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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE- UFRN

CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – CCET PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
PETRÓLEO - PPGCEP

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ESTUDO PARAMÉTRICO DA INJEÇÃO DE POLÍMEROS EM


RESERVATÓRIOS DE PETRÓLEO

MARIA DO SOCORRO BEZERRA DA SILVA

Orientador: Prof. Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior


Co-orientador: Prof.ª Dra. Jennys Lourdes Meneses Barillas

Natal/RN, Fevereiro de 2014.


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-


UFRN CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – CCET
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
PETRÓLEO - PPGCEP

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ESTUDO PARAMÉTRICO DA INJEÇÃO DE POLÍMEROS EM


RESERVATÓRIOS DE PETRÓLEO

MARIA DO SOCORRO BEZERRA DA SILVA

Orientador: Prof. Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior


Co-orientador: Prof.ª Dra. Jennys Lourdes Meneses Barillas

Natal/RN, Fevereiro de 2014.


Maria do Socorro Bezerra da Silva ii
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial


Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.

Silva, Maria do Socorro Bezerra da.


Estudo paramétrico da injeção de polímeros em reservatórios de petróleo / Maria
do Socorro Bezerra da Silva. - Natal, 2014.
129 f. : il.

Orientador: Prof. Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior.

a
Co-orientadora: Prof. Dra. Jennys Lourdes Meneses Barillas.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande


do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Engenharia do Petróleo.

Maria do Socorro Bezerra da Silva iii


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

Maria do Socorro Bezerra da Silva iv


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

Bezerra da Silva, Maria do Socorro – Estudo paramétrico da injeção de polímeros em


reservatórios de petróleo. Dissertação de Mestrado, UFRN, Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Engenharia de Petróleo. Área de Concentração: Pesquisa e Desenvolvimento em
Ciência e Engenharia de Petróleo. Linha de Pesquisa: Engenharia e Geologia de Reservatórios e
Explotação, Natal-RN, Brasil.

Orientador: Prof. Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior


Co-orientador: Prof.ª Dra. Jennys Lourdes Meneses Barillas

RESUMO
O desenvolvimento de métodos de recuperação é extremamente importante para a explotação de
petróleo. Dentro da grande variedade de métodos especiais de recuperação, conhecidos como
EOR – “Enhanced Oil Recovery”, a injeção de soluções poliméricas aquosas torna-se eficiente no
controle da mobilidade do fluido deslocante. Este método consiste em adicionar polímeros à água
de injeção para aumentar sua viscosidade, fazendo com que a água se difunda mais no meio
poroso aumentando a eficiência de varrido no reservatório. Neste trabalho, estuda-se através de
simulação numérica, a aplicação da injeção de solução polimérica em um reservatório
homogêneo, semissintético com características similares aos reservatórios do Nordeste Brasileiro,
as simulações numéricas foram realizadas através do simulador térmico STARS da CMG
(Computer Modelling Group). O trabalho teve como objetivo analisar a influência de alguns
parâmetros de reservatório sobre o comportamento de produção do óleo, tendo como resposta a
produção acumulada. Foram realizadas simulações para analisar a influência da injeção de água,
solução polimérica e injeção alternada de bancos de água e de solução polimérica, comparando os
resultados para cada condição simulada. As principais variáveis avaliadas foram: viscosidade do
óleo, porcentagem de polímero injetado, viscosidade do polímero e vazão de injeção de água. A
avaliação da influência das variáveis consistiu de um planejamento fatorial completo seguido de
uma análise por Diagrama de Pareto com o objetivo de apontar quais as variáveis seriam mais
influentes sobre a resposta representada pela produção acumulada do óleo. Encontrou-se que
todas as variáveis influenciaram significativamente na recuperação de óleo e que a injeção de
solução polimérica de forma contínua se mostrou mais eficiente para a produção acumulada
quando comparada a recuperação do óleo por injeção contínua de água. A recuperação primária
apresentou baixos níveis de produção de óleo, a injeção de água melhora significativamente a
produção de óleo no reservatório, mas a injeção de solução polimérica surge como uma nova
metodologia para o incremento da produção de óleo, aumento da vida útil do poço e possível
diminuição de água produzida.

Palavras-chave: Simulação numérica, injeção de água, injeção de solução polimérica e controle


de mobilidade.

Maria do Socorro Bezerra da Silva v


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ABSTRACT
Developing an efficient methodology for oil recovery is extremely important. Within the range of
enhanced oil recovery, known as EOR, the injection of polymer solutions becomes effective in
controlling the mobility of displacing fluid. This method consists of adding polymers to the
injection water to increase its viscosity, so that more water diffuses into the porous medium and
increasing the sweep efficiency in the reservoir. This work is studied by numerical simulation,
application of the injection polymer solution in a homogeneous reservoir, semisynthetic with
similar characteristics to the reservoirs of the Brazilian Northeast, numerical simulations were
performed using thermal simulator STARS from CMG (Computer Modelling Group ). The study
aimed to analyze the influence of some parameters on the behavior of reservoir oil production,
with the response to cumulative production. Simulations were performed to analyze the influence
of water injection, polymer solution and alternating injection of water banks and polymer
solution, comparing the results for each simulated condition. The primary outcomes were: oil
viscosity, percentage of injected polymer, polymer viscosity and flow rate of water injection. The
evaluation of the influence of variables consisted of a complete experimental design followed a
Pareto analysis for the purpose of pointing out which variables would be most influential on the
response represented by the cumulative oil production. It was found that all variables
significantly influenced the recovery of oil and the injection of polymer solution on an ongoing
basis is more efficient for the cumulative production compared to oil recovery by continuous
water injection. The primary recovery showed low levels of oil production, water injection
significantly improves the production of oil in the reservoir, but the injection of polymer solution
emerges as a new methodology to increase the production of oil, increasing the life of the well
and possible reduction of water produced .

Keywords: Numerical simulation, water injection, injection polymer solution and


mobility control.

Maria do Socorro Bezerra da Silva vi


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

... Porque ter a mente boa não é o bastante; o principal é aplicá-la bem. As
maiores almas são capazes tanto das maiores virtudes quanto dos maiores
vícios, e aqueles que marcham lentamente podem avançar muito mais, se
seguirem o caminho certo, do que os que correm, porém dele se afastam.

René Descartes

Maria do Socorro Bezerra da Silva vii


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

Dedicatória

Este trabalho é dedicado aos meus


pais Jacinto e Josefa e aos meus
irmãos. Que sempre estiveram do meu
lado não só na realização deste
trabalho, mas em todos os momentos
da minha vida.

Maria do Socorro Bezerra da Silva viii


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Agradecimentos

Deus fez você para que você pudesse valer à pena! Opte por aquilo que te constrói. Diga,
eu nasci para celebrar a vitória (Pe Fábio de Melo). Senhor meu Deus, obrigada por permitir
realizar mais um grande sonho em minha vida.

Aos meus pais Jacinto e Josefa e aos meus irmãos Aparecida, Patrícia, Verônica, Priscila
e Aparecido.

Ao meu bebê, sobrinho, afilhado e um pouco filho Davyson Lucas, o qual amo muito.

Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for.
(Fernando Pessoa). Aos amigos e professores do PPGCEP, em especial os que fazem o LEAP,
Camila, Jofrânia, Heloize, Tailândia, Júnior, Edson, Cindy, Aldayr, Davi, Jennys, Wilson,
Tarcilio, Marcão, Rafael e demais, pelo apoio, incentivo, companheirismo, conversas, risadas,
encontros, trilhas, churrascos, cafés e tudo que passamos e vamos passar juntos, meu muito
obrigado.

Um agradecimento muito especial a Professora e amiga Jennys Barillas. Eu gostaria de


lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou. Pela sua
capacidade de me olhar devagar, já que nessa vida muita gente já me olhou depressa demais.
Professora, muito, muito, mas muito obrigada mesmo por tudo.

“No mundo, o falso e o verdadeiro se confundem, mais os que sabem jamais se iludem.
Não é fácil encontrar o caminho, mas é bom olhar para o lado e ver que eu não estou sozinho”
(Chorão). Agradeço imensamente ao meu namorado, amigo, cúmplice, pai e muito mais que isso
Justino Filho, por todo carinho, todo incentivo, por está sempre disposto a me ajudar em todos os
momentos que precisei, meu muito obrigado.

Maria do Socorro Bezerra da Silva ix


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Ter amigos é como arvorear: lançar galhos, lançar raízes. Para que o outro quando
olhar a árvore, saiba que nós estamos ali. Que nós permanecemos para fazer sombra, para
trazer ao outro, um pouco de aconchego que ás vezes ele precisa na vida (Padre Fábio de
Mello). Minhas amigas irmãs que me acompanharam nesta fase: Suerda, Ana Cléia, Ilza, Dayana,
Cristiane, Maria José, Veronilda, Gerlânea, Gerlândia, Josileide e Victa. Aos amigos que
contribuíram de uma forma externa, mas que eu não poderia deixar de agradecer todo o apoio da
minha amiga Joana Barros. Aos amigos; Marciano Lucena, Francisco Castro, Renner Leite,
Aleck Alves e Anselmo.

Ao professor e orientador Ph.D. Tarcilio Viana pela confiança depositada em mim e por
compartilhar seus conhecimentos e experiências essenciais para a realização deste trabalho.

Ao professor Dr. Marcos Allyson pelo apoio, pela amizade e pelo incentivo.

Ao PRH-PB 221 pelo auxílio financeiro.

Ao Laboratório de Estudos Avançados de Petróleo – LEAP – Pelo espaço físico.

Á CMG (Computer Modelling Group), pelo software disponibilizado.

Maria do Socorro Bezerra da Silva x


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Sumário

1 Introdução Geral .................................................................................................................... 2

2 Aspectos Teóricos ........................................................................................................... ........ 5

2.1 Recuperação do óleo ........................................................................................................ 5


2.1.1Recuperação Avançada de Óleo (EOR – Enhanced Oil Recovery) ........................................................ 6
2.1.2 Injeção de Água ...................................................................................................................................... 7
2.1.2.1 Mobilidade e Razão de Mobilidade ............................................................................................ 10
2.1.3 Injeção de Polímeros ............................................................................................................................ 10

2.2 Polímeros ....................................................................................................................... 12


2.2.1 Tipos de polímeros ............................................................................................................................... 13
2.2.2Formas de comercialização de polímeros ............................................................................................. 17
2.2.3 Descrição dos Mecanismos..................................................................................................... .............. 17
2.2.4 Critérios de Seleção ........................................................................................................ ...................... 20
2.2.5 Fatores Intervenientes ........................................................................................................................... 23
2.2.6 Propriedades de polímeros .................................................................................................................... 24
2.2.6.1 Viscosidade ................................................................................................................................. 24
2.2.6.2 Relações de viscosidade .............................................................................................................. 25
2.2.7Comportamento do Polímero no Reservatório .............................................................................. ....... 25
2.2.7.1 Volume Poroso Inacessível ................................................................................................... ...... 26
2.2.7.2 Retenção de polímeros na rocha.................................................................................................. 29
2.2.7.3 Redução de permeabilidade ................................................................................................... ..... 30
2.2.7.4 Estabilidade de polímeros ................................................................................................... ........ 32
2.2.7.5 Degradação mecânica.................................................................................................................. 32

2.3 Simulação de reservatórios ............................................................................................ 33


2.3.1 Gerenciamento de reservatórios .............................................................................................. ............. 33
2.3.2Tipos de simuladores de reservatório ................................................................................................... 34

2.4 Avaliação econômica ..................................................................................................... 36

2.5 Planejamento Experimental e Otimização ..................................................................... 38


2.5.1 Tratamento Estatístico ...................................................................................................... .................... 39
2.5.1.1 Diagrama de Pareto .......................................................................................................... ........... 39

Maria do Socorro Bezerra da Silva xi


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... . . . .

3 Estado da Arte ............................................................................................. .......................... 42

4 Materiais e Métodos ......................................................................................................... ..... 51

4.1 Ferramentas computacionais ......................................................................................... 51


4.1.1 WINPROP ..................................................................................................................... ....................... 51
4.1.2 BUILDER ..................................................................................................................... ........................ 51
4.1.3 STARS .................................................................................................................................................. 52
4.1.4 Tratamento estatístico ........................................................................................................................... 52

4.2 Modelo do reservatório .................................................................................................. 52


4.2.1 Propriedades da rocha ........................................................................................................................... 53
4.2.2Mapa de saturação de óleo e localização dos poços produtor e injetor no modelo base ....................... 55

4.3 Condições de operação dos poços ................................................................................. 56

4.4 Modelagem dos fluidos ................................................................................................. 56

4.5 Curva de viscosidade ..................................................................................................... 60

4.6 Permeabilidades relativas .............................................................................................. 61

4.7 Fluido injetado ............................................................................................................. .. 63

4.8 Viscosidade do óleo do reservatório .............................................................................. 63

4.9 Análise de sensibilidade dos parâmetros operacionais .................................................. 64

4.10 Metodologia de trabalho ................................................................................................ 65

5 Resultados .............
.....
67

5.1 Escolha..................................................................................domodelobaserefinado 67

5.2 Analise................................................comparativadométodocomainjeçãodeágua 69

5.3 Processos......................................................................................................simulados 80

5.4 Comparativo da injeção continua da solução polimérica com a injeção contínua de


água ............................................................................................................................................ 87

5.5 Analise da vazão de água para a injeção continua de polímero comparado à injeção
contínua de água ........................................................................................................................ 90
Maria do Socorro Bezerra da Silva xii
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

5.6 Analise da variação da produção acumulada para a injeção continua de solução


polimérica comparada à injeção de água. .................................................................................. 94

5.7 Análise do processo que obteve a melhor resposta para a produção de óleo ................ 96

5.8 Fator de Recuperação (FR) em função do volume poroso injetado (VPI) .................. 103

5.9 Mapas da mobilidade do óleo, comparando a injeção contínua de solução polimérica


com a injeção contínua de água. .............................................................................................. 104

5.10 Mapas da mobilidade da água, comparando a injeção contínua de solução polimérica


com a injeção contínua de água. .............................................................................................. 106

6 Conclusões e Recomendações ............................................................................................ 111

Algumas sugestões para futuros trabalhos; ................................................................................ 113

7 Referências Bibliográficas ................................................................................................. 115

Maria do Socorro Bezerra da Silva xiii


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ÍNDICE DE FIGURAS

CAPÍTULO I

CAPÍTULO II
Figura 2-1- Formação de fingerings (Venério 2010). ___________________________________________________ 8
Figura 2-2- Representação esquemática do método de recuperação de petróleo mediante injeção de água. Adaptado de
Miranda, 2010. _____________________________________________________________________ 9 Figura 2-3-
Esquema da sequência de injeção de polímeros (Lake, 1989). _________________________________ 12 Figura 2-4 -
Estrutura da poliacrilamida parcialmente hidrolisada (Manichand, 2006). ______________________ 15 Figura 2-5 -
Estrutura molecular da xantana (Manichand, 2006). ________________________________________ 16 Figura 2-6-
-1
Viscosidade versus concentração de polímeros a uma taxa de cisalhamento de 7,3 s , em 1% de NaCl a 74 °F (Sorbie,

1991). ____________________________________________________________________________ 24 Figura 2-7 - (a)


Aparecimento dos “fingers”; (b) região mais permeável k2 > k1 favorecendo o fluxo de fluidos assim ocorrendo o
fenômeno dos fingers (Dantas 2008). ___________________________________________________ 26 Figura 2-8 -
Polímero aderindo na matriz sólida ______________________________________________________ 30 Figura 2-9 -
Etapas do estudo de um reservatório, utilizando um simulador numérico (Rosa, 2006). ____________ 34 Figura 2-10 -
Aplicações de simuladores numéricos de reservatórios (Rosa, 2006). __________________________ 35 Figura 2-11 -
Otimização econômica (Satter, 1994). __________________________________________________ 37 Figura 2-12 -
Exemplo da representação do Diagrama de Pareto (Barillas, et al., 2007) ______________________ 39 Figura 2-13 -
Exemplo da representação de uma superfície de resposta (Barillas, et al.,2007) _________________ 40

CAPÍTULO III

CAPÍTULO IV
Figura 4-1 - Modelo composicional do reservatório em 3D com configuração de injeção five-spot _____________ 53
Figura 4-2- Discretização em 3D do modelo de reservatório em estudo ___________________________________ 55
Figura 4-3- Mapa de saturação do óleo com vista frontal dos poços produtor e injetor no modelo base _________ 55
Figura 4-4- Fator volume de formação do óleo ______________________________________________________ 59
Figura 4-5- Razão de solubilidade do gás no óleo ____________________________________________________ 60
Figura 4-6- Ajuste da viscosidade do óleo ___________________________________________________________ 61
Figura 4-7- Curvas de permeabilidade relativa para o sistema água-óleo _________________________________ 62
Figura 4-8- Curvas de permeabilidade relativa para o sistema gás-líquido_________________________________ 62
Figura 4-9- Metodologia do trabalho ______________________________________________________________ 65

Maria do Socorro Bezerra da Silva xiv


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CAPÍTULO V
Figura 5-1- Produção acumulada de óleo dos refinamentos para escolha do modelo base. ___________________ 68
Figura 5-2- Análise comparativa do método com a injeção de água sem polímero. _________________________ 69
Figura 5-3 – Diagrama de Pareto para a produção acumulada em 5 anos. ________________________________ 73
Figura 5-4 - Diagrama de Pareto para a produção acumulada em 10 anos.________________________________ 74
Figura 5-5 - Diagrama de Pareto para a produção acumulada em 15 anos.________________________________ 74
Figura 5-6 - Superfície de resposta: % de polímero vs. viscosidade do óleo em 5 anos, 10 anos e 15 anos. _______ 77
Figura 5-7 – Superfície de resposta: viscosidade do polímero vs. % de polímero em 5 anos, 10 anos e 15 anos. ___ 78
Figura 5-8 - Superfície de resposta: vazão de água vs. viscosidade do óleo em 10 anos e 15 anos de projeto. _____ 79
Figura 5-9 – Superfície de resposta: viscosidade do polímero vs. viscosidade do óleo em 10 anos e 15 anos. _____ 80
Figura 5-10 – Processos Simulados. _______________________________________________________________ 81
3
Figura 5-11 - Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 50m /dia. _______________________ 82
3
Figura 5-12 - Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 50m /dia. _____________________________ 83
3
Figura 5-13 - Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 50m /dia. _______________________ 84
3
Figura 5-14 - Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 50m /dia ______________________________ 84
3
Figura 5-15 - Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 50m /dia ________________________ 85
3
Figura 5-16 - Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 50m /dia ______________________________ 86

Figura 5-17 - Curvas de produção acumulada do óleo com viscosidade 8cp comparando a injeção contínua de solução
polimérica com injeção contínua de água. ___________________________________________________ 87 Figura 5-18 -
Curvas de produção acumulada do óleo com viscosidade 17cp comparando a injeção contínua de solução polimérica com
injeção contínua de água. ___________________________________________________ 88 Figura 5-19 - Curvas de
produção acumulada do óleo com viscosidade 43cp comparando a injeção contínua de solução polimérica com injeção
contínua de água. ___________________________________________________ 89 Figura 5-20 – Vazão de água para a
produção em 20 anos _____________________________________________ 90 Figura 5-21 – Período de maior vazão de
água em 20 anos. ____________________________________________ 91 Figura 5-22- Vazão de água para a produção
em 20 anos______________________________________________ 92 Figura 5-23 - Período de maior vazão de água em
20 anos _____________________________________________ 92 Figura 5-24 - Vazão de água para a produção em 20
anos _____________________________________________ 93 Figura 5-25 – Período de maior vazão de água em 20
anos ____________________________________________ 94 Figura 5-26 - Mapas de saturação de óleo nos períodos de
5, 10, e 15 anos do processo._____________________ 98 Figura 5-27 - Mapas de saturação de óleo nos períodos de 5, 10
e 15 anos do processo. ____________________ 100 Figura 5-28- Mapas de saturação de óleo nos períodos de 5,10 e 15
3 3
anos do processo _____________________ 102 Figura 5-29 - Curvas FR x VPI para as vazões de 25 m /dia, 50 m /dia e
3
75m /dia. _________________________ 103 Figura 5-30 - Mobilidade do óleo em 5, 10 e 15 anos do projeto.

