que vale ao ho­ o lugar, não se cogitou em edificar um
mem ganhar o mundo inteiro, se chegar grande templo. Construiu-se uma capeli­
a perder a sua alma?". Era mister cuidar nha sem torre como essas capelinhas sin­
de ambas as partes: do corpo e da alma. gelas do sertão.
Urgia, pois, impetrar do Bispo, que Após vinte anos de existência já se
então era o do Rio de Janeiro, um sa­ achava em ruinas. Nesse tempo a cons­
cerdote para a assistência espiritual. trução e conservação dos templos era
No dia 31 de Março de 1824 foi e­ promovida pelo govêrno cujo regime era
xarado a provisão que nomeava o primei­ de união com a igreja.
ro sacerdote para fixar residencia em Ita­ Em 1843 o govêrno provincial so­
jaí e lhe concedia jurisdição para admi­ corre a matriz de Itajaí para levantar uma

nistrar os sacramentos. Este munus cou­ parede abatido, conforme se vê na Fala


be ao franciscano Pe. Frei Pedro Antonio que o presidente Ferreira Brito fez na­
Agoti. O mesmo documento dava ao re­ quele ano por ocasião da abertura da As­
ferido sacerdote a faculdade de celebrar sembléia Legislativa dando conta dos ne­
missas em oratório particular enquanto gocios públicos.
não estivesse pronta a capela do SSmo. No ano seguinte voltava ao estado
Sacramento e o autorizava a benzê-la e da obra: «Também se levantou um pano

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAf PAc. 48

de uma parede que se tinha abatido na servida». (Fala do Vice-presidente. Pedro


igreja de Itajaí, trata-se de levantar o ou­ Amorim do Vale em 1-3-1849). AIn_?a as-
.

tro, bem pilares da SIm os responsáveis rela conservaçao da


como os e
par.ede� não interessaram. Era r..ecessarIO
, .

frente, e de cobrir de novo a Igreja o igreja se

que tudo está entregue e con­


fiado à zelosa administração
do Tenente Coronel Agcsti­
nho Alves Ramos» (1-3-1e44).
E dois anos após: « a ...

igreja de Itajaí está da mes­


ma sorte que a igreja ce La­
jes, carecida de acudir-se-lhe
de pronto. Fareis
idéia do
eu péssimo estado e do que •

é preciso
dispender-se-lh;
pela exposição que vos sera
presente da Irmandade do
SSmo. Sacramento, seu ora­
go. Tanto para estas como
rara outras obras espero que
me habiliteis com mais avul­

tados recursos» (1-3-1846).


Na Câmara se expu­
nham problemas
os a­ e era
A igreja velha antes de ser reformada
provada a sua pronta solu­
ção, mas não eram solucionados na ver­
que ruina total viesse estimular
a os re­
de enquanto não estivesse tudo
perdido. presentantos do povo a se
Em 1849, ha precisamente cem anos: «a pelo que lhes cabia em conciencia. DOIS
��te�e�sareI?
anos mais tarde o Presiden­
te da Provincia comunicava
à As semblé ia dcs Deputados,
e m
DEsterro, o que havia a­
contecido: «a
igreja de Itajai
tendo caido, fOI arn r€colhi­
das as
imagens do na casa
Coronel Agostinho Alves Ra­
mos». (Dr. João José Couti­

nho, 1-3-1851).
Já não restavam espe­
ranças de que o templo ser­
visse rara o culto SEm re­
modelação. Uma vez por ter­
ra, urgia reedificá-lo. Não
sabemos se a reconstrução
obedeceu à mesma planta an­
terior, certo é que fei
mas o

A visita dos construido num tamanho di­


Missionários a Itajaí em Julho de
da direita para a 1948. De pé, minuto Tinha
esquerda: Freis Jacinto de a capela na­
André de Guaporé, padre Encantado, quele tempo
Estanislau Cizeski, o espaço que
paróquia, Freis Florencio de Cacique Doble coadjutor da
A Prado. Sentados: e Félix de hoje ocupam os bane s no
Padre Vendelino
Hobold, vigário da Pa­ meio da igreja. A s colunas
róquia, Frei Daniel de Vilas Boas e
Padre Ludgero
Waterkemper, coadjutor do paróquia. grossas que agora sustentam
as arcadas
largas são partes
igreja de Itajaí está em tal estado, remanescentes da igreja de
que o então. A frente media de
Vigario celebra missa em sua casa; de or­ largura 34 pa I_
mos. Em fins de 1852 obras
namentos, porém, consta estar menos as iam em
mal meia altura tendo sido
gasta a quantia de

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl PÁG. 49

300 mil reis. E «contínúa a obra com a A 5 de fevereiro de 1899 benzeu-se


consignação decretada de 500 mil reis». um novo altar-mór «todo de canela de
(Idem em 1-3-1853). lei, dourado, estilo romano». Importou em

Em 1855 anunciou o Presidente ao dois contos e quinhentos mil reis, inclu­


sive a douração. É o mesmo altar em que
Legislativo a cobertura da capela-mór. No
ano seguinte o mesmo Presidente decla­ diariamente se oferece o santo sacrifício
da missa, em nossa matriz, pela felicidade
ra que «está quasi concluida a capela­
mór da nova matriz de Itajai». Em 1857 dos vivos e defuntos.
comunica aos deputados a conclusão des­ Em 1899 começaram do lado norte
ta parte e lembra a conveniencia de «a­ as obras do alargamento da igreja ma­
nimar os respectivos freguezes que de­ triz. segundo os planos do arquiteto Rei­
sejam concluir o corpo da igreja, consig­ nhold Roemsck. As grossas colunas que
nando para is­ hoje vemos

so no orça­ no interior
mento algu­ são partes re­
ma quantia». manescentes
(1-3-1857) Em das paredes
1859: «ainda laterais. Os
falta mui to vãos abertos
para a con­ pela destrui­
clusão das no­ ção destas pa­
vas matrizes redes tiveram
de Lajes, S. um acaba­
Pedro e Ita­ mento em ar­

j aí». cadas amplas


E aSSIm, e abatidas.
de ano a ano Assim se for­
ia crescendo maram as na­

aos poucos a ves onde hoje


igrejinha do se encontram
SSmo. Sacra­ o altar de N.

mento emIta­ Senhor dos


jaí, até que Passes, à di­
depois de 5 Procissão do 55. Sacramento em 15-6-949 reita e à es­
lustros poude querda o al-
novamente servir para o culto público. tar de Nossa Senhora de Lourdes.
O população da vila aumentava e o Depois desses melhoramentos. a igre­
espaço na matriz ficou acanhado para ja permaneceu assim como a temos em
comportar aos domingos e dias de festa nossos dias, excessão feita dum aumento

os católicos que iam cumprir as suas o­ na torre em 1920 e a aquisição de ima­


brigações religiosas. Impunha-se um des­ gens e ornamentos para o culto.
dobramento. Antes de alargá-la, porém, Na metade do seculo atual, tendo
era necessário fazer uma torre para que decorrido 130 anos da fundação de Itajai,
as suas formas não comprometessem o 126 anos da criação da paróquia do SS.
bom gosto estético. E a torre foi levan­ Sacramento, 100 anos da reconstrução da
tada em 1889, ligada à igreja pela fren­ velha igrejinha e 50 anos do aumento desta
te. Desta maneira houve um acrescimo mesma Casa de Deus, vê-se erguer acima

nas medidas do batisteiro que se fez nes­ dos tetos da cidade um novo e grandioso
ta mesma ocasião. da fé
templo, testemunho e
religiosidade
Em 1898 foi comprado por toda a do nosso povo. Esta obra magnifica em
comunidade itajaiense e colocado na tor­ seu estilo, com flexando os
suas torres
a pompa de suas formas e com
re o
relogio que até os nossos dias vem céus, com
mostrando as horas aos que passam. Esse a majestade do seu conjunto, indica ao

maquinário provem da firma Pendula homem que Jesús na Eucaristia é o Rei


Fluminense de Maeder Dubois & Cia., do da cidade e o centro de todos os cora­
Rio de Janeiro e custou «2 contos de reis». ções.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJA1 pAG. 50

... .,.. �4 ..
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•• . •••••• •• •• ••• ••• •••• ••




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S. A. AGÊNCIA MARITIMA E COMERCIAL
·

REPRESENTAÇOES




AGÊNCIAS -

DESPACHOS -


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Telefones, 48 e 53 -

Telegramas: «SAMARCO»
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SANTA CATARINA -

BRASIL


·











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e ,
�i
nos trapiches da .Samarco», em Itajai
��

·

REPRESENTADAS - •

·



BRODIN LINE NORTON LINE




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Rederi A. B. «Pcseidon» Rederi A B. Svenska Lloyd




·


Angfartygs A. B. «Tirfing»
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Rederi A. B. Fredrika
�i



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WESSEL, DUVAL & CO. Inc.


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B. T. BABBITT, Inc. -

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·



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N. Y.




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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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MAPA ORGANIZADO EM OBSEJlVAIICIA Nl DECRETO lfl
... 4t#(I!t,,, OD f',..,.�,()
NACIONAlI\1' 311 oe 2 Df MR(O Df:_
,. (4p"'/n. Ig""Ju e,lf·nla
ESCALA .'.00.000
-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ADMINISTRAÇÃO ' 4

•• ••

MUNICIPAL
.......�

Paulo Baner (PSD) Dr. José Bahia Spinola Billenconrt (PSD!


Presidente da Câmara Municipal
Vice-PresIdente da Câmara e
de Itajai
Lider da maioria

I> "
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I II<
J I
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II)
o
II<
JE
IE §
ARNO BAUER (PSD)
PREFEITO

ELEITOS PARA O

QUATRIÊNIO

1191411 '-1191�O)

Amou'" Teixeira de Mela (PSD!


,

1°. Secretário Francisco fvarlsto Canzlanl (UDN]


Llder da minoria

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


/

Adolfo Antônio Cabral (PSD) Celeste Alchini (UDN) Carlos de Paula Seára (UDN)

Francisco Vegini (PSD) Genésio Miranda Lins (UDN) Gerhardt Byllaard (UDN)

Jaime Fernandes Vieira Manoel Bento Corrêa (UDN) Olindio R. Souza (PSD)
Dissidente Trabalhlsta

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAl pAG 54

ADMINISTRAÇÃO
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MUNICIPAL

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Suplentes de Vereadores
Bancada do PSD:

João Ponciano -

Assumiu a suplência por várias vezes.

José Cesário Pereira Neto Assumiu a suplência por várias


-

veze .

Tiago José da Silva -


Em exercício.
Antônio Bernardo Schauffert -
2°. secretário em exercício.
Lindolfo Caetano Vieira.

Ary Mascarenhas Passos (PRP).

Uma sessão da Câmara

Bancada da U O N:

Walter Konder Fleischmann -

Renunciou.
José Bonifácio
Malburg (Dr.) -

Em exercício.
Wilfredo Eugênio Currlin
(Dr.) Em exercício. -

Otávio Cesário Pereira Assumiu a -

suplê ncia por vária' vez .

Osmar Gaya -

Assumiu a suplência por várias veze ..

Mário Braz Santana.


Waldemiro Luiz Gonçalves.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt

UM FATO E TRÊS FOTOS


o fato político municipal mais comentado do ano
foi, sem dúvida, a eleição da mesa da Câmara, realizada
a 1 de fevereiro e cuja votação para Presidente empa­
tou de seis votos a seis entre Genésio Lins (UDN),e Paulo
Bauer (PSD), havendo também um voto em Olindio Souza.
Pelo critério de idade adotado pela Mesa, foi empos­
sado, em seguida, Genésio Lins.
Mas o Regimento Interno previa um segundo escru­
tinio em caso de empate. E o PSD evitou a realização
dêsse escrutinio, não comparecendo às sessões, ou se re­
tirando delas para que não houvesse «quorum».

A posse

Mais ainda: Impetrou


um «habeas corpus», ale­
gando que o vice-presiden­
te eleito, vereador dr. José
Bahia Spinola Bittencourt,
não fôra empossado.
A UDN, por sua vez,
O .habeas-corpus.
vale l-se de um mandado
de Segurança que confirmasse a posse de Genésio Lins, em carater interino. Esse
mandado obteve parecer favoravel do relator, desembargador Hercílio Medeiros.
O PSD entrou com igual recurso, pedindo para que a eleição confirmativa fosse
presidida pelo secretário eleito Amou Teixeira de Melo. Com isso ia o partido ma­
êste con­
joritário protelando a realização do segundo escrutinio, na certeza de que
firmaria o resultado do
primeiro, isto é, o ernpa­
te, que, no equivale­
caso,
ria à confirmação do man­
dato Gené sio Lins, omais
idoso dos dois votados.
E enquanto se en­
chiam folhas e folhas com
mandados e contra-man­
dados, eis que o Tribunal
de Apelação reforma o pa­
recer do seu relator e
manda proceder segundo
escrutínio, sob a presiden­
cia de Arnou Teixeira, já
à esta altura sem perigo
de empate. E corno sem­
pre acontece nessas his­
Confraterniza ndo .•• torias, venceu a maioria ...

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAI pAG. 56

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DIRIGIDA PELO -

Farmacêutico diplomado CiRECiORIO RUBINE'K


5 -
RUA HERCILIO LUZ -
5
- •
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ITAJAí -
Santa Catarina -
BRASIL ••
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EDIFlclO PROPRIO ••
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••
•• Possue variado sortimento de drogas, especialidades farmacêuticas
••
••
••
e tudo ••
••
••

que concerne ao ramo.

Não mande preparar suas receitas ou


comprar remédios sem indagar
os preços nesta farmácia, dirigida por farmacêutico
diplomado.
Garante-se o maior escrupulo
ii e
rigor cientifico no preparo ii
55 do receituário. ii
•• ••
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•••••••••••••••••
::============== :::::::!"".===== '.--
..

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


Poesia de Marcos Konder Reis
Menino da testa clara,
De cabelo em caracol,
Desembrulhando na vaga
Ilustração de Orlando Matos
A face dura de sal
E coroa na cabeça
Clarância de meio sol De noite, se o ceo acende
Debruça no muro branco Um dorso de tigre elétrtco,
O peito liso e moreno, O corpo de sono ergue
Na camisa oculta o ganso A silhueta dourada
E a promessa do toureiro. De an;o deseja-tudo
um

Fardado de capitão, �

MenLno do rosto puro, Numa praça engalonada


Em cada ôlho uma estréIa A corneta levantada
Para a curva da lonjura Para a marcha constelada
Na tôrre viva e amarela, Do celeste batalhão.
Ondula de melodia
A rota da caravela Menino da testa clara
Enquanto n'alma invadia Debruçado no terraço,
Entre êste mundo e outro mundo
O desejo de perdê-la,
No mar grosso finda o dia Ao verde pontal do espaço,
U ma bandeira vermelha. A ternura do poeta .

Renasce no teu abraço.


De traz, a casa e o carinho, No gesto novo, o cavalo
Na frente, a lenda e a aventura, Passa quatro da amplidão,
Menino que faz sozinho Cat:ale'iro corre mundo,
O roteiro da amargura. Marechal do coração.
De traz, a casa e o bnnquedo,
Na frente, a lua e o camtnho
Pensado nasepultura
Da saudade sufocada
E dentro roda-moinho
O riso da namorada.
\,
Dados biográficos
Marco' José Konder
«Balada,
ReIS, autor da
que estampamos acima,
nasceu 15 de dezem­
a •

bro de 1922 em Itajai,


Filho de Osvaldo dos
Reis e de Da. Elisabeth
Konder dos Reis.Fez seus
e tudos primários em sua ..
\l
terra natal e o curso se- ·
.,

cundário no Colégio San- r;. O II


to Antônio, em Blume- "VRl.4�t)o


nau e no Colégio Santl�.-._.
..
Áf4-TroS/
ta, em Transf
Santos. -

E ola nal I
rindo-se para o Rio em 1938, cursou
Engenharia, onde colou gráu em 1944. Ne t mesm ano pu­
blica seu primeiro livro T mpo e Milagr Em 19 6 p r
.
l

Em 1947, Menino dt
Da 'id» e, em eguida, «Apoealíp e •

Luto» veio confirmá-lo entre a' figuras mais de t cada:


nova geração de poeta do Brasil, tendo sido colhíd .

enquete feita entre e cntor :s pelo 011 10 d M nhâ»,


o melhor livro de poema lançado n ucl ano Em fin
1948 lançou "O Templo da E trela .

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt PAc. 58

�*,�,....,.,n,�
r._�'"
(.�

.

: Fábricas de


Aguardente, Vinagre



e Torrefação


e Moagem de Café

A
ACÚ •

U
Marca Registrada

Endereço Telegráfico: «COLOR»


Telefone, 8

ILHOTA -

Município de Itajaí -
Santa Catarina

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 59

Contadora formada pela Escola Técnica de Co­


mércio do Rio de Janeiro

Fundamentalista do Colégio São José»

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG. 60

emooro<YlX.:>CtI?OCYDOOCU/OCIDC)CUJOCUJOCUJOCUJOCIJX)OCQJOC/DOCUJOCUJOCUJ08
INDÚSTRIA CERÂMICA ITAJAí SIA. ��CI/lJ ,

OO:>a17OC)(I)OC/I}OQ?)()(Y/JO'CQX)CQX) CUJOCUJOCQX)CQX)cru:::,cru:::,CQXJClffJ

Fábrica na Barra de Luiz Alves

Escritório em Itajaí: -
Rua Felipe Schmidt 65
Telefone, 47

Endereço Telegráfico: (cINCERIT»


Caixa Postal, 56

Vista parcial da fábrica em Barra de Luiz Alves

_ueu � 6 \ .. • • ... ••

; • 4 .,. ....

Telha e Tijolo ccINCERIT"

Melhor
Maior
Mais econOmico
• •

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG 61

........................................................................
........................................................................
•• ••
•• ••

•••••• ..
..........••,···:5
:. Telhas FRANCESAS e COLONIAIS :: .
••••••••••••
.

•• ••
•• ••
............... _....... ••• __ •••••••••••••••••
.......•........•.......
TELHOES . .

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
•• ••
•• ••

::::::::::::55
••
TIJOLOS ESPECIAIS para construções de cimento armado 55::::::::::::
••

::.............. ..:.
3 ••••
••••••••••••••••
TIJOLOS FURADOS de todos os tipos
••••••••••

Uma vista do "Stand" da Indústria Cerâmica Itajaí S/A., na

la. Exposição de Flôres, Artes e Indústria, realizada


em Itajaí em Novembro de 1948.
----

.•...•.•.. .
•••••••••• : • ••••••••••••••••••••••••••••••••••••
•• ••
•• ••
•••••••••••••••••• ••••••••••••••••••
••••••••••••••••••
••
MARCA REGISTRADA • •••••••••••••••••
••

............
••••••••••••••
53 (cINeERI» 55 .
• •••••••••••••
•• ••
.. -.
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


A PROPÓSITO DO SEGUNDO ANIVERSÁRIO DA
CONSTITUICÃO ESTADUAL •

o Sr. Konder Reis, lê o seguinte dis­ da ordem trazida pelo


legal democrática,
curso: «Sr. Presidente, Sr. Governador do vento bendito da santa liberdade?
Estado, Sr. Desembargador Presidente do Não é menos para dizer do que gritar?
Tribunal de Justiça, Excia. Revma. Dom Menos que gritar do que sentir?
Joaquim Domingues de Oliveira, nosso a­ Sentir a felicidade tamanha até trans-
mado Arcebispo, DD. Autoridades, Se­ bordar o riso suave-cristalina jóia, saí­
nhores: da das profundezas do coração, que, di­
Mensagem de alegria é a que vos zendo tudo e muito mais, vem transfigu­
trazemos, em nome da opinião que temos rar gesto mágico dos lábios, no brilho
no
a honra de único dos olhos, no doce enlevo de todo
representar.
Sorrisos diriam, nesta oportunidade, o ser?
muito mais Bem sa­
que palavras. beistodos que
Pala vra sli- é assim!
mitam, bali- Embora,
zam, restrin- à primeira
o
gem que vista, possa
nos cabe parecer vã
transrnitír.Pa tentativade
1 a v ra s são romantizar
sempre mais coisas mais
obstáculos concre­
que
que propria- tas, à moda
mente auxí- de ouvir a­
lios, para se cordes líricos
c h egar aos em dobrados
sen ti me nt os
marciais, en­
mais fortes e contrar ima­
às mais pu-
gens poéticas
ras emoções. em sêcas re­
E, certamen-
gras de di-
te por isso, reito, ver lin­
des co nt rola­ Um flagrante do autor assinando a Constituição das paisagens
da será nos-
em frios es­
sa
linguagem, perdida em caminhos de quemas de geométricos planos, bem sa­
imagens não encontradas: afogadas em beis todos que é assim! A um
oceanos de intraduziveis
tempo só:
vibrações, morta natural e romântica, lírica e
marcial, sim­
da falta de correspondência entre o
po­ ples e
enfeitada, suscinta e complexa,
bre vocabulário e a rica sensibilidade. branca e multicor, bem sabeis todos
Não há, porém, que estranhar! que
e assim a visão do
raiar da santa liber-
Por acaso,não
dade!
é assim que faz, na
alma humana, a o Sr. AntOnio Carlos Konder Reis, eleito
Peregrinos, por­
t
estcduat pela UDN, em Janetro de deputado tadores das
verdadeira felici­ 1947, nasceu em Hajal espe­
em 16 de Dezembro de
1925, sendo, portanto, o mais dos
dade? parlamentar de Santa Catarina e talvez do moço ranças e an­
E, porven­ Figura das mais brilhantes da nova
Brasil

tura, não é felici­ nense, o representante itajatense tem se


catart­ geraça� seios, das reivin­
salientado na Cd­
dade
mara Estadual pela
fluência da sua oratória e pela eleva­ dicações e dos de­
inegualável o çdo de vista com que se entrega ao trato da causa
poder festejar-se­ Nesta página Publicamos o
discurso que
públlca sejos, da confian­
na Cdmara Estadual em proferi�
23-7-1949, data do segundo aniver­ ça e da certeza do
seja onde fôr e co­ sário da lIQ1;a Constituição
cataTinense.
mo fôr -

a volta povo, nosso irmão,


--'lOCIJr� nós, que viemos

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG.63

fazer resplandecer o sol recém-surgido da veis, escondendo paradoxalmente -


o

liberdade, nos céus da pátria, e dar novo grande à terra e à gente que ama­
amor

sôpro de vida ao milagre da federação, mos sempre e cada vez mais!

com o estabelecimento do diploma cons­ Era, sem dúvida, a febre ardente da


titucional, garantia do regime, quadro de paixão. Não fomos, porém, tão cegos de
nossa organização social e política, con­ atingirmos os delírios criminosos. Fria ti­
sagração de nossos direitos, após êstes vemos a cabeça e tépido o coração, para,
primeiros anos de vida nova, somos sin­ nos grandes momentos, sermos fiéis à
ceros ao proclamar: a obra comum nos nossa terra, sem falsearmos os nossos cre­

inspira alegria de homens livres. dos e convicções.


Jamais evitámos o encontro que San­
Epovo, nossa razão de ser, esta­
o

mos seguros, fazendo o confronto entre ta Catarina precisava ter consigo mesma.
o «ôntem» e o «hoje», só pode sentir o Ao contrário: fizemo-lo ser, no aceso dos

que nós sentimos: a grande alegria dos debates, na calmaria das doutrinações, na
homens livres! seriedade dos pronunciamentos.
Todos enfim, representantes e re­ Fomos, na generalidade, homens de
presentados, podemos cantar a grande a­ partido, sem, contudo, esquecer nossos de­
legria dos homens livres! veres de catarinenses bons.
E fácil não foi a tarefa, nem venci­ A Constituição Federal, a realidade
da, tampouco, sem choques e barreiras. catarinense e a tradição institucional do
Muito ao contrário. Basta, olhemos Estado, refletida no estatuto básico de
o passado, ainda tão nosso. 1935, foram as constantes guiadoras de
Aqui chegamos, novos, bem novos, nosso arrojado cruzeiro constituinte.

nessas tarefas de legislar. O precioso mapa de há


velho, mas

Grandes feridas traziam os todos, res­ quinze anos, só não o obedecemos, para
tos de combates que, na campanha, de os rumos do nosso barco, quando o con­

corpo e alma, nos empenhamos. E foi di­ tinente, sempre à vista, das realidades so­
ficil, muito difícil, fazer cessar todo o ar­ ciais, politicas e econômicas, mudara de
dor, trazer sereno o entendimento, aliviar contornos ou, se a tanto nos impunha,
o impeto que nos ficara da grande re­ ou proibia, o limite de nossas águas ter­

frega, banida, durante quinze anos, pela ritoriais, firmado avaramente bom que -

Ditadura. se diga-pela Carta Magna de 18 de se­

E erramos, erramos muito, não há tembro.


negar. Há que reconhecer, por conseguinte:
Sem distinção: fomos injustos, in­ se não fugimos à pedra de toque do gê­

transigentes, irredutiveis, incompreensí- nio brasileiro, que, sem dúvida alguma, é


a tendência à imita­
ção, sublimamos­

�roC:OJOC(OC)CIlJOCIlJOCIlJOCQJOCQJOCQJOCQJOCIlJOCIJ/OC/I OCIlJOCIlJOCQX) por assim dizer


mau
o

vêzo, imitando
-

que, feito pelos nos­

� Tinturaria «GUARANI»
§
sos,
pos
já fôra, em
idos, nossa
meira Lei Se acaso
tem­
Pri­
-
DE-
� fomos, fomos sóbrios
José dos Passos Nunes
§ copiadores.N este país,
cujo espirito vive ora
condicionado ao ges­
RUA PEDRO FERREIRA, 21 -

TELEFONE, 56
� to de uma
imortal que, de­
mas

cididamente, não se
França

§ -
ITAJAI
§ dá nos trópicos; ora,
Estado de Santa Catarina e isso mais
§ § contem­
porâneamente e mais

�CQX)CQX)CIlJOCQX)CIlJOCQX)CQX)CQX)CQX)CIlJOCIlJOCQX)CQX)J mediocremente, em­


papado no gênero

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAt pAG. 64

«swing» de uma feiticeira Norte-América adotada, o presidencialismo, que, como

então perigosarr:ente, ru­ bem comentou Pontes de Miranda, na


e, não raro, e

borizado até ás bigodeiras grotescas, a América do Sul é o caudilhismo, sob for­


ma civilizada. Assim essa, outras
Stalin, dos nossos jovens filhos da Gran­ como

de Ursa, fizemos nós alguma coisa! questões doutrinárias já estavam, antes


Por sua vez, o limite fixado pela de nós, previamente resolvidas.
Constituição Federal não nos deixou gran­ As poucas que nos restaram, com a
des horizontes. Medrosa de vertigens no aceitação da Carta de 1935 para roteiro,
salto que lhe exigia a passagem da or­ foram liquidadas.
dem ditatorial para a democrática, guar­ Conservadores, pois, tanto na forma
dou a Constituição Federal grandes tra­ como no fundo.
ços da tendência absorvente do antigo Só fugimos
quando a rea­ à regra,
regime. Deram-nos urna autonomia ca­ lidade, com seus protestos, ameaçava até
penga. Não é, portanto, de admirar, se abalar os próprios alicerces dêste vetusto
claudica a federação! palácio. Em tais casos, andamos para a
Não foi pouco o que por nós fizeram, frente, mas, devagar! Ampliamos, nesses
nem muito o que nos deixaram
para fa­ passos, nosso direito público constitucio­
zer! Este, aliás, o maior precalço: ver nal, para nele enquadrar relações SOCIaIS
barrado, às nossas providências, o mais e econômicas que marcam nossos dias e
vasto e promissor dos campos, no qual buscam solução. Nasceram, dêste modo,
poderiam os, com real vantagem, melhor vários dispositivos com cunho original.
prover o Bem Comum. Gravou a memó­ Tudo, porém, foi bem passado e re­
ria, como triste lembrança dos nossos tra­ passado no bom filtro conservador!
balhos, a contínua advertência que os a­ Na técnica constitucional fomos, sem
mesquinhou: «competência exclusiva da meditar ou resistir, à moderna tendência.
União». Cansamo-nos de especificar, esquecidos,
Foi, também, a Constituição Fede­ talvez, de que não faziamos obra a pra­
ral responsável pela forma de govêrno zo fixo. Houve-nos um
desejo de dispôr

:";::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::";::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::�.�
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e.
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JACí, O ALFAIATE
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III
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Rua Hercílio Luz, 60 ·

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ITAJAÍ
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Santa Catarina ·
·
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.

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. ,

Dispõe de completo sortimento de ca- !�


semiras nacionais e
estrangeiras ·

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h..... f!
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• :......................................... •• o·

........................................ : ..
:::j:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ..•

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG.65

para todos e sôbre tudo. Sinal dos t�m­


poso Incrivel e dolorosa certeza tnste -

herança do ·passado de que a obra po­


-

derá durar pouco, menos até que as re­


ARMAZEM POPULAR
lações e os fatos mais mutáveis!. ..
-
DE-
Assim correu a batalha, ora ruidosa,
ora quieta, sempre muito nossa. Bruno Kormann
Ao final, vimos surgir a Constitui­
Secos e Molhados, Ferragens, Louças,
ção, garantia do regime democrático, ad­ Miudezas etc.
mirávelmente conceituado por Kelsen, ao
em geral,
difinír: «Democracia signifíca identidade Rua Lauro Muller, 27
entre o objeto e o sujeito do poder, en­
tre governantes e governados;" govêrno � ITAJ Al --
Santa Catarina
do povo, para o povo».
Numa tarde como a de hoje, enga­
lanada e festiva, dois invernos atrás, che­ de minha morte. Mas lamento como se
gamos ao fim da jornada. Acolheu, e�­ estas pessoas houvessem caido no campo
tão, Santa Catarina um estatuto que, nao da batalha. Foi necessário usar o braço
sendo um santo remédio para todos os do povo A liberdade de tôda a terra de­
...

males, está longe de ser um inútil papel. pendia do resultado da contendo. e . . ...

Afora tudo o mais, para ficar, trou-


quando se ganhou semelhante prêmio
xe a Iiberdade'l com tão pouco sangue inocente?
E precisaria trazer mais? sentimentos foram
«Meus próprios
Não! profun­
da
damente feridos por alguns martíres
A liberdade é tudo e sem ela nada desolada
será fácil
causa, mas, preferiria
m�ta­ ver
vale. Com ela, todo o resto
de da terra do que seu fracasso. Ainda
conquistar. A nossa resposta têm a sere­ que só ficassem um Adão e uma Eva em
nidade e a convicção dos que a amam, cada país, mas livres, as coisas seriam
acima de tudo e não a vendem nem mes­ melhores» .

mo pelo pão, pela roupa. e pela ?r.d�m, Como é bom lembrar que a nossa
que são a oferta dos regimes totalitários,
veio macia como as nuvens tênuas e cla­
dos dias atuais.
ras , anunciadoras da bonança! Como é
E é bom lembrar que a nossa
como
bom lembrar, tambem, que a nossa nao
-

foi conquistada sem que precisássemos, é a alucinação dos liberais, endeusadores


ao fim, dizer as duras frases de Thomas
do individuo, nem a fantasia traiçoeira
Jefferson sôbre a Revolução Francesa: dos liberticidas, idólatras do Estado, mas
«Na luta, que foi necessária, muitas pes­ a sã liberdade: «bem preciosíssimo da
soas culpadas cairam sem julgamento de
natureza e próprio, unicamente dos
_que
espécie alguma e, com elas, algumas ino­ gozam da inteligência e razão, que da ao
centes.
homem a dignidade de estar em mãos do
«Lamento isto, tanto quanto qualquer seu próprio conselho e ter o poder de
outro e lamentarei o ocorrido até o dia suas ações».
Obra humana, a Constituição, men­
sageira da liberdade, traz, tambem, faltas
e falhas que o comentário, aqui esboça­
CASA SANTAN8ELO do, cremos, já demonstrou.
Aos cidadãos cabe, por certo, me­

§ -
]'E -

� lhorá-la, vivendo muito o que ela lutou


por idealismo democrático. A­
semear: o

� José Santangelo Jr. � quele mesmo de que nos _?á cons�iênci.a


Jacques Maritain, ao propor; «Se esse I­
FAZENDAS, ARMARINHOS, ETC.
� dealismo souber, verdadeiramente, o que
Rua 15 de Novembro Esq. Rua Herdllo luz, 22 seja a dignidade do homem e o que seja

-

a sua vocação, se tiver o respeito da al­


IT AJAI -
S. Catarina
� ma e o conhecimento de

J grandeza,
sua

&ooCllJOCIIJOCIIJOOCllJOCIIJOCIIJOOCIIJOCIIJO se no ápice da escala de valores colocar

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANuARIO DE ITAJA1 pAG.66
ANO I

as atividades do espirito e da liberdade, idealismo dourará nossa Constituição, fa­


e se souber que a conquista da felicida­ zendo-a ainda maior que o nosso maior
de está misteriosamente ligada ao sacri­ sonho.
fício de si mesmo, por ser ela antes de E, agora, ao festejarmos o aniversá-
tudo a conquista da plenitude do ser hu­ rio da «menina»-não resistimos a assim
mano no amor, e por deverem os bens chamá-Ia-que bençãos muito já derra­
materiais e a vida comum
abundância na mou, se perguntassem, como a Solon
nos

ser procurados antes de tudo como as lhe perguntaram, se ao povo demos a


condições e os meios para tal fim, se melhor Constituição, não ouvirieis a mes­
souber que a obra da salvação temporal ma resposta cínica que Atenas ouviu:
e da emancipação terrestre da humanida­ «Não, no entanto, dei-lhe aquela que me­
de é, ao mesmo tempo, o esforço de uma lhor lhe convém», pois nossa fé, nossa

humanidade resgatada para a vida eterna dedicação, nossa certeza do dever cum­
e do Deus Salvador, cujo sangue a ela se prido bradariam: se não foi possivel dar
comunica-pode, então, êsse idealismo mi­ a melhor, deu-se o que de melhor se pou­
rar de frente a ferocidade das leis da na­ de fazer!
turezamaterial, a fraqueza e a perversi­ Saudando-a, é de se dizer: grandes
dade do homem, e a realidade do mal cousas, mercê de Deus, fês o povo, atra­
no mundo, porque êle sabe que no ho­ vês de nós, seus legitimos representantes.
mem eacima do homem existe o que é A êle, pois, toda a honra, toda a glória
necessário para vencer a tudo isso». Esse e o merecimento tcdo!». (Palmas).

1870 realizou-se
EM durante o Concilio Ecumênico do Vaticano, presidido por S.S. PIO IX
o transcurso do qual se definiu o dogma da infalibilidade do Papa.

o primeiro soberano russo a usar título de «tzar» foi Ivan IV, cognominado
o «o

terrivel», que governou a Russia durante o transcurso da segunda metade do


século XVI.

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ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 67

UMA CARTA DE LAURO MÜLLER

A-pesar-de pertencer à A­
cademia de Letras, Lauro Müller
era um homem que escrevia
pouco. As suas incursões pelo
•••

mundo das letras não deixaram


grandes reminiscências. Dizia­
se até com certa insistência que
a única correspondência parti­
cular que escrevera teria sido
um bilhete a um cabo eleitoral

de Camboriú. Mas como sem­



pre, ainda aqui, a verdade está ,

I,.. .L •
..._ '- .... ' _...
.
....
,- r�
_

no meio termo: Lauro escrevia

pouco, mas escrevia.


dv_ �._&� r-r.L..c. s:­
Nestapágina, a titulo de
,,� ... .•

curiosidade, divulgamos o fac­ ..AI--..':':' .,J.._.-:.El':" _�.{- 1/..' � _,J..c._ _

simile da carta que em 1916,


'r-··-·-·
�. � :'·�4�. ':.. .(p--� '-:... r:..�.;;z;"_
quando Ministro do Exterior,
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enviou ao seu primo Pedro
Schrnítt, (pai do sr. Bonifacio
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Schmitt), nos seguintes termos: r� "- �� J. 'LI;:,. _cee• '.-: .,A ..
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«Rio, 28 de Maio de 1916.
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«Prezado primo e amigo. •

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«Tenho um grande praser
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em enviar-lhe o telegrama re­
cebido por S. Exc. o Sr. Nuncio
��r4f.L·"".f_j ...

A.postólico, Monsenhor Aversa, ,L. r, s: --x:"J V') � .t... �


!f'r_-....IA. :....
.. •... c---

de S. Eminencia o Cardeal Gas­


pari, Secretario de Estado de Sua
Santidade o Papa Bento XV,
.

�_f--S� ,,_
�� /101<,<_
""-?

contendo a benção d'Este, por


occasião do cincoentenario do seu ........, � ...... .,
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.. L.' /..JL-;7,
feliz casamento com a minha /4 �'-., fI-7 �
boa prima A nninha, acompanha­
do das felicitações do Santo Pa­
� ,A.:.....-..

.
.7""-::--
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dre. ,

«Fazendo votos pela felici­


dade de ambos e de todos
a os

da sua familia. com saudades e

especial apreço as suas nobres


qualidades, Lily e eu lhes en­
viamos nossas felicitações e um
sincero abraço.

«
Disponha do
Primo e amigo

Lauro»

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 68

INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ITAJAi -


S. CATARINA
S/A. ÓLEOS VEGETAIS Caixa Postal,
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Rua cambortü, 105

A indústria de 61eos
I
vegetais em Itaial
o que tem sido a atividade da S/A. Indústria de Óleos Vegetais Criando -

uma
nova riqueza Plantando, dá e não plantando, também dá
-

...

A S 'A. Indústria e Comércio de Óleos a'


importação do seu similar feito de li­
Vegetais, fundada em 1942 e transformada nhaça, temos exemplo pela enorme
um
em sociedade anônima em 1946, veio indus­ tem o produto fabricado
procura que pe­
trializar racionalmente uma
riqueza que la Indústrio de Óleos
Vegetais, não só
jazia abandonada no interior pobre de to­ por parte dos consumidores catarinenses
dos os municípios da orla litorânea cata­
rinense: a nogueira, da variedade
mas
especialmente pelas indústrias do Rio
«juglans e São
Paulo, para onde é canalizada gran­
regia», essa arvore utilissima que pouco de parte da
trato requer, tem
produção.
e a
singular proprieda­ Além do óleo de nozes, fabrica ain­
de de nascer e frutificar em estado sil­ da a Indústria óleo de babaçú, de mamo­
vestre, bastando homem apenas juntar
ao
na, de
e vender os seus frutos. Melhor ainda linhaça, de tungue e
outros, in­
que dustrializando também
as demais lavouras do caboclo
os
sub-produtos
porque, que são aproveitados como combustivel
«plantando dá, e, não plantando, também doméstico e adubo.
dá ». Antes da
...

instalação da indústria de Fundada por um grupo de


óleos vegetais nesta cidade, os frutos das pessoas
progressistas que tinham pouca coisa a­
nogueiras dos municípios visinhos eram lem da coragem
virtualmente para a luta, sempre
abandonados, com exceção orientadas, desde o começo pela invulgar
de algumas dezenas de sacos que eram
industrializados por processos capacidade técnica e realizadora de Dor­
e rudimentares
primitivos vacio Melin, mesmo assim não foi facil
em
fabriquetas localiza­ a
sobrevivência dessa indústria de tanta
das em Camboriú, as
quais procediam (e utilidade, pois que não foram poucos nem
procedem ainda hoje) o seu descascamen­
to arremessando os frutos pequenos os tropeços de toda ordem
que
despolpados a nascente fábrica teve de
por meio de bodoques contra um obstá­ enfrentar, até
culo duro, que o seu
produto basico-o óleo de
geralmente uma pedra, e em se­ no­

guida expremendo a massa da «baga» por zes-conquistasse mercados consumi­


os
dores por intermédio das
meio de prensa de madeira e grandes indús­
de
tipitins,como, trias de tintas.
resto, já se fazia com a mandioca.
Para tanto, foi necessário um
Foi, portanto, a Indústria de Oleos aper­
Vegetais feiçoamento no seu processo de refinação
a
pioneira, nesta zona, da fabri­ de forma a torná-lo
cação de óleos de nozes por capaz de ser adicio­
processos nado a
modernos, utilizando prensas hidraulicas qualquer composição de tinta,sem
o
e, sobretudo, perigo então existente de
aperfeiçoando a refinação a
qualidade do produto, comprometer
do óleo bruto de módo entregue ao con­
a torná-lo perfei­ sumo.
tamente utilizável na
fabricação de tintas É sem dúvida
pelas fábricas nacionais sem o perigo de des
indústria de gran­
uma
caruncho. Da grande aceitação desse possibilidades e que veio contribuir
óleo, para o decréscimo das nossas
que veio diminuir de modo consideravel avultada
importações do produto estrangeiro.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAc. 70

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Xadrezes em ai 90 dá20 e ravon
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


muito se tem escztjo sêbre as verdadeiras origens da palavra cJtajaío• O nome, tal qual se e,czoeve boi«,
nào padece dúvida que eiçtiiiioa <rio pedreçoeo» ou qualquer outra forma equivalente. �e,ta,
porém, saber se os indioe, realmente ohamavam o n08.!0 rio de cJtajaí> ou de "Tajai>. Tudo
faz cree que usavrun a segunda vers60 ou seja "rio dos taiá,>.
Nesia coletânea transcrevemos leecbos de trabalhos que são verdadeiros depoiment08 de váZ'iO.! e8tudiO.!O.!
do cssunio. í<eunindo-os e oilandc-lbes as procedências, desejamo« facilitar coa fata1'O.!
pesqui:&adores fontes de oonsulta sõbre o tão debatido significado dêsse topônimo.
IIs provas em iavcr da vezsão <rio dos laiáso se avolumam e ganbam 101'08 de legalidade. me8mO assim,
aquele mofino cio que adioionazoom ao comêço da palavra Ilerá sempee uma pedra na bota
dos estudiosos da toponimia nacional ...

