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Introdução

1.1 DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


E O AQUECIMENTO SOLAR

o mundo inteiro vive hoje um novo desafio: continuar seu desenvolvimento e


atender as necessidades do homem moderno sem, contudo, degradar de forma irracional
o meio ambiente.· Tal desafio pode ser resumido por duas palavras: desenvolvimento
sustentável. Poucas necessidades levam o homem a interferir mais no meio ambiente do
que a energia; por ela devastam-se florestas, inundam-se campos; emite-se grande
quantidade de poluentes nos mares, nos ares e nos rios para sua obtenção e
transformação. Pela energia faz-se a guerra e todos sabemos de seu caráter estratégico.

Que nação conseguiria sobreviver sem energia? Como seria possível manter nosso
desenvolvimento sem disponibilidade energética? Particularmente, o Brasil encontra-se em
um desafio ainda maior. Temos que alcançar taxas significativas de crescimento para
obtermos nosso pleno desenvolvimento. Entretanto, sabemos que para possibilitar tal
desenvolvimento necessitamos de investimentos energéticos para os quais não dispomos
de recursos. Dentre as opções oferecidas, sem dúvida aquela de menor custo é conservar
o que nós já temos. A conservação de energia tem de ser uma prioridade nacional,
principalmente por estas razões: preservação do meio ambiente e desenvolvimento a
baixo custo.

Em se tratando de conservação de energia, o Aquecimento Solar tem totais


condições de se tornar a opção brasileira de aquecimento de água: custos competitivos,
tenologia própria e uma imensa riqueza energética através de uma fonte inesgotável: o
sol. Para que se tenha ideia mais exata de nosso potencial, a energia solar que incide
sobre o DF em um ano é equivalente a mais de 160 ITAPUS! O uso dos aquecedores
solares evita a utilização de diversas fontes convencionais para produção de energia,
como pode-se observar no quadro seguinte:

Cada 1 m² de coletor solar instalado permite: Economizar


55 kg de GLP p/ano;

Evita a inundação de 56 m² para Geração de energia elétrica.


Elimina anualmente o consumo de 215 kg de lenha.

Figura 1.1-Comparação de Energéticos

Além disso, o aquecimento solar tem uma elevada capacidade de geração de


empregos, pois emprega grande quantidade de mão de obra em suas diversas etapas,
desde a produção do equipamento até a instalação.

O que devemos esperar para o futuro do Brasil é uma utilização em larga escala
destes equipamentos, para preservarmos nossas hidrelétricas e permitirmos que sua
energia propulsione os motores de nosso desenvolvimento, trabalhando na produção de
bens e serviços vitais para o desenviolamento do país.

Ao usuário final, o aquecimento solar oferece uma opção pessoal de bom


investimento e respeito pelo meio ambiente, permitindo a este alcançar conforto e
economia.

1.2 O USO DA ENERGIA ELÉTRICA NO SETOR


RESIDENCIAL E OS CHUVEIROS ELÉTRICOS

Nos últimos anos temos visto, até mesmo através da imprensa, as relevantes
preocupações quanto ao abastecimento de energia elétrica, particularmente nos horários
de pico. Os blecautes deixaram de ser apenas uma ameaça para se tomar parte de nossa
realidade. Os chuveiros elétricos têm grande participação na demanda exigida ao sistema
nestes horários de pico e sua substituição por aquecedores solares têm a grande
vantagem de não apenas conservar energia, mas também de conservá la na hora certa,
isto é, nos momentos de sobrecarga do sistema.
A distribuição do consumo de energia elétrica por setores no Brasil mostra uma
participação significativa do setor residencial, acima de 24 % do total consumido no país.

CONSUMO Elétrico POR SETORES (2007).

Dentro do setor residencial, tem-se uma participação de 26% do consumo ligado


ao aquecimento de água, participação inferior somente ao da refrigeração. Assim, conclui-
se facilmente que apenas o aquecimento de água para banho em residências é
responsável por mais de 6.0% de todo o consumo nacional de energia elétrica.

Ainda assim, O Brasil possui um baixo consumo elétrico residencial por habitante.
Este baixo consumo, que já vem se elevando, crescerá rapidamente a partir da melhoria
da condição social e econômica no país, como verificou-se recentemente com a
estabilização econômica Nos primeiros anos do plano real, o setor de maior crescimento
de consumo de energia elétrica foi justamente o setor residencial Por exemplo de maio de
1995 até maio de 1996 o setor residencial cresceu 12,9% em consumo enquanto o setor
comercial 10,8% e o industrial teve queda de 1,9% no mesmo período.

CONSUMO ELÉTRICO RESIDENCIAL CONSUMO (KW/h/ano/hab.).

Destes números, é importante ressaltar que ainda há possibilidade imediata de


redução da participação da iluminação e refrigeração, através da instalação de
equipamentos mais eficientes. Do ponto de vista do aquecimento de água, entretanto, a
situação é mais complexa. A fonte absolutamente predominante de aquecimento de água
no Brasil é o chuveiro elétrico. Do ponto de vista estritamente energético, são
extremamente eficientes, com uma alta taxa de conversão de energia elétrica em calor e
baixo desperdício, visto que é aquecida apenas a água a ser imediatamente utilizada. Os
Chuveiros elétricos têm uma ampla variação de preços e potências, podendo, nos modelos
mais simples e de menor potência (4400 W), custar menos de US$ 10,00 até, nos modelos
mais sofisticados com controle eletrônico e alta potência (8200 W), acima de US$ 2SO,OO
Segundo levantamento realizado pela Eletrobras, em 1988, haviam 17,5 milhões de
Chuveiros elétricos espalhados por todo o país, com uma penetração superior a 67% das
residências. Além dos chuveiros elétricos. os outros tipos de aquecimento de água tem
pequena participação, sendo bastante comum, em residências da região Norte e Nordeste,
encontrar residências sem nenhum tipo de aquecimento de água. Nas regiões mais frias e
populosas do país, entretanto, tem se verificado um crescimento constante da potência
dos chuveiros, que já possuíram apenas 1500 W e hoje tem, na maioria dos casos, 4.400
W. Como as exigências de conforto de banho por parte dos usuários tem aumentado,
acredita-se que a potência destes equipamento continuará se elevando. Apesar de barato
e de simples instalação (como o aquecimento é de passagem exige-se apenas a tubulação
de água fria em PVC), os chuveiros apresentam um elevado risco devido à presença de
corrente elétrica elevada no ambiente de banho. Como as instalações no país dificilmente
possuem um “Terra”, o perigo torna-se ainda maior, ocasionando vários acidentes por
choque elétrico. Apesar disso, o chuveiro elétrico já faz parte da cultura brasileira e sua
substituição exige mais do que a questão de segurança, pois as famílias já estão
habituadas a utilizarem o equipamento e a maioria dos usuários está satisfeita com
aparelho.

Além dos aspectos relacionados ao próprio usuário, mais importante talvez seja a
questão da utilização dos chuveiros do ponto de vista das concessionárias. A curva a
seguir representa a curva de demanda típica de uma concessionária brasileira, já
desagregada pelos diversos segmentos de mercado. Note-se que o pico de demanda do
setor residencial é transmitido para toda a curva do sistema.
1.3 O MERCADO BRASILEIRO DE AQUECIMENTO
SOLAR.
1.3.1 Crescimento e Desenvolvimento do Mercado
Brasileiro.

Comercialmente, as primeiras iniciativas significativas de mercado no Brasil


ocorreram, assim como em alguns outros países, a partir do impulso gerado pela crise do
petróleo em 1973. Assim, as atividades relacionadas ao tema tiveram seu ápice tanto do
ponto de vista comercial quanto em nível de pesquisas no final da década de 70. A partir
de então, com o afastamento da ameaça da escassez de petróleo e com a grave crise
econômica enfrentada pelo país, as atividades ligadas a área sofreram um forte declínio
em suas taxas de crescimento, apresentando uma situação de lento crescimento ao longo
dos anos, baseado principalmente no trabalho comercial das empresas
remanescentes. Desde o início, as empresas nunca contaram com nenhum.

Em pesquisas realizadas pela ELETRO PAULO (Eletricidade de São Paulo) e


pela USP (Universidade de São Paulo), constatou-se que em habitações populares o uso
do chuveiro elétrico amplia em 121% a potência média instalada e em 365% a demanda
máxima média das unidades. Este fato evidencia o baixo fator de carga do equipamento,
levando a uma pequena participação no faturamento das concessionárias, mas um
elevado investimento associado ao atendimento da demanda máxima. Desta forma. Tem
se que, apesar do baixo custo para o usuário final (US$ 10,00), o uso do chuveiro elétrico
representa um elevado investimento para as concessionárias: como da ordem de US$
900,00.

Desde o início, as empresas nunca contaram com nenhum apoio ou incentivo


oficial, muito menos um plano organizado de desenvolvimento do setor. Na década de 80,
elaborou-se um plano, então denominado Pró-Solar, com diversas ações de incentivo e
emprego de sistemas de aquecimento solar. Este plano, entretanto, nunca saiu da fase de
planejamento, tendo sido abandonado com a posterior troca de governo.

Apresentando uma situação de lento crescimento ao longo dos anos, baseado


principalmente no trabalho comercial das empresas remanescentes. Desde o início, as
empresas nunca contaram com nenhum apoio ou incentivo oficial, muito menos um plano
organizado de desenvolvimento do setor. Na década de 80, elaborou-se um plano, então
denominado Pró-Solar, com diversas ações de incentivo e emprego de sistemas de
aquecimento solar. Este plano, entretanto, nunca saiu da fase de planejamento, tendo
sido abandonado com a posterior troca de governo.

Em um primeiro momento, havia um grande número de empresas de aquecimento


solar no mercado, em sua maioria despreparadas tecnicamente e comercialmente, o que
acabou por criar algumas dificuldades no mercado devido a experiências insatisfatórias.

Desde o final dos anos 80, entretanto, o setor vem convivendo com algumas
mudanças significativas. As variáveis ambientais e o início da recuperação das tarifas de
energia elétrica, aliados ao decréscimo de custos dos equipamentos e instalações os
preços dos equipamentos reduziram-se de mais de US$ SOO,OO por m2 nos anos 70 para
cerca de US$ 200,OO propiciaram um crescimento mais forte do setor, além de melhorias
técnicas e maior organização. Em levantamento realizado pela ABR AVA, apontou-se para
um número superior a 2,000,000 de m2 de coletores já instalados no Brasil. O mercado
tem crescido a taxas significativas nos últimos anos, embalado pela estabilização
econômica, aumento de tarifas energéticas e em menor escala pelas questões ambientais.

Em 1992, foi criado o Departamento de Aquecimento Solar na a brava A a brava


Associação Brasileira de Refrigeração. Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento é uma
organização que existe há mais de 35 anos, promovendo diversas ações técnicas e
comerciais nos setores a ela ligados. Tal Departamento, denominado DAS vem
trabalhando no sentido de ampliar o uso do aquecimento solar no Brasil com diversas
ações objetivas nesse sentido.

Uma dessas ações foi uma pesquisa de opinião pública sobre o aquecimento solar.
Alguns dos dados mais relevantes dessa pesquisa dizem respeito, Inicialmente ao baixo
nível de conhecimento da população sobre o produto, Apesar disto, revela-se um elevado
nível de satisfação por parte dos usuários, fato confirmado inclusive por outra pesquisa
realizada pela CEMIG. Outro fato relevante, diz respeito à visão geral de que o
aquecimento solar é um equipamento caro, o que tem levado a um afastamento de
compradores em potencial.
Opinião de Usuários sobre Serviços Prestados

Um ponto constatado em parte pela própria pesquisa foi de que até recentemente
as vendas dos equipamentos estava maís ligada a uma questão de status do que
propriamente de economia de energia. Este fato teve como consequência negativa a
possibilidade de atuação de empresas despreparadas, pois não havia por parte dos
clientes uma verificação efetiva sobre o perfeito funcionamento dos equipamentos e
sistemas instalados.

Atualmente entretanto, tem crescido o número de compradores interessados


fortemente na questão econômica e assim, através da maior exigência dos consumidores,
tem-se elevado a qualidade no setor.
1.3.2 Distribuição e Atuação das Empresas
Brasileiras do Setor

Em 1996, foram levantadas pela a brava mais de 80 empresas produtoras


(fabricantes) de equipamentos de. Aquecimento solar no Brasil. Na Tabela 3, observa-se a
distribuição regional da localização dos fabricantes. Nota-se uma grande preponderância
de empresas na região Sudeste, notadamente em São Paulo e Minas Gerais. Como estas
empresas, em sua grande maioria, tem atuação apenas regional, a sua localização
também é um parâmetro seguro da proporcionalidade de mercado no Brasil. Em sua
grande maioria são empresas pequenas, com faturamento anual inferior a US$
400.000,00. As regiões que não possuem fabricantes, via de regra, possuem um mercado
bastante pequeno, trabalhado através, de representantes comerciais ou distribuidores.

TABELA 3 Distribuição de Fabricantes por Região.

REGIÃO NÚMERO DE FABRICANTES


Sudeste 64
Sul FABRICANTESINDÚSTRIAS
17
Centroeste 06
Nordeste 01
Norte O
TOTAL 88

A liderança dos estados do Sudeste deve-se a alguns fatores climáticos, econômicos e a


algumas peculiaridades de mercado. O aquecimento solar encontra na região e em parte
da região centro-oeste do país uma condição bastante favorável, pois apesar de possuírem
índices de radiação bastante elevados, estas regiões são caracterizadas por invernos
relativamente rigorosos para o clima brasileiro. Assim, cria-se a necessidade de água
quente em maior escala e que pode ser atendida por equipamentos mais baratos devido a
maior disponibilidade de radiação. Além disso, estas regiões apresentam um inverno
bastante seco, com níveis de insolação muito elevados.
1.3.3-Peculiaridades do Mercado Brasileiro de Aquecimento
Solar.

Algumas características tornam o mercado brasileiro de aquecimento solar típico em vários


aspectos, tanto tecnicamente quanto comercialmente. Entre os estados de São Paulo e Minas
Gerais existe uma diferenciação na forma de dimensionamento dos sistemas. Para uma mesma
carga térmica, as empresas paulistas trabalham normalmente com menor volume de água para
uma determinada área de coletores, enquanto as empresas mineiras utilizam uma menor área
relativa para um maior volume. Assim, os equipamentos com maiores índices de comercialização
são, em São Paulo, 8 m2 e 500 I, e em Minas Gerais, 6 m² e 600 l.

Característica comum do mercado brasileiro é o domínio de todo o processo de implantação


dos sistemas por parte dos fabricantes. Desta forma, uma única empresa projeta, fabrica e instala o
sistema de aquecimento. Além disso, o mercado brasileiro está centrado em aplicações de
aquecimento de água para uso em banhos, seja em residências, hotéis ou indústrias.

Destes, aquele que tem a menor participação é o mercado de banho em indústrias, devido
a dois fatores: desinformação do mercado e baixa tarifa energética industrial.

Além destes podemos ressaltar algumas outras peculiaridades como:

Os fabricantes no Brasil produzem tanto os coletores solares quanto os reservatórios térmicos, o


que difere de alguns países onde há uma especialização em coletores ou reservatórios.

• A maioria das vendas é feita diretamente pelo fabricante ou pelo seu representante, havendo
pouca penetração de revendedores independentes.

• A venda de equipamentos diretamente ao usuário para instalação própria (do it yourself) é


inexistente, já que a mão de obra de instalação tem valores relativamente baixos e culturalmente,
na faixa de renda dos consumidores de aquecimento solar, esta é uma prática pouco popular.

