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Segurança do Trabalho

“Viver com Segurança: direito de todos, dever de cada um”.

Priscylla Cinthya Alves Gondim

Mossoró/RN Maio – 2015 8 ª Revisão


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1. Princípios básicos da Segurança do Trabalho

1.1 O cotidiano do trabalhador


Analisando a distribuição das 24 (vinte e quatro) horas de um dia, teremos 8 (oito)
horas reservadas para o trabalho. O ambiente ocupacional é aquele em que o trabalhador
exerce sua atividade laboral. Esse espaço físico é preparado para receber o trabalhador nas
mais diversas atividades: fabricação de móveis, construção de edifícios, prestação de serviços,
extração de minério, dentre outras. Assim, nesses ambientes, podemos encontrar: ferramentas
manuais (alicates, facas etc), máquinas (prensa hidráulica, serra circular etc); ruído intenso;
fontes de calor e frio; produtos químicos potencialmente tóxicos – gases, poeiras, névoas, etc.

1.2 Histórico do prevencionismo


É importante que o estudante conheça um pouco da história do prevencionismo para
uma melhor compreensão de como surgiu a Segurança e o Direito do Trabalho, bem como a
sua evolução. O ponto de partida para se falar em prevencionismo será a Revolução
Industrial, já que existem poucos relatos sobre segurança, acidentes e doenças provenientes do
trabalho antes desta Revolução, vez que, neste período, predominava o trabalho escravo e
manual (SALIBA, 2002).

1.2.1 Revolução Industrial


Desde a Idade Média o homem transformava matérias-primas (pedras, barros, peles,
lã, trigo, etc.) em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um antigo método de
transformação a que denominou artesanato. Nesse sistema o artesão trabalhava por conta
própria, juntamente com sua família; possuía os instrumentos (meios de produção)
necessários à confecção do produto, dominando, assim, todas as etapas da transformação da
matéria-prima até chegar ao produto final desejado. O produto era apenas para atender as
necessidades do lar, e o pequeno excesso era vendido, a preço elevado, em regiões onde estas
atividades eram desenvolvidas.
Tomando o alfaiate da Idade Média como exemplo, verificamos que era ele quem
preparava o tecido, que lhe pertencia, cortava-o com sua tesoura ou faca e costurava-o com
linhas e agulhas próprias, até ter pronto a roupa (produto final), que ele venderia a algum
interessado.
Já na idade moderna, buscando-se produzir crescentemente para o mercado, os
artesãos foram muitas vezes reunidos num mesmo local de trabalho, cada um desempenhando
uma atividade específica, utilizando principalmente as mãos para transformar a matéria-prima
no produto final, fazendo surgir o que se
denominou manufatura. Esse sistema de
produção caracterizou-se basicamente pela
divisão do trabalho e aumento da
produtividade. Finalmente, com o
crescimento da economia, a produção de
artigos para o mercado passou a ser feita em
série com o uso das máquinas de fiação e
tecelagem. Entretanto, o custo relativamente
elevado das máquinas não mais permitiu ao
próprio artífice (quem cria algo, ou seja, os
artesãos) de possuí-las, pelo que burgueses,

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antevendo as possibilidades econômicas dos altos níveis de produção, decidiram adquiri-las e


empregar pessoas para fazê-las funcionar; surgiram, assim, as primeiras indústrias de tecidos
(têxteis) e, com elas, o Capital e o Trabalho.
Estes acontecimentos tiveram profunda influência sobre a economia mundial,
ocasionando significativas mudanças sociais, políticas e culturais para o homem
contemporâneo. A esse processo de alteração estrutural da economia, que marcou o início da
Idade Contemporânea, chamamos de Revolução Industrial.

1.2.2 Impactos sociais da Revolução Industrial


É importante salientar que na época da Revolução Industrial não havia a preocupação
com a Segurança do Trabalho, o Direito do Trabalho ou quaisquer outros direitos sociais.
Assim, esta revolução veio alterar o cenário e gerar novos e graves problemas. O incremento
da produção em série deixou à mostra a fragilidade do homem na competição desleal com a
máquina, ao lado dos lucros crescentes dos burgueses e da expansão capitalista (SALIBA,
2008).
Os problemas desta época foram, dentre outros, basicamente ligados às instalações
precárias, à exploração (abuso) da mão-de-obra e às máquinas produtivas deficientes.

a) Instalações precárias
Em função do crescimento da industrialização, os galpões, velhos armazéns e
estábulos (abrigos para os gados), eram rapidamente transformados em fábricas, colocando-
se, no seu interior, o maior número possível de máquinas de fiação e tecelagem. Surgiu, então,
em conseqüência disto, as seguintes anomalias nas instalações das Fábricas:
• Eram improvisadas, sem oferecer quaisquer garantias de segurança;
• O lay-out (distribuição física de elementos num determinado espaço) não era definido,
aumentando, assim, o risco de acidentes;
• O ambiente de trabalho era fechado, onde a ventilação era precária;
• A iluminação era deficiente;
• Local de trabalho sujo e sem quaisquer condições higiênicas;
• Condições gerais de trabalho agressivas.

b) Exploração (abuso) de mão de obra


Nas grandes cidades inglesas, o baixo nível de vida e as famílias com numerosos
filhos, garantiam um suprimento fácil de mão-de-obra, sendo aceitos como trabalhadores, não
só homens, mas também mulheres e crianças, sem quaisquer restrições quanto ao estado de
saúde, idade, desenvolvimento físico etc. Intermediários inescrupulosos percorriam as grandes
cidades inglesas arrebanhando crianças que lhes eram vendidas por pais miseráveis, para
posteriormente serem revendidas aos empregadores. A indústria exigia muito do operário, não
existia vínculo empregatício e não havia qualquer tipo de regra de proteção ao trabalhador. A
exploração da mão de obra era exorbitante, os burgueses ―reinavam‖ sobre os trabalhadores.
Assim sendo, o trabalho naquela época era realizado da seguinte forma:
• Jornadas de trabalho excessivas (15 a 16 horas diárias), muitas vezes estendidas até de
madrugada;
• Havia exploração de mão de obra infantil (com 6 anos de idade as crianças já trabalhavam);
• Não existiam férias, folgas ou qualquer outro tipo de benefício trabalhista;
• Inexistência de treinamentos e capacitação de mão-de-obra;
• Os salários eram baixos e não havia nenhum tipo de benefício;
• Exposição dos trabalhadores ao risco de acidentes sem qualquer direito de reclamação ou
proteção jurídica.

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c) Máquinas produtivas deficientes


O projeto das máquinas que eram utilizadas nos processos produtivos não previa
nenhum tipo de proteção contra acidentes, pois eram muito primitivas. Além disto, não havia
nenhuma preocupação dos projetistas com este assunto. Assim, esta deficiência proporcionou
diversos problemas nas indústrias daquela época, dentre as quais, destacam-se:
• Inexistência de programas de manutenções periódicas nas máquinas;
• Máquinas sem nenhum tipo de proteção nas engrenagens que impedisse o contato acidental
dos trabalhadores;
• Ocorrências de numerosos acidentes graves e fatais;
• O ruído provocado pelas máquinas era altíssimo;
• Aparecimento de doenças do trabalho, como a surdez ocupacional;
• Afastamento do trabalho por motivo dos acidentes e doenças;
• Interrupções dos processos produtivos.
• Gastos relacionados à parada de equipamentos e do processo produtivo.

1.2.3 Revolução Social


Tornaram-se expressivos os danos sofridos pelos trabalhadores devido aos riscos que
estavam expostos ao operar o maquinário. A segurança e saúde da classe operária assumiam
posição secundária, já que o mais importante para os empregadores, naquele momento, era a
larga expansão da produção e consequentemente o lucro, que, em contraposição à segurança
no ambiente de trabalho, era irrelevante. Tal dramática situação dos trabalhadores não poderia
deixar indiferente a opinião pública, e por esta razão criou-se, no Parlamento Britânico, uma
comissão de inquérito que, após longa e exaustiva luta, conseguiu que em 1802 fosse
aprovada a primeira lei de proteção dos trabalhadores: a ―Lei de Saúde e Moral dos
Aprendizes‖, que estabelecia:
- Limite de 12 horas de trabalho por dia;
- Proibia o trabalho noturno;
- Obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano;
- Tornava obrigatória a ventilação industrial.

Sem dúvida, esta Lei foi um marco importante na história da humanidade, porém,
resolvia somente parte do problema, e assim foi seguida de leis complementares surgidas em
1819, em geral pouco eficientes devido à forte oposição dos empregadores.
No decorrer dos anos a preocupação com Segurança do Trabalho foi evoluindo.
Empregadores começavam a se preocupar com os casos de doenças ocupacionais de seus
trabalhadores, fazendo com que buscassem auxílio médico para diagnosticar e tratar tais
problemas de saúde, surgindo, assim, os serviços médicos industriais. Novas leis de proteção
ao trabalhador foram criadas, além das revisões periódicas das existentes. A Revolução Social
expandiu por todo o mundo, onde cada país criava sua própria regra de proteção ao
trabalhador, uns eram mais rigorosos, outros não. Observou-se, então, a necessidade de se
criar regras internacionais de Proteção ao Trabalhador que orientassem todos os países do
mundo a seguirem igualmente um caminho.
Assim, em 1919, em Genebra (Suíça), foi criada a OIT – Organização Internacional
do Trabalho, cujo objetivo era criar Recomendações e Convenções internacionais buscando a
solução de problemas relacionados com o trabalho, tais como:
- Regulamentação das horas de trabalho;
- Duração máxima da jornada;
- Salário;
- Liberdade sindical;
- Proteção dos trabalhadores contra acidentes do trabalho e enfermidades;

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Segundo Araújo (2008) a OIT é composta por representantes de


governos e de organizações de empregadores e trabalhadores dos 178
Estados membros, sendo que há escritórios instalados em mais de 40 países,
dentre eles, o Brasil, com o objetivo de aproximar e facilitar o contato com
os governos daqueles países. Podem filiar-se à OIT todos os países
membros das Organizações das Nações Unidas – ONU.
Não há dúvida de que a OIT possui um papel relevante na humanização das condições
de trabalho do mundo. Para maiores informações acesse: www.oit.org.br

1.2.4 Evolução da Legislação no Brasil


No Brasil, desde o início do século XX, diversos projetos buscavam instituir uma lei
específica para regulamentar as regras do trabalho. Esse esforço resultou na aprovação do
Decreto n. 3.724 de 15/01/1919, considerado a primeira lei acidentária do país
(OLIVEIRA, 2007, p. 35). O empregador foi onerado com a responsabilidade pelo
pagamento das indenizações acidentárias.
O Decreto n. 3.724 de 15/01/1919 abriu as portas para criação de novas Leis de
Proteção do Trabalhador.
O grande desafio da hora presente é dar efetividade aos preceitos instituídos, ou seja,
tornar real o que já é legal. E, nesse ponto, é lamentável constatar que as indenizações por
acidente do trabalho tem sido o argumento mais convincente para motivar o
empregador ao cumprimento das normas de segurança e saúde no local de trabalho.
Infelizmente, apesar do progresso normativo, as doenças e acidentes do trabalho
continuam afetando duramente a classe trabalhadora, sobretudo pelo rápido progresso de
industrialização a que vivemos e pela não importância aos assuntos relativos a Segurança do
Trabalho.

1.3 Segurança do Trabalho – conceito e objetivo


A segurança do trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são
adotadas visando minimizar ou prevenir os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais,
bem como proteger a integridade física e a capacidade de trabalho do trabalhador
encontrado nos riscos ambientais.
Entende-se por conjunto de medidas as ações realizadas para tentar eliminar ou
reduzir os riscos ambientais, como exemplos podemos citar: treinamentos educativos,
projetos de engenharia, proteção em máquinas e equipamentos, ginástica laboral,
Diálogo Diário de Segurança (DDS), etc.
A capacidade de trabalho vão desde a lesão física até algum dano psicológico, como
pressamento de dedos, luxação, stress, onde pode levar o funcionário ao absenteísmo.

Fique por dentro!


 Ginástica Laboral: é o conjunto de práticas de exercícios físicos realizados no
ambiente de trabalho com a finalidade de colocar previamente cada pessoa — e
todos — da equipe ou grupo de trabalho bem preparadas para o exercício do labor
diário. Usualmente baseia-se em técnicas de alongamento, distribuídas pelas várias
partes do corpo, dos membros, passando pelo tronco, à cabeça, sendo orientada ou
supervisionada por um fisioterapeuta, educador físico ou por algum especialista
treinado.

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 Diálogo Diário de Segurança (DDS): constitui basicamente na reserva de um pequeno espaço de


tempo, recomendado antes do inicio das atividades diárias na empresa e com duração de 5 a 15 minutos,
para a discussão e instruções básicas de assuntos ligados à segurança no trabalho que devem ser
utilizadas e praticadas por todos os participantes.
 Absenteísmo: usado para designar as ausências dos
trabalhadores no processo de trabalho, seja por falta ou atraso,
devido a algum motivo interveniente. É um grave problema
enfrentado pelos gestores de recursos humanos já que esse
afastamento temporário se dá por diversos motivos,
conseqüentemente trazendo danos para a produção, diminuindo
o lucro e sobrecarregando outros funcionários.

O objetivo da Segurança do Trabalho é a prevenção de Acidentes e Doenças ao


trabalhador. Prevenir quer dizer ver antecipadamente; chegar antes do acidente; tomar
todas as providências para que o acidente não tenha possibilidade de ocorrer.
Dentre os fatores de riscos operacionais destacam-se a eletricidade, máquinas e
equipamentos, incêndios, armazenamento e transporte de materiais, manuseio de produtos
perigosos (tóxicos, inflamáveis, etc), ruído, calor, poeiras, gases, enfim, todos aqueles riscos
existentes em um ambiente de trabalho.
A prevenção de acidentes é uma atividade perfeitamente ao alcance do homem, visto
que uma das mais evidentes características de superioridade do ser humano sobre os demais
seres vivos é a sua capacidade de raciocínio e a previsão dos fatos e ocorrências que afetam o
seu meio ambiente. Nesse sentido, é muito importante observar que um acidente não é
simples obra do acaso e pode trazer conseqüências indesejáveis.
Quando aliamos a prática de segurança do trabalho em uma determinada
empresa, a outras áreas com uma boa gestão (Engenharia, Administração, RH, etc) as
operações tendem a serem realizadas com mais segurança e controle, o que reduz a
possibilidade de interrupção do seu processo produtivo em decorrência de acidentes e
doenças ocupacionais.

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1.3.1 Vantagens da implementação da Segurança no Trabalho:


 previnir e reduzir os acidentes e doenças;
 proteger a integridade física e mental dos trabalhadores;
 educar para adoção de práticas preventivas;
 evitar os custos com avaliações ambientais;
 diminuir o absenteísmo;
 melhorar, continuamente, os ambientes de trabalho;
 evitar prejuízos à imagem da empresa;
 evita o pagamento de perícias, honorários e indenizações legais;
 potencializa as relações interpessoais;
 atende aos requisitos da legislação;
 aumenta a produtividade; e
 amplia a competitividade da empresa;
 expande seu mercado de atuação.

1.4 Saúde do Trabalhador - Exames médicos


Para diagnosticar e acompanhar a saúde dos trabalhadores e até mesmo diagnosticar
doenças relacionadas ao trabalho é necessário um bom controle através da realização de
exames médicos. Assim, a NR7 do Ministério do Trabalho, cujo assunto é Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional, determina a realização de determinados exames,
cada um com sua particularidade, a saber:
a) admissional;
b) periódico;
c) de retorno ao trabalho;
d) de mudança de função;
e) demissional.

a) Admissional: Deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades, ou
seja, na sua admissão. Tem como objetivo principal avaliar se o empregado é capaz de
desenvolver a tarefa da qual vai ser responsável, com segurança e eficiência, isto é, procurar
detectar alterações de Saúde que predisponham aos acidentes de trabalho e doenças
profissionais.

b) Periódico – Periódico significa que ocorre em intervalos regulares, ou seja, pré-


determinados. O exame médico periódico deverá ser de acordo com os critérios abaixo:
a) para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de trabalho que impliquem o
desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam
portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos:
a.1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado.
b) para os demais trabalhadores:
b.1) anual, quando menores de 18 anos e maiores de 45 anos de idade;
b.2) a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 anos e 45 anos de idade.

Este exame tem como objetivos, avaliar as repercussões da atividade laboral na Saúde
do trabalhador e diagnosticar precocemente as alterações de Saúde relacionadas ou não com o
trabalho.

c) Retorno ao trabalho – No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser realizado


obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período
igual ou superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou

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não, ou parto. O objetivo do exame de retorno ao trabalho é avaliar se o trabalhador mantém a


capacidade de desenvolver a mesma atividade laboral desenvolvida antes do afastamento,
com segurança e eficiência, isto é, procurar detectar alterações de Saúde (seqüelas e/ou
limitações físicas e/ou mentais) que predisponham aos acidentes de trabalho e doenças
profissionais.

d) Mudança de função – O item 7.4.3.4 preconiza que no exame médico de mudança de


função, será obrigatoriamente realizada antes da data da mudança.
A mudança de função é caracterizada por toda e qualquer alteração de atividade,
posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador à risco diferente
daquele a que estava exposto antes da mudança. O seu principal objetivo é avaliar se o
trabalhador é capaz de desenvolver a nova tarefa da qual vai ser responsável, com segurança e
eficiência, isto é, verificar se possui aptidão física e psicológica para a nova função.
Por exemplo: um trabalhador mudando de função “pedreiro” para “soldados”. São
atividades totalmente diferentes. É necessário realizar exames específicos para ver se o
trabalhador tem aptidão para operar o equipamento, além dos novos riscos a que estará
exposto.

e) Demissional – Este exame é realizado quando há rescisão de contrato de trabalho, ou


seja, quando o empregado é desligado da empresa.
O exame médico demissional será obrigatoriamente realizado até a data de
homologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais
de:
- 135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2,
- 90 dias para as empresas de grau de risco 3 e 4.
Este exame tem como objetivo Verificar a saúde atual do trabalhador, correlacionando
o exame médico realizado com os demais exames, desde a época da sua admissão, analisando
se houve alguma alteração de saúde.

Fique por dentro!


Grau de Risco: Está relacionado ao tipo de atividade que a empresa realiza, e pode variar de 1 a 4, definido
pela NR4. Onde grau 1 é o mais leva e o grau 4 o mais moderado. Para maior entendimento ler o capítulo 4.

1.4.1 ASO – Atestado de Saúde Ocupacional


Resumidamente, o ASO é um documento emitido pelo médico dando seu parecer,
após a realização dos exames médicos, quaisquer que sejam (admissional, periódico etc),
se o trabalhador está apto ou inapto para exercer a função.
Para cada exame médico realizado, o médico deverá emitir o Atestado de Saúde
Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias, onde a primeira via do ASO ficará arquivada no
local de trabalho do trabalhador, à disposição da fiscalização do trabalho e a segunda via
do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via.
O ASO deverá conter no mínimo:
a) nome do trabalhador, número da identidade e sua função;
b) os riscos ocupacionais específicos existentes;
c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador;
d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;
e) definição de apto ou inapto para a função que o trabalhador vai exercer, exerce ou
exerceu;
f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;
g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo n. CRM

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O Atestado de Saúde Ocupacional é parte integrante de um ato médico. É um


documento importante que atesta os riscos ambientais ao qual o trabalhador estará suceptivel,
bem como atesta se o funcionário está saudável durante toda o seu tempo na empresa.
A seguir é demonstrado um modelo de ASO.

MODELO DE ASO

1.5 Atuação da Saúde e Segurança do Trabalho na empresa


Aparentemente, algumas atividades laborais parecem inofensivas, como é o caso de
uma fábrica de doces, pois o produto final é apreciado em quase todo o mundo, o processo de
fabricação requer cuidados com a saúde e segurança dos trabalhadores por meio da
implantação de programas nesta área, através de uma equipe multidisciplinar composta por
Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do
Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho (também
conhecido como Técnico de Enfermagem).

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Estes profissionais formam o que chamamos de Serviço Especializado em


Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Também os empregados da
empresa contribuem para a promoção da saúde e bem estar do trabalhador ao constituírem a
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), composta por representantes do
empregador e representantes dos empregados.
O SESMT como a CIPA, tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Então a Segurança do Trabalho atua na empresa desde a mais alta cúpula como
Gerente, Administradores, Sócios, passando pelo SESMT e CIPA até o chão de fábrica
(todos os funcionários que fazem parte da produção), realizando a prevenção através de
cursos, treinamento, reciclagens, palestras, sinalização, etc.

1.6 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho


Com relação as condições sanitárias temos:

 Os mictórios:
 serão do tipo calha, de uso coletivo, cada segmento, no mínimo de 0,60m, disposição
de 1 (um) para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores.

 Os lavatórios:
 poderão ser formados por calhas revestidas com materiais impermeáveis e laváveis,
possuindo torneiras de metal, tipo comum, espaçadas de 0,60m, devendo haver
disposição de 1 (uma) torneira para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores.
 deverá ser provido de material para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos,
proibindo-se o uso de toalhas coletivas.

 Os banheiros, dotados de chuveiros, deverão:


 ser mantidos em estado de conservação, asseio e higiene;
 dispor de água quente, a critério da autoridade competente em matéria de Segurança e
Medicina do Trabalho;
 ter portas de acesso que impeçam o devassamento, ou ser construídos de modo a
manter o resguardo conveniente;
 ter piso e paredes revestidos de material resistente, liso, impermeável e lavável.
 Será exigido 1 um chuveiro para cada 10 (dez) trabalhadores
 Serão previstos 60 litros diários de água por trabalhador para o consumo nas
instalações sanitárias.

 Os gabinetes sanitários deverão:


 ser instalados em compartimentos individuais, separados;
 ser ventilados para o exterior;
 ter paredes divisórias com altura mínima de 2,10m e seu bordo inferior não poderá
situar-se a mais de 0,15 m acima do pavimento;
 ser dotados de portas independentes, providas de fecho que impeçam o devassamento;
 ser mantidos em estado de asseio e higiene;
 possuir recipientes com tampa, para guarda de papéis servidos, quando não ligados
diretamente à rede ou quando sejam destinados às mulheres.

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1.7 Responsabilidade pela Segurança do Trabalho


A responsabilidade pela segurança do trabalho é tripartite: poder público,
empregador e empregado. Assim, cabe ao poder público a criação e fiscalização das
normas e leis que versam sobre segurança e saúde no trabalho, cabe ao empregador fazer
cumprir essa legislação, podendo ser punido em caso de desrespeito às exigências e cabe ao
trabalhador cumprir as exigências de saúde e segurança nos locais de trabalho, obedecendo
às normas e leis específicas, contribuindo para a manutenção das condições de trabalho
saudáveis.

1.8 Normas Regulamentadoras – NR’s


A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No
Brasil a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de
Normas Regulamentadoras e outras leis complementares, como
portarias e decretos e também as convenções Internacionais da
Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
As normas regulamentadoras poderão ser obtidas, na íntegra,
no endereço (internet) www.mte.gov.br.
As Normas Regulamentadoras, também conhecidas como
―NRs‖, regulamentam e fornecem orientações sobre
procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e medicina do trabalho no Brasil.
Essas normas existem para regular o dispositivo legal existente, relativo à Segurança e
Medicina do Trabalho, presente na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), através do
Capítulo V, Título II, com o título Da Segurança e Medicina do Trabalho.
Atualmente existem 35 NR‘s, cada uma com um tema específico. A metodologia
adotada, de dividir a regulamentação em normas separadas por tema, permite ao Ministério do
Trabalho promover atualizações parciais, de acordo com a maior demanda ou necessidade do
momento. Considerando-se que as normas existentes têm uma inter-relação entre si, o
propósito é o de indicar efetivamente essa ocorrência, demonstrando na prática
prevencionista, que muito pouco adianta atender uma NR sem levar em consideração a outra.
O intuito neste título é que se tenha uma noção de todas as NR‘s.
As NR‘s foram aprovadas pela Portaria 3.214, de 8 de Junho de 1978, praticamente 6
meses após a criação da Lei 6.514, de 22 de Dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V do
Titulo II da CLT, relativo à segurança e medicina do trabalho.