�mos, pois, aos depoimentos:

«Ora, precisamente êsse «i» é um por não ter terras para empregar
« ...

intruso que apareceu, pelo menos, ha uns na Agricultura hum suficiente numero
cem anos, com a fundação duma colônia de Escravos que tenha, sendo alias tão
na foz por Drumond 1820 e a subse­
em necessarios para o suplimento de sua nu­
quente criação da paróquia do «Santíssi­ merosa família me pedia pellos requeri­
mo Sacramento de Itajahy» em 1833. An­ mentos despaxos correntes que me a­
e
tes dessa época, quando vemos, o nome presentava lhe concedesse para Seu me­
começava sempre com «t» só depois ge­
e lhor estabelecimento, Cento e trinta e trez
neralizou-se o uso ou abuso de lhe ante­ braças de terras de frente com mil qui­
porem um «i». Achamos, por exemplo, em nhentas de fundos que se achavam devo­
1845 Itajahi e ainda TaJahi (Milliet St. lutas no logar denominado Canto da Praia
Adolphe, Dicc. Geogr. do Brasil). 1827, de ltajohs]»,
Itajahy (Menezes de Drumond no J ournal (Trecho de uma escritura de doação de
des Voyages); 1822, Tajay (Memórias Hist. sesmaria datada de 21-11-1806. Arquivo
da Diretoria de Terras de S. Catarina).
do Rio de Janeiro, IX, 268); 1817, Tajahy
*
e Thajai (Ayres Casal, Corografia Brasí­ * *

lica, I, 57, 188, 204); 1816, Tajahi (Paulo vocábulo pode, portanto, ter si­
« ... 0
Miguel de Brito, Mem. Política sôbre S. do inicialmente formado por elementos
Catharina);1767, Tujuy (Carta do Vice-rei de pronunciação quasi análoga à atual,
ao Gov. de S. Paulo, citada por Lucas como, por exemplo, Ité ja y, e que em
- -

Boiteux, Notas para a História Cat., pa­ virtude das formas. peculiares à constru­
gina 243)>>. ção de línguas tão diferentes da nossa,em
(Exerto de longo trabalho 'de J. A.
um
vez de serem consideradas de per si-do
Padberg-Drernpkol, in «Revista de Phi­
lologia e de História». tomo 1 pgs. 427 que resultaria apenas uma frase sem sen­
e segs.), tido: (excelente, que água!) formariam, no

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAf PÁG. 72

seu conjunto harmônico a expressão bem violaceum Schott). O nome desta planta
significativa: «Que água excelente». passou para o nosso de conhecido taiá
(Do trabalho «Nos dominios da semântica» folhas igualmente sagitadas e grandes ri­
de Arnaldo S. Thiago, estampado em zomas comestíveis, muito rico em maté­
cA Noticia», de Joinvile de 12-5-48).
*
rias amiláceas, natural das Indias Orien­
* *
tais e do arquipélago malaio, e introdu­
« ... sitas neste Rio de
Itajahi Grande zida no Brasil pelos europeus. Foi cha­
no lagar Chamado Estaleiro». E no
fecho: mada taiá porque é semelhante ao nosso
«Rio de Itajahy 2 de Abril de 1824». taiá natívo e casualmente pertence à mes­
(De uma escritura de doação de terreno ma familia das aráceas.
onde se localiza a Igreja Matriz, trans­
«O «i» ou «hy» significa água, rio».
crita no «Jornal do Povo» de 14-4-46).
* (Do extenso e bem documentado artigo
* *
«Itaja! significa rio dos taiás», do Padre
«Itajaí como localidade sempre foi Raulino Reitz, publicado no «Jornal do
Povo» de 25-4-48).
grafado «Itajaí», Antes de 1820, todas as *
cartas geográficas documentos
e
grafavam * *

Tajahy, ou mesmo
Tajahug ou
Tayabeuhy. célebre mapa Garaffa ofereci-
« ... no
Note o leitor que mesmo nas variantes, a do pelos Jesuitas do Paraguai ao R. P.
parte inicial do termo (<<Taiá») fica inva­ Vicenzo Caraffa, VII Geral da Companhia
riável. Vejamos alguns documento: de Jesus, supondo Rio Branco que o tra­
«See. XVI-Nenhuma referência e­ balho tenha sido delineado entre os anos
xiste sôbre o nome «Tajaí», na de 1637 e 1641, encontra-se a
topono­ designação
rnástica da costa catarinense do século XVI. R. Taiabug; nos segundo e terceiro ma­
«Sec, 17-Duma referência minucio­ do
sa da «Costa do Governo do Rio da Pra­
pas Paraguai, de 1722 e 1732, respec­
tivamente, persiste o elemento taia na
ta até o Brasil», feita
segundo as noticias forma Tayabuy, em ambos registrada; no
de Emanuel Figueredo
(português) e de Mapa do Paraguai por d' A nvile, datado de
Theodoro Reuter (holandês) que atribuo
ao Sec. XVII, transcrevo o
seguinte: «Do
Cabo Mandiu, segundo Figueredo, o Nor­
deste para os que seguem a costa, en­ CIIIOCIlJOCIlJQCIlJQCIlJQCIlJQCIlJQClIXJClIXJCIIXJ§
contra-se uma bahia que os
portugueses
chamam Enseada das Garoupas e daí uma
DENTISTA §
�§ �
costa alta, até o rio
mam de
que os indios cha­
Tajahug até o S. Francisco o Carlos Paulo Pfeilsticker
mesmo
navegante conta 27 leguas ». ...

«1722-Num mapa do Paraguai e


-

o mais antigo da cidade


§
-

zonas limítrofes feito pelos jesuítas da


Província do Paraguai está assinalado o Especialista em
nome «R.
Tayabeuy» para o nosso rio Itajaí.
«1818-Numa exposição feito pelo
deputado por S. Catarina, em 15 de maio
de 1818 ao rei de
� Chapas e Extrações

Chapas de todas as qualidades e


Portugal, Antenor Me­ tipos, material e dentes dos mais
nezes de Carvalho,
quando fala do rio modernos.
Itajaí escreve: «
... e o famoso Tajay, alem
da enseada das Ultima novidade americana
Garoupas » ...

«De 1820 para cá a


grafia de nossa
Preço minimo
cidade sempre aparece como
«Analisando o termo
hoje-Jtcjní». §
«Tajai» ou
«Taiá-i», temos
primeiro logar a pa­
lavra taiá, sinônimo de taioba
em
§ Rua Quinze de Novembro, 36
(nome usa­
do no centro e norte do (Ao lado do INCO)
Brasil) que no
seu sentido
primitivo é uma planta her­
bácea nativa, de folha
grande e sagitada Hão atende
família das aráceas, tambem conhecida
por
tarro, talo, pé de bezerro ou jarro (Xan­ § crianças
§
thosma sagittifolium Schott, Xanthosma
§ClIXJCIlJQClIXJcm::;ClIXJClIXJClIXJClIXJClIXJCIIXJ§
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG.73

1733, constante do tomo XL das Lettres Leste terras que anda requerendo o
com

Edifiantes, já se encontra a forma Taja­ Capitão Manoel Antonio Tavares: e pela


hug, tendo o j o som de i e no Mapa parte de Oeste com terras devolutas, para
das Cortes, datado de 1749, no Mapa de neste lugar construir uma fabrica de as­
los Confines de las dos Caronas de Espana sucar para dos Reaes Di­
seu interesse e

y Portugal em la Ame-rica Meredional de zimos, portanto: Pede a Vossa Excellen­


1760, e no Mapa Geografico de America cia se digne conceder-lhe no Real Nome
Meruiional, feito e gravado por Ormedilla, de Sua Magestade o terreno que suplica,
em 1775-verifica-se a fixação da forma e receberá merce. Despacho. Informe o
Tajai». Tenente Coronel Governador, ouvindo por
O Autor dêste artigo também re­ escrito a Camara e ao Intendente de Ma­
gistra a forma <Tahei», usada por Manoel rinha. Rio, 30 de Agosto de mil setecen­
Gonçalves de Aguiar num documento da­ tos e novznta e nove. Com a rubrica do
tado de 1711. Senhor Conde, Vice-Rei».
E termina: «O documento mais an­ (Do trabalho «A propósito do topônimo
tigo que consegui encontrar no Arquivo Itajaí», de Carlos da Costa Pereira, pu­
blicado em «O Estado", de Florianópo­
da Diretoria de Justiça, e no qual já fi­
lis, de 18-4-48).
gura a forma Itajahy data de 1799 e é *
*
*
do seguinte teor: «Illustrissimo e Excel­ «
agora, no livro de Carl
...
encontrei,
lentissimo Senhor. Diz Joaquim Francisco Friederich Phil. von Martius Glossaria -

de Salles e Mello, Capitão, Govemador


Linguarum Brasiliensis-editado em Er­
da Fortaleza de Santo Antonio de Rato­ inter­
langen, no ano de 1863, além da
nes da Ilha de Santa Catharina, que elles
pretação «tajahy»-fluvius herbae taia­
pertende que Vossa Excellencia se digne mais esta: Taix: formiga vermelha e hy:
conceder-lhe por Sesmaria hurna lego a de
água, ou seja: rio das formigas».
terras em quadra no rio Itajahy-Merim,
(Norberto Bachmann, in «Jornal do Povo»,
fazendo frente ao Sul do mesmo rio,com de 23-1-49, na nota «Sôbre a origem da
fundos ao Norte, confrontando pela parte palavra Itajaí»).


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ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt PÁG.74

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Orientação e controle de contabilidade 11
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Imposto sobre a Renda Balanços e Inventarios ii
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Minutas de contratos ii
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Traduções e requerimentos em geral ::
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ANO I ANUARIO DE ITAJAf pAG. 76

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CARLOS RENAUX S/A. "
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EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO l! .. ..
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Código: RIBEIRO -

End. teleg.: (CTECIDOS,. -

Cx. Postal, 8 -

Fone, 50 11 .. ..
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.. Rua São Francisco nr. 39 II
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ESTADO DE SANTA CATARINA -
BRASIL H
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ECSRITORIO E ARMAZENS DA FIRMA ..

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AG:eNCIA DE VAPORES ::

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PARA SANTOS · .

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANUÁRIO DE ITAJAI pAG. 78

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A menina J ANETE,
filhinha do casal Egidio Narciso -
Sra. Ester Rebélo Narciso

o «egípcio» Aquiles, e o <indin»


...

Humberto,
filhinho do casal Waldir Miranda Santos filhinho do casal Egidio Narciso _
Sra.
Sra. Walkiria Santos. Ester Rebêlo Narciso.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO r ANUARro DE ITAJAl pAG. 80

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n BANCO NACIONAL DO COMÉRCIO S. A. ��


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FUNDA0 O EM 1895 Séde em I'ORTO ALEGRE

Capital . .
, Cr$ 50.000.000,00
Fundos de Reserva. . . .
c-s 43.250.000,00
Depósitos em 31 de Julho de 1949 c-s 662.106.916,66

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EDIFtCIO PROPRIO DA AG"ENCIA NA CIDADE DE ITAJAt

Mantém representação própria nas seguintes praças:


No Rio Grande do Sul: Alegrete Aratinga (escr.) Arroio do Meio (escr.) Bagé Bento
- -
-
-
-

Gonçalves Cachoeira do Sul- Cai Campo Bom (escr.) Candelaria Canela Carasinho
- -
-
- -

Caxias do Sul Cerro Largo (escr.) Cruz Alta Dois Irmãos (es r) Doi
-

Lageados (escr.)
- -
-

Dom Pedrito Encruzilhada do Sul -

Er chirn Estrela Guaramano (escr.) Getulio -

Vargas
-
-
-

Gramado Gravatai-

Guaiba Guaporé Ijui Ivoti (escr.) Jaguari Julio de ('a tilhos Li-
-
- - -
- -
-

vrarnento Montenegro Nova Palmira ( ser.) Nova Petropolís (escr.) Nova Prata Novo
- -
-

-
-

Hamburgo Palmeira das Missões Passo Fundo Pelotas PORTO


-

ALEGRE, Matriz Gua­


- -
-
_

ra!-
Rio Grande Rio Pardo Rosario do Sul- Santa Cruz do Sul
-

Santa Maria Santana


-
-
-

da Boa Vista (escr.) Santa Rosa (escr.) Santiago Santo Angelo São
-

Borja São Francisco


-
-
-
-

de As i São Francisco de Paula São


-

Gabriel- São Leopoldo São Luiz


-
-

Gonzaga _
São
Pedro do Sul Sapiranga (esc r.) Taquara
-

Taguari (escr.) Três de Maio


- -
-
TI's Corôas (escr.) -

(escr.) Tupanciretã Uruguaiana Venancio Ayres (escr.) Veranópolis.


- -
-
-

Em Santa Catarina: Araranguá Blumenau Caçador Canoinhas Cresciúma Florianó-


- -
-
-
- _

polis -ITAJAI- Jaraguá do Sul- Joaçaba Joinvile Laguna Lajes Rio do Sul -
-
-
-

••
•• São Bento do Sul- Videira. ••

:: No Paraná: -
Curitiba -

Guarapuava Jacaresínho Paranaguá


••

Ponta Grossa
-

Rio Negro ::
-
-

�. _

:: União da Vitória.
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li. ::
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Correspondentes nas principais praças do pais e do estrangeiro 55
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_ .
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA DA

IMPRENSA EM ITAJAi
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

A falta de uma biblioteca, somente Smokowski e redatoriado por Tiago da


ha �ou<;Or, creada �lo hentro Cul- João
»at�
te,mpo Fo�s:�� e
A '�adre
turhlJ deJW.��possibillifu bHt:ctpG8'Ü'ID> FOI �,I.shmáavor, llIii-tdoS'Jka res :c,;,ers.
retrospectivo preciso sôbre a Vida dos jornais já estampados em Itajaí. De for­
jornais e dos jornalistas de Itajaí. As fo- mato grande, com bem lançados artigos
lhas que ner. a,qW _s� ��uj>licaram �c.fu!?-ç!p, farto
ertr'náffiMt)SlCffi,CQ�s ou em co- anda� no�i�rL�;�EU�zráfico, co­

esparsas fi�&'dft bolsa, pohtiti!.�it�ffith1.


e estran­

leções fragmentárias. Porisso, qualquer geira, etc. Por êste semanário pode-se
tentativa de reconstituição da vida dês- afirmar havia
�ue, já àquela época em

ses periódicosestá sujeit� �êMs e Ita{@ u�@�cde intelectuais. Foi seu re­

omissões. ° que iremos tentar é um li- dator por algum tempo inesquecível o

geiro comentário sôbre o material que mestre Luiz Tibúrcio de Freitas, a quem
cole- Marcos KonPw' � refere mais autoriza­
c�nsegui�0o/:> pouço. mais fnlre t1�1� .

çao de prlm��qqu�os�....{l:@.J�s pe- damente em \..é-<.üt&-mBàfH8'deste «Anuá­


riódicos publicados nesta cidade, pacien- rio». E' uma publicação que se sobressai­
temente organizada pelo nosso ·saudoso rá quando se fizer, com mais vagar, uma
da
conteCrfw.,�2LrMarcos _HeuSIDubto A uL história�tWm�nsa ��"t(f:r��
PÓfU.�ssa sãb'e-se
coleçao que �prl- Taiii5'em de 1899 é-'«A: "Pt:tCHA»,
meiro jornal que circulou neste municí-
«folha carnavalesca, órgão da tribu Gua­
pio foi «Q,_ IT�l», no ano de 1884, Circulou um, Wlico dirigi­
furrr ran�('
dado e c!iiigi�l�lprofessor João
cryu\1lllnpor Joca Branc:iMb�at folha de =�o,
Cruz e Silva. Dessa folha tiraram-se ape- tamanho mínimo, humorística, e que tra­
nas tres números. A falta de recursos zia entre as «cousas dignas de ver-se»,

materiais: a
It�!i,�í (lp,s e�!=t�M� da
pObEeza intel��� -;-<lo T�mpera­ Compa�ia
daquela epoca nao encorajáVattt%±Bati'Vll '-6.'igJ�1 tJY «fõti6gfafo do Jose Garcia». Por
tão arrojada como a tiragem de um se- êsse jornalzinho fica-se sabendo que o
manário. carnaval � 1�9 teve em Itajaí um des-
A «O 1TAJA1��iu-��tk@.DÉA», file de o.r@ c��\jgóricos! Donde se
aparecido em 1886. Dirigiam-no Eduardo conclue que estamos nos distanciando a
Miranda e Tranquilo da Silva. Era um passos largos do paganismo.,.
jornalzinho-jqem feito, c;.ew tres págin� 0, c T,ive,m�s taIl}�m(O jornalzí­
de matéria" klL�a�GUm�aJtWOilil�ma) Bé' :fH:1I6><2.M.�rito EiUê Ma T1NELA», ;.�
anúncios. Dizia-se «neutro» mas é eví- aparecido em 1902 «humorístico e ilus­

dente que não rezava pela cartilha ofi- trado», «escrito» pelo então joven Tomaz
c��O�n'e-�,..,edito�iais, @ s@�as Fontej, 1@ttLte8erdote e d�t@tdme­
e

nem aenunclavam
tOpICOS a oposiçao que ral. "Sa1.ram apenas 4 números.
fazia ao governo, especialmente o do mu- Aparecido em 1903, temos «O ARAU­
nicípio. _C! rt-; .'
�C1 _!O>}'
cjiri�o pelo professor João Maria
COlllmrro:::trreu �Ailte�D,Clteve via�oZl.MltrtJ9.0 Ett'anoa folha �é<2.1:"AéW�no for-
efêmera. mato, com quatro páginas, onde, como
Entre 1886 e os últimos anos do sé- nos outros jornais da época, se gastavam

cu�o �sad�p_á um selapso AA _glajs ded O c�('� r,t,


colunas,
,ffiltic�dg X�� °ant:s
elrT}o- "<1.Çtnam ffifH
I

dois l'bstIílBs -�ffi}ctlue conségllis' qiré da Penbtí e �\tt!i LUIZ


calizar qualquer jornal publicado em Ita- Alves; que chegavam de Camboriú ou se
jaí. Será que não houve imprensa por dirigi� a Brusque «a
aq@ n��t��oodo ?MOtLClaS é9sco(at<2.S ti1!st iiwtmnê not,é.
p��'o»,
.

�m
Em fsg9 aparece «O PROGRESSO, umas «Cronicas de Além úmulo», ao
de propriedade do polonês Alexandre que se diz, de autoria do Padre Peters

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAI pAG. 82

mais alto e, não raro, vamos encon­


que, além de jornalista, era músico tam­
va

bém. Nessas crônicas o personagem prin­ trá-lo opinando sôbre problemas de âm­
bito nacional, quer no terreno político,
cipal era um defunto que, nas suas horas
de folga, saia do purgatório e vinha a quer no administrativo. Não será teme­
Itajaí, já se vê que para criticá-lo. E a ridade afirmar-se que, nunca mais, depois
quesilha do morto eram as obras da bar­ da segunda decada do século XX a nos­
ra a que o padre, pela boca do falecido, sa imprensa atingiu o nivel informativo
chamava jocosamente de «caes da mar­ e cultural que era o traço dominante
melada» ... dos primeiros jornais que circularam em
dêsse jornal de­
Num dos números Itajaí nos alvores do século.
para-se com o nascimento do «formoso Possivelmente, os nascentes enge­
bambino» José Siqueira ,
E certamente .. nhos que tanto facilitaram a difusão do
não se tratava do maestro de igual nome ...
pensamento tenham influido nessa pro­
De 1904 é «O NOVIDADES», fun­ nunciada decadência do periodismo nativo.
dado e dirigido por Tibúrcio de Freitas Com efeito, naquela época os jor­
e que circulou, em
primeira fase, até 1918, nais tinham correspondentes em vários
reaparecendo, em segunda fase, em 1921, municípios do Estado e o seu noticiário
tendo diretor Izidoro Oliveira e co­
como telegráfico era a unica fonte onde o ci­
mo redatores Marccs, Adolfo e Vitor Kon­ tadino saciava a sua sêde de novidades,
der. Foi êste um jornal revolucionário muitas vezes acontecidas ha semanas ou
para os moldes da imprensa provinciana mesmo ha meses.
de então, especialmente na sua primeira De 1904 é «O PHAROL», o mais
fase. Tibúrcio de Freitas, que foi a figu­ longevo dos nossos jornais. Circulou até
ra maior do nosso
jornalismo, talvez até 1924 sob a responsabilidade de Joca Mi­
hoje, soube dar-lhe um feitio de jornal randa e dessa data em deante, até a sua
grande. Os seus editoriais não se conten­ extinção, em 1937, tendo como responsá­
tam em xafurdar
lodaçal político o mu­ vel Juventino Linhares. Foi, sob a orien­
nicipal. Combativo, embora, Tibúrcio voa- tação de J oca Miranda, um jornal com-

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ARMUS ZIESEMER · .

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Rua 15 de Julho esquina João Pessoa -

ao lado do campo do Marcilio · .

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Colc�ões em geral ·

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Consêrto de móveis ·

· .
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estofados e ·
·

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artigos do ramo
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Todos os serviços são garantidos .

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAt PÁG.83

bativo e por muitos anos o único orien­ seis anos mais foi imitada!
seguintes nunca

tador da opinião pública de Itajaí. Juven­ 1917 traz para o cenário jornalístico
tino Linhares deu-lhe um feitio mais no­ itajaiense uma boa contribuição: «A LU­
ticioso, ampliando a matéria telegráfica e TA», que obedecia a orientação de Gue­
emoldurando-o com excelentes editoriais. des Júnior (Jau Guedes da Fonseca) e
«O PROGRESSO», «O NOVIDA­ Jaime Vieira. Mais literário que noticio­
DES» e «(O PHAROL» foram o que se so, mais poético que literário, estampava
poderá chamar-para fazer uso do têrmo sonetos lamentosos de Augusto dos An­
tão em voga-«os tres grandes= da im­ jos e versos patrióticos de Bilac.
prensa itajaiense. Ainda em 1917 Irineu Bornhausen
Em 1910 Juventino Linhares
lança edita um jornal crítico com a tiragem de
\<0 JUVENIL», que pouca duração.
teve cem exemplares chamado «O PARAFU­
De 1911 é «O ABECEDÁRIO», pio­ SO». Circulou um único número.
neiro da imprensa escolar em Itajaí, di­ Em 1920, ano do centenário de Ita­
rigido pelo professor João Maria Duarte. jaí, apareceram duas edições especiais
Pela ordem cronologica temos em dignas de nota: uma d'<O COMtRCIO»,
1912 «GAZETA DE ITAJAl», cujo pri­ jornal fundado em 1918, e outra d'«O
meiro númaro circulou em fevereiro dêsse PHAROL», esta impressa em cores e com

mesmo ano. Dirigia-o Manoel F. de Miranda. boas colaborações.


J ornal de pequeno formato (pouco maior «ITAJA1» apareceu em 1921 dirigi­
que uma página de livro comum), não do pelo brilhante jornalistalMascarenhas
dava grande valor aos títulos berrantes Passos, durando a sua primeira fase até
hoje tão em voga. As suas noticias e co­ 1930, quando cessou de circular. Há quem
mentários, via de regra, eram separados queira dar a êsse aparecimento caráter
por modestíssimos traços horizontais, o de «segunda fase», atribuindo a primeira
que o torna desgracioso e monótono. No á publicação nos recuados anos de 1884
seu número de estréia, noticiava a morte do jornal do mesmo nome e já tratado
do Barão do Rio Branco e a indicação de linhas atraz. Tudo indica, porém, que não
Lauro Müller para substitui-lo na Pasta havia qualquer sentido de continuidade
do Exterior. nem identidade de linhas ideolo­
mesmo

O mais corajoso empreendimento gicas entre as folhas de Mascarenhas e o


jornalístico da terra, foi, sem dúvida, o modesto precursor da imprensa itajaien­
lançamento de um diário em 1913. Cha­ se, fundado por João da Cruz e Silva.
mava-se «DIÁRIO DE ITAJAl», dirigido A verdadeira segunda fase do «ITA­
pelo professor Manoel Ferreira de Miran­ JAl» foi reaparecimento em 1937,
o seu

da, (o mesmo da «Gazeta de Itajaí»), Cir­ sob a orientação de Francisco Rangel e


culou diáriamente durante tres meses. Dagoberto Nogueira, defendendo a candi­
Tentativa tão arrojada que nos trinta e datura José América. Como jornal de
oposição o todo-pode-
roso DIP então nas­

������������ cente, matou-lhe no


nascedouro, depois de
§ algum tempo de cir­
culação, vindo a re­
JOÃO PERY BRANDÃO � surgir em terceira fa­
se em 1947 sob a di-

DESPACHANTE ADUANEIRO
§ reção de Dagoberto

Caixa Postal, 49
� Nogueira e gerência
de Raul Heusi da Sil­

§ va. Com uma peque­

na interrupção nesta
IT AJAI -
Santa Catarina -
BRASIL


última fase, acha-se
circulando atualmen-
te dirigido pelo Dr.

�'------------------'--oJ
Wilfredo Currlin. E'
oposicionista extre,

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 84

mado e defende o programa político da UNIÃO», com oficina própria e sob a


União Democrática Nacional. responsabilidade de Albano da Costa Pe­
Em 1921 surgiu uma revista (parece reira. Não conseguimos localizar o ano de
que a única revista com propósito de pe­ seu aparecimento.

riodicidade), intitulada «RUBRO AZUL», volta de 1930 fervilharam os


Por
de caráter esportivo, dirigida por Mário jornaizinhos «críticos e humorísticos».
Pirahy (Mascarenhas Passos) e francamente Abrindo essa série, aparece «TOM POU­
marcilista. Morreu na primeira infância. CE» em 1928. Era redatoriado por Ciro
Também de 1921 é «O MUNICIpIO», Mascarenhas, Abdon Fóes, Nemésio Heu­
crítíco, humorístico e noticioso. dirigido si e outros. Timbrava nos editoriais em
por Edmundo Heusi e Antônio Andrade. linguagem macarrônica e foi o «veneno»
Como tantos outros, parece que também dos namorados daquele tempo.
foi vitimado pelo mal de sete dias ...
Humoristas, foram «O CHORO» em
Em 1924, Jaime Vieira e Juventino 1931, «O CARÉCA», também de 1931, de
Linhares lançavam «O ANUARIO DE Abdon Fóes e Nemésio Heusi, «A CRI­
ITAJAI», para aquele ano. Circulou um TICA», de Felix Brandão Sobrinho, Arno
único número. E' uma publicação bem Oscar Kleis, Carlos Gomes da Cunha e
feita e que não se atém unicamente aos Cesar Stamm, ainda de 1931. «SEMANA
fatos relacionados com o município. Ver­ DESPORTIVA», de Josué Claudio de Sou­
sa literatura, humorismo, informações za aparece em 1930. Era crítico e es­
úteis, etc. Contendo mais de 150 páginas portivo.
foi a maior publicação feita nesta cidade, Foi essa a que se pode chamar de
podendo-se considerar um trabalho de «fase risonha» do jornalismo itajaiense.
mérito se levarmos em conta as limita­ Depois dessas publicações os nossos jor­
das possibilidades da época. nais franziram o sobrolho e nunca mais
Em 1926 apareceu « FARAUTO», mostraram os dentes a ninguem ...

jornal crítico, humorístico e noticioso, que Em 1930 é estampada «A ORDEM»,


como todos os outros de seu gênero, te­
dirigida por Ciro Mascarenhas e Dr. Fran­
ve poucos meses de vida. Era dirigido cisco Rangel, tendo como gerente Júlio
por Vicente Izidoro da Rocha e Paulo Silva Pereira. Era uma folha de grande
Willerich. Foi talvez o único jornal cri­ formato e muito noticiosa, que apareceu
tico daqueles tempos que se editou em
para defender a candidatura Irineu Bor­
Itajaí, devidamente registrado de acôrdo nhausen ao cargo de Prefeito Municipal.
com as leis de
imprensa em vigôr. Em Maio de 1931 aparece «O LI­
De 1929 é «A GAZETA»
dirigido por BERTADOR», sob a direção do Dr. Fran­
José Müller. Sabe-se que circulou cisco Rangel e gerente Júlio Silva Perei­
por
pouco mais de seis meses. ra. Desapareceu em Dezembro de 1937.
Publicou-se também em Itajaí «A De Maio a Agosto de 1933, circulou
«O TEMPO», tendo
como redator Felix
Brandão Sobrinho e

como diretor-tesou­
reiro Alfredo Fóes.
Era de grande for­
JOÃO MATHIAS HEIL mato e bem noticioso.
Em 1936 inicia
LOJA E OFICINA DE CALÇADOS a
circulação «J ornaI
FAZENDAS E ARMARINHO do Povo», fundado e

Rua Hercillo Luz, 73


dirigido por Abdon
Fóes, tendo como ge­
IT AJAf -
Santa Catarina -
BRASIL rente Paulo Willerich
e, atualmente, Antê­
nio Fóes. Tem sido,
com raros intervalos
de neutralidade, uma
folha situacionista.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl PÁG. 85

Foí por muitos anos o único jornal Ciro foi um jornalista culto que poliu 8
da cidade. sua pena no contato com intelectuais eu­
Precursor do estadonovismo em nos­ ropeus.
sa terra foi «Reação», fundado em 1937 Os irmãos Konder, especialmente
por Damasio Umbelino de Brito e Lydio Adolfo e Vitor, pela combatividade, e
Pereira de Souza. N o seu primeiro nú­ Marcos pela erudição dos seus escritos.
mero, único que possuimos, o referido se­ Mais esquecido pelo abandono com­
manário se lança à tarefa de defender pleto que votou ao jornalismo, Juventino
o Sr. Carlos Renaux ao dedicar-se Linhares foi também uma grande pena
por inteiro a um lamentável dissídio oco­ que brilhou nos nossos semanários.
rido àquela época entre vários grupos de Jaime Vieira foi e é o nosso «jor­
acionistas das indústrias fundadas pelo nalista-poeta», espécie de d'Anunzio que
Cônsul Renaux. Ao Sr. Getulio Vargas e mais satiriza com o verso que com a
às suas virtudes dedica «Reação» toda a prosa. Tornou-se um introvertido da im­
sua primeira página. prensa: escreve e põe da gaveta.
De Josué Claudio de Souza pode-se
ITAJAI», órgão da emprêsa
«CINE
dizer que é grande demais para as possi­
cinematográfica do mesmo nome apare­
bilidades jornalísticas da cidade: foi fazer
ceu em 1938 e era um jornalzinho bem
feito inofensivo: só tratava de cinema
e ... imprensa em Manaus, onde dirige um
Em 1943 aparece o «BOLETIM DO diário «associado».
ROTARY CLUB DE ITAJAI», hoje no Lausimar Laus é o que se pode cha­
mar de «nossa jornalista de nascimento».
seu sexto ano de publicação.

Redatoriado por funcionários da Di­ O que escreve publica nos jornais e re­
vistas do Rio.
reção Geral do Banco Indústria e Comér­
cio de Santa Catarina S. A., circulou de Dos que estão na ativa e na terra
1946 a 1948 «O INCOANO», jornal ban­ não falaremos. E' sempre desagradável o
cário. elogio de corpo presente.
Escolares são «O PROGRESSO» do
Colegio São José, «NOTICIAS ESCOLA­
RES» do Grupo Escolar «Vitor Meireles»
e «O GINASIANO», dos alunos do Giná­

sio Itajaí.
Incluindo nesta crônica a imprensa
IRMÃOS CABRAL
falada não podemos deixar sem registro
a fundação em 1944 da «Z Y K 9», Rá­ - ARMAZEM DE SECOS E MOLHADOS

dio Difusora Itajaí, que, como precursora


da rádio-difusão nesta cidade, vem pres­ Vidros, Louças, Ferragens, Bebidas
tando assinalados serviços no desenvol­
Nacionais e Estrangeiras, Miudezas
vimento artístico e cultural dêste municí­
pio. E' seu fundador e diretor Dagoberto em geral, Generos de primeira

Nogueira, tendo como responsável técnico
Adolfo de Oliveira Júnior. qualidade, etc. �
*
* *

cidade al- Vendls por ItlCldo e ii 'Ire'o


De jornalistas, a guarda
guns nomes. Menos pelo que tenham es­
crito que pelo seu caráter de pioneiros,
João da Cruz e Silva, Tranquilo da Sil­ ReYendedores dos Ifl .. ldos prodltos «ESSO.

va, Eduardo Dias de Miranda e Inácio


Bastos serão sempre o marco um do jor­
nalismo nativo. Tibúrcio de Freitas e o Pa­ Rua Hercílio Luz, 86/88
dre Peters abrem caminho na imprensa
do começo do século. J óca Miranda é Fone, 229 -

End. telegráfico: cNUa.


mais realizador que articulista. Os dois
Mascarenhas, pai e filho, Mascarenhas ITAJAI -
S. CATARINA
Passos e Ciro Mascarenhas deixaram uma
trilha luminosa no jornalismo itajaiense.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 86

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DE SANTA CATARINA :






A<iÊNCIA ITAJAi
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f� Ajude o desenvolvimento de sua cidade, depositando suas


nomias na Caixa Econômica Federal de Itajaí.
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E' na Caixa Econômica Federal que se assegura, com garantia •

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5,5% ao ano


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24 » -
6% ao ano


Prazo Fixo

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com Condições: Prazo de
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50.000,00. Os juros serão pagos




mensalmente. •

30 dias

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3,5% ao ano •

60 » -

40/0 ao ano
Aviso Prévio: 90 » -

4,5% ao ano
180 » -

5,5% ao ano
360 » -
6% ao ano

Comerciais Limitados: 3% ao ano Limite: Cr$ 300.000,00.


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-


Comerciais Ilimitados: (Movimentação por cheques)


-

Taxa 2,5% ao -
ano.

·



Caucionados:

Taxas 1°/. e 2%-

ou 3% ao ano.
g Judiciais: Menores e ínterdttos-i-sv
-

ao ano
g Especiais: -

Contas de

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Repartições Públicas, autarquias, etc. Taxa 3% ao ano.
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apta para as grandes realizações.

Os Depósitos feitos �
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d a u n Ião.

J ���. ��. : �. � : � �. � �. ��.I� �.�.�ê.:�.� iI


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••

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


I_U_m!! ! ! ! ! !a�jo! ! ! ! ia! ! , ! !,! ! !d! ! ! ! ! ! a! ! ! ! R! ! ! ! e! ! ! ! na! ! ! ! s(! ! ! ! , !e�n�! ! ! ! a�e!! ! ! ! ! !m! ! , ! !,!ta_j
! !1 a_i-II
Não será excesso de entusiasmo a­ São Pedro, inclusive a celebre «História
firmar-se que uma das mais valiosas o­ de Atila». São de sua autoria, além de
bras da arte pictórica existente no Brasil, outras telas famosas: «A crucificação de
encontra -
se São Pedro»,
em Itajaí e ret rato de
é representa­ Xisto V, «A
da pela be­ Fortuna», (ho­
líssima tela je no Capitó­
de Guido Re­ lio), duas Ma­
ni, intitulada dalenas que
« Madalena»
,
se encontram

cuja fotogra­ no Louvre,


fia esta rn­ etc.
pamos nesta Quando
página. exposta no
Procedendo Quitandinha,
do periodo a famosa te­
aureo da pin­ la recebeu
tura -

o sé­ verdadeira e
culo XVII­ ent us iastica
e tendo saido cons ag ra çã o
do pincel de da critica na­
um mestre do cional, sendo
classissismo i­ de se desta­
taliano, a te­ car as seguin­
la encanta pe­ tes opiniões
la harmonia de dois re­

e serenidade nomados ar­


de suas linhas tistas:
e mais ainda De Porti­
pelo soberbo nari: Troca­
-

do seu colo­ ria toda a mi­


rido. nha galeria de
De pro­ arte por esta

priedade do «Madalena».
banqueiro Dr. De Osvaldo
Rodolfo Re­ Teixeirai- «Se
naux Bauer, alguem copi­
« Madal ena» ou esta tela,
se acha ex­ é maior do
posta resi­
na que Guido
dência do seu Rení».
proprietário Contem­
em Cabeçu­ porâneo e ri­
das, onde tem val do gran­
sido aprecia­
«MADALENA» -
Guido Reni de Caravágio,
da por culto- estilo «o seu

res das artes e recebido os maiores elo­ consiste na graça e na delicadeza, um de­
gios dos entendidos em pintura classica. senho elegante e correto, um colorido do­
O seu autor, nascido em Bolonha em 1575, ce e brilhante, a suavidade na expressão,

foi discipulo de Calvaert e Carrache, ten­ a riqueza e a harmonia na distribuição


do pintado vários afrescos na Capela de da luz».

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAf pAG. 88

SV(IIA\IIS

B� ?1taJU,a �

fJteu.eJ., �CVLa rúJ.


� S� VittJ1t '»leiJLe2u,
deéta cidade.

BenfuMiJ:a Bte/.a WeJmeJt,

filha da caM:d

tJ>Cúd4 WeJmeJt -

B�
�lna tJ>.eIU!iJta WI!Jm,eJt.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 89

§V(IIA\IS

g�.AAqeM �J
U(JU4 da B.t. �
�J e f.iJJuu,:
� tCul�J gi� Jànata
e�.

B.enM.ta. rCtdla. 4cunerl �!Ú!.d.J


ed.� d4 B.t. �
�rJ.e4J 1dJtrJ.J.:
e

�,eI,líE-J 'Jutad e tCltJia.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAí pAG. 90

MOORE MC CORMACK LINES, INC. -


·New-York
----------------------��
-------------------:'_

Linha regular de navios entre ITAJAt e Portos dos Estados Unidos da America do Norte

3 Navios mensais -

Passageiros e cargas
POSSUINDO AS 3 SEGUINTES LINHAS:
portos da Costa Atlantlca dos Estados Unidos da América
American Republics Line-�oa���t��ra
para Costa do Pacífico dos Estados Unidos da América do Nor­
a
Pacl'ft'C Republl'CS LI'De_Navios
te, via Canal do Panamá portos das Caraibas. e

Paizes Escandinavos, conecção para Polonia, Flnlan- com


Amei icaD ScaDtic line-�;v�o����.os
A sua frota é composta dos seguintes navios:

SS, ARGENTINA SS, BRAZIL SS, URUGUAY


Modernos e velozes paquetes de 33.000 tons., compcnentes da -Frota da Bea Vlzlnt:Ença., IIgEnco
lI.ew York a Buenos Ayres.

o NAVIO c:\.10RMACWREN. NO PORTO DE lTAJAl


I
Navios cargueiros com acomodações para 12 passageiros:
MORMACOALE -
MORMACOAWN MORMACELM -

MORMACCOVE
MORMACFIR MORMACF{;FL - - -

MOR -lALGULF -
MORMACHAWK MORMA( KITE
-

MORMACISLE
MORMACLA 'O MORMACL�RK- - -

MOEL1ACMAIL MORMACMAR
-
MORMACMOOR MORMAC'OAK-

MORMACOWL MORMACPENN - -
-

MOR lACPINE MORMACPORT


-
MORMACREED MORMACREY -
MOHMACHIu MORMAC AGA
-
- -

MORMACSEA MORMACTAR
-
M RMACSUN MORMACS:JRF
-

MORMACSWAN MORMACTEAL
-
-
-

MORMACTERN MORMACTIDE -

MORMACWAWE MORMACWREN -

MORMACYORK - -

Os navios assinalados em .negrlto já escalaram em nosso POI"tO.

Agentes em Itajaí: COMP, COM, E IND, MALBURG


Telegramas: .MOOREMACK ..

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


C/JX)C/JX)C/lJC)C
CJIX:,C/JX)CfKJC/JX)C/JX)C/JX)
c//K)C/JX)C/JX)C/JX) \Vli§IA\ <tJIEI�A\IL ID<O IP<OII<I<O
OCIJA)CIIJOCIlJ8C/JX)CIJJ8CdXJCl/JCJCIIJOCIIJOCIlJ8 C/lJC)C/JX)CIIJOCIJJ8C1lJ8C1JJ8CfK)CU/":'o
C/lJC)C/lJC)C/lJC)C

CIIJOCQX)CIIJOCtlT-.. CIIJOC/JX)CIIJOCIIJOCIlJ8CilK)CilK)CIIJOCIlJOc..JX:. CIIJOCIJJO

ITAJAÍ é PORTO

§CilK)CilK)CilK)CilK)CilK)�CIIJO�CilK)CIlJOCIIJO�CIlJO�CilK)� CIlJOCIlJOCIlJOCIlJOCIlJOCilK)CIlJOCIlJOCilK)CIlJOCilK)CilK)

Durante o ano passado foram exporta
Entraram no ano passado, no porto de Itajaí

CCilK)C/lJC) § o exterior: 129.556.078 quilos, no
556 navios, sendo 59 de longo curso,

de Cr$ 324.209.490,60 e a importaçã


de cabotagem e 4 de pequena cabotagem,
493

37.256.696 quilos no valor come


deslocamento total de 228.081
num
'�CYJ70CilK) de Cr$ 152.653.459,90.
� §

toneladas..
§CilK)C/JX)CilK)CilK)CilK)�CilK)C/lJC)C/lJC)C/lJC)C/lJC)�CilK)C/lJC)�
�.C/lJC)C/lJC)C/lJC)CilK)CilK)CYJ70CilK)CilK)�C/lJC)C

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


DADOS BIOGRÁFICOS
HENRIQUE DA SILVA
FONTES. Nasceu a 15 de
março de 1885, na cidade de
Itajaí. Filho do comerciante
e industrial Manoel Antônio
Fontes e de Da. Ana da Sil­
va Fontes. Bacharel em ci­
ências e letras pelo Ginásio
Nossa Senhora da Concei­
ção, de São Leopoldo, Es­
tado do Rio Grande do Sul
(1906). Aluno da Escola Po­
litécnica do Rio de Janeiro
(1908). Bacharel em Direito
pela Faculdade de Direito
do Paraná (1927). Professor
de português e de história
do Brasil no Ginásio Cata­
rinense (1910 a 1917), e de
pedagogia e psicologia (1911)
e de história e geografia
Escola Nor­
(1911 a 1918), na

mal Encarre­
Catarinense.
gado do Serviço de Recen­
seamento Estadual (1918).Di­
retor da Instrução Pública
(1919 a 1926). Secretário da
Fazenda (1926 a 1929). Juiz
Federal substituto (1929 a 1934). Juiz do Tribunal Regional Elei­
toral e Procurador do mesmo Tribunal (1932 a 1934). Procurador
Geral do Estado (1934 a 1937). Desembargador do Tribunal
de Justiça de Santa Catarina (1937 a 1946). Professor da Fa­
culdade de Direito de Santa Catarina, de que foi um dos
fundadores. Diretor da mesma Faculdade (1933 a 1935 e 1942
a 1945). Fundou em 1910, em Florianópolis, «A Época», se­
manário de orientação católica. Representante do Estado de
Santa Catarina na Conferência Interestadual de Ensino Pri­
mário (1921) e no Congresso de Ensino Secundário (1922), no
Rio de Janeiro; do Tribunal de Apelação no Congresso Ju­
ridico Nacional (1943), e do Instituto Histórico e Geográfico
de Santa Catarina no X Congresso Brasileiro de Geografia
(1944). Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfi­
co de Santa Catarina e correspondente dos Institutos
do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Membro da Aca­
demia Catarinense de Letras e sócio correspondente da A­
cademia Carioca de Letras. Membro correspondente da Aca­
demia Brasileira de Filologia, do Rio de Janeiro, e da So­
ciedade de Estudos Filológicos, de São Paulo. Presidente do
Primeiro Congresso de História Catarinense (1948). Publica­
ções: uma série de livros de ensino elementar, iniciada em
1920, quando Diretor de Instrução, e sempre mantida sem
qualquer vantagem econômica: CaTtilha Popu.laT; Pr ímeiro,
Segundo, TeTceiro e QuaTto Liuro de Leit.ura; A Nova OTtO­
grafia (1931), ampliada no Prontuário OTtogTáfico e PTO ódico
(1932); O EmpTéstimo AmeTicano (estudo matemático 1933); O
Conselheiro José Mascarenhas Pacheco Pereíru Coelho de Me­
lo (biografia 1938); Lccerda Coutinho (biografia e critica li­
terária 1943); Estudinhos AntToponimicos (la. série,
1944; 2a.
série, 1949); Projeto de Consolidação da Legislação de TerTas
do Estado de Santa CataTina (1947), e Dipressões
AntToponí­
micas (em publicação). Tem publicado em
jornais e revistas
assinados e também como editoriais, versando
artigos prin­
cipalmente assuntos históricos, geográficos econômicos
' e fi-
lológicos.
O trabalho que estampamos na
. página seguinte é um
discurso de paraninfo, proferido no
Colégio «São José» des- '
ta cidade, em 13 de dezembro de 1938.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


---

HENRIQUE FONTES ---

E' sempre com júbilo o mais inten­ nais, reduzido era o programa, não indo mui­
so que revejo o meu Itajaí, «a ditosa Pá­ to além de ler, escrever e contar. Nesse
tria minha amada»; e é com júbilo não tempo, as escolas
públicas eram procuradas
menos vivo que, por vêzes, verifico ser, quase exclusivamente pelas crianças pobres;
nos meios escolores, tido ainda como um pOl' isso, eu fui aluno de escolas particula­
dos que nêle se acham enquadrados. Nes­ res e aqui, com saudade e veneração, re­

tas declarações, fica patente o meu reco­ cordo o nome das minhas bondosas pro­
nhecimento aos jovens que quiserem ter­ fessoras Da. Teresa de Souza Rochadel e
me por seu poraninfo numa solenidade Da. Júlia Miranda de Souza, esta ainda vi­
escolar realizada em minha terra natal. va e por todos respeitada. Freqüentei, a
Cumpre-me pois, manifestar-lhes, de pú­ seguir, escolas alemãs, porque nelas, além
blico, êsse reconhecimento, entremeando-o da língua respectiva, se ensinavam outras
de palavras de conselho, de animação e disci plinas, ministradas também em alemão.
de bons augúrios. Pelo que as minhas lembranças de
E, para as proferir de coração total­ menino permitem hoje interpretar, eram
mente aberto e para melhormente me essas escolas organizadas por iniciativa
ajustar aos verdores da sua idade, nada pessoal dos professores, sem outro intuito
será mais próprio do que volver ao pas­ que o de exercer atividade remunerada,
sado, voltar ao meu tempo de menino de ensinando êles em alemão, porque era a
escola, narrar as circunstâncias em que língua que conheciam, como ensinariam
recebi o ensino primário, para depois. em português, se o nosso idioma lhes fô­

em largas passadas, tornar aos tempos ra familiar. Assim é que uma das minha
atuais e ao momento presente. professoras fazia grande empenho em qu
Há quarenta e cinco anos, minhas os alunos aprendessem inglês. Não devo.
boas amiguinhas e meus bons amiguinhos, pois, em homenagem à justiça, misturar
quando eu estava em plena necessidade as escolas que conheci e freqüentei em
de instrução elementar, era aqui um dos menino, escolas de existência precária,
sérios problemas o da escola. Havia esco­ com as escolas estrangeiras montadas e
las públicas e escolas particulares. Havia mantidas dentro de plano preestabelecido
também escola alemã. Nas escolas nacio- e com determinada finalidade.

