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Serviços e aplicações de rede em um dispositivo final podem se comunicar com serviços e aplicações em

execução em outro dispositivo final. Como esses dados são comunicados pela rede de forma eficiente?

Os protocolos da camada de rede do modelo OSI especificam o endereçamento e os processos que


possibilitam o empacotamento e o transporte dos dados da camada de transporte. O encapsulamento da
camada de rede permite que os dados sejam transferidos para um destino em uma rede (ou em outra
rede) com sobrecarga mínima.

Este capítulo aborda a função da camada de rede. Ele examina como ela divide as redes em grupos de
hosts para controlar o fluxo de pacotes de dados. Ele também aborda como a comunicação entre as
redes é facilitada. Essa comunicação entre redes é chamada de roteamento.

CAMADA DE REDE

Serviços e aplicações de rede em um dispositivo final podem se comunicar com serviços e aplicações em
execução em outro dispositivo final. Como esses dados são comunicados pela rede de forma eficiente?

Os protocolos da camada de rede do modelo OSI especificam o endereçamento e os processos que


possibilitam o empacotamento e o transporte dos dados da camada de transporte. O encapsulamento da
camada de rede permite que os dados sejam transferidos para um destino em uma rede (ou em outra
rede) com sobrecarga mínima.

Este capítulo aborda a função da camada de rede. Ele examina como ela divide as redes em grupos de
hosts para controlar o fluxo de pacotes de dados. Ele também aborda como a comunicação entre as
redes é facilitada. Essa comunicação entre redes é chamada de roteamento.

ENCAPSULAMENTO IP

O IP encapsula o segmento da camada de transporte ou outros dados adicionando um cabeçalho IP.


Esse cabeçalho é usado para entregar o pacote ao host de destino. O cabeçalho IP permanece o mesmo
desde o momento em que o pacote deixa o host de origem até que ele chegue ao host de destino.

A Figura 1 mostra o processo de criação da PDU da camada de transporte. A Figura 2 ilustra a forma
como a PDU da camada de transporte é encapsulada pela PDU da camada de rede para criar um pacote
IP.

O processo de encapsulamento camada por camada possibilita o desenvolvimento e a expansão dos


serviços nas diferentes camadas sem afetar outras camadas. Isso significa que os segmentos da camada
de transporte podem ser imediatamente empacotados por IPv4 , IPv6 ou qualquer protocolo que venha a
ser desenvolvido no futuro.

Os roteadores podem implementar esses diferentes protocolos de camada de rede para que operem
simultaneamente em uma rede. O roteamento realizado por esses dispositivos intermediários considera
somente o conteúdo do cabeçalho do pacote da camada de rede. Em todos os casos, a parte de dados
do pacote (ou seja, a PDU encapsulada da camada de transporte) permanece inalterada durante os
processos da camada de rede.

IP SEM CONEXÃO

O IP é um protocolo sem conexão, o que significa que nenhuma conexão dedicada de ponta a ponta é
criada antes que os dados sejam enviados. Como mostrado na Figura 1, um exemplo de comunicação
sem conexão é enviar uma carta a alguém sem notificar ao destinatário com antecedência.

As comunicações de dados sem conexão funcionam com o mesmo princípio. Como mostra a Figura 2, o
IP não exige nenhuma troca inicial de informações de controle para estabelecer uma conexão de ponta a
ponta antes do encaminhamento dos pacotes. O IP também não requer campos adicionais no cabeçalho
para manter uma conexão estabelecida. Esse processo reduz bastante a sobrecarga do IP. No entanto,
sem uma conexão de ponta a ponta previamente estabelecida, os remetentes não sabem se os
dispositivos de destino estão presentes e funcionais ao encaminharem pacotes, se o destino recebeu o
pacote ou se os dispositivos de destino podem acessar e ler o pacote.
IP ENTREGA DO MELHOR ESFORÇO

A figura ilustra a característica de entrega não confiável ou de melhor esforço do protocolo IP. O protocolo
IP não garante que o pacote enviado seja, de fato, recebido.

Não confiável significa que o IP não tem a capacidade de gerenciar e recuperar pacotes não entregues ou
corrompidos. Isso ocorre porque, embora os pacotes IP sejam enviados com informações sobre o local de
entrega, eles não contêm nenhuma informação que possa ser processada para informar ao remetente se
a entrega foi bem-sucedida. Os pacotes podem chegar ao destino corrompidos, fora de sequência ou
simplesmente não chegar. O IP não tem capacidade de retransmitir os pacotes em caso de erros.