• Existem pouca ou nenhuma segmentação de mercado, estando nas mãos dos fabricantes as
etapas de projeto, comercialização, fabricação e montagem dos sistemas.

• O comprador tem caraterísticas distintas por setor. Apesar disto, em recentes pesquisas
realizadas no Mercosul, identificou-se que o consumidor brasileiro. É aquele que mais escolhe seus
produtos avaliando predominantemente o preço. Esta característica é ainda mais forte na venda de
equipamentos para a construção civil, já que existe uma dissociação entre compradores
(construtoras) e usuários (moradores). No caso do setor hoteleiro, esta característica é atenuada
pelo interesse óbvio do empreendedor no resultado. Esta preferência por preços baixos em
detrimento da qualidade dificulta a entrada no mercado de equipamentos sofisticados e facilita a
ação de empresas despreparadas, pois dificilmente há verificação por parte do consumidor do
resultado obtido.

• As. Características arquitetônicas das casas no Brasil dificultam a implantação dos sistemas,
elevando os custos de pré-venda. Como existe Pouca participação de projetistas, as equipes de
venda tem de estar preparadas tecnicamente para oferecer soluções de engenharia nas
vendas dos sistemas, dificultando as vendas denominadas “em balcão”. Os telhados no
Brasil tem tipicamente 17 a 20 graus de inclinação e, portanto, uma pequena altura de
cumeeira, o que dificulta a colocação de caixa d’água, reservatório térmico e coletores,
respeitando-se as alturas necessárias para um bom funcionamento do termossifão. Além
disto, por falta de informação, mesmo sabendo da opção de um diante em utilizar o
aquecimento solar, os arquitetos não estão preparados para projetar as residências com
facilidades para implantação dos sistemas.

• Culturalmente existe uma priorização da estética sobre a técnica no país, dificultando


ou até inviabilizando a implantação de sistemas de aquecimento solar.

• Existem poucas experiências de projetistas hidráulicos em trabalhos com sistemas


centrais de aquecimento de água. Desta forma, ’‘‘muitas vezes torna-se inviável a
implantação dos sistemas devido à carga térmica derivada de projetos hidráulicos
inadequados. Algumas vezes bons sistemas de aquecimento solar são considerados
inoperantes por culpa dos projetos hidráulicos ruins, com pouco isolamento térmico ou
tubulações superdimensionadas.
1.3.4-Perspectivas do Mercado Brasileiro de Aquecimento
Solar

Alguns fatos do cenário brasileiro atual e suas perspectivas futuras podem ser úteis
para que se possa projetar as perspectivas do mercado brasileiro de aquecimento solar.
Estes fatos indicam apenas tendências que, em um país pouco acostumado com o
planejamento de longo prazo, fruto da troca constante de políticas econômicas, tomam-se
de difícil previsibilidade.

Entretanto, tais tendências podem denotar algumas direções possíveis para o


mercado nacional e através delas é possível delinear algumas estratégias de atuação.
Algumas oportunidades e perspectivas mais relevantes são:

• O Setor Elétrico brasileiro passa por um processo de modernização que acarretará em


uma eficientização das empresas. Dentro deste cenário, espera-se que as ações de
conservação de energia, principalmente ligadas a principalmente ligadas a programas de
GLP, sejam fortemente intensificadas. Em particular, aumenta hoje a consciência da
dimensão do problema causado pelo chuveiro elétrico em todo o país. O PROCEL
(Programa Brasileiro de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica) tem meta arrojadas
a cumprir nos próximos anos. Enquanto até 1993 foram conservados 1200 Gwh/ano, tem-
se como meta para 2015, 130000 Gwh conservados acumulados. Portanto, existem
grandes possibilidades de uso intensivo de aquecimento solar em programas específicos
nos auxílios à nos programas recentes de GLP, os sistemas de aquecimento solar tem sido
praticamente ignorados, exceção à recente (1999) iniciativa da CEMIG de apoio a
instalações de médio e grande porte, este projeto pioneiro contempla suporte e projeto de
engenharia, incentivo financeiro na compra do equipamento, desconto na energia

complementar do sistema solar e outros pontos. Acredita-se que o Programa Solar Cemig
seja um dos maiores programas de incentivo ao uso de aquecedores solares no mundo,
estima-se que deverão se instalados dentro do programa 8.000 metros quadrados de
coletores solares.

• A isenção de ICMS e redução de IPI tem permitido um crescimento adicional do


mercado, levando a um aumento de escala que poderá atingir níveis de redução efetiva de
custos.
• A implantação das certificações de acordo com a série de nornas de gerenciamento
ambiental ISO 14.000. Desta forma, a fatia de mercado envolvida com setor industrial,
principalmente os vestiários industriais, poderá ser atingida pelos sistemas de
aquecimento solar, com perspectivas de quantidades bastante elevadas nos portes dos
sistemas. De uma forma geral, não só a implantação destas certificações, mas o
crescimento da consciência ecológica, que hoje é pequena, levará a um crescimento de
mercado a médio prazo e ainda deverá atingir uma crescente indústria do momento, a do
ecoturismo.

• Nem todos os setores de mercado brasileiro foram atingidos através de uma atuação
direta por parte das empresas do mercado. Somente recentemente iniciou-se a divulgação
de produtos em veículos de grande circulação, como revistas voltadas para o mercado da
construção civil. Uma ação mais organizada e conjunta poderá elevar rapidamente as
vendas, pois boa parte do. Território nacional jamais recebeu um trabalho comercial e de
divulgação de maior amplitude.

• Há no Brasil um deficit habitacional superior a 5.000.000 de unidades que deverá ser


suprido caso o país queira alcançar níveis satisfatórios de desenvolvimento social. Esta
recuperação, em um panorama de conservação de energia e competitividade do setor
elétrico, abre um mercado de habitações populares de grande volume de instalações.

• Existem hoje a perspectiva de atuação nos mercados dos outros países do Mercosul,
que pouco desenvolveram suas aplicações em aquecimento solar e constituem-se em um
mercado inexplorado. Os mesmos desafios impostos em relação à energia e meio
ambiente aplicam-se aos demais países do bloco. Conjuntamente os países representam
uma população de 206 milhões de habitantes e um PIB somado superior a US$ 800
bilhões.
Os Sistemas De

Aquecimento Solar 1.

Os componentes e funcionamento de uma instalação de aquecimento solar são


bastante Simples e serão mostrados agora. Os detalhes dos componentes principais e
forma de instalação serão discutidos nas próximas seções. Na figura abaixo vemos uma
configuração básica do aquecimento solar.

Reservatório de respiro água fria

Figura 1 – Instalação Básica em Termossifão

o funcionamento é simples: A radiação solar é recebida pelo coletor solar onde é


absorvida. O seu calor então. aquece a água que está na tubulação (serpentina) do
coletor. A água circula entre o reservatório e o coletar solar, saindo mais fria sai do
reservatório, passando pelos coletores e retomando ao reservatório, onde fica armazenada
para posterior utilização. A forma como esta água circula entre o reservatório térmico e os
coletores é utilizada para classificar os tipos de sistema de aquecimento solar:
1.1 Termossifão ou Circulação Natural

Nestes sistemas, como o da figura anterior, a água circula através do coletor


devido à diferença de densidade entre a água mais fria contida no reservatório e na
tubulação de alimentação do coletar e a água quente do coletar. Para que estes sistemas
funcionem corretamente é preciso alguns cuidados na instalação. Entretanto, quando
observados estes detalhes, as instalações por termossifão são de extrema confiabilidade e
baixa manutenção. Sua aplicação, via de regra, restringe-se a instalações residenciais e
pequenas instalações comerciais e industriais.

1.2 Bombeado ou Circulação Forçada

Fig. 2 Instalação Básica em Circulação Forçada

Nestas instalações a circulação da água é promovida através de uma motobomba


hidráulica, acionada por um controlador eletrônico, conforme a fig. abaixo. O controlador
tem o papel de somente acionar a bomba quando houver água suficientemente aquecida
no coletor, evitando seu acionamento quando for desnecessário.
As bombas empregadas nesses sistemas são sempre de potência muito reduzida
em comparação à potência térmica gerada pelos coletores. Apesar de incluírem mais itens
no aspecto de manutenção, os sistemas bombeados permitem maior flexibilidade na
execução da instalação e facilidade de trabalho em instalações de médio e grande porte.

Em ambos os sistemas existem as tubulações de interligação, um sistema auxiliar


de energia e uma caixa de água fria, que tem como função suprir de água o sistema,
possibilitando o consumo de água quente com imediata reposição de água fria. É
importante observar altura do nível da água desta caixa em relação ao reservatório
térmico, pois esta determinará a pressão de trabalho do reservatório térmico, dado
imprescindível na aquisição e instalação de um sistema de aquecimento solar.

Os sistemas auxiliares de energia tema função de suprir de energia o sistema


quando em períodos de baixa insolação ou excesso de consumo e são normalmente
elétricos, através de resistência imersas no reservatório térmico, ou a gás. Assim, mesmo
em períodos críticos, o usuário não fica desabastecido de água quente.
Coletores Solares Planos 2.

2.1 FUNCIONAMENTO

O coletar solar utilizado nas aplicações para aquecimento de água residencial no


Brasil é conhecido como coletar solar plano. O coletar solar (Figura 3), como o próprio
nome diz, tem a função de coletar a energia solar, absorvendo-a e então aquecendo a
água que está em seu interior. Sua forma de operação é simples:

1) A Radiação Solar atravessa o vidro e atinge as aletas, As aletas são cobertas com
uma tinta especial escura para absorver o máximo desta radiação. Uma vez
absorvido, o calor é conduzido pelas aletas até os tubos (serpentina), por onde
circula a água. Neste momento, a água é aquecida e, por termossifão ou através de
uma motobomba, é retirada do interior do coletar e conduzida para o reservatório.

2) No fundo do coletor e as vezes, em suas laterais é utilizado um isolante térmico


para evitar-se a perda da calar para o ambiente, Esta também é a função do vidro
que, além de reduzir as perdas, protege contra a umidade.

Fig.3 Coletor Solar Plano.


2.2 COMPONENTES

Existem diversos materiais, dos quais alguns são mais utilizados na confecção dos
coletores e possuem melhor relação custo-benefício. Os materiais mais empregados e
cada nem e suas funções serão discutidas a seguir:

Caixa do Coletor – responsável pela resistência mecânica do coletor, tem a função de


proteger das intempéries, como a chuva. Por exemplo, elementos contidos no interior do
coletor. Deve resistir ao transporte, às cargas de ventos, à ação do sol e à corrosão pela
umidade. A maioria dos coletores fabricados no Brasil utiliza o alumínio como material da
caixa. Sendo algumas vezes também utilizado o aço galvanizado ou fibra de vidro. Pode
ser feita através de dobra em chapa ou perfis extrudados.

Fig. 4 – Caixa do Coletor Solar em Chapa Dobrada

Cobertura – Tem a função de fachar a parte superior do coletar, e, assim, bloquear


a entrada de umidade, evitar a perda excessiva de calor e permitir a passagem do máximo
de radiação solar possível, O vidro tem se mostrado corno o melhor material devido a sua
alta transmitância, isto é, sua capacidade de “deixar passar” a radiação solar e não
permitir a saída da radiação emitida pelo coletar, causando assim o chamado efeito
estufa". Outra boa característica do vidro é sua elevada resistência à ação do sol. Além
disso, comparado a outras coberturas, é um material barato e de fácil reposição em todo o
Brasil. Um aspecto importante em relação ao vidro é que existem diversos tipos
empregados em coletores. O tipo de vidro hoje disponível no Brasil de maior eficiência é o
vidro liso, que possui maior eficiência que os vidros do tipo fantasia, como canelado ou
pontilhado, e tem um custo ligeiramente superior. Quanto ao vidro canelada, Ó argumento
algumas vezes utilizado que sua forma geométrica ondulada permite a concentração da
radiação e que isto aumentaria o rendimento do coletor 89% é totalmente falso e
absurdo. Mesmo que as ondulações estivessem atuando como uma lente, a energia total
que chega a 1,0 m2 de vidro é sempre a mesma. Assim, concentrar significa. maior
temperatura em alguns pontos e menor temperatura em outros, mas nunca maior energia
total. O vidro liso permite “passar” maior quantidade de radiação solar e esta ainda
distribui-se de forma uniforme sobra o coletor. Para o aquecimento de água para banho,
em hipótese alguma o vidro canelado fornecerá maior rendimento que o vidro liso. Além
disso, os vidros fantasia ainda tem maior facilidade para reter sujeiras em sua superfície.
Na maioria da vazes o vidro liso é empregado no Brasil com espessura de 3 mm a
algumas vezes, com 2 ou 4 mm de espessura.

Fig. 5 – Vidros Comuns no Brasil

Cobertura Tem a função de conduzir o calor até os tubos e, nesta tarefa, quanto
mais espessas e com maior condutividade térmica (Veja tabela 1) mais
eficientes estas serão, As aletas necessitam estar bem presas é com um bom contato
com os tubos (Fig. 7) para executar bem o seu trabalho e é vital observar este ponto, pois
em nada servirão aletas de ótimo material e espessura se elas não estiverem com um bom
contato com os tubos, o que impedirá uma boa condução do calor. Os materiais mais
empregados são o alumínio e o cobre. O aço possui menor resistência à
Aletas (Fig. 6)

Aletas (Fig. 7) Partes constituintes de um Coletor Solar


completo.
Tabela 1.. Comparativo de condutividade térmica para Cobre., Alumínio e Aço inox

Material Condutividade Térmica (kcal-MC)


Cobre 335
Alumínio 176,00
Aço Inox 304 12,8
Tinta – Como as aletas normalmente são de material reflexivo, isto é, materiais
que refletem a radiação solar em vez de absorvê-la, é necessário colori-las com uma tinta
que absorva ao máximo essa radiação. Estas tintas têm de suportar as temperaturas
elevadas do interior do coletor e resistir à ação dos raios ultravioleta. No exterior existem
alguns coletores que utilizam uma cobertura especial, chamada superfície seletiva, no
lugar da tinta. Estas superfícies aumentam a eficiência do coletor por melhorarem as
propriedades óticas da cobertura. No Brasil, atualmente, não há nenhum fabricante
produzindo coletores com superfícies seletivas, mas alguns já estão realizando testes para
sua implementação.

Tubos (Serpentina) (Figura 8) •• Os tubos tema função de conduziram a água,


permitindo a passagem do calor das aletas para seu interior onde está a água a ser
aquecida Devem ser de um material com boa condutividade térmica e excelente
resistência à corrosão por água e ainda suportar a pressão de trabalho do sistema. Em
quase a totalidade dos sistemas disponíveis esta tubulação é composta de tubos de cobre:

Fig. 8 Serpentina do Coletor Solar

Isolamento Térmico – É adicionado para evitar que o calor absorvido seja perdido
pelo fundo e pelas laterais do coletor. Para tanto deverá ser um material com alto poder
de isolação e ainda resistente às altas temperaturas às quais estará exposto dentro do
coletor. Os materiais mais utilizados neste item são a lã De vidro e a Lã de rocha.

Vedação – Apesar de ser um item simples a vedação tem muita importância na


operação de um coletor, pois a entrada de umidade em seu interior tem efeitos bastante
danosos tanto em relação à sua eficiência quanto em relação à sua durabilidade. O
Isolamento Técnico umedecido perde grande parte de sua capacidade de isolação. A
condensação da umidade no vidro diminui sua transmitância e sua presença degrada
rapidamente a tinta, quando em contato com esta, e ainda provoca a corrosão das aletas.
Para evitar estes problemas o coletor recebe uma vedação normalmente de silicone, que
evita a entrada de umidade. Como vimos, apesar de ser um item simples e de baixo custo
no sistema, tem uma importância vital no funcionamento e vida útil do coletar. Como a
vedação é normalmente feita por materiais que se degradam quando expostos ao sol é
importante que uma parte do material de vedação esteja coberta por um material opaco,
isto é, que não deixa passar a radiação solar. Assim a vida útil da vedação e,
consequentemente, do coletor serão ampliadas.

