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I Seminário de Desenvolvimento Regional, Estado e Sociedade

Agosto de 2012
Rio de Janeiro - RJ - Brasil

A ATUAÇÃO POLÍTICA NA FORMAÇÃO DOS ESTADOS DE MATO GROSSO DO SUL E DO


TOCANTINS EM RELAÇÃO AO SEPARATISMO NO ESTADO DO PARÁ

Thiago José Arruda de Oliveira (UFT) - thiago.arruda85@gmail.com


Ciências Econômicas, Mestrando em Desenvolvimento Regional - UFT

Bárbara Françoise Cardoso (UFT) - barbarafcardoso@gmail.com


Gestão do Agronegócio, Mestrando em Desenvolvimento Regional - UFT

Alex Pizzio da Silva (UFT) - alexpizzio@gmail.com


Cientista Social, Professor adjunto do programa de Desenvolvimento Regional, UFT
A ATUAÇÃO POLÍTICA NA FORMAÇÃO DOS ESTADOS DE MATO
GROSSO DO SUL E DO TOCANTINS EM RELAÇÃO AO
SEPARATISMO NO ESTADO DO PARÁ

Resumo:
A Constituição de 1988 impôs a democracia no Brasil, e com isso, os cidadãos brasileiros,
junto com os representantes políticos, começaram a participar do processo decisório no
país. O principal objetivo deste artigo é analisar de que forma este ambiente afeta a atuação
política dos separatistas estaduais. Para isso, resgata o processo histórico que moldou os
atuais recortes políticos no Brasil, concentrando a análise nas duas últimas unidades
implantadas: Mato Grosso do Sul e Tocantins. Apesar de se formarem em uma conjuntura
política diferente do que presenciado atualmente, a atuação política nestes dois estados,
comparando-se com o cenário político na qual Carajás e Tapajós estavam envolvidos,
podem apontar os caminhos para compreender melhor esta temática. Os resultados
comparativos mostram que o regime democrático impôs empecilhos para que uma nova
Unidade fosse criada, e as lideranças que defendem a emancipação devem atuar como
negociadoras, principalmente dialogando com os políticos do próprio estado afetado. Por
último, as forças separatistas devem elaborar novas formas de atuação, incorporando
estratégias na qual o regime democrático exige, além de atuar como negociadora ativa,
inclusive mantendo conversas com as lideranças locais opositoras.

Palavras-chave: Formação territorial do Brasil, Mato Grosso do Sul, Tocantins,


Separatismo, Projetos de desmembramento no Pará.

Autores:

Thiago José Arruda de Oliveira – Mestrando em Desenvolvimento Regional/UFT. Email:


thiago.arruda85@gmail.com

Bárbara Françoise Cardoso – Mestre em Desenvolvimento Regional/UFT. Email:


barbarafcardoso@gmail.com

Alex Pizzio da Silva – Professor adjunto do Programa de Mestrado em Desenvolvimento


Regional/UFT. Email: alexpizzio@gmail.com
1. Introdução

A configuração política brasileira é marcada por sucessivas criações,


desmembramentos e fusões de regiões ao longo de sua história. Estas transformações
territoriais tinham o propósito de atender a certos interesses de seus governantes. As
últimas mudanças no recorte político aconteceram no ano de 1979 – em Mato Grosso, e
1989 – em Goiás, formando os novos estados de Mato Grosso do Sul e Tocantins,
respectivamente. Entretanto, a intenção de formar novas unidades políticas através da cisão
de estados existentes não cessou. No ano de 2011, doze projetos separatistas estavam em
trâmite no Congresso Nacional.
Dentre estes, dois foram aprovados para plebiscito no primeiro semestre de 2011. Os
Projetos de Decreto Legislativo – PDL n° 731/2000 e n° 52/2007, que tratam,
respectivamente, sobre a criação do estado de Tapajós e Carajás, no atual Pará, região
norte do país.
Para Souza (2009), o argumento utilizado pelos separatistas consiste em uma
tentativa de diminuir as desigualdades regionais através da formulação de suas próprias
políticas. Andrade (1999), afirma que este fenômeno é verificado no Brasil devido as suas
bases estarem fincadas em tradições culturais, étnicas ou religiosas bastante fortes, mas
que por sua vez, são resultados de interesses arbitrários, onde não é fácil estabelecer
relações fortes entre as propostas vigentes, e tradições deste tipo.
Após a elaboração da Constituição de 1998, ocorreu uma profunda mudança no
processo decisório, que em base legal, tornou-se obrigatória a realização do plebiscito para
todos os eleitores cujo estado sofra desmembramento. Por isso, no dia onze de dezembro
do ano de 2011, foi realizada a votação no Pará, e os resultados finais mostraram que os
separatistas não conseguiram convencer a população em torno da causa, assim sendo, o
processo de desmembramento que ia originar três novos estados foi arquivado.
O problema de pesquisa formulado é: este novo cenário democrático altera a forma
de atuação das lideranças separatistas? Para tentar solucionar esta indagação, verifica-se
como foi o processo de implantação dos estados mais recentes: Mato Grosso do Sul e
Tocantins.
Na primeira parte, relata resumidamente o processo de formação da configuração
regional do Brasil. A segunda, concentra-se no desmembramento do sul de Mato Grosso,
observando as suas origens, causas e a conjuntura política. A terceira, o processo será o
mesmo da seção anterior, todavia, voltado para o desmembramento do norte de Goiás. A
quarta resume a motivação dos separatistas no Pará até a formação do plebiscito. O quinto
tópico compara a situação política de Mato Grosso do Sul e Tocantins em relação à atuação
políticas dos separatistas paraenses. A sexta pondera a discussão do tópico anterior. Por
último, expõe a bibliografia consultada.