Se os pacotes forem entregues fora de ordem ou estiver faltando algum pacote, as aplicações que usam
os dados, ou serviços de camada superior, deverão resolver esses problemas. Isso permite que o IP
funcione de forma bem eficiente. Na suíte de protocolos TCP/IP, confiabilidade é função da camada de
transporte.

Ip independente da midia

O IP opera independentemente da mídia que transporta os dados nas camadas inferiores da pilha de
protocolos. Conforme mostra a figura, os pacotes IP podem ser comunicados como sinais elétricos por
cabo de cobre, sinais ópticos nas fibras ou sinais de rádio em redes sem fio.

É responsabilidade da camada de enlace de dados do modelo OSI pegar um pacote IP e prepará-lo para
transmissão pelo meio de comunicação. Isso quer dizer que o transporte de pacotes IP não está limitado
a nenhuma mídia em particular.

Há, no entanto, uma característica muito importante dos meios físicos que a camada de rede considera: o
tamanho máximo da PDU que cada meio consegue transportar. Essa característica é chamada de
unidade máxima de transmissão (maximum transmission unit - MTU). Parte das comunicações de
controle entre a camada de enlace de dados e a camada de rede é a definição de um tamanho máximo
para o pacote. A camada de enlace de dados passa o valor da MTU para a camada de rede. A camada
de rede então determina o tamanho que os pacotes podem ter.

Em alguns casos, um dispositivo intermediário, geralmente um roteador, precisa dividir o pacote ao


encaminhá-lo de um meio para outro com uma MTU menor. Esse processo é chamado de fragmentação
do pacote ou simplesmente fragmentação.

O cabeçalho de um pacote IPv4 consiste em campos com informações importantes sobre o pacote. Esses
campos contêm números binários que são examinados pelo processo da Camada 3. Os valores binários
de cada campo identificam várias configurações do pacote IP. Os diagramas de cabeçalho de protocolo,
cuja leitura é feita da esquerda para a direita, de cima para baixo, disponibilizam uma visualização para
consultar ao discutir os campos de protocolo. O diagrama de cabeçalho de protocolo IP na figura identifica
os campos de um pacote IPv4.

Estes são os campos mais importantes no cabeçalho IPv4:

 Versão – Contém um valor binário de 4 bits definido como 0100 que identifica que este é um
pacote IP versão 4.

 Serviços diferenciados ou DiffServ (DS) - Anteriormente chamado de Tipo de Serviço (ToS), o


campo DS é um campo de 8 bits usado para determinar a prioridade de cada pacote. Os seis bits
mais importantes do campo de DiffServ são o Ponto de código de serviços diferenciados
(Differentiated Services Code Point - DSCP) e os últimos dois bits são os bits de notificação de
congestionamento explícito (Explicit Congestion Notification - ECN).

 Vida Útil (TTL) – Contém um valor binário de 8 bits que é usado para limitar a vida útil de um
pacote. O remetente do pacote define o valor inicial do TTL e este é subtraído de um toda vez que o
pacote é processado por um roteador. Se o campo TTL for decrementado até zero, o roteador
descartará o pacote e enviará uma mensagem ICMP de tempo excedido para o endereço IP de
origem.
 Protocolo - o campo é usado para identificar o protocolo de nível superior. O valor binário de 8
bits indica o tipo de carga de dados que o pacote está carregando, o que permite que a camada de
rede transfira os dados para o protocolo apropriado das camadas superiores. Valores comuns
incluem ICMP (1), TCP (6) e UDP (17).

 Endereço IPv4 Origem – Contém um valor binário de 32 bits que representa o endereço IPv4
origem do pacote. O endereço de origem IPv 4 é sempre um endereço unicast.

 Endereço IPv4 Destino – Contém um valor binário de 32 bits que representa o endereço IPv4
destino do pacote. O endereço IPv4 destino é um endereço unicast, multicast, ou broadcast.

Os dois campos mais referenciados são os endereços IP de origem e destino. Esses campos identificam
a procedência do pacote e para onde ele vai. Normalmente, esses endereços não mudam quando vão da
origem para o destino.

Os campos Tamanho do Cabeçalho de Internet (IHL), Tamanho Total e Soma de Verificação do


Cabeçalho servem para identificar e validar o pacote.

Outros campos são usados para reorganizar um pacote fragmentado. O pacote IPv4 usa especificamente
os campos Identificação, Flags e Deslocamento do Fragmento para organizar os fragmentos. Um roteador
pode precisar fragmentar um pacote ao encaminhá-lo de uma mídia para outra que tenha uma MTU
menor.

