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o Turismo e a Cultura
Os paradigmas do turismo dos anos 80 estão ultrapassados
perante a emergência daquilo que se designou por «Turismo
Criativo». As novas estratégias de regeneração urbana apontam
para uma ligação e cooperação entre as ‘indústrias criativas’e
o turismo. O novo turista procura experiências autênticas, que
proporcionem desenvolvimento pessoal e aprendizagem. A
existência de recursos culturais e de património histórico não
são condições obrigatórias ao desenvolvimento deste tipo de
turismo, e estabelecem a fronteira com o turismo cultural.
A cooperação entre o turismo e as indústrias criativas nem
sempre é fácil, dado que apresentam abordagens distintas e
por vezes conflituantes dos mesmos recursos. As principais
estratégias de desenvolvimento das comunidades criativas são
aqui apresentadas, assim como, as fórmulas mais utilizadas
para o desenvolvimento do «Turismo Criativo».
10 11 dos algarves
As Comunidades Criativas, o Turismo e a Cultura
tos para gerir os fluxos turísticos nos vidas, incluindo a apresentação e conceito organizativo para promover
locais patrimoniais com o objectivo interpretação da cultura nas suas formas de actuação conjuntas (Dredge,
de controlar, influenciar e mitigar os diferentes formas de expressão. 2005). Porter (1990) foi o principal pre-
impactes dos visitantes. Em casos Generalização de um comporta- conizador da ideia que as redes ou os
extremos, como é o caso das grutas de mento internacional oposto à soli- “clusters”2 de interesses que formam
Altamira em Espanha foi colocada uma dariedade, que se baseia num maior coligações de acção colectiva, que se
reprodução no local para permitir uma individualismo, com os indivíduos a constituem como pré-condições para
visita turística massificada. desejar exercer maior controlo sobre a inovação e para a capacidade de
À medida que a cultura é utilizada as decisões que lhes dizem respeito. construção da comunidade.
pelas cidades como forma de de- Combinação do aumento de expe- A cultura, o património e o turismo
senvolvimento económico e social, a riência de viagem com o aumento da assumiram-se neste repensar das
proliferação de produtos de turismo idade, o que implica que o público que estruturas sociais e económicas
cultural ameaça a transformação hoje viaja tem uma maior consciência como instrumentos preponderan-
deste tipo de turismo num merca- dos padrões de qualidade e desejam tes da regeneração e revitalização
do massificado. Numa tentativa de em simultâneo ter opções de escolha de centros urbanos mas também
sensibilizar os agentes locais, a OMT e/ou combinações entre “novo” e do meio rural, e emergem de forma
aponta a necessidade de uma melhor “velho”, tradicional e moderno, activo e crescente como factores de desen-
segmentação da oferta turística e passivo, produtos e serviços autênti- volvimento económico e social.
a de gerar uma maior variedade de cos, mas também derivados.
produtos de turismo cultural, assim Maior número de “escapes” (mais Desenvolvimento
como, o controlo da pressão naqueles frequentes e mais diversos) à rotina cultural e comunidades
locais patrimoniais mais visitados. diária. Redução do período de estadia, criativas
A promoção de uma conservação o que implica que a intensidade de
integrada dos monumentos, museus e viagem tende a aumentar, os locais A diferenciação hoje não se
outros locais visitados pelos turistas, culturais e patrimoniais têm que ser consegue apenas pela cultura e pelo
nomeadamente pela proposta de visitados mais rapidamente e de forma património cultural que se detém. Se
reforço de parcerias entre o público e o mais eficiente. verificarmos com alguma atenção,
privado são algumas dessas propostas. Com frequência também aconte- quase todas as cidades europeias pos-
Alguns consumidores cansados de ce que o mesmo visitante combina suem monumentos e museus; todas
encontrar a reprodução em série de experiências mais intensas de viagem reconhecem que o seu património
museus e monumentos em diferentes com experiências mais “repousadas”, histórico e cultural deve ser conser-
destinos começaram a procurar alter- regra geral associadas com actividades vado e preservado e todas apostaram
nativas. O aumento do consumo es- relacionadas com a saúde (wellness). em estratégias de regeneração urbana
pecializado e a ênfase colocada sobre As forças combinadas do cresci- (total ou parcial, no último caso dos
o desenvolvimento de capital cultural mento do individualismo, fortalecidas bairros históricos e culturais) que, mui-
individualizado e da espiritualidade, na pelas experiências de férias e viagens tas vezes, associam esse património
sociedade pós moderna, apontaram nacionais e internacionais, e pela ao turismo, como motores principais
para um desenvolvimento de turismo saturação cultural, conduziram a que de desenvolvimento local.
