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A Bipolarização e a Guerra Fria

O Mundo Pós Segunda Guerra

O mundo depois da Segunda Guerra "Mundial" é muito diferente daquele que existia
antes da guerra nos anos 30. Caem as potências européias, sobem as Superpotências,
Estados Unidos e União Soviética. A polarização ideológica entre o Socialismo
soviético e o Capitalismo americano é a principal marca do pós-guerra. O planeta
começa a se dividir em áreas de influência. O primeiro fato político importante do pós-
guerra foi à criação da Organização das Nações Unidas, a ONU. "A origem da
Organização das Nações Unidas está ligada ao trauma provocado pela Segunda Guerra
Mundial que matou mais de 17 milhões de pessoas. Em 1945, 52 países assinaram a
Carta das Nações Unidas com a intenção de preservar a paz recém conquistada. Entre
estes países estavam o Brasil. A primeira assembléia geral da ONU aconteceu em
Londres no ano seguinte e foi precedida pelo ministro das relações exteriores do Brasil,
Osvaldo Aranha, daí surgiu à tradição de o Brasil abrir todos os anos a Assembléia
Geral das Nações Unidas".

O estabelecimento do Estado de Israel foi uma das primeiras conseqüências diretas


importante da fundação da ONU. "Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a retirada
dos turcos derrotados pelos Aliados, a Palestina fica sob o domínio da Grã-Bretanha. Os
ingleses lançam a declaração de "Balfare" em 1917, é o primeiro apoio político para a
criação de uma nação judaica na Palestina sob a condição de serem respeitados as
condições dos povos que já viviam na região. Durante a ocupação britânica aumenta a
imigração de colonos judeus para a Palestina. Eles fugiam da perseguição do regime
nazista que começava a crescer na Alemanha. Os ingleses tentam limitar a colonização
judaica por 5 anos. A decisão provoca forte resistência por parte dos judeus. Nesta
época cresce o movimento Sionista, surgido na Europa no final do século XIX. Os
Sionistas pregavam a criação de um país livre e sem perseguições aos judeus. Com o
fim da Segunda Guerra Mundial o Sionismo começa a ganhar apoio internacional para a
criação de um Estado Judeu: Israel."

O projeto de paz entre as nações arquitetado em torno da ONU começa a encontrar seus
limites diante o processo de reconstrução e redefinição das estruturas sociais no pós-
guerra, os Estados Unidos lançando o Plano Marshall e apoiando a reconstrução do
Oeste da Europa e a União Soviética criando o Comecom, integrando política e
economicamente a outra parte da Europa, começa a Partilha do Mundo.

"Dois anos depois da guerra, a Europa de vencedores e perdedores era um campo de


ruínas e assustada pela expansão do socialismo comandado por Stálin, de Moscou.
Alarmados os americanos injetaram na economia européia o equivalente hoje (1997) a
80 bilhões de dólares, eram créditos, financiamentos e ajuda direta em remédios e
alimentos. Depressa a Europa Ocidental começou a se recuperar."

A partir do pós-guerra as relações entre Estados Unidos e União Soviética vão se


tornando mais e mais tensas. As disputas pelas áreas de influências mais e mais
perigosas, começam o período que ficou conhecido como Guerra Fria. A guerra é dita
fria porque as duas Superpotências jamais se enfrentam diretamente. O que há são
conflitos regionais localizados nos quais grupos locais em oposição recebem apoio
americano ou soviético. Todo o tempo ao longo de 4 décadas o mundo vive a tensão de
que um desses conflitos se generalize e leve a guerra nuclear entre Estados Unidos e
União Soviética.

Começam as alfinetadas entre as Superpotências. Henry Trumam, presidente americano,


garante apoio aos países que quiserem resistir a dominação, numa referência à expansão
soviética no Leste da Europa e no Extremo Oriente. Essa tomada de posição ficou
conhecida como Doutrina Trumam. Dois eventos marcam o início da Guerra-Fria: o
apoio militar americano ao governo grego contra a guerrilha socialista e a imposição de
um cerco soviético a cidade de Berlim. A Alemanha se desmembra em duas, cada uma
sob a asa de uma das Superpotências. A República Federal Alemã, a parcela Ocidental,
torna-se área de influência americana, enquanto a porção Oriental, a República
Democrática Alemã, joga no time soviético. Um ano depois do cerco de Berlim surgem
as organizações militares internacionais que formalizam a Guerra Fria. De um lado a
OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, criada por iniciativa americana
agrupando seus aliados, do outro os países participantes do Pacto de Varsóvia, alinhados
com os soviéticos.

