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Teste - Português - 5º ano

Nome______________________________________________________N.º____ Ano/Turma:______
Data__/__/___ Professor(a)____________________________________
Encarregado de Educação: ______________________________________________________________

 Lê atentamente o conto que se segue:

Como estava frio! A neve caía e a noite não vinha longe; estava-se no derradeiro dia do ano, na
véspera do dia de Ano Novo. No meio deste frio e desta escuridão, uma pobre menina passou na rua com a
cabeça descoberta e descalça. Na verdade quando saíra de casa trazia umas pantufas, mas elas não lhe
haviam servido durante muito tempo: eram umas grandes pantufas já havia muito usadas pela sua mãe, de tal
modo grandes que a petiza as perdeu ao apressar-se a atravessar a rua entre duas carruagens. (...)
A menina caminhava com os seus pezitos descalços, que estavam vermelhos e azulados pelo frio;
tinha no bolso do seu velho avental uma grande quantidade de fósforos e trazia na mão um pacote deles.
Fora para ela um mau dia, não haviam aparecido clientes e, portanto, não ganhara um tostão sequer. Tinha
bastante fome e muito frio e um aspeto bastante mísero. Pobre menina! Os flocos de neve caíam nos seus
longos cabelos louros, maravilhosamente encaracolados em torno do pescoço; mas pensaria ela sequer nos
seus lindos caracóis? As luzes brilhavam nas janelas, o fumo dos cozinhados espalhava-se pelas ruas, era a
noite de Fim do Ano: era nisso que ela pensava.
Sentou-se e abateu-se sobre si mesma num recanto, ente duas casas. O frio flagelava-a cada vez mais,
mas a menina não se atrevia a voltar para casa: voltava com os mesmos fósforos com que saíra e sem um
tostão. O pai bater-lhe-ia e, além disso, a verdade é que na sua casa fazia tanto frio como na rua. (...) As suas
mãozinhas estavam quase mortas de frio. Pobre dela! Como lhe saberia bem acender um fosforozinho! Se
ousasse tirar só um pacote, riscá-lo sobre a parede e aquecer os dedos! Tirou um e, richt!, como brilhou,
como ardeu! Era uma chama quente e clara como uma pequena vela, quando a cobriu com a mão. Que
estranha luz! Parecia à menina que estava sentada diante de um grande fogão de aquecimento, de ferro,
ornado de bolas e com uma tampa de cobre reluzente em cima. O fogo ardia nele tão magnificamente e
aquecia tão bem! Mas... o que sucedeu? Quando a menina ia já a estender os pés para os aquecer também, a
chama apagou-se, o fogão desapareceu: estava sentada, com a pontinha do fósforo na mão.
Riscou um segundo fósforo, que ardeu, que brilhou e, além, onde o clarão se refletia na parede, esta
tornou-se transparente como o tule. A petiza podia quase ver uma sala onde a mesa estava coberta por uma
toalha branca, deslumbrante, de finas porcelanas, em cima da qual um ganso assado, guarnecido de ameixas
e maçãs, fumegava com um delicioso perfume. Oh, surpresa! Oh, felicidade! (...) O fósforo apagou-se e,
diante dela, apenas se erguia uma parede espessa e fria.
E acendeu um terceiro fósforo. Imediatamente se viu sentada debaixo de uma magnífica árvore de
Natal; (...) Mil velas ardiam sobre os ramos verdes e imagens de todas as cores, iguais às que ornamentavam
as montras dos estabelecimentos, pareciam sorrir-lhe. A menina ergueu ambas as mãos e o fósforo apagou-
se; todas as velas de Natal subiam, subiam, e então apercebeu-se que não eram senão as estrelas. Uma delas
caiu, traçando um longo rasto de fogo no céu.
“Foi alguém que morreu”, disse para consigo a menina, pois a sua velha avó, a única pessoa que fora
boa para ela, mas que não vivia já, repetia-lhe frequentemente: “Quando uma estrela cai, sobe uma alma
para junto de Deus”.
Esfregou mais um fósforo na parede: ele fez um grande clarão, no meio do qual estava a avó, de pé,
com um ar tão doce, tão radioso!
- Avozinha – exclamou a petiza -, leva-me contigo. Quando o fósforo se apagar, sei que já não
estarás aí. Desaparecerás como o fogão, como o ganso assado, como a linda árvore de Natal.
Acendeu prontamente o resto do pacote, pois queria conservar a imagem da avó e os fósforos
espalharam um clarão mais vivo que o do dia. Nunca a sua avó fora tão grande e tão bela. Tomou a menina
nos seus braços e ambas se ergueram, voando, felizes, no meio daquele resplendor, tão alto, tão alto, que já
não havia nem frio, nem fome, nem angústia, pois estavam junto de Deus.
Porém, naquele canto, entre duas casas, estava sentada, quando chegou a fria madrugada, a menina,
com as faces vermelhas, com um sorriso na boca... morta, morta de frio, na última noite do ano. O dia de
Ano Novo nasceu sobre o pequeno cadáver sentado, com os fósforos, dos quais fora gasta quase uma caixa.

