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10nov

Aula#1: Lixo / Descarte / Obsolescência


https://youtu.be/8MT02kRLrbc

17nov
Aula#2: Erro / Gambiarra
https://www.youtube.com/watch?v=UdtofTYIY5g&ab_channel=PlantaEstudosVisuais

24nov
Aula#3: Ética / Apropriação
Ética, erro, apropriação, remix, meme e foucault
Ética do ari / Notas históricas #1
Aristóteles, em seu livro" Ética a Nicômaco", dizia que as coisas que
precisamos aprender antes de fazer só são realmente aprendidas quando
as fazemos. Afirmou que só nos tornamos justos praticando a justiça,
moderados agindo com moderação e assim sucessivamente para tudo o
que se refere ao que chamamos de virtudes. A aprendizagem da ética,
portanto, se dá fundamentalmente pelo envolvimento em situações que
nos exijam sermos justos, respeitosos, solidários, não egoístas etc. É um
processo que só termina quando cessamos de existir.

A ética aristotélica inicia-se com o estabelecimento de noção da felicidade,


a busca por bem agir (agir segundo a virtude, bom x mal, certo x errado)
ai, ari
Na nomenclatura do Guia para Expressão da
Incerteza da Medição (JOINT COMMITEE FOR
GUIDES IN METROLOGY, 2008a), a palavra
“erro” é empregada exclusivamente para indicar
a diferença entre o valor verdadeiro e o
resultado de uma medição. Isso significa que
existe uma diferença entre o valor real obtido e
a previsão que se tinha antes.

Aqui surge um conceito que será importante


ressaltar: não existe erro sem suposição de
funcionamento.
A máquina perfeita
Durante a baixa idade média, artefatos
tecnológicos como o relógio (usados pelos
monges para saber quando rezar), começam a
ser vistos como uma maneira de restabelecer a
ordem dividida que antes reinava no paraíso
perdido. O avanço tecnológico começa a ser
visto como uma virtude, uma possibilidade de
eliminar os erros.
privacidade
A noção de privacidade surge entre os séculos
XVII e XVIII: as construções passam a oferecer
quartos privados (as casas começam a dividir
suas plantas com paredes). Na mesma época o
jurista americano Louis Brandeis formulou o
conceito de privacidade como "the right to be let
alone", um direito à reserva de informações
pessoais e da própria vida privada.
Ethos digital / Notas atualizadas #1
Nossas telas são janelas através das quais nós estamos experimentando,
organizando e interpretando o mundo em que vivemos. São as interfaces
através das quais nós expressamos o que somos e o que acreditamos
para os demais. Rapidamente, elas estão se tornando limites de nosso
aparato perceptual e conceitual, o limiar entre nossos sistemas nervosos e
os dos outros, o nosso entendimento do mundo, senão o próprio mundo.
[...] se nós não aprendermos a nos programar, corremos o risco de sermos
nós próprios programados (p. 138 - 139).

https://www.youtube.com/watch?v=imV3pPIUy1k&ab_channel=SXSW
E a privacidade digital?
O professor de Direito da UFMG Túlio Vianna divide o direito à
privacidade em três outros direitos que caracterizam a privacidade:

Direito de não ser monitorado, entendido como direito de não ser visto,
ouvido, etc.

Direito de não ser registrado, entendido como direito de não ter imagens
gravadas, conversas gravadas, etc.

Direito de não ser reconhecido, entendido como direito de não ter


imagens e conversas anteriormente gravadas publicadas na Internet em
outros meios de comunicação.
O cientista da informação Rainer Kuhlen concebe o conceito de
"privacidade" não apenas como proteção de dados ou como o
direito de ser deixado em paz, mas também como "autonomia
informacional" (informationelle Selbstbestimmung) ou seja, a
capacidade de escolher e utilizar o conhecimento e a informação
autonomamente, em um ambiente eletrônico, e de determinar quais
atributos de si serão usados por outros.
apropriação/ Notas históricas #1
Definição

