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Introduçã o

É importante ressaltar que este assunto não é


sobre dinheiro, mas referente a maneiras de
honrar ao Senhor por meio de atitudes, por
princípios e através dos nossos bens materiais.
O fato é que ao termos o entendimento
bíblico correto sobre este assunto, o resultado
será uma tomada de decisão correta e
consciente sobre a atitude correta de ofertar.
Sem contar ainda que nossas contribuições
financeiras são tão espirituais quanto nossas
orações.

As tuas orações e as tuas esmolas têm


subido para memória diante de Deus;
(Atos 10:4 b)

O texto a cima mostra que tanto as esmolas


quanto as orações, sobem igualmente diante de
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Deus. Isto nos afirma que tanto a oração quanto
à contribuição são atos não só naturais, mas
também espirituais.
Podemos ainda observar que assim como a
oração as ofertas, os dízimos e as esmolas
também são um ato memorial favorável ao
Senhor e que não ficam esquecidos pelo Pai.

Deus não é injusto; ele não se esquecerá do


trabalho de vocês e do amor que demonstraram
por ele, pois ajudaram os santos e continuam a
ajudá-los.
(Hebreus 6:10)

As esmolas mencionadas no texto de Atos,


fazem parte de apenas um dos níveis de
contribuição apresentados na Bíblia. As
Escrituras mencionam ainda outros dois níveis de
contribuição.
Este estudo se faz necessário para que nossos
leitores possam ter o entendimento primário
sobre este assunto tão importante.
Declaramos a todos que estarão lendo este
livreto bençãos do Senhor no que diz respeito às
finanças e afirmamos o nosso compromisso com
a Palavra em divulgar as verdades do Senhor
para benefício de todos, que assim como nós
desejam honrar o Senhor da forma como Ele
deseja ser honrado.
Pedimos ao Pai neste momento mentes
abertas, corações receptivos e também a
irrestrita contribuição do Espírito Santo no
aprendizado deste estudo e que todos aqueles
que possam estar passando por alguma
dificuldade encontrem Paz no Seu caminho, no
nome de Jesus amém.

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Níveis de
Contribuição
A bíblia menciona textualmente três maneiras
de contribuirmos financeiramente com a obra do
Senhor. Porém é importante termos em mente
que estas contribuições não ocorrem por
necessidade financeira da parte de Deus ou de
Sua Obra.
Deus não precisa dos nossos recursos para
que a Sua vontade seja feita e concretizada. No
entanto Ele se orgulha e reconhece aquele que
contribui com alegria.

Cada um contribua segundo propôs no


seu coração; não com tristeza, ou por
necessidade; porque Deus ama ao que dá

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com alegria.
(2 Coríntios 9:7)

Quando participamos em algum dos níveis de


contribuição, isto não fica esquecido perante o
Senhor, ao contrário disso, torna-se um lembrete
de que temos um compromisso com o Pai e de
que Ele tem um envolvimento conosco.
No instante que cooperamos em algum dos
níveis apresentados pelas Escrituras Sagradas
estamos levantando um memorial perante o
Senhor. É com esta linguagem figurada que a
Bíblia está declarando que o Senhor sempre Se
lembrará de nós.
O fato é que a contribuição é um ato
espiritual acompanhado de inúmeras bençãos da
parte do Senhor.
Cada um dos três níveis de contribuição
reflete não somente a nossa consciência de
administrador dos bens do Senhor, mas também
a nossa gratidão a Deus pelo que Ele tem feito
em nossas vidas.
Todavia, assim como vocês se destacam em
tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na
dedicação completa e no amor que vocês têm
por nós, destaquem-se também neste privilégio
de contribuir.
(2 Coríntios 8:7)

Contribuir no Reino não é uma opção para o


cristão, mas uma responsabilidade, um dever e
um privilégio a ser cumprido.
As perguntas agora são que níveis de
contribuição são estes? Como devo aplicá-los? E
por que devo contribuir?
Os diferentes níveis de contribuição
apresentados nas Escrituras são: dízimos, ofertas
e esmolas. Porém é importante destacar que
cada um destes três níveis de contribuição,
biblicamente possuem destinatários, propósitos
e também destino definidos.
Por isso é necessário sabermos separá-los e
tratar cada um deles segundo os seus princípios.

