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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLOCA DE GOIÁS

ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DA SAÚDE


CURSO DE ENFERMAGEM
5º CICLO

ENF1081 - Promoção da Saúde III


Eixo Temático 21 - Medidas de Saúde Coletiva
Profª Me. Karla Prado de Souza Cruvinel
EPIDEMIAS

1 – Conceito:
“é uma alteração, espacial e temporalmente delimitada, do estado de saúde-doença de uma
população, caracterizada por uma elevação progressiva, inesperada e descontrolada dos coeficientes de
incidência de determinada doença, ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico
estabelecido.”

Para ser determinada é preciso que haja vigilância e controle: coleta de dados bioestatísticos, cálculo
de coeficientes, adoção de um limiar epidêmico convencionado e acompanhamento permanente da incidência
através de diagramas de controle.

2 – Abrangência das epidemias

Podem ocorrer em um espaço definido desde um surto até uma pandemia:

Surto epidêmico: ou surto, uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente limitado: colégio,
quartel, edifício de apartamento, bairro,etc.
Pandemia: ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, tingindo várias nações.

3 – Aspectos diferenciais das epidemias:


Não é classificatória, mas apenas didática:
a) epidemia explosiva: refere-se a velocidade do processo na primeira etapa, que é de progressão. A
incidência máxima é alcançada logo após ter-se iniciado a progressão.
b) epidemia lenta: a velocidade com que a incidência máxima é atingida é lenta. (Ex.: doenças de longo
período de incubação, hanseníase).
c) epidemia progressiva: o critério diferenciador é a transmissão hospedeiro-a-hospedeiro, pessoa a pessoa,
por via respiratória, anal, oral, genital, ou por vetores; sua progressão é lenta. (Ex.: doenças transmissíveis
respiratórias, DSTs, por insetos e artrópodes).
d) epidemia por fonte comum: inexistência de um mecanismo de transmissão hospedeiro-hospedeiro. O fator
extrínseco (ag. Infeccioso, fatores físico-químicos ou produtos do metabolismo biológico) é veiculado pela
água, alimento, ar ou introduzido por inoculação.

4 – Alterações na distribuição das doenças


São as modificações nos níveis de incidência da doença considerada:
a) Incidência em nível endêmico: se suas medidas caírem dentro dos limites endêmicos.
b) Incidência em nível epidêmico: se suas medidas ocorrerem na região de valores epidêmicos (acima do
limite superior endêmico).

5 – Mecanismos que interferem na incidência


A incidência de uma doença pode chegar a níveis epidêmicos através:
a) da importação e incorporação de casos imigrados;
b) contato acidental com agentes infecciosos, toxinas ou produtos químicos em populações nas quais a
incidência da doença permanecia nula até então.
c) A doença presente, até então controlada, assume caráter epidêmico.

6 – A curva epidêmica

a) Incremento inicial de casos: o coeficiente de incidência aproxima-se do nível superior endêmico, não tem
significado quando a incidência é nula ou de casos esporádicos, quando uns poucos casos já caracterizam o
processo epidêmico.
b) Egressão: a incidência ultrapassa o limite superior endêmico;
c) Progressão: fase inicial do processo até o clímax;
d) Incidência máxima: a força de crescimento da epidemia se extingue devido a: diminuição do número de
expostos, diminuição do número de suscetíveis, ação intencional de vigilância e controle ou processos
naturais de controle.
e) Regressão: última fase na evolução de uma epidemia;
f) Decréscimo endêmico: quando o processo regride a níveis mais baixos que aqueles vigentes antes da
eclosão da epidemia, pode-se pensar em erradicação teoricamente.
“a epidemia é restrita a um intervalo de tempo, marcada por um começo e por um fim, pode durar poucas
horas, dias ou décadas”; contrariamente a endemia que é ilimitada.
Referências:

PEREIRA, MG. Epidemiologia: teoria e prática. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
ROUQUAIROL, MZ. Epidemiologia & Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.

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