É nesse quadro de tensão e ânimos exaltados que acontece a Guerra da Coréia, o


primeiro conflito importante depois da Segunda Guerra "Mundial". Assim como a da
Coréia várias outras guerras pontuais ocorreram, em todas elas as disputas locais têm
como plano de fundo a rivalidade entre os dois blocos, o americano representando a
economia de mercado e o soviético representando a economia de estado socialista. Dois
exemplos disso foram à Guerra do Vietnã e o episódio dos mísseis soviéticos em Cuba,
dois momentos em que a Guerra Fria ficou bem quente.

A Guerra Fria era um conflito de ideologias, por isso não era travada apenas nos campos
de batalha. Tudo, das pesquisas cientificas as competições esportivas podia ser usado
para que um lado se mostrasse superior ao outro. A Corrida Espacial que se inicia nos
anos 50 é um exemplo dessa queda de braço entre as Potências. "1957, a União
Soviética lança o primeiro satélite artificial ao espaço... o Sputinink é um sucesso e o
primeiro susto dos americanos. A seguir duas frases de pessoas norte americanas na
época: - "Definitivamente alarmante"; - "Nós temos medo por que eles têm uma coisa
que ninguém conhece."E tinham mesmo. Tanto que meses depois os russos voltaram a
surpreender e colocaram no espaço mais do que aço, fios e combustível. Pela primeira
vez, o homem colocou no espaço um ser que respirava e cujo coração pulsava, a
cachorra Laika".

Até o pacífico o jogo de xadrez virou campo de batalha quando um americano, Bob
Fisher, se tornou campeão mundial. Foi durante os anos da Guerra Fria que surgiu a
noção de Terceiro Mundo, "grupo de nações subdesenvolvidas que defendia a
autonomia em relação aos conflitos entre soviéticos e americanos". O Terceiro Mundo
se apresentava como uma alternativa as Superpotências.

Francisco Carlos da Silva – História/UFRJ: "Nós temos aqui dois blocos
distintos de países do Terceiro Mundo agindo na Guerra Fria. O primeiro bloco, o mais
importante, surge logo depois da Segunda Guerra Mundial e é quando no cenário
mundial se percebe que o holocausto nuclear é possível. Nesse sentido alguns países de
regime sociais e regimes políticos variados, como a Iugoslávia de Tito, a Indonésia de
Sucarno, o Egito de Kamaua Apitel Nassr, e a Índia, se unem para criar um grupo de
países que inicialmente se denominam de não-alinhados para evitar ser ou moeda de
troca no jogo entre a União Soviética e os Estados Unidos ou mesmo até evitar o
holocausto nuclear, mediando o conflito. Num outro grupo, ao contrário, países recém
descolonizados caíram quase que imediatamente nas mãos de regimes neocoloniais,
como é o caso, por exemplo, do Zaire, Congo, que depois da independência que tem um
regime progressista e cai sob a ditadura de Josef Mobuto e vira um país cliente da
França. Ogana que depois vira um país cliente dos Estados Unidos. Então esses países
passaram ao lado dos países latino-americanos a formarem uma clientela e votar
sistematicamente com as potências ocidentais".

A Guerra Fria só termina nos anos 80 quando a economia soviética entra em colapso.
Os imensos gastos com a corrida armamentista são apontados como uma das causas
dessa derrocada do regime socialista.

Francisco Carlos da Silva – História/UFRJ: "Dois elementos são fundamentais


para quebrar o equilíbrio de forças: a bomba de nêutrons, que os russos não tinham a
tecnologia suficiente, uma bomba que conseguia eliminar pessoas e manter bens
materiais intactos e principalmente a Guerra nas Estrelas, esse projeto mirabolante de se
criar um escudo reflexivo colocado no espaço, no qual raios lasers atingiram mísseis em
pleno voou num possível ataque aos Estados Unidos. Na verdade, os americanos jogam
criando uma fenda dentro do regime russo, - ou vocês nos acompanham na nova Corrida
Armamentista, dessa Segunda Guerra Fria, ou então vocês vão ser superados! Os russos
não conseguem acompanhar, o resultado é que eles têm que fazer um sistema de
abertura e na abertura como não há mais a oferta de bem estar como estava sendo feito o
regime começa a ruir. Na verdade a União Soviética, ela perde a Segunda Guerra Fria.

"Na madrugada fria de Berlim, setor socialista, um guindaste arranca o primeiro pedaço
do muro depois de 28 anos. O momento é tão importante que até o operador do
guindaste entendeu o valor de distribuir pedaços do muro.