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O primeiro nível de contribuição apresentado
nas Escrituras é o dízimo, ou a decima parte da
nossa renda que consagramos ao Senhor.
Este nível era uma pratica já adotada pelos
patriarcas antes mesmo de ser instituído como
Lei do Senhor em Israel.

E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou


seus inimigos em suas mãos. E Abrão lhe deu o
dízimo de tudo.
(Gênesis 14:20)

Como podemos observar os dízimos não


surgiram como uma ordenança e sim como um
ato espontâneo e posteriormente foi instituído
como lei.

Todos os dízimos da terra, seja dos cereais,


seja das frutas das árvores, pertencem ao
Senhor; são consagrados ao Senhor.
(Levítico 27:30)
Os dízimos eram usados para prover o
sustento dos levitas que trabalhavam em tempo
integral no serviço ao Senhor.

Eu mesmo escolhi os seus irmãos, os levitas,


dentre os israelitas como um presente para
vocês, dedicados ao Senhor para fazerem o
trabalho da Tenda do Encontro.
Em vez disso, dou como herança aos levitas os
dízimos que os israelitas apresentarem como
contribuição ao Senhor. É por isso que eu disse
que eles não teriam herança alguma entre os
israelitas.
(Números 18:6 e 24)

Outra forma de contribuição apontada nas


Escrituras é a oferta. A verdade é que mesmo
dizimando o crente não pode parar de contribuir.
Ele deve ofertar também.
Mesmo antes de os dízimos aparecerem na
revelação bíblica, as ofertas já eram entregues
ao Senhor. A Bíblia mostra Caim e Abel
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ofertando ao Senhor, cada um a sua maneira,
também apresenta os patriarcas sacrificando
animais em oferta ao Pai. Porém com a criação
do dinheiro as ofertas passaram a ser feitas por
meio deste recurso e também pela entrega de
outros bens preciosos.

Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da


terra uma oferta ao Senhor.
Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das
primeiras crias do seu rebanho. O Senhor
aceitou com agrado Abel e sua oferta,
(Gênesis 4:3,4)

O fato é que os dízimos possuem valor


determinado, já as ofertas não. Elas são algo que
fazemos além dos dízimos. Os dízimos são uma
obrigação. As ofertas, por sua vez, são uma
expressão voluntária de alguém que ama ao
Senhor e a Sua obra.
Diferente dos dízimos, as ofertas têm como
destinatário o reino de Deus em todo lugar,
missões, construções, aquisições, para qualquer
coisa útil para o ministério.

Diga aos israelitas que me tragam uma


oferta. Receba-a de todo aquele cujo coração
o compelir a dar.
(Êxodo 25:2)

A oferta é fruto de um coração generoso e


entregue voluntariamente. Enquanto os dízimos
visam suprir a necessidade de sustento dos
cristãos que trabalham no ministério em tempo
integral, as ofertas não têm um propósito
específico.
Ofertas geralmente são utilizadas para suprir
necessidades que os dízimos não guarnecem.
Não existem regras quanto ao valor que
devemos ofertar e nem quando devemos
ofertar, porém as ofertas devem fazer parte da
vida de todo cristão.
Por fim e não menos importante estão as
esmolas. Enquanto o destinatário dos dízimos é a
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igreja local e o das ofertas é o Reino de Deus, as
esmolas destinam-se aos necessitados, sejam
eles cristãos ou não. 
É uma expressão de compaixão e misericórdia
para com os que estão passando por
necessidades. São caracterizadas por ser uma
forma de suprimento.

Semelhantemente não rabiscarás a tua


vinha, nem colherás os bagos caídos da tua
vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro.
Eu sou o Senhor vosso Deus.
(Levítico 19:10) 

Ação Memorável
Afirmamos que tanto as orações, quanto as
contribuições financeiras apresentadas ao
Senhor são atos espirituais que ficam guardados
na memória de Deus.
É importante lembrar que as Escrituras usam
constantemente esta aplicação, na memória de
Deus, para afirmar que Deus não se esquece do
compromisso que tem conosco e por isso a
recompensa é certa.
O texto do profeta Malaquias nos apresenta
esta verdade.