criativo como sucessor do turismo grande parte dos viajantes desejam ter A cultura e as «indústrias criativas»
cultural (Richards e Wilson, 2006). férias, ou experiências de viagem, que têm sido determinantes para a (re)
Weiermair e Peter (2002) apontam sejam em simultâneo personalizadas e produção e (re)criação dos espaços
os seguintes elementos principais percebidas como “autênticas”. urbanos; podemos mesmo afirmar que
como grandes determinantes do com- Em muitos destinos as relações for- alguns locais foram reconstruídos ou
portamento do «novo» consumidor: mais e informais entre os governantes até concebidos propositadamente para
Multiculturização: aceitação e locais e a indústria possuem um efeito o turismo e para o lazer.
consumo de outras culturas con- considerável sobre a capacidade de É hoje relativamente comum
duzindo a alterações na “cultura atracção e de inovação do destino. A assentar as estratégias de regenera-
quotidiana”, incluindo a absorção alteração dos processos governativos, ção na construção de novos espaços
de outras dimensões culturais onde a responsabilidade de desen- temáticos ou no (re)desenvolvimento
sobre a forma de aculturação. volvimento das políticas é cada vez de antigos locais (ex. da EXPO 98). A
Introdução das novas tecnolo- mais partilhada entre o sector público arte pública também tem assumido
gias de comunicação e informa- e o sector privado, promovem um um papel interessante na regeneração
ção em muitas esferas das nossas interesse crescente nas redes como urbana, sobretudo em antigos espaços
industriais desactivados (vide Figura hands-on cultural experience outside of da autenticidade. Aparentemente, as
I). Existem em Inglaterra, 6.500 milhas the normal sightseing opportunities» cidades de sucesso conseguiram a sua
de ciclo via a fazer a ligação entre os (http://creativecity.ca, 2003). Assim afirmação pela identificação e fortale-
centros urbanos e o meio rural, onde sendo, o elemento-chave deste tipo de cimento dos seus factores de diferen-
se incluem centenas de exemplos de turismo diz respeito à participação ciação em relação a outros locais, pelo
arte pública ao longo da via (Mosedale, activa do indivíduo naquilo que se que não é imitável. Cada comunidade
2006). A arte pública funciona, funda- designa por experiência turística, e o deve encontrar o seu caminho para o
mentalmente, como catalizador de um abandono da “bolha turística” que sucesso (Bulick et al., 2003b).
processo de regeneração urbana mais mantinha o turista numa realidade O capital criativo – a inovação e as
abrangente, estimulando a criatividade artificial à parte, distante da comunida- novas ideias, os novos designs, os no-
e melhorando a imagem da cidade e de receptora e numa atitude contem- vos processos produtivos e de lazer - é
pode incluir desde mobiliário urbano, a plativa (Urry, 1990). para Bulick et al. (2003b) o combustível
projectos comunitários, a instalações A viagem emerge como uma opor- para o motor económico do século XXI.
temporárias ou até exposições. tunidade para desenvolver experiên- As estratégias tradicionais de desen-
cias pessoais, de auto-aprendizagem volvimento económico regional, de que
a partir de uma descoberta do mundo. são exemplo, a disponibilização de ter-
Assim, o turismo criativo tem por renos, a construção de infra-estruturas,
base a criação de experiências que a oferta de incentivos fiscais para atrair
pressupõem uma participação activa e empresas e criar emprego, devem ser
o envolvimento do consumidor na sua suplantadas ou potenciadas por novas
produção. estratégias para atrair e reter indivíduos
O que tem esta forma de turismo talentosos e as suas empresas.