2. A formação histórica dos recortes políticos no Brasil

No Brasil Colonial dividido por capitanias, criado na metade do século XVI, funcionava
a partir de doações de terras para os funcionários de sua Alteza, ou para aqueles que
tinham enriquecido no Oriente. Porém, apenas algumas, como a de Pernambuco,
conseguiram prosperar, e com isso, sustentavam a Coroa através da atividade açucareira.
(AB´SABER, et al, 2003).
Com a queda de produção do açúcar nordestino, a pecuária e o extrativismo
começaram a se destacar e a interiorizar a produção, alcançando a Amazônia, que com o
governo de Pombal, criou no dia 3 de março de 1775 a Capitania de São José do Rio Negro,
a origem do estado do Amazonas. As atividades desenvolvidas nesta região eram as coletas
de especiarias vegetais, além da exploração de madeiras e pescados, e a própria defesa do
território amazônico contra os invasores estrangeiros.
No planalto Meridional, o bandeirismo iniciado na Capitania de São Paulo, desbravava
o interior do Brasil, para além da faixa de Tordesilhas. O objetivo era o aprisionamento de
índios para a escravidão e ouro. Estas excursões resultaram na criação das Capitanias de:
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, no século XVIII.
No extremo Sul, após disputas incessantes entre portugueses e espanhóis pela
Colônia do Sacramento, Portugal, no ano de 1807, criou nesta região a capitania de São
Pedro do Rio Grande do Sul, fincando a sua dominação, apesar de certas indefinições em
respeito a limites territoriais (AB´SABER, et al, 2003).
Este era o retrato do Brasil antes de sua independência. O processo de formação dos
novos recortes territoriais era motivado pela consolidação do poder lusitano no continente
americano. Tanto no Norte, quanto no Sul, à rivalidade contra os estrangeiros forçavam a
Coroa a ocupar oficialmente estas regiões. No Norte, a participação junto com os habitantes
familiarizados com a terra, e no Sul, com a ajuda de expedicionários contratados pelo
Governo, dominaram as regiões além das Tordesilhas. Com a população instalada, restava
à metrópole fincar bases políticas através da criação destas novas capitanias,
desmembrados das mais antigas.
No inicio do século XIX, cresceu o sentimento separatista contra a Coroa. A Capitania
de Pernambuco conseguiu se rebelar durante dois meses, tendo a adesão da Paraíba e do
Rio Grande do Norte. Mas com o movimento sufocado, o Governo Real penalizou os
pernambucanos, que separou a foz do rio São Francisco, originando a Capitania Real de
Alagoas. (ALENCAR; RAMALHO; RIBEIRO, 1996).
Seguido por lutas, inclusive em anos posteriores, a proclamação do Brasil
Independente foi realizada em 1822. Entretanto, as outras nações precisavam reconhecer a
independência, o que significa assinar acordos comerciais vantajosos com os países
dominantes, tal como Inglaterra e Estados Unidos, e angariar empréstimos para cobrir
financeiramente os custos de guerras e as indenizações para Portugal. Neste período
turbulento pós-independência, as capitanias foram transformadas em províncias.
No Brasil Império, as tentativas de separatismo diante as forças imperiais resultaram
em conflitos. Aquele que de fato resultou em desmembramentos aconteceu na Província de
São Pedro do Rio Grande do Sul, no ano de 1837, com a criação da República Rio
Grandense. Outro movimento, liderado por Garibaldi, proclamou a República Juliana em
1839, na Província de Santa Catarina, que durou dois meses. Ambas estas revoltas fazem
parte da Revolução Farroupilha, iniciado em 1835. No ano de 1845, entretanto, o movimento