Você viu que a Guerra Fria foi o longo período de tensão entre Estados Unidos e União
Soviética que repercutiu em todo o mundo. E que foi o fato político internacional de
maior importância da segunda metade do século XX.

Terceiro Mundo: Conjunto de países de economia capitalista subdesenvolvidos que não


se alinharam aos blocos da Guerra Fria.

Guerra Fria:

O Mundo Bipolar

Assim passou a ser o mundo depois da Segunda Guerra Mundial. A Europa estava
destruída, e os dois principais vencedores da Segunda Guerra, resolveram dividi-la para
reconstruí-la. Surgiram assim, os dois principais "times", que lideraram o Campeonato
da Terra durante quase 50 anos. Estados Unidos e União Soviética!

E os dois "timões" dividiram a Terra. Ambos queriam liderar o campeonato, impondo


suas "táticas" ao maior número possível de países, especialmente aos mais pobres. Os
Estados Unidos sempre defenderam o Capitalismo, a Economia de Mercado, enquanto
isso, a Ex. União Soviética pregava o Socialismo, com uma economia dirigida pelo
Estado.

Mas essas duas feras, nunca tiveram um confronto bélico direto... Estados Unidos e
União Soviética botavam os outros para brigar, e aprontavam muito... Na casa do
vizinho! De vez em quando, a Guerra Fria ficava quente. A disputa entre as
Superpotências causou as guerras da Coréia e do Vietnã e quase provocou a 3a Guerra
Mundial quando os soviéticos tentaram instalar mísseis de longo alcance em Cuba,
único aliado da União Soviética no continente americano.

Com essa Bipolaridade, Capitalismo e Socialismo, o mundo passou a ser três: 1o, 2o e
3o Mundos. Os Países Desenvolvidos, com a economia capitalista, como os da Europa
Ocidental, o Japão e o Canadá formavam o Primeiro Mundo, liderado pelos Estados
Unidos; A União Soviética e os demais do "Socialismo Real" formavam o Segundo
Mundo; O Terceiro Mundo era o conjunto de países considerados Subdesenvolvidos ou
"em desenvolvimento", como o Brasil.

Os Países do Terceiro Mundo, querendo se desenvolver eram um prato cheio para os


Estados Unidos e União Soviética exercerem seu poder. O Brasil, como a maioria dos
países da América Latina, se alinhou com os Estados Unidos. Os americanos prometiam
ajudar os alinhados que precisavam crescer.

"Mesmo sem financiamento externo, os países da América Latina cresceram até o fim
da 2a Guerra Mundial. Com a paz eles tiveram de se integrar numa "Nova Ordem
Econômica Internacional", criada em 1944 em Bretton Wooods, nos Estados Unidos. Já
na posição de maior potência militar- econômica e comercial do mundo, os Estados
Unidos ditaram as regras do jogo. O dólar passou a ser a moeda de reserva
internacional. E o Federal Reserv Bank tornou-se na prática, o Banco Central do
Mundo. Dois organismos foram criados em Bretton Wooods: O Banco Internacional de
Reconstrução e Desenvolvimento, o Banco Mundial, e o Fundo Monetário
Internacional, FMI. 44 países participaram da fundação do FMI, mas o diretor executivo
da instituição, indicado pelos Estados Unidos, era quem tinha de fato o poder de
decisão. Nos seus primeiros anos de vida, praticamente o FMI não funcionou. Em
meados dos anos 50 quando vários países Latino-americanos deflagram no que se
chamou Desenvolvimentismo, o FMI inaugura suas ações no continente, visando
basicamente ao equilíbrio das contas externas. Emissários do organismo vem ao Chile,
Bolívia, Paraguai, Colômbia, Uruguai e Argentina. No Brasil o presidente Juscelino
Kubitscheck resiste.

É... Mas desenvolvimento vinculado a uma Superpotência custa caro. O Brasil cresceu,
é verdade, e você já deve está imaginando o que aconteceu! "Em 88, o Brasil pagou
17bilhões de juros e amortizações da dívida externa. Segundo cálculos do Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs, CONIC, essa soma equivale a 260 milhões de salários
mínimos, com ela se poderia construir 7,7 milhões de casas populares. A sangria de
capitais na América Latina já supera largamente a transferência gerada pelas reparações
de guerra, vividas pela Alemanha nos anos 20. E todos sabem que a crise econômica
alemã desembocou no Nazismo".