em comum com o modelo tradicional Efectivamente, os modelos que
de turismo baseado no “sol e praia” estiveram subjacentes à construção
que ficou conhecido como fordismo ou de muitas cidades foram estritamente
fig 1: Graffiti como arte pública, Glasgow
Fonte: http://www.geografiasdohiphop.blogspot.com/ modelo dos 3 S’s (Sun, Sea and Sand)? centrados nos aspectos económicos
Quase nada! e arquitectónicos, esquecendo-se de
A necessidade das cidades e das O advento do turismo criativo resul- considerar os aspectos da dimensão
regiões de serem criativas, pelo ta de uma sociedade contemporânea cultural. Isto conduziu-nos a cidades
desenvolvimento de novos produtos mais instruída, mais exigente, mais ex- com densidades de construção muito
esteve na origem de novas estratégias periente, mais independente. Algumas elevadas e por isso também muito
de regeneração e de dinamização do atracções culturais já reorientaram a populosas, o que por sua vez, tem
seu tecido económico e social. No sua oferta para estes “novos” públicos resultado em problemas de conflitos e
decurso desta abordagem desenvol- (ou para estas novas motivações e exclusão social (e também de desorde-
veu-se o conceito de Turismo comportamentos), oferecendo oportu- namento, poluição visual e falta de sus-
Criativo (Creative Tourism), constituin- nidades de lazer associadas à escrita tentabilidade). A cultura pode assumir-
do-se como aquele tipo de turismo que criativa, à produção de artesanato se como um elemento de equilíbrio.
oferece aos visitantes a oportunidade local, aos workshops de música, aos Quer o turismo, quer a cultura
de desenvolver o seu potencial criativo ateliers pedagógicos, etc. desempenham um papel fundamental
através da participação activa em expe- Tem-se verificado nos Estados no processo de criação da imagem,
riências de aprendizagem que são Unidos da América um movimento nomeadamente no que concerne à es-
características do destino de férias generalizado por parte dos líderes da tetitização das paisagens, assim como,
onde são levadas a cabo (tradução nos- sociedade civil para encontrar novas na adequação do ambiente para dar
sa a partir de Richards, 2001:65). Na estratégias de desenvolvimento econó- resposta às necessidades dos consu-
verdade o turismo cultural por si só mico com vista a construir “capital midores (Richards e Wilson, 2005).
nem sempre consegue criar estas criativo”, e muitos centram a sua aten- A imagem das cidades e das regiões
oportunidades, oferecendo uma ção na forma como o desenvolvimento baseia-se em elementos físicos, mas
experiência muito passiva e de cultural contribui para comunidades também se desenvolve a partir das
contemplação, pelo que se afasta de autênticas, vivas, criativas e com su- experiências construídas em torno
um novo turismo que procura «a cesso económico (Bulick et al., 2003b). desses elementos, que geralmente se
variation on traditional models of Um dos elementos que se consi- estendem à “cultura viva” e à atmos-
tourism, which appeals to tourists dera mais relevante na discussão das fera dos locais (Wilson 2002, cit in.
seeking the opportunity to have a “comunidades criativas” é a questão Richards e Wilson, 2005).
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As Comunidades Criativas, o Turismo e a Cultura
Existem vantagens reconhecidas a e promovem workshops interactivos de emprego para que aí se fixem); tec-
este tipo de oferta de experiências, em entre o museu e os seus visitantes. nologias (as cidades devem ter uma
que o turista se assume como actor (a Esta opção, conforme refere, não é alta capacidade de inovação tecnológi-
partir de Richards, 2001): fácil para as atracções culturais e para ca e a presença de universidades que
- a criatividade possui maior poten- os destinos, pois pressupõe a escolha promovam o conhecimento e que pela
cial para criar valor pela sua escassez; de narrativas e interpretações a partir investigação, disponibilizem transferên-
- a criatividade permite aos destinos dos visitantes, e não somente a partir cia de capital para as empresas e origi-
inovar e conceber novos produtos com de dados históricos e científicos. nem iniciativas de empreendedorismo);
maior rapidez, conseguindo estabele- Aquilo que se acusou o turismo de tolerância (o talento é atraído para
cer vantagens competitivas em relação estar a fazer à cultura e ao património locais que sejam cosmopolitas, inclusi-
a outros locais; cultural – pelo processo de transforma- vos, abertos de espírito e culturalmente
- a criatividade é um processo, pelo ção em mercadorias estandardizadas criativos). Neste último elemento, Flori-
que, os recursos criativos são mais (commodification) – deu lugar a expe- da (2002) propõe 3 índices para avaliar
sustentáveis e infinitamente renováveis riências turísticas únicas e individua- a tolerância da comunidade: “boémios”,
(veja-se o crescimento de festivais lizadas. Numa economia de experiên- “gay” e “emigrantes”.