foi extinta, e as províncias rebeldes do Sul voltaram a ser absorvido pelo Império brasileiro
(LUVIZOTTO, 2009).
Exceto a Província de Cisplatina, que originou a República Oriental do Uruguai, as
forças imperiais conseguiram sufocar todas as rebeliões. A insatisfação por partes dos
governantes provinciais, o multiculturalismo, e o sentimento republicano, eram os
propulsores dos projetos de emancipação.
As únicas alterações foram a criação da Província do Rio Negro em 1850,
desmembrado do oeste paraense, e a do Paraná em 1853, sendo esta resultado de
questões pendentes referentes as Revoltas Liberais de 1842, que apesar de sua história de
criação antever aos tempos de D. João VI, apenas foi inserido na configuração política no
ano de 1853, como resultado de punição a Província de São Paulo, que perdeu a sua parte
sul com a criação do Paraná (MARTINS, 2008).
Nesta fase da história brasileira, a preocupação dos governantes eram consolidar a
dominação territorial iniciado no período colonial. Por isso, não houve alterações
significativas até a proclamação da República no ano de 1889, quando as divisões políticas
foram elevadas à categoria de estados, ganhando certa autonomia. Os novos recortes
surgidos eram resultados de punições impostas pelo poder central, como no caso de
Pernambuco-Alagoas e São Paulo-Paraná, do que aclamação por parte da população.
O regime Imperial brasileiro teve o mérito de centralizar as regiões revoltosas em um
país. Mas o desgaste sofrido era inevitável, e as forças imperiais foram substituídas pelos
republicanos. Durante o Brasil República, as províncias passaram a serem estados da
Federação. Nas primeiras décadas deste regime ocorreu a ultima expansão territorial do
país, conduto, desta vez através das vias diplomáticas com a compra da região do Acre da
Bolívia. No primeiro momento, esta localidade se tornou um Território, recebendo ordens
diretas do Governo Federal. Não apenas o Acre recebeu esta denominação: Amapá,
Guaporé, Rio Branco, Ponta Porã, Iguarassú e Fernando de Noronha. Exceto a ilha de
Fernando de Noronha, estes Territórios foram criados durante o Governo de Getúlio Vargas
para assegurar as suas fronteiras (SOLA, 2001).
Nos anos finais da Grande Guerra, os Territórios de Ponta Porã e Iguarassú foram
dissolvidos. Com a promulgação da Constituição de 1988, Amapá se elevou a condição de
estado, assim como Guaporé, que tinha mudado de denominação para Rondônia, e Rio
Branco, que também mudou de nome para Roraima. Neste mesmo período, Fernando de
Noronha passou a ser um distrito estadual do estado de Pernambuco.
Sob a prerrogativa de ocupar e proteger o interior, Juscelino Kubitschek, presidente do
Brasil nos anos 1960, iniciou o processo de deslocamento da sede do governo no Rio de
Janeiro para o interior do Brasil, criando Brasília. Para Diniz (2001, pág.14): “foi o elemento
de maior impacto na integração econômica do território brasileiro”.
Após a construção da nova capital, as mudanças mais significativas na configuração
política no Brasil foi o surgimento dos estados de Mato Grosso do Sul (1979) e Tocantins
(1989). Com o retorno à democracia através da Constituição de 1988, criaram-se leis sobre
as questões relativas os novos recortes regionais. As propostas de formação do estado do
Carajás e Tapajós foram submetidas de acordo com esta Carta Magna, diferente do que foi
aplicada em outros casos. Entretanto, os antigos processos de criação podem indicar
algumas características a serem levadas em consideração. Por isso, a formação das duas
últimas unidades – Mato Grosso do Sul e Tocantins, será analisada de forma mais
aprofundada.

