Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
htm
REFLEXÃO
GÊNESE INDIVIDUAL
1 de 6 14/02/2011 3:03
Crime e Sociedade http://www.becodavelha.com/beco 03 - 09 - port.htm
CRIMINALIDADE ORGÂNICA
2 de 6 14/02/2011 3:03
Crime e Sociedade http://www.becodavelha.com/beco 03 - 09 - port.htm
PRECONCEITOS
O ciclo das ditaduras latino-americanas dos anos ’70, além do adiamento indefinido da solução
dos problemas continentais, deixou algumas seqüelas psicológicas até hoje não resolvidas.
Como o preconceito e/ou superstição relativos às Forças Armadas, isto é, a recusa a analisar de
forma objetiva a questão militar e a defesa armada da soberania, embora qualquer um reconheça
facilmente o papel dos canhões, mosquetes e trabucos na derrota dos povos indígenas da América,
e os exemplos recentes do Afeganistão e do Oriente Médio mostrem quanto estrago podem fazer
o mais armado contra o menos armado.
Essa atitude “não me falem disso”, emocional e supersticiosa, levou até o momento, a que não se
tentasse equacionar a inserção social daquele segmento de servidores públicos, como se eles
fossem elementos estranhos à própria sociedade e ao conceito de cidadania, assimilados como
fetiches de um Poder Mágico e Totêmico (viu-se isso há pouquíssimo tempo nas eleições peruanas,
quando o mito superpôs-se ao real.
Um segundo preconceito refere-se à palavra “repressão”, reflexo condicionado adquirido no
mesmo período. Isto é, antes de considerar o mérito, razões e natureza objetiva de tal fenômeno
em cada momento e/ou instância da vida social, reage-se emocionalmente pela negação,
desconsiderando a obviedade de que a organização estatal é inevitavelmente coercitiva; que o
poder de normatização, fiscalização e punição relativos à observância dos regramentos civis e
legais, são claramente repressivos, embora variados, como o corte de serviços por dívida, multas,
interdições, remoções, arrestos, confiscos, cassações, desapropriações, demolições, suspensão de
direitos, detenções ou reclusões, tanto por ordem administrativa como por sentença judicial.
O terceiro preconceito (na acepção de um pré-julgamento de uma situação) é a visão romântica
do sociopata, veiculada pela cultura norte-americana de mass media, em que o “bandido”
aparece, ora como o rebelde, inconformado com as regras sociais, ora como o pobre coitado
pressionado pela necessidade numa sociedade cruel, também favorece uma visão distorcida do
fenômeno do marginalismo criminal, como inerente às classes desfavorecidas, numa evidente
manifestação de preconceito elitista e pequeno burguês, que simplesmente ignora a realidade dos
fatos.
Apenas uma sociedade total e plenamente auto-gestionária (anarquista), com um alto
grau de civismo e auto-disciplina, poderá dispensar o poder coercitivo de leis e
instituições, no momento em que os cidadãos forem o bastante educados e
generosos para respeitar espontaneamente os direitos de seu semelhante.
3 de 6 14/02/2011 3:03
Crime e Sociedade http://www.becodavelha.com/beco 03 - 09 - port.htm
CONDIÇÃO HUMANA
O comportamento egoísta, por vezes prepotente (quando apoiado na força),por
vezes desleal e traiçoeiro, faz parte do repertório comum ao ser humano. Eva acusou
Adão, e Adão acusou Eva, cada um procurando defender-se pela delação e incriminação
do outro. Caim matou Abel por ciúme, despeito ou inveja, e nenhuma dessas
personagens era favelada ou passava fome.
É através de uma formação precoce e uma educação voltada para a solidariedade,
as atitudes afetivas, a colaboração e o reconhecimento dos direitos do outro, que o ser
humano se torna um SER ÉTICO.
Essa formação precoce vem não apenas da família nuclear, como da cultura
dominante vigente. E, certamente, também das peculiaridades individuais e subgrupais.
Igreja, escola, hábitos familiares e de vizinhança, meios de comunicação, estabelecem
escalas de valores – nem sempre coincidentes – que influenciarão o indivíduo a montar
seu próprio código de comportamento, e a valorizar, a mais ou a menos, atitudes e
ações.
No mundo globalizado, temos assistido a uma progressiva e ininterrupta
degradação dos valores éticos e das relações humanas, com a glorificação oposta da
permissividade total, da banalidade, da violência gratuita, da sexualidade grotesca, do
narcisismo, e de todos os anti-valores caros tanto ao capitalismo selvagem como ao
neo-colonialismo, que necessitam da desintegração social e moral das populações
parasitadas (pouco pão, muito circo; muita competição, pouca colaboração), em direção
ao triunfo universal da conhecida “Lei de Gérson” (levar vantagem em tudo).
Não é correto atribuir os altos índices de criminalidade às populações pobres.
