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Ag-RR-1148-04 2010 5 04 0020
Ag-RR-1148-04 2010 5 04 0020
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-Ag-RR-1148-04.2010.5.04.0020
Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1003F2AF88E38925FB.
A C Ó R D Ã O
(1.ª Turma)
GMDS/r2/msr/eo
PROCESSO Nº TST-Ag-RR-1148-04.2010.5.04.0020
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próprio punho, declaração de que não
tinha condições financeiras de arcar
com as custas do processo sem prejuízo
do seu sustento próprio e de sua
família, o deferimento da verba
honorária encontra amparo na
jurisprudência desta Corte. Agravo
conhecido e não provido.
R E L A T Ó R I O
V O T O
ADMISSIBILIDADE
MÉRITO
PROCESSO Nº TST-Ag-RR-1148-04.2010.5.04.0020
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A decisão ora agravada foi vazada nos seguintes
termos:
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reclamada e, após, para o banco Carrefour; que a depoente não
sabe informar se o banco Carrefour foi criado a partir de
operação entre a empresa Cetelem e o Carrefour; que a Cetelem é
a empresa que provia o sistema utilizado pela 1.ª reclamada nos
produtos oferecidos; que a depoente não tem conhecimento do
documento de fls. 37 e seguintes, sendo que a concessão de
crédito e mais especificamente a retirada de empréstimos pelos
clientes pode ser feita diretamente no Banco 24 horas; que a
depoente não sabe a origem dos recursos disponibilizados aos
clientes, acreditando que seja da própria 1.ª reclamada; que o
cliente faz o saque no Banco 24 horas com o cartão Carrefour.‟
(grifa-se - fls. 343v.)
Entende-se, assim, que o conjunto probatório dos autos
autoriza o enquadramento realizado na origem de reconhecer a ré
como uma instituição financeira, não tendo as razões de recurso
logrado desconstituir o decidido.
No mesmo sentido vem decidindo esta Turma julgadora
em processos envolvendo a mesma ré, conforme decisão a seguir
transcrita:
[...] A reclamada presta serviços específicos de
financiamentos, operando intermediação de operações de crédito
(empréstimos), além de vendas de cartões de créditos e seguros,
o que descarta qualquer conclusão diversa da já proferida na
sentença. Sendo a autora empregada financiária fica integrada
nesta categoria, e, em consequência, nas disposições específicas.
Incide sobre o caso dos autos o entendimento expresso na
Súmula n.º 55 do TST, assim redigida: „FINANCEIRAS -
EQUIPARAÇÃO A ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS.
As empresas de crédito, financiamento ou investimento, também
denominadas financeiras, equiparam-se aos estabelecimentos
bancários para os efeitos do art. 224 da CLT. (RA 105/1974, DJ
24.10.1974)‟. (TRT da 4.ª Região, 5a. Turma,
0001461-95.2010.5.04.0203 RO, em 30/08/2012,
Desembargadora Berenice Messias Corrêa - Relatora.
Participaram do julgamento: Desembargador Clóvis Fernando
Schuch Santos, Desembargadora Rejane Souza Pedra)
Dessa forma, como a categoria profissional do empregado
é determinada pela atividade preponderante da empregadora,
salvo na hipótese de categoria diferenciada (que não é o caso dos
autos), conclui-se que a autora, empregada da Carrefour
Promotora de Vendas e Participações Ltda., detém a condição de
financiária, sendo-lhe aplicável os ditames previstos nas normas
coletivas assegurada à categoria profissional dos financiários,
sendo irrelevante que a ré não tenha participado de forma direta,
ou representada, na elaboração das normas juntadas pela autora.
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Neste sentido, correta a decisão singular que deferiu à
autora parcela assegurada à categoria profissional dos
financiários, inclusive a gratificação semestral que tem expressa
previsão na 7.ª cláusula das Convenções Coletivas - 2006, 2007 e
2008, fls. 82, 102 e 117.