3. O desmembramento do sul de Mato Grosso

A região do atual estado de Mato Grosso do Sul foi descoberta primeiramente pelos
espanhóis, nos séculos XVI e XVII. Antes disso, os índios, principalmente os caiapós e
paiguás, habitavam as faixas de terras que compreendiam o então território castelhano. O
ouro encontrado no rio Cuiabá aumentou o interesse dos bandeirantes paulistas, acelerando
o processo de ocupação desta região, retirando do domínio da Espanha estas terras
pertencente. A faixa ao sul, não servia de atrativo imediato, sendo ocupado pelos militares
através de fortes e guarnições com o propósito de defender as fronteiras da Colônia em
frente ao poderio espanhol (GUIMARÃES, 1999).
Com a queda da atividade mineradora, começaram a explorar os campos ao sul da
capitania através da pecuária. Contudo, com a Guerra do Paraguai no século XIX, cidades e
vilas estavam destruídas. O ressurgimento se obteve através da exploração de ervais, do rio
Paraguai para fins comerciais, e de campos pastorais para o gado.
Os ideais de emancipação iniciaram pelos pecuaristas da região, que devido à
aproximação com mercado consumidor de São Paulo através da Ferrovia Noroeste do
Brasil, fortaleceu a cidade de Campo Grande, que além de ser um polo pecuarista, passou a
desempenhar o principal papel de distribuidor de gêneros na região (QUEIROZ, 2008).
A integração do sul de Mato Grosso com o Sudeste pode ser percebida com o
episódio histórico: a Revolta Constitucionalista de 1932. Este levante liderado por São Paulo
exigia uma Constituição. Os políticos do sul de Mato Grosso apoiaram a iniciativa paulista, e
fundou o estado de Maracaju, cuja capital era Campo Grande. Com a falta de apoio de
outros estados, a revolta deflagrou-se, e logo Maracaju foi extinto (GUIMARÃES, 1999).
Esta decisão foi tomada porque os separatistas viram uma oportunidade de obter
apoio aos seus anseios juntando se com as forças de São Paulo. Se obtesem êxito, os
lideres do levante de 1932 poderiam recompensar a elite sul mato grossense com a
emancipação. Contudo, com a Revolta Constitucionalista esmagada pelas tropas getulinas,
o desejo não se concretizou.
Apesar deste fracasso, a elite sul mato grossense não abandonou os seus ideais
separatistas. Em 1963, tentava mais uma vez desmembrar o estado de Mato Grosso. Mas o
golpe militar de 1964, novamente, terminava o sonho sul mato grossense. O processo de
desmembramento apenas concretizou na década de 1970, quando os militares, parte de sua
estratégia política de contar com uma região favorável ao regime, criou o estado de Mato
Grosso do Sul (AMARILHA, 2006).
A elite ruralista liderado pelos campos grandenses esteve na frente deste processo,
apesar da inatividade da Liga Sul Mato Grossense desde a década de 1930. De fato, esta
representação estava tão presente na formação do estado sul mato grossense, que antes
de formular o nome da nova unidade federativa, os militares batizaram de estado do Campo
Grande, enfurecendo as elites locais do restante do futuro estado (MORO, 2009).
Finalmente, com um nome mais apropriado, o Sul se desmembrou do Estado de
Mato Grosso oficialmente, no dia onze de outubro de 1977, através da Lei Complementar nº
31, de 11 de outubro de 1977, sendo posteriormente efetivado em 1979. Assim o estado de
Mato Grosso do Sul se torna a mais nova unidade da federação.
O esforço que a elite sulista teve em procurar por meios disponíveis, através da
rebelião como no caso da Revolução de 1930, ou alianças políticas com o governo militar,
uma via de concretização de sua autonomia estadual. Além disso, as produções intelectuais
voltadas ao menosprezo dos governantes de Cuiabá, e a valorização da identidade e do
progresso sul mato grossense, contribuíram para disseminar os ideais separatistas dentro
do estado de Mato Grosso.
Entretanto, apesar dessas atitudes, apenas sob o interesse de uma força política
superior, sediada em Brasília, que através de meios na qual não existia o risco de surgir
uma oposição liderada pelas elites do centro e norte de Mato Grosso, impulsionou o
surgimento do estado do Mato Grosso do Sul. Por isso, a conjuntura política brasileira na
década de 1970, que vislumbravam vantagens de criar uma nova unidade da federação, e
onde o ambiente democrático era ínfimo, o ato ditatorial deu origem a esta configuração
regional.