E assim seguiu a vida por muitos e muitos anos... Duas Superpotências dividindo o
mundo, exportando suas culturas e endividando países que queriam se desenvolver. Mas
no meio dos anos 80, essa Ordem Mundial começou a mudar. A Guerra continuava fria,
mas foi ficando cada vez mais cara! Por causa, entre outros motivos, dessa milionária
corrida armamentista, uma dessas Superpotências começou a fazer água. O Natal de
1990 marcou o início de um novo ciclo na história mundial. Nesse dia a União Soviética
deixou oficialmente de existir. Entrou em vigor a Comunidade dos Estados
Independentes. GET, não! Até 85, essa era a palavra russa mais conhecida no Ocidente.
Foi Mikhail Gorbatchev que introduziu os termos Perestroika e Glasnost, no
vocabulário russo que mudou a linguagem das superpotências. Gorbatchev liquidou
com um só golpe, mais de 40 anos e stalinismo. Deu liberdade de expressão para os
russos pela primeira vez na história. Depois de 10 meses no poder, Gorbatchev trás da
Sibéria um obscuro comunista para ser chefe do partido em Moscou, seu nome: Boris
Ieltsin. Sucesso da Glasnost, abertura, fracasso da Perestroika, reconstrução. A única
coisa que cresceu na economia comandada por Gorbatchev, foram às filas. Se julgarmos
Mikhail Gorbatchev pelos resultados, ele é um perdedor. Se propôs a reformar o
Socialismo e a União Soviética e acabou junto com os dois. Foi devorado pelas
reformas domésticas que desencadeou... Mikhail Gorbatchev entrou na história como o
estadista que transformou o mapa mundial.Gorbatchev retirou as tropas soviéticas do
Afeganistão, e não colocou obstáculos nas revoluções que varreram os governos
socialistas do Leste Europeu. No aniversário da Alemanha Oriental em 1989, Mikhail
Gorbatchev foi a Berlim e advertiu Eric Honick: "Os que se atrasam são castigados pela
própria história". Gorbatchev deve ter se esquecido da frase, pois, tentando compor com
a linha dura, foi atropelado pelo processo que iniciou. Gorbatchev foi salvo por um
golpe de estado pela cria tornada rival, o mesmo Boris Ieltsin que resgatou Gorbatchev
em agosto, acabou com ele em dezembro.

O mundo mudou muito nesses últimos 15 anos. Mudou tanto, que não sabemos que não
sabemos mais ao certo como dividi-lo em regiões. Uma alternativa a Bipolarização
Estados Unidos e União Soviética seria, a Tríade, um mundo com três pólos. Além dos
Estados Unidos, exercendo influência sobre a América Latina, teríamos outras duas
grande regiões de influência econômica: a União Européia, formada pelos países da
Europa Ocidental, com influência sobre a Europa Oriental e a África, e o Bloco Asiático
liderado pelo Japão.

Mas onde estaria à força desses países asiáticos?

"Quando a televisão nasceu parecia que ela seria um produto americano para sempre.
Pois é. Quem entrar numa loja americana hoje e quiser comprar um aparelho de
televisão americano não vai conseguir... é tudo japonês (Hitachi, Sony), francês (RCA),
holandês (Philiphs), e agora sul coreano (LG, Zenith). A última empresa americana a
fabricar aparelhos de televisão, a Zenith, foi vendida por 350 milhões de dólares, a um
gigante sul coreano, a LG electronics, que vende produtos da marca Goldstar (1995).
Desde os anos 60 as empresas americanas foram sendo engolidas por empresas
estrangeiras, principalmente japonesas. E isso acompanhou uma tendência em toda
indústria eletroeletrônica: rádio, videocassete, disco cd, microondas, barbeador elétrico,
fitas, secretárias eletrônicas, videogames, e o impressionante é que todos esses produtos
como a televisão, nasceram na América. Aparentemente os americanos perderam a
liderança sobre tudo que funciona na tomada. Mas não é bem assim. Os americanos não
fazem mais o aparelho, o aparelho físico, mas fazem o produto que saem do aparelho,
ou seja, eles não fazem o monitor de televisão, mas fazem o filme, fazem o seriado de
televisão(para influenciar o mundo). E quem sabe os americanos não vão acabar dando
a gargalhada final".

Mas será que a divisão do mundo em três blocos, comandados pelos Estados Unidos,
União Européia e o Japão vai se consolidar? A resposta virá com o tempo. Pois até aqui
os Estados Unidos continuam com mais poder!

Por enquanto, o que vemos é a influência cultural americana cada vez mais presente, nas
imagens, nos sons... No comportamento. Podemos dizer o mesmo sobre o domínio
militar. Hoje os Estados Unidos se posicionam como uma poderosíssima superpotência
sem rival no planeta, destinada a resolver os conflitos entre os outros países, e a
promover embargos econômicos a países como Cuba e Iraque.

