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RESUMO
ABSTRACT
(1)
Departamento de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)
Programa de Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento (UFRGS)
Endereço para correspondência: Rua Sinimbú, 78 apto 303, bairro Petrópolis, Porto Alegre – RS telefones: (0XX51)
3388 6152 CEP 90470.470 - 9841 0034 E-mail: mauro.m@terra.com.br
neste grupo por muitos de seus dias, de que existe uma verdade única e
contemporâneos. Talvez porque ambas as eterna. O pluralismo e o ceticismo dos sofistas
partes comungassem certos valores da haviam feito a “percepção” dominante. A
aristocracia, que significa o governo dos verdade era uma questão de ponto de vista, o
melhores. O pensamento político dos sofistas, que implica que as pessoas e o governo
tal como Nietzche (1885/1978) viria a defender poderiam ser persuadidos pelos retóricos
com o seu super-homem, considerava a habilidosos. Platão não tolerava esta situação,
moralidade uma invenção dos fracos para deter pois estava preocupado com ordem, regras,
os fortes, e o poder como o desejo e a virtude verdade, fórmulas eternas e absolutas. E assim
suprema do homem. Por outro lado, Sócrates decidiu instaurar a ordem em nosso
defendia que o bem era o conhecimento, e a pensamento. E, historicamente, o pensamento
ignorância, a fonte de todos os males. E ocidental assumiu que a verdade está em
sonhava com uma moralidade independente algum lugar. Resta-nos a tarefa de encontrá-la,
das doutrinas religiosas que amedrontavam os pura, inteira e pronta a nos oferecer a dádiva de
cidadãos. Para ele, o conhecimento era a
sua luz (De Bono, 1995; Glasersfeld, 2001).
fonte da moral, e uma sociedade é forte e justa
se tiver em seu comando os homens mais Na famosa analogia platônica, ou
sábios. socrática, as pessoas estão acorrentadas em
uma caverna de tal maneira que podem observar
Este ataque à democracia refletia a
somente sombras da verdade ou das formas
tentativa de ascensão de uma minoria rica em
Atenas, o partido oligárquico, que denunciava essenciais (Platão, trans. 1980b). Não
a democracia como uma impostura obstante, Platão argumentou que, quando
incompetente. Os sofistas foram então somos filósofos, vemos as coisas à luz da
perseguidos e Sócrates obrigado a tomar verdade e da razão. Pois “os filósofos são
cicuta. Diante disto, Platão, discípulo fervoroso aqueles que são capazes de atingir aquilo que
de Sócrates, encheu-se “de tamanho desprezo se mantém sempre do mesmo modo”. (Platão,
pela democracia, tamanho ódio contra as trans. 2001, p.179). No diálogo do Fédon,
massas, que nem mesmo a sua linhagem e esclareceu que a visão da verdade é possível
sua criação aristocráticas haviam despertado ao homem porque Deus lhe deixou esta herança
nele; levando-o a uma decisão catônica de que latente através da alma; e que, por meio da
a democracia precisava ser destruída”. (Durant, eliminação das interferências corpóreas sobre
2000, p.39) o pensamento, o filósofo terá acesso às
E assim, em A República, Platão sugeriu verdades sobre o mundo real. Neste sentido, o
que a sociedade deveria ser governada por personagem Sócrates diz: “... o exercício
uma classe especial denominada “Guardiões”. próprio dos filósofos não é precisamente libertar
Estes cidadãos seriam selecionados e a alma e afastá-la do corpo?” (Platão, trans.
educados, desde a infância, com base em 1972, p.75). Glaserdfeld (2001) mostrou que o
poder desta metáfora platônica, denominada o
regras científicas que garantissem o
“mito da caverna”, reside em apresentar uma
desenvolvimento de sua competência
situação poeticamente plausível, sem deixar
administrativa e sabedoria para criar leis e
claro que esta situação poderia ser descrita
governar. Esta era a utopia de Platão (Platão,
somente por um Deus, pois somente um Deus
trans. 1980b).
poderia saber o que há além da experiência
Platão desprezava o pluralismo humana. Pois, tal como Kant (1787/1978)
democrático, pois estava convencido, e escreveu, a razão humana pode alcançar
terminou por convencer as gerações somente o que ela mesma produziu de acordo
subseqüentes de pensadores até os nossos com sua própria programação.
