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ORGANIZAÇÃO E ARQUITETURA DE COMPUTADORES

REVISÃO E CONCEITOS INICIAIS

1. Introdução
A disciplina de Organização e Arquitetura de Computadores tem como objetivo apresentar as características, a
estrutura e a função dos computadores no seu mais baixo nível, ou seja, a nível de circuitos, barramentos,
memórias, etc.

Isto se constitui uma tarefa desafiadora, visto que hoje, existe uma enorme variedade de produtos que podem ser
denominados computadores (Figura 1), desde um enorme supercomputador que ocupa andares de um edifício,
até um computador que ocupa uma minúscula pastilha (chip) que custa poucos reais. E esta variedade se
apresenta não somente em relação a custo e tamanho, mas também ao desempenho e aplicação. Os
computadores estão em todos os lugares: dentro de nosso telefone celular, em um GPS, em um automóvel, em
televisores, e é claro, no PC que utilizamos no dia a dia para realizarmos nossas tarefas.

Figura 1 - Variedade de produtos que podem ser denominados computadores.

Porém, apesar da grande variedade e da rapidez da evolução da área, certos conceitos fundamentais aplicam-se a
qualquer projeto de computadores, com mais simples ao mais complexo. Sendo assim, o objetivo desta disciplina
é fornecer uma discussão minuciosa sobre os conceitos fundamentais de organização e arquitetura de
computadores, relacionando-os com as questões de projetos de computadores modernos.

Este capítulo apresenta uma introdução básica a alguns conceitos que serão utilizados no decorrer da disciplina.

1.1. Componentes de um sistema de computação (REVISÃO)


Um sistema de computação é formado por um conjunto de componentes (Figura 1.1) integrados para funcionar
como se fossem um único elemento, e que tem por objetivo realizar manipulações com dados de modo a obter
uma informação útil.
Tudo começa com instruções do usuário, que são uma relação de tarefas que descrevemos em linguagem clara
denominada algoritmo, que é codificada em alguma linguagem de programação. Como este algoritmo é escrito
em uma linguagem compreensível a nós humanos, dizemos que esta linguagem é uma linguagem de Alto Nível.
Estes comandos definidos constituem, em conjunto, o que se denomina Programa de Computador (Software).
Mas este software sozinho não pode fazer nada, ele precisa de algum modo ser introduzido no Hardware
(Componentes físicos do computador).
Sendo assim, a primeira etapa de um processamento – ENTRADA - requer um componente ou equipamento
específico, por exemplo, um teclado. Existem inúmeros equipamentos que podem ser utilizados como
componente de entrada de dados, como mouse, disco rígido (HD), unidade de DVD, entre outros.
Porém, os computadores foram projetados com a capacidade de entender e realizar apenas tarefas bem simples
e curtas, tais como: somar dois números de cada vez, mover um número de um local para outro, ler o caractere
que digitamos no memento, e assim por diante. Então, é preciso que nosso algoritmo (Alto Nível) seja convertido
em tarefas mais detalhadas e que sejam iguais às operações que o hardware sabe fazer (Baixo Nível).
Esta nova relação de tarefas que o hardware entende são, uma por uma chamadas de instruções/linguagem de
máquina. O componente do computador que é capaz de entender e realizar uma operação – PROCESAMENTO -
definida por uma instrução de máquina é chamado de Unidade Central de Processamento (CPU – Central
Processing Unit), ou simplesmente processador. Uma CPU ou processador é constituída de milhões de
minúsculos circuitos e componentes eletrônicos, cujas funções básicas são ler e interpretar instruções de
máquina e realizar as operações definidas por cada instrução.
Para que um programa seja rapidamente executado, é preciso que todas as instruções e os dados necessários
para sua execução estejam dentro da própria máquina. O componente do sistema de computação responsável
pelo armazenamento das informações introduzidas pelo componente de ENTRADA é denominado Memória.
Após a realização de todas as operações, os resultados devem ser apresentados ao usuário interessado, o qual
deseja vê-los em uma forma inteligível para ele. Esses resultados podem ser apresentados em um monitor de
vídeo, ou impressos em um outro equipamento como impressora. Este tipo de equipamento é conhecido como
dispositivo de SAÍDA.
Resumindo, a CPU é o componente vital do sistema, pois é ela que realiza as ações, interpreta as instruções e
controla o que deve ser realizado pelos demais componentes. A memória armazena os programas e os dados
para que os mesmos possam ser executados, e os dispositivos de Entrada ou Saída servem basicamente para
permitir que o sistema de computação se comunique com o mundo exterior.

