Você está na página 1de 13

5º CIRCUITO – AMOR É AÇÃO

Um gozo rápido da orgia que virá

“Todas as coisas fornicam entre si”

Agoj Abralas

Abralas Clasvifer
Se você está lendo isso é sinal que você está respirando.

Não quer dizer que esteja viva, mas respirando.

Viver é bem em mais do que isso, bem mais que está apenas,
respirando.

Estes são contos curtos escritos geralmente através de escrita


espontânea como está sendo este texto.

Sento e escrevo, estou em pé e escrevo, estou voando e escrevo.

Eles mostram realidades que não existem e ficções tão reais que
existem.

Trocadilhos manjados que nem este que fiz e equações tão raras que
são difíceis de aceitar.

É uma gota de água que mesmo pequena carrega toda a historia dos
oceanos.
Muitas pessoas estão nestes textos então não citarei nomes pra não
esquecer de alguém e a pessoas não se sentir importante , mas também
para eu não correr o risco de lembrar de todo mundo e pela
quantidade de vidas aqui presente a pessoa não se sentir importante.

São três contos sendo que o primeiro data de 09 de julho de 2006 e o


último de 2016.

No meio tem um conto escrito junto com Natália, a quatro mãos e


milhares de corações, em algum tempo no futuro.

O corpo é meu...as águas dela… as marcas no corpo nossas.

Amor é ação excedendo em êxtase

O rosto é de Maydana que expressa em silêncio o que sinto nestes


contos.

No mais o livro sairá em 2019

Escrevo com Rufino ao meu lado, no estúdio Urbano Tattoo ,numa


manhã qualquer de um sábado único e especial
A Praça não é mais do povo .
09 de julho 2006

Róbson Véio
Esta era a trilha sonora que corria ao fundo...e aqui estou,quase 20
anos depois,no lugar onde tudo começou,pelo menos simbolicamente
pois na real,o inicio,foi naquele primeiro tapa no hospital quando dei o
meu grito primogênito de "algo está errado!!"
Praça da piedade...tudo diferente...cercada de portões,vazia,8 horas da
manhã de 08/07/06...876...,sem punks,sem "os malucos da rua",sem
quase vida nenhuma. Uma senhora oriental faz exercícios que se
assemelham ao Tai Chi mas não é...a igreja continua com a música
triste e horrivelmente chata,argh!! Porra nem os caras do cafezinho
chegaram ainda...a fonte vai ser ligada...aguá pra banhar a alma.
Se foi aqui que começou é aqui que tinha que acabar! Não se
trata,sinto muito tirar seu sorriso do rosto,de desistir de lutar,de
viver,de amar...
apenas tem coisas que já não valem a pena,pra mim,gastar minhas
energias.
Sabe...tem mais de 4 anos que não choro por tristeza...por raiva bem
poucas, por alegria algumas mas por tristeza tem uma "cara"!
Sabe o que é acordar, como quando se era pequeno,e ao olhar para os
lados não se vê ninguém?
Aquela sensação do vazio realmente assusta à primeira vista mesmo
que não exista nada a temer e você saiba disso...assusta pela sensação
de vazio!
Antes eu pensava que alguém ou algo tinha construído espelhos e
colocado na frente das pessoas e elas por ignorância só podiam ver a se
mesmas sendo assim seria "apenas" uma questão de quebrar os
espelhos...hoje sei que este algo são as propiás pessoas...e elas amam
seus espelhos.
Só queria que não me deixassem ir...só queria ouvir um grito de
"volte!"...mesmo não querendo voltar pois já não existe pra onde.