O termo é empregado pela história e pela crítica de arte para indicar a


incorporação de objetos extra-artísticos, e algumas vezes de outras obras, nos
trabalhos de arte. O procedimento remete às colagens cubistas e às
construções de Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963),
realizadas a partir de 1912. Nesse momento do cubismo sintético, elementos
heterogêneos - recortes de jornais, pedaços de madeira, cartas de baralho,
caracteres tipográficos, entre outros - são agregados à superfície das telas. As
apropriações, na base das colagens, representam um ponto de inflexão na arte
do século XX, na medida em que libertam o artista do jugo da superfície.
Desde esse momento, a técnica é largamente empregada em diferentes
escolas e movimentos artísticos, com sentidos muito variados. Picasso
encontra no novo recurso um instrumento de experimentação inigualável, que
tem início com Copo e Garrafa de Suze, 1912.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3182/apropriacao
Apropriação vs. apagamento
Apropriações são feitas por Marcel Duchamp (1887-1968) em seus
ready-mades, construídos com a utilização inusitada de elementos da vida
cotidiana. Com esse procedimento, Duchamp transforma qualquer objeto
escolhido ao acaso em obra de arte, em uma crítica radical ao sistema da arte,
em consonância com o espírito do dadaísmo. Objetos utilitários sem nenhum
valor estético em si são retirados de seus contextos originais e elevados à
condição de obra de arte ao ganhar uma assinatura e um espaço em
exposições, museu ou galeria. Por exemplo, a roda de bicicleta que encaixada
num banco vira Roda de Bicicleta, 1913, ou um mictório que invertido se
apresenta como Fonte, 1917, eleita a obra mais influente do século 20.

Mas e a baronesa Elsa von Freytag-Loringhoven?


quem????
Apropriação vs. apagamento
In a letter that Duchamp sent to his sister Suzanne in April 1917
where he wrote that One of my female friends who had adopted the
pseudonym Richard Mutt sent me a porcelain urinal as a sculpture;
since there was nothing indecent about it, there was no reason to
reject it.

https://www.widewalls.ch/artists/elsa-von-freytag-loringhoven

https://www.theguardian.com/commentisfree/2014/nov/07/du
champ-elsa-freytag-loringhoven-urinal-sexual-politics-art

http://seguinte.inf.br/noticias/gente/2628_O-Dia-da-Mulher-e-
a-fonte-da-fonte-%7C-Thiane-Nunes
Judicialização / Notas atualizadas #1
A arte de apropriação resultou em questões contenciosas de
direitos autorais sobre sua validade sob a lei de direitos autorais.
Os EUA têm sido particularmente litigiosos a esse respeito.
Surgiram vários exemplos de jurisprudência que investigam a
divisão entre obras transformadoras e obras derivadas.

https://www.hisour.com/pt/appropriation-12787/
Andy Warhol enfrentou uma série de ações judiciais de
fotógrafos cujos trabalhos ele apropriara e fazia
silk-screen. Patricia Caulfield, um desses fotógrafos,
tirou uma foto de flores para uma demonstração de
fotografia para uma revista de fotografia.
Jeff Koons também confrontou questões de direitos autorais devido ao seu trabalho de
apropriação (veja Rogers v. Koons). O fotógrafo Art Rogers entrou com uma ação contra
Koons por violação de direitos autorais em 1989. O trabalho de Koons, String of Puppies,
reproduziu esculturalmente a foto em preto-e-branco de Rogers que apareceu em um
cartão de aeroporto que Koons havia comprado.
Apropriar-se de um objeto familiar para fazer uma
obra de arte pode impedir que o artista reivindique a
propriedade dos direitos autorais. Jeff Koons
ameaçou processar uma galeria sob direitos
autorais, alegando que a galeria infringiu seus
direitos de propriedade, vendendo suportes para
livros na forma de cachorros-balão. Koons
abandonou essa alegação depois que a galeria
apresentou uma queixa de declaração declarando:
“Como virtualmente qualquer palhaço pode atestar,
ninguém é dono da idéia de fazer um cachorro
balão, e a forma criada pela torção de um balão em
uma forma de cachorro é parte do domínio público “.
Decolonialize: E no .com.br? Quem se apropria de quem?

