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Bruno Glaab
INTRODUÇÃO
1.3 -Deus
1.4 -Messianismo
Pairava, sobre Israel uma promessa de que sempre haveria um filho de Davi
(descendente) para governar Israel (2Sm 7,9ss). Quando, porém, em 589 a.C. a Babilô-
nia invadiu Jerusalém e assassinou todos os filhos do último rei e depois de o ter vazado
os olhos deste, o levou cativo para a Babilônia, pôs fim a dinastia de Davi.
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Antes do Exílio da Babilônia em Israel se fala o Hebraico. Todos os livros do antigo Testamento da Bíblia
Hebraica são escritos em hebraico, menos uma parte do livro de Daniel que já é escrito em aramaico.
Nasce agora a esperança messiânica de vir um novo Messias (ungido como Da-
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vi) para reinar sobre Israel que estava sob o jugo estrangeiro. Este ungido esperado de-
verá ser um novo Davi ou um novo Moisés e que assim, Israel voltaria a ser um país li-
vre (Is 7,13-14; Is 11,1ss e Dt 18,13ss). Mais tarde este messias assumiu características
apocalípticas, como alguém que viria sobre as nuvens para reinar (Dn 7,13ss). No Novo
Testamento Jesus assume o papel de Messias = Cristo (COOGAN, 2007, p.28).
1.5 -Personagens
O judaísmo não venera figuras como os santos. Mesmo assim, entre seus ante-
passados há muitos destaques: Abraão, Moisés, Davi são os mais importantes. Abraão é
visto como o pai da fé. Moisés é o legislador. Por meio dele foi dada a Lei (Torá) e Davi
é o primeiro rei, por isto é visto como o rei por excelência, o iniciador da dinastia real.
Há outros personagens importantes com Esdras, Hilel, Akira, etc. Estes personagens de-
sempenharam papel importante na vida do povo e da fé.
1.6 - Crença
No judaísmo primitivo não existe a crença na vida eterna, ou seja, vida após a
morte. A recompensa de Abraão e dos antigos, é ter muitas terras e muitos filhos (Gn 12
e 15), pois acreditavam que Deus abençoava os bons com terras e nos filhos continuaria
a vida dos pais. A crença na Vida eterna entra em Israel, talvez a partir da Babilônia. Já
nos tempos do Novo Testamento alguns grupos acreditavam em vida eterna, como os
fariseus. Já os saduceus não acreditavam (Mc 12,18).
Os judeus viviam a Torá, que os rabinos resumiram em 613 leis (COOGAN,
2007, p.38). Deviam imitar a santidade de Deus. Sua moral consistia na observação das
leis, no serviço divino (culto – liturgia) e em atos de caridade para com o semelhante.
Creem que o SH tem o poder de fazer o bem e o mal. Cada indivíduo deve optar. Isto é
o livre arbítrio.
Uma das características do judaísmo é seu rígido sistema alimentar. Não podem
comer alimentos comuns. O Kashrut ou Kasher (adequado) é um critério baseado na
Torá, principalmente no Lv 11. Não comem carne de porcos, não comem peixes sem
escamas, etc. Em certos supermercados existe o setor Kasher, isto, produtos que podem
ser consumidos por judeus. Mesmo animais que podem ser consumidos devem ser aba-
tidos dentro dos critérios judaicos. Por isto, os grandes batedouros exportadores de car-
ne para Israel devem ter fiscais judaicos. Só assim os produtos serão declarados Kasher.
A religião judaica tem diversos ritos para as diversas fases da vida do SH (GA-
ARDER, 2002, p.112). estes ritos são realizados comunitariamente.
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Messias é a palavra aramaica que para nós é conhecida por Cristo (grego). Tanto Messias como Cristo
significa Ungido. O rei era ungido com óleo. Assim foi ungido Saul (1Sm 10,1ss), como também Davi
(1Sm 16,1ss).
Circuncisão: todo menino é circuncidado ao oitavo dia. Trata-se de um
pequeno corte na glande do menino. É o sinal da aliança com Javé. Neste
dia o menino recebe o nome. A menina também recebe o nome ao oitavo
dia, em uma cerimônia na sinagoga, mas não é circuncidada.
Bar Mitzvá e Bat Mitzvá: Filho do mandamento/filha do mandamento.
O menino ao completar 13 anos se torna Bar Mitzvá e a menina, aos 12.