2.3 | EFICIÊNCIA DOS COLETORES SOLARES PLANOS

Cada coletor tem uma capacidade específica de converter a radiação solar em água
quente e esta capacidade é determinada por um teste normalizado pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) na sua norma NB-10184, que determina a eficiência
térmica instantânea de coletores solares planos. O principal resultado do teste é a curva
de eficiência do coletar, que serve de instrumento para o dimensionamento de Sistemas e
comparação de eficiência entre diversos coletores. O gráfico abaixo mostra, a título de
ilustração, curvas de três coletores quaisquer (fictícios).

Curva de Eficiência de Coletores Solares Planos


fig. 10 – Curvas de Eficiência de Coletores Solares Planos

No gráfico, I é a radiação solar no plano do coletor em W/m², Tfi é a temperatura da


água na entrada do coletor em graus centígrados e Tamb é a temperatura ambiente
também em graus centígrados.

Supondo-se. Como exemplo, que estejamos trabalhando com uma radiação solar
(I) igual a 700 W/m2 e que a temperatura da água na entrada do coletor (Tfi) é igual a 35
ºC e que a temperatura ambiente (Também) seja igual a 26 °C, então a eficiência térmica
do coletor A será de 64%, do coletor B de 60% e do coletor de C de 72%. É importante
entender que não existe um ponto da curva que possa definir a eficiência de um coletor
quando trabalhando em um sistema, pois ao longo do ano ele estará exposto às mais
diversas situações. VVariando o seu ponto de operação e eficiência. Entretanto, algumas
conclusões podem ser tiradas de imediato de curvas comparativas entre diversos
coletores. Se compararmos o coletar C, com os coletores A e a, podemos concluir que em
qualquer situação a sua eficiência é superior aos demais. Já entre os coletores A e B,
podemos ver que a partir de um determinado ponto o coletar B passa a ter maior
eficiência que o coletar A e, assim, a escolha entre um e outro dependerá do ponto de
operação do sistema De uma forma geral os coletores fabricados no Brasil tem uma boa
eficiência. Compatível com o nosso clima de temperaturas mais elevadas e maiores índices
de radiação solar.

2.4| A ETIQUETA INMETRO I PROCEL PARA COLETORES


SOLARES

Em 1998 foi lançada etiqueta INMETRO I PROCEL de eficiência energética para os


coletores solares planos. A iniciativa, realizada através de convento com a ABR AVA e
dirigida aos fabricantes afilíados à associação, permite que se conheça a eficiência dos
coletores e garante a realização de teste de durabilidade e eficiência nos equipamentos Na
verdade, durante os testes, que são realizados nos laboratórios do GREEN, na PUC-
MINAS. OOs coletores são expostos aos seguintes testes, seguindo normas nacionais e
internacionais:

• Testes de pressão hidrostática.

• Testes de exposição não-operacional (exposição ao sol a seco),

• Testes de estanqueidade e choque térmico.

• Teste de eficiência térmica.


O resultado desta bateria de testes é apresentado na etiqueta (que originalmente é
colorida) segundo modelo abaixo:

De forma imediata pode-se saber, através da análise da etiqueta os seguintes


parâmetros:

• Modelo e fabricante do COLETOR.

• Pressão de Operação.
Tipo de aplicação para o qual o modelo for testado, a saber, banho ou piscina•
Classificação através da dassificação por faixas de eficiência média (A é a maior faixa de
eficiência).

• Produção média de energia daquele medeio. Deve-se lembrar que esse dado
éGerado através da utilização de dados climáticos padronizados. Assim, o valor não possui
utilidade em termos de valor absoluto e sim apenas comparativo.

• Área externa do coletor solar.

Desta forma, comparando-se os preços dos equipamentos com suas informações


de produção média de energia, pode-se chegar a melhor relação custo-benefício, Muitas
vezes, mais importante do que a própria classificação na etiqueta é o fato do fabricante
apresentar o seu modelo etiquetado, prova de qualidade do equipamento a da
preocupação deste fabricante em conhecer o seu produto para aperfeiçoá lo.

Nunca devemos nos esquecer que, se por acaso o fabricante não possuir a
etiqueta, isto significa que ele não conhece exatamente o equipamento que produz, pois
não há nenhum fabricante no Brasil que faça os testes em suas instalações. Ao adquirir ou
instalar um coletor solar, o consumidor deverá solicitar do seu fornecedor um coletor que
esteja etiquetado. Além disso, deve-se verificar se a etiqueta apresentada realmente
pertence ao mister que está sendo oferecido, pois na etiqueta há o modelo do coletor
testado (O INMETRO possui uma listagem dos modelos e suas características). O teste é a
sua garantia que este equipamento foi testado e seu fornecedor conhece sua capacidade
e suas limitações.

2.5 MODELOS DE COLETORES SOLARES PLANOS

Existem no mercado diversos modelos de coletores solares planos, com variação de


dimensões e eficiência. Quanto à dimensão exata de determinado modelo de coletor solar
é conveniente fazer uma consuHa ao fornecedor dos equjpamentos. Os coletores poderão
ainda ter a sua maior dimensão tanto no sentido vertical, sendo chamados então de
coletores verticais, 00 no sentido horizontal, sendo então denominados hofizontars ou
invertidos. A figura seguínte mostra as duas opções.
Horizontal Vertical

Fig. 11 – Coletores Solares Verticais e Horizontais (ou Invertidos)

A maior diferença entre os modelos acima está na forma de instatá-los. Cada um deste
modelos possui aplicações específicas que detalharemos mais tarde de qualquer maneira,
no emprego de coletores fechados, deve-se tomar bastante cuidado com a inclinação no
coletar, pois, como este possui uma grande dimensão horizontal, bolhas poderão ficar
presas no seu interior, obstruindo o correto fluxo de água.
Reservatório Térmico

(R1) ou Boiler 3
3.1 FUNCIONAMENTO

Grande parte do consuno de água quente se dá em períodos de baixa ou nenhuma


insolação. Isto é à noite e no começo da manhã. Portanto, é necessário armazenar a água
quente gerada no coletor solar para posterior utilizaçao. Esta armazenagem, entretanto,
deve ser feita com a menor perda de calor possível, a fim de aproveitar ao máximo a água
quente produzida pelo cotetcr. Esta é a função do reservatório térmico (RT ou Boiler)
amazenar a água com pequena perda de calor para o ambiente, mantendo-se assim a
temperatura da água. A figura abaixo mostra um reservatório térmico com seus
componentes básicos.

Fig 1 Reservatório Pressurizado

Os reservatórios térmicos podem ser de 02 tipos: Os fechados ou pressurizados e os


reservatórios abertos ou não-pressuizado. Os reservatórios fechados como o da figura 1
trabalham sob pressão acima da atmosférica, pois estão pressuizados em função da
coluna de água que há até o topo da caixa d’água de alimentação do sistema. Já os
reservatórios abertos, amo o da figura 2. trabalham em nível com outra caixa d’água ou,
por um sistema de bóia, recebem alimentação de outra caixa em nível superior ou
diretamente da rua. Os reservatórios abertos trabalham sempre em pressão atmosférica,
independente da forma de alimentação.

Fig. 2 Reservatório termico Aberto

No mercado atualmente também é possível encontrar um tipo de reservatório que é


construido como 001 reservatório fechado. Mas é utilizado como um reservatório de nível,
através de um sistema de pescador semelhante ao pescador da caixa aberta. A maior
vantagem dos reservatórios abertos é a de permitir instalações em termossifão com maior
facilidade, como veremos em mais detalhes posteriormente. Suas desvantagens são a baixa
pressão de água quente e maior nivef de perda de calor quando comparado aos
pressurizados.

3.2 COMPONENTES

Os principais componentes dos reservatórios térmicos são:


Corpo interno - é responsável pelo contato direto com a água aquecida e por isso devem
apresentar excelente resistência à corrosão, garantindo longa vida útil ao sistema Devem
também apresentar resistência mecânica compatível com a pressão de trabalho a qual
estarão submetidos. Nos reservatórios fechados os principais materiais utilizados são o
cobre e o aço inoxidável (normalmente em chapa AlSI 304), enquanto nos sistemas
abertos são mais utilizados o polipropileno e o fibrocimento. O tipo de material mais
adequado pode variar indusive com o tipo de água disponível no local. Por exemplo, o aço
inoxidável é fortemente atacado por águas com elevada concentração de cloretos .
Devendo usar um outro tipo de material ou aço inox de melhor qualidade, nestas
situações que podem ocorrer nas regiões litoraneas com água de poço.
Isolamento Ternico – Dele depende o real funcionamento do reservatório como um
reservatorio térmico. Sua condutividade térmica (capacidade de transmitir o calor) e sua
espessura irãoo determtnar o poder de retenção de calor no interior do reservatório. Para
ambos os tipos de reservatórios, os isolamentos mais utilizados são a Lã-de-vidro e o
poliuretano expandido. Quanto menor a condutividade térmica melhor será a capacidade de
isolamento do material. A tabela 1 apresenta a condutividade térmica de alguns materiais
isolantes. O melhor reservatório, em relação à retenção de calor, é aquele de menor
corndutividade térmica, associado é claro à espesura de isolamento. A última coluna da
tabela 1 apresenta l.ITl8 equivalência entre espessuras de isotamento. A tabefa mostra
que para cada 1 an de potiu”eta1O expandido deve-se utilizar 2,0 an de I~ ou 1,9 an
isopor (P-Q!iestireno expandido). Os valores apresentados acima são valores médios e
podefii-variar principalmente devido à variaçAo na densidade do isaante. PPortanto, o
simptes fato de empregar o poliuretano expandido não garante melhores características
térmicas. No caso do Iscpor (poliestireno expandido) deve-se observar ainda sua baixa
resistência á temperatura o que poderá comprometer sua integridade.

Tabela 3.1 – Comparativo de isolamanto Térmico para Reservatórios

Isolamento Eqlivalente para cada 1,0 cm de


poliuretano expandido
2
Isopor (poliestireno Expandido) 1.9

Proteçao Externa – Também conhecida como capa do reservatório. A capa


tem a função de proteger o isolamento térmico da umidade excessiva, de
danos no transporte ou instalação e da radiação solar, Quando o reservatório
for ficar exposto ao sol. O alumínio é o material mais largamente utilizado,
seguido do aço galvanizado ou aço carbono pintados. Nos reservatórios
isolados com poliuretano 10 expandido algumas vezes não são utilizadas as
proteções externas.
Respiro ou Suspiro – O suspiro faz parte do conjunto de tubulações do reservatório e, apesar
de ser apenas um tubo, é muito importante para o sistema, pois tem a função de permitir
a saída de ar ou vapor, aliviar sobrepressões no reservatório e aliviar também pressões
negativas. Assim, apesar de simples ele garantirá a integridade do reservatório. Existem
reservatórios possuem o respiro independente, frontal ou superior, (figura 3) e existem
reservatórios que devem receber um respiro a partir da tubulação de saída de água quente
(figura 4).

Esquema de respiro
Ou suspiro

Fig. 4
Fig. 4

Sistema Auxiliar de Aquecimento – Usualmente, os reservatórios térmicos recebem uma


ou mais resistências elétricas blindadas que tem como função suprir o sistema de energia
quando em períodos de baixa insolação ou excesso de consuno de água quente. Essas
resistências podem ser controladas automaticamente por um termostato, que as aciona e
desaciona de acordo com a temperatura da água no interior do reservatório, ou
manualmente pelo própno usuário. Os sistemas auxiliares de aquecimento podem ser
também à gás de passagem ou acumulação, assim como por sistemas de aquecimento
elétricos de passagem ou acumulação externos ao reservátorio.

Fig. 5 Aquecedor de passagem à gás apoio


Fig. 6 Aquecimento auxiliar com chuveiro elétrico

Os demais componentes dos reservatórios são as tubulações de alimentação e descarga e


os pés para apoio e fixação.

3.3 COMPARAÇÃO DE RESERVATÓRIOS TÉRMICOS E


DURABIUDADE

Apesar dos coletores solares possuírem uma etiqueta que informa uma série de
caracteristicas tecnicas, no caso dos reservatórios térmicos a escolha tem que se basear
no levantamento de alguns dados básicos. No ano de 1999 foi implementados os testes
padronizados dos reservatórios térmicos, quando estes recberam um selo de aprovação
por parte do INMETRO, PROCEL e ABRAVA, em testes a serem realizados pela PUC-
MINAS. Enquanto esses testes não são realizados a escolha e seleção dos reservatórios
térmicos deve se basear em alguns pontos básicos:

• Pressão de Trabalho – Essa é uma informação básica que determina a adequação


do equipamento ou não. Reservatórios subdimensionados em relação à pressão
poderão até, eventualmente, resistir por algum tempo, mas, com certeza, irão
falhar antes de sua vida útil projetada.Dimensões – Muitas vezes as dimensões de
um deteminado modelo de reservatório acabam por inviabilizar a instalação, pois
não há espaço suficiente para a instalação do mesmo. Não se deve esquecer que as
dimensões do local devem prever eventuais manutenção, como por exemplo, troca
de resistências elétricas.

• Peso do R.T. vazio e cheio

• Garantia – A garantia é uma maneira de se conhecer os cuidados de produção e


espessuras de chapas utilizadas pelos fabricantes, pois aqueles que trabalham com
chapas mais espessas e maiores cuidados no processo produtivo, particularmente
no processo de soldagem, podem garantir uma maior vida útil mínima ao
equipamento.

• Material e Espessura de lsoIamento – Deve-se comparar os materiais de


isolamento e suas espessuras para que se possa ter uma indicação da capacidade
de retenção de calor do equipamento.

• Tipo de Material – A absoluta maioria dos reservatórios térmicos foi concebida


para operação com águas com niveis mínimos de qualidade. Muitos fabricantes
limitam a garantia a certos parametros de qualidade da água e com o íncremento
de utilização de poços o problema da qualidade da água tem se tomado mais
importante. De uma forma geral em locais com ácida os reservatórios em cobre
raceberão um ataque acentuado e em locais Com altos índices de cloreto na água,
a utilização do aço inoxidável se toma problemática.

A melhor, solução entretanto, é sempre fazer a correção da água, pois na maioria


das vezes nas quais a água se toma danosa aos equipamentos. Ela tanbém se toma
imprópria para o consumo humano. Em locais onde haja o abastecimento de água
através de concessionarias de abastecimento muito raramente há algum problema
de qualidade da água, pois as mesmas exercem um Controle sobre os parêmetros
mais importantes.

Observação:

No Boiler ou RT devem constar próprio para os seguintes tipos de água.

Água Ácida;

Água Básica.

