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Domos Geodesicos
Domos Geodesicos
ESTRUTURAS GEODÉSICAS:
ESTUDOS RETROSPECTIVOS E
PROPOSTA PARA UM ESPAÇO
DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação do
Departamento de Engenharia
Civil da Escola de Minas da
Universidade Federal de Ouro
Preto, como parte integrante
dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em
Engenharia Civil, área de
concentração: Construção
Metálica
2
Dissertação defendida em 31 de agosto de 2006 e aprovada pela banca
3
Aos meus pais, Lúcia e Ricardo
4
AGRADECIMENTOS
estrutural.
5
Aos colegas professores da FUMEC, Álvaro Veveco Hardy com saudades,
Adriana Tonani Mazzieiro, Bruno Santa Cecília e Porfírio Valladares pelo valioso
constantes.
6
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
ABSTRACT
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 20
7
Capítulos 3 – A GEODÉSICA COMO SISTEMA CONSTRUTIVO 47
3.3.1 – Os Nós 54
3.3.2 – As Barras 63
4.2.3.1 – O Nó de Conexão 84
4.2.3.4 – Os Arcos 87
4.2.3.5 – Os Suportes 88
4.2.3.7 – Fabricação 91
4.2.3.8 – Revestimento 92
4.2.3.9 – Construção 94
9
LISTA DE FIGURAS
10
Figura 23 – Buckminster Fuller e suas publicações.
Figura 121 – As superfícies geradas a partir dos eixos lineares previamente definidos
Fig. 130 – Figura mostrando os valores máximo e mínimo da tensão direta axial
axiais e flexão).
axiais e flexão).
Fig. 133 – Figura mostrando os valores máximo e mínimo da tensão direta axial
axiais e flexão).
axiais e flexão).
Fig. 136 – Figura mostrando os valores máximo e mínimo da tensão direta axial
Fig. 141 – Região da estrutura para o Caso 3 utilizada para a discretização do nó 138
indeformado.
Fig. 146 – Zoom da figura anterior. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
16
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
aprox. aproximadamente
cm. centímetro
Co. Company
ETFE etiltetrafluoretileno
Fig. Figura
kg kilograma
m metro
m2 metro quadrado
m3 metro cúbico
mm milímetros
Pa Pascal
Ton. Toneladas
Tf toneladas força
μm micro metro
17
RESUMO
As Estruturas Geodésicas, como são hoje conhecidas, ganham novo impulso a partir
ordenadoras da natureza.
Este estudo pretende avaliar alguns aspectos e exemplos deste sistema construtivo
18
ABSTRACT
The domes and cupolas are part of the history of the structures composing the
constructed landscapes since ancient times and are still present in the XXI century
The Geodesic Structures, as they are known today, got a new impulse since the
beginning of the industrial revolution and the metallic construction, and are allied to a
building process searching the economy of sources, the esthetic lightness and the
nature.
This study intends to evaluate some aspects and examples of this construction
system in different moments of the history detaching its main characteristics and
qualities, as well as, to propose, in its final part, a specific project and a construction
19
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO.
ambientes construídos.
material reciclável e de cada vez de menor custo energético, o que pode ser
confirmado numa série de edifícios e projetos que integram de maneira peculiar seus
20
não serão capazes de solucionar todas estas questões, mas podem sem dúvida, se
A natureza sempre esteve presente como a Grande Mãe trazendo suas múltiplas
Após a implantação da Revolução Industrial no século XIX o homem passa por uma
Desta forma faz-se necessário, no momento em que vivemos, nos aproximarmos das
21
1.2 OBJETIVO DO TRABALHO
que, a partir do começo do século XX, aparecem como alternativa para a geração de
quanto da Engenharia.
Estudo Preliminar, um Sistema Espacial e Construtivo que faz uso das Estruturas
Geodésicas e que explicite o potencial que têm estas construções de agirem como
Da mesma forma, este trabalho intenta enfatizar que a Construção Metálica, tendo o
aço como elemento principal, mas ao mesmo tempo somado a outros materiais e
ambientalmente adequados.
22
1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho compreende seis capítulos que abordam progressivamente o tema das
Estruturas Geodésicas:
O Capítulo 5 faz uma descrição dos softwares utilizados neste estudo e como
sustentabilidade.
resultados deste estudo bem como a indicação das dificuldades encontradas e das
posteriores.
24
A própria bibliografia dedicada às estruturas metálicas costuma não mencionar de
autodidata americano que a partir dos anos 30 do século XX passa a propor uma
1979, onde estão descritas suas idéias sobre uma geometria inspirada nos padrões
ilustrado e com links interativos para cada parágrafo, onde os leitores e estudiosos
podem comentar e sugerir novos temas sobre cada um dos itens abordados. A
25
mostra que as idéias do arquiteto permanecem vivas e ativas mesmo depois de sua
morte em 1983.
demonstrações.
Nestes livros Fuller define Estrutura como um complexo evento energético auto-
palavras:
26
Regenerativo, significa que contém padrões locais de conservação de energia.
núcleo do átomo.
Outro livro que discorre sobre o assunto das Estruturas Geodésicas é o Estructuras
Para Arquitectos (1986) de Mario Salvadori e Roberto Heller. Este livro apresenta a
progressiva o tema partindo do conceito das estruturas que são resistentes por sua
27
estão citadas e descritas não só as Estruturas Geodésicas, mas estruturas anteriores
é a popularização lograda por este sistema estrutural em torno dos anos 1960 e a
a vanguarda cultural da época passa a adotar este modelo como uma nova forma de
vida aliando esta arquitetura e engenharia alternativa a uma nova maneira de viver e
hippies (fig. 2) que nos anos 60 se reuniam em locais distantes das cidades a fim de
28
Um exemplo clássico destas ações é a comunidade de Drop City nas proximidades
Esta contracultura dos anos 60 gerou uma série de publicações dentre elas o Dome
Builder´s Handbook No2, (1978), de autoria de Wlliam Yarnall que aborda de forma
história das geodésicas e como elas chegam à época da publicação com tanta
popularidade.