Depois aqueles que temiam ao Senhor


conversaram uns com os outros, e o Senhor
os ouviu com atenção. Foi escrito um livro
como memorial na sua presença acerca dos
que temiam ao Senhor e honravam o seu
nome.
"No dia em que eu agir", diz o Senhor dos
Exércitos, eles serão o meu tesouro pessoal.
Eu terei compaixão deles como um pai tem

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compaixão do filho que lhe obedece.
(Malaquias 3:16,17)

Sabemos que um ato ou ação memorável é


um relato que não será esquecido. Também
pode ser caracterizado por ser a informação de
alguém que será sempre lembrada, ou  um livro
usado para anotar aquilo de que alguém deseja
lembrar-se, ou ainda um monumento erguido
em memória de algum acontecimento ou
pessoa.
Entendemos que livro memorial é uma obra
literária na qual o autor evoca fatos a que tenha
assistido ou em que tenha tomado parte.
A verdade é que Deus tem registrado diante
de Si a história de todos nós, bem como ações e
atitudes nossas que são relevantes para Ele.
Neste registro não consta apenas simples
fatos rotineiros ou inexpressivos, mas nele está
sendo guardado aquilo que realmente vale ser
lembrado pelo Senhor e perdurar por toda
eternidade.
A verdade é que nossas vidas são cheias de
realizações com diversos graus de importância,
porém muitas das vezes as coisas que para nós
são banais podem ter outro significado para o
Senhor.
Por vezes acreditamos que nosso trabalho, ou
o que fazemos tem um grande valor, quando na
verdade, o olhar de Deus nem sempre é o
mesmo que o nosso.
Outras vezes negligenciamos coisas que para
o Pai são de grande importância sem nos
percebermos de tal feito.
Inúmeras ações nos são imputadas como atos
de justiça e por isso nos asseguram a inscrição no
livro memorial de Deus.
Entre estas ações podemos encontrar ações
de contribuição financeira, como os dízimos,
ofertas e esmolas.

Havia em Cesaréia um homem chamado


Cornélio, centurião do regimento Italiano.
Ele e toda a sua família eram piedosos e
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tementes a Deus; dava muitas esmolas ao povo
e orava continuamente a Deus.
Certo dia, por volta das três horas da tarde, ele
teve uma visão. Viu claramente um anjo de
Deus que se aproximava dele e dizia: "Cornélio!
Atemorizado, Cornélio olhou para ele e
perguntou: "Que é, Senhor? " O anjo
respondeu: "Suas orações e esmolas subiram
como oferta memorial diante de Deus.
(Atos 10:1-4)

Sabemos que o Pai guarda um livro memorial


com as obras de todos os justos, sabemos
também que não somos salvos por nossas obras,
porém, as obras são parte integrante do
processo de novo nascimento.
Nós como cristãos não fazemos boas obras,
ações memoráveis, a fim de obtermos salvação,
mas as praticamos como característica
pertencente à transformação que recebemos
pela ação do Espírito Santo.
Anunciamos que Deus nos salvou por meio da
Graça e porque somos salvos pela graça,
mediante a fé, as ações passam a ter um papel
importante no que se refere ao nível de
comprometimento que cada cristão assumiu no
Reino de Deus.
A verdade é que em breve o nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo, passará a ser juiz dos
cristãos, não para condenação, mas para
avaliação do nosso desempenho.
Todos os salvos terão que passar no tribunal
de Cristo, onde serão avaliados pelo que fizeram
com os talentos que receberam do Senhor.

"E também será como um homem que, ao


sair de viagem, chamou seus servos e confiou-
lhes os seus bens.
"Depois de muito tempo o senhor daqueles
servos voltou e acertou contas com eles. O
senhor respondeu: ‘Servo mau e negligente
(Mateus 25:14, 19, 26 a)

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O método do julgamento utilizado pelo
Senhor Jesus pode claramente ser visto no texto
a seguir.

