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Livro Mandala ( fotografia da alma)

Origem:

O que são mandalas?


Mandala é uma palavra do idioma sânscrito, que é considerada uma língua
morta, e significa círculo. No entanto, até hoje o sânscrito é considerado um
dos 23 idiomas oficiais da Índia, devido a sua importância para o hinduísmo e
budismo.

Sendo assim, mandalas são desenhos de formas geométricas concêntricas. Ou


seja, que se desenvolvem a partir de um mesmo centro. Desde o princípio, os
desenhos são denominados de yantras, que é uma palavra derivada dos
idiomas falados na península indostânica para instrumento. Isso é, as
mandalas são um meio para se chegar a um certo objetivo e não o objetivo em
si. 

Esse objetivo pretendido muda de acordo com cada uma das culturas onde
elas são observadas. Na maior parte delas, as mandalas servem como uma
forma de concentração para a meditação. Sendo não apenas a concentração
nas formas, mas a construção do desenho de extrema importância.

As formas podem ser criadas com diversos materiais, mas sempre são
extremamente coloridas. O meio mais comum de criar mandalas é através
de tintas coloridas em papel ou tela. Contudo, alguns templos budistas
guardam a tradição da confecção de mandalas com ferro ou madeira.

Há ainda um outro método de criação de mandalas ainda mais especial, que é


feito por monges budistas de alguns templos ao redor do mundo. Nesses
templos os monges estudam por anos a arte da criação de mandalas
usando areia colorida. A confecção do desenho pode se estender por horas ou
dias e quando o desenho é completado ele é imediatamente destruído. Só
então o material usado é descartado em algum rio. Essa arte serve para
representar que tudo na vida é passageiro.

Onde e quando elas foram criadas?


Os primeiros registros de criação de mandalas data do século 8, na região em
que fica localizado o Tibete. Desde o princípio os desenhos eram usados na
religião budista como uma forma de concentração e auxílio na meditação.

No mesmo período também foram encontradas mandalas nas regiões da Índia,


China e mais tarde no Japão. Fazendo parte assim, não só do budismo, bem
como do hinduísmo e até do taoismo, onde os símbolos yin e yang são
considerados uma mandala.

Contudo, todas as religiões tratam os desenhos como algo sagrado, sendo


muitas vezes a representação do círculo da vida. Em algumas vertentes do
budismo, as mandalas são representadas como sendo os palácios das
divindades e portanto sagrados. 

No entanto, mesmo que os primeiros registros oficiais tenham vindo do


oriente, foi descoberto que o nativos do continente americano também faziam
uso de formas geométricas concêntricas em rituais. Principalmente nos cultos
relacionados a cura. Já entre os séculos 16 e 18 a igreja começou a usar os
desenhos em artes sacras e vitrais de prédios importantes.

No mesmo período, foi disseminada a ideia de alquimia, onde centenas de


cientistas estudavam formas de transformar materiais. Nisso, as mandalas
também foram incluídas, já que os desenhos aparecem em diversos textos
herméticos escritos na época. Sendo assim, se sabe que o ser humano

sempre teve certo fascínio pelo modo de construção dos desenhos, o que se
prolonga até os dias de hoje.

Qual o significado?

Como já foi dito, a tradução literal da palavra mandala do idioma sânscrito é


círculo. Esse círculo é usado há séculos como uma representação da passagem
da vida ou até mesmo de palácios de divindades que devem ser reverenciados.
No entanto, isso pode variar entre cada cultura onde ela é encontrada.

Por exemplo, no hinduísmo as mandalas são usadas para representar a vida de


acordo com os desígnios do universo. Aqui, elas representam a integração e
harmonia em tudo que deve ser feito.

Já no budismo, elas são instrumentos de meditação poderosos, já que possuem


a capacidade de atrair a atenção para as suas formas e cores. Na religião elas
ainda podem ser usadas para representar a brevidade da vida, quando são
preparadas com areia e as moradas dos deuses.