pretende ser crítico, não é difícil encontrar um capacidade de indagar abertamente sobre
alvo. Por exemplo, escolhendo um esquema problemas complexos. O autor assevera que
de referência diferente do arquiteto, você pode “mesmo quando nos sentimos inseguros ou
criticar a diferença entre a construção e o ignorantes, aprendemos a nos proteger da dor
esquema de sua escolha. Se a construção é de parecer inseguro ou ignorante. Este
simples, você pode dizer que é simplória ou processo por si só bloqueia novas com-
Bauhaus. Se a construção é elaborada, pode preensões que possam nos ameaçar”. (p.58)
dizer que é fútil, ostensiva, vulgar e vitoriana. E, desse modo, adquirem-se habilidades de
Se você não encontrou nada para dizer, diz impedir a própria aprendizagem, tal como no
que é derivativa (significando cópia de outro) funcionamento neurótico, o sujeito interrompe
ou repetitiva (significando que o arquiteto fez o contato com sua falta de autoconfiança e faz
cópia de si próprio). Há um vasto repertório de manobras para minimizar os efeitos de sua
observações extremamente fáceis de aplicar a desvantagem, em vez de enfrentá-la e superá-
qualquer coisa e mesmo assim soar profundo la (Perls, Hefferline, Goodman, 1965). A
(De Bono, 1995). incapacidade de aprender resulta então de
E por fim, existe uma temor genuíno, e manobras paradoxalmente inteligentes para
não completamente infundado, de que a evitar a percepção da ignorância, em lugar de
ausência do criticismo leve o mundo ao caos. aceitá-la e partir daí para a descoberta.
Assim como Sócrates sentiu que o criticismo Adquire-se o que Argyris (1990) denominou de
era necessário para contrariar os retóricos incompetência hábil.
Sofistas, nós ainda sentimos que as pessoas Em vista do que foi exposto, resta saber
inteligentes têm o dever de guardar a sociedade como podemos desenvolver uma nova disciplina
contra idéias loucas ou novas. E a estratégia de convívio que permita aos indivíduos o
é criticar as idéias novas o mais tenazmente enriquecimento recíproco de suas capacidades
possível. Se elas sobreviverem, então possuem de adquirir e criar conhecimentos, em vez de
algum mérito. De Bono (1995) considerou que aprisioná-los em posições argumentativas. De
a estratégia socrática pode ter sido necessária Bono (1995) apresentou a sua proposta do
em sua época e pode mesmo ser utilizada pensamento paralelo ou pensamento lateral,
produtivamente na atualidade. Porém, termo que já foi incluído no dicionário Oxford
tornou-se um hábito irrefletido e naturalizado de língua inglesa. Pensamento paralelo signi-
como o método racional de resolução de fica traçar idéias ou linhas de raciocínio
problemas. O autor denominou o método paralelamente umas às outras. Não há choque,
socrático de argumentativo ou adversarial e nem disputa, nem julgamentos verdadeiro/falso
esclareceu que não põe em questão a qualidade a priori. Os sujeitos devem buscar o interesse
e o valor das idéias de Sócrates, mas genuíno para uma autêntica exploração do
argumentou ser contraproducente a utilização tema. De Bono (1995) desenvolveu a técnica
exclusiva e ingênua da estratégia de pensar dos seis chapéus, a fim de instrumentalizar
fundada sobre suas premissas. sua proposta. A técnica consiste em adotar
Nesse sentido, Senge (1996), em sua seis chapéus metafóricos, de diferentes cores,
obra clássica sobre organizações que que representam diferentes modos de
aprendem, salientou que a escola nos educa pensamento em relação a uma temática ou
para nunca admitir que não sabemos a questão determinada. Os pensadores em
resposta, e a maioria das instituições de nossa interação usam, simultaneamente, um mesmo
sociedade reforça esta mentalidade, chapéu de cada vez; e seguem, exclusi-
recompensando as pessoas pela competência vamente, o modo de pensar indicado pelo
em defender seus pontos de vista, e não pela chapéu. O autor comenta que à primeira vista
esta idéia pode parecer boba ou infantil, mas esquemas para perceber e arranjar
salienta a necessidade perceptual de um idéias e informações em cursos
esquema concreto para fazer o método fácil de inovadores de trabalho e criação.
usar e lembrar. De maneira resumida, cada 6. Chapéu azul: É o chapéu para pensar
chapéu convida os participantes a adotarem sobre o pensamento, supervisionar e
os seguintes comportamentos intelectuais: administrar o processo em andamento.
1. Chapéu branco: Focaliza o levan- Seria tipicamente utilizado pelo
tamento de informações sobre a coordenador ou facilitador de um
questão. Qual informação é disponível? encontro.