4. O desmembramento do norte de Goiás

A região do atual estado do Tocantins antes da chegada dos europeus e dos


africanos era povoada por diversos grupos indígenas, tal como os Karajás, Krahô, Xavante e
Xerente. Até o inicio do século XVIII, a sua ocupação estava restrito aos núcleos
populacionais criados em função da atividade mineradora, e as tribos indígenas
sobreviventes ao processo colonização (GIRALDIN, 2002).
Este cenário de pouca atividade produtiva entrava em contraste com a parte sul da
capitania, segundo Cavalcante (2002, pág. 50) contribuiu para que a região sentisse o peso
do isolacionismo e a arguida discriminação fiscal semeando na população nortista o
sentimento separatista. Desde o século XVIII, houve manifestações voltadas para a
emancipação da região por causa das diferenças fiscais que a Coroa impusera entre as
minas do norte e o sul de Goyas.
Os resultados destes movimentos dividiu a Comarca de Goiás em dois, se tornando
a primeira ação que expressava o pensamento de cisão dos nortistas, e daí surgiu o
personagem do desembargador Joaquim Teotônio Segurado na nova Comarca do Norte,
importante defensor da elevação desta Comarca para o status de capitania, no começo do
século XIX.
Entretanto, com a diminuição da produção mineradora, o futuro estado do Tocantins
enfrenta um declínio econômico. Com esta queda, a região nortista assiste a uma
multiplicação de fazendas de gado pelo final do século XVIII e todo o século XIX, se
tornando o novo instrumento de riqueza da região. Os imensos latifúndios funcionavam
como o centro da comunidade norte goiano (SILVA, 1996). Apesar da ascensão deste meio
de produção, a sua população continuava dispersa, não existindo grandes núcleos
produtivos que poderiam incentivar a ocupação da região. Com a construção da rodovia
Transbrasiliana, oficialmente BR – 153, este quadro começa a se alterar.
Para Silva (2002, pág. 92): “O estradão Belém-Brasília veio mudar completamente a
realidade socioeconômica da região Araguaia-Tocantins”. O fluxo migratório não parou mais
de crescer. Esta ligação terrestre, finalizada na década de 1960, incentivou o surgimento e
desenvolvimento de centros populacionais, ocupando os extensos espaços vazios na beira
das estradas, mudando o caráter isolado da região.
Em uma destas localidades surgida no trajeto da Belém-Brasília, destacou-se o
maior líder da criação do estado do Tocantins: José Wilson Siqueira Campos. Apesar de
não ser natural do norte goiano, Siqueira Campos abraçou a luta pela emancipação
iniciados por Teotônio Segurado o juiz Feliciano Machado Braga na década de 1950, e os
representantes da Casa do Estudante do Norte Goiano – CENOG, que foram censurados
durante o período da ditadura militar, extinguindo o movimento (SILVA, 1996).
Eleito vereador no ano de 1966 no município de Colinas, e deputado estadual em
1975, passa ser o porta voz da independência do Norte de Goiás, e a figura central do
processo de formulação das emendas que criou o Tocantins. Neste mesmo período, um
grupo de nortistas criou o primeiro documento intitulado de Carta do Tocantins, voltado para
a sistematização dos problemas econômicos do então futuro Estado. A CONORTE, como
era conhecida, tentavam responder através de argumentos técnicos, os dois vetos dado
pela Presidência para a não elaboração da nova Unidade na década de 1980 (OLIVEIRA,
2002).
Esta era uma tentativa de viabilizar o desmembramento do Norte goiano em um
ambiente político caracterizado pela transição entre o governo ditatorial dos militares e o
regime democrático. Apesar de se tratar de uma luta secular, onde personagens e grupos
surgiram, a tentativa de alcançar a sua emancipação ainda estava desfavorável.
A situação modificou quando o então governador de Goiás Henrique Santillo
declarou ser a favor da separação do Norte goiano. Este apoio foi decisivo para que a
Assembleia Legislativa de Goiás encaminhasse o pedido de inclusão da criação do
Tocantins no projeto da nova Constituição. Após esta votação, foi colocado em plenário da
Constituinte, sendo aprovado e incorporado ao artigo 13 da Constituição da República
Federativa do Brasil, colocando em bases legais, um ponto final em um processo histórico
secular (SILVA, 1996).