_______________________________________ 105 Figura 5-31 - Mobilidade da água em 5, 10 e 15 anos do projeto.


______________________________________ 107 Figura 5-32 – Viscosidade da água em 1 ano de
projeto.______________________________________________ 108
Maria do Socorro Bezerra da Silva xv
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Figura 5-33 - Viscosidade da água em 3 anos de projeto. _____________________________________________ 109

Maria do Socorro Bezerra da Silva xvi


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ÍNDICE DE TABELAS

CAPÍTULO I

CAPÍTULO II
Tabela 2-1- Classificação de permeabilidade e porosidade (Sorbie, 2002). Fonte - Manichand 2006 ____________ 22
Tabela 2-2- Critérios para a aplicação da injeção de polímeros segundo Satter (1994). Fonte - Manichand 2006 __ 23

CAPÍTULO III

CAPÍTULO IV
Tabela 4-1- Propriedades da rocha reservatório _____________________________________________________ 54
Tabela 4-2 - Parâmetros de Operação dos Poços. ____________________________________________________ 56
Tabela 4-3- Fração molar dos hidrocarbonetos presentes no fluido ______________________________________ 57
Tabela 4-4- Agrupamento e percentual de cada componente e pseudocomponente _________________________ 58
Tabela 4-5- Dados PVT do teste de liberação diferencial do óleo leve _____________________________________ 58
Tabela 4-6 - Características do polímero utilizadas no estudo ___________________________________________ 63
Tabela 4-7 - Viscosidades do óleo sintéticas e suas respectivas frações.___________________________________ 64
Tabela 4-8 - Níveis de parâmetros do reservatório ___________________________________________________ 65

CAPÍTULO V
Tabela 5-1- Refinamentos para a escolha do modelo base _____________________________________________ 68
Tabela 5-2- Simulações realizadas para o estudo do processo de injeção de polímeros, analisando a produção acumulada
em 5,10,15 e 20 anos de produção. ______________________________________________________ 71 Tabela 5-4 -
∆Np em 20 anos de produção para uma viscosidade de óleo de 8cp. ___________________________ 95 Tabela 5-5 - ∆Np
em 20 anos de produção para uma viscosidade de óleo de 17 cp. _________________________ 95 Tabela 5-6 - ∆Np em
20 anos de produção para uma viscosidade de óleo de 43cp. __________________________ 96

Maria do Socorro Bezerra da Silva xvii


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Nomenclaturas

Descrição unidade
3
∆Np – Variação da produção acumulada m std
µm – Micrometro
Ad – Adsorção da concentração do polímero na rocha
2+
Ca - Íon Cálcio
cP – Centipoise
Cp – Concentração do polímero ppm
De – Tensor de dispersão efetivo
F – Fahrenheit
FR – Fator de Recuperação %
g – Força gravitacional
k – Permeabilidade absoluta mD
M – Mobilidade
mD - Millidarcys
2+
Mg - Íon Magnésio
Np - Produção acumulada total de óleo m³ std
ºC – Graus Celsius
2
P - Pressão Kgf/cm (Psi)
Pw – Pressão da fase água
Qinj – Vazão de injeção m³std/dia
Rc – Condições de reservatório
Rf – Fator de resistência
Rk – Fator de redução da permeabilidade
Rrf – Fator de resistência residual
Rso – Razão de solubilidade
Soi – Saturação de óleo incial
std – Stander
Sw - Saturação de água
Swc - Saturação de água conata

Maria do Socorro Bezerra da Silva xviii


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

T - Temperatura do fluido ºC
-1 -1
Visc – Viscosidade do óleo M.L .t
VOIP - Volume de Óleo in Place
VPI – Volume Poroso Injetado
VPL – Valor presente líquido
3
Vv - Volume de poros vazios cm

Letras gregas
∆ - incremento p.p.
θ - Ângulo de contato
λp – Razão de mobilidade do polímero
-1 -1
μ – Viscosidade do fluído M.L .t
-1 -1
μo - Viscosidade da fase óleo M.L .t
-1 -1
μp - Viscosidade da solução polimérica M.L .t
-1 -1
μw - Viscosidade da fase água M.L .t
3
ρ - Densidade da rocha g/cm
3
ρw – Densisdade da água g/cm
τ - tensão de cisalhamento Pa
Ф – Porosidade %
фp - Porosidade efetiva para o polímero %

Siglas
RAO – Razão-Água-Óleo
SPE – “Society of Petroleum Engineers”
STARS – “Steam, Thermal and Advanced Reservoir Simulator”
PAM – poliacrilamida
PEO - dextrana, poli (óxido de etileno)
Ppm – Partes por milhão
NaCl – Cloreto de sódio
OOIP – Original Oil in Place
HEC - Hidroxi-etil-celulose

Maria do Socorro Bezerra da Silva xix


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN

HPAM – Poliacrilamida parcialmente hidrolisada


IMEX – Implicit Explicit Black Oil Simulator
IVP – Volume Poroso Inacessível
CMG - Computer Modelling Group
CMHEC - Carboxi-metil-hidroxi-etil-celulose
EOR – Enhanced Oil Recovery
AM/AMPS - Copolímeros de acrilamida e 2-acrilamida 2-metil propano sulfonato,
ANP – Agencia Nacional de Petróleo
API - American Petroleum Institute

Maria do Socorro Bezerra da Silva xx


Capítulo I:
Introdução Geral
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo I: Introdução Geral

1 Introdução Geral

O aumento progressivo da demanda energética mundial é motivo para a busca, também


crescente, do aprimoramento das técnicas de produção de petróleo, a procura pelo menor custo e
maior eficiência possíveis na recuperação do óleo se faz necessário.

Na recuperação de petróleo são enfrentados diversos problemas, entre os quais o baixo


fator de recuperação de óleo associado a uma alta produção de água. A fim de resolver esses
problemas, podem ser aplicados métodos suplementares de recuperação, avançados ou não, para
atingir uma produção de óleo técnica e economicamente satisfatória. Esses métodos têm como
princípio a redução das forças retentoras (forças capilares ou tensões interfaciais), o aumento da
viscosidade da fase deslocante ou, ainda, a redução da viscosidade da fase deslocada. Cada
método de recuperação tem condições adequadas para sua aplicação, que dependem das
características do reservatório e dos fluidos contidos no mesmo.

O método de injeção de água é um dos métodos de recuperação mais utilizados, devido à


boa relação custo-benefício trazida para muitos reservatórios de petróleo. A grande maioria dos
projetos atuais que visa à injeção de água no reservatório é implementada logo no início de sua
vida produtiva, de maneira a manter ou até mesmo elevar a pressão de poro (Mezzomo, 2000).

Os métodos químicos representam as principais alternativas para melhorar


significativamente a recuperação de óleo residual, gerado pela injeção de água. Entre eles a
injeção de soluções poliméricas é um método já utilizado com sucesso na indústria. Esta técnica
consiste em aumentar a viscosidade do fluido injetado mediante a dissolução de polímeros na
água, mas em alguns reservatórios o volume necessário de polímero e o seu custo, tornam sua
aplicação economicamente inviável. Busca-se desenvolver polímeros mais resistentes às
condições de reservatório, além de definir as condições ideais de campo que proporcionariam
uma produção de óleo economicamente mais viável.

A avaliação do método de injeção de polímeros envolve conceitos importantes e, desde a


sua seleção para aplicação em um dado campo até sua implantação, são necessários análise
Maria do Socorro Bezerra da Silva 2
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo I: Introdução Geral

criteriosa e testes preliminares. Se um determinado reservatório for considerado apto à injeção de


polímeros, é importante analisar uma série de variáveis, como o tipo de polímero, a concentração
e o tamanho do banco de injeção, com o objetivo de otimizar o processo (Ribeiro, 2008).

Esta Dissertação trabalho tem como objetivo principal analisar alguns parâmetros
operacionais e de reservatório, como: Viscosidade do óleo, viscosidade do polímero,
porcentagem de polímero injetado e vazão de água injetada, a fim de verificar qual a influência
deles na aplicação do processo de injeção de polímeros em reservatórios de petróleo.

O modelo utilizado para estudo é um reservatório homogêneo, semissintético com


características baseadas em reservatórios do Nordeste Brasileiro. Os resultados foram obtidos
através do simulador térmico STARS (Steam, Thermal, and Advanced Processes Reservoir
Simulator), versão 2012 do programa da CMG (Computer Modelling Group).

O trabalho está organizado em sete capítulos. O capítulo I- Introdução Geral - Apresenta


uma introdução geral sobre o assunto abordado. O capítulo II – Aspectos teóricos - O principal
propósito desta revisão é apresentar os aspectos teóricos mais importantes relativos ao processo
de injeção de polímeros como método de recuperação avançada de petróleo. Este capítulo
descreve também os aspectos teóricos referentes à recuperação de petróleo, simulação de
reservatório, planejamento experimental e análise econômica. No capítulo III – Estado da Arte - é
apresentada uma revisão bibliográfica com foco na relevância dos métodos de recuperação de
petróleo por injeção de água e polímeros. O Capítulo IV – Materiais e métodos - Apresenta a
metodologia do trabalho, onde estão descritos o modelo do simulador, as características do
reservatório, o modelo físico e a metodologia utilizada no trabalho. O Capítulo V – Resultados e
discussões - Apresenta os resultados e discussões obtidos no trabalho. O capítulo VI –
Conclusões e recomendações - Apresenta de forma objetiva as conclusões a partir dos resultados
obtidos e propõe algumas recomendações para trabalhos futuros. O Capítulo VII – Referências
bibliográficas - Apresenta as referências bibliográficas, tais como (artigos, livros, teses,
programas, sites) utilizadas como base para esta dissertação.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 3


Capítulo II:
Aspectos Teóricos
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

2 Aspectos Teóricos

Os reservatórios de petróleo que retêm grandes quantidades de hidrocarbonetos após a


diminuição da sua energia natural são candidatos ao emprego de processos que visam à obtenção
de uma recuperação adicional de óleo. O desenvolvimento de novas técnicas que possibilitem
extrair mais deste óleo residual permite aumentar a rentabilidade dos campos petrolíferos e
estender sua vida útil (Segundo et al., 2007).

O principal propósito desta revisão é apresentar os aspectos teóricos mais importantes


relativos ao processo de injeção de polímeros como método de recuperação avançada de petróleo.

2.1 Recuperação do óleo

Dentre as várias dificuldades que afetam a produção do petróleo a partir dos reservatórios,
uma em especial, tem a ver com a imiscibilidade e a diferença de viscosidade entre os fluidos
presentes na jazida. Quando a água e o óleo (geralmente mais viscoso) escoam ao mesmo tempo
através de um meio poroso (reservatório), a água tende a se deslocar em uma velocidade maior
que o óleo, no seu curso em direção aos poços produtores. Com isso, ocorrerá a chegada
prematura e crescente da água nestes poços, afetando a recuperação final do petróleo (Pravap,
Revista Petro & Química, 2002).

Com base nessas observações, várias propostas têm sido apresentadas com o intuito de
atenuar os danos sobre a recuperação. Esses métodos são chamados de recuperação suplementar.
Eles consistem na injeção de produtos que geralmente não estão presentes no reservatório e
modificam as características do meio poroso. Para reservatórios em que o petróleo não é do tipo
“pesado” e possui mobilidade, uma proposta foi à utilização do método convencional de
recuperação por injeção de água, porém, aditivada com polímeros hidrossolúveis de elevada
massa molar. Mesmo em pequenas concentrações, estes produtos fazem com que a viscosidade
da água (fluido deslocante) seja aumentada e aproxime-se da viscosidade do óleo (fluido
deslocado). Dessa forma, a solução polimérica injetada no reservatório promoverá um
deslocamento uniforme (do tipo pistão), em relação à fase óleo (Babadagli, T, 2005). O resultado
Maria do Socorro Bezerra da Silva 5
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

é o retardamento da invasão de água nos poços produtores e, portanto, uma maximização da


eficiência de recuperação (Zaitoun et. al., 1991; Revista Petro & Química, 2002).

2.1.1 Recuperação Avançada de Óleo (EOR – Enhanced Oil Recovery)

O objetivo dos métodos de recuperação avançada é mobilizar o óleo remanescente pelo


aumento do deslocamento microscópico do óleo e o aumento da eficiência volumétrica de
varrido. O deslocamento do óleo é aumentado pela redução da viscosidade do óleo ou reduzindo
forças capilares ou a tensão interfacial. A eficiência volumétrica de varrido é aumentada
reduzindo a mobilidade da água de injeção (Satter, 1994). Os processos de recuperação avançada
frequentemente envolvem a injeção de mais de um fluido. Num caso típico, um volume
relativamente pequeno de um fluido caro (primeiro banco ou primary slug) é injetado para
mobilizar o óleo. Este primeiro banco é deslocado com um volume maior de um fluido mais
barato (banco secundário). O objetivo desse segundo banco é deslocar o primeiro banco de forma
eficiente. Em alguns casos, fluidos adicionais de custo ainda menor são injetados depois do
segundo banco para reduzir ainda mais os custos de operação (Green, 1998).

Os métodos de EOR podem ser classificados em quatro categorias entre os principais métodos
estão:

Métodos químicos
Métodos miscíveis
Métodos térmicos
Métodos microbiológicos

Nos métodos químicos o fluido injetado interage quimicamente com o fluido do


reservatório. Entre os tipos mais comuns estão, injeção de água aditivada de polímeros, injeção
de solução micelar e injeção de solução ASP (Alkali-Surfactante- Polímero). Esses métodos são
aplicados para óleos com viscosidade moderada, não sendo indicado para óleos efetivamente
pesados com pouca ou nenhuma mobilidade (Naveira, 2007). Apesar da sua eficiência de
deslocamento, os métodos químicos são limitados pelo alto custo dos fluídos químicos e pela
excessiva perda destes no reservatório.
Maria do Socorro Bezerra da Silva 6
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

Em métodos miscíveis, o objetivo é injetar fluidos que são diretamente miscíveis com o
petróleo, ou seja, fluidos que, ao se misturarem com o petróleo, formam uma única fase. Exemplo
disso seria a injeção de dióxido de carbono ou de nitrogênio. Neste caso, a razão de mobilidade
entre os dois fluidos é determinante para a eficiência de varrido e, a molhabilidade para a
eficiência de deslocamento (efeitos capilares).

Métodos térmicos envolvem injeção de energia térmica ou geração de calor dentro do


reservatório para, principalmente, alterar a viscosidade do petróleo e melhorar a recuperação do
mesmo. Injeção de vapor ou combustão in-situ através de injeção de ar ou oxigênio são exemplos
deste processo.

Os métodos biológicos ou microbiológicos consistem na adição de bactérias com a água


de injeção. Estas bactérias realizam reações químicas em contato com o petróleo e são capazes de
quebrar cadeias mais longas de hidrocarbonetos, o que resulta em um óleo mais leve, menos
viscoso e mais fácil de ser deslocado do reservatório. As bactérias ainda podem provocar
mudanças na tensão interfacial entre óleo e água ou alterar a molhabildade da rocha.

Nesta dissertação serão abordados os métodos de injeção de polímero, que é considerado um


método químico, e a injeção de água.

2.1.2 Injeção de Água

A injeção de água (waterflooding) é o método mais comum de injeção de fluidos em


reservatórios. Sua popularidade se justifica através da sua disponibilidade, relativa facilidade para
operação e boa eficiência em deslocar óleo (Craig, 1993), além de baixo custo.

A água e o óleo são imiscíveis sob praticamente todas as condições de pressão e


temperatura de reservatório e de superfície porque as solubilidades do óleo na água e da água no
óleo são baixas (Willhite, 1986). Devido a este processo, a água, além de manter a pressão do
reservatório, é capaz de deslocar o óleo.

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

Ao se injetar água no reservatório, a saturação de água ao redor do poço injetor aumenta


bastante e forma-se um banco de óleo a frente da água injetada. Entre a zona lavada e o banco de
óleo, obtém-se uma região onde a saturação de água cai bruscamente. Esta região é denominada
frente de avanço. Quando o banco de óleo atinge o poço produtor, um aumento da produção de
óleo pode ser observado (Rosa, Carvalho, & Xavier, 2006).

Porém, devido à razão de mobilidade entre óleo e água, a água não é capaz de deslocar
todo o óleo presente no reservatório. A interface óleo-água é extremamente instável e existe uma
tendência de formação de canais de escoamento preferenciais (van Meurs & van der Poel, 1958).
A água, ao ser injetada, percorre este canal preferencial, geralmente caracterizado por uma zona
mais permeável ou por ser o caminho mais curto entre os poços injetor e produtor.

Estes caminhos preferenciais são conhecidos como viscous fingerings (como podem ser
vistos na Figura 2.1). Quanto maior for à razão de viscosidade óleo/água, maior é a tendência de
eles ocorrerem e mais acentuados eles são. Outro fator determinante para a formação dos fingers
é a heterogeneidade do reservatório. Uma rocha heterogênea apresenta zonas mais ou menos
permeáveis que acabam “indicando” o caminho que a água deve percorrer. Todavia, já foi
mostrado em testes, que em amostras de rocha mais homogêneas, a formação de fingers ainda
existe (Craig, 1993).

Figura 2-1- Formação de fingerings (Venério 2010).

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

Este efeito tem por consequência a redução da eficiência de varrido do método, já que,
como a água percorre caminhos preferenciais, ela não atinge todo o reservatório. Logo, o óleo
não é todo deslocado. Ou seja, o óleo localizado entre dois fingers não é atingido pela água,
permanecendo no mesmo lugar. Pode-se observar melhor este efeito na Figura 2-2.

Figura 2-2- Representação esquemática do método de recuperação de petróleo mediante injeção


de água. Adaptado de Miranda, 2010.

Os fingers também antecipam a chegada da água injetada no poço produtor. O tempo que
leva a água injetada (frente de avanço) a alcançar o poço produtor é chamado de tempo de
breakthrough. Quanto maior este tempo, menos heterogêneo é o reservatório, menor é a razão de
viscosidade entre óleo e água e mais óleo é deslocado.

Como o projeto pode ser interrompido com uma vazão considerável de óleo sendo
produzido e ainda restaria um volume grande de óleo no reservatório (uma saturação residual de
óleo), meios alternativos devem ser pensados de forma a aumentar o fator de recuperação do
campo.

A saturação de óleo residual (Sor) estabelece a eficiência máxima do deslocamento de


óleo pela água em um nível microscópico. A saturação de óleo residual é função da
molhabilidade, distribuição de tamanho de poros, heterogeneidade microscópica da rocha e
propriedades do fluido injetado (água). Destes fatores o mais simples de se alterar são as

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

propriedades do fluido injetado. É em busca disso que alguns métodos de recuperação avançada
são baseados (Willhite, 1986).

2.1.2.1 Mobilidade e Razão de Mobilidade

A mobilidade de um fluido é definida como a relação entre a sua permeabilidade efetiva


no meio poroso (k) e a sua viscosidade (μ). Desta maneira, a mobilidade do óleo (fluido
deslocado) é dada por λo=ko/μo (ko é a permeabilidade efetiva ao óleo) e a da água (fluido
injetado) por λw=kw/μw (kw é a permeabilidade efetiva à água). Assim como as permeabilidades
efetivas, as mobilidades também dependem das saturações. A equação (1) apresenta a fórmula
para o cálculo da razão de mobilidade.

Equação (1)

Segundo (Craig, 1971), na produção e recuperação de petróleo a razão de mobilidade é


definida pela razão λw/λo. Desta forma, quanto menor a razão de mobilidade, maior é a
eficiência de varrido no reservatório, deslocando-se mais óleo com menos fluido injetado. Entre
as medidas para se aumentar a razão de mobilidade, pode-se citar o aumento da viscosidade da
solução injetada (μw) e/ou da permeabilidade efetiva do óleo, e/ou da diminuição da viscosidade
do óleo (μo) e/ou da permeabilidade efetiva da solução injetada (Craig, 1971). A razão de
mobilidade está, portanto, diretamente relacionada com a eficiência de varrido em um processo
de recuperação, já que quantifica a diferença da facilidade com que os fluidos se deslocam no
meio poroso.

2.1.3 Injeção de Polímeros

Injeção de polímeros é um método de recuperação avançada de petróleo (Enhanced Oil


Recovery - EOR), classificado como um método químico e tem o objetivo de aumentar a

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

viscosidade da água de injeção e melhorar a razão de mobilidades água/óleo. Com isso, há uma
uniformização da frente de avanço, que melhora a eficiência de varrido areal e vertical. Este
método visa recuperar o óleo móvel remanescente que a injeção de água não deslocou, mas
também pode ser aplicado desde o início do desenvolvimento de um reservatório. Além de
aumentar a eficiência de varrido, este método busca reduzir a quantidade de água injetada e
consequentemente produzida (Rosa 2006).

Antes de injetar polímeros em reservatório, é necessário fazer um estudo profundo das


substâncias a serem utilizadas para o preparo da solução polimérica, como, temperatura,
salinidade, dureza e pH, adequando-se às características da rocha reservatório (Correia 2002).

No Brasil, a recuperação com injeção de polímeros ainda está em fase de crescimento.