A partir de então o menino é responsável como o adulto e apreende a lei.
A menina é instruída quanto aos costumes alimentares Kasher.
Casamento: a família é o núcleo básico do judaísmo. Por isto se valoriza
muito o casamento. Este geralmente é realizado na sinagoga. É entendido
como a forma privilegiada de viver a fidelidade a Deus. Dificilmente a-
contecem casamentos mistos, o que para o judaísmo é um problema.
Permite-se o divórcio, mas esta é mais uma questão decidida pelo ho-
mem, que deve dar carta de divórcio à esposa e ratificado por um conse-
lho de rabinos.
Sepultamento: o sepultamento deve ser realizado o mais breve possível.
Não permitem a cremação. Têm profundo respeito pelos seus cemitérios,
pois ali repousam os corpos até o dia da ressurreição.
Além destes momentos marcantes da fase da vída, os judeus rezam três vezes ao
dia, enfatizam muito a higiene pessoal, recitam bênçãos para quase todos os momentos
do dia. Leem a Tora em trechos alternados aos sábados, ou seja, num ano devem ler to-
da a Torá (COOGAN, 2007, p.44).
Seu dia celebrativo é o Sábado. No sábado não fazem nenhum trabalho, vão à
sinagoga para o culto. Aí se transmite os costumes e a doutrina judaica.
O calendário judaico é muito anterior ao calendário cristão. Quando o calendário
cristão marcava 1999 o calendário judaico marcava 5759-60, pois creem que esta é a i-
dade do mundo3. Seu calendário é lunar e não fecha completamente com o calendário
cristão. Por isto, em cada 19 anos eles acrescentam um mês para corrigir o calendário
defasado.
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Is é uma antiga crença que prevalece, embora nenhum judeu instruído hoje acredite que o mundo foi
criado a 5759 anos.
2.1 - O templo
Na mentalidade judaica, Deus é todo santo, todo puro. Tudo o mais é imperfeito
e impuro. Quanto mais se aproxima de Deus, tanto mais puro se recebe a santidade e a
pureza de Deus. Esta santidade e pureza decrescem quando se afasta. O ser humano,
conforme o seu estado, vai penetrando nos níveis superiores. Não pode ultrapassar seus
limites, pois assim se profanaria tal ambiente. Por isto, no templo, cada um tem sua área
bem delimitada.
Ao lado do templo funcionava o Sinédrio e na frente estavam os comerciantes de
animais para o culto e os cambistas.
Apesar da beleza, o templo tinha uma parte mal cheirosa: o altar, onde se quei-
mava os animais (SAULNIER, ROLLAND, 1983, p.39).. Este poluía o ambiente. Colo-
cava-se o incenso para abafar o cheiro. Todos os dias se imolava dois cordeiros a Deus,
um de manhã, outro à tarde. Também se imolava dois animais a Deus pelo imperador.
Faziam-se, também, outros sacrifícios durante o dia.
O fiel entrava no templo, comprava o animal, a farinha, o óleo para o sacrifício.
Depois penetrava no pátio de Israel, apresentava sua oferta a um sacerdote, este o con-
duzia aos pés do altar. Lá o sacerdote imolava o animal e o esfacelava. Depois era
queimado. A mulher e o estrangeiro podiam mandar oferecer sacrifícios, mas não podi-
am ir ao altar.
2.2 - A sinagoga
Só há um templo para todo israel. Ele está localizado em Jerusalém, mas para a
vida cotidiana, existem muitas sinagogas, até nas menores aldeias. Sinagoga é um edifí-
cio onde se reúnem os fiéis para a oração, mas nelas não se faz sacrifícios, como no
templo.
2.2.1 - A reunião
A sinagoga começa a existir nos tempos do Exílio, quando o povo não consegue
mais ir ao templo, pois está deportado e o templo fora arrasado (2Rs 24 e 25). Para cul-
tivar a fé e meditar a Torá, sobre os acontecimentos políticos, bem como sobre os profe-
tas, o povo se reúne em pequenas salas, estas recebem o nome de Sinagoga (em grego,
locais de reunião). Jeremias e Ezequiel devem ter forte influência na sua origem. Mais
tarde, de volta a Judá e mesmo os que vivem no Exílio, se reúnem para alimentar sua
espiritualidade. Nos tempos de Jesus havia muitas sinagogas espalhadas pelas aldeias.