Os campos Opções e Preenchimento raramente são usados e estão além do escopo deste capítulo.

Limitações do ipv4

Ao longo dos anos, o IPv4 foi atualizado para enfrentar novos desafios. No entanto, mesmo com
alterações, ele ainda enfrenta três grandes problemas:

 Falta de endereços IP – O IPv4 tem um número limitado de endereços IPv4 públicos exclusivos
disponíveis. Embora haja aproximadamente 4 bilhões de endereços IPv4, o número crescente de
novos dispositivos habilitados para IP, conexões sempre ativas e o potencial de crescimento de
regiões menos desenvolvidas têm aumentado a necessidade de mais endereços.

 Expansão da tabela de roteamento da Internet – Uma tabela de roteamento é usada por


roteadores para escolher o melhor caminho. Conforme aumenta o número de servidores
conectados à Internet, também cresce o número de rotas de rede. Essas rotas IPv4 consomem
muitos recursos de memória e de processador em roteadores da Internet.

 Falta de conectividade de ponta a ponta – A NAT (tradução de endereços de rede) é uma


tecnologia implementada com frequência em redes IPv4. A NAT é uma forma de vários dispositivos
compartilharem um único endereço IPv4 público. No entanto, como o endereço IPv4 público é
compartilhado, o endereço IPv4 de um host de rede interna fica oculto. Isso pode ser problemático
para tecnologias que exigem conectividade de ponta a ponta.

Tabela de roteamento dos hosts

Em um host Windows, o comando route printou netstat -r pode ser usado para exibir a tabela de
roteamento do host. Os dois comandos geram o mesmo resultado. O resultado pode parecer confuso no
começo, mas é bastante simples de entender.

Quando o comando netstat-r ou o comando equivalente route print é inserido, as três seções


relacionadas às conexões de rede TCP/IP atuais são exibidas:

 Lista de Interfaces – Lista o endereço MAC e o número atribuído a cada interface com rede no
host, como adaptadores Ethernet, Wi-Fi e Bluetooth.

 Tabela de Rotas IPv4 – Lista todas as rotas IPv4 conhecidas, como conexões diretas, redes
locais e rotas padrão locais.
 Tabela de Rotas IPv6 – Lista todas as rotas IPv6 conhecidas, como conexões diretas, redes
locais e rotas padrão locais.

Decisão de encaminhamento de pacotes do roteador

quando um host envia um pacote para outro host, ele usa sua tabela de roteamento para determinar para
onde o pacote deve ser enviado. Se o host de destino estiver em uma rede remota, o pacote será
encaminhado para o endereço de um gateway padrão.

O que acontece quando um pacote chega ao gateway padrão, que normalmente é um roteador? O
roteador consulta sua tabela de roteamento para determinar para onde deve encaminhar os pacotes.

A tabela de roteamento de um roteador armazena informações sobre:

 Rotas diretamente conectadas – Estas rotas são provenientes das interfaces ativas do
roteador. Os roteadores adicionam uma rota diretamente conectada quando uma interface está
configurada com um endereço IP e está ativada. Cada interface do roteador é conectada a um
segmento de rede diferente.

 Rotas remotas – Estas rotas são provenientes de redes remotas conectadas a outros
roteadores. As rotas para essas redes podem ser configuradas manualmente no roteador local pelo
administrador da rede ou podem ser configuradas dinamicamente, habilitando o roteador local a
trocar informações de roteamento com outros roteadores usando um protocolo de roteamento
dinâmico.

 Rota padrão – Assim como um host, os roteadores também usam uma rota padrão como último
recurso, caso não haja outra rota para a rede desejada na tabela de roteamento.

A figura identifica as redes diretamente conectadas e as redes remotas do roteador R1

Tabela de roteamento ipv4

Em um roteador Cisco IOS, o comando show ip route pode ser usado para exibir a tabela de roteamento
de um roteador IPv4, como mostra a figura.

Além de fornecer informações de roteamento para redes diretamente conectadas e redes remotas, a
tabela de roteamento também tem informações de como a rota foi aprendida, a confiabilidade e a
classificação dela, quando foi sua última atualização e qual interface usar para alcançar o destino
solicitado.

Quando um pacote chega à interface do roteador, ele examina o cabeçalho do pacote para determinar a
rede de destino. Se a rede de destino corresponder a uma rota na tabela de roteamento, o roteador
encaminhará o pacote usando as informações especificadas na tabela de roteamento. Se houver duas ou
mais rotas possíveis para o mesmo destino, a métrica será utilizada para decidir qual rota aparecerá na
tabela de roteamento.