• A eficiência de um Boiler ou R.T. e sua razão de perda de calor para o ambiente,


ou seja, quanto Tempo X Litros perde 1º C de Temperatura para o ambiemte.
Dimensionamento

De Sistemas 4.
Um aspecto fundamental no bom funcionamento satisfação do usuário com o uso do
equipamento é seu correto dimensionamento. Primeiramente, é necessário dimensionar o
volume de consumo de água quente para a aplicação solicitada. Este volume esta
associado aos seguintes aspectos:

• Pontos de Utilização de Áqua Quente (pias, Chuveiros, bidês, banheiras, etc)

• Números de Usuários

•Freqüência de Utilização

• Nível de Conforto Desejado

• O nível de conforto tem uma influência muito grande no consumo total de água
Quente de uma família. Só para esclarecermos um pouco mais, um chuveiro elétrico
tem uma vazão típica 3 a 6 litros/minutos, Uma ducha pode chegar acima de 30
litros/minuto. Assim um minuto de banho em uma ducha desse tipo corresponde a
cerca de banho 6 minutos de banho em um chuveiro elétrico. A vazão recomendada
para se atingir um bom nível de conforto sem desperdício de água quente situa-se
entre 7 à 10 litros/minutos. O tempo de banho também está relacionado ao nível de
conforto e está associado diretamente ao consumo de água quente. Assim como a
quantidade média de banhos diários. Utilizamos na maioria das vezes uma média entre
8 à 10 minutos de banho. A tabela abaixo auxiliará como referência para o
dimensionamento de consumo de água quente.

Tabela 4 – Consumo médio de água quente por peças

PEÇA CONSUMO DIÁRIO


DUCHA 70 À 90 LITRO / PESSOA
LAVATÓRIO 5 À 7 LITROS / PESSOA
BIDÊ 5 À 7 LITROS / PESSOA
COZINHA 20 À 30 LITROS / PESSOA
LAVANDERIA 8 À 15 LITROS/KG DE ROUPA SECA
BANHEIRA 30 À 50 % DO VOLUME DA BANHEIRA
HIDROMASSAGEM 30 À 40% A MAIS QUE A BANHEIRA
Obs.:

1- O consumo de água em Lavanderia poderá variar a partir do número de ciclos


das máquinas de lavagem. No caso de máquinas industriais deverá ser feito um
levantamento do modelo utilizado e do ciclo típico com uso de água quente;

2- O consumo de água para banho considera uma média de 1 banho/dia/pessoa;

3- O dimensionamento considera a temperatura do volume armazenado próximo a


tempo de consumo (40 a 45º C).

Para melhor compreendermos todos os aspectos prátiocos envolvidos em uma instalação


de aquecimento solar, tomaremos como exemplo uma residência como a mostrada na
figura 1. Trabalharemos com um número de 5 moradores e utilização de água quente nas
duchas, cozinha, Lavatórios e banheira de hidromassagem simples. Além disso,
definiremos que a nossa casa estará instalada em São Paulo (SP).

Exemplo de planta para ponto de vista de aquecimento.


Algumas observações precisam ser feitas sobre os pontos de consumo:
• Na cozinha, é preciso muito cuidado para não se perder o controle do consumo de
água quente. Como, algumas vezes, a operação na cozinha é realizada por
empregados, poderá haver descontrole do consumo da água. Existem casos nos
quais verificou-se a utilização da água quente, através do ponto da cozinha, para
lavagem de áreas de serviço e roupas, o que, na maioria dos casos, não está
previsto nos dimensionamentos.

• Nos lavabos, não é recomendada a utilização de água quente dificilmente o


usuário irá esperar pela água quente chegar apenas para lavar as mãos.

• No caso dos lavatórios dos banheiros, há a utilização para o barbear, O que


justifica a sua implantação.

• Para as banheiras, de hidromassagem ou comuns, não se deve dimensionar o seu


volume para o uso diário, pois com raras exceções, não se faz uso diário da
banheira, assim deve-se empregar de 30 a 50 % do volume da banheira para o
cálculo da água quente para utilização em banheiras.

• No caso de duchas higiênicas, que substituem os bidês. Não deve-se utilizar água
quente por sistemas centrais de aquecimento e a razão disto será detalhada no
capítulo sobre hidráulica de água quente.

Voltemos ao nosso exemplo e vamos preencher a tabela de consumo:

Tabela 1 - Tabela de Consumo para Exemplo

PEÇA CONSUMO POR PEÇA CONSUMO TOTAL


em litros
DUCHA 80 x 5 400
LAVATÓRIO 7X5 35
COZINHA 20 X 5 100
LAVANDERIA 15 X 5 75
HIDROMASSAGEM +40% X (50% 250 l) 175
CONSUMO TOTAL DIÁRIO 785

Assim sendo , escolheremos um reservatório padrão de mercado que seja de volume igual
ao volume de consumo diário estimado de água quente. Este padrão de mercado deverá
ser checado com o fonecedor local de equipamentos. No nosso caso poderemos escolher
um reservatório de 800 litros .

. O número de coletores deverá ser determinado de acordo com a eficiência do coletar


solar adotado. A temperatura do local. A radiação solar disponível e o volume de água
quente necessário.

Para algumas cidades apresentamos no Anexo I a relação volume a ser aquecido I área de
éoIetores. Vale ressaltar que a relação obtida no Anexo I foi desenvolvida para uma
eficiência de coletar média, alcançada para coletores com vidro liso, não sendo válida,
portanto, para coletores com outros tipos de coberturas e/ou eficiência muito inferior ao
valor adotado. Essa área de coletores poderá variar ainda de acordo com as condições da
instalação, podendo ser ampliada para compensar algum ponto negativo da instalação,
como inclinação ou orientação dos coletores desfavorável (Anexo 11). O número de
coletores deverá ser então selecionado de acordo com o volume do reservatório e o
padrão de mercado dos coletores.

No nosso exemplo, em São Paulo, consideraremos um coletor de 2.0 X 1.0 m e, através


do Anexo I, podemos ver que necessitaremos de 6,10 m2 e assim vamos ter, a principio,
3 coletores. No mercado nacional há uma grande variação nas dimensões dos coletores,
devendo ser verificado com o fornecedor local qual a disponibilidade de modelos e sua
eficiênda.

Agora então nós poderemos passar para a instalação propriamente dita, a partir do
momento que nós já sabemos o equipamento que queremos instalar.

O dimensionamento de sistemas em edifícios residenciais, motéis, hotéis. Cozinhas

industriais ou indústrias, inclusive vestiários, guarda algumas peculiaridades importantes e


deverá ser feito por uma empresa especializada.

O dimensionamento é muito importante. Pois o superdimensionamento levará a um custo


mais alto de implantação, muitas vezes inviabilizando a instalação, e o
subdimensionamento acarretará falta de água quente ou um consumo excessivo de
energia no sistema auxiliar.

Da mesma forma, nunca devemos nos esquecer da importância do nível de conforto de


conforto. Uma mesma familla de 5 pessoas, caso estivesse utilizando-se de uma vazio
igual a de um chuveiro elétrico, e necessitasse de igual quente apenas para banho,
poderia ser atendida por um sistema de apenas 200 ou 150 litros, bastante inferior em
volume e, consequentemente, mais barato que o sistema dimensionado. Desta forma.
Vale lembra que qualquer comparação ou analise de viabindade deve ser feita sempre a
partir de niveis iguais de consumo de água quente.

Uma vez dimensionado, também é importante ter em mente que, apesar da energia solar
ser Lma fonte inesgotável e gratuita, o sistema implantado possui uma capacidade
limitada de produção diária de água quente. Portanto, não se pode abusar para não
consumir energia em excesso do sistema auxiliar.
Instalação de Sistemas

De Aquecimento Solar 5.

Os Sistemas de Aquecimento Solar são fortemente dependentes de uma correta instalação


para o seu máximo aproveitamento. Alguns cuidados são inerentes tanto às instalações
por termossifão quanto àquelas de circulação forçada e de maior porte, como o
posicionamento dos coletores,

5.1 POSICIONAMENTO DOS COLETORES

A Terra descreve uma trajetória conhecida ao redor do Sol, além de girar em tomo de seu
próprio eixo (Fig. 1).

Figura 1 – Órbita da Terra em Tomo do Sol

Estas variaçoes de posição fazem com que, em cada minuto do dia. Em cada dia ano, os
raios do sol atinjam a superfície de um determinado local com características próprias de
intensidade e ângulos de incidência. Graças a esses fatos, são de relevante importância os
ângulos de inclinação em relação ao plano horizontal e a orientação em relação ao Norte.
Verdadeiro ou Geográfico dos coletores. Mostrado na figura 2.
Fig. 2 – Ângulo de Orientação

Na figura 3. pode-se ver os ângulos de incidência ao meio dia para diversas épocas do ano
para a cidade de Belo Horizonte. No Anexo III. Você poderá observar esses ângulos para
algumas outras cidades.

Fig. 3 – Ângulos de Incidência ao longo do ano para Belo Hortzonte


Estas variações de ângulos e intensidades podem ser melhor compreendidas observando-
se o gráfico a seguir. Ele representa a radiação solar que atinge a
cidade de Belo Horizonte, ao longo do ano, em um plano orientado para o Norte
Geográfico e com diferentes ângulos de inclinação.

Figura 4 – Vanação da Radiação X Ângulos da Inclinação (OrIentação = Norte Geográftco)

Como podemos observar existe uma forte variação da radiação incidente em um coletar
solar de acordo com a inclinação à qual este é submetido. Normalmente, como temos um
oonsumo maior de água quente no inverno, estabelecemos como a melhor indinação
aquela que é igual à LATITUDE DO LOCAL MAIS DEZ GRAUS, tendo oomo exemplo para
algumas cidades a tabela abaixo.

Tabela 1 – Ângulos de Inclinação para diversas cidades de São Paulo

Cidade Latitude Lat. +10 Ângulo Recomendado


São Paulo 23,5 33,5 35°
Campinas 23,88 33,88 33º
Bauru 22,32 32,88 30º
Ubatuba 23,45 33,45 35º
Ribeirão Preto 21,18 31,18 30º
Campos do Jordão 22,73 32,73 35º
Presidente Prudente 22,12 32,12 30º
Obs. : Valores em Graus

Outro ponto importante é a orientação em relação ao Norte Verdadeiro ou Geográfico do


local. Observemos um gráfIco similar ao anterior para diversas orientações e inclinação de
30 graus. Na cidade de Belo Horizonte ( Figura 5 ).
No gráfIco anterior é possível notar a variação anual da radiação em um coletor solar
submetido a diversas orientações. Como no caso da inclinação, opta-se pela opção que
favorece o inverno, isto é, os coletores voltados para o Norte Verdadeiro. Resta lembrar
que é necessário observar a declinação magnética do local, que é a diferença entre o
Norte Magnético (normalmente obtido através de bússolas) e o Norte Verdadeiro.

Os ângulos sugeridos acima representam uma forma ideal de instalação, entretanto, nos
deparamos com diversas situações nas quais é extremamente difícil e oneroso, e algumas
vezes anti-estético, a colocação dos coletores desta forma. Assim, como conhecemos a
variação da energia disponível que a disposição de outras formas nos trarão, podemos
compensá-las com o aumento da área de coletores ou assumir uma pequena queda de
rendimento em determinadas épocas do ano ao ano. Em algums casos, entretanto, estas
dificuldades, sob a análise témica e econômica, inviabilizarão a instalação.

Sobre o ângulo de inclinação dos coletores precisamos fazer algumas outras


considerações. Para facilitar a compreensão apresentamos no Anexo IV algumas noções
sobre trigonometria de triângulos retângulos e tabelas de senos/cosenos/tangentes. Os
valores apresentados na tabela também podem ser obtidos facilmente através do uso de
uma calculadora científica. Na construção civil, entretanto Normalmente os ângulos são
definidos em função de porcentagens. No anexo V podemos ver a definição dos ângulos
em porcentagens e tabelas de conversão de porcentagem para grau e vice-versa.

Voltemos, então, ao nosso exemplo. Ao avaliarmos o projeto de localização e da cobertura


(Figura 6) definimos a água do telhado em destaque como aquela de melhor
posicionamento para a colocação dos coletores. Esta parte do telhado, entretanto,
apresenta um desvio em relação ao Norte Magnético de 20 graus Oeste. Como o Norte
Magnético está a aproximadamente 20 graus Oeste do Norte Geográfico para São Paulo,
teremos um desvio total de 40 graus. A inclinação do telhado é de 35.0 % ou pela tabela
do Anexo V, aproximadamente 19.0 graus. No capítulo anterior, havíamos definido a área
necessária coroo sendo de 10,50 m². Agora com as condições da instalação em relação ao
coletor definidas poderemos realizar a adequação da área de acordo com o definido no
Anexo II. Assim a área total será de” 12,40 m² (10.50 X 1,18) e consequentemente.

Considerando o coletor de 1,6 m² recomendariamos a instalação de 8 coletores. Devemos


ressaltar que a correção realizada de acordo com o anexo segue a correção para a
situação mais crítica, no caso, o inverno.

Fig. 6 – Planta da Casa com Cobertura em Destaque


INSTALAÇÃO DE SISTEMAS

POR TERMOSSIFÃO 5.2


Os Sistemas de Aquecimento Solar por Termossifão são extremamente confiáveis e
robustos. Como não possuem partes móveis para circulação da água, são de manutenção
praticamente nula. Entretanto, para se obter esta confiabilidade e qualidade são
necessários cuidados básicos no momento da instalação, que garantirão uma boa
eficiência. A figura 7 mostra um sistema em termossifão e aJguns dos parâmetros que
iremos discutir.

ALTURA MINIMA ENTRE COLETORES E RESERVATÓRIO

ALTURA ENTRE RESERVATÓRIO E CAIXA D'AGUA

DISTÂNCIA MÂXIMA ENTRE COLETORES E RESERVATÓRIO

Fig. 7 - Sistema Termossifão.


Primeiramente, falaremos do modo de funcionamento do termossifão para então
discutirmos estes aspectos. A Radiação Solar atinge os coletores que aquecem a água em
seu interior, aquecida, esta água diminui de densidade ficando “mais leve” Assim, a água
mais fria e “mais pesada- empurra a água quente que irá para o reservatório. Como este
processo é constante, se dá o fluxo de água entre o reservatório e os coletores,
resultando na chamada circulação natural ou efeito termossifão, que dá nome ao sistema.
Da mesma forma como aquece durante o dia, o termossifâo tem tendência a realizar um
movimento contrário à noite e esfriar a água. Para que isso não aconteça, é necessário
estabelecer uma altura mínima entre os coletores e o reservatórios. Esta altura mínima é
de 30 cm e o seu não cumprimento pode elevar as perdas do sistema em mais de 70%,
prejudicando bastante sua eficiência. Outro aspecto importante é que, por ser um sistema
de circulação natural, o termossifão é bastante sensível à perda de carga.. Assim, são
desaconselháveis instalações cujos comprimento (C) ultrapasse 5 m, assim com a altura A
deverá estar, para um funcionamento ótimo, entre 30 e 50 cm. Além disso, deve-se evitar
um excesso de curvas e conexões no trajeto de ligação entre o coletor e o reservatório. Já
a altura da caixa de água fria em relação ao reservatório térmico (B) deternina apenas a
pressão de trabalho do sistema, não influenciando em sua eficiência. Entretanto, esta
deverá estar, nos casos de reservatórios pressurizados, acima destes no mínimo 10 cm
Neste ponto voltaremos então ao nosso exemplo. Na figura abaixo vemos o telhado
escolhido para oolocação das placas. De acordo com a inclinação do telhado e as
dimensões dos coletores poderemos calcular qual a altura que vamos necessitar da
cumieera do telhado. Neste caso, vamos considerar que o reservatório térmico tenha um
diâmetro externo de 0,80m. Assim, como podemos concluir pela figura abaixo, a altura
atual da cumeeira seria insuficiente para realizar uma instalação correta. Desta forma,
poderemos optar por uma das duas formas apresentadas abaixo. Na primeira, faremos
uma torre que receberá o reservatório térmico e a caixa d’água, devendo ter o seu topo a
2,7 m da laje da cobertura.
Na segunda forma,

Fig. 8- Instalação com torre, caixa d’água e boiler na torre

colocaremos os coletores mais abaixo e com isso poderemos fazer uma torre que receberá
apenas a caixa d’água. Esta segunda opção será adotada por nós em nosso exemplo, pois
causa menor interferência com o projeto arquitetônico da edificação. Precisamos verificar
ainda se nenhuma das opções ultrapassa o limite de distância horizontal entre os coletores
e o reservatório. Como isso não ocorreu, poderemos prosseguir com a nossa
instalação.

