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Fernando António Nogueira Pessoa, foi um poeta e escritor português, considerado um dos maiores poetas da língua
portuguesa e da literatura universal.
Foi a pessoa mais importante do movimento iniciado pela revista Orpheu.
Modernismo: movimento estilístico que associa as artes à literatura, desencadeado pela geração de Fernando
Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros (Orpheu). Caracteriza-se por uma nova visão da vida, que se traduz
na literatura, uma nova conceção da linguagem e por uma diferente abordagem dos problemas que a humanidade
enfrenta.
A Geração do Orpheu:
O fingimento artístico:
Para Fernando Pessoa, um poema “é produto intelectual”, e por isso, não acontece “no momento da emoção”,
mas resulta da sua recordação. A composição de um poema deve ser feita através da recordação e não no
momento da emoção, o poeta apenas transcreve o que lhe vai na imaginação e é o leitor que vai sentir ao ler e
interpretar os seus poemas.
um poema não traduz o que o poeta sente, mas sim aquilo que imagina a partir do que anteriormente sentiu.
Há uma necessidade da intelectualização do sentimento para exprimir a arte. Ao não ser um produto direto da
emoção, mas uma construção mental, a elaboração do poema confunde-se com um “fingimento”.
O poeta descreve uma realidade nova, elaborada mentalmente graças à conceção de novas relações
significativas, que a distanciação do real lhe permitiu.
O fingimento não impede a sinceridade, apenas implica o trabalho de representar, de exprimir
intelectualmente as emoções ou o que quer representar.
Existe uma relação de supremacia da razão sobre as emoções
A dor de pensar:
Fernando Pessoa não consegue fruir instintivamente a vida por ser consciente, embora tenha, às vezes, a
ilusão de que é sentimental.
A dor de pensar traduz insatisfação e dúvida sobre a utilidade do pensamento.
Gostava, muitas vezes, de ter a inconsciência das coisas ou dos seres comuns (como uma pobre ceifeira ou
como o gato que brinca na rua, vivendo apenas das leis do instinto).
Com uma inteligência analítica e imaginativa a interferir em toda a sua relação com o mundo e com a vida, o
“eu” poético tanto aceita a consciência como sente uma verdadeira dor de pensar, que traduz insatisfação e
dúvida sobre a utilidade do pensamento.
Impedido de ser feliz, devido à lucidez, procura a realização do paradoxo de ter uma consciência inconsciente.
Mas ao pensar sobre o pensamento, percebe o vazio que não permite conciliar a consciência e a inconsciência.
Esta dor de pensar persegue-se desde sempre, manifestando-se em vários poemas. Como tal, são frequentes as
tensões ou dicotomias que espelham a sua complexidade interior
Nostalgia da infância:
Frequentemente, para Fernando Pessoa o passado é um sonho inútil, pois nada se concretizou, antes se
traduziu numa desilusão. Daí o constante ceticismo perante a vida real e de sonho.
Há uma nostalgia do bem perdido, do mundo fantástico da infância, único momento possível de felicidade.
Pessoa sente saudade da sua infância, mas trata-se de uma recordação, de uma nostalgia, imaginada,
intelectualmente trabalhada e literalmente sentida
O tom de lamento que é descrito nos seus poemas resulta do constante confronto com a criança que outrora
foi, numa Lisboa sonhada, mas ao mesmo tempo real e familiar, marcada pelas recordações da forte relação
que tinha com a sua mãe.
A passagem da infância à idade adulta é um processo de rutura. É impossível voltar ao passado, é impossível
voltar a ser feliz sem saber que era feliz.
Sonho / Realidade:
A tendência constante para a intelectualização conduz Pessoa a um constante processo de autoanálise. A dúvida e a
indefinição relativamente à sua identidade, a angústia do autodesconhecimento levam o ortónimo a ser incapaz de
viver a vida., mergulhando no tédio, angústia e desalento.
O Sonho é, regra geral, conotado como reconfortante, ideal, cheio de Felicidade, Liberdade, Perfeição e Plenitude. A
realidade é
factual, o inevitável, o quotidiano físico em que vive o poeta e que lhe causa frustração. O Sonho surge como evasão,
como superação uma vez que se
sente prisioneiro no interior de si mesmo
Pessoa persegue incessantemente a felicidade, no entanto, nunca a atingiu. Vive insatisfeito com o presente, porque a
fragmentação se instalou.
Anseia por vivências, estados de ilusão, sonhos que possibilites “coisas impossíveis”, deseja viajar, ser o que não é