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ENTREVISTA COM EX-SERVIDOR (A) DA EGRN

1) Nome completo: Raquel Maria da Costa Silveira

2) Qual o cargo/função que exerceu, e qual a sua formação? Diretora da


Escola de Governo (Formação: Gestão de Políticas Públicas e Direito)

3) Fale-nos um pouco sobre o seu trabalho na EGRN.


(contar como surgiu o convite para trabalhar na instituição, a rotina de
trabalho, e como conciliava com outras ocupações – se existissem)

Durante o período em que atuei na EGRN como Diretora, busquei conhecer


e aproveitar as potencialidades da instituição e das pessoas que lá
trabalhavam. Deparei-me com uma excelente estrutura física, talvez, uma
das melhores do governo estadual. Além disso, pude visualizar a
potencialidade dos servidores que lá estavam. Percebi neles a vontade de
que a EGRN sempre se fortalecesse e pudesse, de fato, atrair os servidores
para a capacitação. Dessa forma, considerei os servidores da EGRN como
verdadeira potencialidade. Identifiquei a existência de planos e projetos
anteriores, ainda não executados, mas que aqueles servidores guardavam
sempre à espera de um gestor que pudesse sonhar e concretizar junto com
eles.
Assim, a atuação na EGRN tinha como enfoque principal o estímulo a esses
servidores e a busca pela concretização dos antigos e novos projetos. Ainda,
identificando a necessidade de atração dos servidores estaduais para a
Escola, passamos a refletir e planejar novas estratégias de aproximação. Em
anos anteriores, a EGRN vinha servindo como espaço físico para eventos de
outras instituições que não beneficiavam o servidor estadual de forma
abrangente. Tal questão se refletiu em um afastamento paulatino dos
servidores estaduais em relação àquele espaço e, consequentemente, das
capacitações. Nem todos buscavam se capacitar. Contudo, a EGRN é
mantida com recursos advindos de um fundo (FUNDESPE) que tem como
uma de suas fontes recursos dos consignados realizados pelos próprios
servidores. Portanto, sempre tive a visão de que aquele espaço deveria
servir ao servidor estadual.

4) Quais os desafios enfrentados durante a sua gestão?


Os desafios giravam em torno da necessidade de atração dos servidores
estaduais. Apesar de não faltarem recursos financeiros (tendo em vista da
existência do FUNDESPE), durante anos, nem sempre, as capacitações
envolveram e contemplaram a todas as áreas e carreiras. Assim, eram
muitas carências a serem supridas.
Ainda, considero como desafio, a necessidade de fortalecimento do corpo
técnico da EGRN. A Escola contava com excelentes profissionais, que lá
atuavam há anos e conheciam toda a estrutura e histórico. Porém, muitas
vezes, as atividades eram inúmeras, sendo necessário dotar a equipe de
servidores que pudessem contribuir com novas ideias e práticas para o
aprimoramento das atividades.
Outro desafio era o fato de que havia uma recorrente procura de instituições
externas em relação ao espaço físico da EGRN. A SEAD construiu um
regramento para esse uso (ver Decreto Estadual nº 28.766, de 1º de abril de
2019, e dá outras providências e PORTARIA Nº 281/2019, DE 02 DE ABRIL
DE 2019), normatizando e possibilitando maior controle do uso do espaço
para que pudesse ser melhor aproveitado pelos servidores e conservado.
Além disso, ficou expresso que os eventos externos deveriam reservar
lugares para a participação dos servidores estaduais.
Ainda, citaria como desafios a necessidade de interiorizar a capacitação na
gestão estadual, alcançando servidores dos mais diversos municípios do
RN.

5) Como se dá a questão do financiamento (fonte de recursos) e da


logística (fornecimento de insumos básicos) da instituição?

A Escola é financiada com recursos do FUNDESPE (Ver Lei Estadual nº 6.558,


de 30 de dezembro de 1993). O fundo é mantido pelas seguintes fontes:
convênios celebrados com órgãos municipais, estaduais, regionais e federais;
taxas de inscrição em concursos públicos, no registro cadastral de
fornecedores do Estado, em cursos de formação ou treinamento ou seminários
promovidos pela Secretaria de Administração; preços de venda de editais de
licitações públicas; descontos nos vencimentos e salários de servidores,
decorrentes de faltas não justificadas; 5% (cinco por cento) do valor de
consignações em folha de pagamento de pessoal, a cargo da Secretaria de
Administração, destinadas a companhias seguradoras e entidades de
previdência privada.
Não existem dificuldades financeiras para a realização as finalidades na EGRN.
A existência do fundo possibilita a diversificação de atividades e a manutenção
da estrutura física, sendo fundamental que seja adequadamente gerido.
Contudo, o fundo não é gerido diretamente pela EGRN. A Escola não é um
órgão da administração estadual, mas sim um setor da SEAD e o fundo é
gerido pela Secretaria de Administração, devendo submeter-se a todos os
procedimentos necessários para a operacionalização de uma despesas. Tal
ponto é positivo por possibilitar maior controle dos gastos e, por outro lado,
requer maior tempo para as aquisições e contratações.