Podemos dizer que uma grande ameaça a essa tríade é um país que vem se posicionando
de maneira muito particular. Ele mantém características de país socialista, com o estado
forte e dirigindo a economia, mas adota muitas práticas de países capitalistas, esse país é
a China.

A Multipolaridade e os Blocos de Poder


Nova Ordem Mundial

Você sabe o que é a Nova Ordem Mundial? Vivemos num mundo cada vez mais
interconectado em termos culturais e econômicos, unificado financeiramente dirigido
por inúmeras organizações transnacionais. O chamado "mundo globalizado" é o assunto
de hoje.

Na década de 80, com o fim da corrida tecnológica e armamentista entre as


superpotências, a chamada Guerra Fria, os Estados Unidos "grandes vencedores", se
tornam as grandes nações hegemônicas inaugurando a Nova Ordem Mundial. Nesse
novo mundo, o poder estar com quem tem o domínio da tecnologia. A disputa continua,
mas o mercado é o novo campo de batalha.

O mundo anteriormente bipolarizado, marcado pela disputa entre o Bloco Socialista e o


Bloco Capitalista, passa a ser um mundo multipolarizado. Os países se organizam em
blocos para garantir mercado, complementar sua economia e se fortalecer. São três os
Megablocos: o NAFTA, Acordo de Livre Comércio da América do Norte, é formado
pelos Estados Unidos, Canadá e México. É a área de influência direta dos americanos,
de onde tiram vantagens como a mão-de-obra barata mexicana, as riquezas minerais e o
mercado de alto poder aquisitivo do Canadá. "A chamada União Européia, é formada
por 15 países e é mais que um Bloco Econômico é uma Organização Supra Nacional,
em que os países não têm fronteiras e são altamente integrados, inclusive militarmente.
O passo definitivo para a estabilidade dessa união foi a adoção de uma moeda única: o
EURO!"

Europa: através da história, foram as guerras que moveram este continente. A


fragmentação européia sempre foi o motor de seu desenvolvimento, ninguém queria
ficar para trás na competição bélico-tecnológica. Depois da última e mais terrível
guerra, líderes visionários tiveram a idéia genial: forjar a estabilidade política através da
interdependência econômica. Pela primeira vez a Europa rimou paz com prosperidade!
No primeiro dia de 93, a Europa tornava-se um mercado único, com 320 milhões de
consumidores e um PIB de 6 trilhões e meio de dólares. Tão unidos e tão diferentes!

O Bloco formado pelos países da Bacia do Pacífico liderados pelo Japão, não se baseia
em acordos diplomáticos como o NAFTA, ou a União Européia, sendo na verdade uma
zona de integração comercial bastante dinâmica que mantém um ritmo acelerado de
crescimento econômico, onde se destacam os chamados Tigres Asiáticos, a China e a
Austrália.

A Política dos Megablocos quer a abertura de mercado, mas na medida que cada bloco
se une e se fortalece cria mecanismos protecionistas, fechando-se em sua própria região.
A Globalização permite que o mundo inteiro seja alcançado pelos mais modernos meios
de comunicação, assim como pelo o capital, mas está formando ao mesmo tempo uma
geração de pessoas e nações excluídas.

Os países Centrais também chamados de países do Norte são os que organizam seus
interesses buscando nos países Periféricos, ou países do Sul, as vantagens comparativas
para diminuir custos e aumentar os lucros na economia-Mundo. Podemos conferir isso a
cada reunião do chamado Grupo dos 7.

Alguns países Periféricos também estão se unindo para garantir o seu espaço na
economia mundial e não apenas sofrerem o lado negativo da Globalização.

Você viu o que os países têm feito para proteger suas economias no mundo globalizado.
Conheceu a Nova Ordem Mundial e a política dos Megablocos.

Economia-mundo: conjunto de economias de vários lugares diferentes, mas que se inter-


relacionam.

"Globalização não é um conceito sério. Nós, americanos, o inventamos para dissimular


nossa política de entrada econômica nos outros países" John Kenneth Galbraith, um dos
maiores economistas do século XX.

-----------BLOCOS ECONÔMICOS E OS MEGABLOCOS--------------

De um uns anos pra cá, a chamada Nova Ordem Mundial, vem dividindo e integrando
nosso planeta em Blocos econômicos.

"Um dia desses, fui comprar um rádio relógio. Escolhi um modelo de uma marca
tradicional – marca americana – quando dei uma olhada no manual de
instruções, percebi que o rádio relógio só é americano na marca. O projeto é de uma
fábrica francesa, os componentes eletrônicos são coreanos e o aparelho foi montado no
México".