Porque ninguém pode pôr outro fundamento


além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
E, se alguém sobre este fundamento formar um
edifício de ouro, prata, pedras preciosas,
madeira, feno, palha,
A obra de cada um se manifestará; na verdade o
dia a declarará, porque pelo fogo será
descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de
cada um.
Se a obra que alguém edificou nessa parte
permanecer, esse receberá galardão.
(1 Coríntios 3:11-14)
Sabemos que Galardão significa recompensa
por serviços relevantes que foram prestados,
como uma espécie de prêmio que será atribuído
ao cristão quando chegar ao Céu.
Entendemos que alguns feitos são
importantes e trarão recompensas e que outros
são irrisórios e sem efeitos para galardão.
O fato é que obras memoriais não serão
apenas reconhecidas no Céu, mas trarão
consequências já nos tempos de vida terrena do
servo de Deus.

Então Pedro começou a dizer-lhe: "Nós


deixamos tudo para seguir-te".
Respondeu Jesus: Digo-lhes a verdade:
Ninguém que tenha deixado casa,
irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou
campos, por causa de mim e do
evangelho,
deixará de receber cem vezes mais já
no tempo presente casas, irmãos,
irmãs, mães, filhos e campos, e com
eles perseguição; e, na era futura, a
vida eterna.
(Marcos 10:28-30)

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A verdade é que uma ação memorial sempre
será lembrada, seja aqui na terra ou no Céu e
que Deus faz questão de trazer à tona aquilo que
ficou escondido.
Outra verdade que não podemos deixar de
reafirmar é que contribuições financeiras ao
ministério de Deus são lembradas como ações
memoráveis.
Leis da
Contribuição
O assunto níveis de contribuição é bem vasto
e não conseguiremos abordar todo este tema em
um único livreto. Porém não podemos deixar de
explanar sobre as leis que regem as
contribuições.
Sem o conhecimento destas leis, torna-se
mais difícil evoluir na prática e se beneficiar das
bençãos estabelecidas nas Escrituras.
Várias são as orientações estabelecidas para
que possamos contribuir da maneira correta. O
Senhor em toda Sua historia sempre deixou bem
claro que fazer é importante sim, mas fazer de

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acordo com a vontade Dele é fundamental. Mais
ou tão importante do que contribuir é contribuir
da maneira certa.

Cada um contribua segundo propôs no


seu coração; não com tristeza, ou por
necessidade; porque Deus ama ao que dá
com alegria.
(2 Coríntios 9:7)

É verdade que Deus ama quem dá com


alegria, e ao fazermos isso expressamos um
sentimento de gratidão ao Senhor. Mas por trás
deste sentimento também tem que ter um
princípio.
O primeiro princípio que apresentaremos aqui
esta estabelecido na segunda carta aos coríntios
e afirma que Deus ama ao que dá com alegria,
em outras palavras, Deus ama quem apresenta a
Ele gratidão.
Porém dar com alegria não coloca a
contribuição em uma condição opcional, mas
afirma que Ele Se agrada de um coração que
obedece alegremente um mandamento.
Outra importante lei da contribuição é a que
fala sobre fidelidade na colaboração financeira,
mesmo se tratando de pouco valor e
principalmente em momentos de menos aporte
financeiro.

Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito,


e quem é desonesto no pouco, também é
desonesto no muito.
(Lucas 16:10)

O fato é que através das nossas contribuições


continuas, temos a oportunidade de nos
exercitarmos na fidelidade.
Outra lei sobre contribuição é que ela deve
ser feita conforme a nossa prosperidade.
No primeiro dia da semana cada um de vós
ponha de parte o que puder ajuntar, conforme
a sua prosperidade, para que não se façam as

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coletas quando eu chegar.
(1 Coríntios 16:2)

A contribuição é aceita segundo o que temos


e de acordo com as nossas posses. Por isso
ninguém precisa ter um peso no coração por não
poder ofertar, dizimar ou contribuir com maior
valor.
Expressar generosidade ao contribuir é uma
das leis estabelecidas pelas Escrituras.