Pelo contrário, é junto delas que melhor se conservam os valores tradicionais dos laços
de sangue (familiares), da religião, dos costumes, justamente por estarem elas menos
expostas aos sofismas da amoralidade modernosa, em que caem tanto a direita
pragmática, como a esquerda utópica (que se esforça em amalgamar e digerir uma
mistura de contra-cultura dos anos “beat”, com franciscanismo e estruturalismo –
conceitos antes de realidades).
Diferente do que se divulga, a criminalidade por atacado é (e sempre foi)
patrocinada por instituições legais e organizações sócio-político-econômicas, que nada
têm de pobrezinhas, desvalidas ou ignorantes.
A BANDIDAGEM ARISTOCRÁTICA
A pirataria dos séculos XVI e XVIII não foi obra de infelizes desesperados, mas
parte de uma estratégia política e econômica bancada pelas grandes casas reais e a alta
burguesia européia (os eventuais free lancers sempre foram devidamente enforcados). O
narcotráfico se tornou um negócio internacional e altamente lucrativo sob a égide da
impoluta Rainha Vitória, da Grã Bretanha, que desencadeou três sangrentas Guerras do
Ópio (século XIX) para obrigar o imperador chinês a descriminalizar o tóxico, e permitir
o consumo livre da mercadoria, então produzida na Pérsia (atual Irã) e comercializada
pelos ingleses.
Nos anos ’70 do século XX, as contas numeradas suíças financiavam o mesmo
tráfico, com pleno conhecimento das autoridades, e os laboratórios industriais europeus
refinavam a pasta de ópio, produzindo sais de morfina e heroína, embarcados para o
mundo pela conexão de Marselha, na França.
4 de 6 14/02/2011 3:03
Crime e Sociedade http://www.becodavelha.com/beco 03 - 09 - port.htm
MÁFIAS
No Brasil, a Máfia tradicional começou a instalar-se mais efetivamente nos anos
’60, através dos cassinos clandestinos (todas as propostas para liberar os jogos de azar
têm por base esses interesses) e o tráfico de cocaína, ainda em pequena escala e
concentrado em áreas de turismo, com distribuição voltada à alta classe média.
Na época, a cocaína não tinha a importância atual, pois a Pérsia do Xá Rheza
Pahlevi, um grande amigo dos Estados Unidos, fornecia a morfina e heroína que o
mundo ocidental consumia (é interessante lembrar o uso de tóxicos entre os recrutas da
guerra do Vietnã com o beneplácito de seus superiores).
Com a revolução islâmica no Irã (ex-Pérsia), em 1979, e a execução em massa de
bandidos e traficantes, os ocidentais foram obrigados, não apenas a renunciar ao
petróleo baratinho daquele país, como aos frutos de suas papoulas.
Deu-se o boom da cocaína e dos cartéis colombianos. Convém não esquecer que
a planta coca foi considerada medicinal, dela retirando-se princípios ativos importantes
para a Medicina, como analgésicos e anestésicos, e até fórmulas de refrigerantes. De
uso tradicional entre as populações andinas, que mascava (e masca) suas folhas, não
passava (não passa) de um estimulante como o café (cafeína), o chá e o chimarrão
(teína), um tanto mais potente.
Foi necessária a intervenção de capitalistas interessados em investir na produção
em escala com tecnologia específica, para que dessas folhinhas se extraísse uma droga
concentrada capaz de provocar dependência química e psíquica e alteração da
percepção e do comportamento humanos.
Posteriormente, com o desmantelamento da União Soviética, formou-se a Máfia
russa, composta por funcionários veteranos e ex-militares do velho regime, que se
apropriaram dos arsenais desmobilizados pelo fim da Guerra Fria, numa rede de
contrabando de armas, tão agressiva como a norte-americana, mais antiga no ramo.
Bem antes disso, a Máfia norte-americana já investia pesado na pornografia e na
prostituição, tanto adulta como infantil. Pornoshops, revistas de pedofilia e outras
variações sexuais (hoje sites eletrônicos), turismo sexual, espalharam-se pelo mundo de
forma articulada, na esteira da derrota dos sonhos socialistas. Tais atividades foram
assumidas pelo crime organizado sob diversas capas e disfarces, com muito bom
dinheiro, fornecido pelos caixas 2 de grandes empresas. Somaram-se a isso, práticas
mais modernas, como o tráfico de órgãos humanos e de crianças para os mesmos fins.
Em meados da década de ’90, como foi dito antes, um trilhão de dólares
escriturais financiava a festa. Escriturais, quer dizer, virtuais, como é de praxe no
capitalismo especulativo pós-industrial.
BRASIL
5 de 6 14/02/2011 3:03
Crime e Sociedade http://www.becodavelha.com/beco 03 - 09 - port.htm
VOLTAR AO MENU
6 de 6 14/02/2011 3:03