Mas, apesar des­


................................................................................................
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
••
••
••
••
sa discriminação,
••
••
••
••
manda a verdade que
•• ••
•• ••
eu também aquí re-
:: CONTABILIDADE REPRESENTAÇÕES ::
:: EM GERAL E:: vele que não me foi
•• ••

:: FOTOCÓPIAS CONTA PRÓPRIA ::


••
••
••
••
••
••
possível suportar a
••
••
••
••
atmosfera não na­
•• ••

cional que nelas se


ii
••
« ,ICO » ii
•• respira a; e, assim,
embora andasse
ii
••
••
SOCo ITAJAIENSE CONTÁBIL E COMERCIAL LTDA. ii
••
••
tão na casa dos
en­

dez
•• ••
••
••
••
•• para onze anos, tive
•• ••
•• ••
••
••
••
••
a compreensão de
•• ••

i! Rua Hercillo Luz, 40 fone, 5


55 que aquêle não era
00
••
Caixa Postal, 77
TELE
{ grama: .SICOL. 00
•• o centro aducacional
•• ••

::
••
ITAJAl S. CATARINA ::
•• que me convinha; e,
•• ••
••
dia, resolutamen­
••
•• •• um
•• ••
•• ••
.......•...•............•.. _ ........•.................................................•....•....
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
te e com a autoridade

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 94

que conceito de rapaz estudioso e


o meu Direito dr. Sálvio de Sá Gonzaga. Infe­
bem lizmente, morte prematura roubou Ita­
procedido me dava, disse a meu Pai a

que não queria mais andar em escola ale­ [aí a exemplar educadora, cujo de­ nome

mã. Eu queria conhecer primeiramente, e ve ser lembrado entre os que aqui estão

bem, a nossa lingua. vinculados à causa do ensino. Igual lem­


Fui atendido. Mas conti­
era preciso brança tambem merece o mencionado Dr.
nuar a estudar, e nas escolas nacionais Sálvio Gonzaga, hoje desembargador apo­
pouco mais podia eu aprender do que já sentado, que, dado o insuficiente preparo
sabia. Era preciso estudar sozinho, em ca­ dos rapazes que já haviam ultrapassado
sa, professor que acidentalmente
ou com a idade escolar e dado principalmente o
aparecesse, como já ocorrera, quando eu, seu amor à língua vernácula, aqui, a
por obséquio muito especial, fôra o único exemplo do que fizera em Brusque, man­
aluno do Juiz de Direito Dr. Pedro Ce­ teve aula noturna gratuita de português.
lestino Felicio de Araújo. Apesar de menino, também fui recebido
Pouco depois, instalou-se, entretanto, por aluno e, ainda hoje, pôsto tenha tí­
uma excelente escola tulo de magistrado que me dá direito a
particular, a de Da.
Rosa Valente Vieira de Sousa. Normalis­ chamar-lhe colega, com respeitosa cama­
ta, possuidora, além disso, de cultura bas­ radagem só o trato de mestre.
tante superior à que se obtinha no mo­ Temos depois, o sábio Padre João
desto curso normal de então, organizado­ Batista Peters, Vigário da Paróquia, para
ra,enérgica mas bondosa, e entusiasta do atender a insistentes pedidos de amigos,
ensino, alcançou logo boa matrícula; e, no conveio em lecionar a reduzido número
fim do ano, deu demonstração do seu es­ de alunos, entre os quais estava eu. De­
fôrço e correspondente resultado em exa­ pois dele, vem Tibúrcio de Freitas, com
mes realizados com publicidade no edifí­ o Externato Itajaiense, que foi de mais
cio municipal, fazendo parte da banca larga duração e geral matrícula e onde se
examinadora o inesquecível Dr. Pedro fazia ótimo curso de português, matéria
Ferreira, médico e Prefeito, e o Juiz de em que Tibúrcio era exímio, já na segu-

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Malharia I taj a i SI A.
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· . Fábrica de Meias para homens · .

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Rua Felipe Schmidt, 55 ..

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Caixa Postal, 65 -

Telegr.: MALHARIA
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ITAJAí
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Estado de Santa Catarina · .

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............................................................................................................ :: ..

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt PÁG. 95

ra exposição gramatical, já nas exigên­ Hoje, pode-se afirmar que todos aqui,
cias que punha na estilística. E, após êsse seja qual fôr a sua situação econômica,
fraternal amigo do nosso torturado Cruz podem fazer bom curso primário, acres­
e Souza, veio
para cá o esforçado Pro­ cido ainda do que completastes e que do
fessor João Maria Duarte, cujo colégio, primário é aperfeiçoamento e ampliação.
semelhantemente aos que tivera na Ca­ Para êsse aprendizado, abre-se uma
pital do Estado e na Laguna, se distin­ escola particular excelente como esta, em
guiu pelo bom aproveitamento dos alu­ que me honro de presidir à vossa forma­
nos, em programa já mais complexo do tura, e abre-se também a escola oficial,
que os das escolas de ler, escrever e con­ não menos primorosa, que a todos acolhe,
tar, pois que continha história e geogra­ sem outra contribuição-e somente para
fia, já avançava na aritmética até pro­ remediados-que a sàbiamente estabele­
porções e operações dela derivadas e já cida na Carta Constitucional e fundada
dava extensas noções gramaticais, que a­ no dever de solidariedade dos menos pa­
ra com os mais necessitados.
brangiam análise léxica e lógica e desen­
volviam especialmente os verbos, que e­ E, nas demais escolas, tem presente­
ram estudados e repetidos em todos os mente o aluno a conciência de continuar
seus acidentes formais. dentro da sua pátria, brasileiro completo,
E por êsse tempo, isto é, no alvore­ só brasileiro e cada vez mais brasileiro,
cer do século XX, numa coisa estávamos
entendendo a todos e de todos sendo en­

já aqui adiantados: 'era na realização de tendido, e não num compartimento absur­


festas cívicas com préstitos pelas ruas e ses­ damente extra-territorial, em que passava
sões literárias, em que tinham grande par­ à condição de estrangeiro e que, se era
te as escolas. Aqui houve mesmo uma so­ perigoso para os que, como eu, saíam de
ciedade destinada a incentivar o movi­ meio familiar inteiramente nacional, mais
mento escolar, 'literário e cívico, o Grê­ perigoso se tornava para os que no lar,
mio Três de Maio, cujo nome e origem se já falavam a lingua estrangeira.
prendem à comemoração grandiosa que Ninguém contesta a vantagem do co-
aqui se fez do quarto centenário do des­
cobrimento do BrasiL
Nesteponto de educação cívica po­
pular, cabe, pois, ao nosso Itajaí catego­
ria de precursor.
Dêsse rápido quadro da minha vida
-
113 A\ I� I13IE A\ � I A\ --

escolar, em que fica um pedacinho da


vida de Itajaí, e que se estende até co­
meços de 1903, quando daqui me ausen­
�A\IA\l
tei para fazer o curso ginasial, podeis ver, -
OE-

meus atenciosos afilhados, quão difícil era


então fazer aqui bom curso elementar, até ÂNGELO ·AROlGÓ
para um rapaz morador na cidade e per­
tencente a familia de alguns recursos e
de excelentes amizades. f: fácil imaginar
quanto maiores seriam os embaraços para Dispomos de oficiais competentes
os menos bafejados da sorte.
Voltemos agora ao presente.
Hoje são outras as condições e vós
as conheceis tão bem como eu. E conso­ Rua Hercilio Luz, 2-8
lidadas estão as instituições de ensino, de
que é padrão o Grupo Escolar Vitor Mei­
reles, que ora festeja o seu quarto de sé­ ITAJAí
culo e que iniciou aqui a ação benemé­
rita do programa educativo de Vidal Ra­ SANTA CATARINA
mos, a que Orestes Guimarães deu todo
o seu esfôrço e todo o seu idealismo.

estais em vésperas de ter curso


E
ginasial. I
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 96

nhecimento de outras linguas. Mas tam­ se, como creio, bem aproveitastes o en­

bem ninguém contestará a primazia sino, é esta a altura escolar em que de­
e a indispensabilidade do conhecimento veis estar.
corrente da língua nacional, pois, sem ês­
Assim, o que, no meu tempo, repre­
se conhecimento, que não é suplementar
sentava esfôrço individual, merecedor de
mas fundamental, que não é acessório
aprêço, e felicidade, que a poucos se de­
mas principal, ninguém se sentirá com­ parava, hoje, dadas as facilidades do en­
patriota dos seus concidadãos, nem bra­ sino, é tarefa de comum execução, é na­
sileiro no Brasil.
tural dever de que ninguém pode excu­
E a idade natural para o aprendiza­
cusar-se.
do do vernáculo é a da infância e da
Hoje, o saber adquirido é, em gran­
puerícia. Daí a necessidade de as resguar­ de parte, mais dádiva social do que es­
dar de influências que, à sombra da nos­
sa liberalidade, iam dificultando êsse fôrço pessoal, Daí, o não merecerem per­
dão os que não aproveitam as oportunida­
aprendizado e ainda, com linguas estran­ des que se lhes abrem para aprender, e a
geiras, infiltrando e arraigando o espírito maior obrigação que têm os que aprende­
de outras pátrias.
ram de fazer es demais participantes do
Foram necessárias medidas severas,
seu saber.
mas impostas pela mesma realidade que
mostrou ser desnatural educar sem reli­ E certo estou, minhas afilha­ gentis
gião e que, por isso, declaradamente admi­ das e meus venturosos afilhados, de que
tiu o respectivo ensino no horário das es­ fareis bom uso do vosso saber e de que con­
colas públicas. tinuareis a aumentá-lo. E sei também que,
Vêdes, assim, meus queridos ami­ ou no magistério, para cujo acesso é o

guinhos, que a vida colegial vos vem cor­ vesso curso um degráu, ou em outra
rendo com mais suavidade do que se de­ qualquer carreira. a que os conhecimen­
senvolvera para mim e para os meus con­ tos aqui adquiridos e as qualidades mo­
temporâneos, e que a muitos de vós, se rais aqui temperadas em ambiente cris­
iguais fôssem as condições daqueles e tão, vos derem ingresso, honrareis a ins­
dêstes tempos, não se teria oferecido oca­ trução que se ministra em Santa Catari­
sião para aprenderdes o que hoje sabeis na, honrareis Esta casa
amiga e as suas
ou, ao menos, para o aprenderdes na ver­ dignas e piedosas rnantenedoras, sendo
de idade que desfrutais. No meu tempo, sempre a ufania do vosso paraninfo, que
foi maravilha o conseguir eu matrícula para vós ex ora a Deus vida feliz e útil à
no terceiro ano ginasial; no entanto, hoje, sociedade .

• �:::::::;:::::::: t:::: ::::::::::;::::::::::::::: ,:;:: :::: : ..


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PROPRIETÁRIO DO · .

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CiRANDE HOTEL e HOSP. COMERCIAL ..

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Rua Felipe Schmldt, 38 Rua Lauro Müller, 29


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ITAJAí
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S. CATARINA •
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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\t) �., II· ::::::::::::::::::::::::::
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-.:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::.-

Vinte anos de serviços à sociedade itajaiense Como -


ocorreu a sua

fundação Um clube de solteiros -

o já tradicional «Bloco dos XX» foi funda­


do em 2 de
agôsto de 1929, portanto, há vinte
anos passados. Historiando a sua fundação, assim

se expressa Sady Magalhães, numas «notas» que

escreveu em 5-3-1929, portanto, 3 dias após a re­

união que criou o «Bloco»:


«No dia 2 de agôsto de 1929, reunidos às
20 horas da noite na sede da Sociedade Guaraní,
desta cidade, os jovens Erico Scheeffer, José Si­
queira, Aloisio Reiser, Arnaldo Heusi, Edmundo
Heusi Júnior, Antonio Andrade, Remaclo Seára,
Paulo Bauer, Silvestre Schmitt, Nemesio Heusi,
João P. Brandão, Lucia A. Miranda, Beno Seara,
Ruy Brandão, Dr. Ag enor L. de Oliveira, Sady Ma­
galhães, Ary Mascarenhas, Nestor Schiefler, Paulo
Malburg e Abdon Fóes- (20 jovens ao todo)-foi por
êste último exposto o fim daquela reunião, cujo fito
era fundar nesta cidade um bloco de jovens afim

de tornar mais animadas as nossas horas de fol­


ga. Indiscutivelmente fora ótima lembrança do
sr. Abdon Fó­

ES, p o r que,
presenternen­
te Itajaí, além
de sofrer uma
ABDON FOES, fundador e presidente
crise de di- de honra
versões, con-

ta ainda com seio de sua


patenteado desanimo no

mocidade. Temos visto e presenciado em todas


as festas que a atual rapaziada, cruzando os bra­

ços e ocultando seu concurso de entusiasmo, dei­


xa o campo para aqueles que ontem animavam
a nossa sociedade. E por isso mesmo é que ve­
mos os casados dominarem com sua peculiar a­

legria em todas as festas efetuadas na sociedade


itajaiense.
O Bloco, assim visava fortificar este depau­
perado entusiasmo dos nossos rapazes, quer nas
festas alheias em as quais comparecesse, quer em
suas próprias festas. •

Porque, fundando o Bloco, ele se encarre­

garia de oferecer à sociedade uma festa mensal,


através de bailes, chás-dansantes, soirées, passeios
e convescotes, Espetáculos, reuniões litero-musi­
cal, etc.
E com o mais vivo entusiasmo, todos os que
SADY MAGALHÃES, 1°. presidente do
«Bloco dos XX. se achavam presentes à citada reunião concorda-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


L I
,----------.-----------�----------�

Sra. LÉA SCHMITT LE.4.L, que, quando Sra. ZULMA PEREIRA SAAD, que, quando
solteira, foi Rainha do «Bloco» em 1939 solteira, foi Rainha do «Bloco» em 1941

Srta. MARIA MIONI NUNES, Srta. ZENITA WERNER,


«Miss Bloco 1947» « Miss Bloco 1948»

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


dos
de10 onde
vejada.
otOll.... a
"__11
aqueles que
Marcos Francisco Me. .......d.'..
e oxalá .. l1i8 011 ia;
de '847 a 1848
do tive"un ....;-i••
necessariamente se apruentario á boa març;uL.lJia· ...euliCl
PeJa presidência, desde a ua fundação. P4P.l.:
Fões, Arnaldo Heusi, Cear Pereira, Gil Teodorp
de Miranda, Osvaldo Heusi. José Luiz Pereira,
Dr. Jos� Bonifácio Schmitt, José Alves Pereira
Jr., Altair Pacheco, Amo Mario Heusi, Ari Gar­
cia, Lucíndo Pereira, Remado Fischer, Eduardo
Canziani, Alberto J3ernardes, Gilson Amaral, Mar­
cos Francisco Heusi e Osní Cesário PenMa.
Rainhas o clube teve d que como s0-
-

beranas de um clube de Iteiras ti ram que


-

«abdicar Jt com o casamento. Fora ela as se­

nhoritas Lés Schmitt, hoje ra. Lea Sclunitt Leal


e Zulma Muller Pereira, hoje sra. Zulma PereI­
ra Sudi.
Desde 1949 que, anualmente, o «Bloco» ele­
tendo ostentado e titulo por
ge a sua eMiss ,

ordem cronologica, quando solteiras, as senhori­


tas: Afonsina Uberato, hoje sra. Alo 'na LilJe..
rato Heusi; Celeste Pereira, hoje sra. Celeste -110\.""
burg; Zeli Bernardes, hoje sra. Zelia Bernatdea
Detoie; Veda Santos; Leda ary Heusi; G ·_ ....

maral Pereira, hoje sra. GDda Pereira Hei�_*;


Maria Leticia Heusi' Maria 'Mione unes: Z

Werner e Maria Julia de Miranda (1 ).

Os seus bailes de
quais são eleitas cam_I-
a nota elegante da dOC.,

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 100

A\�'V�II() II3IEII<�A\�II)V §({I�IA\IJIFIEIEII<I


C/lK)Ct1JOC/lK)
-

TONI -

ConstrutQr licenciado pela CREA -

Carteira n". 132-P

98 -

RUA TIJUCAS -

98
ITAJAí
Estado de Santa Catarina

'II

CONSTRUÇÕES EM GERAL

Empreita -
Administra

e fornece projetos e orçamentos.

Serraria própria em Rio do Meio

Dispõe de pessoal habilitado

CASAS POPULARES-­

GRUPOS RESIDENCIAIS EDIFICIOS COMERCIAIS

Está, no momento, cons-

truindo seguintes e­
os

difícios, todos com plan­


tas de sua autoria:

Residência do sr. Osvaldo


José Rodi, à rua Silva.

Edifício de dois pavimentos


do sr. Osvaldo José Rodi,
à rua João Pessoa.

Residência e casa comercial


do sr. Hercilio Pinotti, à
rua Camboriú.

Edifício de dois pa virnentos,


da firma < Samarco> à rua
CeI. Eugenio Muller. Luxuosa residência da familia Arnaldo
Heusi,
em estilo
neo-californiano, construida
Representante nesta praca do pelo sr. Antônio Bernardo
insuperavel ladrilho ".lRVIn Schauffert.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


«(OBRASIL» -
UMA TRADiÇÃO DE SERVI(OS
..

A ITAJAI

Companhia de Mi­
A

O dr. Constantino d'Ivanenko,


neração e Metalurgia Bra­
engenheiro-chef� sil-Cobrasil-é um em­
das obras do Caes Acostcuel, que a «Cobrasil»
e�ta prêsa nacional, com capi­
construindo em Itajaí, é filho do Generai do Exer­
tale técnicos brasileiros
cito Imperial russo Alexandre Gregório d'Ivanenko
que honra a engenharia
e de dona Ceci­
do nosso Pais.
tia João Marque­
A COBRASIL, cujos
witz d'Ivanenko.
serviços são contratados
Nasceu em 18 de
Maio de 1899, em pelo Governo Federal pa­
São
ra a execução dos seus
Peterburg e

cursou a Escola
mais arrojados e dificeis
dos Engenheiros
problemas de engenharia
divide-se em diversos de­
Civis do Impe­
partamentos, tais como:
rador Nicolau I,
em sua cidade
Serviços de Caes e Por­

natal. Serviu na
tos, Serviços Comerciais,
la. Guerra Mun­
Mineração, etc.
E' seu presidente o
dial no 11°. Re­
competente engenheiro Dr.
gimento dos Hu­ Antônio Leite da Silva
zardos Imperiais
de Iznen, termi­
Garcia, tendo como vice­
nando a campa­
presidente o Dr. Virgilio
de Oliveira Castilho, co­
nha como 1°. Ca-
mo diretores os
enge­
I pitão de Cava-
laria. Foi qua­
nheiros Arnaldo Ferreira
Leite, Romeu de Sá Frei­
I tro vezes ferido re e Sr. Oity Lage, sendo
em combate, ten-
chefe da Secção de Obras
do sido condeco- Dr. Constantino d'lvanenko o Sr. Alcino Nogueira da
rado com a Or-
Fonseca.
dem de Guerra de São Vladimir, Santa Ana, 40., 30.
Alem desses técnicos,
e 2°. graus e São Starusiau. de 30. e 2°. graus.

Em 1925 imigrou para o Brasil, tendo trabalha­


que formam a direção u­

do como enqeuheiro da Orqanizaçõo Lage, Light and


perior da Companhia, dis­
Pouier de Pelotas e Empresas Elétricas Brasileiras.
põe ainda a «Cobrasil» de
Em 1935 entrou para a «Cobrasil», a cujo ser­
um quadro de engenhei­
ros-

superintendentes de
viço já construiu três cais acostaveis
que !ão o d
obras nos vários E tado
São Borja, (Rio Grande do Sul), o de Sao Roque,
da União, onde a mesma
(Bahia) e o de ltajai, neste Estado. mantem contratos.
Em 19 de Agosto de 1940, por derreto do Go­
De longa data que
vêrno Federal, foi declarado cidadão brasileiro, por
Santa Catarina vem se be­
naturalização. neficiando com o traba­
Graças à sua competencia profissional e à pres­ lhos da Cobra iI.
teza e solicitude com que tem desempenhado a suas
Laguna, cuja barra
funções nesta cidade, deve Itajai ao Dr. Ivanenko tornou- e tristemente cé­
inestemaveis serviços e um porção ponderavel do seu
lebre pela ua impratica­
progresso portuário,
bilidade, pelo perigos que
oferecia à navegação foi

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 102

grandemente beneficiada pelos serviços despejar grande avalanche de areia e


a

da Cobrasil que fez do seu porto o es­ outros corpos carregados pela correnteza,
coadouro da bacia corbonifera do Sul do em pleno oceano.

Estado. Com a dragagem tambem procedida


Em
Itajaí, desde muítos anos que a pela Cobrasil, o nosso
Cobrasil vem operando. Aquí construiu o
p�rto po?e �oje
dar acésso a grandes naVIOS nacionais e
porto, obra grandiosa e que demandou estrangeiros, fazendo de Itajaí uma cida­
longos anos de trabalho. de de grande comércio marítimo, escoa­
Situado que está o nosso porto na douro natural que é de uma das mais ri­
foz de um grande rio a areia carreada cas e zonas brasileira-O Vale
prosperas
pela correnteza se ia acumulando no «Sa- do Itajaí.

As Obras do Caes Acostável


no seu
estágio inicial
co da Fazenda» e o lençol arenoso com Feito
o correr dos
o
porto, era inadia el construir­
anos foi obstruindo a estreita o caes acostavel.

garganta» de entrada até torná-la
impra­ E ainda
aquí foi à Cobrasil
ticável à entrada de que o
embarcações de re­
govêrno recorreu para ex
gular calado. cutar es a obra
de grande envergadura.
Diversos cascos de navios encalha­ Com
dos à entrada da barra são efeito, os obsoletos trapiches
um atestado
estaqueados e cobertos de
de que as Obras do Porto
de Itajaí eram madeira, se é
verdade que ainda
a primeira pedra a remover no
hoje prestam grandes
caminho serviços à navegação, não s
do nosso adaptavam
progresso. à atracação de
Para afastar
grandes tran atlanticos
os «bancos» existen­ que, com
tes
a melhora da barra, passaram
e aprofundar a nossa barra teve a a fazer escalas
Cobrasil que construir dois regulares por Itajaí.
extensos mo­ E atendendo
lhes que, começando na para essa necessidade,
curva da foz e
o Govêrno contratou
protegendo a
«garganta» de acesso, fosse com a Cobrasil a
construção do Caes Aco tá eJ, do tipo

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


mais solido e moderno com cavaletes de
estacas tubulares em concreto armado,
com uma extensão de 240 metros linea­
res, no lance inicial.

Conta tambem o caes com um ar­

mazem de cimento armado de dois mil


metros quadrados.
Essas obras recentemente termina­
das, já estão
prestando assinaladas servi­
ços ao comércio exportador e importador
I do Vale do Itajai, visto que os grandes
navios que têm visitado porto ultima­
o

mente, fazem as suas operações de carga e


descarga no Caes Acostável.

Sabe-se que o Govêrno já aprovou


a construção de mais 270 metros lineares
de caes em prolongamento ao já exis­
tente.

Com obras
complementares e
essas

mais a dragagem permanente da barra­

que certamente será incluída no plano

geral de melhoramento do porto Ita­ -

jaí ficará com um ancoradouro à altura


do seu progresso.

o Conj ugado com a Estrada de Fer­


ro, cujos trilhos já se acham assentados
I em grande extensão no trecho Itajaí-Blu­

menau, os produtos da Vale do Itajaí po­


derão sair diretamente dos vagões para
os porões dos navios.

Alem de todos os benefícios enu­

merados é de se salientar que a Cobrasil

emprega em seus serviços um número


elevado de opera rios itajaienses que trans­
formaram um extenso e feio trecho da
Rua CeI. Eugenio Müller na bela obra de

engenharia que é o Caes Acostável de

Itajaí.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


CIro�� A OBRA DO CAES ACOSTAVEL JÁ COHCLUIDA caxx
ClJX)C

CIroCIroClroClroClroClJJOCIroClroClroClDOCIDOCIDOCIJX)CIDOCIDOCXYbOCIroClJX)CI/)XfIX)CI/)XfIX)
Cl/)OC��OCmoClDOCIJX)CIJX)CIJX)CIJX)CIDOCIDO

evidente que os 240 metros lineares de


J Mas é certo que o Govêrno já autorizou
E'

Caes Acostável não atendem trução de mais 270 metros lineares

às necessidades mais imediatas caes, o que tudo dá à obra um exte

porto, cujo movimento


----�
aumenta dia a dia. de 510 metros de ancoradouro de co
do

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


Cl/JOC/K)
CI/JOC/JK)C/JK)CI/JO V 1ST A <iERAL DE ITAJAí CI/JOCI/JO
CI/JOCI/JOC

C/lX)CIJX)Cf/JOCf/JOCf/JOCf/JOCI/JOCQKJCI/JOCI/JOCI/JOCI/JOCQKJCIllOCI/JOCIllOCIllOCIllOCIllOCI/JOCI/JOCI/JO

CUlOCYDOCUlOCIllOCIllOCUlOCIllOCIllOCIllOCIllOCf/JO

molhes nascendo na curva da foz


geral da Cidade, vendo-se os longos que,
Vista

rio, protegem a «qarqanta» de entrada da barra e avançam


navios que visitam
dois braços, dando boas vindas aos nos ...

pelo mar como

._----
II

objetos de curiosidade popular.


das obras realizadas pela «Cobrasíl», era a I
mo meros
Antes

navios grandes transatlânticos da «Moore McCorma


desprotegida e os sujeitos aos azares os
I
bar

traiçoeiros bancos de areia que constituiam da «Brodin Líne», da «Torm Lines», da «Dod
dos

do Brasileiro» outros, sobem o r


perigo permanente ás operações de entradas «Lloyd e
um

vão atracar mansamente no Caes Acostável.


saídas. Os barcos maiores ficavam ao largo co-
e

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 106

SOCIAIS CUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJO
CUJOCUJOCUJOCUJO
CfDOCfDOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJO
CUJOCUJOCUJOCUJOCUJO

'I'
g.enfuJJUta ?J!aJda 'J4ne f)(,unu,

f.ii,ha do. caJd. d-t. �dé


M..d. (P.a.ddCU- f)(,un,ed.

d-ta. ?1taJti.a. J'ed« f)(,uneJ..

Benh(J}Jiia
?1laJúa � J!.eudt, que �l
«?1tUJ, $J� daJ, ��»

em 19"'6.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 107

l()lUA\§ \'II§IA\§ IDIE (A\II3IE{IJIDA\§ ,


CDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCUJOCUJO'�OC'/IJCJ�OC'/IJCJ

CDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDKJCDJOCU)QC:(DO


••••••••

Assim era Cabeçudas em 1924 ... Duas casinhas,


alguns ranchos de canoa e umameia-água
onde certos moços «arrojados)) punham
os calções à meia canela ...

Era a fazenda do velho Ulisses Dutra ...

•• •••• • •

Cabeçudas. Vista atual. Hoje um terreno nesta


praia é uma fortuna. Custa Cr$ 10.000,00
por metro de frente. Mas ninguem
quer vender.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJA! PÁC. 108

CY/X)(yffJ
I�IE§IIIDIÊ�(IIA\§ IDIE IIIA\JJA\lí
Ct/JOCt/JOCY/X)(yffJCII/OOC(//OCt/JOCt/JOCUJOCt/JOCt/JOOC//IOCIJlOCt/JOCUJOaro
aroaro

Ct/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOaro

Residência, estilo «tirolês», do casal Dr. Rodolfo


Renaux Bauer -
Sra. Mia Bauer ,

no balneário de Cabeçudas.

I I

Residência da família Francisco de


Almeida,
à rua Lauro Müller.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


1�IIEI�II3A\I�IIV <·II3A\I�II3V§A\ I�VII)I�II�IJIE§·>


CUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlO�(yJ)OCrooCQ)OCroo
(PARA O -ANUÁRIO DE ITA.JAl»)

PE. RAUllNO REITZ

«A NATUREZA FEZ TUDO A NOSSO FAVOR, NOS, PORt.M,

POUCO OU QUASI NADA TEMOS FEITO A FAVOR

DA NATUREZA».

JOSÉ BONIFÁCIO, O Patriarca.

Vale ainda hoje a queixa do Patri­ nossas selvas que tendem desaparecer,
a

arca da Independência: «quasi nada temos e para tornar as plantas amigas mais co­
feito a favor da natureza». Em todos os nhecidas ao homem foi em tempo fun­
recantos de nossa terra, preciosas matas dado o Herbário «Barbosa Rodrigues» que
vão sucumbindo, vitimas do fogo e do se está aparelhando sempre melhor para
machado, da ignorância e do egoismo. suas finalidades patrióticas.
Não é somente a árvore, em cujo Bons passos já tem dado. Constam
favor Plinio diz «ser o maior presente dos suas coleções de 4 a 5 mil números de
deuses», que desaparece nas derrubadas, plantas estudadas por 39 especialista bo­
mas com ela, milhares de outros não me­ tânicos nacionais e estrangeiros de três
nos admiráveis espécimes vegetais de u­ Continentes. A nova sede com sua biblio­
tilidade próxima e remota como também teca especializada e laboratório serão em
animais indígenas que habitam lugares breve um orgulho para nossa cidade.
bem circunscritos de nossas matas. A flóra do município de Itajaí está
Do reino vegetal dependem o ani­ sendo estudada com todo o carinho. Di­
mal e ohomem. Si o protegermos ele versas excursões botânicas, de resultados
nos dará vida e força com seus alimen­ positivos já foram levadas a efeito no
tos, agilidade com seus frutos e alegria litoral e «hinterland» dêsse município pri­
com suas flôres. vilegiado.
Os filhos do sertão são dum físico É digna de nota a excursão rea­
muito mais avantajado aos da cidade por­ lizada, em principios de 1948, no cume
que eles vivem mais diretamente das plan­ do Morro do Baú. Em companhia do Pe.
tas, respiram o ar oxigenado por suas fo­ Afonso Reitz, Vigário de Luiz Alves, fo­
lhas e sentem mais de perto todos os e­ mos galgando a escarpa rochosa daquele
feitos dos seus benefícios. soberbo bloco conglomerático. Cada gota
No intuito de deixar aos nossos pós­ de suor correspondia a um interessante
teros a documentação das riquezas de achado. O Dr. Lyman B. Smith, do Uni­
ted States National Museum de Washing­

CUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOCUlOg ton, que determinou grande parte do ma­


terial, escreveu «It has been
em carta:
o reverendo
padre Reitz, famlUa �
RauUno de
difficult to name your plants, but well
catartnense que já deu ao sacerdócio três dos seus
Q
worth the effort because they are good
filhos, é natural de Bíguaçú, neste Estado. (3
Exerceu, por algum tempo, o coadju­
cargo de and species that are rare or lacking in
tor da paróquia ltajaí, sendo, atualmente, pro­
de
our herbarium» 1 >.
fessor do Seminário de Azambuja (Brusque).
Estudioso e entusiasta da botântcn, fundou e Pagou, pois, bem a pena o tempo
dirige, nesta cidade, o Herbárto .Barbosa Rodri­ gasto três dias que exploramos o cume
nos
gues». que rnantern intercllmbio com os mais con- Q daquela montanha cuja altitude ascende
ceituados institutos congt1neres de vá.rias partes do (3 a 850 metros. Cerca de 300
mundo. espécies de
� plantas foram coletadas no Morro do Baú
CIJJOCUlOCIJJOCIJJOCUlOCIJJOCIJJOCUlOCUlOcm08 e seus arredores. Parcialmente também

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG.110

foi estudada a de S. Brás, Es­


vegetação está à frente. Somente o levanta­
nossa
calvados Brilhante, Praia de Itajaí, Ca­ mento das dezenas de milhares de espé­
beçudas, Praia Brava e diversos outros cies de nossas plantas é um ideal digno
lugares. Nos dois últimos lugares os es­ de conquista.
tudos foram realizados em companhia do
Dr. Mulford B. Foster, grande batânico
Cominstalação da nova sede, mon­
a

norte-americano e especialista em plan­ tagem do laboratório técnico, essa socie­


dade científica pretende, auxiliada pelos
tas e artes
tropicais. Representa o con­
junto uma boa contribuição para o estu­ poderes públicos e pela compreensão dos
do fitogeográfico do município de Itajaí. itajaienses, lançar-se ao estudo árduo, mas
Mesmo que amanhã 8S matas nati­ profícuo de nossas riquezas vegetais.
vas estejam já em grande parte destrui­
das pelo homem, todo o amigo da nossa 1) N ota= e Foi dificil classificar suas

flora revendo o material do Herbário plantas, mas bem valeu o esforço porque
«Barbosa Rodrigues» poderá reconstruir havia bons espécimes e espécies que eram

o ambiente primitivo de uma selva local. raras ou até inexistentes em nosso her­
Um caminho de grandes realizações bário». N. A .

José Pereira Liberato, empossado primeiro presidente da Câmara Municipal de


em 1860

Itajaí dispendeu na compra de 4 covados de pano verde e 7 cadeiras de cerne de maiato, estilo
Luiz XV a importância de Cr$ 79,20, mas a Diretoria Ge.·al da Fazenda em Desterro pretendeu im­

pugnar a compra pelo seu exagerado preço. Repelindo a afronta, Liberato oficiou energicamente ao
Presidente da Provincia e ainda para maior reforço do seu argumento mandou para a capital uma
amostra de pano que se destinava a cobrir a mesa da Câmara e duas cadeiras para serem exami­
nadas. O Presidente aprovou a compra ...

••••••••••••••• •••••••

�lllgIIXIII"IIXI'II"'XIXII"'III"1

PEDRO BERNARDES
TORREFAÇÃO E MOAGEM DO CAFÉ

((INOIO,.
FÁBRICA DE MASSAS AlIMENTIClAS -
MOINHOS DE FUBÁ

Rua 15 de Novembro, 105 -

Fone, 33
ITAJAt -
SANTA CATARINA

�.,11111""",111111111111111111111, • ............. � .

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG.111

••


Telegramas: .RIGGENBACH,. Rua Francisco Tolentino, 5 a 9 •



eODES: CAIXA POSTAL, 112 •

BENTLEY'S 1197 •
A. B. C. 5 TH ED. IMPR.
TANNER'S COUNCIL
MASCOTTE 1. E 2. ED
RUI )OLF MOSSE E :::.UPPL.
RIBJiIRO
TELEFONES:

{ Parto 1378

Estreito 36




ACME FLORIANOPOUS -
s. C.


-- --

�,
••••••••

J[ •









fnesto Riggenbach & Cia. t


a. •




EXPORTAÇÃO DE COUROS CRÚS, •




CAFÉ, FUMOS, CERA E MEL DE ABELHA,

FARINHA E FÉCULA DE MANDIOCA, TAPIOCA, SAGÚ, ETC. •











ESCRITÓRIO ITAJAí:

EM •


Rua Felipe Schmidt, 63 •




Caixa Postal, 100 Telefone, 208 •








DEPÓSITOS EM: •



IMBITUBA -
ESTREITO -
ITAJAI -
IBIRAMA •


RIO DO SUL •




111111111111.,1,.,11 ••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••• •

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAl PÁG. 112

NAVEGAÇÃO I.T AJ A í L TOA. I:


I:
«NAVI�IA�
Comércio -

Representações -

Navegação
Capital registrado: Cr$ 5.000.000,00

IT AJAí -
ESTADO DE SANTA CATARINA

Armadores e Agentes de Navegação


-

Barco motor «URÂNIA» de 500 toneladas


I
-

AUTO-CONSTRUçAo
Linha: ITAJAÍ- RIO
[
J DISTRIBUIDORES DE:

Jeeps -

Automóveis «RENAULT» -

Tratores
«CASE» 01eos «SUNOCO»
Máquinas
-
-

agrícolas -

Artigos elétro-médicos -

Rádios
Motores Raios X Máquinas de estradas
-
-

DESPACHOS -

IMPORT�.DORES -

EXPORTADORES
:I ESTALEIRO NAVAL -
MADEIRAS

1 Representações -

Seguros -

Expedições
1 I
Telegramas: «NAVITA))
Filial em BLUMENAU
I
=" l
J =================�

'�!�!����������!'�!!'e!�'���!'�!'e!'Ii,,�
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
D. JUDITE DUARTE DE OLIVEIRA
ARNALDO BRANDÃO

-00-

No final da rua Dr. Hercílio Luz, à ameaçador, terminávamos muitas vezes


sombra do palacete municipal, está o Gru­ empatando e deixavam os então para con­
po Escolar «Vitor Meireles», o primeiro e cluir o brinquedo, no delicioso recreio da
por muito tempo o único estabelecimento manhã.
estadual da cidade. Suados
empoeirados, tomavamos
e

Ali recebi a minha primeira instru­ lugar na forma, que, compassadamente,


ção. Ali, como muita gente boa da cida­ deslizava pelos corredores.
de, lustrei por alguns pares de anos, com Na porta do gabinete, a diretora as­
as minhas calças, grosseiras e curtas, o mia um aspecto presidencial; mas era inu­
verniz antiquado da carteira escolar. til, era tão boa a D. Judite, que por mais
Bons tempos aqueles, em que, em que se esforçasse, não destruia aquele seu
minha infancia dourada, todas as manhãs, ar maternal. Não gostava dela e quando
me dirigia à escola, onde os colegas me era mandado ao gabinete, ia temeroso e

esperavam e recebiam com satisfação, le­ assustado, mas sempre saia calmo e trans­
vando sabidinha a minha lição. formado. Ela era tão mansa, tão dócil que,
Era inocente e quando me aconse­
ingênuo. A maldade \
"

·
-.... .. ===============,-:�.�.:-:�-:"::)
""

..
""'

..
lhava, as vezes che­
. .

• •

ainda não havia tol­ ·


gava a confundí-la
.

: ARNALDO BRANDÃO, filho de João Marques :


dado a minha con­ : Brandão e de dona Alclna Silveira Brandão, nasceu : com a minha própria
• .

em Itajaí no ano de 1922. Fez o seu curso primário


ciência e eu em tu­ mãe. Fingia-se seve-
no Grupo Escolar ·Vltor Meireles. desta cidade. Atual­

do achava alegria e mente é funcionário da Contadoria Geral de Trans­ ra, mas encobria com
portes, no Rio de Janeiro.
prazer. O trabalho que estampamos, repassado de carinho e amizade as
emoção e saudade, é uma página evocativa do seu
O grupo era tão faltas e as travessu-
tempo de escola, no qual Arnaldo Brandão retrata
multo bem a vida dessa educadora exemplar que foi ras da meninada en­
bonito, as professo­
ras tão bôas e

colegas tão engra­


os
dona Judite Duarte de Oliveira.

.:.:.:.;..:,;.:�
diabrada.
.
;:.��
Ela bem que nos
çados! ... conhecia e sabia to­
Chegava sempre bem cedo. O pátio das as nossas manhas; tambem fora a
inundado de luz, parecia maior e nas ár­ professora dos nossos pais. As vezes, en­
vores, o orvalho ainda brilhava, aos pri­ quanto ralhava, seus olhos sorriam à
meiros contatos com os raios do sol ...
lembrança de um fato idêntico, passado
O edifício branco, silencioso e sono­ há alguns anos a traz.
lento, esperava tranquilo a hora de ini­ Com o tempo, cresci e comecei a
ciar as aulas para se reanimar. observar as coisas. Deixei de temer as

Sentava-me em Um dos bancos do professoras e passei a estimá-las como se


fossem minhas parentas.
galpão e atirava meus livros e meus ca­ Corria seguidamente para elas e en­
dernos em alguma vaga ainda encontra­
contrava sempre um carinho, um conse­
da. Em seguida, reunia-me aos outros co­
lho ou mesmo uma reprovação.
legas, para formarmos dois partidos para
o brinquedo de «bandeira». A medida D. Judite estava grisalha e já subia
que vinham chegando rapazes, mais forte com vagar a escadaria que levava ao pá­

e maior se tornava a batalha e as vezes tio e a que levava ao galpão. Sempre gor­
de tão concorrida, tornava-se necessária da e decidida, iludia a todos e até eu
a fundação de um partido suplementar. mesmo pensava que D. Judite seria eter­
Corriamos desenfreadamente e quando a na e ensinaria mais uma
geração. Mas os
sineta soava com o seu toque decisivo e anos foram passando e ela principiou a

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANUARIO DE ITAJAl pAc. 114
ANO I

educar. Porém ela partiu e deixou o seu


declinar. que fora forte, que nun­
Aquela
ca se descuidara do seu dever, que en­ nome na história de Itajaí. Nossos filhos

rigoroso e a inverno não a conhecerão, mas futuramente, em


frentara corajosa o

lestada molhada que alagava as ruas e dias talvez que não estejam longe, escre­
encharcava as roupas da gente, faltava ago­ verão com suas letras, trêmulas e capri­
ra com continuidade e por fim desapareceu. chadas o nome que ela merecidamente,
Como os grandes vultos, ela tambem legará aalgum estebelecimento escolar
da cidade e nós, os antigos, que a co­
se refugiou para morrer.
nhecemos, olharemos comovidos e reco­
Um domingo de junho, quando o
nhecidos o nome de uma das professoras
sol enchia os lares de calor e de luz, en­
que mais lecionou em todo o Itajaí.
controu D. Judite morta, levou-a um trai­
Quando voucemitério, procuro
ao

�oeiro colapso, durante aquela noite de entre aquela imensidade de se­


inverno.
sempre,
o lugar onde descansa a minha
Muitas crianças acompanharam-na à
pulturas,
professora. Nunca o encontro, e, por isso,
sua última morada e muitos pais lamen­ no final desta história, aquela
deixo aqui
taram aquela desaparição. Contavam com
flor roxa que se chama saudade ...

ela e esperavam anciosos que ela voltas­


se, pois tinham ainda muites filhos para Rio, 15 de agosto de 1949.

poeta negro do Brasil foi aluno


,.

sébio
Cru: Souza, _tilho de escravos,Provincial
e e o maior
de Florianópolis. Tomado de entu­
d? alem�o �rttz Mu.ller �� A.teneu
»iuacuuuie do Fritz Müller lhe
st.asmo pela grande e
uueiiqência aluno, o certa vez

disse, profetizando o brilhante futuro do seu pupilo:


«João da Cruz, tú está uma grande ta lenta
-

e tú vais ser ' na futurro ,

um home ilustra da Brasil».