Assim, achei necessário recomendar que os


irmãos os visitem antes e concluam os
preparativos para a contribuição que vocês
prometeram. Então ela estará pronta como
oferta generosa, e não como algo dado com
avareza.
Lembrem-se: aquele que semeia pouco,
também colherá pouco, e aquele que semeia
com fartura, também colherá fartamente.
(2 Coríntios 9:5,6)
Deus não aceita e nem quer uma contribuição
com avareza. Deus não está atrás do nosso
dinheiro, mas da nossa expressão de
generosidade. Temos que ter sempre em mente
que servir a Deus com os nossos bens é um
privilégio e que o Senhor não quer que façamos
por constrangimento.
Não basta fazermos a coisa certa; temos que
fazer do jeito certo. Dar é a coisa certa, mas dar
generosamente é fazer do jeito certo.
Mais uma das leis de contribuição e que
devemos sempre cumprir é a que fala sobre
regularidade e continuidade.
As contribuições devem ser pessoais,
constantes e programadas. A Bíblia nos ensina
que depois de termos começado, não podemos
desanimar no sentido de continuarmos a fazer o
que é bom.

E não nos cansemos de fazer o bem, pois no


tempo próprio colheremos, se não

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desanimarmos.
(Gálatas 6:9)

Contribuir financeiramente com a Obra do


Senhor é ainda uma prova de obediência.

“Porque o serviço desta assistência não só


supre a necessidade dos santos, mas também
redunda em muitas graças a Deus, visto como,
na prova desta ministração, glorificam a Deus
pela obediência da vossa confissão quanto ao
evangelho de Cristo e pela liberalidade com que
contribuís para eles e para todos.”
(2 Coríntios 9.12,13)
Plantar, cultivar e
colher
O princípio da semeadura e colheita foi
instituído por Deus e jamais deixará de
funcionar. 

"Enquanto durar a terra, plantio e colheita, frio


e calor, verão e inverno, dia e noite jamais
cessarão".
(Gênesis 8:22)

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O homem foi colocado no Jardim do Éden
para cultivar e devemos entender a importância
deste aspecto no plano da providência divina.
De fato ainda hoje existem cristãos que não
acreditam ou não aceitam as leis da semeadura e
usam como base uma afirmação do Senhor
Jesus.

Observem as aves do céu: não semeiam nem


colhem nem armazenam em celeiros; contudo,
o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito
mais valor do que elas?
(Mateus 6:26)

É bem verdade que o Senhor Jesus disse que a


base para as provisões das aves do céu é o Pai, e
que elas não semeiam, não colhem e não
ajuntam. Mas ao dizer isso o Senhor Jesus não
esta anulando o princípio da semeadura, Ele
apenas esta comparando a situação das aves
que não semeiam e recebem o sustento, com a
situação do homem que semeia.
Porém, Ele não estava dizendo que não
precisamos plantar ou que temos que deixar de
colher para que Deus faça isto literalmente em
nosso lugar. Esta foi apenas uma forma de
mostrar que, se as aves têm tudo sem trabalho e
sem possuírem o mesmo valor que os homens,
então temos uma grande vantagem.
O trabalho é um dos mandamentos bíblicos e
foi estabelecido pelo Senhor desde o início como
a maneira que o homem promoveria o seu
sustento.

Com o suor do seu rosto você comerá o seu


pão, até que volte à terra, visto que dela foi
tirado; porque você é pó e ao pó voltará.
(Gênesis 3:19)

O trabalho em si não é maldição nem


consequência do pecado. É um dos meios que o
homem tem para sustentar a sua casa, viver de
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maneira honrada, servir ao Reino de Deus e
ajudar aos necessitados.
Existem princípios instituídos pelo Senhor que
não podem ser quebrados, existe uma clara
ligação entre o trabalho e o sustento, entre o
plantio e a colheita.
A Bíblia afirma que Adão teria que suar para
comer o pão, por sua vez o apóstolo Paulo em
sua carta aos tessalonicenses afirmou que quem
não quer trabalhar também não deve ter direito
a comer.
Porém, além de mostrar a importância do
nosso trabalho, pois é um meio de produzirmos
o sustento e de aumentar os nossos bens, as
Escrituras também ensinam aos filhos de Deus a
irem além destes resultados.

