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LESÕES AVERMELHADAS
Características Clínicas
A eritroplasia é predominantemente uma doença de homens mais velhos, com um pico de
prevalência aos 65-74 anos de idade. O soalho da boca, a língua e o palato mole sãos os locais mais
comuns de envolvimento, e lesões múltiplas podem estar presentes. A mucosa alterada apresenta-se
como uma mácula ou placa eritematosa bem-demarcada. com uma textura macia e aveludada. É
normalmente assintomática e pode estar associada a uma leucoplasia adjacente. A mucosite,
candidose ou lesões vasculares podem imitar clinicamente a eritroplasia, sendo a biópsia
freqüentemente necessária para que se possa distingui-las.
Características histológicas
Cerca de 90% das lesões eritroplásicas representam histopatologicamente a displasia
epitelial grave, carcinoma in sítu ou carcinoma espinocelular superficialmente invasivo. O epitélio
mostra ausência de produção de queratina e é freqüentemente atrófico, mas pode ser hiperplásico.
Esta falta de queratinização, especialmente quando combinada com o adelgaçamento epitelial,
permite que a micro-vasculatura subjacente se mostre, daí a coloração vermelha. O tecido
conjuntivo subjacente freqüentemente apresenta inflamação crônica.
Tratamento e Prognóstico
As lesões vermelhas na mucosa oral, especialmente aquelas no soalho oral, bem como no
ventre e parte lateral da língua, devem ser vistas com desconfiança, e a biópsia deve ser feita. Se
uma fonte de irritação puder ser identificada e removida, a biópsia de tal lesão poderá ser retardada
por duas semanas, para dar tempo que uma lesão inflamatória clinicamente semelhante possa
regredir. Tal como a leucoplasia, o tratamento da eritroplasia é guiado pelo diagnóstico definitivo
obtido por biópsia. As lesões exibindo displasia significativa devem ser completamente removidas
ou destruídas pelos métodos usados para a leucoplasia. Entretanto, é melhor preservar a maior parte
da amostra para exame microscópico, por causada possibilidade de que um carcinoma invasivo
focal não tenha sido percebido no material de biópsia inicial. A recorrência e envolvimento
multifocal da mucosa oral são comuns com a eritroplasia; logo, o acompanhamenlo em longo prazo
é sugerido para os pacientes tratados.
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA
Características Clínicas
As lesões características do eritema migratório são vistas nos dois terços anteriores da
mucosa do dorso da língua. Elas se apresentam como zonas de eritema múltiplos e bem-
demarcados, concentrados na ponta e bordas laterais da língua. Este eritema se deve à atrofia das
papilas filiformes, e tais áreas atróficas são tipicamente cercadas, pelo menos parcialmente, por uma
borda em forma de serpentina, amarelo-esbranquiçada e levemente elevada. O paciente que está
consciente do processo freqüentemente relata que as lesões aparecem rapidamente, resolvem-se
dentro de poucos dias ou semanas, e, em seguida, instalam-se em uma área completamente
diferente. Freqüentemente, a lesão surge como uma pequena mancha branca, que, em seguida,
desenvolve uma zona atrótica eritematosa central e cresce centrifugamente. Muitas vezes, os
pacientes com a língua físsurada também são afetados com o eritema migratório. Alguns pacientes
podem ter apenas uma lesão solitária, mas isto não é comum. As lesões normalmente são
assintomáticas, embora uma sensação de queimação ou sensibilidade a comidas quentes ou
apimentadas possa ser notada, quando as lesões estão ativas. Apenas raramente, a sensação de
queimação é mais constante e grave.
Muito raramente, o eritema migratório pode ocorrer em locais da mucosa oral além da língua.
Nestes casos, a língua é quase sempre afetada; entretanto, outras lesões desenvolvem-se na mucosa
jugal, mucosa labial e, com menos freqüência, no palato mole. Tais lesões tipicamente não
produzem sintomas, podendo ser identificadas por suas bordas amarelo-esbranquiçadas em forma
de serpentina, que circundam uma zona eritematosa. Estas características devem prevenir a
confusão com condições, como a candidose e eritroplasia.