Num simples eletrodoméstico, uma amostra do tempo em que vivemos hoje! Tempo de
Globalização!

"A globalização é o resultado de fatos históricos e políticos que vem acontecendo há


séculos. Podemos dizer que ela começou, com as Grandes Descobertas dos Navegantes
Espanhóis e Portugueses... continuou pela sofisticação dos Meios de Transportes e
Comunicação, mas se firmou mesmo com o domínio do capital financeiro e a verdadeira
revolução nas comunicações e da informática no final do século XX. O mundo foi
ficando pequeno e hoje uma crise na bolsa de valores de um único país da Ásia abala a
economia do mundo inteiro"!

Junto com a Globalização, acontece uma importante tendência: países de mesma região
se organizam em blocos, derrubam fronteiras econômicas para negociar seus produtos e
Serviços entre si com liberdade quase total. Com isso, esses países fortalecem seus
mercados regionais. Como você sabe, o maior desses blocos, é liderada pelos Estados
Unidos, a maior potência do século XX.

"O NAFTA (North American-Frre-Trade Agreement), Acordo Norte Americano de


Livre Comércio, formado pelos Estados Unidos, Canadá e México. É a área de
influência direta dos americanos, onde tiram vantagens como a mão-de-obra barata
mexicana, as riquezas minerais e o mercado de alto poder aquisitivo do Canadá."

O NAFTA é o mais importante dos blocos, mas não é o único formado por países ricos.
Em busca do poder perdido, a Europa Também se uniu. "A chamada União Européia, é
formada por 15 países e é mais que um Bloco Econômico é uma Organização Supra
Nacional, em que os países não têm fronteiras e são altamente integrados, inclusive
militarmente. O passo definitivo para a estabilidade dessa união foi a adoção de uma
moeda única: o EURO!"

"Com potencial para rivalizar com o dólar americano no mercado mundial, a moeda
única nasceu a partir da formação da União Européia, uma coalizão entre 15 nações da
Europa. O objetivo da União é promover o progresso econômico e social, e a identidade
européia no cenário internacional. No primeiro momento, só 11 dos 15 países da União
adotaram o EURO. O resultado já foi espantoso: uma economia ligeiramente menor do
que a dos Estados Unidos, 18% do mercado mundial."

Eduardo Callado – Pres. Cons. Reg. Economia/RJ: "Nem sempre foi o dólar a
moeda de troca no mercado mundial – aceita internacionalmente – antes
do dólar nós tínhamos a Libra que por 100 anos reinou, até porque a Inglaterra era a
economia mais importante do mundo... ela se enfraquece após Primeira Guerra
Mundial."

Toda essa movimentação para essa formação de Blocos Econômicos é recente, mas a
União Européia não é tão novinha assim.

Há cerca de quantos anos se formou a União Européia?


Quarenta anos, é a resposta certa.

"Quando a 2a Guerra Mundial acabou e Hitler foi derrotado, outros líderes europeus
acharam que seria preciso criar uma espécie de elo entre as economias dos países da
Europa. Com a queda do Muro de Berlim em 89, ressurgiu o medo de que a Alemanha
pudesse retomar sua tendência expansionista. Se de alguma forma o país estivesse
ligado a outro a outros países esse risco diminuiria, foi por isso que nas últimas décadas,
os líderes da União Européia estabeleceram uma espécie de vinculo entre as diferentes
moedas e sugeriram a criação de uma moeda única para a Europa."
Esses grandes blocos formados ou liderados por países Centrais, já estão sendo
denominados de Megablocos. O terceiro deles está agitando o outro lado da Terra no
Leste da Ásia. Ainda não é um bloco formal como o NAFTA, e a União Européia, mas
integra economicamente os países do Leste Asiático como os Tigres da Ásia sob a
liderança do Japão. "Esse bloco da Bacia do Pacífico, não se baseia em acordos
diplomáticos como o NAFTA ou a União Européia, sendo na verdade uma zona de
integração comercial bastante dinâmica que mantêm um ritmo acelerado de crescimento
econômico,onde se destacam os chamados Tigres Asiáticos, a China e a Austrália.