Só em Jerusalém havia 480 (SAULNIER; ROLLAND, 1983, p.450.
2.3 - As festas
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Jogar fora o fermento era uma antiga tradição pré-Israel, quando a festa ainda era apenas agrícola.
Quando se iniciava a colheita, os fiéis não queriam misturar o produto novo com o velho (da safra ante-
rior. Tudo tinha de ser novo. Como o fermento, na época era massa da fornada anterior, guardada crua
e fermentada, ela não podia ser inserida não pão novo, pois aí se misturaria produtos da safra anterior
com a nova. Assim sendo, o primeiro pão da nova safra não tinha fermento. Era pão ázimo. Ainda hoje
os judeus observam isto. Na Igreja Católica se usa a hóstia, que é pão sem fermento.
b) Pentecostes: esta festa era celebrada 50 dias depois da Páscoa (Dt 16,9). Ini-
cialmente era a festa da colheita (Ex 23,16). Tornou-se a festa das semanas (Ex 34,22).
Mais tarde foi vinculada à Aliança do Sinai (Ex 19-24). A partir do século I da era cristã
ela celebrava a renovação da Aliança.
c) Tendas (Tabernáculos): Segundo Josefo, era a mais santa das festas. Sua ori-
gem era rural, significava o fim das colheitas (vindimas - Lv 23,43). Nos tempos do NT
lembrava que o povo morou em tendas ao sair do Egito (Ex 16ss). Salomão dedicou o
templo nesta festa (1Rs 8,65-66).
Os peregrinos, nos tempos de Jesus, construíam cabanas nos arredores de Jeru-
salém e nela moravam durante uma semana. Faziam-se procissões.
a) Yom Kipur: dia de expiação. Era celebrada alguns dias antes das Tendas. Era
um dia de tristeza e de jejum que durava 24 horas. Neste dia pedia-se o perdão a Deus
pelas culpas do povo. Sumo Sacerdote penetrava no Santo dos Santos onde depositava
incenso e sangue de cordeiro pelos seus pecados e pelos pecados do povo (Hb 9,1ss).
Neste dia se conduzia um bode ao deserto para Azazel. Este bode carregava os pecados
do povo (Lv 16).
b) Rosh Hashana: Ano Novo. Dez dias antes do Yom Kipur. É festa austera
que prepara o Yom Kipur.
e) Sábado: Celebra o ritmo semanal. Tem origem complexa. Lembra o ciclo lu-
nar e também a necessidade de liberdade para os escravos. Nos tempos de Jesus o sába-
do havia sido absolutizado. Jesus o relativizou.
Desde a volta do Exílio, não havendo mais rei, o sumo sacerdote se torna a auto-
ridade máxima. Ele é responsável pela Lei, pelo templo e pelo sinédrio. Sua morte era
vista como expiatória. Nesta ocasião os assassinos eram indultados.
O sumo sacerdote era a máxima dignidade. Tornava-se muito rico. Todas as tar-
des ele era o primeiro a escolher sua parte entre as ofertas do templo. Às vezes extor-
quia as sobras destinadas aos demais sacerdotes. O templo era o centro do comércio e
este comércio estava nas mãos do sumo sacerdote. Vendia animais para o sacrifício e,
devido às lei, todos deviam comprar ali. Também vendia madeiras nobres e objetos de
luxo, únicos considerados dignos de Deus.
O sumo sacerdote estava sujeito ao poder romano. Quando não o bajulava ou
não respondesse à confiança podia ser deposto. O novo sumo sacerdote era nomeado pe-
lo poder romano. Para isto os candidatos bajulavam e, às vezes até compravam o cargo.
Os sumo sacerdotes são a espinha dorsal dos saduceus. Eles são assessorados
pelos chefes dos sacerdotes procedentes da família dele ou do seu círculo de amigos.
