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Mecânica quântica

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A mecânica quântica (também conhecida como física quântica,


teoria quântica, modelo mecânico de ondas e mecânica de matriz)
é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos sistemas físicos
cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atômica, tais como
moléculas, átomos, elétrons, prótons e de outras partículas
subatômicas, muito embora também possa descrever fenômenos
macroscópicos em diversos casos.[2]

A mecânica quântica é um ramo fundamental da física com vasta


aplicação. A teoria quântica fornece descrições precisas para muitos
fenômenos previamente inexplicados tais como a radiação de corpo
negro e as órbitas estáveis do elétron. Apesar de, na maioria dos Funções de onda do elétron em um
casos, a Mecânica Quântica ser relevante para descrever sistemas átomo de hidrogênio em diferentes
microscópicos, os seus efeitos específicos não são somente níveis de energia. A mecânica
perceptíveis em tal escala. quântica não pode prever a
localização exata de uma partícula
Por exemplo, a explicação de fenômenos macroscópicos como a no espaço, apenas a probabilidade
super fluidez e a supercondutividade só é possível se considerarmos de encontrá-la em locais
que o comportamento microscópico da matéria é quântico. A diferentes.[1] As áreas mais
quantidade característica da teoria, que determina quando ela é brilhantes representam uma maior
necessária para a descrição de um fenômeno, é a chamada constante probabilidade de encontrar o elétron.
de Planck, que tem dimensão de momento angular ou,
equivalentemente, de ação.

A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno bastante conhecido dos físicos: a
quantização. No caso dos estados ligados (por exemplo, um elétron orbitando em torno de um núcleo positivo)
a Mecânica Quântica prevê que a energia (do elétron) deve ser quantizada. Este fenômeno é completamente
alheio ao que prevê a teoria clássica.

Índice
Um panorama
O conceito de estado na mecânica quântica
A representação do estado
Formulação matemática
Vetores e espaços vetoriais
Os operadores na mecânica quântica
O problema de autovalor e autovetor
O significado físico dos operadores, seus autovetores e autovalores
Aspectos históricos
Princípios
Conclusões
Formalismos
Interpretações
Interações com outras teorias científicas
Mecânica quântica e física clássica
Interpretação de Copenhague da cinemática quântica versus clássica
Relatividade geral e mecânica quântica
Tentativas de uma teoria do campo unificado
Implicações filosóficas
Aplicações
Eletrônicos
Criptografia
Computação quântica
Efeitos quânticos em macroescala
Teoria quântica
Referências
Bibliografia
Ver também

Um panorama
A palavra “quântica” (do Latim quantum) quer dizer quantidade. Na
mecânica quântica, esta palavra refere-se a uma unidade discreta que a
teoria quântica atribui a certas quantidades físicas, como a energia de um
elétron contido num átomo em repouso. A descoberta de que as ondas
eletromagnéticas podem ser explicadas como uma emissão de pacotes de
energia (chamados quanta) conduziu ao ramo da ciência que lida com
sistemas moleculares, atômicos e subatômicos. Este ramo da ciência é
atualmente conhecido como mecânica quântica.

A mecânica quântica é a base teórica e experimental de vários campos da


Física e da Química, incluindo a física da matéria condensada, física do
estado sólido, física atômica, física molecular, química computacional,
química quântica, física de partículas, e física nuclear. Os alicerces da
mecânica quântica foram estabelecidos durante a primeira metade do
Max Planck, um dos fundadores
século XX por Albert Einstein, Werner Heisenberg, Max Planck, Louis da mecânica quântica.
de Broglie, Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Max Born, John von
Neumann, Paul Dirac, Wolfgang Pauli, Richard Feynman e outros.
Alguns aspectos fundamentais da contribuição desses autores ainda são alvo de investigação.

Normalmente é necessário utilizar a mecânica quântica para compreender o comportamento de sistemas em


escala atômica ou molecular. Por exemplo, se a mecânica clássica governasse o funcionamento de um átomo, o
modelo planetário do átomo – proposto pela primeira vez por Rutherford – seria um modelo completamente
instável. Segundo a teoria eletromagnética clássica, toda a carga elétrica acelerada emite radiação. Por outro
lado, o processo de emissão de radiação consome a energia da partícula. Dessa forma, o elétron, enquanto
caminha na sua órbita, perderia energia continuamente até colapsar contra o núcleo positivo.
O conceito de estado na mecânica quântica
Em física, chama-se "sistema" um fragmento concreto da realidade que foi separado para estudo. Dependendo
do caso, a palavra sistema refere-se a um elétron ou um próton, um pequeno átomo de hidrogênio ou um
grande átomo de urânio, uma molécula isolada ou um conjunto de moléculas interagentes formando um sólido
ou um vapor. Em todos os casos, sistema é um fragmento da realidade concreta para o qual deseja-se chamar
atenção.

Dependendo da partícula pode-se inverter polarizações subsequentes de aspecto neutro.

A especificação de um sistema físico não determina unicamente os valores que experimentos fornecem para as
suas propriedades (ou as probabilidades de se medirem tais valores, em se tratando de teorias probabilísticas).
Além disso, os sistemas físicos não são estáticos, eles evoluem com o tempo, de modo que o mesmo sistema,
preparado da mesma forma, pode dar origem a resultados experimentais diferentes dependendo do tempo em
que se realiza a medida (ou a histogramas diferentes, no caso de teorias probabilísticas). Essa ideia conduz a
outro conceito-chave: o conceito de "estado". Um estado é uma quantidade matemática (que varia de acordo
com a teoria) que determina completamente os valores das propriedades físicas do sistema associadas a ele
num dado instante de tempo (ou as probabilidades de cada um de seus valores possíveis serem medidos,
quando se trata de uma teoria probabilística). Em outras palavras, todas as informações possíveis de se
conhecer em um dado sistema constituem seu estado.

Cada sistema ocupa um estado num instante no tempo e as leis da física devem ser capazes de descrever como
um dado sistema parte de um estado e chega a outro. Em outras palavras, as leis da física devem dizer como o
sistema evolui (de estado em estado).

Muitas variáveis que ficam bem determinadas na mecânica clássica são substituídas por distribuições de
probabilidades na mecânica quântica, que é uma teoria intrinsecamente probabilística (isto é, dispõe-se apenas
de probabilidades não por uma simplificação ou ignorância, mas porque isso é tudo que a teoria é capaz de
fornecer).

A representação do estado

No formalismo da mecânica quântica, o estado de um sistema num dado instante de tempo pode ser
representado de duas formas principais:

1. O estado é representado por uma função complexa da posição ou do momento linear de cada
partícula que compõe o sistema. Essa representação é chamada função de onda.
2. Também é possível representar o estado por um vetor num espaço vetorial complexo.[3] Esta
representação do estado quântico é chamada vetor de estado. Devido à notação introduzida
por Paul Dirac, tais vetores são usualmente chamados kets (sing.: ket).