Características Histopatológicas
Se uma amostra de biópsia da região periférica do eritema migratório for examinada, um
padrão histopatológico característico poderá ser observado. A hiperparaqueratose, espongiose,
acantose e alongamento das cristas interpapilares epiteliais são vistos. Além disso, coleções de
neutrófilos (abscessos de Munro) são observadas no epitélio; linfócitos e neutrófilos envolvem a
submucosa. O infiltrado neutrofílico intenso pode ser responsável pela destruição da porção
superficial do epitélio, produzindo, assim, uma mucosa atrófica e avermelhada, à medida que a
lesão progride. Como estas características histopatológicas são reminiscentes de psoríase, isso é
chamado de mucosite psoriasiforme
Tratamento e Prognóstico
Geralmente, nenhum tratamento é indicado para os pacientes com eritema migratório.
Assegurar ao paciente que a condição é completamente benigna é freqüentemente a única atitude
necessária. Raramente, os pacientes podem reclamar de sensibilidade ou uma sensação de
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA
queimação tão grave que atrapalha seu estilo de vida. Nestes casos, os corticosteróides tópicos
podem dar alívio quando aplicados sobre a área lesional.
VARICOSIDADES (Varizes)
A varicosidade ou variz é uma veia anormalmente dilatada e tortuosa. A causa exata das
varicosidades oral é incerta. A idade é um fator importante, porque as varizes são raras em crianças,
porém comuns em adultos velhos. As varizes não têm sido associadas com hipertensão ou outras
doenças cardiopulmonares, porém um estudo relatou que pacientes com veias varicosas das pernas
eram mais propensos a ter varicosidades da língua.
Características Clínicas
O tipo mais comum de varicosidade oral é a variz sublingual, que ocorre em dois terços da
população com mais de 60 anos de idade. As varicosidades sublingual apresentam-se,
classicamente, como múltiplas bolhas papulares ou elevadas, purpúreoazuladas na borda
ventrolateral da língua. As lesões, usualmente, são assintomáticas, exceto em raras ocasiões,
quando ocorre trombose secundária. Com menos freqüência, varizes solitárias ocorrem em outras
regiões da boca, principalmente nos lábios e na bochecha. Estas varicosidades isoladas, muitas
vezes, são notadas pela primeira vez após elas terem sofrido trombose. Clinicamente, a variz
trombosada apresenta-se como um nódulo purpúreo-azulado firme, indolor, que pode parecer um
fragmento de chumbo abaixo da superfície da mucosa.
Características Histopatológicas
O exame microscópico de uma variz revela uma veia dilatada, cuja parede mostra pouco
músculo liso e reduzido desenvolvimento de tecido elástico. Se ocorrer uma trombose secundária, a
luz pode conter camadas concêntricas de plaquetas e hemácias (linhas de Zahn). O coágulo pode
sofrer organização com tecido de granulação, e subseqüente recanalização. Trombos mais antigos
podem apresentar calcificação distrófica, resultando em formação de um flebólito (phléps = veia;
líthos = pedra).
Tratamento e Prognóstico
As varicosidades sublingual são classicamente assintomáticas, e nenhum tratamento é
indicado. Varicosidades solitárias dos lábios e mucosa bucal podem ser removidas cirurgicamente,
para confirmar o diagnóstico, ou devido à formação secundária de trombo.
