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Lucas 10:38-42
*INTRODUÇÃO
Nós vivemos no cotidiano, o que é comum ao dia-a-dia. Ainda assim,
cada dia vivemos uma história e cada dia faz parte de uma história
maior.
Alguns dias são marcantes: o dia do casamento, o dia do nascimento de
um filho e o dia quando perdemos uma pessoa querida.
Outros dias são importantes, memoráveis: um aniversário, uma
promoção no trabalho, uma final de campeonato.
Contudo, a grande maioria dos nossos dias se enquadra nessa palavra:
cotidiano. A maioria dos nossos dias são simplesmente comuns.
Entretanto, eu pensei sobre os dias de Jesus: seus milagres, seus
discursos, enfim sua vida. A Bíblia não nos mostra o que Jesus fez, por
exemplo, dos 12 aos 30 anos. Os relatos dos Evangelhos concentram-
se na maior parte dos 30 aos 33 anos. E nesse período, Jesus teve um
encontro com o cotidiano de duas irmãs.
Voltando ao texto, Jesus e seus discípulos estavam seguindo viagem,
quando chegaram em povoado, numa vila, onde foram hospedados por
uma mulher chamada Marta em sua casa.
E aqui devemos prestar atenção porque o cotidiano desta casa vai de
encontro com uma nova realidade que vai marcar a vida dessa família
e acredito que podemos aprender com isso também.
Quero destacar 3 lições que podemos aprender neste episódio que nos
parece tão simples, mas pode nos transformar profundamente.
1 – Precisamos nos assentar aos pés do Senhor e ouvir o seu
ensino.
“Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada
aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos.” (v.39)
Maria estava ali sentada aos pés de Jesus ouvindo o que ele ensinava.
Isto nos parece normal, mas naquele tempo não era. Os homens que
geralmente participavam nas conversas de ensino e as mulheres
ficavam mais afastadas.
Maria não se conformou com isso. Ela queria estar bem perto de Jesus
para ouvir da melhor maneira possível o que Ele ensinava.
Aqui nesta lição, nós vemos:
1. Que ela estava assentada aos pés de Jesus
2. Ela ouvia seus ensinos
Primeiramente, está expressão “assentar aos pés” é muito importante,
principalmente para a figura do discípulo. “Sentar-se aos pés de
alguém” era uma expressão técnica nos tempos antigos que indicava o
relacionamento entre um discípulo e um rabi. Por exemplo, Paulo em
Atos 22:3 disse que foi “criado aos pés de Gamaliel”, ou seja, Paulo
foi discípulo de Gamaliel, um líder religioso importante daquela
época.
Os judeus do primeiro século tinham uma benção que expressa de
maneira muito bonita o compromisso do discípulo de estar na
presença de quem ele seguia: “Que você sempre seja coberto pela
poeira do seu rabi” isto é “que você possa segui-lo tão de perto que a
poeira que os pés dele levantam cubram suas vestes e revista a sua
face”.
Maria também ouvia os ensinamentos de Jesus. Existe uma enorme
diferença entre ouvir e escutar. Um exemplo (perigoso) é quando a
esposa está falando com o marido quando ele está vendo jogo. Ele até
é capaz de repetir o que ela falou, mas será que ele realmente ouviu?
Nós estamos assentados perto de Jesus? Queremos viver cada vez
mais próximo dEle? Nos colocamos na Sua presença para ouvir Sua
voz? O que Ele tem nos ensinado no dia-a-dia?
2 – Não podemos viver agitados pois isto nos atrapalha na relação
com o Senhor.
“Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos
serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te
importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir
sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.” (v.40)
Marta estava agitada. Preocupada em servir bem à Jesus e seus
discípulos. E aqui eu gostaria de dizer algo pra ficar bem claro: é
importante enxergamos o serviço desta mulher. Precisamos também
servir, porque também fomos chamados para isso.
Todavia, até mesmo quando servimos, não podemos viver agitados. A
agitação nos tira do eixo, ao ponto que aqui, Marta questiona Jesus
sobre o fato de Maria estar ali sentada e não ajudando a servir, e no
final diz: Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Parece que ela
está dando uma ordem para Jesus falar com Maria.
Outras versões colocam no começo do verso que ela estava
“distraída”. Tanto a agitação quanto a distração nos tira do centro.
Note, que no texto, ela se aproximou de Jesus. Não é a mesma
proximidade que Maria tinha, pois ela ouvia e aqui, Marta chegou
perto para falar.
Marta fala ao ponto que Jesus responde no verso 41:
“Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta!...”
Quando vemos na Bíblia um nome sendo pronunciado duas vezes
seguida, temos uma sinal de advertência. Jesus estava chamando a
atenção de Marta, tanto para sua correção, mas para simples atenção
dela. Em seguida, Ele diz:
“...Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas.”
A agitação é muitas vezes a manifestação da inquietude e preocupação
do nosso coração. Hoje em nossos dias é nítido quantas inquietações
nós temos. Faça um exercício simples: fique parado em silêncio por
apenas 5 minutos. Em apenas 1 minuto, não duvido se seus
pensamentos não vão zumbir como uma colmeia de abelhas.
Com isso, nós não nos relacionamos com o Senhor como deveríamos.
Podemos até servi-Lo, mas corremos o sério risco descrito em Ap
2:2;4 onde o próprio Senhor diz à igreja de Éfeso: “...conheço as tuas
obras, tanto o teu labor como a tua perseverança... tenho, porém,
contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.”
Até que ponto a correria do dia-a-dia tem atrapalhado na sua relação
com o Senhor? Você anda agitado e inquieto ao ponto de não perceber
a presença do Senhor na Sua vida?
Aqui está uma questão que precisamos sempre rever: Como está a sua
vida devocional? Você tem vivido nessa promessa da boa parte? Se
você tem perdido este momento, saiba que não é porque Deus não está
disponível.
Você confia e tem vivido com base nesta promessa?
CONCLUSÃO