Em suma, tanto as "funções de onda" quanto os "vetores de estado" (ou kets) representam os estados de um
dado sistema físico de forma completa e equivalente e as leis da mecânica quântica descrevem como vetores
de estado e funções de onda evoluem no tempo.

Estes objetos matemáticos abstratos (kets e funções de onda) permitem o cálculo da probabilidade de se obter
resultados específicos em um experimento concreto. Por exemplo, o formalismo da mecânica quântica permite
que se calcule a probabilidade de encontrar um elétron em uma região particular em torno do núcleo.

Para compreender seriamente o cálculo das probabilidades a partir da informação representada nos vetores de
estado e funções de onda é preciso dominar alguns fundamentos de álgebra linear.
Formulação matemática
Muitos fenômenos quânticos difíceis de se imaginar concretamente podem ser compreendidos com um pouco
de abstração matemática. Há três conceitos fundamentais da matemática - mais especificamente da álgebra
linear - que são empregados constantemente pela mecânica quântica. São estes: (1) o conceito de operador; (2)
de autovetor; e (3) de autovalor.

Vetores e espaços vetoriais

Na álgebra linear, um espaço vetorial (ou o espaço linear) é uma coleção dos objetos abstratos (chamados
vetores) que possuem algumas propriedades que não serão completamente detalhadas aqui.

Por agora, importa saber que tais objetos (vetores) podem ser adicionados uns aos outros e multiplicados por
um número escalar. O resultado dessas operações é sempre um vetor pertencente ao mesmo espaço. Os
espaços vetoriais são os objetos básicos do estudo na álgebra linear, e têm várias aplicações na matemática, na
ciência, e na engenharia.

O espaço vetorial mais simples e familiar é o espaço Euclidiano bidimensional. Os vetores neste espaço são
pares ordenados e são representados graficamente como "setas" dotadas de módulo, direção e sentido. No caso
do espaço euclidiano bidimensional, a soma de dois vetores quaisquer pode ser realizada utilizando a regra do
paralelogramo.

Todos os vetores também podem ser multiplicados por um escalar - que no espaço Euclidiano é sempre um
número real. Esta multiplicação por escalar poderá alterar o módulo do vetor e seu sentido, mas preservará sua
direção. O comportamento de vetores geométricos sob estas operações fornece um bom modelo intuitivo para
o comportamento dos vetores em espaços mais abstratos, que não precisam de ter a mesma interpretação
geométrica. Como exemplo, é possível citar o espaço de Hilbert (onde "habitam" os vetores da mecânica
quântica). Sendo ele também um espaço vetorial, é certo que possui propriedades análogas àquelas do espaço
Euclidiano.

Os operadores na mecânica quântica

Um operador é um ente matemático que estabelece uma relação funcional entre dois espaços vetoriais. A
relação funcional que um operador estabelece pode ser chamada transformação linear. Os detalhes mais
formais não serão apontados aqui. Interessa, por enquanto, desenvolver uma ideia mais intuitiva do que são
esses operadores.

Por exemplo, considere o Espaço Euclidiano. Para cada vetor nesse espaço é possível executar uma rotação
(de um certo ângulo) e encontrar outro vetor no mesmo espaço. Como essa rotação é uma relação funcional
entre os vetores de um espaço, podemos definir um operador que realize essa transformação. Assim, dois
exemplos bastante concretos de operadores são os de rotação e translação.

Do ponto de vista teórico, a semente da ruptura entre as física quântica e clássica está no emprego dos
operadores. Na mecânica clássica, é usual descrever o movimento de uma partícula com uma função escalar
do tempo. Por exemplo, imagine que vemos um vaso de flor caindo de uma janela. Em cada instante de tempo
podemos calcular a que altura se encontra o vaso. Em outras palavras, descrevemos a grandeza posição com
um número (escalar) que varia em função do tempo.

Uma característica distintiva na mecânica quântica é o uso de operadores para representar grandezas físicas.
Ou seja, não são somente as rotações e translações que podem ser representadas por operadores. Na mecânica
quântica grandezas como posição, momento linear, momento angular e energia também são representados por
operadores.

Até este ponto já é possível perceber que a mecânica quântica descreve a natureza de forma bastante abstrata.
Em suma, os estados que um sistema físico pode ocupar são representados por vetores de estado (kets) ou
funções de onda (que também são vetores, só que no espaço das funções). As grandezas físicas não são
representadas diretamente por escalares (como 10 m, por exemplo), mas por operadores.

Para compreender como essa forma abstrata de representar a natureza fornece informações sobre experimentos
reais é preciso discutir um último tópico da álgebra linear: o problema de autovalor e autovetor.

O problema de autovalor e autovetor

O problema de autovalor e autovetor é um problema matemático abstrato sem o qual não é possível
compreender seriamente o significado da mecânica quântica.

Em primeiro lugar, considere o operador  de uma transformação linear arbitrária que relacione vetores de um
espaço E com vetores do mesmo espaço E. Neste caso, escreve-se [eq.01]:

Observe que qualquer matriz quadrada satisfaz a condição imposta acima desde que os vetores no espaço E
possam ser representados como matrizes-coluna e que a atuação de  sobre os vetores de E ocorra conforme o
produto de matrizes a seguir:

Como foi dito, a equação acima ilustra muito bem a atuação de um operador do tipo definido em [eq.01].
Porém, é possível representar a mesma ideia de forma mais compacta e geral sem fazer referência à
representação matricial dos operadores lineares [eq.02]:

Para cada operador  existe um conjunto tal que cada vetor do conjunto satisfaz [eq.03]:

A equação acima é chamada equação de autovalor e autovetor. Os vetores do conjunto são


chamados autovetores. Os escalares do conjunto são chamados autovalores. O conjunto
dos autovalores também é chamado espectro do operador Â.

Para cada autovalor corresponde um autovetor e o número de pares autovalor-autovetor é igual à dimensão do
espaço E onde o operador  está definido. Em geral, o espectro de um operador  qualquer não é contínuo,
mas discreto. Encontrar os autovetores e autovalores para um dado operador  é o chamado problema de
autovalor e autovetor.

De antemão o problema de autovalor e autovetor possui duas características:


(1) satisfaz o problema para qualquer operador Â. Por isso, o vetor nulo não é considerado uma
resposta do problema.

(2) Se satisfaz a equação de autovalor e autovetor, então seu múltiplo também é uma resposta ao
problema para qualquer

Enfim, a solução geral do problema de autovalor e autovetor é bastante simples. A saber:

Onde:

Como não pode ser considerado uma solução do problema, é necessário que:

A equação acima é um polinômio de grau n. Portanto, para qualquer operador há n quantidades


escalares distintas ou não tais que a equação de autovetor e autovalor é satisfeita.