Outro livro que aborda o assunto sob o mesmo aspecto da contracultura dos anos 60
Libro de las Cupulas´ onde mostra com espírito ao mesmo tempo histórico, filosófico
espectro de análise do autor que descreve este tipo de estrutura e como foi
experimentada dos gregos aos chineses, dos indígenas a Fuller. Apresenta uma
crítica a Fuller por seu excessivo caráter místico e messiânico, negando a ele, com
29
Numa outra perspectiva analítica o livro El Significado en Arquitectura, (1975),
maneira menos tipológica e mais científica. No artigo o autor coloca lado a lado o
artigo de Mario Carpo intitulado ´La Era del Pliegue´ (p. 32) estão abordados os
30
A revista apresenta dentro desta linha de pensamento projetos de autores como
Frank Gehry, Peter Cook e Future Systems que colocam novos aspectos na
ou orgânicas. Uma das questões colocadas é como o resultado das obras destes
autores, podem ser vistos como uma evolução das propostas geodésicas iniciais da
31
CAPÍTULO 2. MATRIZES NATURAIS E GEOMÉTRICAS.
A palavra Geodésica provém do termo Geodesia que é a ciência geológica que trata
Na prática define-se como uma linha Geodésica a que define o menor segmento
Cartografia ou Geografia. De forma geral é usado para definir uma rede de pontos
Neste estudo Estrutura Geodésica é aquela trama composta por polígonos planos
diversos onde a interseção das linhas retas destes polígonos, ou seus vértices,
Uma Superfície ou Estrutura Geodésica pode estar composta apenas por polígonos
32
mesmo não planos ou espaciais, gerando superfícies e tramas estruturais muito mais
definir uma Estrutura Geodésica através da ligação dos pontos de interseção entre
os meridianos e paralelos imaginários desta esfera. Neste caso estas linhas diferem
meridianos e paralelos.
Segundo Salvadori (1986, p.218) Uma cúpula semi-esférica composta por barras
ângulo de abertura.
estrutura.
Uma superfície esférica pode também ser decomposta em múltiplos triângulos que
apresentarão forças não paralelas onde as cargas locais são distribuídas através de
sua área utilizando toda a estrutura. Estes Domus podem ser proporcionalmente
esfera é multiplicado por dois, sua área interna quadruplica e o volume é oito vezes
maior. Assim um Domus (fig.3) pode, com menor superfície de cobertura, funcionar
eficiente atmosfera interior para a ocupação humana uma vez que o ar e a energia
razões:
construção.
34
Domus, por efeito aerodinâmico.
um Domus está relacionada com o número de triângulos no qual sua superfície está
subdividida.
35
faces, que serão a célula básica da estrutura. Pode-se fazer uma análise, a partir da
segmentos.
36
Fig. 6. Triangulação de Freqüência 6. Fonte: http://www.geodesics-unlimited.com/index.htm, acesso em 05/04/2006
Outros padrões podem ser adotados (fig. 8, fig. 9 e fig. 10) com variações no
plano contido num dodecaedro; ou ainda um padrão ainda mais complexo onde o
Fig. 8, Fig. 9 e Fig. 10, Padrões mais complexos de divisão de faces de uma esfera.
Fonte: http://www.geodesics-unlimited.com/index.htm, acesso em 05/04/2006
37
A superfície da esfera também pode ser dividida e posteriormente estruturada em
faces de camadas duplas (fig. 11), ou double layer faces. Nas figuras seguintes estão
uma face de camadas dupla a partir de uma divisão triangulada, a mesma forma
Quanto maior for a freqüência for um Domus significa que este é um Domus de alta
Freqüência, e que ele tem mais componentes triangulares e tem a sua curvatura
38
anteriormente visto, e o triângulo persiste como um padrão constante.
Uma das maneiras que Buckminster Fuller descreve a diferença de resistência entre
o retângulo e triangulo é quando aplicamos uma força em cada uma das estruturas
à pressão (fig. 12), demonstrando-se duas vezes mais forte e resistente. Este
simples princípio dirigiu seus estudos no sentido de criar uma nova tipologia
fazendo-se ´mais com menos´, o que ele chamou em suas teorias de Efemerização.
Fig. 12. Tração e Compressão nas Estruturas Geodésicas. Fonte: Fuller, 2005
39
Uma possível comparação pode ser feita aqui entre Fuller e Mies Van der Rohe,
(fig. 13) arquiteto definitivamente reconhecido como um dos mestres do século XX,
Fig. 13. A casa Farnsworth, 1942 de Mies van Der Rohe e o Domus de Buckminster Fuller, dois apectos do ´Less is More´
Fonte: Fuller, 2005
interação biológica.
40
2.2.2 – Os Sólidos Clássicos
Arquimedes..
são os Poliedros Convexos (fig. 15) de faces equivalentes compostas por Polígonos
regulares convexos.
41
Segundo descrito e ilustrado no website MathWorld (2005) existem cinco destes
sólidos, ou sejam: O Cubo, com seis faces; o Dodecaedro, com doze faces; o
Icosaedro com vinte faces, o Octaedro com oito faces e o Tetraedro com quatro,
Fig. 16. Os Sólidos Platônicos, respectivamente: Cubo, Dodecaedro, Icosaedro, Octaedro e Tetraedro e seus
desenvolvimentos no plano. Fonte: MathWorld, http://mathworld.wolfram.com/PlatonicSolid.html , acesso em 28/06/2006.
eram conhecidos na Grécia Antiga quando foram descritos por Platão em 350 aC
relacionando o tetraedro com o elemento fogo, o cubo com a terra, o icosaedro com
constelações.
42
4. Todos os ângulos dos sólidos são equivalentes
adjacentes, obtemos um novo Sólido Platônico. Estes dois sólidos dizem-se duais
um do outro.
Os treze sólidos de Arquimedes (fig. 17) são Políedros Convexos que têm um arranjo
similar aos Políedros Regulares Convexos, mas que apresentam dois ou mais tipos
tipo de polígono.
43
Os duais de Arquimedes constituem um grupo interessante de novos poliedros, nos
quais todas as faces são idênticas, mas existem dois ou mais tipos de vértices. Isto é
verificado porque nos sólidos originais de Arquimedes cada vértice é idêntico, mas
Cuboctaedro
Grande Rombicosidodecaedro
Grande Rombicuboctaedro
Icosidodecaedro
Pequeno Rombicosidodeaedro
Pequeno Rombicuboctaedro
44
Cubo Snub
Snub dodecaedro
Cubo truncado
Dodecaedro truncado
Icosaedro truncado
Octaedro truncado
Tetraedro truncado
Fig. 17. Os Sólidos de Arquimedes. Fonte: MathWorld, http://mathworld.wolfram.com/PlatonicSolid.html , acesso em
28/06/2006.