A organização de Blocos Econômicos não é exclusividade de países Ricos, países


Periféricos também se juntam com os mesmos propósitos, não formam Megablocos,
mas sim pequenos blocos que fortalecem mercados secundários e fazem surgir
lideranças regionais: o Brasil é o integrante mais forte do bloco que integra países do
Cone Sul. "O Tratado de Assunção que criou o Mercosul selou uma tentativa de
aproximação entre os países membros que vinha desde o início dos anos 80. Naquela
década foi criada uma Associação Latino Americana de Integração, a ALADI que
substituiu a ALALC, Associação Latino Americana de Livre Comércio. A ALAC tinha
uma clausula que obrigava todos os países da América Latina a estender a redução de
tarifas de importação acertadas entre dois ou mais países. Essa clausula acabava
impedindo o fechamento de acordos em bloco. Com a criação da ALADI, isso foi
eliminado. O Mercosul começou com a integração Brasil-Argentina firmada pela
declaração de Iguaçu e assinada pelos presidentes, na época, José Sarney e Raul
Alfonsim em julho de 85, em julho de 90 os dois países assinaram a Ata de Buenos
Aires, fixando a data de 31 de dezembro de 94 para a formação do mercado definitivo.
Na ocasião convidaram também o Paraguai e o Uruguai para aderirem, Chile e Bolívia
tem apenas um acordo de complementação Econômica com o Mercosul, o que significa
que eles não participam dos benefícios tarifários que vigoram entre os países integrantes
do bloco."

"O Mercosul é um Bloco Econômico que reúne a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o


Uruguai. Veja um exemplo para entender como esse bloco funciona: - antes do
Mercosul, uma garrafa de vinho argentino; uma peça de couro paraguaio e um quilo de
carne uruguaio chegavam ao Brasil com preços mais altos. Isso acontecia porque
quando esses produtos cruzavam nossas fronteiras e o governo brasileiro cobrava Taxas
de Importação, o mesmo acontecia quando produtos brasileiros iam para esses países.
Mas desde que o Mercosul entrou em vigor em janeiro de 91os quatro países membros
deixaram de cobrar impostos de importação sobre a maioria dos produtos. O
consumidor sentiu isso no bolso, os preços dos importados desses países caíram. Outro
Bloco Econômico que existe no continente americano é o NAFTA. NAFTA é uma sigla
inglesa que em português significa Acordo de Livre Comércio da América do Norte. Os
países membros são Canadá, Estados Unidos e o México. O NAFTA entrou em vigorem
1 de janeiro de 94. Ele também acabou com os impostos cobrados sobre os produtos
importados dos países membros. (...) Mas agora existe a possibilidade de os 34 países
do continente americano formarem um bloco único, a ALCA. ALCA significa Área de
Livre Comércio das Américas e se ela for criada vai integrar todos os países da América
com exceção de Cuba. Isso só deve acontecer a partir do ano de 2005."

Os principais blocos da América, NAFTA e Mercosul, podem estar com seus dias
contados. Os Estados Unidos estão propondo a realização de um outro bloco integrando
todo o continente. Mas o que pode estar por trás dessa proposta?
OBS: A ALCA é uma forma de os Estados Unidos manterem a liderança econômica na
região.

PENSE NISSO:

1. Ao mesmo tempo em que a economia mundial se globaliza, os países se organizam


em Blocos Econômicos regionais. Fica a dúvida: essa regionalização em Blocos
Econômicos contraria, ou melhor, contradiz o processo de Globalização pelo qual
estamos passando?

2. Esses Blocos Econômicos que fortalecem os mercados regionais são uma forma de
resistência a Globalização ou servem apenas para fortalecer os países Centrais?

------------------------------A União Européia--------------------------------------------

A Europa agora quer ser um só país. Fronteiras milenares foram abolidas.

Irlanda, Grã-Bretanha, Luxemburgo, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Grécia, Itália,


Áustria, Alemanha, Holanda, Bélgica, França, Espanha, Portugal... São mais de 15
países juntos, 370 milhões de habitantes, 17 moedas, 21 idiomas, um PIB (Produto
Interno Bruto) de mais de 8 trilhões de dólares.

O objetivo é criar uma potência econômica capaz de enfrentar a competição


internacional. É a corrida do "Velho Continente" para o futuro. De todos os blocos que
estão se constituindo atualmente, a União Européia adotou a forma considerada a mais
avançada. Os países não têm mais fronteiras propriamente dita, apenas formam um
bloco supranacional. Teoricamente, seus habitantes não são mais franceses, ingleses,
suecos ou portugueses, são cidadãos europeus.

A primeira etapa dessa união se deu com a criação do Benelux, que estabelecia o livre
comércio entre os países baixos (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) tornando-os uma
unidade econômica. Em 1957, pelo Tratado de Roma, foi criado o Mercado Comum
Europeu. De lá pra cá foram muitas as mudanças. A Comunidade Européia cresceu,
passou de 6 para 15 países, de um grande mercado virou União Européia.