Os autovetores correspondentes aos autovalores de um operador  podem ser obtidos


facilmente substituindo os autovalores um a um na [eq.03].

O significado físico dos operadores, seus autovetores e autovalores

Para compreender o significado físico de toda essa representação matemática abstrata, considere o exemplo do
operador de Spin na direção z:

Na mecânica quântica, cada partícula tem associada a si uma quantidade sem análogo clássico chamada spin
ou momento angular intrínseco. O spin de uma partícula é representado como um vetor com projeções nos
eixos x, y e z. A cada projeção do vetor spin : corresponde um operador:

O operador é geralmente representado da seguinte forma:

É possível resolver o problema de autovetor e autovalor para o operador Nesse caso obtém-se:
ou seja

Portanto, os autovalores são e

Aspectos históricos
A mecânica quântica teve suas bases estabelecidas essencialmente
pelas seguintes revelações científicas: em 1838, Michael Faraday
descobriu os raios catódicos; em 1859, Gustav Kirchhoff enunciou o
problema da radiação de corpo negro; em 1877, Ludwig Boltzmann
sugeriu que os estados de energia de um sistema físico poderiam ser
discretos e, finalmente em 1900, Max Planck formulou a hipótese que
toda a energia é irradiada e absorvida na forma de elementos discretos
chamados quanta. Segundo a teoria, cada um desses quanta tem
energia proporcional à frequência ν da radiação eletromagnética
A Conferência de Solvay de 1927 em
emitida ou absorvida.
Bruxelas.

A ideia de descrever um fenômeno de radiação eletromagnética pela quantização da energia era extremamente
revolucionária para a época; pois, em 1803, Thomas Young já havia comprovado o comportamento
ondulatório da luz através do experiência de dupla fenda. Segundo Max Planck, essa teoria é apenas um
aspecto teórico dos processos de absorção e emissão de radiação e não tinha nada a ver com a realidade física
da radiação em si.[4] Nas palavras do próprio cientista: “em um ato de desespero, pois uma interpretação
teórica (para a radiação de corpo negro) deveria ser encontrada … eu estava pronto para sacrificar todas as
minhas convicções previas sobre física…”.

No entanto, isso parecia não explicar o efeito fotoelétrico (1839), no qual a incidência de luz em certos
materiais pode ejetar elétrons do mesmo. Em 1905, baseando seu trabalho na hipótese quântica de Planck,
Albert Einstein postulou que a própria luz é formada por quanta individuais,[5] o que em 1926 ficou conhecido
como fóton. Em 1921, Einstein recebeu o Prêmio Nobel pelo efeito fotoelétrico[6].

Louis de Broglie levou mais a fundo a ideia corpuscular e ondulatória da luz e por analogia, postulou que
partículas também possuiriam um comprimento de onda, uma onda de matéria. O físico francês
relacionou o comprimento de onda (λ) com a quantidade de movimento (p) da partícula, mediante a fórmula:

onde h é a Constante de Planck. De Broglie também postulou que se elétrons fossem propriamente submetidos
ao experimento de dupla fenda, também apresentariam um padrão de interferência. Em 1927, O experimento
de Davisson–Germer confirmou as previsões de de Broglie, estabelecendo a dualidade onda-partícula da
matéria. Em 1929, de Broglie recebeu o Prêmio Nobel pela descoberta da natureza ondulatória do elétron[7].

Em meados da década de 1920, a evolução da mecânica quântica rapidamente fez com que ela se tornasse a
formulação padrão para a física atômica. No verão de 1925, Bohr e Heisenberg publicaram resultados que
fechavam a "antiga teoria quântica". Da simples postulação de Einstein nasceu uma enxurrada de debates,
teorias e testes e, então, a todo o campo da física quântica, levando à sua maior aceitação na quinta
Conferência de Solvay em 1927.

Princípios
Primeiro princípio: Princípio da superposição

Na mecânica quântica, o estado de um sistema físico é definido pelo conjunto de todas as informações que
podem ser extraídas desse sistema ao se efetuar alguma medida.

Na mecânica quântica, todos os estados são representados por vetores em um espaço vetorial complexo: o
Espaço de Hilbert H. Assim, cada vetor no espaço H representa um estado que poderia ser ocupado pelo
sistema. Portanto, dados dois estados quaisquer, a soma algébrica (superposição) deles também é um estado.

Como a norma dos vetores de estado não possui significado físico, todos os vetores de estado são
preferencialmente normalizados. Na notação de Dirac, os vetores de estado são chamados "Kets" e são
representados como aparece a seguir:

Usualmente, na matemática, são chamados funcionais todas as funções lineares que associam vetores de um
espaço vetorial qualquer a um escalar. É sabido que os funcionais dos vetores de um espaço também formam
um espaço, que é chamado espaço dual. Na notação de Dirac, os funcionais - elementos do Espaço Dual - são
chamados "Bras" e são representados como aparece a seguir:

Segundo princípio: Medida de grandezas físicas

a) Para toda grandeza física A é associado um operador linear autoadjunto Â


pertencente a A: Â é o observável (autovalor do operador) representando a grandeza
A.
b) Seja o estado no qual o sistema se encontra no momento onde efetuamos a
medida de A. Qualquer que seja os únicos resultados possíveis são os
autovalores de do observável Â.
c) Sendo o projetor sobre o subespaço associado ao valor próprio a
probabilidade de encontrar o valor em uma medida de A é:

onde

d) Imediatamente após uma medida de A, que resultou no valor o novo estado


do sistema é

Terceiro princípio: Evolução do sistema

Seja o estado de um sistema ao instante t. Se o sistema não é submetido a nenhuma observação, sua
evolução, ao longo do tempo, é regida pela equação de Schrödinger:
onde é o hamiltoniano do sistema.

Conclusões
As conclusões mais importantes são:

Em estados ligados, como o elétron girando ao redor do núcleo de um átomo, a energia não se
troca de modo contínuo, mas sim de modo discreto (descontínuo), em transições cujas
energias podem ou não ser iguais umas às outras. A ideia de que estados ligados têm níveis
de energias discretos é devida a Max Planck.
O fato de ser impossível atribuir ao mesmo tempo uma posição e um momento exatos a uma
partícula, renunciando-se assim ao conceito de trajetória, vital em mecânica clássica. Em vez
de trajetória, o movimento de partículas em mecânica quântica é descrito por meio de uma
função de onda, que é uma função da posição da partícula e do tempo. A função de onda é
interpretada por Max Born como uma medida da probabilidade de se encontrar a partícula em
determinada posição e em determinado tempo. Esta interpretação é a mais aceita pelos físicos
hoje, no conjunto de atribuições da Mecânica Quântica regulamentados pela Escola de
Copenhaga. Para descrever a dinâmica de um sistema quântico deve-se, portanto, achar sua
função de onda, e para este efeito usam-se as equações de movimento, propostas por Werner
Heisenberg e Erwin Schrödinger independentemente.