6) Quanto à estrutura físico-organizacional, você considera que ela é


suficiente para o desenvolvimento das atividades, ou precisa ser
ampliada? (Se sim, mencione)

A estrutura física é uma das melhores da administração estadual e muito


bem conservada. Há um amplo e equipado espaço para as capacitações e
eventos. Para as atividades desenvolvidas à época, a estrutura existente
atendia e era suficiente. Porém, há possibilidade de ampliação e imagino
que no futuro poderá ser ampliada.

7) Você considera que os cursos/capacitações oferecidos pala instituição


suficientes? Se não, mencione quais poderiam entrar na grade
curricular:

Há época, não. Inclusive, um dos nossos objetivos era ampliar a oferta, mas
com enfoque na demanda dos servidores. Iniciamos um levantamento da
demanda juntamente com o setor de recursos humanos da SEAD. Hoje não
sei como estão as ofertas de cursos.

8) A oferta de cursos e especializações oferecidas ao servidor público


estadual é adequada, você considera que é preciso aumentar?
Assim como nos demais cursos, é preciso ampliar. É preciso atender a todos
os interesses, áreas de formação dos servidores e, também, enfocar nos
desafios vivenciados nas organizações. Não basta atender ao interesse do
servidor e não atentar para quais são as necessidades da administração
estadual.

9) No que se refere aos resultados da atuação EGRN, responda: Em


média, qual a taxa de sucesso e de insucesso dos
cursos/especialização da EGRN?

Não tenho como responder essa pergunta de forma exata, pois não tenho
dados de cursos anteriores. Mas, existem casos de servidores que não
finalizam os cursos por questões pessoais, por exemplo. Poderia dizer que 5%
(mas é um número pautado nos diálogos que tive com a equipe de
capacitação, não se trata de um levantamento que fiz).

10 Considera que a EGRN presta serviços de acordo com o que prevê a


lei?

Sim. Contudo, é possível gerar maior eficiência e efetividade a partir dos


recursos existentes. É possível pensar outras atividades, atrair os
servidores, gerar conhecimento e, principalmente, reverter tais
conhecimentos em inovação. Por exemplo, em 2019, foi criada a Escola de
TI para a Gestão Pública dentro da EGRN. Na verdade, trata-se de um
laboratório de TI gerido e pensado por um servidor do Estado que já vinha
realizando atividades que uniam serviços ao cidadão, eficiência da
administração pública e formação. Inicialmente, ele contava com alunos de
cursos de TI. Quando o laboratório passou a funcionar na EGRN, novos
servidores se uniram ao projeto, potencializando a atuação, proporcionando
a criação de novos produtos tecnológicos e aprimorando a formação não
somente de alunos de graduação e pós-graduação de instituições de ensino
do RN (como UFRN, UNP e UERN), mas também dos servidores estaduais.
Ideias como essa são o motor da mudança que a EGRN requer. Trata-se de
algo simples, com baixo custo, que traz inúmeros frutos e possui custo
relativamente baixo.
As parcerias com a ENAP e escolas de governo estaduais também são
fatores que podem contribuir com a EG.
É possível pensar inúmeros projetos, com a integração de discentes de
graduação de cursos do Campo de Públicas em contato de direto com
servidores públicos, gerando trocas, por exemplo, como ocorre no
PRINAGEM da Fundação João Pinheiro. Chegamos a fazer diálogos com a
FJP para conhecer o projeto.

11 Na sua opinião, qual a importância e significância que a EGRN tem para


a administração pública estadual?
A importância é considerável. É preciso capacitar e qualificar o servidor
para uma atuação mais eficiente e para que sinta-se estimulado e pronto
para os desafios que a administração pública impõe. A EGRN é uma
caixa de potencialidades capaz de gerar novos talentos, inovações. É
preciso saber conduzi-la neste caminho.

12 Para finalizar, com o objetivo de cruzar os dados e verificar qual o ponto de


maior relevância da instituição, dê uma nota (de 1 a 5) para cada indicador
da matriz sowt (FOFA: Forças, Oportunidades, Fraquezas Ameaças)
Fatores internos (controláveis) Fatures Externos (Incontroláveis)
FORÇAS NOTA OPORTUNIDADES NOTA
Estrutura física própria; 5 Ações Integradas de governo 3
Localização 5 Financiamento e parcerias com órgãos externos 3
Órgãos públicos (estaduais e municipais) de todo o
Autonomia 3 3
estado
Escola Virtual 3 Alta Demanda 5
FRAQUEZAS NOTA AMEAÇAS
Financiamento 5 Fragilização da carreira do servidor público 5
Quadro de funcionários 3 Crises (institucional, econômica e financeira) 5
Execução parcial do plano de ações 3 Interferências políticas 5
Taxa de sucesso dos cursos e
4 Desinvestimento estatal 1
especializações

13) se houver mais alguma informação ou comentário a fazer a respeito de sua


experiencia como gestora da instituição, pode discorrer um pouco:

A experiência foi rica. Poderia te apontar que a EGRN é um espaço de grande


aprendizado e que pode gerar frutos. Atuar na EGRN me fez perceber a potencialidade e
necessidade de investimento em capacitação sempre de forma relacionada com a gestão
de RH.

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