Na cultura taoista, a filosofia yin yang usam uma representação própria de


mandala. Aqui, a junção dos dois símbolos formam um todo e representam o
equilíbrio que deve ser mantido em todos os aspectos da vida. Já nos povos
pré colonização, há indícios que os desenhos eram usados nas cerimônias de
cura.

Quais tipos de mandala que existem?


Como já foi informado, podem ser usados diversos materiais para a
construção das mandalas. Desse modo, cada um representa algo diferente
como saúde ou bem querer por uma pessoa, quando usado para presentear
alguém. Confira aqui os principais tipos de mandalas e para que eles servem.

Mandala de areia

As mandalas de areia são tradição entre monges tibetanos. Nessa arte, os


desenhos são confeccionados no chão com areia colorida e é algo tradicional
da cultura budista.

Antes de começar a criar as mandalas de areia, os monges estudam as técnicas


por anos e fazem meditação dias antes para se preparem. O trabalho
geralmente demora horas para ficar pronto e no final tudo é jogado no rio ou
outra fonte de água corrente.

A ideia é representar a brevidade de todos os aspectos da vida, já que tudo irá


acabar uma hora. Neste sentido, elas também representam o recomeço, já que
sempre é possível criar um novo desenho de areia.

Mandala de madeira

Um outro exemplo da tradição budista são as mandalas feitas com materiais


como madeira ou ferro. Aqui elas podem ganhar formatos tridimensionais e
são geralmente usadas como uma representação da morada de alguma
divindade.

Elas também são muito usadas para presente. Nesse sentido, o processo é
regado por diversas tradições e rituais, que significam boa vontade, já que é
algo bom receber uma mandala como presente de alguém.

Mandala de tinta

Na tradição hinduísta é bastante comum encontrar mandalas pintadas em


diversos templos e outros locais sagrados. Nessas técnicas são utilizadas cores
vivas e que muitas vezes representam os diversos chakras do corpo humano.
Na tradição hindu eles são como centros de energia, que ficam espalhados
pelo corpo humano.

Desse modo, o colorido das cores usadas nos desenhos seria uma forma de
realinhar esses chakras e permitir uma melhor circulação da energia.
Garantindo assim, uma melhora tanto no sentido espiritual como físico da
vida.

Como desenhar uma mandala em casa?


Os monges estudam anos para conseguir criar as intricadas mandalas
coloridas. Contudo, com um pouco de prática é possível absorver os
benefícios dessa arte, sem tanto trabalho. Para isso você pode desenhar suas
próprias formas seguindo algumas dicas simples e até mesmo vídeos no
YouTube.

Antes de mais nada, é preciso traçar um círculo em um pedaço de papel, já


que a mandala significa literalmente ‘círculo’. É preciso ter cuidado para fazer
um desenho o mais perfeito possível´, para isso você pode usar
um compasso ou um prato. Só assim será possível obter um bom resultado
final.

Traçado o círculo, você precisa encontrar o meio dele e traçar uma reta. Logo
depois trace outra reta na transversal e continue fazendo isso até que ache o
bastante. Esse é o modelo base de todas as mandalas que você quiser criar. A
partir disso basta usar a imaginação e acrescentar arcos, flores, formas
geométricas e até mesmo palavras.

Mas lembre-se, elas devem ter um sentido pessoal para você e é preciso se
dedicar por completo àquela confecção. Finalizado o desenho basta colorir,
usando cores vivas e vibrantes.

Existem realmente benefícios em desenhar mandalas?


Sim, as mandalas são usadas há séculos como forma de melhorar a
concentração e apresentam benefícios reais. Com isso, pintar os desenhos
pode ajudar a diminuir a ansiedade e estresse. Ajudando assim a melhorar a
qualidade de vida.

Outro ponto positivo das mandalas é que, por causa do seu viés espiritual, elas
podem ser de grande auxílio para quem busca uma iluminação. Já para quem
apenas deseja um novo hobby, elas podem ser um ótimo treino das
habilidades de desenho e pintura.

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