A seguir, apresentaremos um resumo das 36 NR‘s em vigor:


NR1 – Disposições Gerais
Estabelece as competências relativas às NR‘s no âmbito dos órgãos governamentais, define os
termos usados nas normas e estabelece as obrigações gerais do empregador e do empregado.
NR2 - Inspeção Prévia
Determina que todo estabelecimento novo deva solicitar aprovação de suas instalações ao
órgão regional do Ministério do Trabalho, que emitirá o CAI - Certificado de Aprovação de
Instalações.
NR3 - Embargo ou Interdição
Estabelece as condições em que pode ocorrer interdição de um estabelecimento, setor de
serviço, máquina ou equipamento, ou embargo de uma obra em função da existência de risco
grave e iminente para o trabalhador.
NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
– SESMT

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Obriga as empresas de constituírem o SESMT, além de atribuir responsabilidades a estes. O


SESMT é composto por profissionais especializados em segurança: Engenheiro e Técnico em
Segurança, Médico, Enfermeiro e auxiliar de enfermeiro do Trabalho, cuja finalidade é de
promover a saúde e proteger o trabalhador.
NR5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
Estabelece a obrigatoriedade da constituição da CIPA nas empresas, seu funcionamento,
objetivos, atribuições, deveres e direitos de seus componentes, além das obrigações dos
empregados e do empregador.
NR6 – Equipamento de Proteção Individual - EPI
Obriga as empresas de fornecerem gratuitamente os Equipamentos de Proteção Individual, os
chamados EPI‘s, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, em
função dos riscos a que estão expostos.
NR7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO
Trata dos exames médicos obrigatórios para as empresas. Os empregados devem ser
submetidos a exames médicos de acordo com os riscos que estão expostos. O PCMSO tem o
caráter preventivo, pois objetiva diagnosticar doenças profissionais e danos à saúde
decorrentes do trabalho.
NR8 – Edificações
Estabelece os requisitos técnicos que devem ser observados nas edificações para garantir
segurança aos que nelas trabalham como os pisos, escadas, proteção contra intempéries
(insolação, chuvas, etc).
NR9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA
Estabelece a obrigatoriedade do empregador de elaborar e implementar o PPRA visando à
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração o meio
ambiente e os recursos naturais.
NR10 – Instalações e serviços em eletricidade
Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em instalações
elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção,
reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários.
NR11–Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se
refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de
forma mecânica, quanto manual, de modo a evitar acidentes no local de trabalho.
NR12 - Máquinas e Equipamentos
Estabelece as condições a ser observadas nas instalações e áreas de trabalho. Define as
normas de segurança das máquinas e equipamentos, assim como sua manutenção e operação,
bem como estabelece critérios a ser observados na fabricação, importação, venda e locação de
máquinas e equipamentos.
NR13 – Caldeiras e vasos sob pressão
É uma norma complexa. Estabelece regras gerais para Caldeiras e Vasos sob pressão
(compressores de ar, reatores, tubulações, etc). São quaisquer equipamentos que armazenem
produtos sob pressão.
NR- 14 Fornos.
Estabelece as medidas prevencionistas a serem adotadas na construção, operação e
manutenção de fornos industriais.
NR 15 – Operações e Atividades Insalubres
Insalubridade significa ambiente nocivo, que causa danos à saúde. Esta norma determina que
seja pago mensalmente o adicional de insalubridade (10, 20 ou 40% sobre o salário mínimo)

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quando a empresa constatar que o empregado trabalha exposto a risco acima do limite do qual
seu organismo tolera, podendo, assim, causar danos à sua saúde, como exemplo a exposição
ao ruído, calor, poeiras, vibrações, gases, etc.
NR16 - Operações e Atividades Periculosas
Periculoso significa ambiente perigoso. Esta norma determina que seja pago mensalmente
adicional de periculosidade (30% sobre o salário base) quando a empresa constatar que o
empregado trabalha exposto a risco acentuado de acidente, como exemplo, os trabalhos com
materiais explosivos, líquidos inflamáveis, etc.
NR17 – Ergonomia
Esta norma fixa os parâmetros mínimos que permitam a adaptação do trabalho ao homem.
Trata da melhora das condições de trabalho. Consta nesta norma regras para o levantamento e
transporte manual de cargas, os mobiliários nos postos de trabalho (assentos,
dimensionamento, altura, etc.), a iluminação de interiores, as condições ambientais de
trabalho (ruído, temperatura, umidade, etc) e a organização do trabalho.
NR18 – Segurança na Construção Civil
Estabelece as diretrizes de ordem administrativa e de planejamento de organização que
objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria de construção .
NR19 - Explosivos
Define e classifica os explosivos assim como as normas de segurança para o manuseio e
transporte desses produtos; estabelece os requisitos para a construção de depósitos de
explosivos e define os períodos para inspeção dos explosivos de forma a verificar sua
condição de uso.
NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
Define e classifica líquidos combustíveis e inflamáveis e estabelece normas de segurança para
a armazenagem desses produtos, inclusive para os gases liquefeitos.
NR21 - Trabalho a céu aberto
Estabelece as medidas de proteção para trabalhos realizados a céu aberto, incluindo as
condições de moradia do trabalhador e de sua família que residirem no local de trabalho, e
define as normas de segurança do trabalho no serviço de exploração de pedreiras.
NR 22 – Trabalhos subterrâneos
Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto, garimpos,
beneficiamento de minerais e pesquisa mineral.
NR23 – Proteção contra incêndios
Todas as empresas deverão possuir: proteção contra incêndio, saídas suficientes para a rápida
retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio; equipamento suficiente para combater o
fogo em seu início; e pessoas treinadas no uso correto destes equipamentos.
NR24 - Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho
Trata das instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e demais
condições de higiene e conforto que devem ser proporcionadas ao trabalhador.
NR25 - Resíduos Industriais
Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade, periculosidade,
risco biológico, radioativo, a exemplo do césio em Goiás.
NR26 - Sinalização de Segurança
Fixa as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes,
identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações
empregadas nas indústrias para a condução de fluídos (líquidos e gases), e advertindo contra
riscos.

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NR27 – Registro do Técnico de Segurança no Ministério do Trabalho e Emprego


Todo técnico de segurança deve ser portador de certificado de conclusão do 2º grau de
Técnico de Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do Ministério do Trabalho e
Emprego, devidamente registrado através das DRTs regionais.
NR-28 – fiscalizações e Penalidades.
Esta NR aborda ponto importante no que tange à prevenção ao Acidente do Trabalho, pois ela
define de forma explícita as multas por violação de normas de segurança.
NR 29 - Segurança e saúde no trabalho portuário.
Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais,
facilitar os primeiros-socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de
segurança e saúde aos trabalhadores portuários.
NR 30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
Esta norma tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de segurança e
saúde dos trabalhadores aquaviários.
NR31 – Norma para trabalhos na agricultura, pecuária e exploração florestal
Esta Norma estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de
trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da
agricultura, pecuária e exploração florestal com a segurança e saúde e meio ambiente.
NR32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde
Estabelece a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores
dos serviços de saúde.
NR33 – Segurança e saúde em espaços confinados
Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o
reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a
garantir permanentemente a segurança e a saúde os trabalhadores que integram direta ou
indiretamente nesses espaços.
NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval
Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio
ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval.
NR-35 – Trabalho em altura
Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em
altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.
NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de
Carnes e Derivados
Esta norma estabelece os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos
riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de
carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a
segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho

 Atividade
1. Antes de nos aprofundar nos fundamentos teóricos da disciplina Segurança do Trabalho,
faz-se necessário captar o que cada um sabe a respeito desse conceito, então, com os
conhecimentos adquiridos na sua experiência de vida, responda:
a) Para você, o que é segurança do trabalho?
b) Cite uma ou duas situações que presenciou ou de que tenha
conhecimento, que pôs/puseram em risco a vida de um trabalhador.

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2. Quais os impactos sociais gerados pela Revolução Industrial? Comente um pouco sobre
eles.

3. Em relação à Segurança do Trabalho, podemos afirmar:


a) É o ramo que visa à preservação da saúde do trabalhador, melhorando as condições de sua
atividade, bem como corrigindo as conseqüências delas advindas que são prejudiciais ao
homem.
b) É de única e exclusiva responsabilidade do poder público.
c) Sua evolução deve-se principalmente à classe trabalhadora.
d) É a ciência que tem como objetivo estudar os meios que permitem eliminar ou, pelo
menos, diminuir os acidentes e doenças do trabalho.
e) Caracteriza-se pelos altos índices de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

4. São aspectos positivos em relação à segurança do trabalho:


a) Diminuição dos acidentes de trânsito no caminho de casa para o trabalho e do trabalho
para casa.
b) Aumento do número de beneficiários da previdência social.
c) Aumento da qualidade de vida do trabalhador.
d) Aumento dos impostos a serem pagos em nível Federal, Estadual e Municipal.
e) Diminuição da oferta de trabalho e emprego.

5. Qual o papel do trabalhador, empregador e poder público nas questões de segurança do


trabalho?

6. Como está organizada a Legislação de Segurança do Trabalho no Brasil?

7. Quantas são as normas operacionais de segurança ocupacional no Brasil? Escolha três e


comente sobre elas.

8. Como a Segurança do trabalho, atua no âmbito da empresa. Dê três exemplos.

9. O que é ASO? Quais os exames médicos de acordo com a NR-7?

10. Quais as vantagens e as desvantagens de uma empresa investir em Segurança do


Trabalho? (cite quatro de cada).

11. Numa indústria, o trabalhador vê uma tomada elétrica com vários equipamentos
conectados. Neste caso, o trabalhador deve:
a) improvisar reparo, se for profissional antigo
b) improvisar reparo, se for um serviço rápido
c) solicitar apoio da manutenção
d) solicitar reparo a qualquer pessoa

12. O que um empregado deve fazer para desligar um equipamento elétrico que não esteja
corretamente fixado a tomada?
a) tirar a tomada puxando pelos fios
b) desligar o equipamento no botão liga/desliga
c) não fazer nada, pois os equipamentos desligam automaticamente.
d) segurar bem firme a máquina e pedir a um colega que puxe pelos fios para desligá-la.

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13. Em um estabelecimento possui 200 funcionários homens calcule a quantidade:


a) lavatório
b) vaso sanitário
c) mictório
c) chuveiro
d) bebedouro

14. Em um estabelecimento possui 523 funcionários, destes 321 são homens e 203 são
mulheres, calcule a quantidade:
a) lavatório
b) vaso sanitário
c) mictório
c) chuveiro
d) bebedouro

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2. Riscos no ambiente do trabalho

Os riscos ambientais são todos os riscos causados por qualquer agente de natureza
física, química, biológica ou ergonômica, que uma vez estando presentes no ambiente de
trabalho, podem vir a causar danos à saúde do trabalhador por sua natureza, concentração,
intensidade ou tempo de exposição.

2.1 A importância de conhecer os riscos ambientais


Os locais de trabalho, pela própria natureza da atividade desenvolvida e pelas
características de organização, relações interpessoais, manipulação ou exposição a agentes
físicos, químicos, biológicos, situações de deficiência ergonômica ou riscos de acidentes,
podem comprometer a vida do trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocando lesões
imediatas, doenças ou a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a
empresa.
É importante salientar que a presença de produtos ou agentes nocivos nos locais de
trabalho não quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde. Isso vai depender da
combinação ou relação de diversos fatores, como a concentração e a forma do contaminante
no ambiente de trabalho, o nível de toxicidade e o tempo de exposição da pessoa. Desta
forma, em qualquer tipo de atividade laboral, torna-se imprescindível a necessidade de
investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que estão expostos os
trabalhadores e sua intensidade.

2.2 Avaliação de riscos


É o processo de estimar a magnitude dos
riscos existentes no ambiente e decidir se um
risco é ou não tolerável. Para investigar os locais
de trabalho na busca de eliminar ou neutralizar os
riscos ambientais, existem duas modalidades
básicas de avaliação.
A avaliação dos riscos consiste em
quantificar ou qualificar o risco ambiental
existente no setor de trabalho, através da
utilização de instrumentos de medição ou
métodos de inspeção, objetivando dimensionar o
quanto os trabalhadores estão expostos.

a) Qualificar
A avaliação qualitativa, conhecida como
preliminar, é a forma mais simples de avaliação.
Nesta, utiliza-se apenas a sensibilidade do
avaliador para identificar o risco existente no local de trabalho.

b) Quantificar
Visa medir, comparar e estabelecer medidas de eliminação, neutralização ou controle
dos riscos através de instrumentos de medição.

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2.3 Classificação dos Riscos Ambientais


Há vários fatores de risco que afetam
o trabalhador no desenvolvimento das suas
tarefas diárias. Alguns destes riscos atingem
grupos específicos de profissionais, como é o
caso, dos mergulhadores, que trabalham
submetidos a altas pressões e a baixas
temperaturas. Por esse fato, são obrigados a
usar roupas especiais, para conservar a
temperatura do corpo, e passam por cabines
de compressão e descompressão, cada vez
que mergulham ou sobem à superfície.
Os riscos ambientais são aqueles
causados por agentes físicos, químicos ou
biológicos que, a depender de sua natureza,
concentração, intensidade ou tempo de
exposição, podem comprometer a segurança
e a saúde dos funcionários, bem como a
produtividade da empresa.
Quando não são controlados ou previamente avaliados, os riscos ambientais afetam o
trabalhador a curto, médio e longo prazo, podendo provocar acidentes com lesões imediatas
e/ou doenças chamadas profissionais ou do trabalho, que se podem ser comparadas aos
acidentes do trabalho.
Os riscos ambientais são classificados segundo a sua natureza e forma com que atuam
no organismo humano. Dessa forma, podem ser físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
de acidentes.

2.3.1 Riscos Físicos


São representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de trabalho que
podem afetar a saúde dos trabalhadores, como: ruídos, vibrações, radiações, frio, calor,
pressões anormais e umidade.

a) Ruído:
Quando um de nós se encontra num ambiente de trabalho e não consegue ouvir
perfeitamente a fala das pessoas no mesmo recinto, isso é uma primeira indicação de que o
local é demasiado ruidoso. Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que
causa sensação desagradável ao homem.
O ruído é um agente físico que pode afetar de modo significativo a qualidade de vida.
Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado medidor de pressão sonora, e a
unidade usada como medida é o decibel ou abreviadamente dB.
Sem medidas de controle ou proteção, o excesso de intensidade do ruído, acaba por
afetar o cérebro e o sistema nervoso. Em condições de exposição prolongada ao ruído por
parte do aparelho auditivo, os efeitos podem resultar na surdez profissional cuja cura é
impossível, deixando o trabalhador com dificuldades para se relacionar com os colegas e
família , assim como dificuldades acrescidas em se perceber a movimentação de veículos ou
máquinas , agravando as suas condições de risco por acidente físico.
O controle médico deve ser feito por meio do exame audiométrico admissional e
periódico, para diagnóstico precoce da lesão auditiva, visando, portanto, impedir que a
exposição continue por mais alguns anos e acabe por resultar numa surdez total.
Os principais aparelhos utilizados para medição do ruído são:

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Medidor de Pressão Sonora (Conhecido como Decibelímetro) :


Equipamento que avalia a exposição ocupacional instantânea de
ruído no ambiente de trabalho. As leituras devem ser feitas próximas ao
ouvido do trabalhador.

Dosímetro de ruído:
Equipamento que avalia a exposição ocupacional média de ruído no trabalhador.
Deve ser colocado no próprio funcionário antes de começar a trabalhar, sendo retirado no
final da jornada.

As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem


atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocarem sérios prejuízos à
saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as
alterações auditivas poderão manifestar-se imediatamente ou se começará a perder a audição
gradativamente.
Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional.
(Ver tabela abaixo – Anexo 1 – NR 15).

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Fique por dentro!


 Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido é de 85 decibéis.
 O ruído emitido por uma britadeira é equivalente a 100 decibéis. O limite máximo de exposição
contínua do trabalhador a esse ruído, sem proteção auditiva, é de 1 hora.

b) Vibração:
As vibrações caracterizam-se pela sua amplitude e
frequência. Apresentam geralmente baixas frequências e
conduzem-se por materiais sólidos.
A utilização de instrumento vibrantes, como
marteletes pneumáticos, lixadeiras, perfuratrizes, moto-
serras etc. causam, depois de alguns anos de trabalho,
lesões deformantes das articulações das mãos e dos
punhos, em maior e menor grau.
A vibração também provoca uma doença na circulação arterial da mão, que atinge
principalmente os dedos do indivíduo, e que se caracteriza por bloqueio da circulação local
quando a mão e exposta ao frio.
A prevenção a nível médico e feita por meio de exames periódicos dos indivíduos
expostos, para diagnosticar precocemente as alterações e, portanto, evitar a completa
instalação da doença.
Na industria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as
quais podem ser nocivas ao colaborador.
As vibrações podem ser:
a) Localizadas:
São provocadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas podendo, com o
tempo, levar a:
 Alterações neurovasculares nas mãos;
 Problemas nas articulações das mãos e braços: Osteoporose (perda da substancia
óssea).

b) Generalizadas:
As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas, como os motoristas de
caminhões, ônibus e tratores, podendo provocar:
 Lesões na coluna vertebral;
 Dores lombares.

c) Umidade:
Decorrente de atividades relacionadas com água
ou líquidos. As atividades ou operações executadas em
locais alagadas ou encharcadas, com umidade excessiva,
capazes de produzir danos à saúde dos colaboradores, são
situações insalubres e deve ter a atenção dos
prevencionista através de inspeções realizadas nos locais
de trabalho para se estudar a implantação de medidas de
controle.
Como exemplo temos os lajavatos por sua natureza são locais cuja umidade é intensa
para a limpeza dos automóveis.

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d) Calor
Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou pelo tipo de
material utilizado e características das construções (insuficiência de janelas, portas ou outras
aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa combinação pode gerar alta
temperatura prejudicial à saúde do trabalhador. A sensação de calor que sentimos é
proveniente da temperatura resultante existente no local e do esforço físico que fazemos para
executar um trabalho.
A temperatura resultante é função dos seguintes fatores:
 umidade relativa do ar
 velocidade e temperatura do ar
 calor radiante (produzido por fontes de calor do ambiente, como fornos e
maçaricos.

Verifica-se a presença de calor em


inúmeras operações industriais, como na fundição
de metais, em cerâmicas, padarias, etc.
O trabalho efetuado com exposição a altas
temperaturas provoca fadiga intensa e,
consequentemente, a diminuição do rendimento
normal do trabalhador, em razão do maior
desgaste físico e da perda de água e de sais.
Os principais quadros clínicos causados
pelo calor são: a intermação, a desidratação, a prostração térmica, as cãimbras do calor, e os
problemas de pele. Somente, após 3 semanas trabalhando sob calor, é que o trabalhador
consegue a aclimatação, tornando-se mais fácil e menos perigoso o trabalho em ambientes sob
altas temperaturas.
O controle médico do trabalhador deve ser rigoroso, principalmente na fase de
aclimatação, (ou adaptação), inicial, e, também, após o retorno de férias ou após qualquer
afastamento por mais de 2 semanas, depois do que o indivíduo perde totalmente a adaptação
ao calor.
As medidas a tomar para minimizar os efeitos do Stress Térmico podem ser:
 Em primeiro lugar uma correta dieta alimentar de modo a fortalecer o organismo.
 Ingerir bastante água à temperatura ambiente. Não beber álcool.
 Evitar alimentação rica em gorduras visto que estas retêm os líquidos no organismo,
moderar o consumo de cafeína.
 Em situações de elevadas temperaturas, como por exemplo uma siderurgia a água a
ingerir deve conter uma pequena porção de sal de modo a compensar as perdas devido
à transpiração.
 Devem ser tomadas a nível de layout medidas de ventilação.
 Implementar turnos com menor carga horária em situações onde ocorre exposição a
ambientes hostis.

O principal equipamento utilizado para avaliação da exposição ao calor é:

Medidor de Stress Térmico ou Termômetro de Globo Digital:


Equipamento que avalia a exposição ocupacional ao calor, de acordo com o anexo 3
da NR 15 (Atividades e Operações Insalubres).
O equipamento possui três termômetros - de bulbo seco, de bulbo úmido e de globo,
que combinados adequadamente fornecem a sobrecarga térmica a que se encontram expostos
os trabalhadores.

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e) Frio:
O trabalho realizado em baixas temperaturas também é nocivo à saúde, podendo
provocar as seguintes lesões:
 Feridas;
 Rachaduras e necrose da pele;
 Enregelamento: ficar congelado (podendo causar gangrena e, conseqüentemente a
amputação do membro lesado);
 Agravamento de doenças musculares periféricas preexistentes;
 Agravamento de doenças reumáticas;
 Predisposição para doenças das vias respiratórias.
Podemos encontrar este riscos ambiental em frigoríficos, fábricas de gelo, sorvete e
picolés, em câmaras frias.

f) Pressões Anormais:

f.1) Pressões hiperbáricas:


A pressão hiperbárica é necessária para o trabalho em
tubulações, em trabalhos submarinos (mergulhadores)
O trabalhador pode sofrer problemas durante a compressão e
a descompressão. Na compressão, há risco de barotrauma, ou seja,
trauma de ouvido, seios paranasais e até de dentes. Para prevenir
estas ocorrências devem ser feitos exames médicos diários. A descompressão pode causar
uma grande embolia gasosa que, em geral, leva à morte rapidamente, ou, então, um quadro
mais brando, chamado de doença descompressiva ou mal dos caixões, que é caracterizado por
dor violenta nas grandes articulações (joelho, ombro, quadril).
O tratamento da doença descompressiva e a imediata recompressão do indivíduo,
seguida de descompressão lenta, por meio da tabela médica de tratamento. Há, ainda,
conseqüências a longo prazo da doença descompressiva, pois, em muitos indivíduos afetados,
após algum tempo (de meses a alguns anos), surge necrose asséptica, ou seja, a destruição de
segmentos ósseos de grandes articulações (por exemplo, cabeça do fêmur), provocando no
doente deformidades e incapacidade para o trabalho.
A melhor prevenção é obedecer corretamente as tabelas de compressão e
descompressão, procedimento que, seguramente, evita a ocorrência de doença
descompressiva.

f.2) Pressões Hipobáricas:


As condições hipobáricas caracterizam-se quando há a queda da pressão dos gases.
Nessa pressão, o organismo tende à hipóxia. Como o ar entra com muito menos pressão no

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pulmão, há imediatamente um reajuste na freqüência respiratória (aumenta), na freqüência


cardíaca e na pressão arterial (também aumentam), afim de que haja um aumento do fluxo
sangüíneo. A hipóxia, também conhecida como Síndrome Mal da Montanha tem como
sintomas:
dor de cabeça;
 falta de apetite;
 lentificação dos reflexos;
 digestão lenta;
 aumento do volume urinário;
 insônia.

g) Radiações ionizantes
São basicamente os raios-X, raios-Y, e as partículas α e β , emitidas de equipamentos
de radiologia ou de materiais radiativos , hoje amplamente utilizados em grande variedade de
atividades, principalmente em controle de qualidade (gamagrafia).
A exposição a essas radiações,
principalmente as mais penetrantes(raios-X e Y)
causa doenças graves como o câncer, além de
alterações genéticas, ou seja, que podem
aparecer nos descendentes do indivíduo, não só
na primeira geração, como também nas
subseqüentes.
Em uma exposição maciça; a radiação
ionizante ocasiona uma síndrome, com anemia,
vômitos, perda de apetite, fraqueza intensa e
sangramentos, podendo, ainda, ocasionar a morte
poucos dias após a exposição do indivíduo.
Seus efeitos podem ser crônicos ou agudos, genéticos ou somáticos (físicos), podendo
afetar órgãos ou partes do organismo ou se manifestarem nos descendentes das pessoas
expostas a este tipo de radiação.
Para a prevenção, deve-se fazer controle rigoroso da exposição do indivíduo exposto e
da utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI‘s) apropriados como Colete de
Chumbo, óculos pumblíferos, barreiras nas paredes e vidros das salas de radiação.

h) Radiações não ionizantes


As radiações não ionizantes mais comuns em indústrias são
a infravermelha e a ultravioleta.
A radiação ultravioleta provém principalmente da operação
de solda elétrica e causa queimaduras na pele e irritação nos olhos.
A infravermelha é proveniente do aquecimento intenso de
metais ou vidros fundentes ou semifundentes.
A exposição durante anos a este agente provoca catarata,
doença ocular do cristalino que pode levar a cegueira. A catarata
por infravermelho é, de longa data, chamada "catarata dos
vidreiros".

2.3.2 Riscos Químicos


São identificados pelo grande número de substâncias que podem contaminar o
ambiente de trabalho e provocar danos à integridade física e mental dos trabalhadores, a

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exemplo temos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias, compostos
ou outros produtos químicos.
A enorme utilização de produtos químicos acarreta grande incidência de doenças
profissionais causadas por esses produtos. Os produtos químicos são encontrados no ambiente
de trabalho sob as formas líquida, gasosa, de vapores e sólida, e podem penetrar no organismo
pelas vias respiratórias, digestiva e, também, através da pele e olhos, dependendo das
características físico-químicas das substancias.
Podemos classificar os agentes químicos, segundo a natureza química ou de acordo
com sua ação no organismo.
Os agentes químicos, quando se encontram em suspensão ou dispersão no ar
atmosférico, são chamados de contaminantes atmosféricos. Estes podem ser classificados
em: Aerodispersóides - Gases – Vapores.

a) Aerodispersóides
São dispersões de partículas sólidas ou líquidas de
tamanho bastante reduzido, que podem se manter por longo
tempo em suspensão no ar. Exemplos: poeiras (são
partículas sólidas, produzidas mecanicamente por ruptura
de partículas maiores), fumos (são partículas sólidas
produzidas por condensação de vapores metálicos),
fumaça (sistemas de partículas combinadas com gases que
se originam em combustões incompletas), névoas (partículas
líquidas produzidas mecanicamente, como por em processo
―spray‖) e neblinas (são partículas líquidas produzidas por
condensações de vapores).
O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no
ar depende do seu tamanho, peso específico (quanto maior o
peso específico, menor o tempo de permanência) e velocidade de
movimentação do ar. Evidentemente, quanto mais tempo o
aerodispersóides permanece no ar, maior é a chance de ser
inalado e produzir intoxicações no trabalhador.
As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10 mícrons, visíveis
apenas com microscópio. Estas constituem a chamada fração respirável, pois podem ser
absorvidas pelo organismo através do sistema respiratório.
As partículas maiores, normalmente ficam retidas nas mucosas da parte superior do
aparelho respiratório, de onde são expelidas através de tosse, expectoração, ou pela ação dos
cílios.

a.1) poeiras – são materiais em


partículas finas em suspensão no ar,
produzidos mecanicamente por ruptura de
pastículas sólidas, oriundos de diversas
atividades, como demolição, britagem,
transporte de grãos etc.

Britamento, uma atividade típica que gera poeiras.