Será inútil levantar cedo e dormir tarde,


trabalhando arduamente por alimento. O
Senhor concede o sono àqueles a quem ama.
(Salmos 127:2)
Mais do que trabalharmos, somos ensinados a
construirmos com a bênção de Deus. A graça do
Senhor pode nos levar mais longe que o nosso
esforço, mas isto não significa que não
precisamos plantar e cultivar.
Trabalhar é muito importante, mas as
bençãos de Deus nos levam além dos nossos
próprios resultados. Por isso não podemos dizer
que a liberação das provisões de Deus
dependem apenas dos nossos próprios esforços.

Não digam, pois, em seu coração: "A minha


capacidade e a força das minhas mãos
ajuntaram para mim toda esta riqueza".
Mas, lembrem-se do Senhor, do seu Deus, pois
é ele que lhes dá a capacidade de produzir
riqueza, confirmando a aliança que jurou aos
seus antepassados, conforme hoje se vê.
(Deuteronômio 8:17,18)

É verdade que existe exemplos bíblicos em


que a provisão também flui onde não há
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condições de gerá-la com o nosso próprio
trabalho. A falta de trabalho impede o fluir da
provisão quando ela está ligada à negligência,
mas não no caso de impossibilidade. 
O homem deve plantar e colher para ter o
seu sustento na dimensão natural e deve
também gerar recursos e conquistas na
dimensão espiritual, As Escrituras Sagradas nos
revelam que a Lei da Semeadura não é só uma lei
natural. Ela também é aplicada pela Palavra de
Deus como uma lei espiritual
Sendo assim contribuir financeiramente com a
obra do Senhor no natural é uma das formas de
semear de maneira espiritual.

Não se deixem enganar: de Deus não se


zomba. Pois o que o homem semear, isso
também colherá.
Quem semeia para a sua carne, da carne
colherá destruição; mas quem semeia para o
Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.
(Gálatas 6:7,8)
O propósito da
contribuição
Afirmamos que Deus quer que todo cristão
pratique os princípios da semeadura por duas
razões distintas. Semear mais e suprir
necessidades.

Aquele que supre a semente ao que semeia e o


pão ao que come, também lhes suprirá e
aumentará a semente e fará crescer os frutos da
sua justiça.
(2 Coríntios 9:10)
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Por isso podemos afirmar que o principal
propósito da semeadura, da contribuição, é a
colheita. Este princípio é encontrado de duas
formas distintas. A perspectiva do Pai e a nossa.

O que furtava não furte mais; antes trabalhe,


fazendo algo de útil, para que tenha o que
repartir com quem estiver em necessidade.
(Efésios 4:28)

De acordo com a perspectiva do Pai o


propósito da semeadura não é a obtenção dos
meios de sustento somente para mim. É
necessário que haja sobras para que eu possa
repartir com outros e com a Obra do Pai.
O propósito divino não é apenas suprir as
minhas necessidades, mas é também liberar
mais para que eu derrame as bênçãos e
provisões Dele na vida de outros.
Muitos cristãos querem somente o necessário
para eles. Porém, não podemos ter somente o
que necessitamos para viver. Precisamos ter a
nossa parte, a parte para contribuirmos com a
Obra de Deus e a parte para repartirmos.

E, chegando eles a Cafarnaum,


aproximaram-se de Pedro os que cobravam as
dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga
as dracmas?
Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe
antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De
quem cobram os reis da terra os tributos, ou o
censo? Dos seus filhos, ou dos alheios?
Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus:
Logo, estão livres os filhos.
Mas, para que os não escandalizemos, vai ao
mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que
subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um
estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti.
(Mateus 17:24-27)

O texto mostra que o Senhor não somente


supre a necessidade dos Seus seguidores, mas
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comprova que Ele fornece mais que o
necessário, para que possamos suprir as nossas
obrigações e também para custear a parte do
Senhor.
O fato é que sempre que o período da
colheita chegar em nossa vida, é para cumprir
estes dois propósito, suprir a parte de Deus para
uma nova semeadura, e também para prover a
nossa parte para o nosso sustento.
Ao contrario do que alguns pensam o
propósito da contribuição não é o de recebermos
de volta e em maior quantidade aquilo que
semeamos, nem o de armazenar riquezas para
nós mesmos e muito menos para o
enriquecimento da Igreja.
Apesar de não fazer parte dos propósitos da
contribuição financeira enriquecer aquele que
contribui, não podemos negar que estes dois
princípios caminham como que em paralelo no
mundo espiritual.
Lembrem-se: aquele que semeia pouco,
também colherá pouco, e aquele que semeia
com fartura, também colherá fartamente.
(2 Coríntios 9:6)