Cabe destacar que os polímeros, além de serem utilizados na recuperação de reservatórios de
petróleo, também podem ser aplicados em fluidos de perfuração, fraturamento, nas correções de
perfis de injetividade e como agentes bloqueadores de água (Rosa 2006).

Para o método ser eficiente, as soluções poliméricas precisam permanecerem estáveis por
um longo período sob condições de reservatório. Os polímeros são sensíveis à degradação
mecânica, química, térmica e microbiológica. A degradação pode ser prevenida ou minimizada
utilizando técnicas especiais (Chang 1978).

O esquema da injeção de polímeros (Figura 2-3) geralmente é iniciado com um pré-flush,


isto é um banco de fluido de injeção com o propósito de acondicionar o reservatório para os
fluidos de injeção seguintes e que normalmente consiste de uma solução de baixa salinidade. O
pré-flush é seguido pela solução polimérica, uma solução tampão de água doce para proteger a
solução polimérica de diluição na parte de trás do banco, e por fim, a água de deslocamento
(chase water ou drive water). Muitas vezes, o tampão contém polímero em concentração
decrescente para diminuir a razão desfavorável de mobilidade entre a água de deslocamento e a
solução polimérica. Devido à natureza de deslocamento do processo, a injeção de polímeros é
sempre feita através de conjuntos separados de poços injetores e produtores (Green, 1998; Lake,
1989). A Figura 2-3 mostra o esquema da sequência de injeção de polímeros.

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

Fluido Solução tampão Solução Recuperação


deslocante de água doce polimérica para adicional de
(água) para proteger o o controle da óleo (banco de
banco de mobilidade óleo)
polímero

Figura 2-3- Esquema da sequência de injeção de polímeros (Lake, 1989).

O desempenho da injeção de polímeros em reservatórios de petróleo é fortemente


influenciada pela presença de diferentes sais na água da formação e na água de injeção, por isso é
necessária a injeção de um banco de água que evite o contato do polímero com a água da
formação. O sucesso desse tipo de abordagem pode trazer um ganho significativo de produção de
óleo, associado a uma redução com o custo de tratamento de água, beneficiando o retorno
econômico do projeto. Tendo assim uma melhor eficiência de recuperação de óleo, uma vez que
se proporciona um melhor varrido de óleo.

2.2 Polímeros

Os polímeros são compostos químicos de alta massa molecular relativa, resultantes de


reações químicas de polimerização, por esse motivo são usados como agentes viscosificantes
(Rosa et al., 2006).
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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

Polímeros (do grego, “muitas partes”) são macromoléculas constituídas pela repetição de
uma pequena unidade molecular de um determinado composto químico, unidade esta que recebe
o nome de monômero. A reação que dá origem a um polímero é denominada reação de
polimerização, em que a molécula inicial (monômero) se agrupa sucessivamente com outras,
produzindo o dímero, trímero, tetrâmero e, por fim, o polímero.

Nos anos 60, os polímeros foram sugeridos como meio de redução da razão de mobilidade
pelo aumento da viscosidade da água deslocante e a redução da permeabilidade da formação
rochosa. Praticamente, todos os trabalhos foram realizados com a poliacrilamida parcialmente
hidrolisada (HPAM), que é um tipo de polímero. Seu uso foi originalmente proposto já que
HPAM era comercialmente disponível para aplicação em outras indústrias. Mais recentemente, o
biopolímero xantana, disponível comercialmente para uso em outras aplicações industriais, foi
desenvolvido para aplicação na EOR. Durante os anos 60 e 70 um grande número de aplicações
de campo foram feitas com vários graus de sucesso (Sorbie, 1991).

2.2.1 Tipos de polímeros

Vários polímeros têm sido considerados na aplicação em EOR: goma xantana,


poliacrilamida parcialmente hidrolisada, copolímeros (polímeros consistindo de dois ou mais
tipos diferentes de monômeros) de ácido acrílico e acrilamida, copolímeros de acrilamida e 2-
acrilamida 2-metil propano sulfonato (AM/AMPS), hidroxi-etil-celulose (HEC), carboxi-metil-
hidroxi-etil-celulose (CMHEC), poliacrilamida (PAM), poli (ácido acrílico), glucana, dextrana,
poli (óxido de etileno) (PEO), poli (álcool vinílico).

Porém, dois tipos de polímero são normalmente usados para o controle de mobilidade: o
polímero sintético poliacrilamida, na sua forma parcialmente hidrolisada, e o biopolímero
xantana. As propriedades físicas dos polímeros, incluindo comportamento de escoamento,
adsorção/retenção, estabilidade térmicas e estabilidade ao cisalhamento, podem ser
compreendidas através de sua estrutura molecular. Assume-se que a solução polimérica é uma
solução aquosa que geralmente contém, além do polímero, um número de íons, tais como cálcio,
magnésio, sulfato, além de sódio e cloreto (Green, 1998; Sorbie, 1991).

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

Segundo Teixeira (2005), a poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM) tem um


custo mais baixo que a goma xantana. Tais polímeros aumentam a viscosidade da água,
direcionam o escoamento para dentro de zonas de menor permeabilidade, conferindo melhor
varredura da solução polimérica utilizada nos processos de recuperação de petróleo e diminuindo
a formação de caminhos preferenciais (fingers). O fluido injetado difunde-se mais no meio
poroso, promovendo uma melhor distribuição da frente de injeção e retardando a produção de
água (Lima, 2010; Sorbie, 1991). No entanto, interações significativas entre o meio poroso e as
moléculas dos polímeros transportados podem ocorrer, causando a retenção do polímero na
superfície porosa. Essa retenção pode provocar redução na eficiência de injeção de polímeros,
assim como da permeabilidade da rocha (Sorbie, 1991).

2.2.1.1 A poliacrilamida parcialmente hidrolisada

A HPAM é um monômero de amida, formada pela combinação de carbono, hidrogênio,


oxigênio e nitrogênio, compondo assim uma unidade básica. Milhares dessas unidades básicas
são polimerizadas para formar uma molécula de polímero de cadeia longa. Através do processo
químico de hidrólise, a hidrólise converte alguns grupamentos amida em grupos carboxílicos.
Quando somente parte dos grupos amida é alterada, o processo é chamado de hidrólise parcial,
criando-se então poliacrilamidas parcialmente hidrolisadas (Teixeira, 2005). A poliacrilamida
adsorve fortemente em superfícies compostas por minerais. Entretanto, esse polímero é
hidrolisado parcialmente para reduzir sua adsorção no meio poroso, através da reação do
polímero com uma base, como hidróxido de sódio ou de potássio, ou ainda, carbonato de sódio.

O grau de hidrólise, que em produtos comerciais varia entre 15% e 35%, pode ser
importante para certas propriedades físicas, tais como adsorção, estabilidade frente a
cisalhamento e temperatura. Esse grau de hidrólise foi selecionado para otimizar certas
propriedades tais como solubilidade em água, viscosidade e retenção. Se o grau de hidrólise for
baixo, o polímero pode não ser solúvel em água. Se o grau de hidrólise for muito alto, suas
propriedades serão muito sensíveis à salinidade e dureza (Lake, 1989). A Figura 2-4 apresenta a
estrutura da Poliacrilamida parcialmente hidrolizada.

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

Figura 2-4 - Estrutura da poliacrilamida parcialmente hidrolisada (Manichand, 2006).

A capacidade da HPAM de aumentar a viscosidade se deve à alta massa molar. Essa


capacidade é reforçada pela repulsão eletrostática dos grupos aniônicos entre as moléculas do
polímero e os segmentos da mesma molécula. A repulsão leva a molécula a se abrir e entrelaçar
com outras moléculas igualmente abertas, um efeito que acentua a redução de mobilidade a
concentrações mais altas. Se a salinidade ou dureza for elevada, essa repulsão é fortemente
reduzida por blindagem iônica, desde que as ligações carbono-carbono livres para rotação
permitam à molécula assumir a conformação de novelo aleatório. A blindagem leva a uma
diminuição na efetividade do polímero, já que os entrelaçamentos intermoleculares são
fortemente reduzidos. Todas as propriedades de HPAM apresentam grande sensibilidade à
salinidade e dureza, o que é um obstáculo na sua aplicação em muitos reservatórios. Por outro
lado, HPAM é mais barata e relativamente resistente a ataque por bactérias, além de proporcionar
redução permanente de permeabilidade. HPAM tende a sofrer degradação térmica a temperaturas
elevadas (Lake, 1989).

2.2.1.2 Goma xantana

A produção de goma xantana com a qualidade necessária de um polímero é facilmente


alcançada, sendo obtida via fermentação por bactéria. Variando os processos de fermentação
podem-se alcançar polímeros com melhor injetabilidade.

A goma xantana não sofre degradação rápida com a taxa de cisalhamento e não é sensível
ao aumento da salinidade, porém, esta possui algumas desvantagens como sua elevada aderência
à formação e sua susceptibilidade a ataques de bactérias, sendo necessários processos de filtração

Maria do Socorro Bezerra da Silva 15


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

para evitar a formação de resíduos na formação e a adição de bactericidas para prevenir sua
degradação, que eleva o seu custo de injeção (Chang 1978).

A xantana, produzida pelo microrganismo Xanthomonas campestris (Needham, 1987;


Sorbie, 1991), tem a estrutura apresentada na Figura 2-5.

Figura 2-5 - Estrutura molecular da xantana (Manichand, 2006).

A cadeia principal, semelhante à celulose, consiste de unidades de glicose com ligações

glicosídicas β(1-4). Porém, as cadeias laterais pendentes, ligadas a cada segunda unidade de

glicose da cadeia principal, são características muito importantes da estrutura da xantana. A


xantana tem estrutura de bastão helicoidal rígido. A insensibilidade relativa do comportamento de
escoamento da xantana à temperatura, pH, força iônica de soluções (salinidade/dureza), além do
comportamento pseudoplástico, é esperada para macromoléculas na forma de bastão (Green,
1998; Sorbie, 1991).

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

O comprimento hidrodinâmico da xantana em solução é aproximadamente 1,5 μm,

enquanto o comprimento da molécula é estimado em 2 – 10 μm. A estrutura helicoidal dupla da

xantana é mantida na maioria das soluções de injeção em reservatório, em toda faixa de


temperatura na qual a xantana é estável (< 85 °C) (Sorbie, 1991).

A molécula da xantana pode sofrer uma transição do tipo ordem-desordem pela variação
da temperatura ou a salinidade da solução. Essa transição é associada à estrutura helicoidal, sendo
esta aberta por um aumento de temperatura ou uma redução de salinidade, passando, assim, a
molécula a uma conformação de novelo aleatório. A influência dessa transição conformacional
hélice-novelo pode ser notada nas propriedades de estabilidade da molécula, nas propriedades
reológicas em soluções de baixa salinidade a temperaturas elevadas, e nas propriedades de
adsorção (Sorbie, 1991).

2.2.2 Formas de comercialização de polímeros

Os polímeros podem ser comercializados na forma de pós, soluções ou emulsões diretas


ou inversas. Os pós de polímero podem ser transportados e armazenados a baixo custo, porém
apresentam dificuldades de solubilização ou diluição, devido à facilidade de formação de
agregados. As soluções são dispersões aquosas de, aproximadamente, 10 % (m/m) de polímero
em água, porém têm custos de transporte e armazenagem elevados, além da necessidade de
equipamentos especiais de mistura. As emulsões inversas contêm até 35 % (m/m) de polímero no
meio através do uso de surfactantes, em uma fase carreadora oleosa. Uma vez invertida a
emulsão água em óleo, o concentrado de polímero pode ser diluído até a concentração desejada
de injeção (Green, 1998; Lake, 1989; Needham, 1987).

2.2.3 Descrição dos Mecanismos

Em alguns casos, visando obter o escoamento desejado, alguns polímeros podem ser
usados em combinação com outros, nesse sentido quando ocorre uma interação positiva entre os
polímeros que resulta no aumento da viscosidade ou na gelificação, quando isso acontece diz-se

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

que houve sinergismo. O sinergismo entre polímeros é de grande interesse comercial, pois
possibilita novas funcionalidades, reduz a quantidade de polímeros e os custos (Correia 2002).
Sendo assim, a caracterização de misturas poliméricas é de extrema importância, pois pode
resultar no desenvolvimento de um novo material com menor custo.

O escoamento de um fluido pode ser classificado como Newtoniano ou não-Newtoniano.


A água é um exemplo de fluido Newtoniano, onde a velocidade de escoamento varia linearmente
com o gradiente de pressão e a viscosidade é independente da velocidade. Por outro lado,
dependendo da concentração de polímeros, soluções poliméricas podem apresentar
comportamento não-Newtoniano a partir de certa velocidade, sendo uma característica de
escoamento importante deste método de recuperação (API, 1990). Segundo (Rosa et al. 2006), a
concentração de polímeros utilizados na recuperação de petróleo é da ordem de 150 a 1.500 ppm.

No caso de soluções com alta concentração de polímero e comportamento reológico não-


Newtoniano, mesmo que as condições iniciais de escoamento sejam instáveis (M>>1), o mesmo
tende à estabilidade porque a velocidade diminui e, portanto, a viscosidade do fluido aumenta.
Dessa forma, a razão de mobilidade inicial diminui e o escoamento tende ao deslocamento pistão
(Rosa et al. 2006). Essa redução de mobilidade relativa e a compensação de heterogeneidades,
tais como estratificação ou formação de canais, possibilita a mobilização do óleo que seria
ultrapassado pela injeção de água.

Projetos de recuperação com polímeros exigem boa permeabilidade do reservatório, sendo


a injetividade para soluções de polímeros menores do que para água. Para permeabilidade muito
baixa ou viscosidade do óleo muito alta, uma vazão de injeção econômica pode não ser atingida.
Nesse caso, a vida do projeto poderá ser longa demais para que ele seja econômico em função da
baixa injetividade, embora esta seja parcialmente compensada pela melhoria na eficiência de
varrido e redução do volume de água a ser injetado (Rosa et al., 2006).

Segundo Moreno et al. (2007), o escoamento de polímeros em meio poroso pode ser
influenciado por mecanismos como retenção por tamanho, efeitos hidrodinâmicos, efeitos de
superfície, efeitos de cisalhamento, efeitos elongacionais e degradação. Tais fenômenos são

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dependentes do tipo, da composição e das características do polímero, das propriedades


permoporosas da formação, de interações superfície-líquido e de condições do escoamento.

No mecanismo de retenção por tamanho, ocorre separação entre polímeros de cadeias


menores e maiores, ou seja, moléculas de cadeia curta penetram em poros menores enquanto que
as maiores se movem através dos poros maiores. Algumas moléculas do polímero podem ser
retidas e até mesmo tamponar alguns poros.

Efeitos hidrodinâmicos incluem a difusão das partículas no fluido (solvente), que é a


mistura longitudinal, a dispersão, que é a mistura transversal e a convecção, onde não ocorre
movimento relativo e as partículas e o fluido movimentam-se com a mesma velocidade. Os
efeitos de superfície estão relacionados com a afinidade química entre o soluto e a superfície da
rocha, a qual pode capturar moléculas dissolvidas ou dispersas.

Os efeitos de cisalhamento estão relacionados à viscosidade do fluido, a qual é função da


taxa de cisalhamento e da velocidade de escoamento. No escoamento multifásico, a velocidade
da fase é dependente da permeabilidade efetiva do meio, podendo haver então um afinamento
mais acentuado por cisalhamento em camadas de permeabilidade baixa do que nas de
permeabilidade mais elevada.

O efeito elongacional ocorre quando a velocidade do líquido fluindo aumenta no sentido


do escoamento, resultando no estiramento e quebra da cadeia de polímeros quando uma
extremidade viaja em uma velocidade e a outra é acelerada rapidamente.

A degradação depende das condições de escoamento impostas, como a temperatura de


reservatório, atividade biológica e tensão mecânica, podendo resultar na quebra das cadeias
poliméricas (Moreno et al. 2007).

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2.2.4 Critérios de Seleção do polímero

Os critérios de seleção são regras para aplicação de um processo de recuperação segundo


as características do campo onde se deseja implantar tal método. Os critérios trazem uma
estimativa de valores limites de propriedades de óleo e reservatório, tais como grau API e
viscosidade do óleo, permeabilidade absoluta, profundidade e temperatura da zona produtora.

Os critérios de seleção e análise são sequenciais e visam o uso ou descarte de um método


de recuperação, seguido de análise de viabilidade técnica e econômica com grau de detalhamento
crescente e com vistas ao atendimento dos objetivos planejados (Sorbie, 1991).

No caso da injeção de polímeros, testes para avaliar a interação rocha-fluido são


indispensáveis para a seleção final de um polímero de EOR. No entanto, além de serem
demorados e difíceis, eles são caros, pois utilizam amostras da rocha do reservatório em análise.
Então, é muito importante realizar uma pré-seleção do polímero com base em alguns critérios
para otimizar a realização da fase final de testes (Melo e Lucas, 2008).

O sucesso na recuperação de petróleo através de polímeros é maior para formações


homogêneas ou com baixo grau de heterogeneidade, ou seja, razão entre a permeabilidade mais
alta encontrada e a permeabilidade média da formação entre 4 e 30. Se essa razão for superior a
30, polímeros comuns terão baixa eficiência no processo (Sorbie, 1991).

A permeabilidade absoluta na área menos permeável deve ser superior a 20 mD já que


retenção excessiva e bloqueio da formação podem ocorrer em formações com permeabilidade
baixa. A presença de regiões com permeabilidade baixa, juntamente com grandes áreas de
permeabilidade alta, não representa uma restrição séria, pois é o nível de retenção nas áreas de
menor permeabilidade que define a eficiência da injeção de polímero (Sorbie, 1991).

A temperatura é uma das restrições mais severas para a seleção do método. O reservatório
deve estar preferencialmente abaixo de 80°C, e excepcionalmente até no máximo 95°C.
Temperaturas elevadas provocam degradação do polímero e, no caso de reservatórios com

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temperaturas iniciais altas, os efeitos de resfriamento local devem ser considerados (Sorbie,
1991).

À medida que se aquece uma solução polimérica, reduzem-se os efeitos das forças de van
der Waals, o que minimiza a atração entre uma cadeia polimérica com outra ao seu lado (Ashby
& Jones, 2007). Essa força menor resulta em maior facilidade para o cisalhamento, uma vez que
há menor resistência ao escoamento da solução. Isso explica o fenômeno observado de que, com
o aumento da temperatura, presencia-se a redução da viscosidade das soluções poliméricas.
Muitos dos polímeros empregados na explotação de petróleo têm origem biológica, sendo,
sobretudo, polissacarídeos. As estruturas helicoidais presentes em muitos polissacarídeos são
devidas às fortes ligações de hidrogênio intramolecular, podendo estas interações ser
enfraquecidas quando o meio estiver a altas temperaturas (Queiroz Neto et al., 2007). Ao se
aumentar a temperatura, atinge-se um estado de energia suficiente para o rompimento das
ligações de hidrogênio, fazendo com que a estrutura helicoidal se desfaça e o polímero fique de
forma desordenada em solução.

Já a degradação térmica do polímero corresponde à cisão de cadeias moleculares a


temperaturas elevadas. Se um polímero ficar demasiadamente quente e a energia térmica
ultrapassar a energia de coesão de alguma parte da cadeia molecular (geralmente as mais fracas),
provocar-se-á a despolimerização ou degradação (Callister, 2002).

O teor de argila na formação não deve ser muito alto, pois resulta em considerável
retenção de polímero, tal como em carbonatos. É, pois, preferível à aplicação em arenitos.

A composição da água de formação deve ser examinada, já que se a mesma for muito
diferente da solução de injeção, pode haver problemas de compatibilidade, tais como a presença
de íons ferro, o que pode afetar a estabilidade e a adsorção de polímero (Sorbie, 1991).

As condições de operação devem ser consideradas, pois essas podem aumentar o custo e
até inviabilizar economicamente a aplicação do método. Equipamentos para estocagem,
preparação e injeção da solução também podem encarecer o processo. Problemas como

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degradação biológica, excesso de sulfeto de hidrogênio e incompatibilidade entre aditivos e


polímeros também devem ser analisados.

Melo e Lucas (2008), apresentaram uma metodologia para a seleção de polímero para
recuperação avançada de petróleo, após a caracterização do reservatório. Apesar de o princípio
ser relativamente simples, o sucesso da operação depende basicamente de dois pontos principais:
a seleção do polímero apropriado para o reservatório e o projeto de injeção da solução
polimérica. A escolha do polímero é normalmente feita a partir das características da molécula de
polímero e do sistema de reservatório e é confirmada por testes laboratoriais específicos para esta
finalidade.

Taber et al. (1996) afirmam que projetos de injeção de solução polimérica são utilizados
preferencialmente em formações de arenito, mas que podem ser usados em formações
carbonáticas também. Já Adasani e Bai (2011) mostram que, de 38 projetos com polímeros 35
foram em formações areníticas.