Apesar de ter sua estrutura formal basicamente pronta desde a década de 1930, a interpretação da Mecânica
Quântica foi objeto de estudos por várias décadas. O principal é o problema da medição em Mecânica
Quântica e sua relação com a não-localidade e causalidade. Já em 1935, Einstein, Podolski e Rosen
publicaram seu Gedankenexperiment (paradoxo EPR), mostrando uma aparente contradição entre localidade
e o processo de medida em mecânica quântica. Nos anos 60 J. S. Bell publicou uma série de relações que
seriam respeitadas caso a localidade — ou pelo menos como a entendemos classicamente — ainda persistisse
em sistemas quânticos. Tais condições são chamadas desigualdades de Bell e foram testadas
experimentalmente por Alain Aspect, P. Grangier, Jean Dalibard em favor da mecânica quântica. Como seria
de se esperar, tal interpretação ainda causa desconforto entre vários físicos, mas a grande parte da comunidade
aceita que estados correlacionados podem violar causalidade desta forma.

Tal revisão radical do nosso conceito de realidade foi fundamentada em explicações teóricas brilhantes para
resultados experimentais que não podiam ser descritos pela teoria clássica, e que incluem:

Espectro de radiação do corpo negro, resolvido por Max Planck com a proposição da
quantização da energia.
Explicação do experimento da dupla fenda, no qual eléctrons produzem um padrão de
interferência condizente com o comportamento ondular.
Explicação por Albert Einstein do efeito fotoelétrico descoberto por Heinrich Hertz, onde
propõe que a luz também se propaga em quanta (pacotes de energia definida), os chamados
fótons.
O Efeito Compton, no qual se propõe que os fótons podem se comportar como partículas,
quando sua energia for grande o bastante.
A questão do calor específico de sólidos sob baixas temperaturas, cuja discrepância foi
explicada pelas teorias de Einstein e de Debye, baseadas na equipartição de energia
segundo a interpretação quantizada de Planck.
A absorção ressonante e discreta de energia por gases, provada no experimento de Franck-
Hertz quando submetidos a certos valores de diferença de potencial elétrico.
A explicação da estabilidade atômica e da natureza discreta das raias espectrais, graças ao
modelo do átomo de Bohr, que postulava a quantização dos níveis de energia do átomo.
O desenvolvimento formal da teoria foi obra de esforços conjuntos de muitos físicos e matemáticos da época
como Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Einstein, P.A.M. Dirac, Niels Bohr e John von Neumann, entre
outros (de uma longa lista).

Formalismos
Mais tarde, foi introduzido o formalismo hamiltoniano, baseado matematicamente no uso do lagrangiano, mas
cuja elaboração matemática é muitas vezes mais fácil.

Interpretações
Há várias interpretações da mecânica quântica, como uma tentativa de responder a questão: Sobre o que trata
exatamente a mecânica quântica? Dentre elas, destacam-se:

Interpretação de Copenhaga;
Interpretação de Bohm;
Interpretação de muitos mundos;
Histórias consistentes;
Consciência causa colapso (interpretação de von Neumann-Wigner);
Teorias de colapso objetivo - inclui Teoria de Ghirardi-Rimini-Weber e interpretação de
Penrose;
Abordagens da informação quântica - ontologias de informação, que já foram descritas como
um reavivamento do imaterialismo; e interpretações em que a mecânica quântica é dita como
descrevendo o conhecimento do observador em relação ao mundo, ao invés do mundo em si,
que são consideradas similares ao instrumentalismo;[8]
Lógica quântica;
Interpretação transacional;
Interpretação conjunta;
Interpretação estocástica.

Interações com outras teorias científicas


As regras da mecânica quântica são fundamentais. Eles afirmam que o espaço de estado de um sistema é um
espaço de Hilbert (crucialmente, que o espaço tem um produto interno) e que os observáveis do sistema são
operadores hermitianos que atuam em vetores naquele espaço - embora não nos digam qual espaço de Hilbert
ou quais operadores. Estes podem ser escolhidos apropriadamente para obter uma descrição quantitativa de um
sistema quântico. Um guia importante para fazer essas escolhas é o princípio da correspondência, que afirma
que as previsões da mecânica quântica se reduzem às da mecânica clássica quando um sistema se move para
energias mais altas ou, equivalentemente, para números quânticos maiores, ou seja, enquanto uma única
partícula exibe um grau de aleatoriedade, em sistemas que incorporam milhões de partículas, a média assume o
controle e, no alto limite de energia, a probabilidade estatística de comportamento aleatório se aproxima de
zero. Em outras palavras, a mecânica clássica é simplesmente uma mecânica quântica de grandes sistemas.
Esse limite de "alta energia" é conhecido como limite clássico ou de correspondência. Pode-se até começar a
partir de um modelo clássico estabelecido de um sistema específico e tentar adivinhar o modelo quântico
subjacente que daria origem ao modelo clássico no limite de correspondência.

Quando a mecânica quântica foi originalmente formulada, ela foi aplicada a modelos cujo limite de
correspondência era a mecânica clássica não relativista. Por exemplo, o modelo bem conhecido do oscilador
harmônico quântico usa uma expressão explicitamente não relativística para a energia cinética do oscilador e,
portanto, é uma versão quântica do oscilador harmônico clássico.

As primeiras tentativas de mesclar a mecânica quântica com a Problemas não


relatividade especial envolveram a substituição da equação de solucionados na
Schrödinger por uma equação covariante, como a equação de Klein- física:
Gordon ou a equação de Dirac. Embora essas teorias tenham
conseguido explicar muitos resultados experimentais, elas possuíam
No limite de
certas qualidades insatisfatórias decorrentes do descaso com a criação e
correspondência da
aniquilação relativística de partículas. Uma teoria quântica totalmente
mecânica quântica: Existe
relativística exigia o desenvolvimento da teoria quântica de campos, que
uma interpretação
aplica quantização a um campo (em vez de um conjunto fixo de
preferida da mecânica
partículas). A primeira teoria quântica completa do campo, a
quântica? Como a
eletrodinâmica quântica, fornece uma descrição quântica completa da
descrição quântica da
interação eletromagnética. O aparato completo da teoria quântica de
realidade, que inclui
campos é muitas vezes desnecessário para descrever sistemas
elementos como a
eletrodinâmicos. Uma abordagem mais simples, empregada desde o
"sobreposição de estados"
início da mecânica quântica, é tratar partículas carregadas como objetos
e o "colapso da função de
da mecânica quântica que são acionados por um campo eletromagnético
onda", dá origem à
clássico. Por exemplo, o modelo quântico elementar do átomo de
realidade que percebemos?
hidrogênio descreve o campo elétrico do átomo de hidrogênio usando
um potencial de Coulomb clássico. Essa abordagem (mais problemas não
"semiclássica" falha se as flutuações quânticas no campo
solucionados na física)
eletromagnético tiverem um papel importante, como na emissão de
fótons por partículas carregadas.