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As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são obtidas por


meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, percentagem existente em
relação ao ar atmosférico. Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos
diferem de acordo com o seu grau de perigo para a saúde. A seguir a ilustração de uma bomba
gravimétrica, instrumento para avaliar poeiras, fumos e vapores.

a.2) fumos – Partículas sólidas que surgem quando um material sólido se evapora e ao
arrefecer condensa. Por exemplo, os vapores metálicos arrefecem e condensam em partículas
extremamente pequenas, geralmente de tamanho de partículas menores de 1 μm diâmetro. Os
fumos metálicos podem aparecer em operações como a soldadura, fundições, etc. Os
possíveis riscos a saúde causada por exposições a fumos metálicos durante a soldagem a arco
com eletrodo metálico coberto dependem, obviamente do metal que esta sendo soldado e da
composição do eletrodo.
Na atividade de soldagem elétrica é comum a
produção de fumos metálicos. Na imagem, podemos ver a
―fumaça‖ que na verdade são fumos produzidos pela fusão
da solda.

a.3) névoas – são produtos químicos em forma de gotas minúsculas que podem ser
produzidas por aspersão ou por reações químicas/fotoquímicas.

a.4) neblina - Suspensão gasosa de pequenas gotas de líquido que se geram por
condensação de um estado gasoso ou pela desintegração de um
estado líquido por atomização, ebulição, etc. o seu tamanho varia entre
os 0,001 µm e os 10 µm.

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b) Gases
São dispersões de moléculas no ar, misturadas completamente com este (o próprio ar é
uma mistura de gases). Não possuem formas e volumes próprios e tendem a se expandir
indefinidamente. À temperatura ordinária, mesmo sujeitos à pressão fortes, não podem ser
total ou parcialmente reduzidos ao estado líquido.
Abaixo ilustração do Detector de gases – instrumento para medir os gases no setor de
trabalho.

c) Vapores
São também dispersões de moléculas no ar, que ao contrário dos gases, podem
condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão.
Uma outra diferença importante é que os vapores em recintos fechados podem alcançar uma
concentração máxima no ar, que não é ultrapassada, chamada de saturação.

2.3.2.1 Penetração no organismo


Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são
lançadas no ambiente de trabalho através de processos de pulverização, fragmentação ou
emanações gasosas. Essas substâncias podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e
gasoso.
No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como a poeira
mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição. No estado gasoso, como
exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado como combustível, ou gases
libertados nas queimas ou nos processos de transformação das matérias primas. Quanto aos
agentes líquidos, eles apresentam-se sob a forma de solventes, tintas , vernizes ou esmaltes.
Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do
trabalhador através:
 Via respiratória: essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque
respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar acaba por passar nos pulmões e
nas vias aéreas superiores.
 Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que
ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas
serão ingeridas com o alimento, atingindo o estômago e podendo provocar sérios
riscos à saúde.

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 Epiderme (cutânea): essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador


estiver desprotegido e tiver contato com substâncias químicas, havendo deposição no
corpo, serão absorvidas pela pele.
 Via ocular: alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos
olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode ocorrer
também pela vista.

Fique por dentro!


Falso Remédio
Quando se respira um ar com produtos químicos, eles são arrastados para os pulmões. Quando se bebe
um copo de leite, ele para para o estômago.
O que o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar por substancias nocivas?
Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo de intoxicação. Sua utilização é até
em alguns casos prejudicial, uma vez que acreditando no seu valor, as medidas de higiene industrial e os
cuidados higiênicos ficam em segundo plano.

2.3.3 Riscos Biológicos


Estão associados ao contato do homem com vírus, bactérias, protozoários, fungos,
parasitas, bacilos e outras espécies de microorganismos. Tal tipo de risco pode ser
decorrente também, de deficiências na higienização do ambiente de trabalho. Tal problema
pode viabilizar, por exemplo, a presença de animais transmissores de doenças (ratos,
mosquitos, etc) ou de animais peçonhentos, (cobras) nos locais de trabalho.
Os riscos biológicos são riscos originados de microorganismos que podem vir a
provocar danos à saúde do trabalhador. Há uma série de atividades humanas relacionadas à
contaminação biológica, como atividades na área de saúde, produção de alimentos,
frigoríficos, produção animal e outras como a arqueologia.
Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são
responsáveis por algumas doenças profissionais, podendo dar origem a doenças menos graves
como infecções intestinais ou a simples gripe, ou mais graves como a hepatite, meningite ou
AIDS.

Os principais riscos biológicos são:


a) Bactérias
São micro-organismos unicelulares extremamente simples sem núcleo organizado.
Podem ou não causar doenças.

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b) Fungos
Constituem um reino biológico próprio. São compostos de filamentos chamados de
hifa, cujo conjunto em um mesmo organismo é chamado de micélio. Os fungos aparecem em
materiais orgânicos e são usados em uma quantidade de processos industriais principalmente
na fermentação.
Os fungos são importantes na produção de alimentos, como pão, biscoitos,
cervejas e bebidas, são usados para produzirem combustível como o etanol, e, sem eles,
não haveria vários tipos de queijos deliciosos como o gorgonzola ou o roquefort.

c) Protozoários
São organismos unicelulares com núcleos organizados que podem ou não provocar
doenças. São organismo simples que possuem núcleo organizado e são classificados de
acordo com seu movimento em: flagelados por possuírem flagelos, sarcodíneos por
possuírem movimento por pseudópodes, ciliados por possuírem movimentos por fios e
esporozoários que não se movimentam.

d) Vírus
Não se enquadram facilmente em qualquer das categorias de classificação dos seres
vivos. Isso ocorre devido a como classificá-los, pelo fato de haver dúvidas sobre se devem o
não ser considerados seres vivos. Os vírus possuem uma ―vida‖ completamente diferente das
células. Os vírus não fazem metabolismo, apenas se reproduzem e somente em células que
tenha afinidades, ou seja, os vírus só atacam células específicas.

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Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes


sujos, as medidas preventivas a tomar terão de ser relacionadas com:
 A rigorosa higiene de locais de trabalho,
 A rigorosa higiene de corpo e das roupas;
 Destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso de cloro;
 uso de equipamentos individuais para evitar contato direto com os microrganismos;
 ventilação permanente e adequada;
 controle médico constante, com vacinação sempre que possível.

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por


meio de recolha de amostras de ar e de água, que serão analisadas em laboratórios
especializados.
Os dados obtidos das avaliações quantitativas devem ser comparados com os
Limites de Tolerância (valor máximo permitido que, acredita-se, não cause danos à saúde do
trabalhador) previstos na NR15 “Operações e atividades insalubres”.

2.3.4 Riscos Ergonômicos


Estão ligados à execução de tarefas, à organização e às relações de trabalho, ao
esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, mobiliário
inadequado, posturas incorretas, controle rígido de tempo para produtividade,
imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho
prolongadas, monotonia, repetitividade e outras situações causadoras de estresse.
Verifica-se que algumas vezes que os postos de trabalho não estão bem adaptados ás
características do operador , quer quanto à posição da máquina com que trabalha, quer no
espaço disponível ou na posição das ferramentas e materiais que utiliza nas suas funções.
Para estudar as implicações destes problemas existe uma ciência que avalia as
condições de trabalho do operador, quanto ao esforço que o mesmo realiza para executar as
suas tarefas.
Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o
seu ambiente de trabalho.
Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem
monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em
estágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas genericamente de
Lesões por Esforços Repetitivos.

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As lesões resultantes de condições ergonômicas inadequadas são conhecidas como


Lesões por Esforço Repetitivo (LER), Distúrbios Ósteo-musculares Relacionados ao Trabalho
(DORT) ou Lesões por Movimentos Repetitivos (LMR). As causas para estas lesões são o
trabalho prolongado envolvendo movimentos repetitivos, movimentos forçados e posturas
incômodas. As LER são lesões dolorosas e freqüentemente incapacitantes, que afetam
principalmente os punhos, costas, pernas, ombros, pescoço, músculos e articulações.
Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma, como sempre,
é a prevenção, o que pode ser conseguido a partir de:
 Rotação do pessoal;
 Intervalos mais freqüentes;
 Exercícios compensatórios freqüentes para trabalhos repetitivos;
 Exames médicos periódicos;
 Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres;
 Postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos.

2.3.4.1 Organização de um ambiente de trabalho seguro e confortável


Sua postura, a iluminação, a mobília, a organização do trabalho e outras condições e
hábitos no trabalho podem afetar a maneira como você se sente e a sua eficiência no trabalho.
Ao ajustar o ambiente de trabalho e seus hábitos pessoais, você poderá minimizar a fadiga e o
desconforto, além de reduzir o risco de tensões que, segundo alguns cientistas, podem
provocar danos físicos.
Sempre que usar o computador, você fará escolhas que afetam seu conforto e,
potencialmente, sua segurança.
Isso acontece quer você utilize um teclado comum e um monitor em um escritório, um
notebook no seu quarto, um teclado sem fio no seu colo ou um computador portátil no
aeroporto. Em todos os casos, você escolhe a postura de trabalho e a posição do seu corpo em
relação ao computador, telefone, material de referência e papéis.
Você também poderá ter um certo controle sobre a iluminação e outros fatores.

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a) Alterne sua Posição


Dependendo de suas tarefas, você pode encontrar várias posições confortáveis, esteja
você sentado ou em pé. Em sua área pessoal de conforto, mude de posição com freqüência no
decorrer do dia.

b) Pés, Joelhos e Pernas


Certifique-se de que seus pés estejam firme e confortavelmente apoiados no chão
quando estiver sentado. Use uma superfície de trabalho e uma cadeira ajustável que permitam
que seus pés se apóiem firmemente no chão, ou utilize um descanso para os pés.
Se utilizar um descanso para os pés, certifique-se de que seja suficientemente largo
para acomodar posições variadas das pernas dentro de sua área pessoal de conforto

c) Espaço suficiente para as pernas


Proporcione espaço suficiente para os joelhos
e pernas debaixo do espaço de trabalho. Evite pontos
concentrados de pressão debaixo da coxa, perto do
joelho e na parte de trás da perna. Alongue as pernas
e varie sua postura durante o dia.

d) Costas
Use a cadeira para apoiar completamente o
corpo. Distribua o peso de maneira uniforme e use
todo o assento e todo o encosto para apoiar o corpo.
Se a cadeira tiver suporte ajustável para as costas, alinhe os contornos do encosto para que
correspondam à curva natural da espinha dorsal.

e) Procure Ficar Confortável


Certifique-se sempre de que a parte inferior das costas esteja bem apoiada. Procure
sentir-se confortável na posição em que está trabalhando.

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f) Ombros e Cotovelos
Para minimizar a tensão muscular, os ombros devem estar relaxados, nem elevados e
nem caídos e os cotovelos devem estar confortavelmente colocados em relação à altura do
teclado.

g) Antebraços, Pulsos e Mãos


Ao digitar ou usar um dispositivo apontador, mantenha os antebraços, pulsos e mãos
na zona neutra de conforto.
Você é quem melhor pode julgar o que é mais confortável para você.

g.1) Não entorte os pulsos


Quando estiver digitando, não entorte ou apóie os pulsos na superfície de trabalho, nas
pernas ou no descanso para mãos (às vezes chamado de descanso para pulsos).
O ato de apoiar as mãos durante a digitação pode ser prejudicial pois pode fazer com
que os dedos e pulsos sejam flexionados para trás.

g.2) Posicionamento do Monitor


Coloque o monitor diretamente na sua frente. Para determinar uma distância
confortável de visualização, estique o braço em direção ao monitor e observe a posição da sua
mão, que deve estar fechada. Coloque o monitor perto dessa posição. Se necessário, aproxime
ou afaste o monitor até poder visualizar o texto exibido de forma nítida e confortável.

g.3) Ajuste da Altura do Monitor


A posição do monitor deve possibilitar o equilíbrio confortável da cabeça sobre os
ombros. Essa posição não deve fazer com que o pescoço se incline para frente de forma
desconfortável ou excessivamente para trás.
Talvez seja mais confortável colocar o monitor de forma que a linha superior do texto
fique logo abaixo da altura dos olhos. Você deverá olhar ligeiramente para baixo quando
estiver visualizando o centro da tela.

g.4) Alinhamento do mouse e do teclado


Ao utilizar um mouse, coloque o dispositivo logo à direita ou à esquerda do teclado e
próximo ao canto frontal do mesmo. Evite colocar o dispositivo a uma distância muito grande
da lateral do teclado ou em direção ao canto posterior do mesmo.
Essas posições podem fazer com que você dobre perceptivelmente os pulsos em
direção às laterais ou podem deixá-los muito estendidos

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2.3.5 Riscos de Acidentes


São muito diversificados e estão presentes no arranjo físico inadequado (má
organização do ambiente), pisos pouco resistentes ou irregulares, material ou matéria-
prima fora de especificação, máquina e equipamentos sem proteção, ferramentas
impróprias ou defeituosas, iluminação excessiva ou insuficiente, instalações elétricas
defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado,
animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de
acidentes.

2.4 Mapa de Riscos


O Mapa de Riscos é uma das modalidades mais simples de avaliação qualitativa dos
riscos existentes nos locais de trabalho. É a representação gráfica dos riscos por meio de
círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil elaboração e visualização.
É um instrumento participativo, elaborado pelos próprios trabalhadores e de
conformidade com as suas sensibilidades. O Mapa de Riscos está baseado no conceito
filosófico de que quem faz o trabalho é quem conhece o trabalho, ninguém conhece melhor
a máquina do que o seu operador.
As informações e queixas partem dos trabalhadores, que deverão opinar, discutir e
elaborar o Mapa de Riscos e divulgá-lo ao conjunto dos trabalhadores da empresa através da
fixação e exposição em local visível. Serve como um instrumento de levantamento
preliminar de riscos, de informação para os demais empregados e visitantes, e de
planejamento para as ações preventivas que serão adotadas pela empresa.

2.4.1 Objetivo do Mapa de Riscos


Reunir as informações básicas necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação
da segurança e saúde no trabalho na empresa, e possibilitar, durante a sua elaboração, a
troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua
participação nas atividades de prevenção.

2.4.2 Benefícios da adoção do Mapa de Riscos


 identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os
trabalhadores poderão estar expostos;
 conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos equipamentos de proteção
coletiva e individual;
 redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de
trabalhadores e danos patrimoniais;
 facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da segurança
interna e externa; e

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 melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade e


lucratividade.

2.4.3 Elaboração do Mapa de Riscos


São utilizadas cores para identificar o tipo de risco, conforme a tabela de classificação
dos riscos ambientais. A gravidade é representada pelo tamanho dos círculos.
 Círculo Pequeno: risco pequeno por sua essência;
 Círculo Médio: risco que gera relativo incômodo mas que pode ser controlado;
 Círculo Grande: risco que pode matar, mutilar, gerar doenças e que não dispõe de
mecanismo para redução, neutralização ou controle.

Tabela dos riscos ambientais

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V


Agentes Químicos Agentes Físicos Agentes Biológicos Agentes Ergonômicos Agentes Mecânicos
Arranjo físico
Poeira Ruído Vírus Trabalho físico pesado
deficiente
Máquinas sem
Fumos Metálicos Vibração Bactéria Posturas incorretas
proteção
Radiação ionizantes Treinamento Matéria-prima fora
Névoas Protozoários
e não ionizantes inadequado inexistente de especificação
Equipamentos
Jornadas prolongadas inadequados
Vapores Pressões anormais Fungos
de trabalho defeituosos ou
inexistentes
Ferramentas
Temperaturas defeituosas
Gases Bacilos Trabalho noturno
extremas inadequadas ou
inexistentes
Produtos químicos
Frio Parasitas Responsabilidade Iluminação
em geral
deficiente
Conflito
Calor
Substâncias, Tensões emocionais Eletricidade
compostos ou Insetos, cobras, Desconforto Incêndio
produtos químicos aranhas, etc.
em geral. Umidade Edificações
Monotonia
Armazenamento

Outros Outros Outros Outros Outros


VERMELHO VERDE MARROM AMARELO AZUL

2.4.3.1 Etapas de elaboração


1. Conhecer o processo de trabalho do local avaliado:
 os trabalhadores - número, sexo, idade, queixas de saúde, jornada, treinamento
recebido;
 os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho;
 as atividades exercidas e;
 o ambiente.

2. Identificar os agentes de riscos existentes no local avaliado, conforme a tabela de


classificação dos riscos ambientais.

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3. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia referente a:


 proteção coletiva;
 organização do trabalho;
 proteção individual; e
 higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouros, refeitórios,
área de lazer.

4. Identificar os indicadores de saúde:


 queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos;
 acidentes de trabalho ocorridos;
 doenças profissionais diagnosticadas e;
 causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

5. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre uma planta ou desenho do local de trabalho,


indicando através do círculo:
 o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do
círculo;
 a especificação do agente (por exemplo: amônia, ácido clorídico; ou ergonômico -
repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser anotado também dentro do círculo;
 e a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos círculos.

Se houver na empresa um SESMT, esta deverá auxiliar a Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes - CIPA e os trabalhadores na elaboração do Mapa de Riscos.

Exemplo de mapa de riscos ambientais

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Condições ambientais adequadas são importantes para o completo bem estar dos
trabalhadores e a produtividade. Uma área de trabalho que é muito fria ou muito quente,
pouco iluminada, barulhenta, pouco ventilada, ou com odores desagradáveis, causa
aborrecimento, stress, fadiga, cansaço visual, dor de cabeça e outros problemas. Em casos
extremos, um ambiente inadequado no escritório pode causar doenças.
As lesões e doenças relacionadas com condições ergonômicas inadequadas podem ser
prevenidas, fazendo com que o local e a organização do trabalho se ajuste às necessidades
físicas e mentais de cada trabalhador individualmente.
O Mapa de Risco Ambiental ajuda nesta detecção destes agentes causadores de
acidentes e doenças ocupacionais, mas somente eles não resolvem um problema, o mesmo
deverá estar aliado a alguma medidas de controle:
* Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho:
 Redução do tempo de exposição;
 Adequação do ritmo de trabalho;
 Ordem e limpeza;
 Funcionamento de máquinas em períodos com menor número de trabalhadores
expostos entre outras.
* Equipamento de proteção coletivo, por exemplo:
 Combate à incêndio;
 Sinalização;
 Treinamentos.
* Medidas de controle individual – EPI

 Atividade

1. Baseado no exemplo de mapa de riscos ambientais dado acima, elabore uma tabela
contendo os riscos ambientais locais existentes, grau (intensidade), agente causador e
sugestões de medidas preventivas aplicadas.

2. Na elaboração do Mapa de Riscos, foi constatada a existência de três tipos de riscos


ambientais: radiações não ionizantes, esforço físico intenso e arranjo físico inadequado. Na
representação gráfica do mapa, os riscos serão identificados, respectivamente, pelas cores:
a) vermelho, amarelo e azul.
b) vermelho, marrom e amarelo.
c) verde, marrom e azul.
d) verde, vermelho e marrom.
e) verde, amarelo e azul.

3. Em relação à segurança do trabalho, a cor que identifica o risco químico no mapa de riscos
é:
a) azul. b) verde. c) marrom. d) amarelo e) vermelho.

4. Relate três atividades (funções) que estejam expostos aos riscos físicos, biológicos e
químicos.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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5. Qual a exposição máxima de ruído permitida sem causar dano à saúde do trabalhador em
uma jornada de trabalho de oito horas:
a) 80 dB(A)
b) 81 dB(A)
c) 83 dB(A)
d) 85 dB(A)

6. São exemplos de agentes químicos prejudiciais à saúde e à segurança no trabalho:


a) gás, calor, umidade.
b) calor, umidade, poeira.
c) poeira, neblina, parasita.
d) fumos, gás, vapor.
e) parasita, ruído, fumaça.

7. Na classificação em grupos dos principais riscos ambientais de uma empresa, a cor


marrom, no mapa de riscos, deve ser considerada para indicar:
a) a presença de bactérias;
b) a presença de gases;
c) iluminação inadequada;
d) ambientes demasiadamente frios;
e) ambientes demasiadamente quentes.

8. Na classificação em grupos dos principais riscos ambientais de uma empresa, a cor azul, no
mapa de riscos, deve ser considerada para indicar:
a) a presença de bactérias;
b) a presença de gases;
c) armazenamento inadequado;
d) ambientes demasiadamente frios;
e) ambientes demasiadamente quentes.

9. Correlacione às colunas:
( ) Risco químico I. Azul
( ) Risco físico II. Vermelho
( ) Risco de Acidente III. Amarelo
( ) Risco biológico IV. Marrom
( ) Risco ergonômico V. Verde

10. O que o ruído do ambiente de trabalho pode nos causar?


a) somente dificuldade de concentração
b) somente dificuldade em ouvir se alguém está chamando
c) dificuldade de enxergar
d) dano permanente ao aparelho auditivo nas exposições prolongadas a ruídos intensos, e
outros problemas.

11. Cite algumas conseqüências do calor excessivo no ambiente de trabalho.

12. O que é mapa de riscos e qual seu principal objetivo.

13. Quais as formas de avaliação dos riscos? Explique-as.

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3. Acidentes e doenças do trabalho

Acidentes ocorrem em todos os lugares do mundo, todos os dias pessoas sofrem ou


causam acidentes a terceiros que levam à morte ou incapacidade de trabalho. Várias são as
situações que contribuem para que ocorra um acidente. Vejamos esta reportagem, extraída do
site da Revista Proteção.

Operários morrem eletrocutados em obra no Maranhão


Data: 11/02/2011 / Fonte: Jornal Pequeno

São Luís/MA - Dois funcionários da empresa Niágara Empreendimentos Ltda. morreram


eletrocutados quando trabalhavam em uma obra do programa "Minha Casa, Minha Vida", do
governo federal. O acidente aconteceu na quinta-feira, 10, na construção do Residencial Nova
Aurora, em São Luís/MA.
De acordo com o ajudante de pedreiro Marco Aurélio Araújo da Silva, que
testemunhou todo o fato, o pedreiro José de Ribamar Sousa Santos, o "Tutoia", natural da
cidade de mesmo nome, estava na laje de uma das casas em construção. Ele recebia, das mãos
do próprio Marco Aurélio, uma barra de ferro para ser colocada dentro de uma "canaleta",
quando a barra tocou no fio de alta tensão, transmitindo a descarga elétrica para José de
Ribamar, causando sua morte instantânea.
Ao tentar subir na laje, que estava molhada, para salvar o companheiro, o servente
Douglas Jackson Nogueira, conhecido como "Careca", que era morador do Bairro do
Coroadinho, também recebeu a descarga elétrica. Outros funcionários ainda conseguiram
retirar Careca de dentro da casa com vida e três ambulâncias do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) ainda compareceram no local, mas o operário não resistiu ao
choque.
Segundo os companheiros de trabalho das vítimas, elas usavam apenas capacete e
botas e o fio de alta tensão, que estava localizado a menos de dois metros do topo da
construção, não estava encapado. O auxiliar de pedreiro Marco Aurélio contou que chegou a
receber parte da descarga e que só não morreu porque usavas luvas. "Eu tive foi sorte porque
estava de luva. Eu senti o choque e minha luva até rasgou", detalhou.
Outro funcionário, que preferiu não se identificar, contou que as luvas usadas por
Marco Aurélio não eram adequadas, uma vez que elas rasgaram ao receber a descarga
elétrica. Ele ainda relatou que o técnico de segurança da obra, identificado apenas como
Jorge, escapou por pouco de morrer. "Careca empurrou o técnico quando ele ia tentar subir na
laje e morreu no lugar dele", revelou o operário.

Homicídio culposo
A delegada Rosa Maria Quaresma, do 13° Distrito Policial (Cohatrac), após verificar o
local onde o acidente aconteceu e depois dos trabalhos realizados pelos peritos do Instituto de
Criminalística do Maranhão (Icrim), informou que um inquérito policial será instaurado para
apurar os responsáveis pelo fato, que ela afirmou se tratar de um homicídio culposo, em
acidente de trabalho.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Umberto França
Mendes, acompanhado do secretário geral, Jorge Luís França Mendes, estiveram no local e, a
princípio, enfrentaram dificuldades para ter acesso a área do acidente e acompanhar os

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trabalhos periciais. "Se não nos deixarem entrar, vamos denunciar o caso ao Ministério
Público", chegou a afirmar o presidente.
Após os trabalhos da perícia, Jorge Luís declarou que houve responsabilidade da
empresa, encarregada pela obra, no acidente. "A construção está muito próxima da rede de
alta tensão, com a fiação sem nenhum tipo de proteção; que, por lei, é obrigatória existir em
obras com no mínimo quatro metros de distância da rede elétrica. Essas pessoas nunca haviam
trabalhado antes em uma obra. Tiveram a carteira assinada pela primeira vez aqui, com data
de junho de 2010, e o provável é que não tinham conhecimento do risco que corriam. O
sindicato vai fazer de tudo para que as famílias desses operários sejam indenizadas, de forma
correta".

3.1 Prevenção dos acidentes e doenças decorrentes do trabalho


Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças
decorrentes do trabalho apresentam fatores extremamente negativos para a empresa, para o
trabalhador acidentado e para a sociedade. Anualmente, as altas taxas de acidentes e doenças
registradas pelas estatísticas oficiais expõem os elevados custos e prejuízos humanos, sociais
e econômicos que custam muito para o País, considerando apenas os dados do trabalho
formal.

3.2 Prejuízos dos Acidentes


O somatório das perdas, muitas delas
irreparáveis, é avaliado e determinado levando-se
em consideração os danos causados à integridade
física e mental do trabalhador, os prejuízos da
empresa e os demais custos resultantes para a
sociedade.
As estatísticas da Previdência Social, que
registram os acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, revelam uma enorme quantidade de
pessoas prematuramente mortas ou incapacitadas
para o trabalho.

3.2.1 Aos Trabalhadores


Os trabalhadores que sobrevivem a esses infortúnios são também atingidos por danos
que se materializam em:
 sofrimento físico e mental;
 cirurgias e remédios;
 próteses e assistência médica;
 fisioterapia e assistência psicológica;
 dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
 diminuição do poder aquisitivo;
 desamparo à família;
 estigmatização do acidentado;
 desemprego;
 marginalização;
 depressão e traumas.