Apesar das vantagens na aplicação de polímeros, seu uso apresenta limitações que podem
ser categorizadas como técnicas, econômicas e de regulamentação legal e cada caso deve ser
analisado segundo critérios que envolvem as características dos fluidos, das formações contatadas
e das operações envolvidas. A Tabela 2-1 mostra os critérios de classificação de permeabilidade e
porosidade segundo Sorbie (1991). A Tabela 2-2 mostra os critérios segundo Satter (1994), para a
utilização do polímero em um determinado reservatório.

Tabela 2-1- Classificação de permeabilidade e porosidade (Sorbie, 2002). Fonte - Manichand


2006

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Tabela 2-2- Critérios para a aplicação da injeção de polímeros segundo Satter (1994). Fonte
- Manichand 2006

Experiências de aplicação da injeção de polímeros em diversos reservatórios mostraram


que a injeção de polímeros tem potencial maior como processo secundário de recuperação do que
quando aplicado após a injeção de água, como processo terciário de recuperação. Nestes casos, a
produção de óleo pode chegar a ser até quatro vezes maiores. Além disso, uma injeção terciária
de polímeros, com resultados tecnicamente satisfatórios, requer até seis vezes mais polímero por
barril de óleo recuperado, comparado com uma injeção secundária (Needham, 1987).

2.2.5 Fatores Intervenientes

Segundo (Sorbie, 1991), fatores intervenientes são aqueles que alteram as características
reológicas dos fluidos, dessa forma, a respeito das soluções poliméricas, podem ser destacados os
seguintes fatores: concentração do polímero, concentração de sal, presença de íons mono e
bivalentes, massa molecular, alteração no pH e interações moleculares, entre outros. Com relação
à concentração dos polímeros, o autor afirma que cada tipo de polímero proporciona um aumento
característico da viscosidade do fluido constituinte.

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2.2.6 Propriedades de polímeros

2.2.6.1 Viscosidade

Uma propriedade muito importante dos fluidos do reservatório é a viscosidade. A


-1 -1
viscosidade tem dimensões de [M.L .t ] e é expressa em cP. A viscosidade pode ser definida
como a resistência que um fluido apresenta ao cisalhamento. As soluções poliméricas não
apresentam a mesma viscosidade quando submetidas a diferentes taxas de escoamento, o que é
um comportamento importante e interessante no estudo de injetividade. O poder viscosificante de
alguns polímeros usados na injeção em campo é representado na Figura 2-6. Observe que mesmo
a concentrações relativamente baixas de algumas centenas de partes por milhão (ppm), os
polímeros podem aumentar a viscosidade da água em fatores de 10 a 100 (Sorbie, 1991).

Figura 2-6- Viscosidade versus concentração de polímeros a uma taxa de cisalhamento de


-1
7,3 s , em 1% de NaCl a 74 °F (Sorbie, 1991).

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2.2.6.2 Relações de viscosidade

O comportamento de viscosidade versus concentração de polímero pode ser modelado


pela equação de Flory-Huggins (Lake, 1989):

Equação (2)

As unidades mais comuns de concentração de polímero na indústria de petróleo são g/m 3


de solução ou ppm. O termo linear na Equação (2) representa a faixa de diluição na qual as
moléculas de polímero atuam de forma independente (sem emaranhamento). Para a maioria das
aplicações, a Equação (2) pode ser truncada após o termo cúbico.

2.2.7 Comportamento do Polímero no Reservatório

A modelagem numérica do transporte do polímero dissolvido na água deve contemplar os


seguintes aspectos do comportamento do polímero no reservatório: o controle de mobilidade; o
volume poroso inacessível; retenção de polímero na superfície rochosa; os mecanismos de
transporte; dispersão física e a equação de conservação de massa.

O controle de mobilidade é um dos parâmetros mais importantes, pois o polímero atua


basicamente na viscosidade da água injetada, permitindo um aumento na eficiência de varrido
areal e vertical, assim, minimizando os “fingers”, que dão instabilidades da frente de saturação.

Os “fingers” são os caminhos preferências que o fluido injetado tende a percolar pelo
meio poroso. Por exemplo, se no reservatório existe uma zona mais permeável k2, em relação à
k1, a tendência dos fluidos injetados é que percolem com uma maior facilidade em k2, em
direção aos poços produtores. Assim, a eficiência do varrido do fluido injetado será
comprometida. Pode-se observar esse efeito na Figura 2-6, onde os vetores de fluxo são maiores
na zona mais permeável k2.

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(a) (b)
Figura 2-7 - (a) Aparecimento dos “fingers”; (b) região mais permeável k2 > k1 favorecendo o
fluxo de fluidos assim ocorrendo o fenômeno dos fingers (Dantas 2008).

Quanto maior for à razão de mobilidades, menor será a eficiência do varrido do óleo.
Razões de mobilidades menores ou iguais a 1 (um) são consideradas favoráveis, então se
conseguirmos diminuir uma razão mobilidade em torno de 1(um), a água evitará encontrar
caminhos mais fáceis até os poços produtores.

2.2.7.1 Volume Poroso Inacessível

Quando as moléculas de polímeros passam através do meio poroso são restringidas pelos
pequenos poros. Estas pequenas aberturas que não são contatadas pelo fluxo das moléculas de
polímeros são chamadas de “Volume Poroso Inacessível”. Este fenômeno foi descrito por
(Dawson e Lantz, 1972), que mostram que alguns espaços porosos podem não ser acessíveis às
moléculas de polímero (CMG, 2007).

Cerca de 30% de volume poroso pode não ser acessível por moléculas de polímeros, como
resultado desse efeito, a porosidade com o efeito da adsorção do polímero é menor do que a
porosidade de referência do reservatório. Esta redução da porosidade por conta do polímero фp

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pode ser representada pela Equação (3) onde, IPV - Volume Poroso Inacessível e ф - Porosidade
original.

Equação (3)

2.2.7.2 Mecanismos de transporte de soluto em solo saturado

No caso em estudo, o transporte do polímero (soluto) através da água (solvente) se dá através dos
fenômenos físicos e físico-químicos da equação de transporte, que são: fluxos advectivos, fluxos
difusivos e fluxo dispersivo, adsorção do soluto da fase sólida causando retardamento.

Fluxo advectivo – descreve o movimento do fluxo do soluto na direção horizontal ou


vertical sem alterar a concentração, os solutos são arrastados pelo fluído.

Fluxo difusivo – é o resultado Browniano das partículas (agitação molecular) que causa o
fluxo de solutos para zonas de menores concentrações.

Fluxo dispersivo – é o efeito de diluição pela distribuição aleatória do campo de


velocidade. A dispersão só ocorre se houver fluxo advectivo.

Os fluxos dispersivo e difusivo são representados conjuntamente através do tensor de


dispersão efetiva, dado por:

Equação (4)

Equação (5)

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onde:

- Coeficiente de difusão molecular

- Tortuosidade

- Tensor parâmetro para dispersão local

- Vetor velocidade da água

- Coeficiente de dispersão local

- Parâmetro de dispersão local

- Porosidade

O polímero se movimenta pelo meio poroso numa velocidade diferente da água, a


adsorção na rocha faz com que a velocidade do polímero seja menor que a do banco de água. Á
medida que o polímero é aderido na superfície da rocha tende a aumentar a velocidade do banco
de polímeros.

2.2.7.3 Equação de conservação de massa

A Equação (6), de transporte de polímero dissolvido na água é dada pela conservação de


massa desse polímero no meio poroso, onde o primeiro termo (de armazenamento) representa o
polímero na água mais o efeito da adsorção do polímero na rocha e o segundo termo (de fluxo)
representa o divergente do fluxo advectivo mais o fluxo não-advectivo (difusão + dispersão)
(Bear, 1972).

Equação (6)

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Onde Sw é a saturação da fase água, ф é a porosidade, ρw é a densidade da agua, Cp é a

concentração do polímero, Ad é a adsorção da concentração do polímero na rocha, é o

tensor de dispersão efetivo e é o vetor de velocidade da água (Bear, 1972).

O fluxo advectivo é dado pela Lei de Darcy generalizada (fluidos compressíveis, no meio
anisotrópico e multifásico), que para a água se escreve como a Equação (7), onde, k é a
permeabilidade absoluta corrigida devido à retenção / perda de polímeros com o resultado da

interação da rocha, modificação da viscosidade da água , função da concentração de


polímero, krw é a permeabilidades relativas da água, Pw é a pressão da fase água, g é a força
gravitacional e H é a carga hidráulica.

Equação (7)

2.2.7.4 Retenção de polímeros na rocha

Quando a solução de polímeros passa pelo meio poroso, algumas moléculas de polímeros
podem ser retidas na superfície da rocha. O processo de retenção dos polímeros consiste em dois
mecanismos separados, são estes: a adsorção dos polímeros na superfície da rocha e o
aprisionamento dos polímeros em pequenos espaços porosos. Ambos os mecanismos tem o efeito
de aumentar a resistência do fluxo, essencialmente na redução da permeabilidade relativa á água,
isto é, à medida que se injeta polímero na rocha reservatório, esta vai modificando a
permeabilidade do reservatório por conta da retenção, deixando também o meio menos poroso
como mostra a Figura 2-8. Este mecanismo resulta na perda de polímeros no reservatório (IMEX,
USER’S GUIDE, 2007). O fenômeno da adsorção pode ser descrito como mostrado na equação
(8):

Equação (8)

Maria do Socorro Bezerra da Silva 29


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Onde é a adsorção do polímero e é a concentração do polímero.

Quando aumenta a concentração de polímero, a adsorção do polímero também aumenta.

Fluxo de água Matriz solida

com polimero
Moléculas de polimero

Água

Figura 2-8 - Polímero aderindo na matriz sólida

2.2.7.5 Redução de permeabilidade

O mecanismo de retenção dos polímeros faz com que a permeabilidade diminua. Os


polímeros interagem com a rocha reservatório e são adsorvidos na superfície desta. O polímero,
evidentemente, causa um grau de redução de permeabilidade, que reduz a mobilidade, além de
aumentar a viscosidade. De fato, a redução de permeabilidade é apenas uma das três medidas de
escoamento em meio poroso, sendo as outras duas, o fator de resistência e o fator de resistência
residual (Lake, 1989).

O fator de redução da permeabilidade, Rk, descreve apenas o efeito da redução de


permeabilidade, e é definido como (Lake, 1989):

Equação (9)
Maria do Socorro Bezerra da Silva 30
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A redução de permeabilidade é sensível ao tipo de polímero, massa molar, grau de


hidrólise, taxa de cisalhamento e estrutura do meio poroso. Polímeros que sofrem mesmo uma
pequena degradação mecânica parecem perder maior parte do seu efeito redutivo de
permeabilidade (Lake, 1989). Segundo Chiappa (1999), a redução de permeabilidade após a
passagem do polímero é causada pela camada de polímero adsorvido que reduz o raio da garganta
dos poros.

O fator de resistência, RF, pode ser definido como a razão entre as injetividades de uma
solução salina e de uma solução polimérica monofásica escoando sob as mesmas condições
(Lake, 1989) ou, ainda, como a razão de mobilidade entre a água (λw) e a solução polimérica
(λp), indicando a contribuição total do polímero na redução da mobilidade (Jennings, 1971; Lake,
1989; Mungan, 1984; Needham, 1987):

Equação (10)

No caso de testes de deslocamento com vazão constante, RF é a razão inversa das


variações de pressão, enquanto para experimentos com queda de pressão constante, RF é a razão
das vazões. O fator de resistência depende do meio poroso, o polímero utilizado, a concentração
deste polímero, e a salinidade e dureza da água utilizada para dissolver o polímero (Needham,
1987).

RRF é o fator de resistência residual, definido como a razão de mobilidade de uma solução
salina antes (λw) e depois (λw´) da injeção de polímero (Jennings, 1971; Lake, 1989; Needham,
1987):

Equação (11)

Maria do Socorro Bezerra da Silva 31


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RRF indica a permanência do efeito de redução de permeabilidade causada pela solução


polimérica. É a primeira medida para avaliar o desempenho do uso de soluções poliméricas na
aplicação de bloqueio de canais.

2.2.7.6 Estabilidade de polímeros

Os polímeros usados em operações de recuperação de petróleo devem apresentar


resistência à degradação. Porém, nunca é requerido que um polímero seja estável
indefinitivamente, mas deve durar o tempo suficiente para ser efetivo na escala de tempo do
mecanismo de recuperação do óleo no qual está agindo (Sorbie, 1991).

2.2.7.7 Degradação mecânica de polímeros

A degradação mecânica está potencialmente presente em todas as aplicações. Essa forma


de degradação ocorre quando soluções poliméricas são expostas a altas vazões, que podem estar
presentes em equipamentos de superfície (válvulas, bombas, tubulações), condições de sub-
superfície, ou na estrutura arenosa em si. Canhoneios de completação, particularmente, são a
causa de preocupação, pois grandes quantidades de solução polimérica são forçadas através de
pequenos buracos. Por essa razão, a maioria das injeções de polímero é feita através de
completações de poço aberto ou com contenção de areia. Pré-cisalhamento parcial da solução
polimérica pode reduzir a tendência à degradação mecânica de polímeros. A velocidade de
escoamento diminui rapidamente com o aumento da distância do injetor, portanto, pouca
degradação mecânica ocorre no reservatório em si. Todos os polímeros degradam mecanicamente
sob altas vazões (Lake, 1989).

Em muitos casos, a exigência na injeção de polímeros é ter um polímero que seja


completamente estável sob cisalhamento nas condições de injeção. O processo de degradação
quebra as moléculas grandes em fragmentos menores e, então, altera a distribuição de massa
molar do polímero. Esse polímero danificado por cisalhamento, que tem massa molar média
menor que o polímero original, pode, porém, ainda ter propriedades satisfatórias para a injeção de
Maria do Socorro Bezerra da Silva 32
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polímeros. O principal fator que afeta a estabilidade mecânica de macromoléculas é sua


rigidez/flexibilidade (Sorbie, 1991).

2.3 Simulação de reservatórios

Aplicações da injeção de polímeros em diversos campos petrolíferos têm sido feitas e


tiveram papel importante no entendimento do processo (Han, 1999; Melo, 2002; Melo, 2008;
Needham, 1987). Porém, históricos de aplicações em campo não têm sido suficientes para a
definição de critérios sólidos para identificar reservatórios que sejam indicados para a injeção de
polímeros. Tornou-se necessário fazer um estudo de modelagem no qual os parâmetros críticos de
reservatório para a injeção de polímeros fossem estabelecidos (Chiappa, 1999; Needham, 1987).
A necessidade de avaliar a viabilidade técnica e econômica de determinado processo de
recuperação em um reservatório específico, antes mesmo de aplicá-lo em campo, levou ao
desenvolvimento de simuladores de reservatório.

2.3.1 Gerenciamento de reservatórios

Um dos objetivos do gerenciamento de reservatórios é a otimização econômica da


recuperação de óleo e gás dentro dos limites técnicos e econômicos, através do seguinte
procedimento (Gharbi, 2004; Satter, 1994; Yang, 2003):


  os reservatórios individuais em um determinado campo e suas
Identificar e definir todos
propriedades físicas;
 
 Deduzir o desempenho passado e predizer o desempenho futuro de um reservatório;
 
 Minimizar o número de perfurações de poços;
 
 Definir e/ou modificar sistemas de poço e de superfície;
 
 Iniciar controles operacionais no momento adequado;
 
Considerar todos os fatores legais e econômicos pertinentes.

Um simulador pode retratar o reservatório em cenários diferentes e, portanto, é uma


ferramenta importante para a otimização das operações de reservatório. As etapas normalmente

Maria do Socorro Bezerra da Silva 33


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seguidas na execução de um estudo de reservatório, utilizando simuladores numéricos, podem ser


resumidas no esquema a seguir.

Figura 2-9 - Etapas do estudo de um reservatório, utilizando um simulador numérico


(Rosa, 2006).

2.3.2 Tipos de simuladores de reservatório

Os simuladores de sistemas podem ser classificados entre físicos e matemáticos. Os


simuladores físicos são, por exemplo, os simuladores analógicos, os modelos reduzidos e os
protótipos. Os simuladores matemáticos podem ser subdivididos em analíticos e numéricos. A
equação de balanço de materiais é um exemplo de um simulador analítico. A simulação numérica
é um dos métodos empregados na engenharia de petróleo para se estimar características e prever
o comportamento de um reservatório. Os simuladores numéricos de reservatórios são geralmente
conhecidos como simuladores numéricos de fluxo, devido ao fato de que são utilizados para
estudar o comportamento do fluxo de fluidos em reservatórios de petróleo empregando uma
solução numérica (Rosa, 2006).

Maria do Socorro Bezerra da Silva 34


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

A Figura 2-10 fornece uma idéia da importância do uso da simulação numérica no estudo
de reservatórios. Pode-se verificar que para o modelo matemático convergem informações
geológicas, informações sobre as propriedades da rocha e dos fluidos presentes no meio poroso,
informações sobre os históricos de produção (vazões e/ou produções acumuladas de óleo, gás e
água) e de pressão, e outras informações a respeito dos poços (Rosa, 2006).

Figura 2-10 - Aplicações de simuladores numéricos de reservatórios (Rosa, 2006).

O uso de um simulador numérico permite a obtenção de informações sobre o desempenho


de um campo sob diversos esquemas de produção, de modo que podem ser determinadas as
condições ótimas para se produzir esse campo ou reservatório. Mais especificamente, pode ser
analisado o comportamento de um reservatório quando sujeito à injeção de diferentes tipos de
fluido, analisando a influência de diferentes vazões de produção e/ou injeção, ou determinando o
efeito da localização dos poços e do espaçamento entre eles na recuperação final dos fluidos
(Rosa, 2006). A classificação dos simuladores numéricos é feita normalmente em função de três

Maria do Socorro Bezerra da Silva 35


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características básicas: o número de dimensões consideradas (unidimensional, bidimensional,


tridimensional), o número de fases admitidas (monofásico, bifásico, trifásico), e o tratamento
numérico utilizado (Rosa, 2006).

2.4 Avaliação econômica

A viabilidade econômica de um projeto de recuperação de petróleo é fortemente


influenciada pelo desempenho de produção do reservatório sob as condições operacionais atuais e
futuras. Portanto, a avaliação do desempenho do reservatório no passado e atualmente e a
previsão do seu comportamento futuro é um aspecto essencial do processo de gerenciamento de
reservatórios (Satter, 1994), já que a produção e o preço do óleo são uma grande preocupação
para as próximas décadas, e o preço do petróleo oscila em função de fatores técnicos, políticos e
econômicos (Silva et al.,2007).

Métodos clássicos de análise volumétrica, balanço de massa e curvas de declínio, e


simuladores numéricos black-oil composicionais e de recuperação avançada são usados para
analisar o desempenho do reservatório e calcular as reservas. Simuladores de reservatório têm
papel fundamental no desenvolvimento de planos, ajuste ao histórico, otimização e planejamento
de projetos de recuperação. A Figura 2-11 apresenta as etapas para a otimização econômica
(Satter, 1994).

Maria do Socorro Bezerra da Silva 36


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Figura 2-11 - Otimização econômica (Satter, 1994).

O volume dos fluidos de injeção e seu custo estão entre as maiores preocupações no
projeto de um processo de recuperação avançada. De fato, o custo de fluidos de injeção e o preço
do óleo são dois dos fatores mais importantes que controlam a implementação de forma
economicamente viável dos processos (Green, 1998; Zhang, 2005). A avaliação econômica pode
ser baseada no conceito do Valor Presente Líquido, VPL, no qual se considera a receita e os
custos envolvidos no processo em questão (Gharbi, 2004; Satter, 1994; Yang, 2003; Zhang,
2005).

Maria do Socorro Bezerra da Silva 37


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2.5 Planejamento Experimental e Otimização

Um dos problemas mais comuns, para quem faz experimentos, é determinar a influência
de uma ou mais variáveis sobre outra variável de interesse.

A essência de um bom planejamento consiste em projetar um experimento de forma que


ele seja capaz de fornecer exatamente o tipo de informação que se procura. No planejamento de
qualquer experimento, a primeira coisa que deve-se fazer é decidir quais são os fatores e as
respostas de interesse. Os fatores, em geral, são as variáveis que o experimentador tem condições
de controlar. Podem ser qualitativos, ou quantitativos. As respostas são as variáveis de saída do
sistema, nas quais se está interessado, e que serão - ou não - afetadas por modificações
provocadas nos fatores (Barros Neto, 2003).