Também foram desenvolvidas teorias quânticas de campo para a força nuclear forte e a força nuclear fraca. A
teoria quântica de campos da força nuclear forte é chamada cromodinâmica quântica e descreve as interações
de partículas subnucleares, como quarks e glúons. A força nuclear fraca e a força eletromagnética foram
unificadas, em suas formas quantizadas, em uma única teoria quântica de campos (conhecida como teoria
eletrofraca), pelos físicos Abdus Salam, Sheldon Glashow e Steven Weinberg. Esses três homens
compartilharam o Prêmio Nobel de Física em 1979 por este trabalho.[9]

Provou-se difícil construir modelos quânticos da gravidade, a força fundamental restante. As aproximações
semiclássicas são viáveis e levaram a previsões como a radiação Hawking. No entanto, a formulação de uma
teoria completa da gravidade quântica é dificultada por aparentes incompatibilidades entre a relatividade geral
(a teoria da gravidade mais precisa atualmente conhecida) e algumas das suposições fundamentais da teoria
quântica. A resolução dessas incompatibilidades é uma área de pesquisa ativa, e teorias como a teoria das
cordas estão entre os possíveis candidatos a uma futura teoria da gravidade quântica.

A mecânica clássica também foi estendida para o domínio complexo, com a mecânica clássica complexa
exibindo comportamentos semelhantes à mecânica quântica.[10]

Mecânica quântica e física clássica

As previsões da mecânica quântica foram verificadas experimentalmente com um grau extremamente alto de
precisão.[11] De acordo com o princípio da correspondência entre a mecânica clássica e a quântica, todos os
objetos obedecem às leis da mecânica quântica, e a mecânica clássica é apenas uma aproximação para grandes
sistemas de objetos (ou uma mecânica quântica estatística de uma grande coleção de partículas).[12] As leis da
mecânica clássica, portanto, seguem as leis da mecânica quântica como uma média estatística no limite de
grandes sistemas ou grandes números quânticos.[13] No entanto, sistemas caóticos não têm bons números
quânticos, e o caos quântico estuda a relação entre descrições clássicas e quânticas nesses sistemas.
A coerência quântica é uma diferença essencial entre as teorias clássica e quântica, conforme ilustrado pelo
paradoxo de Einstein–Podolsky–Rosen (EPR) – um ataque a uma certa interpretação filosófica da mecânica
quântica por um apelo ao realismo local.[14] A interferência quântica envolve a soma de amplitudes de
probabilidade, enquanto as "ondas" clássicas inferem que há uma soma de intensidades. Para corpos
microscópicos, a extensão do sistema é muito menor que o comprimento de coerência, o que dá origem a
entrelaçamento de longo alcance e outros fenômenos não locais característicos dos sistemas quânticos.[15] A
coerência quântica não é tipicamente evidente em escalas macroscópicas, embora uma exceção a essa regra
possa ocorrer em temperaturas extremamente baixas (isto é, se aproximando do zero absoluto) nas quais o
comportamento quântico pode se manifestar macroscopicamente.[16] Isso está de acordo com as seguintes
observações:

Muitas propriedades macroscópicas de um sistema clássico são uma conseqüência direta do


comportamento quântico de suas partes. Por exemplo, a estabilidade da matéria bruta
(composta por átomos e moléculas que entrariam em colapso rapidamente apenas sob forças
elétricas), a rigidez dos sólidos e as propriedades mecânicas, térmicas, químicas, ópticas e
magnéticas da matéria são todos resultados da interação de cargas elétricas sob as regras da
mecânica quântica.[17]
Enquanto o comportamento aparentemente "exótico" da matéria postulado pela mecânica
quântica e pela teoria da relatividade se torna mais aparente quando se lida com partículas de
tamanho ou velocidades extremamente pequenas que se aproximam da velocidade da luz, as
leis da física clássica, frequentemente considerada "newtoniana", continuam precisas na física
em predizer o comportamento da grande maioria dos objetos "grandes" (da ordem do tamanho
de grandes moléculas ou maiores) a velocidades muito menores que a velocidade da luz.[18]

Interpretação de Copenhague da cinemática quântica versus clássica

Uma grande diferença entre a mecânica clássica e a quântica é que elas usam descrições cinemáticas muito
diferentes.[19]

Na visão madura de Niels Bohr, é necessário que os fenômenos da mecânica quântica sejam experimentos,
com descrições completas de todos os dispositivos do sistema, preparativos, intermediários e finalmente
medidos. As descrições são em termos macroscópicos, expressas em linguagem comum, complementadas com
os conceitos da mecânica clássica.[20][21][22][23] A condição inicial e a condição final do sistema são descritas
respectivamente por valores em um espaço de configuração, por exemplo, um espaço de posição ou algum
espaço equivalente, como um espaço de momento. A mecânica quântica não admite uma descrição
completamente precisa, em termos de posição e momento, de uma condição inicial ou "estado" (no sentido
clássico da palavra) que apoiaria uma previsão causal e precisamente determinística de uma condição
final.[24][25] Nesse sentido, defendido por Bohr em seus escritos maduros, um fenômeno quântico é um
processo, uma passagem da condição inicial para a condição final, não um "estado" instantâneo no sentido
clássico dessa palavra.[26][27] Portanto, existem dois tipos de processos na mecânica quântica: estacionário e
de transição. Para um processo estacionário, as condições inicial e final são as mesmas. Para uma transição,
eles são diferentes. Obviamente, por definição, se apenas a condição inicial for fornecida, o processo não será
determinado.[24] Dada sua condição inicial, a previsão de sua condição final é possível, causalmente, mas
apenas probabilisticamente, porque a equação de Schrödinger é determinística para a evolução da função de
onda, mas a função de onda descreve o sistema apenas probabilisticamente.[28][29]