A figura mostra a tabela de roteamento de R1 em um diagrama de rede.

Processo de boot do roteador

O processo de boot do roteador tem três estágios principais. Como mostra a Figura 1, são eles:

1. Executar o POST e carregar o programa de bootstrap.

2. Localizar e carregar o software Cisco IOS.

3. Localizar e carregar o arquivo de configuração inicial ou entrar no modo de configuração (setup mode).

1. Executar o POST e Carregar o Programa de Bootstrap (Figura 2)

Durante o POST (Power-On Self-Test), o roteador executa diagnósticos da ROM em vários componentes
de hardware, como CPU, RAM e NVRAM. Depois do POST, o programa de bootstrap é copiado da ROM
para a RAM. A principal tarefa do programa de bootstrap é localizar o Cisco IOS e carregá-lo na RAM.
Observação: nesse momento, se você tiver uma conexão de console com o roteador, começará a ver a
saída na tela.

2. Localização e Carregamento do Cisco IOS (Figura 3)

O IOS é armazenado normalmente na memória flash e copiado para RAM para ser executado pela CPU.
Se a imagem do IOS não estiver na memória flash, o roteador poderá procurá-la usando um servidor
TFTP (Trivial File Transfer Protocol). Se não for possível encontrar uma imagem de IOS completa, um
IOS limitado será copiado para RAM e poderá ser usado para diagnosticar problemas e transferir um IOS
completo para a memória flash.

3. Localização e Carregamento do Arquivo de Configuração (Figura 4)

O programa de bootstrap copia o arquivo de configuração inicial da NVRAM para a RAM. Essa se torna a
configuração atual. Se o arquivo de configuração inicial não existir na NVRAM, o roteador poderá ser
configurado para pesquisar por um servidor TFTP. Se não for encontrado um servidor TFTP, o roteador
exibirá o prompt do modo de configuração (setup mode).

Observação: o modo de configuração não é usado neste curso para configurar o roteador. Quando for
solicitado que entre no modo de configuração, responda sempre não. Se você responder sim e entrar no
modo de configuração, pressione Ctrl+C a qualquer momento para terminar o processo de configuração.

Memoria do roteador

Um roteador tem acesso a armazenamento de memória volátil e não volátil. A memória volátil requer
corrente elétrica para manter suas informações. Quando o roteador é desligado ou reiniciado, o conteúdo
é apagado e perdido. A memória não volátil retém as informações mesmo quando um dispositivo é
reiniciado.

O roteador Cisco usa especificamente quatro tipos de memória:

 RAM – Esta é a memória volátil usada em roteadores Cisco para armazenar aplicações,
processos e dados que devem ser executados pela CPU. Os roteadores Cisco usam um tipo rápido
de RAM, a memória de acesso aleatório dinâmica síncrona (SDRAM). Clique em RAM na figura
para ver mais informações.

 ROM – Esta memória não volátil é usada para armazenar instruções operacionais importantes e
um IOS limitado. Especificamente, a ROM é embutida no firmware em um circuito integrado no
roteador, que só pode ser alterado pela Cisco. Clique em RAM na figura para ver mais informações.

 NVRAM – Esta memória não volátil é usada como armazenamento permanente do arquivo de
configuração de inicialização (startup-config).

 Flash – Esta é uma memória de computador não volátil usada como armazenamento
permanente para o IOS e outros arquivos relacionados ao sistema, como arquivos de log, arquivos
de configuração de voz, arquivos HTML, configurações de backup, etc. Quando um roteador é
reiniciado, o IOS é copiado da memória flash para a RAM.

Todas as plataformas de roteador têm configurações e componentes padrão. Por exemplo, o Cisco 1941
vem com 512 MB de SDRAM, mas ela pode ser expandida para até 2.0 GB. Os roteadores Cisco 1941
também são fornecidos com 256 MB de flash, mas são atualizáveis por meio de dois slots Compact Flash
externos. Cada slot oferece suporte a cartões de armazenamento de alta velocidade, podendo chegar até
4 GB. Clique aqui para saber mais sobre o Cisco 1941 Integrated Services Router.

ARQUIVO DE BOOT

Tanto switches como roteadores Cisco carregam a imagem do IOS e o arquivo de configuração inicial na
RAM quando são inicializados, como mostra a figura.

A configuração atual é modificada quando o administrador de rede realiza a configuração do dispositivo.


As alterações feitas no arquivo running-config devem ser salvas no arquivo de configuração inicial na
NVRAM, caso o roteador precise ser reiniciado ou falte energia.

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