Para fazer um planejamento fatorial completo, deve-se realizar experimentos em todas as


possíveis combinações dos níveis dos fatores. Cada um desses experimentos, em que o sistema é
submetido a um conjunto de níveis definido, é um ensaio experimental. Havendo 4 níveis num
fator e 3 no outro, são necessários 4 x 3 = 12 ensaios diferentes, e o planejamento é chamado de
fatorial 4 x 3. Em geral, se houver nl níveis do fator 1, n2 do fator 2, ... , e nk do fator k, o
planejamento será um fatorial nl x n2 x ... x nk . Isso não significa obrigatoriamente que serão
realizados apenas nl x... x nk experimentos. Este é o número mínimo necessário para um
planejamento fatorial completo (Barros Neto, 2003).

Para fazer o planejamento fatorial, deve-se realizar ensaios e registrar as respostas


observadas em todas as possíveis combinações dos níveis escolhidos. A lista dessas combinações
é chamada de matriz de planejamento.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 38


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

2.5.1 Tratamento Estatístico

2.5.1.1 Diagrama de Pareto

A sensibilidade dos parâmetros estudados sobre a resposta de interesse é examinada


através do Diagrama de Pareto.

O Diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado na estatística que permite colocar os


dados em uma ordem hierárquica, ajudando a identificar e avaliar os parâmetros e as iterações
mais significativas sobre cada variável de resposta considerada em um processo. Sua origem
decorre de estudos do economista italiano Pareto e do grande mestre da qualidade Juran. O
Diagrama de Pareto torna visivelmente claro a relação ação/benefício, ou seja, prioriza a ação que
trará o melhor resultado. Ele consiste num gráfico de barras que ordena as frequências das
ocorrências da maior para a menor e permite a localização de problemas vitais e a eliminação de
perdas. Um valor positivo no diagrama de Pareto indica que o referido fator influencia a resposta
analisada no sentido de aumentá-la. Da mesma forma, um valor negativo referente a um
parâmetro analisado, significa que tal variável contribui no sentido de diminuir o valor esperado
para a resposta analisada. A Figura 2-12 mostra um exemplo da representação do Diagrama de
Pareto.

Figura 2-12 - Exemplo da representação do Diagrama de Pareto (Barillas, et al., 2007)

Maria do Socorro Bezerra da Silva 39


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo II: Aspectos Teóricos

2.5.1.2 Superfície de resposta

Este método é classificado como um método simultâneo, sendo em geral, utilizado na


etapa de otimização. Sua aplicação permite selecionar a combinação de níveis ótimos na
obtenção da melhor resposta para uma dada situação.

No método das analises de superfície de resposta são realizados planejamentos fatoriais,


cujos resultados são ajustados a modelos matemáticos. Essas etapas, conhecidas como etapas de
deslocamento e modelagem, são repetidas varias vezes, mapeando a superfície de respostas
obtidas na direção da região de ponto ótimo desejado. A modelagem normalmente é feita
ajustando-se os modelos mais simples, como o linear e o quadrático. Por sua vez, o planejamento
fatorial executado geralmente constitui-se de um numero pequeno e pré-determinado de
experimentos, que são determinados através do ajuste conseguido para o modelo que foi aplicado
na etapa anterior. Outro detalhe importante é o uso das variáveis em sua forma escalonada, de
forma que suas grandezas não interfiram no desenvolvimento do processo de otimização (Barros
Neto et al.,2007). A Figura 2-13 mostra um exemplo de superfície de resposta da interação entre
a saturação inicial de óleo (Soi) e a viscosidade de óleo (Visc) no fator de recuperação de óleo,
onde a região vermelha mais intensa representa a superfície de maior resposta e a verde a de
menor resposta.

Figura 2-13 - Exemplo da representação de uma superfície de resposta (Barillas, et al.,2007)

Maria do Socorro Bezerra da Silva 40


Capítulo III:
Estado da Arte
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo III: Estado da Arte

3 Estado da Arte

As atividades de pesquisa são fundamentais para o entendimento dos fenômenos que


ocorrem na explotação e produção de petróleo, objetivando principalmente o aperfeiçoamento e
inovação das técnicas estudadas em função da diminuição de custos e preservação do meio
ambiente. Esta seção apresenta alguns trabalhos relevantes ao assunto proposto nesta dissertação
e desenvolvidos em universidades e centros de pesquisa.

A tese de Nogueira (2000) propõe um modelo matemático para o problema da injeção de


bancos de água com polímeros, utilizando-se de leis de conservação, associadas às soluções do
problema de Riemann. A partir dos resultados, o autor apresenta um algoritmo para o cálculo dos
perfis de saturação de água. As condições de contorno são ditadas pelo tamanho dos bancos de
água ou de solução polimérica e pela concentração de polímero utilizada. Casos com e sem
adsorção do polímero pelo meio poroso foram levados em consideração. A partir dos casos
simulados foram obtidos resultados já conhecidos, tais como a melhora na eficiência da
recuperação por meio da injeção de bancos alternados de água e de polímero, sendo os resultados
influenciados pelo tamanho dos bancos, pelas condições iniciais do reservatório e pela
concentração de polímeros na água.

Melo et al. (2002) descrevem a experiência adquirida pela Petrobras nas etapas de
implantação dos projetos de injeção de polímeros nos campos de Carmópolis, Buracica e Canto
do Amaro. Os parâmetros levantados nos testes de laboratório serviram para a escolha e
especificação do polímero adequado ao reservatório em questão e para o dimensionamento do
banco de polímero a ser injetado no campo. Eles também apresentam e discutem os dados de
laboratório levantados que serviram de base para a simulação matemática com o IMEX, usado
para os estudos de eficiência dos projetos de injeção de polímero e, segundo os autores,
imprescindível à avaliação técnica e econômica destes projetos.

O trabalho de Correia et al. (2005) relata o comportamento reológico de polímeros


isolados e blendas formadas por esses polímeros, com o objetivo de detectar uma possível
interação entre os mesmos. Também foi avaliada a influência da temperatura, visto que em
Maria do Socorro Bezerra da Silva 42
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo III: Estado da Arte

diferentes reservatórios de petróleo esta pode ser muito variável. Correia et al, reportaram que os
polímeros utilizados na pesquisa foram a poliacrilamida parcialmente hidrolisada, a goma
xantana e a goma guar. Foram preparadas blendas desses polímeros na proporção de 1:1. As
blendas que continham a goma guar apresentaram sinergismo, enquanto as blendas formadas por
poliacrilamida e xantana não exibiram interação. Nas blendas que apresentaram sinergismo
(poliacrilamida/guar e xantana/guar), houve um aumento de viscosidade nas temperaturas de
55ºC e 65°C. Como as temperaturas encontradas nos reservatórios são superiores à temperatura
ambiente, esse fato pode ser considerado como uma vantagem, visto que não ocorre perda de
viscosidade das soluções dessas blendas ao percorrer o reservatório.

Pinheiro (2006) descreve seus experimentos de deslocamento imiscível de um fluido


Newtoniano por soluções poliméricas, de comportamento reológico não-Newtoniano. Segundo a
autora, os testes de bancada foram desenvolvidos utilizando-se amostras de rochas de
reservatórios nacionais, saturadas com óleo mineral, promovendo-se o deslocamento com
soluções poliméricas de HPAM e Goma Xantana. Os resultados de tais deslocamentos foram
comparados com o deslocamento imiscível de um fluido Newtoniano por outro fluido
Newtoniano, utilizando soluções de cloreto de potássio. Conforme reportado, foram obtidas
correlações que possibilitam o cálculo da permeabilidade efetiva à solução polimérica através das
propriedades do meio poroso, dos parâmetros do modelo reológico que define o comportamento
do fluido e dos dados obtidos no deslocamento. A partir destas correlações foi desenvolvido um
programa, baseado no Método de Welge, que possibilitou o cálculo das curvas de permeabilidade
relativa obtidas do deslocamento imiscível de um fluido Newtoniano por um fluido não-
Newtoniano. Segundo a autora, o programa permite o cálculo para fluidos deslocantes que
seguem os modelos reológicos de Newton, de Ostwald e Waele, de Bingham e de Herschel-
Bulkley.

Manichand (2006) simulou a injeção de polímeros a fim de estudar seu desempenho no


melhoramento do fator de recuperação em reservatório de petróleo. Para isso, foram realizados
testes em laboratório e simulações computacionais do processo. O teste em laboratório foi feito
em um modelo físico de reservatório de formação arenosa com a configuração de injeção five-
spot. As simulações computacionais foram realizadas utilizando o simulador comercial STARS
da Computer Modelling Group Ltd. (CMG, 2005), em escala laboratorial e de campo, e foram
Maria do Socorro Bezerra da Silva 43
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo III: Estado da Arte

baseadas no modelo laboratorial. As simulações da injeção de polímeros, além da simulação da


injeção de água, consistiram em diversas etapas de análise de sensibilidade de parâmetros de
reservatório e parâmetros operacionais, e uma avaliação econômica. Isto permitiu avaliar as
vantagens e limitações de cada método e auxiliar na decisão de quando aplicá-los, em condições
otimizadas, tanto sob o ponto de vista técnico quanto econômico.

Naveira (2007) destacou os principais métodos de recuperação de petróleo com foco em


campos maduros em avançado estágio de produção. Em seu trabalho, foram feitas simulações
numéricas utilizando o método de elementos finitos para avaliar o escoamento de fluidos
miscíveis e imiscíveis (dispersão do polímero na água e deslocamento imiscível óleo-água) no
reservatório, quando submetidos aos métodos de recuperação, com o intuito de analisar o fator de
recuperação obtido para cada método. O trabalho inclui a importância da simulação para a
indústria do petróleo, as características dos campos maduros e marginais, a descrição dos
métodos avançados de recuperação, entre eles o polímero, as equações matemáticas que
governam o escoamento bifásico de fluidos imiscíveis e o deslocamento miscível no meio
poroso. Entre os resultados apresentados, destaca-se a comparação entre os casos simulados
considerando-se a recuperação de óleo com a simples injeção de água, onde se verificou uma
recuperação aproximada de 30,7 % do óleo retido após 35 anos de injeção, e a injeção de
polímeros, para o mesmo período de tempo, sendo 20 anos injetando água e 15 anos com injeção
de polímero. Foram realizados 3 testes diferentes com injeção de bancos de água e de polímeros,
sendo considerada, respectivamente, a injeção de um banco de polímero com 15 % VP resultando
em um fator de recuperação de 45,8 %; um banco de 30 % VP, obtendo-se um aumento da zona
varrida e, consequentemente um acréscimo no fator de recuperação, que foi elevado para 53 %, e
por fim, um banco com 50% VP, que resultou em um pequeno incremento de recuperação em
relação ao anterior (FR=61,8%), porém com um custo muito maior.

Moritis (2008) fez um levantamento de EOR apresentando projetos pilotos em curso ou


em grande escala de injeção de polímeros na Argentina (Campo de El Tordillo), no Canadá
(Pelican Lake e Horsefly Lake), na China com cerca de 20 projetos (por exemplo, Daqing,
Gudao, Gudong e campos de Karamay, entre outros), em Omã (Campo Marmul), na Índia
(Campos de Jhalora e Sanand), no Brasil (Campo marítimo de Voador), na Alemanha (Campo de
Bochstedt) e nos EUA (North Burbank, Oklahoma). Tais projetos em andamento são amostras
Maria do Socorro Bezerra da Silva 44
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo III: Estado da Arte

representativas de experiências que validam o potencial do processo de recuperação com


polímeros.

Ribeiro (2008) apresentou a solução analítica da injeção de bancos com um e dois


componentes químicos em reservatórios de óleo. A autora considerou a adsorção separando o
sistema de equações em uma equação de transporte, também chamado de equação do
levantamento, e um sistema termodinâmico auxiliar. Segundo a autora, a solução do sistema
termodinâmico é determinada pela isoterma de adsorção e permite prever o comportamento da
concentração dos produtos químicos independente das propriedades de transporte. Para a injeção
de bancos de água contendo um polímero foram adotados três tipos de isotermas de adsorção
(Henry, Langmuir e côncava) e funções para fluxo fracionário convexo e em forma de “S”.
Conforme reportado, os resultados evidenciam o efeito que o tipo de isoterma de adsorção exerce
sobre o escoamento do banco no meio poroso. Ela também apresenta casos de injeção de bancos
com dois polímeros, um polímero e um surfactante e um polímero e um sal, considerando fluxo
fracionário convexo. Além disso, foi demonstrada a eficiência dos métodos estudados através da
antecipação do fator de recuperação quando comparado com a injeção contínua de água.

Em 2009, Poellitzer et al. apresentaram um artigo sobre o campo Pirawarth, localizado na


Áustria, cujas características como permeabilidades baixas, viscosidade média do óleo (50 cP),
temperatura do reservatório de 30 °C e água de salinidade baixa, favorecem a injeção de
polímeros. Segundo os autores acima, a produção desse campo iniciou em 1964 e até 2008, o
fator de recuperação do campo havia chegado a 26%. O baixo fator de recuperação deve-se ao
fato de a razão de mobilidade água/óleo ser desfavorável. A partir de um novo modelo geológico,
criado para o campo, foi possível melhorar a análise do avanço da água injetada. Conforme
reportado, experimentos laboratoriais confirmaram a alta eficiência que polímeros poderiam
trazer ao aumentar a viscosidade da água para as condições de Pirawarth. Foi constatada a
redução da permeabilidade relativa à água por injeção do polímero testado, bem como uma
recuperação incremental de mais de 20% de óleo. Os experimentos foram simulados e os
parâmetros derivados a partir dos dados de injeção foram utilizados no modelo dinâmico do
campo. Os resultados da simulação foram promissores, indicando um aumento na recuperação de
óleo na área piloto de 5%.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 45


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo III: Estado da Arte

Seixas et al. 2010 propuseram uma formulação envolvendo a fixação do início da injeção
e da duração dos bancos de polímeros em cada poço injetor como um problema de otimização,
onde a função objetivo é a diferença entre os valores presentes líquidos (VPL) do caso base, sem
injeção de polímeros e do caso com injeção otimizada. Foram realizadas análises de sensibilidade
da função objetivo em torno da variação de parâmetros econômicos, como o preço do óleo e a
desvalorização do capital envolvido na recuperação do campo. Segundo os autores, os resultados
evidenciam grande influência dos parâmetros econômicos como preço do óleo e custos com a
injeção de fluidos (Opex) sobre o ganho econômico do projeto, reforçando-se a ideia de que ao se
considerar a viabilidade de um projeto de recuperação, estudos devem ser feitos levando em
consideração a variação que esses parâmetros podem sofrer ao longo do tempo de operação do
campo. Foi reportado por eles que a solução ótima implica na injeção de maiores quantidades de
massa de polímeros à medida que o preço do barril de petróleo sobe, provocando o aumento da
produção de óleo e redução da produção de água. Segundo os autores, a otimização do processo
torna viável a aplicação do método de recuperação, uma vez que possibilita a maximização do
lucro obtido com o emprego do mesmo.

Alvarado e Manrique (2010); apresentaram uma revisão sobre processos de recuperação


especiais. Conforme reportado por Alvarado e Manrique (2010), o total de projetos ativos de
EOR atingiu o pico em 1986 com recuperação por polímero, como o método químico mais
importante. No entanto, desde 1990, a produção de petróleo a partir de métodos químicos, foi
insignificante em todo o mundo, exceto para a China, que vem apresentando um bom
desenvolvimento em função da aplicação desses métodos.

A China é o país com a maior produção de óleo proveniente de projetos químicos.


Segundo Chang et al. (2006), nos últimos 20 anos, houve um aumento na recuperação acima de
10% do volume original de óleo dos reservatórios (OOIP - original oil in place) com a injeção de
polímeros em reservatórios de boa qualidade. Segundo os autores, os polímeros sozinhos
contribuíram com aproximadamente 250.000 barris de óleo por dia de produção em 2004, nos
campos de Daqing e Shengli.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 46


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo III: Estado da Arte

Em Daqing, que se trata do maior campo com injeção de polímeros do mundo, a produção
de óleo com polímeros tem se mantido constante desde 1999, atingindo 73,5 milhões de barris em
2004, aproximadamente 23% do total da produção do campo. O campo possui aproximadamente
36 bilhões de barris OOIP, e boa parte deste reservatório contém uma viscosidade média de óleo
na faixa de 9 cp nas condições de reservatório, assim como salinidade baixa, de 5.000 a 7.000
ppm de sal dissolvidos, e temperatura de 45°C, apresentando propriedades muito favoráveis à
aplicação de polímeros (Chang et al., 2006).

Como causas do sucesso do campo de Daqing, destacam-se a temperatura de reservatório


baixa, a salinidade baixa, o conteúdo baixo de íons de alta valência, a heterogeneidade alta, a
viscosidade média e a saturação elevada de óleo remanescente após a injeção de água. Durante a
injeção de água, a razão de mobilidades no ponto final de injeção era de 9,4. Com essa razão de
mobilidades desfavorável, ocorria digitação viscosa levando a uma formação severa de canais,
especialmente pelo fato de zonas de diferentes permeabilidades estarem presentes. Por meio da
injeção de polímero, a razão de mobilidades foi melhorada para um valor teórico de 0,3
(negligenciada a degradação do polímero) (Demin et al, 2000).

O segundo maior campo de aplicação de polímeros na China é em Shengli, onde sua


produção cresceu de 2,7 milhões bbl em 1997 para 16,7 milhões bbl em 2004, aproximadamente
13% do total de produção. Diferentemente de Daqing, ocorre grande variação das propriedades
de fluido e de rocha em todo o reservatório de Shengli, com viscosidades do óleo acima de 130
cp, temperaturas acima de 83°C, e salinidade alta de 160.000 ppm. A formação em sua maior
parte é de arenito não consolidado, com permeabilidade acima de 1.000 mD (considerada alta) e
porosidade acima de 30% (Chang et al., 2006).

Embora o Brasil tenha experimentado várias alternativas de recuperação terciária


propostas internacionalmente, apenas alguns métodos realmente mudaram de avaliação piloto
para escala de campo. Os métodos de EOR utilizados no Brasil incluem a injeção de vapor,
dióxido de carbono e injeção de polímeros. Todos esses projetos foram executados em campos
terrestres, em reservatórios areníticos, e a maioria em reservatórios de boa qualidade. Muitos
deles foram implantados durante a crise mundial do petróleo, entre 1969 e 1985, período que

Maria do Socorro Bezerra da Silva 47


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo III: Estado da Arte

antecedeu a queda dos preços do petróleo com os efeitos conhecidos sobre as atividades EOR em
todo o mundo, inclusive no Brasil (Alvarado e Manrique, 2010).

Embora o interesse na injeção de solução polimérica para deslocamento de óleos pesados


em campos marítimos também venha ganhando atenção, especialmente no Canadá e nos EUA,
Alvarado e Manrique (2010) afirmam que não se espera grande impacto da produção mundial de
petróleo provinda deste método de EOR pelo menos para a próxima década, devido a pouca
aplicação da indústria, comparado a outros métodos.

O Brasil apresenta um crescimento constante na exploração e produção de óleo e gás no


Costa do Atlântico. A produção nacional de petróleo representa um exemplo de dois cenários
contrastantes: um para campos em terra, com a maioria dos reservatórios em estado avançado de
maturação, e outro para campos marítimos, a maioria deles com descobertas mais recentes, em
estágios iniciais ou intermediários de vida de produção (Alvarado e Manrique, 2010).

Embora existam várias iniciativas para avaliar o potencial de EOR em campos marítimos,
a maioria deles encontra-se em estágios iniciais ou podem não ser economicamente atrativos com
a tecnologia atual. Projetos marítimos necessitam de capital intensivo e somando-se a
volatilidade desse mercado, o risco associado a esse tipo de projeto é elevado, reduzindo a
probabilidade de implantação (Alvarado e Manrique, 2010).

Zampieri (2012) analisa a injeção de bancos alternados de solução polimérica e água em


certos intervalos de tempo, para isso ele utilizou testemunhos do Arenito Botucatu, solução salina
de NaI, óleo de parafina comercial, e solução polimérica à base de poliacrilamida parcialmente
hidrolizada (HPAM). Um porta-testemunho especial foi utilizado para a realização dos testes de
deslocamento, sendo monitoradas as pressões ao longo da amostra, além de massas e volumes de
injeção e de produção dos fluidos durante o tempo. Foram realizados quatro testes para analisar a
influência da injeção de água, polímeros e injeção alternada de bancos de água e de polímeros,
sendo ao final comparados os resultados para cada condição de teste. Primeiramente todas as
amostras foram submetidas à injeção de água e após a re-saturação com óleo, as mesmas foram
submetidas às seguintes condições: injeção contínua de solução polimérica no primeiro e terceiro
testes; banco de solução polimérica seguido por banco de água no segundo teste; e por último,
Maria do Socorro Bezerra da Silva 48
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo III: Estado da Arte

dois ciclos alternados de polímero e água. Foram encontrados melhores resultados para a
utilização de polímeros e de bancos de água e polímeros em relação à injeção de água.