A verdade é que quem semear mais irá colher


mais. Isso não é somente para o nosso deleite,
mas também para praticarmos o bem, para
sermos ricos de boas obras e prontos a repartir.
Tenho observado que alguns cristãos não
ousam orar a Deus no que diz respeito as
finanças. Muitos desses não querem ser
abençoados em suas finanças, porque acham
que isto é querer se aproveitar de Deus.
Ocorre que o cristão que não é abençoado em
suas finanças, não conseguirá abençoar outros
no que diz respeito a situações financeiras.
Deveras, para podermos transbordar recursos
financeiros para o Reino de Deus e suprir aos
necessitados, precisamos da colher.
Devemos ser canais do fluxo das finanças
enviadas por Deus. O Senhor não nos pede que
ofertemos porque Ele quer tirar de nós o que

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temos, e sim porque Ele quer criar em nossas
vidas um ciclo progressivo de semeadura e ceifa.
Primícias
Sabemos que primícias significam aquilo que
começa ou que vem em primeiro lugar. Sabemos
também que o Senhor ordena ao Seu povo que
Lhe entregue os primeiros frutos e afirmamos de
acordo com as Escrituras que a entrega das
primícias é uma forma de se dar honra ao
Senhor.

Honre o Senhor com todos os seus recursos e


com os primeiros frutos de todas as suas
plantações;
os seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os
seus barris transbordarão de vinho.
(Provérbios 3:9,10)

O que estamos querendo dizer agora é que a


melhor forma de se por em prática um dos níveis
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de contribuição é através da regra da primícias.
O Senhor não instaurou as ofertas pelo fato
de precisar delas, mas as estabeleceu para
provar o nosso coração numa das áreas em que
demonstramos enorme apego. 

As primícias dos primeiros frutos da tua terra


trarás à casa do Senhor teu Deus
(Êxodo 34:26 a)

A regra das primícias foi gerada pelo mesmo


propósito. O Senhor não precisa dos nossos
primeiros frutos e nem de nada que possamos
dar a Ele. Ao contrário, somos nós que
precisamos do Senhor em primeiro lugar em
nossa vida.
Entregar ao Senhor as primícias da nossa
renda é dar-Lhe honra, bem como demonstrar o
lugar que o Pai ocupa em nossa vida. Deus quer
ser o Primeiro em nossa vida. Satanás sempre
tentou e ainda tenta ocupar este lugar, que
pertence ao Senhor. Porém, devemos sempre
manter este lugar de honra reservado ao
Senhor.
As Escrituras nos aconselham a entregar a
Deus as primícias de tudo em nossas vidas,
incluindo nestes termos as primeiras partes de
nossas finanças.
O que estamos afirmando agora é que além
de cooperarmos de acordo com os níveis de
contribuição estabelecidos pala Bíblia, temos de
fazê-los com as nossas primícias financeiras.
Alguns pregadores fazem uma distinção entre
as primícias e os dízimos e ensinam o cristão a,
além de entregar os seus dízimos, a também
doar o equivalente ao ganho do seu primeiro dia
de trabalho do mês.
Outros pregadores ensinam a prática das
primícias na própria entrega dos dízimos e
ofertas. Eles acreditam que as contribuições
devem ser entregues em caráter de primazia,
neste caso determinada pelo fato de não
gastarmos nada antes de dizimarmos.

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Não faz parte do nosso objetivo, impor aos
irmãos a lei das primícias, não ensinamos isto
como uma imposição a ninguém, mas como
forma de incentivar a quem deseja praticar tal
feito.
Para concluir nosso livreto gostaria de
agradecer a todos que chegaram até o final
deste estudo e declarar no nome de Jesus e de
acordo com a Palavra de Senhor, bençãos
abundantes para todos que praticam os
diferentes níveis de contribuição. Para os que
ainda não praticam, profetizo que após o
conhecimento destas verdades começaram a
fazer e terão suas vidas transformadas com as
abundantes bençãos que serão derramadas pelo
Senhor.

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