2.4.2 - Os sacerdotes
O sacerdócio era hereditário, a mãe devia ser judia e o filho, normal. No NT ha-
via 7 mil sacerdotes. Eles ofereciam os sacrifícios e conservavam a parte central do
templo. Dividiam-se em 24 equipes. Cada equipe ficava responsável durante uma sema-
na pelo culto. Só nas grandes festas todos trabalhavam ao mesmo tempo. Assim, cada
sacerdote trabalhava 5 semanas ao ano. Estes sacerdotes muitas vezes eram extrema-
mente pobres. Só recebiam ofertas durante as 5 semanas de trabalho, e só lhes sobravam
as migalhas, pois os sumo sacerdotes e os chefes deixavam pouco para eles. Os dízimos
dificilmente chegavam em suas mãos. Eles têm de ocupar outros cargos: carpinteiros,
pedreiros, comerciantes, etc. Alguns se tornam escribas. O baixo clero está mais próxi-
mo do povo, por viver situação semelhante a ele.
2.4.3 - Os levitas
2.4.4 - O povo
O povo se subdivide em diversas categorias:
2.4.4.1 - Anciãos
Eram formados por uma aristocracia leiga de Israel, membros do sinédrio. Nu-
mericamente eram poucos, mas ricos. Geralmente latifundiários e comerciantes. Liga-
vam-se ao templo e aos sumo sacerdotes com seus negócios, bem como aos sumo sa-
cerdotes. Muitas vezes arrendavam o ofício de arrecadar os tributos. Lucravam muitos
com isto. São os primeiros em dignidade, fora os sacerdotes. Não podem entrar nas de-
pendências íntimas do templo, apesar de serem membros do sinédrio e de serem sadu-
ceus.
2.4.4.3 - O povão
2.4.4.4 - Os miseráveis
2.4.4.5 - Os escribas
São os especialistas da Lei (Torá). Explicam e atualizam a Lei. São os guias es-
pirituais. Geralmente são leigos. Procedem dos ricos com dos pobres. São considerados
filhos e sucessores dos profetas até que venha o profeta messiânico. Eles têm papel im-
portante nos tribunais. São advogados e juizes. Participam do sinédrio. São próximos
aos fariseus, mas nem todos procedem deles. São os poucos que conseguem ascender na
escala social. Hilel foi mendigo e chegou a ser um escriba dos mais importantes. Para
eles, as qualidades pessoais valem tanto ou mais do que a hereditariedade. Sobrepujam
os sacerdotes e depois dos anos 70 criam o rabinismo em Jâmnia.
Sua vida é rígida. Dedicam 1/3 do dia ao estudo, 1/3 ao trabalho e 1/3 à oração.
Aos 40 anos são ordenados, a partir de então passam a tomar parte no sinédrio. Podem
usar roupas especiais e são saudados por todos. Muitos deles são pobres.
2.4.4.6 - A mulher
Mulher podia ser comprada como o escravo. Ela é submissa ao marido. É desa-
conselhado ensinar-lhe a Lei. Não observa toda a lei, só aquilo que a torna submissa ao
homem. “Aquele que ensina a Torá à sua filha ensina-lhe a prostituição”.(SAULNIER;
ROLLAND, 1983, p.65).
O lugar da mulher é na casa, nada tem a fazer fora. Quando sai deve usar véu.
Não se deve dirigir palavra a ela, nem cumprimentá-la. Ela não pode ser testemunha. Na
sinagoga ela fica separada do homem, seu número não conta. Se não tiver no mínimo 10
homens, o culto não pode ser celebrado. Se o marido quiser ter outras mulheres, ela de-
verá admiti-lo. O homem deve dar alimento, vestes e moradia. Se não o fizer, o tribunal
poderá obrigar o marido a se divorciar. Em casos raros as mulheres têm lugar de desta-
que.
2.4.4.7 - Os filhos
O filho é uma bênção. Não ter filhos é uma maldição e a mulher é reponsabili-
zada.
a - Nascimento: A criança nascia em casa. Devido ao espaço, muitas vezes as
mulheres davam à luz nos estábulos. Oito dias depois a criança recebia o nome e era
circuncidada pelo pai ou por alguém experiente. O primogênito era de Deus (Ex 13,2).
Como Deus não aceita sacrifícios humanos, ele devia ser resgatado (Ex 13,13) por al-
guns ciclos de prata (Nm 18,15-16). Nascendo menino, a mãe se purificava 40 dias de-
pois; nascendo menina, a purificação se dava 80 dias depois (Lv 12,2-7).
b - Educação: Havia muita rigidez na educação. A vara era usada com rigor.