Para muitos experimentos, é possível pensar nas condições iniciais e finais do sistema como uma partícula. Em
alguns casos, parece que existem potencialmente várias vias ou trajetórias espacialmente distintas pelas quais
uma partícula pode passar da condição inicial para a condição final. É uma característica importante da
descrição cinemática quântica que ela não permite uma declaração definida única de qual dessas vias é
realmente seguida. Somente as condições inicial e final são definidas e, conforme declarado no parágrafo
anterior, são definidas apenas com a precisão permitida pela descrição do espaço de configuração ou seu
equivalente. Em todos os casos em que é necessária uma descrição cinemática quântica, há sempre uma razão
convincente para essa restrição de precisão cinemática. Um exemplo de tal razão é que, para que uma partícula
seja encontrada experimentalmente em uma posição definida, ela deve ser mantida imóvel; para que seja
experimentalmente encontrada um momento definido, ele deve ter movimento livre; esses dois são logicamente
incompatíveis.[30][31]

A cinemática clássica não exige primariamente descrição experimental de seus fenômenos. Permite uma
descrição completamente precisa de um estado instantâneo por um valor no espaço de fase, o produto
cartesiano de espaços de configuração e momento. Esta descrição simplesmente assume ou imagina um estado
como uma entidade fisicamente existente, sem se preocupar com sua mensurabilidade experimental. Essa
descrição de uma condição inicial, juntamente com as leis do movimento de Newton, permite uma previsão
determinística e causal precisa de uma condição final, com uma trajetória definida de passagem. A dinâmica
hamiltoniana pode ser usada para isso. A cinemática clássica também permite a descrição de um processo
análogo à descrição inicial e final da condição usada pela mecânica quântica. A mecânica lagrangiana se aplica
a isso.[32] Para processos que precisam levar em consideração as ações de um pequeno número de constantes
de Planck, a cinemática clássica não é adequada; mecânica quântica é necessária.

Relatividade geral e mecânica quântica

Mesmo com os postulados definidores da teoria da relatividade geral de Einstein e da teoria quântica sendo
indiscutivelmente apoiados por evidências empíricas rigorosas e repetidas, e embora eles não se contradigam
diretamente teoricamente (pelo menos no que diz respeito às suas reivindicações primárias), eles provaram ser
extremamente difíceis de incorporar em um modelo consistente e coeso.[33]

A gravidade é insignificante em muitas áreas da física de partículas, de modo que a unificação entre a
relatividade geral e a mecânica quântica não é uma questão urgente nessas aplicações particulares. No entanto,
a falta de uma teoria correta da gravidade quântica é uma questão importante na cosmologia física e na busca
pelos físicos de uma elegante "Teoria de Tudo". Consequentemente, resolver as inconsistências entre as duas
teorias tem sido um dos principais objetivos da física dos séculos XX e XXI. Muitos físicos de destaque,
incluindo Stephen Hawking, trabalharam há muitos anos na tentativa de descobrir uma teoria subjacente a
tudo. Esta Teoria de Tudo combinaria não apenas os diferentes modelos da física subatômica, mas também
derivaria as quatro forças fundamentais da natureza – força forte, eletromagnetismo, força fraca e gravidade –
de uma única força ou fenômeno. Enquanto Stephen Hawking acreditava inicialmente na Teoria de Tudo,
depois de considerar o Teorema da Incompletude de Gödel, ele concluiu que uma não é obtenível e o declarou
publicamente em sua palestra "Gödel e o Fim da Física" (2002).[34]

Tentativas de uma teoria do campo unificado

A busca para unificar as forças fundamentais através da mecânica quântica ainda está em andamento. A
eletrodinâmica quântica (ou "eletromagnetismo quântico"), que atualmente é (pelo menos no regime
perturbativo) a teoria física mais precisamente testada em competição com a relatividade geral,[35][36] foi
combinada com sucesso com a força nuclear fraca na força eletrofraca atualmente, e atualmente está sendo
feito um trabalho para mesclar as forças forte e eletrofraca à força eletroforte. As previsões atuais afirmam que,
por volta de 1014 GeV, as três forças mencionadas acima são fundidas em um único campo unificado.[37]
Além dessa "grande unificação", especula-se que seja possível mesclar a gravidade com as outras três simetrias
de gauge, que devem ocorrer em aproximadamente 1019 GeV. Contudo – e enquanto a relatividade especial é
parcimoniosamente incorporada na eletrodinâmica quântica – a relatividade geral expandida, atualmente a
melhor teoria que descreve a força da gravitação, não foi totalmente incorporada à teoria quântica. Um dos que
procuram uma Teoria de Tudo coerente é Edward Witten, um físico teórico que formulou a teoria M, que é
uma tentativa de descrever a teoria das cordas baseada em supersimetria. A teoria M postula que nosso espaço-
tempo 4-dimensional aparente é, na realidade, um espaço-tempo 11-dimensional contendo 10 dimensões
espaciais e 1 dimensão temporal, embora 7 das dimensões espaciais sejam – em energias mais baixas –
completamente "compactadas" (ou infinitamente curvas) e não são facilmente passíveis de medição ou
sondagem.

Outra teoria popular é a gravidade quântica em loop (LQG), uma teoria proposta pela primeira vez por Carlo
Rovelli que descreve as propriedades do quantum de gravidade. É também uma teoria do espaço quântico e do
tempo quântico, porque na relatividade geral a geometria do espaço-tempo é uma manifestação da gravidade.
A LQG é uma tentativa de mesclar e adaptar a mecânica quântica padrão e a relatividade geral padrão. A
principal saída da teoria é uma imagem física do espaço onde o espaço é granular. A granularidade é uma
conseqüência direta da quantização. Tem a mesma natureza da granularidade dos fótons na teoria quântica do
eletromagnetismo ou nos níveis discretos da energia dos átomos. Mas aqui é o próprio espaço que é discreto.
Mais precisamente, o espaço pode ser visto como uma malha ou rede extremamente fina "tecida" de laços
finitos. Essas redes de loops são chamadas de redes de rotação. A evolução de uma rede de spin ao longo do
tempo é chamada de espuma de spin. O tamanho previsto dessa estrutura é o comprimento de Planck, que é
aproximadamente 1.616×10-35 m. Segundo a teoria, não há significado para um comprimento menor que esse
(cf. Energia de escala de Planck). Portanto, a LQG prevê que não apenas a matéria, mas também o próprio
espaço, possui uma estrutura atômica.

Implicações filosóficas
Desde a sua criação, os muitos aspectos e resultados contraintuitivos da mecânica quântica provocaram fortes
debates filosóficos e muitas interpretações. Até questões fundamentais, como as regras básicas de Max Born,
relativas a amplitudes e distribuições de probabilidade, levaram décadas para serem apreciadas pela sociedade
e por muitos cientistas importantes. Richard Feynman disse uma vez: "Acho que posso dizer com segurança
que ninguém entende a mecânica quântica".[38] Segundo Steven Weinberg, "Na minha opinião, não existe
agora uma interpretação inteiramente satisfatória da mecânica quântica".[39]

A interpretação de Copenhague – em grande parte devido a Niels Bohr e Werner Heisenberg – continua sendo
amplamente aceita entre os físicos, cerca de 75 anos após sua enunciação. Segundo essa interpretação, a
natureza probabilística da mecânica quântica não é uma característica temporária que será substituída por uma
teoria determinística, mas deve ser considerada uma renúncia final à ideia clássica de "causalidade". Também
se acredita que qualquer aplicação bem definida do formalismo da mecânica quântica deve sempre fazer
referência ao arranjo experimental, devido à natureza conjugada das evidências obtidas em diferentes situações
experimentais.