CORTE OPCAO 2 Na segunda forma,

Fig. 9 – Opção 2 de Instalação


FIXAÇÃO DOS COLETORES 5.3

Como ficam expostos a cargas elevadas de vento, apesar de seu peso próprio reduzido, os
coletores devem ser fixados de forma a poder suportar tais cargas, princípalmente quando
instalados em inclinação superior ao telhado ou em lajes planas. Estas cargas de ventos
serão maiores quanto maior for a altura da instalação e quando em local muito aberto.
Cada fabricante adota um método de fixação e, ao instalar os coletores, consulte o manual
do fabricante para verificar a forma de fixação adotada e como proceder esta fixação.
Para garantir um fluxo sempre. Ascendente, a bateria de coletores deve ser inclinada em
direção à saída, com inclinação mínima de 5% como mostra a figura abaixo.

Fig. 10 – Coletores com Inclinação


INSTALAÇÃO DO RESERVATÓRIO

TÉRMICO 5.4

Os aspectos envolvidos na instalação do reservatório térmico são mais simples que dos
coletores solares. Basicamente, o que deve ser observado na instalação dos reservatórios
é se o local que irá recebê-lo suporta o seu peso e o peso da água que estará contida em
seu interior. Posteriormente, providencia-se os suportes para apoio deste reservatório
colocando-o no local correto antes de fazer o fechamento completo do telhado ou do local
previsto para sua instalação. O acesso ao reservatório deverá ser facilitado, devendo-se
prever alçapões ou portas de visita para eventuais manutenções. Os detalhes de
instalação como peso, número de pés, forma de apoio e instalação elétrica do sistema
auxiliar deverão ser solicitados ao fabricante do equipamento. Deverá ser previsto um
espaço para retirada da resistência elétrica de dentro do reservatório, em caso de
manutenções futuras.

INTERLIGAÇÕES HIDRÁULICAS 5.5

Caixa D’água – Reservatório 5.5.1

Alguns cuidados básicos devem ser tomados neste trecho, a começar pela própria caixa.
Se possível instale uma caixa independente e exclusiva para o sistema de aquecimento.
Caso não seja possível uma caixa exdusiva, deverá ser feita uma saída exclusiva para o
reservatório e desta tubulação de interligação não deverá ser conectado nenhuma outra
saída, sendo essa, portanto, exclusiva para o sistema de aquecimento solar. Caso a caixa
esteja próxima ao reservatório é melhor fazer todo o trecho em material que suporte água
quente. Caso a caixa esteja muito longe, deverá ser feito em material próprio para água
quente um trecho de pelo menos 4 m a partir do reservatório térmico. Neste trecho
deverá ser colocado ainda um registro de gaveta para manutenção e um sifão, com
dimensões mínimas de 30 cm, para evitar retomo de água quente para a caixa d’água. O
Volume da caixa d’água, se essa for exdusiva, deverá ser no mínimo igual ao volume do
reservatório térmico. O diâmetro da tubulação será igual ou superior ao diâmetro da
tubulação de consumo de água quente. Na figura abaixo podemos ver um detalhe da
instalação para o nosso exemplo, com o trecho discutido acima.
Fig. 11 – Interligação Caixa D’água – Reservatório térmico

Reservatório Técnico / Alimentação dos Coletores 5.5.2


Este trecho, que irá alimentar as placas, deverá ser feito em cobre, pois tanto a
alimentação quanto o retomo dos coletores não podem ter em hipótese alguma sifões na
tubulação. Como os materiais plásticos podem vir a fletir com o peso da água e sua
temperatura, o mais seguro é realizar todo o trecho em cobre. Além disso esses trechos
podem atingir temperaturas bastante elevadas o que poderia danificar os tubos plásticos.
Assim como a tubulação de retorno, a tubulação de alimentação deverá receber
isolamento térmico. Caso se utilize o poIietileno expandido ou Elumaflex, não será
necessário cobri-lo com o alumínio conugado nos trechos internos, isto é, protegidos da
radiação solar. O isolamento deverá ser executado conforme as instruções da figura
abaixo.
Essa tubulação deverá ser sempre descendente, com inclinação mínima de 3%, e também
deverá receber um registro gaveta para possibilitar a manutenção dos coletores sem
esgotamento do reservatório. Deve-se evitar ao máximo as mudanças de direção e em
caso de necessidade prefere-se a utilização de 2 curvas de 45 graus ao invés de um joelho
dê 90 graus. Abaixo podem Os observar este trecho para o nosso exemplo. Os diâmetros
empregados serão, via de regra, 22 mm e, às vezes, em situações de grande perda de
carga, 28 mm.

Fig 12 - Detalhe do isolamento

Fig. 13 – Interligação Reservatório – Coletores


Interligação dos Coletores 5.5.3

Os coletores deverão ser interligados através de luvas simples ou luvas de união de


diâmetro igual ao diâmetro da tubulação de entrada e saída dos coletores, o que
normalmente será em 22 ou 28 mm. Esta união deverá ser feita no menor espaço possível
para evitar-se perdas desnecessárias. Na parte inferior de um dos coletores das
extremidades deverá ser instalado um registro gaveta que servirá de dreno do
reservatório térmico.

Fig.14 – Interligação dos coletores

Retomo dos Coletores / Reservatório Técnico 5.5.4

Este trecho deverá receber os mesmos cuidados que aquele de alimentação dos coletores
em relação ao isolamento térmico, material e diâmetro da tubulação. Também deve-se
evitar um grande número de conexões com mudança de direção. Logo na saída do último
coletar deve-se colocar um tê com rosca central que receberá um bujão ou um registro
gaveta. Este detalhe permitirá a remoção do “ar” das placas.
Fig. 15 – Trecho COLETOR – RESERVATÓRIO (com detalhe de “tirar o ar”).

Respiro ou Suspiro 5.5.5

Por último, mas de extrema importância, deve ser instalado o respiro ou suspiro de acordo
com o tipo do reservatório. O respiro nunca deverá ser de diâmetro inferior a 22 mm e
poderá ser inclinado em direção à caixa d’água, sem entretanto, nunca estar com sua
extremidade mergulhada na água desta.

Fig 16 - Respiro ou Suspiro


INSTALAÇÃO ELÉTRICA 5.6

Caso o sistema tenha como complementar um sistema elétrico de acumulação deve-se


seguir às orientações do fabricante quanto à sua ligação elétrica, principalmente em
aspectos como bitola dos cabos e dimensionamento de proteção, como chaves
disjuntoras. Em toda as situações devem ser realizadas as ligações do aterramento ao
sistema.

CONTROLE DE GEADAS 5.7

Em regiões suscetíveis à ocorrência de geadas é aconselhável que seja previsto um


sistema de proteção dos coletores solares, pois, caso ocorra a geada, existe a
possibilidade de congelamento da água em seu interior, ocasionando rompimento da sua
tubulação.

Existem sistemas manuais e automáticos de controle de geadas. Os sistemas


manuais são de grande confiabilidade quando acionados, mas como dependem
de uma operação por parte do usuário, fica a possibilidade de falha devido à farta
de ação por parte deste. Os sistemas automáticos podem ser elétricos ou termo-
mecânicos. Os sistemas elétricos são feitos a partir de uma vátwla soIenóide que
se abre quando comandada por um sensor ou podem ser bombas que iniciam um
fluxo entre o coIetor e o reservatório, também comandadas por um sensor. Os
sistemas termo-mecãnicos são válvulas com elementos sensíveis à temperatura
que fazem a abertura da válvula automaticamente com o deaéscimo da
temperatura.

Consulte o seu fornecedor para conhecer as soluções que ele dispõe, caso sua região seja
passível de ocorrência de geadas.

Hidráulica e Utilização De Água Quente 6.


Para que um sistema de aquecimento central tenha um bom funcionamento é de
fundamental importância à forma de distribuição da água aquecida aos pontos para
consumo.
Aq. Solar 11%

Hidraúlico
Hidraúlico 56% Arquitetônico 33% Arquitetônico
Aq. Solar

Gráftco 1 .• Problemas em Inatalações de Slstemaa de Aq. Solar de


Médio e Grande Porte

Como mostra o gráfico acima. Os erros nos sistemas de distribuição hidráulica


constituem-se a maioria das causas de problemas em sistemas de aquecimento solar.
Apesar destes problemas serem menores em pequenas instalações residenciais, eles
poderão causar muitos transtornos e aborrecimentos senão observados corretamente.
Ainda assim, mesmo que não haja alguma falha grave em relação ao próprio
abastecimento de água quente, as falhas nesta parte da instalação podem levar a
grandes perdas de água e de calor.

A seguir listaremos os passos básicos necessários para implantar uma boa distribuição
de água quente para uma residência:

6.1 DETERMINAÇÃO DOS PONTOS ONDE HAVERÁ


CONSUMO DE ÁGUA QUENTE
Apesar de já termos feito comentários sobre este item. iremos repeti-los para enfatizar
sua importância. Os pontos mais comuns são normalmente as duchas, lavatórios,
banheiras e pias de cozinha. Não é recomendada a utilização de água quente em
lavabos pois, mesmo com isolamento. Via de regra a água parada fica fria na
tubulação, desse modo, há um tempo razoável para a água quente percorrer a
distância entre o reservatório térmico e o ponto de consumo, este tempo normalmente
supera o tempo de utilização do lavabo ou é demasiado grande para permitir a espera.

Também não recomendamos a utilização de água quente em ducha higiênica. Devido a

um problema muito grave e que ocorre em muitos sistemas centrais de aquecimento.


As duchinhas, como são connecídas.. permitem uma comunicação entre a água quente
e a água fria, mesmo não estando em uso, pois através do mecanismo de gatilho é
possível estar com ambos os registros de pressão abertos e não haver saída de água
pela extremidade do aparelho.

Assim, quando há o acionamento de uma válvula de descarga conectada ao


mesmo sub-ramal de água fria ou se houver desequilíbrio de pressões entre a
água quente(AQ) e a água fria(AF), fato comum quando é feita alimentação por
caixas em níveis diferentes, haverá passagem de um lado para o outro. Este
fato poderá. PPor exemplo, passar égua quente para a tubulação de PVCe
possivelmente danificá-la. Também poderá ocorrer um grande desperdício de
água quente, através da descarga do vaso sanitário. A figura abaixo ilustra o
problema da passagem de água entre as tubulações de AQ e AF.

A tabela abaixo mostra onde adotaremos AQ / Exemplo.


LOCAL PONTOS COM AQ
Suite Ducha CH), lavatório(l V) e hidromassagem(HM)
Banho Social Ducha(CH) e lavatório(lV)
Cozinha Pia(PIA)

Tabela 1 - Pontos de Consumo de AQ I Exemplo

Caso haja flexibilidade em relação à instalação do sistema de aquecimento solar,


recomenda-se que o RT(Boíler) fique próximo aos pontos de consumo, para reduzir as
perdas térmicas e o tempo de espera para chegada da água aos pontos.

Nesta localização,deve ser dada preferência aos pontos mais nobres e ou de maior
consumo da residência, como os banheiros das suítes e banhos sociais. Observando a
planta do barrilete identificamos três locais onde haverá consumo de água quente: banho
social, suíte e cozinha.o local escolhido para colocação do RT respeita as características
para o bom funcionamento do termosifão, alem de manter uma pequena distância da
suíte e do banho social.

Fig. acima Planta do Barrilhete

6.3 MATERIAIS HIDRÁULICOS

Com base nas características da obra e na disponibilidade comercial dos materiais, devem
ser escolhidos os materiais para a distribuição de água quente. Abaixo seguem as
principais características dos materiais mais usados em distribuição de água quente em
instalações residenciais:
Materiais Hidraúlicos Coeficiênte de Dilatação Condutividade Térmica –
Tubos Térmica (mm/m°C X 10‐ K
⁵ (Kcal/mh°C)
Cobre 1,65 325
CPVC 6,12 0,12
Polietileno 15,00 0,17

Tabela 2 - Propriedades de Materiais mais usados para Tubulacão de AQ.

Os tubos de Aço e Aço Galvanizados estão em desuso, visto a reduzida vida útil, se
comparados com tubos em materiais plásticos ou cobre, embora a utilização de conexões
de galvanizado seja muito usada peja grande variedade de peças e facilidade de
aquisição.

As demais especificações de uso e limitações de operação podem ser obtidas nos


catálogos dos fabricantes dos materiais. Entretanto, cabe-nos ressaltar alguns pontos mais
importantes de cada material.

As tubulações de água quente com comprimentos extensos devem possuir


dispositivos para absorver as alterações (dilatações) dimensionais. Os dispositivos mais
utilizados para tal fim são: liras e juntas de expansão.

Os fabricantes indicam em seus catálogos as precauções e dimensionamentos


dos dispositivos, conforme as peculiaridades dos materiais. Cabe, porém ressaltar que os
materiais plásticos possuem coeficientes de dilatação bem maior que os materiais
metálicos. Desta forma é necessário seguirrigorosamente as recomendações sobre as
instalações indicadas pelos fabricantes em seus catálogos.

Como o sistema de aquecimento solar pode atingir temperaturas superiores às


temperaturas máximas de alguns materiais, principalmente o CPVC, é recomendado a
instalação de uma válvula termo-misturadora de segurança. Esta válvula mistura água fria
à água quente para que a mistura final não ultrapasse um valor pré-determinado. Com a
implantação de tal dispositivo os tubos de materiais plásticos serão protegidos de
temperaturas excessivas, além de evitar acidentes com usuários descuidado.
Adotaremos o cobre como material para a instalação de AQ da residência do
nosso exemplo

A Tabela abaixo mostra a equivalência entre os diâmetros adotados no


mercado para diferentes materiais. Cabe ressaltar que é comum que os
diâmetros dos tubos de cobre sejam informados em milimetros (mm) e os
diâmetros dos tubos de inox, PVC e galvanizado em polegadas ( * ).

Diâmetro PVC (mm) Cobre (mm)


1/2” 20 15
3/4” 25 22
1” 32 28
1e1/4” 40 35
1e1/2” 50 42
2” 60 54

6.4 ISOLAMENTO TÉRMICO DA TUBULAÇÃO

Da mesma forma, quando estes estiverem expostos a intempéries devem ser protegidos e
a forma mais usual para isso é através da proteção com uma fina chapa de alumínio
corrugado (espessura 0,15 mm). O alumínio protegerácontra a radiação e choques
mecânicos. A proteção de tubulações expostas ao sol através de tubos de esgoto de PVC
não é recomendada, pois estes se degradam sob a ação do sol. Para o isopor e a lã-de
vidro ainda é necessário protegê-Jos da umidade, visto sua alta higroscopia.

Tabela 3 - Condutividade Térnica dos Isolantes mais Usados para Tubulação de AQ.

ISOLAMENTO Condutividade Ténnica - k


(kcaUmhOc )
Polietileno Expandido
(Elumaflex ou Sitaflex)
0,035
Poliuretano Expandido 0;016
Poliestireno Expandido
(lsopor)
0,028
Lã-de-Vidro n 0,036
aprox. 0,057
É importante lembrar que mesmo as tubulações em material plástico, que
possuem baixa condutividade, devem ser isoladas.
59
-
-
Rk=tn(O,014/0,0115) /6,28 x 0,12
Rr 0,26 hOClkcal
Rk Com isolamento = 5,35 x RI( Sem isolamento
Assim, como podemos observar, para uma tubulação de 28 mm, o tubo de
CPVC sem isolamento conduzirá a uma perda de calor 5,35 vezes maior que a
tubulação em cobre isolada com polietileno expandido.
Para a isolação térmica das tubulações de AQ de nosso exemplo
escoiheremos o polietileno expandido com espessura de 10mm, por possuir
uma baixa condutividade, baixa higroscopia e grande facilidade de aplicaçã

A seguir são mostrados os detalhes de como proceder o isolamento para locais expostos ou nAo à
radiação.