45
Truncagem (fig. 18) é a remoção de partes dos Sólidos deixando um conjunto de
46
CAPÍTULO 3.
segundo milênio por volta de 1300 aC a arte de construção com pedra já estava
evoluída como podemos ver na construção da Tumba de Atreus em Micenas (fig. 19)
na Grécia com diâmetros de 16,00 m em sua base. Este tipo de construção pode ser
até alcançar o topo onde é colocada a última pedra (fig. 20). A Tumba de Atreus foi
coberta na época de sua construção por uma pequena montanha de terra o que
47
Posteriormente alguns domus construídos com tijolos podem ser considerados os
primeiros ´verdadeiros domus´ onde a face dos tijolos era levemente inclinada para
cima ao mesmo tempo que eram projetados para dentro. Os antigos construtores
edifícios públicos. A princípio as camadas de tijolos eram revestidas com argila como
montadas.
Uma das cúpulas mais notáveis construída pelos romanos foi o Panteon de Adriano
incendio em 80 aC. Para esta nova obra Agripa convida o conhecido arquiteto do
século I Apolodoro de Damasco que conclui a obra em128 aC. A configuração final
48
O Panteon Romano apresenta uma base mais espessa e pesada que a parte
dita foi construída no século XX e foi a Cúpula para o Planetário da indústria ótica
Fig. 22. A construção da Cúpula do Planetário Zeiss em Jena, na Alemanha. Fonte: Kahn, 1979.
Esta cúpula composta por 8000 barras de aço tinha o vão de 25 metros e foi coberta
por uma camada de concreto de 6cm de espessura. A idéia que a gerou foi uma
A princípio a idéia para os Planetários era a de uma cúpula giratória com os corpos
49
Bauersfield em sua invenção transfere o mecanismo de rotação para uma série de
Este sistema de cobertura e projetor ótico ficou conhecido como o sistema Zeiss
50
Neste cenário surge a pessoa de Richard Buckminster Fuller, já citado anteriormente,
forma adequada para uma conduta individual coerente e para a eventual ´salvação
Fuller propunha uma maneira de pensar que unia a arte e a ciência buscando nessa
Pela primeira vez surge o termo Design Science para descrever a nova maneira de
agir e projetar onde a efetiva aplicação dos princípios da ciência para um Design
ecológicos do Planeta.
51
(fig. 24) dos anos 30 onde vários conceitos de conservação de energia e uso
mesma época o Banheiro Dymaxyon (fig. 25), um kit sanitário em plástico injetado
que poderia ser acoplado a construções existentes trazendo uma serie de vantagens
Outra proposta foi o automóvel Dymaxion (fig. 26) que era uma espécie de veículo
bastante leve, veloz e ágil que transportaria até 11 pessoas com considerável
Geodésicos, tema a que se dedicou por grande parte de sua vida chegando a
52
construir grande número deles. A ampla divulgação conseguida através do senso de
marketing de Fuller fez com que estas estruturas ganhassem grande popularidade e
Fuller resgata a idéia já existente dos Domus e alia a ela o tom filosófico e
inventor dos Domus Geodésico, que é uma idéia que já vinha se desenvolvendo
imagem utópica da grande cúpula geodésica sobre Nova York (fig. 27), provocante
proposta que desafia as fronteiras que o pensamento inventor pode alcançar, onde a
53
3.3 – COMPONENTES DO SISTEMA CONSTRUTIVO GEODÉSICO
estrutura Fechada.
Aliam-se a estes três itens principais diversos outros tais como: os sistemas de
Neste estudo nos deteremos na análise dos três primeiros itens que compõem o
3.3.1 – Os Nós
Os vértices de uma Estrutura Geodésica são chamados de Nós e são os pontos mais
54
Fig. 28. Nós da industria Mero. Fonte http://www.mero-tsk.de/index.php?id=89&L=1 , acesso em 23/06/2006
website (2006) da empresa apresenta a sua gama de produtos bem como pesquisas,
Figs. 29, 30 e 31. O Sistema de Nós Mero Ball Node. Fonte http://www.mero-tsk.de/index.php?id=89&L=1 , acesso em
23/06/2006
55
Foi o primeiro sistema (fig. 29, fig. 30 e fig. 31) da Mero para estruturas espaciais pré
corresponder aos ângulos requeridos pelas barras e permitir outros pontos de fixação
se necessário, cada nó pode receber até 18 pontos de fixação para barras e com
Figs. 32, 33 e 34, O Sistema de Nós Mero Bowl Node NK. Fonte http://www.mero-tsk.de/index.php?id=89&L=1 , acesso em
23/06/2006
56
Este sistema (fig. 32, fig. 33 e fig34) foi desenvolvido para estruturas planas de duas
são fixados diretamente no topo das barras e com conexões articuladas através de
pinos.
Usado para estruturas planas ou curvas e geralmente para grandes vãos, pode ser
Figs. 35, 36 e 37, O Sistema de Nós Mero Cilíndricos ZK. Fonte http://www.mero-tsk.de/index.php?id=89&L=1 , acesso em
23/06/2006
Sistema (fig. 35, fig. 36 e fig. 37) desenvolvido para estruturas planas ou de curvatura
sistemas de fechamento.
57
Sistema Disc Node TK
Figs. 38, 39 e 40, O Sistema de Nós Mero Disk Node TK. Fonte http://www.mero-tsk.de/index.php?id=89&L=1 , acesso em
23/06/2006
O sistema de Nós em Disco (fig. 38, fig. 39 e fig. 40) foi desenvolvido para curvaturas
revestimentos são fixados aos nós e o sistema é usado para vãos pequenos e
médios.
