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Tradição Mágica Jadu

Uma Brevíssima Introdução


Por Ed Pellizzari

O Jadu é uma tradição mágica originária do sul da Índia e pertence a


um complexo sistema que envolve cinco disciplinas espirituais:

I. Jhad Phook (Exorcismo)


II. Bhooth-Preth (Evocação de Espíritos)
III. Jadu-Tona (Feitiçaria)
IV. Sirha-Guniya (Xamanismo Tantrista)
V. Panjiyan-Perma (Práticas dos Anciãos)

As origens do Jadu remontam a Índia Pré-védica e hoje o encontramos


dentro do tantrismo, do shaivismo e de algumas correntes shaktas mais
populares.

O Jadu foi levado ao Caribe por trabalhadores braçais e outros


profissionais indianos entre os séculos XIX e XX.

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Nestas ilhas, principalmente em Barbados e Trinidad-Tobago, ele é
bastante praticado, sendo conhecido como Obia Hindi.

Na Ilha de Curaçao tive a oportunidade de conhecer o Jadu. Nas ocasiões


que estive na ilha me encontrei com Chandra Pandit Boolchand, chefe
de um pequeno agrupamento de jaduistas.

Ali o Jadu é praticado junto com outros cultos indiano-caribenhos


chamados de Kalimai e Siparimai.

O curandeiro jadu emprega mantras, yantras, transe mediúnico, ervas


medicinais e oferendas a inúmeras divindades, espíritos e seres da
Natureza em seu trabalho espiritual.

Normalmente, o jadu pandit (curandeiro jadu) possui uma divindade


tutelar e espíritos auxiliares aliados. Pela invocação da divindade, ele
manipula uma força mágica poderosa (Oby Prana), enviando-a aos
necessitados, pessoas doentes ou inimigas da comunidade.

O jadu pandit entra em transe durante seus trabalhos e fala com seus
espíritos aliados. Estas criaturas invisíveis possuem as mais diversas
formas e origens, mas existe uma preferência pelos espíritos-felinos e
espíritos-serpentes como os da grande família das Nagas.

Os xamãs jadu gostam de trabalhar sozinhos, mas existem irmandades


muito bem organizadas como a Nagakala, onde fui introduzido.

O Jadu é um dos mais sincréticos e misteriosos cultos praticados no


Caribe.

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