Nega-se provimento ao recurso, portanto.‟
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equiparam-se aos estabelecimentos bancários para os efeitos do
art. 224 da CLT‟. 3. Em tal contexto, conclui-se que o acórdão
Embargado contrariou a referida Súmula n.º 55 do TST. Recurso
de embargos conhecido e provido.‟
(E-RR-3100-02.2006.5.04.0006, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Relator: Ministro Walmir Oliveira da
Costa, DEJT 17/6/2016.)
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Súmula 55 do TST, suscitada no recurso de revista. Agravo de
instrumento provido. B) RECURSO DE REVISTA.
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 13.015/2014 E
ANTERIOR À LEI N.º 13.467/2017. EMPRESA
ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO.
EQUIPARAÇÃO A ESTABELECIMENTO BANCÁRIO
PARA OS EFEITOS DO ART. 224 DA CLT. SÚMULA 55 DO
TST. Esta Corte Superior tem adotado entendimento de que se
aplica a inteligência da Súmula 55 do TST quando a instituição, a
despeito de denominar-se administradora de cartões de crédito,
desenvolve atividade típica de financeiras e, como tal, também se
equipara aos estabelecimentos bancários para os efeitos do art.
224 da CLT. No caso concreto , ficou incontroverso nos autos
que a Reclamada presta serviços de financiamentos, intermedia
operações de crédito (empréstimos) e realiza vendas de cartões
de créditos e seguros, bem como que a Reclamante exercia tais
atividades. Assim, considerando que a obreira atuava como
financiária, deve ser considerada a jornada de trabalho de 6
horas, nos termos da Súmula 55 do TST, que equipara as
empresas financeiras aos estabelecimentos bancários, apenas e
exclusivamente para efeitos da jornada de trabalho reduzida ,
prevista no art. 224 da CLT. Registre-se que o labor da
Reclamante, na presente hipótese, não se resumia a oferecer
cartões de crédito aos clientes do estabelecimento comercial,
mas englobava, também, atividades típicas dos financiários, já
que atuava junto aos clientes, negociando dívidas e
oferecendo-lhes produtos financeiros. Recurso de revista
conhecido e parcialmente provido.‟
(RR-1236-03.2014.5.02.0038, 3.ª Turma, Relator: Ministro
Mauricio Godinho Delgado, DEJT 5/4/2019.)
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Reconhecida a condição de financiária da autora, conforme
já analisado no item anterior, aplica-se ao caso o entendimento
contido na Súmula n. 55 do Tribunal Superior do Trabalho:
„FINANCEIRAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003 As empresas de crédito, financiamento ou
investimento, também denominadas financeiras, equiparam-se
aos estabelecimentos bancários para os efeitos do art. 224 da
CLT‟.
Portanto, correta a decisão do Juízo de origem que
condenou a ré ao pagamento das horas extras excedentes à 6.ª
hora diária, diante do reconhecimento da condição de
financiária.
2.2 Regime de compensação de horário
De início, sinala-se que os cartões-ponto das fls. 248 e
seguinte são considerados válidos para aferir a jornada de
trabalho efetivamente desempenhada pela autora, inexistindo
recurso quanto à matéria. Em relação aos períodos em que não
juntados os controles de horário, restou a jornada fixada pelo
MM. Julgador, o que também não foi objeto de recurso („nos
meses em que não há registros de horários nos autos, fixo a
jornada da reclamante, com base no conjunto probatório dos
autos, das 13h às 22h, com uma hora de intervalo, de segundas a
sábados, no período até abril de 2007, sendo que, depois deste
mês, a autora passou para uma jornada das 8h às 21h, também
com uma hora de intervalo, de segundas a sábados‟ - fls. 351v.).
Por outro lado, como afirmado pela recorrente, o contrato
de trabalho celebrado entre as partes prevê a possibilidade de
adoção de um regime de compensação de horário (anual). O
documento das fls. 227-229 ajusta a possibilidade de o horário de
trabalho da autora ser prorrogado em até 2 horas diárias, nos
termos do artigo 59, §2.º, da CLT.