Características Clínicas
A lesão mais comumente relatada, ligada a prática do sexo orogenital, é a hemorragia
palatina submucosa, secundária à felação. As lesões apresentam-se como eritema, petéquia, púrpura
ou equimose do palato mole. As áreas freqüentemente são assintomáticas e regridem sem
tratamento dentro de sete a 10 dias. As recorrências são possíveis com a repetição do acontecimento
incitante. Acredita-se que o extravasamento de eritrócitos seja resultante da elevação da
musculatura do palato mole e tensão contra um meio de pressão negativa; lesões semelhantes foram
induzidas pela sucção vigorosa em canudos de beber e copos. Empurrões vigorosos contra o palato
mole vascular têm sido sugeridos como outra causa possível. As lesões orais também podem
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ocorrer pela prática da cunilíngua. Ulcerações horizontais do freio lingual têm sido relatadas. A
medida que a língua é empurrada adiante, o freio esticado fricciona ou raspa as bordas iniciais dos
incisivos centrais inferiores. A ulceração criada coincide com as bordas dentárias afiadas, quando a
língua está em sua posição mais para diante. As lesões melhoram em sete a 10 dias, porém podem
recorrer com as práticas repetidas. Uma hiperplasia fibrosa linear foi descoberta no mesmo padrão,
em indivíduos que praticam o ato cronicamente.
Características Histopatológicas
Com um indício apropriado de suspeita, a biópsia geralmente não e necessária; entretanto, a
biópsia foi executada em alguns casos de lesões palatinas secundárias à felação. Tais lesões,
relacionadas à sucção, revelam acúmulos subepiteliais de células vermelhas do sangue, que podem
ser extensas o suficiente para separar o epitélio superficial do tecido conjuntivo subjacente. Pode
ocorrer a degeneração incompleta da camada de células basais epiteliais. O epitélio mostra
classicamente migração de eritrócitos e leucócitos da lâmina própria subjacente.
Tratamento e Prognóstico
Nenhum tratamento é necessário, sendo bom o prognóstico. Nos pacientes que solicitam
assistência, as petéquias palatinas podem ser prevenidas pelo uso de menos pressão negativa
evitando o empurrão rigoroso. O aparecimento ocasional da maceração no freio lingual pode ser
minimizado pela suavização e polimento das bordas incisais ásperas dos dentes inferiores
adjacentes.
HEMORRAGIA SUBMUCOSA
Qualquer um já experimentou uma contusão ao menor trauma. Isto ocorre quando um
evento traumático resulta em hemorragia e retenção de sangue no interior dos tecidos. Termos
diferentes são usados, dependendo do tamanho da hemorragia. Hemorragias pequenas na pele,
mucosa ou serosa são denominadas petéquias. Se uma área ligeiramente maior está afetada, a
hemorragia é a uma púrpura. Qualquer acumulo acima de 2 cm é uma equimose. Se o acúmulo de
sangue no interior dos tecidos produz um volume, denomina-se hematoma.
O trauma brusco na mucosa oral freqüentemente resulta em formação de hematoma. Menos
conhecidas são as petéquias e púrpuras que podem aparecer devido à pressão intratorácica
aumentada, prolongada ou repetida (manobra de Valsalva), associada com atividades, como tosse
repetida, vômito, convulsão ou o ato de dar à luz. Quando considerar um diagnóstico de hemorragia
traumática, o clínico deve ter em mente que as hemorragias podem resultar de causas não-
traumáticas, como a trombocitopenia, coagulação intravascular disseminada (CID) e um certo
número de infecções virais, especialmente a mononucleose infecciosa e o sarampo.
Características Clínicas
A hemorragia submucosa aparece como uma zona elevada ou plana não-pálida, com uma
cor que varia do vermelho ou púrpura ao azul ou negro-azulado. Como seria esperado, as lesões
traumáticas estão localizadas mais freqüentemente na mucosa labial ou jugal. O trauma facial
brusco, muitas vezes, é o responsável, porém uma injúria, tão pequena quanto uma mordida na
bochecha, pode produzir um hematoma ou áreas de púrpura. Uma leve dor pode estar presente. A
hemorragia, associada à pressão intratorácica aumentada, geralmente localiza-se na pele da face e
pescoço, e se apresenta como petéquias espalhadas, que desaparecem num período de 24 a 72 horas.
Tratamento e prognóstico
Nenhum tratamento é exigido, se a hemorragia não estiver relacionada à doença sistêmica,
devendo as áreas regredir espontaneamente. Grandes hematomas podem precisar de várias semanas
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