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O Primeiro Maçom

Muitas de nossas energias já tinham sido dedicadas a desenrolar o


novelo dos mistérios do Egito, mas enquanto estávamos começando a
nos focar em personagens determinados e em eventos com grande
significado para nós como Maçons, estávamos sempre buscando
padrões na história. Foi uma dessas falhas que inicialmente
direcionou a nossa atenção ao período dos hicsos na história egípcia.
A nós parecia muito possível que uma era de mudanças - dos reis
egípcios para os dominadores hicsos, e depois de volta à monarquia
tebana - nos desse mais pistas, portanto, nos concentramos nesse
período usando todas as fontes possíveis de informação, inclusive o
Antigo Testamento.

Hiram Abiff Descoberto


Se houvesse uma ligação entre o Antigo Egito e os judeus do século I
d. C., ela certamente ocorreria através de Moisés, o fundador da
nação judaica, que havia sido adotado como membro da família real
egípcia. Dessa grande verdade, os anais da Maçonaria têm um
glorioso exemplo na inabalável fidelidade e cruel morte de nosso
Grão-Mestre, Hiram Abiff, que perdeu sua vida logo antes do término
do Templo do Rei Salomão, de cuja construção, como sem dúvida
estás ciente, ele era o arquiteto principal. Nós, como todos os Maçons
que conhecemos, aceitamos esse herói maçônico a despeito de
sabermos não haver registros de seu envolvimento na criação do
Templo de Salomão.

Se o nome do mestre construtor fosse conhecido pelos autores do


Livro de Reis, especialmente à luz de seu assassinato, parece quase
impossível que tivessem ignorado um tal personagem-chave ao
contar essa história. A princípio isso nos sugeria que ele devia ser
uma invenção muito posterior, possivelmente representando algum
outro personagem importante cujo papel existisse na história apenas
em benefício desse drama. Quando nos pusemos a estudar o Antigo
Egito paramos de tentar encontrar Hiram Abiff, porque não havia
pistas sobre ele e a tarefa nos pareceu impossível.

Convencidos de que havia uma cerimônia secreta, que era essencial à


feitura de reis no Antigo Egito, baseada em uma "morte temporária" e
ressurreição, nos pusemos a tentar entender como os israelitas
puderam entrar na posse desses mistérios tão especiais.

Os últimos dois são apresentados como membros importantes da


corte real, ainda que em épocas diferentes. As razões para uma
mudança tão rápida em suas relações tornaram-se muito mais claras
quando compreendemos o período dos assim chamados Reis Hicsos -
e a pessoa que fora Hiram Abiff tornou-se a figura central de toda a
história.
O Colapso do Estado Egípcio
Trabalhando através do desenvolvimento do Egito havíamos chegado
ao ponto mais baixo da história dessa nação, no fim da Média Idade
do Bronze, por volta do terceiro milênio a. O Egito havia entrado em
um período de declínio contínuo com governos fracos e débâcle
social. Vagarosamente o espírito e vigor que haviam erguido o Egito
começaram a se esvair, deixando o país exposto à sanha cobiçosa
dos estrangeiros. Inevitavelmente, seguiu-se a invasão, e os egípcios
foram fulminados por um povo denominado Hicsos.

Eles se infiltraram suavemente na sociedade egípcia, durante um


longo período de tempo, até que estivessem em posição forte o
bastante para forçar seu controle sobre as Duas Terras. C., no fim de
uma secção muito mais longa da história egípcia chamada de Reino
Médio.

Descobrimos que hicsos não quer dizer "reis-


pastores": na verdade vem da expressão egípcia
O que resultou no incêndio de algumas cidades nãocooperativas e a
destruição de templos, culminando no saque completo da capital
egípcia Mênfis por volta de 1720 a. já haviam estendido seu domínio
até o Alto Egito. Vindo quase que totalmente dos países que agora
chamamos de Israel e Síria, os hicsos falavam a mesma língua semita
do povo que mais tarde foi conhecido como israelitas. As espalhadas
tribos nômades que os egípcios chamavam de Habiru eram uma
mistura de asiáticos semitas que falavam uma mesma língua, mas
não era de nenhuma outra forma uma raça identificável.

No entanto, é extremamente provável que os hicsos/habirus tenham,


posteriormente, formado uma parte substancial do cooperativismo
tribal que se tornou as tribos de Israel e mais tarde o povo judeu. Há
várias razões que nos levam a crer que há uma conexão direta entre
os hicsos e os judeus, sendo uma delas o fato de que a primeira
menção da Bíblia ao povo judeu coincide precisamente com a época
em que os egípcios expulsaram os hicsos de sua terra - para
Jerusalém!.

Recentes evidências geológicas começam a


mostrar que a existência do deserto em grande
parte do
Oriente Médio é uma ocorrência relativamente recente, e que há
cinco ou seis mil anos atrás o território egípcio era uma área muito
mais fértil e verde. C., trazendo a seca como problema sazonal para
todo o Oriente Próximo.
Houve fome na Terra, e Abrão desceu ao Egito para aí ficar, pois a
fome assolava a Terra. Esses semitas citadinos, os hicsos, eram muito
mais guerreiros que os superconfiantes egípcios e possuíam armas
muito avançadas, como os carros puxados por cavalos que lhes
permitiam tomar o que quer que desejassem sem encontrar
resistência significativa por parte das pacíficas populações nativas.

Os Reis Hicsos
É provável que durante o período dos hicsos os membros das tribos
habirus tenham experimentado um status social mais elevado e se
tomado mais assimilados à vida nas cidades. Antes disso a única
maneira que um desses pastores do deserto tinha para aumentar
suas posses e usufruir os benefícios da vida urbana era oferecer-se
como escravo para uma família egípcia. Assim que os reis hicsos se
estabeleceram, começaram a patrocinar a construção de templos e a
produção de estátuas, relevos, escaravelhos, trabalhos artísticos em
geral e alguns dos melhores trabalhos literários e técnicos de seu
tempo. Os reis hicsos, a princípio, espalharam sua influência para
dominar o Baixo Egito, a maior e mais rica das duas terras, a partir da
nova cidade de Avaris.

Adotaram como seu deus estatal uma deidade que já tinha sido
especialmente reverenciada na área onde primeiramente se haviam
estabelecido. Centraram sua teologia em Set, mas também aceitavam
Rá como um deus maior e o honram nos nomes reais que escolheram.
É justo dizer que havia um tipo de relação simbiótica pela qual os
invasores ganhavam cultura e refinamento tecnológico enquanto os
egípcios ganhavam uma tecnologia nova como a dos carros de
combate e outros armamentos, inclusive os arcos compostos e as
espadas de bronze para substituir seus velhos e simples armamentos.
A experiência do período dos hicsos lhes ensinou uma poderosa lição
e uma nova maneira positiva de encarar a realidade emergiu,
assentando-lhes as fundações para o ressurgimento do espírito do
Egito naquilo que hoje chamamos de Novo Reino.

Apesar de terem perdido o controle da velha capital, Mênfis,


elementos da verdadeira monarquia egípcia continuaram a existir no
Alto Egito, na cidade de Tebas. Com o tempo os reis hicsos se
tornaram absorvidos em muitas das práticas religiosas e culturais do
Egito, e inevitavelmente um problema político/teológico surgiu. " Por
exemplo, o dominador hicso chamado rei Khyan assumiu o nome real
egípcio de "Se-user-en-re", assim como os títulos de "o Bom Deus" e
"Filho de Rá", e em adição criou para si próprio o nome de Horus
'Abarcador-das-Regiões", um título que sugeria dominação mundial.

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