5. O cenário político no plebiscito do Pará

Apesar de serem duas regiões próximas, Carajás e Tapajós possuem aspectos


históricos antagônicos. O primeiro, o desejo pela emancipação vem do início dos anos de
1990, quando a região começava a se desenvolver a partir da agricultura e pecuária, além
do minério extraído na Serra de Carajás. Estes empreendimentos formaram uma nascente
elite regional, liderada fortemente por grupos não-paraenses, sem maiores ligações
históricas e culturais com Belém.
O segundo, o desejo emancipacionista tem raízes históricas que vêm desde a
metade do século XIX, quando D. Pedro II assinou, em 1850, o decreto de criação da
Província do Rio Negro, mais tarde estado do Amazonas. Após a perda de sua imensa
banda oeste, as elites paraenses permaneceram inconformadas. Surgiu então, a ideia de se
criar uma terceira província, que viria naquele momento, e em 1869, de transformar o Baixo
Amazonas paraense em uma região autônoma. Em 1832, o Grão-Pará tinha três comarcas:
Belém, Santarém e Manaus. Santarém adquiria assim, status jurídico e administrativo
semelhante ao das outras duas cidades (BENTES; LOPES; SOUZA, 2009).
O processo de luta pela emancipação de Tapajós é mais longo, de característica
secular, do que em relação à região de Carajás, de formação mais recente. Enquanto que o
primeiro teve a intenção de contornar um problema de atrito entre as elites do Pará e
Amazonas, o segundo tende a firmar a uma elite remanescente, que não se sente
pertencente ao estado paraense.
Através de bases legais, elaborou-se um projeto de lei para a formação do Tapajós,
que tramita no Congresso desde 2000, e do Carajás, iniciado no ano de 2007. Ambos
relatam que o distanciamento geográfico dos governantes de Belém dificulta o acesso aos
serviços públicos básicos. Outras razões para a realização do plebiscito é citado nestes dois
documentos, destacando-se na PDL – Projeto de Lei n°731 o argumento que a criação do
Estado do Tapajós por si só justificaria o desenvolvimento daquela região, ao exemplo do
que aconteceu com os estados de Goiás/Tocantins e Mato Grosso/Mato Grosso do Sul,
além de promover uma verdadeira inclusão social dos brasileiros que vivem naquela região,
assegurando as garantias constitucionais básicas.
Após os tramites, no dia quatro de junho do ano de 2011, a Casa autorizou a
realização do plebiscito para a criação do estado do Tapajós. Quatro dias depois, o estado
do Carajás também entraria neste processo. Este procedimento é realizado após a
aprovação dos projetos no Congresso, pois o aparato institucional que regula o processo de
criação de novos estados determina que toda a população diretamente envolvida no
processo separatista, tanto das áreas desmembradas quanto remanescentes, deverá ser
ouvida, sobre sua concordância ou não com a concessão da autonomia. Se a aprovação
obtiver 75% de aprovação da população paraense, o processo separatista contínua em
trânsito (BENTES; LOPES; SOUZA, 2009).
Com a vitória na Câmera dos Deputados e no Senado, os emancipadores
começaram a travar uma batalha de convencimento do eleitorado paraense a votar em favor
da criação dos dois novos estados através da mídia. Entretanto, aqueles que defendiam a
união do Estado reagiram, e o voto pelo “não” começou a obter força, principalmente em
Belém. O resultado final, apresentado no dia onze de dezembro de 2011, apontou para a
rejeição do divisionismo do Pará.
O trabalho de Bentes; Lopes; Souza; (2009, p.228), realizado antes do plebiscito,
apontava as dificuldades políticas que as frentes separatistas tinham em conquistar o apoio
do eleitor paraense. Boueri (2008, p.18), pesquisando em uma conjuntura mais futurística,
expõe através da econometria, a inviabilidade econômica destas cisões transformarem em
futuras unidades da federação.
Estes trabalhos, de antemão, mostravam uma realidade diferente da visão dos
separatistas, sendo por seguidas vezes, alvo de criticas técnico-cietífico. A próxima seção,
através do processo histórico-político da formação do Mato Grosso do Sul e Tocantins,
realiza um confronto com a situação política observada no estado do Pará.