3.2.2 A empresa
As empresas são fortemente atingidas pelas conseqüências dos acidentes e doenças,
apesar de nem sempre os seus dirigentes perceberem este fato. O custo total de um acidente é

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dado pela soma de duas parcelas: uma refere-se ao custo direto (ou custo segurado), a
exemplo do recolhimento mensal feito à Previdência Social, para pagamento do seguro contra
acidentes do trabalho, visando a garantir uma das modalidades de benefícios estabelecidos na
legislação previdenciária.
A outra parcela refere-se ao custo indireto (custo não segurado). Estudos informam
que a relação entre os custos segurados e os não segurados é de 1 para 4, ou seja, para cada
real gasto com os custos segurados, são gastos 4 com os custos não segurados.
Um acidente do trabalho pode ser medido, em sua intensidade, através da
quantificação de danos e perdas. O elemento selecionado para referenciar a intensidade do
acidente varia, de acordo com o objetivo estabelecido para a investigação. Pode ser utilizada,
basicamente, como referência, qualquer dos itens apresentados abaixo; da mesma forma,
combinações entre eles:
 Número de vítimas
 Número de vítimas por gravidade da lesão, desde acidente fatal até um simples
atendimento ambulatorial.
 Área do meio ambiente atingida.
 Danos ao patrimônio da empresa.
 Prejuízo em função da paralisação da produção
 Danos ao patrimônio de terceiros.
 Danos aos bens públicos.
 Perda de contratos, particularmente no caso de fornecedores de companhias maiores;
 Perda de imagem institucional da empresa;
 Multas trabalhistas;
 Tempo despendido pela alta administração e especialistas na investigação de acidentes
e acompanhamento de perícias

3.2.3 A sociedade
As estatísticas informam que os acidentes atingem, principalmente, pessoas na faixa
etária dos 20 aos 30 anos, justamente quando estão em plena condição física.
Muitas vezes, esses jovens trabalhadores, que sustentam suas famílias com seu
trabalho, desfalcam as empresas e oneram a sociedade.

3.2.4 Ao País
 redução da população economicamente ativa;
 aumento da taxação securitária;
 aumento de impostos e taxas;
 socorro e medicação de urgência;
 intervenções cirúrgicas; mais leitos nos hospitais e.
 maior apoio da família e da comunidade; e benefícios previdenciários.

É importante ressaltar que, apesar de todos os


cálculos, o valor da vida humana não pode ser
matematizado, sendo o mais importante no estudo o
conjunto de benefícios que a empresa consegue com a
adoção de boas práticas de Saúde e Segurança no
Trabalho, pois, além de prevenir acidentes e doenças,
está vacinada contra os imprevistos acidentários, reduz
os custos, otimiza conceito e imagem junto à clientela e
potencializa a sua competitividade.

Docente: Drª. Priscylla Gondim, e-mail: priscylla.gondim@ifrn.edu.br


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3.3 Acidente de trabalho – definição


Existem dois tipos de conceitos relacionados à segurança do trabalho: o conceito
prevencionista ou da prevenção e o conceito legal ou previdenciário, que está relacionado à
previdência social.
Um acidente pode envolver qualquer um, ou uma combinação dos seguintes fatores:
 Homem – Uma lesão, que representa apenas um dos possíveis resultados de um
acidente.
 Material – Quando o acidente afeta apenas o material.
 Maquinário – Quando o acidente afeta apenas as máquinas. Raramente um acidente
com máquina se limita a danificar somente a máquina.
 Equipamento – Quando envolver equipamentos, tais como: empilhadeiras,
guindastes, transportadoras, etc.
 Tempo – Perda de tempo é o resultado constante de todo acidente, mesmo que não
haja dano a nenhum dos fatores acima mencionados.

3.3.1 Conceito legal


Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Destacando alguns termos...
 Exercício do trabalho é o período em que o empregado esteja trabalhando ou por
conta do empregador, sob sua responsabilidade. O art. 21, §1º considera também a
exercício do trabalho os períodos de refeição, descanso ou por ocasião da satisfação
das necessidades fisiológicas.
 Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por
exemplo, um ferimento cortante no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
 Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido.
Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma
perturbação funcional.
É importante salientar que esse conceito refere-se única e exclusivamente aos danos
ocasionados ao trabalhador, uma vez que somente ele é objeto de preocupação da previdência
social, não interessa ao INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social – os danos ocorridos
devido às perdas de tempo ou danos materiais ocorridos no ambiente de trabalho resultante de
um acidente.

3.3.2 Conceito prevencionista


Acidente de Trabalho, sob o aspecto prevencionista, pode ser definido como a
ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo
normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ ou lesões nos trabalhadores,
e/ou danos materiais.
Esse conceito abraça todos os prejuízos oriundos de um acidente no ambiente de uma
empresa, tais como: diminuição do ritmo da produção para o atendimento ao acidentado,
quebra de máquinas, equipamentos e ferramentas, ferimentos físicos no trabalhador, geração
de outros acidentes em decorrência do sentimento de insegurança no ambiente de trabalho.

3.3.3 Casos de acidentes catastróficos

3.3.3.1 O Desatre em Bophal


Causando danos ao patrimônio da empresa, ao patrimônio de terceiros, aos bens
públicos, ao meio ambiente e às pessoas.

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A tragédia de Bhopal foi um desastre industrial que ocorreu na madrugada de 3 de


dezembro de 1984, quando 40 toneladas de gases tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da
empresa norte-americana Union Carbide. É o pior desastre industrial ocorrido até hoje e pode
ser considerado um exemplo de crime corporativo. Mais de 500 mil pessoas, a sua maioria
trabalhadores, foram expostas aos gases e pelo menos 27 mil morreram por conta disso. A
Union Carbide, empresa de pesticidas de origem americana, se negou a fornecer informações
detalhadas sobre a natureza dos contaminantes, e, como conseqüência, os médicos não
tiveram condições de tratar adequadamente os indivíduos expostos. Cerca de 150 mil pessoas
ainda sofrem com os efeitos do acidente e aproximadamente 50 mil pessoas estão
incapacitadas para o trabalho, devido a problemas de saúde.
As crianças que nascem na região filhas de pessoas afetadas pelos gases também
apresentam problemas de saúde. Mesmo hoje os sobreviventes do desastre e as agências de
saúde da Índia ainda não conseguiram obter da Union Carbide e de seu novo dono, a Dow
Química(Dow Chemicals), informações sobre a composição dos gases que vazaram e seus
efeitos na saúde. Apesar deste quadro absurdo, a fábrica da Union Carbide em Bhopal
permanece abandonada desde a explosão tóxica enquanto que resíduos perigosos e materiais
contaminados ainda estão espalhados pela área, contaminando solo e águas subterrâneas,
dentro e no entorno da antiga fábrica. A empresa tentou se livrar da responsabilidade pelas
mortes provocadas pelo desastre, pagando ao governo da Índia uma indenização irrisória em
face a gravidade da contaminação.
A Union foi intimada a compensar aqueles que, com o desastre, perderam sua
capacidade de trabalhar. A companhia se recusou a pagar US$ 220 milhões exigidos pelas
organizações de sobreviventes. Em fevereiro de 1989, depois de cinco anos de disputa legal, o
Governo Indiano e a empresa chegaram a um acordo de US$ 470 milhões. Supostamente, esta
quantia deveria pôr fim a toda responsabilidade da indústria perante à sociedade. A
indenização médica, de US$ 370 a US$ 533 por pessoa, seria suficiente apenas para cobrir
despesas médicas por cinco anos. Muitas das vítimas, incluindo-se crianças sofrerão os efeitos
pelo resto da vida. A indenização acordada não cobriu despesa médicas ou prejuízos

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relacionados à exposição contínua à área contaminada. O maior acidente industrial do mundo


custou à Union Carbide apenas US$ 0,48 por ação.
Os moradores encontram-se revoltados e indignados com a situação em que vivem.
Rachna Dhingra é um morador que sente na pela a tortura causada pela toxicidade do local e,
segundo ele, o governo não é nem um pouco sensível à essa situação: olha para os
sobreviventes com um olhar de desgosto.Boatos dizem que as vítimas não receberam todo o
dinheiro da compensação paga pela Union Carbide ao governo.
______________________________________________________________
Vide o artigo “Desastre de Bhopal no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Desastre_de_Bhopal

3.3.3.2 O Desastre de Chernobyl


Causando danos ao patrimônio da empresa, ao patrimônio de terceiros, aos bens
públicos, ao meio ambiente e às pessoas. Danos causados até mesmo em outros países.
Em 26 de Abril de 1986, explodiu um reator da central de Chernobyl que libertou uma
imensa nuvem radioativa contaminando pessoas, animais e o meio ambiente de uma vasta
extensão do tamanho de Guadalupe na Africa. Ironicamente, o acidente se deu durante o teste
de um mecanismo de segurança que garantiria a produção de energia em caso de acidentes. A
explosão ocorreu quando o sistema era testado em um dos blocos da usina, provavelmente
devido à instabilidade do reator provocada por uma combinação de erros humanos na sua
operação e sua construção estar incompleta à época.
No início da madrugada do dia 26, às 1:23 horas, aproveitando um desligamento de
rotina, procederam-se à realização de alguns testes para observar o funcionamento do reator a
baixa energia. Os técnicos encarregados desses testes não seguiram as normas de segurança e
pelo fato de o moderador de neutrons ser à base de grafite, o reator poderia apresentar
instabilidade num curto período de tempo, o que acabou por acontecer. As pessoas foram
alertadas 30 horas depois do acidente, até então, tudo havia sido mantido em segredo.
Nos territórios contaminados, foram retiradas aproximadamente 200 mil m² de granito;
2500 km de estradas foram asfaltados e alguns vilarejos foram destruídos e soterrados.
Mesmo assim, não foi possível a reocupação de todas as áreas que foram contaminadas.
(Pivovarov & Mikhalev 2004) 5 milhões de hectares de terras foram inutilizados, e houve
contaminação significativa de florestas.
Apenas 5 trabalhadores da usina sobreviveram ao acidente, sendo que alguns estão
vivos até hoje. O acidente de Chernobyl teve 400 vezes mais radiação do que a bomba
atômica de Hiroshima no Japão, após a Segunda Guerra Mundial.
________________________________________________________________________
Vide o artigo “Chernobyl”no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chernobyl

3.3.4 Casos de acidentes envolvendo trabalhadores

Pedreiro será indenizado em 30 mil por acidente de trabalho


Data: 07/10/2010 / Fonte: TST

Um pedreiro que, após dois meses de trabalho na empresa, foi vítima de um acidente
de trabalho que o deixou com incapacidade total e permanente para o trabalho, receberá
indenização de R$ 30 mil a título de dano moral, acrescido de uma pensão mensal, até
completar 70 anos, por dano material, no valor do salário que recebia à época do acidente.
A decisão foi da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, ao julgar recurso
da empresa contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) que havia
concedido as indenizações. A turma entendeu que houve no acidente responsabilidade
objetiva da empresa.

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O acidente ocorreu em 2002, quando duas lajotas despencaram de um andar superior


na obra onde se encontrava trabalhando, atingindo-o na cabeça e atrás do pescoço. Após o
acidente o empregado passou a sofrer de "tetraparesia espástica dolorosa", doença que
ocasionou a diminuição da força muscular de seus quatro membros, incapacitando-o de forma
definitiva para o trabalho.

3.3.5 Doenças Ocupacionais


As doenças ocupacionais são consideradas Acidentes do Trabalho, e são divididas em:
a) Doença Profissional
b) Doenças do Trabalho

a) Doença Profissional
É a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade. Como exemplo podemos citar o trabalho com manipulação de areia, sem a devida
proteção, pode levar ao aparecimento de uma doença chamada silicose. A própria atividade
laborativa basta para comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença.

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b) Doença do trabalho
É a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente. Como exemplo temos um
trabalho num local com muito ruído e sem a
proteção recomendada pode levar ao
aparecimento de uma surdez.
Outro caso, são os trabalhadores que
realizam a esforços repetitivos e adquirem a
LER/DORT, já que podem ser adquiridas ou
desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação direta a determinada profissão.Neste
caso, necessita-se comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença.
A doença do trabalho não está vinculada necessariamente a esta ou aquela
profissão. Seu aparecimento decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições
específicas do ambiente de trabalho.

Fique por dentro!


NÃO são consideradas como doenças do trabalho:
 a doença degenerativa = diabetes;
 a inerente a grupo etário = o reumatismo;
 a que não produza incapacidade laborativa = a miopia; e
 a doença endêmica, a exemplo da malária, adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela
natureza do trabalho.

3.3.6 Equiparação ao acidente de trabalho


I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho;
c) ato de imprudência (excesso de confiança), de negligência (falta de atenção) ou de
imperícia (inabilitação) de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão, por exemplo, o louco; e
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos (quedas de raios) ou
decorrentes de força maior (enchentes);
III - a doença proveniente de contaminação
acidental do empregado no exercício de sua
atividade. Como exemplo, a AIDS adquirida
por profissional de saúde ao manipular
instrumento com sangue ou outro produto
derivado contaminado.
IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda
que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na
realização de serviço sob a autoridade da
empresa;
b) na prestação espontânea de

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qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;


c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhorar capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio
de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; e
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, desde que não
seja interrompido ou alterado o percurso habitual.
V - nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado no
exercício do trabalho.

3.4 Tipos de acidentes


Os acidentes do trabalho pessoais dividem-se em 3 grupos: Típico, Doença e Trajeto.
a) Acidente típico: é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa;
b) Doença profissional ou do trabalho);
c) Acidente de trajeto: é aquele que ocorre no percurso do local de residência para o de
trabalho, desse para aquele, ou de um para outro local de trabalho habitual, considerando a
distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto.

Abaixo, casos que, havendo lesão, podem ser classificados como acidentes típicos.

3.5 Classificação dos acidentes do trabalho


 Acidente sem afastamento: É o acidente em que o acidentado, segundo opinião do
médico, pode exercer sua função normal no mesmo dia do acidente, ou no dia
imediato ao dia do acidente, no horário regulamentar.
 Acidente com afastamento: É o acidente que provoca a incapacidade temporária,
incapacidadfe permanente ou morte do acientado.
 Incapacidade temporária: É a perda total da capacidade para o trabalho para um
período limitado de tempo, nunca superior a um ano. Portanto, é aquela em que o
acidentado depois de algum tempo afastado do serviço devido ao acidente, volta ao
mesmo executanto suas funções normalmente como as fazia antes do acidente.
 Incapacidade permanente: É a capacidade temporária que ultrapassa um ano. Pode
ser parcial ou total

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 Incapacidade parcial permanente: É a perda de qualquer membro ou parde dele,


pertubação de qualquer membro ou parte do mesmo. Exemplos: perda de um dos
olhos, perda de um dedo.
 Incapacidade total permanente: Perda anatômica ou impossibilidade funcional, em
suas partes essenciais, de mais de um membro, conceituando-se como partes
essenciasis da mão e o pé. Exemplo: Perda da visão de um olho e redução simultânea
de mais da metade da visão do outro.
 Morte: Fim da vida

3.6 Principais conceitos


Acidente: É o evento não-programado nem
planejado que resulta em lesão, doença ou morte,
dano ou outro tipo de perda.
Incidente: É o evento que tem o potencial de levar a
um acidente ou que deu origem a um acidente.
Perigo: É a fonte ou situação com potencial para
provocar danos ao homem, à propriedade ou ao
meio ambiente, ou a combinação destes.
Risco: É a combinação da probabilidade de
ocorrência e da gravidade de um determinado evento
perigoso.
Dano: É a conseqüência de um perigo, em termos de lesão, doença, prejuízo à propriedade,
meio ambiente ou uma combinação destes.
Desvio: São as posturas, ações ou condições ambientais inseguras que podem gerar acidentes
ou incidentes.
Saúde: É o equilíbrio do bem-estar físico, mental e social do ser humano.

3.7 Principais causas dos acidentes e doenças do trabalho


Inúmeros fatores contribuem para a ocorrência de acidentes e doenças nos locais de
trabalho. Geralmente, adotam-se concepções simples e erradas para aquilo que causou os
acidentes ou doenças, buscando-se, desta forma, o consolo para os infortúnios através da
alegação de que foi coisa do destino, má sorte, obra do acaso, castigo de Deus.
Na verdade, todos os acidentes podem ser evitados se providências forem adotadas
com antecedência e de maneira compromissada e responsável.
Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se
removido a tempo, teria evitado o acidente. Os acidentes não são inevitáveis, não surgem por
acaso, eles, na maioria das vezes, são causados, e, portanto possíveis de prevenção, através da
eliminação a tempo de suas causas.
Sabe-se que os acidentes causam enormes prejuízos, tanto material quanto moral, aos
trabalhadores, ao governo, às empresas e à sociedade.

3.8 Conseqüências aos trabalhadores


Os acidentes podem provocar lesões ou doenças ocupacionais das mais variadas
gravidades, desde um pequeno corte até a morte; desde surdez até um câncer,
respectivamente, podendo ser:
 Lesão sem perda de tempo - O trabalhador recebe atendimento médico e retorna no
mesmo dia às suas atividades profissionais. Por exemplo, um curativo feito em um
pequeno corte.
 Incapacidade temporária – Trabalhador fica afastado do trabalho por um período até
que esteja apto para retornar sua atividade profissional. No caso de lesão, por

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exemplo, o afastamento do trabalhador devido fratura na perna decorrente de uma


queda de 4 metros de altura. No caso de doença, por exemplo, um soldador adquirir
febre dos fumos metálicos.
 Incapacidade permanente – O trabalhador fica incapacitado de exercer sua atividade
profissional. Esta incapacidade pode ser total ou parcial. A perda de um membro do
corpo que incapacite totalmente o trabalhador, perda das duas visões etc.
 Óbito – O trabalhador falece em decorrência do acidente do trabalho.

3.8.1 Benefícios aos trabalhadores


A Previdência Social, através da Lei 8.213/91, criou regras para beneficiar os
trabalhadores em diversas situações envolventes das relações do trabalho. Dentre elas, os
casos de acidentes do trabalho.
Desse modo, os gastos previdenciários decorrentes do acidente do trabalho são:
a) Auxílio doença acidentário
b) Auxílio acidente
c) Aposentadoria por invalidez
d) Pensão por morte
e) Reabilitação

a) Auxílio doença acidentário


Se o trabalhador ficar doente ou afastar do trabalho (incapacidade temporária)
em decorrência de acidente por mais de 15 dias consecutivos, tem direito ao auxílio doença
acidentário (art. 60, lei 8.213/91).
 Será devido a partir do 16° dia de afastamento do trabalho;
 Renda mensal de 91% do salário-de-benefício. (art. 61 da Lei 8.213/91).
 Durante o afastamento será considerado pela empresa como licenciado (art. 63 da
Lei 8.213/91).

b) Auxílio acidente
Se o trabalhador tiver seqüelas, decorrente de acidente de trabalho, que impliquem
na redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, tem direito ao
auxílio acidente. (Art. 86 da Lei 8.213/91)
 Será devido quando cessar o auxílio doença acidentário, ou seja, quando ele
retornar ao trabalho.
 Renda mensal de 50% do salário-de-benefício

c) Aposentadoria por invalidez


Caso o trabalhador não tiver condições de retornar ao trabalho (incapacidade
permanente) tem o direito de aposentar por invalidez enquanto permanecer nesta condição
(art. 42 da Lei 8.213/91).
 A concessão depende de exame médico-pericial a cargo do INSS (art. 42 § 1º da Lei
8.213/91);
 Se considerado inválido, encerra-se o auxílio-doença acidentário;
 Renda mensal de 100% do salário-de-benefício (art. 43 e 44 da Lei 8.213/91).

d) Pensão por morte


Quando o trabalhador morre, seja natural ou decorrente de acidente do trabalho, a
família tem o direito de receber uma pensão por morte (art. 74 da Lei 8.213/91).
 Recebe o marido, a mulher ou companheira (o), filho menor de 21 anos ou inválido de
qualquer idade;

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 pai e mãe; irmão menor de 21 anos ou inválido de qualquer idade.


 Renda mensal de 100% do salário-de-benefício (art. 75 da Lei 8.213/91).

e) Reabilitação
A reabilitação profissional deve proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou
totalmente para o trabalho os meios para a reeducação e de readaptação profissional para
participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. (art 89 da Lei 8.213/91).
Compreende reabilitação profissional:
 O fornecimento, reparação ou substituição de aparelho de prótese e instrumentos
de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder
ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à reabilitação profissional;
 O transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

3.8.2 Comunicação do Acidente de Trabalho - CAT


Após a execução das medidas de primeiros socorros e assistência ao acidentado, toda
empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob
pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite do salário da contribuição,
sucessivamente aumentada nas reincidências.
No caso da não comunicação, o INSS poderá aplicar multas. Caso a empresa omitir o
acidente, o próprio trabalhador poderá comunicá-lo. Em caso de morte, é obrigatória a
comunicação à autoridade policial.
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou
qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.
Com relação ao acidente que cause a morte do trabalhador, é importante a sua
comunicação porque é preciso que a autoridade policial investigue no inquérito próprio se
há delito a ser punido na esfera criminal, daí a importância da colheita imediata de provas no
local do acidente.
Caso o acidente de trabalho seja detectado tardiamente, quando o trabalhador estiver
desempregado, o que é comum ocorrer nos casos das doenças ocupacionais ou nos exames
médicos para novo emprego, a CAT deverá ser emitida pela ex-empregadora.
A comunicação de acidentes permite ao INSS estimar e acompanhar o real impacto do
trabalho sobre a saúde e a segurança da população brasileira. O INSS controla e publica as
estatísticas de acidentes do trabalho no Brasil.
A Comunicação do Acidente do Trabalho - CAT à Previdência Social deverá ser
de acordo com formulário próprio criado pelo INSS, cujo modelo pode ser obtido pela
internet no endereço http://www.previdenciasocial.gov.br sendo que atualmente a remessa
também pode ser feita eletronicamente.
Ao segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de
doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do
auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.

3.9 Causas dos Acidentes e Doenças Profissionais


Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fato que, se removido
a tempo, teria evitado o acidente. Os acidentes são evitáveis, não surgem por acaso e,
portanto, são passíveis de prevenção.
Sabemos que os acidentes ocorrem por falha humana ou por fatores ambientais.

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3.9.1 Falha Humana


A falha humana, também chamada de Ato Inseguro, é definida como sendo aquela que
decorre da execução de tarefas de forma contrária às normas de segurança.
O ato o inseguro é cometido quando o trabalhador, mesmo treinado e sabendo
discernir o certo do errado, viola regra de segurança por vontade própria, dando causa
ao acidente.
Os processos educativos, a repetição das inspeções, as campanhas e outros recursos se
prestarão a reduzir sensivelmente tais falhas, que podem ocorrer em virtude de:
a) Levantamento impróprio de carga;
b) Permanecer embaixo de cargas suspensas;
c) Realização de operações ao qual não esteja devidamente autorizado;
d) Operação de máquinas com velocidade inseguras;
e) Uso de equipamentos inadequados ao realizar uma tarefa

3.9.2 Fatores ambientais


Os fatores ambientais (condições inseguras) de um local
de trabalho são as falhas físicas que comprometem a segurança
do trabalho. Exemplificando, podemos citar:
a) falta de iluminação;
b) ruídos em excesso;
c) falta de proteção nas partes móveis das máquinas;
d) falta de limpeza e ordem (asseio);
e) passagens e corredores obstruídos;
f) piso escorregadio;
g) proteção insuficiente ou ausente para o trabalhador.

Por ocasião das inspeções de segurança são levantados os fatores ambientais de


insegurança e, por meio de recomendações para correção de tais falhas, elas poderão ser
evitadas.
Embora nem todas as condições inseguras possam ser resolvidas, é sempre possível
encontrar soluções parciais para as situações mais complexas e soluções totais para a maior
parte dos problemas observados.

Docente: Drª. Priscylla Gondim, e-mail: priscylla.gondim@ifrn.edu.br


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Docente: Drª. Priscylla Gondim, e-mail: priscylla.gondim@ifrn.edu.br


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Quadro Resumo Causas dos Acidentes e Doenças Ocupacionais

CAUSAS DOS ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS

H
A
O
M
FATORES
PESSOAIS
ATOS
INSEGUROS C Lesões físicas
E I
M D Doenças
E profissionais
N
M
E FATORES CONDIÇÕES
T Perda de tempo
MATERIAIS E
I INSEGURAS
S
O Danos materiais

Os fenômenos da natureza podem ser previstos, mas são de difícil controle pelo
homem (raios, furacões, tempestades, etc.)
Se conseguirmos controlar as falhas humanas e os fatores ambientais que
contribuem para a causa de um acidente de trabalho, estaremos eliminando os
acidentes.
Os instrumentos mais eficazes para a prevenção dos acidentes são:
a) Inspeções de segurança.
b) Processos educativos para o trabalhador.
c) Campanhas de segurança
d) Análise dos acidentes
e) CIPA atuante.

3.10 A Estatística e a Segurança do Trabalho


Os objetivos da Estatística de acidentes na Segurança do Trabalho são:
a) Possibilitar avaliações sobre o desempenho do programa de Segurança do Trabalho da
empresa, através de comparações de índices de acidentes ocorridos entre os seus diversos
setores ou entre empresas de mesmo ramo de atividades na mesma ou em diferentes regiões
do país ou no mundo.
b) Propiciar o desenvolvimento de estudos referentes ao custo de acidentes.
c) Fornecer aos órgãos públicos e particulares dados concretos e atualizados da estatística
acidentária – nesse caso os interessados teriam parâmetros para avaliar a necessidade ou não
de intervenção nos programas de segurança desenvolvido pelas empresas.
d) Desenvolver programas que visem à redução de acidentes do trabalho e assim permitir que
a empresa pague prêmios menores no tocante ao seguro de acidente do trabalho.

Conforme observado em nossos estudos, quando ocorre um acidente, a empresa, por


força de lei, é obrigada a enviar a CAT ao INSS, alimentando, assim, o seu banco de dados.