Figs. 41, 42 e 43, O Sistema de Nós em Bloco BK. Fonte http://www.mero-tsk.de/index.php?id=89&L=1 , acesso em
23/06/2006
Sistema usado para estruturas de uma ou mais camadas que apresentam grandes
mudanças nas inclinações como os sheds (fig. 41, fig. 42 e fig. 43). O nó é produzido
58
por material compacto e podem ser moldados individualmente de acordo com a
geometria da estrutura.
barras são simples tubos ocos de seção retangular ou quadrada que são
Sistema Nó Mailand
projetado pelo arquiteto Maximiliano Fuksas (fig. 44 e fig. 45) e adequado para
59
Outros Sistemas
Existem ainda outros sistemas de execução dos nós para Estruturas Geodésicas
O nó do Sistema Triodetic (fig. 46) é composto por um duplo anel ligado por placas
axiais nas quais são parafusadas as diversas barras que convergem para cada um
destes nós. Neste caso as barras são amassadas em sua extremidade para maior
A Triodetic Inc. é uma empresa norte americana com vasta experiência e gama de
60
internet (2006) seu portfolio de obras e diversas explicações técnicas e comerciais
Outro Sistema da empresa Unistrut (fig. 47) apresenta o nó composto por peça em
conjunto articulado.
UFOP outros modelos de nós utilizados em estruturas espaciais (fig. 48). Como o nó
extremidades gerando uma superfície plana que é atravessada por um parafuso com
barras são do mesmo comprimento, onde concorrem seis barras unidas através de
61
ligação de até doze barras. O nó de Makowski com disco metálico, utilizado em
Fig. 48, Nós diversos usados em estruturas espaciais, respectivamente: O nó Oktaplatte, o nó de Sarton, o nó de Wuppermann,
o nó de chapas cruzadas e o nó de Makowski. Fonte: Silva, 1999.
muito elevadas. O mais comum deles é o "flop" ou “dimpling” (fig. 49), que ocorre
quando o nó inverte sua posição, ficando para dentro da esfera. Isso acontece
quanto maior a freqüência utlizada, menor serão os comprimentos das barras, assim
como a altura de tais pirâmides, o que facilita a acorrência do flop. Este efeito é
também descrito por Fuller no livro Sinergetics onde o denomina de efeito Dimpling.
(fig. 49) caso as barras concêntricas não se encontrem exatamente num mesmo
62
mas uma figura de seis lados, o que pode tornar a geodésica levemente e
teoricamente instável.
Fig. 49, O efeito Dimpling, descrito por Fuller Fonte http://www.mero-tsk.de/index.php?id=89&L=1 , acesso em 23/06/2006 e o
efeito de Rotação a partir de barras concêntricas que não se tocam. Fonte http://www.mero-tsk.de/index.php?id=89&L=1 ,
acesso em 23/06/2006
3.3.2 – As Barras
estruturais que convergem aos nós e a eles são fixados. As barras de uma estrutura
para os nós. As barras podem estar travadas em relação aos nós ou não
nós. Quando os nós estão articulados as barras apresentam apenas esforços axiais.
63
As estruturas geodésicas podem apresentar as barras dispostas em um plano
estruturas conhecidas como sigle layer ou de camadas única. O outro tipo conhecido
layer, ou de dupla camada. Neste caso as barras estão articuladas em dois planos
estruturas tipo doublé layer é aquele onde as barras formam tetraedros piramidais
a este tipo de utilização por sua leveza e baixo custo ambiental. Os Fluorpolímeros
usados atualmente em construção incluem os PTFE, ETFE, TFA/PFA, THV, FEP que
são mais conhecidos por suas marcas como Teflon, Hostaflon, Polyflon, Toyoflon or
Tedlar.
materiais que funcionam como uma superfície à prova d´água. Estas mantas
tecidos e outras para o revestimento. Tendo em vista a força máxima de ruptura das
64
membranas de ETFE (aprox.1,200 N/cm), seu peso 250 g/m2) e a pequena
O Coated ETFE é translúcido promovendo uma iluminação difusa o que pode ser
O fato das mantas de Fluorpropileno poderem ser combinadas com diversos outros
materiais com grande flexibilidade e maleabilidade faz com que este material
65
CAPÍTULO 4.
Inglaterra e pode ser considerada a maior geodésica em superfície até data de sua
construção.
No texto relativo a este projeto estão listados, além de seus dados programáticos e
66
Ambas as construções são cada uma à sua maneira um marco da arquitetura e da
Segundo Boake (2005) o pavilhão dos Estados Unidos na feira internacional EXPO
Fig. 50,Vista da Biosfera na Ilha de Santa Helena em Montreal, Canadá. Fonte: Boake, 2005
interno curvado para se ajustar a um arco dado (fig. 51). Estes elementos estavam
67
altura (fig. 52). A estrutura completa foi fechada por 1900 painéis moldados em
acrílico.
Fig. 51, O modelo estrutural da Biosfera com padrões triangulares externos e hexagonais internos Fonte: Boake, 2005
Fig. 52, Os padrões triangulares externos e hexagonais internos. Fonte: Great Buildings.com
68
Figs. 53 e 54, O modelo estrutural da Biosfera com padrões triangulares externos e hexagonais internos Fonte: Boake, 2005
externa até tocar o solo (fig. 53 e fig. 54). Para evitar a forma usual da meia esfera
esfera.
Este foi o mais complicado dos Domus de Fuller e usava um elaborado sistema de
interna, que eram operadas por computador de acordo com o giro solar e permitiam
pessoas em seis meses. A construção é famosa até hoje não só por sua forma, mas
69
sua forma marcante o pavilhão era o único trespassado pelos trilhos do mini-trem
Fig. 55, Cartão postal da Expo 67 em Montreal mostrando a Biosfera, fonte: Stanton, 1997
estavam itens como, arte plumária indígena, santos em madeira de origem hispano-
70
campanhas presidenciais; materiais até então entendidos como frívolos, de mal
O setor seguinte da mostra era alcançado através da maior escada rolante até então
ambicioso programa Apollo que acabou por levar o homem à lua em julho de 1969.
Este setor mostrava cápsulas espaciais reais como a Freedom Seven Mercury usada
por Alan B. Shepard in 1961 e a Gemini VII, grandes maquetes de satélites, foguetes
Rosenquist, Claes Oldenburg, Andy Warhol, Jaspter Johns, Jim Dine, Ellsworth Kelly,
71
Fotos gigantes mostravam atores e atrizes de Mary Pickford a Marlon Brando e três
famosos como Orson Wells em ´Cidadão Kane´ e Vivien Leigh com Scarlett O’Hara
em ´O Vento Levou´.
está lá restaurada por Eric Gauthier confirmando o status de Montreal como uma
cidade internacional.