http://www.rosangelarenno.com.br/
Em 2008, o fotojornalista Patrick Cariou processou os livros Richard Prince, Gagosian Gallery e Rizzoli por violação de
direitos autorais. Prince se apropriou de 40 fotos de Rastafari de Cariou de um livro, criando uma série de pinturas
conhecidas como Zona do Canal. Prince alterou várias vezes as fotos, objetos de pintura, mãos enormes, mulheres nuas
e torsos masculinos sobre as fotografias, vendendo posteriormente mais de US $ 10 milhões em obras. Em março de
2011, um juiz decidiu em favor de Cariou, mas Prince e Gargosian apelaram em vários pontos. Três juízes do Tribunal de
Apelações dos EUA confirmaram o direito de apelação. O advogado de Prince argumentou que “Appropriation art é
uma forma de arte moderna e pós-moderna bem reconhecida que tem desafiado a forma como as pessoas
pensam sobre arte, desafiando a forma como as pessoas pensam sobre objetos, imagens, sons, cultura”. em
grande parte anulou a decisão original, decidindo que muitas das pinturas tinham transformado suficientemente as
imagens originais e, portanto, eram um uso permitido.
A quem serve a lei, a máquina perfeita e o direito de autor em 2020?
https://www.vulture.com/2015/05/did-richard-prince-steal-from
-instagram.html

https://www.photo-mark.com/notes/richard-prince-suicide-girsl/

Ainda sobre richard prince.


Remix não é produto do pós-modernismo,
mas sim da pós-produção.
São diferentes versões de uma mesma reação à reificação e à especialização das atividades segundo a "[...] ideologia da
racionalização do trabalho e da mecanização da sociedade", características do "processo global de acumulação do
capital" (BOURRIAUD, 2011b, p. 70). É essa "orientação ética" que também fundamentaria a "prática artística
contemporânea", ainda que, diferentemente do período das vanguardas, o artista "nos dias de hoje" não busque mais a
"reconciliação entre arte e vida" na "forma utópica da obra de arte total" (Gesamtkunstwerk), mas insira signos,
pragmaticamente, no "cotidiano vivido", produzindo "alteridades possíveis" (BOURRIAUD, 2011b, p. 168). O investimento
da arte de vanguarda na "transformação do mundo" segundo "o esquema revolucionário" orientado por uma "utopia
política", foi substituído, no diagnóstico do autor, por um "realismo operatório" voltado para a "utopia cotidiana, flexível"
(ou "heterotopia") da arte da pós-produção (BOURRIAUD, 2011b, p. 174).
Everything is a remix A quarta e última parte do documentário “Everything is a remix“, dirigido por
Kirby Ferguson, está no ar desde final de fevereiro de 2012.

“The System Failure” tem pouco mais de 15 minutos e versa sobre como
nosso sistema de direito não reconhece a natureza derivada da criatividade.
Em vez disso, como explica o resumo do filme, “as idéias são consideradas
como propriedade, lotes únicos e originais, com limites distintos. Mas as
idéias não são tão ordenadas assim. Eles estão em camadas, que estão
interligadas, enroladas. E quando surgem os conflitos do sistema com a
realidade … o sistema começa a falhar.“

A série teve o lançamento de sua primeira parte, “The Song Remains the
Same” em setembro de 2010, de sua segunda, “Remix Inc.“, em fevereiro de
2011, e a terceira parte, “The Elements of Creativity” saiu no final de 2011.

http://baixacultura.org/tudo-e-remix-na-integra-e-com-legenda/

http://baixacultura.org/todos-nos-plagiamos-inclusive-bob-dylan/
Ética ou estética da existência?
A ética do “cuidado de si” consiste em um conjunto de regras de existência que o sujeito dá
a si mesmo promovendo, segundo sua vontade e desejo, uma forma ou estilo de vida
culminando em uma “estética da existência”. O cuidado de si não consiste em uma ética
em que o sujeito se isola do mundo, mas sim retorna para si mesmo para depois agir.

Dessa forma, o sujeito é compreendido por Foucault como um “eu” ético em relação
consigo mesmo, sendo assim compreendido como “transformável, modificável: é um
sujeito que se constrói, que se dá regras de existência e conduta [...]”. A ética consiste,
para Foucault, no direcionamento da própria subjetividade reflexiva para si visando formas
de se reinventar, de se elaborar a própria vida.

https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/intuitio/article/view/17068

https://youtu.be/SFaukq7dCgY?t=13
10nov
Aula#1: Lixo / Descarte / Obsolescência

17nov
Aula#2: Erro / Gambiarra

24nov
Aula#3: Ética / Apropriação

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