Todavia, tendo em conta a jornada arbitrada, que abrange
período maior do que o documentado por meio dos
registros-ponto colacionados, constata-se que a autora prestava
trabalho extraordinário de maneira habitual, extrapolando os
limites do pactuado, bem como do disposto no próprio texto da
CLT - artigo 59, § 2.º.
Ademais, a habitualidade da prestação de horas extras
também decorre da incidência do artigo 224 da CLT, tendo em
vista a autora ter sido contratada para uma jornada de 44 horas
por semana, o que ultrapassa a jornada de trabalho máxima
prevista na mencionada norma.
Por fim, apenas registre-se a inaplicabilidade da aplicação
do disposto no item IV, da Súmula n. 85, do TST, ao caso em
apreço, em razão de não se tratar de regime compensatório
semanal. O contrato de trabalho da autora prevê uma carga
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horária de 7h20min a ser laborada em seis dias da semana, com
possibilidade de elastecimento da jornada com diminuição em
outros dias, nos termos do parágrafo 2.ª, do artigo 59, da CLT, o
que configura sistema denominado banco de horas (ou regime
compensatório anual). O banco de horas, por mais gravoso,
necessita ser formalizado por meio de normas coletivas,
inexistindo tal disposição nas normas coletivas aplicáveis à
autora. Ademais, o item V da Súmula n. 85, do TST, é expresso
ao referir a inaplicabilidade dos demais itens da Súmula ao banco
de horas.
Pelo exposto, a manutenção da invalidade do regime
compensatório adotado é medida que se impõe.
Nega-se provimento ao recurso.‟
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Superior do Trabalho, nesse sentido, proferidas após o
cancelamento da referida Orientação Jurisprudencial:
(...)
Assim, não tendo a empregadora, a quem incumbe o dever
de documentação pertinente ao contrato de trabalho,
comprovado a totalidade dos depósitos, há de ser condenada ao
pagamento de diferenças de FGTS, conforme deferido na
sentença.
Sinala-se, por fim, que o Juízo de origem autorizou o
abatimento dos valores depositados, o que oportunizará, na fase
de liquidação de sentença, a comprovação dos depósitos
efetivamente realizados, evitando-se o enriquecimento indevido
da parte adversa.
Nega-se provimento ao recurso ordinário.‟
Não conheço.
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honorários do advogado pagos pelo vencido reverterão em favor
do Sindicato assistente‟.
Assim, se fosse entendimento deste Relator que a
concessão de honorários de assistência judiciária estivesse
adstrita ao que dispõe a Lei n. 5.584/70, em razão do
enquadramento reconhecido judicialmente, a autora não faria jus
à verba em questão, pois, ainda que assistida por sindicato, a
assistência que lhe é prestada provém de sindicato que não
representa sua categoria profissional, o que descaracteriza a
credencial apresentada à fls. 13.
Entretanto, o fundamento para a concessão dos honorários
de assistência judiciária é outro.
(...)
Assim, a limitação imposta à concessão de honorários
advocatícios na Justiça do Trabalho pela Lei 5.584/74,
outorgando-os apenas aos trabalhadores reconhecidamente
pobres e que ajuizassem suas demandas assistidos pelo seu
sindicato profissional, visava ressarcir o ente sindical pelas
despesas de criação e manutenção de uma assistência jurídica
gratuita e especializada na área trabalhista, tanto que os
honorários assistenciais, segundo previsto no citado artigo 16 da
Lei 5.584/70, são revertidos à entidade sindical e não ao
advogado.
Em razão de tais considerações, não se justifica mais a
manutenção do monopólio sindical no recebimento de
honorários assistenciais, fato que, persistindo, restringe o direito
de escolha do empregado como consumidor, pois está limitado a
receber um acesso à Justiça parcial quando pretenda contratar
profissional da advocacia não vinculado a sua entidade sindical
obreira. Desta forma, a Súmula n. 219, item I, do TST, não
impede que se outorguem honorários advocatícios com esteio na
Lei 1.060/50, indicando apenas os requisitos para a concessão de
honorários com base na Lei 5.584/70‟.