Figs. 56 e 57, Vista da Biosphere com a pele de fechamento removida. Fonte: Boake, 2005
fotos de Terri Meyer Boake B.E.S. B.Arch. M.Arch. Associate Professor School of Architecture University of Waterloo
72
Fig. 58, Nova entrada e espelho d´água executadas na restauração do pavilhão. Fonte: Boake, 2005.
Figs. 61 e 62, Vista desde do nível superior e da passarela em vidro . Fonte: Boake, 2005
73
Fig. 63, Vista da tela metálica de sombreamento. Fonte: Boake, 2005
Figs. 64 e 65, Vista do nível superior, ao longe o centro de Montreal e passarela e beiral de sombreamento na fachada sul com
espaços de exposição internos. Fonte: Boake, 2005.
74
Atualmente a Biosfera de Montreal é um museu interativo que trabalha no sentido de
Lawrence (fig. 56 até fig. 67). Em função de sua arquitetura específica o consumo de
localizado em St. Austell, Cornwall, Inglaterra e foi projetado pelo arquiteto Nicholas
75
Encapsulado em bolhas translúcidas climatizadas é um centro de educação
clima protegido pela disposição do complexo abaixo do nível dos terrenos vizinhos
Figs. 68 e 69, Vista Geral do Éden Project e seu modelo computadorizado. Fonte: Knebel 2005 e Metalica 2004.
76
que seguem os sinuosos contornos servem de apoio às estruturas leves de aço
A maior das cúpulas tem 100m de diâmetro e 45m de altura. O módulo hexagonal é
padronizados, seu peso total não supera as 1.000 toneladas, é altamente eficiente e
facilmente transportável.
77
As esferas possuem diâmetros diferentes, para atender tanto à topografia quanto às
Assim o Centro de Visitantes, um edifício com forma de arco achatado cuja cobertura
em grama reforça a noção que a área externa também faz parte do conjunto, cria a
uma área aproximada de 23.000m² com painéis hexagonais individuais de até 80m²
(diâmetros que variam de 6 até 8 m) entre os quais 232 painéis são controlados por
78
Fig. 71 e 72, O primeiro modelo estrutural e a configuração adotada. Fonte: Knebel 2005
A segunda idéia foi baseada numa estrutura em Domus em duas camadas com
terreno, mais leve e com menos componentes metálicos. Para a cobertura foram
Os Domus do Eden Project são superfícies geodésicas uma vez que toda a
regular com 20 faces iguais que são triângulos regulares. Um dodecaedro é também
um polígono regular com doze faces idênticas que são pentágonos regulares.
Dodecaedro e Icosaedro são sólidos duais entre si. Se os pontos médios de faces
outro volume e vice-versa. Pode-se notar que os dois poliedros duais têm um centro
79
comum quando posicionados concentricamente numa esfera circunscrita. Assim uma
dando origem a uma trama esférica de duas camadas com comportamento tri-
(fig. 74), enquanto a rede interna é composta por triângulos e hexágonos e chamada
80
Os passos para a geração a geometria do Éden Project que é uma rede dodeca-ico
De forma a gerar a rede dodeca-ico os dois poliedros são colocados como duais em
mínimo.
Nos Domus do Éden os hexágonos foram obtidos pela omissão de certos elementos
81
Fig. 74, O Sistema Hex-Net. Fonte: Knebel 2005
82
Fig. 76 e 77, A estrutura Hex-Tri-Hex. Fonte: Metálica 2004.
83
Depois do design final da geometria o cálculo estrutural passou a ser executado. A
geometria foi transferida para um modelo estrutural 3d, e os cálculos foram feitos no
4.2.3.1 – O Nó de Conexão
- Mínima tolerância
84
Fig.80, Os nós das vigas superiores. Fonte: Knebel 2005.
O topo desta conexão está alinhado com os tubos de forma que a cobertura pudesse
ser posta por cima. O nó é feito de ferro fundido (GGG40) e pesa em torno de 40kg.
Fig. 81, Planta, Seção e Detalhe da viga superior e seção do nó. Fonte: Knebel 2005.
85
4.2.3.2 – As Vigas Superiores
O projeto das vigas superiores (top cords beams) resultou num tubo de 193,7mm de
diâmetro. De forma a gerar a mesma conexão com os nós, todas estas vigas de topo
são do mesmo diâmetro, mas com diferentes espessuras de paredes de acordo com
Desde que todos os ângulos geométricos necessários para a montagem estão nos
nós, os finais das vigas superiores são cortados retangularmente o que promove
alta resistência (M27 e M36) na conexão da viga com o nó. Um parafuso adicional
M16 foi usado para fixar a viga na posição correta e transferir os momentos de
torção. No topo das vigas pequenos suportes foram soldados para suportar o quadro
de alumínio da cobertura.
A viga inferior em tubo e as diagonais são feitas com o conhecido Sistema MERO
Space Frame (fig. 82). A análise de esforços indicou uma espessura entre 76,1mm e
168,3mm.
86
Fig. 82, Detalhe do nó da viga em tubo inferior e diagonais. Fonte: Knebel 2005.
180. A conexão na camada inferior são nós clássicos da MERO que proporcionam
4.2.3.4 – Os Arcos
Ao longo da interseção dos Domus uma viga treliçada triangular (fig. 83 e fig.84) é
colocada com o vão superior a 100m na maior delas. A seção dos arcos medem
219,1mm na viga superior e 159mm nas duas vigas inferiores e 101,6mm nas
87
Fig. 83 e 84, Vista do arco de conexão dos Domus. Fonte: Knebel 2005 e Metálica 2004.
No topo do tubo de 219mm uma peça de 10mm de aço foi fixada para funcionar
como calha. Os arcos de conexão são integrados com o topo e base dos Domus não
4.2.3.5 – Os Suportes
Um ponto desafiador foi o projeto do sistema de suportes. Por causa das fundações
variáveis ao longo de 800m lineares, cada um dos 187 pontos de suporte são
diferentes. Estes suportes também são feitos com tubos de 193mm cada e soldados
88
Fig. 85, Vista do sistema de suportes. Fonte: Knebel 2005.
89
As aberturas necessárias ao fluxo de ar foram determinadas por Ove Arup &
triângulos de forma que cada Domus tivesse 30 aberturas comandadas por controle
interno.
ser soprado no interior do Domus através do uso de aquecedores (fig. 88 e fig. 89).