Docente: Drª. Priscylla Gondim, e-mail: priscylla.gondim@ifrn.edu.br


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As estatísticas de acidentes do trabalho no Brasil são controladas pelo Ministério


da Previdência Social, junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Sabe-se também que existe um problema crônico no País que dificulta a confiabilidade
dos dados apresentados por esta instituição: a falta de registros de acidentes, seja por
desconhecimento da Lei, desinteresse em cooperar com a prevenção,
ou ate mesmo pelo fato de simples omissão voluntária com intuito
de evitar onerosidade futura.
As estatísticas de acidentes no Brasil podem ser visualizadas
no site da Previdência Social através do endereço eletrônico
www.previdenciasocial.gov.br. O interessante neste site é a
existência de um documento, disponível para download,
denominado “Anuário estatístico da previdência social”. Nele
estão contidos todos os dados estatísticos da Previdência Social,
inclusive os dados referentes à acidentes do trabalho, distribuídos
por região, idade, tipos, parte do corpo mais atingida dentre outros. É um importante
documento para os estudiosos no assunto.

* Exemplo da importância da aplicação da estatística de acidentes do trabalho:


Com base estatística os órgãos públicos se orientam na melhor forma de intervir e
estabelecer regras para prevenção de acidentes no País. Como exemplo, podemos citar a
elaboração da Norma Regulamentadora NR- 33 ―Segurança em Espaços Confinados‖. Esta
norma foi elaborada em função da análise crítica das estatísticas de acidentes no Brasil
envolvendo espaço confinado, ou seja, espaços que não são feitos para ocupação humana.

 Atividade
1. Analisando a situação proposta, você vai averiguar e responder se o acidente relatado
aconteceu devido a ―ato inseguro‖ ou ―condição insegura‖ e por que você defende sua
opinião.
Um funcionário ao traspassar pelo portão da casa de um cliente para efetuar a leitura
do consumo de água, não sabendo da existência de um cachorro no local foi mordido pelo
mesmo e sofreu ferimentos leves na perna.

2. O que é acidente do trabalho:


a. do ponto de vista legal ou previdenciário?
b. do ponto de vista prevencionista?

3. Que é doença do trabalho? Dê um exemplo.

4. Que é doença profissional? Dê um exemplo.

5. Que é acidente de trajeto?

6. Que é acidente fatal?

7. Identifique se a situação é Ato Inseguro ou Condição Insegura


Utilizar equipamentos Ambiente externo
defeituosos perigoso
Assumir posição Brincar em serviço
insegura
Arrumação perigosa Protetores inadequados

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ou inexistentes
Desprezar dispositivos Conduzir veículo de
de segurança forma imprudente
Usar vestimenta Usar equipamento de
inadequada modo impróprio
Fazer misturas ou Equipamentos
combinações perigosas defeituosos
Colocar os pés de Ausência de
forma insegura sinalização ou aviso de
segurança

8. Quais as causas/fatores relacionados aos acidentes de trabalho?

9. Que são atos inseguros? Exemplifique.

10. Que são condições inseguras? Exemplifique.

11. Cite algumas (pelo menos três) consequências dos Acidentes do Trabalho visando os
trabalhadores, empresa e ao País.

12. Quais os benefícios e serviços da Previdência Social prestados aos segurados ou a seus
familiares, que estão diretamente relacionados com os acidentes de trabalho?

13. Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da


empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte, perda ou
redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Logo o acidente de
trabalho deve-se principalmente a duas causas:
a) Ato inseguro e condição insegura
b) Ato involuntário e falta de orientação para o trabalhador
c) Condição insegura e péssimas condições de funcionamento da empresa
d) Ato inseguro e condição financeira da empresa

14. Diferencie: Acidente, Incidente, Desvio e Dano.

15. O que é a CAT? Relate seus benefícios.

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4. Serviço Especializado em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT

É sabido que qualquer empresa precisa possuir um corpo gerencial, administrativo,


técnico e operacional bem estruturado para que se tenha bom desempenho organizacional.
Assim, as empresas possuem em seu quadro de pessoal os profissionais necessários para o seu
funcionamento, como exemplo os contadores (controlam as atividades contábeis), os
mecânicos e eletricistas (realizam manutenções), os operadores (executam o planejado,
―fazem acontecer‖), os engenheiros (desenvolvem projetos) dentre outros profissionais.
No que tange à Segurança e Medicina do Trabalho, também é preciso que as empresas
tenham em seu quadro de pessoal profissionais especialistas neste assunto, com formação
acadêmica específica, justamente para:
 Contribuir com a empresa na disseminação das NR‘s e leis pertinentes;
 Assessorar, tecnicamente, o empregador e os trabalhadores sobre os requisitos
necessários para estabelecer e manter um ambiente de trabalho seguro e salubre;
 Promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
Estes profissionais são chamados de Serviços Especializados
em Segurança e Medicina do Trabalho, mais conhecido como
“SESMT”, sendo peças fundamentais para a construção de um
ambiente de trabalho seguro e saudável, evitando acidentes e doenças
do trabalho. A composição, o dimensionamento (quantidade) e as
atribuições dos SESMT são regulamentados pelo Ministério do
Trabalho, através da NR4 “Serviços Especializados em Segurança e Medicina do
Trabalho”.

4.1 Composição dos SESMT


Faz parte da composição dos SESMT, segundo a NR-4, somente para os seguintes
profissionais: Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro
do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do
Trabalho (ou Técnico de Enfermagem do Trabalho). A NR4 determina que estes
profissionais deverão satisfazer, basicamente, os seguintes requisitos:

Profissional Requisitos Carga horária semanal


Engenheiro de segurança Engenheiro (formação em qualquer 03 horas (tempo parcial)
do trabalho área) ou arquiteto, ambos com pós- ou
graduação em 06 horas (tempo total)
Engenharia de Segurança do
Trabalho.
Médico do trabalho Médico, com pós-graduação em 03 horas (tempo parcial)
Medicina do Trabalho, ou portador de ou
certificado de residência médica em 06 horas (tempo total)
área de concentração em saúde do
trabalhador.
Enfermeiro do trabalho Enfermeiro, com pós-graduação em 03 horas (tempo parcial)
Enfermagem do Trabalho. ou
06 horas (tempo total)
Auxiliar de enfermagem do Auxiliar de enfermagem ou técnico de 08 horas
trabalho enfermagem, portador de certificado

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de conclusão de
curso de qualificação de auxiliar de
enfermagem do trabalho, ministrado
por instituição especializada
reconhecida e autorizada pelo
Ministério da Educação;
Técnico de segurança do Técnico, portador de comprovação 08 horas
trabalho de registro profissional expedido
pelo Ministério do Trabalho.

Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho é vedado o


exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, ficando por conta
do empregador todo o ônus decorrente da instalação e manutenção do mesmo.
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e
indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a
finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de
trabalho.

4.2 Dimensionamento do SESMT


Para efeitos desta Norma, entende-se por Dimensionamento a quantidade mínima
obrigatória dos profissionais dos SESMT nas empresas. Para tanto esta Norma estabelece que
quanto maior o risco da atividade econômica, maior será a quantidade destes profissionais.
Um outro fator considerado é o número de empregados na empresa. A quantidade dos
profissionais dos SESMT deve ser proporcional ao número de empregados na empresa.
Assim, a NR4 estabelece que o dimensionamento dos SESMT vincula-se a dois
parâmetros, à gradação do risco da empresa e ao número total de empregados do
estabelecimento, constantes em seus quadros I e II.

a) Gradação de risco: como já relatada, pode ser classificada em 1, 2, 3 ou 4, sendo que o


grau 1 é o de menor risco, enquanto que o grau 4 é o de maior risco. Para classificação do
grau de risco das atividades econômicas, dois fatores são determinantes:
 Potencial do dano (ou sua gravidade);
 Probabilidade da ocorrência do acidente.

b) Número total de funcionários: São os trabalhadores que estão executando suas atividades
no estabelecimento.
Primeiramente, analisemos o quadro I da NR4 para identificarmos o grau de risco
das atividades econômicas do Brasil. O quadro I foi adaptado da NR4, ficando parcial,
visto que existem muitas atividades econômicas, não havendo necessidade de sua colocação
na íntegra neste trabalho. O objetivo aqui é apenas correlacionar atividade econômica x grau
de risco.

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QUADRO I da NR4 - CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES


ECONÔMICAS - PARCIAL.

Exemplos:
 Como exemplo, a atividade econômica de “fabricação de automóveis, caminhonetas
e utilitários”, código CNAE 34.10-0, possui o grau de risco 3;
 A atividade econômica de “extração de petróleo e gás natural”, código CNAE
11.10-0, possui o grau de risco 4.
 A atividade econômica de “Consultoria em sistemas de informática”, código CNAE
72.10 9, possui o grau de risco 1.
Agora que sabemos como identificar o grau de risco das atividades econômicas,
analisemos o Quadro II da NR4 para sabermos como dimensionar o SESMT. Para isto basta
correlacionar o grau de risco da atividade econômica versus quantidade de empregados.

QUADRO II da NR4 – Dimensionamento dos SESMT

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Assim, se uma empresa automobilística fabricante de automóveis, caminhonetas e


utilitários, cujo grau de risco é 3, possuir 2.975 empregados próprios em seu
estabelecimento, o dimensionamento do SESMT, obrigatoriamente, será:
 6 Técnicos de segurança do trabalho, trabalhando 8h/semanais;
 1 Engenheiro de segurança do trabalho, trabalhando 6h/semanais;
 2 Auxiliares de enfermeiro do trabalho, trabalhando 8h semanais;
 1 Médico do trabalho, trabalhando 6h/semanais.

É importante ressaltar que, no exemplo acima, o dimensionamento é para a empresa


automobilística, não se estendendo para as empresas contratadas prestadoras de serviços.
Neste caso, a contratada deverá possuir seu próprio SESMT. Entretanto, quando a empresa
contratada não se enquadrar no Quadro II da NR4, a contratante deve estender aos
empregados da contratada a assistência de seus SESMT.

4.3 Competências do SESMT


Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho:
a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao
ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos,
de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e
este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de
Proteção Individual-EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a
intensidade ou característica do agente assim o exija;
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações
físicas e tecnológicas da empresa;
d) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas
observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
e) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos
trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto
através de campanhas quanto de programas de duração permanente;
f) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;
g) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças
ocupacionais e agentes de insalubridade;
h) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja
vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário.

4.4 Registro do SESMT


Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
de que trata esta NR deverão ser registrados no órgão regional do MTE. O registro referido
deverá conter os seguintes dados:
a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho;
b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho do
MTE;
c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por estabelecimento;
d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento;

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e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho.

 Atividade
1. Dimensione a quantidade de funcionários do SESMT e sua carga horária nas empresas
abaixo:

Empresa Grau de Risco Quant. de func.


Extração de petróleo e gás 04 257
Fabricação de cimento 04 269
Fabricação de espelho 03 563
Fabricação de condutores elétricos (fios, cabos,
03 150
etc)
Fabricação de meias 02 1007
Farmácia 02 32
Comércio varejista de tecidos 01 1001
Fabricação de leite 03 724
Fabricação de meias 02 802
Aluguel de imóveis 01 3502

2. Em relação ao SESMT, podemos afirmar:


a) O regime de trabalho técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem são 6
(seis) horas por dia;
b) Tem como objetivo tomar medidas técnicas preventivas de acidente do trabalho ou doenças
ocupacionais de modo a proteger os trabalhadores em relação aos riscos profissionais que
porventura existam no ambiente de trabalho;

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c) O profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho poderá exercer


outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos SESMT, mediante acordo
coletivo de trabalho;
d) Todos os estabelecimentos são obrigados a constituir SESMT;
e) É constituído unicamente por médico do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar de
enfermagem do trabalho.

3. Quanto aos profissionais do SESMT, podemos afirmar:


a) O seu dimensionamento está vinculado unicamente à gradação do risco da atividade
principal;
b) São constituídos apenas por profissionais de nível superior com formação especializada em
segurança e medicina do trabalho.
c) É vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação no
SESMT.
d) Deverão ser empregados da empresa em tempo integral.
e) Tem carga horária semanal de 40 horas, 30 horas ou 20 horas de trabalho na empresa.

4. O que é SESMT?

5. Qual a importância do SESMT dentro da empresa?

6. Quantos e quais os profissionais que compõem o SESMT? Comente de forma sucinta sobre
as atribuições de cada profissional.

7. Como é feito o dimensionamento do SESMT?

8. Qual a carga horária dos profissionais do SESMT?

9. O que é Grau de Risco?

10. Cite quatro competências do SESMT.

11. Elenque três fatores de fracasso do SESMT na empresa.

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5. Adicional de Insalubridade e Periculosidade

Dentro do ambiente de trabalhado o funcionário poderá receber um adicional por estar


laborando em ambiente insalubre ou perigoso. Abaixo será melhor descrito esses dois
possíveis adicionais:

5.1 Insalubridade
São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do
tempo de exposição a seus efeitos (art. 189 da CLT).
Entende-se por Limite de Tolerância, para os fins desta Norma, a concentração ou
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao
agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
Sendo assim, pode-se dizer que as atividades desenvolvidas abaixo dos limites de
tolerância são salubres, enquanto que as desenvolvidas acima dos limites de tolerância são
insalubres; e assim está estabelecido na NR15.
Insalubre significa pouco saudável, doentio, nocivo, prejudicial à saúde, capaz de
provocar doenças. O seu antônimo é salubre, que significa saudável, higiênico, benéfico.
Portanto, operações e atividades insalubres são aquelas nocivas à saúde, pouco
saudáveis.
A Norma que estabelece as regras para as operações e atividades insalubres é a NR15
– “Operações e Atividades Insalubres”.
Na verdade, as atividades insalubres são aquelas que expõem os trabalhadores aos
riscos físicos (ruído, calor, frio etc), químicos (poeiras, gases etc) e biológicos (bactérias,
vírus etc), como já visto na NR9, capazes de causar danos à saúde.
Todavia, a insalubridade é caracterizada quando há exposição do trabalhador ao
risco ambiental acima de seu limite permitido. A NR15 Estabelece os Limites de
Exposição para cada risco ambiental que, se ultrapassado este limite, a atividade será
considerada insalubre, pois poderá levar o empregado a adquirir doenças.
Por exemplo: o ruído gerado nos processos industriais, embora seja um som
desagradável, é permitido ouvi-lo desde que não seja ultrapassado o seu limite estabelecido
pela NR15. Caso o trabalhador ficar exposto ao ruído acima do limite permitido, ficará
caracterizada atividade insalubre, pois sua audição ficará comprometida e, ao longo dos anos,
poderá adquirir a PAIR – Perda Auditiva Induzida por Ruído.
Da mesma forma, se um trabalhador fica exposto a uma determinada concentração de
poeiras minerais, acima do limite permitido pela NR15, também ficará caracterizada atividade
insalubre, pois, dependendo desta concentração, poderá causar doenças pulmonares, como
exemplo a Silicose.

5.1.1 Adicional de Insalubridade


Constatado que o Limite de Tolerância do risco ambiental foi ultrapassado na
operação ou atividade, o trabalhador terá o direito de receber um adicional de insalubridade,
conforme previsto no art. 7 da Constituição Federal.
A idéia do legislador em estabelecer a obrigatoriedade do pagamento do adicional de
insalubridade tem como princípio punir o empregador por expor o trabalhador a riscos

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ambientais acima dos limites permissíveis, face aos riscos gerados em seus processos
produtivos.

5.1.2 Breve histórico da insalubridade


A prática da insalubridade teve sua origem durante a Revolução Industrial Inglesa
(1760 – 1830).
Quando os adicionais foram criados, a finalidade era de que servissem como uma
verba alimentar. A expectativa era de que se alimentando melhor, o trabalhador ficaria
mais resistente às doenças ocupacionais. Ora, saúde não se troca por dinheiro.
No Brasil, o adicional de insalubridade teve origem em 1938, durante o governo de
Getúlio Vargas, através do decreto-lei nº 399. Quando instituídos os critérios de
insalubridade a orientação oficial era que eles teriam um caráter temporário. Durante a
implantação da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, em 1º de maio de 1943, foi
previsto que as condições insalubres poderiam ser eliminadas pelo tempo limitado da
exposição ao risco, pela utilização de processos, métodos ou disposições especiais, ou
ainda pela adoção de medidas, gerais ou individuais, capazes de defender e proteger a saúde
do trabalhador.

5.1.3 Conseqüências do adicional de insalubridade


O aumento nos vencimentos acabou por ser um atrativo para que houvesse cada vez
mais pessoas dispostas a se exporem aos riscos e, com isto, o contingente de adoecimentos
cresceu ao invés de diminuir.
De um lado, empregadores achando que sai mais barato pagar o adicional do que
melhorar os processos de trabalho ou investir em proteções coletivas e individuais.
De outro, os trabalhadores que se sujeitam a permanecerem desprotegidos pela
―vantagem financeira‖ que acreditam estar levando.
Além do pagamento do adicional há a expectativa da aposentadoria especial, esta sim
parecendo ser a verdadeira mola propulsora da permanência dos adicionais. A maioria da
população brasileira não consegue sobreviver como ‗beneficiário‘ do INSS, mas como
aposentado precoce teria chance de buscar fontes complementares de renda.
Sabe-se que há condições e métodos para a eliminação ou neutralização dos riscos
ambientais. A evolução tecnológica, o aprimoramento do conhecimento, o uso de
ferramentas de avaliação dos ambientes de trabalho e a modernização dos processos
industriais incorporando equipamentos mais seguros são o caminho para alcançar este
objetivo.

5.1.4 Graus de insalubridade


O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a
percepção de adicional, equivalente a:
 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;
Como alguns agentes são mais danosos que outros, a insalubridade está classificada
em graus mínimo, médio e máximo, comportamentos adicionais distintos para cada categoria.
No quadro abaixo podemos ver o percentual de cada risco ambiental preconizado pela NR15:

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Graus de insalubridade

5.1.5 Neutralização da insalubridade


Neutralizar significa tornar-se nulo, anular. A NR15 preconiza que há duas
possibilidades de neutralizar a insalubridade. Neste caso não será mais devido o
pagamento do adicional de insalubridade, tampouco o enquadramento de aposentadoria
especial.
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de tolerância: São quaisquer medidas que o empregador adote visando
manter o ambiente abaixo dos limites de tolerância, como exemplo, a instalação de um
exaustor para a captação de poeiras geradas no processo produtivo; o enclausuramento de um
motor visando reduzir a intensidade de ruído no ambiente etc.

b) com a utilização de equipamento de proteção individual: Os EPI‘s possuem


características que possibilitam reduzir os efeitos da nocividade dos agentes em relação aos
limites de tolerância. Por exemplo: existem Protetores Auriculares que possuem fator de
atenuação de 16 dB. Assim, se um trabalhador fica exposto a 95 dB durante 8 horas e utiliza o
Protetor Auricular, o ruído a que ficará exposto, na verdade, será de 79 dB (95 – 16) ficando
com uma exposição abaixo do limite de tolerância, pois o ruído abaixo de 85 dB não é
considerado pela NR15 como insalubre.

5.2 Periculosidade
São consideradas atividades perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem no contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de
risco acentuado. O contato do empregado com energia elétrica também confere direito ao
adicional de periculosidade (Lei 7.369/85).
Periculoso significa perigoso, portanto, operações e atividades periculosas são
aquelas que expõem o trabalhador a risco de vida.
A Norma que estabelece as regras para as operações e atividades periculosas é a NR16
– “Operações e Atividades Periculosas”, Portarias, Decretos e leis.

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A periculosidade é a circunstância em que o empregado está sujeito ao risco,


normalmente risco de vida, por 4 agentes perigosos elencados pela legislação: explosivos,
inflamáveis, eletricidade e radiações ionizantes.
É claro que o vigilante de banco, o motorista de carro forte, o socorrista das estradas,
além de tantos outros, estão sujeitos ao perigo. Entretanto, os agentes a que estão submetidos
não se classificam, pelo menos em nossa legislação, como periculosos.

5.2.1 Adicional de Periculosidade


Os trabalhadores que exercem atividades periculosas têm direito a uma
remuneração adicional de 30% sobre o salário que perceber.
O adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário contratado, não inclui no
cálculo os acréscimos decorrentes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da
empresa. Importante lembrar o adicional será devido para as atividades em contato
permanente (trabalho contínuo na área de risco) e em contato intermitente (trabalho não
contínuo, mas constantes). Só não é devido quando o contato for eventual.

 Atividade:
1. De três exemplos de atividades/funções que possuam grau de insalubridade máximo,
médio, bem como adicional de periculosidade.

2. Um trabalhador, em atividades insalubres de grau máximo, receberá o adicional de:


a) 05% do salário mínimo regional.
b) 10% do salário do trabalhador.
c) 20% do salário mínimo regional.
d) 30% do salário base da sua categoria.
e) 40% do salário mínimo regional.

3. Se o trabalhador exercer atividade insalubre e perigosa, simultaneamente, o adicional


devido será o:
a) de maior valor.
b) escolhido pelo Ministério do Trabalho.
c) escolhido pelo empregador.
d) da atividade preponderante.
e) determinado pelo Sindicato da categoria.

4. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional sobre seu


o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros
da empresa na ordem de:
a) 15%
b) 20%
c) 25%
d) 30%
e) 35%

5. A insalubridade proporciona ao trabalhador o adicional de grau máximo, que é de 40%


sobre o salário-mínimo regional, em dois tipos de riscos físicos, que são:
a) ruído e calor.
b) ruído e radiação ionizante.
c) vibrações e radiação não ionizante.

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d) calor e trabalho sob condição hiperbárica.


e) radiação ionizante e trabalho sob condição hiperbárica.

6. Considerando o que são atividades insalubres e perigosas, identifique quais atividades


desenvolvidas abaixo faz jus ao adicional de insalubridade e/ou periculosidade e por que.

a) Em um posto de abastecimento de combustíveis trabalham na área de abastecimento, 6


horas por dia e utilizando medidas de proteção adequada, 4 operadores de bomba e 1 servente.
( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade ( ) Neutralizado

b) Em um restaurante, o cozinheiro realiza sua atividade, sem qualquer tipo de proteção,


exposto 8 horas diárias ao ruído de 95 dB.
( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade ( ) Neutralizado

c) Em um hospital especializado em doenças infecto contagiosas, os médicos trabalham, sem


as devidas medidas de proteção, em contato direto com os pacientes portadores de HIV.
( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade ( ) Neutralizado

d) Em uma indústria de sacos plásticos, das 08 horas diárias de atividade, o trabalhador fica
exposto 04 horas ao ruído de 88 dB, sem protetor auricular.
( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade ( ) Neutralizado

7. Diferencie ambiente Insalubre de Periculoso.

8. Associe os Adicionais com sua respectiva atividade


a) 40% b) 30% c) 20% d) 10% e) NULA

( ) Motorista de ônibus – vibração acima do ( ) Eletricista


LT
( ) Trabalho em câmara fria usando todos os ( ) Motorista de líquidos inflamáveis
EPI´s
( ) Operador de máquina com ruído 80 ( ) Contato com agente biológicos - coveiro
dB/8h
( ) Padeiro – calor acima do LT ( ) Técnico em Radiologia
( ) Minerador – poeira acima do LT ( ) Mergulhador
* Legenda: LT – Limite de Tolerância

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6. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -


CIPA

A CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -


é um grupo de trabalhadores que, além de exercerem suas
atividades normais na empresa, contribuem, para a
melhoria das condições de trabalho.
Portanto, o objetivo da CIPA é observar e relatar as
condições de riscos nos ambientes de trabalho e solicitar
medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou
neutralizar os mesmos, de forma a preservar a saúde e integridade física de todos os
trabalhadores.
Seu papel mais importante é o de estabelecer uma relação de diálogo e
conscientização, de forma criativa e participativa, entre empregador e empregados, em
relação à forma como os trabalhos são realizados, objetivando sempre melhorar as
condições de trabalho, visando a humanização do trabalho.

6.1 Breve histórico da CIPA


A CIPA surgiu em 1921 através da OIT – Organização Internacional do Trabalho,
que, ao demonstrar crescente preocupação com o tema ―acidentes do trabalho‖, recomendou
às empresas constituírem um grupo de trabalhadores que, além de realizar seus trabalhos
normais, tivessem um ―olhar crítico‖ em relação à segurança do trabalho.
No Brasil, a CIPA foi instituída através do Decreto-lei n. 7.306, de 10 de Novembro
de 1944, consagrando, assim, a comunhão de esforços de trabalhadores e de empregadores
em busca da prevenção de acidentes do trabalho.
Atualmente as atividades da CIPA é regulamentada pela Norma Regulamentadora -
NR5 “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes”. A NR5 estabelece as regras de
constituição da CIPA, organização, atribuição, funcionamento, treinamento, processo
eleitoral, entre outras.

6.2 Constituição da CIPA


Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento
as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta
e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.

6.3 Objetivo
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.

6.4 Organização
A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de
acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR-5, onde os representantes dos
empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados e os representantes dos

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empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem,


independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida
uma reeleição.
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de
direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura
até um ano após o final de seu mandato.
Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas
atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem
a sua anuência.

6.5 Representantes
O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.
Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu
substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a
concordância do empregador.

6.6 Regras gerais da CIPA


 Eleitos por ordem decrescente de votos: Os membros da CIPA, titulares e suplentes,
serão eleitos considerando a ordem decrescente de votos recebidos;
 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição;
 Estabilidade de emprego do cipista ELEITO e seu SUPLENTE: É vedada a
dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção
da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu
mandato;
―Entende-se por despedida arbitrária aquela que não se fundar em motivo disciplinar,
técnico, econômico ou financeiro (art. 165 da CLT)‖.
 Proibição de transferência de estabelecimento: Serão garantidas aos membros da
CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na empresa,
sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência.