6. Análise e discussão

De início, precisa-se compreender a conjuntura política que se encontra aquelas


regiões que conseguiram efetivar a sua separação. Desde a época colonial até o final do
século XX, a população brasileira não estava envolvida diretamente no processo de
formação dos novos recortes regionais. Ou seja, a participação dos cidadãos através do
voto foi um fato inédito na história do Brasil. Todavia, as negociações entre as forças
políticas envolvidas continuam sendo uma peça-chave tão importante quanto à opinião da
população, já que este é influenciado pelas lideranças locais.
No Colonialismo, a Coroa portuguesa expandia o território brasileiro e criava novas
capitanias com o propósito de proteger as suas posições. No Brasil Imperial, a intenção de
promover novas regiões à categoria de província tinha o intuito de fortalecer a união
nacional em torno da figura do imperador. No período republicano, esta situação não mudou
de propósito: Mato Grosso do Sul e Tocantins são exemplos de seguidas negociações
envolvendo interesses políticos.
A elite do sul de Mato Grosso aproveitou a situação política do Brasil no final dos
anos 1970, e a partir de interesses mútuos entre os políticos de Brasília, conseguiu cumprir
o seu objetivo. Os campo-grandenses, representando e unindo toda a parte sul do estado,
conseguiu no Congresso, sem muitos obstáculos, consolidar um processo de emancipação
pacífica. Entretanto, houve uma intensa negociação entre as duas partes interessadas: os
militares e a elite regional. A primeira, conhecendo a história desta região, se aproveitou e
propôs o seu desmembramento com o propósito de aumentar o número de “senadores
biônicos”, aqueles nomeados diretamente pelo Governo Federal, para fortalecer a sua base
no Congresso. Esta medida tentava fortalecer a ditadura em um período onde demonstrava
sinais de enfraquecimento, e com isso, finalmente Campo Grande pode consolidar como a
direção política da região, tirando esta primazia da então capital Cuiabá. Em um ambiente
onde não existia a democracia, os cuiabanos e o restante de Mato Grosso não tinha como
realizar oposição. Assim, trilharam-se mais facilmente os caminhos da emancipação.
No estado do Tocantins, as negociações ocorreram com o maior número de atores,
pois o período de pré-cisão foi marcado pela transição da ditadura para a democracia. Além
de tentar convencer a população local em torno de uma causa, e persuadir os políticos de
Brasília a aprovar este projeto, os emancipadores do norte goiano depararam com a
Constituinte, que estava formulando a nova Carta Magna da nação.
De fato, apesar dos esforços contínuos de representantes, tal como Siqueira
Campos, o caminho do desmembramento começou a ser finalizado quando o governador de
Goiás daquela época apoiou a cisão, favorecendo a votação do “sim” na Assembleia
Estadual. Com este apoio vindo de Goiânia, o separatismo ganhou uma maior força no
Congresso, resultando em emenda constitucional para a sua criação. Então, o processo
tocantinense foi mais trabalhoso do que o sul mato grossense por envolver maiores
formalidades legal.
Com a aprovação da Constituição de 1988 os processos separatistas se tornariam
ainda mais complexa. Esta Carta consolidou a democracia na vida dos brasileiros no final do
século XX. Os futuros projetos de desmembramento tinham que se atualizar diante desta
nova conjuntura. Nesta nova fase da história brasileira, os separatistas agora trabalham em
um ambiente com mais empecilhos, onde as negociações envolvem um número cada vez
maior de atores públicos. Além da própria população da região se envolver nesta causa, e
do Congresso em aprovar, os eleitores de todo o estado envolvido deverá ser consultada
sobre este processo.
Através destas tramitações, conclui-se que o processo se tornou longo, onde além
de convencer Brasília, deve-se negociar também com o governo do estado, no caso de
Tapajós e Carajás, com Belém. As forças políticas de outras regiões não foram consultadas
em Mato Grosso, e inicialmente utilizado no Tocantins, mas não tendo a obrigatoriedade
legal da Constituição. A partir deste ponto, a análise deste trabalho aprofunda em outra
questão surgida com a Constituição: o Federalismo.
A intenção desta discussão se baseia no fato de que a redemocratização
descentralizou as decisões políticas no Brasil. Para Abrucio (2005, p.46), as próprias elites
regionais, representadas pelos governadores, foram os principais responsáveis pela criação
deste cenário democrático, substituindo o poder supremo, totalitário e desgastado de
Brasília a partir dos anos 1990. A intenção do novo Federalismo era fortalecer os governos
subnacionais para democratizar o plano local. A partir deste momento, surgiram novos
atores, como os conselheiros em políticas públicas, e líderes políticos que não tinham
acesso real à competição pelo poder.
Com o passar dos anos, as forças políticas locais começaram a aumentar sua área
de influência. O Congresso Nacional se tornou uma casa de reunião dos representantes
estaduais, e não dos partidos políticos. Cunhou-se no meio político a expressão “caciques
regionais” que são as lideranças de um determinado estado que controla direta, ou
indiretamente, as máquinas públicas estaduais (ABRUCIO; SAMUELS, 1997).
Em um país heterogêneo como o Brasil, onde as diferenças culturais, econômicas e
sociais são perceptíveis a nível subregional, as disputas internas se tornaram factíveis. Na
década de 1990, surgiu a chamada “guerra fiscal”, onde os estados disputavam através de
isenção de impostos e outros benefícios, a instalação de grandes empresas. Esta
concorrência afetou a solidariedade entre as unidades, afetando o equilíbrio entre as forças
estaduais.
Aplicando o “choque federalista” na problemática analisada, verifica-se que o desejo
separatista confronta-se diretamente com a presença política dos líderes estaduais. O
impacto destes desmembramentos seria desastroso para a parte remanescente, que
passaria a herdar um território enfraquecido, com menor poder de influência. No Mato
Grosso, a parte sul desmembrada não correspondeu nem a metade do território perdido. Em
Goiás, a metade norte foi uma perda considerável, mas os municípios de economia pujante,
como Anápolis, continuaram sob as ordens de Goiânia. Por isso, em questões de limites
geográficos, as perdas dos Estados remanescentes – Mato Grosso e Goiás foram
amenizados. O quadro a seguir compara-se os projetos de cisão recente:

Quadro 1. Diferenças do processo de formação do Mato Grosso do Sul, Tocantins em


relação ao projeto de cisão no Pará.

UF Atuação do
UF surgida Mesa de negociação Área a ser cedida
remanescente governo

Representantes de
Mato Grosso
Mato Grosso Ditadura militar Campo Grande x 28 % da área total
do Sul
Governo militar
Representantes do Norte
Transição -
de Goiás x
Tocantins Goiás Ditadura para a 45 % da área total
Constituinte/Congresso x
Democracia
Presidência
Representantes de
Democracia e Carajás e Tapajós x
Carajás e
Pará Novo Congresso x Eleitorado 81 % da área total
Tapajós*
Federalismo do Pará x Assembleia
Estadual x Presidência
*Unidades não implantadas.
Fonte: Elaboração própria.