Albert Einstein, ele próprio um dos fundadores da teoria quântica, não aceitou algumas das interpretações mais
filosóficas ou metafísicas da mecânica quântica, como a rejeição ao determinismo e à causalidade. Ele é citado
por dizer que, em resposta a esse aspecto, "Deus não brinca com dados".[40] Ele rejeitou o conceito de que o
estado de um sistema físico depende do arranjo experimental para sua medição. Ele sustentou que um estado
de natureza ocorre por si só, independentemente de como ou possa ser observado. Nessa visão, ele é apoiado
pela definição atualmente aceita de um estado quântico, que permanece invariável sob a escolha arbitrária do
espaço de configuração para sua representação, ou seja, o modo de observação. Ele também sustentou que
subjacente à mecânica quântica deveria haver uma teoria que expresse completa e diretamente a regra contra a
ação à distância; em outras palavras, ele insistiu no princípio da localidade. Ele considerou, mas rejeitou por
razões teóricas, uma proposta específica de variáveis ocultas para evitar o indeterminismo ou a causalidade da
medição da mecânica quântica. Ele considerou que a mecânica quântica era atualmente uma teoria válida, mas
não permanentemente definitiva, para os fenômenos quânticos. Ele achava que sua substituição futura exigiria
avanços conceituais profundos e não ocorreria com rapidez ou facilidade. Os debates Bohr-Einstein fornecem
uma crítica vibrante da interpretação de Copenhague a partir de uma epistemológica ponto de vista. Ao
defender suas opiniões, ele produziu uma série de objeções, a mais famosa das quais ficou conhecida como o
paradoxo de Einstein-Podolsky-Rosen.
John Bell mostrou que esse paradoxo EPR levou a diferenças experimentalmente testáveis entre a mecânica
quântica e as teorias que dependem de variáveis ocultas adicionadas. Experimentos foram realizados
confirmando a precisão da mecânica quântica, demonstrando assim que a mecânica quântica não pode ser
melhorada pela adição de variáveis ocultas.[41] As experiências iniciais de Alain Aspect em 1982, e muitas
experiências subsequentes desde então, verificaram definitivamente o emaranhamento quântico. No início dos
anos 80, experimentos mostraram que essas desigualdades eram realmente violadas na prática – para que
houvesse de fato correlações do tipo sugerido pela mecânica quântica. A princípio, esses pareciam efeitos
esotéricos isolados, mas em meados da década de 90 eles estavam sendo codificados no campo da teoria da
informação quântica e levaram a construções com nomes como criptografia quântica e teletransporte
quântico.[42]

O emaranhamento, como demonstrado em experimentos do tipo Bell, não violam, no entanto, a causalidade,
uma vez que nenhuma transferência de informações acontece. O emaranhamento quântico forma a base da
criptografia quântica, proposta para uso em aplicações comerciais de alta segurança em bancos e governo.

A interpretação de muitos mundos de Everett, formulada em 1956, sustenta que todas as possibilidades
descritas pela teoria quântica ocorrem simultaneamente em um multiverso composto por universos paralelos
majoritariamente independentes.[43] Isso não é realizado introduzindo um "novo axioma" à mecânica quântica,
mas, pelo contrário, removendo o axioma do colapso do pacote de ondas. Todos os possíveis estados
consistentes do sistema de medição e o aparelho de medição (incluindo o observador) estão presentes numa
sobreposição quântica física real – não apenas formalmente matemático, como em outras interpretações. Essa
sobreposição de combinações consistentes de estados de diferentes sistemas é denominada estado emaranhado.
Enquanto o multiverso é determinístico, percebemos um comportamento não determinístico governado pelas
probabilidades, porque só podemos observar o universo (isto é, a contribuição do estado consistente para a
sobreposição acima mencionada) que nós, como observadores, habitamos.

A interpretação de Everett é perfeitamente consistente com os experimentos de John Bell e os torna


intuitivamente compreensíveis. No entanto, de acordo com a teoria da decoerência quântica, esses "universos
paralelos" nunca serão acessíveis para nós. A inacessibilidade pode ser entendida do seguinte modo: uma vez
por medição é feita, o sistema de medida se torna enredado com tanto o físico que mediu e um grande número
de outras partículas, algumas das quais são fótons que se movem à velocidade da luz no sentido da outra
extremidade do universo. Para provar que a função de onda não entrou em colapso, seria necessário trazer
todas essas partículas de volta e medi-las novamente, juntamente com o sistema que foi originalmente medido.
Não só isso é completamente impraticável, mas mesmo que alguém pudesse teoricamente fazer isso, teria que
destruir qualquer evidência de que a medição original ocorreu (incluindo a memória do físico). À luz desses
testes de Bell, Cramer formulou sua interpretação transacional[44] que é única ao fornecer uma explicação
física para a regra de Born.[45] A mecânica quântica relacional apareceu no final dos anos 90 como o derivado
moderno da Interpretação de Copenhague.

Aplicações
A mecânica quântica teve um sucesso enorme[46] em explicar muitas das características do nosso universo. A
mecânica quântica é frequentemente a única teoria que pode revelar os comportamentos individuais das
partículas subatômicas que compõem todas as formas de matéria (elétrons, prótons, nêutrons, fótons e outros).
A mecânica quântica influenciou fortemente as teorias de cordas, candidatas a uma teoria de tudo (ver
reducionismo).

A mecânica quântica também é extremamente importante para entender como átomos individuais são unidos
por uma ligação covalente para formar moléculas. A aplicação da mecânica quântica à química é conhecida
como química quântica. A mecânica quântica também pode fornecer informações quantitativas sobre os
processos de ligação iônica e covalente, mostrando explicitamente quais moléculas são energeticamente
favoráveis a quais outras e as magnitudes das energias envolvidas.[47] Além disso, a maioria dos cálculos
realizados na química computacional moderna depende da mecânica quântica.