6.7 Atribuições da CIPA


a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a
participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde
houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho;
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho
visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e
saúde dos trabalhadores;
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano
de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no
trabalho;

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g) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou


setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores;
h) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da
análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução
dos problemas identificados;
i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT.

6.7.1 Cabe aos empregados:


 participar da eleição de seus representantes;
 colaborar com a gestão da CIPA;
 indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões
para melhoria das condições de trabalho;
 observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

6.7.2 Cabe ao Presidente da CIPA:


 convocar os membros para as reuniões da CIPA;
 coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando
houver, as decisões da comissão;
 manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
 coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
 delegar atribuições ao Vice-Presidente;

6.7.3 Cabe ao Vice-Presidente:


 executar atribuições que lhe forem delegadas;
 substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos
temporários;

6.7.4 Cabe ao Presidente e o Vice-Presidente da CIPA em conjunto:


 cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de
seus trabalhos;
 coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos
propostos sejam alcançados;
 delegar atribuições aos membros da CIPA;
 promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
 divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
 encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
 constituir a comissão eleitoral.

6.7.5 Cabo ao Secretário da CIPA:


 acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para aprovação e
assinatura dos membros presentes;
 preparar as correspondências; e
 outras que lhe forem conferidas.

6.8 Funcionamento

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A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário


preestabelecido. As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente
normal da empresa e em local apropriado.
As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de
cópias para todos os membros.
Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação
de medidas corretivas de emergência;
b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
c) houver solicitação expressa de uma das representações.
As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a
mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente,
obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o
empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as
alterações e justificar os motivos.

6.9 Treinamento
A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e
suplentes, antes da posse.
a) O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:
b) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo;
c) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;
d) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos
existentes na empresa;
e) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e medidas de
prevenção;
f) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde
no trabalho;
g) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;
h) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da
Comissão.
O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito
horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal,
entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre aos temas
ministrados.

6.10 Processo eleitoral


O processo eleitoral observará as seguintes condições:
a) publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no mínimo
45 dias antes da data marcada para a eleição;
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de
quinze dias;
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante;
d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;

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e) realização da eleição no mínimo trinta dias antes do término do mandato da CIPA,


quando houver;
f) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e
em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.
g) voto secreto;
h) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela
comissão eleitoral;
i) faculdade de eleição por meios eletrônicos;
j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período
mínimo de cinco anos.
Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na votação,
não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação
que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.
Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.
Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.

6.11 Semana Interna de Prevenção de Acidente do Trabalho - SIPAT


Uma das atribuições da CIPA é promover, anualmente, em conjunto com o SESMT,
a Semana Interna de Prevenção de Acidentes, conhecida como SIPAT.
Para tanto é necessária a motivação dos funcionários. Uma das formas de motivar os
funcionários a participar é fazer com que os mesmos se sintam responsáveis por ela,
colaborando na sua preparação. O empregado pode sugerir e propor atividades pelas quais
tenha interesse.

6.11.1 Algumas sugestões a serem desenvolvidas durante a SIPAT


 Palestras ou conferências;
 Concurso de frases e cartazes;
 Projeção de filmes ou ―slides‖sobre prevenção de acidente;
 Redação de filhos de funcionários;
 Visita de familiares a empresa;
 Gincana;
 Atividades recreativas;
 Concurso de fotos;
 Peças teatrais;
 Concurso de músicas com temas relacionados à prevenção de acidentes.

 Atividade

1. Com relação às questões relacionadas à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


(CIPA) e ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT), no âmbito da empresa pública hipotética apresentada acima, julgue os itens
subseqüentes.
___ A empresa deve constituir uma CIPA, conforme a Norma Regulamentadora n.º 5, do
MTE.
___O presidente da CIPA não pode ser reeleito para um terceiro mandato consecutivo.
___Caso a empresa constitua um SESMT, um dos seus membros poderá ser um dentista do
trabalho.

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___Para cumprir as exigências mínimas da Norma Regulamentadora n.º 4, do MTE, será


necessário contratar um engenheiro de segurança do trabalho para o SESMT.
___O mapa de riscos da empresa deve ser elaborado pelo SESMT e corrigido pela CIPA.
___Após a posse dos membros de uma nova gestão da CIPA, deve-se elaborar um novo mapa
de riscos para a empresa.

2. Qual a importância da CIPA em uma empresa?

3. Qual a necessidade de se treinar a CIPA?

4. Quais as vantagens de ser membro da CIPA?

5. Quais as responsabilidades do empregador em relação a CIPA?

6. Quem deve ser o presidente e o vice-presidente da CIPA?

7. Quais os conteúdos mínimos do curso de formação da CIPA? Cite três.

8. Cite 03 (três) atribuições da CIPA e faça comentário de sua importância.

9. Qual a diferença entre SESMT e CIPA?

10. O que é a SIPAT? Quando e porque ela deve existir?

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7. Proteção e combate contra incêndio

7.1 Histórico do fogo


O homem primitivo inicialmente observou o fogo surgido espontaneamente por meio
da ação de relâmpagos sobre madeira de árvores e começou a utilizá-lo de maneira
desorganizada, para iluminar, aquecer e cozinhar. Os primeiros homens, ao verem o fogo,
fugiam por desconhecer sua natureza. Não sabiam eles que um simples punhado de terra
bastaria para apagar uma pequena chama. Por falta de conhecimento de como combatê-lo,
muitas vezes deixando que o fogo se expandisse e tornasse grandes proporções.
Um dos grandes marcos da história da civilização humana foi o domínio do fogo pelo
homem. A partir daí o homem pode aquecer, cozer seus alimentos, fundir metal para a
fabricação de utensílios, instrumentos e máquinas, que tornaram possível o desenvolvimento
presente.
A etapa seguinte consistiria em produzir voluntariamente o fogo; talvez a observação
de que ele se propagava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas indicou que a chama
poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Desta forma, a descoberta de que o atrito
entre dois pedaços de madeira seca elevava a temperatura até produzir uma chama, dando
início à jornada tecnológica do homem, no seu controle da natureza.
Posteriormente, outro método foi desenvolvido, que consistia no impacto entre duas
pedras para a produção de faíscas. A observação de que fagulhas têm o poder de começar uma
chama e que o choque de algumas rochas produz faíscas, conduziu a mais uma forma de
iniciar o fogo.
Muito tempo depois, foi descoberto que as fagulhas formadas eram mais fortes e
persistentes, quando se batia o mineral sílex com ferro ou aço. Esse processo persistiu até o
século XIX.
O avanço seguinte, e bem mais recente, de um processo simples de produção de fogo,
surgiria com a invenção, na Inglaterra, em 1827, do palito de fósforo. O elemento fósforo
combina-se com o oxigênio tão facilmente que se acende apenas exposto ao ar. Os primeiros
fósforos fabricados acendiam por atrito e exalavam um cheiro muito desagradável. Mais
adiante, em 1845, começaram a ser fabricados os chamados fósforos de segurança, cuja
cabeça combustível contém outros componentes não inflamáveis, garantindo a sua utilização
de forma segura.
Hoje, porém o homem não precisa mais fugir, pois conhece o fogo como um
fenômeno químico, tendo descoberto,a partir daí, como lutar contra ele, utilizando métodos
e equipamentos adequados. O homem atual, sabe que fuga, como primeira reação, é
sempre uma atitude errada, tendo em vista que:
• O homem conhece a natureza do fogo;
• O fogo sempre começa pequeno (exceto em grandes explosões);
• O homem possui os equipamentos necessários para combatê-lo.

7.2 Principais conceitos


Prevenção: Abrange as medidas de segurança contra incêndio que objetivam ―evitar‖
incêndios, ou seja, são as medidas que trabalham o controle dos materiais combustíveis
(armazenamento/quantidade) das fontes de calor (solda/eletricidade/cigarro) e do treinamento
(educação) das pessoas para hábitos e atitudes preventivas.
Proteção: São as medidas que objetivam dificultar a propagação do incêndio e manter a
estabilidade da edificação. Normalmente são divididas em proteções ativas e passivas,

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conforme trabalhem, reagindo ou não em caso de incêndio. Exemplo de medidas de proteção


passiva: paredes e portas corta-fogo. Exemplo de medida de proteção ativa: sistema de
chuveiros automáticos (sprinkler).
Combate: Compreende tudo o que é usado para se extinguir incêndios, tais como:
equipamentos manuais (hidrantes e extintores) complementados por equipes treinadas;
sistemas de detecção e alarmes; sistemas automáticos de extinção; corpo de bombeiros
públicos e privados, condições de acesso à edificação pelo socorro público; reserva de água (e
hidrantes públicos), etc.

7.3 Triângulo do fogo


O Triângulo do Fogo é uma didática criada para melhor ilustrar a reação química do
fogo, onde cada lado do triângulo representa um elemento participante desta reação.
Para que exista fogo, três elementos são necessários.
 Combustível;
 Comburente (oxigênio); e
 Calor (temperatura de ignição).

7.3.1 Combustível
É toda substância capaz de queimar, servindo de propagação do fogo. Os combustíveis
podem se apresentar na natureza sob três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
Estados Físicos dos Combustíveis
Sólido Ex.: Madeira, tecido, papel, borracha, etc.
Líquido Ex.: Gasolina, álcool, acetona, etc.
Gasoso Ex.: Gás de cozinha, hidrogênio, etc.

7.3.2 Comburente (Oxigênio - O2)


É o elemento, presente no ar atmosférico, participando da reação química do fogo.

7.3.3 Calor
É o elemento que fornece a energia necessária para iniciar a reação entre o
combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão, como a chama de um
palito de fósforos.

7.4 Características físico químicas

7.4.1 Ponto de fulgor


É a temperatura mínima necessária para que um combustível comece a desprender
vapores ou gases inflamáveis que, combinados com o oxigênio do ar e em contato com uma
chama comecem a queimar.

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É chamado ponto de lampejo ou flash point. A principal característica deste ponto, é


que, se retirarmos a chama o fogo se apagará devido a pouca quantidade de calor para
produzir gases suficientes e manter a transformação em cadeira, ou seja, manter o fogo.

7.4.2 Ponto de combustão


É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou
gases inflamáveis que combinados com o oxigênio do ar e ao entrarem em contato com uma
chama se inflamem e, mesmo que se retire a chama, o fogo não se apagará pois a temperatura
faz gerar do combustível vapores e gases suficientes para manutenção da combustão ou
transformação em cadeia.

7.4.3 Ponto de ignição


É a temperatura mínima em que os materiais, desprendendo gases ou vapores, entram
em combustão apenas ao contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer fonte de
calor.

Segue abaixo exemplo de pontos de ignição e fulgor de alguns materiais combustíveis:

Tabela: Exemplos de materiais e seus respectivos pontos de fulgor e ignição:

MATERIAL PONTO DE FULGOR PONTO DE IGNIÇÃO


O O O O
C F C F
Acetona - 17.7 0 538 1000
Álcool Etílico 12.6 55 371 700
Benzeno - 11.1 12 538 1000
Gasolina - 42 - 45 257 495
Óleo de amendoim 282 540 445 833
Parafina 199 390 245 473
Tolueno 4.4 40 552 1026

7.5 Propagação do fogo


De importância indiscutível, quer nos trabalhos de extinção, quer nos trabalhos de
prevenção, é conhecer como o fogo pode se propagar.
Onde há fogo, há calor, e é este calor que faz com que o fogo apareça em pontos onde
menos se espera. Três são as formas de transmissão de calor:

7.5.1 Condução
É a transmissão de calor de molécula para molécula, de matéria para matéria, isto é,
sem intervalo entre os corpos. No vácuo absoluto não há condutibilidade de calor.
Como exemplo, podemos citar uma experiência bastante simples: colocamos a ponta
de uma barra de ferro em uma chama. Depois de algum tempo a outra ponta estará tão quente
que não poderemos mais tocá-la. O calor foi transmitido de molécula para molécula da barra
de ferro tomando conta da mesma como um todo.
Se, em um incêndio temos treliças, vigas ou outros materiais que se comuniquem com
áreas adjacentes, mesmo isoladas por paredes, estes se aquecerão e materiais que tenham seu
ponto de ignição mais baixo e estejam em contato com o material aquecido, poderão entrar
em combustão do outro lado da parede, gerando um novo foco de incêndio.

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7.5.2 Convecção
A transmissão de calor pela convecção é característica dos líquidos e gases. Nestas
substâncias as partes quentes tendem a subir e as mais frias a descer.
Normalmente a convecção se faz no sentido vertical, mas, correntes de ar podem
conduzir o calor por convecção para todas as direções.
Como exemplo, podemos citar o incêndio em um edifício. Temos por exemplo, o
segundo andar pegando fogo e de repente verificamos que no quarto ou quinto andar também
começa um novo foco de incêndio. Como Isto é possível?
O incêndio que começou no segundo andar super aquece o ar neste andar. O ar e os
gases de incêndio super aquecidos sobem pelo poço do elevador e aquecem materiais dois ou
três andares acima. Estes materiais são aquecidos até atingirem seu ponto de ignição, entrando
em combustão e gerando novos focos de incêndio.

7.5.3 Irradiação
É a transmissão de calor por meio de ondas caloríficas que se propagam através do
espaço, sem utilizar qualquer tipo de material. A energia é transmitida na velocidade da luz e
ao encontrar um corpo as ondas são absorvidas ou refletidas.
A radiação é o processo pelo qual o calor flui, na forma de propagação de ondas, de
um corpo à alta temperatura para a superfície de outro à temperatura mais baixa.
Como exemplo podemos citar as ondas de calor emanadas do sol, de uma fogueira, de
um forno, etc..

7.6 Processos de extinção de incêndio


Conhecido o triângulo do fogo, este só existirá quando estiverem presentes os três
elementos constituintes. Portanto, para extinguir o fogo, basta desfazer o triângulo, isto é,
retirar um de seus lados.

7.6.1 Isolamento
Processo de extinção de incêndio que constitui na retirada do combustível.

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7.6.2 Abafamento
Processo de extinção de incêndio que consiste na redução ou retirada do oxigênio.

7.6.3 Resfriamento
Processo de extinção de incêndio que consiste na retirada parcial do calor
(diminuição da temperatura).

7.7 Classes de incêndio


Para que as ações de combate ao incêndio possam ter a máxima objetividade e
rendimento, com emprego correto de um agente extintor, os materiais combustíveis foram
divididos em Classes de Incêndios.

7.7.1 Classe A
Incêndio em materiais sólidos combustíveis. Ex.: madeira, papel, tecido, borracha,
etc. Esses materiais apresentam duas propriedades:
 Deixam resíduos quando queimados (brasas, cinzas, carvão);
 Queimam em superfície e em profundidade.

7.7.2 Classe B
Incêndio em líquidos inflamáveis. Ex.: álcool, gasolina, querosene, graxa, diesel,
etc. Esses materiais apresentam duas propriedades:
 Não deixam resíduos quando queimados;
 Queimam somente em superfície.

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7.7.3 Classe C
Incêndio em equipamentos eletro-eletrônicos energizados. Ex.: televisor, geladeira,
computador, etc. Ao serem desligados da tomada, o incêndio passa a ser de classe A.

7.8 Agentes extintores de incêndio


São substâncias que possuem a propriedade de extinguirem determinadas combustões.
O sucesso do combate está relacionado com a sua correta utilização e o tipo de combustível.
Os extintores portáteis fazem parte do sistema básico de segurança contra incêndio em
edificações e devem ter como características principais: portabilidade, facilidade de uso,
manejo e operação, e tem como objetivo o combate de princípio de incêndio.
A manutenção desses equipamentos juntamente com o treinamento de pessoas para
seu uso é fundamental para seu objetivo.
Os princípios de incêndios têm características diferentes em função de sua origem
elétrica ou não, e materiais combustíveis envolvidos, o que exige o uso de agentes extintores
apropriados para cada caso. Em função disso há uma classificação dos extintores.

7.8.1 Capacidade Extintora


Capacidade extintora do extintor é um dado importante, pois é o que vai determinar o
poder de extinção e não deve ser confundido com unidade extintora.
Quanto ao transporte os extintores podem ser: portáteis e não-portáteis e esse último
subdivide-se em sobre-roda e estacionário.
O extintor portátil com massa até 196 N (20 kgf) não precisa ser colocado sobre rodas,
acima desse valor necessita estar sobre rodas.
O extintor com massa próxima a 196 N (20 kgf) não atende à portabilidade acima
citada, principalmente quando colocado em ambiente cujas pessoas não estão acostumadas a
esforços físicos.
As carretas nada mais são do que extintores de grande volume que, para facilitar seu
manejo e deslocamento, são montados sobre rodas. São posicionadas em locais onde haja
grande quantidade de materiais estocados e substituem o numero de extintores
correspondentes a sua capacidade.

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7.8.2 Nomenclatura e constituição


Extintores de Incêndio são equipamentos para pronta utilização no combate ao
princípios de incêndio. Seu emprego é limitado em função de sua reduzida carga extintora.
São constituídos de modo geral, de recipientes de aço, latão ou cobre, contendo em
seu interior um agente extintor, cuja finalidade é eliminar o princípio de fogo, utilizando um
ou mais de um processo de extinção do fogo.
Quanto a sua nomenclatura, os extintores recebem o nome do agente que
acondicionam em seu interior. Para cada classe de incêndio existem um ou mais extintores
próprios para combatê-la.

7.8.3 Duração de descarga


A quantidade de agente extintor é limitada nos extintores e são encontrados extintores
com várias massas ou volumes para o mesmo tipo.
A duração da descarga ou tempo efetivo de descarga é função de quantidade de agente
extintor contido no extintor e vazão do agente extintor, seu tempo de utilização é de
aproximadamente um minuto.

7.8.4 Forma de descarga


Têm-se duas formas principais:
a) Jato concentrado.
b) Jato em forma de névoa/nuvem.
Em ambos os casos sua aplicação dependerá do princípio de incêndio.

7.8.5 Treinamento
O treinamento deve preparar o operador para:
a) Identificação dos vários tipos de extintores.
b) Familiaridade com os vários tipos de extintores.
c) Operação para cada tipo de extintor quanto à seqüência para o uso, ou seja, dos tipos de
pressurização direta ou indireta, sempre lendo os quadros de instruções (rótulos) com as
figuras ilustrativas.
d) Ter noção da distância segura para atacar o princípio de incêndio.
e) Perder o receio de operar o extintor.
O quadro de instruções de operação do extintor é necessário, mas não suficiente para
capacitar o operador, sendo absolutamente fundamental o treinamento prático periódico
exercido, pelos menos duas vezes ao ano em campos de treinamento devidamente
homologados pelo órgão ambiental estadual e ministrado por profissional reconhecido por
órgão competente.

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7.8.6 Localização e Sinalização


A parte superior do extintor deve estar, no máximo, a 1,60 m do piso. E sua parte
inferior não deve estar a menos de 0,20 m do piso. Acima do extintor deve possuir uma
identificação do tipo de extintor e abaixo dele um quadrado de 1m² assim como mostra a
figura abaixo.

A localização dos extintores é muito importante, pois irá permitir uma rápida
intervenção para cessar o processo da evolução do incêndio.
Algumas recomendações são úteis:
• Facilmente visíveis por meio de sinalização.
• Bem distribuídos para cobrir a área protegida.
• Fácil acesso levando se em conta a portabilidade.
• Sem obstáculos até o local de utilização.
Próximo aos locais de entrada e saída.
• Não devem ficar atrás de portas de rotas de fuga.
• Protegidos de acidentes provocados pela movimentação de pessoas, veículos ou
cargas.
• Protegidos de intempéries e de ambientes agressivos com excesso de calor,
atmosferas corrosivas, maresias, vento e poluição.
Proteger contra vandalismo.

7.8.7 Selo de garantia


A inspeção, a manutenção e a recarga de extintores de incêndio devem observar o
previsto na Norma Brasileira (NBR nº 12.962). Atualmente adota-se um selo de execução dos
serviços, impresso em papel especial, de cor levemente esverdeada, que possui marca dágua,
o símbolo do Inmetro de cor prata.

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7.8.8 Simbologia
Nos extintores além do selo de garantia, encontram-se uma simbologia indicando as
classes de incêndio ao qual eles são eficientes e os que são proibidas às utilizações.

7.8.9 Tipologia
Existe no mercado uma grande variedade de extintores que se caracterizam por: agente
extintor, massa, volume, sistema de ejeção, capacidade extintora e acionamento.

a) Água
É o agente extintor ―universal‖. A sua abundância na natureza e as suas características
de emprego, sob diversas formas, possibilitam uma boa aplicação em incêndios, porém ocorre
a desvantagem desse agente ser condutor de corrente elétrica.

b) Gás Carbônico (CO2 – Dióxido de Carbono)


É um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar. Não é tóxico, mas a
sua ingestão em excesso provoca asfixia. Atua por abafamento e, secundariamente, por
resfriamento. Dissipa-se rapidamente quando aplicado em locais abertos.
Não conduz corrente elétrica, nem danifica materiais eletrônicos.

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c) Pó Químico Seco (PQS)


É um composto químico, que atua por abafamento. Não é tóxico, mas sua ingestão em
excesso provoca asfixia. Por ser corrosivo, o uso deste agente pode danificar os eletro-
eletrônicos. Não conduz corrente elétrica.

Quadro Resumo das Classes de Incêndio e Tipos de Extintores

CLASSE DE FOGO CO2 Água PQS

Papel
Sim
Madeira Não Não
indicado
Borracha

Líquidos Sim Sim


Não
inflamáveis indicado indicado

Sim
Não (pode
Equipamentos Sim
(risco ao danificar
Elétricos indicado
operador) o
aparelho)
Tempo de descarga 6 kg – 10 L – 4 kg –

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25s 60s 10s


Alcance do jato 6 kg – 1 10 L – 9 10L –
a 2m a 12m 5m
Efeito Abafa e Resfria Abafa
resfria

7.9 Casos de Incêndios

7.9.1 Teatro Iroquois, em Chicago


Ocorrido em 30 de dezembro de 1903, aproximadamente um mês após a abertura do
Teatro, e 32 anos após o incêndio que devastou a cidade. O Teatro Iroquois era tido como
supostamente seguro contra incêndios.
Com aproximadamente 1600 pessoas na platéia, o fogo vitimou 600 delas (dentre as
quais, apenas um componente do grupo artístico e pessoal de apoio).
Como diversos incêndios já haviam ocorrido em teatros, tanto na Europa quanto nos
EUA, sem a mesma magnitude, as precauções necessárias contra esse acidente eram
conhecidas, mas não foram tomadas pelos proprietários do Teatro. Constavam de tais
precauções a presença de bombeiros com equipamentos (extintores, esguichos e mangueiras,
etc.), a participação de pessoas aptas a orientar ações de abandono, a existência de cortina de
asbestos que isolasse o palco da platéia, a implantação de adequadas saídas devidamente
desobstruídas (destrancadas), entre outras.
No Teatro Iroquois algumas destas medidas não foram adotadas e outras não
funcionaram a contento. Mais detalhes sobre esse incêndio podem ser obtidos no seguinte
endereço eletrônico:http://www.chipublib.org/004chicago/disasters/iroquois_fire.html

7.9.2 Casa de Ópera Rhoads


Situada em Boyertown, Pensilvânia, essa Casa
de Ópera incendiou-se em 13 de janeiro de 1908, com a
queda de uma lâmpada de querosene. Situava-se em um
segundo pavimento e as saídas estavam fora de padrão
ou obstruídas.
A estreita saída existente não foi suficiente e
170 pessoas pereceram. Mais detalhes em: http://
en.wikipedia.org/wiki/Rhoads_Opera_House.

7.9.3 Escola Elementar Collinwood em Lake View


A maior tragédia ocorrida em ambiente escolar nos EUA se desenrolou em 4 de março
de 1908, vitimando 172 crianças, 2 professores e uma pessoa que tentou socorrer as vítimas.
Devastador, esse incêndio reforçou a consciência americana sobre a necessidade de
melhoria dos códigos, normas e dos exercícios de escape e de combate ao fogo.
Mais detalhes sobre o incêndio no endereço:
http://www.deadohio.com/collinwood.htm, de onde foi extraída a foto abaixo, que mostra a
escola após o incêndio.

7.9.4 Gran Circo Norte-Americano, Niterói, Rio de Janeiro


O maior incêndio em perda de vidas, em nosso País, e de maior perda de vidas
ocorridas em um circo até nossos dias, aconteceu em 17 de dezembro de 1961, em Niterói
(RJ) no Gran Circo Norte-Americano, tendo como resultado 250 mortos e 400 feridos. Vinte
minutos antes de terminar o espetáculo, um incêndio tomou conta da lona. Em três minutos, o
toldo, em chamas, caiu sobre os dois mil e quinhentos espectadores. A ausência dos requisitos

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de escape para os espectadores, como o dimensionamento e posicionamento de saídas, a


inexistência de pessoas treinadas para conter o pânico e orientar o escape, etc., foram as
causas da tragédia.
As pessoas morreram queimadas e pisoteadas. A saída foi obstruída pelos corpos
amontoados. O incêndio teve origens intencionais, criminosas. Seu autor foi julgado e
condenado, e a tragédia teve repercussão internacional, com manifestações do Papa e auxilio
dos EUA, que forneceram 300 metros quadrados de pele humana congelada para ser usada no
tratamento das vítimas.
A cidade de Niterói só voltou a ver um novo circo quatorze anos depois da tragédia,
em 1975. Mais detalhes em http://www2.uol.com.br/JC/_2000/1604/cd1604m.