Como vamos conseguir a informação O método dos seis chapéus usa o
que precisamos? A qualidade da pensamento paralelo de três maneiras: (1) sob
informação deve ser assinalada. a vigência de determinado chapéu, cada
Quando houver desacordos, isto pode pensador focaliza o tema, e não disputas com
ser conferido em outro momento. os colegas; (2) opiniões diferentes são postas
2. Chapéu vermelho: Propõe a expressão em paralelo e aguardam apreciação posterior,
de sentimentos e intuições. Não se se necessário; (3) os chapéus trazem direções
espera uma justificativa lógica, pois a paralelas para pensar, evitando choques entre
intuição pode estar baseada numa estratégias e otimizando esforços. Por
experiência complexa com a questão exemplo, o chapéu preto e o chapéu amarelo
em foco, o que dificulta discriminar os são esforços paralelos para pensar as
fatores que a fundamentam, ao menos dificuldades e os benefícios, respectivamente.
por enquanto. Evita que os sentimentos Esta discriminação e direcionamento evita o
apareçam desordenadamente em bloqueio recíproco de cursos de pensamento a
outros momentos sob a forma de nível individual e grupal. O simbolismo dos
ataques ou apologias. chapéus permite que os participantes se
3. Chapéu preto: Solicita cautela, indaguem mutuamente num jogo de papel de
percepção de riscos e criticismo. características lúdicas que previne manobras
Verifica se algo é coerente com a defensivas do ego e abre avenidas de
informação, experiência, objetivos, exploração e criatividade que seriam
política, valores, ética, etc. impossíveis num contexto argumentativo (De
Bono, 1985).
4. Chapéu amarelo: Indica a lógica
positiva, os benefícios e valores. Os Propostas semelhantes foram apresen-
tadas por Senge (1996) e Argyris (1990), que
chapéus amarelo e preto demandam
sugerem o treinamento de um equilíbrio entre
suporte lógico para as afirmações. O
processos de indagação e argumentação. A
chapéu amarelo freqüentemente se
argumentação é a estratégia defensiva de
mostra mais difícil do que o preto, pois
pontos de vista ou opiniões anteriormente
somos mais treinados em perceber
descrita, que permanece útil, pois as visões
imperfeições, dificuldades e perigos.
pessoais sempre existem, independente do
5. Chapéu verde: O chapéu verde significa sujeito acreditar que é o único correto ou não.
esforço criativo deliberado, isto é, a Por outro lado, o processo de indagação
busca de alternativas e novas idéias. significa a exposição, por cada participante,
Para De Bono (1995), o exercício da de sua linha de pensamento ao exame público,
possibilidade é responsável pelo sem ocultar falhas ou raciocínios subjacentes.
progresso tecnológico do ocidente, não A diferença entre os dois processos, e o
o sistema argumentativo, pois traz equilíbrio entre ambos, revela-se na forma
que este é um procedimento natural tal como perspectivas gera novas possibilidades
a respiração ou a coordenação de movimentos que seriam inacessíveis individual-
de nosso corpo. Bohm, Factor e Garret (2001) mente.
esclareceram que na execução motora temos b)Todos os participantes devem encarar
a possibilidade da consciência do movimento uns aos outros como colegas. A
enquanto este ocorre e, mais importante, vulnerabilidade gerada pela suspensão
podemos prestar atenção e controlar aspectos de pressupostos necessita de um clima
como velocidade, intensidade, ritmo, etc. Este de solidariedade e segurança para
não é o caso quando abordamos processos de enfrentar o risco de colocar em cheque
pensamento. Não possuímos algo análogo à as próprias crenças. Os indivíduos
propriocepção enquanto pensamos; e por isso colaboram num contexto de liberdade
ignoramos os caminhos que inadvertidamente e não-julgamento, buscando o aspecto
optamos por seguir em nosso raciocínio. O lúdico de experimentar novas idéias,
autor propõe o diálogo como o contexto em examinando-as e testando-as. Este
que tal “propriocepção do pensar” pode ser tipo de coleguismo assume
desenvolvida, em que coletivamente possamos gradativamente uma forma de
trazer à tona as estruturas dinâmicas que o participação na qual os envolvidos se
governam. Do contrário, estaremos presos a sentem integrados num fluxo comum
um programa de pensar que simplesmente de significação.
segue em frente sem considerar as demandas
c) Deve haver um facilitador que mantenha
da realidade, pois estabelece o seu próprio
o contexto do diálogo. Senge (1996)
padrão de referência para resolver problemas,
observou que, na ausência de um
os quais, paradoxalmente, contribuiu para criar.
facilitador, facilmente instala-se a
Esta é a incoerência do pensamento, na
modalidade argumentativa de intera-
terminologia de Bohm e Nichol (1996). Os
ção, principalmente nas etapas iniciais
autores propuseram algumas condições para
a superação dessas incoerências por meio do da convivência em grupo. O facilitador
diálogo, a saber: deve identificar esses desvios e
perguntar ao grupo se as condições
a) Todos os participantes devem
descritas nos itens anteriores
suspender seus pressupostos. Isso
continuam sendo cumpridas. Ele não
significa abdicar de premissas
deve atuar como um especialista, mas
inegociáveis e aceitar que a base do
devolver continuamente ao grupo a
pensamento sempre é um conjunto de
responsabilidade sobre o que ocorre,
crenças, que somente serão perni-
ciosas se agirem na dimensão do salientando a necessidade de
esquecimento. É compreender que o expressar pressupostos implícitos.