1.2. Arquitetura e Organização


Ao se descrever um sistema de computação, é feita uma distinção entre a arquitetura e a organização do
computador. Embora seja difícil definir precisamente estes termos, existe um consenso sobre as áreas que cada
um deles abrange.
A Arquitetura de Computadores estuda os aspetos de interesse direto do programador para a realização de suas
tarefas, ou seja, que tem impacto direto sobre a execução lógica de um programa. Por exemplo: conjunto de
instruções, quantidade de memória, endereçamento de memória, tamanho do HD, tamanho da palavra do
computador (32 ou 64 bits), CPU (1, 2, 3, 4 ou 8 núcleos), etc. A arquitetura deve ser conhecida pelo
programador.
A Organização de Computadores estuda os aspetos técnicos da construção dos computadores, suas unidades
operacionais e as interconexões entre as partes, cujo conhecimento não é importante para o programador
realizar suas tarefas. Por exemplo: material utilizado na construção do processador, estrutura de barramentos
utilizados, estrutura interna da CPU (Unidade Lógica e Aritmética (ULA), Unidade de Controle (UC), Registradores),
Memória (SDRAM, DDR, DDR2 ou DDR3), etc.)
Como exemplo, podemos considerar os processadores Intel i3 e i5. Os dois processadores possuem a mesma
arquitetura, ou seja, para o programador não existe diferença no modo de programar um ou outro processador.
Porém, os dois processadores possuem recursos internos de implementação diferentes: memória cache, unidades
de execução em paralelo, número de núcleos, etc. E estas diferenças acabam afetando diretamente o custo de
determinado processador: quanto mais recursos, mais caro.

1.3. Estrutura e Função


Conforme apresentado anteriormente, um computador é um sistema de grande complexidade, formado por
diversos componentes/dispositivos; computadores modernos contem milhões de componentes eletrônicos
elementares. Sendo assim, precisamos de um meio de descrevê-los com clareza. Para isso, podemos analisar um
sistema e seus componentes de acordo com dois conceitos básicos:

1.3.1. Estrutura
A estrutura representa o modo como os componentes são inter-relacionados. Nosso maior interesse na disciplina
está no estudo da estrutura interna do próprio computador (Figura 1.3.1). Nesta estrutura, existem quatro
componentes estruturais principais:
– Central Processing Unit): controla a operação do computador
e desempenha funções de processamento de dados, sendo geralmente chamada, simplesmente, de
processador.

externo.
e a CPU, a memória
principal e os dispositivos de E/S.
Um sistema de computação pode ter um ou mais de cada um dos componentes citados anteriormente.
Os sistemas tradicionais são compostos de uma única CPU. Porém, sistemas com mais de uma CPU estão
se tornando o padrão atual.

Todos os componentes citados anteriormente são de extrema importância, e serão analisados durante a
disciplina. Mas o componente de nosso maior interesse (e também o mais complexo) é a CPU. Sua estrutura
também pode ser analisada na Figura 1.3.1, sendo que seus principais componentes estruturais são:
computador.
computador (somas,
multiplicações e operações lógicas).

a ULA e os registradores.

1.3.2. Função
A função representa a operação de cada componente individual como parte da estrutura. Na Figura 1.1 podemos
observar também as funções básicas que um computador pode desempenhar. Em termos gerais, são apenas
quatro:
quantidade de dados dos mais variados
tipos.

dados que são processados e


enviados diretamente para a saída, o computador precisa armazenar temporariamente ao menos aquela porção
dos dados que está sendo processada. Portanto, existe pelo menos uma função de armazenamento temporário
de dados. Igualmente, um computador deve ser capas de armazenar dados de maneira permanente, para
subsequente recuperação e modificação.

computador precisa se comunicar com o mundo externo, bem como com seus
componentes internos. Quando os dados são enviados ou recebidos no ambiente de operação de um
computador, chamamos isto de transferência de dados.

e das três funções anteriores. A unidade de controle gerencia os recursos


do computador e rege o desempenho das suas partes funcionais.

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