Até os 4 anos a responsabilidade é toda da mãe, depois os meninos eram adotados pelo
pai. A partir dos 4 anos começa a educação profissional. A filha podia ser vendida após
os 6 anos. Começa também, agora o ensino da Torá aos meninos. As meninas só apren-
diam as severas proibições e tudo o que se refere a ela. Fora disto, quanto menos se lhes
ensinava, melhor. O menino devia aprender a Lei, pois deve honrar o Senhor, deve sa-
ber ler textos sagrados e interpretá-los. Há escolas para os meninos, onde tudo gira ao
redor das Escrituras.
2.4.4.8 - O matrimônio
2.5.1 - Os saduceus
Descendentes de Sadoc (2Sm 8,17: Ez 40,46). São descendentes do sacerdócio e
da aristocracia dos tempos dos Macabeus. São abertos aos helenistas. Interferem na po-
lítica mediante o sumo sacerdote. São coniventes com os romanos. Controlam o templo
e o sinédrio. Nos tempos de Jesus eles haviam perdido um pouco do seu poder para os
fariseus e escribas. Apegam-se ao Pentateuco e desconsideram os profetas e demais es-
critos. São contra qualquer inovação. Negam a ressurreição e pregam a recompensa i-
mediata e material. São ricos, isto os justifica. A Lei só vale no templo. Fora podem ter
liberdade. A santidade é reservada aos que vivem no templo (sacerdotes). Não têm in-
fluência na vida do povo.
Nos tempos de Jesus eles estão em baixa. O sumo sacerdote é nomeado pelo im-
perador, isto lhes tirou o prestígio. Além disto, sofrem pressão dos fariseus, que aos
poucos vão despojando seu poder sagrado, interferindo no culto, no templo e no siné-
drio.
Sua prosperidade depende da paz social, por isto condenam qualquer movimento
popular de insurreição. Eles são os primeiros a condenar Jesus (Jo 11,49-50). Desapare-
cem nos anos 70 com a destruição do templo.
2.5.2 - Os zelotes
2.5.3 - Os fariseus
2.5.4 - Os essênios
São conhecidos por Flávio Josefo, Filon e Plínio. Tornaram-se mais conhecidos
com a descoberta das grutas de Qumram (1947). Parece serem descendentes de Sadoc
que se refugiaram no deserto durante a perseguição dos Macabeus. Lá se ajuntaram com
outros refugiados e formaram uma organização monástica. Parece que nem todos mora-
vam nas grutas e nem todos eram célibes. São extremamente apegados às leis da pureza.
Recusam o templo por estar manchado e pelo fato de o Sumo Sacerdote não ser mais
sadoquita. Esperavam que Deus restabelecesse o culto e o templo na sua pureza origi-
nal. Enquanto esperam tal intervenção, vivem uma santidade radical. Consideram-se o
exército de Deus para aniquilar os infiéis. Esperam apenas um sinal de Deus para come-
çar o extermínio. Estão sempre prontos para o combate. Os evangelhos nunca falam de-
les. Jesus não deve ter se aproximado deles.
2.5.6 - Os Batistas
2.5.7 - Os samaritanos
Até o fim do século XVIII os judeus, na Europa eram vistos como cidadãos de
segunda categoria. Com a abertura da sociedade para eles, muitos perderam sua identi-
dade (COOGAN, 2007, p.48). Alguns receberam o batismo cristão. Mesmo os que não
se converteram ao cristianismo, assimilaram valores ocidentais e tentaram se adaptar
aos tempos modernos:
Judaísmo moderno: surge na Alemanha, no século XIX para se adaptar
às filosofias pós-iluminismo. São ecléticos. Ressaltam mais a ética do
que os ritos;
Judaísmo ortodoxo (correta doutrina): também surgem na Alemanha, no
século XIX, como reação ao judaísmo moderno. Eles se dividem em cen-
tristas, hassidicos (pios), ultra-ortodoxos.
Movimento conservador: surge na Alemanha mas se desenvolvem mais
nos EUA. Fazem o meio termo entre os modernos e os ortodoxos.
BIBLIOGRAFIA
BALANCIN, E. et all. Guia aos mapas da Bíblia. São Paulo: Paulus, 1987
COOGAN, M. (Org). Religiões, história, tradições e fundamentos das principais
crenças religiosas. São Pauolo: Publifolha, 2007
GAARDER, J. et all. O Livro das Religiões. São Paulo: Cia das Letras, 2002
SAULNIER, C; ROLLAND, B. A Palestina no tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas,
1983