Vivendo a necessidade de novos investimentos, de encontrar novas forças para enfrentar


a acirrada competição com o Japão, o Sudeste Asiático e os Estados Unidos, a agora
chamada Comunidade Econômica Européia aceita a entrada da Grécia, em 1981, e mais
tarde a de Portugal e Espanha, em 1986. A pesar da economia desses países ser muito
menos avançadas que a dos outros membros, eles representavam alternativas de
mercados.

Em 1991, é assinado o Tratado de Maastricht que estabelece políticas externas de defesa


comuns, além de uma moeda única, o Euro. "Em 62 páginas o Tratado de Maastricht
lança as bases dos ‘Estados Unidos da Europa’. Com isso você tem uma
moeda única para toda a Europa, e um só embaixador e um só comando militar para os
países da comunidade".
Além da unidade econômica o tratado quer estabelecer uma unidade política e
diplomática. Mas nem todos os países estão preparados para a moeda única, por
exemplo. Algumas metas difíceis têm que ser cumpridas para que isso ocorra.

Veja o que é preciso para cada países adotar o Euro:

• Manter baixa a inflação;

• Reduzir as taxas de juros;

• Controlar o déficit público, não pode ultrapassar 3% do PIB;

• Segurar a dívida pública tem de ficar abaixo 60% do PIB.

As reformas e ajustes na economia avançam em todo vapor para que os países da União
Européia garantam a competitividade, ganhem novos mercados e se fortaleçam diante
dos americanos e japoneses. A adoção da nova moeda é facultativa, mas em todos os
idiomas parece que o Euro é o único caminho!

Cumprir as metas da unificação pode gerar medidas de recessão e desemprego. Hoje a


Europa tem 18 milhões de desempregados, em cada grupo de 10 pessoas em idade para
trabalhar, uma está sem emprego. A cada mês a fila em busca de emprego cresce em
toda a Europa. Países como a Alemanha e a França batem recordes de desemprego. Na
França, 25% dos jovens com menos de 27 anos não conseguem entrar no mercado de
trabalho. A Espanha é recordista, o índice de desemprego chega a quase 20%, e em
todas as pesquisas o desemprego aparece como a principal preocupação do cidadão
europeu. O governo paga caro a conta do desemprego. Quem está fora do mercado de
trabalho deixa de pagar impostos, mas, recebe um salário desemprego e tem assistência
social garantida. A cada novo recorde de desemprego, a conta do estado aumenta mais.
Na pressa para ajustar as economias, e lançar o Euro, os países adotaram políticas
fiscais ainda mais firmes, o que acabou aumentando o número de desempregados.

Em 1995 a Comunidade Econômica Européia passa a se chamar União Européia.


Áustria, Finlândia e Suécia se unem ao grupo, formando a então chamada a Europa dos
15. Mas a euforia com a livre circulação de mercadorias, capitais e cidadãos provoca
também sérios problemas. Por sua força econômica essa Nova Europa tem sido um foco
de atração para muitos migrantes que buscam empregos no continente. Esses imigrantes
vêm principalmente dos países do Leste Europeu que estão sofrendo grandes
transformações, passando de uma economia socialista para uma economia de mercado.
Jovens desempregados imigram dos países Periféricos, principalmente do norte da
África e do Oriente Médio em busca de melhores oportunidades, fazendo do rico mundo
europeu uma verdadeira Meca dos Pobres. A competição pelo mercado de trabalho
entre os estrangeiros e os cidadãos europeus provocou um fortalecimento dos
movimentos Neonazistas, aumentando a xenofobia da população.

Numa época de intensa Globalização, em que o mercado é mundial e ultrapassa as


fronteiras nacionais, explodem conflitos nacionalistas envolvendo minorias. Na Irlanda
do Norte existe o conflito entre a minoria católica que quer seu país independente do
Reino Unido e a maioria protestante que não quer viver numa grande Irlanda unificada,
onde seria minoria. Na Espanha o país Basco, região autônoma ao norte, quer formar
um estado independente que tomaria até parte do território francês. Assim como na
Irlanda há organizações terroristas envolvidas, o que trás instabilidade e insegurança a
Europa Unificada.

Vimos que a unificação política e econômica da Europa não livrará o velho continente
de seus problemas. Vimos como é difícil construir um paraíso econômico num mundo
com tão graves contradições.

DICAS:

UNIÃO EUROPÉIA:

O aprofundamento das relações entre os países europeus reduz a necessidade de


importação no continente, mas a EU e o Brasil já assinaram vários acordos de
cooperação, e o Brasil exporta inúmeros produtos para os países do grupo com tarifas
reduzidas. Os maiores compradores são a Alemanha, os Países Baixos, a Itália, França,
Reino Unido e a Bélgica.

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