Em muitos aspectos, a tecnologia moderna opera em uma escala em que os efeitos quânticos são significativos.
Aplicações importantes da teoria quântica incluem química quântica, óptica quântica, computação quântica,
ímãs supercondutores, diodos emissores de luz, amplificador óptico e o laser, os transistores e semicondutores,
como o microprocessador, imagens médicas e de pesquisa, como ressonância magnética e microscopia
eletrônica.[48] Explicações para muitos fenômenos biológicos e físicos estão enraizadas na natureza da ligação
química, principalmente no DNA da macromolécula.[49]

Eletrônicos

Muitos dispositivos eletrônicos modernos são projetados usando a mecânica quântica. Exemplos incluem o
laser, o transistor (e, portanto, o microchip), o microscópio eletrônico e a ressonância magnética. O estudo de
semicondutores levou à invenção do diodo e do transistor, que são partes indispensáveis dos modernos
sistemas eletrônicos, computadores e dispositivos de telecomunicações. Outra aplicação é para fabricar diodo
laser e diodo emissor de luz, que são uma fonte de luz de alta eficiência.

Muitos dispositivos eletrônicos operam sob efeito de tunelamento


quântico. Ele existe até no simples interruptor de luz. O interruptor
não funcionaria se os elétrons não pudessem realizar um túnel
quântico através da camada de oxidação nas superfícies de contato do
metal. Os chips de memória flash encontrados nas unidades USB
usam o tunelamento quântico para apagar suas células de memória.
Alguns dispositivos de resistência diferencial negativa também
utilizam o efeito de tunelamento quântico, como o diodo de
tunelamento ressonante. Ao contrário dos diodos clássicos, sua
corrente é transportada por tunelamento ressonante através de duas ou
mais barreiras de potencial. Seu comportamento de resistência Um mecanismo de trabalho de um
negativa só pode ser entendido com a mecânica quântica: à medida diodo de tunelamento ressonante,
que o estado confinado se aproxima do nível de Fermi, a corrente do baseado no fenômeno do
túnel aumenta. À medida que se afasta, a corrente diminui. A tunelamento quântico através de
mecânica quântica é necessária para entender e projetar esses possíveis barreiras. (Esquerda:
dispositivos eletrônicos. diagrama de bandas; Centro:
coeficiente de transmissão; Direita:
características de tensão e corrente)
Criptografia Como mostrado no diagrama de
bandas (esquerda), embora existam
Os pesquisadores estão atualmente buscando métodos robustos de duas barreiras, os elétrons ainda
atravessam túneis através dos
manipulação direta de estados quânticos. Esforços estão sendo feitos
estados confinados entre duas
para desenvolver mais completamente a criptografia quântica, que
barreiras (centro), conduzindo
teoricamente permitirá a transmissão segura e garantida de
corrente.
informações.

Uma vantagem inerente gerada pela criptografia quântica quando comparada à criptografia clássica é a
detecção de espionagem passiva. Este é um resultado natural do comportamento dos bits quânticos; devido ao
efeito observador, se um bit em um estado de superposição fosse observado, o estado de superposição entraria
em colapso e se tornaria um estado autônomo. Como o destinatário pretendido esperava receber o bit em um
estado de superposição, o destinatário saberia que houve um ataque, porque o estado do bit não estaria mais
em uma superposição.[50]
Computação quântica

Outro objetivo é o desenvolvimento de computadores quânticos, que devem executar determinadas tarefas
computacionais exponencialmente mais rápido que os computadores clássicos. Em vez de usar bits clássicos,
os computadores quânticos usam qubits, que podem estar em superposições de estados. Programadores
quânticos são capazes de manipular a superposição de qubits, a fim de resolver problemas que a computação
clássica não pode fazer de maneira eficaz, como pesquisar bancos de dados não classificados ou fatorar
números inteiros. A IBM alega que o advento da computação quântica pode progredir nos campos da
medicina, logística, serviços financeiros, inteligência artificial e segurança na nuvem.[51]

Outro tópico ativo de pesquisa é o teletransporte quântico, que trata de técnicas para transmitir informações
quânticas em distâncias arbitrárias.

Efeitos quânticos em macroescala

Embora a mecânica quântica se aplique principalmente aos regimes atômicos menores de matéria e energia,
alguns sistemas exibem efeitos da mecânica quântica em larga escala. Superfluidez, o fluxo sem fricção de um
líquido a temperaturas próximas de zero absoluto, é um exemplo bem conhecido. O mesmo ocorre com o
fenômeno intimamente relacionado da supercondutividade, o fluxo sem atrito de um gás de elétrons em um
material condutor (corrente elétrica) a temperaturas suficientemente baixas. O efeito Hall quântico fracionário é
um estado ordenado topológico que corresponde a padrões de entrelaçamento quântico de longo alcance.[52]
Estados com ordens topológicas diferentes (ou padrões diferentes de entrelaçamento de longo alcance) não
podem mudar entre si sem uma transição de fase.

Teoria quântica

A teoria quântica também fornece descrições precisas para muitos fenômenos inexplicáveis, como a radiação
de corpo negro e a estabilidade dos orbitais dos elétrons nos átomos. Ela também forneceu informações sobre
o funcionamento de muitos sistemas biológicos diferentes (ver biologia quântica), incluindo receptores de
cheiro e estruturas de proteínas.[53] Trabalhos recentes sobre fotossíntese forneceram evidências de que as
correlações quânticas desempenham um papel essencial nesse processo fundamental das plantas e de muitos
outros organismos.[54] Mesmo assim, a física clássica geralmente pode fornecer boas aproximações aos
resultados obtidos de outra forma pela física quântica, normalmente em circunstâncias com grande número de
partículas ou grande número quântico. Como as fórmulas clássicas são muito mais simples e fáceis de calcular
que as fórmulas quânticas, as aproximações clássicas são usadas e preferidas quando o sistema é grande o
suficiente para tornar insignificantes os efeitos da mecânica quântica.

Referências
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under certain conditions is not really very precise. To make it precise one must imagine some
experiment performed having a bearing on the question, and enquire what will be the result of
the experiment. Only questions about the results of experiments have a real significance and it
is only such questions that theoretical physics has to consider."
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322. "The essential lesson of the analysis of measurements in quantum theory is thus the
emphasis on the necessity, in the account of the phenomena, of taking the whole experimental
arrangement into consideration, in complete conformity with the fact that all unambiguous
interpretation of the quantum mechanical formalism involves the fixation of the external
conditions, defining the initial state of the atomic system and the character of the possible
predictions as regards subsequent observable properties of that system. Any measurement in
quantum theory can in fact only refer either to a fixation of the initial state or to the test of such
predictions, and it is first the combination of both kinds which constitutes a well-defined
phenomenon."
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Consultado em 14 de dezembro de 2015

Ver também
Introdução à mecânica quântica
Teoria quântica de campos
Vácuo quântico
Efeito túnel
Interpretações da mecânica quântica
Computador quântico
Academia Internacional de Ciências Moleculares Quânticas

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