A reclamada alega, diante dos termos da Súmula n.º 219 do TST, que o
deferimento da verba honorária na Justiça do Trabalho demanda o
preenchimento de dois requisitos, quais sejam, a „assistência pelo sindicato
da categoria econômica (sic) e hipossuficiência econômica‟. Argumenta que,
no caso dos autos, não são devidos os honorários advocatícios, pois a
reclamante não logrou comprovar a percepção de salário inferior a duas
vezes o salário mínimo legal.
Ao exame.
A princípio, impende assinalar que, diante da delimitação das razões
recursais, a questão relativa à condenação em honorários advocatícios deverá
ser apreciada apenas no enfoque da comprovação, ou não, da miserabilidade
jurídica.
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Destaca-se, de início, que, tendo sido a Reclamação Trabalhista
ajuizada antes da Lei n.º 13.467/2017, a questão pertinente à assistência
judiciária gratuita persiste regulada pelas normas vigentes à época do seu
ajuizamento.
O tema referente aos benefícios da assistência judiciária está regulado
pelo art. 4.º da Lei n.º 1.060/1950, que previa a sua concessão àquele que
“mediante a simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em
condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem
prejuízo próprio ou de sua família” (redação dada pela Lei n.º 7.510/1986).
Ademais, conforme o art. 790, § 3.º, da CLT, há de se conceder a
gratuidade de justiça, até mesmo ex officio, àqueles que perceberem salário
igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou se declararem, sob as penas da
lei, sem condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento
próprio ou de sua família.
In casu, compulsando-se os autos, verifica-se que a autora, quando do
ajuizamento da Reclamação Trabalhista, firmou, de próprio punho,
declaração de que não tinha condições financeiras de arcar com as custas do
processo sem prejuízo do seu sustento próprio e de sua família (fls. 27-e).
Assim, havendo declaração de miserabilidade jurídica, na forma
exigida pelos arts. 4.º da Lei n.º 1.060/1950 e 790, § 3.º, da CLT, está
preenchido o requisito questionado pela recorrente, razão pela qual deve ser
mantida a condenação em honorários advocatícios.
Não conheço.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, com fundamento nos arts. 932 do CPC/2015 e 251
do RITST, não conheço do Recurso de Revista da reclamada.”
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Com efeito, tendo a Corte de origem, com lastro nos
elementos probatórios dos autos, em especial o depoimento do preposto,
expressamente consignado que a ora agravante tem como objeto social a
administração de cartões de créditos, qualquer ilação em sentido
contrário demandaria o reexame do conjunto fático-probatório, o que é
vedado pela Súmula n.º 126 do TST.
Ademais, partindo-se da premissa fática delineada
pelo Regional, a condição de financiária da obreira encontra amparo na
jurisprudência desta Corte. A propósito:
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físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma
permanente ou eventual.‟ Considerando, portanto, que a atividade
preponderante da reclamante era inerente às instituições financeiras -
serviços ligados ao encaminhamento de propostas de cartão de crédito -,
conclui-se que o correto enquadramento sindical da autora é na condição de
financiária. Aliás, esta Subseção já decidiu, por unanimidade, no julgamento
do Processo E-RR - 3100-02.2006.5.04.0006, Relator Ministro Walmir
Oliveira da Costa, em 9/6/2016, que as administradoras de cartão de crédito
são consideradas empresas de crédito e financiamento, razão pela qual seus
empregados são enquadrados na categoria profissional dos financiários.
Portanto, a Turma, ao reconhecer a condição de financiária da reclamante,
por laborar em empresa administradora de cartão de crédito, decidiu em
consonância com a Súmula n.º 55 desta Corte, razão pela qual não há falar
em contrariedade ao seu teor. Agravo desprovido.”
(Ag-E-ED-RR-52600-21.2013.5.17.0009, Relator: Ministro José Roberto
Freire Pimenta, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT
17/05/2019.)
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(RR-1000464-42.2016.5.02.0203, Relator: Ministro Augusto César Leite de
Carvalho, 6.ª Turma, DEJT 8/5/2020.)
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