Figura 3 - Como Proteger a Tubulação de AF que alimenta o RT De acordo com a norma de água
quente da ABNT, éve dad a a aliment ação de
água
fria em
pontos
com
mistur
adores
atravé
s de
S09REPOSIÇIO 0.4 !:li””’’’
TVBO or P<)LIET’LEHO
lU80 DE CoaRE
TUBO DE C06RE
Figura 2 – Isolamento Tárm co com e sem acabamento e.xtamo
8.5 EXECUÇÃO
QUENTE E FRIA
S RAMAIS E SUB-RAMAlS DE ÁGUA
É recomenoa a cnação de um ramal exclusivo que ligue a caixa d’água fria
ao RT, para reduzir problemas com golpes de arfete e sucção de água quente
pela alimentação do reservatório térmico. Os detalhes da instalação deverão
ser real~dos de acordo com o Indicado no capítulo anterior, indusive com a
aiação de um sifão para evitar o fluxo de calor do RT para a tubulação de PVC
e para a caixa dágua.
61
62
tubulação que também
alimente as válvulas de descarga. A razão para isto é a
segurança dos
usuários, pois caso haja um usuário na ducha e outro acionar a
válvula de
descarga haverá redução de vazão de água fria na ducha e risco
de
queimadura ~ usuário, principalmente quando se tratar de
crianças e idosos.
A cria~çãO ~ um barrilete (ramal) exclusivo para o abastecimento
das válvulas
de de rga é primordial para eliminar a variação de pressão nos
demais
pontos: A caixa acoplada ao vaso sanitário tem sido usada com
sucesso, ela
c09toma os problemas citados acima, economiza água além de
utilizar
diametros menores na sua alimentação

LEGENOA: -- -Água Quente -Água Fria (para mistura) -Água Fria (para válvula de descarga) HM
-Hidro Massagem LV -Lavabo CH -Chuveiro PIA -Pia da Cozinha

outro Detalhe que deve ser evitado é a criação de sifões na tubulação de água quente, pois em
tais pontos são propícios ao acumulo de ar, que poderá impedir a passagem da água. As figuras a
seguir ilustram o problema. Atentese para os trechos horizontais, principalmente o barrilete
superior horizontal.

6.6. DIMENSIONAMENTO DOS DIÂMETROS


DAS
TUBULAÇÕES DEÁGUA.QUENTE E FRIA
Para detenninação dos diâmetros das tubulações é necessário um prévio
estudo das normas técnicas que tratam do assunto. Porém, como a
instalação
hidráulica para residência é geralmente mais simples, resumiremos os
t6picos
básicos das referidas normas. Os anexos VIII e IX tentam simplificar o
raciocínio a ser adotado nos próximos passos. Se ainda houver alguma
dúvida
poderão ser consultadas as seguintes normas:
• Instalações Prediais de Água Fria - NBR5 626 (11/1982-0911998)
• Instalações Prediais de Água Quente - NBR 7198 (0211982)
• Projeto e Execução de Instalações Prediais de Água Quente - NBR 7198
(1993)
Para atualizações: www.abnt.org.brlboletim.htm
Salvo em casos especiais, como sub-ramais (*) que abastecem poucas
peças,
deve-se admitir para o dimensionamento das tubulações o funcionamento
não
simultâneo de todas as peças de utifização por elas
alimentadas. As normas
técnicas citadas recomendam o uso da expressão
abaixo:
Q= vazão (Us)
C= coeficiente de descarga = 0,3 Us
Ip= soma dos pesos correspondentes a
todas as peças
ligadas ao tubo
Q=C..JIP (1)
l TRAJETORIA
DAS BOLHAS
l
Y)'
/~
I
I
I I
TI
I
~----
~J·l
CORRET
6.7. Tabela 6 - Pesos das Peças de UtIlização e vazão mlnlma
Vamos di~~~S da tubulação sugeri da para nosso exemplo
\ pgurcr4). Primeiramente, vamos criar uma tabela simples definindo os
~ ~~ trechos e as peças abastecidas no trecho, como mostrado a seguir.
Observe que nos trechos onde existem poucas peças (1t) foi adotada o
somatório da vazão das peças, desprezando o aspedo estatístico. A tabela
6 foi usada como referência para a determinação da vazão no trecho

6.8. TRECHO SOMATORlO DE PESOS RESULTADO DA


EXPREssAo (1 )-IIs
(0,7)+(1+0,5+0,5)+(0,5+0,5) = 3,7
(PIA) coz +(HM+LV+CH) suíte +
(LV+CH) social
A-B 0,58
l
(0,7)+(1+0,5+0,5)+(0,5+0,5) = 3,7 0,58
(PIA) coz +(HM+LV+CH) suíte +
(LV+CH) social
C-D 0,30 Vs *+ 0.12 IIs *+ 0,12 Vs *
(HM+LV+CH) suíte
0,54*
D-E 0,12 Vs *+ O, 1211s * 0,24*
(LV+CH) surte
E-F 0,12*
0,1211s *