-
AGÊNCIA MARíTIMA -

DESPACHOS EMBARQUES

IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO
· .

· .

· .
MATRIZ: CURITIBA -
PARANÃ
· .

· .
· .

Rua Monsenhor Celso nr. 234 -

Caixas 757 e 777


· .
· .

· .

FILIAIS:
..

RIO DE JANEIRO · .

Avenida Rio Branco, 20 -


6°. Andar Caixa
· .

Postal, 1868
-

Fone 43-8426
..

ANTONINA PARANAGUÁ
Caixa Poetai, 20
ITAJA( · .

Caixa Postal, 42 Caixa Postal, 108


· .
· .

ENDEREÇO TELEGRÁFICO PARA MATRIZ E FILIAIS· .

«VALENTE» ..

· .
· .

· .

· .

. .

:;;;::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::;.fi
· .

-,

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


GINÁSIO IT AJAI
o Ginásio ltajaí foi creado pela Re­ queria. Se uma tentativa falhava, punha
solução n. 15, de 18-6-1936, quando prefei­ em pratica outra.
o sr. lrineu Bornhausen e neste mesmo Até que se recorreu a uma socieda­
ano foi iniciada a construção do seu edi­ de anônima como único meio de levantar
fício, que deveria obedecer à planta cujo fundos que pudessem fazer face às des­
clichê estampamos na página seguinte. As pesas de instalação da nossa escola secun­
paredes foram levantadas até à altura do dária. E em começos de 1948 instalava-se
madeiramento. Com a saída do sr. lrineu sem grandes solenidades, mas com pro­
Bornhausen da Prefeitura, as obras foram pósitos firmes de continuidade, o nosso

Primeira turma de alunos -1948


No centro, da esquerda para a direita:-Professor Antônio de Souza Cunha Jr.,
Diretor- Técnico Moacir T. Mourisco, Diretor-comercial Nestor Schiefler
e Professor Nereu Corrêa.

paralisadas ficaram expostas à devasta­


e Ginásio. Foi esta uma autêntica vitória
ção do tempo. Com a vinda de um ba­ popular. Mesmo assim, os derrotistas va­
talhão para ltajaí foi o edificio coberto, ticinavam fracasso.
embora as paredes não estivessem ainda Realmente as rendas eram rrummas.
inteiramente terminadas. E onde deveria Como, pois, pagar professores e direto­
ser o Ginásio foi alojada uma companhia res? Ainda aqui a boa vontade operou
militar. Por razões que sendo demais milagres. Não há dinheiro? Pois se le­
complexas e mesmo incompreensiveis, não ciona de graça! E também a sua direto­
cabem aqui neste pequeno relato, a ins­ ria não será remunerada.
talação do ginásio foi protelada por doze E um grupo de abnegados passou
anos. um ano inteiro
lecionando por amor à
Era quasi um crime falar-se em gi­ arte. A exceção do diretor técnico, to­
násio nesta terra. dos os demais postos administrativos e­
Mas o povo sabia muito bem o que ram e são
cargos honorários.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG.116

E assim o programa foi exgotado. No turais; Dr. José Medeiros Vieira, Latim,
fim de 1948 os exames mostraram o a­ Literatura Geografia;
e PachecoJúlio
proveitamento da primeira turma com Monteiro, História da Civilização; Luiz de
uma boa média de promoções. Iniciou-se Almeida, Inglês; Maria Seára Alegria,
o ano de 1949 com três séries, funcio­ Canto Orfeônico; Nereu Corrêa de Sou­
nando com uma matricula de 128 alunos. za, Português; Padre Vendelino Hobold,
Além do curso ginasial propriamente di­ Religião; Senhoritas Acindina Siemann
to, funcionam ainda anexos ao estabeleci­ e Zelandia Romano, professoras auxilia­
mento um curso de admissão com cerca res do curso de dactilografia.
de 20 alunos, um curso de dactilografia, Professores dos cursos de balconis­
com 40 alunos e uma escola do SENAC ta do SENAC: Dr. José Medeiros
Vieira,
com dois cursos de balconista e um de diretor dos cursos e professor de psicolo­
dactilografia também do SENAC. gia; Dr. Abilio Ramos, educação moral e
E interessante notar
interêsse des­
o civica; Dr. Felix Malburg, matemática; Dr.
pertado peles CU1'SOS do SENAC recente­ Francisco Rangel, técnica de venda; Julio
mente creados: 75 alunos frequentam as
Monteiro, noções gerais de comércio; Ne­
suas aulas de balconista e 20 o curso de reu Correa de Sousa,
português.
dactilografia. A parte administrativa da sociedade
A direção técnica do Ginásio Está a anônima Está assim constituida: Diretor­
cargo do pro­ Gerente, Ge­
fessor dr. J 0-
nésio Miran­
sé Medeiros da Lins; Di­
Vieira,de len- •
retor Tesou­
-

go tirocínio
Érico
.

reiro,
na parte edu­
cacional. Sob
Scheeffer; co­
diretores co­
sua orienta­
merciais: Ar­
ção foram
no B a u er,
criadas vari­
Carlos de P.
as associaçõ­
es extra-clas­
Seára, Nestor
Schiefler e
ses tais como:
Raul Seára.
«Clube Gina-
siano», «Or- C���_�_"";_....:.l
Oportuno
...___----�-----.::..-- _ __J é salientar, ao
ganização das
encerr ar m os
Decurias>, e uma «Secção da Liga Ca­ Estas valiosa contribuição do Ban­
notas, a
tólica Jesus, Maria, José». O «Clube Gi­ co Indústria e Comércio de Santa Cata­
nasiano», por sua vez edita um mensário rina S/A. que, sempre
intitulado «O Ginasiano» e pronto
a auxiliar
dirige um «cas­ iniciativas que visam o engrandecimento
sininho», da nossa terra,
Com essas inovações o ambiente es­ prontamente doou a im­
portância destinada aos acabamentos de
colar do Ginásio tem-se tornado o
mais
agradavel possivel. �mergência do edifício a-fim-de possibi­
Iitar a imediata instalação do
O corpo docente do educandário novo es­
es­ ta belecimento.
tá constituido pelos seguintes profes­
seres: Dr. Abilio
Constituindo a creação de
Giná­ um
Ramos, História da Civili­ maior
zação; Alfredo Correia da Silva, Traba­
�io
e
a
aspiração do povo de Itajaí
lhos Manuais; compreensivel o apoio e a boa vontade
Antonio de Souza
Cu­ de todos para com o novo
nha Júnior., Geografia e educandário.
Matematica e­
xercendo também as funções de sub-di­ Cabe aqui também uma referência
retor-secretário e tesoureiro;
Ary Masca­ especial ao Ginásio Feminino, mantido
renhas Passos, Desenho; Tte. Baltar pe­
M. las bondosas
Pereira Marques, Irmãzinhas da Imaculada
Educação Física; Dr. Conceição que grande serviço vem pres­
Felix Malburg, Matematica; Dr. Fran­ tando à
cisco Rangel, Francês; Da. Hilda Melo educação das nossas jovens, com­
de Faria, Português e História da Civi­ pletan�o-se
serve a
um
_ao outro visto que um
lização; Da. Jenny Liberato, Ciencias NSl- populaçao escolar feminina e ou-
tro à masculina.
.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


Teatro do Amador de Itajaí
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MARIO URIARTE-Presidente RODOLFO BOSCO-Ensaiador

No clichê acima, estampamos, pela ordem de números, os nomes dos componentes


do grupo de amadores.-Oda Noronha, Ogenê Noronha, Maria Conceição Coelho,
lrine Sousa, Odemira de Noronha, Silvinha C. Kleis, Cacilda Gonçalves Noceti,
Diná de Oliveira, Zilda Reis, Hilda Souza, Sebastião Armando dos Reis, José
M. Muller (Cazuca), João Arlindo Brito, Clovis A. C. Silva, Arno Bernardes, Jorge
Canziani, Cipriana C. Kleis, Rodolfo Bosco, Hilda Fischer, Antônio Z. de Noronha,
(recentemente falecido), Evandro Ubirajara de Brito e Mario Uriarte.

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ANO I ANUÁRIO DE ITAJA! pAG. 118

TEATRO DO • • •

O Teatro do Amador de Itajaí, nas­ Mario Uriarte, sem dúvida a fi­


ceu de uma conversa de café entre Ma­ gura central deste renascimento artistico,
rio Uriarte, Emilio Gazaniga e Ary Mas­ pelo seu dinamismo, pelo seu profundo
carenhas Passos, três entusiastas do ama­ conhecimento do «rnetíê», tem sido o pro­
dorismo teatral. pulsor do nosso teatro amador.
Foram da idéia, à execução, já a es­ Pascoal Carlos Magno da provincia,
ta altura auxiliados por Antônio Noronha é ele que movimenta, que dinamisa, que
e Rodolfo Bosco.
gera ânimo entre os seus companheíros
Dispondo de bom material humano de palco.
que a tarimba de Antônio Noronha e Ro­ Também Rodolfo Bosco, ensaiador
dolfo Bosco foram amoldando à difícil
experimentado tem contribuído para que
arte cênica, em a arte cênica há
poucos meses o grupo pouco revivida não seja
nascente levava à ribalta a peça «Sau­ mais uma tentativa fracassada como tan­
dade», desempenhada por Mario Uriarte, tas outras do campo espiritual aqui InI­
Arno Bernardes, Hilda e Irene Souza, Ca­ ciadas.
cilda Nocetti e Antonio Noronha. Resta agora a certeza de que o nos­
Desde a €stréa desta peça, o entu­ so publico, sempre tão apatico a essas
siasmo popular pelo teatro amador foi manifestações de arte foi ao teatro, gos­
crescendo. O publico notou, desde logo, tou e foi novamente. Isso já é um
ga­
que os nossos artistas dos quais se sa­
-
lardão para os nossos esforçados amadores.
lientam Mário Uriarte, Hilda Souza, Arno A prática tem demonstrado
que a
Bernardes e Diná Oliveira tinham pos­ -

capacidade artistica do nosso grupo é -

sibilidades para fazer teatro. com


prazer que proclamamos está -

À peça «Saudade», segue-se «Feia», bem acima da quasi mediocridade das


originalde Paulo de Magalhães, com pe­ peças encenadas. E se ainda não podem
quenas variantes no elenco e com o mes­ desempenhar com desenvoltura Shakspe­
mo sucesso da
primeira. are, Moliére ou Ibsen, está bem acima
do «primeiro livro de leitura teatral»
Outras peças foram encenadas: «Es­
que é Paulo Magalhães.
finge», «O poder da Fé», «Apuros de um
Antes assim.
Coronel», «A felicidade pode esperar», etc.
Não se pode tambem demais
Motivos de ordem vária fiseram com exigir
da nossa gente, muito embora se deva
que o nosso Teatro do Amador interrom­
incentivá-la a produzir sempre mais e
pesse por algum tempo os seus trabalhos.
melhor.
E somente agora nova
peça está sendo A atual diretoria do Teatro do Ama­
ensaiada.
Grande
dor, que tem como Presidente Mário Uriar­
perda grupo, foi sem
para o
te,
dúvida, o recente falecimento de Antonio Vice-Presidente, Arno
Bernardes; 10.
Secretário, Rodolfo Bosco; Tesoureira,
Noronha, que alem de bom artista, paci­ Odemira Noronha; Bibliotecário, Milton
ente ensaiador, produziu também várias
Ltz e Orador, Lío Macedo, muito tem fei­
peças de grande sucesso.
to pela arte cênica em
O renascimento do teatro em Itajaí, Quanto aos
Itajaí demais amadores, cujos nomes constam
encorajou a vinda a esta cidade do excelen­ da pagina anterior, deles se
te conjunto artistico poderá dizer
que é
«Teatro do o
que praticam a arte pela arte, que fazem
Estudante do Paraná» que aqui encenou teatro num sincero
esforço de melhorar
uma peça de Ibsen, com o maior sucesso. o nivel intelectual da nossa cidade.

O nome primitivo da Capital Argentina era Porto de Santa Maria de Buenos


Aires,
derivando âtn o norne de portenho dado aos naturais daquela cidade.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 119

C/bOC/bO��� 5OCIAI5
C/bOCtIJOCIJIOCIIJOC/DOCt//OCUIOCt//OCUIO

'I'
B� 'Jad Á. B.dunitt,

� d4 !1Jt. 'DA.. 'J.IUi �6-

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ped. !Ram,u,
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!Ram,rJ.rJ., e dUa4

filJúnhru.:
ViJujinia lJ1lcvzia e

.A.na ?ItaJda.

I I

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 120

CffXXYlK)
I�IE§IIII)IÊ�(IIA\§ IDIE IIIA\JJA\lí
aroaroaroaro�CtlJOCtlJOCtlJOaro()C(fX)CtlJOCtlJOaroaro
cecear:

aroCtlJOCtlJOCtlJOCtlJOCtlJOCtlJOaro

Residência da família Abdon Fóes ,


,

a rua

Quinze de Novembro.

I I

_--

Residência da família José Cesário Pereira


Neto, à Praça da Bandeira.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


e
(J)aeútl 6i<JjlIttifotw tM � jadicnttJÍ)
Ao incluirmos o presente «roteiro» neste trabalho não tivemos em mente se­
não reavivar a memória daqueles cujos nomes servem de denominação às nossas ruas.
Tanto assim que das 87 vias púbLicas da cidade apenas nos ocupámos daquelas que le­
vam nomes de pessoas.
Deixamos, também de dar traços biográficos de patronos cujos nomes têm pro­
jeção nacional. Neste particular fizemos exceção apenas a Lauro Müller que, como um
dos mais ilustres filhos de Itajaí, não poderia estar ausente neste roteiro.
Nomes humildes na sua maioria mas, para julgá-los, não nos devemos deslo­
car do ambiente limitado em que êies viveram. Nem esquecermos que as cidades não
vivem sómente à custa de poHticos e de figurões. É o homem comum que desbrava a terra,
que planta a cidade, que constroi a fábrica. Nada mai$ justo, portanto, que render-lhe
depois as homenagens.
A exiguidade de espaço dedicar apenas algumas linhas a cada um.
nos obriga a

Daí as muitas omissões contidas nos esboços biográficos que se seguem. Recolhendo ês­
ses dados-na sua quasi totalidade-de simples informações verbais, sem outra fonte
de consulta mais precisa, pedimos excusas pelas faltas e omissões porventura cometidas.

Alberto Werner -
Rua -

Nasceu o foi porém, para caracterizá-lo


suficiente,
homenageado em Itajaí em 1871 e faleceu como homem de grande honestidade, ten­
na mesma ci­ do realizado o maximo que as exíguas
dade em 1940. possibilidades permitiam. Entusiasta do
Fez estudos turfe, foi o fundador da Sociedade Hipica
primários na do Vale do Itajaí.
sua terra na­

tal. Começou
a vida como Alfredo Trompowsky -

Rua -

Al­
condutor de fredo Trompowsky nasceu na antiga
von

tropas, se­ Desterro, hoje Florianópolis, em 1885. Fez


guindo de­ na Capital do Estado seu curso de huma­

pois a carrei­ nidades e, em 1905, matriculou-se na Fa­


ra comercial, culdade de Direito de São Paulo, onde se
como pro­ bacharelou em 1909. Ingressou na polícia
prietário de de carreira do Estado Bandeirante e,
casa de secos nessas funções, permaneceu até 1917. Vol­
e molhados. tando para Q seu Estado, ingressou na
Iniciando­ magistratura como Juiz de Direito de São
se tarde na Bento, sendo, em 1919, removido para
política, so­ Itajaí, onde judicou por quasi 9 anos,
mente em até 1927. Foi nomeado Juiz da primeira
1930 se empolgou pela Campanha Libe­ vara da Comarca da Capital e, nestas
ral da qual foi um dos chefes neste Mu­ funções, permaneceu até 1935, quando foi
nicípio. Vencida a revolução, foi nomeado nomeado desembargador do Tribunal de
Prefeito Municipal, cargo que exerceu de Justiça. Em 1947, por contar mais de trin­
1932 e 1933. A sua passagem pela Prefeitu­ ta anos de ser iço público, foi aposenta­
ra, numa época em que uma recente revi­ do a seu pedido. Exerce, atualmente, o
ravolta na política nacional não encorajava magistério superior como professor cate­
nem permitia grandes empreendimentos, drático de direito judiciario civil, na Fa-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 122

---_

cnldade de Direito de Santa Catarina e gos políticos em Santa Catarin�. Como


isso desde a fundação dêsse instituto. deputado estadual em duas. Iegíslaturss,
foi o autor do projeto de lei
q�e conc�­
dia favores à Construtora Catarinensa LI­
Andrade Rua
-

Adolfo Germano
-

mitada, organização que idea�i�ou e


de con�­
Andrade, mais conhecido por «Capitão truiu a Vila Operária de Itajaí, em
cujo
Adolfo», nas­ bairro se localiza a rua que tem o seu nome.
ceu em Por­
tugal em 1874
e faleceu, VÍ­ Barão do Rio Branco -

Praça _

tima de um Biografia Muito divulgada.


desastre de
automóvel na
estrada Rio do Benjamim
Sul-Lajes em -Filho de
Frank,li� Pereir.a
Rua
Franklin Máximo Pereira
-

e de
1939. Veio dona Maria Vieira Pereira. Nasceu no
criança para distrito de Penha (Itajaí) em 1905 e fale­
o Brasil,dedi­ ceu em 1942. Fez estudos primários em
cando-se à vi­ Itajaí, seguindo, depois, pa�a.
Curi�i ba,
da do mar. onde foi empregado do comercio. AInda
Com 22 anos
joven, empre­
de idade obti­
gou-se na Com­
nha a carta
panhia de Na­
de capitão de
vegação Costei­
lo n go cur­ ra para praticar
so da Mari-
nha Mercante pilotagem. N es­
Brasileira, apés ter exercido ta
todes os postos intermediarios Durante 32 Companhia,
anos lutou, afrontando as dificuldades da chegou a ime­
diato. Passando­
profissão que abraçara e que, na sua épo­
se
ca, não contava com os recursos de para o
Lloyd
hoje. Brasileiro, foi
Comandou navios para a
Europa,
América imediato do na­
do Norte, portos do Prata e nacionais.
Foi vio « Mandú
»,
proprietario de um navio a vela de
grande tonelagem, que fazia a linha Ita­ posto que ocu­

jaí Rio e vice-versa, com o que muito


-
pava no barco
contribuiu <Cairú». da mes­
para o
progresso do Vale do
Itajaí, numa época em que as condu­
ma
Companhia,
ções eram deficientes e
quando êste foi
escassas.
torpedeado em 8
Com a vitória da
revolução da 1930, de março de 1942, vindo
foi nomeado Prefeito o imediato Fran­
Municipal, cargo que klin a falecer em
exerceu até fins de
1931, quando solici­ consequência desse
tou exoneração. Foi afundamento. Como oficial de
posteriormente no­ longo cur­
meado membro do Conselho so, fez a linha estrangeira, especialmente
Consultivo a dos Estados Unidos. Com
do Municipio, tendo o nome de
exercido essas fun­
«Imediato Franklin», existe
ções cerca de dois anos. Doou à em Piçarras
Prefei­ uma Colonia de Pesca.
tura as terras onde foi
aberta a rua
tem o seu que
nome.

Bruno Malburg
Jardim Nasceu
-
-

Andrade Müller Rua -


em
Itajaí em 1873 e faleceu em 1918. Era
Antônio-

filho do imigrante e
Pedro de Andrade prcíessor alemão Ni­
Müller, filho de Lauro colau
Müller, nasceu nesta cidade. E' for­
M�lburg. Com 10 anos, foi estudar
na
mado em direito e em
medicina e se de­ Alemanha, fazendo o curso ginasial
dica a es as profissões na em lena. Voltou
rara o Brasil aos 21 anos,
Capital da Re­ mas, em virtude de acidente sofrido
publica. Exerceu, por algum tempo, quan­
car- do
estudante, logo que regressou à Patria,

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 123

adoeceu gravemente, tendo de voltar à Presidente. Fundador do Clube Nautico


Alemanha, onde esteve em tratamento. Almirante Barroso e seu Presidente. Por
Com 23 anos, voltou definitivamente para muitos anos foi provedor do Hospital Sta.
o Brasil. Aq uí, Beatriz e Presidente da Liga Católica.
trabalhou até
à morte na
Curt Hering -

Rua -

Nova deno­
Casa fundada
minação da terminal da rua Blumenau,
por seu pai
e ainda
entre aque vai para
esquina a «passagem
hoje
existente (Ca­
da Barra do Rio» e a curva que leva à
ponte sôbre o Itajaí-mirim. O patrono
sa Malburg), Curt Hering nasceu em Blumenau em
na época che­ 1881 e era filho de Herrnann Friedrich
fiada por um
Hering dona Minna Hering, naturais da
e
irmão de Bru-
Saxonia. Desde 15 anos de idade começou
no Nicolau
-

aajudar o seu
Malburg Jor. progenitor,
Com a mor­ trabalhan::l.o
te do irmão,
na fábrica
passou a di­ dêste, instala­
rigir a firma, da no bairro
cargo que de Bom Re­
exercia.quan- tiro, em Blu­
do veio a falecer. menau. Im­

Foi,
por muitos anos, provedor das po ssi bi lit ado
sociedades «São Vicente de Paula» e «Ir­ de aprimorar
os seus co­
mandade do Santíssimo Sacratamento».
nhecimentos
nas escolas

Carlos Seára -

Rua Carlos Frede­


-
existentes na
rico Seára nasceu sua cidade na­
no Rio de Janeiro em
1867 e faleceu em Itajaí em 1946. Veio tal.ainda mui­
to joven per­
para esta ci­
correu vários
dade com 11
países da E:.I­
anos aquí
e
Estev
ropa.
completou o
s'e u estudo
na Alemanha,
preliminar. Suiça, Itália e
Por França, onde
alguns a-
entrou contacto com a cultura euro­
em
nos, exerceu
o cargo de peia. Com a morte de seu pai, Curt He­
Escrivão da ring assumiu a Presidência das Indústrias
Mesa de Ren­ Hering, que se tornaram, sob a sua dire­
das Alfande­ ção, uma das maiores organizações textís do
sul do Brasil. Homem progressista, apoiou
gada desta financeiramente quasi todos os empreen­
cidade. Por
dimentos industriais não só da sua cidade
varias vezes
como de muitos municípios do Vale do
foiJuizde Paz
da Comarca.
Itajaí.
Ne ta cidade, por exemplo, junta­
Em mais de
mente com Fides Deeke, Gottlieb Reif e
uma legisla­ outros fundou uma das nossas maiores in­
tura foi con-
dústrias que é à Fábrica de Papel Itajaí,
selheiro municipal, chegando a Presidente de cujo Conselho Diretor foi Presidente por
da Camara de Vereadores. Foi um dos muitos anos. Foi Prefeito de Blumenau
fundadores da Sociedade Guaraní e seu de 1923 a 1926 e de 1926 a 1930.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJA! pAG. 124

O seu está
ligado ainda a dois
nome ral em 1919, sendo filho de Alfredo Mar­
grandes empreendimentos: a Emprêsa Fôr­ quetti e d. Maria Marquetti, Estes de tra­
ça e Luz Santa Catarina e o Banco Agrí­ dicional fa-
cola Comercial de Blurnenau S. A., ês­
e milia itajai­
te surgido em 1928, de uma fusão da ense. Come­
Caixa Agrícola e mais tarde incorporado çou a sua VI-

pelo Banco Indústria e Comércio de San­ da como em­


ta Catarina S. A.
pregado no
Espírito democrático e tolerante «na comércio da
fábrica. ainda hoje não há empregado ou
Capital da Re­
operário, mais
humilde, que não se
por
pública. Com
refira com simpatia à
figura daquele an­ 18 anos as­
tigo chefe, bondoso e acessível, que se sentou praça
fazia respeitar e obedecer como nenhum
no 1°. Regi­
outro, sem jamais usar de meios coerci­ mento de In­
tivos». Faleceu em Blumenau em 1948. fantaria (Re­
(l lados extraídos da palestra proferida pelo
Dr Paulo Malta Ferraz, no
Rotary Crub de Blu­ gimento Sam­
menau. em 28-12-48)
raio). Como
sargento, fez
Coronel Eugênio Müller -

Rua _
a
campanha
da Itália na se­
Eugênio Luiz Müller nasceu em Itajaí em -
,

1856 e fale­
gunda guerra,
falecendo em combate em 1944.
ceu no Rio
Janeiro em

1936. Ainda
muito moço,
Felipe Rua Schmidt
Militar e -
-

mudou-se pa­ político catarinense. Nasceu em Lajes em


1859 e faleceu em 1930. Assentou
ra a
Capital em 1876 no 2°.
praça
da República, REgimento de Artilharia
onde exerceu
Montada, matriculando-se Escola Mi­
na
litar, no curso preparatório, adido ao Ba­
profissão de talhão de
comércio. Engenheircs. Em 1890, quando
Voltou para tenente, foi
Itajaí, contra­ eleito deputa­
indo matri­ do por S. Ca­
mônio com d. í arina. Pro-
Gu ilh erm i na movido a ca­
Büchele. Foi pitão, fei elei­
deputado es­ to governa­
tadual em vá­ dor do Esta­
rias legislatu­ do no e uatri-
ras, vice-governador

de Santa
seu
Catarina e ênio de 1894-
reprEsentante na Câmara
Federal. 1898. De 1902
Aba�donand�
dencia no RIO,
a vida
pública, fixou resí­ a 1911 foi se­

onc�_ passou a
desemre­ nador pelo
nh�r-se como tabehao. Era coronel da seu Estado.
antiga Guarda Nacional.
Novamente
eleito sena-

.
Duque de Caxias -

Avenida _

Bio­
dor em 1911,
gra la muito divulgada. exerceu Esse

cargo até ....

1914, inter-
.
Expedicionário Marquetti Rua­
-
rompendo-o nesse ano para assumir a
Félix Marquetti do Estado,
nasceu no Distrito Fede- governa�oria
dato rara cujo man­
fOI re-eleito rara O quatriênio

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAt pAG. 125

1914 -1918. Nesta legislatura, resolveu o de de Biela (Itália) em 1862 e faleceu em

velho litígio de limites com o Estado do Florianópolis 1938. Veio moço para o
em

Paraná. De 1919 a 1928, voltou ao Sena­ Brasil, tendo recebido grau de engenheiro
do. Morreu em 1930 no posto de general geógrafo pela
do Exército. Faculdade Li­
vre de Enge­
nharia do Rio
Fiuza Lima -

Rua e Bairro -
Juve­ de Janeiro. Foi
nal Fiuza Lima nasceu em U ruguaiana, funcionário do
Rio Grande do Sul, em 1887. Moço, veio Ministério das
para Laguna, onde se casou, dedicando-se Obras Públicas.
ao comércio. Posteriormente transferiu-se Serviu por lon­
para o Estreito (Florianópolis), exercendo gos anos na Co­
alí, o comércio de exportação de couros missão de Me­
para o estrangeiro. Como os negocios não lhoramentos dos
lhe corressem bem, fixou residência em Portos e Rios de
onde Santa Catarina.
Itajaí,
continuou o Foi encarregado
mesmo ramo das obras do
de atividades, pôrto de Itajaí
até que as di­ como seu aUXI­

ficuldades do liar técnico. À sua orientação profissional


mercado ex­ e aos auxílios que
prestou, deve-se a aber­
terno não tura da longa e acidentada rua que tem
mais lhe per­ o seu nome.

mitiram ne­

gociar em ba­
ses comer­ Frei Apolônio Weil
Rua Anti­ - -

ciais. Reco­ go «Beco do Inferninho». André Weil, no­


me civil de Frei Apolônio, nasceu em La­
meçou, então,
as suas ativi­ pa, Paraná, em 1911, onde fez estudos
dades como preliminares. Iniciou o curso de humani­
dades no Colégio dos Franciscanos em
pequeno cria­
dor de gado Blumenau,
leiteiro, e pas­ terminando-o
residir
sou a no Seminário

para além da de S. Luiz, na


Vila Operária (hoje Bairro Fiuza), onde cidade para­
em 1930, naense de Rio
comprou uma vasta gleba de
terra quasi virgem e dividiu-a em 600 lo­ Negro. To­
tes, que ia vendendo às pessoas de pou­ mou a hábito

cos recursos em prestações mensais de francis cano


10 e 20 cruzeiros. Com êsse loteamento, em 1928, or­

prolongou grandemente o perímetro ur­ denando-se


bano de Itajaí para o lado oeste, pois o em 1934, de­

Bairro Fiuza conta com 13 novas ruas e pois de cursar


235 casas residenciais, quasi todas de ma­ as faculdades
deira. Em 1944 transferiu residência para de filosofia e
o Rio, deixando os seus negocios de ter­ teologia, res­
ras, nesta cidade, a cargo do sr. Teodoro pectiva mente
Luiz Pereira. de Curitiba e

Petrópolis.
Logo depois
Frederico Selva Rua Denomi­
- - de formado,
nação recente da rua que conduz a Ca­ ingressou no corpo docente do Colégio
beçudas. Frederico Selva nasceu na cída- Diocesano de Lajes, cuja direção assumiu

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 126

em 1938. Neste revelou-se


educandário, pra e venda de açúcar, etc. Adquiriu
autorizado professor de português, fun­ grande área de terras nas imediações do
c'ando, com elementos do corpo discente atual Largo do Gonzaga e doou à Pre­
do Colégio, a Academia Frei Veloso. Co­ feitura a parte onde foi delineado o lo­
mo Diretor do Colégio Diocesano, Frei gradouro que tem o seu nome. Somente
Apolônio fez-se ardorosamente estimado ha poucos anos, abandonou o comércio e
pelos seus alunos, tal a maneira como os a oficina.

tratava e pela facilidade com que trans­


mitia aos seus discípulos os seus profun­
dos conhecimentos da Iíngua nacional. Hercílio Luz Rua Hercílio Pe­
- -

Atualmente, Frei Apolônio é professor dro da Luz nasceu em


Florianópolis em
secundário em Bastos, S. Paulo, municí­ 1860 e faleceu em 1924. Formou-se em
pio de densa população japonesa. engenharia civil na Bélgica. Foi eleito go­
Segundo apurou-se, o nome teria si­ vernador do
do dado por um engenheiro esteve
que Estado, pela
fazendo levantamento urbanístico em
um
primerra vez,
Itajaí e, por achar mal soante a denomi­ para o qua­
nação antiga do «beco», sugerira por-lhe triênio 1898-
o do seu antigo professor.
nome Ainda 1902. Entre
não foi aficializado o nome, mas o
pú­ as suas obras
blico, ao que tudo indica, já o consagrou de maior im­
pelo uso.
portância nes-
sa
legislatu­
ra, conta-se a
Getúlio Vargas -

Avenida -

Bio­
grafia muito divulgada. construção do
imponente
edifício do pa­
lácio do go­
. .
Gonzaga -

Largo do -

Logradouro vêrno. Exer­


público mal conservado, situado na con-
ceu a senato­
fluência das ría pelo dila­
ruas Tijucas tado espaço
Blumenau, de 20 anos.
Andrade e Foi
Coronel Eu- vice-governador de Santa Catarina de
1918 a 1922,
� genio Müller.
mas, nessas funções, exer­
a
c�u governadoria durante todo o pe­
Denominação riodo,
dada por tra­ construindo, em
Florianópolis, o

dição oral e,
canal. saneador em cujas margens corre a
Avenida Hercílio Luz. Eleito novamente
mais tarde, o govêrno do
o fi cia liza da p�:a .
Estado para o qua­
t:lenlo 1922 26, não
por ato do completou êsse pe­
ríodo, tendo falecido em 1924.
Desta úl­
poder públi­ tima passagem
co pelo govêrno, deixou a
municipal.
O
Largo fi­ P?nte que tem o seu nome, ligando a ca­
cava situado pítal ao continente. Espírito autoritário,
Imputam-lhe os seus
sé­ adversários uma
em terras de rie de violências
Antônio Lo­ desmandos, não obstan­
e
te, todos reconhecerem os méritos da sua
pes Gonzaga, obra, grandiosa para a época.
que nasceu
em
Itajaí em
O referido
18?9 .. patrono iniciou-se no co­
João Gaya Rua
mercio João Gaya, fi­
1.2
-

aos. anos, estabelecendo-se com


-

lho de conhecida
m�desta oficina de funileiro, família portuguesa vin­
ainda hoje da da Vila Nova de
existente e pertencente a
descendentes ceu em
Gaya (Portugal): nas­
seus. Exerceu também o comércio de com-
Navegantes (Itajaí) em 1862. Co­
meçou a vida como marinheiro num bar-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 127

co do seu Prestou relevantes


progenitor. forçoso Orientou a fundação do Clube 13
serviços ao mumcipio como distribuidor de Maio, sociedade de homens de côr,
de remédios e assistência, quando da epi­ Fundou a Sociedade Beneficente 15 de
demia de fe­ Novembro. Era socio fundador do Gremio
bre amarela Literario 3 de Maio, da Banda Musical
assolou Guaraní (a antiga), da Liga Catolica Sa­
que
esta cidade grada Família, etc. Religioso que era, in­
nos fins do troduziu em Itajaí a Procissão de Passos
século passa­ e a celebração integral da Semana Santa.

Organizou e manteve um museu particu­


do, trabalho
lar que foi a «rneca» dos visitantes ilus-
que executou
como auxiliar tres de Itajaí.
do Dr. Pedro No seu livro
Ferreira. de presen­
Convidado ças deram
por êste úl­ impressões as
timo, ingres­ mais favorá­
sou no
qua­ veis Afonso
dro de fun­ E. Ta unay,
cionários da
Bastos Tigre,
Prefeitura de
Ma r ga ri da
Itajaí, exer­
Lopes de Al-
cendo simul­
meida e ou­
taneamente
tros. Na mo­
as funções de secretário, tesoureiro e pro­ cidade publi-
curador, antigamente enfeixadas em um
cou um
Jor­
único cargo. Durante quarenta anos, exer­
nal manuscri­
ceu essas funções. Depois de aposentado,
to, do qual
foi eleito vereador municipal, chegando a
Presidente do Conselho. apareceram
cerca de dez
Espírito prestativo, tornou-se gran­
demente conhecido e estimado, especial­ números. Di-
mente pelos habitantes do interior que a rigiu, também, «A Flexa», órgão oficial
ele recorriam para trazer as suas queixas da Sociedade Guaraní. Humorista fino,
ou pedir-lhe orientação. Foi um dos or­ dele diz um dos que lhe teceram o ne­
ganizadores da Colonia de Pesca de Na­ crológio: « foi sempre um espírito es­
...

vegantes. Fundou a Sociedade Recreativa banjador do mais fino humorismo e da


1°. de Maio e muito contribuiu para a mais esportânea verve. Onde estivesse,
instalação de luz elétrica no referido bairro. acompanhava-o sempre o riso que deso­
pila, a graça que desfastia, o sorriso que
encanta. Mesmo os momentos mais graves
Joca Brandão -
Avenida -

O seu da vida eram sempre vistos por êle, um


patrono, João Marques Brandão, nasceu perfeito Emílio de Menezes catarinense,
em Itajaí em 1880 e faleceu na mesma sob o prisma gracioso». Manejava com
cidade em 1930. Dedicou-se ainda joven facilidade a oratória. Morreu em meio a
ao comércio e, posteriormente, foi nomea­ um discurso, quando, numa festa
que or­
do despachante aduaneiro, cargo em que ganizara para celebrar o término da re­
se manteve até à morte. As atividades de volução de 30, discursava no tumulo do
J oca Brandão avultam, especialmente, no Dr. Pedro Ferreira.
terreno social. Com 17 anos, fundou o
Corpo Cênico que foi o passo decisivo
para a creaçõo da Sociedade Guaraní, o Jorge Tzaschel -
Rua -

Nasceu
mais tradicional cube de Itajaí, Com me­ Jorge Tzaschel
Hamburgo (Alemanha)
em

nos de 20 anos, idealizava e fundava a em 1867, onde


iniciou os estudos preli­
Sociedade Guarani, cuja séde, ainda hoje minares, completando-os em Blumenau.
existente, foi edificada graças aos seus es- Acompanhado dos pais, que se destina-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAt PÁG. 128

vam à colônia fundada


por Hermann que nos lotes urbanos. Vendeu as suas ter­
Blumenau, imigrou com 10 anos para o ras tão barato, que o então prefeito Mar­

Brasil, a bordo do veleiro «Vitória» .Aqui cos Konder mandou chamá-lo à Prefeitu­

chegado, frequentou por alguns meses a ra-é o proprio José Cândido quem con­
escola, entrando, logo depois, para o co- ta, imitando muito bem o timbre de voz

mércio. Com do seu conselheiro-para dizer que êle


20 anos, mu­ estava fazendo loucura, esbanjando
uma

dou-se para
suas propriedades. Assim, malbaratou to­
onde dos os seus haveres e
vive humilde­ hoje
ltajaí,
foi caixeiro mente e sozinho num
rancho a alguns
da casa de metros da rua que tem o seu nome. Em­
Nicolau Mal­ bora preto, nunca foi escravo.
burg, durante
dezesseis a­
nos. Saindo José Quirino
José Pedro -

Rua -

dêste ernprê­ de Souza, popularmente conhecido por


go, estabele­ José Quirino nasceu em Itajaí em 1906.
ceu- se com Frequentou a escola municipal de Pedra
loja de fazen­ de Amolar, completando o ciclo primário
no Grupo Escolar «Vitor Meireles» desta
da, ocupação
que teve até cidade.
à sua morte, Com 15 anos de idade ingressou no
ocorrida em comércio como empregado, profissão que
1923. exerceu até aos 23 anos. Em 1930, foi
Por muitos admitido como operário da Usina de Açú­
anos, exerceu car Adelaide S. A., onde exerce, atual­
o cargo de juiz federal substituto de Itajaí. mente, as funções de encarregado da
Sendo prefeito o Dr. Pedro Ferreira, por secção de ensacamento.
várias vezes substituiu êste na direção do A rua que tem o seu nome, foi aber­
ta em terreno de sua propriedade.
Município. Por marte do Dr. Ferreira, foi
eleito prefeito municipal de Itajaí, cargo
que ocupou por quatro anos.
No govêrno de Marcos Konder, exer­
Lauro Müller Rua
- -

«Lauro Se­
da Câmara de Vereadores. veriano Müller. Político n. em Itajaí
ceu a presidência
em 1863 e m.
em 1926.
João Pessoa -

Avenida -

Dados Dedicando-se
biográficos muito divulgados. muito moço à
carreira mili­
tar, assentou
José Cândido -

Rua Nasceu José


-

praca no e­
Cândido em Tijucas em 1860 mais ou xército em ....

menos. Com 12 anos fixou residência em 1882 e matri­


Itajaí, passando a operário braçal com culou-se pou­
ordenado de cinco mil réis por mês. Nes­ co depois na
ta profissão, trabalhou até 21 anos. Foi Escola Mili­
lavrador em Barra de Luiz Alves. Vol­ tar. Em 1885
tando para Itajaí, pôs um açougue de so­ foi promovi­
ciedade com Jorge Pessoa. Foi, depois, do a alferes
sucessivamente condutor de tropas, ne­ aluno e, em
gociante em Itajaí e Pedra de Amolar. 1889, a se­
Com as economias que conseguiu, com­ • gundo tenen­
prou grande
um terreno frente para
com
te, recebendo
a Blumenau,
rua no qual abriu uma pas­ o grau de ba­
sagem (hoje Rua José Cândido) para pos­ charel em matemáticas
ciências físicas.
e
sibilitar o loteamento e a venda de pe- Espírito culto, corajoso, altivo, em breve

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 129

se distinguiu na das ideias


propaganda importantes que então iniciou como, por
democráticas. Fora dos mais amados dis­ exemplo, a construção da Avenida Cen­
cípulos de Benjamim Constant, o espírito tral, hoje Rio Branco, na Capital Federal
filosófico que preparou o advento da Re­ e a construção e melhoramento de vários

pública. portos, inclusive o do Rio de Janeiro.


«Logo depois de proclamada a Re­ Terminado o govêrno Rodrigues Alves,
pública foi promovido a primeiro tenente fez uma longa viagem pelos paises da Eu­
no corpo de engenheiros e, pouco depois, ropa. Voltou ao Senado Federal onde,
a capitão, pelos serviços relevantes pres- desde então, representou papel proemi­
nente. Havia sido eleito na renovação de
terço do Senado, renunciou, porém ao
mandato, para aceitar a pasta das Rela­
ções Exteriores, que lhe foi oferecida,
após a morte do Barão do Rio Branco.
Para a vaga dêste na Academia Brasilei­
ra foi eleito em 1912. Em 1913 fez uma
viagem aos Estados Unidos da América
do Norte, a bordo do couraçado «Minas
Gerais», para corresponder à visita de
Elihu Root ao Brasil; durante essa viagem,
a Universidade de Harward concedeu-lhe

o título de doutor em leis».

(<<Enciclopédia e Dlclonârio Internacional, edição


Jackson, volume XlII, pags 7.652/3)

N. da Redação:-Onde na Enciclopédia se
lê «n. na então província de Santa
Catarina», modificou-se para «n. em

Itajaí» .