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“Ter-se-á querido aquecer?”, perguntou alguém. Toda a gente ignorava as belas coisas que ela
vira e no meio de que esplendor ela transpusera com a sua velha avó o limiar do novo ano.

Hans Christian Andersen, Contos Imortais ( texto com supressões )

Grupo I

 Responde, de forma completa, às questões que se seguem.

1. « A neve caía e a noite não vinha longe ».

1.1. Retira do texto duas frases que façam referência ao rigor do inverno.
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1.2. Em que tempo se desenrola a ação da história?


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1.3. Indica o tipo de narrador deste conto. Justifica.


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2. «A menina caminhava com os seus pezitos descalços...»

2.1. Que personagem nos é apresentada nos dois primeiros parágrafos do texto?
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2.2. Qual o motivo que a levou a andar sozinha pela rua?
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2.3. Recolhe no texto as informações necessárias para o preenchimento do quadro.

Retrato físico da menina

Vestuário

Condição social

3. A menina viveu pequenos momentos de felicidade, antes da grande alegria final.

3.1. Indica um desses momentos.


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3.2. O que tornou esses momentos possíveis?


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4. «Quando o fósforo se apagar sei que não estarás aí».

4.1. O que fez a menina para evitar que a imagem da avó desaparecesse?
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4.2. Diz como era o local para onde a menina voou com a avó.
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4.3. O que tinha acontecido à rapariguinha quando a encontraram na manhã seguinte?


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4.4. Que explicação deram para os fósforos já gastos?


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Grupo II

1. « A neve caía...».
1.1. A palavra “neve” é um...
(Coloca X na resposta certa).
 ... verbo.
 ... adjetivo no grau normal.
 ... nome comum.
2. Lê a frase: «A menina caminhava com os seus pezitos descalços.»

Preenche o quadro acerca das classes e subclasses de palavras.

Palavra Classe Subclasse


A
menina
caminhava
com
seus
pezitos
descalços

3. Indica as funções sintáticas na frase do quadro que se segue:


Frase Sujeito Predicado Complemento Vocativo Complemento
direto indireto

A pobre menina
acendeu-lhe um
fósforo.

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4. Marca X na coluna correspondente à resposta certa.
Palavras Sinónimas Parónimas Homófonas Homógrafas Homónimas
Sede (secura) /
Sede (residência)
Coser/ Cozer
Agora / Já
Comprimento /Cumprimento
Sabe (de saber) /
Sabe (de sabor)
Pião / Peão
Colher (verbo) /
Colher (utensílio)

5. Tendo em conta as classes de palavras em cada coluna, encontra palavras da mesma família e completa o
quadro.
Nome Adjetivo Verbo
tristeza
belo
Empobrecer

Grupo III

Escolhe um dos temas a seguir indicados e escreve um texto com 140-200 palavras. Não te esqueças de
lhe dar um título.
Tem cuidado com a apresentação, com a ortografia e com a construção correta das frases,
nomeadamente com a pontuação.

A – Imagina um dia da menina em casa da avó.


- As personagens estão sentadas ao pé de um grande fogão de aquecimento. Podes descrever esse ambiente.
- A neta fala-lhe do que quer ser quando for grande.
- A avó conta-lhe uma história.

OU
B – Recria o momento final da história e dá-lhe um final feliz.

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Bom trabalho!

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