(CH) suíte
Tabela 7
Resolvida a expressão, localiza-se na tabela abaixo qual diâmetro satisfaz a
vazão solicitada e acrescente uma nova coluna a -nossa tabela 7, com os
~ diâmetros recomendados. .n .)
~ r~~o. /J~~
~~ Diâmetros Velocidades Máxim~j) Vazões Máximas
~ (mm) (mls)--- (lIs)
15 160 0,20
r-~22~ __ +- _____~1,~9~5 ___-+ __________0~,~55~~ ___________~
28 2,25 1,15
~_~~~r- __ 3~5 __ -+ ______-=2~,ro~ ____~ _____________2=,~OO~ ________~
42 2,75 3,10
~~~54 ____________~ _______3_,1_5 ______~ _______________6,_40 ____~== __
~
~Ia B • Vazão Máxima e Velocidade Máxima
TRECHO SOI~TORIO DE PESOS RESUL T. DA
EXPRES. (1)
(lIs)
DIAM.
RECOM.
0,7 + 1+O,'&.+O,5)+iO,5+O,5) = (mm)
3,7
A-B 0,58 28
B-C O 7~~ 1+O,5~,,5 + 0,5+0,5) = 3 7 0,58 28
0,30 IIs *+ O,1211s *+ O,1211s
*
C-O 0,54 22
D-E 0,12 IIs *+ 0,12 IIs * 0,24 22
1
5
E-F 0,12I1s* 0,12
Tabela 9 - Diâmetros Recomendado

Para finalizar cheque se os diâmetros encontrados para cada trecho não são
inferiores aos diâmetros indicados na tabela a seguir:

Tabela 10 • DJiimetroa Mfnlmo Recomendado


Seguindo o mesmo procedimento pode-:se dimensionar os demais ramais e os
ub-ramais no interior dos banheiros e da cozinha.
Na figu a seguir são representados os diâmetros dos trechos de nosso
exemplo:

As normas citadas anteriormente recomendam pressão mínima de 1,Omca para


as torneiras e 0,5 mca para os chuveiros. A pressão máxima em qualquer
ponto não deve ser superior a 40 mca, tal situação é comum para edifícios
altos, nestes casos devem ser usadas válvulas rédutoras de pressão.
A forma adotada para o cálculo das perdas de pressão ou perdas de carga,
segue o seguinte raciocínio: transforma-se as perdas de carga das conexões e
demais pontos em equivalente valor de perda de carga para um trecho reto;
somam-se . os valores de comprimento da tubulação e o comprimento
equivalente das conexões. Desta forma, ter:emos apenas de calcular as perdas
para os comprimentos totais encontrados e somá-Ios.
A seguir seguiremos os passos do raciocínio descrito acima de forma
detalhada para o calculo da pressão no ponto F de nosso exemplo (ver Figura
7).
Passo 1- Determinar a pressão estática no ponto;
Com o desenho em corte da residência determina-se a pres~ tica no
ponto em estudo. - _______________
Pressão estática no ponto F = 2,00 + 0,10 + 0,70 = 2,80 mca
2.8m
CORTE ESQUEMÁTICO
Figura 7 - Praasão Estática no Ponto F
Passo 2 - Somar o comprimento do tubo desde a caixa d'água até o ponto F,
faça o somatório separado para cada trecho com diâmetro diferente

A tabela seguinte ilustra os comprimentos lineares de cada trecho de nosso exemplo. Cabe
ressaltar que os comprimentos e número de peças foram estimados para o exemplo. Na
prática usa-se o escalimetro para calcular os referidos comprimentos extraídos das plantas
e cortes desenhados em escala.
Tabela 11- Comprimento reto

TRECHO DIAMETRO (mm) COMPRIMENTO ( m )


A-B 1- PVC I 28 cobre 1,80+1,20+0,40'= 3,40
B-C 28 1,50+0 40 = 1,90
C-D 22
D-E 22 3,70+2,00+2,50 8,2
0,20+1,50 1,70 E-F 15

= = 1,20+1,00+0,90 = 3,1
Passo 3 • Somar o número de conexões em cada trecho com diâmetros
diferentes (use a tab. de comprimento equivalente no anexo VI, como guia);
rV'~ ~ {J~ S\~N hó D\\ '? 'b 4.
Tabela 12 - lden"\lftcação das Pe a. Localizadas
A-BI B-C/ C-D/ D-EI E·F I
PEÇA I TRECHO-DlAM.
28 28 22 22 15
Cotovelo 90° 8 2 2 1 3
Entrada de Borda 1 1
Saída de Canalização 1
Tê cassacem dir. 1 1
1 1
1 1
1 1
Saída de Canalizacão 1

Tê m tat. Registro Gaveta ~~9~vA ~L( L'Í\I


Passo 4 - Com o auxilio da tabela de comprimento equivalente (Anexo VI),
determine o comprimento equivalente para cada somatório de conexões em
cada trecho,
É importante ressaltar que para cada material existe uma tabela especifica de
comprimento equivalente da peças ou perdas loca I ízadas , pois o atrito da égua
com a superfície interna dos tubos depende fortemente da rugosidade do
material da tubulaçã

PEÇA I TRECHO-
A-B 128 B-C/28 C-D/22 D-E/22 E-F 115
DlÂM.
Cotovelo goo ,,8x1,5=12 2x1,5=3 2x1,2=2,4 1x1,2=1,2 3x1,1=3,3
Entrada de Borda 1x1,2=1,2
1x1,2=1,2
Saída Canal" 1x1,3 1 3
Tê pas dir. 1XO,8=O,8
1x3,1=3,1 1x2,3=2,3
Tê Iat. 1xO,8=0,8 1xO 3=03
1xO,3=03 1xO,1=O 1
Registro Gaveta 1xO,2=0,2
Sarda de
1XO,8=O,8
Canalização
COMP.
13,5 8,9 3,4 2,0 6,5
EQUIVALENTE (m)

Passo 5 - Com o auxilio do ábaco do Anexo VII, determine a perda de carga m


em cada trecho e multiplique pelo comprimento.
Tabela 14 - Perdas da Carga Localizadas
PERDA DE
DIAM. VAZAO j COMPRIMENTO
TRECHO CARGA
(mm) (Us) (mim) EQUIVALENTE (m)
(mea)
A-B 28/1- 0,58 0,05 13,5 0,68
B-C 28 0,58 0,05 8,9 0,45
C-O 22 0,37 007 3,4 0,24
D-E 22 0,24 0,04 2,0 0,08
E-F 15 0,12 0,06 6,5 0,39
PERDA DE CARGA
TOTAL 1,84
= Temos então para o trecho de nosso exemplo, 1,84 mca de perdas localizadas,
provocadas pelas conexões, registros, entradas e saídas de reservatórios.
Passo 6 - Repita o procedimento utilizando o comprimento

PERDA
. VAZAO
DIAM. j COMP.UNEAR DE
TRECHO MÁXIMA.
(mm) (mim) (m) CARGA
(Us)
(mca)
A-B 2811- 0,58 0,05 3,40 0,17
B-C 058 0,05 1,90 0,10
C-D 22 0,37 0,07 8,20 0.57
O-E 22 0,24 0.04 1,70 0,07
E-F 15 012 0,06 3,10 0,19
PERDA DE
CARGA TOTAL 1,10

28
o valor encontrado, 1,10 mca, representa a perda de carga nos tubos do trecho
estudado

Passo 7 – Calculo da Pressão no Ponto F: Reduza da pressão estática (passo 1), o sornatório da
perdas de pressão nos tubos (passo 6) e as perdas de pressão localizadas (passo 5); Pressão no
ponto F = Pressão estática (2,80 mca) - [ Perdas de Carga Tubos (1,10 mca) + Perda de Carga
localuadas (1,84 mca)] Pressão no ponto F = -0.14 mca Como a pressão mínima permitida em
norma, para o chuveiro é de 0,50 mca, devemos atuar no trecho ou trechos onde a perda de
carga estiver maior. Analisando as tabelas 6.20 e 6.21 podemos propor o aumento do diâmetro
dos trechos A-B e B-C, de 28 mm para 35 mm. Desta forma as tabelas seriam preenchidas
como abaixo: Tabela 16 – Identificação das Perdas Localizada.

A-B B-C C-D


PEÇA I TRECHO-DIAM. 22 15
35 35 22
Cotovelo 9Ct 8 2 2 1 3
Entrada de Borda 1 1
Saída de Canalizacão 1
Tê passagem dir. 1 1
1 1
1 1
1 1
Saída de Canalização 1

O·E E-F
Tê m lat. Registro Gaveta

Tabela 17 - Comprimento Equlvalanta


Tabela 18 - Perdas da Carga Localizadas
Tabela 19 - Perdas da Carga nos Tubos

PEÇA I
TRECHOA-B/35 B-C/35 C-D/22 D-E/22 E-F 115
DIÂM.
Cotovelo goo Bx2,0=16,0 2x2,O=4,O 2><1,2=2,4 1x1,2=1,2 3x1,1=3,3
Entrada de Borda 1x1,4=14 1x1,4=1,4
Saída de Canalização 1x1,B=1,B
Tê passagem dir. 1xO,B=0,B 1xO,B=O,8
Tê mlat. 1x4,6=4,6 1x2,3=2,3
RegiStro Gaveta 1xO,4=0,4 1xO,4--Q,4 1XO,2=O,2 1xO,1=O,
Saída de Canalização 1xO,8=O,B
COMP. 17,8 12,2 3,4 2,0 6,5
EQUIVALENTE (m)
TRECHO DIAM. VAZAO j (mim) COMPRIMENTO PERDA
(mm) (115) EQUIVALENTE (m) DE
CARGA
(mea)
A-B 3511%» 0,58 0,02 17.B 0,36
B-C 35 0,58 0,02 B,9 0,24
C-O 22 0,37 0,07 3,4 0,24
D-E 22 0,24 0,04 2,0 0,08
E-F 15 0,12 006 6,5 0,39
PERDA DE CARGA
TOTAL = 1,31
TRECHO DIAM. VAZAO j COMPRIMENT
O
PERDA
(mm) MÁXIMA. (mim) (m) DE
(1/s) CARGA
fmca)
A-B 2811- 0,58 0,02 3,40 0,07
B-C 28 0,58 0,02 190 0,04
C-O 22 0,37 0,07 B,20 0,57
D-E 22 0,24 0,04 1,70 0,07
E-F 15 012 000 3,10 0,19
PERDA DE
CARGA TOTAL = 0,9

Recalculando o passo 7:
Pressão no ponto F = Pressão estática (2,80 mca) - [ Perdas de Carga
Tubos
(0,94 mca) + Perda de Carga localizadas (1,31 mca) ]
Pressão no ponto F = 0,55 mca > 0,50 mca OK
Como a pressão nos pontos de utilização normalmente ultrapassa os
valores
mínimos, a vazão nestes pontos, no caso de exceder em muito as
vazões
recomendadas, devem ser corrigidas por intermédio de um
estrangulamento.
Para reduzir a vazão nas duchas, recorre-se freqüentemente a
implantação de
buchas de nyton ou cobre com um pequeno orifício, que é calibrado de
acordo
com a vazão desejada. Hoje já se encontram disponíveis
comercialmente
peças de utilização com valor máximo de vazão pré-determinado ou
ponto para
regulagem da vazão, na parte externa da peça.
Com oauxUio de um cronômetro e um recipiente com volume graduado
(balde
ou copo de liqüidificador), checa-se a vazão no ponto.
- A regulagem de vazão sempre deve ser feita em edificações com vários
'pavimentos, pois para cada pavimento teremos uma pressão estática
diferente.
I Desta forma os pontos dos pavimentos inferiores tendem a ter vazões
, exageradas.
o procedimento de regulagem de vazão, apesar de simples, implica no
fechamento entre os valores utilizados para o dimensionamento do
sistema de
aquecimento solar e o consumo de água quente da residência, pois
caso haja
urna grande discordância entre esses valores, o sistema auxiliar de
aquecimento do sistema será acionado por mais tempo e em casos
extremos,
I \ faltar água aquecida.
Ipara que um sistema de aquecimento central tenha um bom
funcionamento é
i:ie fundamental importância a forma de distribuição da água aqueci da
7
3
aos
~ pontos para consum

Sistemas De Grande Porte 7.

Os sistemas de aquecimento solar tem alcançado grande aescimento em


aplicações de maior porte almO ediftcios residenciais muttifamiJiares, hotéis,
motéis, lavanderias e vestiários industriais. Pelo Brasil, espafham-se
inLmeros casos bem sucedidos de instalaçOes de grande porte centralizadas,
promovendo soluções que lM'leITI conforto e economia.

FIGURA 1 - Vlata Parcial de Slalama de Grande Porta

Para uma instalação com estas características obter sucessoé necessário,


entretanto, a confecção de um projeto para exea.ção da instalação,
observando todos os aspectos pea.J1iares envolvidos neste tipo de aplicação.
Todos os detalhes citados anteriormente em outros capítulos devem ser
observados, além de diversos outros específicos desses tipos de aplicação.

Assim, o dimensionamento, o equipamento, o projeto hidráulioo de água


quente e água fria; todos deverão estar preparados para os desafios
impostos pelas diversas situações enaxrtradas. De qualquer forma, com a
correta observãncia desses fatores, toma-se extremamente simples 8

instalação do equipamento. Para garantir a qualidade desses sistemas, o


mais simples e correto é contar com projetos de engenharia e assessoria
técnica especializada. Estas tarefas poderão ser a.mpridas por empresas
especializadas em projetos ou pelo próprio fornecedor do equipamento,
quando este estiver capacitado para tanto, através de um departamento de
engenharia de aplicações. Nestes casos, dave-se procurar o mais breve
possívef essa orientação técnica, para evitar, por exemplo, q.Je a sombra de
uma caixa d'água de um edifício inviabilize a instalação.

7.1 I EDIFÍCIOS RESlDENCIAIS

Uma aplicaçAo que tem crescido rapidamente nos últimos anos é a de


ediflcios residenciais multifamiliares. Bons exemplos da versatilidade e
economicidade dos aquecedores solares nestas aplicaçOes podem ser
encontrados em Belo Horizonte. Na capital mineira mais de 400 edifícios
utilizam o aquecedor solar como forma de fornecer água quente para os
apartamentos. As maiores vantagens para as construtoras são: custo
relativamente baixo com ganho de escala no uso de um equipamento
central (neste ponto o aq. solar tem a vantagem de gerar um rateio de
despesas com energia bastante baixo, eliminando atrito nos condomínios
na divisão das contas de energia, comuns em sistemas centrais de
aquecimento), redução significativa de custos de manutenção e
diferencial de venda para os apartamentos. O maior desafio na
implantação destes sistemas é o de alacar os coletores solares na
cobertura da edificação, tarefa que é em muito facilitada quando o projeto
de aquecimento solar é desenvolvido em conjunto com o projeto
arquitetOnico, já que os arquitetos podem apresentar soluções simples
que podem fazer a diferença entre a viabilidade ou não da implantaçao. A
CEMIG monitorou vários dos edmcios instalados em Belo Horizonte,
diagnosticando economias médias superiores a 75 % e também a maior
causa dos problemas: as instalações hidráulicas dos edifícios. Ainda há
grande dificuldade de se encontrar profissionais aptos a trabalhar em
projetos hidráulicos de água quente realmente racionais no Brasil.
Superdimensionamento de tubulações, falta de isolamento térmico
adequado, tempo de espera elevado nos pontos de consumo e peças
problemáticas a sistemas centrais (como duchas higiênicas) são comuns
em projetos de profissionais que estão mais acostumados a trabalhar as
hidráulicas de água fria ou não tem a preocupação com a conservação de
energia. Muitas vezes instalações de aquecedores centrais a gás estão
operando com consumos elevadissimos de energia graças aos projetos
hidráulicos inadequados, entretanto a reação natural dos usuários é
sempre o de aeditar o excesso de consumo aos usuários ou ineficiência
do equipamento de geração. Portanto, a tarefa do projetista de
aquecimento solar será·também a de acompanhar o projetista hidráulico

e orientar o arquiteto com o intuito de garantir um sistema que seja o mais econômico,
tanto em termos de implantação quanto de operação.

7.2I HOTÉIS, MOTÉIS E HOSPITAIS

Hotéis e motéis há muitos anos são aplicações muito importantes do


aquecimento solar. Aqui a grande diferença é que além da análise de
custo inicial e manutenção, que geralmente são feitas pelas construtoras
no caso dos edíflcios residenciais, existe o interesse do administrador ou
do próprio empreendedor de que os custos de energia sejam os menores
possíveis, já estes podem ultrapassar a 20% dos custos operacionais de
um hotel. Os sistemas de aquecimento solar para estes casos devem ser
dimensionados para as ocupações médias e não para os picos de
ocupação. Dessa forma, obtém-se a melhor relação wsto-beneficio do
equipamento. Particulannente os motéis, por serem construções
horizontalizadas, são bastante favoráveis à implantação. Tão importante
quanto no caso dos edifícios residenciais, a qualidade do projeto
hidráulico tem grande influência no resultado final. Outra opção muito
interessante de uso do equipamento é o casamento do aquecimento solar
com o ar condicionado central. Isso pode ser feito colocando-se um
condensador auxiliar na máquina de ar condicionado o que gera um
volume de água quente muito grande, mas com temperaturas ainda
baixas para consumo. O aquecedor solar é usado, neste caso, como
complementar de temperatura. A grande vantagem deste sistema é que
ele aumenta a eficiência do ar acondicionado através do condensador, o
que não acontece no uso dos heat-recoveries.

7.3I INDÚSTRIAS, LAVANDERIAS E COZINHAS INDUSTRIAIS

O número de aplicações industriais de água e ar quente é excepcionalmente grande. A


maior parte destes processos pode utilizar o aquecimento solar, com grande economia
e eficiência. No caso de operações que são realizadas durante o dia a necessidade de
reservatório ténnico é bastante reduzida, levando a um custo cerca de 20% interior na
implantaçio do sistema. Estes do casos típicos de cozinhas industriais e lavanderias, que
ainda podem utilizar ar quente gerado por aquecimento solar. Nas indústrias existe uma
gama muito grande de aplicaçOes e características diversas. O fator mais importante é
que o projetista do sistema de aquecimento solar possa compreender com exatidão as
caraterísticas do processo a ser analisado. A aplicação mais comum nas indústrias hoje
é o aquecimento de água para banho de vestiários. O fator área normalmente não é
problema nas indústrias, pois há grandes áreas de cobertura de galpão para
implantaÇAo dos sistemas.

Aquecimento Solar Para Piscinas 8 .

8.1 I o AQUECIMENTO DE PISCINA

o primeiro passo para sabermos dimensionar e instalar corretamente o aquecímentode


piscina é o de detenninar exatamente o que significa aquecer uma piscina: A primeira
ponderação é em relação às temperaturas envolvidas. Em piscinas residenciais
trabalha-se entre 28e 30 °C como objetivo de conforto no
inverno. Essa sensação de conforto está intimamente ligada à temperatura
ambiente local. Por exemplo, se no local tivermos temperaturas de 12 a 14°C,
uma temperatura de 24 °c forneceria uma sensação de conforto bastante bOa.
Entretanto, trabalhamos como meta as temperaturas _em tomo de 28°C. Em
piscinas de competição é pennitido uma variação muito pequena em tomo de
26,;> oCo No caso de academias, por exigência dos clientes, trabalha-se também
em tomo dos 28 ~ç . .JE)mperBt!Jras como 33 , 35°C levam a uma sensação de-
água morna, imprópria para uso esportivo ou mesmo reaeativo por períodos
longos. Essas temperaturas ~ usuãis a.PerlaS empiscines para fisioterapia .

. O segundo aspecto do aquecimento da piscina diz respeito a como a ~q~mos. _ Uma


piscina possui.umvolurne de água bastante grande em seu interior e, assim,

o que sã f~é manter a piscina aquecida, isto é, a piscina já vem-aquecida naturalmente


do verão e o que queremos- fazer émanter esse aquecimento. A ideia de – qÜ8
sej:Jõde têr um sistema de aquecimento de piscina, particularmente

~ solar, e que se -nga o sistema na quiflta-feira para usar no fi~semana é -- bastante


imprópria. O sistema dev~rt estar ligado íninterruptemente para garantir

a manutenção da- tem~raturã desejada. Da mesmaforrrla Textremamen e_ oneroso e