Olegário Souza Júnior -

Rua
Nova denominação do antigo «Beco do
Foto tirada em 1913, na Universidade de Harward, pela qual Agrião». O
Lauro Müller foi agraciado com o titulo de doutor seu patrono
em leis.
nasceu em

Itajaí em ....

ta dos à causa republicana. Nessa época, 1923. Aos 15


respresentou o seu Estado natal na As­ anos iniciou
sembléia Constituinte. Combateu, susten­ vida de ma­
tando o governo do Marechal Floriano
rítimo, fazen­
Peixoto, quando se revoltou a armada na- do em barcos
cional, sob a chefia do almirante Custódio o percurso
de Melo, em 1898. Foi depois deputado Itajaí-Blume­
federal e governador do Estado de Santa nau. Passou­
Catarina. Em 1900 foi promovido a major se depois
pa­
por merecimento. Terminado o seu man­ ra o «Arara­
dato governamental, representou o seu quara», do
Estado no Senado Federal, durante alguns Lloy, no qual
anos apenas, porque voltou ao cargo de exercia a

governador. Quando tomou posse da Pre­ funções de


sidência da Província, em 1902, o Dr. Ro­ segundo ele­
drigues Alves convidou-o para o cargo de tricista. Fale-
Ministro da Indústria, Viação e Obras PÚ­ ceu em 1943,
blicas. Data daí, a grande popularidade quando o referido barco, conduzindo um
de que gosa o Dr. Lauro Müller. Es a contingente de tropas, foi torpedeado
popularidade foi conquistada pelas obras numa travessia do Atlântico.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAc. 130

Pedro Antônio Fayal Rua-


De­ -

federal. Em 1895 foi eleito prefeito mu­


nominação recente da «Rua da Terres­ nicipal de Itajaí, cargo
que exerceu até
tre». Pedro 1907, interrompendo-o neste ano para re­
tomá-lo em 1911, data da sua morte. Em
Fayal nasceu
Pedro Ferreira nunca o
político deslus­
em Itajaí
mais ou me­ trou o
profissional ou vice-versa. Exercia
1870 ambas as atividades com tal
nos em equilíbrio
e, durante to­ que jamais se
poderá afirmar, com se­
da a sua vi­ gurança, em qual dos dois terrenos o ilus­
tre bahiano foi maior. Talvez que o seu
da, exerceu a
de espirita humanitário o tenha elevado mais
profissão
estivador ter- no conceito popular como médico, mas a
sua atividade à frente do executivo
restre. Foi mu­

fundador da nicipal o imortalizou como político argu­


to e como administrador probo e reali­
SociedadeBe­
zador. Deve-lhe a cidade grandes
neficente 15 obras,
entre as quais citam-se o
de Novembro primeiro abas­
e um dos tecimento d'agua, a sistematização do seu

grandes de- traçado urbanístico, a iluminação pública


fensores de
prime ira a querozene e depois a eletrici­
sua classe
dade, realizadas numa época em que o
erário público era tão escasso
nesta cidade. que Pedro
Ferreira destinava os seus subsídios de
Faleceu Em São Francisco Em 1945. prefeito :r:;ara manter uma escola.

Pedro Ferreira (Dr.) Rua Pe­ Pereira Neto


-
-

Rua -
José Pereira
dro Ferreira e Silva nasceu em 1860 em dos Santos Neto nasceu em
Cachoeira, na Bahia, e morreu
Itajaí em 1892
1911.
em
Itajaí e faleceu na mesma cidade
em 1936. Foi
em Fez estudos
preliminares em na sua
adolescência, aprendiz de mecâni­
sua cidade natal e secundários e
superio­ co, profissão que abandonou para seguir a
res em
Salvador, em cuja universidade se carreira
formou em medicina marítima, embarcando com 17
em 1886. Pouco de- anos como carvoeiro de navio que fazia
pois de
for­ o
perc urso
f/ mado, veio Itajaí Rio de -

para Itajaí e­ Janeiro. Du­


xercer a sua rante a guer­
profissão. Mé. ra de 1914-
dica compe­ 1918, como
tente e extre­
foguista, fa­
mamente ca­ zia linhaa
ridoso, tor­ Rio Estad s
-

nou-se
logo Unidos. De­
popularíssi­ sembarcou
mo
especial­ em 1930.
mente no seio Cont a -

se
das c lasses desta ultima
pobr s. Foi data, as suas
êsse
prestígio atividades em
popular. alia­ pról dos es­
do ao seu ar­
tivadores de
dor pela cau­
sa
Itajaí, cuja so-
republica- ciedade fundou. Reconstituiu
na
que o co­
e deu Estru­
locaram tura aos
torvelinho da
no
política levan­
quadros da E tiva e fundou. a
do-o à câmara estadual Caixa Beneficente dos Estivadores. cuja
e, logo depois, à finalidade era pos sibilitar aos seus asso-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE 1TAJAt PÁG. 131

ciados a aquisição da casa própria. Foi as de sapateiro e empregado


profissões
sempre um ardoroso defensor da classe no comércio. Foi um dos fundadores da
portuária. Igreja Protestante desta cidade. Sua vida
pública teve inicio em 1887, quando foi
eleito vereador da Câmara Municipal, car­
Pedro José João -
Rua -

Antiga go que exerceu em várias legislaturas. Em


rua do «Matador». O seu patrono nasceu 1894 foi nomeado Superintendente Muni­
em Itajaí em 1901 e faleceu em 1942. Inici­ cipal de Itajaí pelo vice-governador Poly­
ou a sua vida doro Olavo de Santiago. Por várias ve­
como apren­ zes, exerceu a presidência da Câmara
diz de mecâ­ Municipal, cargo que ocupava em 1912,
nico. Com 19 quando veio a falecer. A sua passagem
anos, entrou pelo govêrno municipal, bem como por
todos os cargos públicos que exerceu, ca­
para o Lloyd
Brasileiro co­ racterizou-se pela lizura com que sempre
tratou a coisa pública, chegando, mesmo,
mo pratican­
te de máqui­ a prejudicar-se em seus nego cios particu­

na. Nesta lares, sendo que, ao morrer, estava com­


companhia pletamente pobre. Uma das obras do seu
fez todo o seu govêrno é o matadouro público, ainda
apre ndizado
hoje em serviço.
marítimo,
chegando a

chefe de má­ Silva -

Rua -

O
de «rua Sil­ nome

va» foi dado em homenagem à


quina. Neste Joaquim
José da Silva, nascido em São Francisco
posto faleceu,
quando o na­ do Sul em

vio deque 1831 e fale­


cido em Ita­
era tripulante, o «Cairú», em operação de
transporte, foi torpedeado em aguas do A­ jaí em 1893.
tlântico, em 1942. São precários
os dados bio­

gráficos que
Samuel Heusi -
Rua -
Nasceu em c on segu imos

Schaffha usen colher a seu


(Suiça) em ...
respeito, vis-
1838 e fale­ to que o seu
ceu em Itajaí descendente
em 1912. Em mais próxi­
companhia da mo, que nos
mãe viuva e deu estas in­
dois irmãos, formações, é
veio para o asenhora Ro­
Brasil com 12 salina Maria
an8S, em ....

Braga, neta
1850,indo tra­ do mesmo, e

balhar na en­ hoje com de idade. Tudo faz crer


70 anos
tão Colônia que a denominação fosse dada, inicial­
Dona Fran­ mente, por tradição oral. Joaquim José
cisca, hoje J 0- da Silva começou a vida de marítimo aos
invile. Nesta 18 anos de idade, chegando a capitão de
colônia foi navio. Foi comandante de um barco de
um dos fun­ propriedade de Antônio Pereira Liberato
dadores do e mais tarde proprietário da mesma em­
«Clube Ginástico». Com 21 anos, transfe­ barcação. Deixando a vida do mar, e ta­
riu-se para Itajai, onde inicialmente exerceu beleceu-se em Itajaí com casa de negocio

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 132

nas imediações da atual «Sarnarco», onde nização das terras marginais do Itajaí.
adquiriu vasta área de terras. Foi verea� Aquí esteve, fundou povoados, construiu
dor municipal de 1881 a 1884. Doou a um barco e o despachou com um carre­
Prefeitura a faixa onde foi a berta a par­ gamento ao Rio de Janeiro. Foi ainda de
te inicial da rua Silva. É bisavô do Sr. Itajaí que êle mandou a madeira para a
Domingos Braga. obra do museu do Campo de Sant'Ana,
e mandou de
presente, porque fora cor­
tada e serrada à sua custa» (obra citada).
Umbelino Damásio de Brito­ Embora muito controverso, é quasi certo
Rua -

Nome recente da rua das «7 ca­ que Itajaí foi fundado em 1820, muito
sas». Nasceu embora, já data, existisse aquí um
nessa
o homenagea­ pequeno estabelecimento agrícola, pro­
do em 1867
vàvelmente, onde hoje fica o bairro de
em São José,
Fazenda, a que os historiadores da época
neste Esta- denominavam de «Fazenda dos Arzões».
do, onde fre­ Mas não padece duvida de
que o povoa­
quentou a es­ mento mais ou menos sistemático e du­
cola pública. radouro foi obra de Drumond.
Regressan­
Com 14 anos do o joven colonizador
para o Rio defi­
foi residir em nitivamente em
Curitiban os,
1821, lá se en­
exercendo, i­ volveu nas lu­
nicialmente, a tas da indepen­
capatazia de dência fundou e
uma fazenda. um jornal «O
Aos 20 anos Tamoio», «onde
era escrivão a
pena vi­
sua
da coletoria brante de pan­
estadual da fletário verbera­
referida cidade. Casou em
primeiras núpcias va
piedade
sem
aos 25 anos, viuvando
pouco depois. Com o procedimento
29 anos contraiu segundas núpcias em Ita­ inqu alificá vel
jaí. Neste município, foi condutor de dos traidores da
tropas
e negociante em Limoeiro. Foi verea­ independência»
dor municipal e, durante muitos anos, (ibid). Orga­
inspetor de quarteirão. A rua que tem o nIZOU e
ampa­
seu foi aberta
nome em terras que lhe rou o movimen-
pertenciam. Faleceu em
Itajaí em 1927. to libertário de
Pernambuco, Bahia e ou­
tras províncias do Norte. Preclamada a

Vasconcelos Drumond Avenida


independência, pela qual tanto se bateu,
foi
-

projetada
desterrado, juntamente com os irmãos
Homenagem retardada a An­
-

Andradas, durante seis anos. Grande es­


tônio Menezes de Vasconcelos
Drumond, tudioso e espirito profundamente culto
diplomata brasileiro, fundador de Itajaí, «as academias disputavam a honra de
nascido em 1794.
Segundo Marcos Kon­ acolhê-lo em seu seio. Assim é
der, em cujo opúsculo «A Pequena Pá­ que êle
foi escolhido membro da Sociedade de
tria» vamos nos louvar, Vasconcelos Dru­
mond teria aportado
Santa Catarina
em
Mineralogia de Jena, do Instituto Histó­
rico da França,
da Sociedade de Geogra­
por desejo do
ministro de D. João
VI, fia e da Sociedade Asiática de
París, da
Thomaz Antônio de Vila Nova
de afastá-lo da Côrte, onde o seuPortugal,
Academia de Bruxelas, da Sociedade Li­
de
espírito terária de Grand, da Academia Real de
patriota se inflamava pela causa da
Nápoles, dos Arcades de Roma e de ou­
independência. Segundo essa fonte, Dru­ tras mais»
mond veio pela primeira vez a (ib.). De volta ao Brasil depois
Santa Ca­ do seu exílio recusou o
tarina em 1818 e aqui voltou
em 1819
posto de Minis­
tro da Fazenda
«especialmente para empreender a colo- «alegando não possuir
capacidade para exercer tão elevado posto».

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 133

Vidal Ramos -

Praça -

Nasceu Vi­ marães. Como senador, representou o seu

daI Ramos Estado de 1914 a 1926 e de 1935 a 1937.


E' coronel da antiga Guarda Nacional.
em Lajes em

1864. Como Reside atualmente no Rio de Janeiro,

deputado es­

tadual, for­
mou entre os
Nota:-Há no balneário de Cabeçu­
constituintes
das as ruas Marechal Deodoro, Marechal
de 1891.Exer­
Floriano, Benjamin Constant e Quintino
ceu a více-go­ Bocaiuva. todos os seus pa­
Por serem
vernadoria do
tronos figuras nacionalmente conhecidas,
Estado de S.
omitimos os seus dados biográficos.
Catarina de
1902 a 1906. Deixamos de incluir neste «roteiro»
Foi eleito go­ as ruas «Blumenau» e «Brusque», cujos
vernador do nomes, ao que nos parece, não se referem
Estado nem ao Dr. Hermann Blumenau, nem ao
para
Dr. Araujo Brusque, sim às cidades de
o quatriênio
Blumenau e Brusque, localizadas que es­
1910/1914. A
sua tão no início das estradas que levam a
passagem
executi­ estas duas cidades visinhas.
pelo
vo estadual O dizer da rua
mesmo se poderá
deu-lhe ensejo de executar uma grande Florianópolis,que não é uma homena­
reforma do ensino primário, tarefa para a gem «Marechal
ao de Ferro», mas a a­
qual encontrou eficiente e fiel executor breviatura da denominação popular de
no inesquecível professor Orestes Gui- «rua que vai para Florianópolis».

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 134

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§
§
§ (
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§
§

C/JX]��CI/JC)�����������CIff.:)
��CfllOCfllO�CfllOCfllOCfllOCfllOCfllOCfllO�
§
Fábrica de Gêlo
§
-
-

1 § TRAVESSA DO CORREIO, S/N


1 §
§
§ Fornece gêlo a domicilio


§

1
:I

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG.135

II

�I
IE

II
%uma�
aluna do Ginásio=José Boniiáeio»
� aluna do Ginásio «São José»,
de Paranaguá, e filha do desta cidade, e filha
casal Dr. Américo Gõrresen-Sra. A\ do casal Dr. Constantino d' lva­
nenko-Sra. Pêdra d'lvanenko
Aglacy Gbrresen.

IE

�I
o
( ,

A\

?Xa/tiJi,a :BalJ.nhaUd.elt :Rtu.fj tCinJ


aluna do Ginásio «S. José», e filha aluna do Coléçio «Sacie Coeur»,
do casal S1·. Dettiostenes Bor­ I I do Rio, e ftlha do casal Sr.
nhausen -
Sra. lbrantina Genésio Lins-Sra. Consuelo
Bornhausen. Santos Lins.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


CYlXXY/Ã)� IE�ILA\tIE ILlUtlí tA\II<�IIE�
OCIlJOCIllOCIllOCIllOCIllOCIllOCIllOCIllOCIllOCIllOCIllOCI.l/Ocm::;CI.l/OO

Constituiu acontecimento de
grande relêvo social o enlace matri­
menial da gentil senhorita Lucí Car­
men Leal Bauer, filha do Prefeito
Municipal de Itajaí, Sr. Arno Bauer
e de sua excelentissima esposa dona

Benta Leal Bauer, com o Sr. Cesar


Ramos, tesoureiro da Matriz do Ban­
co Indústria e Comércio de Santa
Catarina SI A., e filho do industrial
Sr. Antônio da Silva Ramos e de
sua excelentissima senhora dona Ma­

ria Macedo Ramos, realizado na re­


sidência dos pais da noiva a 12 de
fevereiro deste ano.
Paraninfaram o ato, no civil,
por parte da noiva, o Sr. Miguel
o ato civil, vendo-se os pais do noivo

II

No interior da Igreja Matriz, parte da numerosa assistência


que presenciou o ato religioso.

Pelo paterno,
noiva, prece­
braço a
dida pelos «porta-alianças»,
Nereu Ramos Neto e Beatriz Ramos
Miranda, se airige para
o altar.

Leal Senhora e Sr
e Francisco
Moura e Senhora e no religioso,
o Sr. Arno Bauer e Senhora e Dr.

Murilo Ramos e Senhora. A mesa

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


II3A\lUIEI�-{IE§A\I� I�A\�IV§
OCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOO

Por parte do noivo, paraninfaram o ato

civil o Sr. Guida Miranda e Senhora e Dr. Abi­


lia Ramos e Senhora, e no religioso, o Sr. An­

tônio Ramos e Senhora e Sr. Osní Ramos e Se­


nhora.

Pertencendo ambos os nubentes a tradi­


cionais familias desta cidade, o enlace matrimo­
nial do jovem casal contou com grande núme­
ro de convidados não só desta cidade, como

também da Capital do Estado enchendo literal­


mente o luxuoso palacete da família Arno
Bauer.

Após o matrimônio, o jovem casal em-

OS NOIVOS

----��=�--=------
Na foto, da esquerda para a direita: Srs. Irineu Bor­ -

nhausen, Guido Miranda, Hercilio


Deeke, Arno Bauer, Gil Miranda,
Cte. Valfrido Quintanilha dos Santos,
Dr. José Malburg, Esnarth Rothbarth
e Alfredo Baumgarten.

preendeu viagem de lua de mel à


Argentina e demais repúblicas do
Prata, onde se demorou cerca de
um mês.

Uma parteda mesa:-Vêm-se os Senhores Francisco Moura Bd" dê,.ue udau 44 � que
e Senhora Aurea leal Moura, e Dr. Murilo Ramos e
Senhora Ligia Bauer Ramos. illutttun uta4 fJá9úuU.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 138

({II<IIA\�({A\§ ,

� ��
��


••••••••

Claudio Carlos Eduardo


Filhos do casal Sr. Werner Heineberg -
Dna. Jacy
Santos Heineberg.

Nereu Corrêa Jr.,


filho do casal Sr. Nereu Corrêa
Silvio,
Ona. Diva Corrêa. filho do casal Sr. João Fábio
da Silva Ona. Alvina Silva.
-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG.139

aroaro���� SOCIAIS
CtIJXQ/OCtIJXQ/OaroCllJOCll)C>CI/J'::JCQJ(

aroaroaroaroaroaroaro aroaroemoemoaroaroaro

aro§aroaro aro�
BenhcM.a eeiedte (j>J!Ju!iJta ?1tai&uluJ, §
� d4 Bit. 'V,t.

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJA1 pAG. 140

SOCIAIS
������.����
��CI1J8��

fiJJta, d4 caJaJ. gJr,. �


�enhaJ. (},� -
gJta,.

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«OIJuu alUiU ••.


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Uwta, � � da. menúul.

Ána Jlehna,
fiJ,hin.h4 M. C4dae �. (J(éuLCJ
:B.Q.U,ü -
Sta.. &.!IJ/Mi, � :B.aue.t.

Foice de llry 'Mascarenhas,


especuus para o .1Inuárro>

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


arogg II � IF Á\ � ( II A\
aroaroaroaroCfD;JC(D';)CYlÃ)CYlÃ)
caccaxxxxxxx:

LAUSIMAR LAUS

No sótão da memória
Estão guardados
Todos os dias de outrora,
Numa tranquila alegria.
Retratos amarelados:
«Barra do Rio_ depois «Machados»
... ...

Gente vestida de branco,


Festa de Santa Luzia ...

Desenrolo êsses guardados


Pensamentos.
Entro de novo na Infância,
Bato na porta do tempo,
E lá me solto a cantar ...

DADOS BIOGRAFICOS Pulo a barranca do rio,


Converso com as baleeiras,
Pernas soltas e ligeiras,

Lausimar Laus, nasceu em


Itajaí, Estado de Santa Catari­
I São duas asas no ar!

na, a 16 de abril de 1916. Fez Ninguém me pega! O Quilombo


Resto de sombra de escravos,
os primeiros estudos na «Pri­
E' mais do que um paraiso !
meira Escola Mixta de Barra
Tem dindinha Policarpa
do Rio», sendo sua professora
Que traz crianças ao mundo
sua mãe, Dna. Maria Stuart
E conta histórias à gente.
Laus. Em 1936 era professora
Tem milhão de doçuras
um
pelo Instituto de Educação de
Nas pitangas tão maduras!
Florianópolis. Transferiu-se de­ E a voz das criaturas
pois para o Rio, onde foi fun­
Tem um rítmo envolvente.
cionária do Ministério da Edu­
E' quasi a queixa magoada
cação e Saúde. Em 1944 fez
Do cativeiro inclemente.
concurso para professora muni­

cipal, tendo tomado posse do


Tem o Duca, a Basiliza,
cargo que desempenhou até A­
Tio Silvério de carapinha branca
gosto dêsse ano, quando foi
nomeada professor de Curso Que sabe rezar espinhe la caida '
'
So. na cabeça e quebranto
Secundário. Escreve para o
...

-
Reze a minha cabeça, tio Silvério,
«Jornal do Brasil», «O Jornal»,
Só para ouvir essa voz-doçura,
«Correio da Manhã», «O Cru­
Essa cadência africana,
zeiro», «Vida Juvenil», «Vida
Esse tom de mistério
Infantil», e outras revistas. Pu­
...

Reze agora mesmo, sim, tio Silvério?


blicou «Confidências» (versos)
em 1942 e dedica-se atualmen-
«Barra do Rio», como te encontro terna!
te também a estudos sôbre a
Como te quero!
educação da criança, fazendo
N esse velha barcaça,
literatura infantil. Publicou em
Seu Serafim da Passagem
1948 «Histórias do Mundo A­
Com seu chapéu gaucho
zul», contos para a infância, li­
Cantando a canção da vida
vro quejá exgotou sua segun-
Ao sol do meio dia.
da edição.
(Conclue na página seguinte)

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJA! r-Ao. 142

E lá mais longe a fábrica de papel Titia Rosinha, como uma [iõr,


Dando un1 apito lorup: Vive de novo minha retina,
na

Num comprido bom-dia. Falando e sorrindo.


A morte é mentira, a morte não há!

o «chalet» côr de rosa Mas há tanto para rever ainda,

Com seu caramanchão florido Que ficarei, Infância, por aqui.


Deixa-me ser, nen� que seja um só dia,
E vovó Maria A mélia no portão,
A guria
De olhar perdido na reta da estrada,
Que nasceu na casa velha da escola
Vale por um presente de fada! Em [rente ao Quilombo
Como é bom voltar a ser guria De tio Silvério e tia Maria,
E como é feliz o caminho N o vale sereno
Que leva a
gente ao passado ... Do Itajaí.

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c-
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)

IFVIV<tJII<A\IFIIA\§ A\\'lUIL§A\§
Assim era o jardim
antigo: arvores altas,
uma ponte sôbre um

riacho artificial e muita

poesia. Foi uma vítima


das picaretas do pro­
gresso.

A passagem do Sn r.
Getúlio Vargas por
Itajaí em 1940

Aqui poresteve alguns


minutos. Não falou nem ou­

viu discursos. O povo olha­


va-o na
contemplação pa­
tética de quem via um santo
em carne Ouve-se
e osso.

afora a afirmativa insistente


de que ({êle voltarál- Tal­
vez ...

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt PÁG. 143

aroaro���� S O C I A I S �aroClDOClDO
aroaroaroaroaroaroaroaroaro
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filho, M. � Bit. Pauta

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B.1ul. JleLena

g� Wilieüch.

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B.enIuvUta, MO, V.eúJo"

filho, M. � Bit. ']:.eMulnd4

?1ta,deiJta, 'llecqa -
BJtQ,.

q)anatúJ4 Veiq,a,.

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 144

Navegasão 4
Fluvial e Maritima «Itasú» '
Ltda.
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Emprêsa de Navegação -

I I

End. Telegr.: uIT4ÇU"

Rua S. Francisco, 39
Fone, 215

Caixa Postal, 8
ITAJAI
Estado de S. Catarina

Navio "OTTO,.

"
SECÇÃO MARITIMA

NAVIOS

«OTTO» e «TRIUNFO»
Linha lTAJAi -
nro [E JANEIRO
II

SECCÃO FLUVIAL •

(Lanchas a motor)

Otilia e Jasmim

Chatas

Olinda Odilia
-

e Waldiria
Linha ITAJAi -

BLUMENAU Navio "TRIUNFO"

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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••••••••

o Clube de Itajaí, como mais


Rotary excluir nos seus programas.
ou

de seis mil clubes congeneres, espalhados As normas gerais de Rotary reco­


por todo o mundo, é uma sociedade que mendam que os rotarianos trabalhem es­
congrega homens de todas as profissões pecialmente pelo melhoramento da sua
e se destina a «fomentar a amizade en- comunidade.
tre pessoas e nações pela pratica cons- Tambem não é o Rotary uma reli-
tante do ideal de servir». gião nem pretende ser um

Congregando no máxi- sucedâneo desta.


mo dois representantes de ca- Pelo contrario, as nor-

da profissão, o Rotary preteri- mas rotarias prescrevem tex-


de melhorar a ética profis- tualmente: «O Rotaryespera
sional na sua cidade e manter que cada um dos seus asso-
amistoso intercâmbio entre ciados seja um bom mem-
todas as nações. Uma das acu- bro da sua seita religiosa-
sações mais frequentes e in- seja ela qual fôr».
fundadas que se fazem ao Ro- E para provar esse seu
tary é a de que este é uma desejo, abre «classificação»
sociedade secreta e anti-pa- aos ministros das varias re-

triótica. ligiões.
Confundem-no eviden- Rotarytrabalha pela Paz
temente por desejo de con- e procura unir os homens.

fundir. Milhares de publica- Os que conhecem o

ções rotarias, espalhadas por programa do Rotary sabem


todo mundo e lidas por
o que o mesmo tem muitos
quem desejar fazê-lo provam pontos de contacto com a
à saciedade que o rotarismo carta de principios das Na-
antes de ser uma sociedade ções Unidas, o que constitue
secreta é antes das mais di- ABOON F6ES •
Presidente sem duvida, um insuspeito
vulgadas e esclarecidas de atestado dos elevados ideais
quantas haja. E' talvez rotarianos. Ao fundar o
a única cujas atas são primeiro clube em 1905,
obrigatoriamente dadas Paul Harris, um advo­
à publicidade pelos gado de Chicago,

*
boletins dos Clubes. teve o proposito de
O
De que ela não, facilitar o contacto
'

é anti-patriótica entre os represen-


basta o seu distico: <in- tantes das varias pro­
ternacional no conjunto, fissões. Por isso ficou
nacional em cada País assentado que o seu
e local em ca- clube tivesse, no
da cidade». maximo, 2 re-
Dr. Rodolfo Renaux Bauer, Somente pa- presentantes de Evaldo Wlllerdlng,
Vice-Presidente ra efeito de uni- cada classe e se 1· Secretario

formização, pa- reunisse sema-


ra que «plano o ação rotária», de nalmente na casa de um associa-
não se desfigure em cada clube, do em caráter rotativo.
tirando assim a unidade e mesmo Daí o nome de «Rotary».
a fisionomia do rotarismo é que Com o tempo Paul Harris foi es-
as suas diretrizes de ordem ge- truturando melhor e ampliando
ral, o seu «ritual» propriamente as finalidades do seu clube. E
dito, partem de Chicago, onde se porque bom, outros logare
era
localiza o clube nr. 1 do mundo. Guldo Miranda, foram criando «rotarys», sempre
Porque no mais os clubes '0. TeSOU,.lfO à emelhança do clube iniciaL E
têm absoluta liberdade de ação. quando o seu idealizador e fun-
Ninguem lhes dita o que devem por dador faleceu, em 1947, o movimento

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAf pAG.146

rotário mundo se
no
ROTARY Rotary uma roda
-

...

compunha de mais de com vinte e quatro


seis mil clubes com dentes-significa que
aproximadamente trezentos mil associados. as atividades rotárias devem ser ininterrup­
O Rotary Internacional realiza anual­ tas durante as vinte e quatro horas do dia.
mente uma convenção interna­ Isto, Rotary em traços gerais.
o
cional da qual participam repre- Particularizando, falaremos
entantes de todos os clubes e no Rotary Clube de Itajaí que
no decorrer da mesma se
elege foi fundado em Abril de 1942,
o Presidente do Rotary Interna­
por varios profissionais itajai­
cional para aquele ano. Ao Bra- enses orientados p or James H.
il coube a gloria de ver um dos Roth, funcionário do Rotary In­
seus filhos escolhido para tão
ternacional, com séde em Chica­
elevado posto. Foi o rotariano O nosso clube teve
go. os se­
Armando de Arruda Pereira, de
guintes presidentes: Dr. Francis­
São Paulo. co Rangel, Genesio Lins, Mar­
Alem da Convenção Inter­ cos Konder, Francisco
Canziani,
nacional, rea­
Júlio Pacheco Monteiro Dr. Felipe B.
lizam-se tam­ Diretor do Protocolo A1 e n c a st r o ,

bem Confe­ Fritz Schnei­


rências Distritais, para der, Dr. José Bonifá­
os clubes de uma de­ cio Schmidt e Abdon
terminada região rotá­ Fóes, atualmente em
ria, geralmente um exercicio.
País. Há ainda as reu­ São numerosos os
niões distritais seccio­ trabalhos de fundo so­
nais que congregam cial feitos pelo nosso
representantes dos clu­ Rotary, por intermedio
bes de um distrito. dos seus associados.des­
Dr. José B. Malburg
Distritos são tacando -se
Dr. Constantino d'lvanenko
2·. Secrewio
grupamentos porem, a ma­ 2°. T eaourelre
de clubes de de
nutenção
uma determinada zona e são di­
bolsas de estudos,
auxilio e hos­
rigidos por um governador. Por pitalização de enfermos pobres,
exemplo: os clubes do Paraná e auxilio ao Serviço Nacional da
Santa Catarina formam o
Malaria, prêmios escolares, con­
Distrito Rotário 120 que é gover­
cursos de robustez
nado presentemente pelo Sr. Ar­ infantil, in­
centivo ao
noldo Soarez Cuneo, do R. C. de companheirismo es­
colar, etc.
Florianópolis, cujo mandato é de O clube edita um «Boletim»
um ano. Internamente, os clu­ de destribuição
bes se
gratuita ha 6 anos.
com­
Fritz M. Schnelder Atualmente
põem de co-
Vogal fazem parte
missõ es e do R. C. L os
sub-comissões que­ seguintes associados e
comparando aos vários respectivas classifica­
ministerios governa­ ções: Marcos Konder,
mentais para facilitar fabricação de açúcar;
a compreensão tra­
-

Paulo Bauer, despa­


tam, cada uma, dos chos maritimos;
assuntos das
Felipe •

suas es­ B. Alencastro, medici­


pecialidades (relações na, genecologia; Abílio
internacionais, serviços Ramos, direito, advo­
à comunidade, relações
Dr. Felipe B. Alencastro cacia; José Malburg,
Dr. José B. Schmltt
Vogal profissionais, etc.), fa- medicina, cirurgia;
cilitando assim, a tare­ Vogal
Werner Heineberg, ce­
fa do Conselho Diretor. O emblema de râmica; José Bahia S. Bittencourt, medi-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 147

cina, puericultura; Irineu Bornhausen, so­ A secretaria executiva


do clube es­
cio honorário; Fritz Schneider, cortume; tá a cargo do Sr. José Luiz Collares.
Augusto L. Voigt, estivas por atacado; Uma das companhas salutares do
Benjamim Bobo de Faria, engenharia ci­ R. C. I. é a da boa leitura infantil, pug­
vil; Constantino d'Ivanenko, construção de gnando por um saneamento moralizador
caes acostável; Abdon Fóes, imprensa; das publicações entregues às crianças.
Bonifácio Schmitt, sócio honorário; Ro­
Tambem instituiu prêmio aos alunos
dolfo Renaux Bauer, direito, legislação
que, durante o ano se tenham revelado
fiscal; Silvestre Schmitt, varejo de fazen­
melhores companheiros dos seus colegas.
das; Júlio Pacheco Monteiro, finanças,
Com isso visa incutir no espirito da crian­
banco comercial; José B. Schmitt, fabri­
ça uma melhor compreensão e aprimora­
cação de tecidos de algodão; Genesio Lins,
mento no trato com os seus condiscipulos,
finanças, banco comercial; Evaldo Willer­ afastando as ideias tão arraigadas do cul­
ding, distribuição de petroleo e derivados; to à «valentia», à força física, etc.
Nelson Heusi, despachos de exportação;
Nestor Schiefler, serviços comerciais ex­ -

Ainda no terreno escolar é de se sa­


pedições; Francisco Canziani, construções lientar o recente auxilio prestado ao Co­
de cimento armado; Arno Bauer, navega­ legio «São José», das Irmanzinhas da Di­
ção de cabotagem; Guido Miranda, servi­ vina Providência, doando várias classes
viços comerciais, representações. ao referido educandário.

EXCLUSIVISTAS DE:

Vestidos uEFECt"
Perfumes Lentbéric

Confecções
§
Q
Saragossy (3
Camisas e Pijamas
«LEMO"
Casacos e Capas
(CDRAGUTIN"

Q
(3
Meias (CACO" para
ca valheiros

Vendedores de:

Chapéus
§
uRAMENZONI"

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJAl PÁG. 148

COMPANHIA DE SEGUROS

«
M I NAS -
B R A S I L »
I
===
SÉDE: ===

A venida Afonso Pena, 526 -


Caixa Postal, 426

BELO HORIZONTE -
Estado de Minas Gerais

Capital Subscrito e Realizado Cr$ 10.000.000,00

:I Reservas (em 1948)


Receita (em 1948) .
.

.
.

.
.

.
.

.
Cr$ 18.903.967,80
Cr$ 68.018.454,40

:I Dr. JOSÉ OSVALDO DE ARAUJO


Dr. SANDOVAL SOARES DE AZEVEDO
-

Presidente
-
Vice-Presidente
CIRETORIA: Dr. CARLOS COIMBRA DA LUZ -
Diretor-Secretário
EDUARDO ANDRADE -

Superintendente Geral

OPERA NOS SEGUINTES RAMOS:


:I INCÊNCIO -
ACIDENTES DO TRABALHO -

ACIDENTES PESSOAIS

:I MARITIMOS RODOVIÁRIOS FERROVIÁRIOS VIDA


- - -

SUCURSAIS: -
BELO HORIZONTE (Metropolitana), JUIZ DE FÓRA, ITAJUBA,
-

UBERABA, RIO DE JANEIRO (DF), NITERÓI, SÃO PAULO, SÃO


SALVADOR, RECIFE, CURITIBA, ITAJAf, PORTO ALEGRE.

AGt::NCIAS GERAIS: -

BELÉM, MANAUS, FORTALEZA, SÃO LUIZ, TEREZINA,


MACEIÓ, JOÃO PESSOA, NATAL, ARACAJÚ E VITÓRIA.

SUCURSAL DE SANTA CATARINA


Rua Pedro Ferreira nr. 6 (1°. andar)
Caixa Postal, 109 -

Endereço telegráfico: ccBR4MIN4Sn Telefone, 200


ITAJAI (5. C.)
I:
-

J AGÊNCIAS EM TODAS AS PRAÇAS DO ESTADO


I:

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG. 149

..
. �; ....... -.-"...,. ..,....,.,..,,,-,,,...., ...,,,.,....,, .-... . . . """'"'
•..•..••...........•.•.........•..•.•••••.••••.•

�-,-..,,��
...............................

l g.en.h41úto. q)lná de Oliu.eiJta,

a. q.uem. eJi;e «Mutit.úJ» apt.ed.ent4


CU J.eUd. CUj/tafÚc.únenúU, �
tet, qenJ:iLwtente, cedida a. .tua. f.tJ.trJ.
pata. a. n4,ua. ptiqi.n4 «WUJ.del4»,
n4 ptadpe& antuipad4 que.
apU.tentlimCU.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 150

f: • ".-, IIII .....-fi o II. * IIII I j i j I • I ••••••• III ){ .... '((:TI ••••••••

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USINA DE AÇÚCAR FUNDADA EM 1922
ADELA_IDE SIA. T

USINA EM PEDRA DE AMOLAR

Caixa Postal Nr. 1

ITAJAÍ -
SANTA CATARINA

- FAZENDAS PRÓPRIAS DE CULTURA DE CANA

FÁBRICAS DE AÇÚC�R CRISTAL E ALCOOL

ic

Vista geral da Usina quando ainda em construção

Diretor-Presi 'ente: -

MARCOS KONDER

Diretor-Superintendente: -

IRINEU BORNHAUSEN
IHREI0RIA:
Diretor-Gerente: -

VITAL FRANÇA
Dlretor-Industrial: -

WALTER KONDER FLEISCHMANN

�-
rIIX&<VXXII!JIII"IIIL1,IIIIIIIIIIXI"*'XjIIIIIII.'.�IIIIX�

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


Um símbolo de servi�os à (omunidade
<411 � ( () • ..

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���oo���������oc�aw.����KX�

Suas realizações e suas possibilidades quadro do


-
Um seu progresso
Cifras que são um atestado da confiança que o publico lhe deposita
Obras sociais Dados interessantes sobre
-
a nova Matriz

Entre estabelecimentos que maio­


os rais, religiosos, sociais, esportivos, todos
res contribuições têm prestado a êste Es­ têm encontrado de parte do referido Ban­
tado, figura, sem favor, o Banco Indús­ co a mais generosa acolhida.
tria e Comércio de Santa Catarina SI A., Seria longo enumerar todas as ini-

Edifício da Matriz (em construção)

cujos catorze anos de existência é uma ciativas a que o «INCO» tem empresta­
sequência ininterrupta de bons serviços do o apoio. Ginásios, hospitais, igre­
seu

prestados à gente catarinense. jas, asilos, casas de cultura, clubes es­


Integrado perfeitamente nos proble­ portivos, associações recreativas e de ca­
mas que mais de perto interessam às zo­ ridade, campos de aviação, obras de be­
nas em que opera, o «INCO» tem pres­ nemerência, nunca encontraram
por­ as

tigiado todas as iniciativas de caráter pro­ tas de «INCO» fechadas ao seu amparo.
gressista, mesmo que estas se afastem do Por toda a terra catarinense e já
terreno puramente comercial ou industrial. agora tambem em outros Estados, as fi­
Estabelecimentos de ensino, cultu- liais do Banco Industria e Comércio de

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ANO I ANUARIO DE ITAJA! pAG. 152

Santa Catarina são verdadeiros centros Banco, possam ser ruinosos ao cliente me­

de serviços à comunidade. Porque enga­ nos avisado. Porisso o «INCO» possue


nam-se todos os que subestimam a obra de es­
um serviço completo de cadastro,
eminentemente social de um estabeleci- tudos de balanços, de estatisticas compara­
das, de con­
trole de pro­
dução, além
da parte ban­
cária de ro­
tina e com a
qual o povo
já está fami­
liarizado.
O quadro
d e técnicos
do «INCe»
não se limi­
ta a êsse tra­
balho pura­
mente profis­
sionais. O pu­
blico ignora
que grande
parte dcs que
procuram a
Dr. Rodolfo Renaux Bauer
alta adminis­
Clretor-Gerente
tração do Ban
co não vai propor um
negócio ou reali­
zar uma operação de crédito, sim expor
Genésio Miranda Lins
Diretor-Superintendente

mento baneârio. Obraria mal quem, diri­


gindo um banco, nada mais enxergasse
aue a cupidez alheio à sorte
do lucro,
dos seus clientes, porque na verdade ban-
co e cliente se
inter- dependem
indefinidamente
Por isso a com­
plexidade do
mecanismo ban­
cário. Não bas­
ta fazer o em­
préstimo, operar
o desconto ou
sancionar o cré-
dito. Há que a­

tentar para a

finalidade do di­
nheiro cedido,
vigiar o seu des­
tino, evita ndo
os negócios
que,
Antônio Ramos embora garan­ Irineu Bornhausen
Diretor tidos pa r a o Diretor

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 153

um ouvir uma opinião sobre


problema, «INCO», eram «Caixas de Crédito», de
certos e determinados empreendimentos âmbito municipal quando muito, pois que,
que pretende realizar. A esta altura se no geral, não se expandiam além dos li­

exige prudencia do banqueiro. Porque não mites das cidadas em que operavam.
basta a bôa vontade. É necessário o co­ Mais angustiosa era ainda essa falta
nhecimento de causa. Equilibrio no opi­ na zona do Oeste catarínense onde as

nar,' objetivi­ distancias, as

dade no estu­ más estradas,


do do assunto. impediam, po­
E essas
qua­ de-se dizer, o
lidades não fal­ dese vol vi­n

tam aos men­ mento de uma


tores do maior das mais ricas
banco catari­ zonas, pois que,
nense. Sabem­ para as suas

no q uan tos operações, ti­


com ele ope­ nham que re­

ram. correr, não ra­

Rememoran­ ro, bancos


a

do neste tra­ do visinho Es­


balho, a vida tado do Rio
do Banco In­ Grande do Sul,
dústria e Co­ o que encare­
mércio de San­ CIa e dificulta­
Hercílio Oeeke Dr. Mário Miranda Lins
ta Catarina S. va ao máximo
Dintor-Adjunto Clretor-�d�to
A., recorrere­ as operações
mos aos interessantes dados que, a pro­ bancárias, favorecendo o câmbio negro
pósito, pu blicou recentemente a revista da moeda que quasí sempre era conse­
«O Vale do Itajai>. Por eles poderá
se guida a juros elevadissimos entre os pró­
aquilatar prios colonos mais abastados.
co prcgres Foi atentando para êsse detalhe que
so do «IN­ Irin eu Bor­
CO» nes­ nhausen e Otto
tes seu s Renaux, orien­
catcrze a­ tados pelos co­
nes de e­ nhecimen tos
xístência. técnicos de Ge­
«Até 1935, nésio Miranda
não havia Uns lançaram
em Santa as bases para
Catarina a fundação de

um cstabe­ um banco de
cimento âmbito esta­
b a nc ário dual, em J935.
estadual Homens práti­
que pudes­ cc s que eram,
se atender não se perde­
aos recla­ ram em
pro­
mos do longados estu­
nosso pro­ dos atuariais
Otto Renaux
gre so
e­ das nossas pos­
Diretor
conômico sibilidades que
e financei­ êles conheciam a fundo. Foram da idéia
Bonifácio Schmitt
Diretor ro. O que à execução e dentro de poucos meses fun­
existia, ex- cionava em Itajaí a casa matriz do INCO.
luido o Banco Agrícola e Comercial de De como se expandiu o novo esta­
Blumenau, mais tarde incorporado pelo belecimento bastará apenas dizer-se que

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 154

Edifício próprio da Filial de Curitiba

n mesmo ano de fundação instalava-se ciuma; em 1939, Florianópolis; em1940,


a sua filial de Brusque; em 1936, Rio do Taió Urus sanga:
Araranguá, e em1941,
Sul, Laguna Tubarão eram incluídas
e Piratuba e Concórdia; em 1942, (ano em
entre as praças servidas pelo «INCO»; em
que o «INCO» incorporou o <Bangricola»),
1937, Joaçaba, Lajes e São Francisco do Blumenau, São Joaquim, Gaspar, Tijucas,
Sul; em 1938, Caçador, Videira e Cres. Ibirarna, Jaraguá do Sul, Joinvile, Mafra,

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 155

lndaial e Pôrto União; em 1943, Curitiba dústria e Comércio de Santa Catarina,


e Canoinhas; em 1944, Rio de Janeiro; revelando o descortinio e a eficiência de
em 1945, Orleães, Rio Negrinho, Itupo­ seus administradores que são figuras de
ranga e Curitibanos; em 1948, Braço do projeção nos meios economicos e finan­
Norte, Chapecó, Cambirela, Tangará e ceiros do Estado, Srs. Genésio Miranda
Campos Novos. Lins, diretor-superintendente; Dr. Rodolfo
Trinta e oito dependências, além da Renaux Bauer, diretor-gerente; Dr. Mário
Miranda Lins e Hercílio Deeke, diretores
matriz, em 14 anos.
Na parte do funcionalismo não foi adjuntos; lrineu Bornhausen, Otto Re­
naux, Antônio Ramos e Bonifácio Sch­
menor a progressão numérica: de dez
funcionários 1935 para 650 em 1949.
em
mitt, diretores».

balanço de junho ultimo, que
no
Também os depósitos, indice de con­
temos em mãos, o «não exigível», repre­
fiança pública de um estabelecimento ban­
sentado por Cr$ 15.000.000,00 de capital
cário, apresentam as cifras mais expres­
e Cr$ 24.111.] 26,80 de fundos de reserva
sivas no que se refere ao seu aumento
seguro ininterrupto. Vejamos a progres­
e altrapassava à casa dos Cr$ 39.000.000,00.
Além dos seus 22 prédios próprios o
são apresentada nesta rubrica, através
dos dados que extraimos dos balanços de Banco Indústria e Comércio de Santa Ca­
Dezembro do «INCO»: tarina SI A. está construindo em ltajaí
para a sua Matriz e Direção Geral uma
1935 Cr$ 1.300.000,00 magestosa séde que será um dos maiores
1936 6.000.000,00 edifícios bancários do sul do País. Sôbre
1937 este prédio já em fase de acabamento, é
10.000.000,00
1938 14.600.000,00 interessante enumerar-se algumas das suas
1939 18.000.000,00 principais caracteristicas: Quatro pavi­
1940 26.000.000,00 mentos com uma área útil de 2.700 me­
1941 36.000.000,00 tros quadrados; disporá de 20 salas, ser­
1942 87.000.000,00 vidas por 70 telefones, 12 relogios elé­
1943 125.000.000,00 tricos, 19 campainhas, 363 pontos de luz,
1944 167.000.000,00 186 tomadas. Terá um reservatório de
1945 224.000.000,00 agua com 23 metros de altura e capaci­
1946 263.000.000,00 dade para 20.000 litros. E as suas insta­
1947 246.000.000,00 lações elétricas consumirão 16 quilômetros
1948 251.000.000,00 de fios! Disporá de um elevador automá­
tico com capacidade para 12 pessoas. Cai­
Já balancete de Agôsto do cor­
no xa forte fundida sem qualquer ligação
rente ano, a soma de depositos atingia a com a estrutura do prédio e dispondo
elevada cifra de Cr$ 317.000.000,00. também de cofres de aluguel, para uso
Comentando o último relatório do do público. Dois apartamentos completos
«INCO», referente ao exercício de 1948, para funcionários em trânsito, amplo sa­
assim se expressa o »Monitor Mercantil», lão para clube dos funcionários, curso de
do Rio de Janeiro, revista especializada aperfeiçoamento, etc.
em economia e finanças, no artigo inti­ De linhas
arquitetônicas as mais mo­
tulado «Cifras e Observações de um Re­ dernas, o prédio próprio da sua filial de
latório»: «Consigna o relatório que o Ban­ Curitiba é um legitimo orgulho do nosso
co na verba «Fundo de Reserva» fez no­ Estado em terras paranaenses.
vas dotações, atingindo a soma de Cr$ E o catarinense que vê o «INCO»
22.343.244,40, o que representa um acrés­ crescer com o seu Estado, engrandecer-se
cimo de Cr$ 3.477.48720 sobre as reser­ com ele, jamais lhe negou o seu incondi­
vas de 1947. É mister selientar ainda que cional apôio e a sua valiosa preferência,
a verba de juros e Descontos a vencer,
porque sabe, por experiência própria, que
que passou para o semestre seguinte, se ao preferir os seus serviços, além de e -

eleva a mais de oito milhões de cru­ tar estimulando um Banco de capitais e


zeiros». E termina, após longas conside­ pessoal catarinenses, por excelência, está
rações: «Os algarismos citados espelham se valendo de uma das mais
perfeitas or­
a situação de prosperidade do Banco ln- ganizações bancárias nacionais».