Os estudos realizados foram de fundamental importância para uma melhor compreensão


da aplicação do método de injeção de polímeros em reservatórios de petróleo, bem como para a
seleção dos parâmetros a serem estudos no reservatório.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 49


Capítulo IV:
Materiais e Métodos
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo IV: Materiais e Métodos

4 Materiais e Métodos

Neste capitulo são apresentadas as ferramentas computacionais utilizadas no trabalho,


como também é descrito o modelo utilizado para o estudo do processo de injeção de água e de
polímeros.

4.1 Ferramentas computacionais

Os módulos utilizados no trabalho foram os seguintes aplicativos desenvolvidos pela


CMG (Computer Modelling Group): WINPROP, BUILDER, STARS e RESULTS (3D e Graph)
que são utilizados para simular o fluxo dos reservatórios.

4.1.1 WINPROP

O WINPROP é um aplicativo que tem por objetivo modelar o comportamento de fases e


as propriedades dos fluidos do reservatório. Esse conhecimento é importante nos processos em
que múltiplas fases coexistem e onde ocorrem variações composicionais com a mudança nas
condições de temperatura e pressão do reservatório. Esse módulo atua no ajuste da equação de
estado para representar experimentos de laboratório e gerar descrições de propriedades dos
fluidos adequados para uso nos simuladores de fluxo. O modelo gerado nesse módulo é
importado no BUILDER.

4.1.2 BUILDER

O BUILDER é um aplicativo usado na construção, edição, visualização e na geração do


arquivo de entrada (. dat) dos modelos de simulação de reservatórios para todos os simuladores
de fluxo desenvolvidos pela CMG.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 51


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo IV: Materiais e Métodos

4.1.3 STARS

O STARS (Steam, Thermal and Advanced Process Reservoir Simulation) é um simulador


térmico - composicional e de processos avançados de reservatório mais utilizado pela indústria.
Suas robustas reações cinéticas e capacidades geo-mecânicas fazem-no o mais completo e
flexível simulador de reservatório disponível para modelar o complexo processo de recuperação
de óleo e gás que estão sendo estudados e implementados atualmente. Além de poder ser
utilizado em vários sistemas operacionais.

As simulações nesse programa têm como dados de entrada a configuração da malha e o


modelo físico, que consistem nas características do meio (propriedades físicas da rocha-
reservatório); propriedades dos fluidos e condições de contorno (descrição das fronteiras do
reservatório); processo de recuperação (método, quantidade, orientação, distribuição e atribuições
dos poços) e condições iniciais. Como resultado, obtém-se a partir da iteração desses fatores, por
exemplo, a produção e vazão de óleo e água em cada poço produtor, além de outros dados.

Os sistemas de malha podem ser cartesianos, cilíndricos ou de profundidade e espessura


variáveis, podendo ser utilizadas configurações bidimensionais e tridimensionais para qualquer
sistema de malha. Neste estudo as simulações foram realizadas usando a versão 2012.10.

4.1.4 Tratamento estatístico

O tratamento estatístico foi realizado através de um programa computacional utilizado


para análise dos efeitos principais e as interações entre os parâmetros analisados.

4.2 Modelo do reservatório

Para facilitar a implementação do modelo assim como a compreensão do processo de


deslocamento do óleo e a interpretação dos resultados, a geometria do reservatório foi definida
como sendo a correspondente a um quarto do five-spot, que é constituída de um poço injetor e um

Maria do Socorro Bezerra da Silva 52


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo IV: Materiais e Métodos

produtor. O reservatório possui dimensão areal de 100 metros x 100 metros e vertical de 30
metros, como mostra a figura 4.1.

Figura 4-1 - Modelo composicional do reservatório em 3D com configuração de injeção five-spot

O modelo utilizado foi de um reservatório homogêneo, semissintético com características


do Nordeste Brasileiro, seus dados geológicos estão descritos na Tabela 4.1.

4.2.1 Propriedades da rocha

Na Tabela 4-1, estão apresentadas as propriedades da rocha reservatório utilizada no


estudo. Elas foram baseadas em características de rochas encontradas no nordeste brasileiro.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 53


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo IV: Materiais e Métodos

Tabela 4-1- Propriedades da rocha reservatório


Dimensões do reservatório 100x100x30
Sistema de coordenadas Cartesiana
Configuração de injeção ¼ de five-spot
Temperatura (°C) 50
Permeabilidade (mD) 400
Porosidade 0,23
Profundidade (m) 687
Pressão de referência (psi) 28,5
Zona de óleo (m) 20
Zona de água (m) 10
3
Volume de óleo in place (m std) 32346,31
Viscosidade do óleo (cP@50 ºC) 17
Tempo do projeto (anos) 20
-5
Compressibilidade da formação (1/psi) 30x10
Condutividade térmica da rocha Btu/ (m*dia*F) 78,74
Condutividade térmica da água Btu/ (m*dia*F) 28,54
Condutividade térmica do óleo Btu/ (m*dia*F) 5,91
Condutividade térmica do gás Btu/ (m*dia*F) 1,97

O modelo físico foi discretizado resultando em 9600 blocos. E está representado na Figura 4.2.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 54


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo IV: Materiais e Métodos

Figura 4-2- Discretização em 3D do modelo de reservatório em estudo

4.2.2 Mapa de saturação de óleo e localização dos poços produtor e injetor no


modelo base

A Figura 4.3 mostra o mapa de saturação de óleo que apresenta valor máximo de 0,75 nas
primeiras camadas da zona de óleo (topo do reservatório) e valor mínimo de 0,0001 nas últimas
camadas referentes à zona de água (base do reservatório).

Figura 4-3- Mapa de saturação do óleo com vista frontal dos poços produtor e injetor no
modelo base
Maria do Socorro Bezerra da Silva 55
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo IV: Materiais e Métodos

4.3 Condições de operação dos poços

Os parâmetros operacionais foram mantidos constantes ao longo das simulações. A Tabela


4.2 mostra os valores de pressão máxima utilizadas nos poços injetores e produtores.

Tabela 4-2 - Parâmetros de Operação dos Poços.


Parâmetros Valores
Pressão de fundo de poço máxima, injetor (psi). 2500
Pressão de fundo de poço mínima, produtor (psi). 28,5
3
Vazão máxima de líquido produzido (m std/dia) 500

4.4 Modelagem dos fluidos

O modelo de fluido utilizado foi o composicional. Esse tratamento composicional leva em


consideração não somente a pressão e a temperatura do reservatório, mas também as
composições das diversas fases presentes no meio poroso, sendo assim o óleo não é mais
admitido como sendo formado por um único componente. Geralmente, quando o número de
hidrocarbonetos é muito grande, costuma-se agrupá-los em componentes e pseudocomponentes.
O objetivo do agrupamento é reduzir o tempo computacional que um tratamento mais rigoroso
exigiria.

O óleo utilizado no reservatório das simulações computacionais tem características


semelhantes às encontradas no Nordeste Brasileiro. O óleo tem viscosidade de 17cp na
2
temperatura de 50 ºC, o grau API é 28.66 e sua pressão de saturação é 3.95 Kgf/cm (56,18 psi).

Criou-se um modelo de fluidos composicional no qual o componente mais pesado, C12+,


3
possui uma fração 0.4007%. A massa específica C12+ é de 0.921 (g/cm ) e a massa molecular C12+
683.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 56


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As frações molares de todos os componentes presentes no modelo de fluido, estão


representadas na Tabela 4-3. Esse modelo foi considerado o original.

Tabela 4-3- Fração molar dos hidrocarbonetos presentes no fluido

Componentes Fração molar


N2 0,0006
C1 0,0009
C2 0,0009
C3 0,0019
IC4 0,0046
NC4 0,013
IC5 0,0235
NC5 0,0316
C6 0,0853
C7 0,0841
C8 0,01417
C9 0,0957
C10 0,0795
C11 0,0560
C12+ 0,4007

Para realizar a análise dos quinze componentes, estes foram agrupados para diminuir o
número de componentes. O agrupamento e suas respectivas frações molares estão representados
na Tabela 4-4.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 57


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Tabela 4-4- Agrupamento e percentual de cada componente e pseudocomponente


Componentes Fração molar (%)
N2 0,00073119548
C4 - C3 0,0045090387
IC4 - NC5 0,088596521
C6 - C9 0,34033493
C10 - C11 0,16512831
C12+ 0,4007

Esse modelo de fluido foi denominado de “Nordeste Brasileiro”, por ser constituído
a partir de dados e informações de campos semelhantes.
Na tabela 4-5 são mostrados os resultados experimentais da liberação diferencial do
mesmo óleo que foram utilizados no WinProp para criar o modelo de fluido.

Tabela 4-5- Dados PVT do teste de liberação diferencial do óleo leve


Pressão F. V. f do óleo Razão de Viscosidade do Densidade do
3
(psi) (Bo) (rb/stb) solubilidade óleo (cp) óleo (g/cm )
(Rs)(scf/stb)
56 1,0263 2,75 23,75 0,8618
60 1,0260 2,75 23,92 0,8621
55 1,0264 2,75 23,71 0,8618
50 1,0268 2,75 23,50 0,8615
45 1,0272 2,75 23,29 0,8612
40 1,0276 2,75 23,07 0,8609
35 1,0280 2,75 22,85 0,8605
30 1,0284 2,75 22,63 0,8602
25 1,0288 2,75 22,41 0,8599
20 1,0291 2,75 22,19 0,8596
15 1,0295 2,75 21,97 0,8592
10 1,0299 2,75 21,76 0,8589
5 1,0303 2,75 21,54 0,8586

Maria do Socorro Bezerra da Silva 58


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As Figuras 4-4 e 4-5 apresentam as curvas do Fator Volume de Formação do óleo e da


Razão de Solubilidade do gás no óleo ajustados a partir dos dados de liberação diferencial.

Figura 4-4- Fator volume de formação do óleo

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Figura 4-5- Razão de solubilidade do gás no óleo

As Figuras 4-4 e 4-5 apresentam as curvas do Fator Volume de Formação do óleo e da Razão de
Solubilidade do gás no óleo e mostram que os dados experimentais que foram inseridos no
simulador com o objetivo de criar um modelo confiável e representativo do fluído no reservatório
para que possa ser usado para simular o processo de injeção de solução polimérica, ajustaram-se
aos dados calculados pelo WinProp.

4.5 Curva de viscosidade

A viscosidade é uma das propriedades mais importantes no ajuste do modelo de fluidos,


devido à influência no deslocamento do óleo. A Figura 4-6 mostra o ajuste entre os valores
teórico e simulado.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 60


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Figura 4-6- Ajuste da viscosidade do óleo

4.6 Permeabilidades relativas

As curvas de permeabilidade relativa para o sistema água-óleo e para o sistema gás-


líquido estão apresentadas nas figuras 4-7 e 4-8, respectivamente.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 61


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Figura 4-7- Curvas de permeabilidade relativa para o sistema água-óleo

Figura 4-8- Curvas de permeabilidade relativa para o sistema gás-líquido


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4.7 Fluido injetado

O polímero utilizado para realizar o estudo teve como referência arquivos dates do
simulador STARS da CMG.

A injeção de polímero foi considerada como um escoamento bifásico, constituído por uma
fase óleo e uma fase aquosa, e de três fluídos: água, polímero e óleo, sendo que o polímero
coexistiu somente com a água (Furati, 1998; Langtangen, 1991). As características do polímero
utilizado neste trabalho estão apresentadas na tabela 4-6.

Tabela 4-6 - Características do polímero utilizadas no estudo


Pressão Temperatura Mw Densidade viscosidade
crítica Crítica
3
29 psi 300 F 10000lb/lbmol 0.0062lb/ft 20cp

A densidade do polímero utilizado foi de 0,0062 lb/bbl, ou 100 ppm. O tamanho do banco
de polímero injetado foi de 20% do volume poroso, e enquadra-se na faixa dos casos mais bem
sucedidos (7% a 33%) mencionada por (Du e Guan, 2004) em seu trabalho que revisa a técnica
de injeção polimérica em escala de campo nos últimos quarenta anos. A solução polimérica
utilizada no estudo contém 20% de polímero e 80% de água.

4.8 Viscosidade do óleo do reservatório

Para o estudo do processo de injeção de solução polimérica, foram criados três tipos de
óleos sintéticos com viscosidades de 8cp, 17cp e 43cp utilizando o mesmo reservatório, isso foi
possível de ser realizado variando as frações dos hidrocarbonetos presentes no reservatório. A
tabela 4-7 apresenta as viscosidades do óleo sintéticas e suas respectivas frações.

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Tabela 4-7 - Viscosidades do óleo sintéticas e suas respectivas frações.


Viscosidade Frações dos hidrocarbonetos
C12+ C10-C11 C6-C9 IC4-NC5 C4-C3 N2 Total
8cp 0,00498 0,03642 0,84033 0,088597 0,009354 0,0007312 0,980412
17cp 0,4007 0,16513 0,34033 0,088597 0,004509 0,0007312 0,9999972
43cp 0,8946 0,00525 0,0062 0,088597 0,004509 0,0007312 0,9998872

4.9 Análise de sensibilidade dos parâmetros operacionais

Um passo importante para tornar a injeção de solução polimérica mais eficiente é


encontrar os valores ótimos das variáveis do projeto que maximizem o desempenho do campo.
Para verificar se determinados parâmetros exercem influência no processo de injeção da solução
com polímeros, foi realizada uma análise destes a fim de confirmar sua influência no processo.

Após pesquisas e análises realizadas para o processo, concluiu-se que dentre os


parâmetros operacionais que mais se aplicam ao estudo de injeção de polímeros são,

 
 Concentração do polímero;
 
 Viscosidade do polímero;
 
 Viscosidade do óleo;
 
Vazão de injeção de água;

Para desenvolver a análise de combinações entre os parâmetros operacionais e de


reservatório, foi utilizado um planejamento fatorial completo de quatro variáveis com três níveis
4
(3 ). Este planejamento resultou em 81 simulações para a análise dos parâmetros. Optou-se por
um planejamento fatorial completo, para facilitar as análises sem perdas de resultados
importantes.
Os valores mínimos, médios e máximos estabelecidos para cada parâmetro foram
baseados em valores possíveis de serem encontrados em reservatórios reais do Nordeste do
Brasil, e estão representados na Tabela 5-4.

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo IV: Materiais e Métodos

Tabela 4-8 - Níveis de parâmetros do reservatório


Parâmetros Níveis

-1 0 +1
Visc. do óleo 8cp 17cp 43cp
% de polímero 10 20 30
Visc. do polímero 10cp 20cp 40cp
3 3 3
Vazão de Água 25m /dia 50m /dia 75m /dia

4.10 Metodologia de trabalho

Figura 4-9- Metodologia do trabalho

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Capítulo V:
Resultados e discussões
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

5 Resultados

Este capítulo apresenta os principais resultados obtidos na pesquisa do Estudo


paramétrico de injeção de polímeros em reservatórios de petróleo. São mostrados os refinamentos
realizados para obtenção do modelo base, análise de sensibilidade dos parâmetros operacionais e
demais resultados.

5.1 Escolha do modelo base refinado

Nas simulações computacionais, o refinamento da malha permite simular com blocos de


determinadas dimensões, aumentando a especificidade através da divisão em unidades menores.
A partir dessa divisão é possível analisar as informações em cada bloco, visando à eficiência do
estudo. Foram realizados cinco refinamentos para a escolha do modelo base com vazões de
3
injeção de água de 75m /dia.

A discretização mais apropriada em termos de tempo de processamento e refinamento,


definida após o teste de malha, contem 20 células x 20 células na seção areal e 24 células na
seção vertical. O reservatório passa a conter 9600 blocos. Sendo na camada K = 24 blocos, cada
bloco na zona de óleo medindo 1 metro e na zona de água medindo 2,5 metros. A tabela 5-1
mostra os refinamentos realizados e a escolha do refinamento utilizado no estudo.

Optou-se para o modelo base a configuração do bloco (20x20x24), destacado em


vermelho, mostrado na tabela 5-1, por ser um dos modelos estudados mais refinados, permitindo
assim que a analise dos resultados se aproxime mais da realidade.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 67


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Tabela 5-1- Refinamentos para a escolha do modelo base


Modelo Malha Total de DIM K zona K zona Np(m3) T de simulação
blocos I J óleo de água 20 a (min , seg)
1 11*11*23 2783 *9.1 *9.1 2420*1 363*3.33 23975.8 11' 7''

2 13*13*23 3887 *7.69 *7.69 3380*1 507*3.33 23967.6 14' 4"

3 15*15*24 5400 *6.66 *6.66 4500*1 900*2.5 23887.9 19' 11"

4 20*20*24 9600 *5 *5 8000*1 1600*2.5 23680.5 37' 16"

5 13*13*25 4225 *7.69 *7.69 3380*1 845*2 23638.4 16' 9"

Na tabela 5-1, pode-se observar que houve pouca diferença entre as produções
acumuladas de óleo em cada um dos refinamentos ao final dos 20 anos de projeto, a Figura 5-1
apresenta as curvas de produção acumulada de todos os refinamentos, confirmando assim a
escolha do modelo. O reservatório a ser estudado passa a conter 9600. Não foram realizados mais
refinamentos visto que ultrapassaria 10000 blocos.

Figura 5-1- Produção acumulada de óleo dos refinamentos para escolha do modelo base.

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Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

5.2 Análise comparativa do método com a injeção de água

A fim de verificar o comportamento do polímero no reservatório em estudo, foram


realizados alguns testes com a solução polimérica variando a porcentagem de polímero em (0%,
10%, 20%, 30%, 40%, 50%, 60%, 70%, 80%, 90% e 100%) de polímero para uma vazão de água
3
injetada de 50 m /dia.

Existem na literatura diversos estudos referentes ao tamanho de banco de polímero a ser


utilizado para obter uma boa produção de óleo, dentro de custos admissíveis, esta análise tem
como finalidade identificar um banco de polímero que tenha uma boa resposta quando aplicado
ao reservatório em análise e com baixos custos na operação. A Figura 5-2 apresenta as curvas de
produção acumulada da Injeção contínua de solução polimérica comparando com a recuperação
por injeção contínua de água sem polímero, com o objetivo de analisar sua eficiência na
recuperação do óleo.

Figura 5-2- Análise comparativa do método com a injeção de água sem polímero.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 69


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

É possível observar na Figura 5-2 que a diferença entre os modelos de injeção de água
com polímero e apenas com a injeção de água, após 20 anos de projeto, apresenta resultados
satisfatórios para o emprego do método. As curvas com injeção de solução polimérica têm
comportamentos similares e mostram vantagens do uso do método na recuperação do óleo, no
entanto observa-se que quando se aumenta a concentração do polímero na água acima de 50%
aproximadamente do volume poroso, há um declínio nas curvas de produção de óleo. Estudos
mostram que a maior parte dos polímeros é, em certo grau, adsorvida pela rocha-reservatório e
que este processo de adsorção ocorre deixando a água, praticamente sem polímero, contatar o
fluido do reservatório, o que resulta em uma baixa eficiência de varrido. Neste estudo não está
sendo considerado este processo de adsorção do polímero a rocha, no entanto, este efeito pode
está ocorrendo no reservatório em estudo, quando se injeta concentrações de polímero acima de
50% do volume poroso.