culturais e de arte por toda a Europa); cias 3, o consumo passivo dos serviços Os exemplos mais paradigmáticos
- a criatividade é móvel, podendo culturais tenderá a modificar-se e a destas estratégias criativas apontam
inclusive ser produzidos nalguns casos assumir-se de forma crescente como para as cidades inglesas pós-desindus-
de forma virtual em qualquer local, um tipo de consumo mais participativo, trialização: Sheffield, Birmingham, Glas-
sem que tenha que coexistir um núme- envolvendo interacção, aprendizagem gow, são as referências mais comuns.
ro concentrado de recursos culturais e e execução (vide Figura II onde procu- Podemos referir também Barcelona ou
patrimoniais. rámos sistematizar esta mutação). Bilbao. No entanto, este movimento
O turista quer experimentar os O sucesso e emergência destas está em crescendo e em 2003, no Es-
cheiros, os sabores, os sons, o toque iniciativas estão associadas ao desen- tado de Ontário (Canada) foi concebido
os
lizad
cia
pe
dumazedier, 1967 s es
u mo - inovação
o ns
sc
do - novas ideias
to
men - Produtos
lazer/recreação turismo cultural
e sci novo e experiências
cr turismo
turismo
criativo
Poon, 1993 - Partipação activa
Procura de descanço; desenvolvimento Pessoal; richards, 2001
relaxar novos conhecimentos; - desenvolvimento
aptidões e competências de aptidões
e conhecimentos
produtos experiência
Fonte: elaboração própria
de uma cultura. Quem é que lhe irá volvimento de estratégias de desenvol- um projecto intitulado “Creative City
fornecer estas experiências? Algumas vimento local que tornem as regiões Network of Canada” (2004-2006) e
atracções culturais começam a orien- atractivas à criação e fixação das indús- que tem por base uma organização de
tar-se para os seus visitantes. Richards trias culturais. R. Florida (2002) aponta pessoas que trabalham nas entidades
(2001:66) refere a título de exemplo, três factores principais: talento (têm municipais de 6 cidades do Canada nos
os museus que se assumem cada vez que existir pessoas relacionadas com domínios da cultura, do património,
mais como «fábricas de significados» as actividades criativas e oportunidades das artes em geral, mas também no
planeamento, no desenvolvimento e Raymond promove através da sua 4. Relações sócio-espaciais do turis-
no apoio, e que têm a responsabilidade empresa alguns workshops criativos mo, do lazer e da criatividade
de desenvolver e promover experiên- para os visitantes da Nova Zelândia que 5. Políticas culturais das cidades
cias associadas a estes domínios, das incluem: «Maori culture and traditions»; 6. Turismo, políticas de lazer e
quais podemos referir como exemplo, «New Zealand Art and Crafts»; «New criatividade
os workshops para fazer artesanato Zealand fibre and woolcraft»; «New 7. Teoria das políticas urbanas e,
local (cestaria) ou para aprender os Zealand flora and fauna»; «New Zealand políticas de turismo e lazer
segredos da cozinha regional (http:// Cuisine». Possui para este efeito uma 8.Turismo criativo e locais de lazer
creativecity.ca, 2003). equipa de pessoal com uma formação - festivais, espectáculos, centros des-
Já em 1999 a entidade responsável abrangente nos domínios das artes, da portivos, galerias de arte, museus
pelo TWA (Tourism Western Austra- cultura, do património, da geografia e 9. Criatividade, turismo e lazer,
lia) promovia testes aos níveis de da gastronomia (Raymond, 2006). Um exclusão e marginalização
interesse dos turistas que visitavam dos lemas deste criador é: «I hear and 10. Espaços urbanos, criatividade
a Austrália, em relação a propostas I forget, I see and I remember»; os es- individual, turismo e lazer
de viver experiências relaciona- tudos de marketing revelam ainda que 11. Lazer e criatividade em geral
das com a cultura Aborígene. a retenção de informação e a criação Alguma discussão também tem