90
Fig. 88 e 89, Venezianas de ventilação e aquecedores . Fonte: Knebel 2005 e Metálica 2004.
4.2.3.7 – Fabricação
locais. A fabricação das vigas e dos nós contaram com ajuda de máquinas
soldados a mão. Cada elemento ou nó tem seu número próprio que permaneceu
devido sua grande dimensão. Os nós de conexão foram feitos de ferro fundido
GGG40 e também galvanizados. Com uma inspeção geral a cada dois anos a
91
4.2.3.8 – Revestimento
básico tem a espessura entre 50μm a 200μm com uma largura de 1,50m.
sucções a superfície externa dos travesseiros foram reforçadas com duas camadas
da folha.
superiores.
92
Fig. 92, O sistema de insuflamento de ar. Fonte: Knebel 2005.
Cada travesseiro é ligado a um sistema de aeração (fig. 92). A pressão dentro dos
O material ETFE tem sido usado por mais de 20 anos. É extremamente leve e
transparente. A superfície é lisa e suave de forma que a sujeira externa é lavada pela
chuva. Travesseiros com a dimensão dos do Éden Project nunca tinham sido
93
Vários estudos e testes foram feitos, alguns em modelos de escala 1:1, entre os
neve, como nos arcos, foram usados cabos auxiliares. Após a fase de projeto cada
Domus foram executadas por partes de alumínio insulado e cobertas pela folha de
A água da chuva é recolhida e usada nas plantas no interior dos Biomas. Toda a
4.2.3.9 – Construção
fundações têm 2,00m de largura e 1,5m de altura e está apoiada em colunas de 12m
maior andaime já visto com lugar no livro Guiness dos recordes (fig. 95). A maioria
dos hexágonos são ligados em terra e içados por guindastes e então parafusados
94
Fig. 95, Eden Project em construção. Fonte: Metálica 2004.
da estrutura. A instalação dos travesseiros de ETFE foi feita por escaladores quando
Biomas puderam ser aquecidos e o plantio pode começar durante o inverno. O Eden
95
Total comprimento de todas as vigas: 36000m
96
CAPÍTULO 5.
possibilidades de controle total das triangulações como tamanho das barras, ângulos
97
como a definição da figura poliédrica e seu numero de faces, a freqüência da figura
Estes softwares são encontrados na internet podendo ser baixados como shareware
ou.dxf que podem ser abertos em autocad (fig. 99) para que sejam trabalhados como
O Windome (fig. 97, fig. 98) é um destes programas e através dele foi gerado a base
Fig 97. Tela do programa WinDome, com os controles, entre outros, das figuras poliédricas, a freqüência, o tipo de geometria, e
a definição de forma esférica ou elíptica. Fonte: Imagem colhida pelo autor, 2006.
98
Fig. 98, Modelagem em 3d, esferas com base em um octaedro com freqüências 5 e 8 respectivamente produzidas pelo
programa Windome . Fonte: Imagem colhida pelo autor, 2006.
Fig. 99, Tela do Autocad com a modelagem em 3d, produzidas e exportada pelo programa Windome, da superfície de base
elíptica que gerou o projeto da UMEA, apresentado a seguir . Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
tridimensionais e apresenta mais recursos que o Windome tais como cálculo dos
ãngulos nos nós e nas barras, numeração e marcação dos nós, maior possibilidade
de variação de comandos, cores, fontes e figuras básicas (fig. 100). Este programa
gera figuras sólidas e tipo wireframe e exporta os resultados em arquivos DXF para
99
programas tipo CAD ou programas de análise estrutural baseados em elementos
finitos.
Fig. 100, Tela do programa CadreGeo, com os controles, entre outros, das figuras poliédricas, a freqüência, o tipo de geometria,
e a definição de forma esférica ou elíptica. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
E PRÉ-DIMENSIONAMENTO
de um problema de difícil análise global em n partes menos complexas que por sua
100
vez têm uma solução conhecida. Uma estrutura teoricamente tem infinitas partes e
conhecido de partes analisáveis a partir das quais poderá ser analisada, projetada e
construída.
Cabe aqui fazer um paralelo entre este método dos Elementos Finitos e as
com uma solução em si mesmo já indicada ou sugerida. Não é por acaso que
modelo desta natureza seja transferido através de outro programa de desenho CAD.
de variação das malhas superficiais faz do Ansys uma ferramenta muito mais
101
eficiente do que os outros programas CAD na triangulação ou subvisão de
superfícies diversas.
eletromagnéticos.
Fig. 101, Material de divulgação do programa AnSys. Fonte: www.ansys.com, acesso em 25/07/2006.
Estes atributos têm sido importantes na minimização do uso de protótipos uma vez
que estas respostas físicas têm sido aplicadas pelo programa não só em construções
102
CAPÍTULO 6. PROPOSIÇÃO PROJETUAL:
estudadas.
103
possam ser notadas e visitadas e após cumprido seu papel de divulgação e debate
áreas ambientais, biológicas, hídricas, artísticas e outras não fazendo parte desta
- Depósito
104
As UMEAs estarão locadas sobre piso elevado de concreto ou deck de madeira
Fig. 102,Planta e Cortes esquemáticos da UMEA. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
105
O projeto aqui apresentado apresenta forma elíptica inserida em um retângulo de
32,00 x 16,00 metros, com área aproximada de 400,00 m2, e altura máxima de 8,00
Como aspectos gerais do espaço a ser gerado é necessário que este ofereça uma
energia, além de marcante presença nos locais onde estejam montados (fig. 103).
Fig 103. Aspectos ambientais do projeto. Fonte: imagem produzida pelo autor 2005.
106
A proposta em questão difere da conhecida esfera associada ao Domus Geodésico
UMEAs este estudo propõe duas implantações que são igualmente simbólicas e
cidade. A UMEA estará localizada no limite sul deste boulevard linear sobre a calha
Centro de Belo Horizonte, proposto pela escola de Arquitetura da UFMG. Sobre o rio
meio urbano. Será previsto um rasgo no piso da edificação para que os usuários
possam tomar simbolicamente consciência da situação do rio (fig. 104 e fig. 105).
107
Fig 104. Simulação de implantação da UMEA junto ao Parque Municipal, em BH. Fonte: imagem produzida pelo autor 2006.