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJA! pAG. 156

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o maior e o mais variado estóque

de linhos tropicais nacionais


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Santa Catarina .
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


MARCOS KONDER, autor do trabalho que publicamos na pagina seguinte e
da «Monografia» com que iniciamos o «Anuário», nasceu em Itajaí, sendo filho de
Marcos Konder Senior, natural da Alemanha e de Da. Adelaide Flores Konder, de
antiga descendência portuguesa. Fez os seus estudos em escolas particulares nesta ci­
dade e no Colégio Santo Antônio, de Blumenau. Muito moço ainda, assumiu a
gerência da casa comercial de seu pai, que falecera. Com 22 anos foi escolhido subs­
tituto do Superintendente Municipal de Itajaí, e mais tarde, eleito em duas legis­
laturas vereador pela sua terra. Em 1914 foi eleito prefeito municipal de Itajaí, cargo
para o foi re-eleito por 3 vezes, exercendo a superintendência municipal por 16
qual
anos. Durante êsse periodo construiu o Mercado Público, o novo Palácio Municipal, o

mais belo edifício do genêro no Estado, vários prédios escolares, uma nova canaliza­
ção de água para a cidade, instalou luz elétrica em Luiz Alves e Ilhota, Navegantes
e Cabeçudas, fez a ponte sobre o Itajaí-mirim, etc. Foi em várias legislaturas
deputado estadual, tendo sido lider da maioria e da minoria em períodos diversos.

Com a implantação do estado novo em 1937, interrompeu o seu mandato de


deputado estadual e abandonou definitivamente as suas atividades politico-partidárias.
Durante a campanha de nacionalização sofreu várias
perseguições politicas sendo até
preso por haver condenado os métodos drasticos postos em prática para nacionalizar
o Vale do
Itajaí,.
esgue.cendo-�e
como deputado, instituiu a leí
os politicas
qu� foi Marcos Konder quem em 1917,
d�
que tornou obngatorio o ensino do português nas ES­
colas particulares de ensino estrangeiro ou mixto.
Atualmente é diretor-presidente da Usina de
Açúcar Adelaide SI A.
Das suas publicações em folhetos e livros destacamos: «O
imposto territorial»,
«A Pequena Pátria», «Monografia de Itajaí», «Democracia, Integralismo e Comunis­
mo», «Lauro Müller», «A Bandeira através da História», «A questão do Petroleo», etc.
Visitou a Europa por duas vezes, em 1936 e em
1949, sendo que desta últi­
ma viagem, via Estados Unidos, ainda não
regressou.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ALGUNS ASPECTOS DO IT AJAí ANTIGO
••••

MARCOS KONDER

Pede-me Silveira Júnior alguns as­ Diga-se a verdade, sem querer ofen­
pectos do Itajaí por ocasião do Centená­ der os brios da nossa terrinha, o Itajaí
rio da Descoberta-1900. daquele tempo não era sinão um porto
Impossível se me torna relembrar atrazado-o atrazo de uma época, em que
fatos e épocas exatas, uma vez que, pou­ o principal negocio girava em torno da
co antes do Centenário, eu havia deixado madeira-a história se repete,-mas ma­
a escola primária e complementar de Blu­ deira serrada, em ta boa do ou pranchões
menau e ensaiava-me na vida comercial, ou pernas de serra que se alteavam em

para a qual não sentia vocação alguma. grades enormes para secar e para distin­
A morte prematura de meu pai deixára­ guir a lei, do refugo bom e da qualidade,
me privado a exportavel
de entrar pa- do refugo or­
ra um
giná- dinário. As
sio oficial pa- pilhas come­

ra seguir um çavam no al­


curso supe- to da rua Pe­
rior. dro Ferreira,
O desapa­ no porto do
recimento do Coronel An­
velho Marcos tônio Pereira
Konder, que Liberato Tio -

por sinal mor­ Antonico


rera bem mo- chamado e -

ço, com ape­ iam rio abai­


nas 48 anos, xo até o tra­

mergulhou o piche Kon­


meu coração der, tendo de
no mais pro­ permeio os

fundo deses- trapiches de


pero. Motivos Vista de Itala!, em 1884. Quadro do pintor Hugo Calgan, autor da téla .A Morte João Bauer,
de Saldanha da Gama». O originai desta tela, que pertence ao Centro Cultural
me sobram, de ltajal, acha-se, atualmente, Integrando a coleção do nosso conterrâneo Alexandre Nicolau Mal­
Konder, a quem foi cedida para reprodução. Pela mesma se observa a Igreja Matriz
portanto, pa­ com o sino em apêndice lateral. Jâ àquela época, a paisagem dos trapiches era a
burg Júnior e
ra não ser um mesma: madeira, apenas com as pilhas mais deslocadas para as Imediações Guilherme
do atual mercado.
pregador elo­ Asseburg.
gioso do pas- A madeira
sado. Laudator temporis acti-, como di­ era toda comprada e exportada pelas fir­
zia o velho Horácio na sua Arte poética. mas de Itajaí, que por sua vez se encar­

Apelar para a minha memória seria, se­ regavam do despacho da manteiga, banha
e carne de porco de Blumenau, e da man­
gundo o poeta alemão Fr. Haug, ressuci­
tar almas frias, quando só mente a recor­ dioca, açúcar mascavo e polvilho, de Brus­
dação sugere sentimentos vivos. Daí o di­ que Gaspar. Mas, o principal negócio
e

zer do nosso poeta-Recordar é viver, mas era a exportação de madeira, mandada


tambem é sentir. Quero, portanto, deixar exclusivamente em con ignação para as
falar os sentimentos e recordar pedaços praças do Rio e Santos-vendas de taboa­
do Itajaí, tais quais eu os ví e senti após do a preço fixo cif ou posto não se co­
o impressões que conseguí
Centenário, nhecia ainda. E para tal fim cada firma
gravar mais no coração do que na me­ possuia os seus barcos à vela, de de o
mória. Daí não poder fixar às vezes épo­ lugre «Almirante» de Antonio Liberato,
cas exatas, mas deixar a narração seguir do patacho «Tigre» de Reis e Bauer, da
seu curso, como um relógio que ora se barca � Ramona» e outros de Malburg, do
adianta, ora se atraza. hiate «Gertrudes» (célebre pelas suas via-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt PAG. 160

gens-relampago entre Itajaí e Santos) e


da escuna «Felix», de Asseburg e do lu­
OC/IÁ)C/IlOC/IlOC/IlOCfI OCII C)Cf1l: JCf1l: JCIlI:JC'1OO�
gre «Vieira» de Konder. O mestre
Júlio, comandante do «Gertrudes», era ti­
do como o melhor navegador da costa.
Pedr.o
� ,�,!,���,! !,�,� !,!���,�"�,�' '�,���,�,��,, §
.................•..........................................
..............••...............•...•.••.........••......•...

Explicações necessarias: O coronel § CIRURGIÃO DENTISTA


Antônio Pereira Liberato, fôra chefe do
antigo Partido Liberal em Itajaí. Nicolau � PELA UNIVERSIDADE 00 RIO DE JANEIRO

Malburg Júnior era o sucessor do velho


Nicolau Malburg, um dos negociantes § Consultõrío e Rua 15 de Julho
mais antigos do nosso logar, e avô dos
m:::::;
atuais Malburgs. João Bauer era um ne­
gociante de madeiras da colonia Brusque,
pai de Bauer Júnior e avô dos atuais
Bauers.

OC/llOC/IlOCIllCCfJJOCf1l::J Cf1l::JCf1l::Jcru::;Cf1l::Jcmoo

Bauer Junior era pai de Arno Bauer. Obras do Porto, que aqui existem desde
José dos Reis, ou capitão Reis, era um os primordios da Primeira República,
antigo comandante de navios à vela, por­ um cais dito de saneamento, mas que
tuguês de nascimento, desembarcado em merecia a critica do nosso Padre João
Itajaí e casado com uma Olinger de Brus­ Baptista Peters, vigário da paróquia, mais
que. Êle criou uma grande descendência, amante da filosofia do que dos ritos teo­
entre a qual D. Maria Garção, Madame lógicos redator de único jornal da época
e

Pirajá, Madame Carlos Souza, Artur, Jú­ -«PROGRESSO» O cais era intitu­ -

lio, Osvaldo, José e Adolfo Reis. Guilher­ lado por ele em letra de fôrma: cais de
me
Asseburg foi também um dos maio­ marmelada.
res exportadores de
Itajaí e tivera como A velha matriz era muito menor do
sacio o sr. Germano Willerding, avô de
que hoje, porque somente mais tarde se
Evaldo Willerding. lhe adicionaram as duas naves laterais.
Está visto que, não havendo ainda Para o lado da praia existia um largo
ruas traçadas
longo do rio, não era
ao mal arborizado que escondia um kiosque,
divertimento algum flanar por aquelas arrendado pela Câmara ao velho Manéca
paragens. À beira do Itajaí se amontoa­ Lopes, que ali vendia roscas e doces e es­
vam pilhas de
madeira, pois quasi todo o pecialmente um paratí ou uma laranginha
taboado vinha em balsas pelo rio, afim muito apreciados. Laranginha era uma
de ser puxado, taboa
por taboa, escolhi­ aguardente misturada com essências de
das estas com um golpe de enxó na
pon­ laranja que os barcos traziam do Rio. A
ta e transportadas
depois para as grades. freguezia do Maneca Lopes era composta
Mais tarde começou-se a construir
pelas quasi só de marinheiros e desocupados,
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
pois os graúdos da­
•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
••
••
••

••••••••••••••••••••••••••••
quele tempo toma­
••
••
••
••
••
vam a sua cerveja ou
••
••
•• ••
•• ••
••
••
o seu vinho do porto
••
••
•• ••
••
ou a sua ou
gozosa
55
••
••
Dr. DELFIM PÁDUA PEIXOTO ii
••
a sua pinga naante­
::
- -

PROMOTOR PÚBLICO·
••
sala ou buffets dos
.. - - - ::
••
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..
•• hoteis. Antes da
"

i: ADVOGA no Clvel, Comérdo, Justl�a do Trabalho e perante os 5i meia noite Maneca


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Institutos de Aposentadorias e Pensões. ::
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•• Lopes fechava a sua
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••
ATENDE dl"rlamente das 14 ás
17,30 horas. ::
••
tasca e ia com a ve­
•• ••
••
••
••
II
••
•• lha companheira ru­
••
••

::
E scrl! ó rio e residência:
PRACA VIDAL RAMOS Nr. 26
••
mo da sua casa. Ele
::
:: (ao lado da Casa Nino) :: bona-
•• ••
era um velho
..
..

:: ITAJA [ -
SANTA CATARINA ::
••
••
••
••
chão, ostentando uma
••
••
••
••
••
••
barba de profeta que
••

respeito, de
••
••

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
••
••
infundia

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..•...••...••.••.•.•.•..•....•..•..•..••..•. :: mais a mais quando

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 161

êle não era nada pêco em falar. Dizem que ralmente, porque iluminação a querozene
merecia o título de maior cacete da época. todos possuiam, em candeias de folha os
Quem lhe caisse nas garras estava frito. mais pobres, em lampeões vistosos os
Segundo contavam, ele aproveitou um do­ mais rlCOS.

mingo ou feriado para fazer uma visita Não ha nada como a luz elétrica
ao seu compadre Geraldo Pereira Gonçal­ para nivelar as classes; todas têm a sua
ves, sogro do sr. José Espindola, e entrou lampada para o «tac» do acender e apagar,
de manhã pelo café e só saiu às 10 ho­ isto quando a luz e fôrça do Juvencio,
ras da noite, quando o dono da casa já que afinal não é dele, não nos prega uma
estava cochilando. Até quando Geraldo peça, deixando-nos no escuro.
Gonçalves tinha de ausentar-se para fazer Mas, luz a querosene ou a vela ain­
um serviço, que até o rei não pode man­ da passava, quando se estava em casa,
dar executar por outros, o cacete-mór mas como haviamos de caminhar pelas
acompanhava o compadre até à porta e ruas nas noites escuras, sem luar? Muito

FOTO TIRADA EM 1910 :-l-Eduardo Dia ... de Miranda; 2-Samuel Heusi; 3-Pedro Bauer;
4-Lauro Muller; 5-Marcos Konder; 6-Dr. Tiago da Fonseca; 7-Cesar Silveira;
a-Bento Garcia; 9-Cel. Eugenio Muller; lO-Olímpio Falconiere da Cunha;
ll-Felix Busso Asseburg; 12- 1; 13-Donato Gonçalves da
Luz e 14-José Eugenio Muller.

de fora continuava: «como eu ia lhe di­ simplesmente. A municipalidade mandára


zendo, meu compadre ... » fincar uns postos com grandes intervalos
O Maneco Lopes nos lembrou um junto aos passeios ou melhor nos lados
grande atrazo do nosso Itajaí como porto das ruas, uma cúpula de folha e vidro
de mar: não tínhamos cafés em parte al­ para abrigar as lâmpadas de querosene e

guma. Hoje que o nossa terra está api­ o problema estava resolvido. Este serviço
nhada de
cafés, é caso de se perguntar era ainda arrendado em concorrência pú­
como podiam os do nosso tempo viver blica e as vezes aos preferidos, e estes,
sem cafés, sem essas salas ladrilhadas, em como diziam as más linguas, eram sem­

que tantos ocupados e desocupados reu­ pre amigos da situação. Como veem, a
nem-se em torno da mesa com chicaras maledicencia contra o govêrno já naque­
e açucareiros, para tratar de assuntos tão le tempo era assunto de conversas poli­
sérios, como por exemplo: traçar planos tiqueiras, nas esquinas ou na praça da
estrategicos durante a guerra, armar com­ igreja, já que havia a falta de cafés para
bates eleitorais e discutir teses políticas, focalisar estas questões de interêsse mu­
falar mal do proximo ou da proxima, dar nicipal. Mas, a luz do «profeta», assim
palpites sobre o jogo do bicho, etc. Mas, chamado, acendia-se à boca da noite quan­
o máximo atrazo, além da falta de cafés, do já reinava a escuridão, pois tratava-se
era a carência de luz, luz elétrica na tu- de economisar combustível e apagava-se

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 162

....................................................................................................................................................................
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· .
CONSIGNAÇÓES -
REPRESENT AÇÓES -

CONTA PRÓPRIA ..

· .
· .
· .

Eod. Tel.: "WILLERDIN6" -

Caixa Postal, 19 -

Telefone, 171
·
·
.
.

· .

· .

Rua Hercilio Luz nr. 11 · .

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ITAJAí -
SANTA CATARINA
· .

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..

REPRESENTANTES DE: ..

..
· .

.. . ,
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..

Cia. Fábrica de Papel Itajaí


..
..

..

Papel Manilha, Kraft, Estiva


..

e Cartolina . .

..

Moinho da Luz ..

..
..

· .

..
Farinha de trigo .TRES COROAS. ..

· .

The Texas Company Ltda. .,


.,

..
.,

Gasolina, Kerozene
..

..
e óleo lubrificante .,

..
..

Singer Sewing Machine Company ..


..

Maquinas de costura e peças · .

Cia. Salinas Perynas S. A.


· .
..
..
. ,
.,
..

Sal Cabo Frio grosso


..

e moido ..
..

. ,

Cunha Amaral & Cia. Ltda. . .


..

Conservas de frutas
· .
· .

e peixes
..

Condoroil Tintas S. A.
Tintas .YPIRANGA. para todos os fins
..

..
. ,

..

Werner Garni
..

· .
..
..

ladrílhos
.,

e armarios para cosinhas ..

· .

Vva. João Berthol ..


· .

..
..
· . · .

Manilhas para esgoto


..
..

::
..
..
..

Henrique Lage
..

Cerâmica
..
-
..
· .
· .
..

Azulejos
..

e peças sanitárias
..
· .
..
..
· .
· .

Gilette Safety Razor Company ..

Of Brasil
..

..
..

Aparelhos e laminas .GllETTE. ..


·
.
.
,

..
..
· .
..
..
..
..

..
· .
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.. .. · .

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":::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: .. )':

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 163

de madrugada, mal raiava o sol, si de ruo Luiz Muller, habitava uma fazenda e
noite algum noctivago beberrão ou ini­ resistia heroicamente às «intermitentes» e
migo dos arrendatários da luz, não ti­ onde, mais adiante, existia a fábrica de
vesse quebrado um dos lampeões que o cerveja de alta fermentação de Otto Ho­
pobre homem era obrigado a repôr, ou sang, irmão do meu condiscipulo no Co­
algum temporal não tivesse causado igual légio de Blumenau. Pelo lado da Barra
do Rio, percorria-se primeiro a rua Pe­
estrago. A favor do homem da «escadi­
dro Ferreira, e depois entrava-se na
nha», assim chamado porque subia com
uma escada portatil nos rua Silva que às vezes se intran­
tornava
postes para a­
cender e apagar os lampeões, havia uma sitável, devido a um ribeirão que enchia
clausula: ele não era obrigado a fornecer e baixava com as marés do rio. Os mo­
luz sinão durante 15 dias, na outra me­ radores dalí já se haviam habituado ao
tade do mês êle descançava e entregava fenomeno, construindo casas sobre esta­
o serviço à Lua. E dali por diante esta cas com escadas de acesso, parecendo as­

cumpria religiosa sim uma povoação de habitantes de uma


e gratuitamente com o
salvo zona lacustre. Ali residia o velho Domin­
seu dever, quando o mau tempo
não viesse ocultar disco lunar e mer­
o gos Braga, pai dos atuais Braga e Bra­
gulhar a cidade em plena escuridão. Numa guinhas, mestre de barcos, de nacionali-
noite dessas, como sair à rua, si o calça­ dade lusitana, e Antonio da Silva
Lisbôa,
mento feito de pedregulho e barro, for­ muito conhecido mestre-regente de
como

mava poças de lama que sómente botas uma «Furiosa», na qual êle tocava, com
solidas podiam atravessar? O melhor era muito entusiasmo, a sua requinta. Onde
então a gente ficar em casa no seu quar­ a ruaSilva encontrava a saida da rua
to de solteiro e lêr à luz de uma vela Sete de Setembro, o rumo para a Barra
um livro de sua biblioteca e, por fim, en­ do Rio tomava pelo rio acima, exatamen­
gulír o tédio e dormir. te como hoje, e depois de atravessar o

O perimetro urbano também não ribeirão da Caetana, uma preta muito co­
era muito extenso. Para o lado de Brus­
nhecida de todos, e meio mandingueira

que, êle terminava na rua dos Atiradores, que ali morava e exibia uma santa que
na qual existia o divertimento mais an­ chorava. Atravessando o pontilhão, chega-

tigo e mais preferido daquele tempo. Para va-se baixada de areia solta que
a uma

o lado da Fazenda êle ia ter por um lado ia ter ao Largo Gonzaga. Na baixada mo­
ao Cortume Schneider, uma das indús­ rava também um maritimo português, de

trias mais antigas do município, e ao Hos­ nome Nicolau Diniz Marquez ou Nicolau
pital Santa Beatriz e, por outro lado o da Baixada. Era um velho curioso, com
morro da Fazenda, onde o irmão mais uma barba à passa-piolho e que contava
velho de Laura Muller, o Coronel Eugê- histórias de episódios maritimos,e tratava
todo mundo, com afa­
bilidade.Do largo Gon

�=;;���;;�;, zaga para CIma eram


barrancos laterais de
grama ou capim com

§ MÉDICO-OPERADOR § um leito de areia sol­

ta até Barra do Rio.

§ Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade


do Brasil-Rio de Janeiro.
§ Essa caminhada eu a
fiz durante algum
§ § tempo, duas vezes por
dia, de manhã e à
§ Cliniea Geral Operações Partos Doenças de Senhoras §
- - -

noite, quando come­


§ Consultório e Residência: § cei a dirigir uma fá­
brica de taboinhas

§ Rua 15 de Novembro 54 §nr


de cedro para caixi­
nhas de charutos, no
§ ITAJAt CATARINA"
-

S. § mesmo local central,

onde hoje está a Fá­


§CUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCIDOOCIllOCIJXX:IllOCUJOCUJOCUJO§ brica de Papel.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAI PÁG. 164

Mas, quem per­


correse essas
caminhos no verão,
ruas e
r=============='
§ Dr. José Bahia Spinola Bittencourt
havia de sentir a fal­
ta de outra necessi-
§
dade: gelo. Sim, no § Diplomado pela Faculdade de Medicina
ri cultura de Itajaí e Médico do Serviço
da Bahia
de
-
] ríretor do Posto de Pue-

Higiene Infantil do Centro de


§
Itajaí não havia gelo Q de Saúde Pública do Estado.
Q
Saúde de Jtajaí do Departamento
e as geladeiras ou a­ Ô (3
inda não tinham sido
inventadas ou não ha­
viam aportado à nos­

ô
CLINICA GERAL -
PEDIATRIA (Moléstias de Crianças}
PUERICULTURA �
ô
sa terra. Todos os
hoteis e pessoas graú- g
das mandavam
truir em suas
adegas para refrige­
cons­
casas

� ITAJAÍ
Telefone Nr. 16
-
SANTA CATARINA �
rar um
pouco as suas
CUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCUJOCllJ::JCIJK)CllJ::JCllJ::JCllJ::JCfJ)8cru::Jcru::JCllJ'CCIIJ::J
§
bebidas, do contrá­
rio, não havia outro remédio do que ab­ Na rua Hercilio Luz, ao lado
esquer­
sorver, qual purgante, uma garrafa de ga­ do de quem sóbe, situava-se ncs
zcsa de bolinha ou uma
predios,
garrafa de cer­ atualmente pertencentes a Julio Willer­
veja marca barbante. Assim era intitula­ ding, o Hotel Scheefer,
da a cerveja de alta dirigido por Frau
fermentação que se fa­ Scheeffer e pelo filho mais velho Paulo
bricava em Itajai em duas
cervejarias, Scheeffer, pai do sr. Erico Scheeffer. Ali
a de Fernando Treder e a de Otto Ho­ se
hospedava o mundo oficial e celebra­
sang já citada. Para tomá-la, tinha de se
recorrer aos hoteis,
vam-se os
banquetes da terra. O terceiro
que possuiam um bu­ hotel era o do Comércio chamado, sito
fet e uma ante-sala, na
entrada, para os na antiga rua do Comércio, hoje
amigos de Felipe
Gambrinus, tomarem a sua be­ Schmidt, onde se localiza atual
bida preferida e jogarem um caneco. Na hoje o
Grande Hotel. Era a
rua Lauro hospedaria do pes­
Muller, no prédio do atual Ho­ soal mais pobre, uma
tel Itajaí, funcionava o Hotel espécie de Hotel
Brasil, de Garcia da época.
propriedade do sr. Alexius Reiser, mais Era proprietário deste hotel o Sr.
tarde sogro do Sr. Bruno
Malburg, su­ Gabriel Heil, um alemão muito bemquis­
cessor da firma Nicolau
Malburg Júnior. to, pai do nosso Ricardo Heil.
A senhora Reiser era uma
parteira das Para o pessoal de Luiz Alves e suas
damas da melhor sociedade.
carroças havia ainda na rua Hercílio Luz,
em frente ao atual
Hotel Garcia, a pen­
são do casal Tadeu,
pais dos Tadeus.
Para divertimen­
tos e bailes sómente
a festa anual dos A­

Felipe B. de Alencastro tiradores, pois o=Gua­


rany» ainda continua­
va mais carnavalesco
MÉDICO
do que clube social.
Rua 15 de Nos Atiradores não
Novembro, 38 -

Fone, IS6
reinava etiqueta nem
ITAJAI -

S. CATARINA cerimonial algum.Ha­


via o tiro ao alvo e
jogo de bola (ou bo­
Ião) para os homens
e outros jogos para
senhoras. Q u a n d o

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl PÁG. 165

uma dama ganhava um premio, exclama­ num barco a véla e iam para Santos ou

va Gabriel Heil: viva a nossa senhora Rio, afim de arranjar emprego, ou en­

do nosso sócio ! tão embarcavam logo no navio para se­

Eram entusiastas dos Atiradores, guirem a carreira de piloto ou tomavam


além do Sr. Heil, o negociante Pedro os poucos vapores que escalavam em nos-

Bauer, estabelecido na esquina atual do soporto para foguistas e futuros


serem

sr. Santangelo, com uma loja de fer­ maquinistas. O unico vapor de passageiros
ragens, onde havia de tudo por pre­ que passava em Itajaí era um Lloyd da
ços bem salgados, e o mestre Müller linha de Laguna, Florianópolis, ltajaí, S.
Sr. Guilherme Francisco.Pa.
Müller, p e­ ranaguá, San­
dreiro e cons­ tos e Rio. Os
trutor da ci­ cargueiros
dade e avô começavam
do nosso a­ também a a-

migo F ri t z parecer; eram

Schneider. vapores sem


Para na­ linha regular
moros, os JO­ e pertencen­
gos de pren­ tes a arma­

das em casas dores de San­


de familia, tos e Rio e

que tinham chamavam-se


filhas casa­ Normandia,
doiras, ou as Augusto Leal
portas latera­ e Itararé. Fa­
is da igreja; ziam concor­
ou o gargare­ rência aos na­
jo das jane­ Uma ..
loja» de Itajaí 1918. O de branco é o Sr. Marcos
em vios de vela
Konder e o de colete, o Sr. Ricardo Heil. Naquele da
las, o que praça e

nem sempre
tempo a «gazolina» eram os chicotes de soiteira. eram consig-
E deviam ter grande saida ...

era permiti- nados à nos-

do ou as pro- sa firma, por­


cissões em que de longe se acompanhava que tinhamos perdido o nosso lugre «Vi.
a namorada, vestida de virgem, ou os eira», quando êle atendia ao serviço de
leilões, em que cada janota procurava um navio alemão, na enseada de Cabe­
vencer o concorrente na oferta do leilão çudas, e batera, ao entrar na barra, na
para a preferida que ficava bem longe. lage da ponta da Atalaia. Os pilotos, ma­
«Dou mais tanto para oferecer a Dona
quinistas e dispenseiros desses vapores
Miloca » ...
eram moços algo instruidos e traquejados

Sentindo e vivendo tudo isto, em na vida social das grandes cidades, e as­

uma cidade sem luz, sem cafés, sem di­ sim misturavam-se com a mocida-
nossa

vertimentos, sem na­ de e sacudiam a mo­


da, a gente tinha CQJOCQJOCQJOCQJOCQJOCQJOCQJOCQJOCQJOCQJO dorra da nossa al­
vontade de exclamar deia .
Mas, poucos
..

como

mond de
ao

sos
Carlos Dru­
Andrade,
descrever, em ver­
futuristas, uma
� Dr. Osmar de Souza Nunes
ADVOGADO
� dias êles permane­
ciam aquí, e seu fito
principal
rar, desembarcar e
era namo­

aldeia, assim: mas que arranjar uma moci­


Escritório:
vida besta, meu Deus! nha ingenua da pro­

Rua Lauro Müller Nr. 31 vincia para casar.


Os rapazes que
podiam ou tinham Foi assim que o
coragem
vam
abandona­
Itajaí. Arranja­
Caixa Postal, 92 -

ITAJAl
� pernambucano Edu­
ardo Pessoa Lins fi­
vam uma passagem CQ)OCQJOCQJOCQJOCQJOCQJOCQJOCQJOCQJO� cou em Itajaí, preso

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANUARIO DE ITAJAl pAG. 166
ANO I

elas confirma­
aos encantos de uma moça de antiga fa­ ções do ensino público, e

milia itajaiense, com a qual se casou. Foi vam dizeres dos


os letrados de Laguna,
feliz no consórcio, embora a morte o sur­ de onde êle voltava. Havia em nossa ter­
da mocidade. ra apenas escolas oficiais ou particulares
preendesse em pleno vigor
Eduardo Lins deixou tres filhos que hon­ de desemburrar ou do B-á-bá para as
ram a memória paterna: Genésio Lins e crianças pobres; os pais que tinham pos-
Mário Lins, banqueiros e Cesar Lins, pilo­ ses, manda vam seus filhos para colé­ os

to de longo curso.
gios de Blumenau. Percebeu o moço ime­
Não sei se QS fatos que narro são diatamente que, para ganhar a sua sub­
cronologicamente exatos, pode ser que se sistência, só havia um meio: abrir um co­
dé sem antes ou depois, o que pouco im­ légio. Em uma casa à rua Lauro Müller,
porta, pois já disse o poeta: «a memória pertencente ao capitão desembarcado da
evoca almas frias». Quero apenas cons­ Marinha Mercante sr. Maneca Pereira, so­
tatar que para nós duzia de uma meia gro do sr. Bonifácio Schmitt, êle encon­
moços, que aspiravam os uma vida mais trou logo uma sala vasta e alí abriu a
interessante e mais inteligente, o destino sua escola: de manhã para as crianças
ainda não chegára, maiores que já tivessem absorvido as pri-
No entanto, quando menos esperá­ meiras letras, e, de noite, um curso para
vamos, êle chegou. adultos. Nesse noturno
curso depressa
Desembarcou do vapor da carreira nos inscrevemos, pois estavamos anciosos
de Laguna um moçojoven e moreno, car­ por aprender mais alguma cousa. Formá­
regando uma pequena maleta, que de­ mos logo uma turma composta de meu
monstrava poucos haveres e abrigou-se irmão Arno, de Antonio Tavares d'Ama­
num hotel da cidade. Chamava-se Luiz ral que trabalhava no armazem de secos
Tiburcio de Freitas. Logo informou-se do e molhados, sito à rua Pedro Ferreira,
hoteleiro e de outras pessoas, das condi- dos seus tios, irmãos João e José Pinto

::::::::: ::::::::::::: ::::: :::: :::: :::: :::::::::::::: :::::::::::::::::::::::::: :::::::


:4;:::
..
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: :::::::::::: ::: :::::::::::: ::: ::::::::: : ••
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;i
..

TORREFAÇÃO E MOACiEM DO
� CAFÉ VITÓRIA ��
· .

· .
· .

· .

Analisado no Dep. N ac. Saude Publica sob nr. 3640

· .
· .

· .

F ÁSRICA: Rua
..
-

Tijucas s/no · .

· .

ESCRITÓRIO: -
Rua Hercílio Luz, 100 -

Telet. 135
· .

Itajaí -

Santa Catarina ·

·
·
.

· .

..

'.:: ::::::::::: :::::::::::::: ::::::::::


:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::Li
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ::::

�----------------------------�
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANUARIO DE ITAJAl PÁG. 167

do Amaral, de Artur da Silva Valle, em­ ���oo�omoo�omOQ

pregado do negociante varejista sr. Do­


nato Gonçalves da Luz, e do autor desta
§
HILZA LIBERArO GARCIA
cronica e outros. Isto para somente falar
nos mais velhos. O nosso companheiro
§


Juvêncio Amaral também aparecia, quan­
Artigos de Natal -

Artigos de Pás-
do não estivesse em viagem de compras
no interior e especialmente no Rio Pe­
coa -
Balas, Biscoitos, etc.

queno e Limoeiro, onde êle tinha um co­


nhecido patrício, de nome Carlos de Sou­ §
za Caldas, denominado Carlos Galego ou

Carlos Cabeludo. Também meus irmãos


Adolfo e Vitor frequentavam o curso,
quando se achavam em férias. E' que o
�8C1J)QCIJ)Q�ClJ)QClJ)QClJ)QClJ)QClJ)QCIIIOCUJOO
Rua Brusque, 14 --
tUUI -
s. c.

nosso curso não abrangia sómente gra­


mática portuguesa, mas tambem francês za, cujos encantos sedutores da natureza
e sobretudo literatura. Tiburcio era um
privilegiada, especialmente das praias e
excelente explicador como mestre, mas, águas da llha, êle tanto elogiava, pintan­
como intelectual cativava à primeira vista, do a sua terra como um recanto do pa­
e sabia escolher os seus alunos. E nós raiso. E Tiburcio desembarcou em Floria­
que andavamos à cata de um guia na vi­ nópolis, viu e admirou a terra do mestre,
da, sem demora fomos ao seu encontro e mas sentiu logo que alí não havia lugar
êle nos recebeu de braços abertos para
para êle ganhar a vida. Prosseguiu via­
formarmos um grupo de amigos e com­
gem para Laguna, donde, depois de al­
panheiros, capazes de compreende-lo e de guns dias, aconselhado por confrades li­
tornar mais ameno e agradável o clima
terários, resolveu terminar a sua peregri­
social da província. Revelou-nos com fran­
nação em nossa tera. Sentiu que acertára
queza a sua vida. com o seu rumo. O seu rosto largo de
Nascera e se educára no Ceará, don­ um moreno carregado, em que já se pin­
de viéra para o Rio conhecer um centro tava tédio do artista cansado, começou
o

maior. Na antiga Côrte êle se empregára a adquirir as feições vivas de um sonha­

no correio e conhecera, através de ami­ dor triunfante. Sua cabeça, grande, or­
nada de uma cabeleira de cabelos pretos
gos, o nosso poeta maximo Cruz e Sou­
e corredios de caboclo, seus olhos escu­
za, de quem se tornára um discipulo di­
leto. Assistira á tragedia do poeta, lutan­ ros de árabe, seu pescoço taurino, seu to­

do para viver num meio hostil ao negro, rax desenvolvido e largo, enfim a figura
mais alta do que baixa, denunciava o ho­
apesar da Abolição, e o vira morrendo na
última miséria, vitima da peste banca, a mem forte do adusto Ceará.

tuberculose. Morto o seu grande mestre, Cearense que, como trabalhador, não
êle pedira demissão do seu emprego para
podendo resi tir à sêca agre te, emigra
conhecer o torrão natal de Cruz e Sou-
para o Acre, afim de extrair a borracha,
do homem de letras que procura centros
maiores para triunfar pelo talento. Mas a
figura de Tiburcio, física ou intelectual,
não era facil de ser compreendida. As mu­
lheres que amavam os peraltas e pelintras
da época, viam nele um individuo exóti­
Material elétrico em geral co e estranho; talvez fizessem
Ferragens - -
Acessórios galhofa se­
pari bldcletas Apetrechos para pescaria
- -

Vidros cretamente daquele colarinho duro e alto,


� Pincéis Tintas
- -

Cirande variedade de miudezas. §


Mata-mos(as e mosquitos
à Santos Dumond, da ua gravata ampla
de borboleta, do seu paletó de alpaca pre­
§ Rua Hercílio Luz 46nr.
§ ta e suas calças listadas, e do seu modo

§ ITAJAt SANTA CATARINA


§ de andar, balançando na mão uma ben­
galinha de junco Os homens o tachavam

-

8CUJOClJ)QClJ)QClJ)QClJ)QClJ)QClJ)QClJ)QClJ)QCII/OO§
de um professor exquisito e meio malu­
co. Sómente os seus
discipulo o compre-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 168

Cia. Comercial
___ --- -- --- --
Elisiário Pereira Ltda.
-
---4 -_. •
___.
("::'"
-� .. - --_. _..
,Y ,", ,v "';:;:;:
•.......................................... .. _.�•

� � � ••••.
.• � Casa fundada em 1916 r:�.�'.-:.�-:)

Rua Bercilio Luz, 22 --

Telegramas: "Elisiárion
Caila Postal, 46 -

Telefone, 163 •


ITAJAl -
SANTA CATARINA -

BRASIL •



Armazem de Secos e Molhados -

Atacadistas e Varejistas



OCIIJOCUX)CUX) CUX)CIIJ'C C/JIOO
AO SEU •

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L= Elisiário 1894 -
Pereira
1940
==�




Gêneros alimentícios de

1 a.

qua lid
I ad e •


Ferragens Louças Conservas BebI'das nacionais


-

,
-
-
' . •

e
estrangeIras Cristais nacionais e tchecos.
- •


Artigos finos para presentes




Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJA! pAG. 169

endiam e amavam. E éramos apenas dois ranço clássico do Romantismo, e da es­


(Antonio Amaral e Marcos) que forma­ cola do Castilho português, como ainda a
vam com o mestretrindade insepa­
uma manobrar uma arma literária e perigosa
ravel. A's vezes aparecia o Artur Vale, que ainda não conheciamos:-A IRONIA.
que não chegava a entende-lo, e nas fé­ E Tiburcio começou a nos explicar, como
rias meus irmãos Vitor e Adolfo que mui­ se podia diagnosticar ao vivo, pelo mi­
to o admiravam. O meu irmão Arno, croscópio da Ironia, os Pachecos, os Con­
prestes a deixar o Itajaí, não se entusias­ selheiros Acacios, os Padre Amaro, os
mava muito pela literatura: Assim, na rea­ Primos Basilios, etc. Mas, a lição não fi­
lidade ficávamos nós dois a receber in­ cou só no Eça, ela estendeu-se aos cele­
tegralmente as lições do mestre querido bres Vencidos da Vida da literatura Co­
para tornar-nos depois seus amigos e imbrã: Ramalho Ortigão, irmão-gemeo na

FOTOGRAFIA TIRADA EM 1929: 1) Dimas Campos


-

2) Irineu Bornhausen 3) Alfredinho


- -

Moreira -

4) Inácio Mascarenhas Passos 5) Gilberto Cunha •


6) Pedro Sales dos Santos -

7) Osvaldo Reis 8) Ciro Mascarenhas Passos


-

9) Franklin Maximo Pereira


-

10) Adolfo -

Konder 11)
-
Dr. Alfredo Trompowsky 12) Juvêncio Amaral
-
13) Eurico Fontes 14) Hei­ - -

tor Liberato 15) Marcos Konder· 16) Samuel Heusi Júnior· 17) Dr. Afonso Homem
-

de Carvalho 18) Manoel Gaya Neto· 19) Capitão Euclides de Castro 20) Marcos -

Heusi 21) lindolfo Caetano Vieira


-

admiradores para a vida e para a morte. amizade e nas letras de Eça, Oliveira Mar­
A primeira lição de portugês que êle tins, Guerra Junqueiro e o poeta que era
deu, nos deixou a principio estarrecidos. um santo: Antéro de QuentaL Fóra desse

«Si quereis aprender a lingua portugue­ circulo, conhecemos uma grande escrito­
sa, nada mais facil: lede um bom livro». ra, Maria Amalia Vaz de Carvalho e o
E nos entregou nas mãos algumas obras, seu marido
português brasileiro Gon­-

de quem? de Eça de Queiroz. Sim, desse çalves Crespo, e os outros poetas suaves,
Eça que depois de mais de quarenta anos, como Cesário Verde e Antonio Nobre, e
está sendo apregoado entre a mocidade um notável orador sacro: Antônio Can­
de hoje como um grande romancista e dido. Mais um grande entre os grandes,
mestre da escola realista! o mestre da sátira
portuguesa Fialho de
E com o Eça aprendemos não só a Almeida. Está visto que, no começo das
manejar um português moderno, livre do nossas lições, haviamos também sofrido o

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 170

velho Camões, das análises lógica e gra­ Entre autores antigos recordáva­
os

matical, e os romancistas antes de Eça: mos: o campeão da sátira e da irrev­


Alexandre Herculano e Camilo Castelo rência anti-clerical, Voltaire, os filósofos
Branco e os criticos Teofilo Braga e João Pascal, Montesquieu, Rousseau, Diderot
Barreira, este último um dos ídolos de e Michelet. E outros autores, de que não
Tiburcio. me recordo assim de cór. E quando nos

