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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ENGENHARIA MECATRÔNICA
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

RESENHA DA OBRA

Cultura Surda & Libras: Identidade e cultura surda

JARDEL GREGÓRIO DO NASCIMENTO - 20190001829

NATAL-RN

2020.6
KRAEMER, Graciele Marjana. Cultura Surda & Libras. Editora Unisinos, 2012.

O capítulo 7 deste livro aborda a “Identidade e cultura surda”. No início a


autora nos mostra um pouco sobre o contexto histórico da educação de surdos
no Brasil, abordando desde seu surgimento no período imperial até os anos 90
e encerra refletindo sobre o tema. Em seguida passa a falar sobre o tema
central deste capítulo.
No primeiro tópico é mostrado quando foi criado o primeiro instituto com
intuito de difundir a educação para os surdos. O Instituto Imperial dos Meninos
Surdos que atualmente é conhecido como o Instituto Nacional de Educação
dos Surdos, localizado no Rio de Janeiro é de grande importância para a
comunidade surda. Também fala a respeito das medidas de reabilitação,
iniciadas nos anos 60, para que as pessoas surdas pudessem voltar para a
sociedade sem se sentirem muito deslocadas e conseguindo suprir suas
próprias necessidades básicas. No entanto a linguagem oral ainda era a única
forma vista de comunicação. O texto conta que somente nos anos 90 que veio
surgir a Educação Inclusiva, tornando os ambientes de educação um pouco
mais acessíveis para os surdos e daí que surge alguns questionamentos da
autora.
O segundo tópico já começa enfatizando a importância do conceito de
identidade e de como isso se conecta com a forma que lidamos com
determinados sujeitos, sendo cada indivíduo detentor de resquícios de
múltiplas identidades. Mostrando que a identidade não é algo natural e sim um
aspecto a ser construído e modelado de forma única pelos indivíduos que a
compõem. Também é esclarecido pela autora que somos o reflexo do grupo e
que convivemos, olhando o mundo da forma da qual é pregada por esse grupo
e que com isso não é possível estabelecer qual grupo é detentor do correto,
sendo todos qualificados com a devida importância que possui para seus
membros. Ainda é possível destacar por esse tópico que cada indivíduo possui
uma identidade e que ela é única tornando o sujeito em algo único. A
identidade é o que diferencia cada um e que apesar de existir crenças que um
determinado grupo é superior, devido a ter um número mais elevados de
pessoas seguindo a sua cultura ou por simplesmente ser um grupo mais
abastado economicamente, podemos ter em mente que a identidade é o que
representa o sujeito pelo que ele é e não pelo que é empregado por esses
grupos.
No último tópico foi feito pela autora uma junção entre o tópico anterior e
a identidade dos surdos. Por isso é preciso evitar a generalização dos
indivíduos surdos como um problema único que pode ser resolvido de forma
igualmente de forma particular. Sempre temos que especular em que meio
cada sujeito viveu, cresceu e adquiriu experiências para só assim conseguir
compreender um pouco de sua identidade. Neste tópico é esclarecido que a
libras é muito importante para a constituição da identidade surda. Com isso
surge a necessidade de modificar o modo do qual é empregado a educação
para os surdos, sendo necessário rever e pensar numa estrutura que seja
adequada para o ensino nessa modalidade. Com isso espera se ter mais
equidade no ensino para surdos aumentado sua qualidade de vida e
possibilitando sua integração com a sociedade.
Esse texto é muito bom pois nos mostra os diferentes conceitos entre
identidade e cultura, além disso é exemplificado como isso afeta diretamente a
identidade surda. Percebemos que com o tempo foi deixado de lado a ideia de
que apenas a linguagem oral servia para a comunicação. Com o aumento da
popularidade do ensino de libras foi possível considerar a condição surda algo
apenas “diferente”, uma outra forma de experimentar a vida, uma nova
identidade e uma nova cultura.

Jardel Gregório do Nascimento é aluno do curso de engenharia


mecatrônica da UFRN.

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