Fig. 105. Simulação de implantação da UMEA junto ao Parque Municipal em BH, sobre a canal do rio Arrudas, para discutir o
futura da Água no planeta Terra. Fonte: imagem produzida pelo autor 2006.
108
A segunda prospecção estará em algum local da Estrada Real (fig. 106), conhecido e
discuções diversas.
Fig. 106. Simulação de implantação da UMEA na Estrada Real, para informar e discutir os aspectos ambientais da região, M. G.
Fonte: imagem produzida pelo autor 2006.
109
6.3 – COMPONENTES DO SISTEMA CONSTRUTIVO
especificados, ou sejam:
No escopo desta dissertação será feito um estudo mais aprofundado dos nós de
definição deste elemento articulador estes nós são chamados de Nós Tri-Ortogonais,
110
6.3.1 – Os Nós Tri-Ortogonais
Uma característica dos nós estudados é que promovem a movimentação das barras
O nó aqui proposto funciona desta forma tri-ortogonal, ou seja, permite esta desejada
Desta forma a proposta para este sistema de nós se inspira na tradicional dobradiça
Fig. 107, A dobradiça tradicional, duas placas ou ´folhas´ giram em torno de um eixo.
Fonte www.alertareflet.com.br/ outros.htm, acesso em 28/06/2006
dobradiça, podendo conter 3, (fig. 108, fig. 109, fig. 110, fig. 115 e fig. 116) 4, 5, 6
111
(fig. 111, fig. 117 e fig. 118) ou mais placas ou folhas dependendo da quantidade de
112).
Figs. 108 e 109, Modelagem em computador da proposta para o nó de três placas, articuladas a barras estruturais, vistas frontal
e lateral. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
Figs. 110 e 111, Utilização do sistema proposto para um nó de três e seis placas. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
Fig, 112. No Cubo, Dodecaedro ou Icosaedro Truncado três barras convergem para cada vértice, na construção de cúpulas
baseadas nestes poliedros seriam usados nós de três placas. Fonte: MathWorld,
http://mathworld.wolfram.com/PlatonicSolid.html , acesso em 28/06/2006.
112
O giro das placas em torno do eixo da dobradiça é completado pelo giro dos tubos ou
(fig. 113 e fig. 114). Numa estratégia de montagem da estrutura baseada neste
Figs.113 e 114. Modelagem em computador mostrando que placas giram livremente em torno do eixo da dobradiça e os tubos
giram livremente em torno do parafuso de articulação que trespassa a placa. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
Figs.115 e 116. Fotografia do protótipo do Nó Tri-Ortogonal de três folhas Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
113
Figs.117 e 118. Fotografia do protótipo do Nó Tri-Ortogonal de seis folhas Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
desenho da família CAD, mas neste caso optou-se por refazer a modelagem
diretamente no programa.
114
Este programa tem a capacidade de gerar triangulações diversas em diferentes
modelagens, como, por exemplo, nas quatro figuras abaixo onde um método
A princípio foi produzida uma modelagem da cúpula (fig. 119) e uma triangulação
Fig, 119. Estudo preliminar de sistema de triangulação, sistema free mesh, feito pelo programa Ansys para a superficie da
cúpula UMEA anteriormente apresentada. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
115
Porém, para a análise estrutural que se procedeu foram definidos sobre a
poderia ter sido proposto nesta etapa como, por exemplo, eixos centrais e simétricos
Fig. 120, Os eixos lineares de modelagem desenhados no programa Ansys. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Estes eixos são as linhas que dão origem às superfícies das duas partes
Fig. 121, As superfícies geradas a partir dos eixos lineares previamente definidos. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
116
O próximo passo é a triangulação destas superfícies geradas onde serão
construção optou-se por definir como critério para este processo de triangulação que
as barras que passariam a compor a estrutura não tivessem seu comprimento linear
Mais uma vez outros critérios poderiam ter sido adotados nesta etapa da análise
como, por exemplo, fixar o ângulo entre as barras na região dos nós ou fixar as áreas
executadas em materiais opacos na face norte como chapa metálica com camada
resistentes à flexão, estão articuladas nos nós transmitindo forças nos eixos x, y e z;
117
Assim a figura da cúpula e a triangulação que será submetida à avaliação estrutural
Fig. 122, Projeções ortogonais das superfícies trianguladas, sistema ´ mapped mesh´.
Fig. 123, Perspectiva da cúpula com suas superfícies trianguladas através do programa Ansys.
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
Fig. 124, Detalhe da modelagem estrutural mostrando a entrada da cúpula e o encontro das barras.
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
118
Na figura a seguir estão os pontos de fixação da cúpula (fig. 125) ao solo onde os
nós estão restritos nos eixos x, y e z e os apoios são simples e articulados não
Fig. 125, Os pontos de apoio da cúpula. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Fig. 126, Detalhe da modelagem dos pontos de apoio da cúpula, as barras horizontais, paralelas ao solo não estão sujeitas a
esforços. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
análise utilizando-se como material o aço para as barras estruturais optou-se por
119
a área útil do tubo, os momentos de inércia (Iyy, Iyz e Izz), as constantes de torção e
costura pertencente à norma SAE-1020 com raio externo Xout = 24,15mm e Xint =
20,45 mm, espessura da parede t= 3,7 mm, índice de esbeltez λ= 130, comprimento
máximo das barras = 2000 mm, aço com módulo de elasticidade E = 200.000
Fig. 127, Características do tubo ou barra adotado na estrutura estudada. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
120
6.4.3 – Carregamentos
comportamento da estrutura:
1o carregamento:
Peso próprio das barras: gerado pelo programa a partir da modelagem e dos dados
2o carregamento:
Nós de ligação: definiu-se também como carregamento adicional pela presença dos
nós de ligação das barras da estrutura incluída na sobrecarga: sc= 25 kgf / m2.
3o carregamento:
Efeito de Vento (fig. 128 e fig. 129), considerando uma situação menos favorável
com ventos da esquerda para a direita, incidindo no lado da cúpula com maior área,
o lado maior apresenta pressão e o lado menor apresenta sucção, produzindo cargas
como:
121
F1(esq) = 9910,00 kgf e F2(dir) = 4000,00 kgf
Fig. 128, Figura dos esforços devido ao vento, produzindo pressão do lado esquerdo e sucção do lado direito da estrutura.
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Fig. 129, Figura mostrando a somatória dos esforços devido ao vento e à sobrecarga.