Depois passámos à França mais mo­ foram revelados Charles Baudelaire, o

derna-e-poís Tiburcio amava a cultura poeta satânico, e os mestres do simbolis­


francesa-Victor Hugo, autor dos «Mise­ mo: Paul Verlaine, Artur Rimbaud, Sté­
ráveis» e da «Notre Dame de Paris», Cha­ phane Mallarmé e outros da mesma es­
teaubriand com o «Genio do Cristianismo», cola, o nosso amigo se exaltava e lem­
o enorme Balzac da «Comédia Humana», brava-se do mestre do simbolismo no
o Renan da «Vida de Jesus», a romanti­ Brasil, João da Cruz e Souza. Mas antes
ca George Sand, Sainte Beuve, o cri­ de falar na literatura brasileira, quero
tico Taine com a sua «História da Arte», mencionar os grandes nomes da literatu­
o conteur Maupassant, os naturalistas E­ ra estrangeira que apareciam traduzidos
mile Zola e Alfonse Daudet, os Alexan­ em francês ou português. O polonês Hen­
dre Dumas, pai e filho, Stendhal, o autor rique Sienkiewicz autor de «Quo Vadis»?,
da «Cartuxa de Parma», Pierre Loti, o os russos Pouchkine, poeta e dramaturgo,
Escritor de viagens, o suicida talentoso Gogol, o mestre do realismo russo com o

Gerard de Nerval, Barbey d'Anrévilly, os seu Tarass Buiba, o nihilista Ivan Tourge­
poetas Téofile Gautier e Alfred de Mus­ nev, o grande Dostoievsky com o seu

set, e aquele que Tiburcio mais aprecia­ «Crime e Castigo», o profeta Leon Tols­
va, pelo estilo impecável, Gustave Flau­ toi, autor da
«Guerra e Paz». Os ingle­
bert, o romancista da «Madarne Bovary», ses, sem falar no imortal Shakespeare, os
da «Salambô» e da «Tentação de Santo romancistas Walter Scott e Charles Dir­
Antão». kens, os dois Thomazes e historiadores

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl PÁG. 171

Carlyle Macaulay, os poetas Alfredo


e

Tennison e John Ruskin, pregador da «Es­


tética Moderna» e seu discipulo Oscar Wil­
§aroaroCtl J OCl
Casa São
l T JCtl J O Pedro
de, autor de' «Dorian Gray» e da «Bala­
DR
da do Carcere de Reading», e Lord By­
- -

ron, o maior gênio poético da Inglaterra. JACOB NICOLAU MUSSI


E o belga Maurice Materlink, célebre pe­
la «Vida das Abelhas». Na literatura alemã, § Grande sortimento de Fazendas
Miudezas
e Armarinhos

alem dos poetas máximos Goethe e Schil­ em geral


ler, tomavámos conhecimento sobretudo
com os filósofos Schopenhauer, o inimigo
das mulheres, Immunuel Kant, com a sua
-.- ITAJAÍ
critica da «Razão Pura», e Frederico
Nietsche o autor do «Superhomea» e do CtIJOCtIJOcmoCtlJOlcaOC��OC�lcaOC�O
«Assim falou Zarathustra ». E como poe­
...

ta, o rei da ironia, que eu já conhecia a­ Pansa. O notável tribuno Emilio Castellar,
través dos livros da pequena biblioteca o historiador Perez Galdós e outros no­
de meu pai, Henrique Heine. Mas, este não mes pouco familiares ao nosso meio. E
era sómente satírico, fazia também ver­ da América apenas um nome, e dos maio­
sos, como os do »Intermezzo» que o ele­ res, nos impressionava-Edgar Allan Poe.
varam à categoria do maior lírico da lin­
Aprendemos a recitar «O Corvo» do poe­
gua alemã ou talvez de todos os poetas ta trágico e dos contos tétricos e fantás­
do mundo civilizado. O «Interrnezzo» foi ticos.
traduzido por Gonçalves Crespo, marido
Voltemos ao que já haviamos come­
da escritora portuguesa Maria Amalia Vaz
çado: à literatura brasileira. Conhecidos
de Carvalho.
os mestres da lingua, entre os quais o
No domínio das letras italianas na­ grande A ntônio Vieira e os escritores e
turalmente ressaltava Dante Alighieri, o poetas do romantismo e do parnasianis­
mestre antigo e imortal da Divina Co­ mo, José de Alencar, Fagundes Varella,
média; os mais modernos chama varn-se Castro Alves, etc., ficámos presos em .'II;1a­
Leopardi, o Mansoni dos «Noivos» os poe­ chado de Assis, que o próprio Eça intitu­
tas Carducci e o extravagante e um tan­ lava o maior escritor da literatura bra­
to cabotino e dramatico, Gabriel d' A nnun- sileira.
zio. E
poesia adorávamos os poetas
na
Da Espanha admirávamos sempre a sublimes do nosso tempo, Olavo Bilac,
obra imortal de «Don Quixote da la Man­ Raimundo Corrêa, Alberto de Oliveira,
cha» de Cervantes, por ser, segundo dou­ Alvares de Azevedo e o nosso vate bar­
trinava o nosso mestre, debaixo da capa
riga-verde Luiz Delfino. Mas, por fim,
de sua sátira à cavalaria andante, uma tributávamos as nossas homenagens ao
síntese do Ideal a cargo de D. Quixote, e mestre do nosso mestre Cruz e Souza. -

do Materialismo na pessoa de Sancho E Tiburcio enternecia-se até às lágrimas,


louvando a obra do grande negro e len­
do páginas orquestrais da sua prosa e re­
citando versos de uma grandeza sublime,
que tocavam qualquer coração humano e
bem formado! Demonstrava-nos ainda
que Cruz e Souza era o mestre incon­
testável do simbolismo da língua portu­
guesa. Passados quarenta anos, hoje, todo
o mundo literário o reconhece, e chega­
se até a guindá-lo à altura do maior sim­

bolista das linguas ocidentais. Está visto


Rua Lauro Müller nr. 7
que a maioria dessa literatura nós não
ITAJAt -

SANTA CATARINA podiam os aprofundar, mas apenas sabia­


� mos através das conversas
esporódicas de
8Ct1JOCtIJOCUJOCtIJOCtIJOCtIJOCtIJOCUJOCIIJOCtIJO Tiburcio, do valor e das idéias dos auto-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl PÁG. 172

....................................•..............................•.•....••.. ....
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f: .: algodão
grossas
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e finas

algodão
e lã para
e

pa,a 'oot-ba11
crianças
homens, senhoras
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e out<os
Ataduras
e crianças
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Meias
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJA1 pAG. 173

res, afim de podermos depois pelo auto­ Souza, recitar versos e cantar melodias
didatismo tomar conhecimento melhor dos nacionais ou portuguesas, e, às vezes, a­
artistas das letras. Assim nasceu a mi­ companhavamos as serenatas, muito co­
nha biblioteca. muns naquela época, e nas quais tomava
Ninguém julgue, porém, que a nos­ parte tambem um conhecido nosso-Al­
sa convivência com Tiburcio de Freitas varo Cigarreiro-Alvaro Rodrigues da
consistia simplesmente em aprender por­ Costa-que tocava um instrumento tal­
vez desaparecido hoje-O Machete-. Ele
tuguês, francês e literatura. Não! Como
moços, êle sabia que necessitávamos de era de origem portuguesa e fabricava ci­

distrações e assim organizava divertimen- garros de palha ou papel, porque naquele

Fotografia tirada em 8 fevereiro de 1932, num festival


de esportivo do
Clube Náutico Almirante Barroso
l-Evaldo Willerding; 2-Abdon Schmitt; 3-Augusto Thieme Júnior; 4-Anibal Migueis;
5-Frederico Schlapkol; 6-Waldemar Oliveira; 7-Bruno Muller; 8-Gil Teodoro
de Miranda; 9·Nicacio Heusi; lO-José Fischer; 1l-Lionel Thieme; l2-Argeu Guerreiro;
l3-Afonso Strenzel; 14-0scar Muller; l5-Ricardo Kaulich; 16-Erico Scheeffer; l7-Antonio
Zaguini; l8-Rui Brandão; 19-Primo Uller; 20-Artur Melo; 21-Hernani Palumbo; 22-José Gall;
23-Adolfo Zaguini; 24-Paulo Palumbo; 25-Carlos Hugo Praun; 26-Afonso Zaguini;
27-Paulo Bauer; 28-José Reichert; 29-Jacó Mussi; 30-João Seára;
31-Carlos de Paula Seára e 32-0rlando Santos.

tos que não custavam muito dinheiro, tempo, fabricas de fora não faziam ci­
as

porque nós todos, inclusive o autor des­ garros, mas apenas forneciam papel, pa­
tas notas, não dispunham os de recursos lha e fumo para os cigarreiros da pro­
para grandes gastos. vincia. Alvaro era tambem dado ás letras
Nas noites de luar, por exemplo, Ti­ e afeiçoado à arte dramatica que exerceu

burcio nos convidava a um passeio pela em tempos passados, nas funções de pon­

cidade; especialmente pelo lado da Fazen­ to, ensaiador e contra-regra. De gênio


da, então a mais habitada zona da cidade alegre e irônico, Alvaro nos deliciava com
e de ruas mais largas. Íamos apreciar e os seus trocadilhos e piadas amorosas pu­

admirar «o clarão branco, lânguido, livido xando o seu cavanhaque e uma pera vis­
subindo do« montes», como dizia Cruz e tosa. Ele era avô da senhora do dr. Juca

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANuARIO DE ITAJA1 pAG. 174

Schmitt. Tiburcio ainda inventava excur­ Castro Alves: Escravo, enche essa taça!
sões ao domingos e feriados pelos mor­ quero espancar nuvem desgraça que
a da
ros das redondezas, além nos ares lentamente passa e meu ge­
especialmente da Cai­
xa
d'Agua, para contemplar embevecido e nio quebranta! Outras vezes, principal­
comovido as águas cantantes dos ribei­ mente noites ventosas e frias de um
nas
rões. E com o mutismo de um panteista, terral cortante, íamos visitar o botequim
êle adorava aquela linfa cristalina e, de Carlos Frederico Seára Junior, sito na
quando falava, era para exclamar a sua esquina, em que hoje funciona a firma
admiração de cearense, por aquele liquido G. Miranda. Anexa êle tinha uma fábrica
que êles não tinham no nordeste e cuja de gazosa de bolinhas que se fechavam e
abundância nós não sabíamos apreciar ... abriam com uma bolinha metida no ini­
Outras vezes, íamos fazer umas pandegas cio do gargalo, daí o nome de gazosa de
(naquele tempo ainda não se havia inven­ bolinha, mas nós não queríamos água ga­
tado o termo farra), para comer uma ba­ zeificada, desejávamos era engurgitar vi­
calhoada, na venda de Domingos Marque- nho no Porto nr. 4, uma marca que mi­
i, um dispenseiro desembarcado e que nha importava diretamente. E alí to­
casa
armára a sua tasca numa casinha, situada mámos, como dizia Antonio Amaral, uma
perto do atual prédio Malburg à direita tarrascada de amargas recordações. Cada
da rua Pedro Ferreira. Ali numa saleta um deitava o verbo, encara pitado num
dcs fundos, entravamos no bacalhau, pre­ meio alqueire, de boca para baixo, e ain­
parado pelo Marquesi e fornecido pelo da lembro que eu intitulei de reve­
me
Antonio Amaral, e bebíamos cerveja mar­ rendíssimos os ouvintes que eram apenas
ca Barbante, fria e
quasi gelada, que o quatro, os três da nossa roda e o Carlos
vendeiro ha via colocado no fundo de um Seára. O botequim mandávamos fechar
poço, que existia atraz da saleta. E quan­ para ninguem nos aborrecer: Reverendís­
do a bebida loirejava nos copos grossos simos: falava em mim então o subcon­
da taverna, Tiburcio começava a recitar ciente, como se diz hoje, lembrando que

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG. 175

eu deixára de ser frade franciscano.


Tiburcio ainda animava as festas do
«Grêmio 3 de Maio» que fôra fundado
rOCOlOGm()C(OOCI:OQCI:OQGm()C(OO
para comemorar as datas nacionais.
Quanto aos jogos de prenda, êle os a­
� ��:�!:::;:!!:�::::!!:!;:��;�
chava meio cacetes e pouco fracos para li­
namoros casamenteiros. E por isso,
� � &:J:�
gar
quando meu sogro Alexandre Justino Re­ � Fazendas, Roupas feitas,
gis, o velho Chandoca chamado, fundou
o Clube 20 de Agôsto, êle ficou tão � Armarinho e Calçados
entusiasmado que nos obrigou a mandar
fazer indumentária nova, um fraque
uma
� Roa Hercilio Loz N. 20 -:- ITAJAÍ
e uma cartolinha. Foi uma festa de truz,

abrilhantada pela banda da cidade.



OCl:OQCI:OQCI:OQCI:OQCI:OQCI:OQCI:OQCI:OQCI:OQCI:OQO

E' que se diga que o meu
preciso
sogro sómente se animou a fundar êsse havia menino Mário do Canto Libera­
o
clube, porque encontrou em casa do Sr. to, hoje diretor do serviço cambial do
Gabriel Heil que acabára com o Hotel, Banco do Brasil em S. Paulo. Mas, vol­
uma sala espaçosa capaz de comportar o temos ao «20 de Agôsto».
pessoal dansante da cidade. O Sr. Regis De fato este clube era um excelen­
havia sido demitido pelo governo Pru­
te catalizador para os namorados, e mui­
dente de Morais ou Campos Salles e alu­
to moço conseguiu ali firmar as bases
gára a casa grande do hotel para estabe­ para um conjugo vobis. Talvez fosse eu
lecer uma refinaria de açúcar mascavo e
tambem um dos interessados, pois alí
para as filhas poderem lecionar piano e morava minha namorada e filha do do­
a
o ensino primário. Uma das professoras
no da casa, conforme já acima ficou dito.
era a minha futura mulher e, entre os
Como era natural, todos tinhamos os nos­
discípulos de primeiras letras, lembro-me sos namoros, menos o nosso Tiburcio.
Quiz casar com duas itajaienses; a uma

delas dedicou

�=,,··=··o;,··""""··=··=<·<;l
«prosa em verso» en­
uma

cantadora, mas ambas recusaram. Confir­


mou-se o fato de que, a não ser o gran­

�1 PIQUININHO, II de Goethe, nenhum artista de pensamen­


to de valor, conseguiu ser compreendido
O ALFAIATE

e amado pelas mulheres.


�l





·
Além dos namoros e bailes havia
o MESTRE DA TESOURA
também as palestras e os «cavacos» (na­
·

�l

·


·
quele tempo ainda não se conhecia o ba­
te-papo) com algumas figuras interessan­

·

�l
tes da cidade, mais para colher impres­
·

DISPÕE DE VARIADO ESTÓQUE DE



·

·
·
sões da fauna humana e aprender a co­
· ·

·
CASEMIRAS. TROPICAIS E LINHOS

· nhecer os homens. Um dos nossos pre­
• •

diletos encontros era com o velho Botica,


· •
• •
· •

·


o maior farmacêutico de cidade. Emilio


da Cruz Coutinho, chamado vulgarmente

• " III TERNOS

• Emilio Botica, era português e tinha sua
botica numa casa velha da rua Lauro
tl
·


·

UNIFORMES IIIII
Muller que foi demolida para dar logar
ao prédio da Farmácia Sta. Terezinha.


Mais tarde, Emilio edificou um prédio pa­

ra a sua farmácia na
esquina da rua 15
·


• Rua Lauro Müller nr. 22 ·

de Julho com a Lauro Muller. Ele era um


· ·

• •
· ·

• •
• •
'Velho interessante e simpático, ostentan­
·

• ITAJAl -
S. CATARINA ·

·




• do um gorro de borla na cabeça, e in-

teiramente barbado






disse-nos que so­
-

• •

mente uma vez o barbeiro lhe puzera a

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ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PAG. 176

navalha no rosto e que êle tremera pen- cia da de minha mãe e, ao


casa
mesmo
Dizia-se resolvera
.

sando no perigo que correra. -

tempo, casar-me, uma vez que


com muito orgulho monarquista e assina­ a vida de solteiro se tornára insuportá­
"a o «Jornal do Brasil» Nós as vezes in­ vel. E dissolvemos o nosso
.

grêmio, con­
ti cavamos com ele por causa das nossas tando aquiescência do nosso gran­
com a

idéias republicanas e êle respondia: bela « de amigo que compreendia a nossa si­
coisa vocês fizeram exportando o velho tuação, e, si não fazia o mesmo, era
Imperador como uma saca de café». Não porque o amor fôra hostil e cruel ao
seu
acreditava nos remédios que vendia e di­ grande espírito. Continuavamos entre­
zia que tudo não passava de droga. Era tanto, ligados, embora não tão intima­
dono de oito esquinas da cidade, si não mente, a Tiburcio de Freitas, cujos tri­
me engano, e eu já
prevendo em mim os unfos em Itajaí nós acompanhamos com
ideais georgistas, fazia minhas restrições viva satisfação: a abertura de um
á acumulação de terrenos urbanos
grande
para colégio e depois a fundação de um jor­
não serem edificados. nal semanal e moderno-«O Novidades»­
rue respondia
de pronto: «Tolo é que teve fama em todo o Estado e fóra
quem põe bens ao luar». Enfim, o Emílio dele.
Botica fez epoca e deixou uma
grande E nós não desfalecemos na venera­
descendencia na família Coutinho que to­
ção ao grande mestre e
amigo, pois não
dos conhecem.
podiamos esquecer que Tiburcio de Frei­
Mas, a convivência intima entre o tas fôra o nosso inesquecível
guia espiri­
antigo mestre e seus discipulos, a ligação tual na Vida e nos fizera
compreender
mais estreita entre estas três verdades
o
amigo e seus com­ fundamentais:-
panheiros, devia terminar
um dia. O tra­ «Nem só de vive
balho de subsistência nos chamava e o­ pão o homem, disse
o
Apóstolo».
brigava a cuidar mais da vida material A arte é tudo, todo o resto é
«
do que de literatura. Antonio
Amaral mu­ nada,
dára-se para Florianópolis sentenciou Eça de Queiroz».
para colocar­
se no comércio da «O caráter é a metade do talento,
Capital. Eu mesmo, na a­

falt� de meu Arno que fôra ftrmou Antero de Quental».


o RIO,
�ão para
era
obrigado a assumir a gerên- ITAJAt-1949.
------���-------


••••••••

• •••••••

Itajaí está situada a 6 metros de altitude.


Situação geográfica: 26°, 54' 20"
longitude S; longitude
merediano de
Greenunch; 48°, 39', 34".

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 177

§ V ( II A\ II §
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJA! pAG. 178

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AntJal. !r.eteüa. -
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG.179

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Navegação e Despachos Importação e Exportação


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Estado de Santa Catarina -
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 180

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Bar e salão de Snooker de

ISRAEL JOSÉ TEDÉU


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Telefone, 183

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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NEREU CORR�A -

Visitando cidades do Sul do país


as a vencer uma das etapas mais difíceis da
numa viagem de estudos, durante a qual sua iniciati va. Alguns não se contenta­
reunia material para uma revista econô­ vam em remeter apenas um volume, mas

mica de que era diretor em Recife, o jor­ enviavam coleções completas, como o Sr.
nalista pernambucano Angelo Cibela gos­ Marcos Konder, seu Presidente de Honra,
tou da terra de Lauro Muller e aqui se a quem o Centro deve a maior contri­
demorou por mais de duas semanas. Ora­ buição entre os seus doadores. Hoje essa
dor de palavra fluente e colorida, dono biblioteca conta com 1.750 volumes, en­
de uma cultura geral admirável, não lhe contrando-se ali algumas obras preciosas,
como todos os volumes editados até agora
foi difícil, com tão peregrinas qualidades,
das obras completas de Rui Barbosa, as
cativar, de pronto, a simpatia dos itajai­
enses. Realizou aqui várias conferências coleções de Machado de Assis, José de
sôbre a vida do nordeste, e, ao cabo de Alencar, Humberto de Campos, Coelho
dias de permanência Neto, Eça de Queiroz, etc. Para o enri­
alguns em Itajai,
viu-se rodeado de um grupo de jovens quecimento da biblioteca, grande tem
sido a contribuição do Instituto Nacional
em cujo espírito havia lançado o fermen­
do Livro e do Instituto Brasil Estados -

to de umideal. Foi assim que nasceu o


Unidos de Florianópolis, sendo que êste
Centro Cultural de Itajaí, em 5 de de­
zembro de 1941. É verdade que nenhum último, além de várias obras em portu­
desses jovens conservou a flama que Ci­ guês, opulentou patrimônio bibliográfi­
o

co do Centro com uma preciosa coleção


bela lhes despertára com o seu entusias-
de obras em inglês dos mais afamados
mo, pois todos poucos foram aban­
aos
autores americanos antigos e modernos,
donando essa pequena seara do espírito,
sem falar na remessa, durante vários a­
uns por desinteresse, outros por disper­ nos, de um grande e variado número de
são. Mas vieram novos operarias que su­
revistas norte-americanas, hoje infeliz­
cederam aos primeiros, e a seara aí está,
mente interrompida.
nutrindo, com os frutos, que
seus são os
A biblioteca do Centro Cultural de
livros da sua preciosa biblioteca, as bo­
cas famintas
Itajaí tem prestado os mais assinalados
de cultura espiritual. serviços aos seus associados, principalmen­
É interessante verificar ométodo ini­ te a êsses jovens que não dispõem de
cialmente adotado para a formação da recursos para comprar livros e que ali,
biblioteca. O Centro, como era natural, com o sistema do empréstimo para lei­
não dispunha, no início de suas ativida­ tura em domicílio, têm a feliz oportuni­
des, de recursos financeiros para aquisi­ dade de escolher os seus autores favori­
ção de livros. Resolveu então dirigir um tos, ampliando, assim, os limites da sua
apêlo a todos os itajaienses, expedindo cultura.
centenas de cartas a pessoas residentes Mas as atividades da primeira Di­
aqui ou em outras cidades, solicitando a retoria do Centro, que tinha à frente um
doação de livros para a sua biblioteca. moço dinâmico, inteligente e impregnado
O resultado não se fez esperar. Decorri­ do mais sadio ideal, como era o sr. La­
dos alguns dias começaram o afluir, para ercio Cunha e Silva, atualmente exercen­
a sede do cenáculo, livros e mais livros, do as suas atividades na Capital Federal,
de tal modo que ao cabo de dois meses não se limitaram apenas a êsse setor. Foi
o Centro dispunha de uma biblioteca nu­ organizado também um programa de pa­
merosa, capaz de satisfazer às suas mo­ lestras cívicas e culturais, tendo sido con­
destas necessidades iniciais. Os itajaien­ vidados vários intelectuais da terra, como
ses, num belo gesto que revela a sua alta os Srs. Des. Dr.
Henrique da Silva Fon­
compreensão pelas coisas do espírito, sou­ tes, que falou sôbre o significado de uma
beram corresponder aos anseios dos seus iniciativa desse gênero num meio desser­
jovens conterrâneos, auxiliando-os, assim, vida de escolas secundárias como o nos-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 182

so; Pe. Tomaz Fontes, homenageado por


ocasiaodo seu jubileu sacerdotal, quando NEREU CORRtA nasceu em Tubarão em 18
de Julho de 1914.
foi saudado pelo nosso conterrâneo Dr.
Obrigado a interromper os estudos es­
Francisco Rangel em significativa oração; colares, entregou-se ao auto-didatismo com
Dr. José Muller, que discorreu sôbre o método e persistência.
seu passado Estudioso dos assuntos sociológicos, filo­
político; Genésio Lins, que
abordou um tema econômico numa pa­ sóficos linguisticos, conseguiu formar um
e
cabedal de cultura que, sem favor, o coloca
lestra bastante instrutiva; Nemésio Heusi, entre mais destacados intelectuais da nova
os

que discorreu sôbre a Liberdade Dirigi­ geração catartnense.


da; Marcos Konder em várias oportuni­ Possue estilo escorreito e temperado nos
moldes clássicos.
dades, e muitos outros de que no mo­ Tem escrito para a imprensa não só da
mento não nos lembramos, ai foram ou-
Capital do Estado, mas também para a do
vidos em sessoes bastante concorridas. Rio e Pôrto Alegre, ensaios e critica literá­
Mas além desses ilustres itajaienses, per­ ria. Possue U1n livro inédito sôbre «Temas
dos nossos tempos». Há vários anos é Pre­
lustraram a tribuna do Centro Cultural
sidente do Centro Cultural de Itajaí.
de Itajaí algumas
personalidades de alta Exerce o magistério secundáno como
projeção nos meIOS culturais do nosso professor de português do Ginásio Itajaí. t
País, como o Dr. Ivo d'Aquino, então funcionárió de administração da Direção Ge­
ral do Banco Indústria e Comércio de Santa
Secretário da Pasta do Interior e Justiça
Catarina S/A., npsta cidade.
do Estado, especialmente convidado
para O trabalho que estampamos nestas pá­
Inaugurar biblioteca do Centro; a Sra. a ginas foi entregu.e como matéria de re­
Ana Amélia Carneiro de dação, mas nós declinamos o nome do seu
Mendonça, ex­ autor para que êle figurasse na relação dos
Presidente da Casa do Estudante do Bra­ nossos colaboradores.
sil e poetisa largamente conhecida em
nosso país, o escritor
Roy Nash, que es­
creveu um excelente livro sôbre Bra­
o
beiro, Olga Praguer Coelho e Arnaldo
sil, o sociólogo Carleton Sprague Smith e Rebelo.
vários outros expoentes da moderna cul­ Feito êsse pequeno inventário de suas
tura norte-americana. O conhecido
publi­ atividades culturais, o leitor há de querer
cista catarinense, Sr. Ildefonso Juvenal
saber como VIve essa instituição cultural.
realizou ai uma conferência sobre o tema Até há um ano atraz, desde a sua fun-

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Biblioteca Pública de Santa Catarina
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ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG. 183

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IT AJAí -
SANTA CATARINA

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


o Centro de Saúde de Itajaí, sede do segundo Distrito Sanitário do Estado,
foi creado em 1938 e até o ano de 1945 compreendia todos os municipios do Vale
do Itajaí e mais o de Camboriú. Operando numa zona onde a febre tifoide era por
assim dizer, endemica, onde a verminose atingia 95°'0 da população escolar, e a ma­
laria era o flagelo das populações rurais, facil é
concluir-se o Esforço que os seus poucos funcioná­
rios tinham de desenvolver para socorrer as zonas
flageladas, que iam desde o mar até às encostas da
região serrana. tifo atingia uma des­
Sempre que o

sas zonas, quer se tratasse do interior do municipio

de Rio do Sul ou de uma desprotegida colonia de


pescadores situada na faixa marítima, era do Centro
de Saúde de Itajaí que saiam os socorros médicos
e as medidas profiláticas que deviam disimar o mal.

O povo poucas vezes tinha conhecimento des­


ses serviços, mas a verdade é que, com as medidas
de higiene postas em prática pelo Centro de Saúde
de febre tifoide que sempre foi
Itajaí, a extrema­
mente difundida em todas as zonas banhadas pelo
Itajaí ou seus afluentes foi diminuindo de ano para
ano, até ficar reduzidada a um ou outro caso isola­
do. A malaria, sem duvida mais dificil de debelar,
tambem encontrou combate por parte dessa unida­
de sanitária, até que o Governo Federal difundiu
entre nós o serviço especializado dessa molestia.
As verminoses, que tiram a vitalidade do es­

colar, foram sempre combatidas pelo serviço de en­


Dr. Benoni Laurindo Ribas demias rurais do Centro de Saude de Itajaí.
Diretor do Dep. Saude do E.tado Citamos apenas tres molestias, talvez as de
maior incidência para patentear as medidas acaute­
ladoras postas em prática pelo serviço estadual de saúde
pública, atravéz do Centro
de Saúde de Itajaí. Com a instalação do Centro de Saúde de Blumenau a
jurisdição '

da unidade com sede em Itajaí


foi ligeiramente reduzida e hoje
compreende os municipios de
Tijucas, Porto Belo, Camboriú,
Nova Trento, Brusque e Itajai.
Com serviços especializados de
Policia Sanitária, Higiene In­
fantil, Pré-Natal e Escolar, Ga­
binete dentário, serviço de com­
bate às molestias venereas, en­
demias rurais, visitas domicilia­
res, serviço intensivo de vaci­
nação, o Centro de Saúde de It a­
jaí pre ta relevantes serviços à
população, e faria ainda mais
e o povo estivesse me­
nosso

lhor educado no que se refere


à saúde pública. Posto de Saúde de Itajaí (em construção)

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 185

Dirigido desde a fundação pelo Dr. Ivo Stein Ferreira, um dos mais cultos e
estudiosos médicos de Santa Catarina, com curso de Saúde Pública pela Faculdade
de Medicina de São Paulo, além de várias outros de extensão universitária, como o
de radiologia, de psiquiatria. etc., s. s. tem prestado os mais relevantes serviços à
população desta cidade. Filho que é desse grande apóstolo da medicina que foi Pe­
dro Ferreira, o Dr. Ivo, quer como médico chefe do 2°. Distrito Sanitário, quer como
Diretor do Hospital Santa Beatriz ou na sua clinica particular, sempre encontra uma
maneira de não cobrar a consulta, de prestar os
seus serviçcs gratuitamente.
Quem o conhece melhor, sabe da justeza des­
ta afirmativa. Tradição de familia, talvez. Assim era
o seu ilustre pai, assim é o filho.
A frente do segundo distrito sanitário tem sido
incansavel vida de sanitarista. Alheio às con­
na sua

venções sociais, aos previlégios de classe, êsse mé­


dico que soube se fazer sinceramente estimar por
uma população inteira, talvez não seja muito bem
compreendido pela chamada «classe alta».
E isso porque os seus amigos mais intimas vai
ele buscá-los entre a gente simples do povo.
A frente do Departamento Estadual de Saúde
Pública temos o Dr. Benoni Laurinda Ribas, a cuja
competencia tecnica se deve a reestruturação dcs
serviços sanitários em todo o Estado. Moço ainda,
a sua ação nesse setor das atividades estatais tem
sido das mais proveitosas Ao seu interesse deve-se
em grande parte a construção do moderníssimo pré­

dio para o Centro de Saúde desta cidade, já em fase


de acabamento e cuja falta muito entravava o me­
lhoramento dos serviços de saúde de Itajaí, funcio­
Dr. Ivo Stein Ferreira nando como se acham em edificio antigo e inadequado.
Chefe 00 2,0. Dil,trito Sanitário O corpo de funcionários do Centro de Saúde
de Itajaí e tá assim integrado: Médico Chefe, Dr.
Ivo Stein Ferreira; Médico Chefe do Serviço de Higiene
Infantil, Dr. José Bahia Spinola Bittencourt; Dentista,
Argemiro Alfredo de Noronha; Auxiliar de laboratório,
Zoê Stela Silva; Vestitadora, Ruth Silva Elpo; Guardas
Sanitários, Felix Gaya, João José Duarte e Abe ardo Cos­
ta; Atendentes, Maria Gued€s Reis e Izabel Vieira; Au­
xiliar da Secretaria, Lucina Tavares Lazzaris e Auxiliar
de serviços internos, Leontina Santos.
Tendo sob sua j urisdi ção uma vasta zona e dispon­
do para atende-la apenas de 12 dedicados funcionários é
perfeitamente compreensivel qualquer deficiência que o
serviço apresente. Deve-se ter em conta, porém, a bôa
intenção, o desejo de servir e o propósito de contribuir
para que os homens de amanhã não transmitam por in­
teiro esse fardo de deficiências físicas que receberam
das gerações passadas.
Disse num dos seus discursos o Sr. Chefe do 2°.
Distrito Sanitário «que o cuidado com as nossas crian­
ças e o melhoramento físico do nosso povo era a mais
eficiente e segura maneira de valorizar o capital humano».
E esseprograma o Centro de Saúde vem realizan- Dr.José Bahia Bittencourt
do, lenta mas continuamente. Muito mais ainda poderá Chefe do Senl�o de Higiene Infantil
realizar na sua nova sede prestes a ser concluida. do (entro de Saúde de ItaJai

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAc. 186

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MATRIZ: -
São Francisco do Sul
Caixa Postal, 43

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Filial: -
ITAJAí -
Rua Lauro Müller nr. 72
Telegramas: MARITIMA
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Caixa Postal, 79
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Telefone, 209 ..

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Sub-agência em
Florianópolis
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Agência de Vapores, Despachos e Serviços
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correlatos
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Pátios, Armazens
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Trapiches próprios.
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Linhas regulares para Estados : :

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Unidos, ..
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Canadá, Uruguai, Argentina, ..

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Europa, Mediterrâneo, Africa do Sul


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Aceitam-se grandes volumes de


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outro qualquer destino. ..

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Dentre os
vapores estrangeiros que fazem linha : :

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Ayres constam os de ::
bandeira panamenha «Nadin» e «Mimosa»
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que aparecem
1.1.
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 187

SOCIAIS


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Senhorita
Wanda M. Pereira
filha do casal Sr. José
Máximo Pereira Sra. Aracy-

Muller Pereira.

Senhorita
Maria Julia Miranda,
eleita -Miss Bloco dos XX
1949-.

Senhorita
Leocadia Marthendal,
funcionária da Direção
Geral do -INCQ •.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 188

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BélJ.qia e B,aue(J.,
liLJuu d4 C44at �. &lclJ.
B.� -
B.ta.. J.eUltinha,
(j>.IJ.tUUI, g.c.he.e/Iâ.

2enL,
f.iihinha, drJ cadai g�. f'}wJ.al.da
1).etrJ.ie -
BJta,. ':lefia $e.tna.t­
du 1).etaie.

B.éJtr;i4, edJ(J. e :JJea�,


f,i.lJuJ.J. M. C4r!aR. g�. CJ.u.id4 ?KiJr.anda -
g�. �.tene
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PÁG.189

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ARTIGOS FINOS -

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Rua Hercilio Luz, 18 Telefone, 153 I

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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Não
poderíamos deixar de incluir no deram menos na escola
que observando
nosso «Anuário» algumas palavras a res­ as revisões, os acréscimos e cortes dos ar­
peito da Impressora Aurora Limita�a, sem tigos e compunham.
notas que
favor o melhor estabelecrmento
maior e A qualquer desses dois profissionais
gráfico desta cidade. se poderá entregar um original sem reler,
E para que se conclua do que pode porque eles nunca chegaram ao automa­
a iniciativa privada tismo que faz do tipografo comum um
quando orientada pro­
gressivamente e entregue a quem possa simples «copiador» de textos para a le­
dirigi-la com proficiência, contaremos co­ tra de imprensa.
mo começou esta E como empregados, ambos exerce­
emprêsa:
Paulo Willerich e Julio Silva Perei- ram a profissão por mais de 25 anos.
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Vista parcial da secção de máquinas


ra são dois gráficos que pela perfeição Nesse tempo, embora anonimamente, co­
que atingiram na sua arte se distanciam laboraram de maneira decisiva em quasi
um pouco do comum dos tipografos. todcs os grandes empreendimentos
Nãolimitaram somente a apren­
se
jorna­
listicos que se levaram a efeito em
der a caixa de tipos, Itajaí.
manejar o compo­ Vamos encontrar Paulo Willerich e
nedor e alinhar mecanicamente as letras Julio Silva Pereira dando forma ao «A­
de forma.
nuário de Itajai para 1924», compondo
Desde a meninice exercitando-se nes­
artigos anuncias
e
para os jornais «No­
se mister, assim não renegaram a
mesmo
vidades», «A União», «O Comércio», «O
profissão aprendendo apenas o extrita­ Pharol» <Itajai», «Jornal do
mente indispensaval para ser um «hábil Povo», sen­
do que destes dois últimos
ocuparam o
tipografo», pois em geral a monotonia do cargo de gerente por vários anos, além
trabalho tipografico não dá ânimo a maio­ de muitos outros
'res aprendizados. jornais e da revista
«Rubro Azul». Ainda
Muito pelo contrário. Foram aumen­ agora, quando nos
propuzemos lançar este «Anuário» foi a
tando os seus conhecimentos, não só da
ambos que recorremos na certeza de
profissão propriamente dita, mas também que embora não tivéssemos a
da lingua portuguesa, que ambos de fazer obra
pretenção
apren- perfeita, era na sua tipo-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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Um estabelecimento modelar 4 *
de - -
artes gráficas
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grafiaque se poderia alcançar o melhor. gosto, saber distribuir a matéria, escolher


Mas o desejo de os jogos de tipos mais apropriados para
emancipação eco­
nômica levou ambos a estabelecerem se cada forma de serviço. Não fora isso e o
com oficina própria, emprêsa que levaram serviço tipográfico não seria uma arte,
a cabo em 1945, ao fundarem a já hoje mas um simples trabalho mecânico.

vitoriosa Impressora Aurora Limitada. Talvez por êsse motivo que na «Im­
Era um grande arrojo para dois mo­ pressora» todos os serviços de maior res­
ços que não dispunham de nada mais que ponsa bilidade são executados pelos pro­
um sincero desejo de vencer, aliado a so­ prietários que ao envéz de se estabelece­
lidos conhecimentos da profissão que a­ rem para «descansar», como tão comu­
braçaram. mente acontece, pelo contrário, nunca a-

Vista parcial da secção de máquinas


E do sucesso dêsse empreendimento bandonaram o trabalho diário, como se
pouco precisará
se dizer. Começando com ainda fossem simples operários.
alguns quilos de tipos e 3 máquinas de E nunca a ganância dos lucros co­
pequena produção, 2 manuais e 1 movi­ mercializou inteiramente as iniciativas des­
mentada a pedal, a Impressora Aurora sa emprêsa. Não fôra isso e não poderia
Limitada, em menos de 4 anos transfor­ ter circulado este «Anuário» cujo demora­
meu-se no maior estabelecimento do gê­ do tempo de confecção, o elevadissimo
nero Itajai, dispondo atualmente de
em preço do material empregado exigiu da
4 máquinas elétricas moderníssimas e 3 Impressora Aurora sacrifício de materia
manuais, além de 9 máquinas auxilia­ mais lucrativa e menos trabalhosa.
res para diversos fins, com uma capaci­ É por isso que nestas linhas deseja­
dade de tiragem de 40 mil impressos diá­ mos deixar registrados os nossos sincero

rios, 1 guilhotina semi-autornatíca, mais agradecimentos a Paulo Willerich e Julio


de 100 fontes de tipos dos mais variados, Silva Pereira, a cuja paciencia e bôa von­
grande sortimento de papel, etc. tade temos recorrido diàriamente, anima­
A preferência do público desde logo dos do propósito de dar a Itajaí um tra­
tornou-se manifesta. Porque não basta e­ balho de feição material à altura do seu
xecutar o pedido, é preciso fazê-lo com progresso.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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HEV OLET J)

RÓPRIA -.- OFICINA MECÂ"IC


posa rios revendedor s os produtos da

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 193

«SOCIEDADE MUSICAL GUARANI»


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.
Uma das mais populares instituições velho conterrâneo e competente maestro
de Itajaí é, sem dúvida, a «Sociedade Mu­ -como sub-regente.
sical Guarani». São atuais dirigentes os Senhores
Fundada em 8 de Maio de 1942, ela Orlando Campi, como regente, e Calixto
vem prestando à nossa terra inestimáveis Pedrini, tambem nosso conterrâneo e a­
serviços, quer difundindo a arte musical praciado musicista, como sub-regente.
entre a nossa mocidade que acorre, sem­ A «Sociedade Musical Guarani», a­

pre com visivel proveito, às aulas manti­ pesar das dificuldades de ordem financei­
das por essa associação, quer abrilhantan­ ra inerentes à sua manutenção, vem a­
do as nossas festas cívicas ou religiosas, tendendo galhardamente à finalidade para
dentro da sua finalidade de engrandecer
que foi fundada e, bem assim, correspon­
a nossa terra. dendo à expectativa de todos aqueles que,
Deve-se a existência dessa organi­ com o seu eficiente auxilio, propugnam
zação à persistência constante de abne­ pelo progresso e continuidade da nossa
gados cidadãos, como Lito Seára, Abdon banda musical, dentre estes a Prefeitura
Fóes, Adernar Garcia, Manoel Gaia, Se­ Municipal de quem a referida entidade
bastião Vieira, seus fundadores, e mais recebe, desde a sua fundação, determina­
uma pleiade de entusiastas mantenedores da subvenção mensal.
da nossa «Guarani», como Paulo Bauer, Formulando estas linhas a respeito de
Genésio Lins e outros. tão util e simpática instituição, consigna­
Foram primeiros dirigentes da Ban­ mos aqui o nosso sincero aplauso a todos

da Musical Guaraní os Senhores João A­ aqueles dirigentes ou musicistas que tra­


- -

fonso de Oliveira e Edmundo Cunha, a­ balhando em pról da nossa «Guaranív.pro­


quele como regente e este último-nosso pugnam pelo engrandecimento de Itajaí.
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Máquinas de somar «Victor» ii
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Cofres e Material de Escritório H
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II Serviços Aéreos «Cruzeiro do Sul» H


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11 Aviões diários para o Norte do país e às quintas-feiras �1


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e domingos para o Sul. H
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Rua Dr. Pedro Ferreira nr. 43 H..

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ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAc. 194

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o,

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


Posto de Puericultura «Antonieta Gallotti»
Itajaí, mantido pela Legião Brasileira de Assistência,
o Posto de Puericultura de
tem prestado inestimáveis serviços à população pobre de nossa cidade.
Com efeito são centenas de crianças que diàriamente recebem dessa instituição
o alimento que a sua condição de desamparados da sorte não lhes permite adqui­
rir. O Posto de Pue-
ricultura, porém, es­

clarece muita
com

justiça que êsse be­


nefício não d eve
ser recebido como
um favor por parte
dos seus matricula­
dos, mas sim como
uma do
retribuição
Estado à contribui­
ção compulsória feita
pelas classes mais
bem aquinhoadas.
Mas a verdade
é que o Posto de Pue­
ricultura de Itajaí tem
sabido aplicar êsse
dinheiro, fornecendo
aos pequenos fre­
quentadores uma a­

limentação sadia e ci­


entificamente dosada.
Sra. Antonieta Gallotti
Dr. Ilmar Corrêa Dirigido pelo Dr.
José Bahia ex-Presidente da Comissão Estadual
.

Presrdente da L.B.A. em
, .

S. Catarina
Spinola da L B. A.
Bittencourt, médico
puericultor de reco-
nhecidos méritos, com curso especializado no Departamento Nacional da Criança, cons­
titue essa instituição uma obra de benemerência que se recomenda pelos serviços que
vem prestando à comunidade
itajaiense. Independente da a­
limentação que distribue gra­
tuitamente infantes pobres
aos

inscritos, o Posto de Puericul­


tura, assiste a criança desde a
fase post-concepcional, através
de exames periodicos e tra­
tamento da gestante, dietas
alimentares, ccnselhos de hi­
giene, etc.
E esses serviç s são pres­
tados sem distinção a toda se­
nhora que procurar o posto, não
interessando a sua situação e­
conomica.
Para se avaliar o trabalho
desenvolvido pelo Posto de Pue­
ricultura, cuja direção nesta ci­
dade está a cargo de um mé­
dico que alia à sua competên-
Sr. Paulo Bauer cia profissional o seu espirito Dr. José Babla S. Bittencourt
Presidente da (omlsslo Municipal dalBi bem formado atendendo sem Diretor do Posto de Puericultura 10,,1

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl PAG. 196

di tinção o êle recorrem, quer na sua repartição, quer na sua clínica parti­
que a

cular. pa amos a dar alguns dados do movimento do


Posto de Puericultura de Ita­

jaí, no ano de 1948: matriculadas, 98; recebendo alimentação, 98; número


Crianças
de mamadeiras fornecidas, 499.115; matriculadas no ser­

viço pré- natal, serviço de higiene infantil, 288.