pensamento é uma representação e não Devido à própria natureza do diálogo, o
a realidade. Portanto, os participantes papel do facilitador perde relevância à
devem expor suas premissas ao exame medida que o grupo adquire mais
público, superando a tendência a habilidades de diálogo.
preservar suas verdades, e adotar o
máximo de imparcialidade. A
comparação entre pressupostos produz CONSIDERAÇÕES FINAIS
um esclarecimento mútuo das
incoerências a que estamos submeti- A necessidade de redefinir os objetivos
dos, tanto como indivíduos quanto como de educação, no sentido de aquisição de
uma comunidade. O contraste das habilidades cognitivas e atitudes em vez de
um simples acúmulo de informações, já foi pensar devem ser adquiridos para alcançar a
repetidamente constatada e defendida nas capacidade de “aprender a aprender”?
últimas décadas. Há quase 40 anos proliferam Considero que a resposta seria: tantos quantos
programas de capacitação cognitiva que têm possamos inventar.
por objetivo geral instrumentar os indivíduos Portanto, além de adquirir métodos de
com as mais variadas habilidades intelectuais. pensar, primeiramente é fundamental ter a
Tornou-se quase lugar comum dizer que o capacidade de “pensar o pensamento”, isto é,
objetivo da educação deve ser de “aprender a entender que o pensar não é um processo
aprender”. Porém, a efetiva implementação dado a partir da natureza, mas uma construção
desta idéia não tem sido tão freqüente (Pelletier, humana, um equipamento que utilizamos para
Bujold & Noiseux, 1982). resolver problemas. E, muitas vezes, podemos
Uma das razões para essa preocupação estar nos aperfeiçoando no método errado e
é a constatação cada vez mais radical da cometendo equívocos com perfeição, pois não
efemeridade do conhecimento. Ou seja, o que cogitamos a possibilidade de adotar outros
é válido hoje provavelmente não o será amanhã, equipamentos de pensar. Neste sentido, a
portanto é mais vantajoso possuir um know- tradição oriunda de Sócrates e Platão
how intelectual utilizável em situações novas e instalou-se como o método de pensar em si
imprevisíveis do que reproduzir fórmulas mesmo, e não como uma estratégia entre
memorizadas. outras. Pensar o pensamento e aprender a
Por outro lado, observa-se que a consta- reconhecer e escolher estratégias e modelos
tação do caráter efêmero do conhecimento de realidade é o objetivo das propostas
não é acompanhada por uma revisão de cren- apresentadas por De Bono (1995) com o
ças e atitudes profundas sobre a questão. pensamento lateral, por Senge (1996) com as
Verifica-se o contraste entre o que Argyris disciplinas de aprendizagem grupal e
(1990) descreveu como teorias esposadas (no organizacional, e por Bohm, Factor e Garret
caso: “o saber é efêmero e relativo”) e teorias (2001) com sua concepção de diálogo.
em uso (“existe uma única resposta verdadeira, Por fim, tal como referido por Caon (2001),
profunda e imutável”), isto é, a usual é urgente desenvolver não somente
dissociação entre discurso e prática. Pois, capacidades de aquisição de conhecimentos,
junto a uma retórica construtivista, mas também capacidades de convívio com
presenciamos o predomínio da estratégia pessoas. Penso que neste último aspecto
argumentativa no convívio social voltado para a observa-se uma deficiência tanto enraizada
produção de conhecimento e para a solução quanto pouco reconhecida e refletida em seus
dos problemas humanos. fundamentos. Neste trabalho busquei identi-
Sobre este aspecto, escutamos muitos ficar alguns destes fundamentos. Sócrates e
educadores argumentarem que ensinam os Platão nos ensinaram a ser profundos e buscar
seus alunos a pensar e não somente a a razão última das coisas, a realidade pura e
reproduzir. Porém, facilmente constatamos imutável a que somente os filósofos têm
que, quando o dizem, querem dizer que o acesso. Nesta busca, perpetuou-se um método
fazem quando estimulam o pensamento crítico de pensar abusivamente crítico e autoritário e,
em seus alunos. Ou seja, “aprender a aprender” portanto, belicoso do ponto de vista social. Em
tem sido traduzido na prática como “aprender contraste, Protágoras advertiu que “as
a criticar e argumentar”. Ora, o reconhecimento desavenças entre os homens não serão
de que ensinar estratégias de pensar é mais resolvidas com base na verdade”, e, na minha
proveitoso carrega a pergunta sobre quais opinião, esta é a lição que carecemos
estratégias ensinar. Quais instrumentos de aprender.
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