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Sobrecarga de experiência
por Benjamin Schneider em 02/12/2019
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crítico de arte Ben Davis descreveu lugares como o Museu do Sorvete e o Meow
Wolf como instalações de “Arte Divertida” que não “requerem qualquer
contexto histórico, conhecimento ou mesmo paciência para serem apreciadas”.
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Essa é uma visão da economia da experiência povoada não tanto pela Meow
Wolf quanto pelo TaskRabbits, as conexões no LinkedIn, os influenciadores do
Instagram e os matches do Tinder. As mídias sociais gratuitas, em vez das
assinaturas pagas que Rifkin previa, forneceram a estrutura para essa expansão
da economia da experiência. O conteúdo e as interações nas mídias sociais
podem ser monetizados como branding pessoal para usuários e dados pessoais
para empresas. Ao mesmo tempo, métricas que incluem curtidas, seguidores e
avaliações com estrelas servem como moeda social, dando às experiências de
amizade, confiabilidade, ciúme e autoafirmação uma expressão racional e
economicamente legível.
Vistas à luz das mídias sociais, as preocupações de Rifkin e dos Tofflers acerca
da economia da experiência terminam no mesmo local: a colonização
econômica da experiência humana que Rifkin descreve é possível graças aos
“ambientes simulados” da internet e aos “filmes interativos” que são os
aplicativos e sites. A abstração da experiência humana nessas plataformas
digitais é o que permite sua mercantilização. Aqui a economia da experiência
converge com o que o teórico Nick Srnicek chamou de capitalismo de
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que seja melhor ou, pelo menos, suficientemente diferente da alternativa, seja
outra plataforma de mídia social ou interação face a face. E elas parecem estar
tendo sucesso. Nós voluntariamente exportamos mais da nossa experiência
psicológica para suas plataformas — não apenas nossa atenção, mas nossas
vidas sociais, nossos esforços criativos, nossos altos e baixos emocionais.
James sugere que uma experiência valiosa exige reflexão para ter qualquer
significado ou ressonância além de si mesma. Mas se a experiência se torna um
fim em si mesma, o resto da vida começa a parecer monótono e insignificante
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experiência pela qual vale a pena pagar, em dólares ou dados, se ganhar nossa
atenção.
Odell fornece um roteiro para este novo terreno em How to do nothing. Suas
prescrições para resistir à economia da atenção também pertencem ao seu
facilitador, a economia da experiência. Odell clama por um novo sentido de
“localidade” que abranja “aqueles espaços considerados comercialmente
improdutivos”, como parques e o transporte público, e o “‘tempo desconectado’
que uma visão mecanicista da experiência procura eliminar”. Aprender a
história e a ecologia dos espaços que habitamos todos os dias e perceber os
ritmos da vida ao nosso redor, argumenta Odell, pode ser uma profunda e
gratificante anti-experiência estruturada em oposição às coisas que agora
compramos e produzimos como experiências. Sair de nosso(s) “estúdio(s)
eletrônico(s) de participação”, como o fundador do Cerebrum descreveu sua
criação, é um ato tão radical hoje quanto entrar no Cerebrum foi em 1968.
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