7.9.5 Incêndio Edifício Andraus


O primeiro grande incêndio em prédios elevados ocorreu em 24 de fevereiro de 1972,
no edifício Andraus, na cidade de São Paulo. Tratava-se de um edifício comercial e de
serviços (Loja Pirani e escritórios), situado na Avenida São João esquina com Rua Pedro
Américo, com 31 andares, estrutura em concreto armado e acabamento em pele de vidro.
Acredita-se que o fogo tenha começado nos cartazes de publicidade das Casas Pirani,
colocados sobre a marquise do prédio.
O coronel Lemes calcula que mais de 2 mil pessoas estavam no Andraus quando o
fogo começou, entre a primeira e a segunda sobreloja das Casas Pirani, que tinham suas
vitrines no térreo. Do heliporto foram tiradas mais de 300 pessoas. Aglomeradas no terraço,
enquanto uma multidão gritava da rua pedindo calma, elas impediam a descida dos
helicópteros. Até que o capitão Hélio Caldas, comandante do tenente Lemes, saltou de um dos
aparelhos e abriu uma clareira para iniciar o resgate.
"Me deitaram no chão de um desses helicópteros e me levaram para a Praça Princesa
Isabel e dali para o hospital", recorda o publicitário Levy dos Santos, funcionário da Siemens,
uma das empresas do condomínio. As outras inquilinas eram Petrobras, Shell e várias
corretoras de seguros, além da Pirani.
Algumas pessoas lançaram-se do terraço ou das janelas, no desespero de escapar da
morte. O vento empurrava as chamas para o lado da Avenida São João, onde o volume de
fogo transformou a tragédia do Andraus num dos incêndios visualmente mais espetaculares da
história. "Desse ponto de vista, o Andraus foi mais pavoroso que o Joelma, em que morreram
187 pessoas", afirma o coronel Lemes. Os números de vítimas são contraditórios, porque os
registros somam aos mortos retirados dos prédios a alguns que morreram depois.
"Não morri no Andraus porque pedi demissão na Siemens um dia antes", afirma a
baiana Judith Santos Tolentino, 47 anos ascensorista do Edifício Palladium. Ela era copeira
da multinacional alemã e havia passado naquela tarde de quinta-feira para acertar as contas,
quase na hora do incêndio. "Recebi o dinheiro e, como não haviam dado baixa na carteira,
resolvi ir comprar uma passagem na antiga rodoviária para meu irmão, que ia para Ilhéus.
Quanto voltei, o prédio estava pegando fogo". Judith guarda fotos de funcionários da
Siemens, entre eles Levy dos Santos, seu padrinho de casamento.
Do incêndio resultaram 352 vítimas, sendo 16 mortos e 336 feridos. Apesar de o
edifício não possuir escada de segurança e a pele de vidro haver proporcionado uma fácil
propagação vertical do incêndio pela fachada, mais pessoas não pereceram pela existência de
instalações de um heliponto na cobertura, o que permitiu que as pessoas que para lá se
deslocaram, permanecessem protegidas pela laje e pelos beirais desse equipamento.
Muitos dali foram retirados por helicópteros, apesar de a escada do edifício estar
liberada para descida, as pessoas optaram por procurar abrigo no heliponto por temerem
retornar ao interior do edifício.

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7.9.6 Incêndio Edifício Joelma


Esse edifício, também construído em concreto armado, com fachada tradicional (sem
pele de vidro), situase na Avenida Nove de Julho, 22 (Praça da Bandeira), possuindo 23
andares de estacionamentos e escritórios. Ocorrido em 1º de fevereiro de 1974, gerou cento e
setenta e nove mortos e trezentos e vinte feridos.
O edifício, assim como o Andraus, não possuía escada de segurança. Nesse incêndio,
como ocorrera no da Triangle Shirtwait Factory, pessoas se projetaram pela fachada do
prédio, gerando imagens fortes e de grande comoção (a maior parte das pessoas que se
projetou do telhado caiu em pátio interno, longe das vistas da população).
Muitos ocupantes do edifício pereceram no telhado, provavelmente buscando um
escape semelhante ao que ocorrera no edifício Andraus.
Somado ao incêndio do edifício Andraus, pela semelhança dos acontecimentos e
proximidade espacial e temporal, o incêndio causou grande impacto, dando início ao processo
de reformulação das medidas de segurança contra incêndios.

7.9.7 Incêndio Edifício Andorinhas


Na tarde do dia 17 de fevereiro de 1986, irrompeu incêndio no Edifício Andorinhas,
localizado no centro comercial e financeiro da cidade do Rio de Janeiro, na confluência da
Rua Almirante Barroso com Av. Graça Aranha.
O fogo começou nas dependências da sede da GE (General Eletric), localizada no 9º
andar, tomada sobrecarregada por vários aparelhos elétricos.
O prédio de construção antiga com mais de 50 anos não era adaptado ao Código de
Segurança Contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros, não possuindo escadas
enclausuradas, bem como portas corta-fogo e os andares formavam verdadeiros labirintos
devido a sua extensão, apesar do prédio ser de baixa altura.
Cerca de 90% das vítimas foram encontradas no acesso ao terraço, cuja porta era
mantida fechada por questões de segurança, por ordem do administrador do condomínio. (20
mortos e cerca de 50 feridos).
Num andar mais alto havia duas pessoas numa das janelas: um senhor deitado que
quase não se mexia, apenas acenava e uma senhora que estava de pé no parapeito, aguardando
a chegada do socorro. De vez em quando ela fazia menção de pular, acenando para que as
pessoas se afastassem. Todos os que lá estavam pediam para que ela não pulasse, se
acalmasse e esperasse pelos bombeiros. Foram momentos angustiantes com a expectativa de
que ela, não agüentando o calor, pulasse.
Quando o carro dos bombeiros, com a escada Magirus, chegou, achei que o drama iria
finalmente acabar, mas a escada não alcançava o andar onde a senhora estava (creio que 12º)
e ela, sem mais esperanças, pulou para a morte.
Nesse momento, em que ela pulou, acionei o motor da câmera e vim acompanhando a queda
fotografando toda a seqüência do pulo, mas não consegui fazer a última foto, a da queda no
chão. Pois nesse momento, parei de fotografar e chorei, como muitos dos que ali estavam.
(Sergio Araújo, fotógrafo).

O senhor que estava lá com ela, no


12º andar, deitado, aos poucos foi
parando de acenar até que não
agüentando as queimaduras e a falta de
ar, morreu.
Fontes: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de
Janeiro, Superior Tribunal de Justiça – 27 de março de 2001 e

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depoimento de Sergio Araújo, fotógrafo, que estava presente no local do incêndio

7.9.8 Ycua Bolaños


Em 1º de agosto de 2004, na cidade de Assunção, no Paraguai, pegou fogo um
supermercado da rede Ycua Bolaños. Eram 11:30 horas e encontravam-se no interior da
edificação aproximadamente novecentas pessoas.
Do incêndio resultaram aproximadamente
trezentos e cinqüenta mortos, setenta pessoas
desaparecidas e aproximadamente trezentos feridos.
Materialmente a rede varejista perdeu toda a área
do supermercado, com seis mil metros quadrados, e seu
conteúdo.
Testemunhas afirmam que portas do supermercado
foram fechadas logo após o início do incêndio,
aparentemente para se evitar furtos. Sem a menor dúvida, parte das saídas que se abria para o
estacionamento de veículos, encontrava-se fechada quando da chegada do corpo de
bombeiros.
O incêndio atingiu temperaturas de cremação (aproximadamente 1.000° C). Iniciou-se
sobre o forro, abaixo do teto, provavelmente pelo acúmulo de gordura e outros combustíveis
nessa área. Tais combustíveis foram aquecidos pelo contato com o calor do duto de exaustão.
A queima lenta sobre o teto acelerou-se quando ele faliu, provocando uma rápida
expansão do fogo pelo acesso ao oxigênio do ar. Dados e informações sobre o incêndio
podem ser encontrados em http://www.contraincendioonline.com/bolanos.php3.

7.9.9 Cromagnon
Em 30 de dezembro de 2004, em Buenos Aires, um incêndio no Boliche República
Cromagnon deixou cento e setenta e cinco mortos, com setecentos e quatorze feridos, cento e
dois deles em estado grave.
No local encontravam-se aproximadamente três mil pessoas. Indica-se como causa do
incêndio o uso de fogo de artifício no interior da edificação, o qual teria inflamado o material
de acabamento do teto.
Houve problemas com as rotas de fuga - quatro, das seis portas de saída, apresentavam
alguma forma de bloqueio para evitar acesso gratuito de pessoas.
A maioria das vítimas teve problemas por inalação de fumaça e gases aquecidos, com
queimaduras nas vias aéreas. Dados, informações e vídeos sobre o que se passou no local
podem ser encontrados no endereço: http://www.quenoserepita.com.ar/.

Os incêndios acima citados foram escolhidos por serem recentes, haver ocorrido em
países vizinhos e, especialmente, por haver atingido locais de reunião de público, nos quais a
possibilidade de ocorrer vítimas ser potencialmente elevada.
Comparando as condições de segurança contra incêndios de alguns prédios comerciais
atuais com o passado, as deficiências continuam as mesmas, tais como; falta de segurança e
de manutenção do prédio, inexistência de sistema de sprinkler, deficiências dos equipamentos
do Corpo de Bombeiros, falta de fiscalização dos órgãos públicos e a falta de hidrantes
públicos com água.
Em todo grande incêndio, ninguém estava preparado (os responsáveis pela segurança
do prédio, a fiscalização pública e o Corpo de Bombeiros) para combater ao incêndio,
prevalecendo à falta de planejamento e preparação. O pior de todos os riscos, a insegurança
do prédio, as deficiências dos órgãos públicos, auxiliam para que o incidente se torne uma
tragédia.

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Fique por dentro!


Norma Regulamentadora 23: Essa norma, editada em 1978, obrigatória nos locais em que haja
relação trabalhista regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, obriga que esses locais possuam: proteção
contra incêndio, saídas, equipamentos para resposta a incêndios e pessoas adestradas para uso desses
equipamentos.

7.10 Fatores que influenciam o incêndio


Não existem dois incêndios iguais, pois são vários os fatores que concorrem para seu
início e desenvolvimento, podendo-se citar:
a) forma geométrica e dimensões da sala ou local.
b) superfície específica dos materiais combustíveis envolvidos.
c) distribuição dos materiais combustíveis no local.
d) quantidade de material combustível incorporado ou temporário.
e) características de queima dos materiais envolvidos.
f) local do início do incêndio no ambiente.
g) condições climáticas (temperatura e umidade relativa).
h) aberturas de ventilação do ambiente.
i) aberturas entre ambientes para a propagação do incêndio.
j) projeto arquitetônico do ambiente e ou edifício.
k) medidas de prevenção de incêndio existentes.
l) medidas de proteção contra incêndio instaladas.

7.11 Brigada de incêndio


É o grupo organizado de pessoas treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no
combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros, conforme definição
da NBR 14276:2006 - Brigada de incêndio - Requisitos, da ABNT.
Essa equipe, bem dimensionada e treinada, deve ser capaz de executar perfeitamente o
plano de abandono para o local, elaborado conforme NBR 15219:2005 - Plano de emergência
contra incêndio - Requisitos, prestar o atendimento pré-hospitalar e, se possível, atacar o foco
de princípio de incêndio.
A prioridade deve ser a preservação da vida, dos ocupantes e também dos brigadistas.
Geralmente, as grandes empresas possuem equipes de brigadas de incêndio, com excelente
qualidade técnica, aptas para atenderem às peculiaridades do local, sejam shoppings centers,
refinarias, plataformas marítimas, entre tantos outros, mas a grande maioria das edificações
que dispõe de equipes com um treinamento anual, por melhor que tenham sido treinadas, sem
os equipamentos de proteção individual prescritos na norma de brigada, precisam priorizar a
saída das pessoas.

7.12 Outras formas de combate a incêndio


Além das unidades extintoras, existem outras formas de combate a incêndio utilizadas
em prédios, hospitais, escolas, ou seja, onde possua grande quantidade de pessoas transitando
e trabalhando. Algumas das mais utilizadas são:

7.12.1 Hidrantes de parede


São aqueles utilizados nas empresas particulares em instalações de proteção contra
incêndios, embutidos em pareces (ou encostados a elas), a cerca de um metro do piso,
podendo ser dispostos em abrigo especial, onde também se acham os lances de mangueiras,
esguinchos e chaves de mangueiras.
Sistema de proteção por hidrantes é o conjunto que compreende:

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 abrigo: compartimento destinado a proteger as mangueiras e demais pertences dos


hidrantes;
 esguincho: dispositivo destinado a formas e orientar o jato de água;
 mangueira: tubos flexíveis, constituídos internamente de borracha e protegidos
externamente com lona;
 chaves de união: pecas destinadas a facilitar a conexão das uniões ou engates;
 engates rápidos: pecas localizadas nas extremidades das mangueiras, destinadas a
interliga-las e conecta-las ao sistema de hidrante.

7.12.2 Detectores de fumaça


São aparelhos encarregados de fazer a vigilância
permanente de um local. Constituem a parte sensível da
instalação de detecção automática de incêndio.
São constituídos por células foto-elétricas que emitem
uma corrente variável segundo o fluxo luminoso que recebem.
A fumaça que precede e acompanha um incêndio faz variar o
fluxo luminoso.

7.12.3 Iluminação de Emergência


Quando o incêndio ocorre em um edifício, a
dificuldade da visibilidade em corredores, escadas e
passagens pode significar a diferença entre uma evacuação
ordenada e o caos, a diferença entre a vida e a morte. A
história mostra que nos casos de incêndio em edificações o
número de vítimas que sucumbiram em virtude de não
conseguirem sair do edifício em razão da dificuldade de enxergar as saídas é significativo.
Um sistema de iluminação de emergência bem dimensionado utiliza uma fonte de
energia independentemente da fonte normal de alimentação do edifício, que mantém a
iluminação necessária de forma automática, em caso de interrupção da fonte de energia
normal, em conseqüência de qualquer falha.

7.12.4 Sistema de chuveiros automáticos

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O sistema de chuveiros automáticos é um sistema fixo de combate a incêndio e


caracteriza-se por entrar em operação automaticamente, quando ativado por um foco de
incêndio, liberando água em uma densidade adequada ao risco do local que visa proteger e de
forma rápida para extingui-lo ou controlá-lo em seu estágio inicial.
A sua eficácia é reconhecida em função do menor tempo decorrido entre a detecção e
o combate ao incêndio, pois essa característica pode evitar a propagação do incêndio para o
restante da edificação. Outra característica importante desse sistema é o acionamento do
alarme simultaneamente com o início de operação, o que propicia a fuga dos usuários com
segurança.
O princípio de operação desse sistema consiste em confinar o fogo na área de
aplicação controlando ou extinguindo o foco do incêndio em seu estágio inicial, por meio de
descarga automática de água. Assim, em uma grande área sem compartimentação como, por
exemplo, em um galpão industrial, o sistema de chuveiros automáticos opera como
compartimentação agindo na área restrita ao foco do incêndio, evitando a propagação do fogo
e reduzindo os danos. Já o princípio de funcionamento do chuveiro automático é atuar como
alarme, detectar e combater o fogo.

7.12.5 Porta Corta Fogo


As portas corta-fogo são próprias para isolamento e proteção das rotas de fuga,
retardando a propagação do fogo e da fumaça. Elas devem resistir ao calor por 60 minutos, no
mínimo. Toda porta corta-fogo deve abrir sempre no sentido de saída das pessoas.
Seu fechamento deve ser completo. Além disso, elas nunca devem ser trancadas com
cadeados ou fechaduras e não devem ser usados calços ou qualquer outro artifício para mantê-
las abertas. É sempre bom verificar constantemente o estado das molas, maçanetas, trincos e
folhas da porta.

7.12.6 Para Raio


Os pára-raios deve ser o ponto mais alto do edifício. Painéis de propaganda e
sinalização devem ser interligadas aos cabos de descida do pára-raios, integrando o sistema
de proteção contra descargas elétricas atmosféricas. Os pára-raios podem ser do tipo
FRANKLIN ou GAIOLA DE FARADAY.
A manutenção dos pára-raios deve ser feita anualmente, por empresas especializadas,
conforme instrução do fabricante.

7.13 Recomendações em caso de incêndio


 Manter a calma, evitando o pânico, correrias e gritarias;
 Usar extintores ou meios disponíveis para apagar o fogo;

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 Acionar o botão de alarme mais próximo, ou telefonar para o ramal de emergência,


quando não se conseguir a extinção do fogo;
 Fechar portas e janelas, confinando o local do sinistro;
 Isolar materiais combustíveis e proteger os equipamentos, desligando-os da rede
elétrica;
 Comunicar o fato à chefia da área envolvida ou ao responsável do mesmo prédio;
 Existindo muita fumaça no ambiente ou local atingido, usar um lenço como mascara
(se possível molhado), cobrindo o nariz e a boca;
 Para se proteger do calor irradiado pelo fogo, sempre que possível, manter molhadas
as roupas, cabelos, sapatos ou bota;
 Seja qual for a emergência, nunca utilizar os elevadores;
 Ao abandonar um compartimento, fechar a porta atrás de si (sem tranca-la e não
voltar ao local).

 Atividade

1. Definição de Proteção/Prevenção e Controle.

2. Defina incêndio de classe A e seu melhor agente extintor.

3. O que se deve fazer em caso de incêndio em um equipamento elétrico?

4. Defina os métodos de extinção dando exemplo.

5. Cite os 3 elementos necessários para que haja fogo e explique-os.

6. Quais os tipos de extintores existentes no mercado?

7. Que é brigada de incêndio?

8. O que é uma porta corta fogo?

9. Como deve ser a sinalização e localização dos extintores?

10. Uma pessoa esta com a roupa em chamas. Como apagar o fogo?

11. No quadro a seguir estão descritos alguns procedimentos que uma pessoa deve tomar para
apagar o fogo. Identifique o objetivo de cada um deles, tirar calor, tirar oxigênio ou tirar
combustível.

Providencia Tomada Objetivo


Jogar água
Abafar o fogo com um cobertor
Fechar portas de salas onde há fogo
Resfriar casas vizinhas
Jogar areia

12. Classificar cada uma das afirmações a seguir como verdadeira(V) ou falsa(F):

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( ) O resfriamento retira o calor e apaga o fogo.


( ) O gás carbônico é combustível.
( ) Pode-se usar extintor de água para apagar qualquer tipo de incêndio.
( ) Isolar o material que está queimando é um dos métodos de combate a incêndios.
( ) Em caso de incêndio não se deve usar o elevador.

13. E Por que não se deve usar água para apagar um incêndio provocado pela queima de óleo?

14. Faça uma lista (cinco exemplos) dos combustíveis que você conhece.

15. Além da chama do palito de fósforo, cite três outras fontes de calor?

16. Faça uma lista de três situações, em casa ou no trabalho, que você deve evitar para
prevenir incêndios.

17. Em caso de incêndio, relacionar as colunas A e B com a melhor resposta para cada linha.
COLUNA A COLUNA B
1. Elementos do fogo Retirada do calor do fogo
2. Fogo em líquidos e gases inflamáveis Retirada do oxigênio do fogo
3. Fogo em madeira, papel, tecido Retirada do combustível do fogo
4. Retirada de um dos três elementos do
Desligar equipamentos elétricos
fogo
5. Método de extinção por resfriamento Oxigênio, calor, combustível
6. Método de extinção por abafamento Manter desobstruídos
7. Método de extinção por isolamento Usar escadas
Hidrantes, splinkler, extintores,
8. Fogo em equipamentos energizados
mangueiras
9. Equipamentos de combate a incêndios Extinção do fogo
10. Portas contra-fogo Fogo classe A
11. Em caso de incêndios Fogo classe B
12. Após os expedientes Fogo classe C

18. Leia os casos de incêndios que possuem neste capítulo e verifique o que os incêndios
possuem em comum.

19. Escreva os tipos de extintores ideais para combater incêndios causados pelos materiais
combustíveis relacionados abaixo:

COMBUSTÍVEL EXTINTOR(ES) MÉTODOS UTILIZADO


UTILIZADO(S)
Carvão

Gasolina

Querosene

Equipamento elétrico

Álcool

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Plástico

Petróleo

20. O que é temperatura de ignição?

21. O que é ponto de fulgor?

22. Sabemos que as unidades extintoras fazem parte do combate a incêndio. Dê quatro de
outros equipamentos utilizados para combate a incêndio.

23. Defina incêndio de classe C e qual seu melhor agente extintor.

24. O que é ponto de combustão?

25. Qual a altura máxima, a partir do piso que deve ser colocado o extintor?
a) 1,65 m b) 1,70 m c) 1.50 m d) 160 m

26. Qual o telefone do corpo de bombeiros?


a) 190 b) 191 c) 192 d) 193 e) 194

27. A partir de qual área e/ou altura é obrigatória a instalação de para-raios?


a) 1500 m² e 15m b) 600 m² e 15m c) 1200 m² e 15m d) 1000 m² e 15m

28. De quem é a responsabilidade pela fiscalização dos projetos de incêndio de um


estabelecimento?
a) CREA b) Prefeitura c) Corpo de bombeiros d) IFRN e) Ministério do Trabalho

29. Qual o percentual de ocupação mínima que deve possuir uma área de refúgio?
a) 50% b) 40% c) 30% d) 20% e) 10%

30. Não é permitida a instalação de extintor.


a) Central de gás b) Gerador c) Degrau de escadas d) Casa de máquinas

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8. Medidas e Equipamento de Proteção

Nas atividades que desempenhamos todos os dias são encontradas diversos riscos aos
quais estamos susceptíveis, e acabam agravando os acidentes e doenças ocupacionais, como
exemplos temos:
 Choque elétrico em função da exposição à eletricidade;
 Queda em trabalhos em altura;
 Queimaduras em função da exposição ao calor;
 Impactos de objetos sobre o crânio;
 Respingos de produtos químicos corrosivos sobre o corpo;
 Surdez por exposição habitual ao ruído da fábrica;
 Doenças respiratórias em função da emanação de poeiras e gases;
 Risco de contato das mãos com agentes cortantes, perfurantes, elétricos e térmicos
(calor ou frio);
 Outros.

Sabe-se que expor os trabalhadores a tais riscos sem observar


os mínimos cuidados para protegê-lo, contraria todos os princípios
prevencionistas. Por este motivo a Segurança e Medicina do Trabalho
busca, de todas as formas possíveis, evitar que um trabalhador se
acidente ou adquira uma doença do trabalho.
Assim, uma das formas que podemos proteger o trabalhador é
primeiramente tentar eliminar ou neutralizar estes riscos na fonte e se
não sanado, ai sim devemos atuar no trabahador, fornecendo-lhe
determinados dispositivos que evitem ou atenuem (diminuam) a lesão
ou reduza a probabilidade de se adquirir uma doença do trabalho em função dos riscos a que
estão expostos. Estes dispositivos são denominados Equipamentos de Proteção Coletiva e
Individual, mais conhecidos como “EPC e EPI”.
Infelizmente, doenças decorrentes de atividades desenvolvidas em ambientes nocivos
à saúde e sem proteção levam milhares de trabalhadores a recorrer à Previdência Social,
gerando gastos de bilhões de reais por ano. Muitos trabalhadores ficam afastados do mercado
de trabalho por terem desenvolvido doenças crônicas, o que poderia ser evitado se os mesmos
estivessem devidamente protegidos por EPCs e EPIs.
Para prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, a ciência e as
tecnologias colocam à nossa disposição uma série de medidas e equipamentos de proteção
coletiva e individual.

8.1 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC


É toda medida ou dispositivo, sinal, imagem, som, instrumento ou equipamento
destinado à proteção de uma ou mais pessoas.
É importante que você saiba que o Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) se
caracteriza em beneficiar um grupo de trabalhadores indistintamente. Eles eliminam ou
reduzem os riscos na própria fonte como é o caso do dispositivo de silenciador instalado nos
automóveis para reduzir o ruído produzido pelo motor. Os EPC‘s podem intervir nos métodos
e processos de trabalho e ações dentro da empresa.

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Portanto, as medidas e os equipamentos de proteção coletiva visam, além proteger


muitos trabalhadores ao mesmo tempo, à otimização dos ambientes de trabalho,
destacando-se por serem mais rentáveis e duráveis para a empresa.

Exemplos
 Limpeza e organização dos locais de
trabalho;
 Sistema de exaustão colocado em um
ambiente de trabalho onde há poluição;
 Isolamento ou afastamento de máquina
muito ruidosa;
 Colocação de aterramento elétrico nas
máquinas e equipamentos.
 Proteção nas escadas através de corrimão,
rodapé e pastilha antiderrapante;
 Instalação de avisos, alarmes e sensores
nas máquinas, nos equipamentos e elevadores;
 Limpeza ou substituição de filtros e tubulações de ar-condicionado;
 Instalação de pára-raios;
 Iluminação adequada;
 Colocação de plataforma de proteção em todo o perímetro da face externa dos prédios
nas obras de construção, demolição e reparos;
 Isolamento de áreas internas ou externas com sinalização vertical e horizontal.

EXEMPLOS PRÁTICOS DE APLICAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE


COLETIVA

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É importante ressaltar que a aplicação das medidas de controle deve obedecer a uma
hierarquia. Não se pode fornecer EPI e deixar de observar a aplicação de outros recursos
disponíveis.
Por exemplo:
É prioritária a redução dos níveis de ruído no setor de trabalho. Antes da
obrigação do uso de protetores auditivos, devem ser adotadas todas as medidas capazes
de reduzir os níveis ruído ou eliminar esse risco, como exemplo, o enclausuramento do
equipamento.

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8.2 Equipamento de Proteção Individual – EPI


Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI,
todo dispositivo ou produto de uso individual, destinado a
proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
O EPI é como se fosse uma barreira entre a lesão e o
trabalhador, é estritamente de uso individual, não podendo ser
compartilhado com outros trabalhadores. Assim, o
fornecimento do EPI deve ser para cada trabalhador.

Exemplo:
Um operador derramou metal fundido dentro de um
molde, com uma concha sem reparar que havia um pouco de água no fundo do molde.
Ao derramar o metal, este reagiu com a água, causando uma explosão que lhe atingiu o
rosto. Dado que o operador usava máscara, isso impediu que o rosto e os olhos fossem
atingidos. Graças ao uso correto do EPI, o operador não teve nenhuma lesão.