144 e no

A seguir, com prazer publicamos o bem elabora­


do trabalho do Dr. Ilrnar Corrêa, ilustre Presidente da
Legião Brasileira de As istência, de Santa Catarina, a cuja
cultura e dinamismo se deve o desenvolvimento que a
L. B A. alcançou em nosso Estado.

Porque se chama «Antonieta Gallottí» o Posto


de Puericultura de Itajaí
«Quando Senhora Antonieta Gallotti assumiu as
a

funções de Presidente desta Comissão Estadual, já não

Dr. AfGDS{) Celso Liberato


( ele do SerYlfo pré-natal do
POlto de Puericultura

nos encontrou
lá, onde, desin­
teressadamente, prestámos, du­
rante toda a gestão Beatriz Ra­
mo , o mais desvalioso auxilio.
E, durante os poucos me- Prédio do Posto de Puericultura de Itajaí

ses que esteve


à frente da Co­
missão Estadual,
a Senhora An­
tonieta Gallotti
jamais no viu

ali. Propo itada­


mente no aías­
támos, para que
a ilustre dama
e colhe se dire­
tores de ua con­

fiança. N i n
-

guem, portanto,
mais à vontade
do que nos, pa­
ra dizer porque

solicitamo ao

Conselho auto­
riza ão para dar­
Concorrentes do Cone urso d e mos ao Po to
robustez infantil de
Outubro de 1948 de Puericultura

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJA! PÁG. 197

de Itajaí, o nome de «Antonieta Gallotti». E nós, que sempre fomos apaixona­


A época em que a nobre dama as­ dos pela Legião Brasileira de Assistência
sumiu o cargo, ninguem conhecia os des­ e que não julgávamos nem pretendiamos
tinos da Legião Brasileira de Assistência. a honra de a substituir um dia no timão
Criação da Senhora Darcy Vargas, do barco, acompanhamos, distanciados das
parecia que desapareceria na voragem lides rotineiras, a atuação da sua supre­
das reformas, e por isso houve, em quasi ma dirigente no Estado.

todo o Brasil, um movimento de «reco­ Pela preservação do programa Bea­


lhimento», onde a iniciativa cedeu lugar triz Ramos-que tem sido o nosso escô­
à espectativa-natural-sôbre os destinos po-pelo amor que dedicou à Causa Le­
dessa gloriosa instituição. gionária em Santa Catarina, pelo estímu­
Dona Antonieta Gallotti, sem alar­ lo que emprestou aos trabalhos da-Legião
des, com uma simplicidade e uma natu­ BrasileIra de Assistência, a Senhora An­
ralidade, que sabe ser apanágio dos gran­ tonieta Gallotti se fez credora do nosso
des corações, assumiu a presidência des­ mais profundo respeito. E desse, damos
ta Comissão Estadual, e, como era de desvalioso testemunho, quando ligamos o
prever, se fez digna da sua ilustre ante­ seu nome ao da L. B. A. em S. Catarina.

cessora.A obra de Dona Beatriz Ramos Porque os corações bem formados,


não sofreu solução de continuidade. E ao como o do nome doado a esse Posto, não

programa que esta delineára, aquela em­ podem e não devem ser esquecidos pelos
prestou apôio econsideração. catarinenses».
Tocou o coração dos catarinenses
verificar que Dona Antonieta Gallotti, se Ao encerrarmos estas notas deseja­
fez legionária de verdade. É que à sua mos agradecer gentileza da Sra. Orlan­
a

formação espiritual e moral de Mãe Bra­ dina Brito, competente e dedicada admi­
sileira, não poderia ser estranho o pro­ nistradora do Posto, que gentilmente nos
grama de Assistência à Maternidade e à forneceu os apontamentos aqui publi­
Infância. cados.

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«Stand» de trabalhos manuais da Sra. Branca


Dutra Zaguini na la. Exposição de Flôres,
Artes e Indústrias de Itajaí, realizada
em Novembro de 1948

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


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CIirt8s eDil técnico especializada

1115 e rmazens próprios


11/12 -

RI Bllllenau Drs. 102/104


Cai a Postal nr. 36
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Telefone Dr. 212

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ASILO DOM BOSCO
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O Asilo D. Bosco, fundado em 1936, como atestado doloroso da nossa pou­


um

a-pesar-de ser uma das instituições cujo ca caridade, ou talvez mais acertadamen­
funcionamento mais urgência requer, pa­ te, da nossa maneira pouco racional de
ra abrigar uma centena de desvalidos que praticá-la.
perambulam pela cidade, até hoje não pou­ verdade itajaiense dá
Porque na o
de concluir a sua séde. esmolas auxilios a
e quantos lhe peçam,
Os seus dirigentes entendem e com mas com isso não soluciona nem o pro­
justas razões que para obra de tão ele­ blema da mendicância nem o da velhice
vadas finalidades sociais não devem an­
desamparada. Sómente o Asilo poderá so­
dar pedindo e implorando auxílio, porque lucionar parcialmente êsses males da nos­
êste deve ser levado pelo proprio povo sa comuna.
com a simples espontaneidade de quem Esse asilo que é do es­
o produto
cumpre uma obrigação, minorando o so­
forço indescontinuado de meia duzia de
frimento dos seus irmãos mais desampa­
pessoas de boa vontade.
rados.
E essa ajuda tem chegado, é verda­
João por exemplo, ha treze
Cesario,
anos que vem lutando por essa obra co­
de, mas com extrema morosidade, de for­
ma que a construção do seu imponente e
mo seu provedor. Nem a pobreza das
ofertas, nem a distância da obra evitaram
amplo edifício, localizado na Vila Fiuza fosse diária­
que João Cesario Pereira
Lima, vem se arrastando ha mais de dois
mente à construção que já se prolonga
lustros preterida por obras SOCIaIS que,
embora tambem úteis, não podem ser por uma dezena de anos.
Como êle a senhora Rosinha
Souza,
postas em pé de igualdade com as al­
truisticas finalidades do Asilo que virá dar quer pela imprensa quer pela palavra fa­
um lar aos nossos pobres e invalidos.
lada e pela ação, tem batalhado pela con­
Felizmente tudo indica que a cons­ clusão da séde do «Jovem Velhinho».

trução da sua séde terminará em 1950, José Corbeta, Adernar Garcia e La­
graças em parte à valiosa contribuição de ercio Malburg, todos êles da Diretoria do
Cr$ 100.000,00 feita recentemente pelo Asilo, são nomes a quem a sociedade ita­
Govêrno Federal e à anuidade de Cr$ jaiense muito deve pelo que vêm reali­
30.000,00 tambem destinada pela União zando em favor de uma obra que, sobre
paro identico fim. vir resolver um dos mais angustiosos pro­
Serão 150 pobres que poderão ser blemas municipais nos redimirá de uma
abrigados no Asilo D. Bosco, reduzindo, dívida de honra qual seja a de amparar
sinão eliminando, a mendicância ambu­ aqueles a quem a sorte foi adversa, e que
lante que diariamente passeia as suas e na luta pela vida cairam antes da última

as nossas miserias pelas ruas da cidade, batalha.

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Rua Pedro Ferreira, 31
(Ao lado do Tabelião Brito)

ITAJAt -

SANTA CATARINA

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
OI ANUARIO DE ITAJAl pAG. 198

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAt pAG. 201

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl pAG. 202

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


�PODER JUDICIÁRIO EM ITAJAí CIJlO
Ct/JOCIlXJCIlXJCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOC/IJOC//IOCUlOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JO

Ct/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCIJlOCIJlOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JOCt/JO

A de Itajaí foi creada por


comarca motor adjunto, sr. Camilo Nicolau Mussi;
lei estadual de Julho de 1868 e instalada Delegacia Regional de Policia, com juris­
em 5 de Agosto do mesmo ano, tendo si- dição nos municípios de Carnboriú, Itajai
e Brusque, a cargo do Dr. Arí Silveira;
e os seguintes Cartorios: Cível, eleitoral,
comercio, 1°. tabelionato e registro de
imoveis, titular Dr. Aldo Mário de Almei­
da; orfanologico, ausentes, residuos e 2°.
tabelionato, titular Damasio Umbelino de
Brito, exercido presentemente pelo Sr.
Eurico Krobel; Crime e Feitos da Fazen-
da, titular, Arnou Teixeira de Melo; Re­
gistro Civil, Titulos e Documentos da se­
de do distrito, titular, Arnaldo Heusi. E
mais os seguintes cartorios distritais: Pe­
nha, titular Manoel Henrique de Assis;
Luiz Alves, titular Anibal Gaya; Ilhota,
titular Pedro Teixeira de Melo. No mu-

nicipio de Camboriú: Cartorio Distrital,


titular Gui Angelino Vieira.
Em Camboriú há uma Delegacia de
Policia e em todos os distritos da Comar­
ca uma sub-delegacia.
Os exercem li­
cartorios municipais
mitadamente as atribuições de tabelionato.
Há tambem em cada distrito um Juiz
de Paz.
DR. EuoBNIO TROMPOWSKY TAULOIS FILHO
MM. Juiz de Direito

do seu primeiro Juiz o Dr. Joaquim da


Silva Ramalho.
Antes desta data Itajaí estava subor­
dinado á Comarca de São Francisco.
Por decreto de 4 de Fevereiro de
1880 a Comarca foi suprimida e nova­

mente subordinada ao termo de S. Fran­


cisco, sendo restabelecida em 30 de Mar­
ço de 1881 como Comarca de primeira
entrância. Foi reinstalada em 5 de J anei­
ro de 1883 pelo magistrado Dr. Antonio
Ferraz da Motta Pedreira.
Em 1898 foi elevada a segunda en­
trancia, categoria que foi confirmada por
leis de 1911 e 1915, sendo po teriormente
elevada à terceira entrancia que é 8 atual.
O Poder Judiciário na Comarca es­
tá assim constituido: Juizado de Direito,
a cargo do Dr. Eugenio Trompowsky Tau­

lois Filho; Promotoria Pública, a cargo do


Dr. Delfim Pádua Peixoto; Juizado de DR. DELFIM PÁDUA PEIXOTO
Paz, a cargo do Sr. Vitor Zaguini; pro- DD. Promotor Publico

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 204

CAIXA POSTAL, 16 -
END. TELEGR.: .PAPEL.

Rua Blumenau s/nr. (Barra do Rio)


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ITAJAI -
Estado de Santa Catarina -
BRASIL
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Vista parcial da fábrica


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FABRICAÇÃO
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DE PAPEL NOS SEGUINTES TIPOS: · .

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Manilha em várias côres e na côr natural ..

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Fósforo -

Macarrão -
Charuto -
Jornal -

Herva.Mate 11
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Kraft
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em várias côres -
Sulfite -
Manilhinha Especial
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Sêda em várias côres e Cristal .,


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ANTE R[Pft[S[NTAlTES [M TODAS AS PRINCIPAIS CIOAIlfS 00 PAis
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


SOCIEDADE GUARANi
A Sociedade Guaraní, a mais tradi­ sidente Sr. Genésio Lins «a construção do
cional e seleta associação recreativa de novo edifício é uma divida de honra que
contraimos com os que nos antecederam
Itajai, foi fundada em 1897 como clube
carnavalesco. Sómente em 1906 é que to­ e que dentro das suas possibilidades nos
fei­
mou o carater que conserva até hoje. legaram o que de melhor podiam ter
Empreendimento grandioso para a to no seu tempo».
A sua atual Diretoria está assim
época essa sociedade tem mantido atra­
vés dos anos sua tradição de sociabilida­ constituida: Presidente, Genésio Miranda
de do itajaiense. Lins; vice-presidente, Abdon Fóes; 1°. se­
Mas a sede ainda em uso, se foi cretario, Arno Mário Heusi; 2°. secreta­
do Ita- rIO, Paulo Malburg; 1°. tesoureiro, Eváldo
um arrojo para as possibilidades

A velha e austera sede do «Guarani»

do começo do seculo, já hoje não pre­ Willerding;2°. tesoureiro, Mario Uriarte;


jaí
enche as suas necessidades mais imedia­ orador, Paulo Bauer; bibliotecário, Ru­
tas. E porisso os seus atuais dirigentes bens Almeida; Conselheiros fiscais: Nelson
estão construindo novo e grandioso edi­ Heusi, Francisco Evaristo Canziani e Ar­
fício para a mesma. naldo Heusi.
Esse prédio, que localisa à rua
se Cabendo a esta diretoria uma das
Hercilio Luz já se acha em adiantada fa­ gestões de maiores responsabilidades na
se de execução e é pensamento dos a­ vida social do «Guarani» em virtude das
tuais diretores dar a obra concluida breve. obras de construção da sua nova sede e­
Não têm sido pequenas as dificul­ xigirem grandes recursos, é verdadeira­
dades para reunir fundos para tão avul­ mente elogiavel a coragem com que se
tada obra, que orça em mais de um mi­ lançaram à emprêsa, de forma que a no­
lhão de cruzeiros, mas a bôa vontade dos va construção não sofra solução de con­

seus dirigentes e a cooperação dos seus tinuidade.


associados têm permitido que, embora de­ E assim o simpático clube fundado

vagar, a construção da nova sede prossiga. por J oca Brandão e outros vem manten­
Como muito bem disse o seu pre- do a sua tradição de meio século.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANUÁRIO DE ITAJAI pAG. 206

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11.1

FRITZ BUDDEMEYER
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FÁBRICA DE MÁQUINAS PARA TECELAGEM

TEARES

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Itajaí -
Santa Catarina -
Brasil

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


I�A\II)II<O 1()llflJ§<O�A\ IIIA\JIA\lí ••••

A Rádio Difusora Itajaí foi fundada as demais interior, a Radio Difu­


do
em 1942 e funcionou em caráter experi­ sora Itajaí, mesmo assim, tem levado
mental até 1947, ano em que recebeu o aos nossos receptores varias peças de ra­
seu prefixo-ZYK-9. A estação primitiva dio-teatro, transmissões esportivas, con­
era constituída de um minúsculo trans­ juntos regionais, musicas selecionadas, etc.,
missor de onda local e os seus estu­ ou seja o maximo que permitem os nossos

dias eram localizados na se­ exíguos recursos.

de da Sociedade Guaraní. Em Realiza tambem pro­


1947 foi definitivamente ins­ gramas de auditorio, noticia­
talada na atual sede sendo ria, sociais, esportes, etc.
equipada com um moderno Não é facil a manuten­
aparelho de 100 watts. Os
ção de uma pequena estação
testes com a nova aparelha­ de rádio e daí o ser elogiá­
gem provaram que em ho­
vel a tenacidade e o esforço
ras de menor interferência o
de Dagoberto Nogueira a cu­
seu alcance atinge todos os
estados do sul do Brasil, ten­ ja persistência se deve a ma­
do sido captada até na Ba­ nutenção da «imprensa fala­
da» nesta cidade.
hia, conformeprovam cartas
de ouvintes deste último Es­ A principio poucos acre­

tado. ditavam na sobrevivência da


Desde a fundação
sua estação que era, no ver de
é dirigida pelo Sr. Dagober­ muitos, uma tentativa por
to Nogueira, pioneiro da rá­ demais arrojada para o nos­

dio-difusão em Itajaí, sendo DAGOBERTO NOGUEIRA conservador am­ so modesto e

que a parte técnica da nossa DIRETOR biente provinciano, onde ape­


emissora está a cargo do Sr. nas o jornal semanário tinha

Adolfo de Oliveira Júnior, a quem se de­ possibilidade de manutenção. Mas o ampa­


ve a construção do transmissor primitivo. ro do comércio e da indústria a êsse sis­

O seu corpo de funcionários está as­ tema de propaganda insistente e contínua


sim constituido: Srtas. Hilda e Irene Sou­ possibilitou o
za, locutoras e auxiliares de secretaria; fu nc ia na me nto
Adolfo Pereira, da nossa já in­
técnico de som; dispensável Z Y
Amaurí de Sou­ K 9, cujos pro­
za, a uxilia r da gramas são o

técnica de som; «alimento» dos


Sebastião A. dos mil e pouco rá­
Reis, Ribeiro da dias receptores -

Luz e Hermo­ da cidade e do


genes Ramos, lo­ interior do rnu­
cutores; Ada­ nicipio. Dispon­
mastor de Oli­ do de um peque­
veira, encarre­ no, mas bem
gado do Depar­ montado estudio
tamento Espor­ e um auditório

tivo; Orlando anexo, bem co­


Fóes, encarrega­ mo outro audi­
HILDA SOUZA Locutora
-
do do programa tório de grande IRENE SOUZA Locutora -

Noticias do Dia capacidade para


e Ubaldino João da Costa, encarregado programas populares, a Radio Difusora Ita­
do Posto de Transmissão na Vila Operaria. [aí vem cumprindo o programa que traçou
Atuando numa cidade de pequenas de oferecer à nossa cidade o maximo que
possibilidades artísticas, como são todas fosse possível em materia de «broadcast».

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt PÁG. 208

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CAIXA POSTAL, 12 END. TELEGR.: .HOFFMANN. ·

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Estado de Santa Catarina -
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AMASSADEIRA DE PÃO
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Confecção de máquinas para Indústria, Lavoura, Parques de ..

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Diversões, etc. ..

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Peças fundidas em ferro e metal.


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ESPECIALIDADE: n
Motores a óleo crú ;E
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Consêrto de q ualq uer motor Diesel e de outros tipos a
óleo crú :'. �
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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


C/lX)C/JX)
C/IX) COLÉGIO SÃO JOSÉ
08tllOClDOC/IX)C/IX)C/IX)C/IX)C/IX)C/IX)C/IX)�CIQOCIJJ'::X;//
C/lX)C/IX)C/IX)C/IX)C/IX)C/IX)OC��ac����

Em 1941, aochegarem as Irmãzinhas impresso. A boa vontade, porém, de ele­


da «Imaculada Conceição» em Itajaí, era mentos dirigentes, venceu, provisóriamen­
a atual Escola Normal «São José» um te, a dificuldade e assim, em Junho de
Colégio Paroquial, com os seguintes cur­ 1942, saem vitoriosos os dois primeiros
sos: primário e complementar. números: Departamento de
um para o
Em 1945 foi instalado o Curso Fun­ Educação, o próprio estabe­
outro, para
damental, passando o estabelecimento a lecimento. Finalmente, coroando esforços
denominar-se: Instituto de Educação São inauditos, em Maio de 1945 «Progresso»
ostenta caracteres gráficos, e até o
presente é mantido, graças a anún­
cios angariados entre as firmas da
cidade, pelas alunas, dando-se-lhes
assim oportunidade de desenvolve­
rem o espírito de iniciativa e de se

porem em contacto com problemas


da vida prática.
Um troféu de bronze repousa
sobre arquivo do educandário, con­
o

quistado graças à original e impe­


cável apresentação dos alunos em
u'a manifestação patriótica.
excursões são realiza­
Muitas
das pelas estudantes. Em todas elas,
procura-se aliar o prazer de um dia
de passeio ao cuidado da ilustração
do espírito, mediante novas e oca­
sionais informações, e zelando-se pe­
la formação do caráter através do
trato social afavel, entre colegas e
ante autoridades, no momento co­

nhecidas.
Visitas a outros estabelecimen­
tos de ensino são organizadas. E com
muita cortezia, recebem-se colegas
de fóra, entretendo-se os e tudantes
em competições esportivas e pales­
tras amistosas.
Vista parcial do Celégio Organizam-se concursos nos

candidatos submetem-se a
quais os
José. A primeira turma de fundamenta­ provas que medirão seu aproveitamento
listas cursa, atualmente, a primeira série nos estudos, em matéria determinada. Os

do Curso Normal. debates, por vezes muito animados, des­


Em 1947 criou-se o Ginásio, sob ins­ pertam vivo interesse entre os srs. pais
peção federal, qual está em sua 3a. série.
o Por iniciativa das alunas, organizam­
Entre as criações do então Curso se festas, cujo fundo reverte em benefi­
Complementar, anexo ao Grupo Escolar cio da biblioteca escolar ou de alguma
«São José», destaca-se como principal, e obra beneficente.
de alto valor educativo, o orgão escolar Entre as semanas de estudos leva­
«Progresso», caprichosamente manuscrito das a efeito, destaca-se a semana sôbre o
e mesmo com alguns artigos ilustrados. Santo Padre, em Abril do corrente ano, a
Por motivo de dificuldades financeiras, qual finalizou com uma sessão solene e
não era possível pensar-se em um orgão um programa radiofônico .

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG.210

Por várias estabelecimento


veze
OI . I J OOI . I J OOI . I J OOI . I J OOI . I J OOI . I J OCI J X)CI J X)CI J X)§
o
e tem apresentado aos estúdios da Rádi.o
Difu Itajai, de reali­ Dr. Ivo 5tein Ferreira
ora

zação artística.
em
programas
§
São numerosas sessões litero-mu-
icais organizadas, seja para receber vi­
as
-
MÉDICO -

Pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro


§
Q
sitantes ilustres. seja para cultuar uma Chefe do 2°. Distrito Sanitário e Dlretor.Médlco (I
figura da História Pátria ou uma data de
alta significação moral ou patriótica.
Para estímulo dosalunos, e numa ; �'��;:':.:;::� ;
ju ta apreciação de valores, conseguiu-se
despertar o interesse das autoridades com­ § ITAJAI
Rua Lauro Müller, 71
-
SANTA CATARINA
§
petentes, em favor de dois alunos que Q Q
concluiram com brilhantismo seus estu­ (301.1JOC1JX)OI.IJOOI.IJOOI.IJOCIJX)CIJX)CIJX)CIJX)CIJX)(I
dos primários.
A primeira,
cerimônia pública,
em
Instalação da Escola Normal
recebe uma coroa de louros que lhe va­
A
fundação da Escola Normal «São
leu o prêmio de uma bolsa de estudos
José» a outro objetivo não obedeceu
no
Colégio Coração de J esús, em Floria­ que
o de às
nópolis. Desta forma, a aluna consegue proporcionar jovens catarinenses
um meio de ilustrar sua inteligên­
um
diploma de normalista, e hoje, exer­
seguro
cia a plasmar seu caráter
ce o
magistério no Grupo Escolar «Vitor segundo a sa­
Meireles .
pientissima doutrina da Igreja, a primeira
a defender os direitos
O sagrados da mu­
segundo, aluno distinto pelo exem­ lher, a
primeira a coroa-la rainha porquê
plar procedimento e aplicação, mereceu, reconhecendo seu valor pelas suas virtu­
pela menção honrosa que lhe foi conferi­ des e não apenas pelos seus encantos.
da no fim do curso
primário, um lugar Tratando-se de uma obra cuja atua­
no Colégio Catarinense.
Transferido para ção social seria profunda, embora lenta,
o Ginásio
Itajaí, vai mantendo com bri­ evidentemente os obstáculos surgiriam e
lhantismo, o primeiro lugar. dificuldades muitas criadas por um con­
Assim, procurando, por todos os mei­ junto de fatos, cada qual defendendo um
os, educar a mocidade de ponto de vista, um interesse particular.
Itajaí, o Giná­
sio "São José- vai realizando Por mercê de Deus,
uma obra esclarecendo
que deve interessar a quantos se dúvidas, rebatendo erros e defendendo
preocu­
pam pelo bem estar do Brasil. princípios, a Escola Normal «São José»,
obedecendo a todos os requisitos
legais,
recebe a
primeira turma de 15 jovens,
para os exames de admissão. E a 1°. de
Março de 1949, primeiras normalistas
as

começam a receber novas luzes pela ci­


ência ministrada de molde a
Dr. Afonso Celso liberato instruir, pois
a ciência é um bem
para a humanidade;
porém instruir para educar a vontade;
educar para que a da ciência
aplicação
Clínica Médica Partos DoensiS de Senhoras não seja arma de
destruição, mas alicer­
- -

ce para
grandes realizações. Fazer com
Cirurgia Geral que cada indivíduo seja bom e seja sábio
-

Operações -
Olhos
em toda a
Ouvidos -
Nariz -

Garganta extensão da palavra: indivi­


dualmente bom para que
seja socialmente
ótimo, pois que a bondade das partes faz
IT AJAf
a bondade do todo. E
-
SANT A CATARINA completar essa
perfeição mediante um respeito cristão à
§ grandiosa realidade sobrenatural que en­
volve
��������mroaro§ a
pessoa humana.
Tendo-se diante dos olhos essa ver-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAl PÁG. 211

dade que encerra grande soma de


tão As associações escolares Liga pró -

responsabilidade, as disciplinas passaram lingua nacional-Pelotão de Saúde fo­ -

a ser desenvolvidas, respeitando-se inte­ ram igualmente entregues à Escola N ormaI.

gralmente convicções pessoais quando jus­ As festas do educandário, neste ano,


tas e irrefutaveis, não se capitulando, po­ contaram com a colaboração ativa das
rém, diante de raciocinios incompletos ou normalistas, escrevendo elas mesmas os
de sofismas elaborados quer por orienta­ números cuja responsabilidade de apre­
ção estranha e falsa, quer por pretensão sentação assumiram.
de originalidade. Uma vez já mais ambientadas ao

novo curso e a par de novos conheci­


Respeita-se a liberdade, a personali­
dade da aluna, mas não se aceita insu­ mentos, passaram as alunas a colaborar

bordinação ou orgulho intelectual: diante no «Jornal do Povo», periódico local, com

de uma opinião as provas que acompa­ a artigos quinzenais.


nham devem ser convincentes. Está-se en­
E hoje, como uma grande esperan­
tão diante da verdade, e em face da mes­ ça, funda-se a Ação Católica na Escola
Normal «São José», e espera-se ver então
ma, cátedra e discípulos se submetem.
as jovens alunas encarando a vida por
Eis porque se adotou, em classe, o
um outro prisma, trabalhando, com ardor
método de debates: além de reurur as
sempre crescente, pelo engrandecimento
vantagens acima mencionadas, obedece à moral de Itajaí!
nava orientação pedagógica.

Afim de formar convicções baseadas


em fatos comprovados, foram feitas visi­
MOTA DA I(DA(10
tas a bairros pobres da cidade: que a mi­ o trabalho acima foi elaborado a nos­
séria moral e física de muitos despertasse so pedido,pela cutta e prestimosa Irmã María

a compaixão pelo sofrimento alheio e se de Lourdes, diretora do Colégio «S. José».


Era seu desejo mantê-lo como matéria de
sentisse a necessidade premente de tra­
redação e nosso propósito atender a êsse
balhar para o advento de dias melhores. apelo da sua modestia.
Para salvar a sociedade de um nau­ Mas a necessidade de acrescentar-lhe
mais algumas linhas nos forçou a esta ex­
frágio moral procurou-se trabalhar com
ministrando-lhe aulas semanais plicação por temor de que estas pudessem
a infância, ser injustamente tidas como um auto-elogio
de Doutrina Católica. Fundou-se, para ês­ por aqueles que conheçam a maneira de
se fim, o curso catequético, e em 11 de escrever da autora do artigo acima.
E' que o ColégiO S. José» é justa­
Maio, as normalistas enfrentam as difi­
mente reconhecido como estabelecimento
culdades do magistério, percorrendo as
escolar modêLo em nossa cidade pda auste­
classes do Grupo Escolar «Vitor Meireles», ridade das disciplinas e pela excelência da
preparando o Natal de J esús, na alma dos sua direção entregue ao desvelo e compe­
tencia da reverendíssima Irmã Maria de
pequenos itajaienses. Lá se vão vários
Lourdes.
meses de catequese e pode-se constatar As Irmãzinhas da Imaculada Concei­
a perseverança das catequistas que come­
ção a cuja ordem pertencem as religiosas
çam a encarar com seriedade a vida, de­ dirigentes do Colegio <iS. José» e do Hos­
dicando-se a encargos de responsabilidade. pttal «Santa Beatriz» deve a população de
Em principios de Junho, organizou­ ltajaí inestimaveis serviços prestados nos
setores educacional, assistencwl e religioso.
se uma sessão Iítero-musical,
cargo ex­a Trabalhando incessantemente dentro
clusivo das alunas. Além de números de dos mais solidos principio de ética e dos
mais 'elevados padrões de moral cri tã, as
ginástica rítmica idealisados e ensaiados Irmãzinhas da I1naculada Conceição são
por duas dentre as alunas, foram lidas digna do nosso re peito, do nosso estímulo
teses tais como: Da educação física da e da nossa ajuda, para que possam manter

criança-Da educação artística da crian­ a grandio a obra escolar e hospitalar que

ça-Da educação social-religiosa da criança. veem dirigindo em ltajaí.

Organizando-se a Cruzada
Eucarís­
tica Infantil, na cidade, coube a três alu­
nas da Escola Normal «São José», o cui­

dado de orientar as crianças, zelando pe­


la disciplina nas reuniões semanais, acom­ A Hégira, ou inicio da era maometana, co­

panhando-as a passeios, promovendo fes­ meçou no ano 622 e assinala a fuga de Maomé
tas ... de Meca para Medina.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


102 ANOS
enhora é mai velha do que Rui Barbosa e
Nabuco. Quando ela veio ao
Esta
é a principal rua de Blumenau,
mundo, o indio caçavam de preocupados onde hoje
onde o machado e o homem
e a cidade de J oinvile não passava de uma floresta
branco ainda não haviam penetrado.,.
Dona Luiza Maria dos Santos-êsse o seu no­
neste municipio, em 21
me-nasceu em Armação,
Julho de 1847 e foi batizada no Distrito de Penha.
E' filha de Antonio José de Oliveira, natural de
Praia Brava, (Itajaí) e dona Maria Francisca de �li­
veira. Casou aos 18 anos e conta com a seguinte
descendência: 10 filhas e 1 filho, 67 netos, 180 bis­
netos e 20 tatara-
netos. Com 102
anos feitos conser-

va completa luci­
dez, uma excelen­
te memoria, anda
sem auxilio e a sua

maior proeza con­


siste Em enfiar a
linha na agulha,
sem oculos! Fuma
ha noventa anes e
se distrai a picar
fumo e enrolar o
seu «papa terra».
Sente que o fumo não lhe faz bem, mas acha di­
fícil abandonar o vicio.
1\I10ra com uma filha (mãe do sr. João Fabio
da Silva) no Quilômetro 12 da Estrada de Brusque.
Ao ser entrevistada quando completou 100 a­
nos declarou ao reporter: «Acho que estou por
-

pouco. Já vivi demais


» ...

E depois que disse isso já morreram milhares


de pessoas e ela ficou. E como gosa de bôa saude-apenas um pouco surda-acre­
ditamos e fazemos votos que ainda sobreviva ao nascimento do filho de um dos
seus onze tataranetos.
As fotos que ilustram esta página foram tiradas no dia em que Dona Luiza
completou cento e dois anos de existência.
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A Papelaria e livraria § §
IJorna do Povo» § §
congratula-8e com o públIco iiajaiense pelo lançamento do ·!1nuá�:o § §
de Jta)aí. e oferece 08 artzg08 de seu roamo a peeços eo sodvers.
§ §
Artigos de Escritório Material Escolar
II § §
Variada exposiçilo de artigos para presentes § §
Rua Pedro Ferreira nr. 27 -

ITAJAÍ -
Santa Catarina

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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
ANO I ANUÁRIO DE ITAJAt pAG. 213

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1f<IE§IIIDIÊ�(IIA\§ IDIE IIIA\JIA\lí C/JJOCffrJ

Residência da familia Antônio Bernardo


Schauffert, à rua Tijucas

ccE romDeram.se as Dortas do



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abismo ••• »

Itajaí, domingo, 29 de Fevereiro de 1948... Será

preciso dizer-se mais alguma coisa?

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANUARIO DE IT.t\JAl PÁG.214

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ANO I ANUÁRIO DE ITAJAl pAG. 215

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�ste era navio das encomendas: o .Ângela-, da firma Renaux.


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Quando ia para o Rio ou vinha para Itajai era certo que trazia ou
levava uma centena de encomendas e recados. Uma caixa de
laranjas, um par de sapatos, umas ampolas de penicilina, cinco
quilos de açúcar Perola, uma carta... Mas num dia de 1943, um
abalroamento levou-o ao fundo. Era o fim do obsequioso Ângela.
Na foto vemo-lo conduzindo a imagem numa procissão de
Nossa Senhora dos Navegantes.


••••••••

Deante da enormidade dêste peixe, o Snr. Edmundo


Kienast, (sem paletó à direita) se transforma num
minúsculo habitante de
Liliput ...

Mero pescado em 11-10-46, no pontal á entrada da


barra. Comprimento, 2,50 metros; circunferência, 2
metros; pêso, 300 quilos.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ACONTECEU ÊSTE ANO
úmula do principais acontecimentos verificados em Itajaí no período de
1°, de Janeiro a 31 de Outubro de 1949, extraida dos jornais «Itajaí»
e «Jornal do Povo», desta cidade, e de «A Notícia», de Joinvile

-----=====·oo�==�----

Janeiro Falece em sua residen­


-
local que representará o nosso Clube na
cia o indu trial Alfredo Eicke Sénior, an­ Conferencia Rotaria daquela cidade. Vi­ -

tiso diretor-gerente da Fábrica de Papel sita Itajaí o embaixador ing1es no Rio.­


Itajai.-

A imprensa noticia a breve ins­ Celebram-se com grande fervor religioso


talação de telefones automaticos. Pe­ -

as festividades da Semana Santa. Con­ -

dro Raimundo, o «az da sanfona», dá um tinua o impasse da Câmara MunicipaL­


recital em Itajaí, Falece na Penha o Sr. Cecilio Filemon
de Oliveira. O Teatro dos Estudantes
-

do Paraná leva à cena no Guaraní «Es­


Fevereiro O
Teatro do Amador
-

de Itajaí leva à cena no Guarani a peça


pectros», de Ibsen, com magistral inter­
em 3 atos «A Felicidade
pretação.
pode esperar»,
original de Eurico Silva. O Sr. Gene-
-

ia Lins da UDN é eleito presidente da Maio


Foi escolhido para chefiar
Câmara Iunicipal de Itajaí por 6 votos, a embaixada de engenheirandos de Curi­
tendo empatado na votação com Paulo tiba que visitará o Uruguai, o nosso con­
Bauer e sido empossado por ser mais terrâneo Mário Stamm. O Tribunal de --

velho. -

Realiza-se a benção dos novos


Justiça manda proceder nova eleição pa­
sinos da velha igreja matriz. Cele­ -

ra presidente da Câmara de Vereadores,


bram-se com grande animação os feste­ sendo eleito o Sr. Paulo Bauer, do PSD. -

jos carnavalescos. O Dr. Valeria Kon­


-

-E' contratado para o cargo de diretor-téc-


der realiza na Prefeitura uma conferencia
nico do Ginásio Itajaí o professor Dr. José
defendendo a exploração do petróleo por
Medeiros Vieira, em substituição ao profes­
meio do monopóleo estatal O Sr. -

sor Moacir Mourisco.-A Lamport & Holt


Abdon Fóes é eleito presidente do Rotary
Line Lt., de Liverpool, inaugura a escala de
C1ub de Itajaí.
navios de sua linha em Itajaí, com a en­
trada do vapor «Devís» de 15.000 tonela­
Março -

Falece em suaresidencia das Visita-nos uma comissão de depu­


-

o Sr. Adolfo Gropp, antigo dentista de tados federais que veio estudar a zona do
Itajaí.-

A imprensa noticia o nascimen­ Vale do Itajaí. 179 crianças tomam a


-

to das trigemías Maria da Graça, Maria Primeira Comunhão na Igreja Matriz. -

José e Maria Terezinha, filhas do casal Em viagem de interesse rotário e de tu-


Antonio e Maria Balda, de Luiz Alves.­
Continua o impasse na Câmara Municipal OC/U:)C!/)QC!/)QC!/)QC!/)QC!/)QC!/)QCIIJ8C11J8C!/)QO
de Itajaí, motivado pela recusa da banca­
da do PSD em reconhecer a presidencia § §
Genesio Lins. Completa 30 anos
-

existencia o C. N. «Marcilio Dias».


de
§ �
Dr. Wilfredo E. Currlin
§ §
após
Abril
ter
-

Volta
suspendido as suas
a circular «O Itajaí»
edições por
§ ADVOGADO
§
alguns meses. E' recebido com desa­
-

grado geral um artigo de Raquel de Quei­


§ Rua Lauro Müller, 56
§Q
Q -
Telefone 182

roz, publicado na revista «O Cruzeiro»,

§
-
IT''AI

§
_

intitulado «Olhos Azuis» e contendo con­


ceitos injustos a colonização alemã do
Vale do Itajaí. Segue para Poços de
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-

Caldas uma delegação do Rotary Club

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUARIO DE ITAJAI PÁG. 217

rismo, segue para os EE. UU. e Europa Pedro Burghardt, antigo proprietário do
o Sr. CeI. Marcos Konder. Arnaldo -

«Grande Hotel». -
Falece Antonio Z. de
Rebelo dá um recital de piano em Itajaí. ator teatral.
Noronha, autor e
-

Falece nesta cidade o Sr. Artur Si­


queira. A cidade é abalada pela notí­
-

cia do suicidio do Sr. Indio Canziani, o­ Julho -


A Associação Comercial e

corrido no campo do Marcilio e sem mo­ a Prefeitura pedem uma Agência do Ban­
co do Brasil para esta cidade. E' exi­ -

tivo aparente. E' creada a Associação


-

Profissional dos Empregados do Comércio bida no Cine Itajaí uma pelicula sôbre
de Itajaí. aspectos da nossa cidade. O jornal -

«Itajaí» lança uma edição especial de ani­


versário. Comemora o seu
-

102 ani­
Junho
Instala-se à rua Silva uma
versário a Sra. Luiza dos Santos, nascida
Agência do 1. A. P. 1. Falece no Hos­ -

em Armação em 21 de Julho de 1847.


pital Santa Beatriz o reverendo Antonio
Luiz Dias que, por muitos anos, foi viga­
rio de Camboriú. Um caminhão apa­ -

AgostoE' eleita «Miss Bloco dos


-

nha e mata um menor, à rua Hercilio XX» a senhorita Julia Maria de Miranda.
Luz. O estivador Manoel Costa, tra­
- -

Assume a Capitania do Porto o Capi­


balhando a bordo do «Cabedelo», é vitima tão de Corveta Alfredo Morais Filho. -

de uma queda no porão do navio, fale­ Assume o cargo de Delegado Regional de


cendo imediatamente. E' homenageado -

Policia o Dr. Arí Silveira de Souza. -

com grande banquete no Hotel Ca­


um Celebra-se com grande festividade o «Dia
beçudas o Cte. Walfrido Quintanilha, ca­ do Chofer», com benção da imagem de
pitão do porto, por motivo da sua trans­ São Cristovão e procissão de veiculos
ferencia para o Rio. Falece o Sr. Au­ -
motorizados. E' dado à publicidade o
-

gusto Heil, E' decidida por maioria da


-
«Guia Prático dos Armadores, Agentes e
Câmara a cobrança do imposto predial Embarcadores», de autoria do Sr. Luiz
em Navegantes. Falece a Sra. Maria -

Zaguini. Instala-se no Ginásio Itajaí


-

Leonor Claudio de Souza, mãe do jorna­ um «Curso de Balconistas», do Serviço


lista conterrâneo Josué Claudio de Souza. Nacional de Aprendizado Comercial,
-

Realizam-se com grandes solenidades SENAC. Falece em Luiz Alves o co­


-

os festejos de Corpus Cristi. E' inau­ -


merciante Valentim Hess Na Assem­ -

bléia Estadual o deputado Antonio Carlos


gurada a ponte «Dr. Constantino d'Iva­
nenko» sobre o Ribeirão da Caetana na Konder Reis apresenta uma indicação no
rua CeI. Eugenio Müller. Falece o Sr. -
sentido de ser substituida a velha ponte

REPRESENTAÇÕES :

Fábrica da Cal Hidráulica «CIMENCALC»


�� Morro Cortado e Canto da Praia

t� Beneficio, Depósito e Despachos

�� Nr. 6 Caixa Postal, 18 ITAJAI


Rua Jorge Tzascbel (Cabeçudas)
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Cordoaria Oticilia
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Fio para costurar saco Cabresto de algodão Redes para tenls,
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Cordel de algodão
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LI n ha p ara esca
Rades cação Redes de malha
Pf tainha

Redes
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para
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Redes de arrasto para -


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vo I e, u tebol " etc _

Esplnhéls fino, médio e grosso.


Redes feiticeira
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cordel para pesca marca «PESCARIA»


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Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina


ANO I ANUÁRIO DE ITAJA! pAG.218

obre o Rio Piçarra por uma de concreto. pesar desastre


o ocorrido no porto de
Falece o Sr. Rodolfo Ebert. Iguape com o hidro avião da TABA que
se dirigia a Porto Alegre e conduzia a
bordo a senhora Hedwig Odebrecht Mi­
Setembro -
Circula o primeiro
randa e a senhorita Marcilia de Oliveira,
número de O Ginasiano ,orgão dos alu­
que ficaram grave e levemente feridas
no do Giná io Itajaí. Comemora-se-

fe tivarnente o Sete de Setembro.­


respectivamente.
Inaugura- e a ponte Dr. Thiers Fleming, Outubro Começam as obras de
-

obre o Ribeirão Schneider. A rum­ -


melhoramento do nosso aeroporto. Co­ -

beira cubana Lia Ray dá um recital em memora-se a «Semana da Criança» com


Itajaí.
-
A Direção Geral do Banco do a intensificação de registro civil. Alice -

Brasil informa à Câmara Municipal que Ribeiro realiza no «Bloco dos XX» um
não in talará a agência pedida para esta recital de canto, acompanhada ao piano
cidade.-

Lamentável acidente de cami­ por Arnaldo Rebelo, E' festivamente -

nhão cau a a morte do operario Idalvino recebido pela população D. Joaquim Do­
Lourenço Alexandre, da «Cobrasil s. -

mingues de Oliveira, arcebispo metropo­


Anuncia-se que o Prefeito apresentará à litano que aqui ministrou a crisma a mais
Câmara o orçamento para 1950, com uma de 4.000 crianças, O Governo Federal -

renda prevista de Cr$ 2.700.000,00--Ver­ concede Cr$ 100.000,00 ao Asilo D. Bosco e


dadeira epidemia de cães raivosos infesta estabelece uma anuidade de Cr$ 30_000,00
a cidade. Instalam-se os primeiros te­ para o mesmo fim. Falece na Penha
-
-

lefones automaticos em Itajaí. Ancora -

o sr. manoel
Henrique de Assis, antigo
em nos o porto o navio
hidrografico «Ju­ Tabelião naquele Distrito. Falece em -

ruerna». -
�a Câmara Estadual o depu­ Curitiba o Sr. Eurico da Silva Fontes, in­
tado Heitor Liberato pede uma Coletoria dustrial em Gaspar.--O «Jornal do Povo»
Federal para ilhota. Causa profundo dá uma edição especial de aniversário.

DESPACHOS -
SEGUROS

Agentes da Companhia de Seguros •

MINAS BRASIL

EXPORTADORES DE MADEIRAS l�
Grandes armazens para carga em trânsito à rua Blumenau �1
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