Queria sentir que não estou sozinho, neste lugar,mas agora é


tarde...estou longe demais para ouvir qualquer coisa mesmo sabendo
que não existe nada para ouvir.
Não é uma corda,um laço ou arma alguma que faz ,neste
momento,esvaziar,aqui,esta minha,antiga,vida mas a tinta que escreve
na alma estas palavras.
E onde tudo começou tudo acaba...e a Praça da Piedade é o colo,talvez
não o que eu queria mas o único que agora tenho,para derramar as
últimas lágrimas da babilônia.
FIM
de um ciclo
Os malucos do cafezinho chegaram...sorriso no meu rosto!
MERGULHO A QUATRO MÃOS
por Sereia e Boto Cinza
Se um corpo de Sereia aparece nas areias da Vida
É justo que prendam seu corpo e calem seu canto?
Porque escolher entre tocar sua alma ou inundar seu corpo de
desejos?
Este mundo não aprende que por mais que se tente
Tudo está pertinho…rente a rente…pele,palavras, tesão e mente
Cortes profundos na espada escondida entre as asas é o preço do Amar
Aceito, prossigo, com medo mas sem receios de continuar…”tenho
pressa de viver!”
“E se não tivesse…Melhor era tudo se acabar!”
E eu que pensei que nunca iria encontrar algo que me completasse.
E eu que pensei que nunca iria encontrar um lugar que fizesse parte
de mim.
E eu que pensei que nunca iria amar tanto.
Hoje eu peço que o tempo pare, que as horas lá embaixo não passem,
que tudo congelasse.
Mas tudo é tão rápido e você volta a superfície, ao seu habitat.
Não, eu nunca disse que queria voltar.
Lá é tudo tão mágico… no fundo…sou um animal marinho.
Às vezes, sempre, você tem que nadar contra a correnteza…desviar de
outros animais,lutar para conquistar sua fêmea…seu macho… mas
ainda assim é um lugar calmo.
Lá eu me apaixono todos dias, sem medo e neste mergulho de quatro
mãos levarei vocês comigo…
Submersos Sentimentos
ILUSÕES NO MOMENTO DE UMA MORTE FALSA

Róbson Véio
Ela não parava de sorrir e eu já estava cheio de ódio disso...

O povo gritando "pula pula pula" e mesmo daqui de cima do


Elevador Lacerda dava pra ver aquele sorriso. Não me pergunte
como...se eu acreditasse nessas palhaçadas de Magia diria que ela só
podia ser uma bruxa, melhor uma Magista como dizem os tal dos
seguidores da "Magia Moderna".

Eu tinha decidido seguir a tradição e me matar pulando do elevador.


Pensei em um tiro no peito como o Debord, mas só de pensar em
armas me lembro de tantos amigos que se foram.

Na realidade não iria pular mas apenas precisava que o meu "Bilhete
de Suicídio" tivesse uma certa repercussão.

Ele era o ultimo conto do meu livro e com esta jogada eu conseguiria
propaganda de graça e quem sabe uma aparição no programa do
Bocão.

O que eu não contava era que ao invés de pedirem para eu ter calma
as pessoas gritariam em uníssono um "pula".

Mundo mesquinho este que vivemos.


Pior que se eu soubesse que pulando meu livro venderia mais eu até
que pulava, mas sei que no minuto seguinte ao da minha morte eu
seria esquecido em pró de comentários mais frescos de algum
escândalo de alguma artista que foi pega fudendo na rua.
Coisas essas mais importantes que a vida, ou melhor a morte, de
qualquer ser humano .
E a porra do bombeiro que não chegava para me permitir fazer um
teatrinho de resistência e depois deixar eles me levarem enquanto eu
me debatia gritando "Não leiam meu livro...eu quero morrer".

A negativa é a arma usada por aqueles que não tem força para
afirmar o que querem...então se negam e principalmente negam os
outros.

O sorriso continuava lá me angustiando e foi ai que decidi desistir de


tudo e descer para falar com ela.

" Para de sorrir porra...porque está sorrindo?"

Ela se aproximou tocou meu rosto com seus dedos e falou:

"Porque demorou tanto?"

Não consegui mais falar nada..sumiu tudo à minha volta e um campo


apareceu...tinha internet mas era um campo, com floresta, um rio
cortando o quintal da casa de adobe, um cheiro forte de relva e uns
sons estranhos que lembravam vozes de animais. Uivos e rosnar
formavam uma orquestra estranha que me lembrou o Arrigo
Barnabé.

Uma mistura de vontade de chorar, de trepar,correr me fez tentar


tomar o controle deste sonho pois só podia ser um sonho.

Em vão ... Controle Zero.

Sentir unhas em minhas costas e algo me cheirando.


Eu não usava nada a tempos. Só podia ser um sonho.

Duas luzes verdes começaram a vim em minha direção, se


aproximando, crescendo, crescendo e um mixto de certeza e dúvida,
coragem e medo percorreu meus átomos.
Tentei fechar os olhos, virar a cabeça mas foi tudo em vão.... Me
entreguei...
As luzes verdes me falaram duplamente para seguir frente.
Me lembrei das pessoas que gritavam, do elevador Lacerda, do
bombeiro que não chegou...tudo tinha sumido.
Me fudi...devia ter morrido ..mas foi ai que a voz falou de novo...

"Não quero que você saia daqui" e num espasmo meu corpo saiu do
chão e encontrou uma boca.

Não era sonho, não era a morte, você está lendo meu livro e os lábios
tinham gosto de noite.

Eu entendi o sorriso ..
Era a certeza de que na dúvida é que se acerta.
Na duvida é que mora o presente.

Que tal um amor no café?

Você também pode gostar