O que se pode constar é que sob a iminência de uma grande perda territorial, este
fator pode ter influenciado na escolha do eleitor paraense que moram na Região
Metropolitana de Belém e intermediações, que correspondem a mais da metade do
eleitorado do Pará. O desejo de ter o seu estado de origem unido, forte e consolidado, que
não se pode ceder a ameaças internas que fragmentem as suas origens geográficas, foram
utilizados pelas lideranças políticas de Belém durante a campanha eleitoral na rádio e
televisão como forma de influenciar a população a votar pelo não.
Entretanto, não apenas pelo lado do Pará unido que utilizou este artifício. As frentes
pró-separação também criaram argumentos emotivos que favoreça o eleitor para a sua
causa, menosprezando uma averiguação mais profunda que embasem para a criação de
proposições mais convincentes. Esta situação também foi verificada na formação do Mato
Grosso do Sul e Tocantins. Grupos de trabalhos, reuniões da elite intelectual, e encontros
políticos fizeram parte do cenário no processo de formação destas Unidades. O objetivo
destas discussões era criar entre os habitantes um sentimento de identidade própria, que o
projeto de criação tenha viabilidade, e por isso, seja necessário implantar. Além disso,
ambos os estados tiveram figuras política presente, que levantou a bandeira do separatismo
e defendia esta causa. Ter um líder reconhecido nacionalmente é uma peça necessária para
que o processo seja consolidado.
Atualmente, a atuação política trabalha em um cenário de grande dificuldade, onde
as estratégias anteriores não surtem mais o resultado esperado. Por isso, pode surgir uma
frente política que pede a alteração deste processo, ou seja, que a Constituição seja
alterada. A história mostra que desde a independência do Brasil, os brasileiros revoltosos
tiveram que sucumbir à vontade de Portugal, que apenas depois do pagamento de uma
indenização de dois milhões de libras estrelinas, a Coroa reconhecera a sua ex-Colônia
americana como uma nação independente. Desde aquele período, as negociações sempre
existiram como uma importante componente no processo de formação das configurações
políticas no território brasileiro. Propor mudar esta nova forma de obter a separação é
aniquilar a democracia no país, uma das maiores conquistas alcançadas após o término do
governo ditatorial. Este é um cenário político que as frentes separatistas devem estar
preparadas para atuar.

7. Considerações finais

Através do que foi exposto, realiza-se as seguintes considerações. As forças


separatistas em um ambiente democrático devem ser mais atuantes, capazes de ser um
agente ativo no jogo político que envolve diversos interesses, principalmente quando existe
uma forte oposição dentro do estado. No caso de Tapajós e Carajás, Belém conseguiu
influenciar a população local, que através do voto, bloqueou o surgimento das novas
Unidades da Federação. Cabe aos separatistas negociar com o governo estadual.
Entretanto, não se podem culpar os governantes da capital paraense como o
principal responsável pelo fracasso na emancipação dos novos estados. O povo brasileiro, a
partir da Constituição de 1988, começou a viver em um regime democrático recente. Este
novo modo de governo se encontra em fase de amadurecimento e adaptação. Então, cabem
as lideranças de Tapajós e Carajás, e também de outras propostas em trâmite no
Congresso, como o Maranhão do Sul e Gurguéia, a estar preparado lidar com este cenário
político complexo.
Apesar desta negativa por parte da maioria dos paraenses, não significa que a causa
separatista tenha perdido o seu propósito. Após o plebiscito, surgiram propostas
interessantes, como em deslocar a sede do governo de Belém para uma localidade mais
centralizada, que poderia diminuir o tempo de deslocamento dos habitantes interioranos
para a sede política. Outra proposta transforma a região metropolitana de Belém em um
estado, com sede e órgãos próprios, liberando os outros municípios paraenses para serem
submetidos a outro governo. Estas são ideias que merece um melhor aprofundamento
técnico, e pode-se tornar uma opção mais viável. Além destas novas soluções,
recomendam-se estudos aprofundados em questões particulares desta causa, como a
participação da mídia neste processo, da população, questão econômica, e outros fatores
que influenciam o processo decisório.
Finalizando esta discussão, destaca-se que a intenção deste trabalho é promover o
debate em relação a um novo ordenamento territorial no Brasil, compreendendo através do
arcabouço científico, as causas separatistas. Com isso, o objetivo principal é obter soluções
e caminhos mais realistas para atenuar os desníveis territoriais existentes no país.

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