5.3 Planejamento fatorial completo

Na Tabela 5-2 são apresentadas todas as combinações realizadas no planejamento fatorial


completo para o processo de injeção da solução polimérica tendo como resposta analisada a
produção acumulada em 5, 10, 15 e 20 anos de produção, e está organizada em ordem
decrescente da Np.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 70


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Tabela 5-2- Simulações realizadas para o estudo do processo de injeção de polímeros,


analisando a produção acumulada em 5,10,15 e 20 anos de produção.
Caso µo % µp Qinj. Np
Pol. Água 5anos 10anos 15anos 20anos
12 8 20 10 75 18,789 20,289 20,926 21,284
9 8 10 40 75 18,626 20,199 20,886 21,274
6 8 10 20 75 18,557 20,161 20,868 21,269
3 8 10 10 75 18,489 20,124 20,852 21,267
15 8 20 20 75 18,899 20,328 20,926 21,264
21 8 30 10 75 19,038 20,383 20,937 21,251
18 8 20 40 75 19,003 20,363 20,927 21,247
24 8 30 20 75 19,170 20,409 20,919 21,206
27 8 30 40 75 19,279 20,413 20,880 21,142
23 8 30 20 50 18,615 20,169 20,779 21,121
26 8 30 40 50 18,817 20,251 20,804 21,115
20 8 30 10 50 18,397 20,063 20,736 21,112
17 8 20 40 50 18,368 20,030 20,714 21,096
14 8 20 20 50 18,220 19,952 20,678 21,086
11 8 20 10 50 18,064 19,857 20,628 21,066
8 8 10 40 50 17,885 19,720 20,546 21,022
5 8 10 20 50 17,805 19,663 20,513 21,006
2 8 10 10 50 17,726 19,604 20,477 20,987
25 8 30 40 25 16,975 19,559 20,488 20,950
22 8 30 20 25 16,748 19,307 20,329 20,858
19 8 30 10 25 16,530 19,043 20,140 20,738
16 8 20 40 25 16,561 19,035 20,115 20,712
13 8 20 20 25 16,415 18,856 19,976 20,613
10 8 20 10 25 16,275 18,675 19,825 20,499
7 8 10 40 25 16,170 18,487 19,641 20,344
4 8 10 20 25 16,097 18,390 19,552 20,269
1 8 10 10 25 16,026 18,290 19,457 20,187
54 17 30 40 75 17,009 18,856 19,690 20,187
51 17 30 20 75 16,727 18,650 19,533 20,059
48 17 30 10 75 16,437 18,419 19,345 19,903
53 17 30 40 50 16,344 18,400 19,327 19,881
45 17 20 40 75 16,391 18,379 19,312 19,876
42 17 20 20 75 16,200 18,214 19,173 19,758
50 17 30 20 50 16,007 18,121 19,096 19,687
39 17 20 10 75 16,011 18,047 19,029 19,634
36 17 10 40 75 15,789 17,843 18,853 19,482
47 17 30 10 50 15,664 17,818 18,838 19,465
44 17 20 40 50 15,624 17,770 18,795 19,427
33 17 10 20 75 15,697 17,758 18,779 19,416

Maria do Socorro Bezerra da Silva 71


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

30 17 10 10 75 15,604 17,672 18,703 19,350


41 17 20 20 50 15,402 17,561 18,611 19,264
38 17 20 10 50 15,181 17,347 18,419 19,093
52 17 30 40 25 14,535 17,188 18,362 19,064
35 17 10 40 50 14,932 17,083 18,176 18,874
32 17 10 20 50 14,826 16,974 18,076 18,784
49 17 30 20 25 14,230 16,825 18,032 18,769
29 17 10 10 50 14,721 16,866 17,975 18,691
46 17 30 10 25 13,933 16,459 17,688 18,456
43 17 20 40 25 13,930 16,417 17,638 18,407
81 43 30 40 75 13,512 16,133 17,431 18,240
40 17 20 20 25 13,734 16,172 17,402 18,187
78 43 30 20 75 13,236 15,872 17,191 18,019
37 17 20 10 25 13,546 15,929 17,163 17,962
75 43 30 10 75 12,954 15,586 16,919 17,764
80 43 30 40 50 12,894 15,576 16,906 17,747
72 43 20 40 75 12,907 15,537 16,872 17,720
34 17 10 40 25 13,364 15,649 16,870 17,680
31 17 10 20 25 13,273 15,528 16,748 17,561
69 43 20 20 75 12,722 15,336 16,675 17,531
77 43 30 20 50 12,573 15,252 16,597 17,456
28 17 10 10 25 13,183 15,409 16,625 17,442
66 43 20 10 75 12,537 15,131 16,469 17,332
74 43 30 10 50 12,255 14,912 16,265 17,138
71 43 20 40 50 12,209 14,854 16,209 17,084
63 43 10 40 75 12,320 14,880 16,212 17,078
60 43 10 20 75 12,226 14,772 16,101 16,969
57 43 10 10 75 12,133 14,662 15,990 16,859
68 43 20 20 50 11,999 14,620 15,975 16,858
79 43 30 40 25 11,385 14,303 15,717 16,623
65 43 20 10 50 11,796 14,383 15,736 16,622
62 43 10 40 50 11,563 14,090 15,433 16,321
76 43 30 20 25 11,112 13,930 15,335 16,248
59 43 10 20 50 11,466 13,971 15,308 16,198
56 43 10 10 50 11,371 13,852 15,183 16,072
73 43 30 10 25 10,849 13,561 14,949 15,863
70 43 20 40 25 10,839 13,512 14,891 15,803
67 43 20 20 25 10,669 13,270 14,633 15,542
64 43 20 10 25 10,505 13,032 14,376 15,280
61 43 10 40 25 10,338 12,752 14,064 14,956
58 43 10 20 25 10,260 12,636 13,936 14,824
55 43 10 10 25 10,185 12,522 13,809 14,692

Maria do Socorro Bezerra da Silva 72


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Cada efeito foi analisado para entender se a mudança desde os níveis inferiores até os
superiores resultam em um aumento ou em uma diminuição do valor da produção acumulada,
avaliou-se através do digrama de Pareto a significância linear (L) dos parâmetros e das interações
entre os mesmos. Os diagramas foram realizados para a produção em 5, 10, 15 e 20 anos. As
Figuras 5-3, 5-4 e 5-5 apresentam os digramas para os quatro parâmetros analisados tendo a
produção acumulada como a variável de resposta em 5, 10 e 15 anos de produção.

No diagrama, o valor apresentado ao lado da barra resulta da divisão da média das


respostas nos níveis analisados pelo erro padrão. Quando este valor é positivo significa que, com
uma mudança do nível mínimo ao máximo da variável analisada há um incremento da resposta,
da mesma forma, um valor negativo referente a um parâmetro analisado, significa que tal variável
contribui no sentido de diminuir o valor esperado para a resposta analisada, que neste caso é a
produção acumulada. São considerados resultados estatisticamente significativos ao nível de 95
% de confiança, os fatores cujas barras extrapolam a linha divisória (p = 0,05).

Figura 5-3 – Diagrama de Pareto para a produção acumulada em 5 anos.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 73


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Figura 5-4 - Diagrama de Pareto para a produção acumulada em 10 anos.

Figura 5-5 - Diagrama de Pareto para a produção acumulada em 15 anos.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 74


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

A intensidade do efeito de cada parâmetro analisado, e das interações entre eles sobre a
produção de óleo pode ser vistos nas Figuras 5-3, 5-4 e 5-5 onde observar - se que todas as
variáveis estudadas apresentaram influência estatisticamente significativa, contribuindo assim
para um aumento na produção acumulada. Dessa forma, foi feita uma análise individual destes
parâmetros em relação à influência sobre a produção acumulada, observando-se que:

A viscosidade do óleo (Visc. óleo) foi o parâmetro individual que mais contribuiu
estatisticamente para a produção de óleo no método estudado. Neste caso, o aumento da
viscosidade promove uma diminuição na variável resposta.

A vazão de injeção de água foi o segundo parâmetro que mais influenciou estatisticamente na
produção de óleo. Observa-se que um incremento da vazão de injeção no intervalo estudado
promove um aumento na produção acumulada.

A porcentagem do polímero foi o terceiro fator mais influente na recuperação do óleo, visto que
esse, mesmo em pequenas concentrações, aumenta a eficiência de varrido pela redução da mobilidade
do fluido injetado.

A viscosidade do polímero aparece como parâmetro que menos influencia significativamente na


recuperação do óleo residual comparado aos outros parâmetros estudados.

Observa – se no Diagrama que alguns efeitos das interações dos parâmetros também
apresentam valores estatisticamente significativos sobre o valor da produção acumulada em 20
anos de injeção. O diagrama de Pareto mostra que os parâmetros que apresentam valores
positivos são:

 Viscosidade do óleo e porcentagem de polímero 



 Viscosidade do óleo e vazão de injeção de água 

 Viscosidade do óleo e viscosidade do polímero 

Maria do Socorro Bezerra da Silva 75


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E os efeitos combinados com valores negativos são:

 Porcentagem de polímero e Vazão de injeção de água 



 Viscosidade do polímero e vazão de injeção de água 

Nos diagramas de Pareto apresentados nas Figuras 5-3, 5-4 e 5-5, é possível observar que
existem parâmetros lineares (L) e quadráticos (Q). Esses termos quadráticos não são analisados
como um aumento ou diminuição da variável resposta, porque devido ao fato de serem
quadráticos, os resultados das mudanças dos efeitos dentro da variável quadrática são sempre
positivos e são responsáveis pela curvatura na superfície de resposta.

A técnica de superfícies de resposta foi utilizada para analisar a influência das interações
entre dois parâmetros de modo a identificar a máxima e mínima resposta sobre a produção de
óleo em 5, 10 e 15 anos de produção. As superfícies de resposta apresentadas são as mais
representativas da análise de sensibilidade, e estão em concordância com os resultados do
diagrama de Pareto.

Os parâmetros operacionais que não estão sendo analisados foram mantidos no ponto
intermediário. As superfícies de resposta foram analisadas somente para as interações entre
parâmetros que de acordo com o diagrama de Pareto apresentaram significância estatística. As
Figuras 5-6, 5-7, 5-8 e 5-9 apresentam as superfícies de resposta analisadas.

A Figura 5-6 mostra as superfícies de resposta para a interação entre os parâmetros % de


polímero vs. Viscosidade do óleo em 5 anos, 10 anos e 15 anos de projeto.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 76


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Figura 5-6 - Superfície de resposta: % de polímero vs. viscosidade do óleo em 5 anos, 10 anos e
15 anos.

Analisando a Figura 5-6 que mostra as superfícies de resposta para a interação entre os
parâmetros % de polímero e viscosidade do óleo em 5, 10 e 15 anos, observa-se um
comportamento semelhante nos três períodos de produção de óleo, indicando que a área de maior
produção é obtida quando se injeta maiores porcentagens de polímeros quando é utilizado um
óleo de baixa viscosidade.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 77


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A Figura 5-7 mostra as superfícies de resposta para a interação entre os parâmetros


viscosidade do polímero vs. % do polímero em 5 anos, 10 anos e 15 anos de projeto.

Figura 5-7 – Superfície de resposta: viscosidade do polímero vs. % de polímero em 5 anos, 10


anos e 15 anos.

A Figura 5-7 mostra as superfícies de resposta para a interação entre a viscosidade do polímero e
a % de polímero utilizado nos estudos. Observa-se nas superfícies de resposta que a interação
entre estes parâmetros em 5 anos de projeto ainda não é definida, porém em 10 e 15 anos de

Maria do Socorro Bezerra da Silva 78


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projeto esta interação ocorre, indicando que maiores produções de óleo ocorrem para
viscosidades altas de polímeros e altas porcentagens de polímero utilizadas.

A Figura 5-8 mostra as superfícies de resposta para a interação entre os parâmetros vazão
de água vs. viscosidade do óleo em 10 anos e 15 anos de projeto.

Figura 5-8 - Superfície de resposta: vazão de água vs. viscosidade do óleo em 10 anos
e 15 anos de projeto.

A Figura 5-8 mostra as superfícies de resposta para a interação entre a vazão de água e a
viscosidade do óleo, que ocorrem em 10 e 15 anos do projeto, nos períodos analisados, e
apresentam comportamento semelhante nos dois períodos, mostrando que maior produção de
óleo acontece quando se injeta maiores vazões de água para baixas viscosidades de óleo.

A Figura 5-9 mostra as superfícies de resposta para a interação entre os parâmetros vazão
de água vs. viscosidade do óleo em 10 anos e 15 anos de projeto.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 79


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Figura 5-9 – Superfície de resposta: viscosidade do polímero vs. viscosidade do óleo em 10 anos
e 15 anos.

As superfícies de resposta da Figura 5-9 mostram a interações entre a viscosidade do polímero e a


viscosidade do óleo que ocorrem em 10 e 15 anos de projeto, nos períodos analisados, e mostram
que as maiores produções de óleo acontecem quando são utilizadas maiores viscosidades de
polímero e baixas viscosidades de óleo.

As regiões de máxima resposta da superfície de resposta são representadas pelas áreas em


vermelho, enquanto as verdes estão associadas aos níveis de parâmetros que apresentam os
menores valores para a variável considerada.

5.4 Processos simulados

Os processos simulados para os três tipos de viscosidade (8cp, 17cp e 43cp) foram à
produção primária, ou seja, a produção sem qualquer intervenção externa, a injeção de água e a
injeção de polímero (solução polimérica), que em alguns casos consistiu de injeções alternadas
injetando-se um primeiro banco de solução polimérica seguida pela água de injeção e em outros
foram injetados um primeiro banco de água, seguido por um banco de solução polimérica.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 80


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

O processo foi realizado desta forma, visto que alguns trabalhos na literatura introduzem a
injeção de polímero como sendo mais eficiente quando é utilizado como processo secundário, ou
seja, um banco de polímero deve ser injetado antes do banco de água. A injeção alternada de
solução polimérica também aparece como uma técnica economicamente viável, comparada à
injeção continua de solução polimérica, a qual teria gastos bem maiores. Como o método
estudado é considerado um processo terciário, a maioria dos testes foram realizados injetando-se
primeiro um banco de água, seguido por um banco de polímero, obtendo resultados semelhantes
ao anterior.

Os testes foram programados com o objetivo de viabilizar a análise e comparação entre as


respostas da injeção de água, de solução polimérica e de bancos de água e polímero que foram
simulados como mostra a Figura 5-10.

Recuperação Primária

Injeção Contínua

Injeção contínua de água Injeção contínua de solução polimérica

Processos alternados

Injeção alternada por 3 meses Injeção alternada por 6 meses Injeção alternada por 1 ano

Figura 5-10 – Processos Simulados.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 81


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Os processos de simulações mostrados na Figura 5-10 foram realizados para as três


3 3
viscosidades (8cp, 17cp e 43cp) variando as vazões de água injetada em 25m /dia, 50 m /dia e 75
3
m /dia e tendo como variável analisada a produção acumulada. O fluido injetado para realizar os
testes de simulação (solução polimérica) contém 20% de polímero e 80% de água, visto que é um
banco intermediário aos outros testados e também apresenta uma boa resposta de óleo
recuperado.

As Figuras 5-11 e 5-12 apresentam as curvas de produção acumulada e a vazão do óleo


3
para a viscosidade do óleo de 8cp na vazão de 50 m /dia em 20 anos de projeto comparando com
recuperação primária. Foram realizadas análises com o mesmo óleo nas vazões de água de
3 3
25m /dia e 75 m /dia e se encontram no anexo desta Dissertação por apresentarem
comportamentos semelhantes.

3
Figura 5-11 - Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 50m /dia.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 82


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

3
Figura 5-12 - Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 50m /dia.

Os processos simulados para o óleo de viscosidade 8cp na vazão de água injetada de


3
50m /dia, apresentam curvas de produção com comportamento semelhante nos processos
contínuos e alternados em relação à produção primária. Em todo o tempo do projeto, o método de
injeção de solução polimérica mostra um melhor incremento na produção em relação à produção
primária, no entanto, mesmo utilizando a injeção de solução polimérica para este óleo, esta não
consegue ter um melhor incremento em relação à produção por injeção de água. Um incremento
na produção de óleo é observado no período de 2001 á 2011 aproximadamente, indicando que o
processo de injeção contínua de solução polimérica está conseguindo deslocar um pouco mais de
óleo em relação aos outros processos simulados.

As Figuras 5-13 e 5-14 apresentam as curvas de produção acumulada e vazão de óleo para a
viscosidade do óleo de 17cp em 20 anos de projeto. Foram realizadas análises com o mesmo óleo
3 3
para as vazões de água injetada de 25m /dia e 75 m /dia e encontram-se no anexo desta
Dissertação por apresentarem comportamentos semelhantes.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 83


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

3
Figura 5-13 - Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 50m /dia.

3
Figura 5-14 - Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 50m /dia
Maria do Socorro Bezerra da Silva 84
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Os processos simulados para o óleo de 17 cp apresentam curvas de produção com um


comportamento semelhante, e observa-se que o método utilizado está incrementando a produção
de óleo em relação a produção primária, conseguindo recuperar mais óleo. Observa-se também,
que o processo que obtém um melhor incremento na produção deste óleo é quando se injeta
solução polimérica de forma contínua. A produção de óleo por injeção contínua de água
apresenta níveis baixos, e os processos alternados não apresentam diferença de produção entre
eles.

As Figuras 5-15 e 5-16 mostram as curvas de produção acumulada e vazão de óleo para a
viscosidade do óleo de 43cp em 20 anos de projeto. Foram realizadas análises com o mesmo óleo
3 3
nas vazões de água de 25m /dia e 75 m /dia e se encontram no anexo desta Dissertação.

3
Figura 5-15 - Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 50m /dia

Maria do Socorro Bezerra da Silva 85


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

3
Figura 5-16 - Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 50m /dia

Os processos simulados para o óleo de viscosidade 43 cp, mostram também semelhança nas
curvas de produção, pelas curvas observa-se que o incremento na produção deste óleo também
foi obtido quando se injeta solução polimérica de forma contínua em relação aos outros processos
e a produção primária.

As Figuras 5-11, 5-12, 5-13, 5-14, 5-15 e 5-16 mostram as produções acumulada e as
vazões de óleo para os processos simulados. Analisando as Figuras, observa-se uma melhor
eficiência do método em todos os testes quando se injeta a solução polimérica de forma contínua
durante os 20 anos de projeto. As curvas de produção acumulada quando se injeta a solução
polimérica de forma alternada com a água, mostram pouca ou nenhuma diferença entre elas em
todos os casos quando se analisa a produção acumulada. Observa-se, portanto, que o método
apresenta uma melhor eficiência quando a solução polimérica é utilizada de forma contínua.

Nas próximas Figuras serão comparadas as curvas de produção acumulada quando se


injeta a solução polimérica de forma contínua comparada com a injeção continua de água.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 86


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

5.5 Comparativo da injeção continua da solução polimérica com a injeção


contínua de água.

Nas próximas Figuras serão apresentados os gráficos de produção acumulada quando se


injeta solução polimérica de forma contínua comparada com a injeção continua de água.

As Figuras 5-17, 5-18 e 5-19, mostram as curvas de produção acumulada para as três
3 3 3
viscosidades estudadas nas vazões de água de 25m /dia, 50 m /dia e 75 m /dia.

Viscosidade do óleo_8cp

Figura 5-17 - Curvas de produção acumulada do óleo com viscosidade 8cp comparando a injeção
contínua de solução polimérica com injeção contínua de água.

Na Figura 5-17 são analisadas as curvas de produção acumulada para o óleo de 8cp e observa-se
que ao final dos 20 anos de projeto as curvas da produção acumulada quando se utilizada o

Maria do Socorro Bezerra da Silva 87


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

método estão muito próximas, isto está ocorrendo porque à medida que está se produzindo óleo,
também está produzindo água, praticamente na mesma proporção, chegando uma grande
quantidade de água junto com o óleo produzido.

Viscosidade do óleo_17cp

Figura 5-18 - Curvas de produção acumulada do óleo com viscosidade 17cp comparando a
injeção contínua de solução polimérica com injeção contínua de água.

A Figura 5-18 apresenta as curvas de produção acumulada para óleo de 17cp, onde observa-se
que a medida que está produzindo óleo também está produzindo uma quantidade significativa de
água, mas com menores vazões de água produzida.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 88


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Viscosidade do óleo_43cp

Figura 5-19 - Curvas de produção acumulada do óleo com viscosidade 43cp comparando a
injeção contínua de solução polimérica com injeção contínua de água.

A Figura 5-19 mostra as curvas de produção acumulada para o óleo de viscosidade 43cp, é
possível observar que o incremento na produção de óleo é maior em relação à produção do óleo
por injeção de água, quando se utiliza a injeção de solução polimérica.

As curvas apresentadas nas Figuras 5-17, 5-18 e 5-19 mostram que o método de injeção
continua de solução polimérica apresenta uma melhor produção de óleo quando comparado com a
injeção de água. Com base nestas observações, posteriormente será realizada uma análise da
variação da produção acumulada para os três tipos de óleo estudados, analisando qual viscosidade
de óleo apresentará uma resposta satisfatória do método em relação à produção de óleo e a
produção de água.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 89


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

5.6 Análise da vazão de água para a injeção continua de polímero comparado


à injeção contínua de água

As próximas Figuras apresentam as curvas de vazão de água quando é utilizado o método


de injeção continua de solução polimérica e injeção continua de água, com a finalidade de avaliar
a vazão de água produzida ao decorrer dos 20 anos de projeto quando são utilizadas as vazões de
3 3 3
25m /dia, 50m /dia e 75m /dia.

As Figuras 5-20 e 5-21 apresentam a vazão de água produzida para um óleo de viscosidade
8cp, quando submetido ao processo de injeção continua de polímero e injeção continua de água.

Figura 5-20 – Vazão de água para a produção em 20 anos

Maria do Socorro Bezerra da Silva 90


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Figura 5-21 – Período de maior vazão de água em 20 anos.