8.2.1 Quando usar o EPI


 Quando não for possível eliminar o risco por outras medidas ou equipamentos de
proteção coletiva.
 Quando for necessário complementar a proteção coletiva.
 Em trabalhos eventuais ou emergenciais.
 Em exposição de curto período.

8.2.2. Como escolher o EPI


A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado, conhecedor não só do
equipamento, como também das condições em que o trabalho é executado.
É preciso conhecer também o tipo de risco, a parte do corpo atingida, as características
e qualidades técnicas do EPI, se possui Certificado de Aprovação - CA do Ministério do
Trabalho e Emprego e, principalmente, o grau de proteção que o equipamento deverá
proporcionar.

8.2.3 Certificado de Aprovação - CA


Qualquer produto comprado em uma loja deve possuir garantias quanto ao seu
funcionamento ou contra algum tipo de defeito. Isto é um dever previsto no Código do
Consumidor.
Da mesma forma acontece com os EPIs, pois estes devem oferecer garantias de que,
durante o seu uso, protegerá o trabalhador. Assim, faz-se imprescindível que os EPIs estejam
em conformidade e devidamente certificados para que tenham o efeito desejado de
verdadeiramente proteger os trabalhadores de eventuais acidentes.
Para tanto, os EPIs devem ser submetidos a determinados testes e ensaios em
laboratórios com equipamentos e recursos para tal, visando verificar a sua resistência contra o
risco a que foi produzido. Após os testes, caso o EPI for aprovado, é obtido o CA –
Certificado de Aprovação, expedido pelo Ministério do Trabalho, onde se cadastra um
―número do CA” do EPI. Cada EPI tem seu número do CA, entretanto, o Certificado de
Aprovação não é simplesmente um número, mas um "diploma", com informações sobre o
EPI, o uso a que se destina (adequação) e sobre o fabricante.
O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só
poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação –
CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho
do Ministério do Trabalho e Emprego.

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Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome


comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI
importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

Foto parcial de um respirador contra poeiras com o n. do CA

8.2.4 Equipamento de Proteção Individual Conjugado


Você também pode encontrar um EPI conjugado. O que isso
significa? O Equipamento Conjugado de Proteção Individual é todo
aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado
contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que
sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Temos
como exemplo o capacete de segurança acoplado com o protetor
auricular tipo concha e protetor facial.

8.2.5 Obrigações legais:

8.2.5.1 Cabe ao empregador


a) Adquirir o adequado ao risco de cada atividade: É preciso conhecer a atividade e também o
tipo de risco ao qual o trabalhador está exposto, para assim escolher o adequado.
b) Exigir seu uso: não se pode simplesmente fornecer o EPI e deixar à mercê do trabalhador
quanto a sua utilização, cabendo ao empregador tornar efetivamente obrigatório o seu uso,
sob pena de responder por omissão ou negligência em caso de acidente. Havendo resistência
quanto ao seu uso é permitido ao empregador reincidir o contrato de trabalho por justa
causa.
c) Fornecer ao trabalhador somente com CA:
d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação: não se pode
simplesmente fornecer o EPI. O empregador deve também treinar o trabalhador quanto a sua
colocação correta, instruí-lo em qual momento deve ser utilizado, bem como explicar as suas
limitações; como e o local adequado para guardá-lo, além de lhe informar os cuidados para
mantê-lo conservado.

e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado: O EPI deve ser substituído


quando danificado ou extraviado. Para realizar esta reposição é imprescindível que o

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empregador tenha-os em estoque. Não se justifica o trabalhador usar EPI defeituoso ou


vencido pelo fato do empregador não tê-lo em estoque.
f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

8.2.5.2 Cabe ao empregado


a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina: Sabe-se que o trabalhador,
com sua “criatividade” peculiar, muitas vezes faz uso do EPI de forma que o mesmo possa
atendê-lo em outras situações diferentes das propostas, exemplos disso temos nos capacetes
que ora servem como assento, ora como recipiente para beber água, etc.
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação: Treinado o trabalhador, este deve guardar e
conservá-lo. Ora, o EPI não é encontrado em qualquer “mercearia”, sendo um produto
consideravelmente caro. O trabalhador deve ter esta consciência. É importante salientar que
está previsto no art. 462, § 1º da CLT que “em caso de dano causado pelo empregado, o
desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de
dolo do empregado”.
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso: O
trabalhador deve ser treinado para poder avaliar em qual situação o EPI torna-se impróprio
para uso. Feito isto é dever dele comunicar ao empregador qualquer anormalidade.
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado: A recusa quanto ao uso de
EPIs constitui-se em falta grave e deve ser tratada, desde advertências até aplicação de
despedida por justa causa pelo empregador, caso o trabalhador mantenha a posição de não
usar o EPI.

8.2.6 Classificação dos EPI’s


Os equipamentos de proteção individual são classificados de conformidade com a
parte do em corpo que deve ser protegida.

TIPO DE PROTEÇÃO FINALIDADE EQUIPAMENTO INDICADO

contra riscos de impacto de - óculos de segurança (para


PROTEÇÃO PARA A FACE partículas, respingos de produtos maçariqueiros, rebarbadores,
químicos, ação de radiação calorífica esmerilhadores, soldadores,
ou luminosa (infra-vermelho, ultra- torneiros).
violeta e calor). - Máscaras e escudos (para
soldadores).
contra riscos de queda de objetos - capacete de segurança
PROTEÇÃO PARA O batidas, batidas por choque elétrico,
CRÂNIO cabelos arrancados, etc.

contra níveis de ruído que - protetores de inserção (moldáveis


PROTEÇÃO AUDITIVA ultrapassem os limites de tolerância. ou não)
- protetores externos (tipo concha)
contra gases ou outras substâncias - respiradores com filtros
PROTEÇÃO nocivas ao organismo que tenham mecânicos, químicos ou com a
RESPIRATÓRIA por veículo de contaminação as vias combinação dos dois tipos, etc.
respiratórias.
contra os mais variados tipos de - aventais de napa ou couro, de
PROTEÇÃO DO TRONCO agentes agressores. PVC, de lona e de plástico,
conforme o tipo de agente.
contra materiais cortantes, abrasivos, - luvas de malhas de aço, de
PROTEÇÃO DOS escoriantes, perfurantes, térmicos, borracha, de neoprene e vinil, de

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MEMBROS elétricos, químicos, biológicos e couro, de raspa, de lona e


SUPERIORES radiantes que podem provocar lesões algodão, Kevlar, etc.
nas mãos ou provocar doenças por
intermédio delas.
contra impactos, eletricidade, metais - sapatos de segurança
em fusão, umidade, produtos - perneiras
PROTEÇÃO DOS químicos, objetos cortantes ou - botas (com biqueiras de aço,
MEMBROS pontiagudos, agentes biológicos, etc. isolantes, etc., fabricados em
INFERIORES couro, lona, borracha, etc.

RELAÇÃO DOS PRINCIPAIS EPIs PREVISTO NO ANEXO I DA NR6

EPI para proteção da cabeça


Capacete para proteção contra impactos de Capuz para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem
objetos sobre o crânio térmica ou respingos de produtos químicos

EPI para proteção dos olhos e face


Óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas, respingos de produtos químicos.

Protetor facial para proteção da face contra Máscara de solda para proteção dos olhos e face contra impactos de
impactos de partículas, respingos de produtos partículas e radiação
químicos ou radiações. Protege os olhos e o rosto
contra respingos durante o manuseio e a
aplicação.

A viseira deve ter a maior transparência possível


e não distorcer as imagens. Deve ser revestida
com viés para evitar corte. O suporte deve
permitir que a viseira não fique em contato com o
rosto do trabalhador e embace. A viseira deve
proporcionar conforto ao usuário e permitir o uso
simultâneo do respirador, quando for necessário.

EPI para proteção auditiva


Protetor auditivo para proteção do sistema auditivo contra níveis de ruídos elevados

EPI para proteção respiratória

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Respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos metálicos. Geralmente
chamados de máscaras, os respiradores têm o objetivo de evitar a inalação de vapores orgânicos, névoas ou finas partículas
tóxicas através das vias respiratórias. Existem basicamente dois tipos de respiradores: sem manutenção (chamados de
descartáveis) que possuem uma vida útil relativamente curta e recebem a sigla PFF (Peça Facial Filtrante), e os de baixa
manutenção que possuem filtros especiais para reposição, normalmente mais duráveis.Os respiradores mais utilizados nas
aplicações de produtos fitossanitários são os que possuem filtros P2 ou P3. Para maiores informações consulte o fabricante.

Respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra vapores de produtos químicos (tinta, gasolina, ácido
clorídrico, thinner, etc) – muito usado nos processos das indústrias automobilísticas.

Respirador independente do ar atmosférico para proteção das vias respiratórias em locais com deficiência de oxigênio ou com
altas concentrações de gases / vapores de produtos químicos

EPI para proteção dos membros superiores


Luva de segurança para proteção das mãos contra agentes:

Um dos equipamentos de proteção mais importantes, pois protege as partes do corpo com maior risco de exposição: as mãos.
Existem vários tipos de luvas no mercado e a utilização deve ser de acordo com o tipo de formulação do produto a ser
manuseado.

Creme protetor para proteção dos membros Manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
superiores contra agentes químicos choques elétricos, agentes escoriantes,
Usados em agentes tais como tintas, cimentos,
óleos, etc. Uso recomendado nas indústrias em
geral, construção civil, etc.
Evita a aspereza, o ressecamento, dermatoses, e
fissuras na pele.

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cortantes, térmicos, etc.


Paletós para proteção contra queimaduras, agentes perfurantes, cortantes, escoriantes, choque elétrico, produtos químicos.

EPI para proteção dos membros inferiores


Calçado para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os pés, respingo de produtos químicos, umidade, etc.
Devem ser impermeáveis, preferencialmente de cano alto e resistentes aos solventes orgânicos, por exemplo, PVC.

Perneira para proteção da perna contra agentes escoriantes, cortantes, perfurantes, térmicos, produtos químicos, etc.

EPI para proteção do corpo inteiro


Macacão ou conjunto para proteção do corpo contra chamas, agentes térmicos, elétricos, produtos químicos, etc.

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EPI para proteção contra quedas em alturas


Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura

Acima estão os EPIs mais utilizados pelas indústrias. Ressalta-se que, além destes,
existem muitos outros disponíveis no mercado, cada um com sua particularidade de proteção,
fabricado por diversas empresas especializadas. Abaixo estão algumas empresas vendedoras
de EPI‘s no Brasil:
 3M do Brasil – especializada em equipamentos de proteção respiratória e auditiva –
www.3m.com.br
 Balaska – diversos equipamentos – www.balaska.com.br
 Protenge – diversos equipamentos – www.protenge.com.br
 JGB – diversos equipamentos - www.jgb.com.br

Fique por dentro!


Colocação correta do Respirador

Respirador
Deve ser colocado de forma que os dois elásticos fiquem fixados corretamente e sem
dobras, um fixado na parte superior da cabeça e outro na parte inferior, na altura do
pescoço, sem apertar as orelhas. O respirador deve encaixar perfeitamente na face do
trabalhador, não permitindo que haja abertura para a entrada de partículas, névoas ou
vapores. Para usar o respirador, o trabalhador deve estar sempre bem barbeado.

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8.2.7 Responsabilidades dos SESMT e da CIPA


Evidentemente que as recomendações quanto ao uso dos EPIs adequados devem ser
feitas por profissionais que tenham formação acadêmica específica em segurança e medicina
do trabalho, tenham conhecimento das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores, dos
riscos envolvidos nas operações, dos materiais e produtos manuseados e das características
dos materiais em que os equipamentos de proteção individual são fabricados.
Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho – SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, nas empresas
desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco
existente em determinada atividade.
Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante
orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do
trabalhador.

8.2.8 Uso e comprovação dos EPI’s


Sabe-se que a empresa deve fornecer gratuitamente
EPIs. Portanto deve-se pensar e executar uma boa forma de
controle para registrar a entrega destes equipamentos aos
trabalhadores. Uma forma de controlar esta entrega é
através de um documento denominado “ficha de
controle de EPI”. Esta ficha deve ser mantida sem rasuras,
com todos os eventos datados – dia, mês e ano, sem
possibilidade de espaços em branco e com cada entrega
assinada pelo empregado.
É importante que exista a formalização quanto à
necessidade da freqüência da entrega de EPI. Manter
uma ficha desta e nela registrar a entrega de um protetor auricular, por exemplo, para
empregado que trabalhe em área ruidosa, está gerando uma evidência positiva. Sempre é bom
lembrar que a entrega deve ser acompanhada de treinamento e orientação para o uso, guarda e
conservação. Indispensável alertar as empresas que os EPIs devem ser fornecidos mediante
anotação na ficha de controle, pois constitui-se única prova a ser produzida em juízo da
entrega de tais equipamentos; todos os equipamentos têm de estar relacionados analiticamente
na ficha de entrega de EPI's, mesmo aqueles cujo fornecimento seja constante, a exemplo de
protetores auriculares descartáveis.
É importante ressaltar que o simples fornecimento dos equipamentos de proteção
individual não garante a proteção da saúde do trabalhador e nem evita contaminações.
Incorretamente utilizados, os EPI podem comprometer ainda mais a segurança do trabalhador.

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Acreditamos que o desenvolvimento da percepção do risco aliado a um conjunto de


informações e regras básicas de segurança são as ferramentas mais importantes para evitar a
exposição e assegurar o sucesso das medidas individuais de proteção a saúde do trabalhador.
O uso correto dos EPI é um tema que vem evoluindo rapidamente e exige a reciclagem
contínua dos profissionais que atuam na área de ciências agrárias através de treinamentos e do
acesso a informações atualizadas. Bem informado, o profissional de ciências agrárias poderá
adotar medidas cada vez mais econômicas e eficazes para proteger a saúde dos trabalhadores,
além de evitar problemas trabalhistas.

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TERMO DE RESPONSABILIDADE PELA GUARDA USO DE EQUIPAMENTO DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI MODELO 1

IDENTIFICAÇÃO DO EMPREGADO

Nome:______________________________________________________________________
Cargo:______________________________________________________________________
Seção:______________________________________________________________________

Recebi de _________________________________, a título de empréstimo, para meu


uso exclusivo e obrigatório nas dependências da Empresa, conforme o determinado na NR-6
da Portaria 3.214/78, os equipamentos especificados neste termo de responsabilidade,
comprometendo-se a mantê-los em perfeito estado de conservação, ficando ciente de que:
1. Recebi treinamento quanto à necessidade na utilização dos referidos EPI‘s, a maneira
correta de usá-los, guardá-los e higienizá-los, bem como da minha responsabilidade quanto a
seu uso conforme determinado na NR-1 da Portaria 3.214/78.
2. Se o equipamento for danificado ou inutilizado por emprego inadequado, mau uso,
negligência ou extravio, a empresa me fornecerá novo equipamento e cobrará o valor de um
equipamento da mesma marca ou equivalente ao da praça (§ 1º do art. 462 da CLT).
3. Fico proibido de dar ou emprestar o equipamento que estiver sob minha responsabilidade,
só podendo fazê-lo se receber ordem por escrito da pessoa autorizada para tal fim.
4. Em caso de dano, inutilização ou extravio do equipamento deverei comunicar
imediatamente ao setor competente.
5. Terminando os serviços ou no caso de rescisão do contrato de trabalho, devolverei o
equipamento completo e em perfeito estado de conservação, considerando-se o termo do uso
do mesmo, ao setor competente.
6. Estando os equipamentos em minha posse, estarei sujeito a inspeções sem prévio aviso.
7. Fico ciente de que não utilizando o equipamento de proteção individual em serviço estarei
sujeito às sanções disciplinares cabíveis que irão desde simples advertências até a dispensa
por justa causa nos termos do art. 482 da CLT combinado com a NR-1 NR-6 da Portaria
3.214/78.
Mossoró/RN, ______ de ______________________ de __________________.
Ciente:_____________________________________________________________________

ASS. DO ASS. DA
EPI RECEBIDO MOVIMENTO CA DATA
FUNCIONÁRIO EMPRESA

Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega

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CONTROLE DE FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO


INDIVIDUAL – EPI MODELO 2

IDENTIFICAÇÃO DO EMPREGADO

Nome:______________________________________________________________________
Cargo/ Função:_______________________________________________________________
Número identidade: ___________________________________________________________
Empresa: ___________________________________________________________________

 Declaro haver recebido os equipamentos abaixo relacionados, a título de empréstimo


de uso;
 Comprometo-me a utilizá-los apenas nos locais de trabalho da empresa;
 A não marcá-las com nome ou qualquer outra identificação indelével (permanente);
 Responsabilizo-me por sua guarda e conservação;
 Em casos de danificação por uso inadequado, extravio, perda ou roubo dos EPI‘s, a
empresa cobrará o valor das peças. (Este pagamento, por parte do empregado não
caracteriza sua compra, pois continuam de propriedade da empresa).
 Comprometo-me a devolvê-las quando não tiver mais condições de uso e em caso de
desligamento, sob pena de não o fazendo ter descontado de meus haveres.
Obs.: Um novo EPI será fornecido mediante a devolução da usada.

Mossoró/RN, ______ de ______________________ de __________________.


Ciente:_____________________________________________________________________

ASS. DO ASS. DA
EPI MOVIMENTO DATA
FUNCIONÁRIO EMPRESA

Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega
Devolução
Entrega
Devolução

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“JÓIAS RARAS”
FOTOS DE TRABALHADORES UTILIZANDO “EPIs”

 Atividade
1. Defina EPI e EPC relatando seus objetivos e finalidades.

2. Quais as principais dificuldades encontradas na utilização do EPI?

3. Cite cinco exemplos de EPI e EPC (de cada).

4. Qual o objetivo da compra dos Equipamentos que possuem Certificado de Aprovação –


C.A.?

5. Para tentar eliminar ou neutralizar os riscos ambientais qual o Equipamento que você
tentaria aplicar primeiro EPI ou EPC? Justifique a sua resposta.

6. Uma empresa nova pretende iniciar suas atividades no mês de julho de 2004. Após a
realização de um estudo de antecipação de riscos, foi prevista a aquisição de diversos EPI

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para garantir a segurança e a saúde dos seus trabalhadores. Com relação a essa situação,
julgue os itens a seguir.
___ Para evitar transtornos com a fiscalização, a empresa deve adquirir somente EPI com
comunicado de aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego.
___ Todo EPI deve ser considerado como item de estoque da empresa, já que, nos casos em
que foi prevista sua necessidade, seu uso é obrigatório.
___ O empregador tem a obrigação de orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a
guarda e a conservação do EPI.
___ O fato de o empregador adquirir o EPI não o exime da responsabilidade de fazer cumprir
a obrigatoriedade do seu uso, devendo utilizar normas administrativas, treinamento e
supervisão.
___ No caso de equipamentos de proteção auditiva, o nível de atenuação deve ser o único
critério para a escolha da proteção auditiva adequada.
___ A neutralização da insalubridade pela utilização de EPI pode determinar a cessação do
pagamento do adicional respectivo.

7. Preencha as colunas, com base nas questões abaixo:


1) Significado da letra ―E‖ em EPI.
2) O corrimão de uma escada é um exemplo de qual tipo de equipamento de proteção?
3) Responsável pela compra do EPI.
4) EPI que protege a cabeça contra a queda de objetos.
5) Uma das obrigações dos empregados em relação ao EPI.
6) O uso de EPI ______________ o risco.
7) Tipo de protetor auricular que cobre todo o pavilhão auditivo.
8) EPI utilizado para proteger o profissional de poeira em excesso.
9) Protegem mãos e dedos do calor.
10) Protege o pé de perfurações.
11) Desconhecê-lo é a principal causa de acidentes.
12) Distância aproximada, em centímetros, que o capacete deve ficar distante da cabeça,
para protegê-la efetivamente.
07

04
 01
 02 
05

09 
11 
10
06 
08
03

12 

8. São consideradas medidas coletivas de proteção a riscos ambientais:


a) unidades extintoras de incêndio, porta corta fogo, corrimão e sinalização;
b) medidas de higiene pessoal e protetores respiratórios;

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c) diminuição das horas de exposição e educação dos operários sobre os riscos a que estão
expostos;
d) uso de luvas e vacinação, e outras precauções especiais para evitar o contágio com agentes
biológicos.

9. São consideradas medidas de proteção Individual:


a) cintos de segurança tipo paraquedista com talabarte e capacete;
b) mudança de processos manuais por mecânicos e uso de botas de segurança;
c) dispositivos ou produtos, de uso de um grupo de pessoas, destinado a proteção de riscos;
d) medidas de higiene pessoal e ventilação;
e) aquelas utilizadas para atender situações de emergência e sinalização.

10. Em relação ao EPI, não podemos afirmar:


a) a escolha requer conhecimento dos riscos ambientais: ergonômicos, mecânicos, biológicos,
físicos, químicos, aos quais o trabalhador estará exposto;
b) e competência do MTE fiscalizar a sua qualidade;
c) e obrigação do empregado comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada no seu
equipamento;
d) e obrigação do empregador adquirir o tipo adequado ao risco da atividade e tornar
obrigatório o seu uso;
e) o EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a
indicação do CA.

11. Quanto aos EPC´s e EPI´s, podemos afirmar:


a) são considerados EPC´s: luvas, botas e capacetes;
b) é considerado EPI o aterramento elétrico;
c) cabe ao empregado responsabilizar-se pela manutenção periódica;
d) são os instrumentos que tem por finalidade evitar ou amenizar riscos de acidentes;
e) cabe ao empregador cumprir as determinações quanto ao uso do EPI.

12. Qual é a responsabilidade do empregador quanto ao uso dos EPI‘s?

13. Qual é a responsabilidade do trabalhador quanto ao uso dos EPI‘s?

14. Quem é responsável pela recomendação do uso do EPI?

15. Os equipamentos de proteção individual são classificados de conformidade com a parte do


em corpo que deve ser protegida, baseado nisto complete as colunas abaixo:

TIPO DE PROTEÇÃO FINALIDADE EQUIPAMENTO INDICADO


PROTEÇÃO PARA A FACE

PROTEÇÃO AUDITIVA

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PROTEÇÃO DOS
MEMBROS
SUPERIORES

PROTEÇÃO
RESPIRATÓRIA

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Referencial Bibliográfico

1. ALEXANDRE Itiu Seito et al. A Segurança Contra Incêndio. São Paulo: Projeto
Editora, 2008. 496 p.
2. ARAÚJO, Giovanni Morais. Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional. Rio
de Janeiro: GVC, 2008. 2 ed.
3. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280: Cadastro
de acidente do.
4. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Extintor de incêndio
classe A - Ensaio de fogo em engradado de madeira. NBR 9443:02. Rio de Janeiro:
2002.
5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sistema de Iluminação
de Emergência – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-10898:1999.
Rio de Janeiro: 2002.
6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Extintor de incêndio
classe B - Ensaio de fogo em líquido inflamável. NBR 9444:02. Rio de Janeiro:
2002.
7. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Extintores de incêndio
com carga de pó. NBR 10721:04. Rio de Janeiro: 2004.
8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Extintores de incêndio
com carga d’água. NBR 11715:03. Rio de Janeiro: 2003.
9. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Extintores de incêndio
com carga de dióxido de carbono (gás carbônico). NBR 11716:04. Rio de Janeiro.
2004.
10. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Extintores de incêndio
com carga para espuma mecânica. NBR 11751:03. Rio de Janeiro: 2003.
11. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sistemas de proteção
por extintores de incêndio. NBR 12693:93. Rio de Janeiro: 1993.
12. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Inspeção, manutenção e
recarga em extintores de incêndio. NBR 12962:98. Rio de Janeiro: 1998.
13. BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os planos de benefícios
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2ª Edição.

Docente: Drª. Priscylla Gondim, e-mail: priscylla.gondim@ifrn.edu.br


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São Paulo, Campus Resend, 2009. 2ª Edição.
26. OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção Jurídica a Segurança e Saúde no
Trabalho. São Paulo: LTR, 2002.
27. REVISTA PROTEÇÃO. Anual brasileiro de proteção 2007. São Paulo. Ed. Pallotti.
Edição 13, 2007.
28. SAAD, Eduardo Gabriel (Org.). Introdução à segurança do trabalho: textos básicos
para estudantes de engenharia. São Paulo: FUNDACENTRO. 1981.
29. SALIBA, Tuffi Messias; CORRÊA, Márcia Angelim C.; AMARAL, Lênio Sérvio.
Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais. São Paulo, 3°
Edição. Ed. LTr, 2002. 262 p.
30. SALIBA, Tuffi Messias. Curso básico de segurança e higiene ocupacional. São
Paulo. 2° Edição. Ed.LTr, 2008.
31. Sindicato dos Metalúrgicos: Vítimas dos Ambientes de Trabalho. São Paulo, 2000.
32. TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de segurança industrial. São Paulo. Margus,
1999.

Bibliografia Complementar
1. Revista Proteção. Disponível em: http://www.protecao.com.br
2. Segurança e Saúde. Disponível em: http:www.seguracaesaude.com.br
3. Blog Professor Uanderson Rebula. Disponível em:
www.uandersonrebula.blogspot.com
4. Fundacentro. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/
5. Site sobre Segurança e Trabalho. Disponível em: http://www.saudeetrabalho.com.br/
6. Site sobre Segurança e Trabalho. Disponível em: http://www.animaseg.com.br/
7. Site sobre Acidente do Trabalho. Disponível em:
http://www.acidentedotrabalho.adv.br/
8. Revista Segurança. Disponível em: http://www.revistaseguranca.com
9. Site sobre Segurança no Trabalho. Disponível em:
http://www.segurancanotrabalho.net/

Docente: Drª. Priscylla Gondim, e-mail: priscylla.gondim@ifrn.edu.br

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