Nos EUA, os exemplos de cidades de memórias é ainda maior quando existido em relação ao que se deve
que adoptaram as artes e a cultura se executa, quando se experimenta considerar como englobado no concei-
para se reinventarem e revitalizarem as a actividade. Verificamos assim que to de «indústrias criativas», bem como,
suas economias multiplicam-se. Pode- hoje, aquilo que os nossos antepas- em relação aos instrumentos a utilizar
mos referir o exemplo de Philadelphia sados faziam para subsistirem, como para a quantificação e a medição do
que, na década de 90, apresentava por exemplo, imigrarem para ir um peso que as indústrias culturais e
índices de estagnação e de enve- Verão apanhar lúpulo para a Inglaterra criativas possuem sobre a economia
lhecimento na população, e de fuga e serem remunerados para o efeito, (idem, ibidem). Segundo Richards
para outros locais da população mais pode constituir-se como uma experiên- (2006) as indústrias criativas incluem a
jovem, associados a taxas de emprego cia turística pela qual este turista está moda, o design, o cinema, o multi-
inferiores à da região. Determinaram a disposto a pagar um bom preço. média em geral e o entretenimento,
cultura como elemento principal para a Em Outubro de 2006 realizou-se em propondo para o conceito de «Turismo
revitalização das áreas abandonadas e Santa Fé, no México “The Creative Ci- Criativo» a inclusão do turismo cultural
criaram para o efeito a Cultural Allian- ties Planning Summit”, com o objectivo e patrimonial em geral, das artes, e dos
ce, que congrega um conjunto de 270 de definir estratégias conjuntas para estilos de vida (costumes e tradições,
organizações sem fins lucrativos com o revitalizar a economia turística e de- gastronomia, folclore, etc.).
objectivo de aumentar a notoriedade, senvolver o conceito de «turismo criati- Paul Jeffcutt (cit. in Mosedale,
a participação e o suporte às artes e à vo» (http://www.freenewmexican.com/ 2006) reconhece que as dinâmicas das
cultura na região, e assume a respon- news/ 51274.html, 2006). A presidente «indústrias criativas» são complexas
sabilidade do planeamento da cultura e da autarquia local em declarações à e representam um desafio considerá-
das artes na região da Philadelphia. imprensa referiu que este tipo de turis- vel para os investigadores e para os
Em 2003 na Nova Zelândia, pelas mo pressupõe o envolvimento com a responsáveis políticos sobretudo na
mãos de um dos “pais” do conceito de comunidade local, uma aprendizagem conceptualização e operacionalização
«Turismo Criativo» nasceu a organi- da cultura de forma experimental. do seu desenvolvimento. As inter-
zação «Creative Tourism» (Raymond, relações que este tipo de estratégia
2006). C. Raymond e G. Richards pers- Debates Correntes envolve numa região são inúmeras e
pectivam o turismo criativo como um englobam agentes de diferentes sen-
desenvolvimento do turismo cultural, Os debates actuais associados ao sibilidades que nem sempre são fáceis
reconhecendo que o turista da actuali- turismo, à criatividade e às cidades de consensualizar. Como aspecto mais
dade procura um envolvimento activo têm-se centrado nos seguintes pontos positivo desta relação apontamos o
com as populações locais e os seus principais (Mosedale, 2006): reconhecimento unânime, pelos inves-
costumes e tradições, procuram tam- 1. Teorias da criatividade tigadores e estudiosos do fenómeno
bém «learning by doing». O novo turista 2. Indicadores de desempenho e turístico, da cultura e do património
é alguém que procura a sua realização espaços como matérias principais na gestão e
pessoal pelo desenvolvimento de 3. Aspectos culturais, sociais e planeamento do turismo (Costa, 2005;
novas aptidões e que deseja interagir económicos do turismo criativo e dos Gonçalves, 2003; Gunn, 1994; Inskeep,
com as populações locais. espaços de lazer 1991; entre outros).
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