As Figuras 5-20 e 5-21 mostram as curvas de produção de água para os processos de injeção
contínua nas três vazões de água estudadas. Para um óleo leve de viscosidade 8cp, a maior
produção de água é observada no período que acontece no inicio do projeto, no ano de 2000 e
tende a se estabilizar em julho de 2000, chegando á uma produção neste período de
3
aproximadamente 369.385 m /dia.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 91


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

As Figuras 5-22 e 5-23 apresentam a vazão de água para um óleo de viscosidade 17cp,
quando submetido ao processo de injeção continua de polímero e injeção continua de água.

Figura 5-22- Vazão de água para a produção em 20 anos

Figura 5-23 - Período de maior vazão de água em 20 anos

Maria do Socorro Bezerra da Silva 92


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

As Figuras 5-22 e 5-23 mostram as curvas de produção de água para os processos de injeção
contínua nas três vazões de água estudadas. Para um óleo leve de viscosidade 17cp, é observada a
maior produção de água no período que acontece no inicio do projeto, no ano de 2000 e tende a
se estabilizar em julho de 2000, chegando á uma produção neste período de aproximadamente
3
369.385 m /dia.

As Figuras 5-24 e 5-25 apresentam a vazão de água para um óleo de viscosidade 43cp,
quando submetido ao processo de injeção continua de polímero e injeção continua de água.

Figura 5-24 - Vazão de água para a produção em 20 anos

Maria do Socorro Bezerra da Silva 93


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Figura 5-25 – Período de maior vazão de água em 20 anos

As Figuras 5-24 e 5-25 apresentam as curvas de produção de água para os processos de injeção
contínua nas três vazões de água estudadas. Para o processo neste óleo de viscosidade de 43cp, as
curvas de vazão de água mostram que a produção de água tarda um pouco mais a se estabilizar,
ocorrendo assim sua estabilização no ano de 2001, ou seja, com um ano de projeto. O período de
3
maior vazão de água chega a produzir aproximadamente 293.262 m /dia. As curvas de vazão de
3
água, quando estabilizadas em todos os testes, produzem menos de 100m /dia.

5.7 Análise da variação da produção acumulada para a injeção continua de


solução polimérica comparada à injeção de água.

A fim de avaliar a eficiência da recuperação de óleo com o processo de injeção de

polímeros, realizou-se através da Equação (1) o cálculo da nos processos simulados de


injeção contínua da solução polimérica comparando com a injeção de água com o objetivo de
verificar o incremento na produção quando se utiliza o método.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 94


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

As Tabelas 5-4, 5-5 e 5-6 apresentam a ∆Np para cada analise em 20 anos de projeto.

Tabela 5-3 - ∆Np em 20 anos de produção para uma viscosidade de óleo de 8cp
Qinj. Água Inj. de solução Inj. de água sem ∆Np (% em 20 anos)
3
(m /dia) polimérica (20 anos) polímero (20 anos)
25 20.613 19.841 3,89
50 21.150 20.848 1,45
75 21.264 21.197 0,32

Observando-se os dados na tabela 5-4, a ∆Np em 20 anos de produção, percebe se que ao final
do projeto a produção acumulada apresenta baixos níveis na taxa de crescimento, quando é usada uma
3
vazão de injeção de água de 75m /dia, apresenta níveis ainda menores, isso pode ser atribuído á
viscosidade do óleo que é muito leve, ocorrendo então à chegada de uma grande produção de água junto
com óleo, dificultando assim a produção do óleo.

Tabela 5-4 - ∆Np em 20 anos de produção para uma viscosidade de óleo de 17 cp


Qinj. Água Inj. de solução Inj. de água sem ∆Np (% em 20 anos)
3
(m /dia) polimérica (20 anos) polímero (20 anos)
25 18.187 16.988 7,08
50 19.264 18.366 4,88
75 19.758 19.114 3,37

A tabela 5-5 apresenta a ∆Np para 20 anos de projeto quando o método é aplicado em um reservatório
para deslocar um óleo de viscosidade de 17cp, que também é considerado um óleo leve, observa-se que ao
final do projeto há um bom incremento na taxa percentual da produção de óleo mesmo em altas vazões de
água.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 95


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Tabela 5-5 - ∆Np em 20 anos de produção para uma viscosidade de óleo de 43cp
Qinj. Água Inj. de solução Inj. de água sem ∆Np (% em 20 anos)
3
(m /dia) polimérica (20 anos) polímero (20 anos)
25 15.542 14.166 9,7
50 16.852 15.559 8,35
75 17.531 16.379 7,03

A tabela 5-6 mostra que quando a solução polimérica é aplicada para deslocar um óleo de
viscosidade 43cp, é observado um incremento na produção bastante significativo em todas as
vazões utilizadas, isso pode atribuir-se ao fato de que a solução polimérica pode está com uma
viscosidade próxima da do óleo do reservatório, assim fazendo com que á água tarde a chegar ao
poço produtor, acarretando uma melhor produção de óleo ao final dos 20 anos de projeto.

5.8 Análise do processo que obteve a melhor resposta para a produção de


óleo

Analisando todas as produções acumuladas (∆Np) decidiu-se fixar os próximos testes


para a viscosidade que obteve a melhor resposta para a produção acumulada de óleo quando é
utilizado o método de solução polimérica.

As Figuras 5-26, 5-27 e 5-28 apresentam os mapas da saturação de óleo com vista areal
mostrando a área varrida no reservatório quando é utilizado o processo de injeção contínua de
solução polimérica comparada com a injeção de água quando aplicado ao óleo de viscosidade
43cp em 20 anos do projeto. O objetivo desta análise é ilustrar como a frente de solução
polimérica e injeção de água se desloca dentro do reservatório, assim será possível ter uma idéia
da Eficiência de Varrido Areal dos processos simulados. Cada Figura mostra a saturação de óleo
para injeção continua de solução polimérica comparando com a injeção continua de água, e
correspondem a 5, 10 e 15 de projeto.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 96


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As Figuras 5-26 apresentam os mapas de saturação de óleo nos períodos de 5, 10, e 15 anos do
3
processo para uma vazão de injeção de água de 25m /dia.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 97


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Figura 5-26 - Mapas de saturação de óleo nos períodos de 5, 10, e 15 anos do processo.

Observa-se nos mapas de saturação de óleo apresentados na Figura 5-26 , que quando a vazão de
3
água injetada é de 25m /dia, é possível observar que em 5 anos do projeto a saturação de óleo
consegue ser reduzida a valores menores utilizando o método de solução polimérica, no entanto,
quando é injetado apenas água observa-se que a partir de 10 anos de projeto não é mais viável
injetar apenas água pura, pois esta não consegue mais deslocar uma quantidade satisfatória de
óleo, produzindo assim mais água.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 98


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As Figuras 5-27 apresentam os mapas de saturação de óleo nos períodos de 5, 10 e 15 anos do


3
processo para uma vazão de injeção de água de 50m /dia.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 99


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Figura 5-27 - Mapas de saturação de óleo nos períodos de 5, 10 e 15 anos do processo.

A Figura 5-27 apresenta os mapas de saturação do óleo, e observa-se que quando a vazão de água
3
injetada é de 50m /dia, o fluido de solução polimérica consegue deslocar o óleo do reservatório
de forma crescente em todos os períodos analisados, no entanto, o deslocamento do óleo
injetando apenas água, em todos os períodos o varrido areal é semelhante, e não consegue ter
uma boa recuperação do óleo, deixando boa parte do óleo ainda no reservatório.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 100


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As Figuras 5-28 apresentam os mapas de saturação de óleo nos períodos de 5,10 e 15 anos do
3
processo para uma vazão de injeção de água de 75m /dia.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 101


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Figura 5-28- Mapas de saturação de óleo nos períodos de 5,10 e 15 anos do processo

3
Na Figura 5-28, observa-se que injetando 75 m /dia de água, quando o fluido injetado é somente
água pura, esta apresenta uma produção de óleo satisfatória, porém, não apresenta um
deslocamento de óleo tão bom quanto quando se compara com a injeção de solução polimérica,
que consegue percorrer uma área maior no reservatório e assim produzindo mais óleo.

Analisando as Figuras 5-26, 5-27 e 5-28, que apresentam os mapas de saturação de óleo, observa-
se um aumento no varrido areal do reservatório quando se injeta solução polimérica nos períodos
indicados e observa-se uma diminuição da saturação de óleo próximo ao poço injetor, isto ocorre
pelo efeito da solução polimérica injetada que está direcionando o óleo ao poço injetor e
consequentemente uma maior quantidade de óleo é produzida no reservatório, quando comparada
a injeção de água. Em todas as Figuras pode ser observado que com a adição do polímero, a zona
invadida pela solução polimérica foi maior do que na alternativa de injeção contínua de água,
devido ao ajuste da mobilidade entre o óleo e o fluido injetado.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 102


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

5.9 Fator de Recuperação (FR) em função do volume poroso injetado (VPI)

Com o objetivo de comparar o desempenho entre as diferentes vazões utilizadas, foi


realizada uma análise do Fator de Recuperação (FR) em função do volume de fluido injetado no
reservatório, para quatro períodos do projeto em (5, 10, 15 e 20 anos), quando utiliza o processo
de injeção continua de solução polimérica. A figura 5-42 apresenta as curvas FR x VPI para as
3
vazões de 25, 50 e 75m /dia.

3 3 3
Figura 5-29 - Curvas FR x VPI para as vazões de 25 m /dia, 50 m /dia e 75m /dia.

Na Figura 5-29 são apresentadas três curvas que mostra o percentual do volume poroso que é
atingido por cada uma das vazões de injeção de água, quando é utilizado método de injeção
solução polimérica em 20 anos. É possível perceber que as três curvas têm tendências similares,
embora o valor final de VPI para cada uma seja diferente. Isso se deve ao volume de água
3
injetado com a vazão de 75m /dia em 20 anos que é maior do que o volume de água injetado com
3
a vazão de 25 m /dia.

Visto que o processo de injeção de solução polimérica tem como objetivo diminuir a mobilidade
da água injetada no reservatório e consequentemente diminuir a vazão de água produzida, as
3
próximas análises serão realizadas para uma vazão de injeção de água de 50m /dia, que também
obteve resultados satisfatórios na resposta analisada no processo de produção de óleo e

Maria do Socorro Bezerra da Silva 103


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

3
consequentemente produzindo menos água, quando comparada com as vazões de 25m /dia e
3
75m /dia.

As Figuras 5-30 e 5-31 apresentam os mapas de mobilidade do óleo e mobilidade da água em três
períodos do projeto para 5, 10 e 15anos.

5.10 Mapas da mobilidade do óleo, comparando a injeção contínua de solução


polimérica com a injeção contínua de água.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 104


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Figura 5-30 - Mobilidade do óleo em 5, 10 e 15 anos do projeto.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 105


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

A Figura 5-30 apresenta os mapas de mobilidade do óleo e mostra que a mobilidade da


fase óleo aumenta quando o fluido injetado é a solução polimérica devido ao fato do fluido que
está deslocando o óleo, no caso água, está com uma viscosidade próxima á do óleo, assim
fazendo com que o varrido no reservatório aconteça de forma homogênea e assim direcionando o
óleo ao poço produtor evitando a formação de caminhos preferenciais. Com isso, ocorrerá a
chegada antecipada de óleo ao poço produtor em relação à injeção de água, esta chegada de óleo
ao poço produtor já é observada nos primeiros anos de projeto. Nos mapas de mobilidade do óleo
dá pra ter uma boa visão da varredura do reservatório quando são utilizados os dois métodos,
salientando que nos dois casos o mesmo volume de líquido é injetado no reservatório, com a
única diferença que em um dos casos é injetada uma solução polimérica. Observa-se que a
melhor produção de óleo acontece quando se injeta a solução polimérica visto que essa por estar
com uma mobilidade favorável tende a se expandir no reservatório varrendo mais áreas de
produção e consequentemente deslocando mais óleo para o poço produtor.

5.11 Mapas da mobilidade da água, comparando a injeção contínua de solução


polimérica com a injeção contínua de água.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 106


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Figura 5-31 - Mobilidade da água em 5, 10 e 15 anos do projeto.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 107


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

A Figura 5-31 apresenta os mapas de mobilidade da água utilizando a solução polimérica


comparando com injeção de água em três tempos do projeto e observa-se que a mobilidade da
água consegue ser reduzida a menores valores quando é utilizada a injeção de solução polimérica,
isto acontece através da viscosificação da água pelo polímero.

Pelos mapas de mobilidade da água, observa-se que esta consegue ser diminuída ao longo do
processo quando se injeta solução polimérica em relação á água, enquanto que para o óleo sua
viscosidade é inalterada, em consequência deste processo a varredura do reservatório é mais
eficiente quando se injeta a solução polimérica e consequentemente a uma redução de digitação
viscosa que são os caminhos preferenciais, resultando assim em uma mobilidade favorável entre
as fases água e óleo, produzindo mais óleo e menos água.

5.12 Mapas da viscosidade da água, comparando a injeção contínua de solução


polimérica com a injeção contínua de água.

Figura 5-32 – Viscosidade da água em 1 ano de projeto.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 108


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo V: Resultados e Discussões

Figura 5-33 - Viscosidade da água em 3 anos de projeto.

Os mapas de viscosidade da água apresentadas nas figuras 5-32 e 5-33, mostram a viscosidade da
água quando é utilizada a solução polimérica e quando é utilizado apenas água nos períodos de 1
e 3 anos de projeto. Em um ano de projeto já é possível observar uma melhor varredura no
reservatório quando é utilizada a solução polimérica devido ao fato do aumento da sua
viscosidade causada pela adição polímero, em relação a injeção de água, esta varredura já é bem
significativa. Em três anos de projeto observa-se um varrido ainda mais uniforme no reservatório
alcançando maiores áreas de produção de óleo quando se aplica o método da injeção de solução
polimérica, assim direcionando o óleo ao poço produtor. Na injeção de água, este efeito ainda já é
mostrado, porém numa proporção menor.

O polímero tem o objetivo de atuar basicamente na viscosidade da água, pelos mapas de


viscosidade analisados, observa-se que ele se comportou da forma esperada, aumentando a
viscosidade da água, e assim deslocando mais óleo de forma uniforme no reservatório. Maiores
porcentagens de polímeros podem ser utilizadas para aumentar ainda mais a viscosidade da água,
no entanto, deve-se realizar uma análise econômica deste processo.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 109


Capítulo VI:
Conclusões e Recomendações
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo VI: Conclusões e Recomendações

6 Conclusões e Recomendações

Com a utilização do método de Injeção de solução polimérica, pode-se concluir que houve um
incremento na produção de óleo do reservatório em estudo. O percentual adicional de óleo obtido
após a varredura do reservatório com a água foi pequeno indicando que o polímero conseguiu
deslocar o óleo de forma mais eficiente dentro do meio poroso. No entanto, o sucesso técnico e
econômico da aplicação desta técnica depende das características e propriedades dos fluidos e da
formação, que devem se enquadrar nos limites sugeridos nos critérios de seleção;

A simulação de reservatório se mostrou uma ferramenta de extrema importância, por permitir


uma previsão de comportamento dos fluidos no reservatório, permitindo assim que sejam
escolhidos os melhores parâmetros operacionais e de reservatório, como características do fluido
a ser injetado, que maximizem a recuperação de petróleo;

O estudo dos parâmetros de reservatório neste modelo permitiu observar que as variáveis
estudadas como: concentração do polímero, viscosidade do polímero, viscosidade do óleo e vazão
de água injetada tem influência na produção acumulada do óleo e dependendo da interação entre
elas podem aumentar ou diminuir a recuperação de óleo. Todos os parâmetros analisados
mostraram influencia significativa no que diz a respeito ao aumento da produção do óleo. A
viscosidade do óleo foi o parâmetro individual que mais contribuiu estatisticamente para um
incremento na produção de óleo. A vazão de água foi o segundo parâmetro que teve significância
estatística para o incremento da produção, indicando que maiores vazões de água, resultaram em
maiores produções de óleo. A porcentagem de polímero, mesmo em pequenas concentrações
aumentou de forma significativa a eficiência do varrido no reservatório e a viscosidade do
polímero aparece com parâmetro que menos contribuiu estatisticamente para o incremento na
produção de óleo.

A injeção alternada entre água e solução polimérica mostrou-se eficaz no que diz respeito à
produção acumulada, no entanto a injeção contínua de solução polimérica se mostra mais eficaz
ao reservatório em estudo, no que diz respeito à produção acumulada quando comparada com a
injeção contínua de água. Quando são comparados os métodos de injeção de água com o método de

Maria do Socorro Bezerra da Silva 111


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Anexos

injeção polimérica percebe se um incremento na produção de óleo em todo tempo de projeto, isso porque
os fluidos tenderam a se deslocar de forma mais uniforme no reservatório e consequentemente atingindo
uma área de varrido maior do que quando se tem injeção apenas com água pura.

Analisando as Figuras de produção acumulada observou-se que quando o método foi aplicado a um óleo
de viscosidade 8cp, obtém-se um incremento no fator de recuperação em relação à produção primária,
consequentemente também houve altas vazões de água, o que não é interessante para o projeto. Quando o
método é aplicado ao óleo de viscosidade 43cp, observa-se também um bom incremento na produção em
relação à produção primária, um pouco mais baixo que quando aplicado ao óleo de viscosidade 8cp, pelos
mapas de saturação de óleo, observa-se que como o óleo é um pouco mais viscoso, a solução injetada
acaba se difundindo mais no meio poroso, varrendo a maior área possível e consequentemente produzindo
menos água e mais óleo.

Observou-se pelos também que pelos gráficos de injeção contínua de água, o reservatório tem
uma boa resposta para a produção de óleo, isso pode estar relacionado ao fato de que o
reservatório é homogêneo, com poucas áreas mais permeáveis, ou seja, a água ao ser injetada
pode não estar tomando muitos caminhos preferenciais, assim acarretando em uma boa produção
de óleo também, mas não melhor que quando se utiliza o método de solução polimérica.

Pelos resultados obtidos, conclui-se que a recuperação primária apresentou baixos níveis de
produção de óleo, a injeção de água melhora significativamente a produção de óleo no
reservatório, mas a injeção de solução polimérica surge como uma nova metodologia para o
incremento da produção de óleo, aumento da vida útil do poço e possível diminuição de água
produzida, pois com o aumento da viscosidade da água devido à adição de polímero permite que
a solução percorra o reservatório mais homogeneamente contatando uma maior área no
reservatório reduzindo a formação dos caminhos preferenciais e consequentemente retardando a
chegada da água ao poço produtor, resultando em uma maior quantidade de petróleo extraído do
reservatório, o que também acarreta em uma diminuição de água produzida.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 112


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Capítulo VI: Conclusões e Recomendações

Algumas sugestões para futuros trabalhos;


Realizar análise de custos associados à implementação do método de  recuperação por
 injeção de polímeros, para assegurar a viabilidade econômica do projeto;



Aplicar o método a um reservatório, que tenha o óleo de viscosidade fora dos critérios de
 seleção para o método;




Variar as permeabilidades do reservatório candidato a implementação do método de
 solução polimérica;



Realizar testes de deslocamento com concentrações poliméricas diferentes da utilizada 
 (100ppm), a fim de avaliar efeitos como viscosidade, razão de mobilidade, adsorção do

polímero ao meio poroso, RAO e fator de recuperação.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 113


Capítulo VII:
Referências Bibliográficas
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Referências Bibliográficas

7 Referências Bibliográficas

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Maria do Socorro Bezerra da Silva 116


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Maria do Socorro Bezerra da Silva 119


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Maria do Socorro Bezerra da Silva 120


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Maria do Socorro Bezerra da Silva 121


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Maria do Socorro Bezerra da Silva 122


Anexos
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Anexos

Viscosidade de óleo 8cp

3
Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 25m /dia.

3
Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 75m /dia.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 124


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Referências Bibliográficas

3
Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 25m /dia.

3
Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 75m /dia.

Maria do Socorro Bezerra da Silva 125


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Referências Bibliográficas

Viscosidade do óleo 17cp

3
Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 25m /dia.

3
Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 75m /dia.
Maria do Socorro Bezerra da Silva 126
Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Referências Bibliográficas

3
Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 25m /dia

3
Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 75m /dia

Maria do Socorro Bezerra da Silva 127


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Referências Bibliográficas

Viscosidade do óleo 43cp

3
Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 25m /dia

3
Curvas de produção acumulada para uma vazão de água de 75m /dia

Maria do Socorro Bezerra da Silva 128


Dissertação de Mestrado PPGCEP / UFRN Referências Bibliográficas

3
Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 25m /dia

3
Curvas de vazão de óleo para uma vazão de água de 75m /dia

Maria do Socorro Bezerra da Silva 129

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