dificil aquecer piscinas de água corrente, pois há uma troca muito grande de água já
aquecida por água fria constantemente, o que acarreta em uma necessidade adicional
de calor muito significativa. Alguns pessoas que tem piscinas em sítios e água em
abundância tem o costume de, ao invés de filtrar a água e fazer sua manutenção,
realizar trocas de égua semanais. Assim como no caso da água corrente, tal
procedimento onera e muitas vezes inviabiJiza o aquecimento solar da piscina (vale
lembrar que seria extremamente dispendioso aquecer tal piscina, mesmo utilizando
outro sistema qualquer de aquecimento). S6 para se ter uma ideia, se quiséssemos
aquecer diariamente o volume de uma piscina de 32 m2 de 20 a 28°C seriam
necessários em tomo de 160 m2 de coletores solares.

Concluindo, é preciso, antes de comercializar um aquecedor solar para piscina, que o


cliente esteja perfeitamente ciente do que envolve o aquecimento,

principalmente em relaçAo à temperatura. Muitas vezes o cliente faz a compra aa-


edítando que está transformando sua piscina em uma ”“hidromassagem gigante-, algo
absurdo.

8.2 I PERDAS E GANHOS DE CALOR NA. PISCINA

Para podermos saber o quanto de calor precisamos adicionar à piscina para manter sua
temperatura é preciso saber o quanto esta piscina ganha e perde naturalmente durante
um dia.

As perdas na piscina acontecem de cinco formas: evaporação, condução, convecção,


radiação e troca de água. O gráfico abaixo mostra a distribuição das perdas.

DISTRIBUiÇÃO DAS PERDAS SEM CAPA

Flg. 1 – Perda. DDe Calor em Piscina sem Capa (Raf. Junho – Belo
Horizonte)

A condução representa o calor perdido pelas paredes da piscina e, em casos de


piscinas enterradas em solo relativamente seco, sua participação nas perdas
totais é praticamente desprezível. Desta forma, não faz sentido colocar isolamento
térmico nas paredes da piscina para melhorar sua temperatura, pois o ganho será
muito pequeno. A -convecçâc é a forma como calor é retirado através do
movimento do ar sobre a superfície da piscina. Como podemos observar, em uma
piscina aberta e sem capa, ela representa quase ¼ de toda a perda de calor da
piscina. A radiação é a forma como a piscina perde calor através da emissão de
ondas eletromagnéticas. Todos os corpos emitem radiação, em maior Intensidade
quanto maior for a temperatura. A evaporação é forma de perda de calor que
acontece quando uma partícula de água evapora e sai da piscina como vapor de
água. Para poder evaporar cada partícula necessita de uma grande quantidade de
energia e, assim, quando uma partícula passa por ’‘esse processo ela ’‘roube’
consigo uma grande quantidade de energia. Por essa razão, a forma
predominante de perda em uma piscina aberta é a evaporação. A última forma de
perda de calor é a troca de água que existe naturalmente com a movimentação ou
aspiração da piscina. Usualmente os valores envolvidos com essa troca são
pequenos, inferiores a 5% da perda total. As perdas dependem de algumas
variáveis importantes. Quanto maiores a temperatura da água da piscina e a
velocidade do vento, maiores serão as perdas. Já ª __ humidade relativa e a

~ra.!Hra amb~ quanto menores, maiores serÃo-ás perdas.

Como vimos, a maior perda de calor de uma piscina é a evaporação. A forma mais
eficiente de reduzir essas perdas é através da colocação de capas sobre a piscina.
Existem basicamente três tipos de capas. Os primeiros tipos são as placas de
isolamento, incomuns no Brasil. Esse tipo de cobertura é mais oneroso, possui uma
operação mais complexa e não permite ganhos de energia pelo sol,

pois são opacas. Os segundos tipos são os filmes plásticos. Estes são de baixo custo,
mas são mais difíceis de manipular e acumulam a água da chuva sobre a sua superfíde,
podendo até romper com o peso da água. O tipo de capa mais indicada é o d’lamado
plástico bolha. Para esse fim são desenvolvidos plásticos especialmente resistentes à
ação do cloro e do sol. EE, portanto, não são tipos de plástico bolha comum. As
vantagens do plástico bolha são o custo relativamente baixo e as boas características
térmicas, evitando a evaporação, reduzindo a evaporação e, sendo translúcidos,
permitindo ganhos diretos pelo sol. Deve-se tomar o cuidado de não utilizar capas que
são confeccionadas como tecidos, pois
eJas são permeáveis ao vapor de água. Várias lonas são conslruidas desta forma.
PPrincipalmente aquelas utilizadas em caminhões.

Perdas de Calor na Piscina

266

Além da redução da perda de calor através da colocação das capas, podemos reduzir as
perdas com a colocação de barreiras de vento, como arbustos ao redor da piscina.

Um ponto importante na determinação das trocas de calor é o fato de uma piscina


exposta ao sol atuar como um grande coletor solar. Assim, pane da energia necessária
para aquecer a piscina vem diretamente através da energia solar que
incide na piscina, muitas vezes mais de 50% do total necessário.

Pelo motivo exposto acima, é preciso tomar muito cuidado quando a piscina é coberta.
Piscinas cobertas. MMas abertas em suas laterais, preservam praticamente
os mesmos níveis de perda de piscinas abertas. Entretanto, elas perdem um

grande fator positivo que era o sol que incidia diretamente na superfície. Piscinas
cobertas e fechadas tem suas perdas reduzidas, pois a velocidade do vento fica
menor, aumenta a temperatura ambiente e a humidade relativa. Tanto em um
caso, quanto no outro, ainda é interessante que se coloque a capa quando não se
estiver utilizando a piscina.

8.3 I AQUECIMENTO SOLAR PARA PISCINAS

8.3.1 - Sistema llplco e Opera9Ao

A energia solar que incide diretamente na piscina não é suficiente para manter a
piscina aqueci da. Assim, é necessário instalar um sistema que complete essa energia.
O sistema de aquecimento solar para piscinas é um sistema bastante simples como
mostra o esquema abaixo.

Basicamente o sistema é composto por bombas de circulação; usualmente coloca- se


uma bomba independente para o aquecedor solar, separada da bomba de filtragem
existente, controlador eletrônico e coletores. No caso a própria piscina trabalha como
reservatório térmico. O primeiro ponto a se observar é que um sistema de aquecimento
solar trabalha com variação de temperatura mais amplas, de 3 a 4 °C, durante um ciclo
de 24h. Isso porque o sistema deve gerar um excedente de calor durante o dia que
compense as perdas que irão ocorrer à noite e no começo da manhã. Nas figuras a
seguir podemos notar as variações típicas de um sistema, monitorado por
computadores no mês de junho em Belo Horizonte.

Outro ponto importante é o tempo que a piscina leva para ser aquecida, uma vez
instalado o sistema. Tipicamente notamos que somente após uma semana é que a
piscina atinge a sua temperatura de estabilização.
OO dimensionamento de sistemas de piscina depende de vários fatores, alguns deles já
mencionados aqui e outros que iremos mencionar, como o tipo de coletor.
Considerando-se uma situação típica de piscina aberta, mas coberta com capa à noite,
a área de coletores necessária para mantê-Ia aquecida estará entre 0,8 e 1,2 vez
(considerando-se Belo Horizonte) a área da piscina. As relações são
sempre estabelecidas em função da área e não do volume da piscina, pois as
perdas que queremos repor são fortemente proporcionais .à área da piscina.

Outro ponto importante é que, como vimos no Cap.S, a quantidade de energia


recebida pelo coletar varia com sua inclinação e orientação. No caso de piscinas é
ainda mais importante observar uma boa inclinação e orientação (Norte), pois o
aquecimento e desejado principalmente no invemo.

8.3.2 - Coletores Solares para Piscina

Existem disponíveis no Brasil dois tipos de coletores solares que podem ser utilizados
para piscina. Os primeiros são os chamados coletores planos fechados

e são exatamente os coletores apresentados no Cap.2. O segundo tipo foi desenvolvido


especificamente para aplicações de piscina e são chamados de coletores abertos, pois
não possuem vidros, nem isolamento térmico, e usualmente também não possuem
caixa.

Manutenção 9.

Os Sistemas de Aquecimento Solar exigem pouco ou quase nenhuma manutenção. A


mais importante manutenção a ser feita é apenas a limpeza dos vidros dos coletores. A
periodicidade desta lavagem dependerá fortemente do local onde os coletores estão
instalados, devido à variação da quantidade de partículas no ar de região para região.
Oeve-se inspecionar visualmente os coletores no mínimo de 3 em 3 meses para
verificar suas condições de limpeza. Caso seja necessário efetuar a limpeza, ela deverá
ser feita sempre no começo da manhã ou final da tarde, para evitar uma possível
quebra de vidro devido ao choque térmico, e é necessário utilizar uma escova ou
vassoura de cerdas macias e limpas com sabão neutro e água em abundância.

Caso detecte-se condensação em excesso na parte interior do vidro, no começo da


manhã ou finaJ da tarde, pode ter havido falha no sistema de vedação; neste caso é
necessário solicitar a assistência técnica para sanar o problema.

Ocasionalmente poderá ocorrer queima da resistência elétrica ou do seu

o gráfico anterior mostra duas curvas de eficiência típicas de coletores abertos e


fechados. O que podemos notar do gráfico é que em temperaturas baixas o coletor aberto
é mais eficiente que o coletar fechado, mas que em temperaturas mais altas esse fato se
inverte. Como a piscina trabalha com temperaturas baixas, os coletores abertos podem ser
mais econômicos, pois são mais simples, e mais eficientes.

É preciso tomar cuidado com as conclusões acima, pois em regiões onde há grande
incidência de ventos pode ser mais interessante trabalhar com o coletar fechado ou uma
mistura dos dois em uma mesma instalação.

Outra vantagem do uso dos coletores abertos é que, como estes não atingem altas
temperaturas, pode-se trabalhar com tubulaçOes de PVC. Já no caso dos coletores
fechados é necessário trabalhar com tubos que suportem a água quente, pois mesmo que
o sistema trabalhe normalmente em temperaturas baixas, no caso de um problema no
fornecimento de energia a temperatura poderá
subir bastante dentro dos coletores e quando a energia retomar e a bomba for
acionada haverá danos à tubulação se esta não for preparada para água quente.

TTermostato de controle, devendo ser observados os procedimentos indicados pelo


fabricante para sua substituição.

A seguir, apresentamos um quadro básico de diagnósticos de falhas que deverá ser


consultado caso haja alguma anomalia no funcionamento do sistema. Quando ocorrer
alguma falha recorre-se sempre a este quadro, antes de solicitar a assistência técnica
especializada.
Baixa - Coletores solares - Acumulo de sujeira - Umpar o
sistema (aHo do
perfoonance sobre o vidro do com vidro água e
ronsumo de neutro
elétrica) -Podara
- Sombras provocadas vegetação
pela vegetação próxima aos
ou novas edificações coletores
-Verificar
- Ligação Hidráulica - Registros fechados dos registros
coletores e - Eliminar
obstnJções
- 0bstruç0es diversas
nas tubulações de • Aumentara
sistema altura entre o
- Coletores - Deficiência de aHura dos coletores e o
Reservatór entre o topo dos fundado
coletores e o furxio do reservatório
reservatório
-Reduziro
numero de
ou aumentar
- Excesso de curvas diAmetroda
int8ftigação entre os tubuIaçAo
coletores e o
reservatório Redimensioname
to do sistema
- Séstema como um - sub-dImensionamo
todo do sistema para o
consumo
Água furada - Disjuntor da - Disjuntor desligado - Ligar
temperatura para resistência eiétrica
consumo (água Umper o
- Resistênda Elétrica - Deposição de sais subsüluir a
resistência resistência
- Resistência elétrica
elétrica
queimada - Colocar
de temperatura
- Termostato da - PosiçAo incoITeIa marca
resistêocia indicador de pelo
temperatura - Substituir o
tennostato
- UaI funcionamento
Vazamentos - Conexões - Dilatação ténnica e Providenciar
Falta de veda rosca aperto
-SoIdasut; -Soldar
dimensionada novamente

Anexo I.

RELAÇÃO ÁREA X VOLUME

Localidade Area de CoIetor (m2) para cada


São Paulo 1.75-1,85
Campinas 120-1,30
Ubatuba 1,65-1,75
Bauru 1,10-1,20
Campos do Jordão 2,00-2,10
Ribeirão Preto 1,00-1,10
Presidente Prudente 1,10-1.20

Anexo

TABELA DE COMPENSAÇÃO DE ÁREA PARA COLETORES


SEM VIDRO
ÂNGULO DE INCUNACAO COM A HORIZONTAL (GRAUS)
DESVIO 10 15 20 26 30 35 40
DO
NORTE
o 1,16 1.11 1,06 1,03 1 ~05 ~10
10 1,17 1,11 1,07 103 1,01 ~CU ~1Ó
20 1,17 1,12 1,08 1,04 1,02 1 '..1.08
30 1,19 114 110 1,07 1,04 103 1,02
40 120 1,16 1,12 1,09 1,08 1,06 1,06
50 1,22 1,18 1 15 1,13 1,12 1 11 1,10
60 1,24 121 1,19 1,17 1,16 116 1,16
70 1,26 1,25 1,23 1,22 1,22 1,22 1,23
BO 1,29 1,29 128 1,28 1,29 1,30 1,31
OBS.: Compensações realizadas para o mês de Junho em Belo Horizonte, exceto
aquelas diferenciadas (sublinhado) realizadas para Dezembro.

TABELA DE COMPENSAÇÃO DE ÁREA PARA COLETORES

COM VIDRO USO


ANGULO DE INCUNACAO COM A HORIZONTAL (GRAUS)
DESVIO 10 15 20 25 30 35 40
DO
NORTE
O 1,24 1,17 1,09 1,05 1 08 1.15
'...L
10 1,26 1,17 1,11 1,05 1,02 1.06 1.15
20 1,26 1,18 1,12 1,06 1,03 1 1.12
30 1,29 1 21 1,15 1,11 1,06 1,05 1,03
40 1,30 1,24 1,18 ',14 1,12 1,09 1,09
50 133 1,27 1,23 1,20 118 1,17 1,15
60 1,36 1,32 1,29 126 124 124 1,24
70 1,39 1,38 1,35 1,33 1,33 1,33 1,35
BO 1.44 1,44 1,42 1.42 1,44 1,45 1,47
Obs.: Compensações realizadas para o mês de Junho em Belo Horizonte, exceto
aquelas diferenciadas (sublinhado) realizadas para Dezembro.
Anexo 111 .

. ÂNGULOS DE INCIDÊNCIA

-'-',- /
~ /j ,I

”’._ / r jl~

/ /' ' . ..J~I


': /4, /' I 'fr.\ ! /'.
(~/' ~"\
” ( ’lUSUL

RIO DE JANEIRO I RJ

LATITUDE 22·S

210EZEUBR0

22 SETEUBRO ,\\ 11,

21 UARÇO ”>=-’- -

'-----o /7!
Li

~ W

\llsul

PORTO ALEGRE / RS

LATITUDE 30·5
ANGULOS DE INCIDÊNCIA
seno a. = ale coseno a. = blc

tanoeote a. = aJb
ANGULO SENO COSSENO TANGENTE
1 0,0 1,00 0,02
2 0,0 1,00 0,03
3 0,0 1,00 0.05
4 0,0 1,00 0,07
5 0,0 1,00 0,09
6 0,1 0,99 0,11
7 0,1 0,99 0,12
8 0,1 0,99 0,14
9 0,1 0,99 0,16
10 0,1 0,98 0,18
11 0,1 0,98 0,19
12 0,2 0.98 0,21
13 0,2 0,97 0,23
14 0,24 0,97 0,25
15 0,2 0,97 0,27
16 ,. 0,2 0,96 0,29
17 0,2 0,96 0,31
18 0,3 0,95 0,32

19 0.33 0.95 0.34


20 0,34 0,94 0,36
21 0,36 0,93 0,38
22 0,37 0,93 0,<40
23 0,39 0,92 0,42
24 0,41 0.91 0,45
25 0,42 0,91 0.47
26 0.44 0,90 49
27 0.45 0,89 0.
0.51---i
28 0,47 0,88 0,53
29 0,48 0,87 0,55
30 0.50 0,87 0,58
31 0,52 0,86 0,60
32 0,53 0,85 0,62
I'~ 33 0,54 0,84 0.65
l 34 0,56 0,83 0,67

35 0,57 0,82 0,70


36 0.59 0,81 0,73
37 0,60 0,80 0,75
38 0,62 0,79 0,78
39 0,63 0,78 0,81
40 0,64 0,77 0,84
41 0,66 0,75 0,87
42 0,67 0,74 .0,90
43 0,68 0,73 0,93
44 0,69 0,72 0,97
45 0,71 0,71 1,00
46 0,72 0,69 1,04
47 0,73 0,68 1,07
48 0,74 0,67 1,11
4Q 0,75 0,66 1,15
50 0,77 0,64 1,19
r---._ 51 0,78 0,63 1.23
52 0,79 O,e2 1,28
53 0,80 0,60 1,33
54 0,81 0,59 1,38
55 0,82 0,57 1,43
56 0,83 0.56 1,48
57 0,84 0,54 1,54
58 0,85 0,53 1,60
59 0,86 0,52 1,66
60 0,87 0,50 1,73
61 0,87 0,48 1,80
62 0,88 0,47 1.88
63 0.89 0,45 1,96
64 0,90 0,44 2,05
65 0,91 0,42 2,14
66 0,91 0,41 2.25
67 0,92 0,39 2,36
68 0,93 0.37 2,<48
69 0,93 0,36 2,61
70 0.94 0,34 2,75

71 O,Q5 0,33 2.go


72 0,95 0,31 3,08
73 0,96 0,29 3.27
7. 0,96 0,28 3,.9
75 0,97 0,26 3,73
76 0,97 0,24 .,01
n 0,97 0,22 4,33
78 0.98 0,21 .,70
79 0.98 0,19 5.1.
80 0.98 0.17 5,67
81 0,99 0.16 6,31
82 0,99 0,14 7,12
83 0,99 0,12 8,14
84 0,99 0,10 9.51
85 1,00 0.09 11.43
86 1,00 0.07 1.,30
87 1,00 0.05 19,08
88 1.00 0.03 28,64
89 1,00 0.02 57,2!:J
90 1,00 0,00

8 ",57 8
9 5.14 9
10 5,71 10
11 6,28 11
12 6,804 12
13 7,41 13
14 7,97 1 ••
15 8,53 15
16 9,09 16
17 9,65 17
18 10,20 18
19 10,76 19

CONVERSÃO DE PORCENTAGEM PARA GRAUS


PORCENTAGEM a = aIb. 100

TANGENTE a = aIb = PORCENTAGEM /100

PORCENTAGEM GRAU GRAU PORCENTAGEM


1 0.57 1 1.75
2 1.15 2 3,49
3 1.72 3 5,24
4 2,29 4 6,99
5 2.86 5 8.75
6 3.43 6 10.51
7 4.00 7 12,28
8 ",57 8 1".05
9 5.14 9 15,84
10 5,71 10 17,63
11 6,28 11 19.44
12 6,804 12 21,26
13 7,41 13 23.09
14 7,97 1 •• 24.93
15 8,53 15 26,79
16 9,09 16 28,67
17 9,65 17 30,57
18 10,20 18 32,49
19 10,76 19 34,43

"
20 11.31 20 36.<40
21 11.86 21 38,39
22 12,41 22 <40.<4
23 12.~ 23 <42 •
24 13,50 24 .•.••
25 14.04 25 48.63
26 14.57 26 48.n
27 15.11 27 50.95
28 15.64 28 53.17
29 16.17 29 55,43
30 16.70 30 57,74
31 17,22 31 60,09
32 17.74 32 62,49
33 18.26 33 64,90
r>. 34 18,78 34 67,45

35 19,29 35 70,02
36 19,80 36 I72,65--1
37 20.30 37 75,36
38 20,81 38 78,13
39 21,31 39 80,98
40 21,80 40 83,91
41 22.29 41 86.93
42 22,78 42 90,04
43 23,27 43 93,25
44 23,75 44 96,57
45 24.23 45 100,00
46 24,70
47 25,17
48 25,64
49 26,10
50 26,57
51 27,02
52 27,47
53 27,92
54 28,37
55 28.81
56 29,25
57 29,68
58 30.1
59 30,54
60 30,96
61 31,38
62 31.80
63 32,2
64 32.62
65 33.02
66 33.42
67 33,8
68 34,2
69 34.6
70 34.9
71 35,3

72 35,75
73 36.13
74 36,50
75 38,87
76 37,23
rt 37,00
78 37,95
79 38,31
80 38.00
81 39.01
82 39,35
83 39.69

7~ 84 <40.03

85 40.36
-::.---- 86 <40.70

87 .1,02

88 41,35
89 .1,67
90 41.99
91 .2,30

Q2 .2.61
93 42,92
94 043,23
95 043,53
96 043,83
97 44,13
98 44.-42
99 44,71
100 .5.00

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