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
6.4.4 – Resultados
Caso 1: Nós completamente travados, análise linear estática (fig. 130, fig. 131 e fig.
132).
122
Caso 2: Nós articulados em torno do eixo local y (articulação entre a placa da
dobradiça e a barra estrutural, My=0), análise linear estática (fig. 133, fig. 134 e fig.
135).
variáveis:
fletores)
fletores)
DMX(mm) 12 18 23
123
A estrutura mais rígida (caso 1) apresenta menores deslocamentos que os demais
casos, porém, apresenta níveis de tensões mais elevados, provocados pelos efeitos
Por outro lado, o caso 3 apresenta níveis de tensões axiais (SDIR) maiores,
estrutura.
forneceu resultados descritos acima que podem ser visualizados nas figuras a seguir:
CASO 1:
Fig. 130, Figura mostrando os valores máximo e mínimo da tensão direta axial (SDIR)
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
124
Fig. 131, Figura mostrando os valores de SMAX (tensões combinadas de forças axiais e flexão).
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Fig. 132, Figura mostrando os valores de SMIN (tensões combinadas de forças axiais e flexão).
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
125
CASO 2:
Fig. 133, Figura mostrando os valores máximo e mínimo da tensão direta axial (SDIR).
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Fig. 134, Figura mostrando os valores de SMIN (tensões combinadas de forças axiais e flexão).
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
126
Fig. 135, Figura mostrando os valores de SMAX (tensões combinadas de forças axiais e flexão).
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
CASO 3:
Fig. 136, Figura mostrando os valores máximo e mínimo da tensão direta axial (SDIR)
Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
127
6.4.5 – Discretização do Nó
comercial disponível optou-se por uma análise tridimensional localizada dos mesmos
sólidos que simulam as ligações e articulações aparafusadas (fig. 137 até fig. 147). A
Fig. 137, Posição relativa de um nó típico (linhas). Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Fig. 138, Modelagem através de superfícies e sólidos. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
128
Fig. 139, Detalhe da malha em elementos finitos. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Fig. 140, Condições de Contorno mostrando cargas nodais (vermelho) e deslocamentos impostos iguais a zero nas regiões
apoiadas (azul). Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
129
Fig. 141, Região da estrutura para o Caso 3 utilizada para a discretização do nó 138 e barras submetidas a forças de tração
(positiva) e compressão (negativa). Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
M O D E L I N F O R M A T I O N
Solid model summary:
Largest Number Number
Number Defined Selected
Keypoints . . . . . . . . . 403 402 402
Lines . . . . . . . . . . . 703 703 703
Areas . . . . . . . . . . . 387 387 387
Volumes . . . . . . . . . . 100 100 100
Coupling. . . . . . . . . . 36 24 n.a.
Constraint equations. . . . 0 0 n.a.
Master DOFs . . . . . . . . 0 0 n.a.
Dynamic gap conditions. . . 0 0 n.a.
130
As figuras seguintes ilustram os resultados obtidos:
Fig. 142, Modelo deformado (com amplificação) superposto ao modelo indeformado. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Fig. 143, S1 corresponde às Tensões Principais (máxima tração). Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
131
Fig. 144, S3 corresponde às Tensões Principais (máxima compressão). Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006
Fig. 145, SEQV corresponde às Tensões Equivalentes de Von Misses para comparação com a tensão de escoamento
(143MPa<<200Mpa) . Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
132
Fig. 146, zoom da figura anterior. Fonte: Imagem produzida pelo autor, 2006.
Fig. 147, Zoom da região de descontinuidade do tubo apresentando valores máximos de SEQV corresponde às Tensões
Equivalentes de Von Misses para comparação com a tensão de escoamento (143MPa<<200Mpa) . Fonte: Imagem produzida
pelo autor, 2006.
133
CAPÍTULO 7. CONCLUSÕES.
Uma constatação feita ainda no início deste estudo é que o material bibliográfico
Por outro lado pode-se afirmar que as Estruturas Geodésicas são um amplo campo
Quanto às proposições que podem ser feitas em torno deste tipo de construção
134
com maiores variações onde estes elementos não são obrigatoriamente repetitivos
ou modulares.
geodésicas que desde o passado deram início a este tipo de construção e que
tipológico e tecnológico.
caso das geodésicas, têm nestes novos softwares uma poderosa ferramenta de
desenho e de análise.
denominado UMEA, numa relação específica aos nós propostos e prototipados, seria
135
Os resultados numéricos anteriormente apresentados através da simulação
Outro aspecto que fica sugerido através deste estudo é que seja desenvolvido em
forma de projeto executivo as informações necessárias para que possa ser oferecida
cômodos internos de apoio tais como núcleos sanitários, copa, espaço administrativo
136
Ainda no sentido de avançar nos estudos aqui iniciados se faz necessária a
que testem a eficácia dos nós prototipados seu potencial técnico e plástico na
137
CAPÍTULO 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
http://biosphere.ec.gc.ca/site.asp?l=en&menu=a&dossier=/&page=default
BOAKE, Terri Meyer . Biosphere, U.S. Pavilion, Expo 67. Watreloo, 2005. Disponível
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BUCHANAN, Peter. Del alojamiento moderno al hogar deseado. In: Arquitectura Viva
n. 56 Madrid, 1995.
CARPO, Mario. La Era del Pliegue. In: Arquitectura Viva n 93. Madrid, 2003.
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CONVERTEX, Website Institucional, Obing, Alemanha, 2006. Disponível
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Hill, 1964.
http://www.rwgrayprojects.com/synergetics/synergetics.html.
_________. Thinking Out Loud / The American Masters. The Americam Broadcasting
139
GEODESIC UNLIMITED. The Theory of the Geodesic Dome. Disponível em:
& Co. The Structural Making of the Eden Domes. Würburg, Alemanha, 2005.
Disponível em:
http://www.mero.de/bausysteme/downloads/artikel/eden_project_e.pdf.
MALLARD, Maria Lúcia et al. Habitar Belo Horizonte: Ocupando o Centro. Belo
http://www.metalica.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=738Aces
so em 02 jul. 2005.
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1999.
141
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http://naid.sppsr.ucla.edu/expo67/map-docs/architecture.htm
11/04/2006.
142
YARNALL, Willian. Dome Builder´s Handbook No. 2. Philadelphia. Running Press,
1978.
143